ABELHAS SOCIAIS ( : ) E SEUS RECURSOS FLORAIS EM UMA REGIÃO DE MATA SECUNDÁRIA, ALCÂNTARA, MA, BRASIL.

Silmary de Jesus M. GONÇALVES1, Márcia RÊGO2, Andréa de ARAÚJO1

RESUMO — De julho/1992 a junho/1993 foram feitas coletas em intervalos de ,28 a 30 dias em uma .área de vegetação secundária com 1.650m2, próxima ao rio Pepital, em Alcântara - MA, com o objetivo de conhecer a fauna apícola e suas relações com a flora local. Foram coletados sobre flores 1.076 indivíduos (1.073 fêmeas e 03 machos), pertencentes a 20 espécies e 11 gêneros da família Apidae. Trigona fulviventrís (42,2%), Apis mellifera (24,5%), Trigona pollens (12,5%), Trigona fuscipennis (10,0%), clavipes (2,9%) e Melipona puncticollis (2,3%) foram as espécies mais abundantes. O menor número de indivíduos foi coletado em abril (mês chuvoso), e o mês com maior número de indivíduos capturados foi julho. A maior frequência de Apidae foi observada entre 6:00 e 8:00 horas. As espécies de plantas que receberam o maior número de visitas foram: Borreria verticillata (Rubiaceae), Clusia sp. (Guttiferae), Hyptis atrorubens (Labiatae), Heliotropium sp. (Boraginaceae) e Crotalaria refusa (Leguminosae). As espécies de Trigona visitaram quase todas as plantas do local, preferencialmente aquelas das famílias Guttiferae, Rubiaceae e Boraginaceae.

Palavras-chaves: Abelhas, Apidae, Recursos florais, Alcântara Social Bees (Hymenoptera: Apidae) and their Floral Resources in a Secondary Forest Re­ gion, Alcântara, Ma, Brazil. ABSTRACT — Monthly collects were made during a year (July/92 to June/93) in an area with secondary forest near the Pepital river with 1,650 m2, in Alcantara - MA, in order to know Apid fauna and their relationships with local flora. An amount of 1,076 bees (1,073 females and 3 males) were collected, belonging to 20 species and 11 genera of the Apidae family. The most abundant species were Trigona fulviventrís (42.2%), Apis mellifera (24.5%), Trigona pallens (12.5%), Trigona fuscipennis (10.0%), Tetragona clavipes (2.9%) and Melipona puncticollis (2.3%). The highest number of bees was obtained in July and the smallest abundance was in April (rainy month). The highest activity of bees during the day occured from 6.00 to 8.00 a.m.. Borreria verticillata (Rubiaceae), Clusia sp. (Guttiferae), Hyptis atrorubens (Labiatae), Heliotropium sp. (Boraginaceae) and Crotalaria retusa (Leguminosae) were intensively visited by Apidae species. Trigona were the most generalists, visiting all the botanic species where bees were collected, with preference in Guttiferae, Rubiaceae and Boraginaceae species. Key-words: Bees, Apidae, Floral resources, Alcantara

INTRODUÇÃO 1906; SAGAKAMI & LAROCA, 1971a; LAROCA et «/.,1982; ABSY et ai, 1984; Levantamentos padronizados CAMARGO & MAZUCATO, 1984; sobre abelhas c suas relações com a BORTOLI, 1987; HOFFMAN, 1990; flora do Brasil foram iniciados com KNOLL, 1990; RAMALHO et ai, 1990; SAKAGAMI et ai ( 1967) e juntamente WITTMANN & HOFFMAN, 1990; com outros estudos (DUCKE, 1902; PEDRO & CAMARGO, 1991; PEDRO,

1 Ex-Bolsistas da CAPES - Curso de graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão. 2 Professora Assistente do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão.

