Editorial

ividir as páginas seguintes com você, leitor, é um mares. E todo esse visual marítimo é emoldurado por muito enorme prazer, porque, para nós, também foi verde, como as encantadoras palmeiras de Olinda. Dextremamente prazeroso conhecer essas duas lindas Quem pensa, porém, que ir a e Olinda é como fazer cidades que contam parte da história do Brasil: Recife e uma viagem que nos leva de volta ao tempo em todos os senti- Olinda. Uma vez que há tanta gente sonhando em realizar dos está muito enganado. As duas cidades contam com moder- uma viagem para o exterior, nós o convocamos a esquecer nas condições para receber os turistas, sobretudo Recife, que esta ideia temporariamente e desbravar primeiro o interior de possui uma imensa oferta hoteleira, ótimos restaurantes e nosso próprio país. As surpresas serão grandes, tal como foram grandes shopping centers. Mas Olinda não fica atrás: embora para nós aos explorarmos esses dois tesouros do Nordeste. seja mais singela, ostenta o título de Patrimônio Histórico da Quem se permitir fazer as malas e rumar para Recife e Olinda Humanidade. A vantagem é que as duas se separam por ape- irá encontrar uma beleza estonteante vinda de sua natureza, nas sete quilômetros, cerca de vinte minutos de carro. Por isso, de seus momumentos, de suas igrejas. E o melhor: tudo isso com organizar sua viagem para percorrer as duas cidades é fun- um sabor europeu, misturado com o tempero brasileiro de uma damental. Afinal, ir a Recife e não conhecer Olinda é como ir gente hospitaleira, alegre, calorosa. a Roma e não conhecer o papa. Uma cidade complementa a Mas por que sabor europeu? Porque essas duas cidades outra. Prepare-se, portanto, para se apaixonar nas páginas foram colonizadas por dois povos vindos da Europa: os por- seguintes. E não demore a programar suas férias nesses dois tugueses e os holandeses. E, andando por suas ruas, vemos recantos maravilhosos do nosso Brasil. essas influências por todos os lados, seja nos sobrados coloniais, Ana Lúcia Prôa nas igrejas suntuosas, nos fortes preservados ou mesmo nas danças típicas da região - como o frevo -, que misturam movi- mentos aprendidos nos salões frequentados pelos portugueses. ÍNDICE Até os bonecos gigantes de Olinda têm um pezinho na Europa: quem os introduziu no Brasil fez nada mais, nada menos do História de Recife 5 que adaptar uma tradição europeia que marcava as festas Atrações da cidade 8 religiosas da Idade Média. Só que esse lado europeu de Olinda e Recife tem um quê História de Olinda 10 a mais. O sol brilha praticamente o ano todo na região, que Atrações de Olinda 12 possui uma natureza exuberante: diante das duas cidades, a Carnaval 18 grandeza do oceano se descortina e, ao longo da orla, recifes protegem os banhistas de ondas mais fortes - formando pisci- Corredor cultural 22 nas naturais - e do avanço de tubarões, comuns por esses

O Guia Cultural - é uma publicação da Câmara de Cultura Nas ruas de Recife e Olinda, grupos de Regina Lima Diretora Executiva maracatu se apresentam Marta Souza Lima Diretora Adjunta durante o Câmara de Cultura carnaval, Ana Lúcia Prôa Jornalista e Editora exibindo Telefax (21) 2487-4128 suas roupas [email protected] Mariana Simões Revisora coloridas e www.camaradecultura.org muita animação O Guia Cultural - Pernambuco não se responsabiliza Sidney Ferreira Designer pelos conceitos e opiniões emitidos em matérias e artigos assinados. Foto de Capa Werner Zotz/Embratur

Agradecimentos a Flávia Carrijo, assessora de Tiragem desta edição 20.000 exemplares imprensa da Embratur, e ao jornalista Thiago Brigada, que gentilmente cederam as fotos para esta edição. 2 Foto: Christian Knepper / Embratur

Recife A Veneza brasileira A capital de Pernambuco o coração do Nordeste, encon- nambucana é banhada pelo Oceano é apaixonante. Além de tra-se uma cidade que encanta Atlântico. E é daí que vem o seu nome. suas ruas abrigarem, Npor suas belezas naturais, seu Ao longo da costa, há uma enorme clima sempre ensolarado, suas histórias barreira natural formada por recifes harmoniosamente, casarios e seu povo alegre e acolhedor. É de arenito. Por conta dessa formação antigos ao lado de Recife, a capital de Pernambuco! Uma rochosa, os portugueses não tiveram terra que já foi extremamente dúvidas em chamá-la, inicialmente, de edificações modernas, próspera devido ao cultivo da cana- Recife dos Navios, uma vez que este de-açúcar, no início da colonização do era o porto perfeito para embarcarem elas ainda são cercadas por Brasil, e que agora é rica por suas matéria-prima para a Europa. Apesar rios e pontes, lembrando a indústrias e por atrair, todos os anos, de ter sido conhecida por Porto de milhares de turistas. Um local abençoa- Santelmo, Arrecife de São Miguel e romântica cidade europeia do por Deus e bonito por natureza, povoado do Corpo Santo, Recife foi o habitantes da região, os indígenas; carinhosamente chamado de "Veneza nome que ficou, merecidamente. daqueles que vieram para ser escravos brasileira" graças aos canais formados Hoje, passear por Recife - e por nos engenhos de cana-de-açúcar, os pelos rios Capibaribe e Beberibe, Olinda, cidade vizinha à qual também africanos; dos nossos colonizadores, os sobre os quais foram erguidas 39 dedicamos esta edição do GUIA CUL- portugueses; e dos europeus que mais pontes. TURAL - é certeza de desfrutar de uma trouxeram desenvolvimento à região: Além de ser entrecortada por esses natureza exuberante e mergulhar no os holandeses. Tudo isso amparado por dois rios - que dividem a cidade em passado histórico. Em uma miscelânea um esquema hoteleiro perfeito e por três "ilhas" (os bairros Recife, Santo de culturas e tradições, os visitantes um dos melhores pólos gastronômicos Antônio e Boa Vista) -, a capital per- encontram influências dos primeiros do Brasil. Melhor, impossível! Foto: Werner Zotz/Embratur Foto: Werner

A rua da Aurora, no bairro de Boa Vista, encontra-se às margens do rio Capibaribe e possui coloridos sobrados do século XIX 5 Recife Uma antiga história de amor e lutas A cidade, inicialmente colonizada por portugueses, viu seu maior crescimento acontecer durante a ocupação holandesa, quando Maurício de Nassau chegou à região e, por 24 anos, dedicou-se à sua urbanização

