CHICO SCIENCE F68 E S T Ú D I O F - Programa Número 68

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

CHICO SCIENCE F68 E S T Ú D I O F - Programa Número 68 1 Versão Oficial – CHICO SCIENCE F68 E S T Ú D I O F - programa número 68 Á U D I O T E X T O Música-tema entra e fica em BG; Locutor - A Rádio Nacional apresenta ESTUDIO F, Momentos Musicais da Funarte Apresentação de Paulo César Soares Paulo César : - Alô, amigos! No programa de hoje, um meteoro que passou pela MPB nos anos 90, lançando a semente do que ficou nacionalmente conhecido como Movimento Manguebeat. Misturando ritmos pernambucanos a elementos do Hip Hop e da cultura pop, esse cara criativo e inteligente balançou as estruturas e até hoje faz a cabeça de muita gente. Entra trecho de “Maracatu Atômico” fica brevemente e cai em BG. Paulo César: - Diretamente do mangue, o caranguejo com cérebro sintoniza o Estúdio F. Chico Science está no ar! Sobe som e rola inteira 2 Paulo César: - A Black Music fazia a cabeça de Franciso de Assis França, quando ele – ainda menino – na sua Olinda natal, gostava de ouvir o som de James Brow, Grandmaster Flash, Kurtis Blow e outros papas do funk americano. Seu gosto musical o levou ao break, dança cujos passos difundidos por Michael Jackson tomavam o mundo de assalto em 1984. Foi nesse ano que Francisco entrou para a “Legião Hip Hop”, uma das principais gangues de dança de rua de Recife. Três anos depois, resolveu investir pra valer na carreira de músico. Formou sua primeira banda: a “Orla Orbe”, que serviu de aquecimento para um projeto mais ousado: o “Loustal”, banda cujo nome era inspirado no famoso quadrinista francês Jacques de Loustal. A idéia desse grupo era misturar soul, funk e hip hop com rock dos anos 60. Àquela altura, graças às suas alquimias sonoras, o inventivo Francisco já havia sido propriamente rebatizado de Chico Science que, da lama ao caos, alcançou antes a fama. Entra “Da Lama ao Caos” e rola inteira. 3 Paulo César: - Em 1991, por intermédio do percussionista Gilmar Bolla 8, Chico conheceu o bloco afro “Lamento Negro” que trabalhava com educação popular no centro comunitário “Daruê Malungo”, na periferia do Recife. A explosão contagiante do trabalho de percussão do bloco impressionou Chico a tal ponto que, a partir daquele momento, mudou todo seu referencial sonoro, passando a trilhar um rumo distinto. Se até então o que ele se propunha era misturar todas as suas influências sonoras importadas com alguma pitada de brasilidade, as regras do jogo se inverteram. O maracatu, o côco de roda, o caboclinho, a ciranda, o samba e a embolada começaram a predominar, dividindo espaço com guitarras pesadas, numa mistura pra lá de psicodélica que invadiu a cidade. Entra “A Cidade” e rola inteira. 4 Paulo César: - Essa mistura de sons foi mostrada pela primeira vez no Espaço Oásis, em Olinda, em junho de 1991. A essa altura, a banda já era chamada de “Chico Science e Nação Zumbi”. O público pernambucano foi ao delírio e, por um bom tempo, teve a exclusividade de conferir este novo estilo sonoro que acabou se disseminando entre várias bandas do estado. A partir daí, várias outras apresentações aconteceram, junto com outros grupos do Recife como o “Mundo Livre S/A”. A platéia reunia os tipos mais diversos: músicos, jornalistas, artistas plásticos, punks. O elo entre todos era o gosto por música, fosse qual fosse o tipo ou a origem. Os jornais locais começaram a abrir espaço para a nova cena musical que fervilhava no Recife. A matéria na qual a palavra mangue apareceu pela primeira vez para designar o novo estilo musical foi publicada em primeiro de junho de 1991 no Jornal do Comércio. No texto, Chico Science dá a seguinte explicação sobre o novo gênero: “O ritmo se chama mangue, uma mistura de samba-reggae, rap, raggamuffin e embolada. O nome homenageia o “Daruê Malungo”, que é um núcleo de apoio à criança e à comunidade carente de Chão de Estrelas”. Explicações à parte, o fato é que o novo som foi como um maracatu de tiro certeiro, que atingiu em cheio a cabeça de toda uma geração. Entra “Maracatu de Tiro de Certeiro” e rola inteira. 