ACTA AMAZÔNICA 26(1/2):55-68. 1996. 1992; CURE et al., 1992; CURE, 1993) úmido, caracterizado por temperaturas têm contribuído para o conhecimento dos em torno de 25°C, com índice Apoidea sob diversos aspectos: pluviomètrico entre 1.000-1.800 mm biogeografia, fenologia, riqueza e anuais e amplitude térmica anual abundância de suas comunidades, oscilando entre 0,8° e 3,2°C (FEITOSA, comportamento de coleta dos recursos, 1983). O regime de chuvas é nidificação, dentre outros. tipicamente tropical, com dois grandes No Maranhão, trabalhos padro­ períodos no ano: chuvoso, que se inicia nizados que tratam da composição dos em dezembro e se prolonga até junho/ Apoidea e de suas relações com a flora julho, e seco com precipitações esparsas, são escassos (BRENHA, 1986; de julho a dezembro. REBELO, 1986; KERR et ai, 1986/ A vegetação da área é resultante 1987; GOTTSBERGER et al., 1988; de desmatamento para implantação de ALBUQUERQUE & REGO, 1989; pequenas áreas agrícolas há muito REGO & ALBUQUERQUE, 1989; abandonadas, constituindo-se GOMES, 1991; BRITO, 1994; principalmente de plantas arbustívas e FERREIRA, 1994; MENDONÇA, herbáceas, apresentando também 1994; APOCALYPSE, 1995). elementos de vegetação ruderal. Tratando-se particularmente do Próximo às margens do rio, há áreas município de Alcântara, com exceção inundáveis na época chuvosa onde dos trabalhos de DUCKE (1908; ocorrem em abundância Mauritia 1910), não há registros de estudos flexuosa, Clusia sp. e Toccoca sp. específicos nesta área. Portanto, este Espécies vegetais como Cecropia sp., trabalho, juntamente com ARAÚJO Trema micrantha, Lacistema sp. e (1994), vem não somente contribuir Orbignya martiana são também para o conhecimento da fauna e flora encontradas na região, sendo tais apícola daquela região, como também formações típicas de matas secundárias, propiciar comparações com outros indicando forte ação antròpica. biomas do Estado do Maranhão. Amostragem de Abelhas e Plantas METODOLOGIA As coletas foram realizadas de Area de Estudo julho de 1992 a junho de 1993, em O Município de Alcântara está intervalos de 28 a 30 dias e com 12 localizado no litoral ocidental do Estado do horas de duração, sendo subdivididas Maranhão, situando-se à margem oeste da em dois períodos de seis horas (no Baía de São Marcos e a noroeste da Ilha primeiro dia de 12:00 às 18:00 h e no de São Luís ( 2o 23' 00" S ; 44° 25' 00" segundo de 6:00 às 12:00 h), W), distante 20 Km, por mar, de São Luís. totalizando 288 horas de amostragem. O local de coleta situa-se a cerca de 25 Km A área de estudo foi dividida em do centro da cidade de Alcântara, próximo cinco sub-áreas ao longo de uma trilha, ao igarapé do Pepital. perfazendo um total de aproximadamente O clima da região é quente e 1.650m2, percorridos por dois coletores altemadamente, em intervalos de uma RESULTADOS E DISCUSSÃO hora. A coleta era iniciada simultânea Composição: Riqueza de Espécies e paralelamente, com cada coletor em e Abundância Relativa das um dos lados da trilha, passando pelas Abelhas sub-áreas da seguinte forma: 5 min. para as sub-áreas 1, 2, 4 e 5, e 10 min. para Foram coletados sobre flores 1.076 a sub-àrea numero 3, que possuía o abelhas, sendo 1.073 fêmeas e 03 machos, dobro de tamanho das anteriores pertencentes a 20 espécies, 11 gêneros e 4 (totalizando cerca de 30 minutos em subfamílias de Apidae (Tab. 1). cada lado