FC - Projecto Dragon Force

Estágio Profissionalizante realizado na Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD

Relatório de Estágio com vista à obtenção de grau de Mestre (Decreto-Lei no 74/2006, de 24 de Março) em Ciências do Desporto – Área de especialização de Gestão Desportiva

Orientador: Prof. Doutor José Pedro Sarmento de Rebocho Lopes

Supervisor: Dr. Ricardo Frey Ramos

Duarte Morais de Oliveira

Porto, Junho de 2011

Oliveira, D. (2011). FC Porto – Projecto Dragon Force. Porto: D. Oliveira. Relatório de estágio profissionalizante para obtenção de Mestre em Gestão Desportiva, apresentado na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras-chave: DESPORTO; FUTEBOL DE FORMAÇÃO; GESTÃO DA ESCOLA DE FUTEBOL; GESTÃO DA EQUIPA DE FUTEBOL

II

Dedicatória

Ao meu Pai, que estaria super feliz…

III IV

Agradecimentos

Ao Professor Doutor José Pedro Sarmento, Coordenador do Mestrado em Gestão Desportiva da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e meu orientador, pela amizade durante todo este percurso.

Ao Futebol Clube do Porto, na pessoa do Dr. Urgel Martins, pela oportunidade que me deu ao proporcionar-me a realização deste estágio profissionalizante dentro do Projecto Dragon Force.

Ao Dr. Ricardo Frey Ramos, Gestor Operacional do Projecto Dragon Force, pelo apoio, confiança e disponibilidade.

A toda a estrutura Dragon Force, principalmente aos colegas de gabinete, Joana Pinto da Costa, Afonso Gama e Manuel Castro, pela força e bom ambiente que transmitiram ao longo do estágio.

Ao meu irmão, à minha mãe e à minha namorada Joana, que foram incansáveis na gestão do stress deste desafio.

Por fim, a todos aqueles que aqui não especifico mas que fazem de mim a pessoa que sou.

V

VI

Indice Geral

DEDICATÓRIA ……III AGRADECIMENTOS …….V ÍNDICE GERAL …..VII ÍNDICE DE FIGURAS ...... XI ÍNDICE DE QUADROS .....XIII RESUMO …..XV ABSTRACT ...XVII

Introdução …….1 1. Caracterização geral das condições de estágio …….7 1.1 Finalidade e processo de realização do relatório de estágio …….9 2. Enquadramento da prática profissional …...11 2.1 O Desporto …...13 2.2 A evolução do sistema desportivo …...16 2.3 O futebol de competição …...18 2.3.1 A importância do futebol de formação …...20 2.4 O Futebol Clube do Porto …...22 2.4.1 História …...23 2.4.2 Instalações …...24 a) Estádio do Dragão …...24 b) Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia …...25 c) Dragão Caixa …...25 d) Casa do Dragão …...26 e) Vitalis Park …...26 2.4.3 Análise “SWOT” …...28 2.5 A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD …...30 2.5.1 Caracterização da organização …...30 2.5.2 Enquadramento legal da organização …...31 2.5.3 Caracterização da “Nova Organização” …...32 2.6 Futebol Clube do Porto – Projecto Dragon Force …...34

VII 2.6.1 O Conceito …...34 a) Escola de futebol …...35 b) Campos de férias …...36 c) Clinics …...36 d) Road Show …...37 2.6.2 A Escola …...38 a) O funcionamento e a calendarização das actividades lectivas …...38 b) O procedimento de inscrição e pagamento …...40 c) A programação dos eventos desportivos …...41 2.6.3 Política de Qualidade Dragon Force …...42 2.6.4 Organigrama Dragon Force …...44 2.6.5 Gestão de Expansão …...45 a) Motivos de expansão …...45 b) Vantagens para os clubes parceiros …...46 c) Vantagens para o Futebol Clube do Porto …...47 d) Modelos de gestão …...47 • Gestão Directa …...47 • Gestão de Parcerias …...48 2.6.6 Coordenação Técnica …...49 2.6.7 Departamentos Transversais …...50 a) Psicologia …...50 b) “Espaço Aberto” …...50 c) Nutrição …...51 2.6.8 Análise da Concorrência …...52 3. Realização da prática profissional …...55 3.1 Funções propostas …...59 3.2 Apoio ao Gestor Operacional …...59 3.2.1 Preparação da época …...60 3.2.2 Desenvolvimento da época …...60 3.2.2.1 Acompanhamento das actividades …...61 3.2.2.2 Participação nas reuniões …...62

VIII 3.2.2.3 Ligação operacional de todos os departamentos …...63 3.2.2.4 Campo de férias Dragon Force Futebol Campus …...63 3.2.3 Coordenação de três estagiários …...64 3.3 Team Manager …...65 3.3.1 Gestão das equipas …...65 3.3.2 Gestão dos jogos …...67 3.3.2.1 Inscrição …...67 3.3.2.2 Preparação do jogo …...67 3.3.2.3 Dia do jogo …...68 3.3.2.4 Pós jogo …...69 3.3.2.5 Torneios …...69 3.3.3 Delegado …...70 4. Reflexão final …...73 5. Referências bibliográficas …...77 6. Anexos …...85

IX

X Índice de Figuras

Figura 1 – Símbolos do FC Porto …...22

Figura 2 – Universo de empresas do grupo empresarial FC Porto …...31

Figura 3 – Novo Modelo Operativo do FC Porto …...33

XI XII Índice de quadros

Quadro 1 – Honras e Galardões do FC Porto ...…24

Quadro 2 – Infra-estruturas do Vitalis Park …...27

Quadro 3 – Análise SWOT do FC Porto …...28

Quadro 4 – Mensalidades da Escola Dragon Force Vitalis Park …...40

Quadro 5 – Desconto por pagamento antecipado …...41

Quadro 6 – Alguns dos Eventos realizados anualmente …...42

Quadro 7 – Comparação da concorrência …...54

Quadro 8 – Funções, Responsabilidades e Tarefas inerentes ao Estágio …...59

Quadro 9 – Análise estatística das equipas de competição …...66

Quadro 10 – Gráfico da análise estatística das equipas de competição …...66

XIII XIV Resumo

O presente relatório descreve todas as etapas e procedimentos decorrentes do estágio profissionalizante, realizado no Porto, na Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD durante nove meses, entre Agosto de 2010 e Maio de 2011. Os principais objectivos inerentes a este estágio foram a aquisição de conhecimentos práticos sobre o funcionamento de uma grande estrutura desportiva ligada à prática do futebol profissional e a aquisição de experiência prática na gestão de equipas de futebol de formação. De forma a compreender melhor o contexto em que se inseriu este estágio, numa primeira fase, foi desenvolvida uma análise teórica sobre a temática do Desporto, do Futebol de competição e do Futebol de formação, contemplando ainda um estudo sobre toda a estrutura do Futebol Clube do Porto e da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD com especial destaque para o Projecto Dragon Force. Procurámos, deste modo, criar uma base sólida de conhecimento para o planeamento das acções desenvolvidas. Os procedimentos metodológicos que compreenderam a prática profissional resultaram na descrição de todas as tarefas inerentes à responsabilidade das duas funções principais – apoio ao Gestor Operacional do Projecto Dragon Force e Team Manager de quatro equipas de competição. O conjunto das práticas desenvolvidas levou-nos à conclusão de que a gestão de uma escola de futebol compreende duas tarefas essenciais: a coordenação de todos os departamentos da escola e a gestão dos alunos e encarregados de educação.

Palavras-chave: DESPORTO; FUTEBOL DE FORMAÇÃO; GESTÃO DA ESCOLA DE FUTEBOL; GESTÃO DA EQUIPA DE FUTEBOL

XV XVI Abstract

This report thoroughly describes all the steps and procedures arising from the internship period, held in Porto, at the Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD during the period of nine months, between August 2010 and May 2011. The main objectives of this internship were the acquisition of practical knowledge about the running of a large sport facility linked to football practice and the acquisition of practical experience in managing teams of football training. In order to better understand the context of this internship, a first step was to develop a theoretical analysis on the topic of Sports, Football competition and Football training, still contemplating a study of the whole structure of Futebol Clube do Porto and Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD with particular emphasis on the Dragon Force Project. Thus, we have tried to create a solid knowledge base for planning the developed actions. The methodological procedures that have understood the practice resulted in the description of all tasks related to the responsibility of the two main roles – to support the Operational Manager of the Dragon Force Project and Team Manager of four teams in competition. The set of practices developed led us to the conclusion that running a football school comprises two essential tasks: the coordination of all departments of the school and the management of students and parents.

Keywords: SPORT; FOOTBALL TRAINING; MANAGEMENT OF A FOOTBALL SCHOOL; FOOTBALL MANAGEMENT

XVII XVIII

Introdução

No que respeita às instituições [de ensino] dedicadas às ciências do desporto, talvez o domínio dos modelos científicos não venha a corresponder à capacidade prática de intervenção 1. Sidónio Serpa

O percurso académico foi iniciado com a entrada na Licenciatura de Contabilidade e Administração do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. A Licenciatura compreendia uma formação muito específica e nós estávamos bastante insatisfeitos com as saídas profissionais que esta formação oferecia. De forma a expandirmos os nossos horizontes candidatamo-nos ao Programa de Mobilidade Internacional no último ano da licenciatura, propondo-nos a estudar na Universidade do Sul de Santa Catarina, em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, Brasil. Durante esse ano procuramos obter formação prática na área do futebol profissional. Por nossa iniciativa realizamos um estágio numa empresa de gestão desportiva, onde tivemos a oportunidade de colaborar na organização de um torneio denominado ‘Copa Brasil’. Após a conclusão da licenciatura, permanecemos no Brasil de forma a estagiar no S. C. Corinthians Paulista. Se dúvidas existiam quanto a seguir uma carreira profissional dentro do futebol, estávamos agora convencidos que seria este o caminho profissional que melhor nos definia enquanto pessoas. No regresso a Portugal, estivemos ainda no S. C. Braga e concorremos ao curso de Mestrado em Ciências do Desporto – Área de especialização de Gestão Desportiva, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, como meio de adquirirmos formação específica na área do desporto. Finda a parte curricular deste Mestrado, surgiu a oportunidade de realizarmos o período de estágio profissionalizante na Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD (daqui em diante denominada FC Porto – Futebol, SAD) oportunidade que veio ao encontro dos nossos interesses, pois iríamos adquirir formação prática junto de um clube de futebol com a dimensão do Futebol Clube do Porto (daqui em diante denominado ‘FC Porto’), não apenas pela sua

1 Serpa, Sidónio (2010). “Reflexões - Ensino do Desporto”.

Duarte Morais de Oliveira 3

capacidade desportiva, mas também pela sua experiência em gestão desportiva. A entidade acolhedora do estágio profissionalizante é a FC Porto – Futebol, SAD, constituída a 5 de Agosto de 1997 e que tem por objecto social, conforme estipula o artigo 3.º dos seus Estatutos, a “participação, na modalidade de futebol, em competições desportivas de carácter profissional, a promoção e organização de espectáculos desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada da referida modalidade". No desenvolvimento da sua actividade, e respeitando as orientações estratégicas de procura do sucesso desportivo de uma forma sustentada e da oferta ao público de espectáculos desportivos de elevada qualidade, a FC Porto – Futebol, SAD criou, a 6 de Setembro de 2008, o Projecto Dragon Force, com sede no Vitalis Park, na Rua da Constituição, no Porto. Este projecto procura promover e expandir o impacto do FC Porto junto dos mais jovens, tendo, assim, como objectivo o fomento da prática do futebol de formação, que proporciona às crianças e aos mais jovens um crescimento saudável norteado por princípios de cidadania. Os objectivos principais deste estágio centravam-se, inicialmente, na oportunidade de conhecer o funcionamento de um clube de futebol de grande dimensão, entrando em contacto com toda a sua estrutura e observando a aplicação dos seus princípios organizativos. O desafio proposto pela entidade acolhedora do estágio foi, então, o de integrar a estrutura organizativa do Projecto Dragon Force, através do apoio directo ao Gestor Operacional e da responsabilidade de Team Manager das quatro equipas de competição desta escola. Para nós, o início deste período de estágio profissionalizante revelou-se um momento de tensão, onde tivemos de procurar gerir as altas expectativas, que adquiríamos ao ser aceite numa estrutura desportiva como o FC Porto, com a nossa capacidade de trabalho dentro desta organização. O estágio profissionalizante desenvolveu-se, então, sob o tema do futebol de formação. O estudo e aprofundamento deste tema foram importantes

Duarte Morais de Oliveira 4

para nos capacitar para uma melhor compreensão dos desafios que uma escola de futebol de formação apresenta. A Escola de Futebol Dragon Force destina-se a jovens de ambos os sexos dos 4 aos 14 anos. Para a época 2010-2011 estavam previstas duas novidades que tornaram este estágio ainda mais desafiante. A primeira reside no facto de a Escola Dragon Force participar no Campeonato Distrital de Futebol de Sete, organizado pela Associação de Futebol do Porto, com quatro equipas, duas Sub 10 e duas Sub 12, pois na época anterior apenas participara com duas equipas. A segunda novidade consistiu na criação do cargo de Team Manager destas quatro equipas de competição, pois na época anterior as funções do Team Manager estavam a cargo do Gestor Operacional. Neste sentido, o estágio profissionalizante revelou-se ainda mais desafiador. Não tivemos apenas de nos adaptar a todo um novo modelo de gestão como desenvolver competências que ainda não haviam sido desenvolvidas de uma forma específica dentro do Dragon Force. Deste modo, este relatório procura reflectir três momentos importantes do estágio profissionalizante. Se num primeiro momento procuramos proceder a uma análise bibliográfica como forma de nos prepararmos para a realização de um bom trabalho, numa segunda fase tivemos como intenção efectivar esse conhecimento num plano extremamente prático, de forma a, no terceiro e último momento, ter a oportunidade de reflectir sobre a importância de todo este trajecto. Assim, com vista a um bom desempenho profissional, desenvolvemos, conforme se irá verificar no capítulo 2 deste relatório, um estudo dos conceitos de ‘desporto’ e de ‘futebol de formação’ dentro do sistema desportivo português, de forma a compreender toda a estrutura do FC Porto e da FC Porto – Futebol, SAD com especial destaque para o Dragon Force. Todo este conhecimento adquirido servirá de base estrutural para a realização da prática profissional. Deste modo, no capítulo 3 procuraremos descrever todas as funções e actividades que foram desenvolvidas durante o período de estágio profissionalizante. Uma vez que as competências exigidas

Duarte Morais de Oliveira 5

durante este processo tiveram diferentes graus de responsabilidade, procuramos agrupá-las em dois núcleos: ‘Apoio ao Gestor Operacional’ e ‘Team Manager’. Se as funções inerentes ao primeiro se prendiam com o desempenho de todas as questões relacionadas com o Projecto Dragon Force, na sua totalidade, já as relativas ao cargo de ‘Team Manager’ compreendiam uma responsabilidade acrescida, pois seriamos os responsáveis máximos pela gestão de todos os assuntos relacionados com as quatro equipas de competição. Todo o trabalho prático desenvolvido, pela sua importância formativa, será objecto de uma reflexão crítica, no capítulo 4 deste relatório, onde procuraremos chegar a algumas conclusões sobre as expectativas que tínhamos no início deste estágio e que foram sendo apresentadas nesta parte introdutória do relatório: aprender sobre o funcionamento de uma grande estrutura desportiva ligada à prática do futebol profissional e adquirir experiência prática na gestão de equipas de futebol de formação. O relatório de estágio profissionalizante procura, por isso, ser um reflexo de todo o conhecimento teórico-prático que fomos adquirindo ao longo desta experiência enriquecedora.

