AMAZONIANA IX 2 t77 - tgt Kiel, Juni 1985

Dekeyseriø amøzonica, novo gênero e nova espécie na região amazônica, Brasil, e Dekeyseria scøphirhyncfta (KNER, 1854) nova combinação ( : Siluriformes )

de

L. H. Rapp Py-Daniel

Lúcia Helena Rapp þ-Daniel, Instituto Nacional de Pesquisæ da Amazônia (INPA), Caixa Postal 478, 69.000 Manaus - Am., Brasil (aceito para publicação: Marco 1985)

Dekeyseria amazonica, new a¡ri new species from the Amazonian region, Brazú.,and D. scaphirhyrcåa (KNER, 1854),"iew combination (Loricariidae; Siluriformes)

Abstract Dekeyseria, new genus, is described with two species from the Central Amazon, Brazil:. D. ømø- zoníca n. sp. and D. scaphirhyncha (KNER, 1854) new comb., which is redescribed. The interspecific differences between amazoníca and scaphirhynchø and the varíation found among different populations of D. scaphírhyncha arc discussed. Differential keys are presented for the two cited species of Dekeyseria and fot Dekeyseriø and the two related genera: Hemiancistrus and, Peckoltia

Keywords: Inñcaädre, Dekeyseria amazonica n,.gen and n sp., Dekeysería scaphírhynchø (KNER, 1854) n. comb., Brazilian Amazon region.

Resumo

É descrito um novo gênero, Dekeyseria, com duas espécies provenientes da Amazônia Ccntral, Brasil: .D. amazoníca sp. n. e D. scaphirhyncha (KNER, 1854) nova combinação, a qual é redescrita. Sâo salientadas as diferenças interespecíficas entre ambas e as variações cncontradas entre as diferentes populações de D. scaphírhyncha. Sâo apresentadas chaves diferenciais para as espécies de Dekeyseria e, para Dekeysen¿ o os dois gêneros mais próximos é feita uma breve diferenciaçâo diagnóstica (Hemíancistrus e Peckoltia).

0065-6755 | 1985 I 171 | @MPl für Limnologie, AG Tropenökologíe, Plön;INPA, Manaus

