UNIVERSIDADE DO ESTADO DE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO - FAED BIBLIOTECONOMIA – HABILITAÇÃO GESTÃO DA INFORMAÇÃO

LUANA CARLA DE MOURA DOS SANTOS

CLIPPING COMO FONTE HISTÓRICA NO FUTEBOL: O ARQUIVO HISTÓRICO DO FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE (FFC)

FLORIANÓPOLIS 2012

LUANA CARLA DE MOURA DOS SANTOS

CLIPPING COMO FONTE HISTÓRICA NO FUTEBOL: O ARQUIVO HISTÓRICO DO FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE (FFC)

Trabalho de Conclusão do Curso de Biblioteconomia - Habilitação em Gestão da Informação, do Centro de Ciências da Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina, requisito para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.

Orientadora: Dra. Maria de Jesus do Nascimento.

FLORIANÓPOLIS

2012

S194c

Santos, Luana C. de Moura dos

Clipping como fonte histórica no futebol: o Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube (FFC)/ Luana C. de Moura dos Santos.- Florianópolis (SC), 2012.

90 f.: il

Orientadora: Maria Jesus Nascimento

Trabalho de conclusão de curso (graduação) Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Humanas e da Educação, Departamento de Biblioteconomia e Gestão da Informação, Florianópolis, 2012. Inclui referências.

1. Clipping. 2. Futebol. 3. Fonte de Informação. 4. Jornais. 5. História Figueirense. 6. Bibliotecários. 7. Arquivo Histórico. I. Nascimento, Maria de Jesus. II. Título.

CDD 026.7963

LUANA CARLA DE MOURA DOS SANTOS

CLIPPING COMO FONTE HISTÓRICA NO FUTEBOL: O ARQUIVO HISTÓRICO DO FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE (FFC)

Trabalho de conclusão de curso aprovado como pré-requisito para obtenção do grau de bacharel em Biblioteconomia – Gestão da Informação, no Curso de Graduação em Biblioteconomia – Gestão da Informação do Centro de Ciências da Educação/FAED, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

Banca examinadora:

Avaliador (a): ...... Professora Dra. Elisa Cristina Delfini Corrêa Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC

Avaliador (a): ...... Professora Dra. Ana Maria Pereira Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC

FLORIANÓPOLIS, 04 dezembro 2012

Dedico este trabalho em memória de meu avô, que sempre batalhou para que os estudos fizessem parte da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço aos meus pais: João e Ana, por todo amor, carinho, compreensão e incentivo: sem o apoio deles não teria conseguido completar a caminhada. Obrigada pai por todas as conversas, pela amizade, pelo companheirismo, por estar sempre presente, mesmo que longe. Obrigada mãe pelo colo, pelo ombro amigo, pelas risadas, pela confiança. A minha madrasta Maria Dolores pelo imenso carinho, pelas conversas, palavras amigas que muitas vezes me confortaram e me encorajaram, por fazer parte da minha vitória. Ao meu padrasto Ervino pelo imenso carinho. A minha avó Marieta pelos valores ensinados dos quais hoje posso me orgulhar. Ao meu avô Adonilho (in memoriam) pela imensa generosidade e carinho que teve comigo. Agradeço aos meus irmãos Joãozinho e Carol, meus amigos que tanto senti falta, mas que sempre pude contar. Obrigada pelas conversas sinceras, o apoio e os conselhos que sempre guardei com muito carinho. Devo mais que um agradecimento ao meu namorado Rafael, por sempre estar confiante em minhas ideias, muitas vezes mais do que eu, dando aquele “empurrão” necessário para que eu pudesse seguir em frente. Obrigada pelas discussões, em nível de graduação e as “futebolísticas”, ambas contribuíram muito para o desenvolvimento do meu trabalho. Obrigada pelo carinho, pelo amor e pela amizade. Agradeço a minha supervisora de estágio Claudesi pela compreensão, pelo apoio e carinho nesses 2 anos de estágio. Pelo seu marido Jaime, que como torcedor e sócio do Figueirense Futebol Clube, me ajudou a conseguir a permissão para desenvolver minha pesquisa no clube. Agradeço ao Bibliotecário responsável pelo Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube, Enory Martins, pela atenção recebida durante o período de pesquisa. Não posso deixar de agradecer as minhas amigas e companheiras de graduação que estiveram juntas comigo nessa caminhada, dividindo alegrias e angústias. Meu primeiro agradecimento vai para Aline, juntas dividimos as mesmas ansiedades e incertezas, compartilhamos de momentos difíceis, mas que fortaleceram para o nosso crescimento humano e profissional, “tamo junto”. Agradeço a Suzana e Amanda pelas inúmeras conversas,

trocas de ideias, experiências, bons momentos de aprendizagem na Biblioteca Pública de Santa Catarina e a Mirella pelos momentos descontraídos e de muita risada, meu valeu especial para todas vocês. Agradeço também ao Jorge pelas conversas e risadas que sempre estiverem presentes desde o início do curso. Agradeço as minhas orientadoras Maria Jesus do Nascimento e Elisa Cristina Delfini Corrêa pela atenção, confiança e incentivo no desenvolvimento desta pesquisa. Agradeço a todos que de uma forma ou outra contribuíram para que esta pesquisa se tornasse realidade. E por fim, agradeço a Deus, sem ele nada disso seria possível.

“Parece óbvio que passado e futuro são duas coisas completamente diferentes. Mas nós os tratamos como se fossem a mesma coisa: uma quantidade de tempo. Há uma assimetria intransponível entre passado e futuro. São alhos e bugalhos. Incomparáveis. O passado não é o futuro que já aconteceu. O passado É. O futuro SÃO.” (Humberto Gessinger)

RESUMO

A pesquisa tem como objetivo analisar o clipping em jornal como uma das principais fontes de pesquisa para a reconstrução do histórico no futebol. Para isso realizou-se um estudo de caso no Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube, analisando as rotinas de arquivamento dos jornais, que abrangem os serviços de catalogação, indexação e organização. Elaborou-se uma análise de conteúdo nos clippings existentes no arquivo com base em 5 categorias: Fundação do clube; Construção do estádio Orlando Scarpelli; Títulos Conquistados; Campeonatos Disputados e Artilheiros, a fim de levantar os principais fatos históricos acontecidos no clube, desde a sua fundação na década de 20 do século XX, até a atualidade. Os resultados encontrados no Arquivo do Figueirense Futebol Clube comprovaram a importância do tratamento e uso da notícia veiculada nos jornais para o estudo dos fatos ocorridos nas histórias dos clubes de futebol e desencadearam outras discussões que envolvem aspectos sobre a participação do bibliotecário no gerenciamento de centros de informação nos clubes de futebol.

Palavras-Chave: Clipping. Jornal. Figueirense Futebol Clube. Fontes de informação. Futebol. Arquivo Histórico.

ABSTRACT

This research aims to analyze the newspaper clipping as a major source of research for redemption in history of soccer, for it carried out a case study in the Archives of the History of Figueirense Football Club, analyzing the routine archiving of newspapers, covering the services of cataloging, indexing and organization. Was developed a content analysis of the clippings in the file based on 5 categories: Club Foundation; Construction of Orlando Scarpelli stadium; Conquered Titles; Championships and Disputed Goal Scorers in order to raise the major historical events that happened at the club since the its founding in the 20s of the twentieth century to the present. The findings in the Archives of Figueirense Football Club have confirmed the importance of treatment and use of news published in newspapers for the study of the facts in the stories of football clubs and triggered discussions involving other aspects of the librarian participation in management centers information at football clubs.

Key-words: Newspaper. Figueirense Football Club. Information Source. Soccer. Historical Archives.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1- Pasta de Clippings...... 41

Ilustração 2- Clipping em jornal...... 41

Ilustração 3- Clipping digitalizado (xerox)...... 41

Ilustração 4- Caixa de Polionda...... 41

Ilustração 5- Data de publicação da edição que consta a notícia de fundação do

Figueirense...... 47

Ilustração 6- Notícia de fundação do Figueirense...... 47

Ilustração 7- Capa em que consta notícia de fundação do Figueirense...... 47

Ilustração 8- Notícia de aquisição do terreno no bairro Estreito...... 48

Ilustração 9- Trecho da notícia em que o estádio do Figueirense é chamado de Dr.Aderbal Ramos da Silva...... 49

Ilustração 10- Notícia que apresenta as dificuldades para a construção do estádio do Figueirense...... 50

Ilustração 11- Notícia na íntegra sbre a ocasião em que foi assinada a escritura de doação do terreno feira por Orlando Scarpelli...... 51

Ilustração 12- Nota que aparece juntamente com a notícia (Ilustração 11) em que foi assinada a escritura de doação do terreno feita por Orlando Scarpelli...... 52

Ilustração 13- Notícia “Arquibancada do Figueirense sairá em 66”...... 52

Ilustração 14- Nota que acompanha a notícia sobre conclusão das obras do estádio do Figueirense...... 53

Ilustração 15- Notícia sobre conclusão das obras do estádio do Figueirense e doação do estádio Adolfo Konder ao time do Avaí...... 53

Ilustração 16- Notícia “Está ficando pronto o Catarinão”...... 54

Ilustração 17- Notícia e convite de programação da festa de inauguração do estádio Orlando Scarpelli...... 55

Ilustração 18- Trecho da notícia da conquista do Torneio Extra (Campeonato Catarinense) em 1935...... 57

Ilustração 19- Campeonato Catarinense de 1936...... 58

Ilustração 20- Campeonato Catarinense de 1937 (A Gazeta)...... 59

Ilustração 21- Campeonato Catarinense de 1937 (O Estado)...... 59

Ilustração 22- Campeonato Catarinense de 1939...... 60

Ilustração 23- Campenato Catarinense de 1941...... 61

Ilustração 24- Campeonato Catarinense de 1974...... 62

Ilustração 25- Taça Mané Garrincha...... 63

Ilustração 26- Campenato Catarinense de 1994...... 64

Ilustração 27- Copa Mercosul...... 64

Ilustração 28- Supercampeonato Catarinense 1996 (A notícia)...... 65

Ilustração 29- Supercampeonato de 1996 (A notícia)...... 65

Ilustração 30- Supercampeonato de 1996 (Diário Catarinense)...... 66

Ilustração 31- Campeonato Catarinense de 1999...... 66

Ilustração 32- Campeonato Catarinense de 2002...... 67

Ilustração 33- Campeonato Catarinense de 2003...... 68

Ilustração 34- Campeonato Catarinense de 2004 (Diário Catarinense)...... 69

Ilustração 35- Campeonato Catarinense de 2004 (O Estado)...... 69

Ilustração 36- Campeonato Catarinense de 2006...... 70

Ilustração 37- Campeonato Catarinense de 2008...... 71

Ilustração 38- Campeonato Brasileiro de 1973...... 72

Ilustração 39- Campeonato Brasileiro série B 2001...... 73

Ilustração 40- 2007 (Diário Catarinense)...... 74

Ilustração 41- Copa do Brasil 2007 (Diário Catarinense) (2)...... 74

Ilustração 42- Copa do Brasil 2007 (A Notícia)...... 75

Ilustração 43- Figueirense perde Copa do Brasil 2007...... 75

Ilustração 44- Campeonato Brasileiro série B 2010...... 76

Ilustração 45- Partida em que Ivo tornou-se artilheiro pelo Figueirense...... 78

Ilustração 46- Partida em que Albeneir tornou-se artilheiro pelo Figueirense...... 78

Ilustração 47- Partida em que Calico tornou-se artilheiro pelo Figueirense...... 79

Ilustração 48- Fernandes Artilheiro...... 80

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Clippings do Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube...... 44

Quadro 2- Artilharia...... 77

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABEMO- Associação Brasileira das Empresas de Monitoramento de Informação

ANJ- Associação Nacional do Jornal

BPSC- Biblioteca Pública de Santa Catarina

CBD- Confederação Brasileira de Desportos

CBF- Confederação Brasileira de Futebol

CELESC- Centrais Elétricas de Santa Catarina

DC- Diário Catarinense

FFC – Figueirense Futebol Clube

TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação

TJD- Tribunal de Justiça Desportiva

UI – Unidades de Informação

UNESCO- Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...... 17

2 REVISÃO DE LITERATURA ...... 22

2.1 ARQUIVOS HISTÓRICOS...... 22

2.2 JORNAL: CONTEXTO HISTÓRICO...... 24

2.3 FONTES DE INFORMAÇÃO...... 26

2.4 JORNALISMO ESPORTIVO...... 28

2.5 CLIPPING DE JORNAIS...... 30

2.6 INDEXAÇÃO DE JORNAIS E RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO...... 31

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ...... 34

4 RESULTADOS ...... 37

4.1 FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE E O SEU ARQUIVO HISTÓRICO ...... 37

4.2 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE CLIPAGEM NO ARQUIVO HISTÓRICO DO FFC...... 39

4.3 NÚMERO DE CLIPPINGS DA PESQUISA ...... 43

4.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO ...... 46

4.4.1 Categoria 1: fundação do clube ...... 46

4.4.2 Categoria 2: construção do estádio Orlando Scarpelli ...... 48

4.4.3 Categoria 3: Títulos conquistados no futebol ...... 56

4.4.4 Categoria 4: Campeonatos disputados ...... 71

4.4.5 Categoria 5: Artilheiros ...... 77

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 82

REFERÊNCIAS ...... 86

APÊNDICES...... 90 17

1 INTRODUÇÃO

O futebol no Brasil representa uma das mais significativas manifestações de paixão do país. O povo brasileiro vive o futebol, acompanha diariamente o esporte, discute, comenta, lota estádios, torna-se consumidor e movimenta bilhões nos cofres brasileiros. De acordo com Guterman (2009) o futebol foi introduzido no Brasil por Charles Miller há mais de 200 anos, um esporte de origem inglesa, praticado inicialmente por homens da elite e de raça branca, que se transformou em cultura popular e tornou o Brasil mundialmente reconhecido como o “País do Futebol”. A super valorização do futebol e a enorme quantidade de informações disponibilizadas nos últimos anos, fez com que clubes, organizações e instituições que representam o esporte, evidenciassem a carência que apresentam em gerenciar, preservar e reproduzir a memória do futebol brasileiro. A partir disto, começaram a surgir Centros de Informação que tem seus serviços voltados a contar a história do futebol em geral ou apenas de um clube específico. O avanço das tecnologias de informação e comunicação acelerou e agravou a quantidade de informações e publicações disponibilizadas à sociedade, conseqüentemente, as publicações que tratam do assunto futebol aumentaram gradativamente. Com essa nova oferta de trabalho, bibliotecários e outros profissionais da informação assumiram a responsabilidade de atender esse novo tipo de usuário, que é movido pela paixão pelo futebol. Foi com esse interesse de guardar e reproduzir seus registros históricos, que o Figueirense Futebol Clube (FFC), localizado em Florianópolis, Santa Catarina, criou o seu Memorial em 2002. De acordo com informações retiradas do seu website, o clube foi fundado em 1921. A história desses 90 anos é relatada através de fotografias, atas, fichas de jogos, camisas de jogadores, troféus e outros objetos que estão devidamente catalogados e indexados em um ambiente que recebeu o nome de Arquivo Histórico. Os Arquivos Históricos tem a função de pesquisar, investigar, preservar e reproduzir toda a informação deixada ao longo dos anos pelas organizações as quais participam. Essa busca na memória pode acontecer através de objetos que fizeram parte de alguma geração, documentos que apoiaram decisões, imagens fotográficas que revelam identidades de pessoas com passagem notória na organização, vídeos que relatam através de mídias acontecimentos marcantes. A memória também pode ser resgatada através de um suporte antigo, que apesar das mudanças tecnológicas acontecidas, não perdeu seu espaço no mercado: O Jornal. 18

