FORTISSIMO Nº 10 — 2015 DEZEMBRO Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais apresentam

SUMÁRIO

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Fabio Mechetti, regente ALLEGRO VIVACE Fabio Martino, piano Quinta Sexta 03/12 04/12 GUARNIERI Abertura festiva BARTÓK Concerto para piano nº 3 KHATCHATURIAN Spartacus: Suíte nº 2 PROKOFIEV Alá e Lolli: Suíte Cita, op. 20

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Fabio Mechetti, regente PRESTO VELOCE Antonio Meneses, violoncelo Quinta Sexta 10/12 11/12

MEHMARI Divertimento SHOSTAKOVICH Concerto para violoncelo nº 1 em Mi bemol maior, op. 107 MAHLER Sinfonia nº 1 em Ré maior, “Titã” 3

CAROS AMIGOS E AMIGAS,

É incrível estarmos chegando ao Uma temporada inesquecível: final da nossa primeira temporada o nascimento de uma nova Sala, na Sala Minas Gerais. Concertos a descoberta de um novo som, grandiosos e solistas renomados encontros com velhos e novos amigos, celebram este grande momento. a consolidação de nossa Orquestra em sua nova casa, o entusiástico aplauso Do jovem Fabio Martino, que volta de nosso público, a presença cada a se apresentar conosco depois de vez mais marcante da Filarmônica enorme sucesso, ao consumado na vida das pessoas e da cidade. Esses violoncelista Antonio Meneses, são alguns dos motivos que me levam amigo inseparável de nossa a agradecer profundamente àqueles Orquestra, encerramos o ano de que tornaram este sonho realidade. forma arrebatadora. Da festividade de Aos idealizadores e facilitadores, uma abertura sinfônica de Camargo aos patrocinadores e trabalhadores, Guarnieri ao som avassalador da aos que viveram intensamente cada Suíte Cita de Prokofiev. Da novidade momento desta desafiadora trajetória, presente em mais uma encomenda da que hoje revela, com resultados Filarmônica a um dos compositores palpáveis e positivos, tudo o que é mais ecléticos do Brasil, André possível, quando o ideal se sobrepõe Mehmari, à manifestação triunfal ao conforto da realidade assumida. de mais uma sinfonia de Mahler a revelar a competência e pujança de Em nome de todos os músicos da nossa Orquestra. É com a música de Orquestra Filarmônica de Minas qualidade e sua eterna presença no Gerais e dos funcionários do coração das pessoas que devolvemos Instituto Cultural Filarmônica, a todos os que nos prestigiam, e agradeço pelo carinho e apoio que confirmam nossa relevância, a nossa todos vocês demonstraram ao longo gratidão e apreço, reconhecendo a deste novo capítulo de nossa história. crescente responsabilidade que temos em mostrar o que há de melhor para Tenham todos boas férias e aqueles que do melhor procuram. esperamos contar com a presença de vocês para vivenciar mais uma Será com a sublime música de aventura musical em 2016. Beethoven e com sua mensagem humanista de harmonia e fraternidade que concluiremos FABIO MECHETTI a Temporada 2015. Diretor Artístico e Regente Titular FOTO: RAFAEL MOTTA RAFAEL FOTO: 5 FOTO: ALEXANDRE REZENDE FOTO: 6 7

regente brasileiro a ser titular de uma Vencedor do Concurso Internacional de orquestra asiática. Depois de quatorze Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, anos à frente da Orquestra Sinfônica Mechetti dirige regularmente na de Jacksonville, Estados Unidos, Escandinávia, particularmente a atualmente é seu Regente Titular Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a Emérito. Foi também Regente de Helsingborg, Suécia. Recentemente Titular da Sinfônica de Syracuse fez sua estreia na Finlândia dirigindo e da Sinfônica de Spokane. Desta a Filarmônica de Tampere e na Itália, última é, agora, Regente Emérito. dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Foi regente associado de Mstislav Filarmônica de Odense, na Dinamarca. Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela No Brasil, foi convidado a dirigir a dirigiu concertos no Kennedy Center Sinfônica Brasileira, a Estadual de e no Capitólio norte-americano. Da São Paulo, as orquestras de Porto Orquestra Sinfônica de San Diego, Alegre e Brasília e as municipais foi Regente Residente. de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia Fez sua estreia no Carnegie Hall de de Larrocha, Thomas Hampson, Nova York conduzindo a Orquestra Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Desde 2008, Fabio Mechetti é Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Diretor Artístico e Regente Titular inúmeras orquestras norte-americanas, Shaham, Midori, Evelyn Glennie, da Orquestra Filarmônica de Minas como as de Seattle, Buffalo, Utah, Kathleen Battle, entre outros. Gerais, sendo responsável pela Rochester, Phoenix, Columbus, entre implementação de um dos projetos outras. É convidado frequente dos Igualmente aclamado como mais bem-sucedidos no cenário festivais de verão nos Estados Unidos, regente de ópera, estreou nos musical brasileiro. Com seu trabalho, entre eles os de Grant Park em Chicago Estados Unidos dirigindo a Ópera Mechetti posicionou a orquestra e Chautauqua em Nova York. de Washington. No seu repertório mineira nos cenários nacional e destacam-se produções de Tosca, internacional e conquistou vários Realizou diversos concertos no México, Turandot, Carmen, Don Giovanni, prêmios. Com ela, realizou turnês Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu Così fan tutte, La Bohème, Madame pelo Uruguai e Argentina e realizou as orquestras sinfônicas de Tóquio, Butterfly, O Barbeiro de Sevilha, gravações para o selo Naxos. Sapporo e Hiroshima. Regeu também a La Traviata e Otello. Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, Natural de São Paulo, Fabio Mechetti a Orquestra da Rádio e TV Espanhola Fabio Mechetti recebeu títulos FABIO serviu recentemente como Regente em Madrid, a Filarmônica de Auckland, de mestrado em Regência e em Principal da Orquestra Filarmônica Nova Zelândia, e a Orquestra Composição pela prestigiosa da Malásia, tornando-se o primeiro Sinfônica de Quebec, Canadá. Juilliard School de Nova York.

FOTO: RAFAEL MOTTA RAFAEL FOTO: MECHETTI 8 9

FABIO MECHETTI, regente FABIO MARTINO, piano PROGRAMA

Camargo GUARNIERI ALLEGRO Abertura festiva Quinta 03/12 Béla BARTÓK Concerto para piano nº 3 VIVACE • Allegretto Sexta FABIO MARTINO • Adagio religioso 04/12 piano • Allegro vivace

– INTERVALO –

Aram KHATCHATURIAN Spartacus: Suíte nº 2 • Adagio de Spartacus e Frígia • Entrada dos mercadores – Dança da cortesã romana – Dança geral • Entrada de Spartacus – A desavença – Traição de Harmodius • Dança dos piratas