117 Introdu@o nadadeira dorsal com poucos raios, placas do tronco em quiiha e foltemente denteadas; um pequeno feixe de ganchos muito compridos semelhantes aos de Anc. mystacinus minha e as espécies plcføs, brøchyurus e scaphirhynchus; cabeça curta, boca larga, olhos grandes; vent¡ais muito compridas Através da aniflise de exemplares de Dekeyseriø scaphirhyncha provenientes do Rio atingindo e ultrapassando a anal; peitoral muito espinhosa; tronco e nadadeiras cobertos de grandes de Roraima), e exemplares Negro @stado do Amazonas) e Rio Branco (Território Federal manchas escuras; lado ventral densamente coberto de pequenas placas. Nesta ú1tima característica de Dekeyseriø amqzonica do Rio Solimões (Complexo de Lagos do Janauacá e Ilha da difere de todas as espécies que conheço, não conheço ne¡hum , Brachypteri, com placas no Marchantaria - Estado do Amazonas), pude observar as semelhanças e diferenças entre estas ventre, uma característica dos Ltctores, Macropteri (= Pterygoplíchthys). Como este grupo se apresenta deveria ser utilizada." duas espécies e as peculiaridades destas com as demais espécies dos gênerosflemiancistrus e intermediário entre os outros dois, a denominação Ancistrus medíans As espécies pictus, brachyurus e scaphirhynchus também foram descritas neste trabalho de KNER. Peckoltíø ambos considerados próximos a Dekeyseriø com base em caracterlsticas que serão BLEEIGR (1862), baseado nestes caracteres citados por KNER, c¡iou o gènero Hemiancistrus adiante. discutidas que definiu deste modo: "Escudos corporais com carenas fortemente serrilhadas; focinho largo. Região Estes gêneros , Hemiøncistrus e Peckoltia, estão extremamente mal definidos e através subtorácicoanal com escudos; nadadeiras ventrais alongadas." de exaustiva pesquisa bibliográfica e consulta de espécies destes gêneros, inclusive de exem- EIGENMANN & EIGENMANN (1890) aceitaram o gênero Hemiancistrus incluindo nele, entre- plares da espécie tipo do gênero Peckoltta (P. vittatø (STEINDACHNER, 1881)), pude esta- tanto, espécies com abdome totalmente sem placas (por exemplo, scaphirhynchus) e espécies com placas no abdome, corpo alto, sem quilhas laterais (por exemplo, vittatus (STEINDACHNER, 1881). belecer limites provisórios entre ambos, limites estes que só serão criteriosamente mais bem REGAN (1904) não aceitou o gènero Hemíancístrus, colocando todas as espécies até então Dekeyseriø, entretanto, é um grupo a patte, com características definidos após uma revisão. conhecidas, no gèneroAncistrus; posteriormente, porém, em 1913, considerou-o válido descrevendo, bem distintas. inclusive, uma nova espécie, l/. holosticus, com "escudos laterais com quilha e abdome com grande árcanl:'a, com pequenas placas apenas na frente e nos lados. , ." RIBEIRO (l 91 I ) considerou viâlido o gênero Hemiancístrus e incluiu nele as espécies scaphirhyn- chus, pictus, vittatus, oligospilus, bachí e niveatus. Logo depois (1912), comparando exemplares de Material e Métodos 1/. vittatus e H. scaphírhyncftus, resolveu separar as duæ espécies em gêneros distintos; c¡iou então o gênerc Peckoltía, baseado em exemplares de H. vittatus e comentou o seguinte: "A obtenção de 1L Todas as medidas tomadas seguem as definidas por BOESEMAN (1968) com algurnas modifica- scaphirhynchus (IO{ER), obriga-me a deixar à este último peixe, sómente, o gênerc Hemiancistrus, ções: acréscimo do ramo mandibular (tomado no dentário esquerdo) e retirada dos cornprinìentos Ircando os demais da minha chave (A) dos Peixes gênero que axial, torácico e abdominal. dapag.54 do tomo IV n'um novo aqui chamo Peckoltía e cujos caracteres darei opportunamente." RIBEIRO (1917) descreveu espécie Na contagem das placas laterais, as pequenas placas soltas não carenadas que existem entremeadas a Peckol- tichthys sem maiores comentários sobre o gênero, e no rodapé dapâgina cita o trabalho entre as placas perfuradas pela linha.lateral não foram consideradas. Na contagem das placas entre as filícaudøtus, "Peixes (excl. Characidae), Ann. 5 Comm, Rondon que sô a