ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS.

ATA Nº 024

PRESIDENTE - DEPUTADO RIVA

O SR. PRESIDENTE (RIVA) - Autoridades presentes, senhoras e senhores, bom- dia! Em nome da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, declaro aberta a Audiência Pública requerida pela Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico para discutir a Mensagem nº 25/08, Projeto de Lei nº 273/08, que institui a Política de Planejamento e Ordenamento Territorial do Estado de Mato Grosso. Eu peço desculpa aos senhores e senhoras, por já estarmos atrasados quinze minutos, porque, infelizmente, o Vice-Governador ainda não está aqui, o Prefeito Juarez Costa o está aguardando no aeroporto, mas, em respeito àqueles que cumprem o horário, abriremos a Audiência Pública. Convido para tomar assento à Mesa o Presidente da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, Deputado Dilceu Dal Bosco; o Relator da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, Deputado Alexandre Cesar; o Deputado Federal Eliene Lima; o 1º Vice-Presidente da Assembleia Legislativa e Líder do Governo, Deputado Mauro Savi; o 3º Secretário da Assembleia Legislativa, Deputado Ademir Brunetto; o Deputado do PMDB, Mário Lúcio; o Deputado membro da Comissão Especial do Zoneamento, Airton Português; o Deputado de Colíder e desta região, Nilson Santos; o Deputado desta região, Pedro Satélite; o Deputado Carlos Brito; o Presidente da Câmara Municipal de Sinop, representando todos os vereadores presentes, Mauro Garcia; o Deputado Federal Homero Alves Pereira; e o Chefe Geral da EMBRAPA em Mato Grosso, João Flávio Veloso. (PALMAS) Passo a convidar para fazer parte da mesa os senhores Prefeitos Municipais Antônio Dabastiani, de ; Nilson Aléssio, de Gaúcha do Norte; Raimundo Zanon de Itaúba; Hilton Ribeiro de Medeiros, de União do Sul; Zilmar, de Cláudia; Alessandro Nicoli, de ; Adalberto Diamante, de Marcelândia; Osmar Rossetto, de Nova Ubiratã. (PALMAS) Convido o representante do Ministério do Meio Ambiente, Diretor do Departamento de Zoneamento Territorial, Sr. Roberto Vizentin. (PALMAS) Eu indago se temos a presença do Ministério Público. Está presente algum Promotor de Justiça, algum Procurador? Não temos essa informação na Mesa. Se tiver, gostaríamos de convidar para compor a Mesa. Convido também para compor a mesa mais algum prefeito que não foi nominado aqui. Convido ainda para tomar assento à Mesa o Senador da República Jaime Veríssimo de Campos. (PALMAS)

Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Informo ainda que estamos aguardando a chegada do Prefeito Juarez Costa, do Vice-Governador Silval Barbosa e também do Deputado Adalto de Freitas - Daltinho, que farão parte da Mesa. Convido todos a porem-se de pé para cantarmos o Hino Nacional. (EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.) O SR. PRESIDENTE (RIVA) Eu gostaria de convidar para tomar assento à Mesa o Secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, Secretário Yênes Jesus de Magalhães; o Procurador de Justiça de Defesa Ambiental, Luiz Alberto Esteves Scaloppe; representando aqui a Câmara de Sinop e todos os Vereadores presentes o Vereador Gilson de Oliveira; e o Prefeito Municipal de Vera, Moacir Luiz Giacomelli. Eu gostaria de informar à plateia que, caso haja interesse de alguém de fazer alguma interpelação, poderá fazer inscrição para uso da palavra por um período de três minutos. Deputado Dilceu Dal Bosco, peço que esse tempo seja rigoroso, assim como rigoroso o tempo para a os oradores da Mesa, tempo de cinco minutos, para que possamos ordenar a Audiência Pública e dar condições de termos uma maior participação possível. Então, peço a quem deseja fazer a interpelação que faça sua inscrição com o nosso Cerimonial. Eu gostaria, iniciando esta Audiência Pública, ainda estamos aguardando a presença do Vice-Governador e do Prefeito Juarez Costa, que foi receber o Vice-Governador no aeroporto, mais uma vez, de saudar aqui todos vocês presentes e agradecer pela participação. Quero agradecer a comunidade indígena do Parque Nacional do Xingu, que está aqui presente, participando desta Audiência Pública. E quero, em nome do Presidente da Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco; em nome do Senador da República, Jayme Campos; em nome do Deputado Federal Eliene Lima; em nome do Relator da Comissão Especial do Zoneamento, Deputado Alexandre Cesar; em nome do 1º Vice-Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Mauro Savi; em nome do Deputado Federal Homero Pereira; em nome dos Prefeitos aqui presentes; em nome dos Vereadores; e em nome do Dr. Luiz Alberto Esteves Scaloppe, Procurador de Justiça, saudar todas as autoridades. Gostaria de fazer uma fala aqui, primeiro, para dizer a vocês que a Assembleia Legislativa está aqui porque tem a disposição de ouvir e quer a ajuda de vocês para a construção desse Zoneamento. O Zoneamento ideal para Mato Grosso não é a proposta que está na Assembleia Legislativa, não o que a Assembleia Legislativa quer, é o que todos nós juntos queremos, é o que o povo de Mato Grosso vai decidir em Audiência Pública (PALMAS). Eu costumo dizer que, se não for para fazer mudança na proposta, não teria sentido estarmos aqui. Nós estamos aqui para discutir com a sociedade, com os movimentos sociais, respeitar cada segmento, dar oportunidade a todos de se pronunciar sobre o Zoneamento e, naturalmente, também passar a vocês uma mensagem de tranquilidade. Nós queremos garantir o processo de discussão. Desde o início, o Presidente da Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco; eu, enquanto Relator, e, posteriormente, o Deputado Alexandre Cesar, que assumiu a Relatoria; o Vice- Presidente da Comissão, Deputado Percival Muniz; e os membros da Comissão, Deputado Airton Português e Deputado Adalto de Freitas - Daltinho, temos a consciência de que esta é uma discussão importante para o nosso Estado. Nos últimos vinte, trinta anos, Senador Jayme Campos, nós não tivemos uma proposta tão importante quanto esta. Poderíamos ter feito duas Audiências Públicas e dois

Pág. 2 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Seminários e ter votado o Zoneamento, mas decidimos que não, que nós ouviríamos o povo de Mato Grosso em cada região de planejamento e que iríamos até todas. Hoje, Deputado Dilceu Dal Bosco, realizamos a 13ª Audiência Pública. Restam, no interior, a Audiência Pública e o Seminário de Juína e, posteriormente, em Cuiabá. Mas a discussão não se encerra aqui hoje. A discussão continua na Assembleia Legislativa, a discussão só se encerrará na votação da proposta. Essa proposta, Roberto Vizentin, que é representante do Ministério do Meio Ambiente e Dr. Scaloppe, assim que o Relatório estiver pronto, que a Comissão aprontar o Relatório, nós vamos convidar os segmentos a acompanhar esse Relatório para ter certeza que o fruto daquele Relatório é a discussão que estabelecemos nas bases. Vocês não tenham dúvidas de que a Assembleia Legislativa está tão preocupada quanto vocês. Além de termos aqui muitos Deputados Estaduais, Senadores, Deputados Federais e produtores, temos um compromisso maior, que é não comprometer o desenvolvimento do nosso Estado. É por isso que tenho a preocupação com as categorias. Por exemplo, muita gente reclamando: “Ah, nós tínhamos de ser Categoria 1, tínhamos de ser Categoria 2. Ah, mas não deveria ter aqui a Categoria 4.” Bom, estamos num processo de discussão. Já chegamos ao entendimento de que a Categoria 2, Srs. Deputados e Srs. Prefeitos, será automaticamente a Categoria 1, porque lá no Zoneamento Nacional já é uma Subcategoria da 1. Vocês discutiram aqui as diretrizes, e cabe à Assembleia Legislativa agora providenciar essa mudança. Chegamos ao entendimento, aqui nesta área de planejamento, por exemplo, de Itaúba e Marcelândia, de que ela tem todas as condições de ser Categoria 1 dentro de seus municípios (PALMAS). Agora, temos que ter estudos técnicos? Temos que ter. Dr. Scaloppe, só para Vossa Excelência ter uma ideia, Marcelândia está mais organizada na discussão do Zoneamento do que o próprio Estado (PALMAS). Marcelândia já tem o seu Zoneamento há quatro anos! As autoridades já o discutiram lá. Estive lá, na segunda-feira, e tive a oportunidade de ver a organização da sociedade de Marcelândia. Não tenho dúvida: todos os municípios terão que fazer o mesmo. Mesmo com a aprovação deste Zoneamento, a discussão descerá aos municípios. Vocês podem ter certeza de que a proposta que Marcelândia apresentou à Comissão receberá apoio, porque teve respaldo técnico para isso. Não adianta querermos fazer as mudanças, se não temos suporte técnico. Quero convidar para tomar assento à mesa, acabou de chegar, o Prefeito de Sinop, ao qual quero agradecer pelo apoio que deu à nossa equipe, o Prefeito Juarez Costa (PALMAS). E junto com o Prefeito eu convido também o Vice-Governador do Estado, que é desta nossa região e que conhece a nossa realidade, Silval Barbosa (PALMAS); e o Deputado membro da Comissão Adalto de Freitas - Daltinho (PALMAS). Para concluir, quero me dirigir à comunidade indígena e agradecer à comunidade indígena que veio participar desta Audiência Pública. Foi feito um pedido a nossa equipe técnica de que se fizesse uma Audiência Pública lá no Parque Nacional do Xingu. Portanto, quero encaminhar esse pedido a Vossa Excelência, Deputado Dilceu Dal Bosco, e ao Relator da Comissão, Deputado Alexandre Cesar. De antemão, quero dizer que sou a favor da Assembleia Legislativa ir ao Parque Nacional do Xingu discutir com a comunidade indígena a questão deles. Vamos encaminhar e vamos ver se encontramos uma data. Acho importante essa discussão (PALMAS).

Pág. 3 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quero desfazer um mal entendido: alguns disseram que o Deputado Riva e outros Deputados, bem como o Senador se manifestaram contra os interesses da comunidade indígena. Eu não falei contra o interesse da comunidade indígena, apenas disse que sou contra criar reserva indígena onde não tem índio e nunca teve história, como é o caso da Rio Pardo e alguns lugares onde, declaradamente, não havia a presença de indígena, mas, em relação às reservas criadas, sou até muito crítico e acho que o Governo Federal peca muito por não ter demarcado todas as reservas indígenas e não ter garantido aos indígenas melhor qualidade de vida. Portanto, vocês podem contar com a Assembleia Legislativa. A Assembleia não vai jogar contra o interesse de vocês, porque vocês são parte da nossa sociedade, são irmãos, e nós os respeitamos. Contem conosco. Eu quero também falar a respeito dos assentamentos. Nós estamos apresentando uma proposta para estudo. Aqui em Vera, por exemplo, eu tive a oportunidade de ver um assentamento com vinte e cinco hectares. Não tem sentido, Roberto Vizentin, permanecer reserva legal numa área de vinte e cinco hectares. Sr. Rui Prado, como é que o cidadão viverá em cima de cinco hectares? Então, estamos apresentando uma proposta para, nas unidades de conservação que forem criadas, que seja garantida a compensação da reserva legal e que seja garantido aos pequenos produtores produzirem em 100% da área, deixando apenas as áreas de preservação permanente. Também, em relação ao desmatamento zero, eu quero me pronunciar aqui contra o desmatamento zero. Isso seria penalizar quem até hoje respeitou a lei, quem ainda não derrubou. E, principalmente, rasgar a nossa legislação. Que se aplique a legislação, que faça quem cometeu a ilegalidade resolver. Mas não é estabelecer através de Decreto, Deputado Dilceu Dal Bosco, o desmatamento zero, que nós vamos resolver essa situação. E quero dizer que o Governo do Estado, com apoio da Assembleia Legislativa, criou o MT Legal, e o MT Legal é o grande instrumento do produtor. Ele estará sendo regulamento nesses dias. Ainda não foi. Não é, Vice-Governador? Ainda não foi. Esse é o instrumento que vai ajudar o produtor, juntamente com a flexibilização. E, aliás, Deputado Dilceu Dal Bosco, ontem, lá em Castanheira, eu já disse, nós vamos ter que discutir a flexibilização também em Audiências Públicas. Talvez, até em Juína, no dia 20, nós já tenhamos o mapa da flexibilização, que possa garantir a todos os produtores dessa região os cinquenta por cento que eles tinham direito antes da Medida Provisória 1.211, e hoje atual 2.166... (PALMAS). Agora, nesse sentido, eu faço um apelo ao Congresso Nacional, Senador Jaime Campos, que é nosso defensor; Deputados Homero Pereira e Eliene Lima, é preciso que o Congresso Nacional enfrente a votação da Medida Provisória 2.166, da conversão da Medida Provisória 2.166 em lei. Muita gente quer atribuir ao Zoneamento a solução para todos os problemas. Não é! O Zoneamento tem limites. Nós não podemos passar por cima da legislação federal. Quem tem poder de mudar a legislação federal é o Congresso Nacional. Por isso, eu quero pedir que se dedique a essa matéria, porque ela é muito importante para assegurar um bom Zoneamento. E, por último, Deputado Dilceu Dal Bosco, eu quero parabenizar todos os moradores desta região pela participação. Quero dizer a vocês que a Assembleia Legislativa tem a obrigação, e não pensem os senhores que nós não temos consciência desse papel espinhoso. É espinhoso. Sei que o Seminário foi muito importante, sei que nem sempre dá para atender o interesse de todos. É preciso conciliar os interesses.

Pág. 4 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Ontem à noite, eu recebi uma ligação: “Ah! Não quiseram votar uma determinada matéria.” Não é no Seminário que se decide isso; não vamos abrir um processo de votação dentro do Seminário, até porque não existe paridade. Mas a Comissão está preparada. Eu confio no trabalho dos Deputados Dilceu Dal Bosco, Alexandre Cesar, Aírton Português, Adalto de Freitas - Daltinho, Percival Muniz e confio na Assembleia Legislativa que conhece a realidade do Estado. Portanto, gente, muito obrigado e tenham uma boa discussão! Deputado Dilceu Dal Bosco, espero que possamos oportunizar o máximo de participação. Por isso que eu pedi para limitar o tempo da mesa em cinco minutos e o tempo dos participantes em três minutos. Muito obrigado a todos vocês! Passo a direção dos trabalhos ao Deputado Dilceu Dal Bosco. (PALMAS). (O SR. DEPUTADO DILCEU DAL BOSCO ASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 09:34 HORAS.) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Bom-dia a todos! Agradeço a presença de todos. Cumprimento todas as autoridades em nome do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva; o Vice-Governador Silval Barbosa; e do Senador da República Jaime Campos. E gostaria já de fazer um apelo a todos. Quando forem falar, não há necessidade de cumprimentar ninguém da mesa, até porque, como já falei nas outras Audiências Públicas, todos nós que estamos aqui somos excelências. Então, não precisa cumprimentar, até porque o tempo é curto e nós precisamos avançar, porque temos várias inscrições. Então, agora faço a abertura da Audiência Pública Oficial do Zoneamento. A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso abre a 13ª Audiência Pública para discutir o Projeto de Lei n° 273/08, que dispõe sobre o Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado Este Projeto de Lei institui a política de planejamento do ordenamento territorial do Estado, com o objetivo de disciplinar o uso e a ocupação do solo, visando o desenvolvimento sustentável. Ao receber este importante Projeto do Governo do Estado, o Parlamento teve a preocupação de oportunizar a sociedade mato-grossense a participação efetiva no processo de validação. Pois este será, com certeza, o mais importante Projeto de Lei a tramitar no Poder Legislativo nos últimos 20 anos, uma vez que irá definir o uso mais correto do solo, considerando os vários ambientes e aspectos bióticos, além de nortear os princípios básicos, que são: de uma sociedade justa, economicamente viável e ecologicamente correta. Esta Audiência Pública foi precedida por Seminário Técnico realizado pela Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso. Esta Comissão foi criada especialmente para discutir com a sociedade todo o conteúdo das propostas inseridas neste Projeto de forma democrática e transparente, visando sua readequação mais favorável. Os trabalhos realizados neste Seminário Técnico ocorreram de forma satisfatória, apesar da complexidade da região que se encontra dentro do bioma Amazônia, sendo acolhida as propostas da Região de Planejamento XII, que é composta pelos Municípios de Sinop (cidade polo), Cláudia, Feliz Natal, Itaúba, Marcelândia, Nova Ubiratã, Santa Carmem, União do Sul e Vera.

Pág. 5 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. A Comissão Especial do Zoneamento é composta pelos Deputados: Dilceu Dal Bosco - Presidente Percival Muniz - Vice-Presidente Alexandre Cesar - Relator Airton Português e Adalto de Freitas - Daltinho - Membros Titulares. Agradecemos a toda Equipe Técnica da Comissão Especial, que trabalhou durante todo esse tempo aqui em Sinop, além da Equipe da SEPLAN e da SEMA. Agradecimentos especiais ao Município de Sinop, pela acolhida, na pessoa do Prefeito Juarez Costa. Obrigado pelo apoio. Agradecemos também, na pessoa do Secretário Municipal de Meio Ambiente, Rogério Rodrigues, toda equipe que colaborou na realização do evento. Enfim, de maneira muito especial, à população de Sinop e de toda nossa região, que sempre nos recebe de forma carinhosa, não só a equipe como toda a Assembleia Legislativa. Aqui, Deputado Riva, eu tive a oportunidade também de, antecipando o Seminário e a Audiência Pública, visitar todas as cidades que compõem a Região de Planejamento XII. E percebi a organização e o embasamento técnico e científico de cada município, a exemplo de Marcelândia, que lá estive. A sociedade de todos esses municípios se preparou para o Seminário e para a Audiência Pública. E não tenho dúvidas de que nós teremos colaborações da população a este Projeto, que serão significantes para o futuro do nosso Estado, da nossa gente e das próximas gerações. Aqui, sinto-me bastante emocionado, porque o Zoneamento Socioeconômico Ecológico chega à cidade que eu moro, à cidade de Sinop. Com certeza, teremos aqui uma Audiência Pública de alto nível, como é a população que reside nesta região de planejamento, e como foram as Audiências Públicas que já fizemos em todo o Estado. Já conversamos com todos sobre a questão das pequenas propriedades, dos assentamentos, especialmente, sobre a flexibilização. Estamos, sim, construindo propostas. Esta semana, a Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico se reunirá com Deputados Estaduais, com a Secretaria de Planejamento e com a SEMA para que possamos avançar na construção do Relatório e, também, do Substituto Integral ao Projeto. Portanto, encerro agradecendo a todos pela participação; a todos que contribuíram e irão contribuir no dia de hoje com esta Audiência Pública tão importante. Atendendo a pedido não só do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, mas, de toda sociedade da região de planejamento por onde andei, Secretário Rogério... Há um pedido, portanto, quero aqui a atenção especial das autoridades: a nossa população pediu para participar e lhe ser garantido o direito. Tenho aqui as inscrições. Então, gostaríamos que todos os senhores, que todas as lideranças, atentassem para o tempo de cinco minutos, porque será cronometrado. Daremos três minutos às inscrições da plateia porque são muitas. Daqui a pouco, passaremos a palavra às inscrições da plateia. A metodologia é muito simples: chamaremos conforme as inscrições. A pessoa virá à frente. O microfone está à direita para que o utilizem. A nossa assessoria está recebendo a documentação e fazendo protocolo. A nossa esquerda está o serviço de Taquigrafia.

Pág. 6 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. De toda Audiência Pública da Assembleia Legislativa é feito o áudio e o vídeo. A Audiência Pública é transmitida pela TV Assembleia Legislativa, que, inclusive, está ao vivo, via satélite, pelo canal 16 (cabo) e canal 30 (aberto). A TV Capital, de Vera, está transmitindo, ao vivo, e a Band Sinop, pelo canal 13. Agradeço, de coração, a todos! Boa Audiência Pública e que Deus nos proteja e nos ilumine! Um abraço! (PALMAS) Com a palavra, o Exmº Prefeito da Cidade de Sinop, Sr. Juarez Costa, para que dê boas-vindas à população da nossa região. O SR. JUAREZ COSTA - Quero cumprimentar o Senador da República, companheiro Jayme Campos; o Vice-Governador Silval Barbosa; o Sr. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Deputado Riva e, em seu nome, cumprimentar todos os companheiros e amigos Deputados que se fazem presentes; em especial, o Deputado Federal Homero Pereira, que nos saúda com sua presença. Em nome da Prefeitura de Sinop, dos Prefeitos de Santa Carmem, de Vera, de Feliz Natal, de Cláudia, de Nova Ubiratã, de Itaúba, de Marcelândia e de União do Sul, desejamos boas-vindas a todos e que possamos fechar, hoje, o terceiro dia de discussão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico e, ao lado dos prefeitos, das demais lideranças, das entidades, assinar um documento do que desejamos e achamos que é melhor para a nossa região. Em nome do povo de Sinop; em nome desta região; em nome desse povo ordeiro que veio para desbravar, para produzir, para conquistar, desejo felicidades! Que esta discussão seja madura, que as autoridades, hoje, aqui, Deputado Eliene Lima, entendam o nosso recado, o nosso desejo e que seja votado na Assembleia Legislativa e, depois, no Congresso Nacional. Termino agradecendo a comunidade indígena aqui representada. Quero dizer que Sinop é de todos! Felicidades e uma boa discussão! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Muito obrigado, Prefeito Juarez Costa. Com a palavra, o Deputado Alexandre Cesar, Relator da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico. O SR. ALEXANDRE CESAR - Bom-dia a todas e todos! Rapidamente, cumprindo orientação do Presidente da Comissão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, Deputado Dilceu Dal Bosco, quero cumprimentá-lo; cumprimentar, também, toda a mesa, nas pessoas do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, e todos os Deputados; cumprimentar o Vice-Governador Silval Barbosa e, em seu nome, toda equipe do Governo do Estado; cumprimentar o Senador Jayme Campos e, em seu nome, toda Bancada Federal aqui presente; cumprimentar, também, o Prefeito Juarez Costa e, em seu nome, todos os Prefeitos, Vereadores e Secretários que estão aqui presentes; cumprimentar o Governo Federal, na pessoa do meu amigo e companheiro Roberto Vizentin e o Ministério Público Estadual, na pessoa do Dr. Luiz Scaloppe, Procurador de Justiça. Não é demais explicar um pouco, neste momento de abertura, qual a metodologia, o procedimento, que nos levará ao Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso.

Pág. 7 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Esse projeto vem sendo discutido há mais de dezesseis anos. Ele é fruto de uma grande pesquisa realizada pelo Governo do Estado. Foi encaminhado à Assembleia Legislativa e está sendo submetido a uma ampla discussão com a sociedade. Nós, como explicou o Deputado Riva, estamos fazendo dois dias de Seminários Técnicos para discutir com profundidade todos os aspectos do Zoneamento proposto pelo Executivo e Audiências Públicas, contando com a participação dos membros da Comissão, de outras autoridades e, principalmente, da sociedade. Em Seminários Técnicos já ultrapassamos a participação de seis mil pessoas e nas Audiências Públicas já ultrapassamos a participação de vinte mil pessoas. Depois da conclusão desse trabalho, que será no dia 26 de junho, em Cuiabá, com a realização de Audiência Pública de encerramento, prepararemos um Relatório que será submetido, primeiramente, à apreciação da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico e, depois, à apreciação da Assembleia Legislativa. Uma vez a proposta aprovada, será encaminhada ao Governo do Estado, que exercerá o poder de sancioná-la ou de vetá-la. Se sancionada pelo Governador, ainda, percorrerá outros passos para ter plena eficácia em nosso Estado. Portanto, não é uma lei comum, que basta a sanção do Governador e sua publicação para entrar em vigor. Depois, será encaminhada à Comissão Coordenadora Nacional do Zoneamento Econômico Ecológico, Presidida pelo Roberto Vizentin, aqui presente, do Ministério do Meio Ambiente, que dará um parecer ao Conselho Nacional do Meio Ambiente recomendando ou não a homologação do nosso Zoneamento. Depois, será encaminhada à apreciação do CONAMA. Aprovada pelo CONAMA, deverá ser encaminhada ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para, através de Decreto, dar plena eficácia aos aspectos do Zoneamento, principalmente, à possibilidade de flexibilização da reserva legal. Portanto, temos que ter clareza de que é um processo complexo, que passa por diversos níveis de articulação e discussão política. Nesse grande debate que está sendo formulado por toda sociedade mato-grossense já avançamos significativamente. Já foram comunicados, mas, não é demais ressaltar, alguns consensos. O primeiro deles é que, ao invés das quatro categorias previstas, inicialmente, no nosso Projeto, vamos adequar o nosso Projeto ao Zoneamento do Brasil, que prevê três categorias somente. Por isso, a Categoria 2 vai passar a ser subcategoria da Categoria 1, e as outras serão renumeradas. Nós também já construímos como consenso a produção do mapa da flexibilização da reserva legal, que eu dizia desde o início que era o mapa que faltava no Zoneamento. Nós avançamos numa discussão que possa permitir que saíamos desse processo com essa discussão, também, encaminhada e com a segurança de que este tema, também,vai à apreciação da Assembleia Legislativa e de outras esferas. Outro aspecto importante, que será comunicado aqui com mais detalhe pelo Secretário Yênes Jesus de Magalhães, mas que é uma preocupação nossa, é que é preciso ter, junto com o Zoneamento aprovado, também o mapa da vegetação do Brasil, o novo mapa que está sob encargo do IBGE. E houve uma reunião, anteontem, em Brasília, e já avançou bastante. Temos certeza que, com um cronograma previamente definido, teremos também, ainda durante a discussão do Zoneamento - esse é um processo de convalidação - esse mapa aprovado. E o mapa está sendo refeito por conta de Mato Grosso, porque Mato Grosso tem uma diversidade tão grande, que é preciso fazer um trabalho específico para contemplar esta nossa realidade.