Sergei PROKOFIEV Alá e Lolli: Suíte Cita, op. 20 • A Adoração de Veles e Alá PATROCÍNIO • O Deus Inimigo e a Dança dos Espíritos das Trevas • A Noite • A Gloriosa Partida de Lolli e o Cortejo do Sol 10 ALLEGRO E VIVACE 11

lugar com um prêmio de dez mil Festival Internacional de Piano euros no concurso internacional de de Miami ou no Gilmore piano Ton und Erklärung (som e Festival, nos Estados Unidos, palavra), promovido pelo Círculo no Heidelberger Frühling, na Cultural da Economia Alemã. Rádio NDR em Hannover ou no Martino é considerado ousado e ao Gasteig em Munique, Alemanha, mesmo tempo aberto a desafios no na Sala Cecília Meireles ou na cenário pianístico internacional. Sala São Paulo, Brasil, deixaram Como uma marca registrada, o público e a crítica especializada apresenta-se sempre com uma gravata extremamente impressionados. borboleta de laço feito a mão. Em agosto de 2015, Martino solou Como próximo importante marco com a BBC Ulster Orchestra o em sua carreira está o lançamento Concerto nº 5 de Villa-Lobos com do seu primeiro CD solo com obras gravação ao vivo para a Rádio BBC. de Brahms, Schumann e as primeiras Em janeiro de 2016 interpretará audições mundiais da 3ª Sonata o Concerto nº 1 de Rachmaninoff para piano de York Höller e dos três com a Badische Staatskapelle estudos intervalares de Edino Krieger. Karlsruhe, na Alemanha, sob O compositor Höller elogia “a sua regência de Asher Fisch. expressividade, o seu poder, a sua sensibilidade, sem deixar de mencionar Após ouvi-lo, o crítico e Já aos cinco anos de idade Fabio a sua perfeita técnica ao piano...”. compositor Ronaldo Miranda Martino começou a tocar piano: disse que “a Fantasia, op. 17 de no instrumento de sua avó, uma Como solista, Fabio Martino Schumann interpretada por professora em São Paulo. Dezessete interpreta internacionalmente Fabio Martino ficará na minha anos mais tarde – após uma rigorosa concertos para piano e orquestra de memória musical: algo de que formação nas principais universidades Prokofiev, Rachmaninoff, Beethoven, não nos esquecemos. E nessas do Brasil e Alemanha –, Martino Schumann, Medtner, Mozart, memórias pianísticas estão compra seu primeiro instrumento entre outros, acompanhado por também a interpretação da Steinway. O dinheiro para tal veio do importantes orquestras nacionais Fantasia, op. 17 de Schumann com primeiro lugar no maior concurso e internacionais como Osesp, OSB, Nelson Freire, as Variações Sérias internacional de piano da América Filarmônica de Minas Gerais, de Mendelssohn com Alicia de Latina, o BNDES, com quantia Orquestra Sinfônica da Rádio da Larocha, a Partita em dó menor equivalente a 48 mil dólares. Na final, Baviera, Orquestra Filarmônica de de Bach com Martha Argerich e seus concorrentes eram um japonês Duisburg, entre tantas outras. a Sonata, op. 2, nº 3 de Beethoven FABIO e um russo com respectivos 28 e 29 com Vladimir Ashkenazy.” Para anos de idade. Um ano mais tarde, Seus concertos e recitais no Seoul o Hannover Allgemeine Zeitung,

FOTO: FRIEDRUN REINHOLD FRIEDRUN FOTO: MARTINO 2011, Martino conquista o primeiro Arts Center, Coreia do Sul, no Martino é “mágico ao piano”. 12 ALLEGRO E VIVACE 13

Camargo Guarnieri | Brasil, 1907 – 1993 INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, ABERTURA FESTIVA (1971) harpa, cordas. 6 min

Nascido em Tietê, no interior que lhe transmitiu a sabedoria e a para abrir a temporada anual da violoncelos. Na reapresentação dos dois paulista, Mozart Camargo eficiência das formas tradicionais. Orquestra Filarmônica de São primeiros temas, o B (agora no oboé) Guarnieri transferiu‑se com a Paulo. Neoclassicismo e elementos antecede o A (no clarinete e, depois, família para a capital em 1923 a fim A partir de prêmio recebido na rítmicos nacionalistas aliam-se nesta nos violinos), dando à arquitetura de estudar música. Em São Paulo Filadéfia, em 1942, o compositor obra pequena e rica em percussão. uma forma espelhada AB-C-BA. foi principalmente orientado por visitou os Estados Unidos em diversas Camargo Guarnieri emprega três A Coda é construída em crescendo Lamberto Baldi e, posteriormente, oportunidades. Tornou-se amigo de temas principais: o tema A que gradativo até o clímax conclusivo. por Mário de Andrade, que se tornou Aaron Copland (também ex-aluno de aparece na flauta, antecedido por o mentor intelectual do jovem Nadia Boulanger) e Leonard Bernstein, breve introdução orquestral. O tema Guarnieri deixou um catálogo com compositor. Camargo Guarnieri (que aos quais dedicou, respectivamente, a B é confiado ao clarinete, após um mais de setecentos títulos, que o abandonara seu primeiro nome), como Abertura concertante e a Sinfonia nº 4. momento de repouso estabelecido pelas coloca entre os mais prolíficos e consequência de prêmio recebido Participou de concursos e encontros trompas. Esses dois primeiros temas significativos compositores brasileiros. em 1938, segue para a França, onde internacionais de compositores, são bastante rítmicos e contrastam estuda com Nadia Boulanger, Charles apresentando suas obras à frente com a longa linha melódica do tema PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista, Koechlin e François Ruhlmann. de importantes orquestras, entre C, apresentado pelos trompetes e Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão elas a Sinfônica de Boston, a violinos. Elementos dos três temas são perfumado – Mário de Andrade e a arte do Na década de 1930, Camargo convite de Sergei Koussevitzky. trabalhados, com destaque para um inacabado. Apresenta o programa semanal Guarnieri, em suas composições pequeno cânone dos sopros sobre os Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência. camerísticas mais recentes, Em São Paulo, Guarnieri dirigiu o sistematiza o uso de instrumentos Coral Paulistano (criado por Mário PARA OUVIR típicos brasileiros e evita empregar de Andrade) e regeu a orquestra do CD Camargo Guarnieri – Sinfonia nº 1; nas partituras as usuais expressões Departamento de Cultura de Abertura Festiva; Sinfonia nº 4, “Brasília” italianas, indicando em vernáculo: São Paulo. Em 1976, fundou a – Orquestra Sinfônica do Estado de com alegria, bem dengoso, requebrando, Orquestra de Cordas da USP São Paulo – John Neschling, regente – Biscoito Fino – CD 1 – 2007 tristemente... Em 1938, vencedor (Universidade de São Paulo), que

do Prêmio de Aperfeiçoamento dirigiu até 1992. Foi durantes longos PARA LER Artístico, realiza estudos musicais na anos professor de Composição. Entre Flávio Silva (org.) – O tempo e a música – França, notadamente com Charles seus alunos, citam-se Oswaldo Lacerda, Funarte – 2001 Koechlin (contraponto, composição e Sérgio Vasconcelos Corrêa, Almeida PARA ASSISTIR instrumentação), François Ruhlmann Prado, Marlos Nobre, Aylton Escobar. DVD Notas soltas sobre um homem (regência) e Nadia Boulanger, só – Carlos de Moura Ribeiro mestra centralizadora do A Abertura festiva foi escrita em Mendes, diretor – Berço Esplêndido, movimento musical neoclássico, vinte dias, em janeiro de 1971, produtora – 2010 (Documentário) 14 ALLEGRO E VIVACE 15

Béla Bartók | Hungria, atual Romênia, 1881 – Estados Unidos, 1945 INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, CONCERTO PARA PIANO Nº 3 (1945) 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas. 23 min