De acordo com as informações retiradas da cronologia dos jornais no Brasil, elaborado pela Agência Nacional do Jornal (ANJ, 2012), a trajetória do Jornal no Brasil tem seu início no ano de 1808 em Londres, com o jornal Correio Braziliense, considerado o primeiro jornal brasileiro. No mesmo ano surge o jornal Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso no Brasil. A partir desse momento o jornal foi usado com inúmeros formatos, motivos e periodicidades, foi aumentando gradativamente de produção e tornando-se gosto popular. Em uma crônica de Machado de Assis, intitulada “O Jornal e o Livro” publicada originalmente no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, em 1859, a qual é mencionada por Silva (2009), em uma pesquisa realizada sobre o famoso autor, relata-se a importância que Machado fez acerca do jornal, na época. Segundo Machado de Assis (1997, p. 945 apud SILVA, 2009, p. 1) “O jornal é a verdadeira forma da república do pensamento. É a locomotiva intelectual em viagem para mundos desconhecidos, é a literatura comum, universal, altamente democrática, reproduzida todos os dias, levando em si a frescura das idéias e o fogo das convicções”. De acordo com Telles (2003), tal era a importância dada para o jornal na época, que Machado de Assis chegou a levantar a hipótese de que com a chegada do jornal e a aceitação do povo pelo suporte impresso, o livro cairia em desuso:

Quem enxergasse na minha idéia uma idolatria pelo jornal teria concebido uma convicção parva. Se argumento assim, se procuro demonstrar a possibilidade do aniquilamento do livro diante do jornal, é porque o jornal é uma expressão, é um sintoma de democracia; e a democracia é o povo, é a humanidade. Desaparecendo as fronteiras sociais, a humanidade realiza o derradeiro passo, para entrar o pórtico da felicidade, essa terra de promissão. (ASSIS, 1973, p. 953 apud Telles, 2003, p. 25)

Ao contrário do que Machado de Assis imaginava o livro não perdeu espaço para o jornal, ambos suportaram as transformações acontecidas ao passar dos anos, cada um com seu contexto histórico e a sua representatividade na sociedade. Assim como apareceram as preocupações referentes ao desaparecimento do livro com o surgimento do jornal, posteriormente surgiram discussões sobre o desaparecimento do jornal com o advento das novas tecnologias. Os jornais se adaptaram, criaram versões eletrônicas, porém a versão impressa continuou sendo a preferência de milhões de leitores. Com toda essa transitoriedade, do livro para o jornal, do jornal impresso para o eletrônico, o que não mudou foi o contexto histórico transmitido através das notícias de jornais. Desde 1808 até os dias de hoje, muitos acontecimentos estão relatados nos jornais, alguns só são possíveis encontrar a partir das notícias, que comprovam fatos e que hoje se tornam importantes para a preservação da memória das organizações. 19

As histórias que podem ser contadas através dos jornais aparecem nas páginas em forma de notícia. A notícia pode estabelecer um vinculo informativo, apresentando apenas dados sobre determinada organização, pode informar sobre os fatos mais importantes acontecidos, e também os com menos destaques. Pode fazer convites para as comemorações da organização, ou apenas informar a desvinculação de algum funcionário. As noticias podem aparecer com diferentes contextos, tamanhos e relevância, o que as diferencia é o assunto e o seu público alvo. Foi nesse intuito que surgiu o clipping. De acordo com Ribeiro ([200-?]) o clipping é um:

Serviço de levantamento, coleção e fornecimento de recortes de jornais e revistas ou cópias de emissões de televisão ou rádio. O clipping pode ser restrito aos interesses imediatos da empresa ou mais amplo [...].

A produção do clipping em jornais é feita através de pesquisas que abordam trabalhos de seleção e de coleta de reportagens que atendam assuntos escolhidos. Essas reportagens são recortadas e devidamente indexadas seguindo os termos já determinados. Para facilitar a recuperação de toda essa informação disponível através dos clippings de jornais, muitas organizações já disponibilizam essas noticias através de bases de dados. Os recortes são digitalizados, indexados e armazenados em bases de dados, que possibilitam ao usuário compartilhar as informações históricas e possibilitar que os documentos originais perdurem por muitos anos. O FFC resgata a sua história através do clipping. Com o auxilio de um Bibliotecário é feita toda a seleção, indexação, arquivamento e disponibilização das reportagens do clube que estão vinculadas nos jornais. Verifica-se, portanto que o jornal é uma das principais fontes de pesquisa dos clubes de futebol, pois existem poucas publicações em outros formatos impressos que descrevam os acontecimentos dos clubes ao longo das décadas. Também é sabido que são poucos os clubes que utilizam da clipagem de jornais para a construção dos seus históricos. Neste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o conteúdo dos clippings armazenados no arquivo do FFC e levantar os principais acontecimentos do clube, desde a data de fundação na década de 20 do século passado, a fim de destacar a importância do uso dos jornais na comprovação de fatos históricos no jornalismo esportivo. Para que tal objetivo fosse alcançado, foram traçados os seguintes objetivos específicos: 20

Investigar como é recuperada a história do FFC através dos jornais, descrevendo toda a trajetória do jornal no Arquivo Histórico do Clube. Identificar quais são os jornais armazenados no Arquivo Histórico do Clube; Descrever o serviço de clipping de jornais no Arquivo Histórico do Clube Figueirense em termos de: i. Indexação dos termos; ii. Arquivamento dos clippings; iii. Recuperação das informações na base de dados;

A escolha do Figueirense Futebol Clube justifica-se pela grandeza que ele representa no Estado de Santa Catarina e no Brasil e por ser o único clube em Florianópolis que possui um espaço para a preservação e difusão de sua história. A partir disto, tem-se noção da importância da informação disseminada por ele ao seu público interno e externo, sejam diretores, funcionários, jornalistas, historiadores, torcedores ou apenas simpatizantes do futebol. Esta importância pode se justificar pela afirmação de Lastres (1999, p.3): “[...] informação e conhecimento são recursos intangíveis, não-materiais e, portanto, não esgotáveis. [...]. Cedê-los (mediante venda, por exemplo) não faz com que sejam perdidos”. Esta reflexão afirma basicamente que a informação, seja ela qual for, é inesgotável, ou seja, será sempre útil aos seus usuários. A justificativa científica aplica-se em querer investigar e evidenciar a importância dos jornais como fontes históricas de pesquisa, em abordar a necessidade de conservação e preservação dos jornais no âmbito histórico das organizações, contextualizando toda parte de tratamento documental e recuperação da informação através do clipping de jornais, identificando um antigo suporte informacional dentro de novas perspectivas. A pequena quantidade de publicações envolvendo a história de clubes de futebol, a abordagem usada por alguns clubes em reconstruir as suas histórias através dos jornais e a partir disto torná-la um produto de marketing, também evidenciou a necessidade de desenvolver a pesquisa. A escassez na literatura envolvendo futebol e centros de informação, também foi um dos fatores determinantes que despertou interesse pelo envolvimento com o tema. Dentro do contexto da instituição estudada, o Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube, esta pesquisa se torna importante, pois apresenta a história do clube através dos jornais, destacando a influência que o Figueirense impõe sobre o futebol catarinense e brasileiro. Destaca-se, também, o clube como sendo um dos poucos no futebol brasileiro que 21

tem a preocupação de preservar sua memória, cedendo um espaço para a divulgação e recuperação de toda a história do clube desde a sua fundação até os dias de hoje. Como justificativa pessoal destaca-se o interesse em juntar duas antigas paixões da pesquisadora – o Futebol e a História, envolvendo os serviços informacionais. Como futura profissional bibliotecária, o interesse se desenvolveu em mostrar um novo ambiente de trabalho para o profissional da informação, destacando as necessidades que apresentam esses novos centros de informação. A estrutura do trabalho de conclusão de curso encontra-se dividida da seguinte forma: este primeiro capítulo apresenta a introdução que aborda a temática da pesquisa e a contextualização geral do trabalho envolvendo os objetivos, tanto o geral, quanto os específicos e as justificativas. O segundo capitulo traz a revisão da literatura que introduz os conceitos sobre o clipping e o tratamento que ele pode receber. No terceiro capítulo é detalhada a metodologia utilizada na pesquisa para coleta e análise dos dados, as ferramentas usadas e o método de apresentação. O quinto capítulo mostra os resultados, apresentando a trajetória do jornal dentro do Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube O sexto traz a análise de conteúdo desenvolvida com os clippings pertencentes ao acervo do Arquivo Histórico do Futebol Clube E por fim, o sétimo capítulo aponta as considerações finais baseadas nos resultados da pesquisa, bem como perspectivas acerca do tema observadas pela pesquisadora frente ao estudo de caso desenvolvido.

22

2 REVISÃO DE LITERATURA

As unidades de informação (UI) têm procurado ampliar cada vez mais seus ambientes de interação com o usuário, de tradicionais expandiram-se para especializadas. As UI especializadas visam disponibilizar conteúdos informacionais que atendam a determinados grupos de usuários. Analisando essa nova perspectiva, as organizações tem se preocupado em reconstruir e preservar toda a gestão documental e histórica de seus patrimônios, para que possam suprir as necessidades informacionais de seus usuários. Foi nesse contexto que o Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube surgiu. Na revisão de literatura procura-se abordar o tema, levantando a literatura existente que destaca assuntos sobre: Arquivos históricos, Jornal: contexto histórico, Fontes de informação Jornalismo esportivo, Clipping de jornais, Indexação e recuperação da Informação através das notícias de jornais.

2.1 ARQUIVOS HISTÓRICOS

O enorme crescimento dos fluxos de informação impulsionado pelas Tecnologias da informação e comunicação expandiu as fronteiras do conhecimento e tornou a internet um dos principais recursos de busca por informação. O usuário se deparou com uma enorme quantidade de informações disponíveis em redes de computadores de fácil acesso, e o profissional bibliotecário entrou em debate sobre o possível fim dos centros de informação tradicionais. Ao contrário do que muito se discutia, os centros de informação não se extinguiram com o avanço da tecnologia e a disponibilização de documentos via web. Coube ao bibliotecário organizar essa grande produção de publicações disponíveis na Internet e armazená-las em bases de dados e repositórios. Segundo Silva (2010, p.30) “O volume de informações que circula hoje pela rede mundial de computadores é incalculável. Todos esses acontecimentos transformaram a transitoriedade e a obsolescência em marcas de nosso tempo, não apenas na esfera tecnológica, mas também na das relações humanas”. Outras épocas da história também sofreram tempos de mudanças. Novas civilizações nasceram, muitas se exterminaram, houve revoluções tecnológicas, a invenção da imprensa, mudanças que marcaram gerações. 23

Nesse sentido, surgiram preocupações a respeito da preservação da memória histórica, da grande produção documental e da organização de Arquivos Históricos. Os documentos que são produzidos ao longo dos anos por pessoas ou organizações revelam as realizações e a veracidade das informações um dia já vividas. A relação entre os arquivos e a memória histórica é geralmente encontrada em práticas arquivísticas. Segundo Londolini (1990, p.157 apud JARDIM, 1996, p.4) seria impossível a sobrevivência humana sem o registro da memória:

Desde a mais alta Antigüidade, o homem demonstrou a necessidade de conservar sua própria ‘memória’ inicialmente sob a forma oral, depois sob a forma de graffiti e desenhos e, enfim, graças a um sistema codificado [...]. A memória assim registrada e conservada constituiu e constitui ainda a base de toda atividade humana: a existência de um grupo social seria impossível sem o registro da memória, ou seja, sem os arquivos. A vida mesma não existiria - ao menos sob a forma que nós conhecemos - sem o ADN, ou seja, a memória genética registrada em todos os primeiros ‘arquivos’.

Toda ação de preservação histórica envolve práticas arquivísticas, toda informação que chega ao usuário nos Arquivos históricos antes de informar foi memória. Para Robert (1990 apud JARDIM, 1996) os arquivos existem porque existe a necessidade de uma memória registrada, e essa memória pode ser de uma sociedade, coletividade, empresa ou instituição. Os documentos históricos arquivados no centro de informação recebem um valor permanente, pois servem de prova de algo que já aconteceu. A legislação arquivistica brasileira, declarada na lei N⁰ 8.159, de 8 de Janeiro de 1991, cap II, artigo 9, decreta que: “Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados.” São considerados documentos históricos toda e qualquer espécie de material informativo, seja ele em caráter bibliográfico, visual, auditivo, realias e outros objetos. Segundo Otlet (1937) “Documento é o livro, a revista, o jornal; é a peça de arquivo, a estampa, a fotografia, a medalha, a música; é, também, atualmente, o filme, o disco e toda a parte documental que precede ou sucede a emissão radiofônica”. Atualmente, em grande quantidade, disponibilizados em rede, se encontram os documentos eletrônicos e em meio digital, como CDs, DVDs, documentos em base de dados, repositórios digitais, blogs e tantos outros espalhados pela internet. Documentos históricos também estão presentes nas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Muitos dos documentos nascem eletronicamente e são disponibilizados 24

para os usuários através dos computadores, outros são transferidos para o computador afim de uma possível preservação e de uma maior durabilidade dos documentos. Para Marques (2006, p.2) “Toda instituição, seja ela um clube de futebol ou até mesmo uma empresa de materiais de construção, precisa conservar e manter organizada toda a documentação que considere fundamental para a manutenção do seu valor histórico perante a sociedade”. O Arquivo Histórico do FFC que é o objeto de estudo desta pesquisa, vem fazendo esse trabalho de conservação da documentação. É importante salientar a organização dos documentos que é realizada por um Bibliotecário que através da classificação, catalogação, indexação e armazenamento na base de dados, torna os documentos acessíveis aos usuários. Marc Bloch (1942 apud LE GOFF, 2003, p.534) destaca a importância do serviço de organização:

Não obstante o que por vezes parecem pensar os principiantes, os documentos não aparecem, aqui ou ali, pelo efeito de um qualquer imperscrutável desígnio dos deuses. A sua presença ou a sua ausência nos fundos dos arquivos, numa biblioteca, num terreno, dependem de causas humanas que não escapam de forma alguma à análise, e os problemas postos pela sua transmissão, longe de serem apenas exercícios de técnicas, tocam, eles próprios, no mais íntimo da vida do passado, pois o que assim se encontra posto em jogo é nada menos do que a passagem de recordação das gerações.

Inserido neste contexto, o presente trabalho pretende mostrar também a necessidade da atuação do bibliotecário para a importante tarefa de preservação do clipping de jornal como documento histórico e para a disseminação das informações sobre o FFC divulgadas nos jornais.

2.2 JORNAL: CONTEXTO HISTÓRICO

O homem sempre teve a necessidade de deixar registrada sua vivência, lembranças, memórias e cotidiano. As inscrições rupestres deixadas pelos homens na pré-história são os mais antigos indícios desses registros, geralmente eram feitas em pedras, madeiras, cavernas ou locais de passagem da vida humana. Isto fica evidente para Valente (2009):

A arte rupestre é a mais antiga expressão da humanidade de que se tem registro. Sua temática era bastante diversa, desde simples representações humanas ou de animais, cenas de caça, até representações fantásticas de cenas religiosas e ritos sexuais. Com o tempo, esses sinais pictográficos evoluíram para ideogramas, que não eram mais desenhos, mas sim traços representativos (a escrita passa a ganhar ares de convenção). 25

Algumas dessas representações artísticas ainda não possuem uma tradução ideal, outras se perderam no tempo por não apresentarem estruturas e suportes adequados para sua preservação, mas muitas das que ainda existem são consideradas de grande importância, pois simbolizam uma geração em que a informação ainda não apresentava a proporção dos dias atuais. A forma na qual se registrava no período das artes rupestres, mudou muito em relação a forma dos registros dos dias de hoje. O surgimento do papel acelerou esse processo, posteriormente com a imprensa de Gutenberg que aumentou o número de publicações por todo o mundo. Segundo Le Coadic (2004, p.4) “A informação é um conhecimento inscrito (registrado) em forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um suporte”. A informação que é transmitida através dos jornais no suporte impresso ou digital estabelece um importante papel como fonte histórica e de pesquisa, e através das noticias veiculadas nas suas páginas é possível recuperar a memória de outras gerações. O primeiro jornal de que se tem notícia surgiu na Bélgica em 1605. Para Mannarino (2000, p.18), este formato passou por inúmeras mudanças até se tornar como conhecemos hoje:

Desde 1605, quando se registra o surgimento do primeiro jornal semanal regular impresso, na Bélgica, os jornais têm convivido com diversas transformações sociais, políticas e econômicas, tendo evoluído de um veículo de divulgação de versões oficiais que está a serviço de manifestações políticas e de prioritário interesse na formação da opinião para uma preocupação menos oficiosa e mais informativa.

