Guia Cultural, 13

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Guia Cultural, 13 Editorial ividir as páginas seguintes com você, leitor, é um mares. E todo esse visual marítimo é emoldurado por muito enorme prazer, porque, para nós, também foi verde, como as encantadoras palmeiras de Olinda. Dextremamente prazeroso conhecer essas duas lindas Quem pensa, porém, que ir a Recife e Olinda é como fazer cidades que contam parte da história do Brasil: Recife e uma viagem que nos leva de volta ao tempo em todos os senti- Olinda. Uma vez que há tanta gente sonhando em realizar dos está muito enganado. As duas cidades contam com moder- uma viagem para o exterior, nós o convocamos a esquecer nas condições para receber os turistas, sobretudo Recife, que esta ideia temporariamente e desbravar primeiro o interior de possui uma imensa oferta hoteleira, ótimos restaurantes e nosso próprio país. As surpresas serão grandes, tal como foram grandes shopping centers. Mas Olinda não fica atrás: embora para nós aos explorarmos esses dois tesouros do Nordeste. seja mais singela, ostenta o título de Patrimônio Histórico da Quem se permitir fazer as malas e rumar para Recife e Olinda Humanidade. A vantagem é que as duas se separam por ape- irá encontrar uma beleza estonteante vinda de sua natureza, nas sete quilômetros, cerca de vinte minutos de carro. Por isso, de seus momumentos, de suas igrejas. E o melhor: tudo isso com organizar sua viagem para percorrer as duas cidades é fun- um sabor europeu, misturado com o tempero brasileiro de uma damental. Afinal, ir a Recife e não conhecer Olinda é como ir gente hospitaleira, alegre, calorosa. a Roma e não conhecer o papa. Uma cidade complementa a Mas por que sabor europeu? Porque essas duas cidades outra. Prepare-se, portanto, para se apaixonar nas páginas foram colonizadas por dois povos vindos da Europa: os por- seguintes. E não demore a programar suas férias nesses dois tugueses e os holandeses. E, andando por suas ruas, vemos recantos maravilhosos do nosso Brasil. essas influências por todos os lados, seja nos sobrados coloniais, Ana Lúcia Prôa nas igrejas suntuosas, nos fortes preservados ou mesmo nas danças típicas da região - como o frevo -, que misturam movi- mentos aprendidos nos salões frequentados pelos portugueses. ÍNDICE Até os bonecos gigantes de Olinda têm um pezinho na Europa: quem os introduziu no Brasil fez nada mais, nada menos do História de Recife 5 que adaptar uma tradição europeia que marcava as festas Atrações da cidade 8 religiosas da Idade Média. Só que esse lado europeu de Olinda e Recife tem um quê História de Olinda 10 a mais. O sol brilha praticamente o ano todo na região, que Atrações de Olinda 12 possui uma natureza exuberante: diante das duas cidades, a Carnaval 18 grandeza do oceano se descortina e, ao longo da orla, recifes protegem os banhistas de ondas mais fortes - formando pisci- Corredor cultural 22 nas naturais - e do avanço de tubarões, comuns por esses O Guia Cultural - Pernambuco é uma publicação da Câmara de Cultura Nas ruas de Recife e Olinda, grupos de Regina Lima Diretora Executiva maracatu se apresentam Marta Souza Lima Diretora Adjunta durante o Câmara de Cultura carnaval, Ana Lúcia Prôa Jornalista e Editora exibindo Telefax (21) 2487-4128 suas roupas [email protected] Mariana Simões Revisora coloridas e www.camaradecultura.org muita animação O Guia Cultural - Pernambuco não se responsabiliza Sidney Ferreira Designer pelos conceitos e opiniões emitidos em matérias e artigos assinados. Foto de Capa Werner Zotz/Embratur Agradecimentos a Flávia Carrijo, assessora de Tiragem desta edição 20.000 exemplares imprensa da Embratur, e ao jornalista Thiago Brigada, que gentilmente cederam as fotos para esta edição. 2 Foto: Christian Knepper / Embratur Recife A Veneza brasileira A capital de Pernambuco o coração do Nordeste, encon- nambucana é banhada pelo Oceano é apaixonante. Além de tra-se uma cidade que encanta Atlântico. E é daí que vem o seu nome. suas ruas abrigarem, Npor suas belezas naturais, seu Ao longo da costa, há uma enorme clima sempre ensolarado, suas histórias barreira natural formada por recifes harmoniosamente, casarios e seu povo alegre e acolhedor. É de arenito. Por conta dessa formação antigos ao lado de Recife, a capital de Pernambuco! Uma rochosa, os portugueses não tiveram terra que já foi extremamente dúvidas em chamá-la, inicialmente, de edificações modernas, próspera devido ao cultivo da cana- Recife dos Navios, uma vez que este de-açúcar, no início da colonização do era o porto perfeito para embarcarem elas ainda são cercadas por Brasil, e que agora é rica por suas matéria-prima para a Europa. Apesar rios e pontes, lembrando a indústrias e por atrair, todos os anos, de ter sido conhecida por Porto de milhares de turistas. Um local abençoa- Santelmo, Arrecife de São Miguel e romântica cidade europeia do por Deus e bonito por natureza, povoado do Corpo Santo, Recife