Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro Centro De Educação E Humanidades Faculdade De Comunicação Social
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades Faculdade de Comunicação Social Irlan Simões Santos Novas culturas torcedoras: das arenas do futebol-negócio à resistência nas arquibancadas e redes Rio de Janeiro 2017 Irlan Simões Santos Novas culturas torcedoras: das arenas do futebol-negócio à resistência nas arquibancadas e redes Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre ao Programa de Pós-graduação em COMUNICAÇÃO, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Comunicação Social. Orientador: Prof. Dr. Ronaldo George Helal Rio de Janeiro 2017 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CEH/A S237 Santos, Irlan Simões. Novas culturas torcedoras: das arenas do futebol-negócio à resistência nas arquibancadas e redes / Irlan Simões Santos. – 2017. 244 f. Orientador: Ronaldo George Helal. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Comunicação Social. 1. Comunicação Social – Teses. 2. Futebol – Teses. 3Torcidas – Teses. I. Helal, Ronaldo George. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Comunicação Social. III. Título. es CDU 316.77 Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, desde que citada a fonte. ___________________________________ _______________ Assinatura Data Irlan Simões Santos Novas culturas torcedoras: das arenas do futebol-negócio à resistência nas arquibancadas e redes Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre ao Programa de Pós- graduação em Comunicação, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Comunicação Social. Aprovada em Banca Examinadora: ______________________________________________________ Prof. Dr. Ronaldo George Helal (Orientador) Faculdade de Comunicação Social - UERJ ______________________________________________________ Prof. Dr. Gilmar Mascarenhas Departamento de Geografia - UERJ ______________________________________________________ Prof. Dr. Edison Gastaldo Centro de Estudos de Pessoal e Forte Duque de Caxias - C EP-FDC Rio de Janeiro 2017 A Ivan e Inamar, por tudo. Aos que criam, pela inspiração. Aos que pelejam, pela excitação Aos que vibram, pela companhia. Aos imprescindíveis, pela esperança. Aos que brindam pela vida. AGRADECIMENTOS Agradeço a Ivan, meu pai, responsável por tudo isso aqui, quando se aventurou a frequentar o não-recomendável estádio do Barradão para satisfazer a vontade do pequeno filho futeboleiro. Agradeço a Inamar, minha mãe, e a Inajara, minha irmã, pelo apoio dado sem cobranças, em tantas formas e gestos. Agradeço aos tantos amigos de tamanha consideração em Salvador, Aracaju e Rio de Janeiro. O mundo que toquei vai se expandindo e as distâncias aumentando, mas o lugar de cada um de vocês ainda é reservado nesse coração com muito mais a conhecer e receber. Agradeço também às gratas amizades que se construíram em tantos outros cantos do país. Agradeço a Freitaz, amigo mais que longínquo, por tanta paciência e pelo silêncio nas horas necessárias. Agradeço a Portela, colega de arquibancada e hoje um “barradônico” expatriado, pela ajuda na tradução do resumo. Agradeço a Anderson Santos, pela confiança na parceria nessas empreitadas acadêmicas. Agradeço a Nanda, colo e carinho nos momentos de cansaço, melhor abraço na hora do gol. Agradeço ao orientador Ronaldo Helal pelo espaço e tempo concedido. Agradeço aos professores Gilmar Mascarenhas e Bernardo Buarque pela mais-que-qualificada banca de qualificação, pelos ensinamentos e sugestões e pela referência natural que são. Agradeço a Edison Gastaldo pelo aceite do convite para a banca de defesa. Agradeço a Zuza Ferreira e Arthur e Artêmio Valente, pioneiros do futebol baiano, pela ousadia. Agradeço a Agnaldo Capacete, Petkovic, Bebeto, Marcelo Heleno, Vanderson, Índio, Leandro Domingues, Ramon Menezes, Neto Baiano, Marquinhos, Viáfara, Escudero, pelos momentos de alegria proporcionados e pelo respeito demonstrado pela torcida do Esporte Clube Vitória. Também a Mario Sérgio (in memorian), Osni e André Catimba, pelos feitos numa uma época em que eu nem existia, mas que foi um marco na história do clube. Agradeço a todos os torcedores e seus coletivos que foram matéria prima desse trabalho, em todo o mundo, cujas imagens guardo como registro de um tempo. Incluindo aqui a Brigada Marighella e a Vitória Popular. Agradeço a Antônio Carlos Belchior e Eduardo Galeano pela inspiração e influência na formação enquanto ser humano. Que a firmeza de suas convicções seja o espelho nos momentos de desesperança e fraqueza. Saudoso dos velhos tempos da fé, o torcedor tampouco aceita os cálculos de rentabilidade que frequentemente determinam as decisões dos dirigentes, numa