Duarte Morais de Oliveira 6

1. Caracterização geral das condições de estágio

A realização deste estágio profissionalizante decorreu no Vitalis Park, na Rua da Constituição nº 834-870, na cidade do Porto. O Vitalis Park é um complexo desportivo, propriedade do FC Porto, onde se encontra a “escola mãe” do Dragon Force, um projecto inovador dentro de futebol de formação. Uma vez que a função que nos foi designada pela FC Porto – Futebol, SAD para o estágio profissionalizante foi a de ‘Team Manager’ das quatro equipas de competição do Dragon Force, grande parte do estágio decorreu neste espaço, tendo apenas que me deslocar à secretaria desportiva, nas instalações centrais localizadas no Estádio do Dragão para resolver assuntos relacionados com essa função. O período de duração do estágio profissionalizante foi de nove meses, com início a 23 de Agosto de 2010 e término no dia 23 de Maio de 2011. O horário de trabalho foi bastante flexível, no sentido de responder às diferentes exigências da gestão das equipas. De uma forma geral (e mais constante), o horário compreendia o período das 14h30 às 21h30 nos dias úteis, perfazendo um total de 7h diárias. Aos fins-de-semana variava de acordo com os jogos das quatro equipas de competição e as actividades compreendidas no plano anual de actividades (Anexo 1). O estágio foi supervisionado pelo Dr. Ricardo Frey Ramos, Gestor Operacional do Projecto Dragon Force, que nos acompanhou de uma forma profissional e amiga durante estes nove meses, ajudando, explicando e partilhando todo o seu saber e conhecimento.

1.1 Finalidade e processo de realização do relatório de estágio

A elaboração do presente relatório tem como objectivo descrever a actividade desenvolvida durante o período de estágio profissionalizante na FC Porto – Futebol, SAD mais propriamente no Vitalis Park, sede do Projecto Dragon Force. Procurando construir uma base sólida de conhecimento, este relatório desenvolveu-se a partir de uma reflexão teórica, no âmbito da investigação, em

Duarte Morais de Oliveira 9

paralelo com a descrição da experiência profissionalizante, analisada de forma pormenorizada e sob uma perspectiva prática. Se o estudo teórico se centrou numa abordagem do futebol enquanto prática desportiva reconhecida socialmente, na estrutura do FC Porto e da FC Porto – Futebol, SAD enquanto dinamizadores do futebol, e na estrutura organizacional do Projecto Dragon Force, enquanto entidade responsável pela formação dos mais jovens nessa prática desportiva, a vertente prática direccionou-se para concepção e planificação das diferentes funções sob a responsabilidade do cargo de Apoio ao Gestor Operacional e do cargo de Team Manager das quatro equipas de competição. Importa, também, referir que o presente relatório conta com as informações obtidas através de ‘material interno’, nomeadamente, toda a documentação padrão utilizada para a realização das diferentes actividades. A exposição do relatório é alvo de uma abordagem baseada na observação e na experiência adquirida.

Duarte Morais de Oliveira 10

2. Enquadramento da prática profissional

2.1 O Desporto

O que é o desporto? Uma forma de ocuparmos os nossos tempos livres? Ou um conjunto de actividades com vista ao desenvolvimento da nossa forma física? Contribui o desporto para uma boa saúde mental? E para o crescimento pacífico das sociedades? Conforme refere Pires (2007), “ao longo do século foram realizadas diversas tentativas para definir a palavra desporto”. É, então, a partir de algumas dessas tentativas que procuraremos encontrar um consenso sobre o que é o desporto. Seguindo uma linha cronológica, poderemos destacar definições de desporto como a apresentada por Pierre Coubertin (1934), que o caracteriza como “um culto voluntário e habitual de exercício muscular intenso suscitado pelo desejo de progresso”, ou a proposta de George Hébert (1935), que afirma que o desporto é o conjunto de actividades físicas que tem como finalidade “a realização de uma performance e cuja execução repousa essencialmente sobre um elemento definido: uma distância, um tempo, um obstáculo, uma dificuldade material, um perigo, um animal, um adversário e, por extensão, o próprio desportista”. No sentido destes dois autores, o desporto aparece-nos como uma actividade física do ser humano que segue um método e que visa o progresso/superação do próprio desportista. Nesta linha de pensamento, Bernard Gillet (1949) vem afirmar que o desporto é toda a “actividade física intensa, submetida a regras precisas e preparada por um treino físico metódico”, e George Magname (1964) que “é uma actividade de lazer cuja dominante é o esforço físico, praticada por alternativa ao jogo e ao trabalho, de uma forma competitiva, comportando regras e instituições específicas”, acrescentando, todavia, um novo elemento - o facto de o desporto ser “susceptível de se transformar em actividades profissionais”.

Duarte Morais de Oliveira 13

Analisando estas definições, não podemos deixar de referir aquela que, para nós, melhor enquadra todas as características importantes do desporto. Segundo a “Carta Europeia do Desporto”, aprovada pelos Ministros europeus responsáveis pelo desporto, reunidos em Maio de 1992, em Rhodes, o desporto compreende “todas as formas de actividade física que, através de uma participação organizada ou não, têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis”2. Encontramos, assim, nesta definição política 3 as vertentes do desporto, identificadas pelos seus objectivos: i) expressão ou melhoramento da condição física; ii) expressão ou melhoramento da condição psíquica; iii) desenvolvimento das relações sociais; iv) obtenção de resultados na competição a todos os níveis.

Sem dúvida que o desporto é hoje entendido nesta acepção, sendo considerado como uma das actividades que melhores resultados traz para a condição física e psíquica do ser humano, desenvolvendo o seu corpo, acalmando a sua mente e promovendo a sua relação pacífica com o outro. Conforme refere Bento (2004), “o desporto é um palco onde entra em cena a representação do corpo, das suas possibilidades e limites, do diálogo e relação com a nossa natureza interior e exterior, com a vida e o mundo. Quer se diga de crianças e jovens, de adultos e idosos, de carentes e deficientes, de rendimento ou recreação, o desporto é em todos os casos instrumento de concretização de uma filosofia do corpo e da vida. Constitui uma esperança para a necessidade de viver”. O desporto é, pois, uma forma de o ser humano concretizar uma vida com qualidade, promovendo o seu bem-estar físico, o seu equilíbrio emocional e, consequente, realizar-se enquanto ser social. Como refere Bento (2007), “o

2 Documento disponível em: http://www.idesporto.pt/DATA/DOCS/LEGISLACAO/doc120.pdf (consultado a 29 de Maio de 2011). 3 Como refere Sérgio, M (2003), “O desporto é uma praxis lúdico - agonística e corporal, institucionalizada e com regras e, como tal, transforma-se naturalmente em acto político, pois que são também colectivas ou sociais as suas causas e as suas consequências.”.

Duarte Morais de Oliveira 14

desporto é um dos instrumentos de fabricação do Homem, de criação de seu corpo e, por via deste, da sua alma”. De facto, o desporto é “um jogo que acontece; um jogo institucionalizado; uma instituição social, uma categoria de envolvimento social.” (Pires, 2005). Enquanto meio de realização social do Homem, o desporto é encarado, conceptualmente, como um mecanismo de alcançar uma vivência pacífica e harmónica entre todos os seres humanos. Como bem sustenta Sérgio (1991): “O desporto é paz porque é (deve ser) óptimo veículo de condução à democraticidade (processo decisório e consensual participativo); à criatividade, através da expressão corporal ; ao encontro dialogante (sem deixar de ser competitivo) e fraterno (sem deixar de ser corajoso) com os outros e connosco próprios (hetero e auto – emulação) ”. Por último, cumpre-nos fazer referência ao papel metafísico do desporto, apresentado como um instrumento de procura da Felicidade do ser humano. Conforme considera Garcia (2006), “o desporto é também algo que pode ser visto a partir do virtual. Até daí, porventura do não–lugar, se pode tentar compreender o mais maravilhoso e universal fenómeno humano do nosso tempo. Para tal, basta olhar para o desporto. Basta procurar aquilo que mais humano lá existe. Basta deixar que ele revele os seus significados mais profundos e mais íntimos, sendo apenas necessário olhar para o desporto. Olhar, mas sem preconceitos ou falsas teorias. Olhar, apenas. Olhar nos olhos de uma criança quando recebe a sua primeira bola. Pode ser de trapos ou do último modelo oficial da FIFA, mas é uma bola. Olhar para a alegria de um povo, quando a sua equipa ou a sua selecção ganha algum jogo. Olhar, simplesmente. Olhar para as lágrimas que brotam dos olhos de muitos excluídos da vida quando tais vitórias acontecem. Olhar, apenas. Sem palavras, só olhar. Olhar para a felicidade daqueles que só a atingem com as vitórias das suas cores. Só pedimos que olhem. (…) Mas todos estes olhares são mais do que simples olhares. Olha-se para o desporto mas vê-se cultura. Vêem-se actividades carregadas de profundos significados humanos. Vêem-se símbolos de várias naturezas, inclusive de carácter religioso. E, acima de tudo, vêem-se pessoas humanas”.

Duarte Morais de Oliveira 15

2.2 A evolução do sistema desportivo

Em Portugal, o sistema desportivo foi sendo regulado de uma forma pontual, tendo-se registado, apenas recentemente, um maior político por esta área. A 13 de Janeiro de 1990 foi aprovada, na Assembleia da República, a Lei n.º 1/90, de 13 de Janeiro, denominada por Lei de Bases do Sistema Desportivo (‘LBSD’) que, entretanto, foi revogada pela Lei n.º 30/04, de 21 de Julho, denominada por Lei de Bases do Desporto (‘LBD’). Esta, foi posteriormente revogada pela, actualmente em vigor, Lei n.º 5/2007, de 16 de Janeiro, denominada por Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto (‘LBAFD’). A LBSD não definiu o desporto, optando por apresentar, no seu artigo 1.º, uma definição de ‘prática desportiva’ como um “factor cultural indispensável na formação plena da pessoa humana e no desenvolvimento da sociedade”. Podemos ver, pelo texto deste artigo, que o Estado português entendia a ‘prática desportiva’ como ligada ao bem-estar físico e psíquico do ser humano e como um factor não só da sua sociabilidade mas também como de progresso da sociedade. Em seguida, com esse entendimento em mente, veio afirmar que o sistema desportivo português deve fomentar “a prática desportiva para todos, em colaboração prioritária com as escolas, e ainda em conjugação com as associações, as colectividades desportivas e autarquias locais” 4. Desta forma, estabelece-se que o fomento da ‘prática desportiva’ é da responsabilidade primária do Estado, sendo subsidiariamente uma responsabilidade dos clubes e associações desportivas, e das autarquias locais, como forma de promover a descentralização e a intervenção das autarquias locais com vista a reduzir as assimetrias regionais e eliminar obstáculos ao igual acesso à prática desportiva. De referir que é o Governo que deve promover, no cumprimento da sua responsabilidade primária, diversas políticas, nomeadamente dentro do sistema

4 Artigo 2.º, n.º 1 da LBSD.

Duarte Morais de Oliveira 16

público de ensino, na formação dos agentes desportivos e no ordenamento do território 5. Em 2004, com a aprovação da LBD concretizou-se o direito ao desporto, enquanto elemento indispensável ao desenvolvimento da personalidade de todos os seres humanos 6, sendo, também, a primeira lei a definir o desporto como “qualquer forma de actividade física que, através de uma participação livre e voluntária, organizada ou não, tenha como objectivos a expressão ou a melhoria da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados em competições de todos os níveis”. O artigo 3.º da LBD afirma que “constituem princípios orientadores do sistema desportivo os princípios de universalidade, não discriminação, solidariedade, equidade social, coordenação, descentralização, participação, intervenção pública, autonomia e relevância do movimento associativo e continuidade territorial” no entanto, na LBAFD constituem os princípios da “universalidade e igualdade (artigo 2.º), da ética desportiva (artigo 3.º), da coesão e da continuidade territorial (artigo 4.º) e da coordenação, da descentralização e da colaboração (artigo 5.º). Em comparação com as três leis, encontramos algumas semelhanças, como, por exemplo, as ideias de universalidade e igualdade. Mas também se evidenciam algumas diferenças, nomeadamente na promoção do desenvolvimento da actividade física do desporto em que o Estado, as Regiões Autónomas e as autarquias locais colaborem com as instituições de ensino, as associações desportivas e as demais entidades públicas ou privadas, que actuam nestas áreas7, que “Incumbe ao Estado, às Regiões Autónomas e às autarquias locais, a promoção e a generalização da actividade física, enquanto instrumento essencial para a melhoria da condição física, da qualidade de vida e da saúde dos cidadãos”8.

5 Artigo 2.º, n.º 2 e artigo 3.º da LBSD. 6 Artigo 2.º, n.º 1 da LBD. 7 Artigo 5.º da LBAFD. 8 Artigo 6.º, n.1 da LBAFD.

Duarte Morais de Oliveira 17

Poderemos concluir que com a aprovação da LBAFD o Governo português procurou transferir maiores exigências para as entidades prestadoras de serviços desportivos.

2.3. O futebol de competição

O futebol não é apenas um desporto cultural da sociedade, nem tão só um jogo. O futebol hoje é um fenómeno económico, social e político. Através de uma breve leitura da Final do Mundo de Futebol identificamos que este desporto é um meio de convívio pacífico entre os povos, uma ferramenta para a interculturalidade e para o respeito pelos valores comuns dos homens e mulheres. Esse papel aparece hoje ainda mais reforçado pela cobertura dos meios de comunicação social, revelando-se um fenómeno mundial de mobilização de pessoas. Segundo Catarro (2008) “o futebol é dos fenómenos mais apaixonantes da realidade portuguesa. Tudo o que acontece com esta modalidade desportiva ganha dimensões de assunto nacional. Os portugueses não gostam apenas de futebol – adoram-no!”. Nas últimas décadas assistimos a esta realidade e, de facto, o futebol português foi-se internacionalizando cada vez mais. Como aponta Constantino (2002) “o número de participações em competições internacionais aumentou. A qualidade dos resultados alcançados evolui. O país acolheu e organizou eventos do mais elevado nível, num sentido que se acentuará no futuro próximo. Nunca como hoje foi tão grande o número de dirigentes desportivos portugueses em organismos internacionais”. Esta evolução no futebol português, de amador a profissional de alta competição, levou, necessariamente, que também os corpos dirigentes dos clubes se tornassem profissionais, obriga a desenvolver as mais diversas competências, não só a nível de formação académica e profissional – gestão financeira e desportiva – como também a nível linguístico e técnico - mercado económico e desportivo.

Duarte Morais de Oliveira 18

No caso concreto, o futebol “é cada vez mais um negócio e cada vez menos um desporto” (Sá, 2011). O futebol gera milhões, sendo uma das maiores indústrias a nível mundial. Conforme sugere Ribeiro (2010), “Tornado negócio, o mais belo jogo rege-se por outras leis. Que não, apenas, as dos regulamentos”. Face à crescente profissionalização do desporto surgem as Sociedades Anónimas Desportivas, adiante designadas por SAD´s, que vêm oferecer alternativa ao anterior estatuto de pessoa colectiva sem fins lucrativos. Segundo o artigo 27.º da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto entende-se por Sociedades Desportivas as pessoas colectivas de direito privado, constituídas sob a forma de sociedade anónima, cujo objecto é a participação em competições desportivas, a promoção e organização de espectáculos desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada no âmbito de uma modalidade. A constituição da SAD procurou estabelecer orientações determinantes para o controlo financeiro através de uma maior transparência, competência e rigor como também uma gestão mais profissionalizada do que a que era efectuada nos clubes, rentabilizando desta forma o espectáculo desportivo. Anteriormente à possibilidade dos clubes se estabelecerem de acordo com o estatuto de SAD, o rendimento obtido pela via do desporto constituía o único fim a atingir, para satisfação dos seus sócios e adeptos do clube. Nos tempos que correm, a orientação estratégica pretende alcançar o equilíbrio entre o resultado desportivo e o resultado financeiro, de modo a manter os objectivos de satisfação dos espectadores, acrescentando o interesse dos accionistas e a viabilização da organização desportiva. A nova concepção implicou mudanças relevantes ao nível da estrutura e organização. No mundo do negócio do futebol passou a ter importância o acesso às competições europeias, os direitos televisivos e a publicidade. Toda esta dimensão financeira dos clubes de futebol continua a assentar, todavia, nos resultados que esse clube vai conseguindo alcançar, pois são estes que lhe permitem manter o estatuto e o acesso às competições internacionais.