A História do jornal no Brasil, de acordo com a cronologia da Associação Nacional dos Jornais (ANJ, 2012) se inicia no ano de 1808 com o “Correio Braziliense”, fundado em Londres, mas sempre editado e impresso na Grã-Bretanha. Também no ano de 1808, foi fundado “A Gazeta do Rio de Janeiro”, considerado o primeiro jornal impresso no Brasil. O jornal brasileiro teve inicio tardio, no Peru data-se inicio já em 1594. De acordo com ANJ (2012), o Brasil entrou no século XIX sem jornais, “Ao contrário dos principais países latino-americanos, o Brasil entrou no século XIX sem tipografia, sem jornais e sem universidades (que contribuíam para a formação do público leitor)”. Os preços dos primeiros jornais eram elevados, as assinaturas eram comparadas com os valores dos escravos vendidos na época1.

1 “[...] As assinaturas normais custavam 1.900 réis, um valor considerável quando se compara com o preço médio de um escravo jovem, que em 1807 era vendido por 122,8 mil réis”.(ANJ, 2012) 26

É destacado no ano de 1821 o inicio da circulação dos primeiros jornais privados. O primeiro jornal a circular fora do Rio de Janeiro foi o jornal Republicano o Sentinela da Liberdade. No ano de 1875 surge o jornal o “Estado de São Paulo”, primeiramente chamado de “A Província de São Paulo”, jornal que ao longo das décadas tornou-se um dos principais e com maior circulação no Brasil. É também destacada na cronologia o jornal carioca “Gazeta de Notícias”, como sendo o primeiro jornal brasileiro a usar cores. Em 1925 surge “O Globo”, jornal de grande destaque no Brasil. Em Santa Catarina, o jornal de maior destaque, ainda segundo a ANJ, é o “Diário Catarinense”, que surge no ano de 1986, sendo o primeiro jornal da América Latina totalmente informatizado. No mesmo ano, em 5 de outubro, é assegurada a liberdade de imprensa pela nova Constituição Federal, o que representa uma vitória para os jornais, pois as notícias não seriam mais censuradas e impedidas de se tornarem públicas. Posteriormente, em 1995 surge o primeiro jornal eletrônico. Ao longo dos anos a dinamização dos jornais no Brasil aumentou consideravelmente, a imprensa como um todo conquistou a população e muita informação foi disponibilizada através das notícias veiculadas nos jornais. Muitas destas notícias só foram possíveis atreladas as fontes de informação/documental, que serviram de auxílio para a manifestação dos jornalistas através dos jornais.

2.3 FONTES DE INFORMAÇÃO

A explosão das TICs ocasionou um grande impacto informacional na sociedade. Os números de publicações disponibilizadas em rede tiveram um aumento significativo e as alternativas de web 2.0 surgiram para aproximar o conteúdo do usuário. Porém, com todo esse acúmulo de informações disponíveis em Web, surgiram os questionamentos sobre o que realmente era de qualidade e podia ser considerada uma fonte de informação segura. Com esse intuito foram criados critérios de avaliação de fontes de informação para diminuir as incertezas quanto ao uso de determinado documento. Todavia, o que ainda permite enorme confiabilidade em pesquisas é a utilização de fontes primárias e secundárias que contribuem para um melhor registro e análise das informações. Richardson (2007, p.253) diferencia as fontes primárias das secundárias:

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Uma fonte primária é aquela que teve relação física direta com os fatos analisados, existindo um relato ou registro da experiência vivenciada. [...] Uma fonte secundária é aquela que não tem uma relação direta com o acontecimento registrado, senão através de algum acontecimento intermediário.

As notícias de jornais quando escritas no período de acontecimento dos fatos, são consideradas fontes primárias, ou seja, contém a informação original sobre o assunto relatado. A comunicação por meio da escrita compreende principalmente as publicações primárias, nas quais são apresentadas pela primeira vez as informações para os leitores. As fontes secundárias e terciárias são muito dependentes das primárias, pois somente através delas que são apresentados seus conteúdos. (LE COADIC, 2004). O texto jornalístico encontrado nas notícias veiculadas em jornais é uma fonte importante utilizada em pesquisas e tem como um dos principais objetivos a comprovação de fatos. Através desta fonte é possível identificar contextos diferentes, em épocas diferentes, narrando costumes, contradições e momentos históricos analisados em inúmeras versões de um mesmo acontecimento. Pedro Puntoni, Professor de História do Brasil e Diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP, autor de uma matéria publicada no Portal do Estadão.com.br, sobre a digitalização do acervo do jornal O Estado, salienta que as informações contidas nos jornais tornam-se importantes para toda a sociedade:

Quantas novas ideias virão das ideias escondidas nas antigas páginas do jornal? Poder ler as notícias de um país ainda imerso no escravismo, os passos da construção da República, os difíceis anos das guerras, da ditadura e dos nossos tempos mais recentes é, sem dúvida, uma fonte de recursos para os historiadores, mas também uma oportunidade para o cidadão encontrar-se na história ou, no caso das novas gerações, encontrar-se com a história.[sic] (PUNTONI, 2012)

O jornal enquanto documento histórico reúne fatos ocorridos em diversas épocas e lugares. Ele é essencial para a reconstrução da história através da narração de um jornalista, por isso evidencia-se o comprometimento para com o leitor em repassar com a máxima veracidade a descrição dos fatos. Para Campelo e Caldeira (2005, p.82) o leitor conclui que “os fatos apresentados pelo jornal, são verídicos, não são inventados, como na ficção”. Nesse contexto, a memória coletiva instituída pela comunicação de massas, no caso o jornal, também tem um valor grandioso para o patrimônio cultural. O poder informativo contido no jornal torna a qualidade desta fonte de informação determinante para o uso de pesquisadores. Entretanto, é necessário aliar este importante conteúdo as mudanças provenientes das tecnologias. Le Goff (2003, p.532) propõe que “[...] ele exige uma nova 28

erudição, que balbucia ainda e que deve responder simultaneamente às exigências do computador e à crítica da sua sempre crescente influência sobre a memória coletiva”. A relação das fontes com os jornais está no jornalismo, uma vez que o profissional jornalista faz uso das fontes para manifestar suas criticas, relatos e intervenções. O jornalismo depende das fontes para a elaboração das notícias e os conteúdos destas notícias dependem muito do que dizem as fontes. A partir disto, começam a surgir os segmentos de jornalismo e os jornalismos especializados. No Brasil, o jornalismo que obtêm bastante procura é o esportivo, que destaca, sobretudo, o futebol, uma das paixões do povo brasileiro. A notícia esportiva envolvendo o futebol tornou-se um aliado fundamental na obtenção da história dos clubes de futebol e como fonte de pesquisa é de grande importância para pesquisadores e historiadores. Para Felippe (2001, p.23) o jornal também foi imprescindível para a comunicação esportiva ao longo das décadas:

[...] os jornais tiveram um grande peso na propagação dos esportes, dada a sua condição estratégica exclusiva na comunicação social até então. Quando acionados, não hesitavam em informar seus leitores divulgando notas de algum evento esportivo que estava para ocorrer. Obtendo um reconhecimento por parte de todos os desportistas pelos serviços prestados a favor da difusão do esporte. De certa forma, os jornais foram um dos agentes que permitiram para a população da cidade uma visibilidade dos esportes que eram praticados, ocasionando sua perpetuação e a fixação cada vez maior das pessoas.

No futebol o jornal obtém grande impacto informacional, pois são poucas as publicações em outros suportes que mostram a história e os acontecimentos das agremiações esportivas, o que torna o jornal diário, mensal ou semestral, uma das principais fontes de pesquisa para a construção do histórico dos clubes. O jornalismo esportivo é o responsável pela elaboração e a publicação destas informações no formato impresso.

2.4 JORNALISMO ESPORTIVO

As notícias veiculadas nas páginas dos jornais através da imprensa apresentam fatos importantes ocorridos ao longo das décadas. Helal, Soares, e Santoro (2004, p.63) destacam que “Os jornais têm sido um dos mais relevantes veículos de manutenção e “construção” da memória. Rememorar qualquer evento que ligue o presente ao passado tornou-se um dos motes do fazer jornalismo” [sic]. 29

Entre as diversas modalidades de jornalismo, o esportivo pode ser considerado como um jornalismo especializado, pois suas notícias são veiculadas tentando atender a públicos específicos. Esta afirmação fica evidente através de Nascimento e Sommer (2005, p.430- 431):

O termo jornalismo ou jornalista especializado pode englobar tanto o jornalismo científico quanto outros campos de atuação do jornalista, como jornalismo desportivo, especializado em artes, cultura ou direcionado a um público específico. E esse profissional pode ser considerado um produtor de informação e formador de opiniões.

As noticias feitas pelo jornalista esportivo alcançam grande destaque nos suportes impressos e na mídia em geral, pois abrangem um público extenso que busca pelas notícias e é exigente nas informações ali publicadas. As informações que circulam nas mídias de comunicação interessam tanto a torcedores, quanto aos adeptos do esporte, assim como pessoas envolvidas nas partes administrativas. Para Abiahy (2000, p.19) as matérias referentes ao esporte, recebem espaços significativos na mídia:

Numa temática tão extensa quanto esporte, encontraremos inúmeras publicações. Esta é uma matéria que sempre alcança espaços generosos na mídia. Podemos até considerar que o noticiário esportivo da tevê é uma das primeiras experiências de jornalismo especializado. Em se tratando de revistas a especialização será ainda mais evidente. Além de uma abordagem profunda do assunto, para os leitores que buscam este tipo de informação sobre o esporte que os interessam, estas publicações se destacam ainda por adequarem-se ao estilo de vida dos adeptos dos esportes abordados.

No futebol muitos momentos e fatos idolatrados pelos amantes do esporte, verdadeiras relíquias históricas, só são possíveis de serem recuperadas através das notícias veiculadas no suporte impresso, o jornal. Esta afirmação fica clara na narrativa de Helal, Soares, e Santoro (2004, p.63) “No caso do futebol, as narrativas jornalísticas apresentam sua memória resgatando fatos, imagens, ídolos, êxitos e fracassos anteriores, no sentido de construir uma tradição, como um elo entre as gerações dos aficcionados pelo esporte”. As informações esportivas relatam muito sobre os clubes de futebol, as conquistas do dia a dia, os fracassos, as datas comemorativas, as contratações de novos jogadores, a demissão de técnicos, a formação de ídolos, a construção de novos estádios. Tudo está contado através das notícias do jornalismo esportivo e esta imprensa jornalística pode preservar a memória esportiva através do armazenamento seletivo das notícias pertinentes ao aos clubes de futebol feitos na clipagem dos jornais. 30

2.5 CLIPPING DE JORNAIS

A origem da palavra clipping vem do inglês clip que significa corte. Os procedimentos de clipping ou clipagem surgiram inicialmente em suportes impressos de jornais e revistas. Os recortes utilizados através do clipping aparecem com o interesse de registrar assuntos devidamente selecionados por organizações, instituições ou centros de informação. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Monitoramento de Informação (ABEMO), o clipping está cada vez mais valorizado por pessoas físicas e jurídicas:

[...] o clipping é o recorte de uma notícia, informação ou comentário que interessa a alguém. Pessoas físicas e jurídicas desejam cada vez mais manter arquivo específico de notícias, segundo variados critérios e necessidades, classificadas por assunto, segmento ou outro ponto de vista, processadas e analisadas dentro de modernas ferramentas de mensuração e valoração, sejam quantitativas ou qualitativas. E contam com profissionais e empresas especializadas para executar essas tarefas (ABEMO, 2012).

Os recortes de jornais são selecionados de acordo com assuntos que interessam determinadas instituições. Para Pfützenreuter (2010) o clipping é uma ferramenta típica do jornalismo, que pode ser oferecida como um ótimo serviço em bibliotecas, objetivando a divulgação de notícias jornalística para públicos específicos. As páginas dos jornais apresentam variados assuntos, sobre inúmeros contextos. Coube ao clipping identificar, reunir e separar as notícias de acordo com os interesses em comum de cada organização. Para ABEMO (2012) o clipping é o responsável pela disseminação seletiva da informação através dos jornais:

No mundo globalizado e de comunicações instantâneas, a notícia percorre diferentes caminhos, segundo cada interesse particularizado. O clipping se encarrega de identificar, localizar, reunir e organizar a informação pertinente a cada qual, e assegura que seus usuários efetivamente possam tomar conhecimento de notícias que lhes dizem respeito, que afetam seus mercados, que atingem seus negócios, imagem e reputação.

Existem espaços que são especializados apenas na guarda de jornais e revistas, sejam eles completos ou em recortes no formato de clipping. Os ambientes que guardam as fontes pesquisadas em formato de jornal e revistas são chamados de Hemerotecas. Segundo Ferreira, A. (1986, p.886) o termo hemeroteca significa “[...] seção das bibliotecas em que se colecionam jornais e revistas”. 31

Os clippings armazenados em Hemerotecas necessitam de uma prévia organização para a devida recuperação das informações. Para Medeiros, Melo e Nascimento (2008, p.8) “[...] hemeroteca refere-se a um acervo de jornais e revistas, de modo que apresente uma determinada organização técnica que facilite o processo de busca e recuperação da informação”. O Arquivo Histórico do FFC apresenta um espaço que pode ser considerado uma hemeroteca, pois se constitui de guardas de recortes de jornais e sua recuperação é feita através de uma base de dados com assuntos previamente indexados, mas também é permitido o acesso aos documentos originais, os quais ficam devidamente armazenados e organizados em caixas de arquivo.

2.6 INDEXAÇÃO DE JORNAIS E RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO

A indexação é um processo que se constitui em analisar documentos e construir índices de assuntos para facilitar as estratégias de busca e a recuperação da informação. Para Leiva (2008 apud CAFRUNI; BOCCATO 2011, p.3) “[...] a indexação é um processo técnico documental, isto é, um conjunto de operações dirigidas para a seleção, aquisição, registro e tratamento dos documentos com finalidade de possibilitar seu armazenamento e recuperação, e posteriormente sua propagação”. A análise documentária que consiste na indexação permite que o documento indexado seja descrito através de conceitos preestabelecidos e seja identificado através de assuntos e termos submetidos pelos vocabulários controlados. Esta afirmação fica completa de acordo com o Sistema internacional vinculado à UNESCO o World Information System for Science and Technology (1981, p.84 apud FUJITA, 2003, p.61) que afirma que:

Há que se considerar a indexação sob dois pontos de vistas distintos: enquanto processo que consiste em descrever e identificar um documento com ajuda de representações dos conceitos contidos em um documento e quanto à sua finalidade permitindo busca e acesso à informação armazenada.