publicado em 1 nadadeiras dorsal e adiposa e entre as nadadeiras anal e caudal, considera-se a placa em que está inserido videntur", viria ser 920. RIBEIRO (1920) designou Peckoltichthys para substituir Peckoltíø,jit que este se achava pré- o último raio da nadadeira (dorsal ou anal), caso o mesmo esteja medialmente colocado, ou seja, caso a último ocupado na das Asclepiadaceas", e o gênero placa que o sustenta seja obsewada. "família o definiu brevemente, comparando-o com Hemiancistrus. Sobre o gênerc Herniancisfrus, mencionou que este possui As regressões e os resultados dos testes aplícados a elas apresentados na tabela 2, servem para RIBEIRO "escudos do corpo carenados" e supôs erroneamente que a espécie tipo do gênero en H. scaphirh.yncl¡¿s (KNER). demonstrar clue âpesar de aparentemente pouco diferenciadas, as relações comparadas entre as duas RIBEIRO desc¡eveu Peckoltichthys da seguinte forma: "Corpo e cabeça placas espécies apresentaram um valor altamente significativo, tendo sido por isto evidenciadas. As demais de corte sub-triangular; occipital subcarenadas; interopérculo provido de facho cerdas relações apresentaram diferenças bem mais evidentes não sendo necessário portanto, a aplicação do um de erécteis; opérculo não articulado. Escudos corpo não carenados, presentes; teste t. do 2 do¡sais caudal obliquamente truncada ou semi-lunar. Dentesdelgados,bífidos; barbilhãopresente,curto; lábioamplo,papiloso,D. lT,comoúltimoraio livre. Dekeysería novo gênero Anal muito anterior a adiposa." Descreveu, ainda neste trabalho, uma nova espéøe,Peckoltichthys hthlmanni. ISBRÜCKER (1980), revisando gênero Espécie tipo: Dekeyseria amazoníca sp. n. os trabalhos de RIBEIRO, revalidou o Peckoltía, pois um taxon em Botânica não ocupa um taxon em Zoologia. ISBRÜCKER comentou ainda que no gênero Diagnose Peckoltia deveriam ser incluidas as espécies contendo "escudos laterais distintamente rugosos, um Porte médio (até 250 mm de comprimento padrão). Cabeça e corpo fortemcnte deprimidos. tamanho máximo limitado e um padrão de coloração geralmente distinto." O referido autor, porém, no mesmo trabalho lista várias espécies nos gênerosPeckoltia Focinho coberto cle placas. Cerclas, às vezes, presentes nas placas do focinho. Órbita redonda. Inter- eHemiancistrus, sem muitas vezes seguir os que opérculo com cerdas flexíveis ou gancfios. Lábio superior estreito; iábio inferior densamente coberto critérios citou, não ficando claro, portanto, os limites genéricos. Ele afirmou que, para a inclusão gênero de papilas. Dentes pequenosr nurnerosos e fortemente cuspidados. Pré-maxilar e dentií¡io de compri- de várias espécies neste (Peckoltia), baseou-se apenas em consultas de descrições e em ilustrações. mento aproximadamente igual. Dentes faríngeos presentes. Superfície abdominal nua. Placas da série Baseada nesta revisâo bibliográfìca e em exemplares examinados principalmente do gênero Peckoltia (P. lateral carenadas e alinhadas em uma quilha. Narladeira.dorsal localizadaacima das ventrais. Espinho vittata, P. !ïlicaudatus e P. kuhlmanni), considero os gêneros Ilerziancístrus e Peckoltia válidos e distintos de Dekeyseriø. principais das nadadciras peitorais forte e com cerdas bem ilesenvolvidas. Adiposa sempre presente. D = I + 7, As características diagnósticas entre estes três gêneros são as seguintes: as espécies de Hemíancistrus P =I + 6, V =i + 5, A = i- ü + 4,C = i+ 12- 14 + i. se caracterizam por apresentar as placas do corpo fortemente carenadas e abdome total ou parcialmente cobcrto por placas; as espécies do gênero Peckoltia aprcsen- tam corpo"alto, placas corpo não carenadas parcialmente Discussfo e Distribuiçao Geo¡ráfica do e abdome total ou coberto por placas. As espécies de Dekeyseria caracteli,zarn por apresentar corpo e cabeça placas O gônero mais relacionad o a Dçkeyseria é Hemfuncístrus BLEEKER, 1862, cuja espécie tipo é I deprimidos, do corpo carena- das H. medians (IO.IER, 1854), descrita pelo autor do seguinte modo:. "Ancístrus de corpo deprimido, e abdome totalmente nu.

