EXCLUSIVO: 103 Pôsteres bandeirante EXCLUSIVOS 50 anos do 1o voo

GRATUITO

APP

COM

REVISTA + ViDEOS

ASAS + Flying Legends 2018 + Royal International Air Tattoo 2018 + LABACE 2018 + A Chegada do PHM Atlântico

anos 00103

R$ 19,90 AVIAÇÃO DO

559006 EXÉRCITO 771519 ISSN 1413-1218 9 BRASILEIRO

1_Capa_103.indd 1 06/09/2018 15:11:37 2_7_Indice.indd 2 06/09/2018 15:14:09 2_7_Indice.indd 2 06/09/2018 15:14:09 2_7_Indice.indd 3 06/09/2018 15:14:12 Índice

DO EDITOR FOTO PRINCIPAL: RICARDO PADOVESE 10 SUPER PANTERA K2 DA AVEX: CLAUDIO LUCCHESI FOTO DO ÍNDICE: CLAUDIO LUCCHESI

Keep Flying: triste realidade Visite nossa página no Facebook: 12 facebook.com/RevistaAsas

14 Coluna do Paulo Laux

16 Plano de Voo: grandes navegações

18 Coluna do Camazano

20 Notícias AÉREAS

32 LABACE 2018, A Retomada do Otimismo

36 5º Fórum ASAS – Aviação Naval da Marinha do Brasil

48 Cavour, Embarcamos no Porta-Aviões da Itália

62 Voo Virtual, Treinamento Real

66 Conheça o Skyfire-70, Uma das Novas Armas da AvEx

68 A Atual Estrutura da Aviação do Exército VÍDEOS 78 The Flying Legends 2018 Use o app RA Inside para

86 Royal International assistir aos vídeos Air Tattoo 2018 exclusivos desTa edição! 92 Cores da Aviação Militar Brasileira: Curtiss JN-4D Jenny no Brasil COMO FUNCIONA: Faça o download gratuito do aplicativo RA Inside, disponível tanto na Apple Store quanto no Google Play, ou direto por este link: http://www.intuitiveappz.com/RAInside/ 98 Próxima Edição Abra o aplicativo no seu dispositivo móvel e o use como uma câmera, enquadrando na sua tela toda a página indicada. Aparecerá um monitor virtual, como que colocado sobre a página. Caso não o veja, mova de leve a câmera até que surja o monitor virtual em sua tela. Assista ao vídeo no monitor virtual, na tela do seu dispositivo. IMPORTANTE: caso já tenha o aplicativo, faça a atualização a cada edição nova de ASAS.

2_7_Indice.indd 4 06/09/2018 15:14:18 Índice RAF, DO EDITOR FOTO PRINCIPAL: RICARDO PADOVESE 10 SUPER PANTERA K2 DA AVEX: CLAUDIO LUCCHESI FOTO DO ÍNDICE: CLAUDIO LUCCHESI 70 100 Anos Keep Flying: triste realidade Visite nossa página no Facebook: 12 facebook.com/RevistaAsas

14 Coluna do Paulo Laux

16 Plano de Voo: grandes navegações

18 Coluna do Camazano

20 Notícias AÉREAS

32 LABACE 2018, A Retomada do Otimismo

5º Fórum ASAS – Aviação Naval 36 Chega o Novo Navio Aviação do Exército – da Marinha do Brasil 50 Anos do Voo do Capitânia da Marinha Novas Garras para IPD-6504, o Bandeirante do Brasil o Século 21 48 Cavour, Embarcamos 40 46 56 no Porta-Aviões da Itália

62 Voo Virtual, Treinamento Real

66 Conheça o Skyfire-70, Uma das Novas Armas da AvEx

68 A Atual Estrutura da Aviação do Exército VÍDEOS 78 The Flying Legends 2018 Use o app RA Inside para

86 Royal International assistir aos vídeos Air Tattoo 2018 O Bandeirante no Depoimento de RAF 100 (Cortesia Ar, documentário Ozires Silva: Paixão Ministério da REDS (Cortesia exclusivos desTa edição! 41 de Jean Manzon 44 por Excelência 71 Defesa do Reino 72 Royal Air Force) 92 Cores da Aviação Militar (Cortesia Embraer) (Cortesia Embraer) Unido) Brasileira: Curtiss JN-4D Jenny no Brasil COMO FUNCIONA: Faça o download gratuito do aplicativo RA Inside, disponível tanto na Apple Store quanto no Google Play, ou direto por este link: http://www.intuitiveappz.com/RAInside/ 98 Próxima Edição Abra o aplicativo no seu dispositivo móvel e o use como uma câmera, enquadrando na sua tela toda a página indicada. Aparecerá um monitor virtual, como que colocado sobre a página. Caso não o veja, mova de leve a câmera até que surja o monitor virtual em sua tela. Assista ao vídeo no monitor virtual, na tela do seu dispositivo. IMPORTANTE: caso já tenha o aplicativo, faça a atualização a cada edição nova de ASAS.

2_7_Indice.indd 4 06/09/2018 15:14:18 2_7_Indice.indd 5 06/09/2018 15:14:29 2_7_Indice.indd 6 06/09/2018 15:14:31 2_7_Indice.indd 6 06/09/2018 15:14:31 2_7_Indice.indd 7 06/09/2018 15:14:33 8_11_Editorial.indd 8 06/09/2018 15:24:29 8_11_Editorial.indd 8 06/09/2018 15:24:29 8_11_Editorial.indd 9 06/09/2018 15:24:33 Sobre cinzas

Este editorial está sendo escrito poucos dias mentos, lugares, equipamentos, aeronaves etc. Kubitschek — e isso é muito eloquente. Isso depois do incêndio que destruiu o Museu Com a experiência que vivi nestes anos, infe- mostra que o descaso por nossa história não Nacional, no Rio de Janeiro. Não, não quero lizmente, tragicamente, o incêndio que varreu tem ideologia, grau de escolaridade, atividade discutir aqui a criminalidade do que ocor- o Museu Nacional, como um bombardeio de profissional, sexo ou raça. reu, o descaso oficial, a incompetência que Hamburgo, não foi surpresa. Quem escreve isso publica, há quase duas supera adjetivos. Devemos parar de olhar para gabinetes ofi- décadas, uma revista de História. E de cultura. Eu não quero me perder nestas sendas sombrias. ciais e olhar mais para nós mesmos. Então, que ninguém venha me falar da “culpa Quero apenas convidar você, Leitor, a uma Quantas empresas brasileiras realmente in- oficial” desta mais recente tragédia. reflexão. vestem em publicações de caráter histórico, Tenhamos coragem. Como nós, brasileiros, tratamos a nossa história? em museus, instituições de pesquisa histórica, Olhemos as cinzas. Não, não o governo. Como nós — eu e você. projetos de preservação? Quantos grandes E peçamos perdão à nossa História. Como falamos dela aos nossos filhos? empresários, como pessoas físicas, doam ou Nunca é tarde. Como inserimos a História no nosso lazer? fazem mecenato para suprir meios finan- Trabalho com isso há mais de 20 anos. Com ceiros ao trabalho de preservar e proteger a Claudio Lucchesi, editor a História, com a nossa história, a história de nossa memória nacional? nossa Aviação. Com o resgate de memórias, O último Presidente da República que havia “O temor do Senhor é a instrução da Sabedoria, pessoais e coletivas. Com a proteção de docu- visitado o Museu Nacional fora Juscelino e a humildade precede a honra.” Provérbios 15:33 FOTO – REMO GUIDI Colaboradores

Influenciado por seu pai, Ricardo Padovese desenvolveu interesse pela aviação desde pequeno, tornando-se aeromodelista ainda na infância, passando depois ao plasti- modelismo (sempre aviões!), até que, aos 18 anos, obteve seu brevê de planador pelo Aeroclube de Bauru. Sem nunca abandonar o amor pela aviação, acabou seguin- do carreira na advocacia. Amor não se deixa, porém, e em 2008, passou a se dedicar à fotografia, logo unindo os dois amores: a aviação e a fotografia. Spotter, Ricardo inicia agora, em ASAS, um trabalho profissional, unindo a paixão pela aviação com o talento na câmera e a maestria com as palavras.

10

8_11_Editorial.indd 10 06/09/2018 15:24:37 Sobre cinzas

Este editorial está sendo escrito poucos dias mentos, lugares, equipamentos, aeronaves etc. Kubitschek — e isso é muito eloquente. Isso depois do incêndio que destruiu o Museu Com a experiência que vivi nestes anos, infe- mostra que o descaso por nossa história não Nacional, no Rio de Janeiro. Não, não quero lizmente, tragicamente, o incêndio que varreu tem ideologia, grau de escolaridade, atividade discutir aqui a criminalidade do que ocor- o Museu Nacional, como um bombardeio de profissional, sexo ou raça. reu, o descaso oficial, a incompetência que Hamburgo, não foi surpresa. Quem escreve isso publica, há quase duas supera adjetivos. Devemos parar de olhar para gabinetes ofi- décadas, uma revista de História. E de cultura. Eu não quero me perder nestas sendas sombrias. ciais e olhar mais para nós mesmos. Então, que ninguém venha me falar da “culpa Quero apenas convidar você, Leitor, a uma Quantas empresas brasileiras realmente in- oficial” desta mais recente tragédia. reflexão. vestem em publicações de caráter histórico, Tenhamos coragem. Como nós, brasileiros, tratamos a nossa história? em museus, instituições de pesquisa histórica, Olhemos as cinzas. Não, não o governo. Como nós — eu e você. projetos de preservação? Quantos grandes E peçamos perdão à nossa História. Como falamos dela aos nossos filhos? empresários, como pessoas físicas, doam ou Nunca é tarde. Como inserimos a História no nosso lazer? fazem mecenato para suprir meios finan- Trabalho com isso há mais de 20 anos. Com ceiros ao trabalho de preservar e proteger a Claudio Lucchesi, editor a História, com a nossa história, a história de nossa memória nacional? nossa Aviação. Com o resgate de memórias, O último Presidente da República que havia “O temor do Senhor é a instrução da Sabedoria, pessoais e coletivas. Com a proteção de docu- visitado o Museu Nacional fora Juscelino e a humildade precede a honra.” Provérbios 15:33 FOTO – REMO GUIDI Colaboradores

Influenciado por seu pai, Ricardo Padovese desenvolveu interesse pela aviação desde pequeno, tornando-se aeromodelista ainda na infância, passando depois ao plasti- modelismo (sempre aviões!), até que, aos 18 anos, obteve seu brevê de planador pelo Aeroclube de Bauru. Sem nunca abandonar o amor pela aviação, acabou seguin- do carreira na advocacia. Amor não se deixa, porém, e em 2008, passou a se dedicar à fotografia, logo unindo os dois amores: a aviação e a fotografia. Spotter, Ricardo inicia agora, em ASAS, um trabalho profissional, unindo a paixão pela aviação com o talento na câmera e a maestria com as palavras.

10

8_11_Editorial.indd 10 06/09/2018 15:24:37 8_11_Editorial.indd 11 06/09/2018 15:24:40 Keep Flying Por Comte. Décio Corrêa

TRISTE REALIDADE

a última dos demais órgãos NLABACE, envolvidos no Siste- acompanhava um ma de Aviação Civil, grupo de empresá- leia-se Ministério dos rios que não tinha Transportes, SAC – ligação direta com Secretaria de Aviação

a aviação. Visitan- FOTO – WIKIMEDIA COMMONS Civil – e a própria do os estandes de ANAC. Assistimos Gulfstream, Das- hoje ao total desaba- sault, Bombardier, mento do Sistema. Embraer, Helibras, Dos 5.527 municípios, Bell, Leonardo pouco mais de 120 são e vários outros servidos por linhas grandes fabrican- aéreas regulares. As- tes de aeronaves sim como a nossa rede e componentes, ferroviária, construí- várias vezes ouvi a mos a segunda maior pergunta: “Quem infraestrutura aero- gasta tanto di- portuária do planeta, nheiro na compra perdendo apenas para de uma aeronave desse porte?”. Penso que lis” obrigamos nossos empresários que se os Estados Unidos. Todo esse patrimônio a minha resposta tenha sido óbvia: “Alguém destinam à cidade de São Paulo a pousar em aeroportos está sucateado, abandonado cujo tempo seja mais valioso que o preço em Jundiaí ou em Sorocaba e terminar suas e sem qualquer manutenção. Brevemente dessas aeronaves”. Apesar dessa constatação, viagens percorrendo 60 km ou 100 km pelas estaremos assistindo ao maior fechamento continuo me surpreendendo com o contras- rodovias Castelo Branco ou Bandeirantes/ de aeroportos e à perda de toda essa infraes- senso em vivemos no Brasil. Enquanto, em Anhanguera. Os modernos jatos de linhas trutura vital para o desenvolvimento futuro uma ponta, os engenheiros e projetistas das aéreas, os executivos ou mesmo as aeronaves do Brasil. Os principais aeroportos centrais indústrias aeronáuticas de todo o mundo se de pequeno porte modernas incorporam to- estão superlotados, totalmente ultrapassados engalfinham em uma luta mortal para supe- dos esses ganhos de eficiência em benefício em termos de disponibilidade de áreas de rar as concorrentes e ganhar alguns poucos dos operadores e do sistema como um todo. manobra, pistas, pátios, fingers, além de suas nós de velocidade; conseguir desenvolver Quanto mais rápido voa uma aeronave, estações de embarques serem insuficientes novos materiais — mais leves e mais baratos menos espaço aéreo ela ocupa, bem como o para a demanda. Finalmente temos mais um — para economizar alguns poucos quilos e trabalho da tripulação e dos controladores componente perverso que ajuda a enterrar reduzir o consumo e a potência dos moto- de voo e seu desgaste também são menores. toda e qualquer companhia aérea que tente res; aprimorar o design e a limpeza aerodi- Vemos todo o esforço da indústria na luta se firmar como empresa eficiente e rentável: nâmica para, novamente, melhorar o arrasto, pela eficiência, mas a realidade é desalenta- a instabilidade política e o dólar na estratos- o coeficiente de penetração e o atrito, temos, dora. Todos os ganhos obtidos com pesados fera frustram qualquer plano de expansão numa outra ponta, o mesmo tipo de esforço investimentos e sacrifícios são perdidos na de uma empresa de aviação. A redução de da indústria para desenvolver sistemas mais ineficiência de toda a infraestrutura que velocidade para ordenar o sequenciamento eficientes e econômicos de comunicação e sustenta a atividade aérea no Brasil. Nossa de tráfego aéreo em aeroporto superado navegação via satélite e aviônicos em telas agência reguladora carece de recursos e de joga por terra qualquer benefício de moto- MFD altamente sofisticados com o objetivo mão de obra competente. Apesar de todos os res menos “beberrões” e menos poluentes. de reduzir o work-load de cabine e o estresse esforços, a burocracia e a reconhecida ine- O brutal contrassenso é que as fábricas dos tripulantes. Tudo na indústria aeronáu- ficiência do serviço público são um arrasto continuam a investir bilhões de dólares em tica moderna tem como objetivo os ganhos parasita insuportável. A notória aversão aos eficiência e inovação tecnológica e nós con- de tempo e a redução dos custos de pro- militares reflete-se no orçamento do Co- seguimos minar todo esse esforço, fazendo dução e operação das aeronaves. Enquanto mando da Aeronáutica e, consequentemente, com que um jato moderno, operando na a indústria desenvolve todo esse esforço, do DECEA – Departamento de Controle Ponte Aérea Rio-São Paulo hoje, consuma investindo bilhões de dólares em pesquisa do Espaço Aéreo. Igualmente falta pessoal, mais tempo e combustível que um singelo e desenvolvimento, em nossa “Terra Brasi- equipamentos modernos e colaboração Electra da década de 1960. Q

12

12_13_Keep_Flying.indd 12 06/09/2018 15:34:23 Keep Flying Por Comte. Décio Corrêa

TRISTE REALIDADE a última dos demais órgãos NLABACE, envolvidos no Siste- acompanhava um ma de Aviação Civil, grupo de empresá- leia-se Ministério dos rios que não tinha Transportes, SAC – ligação direta com Secretaria de Aviação a aviação. Visitan- FOTO – WIKIMEDIA COMMONS Civil – e a própria do os estandes de ANAC. Assistimos Gulfstream, Das- hoje ao total desaba- sault, Bombardier, mento do Sistema. Embraer, Helibras, Dos 5.527 municípios, Bell, Leonardo pouco mais de 120 são e vários outros servidos por linhas grandes fabrican- aéreas regulares. As- tes de aeronaves sim como a nossa rede e componentes, ferroviária, construí- várias vezes ouvi a mos a segunda maior pergunta: “Quem infraestrutura aero- gasta tanto di- portuária do planeta, nheiro na compra perdendo apenas para de uma aeronave desse porte?”. Penso que lis” obrigamos nossos empresários que se os Estados Unidos. Todo esse patrimônio a minha resposta tenha sido óbvia: “Alguém destinam à cidade de São Paulo a pousar em aeroportos está sucateado, abandonado cujo tempo seja mais valioso que o preço em Jundiaí ou em Sorocaba e terminar suas e sem qualquer manutenção. Brevemente dessas aeronaves”. Apesar dessa constatação, viagens percorrendo 60 km ou 100 km pelas estaremos assistindo ao maior fechamento continuo me surpreendendo com o contras- rodovias Castelo Branco ou Bandeirantes/ de aeroportos e à perda de toda essa infraes- senso em vivemos no Brasil. Enquanto, em Anhanguera. Os modernos jatos de linhas trutura vital para o desenvolvimento futuro uma ponta, os engenheiros e projetistas das aéreas, os executivos ou mesmo as aeronaves do Brasil. Os principais aeroportos centrais indústrias aeronáuticas de todo o mundo se de pequeno porte modernas incorporam to- estão superlotados, totalmente ultrapassados engalfinham em uma luta mortal para supe- dos esses ganhos de eficiência em benefício em termos de disponibilidade de áreas de rar as concorrentes e ganhar alguns poucos dos operadores e do sistema como um todo. manobra, pistas, pátios, fingers, além de suas nós de velocidade; conseguir desenvolver Quanto mais rápido voa uma aeronave, estações de embarques serem insuficientes novos materiais — mais leves e mais baratos menos espaço aéreo ela ocupa, bem como o para a demanda. Finalmente temos mais um — para economizar alguns poucos quilos e trabalho da tripulação e dos controladores componente perverso que ajuda a enterrar reduzir o consumo e a potência dos moto- de voo e seu desgaste também são menores. toda e qualquer companhia aérea que tente res; aprimorar o design e a limpeza aerodi- Vemos todo o esforço da indústria na luta se firmar como empresa eficiente e rentável: nâmica para, novamente, melhorar o arrasto, pela eficiência, mas a realidade é desalenta- a instabilidade política e o dólar na estratos- o coeficiente de penetração e o atrito, temos, dora. Todos os ganhos obtidos com pesados fera frustram qualquer plano de expansão numa outra ponta, o mesmo tipo de esforço investimentos e sacrifícios são perdidos na de uma empresa de aviação. A redução de da indústria para desenvolver sistemas mais ineficiência de toda a infraestrutura que velocidade para ordenar o sequenciamento eficientes e econômicos de comunicação e sustenta a atividade aérea no Brasil. Nossa de tráfego aéreo em aeroporto superado navegação via satélite e aviônicos em telas agência reguladora carece de recursos e de joga por terra qualquer benefício de moto- MFD altamente sofisticados com o objetivo mão de obra competente. Apesar de todos os res menos “beberrões” e menos poluentes. de reduzir o work-load de cabine e o estresse esforços, a burocracia e a reconhecida ine- O brutal contrassenso é que as fábricas dos tripulantes. Tudo na indústria aeronáu- ficiência do serviço público são um arrasto continuam a investir bilhões de dólares em tica moderna tem como objetivo os ganhos parasita insuportável. A notória aversão aos eficiência e inovação tecnológica e nós con- de tempo e a redução dos custos de pro- militares reflete-se no orçamento do Co- seguimos minar todo esse esforço, fazendo dução e operação das aeronaves. Enquanto mando da Aeronáutica e, consequentemente, com que um jato moderno, operando na a indústria desenvolve todo esse esforço, do DECEA – Departamento de Controle Ponte Aérea Rio-São Paulo hoje, consuma investindo bilhões de dólares em pesquisa do Espaço Aéreo. Igualmente falta pessoal, mais tempo e combustível que um singelo e desenvolvimento, em nossa “Terra Brasi- equipamentos modernos e colaboração Electra da década de 1960. Q

12

12_13_Keep_Flying.indd 12 06/09/2018 15:34:23 12_13_Keep_Flying.indd 13 06/09/2018 15:34:23 Coluna do PauloLaux Por Paulo Laux

“VISITA” À BASC EM 1965

o início de 1964, um telegrama mexeu seria uma dor de cabeça a menos na hora cidade. Encerrando o programa, ainda percor- Nmuito comigo. Telegramas eram então da sangria do querosene remanescente nos reríamos a orla da Barra da Tijuca, acariciando sinônimo de notícias importantes e sempre tanques. O jatinho de grife, com menos de as ondas envolvidos pela exuberante paisagem. que pedissem urgência buscava-se os serviços 11 m de comprimento, seguiria a 650 km/h Passava do meio-dia quando o Paris surgiu da norte-americana Western Union. Infeliz- diretamente para o leito de uma UTI. E nós comportado como uma dama da alta socieda- mente, os Correios, nada confiáveis, pouco embarcaríamos nele! de acercando-se do ninho da elite da aviação mais eram senão um gigantesco cabide de Como todo avião militar, o Paris também era de caça. A contragosto, demos as costas ao empregos. Já a Western garantia a entrega preservado das lentes curiosas dos spotters. C-41 e caminhamos em direção à sala do co- imediata de qualquer mensagem no Brasil ou Contudo, ninguém pareceu preocupar-se mandante para as apresentações formais. Mas em qualquer parte do mundo. com a produção fotográfica de uma revista da bem ao estilo que o transformaria numa lenda As poucas linhas vinham subscritas pelo Cel.-Av. época, para a qual uma modelo, em trajes de viva, o coronel foi incisivo num tom de voz de Rui Moreira Lima, militar de notórios méritos, banho, expunha suas belas curvas de pé sobre poucos amigos: ex-combatente da FAB na 2ª Guerra Mundial, e as asas do avião. – Não estou informado da vinda dos senhores autorizavam minha visita à Base Aérea de Santa Coube a um oficial em início de carreira nos aqui hoje – alfinetou. Cruz (BASC), que ele comandava. conduzir até a BASC. À sua direita, um sargen- Respeitoso, nosso oficial argumentou confir- Todavia, face a reviravolta da política nacional, to especialista fazia as vezes de copiloto. No mando de que fora enviado “um rádio” a esse o coronel viu-se sacado de seu comando, libe- conforto de um veículo de porte médio, cintos respeito. Como nós, ele mantinha-se formal- rando a estratégica base militar no Rio para atados e combustível escasso nos tanques, nem mente de pé frente ao comandante. um oficial “linha dura”, politicamente identifi- bem decolamos na proa do Pão de Açúcar – Não recebi rádio algum sobre isso! – aduziu cado com a extrema direita. e logo conheceríamos a característica mais secamente o comandante. Só depois de meses é que, graças aos bons marcante da personalidade do jovem oficial: – Os senhores já almoçaram? Não? Então relacionamentos de um colega jornalista, con- o homem nutria uma paixão desmedida pela sugiro que almocem e em seguida sintam-se seguimos (melhor, ele conseguiu) uma carona acrobacia! Após percorrer boa parte da pista convidados a se retirar. Isto aqui ainda é uma a bordo de um C-41 da FAB (Morane-Saulnier em rasante, manobrou-o subitamente numa base militar! MS-760 Paris) para nos levar até a base. Íamos curva ascendente à esquerda. Mas por pou- Expulsos, mas bem alimentados, deixamos visitar a BASC! cos segundos apenas. Vencida a camada que a base rumo aos Afonsos, onde a equipe de Encontramos o FAB 2936 na manhã de 12 de encobria a cidade, iniciou um tonneau lento socorristas de plantão já nos aguardava. Se julho, parqueado no pátio da então 3ª Zona enquanto a figura do Cristo Redentor emergia antes só a aeronave parecia mal das pernas, Aérea, no Aeroporto Santos Dumont (Rio de no Corcovado, 710 m acima do nível do mar. agora nós também nos sentíamos moralmente Janeiro), pronto para decolar. O único senão Graças à desorientação dos sentidos, a figura nocauteados. Q do “nosso” jatinho de cinco lugares é que esculpida do Cristo abençoando a cidade é seguiria até as oficinas do Parque de Material quem parecia adotar a posição invertida! De Paulo Laux é jornalista, escritor, empresário, Aeronáutico dos Afonsos para se submeter a longe, nem parecia medir 38 m de altura. artista plástico e, além disso tudo, um dos um check brutal de manutenção. Talvez isso Ungido pela beleza da tela, o oficial sequen- maiores pesquisadores da história da aviação explicasse o motivo de o rádio funcionar tão ciou uma deliciosa onda de “ataques”, focando brasileira, autor de “90 anos de aviação comer- mal. O combustível também fora mantido as embarcações preguiçosamente ancoradas cial brasileira: uma história ilustrada de suces- intencionalmente raso. Assim, quase vazio, ao largo das águas poluídas que abraçavam a sos, sonhos e paixões”.

Um Morane-Saulnier C-41 Paris (FAB 2918) no Aeroporto de Congonhas, São Paulo (SP), O C-41 Paris (FAB 2927) serve de em 18 de junho de 1967 “passarela” para uma modelo, em ensaio fotográfico para a revista Manchete FOTO – DO AUTOR FOTO – ARQUIVO DO AUTOR

14

14_15_coluna paulo lux.indd 14 05/09/2018 08:14:53 Coluna do PauloLaux Por Paulo Laux

“VISITA” À BASC EM 1965 o início de 1964, um telegrama mexeu seria uma dor de cabeça a menos na hora cidade. Encerrando o programa, ainda percor- Nmuito comigo. Telegramas eram então da sangria do querosene remanescente nos reríamos a orla da Barra da Tijuca, acariciando sinônimo de notícias importantes e sempre tanques. O jatinho de grife, com menos de as ondas envolvidos pela exuberante paisagem. que pedissem urgência buscava-se os serviços 11 m de comprimento, seguiria a 650 km/h Passava do meio-dia quando o Paris surgiu da norte-americana Western Union. Infeliz- diretamente para o leito de uma UTI. E nós comportado como uma dama da alta socieda- mente, os Correios, nada confiáveis, pouco embarcaríamos nele! de acercando-se do ninho da elite da aviação mais eram senão um gigantesco cabide de Como todo avião militar, o Paris também era de caça. A contragosto, demos as costas ao empregos. Já a Western garantia a entrega preservado das lentes curiosas dos spotters. C-41 e caminhamos em direção à sala do co- imediata de qualquer mensagem no Brasil ou Contudo, ninguém pareceu preocupar-se mandante para as apresentações formais. Mas em qualquer parte do mundo. com a produção fotográfica de uma revista da bem ao estilo que o transformaria numa lenda As poucas linhas vinham subscritas pelo Cel.-Av. época, para a qual uma modelo, em trajes de viva, o coronel foi incisivo num tom de voz de Rui Moreira Lima, militar de notórios méritos, banho, expunha suas belas curvas de pé sobre poucos amigos: ex-combatente da FAB na 2ª Guerra Mundial, e as asas do avião. – Não estou informado da vinda dos senhores autorizavam minha visita à Base Aérea de Santa Coube a um oficial em início de carreira nos aqui hoje – alfinetou. Cruz (BASC), que ele comandava. conduzir até a BASC. À sua direita, um sargen- Respeitoso, nosso oficial argumentou confir- Todavia, face a reviravolta da política nacional, to especialista fazia as vezes de copiloto. No mando de que fora enviado “um rádio” a esse o coronel viu-se sacado de seu comando, libe- conforto de um veículo de porte médio, cintos respeito. Como nós, ele mantinha-se formal- rando a estratégica base militar no Rio para atados e combustível escasso nos tanques, nem mente de pé frente ao comandante. um oficial “linha dura”, politicamente identifi- bem decolamos na proa do Pão de Açúcar – Não recebi rádio algum sobre isso! – aduziu cado com a extrema direita. e logo conheceríamos a característica mais secamente o comandante. Só depois de meses é que, graças aos bons marcante da personalidade do jovem oficial: – Os senhores já almoçaram? Não? Então relacionamentos de um colega jornalista, con- o homem nutria uma paixão desmedida pela sugiro que almocem e em seguida sintam-se seguimos (melhor, ele conseguiu) uma carona acrobacia! Após percorrer boa parte da pista convidados a se retirar. Isto aqui ainda é uma a bordo de um C-41 da FAB (Morane-Saulnier em rasante, manobrou-o subitamente numa base militar! MS-760 Paris) para nos levar até a base. Íamos curva ascendente à esquerda. Mas por pou- Expulsos, mas bem alimentados, deixamos visitar a BASC! cos segundos apenas. Vencida a camada que a base rumo aos Afonsos, onde a equipe de Encontramos o FAB 2936 na manhã de 12 de encobria a cidade, iniciou um tonneau lento socorristas de plantão já nos aguardava. Se julho, parqueado no pátio da então 3ª Zona enquanto a figura do Cristo Redentor emergia antes só a aeronave parecia mal das pernas, Aérea, no Aeroporto Santos Dumont (Rio de no Corcovado, 710 m acima do nível do mar. agora nós também nos sentíamos moralmente Janeiro), pronto para decolar. O único senão Graças à desorientação dos sentidos, a figura nocauteados. Q do “nosso” jatinho de cinco lugares é que esculpida do Cristo abençoando a cidade é seguiria até as oficinas do Parque de Material quem parecia adotar a posição invertida! De Paulo Laux é jornalista, escritor, empresário, Aeronáutico dos Afonsos para se submeter a longe, nem parecia medir 38 m de altura. artista plástico e, além disso tudo, um dos um check brutal de manutenção. Talvez isso Ungido pela beleza da tela, o oficial sequen- maiores pesquisadores da história da aviação explicasse o motivo de o rádio funcionar tão ciou uma deliciosa onda de “ataques”, focando brasileira, autor de “90 anos de aviação comer- mal. O combustível também fora mantido as embarcações preguiçosamente ancoradas cial brasileira: uma história ilustrada de suces- intencionalmente raso. Assim, quase vazio, ao largo das águas poluídas que abraçavam a sos, sonhos e paixões”.

Um Morane-Saulnier C-41 Paris (FAB 2918) no Aeroporto de Congonhas, São Paulo (SP), O C-41 Paris (FAB 2927) serve de em 18 de junho de 1967 “passarela” para uma modelo, em ensaio fotográfico para a revista Manchete FOTO – DO AUTOR FOTO – ARQUIVO DO AUTOR FOTO – ARQUIVO DO AUTOR

14

14_15_coluna paulo lux.indd 14 05/09/2018 08:14:53 14_15_coluna paulo lux.indd 15 05/09/2018 08:14:54 Plano de Voo Por Flavio Flores da Cunha Bierrenbach

GRANDES NAVEGAÇÕES

uando esta edição de ASAS estiver nas guerra para tarefas de patrulha antissubmari- abundavam os auxílios de rádio à navegação. Qbancas, o mundo estará celebrando os na e pilotado pelo capitão de fragata Albert C. Buscava-se então cobrir distâncias maiores, em cem anos do fim da Grande Guerra (1914- Read. Quinze dias depois, os britânicos Alcock menos tempo e com menos escalas. -1918), aquela “destinada a impedir todas e Brown, pilotando um Vickers Vimy, frágil bi- Dentre tantos, vale a pena citar dois voos: as outras”. Com o armistício assinado perto plano da guerra, realizam a primeira travessia em 1946, um Lockheed P2V-1 Neptune, da de Paris, dentro de um vagão no meio do sem escalas, voando da Terra Nova à Irlanda. US Navy, comandado pelo capitão de fragata Bosque de Compiègne, em 11 de novembro Hoje, em nossa época de prosaicos GPS, de Thomas D. Davies, bate o recorde mundial de 1918, nova era tinha início na aviação. corriqueira navegação inercial, de computado- de distância, voando de Perth, na Austrália, a As incríveis máquinas voadoras haviam se res e pilotos automáticos disponíveis até nos Columbus, Ohio, nos Estados Unidos. Cobre desenvolvido extraordinariamente durante ultraleves, fica difícil avaliar as dificuldades, 11.235 milhas marítimas (20.800 km) em o conflito. Com a proclamação da paz, pas- os riscos — e custos — que eram enfrentados 55 horas e 17 minutos, sem escala e sem rea- saram a atender a outras expectativas no então. Por outro lado, fica simples entender o bastecimento. A aeronave (designada P-15 anseio de unir os povos. Pouco antes do fim grande entusiasmo popular que despertavam pela FAB) fora batizada de “Truculent Turtle” das batalhas, já haviam aparecido as primei- os feitos aeronáuticos, além do apelo de ele- (Tartaruga Truculenta). Três anos depois, a re- ras cartas aeronáuticas. Teve início a fase das vados prêmios em dinheiro ofertados pelos cém-criada USAF responde. Um bombardeiro Grandes Navegações. Os aviões passaram a grandes jornais, os únicos meios de comunica- Boeing B-50A cobriu 23.452 milhas (37.740 km) ser usados como meio de transporte. ção da época, ávidos por notícias. em 94 horas, com reabastecimento aéreo. Em 15 de novembro de 1918, apenas quatro Ainda em 1919, dois irmãos australianos, Ross Pilotado pelo capitão James Gallagher, o dias depois do armistício, Sir Frederick e Keith Smith, também num Vickers Vimy, “Lucky Lady II” realizou o primeiro voo Handley Page, no dia em que completou 33 em 27 dias de viagem voam da Inglaterra à non-stop em volta do mundo. anos de idade, bateu o recorde mundial de Austrália, levantando novo prêmio. Os italia- Dito isto, num país que decreta a morte de passageiros, em um voo de 33 minutos sobre nos Ferrarin e Del Prete decolam de Roma, sua memória e que acaba de perder seu maior Londres, com 40 passageiros mais o piloto, o percorrem 18.000 km em 30 dias e chegam acervo cultural, fica lançado um desafio. Em norte-americano Clifford Prodger, incluindo a Tóquio. No ano de 1922, os portugueses 2022, será o bicentenário de nossa Indepen- 10 mulheres e 12 empregados da firma Handley Gago Coutinho e Sacadura Cabral, num avião dência. Já teremos então — se tudo correr Page, além do proprietário. A aeronave era o britânico Fairey, partindo do Tejo, realizam bem — os novos Embraer KC-390 em opera- Handley Page HP V/1500, o maior quadrimo- a primeira travessia aérea do Atlântico Sul ção. Que tal uma volta ao mundo para cele- tor de bombardeio da 1ª Guerra Mundial. e pousam no Rio de Janeiro para celebrar o brar nossa data? Q Logo no ano seguinte, em 27 de maio de 1919, centenário da Independência do Brasil. a Marinha dos Estados Unidos efetua a pri- Pouco mais de vinte e cinco anos depois, termi- FLAVIO FLORES DA CUNHA BIERRENBACH meira travessia aérea do Atlântico Norte, de nada a 2ª Guerra Mundial, as grandes travessias é aviador e advogado. Foi ministro do Superior Nova York a Lisboa, com escala nos Açores, aéreas já não ofereciam mistério. O planeta Tribunal Militar, vereador, deputado estadual e em hidroavião NC-4, projetado durante a todo estava quase milimetricamente mapeado, deputado federal por São Paulo.

Boeing B-50A “Lucky Lady II” FOTO – NATIONAL MUSEUM OF THE US AIR FORCE

16

16_17_plano de voo.indd 16 06/09/2018 15:17:37 Plano de Voo Por Flavio Flores da Cunha Bierrenbach

GRANDES NAVEGAÇÕES uando esta edição de ASAS estiver nas guerra para tarefas de patrulha antissubmari- abundavam os auxílios de rádio à navegação. Qbancas, o mundo estará celebrando os na e pilotado pelo capitão de fragata Albert C. Buscava-se então cobrir distâncias maiores, em cem anos do fim da Grande Guerra (1914- Read. Quinze dias depois, os britânicos Alcock menos tempo e com menos escalas. -1918), aquela “destinada a impedir todas e Brown, pilotando um Vickers Vimy, frágil bi- Dentre tantos, vale a pena citar dois voos: as outras”. Com o armistício assinado perto plano da guerra, realizam a primeira travessia em 1946, um Lockheed P2V-1 Neptune, da de Paris, dentro de um vagão no meio do sem escalas, voando da Terra Nova à Irlanda. US Navy, comandado pelo capitão de fragata Bosque de Compiègne, em 11 de novembro Hoje, em nossa época de prosaicos GPS, de Thomas D. Davies, bate o recorde mundial de 1918, nova era tinha início na aviação. corriqueira navegação inercial, de computado- de distância, voando de Perth, na Austrália, a As incríveis máquinas voadoras haviam se res e pilotos automáticos disponíveis até nos Columbus, Ohio, nos Estados Unidos. Cobre desenvolvido extraordinariamente durante ultraleves, fica difícil avaliar as dificuldades, 11.235 milhas marítimas (20.800 km) em o conflito. Com a proclamação da paz, pas- os riscos — e custos — que eram enfrentados 55 horas e 17 minutos, sem escala e sem rea- saram a atender a outras expectativas no então. Por outro lado, fica simples entender o bastecimento. A aeronave (designada P-15 anseio de unir os povos. Pouco antes do fim grande entusiasmo popular que despertavam pela FAB) fora batizada de “Truculent Turtle” das batalhas, já haviam aparecido as primei- os feitos aeronáuticos, além do apelo de ele- (Tartaruga Truculenta). Três anos depois, a re- ras cartas aeronáuticas. Teve início a fase das vados prêmios em dinheiro ofertados pelos cém-criada USAF responde. Um bombardeiro Grandes Navegações. Os aviões passaram a grandes jornais, os únicos meios de comunica- Boeing B-50A cobriu 23.452 milhas (37.740 km) ser usados como meio de transporte. ção da época, ávidos por notícias. em 94 horas, com reabastecimento aéreo. Em 15 de novembro de 1918, apenas quatro Ainda em 1919, dois irmãos australianos, Ross Pilotado pelo capitão James Gallagher, o dias depois do armistício, Sir Frederick e Keith Smith, também num Vickers Vimy, “Lucky Lady II” realizou o primeiro voo Handley Page, no dia em que completou 33 em 27 dias de viagem voam da Inglaterra à non-stop em volta do mundo. anos de idade, bateu o recorde mundial de Austrália, levantando novo prêmio. Os italia- Dito isto, num país que decreta a morte de passageiros, em um voo de 33 minutos sobre nos Ferrarin e Del Prete decolam de Roma, sua memória e que acaba de perder seu maior Londres, com 40 passageiros mais o piloto, o percorrem 18.000 km em 30 dias e chegam acervo cultural, fica lançado um desafio. Em norte-americano Clifford Prodger, incluindo a Tóquio. No ano de 1922, os portugueses 2022, será o bicentenário de nossa Indepen- 10 mulheres e 12 empregados da firma Handley Gago Coutinho e Sacadura Cabral, num avião dência. Já teremos então — se tudo correr Page, além do proprietário. A aeronave era o britânico Fairey, partindo do Tejo, realizam bem — os novos Embraer KC-390 em opera- Handley Page HP V/1500, o maior quadrimo- a primeira travessia aérea do Atlântico Sul ção. Que tal uma volta ao mundo para cele- tor de bombardeio da 1ª Guerra Mundial. e pousam no Rio de Janeiro para celebrar o brar nossa data? Q Logo no ano seguinte, em 27 de maio de 1919, centenário da Independência do Brasil. a Marinha dos Estados Unidos efetua a pri- Pouco mais de vinte e cinco anos depois, termi- FLAVIO FLORES DA CUNHA BIERRENBACH meira travessia aérea do Atlântico Norte, de nada a 2ª Guerra Mundial, as grandes travessias é aviador e advogado. Foi ministro do Superior Nova York a Lisboa, com escala nos Açores, aéreas já não ofereciam mistério. O planeta Tribunal Militar, vereador, deputado estadual e em hidroavião NC-4, projetado durante a todo estava quase milimetricamente mapeado, deputado federal por São Paulo.