A indexação de noticias de jornais é feita com o intuito de resgatar os registros históricos e de recuperar a informação através de suportes impressos de baixo custo, mas com enorme conteúdo informacional. Para Versiani e Coelho (2000) muitos são os desafios enfrentados pelo profissional da informação que disponibiliza o clipping para pesquisas em 32

seus ambientes de trabalho, são considerados fatores importantes além da preservação e conservação que possibilitam que o material continue em uso, as estratégias gerenciais que permitem que os projetos de preservação e conservação sejam colocados em prática e as informações contidas na UI cheguem até o usuário. As unidades de informação apresentam particularidades nos seus processos de indexação, cada uma analisa a indexação avaliando suas necessidades. De acordo com Ferreira e Batista (2011, p.25), é imprescindível que essas particularidades apoiem as técnicas de linguagens documentárias:

[...] para a garantia de um sistema de recuperação da informação periódica e eficiente é necessário, no processo organizacional que se faça uso das técnicas de linguagens documentárias, pois estas permitem agregação de valor e qualidade a esse tipo de informação organizada, além de propiciar ao usuário maior precisão na busca e recuperação de informações.

As notícias de jornais armazenados sobre a forma de clipping são geralmente indexadas pelo assunto, título ou data dos fatos ali registrados. Estes critérios ficam evidentes na política de indexação da unidade de informação, que orienta os passos a seguir no momento do tratamento documentário. Para a elaboração da política de indexação é necessário segundo Carneiro (1985, p.221) “[...] levar em conta as características e objetivos da organização, a identificação dos usuários e os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis”. Para Levy (2006, p. 272), o principal problema encontrado nos centros de informação não é o registro e, sim a recuperação:

O sistema de localização das informações e o caminho de acesso resultam mais importantes do que o estoque de informações, ao que parece garantido e disponível. O problema não é de registrar e, sim, de buscar, localizar, interpretar, sintetizar, selecionar, reler, até mesmo eliminar [...].

Visando que a indexação tem como principal objetivo a recuperação da informação, a política de indexação deve deixar explícito as estratégias de busca e as possibilidades de se recuperar a informação através dos mecanismos apresentados na indexação. Lancaster (2004) considera também como fatores importantes no desempenho do sistema de indexação, além da política, a exatidão, análise conceitual e a tradução. Outro fator pertinente e que também visa a recuperação da informação e possibilita que a durabilidade dos clippings seja prolongada, é a digitalização dos recortes de jornais e o 33

armazenamento em bases de dados. Cafruni e Boccato (2011, p.3) complementam esta afirmação, evidenciando que “[...] em virtude dos avanços tecnológicos ocorridos no tratamento, na disseminação e recuperação da informação, tem-se, na atualidade, a hemeroteca e o clipping em formatos digitais, constituindo-se, assim, a hemeroteca digital e o clipping eletrônico (eletronicclippings/e-clipping)”. Os clippings de jornais em formato digital facilitaram a recuperação da informação, porém a indexação continua sendo manual e depende de um profissional bibliotecário habilitado para aplicar as técnicas documentárias necessárias, para que enfim a recuperação da informação aconteça com sucesso.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia, para e Mioto (2007, p.3), é como uma forma de discurso que mostra o método escolhido como lente para o encaminhamento da pesquisa. Sendo assim, é na metodologia que o pesquisador define a proposta da sua pesquisa, estabelecendo os métodos utilizados, a forma de coleta de dados, o tipo de estudo e a maneira como será exposta a pesquisa. Partindo do objetivo geral desta pesquisa que consiste em investigar como é registrada a história do Figueirense Futebol Clube (FFC) através dos jornais, analisa-se, por meio da observação participativa, a trajetória do jornal no Arquivo Histórico do clube, desde a clipagem até o seu arquivamento. Para tal, desenvolve-se uma pesquisa de caráter qualitativo com natureza exploratória e descritiva, apoiado na pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico do tema proposto, que se constitui em um estudo de caso e faz uso da técnica de análise de conteúdo de notícias de recortes de jornais. Uma pesquisa de caráter qualitativo pode ser definida por Appolinário (2006, p.135) como uma pesquisa que, além da coleta de dados, é necessária uma interação social do pesquisador com o assunto/fenômeno a ser pesquisado. Para Marconi e Lakatos (2010, p.71) uma pesquisa de caráter exploratório tem por objetivo:

[...] a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.

Já a pesquisa Descritiva, para os mesmo autores, “[...] aborda quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente.” O estudo de caso realizado é de caso único. Para Yin (1984 apud Alves-Mazzotti, 2006, p. 643) a estratégia de estudo de caso “[...] é geralmente usada quando as questões de interesse do estudo referem-se ao como e ao porquê; quando o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos; e quando o foco se dirige a um fenômeno contemporâneo em um contexto natural.” Para Richardson (2007, p.224), “[...] a análise de conteúdo deve ser eficaz, rigorosa e precisa. Trata-se de compreender melhor um discurso, de aprofundar suas características 35

(gramaticais, fonológicas, cognitivas, ideológicas etc.) e extrair os momentos mais importantes”. Investiga-se o acervo de clippings armazenados no Arquivo Histórico do FFC com fim de analisar as notícias sobre o clube divulgadas nos jornais catarinenses: “O Estado”, “A Gazeta” e “Diário da Manhã”, escolhidos por serem os principais jornais em circulação nas primeiras décadas de existência do clube, e por isto muitas das notícias sobre o clube nesses anos só serem possíveis de recuperar através deles; O “Diário Catarinense”, por ser o principal jornal em circulação atualmente na capital catarinense e ter um grande número de clippings armazenados no Arquivo; e por fim o jornal “A Notícia”, que mesmo não tendo sua sede em Florianópolis, foi escolhido por ter uma grande quantidade de clippings no acervo do Arquivo e estes clippings trazerem fatos importantes na História do Clube. O critério adotado para a escolha dos clippings refere-se a notícias informativas sobre o clube, excluindo comentário e críticas pessoais. O período da pesquisa engloba desde a criação do clube, em 1921, até junho de 2012, marco inicial desta investigação, totalizando 91 anos. Para análise das notícias foram estabelecidas diferentes categorias relativas aos principais momentos vividos pelo clube. A determinação das categorias auxilia na seleção e classificação das informações. A seleção da análise, entretanto, vai depender dos objetivos estabelecidos pela pesquisa. Para Marconi e Lakatos (2010, p.119), “[...] Não há uma regra geral para o estabelecimento das categorias, das variedades possíveis ou da complexidade da escolha.”. Portanto, escolheu-se analisar cinco categorias que melhor se adéquam aos objetivos do estudo, a saber:

Fundação do Clube: notícias que relatem sobre fatos referentes ao clube e seus fundadores ocorridos em 1921.

Construção do estádio Orlando Scarpelli: notícias que relatem sobre projetos, construção e as obras do estádio, até a sua inauguração.

Títulos Conquistados: Títulos conquistados de maior expressão: campeonatos estaduais, brasileiros, Copa do Brasil e torneios fora do país. Campeonatos que embora não se encaixem nestes critérios, podem ser incluídos caso algum acontecimento importante diferencie-o dos outros títulos. 36

Campeonatos disputados Reportagens sobre a participação do clube em competições de grande destaque (ou que ocorreu algo expressivo) no futebol nacional e internacional: Campeonato brasileiro série A, Copa do Brasil, campeonatos fora do Brasil.

Artilheiros: Incluem-se apenas dados sobre os 05 principais artilheiros do clube. Estes dados foram primeiramente retirados do livro “Figueirense, 90 anos de glória e paixão” que foi totalmente baseado em fontes extraídos do Memorial do FFC, para que após fossem buscados no acervo de clippings do Arquivo as notícias referentes as partidas que levaram os jogadores a artilharia do clube.

Para o levantamento dos dados nos clippings utiliza-se um formulário (apêndice A) contendo os seguintes itens: assunto(s), palavras-chave, veículo de comunicação, data, título, se havia ou não fotografia e destaque dado à notícia. Para a ilustração dos clippings não digitalizados usou-se o recurso da fotografia com máquina digital (sem o uso do flash) por se tratar de documentos sensíveis e de fácil deterioração.

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4 RESULTADOS

A seguir encontram-se os resultados alcançados nesta pesquisa. Primeiramente é exposto o histórico do Figueirense Futebol Clube juntamente com os dados referentes ao funcionamento e aos serviços prestados pelo Arquivo Histórico do Clube. Em seguida estão descritos os serviços de clipagem realizados no Arquivo e o número de clippings dos jornais armazenados e utilizados na pesquisa. O capítulo encerra-se apresentando a análise de conteúdo realizada com os clippings com a finalidade de construir um histórico do Figueirense com base em categorias já estabelecidas.

4.1 FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE E O SEU ARQUIVO HISTÓRICO

A história do Figueirense Futebol Clube inicia-se no ano de 1921 em Florianópolis, por idealização de João Savas Siridakis, Jorge Albino Ramos e Domingos Veloso. De acordo com o website do clube, o seu nome foi escolhido em razão da árvore da espécie Figueira, existente na praça XV da capital catarinense. O cenário da praça foi local de reuniões, cafezinhos e bate-papos que levantaram assuntos como a decisão do nome e das cores dadas a futura agremiação. A fundação do clube aconteceu exatamente no dia 12 de junho de 1921. A reunião aconteceu na casa de um dos amigos dos idealizadores que teve a ideia da criação do clube. Nessa ocasião foi redigida a ata de fundação e eleita a primeira diretoria. Soares (1990, p.101), descreve os nomes dos primeiros diretores do FFC, sendo eles: “João dos Passos Xavier, presidente; Heleodoro Ventura, vice-presidente; Trajano Margarida, 1º secretário; Balbino Felisbino da Silva, 2º secretário; Jorge Ramos, 1º tesoureiro; Bruno José Ventura, 2º tesoureiro; Trajano Margarida, orador; e Higino Ludovico da Silva, guarda-esporte”. Segundo Fagundes (2000) o clube nasceu com as cores Preta e Branca e viveu seus primeiros anos no futebol no amadorismo, com poucos recursos e sem muita repercussão. Depois da sua fundação, escolha do nome, das cores e a eleição da primeira diretoria, o Figueirense jogou sua primeira partida. A partida foi disputada no dia 09 de outubro de 1921, contra a equipe “Rio Branco”, o clube obteve sua primeira vitória, com o placar de 2 a 0 contra o time de Coqueiros. 38

Conforme os anos foram passando, sentiu-se a necessidade de um estádio para o clube, a transferência do Centro para o bairro Estreito e a construção do estádio aconteceu a partir do ano de 1940, mas somente se concretizou no ano de 1945. Soares (1990, p.101) complementa esta informação:

Os trabalhos referentes à construção do estádio no Estreito e conseqüentemente transferência do clube vinham se processando desde 1940, mas só se efetivou em 1945, na gestão de Thomaz Chaves Cabral, época em que o industrial Orlando Scarpelli assinou a escritura definitiva de doação ao Figueirense da área de 29.000 m2 situado entre a av. Santa Catarina, Rua Olavo Bilac e José de Abreu.

É também destacado por Soares (1990) o “Alvi-negro” e “Furacão” como é carinhosamente chamado pela torcida o Figueirense, como sendo o primeiro representante de Santa Catarina no Campeonato nacional de futebol, em 1973, e também um dos clubes mais vezes campeão do campeonato estadual. Hoje o Figueirense se destaca pelo grande patrimônio adquirido, pelos inúmeros torcedores e pela sua importância conquistada ao longo das décadas no cenário do futebol catarinense e nacional. Todas estas informações estão reunidas e organizadas no Arquivo Histórico do clube, que tem o trabalho de investigar e reconstruir toda a história do Figueirense e disponibilizar para seu público torcedor. O Arquivo Histórico do Figueirense, fundado em 12 de Junho de 2001, funciona juntamente com o Memorial do clube, de segunda a sexta-feira, das 09h às 18h e aos sábados das 09h às 12h, localizado no estádio Orlando Scarpelli, no bairro Estreito, em Florianópolis, Santa Catarina. Memorial e Arquivo tem funções diferentes dentro da instituição, todavia um complementa o outro e ambos são supervisionados por um Bibliotecário. O Arquivo tem a responsabilidade de fazer o tratamento de todo o acervo que é exposto no memorial (fotografias, documentos, uniformes, troféus, bolas, etc.), assim como disponibilizar, armazenar e recuperar documentos que fazem parte da memória do clube, entre eles os clippings No Arquivo Histórico do FFC, o bibliotecário é responsável por toda parte de clipping, indexação, arquivamento e pesquisa das informações disponíveis nas notícias dos jornais. O processo de indexação é feito diretamente na base de dados e os termos utilizados constam na política de indexação do Arquivo. A recuperação dos documentos geralmente ocorre por data, assunto ou através dos veículos de comunicação indexados. 39

Atualmente, as informações armazenadas no banco de dados do Arquivo, apenas estão disponíveis para o público interno, porém podem ser consultadas pelo bibliotecário e enviadas para o público externo, mediante pedido por email ou telefone. Futuramente, existem planos de serem colocados terminais de consulta da base dados do Arquivo no memorial do clube, que fica anexo ao arquivo, para que o público visitante tenha independência para realizar pesquisas no acervo bibliográfico.

4.2 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE CLIPAGEM NO ARQUIVO HISTÓRICO DO FFC

Para Le Coadic (2004, p.38), “[...] o objetivo final de um produto de informação ou de um sistema de informação deve ser pensado em termos dos usos dados à informação e dos efeitos resultantes desses usos nas atividades dos usuários”. Para tanto, a atividade de clipagem para os pesquisadores de futebol, se faz de extrema importância, considerando que outras fontes de publicação são escassas na área. Os jornais recebem tratamento especial junto ao Arquivo Histórico do FFC. Atualmente fazem parte do processo de clipagem os jornais “Diário Catarinense”, “Hora de Santa Catarina”, “A Notícia”, “Folha de São Paulo”, “Lance!”, “Notícias do Dia” e outras mídias impressas e eletrônicas. Jornais como “O Estado”, “A Gazeta” e “Diário da Manhã”, também fazem parte do acervo de clippings do arquivo, porém estes não se encontram mais em circulação. O serviço de clipagem no arquivo, embora realizado desde 2001, obtém recortes desde 1921, ano da fundação do clube. Estes recortes foram resgatados através de uma pesquisa realizada entre bibliotecários e estagiários na Biblioteca Pública e Arquivo Público do estado de Santa Catarina e na Fundação Biblioteca Nacional com o intuito de reproduzir toda a história do clube contada durante os anos de sua existência através dos jornais. Para Le Goff (2003, p.25), “[...] o passado é uma construção e uma reinterpretação constante, e tem um futuro que é parte integrante e significativa da história.”. Existe uma lacuna no armazenamento dos jornais, entre as décadas de 40 a 70, nesse período são encontrados pouquíssimos clippings no acervo, prejudicando assim a pesquisa nestes anos. Não há especificações do motivo para as falhas, no entanto, verifica-se a necessidade de se adquirir as reportagens publicadas nesta época, considerando que as datas anteriores, que seriam de mais difícil acesso encontram-se em grande número arquivadas. 40

O serviço de clipping se inicia com a chegada dos jornais no Arquivo, neste momento é feita uma primeira análise a fim de separar notícias, notas, imagens ou qualquer tipo de informação que envolva o FFC. Nesta primeira etapa as notícias são separadas e guardadas até o final do mês para serem indexadas e armazenadas juntas de acordo com a data, veículo e assunto. O acúmulo de notícias faz se necessário, pois facilita o processo de armazenamento, uma vez que os clippings são arquivados por mês e em pastas diferentes. Os recortes de jornais são digitalizados e armazenados na base de dados (BD) do clube, a Biblioshop, embora o Bibliotecário responsável pelo Arquivo tenha interesse em mudá-la, por considerar que ela não seja a mais adequada para os serviços desenvolvidos no local, por apresentar inúmeras limitações. A digitalização é feita a partir de um aparelho multifuncional que oferece os serviços de scanner, copiadora e impressora. Como os jornais estão em perfeito estado e não necessitam de severos cuidados de conservação, eles apenas são arquivados de maneira simples. Depois da digitalização dos recortes dos jornais, é feita a indexação para facilitar a busca dos clippings em futuras pesquisas. A indexação geralmente é realizada de acordo com os itens: Data do clipping, Jornal (veículo) de divulgação, assunto principal, assunto secundário e sessão/coluna que se encontra a reportagem no jornal. Com o preenchimento de todos os itens citados, torna-se fácil a recuperação das informações armazenadas. Para facilitar a localização dos clippings nas estantes, são colocadas informações referentes ao número da caixa, estante e divisão na qual a caixa será armazenada. Lancaster (2004, p.27) afirma que, “[...] quanto mais termos forem utilizados para indexar um documento mais acessível ele se tornará e, provavelmente, mais vezes será recuperado.”. Entre os clippings mais procurados aparecem as capas de jornais que tenham imagens e pequenos resumos sobre as conquistas do clube. Notícias sobre artilheiros, jogadores e determinados jogos também apresentam bastante procura dos usuários. O armazenamento dos recortes dos jornais é feito em 3 etapas. Primeiramente os recortes são colados em folhas brancas juntamente com o cabeçalho do jornal que informa a data da reportagem e o veículo em que foi publicado. Esta folha é colocada em pastas com inúmeros plásticos, cada clipping fica em um plástico. Em cada pasta são detalhados os números de clippings anexados (interior da pasta), o mês, ano e veículo. A seguir estão algumas ilustrações que mostram como feito o arquivamento dos clippings no arquivo. 41

Ilustração 1 - Pasta de Clippings Ilustração 2 - Clipping em jornal

Fonte: Foto tirada pela autora da pesquisa.