época que obriga os times a se transformarem numa fábrica produtora de espetáculos. Quando a fábrica vai mal, os números vermelhos mandam sacrificar o ativo da empresa. Um dos gigantescos supermercados Carrefour, de Buenos Aires, levanta-se sobre as ruínas do estádio do San Lorenzo. Quando o estádio foi demolido, em meados de 1983, os torcedores saíram chorando, levando um punhado de terra no bolso. O time é a única cédula de identidade na qual o torcedor acredita. E em muitos casos, a camisa, o hino e abandeira encarnam tradições profundas, que se expressam nos campos de futebol, mas vêm do fundo da história de uma comunidade. Eduardo Galeano, Fervor da Camisa Futebol ao Sol e Sombra, 1996. RESUMO SANTOS, Irlan Simões. Novas culturas torcedoras: das arenas do futebol-negócio à resistência nas arquibancadas e redes. 2017. 244 f. Dissertação (Mestrado em COMUNICAÇÃO) – Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2017. Ao fim da edição 2016 do Campeonato Brasileiro Série A teríamos o momento ideal para o balanço dos impactos das novas arenas no futebol brasileiro. Era o terceiro ano desde a realização da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, que encerraria o “período de teste” dos tão propalados “legados da Copa”. Neste trabalho investigamos aquilo que se convencionou chamar de “nova cultura torcedora”: a alteração do público dos estádios e da aplicação de um novo conceito de consumo esportivo, na seleção desse público, através do encarecimento dos ingressos, e na mudança do padrão de comportamento, agora mais passivo, individualizado e orientado para o consumo. No entanto, na contra corrente desse fluxo aparentemente inevitável de transformações do futebol local, detectamos experiências coletivas de torcedores que contestavam essas mudanças, e reverberavam um fenômeno já notado no epicentro da indústria do futebol global: movimentos de resistência torcedora à mercantilização do futebol, que começavam a borbulhar no caldeirão dos “legados” das novas arenas. São duas noções conflitantes, dialéticas, que irrompem como consequências diretas da (tentativa de) transformação dos estádios e das torcidas do Brasil. Duas “novas culturas torcedoras” que deveriam ser investigadas no fechamento desse ciclo “pós-Copa”. Desse modo, buscamos traçar o histórico de desenvolvimento da indústria do futebol a partir do estudo dos seus quatro elementos principais: clube, jogador, estádio e torcida. Esforço feito com o objetivo de estabelecer os pressupostos preliminares para a formação de uma economia política crítica do futebol. Num segundo momento focamos no estudo dos estádios e das torcidas para examinar essas “novas culturas torcedoras” a partir do Cruzeiro Esporte Clube e Sport Club Internacional. No segundo capítulo buscamos compreender o surgimento do conceito de consumo esportivo entendido como “arena multiuso”, e como esse implica nas mudanças que detectamos, através de uma pesquisa quantitativa, no Mineirão e no Beira-Rio. O terceiro capítulo completa o estudo buscando investigar os movimentos de resistência torcedora à mercantilização do futebol, para compreender as experiências da Resistência Azul Popular e do Povo do Clube, respectivamente, agora em caráter qualitativo. Palavras-chave: Futebol. Economia Política da Comunicação. Arenas. Mercantilização do futebol. Movimentos de resistência torcedora. ABSTRACT SANTOS, Irlan Simões. The New Cultures of Supporterism: from the football-business arenas to the resistance on the stands and networks. 2017. 244 f. Dissertação (Mestrado em COMUNICAÇÃO) – Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2017. The end of the 2016 Brazilian National Championship was the perfect moment for a balance of the impacts of the new arenas in Brazilian Football. It was the third year since the FIFA World Cup took place in Brazil, which ended the “time of tests” of the much publicized “World Cup legacies”. In this work, we researched what is now being called “the new culture of supporterism”: the change of spectator crowd in the stadiums; the application of new concepts of sports consuming; by the selection of the frequenters of the stadium through the rise of the ticket prices; and the change of the fan’s behavior to a more passive, individualized and consume-oriented style. However, against this apparently inevitable flux of transformations, contestation rose through collective experiences of supporters, who reflected a phenomenon that was already taking place in the epicenter of the global football industry: movements of resistance of supporters against the commodification of football. Those two conflicting and dialectical notions erupt directly from the (attempts to) transformation of Brazilian stadiums and football