1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Gestão de RH, Futebol e Seus Interesses

Diego Abreu da Silva

ORIENTADOR:

Prof. Paulo José

Niterói 2017 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Gestão de RH, Futebol e Seus Interesses

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Diego Abreu da Silva

Niterói 2017

3

AGRADECIMENTOS

Aos amigos e familiares. A todos aqueles que me acompanharam nessa jornada. “Se você acreditasse na minha brincadeira de dizer verdades, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando...” (Charles Chaplin)

4

DEDICATÓRIA

À Deus. À minha família. À todos aqueles que sonham em um dia ir mais longe.

5

RESUMO

No mundo globalizado em que vivemos, com a tecnologia e a velocidade da informação cada vez maior, a competição em todos os setores da economia, pede por profissionais cada vez mais qualificados para a gestão dos seus negócios. A crise pela qual passa o país agrava esse cenário, e faz com que cada vez mais a criatividade das empresas (e seus empresários), utilize de artifícios para solucionar seus problemas e sanar suas dívidas. É nesse cenário que consideramos os clubes de futebol, que parecem passar imunes à crise que assola o resto do mundo, quando abrem seus cofres e esbanjam altas cifras em contratações, vendas e outras negociações. Neste contexto, qual a função do RH desses clubes? São estratégicos? Têm poder de influenciar positivamente os clubes, instigando-os à seguir uma diretriz de responsabilidade? Esses profissionais têm vital importância neste processo, e são normalmente a parte mais racional das tramas, uma vez que são altamente qualificados e suas atribuições são de extrema responsabilidade. A conferir!

6

METODOLOGIA

Para esta pesquisa, foram utilizados análises jornalísticas, sites, análise comportamental, estudos de caso, artigos, dentre outros. Todos os conceitos e abordagens foram devidamente criticados e analisados para buscar o melhor entendimento sobre os assuntos abordados e as várias possibilidades de entendimento sobre os mesmos.

Para a produção da pesquisa foi registrado fatos importantes, detalhes relevantes, pesquisas que pudessem compor o trabalho, e por diversas vezes utilizado a técnica do “brainstorming*, que deram à pesquisa um direcionamento mais assertivo, mais coeso e coerente, sem deixar de questionar as inúmeras possibilidades que o tema propõe.

*literalmente: "tempestade cerebral" (em inglês) ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré- determinados.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Para início de conversa... 10

CAPÍTULO II

O RH e a captação de pessoas 14

CAPÍTULO III

Boas práticas de RH 22

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 38

WEBGRAFIA 38

ÍNDICE 40

8

INTRODUÇÃO

De acordo com Professor Gallo, a respeito do futebol nos dias de hoje diz:

“O futebol é norteado por regras internacionais e, portanto, válidas em qualquer parte do planeta. Por isso, é possível essa globalização espantosa, a migração de jogadores entre os países e a realização de eventos do tamanho de uma Copa mundial. É uma linguagem universal, determinada por um organismo, particular, mas que tem muito poder, capaz de submeter até governos aos seus padrões.”

(Gallo, 2014, https://professorgalloblog.wordpress.com/2014/10/06/gestao- de-r-h-no-futebol/)

Dessa ótica observamos o papel do RH no futebol para entendermos seus obstáculos e como lidar estrategicamente com cada um deles.

Um RH de uma organização comum muitas das vezes limita - se em criar e desenvolver campanhas dos mais variados tipos, lidar com rotinas de departamento pessoal, treinamentos, recrutamento e seleção e demais atividades já conhecidas. Porém, quando falamos do mundo do futebol, a realidade parece destoar consideravelmente a ponto de quase não entendermos a lógica do funcionamento desses RH’s.

Como compreender, por exemplo, que um clube de futebol consiga fazer uma contratação milionária numa semana, e na semana seguinte tenha seu nome especulado nas mídias como estando com os “salários atrasados”? Pode - se basicamente dizer que trata - se de uma má administração? Não é muito superficial? Será corrupção? Existe espaço no mundo do futebol para um trabalho sério, com cifras tão altas que torne este negócio sustentável?

Sabe - se que nos dias de hoje, com o avanço da tecnologia e a velocidade da informação, os negócios (alguns deles bastante obscuros) acabam por vir à tona. Temos visto recentemente vários indicativos de que más administrações quando pautadas em trapaças, ou ilegalidades, não se

9

mantêm, fazendo com que profissionais qualificados sobressaiam no mundo dos negócios esportivos, reestruturando clubes, e organizando a vida financeira dos mesmos.

Gallo assim finaliza:

“Normas e procedimentos de qualquer empreendimento – e o futebol é um deles – não caíram de moda ainda. Se existem leis e regras sobre a atividade, essas precisam ser interpretadas e repassadas para os colaboradores de forma legitima, clara, cristalina e com autoridade. O que vemos é que nem sempre os próprios dirigentes conhecem as regras e, se conhecem, também não as respeitam. E o futebol continua à base das improvisações, dos jeitinhos, dos desmandos e dos descaminhos que temos visto.”

(Gallo, 2014, https://professorgalloblog.wordpress.com/2014/10/06/gestao- de-r-h-no-futebol/)

Significa dizer que o futebol é um mundo dinâmico. O que é verdade hoje pode não ser amanhã e ser um profissional qualificado nessas horas é que fará considerável diferença no momento de tratar de situações mais delicadas, e conseguir reerguer os clubes por caminhos legais.

.

10

CAPÍTULO I

PARA INÍCIO DE CONVERSA...

É bem difícil entender o mundo do futebol. Na realidade, é um universo onde realidade e ilusão se mistura de tal maneira que torna qualquer entendimento sobre o assunto uma verdadeira façanha.

Difícil dizer se são os rios de dinheiro, se são os contratos imensuráveis, ou qualquer outra razão, certo mesmo é que entender os seus propósitos e fazer deste segmento algo construtivo, saudável e que de fato agregue valor à sociedade não é para qualquer um.

Dito isto, passamos a discutir o papel do profissional de RH nisso tudo. Guilherme Costa em seu texto propõe o seguinte questionamento:

“Não existe entre os grandes clubes de futebol atualmente uma instituição que tenha um departamento de recursos humanos estruturado e atuante. Com raras exceções em toda a história, aliás, atividades desse setor nunca encontraram espaço no cotidiano da atividade física de alto rendimento. Mas será que isso é suficiente para concluir que os conceitos de RH não podem ser aplicados nas entidades esportivas?”

(Guilherme Costa, 2008 http://universidadedofutebol.com.br/utopia-ou-realidade- invisivel-o-trabalho-do-rh-no-futebol/)

1.1. Entendendo um pouco mais sobre o assunto

De acordo com Guilherme Costa (2008), as análises sobre esse assunto se dão sob duas óticas:

1. A de que o RH nunca teve, nem terá seu espaço devido no meio esportivo, uma vez que os resultados obtidos não são diretamente ligados ao setor;

11

2. A de que o RH que atua no setor obtém resultados satisfatórios, ainda que não utilizem de profissionais que não são ligados ao setor, ou tenham formação equivalente.