Boeing B-50A “Lucky Lady II” FOTO – NATIONAL MUSEUM OF THE US AIR FORCE

16

16_17_plano de voo.indd 16 06/09/2018 15:17:37 16_17_plano de voo.indd 17 06/09/2018 15:17:38 COLUNA DO CAMAZANO Por Aparecido Camazano Alamino TUCANO COM CORES DA FUMAÇA PRESERVADO EM UMIRIM Foi inaugurado em 22 de julho de 2018, na ção do próprio EDA para prestigiar o evento. cidade de Umirim (CE), a 98,4 km de Forta- Umirim é a cidade natal do Capitão-Aviador leza, um monumento com o T-27 FAB 1381, Anderson Amaro Fernandes, que, como inte- com as cores da Esquadrilha da Fumaça (EDA, grante da Esquadrilha da Fumaça, faleceu em COMENTA-SE Esquadrão de Demonstração Aérea, da Força acidente ocorrido com o seu aparelho (T-27 Aérea Brasileira), sendo o primeiro aparelho FAB 1307 - Fumaça 7) quando realizava A entrega dos dois primeiros aviões com as cores do EDA preservado em praça demonstração na cidade de Lages (SC), Embraer KC-390 ao 1º GTT, via pública. Na ocasião, ocorreu uma demonstra- em 2 de abril de 2010. Grupo Kilo, ambos baseados na O Capitão Anderson, que Ala 2 em Anápolis (GO), prevista para O T-27 da Esquadrilha da Fumaça preservado em Umirim (CE) foi promovido a Major o segundo semestre deste ano, deverá post mortem, realizou 180 sofrer atraso de pelo menos seis demonstrações durante sua meses em decorrência do acidente trajetória na Esquadrilha da com o protótipo, que saiu da pista em Fumaça. O T-27 FAB 1381 sessão de ensaios no solo em Gavião preservado em Umirim foi Peixoto (SP). Todavia, foi observado desativado com 6.391 horas em Gavião Peixoto, no dia 18 de agos- FOTO – FORÇA AÉREA BRASILEIRA de voo e 5.758 pousos reali- to, o KC-390, matriculado FAB 2852 zados em sua vida operacio- c/n 003, realizando cheques no pátio. nal na FAB. Q Deverá ser o primeiro aparelho de série e o primeiro a ser entregue! FLORÂNIA PRESERVA UM XAVANTE O Grupo Especial de Ensaios em Voo (GEEV), sediado no Departamento Encontra-se preservado na cida- de Ciência e Tecnologia Aeroespacial O AT-26 FAB 4469 preservado na cidade de Florânia (RN) de de Florânia (RN), a 205 km de (DCTA), em São José dos Campos Natal, um EMB-326GB Xavante (SP), voltou a operar um avião (AT-26). O aparelho, matricula- Embraer T-27 Tucano, no caso o apa- do FAB 4469, está exposto em relho matriculado como FAB 1302, praça pública e ostenta a camu- que estava operando na Academia da flagem básica utilizada pela FAB Força Aérea (AFA) no ano passado,

nesse tipo de aeronave, sem FOTO – JOÃO DA MATA, VIA AUTOR mas que foi utilizado pelo GEEV por qualquer emblema ou marcas muitos anos. Q das unidades da Força Aérea nas quais operou. Q Agradecimentos do autor ao Comte. Fábio Ushoa, ao T.te.-c.el.-Av. Jansen N. Agradecimentos do autor Cunha, a Max Jaguar e João da Mata. a João da Mata. H-60 BLACK HAWK DOTARÁ O ESQUADRÃO PELICANO DA FAB O 2º/10º Grupo de Aviação (2º/10º GAV) “Es- ram à tomada dessa decisão. doarão dois aparelhos cada um, reduzindo para quadrão Pelicano”, sediado na ALA 5 em Campo Atualmente, está sendo mantido como aerona- seis as suas dotações. A FAB está analisando a Grande (MS), vai operar os helicópteros Sikorsky ve de alerta SAR em Campo Grande um possível aquisição de pelo menos mais seis desses H-60 Black Hawk em substituição aos veneráveis aparelho Black Hawk, em forma de rodízio, helicópteros, agora na versão de busca e salva- Bell H-1H Huey, que operam no esquadrão entre o 5º/8º GAV e o 7º/8º GAV, onde, mento, conhecida como HH-60G Pave Hawk. Q desde 1967, quando o esquadrão recebeu os também já estão sendo primeiros Bell SH-1D da FAB. Os atuais Bell ministrados cursos de pilo- Black Hawk do 7º/8º GAV H-1H continuarão voando no Pelicano em voos tagem e de mecânico para de Manaus (AM), atuando utilitários e de adestramento até o fim deste ano, tripulantes do 2º/10º GAV. como aeronave SAR em Campo Grande (MS) quando serão desativados. São os últimos apare- O 2º/10º GAV receberá dois lhos do tipo ainda operando na FAB! helicópteros H-60 no fim de FOTOS – DO AUTOR Anteriormente, estava previsto o recebimento 2018 e outros dois no início dos helicópteros Helibras H-36 Caracal, mas de 2019, completando uma problemas operacionais e o atraso na entrega dotação de quatro aparelhos, dos aparelhos adquiridos em decorrência da pois os atuais esquadrões que redução de verbas pelo Governo Federal leva- operam tal tipo de aparelho 18

18_19_Camazano.indd 18 05/09/2018 08:16:14 COLUNA DO CAMAZANO Por Aparecido Camazano Alamino TUCANO COM CORES DA FUMAÇA PRESERVADO EM UMIRIM Foi inaugurado em 22 de julho de 2018, na ção do próprio EDA para prestigiar o evento. cidade de Umirim (CE), a 98,4 km de Forta- Umirim é a cidade natal do Capitão-Aviador leza, um monumento com o T-27 FAB 1381, Anderson Amaro Fernandes, que, como inte- com as cores da Esquadrilha da Fumaça (EDA, grante da Esquadrilha da Fumaça, faleceu em COMENTA-SE Esquadrão de Demonstração Aérea, da Força acidente ocorrido com o seu aparelho (T-27 Aérea Brasileira), sendo o primeiro aparelho FAB 1307 - Fumaça 7) quando realizava A entrega dos dois primeiros aviões com as cores do EDA preservado em praça demonstração na cidade de Lages (SC), Embraer KC-390 ao 1º GTT, via pública. Na ocasião, ocorreu uma demonstra- em 2 de abril de 2010. Grupo Kilo, ambos baseados na O Capitão Anderson, que Ala 2 em Anápolis (GO), prevista para O T-27 da Esquadrilha da Fumaça preservado em Umirim (CE) foi promovido a Major o segundo semestre deste ano, deverá post mortem, realizou 180 sofrer atraso de pelo menos seis demonstrações durante sua meses em decorrência do acidente trajetória na Esquadrilha da com o protótipo, que saiu da pista em Fumaça. O T-27 FAB 1381 sessão de ensaios no solo em Gavião preservado em Umirim foi Peixoto (SP). Todavia, foi observado desativado com 6.391 horas em Gavião Peixoto, no dia 18 de agos- FOTO – FORÇA AÉREA BRASILEIRA de voo e 5.758 pousos reali- to, o KC-390, matriculado FAB 2852 zados em sua vida operacio- c/n 003, realizando cheques no pátio. nal na FAB. Q Deverá ser o primeiro aparelho de série e o primeiro a ser entregue! FLORÂNIA PRESERVA UM XAVANTE O Grupo Especial de Ensaios em Voo (GEEV), sediado no Departamento Encontra-se preservado na cida- de Ciência e Tecnologia Aeroespacial O AT-26 FAB 4469 preservado na cidade de Florânia (RN) de de Florânia (RN), a 205 km de (DCTA), em São José dos Campos Natal, um EMB-326GB Xavante (SP), voltou a operar um avião (AT-26). O aparelho, matricula- Embraer T-27 Tucano, no caso o apa- do FAB 4469, está exposto em relho matriculado como FAB 1302, praça pública e ostenta a camu- que estava operando na Academia da flagem básica utilizada pela FAB Força Aérea (AFA) no ano passado, nesse tipo de aeronave, sem FOTO – JOÃO DA MATA, VIA AUTOR mas que foi utilizado pelo GEEV por qualquer emblema ou marcas muitos anos. Q das unidades da Força Aérea nas quais operou. Q Agradecimentos do autor ao Comte. Fábio Ushoa, ao T.te.-c.el.-Av. Jansen N. Agradecimentos do autor Cunha, a Max Jaguar e João da Mata. a João da Mata. H-60 BLACK HAWK DOTARÁ O ESQUADRÃO PELICANO DA FAB O 2º/10º Grupo de Aviação (2º/10º GAV) “Es- ram à tomada dessa decisão. doarão dois aparelhos cada um, reduzindo para quadrão Pelicano”, sediado na ALA 5 em Campo Atualmente, está sendo mantido como aerona- seis as suas dotações. A FAB está analisando a Grande (MS), vai operar os helicópteros Sikorsky ve de alerta SAR em Campo Grande um possível aquisição de pelo menos mais seis desses H-60 Black Hawk em substituição aos veneráveis aparelho Black Hawk, em forma de rodízio, helicópteros, agora na versão de busca e salva- Bell H-1H Huey, que operam no esquadrão entre o 5º/8º GAV e o 7º/8º GAV, onde, mento, conhecida como HH-60G Pave Hawk. Q desde 1967, quando o esquadrão recebeu os também já estão sendo primeiros Bell SH-1D da FAB. Os atuais Bell ministrados cursos de pilo- Black Hawk do 7º/8º GAV H-1H continuarão voando no Pelicano em voos tagem e de mecânico para de Manaus (AM), atuando utilitários e de adestramento até o fim deste ano, tripulantes do 2º/10º GAV. como aeronave SAR em Campo Grande (MS) quando serão desativados. São os últimos apare- O 2º/10º GAV receberá dois lhos do tipo ainda operando na FAB! helicópteros H-60 no fim de FOTOS – DO AUTOR Anteriormente, estava previsto o recebimento 2018 e outros dois no início dos helicópteros Helibras H-36 Caracal, mas de 2019, completando uma problemas operacionais e o atraso na entrega dotação de quatro aparelhos, dos aparelhos adquiridos em decorrência da pois os atuais esquadrões que redução de verbas pelo Governo Federal leva- operam tal tipo de aparelho 18

18_19_Camazano.indd 18 05/09/2018 08:16:14 18_19_Camazano.indd 19 05/09/2018 08:16:15 Notícias Aéreas ARGENTINA FINALMENTE COM NOVOS CAÇAS

Não são novos, mas são uma grande novidade para a Argen- tina. Após quase dois anos de negociações, e apesar do recente aprofundamento da crise econô- mica, o Governo argentino finalmente fez o pagamento de € 12,5 milhões (cerca de R$ 58 milhões) à França e receberá cinco aeronaves Super Étendard Modernisé. As aeronaves são mais mo- dernas que os Super Étendard utilizados pela Marinha argen- tina desde a década de 1980. Passaram por uma série de FOTO – DIVULGAÇÃO modernizações na França, onde eram operadas pela Aerona- Porém, os caças aposentados em pazes de realizar missões de defesa Apesar de serem focados em vale (Aviação Naval francesa). 2016 não estão em condições de aérea durante a Cúpula do G20, missões de ataque, sobretudo Contam com o radar Anemone, voar. A Argentina deverá desem- que será realizada entre os dias 30 contra navios, os Super-Étendard com o dobro de alcance do bolsar mais US$ 5 milhões para de novembro e 1º de dezembro Modernisé têm capacidade de tipo anterior, novos sistemas torná-los aptos a cumprir missões deste ano em Buenos Aires. Depois combate ar-ar. A falta de de guerra eletrônica, sistemas com a sua Aviação Naval. A ex- de aposentar seus Mirage e sem aeronaves de combate na de navegação mais modernos pectativa é vê-los em operação caças A-4AR em condições ope- Argentina chegou ao ponto de e compatibilidade com óculos em maio do próximo ano. racionais, a Força Aérea argentina a Força Aérea ter tentado rece- de visão noturna (OVN), entre O prazo não atende à demanda da conta hoje apenas com os IA-63 ber essas aeronaves no lugar outras melhorias. Argentina para dispor de caças ca- Pampa e os IA-58 Pucará. da Marinha. Q

20_31_Noticias.indd 20 06/09/2018 15:18:08 Notícias Aéreas ARGENTINA FINALMENTE COM NOVOS CAÇAS

Não são novos, mas são uma grande novidade para a Argen- tina. Após quase dois anos de negociações, e apesar do recente aprofundamento da crise econô- mica, o Governo argentino finalmente fez o pagamento de € 12,5 milhões (cerca de R$ 58 milhões) à França e receberá cinco aeronaves Super Étendard Modernisé. As aeronaves são mais mo- dernas que os Super Étendard utilizados pela Marinha argen- tina desde a década de 1980. Passaram por uma série de FOTO – DIVULGAÇÃO FOTO – DIVULGAÇÃO modernizações na França, onde eram operadas pela Aerona- Porém, os caças aposentados em pazes de realizar missões de defesa Apesar de serem focados em vale (Aviação Naval francesa). 2016 não estão em condições de aérea durante a Cúpula do G20, missões de ataque, sobretudo Contam com o radar Anemone, voar. A Argentina deverá desem- que será realizada entre os dias 30 contra navios, os Super-Étendard com o dobro de alcance do bolsar mais US$ 5 milhões para de novembro e 1º de dezembro Modernisé têm capacidade de tipo anterior, novos sistemas torná-los aptos a cumprir missões deste ano em Buenos Aires. Depois combate ar-ar. A falta de de guerra eletrônica, sistemas com a sua Aviação Naval. A ex- de aposentar seus Mirage e sem aeronaves de combate na de navegação mais modernos pectativa é vê-los em operação caças A-4AR em condições ope- Argentina chegou ao ponto de e compatibilidade com óculos em maio do próximo ano. racionais, a Força Aérea argentina a Força Aérea ter tentado rece- de visão noturna (OVN), entre O prazo não atende à demanda da conta hoje apenas com os IA-63 ber essas aeronaves no lugar outras melhorias. Argentina para dispor de caças ca- Pampa e os IA-58 Pucará. da Marinha. Q

20_31_Noticias.indd 20 06/09/2018 15:18:08 20_31_Noticias.indd 21 06/09/2018 15:18:09 Notícias Aéreas GOL APRESENTA O SEU PRIMEIRO BOEING 737 MAX 8

A Gol Linhas Aéreas apresentou na noite de 28 de agosto, em seu hangar no Aeroporto de Congo- nhas, em São Paulo, o primeiro FOTO – BOEING de seus novos Boeing 737 MAX 8. O modelo será usado princi- palmente nas rotas internacionais, como para os Estados Unidos e o Equador, cujas operações terão início no fim deste ano. A primei- ra aeronave, de prefixo PR-XMA, chegou à GOL no fim de junho e, durante esses dois meses, tem realizado voos domésticos de Foi realizada encomenda para parte do plano de renovação tunidades para abertura de curto e longo alcance, um total de aquisição, para os próximos total da frota GOL até 2028. novos destinos e aumento da 264, entre pousos e decolagens. O anos, de 135 Boeing 737 MAX O novo avião é equipado com etapa média da companhia. segundo 737 MAX 8 (PR-XMB), 8 e 10 — representando a maior tecnologia de ponta e conta Entre as melhorias e inova- dos seis previstos para o ano de aquisição em número de aerona- com melhor desempenho ope- ções do Boeing 737 MAX está 2018, pousou no Aeroporto In- ves Boeing de uma companhia racional, além de ter maior au- também a redução do consumo ternacional de Confins (MG) na na história da aviação da Améri- tonomia de voo, de cerca de de combustível e da emissão de semana passada. ca do Sul. Os novos aviões fazem 6.500 km, possibilitando opor- gases poluentes.Q

22

20_31_Noticias.indd 22 06/09/2018 15:18:11 Notícias Aéreas GOL APRESENTA O SEU PRIMEIRO BOEING 737 MAX 8

A Gol Linhas Aéreas apresentou na noite de 28 de agosto, em seu hangar no Aeroporto de Congo- nhas, em São Paulo, o primeiro FOTO – BOEING de seus novos Boeing 737 MAX 8. O modelo será usado princi- palmente nas rotas internacionais, como para os Estados Unidos e o Equador, cujas operações terão início no fim deste ano. A primei- ra aeronave, de prefixo PR-XMA, chegou à GOL no fim de junho e, durante esses dois meses, tem realizado voos domésticos de Foi realizada encomenda para parte do plano de renovação tunidades para abertura de curto e longo alcance, um total de aquisição, para os próximos total da frota GOL até 2028. novos destinos e aumento da 264, entre pousos e decolagens. O anos, de 135 Boeing 737 MAX O novo avião é equipado com etapa média da companhia. segundo 737 MAX 8 (PR-XMB), 8 e 10 — representando a maior tecnologia de ponta e conta Entre as melhorias e inova- dos seis previstos para o ano de aquisição em número de aerona- com melhor desempenho ope- ções do Boeing 737 MAX está 2018, pousou no Aeroporto In- ves Boeing de uma companhia racional, além de ter maior au- também a redução do consumo ternacional de Confins (MG) na na história da aviação da Améri- tonomia de voo, de cerca de de combustível e da emissão de semana passada. ca do Sul. Os novos aviões fazem 6.500 km, possibilitando opor- gases poluentes.Q

22

20_31_Noticias.indd 22 06/09/2018 15:18:11 20_31_Noticias.indd 23 06/09/2018 15:18:13 Notícias Aéreas UNIAIR SE DESTACA NO SERVIÇO DE TRANSPORTE AEROMÉDICO

Nem sempre as coisas acon- opera com bases nos aeropor- (www.uniair.com.br), o cliente Aeroporto José Richa, em Lon- tecem como o planejado. Um tos de Porto Alegre, Londrina, pode fazer a cotação de um drina (PR). atleta pode sofrer uma grave São Paulo (Congonhas) e Rio voo e acompanhar o desenro- “Em 2018, a UniAir encerra um lesão no jogo “fora de casa”; de Janeiro (Heliporto Helirio, lar da missão. A empresa tam- ciclo estratégico iniciado em um sério problema de saúde no Recreio dos Bandeirantes). bém disponibiliza o telefone 2012, o qual apresentava como pode aparecer em uma cida- A empresa é homologada para 0800 519 519. grande desafio a expansão do de sem o apoio necessário. E atuar em todo o Brasil, em A UniAir realiza ainda voos seu mercado de atuação. Novas até as bem planejadas férias países da América Latina e de táxi aéreo quando instala filiais e hangares em aeropor- podem ser interrompidas por também no Caribe. uma configuração VIP em suas tos foram necessários para dar algum tipo de acidente. Em si- Tanto as aeronaves quanto as aeronaves. Oferece também a conta da ampliação de mer- tuações como essas, tornam-se equipes de tripulantes e pro- locação de aeronaves, quando cado”, explica o Dr. Maurício necessários os voos que preci- fissionais estão prontas para tanto o helicóptero ou o avião Alberto Goldbaum. “Para os sam reunir cuidados médicos acionamento a qualquer hora quanto seus tripulantes ficam próximos cinco anos, o desa- com aqueles específicos para a do dia ou da noite, e o sistema à disposição do cliente por fio é ser reconhecida como a navegação aérea. É uma opera- da UniAir permite que até pela período determinado. Um melhor, a mais segura e a mais ção complexa, realizada apenas internet seja possível contratar último serviço é a hangaragem sustentável empresa de serviços por empresas certificadas. E uma remoção aérea. Pelo site e o atendimento de pista no de transporte aéreo”, finaliza. Q uma delas é a UniAir. Nesta, o foco em missões de remoção aeromédica começa na presidência: quem ocupa o

cargo é um médico, o Dr. Mau- FOTO – UNIAIR rício Alberto Goldbaum. Sob sua liderança está um grupo de colaboradores formado por pilotos, mecânicos e também médicos e enfermeiros. Estes últimos precisam ser capa- citados em fisiologia de voo, que significa serem capazes de avaliar as condições da pessoa a ser removida e acompanhar seu quadro clínico por todo o trajeto. Há cardiologistas, pneumologistas, intensivistas, emergencistas e pediatras neonatologistas. Desde 1997, a empresa já reali- zou 11 mil remoções em quase 25 mil horas de voo, sem qual- que registro de acidente. Hoje, sua frota é composta de dois helicópteros AS350B2 Esquilo e quatro aviões turboélices bimotores KingAir. A empresa

24

20_31_Noticias.indd 24 06/09/2018 15:18:16 Notícias Aéreas UNIAIR SE DESTACA NO SERVIÇO DE TRANSPORTE AEROMÉDICO

Nem sempre as coisas acon- opera com bases nos aeropor- (www.uniair.com.br), o cliente Aeroporto José Richa, em Lon- tecem como o planejado. Um tos de Porto Alegre, Londrina, pode fazer a cotação de um drina (PR). atleta pode sofrer uma grave São Paulo (Congonhas) e Rio voo e acompanhar o desenro- “Em 2018, a UniAir encerra um lesão no jogo “fora de casa”; de Janeiro (Heliporto Helirio, lar da missão. A empresa tam- ciclo estratégico iniciado em um sério problema de saúde no Recreio dos Bandeirantes). bém disponibiliza o telefone 2012, o qual apresentava como pode aparecer em uma cida- A empresa é homologada para 0800 519 519. grande desafio a expansão do de sem o apoio necessário. E atuar em todo o Brasil, em A UniAir realiza ainda voos seu mercado de atuação. Novas até as bem planejadas férias países da América Latina e de táxi aéreo quando instala filiais e hangares em aeropor- podem ser interrompidas por também no Caribe. uma configuração VIP em suas tos foram necessários para dar algum tipo de acidente. Em si- Tanto as aeronaves quanto as aeronaves. Oferece também a conta da ampliação de mer- tuações como essas, tornam-se equipes de tripulantes e pro- locação de aeronaves, quando cado”, explica o Dr. Maurício necessários os voos que preci- fissionais estão prontas para tanto o helicóptero ou o avião Alberto Goldbaum. “Para os sam reunir cuidados médicos acionamento a qualquer hora quanto seus tripulantes ficam próximos cinco anos, o desa- com aqueles específicos para a do dia ou da noite, e o sistema à disposição do cliente por fio é ser reconhecida como a navegação aérea. É uma opera- da UniAir permite que até pela período determinado. Um melhor, a mais segura e a mais ção complexa, realizada apenas internet seja possível contratar último serviço é a hangaragem sustentável empresa de serviços por empresas certificadas. E uma remoção aérea. Pelo site e o atendimento de pista no de transporte aéreo”, finaliza. Q uma delas é a UniAir. Nesta, o foco em missões de remoção aeromédica começa na presidência: quem ocupa o cargo é um médico, o Dr. Mau- FOTO – UNIAIR rício Alberto Goldbaum. Sob sua liderança está um grupo de colaboradores formado por pilotos, mecânicos e também médicos e enfermeiros. Estes últimos precisam ser capa- citados em fisiologia de voo, que significa serem capazes de avaliar as condições da pessoa a ser removida e acompanhar seu quadro clínico por todo o trajeto. Há cardiologistas, pneumologistas, intensivistas, emergencistas e pediatras neonatologistas. Desde 1997, a empresa já reali- zou 11 mil remoções em quase 25 mil horas de voo, sem qual- que registro de acidente. Hoje, sua frota é composta de dois helicópteros AS350B2 Esquilo e quatro aviões turboélices bimotores KingAir. A empresa

24

20_31_Noticias.indd 24 06/09/2018 15:18:16 20_31_Noticias.indd 25 06/09/2018 15:18:19 Notícias Aéreas MC-21 AVANÇA NOS TESTES

O mês de agosto marcou o nha de certificação da aeronave. A primeira versão a ser lança- 35,9 metros de envergadura e primeiro pouso noturno do O MC-21 já tem 175 encomen- da, MC-21-300, poderá levar 11,40 metros de altura. A largura MC-21, novo jato comercial das de companhias aéreas da até 211 passageiros em confi- da cabine de passageiros chega a russo que tem chamado a aten- Rússia, do Egito e do Azerbai- guração única de cabine, com 3,81 metros, maior que os ção do mercado internacional. jão. A expectativa da empresa alcance de 6.000 km. Isso sig- 3,70 metros da família Airbus O pouso noturno faz parte da Irkut é vender mais de mil uni- nifica que uma aeronave deco- A320 e os 3,54 metros dos Boeing campanha de ensaios para al- dades até 2037, com produção lando de Paris, França, poderá 737. Isso possibilitará mais con- cançar a certificação antes do que poderá chegar a 70 aerona- alcançar qualquer destino na forto a bordo. O peso máximo prazo para a primeira entrega, ves por ano. E o modelo pode Europa, no norte da África ou de decolagem é de 79.250 kg, marcada para 2020. Ele compro- estar conquistando seu primei- no Oriente Médio. No Brasil, sendo 20.400 kg de combustível vou as capacidades dos sistemas ro operador latino-americano um MC-21-300 decolando e 22.600 kg de carga útil, entre de navegação e pouso, tendo sido – a Peruvian Airlines, que hoje de São Paulo será capaz de tripulantes e passageiros. realizado no Instituto de Pesqui- opera uma frota toda de Boeing chegar a qualquer ponto da E seu projeto agrega fortes sa de Voo Gromov, localizado a 737 (11 aeronaves) e já assinou América do Sul. preocupações ambientais. As 40 km de Moscou. Outros três uma carta de intenções para O novo jato comercial russo emissões de óxidos de nitro- protótipos participam da campa- dez unidades. tem 42 metros de comprimento, gênio são 50% menores que as FOTOS – DIVULGAÇÃO

26

20_31_Noticias.indd 26 06/09/2018 15:18:22 Notícias Aéreas MC-21 AVANÇA NOS TESTES

O mês de agosto marcou o nha de certificação da aeronave. A primeira versão a ser lança- 35,9 metros de envergadura e primeiro pouso noturno do O MC-21 já tem 175 encomen- da, MC-21-300, poderá levar 11,40 metros de altura. A largura MC-21, novo jato comercial das de companhias aéreas da até 211 passageiros em confi- da cabine de passageiros chega a russo que tem chamado a aten- Rússia, do Egito e do Azerbai- guração única de cabine, com 3,81 metros, maior que os ção do mercado internacional. jão. A expectativa da empresa alcance de 6.000 km. Isso sig- 3,70 metros da família Airbus O pouso noturno faz parte da Irkut é vender mais de mil uni- nifica que uma aeronave deco- A320 e os 3,54 metros dos Boeing campanha de ensaios para al- dades até 2037, com produção lando de Paris, França, poderá 737. Isso possibilitará mais con- cançar a certificação antes do que poderá chegar a 70 aerona- alcançar qualquer destino na forto a bordo. O peso máximo prazo para a primeira entrega, ves por ano. E o modelo pode Europa, no norte da África ou de decolagem é de 79.250 kg, marcada para 2020. Ele compro- estar conquistando seu primei- no Oriente Médio. No Brasil, sendo 20.400 kg de combustível vou as capacidades dos sistemas ro operador latino-americano um MC-21-300 decolando e 22.600 kg de carga útil, entre de navegação e pouso, tendo sido – a Peruvian Airlines, que hoje de São Paulo será capaz de tripulantes e passageiros. realizado no Instituto de Pesqui- opera uma frota toda de Boeing chegar a qualquer ponto da E seu projeto agrega fortes sa de Voo Gromov, localizado a 737 (11 aeronaves) e já assinou América do Sul. preocupações ambientais. As 40 km de Moscou. Outros três uma carta de intenções para O novo jato comercial russo emissões de óxidos de nitro- protótipos participam da campa- dez unidades. tem 42 metros de comprimento, gênio são 50% menores que as FOTOS – DIVULGAÇÃO

estimuladas pela Organização competir diretamente com as necessárias ao MC-21, e acabou permitiriam que os pilotos da Aviação Civil Internacional famílias Airbus A320neo, sendo vencedora do prêmio “sentissem o avião”. (ICAO). O MC-21 também emi- Boeing 737 MAX e Comac C919. internacional JEC Innovation Os futuros clientes poderão

te 20% menos de CO2 quando Frente ao Airbus e ao Boeing, o 2018, que reconhece iniciativas optar por motores Pratt & comparado com aeronaves mais MC-21 deve custar cerca de de destaque na área de engenha- Whitney PW1000G, da mes- antigas do mesmo porte; isso 30% a menos. E a operação po- ria. Testes em solo comprovaram ma família dos utilizados nos pode representar a redução de derá sair até 20% mais barata, a resistência dos novos materiais. Airbus A320neo e a família de até 3 mil toneladas de emissões boa parte graças à economia de A cabine do MC-21 é do tipo E-Jets E2, da Embraer. Porém, ao ano por aeronave. 15% de consumo de combustível “glass cockpit”, e os pilotos também estarão disponíveis Depois de certificar a versão para voos semelhantes. podem contar com a opção de os novos motores Aviadvigatel básica -300, a Irkut deve lançar A fabricante russa também Head Up Display. O MC-21 PD-14, mais potentes que o as versões -200 e -400. A pri- tenta chamar cada vez mais a também será o primeiro avião modelo ocidental. meira deverá levar de 132 a 165 atenção para as inovações do para linhas aéreas equipado A Irkut leva para o MC-21 sua passageiros, porém com alcance projeto. O uso de materiais com sidesticks ativo. Essa tec- experiência na produção dos maior: 6.400 km. A segunda leva- compostos, por exemplo, é nologia dá aos joysticks laterais caças Su-30SM, Su-30MK e rá mais passageiros, até 256, mas elevado: chega a cerca de 40% de controle de voo a sensibili- Yak-130, além de ter participado o alcance ficará em 6.000 km. do total da fuselagem. dade dos tradicionais manches, do desenvolvimento do Yak-152. Inicialmente pensado para subs- A empresa AeroComposit pre- o que finalmente contorna a Desde 2008, a empresa também tituir o Tupolev 154, o MC-21- cisou desenvolver um método onipresente crítica aos sidesticks fabrica partes de aeronaves da 300 evoluiu ao ponto de poder próprio para fabricar as partes de gerações anteriores que não família Airbus A320. Q

26 27

20_31_Noticias.indd 26 06/09/2018 15:18:22 20_31_Noticias.indd 27 06/09/2018 15:18:25 Notícias Aéreas PRONTO PARA A SEQUÊNCIA DE “TOP GUN”

Pode marcar na agenda: 12 de longa-metragem é a de Val lada por Cruise. Esteve também School, foi feita a partir de um julho de 2019. É essa a data da Kilmer, que no filme origem à frente da sequência de Tron, jato executivo Learjet adaptado. estreia da sequência do sucesso interpreta Tom “Iceman” em 2010, e de vários comer- Hoje, há várias tecnologias que Top Gun, filme que fez gerações Kazansky, concorrente de ciais, quando se destaca pelo permitirão filmagens a partir inteiras se apaixonarem pela Maverick na disputa para saber uso de imagens digitais. dos próprios aviões de caça. A aviação de caça. A Paramount quem era o melhor piloto. A tecnologia, aliás, será mais pre- dinâmica das cenas poderá ser Pictures confirmou a data de es- Se nas telas ambos continuaram sente no filme. Apesar das belas completamente diferente. treia, mas ainda não há muitos voando juntos, na vida real a imagens, o primeiro Top Gun Além das técnicas de filmagem detalhes de como será a história coisa foi diferente: eles nun- teve limitações técnicas. A maior terem avançado em mais de três de “Top Gun: Maverick”, que ca mais trabalharam em um parte das cenas com aeronaves décadas, o cenário da guerra aé- será lançado 33 anos depois do mesmo filme, e, enquanto Tom não foi feita exclusivamente rea também está mais tecnoló- seu antecessor. Cruise recebeu três indicações para o filme, e sim sequências gico. A expectativa é a de que o As filmagens começaram no ao Oscar (por Jerry Maguire, retiradas de horas e horas de novo Top Gun mostre os aviões último dia 31 de maio, con- Nascido em 4 de Julho e Mag- gravação de operações regulares de caça, mas também aborde a forme revelou o próprio astro nólia) e estrelou filmes de gran- dos caças F-14. Só quando havia questão das aeronaves remota- Tom Cruise em publicação nas de bilheteria (como a franquia atores em cena é que os caças mente pilotadas, os populares mídias sociais que provocou Missão Impossível), Kilmer se seguiam o estabelecido no ro- “drones”. Há ainda o mistério grande curiosidade sobre o tornou um ator de filmes mais teiro. Nas cenas aéreas, a grande sobre quem seriam os vilões do filme. E, para quem tem um modestos e por quatro vezes maioria envolvendo os caças filme. Russos? Chineses? Terro- olho mais cuidadoso para a acabou concorrendo à “Fram- que equipavam os esquadrões ristas? Ninguém sabe. aviação, a imagem divulgada boesa de Ouro”, uma espécie de VF-51 “Screaming Eagles” e São dúvidas que provavelmente também confirma que os caças “prêmio” de pior ator. Mesmo VF-111 “Sundowners”, além dos só vamos tirar no próximo dia F-14 Tomcat do primeiro filme assim, as notícias dizem que F-5 da Navy Fighter Weapons 12 de julho. Na primeira fileira. Q foram substituídos pelos novos os dois terão F/A-18E Super Hornet. protagonismo O roteiro, aliás, deve envolver o e até teriam se filho de Nick “Goose” Bradshaw, tornado “unha e o parceiro de Pete “Maverick” carne” nos sets Mitchell (Tom Cruise), que, no de filmagens do primeiro filme, faleceu após novo Top Gun. uma falha na ejeção do caça De 1986 para F-14A Tomcat. Quem era bebê cá, Tom Cruise em 1986, em 2019 já será um deixou de ser aguerrido piloto. O papel foi só um rostinho para Miles Teller, protagonista bonitinho e se dos filmes Whiplash, Quarteto tornou um dos Fantástico e Cães de Guerra. Na maiores astros vida real, o ator nasceu quase do cinema. Isso um ano depois do lançamento o qualificou a de Top Gun! também assinar E um baita “personagem” tam- a produção do bém será substituído por um novo Top Gun. “filho mais novo” — utilizado Vem dele, tam- no primeiro filme, o porta- bém, a indicação -aviões USS Enterprise saiu de do diretor: Jose- serviço em 2012. Assim, o novo ph Kosinski. Em Top Gun já teve sequências de 2012, Kosinski filmagens a bordo do porta- conduziu a fic- -aviões USS Abraham Lincoln. ção científica Outra presença confirmada no Oblivion, estre-

28

20_31_Noticias.indd 28 06/09/2018 15:18:27 Notícias Aéreas PRONTO PARA A SEQUÊNCIA DE “TOP GUN”

Pode marcar na agenda: 12 de longa-metragem é a de Val lada por Cruise. Esteve também School, foi feita a partir de um julho de 2019. É essa a data da Kilmer, que no filme origem à frente da sequência de Tron, jato executivo Learjet adaptado. estreia da sequência do sucesso interpreta Tom “Iceman” em 2010, e de vários comer- Hoje, há várias tecnologias que Top Gun, filme que fez gerações Kazansky, concorrente de ciais, quando se destaca pelo permitirão filmagens a partir inteiras se apaixonarem pela Maverick na disputa para saber uso de imagens digitais. dos próprios aviões de caça. A aviação de caça. A Paramount quem era o melhor piloto. A tecnologia, aliás, será mais pre- dinâmica das cenas poderá ser Pictures confirmou a data de es- Se nas telas ambos continuaram sente no filme. Apesar das belas completamente diferente. treia, mas ainda não há muitos voando juntos, na vida real a imagens, o primeiro Top Gun Além das técnicas de filmagem detalhes de como será a história coisa foi diferente: eles nun- teve limitações técnicas. A maior terem avançado em mais de três de “Top Gun: Maverick”, que ca mais trabalharam em um parte das cenas com aeronaves décadas, o cenário da guerra aé- será lançado 33 anos depois do mesmo filme, e, enquanto Tom não foi feita exclusivamente rea também está mais tecnoló- seu antecessor. Cruise recebeu três indicações para o filme, e sim sequências gico. A expectativa é a de que o As filmagens começaram no ao Oscar (por Jerry Maguire, retiradas de horas e horas de novo Top Gun mostre os aviões último dia 31 de maio, con- Nascido em 4 de Julho e Mag- gravação de operações regulares de caça, mas também aborde a forme revelou o próprio astro nólia) e estrelou filmes de gran- dos caças F-14. Só quando havia questão das aeronaves remota- Tom Cruise em publicação nas de bilheteria (como a franquia atores em cena é que os caças mente pilotadas, os populares mídias sociais que provocou Missão Impossível), Kilmer se seguiam o estabelecido no ro- “drones”. Há ainda o mistério grande curiosidade sobre o tornou um ator de filmes mais teiro. Nas cenas aéreas, a grande sobre quem seriam os vilões do filme. E, para quem tem um modestos e por quatro vezes maioria envolvendo os caças filme. Russos? Chineses? Terro- olho mais cuidadoso para a acabou concorrendo à “Fram- que equipavam os esquadrões ristas? Ninguém sabe. aviação, a imagem divulgada boesa de Ouro”, uma espécie de VF-51 “Screaming Eagles” e São dúvidas que provavelmente também confirma que os caças “prêmio” de pior ator. Mesmo VF-111 “Sundowners”, além dos só vamos tirar no próximo dia F-14 Tomcat do primeiro filme assim, as notícias dizem que F-5 da Navy Fighter Weapons 12 de julho. Na primeira fileira. Q foram substituídos pelos novos os dois terão F/A-18E Super Hornet. protagonismo O roteiro, aliás, deve envolver o e até teriam se filho de Nick “Goose” Bradshaw, tornado “unha e o parceiro de Pete “Maverick” carne” nos sets Mitchell (Tom Cruise), que, no de filmagens do primeiro filme, faleceu após novo Top Gun. uma falha na ejeção do caça De 1986 para F-14A Tomcat. Quem era bebê cá, Tom Cruise em 1986, em 2019 já será um deixou de ser aguerrido piloto. O papel foi só um rostinho para Miles Teller, protagonista bonitinho e se dos filmes Whiplash, Quarteto tornou um dos Fantástico e Cães de Guerra. Na maiores astros vida real, o ator nasceu quase do cinema. Isso um ano depois do lançamento o qualificou a de Top Gun! também assinar E um baita “personagem” tam- a produção do bém será substituído por um novo Top Gun. “filho mais novo” — utilizado Vem dele, tam- no primeiro filme, o porta- bém, a indicação -aviões USS Enterprise saiu de do diretor: Jose- serviço em 2012. Assim, o novo ph Kosinski. Em Top Gun já teve sequências de 2012, Kosinski filmagens a bordo do porta- conduziu a fic- -aviões USS Abraham Lincoln. ção científica Outra presença confirmada no Oblivion, estre-

28 29

20_31_Noticias.indd 28 06/09/2018 15:18:27 20_31_Noticias.indd 29 06/09/2018 15:18:28 Notícias Aéreas 22º OPEN GPC MOSTRA A FORÇA DO PLASTIMODELISMO NO BRASIL

Mais de 687 modelos represen- “F-4 Phantom II” e “Fw-190”. De A programação do encontro te. Aqueles que levaram modelos tando embarcações, blindados e, acordo com o plastimodelista incluiu um workshop sobre ligados aos exércitos tiveram claro, muitos aviões fizeram parte Fabrício Cerqueira Leite, os temas “Técnicas de envelhecimento como tema a “Batalha das Arde- do 22º Open GPC de Plastimode- ajudam a definir um objetivo para e desgastes em aviões”, focado nas”, a vitória dos Aliados sobre lismo, realizado em 19 de agosto, a criação dos kits: “você precisa em dar um aspecto realista aos a última ofensiva nazista no na cidade de Valinhos (SP). Orga- pesquisar muito sobre a história modelos. “Há gosto para tudo, Oeste, entre dezembro de 1944 nizado pelo Grupo de Plastimo- do modelo, conhecer bem como mas as pessoas gostam mais de e janeiro de 1945. delismo de Campinas (GPC), o ele atuava, seus esquemas de aviação antiga, de aeronaves que Interessados em plastimodelismo evento teve a revista ASAS como pintura, como voava. É um hobby já não estão mais em operação, podem saber mais sobre os próxi- um dos apoiadores oficiais. Nesta que, além de distrair, tem sua com destaque para os caças da mos eventos na página do grupo: edição, a aviação teve dois temas: parte de aprendizado”. 2ª Guerra Mundial”, explica Lei- https://grupogpc.com.br Q FOTOS – CLAUDIO LUCCHESI

30

20_31_Noticias.indd 30 06/09/2018 15:18:33 Notícias Aéreas 22º OPEN GPC MOSTRA A FORÇA DO PLASTIMODELISMO NO BRASIL

Mais de 687 modelos represen- “F-4 Phantom II” e “Fw-190”. De A programação do encontro te. Aqueles que levaram modelos tando embarcações, blindados e, acordo com o plastimodelista incluiu um workshop sobre ligados aos exércitos tiveram claro, muitos aviões fizeram parte Fabrício Cerqueira Leite, os temas “Técnicas de envelhecimento como tema a “Batalha das Arde- do 22º Open GPC de Plastimode- ajudam a definir um objetivo para e desgastes em aviões”, focado nas”, a vitória dos Aliados sobre lismo, realizado em 19 de agosto, a criação dos kits: “você precisa em dar um aspecto realista aos a última ofensiva nazista no na cidade de Valinhos (SP). Orga- pesquisar muito sobre a história modelos. “Há gosto para tudo, Oeste, entre dezembro de 1944 nizado pelo Grupo de Plastimo- do modelo, conhecer bem como mas as pessoas gostam mais de e janeiro de 1945. delismo de Campinas (GPC), o ele atuava, seus esquemas de aviação antiga, de aeronaves que Interessados em plastimodelismo evento teve a revista ASAS como pintura, como voava. É um hobby já não estão mais em operação, podem saber mais sobre os próxi- um dos apoiadores oficiais. Nesta que, além de distrair, tem sua com destaque para os caças da mos eventos na página do grupo: edição, a aviação teve dois temas: parte de aprendizado”. 2ª Guerra Mundial”, explica Lei- https://grupogpc.com.br Q FOTOS – CLAUDIO LUCCHESI

30

20_31_Noticias.indd 30 06/09/2018 15:18:33 20_31_Noticias.indd 31 06/09/2018 15:18:35 LABACE 2018 a retomada do otimismo Por Maurício Lanza

cenário foi o mesmo dos anos anteriores, mas o O astral dos expositores e visitantes melhorou, e muito. A LABACE (Latin American Business Aviation Conference and Exhibition) 2018, o maior evento de aviação geral e executiva da América Latina, foi reali- zada entre 14 e 16 de agosto. Além de ser um excelen- te ponto de encontro de profissionais da aviação, os quais aproveitam para atualizar sua rede de contatos e rever amigos, o evento mostra o que há de mais mo- derno no setor hoje Esta edição, no 15º ano de realização do evento, foi mais compacta em termos de espaço, aproveitando outros setores dos entornos do antigo Hangar da VASP; contu- 8 do, houve aumento significativo no número de empresas que participam pela primeira vez, trazendo novidades ao público presente. E, embora a área do evento tenha diminuído, a infraestrutura foi bastante melhorada, com ambientes mais agradáveis e de melhor trânsito, e incre- mentada a visibilidade aos expositores.

