PANTEÃO DA PÁTRIA E DA LIBERDADE TANCREDO NEVES Responsável: Rafael Rangel Soffredi Colaboradores: Ernesto Ilisio De Oliveira E Maria Celeste Lima Vieira
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PANTEÃO DA PÁTRIA E DA LIBERDADE TANCREDO NEVES Responsável: Rafael Rangel Soffredi Colaboradores: Ernesto Ilisio de Oliveira e Maria Celeste Lima Vieira. Revisores: Keyla Guerreiro Costa, Maria Paz Josetti Fuenzalida, Ricardo Cardoso de Almeida Machado e Ian Alencar de Lacerda Ferraz. Fotos: Arquivo Público do DF e arquivos do Centro Cultural Três Poderes. CENTRO CULTURAL TRÊS PODERES O Centro Cultural Três Poderes – CC3P é uma unidade subordinada a Subsecretaria Palavra de origem grega (Pántheon) que significa o do Patrimônio Cultural – SUPAC, órgão da Secretaria de Estado de Cultura e Economia conjunto de todos os deuses e passou a representar, Criativa do Distrito Federal. eventualmente, o próprio templo de homenagem aos deuses. Na Roma antiga, o panteão também era um O CC3P coordena as atividades desenvolvidas em três equipamentos culturais da templo em homenagem aos deuses. Comumente de Secretaria: o Museu Histórico de Brasília (Museu da Cidade), o Espaço Lúcio Costa estrutura circular e imponente, este tipo de construção e o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, do qual a Pira da Pátria e da influenciou e inspirou arquitetos de vários séculos. Liberdade é parte. Geralmente é iluminado com luz natural ou pouca A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com a Secretaria iluminação, com a finalidade de levar as pessoas a uma de Estado de Educação, desenvolve nos equipamentos da cultura o Projeto Territórios atitude respeitosa e de reflexão. Culturais que proporciona visitas guiadas aos estudantes de escolas públicas ao Centro A versão brasileira desse monumento foi criada para Cultural Três Poderes e também a outros equipamentos desta Secretaria. homenagear os heróis e heroínas nacionais, ou seja, Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves brasileiros e brasileiras que possuíram ideais de liberdade e democracia. O Panteão consagra, também, a memória de Tiradentes, que além de ser um dos heróis nacionais é o Patrono Cívico da Nação Brasileira. Construído e doado ao governo do Distrito Federal pela Fundação Bradesco, tem três pavimentos e área total construída de 2.105 m². Sua edificação lembra o formato de uma pomba e foi inaugurado pelo presidente José Sarney em 07 de setembro de 1986. Panteão da Pátria e o pombal da Praça dos Três Poderes. HISTÓRICO tão grande, mas também não muito modesto, tivesse, enfim, a escala de importância exigida de um Panteão. Imaginou um monumento severo, sóbrio e requintado, que causasse surpresa e desejo de ser visto de perto. No início dos anos 1980, Niemeyer já vinha realizando estudo para instalar, no mesmo local do atual Panteão da Pátria, um museu em homenagem a Tiradentes. A partir do croqui deste museu, podemos ver semelhanças na solução de como se integrar ambos os espaços à Praça dos Três Poderes. Panteão da Pátria em 1986. Foto: Luiz Lemos. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal. A ideia de se erguer um monumento para homenagear os heróis nacionais surgiu NIEMEYER, Oscar. Museu Tiradentes. s.d. Fundação Oscar Niemeyer. Coleção Oscar Niemeyer. no Palácio do Planalto, diante do corpo do presidente Tancredo Neves, inspirado nos ideais de liberdade e democracia que, a exemplo dos seus conterrâneos inconfidentes, tão bem soube representar. A Pedra Fundamental do Panteão da Pátria Tancredo Neves foi lançada pelo presidente da República da França, François Miterrand, durante sua visita a Brasília, em 15 de outubro de 1985. Quando o arquiteto Oscar Niemeyer, antes do projeto, começou a projetar o Panteão, seu maior empenho era que ele se integrasse corretamente na praça, que não fosse Primeiro Pavimento HERMA DE TIRADENTES No primeiro pavimento, ao nível do solo, funciona a parte administrativa do Centro Cultural Três Poderes. À esquerda da rampa de acesso ao Panteão da Pátria encontra-se esta obra do escultor Bruno Giorgi, em bronze, datada de 1986. É uma homenagem Segundo Pavimento a Tiradentes, consagrado no Livro de Aço como o primeiro herói nacional (por sua participação no movimento da Inconfidência Mineira como líder e mártir) e Patrono Cívico da Nação Brasileira. A ideia de se ocupar este espaço com uma escultura de Tiradentes já estava presente no projeto de Niemeyer para o Museu de Tirantes, com estudo prévio de obra feito pelo artista Alfredo Ceschiatti. Vale destacar que a obra de Bruno Giorgi segue padrão estético recorrente nas reproduções da imagem de Tiradentes, qual seja, sua associação à imagem de Jesus Cristo. Conforme argumenta o historiador José Murilo de Carvalho, tal ligação foi reforçada, sobretudo, quando da Proclamação da República, tendo em vista o interesse de se enfatizar possíveis paralelismos entre a trajetória do inconfidente com a de Cristo, bem