ecife é uma paixão! A relação de carta, a região que mais tarde se amor entre a cidade e seus visi- tornaria Recife foi citada, simplesmente, Rtantes não vem de hoje... Talvez a como um ancoradouro, uma vez que as maior delas remonte ao século XVII, formações rochosas ao longo da costa após o desembarque de Maurício de (recifes) criavam uma espécie de porto Nassau em Pernambuco. Ele ficou tão natural. encantado pela região que investiu De fato, Recife não passava disso todos os seus esforços para "modernizar" para os europeus: o local mais adequa- o então povoado. Mas antes disso, do para atracar seus navios, desem- desde 1516, já havia portugueses por barcar peças vindas de Portugal e, lá, nas chamadas feitorias (pequenas depois, carregá-los com pau-brasil e fortificações para defesa dos ataques cana-de-açúcar - que começava a ser de índios e estrangeiros, em que esto- plantada naquele solo fértil -, levando No bairro do Recife Antigo, ainda é possível cavam o pau-brasil extraído de nossas essas matérias-primas para enriquecer encontrar as primeiras construções da cidade, terras para depois ser enviado para a metrópole. A região, que ficava a agora totalmente restauradas Foto: Christian Knepper/Embratur Portugal). sete quilômetros de Olinda, era povoa- Em 1534, a Coroa portuguesa criou da apenas por alguns grupos de a então chamada Nova Holanda. E foi as capitanias hereditárias. Neste sis- pescadores. O investimento dos por- amor à primeira vista! Nassau chegou em tema, nobres portugueses recebiam por tugueses em Recife, portanto, era prati- 1637 e dali só saiu expulso pelos por- doação enormes faixas de terra do ter- camente nulo, já que o local com maior tugueses 24 anos depois. Mas foi embo- ritório brasileiro, a fim de colonizá-las, importância para eles naquele momen- ra deixando para trás um número infini- protegê-las e, obviamente, explorar to era Olinda, que se tornou a capital to de melhorias para a região e levando suas riquezas. Foi assim que, um ano da província. com ele o título de "o brasileiro", como depois, tornou-se o E assim transcorreu por quase um continuou sendo chamado até sua morte. donatário da capitania de Pernambuco, século, até que, em 14 de fevereiro de aportando, inicialmente, em Igaraçu, 1630, uma armada de 67 velas DE PORTO NATURAL litoral norte da região. Após travar exibindo reluzentes canhões pintados A CAPITAL batalhas com seus primeiros habitantes, de vermelho adentrou o litoral pernam- Até hoje, os moradores de Recife os índios caetés, ele deu início ao proces- bucano. Eram os holandeses, que logo associam o nome de Maurício de so de colonização desta área do Brasil. tomaram a direção de Olinda. Eles, Nassau à época de ouro da cidade. E seguiu rumo ao sul, instalando-se em que representavam a Companhia das Não é para menos. Após sua inter- um ponto que considerou estratégico Índias Ocidentais, expulsaram os por- venção, a região deixou de ser um para a defesa de sua capitania: os altos tugueses da região e se instalaram em povoado subordinado à vila de Olinda morros de Olinda. Em 1537, esta vila já Recife, visando conquistar toda aquela para se tornar a capital da Nova era próspera o suficiente para que área e, nela, dominar o comércio e a Holanda. E como o conde tinha real Duarte Coelho enviasse uma carta à navegação. Sete anos depois, a Coroa apreço pelo local, ele próprio se Coroa portuguesa descrevendo todos os holandesa mandou para Recife o conde empenhou na sua urbanização. Uma lugares e benfeitorias ali existentes. Na Maurício de Nassau, a fim de governar das primeiras atitudes de Nassau foi 6 Foto: Christian Knepper/Embratur

fazer alguns aterramentos e mandar esse planejamento urbanístico, mesmo Em 1654, os portugueses deram a construir pontes, dando uma nova cara sabendo que ia contra o que a maioria volta por cima e expulsaram os holan- àquela Recife dos Navios. Antes, para achava da região, tida como um local deses de Pernambuco. Quando se deslocar de Recife para as ilhas de infrutífero, que não passava de um Maurício de Nassau se foi, Recife já Santo Antônio e Boa Vista, era preciso areal alagadiço. contabilizava trezentos prédios, entre pegar uma balsa. Esse transporte era Nassau esteve o tempo todo de casas térreas, sobrados, igrejas, cobrado e o preço só fazia aumentar. olho no progresso daquele belo refúgio cadeia, Palácio do Governo, alfânde- Foi com festa, então, que o povo da pernambucano. E sabia que, para ga, provedoria, Casa da Câmara, região comemorou a construção da tanto, precisaria lidar muito bem com armazéns e sinagoga. Porém, somente primeira ponte da região, em 28 de as pessoas da região. Assim, sempre em 1710 foi promulgada a carta régia fevereiro de 1644 - que viria a ser, buscou manter um bom relacionamento elevando a povoação à categoria de também, a primeira ponte do Brasil. com os senhores de engenho. A eles, vila, o que acabou provocando a Além disso, Recife foi ganhando oferecia empréstimos e ótimas condições famosa Guerra dos Mascates, uma sobrados, palácios, jardins e até um de pagamento, no intuito de que pro- guerra civil entre Recife e Olinda, já zoológico, que remetiam a importantes duzissem safras maiores de cana-de- que a aristocracia olindense não cidades europeias. Nassau foi respon- açúcar. Obviamente, havia interesses aceitava a ascensão de seu vizinho sável pelo surgimento do primeiro comerciais por trás dessa ajuda, mas isso "menos nobre". Mas não houve jeito, e observatório astronômico e da primeira não invalidava as ações altamente Recife só fez crescer, conquistando o sinagoga das Américas. Ele não mediu empreendedoras de Nassau, que servi- título de cidade em 1823 e, quatro esforços para trazer da Europa os ram de semente para que Recife flo- anos depois, finalmente, tornando-se a melhores artistas, arquitetos, engenheiros rescesse e se tornasse a bela capital capital de Pernambuco. e paisagistas para dar vida a todo que, hoje, a todos encanta. 7 Recife Um dos melhores pontos de observação de Recife encontra-se no alto dos morros de Olinda. Ao fundo, vê-se a atual grandiosidade da capital pernambucana

Diversão e cultura à vontade Curtir as piscinas que se formam na praia da Boa Viagem, conhecer a história nas ruas do Recife Antigo, visitar palácios e museus... Essas são apenas algumas atrações que a cidade oferece!