O certo é que essa é uma discussão contemporânea e que veio para ficar. Com o nível de exigências e competitividade cada vez maior, entre as empresas e organizações, torna - se evidente que ter um diferencial, e profissionais de destaque em suas áreas é um fator essencial para o sucesso de qualquer empresa.

No mundo esportivo isso não é diferente. Os clubes que se adaptarem mais rápido às mudanças globais, e tiverem os melhores profissionais em suas gestões se destacarão. Já nos dias de hoje é possível encontrar alguns bons trabalhos, sobretudo nos países europeus, mas no cenário nacional, certamente os clubes com gestores que fazem bons trabalhos, ainda são exceções.

1. 2. Aceitação do RH no esporte

Claramente pode - se perceber o quanto o RH ainda não é aceito no meio esportivo. Na prática, basta observar as ações que os clubes praticam para que se possa ver o tamanho da “não interferência” deste setor nas decisões do clube. Na realidade, quase sempre as decisões que são tomadas são feitas no calor do momento, movidas por paixão, e por imediatismo, e quase nunca dão resultados satisfatórios.

Mesmo com todos os “contras”, a certeza de que as ações de RH são necessárias nos clubes faz com que boas práticas em RH surtam o efeito desejado em alguns clubes e os resultados esperados sejam alcançados. Ora, numa empresa comum, conseguimos perceber com mais facilidade as ações de RH que são propostas, conseguimos identificar os projetos que o RH propões e realiza. Isto não é algo que acontece no futebol. Tanto é assim, que quando determinado jogador, ou treinador de futebol é demitido (ou por que não, contratado) não se vê nenhum dedo do RH. Os clubes fazem questão sempre de deixar claro que trata - se de uma ação de uma diretoria “x”, ou do

12

plano de sócio torcedor “y”, e assim sucessivamente. Não se leva, nem nunca se levou em consideração o RH para tais decisões. Quando muito, o RH é responsável por áreas menos badaladas nos clubes, mas sem relação e exposição direta com o carro - chefe do clube, que normalmente é o futebol. Profissionais como: um professor de natação, um recreador, etc.

1. 3. E como deveria ser?

Especialista em Administração Esportiva, Hildo Pereira da Silva Neto relaciona brilhantemente, desde a inserção do futebol no cotidiano dos brasileitos, até os dias atuais e suas mudanças. Em seu texto Hildo destaca:

“Numa empresa, esses atletas passariam por alguns procedimentos do Departamento de Gestão de Pessoas, como recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, pois são os principais responsáveis pelos resultados, visto que são eles que ganham ou perdem os jogos. Entretanto, a gestão dos clubes não acompanhou o crescimento da modalidade. Os dirigentes esportivos ainda são pessoas apaixonadas pelas equipes e que não se prepararam adequadamente para assumir a função. Exercer o cargo de administrador desportivo no mundo atual significa desempenhar uma atividade altamente qualificada e especializada.

Ascender à função de supervisor, superintendente ou coordenador de um clube não é para ser uma premiação a um ex-jogador, como normalmente ocorre. Trata-se de assumir um posto em que a pluralidade de tarefas é uma constante do dia a dia, que exige conhecimento técnico, administrativo e até contábil.”

Hildo, 2011 - http://www.efdeportes.com/efd154/a- gestao-nos-clubes-de-futebol-de-recife.htm

Esse é a grande barreira a ser ultrapassada neste assunto. Ou seja: um setor tão importante, que movimenta tanto dinheiro, gera tantos empregos e

13

mexe direta e indiretamente com as pessoas, não consegue acompanhar seu crescimento, com otempo e entrega o que deveria ser uma gestão responsável e de muito sucesso, para pessoas “apaixonadas”, muitas das vezes despreparadas, que põem o que poderia ser um bom trabalho a ruir.

1. 4. O RH nisso tudo?

O RH, tradicional como se conhece, ou estratégico como normalmente se busca ser, precisa estar inserido nessas organizações esportivas. No mundo e nos cenários de hoje, não existe mais espaço para o amadorismo, ainda mais quando trata - se de um universo que movimenta valores financeiros tão altos. A administração, contratação, controle e dispensa de recursos precisa ficar sob responsabilidade de quem entende desses assuntos. Nos clubes de futebol não pode ser diferente. O clubismo e a paixão precisam ficar de lado, apenas “do portão dos clubes para fora”, com os torcedores, sem que os dois lados se misturem.

14

CAPÍTULO II

O RH e a captação de pessoas

Segundo Patrícia Bispo, em seu artigo “Captação de talentos: uma ação estratégica” define assim a função do RH neste assunto:

“O que faz uma empresa competitiva contratar um profissional? Um bom currículo? Uma boa bagagem de competências técnicas? Hoje, é preciso muito mais do que isso para ingressar e permanecer em uma empresa que ofereça horizontes diferenciados como, por exemplo, ascensão profissional, sentimento de pertencimento e clima organizacional saudável. Para fazer parte de um quadro seleto, o talento precisa agregar diferenciais expressivos como competências comportamentais e a expertise de se adiantar aos problemas do negócio e apresentar soluções antes que um determinado problema aconteça e prejudique as metas individuais ou coletivas.”

Patrícia Bispo, 2016 - http://www.rh.com.br/Portal/Carreira/Entrevista/10711/captac ao-de-talentos-uma-acao-estrategica.html

Ao realizarmos a leitura deste texto conseguimos diferenciar com bastante facilidade os discursos do RH aplicado nas empresas para as dinâmicas de RH aplicadas (ou não aplicadas) nos clubes de futebol. O texto acima propõe algumas reflexões bastante interessantes. Vamos a elas:

O Início do texto faz o seguinte questionamento: “O que faz uma empresa competitiva contratar um profissional? Um bom currículo? Uma boa bagagem de competências técnicas?”

Para os clubes de futebol, qualquer resposta aplicada à este item é bastante irrelevante. Isto, porquê, este é um mundo que não analisa comportamentos, índoles, histórico (comportamental). O que se percebe na

15

realidade é que o preponderante para o sucesso das negociações são as cifras; as vantagens que os clubes vão levar, os acordos que serão feitos, e quanto as partes vão ganhar com isso.

“A resposta ao questionamento acima, é assim apresentada: “Hoje, é preciso muito mais do que isso para ingressar e permanecer em uma empresa que ofereça horizontes diferenciados como, por exemplo, ascensão profissional, sentimento de pertencimento e clima organizacional saudável. Para fazer parte de um quadro seleto, o talento precisa agregar diferenciais expressivos como competências comportamentais e a expertise de se adiantar aos problemas do negócio e apresentar soluções antes que um determinado problema aconteça e prejudique as metas individuais ou coletivas.”