como enaltecer Tiradentes como figura heroica que se opôs à monarquia e ao domínio Salão Vermelho com o Mural da Liberdade de Athos Bulcão ao fundo e a exposição de Tancredo Neves. português No segundo pavimento, ao nível da entrada, temos o Salão Vermelho onde está o Mural da Liberdade, do consagrado artista plástico Athos Bulcão. O Mural da Liberdade, todo laqueado na cor vermelha, mede 13,54m de comprimento por 2,76m de altura, totalizando uma área de 37,37m². A obra é composta de um só módulo repetido 24 vezes, dispostos ora isoladamente, ora em grupos de três. A união de três módulos forma um triângulo vermelho, símbolo do movimento da Inconfidência Mineira, como figura central de sua bandeira. A bandeira dos inconfidentes é hoje a bandeira do Estado de Minas Gerais. Cada módulo tem a espessura de 9 cm e a disposição desses no mural foi simétrica e A atmosfera dramática do ambiente remete a outro espaço planejado por Oscar artisticamente planejada pelo autor, de modo que sua estrutura pudesse ser valorizada Niemeyer em Brasília: o Memorial Juscelino Kubitschek. Tanto a sala onde se localiza pelo jogo de luz e sombras. a urna com os restos mortais de JK, quanto o 3º pavimento do Panteão da Pátria, são adornados e recebem luz natural por meio de vitrais da artista plástica Marianne Peretti. Há ainda uma exposição destinada a vida de Tancredo de Almeida Neves, com uma linha do tempo da biografia do político, fotos, documentos, além de um trecho do Neste salão encontram-se: de um lado, o grande Painel da Inconfidência Mineira do filme Tancredo - A Travessia (2011) do diretor Sílvio Tendler que retrata o momento artista João Câmara; do lado oposto, o Vitral de Marianne Peretti; e, ao centro, o Livro de redemocratização política do Brasil e o falecimento de Tancredo Neves antes de de Aço dos Heróis Nacionais. assumir o cargo de Presidente da República para o qual havia sido eleito de forma indireta, em eleição no Congresso Nacional. O Vitral de Marianne Peretti Terceiro Pavimento O vitral de Marianne Peretti no Salão Negro do Panteão. Convidada por Oscar Niemeyer, com quem estabeleceu parceria em diversas obras em Brasília, Marianne Peretti fez um vitral que lembra a forma estilizada do mapa do Brasil ou a estrutura de uma árvore, dependendo da forma como é visto. A obra é toda laqueada na cor branca com superfície de 180m² e, na sua confecção, foram O Painel da Inconfidência Mineira e o Livro de Aço ao centro do Salão Negro. gastas 16 toneladas de ferro. Os vitrais, nas cores roxa, vermelha e branca, simbolizam o recolhimento, a paixão e a paz e são as mesmas cores utilizadas no vitral que a artista Ao final da escada negra que liga o segundo ao terceiro pavimento depara-se com o concebeu para o Memorial JK. Salão Negro, um ambiente sóbrio e indefinido, também na cor negra, que transmite a Do lado de fora, na fachada externa norte, ao pé do vitral, encontra-se uma escultura de sensação de grande espaço cósmico descoberto, de noite escura e silenciosa. ferro laqueada na cor branca, também de sua autoria. A forma de pássaro da escultura – tema recorrente nas obras da artista – assemelha-se a uma pomba, simbolizando a O Livro de Aço liberdade. Após a execução dessa obra, Oscar Niemeyer convidou Marianne Peretti para conceber os vitrais para a Catedral de Brasília. Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ao centro do grande Salão Negro, encontra-se o Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria, que acolhe em suas páginas o nome dos heróis e heroínas brasileiros. A denominação de herói nacional se dá por projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República, observando-se um período mínimo de dez anos após a morte do homenageado. Até 28 de dezembro de 2015 Visão externa da escultura da pomba e do vitral de Marianne Peretti. eram necessários cinquenta anos após a morte para ser possível ter o nome inscrito no Livro de Aço, após a Lei nº 13.229 da supracitada data, houve a mudança nesse interstício de tempo para dez anos. Atualmente são sessenta e dois os brasileiros e brasileiras homenageados nominalmente como heróis e heroínas nacionais, além do grupo “Seringueiros Soldados da Borracha” com cerca de 65 mil homenageados. O primeiro nome registrado no Livro foi o de Tiradentes, cuja história é apresentada em Painel ao fundo do salão. O Painel da Inconfidência Mineira 2º PAINEL REUNIÃO DOS Obra executada pelo pintor João Câmara Filho que, em julho de 1985, foi convidado por Oscar Niemeyer e pelo então Governador do Distrito Federal José Aparecido de INCONFIDENTES Oliveira, para realizar o painel, cujo tema está centrado na Inconfidência Mineira. Mostra uma das incontáveis reuniões dos inconfidentes. A cena se passa num A escolha do tema levou em conta o sentimento unânime de que o espírito da sótão, mantendo-se as características Inconfidência Mineira foi o precursor da ideia de nação livre e soberana. do ambiente e do vestuário da época.