Ilustração 3 - Clipping digitalizado (Xerox)

Fonte: Foto do clipping.

Fonte: Foto tirada pela autora da pesquisa.

Em um segundo momento as pastas são colocadas em caixas de polionda em cor verde com etiquetas sinalizando o nome do jornal, os meses e anos referentes aos clippings, como é mostrado na ilustração 4:

Ilustração 4 - Caixa de Polionda

Fonte: Foto tirada pela autora da pesquisa. 42

Na terceira etapa as caixas são levadas até outra sala onde estão armazenados e organizados os clippings. A maioria dos recortes do século XX estão separados por décadas e os do século XXI por meses e anos. As estantes são numeradas com letras do alfabeto e as divisões das estantes por números. Em cada caixa é identificado o material que está armazenado, pois além da clipagem, são armazenadas também atas de jogos e análises da empresa TV clipagem em relação ao aparecimento do clube em mídias de comunicação. Segundo o Bibliotecário responsável pelo arquivo, a maioria das informações solicitadas pelos usuários são recuperadas nos clippings, principal fonte de pesquisa no arquivo. Entretanto, as dúvidas pertinentes as décadas em que faltam recortes são procuradas em outros suportes, como os livros e em pesquisas realizadas por historiadores, cujos documentos não fazem parte deste estudo. Campello e Caldeira (2005, p.84) destacam que o resultado de um bom trabalho de clipping “[...] é uma compilação preciosa de opiniões, ideias e pensamentos, muitas vezes díspares, acerca do tema pesquisado, resultando em uma pasta, organizado pelo cientista da informação e colocada a disposição da comunidade em que atua.” Observa-se que muitos clippings ainda não estão digitalizados e são pouco utilizados por falta de divulgação. Evidencia-se, portanto, a necessidade de digitalização, indexação e armazenamento destes na base de dados, porém falta tempo e profissionais para dedicar-se ao serviço, visto que o Bibliotecário desempenha inúmeras atribuições, além de ser responsável pelas atividades do arquivo, lhe cabe à supervisão do memorial, pesquisas e atendimento ao público. A recuperação das informações é feita somente pelo bibliotecário e servidores do clube por meio da intranet. Lancaster (2004, p.27) conclui que, “Um centro de informação procurará indexar exaustivamente se seus usuários só solicitarem com frequência a realização de buscas completas”. Neste caso, a indexação se torna adequada para os usuários que o centro atende. Público externo ou até mesmo visitante não tem acesso direto aos clippings dos jornais armazenados na base, porém é possível solicitar via e-mail, telefone ou pessoalmente as informações desejadas. Também é possível analisar presencialmente os recortes originais arquivados. Estão em fase de estudos projetos de disponibilização de terminais de acesso da base de dados no memorial do clube que fica anexo ao Arquivo Histórico e que serve de exposição para tudo que é resgatado através do Arquivo. 43

A importância do uso do jornal como clipping segundo Campello e Caldeira (2005, p.82), “[...] pode ser aplicado para grupos, instituições e mesmo indivíduos, conforme seu grau de interesse sobre determinado assunto.”. Além de ser usado com uma importante fonte de informação, o clipping também pode ser usado como forma de divulgação de determinadas instituições ou empresas através do marketing buscando dar visibilidade a produtos e serviços. Pode ser usado também como importante aliado para tomada de decisões, para pesquisas sobre empresas concorrentes, enfim, o clipping pode ter inúmeras utilidades, mas para isso é preciso que ele receba um tratamento adequado e seja visto como importante aliado na construção e preservação da cultura e memória.

4.3 NÚMERO DE CLIPPINGS DA PESQUISA

Os clippings armazenados no Arquivo estão divididos em 3 estantes, cada uma contendo 5 prateleiras. As estantes estão identificadas de acordo com as letras do alfabeto (A, B, C) e as prateleiras estão numeradas em 01/A, 02/B, 03/C e assim por diante. Na identificação das caixas estão os referidos anos dos clippings e veículo de publicação. Estão guardados no arquivo recortes de notícias sobre o clube desde o ano de 1921 até os dias atuais. Ao examiná-los foi possível verificar que a quantidade de reportagens sobre o futebol publicadas nas primeiras décadas e o espaço cedido para o esporte é infinitamente menor comparado ao jornalismo esportivo atual, que destina um caderno exclusivo apenas para este noticiário. Este fato ocorreu devido ao grande aumento no volume de informações nos últimos anos, seguido pelo progresso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e pela massificação do futebol decorrente das grandes conquistas brasileiras. Foi possível identificar nas pesquisas que muitas notícias publicadas e importantes para a história do clube não fazem parte do acervo, de acordo com o relato do Bibliotecário responsável pelo arquivo durante conversas informais, estas notícias não fazem parte do acervo pelas dificuldades em obtê-las, pois muitos dos jornais não existem mais e não possuem um banco de dados em que seja possível a adoção de exemplares. Para melhor visualizar o número de clippings que estão armazenados no arquivo foi criado um quadro (n.1, p.44) com a intenção de divulgar a quantidade de recortes disponíveis para o uso dos usuários. Os dados informados foram levantados de acordo com o número de caixas existentes no arquivo, os números de clippings arquivados em cada caixa e os anos. 44

Os jornais escolhidos para pesquisa são os que apresentam as notícias mais relevantes e em maior quantidade armazenada no Arquivo Histórico do clube. Os outros jornais não incluídos na pesquisa, embora de grande importância tanto em nível local quanto estadual, não foram incorporados por estes não fazerem parte do acervo do Arquivo Histórico do FFC. Além dos clippings, no arquivo também estão armazenados revistas e jornais que não fazem parte dos dados desta pesquisa, por não ser objetivo de análise e devido ao curto período que se dispõe para a coleta de dados, por ter sido escolhido apenas jornais e entre eles os com mais tiragem e popularização no estado catarinense e também pela adequação da escolha dos jornais estar ligada com a relação de jornais que fazem parte do acervo dos clippings. Jornais e revistas como: Folha de São Paulo, Jornal e revista do Lance, Hora de Santa Catarina, Revistas Conmebol; entre outros jornais e revistas nacionais e estrangeiras, embora não tenham sido incluídos nas tabelas, também fazem parte da coleção de clippings armazenados no arquivo. A seguir a respectivo quadro:

Quadro1: Clippings do Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube.

Números de clippings por jornal Total por Décadas A A Diário O Diário da O Estado década Gazeta Notícia Catarinense Manhã 20 - - - - 1 1 30 2 - - 11 6 19 40 5 - - 22 12 39 50 12 - - - 4 16 60 - - - - 5 5 70 - 66 - - 17 83 80 - 82 122 - 90 294 90 - 480 970 - 1.333 2.783 2000 - 10.080 15.040 - 7.760 32.880 2010 - 12.111 15.122 - - 27.233 Total 19 22.819 31.254 33 9.228 63.353 Fonte: Dados da pesquisa 45

Observando os dados da tabela 1, constatou-se que o jornal com maior número de clippings é o DC com um total de 31.254. O expressivo número de clippings é explicado pelo fato de o jornal ter a maior tiragem e circulação no Estado de Santa Catarina. Na década de 80 o DC teve o menor número de clippings armazenados, o que se justifica por este ter sido fundado em 1986. O aumento no número de clippings no acervo no decorrer das décadas de existência do jornal é perceptível, isto ocorre principalmente a partir dos anos 2000 e uma das razões para este aumento ocorre pelo fato do Arquivo ter sido fundado no ano de 2002, motivo este que intensificou o trabalho de clipagem no clube, mas também se explica pela crescente demanda do jornalismo esportivo nos últimos anos, fazendo com que o número de publicações aumentasse gradativamente. O jornal “A Notícia” com total de 22.819 clippings arquivados, embora com sede em está presente na pesquisa pela grande quantidade de clippings armazenados no Arquivo e devido algumas notícias serem essenciais para o desenvolvimento da pesquisa. O jornal “O Estado” com total de 9.228 clippings armazenados no acervo do Arquivo Histórico do FFC, possui a primeira reportagem publicada em jornais sobre o clube catarinense. A primeira e única reportagem da década de 20 trata-se da nota de fundação do Figueirense e também é o único clipping digitalizado do século XX. A maioria das notícias sobre os primeiros anos de existência do clube, armazenados no acervo do Arquivo, são do jornal “O Estado”, porém em pesquisas realizadas na Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina (BPSC) que possui em seu acervo exemplares completos dos jornais do estado catarinense desde 1850, foram localizadas notícias sobre o clube em outros jornais que não se encontram no acervo do Arquivo Histórico do FFC. A não inclusão desses clippings no Arquivo se justifica pelo difícil acesso e recuperação dos exemplares das edições dos jornais fora de circulação e também pela falta de um banco de dados. A BPSC também enfrenta as mesmas dificuldades com as edições que sofreram degradação do tempo e tornam-se impossibilitadas de uso. O jornal “Diário da Manhã” com apenas 33 clippings armazenados, é um dos poucos jornais que relata os acontecimentos vividos pelo clube nas primeiras décadas de existência. Não se sabe ao certo os anos de circulação do jornal na capital, mas os recortes que se encontram no acervo são das décadas de 40 e 50. O jornal “A Gazeta” embora com apenas 19 clippings armazenados no Arquivo, assim como o jornal “Diário da Manhã” com apenas 33, é importantes para a pesquisa, pois apresentam fatos históricos que só através deles foram possíveis de serem resgatados.

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4.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO

A análise de conteúdo de notícias dos jornais de Santa Catarina: A Gazeta, A Notícia, Diário Catarinense, Diário da Manhã e O Estado, feito nos clippings do Arquivo do FFC, descrevem o histórico do clube desde 1921 até 2012. Para Richardson (2007, p.230), “[...] uma análise de jornais, convém selecionar, por exemplo, certo número de títulos, determinados número de exemplares, os temas a serem estudados (editorial, econômico, esportes etc.) e outros.”. Para Ander-Egg (1978 apud Marconi e Lakatos, 2010, p.117) análise de conteúdo é “[...] a técnica mais difundida para investigar o conteúdo das comunicações de massas, mediante a classificação, em categorias, dos elementos da comunicação”, a análise das notícias foi feita com base em cinco categorias criadas nesta pesquisa para separar os assuntos de mais destaque na história do clube. As categorias são: Fundação do Clube; Construção do estádio Orlando Scarpelli; Títulos Conquistados; Campeonatos disputados; e Artilheiros. O conteúdo das páginas dos jornais está caracterizado por notícia e nota. Para Silva e Silva (2012, p.6) “[...] a notícia se caracteriza pelo fato de dar a conhecer aos leitores fatos e acontecimentos tanto atuais como mais remotos (notícia histórica), seja de uma maneira mais breve (através das notas) ou mais extensa.” Portanto, analisa-se aqui as notícias que contém informações mais consistentes. Algumas notícias mostram imagens e fotografias que ilustram o texto e embora a intenção desta pesquisa não seja a descrição histórica através das imagens, para que estas informações não fossem excluídas, as imagens presentes foram descritas e incluídas juntamente às demais para serem apresentadas nos resultados da análise de conteúdo em ordem cronológica e por categorias.

4.4.1 Categoria 1: fundação do clube

Nesta categoria foi encontrada apenas uma notícia armazenada no Arquivo Histórico do clube referente à fundação do FFC. A notícia foi publicada no jornal “O Estado”, no dia 11 de julho 1921. Este jornal não se encontra mais em circulação, porém muitas das primeiras notícias encontradas sobre o clube têm proveniência neste jornal. 47

O conteúdo da notícia relata sobre o surgimento de um Club de Foot-ball, que teve fundação na capital catarinense. Foram informados também os nomes dos eventuais diretores na época, sendo eles: Presidente: João Xavier, Vice-Presidente: Heleodoro Ventura, 1⁰ secretário: Trajano Margarida, 2⁰ secretário: Balbino Silva, Tesoureiro: Bruno Ventura, 2⁰ tesoureiro: Albino Ramos, Procuradores: Carlito Honório e Agenor Dutra. Dados importantes analisados e curiosidades ficam por conta da forma da escrita apresentada na época para as palavras “Directoria”, “ Thesoureiro” e “Club de Fott-ball”. Outra curiosidade em destaque nesta edição do dia 11 de Julho de 1921 é o erro de datilografia do cabeçalho, em que se encontrava a data, que ao invés de aparecer 1921, apareceu 1621.

Ilustração 5- Data de Publicação da edição em que consta a notícia de fundação do Figueirense

Fonte: Arquivo Histórico Figueirense

Ilustração 6 - Notícia de Fundação do Figueirense Ilustração 7 - Capa em que consta a notícia de fundação do Figueirense

Fonte: Arquivo Histórico Figueirense

Fonte: Arquivo Histórico Figueirense

Este clipping foi recuperado através das palavras-chave “Fundação do clube” e através da data. Além de visualizar esta notícia digitalizada, é possível também visualizá-la em papel já que a mesma fica em exposição no memorial do clube.

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4.4.2 Categoria 2: construção do estádio Orlando Scarpelli

Nesta categoria foi possível encontrar 28 clippings. Entre estes recortes estão inseridas notícias que relatam desde o momento em que o terreno foi adquirido pelo clube no ano de 1943, até a inauguração do estádio em 1973. São poucas as notícias provenientes da época, entre as décadas de 40 a 70, pois o arquivo apresenta uma lacuna de clippings neste período, portanto foram poucas as informações recuperadas, mas estas conseguem retratar alguns dos momentos mais importantes da concretização do estádio do Figueirense. O primeiro clipping referente a esta categoria encontrado no arquivo do clube é do dia 06 de outubro de 1943 e foi publicado no jornal “A Gazeta” que não se encontra mais em circulação. A notícia com o título “Figueirense construirá majestoso estádio” (ilustração 8) relata sobre a aquisição de um terreno no bairro Estreito, em Florianópolis, sobre o preço de 70 mil cruzeiros. É descrito na notícia que a diretoria do clube no momento estava administrada por Orlando Scarpelli, nome pelo qual futuramente se chamaria o estádio em homenagem ao diretor.

Ilustração 8 - Notícia de aquisição do terreno no bairro Estreito.