Pág. 8 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Há também um compromisso claramente assumido pela Comissão Especial da Assembleia Legislativa. Todas as sugestões, todas as propostas, todas as emendas apresentadas pelos Parlamentares, pelas prefeituras, pelas organizações da sociedade civil, por todos os cidadãos, cidadãs, que queiram contribuir com o Zoneamento, serão devidas analisadas pela nossa equipe técnica, em diálogo aberto, com a equipe do Governo e do Governo Federal para poder acatar ou não essas propostas com fundamento técnico. Tudo será discutido à luz da ciência, à luz dos requisitos técnicos para elaboração do Zoneamento, e não ficará uma só proposta sem análise e sem fundamentação das razões pelas quais foi incorporada ou não ao Projeto do Zoneamento. Tenho dito sempre, e nunca é demais repetir: Este é o Projeto mais importante da história de Mato Grosso, pelo menos, dos últimos 20 anos. Desde a Constituição Estadual de 89 que não temos um instrumento tão poderoso. É por isso que a Assembleia Legislativa assumiu essa responsabilidade em fazer o debate com o conjunto da sociedade mato-grossense. Ao mesmo tempo, vivemos uma oportunidade única de deixar as manchetes negativas dos jornais, telejornais nacionais e internacionais para no momento que Mato Grosso se coloca no cenário internacional, com a perspectiva de realizar o maior evento esportivo do planeta em 2014, poder mostrar, de fato, as nossas riquezas, a nossa diversidade. Por isso, é preciso ter essa responsabilidade. Nós temos em discussão, no nosso Estado, três grandes projetos que, juntos, serão fundamentais para organizar o nosso futuro: A regularização fundiária, que está em discussão e será lançada em breve aqui em Mato Grosso pelo Presidente Lula; o MT Legal, em fase de regulamentação; e o Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Um não funciona sem o outro. Por isso, quando a proposta técnica aponta áreas para estudo de unidades de conservação, temos que analisar essa proposta diante da perspectiva que o MT Legal só funciona se tivermos unidades de conservação em nosso Estado para poder regularizar e, com isso, compensar as reservas legais que estamos buscando flexibilizar, compensar e desonerar. É preciso ter isso em mente, porque, senão, vamos ficar com o Projeto com o pé quebrado. Outro aspecto que é importante ressaltar: Nós estaremos recebendo sugestões para o Projeto - gostaria que a equipe técnica colocasse, se possível, no telão - através de inúmeros instrumentos, inúmeros canais, não só nesta Audiência Pública. O processo não se encerra aqui. Nós ainda teremos outras oportunidades. Até o dia 26 de junho, pelo menos, na Audiência Pública em Cuiabá, estaremos recebendo propostas. Portanto, quem quiser fazer sugestões e não pôde trazer aqui, hoje, e quer se aprofundar e apresentar no futuro, poderá fazê-lo através do Núcleo Ambiental da Assembleia Legislativa, através do telefone (65) 3313-6914; através da Ouvidoria da Assembleia Legislativa (65) 3313-6543 ou 0800-647-9595; através do endereço eletrônico do Zoneamento, que é [email protected]; através de correspondência para a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Núcleo Ambiental, Av. André Antônio Maggi, nº 06, CPA, CEP 78.049-901 - Cuiabá- MT; ou ainda através do Site da Assembleia Legislativa www.al.mt.gov/zoneamento. Esta, como eu disse, é uma oportunidade única. Não podemos desperdiçá-la; não podemos ficar aguardando que outras soluções, que não estão ao nosso alcance, possam ser construídas para enfrentar e resolver os problemas que são nossos, do povo de Mato Grosso. Eu tenho confiança que a sociedade mato-grossense está amadurecida, está pronta a assumir essa responsabilidade. Por isso, cada um está aqui presente, hoje, para dar a sua

Pág. 9 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. contribuição e, tenho certeza, que dará uma contribuição ainda maior no futuro, implantando este grande projeto para Mato Grosso. Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Relator da Comissão Especial, Deputado Alexandre Cesar. Informamos a todos os telespectadores da TV Assembleia Legislativa e das demais que estão nos assistindo ao vivo, que poderão nos enviar e-mails através do endereço: [email protected]. Registramos e agradecemos, também, a presença do Secretário de Estado de Esportes e Lazer, Sr. José Joaquim de Souza Filho, o Baiano Filho; do vice-Prefeito de Feliz Natal, Sr. Edson Castro Fonseca; do Sr. Clóvis Dutra, vice-Prefeito de União do Sul; do Sr. Éder Setter, vice-Prefeito de Nova Ubiratã. Daremos início às falas, pela inscrição, da platéia. Orientamos o técnico de som que nos avise o corte, em função de termos quarenta e duas inscrições. Portanto, com a palavra, pela inscrição, o Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Sinop, Sr. Rogério Rodrigues. Antes, queremos convidar para compor a mesa o Dr. Pedro Alberto Bignelli, Superintendente do IBAMA de Mato Grosso. O SR. ROGÉRIO RODRIGUES - Bom-dia a todos! Quero cumprimentar, em nome do vice-Governador Silval Barbosa, todas as autoridades que compõem a mesa. Gostaria de agradecer e cumprimentar todas as cidades que fizeram parte da Zona 12 nesse grande debate; e, principalmente, todas as equipes técnicas que estiveram nas cidades as quais passamos uma a uma. Foi um trabalho perfeito. Quero colocar que a cidade de Marcelândia realmente está de parabéns, porque fez o zoneamento do seu município de forma real e atual. Assim também foi feito esse trabalho técnico que será entre daqui a pouco por todos os outros municípios. Entendemos que da forma como o zoneamento veio não tinha como aprová-lo. Portanto, parabéns a todas as cidades que fizeram e construíram, com a participação de todos, comunidade indígena, sociedade civil organizada, assentamentos, enfim, com a participação de toda a sociedade nesse momento importante que vivemos em nossa região. Quero colocar aqui que esse trabalho apenas começou e não está terminado, Srs. Deputados, Sr. Senador. Esse trabalho é a base e de agora em diante nós também queremos discutir o Código Florestal Brasileiro, que foi feito no ano de 1965, quando não tinha nenhuma cidade nesta região. Portanto, queremos participar. Por isso, fizemos um Requerimento, através do Deputado Homero Pereira, em Brasília, para que uma das discussões do Código Florestal Brasileiro fosse feito na Amazônia e em Sinop. Estaremos na parte da tarde, às 15:30 horas, em uma reunião técnica prévia de preparação para que se faça essa Audiência Pública no mês de julho, se possível, para que o Congresso Nacional altere o Código Florestal Brasileiro, inadequado para uma região como a nossa, como também para todo o País. Quero fazer um pedido, Deputado Riva, a Vossa Excelência, como Presidente da Assembleia Legislativa, porque estamos preocupados com o nosso futuro. Quero colocar aqui que a sociedade também quer discutir o MT Legal, porque não é possível que não saibamos... (TEMPO ESGOTADO) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Um minuto para a conclusão.

Pág. 10 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. ROGÉRIO RODRIGUES - Perfeito! O MT Legal é tão importante quanto nosso. A base do Zoneamento está feita. A construção das paredes é o Código Florestal Brasileiro e o telhado dessa casa é o MT Legal, que devemos construir juntos também, para que a sociedade, de uma forma democrática, possa participar, decidindo o seu futuro. Muito obrigado! Um grande abraço a todos! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Secretário Rogério Rodrigues. Também agradecemos o Sr. Afrânio Migliari, Secretário Adjunto de Meio Ambiente, neste ato representando o Sr. Luiz Henrique Daldegan, Secretário de Meio Ambiente do Estado; o Sr. José Juarez Faria, neste ato representando a Secretaria de Estado de Indústria Comercio e Minas Energia do Estado; Denisson de Souza, Chefe Administrativo da EMBRAPA; Ademir Bortoli, Vereador de Sinop; e Dailor Fernandes Vereador de . Com a palavra, pelas inscrições, o Sr. José Mendes Correia, Delegado da Comunidade Eclesial de Base de Sinop, que dispõe de três minutos. O SR. JOSÉ MENDES CORREIA - Bom-dia a todos! Em nome do nosso companheiro Deputado Alexandre Cesar, cumprimento toda a Mesa. Nós, representantes das comunidades eclesiais de base, representando a Igreja Católica, temos grande preocupação com o que está acontecendo na face da nossa terra. Temos dados de que 83% da nossa população ocupam o planeta e, desses 83%, 23% está degradando a natureza. Apoiamos o zoneamento socioeconômico ecológico com muita responsabilidade, mas a partir do momento que os produtores ou usuários desta terra respeitem as leis e façam com que o planeta não seja destruído. Gostaríamos muito de pedir o apoio dos senhores pais e mães que têm seus filhos, para que façam um futuro perfeito para seus filhos, porque, se daqui a trinta anos não fizermos nada 80% da população deste planeta vão ser destruídas. (PALMAS) Muitos trabalhos estão dentro das faculdades, mas não levam para o desenvolvimento sustentável da nossa terra. Eu gostaria de pedir também que tivéssemos políticas ambientais no Mato Grosso para trazer certezas para a população brasileira, em especial o nosso Estado. Temos certeza de que nossos recursos hídricos, os nossos rios, estão sendo devastados, os peixes estão sendo moídos e o povo não pode pegar um peixinho. Os bichos estão sendo devorados... (VAIAS DA PLATEIA) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Só um minuto. Na Audiência Pública as pessoas fazem inscrições e têm o direito de falar. Eu gostaria de pedir respeito com todos, porque é assim que conduzimos as Audiências Públicas. O SR. JOSÉ MENDES CORREA - O Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso não pode ser feito por torcida de futebol que fala que tal terra tem ser ocupada e todo grita: “É! Ocupada!” Por outro lado, temos dados de que 5 mil famílias dos Estados brasileiros ocupam 46% da riqueza nacional, enquanto atrás disso existe um manto de destruição, sabendo que dessas, 15 mil crianças estão morrendo antes de completar 5 anos.

Pág. 11 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Não estamos aqui para falar... Somos responsáveis por aquilo que falamos. Nós não gritamos, porque nós temos responsabilidade! Nós estamos aqui para fazer um Zoneamento Socioeconômico Ecológico de qualidade e representamos a vida, o ser humano. O mesmo valor que tem um cidadão que tem muitos milhões de aviões tem um mendigo para nós. A única coisa que podemos fazer é convidar qualquer um dos senhores a pegar um cidadão, colocar uma camisa e uma calça nova nele e orientá-lo para trabalhar na empresa dos senhores. É isso o que nós queremos! Nós queremos dignidade na vida! Nós queremos que se plante com responsabilidade e use o meio ambiente com responsabilidade. Esse é o delegado José Mendes, da Igreja Católica, e em julho nós vamos estar no Estado de Rondônia com os 4 quatro... (TEMPO ESGOTADO.) O SR. PRESIDENTE (DILCU DAL BOSCO) - Mais um minuto para a conclusão. O SR. JOSÉ MENDES CORREA - Em julho vamos estar no Estado de Rondônia com 4 mil pessoas, fazendo um levantamento do Estado de Rondônia. Se vocês quiserem saber o que é o nosso trabalho, procurem José Mendes, que vamos passar alguns dados para os senhores. Meu muito obrigado! Desculpem pela minha expressão. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos a presença do Sr. Alzir Volpato, Vereador de União do Sul; Vandré Furlan, Vereador de Gaúcha do Norte; Cristina Passador, Vereadora de Feliz Natal; Adriano dos Santos e Luiz Carlos de Melo, também Vereadores de Feliz Natal; Adriano Viais, Vereador de Itaúba; Rafael Zanon, também Vereador de Itaúba. Ouviremos agora o Cacique do Alto do Xingu, Tabata Kuikuro. O SR. TABATA KUIKURO - Bom-dia Deputados, Prefeitos, fazendeiros, povo de Sinop. Muito prazer. Vocês são meus parentes. Eu estou aqui ouvindo a preocupação do branco. Eu, primeiramente, estou falando com o Deputado e o Prefeito, peço a vocês, por favor, para cuidarem do rio que cai no Xingu. Essa é a minha preocupação, por favor (PALMAS)! Eu não quero que seja contaminado o rio que desemboca aqui no Xingu. É isso que eu peço a vocês, ao Prefeito, aos Deputados, ao Brasil inteiro! Peço a vocês - não estou brigando com vocês - que ouçam a minha preocupação! É isso que eu peço a vocês! Não quero também a barragem na volta do Xingu! Deixa o rio em paz, deixa o rio correr! É isso que eu peço a vocês, Deputados, Prefeito, fazendeiros e Governador e até Lula. Eu quero falar com ele também. Eu quero mostrar a minha preocupação. É isso que eu peço a vocês (PALMAS). É isso que eu peço a vocês. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Cacique Tabata Kuikuro, do Alto do Xingu. Registramos e agradecemos a presença do Vereador Diego Bulgarelli, Presidente da Câmara Municipal de Marcelândia, juntamente com todos os Vereadores de Marcelândia; da Vereadora Bernadete Rechmann, do Município de Nova Ubiratã; da Vereadora Darcy Arroio Viana, do Município de Marcelândia; do Vereador João Batista, do Município de Cláudia; da Vereadora Kerllin Carla Boeing, do Município de Vera; do Sr. Clóvis Sanches, Secretário Municipal de Agricultura de Sinop; e do Sr. Alcione Paula da Silva, Secretário Municipal de Administração de Sinop.

Pág. 12 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Agora, com a palavra, o administrador da FUNAI em Colíder, Cacique Megaron Txukarramãe e, na sequência, o ilustre Deputado Adalto de Freitas - Daltinho. O SR. MEGARON TXUKARRAMÃE - Bom-dia, Deputado Riva, Presidente da Assembleia Legislativa; bom-dia, Vice-Governador Silval Barbosa; bom-dia, Senador Jayme Campos; bom-dia a todos os Prefeitos que estão aqui na Audiência Pública! Como todo mundo tem direito de falar, fazendeiro, sem-terra, índio, negro, todos têm direito de falar, todo mundo tem direito de viver nesta terra. Ninguém, ninguém, nós aqui não estamos pedindo para vocês saírem daqui. Ninguém está falando isso. Agora, quem está falando isso, está querendo usar a Audiência Pública para se promover. Aí usa a opinião pública contra a demarcação de terra indígena, contra os índios. Eu ouvi na Audiência Pública de o Deputado Riva falar, por isso estou aqui para falar com ele, e falar na frente dele e na frente do Senador Jayme Campos (PALMAS) que podem fazer o Zoneamento Socioeconômico Ecológico, podem fazer, mas desde que vocês respeitem as terras indígenas e os nossos costumes (PALMAS), o costume do índio, o costume tradicional do índio. É isso que pedimos. Nós não queremos nada que vocês estão fazendo. Vocês discutem sobre o meio ambiente, e vocês têm que discutir sobre isso mesmo, porque nós, índios, preservamos a terra aonde vocês chegaram. Então, vocês têm que discutir sobre o meio ambiente mesmo. Vocês têm que discutir mesmo. Mas nós, não! Não somos nós, os índios. Não serei eu, índio, quem falará para vocês: “Não! Para de derrubar.” Não, não serei eu. Não seremos nós, índios. Vocês é que têm que discutir sobre isso. Antes de terminar o meu minuto aqui, eu queria fazer um pedido ao Presidente da Comissão. Na Categoria 4, na diretriz comum a todos os indígenas, onde fala: “Novas diretrizes - promover a educação ambiental na questão quanto ao uso de fogo junto à comunidade indígena nos casos de danos causados em propriedades no seu entorno, pagamento de indenização e dos danos causados”, nós queríamos pedir também aos não-índios para, em torno da terra indígena, se fazer a mesma coisa, pagar pelos danos causados por fogo, quando invadir terras indígenas. Quero pedir isso (PALMAS). Quero pedir também mais uma coisa ao Presidente da Comissão. Onde fala aqui: “Garantir uma política pública para terra indígena, visando destinação adequada do lixo hospitalar e dos produtos industrializados”, quero pedir a todos vocês que tirem isso aqui, tire o que está escrito aqui na Categoria 4. Senador, Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, quando vocês falam contra terra indígena, querem diminuir terra de índio, não querem demarcar terra de índio. E vocês usam a mídia, vocês usam a opinião pública. Eu não tenho mídia, eu não tenho um jeito de chegar para falar contra vocês. Não tenho. Aqui eu estou tendo essa oportunidade para falar com vocês. As nossas terras já estão demarcadas e registradas. Só queremos que vocês discutam o entorno, o entorno, deixar um pedaço de floresta no entorno das nossas... (TEMPO ESGOTADO) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Um minuto para a conclusão. O SR. MEGARON TXUKARRAMÃE - É isso que nós pedimos ao Vice- Governador, ao Presidente da Assembleia Legislativa, ao Senador, ao Deputados Federais e aos Prefeitos.

Pág. 13 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Vocês, Prefeitos, vocês são vizinhos nossos, da nossa terra, da nossa área Parque Indígena do Xingu, Terra Indígena Capoto-Jarina, Terra Indígena Terena, Panará e Menkragnoti, que agora é uma ilha. Vocês têm que cuidar disso. Vocês, povos daqui, tem que ajudar a cuidar disso. É isso que eu peço. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Megaron, nós gostaríamos que você subisse aqui para falar com o Relator da Comissão sobre essas sugestões. E o Deputado Riva pediu um minuto para as considerações. O SR. RIVA - Só para dizer que em momento algum - e quero deixar muito claro isso, inclusive, perante a imprensa - eu sou contra a redução de reserva indígena. Não sou a favor. Eu sou contra criar reserva indígena aonde não tenha índio. Eu fiz uma referência... (PALMAS)... Eu fiz uma referência lá em Alta Floresta, só para vocês terem uma ideia, criaram uma reserva indígena lá em , chamada Rio Pardo, e trouxeram vários caminhões de índios lá do Amazonas, dos Araras, para ocupar a Reserva. Eu acho que temos que garantir a área de vocês. Eu sou a favor, tem que garantir a demarcação das áreas, mas, é lógico, tem que ter uma política que disciplina isso. Dizer ao Megaron que pode contar comigo, a comunidade indígena, mas, lógico, dentro de um bom senso. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Nós registramos e agradecemos a presença do Sr. Hélio Tito, Diretor da Rede CEMAT, que veio neste ato representando o Diretor, Dr. Arildo. Também os Vereadores de Cláudia: Tucano, Guedes Nunes, Edson Moreira, Gerson Maurina, o Teco, vice-Prefeito de Santa Carmem; Silas da Silva Nunes, Vereador de União do Sul; Ari Baltazar, Presidente da Câmara Municipal de Gaúcha do Norte. Ouviremos agora o Deputado, Membro Titular da Comissão, Adalto de Freitas- Daltinho, que dispõe de cinco minutos. O SR. ADALTO DE FREITAS - DALTINHO - Muito bom-dia a todos os presentes nesta Audiência Pública que envolve a região do Zoneamento XII. Nove grandes e importantes municípios do Estado de Mato Grosso que se envolvem nessa discussão do Zoneamento do nosso Estado. Quero cumprimentar o Presidente da Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco; cumprimento o Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva; nosso Senador Jaime Campos; e o nosso cumprimento a todos desta Mesa na pessoa do nosso Vice-Governador Silval Barbosa, que neste ato participa e representa o Governador Blairo Maggi; meus amigos e minhas; jovens; trabalhadores; comunidade indígena; estudantes; acadêmicos, nós que discutimos essa questão do Zoneamento em Mato Grosso, nunca imaginamos que poderíamos estar vivendo, vivenciando, discutindo um tema de tamanha importância para a sociedade, para o meio ambiente como um todo, como é este que estamos neste momento fazendo na Assembleia Legislativa e em todo o Estado. Digo que, ao ouvir os caciques Tabata e Megaron, nos aproximamos cada vez mais, através da fala, do diálogo, das recomendações, porque nós entendemos que existem, sim, exageros, excessos cometidos no passado, cometidos, inclusive, na atualidade, que precisam ser reprimidos, que precisam ser dado um novo norte. Eu não quero dizer que isso aconteceu nesta região, em especial. Pelo contrário, esta aqui é uma região privilegiada, que sempre pautou pelo planejamento, pautou pela organização. Uma produção sempre visando preservar, acima de tudo, o meio ambiente, porque de nada adianta produzir, trabalhar tanto, como todos os senhores que vieram para cá há mais

Pág. 14 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. de 20, 30 anos, para chegar ao final da segunda, terceira geração, ou as futuras gerações, e vermos que o fruto do nosso trabalho só serviu para destruir os nossos descendentes. Então, eu não tenho dúvida de que aqui existe um sentimento maduro, superior, de todas aquelas pessoas que fizeram com que Sinop e esta região fossem, hoje, o que é. Mas não foi sempre assim. E nós temos muitas diferenças, em que pese também querermos desenvolver todo o nosso Estado de Mato Grosso. Mas, infelizmente, aqui o Cacique Tabata tem razão quando coloca que muitas vezes os nossos rios são, nada mais nada menos, do que rede de esgoto da sociedade. E isso eu não posso dizer que não acontece na zona rural. Pode até acontecer, mas numa ínfima, muito pequena dimensão. Agora, o que nós não podemos permitir e nem ficar calados é de saber e vermos que tudo isso acontece, sim, na Capital do Estado; acontece na Capital do Estado de São Paulo, acontece nos grandes centros, e isso precisa ser muito mais rapidamente cuidado (PALMAS). Diante dessa questão, nós não temos dúvida de que é bíblico, minha gente, vem na origem da palavra. E eu também como um cristão, como uma pessoa que acredita em Deus, não tenho dúvida de que é o trabalho que dignifica o ser humano, é o trabalho que dignifica o homem. E, logicamente, nós sabemos o valor que tem aquele que põe a mão na terra para dar o alimento à população, à sociedade que necessita e que espera que as nossas futuras gerações continuem a sobreviver, porque sem alimento ninguém conseguirá fazer com que nós tenhamos garantia de um futuro melhor. Queremos dizer que o Zoneamento se faz muito importante, muito necessário, como todos nós que vamos abrir uma propriedade, que vamos abrir uma empresa, que vamos organizar um departamento ou autarquia de uma Secretaria Municipal, de uma Secretaria de Estado ou de qualquer Ministério neste País, qualquer organização...(TEMPO ESGOTADO) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Concedo mais um minuto para conclusão. O SR. ADALTO DE FREITAS - DALTINHO - ...qualquer autarquia neste universo, independente da sua posição, precisa de planejamento. E o universo também precisa fazer o seu. Logicamente, nós defendemos, sim, que o Zoneamento venha atender o mais próximo possível o anseio da sociedade. E acredito na sociedade, sei que a sociedade está buscando o equilíbrio e o direito de continuar a subsistir e a sobreviver. Entendo também, Sr. Presidente, que aqui como foi relatado, já foi, inclusive, questionado, nós precisamos fazer uma discussão mais ampla, para que ela seja a mais correta possível na questão, inclusive, do MT Legal. Sei dos avanços, sei da melhoria que isso trouxe, como um bálsamo para o setor produtivo, em especial. Mas ela precisa passar por Audiências Públicas que venham dar condições de, pelo menos, levar a informação mais real, mais concreta, mais verdadeira, para que, inclusive, a sociedade tenha condição de fazer uso e que possa ser beneficiada...(TEMPO ESGOTADO) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Concedo mais um minuto para a conclusão. O SR. ADALTO DE FREITAS - DALTINHO - Já estou encerrando, Sr. Presidente. Quero dizer a todos que nós da Assembleia Legislativa não abrimos mão de votar e colocar à disposição do povo do nosso Estado um Zoneamento que venha atender especialmente os

Pág. 15 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. interesses das futuras gerações e que venha nos dar o direito e condição de garantir a dignidade daqueles que construíram este Estado. Muito obrigado e que Deus os ilumine! Desejo a todos uma ótima participação nesta Audiência Pública. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Obrigado, Deputado Adalto de Freitas - Daltinho. Agradecemos a presença da Srª Benilde Atuatti, a Bene, Presidente da Câmara Municipal de Santa Carmem; do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Itaúba, Vereador Claudimar Gotardo, o Pop; dos Vereadores de Santa Carmem: Jainésio Luiz Kappes, Daniel Martins, Juscelino Faganello; do Sr. Waldemar dos Santos, Secretário Municipal de Meio Ambiente do Município de Cláudia; do Sr. Juventino Silva, Diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sinop. Com a palavra, pela inscrição, a Srª Kamirrã Wawara. Na sequência, o Sr. Adilson Jacinto, Secretário do Sindicato Rural de Sinop. A SRª KAMIRRÃ WAWARA - Bom-dia, autoridades! Nós, população indígena, convidados para participar dos Seminários e desta Audiência Pública para discutir o Zoneamento, trazemos a nossa preocupação e queremos relatar o que servirá para nós. Mas o povo, os fazendeiros, não deixou relatar os nossos direitos. Por isso, eu sugeri, junto com a população indígena, que seja realizada Audiência Pública na área. Venho para fazer este pedido. Quero que os Deputados concordem com o meu pedido, com respeito. Eu, também, estou pedindo isto com respeito. É isso que tenho para dizer para todo mundo, porque nós estamos preocupados. Será que este povo aqui está preocupado? Não está. Só estão olhando para eles mesmos. Agora, nós estamos preocupados. É isso que tenho para dizer para todo mundo. Quem não gostou da minha fala, por favor, fale para alguém representar vocês. Então, a carta que está em minhas mãos é para ser assinada pelos Deputados (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Kamirrã, pode subir aqui, por favor. O Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva já acatou a sugestão e, juntamente, com o Relator da Comissão Especial discutiremos a data para realizarmos uma Audiência Pública para tratar do Zoneamento dentro da Reserva Nacional do Xingu (PALMAS). Com a palavra, o Sr. Adilson Jacinto, Secretário do Sindicato Rural de Sinop. Na sequência, o Sr. Odemar Luiz, representando o Assentamento Entre Rios. O SR. ADILSON JACINTO - Bom-dia a todos! Como a mesa pediu, vou dispensar o cumprimento às autoridades. Em nome do Vice-Governador do Estado, cumprimento a todos! Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a oportunidade de participar da programação do futuro do nosso Estado, porque da maneira como vem andando, principalmente na região Norte, vem num sistema de estagnação econômica e social. Gostaria de frisar dois pontos, como o nobre Deputado colocou, quanto à criação das unidades de conservação.

