Mariana Viterbo Brandão Pousadas De Portugal
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Mariana Viterbo Brandão Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro (D Faculdade de Letras da Universidade do Porto Porto 2001 Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro Dissertação de Mestrado em História da Arte em Portugal Faculdade de Letras da Universidade do Porto Porto 2001 Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis. Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro AGRADECIMENTOS À Prof Doutora Natália Marinho Ferreira-Alves desejamos agradecer a coordenação do Mestrado e da disciplina de Metodologias para a História da Arte, que nos abriu perspectivas essenciais para a investigação que desenvolvemos. À Prof3 Doutora Lúcia Rosas, os nossos agradecimentos por ter aceite a orientação da nossa dissertação, manifestando constante disponibilidade e atenção. Agradecemos também à DREMN e ao IPPAR, tal como à ENATUR, com especial à referência à solicitude do Sr. Manuel Leiras, pelo facto de nos terem facultado alguma da documentação indispensável à realização do presente trabalho. Aos funcionários da Pousada de Santa Maria do Bouro e Santa Marinha da Costa, um muito obrigada pela colaboração. Pela simpatia e facilidades concedidas, agradecemos ao Núcleo de Arqueologia da Universidade do Minho, nas pessoas do Prof. Doutor Sande Lemos e Dr. Luis Fontes. A título pessoal, não podemos deixar de mencionar o importantíssimo apoio que tivemos ao longo do nosso percurso por parte de Rui Braga, Claudia Garradas, Maria José Ferreira dos Santos, Paulo Oliveira, João Carreira, Elvira Rebelo, José António Nobre, Samuel Guimarães e Miguel Tomé, que de diversas formas tiveram a generosidade de nos auxiliar nesta tarefa, pelo que o resultado final deste trabalho, de certa maneira lhes pertence. Agradecemos por último à família, que, como sempre, esteve presente, apoiando-nos em mais esta jornada. Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro ÍNDICE VOLUME I Abreviaturas p>2 Introdução p3 Capítulo I Pousada de D. Dinis p.6 Capitulo II Pousada de Santa Marinha da Costa p.28 Capítulo III Pousada de Santa Maria do Bouro p.55 Conclusão p#89 Fontes Inéditas p.108 Bibliografia p.109 VOLUME II - Catálogo Analítico Tomo I Castelo de Vila Nova de Cerveira p. 3 Convento de Santa Marinha da Costa p. 153 Tomo II Mosteiro de Santa Maria do Bouro p. 388 Imagens, índice Remissivo p. 501 1 Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro ABREVIATURAS B.A. Betão armado D.G. Direcção Geral D.G.E.M.N. Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais D.G.T. Direcção Geral de Turismo D.M.N. Direcção dos Monumentos Nacionais D.R.E.M.N. Direcção Regional de Edifícios e Monumentos Nacionais D.R.M.N. Direcção Regional de Monumentos Nacionais G.O.P. Gabinete de Organização e Planeamento LLP. Imóvel de Interesse Público LP.P.A. Instituto Português do Património Arqueológico LP.P.A.R. Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico LP.P.C. Instituto Português do Património Cultural M.E.LC. Ministério da Educação e Investigação Científica M.E.N. Ministério da Educação Nacional MOBILIÁRIO D.E. Desenho Especial MOBILIÁRIO D.L Desenho Industrial M.O.P. Ministério das Obras Públicas O.S. Ordem de Serviço P.I.D.D.A.C. Plano de Investimentos da Administração Central P.N.A. Palácio Nacional da Ajuda P.N.M. Palácio Nacional de Mafra R.S.E.P. Regulamento das Solicitações em Edifícios e Pontes S.E.C.E.T. Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia S.E.I.T. Secretaria de Estado da Informação e Turismo S.N.I. Secretariado Nacional de Informação 2 Pousadas de PortuPa! ■ Três jstudos do Caso: Pousadas de D Djnjs Saní» Marinha d, Çcga e Sgpta Maria do Bouro INTRODUÇÃO 3 Pousadas de Portugal -Três Estudos d. Caso- Pousadas de D. Djnjs, Santa Marinha da C,„ . <anta ^ rin Rn, m Quando nos propusemos realizar a presente dissertação, subordinada à vasta e abrangente área do Património, de imediato sentimos a necessidade de reflectir sobre o significado deste conceito e daquilo que ele actualmente representa. Optámos por reflectir acerca de objectos patrimoniais, institucionalmente reconhecidos como tal, intervencionados na contemporaneidade, numa tentativa de perceber melhor quem, como (segundo que princípios e meios) e com que fim rege e intervenciona imóveis aos quais é atribuído o estatuto de "bem patrimonial". Do extenso leque de possibilidades com que nos deparámos, e de modo a favorecer uma unidade temática indispensável para o tratamento do presente estudo, fomos levados a centrar-nos em três casos, que embora diversos, apresentam fortes factores comuns. O Castelo de Vila Nova de Cerveira, o Convento de Santa Marinha da Costa e o Mosteiro de Santa Maria do Bouro, todos eles classificados e protegidos pelas entidades responsáveis pelo Património arquitectónico português foram transformados por forma a receberem uma mesma utilização: são actualmente estabelecimentos hoteleiros pertencentes à rede das