O Tempo Das Lebres – José Antônio Feitosa Apolinário

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O Tempo Das Lebres – José Antônio Feitosa Apolinário O Tempo das Lebres Ensaio sobre um rebento contemporâneo José Antônio Feitosa Apolinário O Tempo das Lebres Ensaio sobre um rebento contemporâneo José Antônio Feitosa Apolinário RECIFE - SERRA TALHADA - SERTÃO DO PAJEÚ 2018 A obra O Tempo das Lebres: ensaio sobre um rebento contemporâneo está registrada sob o número 778.436, no dia 29 de Junho de 2018, no Escritório de Direitos Autorais (EDA), da Biblioteca Nacional, órgão do Ministério da Cultura do Brasil. Capa, editoração e revisão ortográfica do autor. A643n Apolinário, José Antônio Feitosa. O tempo das lebres: ensaio sobre um rebento contemporâneo/ José Antônio Feitosa Apolinário. Recife: O Autor, 2018. 102 p. ISBN: 978-85-906454-2-9 1. Filosofia. 2. Contemporaneidade. 3. Ética. I. Título. CDU869.0 (81)-3 CDD B869.3 PeR-BPE 18-609 A presente publicação pode ser livremente copiada, compartilhada, reproduzida em meios físicos e armazenada em meios eletrônicos. “Como avaliar, com efeito, tudo o que representa para uma sociedade moderna o desenvolvimento de um ethos flexível, de um novo tipo de personalidade cinética e aberta?” Gilles Lipovetsky (O império do efêmero, p. 206.) SUMÁRIO Prefácio de Gilfranco Lucena dos Santos (05) Introdução: sob o fascínio da lebre (09) 1. Velocidade como valor?! (15) 2. Uma curta história da aceleração (23) 3. O contemporâneo: outra experiência do tempo (32) 4. Conceito de descartabilidade (41) 5. A miséria da demora (53) 6. Moralidade da rapidez (67) 7. Política da pressa (81) 8. Parando por enquanto: sobre partículas e pessoas (91) 9. Referências (95) 5 Prefácio – Avia, Menino! Era a advertência que eu sempre recebia de minha avó, quando eu executava com lerdeza alguma pequena tarefa que se me propunha. Aviar, em qualquer tarefa, tornou-se a tendência fundamental de nosso tempo. Neste seu “Celeritas”, Antônio Apolinário nos leva a compreender a respeito da avidez por velocidade, típica de nosso tempo, que não se trata simplesmente de uma tendência, mas de uma potência ou força (δύναμις) estatuída como valor, que se insurge temporaneamente como moral das lebres. Neste ensaio, que é erigido como uma consideração filosófica da era da pressa, a lebre se torna o símbolo de uma moral emergente. A moral das lebres, animal leve e rápido, estabelece a rapidez como critério e horizonte último de toda ação, mesmo que pareça ser apenas fundamentalmente uma qualidade nas coisas. Ou seja, a rapidez não é só fato, é valor que leva à pressa como uma espécie de síndrome. Este livro nos leva do fato à essência, na medida em que descreve o movimento da vontade que erige a rapidez como valor. Não se trata, portanto, da mera atestação de um diagnóstico; como o próprio autor há de assegurar, o problema que o deixa aperreado não é a compreensão da velocidade erigida como uma qualidade fundamental dos meios de produção e das forças produtivas, mas o “desvio dessa velocidade [...] da condição de qualidade técnica à condição de qualidade moral” e força de vontade. O sussurro de Galileu Galilei, que, constrangido pelo Tribunal Inquisidor, acabou por dizer: “E pur si muove!”, é belamente introduzido como um simbólico start do que o autor denomina “história da aceleração”. Pois a Terra não está mais parada: ela se move! E tal mobilidade instaurada na história não somente estabelece uma modernidade cinética, mas hypercinética, na medida em que a aceleração e a velocidade são introduzidas como valor; e estas, deixa claro nosso autor, não servem apenas à determinação matemática da mobilidade natural, mas foram assumidas como valor econômico (pelo capitalismo estrutural), como valor ético (pelas instituições sociais) e inclusive como valor estético (pelo movimento futurista). A tecnociência, na qual se resolve o espírito do tempo, tem-nos imposto o limite máximo como meta (a velocidade da luz, representada na física pelo “c” de “celeritas”) para que, no esforço de alcança-lo, sejamos finalmente dilacerados, e o espírito finalmente subsista tecnicamente para além dessa matéria viva, que se tornou obsoleta. O tempo e o espaço do indivíduo são engolidos pela operação em rede. A instituição da velocidade como valor pelo espírito de nosso tempo configura o exaurimento das forças vitais. A descartabilidade dos produtos emerge como um índice desse estigma da velocidade. Há até mesmo que se perguntar se mesmo os produtos de alta qualidade estão mesmo marcados pelo caráter de durabilidade que prometem. A busca do mais novo e do mais moderno, própria do consumismo desenfreado, animado pela publicidade, torna mesmo o produto high-quality algo rapidamente passageiro. O autor nos deixa claro como o efêmero passou a ser o objeto do desejo. As próprias relações interpessoais tornaram-se efêmeras e desejáveis como efêmeras. O próprio prazer se torna obsoleto e, rapidamente, a repetição do mesmo se torna