Grande pianista, Béla Bartók atuou com o pianista György Sandor cordas. Estas iniciam a introdução inovadores e influentes do sob a direção de célebres regentes, e o maestro Eugene Ormandy. – motivo pentatônico, tratado século XX – abrange variados convidado por famosas orquestras polifonicamente. O Coral (parte A), gêneros, incluindo obras orquestrais, europeias e americanas. Fez seu Dedicado à esposa de Bartók, Ditta de grande simplicidade e serenidade música para teatro (ópera, balé e primeiro recital aos dez anos, Pásztory, o Concerto nº 3 mantém um atemporal, é enunciado pelo piano. pantomima), música vocal, coral e quando ainda estudava com sua mãe. clima basicamente cantabile, notável O episódio central (parte B) para combinações de câmara. Sua arte pela flexibilidade e transparência mantém o clima reflexivo, apesar atingiu um ponto culminante nos Dentre outros mestres, melódica. A orquestração é fluida, do virtuosismo dos arabescos seis quartetos de cordas, associados aperfeiçoou‑se com Istvan Thoman, leve. A linguagem emotiva e pianísticos. O colorido orquestral em linha direta aos quartetos da aluno de Liszt. Durante três misteriosa tem algo de mágico, quase se enriquece pelos trinados nas última fase de Beethoven e que fazem décadas, Bartók lecionou piano místico. O piano não é tratado de cordas e pelas breves interferências de Bartók o expoente moderno no Conservatório de Budapeste, maneira percussiva, como na técnica dos metais. O retorno do Coral dessa modalidade camerística. consolidando a fama de excelente predominantemente contrapontística (parte A) faz-se apenas nas pedagogo. Dedicou a seu instrumento do Primeiro Concerto; nem com madeiras, em torno das quais o Aos dezoito anos, Bartók começou predileto obras didáticas de inegável a verve rítmica do Segundo. piano tece delicadas figurações. a pesquisar metodicamente as valor artístico e um repertório manifestações musicais populares de fundamental para a música moderna. No Allegretto inicial, em forma Na transição para o Allegro vivace seu país. Até o começo do século XX, sonata, os violinos e as violas final, após introdução de caráter a música húngara confundia‑se Dos três concertos que escreveu preparam a entrada do piano, que húngaro, os tímpanos preparam a com a música dos ciganos daquela para piano, Bartók estreou os dois expõe o cantante primeiro tema, entrada de um fugato iniciado pelo região, como nos exemplos célebres primeiros. O êxito do Segundo acentuadamente magiar. O segundo piano. O movimento tem forma de das Rapsódias de Liszt e nas Concerto, no início de 1933, tema, com caráter scherzando, liga-se rondó, com os trechos melódicos Danças húngaras de Brahms. A marcou a última apresentação ao precedente por uma passagem das alternando-se com danças de redescoberta do folclore magiar foi pública do compositor na madeiras. O curto desenvolvimento ritmos sincopados. Esses elementos obra de Bartók e de seu amigo, o Alemanha. O Concerto nº 3, utiliza, sobretudo, elementos do constituintes apresentam‑se compositor Zoltán Kodály. Bartók escrito no exílio americano, primeiro tema. O refinamento entrecortados de fugati. No final, o estendeu suas pesquisas por países simultaneamente ao Concerto para extraordinário da partitura culmina tema do rondó aparece nos violinos como Eslováquia, Romênia, Arábia, viola, foi sua obra derradeira – os na sutileza dos compassos finais, e uma figuração virtuosística Sérvia, Croácia, Anatólia e Bulgária, quatorze compassos finais foram destinados à flauta e ao piano. do piano colore a conclusão. chegando ao norte da África e à orquestrados por Tibor Serly, seu Turquia. Seu método implicava uma discípulo, seguindo instruções O Adagio religioso central tem Além da obra pianística, a produção ética – o respeito absoluto pelas do próprio compositor. A estreia forma ternária (A-B-A), com os de Béla Bartók – incontestavelmente diferentes etnias e a superioridade (póstuma) ocorreu em 1946, diferentes períodos ligados pelas um dos compositores mais originais, do humanismo sobre o nacionalismo. 16 ALLEGRO E VIVACE 17

Guiado por um espírito científico, do pianismo de Liszt e, sobretudo (como o compositor recolheu, classificou declarou, em entrevista ao maestro e analisou milhares de canções, Serge Moreux), da influência de em busca de procedimentos três grandes compositores: Debussy, musicais comuns a diversas Beethoven e Bach. Ao recuperar e culturas camponesas. Assimilou a incorporar elementos primitivistas surpreendente riqueza rítmica do à melhor tradição erudita ocidental, folclore e libertou-se da hegemonia Bartók contribuiu decisivamente do sistema tonal (pelo uso sistemático para a renovação da linguagem de modos e escalas seculares). musical contemporânea. Renunciando aos efeitos fáceis de exotismo superficial, Béla Bartók se serviu do folclore não apenas num sentido ornamental. Paralelamente PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista, às pesquisas de etnomusicologia, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão ele elaborou uma síntese original de perfumado – Mário de Andrade e a arte do certos aspectos do cânone musical inacabado. Apresenta o programa semanal ocidental. Reconhecia-se tributário Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

PARA OUVIR CD Bartók – Piano Concertos – Berlin Radio Symphony Orchestra – Ferenc Fricsay, regente – Géza Anda, piano – Deutsche Grammophon, Alemanha – 1995

PARA ASSISTIR Orquestra Toho Gakuen – Yuri Bashmet, regente – Martha Argerich, piano Acesse: fil.mg/bpiano3

PARA LER Pierre Citron – Bartók – Éditions du Seuil – Solfèges – 1963

François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 FOTO: RAFAEL MOTTA RAFAEL FOTO: 18 ALLEGRO E VIVACE 19

Aram Khatchaturian | Império Russo, atual Geórgia, 1903 – Rússia, 1978 INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, SPARTACUS: SUÍTE Nº 2 (1955) piano, cordas. 20 min

Ícone da escola soviética de com Zhdanov (o comissário No balé, o rei trácio Spartacus e sua para Frígia. O balé termina num composição, com Prokofiev e cultural do regime) e, em 1948, foi esposa são feitos prisioneiros pelo desesperado lamento de luto. Shostakovich, Khatchaturian é o mais afastado do sindicato, para o qual cônsul romano Crasso. Spartacus é importante compositor armênio – retornaria como secretário em 1957. vendido como gladiador, e Frígia, A segunda suíte divide-se em embora tenha nascido em , sua esposa, mandada para o harém quatro seções: o famoso adágio de capital da Geórgia. Responsável Em 22 de fevereiro de 1954, após de Crasso. Spartacus rebela-se Spartacus e Frígia; a entrada dos pela internacionalização da música três anos e meio de trabalho, após ter sido obrigado a matar mercadores, seguida da dança de de seu país, seu estilo articula a Khatchaturian assina a última página um de seus amigos e lidera a mais uma cortesã romana e de uma dança tradição dramática romântica e do manuscrito de seu balé Spartacus. famosa revolta de escravos da Roma coletiva; a entrada de Spartacus, os elementos do chamado novo Em 1955, rearranja o balé em quatro Antiga. Com sua armada de quase seguida de uma briga e da traição de folclorismo. Khatchaturian suítes. Além das suítes, o material quarenta mil rebeldes, resgata sua Harmodius; e a dança dos piratas. mudou‑se para Moscou para estudar musical de Spartacus foi retrabalhado esposa e foge. Conflitos internos, no biologia em 1922. Seus estudos de em três rapsódias concertantes e entanto, enfraquecem sua armada IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela composição seguiram paralelamente. sete marchas para banda sinfônica. e, assim, Spartacus é descoberto UFMG, doutorando de Francês no King’s College Ingressou no Conservatório de Na montagem de Leonid Jakobson, por Crasso. Morto, seu corpo é London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Moscou em 1929 e associou-se ao a obra é estreada em 1956, em encontrado por aliados que o levam Nouvelle Paris 3. sindicato dos compositores em Leningrado. Igor Moiseev coreografa 1932. Durante a Segunda Guerra o balé para o Teatro Bolshoi em 1958, Mundial, tornou-se um dos mais mas é apenas a versão revista de 1968, influentes compositores soviéticos, na montagem de Yury Grigorovich tanto pelo caráter de sua produção, para a mesma companhia, que que se adequava perfeitamente aos consagraria Spartacus como um preceitos do regime, quanto por sua dos carros-chefes do balé russo. rede de contatos, que se estendia PARA OUVIR CD Khachaturian – Spartacus, Ballet Suites para além das fronteiras da URSS. A ideia para a peça veio do crítico 1-3 – Scottish National Orchestra – Neemi Jarvi, Khatchaturian era próximo de e libretista Nikolai Volkov e regente – Chandos B000000AM8 – 1999 Rostropovich, Rubinstein, Stravinsky, foi recebida com ceticismo por Nádia Boulanger, Messiaen, Sibelius, Khatchaturian, embora este já PARA ASSISTIR Hemingway, Chaplin, Karajan, entre considerasse a possibilidade de Filarmônica de Berlim – Ion Marin, regente Acesse: fil.mg/kspartacus2 outros. Nesse período foi premiado compor algo inspirado no lendário

pelo Estado por sua Segunda Sinfonia escravo romano. Para a redação de PARA LER e pelo balé Gayane. Após a guerra, seu argumento, Volkov apropria-se Donald Jay Grout e Claude Palisca – História Khatchaturian caiu em desgraça livremente de referências clássicas. da Música Ocidental – Gradiva – 2011 20 ALLEGRO E VIVACE 21