Pág. 16 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Em primeiro lugar, dizer que, no nosso entendimento, não seria necessária a criação de unidades de conservação porque já temos grandes áreas de manejo florestal sustentável que dão a possibilidade de serem usadas como unidades de conservação, sem precisar que sejam criadas. Mas, como o Deputado falou, sendo obrigada a criação dessas unidades para trabalharmos o nosso passivo ambiental, então, que seja feita, apenas e tão somente, através de Audiências Públicas - isso é de suma importância - e não entre quatro paredes e, depois, simplesmente, jogando no nosso colo para aceitá-la... (PALMAS). Este é um ponto de suma importância! Outro ponto que gostaria de falar, do qual o Deputado, também, já falou - só quero repetir e frisar -, é a questão da Zona 1 e da Zona 2. Entendemos, Srs. Deputados, que a Zona 2, que está demarcada pela SEPLAN na nossa região, não condiz com a nossa realidade. A Zona 2 está produzindo; está aberta para produção agropecuária desde a década de 70. Então, isso não condiz com a nossa realidade. Então, precisamos mudar! Gostaria de dizer aos Srs. Deputados que fica em suas mãos, os senhores sabem disso... Contamos com suas capacidades e inteligências para que não travem o progresso de Mato Grosso, mas, que respeitem a ecologia e todas as classes sociais do Estado, porque isso é muito importante. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Sr. Adilson. Com a palavra, o Sr. Odimar Luís, representando o Assentamento Entre Rios. O SR. ODIMAR LUÍS - Bom-dia a todos! Sou residente do Assentamento Boa Esperança I, II e III, mais conhecido com o Entre Rios, no Município de Nova Ubiratã. O que temos acompanhado e discutido internamente até agora é que, enquanto produtores da agricultura familiar, realmente precisamos ser tratados de forma diferenciada. Haja vista que todos nós; que a nossa situação e a situação do Assentamento , que se faz presente aqui, estamos em um módulo para baixo, setenta, cinquenta hectares. Todos estão em cima dessa terra com suas famílias. Em muitos casos, são famílias numerosas e, realmente, precisam ter essa diferenciação. Então, a situação dessas famílias seja analisada e vista com olhar diferenciado. O que queremos e propomos é discutir a questão ambiental. Queremos ser parceiros. Estamos dispostos a ser chamados a participar. Precisamos, na verdade, entender que nós, enquanto produtores da agricultura familiar, temos a missão de produzir alimento, mas, para isso, precisamos ter toda a atenção necessária. Nós queremos preservar? Queremos! Mas queremos viver e viver dignamente! É para isso que as famílias estão lá dentro, vivendo, labutando e sofrendo. Outra questão muito séria que estamos vivendo - e aqui aproveitamos o espaço, o momento, porque não sei de outro momento onde haverá tantas lideranças que têm a responsabilidade sobre várias políticas do Governo - é a questão do TAC. Na verdade, estamos há mais de um ano... Conversamos, recentemente, com o Deputado Mauro Savi e colocamos que a situação tem-se mostrado bastante crítica, haja vista, que estamos totalmente alheios às políticas do Governo e sem isso a agricultura familiar não sobreviverá. Então, fazemos este alerta para tentar sensibilizar. As pessoas estão praticamente, desistindo da parcela. Não é isso que queremos! Não é para isso que o parceleiro, que o assentado,

Pág. 17 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. está em cima da terra. É aquilo que eu já citava antes, mas que a agricultura familiar tenha uma importância muito grande na nossa região como um todo. Só que precisamos de políticas públicas do Governo. Nós não queremos nada de graça! Nós queremos oportunidade. Ao invés de nós, como agricultura familiar e assentado, dependermos de uma cesta básica ou do Bolsa Família, coisa parecida, temos condições de produzir e produzir muito, mas precisamos ter incentivo. Então, o que queremos, reforçando - isso é um pedido de toda a nossa comunidade, nós como liderança interna temos essa preocupação, porque estamos para ajudar a gerar renda e divisas para este Brasil, para este Mato Grosso e para o nosso município - é oportunidade. Nós não precisamos de esmola, não precisamos de nada de graça! Nós precisamos de oportunidade para fazer com que, realmente, os nossos filhos, a nossa família viva, e viva com dignidade, porque esse é o nosso sonho, o nosso objetivo e é para isso que estamos lá. Colocamo-nos à inteira disposição para discutir todas as possibilidades, todos os projetos, todas as ações que venham a ser desenvolvidas. Meu muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Registramos, também, e agradecemos a presença dos Vereadores Leozenir Severo, Jonas Henrique de Lima, Remídio, do Município de Sinop; do Sr. Luiz Aléssio, Superintendente de Políticas Agrícolas, neste ato, representando o Sr. Neldon Egon, Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural; do Sr. Oséias, Secretário Municipal de Diversidade Cultural de Sinop; do Sr. Nevaldir Graf, o Ticha, Secretário Municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Mineração de Sinop; do Sr. Mauri Rodrigues de Lima, Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano de Sinop; do Sr. Geordano Matei, Secretário Municipal de Agricultura de Cláudia. Ouviremos agora o Sr. Clóvis Dutra, vice-Prefeito de União do Sul. Barbosa. O SR. CLÓVIS DUTRA - Bom-dia, Srs. Deputados! Na pessoa do Prefeito Municipal de Sinop, cumprimento toda a mesa; e, também, na pessoa do Relator deste Projeto, cumprimento toda população. Quero dizer que estamos engajados neste Projeto de discussão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico da grande região de Sinop há muito tempo. As discussões foram feitas no ventre dos nossos municípios, ouvindo cada um dos cidadãos, Deputado Ademir Brunetto; ouvindo todas essas pessoas e trazendo, aqui, para a discussão do Seminário Técnico essas informações e aquilo que, realmente, no anseio da sociedade é a realidade que queremos. Sem demagogia, sem prejudicar ninguém, sem distinção a etnias indígenas, sem desrespeito ao meio ambiente, queremos a oportunidade de trabalhar com dignidade, pois estamos tratando de um trabalho que são três pilares da nossa sociedade: o econômico, o social e o ambiental. Temos a consciência de fazer o nosso dever ambiental, mas que isso não custe à miséria do nosso cidadão lá no nosso município, porque não podemos pagar esse preço. Também, queremos dizer que o social depende do econômico. Portanto, trata-se, Srs. Deputados, de um Projeto com uma amplitude muito além daquilo que está se direcionando, que é a questão econômica. Sem a economia, nós não temos o social. Queria também dizer aos Deputados que esse Projeto do Zoneamento, que retiramos com o pensamento, com as idéias dos munícipes e a nossa realidade seja apreciado, estudado e votado com consciência daquilo que realmente a região precisa. E temos que fazer mais um pedido: Que esse Projeto seja executado na íntegra, ora aprovado; que as nossas obrigações não sejam somente através de repressão; e que os nossos

Pág. 18 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. direitos, na ala social e econômica, venham em conjunto para, realmente, fazermos aquilo que queremos, que é o desenvolvimento de todos nesta grande região. Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos também a presença dos Vereadores Irineu Nunes Ferreira; Josezito Cirqueira; Ervino Kovaleski; Edson João - o Loiri; Cláudio Albino Zeferino - Cláudio do Gás; Pedro Quirino dos Santos Filho, do Município de Marcelândia; da Srª Sirlene Juliane, Secretária Municipal de Educação de Marcelândia; da Srª Fernanda Ribeiro Rosseto, Secretária Municipal de Ação Social de Nova Ubiratã. Ouviremos agora o ilustre Vice-Governador do Estado, Sr. Silval Barbosa. O SR. SILVAL BARBOSA - Muito obrigado. Quero cumprimentar o Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva; o Presidente da Comissão Especial, Deputado Dilceu Dal Bosco; o Relator, Deputado Alexandre Cesar, e, em seus nomes, cumprimento todos os demais Deputados Estaduais; os Deputados Federais Homero Pereira e Eliene Lima; o Senador da República, Sr. Jayme Campos; o Prefeito Juarez Costa, meu amigo, em nome de quem cumprimento todos os demais prefeitos da região; senhores e senhoras; movimentos sociais aqui presentes; imprensa. Amigos, esta é a décima terceira Audiência Pública que trata do Zoneamento e, também, o décimo terceiro Seminário que antecede a Audiência Pública. Nós, enquanto Governo, acompanhamos todas as Audiências Públicas, ouvimos os segmentos organizados e a sociedade em todos esses debates. E aqui quero parabenizar a Assembleia Legislativa! A Assembleia Legislativa, simplesmente, poderia aprovar esse Zoneamento com apenas duas reuniões, mas optou por quinze seminários e quinze Audiências Públicas. Todas as nossas falas, aqui, estão sendo registradas por vídeo e também pelo serviço de taquigrafia, e é passado para o Governo. Diante disso, o Governo também vem acompanhando a evolução junto com a Assembleia Legislativa. Nesta semana, tivemos membros da Comissão Nacional do Zoneamento, de Brasília, sentados com a SEPLAN e com a SEMA para adequar e ver onde pode flexibilizar dentro de toda essa discussão até então. E também já veio Comissão do Ministério do Meio Ambiente, juntamente com o IBGE, e agora o IBGE deve lançar o novo mapa, porque hoje o mapa da vegetação é de um por cinco milhões e agora vai lançar o mapa de um para duzentos e cinquenta mil. Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente da Comissão, senhor Relator, Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, a SEPLAN me garante que entrega esse mapa antes da última Audiência Pública em Cuiabá, para que todos tenham conhecimento, não só a Assembleia Legislativa. Já era para estar executado, atrasou, mas entregará agora para a sociedade. Quero dizer aos senhores que o Governo do Estado não vai apressar a Assembleia Legislativa, não vai pedir agilidade, porque entende que está dentro do fórum adequado e o Governo quer que o Zoneamento saia dentro da realidade dos quatro cantos do Estado de Mato Grosso, dentro da realidade local. É lógico que temos que seguir critérios para as alterações que acontecerão, seguindo o mínimo que pede a legislação federal. Não adianta querer aprovar uma legislação que talvez fuga dos critérios da Comissão Nacional, que não vai ser aprovada e vamos perder toda essa discussão. Nós queremos, o Governo quer, que saia um Zoneamento dentro da realidade. Por isso eu também venho acompanhando essa discussão, juntamente com a SEPLAN, juntamente com

Pág. 19 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. a equipe da SEMA e da SEPLAN, para que possamos tirar da sociedade as mudanças que possam ser contempladas e que a Comissão de Meio Ambiente possa aprovar. E temos uma vantagem, o Roberto Vizentin, que é da Comissão Nacional, é da nossa região norte e está acompanhando todas as audiências públicas, e, quando aprovado na Assembleia Legislativa, ele facilitará a discussão nacional porque ele passará para a Comissão Nacional e para o CONAMA. Portanto, Deputado Dilceu Dal Bosco, Deputado Alexandre Cesar, Relator, fica aqui, mais uma vez, o compromisso do Governo, da comissão da SEPLAN e do Meio Ambiente, que discutirá e acompanhará, na medida em que for necessária a presença. Deputado Riva, só para comunicar o Prefeito Juarez Costa, está aqui a Comissão da EMBRAPA e a área da EMBRAPA, graças a Deus, depois de muita discussão, foi pacificada. Portanto, a EMBRAPA de Sinop já tem a sua área destinada para que resolva regionalmente essa questão do campus de tecnologia aqui. Um abraço! Bom-dia a todos. Que Deus abençoe a todos. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Obrigado, Vice-Governador Silval Barbosa. Agradecemos a presença do Sr. Luis Coelho, Secretário Municipal de Educação de Cláudia; Mauro Dirami, Secretário Municipal de Agricultura de Tabaporã; Milton Mafra, Presidente do Sindicato Rural de ; Sr. Rui Prado, Presidente da FAMATO; Antônio Galvão, Presidente do Sindicato Rural de Sinop; Antônio Martins, Presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural do Norte de Mato Grosso; Drª Ana Lúcia Stefanello, representando a OAB Seccional de Mato Grosso. Ouviremos agora o Marcell Kamaiurá, da etnia Kamaiurá, e na seguencia o ilustre Senador da República Jaime Campos. Por favor, Marcello que dispõe de três minutos. O SR. MARCELLO KAMAIURÁ - Bom-dia a todos! Em nome do senhor Prefeito Juarez Costa, cumprimento a Mesa. Eu gostaria de ressaltar que estamos bastante preocupados. Tem dois lados e a sociedade não indígena também está preocupada, assim como a população indígena. Só que eu vejo que precisamos abrir um canal de diálogo e de proximidades, porque, muitas vezes, senti no Seminário, fomos desacatados, há falta de informações das realidades indígenas, como também não temos um carinho especial para obter informações a respeito da agricultura, do agronegócio, então, fica essa intriga, esse combate toda vez. Quero manifestar meu repúdio pela maneira como fomos tratados no Seminário da Zona 2. Fomos discriminados tratados de uma forma preconceituosa, dizendo que não tínhamos nada a ver com esse assunto, com essa região. Claro que sim! Nós nos justificamos que temos preocupação e tínhamos que estar lá, porque estamos preocupados com as nascentes dos rios. Será que no mapa não dar para visualizar que todas as bacias, todas as nascentes do Rio Xingu atravessam todo o parque? Como vamos ficar com isso? A preocupação é muito grande de sofrermos consequências de contaminações, ou então, de impacto ambiental das barragens que consequentemente vai impactar na falta de peixes, ou então uso de agrotóxicos. O que vamos sofrer? Hoje, na população indígena do Parque que já está começando a aparecer câncer, que antes, nos estudos da medicina, não tinha, há 40 anos. Hoje, estamos sofrendo. O que está acontecendo com a nossa saúde? Era isso que eu tinha de manifesto. Quero também dizer aos meus parentes, cidadãos sinopenses e outras regiões aqui do Planejamento XII, que eu acho que, em primeiro lugar, para construirmos uma política que

Pág. 20 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. realmente vá em direção ao Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso - não somos contra - temos que respeitar e construir uma política dentro das realidades, como vocês mesmos colocaram aqui, porque não condiz com a nossa realidade. Muitas vezes, fomos desacatados, também foram várias vezes inserido, inclusive nas áreas indígenas, sendo que a Zona 2 não tinha nada a ver com a área indígena. Então, para mim, Zoneamento é um ponto significativo, um momento importante que devemos olhar, tratar e pensar primeiro na garantia da vida. Tratar a vida e o meio ambiente também, a água, o rio, como garantia de vida. Nós não estamos tratando assim. A terra e a floresta não estão sendo tratados assim. Está sendo visto somente como fonte de economia, sendo que nós podemos pensar em construir da base para cima e assim construiremos um Brasil justo para todos, porque eu vejo, hoje, que a economia, a energia está indo para poucos e a população ribeirinha e de assentamentos até hoje está sendo injustiçada. Era isso o que eu tinha a dizer. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Sr. Marcelo Kamaiurá. Agradecemos também a presença do Presidente da Associação dos Produtores Rurais de Feliz Natal, Sr. Sérgio Barbieri; do Sr. José Mendes Corrêa, Delegado das Comunidades Eclesiais de Base de Sinop, que já usou a palavra; e do Sr. Turquiello, Presidente da Associação Novos Caminhos Empresariais do Município de Feliz Natal. Agora, com a palavra, o Senador da República Jayme Campos. O SR. JAYME CAMPOS - O Deputado Dilceu Dal Bosco já me pontuou aqui dizendo que são apenas três minutos. Não, cinco minutos, com um minuto de tolerância. Prezado Vice-Governador Silval Barbosa; ilustre Presidente da Assembleia Legislativa, companheiro Deputado Riva; prezado Presidente desta Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco - em seu nome, saúdo os demais Srs. Deputados Estaduais -; Srs. Deputados Federais Eliene Lima e Homero Pereira; meu prezado e estimado amigo, Prefeito Juarez Costa - em seu nome, cumprimento os demais Prefeitos aqui presentes -; prezado Secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, Sr. Yênes Jesus de Magalhães - em seu nome, saúdo os demais Secretários de Estado -; prezado Procurador de Justiça, Luiz Alberto Esteves Scaloppe - em seu nome, saúdo as demais autoridades do Ministério Público -; Srs. Vereadores; senhores produtores; Sr. Presidente da FAMATO, Rui Prado; senhores representantes dos povos indígenas, aos quais saúdo, na pessoa do Cacique Megaron; prezado Sr. Odimar Luís, em nome de quem saúdo os assentados de Mato Grosso; meus senhores e minhas senhoras, confesso, meu caro amigo Deputado Pedro Satélite, que eu queria fazer uma pequena retrospectiva. Entretanto, por impedimento legal da mesa eu só quero dizer que esta reunião é muito importante dentro do contexto de Mato Grosso nesta década. E a Assembleia Legislativa está promovendo este evento de forma transparente, de forma democrática, sobretudo, ouvindo a sociedade civil mato-grossense, para que nós possamos construir um Zoneamento, naturalmente, respeitando as nossas particularidades. Todavia, para ir diretamente a minha fala, quero dizer ao meu amigo, prezado companheiro Megaron, que Jayme Campos não tem nada contra os povos indígenas. Muito pelo contrário, como Governador que fui, como Prefeito que fui e como Senador que sou, sou um dos grandes defensores dos povos indígenas. Defendo a tese de que, para a ampliação de reserva indígena onde não tem índio, naturalmente, nós, como brasileiros, como o senhor é, temos que ver também o lado de outros brasileiros que, certamente, dependem de um pedaço de terra para ali

Pág. 21 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. plantar, colher, para dar o sustento para sua família. Este é o meu esclarecimento e deixo-o claro e registrado diante da imprensa mato-grossense. Entretanto, meus amigos e minhas amigas, na verdade, nesta região de Mato Grosso, Deputado Dilceu Dal Bosco, um estudo foi iniciado para implantação desta civilização moderna aqui da região norte de Mato Grosso na década de 1964. A Escola Superior de Guerra, tendo em vista a preocupação com a nossa soberania nacional, começou a estudar, lá atrás, para que pudéssemos vir aqui abrir a região, ao longo da BR-163, e vir aqui implantar, com certeza, estas cidades do Brasil em Mato Grosso. Todavia, os tempos passaram e os tempos mudaram! E, lamentavelmente, como se vê nesta atual conjuntura, criaram um dogma contra nós da Amazônia brasileira. O Brasil tem 60% do seu território nacional aqui na Amazônia brasileira. São vinte e cinco milhões de brasileiros que moram nesta vasta região do Brasil. Lamentavelmente, contribuímos apenas com 8% do PIB Nacional. Eu imagino, quando se discute, desta feita, o Zoneamento desta região do Brasil; quando se discute o novo Código Ambiental; e, futuramente, quando se discutirá o Código Florestal, que temos de respeitar as nossas peculiaridades, porque, certamente, todas as regiões brasileiras as têm. Não podemos ver esta região do Brasil com as mesmas particularidades lá do Nordeste, do Sudeste e do Sul brasileiro. Não! As nossas particularidades são muito bem diferenciadas dessas demais áreas brasileiras. Por isso, tenho dito e volto a repetir aqui: temos que fazer o nosso Zoneamento. Não podemos aceitar, em hipótese alguma, nenhuma imposição de quem quer que seja. Para tanto, temos que invocar alguns artigos da Constituição Federal, sobretudo o art. 24, que dá garantia absoluta para que os Estados façam seu zoneamento, conforme determina a Constituição Federal. Ou seja, o Governo Federal, o Governo Estadual e os Governos municipais têm autonomia na medida em que vivemos num país em que se tem o pacto federativo. Nós queremos, desta feita, dizer ao velho e valoroso Deputado Riva, quando ele diz que a Medida Provisória nº 2.166 tem alguns impedimentos, meu caro amigo Deputado, que a Medida Provisória nº 2.166 não fala se podem esses 50% ou se não podem esses 50%. E será este Zoneamento que definirá! Será este Zoneamento que, certamente, permitirá fazermos um zoneamento conforme nossa realidade (PALMAS). Para tanto, é bom que se esclareça, tramita hoje dentro do Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 6.424, de autoria do Senador Flecha Ribeiro. Segundo esse projeto de lei, a Medida Provisória 2.166 será pensada nesse projeto de lei que será votado ainda este ano. E as áreas poderão, com certeza, ficar 50% e 50%. Entretanto, aquelas que terão de ser recuperadas serão recuperadas desde árvore exótica, para permitir a exploração econômica de cada cidadão que está dando a garantia, naturalmente, nesta preservação. Meus amigos, minhas amigas, a terra nada mais é do que um bem. A terra, com certeza, tem que cumprir com sua função social. O Brasil é o País que mais respeita os povos indígenas. Temos cento e dois milhões de hectares à disposição dos povos indígenas. Nós temos ainda 71% de cobertura vegetal nesse imenso País de oito milhões e novecentos mil quilômetros quadrados. Nós temos que ter regras claras, nós temos que ter segurança jurídica. Não podemos, lamentavelmente, conviver com esse estado de coisas em que muitos daqueles que moram na Avenida Vieira Solto, que moram na Avenida Paulista ou que moram na Avenida Augusta entendem que nós temos que aqui pagar o pato por aqueles que desmataram e que se encontram não só no exterior, como também aqui no nosso Brasil (PALMAS)!