capital de Pernambuco é um prato E não é à toa que Boa Viagem é tão gios". Existem mais de cem embarcações cheio para agradar qualquer tipo procurada. Nesse bairro, encontram-se afundadas na região! Há escolas de mer- Ade turista. Tem praia, tem história, uma completíssima infraestrutura hoteleira gulho e guias específicos que levam os tem modernidade. É como diz seu princi- para as diversas categorias de turistas, os visitantes para esse excitante passeio. pal atrativo natural: uma boa viagem! O maiores shoppings e lojas da cidade e E, se o assunto é aventura, Recife ideal, portanto, é começar o passeio con- incríveis bares e restaurantes, que fazem oferece outras opções. Com o auxílio de hecendo esta que é considerada uma das jus à cidade - o segundo pólo gastronômi- guias, é possível conhecer matas e reser- mais belas praias urbanas do Brasil: a co do Brasil. Também há bons restau- vas ecológicas, praias desertas, sítios praia da Boa Viagem. Com sete rantes, bares e quiosques na praia de históricos e manguezais. Os adeptos dos quilômetros de extensão, possui areia fina Pina, próximo a Boa Viagem. Antiga colô- esportes radicais têm boas opções, como e águas mornas e límpidas, formando nia de pescadores, é outra opção para os a prática de rapel, trekking, asa-delta, turis- diversas piscinas naturais protegidas pelos turistas aproveitarem as ondas fracas pro- mo ecológico, paraquedismo, canyoning e recifes. Só não é aconselhável se aventu- tegidas pelos recifes. expedições off-road. Possibilidades para rar mar adentro: tubarões costumam "fre- Para quem tem espírito de aventura, o tornar sua viagem a esta cidade ainda quentar" a badalada região. Ao longo de litoral da região oferece outro atrativo: o mais inesquecível! toda a orla, outra grande pedida é se mergulho. São 23 pontos seguros para a sentar em um dos inúmeros quiosques do prática do esporte, onde se pode admirar O RECIFE ANTIGO AINDA NOVO calçadão e pedir uma porção de frutos a riquíssima vida marinha da região, com- Saindo do circuito natureza e aventu- do mar, acompanhada de água-de-coco posta por peixes multicoloridos, tartaru- ra, é hora de voltar ao passado. Recife gelada ou suco de frutas típicas. Um gas, moluscos e crustáceos, além de uma preserva diversos monumentos de grande chopinho também cai bem, ainda mais vegetação aquática bastante variada. E significado histórico e arquitetônico - al- durante a noite, quando o agito continua tem mais! Recife também é conhecida guns ainda são obras urbanísticas idealizadas nesse point recifense. como a "capital brasileira dos naufrá- por Maurício de Nassau. Assim, andar por 8 bairros como Santo Antônio, São José, Boa da em estilo neoclássico, feita de mármore imenso baobá, que, dizem os recifenses, Vista e Recife Antigo é como viajar no trazido de Lisboa. serviu de inspiração para o francês tempo, desembarcando em museus, fortes, Conhecer a primeira sinagoga das Antoine de Saint-Exupéry escrever O igrejas e casarios. Américas também é um programa interes- Pequeno Príncipe. Verdade ou mentira, não Vale a pena começar pelo Recife sante. Afinal, ela retrata o modo de vida dá para saber. Mas o fato é que o escritor Antigo, também conhecido como Bairro do de Recife no século XVI, pois grande parte realmente esteve em Recife, durante o Recife, que é onde teve início a história da da população europeia que migrou para exílio nos Estados Unidos, e foi justamente cidade. O fato é que esse bairro, localiza- o Brasil tinha origem judaica. A curiosi- nessa época que escreveu o famoso livro. do na zona portuária, há bem pouco tempo dade já começa pelo nome da rua em Recife é assim... Cheia de histórias para estava abandonado e mal-conservado, e que está situada: no século XVII, chamava- contar... Repleta de registros históricos, que tornara-se uma área de prostituição. Mas, se rua dos Judeus, mas, no seguinte, quan- também podem ser encontrados nos diver- a partir de 1986, a prefeitura desen- do a Inquisição em Portugal mandou repre- sos museus da cidade e nas igrejas construí- volveu projetos para revitalizar a região, sentantes às colônias portuguesas para das nos séculos XVI e XVII, que ainda preser- que agora é um importante polo de cultura, averiguar se os dogmas católicos estavam vam suas características originais (veja nos- turismo e lazer. Vemos casarões coloridos e sendo seguidos, foi preciso mudar para sas sugestões de museus e igrejas a serem reformados que se transformaram em rua da Cruz, depois rua dos Mercadores visitados na seção Corredor Cultural). É um centros culturais, restaurantes e simpáticos e, finalmente, rua do Bom Jesus. A sina- local que arrebata o coração dos visitantes, bares, que, com mesinhas nas calçadas, goga conserva paredes com os moldes que ficam torcendo para um dia poderem oferecem música ao vivo aos visitantes. As originais do século XVII e hoje abriga o para lá voltar. ruas são de paralelepípedo e ainda exis- Centro Judaico de Pernambuco. Foto: Thiago Brigada/Divulgação tem trilhos de bonde.

Foto: Werner Zotz/Embratur Foto: Werner No Recife Antigo, na praça Rio Branco, HISTÓRIA DE PALÁCIOS encontra-se o Marco Zero, indicando a E BOABÁS posição exata em que a cidade foi funda- Saindo de Recife Antigo, tam- da. O marco é um círculo colorido sobre a bém há passeios imperdíveis, pavimentação bem próxima ao porto, como ao belo Palácio Campo das tendo, em seu interior, a pintura de uma Princesas, na Praça da Repú- rosa dos ventos - de autoria do artista blica, bairro de Santo Antônio. plástico Cícero Dias - e, ao centro, uma A construção data de 1841 e, placa de bronze com a seguinte inscrição: em 1859, quando d. Pedro II "As distâncias no Recife são medidas a visitou Pernambuco com a família partir desse ponto." Perto dali, vê-se a e nela se hospedou, o palácio Torre Malakoff, edificada entre 1853 e recebeu este nome em home- 1855, em estilo neobizantino, que funcio- nagem às filhas do imperador. nou por quase meio século como obser- Possui rico mobi-liário do século vatório meteorológico da Marinha. Atual- XIX e, ao fundo da suntuosa mente, durante o dia, os salões da torre escadaria, encontra-se um belís- abrigam exposições culturais em, algumas simo vitral com a imagem alegóri- noites, o observatório é aberto ao público. ca da Proclamação da Repú- Outra visita imperdível no Recife blica, trazendo ao redor datas Antigo é ao Forte do Brum, erguido no alusivas aos movimentos revolu- século XVI para defender a região do cionários de Per-nambuco. Nessa ataque de piratas e saqueadores. Nele, mesma praça encontram-se outras funciona o Museu Militar, onde é possível preciosidades arquitetônicas, co- ver materiais de escavações arqueológi- mo o Teatro Santa Isabel, do sé- cas realizadas na fortificação, como docu- culo XIX, e o Palácio da Justiça, mentos e fragmentos de piteiras, balas e em estilo neoclássico. Na Praça da República, canivetes, e o acervo de fotos e armas A Praça da República, por encontra-se um usadas durante a participação do Brasil sua vez, tem suas curiosidades. imenso baobá que, segundo contam os na Segunda Guerra Mundial. O Teatro Além de ostentar três belos recifenses, teria Apolo é outra joia da arquitetura do bair- jardins, esculturas de divindades servido de inspiração para o ro, e conserva suas características origi- clássicas, fonte luminosa e pal- livro O Pequeno nais. Inaugurado em 1842, possui facha- meiras imperiais, abriga um Príncipe 9 Olinda

LindaLinda ee cheiacheia dede uando, em 1535, o português para ficar mais próximo dos engenhos Esta cidade já possuiu Duarte Coelho, donatário da de açúcar. Nessa época, graças ao Qcapitania de Pernambuco, che- extrativismo do pau-brasil e ao cresci- tantas riquezas quanto gou ao alto de um morro onde existia mento vertiginoso da cultura da cana- apenas uma aldeia indígena denomina- de-açúcar, Olinda se tornou um dos a Corte portuguesa, da Marim, olhou de lá a bela paisagem mais importantes centros comerciais da mas também ardeu em que se descortinava e bradou: "Ó linda colônia. E enriqueceu muito rapida- situação para se construir uma vila." E foi mente, a ponto de possuir tanto luxo e chamas. Após ter a partir dessa frase que aquela região ostentação quanto a Coroa portuguesa. conseguido renascer paradisíaca passou a ser chamada de No próprio século XVI, a vila ganhou Olinda! o seu traçado urbano por conta dos das cinzas, hoje ostenta Além de sua beleza natural, o local caminhos que levavam as riquezas dos o título de Patrimônio era estrategicamente perfeito: tinha engenhos até os navios portugueses. E bem perto um porto natural - a futura as áreas mais altas foram ocupadas por Mundial cidade de Recife - e oferecia uma visão religiosos vindos de Portugal para cate- privilegiada do oceano, permitindo quizar os índios, ajudando, assim, a for- avistar ao longe qualquer ameaça de malizar de vez a conquista daquelas de fevereiro de 1630, a Holanda inva- invasão de frotas inimigas. Possuía terras. No alto dos morros, então, diu Olinda e conquistou todo o estado água em abundância e terras férteis. começaram a ser erguidas igrejas para de Pernambuco. Mas, uma vez tomada Aquela pequenina região era, real- abrigar as primeiras ordens religiosas a vila, os holandeses preferiram deixá- mente, tudo o que Coelho precisava que chegavam à vila: em 1580, apor- la para trás e foram estabelecer-se no para dar início a um povoado. taram os carmelitas; em 1583, os jesuí- pequeno povoado situado nas três ilhas Não se sabe ao certo a data da fun- tas; em 1585, os franciscanos; e em junto ao porto que formam a cidade de dação de Olinda, mas, apenas dois 1586, os beneditinos. Recife (ver página 5). Só que não anos após a chegada de Duarte Coelho, saíram impunemente... a povoação foi elevada à categoria de COMO UMA FÊNIX Após terem recolhido de Olinda vila. Em suas praias, a nova vila foi forti- Olinda crescia a olhos vistos e pare- todos os materiais nobres das edifi- ficada para garantir maior defesa e, cia que nada de ruim poderia aconte- cações - visando utilizá-los na ampli- assim, pôde expandir-se em direção ao cer àquela pacata e próspera região. ação do povoado em Recife -, os holan- mar. Os portugueses também ampliaram Até que se deu a barbárie... Quase um deses atearam fogo na linda vila, no o território olindense rumo ao interior, século depois de sua fundação, em 16 dia 24 de novembro de 1631. O fato é 10 Foto: Christian Knepper/Embratur