Sergei Prokofiev | Império Russo, atual Ucrânia, 1891 – Rússia, 1953 INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 3 flautas, 3 oboés, corne inglês, requinta, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 8 trompas, 5 trompetes, 4 trombones, tuba, tímpanos, ALÁ E LOLLI: SUÍTE CITA, OP. 20 (1914/1915) percussão, 2 harpas, celesta, piano, cordas. 20 min

Sergei Prokofiev nasceu numa seu Segundo Concerto para Piano, decidiu transformar o material em lento A Noite evoca os infortúnios abastada família de agricultores no op. 16. Acreditando ter conhecido uma suíte de quatro movimentos de Ala que, cativa do Deus Inimigo, interior da atual Ucrânia. O contato o novo Stravinsky, Diaghilev formalmente convencionais. é ajudada e consolada pelas filhas com línguas estrangeiras e artes encomendou‑lhe a composição de um O primeiro movimento – A Adoração da lua. O rondó final – A Gloriosa e as constantes visitas à Ópera de balé e sugeriu‑lhe que procurasse o de Veles e Ala – é um allegro com Partida de Lolli e o Cortejo do Moscou revelaram ainda muito cedo poeta simbolista Sergei Gorodetsky dois temas que, através da exploração Sol – apresenta o herói cita Lolli. o talento daquele que se tornaria uma para que este lhe providenciasse de frenéticos ostinati, sugere o ritual Apaixonado por Ala, Lolli enfrenta o das principais referências musicais um libreto. Gorodestsky era, à cita de invocação do deus Veles, o Deus Inimigo numa batalha desigual, na Rússia pós-revolução. Aos onze época, o principal promotor do deus Sol. Na forma de um scherzo e mas, ajudado pelo Deus Sol, derrota anos, Prokofiev já trabalhava na retorno ao paganismo russo entre trio, o movimento O Deus Inimigo seu oponente ao nascer do dia. composição de sua segunda ópera, os compositores de vanguarda. Seu e a Dança dos Espíritos das Trevas da qual apenas algumas páginas são livro de poemas Yar, publicado em retrata o momento em que os citas, conhecidas. Iniciou seus estudos 1906, servira de inspiração tanto realizando seus sacrifícios para Ala, IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela formais de composição com para a ópera A Donzela da Neve, de filha de Veles, são cercados pelo Deus UFMG, doutorando de Francês no King’s College Reinhold Glière em 1902 e, no Rimsky‑Korsakov, quanto para o Inimigo acompanhado de seus sete London e colaborador do ARIAS/Sorbonne ano seguinte, foi apresentado a balé A Sagração da Primavera. Entre espíritos da noite. O movimento Nouvelle Paris 3. Glazunov, que convenceu seus pais 1914 e 1915, Prokofiev e Gorodetsky a mandá-lo para o Conservatório trabalharam na história de Ala e de São Petersburgo. Entre os anos Lolli. Trata-se de uma história do de 1904 e 1914, Prokofiev estudou antigo povo cita, popularmente composição, piano e regência associado, na Rússia da época,

nessa instituição. Ao final, como à selvageria e à violência. É essa PARA OUVIR presente de formatura, ganhou de associação que Prokofiev explora CD Prokofiev – Alexander Nevsky; Scythian Suite; sua mãe uma viagem para Londres. musicalmente em seu balé através Lieutenant Kijé – London Symphony Orchestra; Chicago Symphony Orchestra – Claudio Abbado, da acumulação de dissonâncias, regente – Decca (UMO) B001N241C2 – 1995 Na Inglaterra, Prokofiev descobriu do uso insistente de ostinato e do

Daphnis et Chloé de Maurice recurso a longas passagens em PARA ASSISTIR Ravel e teve a oportunidade de fortíssimo, intensificadas pela Orquestra Filarmônica de Roterdã – assistir aos balés O Pássaro de grandiosidade da orquestração. Valery Gergiev, regente Acesse: fil.mg/ palaelollicita Fogo, Petrushka e A Sagração da

Primavera, de Igor Stravinsky. Foi Antes mesmo do término da PARA LER apresentado a Sergei Diaghilev composição, Diaghilev abandonou Richard Taruskin – On Russian Music – por um amigo e pôde mostrar-lhe o projeto, e o descontente Prokofiev University of California Press – 2008 22 23 FOTO: ALEXANDRE REZENDE FOTO: A vocês, nosso MUITO OBRIGADO.

Na página da história musical de 2015, ano de abertura da Sala Minas Gerais, certamente há um espaço especial dedicado ao nosso público, patrocinadores, divulgadores, apoiadores e governos. Todos comprometidos com a vivência da arte numa ação conjunta de pessoas que vivem e fazem a história. 24 25

FABIO MECHETTI, regente ANTONIO MENESES, violoncelo PROGRAMA

ESTREIA MUNDIAL André MEHMARI Obra encomendada PRESTO pela Filarmônica Divertimento Quinta 10/12 Concerto para violoncelo nº 1 em Mi bemol VELOCE maior, op. 107 Sexta • Allegretto 11/12 ANTONIO • Moderato MENESES • Cadenza violoncelo • Allegro con moto

– INTERVALO –

Gustav MAHLER Sinfonia nº 1 em Ré maior, “Titã” • Lagsam, schleppend (Lentamente, arrastando-se) • Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell (Possante, agitado) • Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen (Solene e compassado, sem se arrastar) • Stürmisch bewegt (Tempestuoso, comovido) 26 PRESTO E VELOCE 27

do mundo, como a Filarmônica e Carmina. Desde outubro de 1998 de Berlim, Sinfônica de Londres, é membro do Beaux-Arts Trio.