Duarte Morais de Oliveira 19

De acordo com o relatório financeiro efectuado pela UEFA - “The European Club Footballing Landscape 9” -, que é um importantíssimo estudo europeu sobre as finanças dos clubes de futebol, os 732 clubes das 53 primeiras divisões europeias, relativamente ao ano de 2008, geraram uma receita de 11,5 biliões de Euros. Como referem Simon Kuper e Stefan Szymanski, os clubes de futebol raramente vão à falência. ”Em 1923 a Liga Inglesa de Futebol era formada por 88 clubes. Oitenta e quatro anos mais tarde, na temporada 2007/08, 97% dessas equipas ainda existiam. E a maioria delas (48) permanecia na mesma divisão. O mesmo não se pode dizer das 100 maiores empresas do mundo. Nas últimas oito décadas, quase metade desapareceu. Enquanto outras mudaram de sector ou de localização. Quase todos os clubes profissionais de Inglaterra sobreviveram à Grande Depressão, à II Guerra Mundial, a recessões, directores corruptos e gestores pavorosos. É uma história de estabilidade extraordinária". Vive-se uma nova era no futebol mundial. Um período de fortes investimentos financeiros e de apostas assumidas em novos mercados e fontes de receitas, fórmula para recriar um desporto universal que quotidianamente, envolve mil milhões de pessoas. Conforme sustenta Pires (2007), “de há cerca de vinte anos a esta parte, através da indústria do lazer, o desporto entrou naquilo a que podemos designar como a “era económica”. De facto, se o desporto dantes era um sistema integrador de uma cadeia vertical de valores sociais, hoje, cada vez mais, é um sistema integrador de uma cadeia vertical de valores económicos”. No entanto, ainda hoje o futebol é um desporto amado. Como sublinhou Joseph Blatter (2010), “o futebol é também disciplina, respeito e esperança para a juventude”. Acreditamos que é nesta “esperança para a juventude” que os clubes apostam hoje em dia no público infantil. Para tal criam-se escolas de futebol,

9 O relatório “The European Club Footballing Landscape” encontra-se disponível em http://www.uefa.com/MultimediaFiles/Download/Publications/uefaorg/Publications/01/45/30/45/1 453045_DOWNLOAD.pdf (consultado a 10 de Junho de 2010).

Duarte Morais de Oliveira 20

sites exclusivos para crianças ou mascotes dirigidas a elas como forma de as cativar para esta prática desportiva.

2.3.1 A importância do futebol de formação

A formação de jovens jogadores revela-se um investimento necessário aos clubes profissionais de futebol, tanto em termos financeiros, por se prescindir de contratar jogares, como em termos de sucesso desportivo, pois evita-se os períodos de adaptação dos novos jogadores. Pois como refere Leandro (2003), “Os clubes formam jogadores de qualidade no sentido de assim os integrarem nas suas equipas seniores evitando, dessa forma, o pagamento de quantias elevadas na aquisição de jogadores a outros clubes. Por outro lado, ao investirem na formação de jogadores aumentam a possibilidade de obterem no futuro dividendos desse investimento numa possível venda para outros clubes”. Mas além de olharem para as crianças apenas como investimento económico, os clubes devem promover o seu espírito fraterno, ou nas palavras de Jorge Valdano (2009), o seu lado mais nobre: ”O futebol pode ser o que queiramos. Se tivermos em conta o seu lado nobre, podemos beneficiar de uma escola de superação pessoal que nos ensina princípios básicos de solidariedade, humildade crítica, relação com o triunfo e a derrota… Se observamos o seu lado odioso, podemos encontrar um âmbito egoísta, esperteza no pior sentido e com deslealdade de diferente grau… Cada jogador, através das suas condutas, ilumina um dos dois campos”.

Duarte Morais de Oliveira 21

2.4. O Futebol Clube do Porto

2.4.1 História

No dia 28 de Setembro de 1893 nasce o FC Porto.10 O clube foi fundado com o nome Foot-ball Club do Porto por António Nicolau d’Almeida, comerciante de vinho do Porto, que conheceu o futebol em Inglaterra e decidiu apostar neste desporto em Portugal. Viria a afastar-se deste projecto por razões pessoais, vindo a ser substituído por José Monteiro da Costa que, em Agosto de 1916, faz renascer o FC Porto, um clube de futebol eclético, aberto ao atletismo, boxe, cricket, halterofilismo, pólo aquático e natação. No primeiro emblema do clube destacava-se uma bola de futebol com as iniciais ‘F.C.P.’, o qual, viria a ser substituído, em 1922, pelo futebolista e artista gráfico Simplício. O artista conjugou o antigo símbolo do FC Porto com as armas da cidade originando o actual emblema do clube. O clube tornava-se numa referência do desporto portuense e português.

Como refere Júlio de Magalhães (Bandeira, Figura 1 - Símbolos do FC Porto

10 História disponível em: http://www.fcporto.pt/Clube/Historial/Historia/historia.asp

Duarte Morais de Oliveira 22

2010), “É o símbolo que associa de imediato o FC Porto à cidade e às grandes conquistas. Uma bola de futebol azul, com as letras FCP inscritas e uma série de referências que fazem a ligação do clube à cidade e ao país, como a coroa, as cinco quinas, as estrelas e bem no cimo o Dragão”. Ao longo de mais de cem anos, o FC Porto tornou-se um grande clube, não só na ambição, mas também nas potencialidades desportivas, tendo somado sucessivos êxitos desportivos, financeiros e patrimoniais, tornando-se, por isso, numa referência mundial. A década de 80 foi talvez a mais memorável. Em 1987 e 1988 venceu a Taça dos Campeões, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia. Alguns anos mais tarde, o Penta, proeza única em Portugal. A história tinha agora um lugar especial para o clube. Mas estes não totalizam os títulos conquistados. O FC Porto já conquistou: duas Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, duas Taças Intercontinentais, uma Supertaça Europeia, quatro Campeonatos de Portugal, vinte e cinco Campeonatos da 1ª Divisão, dezasseis Taças de Portugal e dezassete Supertaças. ______“A Revolução de Abril é, muitas vezes, chamada para as mais acaloradas tertúlias do mundo da bola. E os números tornam factual o que por vezes ser argumento fácil. Até 1974 o FC Porto conquistou quatro campeonatos e três taças de Portugal.” (Magalhães, J) ______

Para além do fulgor no futebol, o FC Porto tem-se mostrado competitivo em todas as modalidades que pratica, revelando-se uma entidade empenhada na valorização das diferentes práticas desportivas. Esta dedicação do FC Porto ao desporto em geral tem vindo a ser reconhecida, como se pode verificar pelas honras e galardões que lhe são concedidos.

Duarte Morais de Oliveira 23

HONRAS E GALARDÕES

• Instituição de Utilidade Pública • Medalha de Ouro de Mérito Desportivo C. M. P. • Cruz Vermelha de Benemerência • Medalha de Mérito Desportivo • Medalha de Ouro de Honra da Cidade • Medalha de Honra de Mérito Desportivo • Membro Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique • Grande Colar de Honra ao Mérito Desportivo • Membro Honorário da Ordem de Mérito Quadro 1 – Honras e Galardões do FC Porto

2.4.2 Instalações

Conforme refere Cerqueira, César, Teixeira (2009), o FC Porto foi construindo diferentes infra-estruturas “para enfrentar os desafios, para reagir às necessidades com qualidade, [nomeadamente] com um Estádio do Dragão invejável, com um Centro de Treinos [e Formação Desportiva] merecedor de todos os elogios, com um Vitalis Park que propõe uma viagem à Constituição e uma projecção nítida de um futuro azul e branco, e com um Dragão Caixa que alberga com requinte a valia das modalidades que, em 1983, António Nicolau de Almeida ousou projectar”. Iremos, nas páginas que se seguem, desenvolver em mais pormenor estas instalações.

a) Estádio do Dragão

Obra do arquitecto Manuel Salgado, o estádio foi inaugurado em 2003. O Estádio do Dragão é já uma referência inevitável na vida desportiva e cultural da cidade do Porto.

Duarte Morais de Oliveira 24

Palco de Emoções e espaço privilegiado de diversão e espectáculo delineado por um traço único, o Estádio do Dragão é também um modelo de multifuncionalidade capaz de acolher uma diversidade de eventos, graças às suas dimensões e características específicas. O Estádio do Dragão é, também, um Estádio ecológico, classificado com cinco estrelas pela UEFA, e o primeiro estádio europeu a conseguir a certificação «GreenLight», uma certificação da Comissão Europeia que premeia o esforço realizado em termos da utilização racional de energia e na qualidade da iluminação.

b) Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia

O Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia (daqui em diante denominado CTFD) significou uma nova etapa na modernidade do FC Porto. Inaugurada no Verão de 2002 nas freguesias de Olival e Crestuma em Vila Nova de Gaia, esta infra-estrutura funcional é da autoria do arquitecto Alcino Soutinho, foi construída pela Câmara Municipal de Gaia e cedida ao FC do Porto através de um contrato-programa. O CTFD é constituído por cinco campos de futebol relvados (quatro de relva natural e um de relva sintética), balneários e áreas técnicas e médicas para cada uma das equipas, uma bancada com capacidade para cerca de duas mil pessoas, um ginásio e um centro de imprensa. Por todas estas características, o CTFD veio aumentar a qualidade da formação e do treino dos atletas do FC Porto.

c) Dragão Caixa

O Dragão Caixa é um espaço multiusos concebido pelo mesmo arquitecto do Estádio do Dragão, Manuel Salgado. Assente em valores como a estética, o design e a racionalidade, oferece uma utilização eclética, permitindo para além da realização de eventos

Duarte Morais de Oliveira 25

desportivos (andebol, basquetebol e hóquei em patins), eventos sociais e culturais. O Dragão Caixa foi inaugurado em 2009 e tem uma capacidade de cerca de 2200 lugares sentados. O edifício, construído de acordo com um sistema de gestão e manutenção inteligente dos recursos, que o transformam num ícone ambiental, inclui uma sala principal, uma sala de estar VIP, que pode ser utilizada de forma autónoma e uma área administrativa. Factor importante é a localização. O Dragão Caixa situa-se ao lado do Estádio do Dragão o que facilita em dia de jogos das modalidades e do futebol uma maior afluência de adeptos.

d) Casa do Dragão

A Casa do Dragão foi recentemente revitalizada por obras de beneficiação, com o objectivo de formar atletas de alto nível, uma vez que é instituição de referência nos escalões de formação do FC Porto. O FC Porto reforça, assim, a aposta na formação, melhorando continuamente todos os espaços que possui para formar jogadores de alta competição. A Casa do Dragão disponibiliza infra-estruturas essenciais para a evolução dos atletas, espaços diversificados para o convívio entre os seus frequentadores e áreas de contacto privilegiado com o staff técnico dos departamentos de formação.

e) Vitalis Park

O Vitalis Park ganhou vida no mítico Campo da Constituição, espaço de inevitável referência na história do FC Porto. Conforme referiu Urgel Martins (2010), “o Vitalis Park é uma infra- estrutura de elite que está a servir de base a um projecto inovador em Portugal”, o Projecto Dragon Force.

Duarte Morais de Oliveira 26

Renovado e modernizado, em 2008, o espaço conta com instalações de excelência que incluem várias infra-estruturas:

1 Campo de futebol de 11, em relva sintética, com luz artificial que integra dois campos de futebol de 7. 1 Campo de futebol de 7, em relva sintética, coberto, com luz artificial. 1 Campo de terra batida futebol de 5 (espaço Artur Baeta). 1 Edifício de apoio à actividade desportiva composto por: Recepção; 5 Balneários; Balneários para treinadores; Balneário para árbitros; Sala multiusos; Departamento médico; Arrumos; Bar/restaurante. 1 Edifício de apoio à organização/gestão do “Vitalis Park”, composto por: Recepção; Loja do Associado; Loja Azul; Armazém Loja Azul. Quadro 2 - Infra-estruturas do Vitalis Park

Duarte Morais de Oliveira 27

2.4.3. Análise “SWOT”

A Análise SWOT [em que o termo SWOT é uma sigla inglesa para Forças ou Pontos Fortes (Strengths), Fraquezas ou Pontos Fracos (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats)], consiste num modelo de avaliação da posição competitiva de uma organização no mercado. Analisando os últimos 30 anos do FC Porto, ao nível do seu percurso desportivo, poderemos chegar à seguinte conclusão: FORÇAS FRAQUEZAS

• Tradição, história e notoriedade • As modalidades desportivas não da marca FC Porto ligada a conseguem mobilizar tantos grandes sucessos desportivos adeptos como o futebol. • Experiência de gestão desportiva • Capacidade financeira fraca face do Presidente Jorge Nuno Pinto aos clubes europeus. da Costa • Necessidade de vender os seus • Novas e inovadores infra- activos (jogadores) para conseguir estruturas consolidar as suas contas • Mentalidade vencedora do Clube

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

• Aumento de número de • Descida da cotação das acções associados na bolsa • Presença nas competições • Concorrência dos grandes clubes europeias para aumentar as europeus que possuem receitas, o prestígio e notoriedade orçamentos muito superiores • Expansão das escolas de futebol • Crise económica mundial Dragon Force

Quadro 3 – Análise Swot do FC Porto

Duarte Morais de Oliveira 28

Quanto às Forças, é necessário destacar o papel do Presidente do FC Porto, que, num mandato de 29 anos, alcançou 53 dos 69 títulos conquistados pelo FC Porto em toda a sua história. Em relação às Fraquezas, destaca-se a necessidade de vender os seus activos para consolidar as contas. É algo a que qualquer clube português não consegue fugir. O administrador financeiro e para as relações com o mercado da SAD do FC Porto, Dr. Angelino Ferreira, em entrevista ao jornal Diário Económico do dia 4 de Maio de 2011 referiu a esta questão nos seguintes moldes: “sabemos que é preciso encontrar alternativas, sendo certo que as transferências dos jogadores e as mais-valias são uma das componentes basilares no financiamento e orçamento de um clube de futebol”. Quanto às Oportunidades, registamos duas relevantes. A primeira, e mais evidente, é a presença do FC Porto nas competições europeias, especificamente na Liga dos Campeões, uma vez que são competições com vantagens financeiras incomparáveis para um clube de futebol. A segunda prende-se com a necessidade de expandir as escolas de futebol Dragon Force, pois estas revelam-se uma oportunidade, não só para a marca FC Porto se dar a conhecer, tanto a nível nacional como internacional, como para o próprio clube que pode formar jogadores deste os primeiros anos de formação. Em relação às ameaças, é importante referir que a crise económica mundial e a descida da cotação das acções na bolsa, pois é um factor que não depende totalmente da estrutura do FC Porto. Tendo como base o Índice de referência de Portugal, o PSI 20, em 2010 este índice caiu 10,34%, enquanto os títulos do FC Porto desvalorizaram 31,8%, ou seja, três vezes superior ao valor representativo de todo o mercado bolsista.

Duarte Morais de Oliveira 29

2.5 A Futebol Clube do Porto - Futebol, S.A.D.

2.5.1 Caracterização da Organização

O grupo empresarial do FC Porto é um universo de empresas que emana de um emblema centenário e que se posicionou como referência em Portugal e no Estrangeiro. Como todas as Instituições de Utilidade Pública de âmbito desportivo, o FC Porto nasceu para fomentar a prática desportiva, princípio sempre presente em todas as manifestações e que se manteve nas suas prioridades, mesmo depois da profissionalização de muitos sectores. As exigências dos novos mercados e que decorreram da própria modernização das competições, desencadearam uma resposta que destacou as competências e potenciou os princípios mais vincados. Actualmente, e para garantir o desenvolvimento e o crescimento sustentado do futebol, existe uma estrutura encarregue de gerir todas actividades. Como se pode ver no organigrama (Figura 2) que se segue, a FC Porto – Futebol, SAD é «apenas» umas das células da marca FC Porto, ainda que lhe pertença a gestão da área mais mediática: o futebol.

