Revista Do TRE/RS
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Revista do TRE/RS Ano II — Número 2 — Janeiro a abril de 1997 Pleno do Tribunal Regional Eleitoral/RS Composição em fevereiro de 1997 Presidente Des. Tupinambá Miguel Castro do Nascimento Vice-Presidente e Corregedor Des. Celeste Vicente Rovani Membros Efetivos Dr. Norberto da Costa Caruso Mac-Donald Dr. Leonel Tozzi Dr. Gilson Langaro Dipp Dr. Marco Aurélio Heinz Dr. Nelson Antonio Monteiro Pacheco Procuradora Eleitoral Dra. Vera Maria Nunes Michels Substitutos Des. Élvio Schuch Pinto Des. Luiz Gonzaga Pila Hofmeister Dr. Manoel Volkmer de Castilho Dr. Carlos Rafael do Santos Júnior Dr. Abade Pereira Bulhões Dr. Rolf Hansen Madaleno Procurador Eleitoral Substituto Dr. Francisco de Assis Vieira Sanseverino Diretor-Geral da Secretaria Dr. Antônio Augusto Portinho da Cunha Expediente Comissão Editorial Des. Celeste Vicente Rovani - Presidente Dr. Antônio Augusto Portinho da Cunha Dr. Josemar dos Santos Riesgo Dr. Marco Antônio Duarte Pereira Jorn. Joabel Pereira Equipe de Edição Coordenação-Geral e Editoração Eletrônica: Assessoria Especial Capa: Gabinete da Secretaria de Informática Indexação: Coordenadoria de Jurisprudência e Documentação Colaboração: Assessoria de Comunicação Social Coordenadoria de Taquigrafia e Acórdãos Gabinete da Corregedoria Regional Eleitoral Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul Rua Duque de Caxias, 350 - Centro 90010-280 Porto Alegre (RS) Telefone: (051) 216-9444 (PABX) Fax: (051) 216-9508 (Diretoria Geral) 216-9507 (Comissão Editorial) Revista do TRE / Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul. - Ano II, n. 2 (jan./abr. 1997)- . - Porto Alegre : TRE/RS, 1997- Quadrimestral 1. Direito Eleitoral - Periódicos. I. Rio Grande do Sul. Tribunal Regional Eleitoral. CDU 342.8(816.5)(05)) Sumário • Apresentação Des. Celeste Vicente Rovani - Presidente da Comissão Editorial do TRE............. 9 • Doutrina Substituição de candidatos Dr. Joel José Cândido .......................................................................................... 13 Da não-recepção do art. 109, § 2º, e do art. 111 do Código Eleitoral pela atual Constituição Federal Dr. Ricardo Luiz da Costa Tjäder ......................................................................... 22 O sistema proporcional e sua inserção na Constituição Federal de 1988: conse- qüências Dr. Nelson Antonio Monteiro Pacheco.................................................................. 28 • Resolução e Provimento Resolução nº 97/96 - TRE/RS - Estabelece procedimentos relativos à suspensão dos direitos políticos ....................................................................................... 37 Provimento nº 04/96 - CRE/RS - Consolida as orientações normativas da Correge- doria................................................................................................................ 38 • Parecer Candidaturas de mulheres e de cegos às eleições de 1996 (apelação criminal - Proc. Cl. XIII, nº 44/96) Dra. Vera Maria Nunes Michels............................................................................ 47 • Acórdãos Cl. XI, nº 77/96 - Rel. Dr. Norberto da Costa Caruso Mac-Donald ....................... 53 Cl. IX, nº 185/96 - Rel. Dr. Leonel Tozzi ............................................................... 58 Cl. I, nº 14/96 - Rel. Dr. Gilson Langaro Dipp....................................................... 66 Cl. IX, nº 165/96 - Rel. Dr. Nelson Antonio Monteiro Pacheco ............................. 69 Cl. XVII, nº 33/96 - Rel. Dr. Marco Aurélio Heinz.................................................. 78 Cl. XIII, nº 11/95 - Rel. Dr. Manoel Volkmer de Castilho....................................... 81 Cl. VII, nº 21/96 - Rel. Dr. Rolf Hanssen Madaleno .............................................. 85 Cl. I, nº 121/96 - Rel. Dr. Dr. Carlos Rafael dos Santos Júnior............................. 87 • Ementário Mandado de segurança (Cl. I) .............................................................................. 93 Filiação partidária (Cl. II) .................................................................................... 104 Registro de candidaturas (Cl. III)........................................................................ 105 Propaganda eleitoral (Cl. XVII)........................................................................... 119 Demais classes............................................................................................. 128 • Diversos Discurso por ocasião da entrega da medalha Moysés Vianna Des. Celeste Vicente Rovani.............................................................................. 149 Municípios do Rio Grande do Sul: eleitorado e população ........................... 154 Prefeitos e vice-prefeitos eleitos em 1996 .................................................... 