O Cirrus SF-50 Vision, com suas linhas incomuns, atraiu a atenção de grande público FOTOS – DO AUTOR 32

32_35_labace.indd 32 06/09/2018 15:19:48 1. NO III SEMINÁRIO ABAG DE TRANSPORTE AEROMÉDICO, PALESTRA DE WOLFGANG PETER BURGER, DO AUTOMÓVEL CLUBE DA ÁUSTRIA (RESPONSÁVEL POR OPERAÇÕES AEROMÉDICAS RELACIONADAS AO TRÂNSITO LABACE 2018 NAQUELE PAÍS EUROPEU) 2. JORGE THEODORO DOS SANTOS, DA J. CRANES, EMPRESA a retomada do otimismo REPRESENTANTE DA AVIC NO BRASIL 2 4 3. SUCESSO SUÍÇO NO BRASIL: 3 SABINO FREIRE, DO DEPARTAMENTO Por Maurício Lanza 1 DE VENDAS DA SYNERJET; THOMAS BOSSHARD, PRESIDENTE E CEO DA PILATUS AIRCRAFT; E JOSÉ BRANDÃO, DIRETOR DA SYNERJET, REPRESENTANTE DA PILATUS NO BRASIL 4. GUSTAVO TOLEDO, GERENTE DE VENDAS NO BRASIL DA DASSAULT FALCON JET 5. NO ESTANDE DA HELIBRAS, O ELEGANTE E AVANÇADO AIRBUS H145 DA CAF TAXI AÉREO, PRIMEIRA OPERADORA DO MODELO NO BRASIL 6. A COMANDANTE GEISCY SANCHEZ BRAGA, DIRETORA EXECUTIVA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS OPERADORES AEROMÉDICOS (ABOA) 7. O NOVO BELL JET RANGER X DA cenário foi o mesmo dos anos anteriores, mas o 5 6 HELISUL EXPOSTO NO ESTANDE DA astral dos expositores e visitantes melhorou, e 7 TAM AVIAÇÃO EXECUTIVA O 8. A PRATT & WHITNEY CANADA muito. A LABACE (Latin American Business Aviation TROUXE GRANDE PARTE DE SUA DIRETORIA EXECUTIVA, INCLUINDO O Conference and Exhibition) 2018, o maior evento de PRESIDENTE E A VICE-PRESIDENTE SÊNIOR, JOHN SAABAS E MARIA aviação geral e executiva da América Latina, foi reali- DELLA POSTA, RESPECTIVAMENTE, PRESTIGIANDO O EVENTO E O BRASIL, zada entre 14 e 16 de agosto. Além de ser um excelen- E TODOS FICARAM IMPRESSIONADOS POSITIVAMENTE COM OS te ponto de encontro de profissionais da aviação, os RESULTADOS 9. O BIMOTOR AUSTRÍACO DIAMOND quais aproveitam para atualizar sua rede de contatos e DA-62 FOI SUCESSO NO ESTANDE DA rever amigos, o evento mostra o que há de mais mo- AEROMOT 10. CARINE MARTINS, ARI SILVA E derno no setor hoje SILVANA SILVA, DO TIME DE SUPORTE AO CLIENTE DA SAFRAN HELICOPTER Esta edição, no 15º ano de realização do evento, foi mais ENGINES, EMPRESA QUE ESTREOU 9 NA LABACE ESTE ANO COM ESTANDE compacta em termos de espaço, aproveitando outros PRÓPRIO 11. A EQUIPE DA GOODYEAR AVIATION, setores dos entornos do antigo Hangar da VASP; contu- 8 EMPRESA QUE SEMPRE PRESTIGIA A AVIAÇÃO BRASILEIRA. DA ESQUERDA do, houve aumento significativo no número de empresas PARA A DIREITA: CAIO PARINI (ESTAGIÁRIO), GUILHERME ANGELO que participam pela primeira vez, trazendo novidades COELHO (DA PROAR, REVENDEDOR DA EMPRESA), RODRIGO SAEZ ao público presente. E, embora a área do evento tenha (DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS), ANDRÉIA ARRUDA (ANALISTA DE diminuído, a infraestrutura foi bastante melhorada, com VENDAS SÊNIOR) E LUÍS FERNANDO MIRANDA (GERENTE SÊNIOR DE ambientes mais agradáveis e de melhor trânsito, e incre- VENDAS E SUPORTE AO PRODUTO, mentada a visibilidade aos expositores. AMÉRICA LATINA) 12. NUMA INICIATIVA QUE RENDE TRIBUTO AOS HERÓIS DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA NA 2ª GUERRA MUNDIAL, A CACHAÇA SENTA A PÚA ESTEVE PRESENTE NO EVENTO. NA FOTO, ISABELE GEANE, PROMOTORA DE VENDAS, E RONALDO NAVES, DO 10 11 DEPARTAMENTO DE VENDAS 13. CONFIANÇA ITALIANA NO MERCADO BRASILEIRO. DA ESQUERDA PARA A DIREITA: DANIEL CAGNACCI, GERENTE DE NOVOS NEGÓCIOS; JIM KRUEGER, PILOTO DA LINHA DE PRODUÇÃO, E MICHAEL BUCCARI, GERENTE DE MARKETING DA LEONARDO HELICOPTERS 14. O EMBRAER PHENOM 300E, UMA O Cirrus SF-50 Vision, com DAS NOVIDADES EXPOSTAS NA suas linhas incomuns, atraiu LABACE 2018 15. RICARDO GAMBARONI, EX- a atenção de grande público COMANDANTE-GERAL DA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO E DO GRPAE; CARLOS EDUARDO FALCONI, PRESIDENTE DA ABOA; E EDUARDO MARSON, PRESIDENTE 12 13 14 DO CONSELHO CONSULTIVO ESTRATÉGICO DA FUNDAÇÃO EZUTE. O COMANDANTE GAMBARONI, COM SUA VASTA EXPERIÊNCIA EM SEGURANÇA PÚBLICA, DISPUTA UMA VAGA DE DEPUTADO FEDERAL PELO ESTADO DE SÃO PAULO (MAIS INFORMAÇÕES EM: WWW. COMANDANTEGAMBARONI.COM.BR) 16. NO ESTANDE DA FABRICANTE ITALIANA, O LEONARDO AW169, PELA PRIMEIRA VEZ EXPOSTO AO PÚBLICO BRASILEIRO FOTOS – DO AUTOR

32 15 16 33

32_35_labace.indd 32 06/09/2018 15:19:48 32_35_labace.indd 33 06/09/2018 15:20:01 FOTOS – DO AUTOR montemos um centro de excelência aqui no país. Pretendemos atender também outros países da América do Sul, como Paraguai, Ar- gentina, Equador. A planta será próxima a um grande aeroporto, para logo podermos iniciar a montagem das aeronaves; haverá um centro de serviços e suporte e também um armazém alfandegado para peças.” No setor de asas rotativas, o Leonardo AW169, em sua primeira apresentação no evento, con- figurado na versão executiva VIP, chamou a atenção do público pela beleza do design e pelas Foram cerca de 100 expositores e 45 aeronaves, turbofans, pode ser operada em pistas não características de performance. Os executivos segundo Flavio Pires, diretor da ABAG (Associa- pavimentadas, e sua maquete foi mostrada pela da Leonardo estavam otimistas — citaram a ção Brasileira de Aviação Geral, realizadora do Synerjet (representante local da Pilatus). presença de clientes importantes para conhecer o evento); e além dos modelos já tradicionais, que Também com boas perspectivas, mas presente AW169 — e também felizes com a presença do marcam presença todo ano, houve novidades somente em maquete nesta edição, o bimotor modelo no Brasil, o qual deve realizar um tour reais, como o Phenom 300E, da Embraer, cujas turboélice chinês Y-12E/F Harbin, fabricado de demonstrações antes de ser entregue ao clien- entregas foram iniciadas no início deste ano, e pela AVIC, tem capacidade para 18 passagei- te final. A fabricante italiana também anunciou a o Cirrus SF-50 Vision (ou VisionJet), monojato ros e é adequado para operação inclusive em Icon Aviation como representante e distribuidora fabricado pela empresa norte-americana famosa linhas aéreas regionais. Jorge Theodoro dos do A109 Trekker (modelo derivado do AW109, pela produção dos SR-20 e SR-22. Acomodando Santos, representante de vendas no Brasil, des- com trem de pouso tipo esqui) no Brasil. um tripulante e seis passageiros, fez sua primeira tacou que “o Y-12E/F já está homologado nos A Helibras, em parceria com a CAF Táxi Aéreo, aparição pública no país, e segundo seu represen- EUA e em mais 14 países, como França, Reino trouxe para seu estande o primeiro H145 a tante no Brasil, Sergio Benediti, vários VisionJet Unido, Austrália, Colômbia etc. E tendo essa operar no Brasil, o qual está configurado para o já foram vendidos, e os clientes estão aguardando homologação norte-americana, fica mais fácil transporte VIP de passageiros (2 tripulantes e 8 as entregas. Foi com certeza uma das maiores ser homologado aqui no Brasil. Entramos com passageiros). A aeronave promete ser um su- novidades em aeronaves presentes, pelo seu ine- o processo na ANAC em fevereiro de 2018 cesso no país não só pela sua versatilidade, mas ditismo e pelo design inovador, atraindo vários e estamos aguardando a homologação defi- também pela possibilidade de uso no transpor- interessados ao estande. nitiva até o fim deste ano. Trabalhamos com te aeromédico e por entidades parapúblicas. Por Também estiveram presentes pela primeira vez um avião que vem cobrir todo o potencial outro lado, a Airbus, da qual a Helibras é subsi- no evento o turboélice Piper M-600, o Cessna que temos na aviação regional”. Com motores diaria, também no evento renovou a parceria de Citation Longitude e o Embraer Legacy 650E. amplamente conhecidos (os ocidentais Pratt & mais de dez anos com a Escola de Engenharia Ainda no setor de asa fixa, chamaram atenção Whitney Canada PT6), o avião já tem 226 uni- de São Carlos (unidade da USP — Universida- o Pilatus PC-24, jato de negócios da Pilatus, dades entregues, inclusive nos EUA. “A AVIC de de São Paulo) para estágios de longa duração que promete ser sucesso de vendas por aqui. tem intenção de fabricar a aeronave no Brasil. aos alunos do curso de Engenharia Aeronáutica A aeronave, mesmo sendo impulsionada por É realmente uma questão de tempo para que nas instalações da empresa na Europa.

34

32_35_labace.indd 34 06/09/2018 15:20:03 FOTOS – DO AUTOR montemos um centro de excelência aqui no Encerrando as novidades em helicópteros, a país. Pretendemos atender também outros TAM Aviação Executiva trouxe, enfim, o novo países da América do Sul, como Paraguai, Ar- Bell Jet Ranger X, aeronave monomotora tam- gentina, Equador. A planta será próxima a um bém com grande potencial de vendas. grande aeroporto, para logo podermos iniciar Como é de praxe em toda edição, durante os a montagem das aeronaves; haverá um centro dias do evento foram realizados em paralelo de serviços e suporte e também um armazém os painéis de discussão e conferências, todos alfandegado para peças.” com assuntos relacionados à atual situação e às No setor de asas rotativas, o Leonardo AW169, tendências para o futuro da aviação geral e de em sua primeira apresentação no evento, con- negócios. Nesse ano, o grande destaque foi o III figurado na versão executiva VIP, chamou a Seminário ABAG de Transporte Aeromédico, atenção do público pela beleza do design e pelas no qual foram apresentados e discutidos mode- Foram cerca de 100 expositores e 45 aeronaves, turbofans, pode ser operada em pistas não características de performance. Os executivos los de gestão e operação do setor utilizados em para auxiliar na modificação da legislação — oportunidade para as empresas fabricantes de segundo Flavio Pires, diretor da ABAG (Associa- pavimentadas, e sua maquete foi mostrada pela da Leonardo estavam otimistas — citaram a países como Alemanha e Áustria, bem como Ministério da Saúde, ANAC, DECEA, Lei do aeronaves, de kits e de sistemas de UTIs aéreas, ção Brasileira de Aviação Geral, realizadora do Synerjet (representante local da Pilatus). presença de clientes importantes para conhecer o o que se pretende implantar no Brasil. Carlos Aeronauta, Código Brasileiro de Aeronáutica — além de empresas de táxi aéreo. evento); e além dos modelos já tradicionais, que Também com boas perspectivas, mas presente AW169 — e também felizes com a presença do Eduardo Falconi, piloto de helicóptero, ex-co- ou seja, precisamos alinhar toda essa legislação O sentimento de maior otimismo e bom humor marcam presença todo ano, houve novidades somente em maquete nesta edição, o bimotor modelo no Brasil, o qual deve realizar um tour mandante do “Águia”, o Grupamento de Radio- para poder fomentar o mercado”. Em relação ao foi amplamente notado nos estandes e pelas reais, como o Phenom 300E, da Embraer, cujas turboélice chinês Y-12E/F Harbin, fabricado de demonstrações antes de ser entregue ao clien- patrulha Aérea da Policia Militar do Estado de modelo a ser adotado, Falconi afirma que, para conversas com expositores e público em geral entregas foram iniciadas no início deste ano, e pela AVIC, tem capacidade para 18 passagei- te final. A fabricante italiana também anunciou a São Paulo (GRPAe), e hoje presidente da ABOA estados como o Pará, que possui grande ex- Um alívio para o setor que, nos últimos anos, o Cirrus SF-50 Vision (ou VisionJet), monojato ros e é adequado para operação inclusive em Icon Aviation como representante e distribuidora (Associação Brasileira de Operadores Aeromé- tensão territorial, ou mesmo São Paulo, por ser amargou com a retração da atividade e com as fabricado pela empresa norte-americana famosa linhas aéreas regionais. Jorge Theodoro dos do A109 Trekker (modelo derivado do AW109, dicos), explicou as intenções desta e a que ponto muito populoso, não há outra maneira que não aeronaves sendo vendidas para fora do país e pela produção dos SR-20 e SR-22. Acomodando Santos, representante de vendas no Brasil, des- com trem de pouso tipo esqui) no Brasil. se quer chegar no Brasil: “analisamos todo o seja a utilização de uma Parceria Público-Priva- o desemprego. A ideia que se tem é que muitos um tripulante e seis passageiros, fez sua primeira tacou que “o Y-12E/F já está homologado nos A Helibras, em parceria com a CAF Táxi Aéreo, cenário brasileiro, um país continental com cada da (PPP). “Após a LABACE e o seminário que prováveis clientes estão apenas aguardando a de- aparição pública no país, e segundo seu represen- EUA e em mais 14 países, como França, Reino trouxe para seu estande o primeiro H145 a região possuindo suas peculiaridades. Partimos ocorreu aqui, anotamos uma série de demandas finição do cenário político do país para tomarem tante no Brasil, Sergio Benediti, vários VisionJet Unido, Austrália, Colômbia etc. E tendo essa operar no Brasil, o qual está configurado para o da premissa que, para salvar uma vida, após que surgiram e que vamos atacar. A primeira ati- suas decisões de como avançar em suas nego- já foram vendidos, e os clientes estão aguardando homologação norte-americana, fica mais fácil transporte VIP de passageiros (2 tripulantes e 8 trauma em acidente automobilístico ou em caso vidade será modificarmos a legislação, como as ciações nas aquisições de aeronaves. Gustavo as entregas. Foi com certeza uma das maiores ser homologado aqui no Brasil. Entramos com passageiros). A aeronave promete ser um su- de ataque cardíaco, é necessário chegar com portarias do Ministério da Saúde, que controla o Toledo, gerente de vendas da Dassault no Brasil, novidades em aeronaves presentes, pelo seu ine- o processo na ANAC em fevereiro de 2018 cesso no país não só pela sua versatilidade, mas socorro médico em até 15 minutos. Os países assunto. Já tivemos um debate com o pessoal da confirma a impressão positiva da LABACE este ditismo e pelo design inovador, atraindo vários e estamos aguardando a homologação defi- também pela possibilidade de uso no transpor- que têm atendimento adequado em emergên- ANAC, que foi bem favorável e positivo, e nos ano: “muitos empresários passando pelo estande, interessados ao estande. nitiva até o fim deste ano. Trabalhamos com te aeromédico e por entidades parapúblicas. Por cias praticam essa média. Chegamos à conclusão apresentaram duas soluções: as empresas que conhecendo nossas aeronaves e aguardando a Também estiveram presentes pela primeira vez um avião que vem cobrir todo o potencial outro lado, a Airbus, da qual a Helibras é subsi- que não podemos manter o modelo que temos vão operar poderão ser SAE (Serviço Aéreo Es- definição das eleições, mas todos com interesse no evento o turboélice Piper M-600, o Cessna que temos na aviação regional”. Com motores diaria, também no evento renovou a parceria de hoje. O estado de São Paulo, por exemplo, só pecializado), que teriam requisitos menores que de compra ou substituição de aeronave”. Citation Longitude e o Embraer Legacy 650E. amplamente conhecidos (os ocidentais Pratt & mais de dez anos com a Escola de Engenharia possui um helicóptero configurado e dedicado uma empresa de táxi aéreo para quem for iniciar Mais uma vez, o evento se consolida como um Ainda no setor de asa fixa, chamaram atenção Whitney Canada PT6), o avião já tem 226 uni- de São Carlos (unidade da USP — Universida- para resgate aeromédico, um dos Águias do agora, e também táxis aéreos já certificados sob dos mais importantes do setor em todo o globo o Pilatus PC-24, jato de negócios da Pilatus, dades entregues, inclusive nos EUA. “A AVIC de de São Paulo) para estágios de longa duração GRPAe, que atende a 45 milhões de habitantes! RBAC 135 poderão incluir a modalidade Aero- e mostra o potencial que o Brasil tem para o que promete ser sucesso de vendas por aqui. tem intenção de fabricar a aeronave no Brasil. aos alunos do curso de Engenharia Aeronáutica Ou seja, não conseguimos atender à população médico nas suas Especificações Operativas para desenvolvimento e o crescimento da indústria e A aeronave, mesmo sendo impulsionada por É realmente uma questão de tempo para que nas instalações da empresa na Europa. com esse modelo. Então, a ABOA foi pensada poderem atuar.” Isso representa uma grande dos serviços na aviação geral e de negócios. .Q

34 35

32_35_labace.indd 34 06/09/2018 15:20:03 32_35_labace.indd 35 06/09/2018 15:20:06 5 FOTOS – MAURÍCIO LANZA

6 5O FÓrum ASAS – Aviação Naval da Marinha do Brasil, o Futuro

Por Rafael Rinaldi

conteceu na capital paulista o 5º Fórum à ocasião, gravada pelo comandante da Força Adestramento Aeronaval Almirante José Maria AASAS, com o tema “Aviação Naval da Aeronaval, Contra-Almirante Denilson Me- do Amaral Oliveira (CIAAN) da Marinha do Marinha do Brasil, o Futuro”, reunindo diversas deiros Nôga, que infelizmente não pôde estar Brasil, o berço dos pilotos aeronavais brasi- personalidades e lideranças da área no concor- presente por questões de última hora ligadas ao leiros; o Capitão de Corveta Carlos Eduardo rido espaço de eventos do Matsubara Hotel, no novo navio. Entretanto, o Fórum contou com a Nunes Pessanha, chefe da Seção de Tática da dia 28 de agosto. A ocasião não poderia ter sido presença de várias autoridades e personalidades Força Aeronaval; o Dr. Flavio Flores da Cunha mais propícia, pois o evento serviu também do meio da Aviação militar e civil, destacando- Bierrenbach, ministro aposentado do Superior para comemorar o 102º aniversário de nossa -se a participação do Contra-Almirante Clau- Tribunal Militar, colaborador de ASAS e ver- 14 Aviação Naval, celebrado pouco antes, no dia dio Henrique Mello de Almeida, comandante dadeira enciclopédia de assuntos relacionados 23, e ainda a chegada ao país, no fim de semana do 8º Distrito Naval e, anteriormente, chefe da à aviação; o General de Divisão (Ref.) Roberto anterior, da nova capitânia da Marinha, o por- DAerM (Diretoria de Aeronáutica da Marinha); Sebastião Peternelli Júnior, ex-comandante da ta-helicópteros multifuncional PHM Atlântico o Capitão de Mar e Guerra Fabiano Martins Aviação do Exército Brasileiro; o Coronel PM (A-140), com reportagem nesta edição. Sasse, comandante do Centro de Instrução e Ricardo Gambaroni, ex-comandante da Polícia O evento teve o apoio institucional do Militar do Estado de São Paulo e ex-co- Ministério da Defesa, da Marinha do mandante do Grupamento de Radiopa- Brasil e da Força Aeronaval, contando trulha Aérea; os Águia da PMSP, entre 18 com as participações da Embraer Defesa outras pessoas. e Segurança e da Leonardo Helicopters, O Capitão de Mar e Guerra Sasse iniciou os patrocínios de Helibras/Airbus, MBDA as palestras tratando dos desafios para o e Tecnolach e o apoio da Consub. futuro, como a atuação da Marinha na O evento, cujas vagas se esgotaram vários chamada “Amazônia Azul” — a área do dias antes de seu início, teve mensagem Atlântico Sul com cerca de 4,5 milhões de abertura especialmente direcionada de quilômetros quadrados que faz parte

36

36_39_QUINTO FORUM.indd 36 06/09/2018 15:17:02 1. CB. PM LEONARDO SOARES DOS SANTOS (À ESQ.) E O 2º SGT. PM MÁRCIO JAIR DONADON, DO GRUPAMENTO DE RÁDIO PATRULHA AÉREA (GRPAE), DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO (PMESP). 2. ERLON CRISTIAN BASTOS (UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI), À ESQUERDA, E O COMANDANTE JOSÉ ADRIANO CASTANHO FERREIRA 3 4 3. O EDITOR DE ASAS, CLAUDIO 1 2 LUCCHESI (Á ESQ.), E O PROF. EDSON LUIZ GASPAR (UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI) 4. PATRICK DE LA REVELIÈRE (MBDA) 5. UMA VERDADEIRA “DELEGAÇÃO” DE ESTUDANTES DE CIÊNCIAS AERONÁUTICAS DA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ESTEVE PRESENTE NO EVENTO 6. DA ESQUERDA PARA A DIREITA: ANTÔNIO FERNANDES (SIMTECH), CARLOS RESENDE (L-3 BRASIL), HERIALDO MARTINS FERREIRA FILHO (POWERPACK/SIKORSKY) 5 E COMTE. ROBERTO DUHÁ (LEONARDO HELICOPTERS) 7. LUCIANO LAMPI, DA CONSUB 8. APRESENTAÇÃO DO CAPITÃO DE MAR E GUERRA FABIANO MARTINS SASSE 9. APRESENTAÇÃO DO CAPITÃO DE CORVETA CARLOS

FOTOS – MAURÍCIO LANZA EDUARDO NUNES PESSANHA 10. DA ESQUERDA PARA A DIREITA: CORONEL PM RICARDO GAMBARONI, GENERAL DE DIVISÃO (REF.) ROBERTO SEBASTIÃO 7 PETERNELLI JÚNIOR E O 6 8 CONTRA-ALMIRANTE CLAUDIO HENRIQUE MELLO DE ALMEIDA 9 11. FERNANDO CIRIA (À ESQ.) E O CEL. PEIXE LIMA (AMBOS DA O AIRBUS DEFENCE & SPACE) 5 FÓrum ASAS – Aviação Naval 12. CIRO BONDENSAN DOS SANTOS (ENGENHEIRO E CONFERENCISTA, VETERANO DA EMBRAER) da Marinha do Brasil, o Futuro 13. DR. FLAVIO FLORES DA CUNHA BIERRENBACH, MINISTRO APOSENTADO DO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR 14. DA ESQUERDA PARA A Por Rafael Rinaldi DIREITA: RAFAEL GUSTAVO 10 11 FASSINA MARQUES (EMBRAER DEFESA & SEGURANÇA), 12 13 CRISTIANO JOSÉ CARVALHO E conteceu na capital paulista o 5º Fórum à ocasião, gravada pelo comandante da Força Adestramento Aeronaval Almirante José Maria NELSON GOMES DA SILVEIRA (AMBOS DA ROCKWELL ASAS, com o tema “Aviação Naval da Aeronaval, Contra-Almirante Denilson Me- do Amaral Oliveira (CIAAN) da Marinha do COLLINS) A 15. EDUARDO ALMEIDA Marinha do Brasil, o Futuro”, reunindo diversas deiros Nôga, que infelizmente não pôde estar Brasil, o berço dos pilotos aeronavais brasi- (JAGUAR CONSULTING) personalidades e lideranças da área no concor- presente por questões de última hora ligadas ao leiros; o Capitão de Corveta Carlos Eduardo 16. CESAR LYNCH, SIMTECH 17. ENG. JOÃO AUGUSTO rido espaço de eventos do Matsubara Hotel, no novo navio. Entretanto, o Fórum contou com a Nunes Pessanha, chefe da Seção de Tática da GOMES DE QUEIROZ (EMBRAER dia 28 de agosto. A ocasião não poderia ter sido presença de várias autoridades e personalidades Força Aeronaval; o Dr. Flavio Flores da Cunha DEFESA & SEGURANÇA) 18. DA ESQUERDA PARA A mais propícia, pois o evento serviu também do meio da Aviação militar e civil, destacando- Bierrenbach, ministro aposentado do Superior DIREITA: ENG. JOÃO AUGUSTO 15 16 17 GOMES DE QUEIROZ (EMBRAER para comemorar o 102º aniversário de nossa -se a participação do Contra-Almirante Clau- Tribunal Militar, colaborador de ASAS e ver- 14 DEFESA & SEGURANÇA), CAPITÃO DE CORVETA CARLOS Aviação Naval, celebrado pouco antes, no dia dio Henrique Mello de Almeida, comandante dadeira enciclopédia de assuntos relacionados EDUARDO NUNES PESSANHA E ALESSANDRE FONTES 23, e ainda a chegada ao país, no fim de semana do 8º Distrito Naval e, anteriormente, chefe da à aviação; o General de Divisão (Ref.) Roberto (HELIBRAS) 19. ANTÔNIO CARLOS COSTA anterior, da nova capitânia da Marinha, o por- DAerM (Diretoria de Aeronáutica da Marinha); Sebastião Peternelli Júnior, ex-comandante da CURTA E CLAUDIO VINICIUS BIAGINI, AMBOS DA AVFAB ta-helicópteros multifuncional PHM Atlântico o Capitão de Mar e Guerra Fabiano Martins Aviação do Exército Brasileiro; o Coronel PM (ASSOCIAÇÃO DE VETERANOS (A-140), com reportagem nesta edição. Sasse, comandante do Centro de Instrução e Ricardo Gambaroni, ex-comandante da Polícia DA FAB) 20. ANDREY SIVAKOV O evento teve o apoio institucional do Militar do Estado de São Paulo e ex-co- (CONSULADO DA FEDERAÇÃO RUSSA EM SÃO PAULO), À Ministério da Defesa, da Marinha do mandante do Grupamento de Radiopa- ESQUERDA, E GUSTAVO MARTINS RIOS (PRATT & Brasil e da Força Aeronaval, contando trulha Aérea; os Águia da PMSP, entre WHITNEY CANADA) 18 20 21. O EDITOR DE ASAS, com as participações da Embraer Defesa outras pessoas. CLAUDIO LUCCHESI, E PAULO 19 AUGUSTO DE AZEVEDO, DA e Segurança e da Leonardo Helicopters, O Capitão de Mar e Guerra Sasse iniciou SOCIEDADE DOS MELHORES AMIGOS DA AERONÁUTICA os patrocínios de Helibras/Airbus, MBDA as palestras tratando dos desafios para o (SOMAERO-SP) e Tecnolach e o apoio da Consub. futuro, como a atuação da Marinha na 22. JOSÉ G.D. PASCHOAL DA SILVA (PRATT & WHITNEY O evento, cujas vagas se esgotaram vários chamada “Amazônia Azul” — a área do CANADA) dias antes de seu início, teve mensagem Atlântico Sul com cerca de 4,5 milhões 23. A PRIMOROSA MAQUETE DO USS ENTERPRISE, FEITA PELO de abertura especialmente direcionada de quilômetros quadrados que faz parte MODELISTA PROFISSIONAL ALESSANDRO CACCIARI, ATRAIU MUITA ATENÇÃO

36 21 22 23 37

36_39_QUINTO FORUM.indd 36 06/09/2018 15:17:02 36_39_QUINTO FORUM.indd 37 06/09/2018 15:17:15 mesma aeronave, podendo estes mais pertinentes, posto que já há a necessidade atingir o alvo em vários pontos de de substituição das atuais aeronaves de instru- impacto, com ângulos diferentes e ção da Força Aeronaval, os longevos Bell 206B de forma simultânea, saturando as JetRanger II, em serviço há mais de 40 anos. capacidades de defesa do alvo. To- Na sequência, Alessandre Fontes, da Helibras, talmente compatível com o novo mostrou a parceria entre a empresa e a Mari- padrão dos Super Lynx brasileiros, nha, que ultrapassa 40 anos, sendo que esta foi o novo míssil poderia inclusive de fato o primeiro cliente da então recém-cria- ser operado por outras das plata- da Helibras, com aeronaves Esquilo entregues FOTOS – MAURÍCIO LANZA formas aéreas disponíveis. em 1976. Fontes também tratou do programa e de nossas águas territoriais e de nossa respon- A Embraer Defesa & Segurança esteve presente, das entregas do EC725 nas três versões para a sabilidade para fins de operações de busca e e o Eng. João Augusto Gomes de Queiroz, da Marinha do Brasil, destacando a complexidade salvamento. Falou também de cada um dos área de Desenvolvimento de Negócios, falou da versão vetora do míssil ar-superfície Exocet, programas de modernização que estão sendo da estreita ligação da empresa com a Marinha, cujo desenvolvimento envolveu diversas em- executados pela Marinha, como o dos A-4 sendo a versão de patrulha marítima projetada presas brasileiras. Skyhawk, o dos Super Lynx, a chegada do PHM pela empresa, o Bandeirante, a primeira aeronave Seguiu-se a tradicional mesa de debates, e logo Atlântico, o recebimento dos novos helicópteros Embraer a ter seu batismo de fogo durante uma a primeira pergunta foi exatamente sobre se EC725 dentro do programa HX-BR, e outros. guerra, pois a Armada Argentina utilizou um e quando a Marinha vai adquirir um novo Foram apresentados também novos programas, “Bandeirulha” em diversas missões de patrulha porta-aviões para substituir o NAe São Paulo. como a obtenção do novo porta-aviões, que, durante a Guerra das Malvinas. Tomando a palavra, o Contra-Almirante Mello segundo Sasse, está em fase avançada de estu- Bastante interessante foi a apresentação feita esclareceu que o tema é o terceiro em prioridade dos, com o refinamento dos requisitos para o pelo engenheiro do Programa C-295, da Airbus dentro da Marinha, atrás apenas do Programa navio-aeródromo e posterior obtenção. Defence & Space, Fernando Ciria, vindo direta- ProSub e o da Corveta Classe Tamandaré. Tem Em seguida, com o Capitão de Corveta Pessa- mente da Espanha, sobre a versatilidade da ae- sido realizado um extenso estudo, segundo ele, nha, pôde-se ter um panorama geral da Força ronave Airbus C-295 MPA/Transporte, a versão levantando as reais necessidades e que está em Aeronaval, o atual estado dos seus meios e os de patrulha marítima dos C-295 (C-105 Ama- fase de aprovação pelo Almirantado, mas já se futuros projetos. Os imensos ganhos opera- zonas) já operados pela Força Aérea Brasileira sabe que deverá ser uma embarcação na catego- cionais obtidos com os programas diversos (FAB). A oferta da aeronave, ali apresentada à ria de 30 mil a 40 mil toneladas de deslocamen- de modernização em curso atualmente, em Força Aeronaval, cria para esta a possibilidade to (colocando o navio numa categoria muito especial com os Super Lynx que retornam com de ampliar o escopo de missões de sua aviação próxima à do Cavour, da Itália). Foi muito cockpit, sistemas e sensores no estado da arte. de asa fixa, agregando um componente valioso interessante também a colocação do Contra- Patrick de la Revelière, vice-presidente de ven- de patrulha marítima, busca e resgate (SAR) e -Almirante Mello acerca de se descartar, pelos das para a América Latina e Canadá da MBDA, guerra antissubmarino (ASW). custos, o emprego de catapulta a bordo, o que vindo diretamente da França para a ocasião, O treinamento de pilotos militares em helicóp- impactará diretamente o tipo de aeronave a ser discorreu sobre o atual estado do programa de teros foi o tema apresentado pelo Comte. Ro- operada embarcada — lembrando-se de que os desenvolvimento do míssil antissuperfície Sea berto Duhá, ex-piloto naval e hoje representan- Harrier italianos possivelmente serão colocados Venom, uma evolução do consagrado Sea Skua, te no Brasil da italiana Leonardo Helicopters, à venda por volta de 2020-2023, quando houver desenvolvido conjuntamente entre França e que, após mostrar vários exemplos no mundo, terminado a sua substituição pelos F-35B (ver Reino Unido e cujo serviço ativo na Royal Navy apresentou as soluções dedicadas ao Brasil matéria nesta edição). (Marinha britânica) deverá se iniciar em 2021. por sua empresa (antiga AgustaWestland), O 5º Fórum encerrou-se com um saldo positi- As características do armamento são verdadei- destacando que, para a missão de instrução, víssimo, que propiciou o contato das lideranças ramente impressionantes, como, por exemplo, idealmente se busca uma aeronave nem tão tanto empresariais quanto governamentais da o datalink de duas vias que permite alterar a avançada, cujo custo da hora de voo seja um área com diversos setores da sociedade. Iniciati- trajetória do míssil mesmo depois de disparado, impeditivo, nem tão básica, que demande inves- vas como o Fórum ASAS promovem a discussão a possibilidade de total coordenação do ataque timento muito grande na conversão do piloto dos temas relacionados à cultura aeronáutica em com o lançamento de vários mísseis de uma para uma aeronave operacional. O tema foi dos diversos meios e com o público interessado. Q

38

36_39_QUINTO FORUM.indd 38 06/09/2018 15:17:18 mesma aeronave, podendo estes mais pertinentes, posto que já há a necessidade atingir o alvo em vários pontos de de substituição das atuais aeronaves de instru- impacto, com ângulos diferentes e ção da Força Aeronaval, os longevos Bell 206B de forma simultânea, saturando as JetRanger II, em serviço há mais de 40 anos. capacidades de defesa do alvo. To- Na sequência, Alessandre Fontes, da Helibras, talmente compatível com o novo mostrou a parceria entre a empresa e a Mari- padrão dos Super Lynx brasileiros, nha, que ultrapassa 40 anos, sendo que esta foi o novo míssil poderia inclusive de fato o primeiro cliente da então recém-cria- ser operado por outras das plata- da Helibras, com aeronaves Esquilo entregues FOTOS – MAURÍCIO LANZA formas aéreas disponíveis. em 1976. Fontes também tratou do programa e de nossas águas territoriais e de nossa respon- A Embraer Defesa & Segurança esteve presente, das entregas do EC725 nas três versões para a sabilidade para fins de operações de busca e e o Eng. João Augusto Gomes de Queiroz, da Marinha do Brasil, destacando a complexidade salvamento. Falou também de cada um dos área de Desenvolvimento de Negócios, falou da versão vetora do míssil ar-superfície Exocet, programas de modernização que estão sendo da estreita ligação da empresa com a Marinha, cujo desenvolvimento envolveu diversas em- executados pela Marinha, como o dos A-4 sendo a versão de patrulha marítima projetada presas brasileiras. Skyhawk, o dos Super Lynx, a chegada do PHM pela empresa, o Bandeirante, a primeira aeronave Seguiu-se a tradicional mesa de debates, e logo Atlântico, o recebimento dos novos helicópteros Embraer a ter seu batismo de fogo durante uma a primeira pergunta foi exatamente sobre se EC725 dentro do programa HX-BR, e outros. guerra, pois a Armada Argentina utilizou um e quando a Marinha vai adquirir um novo Foram apresentados também novos programas, “Bandeirulha” em diversas missões de patrulha porta-aviões para substituir o NAe São Paulo. como a obtenção do novo porta-aviões, que, durante a Guerra das Malvinas. Tomando a palavra, o Contra-Almirante Mello segundo Sasse, está em fase avançada de estu- Bastante interessante foi a apresentação feita esclareceu que o tema é o terceiro em prioridade dos, com o refinamento dos requisitos para o pelo engenheiro do Programa C-295, da Airbus dentro da Marinha, atrás apenas do Programa navio-aeródromo e posterior obtenção. Defence & Space, Fernando Ciria, vindo direta- ProSub e o da Corveta Classe Tamandaré. Tem Em seguida, com o Capitão de Corveta Pessa- mente da Espanha, sobre a versatilidade da ae- sido realizado um extenso estudo, segundo ele, nha, pôde-se ter um panorama geral da Força ronave Airbus C-295 MPA/Transporte, a versão levantando as reais necessidades e que está em Aeronaval, o atual estado dos seus meios e os de patrulha marítima dos C-295 (C-105 Ama- fase de aprovação pelo Almirantado, mas já se futuros projetos. Os imensos ganhos opera- zonas) já operados pela Força Aérea Brasileira sabe que deverá ser uma embarcação na catego- cionais obtidos com os programas diversos (FAB). A oferta da aeronave, ali apresentada à ria de 30 mil a 40 mil toneladas de deslocamen- de modernização em curso atualmente, em Força Aeronaval, cria para esta a possibilidade to (colocando o navio numa categoria muito especial com os Super Lynx que retornam com de ampliar o escopo de missões de sua aviação próxima à do Cavour, da Itália). Foi muito cockpit, sistemas e sensores no estado da arte. de asa fixa, agregando um componente valioso interessante também a colocação do Contra- Patrick de la Revelière, vice-presidente de ven- de patrulha marítima, busca e resgate (SAR) e -Almirante Mello acerca de se descartar, pelos das para a América Latina e Canadá da MBDA, guerra antissubmarino (ASW). custos, o emprego de catapulta a bordo, o que vindo diretamente da França para a ocasião, O treinamento de pilotos militares em helicóp- impactará diretamente o tipo de aeronave a ser discorreu sobre o atual estado do programa de teros foi o tema apresentado pelo Comte. Ro- operada embarcada — lembrando-se de que os desenvolvimento do míssil antissuperfície Sea berto Duhá, ex-piloto naval e hoje representan- Harrier italianos possivelmente serão colocados Venom, uma evolução do consagrado Sea Skua, te no Brasil da italiana Leonardo Helicopters, à venda por volta de 2020-2023, quando houver desenvolvido conjuntamente entre França e que, após mostrar vários exemplos no mundo, terminado a sua substituição pelos F-35B (ver Reino Unido e cujo serviço ativo na Royal Navy apresentou as soluções dedicadas ao Brasil matéria nesta edição). (Marinha britânica) deverá se iniciar em 2021. por sua empresa (antiga AgustaWestland), O 5º Fórum encerrou-se com um saldo positi- As características do armamento são verdadei- destacando que, para a missão de instrução, víssimo, que propiciou o contato das lideranças ramente impressionantes, como, por exemplo, idealmente se busca uma aeronave nem tão tanto empresariais quanto governamentais da o datalink de duas vias que permite alterar a avançada, cujo custo da hora de voo seja um área com diversos setores da sociedade. Iniciati- trajetória do míssil mesmo depois de disparado, impeditivo, nem tão básica, que demande inves- vas como o Fórum ASAS promovem a discussão a possibilidade de total coordenação do ataque timento muito grande na conversão do piloto dos temas relacionados à cultura aeronáutica em com o lançamento de vários mísseis de uma para uma aeronave operacional. O tema foi dos diversos meios e com o público interessado. Q

38

36_39_QUINTO FORUM.indd 38 06/09/2018 15:17:18 36_39_QUINTO FORUM.indd 39 06/09/2018 15:17:20 50 anos do voo do IPD-6504, o Bandeirante