Fonte: Foto do clipping.

No jornal “O Estado” do dia 11 de agosto de 1948, foi publicada a notícia com o seguinte título “Estádio do Figueirense Futebol Clube”, neste clipping está informado que em 49

uma exposição realizada em uma conceituada Alfaiataria chamada Abraham, encontrava-se uma maquete do estádio “Dr. Aderbal Ramos da Silva”, que o Figueirense estava construindo no “sub-distrito” do Estreito. Na notícia também é relatada que o terreno foi doado pelo industrial Orlando Scarpelli e que cujo orçamento do estádio estava avaliado em 1(um) milhão de cruzeiros. Nota-se na noticia do jornal “O Estado” do dia 11 de agosto de 1948 que o nome dado ao estádio do Figueirense pelo jornalista é “Dr. Aderbal Ramos da Silva”, nome do governador do estado na época e que posteriormente seria o nome do estádio do seu rival, Avaí Futebol Clube, chamado popularmente de Ressacada, porém, o estádio construído no estreito teve o nome de Orlando Scarpelli em homenagem ao diretor e doador do terreno. Conforme e-mail recebido do Jornalista Dakir Polidoro Júnior, colunista do jornal Notícias do dia, apresentador e Comentarista na Rede Independência de Comunicação (RIC) e Rádio Regional FM, a informação é verídica:

[...] O estádio do Figueirense até um certo período era denominado de Aderbal Ramos da Silva, que surgiu bem antes do atual Aderbal Ramos da Silva, do Avaí. Teríamos, então, dois estádios na capital com o mesmo nome. Por decisão de alguns dirigentes influentes, o nome do estádio do Figueirense mudou para Orlando Scarpelli. Lembrando ainda que o estádio do Palmeiras de , depois BEC, também era Aderbal Ramos da Silva. (POLIDORO JÚNIOR, 2012)

Ilustração 9 – Trecho da notícia em que o estádio do Figueirense é chamado de Dr.Aderbal Ramos da Silva.

Fonte: Foto do clipping.

No ano de 1953, em uma reportagem do jornal o “Diário da Manhã”, do dia 25 de fevereiro, é relatado por Alcy Cabral Teive, as dificuldades na construção do estádio. Os motivos dados para tais dificuldades foram atribuídas ao abandono dos idealizadores do 50

projeto, entre eles o presidente na época Sr. Thomaz Chaves Cabral e Sr. Orlando Scarpelli diretor, além de outros dirigentes engajados nas obras. Nesta notícia são expostos antecedentes a saída do presidente Sr. Thomaz Chaves Cabral, a volta do Sr. Thomaz e detalhes do projeto do estádio. É descrito que após o ano 1945 com a saída dos principais nomes ligados ao sonho da construção do estádio, até o ano de 1952, data em que o Sr. Thomaz Chaves Cabral voltou à presidência do clube, pouca coisa foi feita e o movimento enfraqueceu. Com a volta do presidente Sr. Thomaz foi dado como prioridade recomeçar as iniciativas referentes à construção do estádio. Detalhes do projeto do estádio foram apresentados pela firma Moellmann & Ráu Ltda., que foi a responsável pelo projeto. Foram apresentados também esclarecimentos sobre a topografia do terreno, as condições de acesso ao público e o alojamento dos atletas. Em um pequeno trecho posterior foi relatado detalhes sobre as arquibancadas do estádio, porém a página que continha a continuação da notícia não estava entre os clippings armazenados no Arquivo. A fotografia existente na notícia mostra o time do Avaí que se sagrou bi-campeão citadino de futebol.

Ilustração 10 - Notícia que apresenta as dificuldades para a construção do estádio do Figueirense

Fonte: Foto do clipping. 51

No dia 01 de fevereiro de 1958 foi assinada a escritura de doação do terreno feita por Orlando Scarpelli para o FFC. Esta informação foi publicada no jornal “A Gazeta” do dia 07 de fevereiro de 1958 com o título “ Dignificante gesto de um grande desportista”. Também foi noticiado que foram doados 15.000m² de terreno ao clube, sendo essa a segunda doação de Orlando Scarpelli, que anteriormente já havia feito uma doação de 29.000 m², totalizando 44.000 m², sem nenhum valor cobrado ao clube. Na ocasião foi ofertada ao doador uma “cervejada” como é destacado na notícia, na qual participaram todos os diretores e os operários que trabalhavam na construção do estádio. Foi neste ato que também foi apresentada a proposta ao então presidente do clube na época, Sr. Thomaz Chaves Cabral de homenagear Orlando Scarpelli como Grande Benérito do clube.

Ilustração 11 - - Notícia na íntegra sobre a ocasião em que foi assinada a escritura de doação do terreno feita por Orlando Scarpelli

Fonte: Foto do clipping.

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Ilustração 12 - Nota que aparece juntamente com a notícia (Ilustração 12) em que foi assinada a escritura de doação do terreno feita por Orlando Scarpelli

Fonte: Foto do clipping.

Em notícia publicada no “O Estado” em 22 de dezembro de 1965 com o título “Arquibancada do Figueirense sairá em 1966” é notificado que o clube continua com as obras e tem como previsão o ano de 1966 para a colocação das arquibancadas. Também é relatada a inclusão de banheiras, alambrado e muro em volta do estádio. A seguir a respectiva notícia:

Ilustração 13 – Notícia “Arquibancada do Figueirense sairá em 66”

Fonte: Foto do clipping.

No dia 21 de maio de 1970 no “O Estado” é noticiada a conclusão das obras do estádio Orlando Scarpelli e também a doação do estádio Adolpho Konder ao Avaí Futebol Clube por um período de 99 anos. A doação foi feita pelo governo, conforme mostra na Ilustração 14.

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Ilustração 14 - Nota que acompanha a notícia sobre conclusão das obras do estádio do Figueirense.

Fonte: Foto do clipping.

Ilustração 15 – Notícia sobre conclusão das obras do estádio do Figueirense e doação do estádio de Adolfo Konder ao time do Avaí.

Fonte: Foto do clipping.

A notícia com o título “Está ficando pronto ‘O Catarinão’”, foi publicada no jornal “O Estado” no dia 09 de maio de 1973. Foi informado que as obras tinham previsão de término para o dia 15 de agosto, mais ou menos 3 meses após a notícia. O governador na época Colombo Salles não poupava recursos para que o estádio fosse concluído em tempo do time 54

disputar o campeonato nacional. Eram previstos Cr$ 2.500.000,00 cruzeiros gastos até a conclusão das obras, em agosto. Detalhes como o valor dos ingressos cobrados nas localidades do estádio também foram destacados. Para os torcedores que optaram por assistir ao jogo em pé, foram reservados 10 mil lugares e a tarifa cobrada foi de Cr$ 5,00, para os torcedores que assistiram ao jogo sentado, foram reservados 35 mil lugares, porém o valor pago não foi especificado. Os 45 mil lugares totalizados na época supriam uma exigência do Sr. João Havelange, presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) que esteve no estado no início do ano de 1973. Vestiários estavam sendo feitos com todo conforto possível. O vestiário do juiz era visto com maior importância e destacado na notícia como contendo ar condicionado, sala de espera, sala de reunião e carpetes. Já o vestiário dos visitantes também não ficava a desejar e continha sauna, banheiras térmicas e era todo azulejado. A Central Elétrica de Santa Catarina (CELESC) era responsável pela iluminação do estádio e arredores e para melhorar o acesso de pessoas e carros ao estádio, a prefeitura de Florianópolis também autorizou obras na Avenida Santa Catarina que ficava próximo ao estádio. Outras empresas envolvidas na obra também foram citadas na notícia. Um fato relevante e que chama atenção na notícia é a importância dada pelo governo à conclusão das obras. Mais de duzentos operários trabalhavam por dia, até às 22 horas e sem folgar aos sábados e domingos. As imagens presentes na notícia mostram os operários trabalhando nas obras do estádio Orlando Scarpelli.

Ilustração 16 - Notícia “Está ficando pronto o Catarinão”

Fonte: Foto do clipping.

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No dia 15 de agosto de 1973, como estava previsto nas notícias anteriormente relatadas, foi inaugurado o estádio Orlando Scarpelli. O Jogo de inauguração do estádio foi disputado contra a equipe do Vitória da Bahia. A partida estava marcada para as 20h30min. As comemorações, porém começavam cedo com participações de escolas de samba, fanfarras colegiais e banda de fuzileiros, conforme a Ilustração 17:

Figura 17 - Notícia e convite e programação da festa de inauguração do estádio Orlando Scarpelli

Fonte: Foto do clipping. 56

Fonte: Foto do clipping.

A construção do estádio do Figueirense durou 30 anos, levando em consideração a data em que foi adquirido o terreno em 1943, até a data de inauguração em 1973. Durante estes anos os principais nomes envolvidos nos clippings selecionados foram os de Orlando Scarpelli, responsável pela doação do terreno, diretor e homenageado pelo clube dando nome ao estádio, Thomaz Chaves Cabral, presidente e um dos grandes idealizadores do projeto de construção do estádio, além dos governadores Ivo Silveira e Colombo Salles. Mesmo depois da inauguração do estádio do clube, algumas obras continuaram acontecendo para melhor atender o público que assistia aos jogos e jogadores.

4.4.3 Categoria 3: Títulos conquistados no futebol

Nesta Categoria foram encontrados em torno de 600 clippings, entre estes recortes estão inseridas notícias que relatam as partidas finais dos títulos conquistados pelo clube em campeonatos profissionais disputados entre os anos de 1935, primeiro título de expressão do clube e o ano 2008, último título conquistado, ambas as conquistas foram referentes a Campeonatos Catarinenses. Não foram encontrados no acervo do Arquivo do Histórico do FFC clippings sobre três conquistas, ou se encontradas faltavam informações que impossibilitavam a descrição das conquistas, estes clippings eram referentes às conquista do Campeonato Catarinense de 1932 e 1972 e da Taça José Meirelles de 1985. Portanto, os títulos conquistados que fazem parte desta pesquisa são: Campeonatos Catarinenses dos anos de 1935, 1936, 1937, 1939, 1941, 1974, 1994, 1999, 2002, 2003, 2006, 2008; Taça Mané Garrincha em 1983; Supercampeonato Catarinense 1996 e Copa Mercosul em 1995. Os primeiros clippings relativos a esta categoria localizados no arquivo do clube são do dia 28 de Janeiro de 1935 e estampam as páginas dos jornais “O Estado” e “A Gazeta”. A notícia do jornal “O Estado” do dia 28 de janeiro de 1935 (Ilustração 18) que aparece na sessão intitulada de “Vida Esportiva” faz o relato sobre o acontecimento do Torneio Extra, 57

na ocasião organizado pela “entidade máxima” do futebol em Santa Catarina, como se refere na notícia. Os times participantes do torneio, que mais tarde seria considerado como um Campeonato Catarinense envolviam além do Figueirense, o Avahy2, Aviação Naval e Irís. O texto da notícia relata sobre os confrontos realizados entres os participantes e sobre o embate final que aconteceu entre Avahy e Figueirense. Os destaques dados a notícia ficam por conta da grande atuação do Juiz na partida final, o fato do Figueirense ter levantado a taça do torneio com seu time quase todo formado por jogadores de outras agremiações e também pelo descaso dos grandes desportistas em relação ao festival organizado pela “entidade máxima” do esporte em Santa Catarina. O fato interessante observado na notícia refere-se à quantidade de palavras do idioma inglês utilizados na época no futebol, esporte de origem inglesa. Também pode se perceber que o Corner que significa escanteio, era contado para identificar a equipe vencedora, assim como o Goal, o popular Gol de hoje em dia.

Figura 18- Trecho da notícia da conquista do Torneio Extra (Campeonato Catarinense) em 1935.

Fonte: Foto do clipping.

No ano de 1936 o Figueirense, conquistou mais uma vez o Campeonato Catarinense, tornando se Bi-Campeão. O torneio em questão era uma espécie de Citadino, envolvendo somente times da capital, porém, mais tarde, devido à expressão do campeonato, foi

2 Avahy: refere-se ao time do Avaí Futebol Clube. 58

considerado também como estadual. O jornal “O Estado” do dia 26 de outubro de 1936, informa em uma pequena notícia publicada sobre o campeão daquele ano.

Ilustração 19- Campeonato Catarinense de 1936

Fonte: Foto do clipping.

No dia 08 de março de 1938 é publicado no jornal “O Estado” a notícia com o título “ Vencendo ao Caxias por 2 a 1, o Figueirense sagrou-se campeão do Estado de Santa Catharina, do anno de 1937” (Ilustração 20). Através do título da notícia já é possível identificar que a conquista refere-se ao Campeonato Catarinense de 1937, porém o jogo de decisão ocorreu somente no ano seguinte. Nesta notícia da conquista do Campeonato Catarinense de 1938 do jornal “O Estado” é descrito como aconteceu à partida, os jogadores presentes em cada equipe, os lances mais importantes e os gols marcados que levaram o Figueirense a conquista de mais um campeonato Catarinense. Foi descrito também o comportamento do público durante a partida e o desempenho do juiz responsável por aplicar as regras, a renda, as autoridades e o público presente. Observou-se que no texto, a bola usada no jogo era chamada de couro, este fato justifica-se, pois nesta época o material utilizado para a confecção das bolas era o couro. Também se observou o uso das palavras off-side e Center-hall, termos em inglês que no texto significam impedimento e meio de campo, respectivamente. 59

Ilustração 20 - Campeonato Catarinense de 1937 (A Gazeta)

Fonte: Foto do clipping.

No mesmo dia 08 de março de 1938 também é noticiado no jornal “A Gazeta” (Ilustração 21) uma notícia referente à conquista do Campeonato Catarinense de 1937 pelo Figueirense, porém o texto desta descreve a partida como sendo bastante violenta e que o juiz não teve autoridade para impedir o jogo agressivo. A notícia assim como a do jornal “O Estado” também relata os lances do decorrer da partida, os jogadores e o árbitro responsável, além de apresentar a renda arrecada e relatar o serviço do policiamento prestado na partida.

Ilustraçao 21- Campeonato Catarinense de 1937 (O Estado)

Fonte: Foto do clipping.

A notícia referente ao título do Campeonato Catarinense de 1939, conquistado no dia 14 de março de 1940 foi publicada no dia 18 de março de 1940 no jornal “O Estado”. Assim como o campeonato de 1937, o de 1939 também teve a sua conclusão no ano seguinte. A 60

notícia em questão publicada na sessão “O Estado esportivo” com o título ‘ Figueirense, campeão barriga-verde de 1939” (Ilustração 22), relata sobre o jogo que decidiu o campeonato disputado entre o Figueirense x Perí com o placar final de 5 a 3 favorável ao Figueirense. Apesar do Figueirense sair campeão, o texto revela o favoritismo do Perí, devido ao time apresentar um conjunto de jogadores renomados. O texto da notícia do dia 18 de março de 1940 informa sobre os lances mais importantes da partida, os jogadores que se destacaram, como se comportou a arbitragem, a renda arrecadada e as autoridades presentes. O fato interessante observado na notícia é apresentado no trecho do texto que informa sobre a “história dos tentos” na partida. No texto a palavra tento significa o número de gols marcados na partida, na ocasião 5 para o lado do Figueirense e 3 para o Perí, resultado em 8 tentos que são detalhadamente descritos na notícia.

Ilustração 22- Campeonato Catarinense 1939

Fonte: Foto do clipping. 61

No dia 07 de setembro de 1941 o Figueirense conquistou o seu 6º estadual. A notícia do dia 08 de setembro do jornal “O Estado” aparece com o título “Vencendo ao Caxias, Figueirense sagrou-se campeão” (Ilustração 23) e relata o “surpreendente espetáculo” como se refere na notícia, do jogo acontecido no estádio Adolfo Konder. O Figueirense venceu a partida com um placar de 3 a 0 e os gols foram marcados por Calico, 2 vezes e Chocolate. A partida ocorreu tranquilamente, sem nenhum incidente relatado.