da trilha). Comparando-se estes dados aqueles As abelhas foram coletadas obtidos em outros levantamentos em (individualmente ou em grupo) com vegetação secundária (BRENHA, 1986; redes entomológicas ainda nas flores KNOLL, 1990; CURE et al, 1992 e ou logo após abandoná-las, colocadas SOFIA & BEGO, 1994) observa-se em câmaras mortíferas com acetato de que há pouca diferença quanto a etila e etiquetadas com horário, data riqueza de espécies de Apidae, e número da planta e, após sobressaindo-se meliponíneos e identificação, foram depositadas na euglossíneos, o que já era esperado por coleção entomològica da serem grupos tipicamente tropicais. Universidade Federal do Maranhão. Como mostra a Figura 1, em relação Foram observadas algumas ao número de indivíduos, em ordem características das plantas nas quais decrescente as subfamílias se dispõem da foram coletadas abelhas, tais como seguinte forma: Meliponinae > Apinae > hábito, cor da flor, época de floração Euglossinae > Bombinae, cuja ordem de e recursos disponíveis, retirando-se, importância é similar àquela atribuída a ainda, alguns ramos para o preparo de outros locais do Brasil (SAKAGAMI et exsicatas e, após identificação, foram ai, 1967; WTTTMANN & HOFFMAN, depositadas no herbário do Museu 1990; CURE et ai, 1992). Paraense Emílio Goeldi e no CAMARGO & MOURE (1988 Departamento de Biologia da apud CAMARGO, 1989) reconheceram Universidade Federal do Maranhão. 30 gêneros de meliponíneos para a região Os dados referentes a temperatura, Neotropical, sendo que Trìgona, Tetragona umidade relativa e pluviosidade foram e Frieseomelitta possuem uma ampla fornecidos pela estação metereológica distribuição. Em Trigona, sobressairam-se do Terminal da ponta da Madeira/ as espécies T. fiilviventris, T. pollens e Τ. CRVD, em São Luís, que dista 20 Km fuscipennis, o que corrobora os trabalhos do local de coleta. de SAKAGAMI & LAROCA (1971a), Neste estudo foi adotado a HEITHAUS (1979b), ALBUQUERQUE classificação de MICHENER (1990), & REGO (1989) e REGO & ALBU­ onde os Apidae estão colocados em quatro QUERQUE (1989), onde este gênero subfamílias: Apinae, Meliponinae, também foi o mais abundante. Tetragona Euglossinae e Bombinae. foi representado pelas espécies T. clavipes e Τ. dorsalis, e Frieseomellita por uma número de indivíduos, o gênero Euglossa espécie, F. aff. portoi. Melipona, foi apresentou maior riqueza, com 6 espécies representada por Μ. puncticollis. Com capturadas, destacando-se: Eg. towsendi e menor número de indivíduos, Partamona Eg. piliventris. sp., Oxytrigona tataira e Partamona Os Bombinae são abelhas pearsoni (Tab. 1). robustas e pilosas, de distribuição A subfamüia Apinae é formada por basicamente holoártica, com apenas um gênero, presente nas regiões penetração na América do Sul (LEVANO Paleartica e Africana (MICHENER, 1979). et al., 1991), sendo adaptadas Apis mellifera, introduzida nas Américas, principalmente a climas frios, onde são foi a segunda espécie mais representativa. mais abundantes e diversificadas Os Euglossinae são ampla e (MICHENER, 1990). No Brasil existem exclusivamente distribuídos na região Neo- cerca de 7 espécies (RAMALHO et ai, tropical, sendo mais numerosos em •1991). Bombus brevivillus, a única espécie espécies nos trópicos úmidos capturada, tem distribuição bem (DRESSLER, 1982). Apesar do reduzido característica, ocorrendo desde a Amazônia