Por Claudio Lucchesi 40

40_45_bandeirante.indd 40 05/09/2018 08:19:19 AQUI TEM VÍDEO

mês de outubro é realmente especial na atuando como engenheiro de ensaio em voo. produção em série, parcerias com grandes fa- Oaviação. Em 23 de outubro de 1906, o A aeronave ostentava a matrícula YC-2130, e bricantes de componentes aeronáuticos foram brasileiro Alberto Santos-Dumont, com o o voo obteve total sucesso. firmadas, com muitas dessas empresas vindo 14-BIS, conseguiu percorrer a distância de Quatro dias depois, em 26 de outubro, ocorre- ao Brasil instalar suas oficinas e fábricas. 60 metros a 3 metros de altura, num voo ria o “primeiro voo oficial”, diante de autorida- Antes de haver a globalização, esse bimotor de 8 memoráveis segundos, na presença da des e convidados. Era a concretização de um inseriu o Brasil num dos mais seletos clubes comissão do Aeroclube da França. Havia projeto que muitos julgaram absolutamente tecnológicos globais: o da indústria aeronáu- conquistado não só o Prêmio Archdeacon — “impossível” e que acabou reunindo uma elite tica. Não é pouco, com certeza. oferecido a quem conseguisse completar um de homens ímpares, líderes sob um líder — Na história da aviação, não é comum que percurso de 25 metros com um aparelho “mais Ozires Silva —, criando desde seus primeiros se consiga identificar num único modelo o pesado que o ar”, que decolasse com os pró- esboços um pensamento próprio, uma filoso- protagonista de toda uma revolução empre- prios meios, sem o auxílio de qualquer artefa- fia de empreendedorismo e de mercado, que sarial-industrial. Uma máquina que seja a to e pousasse sem acidentes —, como também seria marcada à fogo na futura empresa que o concretização em metal do surgimento de havia aberto o caminho da conquista dos céus. modesto bimotor geraria. Pois foi isso: muitas todo um segmento da indústria nacional. E o Santos-Dumont havia inventado o avião. empresas geram grandes aviões, mas, nesse EMB-110 Bandeirante foi isso. Um dia antes dos 62 anos dessa conquista, caso, a aeronave ímpar é que geraria a empresa Nossa revista ASAS inicia aqui uma série em 22 de outubro de 1968, um grupo de bra- que a produziria em série — a Embraer. de tributos a essa aeronave sensacional. sileiros, tão ousados e visionários como San- E a aeronave fez muito mais... Sacramentou Nesta edição, graças à colaboração do pesqui- tos-Dumont, também veria o seu “sonho im- uma das motorizações mais bem-sucedidas sador aeronáutico Manoel Carvalho, publica- 50 anos do voo do IPD-6504, possível” decolar. Nessa data, de uma pista de da história da aviação, a turbina Pratt & Whit- mos uma brochura da apresentação comercial terra no então Centro Técnico de Aeronáu- ney Canada PT6. Tornou-se o primeiro avião mostrando a configuração do protótipo origi- tica (CTA), em São José dos Campos (SP), às brasileiro certificado fora do país e o primeiro nal do Bandeirante, o IPD-6504 — com belís- 7h07 da manhã, decolava pela primeira vez o avião brasileiro operado por companhias aé- simas ilustrações feitas à mão — , produzida o Bandeirante protótipo de um bimotor, o IPD-6504, ten- reas estrangeiras, incluindo dezenas nos Esta- antes da criação da própria Embraer, em 19 de do nos comandos o Major Engenheiro José dos Unidos e na Europa. Também foi o pri- agosto de 1969, e muito antes dos softwares de Mariotto Ferreira, acompanhado na cabine meiro utilizado por Forças Armadas de outros imagens geradas por computador (CGI). Q Por Claudio Lucchesi de pilotagem pelo Engenheiro Michel Cury, países, e, em consequência de seu programa de Um verdadeiro documento histórico! 40 41

40_45_bandeirante.indd 40 05/09/2018 08:19:19 40_45_bandeirante.indd 41 05/09/2018 08:19:28 42

40_45_bandeirante.indd 42 05/09/2018 08:19:36 43

40_45_bandeirante.indd 43 05/09/2018 08:19:42 AQUI TEM VÍDEO

44

40_45_bandeirante.indd 44 05/09/2018 08:19:50 AQUI TEM VÍDEO

44 45

40_45_bandeirante.indd 44 05/09/2018 08:19:50 40_45_bandeirante.indd 45 05/09/2018 08:19:51 CHEGA O NOVO NAVIO CAPITÂNIA DA MARINHA DO BRASIL Por Ricardo Padovese, enviado especial

ASAS acompanhou a chegada ao Rio de Janeiro

FOTOS – DO AUTOR do Porta-Helicópteros Multipropósito “Atlântico”

a manhã do último dia 25 de agosto, o bro de 1998, como HMS Ocean. Depois de de áreas marítimas e de projeção de poder Nnovo navio capitânia da Marinha do passar por uma reforma finalizada em 2014, sobre terra, mar e ar. Além disso, por dispor de Brasil, o Porta-Helicópteros Multipropósito que custou aos cofres britânicos cerca de £ considerável capacidade de suporte hospitalar, (PHM) Atlântico, adentrou a Baía de Gua- 65 milhões (R$ 294 milhões, na cotação de pode apoiar uma Força Naval em operações nabara, no Rio de Janeiro. Antes, porém, de fevereiro de 2018), em função de restrições de guerra naval, sendo, também, apropriado atracar no Arsenal de Marinha, a embarcação orçamentárias, o Reino Unido decidiu vender para missões de caráter humanitário, como foi recebida em desfile naval ao longo da orla a embarcação para a Marinha do Brasil em auxílio a vítimas de desastres naturais, de da cidade do Rio de Janeiro, do qual partici- fevereiro deste ano, pelo valor aproximado de evacuação de pessoal e operações de manuten- param o submarino Tupi, o NPqHo (Navio de £ 84 milhões (aproximadamente R$ 380 mi- ção de paz, além de poder ser empregado em Pesquisa Hidroceanográfico) Vital de Oliveira, lhões, na cotação de fevereiro deste ano). missões estratégicas logísticas, transportando o NPaOc (Navio Patrulha Oceânico) Ama- O termo “multipropósito”, que designa o navio, militares, munições e equipamentos. zonas, a corveta Julio de Noronha, as fragatas vem das capacidades para as quais foi pro- Para cumprir essas missões, pode operar com Greenhalgh e União e o NDM (Navio Doca jetado, podendo cumprir tarefas de controle até sete helicópteros simultaneamente em seu Multipropósito) Bahia. convés de voo e pode abrigar Era o fim de uma viagem que até 12 em seu hangar. Hoje, se iniciou em 1º de agosto, todos os modelos de helicóp- em Plymouth, Reino Unido, teros operados pela Marinha com escala em Lisboa, Por- do Brasil podem operar nele: tugal, depois de o navio ter Seahawk, Cougar, Super sido formalmente entregue à Puma, Super Lynx, Esquilo Marinha do Brasil pela Royal e JetRanger. Pode, ainda, Navy (Marinha britânica) no transportar até 800 fuzilei- dia 29 de junho. ros navais, que podem ser Construído em meados dos desembarcados rapidamente anos 1990, foi comissionado com o uso dos helicópteros pela Royal Navy em setem- e/ou de quatro lanchas de

46

46_47_phm atlantico.indd 46 06/09/2018 15:15:23 CHEGA O NOVO NAVIO CAPITÂNIA DA MARINHA DO BRASIL Por Ricardo Padovese, enviado especial desembarque que equipam o navio, a partir de nação de alvos de vigilância de médio alcance foi integrado e testado por outras marinhas uma distância de até 200 milhas da costa (cer- e de radar de gerenciamento de tráfego aéreo com o sistema de mísseis Sea Ceptor, um dos ca de 321 km). Possui, ainda, diversas salas de para navios, fornecido nas variantes standard, requisitos do programa das corvetas Classe planejamento para uso de Estado-Maior. longo alcance e compacto. A BAE Systems tem Tamandaré, da Marinha do Brasil. Tem um armamento próprio de quatro ca- estado na vanguarda da tecnologia de radar há Por outro lado, os britânicos retiraram alguns nhões de 30 mm DS30M Mk2, dois radares mais de 70 anos”. equipamentos, como o sistema de comuni- Type 1007 e um Type 1008, mas o destaque de Segundo nossa reportagem apurou, trata-se cação via satélite SCOT, os sistemas de con- seus sistemas é o moderníssimo Radar Artisan de um radar capaz de detectar alvos a 200 km tramedidas eletrônicas, o sonar rebocado, o 3D 997 (principal item das melhorias da refor- de distância e acompanhar mais de 900 con- datalink e o sistema de defesa antiaérea CIWS ma finalizada em 2014), com elevada capaci- tatos simultaneamente. Phalanx. A expectativa é que a Marinha do dade de detecção e acompanhamento. Marco Os sensores são integrados pelo DNA LPX, Brasil instale outros equipamentos para subs- Antonio Caffe, gerente geral da BAE Systems também desenvolvidos pela BAE Systems, que tituir tudo isso. do Brasil, comenta que: “o Artisan 3D é o radar no Brasil foi redesignado como LPH CMS, O navio tem 203,43 metros de comprimento, orientado por software em serviço na Royal um sistema que reúne dados e os distribui pode deslocar 21.578 toneladas e navegar a Navy, a bordo dos novos porta-aviões HMS para sete consoles por meio dos quais os O PHM Atlântico vem somar importantes ca- ASAS acompanhou a chegada ao Rio de Janeiro Queen Elizabeth e, seu navio irmão, HMS militares conseguem analisar toda a situação pacidades anfíbias e de operações navais com Prince of Wales. É a próxima geração de desig- tática. O conjunto Artisan 3D e DNA PLX já helicópteros embarcados à Marinha do Brasil,

FOTOS – DO AUTOR do Porta-Helicópteros Multipropósito “Atlântico” colaborando para a manutenção da segurança do Atlântico Sul e a defesa dos interesses marí- PORTA-HELICÓPTEROS MULTIPROPÓSITO (PHM) ATLÂNTICO, A140 timos do país em qualquer parte do planeta.Q a manhã do último dia 25 de agosto, o bro de 1998, como HMS Ocean. Depois de de áreas marítimas e de projeção de poder Nnovo navio capitânia da Marinha do passar por uma reforma finalizada em 2014, sobre terra, mar e ar. Além disso, por dispor de Comprimento 203,43 m Brasil, o Porta-Helicópteros Multipropósito que custou aos cofres britânicos cerca de £ considerável capacidade de suporte hospitalar, Deslocamento carregado 21.578 t O Capitão de Mar (PHM) Atlântico, adentrou a Baía de Gua- 65 milhões (R$ 294 milhões, na cotação de pode apoiar uma Força Naval em operações e Guerra Giovani nabara, no Rio de Janeiro. Antes, porém, de fevereiro de 2018), em função de restrições de guerra naval, sendo, também, apropriado Velocidade máxima 18,0 nós (33 km/h) Corrêa, primeiro atracar no Arsenal de Marinha, a embarcação orçamentárias, o Reino Unido decidiu vender para missões de caráter humanitário, como comandante do Raio de ação 8.000 milhas náuticas (14.800 km) PHM Atlântico foi recebida em desfile naval ao longo da orla a embarcação para a Marinha do Brasil em auxílio a vítimas de desastres naturais, de da cidade do Rio de Janeiro, do qual partici- fevereiro deste ano, pelo valor aproximado de evacuação de pessoal e operações de manuten- Convés de voo 170 m param o submarino Tupi, o NPqHo (Navio de £ 84 milhões (aproximadamente R$ 380 mi- ção de paz, além de poder ser empregado em Largura do convés de voo 32,6 m Pesquisa Hidroceanográfico) Vital de Oliveira, lhões, na cotação de fevereiro deste ano). missões estratégicas logísticas, transportando Tripulação 432 militares + uma tropa de até 800 militares o NPaOc (Navio Patrulha Oceânico) Ama- O termo “multipropósito”, que designa o navio, militares, munições e equipamentos. zonas, a corveta Julio de Noronha, as fragatas vem das capacidades para as quais foi pro- Para cumprir essas missões, pode operar com Greenhalgh e União e o NDM (Navio Doca jetado, podendo cumprir tarefas de controle até sete helicópteros simultaneamente em seu Multipropósito) Bahia. convés de voo e pode abrigar Era o fim de uma viagem que até 12 em seu hangar. Hoje, se iniciou em 1º de agosto, todos os modelos de helicóp- em Plymouth, Reino Unido, teros operados pela Marinha com escala em Lisboa, Por- do Brasil podem operar nele: tugal, depois de o navio ter Seahawk, Cougar, Super sido formalmente entregue à Puma, Super Lynx, Esquilo Marinha do Brasil pela Royal e JetRanger. Pode, ainda, Navy (Marinha britânica) no transportar até 800 fuzilei- dia 29 de junho. ros navais, que podem ser Construído em meados dos desembarcados rapidamente anos 1990, foi comissionado com o uso dos helicópteros pela Royal Navy em setem- e/ou de quatro lanchas de

46 47

46_47_phm atlantico.indd 46 06/09/2018 15:15:23 46_47_phm atlantico.indd 47 06/09/2018 15:15:36 Embarcamos no Porta-Aviões da Itália

O AV-8B é uma aeronave do tipo Vertical/Short Take-off and Landing (V/STOL, decolagens e Nossos repórteres pousos verticais ou curtos), isto é, decolagem e pouso vertical ou em espaço reduzido fotográficos Daniele FOTOS – GUIDI FACCIOLI Faccioli e Remo Guidi embarcaram com exclusividade no porta-aviões Cavour

48

48_55_cavour menor.indd 48 06/09/2018 15:32:56 Embarcamos no Porta-Aviões da Itália

O AV-8B é uma aeronave do tipo Vertical/Short No exercício que ASAS acompanhou, os Harrier II foram reabastecidos em voo Take-off and Landing (V/STOL, decolagens e Nossos repórteres e revelam como são por um KC-130J Hercules da AMI. A próxima versão do software dos AV-8B pousos verticais ou curtos), isto é, decolagem e italianos, a H7.0, prevê a primeira integração com o Link 16, mas ainda não pouso vertical ou em espaço reduzido fotográficos Daniele as operações a bordo foram definidos os modos de uso para o datalink nem quando isso acontecerá FOTOS – GUIDI FACCIOLI Faccioli e Remo e as tendências para Guidi embarcaram o futuro das aerona- com exclusividade no ves de asas fixas da porta-aviões Cavour Marinha italiana FOTO – MARINA MILITARE

O Cavour entrou em serviço em 10 de junho de 2009. No exercício que acompanhamos, tinha tripulação de 450 pessoas, mais 150 do grupo aéreo. Mas pode chegar a 1.204, permitindo um amplo leque de missões, além das de natureza aeronáutica. Em janeiro de 2013, por exemplo, participou da operação humanitária em ajuda à população do Haiti, atingida pelo terremoto, com importante grupo médico a bordo

48 49

48_55_cavour menor.indd 48 06/09/2018 15:32:56 48_55_cavour menor.indd 49 06/09/2018 15:33:01 m um país como a Itália, cercado pelos treinamento de ASuW (Anti-Surface Warfare, EMares Tirreno e da Ligúria a oeste, pelo guerra antissuperfície), em que dois oponentes Mar Adriático a leste e pelos Mares Jônico e tentam localizar, identificar e, por fim, engajar Mediterrâneo a sul, a vigilância das águas ter- um ao outro, de acordo com regras estabe- ritoriais e do mar aberto é de vital importância lecidas. Esse exercício, realizado no Golfo para a economia e os interesses nacionais. de Tarento, fez parte da preparação para um Considerando que seus quase 7.500 km de dos dois principais ciclos de treinamento costa são projetados para o centro do Medi- que a MM realiza durante o ano, o primeiro terrâneo, fica claro como a Itália tem papel em maio e o segundo em outubro, e que fundamental para a estabilidade da região, posteriormente culminam no exercício Mare com contribuição fundamental da sua Marina Aperto (Mar Aberto), quando a prontidão Militare (MM, nome oficial da Marinha italia- operacional é testada nas três arenas: antiaé- na). E um dos sistemas de armas mais impor- rea, antissubmarina e antissuperfície. tantes dessa força naval é a sua ala de aerona- “Há várias embarcações estrangeiras passando duas fragatas, dois navios-patrulha e um navio ves de asas fixas embarcadas. Mais que isso, é no Mediterrâneo, e as unidades da nossa frota de suprimentos”, completa. um fator de peso para o orgulho nacional, algo devem ser capazes de checar e compilar um A condução do teatro de operações foi feita atualmente visto em menos de uma dúzia de esquema, a Consciência da Situação Marítima, pelo Operative Combat Center (COC) do por- Marinhas no mundo. que nós usamos para estarmos cientes de tudo ta-aviões, atuando para prover fortes capacida- Tivemos a oportunidade de ver a atividade que navega acima e abaixo da superfície das des em termos de Comunicações, Comando e aérea do Grupaer (Grupo Aéreo Embarca- áreas de interesse nacional”, explica o Capita- Controle (C3). O propósito desses exercícios do), com seus caças AV-8B Plus, a bordo da no di Vascello Andrea Ventura, comandante também é promover a cooperação entre o pes- nau capitã da MM, o porta-aviões Cavour do porta-aviões. “O Cavour faz parte de um soal do Grupaer e a tripulação do navio. Eles (CVH-550). Nossa visita foi durante um Grupo de Batalha de Porta-Aviões (CVBG, precisam criar uma união indissolúvel entre Carrier Vessel as aeronaves e o porta-aviões, o que requer Battle Group), no treinamento dos pilotos e das equipes de voo, O Capitano di Vascello Andrea qual, dependendo mas também da ponte de comando, do centro Ventura, comandante do Cavour (seu da missão, há de operações de combate, da manutenção, dos posto é equivalente ao de Capitão de Mar e Guerra na Marinha do Brasil) diferentes tipos de bombeiros, dentre outros. Tudo contribuiu navios de escolta. para criar um sólido sistema de armas embar- Nesse caso, nós cado, trabalhando como esperado e, portanto, estamos com capaz de projetar forças a longas distâncias. a escolta do De fato, qualquer navio que pode receber um porta-helicópteros componente aéreo tem a sua lotação pen- Garibaldi, dois sada de forma a receber temporariamente destroieres de as equipes de esquadrões de voo. Uma vez a defesa antiaérea, bordo, este pessoal se torna parte do staff do

Um Harrier II prepara-se para decolar utilizando a ski-jump do Cavour

50

48_55_cavour menor.indd 50 06/09/2018 15:33:14 m um país como a Itália, cercado pelos treinamento de ASuW (Anti-Surface Warfare, porta-aviões, se reportando diretamente ao “O Grupaer tem uma realidade muito dinâmi- indicados pelo Landing Signal Officer (LSO) e EMares Tirreno e da Ligúria a oeste, pelo guerra antissuperfície), em que dois oponentes comandante do navio. Dessa forma, ele pode ca. Em um ano, vamos a bordo pelo menos 4 a margem de erros se torna mínima. Mar Adriático a leste e pelos Mares Jônico e tentam localizar, identificar e, por fim, engajar usar aviões e helicópteros como se fossem ou 5 vezes. Frequentemente até mais, pois uma O LSO é geralmente realizado por pilotos com Mediterrâneo a sul, a vigilância das águas ter- um ao outro, de acordo com regras estabe- armas do próprio navio, com o comandante viagem de três dias como essa representa uma experiência e que tenham alcançado essa quali- ritoriais e do mar aberto é de vital importância lecidas. Esse exercício, realizado no Golfo recebendo suporte do comandante do Flight oportunidade para revalidar a qualificação Bra- ficação. Seu trabalho é preparar todos os cálcu- para a economia e os interesses nacionais. de Tarento, fez parte da preparação para um Group (Grupo Aéreo). vo dos pilotos para porta-aviões, essencial para los de voo. Dados como pressão, temperatura, Considerando que seus quase 7.500 km de dos dois principais ciclos de treinamento aqueles que fazem parte do Componente Aéreo configuração da aeronave, cargas alares e com- costa são projetados para o centro do Medi- que a MM realiza durante o ano, o primeiro GRUPAER: o componente de asa fixa Tático, bem como para qualificar os novos pilo- bustível a bordo são inseridos em um software. terrâneo, fica claro como a Itália tem papel em maio e o segundo em outubro, e que tos que, depois de completarem o FCLP (Field “E também as performances do motor, porque fundamental para a estabilidade da região, posteriormente culminam no exercício Mare As principais tarefas do grupo aéreo de caças Carrier Landing Practices, prática de pouso todo motor é diferente: um tem mais potência, com contribuição fundamental da sua Marina Aperto (Mar Aberto), quando a prontidão AV-8B Plus são a defesa da frota e a projeção embarcado), vão encarar sua primeira chamada outro tem menos. Cada motor tem duas ava- Militare (MM, nome oficial da Marinha italia- operacional é testada nas três arenas: antiaé- de força do grupo de batalha a grandes dis- no deque”, explica o comandante do Grupaer, liações: a Relative Jet Pipe Temperature (RJPT), na). E um dos sistemas de armas mais impor- rea, antissubmarina e antissuperfície. tâncias, como a interdição de campo hostil em Capitano di Fregata Fabio Marzano. que é o quanto o motor é capaz de trabalhar tantes dessa força naval é a sua ala de aerona- “Há várias embarcações estrangeiras passando duas fragatas, dois navios-patrulha e um navio apoio a tropas em solo, como a Brigada San Os novos pilotos passam pela conversão para mais frio, sendo que, quanto mais frio, melhor ves de asas fixas embarcadas. Mais que isso, é no Mediterrâneo, e as unidades da nossa frota de suprimentos”, completa. Marco, como é chamado o grupo de fuzileiros o AV-8B nos EUA, no esquadrão VMAT-203 a performance, e o Relative Hover (RHO), que um fator de peso para o orgulho nacional, algo devem ser capazes de checar e compilar um A condução do teatro de operações foi feita navais da Marinha italiana. Sediado na base da base do US Marine Corps em Cherry Point, representa a performance do motor em termos atualmente visto em menos de uma dúzia de esquema, a Consciência da Situação Marítima, pelo Operative Combat Center (COC) do por- aeronaval de Maristaer, a unidade de asa fixa Carolina do Norte. Portanto, eles voltam para de empuxo, o quanto o motor produz de força Marinhas no mundo. que nós usamos para estarmos cientes de tudo ta-aviões, atuando para prover fortes capacida- é composta de cerca de 170 pessoas, entre a Itália já em estágio avançado de treinamento, em comparação com um dado de referência”, Tivemos a oportunidade de ver a atividade que navega acima e abaixo da superfície das des em termos de Comunicações, Comando e pilotos, especialistas e pessoal de manutenção. razão pela qual o Grupaer mantém só um dos adiciona o Capitão Marzano. Com base nesses aérea do Grupaer (Grupo Aéreo Embarca- áreas de interesse nacional”, explica o Capita- Controle (C3). O propósito desses exercícios Quando um novo desdobramento está em fase dois biplaces TAV-8B em condições de voo. resultados, o LSO e o comandante do navio do), com seus caças AV-8B Plus, a bordo da no di Vascello Andrea Ventura, comandante também é promover a cooperação entre o pes- de planejamento, os aspectos logístico e mate- Os novos pilotos vão imediatamente para os coordenam quanto vento relativo é necessário nau capitã da MM, o porta-aviões Cavour do porta-aviões. “O Cavour faz parte de um soal do Grupaer e a tripulação do navio. Eles rial são avaliados considerando o número de monoplaces”, explica o Capitão Marzano. para as operações aéreas e, consequentemente, a (CVH-550). Nossa visita foi durante um Grupo de Batalha de Porta-Aviões (CVBG, precisam criar uma união indissolúvel entre aeronaves a serem desdobradas, definindo-se Contudo, por ser um grupo embarcado, é que velocidade o navio deve navegar para com- Carrier Vessel as aeronaves e o porta-aviões, o que requer também o número de pessoas necessárias para durante as operações a bordo que os treina- pensar o valor absoluto do vento. Battle Group), no treinamento dos pilotos e das equipes de voo, criar uma rotação de diferentes times a fim de mentos podem acontecer no ambiental opera- O LSO também auxilia o piloto nas operações O Capitano di Vascello Andrea qual, dependendo mas também da ponte de comando, do centro garantir a operação 24 horas por dia. cional natural, onde os parâmetros de voo são de pouso e decolagem. O AV-8B é uma aeronave Ventura, comandante do Cavour (seu da missão, há de operações de combate, da manutenção, dos posto é equivalente ao de Capitão de Mar e Guerra na Marinha do Brasil) diferentes tipos de bombeiros, dentre outros. Tudo contribuiu navios de escolta. para criar um sólido sistema de armas embar- Nesse caso, nós cado, trabalhando como esperado e, portanto, estamos com capaz de projetar forças a longas distâncias. a escolta do De fato, qualquer navio que pode receber um porta-helicópteros componente aéreo tem a sua lotação pen- Garibaldi, dois sada de forma a receber temporariamente destroieres de as equipes de esquadrões de voo. Uma vez a defesa antiaérea, bordo, este pessoal se torna parte do staff do

Um Harrier II prepara-se para decolar utilizando a ski-jump do Cavour

O hangar do porta-aviões italiano tem 134,20 m de comprimento por 21 m largura FOTOS – GUIDI FACCIOLI

50 51

48_55_cavour menor.indd 50 06/09/2018 15:33:14 48_55_cavour menor.indd 51 06/09/2018 15:33:18 três meses de operações BWO, em um total de 1.200 horas de voo. Inicialmente a missão de- sempenhada foi de CAP (Combat Air Patrol, Patrulha Aérea de Combate), para garantir a no-fly zone, mas logo que se percebeu a ausên- cia de ameaça aérea, as missões passaram a ser sobretudo de ataque e reconhecimento. “Nós usamos o pod Litening II no cabide central, predominantemente para iluminar alvos para bombas guiadas a laser ou GPS, mas nós tam- Um dos dois TAV-8B operacionais do Grupaer. Segundo o Cap. Marzano: “pela falta de radar, ausência do bém podemos usá-los para ISR (Intelligence, radar warning receiver (RWR, alerta de radar hostil) e por ter menos pontos para armas, o biplace só realiza Surveillance and Reconnaissance)”, lembra o missões de treinamento muito básicas. Os novos pilotos vão imediatamente para os monoplaces” Capitão Marzano. O AV-8B é uma máquina muito versátil e apreciada: tem 23,4 mil libras de empuxo sem V/STOL (Vertical/Short Take-off and Landing, “Quando nós estamos em Green-Water Ope- pós-combustão. Para efeito de comparação, decolagens e pousos verticais ou curtos), e seus rations (GWO), o porta-aviões está suficien- o F-16C Block 50 tem empuxo de 28,6 mil motores Rolls-Royce Pegasus tem quatro tubei- temente próximo à costa para as aeronaves libras, porém com pós-combustão. A potência ras com ângulo variável. A escolha da posição alcançarem um aeroporto de alternativa”, regular é de no máximo 17,1 mil libras. No dessas para pousos e decolagens depende de explica o Capitão. “Porém, como somos navais, AV-8B, cerca de 50% da potência é entregue vários fatores, sendo preponderante o peso. Se es- nem sempre temos o luxo de estar próximo pelos “cold nozzles”, um par de tubeiras que tiver muito pesado, por exemplo, o recomendado a um aeroporto. Se estamos no meio do mar, despejam a força do fan, enquanto a outra é fazer uma pequena corrida de decolagem. chamamos de Blue-Water Operations (BWO): metade vem dos “hot nozzles”, localizados após Então, a cada decolagem ou pouso, o LSO mos- nessa situação o piloto pode tentar o pouso a câmara de combustão. tra para o piloto uma série de dados como o no deque uma vez. Com sorte, ele pode ten- Hoje, os AV-8B Plus usam a versão H6.1 do peso da aeronave, as configurações das tubeiras tar uma segunda vez. Ou então deve ejetar e software de missão, aguardando para rece- e como será a corrida no convés. No pouso, o aguardar o resgate feito por um helicóptero. ber o upgrade H6.2, que adicionará capa- LSO tem a tarefa de dar a ordem para o piloto Por felicidade, isso nunca aconteceu com a cidades de navegação com GPS. “A única colocar o motor em “idle” quando estiver a gente”. Por causa disso, só missões reais são ausência que nós realmente sentimos é a do cerca de meio metro do solo e assim conseguir autorizadas como BWO. Link 16. O AV-8 ainda é uma aeronave com- tocar o deque com segurança. O LSO também Durante a mais recente operação real do petitiva, provavelmente a melhor plataforma informa, antes das missões, o mínimo de com- Grupaer, a Unified Protector, nos céus da ar-solo depois do A-10”, comenta o capitão, bustível necessário para que a aeronave possa Líbia, em 2011, os oito Harrier II a bordo do que prossegue: “nos cenários modernos há fazer o procedimento de pouso. porta-aviões Giuseppe Garibaldi realizaram uma clara preferência por armas de preci- são, então você sempre vai estar voando com bombas guiadas a laser, Como em qualquer moderno navio de guerra, GPS ou mistas, mais o “cérebro” do Cavour é o seu Operative Combat Center (COC), que provê fortes capacidades em termos de sua autodefesa. Nós Comunicações, Comando e Controle (C3) sabemos que não é uma aeronave criada para su- perioridade aérea, mas graças ao AMRAAM (Advanced Medium Range Air to Air Missile, Míssil Ar-Ar Avançado de Médio Alcance) nós somos capazes de defen- der a frota com honra”. Dentre as várias cama- das de defesa da frota, o AV-8B é a mais externa e, portanto, a primeira a enfrentar qualquer nível de ameaça, tanto no ar

52

48_55_cavour menor.indd 52 06/09/2018 15:33:23 Os pilotos de AV-8B da MM voam em média 150 horas por ano, utilizando simuladores para alcançar o objetivo de 180 horas. Todo ano há um par de deslocamentos três meses de operações BWO, em um total de quanto em superfície. De fato, um para Decimomannu, na Sardenha, para praticar combate aéreo e 1.200 horas de voo. Inicialmente a missão de- dos principais papéis é o de ataque ataques à superfície, e há também a sempenhada foi de CAP (Combat Air Patrol, naval, para o qual utiliza arma- participação em exercícios maiores, Patrulha Aérea de Combate), para garantir a mento guiado a laser ou de dupla como o Mare Aperto no-fly zone, mas logo que se percebeu a ausên- guiagem, como a bomba GBU-54, cia de ameaça aérea, as missões passaram a ser que utiliza o GPS para as coorde- sobretudo de ataque e reconhecimento. “Nós nadas iniciais e cujo laser aumenta usamos o pod Litening II no cabide central, a precisão até o alvo ser alcançado. predominantemente para iluminar alvos para Ainda em uso também está o bombas guiadas a laser ou GPS, mas nós tam- míssil AGM-65F Maverick, guiado Um dos dois TAV-8B operacionais do Grupaer. Segundo o Cap. Marzano: “pela falta de radar, ausência do bém podemos usá-los para ISR (Intelligence, por infravermelho, que, apesar radar warning receiver (RWR, alerta de radar hostil) e por ter menos pontos para armas, o biplace só realiza Surveillance and Reconnaissance)”, lembra o da idade, se mantém como uma missões de treinamento muito básicas. Os novos pilotos vão imediatamente para os monoplaces” Capitão Marzano. alternativa válida. Também estão O AV-8B é uma máquina muito versátil e disponíveis o canhão e os foguetes apreciada: tem 23,4 mil libras de empuxo sem não guiados FFAR Zuni, de 5 pole- V/STOL (Vertical/Short Take-off and Landing, “Quando nós estamos em Green-Water Ope- pós-combustão. Para efeito de comparação, gadas. “Depende do tipo de apoio decolagens e pousos verticais ou curtos), e seus rations (GWO), o porta-aviões está suficien- o F-16C Block 50 tem empuxo de 28,6 mil aéreo aproximado e da ameaça motores Rolls-Royce Pegasus tem quatro tubei- temente próximo à costa para as aeronaves libras, porém com pós-combustão. A potência no solo. Há cenário em que o uso de bombas com 20 ou 30 aviões — em termos de sensores esforços para que o design facilite os processos ras com ângulo variável. A escolha da posição alcançarem um aeroporto de alternativa”, regular é de no máximo 17,1 mil libras. No de emprego geral é melhor que o de bombas e fusão de capacidades dos sensores as capaci- para garantir maior eficiência. “Certamente dessas para pousos e decolagens depende de explica o Capitão. “Porém, como somos navais, AV-8B, cerca de 50% da potência é entregue guiadas ou o do canhão de 25 mm. Algumas dades dos AV-8B não são nem remotamente os primeiros pilotos do F-35 virão dos AV-8B. vários fatores, sendo preponderante o peso. Se es- nem sempre temos o luxo de estar próximo pelos “cold nozzles”, um par de tubeiras que vezes é útil para baixar as cabeças do inimigo e comparáveis àquelas dos F-35”, continua o Nós usamos a experiência acumulada para tiver muito pesado, por exemplo, o recomendado a um aeroporto. Se estamos no meio do mar, despejam a força do fan, enquanto a outra parar o fogo deles”, adiciona o capitão. Capitão Marzano. “O AV-8B pode fazer muitas criar um núcleo duro de instrutores, depois a é fazer uma pequena corrida de decolagem. chamamos de Blue-Water Operations (BWO): metade vem dos “hot nozzles”, localizados após “Para essas missões nós também fazemos trei- missões, mas não pode fazer ao mesmo tempo transição dos outros pilotos de AV-8 aconte- Então, a cada decolagem ou pouso, o LSO mos- nessa situação o piloto pode tentar o pouso a câmara de combustão. namentos dissimilares contra AMX e Typhoon missões SEAD (Suppression of Enemy Air De- cerá em paralelo com as atividades deles no tra para o piloto uma série de dados como o no deque uma vez. Com sorte, ele pode ten- Hoje, os AV-8B Plus usam a versão H6.1 do da Força Aérea. Nós também já fizemos um fenses, supressão de defesas antiaéreas), DEAD Grupo e, finalmente, haverá a instrução para peso da aeronave, as configurações das tubeiras tar uma segunda vez. Ou então deve ejetar e software de missão, aguardando para rece- dogfight contra um F-35. Nós mantemos uma (Destruction of Enemy Air Defenses, destrui- uma nova geração de pilotos.” e como será a corrida no convés. No pouso, o aguardar o resgate feito por um helicóptero. ber o upgrade H6.2, que adicionará capa- constante colaboração com a AMI (Aeronáuti- ção das defesas antiaéreas), ar-ar e ar-solo. Os O Estado-Maior de Defesa aprovou mandar LSO tem a tarefa de dar a ordem para o piloto Por felicidade, isso nunca aconteceu com a cidades de navegação com GPS. “A única ca Militare Italiana, Força Aérea italiana) para F-35 podem fazer isso com quantidades muito os três primeiros F-35B para treinamentos nos colocar o motor em “idle” quando estiver a gente”. Por causa disso, só missões reais são ausência que nós realmente sentimos é a do atividades de treinamento.” menores de aeronaves que hoje. Esse é o gran- EUA, e a primeira aeronave, com matrícula de cerca de meio metro do solo e assim conseguir autorizadas como BWO. Link 16. O AV-8 ainda é uma aeronave com- de salto quântico entre as aeronaves de 3ª e 4ª fábrica MM7451/4-01, agora com matrícula tocar o deque com segurança. O LSO também Durante a mais recente operação real do petitiva, provavelmente a melhor plataforma Olhando para a quinta geração gerações para as de 5ª geração.” militar BL-1, foi alocada na Base da US Navy informa, antes das missões, o mínimo de com- Grupaer, a Unified Protector, nos céus da ar-solo depois do A-10”, comenta o capitão, Os instrumentos de bordo da nova máquina (Marinha norte-americana) em Patuxent bustível necessário para que a aeronave possa Líbia, em 2011, os oito Harrier II a bordo do que prossegue: “nos cenários modernos há Atualmente, o AV-8B, uma aeronave da cha- são muito mais complexos e vão requerer um River, Maryland, para testes eletromagnéticos. fazer o procedimento de pouso. porta-aviões Giuseppe Garibaldi realizaram uma clara preferência por armas de preci- mada 3ª geração avançada, está competindo aumento da carga de trabalho do piloto para Ao término, irá para a base dos Marines em são, então você sempre na arena com aeronaves da 4ª geração, como gerenciar esses sistemas, mas ao mesmo tempo Beaufort, Carolina do Sul, onde fica o Joint vai estar voando com o Eurofighter, mas também com o F-35, que será muito mais fácil voar a aeronave graças ao Strike Fighter Pilot Training Center. Será lá bombas guiadas a laser, pertence à 5ª geração. “Com poucos F-35 nós alto nível de automatização. É uma nova gera- que os primeiros pilotos da Marinha italiana Como em qualquer moderno navio de guerra, GPS ou mistas, mais iniciarão seu treinamento. o “cérebro” do Cavour é o seu Operative Combat Center podemos fazer o mesmo que fazemos agora ção também no aspecto da manutenção, com (COC), que provê fortes capacidades em termos de sua autodefesa. Nós Comunicações, Comando e Controle (C3) sabemos que não é uma aeronave criada para su- O canhão GAU-12U do AV-8B está montado em dois pods GEPOD-25, com o esquerdo perioridade aérea, mas contendo o canhão rotativo Gatling, de cinco tubos de 25 mm, e o direito acomodando 300 cartuchos. Com 2° de ângulo para baixo, a arma é otimizada para alvos de superfície, graças ao AMRAAM favorecendo as missões de apoio aéreo aproximado, mas sacrifica seu emprego em (Advanced Medium combate ar-ar, quando o ideal seria uma ligeira angulação positiva Range Air to Air Missile, Míssil Ar-Ar Avançado de Médio Alcance) nós somos capazes de defen- der a frota com honra”. Dentre as várias cama- das de defesa da frota, o AV-8B é a mais externa e, portanto, a primeira a enfrentar qualquer nível de ameaça, tanto no ar FOTOS – GUIDI FACCIOLI

52 53

48_55_cavour menor.indd 52 06/09/2018 15:33:23 48_55_cavour menor.indd 53 06/09/2018 15:33:27 O porta-aviões italiano e seu componente aéreo são capazes de operar em regime de 24 horas, conduzindo missões tanto de dia quanto à noite com seus AV-8B

Por volta de 2020, as três aeronaves vão voltar pouso e decolagens convencionais (CTOL, Con- operacional, foi projetado para acomodar o para a Itália, mas até agora ainda não foi defi- ventional Take-off and Landing), seja na versão AV-8B e, posteriormente, o F-35. Haverá al- nida a destinação: a Base Aérea de Amendola, de pouso curto/vertical (STOVL, Short Take-off guns ajustes, pois na época em que o navio foi casa da 32ª Ala e do 13º Esquadrão da AMI, and Vertical Landing), o F-35 é uma máquina montado algumas peculiaridades do F-35 ain- casa do primeiro F-35A, ou a Stazione Aero- extremamente focada na atuação em rede, o que da não eram totalmente conhecidas”, explica mobili della Marina Militare, conhecida como certamente requer a colaboração e o treinamento o Comandante Andrea Ventura, que assegura Maristaer, em Grottaglie, o verdadeiro lar do conjunto da MM e da AMI, num trabalho con- ainda que as intervenções não serão invasivas. componente de asa fixa da Marinha. junto com outras autoridades de Defesa. “Até hoje, os trabalhos ainda não foram fina- O Estado-Maior de Defesa está cuidando da Antes dos F-35B retornarem para a Itália, o lizados de forma definitiva. A cobertura do distribuição dos F-35 italianos de maneira porta-aviões Cavour vai passar por uma série deque deve receber uma camada de isolamen- cuidadosa, como um dos mais importantes de trabalhos de certificações e adaptações para to cerâmico capaz de tolerar o calor emitido sistemas militares do país. Seja na versão de a nova máquina. “O navio é de fato totalmente pelos gases de exaustão das novas aeronaves.”