FOTO: STUDIO FOTOGRAFICO GIELLE FOTOGRAFICO STUDIO FOTO: Sinfônica da BBC, a Orquestra do Concertgebouw de Amesterdã, Realizou duas gravações para a Sinfônica de Viena, a Filarmônica Deutsche Grammophon com tcheca, a Filarmônica de Moscou, Herbert von Karajan e a Orquestra Filarmônica de São Petersburgo, Filarmônica de Berlim – Don Quixote Filarmônica de Israel, a Orchestre de e o Concerto Duplo de la Suisse Romande, a Orquestra para Violino e Violoncelo de Brahms, da Rádio da Baviera, Filarmônica com a violinista Anne‑Sophie Mutter. de Nova York, National Symphony Gravou também obras de Eugene Orchestra e a Sinfônica NHK de D’Albert e David Popper com a Tóquio. Com a Filarmônica de Orquestra Sinfónica de Basileia; os Minas Gerais, Antonio Meneses três concertos para violoncelo de apresentou‑se em quatro temporadas. Carl Philip Emanuel Bach, com a O artista colaborou com os maestros Orquestra de Câmara de Munique Herbert von Karajan, Riccardo Muti, (Pan Classics); as seis suítes para Mariss Jansons, Claudio Abbado, violoncelo solo de J. S. Bach (Nippon André Previn, Andrew Davis, Phonogram e AVIE); o Trio com Antonio Meneses nasceu em 1957 Semion Bychkov, Herbert Blomstedt, Piano de Tchaikovsky (EMI-Angel). em Recife, no seio de uma família Gerd Albrecht, Yuri Temirkanov, De Villa-Lobos gravou os Concertos de músicos – seu pai era Primeira Kurt Sanderling, Neeme Järvi, e a Fantasia para Violoncelo e Trompa da Ópera do Rio de Janeiro. Mstislav Rostropovich, Vladimir Orquestra (Auvidis), além da obra Começou a estudar violoncelo aos Spivakov e Riccardo Chailly. completa para violoncelo e piano, dez anos. Aos dezesseis conheceu o com Cristina Ortiz (Pan Classics). famoso violoncelista italiano Antonio Antonio Meneses é convidado Sua mais recente gravação contém Janigro, que o convidou a frequentar frequente do Festival Pablo obras de Schumann e Schubert com suas aulas em Düsseldorf e, mais Casals, Porto Rico; dos festivais Gérard Wyss ao piano (AVIE). tarde, em Stuttgart. Em 1977, ganhou de Salzburgo, Lucerna, Viena, o 1º Prêmio no ARD Concurso Berlim; Festival de Primavera, Antonio Meneses orienta cursos Internacional de Munique e, em 1982, Praga; Mostly Mozart, Nova York; de aperfeiçoamento na Europa, o 1º Prêmio e Medalha de Ouro no festivais La Grange de Meslay nas Américas e no Japão e é Concurso Tchaikovsky, em Moscou. e Colmar, França. Apresenta‑se professor no Conservatório ANTONIO regularmente em recitais de música de Berna, Suíça. O artista toca Apresenta-se regularmente com de câmara e colaborou com os um violoncelo de Alessandro MENESES as mais importantes orquestras quartetos Emerson, Vermeer, Amati Gagliano feito em Nápoles, 1730. 28 PRESTO E VELOCE 29

André Mehmari | Brasil, 1977 INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas. DIVERTIMENTO (2015) 17 min

A versatilidade musical e amplitude encomendadas pelas maiores e Contraponto, Ponte e Ponteio, jocosas e divertidas se intercalam estética de André Mehmari são orquestras brasileiras, como momentos escrita para a Orquestra Petrobrás conduzindo a uma seção central atestadas por sua diversificada de um único projeto. Sua obra foge Sinfônica em 2010. O título da mais lírica. Desta, segue-se uma produção. Atuou junto aos grupos às classificações convencionais, pois obra sugere tanto a graça e leveza longa sequência de episódios que Orquestra Jazz Sinfônica do Estado aproxima jazz, improvisação e música de uma escrita que brinca com elaboram e reelaboram os variados de São Paulo, Big Band do Festival de popular brasileira da música de métricas irregulares e assimetrias temas da obra, culminando em Campos do Jordão e Banda Sinfônica concerto de tradição europeia. Assim, harmônicas e melódicas, quanto um final festivo.Divertimento é a do Estado de São Paulo. Com Célio define-se simplesmente como “um a diversidade do discurso musical celebração de uma música que, apesar Barros e Sérgio Reze, lançou um criador brasileiro contemporâneo” de Mehmari, caracteristicamente de compromissos técnicos, não se trabalho baseado em improvisação que busca responder às “inquietudes poliestilístico. Trata-se de uma dobra às regras e, por isso, ela mesma total e com Ná Ozetti, Hamilton de seu tempo e do seu lugar”. obra episódica, na qual seções se se diverte; é o prazer da música. de Holanda e Gabriele Mirabassi sucedem por transformação. Embora desenvolveu projetos premiados. Seu ouvido musical fora despertado apresente uma forma fluida e livre, IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela Prolífico, sua discografia conta com em casa, onde, durante toda a a obra é pontuada por um tema UFMG, doutorando de Francês no King’s College mais de uma dezena de álbuns e infância, pôde ouvir o mais variado excentricamente cerimonioso, algo London e colaborador do ARIAS/Sorbonne entre suas premiações estão o Prêmio repertório musical executado pela entre dança e marcha. Passagens Nouvelle Paris 3. Nascente (USP/Editora Abril), o mãe ao piano da sala. E, embora prêmio do Concurso Nacional de incontáveis influências musicais Composição Camargo Guarnieri e sejam percebidas em seu trabalho, o Prêmio Carlos Gomes. Pianista e tem em Igor Stravinsky uma de multi-instrumentista, compositor suas mais completas referências e arranjador, Mehmari combina composicionais. Admira no as qualidades de uma educação compositor russo a capacidade de formal – é Bacharel em Piano transformação ao longo da carreira PARA OUVIR CD Lachrimae – CAVI Records – 2003 pela Universidade de São Paulo e o trânsito destemido por entre

(USP) sob orientação de Amílcar diferentes “territórios estéticos”, sem CD Piano e Voz – André Mehmari & Zani – e informal – é arranjador prejuízo de sua “essência musical”. Ná Ozetti – MCD – 2005 e compositor autodidata. Divertimento integra-se livremente CD ... De Árvores e Valsas – Tratore – B001GM5XM6 – 2008 Mehmari entende toda sua produção, ao conjunto de suas outras obras

das participações em bandas de para grande orquestra: Suíte PARA VISITAR baile no interior de São Paulo, ainda de Danças Reais e Imaginárias, andremehmari.com.br quando criança, às composições encomendada pela Osesp em 2005, 30 PRESTO E VELOCE 31

Dmitri Shostakovich | Rússia, 1906 – 1975 INSTRUMENTAÇÃO piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, trompa, tímpanos, celesta, cordas. CONCERTO PARA VIOLONCELO Nº 1 EM MI BEMOL MAIOR, OP. 107 (1959) 28 min