Ilustração 23 - Campeonato Catarinense de 1941

Fonte: Foto do clipping.

Em 1974 o Figueirense foi campeão do Campeonato Catarinense em um jogo disputado contra o Internacional de Lages no dia 03 de fevereiro de 1975. A 7º conquista do estadual pelo clube está noticiado no jornal “O Estado” do dia 04 de fevereiro de 1975 com a chamada “ Um grande jogo para o Figueirense chegar ao título” (Ilustração 24) . O jogo terminou em 4 a 2, favorável ao Figueirense, os gols foram marcados para o Figueirense por Sérgio Lopes, 62

Marcos e Luís Everton 2 vezes, para o Internacional de Lages marcaram Luís Carlos e Gaspar. Embora o Figueirense tenha vencido o jogo com um placar de 2 gols de diferença, a partida não foi tão tranqüila, pois o time da capital saiu vencendo, mas levou a virada de 2 a 1 e teve que buscar o placar de 4 a 2.

Ilustração 24 - Campeonato Catarinense de 1974

Fonte: Foto do clipping.

No ano de 1983 o Figueirense conquistou a Taça Mané Garrincha. O jornal “A Gazeta” do dia 27 de setembro de 1983 traz a notícia “Taça Mané Garrincha: Figueirense é campeão.” (Ilustração 25) com o relato da conquista. A partida disputada em Florianópolis contra a equipe do Marcílio Dias foi vencida pelo Figueirense com 1 gol de William que teve também outro gol anulado pelo árbitro. O destaque da partida fica por conta de Albeneir, jogador do Figueirense, que foi o principal nome em campo na partida, sendo responsável pelos melhores lances. O jogo também foi marcado por ser o de maior renda arrecadada até então em Santa Catarina.

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Ilustração 25- Taça Mané Garrincha

Fonte: Foto do clipping.

No ano de 1994 o Figueirense sagra-se mais uma vez campeão catarinense, é a sua 8º conquista na competição. A notícia que informa sobre a decisão do campeonato catarinense no dia 18 de dezembro de 1994 é publicada no jornal “Diário Catarinense” no dia seguinte a conquista com o título “Figueirense é campeão, sem taça” (Ilustração 26). O placar da partida foi de 2 a 0 favorável ao Figueirense e os 2 gols foram marcados por Ricardo. O motivo relatado no texto pelo não recebimento da taça no jogo disputado contra o time do Criciúma, em Florianópolis, foi pelo fato da torcida do Figueirense invadir o campo nos minutos finais da partida, devido à comemoração ao fim de um jejum de 19 anos do time sem conquistar o estadual. Após a invasão o jogo foi encerrado faltando ainda 10 minutos para o término. A invasão ocorrida na partida ainda foi levada para discussão do Tribunal de Justiça Desportiva ( TJD), porém o regulamento era favorável ao Figueirense. De acordo com o artigo 25, retirado da notícia do jornal Diário Catarinense (Ilustração 26) “ficava valendo o resultado da partida se a interrupção acontecer nos 15 minutos finais”. Portanto, como a invasão aconteceu nos 35min e 45seg da etapa final do jogo, o TJD concedeu o título do campeonato catarinense de 1994 ao Figueirense.

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Ilustração 26- Campeonato Catarinense de 1994

Fonte: Foto do clipping.

No ano de 1995 o Figueirense conquistou a sua primeira e única, até então, competição com expressão internacional. A conquista foi referente à Copa Mercosul, competição que foi substituída atualmente pela copa Sul-Americana. O jogo final aconteceu no estádio Orlando Scarpelli, no dia 07 de fevereiro de 1995 contra a equipe do Joinville. O jornal “Diário Catarinense” do dia 08 de fevereiro de 1995 relata que a partida disputada na decisão da Copa Mercosul de 1995 entre Figueirense x Joinville foi equilibrada e a vitória só veio com um Gol de Biro-Biro de pênalti para o Figueirense já na prorrogação, como também mostra na Ilustração 27. Ilustração 27- Copa Mercosul.

Fonte: Foto do clipping. 65

O ano de 1996 para os torcedores do Figueirense foi marcado pela conquista do Supercampeonato Catarinense, mas também ficou marcado para o futebol catarinense pelo trágico acontecimento provocado por torcedores que assistiam ao jogo. Em notícias publicadas no dia 23 de dezembro de 1996 no jornal “A Notícia” (Ilustração 28 e 29) e “Diário Catarinense” (Ilustração 30) é relatado do incidente ocorrido no 2º jogo da decisão do Supercampeonato Catarinense entre Chapecoense e Figueirense. A partida ocorreu em Chapecó e o Figueirense vencia por 4 a 1 quando foi encerrada aos 27 minutos do 2º tempo, devido à invasão do campo por torcedores que derrubaram o alambrado. Antes da invasão ao campo, o jogo já havia sido paralisado por alguns minutos em decorrência das garrafas jogadas no gramado. Após o encerramento da partida, torcedores ainda depredaram o ônibus do Figueirense e alguns carros. A fotografia da notícia do jornal “Diário Catarinense” (ilustração 31), mostra o goleiro do Figueirense recebendo socorro médico após ser atingido por uma pedra atirada pelos torcedores da Chapecoense. O Figueirense já havia vencido a primeira partida na capital pelo placar de 1 a 0, mas teve que esperar pela decisão do tribunal para conquistar a taça e uma vaga na Copa do Brasil.

Ilustração 28- Supercampeonato Catarinense 1996 (A notícia) Ilustração 29- Supercampeonato de 1996 (A Notícia)

Fonte: Foto do clipping.

Fonte: Foto do clipping. 66

Ilustração 30- Supercampeonato de 1996 (Diário Catarinense)

Fonte: Foto do clipping.

O século XX terminou com as cores alvinegras no estado de Santa Catarina, devido à conquista do Figueirense a mais um campeonato catarinense. A partida de decisão do campeonato foi disputada no estádio Orlando Scarpelli no dia 25 de julho de 1999 contra a equipe do Avaí e foi vencida pelo placar de 2 a 1. Os gols foram marcados por Genílson para Figueirense e Dão pelo Avaí. O jornal “Diário Catarinense” do dia 26 de julho de 1999 traz a notícia referente à partida final e a conquista do Campeonato Catarinense desse ano, como mostra na Ilustração 31.

Ilustração 31 – Campeonato Catarinense de 1999

Fonte: Foto do clipping. 67

No ano de 2002 o Figueirense tornou-se mais uma vez campeão estadual. A taça foi conquistada contra seu maior rival, o Avaí. O jogo terminou empatado no tempo normal e na prorrogação, mas como o Figueirense já havia ganhado a primeira partida da decisão no estádio da Ressacada pelo placar de 3 a 1, o resultado desta partida deu ao Figueirense o seu 11º título estadual. A notícia do jornal “Diário Catarinense” do dia 11 de julho de 2002 (Ilustração 32), relata sobre a campanha do time que faturou os 2 turnos no campeonato e conquistou o título contra o seu maior rival, a fraca atuação do árbitro da partida e sobre a queda de energia ocorrida durante o jogo no estádio Orlando Scarpelli.

Ilustração 32- Campeonato Catarinense 2002

Fonte: Foto do clipping. 68

No ano de 2003 o Figueirense conquistou novamente o Campeonato Catarinense. A decisão do seu 12º título estadual foi contra a equipe do Caxias, com vitória do Figueirense por 2 a 1 no tempo normal e empate na prorrogação. O jogo disputado no estádio Orlando Scarpelli foi dominado pelo Caxias nos primeiros minutos, mas depois o Figueirense com apoio da sua torcida melhorou no jogo e conseguiu reverter o placar. Os gols da partida foram marcados por Régis para o Caxias e Luciano e Danilo para o Figueirense. Estas informações estão descritas na notícia do jornal “O Estado” do dia 24 de Março de 2003, conforme a ilustração 33. A fotografia presente nesta notícia mostra um lance da partida.

Ilustração 33- Campeonato Catarinense 2003

Fonte: Foto do clipping

Em 2004 o feito se repete e o Figueirense conquista o seu Tricampeonato estadual. No dia 19 de abril de 2004, foram publicadas notícias no jornal “Diário Catarinense” (Ilustração 34), e “O Estado” (Ilustração 35), referente à conquista do Campeonato Catarinense pelo Figueirense. Nos textos é informado que o Figueirense foi campeão derrotando no jogo final a 69

equipe do Guarani pelo placar 3 a 1. Os gols para o Figueirense foram marcados por Paulo Sérgio, Sérgio Manoel e Carlos Alberto e o gol do Guarani por Jackson. É destacado nas notícias que o Figueirense não conquistava 3 vezes seguidas o campeonato estadual desde a década de 30, com as campanhas de 1935, 1936 e 1937. A fotografia da notícia do jornal “O Estado” (ilustração 35) mostra a festa da torcida do Figueirense depois da conquista do Tricampeonato.

Ilustração 34- Campeonato Catarinense 2004 (Diário Catarinense)

Fonte: Foto do clipping. Ilustração 35- Campeonato Catarinense 2004 (O Estado)

Fonte: Foto do clipping. 70

No dia 09 de abril de 2006 o Figueirense, conquista seu 14º campeonato catarinense, sendo 4 deles conquistados nos anos 2000. A decisão do título ocorreu em uma partida disputada contra a equipe do Joinville e vencida pelo Figueirense pelo placar de 3 a 0 no estádio Orlando Scarpelli. Os gols do jogo foram marcados por Cícero, Soares e Fernandes. Ao final da partida os jogadores deram a volta olímpica em comemoração ao título, contemplados por mais de 20 mil torcedores que estavam presentes no estádio. Em notícia publicada no dia 10 de abril de 2006 no jornal “O Estado” (Ilustração 36) é relatado além das informações citadas acima, os lances mais importantes do jogo. A imagem mostra um lance da partida.

Ilustração 36- Campeonato Catarinense 2006

Fonte: Foto do clipping

Em 2008 o Figueirense conquistou seu último título estadual e pela primeira vez foi campeão fora do seu estádio. O jogo aconteceu em Criciúma no dia 04 de maio de 2008, contra a equipe do Criciúma que venceu no tempo normal por 3 a 1, placar que levou a partida para prorrogação devido a vitória do Figueirense na primeira partida em Florianópolis. O time da capital venceu a prorrogação com um gol de Bruno Santos e conquistou seu 15º título 71

estadual. A notícia do dia 05 de maio de 2008 do jornal “Diário Catarinense” (Ilustração 37) relata os lances mais importantes do jogo e a conquista do título pelo Figueirense que na

época tornava-se o maior vencedor de campeonatos estaduais.

Ilustração 37- Campeonato Catarinense 2008

Fonte: Foto do clipping.

Foram descritos nesta categoria, a partir das notícias de jornais, as partidas que levaram o Figueirense a conquista dos títulos mais importantes da sua história. Dos 18 títulos envolvidos na pesquisa, 16 foram possíveis de serem recuperados no arquivo. Alguns foram encontrados somente digitados, para isso foi recorrido a Biblioteca Pública de Santa Catarina para obter a fotografia da notícia.

4.4.4 Categoria 4: campeonatos disputados

Nesta categoria foram recuperados no Arquivo Histórico do FFC 17 clippings. As notícias selecionadas para esta categoria envolvem a primeira partida disputada pelo 72

Figueirense no Campeonato Brasileiro de 1973, sendo essa a primeira participação de um clube catarinense em um campeonato nacional; as partidas finais que levaram ao acesso a série A em 2001 e 2010 e o vice-campeonato da Copa do Brasil em 2007. O dia 26 de agosto de 1973 ficou marcado na história do futebol Catarinense. Foi a primeira vez que um time do estado participou do maior campeonato disputado no Brasil, o Nacional. O jornal “A Gazeta” do dia 26 de agosto de 1973, convidava a torcida catarinense para torcer pelo Figueirense na estreia do Campeonato Nacional e trazia informações sobre o primeiro confronto do time, que seria disputado contra o Coritiba no estádio Orlando Scarpelli em Florianópolis. O jogo era considerado uma batalha, pois o time paranaense era considerado favorito devido ao bom elenco que possuía, como mostra a Ilustração 38.

Ilustração 38- Campeonato Brasileiro de 1973

Fonte: Foto do clipping

No ano de 2001 o Figueirense conquistou a vaga na elite do futebol brasileiro. A ascensão veio depois de 22 anos afastado da série A. O jornal “Diário Catarinense” dos dias 24 e 25/12/2001 (sábado e domingo) relatam como foi conquistado o vice-campeonato do Figueirense pela série B. 73

É destaque na notícia dos 24 e 25 de dezembro de 2001 (Ilustração 39), a invasão de parte da torcida do Figueirense ao gramado, antes que o juiz apitasse o término do jogo, impedindo a sequência da partida. Este fato ocorreu devido à euforia dos torcedores pelo regresso do time a série A do principal campeonato do país. A invasão da torcida, fez com que a vaga conquistada pelo Figueirense em campo, fosse ainda confirmada pelo Tribunal da CBF.

Ilustração 39- Campeonato Brasileiro série B 2001

Fonte: Foto do clipping.

Em 2007, pela primeira vez o Figueirense chegou a uma final da Copa do Brasil. A disputa aconteceu contra a equipe do Fluminense e jogo final foi disputado no estádio Orlando Scarpelli. O time da capital catarinense precisava de uma vitória com qualquer placar para sagrar-se campeão, pois o primeiro jogo terminou empatado em 1x1. As notícias do dia 06 de junho de 2007 do jornal “Diário Catarinense” (Ilustração 40 e 41) e do jornal “ A Notícia” (ilustração 42) que precediam o confronto, mostravam bastante otimismo por parte do Figueirense e torcida para a decisão do título. As fotografias da ilustração mostram Chicão jogador do Figueirense e Adriano Magrão do Fluminense. 74 Ilustração 40 – Copa do Brasil 2007 (Diário Catarinense)

Fonte: Foto do clipping.

Ilustração 41- Copa do Brasil 2007 (Diário Catarinense) (2)

Fonte: Foto do clipping.

75

Ilustração 42 – Copa do Brasil 2007 (A Notícia)

Fonte: Foto do clipping.

As notícias do dia 07 de junho de 2007, dia seguinte ao jogo da final da Copa do Brasil, disputado entre Figueirense x Fluminense no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, já apresentavam nas manchetes dos seus textos o campeonato perdido pela equipe Catarinense. “Decepção” foi o nome dado a matéria publicada no jornal “Diário Catarinense” (Ilustração 43), que relatou que apesar do placar, o Figueirense foi infinitamente superior ao Fluminense, mas no futebol nem sempre o melhor ganha.

Ilustração 43- Figueirense perde Copa do Brasil 2007

Fonte: Foto do clipping. 76

No ano de 2010 o Figueirense fez ótima campanha na série B do Campeonato Brasileiro conquistando o vice-campeonato e o acesso a divisão principal. O último jogo do campeonato foi disputado no dia 28 de novembro de 2010 contra a equipe do Paraná. O jogo foi uma despedia da série B, pois o clube já havia conquistado há duas rodadas anteriores o acesso à elite. Mais de 16 mil torcedores acompanharam a partida e festejaram o acesso e o vice-campeonato. A única notícia referente a este jogo encontrada no Arquivo foi publicada no jornal “Diário Catarinense” no dia 29 de novembro de 2010 (Ilustração 44) e relata a vitória do Figueirense pelo placar de 4 a 2 e a emoção dos torcedores com a campanha do time.

Ilustração 44 – Campeonato Brasileiro série B 2010

Fonte: Foto do clipping.