Pág. 22 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Não! O Brasil é de todos nós brasileiros. O Brasil é do assentado. O Brasil é dos povos indígenas. O Brasil é do povo, é daqueles que produzem, é de homens de grandes negócios, de homens de pequenos negócios. E parece-me que temos um novo tempo nesse Congresso Nacional, na medida em que nesta semana foi aprovada a Medida Provisória que busca a regularização fundiária. Lamentavelmente, alguns não queriam que ela fosse aprovada, mas nós vencemos, capitaneados pela Senadora Kátia Abreu, vencemos por vinte e três votos a vinte e um. Isso permitirá a regularização fundiária de sessenta e sete milhões de terras aqui na Amazônia Brasileira. O cidadão que tem apenas um módulo fiscal não pagará nada; aquele cidadão que tem quatro módulos fiscais pagará um preço simbólico; e aqueles que chegam a ter até mil e quinhentos hectares pagarão os preços que geralmente correm aqui na região do Brasil fronteiriça aqui com a Amazônia. São políticas públicas como essas que vão permitir, com certeza, que o Brasil seja de todos nós brasileiros. Não podemos, em hipótese alguma, permitir que aqueles pseudo- ambientalistas, pseudo-ecólicos queiram vir aqui ditar regras, botar políticas não condizentes com a realidade de nós mato-grossenses, de nós da Amazônia brasileira. (PALMAS). Portanto, meu prezado amigo Deputado Riva, este Zoneamento, Deputado Dilceu Dal Bosco, discuti aqui as vidas não das nossas juventudes, não de nossas crianças, mas discuti uma perspectiva de vida para as nossas futuras gerações. Está muito claro, meu caro amigo Deputado Riva, na Medida Provisória nº 2.166 não fala aonde que tem que ter cinquenta por cento e aonde não tem que ter cinquenta por cento. Não! Quem tem autoridade para fazer isso se chama Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. São Vossas Excelências é que vão definir o Zoneamento. E, graças a Deus, esta semana foram aprovadas na Câmara mudanças de regras em relação ao CONAMA. Os senhores aqui, que conhecem bem o assunto, é inadmissível fazer uma lei no município, no Estado, aí vem o CONAMA e passa por cima de tudo isso. Não! De agora para frente, sabe como será? O município que der a Licença Ambiental, ele será o responsável; o Estado que der, ele será é responsável. E lá em cima, o IBAMA que deu, ele é o responsável. Não vai mais haver patrolamento, em que o IBAMA vem aqui e patrola a lei estadual e a lei municipal. Foi aprovado agora, na última quarta-feira, lá na Câmara e está sendo encaminhado para o Senado Federal. Portanto, meus amigos, nesta oportunidade, quero dizer que eu tenho realmente uma preocupação muito grande. Todavia, tenho sentido a boa vontade do nosso Relator, companheiro Deputado Alexandre Cesar, do Deputado Riva, do Deputado Dilceu Dal Bosco e dos demais Deputados, de fazermos um Zoneamento. O Zoneamento é importante porque vai definir as nossas atividades econômicas. Este Zoneamento não é para hoje, é para amanhã e é também daqui para vinte, trinta anos. Portanto, discute-se aqui e é fundamental a participação da sociedade civil organizada dentro desse contexto que é o Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Quero encerrar dizendo ao Deputado Dilceu Dal Bosco, ao Deputado Riva, que a Medida Provisória n° 2.166 será apensada no PL n° 6.424 do Senador Flexa Ribeiro. Se Deus quiser, até o final deste ano, está definitivamente acabada essa celeuma, acabado esse problema que eu reputo da maior importância para nós que estamos aqui nesta região do Brasil. Por isso, espero que desta feita, com a participação dos senhores, nós tenhamos um documento forte, um documento em que teremos o orgulho de dizer que estamos produzindo, mas estamos preservando.

Pág. 23 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Ninguém aqui é mais ambientalista do que nós do Norte do Mato Grosso, deste Estado; ninguém mais respeita as nossas riquezas naturais do que nós que estamos aqui produzindo e levando alimentos, levando para fora daqui carne vermelha, carne branca. Nós somos verdadeiramente aqueles que constroem a grandeza do Brasil, sobretudo, damos essa grande contribuição para a balança comercial. Precisamos, sim, meu caro amigo Rui Prado, definir com certeza o que é APP. Ninguém sabe o que é APP. Só mentira. Se são 5, 10, 20, 30, 40 metros que têm que ficar às margens dos rios. Mentira! Os grandes da academia deste País dizem o quê, os grandes entendidos? Que será avaliado de agora para frente no estudo da EMBRAPA, qual será a área de APP. É dependendo da textura da terra. Ou seja, se ele tem declive, se ele é barro, se ele é cascalho. Enfim, qual é o tipo de vegetação que essa área com certeza é melhor para se plantar ali. Aí, sim, nós teremos reserva, leis claras, segurança jurídica para que possamos produzir; dar tranqüilidade no campo, dar ao cidadão assentado a certeza de que ele é proprietário da sua terra, com titulação que são 67 milhões de hectares. Enfim, é essa a política que nós queremos. Nós queremos, com certeza, é uma perspectiva de vida com segurança, com paz e, acima de tudo, com cidadania e com justiça social. Encerro agradecendo e colocando à valorosa população do Norte de Mato Grosso o meu gabinete, em Brasília, à disposição para debater, como temos debatido, eu, o Homero Pereira, o Eliene Lima e o Gilberto Goellner, esse assunto e outros inerentes que, com certeza, é fundamental para o desenvolvimento e para prosperidade do Brasil, mas, sobretudo, para o Norte de Mato Grosso. Um abraço e que Deus nos abençoe! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o ilustre Senador da República Jaime Campos. Eu quero também aproveitar, como Presidente da Comissão Especial do Zoneamento, para fazer um esclarecimento. Aqui se falou de dois assuntos: o Passivo Ambiental, o Senador Jaime Campos realmente tem razão, está no Art. 16, § 5º, que fala do Passivo Ambiental, é o Zoneamento; a questão da Reserva Legal fica na MP nº 2166, daqui para frente. Então, precisa da aprovação no Congresso Nacional. O Passivo Ambiental, nós estaremos discutindo... Às pessoas que me ouviram nas cidades que visitamos, nós falamos sobre isso. Eu vou ler rapidamente o § 5º do Art. 16: O Poder Executivo, se for indicado pelo Zoneamento Socioeconômico Ecológico, ouvidos o CONAMA, Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura, poderá reduzir para fins de recomposição, para aquilo que nós já fizemos, o Passivo Ambiental para trás, a Reserva Legal, na Amazônia Legal, para até 50% da propriedade. Então, é do Passivo Ambiental. A Reserva Legal não é no Zoneamento, isso aí já tem lei, isso está na legislação e daqui para frente é no Congresso Nacional. O SR. RIVA - Eu quero ler o Art. 16, porque continuo com o entendimento e é bom abrir esse debate, porque define isso de vez. O Art. 16 diz o seguinte... Quando existe uma dúvida, tem que tirar a dúvida. O Art. 16 diz o seguinte: As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada... O Sr. João de Deus - Sr. Presidente...

Pág. 24 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. RIVA - Eu vou dar tempo para ele fazer o questionamento... Depois faz o questionamento... O SR. JOÃO DE DEUS - Eu estou encaminhando uma questão de ordem nos seguintes motivos. A Mesa abriu a Audiência Pública com a seguinte questão: Parlamentar, cinco minutos; nós, três minutos; e o Senador usou da imunidade dele e falou quinze minutos. Então, estou propondo à Mesa, para que a Mesa possa corrigir aí, porque o que foi votado, foi votado. Agora, só resta a atenção da Mesa nesse sentido (VAIAS). O SR. JAIME CAMPOS - Peço a palavra, pela Ordem, Sr. Presidente, só para justificar ao amigo, que eu tentei esclarecer com relação à Medida Provisória que foi aprovada que foi aprovada; com relação à legislação, que está correndo no Congresso. Só quis ser eficiente, até porque meu papel como Senador é esclarecer algumas coisas que estão tramitando no Congresso Nacional. Era isso! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Senador... O SR. RIVA - Eu queria só complementar. Depois, Vossa Excelência passa a palavra. Primeiramente, um Senador da República sai de Brasília para vir aqui e tem o direito de falar, até porque dependemos dele no Congresso Nacional. (PALMAS) Só queria tirar a dúvida quanto à questão dos 80%. O inciso I, do art. 16, é muito claro. Ele indica onde é 80%. Diz lá: “80% na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal”. Quer dizer, toda área que está na Amazônia Legal está dentro dos 80%. Agora, é natural... Podemos fazer um indicativo dos 50% para efeito de recomposição do passivo. No futuro, se não for votada a 2.166, babau, acabou! Tem que ser votada a 2.166. Por isso, estamos pedindo... Sei que o Senador Jayme Campos é um grande defensor disso, assim como os Deputados Federais Homero Pereira e Eliene Lima são. Pedimos a Vossas Excelências que forcem a colocação dessa matéria na pauta para voltarmos os 50% para o futuro. Porque só o passado é bom. O Zoneamento resolve, mas, o futuro só a votação da 2.166 resolverá. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Esse assunto é o mapa, que está sendo construído, da flexibilização. E o Secretário Yênes Magalhães, que está aqui conosco, nos garantiu que na semana que vem começaremos a apreciá-lo. Está certo? Para tirar dúvidas, ouviremos, agora, o representante do Ministério do Meio Ambiente, que é de Sinop, nosso Embaixador do Ministério do Meio Ambiente, Sr. Roberto Vizentin. Antes, porém, com a palavra, para uma questão de Ordem, o Deputado Pedro Satélite. O SR. PEDRO SATÉLITE - Bom-dia a todos! O Deputado Airton Português, o Deputado Nilson Santos, o Deputado Antonio Brito e eu, cederemos o nosso tempo porque entendemos que é importante o Senador falar, mas, também, entendemos que é muito importante ouvi-los. Então, o nosso tempo, os três minutos, Sr. Presidente, estamos cedendo. Muito obrigado! (PALMAS)

Pág. 25 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos os ilustres Deputados que estão abrindo mão de suas inscrições. Registramos, também, a presença do Exmº Deputado Federal Carlos Bezerra (PALMAS). Com a palavra, o Sr. Roberto Vizentin. O SR. ROBERTO VIZENTIN - Deputado Dilceu Dal Bosco; Sr. Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva; Deputado Alexandre Cesar. Seguindo orientação do Presidente desta Audiência Pública, quero transmitir a todos uma saudação muito respeitosa. Quero saudar, também, as populações dos vários municípios que comparecem a esta Audiência Pública. Serei, absolutamente, breve! Farei, apenas, um reconhecimento, um esclarecimento e deixar uma mensagem. O reconhecimento é em relação ao trabalho que está sendo feito pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, que conduz essas Audiências Públicas em todas as regiões, num diálogo estreito com o Governo do Estado, com o Secretário de Planejamento, Sr. Yênes Magalhães, que dará continuidade à fase final de aprovação do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso. Indiscutivelmente, como tem sido testemunhado, o que ocorre no Estado de Mato Grosso é, certamente, o maior processo participativo de envolvimento da população na discussão de um projeto de lei. Então, Mato Grosso, também, abre caminho e dá exemplo para outros Estados de como é possível e deve ser feita uma discussão aberta com a população a respeito dos interesses gerais do Estado. Esse reconhecimento feito, o esclarecimento que quero fazer é testemunhar que a interpretação dada pelo Deputado Riva, pelo Deputado Dilceu Dal Bosco, assim como pelo Relator, que se manifestou e em outras ocasiões, está absolutamente correto. O que o Zoneamento pode fazer é, exatamente, o que está estabelecido no Código Florestal: indicar que para fins de recomposição, ou seja, naquelas áreas que já foram desmatadas, a redução do percentual da reserva legal, assim como - atenção -, o aumento desse percentual, dada uma determinada situação, por exemplo, para conservação da água, dos recursos hídricos, pela importância daquele ambiente, a proteção pode ser maior do que os próprios 80%. Concretamente, aqui, no Estado de Mato Grosso, todos nós reconhecemos pelo processo histórico de ocupação, por haver muitas áreas antigas, de há muito tempo e etc., que o Zoneamento pode e deve fazer a indicação da redução da reserva legal para fins de recomposição nas áreas cobertas por floresta, de acordo com estudos técnicos. Nós, do Meio Ambiente, da Comissão Coordenadora do Zoneamento Socioeconômico, estamos apoiando esse procedimento e não vamos nos furtar a prestar a devida cooperação técnica para que isso seja feito de acordo com o que está na lei, de acordo com o que está estabelecido nas regras, nas diretrizes metodológicas do Zoneamento Socioeconômico Ecológico. E digo mais, para concluir: esse procedimento não precisa esperar nenhuma mudança no Código Florestal, como querem alguns. Embora, possivelmente, seja esse o nosso caso, não entendemos e nem defendemos essa mudança em relação à reserva legal na Amazônia. Mas o Zoneamento permite que seja feito agora, nesse processo, esse ajuste.

Pág. 26 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Então, para que esperar e utilizar o Zoneamento para fazer uma campanha em função da mudança do Código Florestal? Vamos resolver o nosso problema! Está nas mãos da população, dos técnicos da Assembleia Legislativa, dos técnicos da SEPLAN, dos técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e dos Parlamentares essa possibilidade. Por fim, gostaria de deixar uma mensagem, que é a seguinte: tem sido muito importante, Deputados, a discussão nas Audiências Públicas, nos Seminários; a discussão das diretrizes, os ajustes e os devidos acertos que estão sendo feitos no Zoneamento. O mais importante que isso, inclusive, é aproveitar a discussão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico para se consolidar um projeto de desenvolvimento para o agora e para o futuro do Estado de Mato Grosso. Todos nós sabemos que Mato Grosso é um Estado imenso. Tem passivo? Tem passivo! Mas tem muito ativo, muita riqueza, muitas florestas, muitos recursos naturais. O nosso País tem a maior reserva de água. Cuidar dos ativos, desse capital, é tão importante quanto recuperar o passivo ambiental e o Zoneamento nos permite essas duas coisas. Então, precisamos entender que o Zoneamento representa essa possibilidade: afirmar, de forma participativa, um espaço à população que vive neste Estado. Um Estado tão grande tem que reconhecer o lugar e o papel da agricultura familiar, dos povos indígenas, dos assentamentos de reforma agrária, dos extrativistas, que, ainda, vivem nos confins deste Estado e o importante papel que a produção de grãos e a pecuária têm para o País, produzindo commodities para exportação e segurando a balança comercial. Essa é a visão que o Governo Federal tem de Mato Grosso, do seu potencial, do seu futuro. É com essa posição que o Ministério do Meio Ambiente compartilha e se alinha. É com essa leitura e com essa visão de compromisso que temos comparecido a todas as Audiências Públicas reafirmando e testemunhando que poderemos ter em Mato Grosso o melhor e o maior Zoneamento aprovado neste País, se os Deputados, como têm demonstrado ter capacidade de diálogo e de entendimento, recolherem as reivindicações da população e se manterem dentro do que está previsto na legislação federal. Assim, teremos em Mato Grosso um Zoneamento que vai, de uma vez por todas, alinhar as políticas do Governo Federal às estratégias das várias regiões do Estado, para fazer deste Estado um Estado que tenha a maior produção do país, também, com a maior proteção do meio ambiente. Proteção ambiental e produção, um depende do outro. O Zoneamento é essa ponte. E queremos aprovar no Zoneamento do Estado de Mato Grosso um exemplo para os demais estados da Amazônia e do Brasil. Então, muito obrigado, Deputado Dilceu Dal Bosco! Parabéns pela condução que a Assembleia Legislativa está dando nesse processo! Parabéns a sociedade mato-grossense que tem, de forma civilizada e democrática, participado dos debates. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos ao nosso querido amigo, embaixador do Mato Grosso no Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin. Convidamos para fazer parte da mesa de honra o Dr. Anderson Candiotto, Juiz de Direito da Comarca de Marcelândia. Registramos e agradecemos a presença: do Sr. Silvano Ferreira do Amaral, Secretário Municipal de Finanças; dos Vereadores Jocimar Santana Silva, Rogério Lima e Antônio Alves da Costa, o Tota, da cidade de Feliz Natal; do Sr. João, Presidente da Associação dos Madeireiros de Cláudia; João do Carmo Cerqueira, Secretário Municipal de Agricultura de Marcelândia; Pastor Laurindo, Vereador de Feliz Natal; Naldo, Vereador de Cláudia; Josué Pereira Pinto, popular Chapéu, Vereador de União do Sul; Vereador Chixa, de União do Sul.

Pág. 27 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Ouviremos agora, pelas inscrições, representando o Assentamento Terezinha II, o Sr. Luiz Lula da Silva. O SR. LUIZ LULA DA SILVA - Em nome do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, cumprimento todos os presentes. Estou aqui representando o Assentamento Terezinha II e queremos, já que estão presentes, aqui, todas as autoridades... No nosso Assentamento, há mais de 10 anos, não levam uma só cesta básica para lá. Hoje, temos em caixa da Associação a média de mais de um milhão que diz que é dinheiro da casa própria. Srs. Deputados, é a mesma coisa ter mais de um milhão do dinheiro com cascalhamento; é a mesma coisa de você vender uma vaca num açougue, contar com aquele dinheiro, chegar lá e o cara diz que não vai lhe pagar. Está igual o dinheiro nas associações. Antes, diziam que era a LAU, agora dizem que é o tal do TAC. Será que os Deputados não podem ir até o INCRA, até o IBAMA e ver isso? O IBAMA, hoje, joga para o INCRA; o INCRA joga para o IBAMA. O nosso Prefeito Chiquinho já está de canela fina, procurando ver se resolve isso. Então, o que é que temos que fazer, já que estamos aqui presentes? Porque a situação nossa, há mais de dez anos... Será que tem outro assentamento igual o nosso, que até hoje não foi nenhuma cesta básica para lá? Até hoje o INCRA não mandou uma cesta básica! O INCRA vai lá como se fosse época de natal! Uma vez ao ano! Então, o INCRA só vai lá uma vez por ano. “Estamos voltando!”. Voltando para onde? Para a casa deles? Para Cuiabá? Então, estamos numa situação assim: O povo lá tem mais medo do IBAMA do que da polícia. Eu acho que o IBAMA tem que criar uma linha para quando chegar lá saber o que vai fazer. Antes o INCRA dizia que tomava a nossa terra se não trabalhássemos. Agora, diz que toma se trabalharmos. Se você derrubar, vai o IBAMA e multa, faz aquilo e acolá. Então, agora, o que queremos é uma posição, porque estou representando lá o assentamento; queremos que os nossos Deputados cheguem até o INCRA e ao IBAMA e vejam uma posição. Nunca vi tanta autoridade como estou vendo hoje! Eu quero pedir ao Senador Jayme Campos que leve o meu abraço ao meu amigo Senador Valdir Raupp, lá de Rondônia, quando o ver pelos corredores. Quero concluir...(TEMPO ESGOTADO). O SR. LUIZ LULA DA SILVA - Eu sou o representante de todo o povo dali. Eu quero que os senhores olhem se tem um assentamento, com mais de dez anos, sem receber nenhuma cesta básica pelo INCRA. No mais, muito obrigado a todos que estão presentes! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos ao Sr. Luiz Lula da Silva. Recebi uma informação, aqui, do ilustre Deputado Ademir Brunetto, Sr. Luiz Lula, dizendo que no dia 10 terá uma grande reunião com o IBAMA, SEMA, INCRA e será assinado o tão sonhado TAC - Termo de Ajuste de Conduta dos assentamentos para a questão de liberação de créditos principalmente. Um abraço ao senhor e muito obrigado pela contribuição!

Pág. 28 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Agradecemos a presença do Presidente do Sindicato Rural de Nova Canaã do Norte, Sr. Mário Wolf; do Sr. Nilson Ribeiro, Presidente da CDL de Sinop; de todos os produtores rurais de Itaúba, Santa Carmem, Vera, Feliz Natal, União do Sul, Sinop, Marcelândia, de toda essa região de Planejamento 12. Ouviremos agora o querido Padre Luiz Carli, de Cláudia. O SR. LUIZ CARLI - Bom-dia a todos os presentes! Em nome do Prefeito de Cláudia, Sr. Vilmar Giachini, saúdo a mesa! Quero também dar a minha contribuição neste momento tão importante para a história de Mato Grosso quando se fala de Zoneamento. Sou Padre há quase vinte e um anos e sempre trabalhei, aqui, na região Norte de Mato Grosso; acompanhei desde muito tempo a atividade madeireira, agrícola e agropecuária. Estou aqui como cidadão claudiense, também, mato-grossense e líder local, pároco da Igreja Católica de Cláudia, incluindo também União do Sul. Quem me conhece sabe da minha visão, da minha opinião e da minha prática sobre a preservação do meio ambiente. Desde 1990, durante os quinze anos que estive como pároco da cidade de Vera, defendi a ideia e abracei a causa de que, hoje, se chama manejo sustentável. Na época, talvez, tínhamos outras linguagens, mas a ideia prática era essa. Então, não é de hoje que estou acompanhando esse trabalho. Como cidadão e como Padre, sou defensor do meio ambiente, mas não de modo radical, de dar mais privilégio aos animais e as plantas do que ao ser humano. (PALMAS). Muito obrigado. É importante olharmos o ser humano, em primeiro lugar, como administrador, e temos que nos colocar como administradores e saber usar o meio ambiente, mas sempre em favor da vida e em favor de todas as pessoas. Quero me dirigir de modo especial ao que chamamos e ao que nos preocupa muito em Cláudia e na região: o Parque das Castanheiras, assim chamado como região de conservação do meio ambiente. Não somos contra que se crie espaço para isso, mas, olhando como está sendo feito esse espaço, colocado assim para nós, se criar assim como está, vai nos criar muitos problemas, sobretudo para o município de Cláudia, que tem metade da sua extensão territorial incluída nesse Parque das Castanheiras. Vamos olhar também para aquelas pessoas que moram nessa região que serão diretamente prejudicadas, como também o município de Cláudia, que perderá sua renda, porque muitas situações serão mudadas. Não podemos engessar, travar o progresso em nome da defesa do meio ambiente. Eu acho que existe um meio termo, existe um bom senso onde podemos olhar e rever essa questão. Sei que no Seminário debateu sobre isso e já colocou como assunto, pelo menos não aceito da maneira como estava sendo colocado... (TEMPO ESGOTADO) Quero considerar também todos os argumentos que aqui já foram colocados e que ainda serão colocados sobre o Zoneamento como um todo, mas de modo especial sobre o Parque das Castanheiras, que nos atinge diretamente, porque, nos termos que foi proposto, eu, como Pároco de Cláudia, como cidadão, me coloco contra e eu acho que é a opinião da maioria. Muito obrigado. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Padre Luiz Carli. Agradecemos também a presença de representantes, juntamente com o Prefeito Nilson, e Gaúcha do Norte; agradecemos todas as etnias do Parque Indígena do Xingu; a presença do

Pág. 29 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Assentamento entre Rios, de Nova Ubiratã; dos funcionários da Prefeitura Municipal de Sinop; dos assentados do Assentamento Terezina II, de Nova Ubiratã; e a presença da etnia Kamaiurá. Ouviremos o Prefeito de Santa Carmem Alessandro Nicoli. Antes, Prefeito, gostaria de convidar para fazer parte da Mesa, o Vice-Prefeito de Nova Canaã, Antônio Luiz César de Castro, Luizão. O SR. ALESSANDRO NICOLI - Bom-dia a todos! Estou aqui como representante do município de Santa Carmem. Além de Prefeito, sou produtor rural também e estou juntos com vocês nessa briga. Na pessoa do Deputado Dilceu Dal Bosco, gostaria de cumprimentar todos os que aqui estão. Começo o meu discurso falando sobre esse dizer aqui: “Zoneamento Ecológico, sim. Porém, adequado.” Esta é uma frase que criamos em Santa Carmem que diz tudo. Nós somos a favor do Zoneamento, porém, adequado. Não aceitamos a proposta que veio apresentada anteriormente pelo Governo do Estado! Fizemos várias reuniões, várias audiências públicas no nosso município e criamos, então, uma proposta de responsabilidade com o meio ambiente e responsabilidade com o social, enfim, com a nossa região num todo, para dizer o melhor para vocês. Estamos há trinta e dois quilômetros do eixo da BR-163, porém, Santa Carmem não admite estar fora Zona 1. Temos que estar inseridos na Zona 1. Trouxemos a prova disso aqui, trouxemos o maior pé de soja já produzido no mundo, não só do Brasil ou de Mato Grosso. Esse pé de soja tem aproximadamente dez mil quatrocentos e vinte e uma várzeas contadas - é o maior pé de soja já produzido. Ou seja, não admitimos que num lugar onde se tem clima, terra e tudo favorável para se produzir alimento e desenvolvimento seja feito outra atividade a não ser plantar soja, milho, arroz e produzir carne. Então, o meu recado é bem claro - estou aqui como representante - e está nas mãos dos senhores Deputados. Nós já fizemos a nossa proposta, já protocolamos com o pessoal de Vossas Excelências ali na mesa e agora vamos aguardar o apoio de Vossas Excelências. O Deputado Dilceu Dal Bosco conhece, assim como outros Deputados também a nossa região, as nossas dificuldades, ou seja, estamos só no aguardo de Vossas Excelências para nos dar esse grande apoio, que com certeza vão dar, e vamos sair todo mundo de bem nessa. O que eu tenho a dizer aos amigos e companheiros indígenas é que jamais pensamos algum dia em invadir o parque deles, muito menos estar lá criticando alguma coisa. Porém, peço que eles respeitem a nossa região, porque nós também somos seres humanos, sabemos da responsabilidade que temos, porque temos filhos, temos criança, vamos ter netos e queremos ver o meio ambiente sempre do jeito que está. Então, tranquilizo os companheiros que estavam juntos nos encontro e dizer que jamais vamos nos meter no parque deles. Porém, queremos que eles também nos respeitem no nosso lugar. Muito obrigado, em nome de Santa Carmem e dos companheiros que aqui estão. Um abraço para todos vocês. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Obrigado, Prefeito Alessandro Nicoli. Parabéns pela população que veio até esta audiência, liderada por Vossa Excelência. Parabéns pela frase: “Zoneamento Ecológico, sim. Porém, adequado.” Essa é a proposta também da Assembleia Legislativa.