Shostakovich dedicou os dois (São Petersburgo), com Rostropovich são organizados em duas partes. que faz uma bela ponte entre a leveza concertos que escreveu para ao violoncelo e a Orquestra A primeira parte contém o do segundo movimento e a agitação violoncelo ao seu ex-aluno do Filarmônica de Leningrado, sob a primeiro movimento e, a segunda, do último. O quarto movimento Conservatório de Moscou, o direção de . os movimentos restantes, que são (Allegro con moto) é o mais brilhante promissor Mstislav Rostropovich. O sucesso estrondoso fez com que a executados sem intervalo. O primeiro de todos e, como habitualmente na Aos dezoito anos, Rostropovich obra tivesse sua estreia em Moscou movimento (Allegretto) é vigoroso música russa, desde Tchaikovsky, havia chamado atenção do público apenas cinco dias depois, com a e o mais dramático dos quatro. busca sintetizar o material musical soviético ao ganhar a medalha de Orquestra Filarmônica de Moscou e O segundo (Moderato), doce e calmo, dos movimentos anteriores. ouro no primeiro concurso da Rostropovich ao violoncelo, regência possui, em seus últimos minutos, União Soviética para jovens músicos. de Aleksandr Gauk. Já em menos um diálogo de rara beleza entre GUILHERME NASCIMENTO Compositor, Doutor em Sergei Prokofiev dedicara-lhe duas de um mês Rostropovich dava a a celesta e o violoncelo tocando Música pela Unicamp, professor na Escola de obras: a Sonata para Violoncelo (op. 119), primeira apresentação internacional harmônicos. O terceiro movimento Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos em 1949, quando o violoncelista tinha do Concerto para violoncelo nº 1, na (Cadenza) é a cadência do solista, floridos não voam e Música menor. apenas vinte e dois anos de idade; Filadélfia, com a Orquestra Sinfônica e a Sinfonia‑Concerto (op. 125), em da Filadélfia, sob a regência de 1951. Quando Shostakovich compôs Eugene Ormandy. O que poucos seu Concerto para violoncelo nº 1, sabem é que Shostakovich esteve Rostropovich estava com trinta e dois presente a esse concerto. Entre 22 de anos de idade e pronto para iniciar outubro e 21 de novembro de 1959, PARA OUVIR CD Shostakovich – Concerto for Cello in uma brilhante carreira internacional. Shostakovich foi um dos membros E flat (primeira gravação mundial, 1960); A composição teve início em junho da delegação soviética que viajou Symphony no. 1 in F major – The Philadelphia de 1959, e em 20 de julho a partitura aos Estados Unidos como parte de Orchestra – Eugene Ormandy, regente – Mstislav completa já estava pronta. A redução um intercâmbio cultural promovido Rostropovich, violoncelo – Sony Classical para piano e violoncelo se fez em pelo governo norte‑americano. Lá ele B000G7PNL8 – Great Performances – 2006 uma semana e, na noite de 2 de não apenas assistiu a apresentações PARA ASSISTIR agosto, Rostropovich recebeu em de suas obras como firmou as Orquestra Sinfônica de Londres – Sir Charles casa a sua cópia. Em quatro dias bases para a primeira gravação do Groves, regente – Mstislav Rostropovich, aprendeu toda a obra de cor e correu, seu Concerto para violoncelo nº 1 violoncelo | Acesse: fil.mg/svioloncelo1 acompanhado do pianista Alexander com o mesmo time de intérpretes, PARA LER Dedyukhin, para a casa de campo de lançada no ano seguinte. Pauline Fairclough e David Fanning (eds.) – Shostakovich, a fim de tocar-lhe a The Cambridge companion to Shostakovich música. O Concerto foi estreado em O Concerto tem uma estrutura – Cambridge University Press – 2008 4 de outubro de 1959, em Leningrado incomum. Seus quatro movimentos 32 PRESTO E VELOCE 33

Gustav Mahler | Boêmia, atual República Tcheca, 1860 – Áustria, 1911 INSTRUMENTAÇÃO 3 piccolos, 4 flautas, 4 oboés, corne inglês, requinta, 4 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 7 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, SINFONIA Nº 1 EM RÉ MAIOR, “TITÔ (1885/1888) 2 tímpanos, percussão, harpa, cordas. 53 min

Mário Quintana, em trecho citado de variação, Mahler faz renovar a mais graves da orquestra, a começar Mahler estabelece um roteiro na orelha da terceira edição de sua melodia sem que ela perca de todo por um solo de contrabaixo. literário que, embora possa ter sido Nova Antologia Poética (Ed. Globo, sua identidade. Em seus processos Percebe-se, com isso, certo trabalho determinante para a elaboração 1985), refere-se a si e à sua poesia, de desenvolvimento melódico, irônico que, por sua própria da obra, não é fundamental para a com a lucidez que lhe é habitual, por sua vez, há uma frequente natureza traduz, ele mesmo, aquela sua compreensão, no contexto da nos seguintes termos: “na música desconstrução e dissolução da angústia a que se referia Quintana. linguagem mahleriana. Não deixa de Mahler, como na minha poesia, melodia, em lugar de sua ampliação Se esse aspecto de sua linguagem de ser interessante, porém, conhecer há uma inquietação terrível, aqueles ou reelaboração, procedimento pode ter sido determinado por sua as referências literárias que o motivos que nunca chegam... Que que já faz antever aquilo que biografia ou por sua personalidade, compositor atribuiu originalmente nunca chegam a uma solução... Mas seria levado a graus exponenciais são especulações de outra ordem. aos seus movimentos: os dois pelo menos acho que expressamos pela Segunda Escola de Viena. No entanto, são raros os casos movimentos iniciais corresponderiam nossa angústia... Ele na sua música, em que, na história da música simbolicamente a “dias da juventude eu na minha poesia”. É raro ver Isso possa talvez explicar um pouco ocidental, observa-se tamanha – flores, frutos e espinhos”, o tamanha agudeza de percepção: da sensação de falta de lugar que aderência entre uma e outra. primeiro deles tendo sido batizado de fato, embora toda grande acomete o ouvinte, para citar apenas de “Primavera sem Fim”. Aos dois generalização seja sempre um risco, um exemplo, diante do terceiro A Sinfonia nº 1 em Ré maior foi movimentos seguintes, Mahler pode-se dizer que tudo em Mahler é movimento da Sinfonia nº 1: a concluída em 1888, tendo sido denominou “Comédia Humana”, polvilhado, em maior ou menor grau, sucessão de fragmentos de temas estreada em Praga, no ano seguinte, o primeiro deles intitulado de uma angústia insolúvel: mesmo tradicionais judaicos elabora uma como um poema sinfônico. Em 1893, “Uma marcha fúnebre à maneira de em suas citações de temas folclóricos, espécie de mosaico temático, pleno o compositor a rebatizou “Titã, Callot” (gravurista do século XVIII) não raro festivos, depreende-se de contrastes, que posiciona o um Poema Sinfônico em Forma de e o último, simbolizando a essa sensação de inquietude a que ouvinte numa espécie de atitude Sinfonia”. O título se deve a uma trajetória do herói de Richter, que se refere Quintana – certo grau de de assombro, ante uma aparente personagem romântica do poeta vai “do Inferno ao Paraíso”. Essas absurdo (no sentido poético do termo) incompletude que parece nunca Jean-Paul Richter. O herói de Richter, referências literárias, porém, foram que gera dilaceramentos melódicos. se solucionar. Além disso, essas diferentemente de seus homônimos suprimidas na versão final, de 1906. evocações de temas festivos são clássicos, ocupa-se, no poema, de Quintana, sem saber, toca num colocadas, nesta obra, na sequência diálogos com a natureza e com suas No conjunto das sinfonias de Mahler, dos aspectos mais autênticos da do trabalho inusitado com outro aventuras não realizadas. Reelaborada distinguem-se tradicionalmente linguagem mahleriana: em seu tema folclórico da tradição e revista diversas vezes, essa obra dois grupos: o das quatro primeiras tratamento temático, Mahler evita ocidental (a que os franceses só em 1906 tomou sua forma e o das sinfonias restantes. Àquele, quase totalmente a repetição ou intitulam Frère Jacques): esse tema definitiva, na qual Mahler suprimiu costuma-se também denominar reexposição literal. Assim, fazendo é transformado em uma marcha um movimento inteiro. Seguindo “Sinfonias Wunderhorn”, por uso de processos muito refinados fúnebre e exposto pelos timbres a tradição do poema sinfônico, fazerem direta ou indiretamente 34 PRESTO E VELOCE 35

NESTE NATAL, PROPORCIONE MAIS DE UMA NOITE FELIZ. referência a Des Knaben Wunderhorn, Mahler construiu sua linguagem compilação de poemas e canções dividido entre o século XIX e populares alemães feita por Achim o século XX. Daí, talvez, outro Von Arnim e Clemens Brentano. elemento que explique a sensação De fato, Theodor Adorno chamou a de angústia gerada por sua música, atenção para a “dimensão novelesca” em que, nas palavras do musicólogo dessas sinfonias. Ademais, na Roland de Candé, “as fanfarras primeira delas, Mahler faz citações e as marchas evocam a morte; as completas ou fragmentárias de outra valsas e os ländler, a loucura”. obra sua, composta entre 1883 e 1885: Lieder eines fahrenden Gesellen (Canções de um Andarilho). Das quatro canções que compõem esse ciclo, a segunda oferece o tema MOACYR LATERZA FILHO Pianista e cravista, principal do primeiro movimento Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, da Sinfonia, além de outras citações professor da Universidade do Estado de Minas esparsas no todo da obra. Gerais e da Fundação de Educação Artística.