Essa resposta é ainda mais interessante, pois evidencia ainda mais o abismo que existe entre os dois mundos. Caso um profissional do futebol, um jogador, agregasse os diferenciais descritos acima, esse profissional estaria mais próximo de sair do clube do que de ficar no mesmo. É um universo que não permite “relacionamentos longos”. Quando acontecem são sempre exceções, e causam estranhesa e merecem sempre atenção especial esses casos. O profissional de futebol que se destaca consegue cada vez mais subsídios para forçar sua saída para clubes maiores, atrás de crescimento e reconhecimento.

2.1. Estudo de Caso - Goleiro Bruno Fernandes

Para início de conversa, vamos à breve texto do jornal O Globo resumindo a sentença do goleiro Bruno Fernandes, quando condenado à prisão, pela morte de Elisa Samúdio:

CONTAGEM (MG) — “Assim Elisa foi sequestrada no Rio de Janeiro e trazida cativa para o sítio em Esmeraldas, onde ficou por quase uma semana esperando a operacionalização

16

de sua morte. O desenrolar do crime de homicídio conta com detalhes sórdidos e demonstração de absoluta impiedade. A culpabilidade é pelos mesmos motivos, igualmente acentuada em relação ao crime de sequestro tendo como vítima a criança Bruno Samúdio, sendo igualmente intensa e reprovável em relação ao crime de ocultação de cadáver. O réu Bruno Fernandes acreditou que consumindo com o corpo, a impunidade seria certa.” O trecho da sentença assinada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues sobre a morte da modelo Eliza Samudio, em junho de 2010, justifica a opção pela condenação do goleiro. De acordo com os jurados, Bruno demonstrou ser “pessoa fria, violenta e dissimulada”, e a personalidade do atleta seria desvirtuada, fugindo “dos padrões mínimos de normalidade”.

Apontado como mandante da morte da modelo, Bruno foi condenado a uma pena total de 22 anos e três meses. O julgamento foi concluído na madrugada desta sexta-feira. O goleiro pode ser beneficiado pela progressão de regime e, com isso, deixar a Penitenciária Nelson Hungria, onde está encarcerado há quase três anos, já em 2017. O julgamento, no entanto, corre o risco de ser anulado, caso a Justiça acate o pedido da defesa. E, por quatro votos a três, os jurados absolveram Dayanne Rodrigues, ex-mulher de Bruno, dos crimes de sequestro e cárcere privado de Bruninho.

POR O GLOBO - 08/03/2013 17:14 / atualizado 08/03/2013 17:32

http://oglobo.globo.com/rio/confira-integra-da-sentenca-do-julgamento-do-goleiro-bruno- 7785418

O texto acima é do ano de 2013, ano do julgamento de Bruno Fernandes. Cabe então, um texto atual, deste ano, onde o goleiro consegue decisão judicial favorável à sua liberdade para acompanhar a tramitação de seu julgamento em liberdade. Segue:

17

(...) Ele foi comunicar à Vara de Execuções Criminais um endereço na capital mineira, conforme determinava a decisão de soltura do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu a liberdade ao ex-jogador.

Bruno deixou a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), em Santa Luzia, no dia 24 de fevereiro, após ficar seis anos e meio preso. A Justiça de Minas Gerais considerou o goleiro culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da ex-namorada Eliza Samudio. O crime ocorreu em 2010, ano em que o goleiro foi preso, e o julgamento, em 2013. A defesa dele queria a anulação do júri, mas o recurso ainda não foi analisado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/em-liberdade- goleiro-bruno-se-apresenta-a-justica-em-santa-luzia.ghtml

E por fim, e o foco principal deste estudo, a contratação do goleiro Bruno Fernandes e os desdobramentos dessa contratação para o clube e os envolvidos. Segue:

“Depois que os patrocinadores menores abandonaram o Boa Esporte por causa da contratação do goleiro Bruno, o principal investidor do time, o Grupo Gois & Silva, e também o fornecedor de material esportivo, a Kanxa, também encerraram o acordo comercial com a equipe de Varginha. Ao todo, já foram cinco patrocinadores perdidos.

Proprietário da empresa, Rafael Góis Silva Xavier havia afirmado no fim de semana que manteria o patrocínio apesar das críticas recebidas pela empresa nas redes sociais. Nesta segunda-feira, porém, diretores do grupo se reuniram com dirigentes do Boa e oficializaram o fim do patrocínio.

Em comunicado, o Grupo Gois & Silva disse que pediu ao Boa que "reavaliasse sua posição" sobre a contratação de Bruno

18

"em virtude do forte apelo social", mas não foi atendido. "Diante da decisão de manter a contratação do goleiro Bruno, o Grupo Gois & Silva reitera sua posição e anuncia oficialmente que não é mais patrocinador do clube de Varginha", diz comunicado da empresa.

A holding ainda pede, na nota, que o Boa deixe de exibir as marcas pertencentes à Gois & Silva - Grupo Gois, Dengue Control e Fazendo Ouro Velho - das camisetas, das redes sociais e todos os demais canais de comunicação do Boa.

Desde a contratação de Bruno, anunciada na noite de sexta- feira, o Boa já havia perdido outros três apoiadores menores: a Nutrends Nutrition, do ramo de suplementação nutricional, a clínica cardiológica CardioCenter e a Magsul, clínica de ressonância magnética.

A prefeitura de Varginha também estuda romper a parceira que tem o time do sul de Minas Gerais que disputa também segunda divisão estadual (...)”

http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,boa-perde- ate-patrocinador-master-apos-contratacao-de- bruno,70001697678

Agora vamos às análises. Após todo o desenrolar do caso pelos anos que se passaram, inúmeras perguntas ficam no ar. Vou nos ater às questões próprias de serem discutidas no RH.

1. O goleiro Bruno Fernandes deveria ter recebido uma nova chance no futebol?

2. Quem tomou essa decisão?

3. Estrategicamente falando, alguém do RH participou dessa decisão?

4. O “Boa Esporte Clube” é o vilão ou mocinho nisso tudo?

5. Como analisar com olhar de RH o dia - a - dia do goleiro no clube?

19

Essas são algumas perguntas básicas que vêm a mente logo que se toca no assunto. Vamos aos raciocínios:

- Quando analisamos a questão fica bastante evidente que Bruno Fernandes deve sim ter uma nova oportunidade. O profissional de RH deve ter um olhar diferenciado a respeito das pessoas. Bruno foi solto por uma decisão judicial, portanto, não há nenhuma ilegalidade em seus atos. Esse fato é o suficiente para entendermos que o profissional deve ter uma segunda chance. E seja onde ele quiser: seja no futebol, onde cursou sua carreira, ou em algum outro ramo. O que é certo, é que não deveria ser discriminado. Porém, não é possível condenar os mais tradicionais que não concordem com a conduta de Bruno e seus valores, e por isso, não participem de sua reinserção na sociedade. É parte importante do profissional de RH, identificar nos comportamentos apresentados por seus colaboradores, os seus valores e identidades. E se esses valores não condizem com a cultura e normas das organizações, esse profissional pode não servir para esta determinada empresa. Neste assunto, o futebol deve funcionar bem parecido com as demais organizações.

