CONTRIBUIÇÃO DE CHIQUINHA GONZAGA AO TEATRO MUSICADO: Relação De Peças (1883-1936) Por Edinha Diniz* 1883 — VIAGEM AO
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CONTRIBUIÇÃO DE CHIQUINHA GONZAGA AO TEATRO MUSICADO: relação de peças (1883-1936) Por Edinha Diniz* 1883 — VIAGEM AO PARNASO de Artur Azevedo (1855-1908). Consta que houve recusa do empresário em montar a peça por ser musicada por uma mulher. Com este título o autor estreou a revista do ano de 1890 em 3 atos no dia 10/3/1891, no Teatro Apolo. Segundo Aluízio Azevedo, filho de Artur, esta era uma comédia no 1.º e 3.º atos, enquanto a revista de 1883 era mantida no 2º ato. Em 1904, Artur Azevedo fundiu a peça transformando-a em “A Fonte Castalha”1. Material musical: parte incompleta de piano e canto, total de 8 músicas, (MS) autógrafo. 1884 — FESTA DE SÃO JOÃO de Chiquinha Gonzaga. Opereta em 1 ato e 2 quadros, ou peça de costumes campestres. O libreto estava escrito desde 1880. Material: parte completa de piano e canto, total de 15 músicas, (MS) autógrafo. 1885 — 17 de janeiro. Estreia de A CORTE NA ROÇA de Palhares Ribeiro. Opereta em 1 ato. Teatro Príncipe Imperial. Companhia Sousa Bastos. Música original de Francisca Gonzaga. Material: partes de orquestra, completa, total de 8 músicas, (MS) cópia. 1885 — 23 de maio. Estreia de A FILHA DO GUEDES de Augusto de Castro (1833-1906), adaptação de comédia francesa em 3 atos. Teatro Recreio Dramático. Música original de Francisca Gonzaga. Material: parte completa de piano e canto, total de 9 músicas, (MS) autógrafo. 1886 — 12 de janeiro. Estreia de A MULHER HOMEM de Valentim Magalhães (1859-1903) e Filinto de Almeida (1857-1945). Revista cômico-fantástica dos acontecimentos de 1885, em 1 prólogo, 3 atos e 11 quadros. Teatro Santana. Empresa Heller. Música de Francisca Gonzaga, Henrique Alves de Mesquita, Carlos Cavalier, Miguel Cardoso e Henrique Magalhães. Nota: ainda estava em cartaz em 21 de junho. Material: parte de piano e canto, total de 7 músicas, (MS) autógrafo. 1886 — 15 de abril. Apresentação de HÁ ALGUMA NOVIDADE? Nota: A única notícia deste trabalho vem no anúncio do Jornal do Commercio deste dia: “Teatro Lucinda — cançoneta cômica, letra do espirituoso escritor Dr. Moreira Sampaio, música da distinta maestrina brasileira D. Francisca Gonzaga, escrita expressamente para o beneficiado, que a desempenhará no quadro da caixa do T. S. Pedro de Alcântara, da própria peça — O Bilontra — por ocasião de apresentar o tipo de um conhecido barbeiro desta corte”. Tratava-se do ator Peixoto. (V. Catálogo de músicas.) 1886 — O DESTINO (O QUE É O DESTINO!) Comédia em 1 ato de José Bento D’Araújo Assis. Nota: Consta como tendo sido representada em Sapucaia. O único material existente restringe-se a uma cópia manuscrita do texto onde há anotação de que é propriedade de L. Gil (Lopo Gil Ribeiro) e Olympia (atores da peça). Oferecida por D. Augusta. Sapucaia, 27 de abril de 1886. 