Duarte Morais de Oliveira 30

Porto Estádio Porto InvestiAntas Clínica

Porto EuroAntas Seguro

FUTEBOL CLUBE DO

Porto PORTO FCPorto Comercial SPC

Fundação FCPorto – Porto Gaia Futebol SAD

FCPorto – Porto Basquetebol Multimédia SAD

Figura 2 – Universo de empresas do grupo empresarial FC Porto

2.5.2 Enquadramento legal da organização

Conforme refere Pires (2007), “em 1997, foi criada a figura jurídica das sociedades anónimas desportivas (SAD) como entidades vocacionadas para a organização e gestão do desporto profissional nos clubes, as quais, para o efeito, têm um estatuto societário específico em certas vertentes, e no geral reportam para os requisitos jurídicos das restantes sociedades anónimas comerciais. As empresas criadas passaram a responder gestionariamente, quer em concretização de estratégias e objectivos quer nos resultados financeiros e económicos, perante os seus “stakeholders”, entre os quais se encontram agora os seus financiadores por excelência, isto é, os seus accionistas (“shareholders”) ”. A FC Porto – Futebol, SAD é uma sociedade anónima desportiva. Isto é, segundo o artigo 27.º da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, uma pessoa colectiva de direito privado cujo objecto é “a participação em competições desportivas, a promoção e organização de espectáculos

Duarte Morais de Oliveira 31

desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada no âmbito de uma modalidade”. A FC Porto – Futebol, SAD foi constituída a 5 de Agosto de 1997 e de acordo com o artigo 3.º dos seus estatutos, tem por objecto social a “participação, na modalidade de futebol, em competições desportivas de carácter profissional, a promoção e organização de espectáculos desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada da referida modalidade". Neste artigo está implícita a razão do nascimento do Projecto Dragon Force, pois são os próprios Estatutos que determinam como seu objectivo o fomento do futebol. O essencial da actividade a desenvolver consiste na participação em competições desportivas de carácter profissional, nacionais e internacionais. As orientações estratégicas da SAD assentam na procura do sucesso desportivo de uma forma sustentada e a oferta ao público de espectáculos desportivos de elevada qualidade, de forma a satisfazer os seus adeptos e simpatizantes, a população da região em que se encontra implantado e a população do país em geral. Desta forma, as diversas actividades relacionadas com o futebol profissional terão mais e melhores condições para serem desenvolvidas com sucesso.

2.5.3 Caracterização da “nova” organização

A FC Porto – Futebol, SAD comunicou à Comissão de Mercados de Valores Mobiliários no dia 23 de Março de 2010, “nos termos e para os efeitos do art.248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, que o Grupo Futebol Clube do Porto decidiu dar início a um projecto de implementação de um Modelo Operativo, para assegurar a melhoria da qualidade dos serviços prestados interna e externamente, com benefícios esperados a curto, médio e longo prazo. Este Modelo Operativo tem como objectivo a criação e operacionalização de unidades com missão, processos e enfoque num

Duarte Morais de Oliveira 32

determinado conjunto d e actividades, aumentando assim a especialização por função. O administrador financeiro e para as relações com o mercado da SAD do FC Porto, Dr. Angelino Ferreira, em entrevista ao jornal Diário Económico do dia 4 de Maio de 2011 referiu -se a esta reestrut uração como forma de “poupança de 20% nas contas (…) e que o grupo resolveu avançar para um novo modelo operativo de modo a dar mais transparência”. De acordo com o mesmo jornal, o FC Porto “criou um grupo de trabalho com personalidades externas ao futebol para delinear a estratégia do grupo FC Porto a longo prazo”. Nesse sentido, as unidades a operacionalizar são:

Figura 3 – Novo Modelo Operativo do FC Porto

A figura anterior esclarece -nos, assim, que existem quatro unidades operacionais, encontram -se divididas segundo as suas competências específicas: FC Porto Serviços Partilhados e Corporativos , responsável pela consolidação das actividades estratégicas e transversa is; FC Porto Desporto , competente para a gestão das actividades desportivas; FC Porto Comercial , com a coordenação das funções comerciais do Grupo e criação de um ponto único de contacto com associados e clientes; e FC Porto Operacional , responsável pela consolidação das actividades de desenvolvimento e gestão de infra-estruturas, organização de eventos e logísti ca das actividades desportivas.

Duarte Morais de Oliveira 33

2.6 Futebol Clube do Porto – Projecto Dragon Force

“Muito mais que uma escola de futebol” 11

2.6.1 O Conceito

De forma a promover e expandir o impacto do FC Porto, nasceu, a 6 de Setembro de 2008 no Vitalis Park, o Projecto Dragon Force com o objectivo de fomentar a prática do desporto, concretamente do futebol, proporcionando às crianças e aos mais jovens um crescimento saudável e norteado por princípios de cidadania. Nas palavras de Urgel Martins (2010), responsável por este projecto, “o Dragon Force (…) nasceu de uma ideia: as crianças cresceram a ver o FC Porto ganhar, então sentimos a obrigação de criar projectos e espaços que gerassem interacção e manifestações para os miúdos sentirem o FC Porto. Sentirem porque é que o FC Porto ganha e porque é o melhor clube português”. O projecto possibilita que as crianças e suas famílias vivam experiências que associam o entretenimento à prática do futebol, levando de forma criativa e inovadora, os valores do FC Porto a todos os participantes. Além de ter como principal objectivo o desenvolvimento nos alunos de competências para jogar futebol, o projecto aposta na inserção de diferentes áreas pedagógicas, como a nutrição, a cidadania e o respeito pelo meio

11 Revista – Noticias Sábado – 23-01-2010.

Duarte Morais de Oliveira 34

ambiente, proporcionando um conjunto de actividades de ocupação dos tempos livres que sejam veículo de aquisição de hábitos de saúde, cultura e lazer, bem como do desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos mais jovens 12 . Conforme indica Urgel Martins (2010), “O objectivo principal [do Dragon Force] é formar pessoas. Temos uma estratégia diferenciadora das outras escolas de futebol. Estar aqui é diferente porque é o FC Porto. Há contacto com as estrelas do clube mas também porque se aprende algo mais do que futebol. Estamos a ensinar futebol mas ao mesmo tempo preocupamo-nos com determinadas áreas pedagógicas, nomeadamente o respeito pelo meio ambiente, os valores de cidadania, a geografia ou a matemática. Procuramos ensinar isto através do futebol e, muitas vezes, estas componentes são integradas no processo de treino”. Entendemos, assim, que este projecto assenta sob duas vertentes essenciais, a comercial e financeira, que representa uma fonte de receitas para o FC Porto, e a formação desportiva, que quando se fundem criam um serviço útil e que promove a responsabilidade social. O projecto manifesta-se através de quatro campos de acção diferentes - Escolas de Futebol, Campos de Férias, Clinics e Road-Show – que iremos descrever em seguida:

a) Escola de futebol

“Possibilitar aos mais pequenos a aprendizagem do futebol no seio do FC Porto foi o que motivou os responsáveis do clube a criar o projecto Dragon Force, um local privilegiado para a observação de jovens talentos.” 13

A Escola de futebol Dragon Force aposta na qualificação dos treinadores e métodos de trabalho com assinatura FC Porto. É o espaço ideal para os

12 Ver neste sentido a Mensagem dos Pais e Encarregados de Educação (Anexo 2). 13 Martins (2010).

Duarte Morais de Oliveira 35

jovens, com idade compreendida entre os 4 e os 14 anos e com vocação para o futebol, demonstrarem as suas aptidões. A Escola de Futebol Dragon Force tem como principais objectivos: o ensino do futebol aos mais jovens; a aproximação entre os jovens e os valores, a história e a mística do FC Porto; a detecção e o aperfeiçoamento de novos valores para a formação do FC Porto; o apoio aos alunos e aos seus encarregados de educação no respectivo processo de crescimento.

b) Campos de Férias

O conceito dos Campos de Férias Dragon Force alicerça-se na tríade Desporto - Cultura - Divertimento dentro do Universo do FC Porto. Os Campos de Férias Dragon Force constituem uma oferta inovadora pela forma como, através de um conjunto de actividades diversificadas e diferenciadas por idades, conciliam estas três áreas indispensáveis ao desenvolvimento dos jovens num ambiente de qualidade, conforto e segurança. É concedida a oportunidade aos jovens participantes (rapazes e raparigas dos 6 aos 14 anos) de adquirir vivências assentes na cultura do FC Porto e do Dragon Force que apelam à história (figuras marcantes, a ascensão portista e às maiores conquistas), às modalidades do clube e que, por isso, se desenrolam nos espaços do FC Porto (Centro de Treinos, Estádio do Dragão, Vitalis Park). Nesse sentido, a estratégia assenta na prestação de serviços de qualidade às famílias, de forma a as aproximar do FC Porto e a fidelizá-las em diferentes níveis.

c) Clinics

Os eventos ‘Clinics’ apresentam-se em duas formas diferentes. O primeiro ‘Clinics’, denominado “Visita ao Mundo FC Porto”, procurou desenvolver a vertente educativa do Projecto Dragon Force ao proporcionar,

Duarte Morais de Oliveira 36

durante 1 dia, o contacto dos alunos com a história, a cultura e a mística do FC Porto, de uma forma prática e lúdica. No fundo, com esta acção visa-se proporcionar uma experiência em torno do mundo Dragon Force. O segundo ‘Clinics’, denominado “Aprende com o teu Ídolo”, procura introduzir um novo conceito em Portugal. Apelando-se à influência dos craques nos mais jovens, procura-se proporcionar uma experiência pedagógica única. Estas acções são um sucesso, pois proporcionam uma vivência diferente às crianças – durante um dia o seu professor é um ídolo do FC Porto.

d) Road Show

Tendo como principais metas levar a marca FC Porto e a sua cultura aos jovens adeptos da modalidade, comunicar a aposta do FC Porto na formação e dar a oportunidade de ser orientado pelos treinadores do FC Porto, esta vertente confere aos jovens participantes a oportunidade de, num campo sintético de futebol de 5 e sempre monitorizados por técnicos da Escola de Futebol Dragon Force, praticarem algumas habilidades, participarem em mini- jogos e sentirem de perto o Poder do Dragão. A divulgação do espaço de aprendizagem azul e branco, que tem contado com adesão massiva de interessados e curiosos, abrange iniciativas variadas, em diferentes locais, disponibilizando igualmente todas as informações sobre a Escola de Futebol e a hipótese de inscrição no Projecto Dragon Force.

Duarte Morais de Oliveira 37

2.6.2 A Escola

“O Dragon Force é uma festa” 14

A Escola de Futebol destina-se a jovens de ambos os sexos dos 4 aos 14 anos, sendo que qualquer criança se pode inscrever, desde que tenha vaga na turma que corresponde à sua idade. Segundo Urgel Martins “O Dragon Force funciona numa “lógica de inclusão”, ou seja, é uma escola onde meninos e meninas, grandes e pequenos, gordos e magros, com mais ou menos jeito têm lugar e oportunidade de aprender a jogar futebol”. A ‘sede’, e primeira escola de futebol Dragon Force, localiza-se no Vitalis Park, na Rua da Constituição, no Porto. Entretanto, e iniciado o processo de expansão 15 , inauguraram-se mais cinco escolas: Braga, Ermesinde, Gaia, Viseu e Lisboa. Iremos, neste momento, analisar três aspectos que consideramos essenciais: o funcionamento e a calendarização das actividades lectivas da escola Dragon Force; o procedimento de inscrição e pagamento da escola Dragon Force; e a programação dos eventos desportivos da escola Dragon Force.

a) O funcionamento e a calendarização das actividades lectivas

A Escola de futebol Dragon Force funciona de 2ª a 6ª feira das 18h00 às 20h30 e aos sábados de manhã das 9h00 às 13h00. De segunda a sexta-feira, das 17h00 às 19h30, a escola tem à disposição dos alunos uma sala de estudo (denominado “Espaço Aberto”) com a orientação e acompanhamento de pessoas habilitadas para o efeito. Na recepção do edifício, os alunos devem obrigatoriamente apresentar o cartão do aluno, com a quota em dia (tem de ser paga até ao dia 12 do mês

14 Jornal A Bola, 14-10-2010 15 As particularidades do Departamento de Expansão serão mencionadas no ponto 2.6.5.

Duarte Morais de Oliveira 38

corrente), ao funcionário de serviço. O acesso aos balneários é unicamente permitido aos alunos, com excepção dos balneários das crianças com 4 anos 16 , por se entender que já possuem maturidade suficiente para realizarem a sua higiene pessoal sem estarem acompanhados pelos encarregados de educação. As instalações são constituídas por um espaço público e um espaço privado. A responsabilidade da escola sobre os alunos aplica-se no espaço privado, que é constituído por acesso aos balneários, “Espaço Aberto” e campo de jogos. Os treinos da Escola de Futebol Dragon Force obedecem ao calendário anual divulgado no início de cada época desportiva. Este calendário tem como referência o Calendário Lectivo adoptado pelo Ministério da Educação para a Escola Pública pressupondo por isso três trimestres17 e as interrupções no período de Natal, Páscoa e Verão. As interrupções justificam-se pela necessidade de efectuar balanços e avaliações do trabalho desenvolvido. Nesses períodos de interrupção, mesmo sem a realização de treinos, a Escola de Futebol mantém-se aberta de Segunda-Feira a Sexta-Feira entre as 18h30 e as 20h30, permitindo assim que os alunos Dragon Force possam jogar de uma forma autónoma, espontânea e segura no Vitalis Park dando largas à sua paixão pelo jogo 18 .

16 Estes balneários foram idealizados à medida das crianças, com sanitas, lavatórios e chuveiros de uma dimensão pequena como também com divisórias dos chuveiros baixas de forma a permitir aos encarregados de educação que auxiliem os filhos durante o banho. 17 Na época 2010/2011, o 1º Trimestre realiza-se de 4 de Setembro a 18 de Dezembro, o 2º Trimestre de 3 de Janeiro a 9 de Abril e o 3º Trimestre de 26 de Abril a 2 de Julho. 18 Nesses dias o Vitalis Park continua a dispor de um técnico indicado pelo departamento médico do Futebol Clube do Porto, para proporcionar primeiros socorros caso necessário e um Supervisor de Campo, responsável por garantir que as actividades espontâneas dos jovens decorram de uma forma segura.

Duarte Morais de Oliveira 39

b) O procedimento de inscrição e pagamento

A Escola tem um preço para a 1ª Inscrição de 65€, que inclui um Kit Nike (camisola, calções e meias) 19 , seguro desportivo, cartão do aluno, bola e uma pendrive , como também um valor para a renovação da matrícula que corresponde a 50€ e que inclui os mesmos itens do Kit Nike. A pensar também nos Encarregados de Educação e não só no aluno, a Escola dispõe de horários flexíveis com opção entre uma, duas e três vezes por semana de segunda à sexta-feira e aos sábados de manhã. Em relação às mensalidades (ver Quadro n.º 4) estas poderão ser liquidadas na Loja do Associado do Vitalis Park e do Estádio do Dragão, e têm o seguinte valor:

Sócios FC Desconto de Frequência semanal Não Sócios Porto Irmãos 1 30 € 35 € -20% 2 45 € 50 € -20% 3 55 € 60 € -20% Quadro 4 – Mensalidades da Escola Dragon Force Vitalis Park

19 A utilização do Kit Nike Dragon Force é obrigatória durante os treinos e em qualquer acção FC Porto Dragon Force (Exemplos: torneios, jogos e campos de férias).