- De acordo com os estudos, as informações disponíveis e veiculadas na imprensa, nem é necessário saber exatamente como foi tomada a decisão da contratação de Bruno Fernandes. Observe algumas respostas de Rone Moraes, Presidente do Boa Esporte Clube, e responsável pela contratação do goleiro a respeito do assunto:

“- Eu encaro da seguinte forma: cada ser humano tem um pensamento, e cada um tem uma filosofia de vida. Mas a gente tem que conversar e explicar. As pessoas às vezes vêm conversar com você e estão com duas pedras na mão. Então, a gente tem que atender as pessoas, como a imprensa, de uma forma que você tem que mostrar às pessoas que o que o Bruno fez não é o certo, mas que ele tem direito de voltar à sociedade. E ele precisa fazer uma coisa que é o futebol. Eu tenho e tive que explicar ainda para muitas outras pessoas, amigos e família. Tem

20

pessoas, no meu ciclo de amizades, no meu ciclo comercial e de clubes, que estão apoiando. Mas só que tem pessoas que não têm a coragem que nós tivemos aqui no Boa Esporte Clube”

(...)

“- Mas eu sou uma pessoa que gosta de um desafio. O Boa não está fazendo nada de errado, o Boa não é um Tribunal de Justiça, o Boa é uma entidade do segmento do esporte. E o Bruno sabe jogar futebol. A profissão dele é atleta de futebol”

(...)

“- Eu tenho que encarar da melhor forma. Eu acho que o patrocinador tem os objetivos dele, tem o segmento dele. E cada um faz a sua escolha. Então, eu fiz uma escolha que eu acho que no futuro bem próximo estará ajudando clube, ajudando a cidade. E prova que a gente tem que pensar no ser humano, então eu encaro dessa forma. É igual aquele negócio, tudo na vida passa: a coisa ruim passa e a coisa boa também passa.’

Rone Moraes , 2017 - http://globoesporte.globo.com/mg/sul-de- minas/futebol/noticia/2017/03/presidente-do-boa-defende- bruno-e-diz-que-teve-de-se-explicar-para-filhas.html

Suas respostas são bastante interessantes, firmes e contundentes. São respostas de um profissional de RH: bom, preparado e experiente. Não significa dizer de maneira nenhuma que seus atos estejam certos ou errados. Significa apenas dizer, que o olhar que norteia suas ações estão extremamente agarrados em comportamentos de RH, e por tabela, tendem a ser mais humanos e preocupados com as pessoas, antes de pensar na organização.

- Não fica claro pelas reportagens analisadas e veiculadas se houve a participação direta do RH na referida contratação. Porém, como já apontado cima, está bastante evidente o “olhar de RH” do Presidente do Boa Esporte

21

Clube, que liderou as negociações, e foi o responsável direto pela contratação do goleiro. Este fato é interessante, pois mostra um lado dos clubes que parece ser um comportamento de outros clubes também: os clubes tendem a ser parecidos com seus dirigentes. Carregam em seus dna’s as caracteristicas dos seus presidentes. No caso do Boa, por exemplo, é bastante difícil de imaginar que o clube tivesse uma mesma postura nesse caso, não fosse pela determinação valores e princípios de seu presidente.

- Saber se o “Boa Esporte Clube é vilão ou mocinho nisso tudo é provavelmente a pergunta que mais foi feita nos últimos dias, quando o assunto vem à pauta. Porém, para o RH, a resposta à este questionamento não é assim tão importante. Isto torna o assunto mais interessante, até porque, o RH de qualquer organização deve estar preparado para lidar com essas situações assim que as mesmas se apresentam. Isso demonstra a grande responsabilidade do RH nas empresas: ter um posicionamento independente sobre os mais variados assuntos que se apresentam, e tentar contribuir para resolvê - los.

- E por fim, a última análise às questões propostas: Como analisar o dia - a - dia de Bruno Fernandes no clube, sob o olhar do RH? É bastante previsível analisar o que está por vir: Bruno fará novos amigos, será mais distante de alguns, mais próximo de outros, certamente será hostilizado em algumas (ou todas, quem sabe?) as partidas que jogar, de acordo com seu histórico passado, não costuma atrasar, ou faltar... E o imprevisível fica por conta das “farras” e bebidas, que no passado, gostava bastante, e não há como não dizer de seu comportamento pessoal, uma vez que terá de lidar com julgamento o tempo inteiro sobre seus atos passados e presentes.

O que fica disso tudo é o acompanhamento de perto e minucioso que o RH terá (ou deveria ter) sobre Bruno Fernandes. Certamente cada passo será monitorado e analisado. Mas, como já falamos anteriormente, por tratar - se de um clube de futebol, esse acompanhamento pode não ter parte com o RH, mas com os dirigentes envolvidos diretamente no assunto. De uma forma ou de outra, não há dúvidas de que o “Big Brother Bruno” já começou.

22

CAPÍTULO III

Boas práticas de RH

Christian Barbosa em seu livro: “Equilíbrio e resultado”, estabelece uma relação entre estas duas referências, e descreve alguns direcionamentos, com a matriz da vida, conforme representação abaixo:

https://www.google.com.br/search?q=a+matriz+da+vida+equilibrio+e+resultado&rlz=1C1VSN G_enBR715BR715&espv=2&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjD8Nvq jPjSAhUCGpAKHaShCxAQ_AUIBigB&biw=1366&bih=662#imgrc=hbEH1i8J4ktOJM:

A “matriz da vida” tem características importantes e interessantes para se aplicar às práticas de RH. E é possível estabelecer uma relação direta com o RH nos clubes esportivos também. Vamos a elas:

23

 Não há estereótipos: ou seja, não se encaixa em um dos quadrantes sem pertencer ao outro. Existe um dinamismo que vincula todos os quadros e faz com que de acordo com seus momentos você varie de posição.  Não há ordem predefinida: ou seja, não existe uma sequência pré - estabelecida para se estar. A posição que um profissional se encontra é absolutamente aleatória.  Tudo é mutável: ou seja, as mudanças são sempre bem vindas, e colaboram para o aperfeiçoamento profissional e pessoal. Como resultado disso tudo, espera - se ao estudar a matriz da vida, que os profissionais, de RH, no âmbito esportivo, profissional e pessoal estejam o mais próximo possível no quadrante número 4, onde se alcança alto equilíbrio e alto resultado. Nos clubes esportivos essa ferramenta, se fosse aplicada poderia nortear de maneira mais considerável as ações promovidas pelos clubes. Sim, os clubes passariam a ter direção, saber onde estão e para onde vão, de modo que buscassem a todo o momento o equilíbrio e os melhores resultados. Com equilíbrio, sendo equilibrado, os resultados certamente aparecerão, e a solidez da gestão dos profissionais de RH vai se sobressair e dar bons frutos.