5 Paulo César: - Em 1992, uma coletânea começou a ser elaborada com músicas de “Chico Science e Nação Zumbi” e “Mundo livre s/a”, batizada de “Caranguejos com Cérebro”, mesmo nome de um manifesto escrito por integrantes do manguebeat. Dividido em três partes, o manifesto aborda o conceito, a cidade e a cena em torno do movimento. Define os mangueboys e as manguegirls como indivíduos interessados em hip- hop, colapso da modernidade, caos, ataques de predadores marítimos (principalmente tubarões), moda, Jackson do Pandeiro, Josué de Castro, rádio, sexo não-virtual, sabotagem, música de rua, conflitos étnicos, midiotia, Malcom Maclaren, Os Simpsons e todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência. Por fim são enfáticos ao fazerem a seguinte afirmação: “Bastaram poucos anos para os produtos da fábrica mangue invadirem o Recife e começarem a se espalhar pelos quatro cantos do mundo. A descarga inicial de energia gerou uma cena musical com mais de cem bandas. No rastro dela, surgiram programas de rádio, desfiles de moda, vídeo clipes, filmes e muito mais. Pouco a pouco, as artérias vão sendo desbloqueadas e o sangue volta a circular pelas veias da Manguetown” . Entra “Manguetown” e rola inteira. 6 Paulo César: - No próximo bloco, Chico Science lança primeiro CD, vira fashion e cria frases de efeito. Locutor: - Estamos apresentando Estúdio F, Momentos Musicais da Funarte. I N T E R V A L O • Insert Chamada Funarte 7 BLOCO 2 Locutor: - Continuamos com Estúdio F Entra “A Cidade”, rapidamente cai em BG (bem baixinho mesmo) e permanece brevemente durante a fala de Paulo César. Paulo César: - Em 1993, após passarem por São Paulo e Belo Horizonte, Chico Science & Nação Zumbi foram descobertos no resto do país. A imprensa especializada não poupou rasgados elogios ao som do grupo, o que lhe valeu um contrato assinado com a Sony Music. Pelo selo Caos, lançaram o disco “Da Lama ao Caos”. Produzido por Liminha e gravado no estúdio Nas Nuvens, no Rio, o disco atendeu a todas as expectativas daqueles que já haviam assistido o grupo ao vivo. O álbum era o que faltava para o Brasil inteiro perceber que o “manguebeat” era algo mais sério do que um modismo passageiro. A faixa "A Cidade" logo estourou nas rádios e "A Praieira" foi parar na trilha sonora da novela "Tropicaliente" e na boca do povo, graças ao refrão "Uma cerveja antes do almoço é muito bom/Pra ficar pensando melhor". Entra “A Praieira” e rola inteira. 8 Paulo César: - Com o reconhecimento obtido por meio do álbum “Da Lama ao Caos”, Chico Science e Nação Zumbi foram parar no cinema. Ao lado de Mestre Ambrósio e Mundo Livre S/A – outros expoentes do MangueBeat – a banda brilhou na trilha sonora do filme “Baile Perfumado”. Lançado em 1995, o mangue movie dirigido por Lírio Ferreira e Paulo Caldas arrebatou prêmios país afora, projetando ainda mais o movimento musical que fervilhava em Recife. Science e Nação participam das faixas “Salustiano Song”, “Angicos” e também “Sangue de Bairro” que vamos ouvir na seqüência. Entra “Sangue de Bairro” e rola inteira. Paulo César: - De acordo com José Teles, autor do livro “Do frevo ao manguebeat”, o movimento liderado por Chico Science foi responsável por uma verdadeira revolução em sua terra de origem. Pela primeira vez, desde a década de 60, os pernambucanos mostraram uma auto-estima comparável à dos baianos. Até a moda, algo que nunca havia sido o forte da cidade, revelou estilistas que começaram a ser conhecidos nacionalmente. Sobre a mangue fashion, Chico Science declarou: “Recife tem a tradição dos mascates. A gente procura achar coisas interessantes nos camelôs e também reciclar roupas velhas. O barato é usar a criatividade e misturar as coisas. Pode botar um Bamba, com uma calça legal de tergal, um chapéu de palha ou de velho, camisas coloridas, óculos antigos ou de metalúrgico”. De fato, o visual de Chico Science tinha muito a ver com os caboclos de lança do maracatu rural, que calçam tênis e põem óculos escuros comprados em camelôs. O curioso é que, até hoje, nos festivais de rock da região, é possível ver garotos vestidos como o líder da Nação Zumbi, mangueboys antenados em busca de boa diversão. Entra “Antene-se” e rola inteira. 