A MM substituirá seus AV-8B por 15 F-35B, mas durante o processo de retirada de serviço do Harrier II haverá a operação conjunta dos dois modelos, com a substituição definitiva em 2023, quando os F-35B atingirão sua IOC (Initial Operational Capability, capacidade operacional inicial). Originalmente, a MM planejava 22 F-35B, mas o número foi reduzido para 15, quantidade adequada para uso com o Cavour, no qual no máximo 12 podem embarcar

O Comandante do Grupaer, Capitano di Fregata (Capitão de Fragata) Fabio Marzano

54

48_55_cavour menor.indd 54 06/09/2018 15:33:34 O porta-aviões italiano e seu componente aéreo são capazes de operar em regime de 24 horas, conduzindo missões tanto de dia quanto à noite com seus AV-8B O lema do Cavour é do poeta latino Horácio: “In arduis servare mentem” (“Mantenha a mente calma na adversidade”). É um valor

Do ponto de vista logístico, a grande integração que corresponde ao equilíbrio e controle da FOTOS – GUIDI FACCIOLI e capacidade centrada em rede do F-35 requer missão da Marinha italiana: o controle do Mar Mediterrâneo, uma bacia tão importante a criação de áreas específicas a bordo para pla- para os interesses nacionais e internacionais nejamento de missões, com conexão via satélite para centros de controle no continente, exigindo infraestruturas de tecnologia da informação atualmente não presentes no porta-aviões. O porta-aviões Cavour está preparado para enfrentar esse importante salto geracional do seu componente embarcado, atendendo suas necessidades e adquirindo suas capacidades. As águas do Mediterrâneo banham as praias de um grande e heterogêneo conglomerado de países, culturas, religiões e complexas situações históricas que tornam a região muito instável e Por volta de 2020, as três aeronaves vão voltar pouso e decolagens convencionais (CTOL, Con- operacional, foi projetado para acomodar o em constante evolução. A Marinha italiana pre- para a Itália, mas até agora ainda não foi defi- ventional Take-off and Landing), seja na versão AV-8B e, posteriormente, o F-35. Haverá al- cisa atualizar constantemente os seus sistemas nida a destinação: a Base Aérea de Amendola, de pouso curto/vertical (STOVL, Short Take-off guns ajustes, pois na época em que o navio foi de armas a fim de enfrentar com serenidade os casa da 32ª Ala e do 13º Esquadrão da AMI, and Vertical Landing), o F-35 é uma máquina montado algumas peculiaridades do F-35 ain- novos desafios que surgem a cada dia, o que para casa do primeiro F-35A, ou a Stazione Aero- extremamente focada na atuação em rede, o que da não eram totalmente conhecidas”, explica o navio Cavour e seu Gruppo Aerei Imbarcati mobili della Marina Militare, conhecida como certamente requer a colaboração e o treinamento o Comandante Andrea Ventura, que assegura significa transferir a rica experiência ganha com Maristaer, em Grottaglie, o verdadeiro lar do conjunto da MM e da AMI, num trabalho con- ainda que as intervenções não serão invasivas. os caças AV-8B Plus para os novos caças da componente de asa fixa da Marinha. junto com outras autoridades de Defesa. “Até hoje, os trabalhos ainda não foram fina- Lockheed Martin. Q O Estado-Maior de Defesa está cuidando da Antes dos F-35B retornarem para a Itália, o lizados de forma definitiva. A cobertura do distribuição dos F-35 italianos de maneira porta-aviões Cavour vai passar por uma série deque deve receber uma camada de isolamen- Os autores gostariam de agradecer à Marinha cuidadosa, como um dos mais importantes de trabalhos de certificações e adaptações para to cerâmico capaz de tolerar o calor emitido Italiana; ao Comandante do CVH 550 Cavour, sistemas militares do país. Seja na versão de a nova máquina. “O navio é de fato totalmente pelos gases de exaustão das novas aeronaves.” Capitano di Vascello Andrea Ventura; ao Comandante do Grupaer, Capitano di Fregata Fabio Marzano; ao Chefe de Comunicação do Esquadrão Naval, Capitano A MM substituirá seus AV-8B por 15 F-35B, mas durante o processo de retirada de serviço di Corvetta Federico Mariani; ao Oficial de do Harrier II haverá a operação conjunta dos Informações da Marinha Italiana, Tenente di dois modelos, com a substituição definitiva Vascello Giuseppe Lucafò; e a toda a tripulação em 2023, quando os F-35B atingirão sua IOC do Cavour. (Initial Operational Capability, capacidade operacional inicial). Originalmente, a MM planejava 22 F-35B, mas o número foi reduzido para 15, quantidade adequada para uso com o Cavour, no qual no máximo 12 podem embarcar

O Comandante do Grupaer, Capitano di Fregata (Capitão de Fragata) Fabio Marzano

54

48_55_cavour menor.indd 54 06/09/2018 15:33:34 48_55_cavour menor.indd 55 06/09/2018 15:33:39 O cockpit digital do novo AS365K2 Pantera

56

56_61_avex.indd 56 06/09/2018 15:36:16 O cockpit digital do novo AS365K2 Pantera FOTO – CLAUDIO LUCCHESI Aviação do Exército novas garras para o século 21 FOTO – EXÉRCITO BRASILEIRO

Junto com a modernização para o padrão Fennec AvEx, estes versáteis helicópteros estão ganhando novas armas, como a substituição dos foguetes não guiados SBAT-70 pelos bem mais avançados Skyfire, da Avibras

Modernizações, compra de novos armamentos e aeronaves: a Aviação do Exército estabelece um plano de reequipamento para ampliar suas capacidades

Por Claudio Lucchesi e Humberto Leite

56 57

56_61_avex.indd 56 06/09/2018 15:36:16 56_61_avex.indd 57 06/09/2018 15:36:23 1 FOTO – WIKIMEDIA COMMONS

oar com a Aviação do Exército (AvEx) é S-70 Black Hawk), 17 mil nos HM-3 (AS532 ceberam sistemas de infravermelho (IR) usados Vuma experiência diferente. As tripulações, Cougar) e 4 mil nos HM-4 (H225M Jaguar). para reconhecimento. óbvio, estão de olho no céu; mas a atenção está Hoje, a AvEx possui, além da sede em Taubaté, Porém, novos passos devem ser vistos nos pró- focada em terra. Os pilotos, oficiais combatentes bases em Manaus (AM) e Campo Grande (MS); ximos anos, na medida em que a Força vem em formados pela Academia Militar das Agulhas mas Taubaté concentra aproximadamente 76% constante ganho de capacidades e ampliação – Negras (AMAN), antes de fazer os cursos de dos efetivos. São hoje mais de 3.300 militares do um processo que ganhou ênfase especial a par- aviadores, sabem muito bem os desafios e os EB dedicados à aviação, sendo quase 300 pilotos. tir de 31 de agosto de 2017, com a publicação objetivos dos companheiros que estão em solo. Todos passam por treinamentos no próprio EB da Portaria n. 343-EME, pelo Estado-Maior do Cada missão, cada manobra, acontece em es- e, em certos casos, treita colaboração com as tropas no terreno. E também na Força o Exército Brasileiro (EB) tem dado cada vez Aérea Brasileira 2 mais importância à AvEx. (FAB) ou nas de O número de aeronaves hoje é o dobro do países amigos, sendo planejado quando houve a decisão de voltar a que internamente ter helicópteros, em 1986. O preparo também têm avançado os

avançou. “Não há dúvidas de que o Brasil ganhos operacionais. FOTO – WIKIMEDIA COMMONS hoje desempenha um papel mais de ponta na Atualmente, por aviação de helicópteros (do EB) no contexto exemplo, o efetivo latino-americano, sobretudo pela questão do está plenamente treinamento. Nós investimos muito no preparo capacitado para das nossas tripulações”, afirma o Coronel José operar com Óculos Ricardo Azevedo de Oliveira, Chefe da Seção de de Visão Noturna Projetos Especiais do Comando da Aviação do (OVN). A Aviação Exército (CAvEx), instalado na principal base do Exército só voa da AvEx, em Taubaté (SP). de dia se precisar: Desde que o Exército recebeu o seu primeiro he- todas as missões, licóptero, em 1989, já foram voadas 272 mil ho- como infiltração, ras, sendo mais de 134 mil nos HA-1 (AS350L1 exfiltração e ataque Esquilo/AS550A2 Fennec), 104 mil nos HM-1 aeromóvel, podem 3 (AS365K Pantera), 13 mil nos HM-2 (Sikorsky ser realizadas à noite. Os helicópteros HA-1 também re- FOTO – RAYTHEON FOTO – RAFAEL

Os principais mísseis ar-superfície hoje oferecidos à Aviação do Exército são o Rafael Spike-ER (acima) , o IAI Nimrod (1), o AGM-114 Hellfire II (2) e o Raytheon AGM-176 Griffin (3)

58 FOTO – EXÉRCITO BRASILEIRO

56_61_avex.indd 58 06/09/2018 15:36:27 1

Exército, oficializando a implantação do Pro- radares que poderiam detectar as primeiras AW-159 Wildcat das Filipinas, nos IAR-330 da FOTO – WIKIMEDIA COMMONS grama Estratégico Aviação do Exército. Assim, ondas de caças. Aliás, notoriamente, o Hellfire Romênia e nos Eurocopter Tiger do Exército os programas da AvEx passaram a se inserir nas é uma das armas mais letais do mítico Apache espanhol. Um ponto que pode pesar é que, no diretrizes estratégicas do EB, incluindo aqueles das Forças norte-americanas. Brasil, a empresa israelense está trabalhando em que já estavam em andamento. Outro ponto O AGM-114 é um míssil com peso total de parceria com a brasileira Akaer. tem sido o investimento da AvEx na formação 49 kg e atualmente em uso em helicópteros de Esses são, segundo a apuração de ASAS, os de um quadro próprio de pilotos habilitados combate dos Estados Unidos e de seus aliados, modelos cujos fabricantes já fizeram oferta para para ensaios em voo, hoje reunidos no GEA como os AH-1 Cobra, AH-64 Apache, UH-60 a AvEx. Porém, o EB oficialmente reafirma que (Grupo de Ensaios e Avaliações), que dá à AvEx Black Hawk, A129 Mangusta e Eurocopter qualquer empresa capaz de fornecer armamen- a capacidade de realizar ensaios em voo, inclu- Tiger, entre outros; além de outras plataformas, tos desse tipo poderá participar do certame, sive com aeronaves e sistemas sendo oferecidos como os “drones” Reaper, Predator e Gray Ea- pois, afinal, ainda não foi iniciada concorrência para sua aquisição, com geração de detalhados gle; e até o AC-208, uma versão de combate do oficial. Não se sabe até o momento, por exem- relatórios técnicos, de teor valiosíssimo para as Cessna Grand Caravan. Vale observar que, nas plo, se a MBDA pretende oferecer o Brimstone, tomadas de decisão finais. avaliações já feitas pelo GEA considerando a hoje utilizado nos supersônicos Tornado bri- oar com a Aviação do Exército (AvEx) é S-70 Black Hawk), 17 mil nos HM-3 (AS532 ceberam sistemas de infravermelho (IR) usados Dentro de todo esse contexto, a Aviação do aquisição de uma futura aeronave de ataque, tânicos e sauditas e em fase de adaptação para Vuma experiência diferente. As tripulações, Cougar) e 4 mil nos HM-4 (H225M Jaguar). para reconhecimento. Exército deve receber novas aeronaves, incluindo foram testados o AH-1Z Viper (a versão mais helicópteros. Ou mesmo se os russos farão uma óbvio, estão de olho no céu; mas a atenção está Hoje, a AvEx possui, além da sede em Taubaté, Porém, novos passos devem ser vistos nos pró- seus primeiros aparelhos de asa fixa desde sua avançada do AH-1) e a mais bem-equipada oferta oferecendo seus mísseis ar-superfície focada em terra. Os pilotos, oficiais combatentes bases em Manaus (AM) e Campo Grande (MS); ximos anos, na medida em que a Força vem em recriação, em 1986, e novos armamentos, além variante do A129 Mangusta. 9M120 Ataka e 9K121 Vikhr, lançados de heli- formados pela Academia Militar das Agulhas mas Taubaté concentra aproximadamente 76% constante ganho de capacidades e ampliação – de concluir a modernização dos meios atuais. Porém, o Hellfire está longe de estar sozinho cópteros. O primeiro desses, por exemplo, faz Negras (AMAN), antes de fazer os cursos de dos efetivos. São hoje mais de 3.300 militares do um processo que ganhou ênfase especial a par- Vamos agora conhecer todos esses programas. na disputa. A Raytheon, também norte-ame- parte do armamento-padrão do helicóptero aviadores, sabem muito bem os desafios e os EB dedicados à aviação, sendo quase 300 pilotos. tir de 31 de agosto de 2017, com a publicação ricana, está oferecendo seu AGM-176 Griffin. Mi-28NE, oferecido ao Brasil, e que também objetivos dos companheiros que estão em solo. Todos passam por treinamentos no próprio EB da Portaria n. 343-EME, pelo Estado-Maior do Novos mísseis Usado atualmente pelos veículos aéreos não consta entre as avaliações já feitas pelo GEA Cada missão, cada manobra, acontece em es- e, em certos casos, tripulados (UAV) Predator e Reaper, dos Esta- visando à aquisição de uma futura aeronave de treita colaboração com as tropas no terreno. E também na Força O programa mais próximo e que mais chama dos Unidos, o míssil é mais leve que o Hellfire, ataque (ver ASAS 101). o Exército Brasileiro (EB) tem dado cada vez Aérea Brasileira 2 atenção no momento é a compra de mísseis pesa apenas 20 kg, e mantém o mesmo alcance mais importância à AvEx. (FAB) ou nas de ar-superfície. O EB não confirma, mas segundo de 8 km. A diferença é o menor poder de des- Modernização dos atuais O número de aeronaves hoje é o dobro do países amigos, sendo apuração de ASAS com fontes no Brasil e no truição, solução adotada para reduzir os casos helicópteros de ataque planejado quando houve a decisão de voltar a que internamente exterior, a disputa, que ainda não é uma concor- de danos colaterais. ter helicópteros, em 1986. O preparo também têm avançado os rência oficial, já atraiu a atenção até da norte- Já os israelenses oferecem dois mísseis. O pri- A adoção do míssil ampliará em muito a capa- FOTO – WIKIMEDIA COMMONS avançou. “Não há dúvidas de que o Brasil ganhos operacionais. FOTO – WIKIMEDIA COMMONS americana Lockheed Martin, que pretende meiro é o Nimrod, produzido pela IAI. Em uso cidade de ataque dos helicópteros Fennec, que hoje desempenha um papel mais de ponta na Atualmente, por oferecer o míssil AGM-114 Hellfire II. nos helicópteros indianos LCH, nos croatas estão em fase de modernização, cuja nova ver- aviação de helicópteros (do EB) no contexto exemplo, o efetivo Caso a venda se confirme, o Brasil se tornará o OH-50 Kiowa e nos azeris Mi-17, o Nimrod são, designada Fennec AvEx, tem agora sistemas latino-americano, sobretudo pela questão do está plenamente primeiro país da América Latina a contar com o tem histórico maior em blindados, sendo usado de OVN avançados, piloto automático, nova treinamento. Nós investimos muito no preparo capacitado para míssil guiado por laser e com alcance de 8 km. até pelos Leopard 2 chilenos. Em helicópteros, o aviônica digital, visor montado no capacete e das nossas tripulações”, afirma o Coronel José operar com Óculos Capaz de penetrar blindagens, o Hellfire II míssil de 13 kg tem alcance de 10 km; porém, a aumento da capacidade de carga para 2.250 kg. Ricardo Azevedo de Oliveira, Chefe da Seção de de Visão Noturna pode ser usado contra bunkers, veículos leves, cabeça de guerra é de apenas 4,5 kg. O segundo Os novos braços de armamentos permitem Projetos Especiais do Comando da Aviação do (OVN). A Aviação embarcações, blindados e praticamente todos míssil israelense em oferta é o Spike-ER, da ampliar o leque das cargas bélicas, incluindo os Exército (CAvEx), instalado na principal base do Exército só voa os tipos de alvos terrestres, incluindo radares e Rafael, também chamado de NT-Dandy: tem futuros mísseis, novas metralhadoras .50 pol., da AvEx, em Taubaté (SP). de dia se precisar: armas antiaéreas. Na Guerra do Golfo, em 1991, alcance de 8 km e pesa 34 kg. Está em uso nos lançadores de foguetes 70 mm e o canhão rota- Desde que o Exército recebeu o seu primeiro he- todas as missões, o primeiro ataque dos EUA foi com o emprego UH-60 Arpia IV do Exército colombiano, nos tivo Gatling M134. licóptero, em 1989, já foram voadas 272 mil ho- como infiltração, do Hellfire: helicópteros Apache destruíram AW129 Mangusta do Exército italiano, nos O plano da AvEx é ter os Fennec equipados ras, sendo mais de 134 mil nos HA-1 (AS350L1 exfiltração e ataque com mísseis guiados, Esquilo/AS550A2 Fennec), 104 mil nos HM-1 aeromóvel, podem 3 metralhadoras e foguetes (AS365K Pantera), 13 mil nos HM-2 (Sikorsky ser realizadas à noite. tanto não guiados quanto Os helicópteros os guiados, que ainda não HA-1 também re- estão no acervo. Nesse FOTO – RAYTHEON FOTO – RAYTHEON último caso, também se destaca como possibilidade

FOTO – RAFAEL o Direct Attack Guided Rocket, também da Lo- ckheed Martin, e por isso compatível com o lançador do Hellfire. Trata-se de um Os principais mísseis ar-superfície hoje oferecidos à foguete com 5 km de alcan- Aviação do Exército são o Rafael Spike-ER (acima) , o IAI Nimrod (1), o AGM-114 Hellfire II (2) e o Raytheon AGM-176 Griffin (3) ce com guiagem a laser. Na foto, o C-23B Sherpa, numeral 931321, que deve ser o primeiro exemplar do modelo a ser incorporado à Aviação do Exército 58 FOTO – EXÉRCITO BRASILEIRO 59

56_61_avex.indd 58 06/09/2018 15:36:27 56_61_avex.indd 59 06/09/2018 15:36:28 seus precursores, similares, mas ainda usam a motorização foi declarado Rolls-Royce Gem, enquanto o AW129 (assim pronto para com- como o T129) utiliza as novas turbinas LHTEC bate no United T800, que tem potência máxima de 1.563 shp States Marine (contra o máximo de 1.000 shp da GEM). Corps em 2010. O Tem circulado muitos rumores sobre a oferta Paquistão já en- de aeronaves usadas para a AvEx, como lotes comendou a aero- de AH-1W SuperCobra, de estoques do USMC nave, que também (United States Marine Corps, Fuzileiros Navais deve ser operada norte-americanos). De concreto, a reportagem pelo Bahrein. de ASAS obteve que existe de fato essa oferta O Mi-28NE, ao dos SuperCobra, mas existe também uma do contrário dos Governo italiano, junto com a Leonardo, de Mi-35M utilizados exemplares em estoque de A129C/D Mangusta. na Força Aérea Porém, o Cel. Oliveira reafirmou o objetivo da Brasileira, não AvEx de adquirir exemplares novos de fábrica, e tem capacidade não aparelhos usados. secundária para A compra das aeronaves de ataque, contudo, transporte de depende dos recursos para a modernização do Um dos novos Super Pantera tropa: são helicóp- Fennec e do Pantera. Só após o término desses K2 da AvEx. A modernização teros mais leves e contratos será a realizada seleção oficial da nova ampliou praticamente todo manobráveis. Está aeronave. A perspectiva da AvEx é ter uma frota o envelope operacional da em operação desde de 12 unidades do novo helicóptero de ataque aeronave, que deverá se manter como um dos principais tipos 1982 na Rússia, até 2031. Até lá, os Fennec, armados com mísseis no inventário da AvEx ainda com versões mais modernos, cumprirão a missão e manterão as por um bom tempo modernas também tripulações adestradas. Esse tempo até a chegada já adotadas por do tipo de ataque “genuíno”, entretanto, “não nos

FOTO – CLAUDIO LUCCHESI Argélia, Índia, impede de já irmos desenvolvendo a doutrina, Iraque, Quênia e de treinar o nosso piloto e a nossa tripulação. A A modernização dos Fennec começou em Venezuela, que recebeu 10 Mi-28 em 2010. Além gente já está com o nosso pessoal com a men- 2011. A primeira entrega ocorreu em 2015, do canhão de 30 mm, se destaca o uso do míssil talidade de uma aeronave de ataque, realmente”, e a última deve ocorrer em 2022. Até o ano ar-superfície Ataka, já em uso na Força Aérea explica o Cel. Oliveira, referindo-se à futura ope- seguinte, 2023, deve estar concluída a compra Brasileira (com os Mi-35M). ração do helicóptero específico de ataque, com dos mísseis. Após isso, o Exército pretende dar Por fim, mas de jeito algum menos considerado sensores completos e armas avançadas, incluindo um passo significativo para a sua Aviação: a pela AvEx que os dois anteriores, o italiano os mísseis ar-superfície. E as avaliações em anda- aquisição dos seus primeiros helicópteros ge- A129 Mangusta entrou em operação na Itália mento pelo GEA do que seriam os “pré-candida- nuinamente de ataque. ainda na década de 1980, mas tem recebido tos” revela outra diretriz definida no Programa versões cada vez mais modernas, desenvolvi- Estratégico para a AvEx: reduzir a dependência Aeronave de ataque das pela AgustaWestland, que hoje faz parte de praticamente um só fabricante. A frota atual, do conglomerado Leonardo. A mais avançada a curto prazo, será composta de quatro HM-4 O plano é incorporar 12 aeronaves capazes de destas, em serviço na Itália, é o A129CBT, e os Black Hawk, da norte-americana Sikorsky, e “aprofundar o combate”. Para isso estão em Mangusta italianos já entraram em ação na Ma- 92 helicópteros do grupo Airbus, sendo 34 HA-1, avaliação o norte-americano AH-1Z Viper, o cedônia, Angola, Somália, Iraque e Afeganistão, 34 HM-1, 8 HM-3 e 16 HM-4, sendo que estes russo Mi-28NE e o italiano AW129 Mangusta. com excelentes resultados. Houve apenas uma últimos ainda estão em fase de entrega. Qualquer um dos três com certeza representa- exportação até momento — mas essa foi muito ria uma significativa evolução na capacidade interessante — para a Turquia, que preferiu o O retorno da operação de ataque e reconhecimento armado da AvEx, modelo italiano, oferecido numa versão nova, com asa fixa sendo todos caracterizados pela disposição de desenvolvida em conjunto (T129 Atak), com a dois tripulantes sentados em tandem, como em qual está substituindo os seus antigos AH-1F Um novo meio aéreo já está certo para entrar um avião de caça, a presença de um canhão em Cobra e AH-1W SuperCobra. Recentemente, o em operação em 2021: os quatro aviões C-23B uma torreta frontal, asas para fixação de arma- Paquistão assinou um contrato de compra de Sherpa, adquiridos dos estoques do US Army mentos extras e blindagem capaz de resistir a 30 T129, diretamente da Turquia. (Exército norte-americano), por meio do FMS disparos de múltiplos calibres. O equivalente ao T129 produzido na Itália, e já (Foreign Military Sales, sistema do governo O AH-1Z (ver ASAS 100), que se caracteriza testado pelo GEA — com muito boa impressão, norte-americano de venda de materiais de pelas quatro pás do motor, em vez das duas dos aliás —, é o AW129. Os A129CBT italianos são Defesa para nações amigas) por iniciativa do

60

56_61_avex.indd 60 06/09/2018 15:36:29 seus precursores, similares, mas ainda usam a motorização foi declarado Rolls-Royce Gem, enquanto o AW129 (assim

pronto para com- como o T129) utiliza as novas turbinas LHTEC FOTO – EXÉRCITO BRASILEIRO bate no United T800, que tem potência máxima de 1.563 shp States Marine (contra o máximo de 1.000 shp da GEM). Corps em 2010. O Tem circulado muitos rumores sobre a oferta Paquistão já en- de aeronaves usadas para a AvEx, como lotes Os atuais Black Hawk (foto), assim comendou a aero- de AH-1W SuperCobra, de estoques do USMC como os Cougar, deverão ser nave, que também (United States Marine Corps, Fuzileiros Navais substituídos a médio prazo, sendo deve ser operada norte-americanos). De concreto, a reportagem que um dos modelos avaliados é o pelo Bahrein. de ASAS obteve que existe de fato essa oferta UH-60M, versão modernizada do próprio Black Hawk e que começou O Mi-28NE, ao dos SuperCobra, mas existe também uma do a ser entregue às Forças Armadas contrário dos Governo italiano, junto com a Leonardo, de norte-americanas em 2006 Mi-35M utilizados exemplares em estoque de A129C/D Mangusta. na Força Aérea Porém, o Cel. Oliveira reafirmou o objetivo da Brasileira, não AvEx de adquirir exemplares novos de fábrica, e Comando Logístico do Exército (CoLog), que desde 1941, quando sua antiga Aviação Militar última modernizada será entregue em 2023. tem capacidade não aparelhos usados. buscava uma forma rápida e barata de apoiar deixou de existir, com a passagem de todas as E, assim como no caso dos helicópteros de secundária para A compra das aeronaves de ataque, contudo, as tropas isoladas nas regiões da fronteira ama- suas aeronaves para a então recém-criada FAB. ataque, o planejamento do Exército também en- transporte de depende dos recursos para a modernização do zônica. Pode-se dizer que os C-23B Sherpa são Com capacidade para transportar 3.500 kg de volve completar a modernização do HM-1 para Um dos novos Super Pantera tropa: são helicóp- Fennec e do Pantera. Só após o término desses como uma solução interina, fruto de uma opor- carga ou 30 passageiros, o C-23B Sherpa foi adquirir a aeronave que deverá ser o HM-5. Sua K2 da AvEx. A modernização teros mais leves e contratos será a realizada seleção oficial da nova tunidade. No planejamento estratégico da AvEx, desenvolvido pela antiga empresa Short missão será substituir os dois modelos de he- ampliou praticamente todo manobráveis. Está aeronave. A perspectiva da AvEx é ter uma frota levando em consideração os demais programas Brothers, da Irlanda do Norte, hoje parte do licópteros de manobra (HM) mais antigos em o envelope operacional da em operação desde de 12 unidades do novo helicóptero de ataque e prioridades, a aquisição de aviões utilitários e grupo Bombardier. A produção também foi operação, os HM-2 Black Hawk e HM-3 Cou- aeronave, que deverá se manter como um dos principais tipos 1982 na Rússia, até 2031. Até lá, os Fennec, armados com mísseis multifuncionais, de uso tático, na quantidade de curta: apenas 125 unidades saíram da fábrica, gar. Nesse caso, hoje se vislumbra a participação no inventário da AvEx ainda com versões mais modernos, cumprirão a missão e manterão as 12 aparelhos, não era prevista para agora, mas a tendo a linha de montagem sido encerrada em de três concorrentes. O primeiro é o UH-1Y por um bom tempo modernas também tripulações adestradas. Esse tempo até a chegada partir de 2025. E seriam exemplares novos. 1992. A confiança justificada do Exército no Venom, também chamado de Super Huey, o já adotadas por do tipo de ataque “genuíno”, entretanto, “não nos Com a negociação via FMS, pelo CoLog, ava- C-23B vem de sua operação com as Forças mais recente desenvolvimento da Bell para o

FOTO – CLAUDIO LUCCHESI Argélia, Índia, impede de já irmos desenvolvendo a doutrina, liou-se a aquisição de dois lotes de C-23B, de Armadas dos Estados Unidos, quando chegou venerável UH-1 Huey. Biturbina, o Venom está Iraque, Quênia e de treinar o nosso piloto e a nossa tripulação. A quatro aeronaves cada um, e um terceiro lote inclusive a atuar no cenário iraquiano na década em operação com o USMC há dez anos, tendo A modernização dos Fennec começou em Venezuela, que recebeu 10 Mi-28 em 2010. Além gente já está com o nosso pessoal com a men- possível, compondo então o total de 12. Porém, passada. O embarque e o desembarque facilita- eletrônica de bordo compatível com o século 2011. A primeira entrega ocorreu em 2015, do canhão de 30 mm, se destaca o uso do míssil talidade de uma aeronave de ataque, realmente”, no estudo subsequente, apesar do cockpit origi- dos pela grande porta de carga e a possibilidade 21 e potência suficiente para levar até 10 mili- e a última deve ocorrer em 2022. Até o ano ar-superfície Ataka, já em uso na Força Aérea explica o Cel. Oliveira, referindo-se à futura ope- nal ser compatível com OVN, era analógico, daí de decolar com peso máximo em apenas 600 m tares ou 3.020 kg de carga. Outro concorrente seguinte, 2023, deve estar concluída a compra Brasileira (com os Mi-35M). ração do helicóptero específico de ataque, com sendo planejada uma modernização antes da são os principais destaques da aeronave. deve ser o UH-60M, nova versão do Black dos mísseis. Após isso, o Exército pretende dar Por fim, mas de jeito algum menos considerado sensores completos e armas avançadas, incluindo entrada de serviço, que consistiria principalmen- Hawk com motores T700-701D da General um passo significativo para a sua Aviação: a pela AvEx que os dois anteriores, o italiano os mísseis ar-superfície. E as avaliações em anda- te num novo cockpit, todo digital (e compatível Pantera K2 e um novo Electric. O US Army deve adquirir quase mil aquisição dos seus primeiros helicópteros ge- A129 Mangusta entrou em operação na Itália mento pelo GEA do que seriam os “pré-candida- com OVN). No momento, são esses custos de helicóptero de manobra unidades para substituir as versões mais antigas, nuinamente de ataque. ainda na década de 1980, mas tem recebido tos” revela outra diretriz definida no Programa modernização que estão sendo avaliados, uma e o tipo é mais potente e leva mais carga que versões cada vez mais modernas, desenvolvi- Estratégico para a AvEx: reduzir a dependência vez que se mostraram acima do inicialmente Entre os projetos já em andamento, um dos de o UH-1Y. Por fim, há o AW149, da Leonardo, Aeronave de ataque das pela AgustaWestland, que hoje faz parte de praticamente um só fabricante. A frota atual, previsto. Fruto desse contexto, conforme a nossa maior relevância é a modernização dos helicóp- uma aeronave totalmente nova, cujo primeiro do conglomerado Leonardo. A mais avançada a curto prazo, será composta de quatro HM-4 reportagem apurou junto à AvEx, a aquisição teros de manobra Pantera para o padrão chama- voo ocorreu em 2009, e hoje já está em opera- O plano é incorporar 12 aeronaves capazes de destas, em serviço na Itália, é o A129CBT, e os Black Hawk, da norte-americana Sikorsky, e dos C-23B poderá se restringir ao lote inicial de do de Super Pantera K2. Com estrutura reforça- ção com o Exército da Tailândia. Com capaci- “aprofundar o combate”. Para isso estão em Mangusta italianos já entraram em ação na Ma- 92 helicópteros do grupo Airbus, sendo 34 HA-1, apenas quatro aeronaves, que poderão entrar em da e renovada, o tipo ganhou um novo cockpit dade de levar até 12 combatentes ou 2.720 kg de avaliação o norte-americano AH-1Z Viper, o cedônia, Angola, Somália, Iraque e Afeganistão, 34 HM-1, 8 HM-3 e 16 HM-4, sendo que estes serviço com um novo cockpit ou mesmo com a digital, plenamente integrado com OVN. Além carga, é equipado com dois motores CT7-2E1 e russo Mi-28NE e o italiano AW129 Mangusta. com excelentes resultados. Houve apenas uma últimos ainda estão em fase de entrega. cabine analógica atual — uma vez que esta já é disso, os novos motores Arriel 2C2CG, com 30% tem velocidade máxima de 310 km/h. Qualquer um dos três com certeza representa- exportação até momento — mas essa foi muito compatível com OVN. Em paralelo, será manti- a mais de potência, ampliaram o peso máximo Para uma força recriada há pouco mais de 30 ria uma significativa evolução na capacidade interessante — para a Turquia, que preferiu o O retorno da operação do o plano original da Aviação do Exército, que de decolagem em 200 kg, chegando a 4.300 kg, anos e que precisou literalmente (re)aprender a de ataque e reconhecimento armado da AvEx, modelo italiano, oferecido numa versão nova, com asa fixa prevê a compra de doze novas aeronaves de asa o que permite que a cada missão sejam agora voar, a Aviação do Exército se destaca hoje como sendo todos caracterizados pela disposição de desenvolvida em conjunto (T129 Atak), com a fixa, novas, a partir de 2025 — que poderão ser transportados, além da tripulação, nove milita- uma das Forças de seu tipo mais poderosas e dois tripulantes sentados em tandem, como em qual está substituindo os seus antigos AH-1F Um novo meio aéreo já está certo para entrar de outro modelo, pois a preferência é por exem- res, e não sete. O alcance passou de 400 km para organizadas da América Latina, tendo capacida- um avião de caça, a presença de um canhão em Cobra e AH-1W SuperCobra. Recentemente, o em operação em 2021: os quatro aviões C-23B plares novos de produção. 450 km, e a velocidade de cruzeiro, de 125 nós de de atuar tanto em missões típicas de guerra uma torreta frontal, asas para fixação de arma- Paquistão assinou um contrato de compra de Sherpa, adquiridos dos estoques do US Army Seja como for, além de cumprirem a missão para 140 nós (230 km/h para 260 km/h). Outra quanto em operações complexas, como a inter- mentos extras e blindagem capaz de resistir a 30 T129, diretamente da Turquia. (Exército norte-americano), por meio do FMS logística, os C-23B também servirão para o mudança foi a redução do ruído. venção no Rio de Janeiro. E seu programa de disparos de múltiplos calibres. O equivalente ao T129 produzido na Itália, e já (Foreign Military Sales, sistema do governo desenvolvimento da nova doutrina de asa fixa. A primeira entrega realizada pela Helibras/ modernização e ampliação, descrito aqui, longe O AH-1Z (ver ASAS 100), que se caracteriza testado pelo GEA — com muito boa impressão, norte-americano de venda de materiais de Afinal, com a chegada dos Sherpa, o Exército Airbus, que também cuida da modernização de ser ousado, busca caminhos lógicos para aten- pelas quatro pás do motor, em vez das duas dos aliás —, é o AW129. Os A129CBT italianos são Defesa para nações amigas) por iniciativa do recuperará a operação de aviões, interrompida dos HA-1, aconteceu em 2015; prevê-se que a der às necessidades operacionais do Brasil. Q

60 61

56_61_avex.indd 60 06/09/2018 15:36:29 56_61_avex.indd 61 06/09/2018 15:36:31 VOO VIRTUAL, TREINAMENTO REAL A Aviação do Exército avança em simuladores e já tem condições de fazer treinamentos que vão da formação básica de pilotos até jogos de guerra

O Simulador de Helicóptero Fennec/Esquilo (SHEFE) no novo Centro de Simulação FOTO – SPENCER CAMPOS

62

62_65_ciavex simuladores.indd 62 06/09/2018 15:35:42 VOO VIRTUAL, TREINAMENTO REAL A Aviação do Exército avança em simuladores e já tem condições de fazer treinamentos que vão da formação básica de pilotos até jogos de guerra

Por Claudio Lucchesi e Humberto Leite

lém de atuar como frota de helicópteros E foi no CIAvEx, olhando sempre para o res. Com o passar dos anos, o projeto foi sendo Ade ataque e reconhecimento armado, em futuro, que se iniciou o processo de desenvolvi- aperfeiçoado e novas tecnologias foram incor- breve equipada até com mísseis ar-terra, a frota mento tecnológico que acabaria por resultar no poradas. Em 2005, foi realizada a primeira ins- de helicópteros HA-1 da Aviação do Exér- domínio, pela Aviação do Exército (AvEx), de trução de Crew Resources Management (CRM, cito é utilizada para a formação dos futuros sofisticadas ferramentas de simulação. gerenciamento de tripulação) utilizando o simu- aviadores, com a versão AS350L1 Esquilo O simulador de voo foi desenvolvido pelo inte- lador. Três anos depois, dentro das instalações sendo o aparelho-padrão de treinamento do resse, pela dedicação e pelo trabalho voluntário do CIAvEx, era inaugurado o primeiro Centro CIAvEx (Centro de Instrução da Aviação do dos militares do Centro, num projeto iniciado de Simulação. E no fim daquele mesmo ano de Exército), localizado em Taubaté (SP), no com- em 2002, quando foi inaugurada a primeira 2008, foram entregues cinco cabines réplicas da plexo da Base de Aviação do Exército (BAvEx). instalação com comandos simples e três projeto- aeronave Esquilo. Em 2009, pela primeira vez

O SHEFE em ação. É possível ver as posições de trabalho dentro do simulador

O Simulador de Helicóptero Fennec/Esquilo (SHEFE) no novo Centro de Simulação FOTOS – CLAUDIO LUCCHESI FOTO – SPENCER CAMPOS

62 63

62_65_ciavex simuladores.indd 62 06/09/2018 15:35:42 62_65_ciavex simuladores.indd 63 06/09/2018 15:35:49 foi ministrada instrução para o CPC (Curso de que o curso Piloto de Combate) em ambiente simulado. avance além Num passo seguinte, com empenho decisivo dos das capacida- militares do CIAvEx e participação do CeTEx des básicas.” (Centro Tecnológico do Exército) e da empresa Agora, todo privada Spectra Tecnologia, passou a ser desen- aviador volvido, a partir de 2008, um simulador do tipo formado Full Flight Simulator (FFS), com movimentos já recebe Nas excelentes instalações do Centro de Simulação atual, estão em nos três eixos (“full motion”), tornando a “imer- treinamento operação cinco simuladores estáticos do tipo FTD (Flight Training são” virtual praticamente total. Este tornou-se para voo por Device, Instrumento de Treinamento de Voo). Aqui, um deles — já com a cabine digital do Fennec modernizado — em plena instrução uma realidade como o Simulador de Helicóptero instrumentos, Fennec/Esquilo (SHEFE), colocado em operação óculos de em julho de 2016, quando então foi acomodado visão noturna (OVN) e pilotagem tática, o que o CA-Sul se conecta ao CIAvEx por meio de num Centro de Simulação totalmente novo, antes exigia o retorno ao CIAvEx para a reali- uma rede interna do Exército. Além de questões inaugurado em 11 de março daquele ano (sua zação de cursos complementares. A chegada do de banda larga da rede, para que os sistemas de construção fora iniciada em 2013), na primeira SHEFE também representou a queda dos custos. simulação possam operar juntos, ambos preci- etapa de um crescimento das instalações da Uma hora em simulador representa cerca de sam “conversar”: o piloto do helicóptero precisa BAvEx, no lado sul da pista do aeródromo. E esse 10% do preço de uma hora em aeronave. ver o blindado como um blindado, e vice-versa. trabalho modificou completamente a formação “É muito importante para nós sabermos fazer O terreno criado virtualmente também precisa dos aviadores da AvEx. a manutenção”, afirma o Major Vizaco. Segun- ser exatamente igual. São esses os desafios que Hoje, todos os pilotos “voam” no simulador cada do ele, mesmo os problemas mais complexos, estão sendo enfrentados hoje, visando que, no uma das etapas de voo antes de realizarem os que exigem a presença de técnicos vindos da futuro, possam ser feitos treinos e exercícios mesmos passos no helicóptero real. “No que se cidade de São Paulo, podem ser resolvidos em virtuais entre as tripulações dos helicópteros no refere à quantidade de horas de voo real, não poucas horas. CIAvEx e as dos blindados no CA-Sul. tivemos uma redução, continuam sendo cerca Hoje, o CIAvEx trabalha para a melhoria da Outro grande desafio é o de integrar a simulação de 80 horas. Porém, agora, o nosso piloto, na qualidade da simulação, com ampliação do seu do CIAvEx ao Sistema de Simulação de Apoio formação, acumula cerca de 40 horas em simu- leque de possibilidades. Para isso já existem de Fogo. “É um sistema muito bom para treinar lação. Então, a simulação hoje resulta não numa parcerias com a Universidade de Taubaté (Uni- apoio de fogo, seja para infantaria, seja para redução das horas de voo, mas numa formação tau), que entrega desenvolvimentos na área de artilharia ou cavalaria; um sistema muito com- total, final, de melhor qualidade”, explica o Ma- imagens virtuais graças ao trabalho dos seus plexo e com arquitetura muito boa”, completa o jor Carlos Alberto Cruz Vizaco, da Divisão de pesquisadores da pós-graduação. Também há Tenente-Coronel Márcio. Simulação do Centro de Instrução de Aviação um protocolo de entendimentos com a Univer- E este ano, em julho, foi iniciada mais uma etapa do Exército (CIAvEx). “Não há qualquer fase do sidade do Vale do Itajaí (Univali). dos treinamentos virtuais no CIAvEx, a chamada curso de voo que não passe antes pelo simula- Outro esforço constante é o de integração com “simulação construtiva”. É quando um software dor”, completa. O resultado principal é que os os demais simuladores do Exército Brasileiro cria um “jogo de guerra” para o treinamento de novos pilotos agora ficam preparados mais rapi- (EB). Já foram realizados treinamentos com o um Estado-Maior. O primeiro exercício do tipo damente para atingir os estágios do treinamento. Centro de Adestramento Sul (CA-Sul), onde é reuniu militares de todos os batalhões da AvEx, Por exemplo, a habilidade de fazer um voo paira- feita a simulação de blindados. “Essa integração é que precisaram conduzir decisões de um conflito do está sendo alcançada bem antes. Isso permite importante porque um dos maiores inimigos do simulado a partir de situações criadas virtual- helicóptero mente, como a perda de aeronaves, limitações de no terreno combustível ou até o sucesso ou o insucesso do Os FTD permitem a instrução para as missões com emprego de óculos de visão noturna é o blinda- avanço no terreno. (OVN). Entre os projetos em andamento, está do”, explica “Você proporciona um treinamento muito mais o desenvolvimento de simuladores também o Tenente- efetivo para o Estado-Maior em suas capacida- para os helicópteros Super Pantera K2 -Coronel des”, explica o Tenente-Coronel Márcio. “Foi a Alessandro primeira vez que se utilizou a simulação cons- Márcio da trutiva com as unidades da Aviação do Exército, FOTOS – CLAUDIO LUCCHESI Silva, Chefe trabalhando seu Estado-Maior com a simulação da Divisão virtual, e essas unidades empregando as peças de de Simu- manobra nessa simulação virtual.” lação do Mais que treinar procedimentos, hoje, a simu- CIAvEx. lação ajuda na efetiva formação de tripulantes Localizado do Estado-Maior e na criação de doutrina. Esta em Santa última, sem dúvidas, é o maior avanço da Avia- Maria (RS), ção do Exército com destino ao seu futuro. Q