3.1. RH e estratégias

Como em todo setor, organização, clube ou empresa, algo essencial para o sucesso das atividades que exercem chama - se: estratégia. Nos clubes esportivos a estratégia não pode existir apenas dentro das quatro linhas, mas em todos os setores e departamentos.

Cynthia Montgomery, em seu livro: “O estrategista”, assim define os comportamentos estratégicos nas organizações:

(...) “Quando sua estratégia estiver no papel, devidamente trabalhada, revista e apurada, você experimentará uma forte sensação de dever

24

cumprido. Vai sentir que tem um plano de ação. Saberá para onde está indo e por quê. A maioria dos executivos que passa por esse rigoroso exercício de estratégia respira aliviada (SIC) no final. Tenho a impressão de que muitos acabam pensando: “Entendi tudo. Estou pronto. A única coisa que preciso fazer agora é colocar tudo em andamento.” (...) De acordo com o senso comum, o trabalho do estrategista estaria finalizado uma vez que a estratégia estivesse cuidadosamente articulada e pronta para ser implementada. A ideia ficou pronta, os próximos passos foram especificados e o problema foi resolvido. (...) Ainda não é hora de respirar aliviado. Sempre haverá escolhas que não são óbvias, além de incomntáveis eventualidades boas e ruins, que não podem ser antecipadas por completo. (...)”

Cynthia Montgomery, “O Estrategista” - 2012, pág. 125

A leitura do fragmento acima deixa bastante claro a dificuldade em traçar estratégias. Seja em qual for a empresa e o segmento fica bastante claro que a estratégia precisa ser bem aplicada, entendida e acompanhada para que os resultados apareçam. Ainda mais que isso. As estratégias podem pôr a perder todo um trabalho de anos ou décadas, por puro descuido durante o processo.

3.2. Conceitos

Parte importante desta pesquisa é entendermos os conceitos aplicados no dia - a - dia das organizações. O correto entendimento e a maior assertividade desses conceitos devem tornar mais práticos a sua utilização, e por consequência, os resultados devem vir mais rápidos.

25

1. RH:

“A sigla RH significa Recursos Humanos. Dentro de uma empresa, RH é o departamento que tem a responsabilidade de seleção, contratação, treinamento, remuneração, formação sobre higiene e segurança no trabalho, e estabelecimento de toda a comunicação relativa aos funcionários da organização.

RH também pode se referir à totalidade de empregados e colaboradores que compõem a organização, normalmente referidos como os recursos humanos da empresa.

RH é ainda conjunto de práticas de recursos humanos, constituído por todas as decisões tomadas pela empresa para realizar as atividades inerentes ao setor de RH.”

https://www.significados.com.br/rh/

2. Liderança:

“Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos. A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Quando um líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.”

https://www.significados.com.br/lideranca/

3. Líder:

“Um líder é uma pessoa que dirige ou aglutina um grupo, podendo estar inserido no contexto de indústria, no exército, etc. Existem vários tipos de líder, que mudam em função das características do grupo (unidade de combate, equipe de trabalho, grupo de adolescentes).

O líder tem a função de unir os elementos do grupo, para que juntos possam alcançar os objetivos do grupo. A liderança está relacionada com a motivação, porque um líder eficaz sabe como motivar os elementos do seu grupo ou equipe.”

26

https://www.significados.com.br/lideranca/

4. Gestão:

“Significa gerenciamento, administração, onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade social de pessoas, a ser gerida ou administrada.

O objetivo é de crescimento, estabelecido pela empresa através do esforço humano organizado, pelo grupo, com um objetivo especifico. As instituições podem ser privadas, sociedades de economia mista, com ou sem fins lucrativos.”

https://www.significados.com.br/gestao/

5. Interesse:

Interesse é algo que traz vantagem, que se pode considerar útil ou relevante. Quando se fala em priorizar os interesses é porque deve-se colocar em primeiro lugar aquilo que mais interessa e seja mais vantajoso, dependendo da perspectiva escolhida.

Os interesses pessoais, por exemplo, são aquelas coisas que atingem diretamente a pessoa em questão. Por isso muito se fala que, na política, os interesses pessoais não podem prevalecer aos interesses da população. Isto quer dizer que as coisas que são vantajosas e úteis para as pessoas envolvidas naquele projeto político não podem ser mais importantes que aquilo que seja relevante para o povo brasileiro, e nem entrar em conflito com os mesmos.

A palavra interesse também é relativa àquilo que se destaca. Algo que chama atenção, que é relevante, é algo de grande interesse.

Interesse também pode significar dedicação, como o interesse demonstrado pelo médico em relação ao paciente.

Entre os sinônimos para interesse estão as palavras vantagem, benefício, proveito, ganho, conveniência, relevância, utilidade e importância. Quando falamos no interesse como forma de despertar a atenção, também há os termos sinônimos curiosidade, vontade, disposição e entusiasmo.”

https://www.significados.com.br/interesse/

27

Todos os conceitos acima, quando bem aplicados, dão uma resposta satisfatória se bem entendidos nas organizações. O RH, é o setor da empresa que deve cuidar das pessoas. Em todos os sentidos. Deve ser o alicerce, o ponto de apoio das pessoas nas organizações. Nos clubes de futebol, do mesmo jeito. Deve ser quem aponta e direciona os melhores comportamentos da organização, os melhores caminhos a serem seguidos.

A liderança, deve ser bem trabalhada. Deve ser uma liderança participativa e construtiva. Esse tipo de liderança tende a ser melhor aceito nas organizações e traz bons frutos para as organizações. Já no futebol, essa liderança adquire um outro sentido. Encontramos essa virtude muito mais dentro do campo, do que nas gestões dos clubes. É bastante comum encontrarmos relatos de jogadores que se voltam contra treinadores e outros dirigentes dos clubes, com o propósito de derrubá - los, ou simplesmente por outros motivos. Mas no futebol não percebemos essas lideranças extrapolarem as quatro linhas dos campos de futebol.

Já o líder, este é aquele capaz de exercer a liderança; Aquele capaz de mobilizar e cativar os outros colaboradores que estão ao redor. No universo do futebol esse líder também é encontrado. Dentro e fora das quatro linhas, e pode ser um jogador, um técnico, dirigente ou qualquer outro membro do clube.

A gestão é justamente a meneira de gerir uma organização. Trata - se de como será gerenciado todos os setores da empresa, de que maneira os assuntos serão tratados. Tem muito a ver com a cultura organizacional implantada na empresa, de modo que a gestão tem as caracterústicas do gestor. Mostra como serão onduzidos suas ações e seu jeito de trabalhar.