Tabela 1. Espécies de abelhas com percentual e número de espécimens coletados (F = fêmea, Μ = macho e Τ = Total) e número de espécies de plantas visitadas no período de julho/92 a junho/93, em Alcântara, MA.

Código/espécies de abelhas No. de Indivíduos No. de spp. de F Μ Τ % plantas visitadas APIDAE ' MELIPONINAE 01 Trigona fulviventrís (Guérin, 1835) 454 - 454 42,2 31 02 Trigona pallens (Fabricius, 1798) 135 - 135 12,5 12 03 Trigona fuscipennis (Friese, 1900) 108 - 108 10,0 08 04 Tetragona clavipes (Fabricius, 1804) 31 - 31 2,9 , 07 05 Tetragona dorsalis (Schwarz, 1938) 07 - 07 0,6 02 06 Frie5eomelitta aff. portoi (Friese, 1900) 15 - 15 1,4 04 07 Partamona sp. 10 - 10 0,9 04 Q8 Partamona pearsoni (Schwarz, 1938) 01 - 01 0,1 01 09 Oxytrigona tataira (Smith, 1863) 02 - 02 0,2 01 10 Melipona puncticollis Friese, 1902 25 01 26 2,4 04 APINAE 11 Apis mellifera Linnaeus, 1758 263 - 263 24,5 06 EUGLOSSINAE 12 Euglossa townsendi Cockerell, 1904 05 02 07 "0,6 04 13 Euglossa piliventris Guérin, 1845 03 - 03 0,3 01 14 Euglossa cordata (Linnaeus. 1758) 02 - 02 0,2 02 15 Euglossa (Glossura) sp. 02 - 02 0,2 01 16 Euglossa (Euglossa) sp 1 02 02 0,2 02 17 Euglossa (Euglossa) sp 2 01 - 01 0,1 01 18 Eulaema cingulata (Fabricius, 1804) 05 - 05 0,5 02 19 Eufriesea surinamensis (Linnaeus) 01 - 01 0,1 01 BOMBINAE 20 Bombus brevivillus (Fraklin. 1913) 01 , - 01 0,1 01 Total 1.073 03 1.076 100,0 33 e vai descendo, passando pela região espécies florais disponíveis na área de Nordeste, até alcançar além dos limites estudo, sugerindo que a precipitação entre Espírito Santo e Rio de Janeiro seria o fator responsável pelo pequeno (MOURE & SAKAGAMI, 1962). número de abelhas em atividade neste Portanto, este é o primeiro registro desta mês, com a coleta realizada em um dia espécie para o norte do Maranhão. chuvoso e nublado. Apenas duas espécies foram Atividade ao Longo do Ano encontradas em todas as coletas, Trigona Os Apidae de maneira geral, foram fulviventris e Trigona pallens. O maior encontrados durante todo o ano de coleta, número de Trìgona foi obtido nos meses com o maior número de indivíduos de janeiro e fevereiro, o que deve estar coletados de julho a dezembro, período que relacionado ao grande número de corresponde à estação seca (Tab. 2 e Fig. espécimens floridas de Heliotropium sp.

Figura 1. Abundância relativa das subfamílias Apidae, em número de indivíduos, no período de jul/92 ajun/93, em Alcântara, MA. 2). Nestes meses também havia maior (Boraginaceae), ao longo de toda área, quantidade de espécies vegetais sendo visitada por estas espécies. disponíveis, com o pico de A partir de setembro foi observada abundância em julho, mês que uma crescente diminuição de Hyptis corresponde ao final das chuvas, atrorubens (Labiatae), o que foi quando foram capturados 135 acompanhado por um declínio no número indivíduos em 17 espécies floridas, de espécimens de Apis mellifera, incluindo as plantas mais visitadas das demonstrando uma forte relação trofica famílias Rubiaceae, Guttiferae, entre estas espécies. Labiatae e Boraginaceae. Em Tetragona foram observados No período de janeiro a junho padrões diferentes de distribuição: (época chuvosa) houve um declínio no Tetragona clavipes foi mais regular, número de indivíduos, sendo abril o mês mostrando-se ativa de julho a que reuniu menor número de fevereiro, enquanto T. dorsalis só foi espécimens, embora houvesse 14 capturada nos meses de janeiro, fevereiro e outubro. Segundo DRESSLER (1982), O mês de dezembro correspondeu muitas espécies de Eufriesea são ao período de maior atividade de Melipona altamente sazonais, cujos indivíduos puncticollis na área, quando foram são ativos durante dois a seis meses a coletados grande número de indivíduos. cada ano, na estação seca, em regiões A maioria das espécies de tropicais, o que corrobora os

Tabela 2. Freqüência mensal das espécies de Apidae, entre jul/92 e jun/93, em Alcântara, MA.