118 179 No gênero Dekeyseriø incluo as espécies scaphírhyncha (KNER, 1854); amazonícø sp. n.; pulcher cerca de 1,8 vezes no comprimento da cabeça. Ce¡ca de 10 pequenas cerdas, frágeis, no interopérculo. (STEINDACHNER, 1917); brachyura (KNER, 1854) e picfa (KNER, 1854). Examinei bastante material Lábio superior e inferior com papilas que vão diminuindo de tamanho prôximo à borda dos lábios; das primeiras espécies inclusive exemplares próximos a localidade fipo de scaphírhyncha e pulcher e n6o barbelas rictais muito pequenas. Pré-maxilar e dentário com até 80 dentes delgados, longos, pouco tenho dúvidas quanto a sua ínc1usão em Dekeyseriø. Quanto a brøchyura e píctø, consideradas sinônimas (RËGAN curvos e, em alguns exemplares, fracamente cuspidados. Ramo mandibular contido 3 a 5 vezes na por muitos autores 1904; v. d. STIGCHEL 1947) e muito próximas a pulcher, não me foi distância interorbital. Placas da cabeça e do tronco lisas, sem linhas sinuosas de odontodes. Duas longas possível examinar nenhum exemplar sendo sua inclusão em Dekeyseria baseada portanto, exclusivamente pós-temporal praticamente em referôncia bibliográfica. quilhas laterais presentes: a mais superior se inicia fracamente atrás da placa e placa A seguir apresento uma chave diferencial para desaparece depois da adiposa; a outra quilha, inferior a esta, se inicia na atrás do cleitro e termina as espécies de Dekeyseria Qticta e brachyura são pela antes da inserção da adiposa. Pequenas quilhas dorsais presentes entre a dorsal e a adiposa e atrás da adi- colocadasjuntas impossibiüdade de se encontrar caracteres diferenciais baséados sô na liieratura): posa; uma nítida quilha ao longo de todo o pedúncu1o caudal, ventralmente. Comprimento do pedúnculo 1 . Distância interorbital ampla, larga, contida até 2,3vezes no comprimento da cabeça;-cabeça largura do cleitro, no mínimo, um caudal contido 3 vezes no comprimento padrão; sua altura contida 4 vezes no seu comprimento e 3 diâmetro orbital menor que o comprimento da . 2 . vezes na distância interdorsal. Nadadeira dorsal mais comprida que alta, sua base de comprimento l'. Distância interorbital estreita, contida mais de 3 vezes no comprimento da cabeça; peitoral largurado cleitro semelhante ao comprimentoda aproximadamente igual à distância interdorsal; espinho da nadadeira de comprimento apro- cabeça ...... 3 ximadamente igual a largura d,a cabeça e contido l,2vezes no comprímento da cabeça. Peitoral ultra- 2 . Focinho com cerdas; interopérculo provido de espinhos fortes e longos passando pouco â base da ventral. Espinho da peitoral com cerdas curtas. Primeiro raio da nadadeira (cerca de 20).... scaphirhyncha ventral muito desenvolvido, ultrapassando a base da nadadeira anal; nadadeira anal pouco desenvolvida; 2'. Focinho sem cerdas; interopérculo provido de poucas e nadadeira caudal emarginada, com o lóbulo inferior bem maior que o superior. Série lateral com 2'l a 29 friágeis ceroas amazonica placas; I 3 placâs entre a anal e a caudai (ocasionalmente, 14), sendo que somente a última ou duas 3 . Supraoccipital limitado por uma placa brachyura lpicta) últimas sâo ímpares, as demais são pares; 8 a 9 placas entre a dorsal e a adiposa, raramente 7. Dos 15 3'. Supraoccipital limitado por 4 a 5 placas . pulcher exemplares examinados, 3 apresentaram 12 raios bifu¡cados na nadadeira caudal,6 apresentaram 13,5 Tanto scaphirhynchø apresentaram 14 e um estava com a caudal danificada. Análise estatística dos dados morfométricos na como pulcher, brachyurø e pícta foramdescritas originalmente para o Rio e regressão Negro, Amazonas. D' scaphirhyncha jít,ioi coletada Tabela 1 análise de linear dos caracteres morfométricos