Quanto aos interesses, abaixo falaremos um pouco mais detalhadamente.

3.3. Os interesses

Para tratar deste tema, cabe analisarmos o texto abaixo, do jornalista Odil Puques, a respeito do tema:

28

“Pobre esporte bretão que se abrasileirou. Capaz de movimentar somas estratosféricas, de mover e promover paixões avassaladoras, de parar um país em guerra, o futebol degringola-se fora das quatro linhas. Tá bem, tá bem, dentro de campo nosso escrete não impõe mais respeito a ninguém. Desde 1982, em que tínhamos jogadores do naipe de Zico, Sócrates, Falcão e Cerezo, comandados por Telê, que abandonamos a nossa essência: O chamado futebol arte. O pragmatismo de Parreira e Felipão nos fez comemorar em 1994 e 2002. Vitórias de Pirro, que culminaram no 7 a 1 para a Alemanha, maior vexame da história do futebol mundial. Mas é de João Havelange, Joseph Blater, José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero que são feitos os dirigentes que transformaram o futebol em um balcão de negócios. Sabedores que lidam com a maior comoção mundial aproveitaram para locupletar-se, afinal se a paixão é cega, se se está ganhando um ou outro título ninguém se importaria com a roubalheira. Em Mato Grosso do Sul, o futebol padece de organização, incentivos e qualidade. Francisco Cezário está há quase trinta anos como presidente da Federação de Futebol. Domingo próximo passado a equipe do URSO se deslocou de Mundo Novo até Ponta Porã para mais um jogo pela segunda divisão do campeonato estadual. A partida não foi realizada em razão de que não havia um médico no estádio. Existe, é verdade, um sopro de esperança. Amarildo de Carvalho, ex- jogador, e o radialista Artur Mário criaram em Campo Grande o Movimento Pró Futebol, com a intenção de resgatar os bons tempos do Comerário, ou de quando o Operário chegou a terceira colocação do Brasileirão. Assim é. Quando dirigentes, mandatários e pseudo desportistas são alçados a cargos para o qual não possuem

29

qualificação e, pior, se deixam levar por influências, interesses pessoais e os colocam acima dos interesses da coletividade, quem perde é o esporte, notadamente o futebol. Que sirva de exemplo.”

Odil Puques , 2015 http://www.amambainoticias.com.br/geral/artigos/ sobre-os-des-interesses-do-futebol

Depois da leitura do fragmento acima, fica bastante clara a percepção de que os interesses obscuros permeiam o futebol brasileiro.

O artigo traça um panorama geral dos assuntos do futebol brasileiro utilizando a Seleção Brasileira como referência, mas preocupa - se também em fazer um direcionamento regional, quando fala do futebol do Mato Grosso para que o assunto fique bastante claro.

O trecho mais importante do texto é a conclusão, que reproduzo: “Quando dirigentes, mandatários e pseudo desportistas são alçados a cargos para o qual não possuem qualificação e, pior, se deixam levar por influências, interesses pessoais e os colocam acima dos interesses da coletividade, quem perde é o esporte, notadamente o futebol. Que sirva de exemplo.” (Odil Puques - trecho do texto “Conversa nada Fiada - Sobre os (des)interesses do futebol). Assim é o mundo do futebol. Cheio de mazelas, e peripécias, capazes de macular qualquer bom trabalho de profissionais sérios, dedicados e com boas ideias. O que se nota, é que o “normal” é participar desses esquemas, e quando tenta algo diferente, que dê resultado efetivamente, este profissional não serve par o negócio. Ledo engano.

3.4. Uma outra visão

Vale observar o texto abaixo:

30

“O setor de recursos humanos (RH) nas empresas evoluiu nas últimas décadas, do antigo departamento pessoal, limitado em suas ações, como contratar e dispensar funcionários, para uma visão muito mais ampla e complexa nos dias atuais.

Atividades como recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, capacitação, pesquisa, avaliação de desempenho, remuneração, desligamento, tornam-se cada vez mais estratégicos para as empresas que procuram disputar, com competência, espaços no mercado.

No futebol e, particularmente nos clubes com características de empresa, isto não será diferente nos próximos anos.

As soluções para os problemas de produtividade se encontram fundamentalmente no trabalho mais inteligente, participativo, integrado e sinérgico, o que significa melhor educação, melhor treinamento e capacitação.

A melhora nesses aspectos não pode mais ocorrer apenas por iniciativas isoladas. Requer uma atuação efetiva de um setor moderno e dinâmico de Gestão de Pessoas, dando suporte para a construção de perfis profissionais compatíveis com a missão, visão, valores e posturas estratégicas do clube, ou seja, buscando por resultados esportivos, sociais e educacionais expressivos, aliados com resultados financeiros consistentes.

Esta é uma tarefa que implica num processo de mudança cultural que não se faz da noite para o dia. É necessário, portanto, planejamento, investimentos e trabalho, para que ocorram mudanças significativas neste cenário. Tais ações trarão uma vantagem competitiva enorme em relação àqueles que ainda entendem que estas

31

questões podem ser resolvidas de forma espontânea e amadorística.

Por: João Paulo S. Medina, 2008

https://cadernodecampo.com/2008/09/30/o-rh- no-futebol/

O olhar dos clubes de futebol precisam ter essa sensibilidade de entender que bos resultados dentro e fora de campo passam por bons gestores, exercendo suas atividades em plenitude. É perceptível algum avanço neste cenário, mas ainda há bastante resistência ao assunto.

O universo do futebol conseguiu compreender que para resultados melhores é necessário gestores melhores, e são esses gestores que têm a responsabilidade de pensar, criar e porpôr situações mais criativas e eficazes para os problemas que se apresentam.

3.5. Liderar pelo exemplo

Abaixo podemos conhecer alguns dos administradores e colaboradores de clubes brasileiros com suas formações profissionais, e que exercem bons trabalhos nos clubes por onde passam:

➢ Eduardo Bandeira de Melo: É formado em Administração de Empresa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e trabalhou por 35 anos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde foi chefe do Departamento do Meio Ambiente. Membro do Conselho de Administração do clube entre 2007 e 2009, é também sócio proprietário do Flamengo desde 1978.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Bandeira_de _Mello

➢ Rodrigo Caetano: Escolaridade: Pós-Graduado em Gestão Empresarial (FGVRS - 2008) - Idiomas: Inglês e espanhol. Cursos: Congresso de Fútbol

32

Punta Cup (2004), VII Simpósio de Administração de Empresas (2004), VII Fórum Universidade Empresa (2005), PDCA – Gerenciamento por Indicadores (2005), Seminário de Gestão Criativa (2005), Como Vender Mais e Melhor – SEBRAE (2006), Aprender a Empreender – SEBRAE (2006), Governança Corporativa – NEXT GENERATION (2006), Terceirização – NEXT GENERATION (2006), Formação do Curso Básico de Língua Inglesa - YÁZIGI (2004 a 2007), Fórum Internacional de Futebol (FOOTECON) – PALESTRANTE-Rio de Janeiro (2007/2009/2010/2011).