Pág. 30 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Nós queremos avisar novamente que a nossa assessoria está à esquerda fazendo o protocolo das documentações, caso alguém queira entregar à Comissão Especial do Zoneamento. Um aviso também do Sindicato Rural de Sinop a todos os produtores que se fazem presentes. Hoje, às 15:30 horas, no Sindicato Rural, haverá uma palestra com o ilustre Deputado Federal Homero Pereira falando do Zoneamento, da questão ambiental, e do Código Florestal Brasileiro. Portanto, não esqueçam, às 15:30 horas. Agradecemos a presença do Vereador de União do Sul, Alcino Nunes; do Olímpio Novais, Secretário Municipal de Obras de Infraestrutura de Marcelândia; e do Programa Rancho Brasil de Sinop. Agora ouviremos o Presidente da FAMATO, Rui Prado. O SR. RUI PRADO - Bom-dia a todos! Eu gostaria de saudar a todos os Presidentes de Sindicatos Rurais que estão conosco, todos os produtores rurais, os movimentos sociais, os nossos indígenas e as nossas autoridades. Eu gostaria de dizer neste momento que quando tratamos de meio ambiente temos que fazer algumas reflexões. A primeira reflexão que eu gostaria de fazer é que quando se trata de meio ambiente todos estamos inseridos nele. Ou seja, não importa se eu sou um pequeno produtor rural, se eu sou um médio, se eu sou um grande, se eu sou uma pessoa que vive da produção rural, se eu sou índio, se eu sou um assentado. Todos nós estamos inseridos e todos nós precisamos do meio ambiente. E o que estamos discutindo aqui é justamente o ordenamento da ocupação territorial do Estado de Mato Grosso, como vamos ocupar este território. Porém, nós já ocupamos este território. E aí eu quero destacar um número que não pode fugir da cabeça de nenhum de nós que estamos aqui. Mato Grosso, Deputado Riva, Vossa Excelência sabe muito bem disso, tem 63,3% da sua vegetação intacta, seja na forma de floresta, na forma de cerrado, ou de campo. Então, nós, Estado de Mato Grosso, estamos preservando mais de 63% das nossas florestas e, mesmo assim, somos o maior produtor de grãos do Brasil. (O DEPUTADO RIVA REASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 11:37 HORAS.) O SR. RUI PRADO - Este ano, agora, em 2009, nós superamos o Estado do Paraná. Eu sei que muita gente veio do Paraná para cá. Mas, hoje, o Estado de Mato Grosso é o Estado que mais produz grãos no Brasil; é o Estado que mais produz fibras no Brasil - e aí estou falando do algodão -; e também é o Estado brasileiro que tem o maior rebanho bovino do Brasil, em termos de 25 milhões a 26 milhões de cabeças. Portanto, minha gente, é lógico que nós queremos e que nós precisamos preservar este Estado do ponto de vista ambiental, e é lógico, também, que queremos e precisamos continuar produzindo neste Estado. Vimos, esta semana, aquela artista, Deputado Homero Pereira, a Christiane Torloni, entregando um documento ao Presidente da República, com mais de um milhão de assinaturas a favor da preservação da Amazônia. Nós também queremos assiná-lo. Só tem uma diferença, minha gente, aquelas pessoas que assinaram aquele documento, na sua grande maioria, são pessoas que só assinaram aquele documento - e isso é importante -; mas nós aqui, todos nós aqui, os nossos amigos-irmãos índios, os assentados, os produtores rurais, os políticos, nós, além de nos propormos a assinar qualquer documento que venha a proteger a natureza, estamos aqui protegendo a natureza!

Pág. 31 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. E vou dizer mais alguns números para os senhores. Já existe, Deputado Riva, mais de 20.000 hectares de APPs recuperadas no Estado de Mato Grosso. Estou dizendo do setor da cana, estou dizendo do setor da soja, estou dizendo do setor do algodão, e o setor da pecuária agora também já se inseriu nisso daí. Existem iniciativas lá no Vale do Araguaia já com árvores plantadas à beira dos rios. Isso quer dizer o quê? Que, quando os nossos irmãos índios vêm aqui reivindicar para nós cuidarmos das nascentes dos rios que formam o Xingu, nós já estamos cuidando! É lógico que de uma maneira pequena ainda, mas nós já temos essa consciência de cuidado com o meio ambiente e temos a consciência de que estamos juntos nesse barco do meio ambiente e da produção! Agora, nós temos que superar alguns problemas. E aí eu me remeto aqui ao Zoneamento Socioeconômico Ecológico, Deputados Riva e Dilceu Dal Bosco. Nós precisamos fazer com que as áreas em que se produz, ou seja, aquelas áreas que ofertam alimentos para nós, bem como geram renda e emprego, essas áreas têm que estar todas consolidadas, Deputado Alexandre Cesar, todas essas áreas que estão produzindo alimentos, Deputado Riva. Elas têm que fazer parte do mapa de flexibilização da Assembleia Legislativa. Tem que fazer parte! (TEMPO ESGOTADO) Solicito só mais um minuto, para concluir. Obrigado. Infelizmente, gente, eu entendo que é o cronograma das coisas. Nós da FAMATO e dos sindicatos rurais não vimos o mapa ainda, Deputado, mas temos uma contribuição para a Assembleia Legislativa: nós já temos um mapa também, se é que dá para chamar assim, de flexibilização de tamanho de reserva legal. Então queremos contribuir com esse processo. Queremos que a Assembleia Legislativa, logicamente, coloque esse mapa o mais breve possível para que nós que estamos no Estado de Mato Grosso tenhamos a certeza de que continuaremos produzindo e de que continuaremos a respeitar o meio ambiente. Eu queria também aproveitar aqui a Audiência Pública do Zoneamento Socioeconômico Ecológico para chamar a atenção do Deputado Federal Homero Pereira, que tem feito um grande trabalho em Brasília, do Deputado Federal Eliene Lima, que também tem feito um grande trabalho e nós acompanhamos, e do Senador Jayme Campos, que parece que não está mais aqui: nós precisamos, urgentemente, mudar a legislação federal no tocante a reserva legal! Gente, da maneira como está posta a reserva legal hoje no Brasil... Primeiro, só no Brasil existe reserva legal. Segundo... (TEMPO ESGOTADO.) Solicito mais trinta segundos para terminar. O SR. PRESIDENTE (RIVA) - Eu peço apenas que conclua. O SR. RUI PRADO - Segundo, não tem cunho ambiental essa ideia de reserva legal. Isso tem cunho ideológico, quando foi editada a Medida Provisória nº 2.166. Então, Deputados Federais Homero Pereira e Eliene Lima e Senador Jayme Campos, eu peço que revejam o conceito de reserva legal e façam uma reserva ambiental. Aí o Estado de Mato Grosso tem a sua reserva que é mais de 63% da vegetação nativa. Gente, muito obrigado e vamos discutir esse problema com muita seriedade e muita tranquilidade. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (RIVA) - Agradeço ao Rui Prado, da FAMATO. Convidamos para usar a palavra o Sr. Arnóbil Andrade Vieira, produtor rural de Marcelândia (PALMAS). O SR. ARNÓBIL ANDRADE VIEIRA - Senhores da mesa, produtores, senhoras, ouvimos atentamente vários pronunciamentos, entretanto um nos marcou sobremaneira. Foi quando o Presidente da Assembleia Legislativa declarou, em alto e bom tom, que a mais alta Casa de Leis

Pág. 32 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. deste Estado preparará um projeto substitutivo ao monstrengo que foi encaminhado àquela Casa pelo Governo do Estado. Nós esperamos, Sr. Presidente, que o que nós solicitamos de Vossa Excelência em Marcelândia, quando mais de cinco mil pessoas compareceram a um encontro com Vossa Excelência e com o Deputado Nilson Santos... Nós solicitamos a Vossa Excelência, encarecidamente, que fosse feita uma proposta alternativa, porque a proposta do Governo estava eivada de erros, cheia de equívocos, porque o Governo do Estado, tão zeloso e operoso, baseou-se, infelizmente, num mapa da década de 70. Segundo o mapa apresentado à Assembleia Legislativa, Marcelândia, a sede do nosso Município, postava como floresta. Não foi preservado e nem observado o mínimo detalhe da cautela. Entendemos que a proposta do Governo do Estado conseguiu unanimidade: conseguiu desagradar todos! Mas nós esperamos e confiamos que os nobres Deputados de Mato Grosso não se curvarão à precipitação e ao radicalismo de alguns ambientalistas. Cabe à Assembleia Legislativa discutir e aprovar as nossas leis. E se os Srs. Deputados curvarem a coluna diante das imposições, nós teremos que contratar uma equipe de médicos para consertar a espinha dorsal de Mato Grosso (PALMAS). Se isso acontecer, certamente, ocorrerá em Mato Grosso um fato inédito: o nosso Estado ficará tão fragilizado, tão apequenado, que, nas próximas eleições de 2010, não elegeremos um Governador do Estado, nós nos reuniremos para eleger, em assembleia, um síndico da grande massa falida em que será transformado o nosso Estado (PALMAS). Temos fé de que, quando o Governador Blairo Maggi e sua comitiva chegarem à Noruega para apresentar a nossa proposta do Zoneamento, ele poderá cumprimentar sua Majestade, a Rainha Margarida II e o seu filho, o Príncipe... (TEMPO ESGOTADO)... E lhes dizer, olhos nos olhos, que Mato Grosso tem condições de abastecer as cozinhas de mundo. A classe ruralista não é composta por vigaristas. A classe ruralista é composta por homens trabalhadores e mulheres laboriosas. Fica aqui o apelo de Marcelândia, o apelo da nossa região, para que prevaleça o bom senso, e que as picuinhas e os exageros do radicalismo sejam mandados para o ralo da história, como esse mapa arcaico que querem nos impulsionar para o abismo. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (RIVA) - Agradeço o Sr. Arnóbio, assim como agradeço todo o povo de Marcelândia que nos recebeu muito bem lá. Convido para fazer uso da palavra, o Sr. Élvio Zanine, um dos fundadores de Sinop. O SR. ÉLVIO ZANINE - Senhoras e senhores, nossos representantes e cidadãos desta nossa querida Sinop e Nortão do Estado de Mato Grosso e do Brasil. Em primeiro lugar, eu quero contar um pouquinho da história da nossa família, que no ano de 1954 o velho meu pai, que mora aqui em Sinop, requereu, no Município de Erechim... O Estado de Mato Grosso tinha as corretoras para fazer a venda do quê? Só tinha um produto para ser vendido: Terra, terra, área. E o meu pai requereu, em 1954, uma área no Município de Barra do Garças. Eu tinha seis anos, e me lembro que o acompanhava, fui a diversas viagens a Erechim. Na época, a nossa família já pensava... O velho meu pai, como tinha sete, oito filhos, já naquela época, saímos do Rio Grande do Sul, em 1958, e aportamos em Santa Catariana. E sempre com a ideia de vir para este dito Estado. Em 1974 fomos para a dita Barra do Garças. Mas

Pág. 33 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. não conseguimos chegar até a região de Santa Terezinha, onde era a dita terra requerida, e que foi publicada no Diário Oficial de 1954. A nossa família tem esse Diário Oficial guardado até hoje. Então, o que acontece? Em 74, fomos para Barra do Garças e não conseguimos chegar à terra devido a problema, não havia estrada. E na viagem encontramos um corretor que vendia terra, aqui, para a Ênio Pepino Colonizadora. Aí me interessou e escrevi para Maringá. Em 76, nós viemos conhecer a dita e falada Sinop, terra ruim, fraca, um deserto verde. Como eu tinha irmãos que eram técnicos agrícolas, veio um em 78, que inclusive ganhou uma medalha, em 1981, de produtor modelo, do Presidente Figueiredo; na época, fomos convidados para integrar este território. E, hoje, estamos aí. Constituímos família... Eu já vim casado de lá. Hoje, eu já tenho netos. Nós estamos aqui para dizer que isto aqui é a nossa casa. Não viemos aqui para destruir, mas para conservar, progredir, para desenvolver. Só que estamos sendo tachados de incompetentes, de destruidores. A verdade é a seguinte: O que fez desmatar mais... (TEMPO ESGOTADO)... Um minuto. O maior cúmplice do desmatamento aqui se chama petróleo, muito caro. Então, ninguém pode recuperar área degradada, porque a logística é cara. Para nós mandarmos um produto para o porto, pagamos 14, 15 reais a saca, fica inviabilizada. No Paraná, um sujeito que tem uma lavoura de cem hectares, ele consegue pagar por uma máquina. Agora, aqui, nem com mil hectares. Só se for plantar outra atividade, porque nos cem hectares ele não consegue pagar a prestação de uma máquina, ou algum outro custeio, ou coisa e tal. Então, tem que estudar, porque o combustível tem muita taxa e impostos que incidem no mesmo. Isso tem que ser retirado. Para começar, com o ICMS do Estado em cima do óleo diesel, a CIDE e outros impostos que incidem em cima do petróleo, porque o petróleo nunca foi mais do que trinta centavos de dólares aqui na região, principalmente o diesel. Então, eu quero... A minha idéia é que seja reavaliado esse problema do... (TEMPO ESGOTADO) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Mais um minuto para conclusão, Zanine. O SR. ÉLVIO ZANINE - Acontece o seguinte, se você tem pouca área aberta, você tem que abrir mais para fazer face a cumprir seus compromissos. No entanto, comparando com o agricultor do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, com 20% da área ele cumpre os seus compromissos para pagar as prestações daquilo que ele adquire. Eu acho que isso aí deve ser analisado. Nós não temos condições de trabalhar dessa forma, porque o custo é muito alto. Não temos margem de lucro! É que nem o Sr. Arnóbio falou, e eu o conheço há muitos anos. Ele falou a verdade! Isso aqui vai ser uma calamidade! Eu sei por que temos um banco, representamos um banco de uma multinacional, de máquinas, e todos renegociaram. A dívida vai se alongar até 2018. É impagável! Então, nós vamos ter que ver o que é que vai acontecer com isso aí. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Sr. Élvio Zanine. Também queremos justificar a ausência do Senador Gilberto Goellner, que me ligou agora há pouco. Por conta da sua agenda, não se fez presente, mas está junto nessa luta do

Pág. 34 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Zoneamento e estará junto quando da necessidade de aprovação no Conselho Nacional do Zoneamento. Eu gostaria de fazer um pedido, um apelo a todos que se inscreveram, aqueles que já se sentiram contemplados com as falas anteriores, que nos avisassem e avisassem a nossa Assessoria para retirarem o nome. Nós ainda temos 40 inscrições. Aqui, por exemplo, eu quero já agradecer e justificar, o Prefeito Antônio Domingos Debastiani já abriu mão da sua fala; o Prefeito Moacir Giacomelli também, em função do adiantado da hora e o número de inscrições; também o Prefeito de Cláudia, Vilmar Giachini. Agradecemos aos senhores que estão aqui desde quinta-feira fazendo um belíssimo trabalho com os representantes dos seus municípios. Com a palavra, o ilustre Deputado Federal Eliene Lima. O SR. ELIENE LIMA - Boa-tarde a todos e a todas! Quero saudar a Assembleia Legislativa, na pessoa do seu Presidente, Deputado Riva. Na pessoa do Deputado Riva e do nosso Presidente da Comissão Especial do Zoneamento, Deputado Dilceu Dal Bosco, saúdo toda a Assembleia Legislativa. Quero saudar todos os Prefeitos dos Municípios de Sinop, Santa Carmem, Vera, Feliz Natal, Cláudia, Nova Ubiratã, Itaúba, Marcelândia, União do Sul, Nova Canaã do Norte, Gaúcha do Norte, na pessoa do Sr. Raimundo Zanon, Prefeito de Itaúba. Cumprimentar os Vice-Prefeitos aqui presentes na pessoa do Gilmar, do Município de Cláudia; todos os vereadores, nas pessoas do Gilson de Oliveira e do Remídio, de Sinop. Cumprimentar todos os participantes; o povo indígena, o pequeno produtor, o assentado, o médio produtor, o grande produtor e as ONGs que estão aqui participando. Quero dizer que é muito importante a realização dessas Audiências Públicas nos polos do Estado de Mato Grosso. Porque não participam, apenas, as pessoas que estão aqui. Temos, através da TV Assembleia Legislativa, de outros canais de televisão, milhares de pessoas socializando, acompanhando e compreendendo este debate. Temos, sim, na condição de Parlamentar Federal, participado de quase todas as Audiências. Estive em quase todas e estou aqui, na décima terceira Audiência Pública, para que possamos, realmente, formatar a ideia do que é o sentimento de cada região de Mato Grosso e defender, junto ao Ministério do Meio Ambiente, ao CONAMA, quando o Zoneamento for aprovado na Assembleia Legislativa e a Bancada Federal, também, participar do seu fechamento em Brasília. Mato Grosso tem sido extremamente desrespeitado! Temos um setor produtivo forte. Está aqui presente o nosso Presidente da FAMATO, Sr. Rui Prado. É um absurdo o desrespeito que o Ministro Carlos Minc teve, há uma semana, chamando os produtores de vigaristas. Ora, gente, que moral ele tem, que defende, inclusive, o uso, a legalização, da maconha no Rio de Janeiro, para chamar o setor produtivo de vigarista? (PALMAS) Ele é muito mais vigarista do que o setor produtivo de grande, de médio e de pequena escala do nosso povo indígena. Eu não admito isso! Inclusive, Sr. Rui Prado, juntamente com alguns Deputados Federais do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná - estava lá o Deputado Federal Homero Pereira - cobrei uma posição do Ministro José Múcio com relação ao desrespeito, na mídia nacional, com o setor produtivo.

Pág. 35 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Outro desrespeito: há alguns meses o IBAMA nacional tinha que indicar um Superintendente para Mato Grosso. Trouxe um cidadão de Goiás que nem conhece o Estado de Mato Grosso. Ele esteve aqui! Não tenho nada contra ele; não conheço a sua capacidade; não sei qual é o entendimento que tem de Mato Grosso, mas, quero dizer que temos pessoa preparada. Ele vem de lá para cá, pega um grupo radical que fomenta essas operações, como Arco de Fogo; fomenta posições que atrapalham, inclusive, a tranquilidade do nosso povo. É, também, um desrespeito com o Estado de Mato Grosso nomear alguém de outro Estado para vir resolver os problemas ambientais do Estado de Mato Grosso. Quero me colocar à disposição! Inclusive, filiei-me à Frente Parlamentar por entender que o agronegócio é importante; que é a principal balança comercial do nosso Estado. Temos que nos preocupar com a preservação, sim! Temos que entender essa angústia do povo indígena, que foi alertado aqui pelo Megaron, pelo Marcelo, pelo Cacique Tabata. Temos que atender e buscar um meio termo para encontrarmos um equilíbrio e chegarmos a uma condição, porque Thomas Malthus alertou, em 1760, de que a humanidade acabaria por falta de alimento. Então, não é muito quanto à questão da produção de alimento em excesso, devastando, mas, que através... (TEMPO ESGOTADO)...da evolução técnica, científica, possamos propiciar o desenvolvimento, a vida com prazer, com dignidade, aos índios, aos pequenos e grandes produtores e aos que vivem na cidade. Então, deixo aqui o meu compromisso de acompanhar as Audiências Públicas e de trabalhar para sua aprovação para que Mato Grosso venha a ganhar. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Deputado Federal Eliene Lima. Com a palavra, o Prefeito de Gaúcha do Norte, que deixará o seu recado e terá que se ausentar, voltar a sua cidade, Sr. Nilson Alécio. O SR. NILSON ALÉSSIO - Senhoras e senhores! Cumprimento os Srs. Parlamentares pelo imenso e maravilhoso trabalho que estão realizando em prol do Estado de Mato Grosso na tramitação do Projeto de Lei do Zoneamento Socioeconômico Ecológico. Quero falar que o nosso Município tem 48% de reserva legar. Respeitamos cada limite da nossa reserva, mas, o nosso município é um celeiro rico em produção e precisamos produzir, trabalhar e que as nossas famílias sobrevivam em nossas regiões. Quero agradecer a todos e deixar os meus cumprimentos! Muito obrigado a todos! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Obrigado pela visita, pela presença, Sr. Nilson Alessio, Prefeito de Gaúcha do Norte. Também, agradecemos os Prefeitos de Itaúba, Sr. Raimundo Zanon, e ao Prefeito de União do Sul, Sr. Ildo, que cederam suas inscrições e serão representados pelo Prefeito de Adalberto Diamante, de Marcelândia, que fará uso da palavra neste momento. (PALMAS). O SR. ADALBERTO DIAMANTE - Vou seguir a recomendação do Presidente da Comissão e resumir os cumprimentos. Em primeiro lugar, cumprimento toda a comunidade indígena, em nome do grande Chefe Megaron; em nome do Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, quero cumprimentar todas as autoridades, como foi dito aqui há pouco.