Muitas igrejas preservadas, casario típico do período colonial e natureza exuberante. Esses são os ingredientes de Olinda, que atrai milhares de turistas todos históriashistórias os anos que a região próxima ao porto estava cidade, Olinda passou a viver à sombra Inicialmente, as pessoas recomen- indo de vento em popa e os holandeses de Recife, o que, por outro lado, não a dadas a passar uns tempos na salutar estavam dispostos a fazer dela o ver- diminuiu em termos de grandeza. Olinda alugavam casas de terceiros, dadeiro centro de referência de Afinal, a cidade readquiriu as para temporadas predeterminadas Pernambuco. Riscar Olinda do mapa dimensões de sua antiga vila antes do durante o verão. Aos poucos, seria um bom recurso para realizarem incêndio. Foi uma reconstrução monu- começaram a comprar imóveis na esse intento, ainda mais podendo contar mental, sobretudo de suas igrejas. E não região, próximo ao mar, passando a com as riquezas que existiam lá. E assim se pode dizer que Olinda deixou de morar na cidade mesmo fora da época Olinda ardeu em chamas e se rendeu crescer. Só que, a partir desse momento, de veraneio. Depois, essa expansão ao poderio holandês, sendo obrigada a seu crescimento se dava paralelamente imobiliária foi tomando conta de outras dar uma pausa em seu crescimento. ao apogeu de Recife. Olinda foi coloca- ruas mais afastadas da orla. Aos Mas foi realmente apenas uma da em segundo plano pela futura capi- poucos, Olinda foi ganhando um novo pausa... Porque, em 27 de janeiro de tal de Pernambuco, a ponto de, em traçado urbano, que incluiu a chegada 1654, os portugueses retomaram suas meados do século XIX, sua força de água potável e eletricidade às terras, expulsando os holandeses de econômica ainda estar baseada em casas. Pernambuco. A partir daí, o povo olin- suas propriedades rurais. Nada mais deteria o crescimento da dense começou a lenta reconstrução de Mas dois novos atrativos começaram cidade. Mesmo perdendo para Recife o sua vila. Tal como a fênix, Olinda a chamar a atenção para a cidade. Um posto de capital da província em 1827, renascia, pouco a pouco, das cinzas. deles foi a fundação do Seminário Olinda foi absorvendo com força total Diocesano, em 1800, e da Faculdade sua principal característica, que per- NOVO PÓLO TURÍSTICO de Direito, em 1828, que atraíram manece até hoje: a de ser um dos Apesar de sua impressionante jovens estudantes. E o outro foi seu salu- maiores pólos turísticos do Brasil. E como reconstrução e de ter recuperado o títu- tar banho de mar passar a ser preserva suas características históricas, lo de sede oficial do governo, Olinda recomendado por médicos. Essas cir- culturais e arquitetônicas desde o século teve que encarar uma realidade que cunstâncias deram nova vida a Olinda. XVII, quando foi reconstruída após o deixaria para trás seus anos de glória: Tanto é que, para facilitar o acesso dos grande incêndio, foi declarada, em àquela altura, Recife havia crescido visitantes, foi criada uma linha de trem 1980, Monumento Nacional, pelo demais... Com isso, a linda vila nunca para ligar Recife a essa cidade - dis- Congresso Nacional, e, em 1982, conseguiu recuperar seu status de prin- tante apenas sete quilômetros, que reconhecida como Patrimônio Mundial cipal centro econômico de Pernambuco. desde o século XVI eram percorridos pela Unesco. Títulos, sem dúvida algu- Mesmo obtendo, em 1676, o título de pelos mesmos antigos caminhos. ma, muito merecidos! 11 Olinda

Na foto maior, o Convento de São Francisco e o belo visual de Olinda. Na foto menor, a Igreja

do Carmo. E à direita, Zotz/Embratur Foto: Werner a Igreja da Sé Pequena, mas grandiosa ma pequena cidade, mas que cuidado trabalho de restauração e Localizada a apenas abriga tantas riquezas. Assim é preservação, iniciado na década de UOlinda, que todos os anos 1930, o visitante entra em contato com vinte minutos de Recife, recebe de braços abertos milhares de parte da história do Brasil, contada em essa cidade de menos turistas. Eles não se cansam de subir e seus monumentos, igrejas, casarões e 2 descer ladeiras ao longo de seus 29 sobrados. Ao todo, hoje, quase um terço de 30 km esconde km2. Em cada recanto, podem encontrar da área da cidade é tombado pelo exemplos da arquitetura do século XVI, Instituto do Patrimônio Histórico e tesouros da história objetos de arte sacra ou, simplesmente, Artístico Nacional (Iphan). Por esse moti- e da arquitetura descortinar à sua frente uma vista lindís- vo, Olinda recebeu o título de Patrimônio sima, de onde se admira o oceano e a Histórico da Humanidade. colonial, sendo um cidade de Recife. De todo esse acervo arquitetônico, a verdadeiro paraíso Passear pelas ruas de Olinda é primeira coisa que chama a atenção são garantia de adentrar um museu ao ar as igrejas olindenses. São mais de trinta para os turistas livre, exibindo "peças" barrocas do espalhadas nesse pequeno território, período colonial. Graças a um bem além de templos, mosteiros e capelas de 12 igual valor cultural e histórico. Os visi- quanto o teto da igreja com pinturas do tantes podem começar esse tour reli- século XVIII, representando a Sagrada gioso pelo ponto mais alto da cidade, o Família. Alto da Sé, onde fica a Igreja de São O Mosteiro de São Bento, construído Salvador do Mundo, também chamada em 1599 e restaurado em 1654, é mais de Igreja da Sé. De lá se tem uma visão um local em que o visitante fica de privilegiada de toda a cidade. Essa queixo caído diante da grandiosidade igreja é considerada a mais antiga do de seu interior. Seu altar-mor é em estilo país, construída entre 1535 e 1540. barroco, com um impressionante trabalho Como a maior parte dos monumentos da em talha dourada e a imagem de São cidade, foi destruída pelo incêndio de Bento em madeira revestida de ouro. No 1631, mas restaurada de 1656 a 1677. teto, estão três painéis contando pas- Alguns de seus atrativos são os altares sagens da vida desse santo. A sacristia é laterais folheados a ouro e os azulejos um capítulo à parte. Além de talhas portugueses contando fatos da história douradas, possui espelhos de cristal e católica. mais painéis sobre os feitos de São Outra igreja que exibe belíssimos Bento. azulejos vindos de Portugal é a de A Igreja do Convento de Santo Nossa Senhora das Neves, onde tam- Antônio do Carmo também merece uma bém se encontra o Convento de São visita. É a primeira da Ordem dos Francisco. Erguida em 1585 e reconstruí- Carmelitas no Brasil, erguida em 1588. da no século XVII, conserva até hoje sua Após o incêndio provocado pelos holan- capela-mor. Nela, podem-se apreciar deses, somente no século XVIII passou tanto os azulejos portugueses retratando por restaurações. Sua fachada é em a catequização dos padres na região, estilo colonial renascentista, com colunas, Foto: Christian Knepper/Embratur Foto: Werner Zotz/Embratur Foto: Werner