naTabela 2. também no Rio Branco, afluente do Rio Negro. D. amazonica foi coletada principalmente em Coloração - Dorso castanhoescuro a cinza, Aþuns exemplares com manchas amarelas no dorso. ambientes sob influência do Rio Solimões (Complexo de Lagos do Janauacâ, Ilha da Ma¡chantaria,Lago Superfície ventral amarelada. Nadadeiras cinzas. Janauari) e Rio Japurá. Todas as de Dekeyseria Aparelho digestivo Os rastros branquiais são longos, delgados e numerosos, estando sempre foram citadas exclusivamente pan a AmazõnLa brasileira. "spécìes - gênero dobrados e voltados para trás, cobrindo quase totalmente os filamentos branquiais. Os dentes faríngeos Nome do derivado de Dekeyser em homenagem ao zoólogo francés pierre Louis Dekeyser. são rudimentares, estando uniformemente distribuidos pelas pequenas placas ósseas faríngeas. O cstômago é grande, em forma de U, deslocado para a,,.ireita e altamente vascularizado. Aþuns exemplares apresen- Dekeyseria ømazonica sp. n. . taram o estômago parcialmente preenchido de alimento: na porção prôxima ao esôfago, o estómago Material examinado: continha muito muco e nenhum alimento; na porção prôxima ao intestino, o estómago se encontrava Holótipo: INPA 104.4 (r74 totalmente preenchido de alimento. O intestino, enovelado, se encontrava totalmente preenchido de mm), macho, comprexo do Janauacá, Rio sorimões, Amazonas, Brasl, 22 - yI - 1980, col. L. H. Rapp py-Daniel. alimento e seu comprimento variou de 10 a 13 vezes maior que o comprimento padrão. Parátipos: MzusP 272s9 (r:-B mm), complexo do Janauacá, Rio Solimões, Amazonas, tsrasil, r97g, col' M. I. Galdames Portus; INpA 297 (1.2g mm), complexo do Janauacá, Rio solimões, Amazonas, y (KNER, 1 Brasil, 10 - V - 1978' col. P' Bayley (será Deke seria scaphirhyncha 854) depositado no Museu Paraense Emílio Goeldi); INpA 250,0 (82 mm), Complexo do Janauacá, Rio Solimões, Amazonas, Brasil, I - ill - lg77 , col. p. Bayley; INpA 44 (r45 mm), Ancistrus scaphirhynchus KNER, 1854, p. 280, pl. 3, figs. 2a (cabeça, vísta de cima),2b (cabeça, vista de Lago Maraquiri, Rio sorimões, Amazonas, 3 -rv - r97g, col. R. Barthem; INpA 293 (localidade Barra do p. (Anazonas); (123 mm), Ilha da Marchantaria, Rio sorimões, baixo) típica, Rio Negro); REGAN, 1904, 231 STIGCFIEL, 1947, Amazonas, Brasil, 29 - IV - r9g2, col. v. M. F. da silva; INPA (7 p. 161 (Rio Coari). 71 exemplares- 123 a 146 mm),paranãdo Juacaca, Rio Japurá, Amazonas, Brasil, Chaetostomus scaphírhynchus STEINDACHNER, 1881, p. 117 (Tefé; Rio rx - 1979, col. colônia cle pescadores de Coarí; Lago Hianuari; Tefé; INPA 205 (151 mm), Entrada do Janauari, entre o Furo Paracuuba e o Lago preta, Javari; Rio Jutaí; Bara do RioNegro), Terra Rio sorimões, Amazonas, Brasr.,2- II - 197g, p. cor. Bayley. Hemiancistrus scøphírhynchus EIGENMANN & EIGENMANN, 1889, p. 4 3 (Hianuari; Coari; Tefë; Material adicional: Javæi); EIGENMANN &EIGENMANN, 1890, p. 419 (material precedente);RIBEIRO, 1912,p.7 (Mato Grosso). MzusP296(Lsrmm),cornplexodoJanauacá,Riosorimões,Amazonas, rx-rg:l6ar_1977,cor. Exped. Alpha Helix. Material examinado: Descrição INPA 392 (2 exempiares - I43 e 161 mm), Rio Negro, Barcelos, Amazonas, BrasíI, 29 - II - 1980, col. M. Goulding;INPA 4I4 (12 exemplares l4l a 182 mm), Rio Negro, acima do Rio Urubaxi, Lago Corpo alongado e deprirnido, sua altura contida - cerca de 7 vezes no comprimento padrão. Cabeça grande, seu comprimento Central da Ilha de Buiu-Açu, Amazonas, Brasil, 6 - II - 1980, col. M. Goulding; INPA 436 (9 excm- contido 3 vezes e sua largura 4 vezes no comprimento padrão. Focinho largo, plares 167 a 2lI mm), Rio Branco, Marurâ, Lago Central, Roraima, 28 - X - 1979 col. M. Goulding. deprimido e arre