Pág. 36 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Como os Prefeitos pediram que representasse alguns municípios e como Marcelândia faz parte do Grupo de Trabalho que está inserido nesta reunião, que está fazendo a discussão nesta Audiência Publica, em torno de quase dez municípios e cada Prefeito me cedeu cinco minutos, então, tenho mais de meia hora. Sr. Presidente. (PALMAS). Mas não será necessário. Eu quero falar também em nome do Prefeito Juarez Costa, de Sinop; do Prefeito Alessandro Nicoli, de Santa Carmem; do Prefeito Nilson Aléssio, de Gaúcha do Norte; do Prefeito Moacir Giacomelli, de Vera; do Prefeito Vilmar Giachini, de Cláudia; do Prefeito Raimundo Zanon, de Itaúba; do Prefeito Antônio Domingos Debastiani, de Feliz Natal; do Prefeito Osmar Rossetto, de Nova Ubiratã; do Prefeito Ildo de Medeiros, de União do Sul e em nome de Marcelândia. Quero, também, cumprimentar o Prefeito de Nova Canaã do Norte, que deve fazer parte de Alta Floresta, Luizão, que estava aqui presente. Quero fugir um pouco do assunto, mas, serei breve. Sei que em todas as discussões - e falo isto porque participo de quase todas as discussões, há mais de dez anos, inclusive, no Ministério do Meio Ambiente -... Desde essa época, presencio discussões, embates, pontos de vista, como, por exemplo: o manejo sustentável já é uma evidencia que ele é viável para a preservação e também na balança do sequestro de carbono; ele é rentável, mas, contudo, está sendo inviabilizado, dificultado. As hidroelétricas são criticadas, porque causam um impacto ambiental, porque causam naturalmente uma alteração na Fauna e na Flora no local de alagamento, mas produzem muito. As termelétricas, principalmente as que se baseiam na queima do combustível fóssil, nós já sabemos que também são altamente nocivas nesse contexto todo ambiental. A nuclear, não gostaria nem de falar... Assisti em um canal de tevê, desses canais news, uma matéria dizendo que a Europa está tentando provar ao mundo que a alternativa da energia nuclear é aquela menos nociva ambientalmente. Isso, eu assisti. E por quê? Por que eles só poderiam gerar energia através do princípio ativo nuclear? Então, eles defendem essa tese e já estão mostrando em canais para o mundo. Como também nós sabemos que tem sido inviabilizado um asfalto de uma rodovia importante, como a nossa BR-163, algumas outras e tantas outras. O biocombustível, que sabemos que não causa poluição, ou pelo menos 90% menos que o combustível fóssil. No entanto, já tem aquele que se contrapõe, têm as teses se contrapondo que o biocombustível poderá ocupar espaço de produzir alimentos. Ora, são tantos embates, tantos pontos de vista, que talvez estejam esperando que a Amazônia possa ser a solução para o problema do mundo. E lá no Rio de Janeiro, como já foi mencionado aqui, alguns artistas, a mídia, inclusive cobrindo totalmente, colheram um milhão de assinaturas para dificultar a regularização da Amazônia. Eu entendo o que eles não entendem. Eu entendo e falo aos Srs. Deputados, por isso, a atenção e a preocupação em como fazer e como votar o nosso Zoneamento. Aqueles que estão lá colhendo um milhão de assinaturas não sabem o que estão falando Eu moro aqui. Cheguei aqui há 29 anos. Aqui voam pássaros! E lá na terra deles, no Rio, voam besouros sem asas! Quem sabe o que é isso?

Pág. 37 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Então, quero colocar, em nome dos municípios, elaboramos, sim, propostas - e não vamos fazer aqui detalhamento técnico - e temos também, individualmente, o Zoneamento muito responsável, feito em Marcelândia, em parceria com o Instituto ICV. E aqui eu falo em nome dos Prefeitos de outros municípios que compuseram todo um seminário e um trabalho em função de discutir a melhor proposta. E a melhor proposta, além da que quero entregar aqui, cada Prefeito, também, estará entregando a sua e a proposta dos nove ou dez municípios em conjunto. E aí, analisando o ponto de vista e a preocupação de cada Prefeito que, por sua vez aqui representa também a preocupação da sua sociedade local, é que, Srs. Deputados da Assembleia Legislativa do Estado, Sr. Presidente da Comissão, Sr. Presidente da Assembleia Legislativa e demais Deputados Estaduais que estão aqui, a nossa proposta é que só aprovem o Zoneamento se for de forma a respeitar os direitos da sobrevivência, da subsistência e da sustentabilidade. Do contrário, não aprovem, porque não poderá ser aprovado para Mato Grosso. Mas, confio tanto nas palavras do Presidente da Comissão, do Presidente da Assembleia Legislativa e do Deputado Nilson Santos, que esteve lá presente na nossa consulta pública, que é uma responsabilidade muito grande que estamos depositando. Em nome dos Prefeitos, porque foram eles que recomendaram esse pedido, somente feito de forma consciente, elaborado como foi nesse estudo de dois dias aqui e mais um Zoneamento exemplo do que já fizemos em Marcelândia, e que dá, realmente, os subsídios verdadeiros para esta sustentabilidade, para que esse Zoneamento seja, sim, o maior passo, talvez, para Mato Grosso; até para a comunidade indígena; até para o produtor rural que fez a sua reclamação; e será até para o próprio Governador. Mas, esse grande passo fará com que cada um de nós esteja mais ainda feliz de viver aqui na Amazônia, onde voam pássaros. Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Nós também registramos e agradecemos a presença do Vereador Edivan Vieira Lima, de Marcelândia; da Secretária de Planejamento de Marcelândia, Srª Beth Vellini Campana, muito obrigado pela presença, que tem participado constantemente, esteve aqui direto acompanhando o nosso Zoneamento e o Zoneamento de vocês também. Queremos agradecer a toda imprensa, de forma muito especial: a imprensa de Sinop, a TV Cidade , da Rede TV ; a TV Centro América , Globo ; a TV Regional SBT ; a TV Capital , que é Record ; e a TV Band , pela cobertura do Seminário e da Audiência Pública. Também agradeço as emissoras de rádio: a Meridional AM ; a Band AM ; a FM Hits ; a FM Meridional ; a todos os sites e jornais impressos. Também agradeço a presença da TV Terra - SBT , de . Ouviremos agora o Sr. Zé Araújo, do Programa Rancho Brasil , que dispõe de três minutos. O SR. ZÉ ARAÚJO - Bom-dia meus companheiros! Nesta manhã sertaneja Peço que Deus te proteja Mandando muita saúde Peço que você mude Continue como é Com opinião coragem e fé Que nem os nossos pioneiros

Pág. 38 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Que aqui chegaram primeiro Lutaram com muito amor Derramaram o suor Eu juro que me comovo E se não fosse este povo Talvez nada existiria O seu pai, o seu avô Que desbravaram esta terra Hoje estão em pé de guerra Com quem nunca trabalhou Bem antes do sol sair Eu lhe convido pra vir Conhecer a realidade Tu que vive na cidade E só conhece a leitura Venha ver a vida dura Sentir o sol na paleta Mas não venha com caneta Pra dar ordem de prisão Venha com os pés no chão Pra sentir a terra lavrada Pegar no cabo da enxada Sentir o cheiro do suor De um povo trabalhador Que manda bóia pra ti Outro dia atrás eu vi Lá pras banda do sertão Pois passou um furacão Deixando tudo arrasado Com 2000 desempregados Sem fé e sem esperança E agora nossas crianças Deus do céu que triste sina Mas em Santa Catarina falou o Governador: “Aqui não patrão, você vai Prender ladrão. Não os meus trabalhadores.” Vamos voltar ao passado Que vieram sem uma pista Porque aqui não tinha nada Nem luz e nem estrada Na época da chuvarada A bóia vinha de avião Com enxada, foice e facão. Lutavam com alegria

Pág. 39 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Pois era o que pedia O João nosso Presidente Vamos lutar minha gente Pra não sermos derrotados Eles já estão alojados Até uma base prepararam Só que depois dispararam Com medo de um povo forte Que não ligavam pra morte Vindo do sul do País. Desculpe os versos que fiz Sou um simples repentista Mais chamar de vigarista Os pioneiros destemidos Ser tratado como bandido Com multa e até prisão Por dar alimentação Matando a fome alheia E vão parar na cadeia Vejam só que coisa séria Parece que a miséria É pra andar sempre na ponta E eles não se dão conta Ou não querem produzir Pra matar a fome do mundo A solução é aqui. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Muito bem! Agradecemos o Zé Araújo, um momento cultural, também mandando o seu recado, a sua mensagem. Muito obrigado. Agradecemos a presença da Rádio Nativa FM, de Cláudia; da TV Ambiental de Marcelândia; da Polícia Militar de Sinop; da Secretaria de Comunicação do Estado de Mato Grosso; da comunidade acadêmica da UNEMAT de Sinop; do Sr. Edézio Dalmolin, Xuxu, Vice-Presidente da Associação dos Produtores de Barreiro, de . Ouviremos agora o Presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan. O SR. ANTÔNIO GALVAN - Eu não sei se falo bom-dia ou se eu falo boa-tarde, Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente da Comissão... O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Enquanto não almoçamos ainda é bom-dia. O SR. ANTÔNIO GALVAN - Então, bom-dia, Deputados! Em nome do Deputado Federal Homero Pereira, quero cumprimentar a Mesa e, em nome do Presidente Rui Prado, cumprimento os demais presentes. Secretário Yênes Magalhães, Vossa Excelência já entendeu que esse Zoneamento não serve, e o senhor já conhece a nossa angústia, por isso, tomamos a liberdade, como entidade, e levamos a proposta para os nossos nove municípios da região para realmente fazermos o que é real.

Pág. 40 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Foi discutido, para esclarecer aos Srs. Deputados, Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva, como aconteceu lá em , levamos a proposta, senhor Relator, senhor Deputado, foi discutido com o poder público, foi discutido com a sociedade, todo mundo foi convidado e foi indicada uma proposta de Zoneamento pelos munícipes locais de cada município, inclusive o de Sinop, porque chamamos todas as entidades, que se fizeram presente, participando. Isso, sim, é Zoneamento, chamar as pessoas que são envolvidas no seu meio. Ficamos surpresos porque Marcelândia já estava com o deles pronto, está apresentando hoje, neste momento, e no final da minha fala faremos uma entrega simbólica aqui dos nossos projetos aos Deputados representantes para serem analisados, lidos e acatados, porque esse tem o respaldo popular realmente. Fico preocupado quando falaram novamente do mapa de flexibilização, Deputado Dilceu Dal Bosco. Falando com o Presidente da nossa entidade, a FAMATO, novamente parece que não vamos participar da elaboração desse mapa. Estamos preocupados, Deputado Alexandre Cesar... Compromisso firmado... Porque, de repente, enxergamos outra aberração apresentada aqui no Zoneamento. Por favor! Estamos aqui, como o Zanine falou, como o senhor Arnóbio, como tantas outras 2 pessoas de bem, quando temos ainda praticamente /3 do Estado intactos, com reservas naturais, sendo taxados até, como disse o nosso Ministro, de vigaristas, o que eu não me considero e acredito que a grande maioria, para não dizer 100%, porque no nosso meio também temos gente ruim, mas é muito pouco. Outra coisa que eu quero pedir encarecidamente, Deputado Dilceu Dal Bosco, Sr. Deputado Riva. Por favor, chega de multas. Estamos construindo um entendimento. Feliz Natal foi abarrotada de multa por AR novamente em poucos dias. Se estamos construindo um entendimento para fazer regularização, será que há a necessidade de continuar punindo, principalmente por um documento que não é expedido, e todo mundo sabe, que é a LAU. A LAU não sai, mas a multa vem. Então, por favor, temos que traçar esse entendimento. Eu queria também algum esclarecimento, porque nós fomos denunciados aqui, isso é uma Audiência Pública e deve ser esclarecido. Teve aqui um índio, não sei o nome delo, não me lembro, dizendo que não foram ouvidas nas salas delas. Então, eu gostaria de saber quem foi o mediador, porque eu acho que deve ter conivência do mediador, porque na nossa sala também houve a denúncia do Marcelo, mas lá todas as propostas que eles fizeram foram acatadas. Eu já pedi para o Marcelo, pedi para o povo que estava ontem na nossa casa, porque se houve alguma exaltação lá, principalmente discussão, não foi dirigida aos índios e, sim, aos ambientalistas que estão lá dentro com total radicalismo contra o nosso setor. De repente, os índios estão se fazendo de vítimas aqui, mas estão assessorados por gente branca dentro das aldeias, os ditos ambientalistas, que não vimos até hoje contribuir com um único centavo de arrecadação para o nosso Estado. (PALMAS) Tivemos uma denúncia recentemente em Feliz Natal, em nossa reunião, por um cacique de que o ISA esteve lá dentro proibindo o uso de motores para geração de energia e motores nos barcos. Não podem mais fazer uma derrubada sequer, porque vai poluir. Não sei no que esse povo ajuda aos índios, ou o que vocês estão enxergando, gente! Vocês têm que usar aquele solo para viverem melhor, sim. Vocês têm que explorar a madeira de vocês, porque aquelas áreas são de vocês.

Pág. 41 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Agora, querem aumentar parque para fazer o que, se não pode se utilizar? Vocês têm o direito! Vocês têm que usar aquilo para melhorar a vida de vocês, porque eles estão lá dentro revestidos de pele de cordeiro, mas são todos lobos, porque eles não deixam vocês utilizarem aquilo também. Então, não se admite expansão de reserva indígena, ou criação de novas reservas indígenas com a desculpa de que vocês precisam, porque é mentira! Cobrem o direito de vocês e utilizem aquilo que é de direito, porque eles não estão deixando vocês fazerem isso, Megaron. Vocês têm esse direito, gente! Cobrem esse direito! Façam esse favor. Vocês têm tudo isso. Não acreditem, porque não é verdade o que eles levam para vocês lá dentro. Então, gostaria de... (TEMPO ESGOTADO) O SR. MEGARON TXUKARRAMÃE - Em momento nenhum eu falei isso. O SR. ANTÔNIO GALVAN - Não, Megaron. Não seria isso. A questão é você ter falado de aumento de área ou criação de novas áreas, mas os que os rodeia, Megaron... É a proposta para trazer ... (O SR. MEGARON FALA FORA DO MICROFONE - INAUDÍVEL.) O SR. ANTÔNIO GALVAN - Não. Eu sei o que o senhor não falou. O senhor me desculpa, se me entendeu mal, mas não foi isso o que eu quis dizer. Quem cerca vocês, os ditos ambientalistas, trazem terrorismos para nós... (TEMPO ESGOTADO) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Mais um minuto para a conclusão. O SR ANTÔNIO GALVAN - ...que trabalhamos e produzimos e eles inviabilizam. Então, eu gostaria, Deputado Dilceu Dal Bosco, de apurar essa denúncia, porque a mediadora da Assembleia Legislativa deve esclarecer esse fato, e eu acho que aqui dentro desta Audiência Pública, porque na nossa não houve nenhuma restrição para colocar o que eles pediram. Houve debates acirrados lá dentro? Houve! Mas em nenhum momento com os indígenas, em nenhum momento! Por isso que eu pedi para o Marcello desculpas pela Casa. Eu tenho que falar novamente, porque não houve o intuito, se alguém se exaltou, de ofender. Agora, com os ambientalistas lá dentro, que vieram impondo regras para tudo para inviabilizar quem sustenta o Estado, isso foi colocado. Por isso, eu quero lançar uma proposta aqui para vocês, ambientalistas, que são sabidos de tudo: mostrar a nossa entidade, a Federação, uma proposta de como é que será produzido alimento para esse povo urbano. Se nós não estamos sabendo trabalhar, se nós não estamos sabendo usar o solo, venham e nos mostrem, mostrem das mãos de vocês o que vocês, realmente, fazem para o povo, porque nós estamos produzindo alimentos (PALMAS). E a Casa FAMATO está aberta... (TEMPO ESGOTADO). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Concedo mais um minuto para a conclusão. O SR. ANTÔNIO GALVAN - Para concluir, a FAMATO está aberta. Eu pedi licença para o nosso Presidente e estamos aguardando a proposta dos senhores de como é que será produzido o alimento para sustentar, principalmente, o povo urbano. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Nós queremos também registrar e agradecer a presença do Sr. Luiz Martelli e da Srª Lecy, que tem nos acompanhado. O casal

Pág. 42 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. simpático tem acompanhado, Deputado Riva, várias Audiências Públicas e Seminários da Assembleia Legislativa. Obrigado de coração pela participação dos senhores. O Presidente do Sindicato Rural e os Prefeitos juntos entregarão o documento oficial da Região de Planejamento XII, que envolve os Municípios de Santa Carmem, Vera, Feliz Natal, Cláudia, União do Sul, Marcelândia, Itaúba, Nova Ubiratã e Sinop. Vamos receber o documento oficial. E, então, daremos sequência, concedendo a palavra ao Deputado Federal Homero Pereira. (ENTREGA DO DOCUMENTO OFICIAL DA REGIÃO DE PLANEJAMENTO XII - PALMAS.) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Prefeito Alessandro, Nicole está lembrando aqui que os municípios fizeram várias audiências públicas, reuniões, discussões e chegaram a este documento que acabaram de entregar, reforçando o que é a vontade do povo de cada município, e assim o estamos recebendo - muito obrigado, Prefeito -, e, também, está solicitando a aprovação do documento na Comissão Especial de Zoneamento. Informo que estaremos analisando detalhadamente esse material através da nossa assessoria técnica. Muito obrigado aos Prefeitos e ao Presidente do Sindicato Rural. Ouviremos, agora, o ilustre Deputado Federal Homero Pereira. O SR. HOMERO PEREIRA - Sr. Presidente, gostaria de cumprimentar a todos. Serei muito breve, dado ao adiantado da hora, até porque sou representante de vocês em Brasília. Hoje, vim aqui muito mais para ouvir, porque isso orientará os nossos trabalhos lá em Brasília nas ações que temos empreendido em defesa do Estado de Mato Grosso. Ontem, foi o Dia Nacional do Meio Ambiente. E eu também fui “agraciado” pela ONG Greenpeace como um dos inimigos da Amazônia. O Greenpeace que é uma ONG da Holanda, ao invés de cuidar da Holanda, que é, talvez, um dos países que tem um dos subsolos mais poluídos do mundo, vem aqui dar lição de moral para nós, como se nós fôssemos os grandes degradadores do mundo (PALMAS). Eu ganhei esse prêmio com muito orgulho, porque o que defendo na Amazônia - eles acham que na Amazônia não tem gente -, o que defendo aqui na Amazônia é o ser humano! Defendo o ser humano, seja índio seja pequeno, médio, ou grande produtor! O ser mais importante do meio ambiente é o ser humano, mas, infelizmente, não é isso o que pensa o Greenpeace ! Exatamente por isso, eles me deram esse prêmio. E eu agradeço muito por tê-lo recebido, porque eu sei que dessa forma eu estou lá em Brasília, representando vocês. Quero aqui parabenizar novamente, a Assembleia Legislativa. O Deputado Riva disse aqui que esse projeto é um projeto dos mais importantes dos últimos vinte ou trinta anos. Eu considero que esse projeto é o projeto mais importante da história da Assembleia Legislativa, o mais importante! É exatamente por isso que ele tem essa audiência toda, é exatamente por isso que tem o interesse da sociedade. Esse debate está sendo feito com vocês de forma democrática! Tenho plena convicção de que o Projeto do Zoneamento nos orientará em Brasília para que possamos nos fortalecer, sim. Agora, na próxima terça-feira, Deputado Riva, votaremos o Projeto de Lei Complementar nº 12, que trata exatamente da competência do Zoneamento: o que é competência da União, o que é competência do Estado e o que é competência dos municípios para se fazer os licenciamentos. Vejam bem, nós fomos à BR-158, há poucos dias, e comemoramos o licenciamento da LI para asfaltar a BR-155. Pois bem, vamos ter que gastar mais de vinte e cinco

Pág. 43 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. milhões de reais, que dariam para asfaltar quase trinta quilômetros, só para cumprir o que está previsto naquela LI. Olhem aqui a BR-163, nós queríamos o braço forte do Governo aqui, mas não o braço forte da Polícia Federal ou da Força Nacional de Segurança. O braço forte que nós queríamos aqui era do Ministério da Educação, do Ministério da Saúde, do Ministério dos Transportes para concluir a BR-163, porque, mais uma vez, já estamos chegando ao mês de junho e ninguém está vendo máquina trabalhando nesse asfalto, mas dizem que já há o licenciamento pronto. Então, são coisas dessa natureza que nós não aceitamos ser enganados mais! E é por isso que estamos lá para defender os legítimos interesses do povo de Mato Grosso, apesar de sermos taxados como vigaristas. Esse Ministro do Meio ambiente, que está prestando um desserviço à Nação, tem que, urgentemente... o Roberto Vizentin me falou aqui que irá pedir uma audiência para recompormos. Ele é que venha nos pedir essa audiência agora, porque ele rompeu um pacto que tínhamos, quando estávamos aqui construindo em prol do meio ambiente, tentando buscar o bom senso. Aí vem um Ministro e joga tudo para estaca zero. Então, ele que venha nos pedir audiência para que possamos sentar, para que possamos restabelecer o diálogo em prol do desenvolvimento sustentável para o nosso Brasil. Nós queremos produzir, queremos produzir em harmonia com o meio ambiente, queremos produzir em harmonia com as populações tradicionais, mas não vamos aceitar a pecha de vigaristas; porque somos nós que produzimos o alimento; que damos o superávit na balança comercial; que geramos renda; que geramos emprego neste País. Queremos simplesmente uma coisa: respeito para com o povo brasileiro e com o povo mato-grossense. Muito obrigado. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o ilustre Deputado Federal Homero Pereira. Ouviremos agora o Sr. Munifuni Matsubara, produtor rural de Sinop. O SR. MUNIFUNI MATSUBARA - Quero cumprimentar o Deputado Dilceu Dal Bosco, Presidente da Comissão Especial do Zoneamento; meus senhores e minhas senhoras. Estão dizendo que a nossa agricultura é que atrapalha o meio ambiente. E não é nada disso que está acontecendo. Nós que estamos aqui desde 1972, continuamos trabalhando, gerando tecnologia, que hoje podemos dizer que alguns agricultores, aqui, estão fazendo uma verdadeira floresta, fazendo plantio direto, que sequestra o carbono muito mais do que a mata. É isso que tem que ser levado e tem que ser considerado no estudo do Zoneamento. Eu vou ler alguma coisa que os cientistas dizem: “Os melhores sistemas em plantio direto imitam o funcionamento do ecossistema florestal e produzem entre vinte três a trinta duas toneladas de resíduos de matérias secas por hectare/ano. Seja entre doze a quinze toneladas ano de carbono...” - Isso é muito mais do que a mata. “Portanto, muito acima dos níveis de equilíbrio que são avaliados entre cinco e seis toneladas ao ano de carbono, em função do nível de adubação mineral usado, dando assim ao solo uma capacidade elevada de sequestro de carbono, estimada entre zero nove para mais de duas toneladas por ano. Em função do nível de carbonato produzido pelo sistema de cultivo”. Meus senhores, eu acho que nós temos tecnologia para fazer a floresta plantando. É isso que eu gostaria que os senhores Deputados federais, estaduais colocassem no Zoneamento, para nossa felicidade, e não deixar a produção desta região cair. Muito obrigado! (PALMAS).

Pág. 44 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Para quem não conhece, o Sr. Munifuni Matsubara praticamente, desde 72, financiou a pesquisa da agricultura do Mato Grosso com recursos do seu próprio bolso. É praticamente um cientista que tem desenvolvido tecnologia para o nosso Estado e está estudando muito a questão do sequestro de carbono, através da agricultura. Nós o consideramos muito e devemos muito a este homem. A agricultura, se é hoje o que é, deve muito ao Sr. Munifuni Matsubara. Também queremos cumprimentar o Sr. Erivaldo Bezerra, Presidente do Sindicato Rural de Juara; o Sr. Fernando, Presidente da ACRIVALE de Juara. Obrigado pela presença nesta Audiência Pública. Ouviremos agora o Deputado Estadual Ademir Brunetto. O SR. ADEMIR BRUNETTO - Obrigado, Deputado Dilceu Dal Bosco, Deputado Riva, outros Deputados, companheiros, comunidade. Nós da Assembleia Legislativa estamos fazendo uma grande maratona nessas Audiências Públicas e elas têm sido aperfeiçoada a cada nova reunião. São muito importantes as Audiências Públicas que vêm acontecendo no Norte de Mato Grosso, tanto em Alta Floresta, Vila Rica, Sorriso e hoje aqui. Esse avanço, essa discussão permanente, com contribuição da comunidade de todos os setores, tem sido muito importante, porque houve avanço significativo. E chegamos à conclusão de que nós do Mato Grosso devemos fazer um Zoneamento não mais complexo, não mais rígido do que aquele que está sendo proposto pelo CONAMA, mas, sim, fazermos um Zoneamento que se enquadre dentro da lei maior. E é muito importante que todos entendam que nós temos também limite de interferência política sobre esse Zoneamento naquilo que diz a lei maior. Mas nós seremos atentos, vigilantes e responsáveis para garantir a flexibilização e assim podermos fazer a regularização ambiental não só dos grandes proprietários, que é justo e é direito, e também garantir espaços, janelas para readequação, principalmente para a agricultura familiar. Eu tenho tido que a agricultura familiar tem que ter um olhar especial neste contexto para que possamos buscar recursos, readequar e fortalecer também a Agricultura Familiar. Mas, o mais importante disso não veio ainda, que é o tal mapa da flexibilização. E aí sim, esse será outro momento difícil. E nós Parlamentares, principalmente a Bancada do Nortão, temos que ficar muito atentos, porque não podemos inviabilizar a atividade econômica, seja do grande ou do pequeno na nossa região Norte, a partir desse mapa, fazer o engessamento. E nós temos na Assembleia Legislativa não só o Presidente da Comissão, mas a maior Bancada, a Bancada do Nortão, e estaremos atentos para defender que seja o mapa que contempla as áreas ocupadas; e que seja permitida a flexibilização e a garantia de outros avanços que permitam a sustentabilidade econômica, porque a sustentabilidade ambiental já está garantida nos números que Mato Grosso apresenta no seu ativo. Por isso, meus amigos, fiquem tranquilos! Não vejam os Deputados como os inimigos do setor produtivo, como as pessoas que querem construir um Zoneamento que venha atrapalhar a vida de vocês! Nós estamos lá justamente para consertar as bobagens que foram feitas no passado; assim como o Governador Blairo Maggi. Temos esse compromisso e estaremos de uma forma muito certa e clara na defesa dos interesses da região Norte do Estado de Mato Grosso. Fiquem tranquilos! Um grande abraço e muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos também a presença da Rádio Vale do Azul, de Santa Carmem.