Pousadas de Portugal. Condicionados pelo factor tempo, decidimos limitar geograficamente a área estudada à região Norte, o que nos permitiu assim cobrir todas as Pousadas, denominadas Históricas, da referida região. Curiosamente, outros aspectos unem estas intervenções, tal como o facto de os seus autores serem arquitectos conotados com a Escola do Porto, que embora não sendo consensualmente definida, traz consigo inegáveis factos que relacionam sob diferentes perspectivas os percursos de Fernando Távora, Alcino Soutinho e Eduardo Souto Moura, todos eles exercendo a sua actividade profissional a partir da mesma cidade, o Porto. Assim, assumindo este ponto de partida, propusemo-nos clarificar quais os papéis e condutas de todos os intervenientes nestes três processos simultaneamente distintos e comuns, conduzindo a um obviamente diverso resultado final. 4 Pousadas de Portugal - Três Estudos do faso: Pou^ H D , Santa Afarinh, ^ r^„ P 0lnls e Santa Maria do Bourn Debruçar-nos-emos sobre os valores que foram preservados, assim como sobre os aspectos inovadores subjacentes às três intervenções em questão. Será por isto mesmo inevitável tecer uma série de considerações sobre o conceito de Património(s) e o que ele representa para as partes envolvidas, tal como proceder a uma análise de quais os mecanismos de acção envolvidos e de como se processa a interacção entre eles. Foi este o desafio que presidiu ao presente trabalho, com o qual esperamos trazer novos dados à problemática subjacente a este tema. De modo a alcançar o fim em vista, apoiámo-nos nalgumas das fontes documentais disponíveis, certamente não todas, optando, e novamente por condicionantes ligadas ao tempo de que dispúnhamos, por estudar exaustivamente as que nos pareceram mais indicadas para os propósitos acima enunciados, esperando vir a completar cada vez mais o nosso trabalho em oportunidades futuras. Pesquisa A investigação documental e a recolha bibliográfica que serviram ao presente estudo foram efectuadas nos seguintes arquivos e bibliotecas: . Arquivo da DREMN . Arquivo da ENATUR1 . Arquivos Nacionais Torre do Tombo . Biblioteca Nacional de Lisboa . Biblioteca Pública Municipal do Porto . Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade do Porto . Biblioteca da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto O referido Arquivo não se encontra completo ou organizado, nem se encontra sistematicamente aberto ao público em geral, pelo que desde já agradecemos ao Arq° Vasco Bobone e Sr. AAanuel Leiras a grande amabilidade de nos facultarem o acesso e reprodução da documentação disponível. 5 Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro CAPÍTULO I Pousada de D. Dinis Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis. Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bouro 1. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO 0 Castelo de Vila Nova de Cerveira, exemplar de arquitectura militar, gótica e barroca, viu a sua construção iniciada no século XII, tendo D. Dinis durante o seu reinado (primeiro quartel do século XIV) mandado reedificar o castelo medieval e cercar a povoação de uma cinta muralhada. Sofreu uma renovação no reinado de D.Manuel e outra no século XVII, compreendendo diversas construções. Foi neste século reforçado com uma fortaleza barroca, com muros e fossos guarnecidos por quatro baluartes inteiros, um meio baluarte e três redutos, da qual subsistiu apenas um baluarte. Data também desta altura a construção da capela de Na Sr3 da Ajuda. Resistiu durante o século XVII ao ataque das tropas de D. Filipe IV e dois séculos depois à investida das tropas de Napoleão durante a Segunda Invasão Francesa. Em 1844 a torre de menagem é parcialmente demolida e no ano seguinte dá-se início à destruição das portas e muralhas da fortaleza. Em 1905 os fossos são atulhados, o que comprova a perda da utilização militar do castelo, ligada à defesa da vila1. Na altura da decisão de adaptação a Pousada, o conjunto arquitectónico era utilizado para habitação de particulares, mantendo a sua planta oval, formada por oito torres quadrangulares desenvolvidas no perímetro exterior da muralha, conservando um troço da barbacã, com uma porta pela qual se acede actualmente ao conjunto. Sabemos também que o conjunto fortificado sempre foi visitado por turistas nacionais e estrangeiros, como provam documentos relativos à necessidade de limpeza e conservação do local2. 1 Veja-se, por todos, ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho. Lisboa: Editorial Presença, 1987. 2 Does. 86 e 87. 7 Pousadas de Portugal - Três Estudos de Caso: Pousadas de D. Dinis, Santa Marinha da Costa e Santa Maria do Bourn 2. DEBATE SOBRE O DESTINO DO EDIFÍCIO Inicialmente, quando a DSMN equacionava a hipótese da instalação da Pousada no interior do castelo, esta opção acabou por ser considerada inadequada em virtude da elevada altura da muralha, que não permitia qualquer ponto de vista para o exterior, e também pela impossibilidade de acesso de veículos.