13

Olinda portas e janelas trabalhadas. Em seu antes funcionavam a Casa da Câmara Erguido por volta de 1620 para impedir altar-mor há imagens barrocas dos san- do Senado de Olinda e o Palácio a entrada de invasores na região, é um tos Antônio, Elias e Eliseu. Andar por seus Arquiepiscopal. Por fora, o museu já dos mais antigos de Olinda. De acordo corredores laterais é como estar em um encanta, graças às suas 12 janelas com com historiadores, esse forte era uma museu, admirando quadros com impo- balcões de madeira. Por dentro, o acer- construção imponente, mas, com o passar nentes molduras. vo reúne peças religiosas do século XVI do tempo, foi ficando em ruínas, até Vale lembrar, porém, que há mais de ao atual e, também, uma exposição de adquirir o formato atual (que lembra um trinta igrejas espalhadas por Olinda. O painéis fotográficos que documentam a pedaço de queijo). Na década de visitante precisa ter fôlego e andar com história de Olinda ao longo dos anos. 1970, foi restaurado e, desde então, a máquina fotográfica em punho, porque Outro museu interessante para se está aberto a visitações. cada uma delas esconde detalhes espe- voltar no tempo é o Museu Regional de Outra construção do século XVII é o ciais, seja na fachada, seja no interior. E Olinda. Organizado em 1935, em comemo- Palácio dos Governadores - antigo Paço uma situação curiosa é estar na cidade ração aos quatrocentos anos da chegada de da Assembleia Constituinte e Legislativa às 18 horas. Nesse momento, os sinos Duarte Coelho a Pernambuco, abriga da Confederação do Equador. Já das diversas igrejas badalam ao mesmo móveis, imagens, painéis e peças de abrigou os cursos jurídicos em 1854, o tempo, em homenagem a Nossa grande valor histórico que datam dos sécu- Teatro Melpôneme, o fórum e o Colégio Senhora. É um espetáculo musical bonito los XVII a XIX. Conta também com algumas Arquidiocesano de Olinda. Atualmente, de se ouvir! peças de arte sacra, inclusive um altar que funciona como sede do Poder Executivo pertenceu à Igreja da Sé antes de sua da cidade. O imponente edifício de O PASSADO EM SEUS MONUMENTOS reforma, em 1711. O museu está instala- arquitetura palaciana é iluminado por Para complementar o passeio pelas do em um bonito sobrado que remete, lampiões imperiais e, em seu interior, con- igrejas, uma boa dica é visitar o Museu junto ao seu entorno, à Olinda de 1700. serva o piso e as escadarias da nobreza. de Arte Sacra (Masp), localizado em um Voltando ainda mais ao passado Passando da nobreza à gente sim- prédio de dois andares que data de histórico, vale a pena conhecer o Forte ples das ruas de Olinda, os turistas 1676 (reconstruído no século XIX), onde de São Francisco (ou Fortim do Queijo). podem esbarrar em diversas bicas que Foto: Werner Zotz/Embratur Foto: Werner

À esquerda, o suntuoso interior do Mosteiro de São Bento. À direita, exemplo de fachada com arquitetura colonial Foto: Christian Knepper/Embratur 16 As inúmeras ladeiras de Olinda são ladeadas por casas simples, que preservam as características da época da colonização

foram construídas na primeira metade da em pedras. Sua base ostenta o secular Por fim, não se pode esquecer que do século XVI, em pedra e alvenaria. brasão de Olinda e o frontão é adorna- Olinda é um lugar para ser admirado Ainda hoje, é possível encontrar do por paredões com jarros de pedra. por sua grande beleza natural. A moradores da cidade lavando roupas cidade possui apenas 11 quilômetros de ou retirando água dos chafarizes - a UM LUGAR PARA VER E SER FELIZ litoral, distribuídos em sete praias. Mas impressão é que o tempo não passou. Depois de todos esses passeios algumas não permitem o banho de mar, Embora não estejam tão conservadas históricos, pode-se partir para o devido à sua difícil topografia. Ainda quanto as igrejas da região, as bicas Mercado da Ribeira, onde se entra em assim, o visitante não fica desapontado, também recebem muitas visitas devido contato com o folclore e o artesanato pois, do alto das ladeiras de Olinda, o ao seu valor histórico. pernambucano. Construído no final do infinito azul do mar enche os olhos de A Bica de São Pedro, por exemplo, foi século XVII e início do XVIII para ser um todos. Uma grande pedida, então, é construída no século XVI e é a que tem mercado de escravos, é tipicamente sentar-se em um dos bares e restau- maior vazão de água, servindo até agora colonial: piso em tijolaria, dois alpendres rantes dos bairros altos - os da Praça da à população olindense. Outra que possui com pilastras e um batente em pedra Sé, por exemplo, são uma ótima opção - registro registro histórico é a Bica dos portuguesa. Lá funcionam hoje várias e ficar ali, admirando a paisagem e Quatro Cantos, que foi inaugurada em galerias de artesanato e oficinas de pensando em como, por aquelas águas, 1602 com o nome de Fonte de Tabatinga. entalhadores, gravuras e pinturas, além quinhentos anos antes, singraram frotas Já a Bica do Rosário é uma imponente de ser palco de apresentações folclóricas, portuguesas e holandesas para construir peça colonial, com escadaria toda lajea- como o mamulengo. a história dessa encantadora cidade. 17 Carnaval O Galo da Madrugada é o maior bloco do mundo, levando mais de dois milhões de pessoas às ruas, Caiacomo se pode ver nesta fotona aérea. À esquerda, o desfilefolia dos bonecos gigantes no animado carnaval de Olindaem Recife e Olinda passado histórico de Recife e ritmo quente: frevo. Quem criou o Essas duas cidades Olinda não é representado vocábulo foi o escritor pernambucano Oapenas por seus casarios e Osvaldo de Almeida. E, de boca em "fervem" no mês de monumentos. Também está presente em boca, logo pegou entre o povo. A seu folclore e em suas festas, que são primeira referência que se tem da fevereiro, atraindo heranças da mistura de povos que colo- palavra frevo data de 9 de fevereiro milhares de pessoas nizaram a região. Dos europeus, os de 1908, no Jornal Pequeno, designan- pernambucanos adquiriram o gosto do, ao mesmo tempo, a música típica para se divertir de uma pelas danças da corte e pelos baila- do carnaval de Recife e a euforia da maneira única em dos; dos negros escravos, os ritmos e a massa carnavalesca. religiosidade; dos índios, o misticismo e Mas, antes de ter seu nome oficializa- todo o Nordeste os movimentos de suas danças. E desse do, o ritmo já existia, desde o final do caldeirão cultural nasceram expressões século XIX. A música é uma mistura de O MAIOR BLOCO DO MUNDO que são verdadeiras referências em antigas polcas e dobrados militares, e Em Recife, o auge dos festejos de nosso país e, por que não, no mundo a dança reúne elementos de fevereiro acontece no sábado de car- todo. O frevo é um deles. e "queimação dos pés", por conta da naval, quando sai o bloco Galo da O nome desse ritmo tem origem nos alta temperatura do chão durante o Madrugada, tradicional na região engenhos de cana-de-açúcar. Os verão nordestino. "Frever", portanto, desde 1978, quando foi criado por negros mexiam grandes tachos de mel era o termo mais indicado mesmo... Enéas Freire. Ele é considerado, pelo até o ponto de levantar fervura. Só Essa dança frenética - que só aguenta Guiness Book, o maior bloco de car- que não conseguiam pronunciar corre- quem tem muito fôlego e animação - naval do mundo! Em 2009, levou às tamente a palavra ferver, nem fervura. ainda é a grande sensação do car- ruas mais de dois milhões de foliões! O Diziam: "frevê" e "frevura". Da cor- naval pernambucano, colocando todo o principal ritmo que sacode toda essa