Pág. 45 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Obrigado pela cobertura. Agora, com a palavra, Sr. José Eduardo Pinto, Presidente do SINDUSMAD/Sinop - Sindicato das Indústrias Madeireiras de Sinop. O SR. JOSÉ EDUARDO PINTO - Quero cumprimentar a todos e cumprimentar as autoridades. Como representante do setor de base florestal, queremos dizer que nós, principalmente o nosso setor, somos os mais interessados na preservação florestal, tanto que a nossa bandeira nº 1 é o Plano de Manejo Florestal Sustentado. Queremos dizer também aos povos indígenas que somos a favor da exploração sustentada e das florestas nos parques. Somos parceiros nesse sentido, se assim o quiserem, para lutar junto ao Governo pela liberdade para explorarmos assa madeira de modo sustentável. Mesmo sendo os mais interessados na preservação da floresta, não podemos concordar - ainda como cidadão - com o Zoneamento Ecológico que foi apresentado à Assembleia Legislativa. É um Zoneamento Ecológico que engessa todo Estado, portanto, tem que ser muito bem trabalhado. Nesse sentido, queremos parabenizar o Sindicato Rural, na pessoa do Antônio Galvan, que encabeçou uma série de audiências públicas que foram feitas em todos os municípios da nossa região, onde foram levantados os anseios da população e, em consenso, elaborado esse documento que acabou de ser protocolado, que todos os prefeitos assinaram, as entidades importantes e representativas. O SINDUSMAD, como representante do cidadão, preocupado com o Estado de Mato Grosso e com o engessamento do nosso Estado, assinou conjuntamente esse documento. É preciso lembrar que já temos diversas unidades de conservação, parques. A própria lei nos obriga a preservar 80%. Não precisamos de mais unidades de conservação. A reserva legal já é uma unidade de conservação por si só e não tira o direito do proprietário da terra. Portanto, somos contra qualquer criação. O Município de Cláudia, principalmente, não pode ser inviabilizado com o Parque das Castanheiras. A população assim quer! Nesse documento está colocado isso! Assinamos esse documento, juntamente com toda população e com o Prefeito. Pessoal, era isso que eu gostaria de trazer a todos vocês. Quero, também, trazer uma responsabilidade aos Deputados: De que eles têm que fazer uma boa análise e pensar no futuro do nosso Estado. Recentemente, foi vinculado na mídia que o parlamento inglês flexibilizou o uso da reserva legal na Inglaterra. De 10%, pode ser reduzido até 5%. Temos aqui uma legislação que nos obriga a ter 80% de reserva legal! Isso é o engessamento dos nossos legisladores no passado. Não podemos, Deputados, engessar o nosso Estado. Temos que lembrar que as leis que estamos criando são para ser respeitadas e 20% não viabiliza nenhuma atividade agrícola. Então, conclamo aqui que seja estudada essa flexibilização sem penalizar a nossa região. Muito obrigado a todos e boa-tarde! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos ao José Eduardo, do SINDUSMAD. Ouviremos, agora, o Sr. Jorge Deocamitani, Engenheiro Agrônomo de Sinop.

Pág. 46 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Gostaria de fazer um apelo aos inscritos: temos, ainda, vinte e cinco inscrições, então, aqueles que se sentirem contemplados com as falas, por favor, avisem-nos para retirar suas inscrições. Com a palavra, o Sr. Jorge. O SR. JORGE DEOCAMITANI - Boa-tarde a todos! Vim aqui fazer um esclarecimento sobre as atividades desenvolvidas aqui, na região. Já passamos a ter o sojicultor como vilão; o pecuarista como vilão. Se voltarmos ao passado, até para recompor as áreas degradadas, quando o gesto principal para o Ministro do Meio Ambiente é o plantio de uma árvore, plantar não é o suficiente. Pela cultura normal, para cada árvore plantada você tem que colocar treze latas de esterco. Isso é uma coisa sabida por todos. Então, a atividade de recomposição da floresta depende da pecuária, que é uma cabeça de vaca e tal. A própria pecuária, hoje, para ser sustentável, teria que ter nitrogênio. Lembrar que muito bem o Sr. Munefumi Matsubara falou sobre o sequestro de carbono, mas, não existe sequestro de carbono sem o nitrogênio. E a soja pode ter passado como vilão, mas, é a única leguminosa que fixa 150kg de nitrogênio por hectare a cada ano. Então, por essa integração, que é muito pregada pela própria EMBRAPA, e as tecnologias existentes, chegamos à conclusão de que todas as atividades são tão importantes quanto plantar uma árvore. Era esse o meu recado! O Ministro Carlos Minc pode ter condenado a soja, mas, a soja e a pecuária são a alavanca onde podemos fazer até o reflorestamento e a reposição de árvores. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Ouviremos o Sr. João Vicentini, produtor rural de Feliz Natal. Já retirou a sua inscrição. Agradecemos o Sr. João Vicentini, pela retirada. Com a palavra, a Srª Elizabete Vellini Campana, Secretária de Planejamento de Marcelândia. A SRª ELIZABETE VELLINI CAMPANA - Tentarei ser breve! Dizer que se Marcelândia tem, hoje, o Zoneamento é porque construiu instrumentos em parceria com o Ministério de Meio Ambiente. Desde 2005, trabalha-se a Agenda 21, o Plano Diretor e o Sistema de Informação Territorial. Ultimamente, todos têm nos visto sair, por diversas vezes, na mídia nacional como pessoas que não estão dentro da legalidade. Queremos lhes dizer que estamos lutando pela legalidade. Queremos e precisamos da legalidade. O Município de Marcelândia quer reconstruir a sua história. E, para isso, ele pede apoio, pede reforço. O dever de casa nós já fizemos. Construímos a Agenda 21; construímos o Plano Diretor, discutindo e participando com toda a sociedade. As pessoas que vieram aqui hoje são de diversas classes. Só quando você participa e discute é que constrói algo verdadeiro, sério e sustentável. É isso que Marcelândia, agora, com este novo passo, quer propor. Então, solicito à Câmara, aos Srs. Deputados, que olhem para nós; olhem por Marcelândia, que tem sofrido tanto. Pedimos muito pouco. Temos 75% de floresta e queremos mantê-la. Quando houver a flexibilização não se esqueçam de não penalizar quem manteve a floresta. Junto com a flexibilização tem que sair a compensação ambiental para quem manteve a floresta, porque, senão, não será viável mantê-la.

Pág. 47 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Então, precisamos dos fundos compensatórios, do hedge . E que sejam implantados na mesma velocidade da flexibilização da compensação de reserva. Muito obrigada. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Com a palavra, o Deputado Estadual Carlos Brito. O SR. CARLOS BRITO - Boa-tarde a todos e a todas que permanecem aqui neste momento muito importante, Sr. Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Riva; Sr. Presidente da Comissão Especial do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, Deputado Dilceu Dal Bosco. Dizer aos senhores e as senhoras que por aqui passaram ontem, anteontem e no dia de hoje e que discutiram, no Seminário, que cada um que está aqui está escrevendo uma página da história de Mato Grosso. Talvez, não nos apercebamos disto, da importância que tem sido, Sr. Presidente, a iniciativa da Assembleia Legislativa de Mato Grosso em trazer uma discussão tão importante de forma tão corajosa. A prática política do país e mesmo no Estado, ao longo da história, ensina que decisões políticas eram tomadas de forma mais protegida, entre aspas, onde aqueles que deviam decidir se escondiam da população, não vinham a campo discutir de forma aberta, permitindo a discordância; permitindo o contraditório; permitindo que os diferentes pudessem ter uma condição igual de manifestação. Então, por isso, o próprio ato, Deputado Dilceu Dal Bosco, já é uma conquista; já é um avanço; já é uma vitória. Há alguns anos era inimaginável que pudéssemos ter produtores rurais, assentados, comunidades indígenas e pessoas, que viviam na zona urbana, sentadas, juntas no mesmo ambiente e discutindo da forma como se faz hoje. Verificamos, hoje, a troca do tacape por um microfone, onde se debate em condições democráticas e de forma respeitosa. Isso não quer dizer que as diferenças deixaram de existir ou que um dia deixarão de existir. Não é assim! O natural é que elas existam! O natural é isso! Por isso, as montanhas, os fundos dos mares, com as suas escarpas, com as suas diferenças, com as suas formas de vida diferenciadas. Então, por isso, temos que compreender que não há uma única razão, de que não há uma única verdade e que o Zoneamento não irá contemplar 100% de nenhuma das opiniões, porque ele precisa representar o pensamento do todo. Daí o mosaico que precisa estar expresso naquilo que vier a ser lei para a sociedade, porque a população nossa é divergente, é diferente. Então, temos que entender que o ser humano é o alvo sim! Não há como falar diferente disto. Mas se acabar com as plantas, se acabar com os animais, se acabar com os rios, o próximo é o ser humano que será extinto também. Então, precisamos ter isso numa dimensão real. Eu recebi o Megaron lá, dias atrás, tratando do ICMS Ecológico. Então, se respeita o índio, vamos discutir isso de forma corajosa e dar a eles o que é direito deles, inclusive nesse item. Recebi a Margareth, de Marcelância, lá. Eu não conhecia, especificamente, a situação de Marcelândia. Ela me deu uma lição do que Marcelândia havia sido feito. Fui ao Secretário Yênes de Magalhães e disse: Cuida de Marcelândia, porque tem uma situação lá bastante interessante, onde eles já estão à frente de todo um processo. Então, valeu muito a ida da senhora lá, ao menos para o Deputado Carlos Brito e vou repassar ao Deputado Otaviano Pivetta, do PDT. Quero dizer que, aqui, ninguém perdeu tempo, mesmo aquele que, porventura, não tenha se achado contemplado na sua vontade, na sua opinião. Ninguém perdeu tempo. Todo mundo

Pág. 48 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. investiu parte, um momento da sua vida na construção de um futuro que é para nós e para aqueles que virão depois de nós. Então, pessoal, poderíamos falar muitas coisas, mas os assuntos foram esgotados, os posicionamentos de cada segmento foram apresentados, uns mais exaltados, outros mais tranquilos, alguns com mais conteúdo técnico, outros eminentemente político. Mas, é assim que é. E a Assembleia Legislativa também é do mesmo jeito. Lá dentro são 24 Parlamentares, cada um vem de uma origem, cada um está lá por alguma razão, por algum caminho que trilhou. Então, lá dentro, nós vamos exatamente representar aquilo que é o retrato da sociedade, as diferenças. Por isso, o Parlamento é plural, é democrático. Então, temos que ir para a argumentação e temos nessas Audiências Públicas esta oportunidade. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o Governo de Mato Grosso, ao propor o Zoneamento, se concordamos ou não na íntegra... Mas, é essa preocupação que permitiu isso. O que se faz hoje, aqui, é uma reação do povo de Mato Grosso ao que a comunidade internacional e, infelizmente, algumas autoridades deste país insistem em divulgar de forma errada e covarde contra a nossa gente. Isto é uma reação, como é uma reação o MT Legal; como é uma reação o Encontro Katoomba , que foi feito dias atrás; como é uma reação o Governador Blairo Maggi, lá na França, e o saudoso Secretário Vettorato dizer que acabaram com o rio Sena e querem nos ensinar como é que faz o certo. Então, tudo isso é um processo que vem acontecendo. E o Poder Legislativo está de forma atuante, apresentou o MT Legal, iniciado aqui em , de maneira exitosa, com os aperfeiçoamentos que precisa ter. Hoje, é o modelo que está sendo para o Estado e, sem dúvida, será o modelo para este país; como o Zoneamento de Mato Grosso está à frente; as palavras que ouvimos do representante do Ministério. E o próprio Ministério não se resume no Ministro. O Ministro não é dono do Ministério, porque esse Ministério é do país, é do povo do Brasil e temos todo o direito de discordar dele. Não podemos aceitar de maneira alguma a pecha de “vigarista” para os nossos produtores. E penso, Sr. Presidente, que a Assembleia Legislativa deve manifestar isso de maneira formal ao Ministro, porque neste ponto ele falhou, e falhou duro com o nosso povo, com o nosso povo. Como temos que dizer aos índios, com o Deputado Carlos lá, com o PDT, temos como política a defesa das minorias, colocando ali também este item na nossa pauta: Vamos continuar discutindo, sim, procurando respeitar. E o Deputado Riva está correto: Não podemos defender o que é uma mentira; aprovar a criação de reserva onde não tem índio. Mas, também, não podemos ser contra uma verdade, ignorar que os índios existem e que lá na reserva, que já lhes é outorgada, devem viver com dignidade e respeito. Então, temos que ter este equilíbrio, este ponto. E o Zoneamento, Sr. Presidente, ao final, será isso. Vamos ter o melhor possível, mas, dificilmente, conseguiremos ter uma proposta ideal de maneira que agrade a todos. Então, temos que dar o melhor de nós para que possamos, ao longo do tempo, - por isso, as instituições são perenes - ir aperfeiçoando, consertando. E há um esforço do Governo do Estado, da Assembleia Legislativa, mas, principalmente, de cada um dos senhores, das senhoras, dos produtores rurais, dos índios, dos assentados que se dispuseram a estar conosco aqui. Muito obrigado a todos e boa-tarde!

Pág. 49 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Registramos e agradecemos a presença da Drª Hellen Uliam Kuriki, Promotora de Justiça das Comarcas de Marcelândia e Terra Nova do Norte. Ouviremos agora o Procurador de Justiça do Ministério Público Estadual, Dr. Luiz Alberto Esteves Scaloppe. O SR. LUIZ ALBERTO ESTEVES SCALOPPE - Boa-tarde! Quero dizer aos senhores, primeiro, que estou aqui porque sou obediente. Primeiro, sou obediente ao meu dever de Procurador de Justiça de Defesa do Ambiente e da Ordem Urbanística no Estado, porque estou convocado pelo Presidente da Assembleia Legislativa e pelo Presidente da Comissão para acompanhar a realização da Audiência Pública. Segundo, sou obediente a alguns princípios constitucionais brasileiros que para mim são muito caros: um deles, é a Audiência Pública. No concurso de promotores de justiça agora, passamos vinte e cinco promotores de justiça que virão para cá, eu fiz questão de perguntar aos vinte e cinco se sabiam o que era Audiência Pública. Eu estou acompanhado aqui da Drª Ellen, que é Promotora de Justiça do concurso anterior, do Dr. Anderson, que é o Juiz de Direito, proativo, consciente... Nós estávamos conversando, os dois, o juiz é sempre mais passivo por causa da função dele, que precisa mediar; e nós, Ministério Público, mais proativos, mas constituímos aquilo que de aparelho repressivo. Nós somos repressores, somos um pouco polícia, mas uma polícia que não usa a mão e trata as coisas com a Constituição - aí eu falo da Audiência Pública. Estou muito agradavelmente surpreso, porque não esperava a participação popular nessas Audiências Públicas. Audiência Pública - eu vi algumas pessoas confundindo - não é assembleia sindical, aqui não se vota, não sei se a maioria das pessoas notou. Na verdade, as pessoas vêm aqui para expor ao Presidente da Comissão, Deputado Dilceu Dal Bosco; ao Relator, Deputado Alexandre Cesar, e aos demais membros o que pensam sobre o Projeto de Lei enviado pelo Governo do Estado. Isso é registrado aqui e esses membros da Comissão têm o dever, e estão cumprindo, de fazer à leitura do que é manifestado aqui. Só que é preciso, para que esta Audiência seja pública e não seja uma assembleia que a presença das pessoas sejam livres, o que está acontecendo, seja ordeira, o que está acontecendo, e tenha a participação de todos os setores. Quando entrei aqui, recebendo esses dias várias denúncias e pressões contra os representantes indígenas - como falei com o Procurador da República sobre isso - tínhamos alguns trabalhadores rurais de pequenas propriedades que se sentiam um pouco ameaçado, mas chego aqui e vejo uma presença democrática, vejo que o Deputado Dilceu Dal Bosco, que o Deputado Alexandre Cesar, que presidem e conduzem na forma da Lei essas Audiências Públicas, o fazem bem e têm, portanto, a garantia de trabalharem bem porque as populações que vêm na Audiência Pública, os cidadãos, aqui da região vêm com harmonia e com o desejo de contribuição. Eu vi, por exemplo, quero ser testemunha, Deputado Dilceu Dal Bosco, não sou da Comissão, sou e tenho dito, inclusive na televisão, no Ministério Público, ouvindo as discussões, os debates, altamente harmônicos e comedidos. Estive pensando se isso não é por causa da experiência dessas treze Audiências Públicas. Fomos amadurecendo, todos aprendendo a conduzir, eu aprendendo como é que devo falar com os senhores, os senhores e suas lideranças aprendendo como devem se comportar, e nós vamos chegar, agora sei, na Audiência final em Cuiabá, dia 26 de junho, com uma coleta fantástica, maravilhosa das opiniões dessa população trabalhadora do Estado de Mato Grosso.

Pág. 50 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Estou aqui dizendo isso como cidadão, e digo só mais duas coisas: como agente deste Estado, como policial da ordem, fiscal da lei, vejo, como minha obrigação, e tenho obrigação de dizer que esta Audiência Pública é realizada nos estritos termos da Constituição Federal, das normas, porque também os Deputados estão sendo obedientes, obedientes ao interesse popular e obedientes à legislação. Então, eu fico, como cidadão e como profissional, feliz em ver isso acontecer. Então, eu percebo, e quero falar da terceira e derradeira coisa, que aquilo que o Deputado Alexandre Cesar disse lá em Juara é muito verdadeiro, sob a Presidência agora do Deputado Dilceu Dal Bosco, me confundi porque um é o Presidente da Assembleia e o outro da Comissão, e eu ia me referir ao Deputado Riva, em Juara, na Assembleia Legislativa, o Parlamento, e ele diz com razão, está vivendo, nos últimos recentes 30 anos, dois momentos muito importantes que viveram e estão vivendo o segundo; o primeiro foi a Constituinte de 89, que foi para pode adaptar no processo democrático, depois da ditadura militar, um acordo nacional de nova legislação, e houve a Constituição de 89, e o Parlamento se encarregou disso. Nessa Constituição de 89, depois de 88, vimos, pela primeira vez, na história brasileira a criação da idéia da Audiência Publica. Isso aqui é novo - a Audiência Pública. Nós vemos a representação indígena e vemos também a representação da FAMATO, também aguerrida, combativa, do Rui, por exemplo, e outros, vemos alguns Padres se manifestando em Juara de forma mais conservadora e de Padres que se manifestaram aqui de modo mais comprometido com os anseios populares; vemos mulheres manifestarem de um lado e os homens se manifestarem de outro lado. Eu acho isso muito bonito! Isso não é uma coisa muito simples, não, mas nós amadurecemos, mudamos de atitude e todo esse comportamento, graças à contribuição de todos, fazem de mim um cidadão, um sujeito, feliz por ver que a segunda coisa mais importante do Parlamento nesses últimos trinta anos, que é o Zoneamento, está sendo feito democraticamente. Finalizo dizendo uma coisa a todos os cocidadãos muito importante. Eu acho que nós devemos ficar com muita atenção porque não é à toa que este Zoneamento é a segunda coisa mais importante do Parlamento nesses 30 anos, mas porque - e eu estou embriagado com essa idéia do Zoneamento - ele vem efetivamente, e quem diz o contrário mente, que vai permitir o aumento de fomento nacional, estadual, internacional para Mato Grosso; vai permitir que as finanças públicas sejam projetadas mais corretamente sem maior volume para Mato Grosso; vai permitir a recuperação das terras de Mato Grosso de forma adequada; vai permitir a organização social de Mato Grosso de forma mais adequada. É claro que tudo que é novo e se implanta assusta e nós nos preocupamos. Mas eu quero dizer outra coisa também que temos que ter consciência. Esse Zoneamento vai ser aprovado, seja de que forma for, porque não há outra opção para o Estado e temos que aprová-lo de alguma forma, com a flexibilização, com a atuação dos Deputados, com a opinião dos setores aqui dentro, mas esse é um momento muito rico que os senhores estão contribuindo, e eu podendo ter a honra, convidado, de participar também. Esta é mensagem do Ministério Público Estadual. Eu falo em nome de todos os Promotores de Justiça da região; falo em nome do Procurador-Geral de Justiça; falo que todos estão bem - digamos assim, se eu posso dizer - não só agradavelmente surpreso, mas bem felizes, porque nós estamos num processo democrático, tranquilo, sereno de acordo com as leis, graças especialmente à participação dos senhores.

Pág. 51 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Permita-me, Deputado Riva, dizer uma coisa. Eu quero dizer para Vossa Excelência que eu estou impressionado com a equipe da Assembleia Legislativa que tem trabalhado, esse pessoal, nos Seminários e aqui, extremamente educados e competentes. Quero também dizer ao Vice-Governador, Silval Barbosa, e digo ao Secretário de Planejamento e Coordenação Geral que aquela equipe de planejamento que eu conheci no Ministério Público, que vi lá no Ministério Público e estou vendo trabalhar é de altíssima competência, gente trabalhadora, bem informada, com capacidade de grau alto, tanto na Assembleia Legislativa como na Secretaria. Essa é uma constatação. Agradeço também, gostei da presença, e o convidamos para vir aqui, do Superintendente do IBAMA, Pedro Alberto, uma pessoa bem contributiva também, com quem estamos conversando, e uma presença importante nesta Audiência Pública. Parabéns aos senhores por esta realização e ao povo de Sinop e da região pela sua harmoniosa, educada e bela participação! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Em nome da Assembleia Legislativa, Dr. Luiz Alberto Scaloppe, agradecemos imensamente a sua participação, representando o Ministério Público Estadual, pela contribuição, pelo apoio e ajuda. Sua presença, com certeza, confirma a nós todos que nós estamos no caminho certo nas Audiências Públicas e nos Seminários. E agradecemos, também, à Drª Hellen, ao Dr. Anderson e ao Dr. Pedro, do IBAMA. Quero fazer um acordo aqui com a plateia, se possível. Eu vou chamar mais um orador, e a nossa assessoria vai refazer a ordem das inscrições. Eu gostaria que aqueles que ainda não se sentiram contemplados com as inscrições procurassem a nossa mesa à esquerda, a Luciana e as demais, para refazer as inscrições, para ver se nós conseguimos reduzir o número de inscritos. Nós temos muitas inscrições e está ficando improdutiva a Audiência Pública. Com a palavra, o Sr. Moyup, da tribo Kayabi (PAUSA). Já saiu. Com a palavra, o Sr. Alair Antônio, produtor rural de Sinop (PAUSA). Também não está mais presente. Com a palavra, o Sr. Altamir Kurten, ex-Prefeito de Cláudia. Os demais que estão aqui inscritos, portanto, procurem a nossa assessoria para refazer as inscrições e a ordem, por favor, aqueles que não se sentiram contemplados. O SR. ALTAMIR KURTEN - Boa-tarde a todos! Quero, inicialmente, parabenizar a Assembleia Legislativa por este brilhante trabalho, por este brilhante serviço prestado à comunidade mato-grossense. Muito obrigado, Deputado Riva, por conduzir desta forma este projeto tão importante para todos nós. Quero enfatizar um ponto particular - e dirijo-me ao Deputado Alexandre Cesar -, com relação à proposta de criação do Parque das Castanheiras, que também pega a metade do território do Município de Cláudia e mais quatro municípios. Essa região já é uma região constituída, na sua maioria, por Projetos de Manejo Florestal Sustentável e de onde é extraída a madeira que abastece as indústrias madeireiras do Município de Cláudia. E, por sua vez, essas indústrias madeireiras geram empregos diretos e indiretos a 80% da população do Município de Cláudia. Essa área é uma área protegida. Não é a área que se pretende abrir, futuramente, com o tempo dos assentamentos dentro dessa área. Essa área, com a exploração que é feita nela, também contribui para a formação do IDH do nosso município, que é o quarto melhor do Estado.