9 Paulo César: - Em suas primeiras entrevistas, Chico Science – ainda desacostumado a lidar com a imprensa – falava pouco e se atrapalhava na hora de articular as idéias. Mas, em questão de meses lidando com a mídia, conseguiu não só vencer a timidez, bem como criar frases de efeito de grande repercussão. Em entrevista ao jornalista Luís Cláudio Garrido do jornal A Tarde de Salvador, por exemplo, Chico disse sobre o maracatu em 1994: “Se a gente for tocar maracatu do jeito que ele é, a galera vai pegar no nosso pé. Então, a idéia básica do manguebeat é colocar uma parabólica na lama e entrar em contato com todos os elementos que têm para uma música universal. Isto fará com que as pessoas futuramente olhem para o ritmo como ele era antes” . Já sobre o frevo, Science, em entrevista ao jornalista José Telles no Jornal do Comércio de Recife, declarou: “Nos shows, quando a banda apresentava a música “Coco Dub”, tocava alguns acordes de “Vassourinhas”. A gente pretende dinamizar o frevo”. Entra “Coco Dub” e rola inteira. Paulo César: - No próximo bloco, o manguebeat ganha o mundo e Chico sai de cena precocemente. Locutor: - Estamos apresentando Estúdio F, Momentos Musicais da Funarte. I N T E R V A L O • Insert Chamada Funarte 10 BLOCO 3 Locutor: - Continuamos com Estúdio F Entra “O Cidadão do Mundo”, cai em BG (bem baixinho mesmo) e permanece durante a fala de Paulo César.
Recommended publications
  • Open Lyric and Liberation.Pdf
    THE PENNSYLVANIA STATE UNIVERSITY SCHREYER HONORS COLLEGE DEPARTMENT OF PHILOSOPHY LYRIC AND LIBERATION: ADORNO AND THE DIALECTICAL IMPLICATIONS OF BRAZILIAN HIP HOP ALEXANDER GONCALVES Fall 2018 A thesis submitted in partial fulfillment of the requirements for a baccalaureate degree in Philosophy with honors in Philosophy Reviewed and approved* by the following: Eduardo Mendieta Professor of Philosophy Thesis Supervisor Brady Bowman Professor of Philosophy Honors Adviser * Signatures are on file in the Schreyer Honors College. i Abstract This paper offers a critique of the cultural defeatism posited in Theodor Adorno’s 1937 work “On Jazz” through adumbration of the music of Brazilian favelas. Whereas Adorno sees musical attempts at liberation as nullified by their subservience to the whims of government and market, the research and reflection here evidences the emancipatory nature of music. Brazilian Funk demonstrates our capacity to advance change through music, and thus calls upon us to build more efficacious systems for fostering and assimilating music of the world’s people. In refuting Adorno’s condemnation of jazz, I craft a narrative evidencing the pragmatic import of fostering musical outlets within communities while acknowledging the dangers of artistic proliferation in capitalist society. The case of the funk movement in Rio De Janeiro demonstrates art’s function both as a liberatory tool and fulcrum for exploitation. The data substantiating this thesis were compiled through myriad sources: the social and aesthetic theory of Adorno, his contemporaries, and predecessors; interviews with Brazilian funk musicians, musicologists, and enthusiasts; three months investigating the musical communities in Rio De Janeiro and São Paulo; relevant documentaries, ethnographic and historical research, news archives, musical releases, and other online media.