1887 — 29 de janeiro. Estreia de ZÉ CAIPORA de Oscar Pederneiras (1860-1890). Revista cômica dos acontecimentos de 1886, em 1 prólogo, 3 atos e 9 quadros. Teatro Príncipe Imperial. Companhia de Operetas, direção do ator Machado. Música “das mais afamadas operetas, dos mais festejados maestros e trechos originais sobre motivos populares”. Grande orquestra sob a direção do maestro Francisco Gomes de Carvalho. Música ensaiada pelos maestros Francisco Gomes Carvalho e J. Pinto. Grande banda de música. Dia 12 de fevereiro: “14ª representação da aparatosa revista”, inauguração do novo cenário “representando a Rua Sete de Setembro vendo-se ao mesmo tempo o Clube dos Fenianos por ocasião do incêndio, com grande efeito”. (Gazeta de Notícias.) A peça ainda era representada em 27/3/1887. Material: parte de piano e canto, total de 5 músicas, (MS) autógrafo. 1889 — 18 de janeiro. Estreia de ABOLINDEMREPCOCHINDEGO! de Valentim Magalhães (1859-1903) e Filinto de Almeida (1857- 1945). Revista do ano de 1888. Teatro Lucinda. Música original de Francisca Gonzaga. Material: parte completa de piano e canto, total de 6 músicas, (MS) autógrafo. 1889 — 26 de janeiro. Reapresentação de A MULHER-HOMEM no Teatro Fênix. 1890 — De 13 DE MAIO A 15 DE NOVEMBRO de Furtado Coelho (1831-1900). Comédia em 3 atos. Teatro Lucinda. Nota: Encontramos notícia da peça na Gazeta de Notícias, 1/3/1890 a 16/3/1890, sem referência explícita à maestrina. Talvez tenha participado com a inclusão da música “Caramuru” (V. Catálogo de músicas). 1890 — 24 de abril. Estreia de O CRIME DO PADRE AMARO, extraído do romance de Eça de Queiroz por Augusto Fábregas (1859-1893). “Peça anticlerical” em 6 atos e 7 quadros. Teatro Lucinda. Em cartaz até 22 de junho (41ª representação). “O Crime do Padre Amaro. Peça de escândalo ou de combate ultrarealista ou disparatada, como quiserem. O Crime do Padre Amaro veio sacudir os nervos frouxos e pudibundos da crítica imparcial, que por um triz não pediu para o Sr. Fábregas o 23. E diante de tanta celeuma, o público com o seu bom senso quer julgar por si, e vai enchendo o Lucinda, onde hoje se representa a amaldiçoada peça”. (Gazeta de Notícias, 28/4/1890.) Foi, a principio, proibida pelo Conservatório Dramático2. Tinha dois números de música, compostos expressamente para a peça por Chiquinha Gonzaga: 1.º) “Como em sonho!” — barcarola; e 2.º) “Meditação” para piano. 1890 — OS MISTÉRIOS DO CONVENTO de Navarro de Andrade (1835-1891). Drama em 3 atos. Teatro Lucinda. Notas: 1) O Jornal do Commercio anuncia a peça de 29/7/1890 a 10 de agosto, sem referência explícita à maestrina; 2) Segundo Galante de Souza, o drama era em 5 atos e este mesmo autor fez representar no Teatro Lucinda em 1890 a paródia “A Prisão do Padre Amaro”3. 1890 — 14 de outubro. Estreia de A DAMA DE OUROS arranjada por Soares de Souza Junior (1851-1893). Zarzuela em 3 atos. Teatro Variedades. Música dos maestros Chueca, Valverde e Francisca Gonzaga. 1890 — 14 a 23 de novembro. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO. 1891 — 23 a 28 de setembro. Representação de A DAMA DE OUROS no Teatro Variedades. 1891 — 22, 27 e 31 de dezembro. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO no Teatro Lucinda. Companhia Dramática. Empresa da atriz Amelia da Silveira. Direção do ator Eugenio de Magalhães. 1891(?) — CORA de Furtado Coelho (1831-1900). Ópera cômica em 3 atos. Listada por J. Gonzaga como inédita. Material: Uma única música para piano e canto, (MS) autógrafo. 1892 — 5 de janeiro. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO. Em 25/4/1892, o Teatro Recreio Dramático apresentava a paródia A PRISÃO DO PADRE AMARO. 1892 — 1.