Duarte Morais de Oliveira 40

Os valores referidos anteriormente têm um desconto de acordo com o pagamento efectuado em antecipado. Como se pode verificar no quadro seguinte, ao se pagar 10 meses antecipadamente obtêm-se um mês gratuito:

Nº de Direito a Meses Desconto 2 2% 3 3% 4 4% 5 5% 6 6% 7 7% 8 8% 9 9% 10 10% Quadro 5 - Desconto por pagamento antecipado

c) A programação dos eventos desportivos

O Calendário Anual de Actividades (Anexo 1) compreende alguns eventos competitivos sendo estes de vários tipos e envolvendo diferentes populações:

Competições São dirigidas a todos os alunos da Escola, como é o Temáticas caso da Taça das Nações, a Taça do Dia Mundial da Saúde e o Torneio do Dia Mundial do Ambiente Competições São desenvolvidas internamente por um conjunto de Inter-Turmas turmas da nossa Escola de Futebol e convocadas pelos Treinadores de cada Turma Encontros com São competições nas quais participam apenas algumas outras turmas uma vez que a vinda de equipas de outras

Duarte Morais de Oliveira 41

Escolas/Clubes escolas/ clubes não permite albergar no torneio todas as nossas turmas. Outras Em todas as épocas desportivas a Escola de Futebol Competições Dragon Force é convidada a participar em algumas competições com um nível de jogo bastante elevado, muitas delas envolvendo jogadores federados. Neste tipo de participações a Escola de Futebol Dragon Force faz-se representar por uma selecção de alunos das várias turmas. Torneio Artur Baeta É um torneio cujo conceito assenta no fomento do “Futebol de Rua” pelo que não há convocatórias. Os alunos têm, autonomamente, que constituir as suas equipas e proceder à sua inscrição junto dos treinadores. Durante o decurso dos jogos também não há árbitros nem treinadores. Cada jogo tem apenas um supervisor responsável pela segurança, controle do tempo de jogo e identificação de inconformidades com as Leis do Torneio. Pretende-se, desta forma, promover a autonomia e as relações pacíficas e amigas entre as crianças e jovens. Quadro 6 – Alguns dos Eventos realizados anualmente

2.6.3 Política da Qualidade Dragon Force

A FC Porto – Futebol, SAD assume e preconiza os princípios de excelência que sempre caracterizam a «marca-mãe», o FC Porto. Neste sentido, o sucesso e a vanguarda são metas almejadas diariamente e em todas as actividades. O Dragon Force é uma sub-marca que nasceu com todos estes preceitos e que visa elevar à excelência as vantagens de uma prática desportiva saudável e os princípios que a suportam.

Duarte Morais de Oliveira 42

Neste sentido, foram adoptadas ferramentas e métodos organizativos descritos pelo Sistema de Gestão da Qualidade (de acordo com a norma NP EN ISO 9001:2008), visando um desempenho coerente e eficaz no âmbito da Gestão e Operacionalização das Escolas de futebol Dragon Force. De acordo com o Gestor da Qualidade do Projecto Dragon: “O ano 2010 foi, de facto, um marco histórico na senda de sucesso do Projecto Dragon Force, que viu expandir a sua escola de futebol a cinco novas localidades: Viseu, Braga, Ermesinde, Vila Nova de Gaia e Lisboa, que contaram com a preciosa ajuda da implementação do Sistema de Gestão da Qualidade na primeira escola de futebol Dragon Force, localizada no coração da cidade do Porto, no Vitalis Park”.20

A este desígnio deve ainda juntar-se as directrizes estruturantes: • "Garantir a satisfação dos Alunos, Encarregados de Educação, Parceiros e Colaboradores" • "Posicionar e consolidar a escola de Futebol Dragon Force como a melhor de Portugal" • "Expandir o conceito a nível nacional e internacional" • “Manter elevados padrões de qualidade e responsabilidade social”

Por ter demonstrado preocupação nesse sentido, o Projecto Dragon Force alcançou a Certificação pela ISO 9001:2008 em Dezembro de 2010.

20 Testemunho: Dragon Force – O Compromisso com a Qualidade – Documento disponível em: http://www.apcer.pt/index.php?cat=33&item=6899&lang=1

Duarte Morais de Oliveira 43

2.6.4 Organigrama do Projecto Dragon Force

Duarte Morais de Oliveira 44

2.6.5 Gestão de Expansão

“… foi um passo determinante na projecção da marca FC Porto, nomeadamente entre os mais jovens, abrindo novas possibilidades em termos de scouting e de posterior desenvolvimento de jovens talentos.” 21

O Dragon Force contou, desde que começou, com lotação esgotada, ou seja, 800 crianças. Como a procura superava sempre a oferta iniciou-se um projecto de expansão que passamos a explicar. A Expansão iniciou o seu trabalho na época 2010/2011, inaugurando cinco escolas de uma só vez (Braga, Ermesinde, Gaia, Viseu e Lisboa). Actualmente o universo Dragon Force conta já com cerca de duas mil crianças. Este é sem dúvida um projecto inovador que, sob o lema «Tu tens o poder do Dragão», desbrava novos caminhos no futebol de formação em Portugal. Com padrões de qualidade únicos e com uma metodologia de treino que tem como base uma marca incontornável no futebol mundial, as Escolas de Futebol Dragon Force são um projecto ambicioso que está a contribuir para colocar o FC Porto na linha da frente no futebol jovem nacional e internacional.

a) Motivo da expansão

Através deste conceito o Departamento de Expansão quer uma maior qualificação e experiência dos profissionais envolvidos, conquistar novos públicos e novos adeptos, afirmar modernidade e inovação (no conceito, nas infra-estruturas e na imagem), detectar e captar jovens com grande potencial, expandir a marca, descentralizar a formação desportiva (criar locais de formação para jogadores do FCP ou referenciados pelo Departamento de Scouting que residam a grandes distâncias do Porto, reforçar a rede de

21 FC Porto – Futebol, SAD - Relatório e Contas 2008/2009, página 6.

Duarte Morais de Oliveira 45

Scouting a nível nacional, criar sinergias com o Departamento de Scouting do FC Porto), criar proximidades com as populações e ainda aumentar o retorno financeiro.

b) Vantagens para os clubes parceiros:

“ O Dragon Force acaba por ser uma porta aberta apetecível para aprenderem com o FC Porto” 22

A primeira grande vantagem de um clube ou empresa que crie uma nova escola de futebol com a marca Dragon Force é, desde logo, associar-se também a um grande clube europeu, transmitindo, por isso, uma confiança e credibilidade às crianças, aos jovens e aos seus pais sobre as possibilidades de desenvolverem as suas capacidades enquanto jogadores e cidadãos. A segunda grande vantagem é a adopção de uma metodologia de treino com a assinatura FC Porto, oferecendo aos jovens um ensino do futebol baseado em conhecimentos que o clube vem consolidando há muitos anos com a formação e certificação dos seus técnicos, numa metodologia de treino direccionada para a aquisição de competências desportivas e sociais que permitem aos alunos crescerem tanto como pessoas e como jogadores. A terceira vantagem é que usufruem de formação e supervisão com regularidade dispondo sempre de um aconselhamento credível e sustentável de acordo com os padrões de qualidade do FC Porto. Esta parceria resulta uma melhoria significativa da qualidade das equipas de formação dos clubes parceiros e a possibilidade de colocar jogadores da sua formação no FC Porto ou possibilitar condições de subida dos escalões de formação subsequentes (Iniciados, Juvenis e Juniores) às divisões nacionais.

22 Martins (2010).

Duarte Morais de Oliveira 46

O envolvimento da marca Dragon Force e do FC Porto no projecto atrai a comunicação social, cativa as famílias e fomenta o desporto, aumentando a notoriedade do clube e da região proporcionando a entrada de novos jogadores e de mais patrocinadores, o que resulta em maior retorno financeiro.

c) Vantagens para o Futebol Clube do Porto

As vantagens de uma nova parceria, ou seja, de uma nova escola de futebol Dragon Force também trazem bastantes vantagens para o FC Porto. A maior vantagem é a expansão e notoriedade da marca FC Porto juntamente com o retorno financeiro que advém da parceria. A presença do FC Porto nos principais distritos de Portugal proporciona novos locais de formação para jogadores do FC Porto ou referenciados pelo Departamento de Scouting que residam a grandes distâncias do Porto, reforçando, por isso, a rede do referido departamento a nível nacional e, possivelmente, a nível internacional.

d) Modelos de Gestão

Na gestão das Escolas Dragon Force são adoptados dois modelos de negócio – Gestão Directa e Gestão de Parceria – consoante a localização geográfica.

• Gestão directa

A gestão directa consiste num modelo em que o FC Porto assume toda a gestão operacional (técnica, comercial e administrativa) da escola de futebol nos escalões entre os 4 e os 14 anos de idade. A entidade parceira é responsável pelas infra-estruturas onde está implementada a escola, assumindo todas as despesas associadas ao funcionamento e manutenção da mesma.

Duarte Morais de Oliveira 47

O FC Porto, na qualidade de utilizador da infra-estrutura, paga um valor anual previamente acordado e contratado com a entidade parceira. Este modelo é de aplicação preferencial em parcerias na envolvente da Área Metropolitana do Porto, pela proximidade com os órgãos de gestão do FC Porto e maior disponibilidade de recursos técnicos e administrativos. Sob este sistema de gestão existem as Escolas Dragon Force de Gaia e Ermesinde.

• Gestão de Parcerias

A gestão de parcerias consiste num modelo em que o FC Porto assume a gestão técnica da escola de futebol nos escalões entre os 4 e os 14 anos de idade. Neste sentido, é destacado um dos seus coordenadores técnicos que fica responsável pela constituição de uma equipa de treinadores da entidade parceira. A formação dessa equipa técnica é da responsabilidade do FC Porto, que transmite o seu conhecimento e cede à entidade parceira um manual técnico Dragon Force. A marca FC Porto Dragon Force pode ser utilizada pela entidade parceira, designadamente através da atribuição do respectivo nome à escola de futebol local. A entidade parceira tem como responsabilidade a gestão comercial e administrativa, de acordo com as condições definidas pelo FC Porto e estabelecidas no contrato de parceria assinado por ambas as partes. O FC Porto será ressarcido, num percentual igualmente estabelecido em contrato, das mensalidades adoptadas na escola de futebol local. Sob este sistema de gestão existem as Escolas Dragon Force de Braga, Viseu e Lisboa.

Duarte Morais de Oliveira 48

2.6.6 Coordenação Técnica

A Escola de Futebol Dragon Force adopta uma metodologia inovadora que possibilita que todos rapazes e raparigas, independentemente das suas capacidades iniciais, desfrutem aprendendo a jogar. Esta metodologia é sustentada por duas premissas fundamentais: i. Ensino do Futebol ajustado à idade e capacidade de desempenho do aluno ii. Ensino integrado de Áreas Pedagógicas (Saúde, Cidadania, Ambiente…) nos Treinos e nos Eventos Desportivos, como por exemplo a “Taça das Nações”. Para dar uma resposta adequada ao nível etário e ao nível de jogo de cada aluno, a Escola de Futebol Dragon Force, delimita 5 níveis de ensino do Futebol, tendo cada um deles preocupações e conteúdos específicos a desenvolver numa lógica de progressão sustentada e que varia de acordo com a frequência semanal de treinos de cada turma (1, 2 ou 3 vezes). Os 5 níveis são: Iniciação, Básico, Intermédio, Avançado e Expert. Algumas das estratégias que visam o crescimento do “Jogador Dragon Force” são: o A vivenciação do “Futebol de Rua” que sempre se mostrou uma boa ‘escola de futebol’ e que tem vindo a perder expressão pelos diferentes motivos sociais (planeamento urbano, insegurança, segurança rodoviária); o A promoção da autonomia dos alunos através da promoção de actividades geridas parcialmente ou exclusivamente por eles; o A promoção de encontros com outras Escolas de Futebol, onde o jogo e as regras são adaptadas a cada nível.

Considerando estas estratégias, já se desenvolvem treinos nas escolas de futebol Dragon Force onde os alunos tanto jogam no Espaço Artur Baeta (campo pelado, com tabelas e cobertura integral) como jogam descalços para apurar a sensibilidade no contacto com a bola, quer jogam com bolas de

Duarte Morais de Oliveira 49

diferentes tamanhos com vista a estimular todo o corpo, como jogam sem coletes como forma de visualizarem a cara dos colegas em vez de se centrarem apenas na bola.

2.6.7 Departamentos Transversais

a) Psicologia

O Departamento de Psicologia da Dragon Force tem como principal objectivo a promoção de comportamentos que facilitem o processo de aprendizagem, o rendimento e a performance do aluno. Para além do trabalho que é efectuado pelo Departamento de Psicologia, os pais e o treinador assumem um papel de destaque, pois são os modelos dos alunos. Factores como a ansiedade pré-competitiva (ou nervosismo), muitas vezes revelada através de sintomas como dificuldade em dormir, falta de apetite e/ou irritabilidade antes dos jogos ou competições, podem ser trabalhados através da psicologia. Dimensões como a motivação, a tomada de decisões, a auto-confiança e a formulação de objectivos serão também passíveis de intervenção por parte do Departamento de Psicologia. Sublinhe-se que a formulação de objectivos pode estender-se a outros contextos, nomeadamente à escola. De acordo com os parâmetros apresentados, a intervenção do Departamento de Psicologia pode ser solicitada pelos encarregados de educação ao psicólogo da Dragon Force. Em aspectos relacionados com o treino e com o jogo, poderão ser os treinadores a requerer a intervenção do departamento no acompanhamento do aluno.

b) “Espaço Aberto”

O “Espaço Aberto” é um local de mediação sócio-educativa de frequência livre, orientado por princípios de educação não-formal, onde ganha especial importância a formação dos alunos enquanto cidadãos, atentos ao que

Duarte Morais de Oliveira 50

os rodeia. Neste local são realizadas acções educativas sobre diversas temáticas, como a resolução de conflitos, o meio ambiente, a informática, a geografia, o mundo do futebol, a escola, etc. Está sempre presente uma Mediadora Sócio-Educativa e da Formação, que acompanha as crianças e jovens em todas as acções, pretendendo assim: • Desenvolver estratégias educativas de sensibilização para a cidadania; • Promover uma relação positiva com a escola e outros saberes; • Desenvolver o espírito crítico e reflexivo relativamente a diversos aspectos (temáticas da actualidade, vivências e experiências, costumes e modos de agir, etc.) • Estimular uma cultura de projecto individual, para que as crianças e jovens reconheçam diversos mundos (mundo do futebol, mundo escolar, etc.); • Estimular o trabalho em grupo, a comunicação e a interacção.

c) Nutrição

A nutrição e a alimentação são áreas fundamentais dentro da pedagogia, já que a aquisição de hábitos alimentares adequados é crucial nestas idades. Por isso, o Projecto Dragon Force procurou inserir a área da nutrição na formação dos seus atletas. Assim, no início de cada época desportiva é definido pelo departamento de Nutrição o plano de avaliação dos alunos, sendo realizado um registo antropométrico (altura, peso e perímetro da cintura) de todos como forma de identificar problemas de excesso de peso e obesidade. Além disso, convém referir que durante toda a época desportiva são oferecidas, também, consultas de aconselhamento alimentar aos atletas que o solicitem. Fora da época desportiva, mais propriamente nos ‘Campos de Férias’, todas as refeições e lanches servidos são adequadas nutricionalmente e com supervisão do nutricionista e todos os participantes têm uma hora diária destinada a jogos pedagógicos de várias áreas, entre as quais a nutrição e alimentação.

Duarte Morais de Oliveira 51

2.6.8 Análise da Concorrência

Identifico como principais concorrentes do FC Porto o SL Benfica, Sporting SC e também o Boavista FC / AC Milan, uma vez que estes três clubes, juntamente com o FC Porto, são dos mais antigos em Portugal e os que registam mais êxitos desportivos como também os que reúnem mais adeptos e simpatizantes. Em seguida será apresentada a análise da concorrência com o FC Porto relativamente ao número de escolas e serviços que oferecem.

As escolas do SL Benfica são denominadas “Geração Benfica”. De acordo com o seu website (www.slbenfica.pt ) existem 35 escolas em todo o país e 3 internacionais (Brasil – Niteroi e EUA – Massachusetts 1 e 2). Tem a seu favor o facto de ser o clube com mais adeptos pagantes em Portugal. A inscrição é de 75€ e incluiu um kit com uma camisola, calções, meias, seguro, cartão de aluno, despesas administrativas. A reinscrição custa 15€, mas só contem o seguro, cartão de aluno e as despesas. Em relação às mensalidades estas dividem-se entre 1 e 2 vezes por semana com custos de 40€ e 60€ para não sócios, ou 25€ e 45€ para sócios; o terceiro treino custa 15€. Em relação aos treinos de guarda-redes têm um custo de 40€ e 25€ para não sócios e sócios, respectivamente. Oferecem um desconto familiar, sendo de 5€ para irmãos. Cada turma tem de ter um mínimo de 12 alunos e podem escolher diferentes horários, no Estádio da Luz e Caixa Futebol Campus, às 17h15/18h35/19h/19h55, sendo que cada treino tem a duração de 80 minutos.