PARA OUVIR CD Mahler – The complete Symphonies – New York Philharmonic Orchestra – Leonard Bernstein, regente – Sony Classical – 2012

PARA ASSISTIR Orquestra do Festival de Lucerna – Claudio Abbado, regente | Acesse: fil.mg/mtita Dê de presente a temporada completa da PARA LER Michael Kennedy – Mahler – Zahar Editor – 1988 Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. 36 37

ACOMPANHE A FILARMÔNICA PRÓXIMOS Aqui estão todas as apresentações da Filarmônica no mês corrente, a partir do segundo concerto das séries de quinta e sexta, depois que o Fortissimo EM OUTRAS SÉRIES DE CONCERTO CONCERTOS começa a circular. Havendo espaço, divulgaremos também os concertos do mês seguinte. Para programação completa, visite www.filarmonica.art.br.

CONCERTOS PARA A JUVENTUDE LABORATÓRIO DE REGÊNCIA Dezembro Realizados em manhãs de domingo, Atividade pioneira no Brasil, este são concertos dedicados aos jovens laboratório é uma oportunidade DIAS 10 E 11, PRESTO 12, VELOCE 12 e às famílias, buscando ampliar para que jovens regentes brasileiros quinta e sexta, 20h30, Sala Minas Gerais e formar público para a música possam praticar com uma orquestra Fabio Mechetti, regente clássica. As apresentações têm profissional. A cada ano, quinze Antonio Meneses, violoncelo ingressos a preços populares. maestros, quatro efetivos e onze MEHMARI / SHOSTAKOVICH / MAHLER ouvintes, têm aulas técnicas, teóricas e CLÁSSICOS NA PRAÇA ensaios com o regente Fabio Mechetti. DIA 14, CONCERTO DE CÂMARA Realizados em praças da Região O concerto final é aberto ao público. QUINTETO DE METAIS Metropolitana de Belo Horizonte, os segunda, 17h, Aeroporto de Confins concertos proporcionam momentos TURNÊS NACIONAIS E INTERNACIONAIS MICHEL / GABRIELI / RIMSKY-KORSAKOV / de descontração e entretenimento, Com essas turnês, a Orquestra DEBUSSY / DVORÁK / KREISLER / BERNSTEIN buscando democratizar o acesso da Filarmônica de Minas Gerais PREPARE-SE PARA A população em geral à música clássica. busca colocar o estado de Minas DIA 19, FORA DE SÉRIE 9 TEMPORADA 2016 dentro do circuito nacional e sábado, 18h, Sala Minas Gerais CONCERTOS DIDÁTICOS internacional da música clássica. Fabio Mechetti, regente Fevereiro Concertos destinados a grupos de Pablo Rossi, piano crianças e jovens da rede escolar TURNÊS ESTADUAIS Mariana Ortiz, soprano DIAS 18 E 19, ALLEGRO 1, VIVACE 1 e a instituições sociais, mediante As turnês estaduais levam a música de Melina Peixoto, soprano quinta e sexta, 20h30, Sala Minas Gerais inscrição prévia. Seu formato busca concerto a diferentes cidades e regiões de Denise de Freitas, mezzo-soprano Fabio Mechetti, regente apoiar o público em seus primeiros Minas Gerais, possibilitando que o público Fernando Portari, tenor Celina Szrvinsk, piano passos na música clássica. do interior do Estado tenha contato direto Márcio Bocca, tenor Miguel Rosselini, piano com música sinfônica de excelência. Stephen Bronk, baixo barítono VILLA-LOBOS / RACHMANINOFF FESTIVAL TINTA FRESCA Coral Lírico de Minas Gerais Com o objetivo de fomentar a criação CONCERTOS DE CÂMARA BEETHOVEN DIAS 25 E 26, PRESTO 1, VELOCE 1 musical entre compositores brasileiros e Realizados para estimular músicos quinta e sexta, 20h30, Sala Minas Gerais gerar oportunidade para que suas obras e público na apreciação da música DIA 20, FORA DE SÉRIE Marcos Arakaki, regente sejam apresentadas em concerto, este erudita para pequenos grupos. A APRESENTAÇÃO EXTRA Luíz Filíp, violino Festival é sempre uma aventura musical Filarmônica conta com grupos de domingo, 17h, Sala Minas Gerais HINDEMITH / BARTÓK / WEBER / SHOSTAKOVICH inédita. Como prêmio, o vencedor recebe Metais, Cordas, Sopros e Percussão. a encomenda de outra obra sinfônica a ser estreada pela Filarmônica no ano seguinte, realimentando o ciclo da produção musical nos dias de hoje. 38 39

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Orquestra Fernando Damata Pimentel Angelo Oswaldo de Araújo Santos VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE Filarmônica de MINAS GERAIS DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR MINAS GERAIS Antônio Andrade Bernardo Mata Machado Minas Gerais Fabio Mechetti

REGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki Instituto Cultural Filarmônica (OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