º de outubro. Estreia de CÉU E INFERNO de Luiz de Castro, filho (1863-1920). Peça fantástica em 1 prólogo, 4 atos, 12 quadros e 2 apoteoses. Teatro Santana. Inauguração dos trabalhos da nova companhia com direção do ator Mattos. “Música dos mais notáveis compositores”, ensaiada pelos maestros Achiles Capitani (regente da orquestra da companhia) e R. Domenech. Mise-en-scène do artista Mattos. Notas: 1) Estava ainda em cartaz em 23/10/1892; 2) Talvez a maestrina tenha participado com a música “Candomblé” (V. Catálogo de músicas). 1892 — 19 de novembro. Estreia de A BICHA DE SETE CABEÇAS, “deslumbrante e espirituosíssima mágica acomodada à cena brasileira” em 3 atos, 15 quadros e 1 “ofuscante” apoteose. Teatro Santana. Sociedade Empresária, direção cênica do ator Mattos, regente da orquestra o maestro A. Capitani. Música de diversos autores estrangeiros e dos maestros Henrique Alves de Mesquita, Francisca Gonzaga, R. Domenech e Luiz Moreira. Total de números musicais da peça: 33. Nota: Consta, na listagem de J. Gonzaga, como sendo de autoria de Moreira Sampaio (1851-1901). Nenhum material no arquivo. 1893 — 19 de março. Reapresentação de A DAMA DE OUROS no Teatro Variedades. 1893 — 15 de agosto. Estreia de ABACAXI! de Moreira Sampaio (1851-1901) e Vicente Reis (1870-1947). “Espetaculosa revista fluminense, em 3 atos e 12 quadros, original dos espirituosos escritores brasileiros”... Teatro Apolo. Sociedade Empresária Garrido & C. — Direção cênica do artista Heller. “52 números de música dos maestros F. Colás, Henrique Alves de Mesquita, Chico Carvalho, Luiz Moreira, Dr. Souza Fontes, Nicolino Milano, Francisca Gonzaga, Cesario Villela, Chapi, Hervê, Rogel Lecocq, O. Metra e outros compositores nacionais e estrangeiros”. Música ensaiada pelos maestros Henrique Alves de Mesquita e Francisco Carvalho. Os compadres da revista eram Rosa Villiot e Brandão, “o originalíssimo”. Sobressaindo-se entre os atores, Xisto Bahia. A peça atravessou toda a Revolta da Armada e ficou em cartaz até maio de 1894. 1893(?) — OS CIGANOS de Furtado Coelho (1831-1900). Drama em 3 atos. Teatro Lucinda. Nota: listada por J. Gonzaga, única referência. Nenhum material no arquivo. 1894 — Maio e junho. Reapresentação de A DAMA DE OUROS no Teatro Variedades. Empresa da atriz Ismênia dos Santos. Direção cênica do ator Machado. Regente da orquestra Maestro Simões Junior. O anúncio de 2/6/1894 especifica que a ação se passa em uma aldeia nos arredores de Sevilha. Vestuários espanhóis. “Terminará a zarzuela com um grande FLAMENGO dançado por toda a companhia. Grandes e suntuosos bailados pelos notáveis primeiros bailarinos Signora Theresina e Signor Vitulli. Os coros são cantados pelo bem disciplinado corpo de coros”... (Jornal do Commercio) Múcio da Paixão informa que esta peça deu fortuna à Companhia, que sofreu um intervalo de oito meses durante a Revolta da Armada, retornando sob a direção do ator Machado com a reapresentação de “A Dama de Ouros” 4. Material: parte incompleta de piano e canto, total de 9 músicas, (MS) autógrafo. 1894 — 17 de outubro. Reapresentação de ABACAXI! Teatro Apolo. Companhia Adolfo Faria.5 1894 — 1.º de novembro. Ainda em cartaz ABACAXI! Apresentação de despedida da companhia que embarca para São Paulo no dia 5 de novembro. (O País) 1894 — 26 de setembro.