64

62_65_ciavex simuladores.indd 64 06/09/2018 15:35:52 foi ministrada instrução para o CPC (Curso de que o curso Piloto de Combate) em ambiente simulado. avance além Num passo seguinte, com empenho decisivo dos das capacida- militares do CIAvEx e participação do CeTEx des básicas.” (Centro Tecnológico do Exército) e da empresa Agora, todo privada Spectra Tecnologia, passou a ser desen- aviador volvido, a partir de 2008, um simulador do tipo formado Full Flight Simulator (FFS), com movimentos já recebe Nas excelentes instalações do Centro de Simulação atual, estão em nos três eixos (“full motion”), tornando a “imer- treinamento operação cinco simuladores estáticos do tipo FTD (Flight Training são” virtual praticamente total. Este tornou-se para voo por Device, Instrumento de Treinamento de Voo). Aqui, um deles — já com a cabine digital do Fennec modernizado — em plena instrução uma realidade como o Simulador de Helicóptero instrumentos, Fennec/Esquilo (SHEFE), colocado em operação óculos de em julho de 2016, quando então foi acomodado visão noturna (OVN) e pilotagem tática, o que o CA-Sul se conecta ao CIAvEx por meio de num Centro de Simulação totalmente novo, antes exigia o retorno ao CIAvEx para a reali- uma rede interna do Exército. Além de questões inaugurado em 11 de março daquele ano (sua zação de cursos complementares. A chegada do de banda larga da rede, para que os sistemas de construção fora iniciada em 2013), na primeira SHEFE também representou a queda dos custos. simulação possam operar juntos, ambos preci- etapa de um crescimento das instalações da Uma hora em simulador representa cerca de sam “conversar”: o piloto do helicóptero precisa BAvEx, no lado sul da pista do aeródromo. E esse 10% do preço de uma hora em aeronave. ver o blindado como um blindado, e vice-versa. trabalho modificou completamente a formação “É muito importante para nós sabermos fazer O terreno criado virtualmente também precisa dos aviadores da AvEx. a manutenção”, afirma o Major Vizaco. Segun- ser exatamente igual. São esses os desafios que Hoje, todos os pilotos “voam” no simulador cada do ele, mesmo os problemas mais complexos, estão sendo enfrentados hoje, visando que, no uma das etapas de voo antes de realizarem os que exigem a presença de técnicos vindos da futuro, possam ser feitos treinos e exercícios mesmos passos no helicóptero real. “No que se cidade de São Paulo, podem ser resolvidos em virtuais entre as tripulações dos helicópteros no refere à quantidade de horas de voo real, não poucas horas. CIAvEx e as dos blindados no CA-Sul. tivemos uma redução, continuam sendo cerca Hoje, o CIAvEx trabalha para a melhoria da Outro grande desafio é o de integrar a simulação de 80 horas. Porém, agora, o nosso piloto, na qualidade da simulação, com ampliação do seu do CIAvEx ao Sistema de Simulação de Apoio formação, acumula cerca de 40 horas em simu- leque de possibilidades. Para isso já existem de Fogo. “É um sistema muito bom para treinar lação. Então, a simulação hoje resulta não numa parcerias com a Universidade de Taubaté (Uni- apoio de fogo, seja para infantaria, seja para redução das horas de voo, mas numa formação tau), que entrega desenvolvimentos na área de artilharia ou cavalaria; um sistema muito com- total, final, de melhor qualidade”, explica o Ma- imagens virtuais graças ao trabalho dos seus plexo e com arquitetura muito boa”, completa o jor Carlos Alberto Cruz Vizaco, da Divisão de pesquisadores da pós-graduação. Também há Tenente-Coronel Márcio. Simulação do Centro de Instrução de Aviação um protocolo de entendimentos com a Univer- E este ano, em julho, foi iniciada mais uma etapa do Exército (CIAvEx). “Não há qualquer fase do sidade do Vale do Itajaí (Univali). dos treinamentos virtuais no CIAvEx, a chamada curso de voo que não passe antes pelo simula- Outro esforço constante é o de integração com “simulação construtiva”. É quando um software dor”, completa. O resultado principal é que os os demais simuladores do Exército Brasileiro cria um “jogo de guerra” para o treinamento de novos pilotos agora ficam preparados mais rapi- (EB). Já foram realizados treinamentos com o um Estado-Maior. O primeiro exercício do tipo damente para atingir os estágios do treinamento. Centro de Adestramento Sul (CA-Sul), onde é reuniu militares de todos os batalhões da AvEx, Por exemplo, a habilidade de fazer um voo paira- feita a simulação de blindados. “Essa integração é que precisaram conduzir decisões de um conflito do está sendo alcançada bem antes. Isso permite importante porque um dos maiores inimigos do simulado a partir de situações criadas virtual- helicóptero mente, como a perda de aeronaves, limitações de no terreno combustível ou até o sucesso ou o insucesso do Os FTD permitem a instrução para as missões com emprego de óculos de visão noturna é o blinda- avanço no terreno. (OVN). Entre os projetos em andamento, está do”, explica “Você proporciona um treinamento muito mais o desenvolvimento de simuladores também o Tenente- efetivo para o Estado-Maior em suas capacida- para os helicópteros Super Pantera K2 -Coronel des”, explica o Tenente-Coronel Márcio. “Foi a Alessandro primeira vez que se utilizou a simulação cons- Márcio da trutiva com as unidades da Aviação do Exército, FOTOS – CLAUDIO LUCCHESI Silva, Chefe trabalhando seu Estado-Maior com a simulação da Divisão virtual, e essas unidades empregando as peças de de Simu- manobra nessa simulação virtual.” lação do Mais que treinar procedimentos, hoje, a simu- CIAvEx. lação ajuda na efetiva formação de tripulantes Localizado do Estado-Maior e na criação de doutrina. Esta em Santa última, sem dúvidas, é o maior avanço da Avia- Maria (RS), ção do Exército com destino ao seu futuro. Q

64

62_65_ciavex simuladores.indd 64 06/09/2018 15:35:52 62_65_ciavex simuladores.indd 65 06/09/2018 15:35:54 Conheça o Skyfire-70, uma das novas armas da AvEx

Por Humberto Leite FOTOS – AVIBRAS

66

66_67_avibras correta.indd 66 06/09/2018 16:11:08 ntegrante dos novos sistemas de armas ro, antipessoal, antimaterial, flechete, antipista mísseis de cruzeiro e foguetes guiados, atual- Ique vão ser adotados pela Aviação do e exercício e espoletas apropriadas. Destaque mente em desenvolvimento na empresa. Exército (AvEx), o foguete não guiado para a cabeça de guerra antipista: ela é feita O desenvolvimento do Skyfire teve como Skyfire-70, da Avibras, constituído por fo- para explodir somente após penetrar no asfal- base a experiência da Avibras com os fo- guetes de 70 mm de uso tanto ar-terra quan- to, aumentando o tamanho da cratera. guetes SBAT-70, de uso ar-terra. O novo to superfície-superfície, é um dos novos Já no emprego superfície-superfície, o sistema, contudo, se destaca pelo maior produtos da indústria brasileira de Defesa Sistema Skyfire é utilizado como foguete alcance e pela guiagem inteligente. A que tem tudo para alcançar sucesso no de artilharia de saturação para alcance de Avibras também produz diferentes moto- mercado internacional. Como armamento até 12 km e pode ser disparado a partir de res-foguetes para a Marinha do Brasil e a utilizado por aeronaves, como vimos nesta um lançador rebocável ou montado em Força Aérea Brasileira; sistemas fixos ou edição, deve ser visto logo com os helicóp- um veículo 4x4. Nessa função, é adequado móveis de C4ISTAR (Comando, Controle, teros HA-1, da AvEx, assim como nos tur- para forças especiais ou artilharia leve, Comunicação, Computação, Inteligência, boélices de ataque A-29 Super Tucano, da com capacidade de disparar uma rajada de Vigilância, Aquisição de Alvo e Reconheci- Força Aérea Brasileira (FAB). Em aeronaves 36 foguetes de 70 mm em 12 segundos. O mento); e Aeronave Remotamente Pilotada podem ser utilizados lançadores para 36 foguete 70 mm também é utilizado como (ARP), o Falcão. foguetes (AV-LM-12/36), 19 (AV-70/19-SF) munição de treinamento (subcalibre) no Com a certificação do Ministério da De- e sete (AV-LM-70/7-SF). ASTROS (Sistema de Foguetes de Artilharia fesa como “Empresa Estratégica de Defesa Os motores-foguetes, cabeças de guerra e para Saturação de Área). (EED)”, a Avibras tornou-se ainda mais lançadores múltiplos do Skyfire-70 já estão O Skyfire-70 foi apresentado na primeira competitiva nos mercados interno e exter- certificados pelo Divisão de Certificação de edição da Kuwait Aviation Show, em 2018. no, sendo atualmente uma das 100 maiores Produto Aeroespacial do IFI (Instituto de Neste ano também esteve na feira Eurosa- empresas de exportação do Brasil. Outro Fomento e Coordenação Industrial)/DCTA tory, em Paris. O produto já foi exportado e ponto a ser ressaltado é que a empresa tem (Departamento de Ciência e Tecnologia utilizado em operações reais. A empresa, em um Código de Conduta, repudiando práti- Aeroespacial). Os foguetes utilizam prope- atividade há 50 anos, é reconhecida interna- cas de corrupção e promovendo negócios lente sólido do tipo composite, são providos cionalmente por soluções para o setor ae- sustentáveis e éticos. O Código regula desde de empenas estabilizadoras e dispõem de roespacial e pela produção de armamentos e práticas simples, como a troca de brindes, uma variedade de cabeças de guerra. Cada blindados. Com sede em São José dos Cam- até os tipos de relacionamento que são foguete é constituído por um motor-foguete pos (SP) e instalações industriais no Vale desenvolvidos com clientes. Considerando e uma cabeça de guerra com espoleta. do Paraíba (Jacareí e Lorena), coração do ser uma empresa que representa o Brasil no São dois motores-foguetes disponíveis: AV-SF principal parque tecnológico e aeronáutico exterior, certamente a busca de boas práticas 70 M9 e M10. As cabeças de guerra disponí- do Brasil, a Avibras destaca-se pela produção faz diferença para toda a Base Industrial de veis possuem efeitos específicos como anticar- do Sistema ASTROS 2020, capaz de lançar Defesa brasileira. Q

67

66_67_avibras correta.indd 67 06/09/2018 16:11:12 A ATUAL ESTRUTURA DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO

Por Humberto Leite FOTO – EXÉRCITO BRASILEIRO FOTOS – CLAUDIO LUCCHESI

Aviação Militar do Exército Brasileiro a obter brevê, em 1912, na França. O volvem missões de transporte, infiltração e A(EB) foi extinta em 1941, com a criação CmdoAvEx está sediado em Taubaté (SP), exfiltração de tropas. da Força Aérea Brasileira (FAB), mas, em onde também estão sediados o 1º e o 2º O 2º BAvEx, Batalhão Guerreiro, tem estru- 1986, foi recriada com o objetivo de reali- Batalhão de Aviação do Exército. tura semelhante: uma esquadrilha de reco- zar missões específicas em apoio às tropas O 1º BAvEx, chamado de Batalhão Falcão, nhecimento e ataque e duas esquadrilhas de terrestres, com a designação de Aviação do tem três esquadrilhas. A primeira é equipada emprego geral. A diferença é que a frota da Exército (AvEx). com aeronaves HA-1 e desenvolve ações de terceira, em vez de contar com o HM-4 Cara- Em sua estrutura atual, o Comando de Avia- ataque, reconhecimento, escolta, incursão, cal, emprega o HM-3 Cougar. ção do Exército (CmdoAvEx, ou CAvEx) é infiltração e exfiltração. A segunda tem he- Em Campo Grande (MS), na área militar chamado de “Brigada Ricardo Kirk”, uma licópteros HM-1 Pantera, e a terceira está da Base Aérea de Campo Grande (BACG), homenagem ao primeiro militar do Exército equipada com o HM-4 Jaguar; ambas desen- da Força Aérea Brasileira, está sediado o

68

68_69_avex estrutura.indd 68 05/09/2018 08:09:38 HM-1 (AS365K2 Pantera)

3º BAvEx, Batalhão Pantera. Lá são duas es- A ATUAL ESTRUTURA DA quadrilhas, uma de reconhecimento e ataque, com helicópteros HA-1, e outra de emprego geral, com HM-1 Pantera. Por fim, em Manaus (AM), ao lado da pista da Base Aérea de Manaus, está o 4º Batalhão de Aviação do Exército, chamado de “Bata- AVIAÇÃO DO EXÉRCITO lhão Coronel Ricardo Pavanello”, homenagem póstuma ao ex-comandante e entusiasta da unidade. O 4º BAvEx conta com duas esqua- Por Humberto Leite drilhas de emprego geral e opera helicópteros HM-1 Pantera, HM-2 Black Hawk e HM-3 Cougar. Uma nova esquadrilha deve ser cria- da no 4º BAvEx para receber as aeronaves C-23B Sherpa. Em Taubaté (SP), também está sediado o Batalhão de Manutenção e Suprimento de Aviação do Exército, responsável pela manutenção avançada de todas as aerona- cipação das Operação Traíra, em 1991, até Campo Grande e Manaus são subordinados, ves. O mesmo complexo também sedia o grandes eventos, começando pela Eco 20 e, respectivamente, aos Comandos Militares FOTO – EXÉRCITO BRASILEIRO Centro de Instrução de Aviação do Exér- posteriormente, a Rio +20, a Copa do Mundo, do Oeste e da Amazônia. cito (CIAvEx), que ministra os cursos de os Jogos Olímpicos, a Copa das Confedera- Atualmente, o General de Brigada Carlos formação e articula, junto aos esquadrões, ções, a Jornada Mundial da Juventude e uma Waldyr Aguiar está à frente da Aviação do o treinamento dos tripulantes. Desde 1991, série de missões no escopo das operações de Exército. Ex-comandante do CIAvEx, o Ge- o CIAvEx já formou mais de 8 mil alunos, Garantia da Lei e da Ordem (GLO). neral Aguiar serviu no 3º e no 4º Batalhão, entre oficiais e sargentos, nos cursos de O CmdoAvEx é subordinado ao Comando tendo comandado este último. Possui mais pilotagem e manutenção. de Operações Terrestres (COTer) e ao Co- de 2.300 horas de voo, nas aeronaves HA-1, O histórico da AvEx envolve desde a parti- mando Militar do Sudeste. Os batalhões de HM-1 e HM-2. Q

HM-3 (AS532 Cougar) FOTOS – CLAUDIO LUCCHESI

Aviação Militar do Exército Brasileiro a obter brevê, em 1912, na França. O volvem missões de transporte, infiltração e A (EB) foi extinta em 1941, com a criação CmdoAvEx está sediado em Taubaté (SP), exfiltração de tropas. da Força Aérea Brasileira (FAB), mas, em onde também estão sediados o 1º e o 2º O 2º BAvEx, Batalhão Guerreiro, tem estru- 1986, foi recriada com o objetivo de reali- Batalhão de Aviação do Exército. tura semelhante: uma esquadrilha de reco- zar missões específicas em apoio às tropas O 1º BAvEx, chamado de Batalhão Falcão, nhecimento e ataque e duas esquadrilhas de terrestres, com a designação de Aviação do tem três esquadrilhas. A primeira é equipada emprego geral. A diferença é que a frota da Exército (AvEx). com aeronaves HA-1 e desenvolve ações de terceira, em vez de contar com o HM-4 Cara- Em sua estrutura atual, o Comando de Avia- ataque, reconhecimento, escolta, incursão, cal, emprega o HM-3 Cougar. ção do Exército (CmdoAvEx, ou CAvEx) é infiltração e exfiltração. A segunda tem he- Em Campo Grande (MS), na área militar chamado de “Brigada Ricardo Kirk”, uma licópteros HM-1 Pantera, e a terceira está da Base Aérea de Campo Grande (BACG), homenagem ao primeiro militar do Exército equipada com o HM-4 Jaguar; ambas desen- da Força Aérea Brasileira, está sediado o

68 69

68_69_avex estrutura.indd 68 05/09/2018 08:09:38 68_69_avex estrutura.indd 69 05/09/2018 08:09:42 70_77_raf 100.indd 70 70 FOTOS – RICARDO PADOVESE Mk.XIVe na 1ªGuerra Mundial primeiro-ministro britânico George, Lloyd David

FOTO – WIKIMEDIA COMMONS General JanGeneral Christian Smuts

FOTO – WIKIMEDIA COMMONS 06/09/2018 15:15:55 70_77_raf 100.indd 70 70 FOTOS – RICARDO PADOVESE Supermarine Spitfire Mk.XIVe na 1ªGuerra Mundial primeiro-ministro britânico George, Lloyd David

FOTO – WIKIMEDIA COMMONS General JanGeneral Christian Smuts

FOTO – WIKIMEDIA COMMONS 06/09/2018 15:15:55 70_77_raf 100.indd 71 Por Claudio Lucchesi 06/09/2018 15:15:58 VÍDEO TEM AQUI 71 AQUI TEM VÍDEO

Bombardeiro Avro Lancaster acompanhado de caças Spitfire e Hurricane FOTOS – RICARDO PADOVESE

m 30 de maio de 1915, Londres pela pri- Emeira vez foi alvo de um bombardeio aéreo, quando 120 pequenas bombas incendiárias, de 11 kg cada uma, foram lançadas pelo Zeppelin LZ-38. Mais tarde, quando as defesas britânicas De Havilland DH.82A Tiger Moth, treinador básico. tornaram muito arriscados os reides desses Período de uso na RAF: 1932-1951 dirigíveis, os ataques passaram a ser feitos por grandes aviões bombardeiros em plena luz do dia, sendo os primeiros os Gotha, que estrearam o novo tipo de ataque em 13 de junho de 1917. dois caças britânicos perdidos. Não havia como longe disso, quando a aviação era vista, em Esses bombardeios, no verão de 1917, ceifaram ignorar o fracasso. todas as nações, apenas como uma Arma com- a vida de mais de 200 pessoas e feriram outras A nação estava ultrajada; e o primeiro-mi- plementar das Forças Armadas tradicionais de 500, mas o impacto psicológico foi imensa- nistro, o galês David Lloyd George, furioso, então — o Exército e a Marinha. mente maior. Era impensável que aeronaves ordenou ao General Jan Christian Smuts, Lloyd George tomou nota de todos os proble- inimigas pudessem voar sobre a capital do sul-africano, que fizesse uma profunda inves- mas. Ciente de que a solução só poderia vir de império “no qual o sol nunca se põe” e, pior tigação da organização, das capacidades e das “alguém de fora”, de mente aberta, capaz de lhe ainda, que pudessem lançar bombas bem nas fraquezas, tanto do RFC quanto do RNAS. oferecer, talvez, uma solução inovadora e eficaz, cabeças da Família Real. Contra os reides dos Logo Smuts verificaria que a divisão da Arma o primeiro-ministro depositou cada vez mais bombardeiros alemães contra Londres, os britâ- aérea em dois serviços distintos era inapro- confiança em Smuts. O general fazia parte do nicos mobilizaram 95 pilotos de seus então dois priada para a eficaz defesa aérea da capital e Gabinete de Guerra britânico e, mesmo antes serviços aéreos, o Royal Flying Corps (RFC, das Ilhas Britânicas. A divisão também tinha de sua auditoria, acreditava que precisavam Real Corpo Aéreo), do Exército, e o Royal Naval implicações negativas com a indústria, com os de “um Ministério do Ar apropriado, com um Air Service (RNAS, Real Serviço Aéreo Naval), requerimentos e o desenvolvimento de novas Estado-Maior do Ar... uma organização (pró- da Marinha, que se engajaram utilizando 21 aeronaves de combate. Muitas dessas conclu- pria) similar à do Exército e à da Marinha”. Ele tipos diferentes de aeronaves. O resultado de sões podem parecer lógicas, e até óbvias, à luz logo encontrou um aliado na figura do coman- tudo isso? Um único bombardeiro abatido e de nossos dias, mas em 1917 estavam muito dante-geral do RFC, o Lieutenant-General Sir

Hawker Fury Mk.I, primeiro caça da De Havilland Dominie (designação militar RAF capaz de exceder 320 km/h. do Dragon Rapide), transporte leve. Período de uso na RAF: 1931-1939 Período de uso na RAF: 1938-1946

72

70_77_raf 100.indd 72 06/09/2018 15:16:06 Bristol Blenheim Mk.I AQUI TEM VÍDEO

Bombardeiro Avro Lancaster acompanhado de caças Spitfire e Hurricane

Hawker Hurricane, caça, caça- -bombardeiro e caça noturno. Período de uso na RAF: 1937-1947 FOTOS – RICARDO PADOVESE

m 30 de maio de 1915, Londres pela pri- Emeira vez foi alvo de um bombardeio aéreo, quando 120 pequenas bombas incendiárias, de Hawker Hunter (na foto, versão F.58), usado como caça, 11 kg cada uma, foram lançadas pelo Zeppelin caça-bombardeiro, reconhecedor e treinador avançado. LZ-38. Mais tarde, quando as defesas britânicas De Havilland DH.82A Tiger Moth, treinador básico. Período de uso na RAF: 1954-1994 tornaram muito arriscados os reides desses Período de uso na RAF: 1932-1951 dirigíveis, os ataques passaram a ser feitos por grandes aviões bombardeiros em plena luz do dia, sendo os primeiros os Gotha, que estrearam o novo tipo de ataque em 13 de junho de 1917. dois caças britânicos perdidos. Não havia como longe disso, quando a aviação era vista, em David Henderson, que advogava ele próprio O fruto final do trabalho de Smuts foram agosto de 1917 e analisado no dia 24, quando, Esses bombardeios, no verão de 1917, ceifaram ignorar o fracasso. todas as nações, apenas como uma Arma com- pela criação de uma “Força Aérea” separada da dois grandes relatórios, um basicamente mi- apesar de certa oposição dos representantes do a vida de mais de 200 pessoas e feriram outras A nação estava ultrajada; e o primeiro-mi- plementar das Forças Armadas tradicionais de Marinha e do Exército, capaz de conduzir ope- litar, propondo uma defesa aérea apropriada Exército e da Marinha, foi aprovado. 500, mas o impacto psicológico foi imensa- nistro, o galês David Lloyd George, furioso, então — o Exército e a Marinha. rações aéreas com total independência, como para Londres, do que resultaria a criação da Em 23 de novembro, era aprovado o Ato de mente maior. Era impensável que aeronaves ordenou ao General Jan Christian Smuts, Lloyd George tomou nota de todos os proble- a defesa de Londres. Outras personalidades Defesa Aérea de Londres, sob comando do Constituição da Força Aérea, que, com a chan- inimigas pudessem voar sobre a capital do sul-africano, que fizesse uma profunda inves- mas. Ciente de que a solução só poderia vir de também forjaram a conclusão final de Smuts: Brigadeiro-General E.B. Ashmore; e outro que cela real, se tornou lei no dia 29. Enfim, em 7 de império “no qual o sol nunca se põe” e, pior tigação da organização, das capacidades e das “alguém de fora”, de mente aberta, capaz de lhe Lord Cowdray (escolhido por Lloyd George, no teria desdobramentos mais determinantes e março de 1918, Sua Majestade, o Rei George V, ainda, que pudessem lançar bombas bem nas fraquezas, tanto do RFC quanto do RNAS. oferecer, talvez, uma solução inovadora e eficaz, início de 1917, como presidente do Conselho históricos. Neste Smuts propunha a criação de emitia no Palácio de St. James o decreto real cabeças da Família Real. Contra os reides dos Logo Smuts verificaria que a divisão da Arma o primeiro-ministro depositou cada vez mais do Ar, cujas atribuições incluíam a produção uma Força Aérea independente para “conduzir que criava uma nova Força militar, batizada de bombardeiros alemães contra Londres, os britâ- aérea em dois serviços distintos era inapro- confiança em Smuts. O general fazia parte do aeronáutica), Lord Montagu (membro do Co- operações próprias de guerra” e ainda delinea- Força Aérea Real (RAF, Royal Air Force). nicos mobilizaram 95 pilotos de seus então dois priada para a eficaz defesa aérea da capital e Gabinete de Guerra britânico e, mesmo antes mitê de Guerra de Aeronaves), Lord Hugh Cecil va que essas operações poderiam vir a ser as Em 1º de abril de 1918, todos os meios e o pes- serviços aéreos, o Royal Flying Corps (RFC, das Ilhas Britânicas. A divisão também tinha de sua auditoria, acreditava que precisavam (político e membro do RFC) e Winston Chur- determinantes para a guerra. Tal relatório foi soal do RFC e do RNAS foram unidos na nova Real Corpo Aéreo), do Exército, e o Royal Naval implicações negativas com a indústria, com os de “um Ministério do Ar apropriado, com um chill (então Ministro das Munições). apresentado ao Gabinete de Guerra em 17 de Força. Nascia a primeira Força Aérea do mundo. Air Service (RNAS, Real Serviço Aéreo Naval), requerimentos e o desenvolvimento de novas Estado-Maior do Ar... uma organização (pró- A Aviação conquistava sua maturidade e sua da Marinha, que se engajaram utilizando 21 aeronaves de combate. Muitas dessas conclu- pria) similar à do Exército e à da Marinha”. Ele independência na arena militar. As guerras Royal Aircraft Factory BE.2e (réplica), tipos diferentes de aeronaves. O resultado de sões podem parecer lógicas, e até óbvias, à luz logo encontrou um aliado na figura do coman- biplano de reconhecimento. nunca mais seriam as mesmas… E, para a RAF, tudo isso? Um único bombardeiro abatido e de nossos dias, mas em 1917 estavam muito dante-geral do RFC, o Lieutenant-General Sir Período de uso na RAF: 1918-1919 provar o seu valor seria apenas uma questão de tempo. Apenas 22 anos depois de criada, ela foi a grande responsável por salvar a soberania do Reino Unido e por dar uma chance de vitória Hawker Fury Mk.I, primeiro caça da De Havilland Dominie (designação militar ao Mundo Livre. Q RAF capaz de exceder 320 km/h. do Dragon Rapide), transporte leve. Período de uso na RAF: 1931-1939 Período de uso na RAF: 1938-1946

72 73

70_77_raf 100.indd 72 06/09/2018 15:16:06 70_77_raf 100.indd 73 06/09/2018 15:16:15 VOANDO PELA HISTÓRIA DA RAF

1º DE ABRIL DE 1918 29 DE MAIO DE 1919 e Bagdá (Iraque), percorrendo os 1.350 km com FORTE AO NASCER FOMENTANDO NOVAS os grandes aviões Vickers Vimy e Vernon, dos FORÇAS AÉREAS Esquadrões 45 e 70. A rota foi pesquisada, e mar- A RAF, ao ser criada, detinha o maior poderio cadores foram colocados ao longo do Deserto aéreo militar do planeta. Forjada nas rajadas de Com a desmobilização do pós-guerra, o Gabinete de da Síria para auxiliar a navegação. O serviço foi metralhadoras da 1ª Guerra Mundial, a recém- Guerra aprovou a doação de cem aeronaves militares mantido até o início de 1927, quando foi assumi- -nascida Força Aérea britânica tinha pessoal de “em estoque” para os domínios do Império Britânico do pela companhia aérea Imperial Airways. quase 300 mil militares, com cerca de 23 mil ae- e para a Índia. Os modelos incluíam bombardeiros ronaves em seu inventário ativo e, em sua “ordem De Havilland DH9 e DH9A; caças Sopwith Dolphin 1º DE ABRIL DE 1924 de batalha” inicial, dispunha de força de bombar- e Salamander, Bristol F2B e Royal Aircraft Factory CRIAÇÃO DA AVIAÇÃO NAVAL deiros composta de nove esquadrões, possuindo SE5A; e treinadores Avro 504. Tais aparelhos per- ainda um esquadrão de escolta dotado de caças mitiriam que a Austrália, o Canadá e a África do Sul Era criada a Fleet Air Arm (FAA) como parte da Sopwith Camel. Seu primeiro comandante foi o estabelecessem suas próprias Forças Aéreas. RAF, compreendendo os esquadrões e aeronaves que Major-General Sir Hugh Trenchard. operavam embarcados em navios de guerra e nos 4 DE AGOSTO DE 1919 porta-aviões da Royal Navy (Marinha britânica). 21 DE SETEMBRO DE 1918 PATENTES E TÍTULOS O PODER AÉREO SE IMPÕE 1º DE MAIO DE 1924 As patentes e os títulos militares até hoje vigentes HEAVY METAL Conduzindo operações na Palestina com autono- na RAF foram introduzidos neste dia pela mia própria, a RAF engaja e destrói praticamente Ordem AMO 973/19, do Ministério do Ar. Na data, entrava em serviço o primeiro caça da todo o 7º Exército turco, em retirada, em wadi RAF totalmente feito de metal, o Armstrong El-Fara. Sobre a ação, T.E. Lawrence escreveu: “foi 1º DE ABRIL DE 1920 Whitworth Siskin III. A primeira unidade a a RAF que converteu a retirada numa derrota, MÚSICA NO AR recebê-lo foi o Esquadrão 41, em Northolt. destruindo as conexões telefônicas e de telégrafo 1º DE JANEIRO DE 1925 (do 7º Exército), bloqueando suas colunas de A Banda Central da RAF foi formada em Uxbridge. COMANDO OPERACIONAL suprimentos e dispersando suas unidades de Dois anos depois, em 1922, se tornou a primeira infantaria”. banda militar a ser transmitida por rádio, pela BBC, e desde então é popular entre os ouvintes da rádio. As Defesas Aéreas do Reino Unido foram formadas 11 DE NOVEMBRO DE 1918 sob comando do Air Marshal Sir John Salmond ARMISTÍCIO 3 DE JULHO DE 1920 e compreendiam a Área de Bombardeio, Área de DESFILE AÉREO Caça, Reserva Especial e a Força Aérea Auxiliar. Às 10h45 da manhã de 11 de novembro, a tripu- 9 DE MARÇO A 1º DE MAIO DE 1925 lação de um reconhecedor RE.8 do Esquadrão O primeiro desfile aéreo da RAF aconteceu em PINK’S WAR 15, ao pousar em Auchy, França, reportou a Hendon, subúrbio de Londres, e reuniu público total ausência de aeronaves e de fogo antiaéreo de cerca de 60 mil pessoas. No período, a RAF se envolveu em suas primei- inimigo. Quinze minutos depois, entrava em ras ações de guerra independentes, em Waziris- vigor o armistício com a Alemanha. Terminava 23 DE JUNHO DE 1921 tão, na Índia. Os aparelhos dos Esquadrões 5, 27 a 1ª Guerra Mundial. CORREIO AÉREO DO IMPÉRIO e 60, sob comando do Wing Commander R.C.M. Nesta data se iniciou o correio aéreo mensal da Pink, bombardearam e metralharam posições RAF, cuja primeira rota era entre Cairo (Egito) fortificadas, numa bem-sucedida operação para

BAC Jet Provost T1, treinador a jato. Período de uso na RAF: 1957-1993 Panavia Tornado GR4 (IDS)

74

70_77_raf 100.indd 74 06/09/2018 15:16:19 VOANDO PELA HISTÓRIA DA RAF

abafar a rebelião de tribos Mahsud. Em 1º de símbolo da RAF, sendo o único caça aliado a ser maio, os chefes rebeldes aceitaram uma “paz com produzido do primeiro ao último dia da 2ª Guerra honra”, encerrando o breve conflito que ficou Mundial. Quando esta teve início, em setembro de conhecido como a “Guerra de Pink”. 1939, a RAF possuía dez esquadrões operacionais 5 DE SETEMBRO DE 1939 de Spitfire; e, na Batalha da Inglaterra, haveriam ATAQUE AOS U-BOAT 29 DE OUTUBRO DE 1925 19 prontos para engajar a Luftwaffe (Força Aérea OLHOS PARA O CÉU alemã). A última missão de um Spitfire da RAF foi O primeiro ataque de um avião da RAF contra feita por um PR.Mk XIX na Malásia, em 1º de abril um U-Boat (submarino alemão) aconteceu pou- Era criado o Observer Corps (Corpo de Obser- de 1954, em reconhecimento e identificação de cos dias depois do início da guerra, realizado por vadores), mais tarde renomeado como Royal posições dos rebeldes malaios. um Avro Anson do Esquadrão 500; e o primeiro Observer Corps (Corpo de Observadores Real), afundamento de um desses submersíveis por ata- com a tarefa de buscar e reportar movimentos de 14 DE JULHO DE 1936 que aéreo ocorreu em 11 de março de 1940, por aeronaves (tanto amigas quanto hostis), desen- EXPANSÃO DE CAPACIDADES um bombardeiro Bristol Blenheim do Bomber volvendo rapidamente uma eficaz rede de postos (E MISSÕES) Command, em Schillig Roads. de vigilância. Era composto de voluntários civis e operou até 31 de dezembro de 1995, quando o Os Coastal e Training Commands (Comandos 4 DE JUNHO DE 1940 serviço foi desmobilizado. Costeiro e de Treinamento) da RAF foram OPERAÇÃO DYNAMO criados nesta data. Antes, suas atribuições eram 23 DE DEZEMBRO DE 1928 feitas pelas chamadas Coastal e Inland Areas. Na Cercados pelas forças alemãs na cidade portuária A 25 DE FEVEREIRO DE 1929 mesma data, a Defesa Aérea do Reino Unido foi francesa de Dunkerque, 316.663 soldados aliados A 1ª PONTE AÉREA MILITAR dividida entre os Fighter (Caça) e Bomber (Bom- (sobretudo britânicos, mas incluindo 123.095 bardeio) Commands. franceses) foram evacuados com sucesso por mar A Ponte Aérea de Kabul, operada neste período, para as Ilhas Britânicas. A oposição da RAF frus- foi a evacuação da capital afegã, por via aérea, de 28 DE JUNHO DE 1939 trou o plano da Luftwaffe de aniquilar as tropas, 586 britânicos e membros de delegações diplo- WAAF e esta foi a primeira vez que os Spitfire operaram máticas europeias e suas famílias, salvando-os em larga escala contra a aviação inimiga. Falando dos rebeldes locais que cercaram e, posterior- Na data foi criada a Women’s Auxiliary Air no Parlamento britânico, já como primeiro-mi- mente, tomaram a cidade. A operação foi notável Force (WAAF, Força Aérea Auxiliar Feminina), nistro, Churchill declararia que “não se ganham por seu ineditismo, sendo o primeiro resgate a partir do então existente Serviço Territorial guerras com evacuações. Mas houve uma vitória aéreo em larga escala da História. Auxiliar. Entre as diversas tarefas, um dos traba- dentro dessa retirada, que deve ser notada. E essa lhos era tão secreto que poucos sabiam de sua foi conquistada por nossa Força Aérea”. 5 DE MARÇO DE 1936 existência: a formação de operadoras de radar, NASCE O MITO de controladoras de defesa aérea e de inteli- 10 DE JULHO gência de comunicações (inimigas). A partir de A 31 DE OUTUBRO DE 1940 Nesta data, o protótipo do caça Supermarine Spitfi- 1940, essas heroicas mulheres do WAAF esta- A BATALHA DA INGLATERRA re realizou o seu primeiro voo. A primeira versão de vam em estações de radar em linha de frente, produção, Mk. I, entretanto, só entraria em serviço nas salas de controle do Fighter Command, nas Marco na história mundial, foi a primeira vez que na RAF em 4 de agosto de 1938, quando os primei- salas de operações de Grupos e Setores aéreos, e uma batalha, decisiva numa guerra, foi quase toda ros Spitfire foram entregues ao Esquadrão 19, em onde mais fossem necessárias. travada nos ares entre duas Forças Aéreas inde- Duxford. Projetado por Reginald Joseph Mitchell, pendentes. Para os britânicos, o embate da RAF se tornaria uma lenda da aviação e um verdadeiro contra a Luftwaffe se iguala às épicas batalhas de Trafalgar e de Waterloo. Aqui não cabe descrevê-la em detalhes; mas, do lado britânico, ela envolveu

Gloster Meteor

Eurofighter Typhoon FGR4 75

70_77_raf 100.indd 75 06/09/2018 15:16:25 VOANDO PELA HISTÓRIA DA RAF

os cientistas e sua rede de radares de defesa aérea represas de Möhne e de Eder e danificaram a de 4 DE AGOSTO DE 1954 (a primeira no mundo!), o comprometimento de Sorpe, no Vale do Ruhr. A ação devastou a região A RAF SUPERSÔNICA! voluntários civis do Royal Observer Corps e das altamente industrializada, atingindo diretamente WAAF, de milhares de anônimos e sobretudo dos o esforço de guerra germânico e servindo ainda de Nesta data realizou seu primeiro voo o protótipo inicial jovens pilotos do Fighter Command (que Churchill grande ferramenta de propaganda aos Aliados! do caça a jato britânico English Electric Lightning, que eternizaria como “os poucos”, The Few, a quem entraria em serviço na RAF em dezembro de 1959, tantos deviam tanto...), incluindo poloneses, tchecos 6 DE JUNHO DE 1944 servindo até 1988. O tipo é até hoje o único caça de e de outras nacionalidades, unidos contra o mais DIA D projeto totalmente britânico capaz de atingir a veloci- hediondo regime já visto, o nazismo. O triunfo da dade de Mach 2 (duas vezes a velocidade do som). RAF foi decisivo para o futuro da humanidade. Ao alvorecer deste dia, uma imensa armada aliada realizou desembarque em massa inédito nas praias FEVEREIRO DE 1955 30 DE JANEIRO DE 1943 da Normandia, iniciando a libertação da Europa V-FORCE BERLIM SOB ATAQUE! continental do jugo nazista. A operação teve ma- ciço apoio aéreo, envolvendo 11.590 aeronaves Composta com os chamados “V bombers”, tratava-se Planejado para ocorrer exatamente quando de todos os tipos, incluindo 5.656 da RAF. Além do componente de bombardeio estratégico da RAF, Goebbels (Ministro da Propaganda de Hitler) e disso, no dia 9, chegaram em terra 1.800 homens com capacidade de ataque nuclear, criado no contexto Göring (Comandante da Luftwaffe) faziam seus e 456 veículos da RAF, iniciando a construção de da Guerra Fria para enfrentar a União Soviética. A pomposos discursos às Forças Armadas germâ- pistas avançadas e instalações de controle aéreo força era composta de três tipos de grandes bom- nicas por ocasião do 10º aniversário do regime de frente, possibilitando o incremento local do bardeiros a jato: o Vickers Valiant (o primeiro, que nazista, foi feito o primeiro bombardeio diurno a poderio aéreo aliado, com apoio mais eficaz às estreou em voo em 1951, entrando em serviço em Berlim, pelos De Havilland Mosquito da RAF. tropas libertadoras e frustrando todas as tentativas 1955), o Avro Vulcan (em serviço em 1956) e o Han- da Luftwaffe de obter a supremacia aérea local e de dley Page Victor (em serviço em 1958). O auge da 5 DE MARÇO DE 1943 poder interferir nos combates em terra. V-Force foi em junho de 1964, com uma frota de 50 A JATO! Valiant, 70 Vulcan e 39 Victor. 1º DE MAIO DE 1950 A força deixou sua missão estratégica nuclear em Nesta data ocorreu o primeiro voo do Gloster EVACUAÇÃO AEROMÉDICA 1º de julho de 1969, quando tal missão passou para Meteor, primeiro caça a jato britânico e único os submarinos da Royal Navy armados com mís- jato dos Aliados a entrar em combate na 2ª Guer- A primeira unidade operacional da RAF de seis balísticos de ogiva nuclear Polaris. ra Mundial. O desenvolvimento do motor a jato helicópteros, a Ala do Extremo Oriente de Evacu- britânico, o mais bem-sucedido depois dos ale- ação Aeromédica, foi criada nesta data, de início 1º DE JUNHO DE 1956 mães, coube à ousadia de Sir Frank Whittle, cujos baseada em Cingapura, equipada com três Wes- TRANSPORTE A JATO trabalhos vinham desde 1936. O Meteor iniciou tland-Sikorsky S-51 Dragonfly Mk.2. Realizou a suas operações na RAF em 27 de julho de 1944, primeira missão do tipo em 14 de junho. O Esquadrão 216, em Lyneham, tornou-se a pri- com o Esquadrão 616. meira unidade de transporte militar do mundo 13 DE FEVEREIRO DE 1954 equipada com aviões a jato ao se reequipar nesta 16-17 DE MAIO DE 1943 ASAS ENFLECHADAS data com os aviões De Havilland Comet 2. DESTRUIDORES DE REPRESAS! Ao entrar em serviço nesta data, no Esquadrão 11 DE OUTUBRO DE 1956 Utilizando bombardeiros pesados Avro Lancaster 54, em Waterbeach, o caça a jato Supermarine A 1ª BOMBA ATÔMICA DE SUA especialmente modificados, o Esquadrão 617 Swift se tornou o primeiro caça da RAF dotado MAJESTADE – PELAS ASAS DA RAF! realizou o que muitos consideram a mais ousada de asas enflechadas, otimizando a sua perfor- e surpreendente missão de ataque aéreo de toda mance em altas velocidades. Nesta data, o Vickers Valiant B.1 (registro WZ366) a guerra: com bombas especiais romperam as do Esquadrão 49 tornou-se a primeira aeronave da

BAE Hawk (na foto, versão T.1A), usado como Avro Anson 19, bimotor multifuncional, utilizado treinador avançado, “aggressor” e aeronave de principalmente para formação de pilotos de demonstração (com os Red Arrows). multimotores, mas também como transporte, Período de uso na RAF: 1976-hoje bombardeiro leve, patrulha e outras funções. Período de uso na RAF: 1936-1968