Nesta categoria foi possível recuperar todos os itens envolvidos, porém a primeira participação do clube em campeonatos brasileiros, no ano de 1973, só foi encontrada a notícia digitada no arquivo, portanto para reproduzi-la recorreu-se a Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina para fotografar.

77

4.4.5 Categoria 5: Artilheiros

Nesta categoria foram selecionados somente os 5 principais artilheiros da história do Figueirense, esta escolha justifica-se devido ao curto prazo estabelecido para elaboração da pesquisa e também pela dificuldade apresentada referente ao jornalismo esportivo que não identifica nas notícias dos jogos as artilharias dos jogadores. Os artilheiros que marcaram mais gols vestindo a camisa do Figueirense são: Fernandes, Calico, Albeneir, Ivo e Augusto. Através de dados armazenados no Arquivo Histórico do Clube e que estão contidos no livro "Figueirense 90 anos de glória, amor e paixão", foram resgatados os dias em que os jogadores tornaram-se artilheiros, os adversários nas ocasiões e o número de gols em que chegaram à artilharia do clube. No caso do Fernandes, ainda em atividade pelo clube, o número de gols marcados passa da quantidade citado no quadro a seguir, porém estes gols referem-se à quantidade exata que foi necessária para chegar à artilharia do clube.

Quadro 2 - Artilharia

Jogador Gol nº Adversário Data Fernandes 95 Imbituba 24/08/2010 Calico 94 Atlético de Florianópolis 23/08/1947 Albeneir 93 Caçadorense 14/05/1992 Ivo 66 Atlético de Florianópolis 16/06/1940 Augusto 65 Universitários Cariocas 26/01/1952

Fonte: Dados da pesquisa.

As notícias encontradas no arquivo e utilizadas nesta pesquisa mostram, em ordem decrescente, de acordo com os dados do Arquivo Histórico do FFC, as partidas em que os jogadores tornaram-se artilheiros do clube. O jogador Augusto é o 5º colocado no ranking de artilheiros do Figueirense. O jogador fez o seu 65º gol pelo clube e tornou-se artilheiro da época, em um jogo disputado contra a equipe do Universitários Cariocas no dia 26/11/1952. Nenhuma notícia foi encontrada no Arquivo, somente os dados que se referem à partida. Na 4º posição da artilharia aparece Ivo com 66 gols, a artilharia foi conquistada em um jogo do Campeonato Cidade no dia 16 de junho de 1940 contra a equipe do Atlético de Florianópolis. Conforme notícia publicada no jornal “A Gazeta” do dia 18 de junho de 1940 78

(Ilustração 45), o Figueirense perdeu para a equipe adversária pelo placar de 4x3. O 2º do Figueirense foi marcado por Ivo, os outros 2 gols foram marcados por Secura e Beck.

Ilustração 45 - Partida em que Ivo tornou-se artilheiro pelo Figueirense.

Fonte: Foto do clipping.

Em terceiro lugar no ranking dos artilheiros vem o jogador Albeneir, com 93 gols. O jogo em que foi conquistada a artilharia teve como adversário a equipe do Caçadorense no estádio Orlando Scarpelli, pela . O Figueirense aplicou uma goleada de 5 a 1 com dois gols marcados por Albeneir, os outros 3 gols foram marcados por Curtiss, Da Silva e Hílton. Notícia do dia 15 de maio de 1992 do jornal “O Estado” (Ilustração 46) relata além dos gols marcados por Albeneir, o decorrer da partida.

Ilustração 46 - Partida em que Ivo tornou-se artilheiro pelo Figueirense.

Fonte: Foto do clipping. 79

Na vice-liderança do ranking da artilharia do Figueirense com 94 gols aparece o jogador Calico. A conquista desta marca aconteceu no dia 23 de agosto de 1947 contra a equipe do Atlético de Florianópolis pelo campeonato amador citadino de futebol. O Figueirense derrotou o Atlético com o placar de 4 a 3, sendo dois gols marcados por Calico que fazia sua reestréia após longo período de inatividade. A notícia do dia 29 de agosto de 1947 publicada no jornal “O Estado” (Ilustração 47) relata a vitória do Figueirense com o gol da vitória marcado pelo então artilheiro Calico.

Ilustração 47 - Partida em que Ivo tornou-se artilheiro pelo Figueirense

Fonte: Foto do clipping.

O maior artilheiro do Figueirense é o jogador Fernandes, que já ultrapassou os 100 gols pelo clube. Porém, foi na marca do 95º gol, contra a equipe do Imbituba, no dia 19 de Junho de 2010, jogo pela Copa Santa Catarina, no estádio Orlando Scarpelli, que o jogador conquistou este recorde, ultrapassando Calico, artilheiro com 94 gols, até então. 80

Notícia do dia 21 de junho de 2010, do jornal “Diário Catarinense” (ilustração 48) mostra como foi a conquista da artilharia pelo Fernandes, em um jogo vencido por 6 a 1 pela equipe do Figueirense, contra o Imbituba.

Ilustração 48 – Fernandes artilheiro

Fonte: Foto do clipping.

As dificuldades apresentadas nesta categoria são referentes ao jornalismo esportivo que na maioria das vezes não destaca a artilharia dos jogadores no momento em que eles alcançam o número de gols almejados. Para encontrar estas informações, primeiro foi necessário realizar uma pesquisa bibliográfica entre outros materiais existentes no Arquivo do FFC, como o livro elaborado pelo próprio memorial que conta a história dos 90 anos do Figueirense, para que então fossem encontradas as datas dos jogos em que foram marcados os gols que levaram os jogadores à artilharia. Entre as reportagens recuperadas, apenas a referente ao jogador Fernandes, no dia 21 de junho de 2010, do jornal “Diário Catarinense” (ilustração 48), foi informado que o jogador 81

tornou-se artilheiro do clube, nas outras apenas foi informado os gols marcados pelos jogadores. Finaliza-se análise de conteúdo destacando os aspectos positivos que permitiram que fosse traçado um histórico do FFC através dos jornais. Entre as categorias a que mais recuperou informações foi a referente aos títulos conquistados pelo clube, até porque está categoria é a que mais continha dados a serem pesquisados. Dentre os 18 títulos conquistados envolvidos nas categorias da pesquisa, 15 foram possíveis de descrever através dos clippings armazenados no arquivo. A categoria relativa a construção do estádio Orlando Scarpelli também possibilitou que fosse identificado alguns fatos importantes acontecidos neste período, porém o acervo do arquivo mostrou-se um pouco limitado dos anos 40 aos 70, o que dificultou uma descrição mais detalhada dos itens relevantes desta categoria. E por fim, a categoria referente aos artilheiros do FFC foi a mais complicada de recuperar itens que pudessem fazer parte da pesquisa, já que nas reportagens dos jogos em que os jogadores tornaram-se artilheiros não era mencionado a artilharia. 82

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fruto de uma competitividade estendida, empresas e organizações buscam cada vez mais aprofundar seus conhecimentos. Para isso, além de conhecer bem sua demanda e concorrentes, estar atento as mudanças mercadológicas e tecnológicas, ter um bom gestor financeiro, é fundamental que seja evidenciada a importância da memória coletiva que abastece esses centros. Investigar e reconstruir a história têm sido o diferencial entre as organizações. Ações de marketing, setores financeiros e comercias já se apóiam a esses registros históricos que possuem como um dos principais objetivos dar visibilidade às corporações. Os clubes de futebol atentos a esse antigo produto informacional, porém pouco explorado na área, começaram a valorizar e a recuperar a história através de documentos históricos, relatos e materiais multimídias. A análise dos dados colhidos nesta pesquisa permitiu identificar alguns fatores dentro do Arquivo Histórico do Figueirense Futebol Clube. Como primeiro fator, verifica-se que é necessário que os clubes identifiquem a necessidade e a importância que apresentam os centros de informação especializada, neste caso, centros voltados a memória institucional. Depois desse entendimento é essencial que seja feito um trabalho de divulgação do espaço no clube entre torcedores, comunidade e funcionários, para que estes se aliem aos projetos desenvolvidos no centro e possam participar intensamente com a reconstrução da memória. Segundo fator de destaque é a presença de profissionais habilitados para desenvolver os trabalhos referentes à manutenção do arquivo e memorial do clube, a união de bibliotecários, arquivistas, museólogos, historiadores e jornalistas enriquecem as atividades desenvolvidas nos centros. No Arquivo Histórico do FFC, as atividades de coleta, organização, armazenamento, disponibilização e recuperação da informação são feitas por um bibliotecário, os conhecimentos aplicados no arquivo e memorial refletem os conhecimentos adquiridos durante a graduação do curso de Biblioteconomia, porém outros serviços desempenhados remetem para importância da multidisciplinaridade no decorrer dos cursos de formação ou na busca dela nas especializações, evidenciando que, além das atividades rotineiras e próprias da grade curricular do curso de biblioteconomia, como catalogação, indexação e classificação, o profissional responsável por esses centros demanda de conhecimentos em marketing, em 83

história, administração e conhecimentos específicos referente à área esportiva, por isso é fundamental que estes profissionais estejam em constante busca pela aprendizagem do que ainda é pouco repassado nos cursos de graduação e também pela agregação de outros conteúdos que se façam necessários nos diferentes locais de trabalho. Terceiro fator permitiu identificar que, centros informacionais dedicados a clubes de futebol para criar audiência devem investir fortemente em Tecnologias da Informação e Comunicação, bem como em materiais multimídias nos quais seja possível a interação do torcedor. Acervos bibliográficos são essenciais, porém a interação deles com painéis, vídeos, terminais de computadores com base de dados, passeios virtuais, áudio de narrações históricas e afins, possibilitam que o público torcedor se imagine como parte daquela história. Em relação às atividades de clipping com os jornais foi possível identificar 3 (três) fatores principais para quem usa e trabalha com essa fonte: Pesquisa, Organização e Digitalização. Pesquisa no sentido de estar sempre na busca de notícias que relatem a história do clube e enriqueçam o acervo de clippings. Estar atento a notícias que são publicadas a cada dia nos jornais, mas também estar em intensa busca de notícias publicadas em outras datas e que essas sejam fundamentais para história do clube. A organização remete tanto para os clippings em meio físico como digital e traz consigo outros itens relevantes para serem analisados como o armazenamento, preservação e recuperação. A organização dos clippings em papel deve permitir que eles sejam utilizados não somente pelos profissionais do centro de informação, mas também pelo seu público, e para isso é essencial que se crie um padrão de organização e esse responda as necessidades informacionais dos usuários que além do conteúdo inferem em data e veículo de comunicação. Os clippings também necessitam de uma boa conservação e para isso requerem o armazenamento em materiais que permitam a sua preservação. No Arquivo do FFC este armazenamento é feito de maneira eficaz, os clippings são separados em pastas, numerados e armazenados em caixa de polionda. A organização em meio digital deve utilizar-se de uma base de dados adequada para este tipo de material e que permita o armazenamento, organização e recuperação dos clippings, associados ao bom nível de catalogação e indexação. A digitalização dos clippings se torna uma extensão do conteúdo oferecido nos recortes das notícias, proporciona que em maior quantidade seja usado pelo público que freqüenta o Arquivo e estimula a questão da preservação, mantendo a integridade do material 84

físico. Portanto, esses três itens: Pesquisa, Organização e Digitalização se tornam imprescindíveis para que se tenha um bom acervo de clippings. Referente aos dados colhidos na análise de conteúdo, a pesquisa permitiu constatar que a notícia por meio dos jornais no jornalismo esportivo representa grande valia e se torna essencial na reconstrução da história dos clubes. Durante as primeiras décadas de existência do Figueirense, dos anos 20 aos 70, as únicas fontes encontradas no Arquivo do FFC para pesquisa foram o clipping, a fotografia e o livro, porém os livros encontrados no centro informacional também fizeram o uso das notícias jornalísticas para descrever a história ou comprovar fatos ocorridos pelo clube e muitas das fotografias existentes foram retiradas também das notícias veiculadas nos jornais. A partir dos anos 80, com mais intensidade, estão arquivados sons, imagens e vídeos de jogos e matérias exibidas em programas de televisão e rádio. Porém, este material existente no acervo do arquivo não sacia a necessidade informacional da instituição, fazendo com que estas fontes sejam na maioria das vezes, utilizadas como complemento de outras. Alguns dos conteúdos das notícias recuperadas no arquivo geravam dúvidas quanto à veracidade da informação, devido ao desconhecimento e a descoberta do clipping durante a pesquisa no arquivo, como por exemplo, o conteúdo da notícia que afirmava que o estádio do Figueirense primeiramente receberia o nome de Aderbal Ramos da Silva, assim como o nome dado posteriormente ao estádio do clube rival, Avaí Futebol Clube. Para esclarecer se o conteúdo da notícia era verídico foi recorrido ao Jornalista Dakir Polidoro Júnior e confirmado a veracidade do texto. Ao descrever alguns dos principais fatos históricos do Figueirense, retratados através das notícias veiculadas nas páginas de jornal e armazenadas no acervo do Arquivo Histórico do FFC, alguns fatores dificultaram a pesquisa de análise de conteúdo. O primeiro fator relevante foi referente ao amadorismo do jornalismo esportivo destacado nas primeiras décadas de existência do clube, devido a falta de detalhes dos fatos noticiados, da parcialidade nos textos e na demora para a veiculação dos acontecimentos nas páginas dos jornais. Em alguns casos foi necessário recorrer a biblioteca pública para uma análise dos exemplares anteriores e posteriores as notícias, para que as dúvidas não compreendidas com os textos, fossem esclarecidas. Em uma notícia que ocupava uma página inteira do jornal “O Estado”, era informado sobre a conquista de um título pelo Figueirense, a festa da torcida e a recepção dos jogadores, porém em nenhum momento era descrito no texto o nome do título conquistado. Essa informação só foi possível identificar através de exemplares anteriores arquivados na BPSC, 85

que estes sim descreviam momentos antes da partida final que levará o Figueirense ao título. O título em questão era um campeonato estadual, conquistado pelo Figueirense no ano de 1972 e a fotografia do clipping está incluída nos apêndices da pesquisa. Em outros casos as notícias mencionavam textos publicados em exemplares de dias anteriores, ou tinham continuações de outras notícias, porém o leitor que não tivesse acesso ao exemplar anterior, não conseguia ter entendimento do assunto tratado na notícia atual. Outra dificuldade apresentada foi referente aos clippings do acervo que não estavam digitalizados, sendo necessário recorrer a BPSC para a reprodução das notícias usadas na pesquisa. Ressalta-se a importância e a contribuição da pesquisa para Biblioteconomia, evidenciando que são escassas as fontes que reproduzem com tanto detalhamento e informação a história dos clubes e do futebol brasileiro, proporcionando que bibliotecários dêem maior visibilidade a estes centros de informação. Espera-se que novos estudos sejam realizados para que haja ampliação e um conhecimento mais aprofundando do tema sobre outras perspectivas. Por fim, manifesta-se a satisfação da pesquisadora em desenvolver a pesquisa e poder unir o futebol aos conhecimentos adquiridos na graduação em Biblioteconomia.

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APÊNDICES

APÊNDICE A- Formulário para análise dos clippings

Dados a serem analisados nos recortes

1. Categoria:

2. Veículo de comunicação:

3. Título da notícia:

4. Data da notícia:

5. Assunto principal:

6. Palavras- chave:

7. Fotografia (se houver breve descrição)

8. Autor do texto da notícia:

9. Destaque dado à notícia (pequena nota, página inteira):

10. Tipo de texto (nota ou notícia):

11. Notícia em primeira mão, ou seguimento de outras já noticiadas?

12. Foi publicado somente neste jornal?

13. Se não, quais outros?

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APÊNDICE B- Notícia jornal “O Estado” sobre a conquista do Campeonato Catarinense de 1972 pelo Figueirense.