180 181 Extremidade do focinho pode apresentar área nua. Todo o bordo do focinho coberto de cerdas, mais amazoníca scaphirhyncha evidentes nos exemplares maiores. Órbita bem saliente, chegando a formar uma dobra de tecido na sua (com das muito ásperas e cobertas margem posterior. Olhos látero-superiores; diâmetro orbital contido cerca de 3 vezes na distância inte¡- d) placas do corPo e cabeça lisas excessão Placas de linhas sinuosas de orbital e 6 a'l vezes no comptimento da cabeça. Distáncia interorbital contida 2vezesno com primento da série lateral) odontodes da cabeça. Placas da cabeça sem quilhas, porém, nitidamente recortadas, particularmente as placas do geralmente presentes focinho e as infraorbitais. Opérculo bem desenvolvido, interopérculo com ce¡ca de 20 ganchos, com- e) placas redondas de cada ausentes (1) pridos, fortes e curvos na extremidade. Lábio superior estreito; lábio inferio¡ muito desenvolvido e lado do suptaoccipital carenadas ou sem ciuenas fortemente carenadas coberto de papilas cujo tamanho diminui a medida que se aproximam do bordo. Ba¡belas rictais rudi- f¡ placas pré-dorsais fracamente 10 a 12 cerdas frágeis com 15 a 20 ganchos mentares. P¡émaxilar com até 66 dentes e dentá¡io com até 80 dentes. Dentes das maxilas delgados e g) interopérculo (2) com cerca de e curtas fortes e curvos fortemente cuspidados. Ramo mandibular contido cerca de 4 vezes na distância intero¡bital. Todas as semelhante à largura comprimento igual ao placas da cabeça e do corpo cobertas por linhas sinuosas de odontodes, sendo todas as placas do corpo h) espinho da nadadeira comprimento pequenas cerdas comprimento da cabeça mais ou menos fortemente carenadas (l fileira mediana de odontodes mais desenvolvidos que os demais peitoral (3) da cabeça e com e com longas cerdas em cada placa). As carenas das placas estão alinhadas em 3 grandes quilhas que percorrem quase todo o corpo do indivíduo: duas quilhas começam imediatamente at¡ás da placa pós-temporal, a mais superior 1) foramobservadasemquasetodososexemplaresdescaphírhync&øprovenientesdoRioBranco; termina ao nível da nadadeira adiposa e a oufuâ termina na nadadei¡a caudal; a terceira quilha se inicia 2) o número de cerdas ou ganchos é semelhante nos machos e fêmeas das duas espécies, podendo placa atrás da do cleitro e também termina ao nível da nadadeira adiposa. Existem ainda 2 pequenas entretanto estar ausentes nos jovens de ømazonicø; quilhas: 1 dorsal, ao longo da nadadeira dorsal, e outra ventral, ao longo de todo o pedúnculo caudal. 3) a apresentação do espinho da nadadeira peitoral é semelhante nos machos e nas fêmeas das duas O comprimento pedúnculo do caudal está contido 3,5 vezes no comprimento padrão, sua altura está espécies. contida 3 a 4 vezes no seu comprimento e cerca de 2 vezes na distância interdorsal. Nadadeira dorsal As demais diferenças são de caráte¡ morfométríco e merístico e podem ser observadas no texto quando abaixada pode alcançar a placa de apoio da nadadeira adiposa. Base da nadadeira dorsal 1,6 e na Tabela l. vezes maior que a distância interdorsal. Espinho da nadadeira peitoral de comprimento igual ao com- RIBEIRO (1964) assinalou a presença de Hemiancístrus scaphirhynchur no Rio Paru do læste, primento da cabeça e densamente coberto de longas cerdas. Nadadeira peitoral pode alcançar o meio Estado do Pará, comentando porém que neste material não observou feixes de espinhos ("tufos inter- da nadadeira ventral, a qual ultrapassa a base da nadadeira anal. Nadadeira caudal emarginada. Sé¡ie fato que ele adibuiu aluvenilidade do único exemplar disponível (103 mm). É possível lateralcom26a29placaslaterais; l4placasentreanadadeiraanaleacaudal(ocasionalmente, l3), operculares"), que este exemplar não pertença a esta espécie, pois exemplares de scaphirhyncha com este complimento sendo a últimaou duas últimas, ímpares; 7 placas entre a nadadeira dorsal e a adiposa (ocasionalmente, jâ.apresentam feixe de ganchos bem desenvolvidos. Provavelmente, o exemplar de RIBEIRO pertence a 8). Dos 21 exemplares examinados, 2 apresentaram l3 raios bifurcados na nadadeira caudal,2 apresenta- D, amazonica. ram 15 e os demais apresentaram 14. Análise estatística dos dados morfométricos na Tabela 1 e análise de regressão linear dos caracteres morfométricos naTabela 2. b. Diferentes populações de Dekeyseria scsphithyncha Coloração - Dorso castanho-escuro com manchas mais ou menos nítidas amarelas. Todas as nadadeiras castanho-escuras com os raios pontilhados de amarelo, menos nitidamente na nadadei¡a O material presentemente examinado de D. scaphirhyncht apreseîtov uma grande væiação em caudal. Superfície ventral castanha pouco mais clara que o dorso. determinados catacteres entre a população do Rio Negro e a populaçâ'o do Rio Branco. Os exemplares Aparelho digestivo Os rastros branquíais são longos, delgados e numerosos, cobrindo quase - provenientes do Rio Branco são bem maiores que os do Rio Negro, apresentando portanto as cerdas do totalmente os filamentos b¡anquiais, Os dentes faríngeos são rudimentares, estando uniformemente áspinho da nadadeira peitoral e as do focinho mais desenvolvidas (tanto nos machos como nas fêmeas). distribuídos numagrande placa óssea faríngea. O estômago é grande, em forma de U, deslocado para a Apresentaram aínda as seguintes diferenças morfométricas: a) o material do Rio Branco apresentou a direita e altamente vascularizado. O estômago, em alguns exemplares, se apresentava totalmente preen- cabeça proporcionalmente mais larga (3,5 vezes no comprimento padrão) que o material do Rio Negro chido de alimento. O intestino, enovelado, foi encontrado geralmente, totalmente preenchido de ali- (4,1 vezes no comprimento padrão); b) o diâmetro orbital foi proporcionalmente maior nos exemplares mento e com um comprimento cerca de 13 vezes maior que o comprimento padrâo. do Rio Negro (3,1 vezes na distância interorbital e 6,3 vezes no comprimento da cabeça) do que nos exemplaresdoRioBranco (3,TvezeseT,2vezesrespectivamente); c)opedúnculo caudalêapârente- riente mais alto nos exemplares do Rio Branco (2,1 vezes na distância interdorsal e 3,3 vezes no com- Discussão primento do pedúnculo caudal) que nos do Rio Negro (2,6 e 4,4 vezes respectívamente); d) os exem- plares do Rio Branco apresentam o corpo mais largo ao nível da nadadeira dorsal (4,2 vezes no com- a. Dekeyseríø amazonicø & Dekeyseria scaphirhyncha primento padrâo) que os exemplares do Rio Negro (4'7 vezes). Estas relações me parecem insuficientes pala a criação de uma nova espécie, ou mesmo subespécic, qescimento (diâmetro orbital A espécie mais próxima a D..amozonica ê D. scaphirhyncåø (KNER, lg54). os exemplares pro- devido a serem relações passíveis de alteraçlo no decorrer do do indivíduo venientes fisiológicas (maior ou menor repleção estomacal ou do Rio Negro e Rio Branco se encaixam perfeitamente na descrição original de scaphirhyncha e altura do pedúnculo caudal) ou de alterações e, comparando ou comportamentais (maior ou mcnot os exemplares desta espécie com os de amøzoníca,observei as seguintes Oiferenças: intestinal, podendo alteral a largura do corpo do indivíduo) aberturâ do rígido aparelho opercular, ao nível do qual é medida a larguta da cabeça). Acredito que um ømazoníca scaphírhyncha estudo mais detalhado destas populações pode esclarecet o grau de vaúação intraespecífico de D. scaphir' cerdas a) do focinho ausgntes presentes hyncha e em que nível se encontra o seu processo de diferenciação' b) focinho área quase plana entre as narinas área bem arqueada entre as natinas c) órbita pouco elevada muito saliente, chegando a formar dobras no tecido

