Significados De Ser Criança Negra E Congadeira Em Pedro Leopoldo – Minas Gerais
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO CULTURA AFRO-BRASILEIRA E EDUCAÇÃO: SIGNIFICADOS DE SER CRIANÇA NEGRA E CONGADEIRA EM PEDRO LEOPOLDO – MINAS GERAIS Cláudia Marques de Oliveira Belo Horizonte 2011 Cláudia Marques de Oliveira CULTURA AFRO-BRASILEIRA E EDUCAÇÃO: SIGNIFICADOS DE SER CRIANÇA NEGRA E CONGADEIRA EM PEDRO LEOPOLDO – MINAS GERAIS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação Programa de Pós-graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social Linha de pesquisa: Educação, Cultura, Movimentos Sociais e Ações Coletivas Orientadora: Profa. Dra. Nilma Lino Gomes Belo Horizonte 2011 Cláudia Marques de Oliveira CULTURA AFRO-BRASILEIRA E EDUCAÇÃO: SIGNIFICADOS DE SER CRIANÇA NEGRA E CONGADEIRA EM PEDRO LEOPOLDO – MINAS GERAIS Dissertação defendida e aprovada em 26 de agosto de 2011, pela banca examinadora composta pelos seguintes professores: _____________________________________________________________________ Profa. Dra. Nilma Lino Gomes - Orientadora _____________________________________________________________________ Prof. Dr. Mailsa Carla Pinto Passos - UERJ _____________________________________________________________________ Profa. Dra. Ana Maria Rabelo Gomes - UFMG AGRADECIMENTOS A minha orientadora, Nilma Lino Gomes, a quem tanto admiro, pelo apoio e incentivo constante. Pelo exemplo, pela dedicação, força e carinho explicitados em seu comprometimento humano. Aos meus caríssimos professores, em especial os de graduação, que marcaram de forma especial minha trajetória acadêmica. Obrigada pelo apoio, pelos incentivos e orientações ao longo dessa caminhada. Às crianças que compartilharam e possibilitaram essa pesquisa, que marcou nossas vidas e trajetórias profundamente através de trocas emocionantes. A todos os congadeiros e congadeiras de Pedro Leopoldo, em especial às guardas de congado que acolheram a mim e a esta pesquisa. As minhas duas mães, mulheres fortes e guerreiras, por todo cuidado, carinho e orações de proteção, amor e força!!! A todos os meus familiares que acreditaram e me apoiaram de todas as formas. Aos meus queridos amigos, que souberam entender minhas ausências e me apoiaram nos momentos mais difíceis desse processo. Em especial à Flaviana, Valquíria, Tatiana, Ridalvo, Cibele, Yone e meu filho Luiz Carlos, pelo carinho, paciência, leitura cuidadosa e escuta compreensiva e acolhedora das angústias no processo de pesquisa e principalmente pela amizade sem limites. Sem a sua contribuição, chegar ao final desse trabalho seria muito mais difícil! Aos meus amigos do Programa Ações Afirmativas na Faculdade de Educação da UFMG. A toda a equipe de coordenação e também a todos os bolsistas do Programa Internacional de Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford (IFP), por comporem belissimamente mais uma parte da história, atuação e formação dos negros brasileiros. A todo o povo e aos ancestrais quilombolas Gorutubanos e a todos os povos quilombolas do Brasil, em especial à Comunidade Quilombola de Pimentel, em Pedro Leopoldo/MG. Às Faculdades Pedro Leopoldo. Direção, coordenação, funcionários, professores, colegas e amigos, por terem me apresentado e compartilhado minhas primeiras inserções no universo acadêmico. RESUMO Este estudo buscou compreender os significados de ser criança negra e congadeira a partir do acompanhamento de um grupo de dezessete crianças residentes na cidade de Pedro Leopoldo – Minas Gerais e integrantes de duas guardas do congado. Os sentidos atribuídos pelos sujeitos à sua infância no congado, à sua percepção como crianças negras e congadeiras, levando em conta as especificidades de seu pertencimento étnico-racial e cultural no contexto local, foram orientações seguidas na análise realizada. Além disso, buscou-se apreender e entender como as crianças aprendem a ser congadeiras na perspectiva das trocas e interações possibilitadas pelas diferentes relações com os adultos e entre elas mesmas. Para realização da pesquisa adotou-se a etnografia como eixo metodológico central. As crianças foram acompanhadas nas festas promovidas pelas guardas de congado e nas visitas por estas realizadas às outras comunidades congadeiras. Também foram realizadas conversas individuais, encontros coletivos e visita às crianças e suas famílias. O trabalho de campo ainda contou com o recurso da filmagem, da fotografia e do registro no diário de campo. A pesquisa apontou que as crianças congadeiras circulam e interagem em diversos espaços. A escola é um deles. Embora esta instituição não tenha sido o foco central da investigação, ela se apresentou no discurso das crianças e nas suas lembranças sobre o vivido como um tempo/espaço significativo, marcado por vivências negativas em relação