    [Show full text]
  • Sem Título-1
    ON INTERMEDIALITY:1 Cinema, Maracatus, Ta� oo and Post-Tropicalisms SAMUEL PAIVA Associate Professor at the Federal University of São Carlos (UFSCar), where he works in the area of Theory and History of Audiovisual Communication at the Department of Arts and Communication, developing activities in teaching, research and extension related to the Bachelor of Arts in Image and Sound and the Postgraduate Program of Image and Sound. He is Volume 38 the author of the book A fi gura de Orson Welles no cinema de Rogério Sganzerla (2018) and co-editor of the books Viagem ao cinema silencioso issue 2 / 2019 do Brasil (2011) and XI Estudos de Cinema e Audiovisual – Socine (2010). He recently fi nished his post-doctoral research in fi lm and intermediality at the University of Reading, supported by FAPESP. Contracampo e-ISSN 2238-2577 E-mail: [email protected] 1 Niterói (RJ), 38 (2) ORCID: 0000-0002-3803-9846 aug/2019-nov/2019 Contracampo – Brazilian Journal of Communication is a quarterly publication of the Graduate Programme in Communication 1 Studies (PPGCOM) at Fluminense This text is the result of papers previously presented at conferences, na- mely at the XXVI Annual Meeting of Compós (at the Cásper Líbero School Federal University (UFF). It aims in São Paulo), at the II Intermedia Conference (University of Reading, UK), to contribute to critical refl ection both in 2017, and at the conference “Intermediality Now: Remapping the In-Betweenness” (at the Sapientia Hungarian University of Transylvania, within the fi eld of Media Studies, Romania) in 2018. During this period, FAPESP supported two research projects related to this article: IntermIdia Project (grant 2014 / 50821-3) being a space for dissemination of and "Cinema, historiographic methods and intermedial passages" (2018 / research and scientifi c thought.
    [Show full text]
  • A Geografia E Música No Recife
    A GEOGRAFIA E MÚSICA NO RECIFE: REPRESENTAÇÕES SOCIOESPACIAIS DA CIDADE A PARTIR DAS LETRAS DAS CANÇÕES DO MOVIMENTO MANGUEBEAT Camilla Aryana da Silva Monte¹ [email protected] Wedmo Teixeira Rosa² [email protected] INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como base a utilização das letras das músicas do movimento Manguebeat nascido no Recife na década de 1990 que buscava mostrar os aspectos negativos da dinâmica socioespacial urbana da capital pernambucana, se utilizando para isso da vivência dos compositores e cantores das maiores bandas do estilo musical em questão, como o Mundo Livre S/A e a Chico Science e Nação Zumbi (CSNZ). Se utilizando do viés da geografia cultural para que seja possível a utilização da música para retratar o espaço, tal trabalho evidencia a importância da criação de uma paisagem sonora para que seja possível o conhecimento de uma região através da música. Buscando relacionar espaço e música, fica evidenciado nesse trabalho o papel do movimento Manguebeat para que fosse possível a visualização dos problemas encontrados na cidade do Recife na década de 1990 e que não eram mostrados para outras regiões brasileiras, sem não esquecer dos aspectos regionais culturais da cidade, o Manguebeat não buscava apenas mostrar os problemas do Recife, mas sim, mostrar também os aspectos culturais regionais da cidade. Nesse sentido, este trabalho, pretende refletir sobre aspectos a cidade do Recife a partir das músicas do movimento Manguebeat, trazendo aspectos culturais regionais e os dilemas existentes na capital pernambucana. O Manguebeat não apenas ajudou a mostrar a dinâmica da cidade para o mundo, mas, também, modificou a paisagem desta, sendo inseridos aspectos do movimento em importantes espaços públicos da capital pernambucana, ficando evidenciando sua importância para a construção urbana do Recife.