Duarte Morais de Oliveira 52

Em relação aos guarda-redes só têm à sua disposição treinos às terças -feiras a partir das 17h15.

As escolas d o Sporting FC “Escolas Academia Sporting” (daqui em diante denominado EAS) . Este projecto foi criado em Setembro de 2006 e conta com cerca de 6000 jovens espalhados por todo país. Tem a seu favor a fama da sua formação devido à saída de jogadores como Figo e Cristiano Ronaldo. De acordo com o seu website (www.sporting.pt ) tem 30 EAS em todo o país e em 2009 criaram a Academia Sporting África, na África do Sul. A inscrição tem um custo de 70 € e inclui um k it composto por camisola, calções , dois pares de meias, saco desportivo, seguro e cartão atleta. O website não disponibiliza informações sobre horários, turmas e mensalidades.

Esta escola resultou de uma parceria entre o Boavista FC e o AC Milan e foi inaugurada em 2010 . O coordenador é um ex - funcionário do FC Porto, apresentando, por isso , um modelo semelhante ao do Dragon Force , ainda que sem as mesmas instalações e recursos. Esta escola tem como grande vantagem a sua localização , no Estádio do Bessa, que fica numa zona residencial considerável, e o facto de possuir a marca ‘AC Milan’ ( equipam -se com as cores do clube e podem usufruir das vantagens de ser aluno como ir para os campos de férias que se realizam n o centro de treinos do AC Milan). A inscrição tem um custo de 50 € e inclui 2 camisolas, calç ões, meias e mochila. A mensalidade depende das vezes que se quiser treinar . Assim, uma vez custa 35 €, duas 45€ e tr ês 55€. Trei nam no campo principal do Estádio (é sintético) como também no nº 2, este com as mínimas condições.

Duarte Morais de Oliveira 53

Em seguida, apresenta-se um quadro síntese com a comparação das diferentes mensalidades a pagar nas diversas escolas.

MENSALIDADE NÃO SÓCIOS Escolas Nacional Internacional Inscrição 1X 2X 3X GR DRAGON FORCE 6 0 65 € 35 € 50 €60 € - Sporting 30 1 70 € - - - - Benfica 35 3 75 € 40 € 60 €75 €40 € ACMilan 1 - 50 € 35 € 45 €55 €20 € Quadro 7 - Comparação da concorrê ncia

Duarte Morais de Oliveira 54

3. Realização da prática profissional

O estágio profissionalizante realizou-se no Vitalis Park entre o dia 23 de Agosto de 2010 e o dia 23 de Maio de 2011.

O coordenador de estágio designado foi o Dr. Ricardo Frey Ramos, Gestor Operacional do Projecto Dragon Force.

O estágio profissionalizante centrou-se numa vertente prática, tendo-me sido apresentadas as funções de Apoio ao Gestor Operacional e Team Manager das quatro equipas de competição Dragon Force.

Convém referir que para a época 2010-2011 estavam previstas duas novidades, que tornaram este estágio ainda mais desafiante. A primeira reside no facto de a Escola Dragon Force participar no Campeonato Distrital de Futebol de Sete, organizado pela Associação de Futebol do Porto, com quatro equipas, duas Sub 10 e duas Sub 12, pois na época anterior apenas participara com duas equipas. A segunda novidade consistiu na criação do cargo de Team Manager destas quatro equipas de competição, pois na época anterior as funções do Team Manager estavam a cargo do Gestor Operacional.

Tendo em mente esta divisão de funções – Apoio ao Gestor Operacional e Team Manager – vamos relatar, nos subcapítulos que se seguem, não só as tarefas desenvolvidas inerentes a estas duas funções, como também iremos, de forma sucinta, explicar duas funções específicas que me foram solicitadas durante o período de estágio.

Duarte Morais de Oliveira 57

Duarte Morais de Oliveira 58

3.1 Funções Propostas

De uma forma geral, poderei dizer que me foram apresentadas as seguintes funções e respectivas competências e tarefas:

Funções Responsabilidades Tarefas

Organização dos kits dos alunos Recepção dos alunos e Preparar o início da época acompanhamento dentro das instalações do Vitalis Park. Acompanhamento das actividades Garantir o correcto Participação nas reuniões funcionamento do Projecto Ligação operacional com todos Dragon Force os departamentos

Preparação dos campos de

Apoio Apoio ao GestorOperacional férias do Dragon Force Futebol Campus Gestão e execução de todos os Gestão das equipas assuntos respeitantes às quatro Gestão dos jogos oficiais e equipas de competição da particulares Team

Manager escola de futebol Dragon Force Delegado No desempenho destas funções, o meu perfil comportamental tinha de assentar em valores como a responsabilidade e dinamismo, proactividade, capacidade organizativa e bom

Valores Valores relacionamento interpessoal Quadro 8 – Funções, Responsabilidades e Tarefas inerentes ao Estágio

3.2 Apoio ao Gestor Operacional

Conforme verificamos pelo Quadro 8, a função de ‘Apoio ao Gestor Operacional’ foi dividida em duas responsabilidades primárias: a preparação da época 2010-2011 e a garantia do correcto funcionamento da escola de futebol Dragon Force durante o decorrer dessa época.

Duarte Morais de Oliveira 59

3.2.1 Preparação da época

Uma vez que o estágio se iniciou em plena fase de preparação da nova época da Escola de futebol Dragon Force, as primeiras semanas foram direccionadas para a organização de dois eventos que iriam marcar esse início: a cerimónia de apresentação do Dragon Force, a realizar-se no Estádio do Dragão no dia 2 de Setembro de 2010, e o primeiro dia de formação no Vitalis Park, marcado para 4 de Setembro de 2010, com a recepção dos alunos. Para a cerimónia de apresentação, a minha maior responsabilidade foi a organização dos kits que seriam entregues a todos os alunos de todas as escolas Dragon Force (cerca de 2000 alunos). Neste sentido, teve de ser gerido todo o stock que existia, uma vez que cada kit era composto por uma camisola, uns calções, um par de meias, uma bola e uma pendrive . Além de se ter de verificar se os tamanhos estavam coordenados e correctos, teve-se, também, de inserir em cada pendrive o regulamento da escola Dragon Force e um vídeo sobre futebol. Em relação ao primeiro dia de formação no Vitalis Park, a organização compreendia a coordenação e controlo de acesso dos cerca de 500 alunos, e respectivos encarregados de educação, que iriam circular pelas instalações do Vitalis Park. Se para uns alunos era o regresso, para outros era o início de uma nova fase das suas vidas, tendo, por isso, que estar prevista uma sessão de orientação.

3.2.2 Desenvolvimento da época

Durante o decorrer da época, o ‘Apoio ao Gestor Operacional’ tinha como responsabilidade principal garantir o bom funcionamento do Dragon Force. Neste sentido, foram desenvolvidas diversas tarefas que podem ser agrupadas em quatro grandes áreas de actuação: acompanhamento das actividades, participação nas reuniões, ligação operacional com todos os departamentos e preparação dos campos de férias Dragon Force Futebol Campus.

Duarte Morais de Oliveira 60

3.2.2.1 Acompanhamento das actividades

Inseridas nesta responsabilidade, várias foram as tarefas que foram desenvolvidas. A título exemplificativo, registe-se o apoio à preparação do “Manual Dragon Force”, o estudo do controlo de assiduidades e desistências dos alunos, a coordenação da actividade nas bancadas do Estádio do Dragão durante a cerimónia da Certificação de Qualidade do Projecto Dragon Force e a realização de um relatório sobre o funcionamento da escola Dragon Force de Gaia e de uma “Check List Supervisão Gestão e Imagem” interna (Anexo 3) dentro da mesma escola. Cumpre registar de uma forma mais desenvolvida, duas actividades específicas: a coordenação da ida dos alunos ao estádio do Dragão, nos jogos da Liga Europa, até aos oitavos de final, em que o FC Porto participou, para a realização do ‘círculo central’ (isto é, esticar a lona com o logótipo da Liga Europa) e a realização de uma acção solidária, denominada ‘Chama Solidária’. A ida dos alunos ao estádio do Dragão compreendia, na fase de preparação, entrar em contacto com os encarregados de educação para autorizarem a participação na actividade, informar sobre os horários e o local de encontro com os alunos. Já no dia do jogo, além de organizar o ensaio da entrada dos alunos em campo com os responsáveis da UEFA, foi necessário coordenar todo o período em que os alunos estariam a assistir ao jogo na bancada, para que nenhum se perdesse ou resolvesse ‘desaparecer’. A ‘Chama Solidária’ teve lugar entre os dias 9 e 23 de Dezembro de 2010 e foi uma acção que procurou marcar o período natalício. Durante estes dias os alunos podiam deixar um presente na escola de futebol Dragon Force, sob o seguinte lema: ”Pede aos teus pais que te ajudem a escolher um brinquedo ou um livro infantil que já não utilizes, para que possas oferecer neste Natal a uma criança que, sem a tua ajuda, pode não receber qualquer presente“.

Duarte Morais de Oliveira 61

Todos os brinquedos e livros recolhidos foram oferecidos a duas instituições de caridade. O resultado desta iniciativa está demonstrado na foto que segue em anexo (Anexo 4). Além de se ter podido oferecer à “Casa do Gaiato do Porto” e à “Associação Refúgio dos Meninos” os brinquedos angariados e de se ter permitido que as crianças destas instituições pudessem participar num treino de futebol, equipadas com um T-Shirt do Dragon Force e calças de fato-de- treino Nike, foi uma experiência muito cativante por se ter podido ver o sorriso na cara de todas as crianças por estarem a participar num dia tão diferente do que estavam habituadas.

3.2.2.2 Participação nas reuniões

Durante o período de estágio, foram várias as reuniões onde participei. No início de época estive presente com o Dr. Ricardo Frey Ramos em duas reuniões, uma em Gaia e outra em Ermesinde, por ocasião da abertura destas escolas, onde pude tomar conhecimento sobre todos os procedimentos necessários para a abertura e funcionamento de uma nova escola de futebol. Na sequência do novo Modelo de Gestão e Acompanhamento da Actividade iniciaram-se, no dia 9 de Fevereiro de 2011, as reuniões verticais do Projecto Dragon Force, onde também participei. Nesta primeira reunião, elaborei uma apresentação em PowerPoint (Anexo 5) na qual inseri um “Balanço do 1º Período de Actividade”, onde foram mencionadas as minhas funções, e as “Ideias para o Futuro”. Estas reuniões revelaram-se importantes para o meu processo de formação na medida em que permitiram discutir ideias, avaliar o percurso do trabalho realizado no estágio e obter um feedback sobre a minha prestação.

Duarte Morais de Oliveira 62

3.2.2.3 Ligação operacional com todos os departamentos

Com o crescimento do Projecto Dragon Force, com mais cinco escolas sendo duas destas “gestão directa”, a responsabilidade do Gestor Operacional cresceu. Neste sentido, foi-me solicitado um apoio constante para a coordenação de todos os departamentos (Vigilância, Manutenção, Psicologia, Nutrição, Espaço Aberto e Rouparia), nomeadamente verificar se tudo estava a decorrer conforme previsto, fazer a gestão de stocks relativamente a todo material da organização Dragon Force, coordenar o controlo de entrada e saída dos alunos e comunicar todas estas e outras questões ao Gestor Operacional.

3.2.2.4 Campo de férias Dragon Force Futebol Campus

O Dragon Force Futebol Campus começa a ser preparado dois meses antes do seu início. É uma actividade que requer muita organização e planeamento uma vez que se tratam de duas semanas de actividades que têm que ser preparadas e comunicadas interna e externamente. A comunicação interna visa prevenir possíveis falhas. Neste sentido, é necessário que o Vitalis Park esteja diariamente disponível só para o Dragon Force, que os funcionários que trabalham na instalação estejam presentes e preparados para qualquer eventualidade e que o plano de actividades lúdicas, pedagógicas e de nutrição esteja elaborado. Um dos factores mais importantes no plano de actividades no Dragon Force Futebol Campus (Anexo 6) é a presença de jogadores da equipa A do FC Porto (denominado “Clinic”) como também a visita ao Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, que contempla o visionamento do treino e no final a tão esperada “caça aos autógrafos”. Tudo isto tem que ser preparado com tempo e com a disponibilidade de todos. Durante os campos de férias é estritamente necessário que a parte logística não falhe. Prepara-se o “kit” que cada aluno tem direito, este “kit”

Duarte Morais de Oliveira 63

consiste na oferta de duas t-shirts especiais do Dragon Force Futebol Campus. Compra-se a fruta e os lanches que se oferecem aos alunos e prepara-se o almoço em conformidade com o indicado pelo Departamento de Nutrição. Nada pode falhar. No final, realizamos um inquérito para os encarregados de educação e alunos de modo a aferirmos o grau de satisfação dos mesmos como também os aspectos a melhorar no futuro. Convém referir, também, que a realização deste campo de férias tem de respeitar numerosas regulações, nomeadamente, o Decreto-Lei n.º 32/2011, de 7 de Março, que estabelece o regime jurídico de acesso e de exercício da actividade de organização de campos de férias, a Portaria n.º 586/2004, de 2 de Junho, que regulamenta os campos de férias quanto ao licenciamento das instalações destinadas ao alojamento e pernoita dos seus participantes, a Portaria n.º 629/2004, de 12 de Junho, que estabelece o seguro obrigatório de acidentes pessoais para participantes em actividades de campos de férias. Além destes diplomas legais, é necessário dar conhecimento da realização e horário do campo de férias aos Bombeiros Municipais e aos Hospitais e Centros de Saúde da região, bem como ao Instituto Português da Juventude.

3.2.3 Coordenação de três estagiários

No dia 17 de Janeiro três estagiários da Escola Secundária de Rio Tino iniciaram o seu estágio no Dragon Force, com duração até ao dia 3 de Maio. O Gestor Operacional solicitou-me que coordenasse estes estágios. Como eu estava com quatro equipas de competição, sendo Delegado efectivo da equipa Sub 11 A, a primeira tarefa que lhes solicitei foi que cada um deles fosse registando todos os assuntos relativos às outras três equipas. Não poderiam fazer a função de delegado, pois não estavam inscritos na Associação de Futebol do Porto, mas poderiam acompanhar os treinos e as equipas nos dias de jogos.

Duarte Morais de Oliveira 64

Apresentei-lhes o Projecto Dragon Force, as instalações, os funcionários e todos os treinadores. Conversei com os treinadores das equipas de competição e informei que alguma coisa que necessitassem podiam pedir ao “seu” estagiário. Os estagiários mostraram-se disponíveis para ajudar toda a estrutura Dragon Force, nomeadamente no controlo dos balneários, no controlo de acesso à instalação e apoio ao técnico de equipamentos.

3.3 Team Manager

Enquanto Team Manager era responsável pela gestão e execução de todos os assuntos respeitantes às quatro equipas de competição da escola de futebol Dragon Force. Com o início da época à porta, foi marcada a primeira reunião com o Coordenador Técnico e os treinadores das quatro equipas de competição. Aí foram-me novamente apresentadas as funções que iria desempenhar enquanto Team Manager: gestão das equipas; gestão dos jogos oficiais e particulares; delegado.

