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Sumário Quem somos..............................................................................................................................p. 03 Editorial......................................................................................................................................p. 04 O antagonista de mil faces: Zuko na Jornada do Monomito. Ana Vitória Sinhorelli Lima.........................................................................................p. 05 Não sou obrigado a ser cult: autoria e arte no cinema de Steven Spielberg. Andi Correa....................................................................................................................p. 24 A inteligência artificial e o retrato do corpo feminino na ficção científica. Bel Klar A. e Faustino...................................................................................................p. 45 O nascimento de um capitão: reflexões sobre o papel da série Tropa de Elite na construção de uma memória positiva sobre a violência de Estado. Beatriz Bayer Mendonça Gheventer........................................................................p. 63 O que há de brasileiro nos nossos desenhos? Um estudo sobre representatividade cultural na TV Paga a partir de Irmão do Jorel. Débora Martins Fiuza Alves.......................................................................................p. 83 Do palco à tela: uma análise sobre as adaptações teatrais para o cinema e sobre a obra de Tennessee Williams. Gabriel Ribeiro Mattos de Oliveira.........................................................................p. 104 O uso das imagens para contar histórias: o exemplo do diretor de arte K. K. Barrett. Gabriela Gonçalves Moreira....................................................................................p. 126 O presente disfarçado num universo futurista: a forma como a ficção científica representa a nossa realidade. Giulia ael de Medeiros.........................................................................................p. 145 Skam: um olhar sobre o audiovisual para adolescentes. sabella Braa de Lua Reis.....................................................................................p. 164 ealit bi: a representação de pessoas bissexuais em realit shos. ury Santos da Costa.................................................................................................p. 184 epresentatividade de pessoas com deficiência em narrativas Monster in the ouse de Save the at. lia Bloomield Coelho............................................................................................p. 207 Afetados: o impacto da representatividade BTQI no pblico adolescente de séries de TV. Luana Morado Ramos Aonso..............................................................................p. 226 Santiago de las Amércias: a linguagem política do documentarista cubano durante a uerra do Vietnã. Marina Ferreira Rodriues........................................................................................p. 245 Imagens resistentes e memórias subterrneas: o resgate do amor lésbico em Nitrate Kisses de Barbara ammer. Mihele ay.............................................................................................................p. 260 inemas de Petrópolis no século pelas memórias de Joaquim Elo dos Santos. atlia Stadler Luiz...................................................................................................p. 274 ood Jidlo: Jan Svankmaer política e surrealismo. Roberta Amaro Dias.................................................................................................p. 21 A coprodução internacional para obras audiovisuais seriadas e suas implicações econmicas e culturais. hayn de Oliveira vo..............................................................................................p. 315 Revista Escaleta, Rio de Janeiro, RJ, v. 1, nº 1, fev/jul 2020. Quem somos A revista Escaleta é o veículo de divulgação dos artigos científicos apresentados como um dos pré-requisitos para a conclusão do curso de graduação em Cinema e Audiovisual da ESPM Rio. Publica textos de jovens cineastas em suas primeiras incursões no mundo da pesquisa. Essa é nossa contribuição para dar visibilidade aos trabalhos de estudantes e ainda facilitar o acesso a novos olhares sobre os fenômenos relacionados ao audiovisual. O Rio de Janeiro é a primeira unidade da ESPM a lançar um curso de graduação em Cinema e Audiovisual. Criado em 2015, o curso conquistou nota máxima em sua primeira avaliação feita pelo Ministério da Educação (MEC), em 2019. Expediente Capa: arte de Gabriel Sayão e Andreson Carvalho sobre fotografia still do filme Carne de Carnaval (Rodrigo Tancredi, 2018), vencedor na categoria ESPM do I Festival Beta – Prêmio ESPM de