ABELHAS Código/Espécies jul ago set out nov dez Jan fev mar abr mai jun Total 01 Trigona fulviventris 27 29 36 55 43 35 60 41 32 34 40 22 454 02 Trigona pallens 01 04 01 01 12 19 27 43 06 04 13 04 135 03 Trigona fuscipennis 26 16 10 03 01 14 13 11 03 05 06 108 04 Tetragona clavipes 04 04 03 08 07 03 01 01 31 05 Tetragona dorsalis 01 05 01 07 06 Frieseomelitta aff. portai 06 03 01 03 01 01 15 07 Partamona sp. 01 03 02 01 03 10 08 Partamona pearsoni 01 01 09 Oxytrigona tataira 01 01 02 10 Melipona puncticollis 01 01 03 21 26 11 Apis mellifera 71 40 36 31 27 10 11 06 01 30 263 12 Euglossa townsendi 01 01 01 01 03 07 13 Euglossa piliventris 01 02 03 14 Euglossa cordata 01 01 02 15 Euglossa (Glossura)sp 02 02 16 Euglossa(Euglossa)sp 1 02 02 17 Euglossa(Euglossa)sp 2 01 01 18 Eulaema cingulata 01 01 03 05 19 Eufriesea surinamensis 01 01 20 Bombus brevivillus 01 01 No. de espécies 10 06 09 07 07 08 12 08 06 03 08 07 20 No. de indivíduos 135 95 95 102 94 106 123 106 46 40 67 67 1.076

Euglosssa e Eulaema são encontradas resultados de GOMES (1991), que ao longo de todo o ano, apesar de sua capturou duas espécies de Eufriesea abundância variar de acordo com as apenas no mês de setembro (período seco estações (DRESSLER, 1982). As no Maranhão). Entretanto, neste estudo, o Euglossa foram encontradas em único exemplar de Eufriesea surinamensis maior atividade no mês de julho, foi coletado em um mês chuvoso com 5 indivíduos e 4 espécies (fevereiro), coincidindo com o padrão capturadas: Eg. townsendi, Eg. observado para este gênero na região sub­ cordata, Eg. piliventris e Eg. sp 1. Já tropical do Brasil (REBELO & Eulaema foi mais ativa em maio, GAROFALO, 1991). coincidindo com o pico de floração de Toccoca sp. (Melastomataceae), o que Atividade Diária parece indicar uma certa preferência Ao longo do dia, a maior freqüência alimentar por esta espécie floral. de indivíduos foi observada pela manhã, Figura 2. Dados climáticos - temperatura mínima (TMIN), temperatura máxima (TMAX), temperatuta média (TMED), umidade relativa (UR) e precipitação - e abundância relativa dos gêneros de Apidae ao longo do ano, entre jul/92 e jun/93, em Alcântara, MA. entre 6:00 e 8:00 horas, e a menor entre atividades: pela manhã e ao final da 17:00 e 18:00 h {Tab. 3 e Fig. 3). tarde (EICKWORT & GINSBERG, Os Trigonini foram os mais 1980). As Partamona parecem abundantes em todos os horários e apresentar este padrão, já que foram também os mais uniformemente coletadas somente das 6 às 10 horas e distribuídos. As espécies de Trigona das 15:00 às 18:00 horas. concentraram suas atividades no período Tetragona clavipes apresentou, de da manhã, o que corrobora os resultados modo geral, certa regularidade ao longo obtidos por ALBUQUERQUE & do dia, não sendo encontrada apenas em REGO (1989), em que este gênero foi dois horários, das 6 às 7 horas e das 14 às encontrado principalmente no horário 15 horas. Visitou principalmente flores de entre 6 e 8 horas. Croton sp. (Euphorbiaceae), apesar da Muitas espécies de abelhas presença de algumas espécies de apresentam modelos bimodais de Compositae na área, contrariamente ao que foi observado por PEDRO (1992), no Apis mellifera esteve presente em cerrado de Cajuru, onde T. clavipes foi todos os horários, sendo mais abundante coletada apenas das 10:00 às 16:00 horas, entre 11:00 e 15:00 horas, atingindo o em visita principalmente às espécies de ponto máximo de atividade às 14:00 horas, Compositae. Estas diferenças segundo o que provavelmente deve coincidir com ENGEL & DINGEMANS-BAKELS a maior produção de recursos por Hyptis (1980), ocorrem devido a grande atrorubens, uma vez que um grande plasticidade das abelhas eusociais para número de indivíduos foi visto em visitas ajustar-se às condições locais (incluindo às suas flores neste horário, tipos e abundância de competidores, Os Euglossinae foram coletados relação entre raio de vôo e distância das principalmente pela manhã, sendo mais fontes florais, etc.). abundantes das 6 às 7 horas. Nenhum Os Meliponini apresentaram maior indivíduo foi capturado ao final da tarde atividade pela manhã, entre 8 e 10 horas, (16 -18 horas). o que também foi observado por SOMMEDER et al. (1983), cujo trabalho Visita às Flores demonstra que o pico de atividade de Dentre as 42 espécies de plantas Melipona acontece pela manhã, em tomo observadas, 33 receberam visitas dos de 8:00 horas, período em que ocorre Apidae, sendo que as famílias Rubiaceae, intensa coleta de pólen. Guttiferae, Labiatae, Boraginaceae,