    [Show full text]
  • Chico Science E Nação Zumbi: Narrativa, Performance, Movimento Manguebeat
    Chico Science e Nação Zumbi: narrativa, performance, movimento manguebeat Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tú. Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus (A cidade, Chico Science e Nação Zumbi) Na década de 1990, o Brasil viva uma efervescência cultural basicamente focados no eixo de Rio de Janeiro e São Paulo, considerados os maiores produtores culturais do país. O que se produzia e se destacava nesse cenário era rock n’ roll brasileiro, que apesar de questionar uma ordem social, trazia em seu som um aspecto globalizante da cultura. Mantinha uma relação com o rock n’ roll americano e inglês, com algumas ressalvas. O nordeste era inserido nesse contexto através do Axé Music, que representava sim, uma liberdade sobre o corpo, sem precedentes nas mídias, mas que reduzia toda uma cultura a um determinado padrão, de músicas com duplo sentido e danças hiper-sexualizadas. Além disso, ritmos nordestinos como o frevo, o coco, o forró e a ciranda eram entendidos pela indústria cultural como algo folclórico e por isso dispensáveis. Ou utilizado como uma forma de exemplificar um passado, não tão distante, mas fora de uma contemporaneidade hi-tec, influenciada pelas inovações informáticas. A era da digitalização não possuía espaço para uma música considerada “antiga”. Cabe ainda falar sobre alguns aspectos econômicos e sociais da década de 1990, já que neste período um dos conceitos mais utilizados é o da Globalização1. Este um dos frutos do sistema capitalista em plena expansão. Enquanto tal fenômeno pode ser entendido como uma aproximação mundial através das tecnologias, no entanto o mesmo 1 “De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades.
    [Show full text]
  • Contemporary Carioca: Technologies of Mixing in A
    Con tempo C o n t e m p o r a r y raryC a r i o c a Cari oca ontemporary CCarioca Technologies of Mixing in a Brazilian Music Scene Frederick Moehn Duke University Press Durham anD LonDon 2012 © 2012 Duke University Press All rights reserved. Printed in the United States of America on acid-free paper ♾ Designed by Kristina Kachele Typeset in Quadraat and Ostrich Sans by Tseng Information Systems, Inc. Library of Congress Cataloging- in- Publication Data appear on the last printed page of this book. Duke University Press gratefully acknowledges the support of Stony Brook University, which provided funds toward the publication of this book. For Brazil’s musical alchemists ontents Illustrations ix C Preface xi Acknowledgments xxiii Introduction 1 1 Marcos Suzano: A Carioca Blade Runner 25 2 Lenine: Pernambuco Speaking to the World 55 3 Pedro Luís and The Wall: Tupy Astronauts 92 4 Fernanda Abreu: Garota Carioca 130 5 Paulinho Moska: Difference and Repetition 167 6 On Cannibals and Chameleons 204 Appendix 1: About the Interviews, with a List of Interviews Cited 211 Appendix 2: Introductory Aspects of Marcos Suzano’s Pandeiro Method 215 Notes 219 References 245 Discography 267 Index 269 llustrations Map of Rio de Janeiro with inset of the South Zone 6 1 “mpb: Engajamento ou alienação?” debate invitation xii 2 Marcos Suzano’s favorite pandeiro (underside) 29 I 3 Marcos Suzano demonstrating his pandeiro and electronic foot pedal effects setup 34 4 A common basic samba pattern on pandeiro 48 5 One of Marcos Suzano’s pandeiro patterns 49 6 Marcos
    [Show full text]
  • Los Sonidos Híbridos De La Música Manguebeat En Un Contexto De Transculturación Revista Sociedad Y Economía, Núm
    Revista Sociedad y Economía ISSN: 1657-6357 [email protected] Universidad del Valle Colombia Markman, Rejane Los sonidos híbridos de la música manguebeat en un contexto de transculturación Revista Sociedad y Economía, núm. 8, abril, 2005 Universidad del Valle Cali, Colombia Disponible en: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=99616178004 Cómo citar el artículo Número completo Sistema de Información Científica Más información del artículo Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Página de la revista en redalyc.org Proyecto académico sin fines de lucro, desarrollado bajo la iniciativa de acceso abierto Los sonidos híbridos de la música manguebeat en un contexto de transculturación Rejane Markman1 Resumen Este artículo surge de un estudio sobre la música manguebeat, una manifestación cultural que surgió, en los años 90, en la ciudad de Recife (Pernambuco, Brasil) y que con su originalidad cambió el perfil de la música local al mezclar elementos de la cultura popular con contenidos del pop internacional. Deseamos con este texto presentar un producto cultural que es un ejemplo del hibridismo que la transculturación ha producido en las culturas latinoamericanas, pero no en un sentido de mayor dependencia, sino como una apropriación renovada que representa algo que viene a realzar y a renovar las tradicionales formas culturales locales. Abstract This paper stems from a study of Manguebeat music, a cultural manifestation that appeared in the 1990s in the city of Recife (Pernambuco, Brazil. Its originality changed the profile of local music by mixing elements of popular culture with contents of international pop music. The paper inteds to present a cultural product that exemplifies the hybridism resulting from transculturation in Latin American cultures, not in the sense of accentuated dependency but as a reissued appropriation that heightens and renews traditional and local cultural forms.