Pág. 52 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Tudo isso prova que essa região é utilizada, é explorada e também promove justiça social. Somado os 65% de cobertura vegetal do nosso município, mais o nosso equilíbrio econômico e a nossa justiça social, queremos, Srs. Deputados, dizer que a criação dessa unidade de conservação no nosso município vai contra os interesses, principalmente, da maioria que depende do emprego daquela região, daquela madeira que é extraída daquela região. Então, nós queremos que vocês considerem essa situação, que revejam junto com a proposta que está no município de Cláudia, integrada com outros os municípios, que revejam essa posição e destinem aquela região, conforme a nossa orientação, conforme foi obtido lá na consulta popular feita em Cláudia, as sugestões que estão lá. Então, fica aqui o nosso pedido e a nossa lembrança. As castanheiras não são retiradas, já são protegidas. Temos lá um milhão de pés de castanhas nativas e mais trezentos e cinquenta mil pés de castanhas reflorestadas. Nós cuidamos muito bem das nossas castanheiras, muito bem da nossa cobertura vegetal. Essa cobertura vegetal que temos lá é para a nossa regularização do nosso passivo ambiental, ela serve para nós. A questão dos outros passivos ambientais de outras regiões, eu peço a vocês, em nome do povo da nossa região, não só do Município de Cláudia, que se resolva de outra maneira. Nós estamos aqui para conversar E quero fazer mais um pedido à Assembleia Legislativa: que, na hora da discussão com os técnicos, com a Assembleia Legislativa, e com os Governos do Estado e Federal, uma comissão representando esta região faça parte das discussões também. Se isso já foi viabilizado, esqueçam o que estou pedindo. Se não, que uma comissão faça parte para acompanhar e esclarecer todas as sugestões que estão lá nos nossos projetos. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - O Relator da nossa Comissão, Deputado Alexandre Cesar dará um esclarecimento. O SR. ALEXANDRE CESAR - Na verdade, isso já foi questionado por várias pessoas. Várias falas foram feitas nesse sentido. Mas não consta na proposta presente na Assembleia Legislativa a criação do Parque Estadual das Castanheiras. Não consta. O que consta na proposta encaminhada é uma determinada área proposta para estudos para criação de uma área protegida. E dentre as diretrizes que constam aqui, nenhuma delas dá a entender que seria uma unidade de conservação do tipo Proteção Integral, ou seja, aquela onde se enquadram os parques públicos. Ao contrário, as diretrizes econômicas apontam a utilização do patrimônio florestal daquela área. Então, é claro que os anseios da comunidade devem ser considerados, e estão sendo considerados. Por isso mesmo estamos fazendo essas Audiências Públicas. Mas eu quero deixar vocês tranquilos no sentido de que pelas próprias diretrizes que serão aprovadas no Zoneamento não será criada uma unidade de conservação de proteção integral como um parque estadual, como um parque público. Outro aspecto, nós estamos avaliando com a equipe técnica do Governo do Estado, com a equipe do Ministério do Meio Ambiente, que está dando uma contribuição importante, e com a equipe técnica da Assembleia Legislativa a possibilidade de nós, inclusive, avançarmos no sentido de ter clareza, não quer dizer por que uma área está proposta que toda ela será. No futuro, se os estudos apontarem uma unidade de conservação, é bem possível que venhamos a delimitar, no território, uma área menor.

Pág. 53 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Há algumas áreas, o Secretário Yênes Magalhães pode confirmar, nós já debatemos sobre isso, há algumas áreas onde claramente não é mais possível criar unidade de conservação, e estão propostas no Zoneamento; e há outra onde há a possibilidade de criar unidades de conservação, e não estão propostas. Então, esse é um termo que estamos isentando, até para ter segurança, a possibilidade de já sairmos desse processo com as unidades de conservação claramente definidas. Então, essa discussão e a contribuição de vocês, com toda certeza, vai servir bastante nessas definições. Agora, deixar muito claro: unidades de conservação de proteção integral, parques, não ocorrerão nesta região. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Conforme o nosso acordo, resumimos em cinco inscrições ainda: Sr. Leonardo Crestani, Sr. Denir Righi, Sr. João de Deus, Sr. Jordano Matei e Sr. João Batista. Então. Esse é o nosso acordo. Com a palavra, o Sr. Leonardo Crestani. O SR. LEONARDO CRESTANI - Boa-tarde a todos! Eu só queria, para exemplificar a minha ideia, citar dois fatos que ocorreram, Deputado, e que a imprensa internacional anunciou, notadamente, quando o Presidente da Bolívia, Evo Morales, invadiu as instalações da PETROBRAS, o nosso Presidente sabiamente disse: “Eu não vou invadir a Bolívia, vamos rever contrato.” E foi o que aconteceu e está tudo em paz. A Rússia, recentemente, trancou as torneiras de gás natural na entrada do inverno Europeu. Se vocês não pagarem tanto, não tem mais gás para o inverso europeu. O que é que acontece se o gás do Evo Morales tem o seu valor e tem que ser negociado; se o gás da União Soviética tem o seu valor, apesar de quebra de contrato, tem que ser negociado; se as nossas propriedades vão fazer parte de reservas, elas têm que ser renumeradas... (PALMAS). Como disse o Deputado Alexandre Cesar, se não é possível fazer o Zoneamento sem a criação de novas conservações... Eu não sou contrário a nenhuma conservação, Deputado, e já vou deixar muito claro aqui. Existe um consenso. Ninguém quer nem vender terras para o Estado. Nós queremos arrendar nossas terras. Se eles querem o oxigênio, nós temos o sequestro de carbono. E eles, ou sei lá quem quer que seja, que paguem por isso. E tem mais uma coisa, Deputado Alexandre Cesar, nessa criação, como disse o Procurador Público, há de se preservar não os direitos adquiridos, são direitos constitucionais, que são os direitos de propriedade - e isso é muito importante -, que estão sendo violados violentamente aqui em nosso Estado. E isso tem que ter um termo. Nós queremos um acordo? Queremos um acordo, sim. Mas nós queremos um acordo que seja plausível para todo mundo. E a minha proposta, proposta de consenso, é que nós queremos ser remunerados pelas reservas que estamos proporcionando. Caso contrário, Deputado Alexandre Cesar, esses acordos jamais serão possíveis. Jamais. E, só para registrar, nós não sabíamos que a belíssima Cristiane Torloni tinha tanta terra na Amazônia. Eu queria que a rede Globo também fizesse esse anúncio. Porque não é possível, Deputado Dilceu Dal Bosco, que aqui nesta região todo mundo seja dono. Aqui têm proprietários. Eu não sou dono da residência da Cristiane Torloni. Ela não vai me aceitar lá, mas eu não vou aceitá-la aqui também, dentro da minha propriedade. Isso é descabido, isso é impossível, é inconstitucional. Então, nós esperamos sinceramente que haja um consenso.

Pág. 54 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Eu tive a oportunidade de ver e entender que nas discussões, quando há qualquer divergência, elas encaminham para o campo político-ideológico. Mas o primeiro pronunciamento que teve aqui, que foi do Cacique que agora não me lembro o nome, ele falou que nós estamos sendo usados - o nosso Senador também disse - por pseudo-ambientalistas, por pseudo-políticos, pessoas que querem se promover politicamente, artisticamente à custa de quem está aqui trabalhando. E isso não é possível. Nós temos que ser respeitados. Eu quero dizer só mais uma coisa, Deputado Dilceu Dal Bosco. Isso é do seu conhecimento, muito mais do que do meu. Nós estamos vendo aqui o nosso fórum, é uma pujança; a Polícia Civil está muito bem instalada; a Polícia Federal, Justiça Federal, o Ministério Público Federal, o Ministério do Trabalho, o que foi feito nesses últimos dois anos para aparelhar a Justiça e a Polícia aqui em Sinop, foram gastos, acredito eu, alguns bilhões, Deputado Alexandre Cesar, mas o hospital público continua sem funcionamento. Eu não quero ser mais e nem menos, mas a única coisa que peço é o respeito aos direitos constitucionais. Muito obrigado a todos! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Sr. Leonardo Crestani. Ouviremos agora, pela ordem, Edenir Righi, produtor rural de Cláudia. O SR. EDENIR RIGHI - Boa-tarde a todos, em especial à Mesa! Eu confesso que, com a última fala aqui do Relator do Projeto, Deputado Alexandre Cesar, muito nos confortou, nos deixou, digamos assim, um pouco mais calmo. No entanto, se formos fazer uma análise detida tanto das diretrizes quanto do Projeto de Lei, que é o que de fato vai redundar (e nós acreditamos no que o Deputado está falando e está nos garantindo) ele é muito perigoso. E por que é perigoso? Vejamos o que diz no § 2º da Lei do Zoneamento, que é onde todas essas diretrizes vão desaguar. Ela diz o seguinte: “De conformidade com o Código Estadual do Meio Ambiente, o Estado poderá decretar limitações administrativas provisórias - e aqui eu repito - 'provisórias’ ao exercício de atividades e empreendimentos efetivos ou potencialmente causadores de degradação ambiental nas áreas submetidas a estudo para criação de unidade de conservação.” Então, veja, a nossa preocupação é: A diretriz não estabelece a modalidade da unidade de conservação. E, paralelo a isso, a própria lei é expressa em dizer que nós podemos sofrer limitações ao exercício de atividades desenvolvidas nessas áreas. Eu tomo como exemplo a minha pessoa e a minha família. Nós somos em três irmãos, temos uma área que foi dividida a 150 hectares para cada um. Nós temos um investimento que são oito anos de dívida e que será retirado dali. E, se nos impedirem de cultivarmos aquelas áreas, nós não pagaremos. E, além de não pagar, como é que vamos sustentar quem está por trás de nós? E os nossos dependentes? Essa é a nossa preocupação e é por isso que somos enfáticos em manifestar a contrariedade à unidade de conservação, porque existe todo um passivo financeiro e esse passivo financeiro, gente, tem que ser adimplido, ele tem que ser pago. E como você vai pagar? Retirando do trabalho daquela terra que está lá. Então, essa é a nossa preocupação, essa é a nossa principal preocupação. Não é pegar, muitas vezes... Grande parte daquela população que está lá só sabe fazer aquilo ali, desenvolver a atividade da agricultura. Se nos impedirem de desenvolver essa atividade, o que essas pessoas vão fazer? Vão para a cidade? Qual o meio de sobrevivência dela? Então, essa é a nossa preocupação. E também já deixo registrado que muito nos confortou a fala do Presidente da Assembleia Legislativa, quando ele disse que as nossas opiniões, a

Pág. 55 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. nossa vontade será levada em consideração. E nós, tanto nos trabalhos que antecederam esta Audiência Pública, fomos manifestamente contrários à unidade de conservação do Castanhal. E, paralelo a isso, tem um abaixo-assinado que demonstra que toda sociedade civil organizada do Município de Cláudia é manifestamente contra essa unidade de conservação em razão de todas essas consequências que pode gerar. Então, levem a nossa preocupação. Tenho certeza que podemos acreditar e confiar no trabalho dos Srs. Deputados para continuar desenvolvendo as nossas atividades, retirando o nosso sustento e, principalmente, adimplindo e mantendo as nossas obrigações assumidas, porque muitas delas foram financiadas pelo próprio Estado. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos a participação e a contribuição do Sr. Ednir. Com a palavra, o Sr. João de Deus, de Colíder. O SR. JOÃO DE DEUS - Pessoal, boa-tarde! Cumprimento a todos em nome do Deputado Dilceu Dal Bosco, que presidi esta Audiência Pública. Quero me colocar em defesa da vida e dentro do momento democrático histórico que é a realização das Audiências Públicas para discutir a questão ambiental. É bastante conflitante porque tem a questão do consumo, do capital, do posicionamento ideológico de cada um que está aqui e tem interesse por trás. Eu me inscrevi, companheiro Deputado Alexandre Cesar, para contribuir com a questão dos recursos hídricos. Não sei se Marcelândia teve precisa a questão dos recursos hídricos no seu Zoneamento. Para os senhores terem uma idéia, a nossa água; grande parte dos recursos hídricos de Mato Grosso está poluída e grande parte está contaminada. As bacias sofreram impacto das gerações passadas na extração de minério. Hoje, para os senhores terem uma idéia, o rio Teles Pires apresenta em alguns pontos alta concentração de mercúrio. Sabemos, também - e esta foi a fala de todos aqui -, que nenhum ambientalista quer que as pessoas morram de fome. Nenhum ambientalista é contra a evolução tecnológica. Para os senhores verem, tínhamos 2% de economia em 1964 e, hoje, temos uma referência grande. Precisamos do avanço da agroindústria; precisamos da pecuária. Agora, temos que ter, também, capacidade para garantir a existência do futuro. Esse Zoneamento tem que ter essa capacidade. Tem que ter a capacidade de quê? De apontar para as preservações. Sabemos que desde que o homem ocupou o mundo, no tempo da Bíblia, ele degrada. Temos a questão da agroindústria, dos agrotóxicos. Temos as nossas águas subterrâneas que sofrem com a possibilidade de contaminação, com excesso de agrotóxico utilizado na agroindústria. Não queremos acabar com a agroindústria. Não!... (TEMPO ESGOTADO)... Só para concluir! Não queremos acabar com o manejo! Não! Queremos buscar mecanismo que insira o homem, mas, com preservação. Temos, hoje, dentro do Parque do Xingu, Deputado Alexandre Cesar, grande incidência de mortalidade das crianças indígenas por falta de qualidade da água. Não vi, ainda,

Pág. 56 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. nenhuma posição clara quanto à questão dos resíduos sólidos. Não podemos falar em zoneamento ambiental sem priorizar a questão dos resíduos sólidos, dos aterros sanitários. Então, é um conjunto de medidas através das quais poderemos contribuir com uma posição: economia, produção e preservação. Essa é a bandeira de todos nós que defendemos a vida! Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Aumentamos uma inscrição aqui, fazendo justiça: a UNEMAT tinha três inscrições e resumiu em, apenas, uma. Então, o Darlan falará, daqui a pouco, em nome da UNEMAT. Com a palavra, o Sr. Jordano Matei, Secretário de Agricultura do Município de Cláudia. O SR. JORDANO MATEI - Primeiramente, quero cumprimentar a mesa, os Srs. Deputados, enfim, todos! Mais uma vez, queremos enfatizar que o Município de Cláudia fez um projeto no qual estamos contemplando toda a comunidade claudiense, pois, foi discutido com toda a comunidade, com o Poder Legislativo e com o Poder Executivo. De antemão, adiantamos que somos contra o estudo de unidade de conservação que atinge 47% da área do Município de Cláudia porque nos tornaria inviável. Gostaria que os Deputados, realmente, analisassem com carinho todas essas propostas. Sabemos do comprometimento dos Deputados da Bancada do Norte do Estado com os municípios da região Norte do Estado de Mato Grosso. Como diz o Hino do Rio Grande do Sul: “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Com a palavra, o Vereador João Batista, do Município de Cláudia. O SR. JOÃO BATISTA - Boa-tarde a todos! Em nome do Poder Legislativo da região Norte de Mato Grosso, venho aqui, Deputado Riva, trazer a nossa parcela de contribuição para esta Audiência Pública. Primeiramente, quero parabenizar a Assembleia Legislativa por ter socializado esse Projeto tão importante, que é o Zoneamento. Também, dizer que nós, da região, o Poder Legislativo, participamos atentamente das discussões nos municípios, dos ciclos de palestras, dos seminários, que antecederam esta Audiência Pública. E com o apoio dos povos indígenas e das demais etnias que aqui estavam conseguimos eliminar a Subcategoria 4.2 do Projeto do Zoneamento. Pedimos a eliminação total da página 93, deste livro, até o item 4.2.6. Nós propusemos isso e foi aprovado à unanimidade. É isso que aqui quero expor: se nós, do Poder Legislativo, chamamos o povo para saber sua opinião, com certeza, Vossas Excelências atenderão a solicitação da nossa região. É isto que queremos pedir. Não podemos pagar pelo erro de pessoas de outras regiões, de outros países, que lá erram e trazem para cima de nós a culpa, fazendo com que as nossas áreas, as nossas terras, automaticamente, passem para o Governo. Muitas vezes, como aconteceu na Reserva do Ranuro, nem as pessoas que tinham áreas foram indenizadas até hoje. Então, é isso que gostaria de pedir, em nome do Poder Legislativo da região Norte do Estado de Mato Grosso. Muito obrigado. (PALMAS)

Pág. 57 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Vereador João Batista. O Presidente do Sindicato Rural, utilizando o serviço de utilidade pública, também avisa que, às 15:30 horas, no Sindicato Rural haverá uma palestra ministrada pelo Deputado Federal Homero Pereira sobre o Código Florestal Brasileiro e outros assuntos, outros temas. Estão todos convidados. Ouviremos agora o Superintendente Estadual do IBAMA, Sr. Pedro Alberto Bignetti. O SR. PEDRO ALBERTO BIGNELLI - Boa-tarde a todos! Em nome do Deputado Dilceu Dal Bosco, cumprimento os integrantes da mesa. Primeiro, gostaria de elogiar pela democracia que, numa Audiência Pública como esta, só perde para uma eleição. É um grande exemplo que Mato Grosso dá para todos os Estados - eu venho de Goiás, mas sou paulista como muita gente daqui - e à Nação. Segundo, sinto-me muito à vontade de falar sobre o Zoneamento, porque tenho doutorado nessa situação de ordenamento de bacias hidrográficas. Então, eu me sinto à vontade de dizer que o Zoneamento... E também unido a experiência que tenho da fiscalização do IBAMA, da antipática fiscalização do IBAMA, que todo mundo aqui tem restrições em relação a ela, aprendemos que a Legislação de hoje, realmente, carece de uma série de explicações. E nós, como feitores da lei, somos obrigados a fazer com que a lei seja cumprida, nos colocamos numa situação, como havia dito, de antipatia. Hoje, 80% são regras. E nós temos que fazer cumprir 80%, a despeito da nossa própria vontade, a despeito do nosso próprio entendimento. Então, o Zoneamento é a única ferramenta técnica e política que se pode contrapor a isso. Se convencer - e aí os Deputados estão aqui e têm que se convencer, porque são eles que fazem as leis - o Zoneamento convencê-los de que a lei tem que ser mudada, onde ela é mudada. Então, vou antecipar o resultado de uma reunião que tivemos, ali atrás, com o Juiz de Marcelândia, e aqui com o Prefeito de Marcelândia... Primeiro, dando os parabéns à cidade que, no ano passado, conseguiu reduzir, de maneira fantástica, a questão das queimadas e está querendo se organizar. Tem um microzoneamento que, na verdade, é o zoneamento que, realmente, importa: é o Zoneamento em nível municipal, que atenderá muito mais do que o Zoneamento em nível estadual. Porque as manchas do Zoneamento municipal são muito mais representativas do que as grandes manchas do Zoneamento estadual e menores ainda e mais importantes que o Zoneamento da União. Nós começaremos a aplicar essa abertura, que pode existir na lei, no Município de Marcelândia. Isso foi o resultado do que conversamos ali atrás. Mas, para isso, o IBAMA, o Ministério do Meio Ambiente tem que ter ao lado o Juiz, tem que ter ao lado o Promotor de Justiça para que não andemos contra a lei. Então, existe o nosso entendimento, existe o entendimento do Ministério do Meio Ambiente a despeito do que o Ministro disse intempestivamente - e eu não concordo com o que ele disse... Nós temos que começar a andar. Fala-se muito em comunidade sustentável, em área sustentável, em cidade sustentável. Não existe um único exemplo disso no Brasil. E nós pretendemos fazer, via Arco Verde e via essa iniciativa IBAMA/Ministério do Meio Ambiente, Juiz e Prefeitura, com que Marcelândia seja o primeiro município com Selo Verde, o primeiro município exemplo do desenvolvimento

Pág. 58 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. sustentável no Brasil. E daí, pretendemos trazer aos outros municípios, em especial do Norte de Mato Grosso, que é minha jurisdição, a legalidade para o atendimento de quem produz e atendimento de quem quer ver conservado o bem natural. E precisamos também deixar de pensar um pouco no nosso umbigo, deixar de pensar nos nossos filhos e nos nossos netos, para pensar em bisnetos, em tataranetos, aos quais não temos contato e acaba não tendo o amor que temos aos nossos filhos; deixar de imediatismo para se fazer algo de longo prazo e, talvez, para sempre, que é a forma de produzir com sustentabilidade ambiental. Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos ao Superintendente do IBAMA, Sr. Pedro Alberto Bignelli. Com a palavra, o Sr. Darlan Guimarães, representando a UNEMAT. O SR. DARLAN GUIMARÃES - Bom-dia a todos os presentes! Em nome do Presidente da Comissão Especial de Zoneamento e do Relator, Deputados Dilceu Dal Bosco e Alexandre Cesar, cumprimento todos os presentes! Quero colocar um pequeno esclarecimento, porque às vezes começamos essa discussão partindo da nomenclatura de forma errada. A discussão do desenvolvimento socioeconômico e ecológico não pode ser meramente tratada ou de uma maneira simplista como um aspecto de reforma agrária, onde vamos delimitar terra e delimitar perímetros de exploração. Eu acho que existem valores maiores e, logicamente, a produção tem que ser um valor principal, considerado, porque é isso que gerará para essa população esse desenvolvimento social sustentável, mas que não é meramente o intuito deste Zoneamento. Então, para que não fique visto dessa forma, para que não pareça que estamos aqui discutindo agronegócio... É importante, sim, discutir o agronegócio, mas é importante discutir valores como desenvolvimento social. Faço um apelo aos nossos Deputados para que defendam os incentivos da agricultura familiar no projeto que existe nessa região. E existe fortemente. E é essa agricultura familiar que pode oferecer para as pessoas o alimento sem agrotóxico e sem veneno. Não é uma critica ao modelo agronegócio, porque precisamos dele. Mas para que os modelos consigam andar juntos. Não é possível promover um Zoneamento Socioeconômico Ecológico tratando-o de maneira simplista, visando à produtividade. Agora, quem garantirá essa produtividade? É a Universidade que dará o aparato técnico para que isso ocorra; que dará condições de se agregar valor a essa produção. Não adianta simplesmente ter produção! Tem que ter agregação; tem que ter aparato; tem que ter produção de qualidade, senão venderemos para quem? Para que produzir se não tem para quem vender? Quero dizer que a Universidade do Estado de Mato Grosso, desde o início da discussão do Zoneamento, esteve presente e continuará presente defendendo, não o agronegócio, mas o desenvolvimento social e ecológico que depende, também, da produção em alto escala. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (DILCEU DAL BOSCO) - Agradecemos o Darlan. Queremos agradecer a todos quer estavam inscritos, que abriram mão de suas inscrições. São quase cinco horas de Audiência Pública.

Pág. 59 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICO, REALIZADA EM SINOP, NO DIA 06 DE JUNHO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS. Quero fazer um comunicado e um convite a todos. Realizaremos seminários e Audiência Pública nos dias 18, 19 e 20, em Juína; e 24, 25 e 26 de junho em Cuiabá e também estamos buscando alternativas para a realização de uma Audiência Pública na Reserva Nacional do Xingu. Em nome da Assembleia Legislativa e da Comissão Especial do Zoneamento, agradecemos todos que contribuíram, todos que participaram. Muito obrigado. Um abraço a todos! Fiquem com Deus! Declaro encerrada a presente Audiência Pública.

Equipe Técnica: - Taquigrafia: - Aedil Lima Gonçalves; - Amanda Sollimar Garcia Taques Vital; - Cristiane Angélica Couto da Silva Faleiros; - Cristina Maria Costa e Silva; - Dircilene Rosa Martins; - Donata Maria da Silva Moreira; - Isabel Luíza Lopes; - Tânia Maria Pita Rocha; - Suely Maria Pita Rocha. - Revisão: - Ila de Castilho Varjão; - Nilzalina Couto Marques; - Regina Célia Garcia; - Rosa Antonia de Almeida Maciel Lehr; - Rosivânia de França Daleffe.

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