Tabela 3. Número de indivíudos de Apidae coletados em cada horário ao longo do dia, no período de jul/92 a jun/93, em Alcântara, Ma.

ABELHAS Η O R Á R I 0 Código/Espécies 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 01 Trigona fulviventrís 95 62 35 21 20 21 21 31 46 38 37 27 02 Trigona pallens 16 18 6 15 05 16 15 13 08 04 12 07 03 Trigona fuscipennis 25 23 11 07 05 11 05 05 03 07 06 04 Tetragona clavipes 04 01 04 05 02 02 05 02 05 01 05 Tetragona dorsalis 02 02 01 01 01 06 Frieseomelitta aff. portoi 04 03 01 03 03 01 07 Partamona sp. 01 02 01 02 02 02 08 Partamona pearsoni 01 09 Oxytrigona tataira 01 01 10 Melipona puncticollis 04 05 01 04 02 01 03 03 03 11 Apis mellifera 01 01 09 26 27 32 36 33 45 27 21 05 12 Euglossa townsendi 01 01 02 02 01 13 Euglossa piliventris 02 01 14 Euglossa cordata 01 01 15 Euglossa (Glossura)sp 01 01 16 Euglossa(Euglossa)sp 1 01 01 17 Euglossa(Euglossa)sp 2 01 18 Eulaema cingulata 01 01 01 01 01 19 Eufriesea surinamensis 01 20 Bombus brevivillus 01 No. de espécies 12 09 10 10 09 08 08 09 07 08 10 07 No de indivíduos 147 113 74 85 67 88 78 94 109 80 90 51 •Trigona L'-Apis (^Tetragona 100 0Π Melipona SFrieseomelitta

8 ΡΡ8 SS Partamona •Eulaema 50 eaOxytrigona Θ Eufriesea

8S888SSSSg8S coj^etíò>ò»-t4coirii>- Horário ao longo do dia (Horas)

Figura 3. Abundância relativa dos gêneros de Apidae ao longo do dia, no período de jul/92 a jun/93, em Alcântara, MA.