    [Show full text]
  • As Fronteiras Dos Jardins Da Razão: O Manguebeat E O Espaço Da Regionalidade No Recife Da Década De 1990
    AS FRONTEIRAS DOS JARDINS DA RAZÃO: O MANGUEBEAT E O ESPAÇO DA REGIONALIDADE NO RECIFE DA DÉCADA DE 1990 RENAN VINÍCIUS ALVES RAMALHO 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: HISTÓRIA E ESPAÇOS LINHA 2 - CULTURA, PODER E REPRESENTAÇÕES ESPACIAIS RENAN VINÍCIUS ALVES RAMALHO AS FRONTEIRAS DOS JARDINS DA RAZÃO: O MANGUEBEAT E O ESPAÇO DA REGIONALIDADE NO RECIFE DA DÉCADA DE 1990 NATAL, 2015 2 RENAN VINÍCIUS ALVES RAMALHO AS FRONTEIRAS DOS JARDINS DA RAZÃO: O MANGUEBEAT E O ESPAÇO DA REGIONALIDADE NO RECIFE DA DÉCADA DE 1990 Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em História, Área de Concentração em História e Espaços, Linha de Pesquisa 2: Cultura, Poder e Representações Espaciais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação do Prof. Dr. Renato Amado Peixoto. NATAL, 2015 3 RENAN VINÍCIUS ALVES RAMALHO AS FRONTEIRAS DOS JARDINS DA RAZÃO: O MANGUEBEAT E O ESPAÇO DA REGIONALIDADE NO RECIFE DA DÉCADA DE 1990 Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela comissão formada pelos professores: _________________________________________ Dr. Renato Amado Peixoto Orientador __________________________________________ Dr. João Ernani Furtado Filho Avaliador Externo ________________________________________ Dr. Francisco das Chagas Fernandes Santiago Júnior Nome do Avaliador Interno __________________________________________ Dr. Raimundo Nonato Araújo da Rocha Suplente Natal, _________de__________________de____________ 4 AGRADECIMENTOS Lembro de uma vez alguém ter me dito que pintura não se acaba, se larga.