foi o habitantes da região, os indígenas; carinhosamente chamado de "Veneza nome que ficou, merecidamente. daqueles que vieram para ser escravos brasileira" graças aos canais formados Hoje, passear por Recife - e por nos engenhos de cana-de-açúcar, os pelos rios Capibaribe e Beberibe, Olinda, cidade vizinha à qual também africanos; dos nossos colonizadores, os sobre os quais foram erguidas 39 dedicamos esta edição do GUIA CUL- portugueses; e dos europeus que mais pontes. TURAL - é certeza de desfrutar de uma trouxeram desenvolvimento à região: Além de ser entrecortada por esses natureza exuberante e mergulhar no os holandeses. Tudo isso amparado por dois rios - que dividem a cidade em passado histórico. Em uma miscelânea um esquema hoteleiro perfeito e por três "ilhas" (os bairros Recife, Santo de culturas e tradições, os visitantes um dos melhores pólos gastronômicos Antônio e Boa Vista) -, a capital per- encontram influências dos primeiros do Brasil. Melhor, impossível! Foto: Werner Zotz/Embratur Foto: Werner A rua da Aurora, no bairro de Boa Vista, encontra-se às margens do rio Capibaribe e possui coloridos sobrados do século XIX 5 Recife Uma antiga história de amor e lutas A cidade, inicialmente colonizada por portugueses, viu seu maior crescimento acontecer durante a ocupação holandesa, quando Maurício de Nassau chegou à região e, por 24 anos, dedicou-se à sua urbanização ecife é uma paixão! A relação de carta, a região que mais tarde se amor entre a cidade e seus visi- tornaria Recife foi citada, simplesmente, Rtantes não vem de hoje... Talvez a como um ancoradouro, uma vez que as maior delas remonte ao século XVII, formações rochosas ao longo da costa após o desembarque de Maurício de (recifes) criavam uma espécie de porto Nassau em Pernambuco. Ele ficou tão natural. encantado pela região que investiu De fato, Recife não passava disso todos os seus esforços para "modernizar" para os europeus: o local mais adequa- o então povoado. Mas antes disso, do para atracar seus navios, desem- desde 1516, já havia portugueses por barcar peças vindas de Portugal e, lá, nas chamadas feitorias (pequenas depois, carregá-los com pau-brasil e fortificações para defesa dos ataques cana-de-açúcar - que começava a ser de índios e estrangeiros, em que esto- plantada naquele solo fértil -, levando No bairro do Recife Antigo, ainda é possível cavam o pau-brasil extraído de nossas essas matérias-primas para enriquecer encontrar as primeiras construções da cidade, terras para depois ser enviado para a metrópole. A região, que ficava a agora totalmente restauradas Foto: Christian Knepper/Embratur Portugal). sete quilômetros de Olinda, era povoa- Em 1534, a Coroa portuguesa criou da apenas por alguns grupos de a então chamada Nova Holanda. E foi as capitanias hereditárias. Neste sis- pescadores. O investimento dos por- amor à primeira vista! Nassau chegou em tema, nobres portugueses recebiam por tugueses em Recife, portanto, era prati- 1637 e dali só saiu expulso pelos por- doação enormes faixas de terra do ter- camente nulo, já que o local com maior tugueses 24 anos depois. Mas foi embo- ritório brasileiro, a fim de colonizá-las, importância para eles naquele momen- ra deixando para trás um número infini- protegê-las e, obviamente, explorar to era Olinda, que se tornou a capital to de melhorias para a região e levando suas riquezas. Foi assim que, um ano da província. com ele o título de "o brasileiro", como depois, Duarte Coelho tornou-se o E assim transcorreu por quase um continuou sendo chamado até sua morte. donatário da capitania de Pernambuco, século, até que, em 14 de fevereiro de aportando, inicialmente, em Igaraçu, 1630, uma armada de 67 velas DE PORTO NATURAL litoral norte da região. Após travar exibindo reluzentes canhões pintados A CAPITAL batalhas com seus primeiros habitantes, de vermelho adentrou o litoral pernam- Até hoje, os moradores de Recife os índios caetés, ele deu início ao proces- bucano. Eram os holandeses, que logo associam o nome de Maurício de so de colonização desta área do Brasil. tomaram a direção de Olinda. Eles, Nassau à época de ouro da cidade. E seguiu rumo ao sul, instalando-se em que representavam a Companhia das Não é para menos. Após sua inter- um ponto que considerou estratégico Índias Ocidentais, expulsaram os por- venção, a região deixou de ser um para a defesa de sua capitania: os altos tugueses da região e se instalaram em povoado subordinado à vila de Olinda morros de Olinda. Em 1537, esta vila já Recife, visando conquistar toda aquela para se tornar a capital da Nova era próspera o suficiente para que área e, nela, dominar o comércio e a Holanda. E como o conde tinha real Duarte Coelho enviasse uma carta à navegação. Sete anos depois, a Coroa apreço pelo local, ele próprio se Coroa portuguesa descrevendo todos os holandesa mandou para Recife o conde empenhou na sua urbanização.
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