Leguminosae, Melastomataceae, Euphor- 38 das 53 espécies de plantas coletadas na biaceae e Malpighiaceae foram as que Mata do Sacavém, São Luís, MA. receberam o maior número de indivíduos Segundo ROUBIK (1982), três e de espécies de abelhas (Fig. 4 e Tab. 4). gêneros de abelhas "roubam" néctar de Os Meliponinae visitaram flores. Dentre estes, Trìgona, que possui principalmente flores de Rubiaceae adaptações especiais para perfurar corola, (21,0% dos indivíduos coletados), como mandíbulas fortes e denteadas, e Guttiferae (20,0%), leguminosae (12,2%), utiliza feromônios para recrutar mais Boraginaceae (11,7%), Melastomataceae operárias, podendo interferir, inclusive, nas (9,6%) e Euphorbiaceae (6,3%), atividades de outros forrageadores semelhantes aos resultados obtidos por (MICHENER, 1974). Este ENGELS & DINGEMANS-BAKELS comportamento foi observado nas flores de (1980) e RAMALHO et al. (1990), que Crotalaria, refusa (Leguminosae), aponta estas famílias como fontes de Mandevilla sp. (Apocynaceae) e Irlbachia recursos muito utilizadas pelos #/«ta_(Gentianaceae), que tiveram suas meliponíneos. As Trigona são as abelhas corolas danificadas por T. fidviventrìs e Τ. mais generalistas, entre os Apidae, pallens. visitando todas as plantas (33 espécies), Tetragona dorsalis visitou apenas preferencialmente Clusia sp. Rhynchospora cephalotes (Cyperaceae) (Guttiferae), Borreria verticillata e uma espécie de Malpighiaceae não (Rubiaceae) e Heliotropium sp. identificada (022), enquanto Tetragona (Boraginaceae), o que foi observado clavipes mostrou-se mais generalista, também por BRENHA (1986), cujo visitando 7 espécies de plantas, trabalho demonstra que este gênero visitou incluindo as pequenas flores de Croton Tabela 4. Recursos florais e suas abelhas visitantes (F = fêmea, Μ = macho, Τ = Total e N.I. = não identificada), entre jul/92 e jun/93, em Alcântara, MA.

ABELHAS VISITANTES

Código/Espécies de Plantas No de Espécies de APIDAE Indivíduos numeradas conforme a F Μ Τ Tahfila 1 Rubiaceae 006 Borreria verticillata 280 01 281 01,02,03,04,06,07,10,11 032 Sabicea cinerae 02 - 02 1,12 Guttiferae 003 Clusia sp. 170 - 170 01,02,03,07,08,13,17,18,19 027 Vismia guianensis 01 - 01 01 Labíatae 005 Hyptís atrorubens 137 - 137 01,03,07,10,11 Boraginaceae 010 Heliotropium sp. 110 - 110 01,02,11 029 Cordia multispicata 03 - 03 01 Melastomataceae 007 Toccoca sp. 42 - 42 01,02,04,06,10,11,18,20 011 NI. 35 - 35 01,02,11,12,14 015 Miconia sp. 09 - 09 01,02 035 Aciotis annua 04 - 04 01 Leguminosae 002 Cassia sp. 33 - 33 01,04,07 017 Crotalaria retusa 54 - 54 01,02,16 019 Mimosa sp. 09 - 09 01,02 024 Mimosa sp. 01 - 01 03 Euphorbiaceae 023 Croton sp. 50 - 50 01,02,03,04,06,09,10 Malpighiaceae 022 N.l. 30 - 30 01,02,03,04,05 Compositae 014 Rolandra argentea 23 - 23 01,03 033 Wulffia baccata 02 - 02 01 Tumeraceae 028 Turmera sp. 20 - 20 01,02 Cyperaceae 008 Rhynchospora sp. 02 02 04 1,12 012 Cyperus ligularis 02 - 02 04 013 Rhynchospora cephalotes 12 - 12 01,04,05,06 Ochnaceae 020 Sauvagesia sp. 11 - 11 01,11,12,16 Malvaceae 009 Urena lobata 07 - 07 01 016 Sida sp. 02 - 02 01,02 Graminae 034 Panicum pilosum 08 - 08 01 Xyridaceae 021 Xyris sp. 03 - 03 01 Verbenaceae 001 Ν. I. 02 - 02 01,14 Apocynaceae 037 Mandeviíla sp. 02 - 02 01 Polygalaceae 030 Polygala sp. 02 - 02 01 Gentianaceae 038 Irlbachia alata 01 - 01 01 Anacardiaceae 025 Anacardium occidentalis 01 - 01 01 sp. (Euphorbiaceae). Hyptis atrorubens (Labiatae) foi a espécie Melipona puncticollis e mais visitada por Apis mellifera, tal Frieseomelitta aff. portoi visitaram preferência foi também observada por preferencialmente Borreria verticillata FARIA & CAMARGO (1995) e PEDRO (Rubiaceae), com mais de 60% dos seus & CAMARGO (1991), em campo indivíduos coletados nesta espécie. rupestre e cerrado, respectivamente, onde Os Apinae foram capturados espécies de Hyptis foram também muito principalmente sobre flores de Labiatae visitadas por Apis para a coleta de (45,6% dos indivíduos coletados), pólen e néctar. Rubiaceae (44,5%) e Boraginaceae (8,0%). Fêmeas euglossíneas foram Trigona