    [Show full text]
  • O Maracatu Afrociberdélico De Chico Science E Nação Zumbi
    Revista Brasileira de Estudos da Canção – ISSN 2238-1198 Natal, n.4, jul-dez 2013 – www.rbec.ect.ufrn.br O Maracatu Afrociberdélico de Chico Science e Nação Zumbi Orlando Brandão Ucella (UFRN/PPgEL)1 [email protected] Tânia Lima (UFRN/PPgEL)2 [email protected] Resumo: O presente trabalho terá como pano de fundo o esboço de nossa dissertação (ainda em produção). Nesse sentido, analisamos a poética musical de Chico Science & Nação Zumbi(CSNZ) no álbum Afrociberdelia (1996). Para tanto, tomaremos como norteamento teórico as seguintes perspectivas teóricas: a da subalternidade (MIGNOLO 2003; e SPIVAK, 2010) e a da crioulização (GLISSANT, 2005) para analisar a manifestação do ritmo do maracatu como um ritmo poético verbal e sonoro. Esse ritmo, que já não é o mesmo tocado/cantado pelas nações pernambucanas, sugere “múltiplas entradas” (DELEUZE, 2009, p. 22), ou seja, multiplas relações, leituras, constituindo-se no que chamaremos de “maracatu scienciano”. Palavras-chave: Chico Science; Música; Literatura; Crioulização. Abstract: This article will outline the background of our dissertation (still in production). Accordingly, we will analyze the musical poetics of Chico Science & Nação Zumbi (CSNZ) in the album Afrociberdelia (1996). We will follow guidelines given by two theoretical perspectives: subordination (MIGNOLO 2003; and SPIVAK, 2010) and creolization (GLISSANT, 2005) to analyze the rhythmic manifestation “maracatu” as a verbal and musical poetic rhythm. This rhythm, which is not the same as the ones played/sung by the “nations” from Pernambuco, suggests “multiple entries” (DELEUZE, 2009, p. 22), i.e., multiple relationships, readings, constituting what we will call “maracatu scienciano”. Keywords: Chico Science; Music; Literature; Creolization.
    [Show full text]
  • Transgressões Ciências Criminais Em Debate
    REVISTA TRANSGRESSÕES CIÊNCIAS CRIMINAIS EM DEBATE Da Miséria ao Caos: significações em “Banditismo Por Uma Questão de Classe” Hannah Bethlen Monteiro Warren da Fonseca Franco Experiência na área de Direito, com ênfase em Direito. Tem especial interesse no alternativismo jurídico e na confluência de temas relativos ao Direito e à política. Encontra-se em mobilidade acadêmica internacional na Universidade de Coimbra, Portugal. CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI. “Banditismo por uma questão de classe”. Por Chico Science. Da Lama Ao Caos. Chaos, 1994. CD. 2 APRESENTAÇÃO DO AUTOR 2.1 Chico Science Uma das bandas mais icônicas da história musical recifense, a Nação Zumbi é até hoje um símbolo do movimento mangue e do marco que este teve na cena cultural e urbana de Recife. A figura indissociável de Chico Science merece ser exposta, pois é em seus contornos que muito se percebe o desenho que o manguebeat adquiriu e as suas reverberações captadas pela comunidade pernambucana em meados dos anos 1990. Francisco de Assis França, caçula de quatro irmãos e filho de um enfermeiro e de uma dona de casa, teve uma infância comum aos meninos humildes de Olinda. Entre bolas de gude e fugas ao manguezal – onde pescava caranguejos cujas vendas eram posteriormente revertidas em bilhetes de baile funk – Chico adquiria conhecimentos empíricos sobre a vida na periferia, a dependência do homem em relação aos estuários, as 167 configurações de uma sociedade extremamente estratificada e de uma cidade que paulatinamente sucumbia à esperteza do Capital. Grande apreciador da soul music americana, Chico Science não se prendia apenas aos sons melódicos de James Brown; integrante de grupos de hip-hop, ele bebeu diretamente da fonte de ritmos negros fazendo a mescla destes com ritmos brasileiros e nordestinos tais quais o axé, o maculelê, capoeira e maracatu.
    [Show full text]
  • The Coexistentialism of Chico Science and Brazil's Manguebeat
    Sneed, Paul Michael. 2019. The Coexistentialism of Chico Science and Brazil’s Manguebeat. Latin American Research Review 54(3), pp. 651–664. DOI: https://doi.org/10.25222/larr.451 LITERATURE AND CULTURAL STUDIES The Coexistentialism of Chico Science and Brazil’s Manguebeat Paul Michael Sneed Seoul National University, KR [email protected] Brazil’s manguebeat of the nineties was one of the most fertile Latin American cultural scenes of recent decades, not only for its rich musical creation but also for the playful, yet profound vision of social and ecological justice it championed. Twenty-some years after the death of Chico Science, its most iconic personality, this essay explores the strikingly relational philosophical bent at its core—one molded by the collectivism typical of its origins in local and global expressions of Black Atlantic cultures. Manguebeat was swamped in everyday philosophical questions about which kinds of knowledge, power, and being served to exacerbate violence, inequality, and harm to the environment, and which could instead encourage greater peace and harmony. Analyzing Chico Science’s three music videos, I discuss the “coexistentialism” of manguebeat, not only in a pacifistic sense or one of environmental rebirth but also in its insistence that all real living is “living with.” O manguebeat dos anos 90 foi uma das movimentações culturais mais férteis da América Latina nas últimas décadas, não somente por sua rica criação musical, mas também pela visão brincalhona, contudo, profunda de justiça global que projetou. Mais de vinte anos depois da morte de Chico Science, o vulto mais reconhecido do movimento, o presente ensaio busca explorar o radical impulso filosófico relacional na sua essência—modelado pelo coletivismo típico de expressões locais e globais de culturas afro-atlânticas.