http://www.abexfutebol.com.br/executivos/rodrigo -caetano/

➢ Paulo Nobre: (São Paulo, 24 de fevereiro de 1968), mais conhecido como Paulo Nobre, é um advogado, ex-piloto de rali, trader em Bolsas de Valores e ex-presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras. Foi eleito no dia 21 de janeiro de 2013, após vencer o candidato Décio Perin em disputa acirrada. Nobre substituiu Arnaldo Tirone, ex-presidente do clube paulistano, e foi sucedido por Maurício Galiotte. É o único cotista do Manitu High Yield Fundo de Investimento de Ações. Foi o mais jovem presidente do Palmeiras desde 1932, quando Dante Delmanto foi empossado com apenas 25 anos de idade.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Nobre

➢ Alexandre Mattos: (Belo Horizonte, 7 de maio de 1976) é um diretor de futebol brasileiro. Em 2013 e 2014, no comando da equipe do Cruzeiro, foi eleito o melhor diretor de futebol do Brasil. Em 2015, passou a atuar pelo Palmeiras, onde, no mesmo ano, ganhou o mesmo prêmio pela terceira vez consecutiva. Alexandre começou a carreira de dirigente esportivo em 2005, no América Mineiro. Em 2012, o dirigente foi contratado pelo Cruzeiro, e passou a ser apontado como responsável por uma transformação dentro do setor no clube, atraindo investimentos e parcerias para a criação de um elenco competente de atletas. O resultado veio com os títulos do de 2014 e os Campeonatos

33

Brasileiros de 2013 e 2014, conquistado pela equipe mineira. Em Maio de 2014, Mattos foi eleito pela Brasil Sports Market o melhor diretor-executivo de futebol do Brasil. O título e os bons resultados de sua direção o tornaram um dos dirigentes mais cobiçados do país e alvo de especulações, sendo sondado por equipes como Flamengo em mais de uma ocasião, no fim de 2013 e em maio de 2014, com a queda de Paulo Pelaipe.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Mattos

➢ Zinho: (...) Em 2010, volta para o Brasil para se aprimorar na carreira de treinador de futebol. é o segundo jogador recordista de jogos pelo Brasileirão superado por Rogério Ceni. De 1986 a 2004, Zinho acumulou 370 jogos pela competição. Por volta do final de 2006, o Miami propôs a Zinho que se tornasse o treinador do time. Aceitando a proposta, Zinho deu início a uma nova fase em sua vida, a de treinador. Mas em meados de 2010 retorna ao Brasil para dar continuidade à sua carreira acertando com o Nova Iguaçu, por onde teve como diretor executivo. Em 2012 é contratado pelo recém lançado canal Fox Sports para trabalhar como comentarista. Porém em maio do mesmo ano é convidado para se tornar o Diretor Executivo de Futebol do Flamengo, deixando a Fox Sports e assumindo o Flamengo. Em 2013 foi convidado para se tornar o Diretor Executivo de Futebol do Santos. No final de 2014, com um novo presidente eleito, Zinho deixa a gerencia do Santos para voltar ao Rio de Janeiro e resolver questões pessoais. Esteve nos canal ESPN Brasil, participando do Resenha ESPN, estando por pouco tempo. pois em Agosto do mesmo ano, aceitou ser auxiliar técnico de Jorginho, no Vasco da Gama. Durante o período como auxiliar-técnico no Vasco da Gama, teve a primeira oportunidade de comandar a equipe como treinador na partida contra o Brasil de Pelotas na qual venceu por 2x0, com o apoio de Jorginho (treinador do Vasco da Gama) suspenso na partida contra o Avaí válida pelo Campeonato Brasileiro Série B

https://pt.wikipedia.org/wiki/Zinho

34

➢ Zico: (Rio de Janeiro, 3 de março de 1953), é um treinador, ex- futebolista e ex-dirigente brasileiro que possui também a nacionalidade portuguesa que atuava como meia. Notabilizou-se como o carismático líder da vitoriosa trajetória do Flamengo nas décadas de 1970 e 1980, com ápice nas conquistas da Taça Libertadores da América e da Copa Intercontinental pela equipe carioca, além dos títulos do Campeonato Brasileiro de 1980, 82, 83 e da Copa União (Módulo Verde de 87) de suas participações pela Seleção Brasileira nas Copas Argentina 1978, Espanha 1982 e México 1986.

Durante a presidência de Fernando Collor, Zico foi Secretário Nacional de Esportes. Ocupou o cargo nos anos de 1990 e 1991.

Seu projeto mais conhecido foi a "Lei Zico", que modificou a estrutura do futebol brasileiro, reduzindo o poder dos clubes em relação aos jogadores. Dentre os temas regulamentados pela lei Zico, figuram, por exemplo, a criação do Conselho Superior de Desportos – entidade destinada a fazer cumprir a própria lei – e a organização da Justiça desportiva.

A "Lei Zico", que é como ficou conhecida a Lei no 8.672, foi promulgada em 6 de julho de 1993, e promoveu e concretizou a modernização da legislação desportiva.

A relação com Collor, considerada harmônica no início da função como ministro, se deteriorou após aliados do ex-presidente reclamarem dos efeitos da Lei Zico. Um dos pontos mais polêmicos da lei foi a captação de recursos financeiros para entidades desportivas através de bingos.

Cobrado por políticos que o apoiavam, o então presidente engavetou o projeto de lei, o suficiente para Zico pedir demissão.

“Aquilo batia de frente com alguns setores que o tinham apoiado. Ele [Collor] engavetou. Ele parou com o contato direto que tinha comigo. Preparei minha carta de despedida, pois não tinha mais o que fazer”.

Após essa aventura na política, Zico voltou aos gramados para jogar no Japão.

35

Seleção japonesa: A partir de junho de 2002, passou a exercer o cargo de selecionador da Seleção Japonesa, sucedendo o francês Philippe Troussier, que treinara o país na Copa do Mundo daquele ano. Foi chamado logo como a primeira opção de Masaru Suzuki, presidente da Associação de Futebol do Japão - Suzuki fora o presidente do Kashima na época em que Zico teve bons resultados como técnico interino do clube. Após eliminação na primeira fase na Copa das Confederações de 2003, Zico levou os nipônicos ao título na Copa da Ásia de 2004. Com o título continental, o Japão credenciou-se a disputar no ano seguinte a Copa das Confederações e, embora eliminado na fase de grupos, não fez feio, tendo ficado perto de eliminar a Seleção Brasileira nesta fase

O Japão de Zico reencontraria o Brasil no ano seguinte, na Copa do Mundo de 2006, com nova eliminação na primeira fase e um futebol aquém do que se esperava. Zico afirmou que fez o melhor que pôde pela seleção japonesa e que não se arrependeu de nenhuma decisão que tomou. Apesar de não ter conseguido os mesmos resultados do antecessor, seu trabalho foi reconhecido por ter inspirado melhor postura dos jogadores japoneses, ensinando-lhes a ter mais confiança e capacidade de improvisação. Foi treinando a Seleção Japonesa que Zico desenvolveu o gosto para ser treinador; até então, suas intenções após abandonar os gramados era ser dirigente.