Fotos: Breno Laprovitera/Embratur ruptela, surgiu a denominação desse povo para ferver! gente é o frevo, mas outros também são 19 Carnaval A animação começa cedo, tal qual um galo ao fazer o seu "cocoricó". A partir das 5h30 da madrugada, toques de clarins anunciam a alvorada do carnaval pernambucano

lembrados pelos mais de vinte trios Galinha do Galo. Há foliões, porém, elétricos que acompanham o Galo da que preferem continuar a "frevar" em Madrugada ao longo do bairro de São outros points da cidade, como as ruas José. do Recife Antigo, que fervem noite A história desse bloco remete ao adentro.

amor que os pernambucanos têm por do Recife/Embratur Turismo de Foto: Secretaria suas raízes. Em dezembro de 1977, um BONECOS GIGANTES Menino mostra sua alegria usando grupo de amigos se reuniu para E SUPERANIMADOS as coloridas roupas debater a diferença entre os carnavais Uma semana antes do início oficial do maracatu. Acima, dançarinos antigos e o daquela época. Sob o do carnaval, Olinda já está em festa. A de frevo realizam comando de Freire, tiveram a ideia de cidade vizinha a Recife exige do folião os agéis movimentos criar um clube de frevo, a fim de reviver ainda mais fôlego e energia: além de desse ritmo as verdadeiras origens e tradições do os festejos começarem mais cedo, os carnaval de rua. Nasceu assim, no dia blocos passeiam pelas ladeiras da 24 de janeiro de 1978, o Clube da cidade. Mas esse sobe e desce infinito Alegoria Galo da Madrugada, que não afasta o interesse do povo. Pelo congregou os foliões da cidade para contrário: milhares de pessoas visitam um desfile grandioso no primeiro dia Olinda em fevereiro justamente para de carnaval, unindo clubes de frevo e curtir os agitos do Momo. Só que, nesse grupos de mascarados. O sucesso foi recanto pernambucano, quem toma a tão grande, que vem se repetindo ano frente da festa não é o gorducho rei após ano, a ponto de ser o recordista Momo, e sim os bonecos gigantes. mundial em número de participantes. Medindo cerca de 3,6 metros e A animação começa cedo, tal qual pesando até cinco quilos, eles alegram um galo ao fazer o seu "cocoricó". A ainda mais os foliões, que vão desfilan- partir das 5h30 da madrugada, toques do ao som de orquestras de frevo. de clarim anunciam a alvorada do car- Confeccionados com isopor, papel, naval pernambucano, seguidos por madeira, fibra de vidro e muitos metros uma salva de fogos e por uma batalha de tecido, possuem um suporte interno de confetes e serpentinas. Os foliões, que se acopla ao corpo do "car- então, começam a se reunir diante do regador", que sai levando o peso do Forte das Cinco Pontas. Às dez horas, boneco - até 50 quilos - sob o calor de acontece a saída oficial do bloco. Além mais de 40 graus que chega a fazer no dos trios elétricos, acompanham o povo interior da roupa do "gigante". Tudo carros alegóricos e freviocas (veículos isso na maior animação! O resultado é decorados alegoricamente, levando uma festa multicolorida, na qual mais uma orquestra que só toca frevo), que de quinhentos bonecos ficam subindo e percorrem a avenida Dantas Barreto, a descendo as ladeiras junto aos foliões. praça Sérgio Loreto e a rua da Esses bonecos se originam de uma Concórdia, finalizando o agito na tradição da Europa na Idade Média, avenida Guararapes, lá pelas 18h. quando imensos bonecos enfeitavam as Mas a festa não acaba por aí! No festas religiosas. No final da década momento em que o som dos trios elétri- de 1920, um jovem da pequena Belém cos do Galo da Madrugada se encerra, do São Francisco, no sertão pernambu- outros blocos se unem a ele e reavivam cano, gostava de ouvir um padre belga a alegria, como o Rabo de Galo e o contando sobre esta antiga tradição 20 europeia. Sonhou, então, tornar esses les enormes "foliões" exibem pelas bonecos uma realidade em sua cidade. ladeiras suas caras alegres e seus Assim, em 1929, "nasciam" Zé Pereira e enormes braços, balançando ao som do sua companheira Vitalina, bonecos frevo por ruas quase sempre lotadas. feitos com corpo de madeira e cabeça Hoje, a nova geração dos bonecos de papel machê, que animaram o car- gigantes impressiona pela qualidade naval de Belém do São Francisco. Em com que é confeccionada, apresentan- 1932, os artistas plásticos Anacleto e do grande realismo nas expressões Bernardino da Silva criaram o Homem faciais e capricho nos figurinos. Além da Meia-Noite, primeiro boneco a des- dos tipos populares, personalidades filar pelas ladeiras de Olinda. Em também são retratadas nos bonecos, 1937, eles deram vida à Mulher do desde os históricos Duarte Coelho, Meio-Dia, outro boneco que é uma Maurício de Nassau e d. Pedro I, até os tradição até hoje. atuais, como o presidente Lula, Em 1974, Sílvio Botelho criou o filho Dominguinhos, Alceu Valença, Elba do Homem da Meia-Noite e da Mulher Ramalho, Pelé, Renato Aragão, Jô do Meio-Dia: o Menino da Tarde. Soares e muitos outros! Quem tem a Botelho, então, passou a criar mais e oportunidade de participar do car- mais bonecos, e popularizou a tradição naval de rua em Olinda jamais com a criação do Encontro dos Bonecos esquece. É uma festa imensamente Gigantes: na terça-feira de carnaval, popular, na qual não é preciso pagar Foto: Christian Knepper/Embratur vários bonecos de diversos artistas para brincar, não há cordão de isola- saem de diferentes pontos da cidade e mento, nem superbandas de axé. É um se reúnem em um grande desfile pelas carnaval diferente de todo o Nordeste, ruas preservadas da histórica Olinda. É resultado da imensa alegria dos uma festa que encanta a todos: aque- moradores dessa linda cidade. Hoje, a nova geração dos bonecos gigantes impressiona pela qualidade com que são confeccionados, apresentando grande realismo nas expressões faciais e capricho nos figurinos

MARACATU TAMBÉM ANIMA A FESTA

Outra exclusividade do carnaval pernambucano é o maracatu. Este ritmo é ainda mais antigo do que o frevo, tendo seu mais remoto registro em 1771, em Olinda, e também é uma mistura das culturas indígena, africana e europeia. Ao som de instrumentos de percussão, como taróis, bombos, zabumba, gangues e ganzás, diversos grupos de maracatu saem por Recife e Olinda durante o carnaval, em uma dança bamboleante que lembra os movimentos do candomblé. Alguns encontros de maracatu já são bem tradicionais, como o que ocorre na segunda-feira de carnaval, em Olinda: o Encontro dos Maracatus Rurais. Em Recife, no bairro do Recife Antigo, também acontece o tradicional espetáculo Noite dos Tambores Silenciosos, em que grupos de maracatu nação se reúnem para tocar e cantar aos orixás em frente à Igreja de Nossa Senhora do Terço. À meia-noite, as luzes se apagam e os tambores cessam por um minuto enquanto os grupos seguem guiados por tochas até a porta da igreja, quando finalmente os tambores voltam a tocar. Um espetáculo carnavalesco diferente de tudo o que se possa imaginar!