enfadonho. A 6 fuga é propriamente do tédio, do entediante e do tedioso. A demora se instaura como miséria. Como nos diz nosso autor: “querer a velocidade em seus mais distintos heterônimos constitui um traço” – e porque não dizer o traço fundamental – “da experiência humana contemporânea”. Nesse contexto, a lentidão e a demora, a síndrome da tartaruga, oposta à da lebre, emerge como “incapacidade de acompanhar e assimilar fluxos”. O curioso é o paradoxo de que se quis o carro para chegar mais rápido e agora, por causa do trânsito, tornou-se insuportável tolerar a miséria da demora e do atraso. Assim, despreza-se a lentidão, e a pressa vê-se enaltecida. Tendo estabelecido esse diagnóstico, o autor o julga como critério moral, através de uma sentença lapidar: “um ethos de fluxos rápidos... só vem a ser quando o desejo da velocidade torna-se amplamente gozado, alimentado, uma pandemia psíquica e existencial”. “Quer-se a rapidez!”. É esse querer dilacerante que aponta para uma ultrapassagem de ampla repercussão para a humanidade: trata-se quiçá da ultrapassagem do humano pelo espírito do tempo. Parece mesmo até que é o humano que se despede. Por um impulso do querer leveza e rapidez em toda ação, a moral das lebres estabelece a velocidade como critério e horizonte último de toda ação, apesar de ser ela apenas uma qualidade nas coisas. É este estatuto moral dado à pressa que erige também uma política dromocrática, lembra nosso autor, cuja ideia-força fundamental é a urgência. Quando a rapidez deixa de ser uma mera qualidade nas coisas, torna-se uma espécie de síndrome e se erige como valor pelo movimento da vontade, somos conduzidos do fato à essência. Mas ela retorna como vontade de engendramento do valor. O “Estado- empresa” e o “político-empresário” têm que corresponder à urgência na gestão pública. As políticas emergenciais certamente se alicerçam também aí. Nosso autor descreve de maneira emblemática essa situação: “... capitalizar o tempo de um mandato, de um período de gestão, capitalizando por sua vez interesses de grupos de poder político e econômico à vida pela ampliação de seus tentáculos, funciona como o verme na fruta a condicionar um governo do tempo que antecede o governo dos povos”. E se por ventura “somos” mesmo “o que somos porque desde tempos míticos- imemoriais saímos do lugar”, não ter mais lugar anuncia-se como nosso último desterro. A desterritorialização dos povos e dos indivíduos tornou-se a chave fundamental. No tempo das lebres nem sequer precisamos mais de lugar. Pela primeira vez, o lugar se tornou, em escala planetária, qualquer lugar. O cidadão do mundo, o cosmopolita, não pode restringir-se ao que foi já compreendido como próprio do animal, possuinte de um habitat e constrangido a ele. O ambiente humano é o mundo, constituível e reprodutível pela sua capacidade de sobreviver tecnicamente em qualquer lugar. Transcender o habitat, com vistas a sobre-viver em espaço técnico ou mesmo tecnológico, tornou-se o destino fundamental da civilização contemporânea. Diferentemente do lugar, o local é agora um âmbito no qual o lugar já foi ultrapassado (transcendido). Local é já um espaço de jogo tecnificado. Na localização alienada já se perderam as reminiscências ambientais da habitação, da moradia, e ainda mais fundamentalmente da região e do território no qual habita o indivíduo. A condição da estadia humana no espaço cibernético é o prolongamento da estadia em múltiplos locais ao mesmo tempo pela conexão. Em estado de conexão, já 7 não importa o deslocamento ou a localização da estadia, mas unicamente a instantaneidade e manutenção da conexão. O encontro já não se dá em função da estadia em um lugar ou do deslocamento para um lugar, mas em função da conexão. Daí a importância ou mesmo exigência da conexão em tempo integral, e a necessidade de que as condições de conexão instantânea estejam dadas para todo local em qualquer lugar. A conectividade não pretende jamais exigir o deslocamento; o acesso a qualquer local tem que estar sempre à mão. Desse modo, a produção do espaço cibernético implica uma relativa superação da experiência do lugar. O sítio (site) virtual não e mais o sítio do camponês, nem mais nada que indique o estar situado em um lugar no qual se habita e vive, muito menos o estar situado em um território a partir do qual se tira seu sustento, nem ainda uma região com a qual o indivíduo se constitui em uma relação de enraizamento. O espaço produzido no sítio virtual é um espaço cibernético de conectividade eletrônica, que se sobrepõe ao sítio regional e territorial em que a terra se impõe como um lugar de habitação. A experiência e vivência em jogo no sítio virtual é fundamentalmente desterritorializada. Verdade é que a velocidade com a qual o mundo cibernético convoca o viver humano ultrapassa ou transcende não somente condições de vida espaço-temporais humanas. Ela exige mais do que a vitalidade orgânica humana pode fornecer.
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