Apis • Rubiaceae ca Guttiferae Tetragona CZ3 Labiatae nil Boraginaceae Melipona •• Melastomataceae QLeguminosae Euglossa ETJEuphorbiaceae K30utras

Figura 4. Freqüência com que as famílias de plantas foram visitadas pelos gêneros mais abundantes de Apidae, entre jul/92 e jun/93, em Alcântara, Ma. coletadas principalmente em Clusia sp. AGRADECIMENTOS (Guttiferae; 25% dos indivíduos Os autores agradecem aos Profs. capturados), cuja resina floral é utilizada J.M.F. de Camargo e José M. Macario por estas abelhas para construções no Rebelo pela identificação das espécies ninho, servindo como um excelente de abelhas e sugestões no manuscrito; fungicida e bactericida (DRESSLER, ao Sr. A. Nelson Rosa pela 1982; ARMBRUSTER, 1984; identificação das espécies de plantas; MICHENER, 1990). Toccoca sp. à Fundação de Amparo à Pesquisa no Melastomataceae; 20,8%) e Sauvagesia sp. Maranhão (FAPEMA) pelo (Ochnaceae; 20,8%), espécies ricas em financiamento concedido e à pólen, foram muito utilizadas pelas fêmeas Companhia Vale do Rio Doce para alimentação. Os dois machos de (CRVD), pelo fornecimento dos dados Euglossa foram capturados coletando climáticos da região. néctar das inflorescências de Rhynchospora sp. (Cyperaceae). Bibliografia citada O gênero Bombus apresenta espécies generalistas e são ABSY, M.L.; CAMARGO, J.M.F.; KERR, W.E.: MIRANDA, I.P. de A. 1984. consideradas eficientes polinizadoras Espécies de plantas visitadas por (RAMALHO et al., 1991). Na área, Meliponinae (Hymenoptera; Apoidca) Bombus brevivillus foi coletada sobre para coleta de pólen na região do médio flores de Toccoca sp. (Melastomataceae), Amazonas. Rev. Bras. Biol. 44: 227-237. cujas inflorescências rosadas ALBUQUERQUE, P.M.C.; REGO, Μ.Μ. 1989. Fenologia das abelhas visitantes apresentam anteras poricidas. Estas de Murici (Byrsonima crassi/olia, abelhas, juntamente com Eulaema e Malpighiaceae). Boi Mus. Para. Emílio Melipona, são especializadas para Goeldi, sér.Zool. 5 (2):163-178. coleta de pólen neste tipo de antera, APOCALYPSE, Μ. S. 1995. 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Aceito para publicação em 22.05.96