76

70_77_raf 100.indd 76 06/09/2018 15:16:32 VOANDO PELA HISTÓRIA DA RAF os cientistas e sua rede de radares de defesa aérea represas de Möhne e de Eder e danificaram a de 4 DE AGOSTO DE 1954 RAF a lançar a primeira bomba atômica opera- 15 DE NOVEMBRO DE 1972 (a primeira no mundo!), o comprometimento de Sorpe, no Vale do Ruhr. A ação devastou a região A RAF SUPERSÔNICA! cional britânica, num teste realizado em Maralin- TRIBUTO MERECIDO voluntários civis do Royal Observer Corps e das altamente industrializada, atingindo diretamente ga, no sul da Austrália. WAAF, de milhares de anônimos e sobretudo dos o esforço de guerra germânico e servindo ainda de Nesta data realizou seu primeiro voo o protótipo inicial Nesta data, Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II, o apoio de 18 (!) missões de reabastecimento em jovens pilotos do Fighter Command (que Churchill grande ferramenta de propaganda aos Aliados! 15 DE MAIO DE 1959 do caça a jato britânico English Electric Lightning, que abria ao público o Royal Air Force Museum, em voo feitas por aviões Victor K2, lançou 21 bombas eternizaria como “os poucos”, The Few, a quem DESPEDIDA DOS entraria em serviço na RAF em dezembro de 1959, Hendon, subúrbio ao norte de Londres. A insti- de 450 kg cada uma, atingindo a pista principal do tantos deviam tanto...), incluindo poloneses, tchecos 6 DE JUNHO DE 1944 “REIS DOS MARES” servindo até 1988. O tipo é até hoje o único caça de tuição, merecidamente, é um dos mais importan- aeroporto de Port Stanley, a capital das ilhas ocu- e de outras nacionalidades, unidos contra o mais DIA D projeto totalmente britânico capaz de atingir a veloci- tes museus aeronáuticos do mundo. padas. O Vulcan pousou em segurança na Ilha da hediondo regime já visto, o nazismo. O triunfo da Nesta data ocorreu a última missão operacional dade de Mach 2 (duas vezes a velocidade do som). Ascenção, depois de um voo de 15 horas e 45 mi- RAF foi decisivo para o futuro da humanidade. Ao alvorecer deste dia, uma imensa armada aliada de um hidroavião da RAF, realizada pelo Short 5 DE JUNHO DE 1979 nutos de duração — até então a mais longa missão realizou desembarque em massa inédito nas praias FEVEREIRO DE 1955 Sunderland do Esquadrão 205. TORNADO! de bombardeio realizada em combate real. 30 DE JANEIRO DE 1943 da Normandia, iniciando a libertação da Europa V-FORCE continental do jugo nazista. A operação teve ma- 6 DE MAIO DE 1965 BERLIM SOB ATAQUE! A data é histórica, pois marca o recebimento pela 31 DE MARÇO DE 2006 ciço apoio aéreo, envolvendo 11.590 aeronaves RED ARROWS Composta com os chamados “V bombers”, tratava-se RAF de seu primeiro jato de combate com asas TYPHOON DIGITAL Planejado para ocorrer exatamente quando de todos os tipos, incluindo 5.656 da RAF. Além do componente de bombardeio estratégico da RAF, de enflechamento variável, o Panavia Tornado, Goebbels (Ministro da Propaganda de Hitler) e disso, no dia 9, chegaram em terra 1.800 homens Criado em 1º de maio de 1965 como a equipe com capacidade de ataque nuclear, criado no contexto fruto do programa trinacional entre Reino Unido, O primeiro esquadrão da RAF com o caça Euro- Göring (Comandante da Luftwaffe) faziam seus e 456 veículos da RAF, iniciando a construção de oficial de demonstração aérea da RAF, os Red da Guerra Fria para enfrentar a União Soviética. A Alemanha e Itália. O jato supersônico seria desen- fighter Typhoon foi formado nessa data. Pouco pomposos discursos às Forças Armadas germâ- pistas avançadas e instalações de controle aéreo Arrows realizaram sua primeira apresentação, força era composta de três tipos de grandes bom- volvido em três variantes principais: Tornado IDS depois, em 29 de junho de 2007, pela primeira vez nicas por ocasião do 10º aniversário do regime de frente, possibilitando o incremento local do para a imprensa, no próprio dia 6, na base aérea de bardeiros a jato: o Vickers Valiant (o primeiro, que (interdição e ataque), Tornado ECR (supressão de os Typhoon F2 assumiriam missões operacionais, nazista, foi feito o primeiro bombardeio diurno a poderio aéreo aliado, com apoio mais eficaz às Little Rissington. A primeira exibição pública seria estreou em voo em 1951, entrando em serviço em defesas aéreas inimigas/combate e reconhecimen- ficando responsáveis pela “resposta rápida de aler- Berlim, pelos De Havilland Mosquito da RAF. tropas libertadoras e frustrando todas as tentativas no dia 9 de maio, na base da Força Aérea francesa 1955), o Avro Vulcan (em serviço em 1956) e o Han- to eletrônicos) e o Tornado ADV (interceptador ta” (Quick Reaction Alert, QRA) da defesa aérea da Luftwaffe de obter a supremacia aérea local e de em Clermont-Ferrand. E, em 15 de maio, haveria dley Page Victor (em serviço em 1958). O auge da de defesa aérea). Com ele, diversos tipos diferentes britânica, no sul das Ilhas, a partir de Coningsby, 5 DE MARÇO DE 1943 poder interferir nos combates em terra. V-Force foi em junho de 1964, com uma frota de 50 a primeira exibição para o público britânico, em de aeronaves puderam ser substituídos por um A JATO! Kent, no Biggin Hill International Air Fair. Lincolnshire. Mais tarde, em 1º de julho de 2008, a Valiant, 70 Vulcan e 39 Victor. único modelo básico e suas variantes, com a IDS versão Typhoon FGR4 (atual tipo-padrão da RAF) 1º DE MAIO DE 1950 A força deixou sua missão estratégica nuclear em mostrando-se muito versátil com missões de 1º DE ABRIL DE 1969 se tornaria o primeiro jato de combate britânico Nesta data ocorreu o primeiro voo do Gloster EVACUAÇÃO AEROMÉDICA 1º de julho de 1969, quando tal missão passou para ataque tático a combate antinavio. Meteor, primeiro caça a jato britânico e único O PRIMEIRO “VERTICAL” declarado “multifuncional”. Hoje, além de outras os submarinos da Royal Navy armados com mís- Utilizado também pela Arábia Saudita, os Torna- missões, o Typhoon é o principal vetor de combate jato dos Aliados a entrar em combate na 2ª Guer- A primeira unidade operacional da RAF de seis balísticos de ogiva nuclear Polaris. do da RAF tiveram seu batismo de fogo na Guer- Nesta data entra em serviço na RAF, no 223 aéreo do Reino Unido. ra Mundial. O desenvolvimento do motor a jato helicópteros, a Ala do Extremo Oriente de Evacu- ra do Golfo, em 1991; e dos vários países opera- britânico, o mais bem-sucedido depois dos ale- ação Aeromédica, foi criada nesta data, de início OCU (Unidade de Conversão Operacional), em 1º DE JUNHO DE 1956 dores, atuaram ainda nos conflitos da Bósnia e 19 DE JULHO DE 2012 mães, coube à ousadia de Sir Frank Whittle, cujos baseada em Cingapura, equipada com três Wes- Wittering, a primeira aeronave de combate a jato TRANSPORTE A JATO Kosovo, na Guerra do Iraque, na Líbia e, ainda, LIGHTNING II, UMA NOVA trabalhos vinham desde 1936. O Meteor iniciou tland-Sikorsky S-51 Dragonfly Mk.2. Realizou a VTOL (Vertical Take-Off and Landing, Deco- em ações no Afeganistão, Iêmen e Síria. ERA NA RAF suas operações na RAF em 27 de julho de 1944, primeira missão do tipo em 14 de junho. O Esquadrão 216, em Lyneham, tornou-se a pri- lagens e Pousos Verticais) do mundo, o Harrier, com o Esquadrão 616. orgulho da indústria aeronáutica britânica. meira unidade de transporte militar do mundo 30 DE ABRIL-1º DE MAIO DE 1982 Neste dia houve o recebimento, pelo Ministério 13 DE FEVEREIRO DE 1954 equipada com aviões a jato ao se reequipar nesta A MAIS LONGA MISSÃO 1º DE JANEIRO DE 1972 da Defesa britânico, do primeiro Lockheed Mar- 16-17 DE MAIO DE 1943 ASAS ENFLECHADAS data com os aviões De Havilland Comet 2. DE BOMBARDEIO DESTRUIDORES DE REPRESAS! ALERTA ANTECIPADO tin F-35B Lightning II do país, marcando a entra- da da aviação militar do Reino Unido à era das Ao entrar em serviço nesta data, no Esquadrão 11 DE OUTUBRO DE 1956 Durante a Guerra das Malvinas, a primeira missão O primeiro esquadrão de aeronaves de alerta aeronaves “stealth” (de difícil detecção por radar). Utilizando bombardeiros pesados Avro Lancaster 54, em Waterbeach, o caça a jato Supermarine A 1ª BOMBA ATÔMICA DE SUA ofensiva contra as forças argentinas que haviam antecipado por radar (AEW, Airborne Early O modelo se tornou operacional a partir de bases especialmente modificados, o Esquadrão 617 Swift se tornou o primeiro caça da RAF dotado MAJESTADE – PELAS ASAS DA RAF! tomado as Ilhas Falklands foi realizada pela RAF. realizou o que muitos consideram a mais ousada de asas enflechadas, otimizando a sua perfor- Warning) foi formado na RAF nesta data. Era em terra este ano (2018) e logo iniciará os testes Com o codinome de Operação Black Buck 1, o no novo porta-aviões britânico, o HMS Queen e surpreendente missão de ataque aéreo de toda mance em altas velocidades. Nesta data, o Vickers Valiant B.1 (registro WZ366) o Esquadrão 8, baseado em Kinloss e equipado bombardeiro Avro Vulcan de registro XM607, com Elizabeth, para poder também operar embarcado. a guerra: com bombas especiais romperam as do Esquadrão 49 tornou-se a primeira aeronave da com aeronaves Avro Shackleton AEW Mk.2.

BAE Hawk (na foto, versão T.1A), usado como Folland Gnat, caça leve, utilizado como Avro Anson 19, bimotor multifuncional, utilizado treinador avançado, “aggressor” e aeronave de Boeing Airseeker R.1 (RC-135 na principalmente para formação de pilotos de treinador avançado. Força Aérea norte-americana), demonstração (com os Red Arrows). Período de uso na RAF: 1959-1979 multimotores, mas também como transporte, Período de uso na RAF: 1976-hoje aeronave de inteligência eletrônica. bombardeiro leve, patrulha e outras funções. Período de uso na RAF: 2013-hoje Período de uso na RAF: 1936-1968 FOTOS – RICARDO PADOVESE

76 77

70_77_raf 100.indd 76 06/09/2018 15:16:32 70_77_raf 100.indd 77 06/09/2018 15:16:39 Direto da Inglaterra, Remo Guidi mostra como foi o incrível show aéreo promovido pelo , em Duxford, em 14 e 15 de julho, numa combinação de tributo aos 100 anos da RAF, entretenimento vintage e exibições aéreas para ficar na memória

Por Remo Guidi 78

78_85_flying legends.indd 78 06/09/2018 15:39:17 Direto da Inglaterra, Remo Guidi Republic P-47D Thunderbolt mostra como foi o incrível show aéreo promovido pelo Imperial War Museum, em Duxford, em 14 e 15 de julho, numa combinação de tributo aos 100 anos da RAF, entretenimento vintage e exibições aéreas para ficar na memória

Os Supermarine Spitfire Mk.Vc (primeiro plano) e LF Mk.XIVe FOTOS – DO AUTOR Por Remo Guidi 78 79

78_85_flying legends.indd 78 06/09/2018 15:39:17 78_85_flying legends.indd 79 06/09/2018 15:39:28 Imperial War Museum, em sua uni- O Flying Legends é como grandes casas 100 anos da Royal Air Force (RAF, Força O dade em Duxford, que reúne a maior de vinho: pode haver anos melhores do Aérea britânica). parte de sua coleção aeronáutica, é uma que outros e também um pequeno risco de Para ter uma ideia dos esforços do Imperial vitrine ímpar da aviação, e as pessoas vêm decepção, mas em 2018 o “prato principal” War Museum e da organização da The Figh- de todo o mundo para ver o seu notável foi bem suprido, e o show incluiu um me- ter Collection, segue a lista de aeronaves que acervo de aeronaves. Espalhada por várias morável voo para celebrar o aniversário de participaram do show aéreo: exposições, a coleção abrange toda a histó- ria da aviação militar, oferecendo um bom - Nada menos que 15 Spitfire!, sendo um Mk.I, dois Mk.IA, dois Mk.VB, dois MkVc, dois registro de como o poder aéreo mudou a Mk.IX, dois TR Mk.IXc, um PR Mk.XI, um LF Mk.XIVe, um LF Mk.XVI e um Mk.XVIII forma de lutar as guerras. - Quatro Hawker Hurricane, sendo dois Mk.I, um Mk.IIA e um Mk.XII Mas Duxford, mais que um museu, é um - Avro Lancaster B.Mk.I aeródromo com operações aéreas, um lugar - Bristol Blenheim Mk.I onde as hélices ainda giram e os calços da aeronave são retirados para que elas possam - Hawker Fury T.20 voar. Você pode ficar a poucos metros de - Hawker Sea Fury FB Mk.10 aeronaves antigas enquanto elas se prepa- - Grumman F8F-2P Bearcat ram para decolar e depois observá-las no - Grumman FM-2 Wildcat céu acima de sua cabeça. - Curtiss-Wright Hawk 75 Duxford também é o lugar onde você pode assistir ao que é preciso para preservar aero- - Dois Curtiss P-40 Warhawk: um P-40C e um P-40F naves históricas para as futuras gerações. - Três Corsair: um Goodyear FG-1D, um Vought F4U-4 e um Vought F4U-5NL Todos os anos, o Imperial War Museum - Lockheed P-38 L/F-5G Lightning recebe o show aéreo Flying Legends, organi- - Republic P-47 D-40 Thunderbolt zado pela The Fighter Collection, sempre em meados de julho. O evento é um encontro - Cinco North American P-51 Mustang, sendo quatro P-51D e um TF-51D imperdível para os entusiastas dos . - Lockheed Martin F-35A Lightning II E exatamente por isso estivemos lá para - Dois Douglas Dakota: um C-47A e um C-53D-DO assistir a um dos melhores shows aéreos - Douglas DC-6B do mundo com aeronaves históricas da - Quatro Hispano HA-1112 Buchon (versão espanhola do Messerschmitt Bf-109, com 2ª Guerra Mundial! motor Rolls-Royce Merlin), sendo três HA-112M1L e um HA-1112-M4L - CASA 1.131E (Bücker 131) Jungmann (G-BSAJ) - North American B-25J-35 Mitchell - Boeing B-17G-105 Flying Fortress - Três Beechcraft Model 18

Logo, logo de volta aos céus: Fiat CR.42 Falco FOTO – OSCAR BERNARDI, VIA AUTOR

80

78_85_flying legends.indd 80 06/09/2018 15:39:35 Imperial War Museum, em sua uni- O Flying Legends é como grandes casas 100 anos da Royal Air Force (RAF, Força O dade em Duxford, que reúne a maior de vinho: pode haver anos melhores do Aérea britânica). parte de sua coleção aeronáutica, é uma que outros e também um pequeno risco de Para ter uma ideia dos esforços do Imperial vitrine ímpar da aviação, e as pessoas vêm decepção, mas em 2018 o “prato principal” War Museum e da organização da The Figh- de todo o mundo para ver o seu notável foi bem suprido, e o show incluiu um me- ter Collection, segue a lista de aeronaves que acervo de aeronaves. Espalhada por várias morável voo para celebrar o aniversário de participaram do show aéreo: exposições, a coleção abrange toda a histó- ria da aviação militar, oferecendo um bom - Nada menos que 15 Spitfire!, sendo um Mk.I, dois Mk.IA, dois Mk.VB, dois MkVc, dois registro de como o poder aéreo mudou a Mk.IX, dois TR Mk.IXc, um PR Mk.XI, um LF Mk.XIVe, um LF Mk.XVI e um Mk.XVIII forma de lutar as guerras. - Quatro Hawker Hurricane, sendo dois Mk.I, um Mk.IIA e um Mk.XII Mas Duxford, mais que um museu, é um - Avro Lancaster B.Mk.I aeródromo com operações aéreas, um lugar - Bristol Blenheim Mk.I onde as hélices ainda giram e os calços da O F-35A Lightning II, da USAF, voando em aeronave são retirados para que elas possam - Hawker Fury T.20 FOTO – LUCA RICCI ala com o P-51D Mustang e o Spitfire Mk.Vc voar. Você pode ficar a poucos metros de - Hawker Sea Fury FB Mk.10 FOTO – OSCAR BERNARDI, VIA AUTOR aeronaves antigas enquanto elas se prepa- - Grumman F8F-2P Bearcat ram para decolar e depois observá-las no - Grumman FM-2 Wildcat céu acima de sua cabeça. - Curtiss-Wright Hawk 75 Duxford também é o lugar onde você pode assistir ao que é preciso para preservar aero- - Dois Curtiss P-40 Warhawk: um P-40C e um P-40F naves históricas para as futuras gerações. - Três Corsair: um Goodyear FG-1D, um Vought F4U-4 e um Vought F4U-5NL Todos os anos, o Imperial War Museum - Lockheed P-38 L/F-5G Lightning recebe o show aéreo Flying Legends, organi- - Republic P-47 D-40 Thunderbolt zado pela The Fighter Collection, sempre em meados de julho. O evento é um encontro - Cinco North American P-51 Mustang, sendo quatro P-51D e um TF-51D imperdível para os entusiastas dos warbirds. - Lockheed Martin F-35A Lightning II E exatamente por isso estivemos lá para - Dois Douglas Dakota: um C-47A e um C-53D-DO assistir a um dos melhores shows aéreos - Douglas DC-6B do mundo com aeronaves históricas da - Quatro Hispano HA-1112 Buchon (versão espanhola do Messerschmitt Bf-109, com 2ª Guerra Mundial! Que quantidade incrível para um show aéreo! motor Rolls-Royce Merlin), sendo três HA-112M1L e um HA-1112-M4L A convidada de honra deste ano foi a USAF (United States Air - CASA 1.131E (Bücker 131) Jungmann (G-BSAJ) Force, Força Aérea norte-americana), que trouxe um de seus - North American B-25J-35 Mitchell novíssimos F-35A Lightning II para um voo inesquecível “em - Boeing B-17G-105 Flying Fortress ala” com um P-51D e um Spitfire. Depois de vários sobrevoos - Três Beechcraft Model 18 em formação, o F-35A iniciou uma demonstração solo de tirar o fôlego, quando deu uma palinha da sua manobrabilidade e tam- bém de quanto barulho pode fazer! Como listei, nada menos que 15 Spitfire evoluíram para saudar o centenário da Royal Air Force. Divididos em duas formações, os caças cruzaram-se uns com os outros em um espetáculo subli- nhado pelos sons dos motores Rolls-Royce Merlin e Griffon. O Logo, logo de volta aos céus: Fiat CR.42 Falco único Bristol Blenheim MK-1, escoltado por vários Hurricane e Spitfire, representou o período da Batalha da Inglaterra. Sem dúvida, outro dos destaques do The Flying Legends foi a formação cerrada de quatro Hispano HA-1112 Buchon (a versão

FOTO – OSCAR BERNARDI, VIA AUTOR espanhola do famoso caça alemão Bf-109). Já apresentado em maio, no Festival de Voo em Ragley Hall, em Warwickshire, o P-47D “Little Nellie” estava mais uma vez, claro, em estreita formação com o B-17G “Sally B”. O “Little Nellie”, após 10 anos de restauração, entrou novamente em condições de voo. A aeronave já era familiar aos visitantes de Duxford, porque foi uma das estrelas de 1986 a 2006, então nas cores e marcas do “No Guts, No Glory”. Agora, o P-47 será mais uma vez baseado em Duxford, com o apoio de engenharia sendo fornecido pela Air Leasing, em Sywell. FOTO – LUCA RICCI 80 81

78_85_flying legends.indd 80 06/09/2018 15:39:35 78_85_flying legends.indd 81 06/09/2018 15:39:44 Lockheed P-38 L/F-5G Lightning

Curtiss P-40F Warhawk FOTOS – DO AUTOR

Além disso, deve ser sublinhada a atividade como um trio de Curtiss: um Hawk 75 e um voo em 9 de maio deste ano, uma semana aérea do “Sally B”, para quem o tempo não par de caças P-40 Warhawk. antes do show aéreo La Ferté-Alais, na Fran- passa. Esse Boeing B-17G Flying Fortress é Ao lado dos muitos Spitfire, Mustang, Hur- ça, aparecendo como uma bela e rara versão o único em condições de voo na Europa ricane e do B-17 “Sally B”, devemos notar a noturna do Corsair. Agora na Inglaterra, fez e é o representante maior da bandeira forte presença da coleção da Red Bull com uma apresentação linda, ao lado de outro dos EUA no American Air Museum, nada menos que quatro aviões: um Douglas caça do mesmo modelo. também em Duxford. DC-6, um North American B-25 Mitchell, Os suíços compareceram ao show com uma Outros participantes foram os Hawker Sea um dos Corsair e um Lockeed P-38 Light- patrulha de três Beech 18 e um Douglas Fury e o Fury ISS (um e dois lugares), bem ning e, como sempre, suas manobras foram C-47A; essas aeronaves, com fuselagens acompanhadas brilhantes, revelando manutenção precisa, por todos. fizeram uma apresentação de voo perfeita. Outro recém-che- O show aéreo, como de costume, acabou com gado a Duxford (a a “Formação Balbo”, um espetacular voo ao primeira aparição passado com 50 aeronaves participantes. foi em julho de O Flying Legends, contudo, não é feito só 2002) é o Vought de shows aéreos. É também uma atmosfera F4U-5NL Corsair, especial, e os visitantes têm a possibilidade de propriedade da conhecer grupos de história que representa- coleção francesa ram o Royal Flying Corps (Real Corpo Aéreo, “Casque de Cuir” antecessor da RAF) da 1ª Guerra Mundial; (Capacetes de uma equipe de construção de aeródromos Couro), da Fa- da 2ª Guerra Mundial e o heróico 303º Es- mília Salys. Essa quadrão Polonês da Royal Air Force, a uni- aeronave esteve dade de caça mais bem-sucedida do Fighter em restauração Command durante a Batalha da Inglaterra. Boeing B-17G Flying Fortress desde 2008 e fez Novidade neste ano, o Flying Legends Air o seu primeiro Show teve duas “aldeias” vintage com uma

Vought F4U-5NL Corsair

Decolagem de um P-51D Mustang 82

78_85_flying legends.indd 82 06/09/2018 15:39:53 Lockheed P-38 L/F-5G Lightning

Curtiss P-40F Warhawk FOTOS – DO AUTOR

Além disso, deve ser sublinhada a atividade como um trio de Curtiss: um Hawk 75 e um voo em 9 de maio deste ano, uma semana aérea do “Sally B”, para quem o tempo não par de caças P-40 Warhawk. antes do show aéreo La Ferté-Alais, na Fran- passa. Esse Boeing B-17G Flying Fortress é Ao lado dos muitos Spitfire, Mustang, Hur- ça, aparecendo como uma bela e rara versão o único em condições de voo na Europa ricane e do B-17 “Sally B”, devemos notar a noturna do Corsair. Agora na Inglaterra, fez e é o representante maior da bandeira forte presença da coleção da Red Bull com uma apresentação linda, ao lado de outro dos EUA no American Air Museum, nada menos que quatro aviões: um Douglas caça do mesmo modelo. também em Duxford. DC-6, um North American B-25 Mitchell, Os suíços compareceram ao show com uma Outros participantes foram os Hawker Sea um dos Corsair e um Lockeed P-38 Light- patrulha de três Beech 18 e um Douglas Fury e o Fury ISS (um e dois lugares), bem ning e, como sempre, suas manobras foram C-47A; essas aeronaves, com fuselagens acompanhadas brilhantes, revelando manutenção precisa, por todos. fizeram uma apresentação de voo perfeita. Outro recém-che- O show aéreo, como de costume, acabou com gado a Duxford (a a “Formação Balbo”, um espetacular voo ao primeira aparição passado com 50 aeronaves participantes. foi em julho de O Flying Legends, contudo, não é feito só 2002) é o Vought de shows aéreos. É também uma atmosfera F4U-5NL Corsair, especial, e os visitantes têm a possibilidade de propriedade da conhecer grupos de história que representa- coleção francesa ram o Royal Flying Corps (Real Corpo Aéreo, “Casque de Cuir” antecessor da RAF) da 1ª Guerra Mundial; (Capacetes de uma equipe de construção de aeródromos Couro), da Fa- da 2ª Guerra Mundial e o heróico 303º Es- mília Salys. Essa quadrão Polonês da Royal Air Force, a uni- aeronave esteve dade de caça mais bem-sucedida do Fighter em restauração Command durante a Batalha da Inglaterra. Boeing B-17G Flying Fortress desde 2008 e fez Novidade neste ano, o Flying Legends Air o seu primeiro Show teve duas “aldeias” vintage com uma

Vought F4U-5NL Corsair

Supermarine Spitfire LF Mk.XIVe

Decolagem de um P-51D Mustang 82 83

78_85_flying legends.indd 82 06/09/2018 15:39:53 78_85_flying legends.indd 83 06/09/2018 15:39:58 Bristol Blenheim Mk.I, escoltado por dois Spitfire Mk.Ia FOTO – OSCAR BERNARDI, VIA AUTOR

Hispano HA-1112 Buchon ampla variedade de entretenimento nostálgico, incluin- e Hawker Hurricane Mk.I do o Umbrella Big Band tocando clássicos das big bands, e os Hotsie Totsie, tocando músicas das décadas de 1920

a 1940 em inimitável estilo harmônico; outro grande FOTOS – DO AUTOR acontecimento foi a participação de muitos figurantes com roupas e uniformes da época. Por último, mas não menos importante, deve ser subli- nhado, na mostra estática, o Fiat CR.42 Falco — um dos apenas quatro ainda existentes —, que foi mostrado ao Hawker Sea Fury FB Mk.10 público pela primeira vez. Restaurado para restabelecer as condições de voo, esse CR-42 ainda não voou, algo que deve acontecer até o fim do ano. Em 2018, o clima no Flying Legends foi marcado pelo calor excessivo ao meio do dia, com céu quase todo azul. A falta de vento acentuou as ondas de calor, e al- gumas nuvens começaram a cobrir o sol da tarde, o que complicou a tarefa dos fotógrafos; mas nada de mais diante do espetáculo que se viu nos céus — e em terra! Enfim, o Imperial War Museum Flying Legends Air Show é uma experiência maravilhosa, e eu só posso recomendar que você pense sobre a edição de 2019! Q

84

78_85_flying legends.indd 84 06/09/2018 15:40:06 Bristol Blenheim Mk.I, escoltado por dois Spitfire Mk.Ia FOTO – OSCAR BERNARDI, VIA AUTOR

Hispano HA-1112 Buchon ampla variedade de entretenimento nostálgico, incluin- e Hawker Hurricane Mk.I do o Umbrella Big Band tocando clássicos das big bands, e os Hotsie Totsie, tocando músicas das décadas de 1920 FOTOS – DO AUTOR a 1940 em inimitável estilo harmônico; outro grande FOTOS – DO AUTOR acontecimento foi a participação de muitos figurantes com roupas e uniformes da época. Por último, mas não menos importante, deve ser subli- nhado, na mostra estática, o Fiat CR.42 Falco — um dos apenas quatro ainda existentes —, que foi mostrado ao Hawker Sea Fury FB Mk.10 público pela primeira vez. Restaurado para restabelecer as condições de voo, esse CR-42 ainda não voou, algo que deve acontecer até o fim do ano. Em 2018, o clima no Flying Legends foi marcado pelo calor excessivo ao meio do dia, com céu quase todo azul. A falta de vento acentuou as ondas de calor, e al- gumas nuvens começaram a cobrir o sol da tarde, o que complicou a tarefa dos fotógrafos; mas nada de mais diante do espetáculo que se viu nos céus — e em terra! Enfim, o Imperial War Museum Flying Legends Air Show é uma experiência maravilhosa, e eu só posso recomendar que você pense sobre a edição de 2019! Q

84

78_85_flying legends.indd 84 06/09/2018 15:40:06 78_85_flying legends.indd 85 06/09/2018 15:40:11 RAF celebra seu primeiro centenário em grande estilo

Lockheed Martin F-16MLU “Dark Falcon”

Lockheed Martin F-35B da RAF

Sukhoi Su-27 ucraniano FOTOS – RICARDO PADOVESE

86

86_91_riat.indd 86 05/09/2018 08:02:37 Os Red Arrows, da RAF RAF celebra seu primeiro centenário em grande estilo

Lockheed Martin F-16MLU FOTO – REMO GUIDI “Dark Falcon”

Lockheed Martin F-35B da RAF ROYAL INTERNATIONAL Sukhoi Su-27 ucraniano AIR TATTOO 2018 Por Ricardo Padovese, enviado especial FOTOS – RICARDO PADOVESE

86 87

86_91_riat.indd 86 05/09/2018 08:02:37 86_91_riat.indd 87 05/09/2018 08:02:42 Bombardeiro Avro Lancaster e caças Spitfire

ão! Não se trata de uma competição para eleger a tatuagem que Nmais bem represente o espírito da Royal Air Force (RAF, Força FOTOS – REMO GUIDI Aérea britânica), ou aquela que reproduza com maior riqueza de detalhes aeronaves militares inglesas emblemáticas tais como Spitfire, Hurricane, Lancaster, Meteor, Vulcan, Hunter, Canberra, Harrier, Tornado ou Typhoon. Uma competição desse tipo até que seria bem interessante. Mas não foi exatamente essa a festa que a primeira força aérea independente do mundo escolheu para celebrar seu primeiro centenário. É bem verdade, também, que a RAF não elegeu apenas o Royal International Air Tattoo para comemorar seu aniversário de 100 anos. Além dele, alguns outros shows aéreos ingleses, tais como o de Cosford, o de Portrush e o The Flying Legends Air Show (veja matéria nesta edição) e o The Battle of Britain Air Show, ambos em Duxford, foram selecionados. Outras cerimônias também foram organizadas, Mirage 2000 dos Couteau Delta tais como uma missa na Abadia de Westminster, seguida de uma parada pela avenida The Mall e de um desfile aéreo com 100 aeronaves

sobre o Palácio de Buckingham. Ainda houve um baile de gala, FOTOS – REMO GUIDI concertos, revezamento de bastão em 100 cidades inglesas durante 100 dias, abertura para visitação de cockpits de 100 aeronaves em dife- rentes museus e uma renovação do Museu Aeronáutico de Hendon (o museu oficial da RAF) que custou alguns milhões de libras. Mas retornemos ao Royal International Air Tattoo, ou simplesmente Air Tattoo ou, ainda, RIAT, para os íntimos. É o maior show aéreo militar do mundo em termos de número de aeronaves participantes (ganhou esse título do Guinness World Records em 2003, quando 535 aeronaves participaram do evento). Do fato de ser um show militar é que vem o “tattoo” de seu nome. Esse é um vocábulo que, no inglês britânico, também significa desfile militar a céu aberto. O primeiro RIAT aconteceu em 1971, tendo se tornado anual a partir Dassault Rafale de 1993. Desde então, o único ano em que o show não foi realizado foi 2008. Naquele ano, pesadas e duradouras chuvas castigaram a região, deixando os estacionamentos de veículos dos visitantes e parte da base aérea impraticáveis. O cancelamento do show aéreo às vésperas de sua abertura levou à não realização de inéditas apresentações de nossa queri- da Esquadrilha da Fumaça, com os T-27 Tucano, em céus ingleses. Uma pena! FOTO – RICARDO PADOVESE

88

86_91_riat.indd 88 05/09/2018 08:02:58 Bombardeiro Avro Lancaster e caças Spitfire

ão! Não se trata de uma competição para eleger a tatuagem que Nmais bem represente o espírito da Royal Air Force (RAF, Força FOTOS – REMO GUIDI Aérea britânica), ou aquela que reproduza com maior riqueza de detalhes aeronaves militares inglesas emblemáticas tais como Spitfire, Hurricane, Lancaster, Meteor, Vulcan, Hunter, Canberra, Harrier, Tornado ou Typhoon. Uma competição desse tipo até que seria bem interessante. Mas não foi exatamente essa a festa que a primeira força aérea independente do mundo escolheu para celebrar seu primeiro centenário. É bem verdade, também, que a RAF não elegeu apenas o Royal Saab JAS.39C Gripen sueco International Air Tattoo para comemorar seu aniversário de 100 anos. Além dele, alguns outros shows aéreos ingleses, tais como o de

Cosford, o de Portrush e o The Flying Legends Air Show (veja matéria FOTO – RICARDO PADOVESE nesta edição) e o The Battle of Britain Air Show, ambos em Duxford, foram selecionados. Outras cerimônias também foram organizadas, Mirage 2000 dos Couteau Delta Kawasaki C-2 tais como uma missa na Abadia de Westminster, seguida de uma parada pela avenida The Mall e de um desfile aéreo com 100 aeronaves

sobre o Palácio de Buckingham. Ainda houve um baile de gala, FOTOS – REMO GUIDI Desde 1985, o RIAT acontece na base aérea de concertos, revezamento de bastão em 100 cidades inglesas durante Fairford, que, no presente ano, comemorou seus 75 anos. 100 dias, abertura para visitação de cockpits de 100 aeronaves em dife- Construída em 1943 pela RAF, foi utilizada em apoio às rentes museus e uma renovação do Museu Aeronáutico de Hendon (o operações do “Dia D”. De lá, decolaram inúmeros Short museu oficial da RAF) que custou alguns milhões de libras. Stirling rebocando planadores e levando paraquedistas Mas retornemos ao Royal International Air Tattoo, ou simplesmente para a grande retomada da Europa continental. Durante Air Tattoo ou, ainda, RIAT, para os íntimos. É o maior show aéreo a Guerra Fria, a base foi cedida aos norte-americanos, militar do mundo em termos de número de aeronaves participantes que nela fizeram construir uma pista de 3.000 m para (ganhou esse título do Guinness World Records em 2003, quando 535 operações de grandes bombardeiros. Tendo sido devol- aeronaves participaram do evento). Do fato de ser um show militar vida aos britânicos em 1964, foi utilizada como local de é que vem o “tattoo” de seu nome. Esse é um vocábulo que, no inglês testes para o Concorde entre 1969 e 1979. Após o perío- britânico, também significa desfile militar a céu aberto. do, voltou para os norte-americanos, que operaram por O primeiro RIAT aconteceu em 1971, tendo se tornado anual a partir Dassault Rafale Lockheed C-130E Hercules do Paquistão ali seus KC-135, B-52 e B-1B em suporte a operações de de 1993. Desde então, o único ano em que o show não foi realizado foi ataque à Líbia em 1986; ao Iraque em 1991 e 2003; e na 2008. Naquele ano, pesadas e duradouras chuvas castigaram a região, Guerra do Kosovo em 1999. Apesar de ter condições de deixando os estacionamentos de veículos dos visitantes e parte da receber os bombardeiros B-2, atualmente a base aérea base aérea impraticáveis. O cancelamento do show aéreo está sem operações, em estado de prontidão. Mas a às vésperas de sua abertura levou à não realização retomada de operações norte-americanas está prevista de inéditas apresentações de nossa queri- para depois de 2022, com os RC-135. da Esquadrilha da Fumaça, com O RIAT é, na realidade, mais do que um show aéreo. os T-27 Tucano, em céus Pode ser considerado uma confraternização anual entre ingleses. Uma diversas forças aéreas do mundo. Neste ano, estiveram pena! presentes aeronaves de forças aéreas ou navais de 29 paí- ses, tais como Irlanda, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, França, Alemanha, Áustria, Suíça, Itália, Grécia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Lituânia, Turquia, Ucrânia, Omã, Paquistão, Jordânia, Estados Unidos, Canadá, Austrália e, claro, os anfitriões, que levaram a Fairford mais de duas centenas de aeronaves. O RIAT também é uma oportunidade de as forças ar- madas interagirem com o público, o que, aliás, acontece muito. As tripulações das aeronaves em exibição estática costumam ficar junto a elas, para responder a perguntas FOTO – RICARDO PADOVESE FOTO – RICARDO PADOVESE e, por que não, vender patches, chaveiros, camisetas, bo- nés, entre outros produtos. As tripulações das aeronaves que se apresentam em voo, especialmente os pilotos das equipes de demonstração, também costumam circular Decolagem de dois De Havilland Vampire pelo público, distribuindo suvenires e autógrafos.