3.3.1 Gestão das equipas

A gestão das equipas envolve um conjunto de diferentes tarefas com vista a assegurar um bom funcionamento dos treinos e a correcta participação das mesmas nos jogos oficiais e particulares. De uma forma geral, compete representar o FC Porto no sorteio das quatro equipas que iriam participar no campeonato distrital de futebol de sete da Associação de Futebol do Porto, conhecer o planos de treinos semanal, o calendário dos jogos e dos torneios, certificar junto do técnico de equipamentos se o material requisitado pelo treinador para o treino e para os jogos se encontra disponível, contactar os encarregados de educação sempre que for solicitado pelo treinador (convocatórias, alteração de horários, marcação de reuniões e outras informações), requisitar transporte para os jogos sempre que

Duarte Morais de Oliveira 65

for solicitado e reportar toda e qualquer informação proveniente dos treinadores, departamento médico, rouparia, alunos e encarregados de educação ao Gestor Operac ional. Todas estas tarefas compreendem fundamentalmente um acompanhamento sério e concreto de todas as equipas de competição. Neste sentido, foi apresentado um relatório estatístico com vista a filtrar toda a informaç ão relativa a estas equipas ( Anexo 7). Uma vez que este relatório ultrapassava as funções que me foram propostas, apenas foi realizado na primeira fase do campeonato, até ao mês de Dezembro . Como podemos observar pelos Quadros 9 e 10, o relatório contempla toda a informação dos jogos das quatr o equipas, de uma forma geral e específica , desde o número de golos ao número de vitórias, empates e derrotas, em casa e fora .

Casa(%) Casa Fora(%) Fora Derrotas 17% 3 10% 2 Empates 6% 1 0% Vitórias 78% 14 90% 19 Total 18 21

Quadro 9 - Análise estatística das equipas de competição

90% 78%

17% 10% 6% 0%

Derrotas Empates Vitórias

Casa(%) Fora(%)

Quadro 10 - Gráfico da análise estatística das equipas de competição

Duarte Morais de Oliveira 66

3.3.2 Gestão dos jogos

Gerir quatro equipas de competição é uma tarefa que resulta de diversos procedimentos que agora passo a mencionar mais detalhadamente, nomeadamente quanto à inscrição no campeonato, quanto à preparação dos jogos, quanto ao dia dos jogos e quanto ao pós jogos e torneios.

3.3.2.1 Inscrição

Um aluno para participar no campeonato distrital da Associação de Futebol do Porto necessita de realizar uma inscrição nesta mesma associação. Para tal, é necessário contactar o encarregado de educação para proceder à entrega dos seguintes documentos: fotocópias autenticadas do documento de identificação do Aluno (caso possua o Cartão Único é necessária a fotocópia do Boletim/Cédula de Nascimento) e do documento de Identificação do encarregado de educação, a ficha de inscrição da Associação de Futebol do Porto, assinada pelo encarregado de educação e pelo jogador, e duas fotografias. Estes documentos têm de ser entregues na secretaria desportiva da FC Porto – Futebol, SAD que procede à conclusão da inscrição na Associação de Futebol do Porto e à realização da apólice de seguro. Apenas após a conclusão de todo este processo é que a Associação de Futebol do Porto emite a licença (cartão de identificação) do jogador, autorizando, deste modo, a sua participação nos jogos.

3.3.2.2 Preparação do jogo

A preparação dos jogos começa com um mês de antecedência, em coordenação com a secretaria desportiva da FC Porto – Futebol, SAD, com o ultimar de todo o processo de obtenção da licença de cada jogador junto da Associação de Futebol do Porto e com a realização dos exames médicos

Duarte Morais de Oliveira 67

necessários, uma vez que todos os atletas da competição têm que entregar exames médicos para o departamento médico do FC Porto analisar e arquivar. Um procedimento comum à maioria dos jogos é a coordenação com a secretaria desportiva da FC Porto – Futebol, SAD e com os responsáveis dos outros clubes em competição para a alteração da hora ou datas dos jogos. Uma vez que por regra os jogos das equipas Sub 10 realizam-se ao sábado de manhã, quando os jogos são designados pela a Associação de Futebol do Porto para o Vitalis Park, existe incompatibilidade com os treinos que decorrem também nesse período, assim existe a necessidade de se proceder à alteração da hora/local. Havendo lugar a alterações, após serem confirmadas pela Associação de Futebol do Porto, procede-se ao preenchimento do plano semanal, sendo o mesmo afixado na recepção. Este último procedimento revela-se importante como forma de informar os encarregados de educação sobre o dia e hora do jogo. Além disso, preenchem-se as fichas de jogo, faltando apenas a inscrição dos 12 jogadores convocados, geralmente realizada pelo treinador. Por último, até 72 horas antes da partida tem de ser entregue a “requisição de material de jogo” ao técnico de equipamentos, para que este proceda à preparação dos equipamentos e de todo o material (bolas, coletes e cones) que tenha sido requisitado pelo treinador (Anexo 8).

3.3.2.3 Dia do jogo

No dia dos jogos normalmente verifica-se que as equipas Sub-11 jogam de manhã e as Sub-13 jogam de tarde. A concentração no local do jogo realiza- se sempre uma hora antes do início do mesmo. Todos os jogadores chegam identificados, com o fato de treino e kispo do FC Porto. Os jogadores equipam- se e vão aquecer, eu revejo as fichas de jogo e a pasta das licenças para verificar se está tudo em ordem e, vinte minutos antes do início do jogo, desloco-me ao balneário dos árbitros, entrego as fichas de jogo e a bola para jogar numa das partes. Durante o jogo a tarefa principal é manter os ânimos calmos no banco e, caso seja necessário, discutir com o árbitro alguma

Duarte Morais de Oliveira 68

questão relacionada com as normas do futebol de sete. No final do jogo, devo verificar as fichas de jogo preenchidas pelo árbitro, assinar e ficar em posse de uma cópia da ficha de jogo da equipa Dragon Force e outra da equipa contrária.

3.3.2.4 Pós jogo

No início da semana após o jogo, cada delegado traz todas as fichas (uma ficha de jogo preenchida pela equipa visitada e visitante como também a ficha da FC Porto – Futebol, SAD) preenchidas para proceder a uma cópia para arquivo interno, tendo, posteriormente, que entregar os originais na secretaria desportiva da FC Porto – Futebol, SAD. Convém também referir que cada treinador tem de enviar um resumo do jogo, mencionando os marcadores, o resultado ao intervalo e no final da partida e o jogo que será disputado no fim-de-semana seguinte. Estes resumos serão inseridos no blogue do Dragon Force ( http://dragonforce.blogs.sapo.pt/ ).

3.3.2.5 Torneios

Nos torneios participam todos os escalões do Dragon Force. A título exemplificativo pode-se referir que em Abril o Dragon Force participou em dez torneios com um total de vinte e cinco equipas. Este processo inicia-se com o convite da organização que é encaminhado para o Team Manager pelo Coordenador Técnico, juntamente com a informação sobre o interesse em participar e com os elementos que irão participar. De seguida, o Team Manager é responsável pelo contacto com a organização do torneio, de forma a organizar a participação do Dragon Force. Este procedimento compreende não só todo o processo referido anteriormente de contacto com os encarregados de educação dos alunos participantes, como também organizar todo o material que vai ser necessário.

Duarte Morais de Oliveira 69

3.3.3 Delegado

Um delegado tem como responsabilidade liderar a equipa. Terá que verificar se está tudo correcto para a realização do jogo. Tem que preencher a ficha de jogo e a folha interna da FC Porto – Futebol, SAD inserindo os nomes e vinhetas dos jogadores e o nome do treinador e do delegado. Além disso, tem de conter, também, a informação fornecida pela Associação de Futebol do Porto relativamente à prova, equipa, número de jogo, data e localidade. A ficha de jogo deve ser entregue, juntamente com as licenças dos jogadores, aos árbitros do encontro, vinte minutos antes de o jogo começar. Caso o treinador queira jogar uma das partes do jogo com uma bola do FC Porto o delegado deve levar a referida bola também no momento que entrega as fichas de jogo e solicitar ao árbitro o pedido, ao qual este decide qual das partes a bola da equipa visitante participa no jogo. Como delegado efectivo da equipa Sub 11 A, tive que reunir com os três treinadores que iriam desempenhar a função de delegado nos jogos das restantes três equipas de competição, para que compreendessem detalhadamente as suas funções. Deste modo, além da informação das funções inerentes ao delegado de uma equipa, explicitadas anteriormente, foram discutidos os procedimentos que iam ser realizados. Assim, informei que haviam sido preparados duas pastas, uma geral, relativa a todas as equipas de competição, e uma específica para cada uma, como forma de organizar toda a informação necessária para a participação nos jogos. Na pasta geral, cada um deveria inserir toda a informação relativa à sua equipa, e na pasta da sua equipa deveriam ser arquivadas todas as licenças (cartões de identificação) dos jogadores e treinadores e respectivas vinhetas. Foram ainda informados que todas as semanas iriam receber por e-mail o “Plano Semanal de Competição” actualizado, ainda que o mesmo fosse afixado no placard de informação Dragon Force da recepção. Por último, tomaram também conhecimento que em cada sexta-feira, durante o treino de cada equipa, eu procederia à entrega a cada delegado do

Duarte Morais de Oliveira 70

seu dossier, contendo a ficha da equipa já preenchida, excepto na parte relativa aos nomes dos jogadores convocados para o jogo e na parte destinada às vinhetas, a ficha da FC Porto – Futebol, SAD e uma ficha de jogo suplente para o caso de haver algum problema. Em caso de erro de preenchimento de uma ficha pelo delegado, eu teria de proceder à sua correcção e à elaboração de uma nota explicativa do sucedido para ser entregue ao Gestor Operacional.

Duarte Morais de Oliveira 71

Duarte Morais de Oliveira 72

4. Reflexão final

A realização deste estágio profissionalizante no Projecto Dragon Force revelou ser uma experiência ímpar na formação. Todo o trabalho desenvolvido ao longo dos nove meses de duração do estágio proporcionou um conjunto de ferramentas práticas e teóricas que nos dotaram de competências necessárias para o sucesso enquanto profissional do desporto. Foi-nos permitido reflectir e sedimentar o conhecimento adquirido durante o ano curricular do Mestrado em Ciências do Desporto, área de especialização em Gestão Desportiva, com especial destaque para a formação em ‘Dinâmicas de Grupo’, ‘Liderança e Coaching’, ‘Gestão de Eventos Desportivos’ e ‘Gestão de Instalações Desportivas’ pelas competências que desenvolvemos e que tiveram uma aplicação prática concreta durante o período de estágio, nomeadamente na gestão do stress, na gestão dos conflitos interpessoais e na gestão e organização dos eventos e das instalações do Dragon Force, conforme descritas no capítulo 3 deste relatório. A realização deste estágio proporcionou-nos exponenciar os conhecimentos na área da gestão desportiva, nomeadamente, no que respeita à aprendizagem sobre o funcionamento de uma grande estrutura desportiva ligada à prática do futebol profissional e à aquisição de experiência prática na gestão de equipas de futebol de formação. Neste sentido, o estágio permitiu conhecer, compreender e acompanhar uma estrutura desportiva como o FC Porto, realçando uma questão: a importância da coordenação de todos os departamentos, em especial dos Recursos Humanos e da Secretaria Desportiva. Estes departamentos são elementares para a realização de qualquer evento e competição desportivos. Esta foi, como referido anteriormente, uma experiência ímpar na formação mas mais importante foi a importância que esta experiência teve, e terá no nosso futuro profissional. A possibilidade de estagiar numa estrutura tão relevante como a do FC Porto eleva-nos para um patamar de experiência e conhecimento elevado. Assim, no futuro, estaremos aptos para trabalhar em qualquer estrutura desportiva já que desenvolvemos significativamente o nosso “know how”. Evoluímos de forma crescente com o decorrer do tempo no estágio profissionalizante, através do envolvimento em um número vasto de

Duarte Morais de Oliveira 75

responsabilidades. Futuramente, consideramo-nos aptos a desempenhar funções que nos exijam todas as vertentes pessoais e profissionais, essenciais ao correcto desenvolvimento do que nos for confiado, que foram consolidadas nesta experiência. Destaca-se a capacidade de gerir um sem número de intervenientes num processo de gestão que, per si, já é complexo. No que toca ao Projecto Dragon Force especificamente, a realização deste estágio permitiu-nos adquirir, desde logo, a noção de que uma escola de futebol de formação representa, para um clube, não apenas uma necessidade de formação desportiva das camadas mais jovens da sociedade, mas também revela-se como uma exigência de sustentabilidade financeira, na medida em que é uma fonte de receitas para o clube, na forma de entrada directa de capital financeiro e indirectamente na captação de novos associados e atletas profissionais. Durante a realização da prática profissional no Projecto Dragon Force aprendemos, também, todas as questões ligadas à gestão de uma equipa de competição. Ao contrário do que se pensa diariamente, não se trata apenas de jogar futebol. Todo um conjunto de burocracias e procedimentos, desde a gestão dos equipamentos, das fichas de jogo e da interligação de todos os elementos de uma equipa (treinador, jogadores e encarregados de educação) têm necessariamente de ser considerados para que tudo corra conforme esperado. Por último, todas as tarefas relacionadas com a função de apoio ao Gestor Operacional permitiram-nos perceber da dinâmica da gestão de todo o Projecto Dragon Force, nomeadamente a coordenação dos diferentes departamentos, a gestão das situações de conflito e a gestão dos espaços e técnicos especializados. Neste ponto, regista-se toda a orientação dada pelo Gestor Operacional do Projecto Dragon Force, o Dr. Ricardo Frey Ramos, que adoptou uma postura de formador contínuo. O estágio profissionalizante no Dragon Force revelou-se uma experiência formativa de alto nível, na medida em que não só desenvolvemos diversas competências na área da gestão desportiva, como adquirimos autonomia para a tomada de decisões no domínio da gestão de equipas de

Duarte Morais de Oliveira 76

futebol de competição. As tarefas que nos foram confiadas transportavam uma carga de responsabilização e comprometimento pessoal que, por não serem apenas de carácter operacional, obrigaram a uma melhoria significativa das nossas competências ao nível da liderança e relações interpessoais. Esta melhoria, fez-nos assumir posições de pulso firme na resolução de obstáculos que, resultaram em tarefas cumpridas de acordo com o solicitado e expectado pelos nossos superiores. Relevo bastante esta aquisição de competências que, contribuirá bastante para a minha performance enquanto gestor desportivo no futuro. Será primordial referir que o importante é fazermos o que gostamos e esta tem sido a máxima que nos tem orientado na vida pessoal e profissional e que, por consequência, nos direccionou à realização deste relatório. As expectativas e, a sede de consumir conhecimento e experiência, eram, no início desta “caminhada” bastante altas. No entanto, e finda esta etapa que consideramos dignificante para o nosso percurso e que nos potenciou a capacidade de evolução, elevaremos a nossa ambição para novos desafios na expectativa de nos preencherem as expectativas da mesma forma que este projecto preencheu.

Duarte Morais de Oliveira 77

Duarte Morais de Oliveira 78

5. Referências bibliográficas

Livros e artigos:

Armstrong, M (2005). Como ser Ainda Melhor Gestor. Lisboa: Actual Editora.

Bandeira, J (2010). Bíblia do FC Porto. Prime Books.

Bento, J.; Constantino, J (2007). Em defesa do Desporto. Coimbra: Almedina.

Bento, J (2004). Desporto – Discurso e Substância. Porto: Campo das Letras.

Blatter, Joseph (2010). Jornal A Bola, 04-12-2010.

Catarro, P (2008). Os Senhores do Futebol. (3ª Edição). Lisboa: A Esfera dos Livros.

Cerqueira, R.; César,L.; Teixeira, J (2009). O Século do Dragão. Porto: QUIDNOVI.

Constantino, J (2002). Um Novo Rumo para o Desporto. Lisboa: Livros Horizonte.

Duarte Morais de Oliveira 79

Constantino, J (2006). Desporto – Geometria de equívocos. Lisboa: Livros Horizonte.

Falcão, P (2010). Sílvio Lima e o Desporto. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.

Garcia, R.; Lemos, K (2005). Temas (quase éticos) do desporto. Belo Horizonte, MG: Casa da Educação Física.

Leandro, T. (2003). Modelo de Clube: da Concepção à Operacionalização. Um Estudo Caso no Futebol Clube do Porto. Monografia de Licenciatura. Porto: FCDEF-UP.

Magalhães, J. (2007). FC Porto – 100 Momentos. (1.ª Edição). Porto: QUIDNOVI.