182 183 Agradecimentos

Agradeço ao Dr' Michael (Museu Goulding Paraense Emílio Goeldi, Pará) pela doação do material de Lo¡icariidae provenientes do Rio Negro e tlo Rio Branco; ao D¡. Victor py-Daniel (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Amazotlas) pela leitura crítica do manuscrito; Sra. Gunhíld Saint-paul pela traclução de textos do alemão para o portuguôs.

Tabela I Análise estatística das relações morfométric¿ls de Dekeyseria amozonicø Referências bibliográficas (N = l5) e D. scøphirhyncha (N = 21). BLEEKER, P. (1862): Atlas ichthyologique des Indes orientales néêrlandaises, publié sous ies auspices du Gouvernment colonial néêrlandaises: Siluroides, Chacoides et Heterábranchoides.- (Fr. Müller, Amsterdam) 2: I - 112, pls. 49 - 101. D, amazonica D, scøphírhyncha BOESEMAN, M. (1968): The genus Hypostomus I¿.CÉPÈDE, 1803, and its su¡inam representatives (Siluriformes, Loricariidae)._ variação Ï variação Zoo1. Verhand., Leiden 99: 1 _ gó, 1g pls., 20 tabs. i EIGENMANN, C'H' R.S. & EIGENMANN (1889): Preliminary notes on Såuth American Nematognathi 1. comp. padrão 82- 178 I4r - 2tl II.- Proc. Calif. Acad. Sci. 2 (2): 28 _ 56. 2. comp. da cabeça 3 - 3,3 3,1 0,099 2,7 - EIGENMANN' C'H' & R.S. EIGENMANN 3,3 3 0,17 (i890): A revision of the South American Nematognathi, or J. largura da cabeça 3,7 - 4,5 4 0,2s 3,3 - 3,8 0,3 cat-fishes.- Occ. Pap. Calil. Acad. Sci. l: I _ 50g, 1 mapa. 4,2 FowLiR, H.w. (1954): os peixes de 4. altura do corpo 6,6 - 1t,4 7,8 1,3 s,6 - 6,6 0,76 ág'a doce clo Brasil. 4.- Arq. Zool. s. paulo 9: i - ix, 1 - 400. 9 ISBRÜCKER, I.J.H. (1980): classification and catalogue of the mailed Loricariidae (pisces, 5. largura do corpo siluriformes).- 4-5 4,5 0,28 4,1 - Versl. Techn. Gegevens, Unive¡siteit van Amste¡dam 22: I _ lg1. ao nível da D 5,2 4,5 0,32 KNER,R' (1 854): Die Hypostom iden. zweite Hauptgruppe der Famiiie der panzerfische (Loricata vel 6. comp. do Goniodontes).- Denks. 2,8 - 3,4 3,1 0,16 - Akad. wiss. wien, maìhem.-Naturwiss. 7: 251 - 2g6, 5 prs. pedúnculo caudal 3,1 3,9 3,s 0,25 REGAN' c'T' (1904): A monograph of the fishes of the family Loricariidae.- Trans. Zool. soc. Lorrdon 7. diâmet¡o orbital 5,8 - 7,5 6,9 0,56 6 -',1,5 17 ßt: L9L - 350, pts. 9 - 2i. 6,6 0,52 REGAN, c.T. (1913): The fishes.of 8. distância interorbital 1,7 - 2,3 1,8 0,16 t,8 - 2,2 2 0,09s the san Juan River, colombia.- Ann. Mag. Nat. Hist. (ser. g) l2r 9. 462 - 473. diâmetro orbital 2,6 - 4,3 3,9 0,41 2,7 - 3,9 3,3 0,3 3 RIBEIRO, A.M. (1911): Fauna Braziliense. Peixes IV. Eleutherob¡anchios Aspírophoros (A). i0. ramo mandibular 3,1 -5 4,1 0,5 3,8 - 5,2 4,4 0,39 Physostomos scleracarrthos.- Arch. Mus. Nac. Rio de Janeiro r6: r - s0¿, prs. 22 _ 54. 1i. base cla Dorsal 0,9 - 1,1 0,99 0,0s 3 r,3 - 1,9 1,6 0,14 RItsEIRo, A.M. (1912): História Natural. zoorogia. Loricariidae, calichthyidae, Doradidae e 12. altura do Trichomycteridae.- Comm' Linhas 2,7 - Telegr. Estrat. Matto-Grosso ao Amazonas, Annexo 5, Hist. pedúnculo caudal 3,3 2,9 0,21 1,6 - 3,1 2,4 0,3s Nat., zool., Rio de Janeiro: 5 - 31, I pl. 13. altura do RIBEIRO, A'M. (1917): De Scleracanthis. Fluvio "Solimõcs" anno MCMVIII a cl. F. Machado da Silva pedúncu1o 3,8 - 5,2 4,3 0,45 2,5 - 5,I 4 0,68 duce b¡asiliense caudal inventis et in Museu Urbis "Rio de Janeiro" servatis.- Rev. Soc. Bras. Sci. l: 14. comp. 49 - 52. focínlo 1,5 - 1,8 1,6 0,076 t,6-2 1,'7 0,093 RIBEIRo, A'M. (1920): História 15. comp. cabeça 1,1 - 1,3 1,2 natural, Zoologia. Peixes (excl. Characinidae).- Comm. Linhas Telegr. 0,059 0,92 - t,1 1 0,062 Estrat. Matto-Grosso ao Amazonas, ADnexo 5, Hist. Nat., Zool., Rio dc Janeiro5g: 1 - 15,17 pls. RIBEIRO, P.M. (1964): Apontamentos ictiológicos.- II. Bol. Mus. Nac. Rio cle Janeí¡o (¡. 246:7-4, Ifig. s.), zool. Itens 2 a 6 expressos g STEINDACHNER, F. (i881): em relação ao comprimento padrão; ítens 7, e 14 expressos em relação ao Beitrdge zu¡ Kenntnis der Fhßfische Südamerika's. II.- Denks. Akad. comptimento da cabeça; ítens 9 e 10 expressos em relação a distância interorbital; ítens e 12 Wiss. Wicn, mathem.-natu¡wiss. 43: 103 _ 146, 7 pls. 1i explessos em relação a distância interdorsal; ítem exptesso STIGCHEI-, J.W. van der (7947): The 13 ern relação ao comprirnento <1o South American nematognathi of the museums at Leiden and pedúnculo Amste¡dam,- caudal; ítem 15 expresso em relação ao comprimento clo espinho da nadadeira peitoral. Zool. Meded. Leiden 27 (l_2): I _ 204, 3 tabs.