170 • Índice ........................................................................................................... 191 Apresentação Apresentação É com muita satisfação que verificamos a receptividade alcançada pelo primeiro número desta nova fase da Revista do TRE. O Direito Eleitoral, lamentavelmente, ainda não se firmou em nosso país como campo de largo interesse jurídico, destarte ser um dos pilares da democracia, o que resulta em uma produção literária de volume muito inferior ao que mereceria, ainda mais se levarmos em conta as constantes mutações resultantes da legislação ca- suística da área. Neste contexto, as revistas são ainda mais raras. Por isso, apraz- nos proporcionar aos estudiosos e demais interessados em Direito Eleitoral esta modesta contribuição para os auxiliar em suas pesquisas e mantê-los atualizados, com artigos de doutrina e acórdãos com as orientações mais recentes. Agradou-nos saber, especialmente, que a Revista tornou-se parte integrante das bibliotecas de gabinetes de muitos diplomados por este TRE. Consideramos nossa maior recompensa saber que os partidos políticos e seus integrantes estão consul- tando-a, podendo inclusive adotar uma postura preventiva em relação a fatos que, por desconhecimento - circunstância comum, repetimos, em relação à colcha de retalhos em que se constitui o Direito Eleitoral -, poderiam gerar-lhes demandas ju- diciais. Em última análise, esta singela Revista poderá até refletir em alguma diminuição no volume de processos na Justiça Eleitoral, assoberbada pelos feitos de prestação de contas dos partidos políticos, entre muitos outros. Colocamo-nos à disposição para sugestões, sempre bem-vindas, bem como para a divulgação, na medida do possível, das contribuições que nos chegarem. Des. Celeste Vicente Rovani, Presidente da Comissão Editorial do TRE/RS. Doutrina 12 Revista do TRE/RS Revista do TRE/RS 13 ração de convenção, matéria de Direito Partidário, ou um caso de sucessão a Substituição de candidato eleito, que é um instituto de Direito Eleitoral absolutamente diverso candidatos do que aqui nos propomos a analisar. Dr. Joel J. Cândido1 Diz o dispositivo legal acima citado: Sumário: 1. Introdução. 2. Natureza ju- "Art. 17 - É facultado ao partido rídica do instituto da substituição. 3. A político ou coligação que requerer o titularidade dos Partidos Políticos ou registro de candidato considerado Coligações. 4. Casos legais de substi- inelegível dar-lhe substituto, mesmo tuição. 5. Outras hipóteses de substitui- que a decisão passada em julgado ção. 6. Candidato substituto. 7. Decisão tenha sido proferida após o termo fi- passada em julgado. 8. Prazo para o nal do prazo de registro, caso em novo registro e sua limitação temporal. que a respectiva Comissão Executiva 9. Limites e peculiaridades das substi- do partido fará a escolha do candida- tuições. 10. Escolha do substituto pela to. " Comissão Executiva do Partido Político. Este art. 17 tem que ser interpretado A substituição de candidatos é tema conjuntamente com o art. 101, e seus que, invariavelmente, vem a debate na parágrafos, do Código Eleitoral, à medi- época dos pleitos eleitorais, envolvendo da em que ambos, por tratarem de as- os aplicadores da lei e, não raro, tra- sunto idêntico, estão indissoluvelmente zendo complexidades e surpresas. A correlacionados 4. base legal do instituto da substituição Não é verdadeira a alegação de que situa-se, fundamentalmente, no art. 17 o art. 17, por constar de lei comple- da Lei Complementar nº 64, de 18 de mentar, versar sobre a mesma matéria maio de 1990, conhecida como "Lei das e ser posterior, teria derrogado o art. Inelegibilidades". 101, § 5º, do Código Eleitoral, vedando Por "substituição de candidatos" se substituição de candidato por morte ou haverá de entender a troca de um nome renúncia, só permitindo em caso de aspirante a qualquer mandato eletivo, inelegibilidade, única hipótese que seu por outro, do mesmo partido ou coliga- texto previu. Não. Permanecem todas 2 ção , com as mesmas condições legais, as possibilidades de substituição que ocorrida após a formulação do pedido havia antes da LC nº 64/90, já que, para 3 de registro de candidatura e até a vés- se falar em derrogação, a lei comple- pera da eleição, exclusivamente, se se mentar teria que ter fechado todo o le- tratar de turno único; ou mesmo durante que de possibilidades que o Código o interregno dos turnos, no caso de Eleitoral abriu, e isso não ocorreu. existir segundo turno. O art. 17 é genérico, até mesmo Fora desses limites temporais, te- pela abrangência do conceito de inele- remos uma simples alteração de delibe- gibilidade; o art. 101 é mais específico e casuístico e não há comandos antagô- 1 Advogado, Professor de Direito Eleitoral, Conferencista e Doutrinador 4Aliás, o TSE