Martins, U (2010). Revista – Notícias Sábado, 23-01-2010.

Meirim, J. M. (1999). Regime Jurídico das Sociedades Desportivas: Anotado. Coimbra: Coimbra Editora.

Noticias, D. (2000). Futebol Clube do PORTO – A história, os triunfos e as imagens de todos os tempos.

Pereira, A.; Costa, A.; Garcia, R (2006). O desporto entre lugares. Porto: Faculdade de Desporto – Universidade do Porto.

Duarte Morais de Oliveira 80

Pires, G (2005). Gestão do Desporto: Desenvolvimento Organizacional. (2ª Edição). Porto: APOGESD.

Pires, G (2007). Agôn – Gestão do Desporto. Porto: Porto Editora.

Ribeiro, Nuno (2010). Jornal Público, 30-11-2010.

Sarmento, P (2002). Desporto Universitário?. Porto: Associação de Estudantes da FCDEF-UP.

Sá, Manuel Martins de (2011). Jornal A Bola, 08-02-2011.

Sérgio, M (1991). A pergunta filosófica e o desporto. Lisboa: Compendium.

Sérgio, M (2003). Algumas teses sobre o desporto. (2ª Edição). Lisboa: Compendium.

Serpa, Sidónio (2010). “Reflexões - Ensino do Desporto”. Jornal A Bola, 22-06-2010.

Trump, D (2006). Trump – Como Enriquecer. Cruz Quebrada: Casa das Letras.

Valdano, Jorge (2009). Jornal A Bola, 21-03-2009.

Duarte Morais de Oliveira 81

Mestre, A.; Santos, A.; Ferreira, A.; Marques, A.; Leal, F.; Melo, J.; Amado, J.; Constantino, J.; Casanovas, L.; Sardinha, L.; Sérgio, M.; Pinto, M.; Silva, P.; Gomes, R.; (Vasco Pinto Magalhães, s.j.) (2003). O Desporto para além do óbvio. Lisboa: Instituto do Desporto de Portugal

Periódicos:

Jornal A Bola.

Jornal O Jogo.

Jornal de Notícias.

Jornal Público.

Jornal de Negócios.

Jornal Expresso.

Duarte Morais de Oliveira 82

Documentos electrónicos:

Associação Portuguesa de Certificação: http://www.apcer.pt/index.php?cat=33&item=6899&lang=1

Carta Europeia do Desporto: http://www.idesporto.pt/DATA/DOCS/LEGISLACAO/doc120.pdf

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários: www.cmvm.pt

Dragon Force: http://dragonforce.blogs.sapo.pt/

Estatutos da FC Porto – Futebol, SAD: http://www.fcporto.pt/IncFCP/PDF/Investor_Relations/Estatutos/Esta tutos_SAD_281009.pdf

Legislação em vigor: http://www.idesporto.pt/legislacao.aspx?id=9&idMenu=10

Relatório e Contas da FC Porto – Futebol, SAD: http://www.fcporto.pt/InvestorRelations/RelatorioContas/ir_relatorioc ontas.asp

UEFA: http://www.uefa.com/MultimediaFiles/Download/Publications/uefaorg /Publications/01/45/30/45/1453045_DOWNLOAD.pdf

Duarte Morais de Oliveira 83

Clubes:

AC Milan: http://scuolacalciomilan.wordpress.com

Boavista FC: www.boavistafc.pt

FC Porto: www.fcporto.pt

SL Benfica: www.slbenfica.pt

Sporting SC: www.sporting.pt

Duarte Morais de Oliveira 84

6. Anexos

ANEXO 1

Duarte Morais de Oliveira

ANEXO 2

Duarte Morais de Oliveira

ANEXO 3

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

ANEXO 4

Duarte Morais de Oliveira

ANEXO 5

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira

ANEXO 6

Duarte Morais de Oliveira

ANEXO 7

EQUIPAS DE COMPETIÇÃO DRAGON FORCE

~

ANÁLISE DA 1ª. FASE DO CAMPEONATO DISTRITAL

Duarte Morais de Oliveira

Equipas de Competição DRAGON FORCE

Data Prova Jornada Categoria Adversário Local Resultado Obs. 09-10-2010 CD 1 Sub 11 A Alpendorada F 0-9 V 09-10-2010 CD 1 Sub 11 B Tuías C 2-4 D 16-10-2010 CD 2 Sub 11 A Paços Ferreira C 15-0 V 16-10-2010 CD 2 Sub 11 B Lourenço Douro F 1-2 V 16-10-2010 CD 1 Sub 13 B Ancede F 1-5 V 23-10-2010 CD 2 Sub 13 A Foz F 5-7 V 23-10-2010 CD 2 Sub 13 B Calçada C 9-2 V 23-10-2010 CD 3 Sub 11 A Penafiel F 2-6 V 23-10-2010 CD 3 Sub 11 B Penafiel C 5-1 V 30-10-2010 CD 3 Sub 13 A Ringe C 5-0 V 30-10-2010 CD 3 Sub 13 B Baião F 0-6 V 30-10-2010 CD 4 Sub 11 A Freamunde C 7-0 V 30-10-2010 CD 4 Sub 11 B Freamunde F 1-11 V 06-11-2010 CD 4 Sub 13 A Col. Ermesinde F 0-5 V 06-11-2010 CD 4 Sub 13 B Paço de Sousa C 10-0 V 06-11-2010 CD 5 Sub 11 A Paredes F 0-6 V 06-11-2010 CD 5 Sub 11 B Calçada F 1-4 V 14-11-2010 CD 5 Sub 13 A E.F. Macieira C 7-1 V 13-11-2010 CD 5 Sub 13 B Trofense F 3-1 D 14-11-2010 CD 6 Sub 11 A Trofense C 19-1 V 14-11-2010 CD 6 Sub 11 B Baião C 8-2 V 20-11-2010 CD 6 Sub 13 A Perafita F 0-15 V 20-11-2010 CD 6 Sub 13 B Constance F 2-0 D 20-11-2010 CD 7 Sub 11 A Baião F 1-10 V 20-11-2010 CD 7 Sub 11 B Paredes F 0-17 V 27-11-2010 CD 7 Sub 13 A Alfenense C 12-0 V 27-11-2010 CD 7 Sub 13 B Foz C 1-1 E 27-11-2010 CD 8 Sub 11 A Amarante C 20-2 V 27-11-2010 CD 8 Sub 11 B Constance C 8-0 V 04-12-2010 CD 8 Sub 13 A AC Bougadense F 0-9 V 04-12-2010 CD 8 Sub 13 B Esc. Fut. Paulo Faria F 0-4 V 04-12-2010 CD 9 Sub 11 A ARD Macieira F 0-2 V 04-12-2010 CD 9 Sub 11 B FC Alpendorada F 0-12 V 11-12-2010 CD 9 Sub 13 A Sobrado C 35-0 V 11-12-2010 CD 9 Sub 13 B Lagares C 1-4 D 11-12-2010 CD 10 Sub 11 A S. Vicente Pinheiro C 7-0 V 11-12-2010 CD 10 Sub 11 B Amarante C 1-8 D 18-12-2010 CD 11 Sub 11 A AD Varzea F 2-6 V 18-12-2010 CD 11 Sub 11 B Ancede F 1-10 V

Duarte Morais de Oliveira

Total Época 2010-2011 (Anual)

Casa(%) Casa Fora(%) Fora Derrotas 17% 3 10% 2 Empates 6% 1 0% Vitórias 78% 14 90% 19 Total 18 21

90% 78%

17% 10% 6% 0%

Derrotas Empates Vitórias

Casa(%) Fora(%)

Duarte Morais de Oliveira

Total Época 2010-2011 (Mensal)

Outubro

Jogos 13 Derrotas 1 Empates Vitórias 12

Casa Fora Derrotas 1 Empates Vitórias 5 7 Total 6 7

Outubro 8 7 6 5

4 Casa 3 Fora 2 1 0 Derrotas Empates Vitórias Total

Duarte Morais de Oliveira

Total Época 2010-2011 (Mensal)

Novembro

Jogos 16 Derrotas 2 Empates 1 Vitórias 13

Casa Fora Derrotas 2 Empates 1 Vitórias 7 6 Total 8 8

Novembro 9 8 7 6 5 4 Casa Fora 3 2 1 0 Derrotas Empates Vitórias Total

Duarte Morais de Oliveira

Total Época 2010-2011 (Mensal)

Dezembro

Jogos 10 Derrotas 2 Empates Vitórias 8

Casa Fora Derrotas 2 Empates Vitórias 2 6 Total 4 6

Dezembro 7 6 5 4 Casa 3 Fora 2 1 0 Derrotas Empates Vitórias Total

Duarte Morais de Oliveira

Comparação entre as 4 Equipas de Competição

TOTAL Golos Média Golos Média Jogos Vitorias % Empates % Derrotas % Marcados GM/J Sofridos GS/J Sub 13 A 8 8 24% 95 12 6 1 Sub 13 B 9 5 15% 1 11% 3 33% 37 4 13 1 Sub 11 A 11 11 33% 107 10 8 1 Sub 11 B 11 9 27% 2 18% 80 7 19 2 Total 39 33 1 5 319 33 46 5

CASA Jogos Vitorias % Empates % Derrotas % Golos Marcados Golos Sofridos Sub 13 A 4 4 100% 59 1 Sub 13 B 4 2 50% 1 25% 1 25% 21 7 Sub 11 A 5 5 100% 68 3 Sub 11 B 5 3 60% 2 40% 24 15 TOTAL 18 14 1 3 172 26

FORA Jogos Vitorias % Empates % Derrotas % Golos Marcados Golos Sofridos Sub 13 A 4 4 100% 36 5 Sub 13 B 5 3 60% 2 40% 16 6 Sub 11 A 6 6 100% 39 5 Sub 11 B 6 6 100% 56 4 TOTAL 21 19 0 2 147 20

Duarte Morais de Oliveira

Comparação

Resultados Anual (%)

Vitorias (%) Sub 13 A 24% Sub 13 B 15% Sub 11 A 33% Sub 11 B 27%

Duarte Morais de Oliveira

Sub 13 A

Derrotas Empates Vitórias Jogos GM GS Outubro 2 2 12 5 Novembro 4 4 39 1 Dezembro 2 2 44 0

Sub 13 A - Resultados

Derrotas Empates Vitórias Outubro 2 Novembro 4 Dezembro 2

Sub 13 A - Resultados 5

4

3 Derrotas

2 Empates Vitórias 1

0 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 13 A

Sub 13 A - Golos

Jogos Golos Marcados Golos Sofridos Outubro 2 12 5 Novembro 4 39 1 Dezembro 2 44 0

Sub 13 A - Golos

47 46 45 44 43 42 41 40 39 38 37 36 35 34 33 32 31 30 29 Jogos 28 27 26 25 24 23 Golos 22 21 Marcados 20 19 18 17 Golos 16 15 Sofridos 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 13 A

Sub-13 A - Marcadores

Nome Golos Marcados Golos Sofridos João Sousa 6 Alberto Almeida Gonçalo Silva 1 Diogo Teixeira Vítor Araújo 9 Cláudio Leal 1 Ismael Badjo 10 Pedro Braz 3 Nuno Marcelo 17 Vasco Vidinha 8 Renato Martins 12 Ramiro Soares 18 João Sardinha 16 TOTAL 95 6

Duarte Morais de Oliveira

Sub 13 B

Derrotas Empates Vitórias Jogos GM GS Outubro 3 3 20 3 Novembro 2 1 1 4 12 6 Dezembro 1 1 2 5 4

Sub 13 B - Resultados

Derrotas Empates Vitórias Outubro 3 Novembro 2 1 1 Dezembro 1 1

Sub 13 B - Resultados 4

3

Derrotas 2 Empates Vitórias 1

0 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 13 B

Sub 13 B - Golos

Jogos Golos Marcados Golos Sofridos Outubro 3 20 3 Novembro 4 12 6 Dezembro 2 5 4

Sub 13 B - Golos

21 20 19 18 17 16 15 Jogos 14 13 12 Golos 11 Marcados 10 9 Golos Sofridos 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 13 B

Sub-13 B - Marcadores

Nome Golos Marcados Golos Sofridos Mário Couto 12 Hugo Correia 1 Miguel Ferreira 1 Márcio Carneiro André Ferreira 2 Jorge Pereira 2 Gonçalo Cunha 2 Afonso Coelho 4 Tiago Cruz 9 João Almeida 13 Felipe Alvarez Martim Monteiro 2 Martim (S 11 B) 2 TOTAL 37 13

Duarte Morais de Oliveira

Sub 11 A

Derrotas Empates Vitórias Jogos GM GS Outubro 4 4 37 2 Novembro 4 4 55 4 Dezembro 3 3 15 2

Sub 11 A - Resultados

Derrotas Empates Vitórias Outubro 4 Novembro 4 Dezembro 3

Sub 11 A - Resultados 5

4

3 Derrotas Empates 2 Vitórias

1

0 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 11 A

Sub 11 A - Golos

Jogos Golos Marcados Golos Sofridos Outubro 4 37 2 Novembro 4 55 4 Dezembro 2 15 2

Sub 11 A - Golos

58 5657 5455 5253 5051 4849 4647 4445 4243 4041 3839 Jogos 3637 3435 3233 3031 2829 Golos 2627 Marcados 2425 2223 2021 1819 Golos 1617 Sofridos 1415 1213 1011 89 67 45 23 01 Outubro NovembroDezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 11 A

Sub-11 A - Marcadores

Nome Golos Marcados Golos Sofridos Marino Pinto 4 Diogo Robi 4 Henrique Gomes 9 Guilherme Silva 6 Mário Maia Miguel Pedro 4 José Cardoso 6 Nuno Nunes 17 Dário Monteiro 9 João Pinto 10 Nuno Barbosa 24 Matheus Azevedo 22 TOTAL 107 8

Duarte Morais de Oliveira

Sub 11 B

Derrotas Empates Vitórias Jogos GM GS Outubro 1 3 4 20 7 Novembro 4 4 37 3 Dezembro 1 2 3 23 9

Sub 11 B - Resultados

Derrotas Empates Vitórias Outubro 1 0 3 Novembro 0 0 4 Dezembro 1 0 2

Sub 11 B - Resultados

5

4

3 Derrotas

Empates 2 Vitórias

1

0 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 11 B

Sub 11 B - Golos

Jogos Golos Marcados Golos Sofridos Outubro 4 20 7 Novembro 4 37 3 Dezembro 3 23 9

Sub 11 B - Golos

39 38 37 36 35 34 33 32 31 30 29 28 27 26 Jogos 25 24 23 22 21 20 19 Golos 18 Marcados 17 16 15 14 13 12 Golos 11 Sofridos 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Duarte Morais de Oliveira

Sub 11 B

Sub-11 B Marcadores

Nome Golos Marcados Golos Sofridos Nuno Pinto 9 Paulo Pimentel 10 Bruno Silva 9 Alexandre Gonçalves Gonçalo Santos 5 Miguel Martins 2 Rui Costa 4 João Mendes 4 João Sousa 1 José Ferreira 5 Martim Cardoso 30 Diogo Cunha 9 Luís Pinto 11 TOTAL 80 19

Duarte Morais de Oliveira

ANEXO 8

REQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAL DRAGON FORCE

EQUIPA OU DEPARTAMENTO: SUB 6 COMPETIÇÃO SUB 11 A SUB 7 COMPETIÇÃO SUB 11 B SUB 8 COMPETIÇÃO SUB 13 A SUB 9 COMPETIÇÃO SUB 13 B SUB 10 NUTRIÇÃO SUB 11 SE / ESPAÇO ABERTO SUB 12 PSICOLOGIA SUB 13 GABINETE DF

DATA: TIPO DE MATERIAL TAMANHO COR QUANTIDADES DESTINO

DATA: TIPO DE MATERIAL TAMANHO CORQUANTIDADES ENTREGUE POR: OCORRÊNCIAS

OBSERVAÇÕES:

REQUISITADO POR: SERVIÇO EFECTUADO POR:

DATA: CONFERIDO POR:

Duarte Morais de Oliveira

Duarte Morais de Oliveira