184 185 Tabela 2: Análise de regressão linear dos caracteres morfométricos de Dekeyseria amazonica (N = l5) e D. scaphirhynchø (N = 2l).

D. ømazonicø D. scaphirhyncha

vaúação slope intcp r variação slope intcp I t (a, b) sþ. largura da cabeça l. 18,1- 43,6 1,289 - 0,57 0,95 33,9 - 63 r,1.6 - 0,39 0,98 15,4 XXX 2. distãn cta interorbital ll,5 - 32 1,416 - 0,9s 0,99 21,7 - 39 t,t9 - 0,64 0,98 2,99 xx 3. diâmet¡o orbital ',1,3 4,5 - 0,64 - 0,26 0,90 7,3 - 1,0,4 0,s9 - 0,11 0,94 24,8 xxx 4. distância prédorsai 32,8 - 70 1,022 - 0,44 0,99 56 - 92 L,2't - 0,32 0,99 10,5 co xxx

Itensl¿3expressosemrelaçãoaocomprimentodacabeça; ítem4expressoemrelaçâoaocomprimentopadrâo; a=slope;b=intercept;sE.=significânciadotcalculado; XX=significanteaonívelde0,05; XXX=sígnificanteaoníveide0,0l

. Þo . >o Þ$Þ* N Þ\ lll\ Q@ô S o.p Soo s @ i. s @ .. oôN, :lùa SG sò oÞ¡ Êor >= D. OR B. >Ë PD ¡,S e ÞE :¡ i !t' øO -eæ -e(0 o -gt €tì -r\¡ --é -¿(0 0 Qo \o.

:- Þt N-= SE ò s.È'\ lt. G :o ñO SH ÅÀ¡o Þ (rì ãè, @ ã Þ o o oo Þ Hl9 o ct! o- \ì F Br a o o o Þ o { ã ONoN

o3 o ê gb 9¡' (.¡ Þ > ä o Þ o Õ@ Þ-- Ë.o Þ Ë' !!e F'Õ ò 8Cf 7o" æo o 1,7

1,6 \--:\

CU D AS 1,4 a

1,3

c/A 7 N ArxA9 -çR RA 1,1 1

1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 c. cAB. o sl Gráfico 3: Análise de regressão linear da distância intero¡bital em relaçâo ao comprimento da cabeça: ¡ - D. amøzonica, t - D. scaphirhlncha Ì

I q¡ 1e I o

-j Figura 1: ,4.reas de coleta de D. scaphirhynch, (+) e D. amazonfca (þ 1:t a

\5

Figura 2: 1¡ Dekeyseriø ømazoníca (holótipo) - vista lateral.

1,2

l;5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 c.cAB.

Gráfico 4 Análise de regressão linear da rargura da cabeça em relação ao comprimento da cabeça: c'D amazoníca, - D. scaphirhyncha. ^ Figura 3: Dekeyseia scaphirhyncha (INPA 436.1) - vista lateral

188 189 'b ôÆ'u'i sJ v ,il s sË s åF Nôø si* =äQ o.. sôO À" ôô R.c :rö OÕ do\ õØ ÞH ÞÞ xÈ Y6 ,:o o @ s Þ o

o o Þ @\ Þ Þ' È o @ Þ Þ €o o \o ñ o l.r ; È \l oo' Þ sñ Þ

@ \< g o Þ Þ' 6 o o

È @

\o

Figura 6: Figura 7: Vista vent¡¿l de D. scaphírhyncha (esquerda) e Vista dorsal de D. scaphírhyncha (esquerda) e D. amaz onica (direita), D. ømazonica (direita).