Fenerbahçe: Após a Copa, Zico foi contratado para treinar a equipe turca do Fenerbahçe, ajudando a popularizá-lo no Brasil. Comandando um time cujo elenco contava com vários ex-jogadores do futebol brasileiro (Alex, Edu Dracena, Deivid, Fábio Luciano e, posteriormente, Roberto Carlos, além do naturalizado turco Gökçek Vederson, do uruguaio e do chileno Claudio Maldonado), ganhou em sua primeira temporada o campeonato turco e, na seguinte, levou a equipe às quartas - de - finais da Liga dos Campeões da UEFA de 2007 - 08, sendo esta a melhor participação de um clube da Turquia no principal torneio europeu de clubes.

36

Seleção Iraquiana: Em 25 de agosto de 2011, embarcou para o Iraque para assumir a seleção do país com o principal objetivo de classificar a seleção para a Copa do Mundo de 2014. O contrato assinado tem validade até 2014, mas a ideia é permanecer até 2018.

Al-Gharafa: Em agosto de 2013, após quase 1 ano desempregado, foi anunciado como novo técnico do Al-Gharafa, do Catar, sendo esta sua 2ª experiência no futebol asiático. Zico foi demitido após sofrer três derrotas seguidas e deixando o Al-Gharafa na sétima colocação do campeonato, sem chances de título.

Football Club Goa: Em 2 de setembro de 2014, em um projeto pioneiro de difundir o futebol pelo mundo, tal qual já havia feito no japão, Zico assume o comando do FC Goa, time de futebol da Índia. Logo após sua chegada o clube postou em seu site oficial: " - A Lenda está aqui, seja bem vindo Zico."

Em sua primeira temporada levou o modesto FC Goa à semifinal da Superliga Indiana. Em janeiro de 2017, zico deixou o comando do FC Goa.

Dirigente esportivo: Em 30 de maio de 2010, a convite da presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, assumiu o cargo de diretor executivo de futebol do clube. Em 1 de outubro de 2010, anunciou, em seu site pessoal, o pedido de demissão do cargo, segundo ele, por pressões sofridas dentro do clube.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Zico

37

CONCLUSÃO

O RH nos clubes de futebol estão sob observação constante. As organizações comuns muitas das vezes não têm seus departamentos de RH muito desenvolvidos, logo é de se imaginar que no futebol não é diferente. Porém, já é possível perceber que os clubes têm tido um olhar diferente em suas gestões, pois perceberam que o caminho para o sucesso em suas atividades passam por um RH bem estruturado, e os demais setores equiparados.

Mais do que nunca é possível perceber que o amadorismo que durante tanto tempo era quase uma premissa para os dirigentes, hoje é um motivo de olhar desconfiado por todos aqueles que participam das atividades. Cada vez mais as gestões profissionais são incentivadas e reconhecidas nos clubes.

Fica evidente que no universo do futebol, pairam nas entrelinhas os interesses sombrios (ou não) dos clubes. Esses comportamentos são devidamente proporcionais à quantidade de amadorismo nos departamentos de futebol, bem como, com profissionais com desvio de caráter, ou simplesmente pelos “apaixonados”, que nada têm de gestores na verdade.

Para o futuro fica a expectativa de “dias melhores” para os clubes de futebol, e também a perspectiva de vermos bons gestores à frente desses clubes, trazendo cada vez mais as melhores práticas de RH, e implantando gestões cada vez mais modernas que levem suas empresas ao sucesso.

38

BIBLIOGRAFIA

• CHRISTIAN BARBOSA, Editora Sextante, página 26, 2012 • CYNTHIA A. MONTGOMER, Editora Sextante, capítulo 7, página 125, “mantenha a vibração” - 1012

WEBGRAFIA

• GALLO, 06/10/2014, https://professorgalloblog.wordpress.com/2014/10/06/gestao-de-r-h-no-futebol/ • GUILHERME COSTA, 10/03/2008, http://universidadedofutebol.com.br/utopia-ou-realidade-invisivel-o-trabalho-do-rh-no- futebol/ • HILDO PEREIRA DA SILVA NETO, 2011, http://www.efdeportes.com/efd154/a-gestao-nos-clubes-de-futebol-de-recife.htm

• PATRÍCIA BISPO, 2016, http://www.rh.com.br/Portal/Carreira/Entrevista/10711/captacao-de-talentos- uma-acao-estrategica.html • FABIANO ROCHA, 2013, http://oglobo.globo.com/rio/confira-integra-da-sentenca-do-julgamento-do-goleiro- bruno-7785418 • RAQUEL FREITAS, 2017, http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/em-liberdade-goleiro-bruno-se-apresenta-a- justica-em-santa-luzia.ghtml • ESTADÃO CONTEÚDO, 2017, http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,boa-perde-ate-patrocinador-master- apos-contratacao-de-bruno,70001697678 • BRUNO GIUFRIDA E REGIS MELO, 2017, http://globoesporte.globo.com/mg/sul-de-minas/futebol/noticia/2017/03/presidente-do- boa-defende-bruno-e-diz-que-teve-de-se-explicar-para-filhas.html • https://www.significados.com.br/rh/ • https://www.significados.com.br/lideranca/ • https://www.significados.com.br/gestao/ • https://www.significados.com.br/interesse/

39

• ODIL PUQUES , 2015, http://www.amambainoticias.com.br/geral/artigos/sobre-os-des-interesses-do- futebol • JOÃO PAULO S. MEDINA, 2008, https://cadernodecampo.com/2008/09/30/o-rh-no-futebol/ • https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Bandeira_de_Mello • http://www.abexfutebol.com.br/executivos/rodrigo-caetano/ • https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Nobre • https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Mattos • https://pt.wikipedia.org/wiki/Zinho • https://pt.wikipedia.org/wiki/Zico

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 01 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Para início de conversa... 10 1.1. Entendendo um pouco mais sobre o assunto 10 1. 2. Aceitação do RH no esporte 11 1. 3. E como deveria ser? 12 1. 4. O RH nisso tudo 13

CAPÍTULO II O RH e a captação de pessoas 14 2.1. Estudo de Caso - Goleiro Bruno Fernandes 15

CAPÍTULO III Boas práticas de RH 22 3.1. RH e estratégias 23 3.2. Conceitos 24 3.3. Os interesses 27 3.4. Uma outra visão 29 3.5. Liderar pelo exemplo 31

CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 38 WEBGRAFIA 38