Audiovisual Universitário Edição: Mônica Mourão Corpo editorial: Andreson Carvalho, Gabriel F. Marinho, Hadija Chalupe, Mônica Mourão, Pedro Curi e Simplício Neto Revista Escaleta, Rio de Janeiro, RJ, v. 1, nº 1, fev/jul 2020. Editorial O trabalho de revisão e edição dos primeiros artigos acadêmicos das duas turmas de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio que se graduaram no ano de 2019 é uma visita aos primeiros quatro anos de curso e nos lembra quem são os profissionais que ajudamos a formar. Seus objetos de estudo e o empenho em tratar de forma científica temas pelos quais, muitas vezes, nutrem grande paixão nos fazem acreditar na construção coletiva de conhecimento, comprometida com a realidade em que nos inserimos atualmente. A seleção mostra as principais preocupações desta primeira geração de cineastas formados pela ESPM Rio: a representação e representatividade da diversidade de grupos e pessoas no audiovisual, as fragilidades e potencialidades do mercado audiovisual brasileiro, o impacto das narrativas audiovisuais na sociedade e a linguagem cinematográfica em sua relação com outras artes. Ao todo, são dezessete textos, escolhidos entre os melhores das duas primeiras turmas do curso. Num momento em que o cinema, o audiovisual, a arte e a educação têm sido tão atacados, assim como a própria ciência, publicar jovens cineastas e suas primeiras pesquisas é mais do que mero compromisso acadêmico ou profissional. É nossa pequena contribuição contra o descaso sofrido por estas áreas e a reafirmação de um esforço por pluralidade na produção de um conhecimento calcado na ética e nas relações solidárias no processo de ensino-aprendizagem. Desejamos uma boa leitura! Mônica Mourão (editora da revista Escaleta) e Pedro Curi (coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM Rio) Revista Escaleta, Rio de Janeiro, RJ, v. 1, nº 1, fev/jul 2020. O ANTAGONISTA DE MIL FACES: Zuko na Jornada do Monomito Ana Vitória Sinhorelli Lima1 [email protected] Resumo Em 2003, o canal de TV fechada Nickelodeon criou o que viria a se tornar uma de suas animações mais consagradas, vencedora do Emmy de Outstanding Individual Achievement in Animation, em 2007. Avatar: The Last Airbender, de Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko, foi ao ar pela primeira vez no dia 21 de fevereiro de 2005, levando ao público um dos personagens mais discutidos até hoje: Príncipe Zuko. Apresentado como antagonista, o mesmo passa, inegavelmente pela Jornada do Herói, de Joseph Campbell, que apresentou o conceito pela primeira vez em seu livro, The Hero of a Thousand Faces, em 1949. O monomito, como também é chamado, em sua complexidade, passa pela descoberta do eu. A destruição do mundo que se conhece e em que se vive, a destruição do próprio indivíduo, a jornada por uma vida mais ampla, segura e inteiramente humana. Ao longo da história, heróis foram colocados na jornada, antes mesmo de Campbell desenvolver sua tese. Essa pesquisa trata de uma análise empírica de uma obra já concluída e ainda não estudada através de tal vertente, buscando compreender um personagem que passa pela jornada, mesmo não sendo considerado um herói e, dessa forma, contribuir para os estudos de narrativa. Palavras-chave: Avatar, Joseph Campbell, Jornada do Herói, monomito. Abstract In 2003, the TV channel Nickelodeon created what would turn out to be one of its most acclaimed animations ever aired, winner of a Primetime Emmy Award for Outstanding Individual Achievement in Animation. Avatar: The Last Airbender, by Michael Dante DiMartino and Bryan Konietzko, aired for the first time at the 21 of February, 2005, gracing the audience with one of the most discussed characters to this day: Prince Zuko. Introduced as an antagonist, he goes, undeniably, through the monomyth and this research focuses on an empirical analysis of a finished and versatile animation series, while studying Campbell’s remarkable piece of work, in a search for understanding a character that goes through the journey, even if not considered a hero. Keywords: Avatar, Joseph Campbell, Hero’s Journey, monomyth. 1 Trabalho orientador por: Simplicio Neto ([email protected]) Revista Escaleta, Rio de Janeiro, RJ, v. 1, nº 1, pp. 5-23, fev/jul 2020. 1.Introdução Sharing tea with a fascinating stranger is one of life’s true delights (Tio Iroh, Avatar The Last Airbender, episódio 08, livro 02: Bitter Work). O termo “monomito” aparece pela primeira vez através da obra de Joseph Campbell, A Hero With a Thousand Faces, que discute sua teoria do que consiste a jornada do arquétipo herói, através de desafios e uma busca pelo descobrimento do eu. Este artigo, contudo, não se trata de uma revisão teórica do que Campbell batizou de A Jornada do Herói e, sim, de uma análise empírica de uma obra narrativa específica e completa, focando na