88 89

86_91_riat.indd 88 05/09/2018 08:02:58 86_91_riat.indd 89 05/09/2018 08:03:12 Cabine de pilotagem Cabine de pilotagem do KC-390 do Kawasaki C-2

O RIAT ocorre, via de regra, na segunda ou Tornado. A RAF já opera a versão anterior dessa e do novíssimo F-35B britânico. Em solo, uma terceira semana de julho, e, já há alguns anos, o aeronave, o MQ-9A Reaper, tendo utilizado em área esteve dedicada ao centenário da RAF. Ali po- show é realizado em três dias, de sexta-feira a combate no Afeganistão e atualmente em uso no diam-se ver algumas aeronaves históricas, como domingo. Durante estes, os visitantes podem se Iraque e na Síria. um Sopwith Camel, um RAF BE-2, vários Spitfire deliciar com as inúmeras aeronaves em exibição Neste ano, a onda de calor que atinge a Europa (claro!), entre outras. estática e com aproximadamente sete horas de ajudou muito. Céu azul e temperaturas altas Por falar em exibição estática, os destaques deste apresentações aéreas ininterruptas. Difícil esco- todos os dias para receber o público de 185 mil ano foram as inúmeras aeronaves de grande porte. lher o que ver primeiro. pessoas. Nem parecia a Inglaterra! Podiam-se ver os A400M da RAF e da Luftwaffe Mas se os três dias do show aéreo não forem A exceção foi sexta-feira, dia da abertura do (Força Aérea alemã); C-160 Transall (também suficientes para saciar a vontade de ver tantas ae- RIAT. Ficou nublado pela manhã e chegou a da Luftwaffe); três C-17, sendo um do Canadá, ronaves, pode-se adquirir ingressos para a chega- chover fraco por alguns minutos no início da um dos EUA e um do SAC (o Strategic Airlift da e para a partida das aeronaves. Da terça-feira à tarde. Como havia tempestades nos arredores Capability, programa multinacional de transporte quinta-feira que antecedem o show, assim como do aeródromo e a chuva chegou justamente militar, ligado à OTAN, Organização do Tratado na segunda-feira posterior, ingressos são dispo- no horário programado para um dos eventos do Atlântico Norte); inúmeros C-130 Hércules nibilizados para que os aficionados por aviação em celebração do centenário da RAF, os orga- (de Áustria, Polônia, Dinamarca, Jordânia, Omã, fiquem próximos às cabeceiras da pista de nizadores decidiram cancelar o desfile aéreo Paquistão, EUA e Reino Unido); alguns C-27 Fairford e, dali, possam ver e fotografar em voo com 50 aeronaves da RAF. Por isso, o público Spartan (de Itália, Eslováquia e Lituânia); o todas as aeronaves que participam do RIAT, in- deixou de assistir à passagem de um Puma, Airbus A330 MRTT Voyager, os RC-135 e E-3 clusive aquelas que ficarão apenas em exposição três Chinook, um Lancaster, quatro Spitfire, Sentry da RAF; um B-1B, um KC-10 e um estática. Essa é também uma excelente maneira um Hurricane, um A400M, cinco Tornado, KC-135 da USAF (Força Aérea norte-americana); de assistir ao treinamento das aeronaves que se três F-35B, 22 Typhoons e os nove Hawk dos um E-6B Mercury e um Boeing P-8 Poseidon apresentarão em voo. É, enfim, uma boa forma Red Arrows. da USN (Marinha norte-americana), um Boeing de fazer o show aéreo durar uma semana inteira! Nem por isso a comemoração do centenário da E-7A Wedgetail da Austrália; um Ilyushin Il-76 E esses dias que antecedem o show aéreo pro- RAF passou em branco. Durante os três dias do ucraniano; o Kawasaki C-2 japonês e o brasileirís- priamente dito são uma oportunidade para show aéreo, o Battle of Britain Memorial Flight simo Embraer KC-390. flagrar cenas bem curiosas. Na quarta-feira, por (BBMF) apresentou-se com um Lancaster, um Várias dessas aeronaves estavam abertas para visi- exemplo, chegou a Fairford a aeronave remota- C-47 Dakota, alguns Spitfire e um Hurricane. tação, com longas filas organizadas. Aproveitamos mente pilotada MQ-9B SkyGuardian, fabricada No sábado e no domingo, também aconteceu para visitar algumas delas e ter acesso exclusivo pela General Atomics, após voar sem escalas por a passagem de nove Typhoon em formação ao cockpit do Kawasaki C-2 e do KC-390. 24 horas desde a Dakota do Norte, nos EUA. diamante. E como símbolo do passado, presente Inúmeras outras aeronaves estavam em exibição Essa aeronave entrará em serviço na RAF em e futuro da RAF, também houve a passagem em estática: das aeronaves históricas às mais moder- 2020, no Esquadrão 31, que atualmente opera o voo do Lancaster acompanhado de um Tornado nas e também de pequenos monomotores a jatos

Bell CV-22 Osprey Embraer KC-390

90 FOTO – REMO GUIDI

86_91_riat.indd 90 05/09/2018 08:03:23 FOTOS – RICARDO PADOVESE

Cabine de pilotagem Cabine de pilotagem do KC-390 do Kawasaki C-2 o novíssimo F-35B da RAF ao exibir suas capa- cidades de pairar no ar O RIAT ocorre, via de regra, na segunda ou Tornado. A RAF já opera a versão anterior dessa e do novíssimo F-35B britânico. Em solo, uma e de pouso e decolagem terceira semana de julho, e, já há alguns anos, o aeronave, o MQ-9A Reaper, tendo utilizado em área esteve dedicada ao centenário da RAF. Ali po- verticais. Aeronave rece- show é realizado em três dias, de sexta-feira a combate no Afeganistão e atualmente em uso no diam-se ver algumas aeronaves históricas, como bida em junho de 2018, a domingo. Durante estes, os visitantes podem se Iraque e na Síria. um Sopwith Camel, um RAF BE-2, vários Spitfire RAF conta no momento deliciar com as inúmeras aeronaves em exibição Neste ano, a onda de calor que atinge a Europa (claro!), entre outras. com apenas quatro em Os Frecce Tricolori, da Itália estática e com aproximadamente sete horas de ajudou muito. Céu azul e temperaturas altas Por falar em exibição estática, os destaques deste seu inventário, enquanto apresentações aéreas ininterruptas. Difícil esco- todos os dias para receber o público de 185 mil ano foram as inúmeras aeronaves de grande porte. aguarda novas entregas. lher o que ver primeiro. pessoas. Nem parecia a Inglaterra! Podiam-se ver os A400M da RAF e da Luftwaffe E houve muito mais! Mas se os três dias do show aéreo não forem A exceção foi sexta-feira, dia da abertura do (Força Aérea alemã); C-160 Transall (também de combate de primeira linha. Foi possível ver Ao longo dos três dias de show aéreo, pode-se Como a passagem do “bombardeiro invisível” suficientes para saciar a vontade de ver tantas ae- RIAT. Ficou nublado pela manhã e chegou a da Luftwaffe); três C-17, sendo um do Canadá, de Tiger Moth, Hawker Fury e Cessna 150 até também conferir a apresentação de equipes de B-2 Spirit acompanhado de dois F-15 Eagle; ronaves, pode-se adquirir ingressos para a chega- chover fraco por alguns minutos no início da um dos EUA e um do SAC (o Strategic Airlift Tornado, F-15, Typhoon, Sukhoi Su-27, Gripen e demonstração das Forças Armadas de diversos clássicos como uma dupla de jatos Vampire; sem da e para a partida das aeronaves. Da terça-feira à tarde. Como havia tempestades nos arredores Capability, programa multinacional de transporte F-16 de várias forças aéreas, passando por heli- países, dentre eles a belíssima e precisa apresen- falar do USAF Heritage Flight que voou com um quinta-feira que antecedem o show, assim como do aeródromo e a chuva chegou justamente militar, ligado à OTAN, Organização do Tratado cópteros como o Chinook, o Apache, o NH-90, o tação dos donos da casa, os BAE Hawk dos Red F-35A, um Mustang e um Spitfire. na segunda-feira posterior, ingressos são dispo- no horário programado para um dos eventos do Atlântico Norte); inúmeros C-130 Hércules AW101 e o AW139. Arrows; a magnífica apresentação dos italianos Outra interessante atração foi o Great War nibilizados para que os aficionados por aviação em celebração do centenário da RAF, os orga- (de Áustria, Polônia, Dinamarca, Jordânia, Omã, Representando a indústria aeronáutica brasileira, da Frecce Tricolori, com seus MB.339; a da Display, cuja apresentação simula um combate fiquem próximos às cabeceiras da pista de nizadores decidiram cancelar o desfile aéreo Paquistão, EUA e Reino Unido); alguns C-27 além do KC-390, também circularam por lá um Patrulla Águila, da Espanha, com seus Casas da 1ª Guerra Mundial com réplicas de aerona- Fairford e, dali, possam ver e fotografar em voo com 50 aeronaves da RAF. Por isso, o público Spartan (de Itália, Eslováquia e Lituânia); o Phenom 100 da RAF, um Xingu II da Marinha 101 (a única equipe de demonstração a realizar ves Avro 504, Sopwith Triplane, Royal Aircraft todas as aeronaves que participam do RIAT, in- deixou de assistir à passagem de um Puma, Airbus A330 MRTT Voyager, os RC-135 e E-3 francesa, um ERJ-135 belga e um ERJ-145 pri- o pouso simultâneo de suas 9 aeronaves); a dos Factory BE2c e SE5a, Fokker Dr.1 Dreidecker e clusive aquelas que ficarão apenas em exposição três Chinook, um Lancaster, quatro Spitfire, Sentry da RAF; um B-1B, um KC-10 e um vado. Sem falar de dois Short Tucano, que foram Royal Jordanian Falcons com seus quatro Extra Junkers CL1. estática. Essa é também uma excelente maneira um Hurricane, um A400M, cinco Tornado, KC-135 da USAF (Força Aérea norte-americana); produzidos sob licença pela Short com algu- 300LX; e a equipe PC-7, time oficial das Forças Além das aeronaves em exibição estática e em de assistir ao treinamento das aeronaves que se três F-35B, 22 Typhoons e os nove Hawk dos um E-6B Mercury e um Boeing P-8 Poseidon mas modificações ao projeto original do T-27. Armadas suíças. voo, os aficionados por aviação encontraram apresentarão em voo. É, enfim, uma boa forma Red Arrows. da USN (Marinha norte-americana), um Boeing Quanto a essas aeronaves, aliás, talvez tenha sido Além das equipes de demonstração, inúmeras ainda simuladores de voo dos Red Arrows e do de fazer o show aéreo durar uma semana inteira! Nem por isso a comemoração do centenário da E-7A Wedgetail da Austrália; um Ilyushin Il-76 a última aparição delas, pois serão retiradas de apresentações dos chamados solo display, em que Typhoon, lojas de memorabilia, de kits de plasti- E esses dias que antecedem o show aéreo pro- RAF passou em branco. Durante os três dias do ucraniano; o Kawasaki C-2 japonês e o brasileirís- serviço em 2019. uma aeronave ou uma dupla de aeronaves exi- modelos, de patches, chaveiros, bonés, camisetas, priamente dito são uma oportunidade para show aéreo, o Battle of Britain Memorial Flight simo Embraer KC-390. No que diz respeito às apresentações em voo, bem toda sua performance em apresentações de enfim toda espécie de artigos ligados à aviação. flagrar cenas bem curiosas. Na quarta-feira, por (BBMF) apresentou-se com um Lancaster, um Várias dessas aeronaves estavam abertas para visi- foram mais de sete horas diárias de exibições ensurdecedoras e de tirar o fôlego. Exibiram-se É uma festa. exemplo, chegou a Fairford a aeronave remota- C-47 Dakota, alguns Spitfire e um Hurricane. tação, com longas filas organizadas. Aproveitamos ininterruptas. E são ininterruptas mesmo! Quan- os F-16 da Turquia (Solo Turk), Grécia (Zeus), Para as crianças, havia áreas de lazer e a Techno mente pilotada MQ-9B SkyGuardian, fabricada No sábado e no domingo, também aconteceu para visitar algumas delas e ter acesso exclusivo do uma aeronave pousa, encerrando sua apre- Polônia, Bélgica (o Dark Falcon, com seu famoso Zone, cujas atrações procuravam, por meio de pela General Atomics, após voar sem escalas por a passagem de nove Typhoon em formação ao cockpit do Kawasaki C-2 e do KC-390. sentação, a próxima já está no ponto de espera, piloto “Vador Force”, o Cap. Stefan Darte); os atividades lúdicas ligadas à aviação, despertar o 24 horas desde a Dakota do Norte, nos EUA. diamante. E como símbolo do passado, presente Inúmeras outras aeronaves estavam em exibição pronta para decolar. E logo que a primeira livra Typhoon da Itália e do Reino Unido; a dupla de interesse dos pequenos pela ciência, tecnologia, Essa aeronave entrará em serviço na RAF em e futuro da RAF, também houve a passagem em estática: das aeronaves históricas às mais moder- a pista, a outra sai rasgando os céus, fazendo um Mirage 2000 franceses Couteau Delta (uma das engenharia e matemática, tudo para formar futu- 2020, no Esquadrão 31, que atualmente opera o voo do Lancaster acompanhado de um Tornado nas e também de pequenos monomotores a jatos barulho ensurdecedor. melhores exibições); uma dupla de Rafale da ros profissionais ou cientistas na área da aviação. Marinha francesa; os F-18 E a RAF não perde a oportunidade para tentar suíço e canadense; o Sukhoi recrutar os jovens, exibindo suas aeronaves de Bell CV-22 Osprey Embraer KC-390 Boeing E-7A Wedgetail, da Austrália Su-27 da Ucrânia; os Gripen treinamento. sueco e tcheco; um Chinook Este é apenas um resumo do RIAT: uma grande britânico; um A400M da oportunidade para conferir de perto, em um só fabricante Airbus; e o C-27 lugar, aviões novos e antigos, desde monomo- Spartan italiano levando as tores a caças e bombardeiros de última geração, aeronaves de transporte ao mas acima de tudo, uma oportunidade única limite, sem falar do F-35A para ver de tudo um pouco do que há na Europa da USAF. e em diversas forças aéreas do mundo. Muito barulho, mas muito Definitivamente, um show aéreo de tirar o barulho mesmo quem fez fôlego. Q

90 FOTO – REMO GUIDI 91

86_91_riat.indd 90 05/09/2018 08:03:23 86_91_riat.indd 91 05/09/2018 08:03:32 Cores da Aviação Militar Brasileira

Por Aparecido Camazano Alamino CURTISS JN-4D JENNY NO BRASIL

DESENVOLVIMENTO E com o aproveitamento das melhores caracterís- Flying Corps (RFC, Real Corpo Aéreo) e pelo HISTÓRICO DA AERONAVE ticas do Curtiss Model N e do avião projetado Royal Naval Air Service (RNAS, Real Serviço na Inglaterra, o Curtiss Model J. Aéreo Naval), ambos do Reino Unido, foi a Em setembro de 1914, o US Army (Exército dos Desenvolvido para o recém-criado United Sta- JN-4CAN, fabricada em Toronto, Canadá, Estados Unidos) abriu uma concorrência, expe- tes Army Air Service (USAAS, Serviço Aéreo pela empresa Canadian Aeroplanes Ltd, e que dindo as especificações e solicitando às empre- do Exército norte-americano), foi designado apresentava algumas diferenças em relação ao sas aeronáuticas norte-americanas da época o inicialmente de Curtiss JN-1 e recebeu algumas aparelho produzido nos Estados Unidos. desenvolvimento do projeto de uma aeronave encomendas do USAAS e da US Navy (Mari- A variante mais fabricada do aparelho foi a de treinamento primário, que seria utilizada nha norte-americana). Uma segunda variante, JN-4D, desenvolvida a partir de julho de 1916, na formação de seus pilotos. A Curtiss entrou JN-2, recebeu encomenda de 10 unidades em cuja produção alcançou cerca de 4.175 unida- na concorrência e apresentou seu Model J, um 1915 para dotar o 1º Aero Squadron, que foi o des, que foram montadas por sete empresas tipo simples, que atendia às especificações do responsável pela primeira grande operação do diferentes, além da própria Curtiss. US Army, e que fora desenvolvido na Inglaterra USAAS, deslocando-se para o México na “Ex- O término da 1ª Guerra Mundial praticamente pelo engenheiro Benjamin Douglas Thomas, pedição Pancho Villa”, para atuar na luta contra encerrou a produção do Jenny, cujos aparelhos ex-funcionário da Avro e da Sopwith Aviation, o revolucionário mexicano Pancho Villa nos militares foram vendidos a preços módicos, contratado por Glenn Curtiss. Tendo em vista anos de 1916 e 1917. sendo adquiridos em grandes quantidades por que tal variante também estava dotada de algu- A partir de então, o JN-2 também passou a operadores civis e aeroclubes dos EUA e de mas características do Model N, projetado nos ser utilizado para ministrar a instrução de voo outros países, que os utilizaram em atividades EUA, Glenn Curtiss designou o novo aparelho primária dos futuros pilotos do USAAS que agrícolas, instrução de voo, demonstração aérea, como Curtiss JN, que recebeu o nome de Jenny, atuariam na 1ª Guerra Mundial e logo após missões policiais, uso pessoal etc. Um total de em decorrência das letras JN. o conflito. Porém, por problemas de projeto, 8.168 unidades de todas as variantes do JN O modelo foi avaliado pelo US Army em se- os JN-2 já recebidos foram transformados no foram construídas pelas diferentes indústrias tembro de 1914, com resultados que levaram JN-3, que se tornou o aparelho-padrão de ins- que os produziram. O USAAS o utilizou até à encomenda de oito unidades em dezembro trução do USAAS. 1927, quando foi desativado em suas unidades do mesmo ano. Assim, o Curtiss JN Jenny teve O Curtiss JN-3 foi utilizado para a formação de instrução e formação de pilotos. a sua produção em série iniciada em março de da maioria dos pilotos do USAAS, bem como O Curtiss JN-4 é possivelmente o avião 1915, sendo o resultado de um projeto híbrido, da US Navy. Já a variante adotada pelo Royal norte-americano mais famoso da 1ª Guerra Mundial, e há a estimativa de que 95% dos Detalhe da metralhadora de pilotos militares dos EUA tenham sido forma- tiro frontal, sincronizada com dos num desses biplanos. a hélice, de um Curtiss JN-4D O JN-4 era um biplano biposto (dois assentos, Jenny da Aviação da Força sendo um atrás do outro) com duplo comando. Pública de São Paulo Sua hélice, em configuração de tração, e sua ma- nobrabilidade faziam dele a opção ideal para o treinamento inicial de pilotos. Estava equipado com um motor V8 Curtiss OX-5, de 90 hp, que lhe propiciava alcançar a velocidade máxima de 121 km/h e o teto de serviço de 2.000 m.

FOTO – ARQUIVO DO AUTOR Pelas suas excelentes características e robustez, o Curtiss JN Jenny, em suas diferentes varian- tes, foi utilizado por inúmeros países para a formação de seus pilotos militares, com desta- que para: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Cuba, EUA (Exército e Marinha), Reino Unido (RNAS e RFC) etc.

92 FOTO – ARQUIVOS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO, VIA AUTOR

92_97_Cores.indd 92 10/09/2018 10:13:08 Cores da Aviação Militar Brasileira

Por Aparecido Camazano Alamino ILUSTRAÇÃO – GILSON MARÔCO CURTISS JN-4D JENNY NO BRASIL

DESENVOLVIMENTO E com o aproveitamento das melhores caracterís- Flying Corps (RFC, Real Corpo Aéreo) e pelo HISTÓRICO DA AERONAVE ticas do Curtiss Model N e do avião projetado Royal Naval Air Service (RNAS, Real Serviço na Inglaterra, o Curtiss Model J. Aéreo Naval), ambos do Reino Unido, foi a Em setembro de 1914, o US Army (Exército dos Desenvolvido para o recém-criado United Sta- JN-4CAN, fabricada em Toronto, Canadá,

Estados Unidos) abriu uma concorrência, expe- tes Army Air Service (USAAS, Serviço Aéreo pela empresa Canadian Aeroplanes Ltd, e que FOTO – ARQUIVO DO AUTOR dindo as especificações e solicitando às empre- do Exército norte-americano), foi designado apresentava algumas diferenças em relação ao sas aeronáuticas norte-americanas da época o inicialmente de Curtiss JN-1 e recebeu algumas aparelho produzido nos Estados Unidos. CURTISS JN-4D desenvolvimento do projeto de uma aeronave encomendas do USAAS e da US Navy (Mari- A variante mais fabricada do aparelho foi a NA FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO de treinamento primário, que seria utilizada nha norte-americana). Uma segunda variante, JN-4D, desenvolvida a partir de julho de 1916, na formação de seus pilotos. A Curtiss entrou JN-2, recebeu encomenda de 10 unidades em cuja produção alcançou cerca de 4.175 unida- A criação da Aviação na Força Pública de São na concorrência e apresentou seu Model J, um 1915 para dotar o 1º Aero Squadron, que foi o des, que foram montadas por sete empresas Paulo (FPSP) ocorreu em 17 de dezembro de tipo simples, que atendia às especificações do responsável pela primeira grande operação do diferentes, além da própria Curtiss. 1913, pela lei nº 1.395-A, tendo as suas instala- US Army, e que fora desenvolvido na Inglaterra USAAS, deslocando-se para o México na “Ex- O término da 1ª Guerra Mundial praticamente ções provisórias situadas no Campo do Guapira pelo engenheiro Benjamin Douglas Thomas, pedição Pancho Villa”, para atuar na luta contra encerrou a produção do Jenny, cujos aparelhos (atual Parque Edu Chaves), existente na Zona ex-funcionário da Avro e da Sopwith Aviation, o revolucionário mexicano Pancho Villa nos militares foram vendidos a preços módicos, Norte da cidade de São Paulo, que especificava: contratado por Glenn Curtiss. Tendo em vista anos de 1916 e 1917. sendo adquiridos em grandes quantidades por - ficam criados o Curso Especial Militar (hoje que tal variante também estava dotada de algu- A partir de então, o JN-2 também passou a operadores civis e aeroclubes dos EUA e de Academia do Barro Branco) e a Escola de mas características do Model N, projetado nos ser utilizado para ministrar a instrução de voo outros países, que os utilizaram em atividades Aviação; O Curtiss JN-4D Jenny “108” recebeu o nome de “Raposo II”, EUA, Glenn Curtiss designou o novo aparelho primária dos futuros pilotos do USAAS que agrícolas, instrução de voo, demonstração aérea, - a Escola de Aviação terá a finalidade de prepa- homenageando esse herói da aviação de São Paulo como Curtiss JN, que recebeu o nome de Jenny, atuariam na 1ª Guerra Mundial e logo após missões policiais, uso pessoal etc. Um total de rar, na Força Pública do Estado, aviadores mili- em decorrência das letras JN. o conflito. Porém, por problemas de projeto, 8.168 unidades de todas as variantes do JN tares que, estando convenientemente instruídos, Guapira (SP), terá matriculados no curso de atividades encerradas em 1922. Os Oriole foram O modelo foi avaliado pelo US Army em se- os JN-2 já recebidos foram transformados no foram construídas pelas diferentes indústrias constituam uma Seção de Aviação; pilotagem, além de militares da Força Pública, armazenados nos hangares do Campo de Marte, tembro de 1914, com resultados que levaram JN-3, que se tornou o aparelho-padrão de ins- que os produziram. O USAAS o utilizou até - a seleção dos pilotos para o funcionamento também civis, tendo como responsáveis os alguns Jenny foram vendidos a civis e um sendo à encomenda de oito unidades em dezembro trução do USAAS. 1927, quando foi desativado em suas unidades da Escola de Aviação, na sede do Campo do aviadores Edu Chaves e Cícero Marques, ambos doado para a aviadora pioneira Anésia Pinheiro do mesmo ano. Assim, o Curtiss JN Jenny teve O Curtiss JN-3 foi utilizado para a formação de instrução e formação de pilotos. brevetados na França e que utilizarão, no início, Machado, matriculado A-PM. Foram observados a sua produção em série iniciada em março de da maioria dos pilotos do USAAS, bem como O Curtiss JN-4 é possivelmente o avião seus próprios aviões na instrução. nesse ano, no Campo do Guapira, os JN-4D 1915, sendo o resultado de um projeto híbrido, da US Navy. Já a variante adotada pelo Royal norte-americano mais famoso da 1ª Guerra Todavia, a deflagração da 1ª Guerra Mundial matriculados nº 101 e nº 102. Mundial, e há a estimativa de que 95% dos acabou prejudicando as atividades da nova Es- Em decorrência de movimentos revolucio- Detalhe da metralhadora de pilotos militares dos EUA tenham sido forma- cola, que teve duração efêmera, tendo em vista nários, uma nova organização da Aviação da tiro frontal, sincronizada com dos num desses biplanos. as restrições impostas pela guerra, encerrando FPSP ocorreu em 31 de dezembro de 1924, a hélice, de um Curtiss JN-4D O JN-4 era um biplano biposto (dois assentos, as suas atividades em 1914, sendo os aviões pela lei nº 2.051, que previu a existência de Jenny da Aviação da Força sendo um atrás do outro) com duplo comando. existentes recolhidos à Estação Oeste do Corpo uma Esquadrilha de Aviação, agora baseada no Pública de São Paulo Sua hélice, em configuração de tração, e sua ma- de Bombeiros. Campo de Marte, mais próximo do centro da nobrabilidade faziam dele a opção ideal para o Com o término do conflito, Orthon William cidade de São Paulo. Não era mais mencionada treinamento inicial de pilotos. Estava equipado Hoover, um piloto norte-americano radicado no a Escola de Aviação, cuja missão de formação com um motor V8 Curtiss OX-5, de 90 hp, que Brasil, ex-instrutor na Escola de Aviação Naval, de pilotos passava para a nova esquadrilha. lhe propiciava alcançar a velocidade máxima de atuou para que a aviação da FPSP renascesse, Por outro lado, esta não incluía em seu efetivo 121 km/h e o teto de serviço de 2.000 m. ocorrendo a aprovação da lei nº 1.675-A, de 9 pessoal aeronavegante nos anos de 1924 e

FOTO – ARQUIVO DO AUTOR Pelas suas excelentes características e robustez, de dezembro de 1919, que no seu texto previa 1925. Somente em 1926, com a volta de Orthon o Curtiss JN Jenny, em suas diferentes varian- a Escola de Aviação da Força Pública. Esta foi Hoover, a esquadrilha começou a operar efe- tes, foi utilizado por inúmeros países para a ativada em 26 de abril de 1920, sendo que no tivamente, participando em agosto desse ano formação de seus pilotos militares, com desta- mesmo mês foram adquiridos nos EUA três da Brigada Mista, com a Aviação Militar (do que para: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, O Capitão João Curtiss Oriole e cinco Curtiss JN-4D. Em agos- Exército Brasileiro), que atuou em Goiás contra Cuba, EUA (Exército e Marinha), Reino Unido Negrão, herói da to de 1920, Hoover pedia demissão, e a Escola a Divisão Revolucionária, comandada pelo (RNAS e RFC) etc. FPSP, posa ao lado do começou a passar por dificuldades, tendo as suas General Miguel Costa. Nessa missão, ocorreu Curtiss JN-4D “113”, da Força Pública de

92 FOTO – ARQUIVOS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO, VIA AUTOR FOTO – ARQUIVOS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO, VIA AUTOR São Paulo, em 1927 93

92_97_Cores.indd 92 10/09/2018 10:13:08 92_97_Cores.indd 93 10/09/2018 10:13:11 CURTISS JN-4D JENNY NO BRASIL

UTILIZAÇÃO NA FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO: 1920-1929

CURTISS JN-4D JENNY “102” DA FPSP EM 1922

CURTISS JN-4D JENNY “113” DA FPSP EM 1926 ILUSTRAÇÕES – GILSON MARÔCO

CURTISS JN-4D JENNY “108 RAPOSO II” DA FPSP EM 1928

CURTISS JN-4D JENNY “111 TENENTE CHANTRE” DA FPSP EM 1928

CURTISS JN-4D JENNY “113” DA FPSP EM 1929

94

92_97_Cores.indd 94 10/09/2018 10:13:16 Detalhe da pintura lateral do CURTISS JN-4D JENNY NO BRASIL O Jenny “424”, da Aviação Naval da Curtiss Jenny 108 “Raposo II”, Marinha do Brasil na Escola de Aviação da Aviação da FPSP, em fins dos anos 1920 UTILIZAÇÃO NA FORÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO: 1920-1929 Naval, em fins dos anos 1920 FOTO – COLEÇÃO DE MAURO LINS BARROS, VIA AUTOR

CURTISS JN-4D JENNY “102” DA FPSP EM 1922 FOTO – ARQUIVOS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO, VIA AUTOR

Autoridades da FPSP posam o primeiro acidente com vítima fatal da Aviação da FPSP, ocasião em que faleceu o Ten. ao lado do já equipado Curtiss Edmundo da Fonseca Chantre, quando pilotava o Curtiss Jenny de matrícula 107. JN-4D Jenny da Milícia Em 1930, em um primeiro momento, quando o estado de São Paulo se posicionou a favor Paulista em fins dos anos 1920 de Washington Luís na Revolução de 1930, a Esquadrilha de Aviação passou à disposição da 2ª Região Militar a fim de constituir, juntamente com a Aviação Militar, um grupo legalista sob o comando do Major Lysias Rodrigues. Ao término da Revolução de 1930, a esquadrilha, que ficara do lado legalista, foi dissol- vida pelos revolucionários vitoriosos em 18 de dezembro do mesmo ano, e as suas aero- CURTISS JN-4D JENNY “113” DA FPSP EM 1926 naves foram entregues à Aviação Militar. Os aparelhos civis, requisitados de particulares, foram devolvidos aos seus antigos proprietários. Com a vitória de Getúlio Vargas, assu- miu o comando da Aviação da FPSP o Ten.-Cel. Eduardo Gomes, que passou o comando dias depois ao Capitão Reinaldo Rodrigues, selando o fim da Aviação da FPSP. Em 18

de dezembro de 1930, por meio do Boletim da Inspetoria Geral nº 29, determinou-se FOTO – ARQUIVOS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO, VIA AUTOR que: “(...) em virtude de escapar à finalidade da Força Pública e devendo ser a aviação um elemento do Exército, é dissolvida, nesta data, a Esquadrilha de Aviação, cujo material será Este Curtiss JN-4D Jenny

ILUSTRAÇÕES – GILSON MARÔCO entregue ao Governo Federal (...)”, encerrando, assim, a gloriosa trajetória do segmento foi doado pelo Governo aéreo da FPSP até então. de São Paulo no início da década de 1920 para a aviadora pioneira Anésia ALGUNS DADOS DA FROTA DE AVIÕES CURTISS JN-4D JENNY NA FPSP Pinheiro Machado, sendo CURTISS JN-4D JENNY “108 RAPOSO II” DA FPSP EM 1928 matriculado A-PM em sua Da primeira aquisição de cinco aviões, em abril de 1920, existem poucos dados sobre homenagem os aparelhos, a cujas matrículas também não existem referências seguras, sendo, porém, observados dois deles com as matrículas nº 101 e nº 102 em 1922, tudo indicando que os JN receberam matrículas de nº 100 a nº 104. Constam em alguns textos pesquisados sobre o assunto que quatro desses JN foram doados à Aviação Naval brasileira, porém não foram encontrados documentos que con-

firmem tal informação, tendo em vista que a Marinha só passou a operar tal tipo de avião FOTO – COLEÇÃO DE RAFAEL PINHEIRO MACHADO, VIA AUTOR em 1926 e os adquiriu diretamente dos estoques da US Navy. Em 1926, foram adquiridos oito Curtiss JN-4D Jenny para a Esquadrilha de Aviação da FPSP. Esses aviões foram matriculados de 107 a 114, e suas vidas operacionais podem ser CURTISS JN-4D JENNY “111 TENENTE CHANTRE” DA FPSP EM 1928 observadas a seguir: 107 — acidentado em Uberaba (MG), em agosto de 1926, ocasionando a morte do Ten. Edmundo da Fonseca Chantre. Em seu transporte por via férrea para São Paulo, houve um incêndio, e o avião foi destruído; descarregado em 1927; 108 — “Raposo II”, descarregado em 1929; 109 — descarregado em 1929; 110 — descarregado em 1929; 111 — “Tenente Chantre”, descarregado em 1929; 112 — “Manoel Preto”, acidentado em 3 de outubro de 1928 e descarregado no mesmo ano; Detalhe do painel do 113 — “Paes Leme”, acidentado em Guapira (SP) e descarregado em 1929; Curtiss JN-4D Jenny, 114 — “Borba Gato”, descarregado em 1929. preservado na atua- CURTISS JN-4D JENNY “113” DA FPSP EM 1929 FOTO – COLEÇÃO DE RAFAEL PINHEIRO MACHADO, VIA AUTOR lidade em um museu norte-americano 94 95

92_97_Cores.indd 94 10/09/2018 10:13:16 92_97_Cores.indd 95 10/09/2018 10:13:22 92_97_Cores.indd 96 96 ILUSTRAÇÕES – GILSON MARÔCO CURTISS JN-4DJENNY“422” VISTA SUPERIOR CURTISS JN-4D JENNY NO BRASIL EMPREGO PELA AVIAÇÃOEMPREGO NAVAL PELA 1926-1928 BRASILEIRA: USO CIVIL USO CURTISS JN-4DJENNY“422”ESCOLADEAVIAÇÃONAVAL,1927 À AVIADORA-PIONEIRA ANÉSIAPINHEIROMACHADO CURTISS JN-4DJENNY “A-PM”DOADOPELOGOVERNO CURTISS JN-4DJENNY“422” VISTA INFERIOR 10/09/2018 10:13:28

FOTO – COLEÇÃO DE MAURO LINS DE BARROS, VIA AUTOR 92_97_Cores.indd 96 96 ILUSTRAÇÕES – GILSON MARÔCO CURTISS JN-4DJENNY“422” VISTA SUPERIOR CURTISS JN-4D JENNY NO BRASIL EMPREGO PELA AVIAÇÃOEMPREGO NAVAL PELA 1926-1928 BRASILEIRA: USO CIVIL USO CURTISS JN-4DJENNY“422”ESCOLADEAVIAÇÃONAVAL,1927 À AVIADORA-PIONEIRA ANÉSIAPINHEIROMACHADO CURTISS JN-4DJENNY “A-PM”DOADOPELOGOVERNO CURTISS JN-4DJENNY“422” VISTA INFERIOR 10/09/2018 10:13:28

92_97_Cores.indd 97 FOTO – COLEÇÃO DE MAURO LINS DE BARROS, VIA AUTOR Tietê paralocalseguro FPSP foilevadodebarcopeloRio Jenny 111“TenenteChantre”da Paulo, noiníciode1929,oCurtiss alagou oCampodeMarte,emSão Por ocasiãodagrandeenchenteque apenas com atropas do Exército situadas no Paulo viu-se isolado no movimento, contando Constituição para oBrasil, oEstadode São nar oGoverno Vargas apromulgar uma nova 9 de julho de 1932, com oobjetivo de pressio- Constitucionalista Revolução a nodia Eclodida PÚBLICA FORÇA DA DE AVIAÇÃOGRUPO MISTO Velocidade Máxima PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOCURTISSJN-4DJENNY Razão de Subida de Razão Superfície Alar Superfície Características Comprimento Característica Teto Máximo Envergadura Autonomia Emprego Alcance Altura Motor Pesos 1 Curtiss OX-5, de 90hp, 8cilindros em “V”, refrigerado aágua Treinamento –Instrução primária de voo Biplano, monomotor, Fontes: Curtiss,FPSP, AviaçãoNaval,ArquivosdoAuto e oadestramentodeseuspilotos1926a1928 O fim da Revoluçãoda O fim ocorreu em 3 de outubro a sua atuação eodestino aparelho. dado atal Gonçalves, registro existindo não que esclareça Capitão ao pertencente Antônio Reynaldo pregou um avião Curtiss JN-4DJenny (civil), Durante oconflito, a da FPSP Aviação em- criava oGrupo Misto de Aviação FPSP. da o Decreto de nº5.590,de15julho1932, Estado ecom aprópria Força Pública. Assim, aparelhos CurtissJN-4DJennyparaainstrução Máximo: 870kg A AviaçãoNavaldoBrasiloperouquatro Vazio: 639kg 94 m/min 121 km/h 32,70 m² 13,29 m 2.000 m 402 km 3,01 m 8,33 m Dados 3:35 h biplace em tandem em

FOTO – ARQUIVOS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO, VIA AUTOR pilotos da Aviação Naval Brasileira. dos voo de instrução na aviões profícua desses 1928, encerrando autilização efêmera epouco desativação dos Curtiss JN-4DJenny no fim de aviões de treinamento na Aviação Naval levou à aeronaves. das idade novos de incorporação A de reposição,no fluxopeças de a acidentese aptos para ovoo, tendo em problemas vista semestre de 1928, somente dois aviões estavam acidentes problemas e logísticos. No segundo dois de era aviões,bilidade de decorrência em missões, considerando disponi de que média a reu em 1927, quando realizaram somente 319 pouco número de alunos, oque também ocor EAvNzados pela no ano de 1926em razão do Os Curtiss JN-4DJenny não foram muito utili - com 421a424. os seriais 01 a04, logo sendo rematriculados em seguida marcas brasileiras e, no início, as matrículas de operação. Os aviões receberam os cocares eas conjunto com os aviões Avro 504Kainda em Esquadra Terrestre,da onde atuariam em radas à3ªEsquadrilhadaFlotilha de Instrução foram entregues para aEAvN,- incorpo sendo Após testes de avaliações, e série a aeronaves as no 7de dia agosto do mesmo ano. julho, oprimeiro sendo de voo testes realizado (CAvN RJ), onde foram montados no mês de o Centro de Aviação Naval do de Rio Janeiro de junho de 1926eforam conduzidos para Os aviões chegaram aode Rio Janeiro no início cana eenviadas, marítima, por via para oBrasil. montadas por técnicos aviação da naval-ameri- Navalvadas na Base de Maryland, des sendo - Foram as células escolhidas mais conser bem Naval (EAvN). aeronaves de Escola na Aviação instrução de oobjetivotinha de incrementar adotação de havia desativado recentemente. Tal aquisição JN-4D Jenny dos estoques USNavy, da que os Marinhada do Brasil adquiriu quatro Curtiss de 1920, meadosEm década da a Aviação Naval AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA JN-4D JENNYO CURTISS NA Paulista.Corporação aguer desse lutasde glórias e dades da Aviação FPSP da como bem olegado Vargas, finalizando,segunda pela vez, as - ativi de 1932, com avitória dos legalistas de Getúlio a elaboração desta matéria. Militar Paulo São de pelo apoio recebido durante ro Machado, Museu da Aviação Naval ePolícia Alvarenga, Mauro Lins de Barros, Rafael Pinhei- Agradecimentos: oautor agradece aJosé de rido segmento da segmento da rido Q 10/09/2018 10:13:31 - - - 97 ROTA CULTURAL Chief Executive Officer: Cleide Clemilde Costa PRÓXIMA EDIÇÃO E-mail: [email protected] assados quase 30 anos do colapso da União Soviética, a aviação da Rússia Painda desperta um interesse todo especial. Como sua indústria aeronáutica desenvolveu uma “escola” própria, não são poucos os casos de aeronaves russas com ASAS-Revista de Cultura e História da Aviação surpreendentes (e geniais) soluções de design, engenharia e sistemas. Editor: Claudio Lucchesi (MTb 26.482, ABI 2.279) A História, sobretudo a mais recente, nas sombras da Guerra Fria, também contribuiu Contatos Editoriais: [email protected] Colaboraram nesta edição: Anderson Subtil, Aparecido muito para a fascinante aura ao redor de tudo o que se refira à aviação russa. Camazano Alamino, Daniele Faccioli, Décio Correa, Com cobertura única e exclusiva dessa aviação na mídia brasileira, ASAS traz agora Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, Gílson Marôco, um verdadeiro divisor de águas ao jornalismo impresso do Brasil, inédito e histórico, Humberto Leite, Luca Ricci, Manoel Carvalho, Oscar Bernardi, Paulo Laux, Rafael Rinaldi, Remo Guidi, em termos de reportagem de aviação. Ricardo Padovese e Spencer Campos. Aguarde! Designer: Caio Oishi Revisão: Bruna Lima Contatos de Publicidade: [email protected] Assinaturas e Atendimento Geral: [email protected] Jornalista Responsável Claudio Lucchesi Cavalca (MTb 26.482, ABI 2.279) Atendimento ao leitor e livrarias Telefones: (11) 3641-8494 / 3641-8522 E-mail: [email protected] Horários: De segunda a sexta, das 8h00 às 17h00 LINHA DIRETA ASAS Se você está com dificuldades de encontrar as edições de ASAS em sua cidade, entre em contato conosco pelos telefones (11) 3641-8494 / 3641-8522 ou pelo e-mail [email protected]. Fornecendo o seu endereço e telefone de contato, nós ajudaremos você a encontrar a banca que possui ASAS e a melhorar a distribuição na sua cidade. WhatsApp: (11) 98250-5919 ENDEREÇO DE CORRESPONDÊNCIA Edições Rota Cultural Caixa Postal – 76654 CEP: 05047-970 São Paulo - SP - Brasil Impressão Log&Print Gráfica e Logística S/A

Distribuidor Exclusivo para bancas de todo o Brasil Dinap Distribuidora Nacional De Publicações Ltda Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 – Sala A, Jardim Belmonte, Osasco, SP

Esta é uma publicação bimestral da Rota Cultural. É proibida a reprodução de quaisquer das matérias aqui contidas sem a autorização por escrito da Editora. As peças publicitárias veiculadas em ASAS-Revista de Cultura e História da Aviação pertencem exclusivamente aos anunciantes que contratam as páginas comerciais que as contêm. O seu conteúdo é, portanto, de sua inteira responsabilidade, e não desta revista. Esta se reserva apenas ao direito de recusar peças publicitárias que atentem contra a moral e os bons costumes, ou incitem ao ódio e qualquer discriminação, de indivíduo ou grupo. As fotografias produzidas por profissionais a serviço da revista não podem ser reproduzidas em nenhuma mídia sem prévia autorização por escrito desta Editora. Qualquer uso não autorizado de imagens produzidas por nossos profissionais é passível do devido acionamento judicial.

98_100_Proxima_Edicao.indd 98 06/09/2018 15:24:06 ROTA CULTURAL Chief Executive Officer: Cleide Clemilde Costa PRÓXIMA EDIÇÃO E-mail: [email protected] assados quase 30 anos do colapso da União Soviética, a aviação da Rússia Painda desperta um interesse todo especial. Como sua indústria aeronáutica desenvolveu uma “escola” própria, não são poucos os casos de aeronaves russas com ASAS-Revista de Cultura e História da Aviação surpreendentes (e geniais) soluções de design, engenharia e sistemas. Editor: Claudio Lucchesi (MTb 26.482, ABI 2.279) A História, sobretudo a mais recente, nas sombras da Guerra Fria, também contribuiu Contatos Editoriais: [email protected] Colaboraram nesta edição: Anderson Subtil, Aparecido muito para a fascinante aura ao redor de tudo o que se refira à aviação russa. Camazano Alamino, Daniele Faccioli, Décio Correa, Com cobertura única e exclusiva dessa aviação na mídia brasileira, ASAS traz agora Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, Gílson Marôco, um verdadeiro divisor de águas ao jornalismo impresso do Brasil, inédito e histórico, Humberto Leite, Luca Ricci, Manoel Carvalho, Oscar Bernardi, Paulo Laux, Rafael Rinaldi, Remo Guidi, em termos de reportagem de aviação. Ricardo Padovese e Spencer Campos. Aguarde! Designer: Caio Oishi Revisão: Bruna Lima Contatos de Publicidade: [email protected] Assinaturas e Atendimento Geral: [email protected] Jornalista Responsável Claudio Lucchesi Cavalca (MTb 26.482, ABI 2.279) Atendimento ao leitor e livrarias Telefones: (11) 3641-8494 / 3641-8522 E-mail: [email protected] Horários: De segunda a sexta, das 8h00 às 17h00 LINHA DIRETA ASAS Se você está com dificuldades de encontrar as edições de ASAS em sua cidade, entre em contato conosco pelos telefones (11) 3641-8494 / 3641-8522 ou pelo e-mail [email protected]. Fornecendo o seu endereço e telefone de contato, nós ajudaremos você a encontrar a banca que possui ASAS e a melhorar a distribuição na sua cidade. WhatsApp: (11) 98250-5919 ENDEREÇO DE CORRESPONDÊNCIA Edições Rota Cultural Caixa Postal – 76654 CEP: 05047-970 São Paulo - SP - Brasil Impressão Log&Print Gráfica e Logística S/A

Distribuidor Exclusivo para bancas de todo o Brasil Dinap Distribuidora Nacional De Publicações Ltda Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 – Sala A, Jardim Belmonte, Osasco, SP

Esta é uma publicação bimestral da Rota Cultural. É proibida a reprodução de quaisquer das matérias aqui contidas sem a autorização por escrito da Editora. As peças publicitárias veiculadas em ASAS-Revista de Cultura e História da Aviação pertencem exclusivamente aos anunciantes que contratam as páginas comerciais que as contêm. O seu conteúdo é, portanto, de sua inteira responsabilidade, e não desta revista. Esta se reserva apenas ao direito de recusar peças publicitárias que atentem contra a moral e os bons costumes, ou incitem ao ódio e qualquer discriminação, de indivíduo ou grupo. As fotografias produzidas por profissionais a serviço da revista não podem ser reproduzidas em nenhuma mídia sem prévia autorização por escrito desta Editora. Qualquer uso não autorizado de imagens produzidas por nossos profissionais é passível do devido acionamento judicial.

98_100_Proxima_Edicao.indd 98 06/09/2018 15:24:06 98_100_Proxima_Edicao.indd 99 06/09/2018 15:24:08 98_100_Proxima_Edicao.indd 100 06/09/2018 15:24:10 101_102_Por_10.indd 202

05/09/2018 08:11:48 AS365K2 Super Pantera 101_102_Por_10.indd 20 05/09/2018 08:11:5 101_102_Por_10.indd 204 05/09/2018 08:11:5

ESTE PÔSTER É PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO 103 DE ASAS – REVISTA DE CULTURA E HISTÓRIA DA AVIAÇÃO – E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE. FOTO DA EMBRAER

05/09/2018 08:11:5

ESTE PÔSTER É PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO 103 DE ASAS – REVISTA DE CULTURA E HISTÓRIA DA AVIAÇÃO – E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE. FOTO DE CLAUDIO LUCCHESI 101_102_Por_10.indd 205