4 11 TC Unilateral 25 Ricardo Saud.Pdf
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TERMO DE COLABORAÇÃO Nº 25 RICARDO SAUD REF. ANEXO 31 "TEMER" Indagado acerca dos fatos constantes do ANEXO DENOMINADO "TEMER", afirmou RICARDO SAUD: QUE ao longo do tempo de relacionamento entre o Grupo J&F e Michel Temer, esse último atuou em diversas oportunidades, em favor dos interesses das empresas do Grupo; QUE enquanto Vice-Presidente, Michel Temer controlava as nomeações para o cargo de Ministro da Agricultura; QUE Michel Temer controlava, ainda, as nomeações para a CODESP, que opera o Porto de Santos; IDEM QUE Joesley Batista e o depoente mantinham canal direto com Michel Temer; QUE o depoente obteve, ainda, a intervenção de Michel Temer junto ao Presidente da CODESP; QUE a Eldorado, controlada do grupo J&F, com outorga da ANTAQ, iniciou, em 2015, a construção do terminal de cargas RISHIS na área do Armazém 16/17, no Berço 15, no Porto de Santos; QUE após cerca de um mês de obras, a CODESP embargou a obra, com exigência de uma série de documentos; QUE o depoente visitou, então, Michel Temer, na Vice-Presidência da República (anexo do Palácio do Planalto) e pediu sua intervenção; QUE Temer disse que entraria em contato com a diretoria da CODESP para resolver o problema; QUE uma semana depois a CODESP levantou o embargo; QUE em 04.07.2014, numa sexta-feira, Joesley Batista, no gabinete de Guido Mantega, que então se situava no 15º andar do Banco do Brasil da Av. Paulista, recebeu pedido de que repassasse 35 milhões de reais do saldo BNDES/Fundos a seis Senadores do PMDB: 2 milhões para Valdir Raupp, 8 milhões para Renan Calheiros, 8 milhões para Eduardo Braga, 8 milhões para Vital do Rêgo, 8 milhões para Jader Barbalho e 1 milhão para o PMDB do Tocantins; QUE no dia seguinte, Joesley Batista pediu ao depoente que expusesse a distribuição determinada por Guido Mantega ao então Vice-Presidente Michel Temer; QUE o depoente foi, então, recebido no mesmo dia, às 17h, na residência de Michel Temer em São Paulo; QUE o Vice-Presidente reagiu contrariado e pediu que os pagamentos fossem suspensos, pois ele "reassumiria o PMDB", o que de fato ocorreu; QUE após reassumir o PMDB, Michel Temer telefonou para o depoente e pediu que ele fosse a seu escritório na Praça Panamericana em São Paulo; QUE durante a visita, Michel Temer avisou ao depoente que tinha conseguido que o PT autorizasse o repasse para ele, Temer, de 15 milhões do saldo do partido com a J&F; QUE o depoente explicou que não havia recebido autorização de ninguém para fazê-lo; QUE Temer disse, então, que aguardaria; QUE em 18.08.2014, Joesley Batista recebeu de Guido Mantega autorização para o pagamento a Michel Temer e orientou o depoente a procurar o Vice-Presidente da República para ajustar com ele como isso se faria; QUE no mesmo dia, o depoente foi a Brasília e visitou Temer no Palácio Jaburu, comunicando que os 15 milhões estavam disponíveis; QUE Temer explicou, então, 49 que distribuiria o dinheiro entre vários políticos e chamaria o depoente à medida que isso fosse sendo decidido; QUE do final de agosto até o final de outubro de 2014, Temer e o depoente encontraram-se em múltiplas ocasiões, ora no Palácio Jaburu, ora no Gabinete da VPR, ora na residência de Temer em São Paulo, ora ainda no escritório de Temer na Praça Panamericana, em São Paulo, para ajustar a distribuição do dinheiro, que Temer determinou nos seguintes moldes: (a) 2 milhões para Paulo Skaf, que foram liquidados, em 29.08.2014, mediante pagamento, com nota fiscal, para a consultoria JEMC, ligada a Duda Mendonça, em gasto não-contabilizado de campanha eleitoral; (b) 9 milhões dissimulados como doações oficiais para o Diretório Nacional do PMDB - depósito de 2 milhões em 05.09.2014; depósito de 3 milhões em 15.09.2014; depósito de 3 milhões em 01.10.2014; em 21.10.2014, depósito de 500 mil; em 22.10.2014, depósito de 500 mil; (c) 3 milhões para Eduardo Cunha, na forma que este achasse melhor; QUE Cunha determinou que o dinheiro fosse pago em espécie; QUE Florisvaldo foi ao Rio de Janeiro e coletou dinheiro em espécie junto a clientes, que, inscientes do esquema, fizeram em espécie pagamento de faturas pendentes; QUE Florisvaldo entregou o dinheiro no Rio de Janeiro, em mão de Altair, emissário de Cunha; (d) 1 milhão a ser entregue, conforme indicação direta e específica de Temer, em espécie, na Rua Juatuba número 68, Vila Madalena, em São Paulo, na empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia Ltda, que fora feito, em 02.09.2014, por Florisvaldo, por determinação do depoente. 50.