PRIMEIROS VIOLINOS VIOLONCELOS TROMPAS GERENTE Conselho DIRETOR DE ASSISTENTE DE AUXILIARES DE Anthony Flint – Spalla Philip Hansen * Alma Maria Liebrecht * Jussan Fernandes Administrativo PRODUÇÃO MUSICAL MARKETING DE SERVIÇOS GERAIS Rommel Fernandes – Robson Fonseca **** Evgueni Gerassimov *** Kiko Ferreira RELACIONAMENTO Ailda Conceição Eularino Pereira Márcia Barbosa Spalla Associado Camila Pacífico Gustavo Garcia Trindade INSPETORA PRESIDENTE EMÉRITO Ara Harutyunyan – Spalla Camilla Ribeiro José Francisco dos Santos Karolina Lima Jacques Schwartzman Equipe Técnica Assistente Eduardo Swerts Lucas Filho ASSISTENTE DE MENSAGEIRO GERENTE DE PRODUÇÃO Serlon Souza Ana Zivkovic Emilia Neves Fabio Ogata ASSISTENTE PRESIDENTE COMUNICAÇÃO Rildo Lopez Arthur Vieira Terto Eneko Aizpurua Pablo André Gonçalves ***** ADMINISTRATIVA Roberto Mário Soares Bojana Pantovic Lina Radovanovic Priscila Viana ***** Débora Vieira Merrina Godinho Delgado Sala Minas Dante Bertolino Francisca Garcia ***** CONSELHEIROS Equipe Gerais Hyu-Kyung Jung TROMPETES ARQUIVISTA Angela Gutierrez GERENTE DE Administrativa Joanna Bello CONTRABAIXOS Marlon Humphreys * Sergio Almeida Berenice Menegale PRODUÇÃO MUSICAL GERENTE DE Claudia da Silva GERENTE INFRAESTRUTURA Marcio Cecconello Colin Chatfield * Érico Fonseca ** Bruno Volpini Guimarães ADMINISTRATIVO- Renato Bretas Roberta Arruda Nilson Bellotto *** Daniel Leal *** ASSISTENTES Celina Szrvinsk Rodrigo Bustamante Brian Fountain Tássio Furtado Ana Lúcia Kobayashi Fernando de Almeida FINANCEIRA ASSESSORA DE Ana Lúcia Carvalho GERENTE DE OPERAÇÕES Rodrigo Monteiro Marcelo Cunha Claudio Starlino Ítalo Gaetani PROGRAMAÇÃO MUSICAL Jorge Correia Rodrigo de Oliveira Marcos Lemes TROMBONES Jônatas Reis Marco Antônio Pepino Carolina Debrot GERENTE DE Pablo Guiñez Mark John Mulley * Marcus Vinícius Salum SEGUNDOS VIOLINOS Wallace Mariano Diego Ribeiro ** SUPERVISOR DE Mauricio Freire RECURSOS HUMANOS TÉCNICO DE ÁUDIO E PRODUTORES Quézia Macedo Silva ILUMINAÇÃO Frank Haemmer * Wagner Mayer *** MONTAGEM Mauro Borges Geisa Andrade Mauro Rodrigues Leonidas Cáceres *** FLAUTAS Renato Lisboa Rodrigo Castro Octávio Elísio Luis Otávio Rezende ANALISTAS Gideôni Loamir Cássia Lima * Paulo Brant Narren Felipe ADMINISTRATIVOS TÉCNICO DE Jovana Trifunovic Renata Xavier *** TUBA MONTADORES Sérgio Pena Luka Milanovic Alexandre Braga Eleilton Cruz * André Barbosa João Paulo de Oliveira ILUMINAÇÃO E ÁUDIO Martha de Moura Pacífico Elena Suchkova Hélio Sardinha Diretoria ANALISTAS DE Paulo Baraldi Rafael Franca Mateus Freire TÍMPANOS Jeferson Silva Executiva COMUNICAÇÃO Radmila Bocev OBOÉS Patricio Hernández Klênio Carvalho Andréa Mendes ANALISTA CONTÁBIL ASSISTENTE (Imprensa) Graziela Coelho OPERACIONAL Rodolfo Toffolo Alexandre Barros * Pradenas * Risbleiz Aguiar DIRETOR PRESIDENTE Marciana Toledo Rodrigo Brandão Tiago Ellwanger Ravi Shankar *** Diomar Silveira Valentina Gostilovitch Israel Muniz PERCUSSÃO (Publicidade) SECRETÁRIA EXECUTIVA Mariana Garcia Flaviana Mendes Camilo Simões ***** Moisés Pena Rafael Alberto * DIRETOR (Multimídia) Daniel Lemos *** ADMINISTRATIVO- Renata Gibson ASSISTENTE VIOLAS CLARINETES Sérgio Aluotto FINANCEIRO Renata Romeiro ADMINISTRATIVA João Carlos Ferreira * Marcus Julius Lander * Werner Silveira Estêvão Fiuza Roberto Papi *** Jonatas Bueno *** John Boudler ***** (Design gráfico) Cristiane Reis Flávia Motta Ney Franco DIRETORA DE ANALISTA DE ASSISTENTE DE Gerry Varona Alexandre Silva HARPAS COMUNICAÇÃO MARKETING DE RECURSOS HUMANOS Gilberto Paganini Giselle Boeters * Jacqueline Guimarães FORTISSIMO RELACIONAMENTO Vivian Figueiredo Juan Díaz FAGOTES Marcelo Penido ***** Ferreira dezembro Katarzyna Druzd Mônica Moreira Catherine Carignan * nº 10 / 2015 Luciano Gatelli Victor Morais *** TECLADOS RECEPCIONISTA DIRETORA DE ISSN 2357-7258 ANALISTAS DE Lizonete Prates Marcelo Nébias Andrew Huntriss Ayumi Shigeta * MARKETING E MARKETING E Siqueira Nathan Medina Francisco Silva PROJETOS EDITORA Merrina Zilka Caribé PROJETOS Godinho Delgado Itamara Kelly AUXILIAR

Mariana Theodorica ADMINISTRATIVO EDIÇÃO DE TEXTO DIRETOR DE OPERAÇÕES Pedro Almeida Berenice Menegale Ivar Siewers

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** músico convidado FOTO DA CAPA: ANDRÉ FOSSATI ILUSTRAÇÕES: MARIANA SIMÕES 40 41

PARA APRECIAR CUIDE DO SEU UM CONCERTO PROGRAMA DE CONCERTOS OLÁ, ASSINANTE Fortissimo, além de seu programa mensal de concertos, é uma publicação indexada PONTUALIDADE aos sistemas nacionais e internacionais de Uma vez iniciado um concerto, qualquer catalogação. Elaborado com a participação movimentação perturba a execução de especialistas, ele oferece uma oportunidade da obra. Seja pontual e respeite o a mais para se conhecer música. Desfrute fechamento das portas após o terceiro da leitura e estudo. Para evitar o desperdício, sinal. Se tiver que trocar de lugar ou pegue apenas um exemplar ao mês. sair antes do final da apresentação, Caso não precise dele após o concerto, aguarde o término de uma peça. devolva-o nas caixas receptoras.

O programa se encontra também disponível em nosso site, na agenda de concertos. www.filarmonica.art.br APLAUSOS Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de CHEGAMOS AO FIM DO movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente. CONVERSA PRIMEIRO ANO NA SALA MINAS GERAIS. A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, Sem dúvida, um ano cheio de novidades e constantes adaptações TOSSE mas nunca converse ou faça comentários na estrutura e no funcionamento do novo espaço. Desde o primeiro Perturba a concentração dos músicos durante a execução das obras. Lembre-se e da plateia. Tente controlá-la com de que o silêncio é o espaço da música. dia, você foi o nosso grande parceiro com seu apoio, paciência e a ajuda de um lenço ou pastilha. orientações na tarefa de ocupar esta que hoje é considerada uma das melhores salas de concertos do Brasil.

CRIANÇAS APARELHOS CELULARES Caso esteja acompanhado por criança,

Confira e não se esqueça, por escolha assentos próximos aos corredores. ESTA CONQUISTA É NOSSA! ALEXANDRE REZENDE FOTO: favor, de desligar o seu celular ou Assim, você consegue sair rapidamente qualquer outro aparelho sonoro. se ela se sentir desconfortável.

Muito obrigado, boas festas FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO COMIDAS E BEBIDAS Não são permitidas na sala de concertos. Seu consumo não é permitido no e até nosso reencontro em 2016. interior da sala de concertos.

CUMPRIMENTOS ESTACIONAMENTO Após a apresentação, caso queira Para seu conforto e segurança, a Sala ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO cumprimentar os músicos e convidados, Minas Gerais possui estacionamento, e [email protected] dirija-se à Sala de Recepções, à seu ingresso dá direito ao preço especial esquerda do foyer principal. de R$ 15 para o período do concerto. 3219-9009 (segunda a sexta, 9h a 18h) www.filarmonica.art.br 42 43 FOTO: ANDRÉ FOSSATI FOTO: 44

SALA MINAS GERAIS Um instrumento

Ao longo de 2015, apresentamos elementos foram construídos sob de parte dos bastidores, com suas aqui alguns dos elementos que os mais rigorosos critérios acústicos três salas de naipes para ensaio e trabalham conjuntamente para que e de ambiência, transformando a aquecimento dos músicos. a Sala Minas Gerais seja um espaço Sala Minas Gerais em um instrumento sonoro mais reverberante, mais vivo, ímpar na audição de uma orquestra. Esperamos, no próximo ano, promover envolvente e capaz de amplificar uma série de visitas guiadas para que naturalmente a orquestra. Mobiliário Você já conhece, também, o espaço você possa conhecer, pessoalmente, de plateia e palco, difusor de teto de acolhimento do público, com seus cada um dos espaços de sua casa, e ajuste acústico do palco, velas e três foyers, dotados de diferentes onde a construção de sons de sua bandeiras, entre outros, todos os ambientes de estar e cafés, além orquestra não para nunca. Feliz 2016, com a Filarmônica. Nossa! FOTOS: ANDRÉ FOSSATI FOTOS: MANTENEDORA

CA: 0266/001/2014

DIVULGAÇÃO APOIO INSTITUCIONAL

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SALA MINAS GERAIS Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG (31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030

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