21 Foto: Thiago Brigada/Divulgação

Funcionando em uma réplica de castelo medieval em Recife, o Instituto Ricardo Brennand possui um acervo de armas brancas e armaduras. Em seu jardim, pode-se apreciar esculturas, Corredor cultural como a da direita

Museus MUSEU DA ABOLIÇÃO - Instalado em uma típica casa de engenho, possui um acervo com peças dos séculos XVIII e CASA DO CARNAVAL - Expõe material sobre as agremiações XIX, como objetos de tortura usados pelos feitores, e conta

RECIFE carnavalescas de Recife, estandartes, discoteca, com uma biblioteca especializada em cultura fantasias e documentos. De segunda a sexta, das 8h às 18h. afro-brasileira. De segunda a sexta, das 9h às 12h e Pátio de São Pedro, 42, São José - tel.: (81) 3424-4942 das 14h às 17h. Rua Benfica, 1150, Madalena - tel.: (81) 3228-3011 FUNDAÇÃO GILBERTO FREYRE - A residência do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre transformou-se nessa MUSEU DA CIDADE DO RECIFE - A memória cultural da fundação que abriga seus objetos pessoais, móveis antigos, capital pernambucana é representada por cerca de 150 mil porcelanas finas, pratarias, peças de arte popular e obras imagens e por peças provenientes de antigas residências e de arte de Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Di Cavalcanti e da Igreja do Senhor Bom Jesus dos Martírios, já demolida. do próprio Freyre. De segunda a sexta, das 9h às 17h. O museu também guarda um acervo cartográfico com 1.600 Rua Dois Irmãos, 320, Apipucos - tel.: (81) 3441-1733 mapas do século XVII ao XX. De segunda a sexta, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 13h às 17h. INSTITUTO RICARDO BRENNAND - Um castelo medieval, Forte das Cinco Pontas, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-8492 em plena cidade de Recife, expõe um grande arsenal de armas brancas e armaduras medievais, além de uma ampla MUSEU DE ARTE MODERNA ALOÍSIO MAGALHÃES pinacoteca, contendo, entre outras, obras do pintor holandês (MAMAM) - Às margens do rio Capibaribe, em um casarão , que veio ao Brasil durante o século XVII do século XIX, possui cerca de 830 trabalhos, entre pinturas, retratar paisagens e cotidiano. De terça a domingo, das desenhos, gravuras, esculturas e fotografias. Destaque para 13h às 17h. as 11 telas de Vicente do Rego Monteiro, um dos principais Alameda Antônio Brennand, s/nº, Várzea - tel.: (81) nomes do modernismo nacional, e para a série Cenas da 2121-0352 Vida Brasileira, de João Câmara (dez telas e cem gravuras 22 que retratam o período Vargas). De terça a domingo, das cenográfica até carruagens luxuosas usadas para o 12h às 18h. transporte da aristocracia açucareira. Terças, quartas e Rua da Aurora, 265 - tel.: (81) 3423-3007 sextas, das 11h às 17h; quintas, das 8h às 17h; sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO - Instalado em um Avenida 17 de Agosto, 2.187, Casa Forte - tel.: (81) palacete do século XIX, suas 12 mil peças contêm elementos 3441-5500 de todas as etnias que fizeram parte da história pernambucana. Destacam-se gravuras retratando a MUSEU MILITAR DO FORTE DO BRUM - Exibe materiais passagem dos holandeses em Pernambuco, objetos de de escavações arqueológicas realizadas na fortificação, terreiros de cultos afro-brasileiros, mobílias dos séculos XVII como fragmentos de piteiras, balas e canivetes, e fotos e a XX e artefatos indígenas. De terça a sexta, das 9h às armas usadas durante a participação do Brasil na Segunda 17h; sábados e domingos, das 14h às 17h. Guerra Mundial. De segunda a quinta, das 13h às 18h; Avenida Rui Barbosa, 960, Graças - tel.: (81) 3427-9322 sextas, das 8h às 12h. Praça da Comunidade Luso-Brasileira, s/nº, Bairro do MUSEU DO FREVO LEVINO FERREIRA - Localizado dentro Recife - tel.: (81) 3224-4620 da Casa de Cultura de Pernambuco, reúne material discográfico, iconográfico e partituras musicais sobre este MUSEU MURILLO LA GRECA - Oferece ao visitante um ritmo típico da região. Diariamente, das 9h às 19h. acervo com 1.400 desenhos em diferentes técnicas, 160 Rua Floriano Peixoto, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-2850 pinturas (paisagens, retratos e obras impressionistas), cartas trocadas entre Portinari e Giacometti, discos, livros e MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE - Criado em 1979, mobiliários. De segunda a sexta, das 9h às 17h. apresenta mais de 12 mil peças que retratam a vida do Rua Leonardo Cavalcanti, 366, Parnamirim - tel.: (81) nordestino em todos os aspectos - de uma casa de taipa 3268-801 Fortes

FORTE DAS CINCO PONTAS - Construído pelos holandeses em 1630, em taipa e com formato pentagonal. Apesar do nome, agora possui apenas quatro pontas, resultado das reformas efetuadas pelos portugueses após a expulsão dos

Foto: Thiago Brigada/Divulgação holandeses e de outras feitas pelo governo pernambucano, a última em 1970. De segunda a sexta, das 10h às 18h; sábados e domingos, das 13h às 17h. Ponta sul da Ilha de Santo Antônio, Largo das Cinco Pontas, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-8492

FORTE DO BRUM - Edificado por portugueses no século XVI, foi tomado pelos holandeses em 1630 e passou a se denominar Forte de Bruyne, nome que a população local aportuguesou para Brum. Em 1918, ao ser ameaçado de destruição devido às obras de ampliação do porto, foi preservado a pedido do Instituto Arqueológico de Pernambuco e tombado em 1939. De terça a sexta, das 9h às 16h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 16h. Praça da Comunidade Luso-Brasileira, s/nº, Bairro do Recife - tel.: (81) 3224-4620 Igrejas

BASÍLICA E CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO CARMO - Construída em 1767, em estilo barroco. Guarda obras de notável expressão sacra e artística. A capela-mor possui um altar dourado, onde se destaca a imagem em 23 A Igreja da Sé é um dos tesouros da arquitetura de Olinda, erguida em 1540 e restaurada um século depois. Visitar as igrejasigrejas dada regiãoregião éé umum grande passeio, permitindo conhecer belos exemplares da arte sacra Foto:Werner Zotz/Embratur Foto:Werner tamanho natural de Nossa Senhora do Carmo. De segunda pinturas em afresco de Murillo La Greca. De terça a a sexta, das 6h30 às 11h30 e das 14h às 17h. sexta, das 7h às 11h e das 15h às 17h; sábados, das 15h Avenida Dantas Barreto, 646, Praça do Carmo, Santo às 17h; domingos, das 8h às 9h. Antônio - tel.: (81) 3224-3341 Praça Dom Vital, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-8500

CAPELA DOURADA - Edificada entre 1696 e 1724, com IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO (MATRIZ DE forro coberto de pinturas emolduradas pelas sofisticadas SANTO ANTÔNIO) - Construída entre 1753 e 1790. Em talhas douradas e contornadas por grades de jacarandá. estilo barroco colonial, possui fachada grandiosa e frontão Anexo à capela está o Museu Franciscano de Arte Sacra. com belo ostensório. Seu interior é decorado com talhas do De segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h; final do século XVIII. De segunda a sexta, das 8h às 12h e sábados, das 8h às 13h. das 14h às 17h; sábados e domingos, das 8h às 12h. Rua do Imperador, s/nº, Santo Antônio - Avenida Dantas Barreto, s/nº, Santo Antônio, Praça da tel.: (81) 3224-0530 Independência - tel.: (81) 3224-9494

CATEDRAL DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS - Construída Artesanato entre 1728 e 1759, tem a fachada em pedras de cantaria portuguesa talhadas. No interior, portas e altares de CASA DA CULTURA DE PERNAMBUCO - Antiga Casa de jacarandá, púlpitos de talha dourada e pintura no teto de Detenção do Estado, construída no século XIX. Suas 150 autoria de João de Deus Sepúlveda. De segunda a sexta, celas viraram lojinhas que vendem trançados de palha, das 8h às 11h e das 14h às 16h; sábados, das 8h às 10h. tapetes, rendas, bordados, cerâmica, couro, madeira e Pátio de São Pedro, s/nº, Centro - tel: (81) 3224-2954 metais. Diariamente, das 9h às 19h. Rua Floriano Peixoto, s/nº, Santo Antônio - IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DOS tel.: 3224-2850 MILITARES - Com interior em estilo rococó, data de 1710. Sob o coro, um painel representa a primeira Batalha dos Montes Guararapes. Abriga o Museu de Arte Sacra Padre Museu Roberto Barbalho. De segunda a sexta, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h; sábados, das 7h às 12h. CASA DOS BONECOS GIGANTES - Expõe o trabalho do