    [Show full text]
  • [Review of the Book Brazilian Popular Music and Citizenship, Edited by I
    Please do not remove this page [Review of the book Brazilian Popular Music and Citizenship, edited by I. Avelar and C. Dunn] Herrera, Eduardo https://scholarship.libraries.rutgers.edu/discovery/delivery/01RUT_INST:ResearchRepository/12643445480004646?l#13643538620004646 Herrera, E. (2012). [Review of the book Brazilian Popular Music and Citizenship, edited by I. Avelar and C. Dunn]. AmeriQuests, 9(1-2). https://doi.org/10.7282/T3FB555S This work is protected by copyright. You are free to use this resource, with proper attribution, for research and educational purposes. Other uses, such as reproduction or publication, may require the permission of the copyright holder. Downloaded On 2021/10/01 07:54:24 -0400 Avelar, Idelber, and Christopher Dunn. Brazilian Popular Music and Citizenship. Durham: Duke University Press, 2011. Scholarly studies on music have for the past thirty years paid particular attention to the ways in which music participates in the construction of national identity. In the case of Brazil, music has often been identified as a crucial expressive practice that creates concrete emblems that stand for and create the nation. By socializing people into experiencing a national sentiment, music actively contributes in generating feelings of identification with an imagined community. However, this is only the first part of the equation when thinking about the dashed identity group associated with the nation-state. Belonging to a nation is often conceived as a subjective position exemplified by feelings of pride, patriotism and even shame and guilt, while associations with the state is seen as an objective condition exemplified by identification documents, taxes, passports, etc. In a way, one is born into a state (thus conferred a citizenship), while socialized into a nation.
    [Show full text]
  • Legados Do Mangue: O Manguebeat E As Transformações Nas Hierarquias Simbólicas
    72 Legados do mangue: o manguebeat e as transformações nas hierarquias simbólicas LUCIANA FERREIRA MOURA MENDONÇA* RESUMO: O presente artigo tem por objetivo central descrever e analisar o impacto do movimento ou cena manguebeat, de Recife, Pernambuco, sobre as hierarquias simbólicas locais e, de modo mais geral, para as representações sobre música e identidades pernambucanas. Para tanto, procura-se esquadrinhar os principais elementos do movimento em seu processo de desenvolvimento e, por meio dessa “descrição densa”, traçar os legados que deixou para as relações com as expressões populares locais de viés “tradicional”. Conclui-se que, embora exista uma grande inércia em relação às hierarquias simbólicas legitimadas e reproduzidas, ações criativas em sintonia com processos mais globais de modificação do lugar da cultura no mundo contemporâneo podem conduzir a uma mudança também em relação à valorização das tradições populares. PALAVRAS-CHAVE: manguebeat; hibridismo; cultura popular; hierarquias simbólicas. Mangue legacies: manguebeat and the transformation of symbolic hierarchies ABSTRACT: The main objective of this article is to describe and to analyze the impact of the manguebeat movement or scene, from Recife, Pernambuco, on local symbolic hierarchies and, more generally, on representations about music and identities from Pernambuco. In order to do so, the main elements of the movement in its development process are exposed in a “thick description” to support the analysis of the legacies on the relationship with local popular expression, especially those of traditional bias. The analysis allows concluding that, although there is a great inertia in relation to the legitimized and established symbolic hierarchies, creative actions can lead to a inclusive change in relation to popular musical expressions.
    [Show full text]