ao seu pertencimento étnico-racial, dos familiares e colegas. É nesse processo complexo que elas aprendem a ser negras e congadeiras. Um movimento marcado por indagações, silenciamentos, medos, negação, afirmação e ressignificação. Mesmo que as crianças aparentassem não entender todos os aspectos da fé, da devoção, da simbologia e das abstrações integrantes do congado, observou-se que, no interior dessa prática cultural elas constroem valores, educam-se, deseducam-se, afirmam-se e vivem as tensões identitárias que acompanham o universo afro- brasileiro e as relações raciais no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Infância, Congado, Relações raciais. ABSTRACT The present study aimed at understanding the meanings of black child and congadeira from following-up of a group of children living at the city of Pedro Leopoldo – state of Minas Gerais – Brazil, and integrants of two guardas de congado (religious folklore groups based on Afro-Brazilian culture). The meaning attributed to the subjects to their childhood at the Congado, their perception as black and congadeiras children taking into account the specificities of their ethnic-racial and cultural belongings at the local context were guidelines followed at the analysis carried. Besides that, we have sought to apprehend and understand how children learn to be congadeiras at the perspective of exchanges and interactions made possible by different relationships with adult and between themselves. In order to proceed with the analysis we have adopted ethnography as the central methodological axes. The children were followed up at the parties promoted by the guardas de congado and at the visits made by them to other congadeiras communities. There have also been individual conversations, collective meeting and visits to the children and their families. The field work counted also with the following resources: video recording, photography, and entries at the field diary. The research pointed out that the congadeiras children circulate and interact in several spaces. School is one of them. Though this institution has not been the central focus of the investigation, it emerged at the children's discourses and at their memories on the time lived as a meaningful time/space, marked by negative livings in relation to their ethnic-racial belonging, of their family members and colleagues. It is at that complex process that they learn to be black and congadeiras. It is a movement marked by questionings, silencing, fears, negation, affirmation, and reframing. Even though the children did seem to understand the aspects of faith, of devotion, of the symbology and the abstractions integrating congado, we have observed that, inside that cultural practice they construct values, educate themselves, des(educated) themselves, affirm themselves and live the identitary tensions that follow the Afro-Brazilian universe and the racial relationships in Brazil. KEYWORDS: Childhood, Congado, Racial Relationships. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – REI CONGO, RAINHA CONGA E REI E RAINHA DO IMPÉRIO. .................................... 23 FIGURA 2 – REIS EM CORTEJO COM A GUARDA DE CONGADO. ..................................................... 24 FIGURAS 3 E 4 – CANDOMBE NA FESTA DA GUARDA 2. ...................................................................... 26 FIGURA 5 – O CAPITÃO MOSTRANDO COMO SE AFINA O TAMBOR. ............................................. 70 FIGURA 6 – O CAPITÃO ENSINANDO OS RITMOS EM UM PEQUENO ENSAIO ANTES DA PROCISSÃO. .............................................................................. 71 FIGURA 7 – MENINAS DANÇANDO ............................................................................................................. 71 FIGURA 8 – COMIDAS – ALMOÇO EM DIA DE FESTA ........................................................................... 74 FIGURA 9 – COMIDAS – MENINAS ALMOÇANDO .................................................................................. 74 FIGURA 10 – CAPITÃO DA GUARDA ........................................................................................................... 77 FIGURA 11 – MENINA TOCANDO O TAMBOR ......................................................................................... 77 FIGURA 12 – CRIANÇAS TOCANDO ............................................................................................................ 78 FIGURA 13 – CRIANÇAS TOCANDO ............................................................................................................ 78 FIGURA 14 – CRIANÇAS PEQUENAS NO CONGADO .............................................................................. 92 FIGURA 15 – CRIANÇAS PEQUENAS NO CONGADO .............................................................................