Rua Nova, 304, Santo Antônio - tel.: (81) 3224-3106 OLINDA artista plástico Silvio Botelho, responsável pelos bonecos gigantes do carnaval de Olinda. De segunda a sábado, IGREJA DE NOSSA SENHORA DA PENHA - É o único das 8h às 13h e das 14h às 18h. exemplar de estilo coríntio em Recife. Em seu interior, há Rua do Amparo, 45, Cidade Alta - tel.: (81) 3439-2443 24 Corredor cultural

mas foi incendiada pelos holandeses em 1631. Reconstruída no século XVII, conserva até hoje sua capela-mor. Nela, destacam-se o forro da igreja com pinturas do século XVIII, o teto representando a Sagrada Família e os azulejos portugueses. De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 17h; sábados, das 8h às 12h. Ladeira de São Francisco, 280, Carmo - tel.: (81) 3429-0517

IGREJA DA SÉ (IGREJA DE SÃO SALVADOR DO MUNDO) Fundada em 1540, foi destruída pelo incêndio de 1631, e passou por restauração de 1656 a 1677. Possui altares laterais folheados a ouro e azulejos portugueses. Visitas diariamente, das 8h às 12h e das 14h às 17h. Alto da Sé, s/nº - tel.: (81) 3271-4270

IGREJA E MOSTEIRO DE SÃO BENTO - Construída em 1599, foi incendiada em 1631 e restaurada a partir de 1654. Sua fachada possui um brasão e uma torre do século Christian Knepper/Embratur XVIII. Em seu altar-mor, em estilo barroco, encontra-se a MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE PERNAMBUCO imagem de São Bento em madeira revestida de ouro. Na Reúne cerca de 2.800 peças. Entre elas, a coleção Assis sacristia, há talhas douradas, espelhos de cristal e painéis Chateaubriand e 204 obras de diferentes autores, como sobre a vida de São Bento. Diariamente, das 8h às 11h30 Candido Portinari e Francisco Brennand. De terça a sexta, e das 14h às 17h. das 8h30 às 12h30; sábados, das 9h às 12h; domingos, Rua de São Bento, s/nº, Varadouro - tel.: (81) 3429-3288 das 14h às 17h. Rua 13 de Maio, 157, Carmo - tel.: (81) 3429-2587 IGREJA DO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO DO CARMO - Primeira igreja da ordem dos carmelitas no MUSEU DE ARTE SACRA DE PERNAMBUCO (MASPE) Brasil, em 1588. No século XVIII, passou por restaurações. Fica em uma das mais belas paisagens de Olinda, o Alto Sua fachada é em estilo colonial renascentista, com colunas, da Sé. Destacam-se 18 passagens da paixão, morte e portas e janelas trabalhadas. O altar-mor abriga a ressurreição de Cristo, e o presépio nordestino, em que imagem barroca do seu padroeiro e dos santos Elias e vemos mitos da região como Lampião, Antônio Conselheiro e Eliseu. Nos corredores laterais, há grandes quadros com dos Palmares. De segunda a sexta, das 9h às 12h45. imponentes molduras. Missas aos domingos, às 11h. Rua Bispo Coutinho, 726, Alto da Sé - tel.: (81) 3429-0023 Praça do Carmo, s/nº, Carmo - tel.: (81) 3429-2892

MUSEU DO MAMULENGO - Toda a trajetória do IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA E SEMINÁRIO mamulengo no Nordeste pode ser vista através de bonecos, DE OLINDA - Encontra-se no ponto mais alto de Olinda. pertences de cena e instrumentos musicais. De terça a A construção é uma importante referência da arquitetura domingo, das 10h às 17h. quinhentista. Castigada pelo incêndio da cidade, e mais Rua do Amparo, 59, Amparo - tel.: (81) 3429-6214 tarde reconstruída, apresenta no arco da capela-mor a inscrição do ano de 1661, época provável da conclusão MUSEU REGIONAL DE OLINDA - Reúne peças que dos reparos. De segunda a sexta, das 14h30 às 16h retratam as residências durante os séculos XVII, XVIII e XIX. Rua Bispo Coutinho, s/nº, Alto da Sé - tel.: (81) 3429-0627 De terça a sexta, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 13h às 17h. Monumentos Rua do Amparo, 122, Amparo - tel.: (81) 3429-0018 FAROL DE OLINDA - Inaugurado em 1941, no alto do Igrejas Morro de Serapião. A visitação pode ser em pequenos grupos, durante 15 minutos, aos sábados, domingos e IGREJA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES E CONVENTO feriados, das 14h às 17h. DE SÃO FRANCISCO - Sua construção iniciou-se em 1585, Bairro do Amaro Branco - tel.: (81) 3496-6525 25 Corredor cultural

FORTE DE SÃO FRANCISCO (FORTIM DO QUEIJO) - MIRANTE DO ALTO DA SÉ - No largo da Igreja da Sé. Historiadores afirmam que o Fortim do Queijo é o mais Observam-se os telhados do antigo casario, as igrejas da antigo da cidade e teria sido construído por volta de 1620. Cidade Alta, o porto e a cidade de Recife, a praia de Quase em ruínas, foi restaurado na década de 1970. Ponta D'el Chifre, um trecho do rio Capibaribe, o bairro de Rua do Sol, s/nº, Carmo Boa Viagem e o oceano.

PALÁCIO DOS GOVERNADORES - Construído no século MIRANTE DO LARGO DA MISERICÓRDIA - No largo da XVII, atualmente funciona como sede do Poder Executivo de Igreja da Misericórdia. Vê-se toda a cidade de Olinda e Olinda. Imponente edifício de arquitetura simples e seu casario, a praia de Ponta D'el Chifre, um trecho do rio palaciana, iluminado por lampiões imperiais, conserva o Beberibe, o Complexo de Salgadinho, o porto e a cidade piso e as escadarias características da nobreza. de Recife, o oceano e parte da Cidade Alta. Rua de São Bento, 123, Varadouro Artesanato Mirantes MERCADO DA RIBEIRA - Data do século XVII e foi um local MIRANTE DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA E de venda de escravos. Abriga lojas que vendem peças de SEMINÁRIO DE OLINDA - Localizado no pátio do semi- barro, artigos de renda, couro e palha, gravuras e pinturas. nário, é possível ver do mirante torres de igrejas seculares, Sua arquitetura é em estilo colonial: piso em tijolaria, dois o Oceano Atlântico, o porto e a cidade de Recife, a praia alpendres com pilastras e um batente em pedra de Ponta D'el Chifre e um trecho do rio Beberibe. portuguesa. Diariamente, das 9h às 18h30. Rua , s/nº, Ribeira MIRANTE DA RIBEIRA - Pode-se avistar a praia de Ponta D'el Chifre, um trecho do rio Beberibe, o porto e a cidade MERCADO EUFRÁSIO BARBOSA - Funciona em uma antiga de Recife, além da concentração urbana do bairro de Boa fábrica de doces, fundada em 1865. Possui lojas de artesanato Viagem. Fica no bairro da Ribeira. pernambucano. De segunda a sábado, das 9h às 18h. Praça do Varadouro, s/nº, Varadouro

Em Olinda, ao longo de todo o ano, é possível ir a exposições que exibem a arte dos carnavalescos bonecos gigantes Foto: Editora Peixes/Embratur

26