ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS.

ATA Nº 036

PRESIDENTE – DEPUTADO SÉRGIO RICARDO

O SR. PRESIDENTE (SÉRGIO RICARDO) – Senhoras e senhores, bom-dia! Aos vinte e quatro dias do mês de setembro, do ano de 2007, do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, invocando a proteção de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, declaro aberta, em nome da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, esta Audiência Pública, requerida por esta Casa e pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, com o objetivo de discutir a proposta orçamentária para 2008 e o Plano Plurianual para o período de 2008-2011. Eu gostaria de dar início à formação da mesa convidando o Deputado Riva, 1º Secretário da Assembléia Legislativa; o Vice-Governador Silval Barbosa; o Senador José Maranhão, Presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização; o Senador ; o Senador Jonas Pinheiro; a Senadora Serys Marly; o Deputado Federal José Pimentel, relator geral da proposta orçamentária de 2008; o Deputado Federal José Vignatti, relator do PPA- Plano Plurianual; representando o Tribunal de Contas de Mato Grosso, Conselheiro Júlio José de Campos; o Prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PALMAS). Composta a mesa, gostaria de convidar a todos para ouvirmos a execução do Hino Nacional (EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.) O SR. NARRADOR (EDSON PIRES) - A Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso registra e agradece a presença das seguintes autoridades: Deputado Ademir Brunetto, 4º Secretário da Assembléia Legislativa; Deputado Alexandre Cesar; Deputado Zé Carlos do Pátio; Deputado Dr. Walace; Deputado Federal Valtenir Pereira; Deputado Federal Pedro Henry; Deputado Federal Carlos Bezerra; Deputado Federal Eliene; Deputado Federal Carlos Abicalil; Deputado Federal Homero Pereira; Secretário-Chefe da Casa Civil, João Antônio Malheiros; Secretário Extraordinário de Projetos Estratégicos, Clóves Felício Vettorato; Secretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo, Pedro Jamil Nadaf; Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito de Lima; Secretário de Estado de Planejamento e Gestão Geral, Yênes Jesus de Magalhães; Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural – SEDER, Neldo Weirich; Secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro; Secretário de Estado de Infra-Estrutura, Vilceu Marchetti; Secretário Extraordinário de Apoio às Políticas Educacionais, Flávia Maria de Barros Nogueira; Magnífico Reitor da Universidade Federal de Mato Grosso, Prof. Paulo Speller; Srª Elenir Auxiliadora Garcia, Corregedora Adjunta da Defensoria Pública; Drª Marinete D. Girard, Delegada Regional do Trabalho em Mato Grosso; Drª Maria Magalhães Rosa, Subprocuradora Geral Adjunta; Dr. José Botelho Prado, Auditor Geral do Estado; José Aparecido dos Santos, Prefeito Municipal de Nova Marilândia e Presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios; Edin Scorsi, Prefeito

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Pág. 7 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Desta forma, estão distribuídos recursos da seguinte forma: educação básica, 32,2 bilhões; ensino superior, 30 bilhões; ensino profissional e tecnológico, 5,6 bilhões; alfabetização continuada, 2,6 bilhões; no total, 71 bilhões. Quero fazer um comentário rápido sobre isso, porque a aprovação do FUNDEB que começa a ser colocado recurso este ano na monta de 02 bilhões e pouco, e vai num recurso crescente, chegando a quase 05 bilhões no terceiro ano, nós vamos ter uma nova realidade educacional, sem dúvida nenhuma, no Brasil, porque estamos universalizando de creche ao ensino médio brasileiro. E chamar a atenção para isso, porque nós sempre gostamos de discutir universidade. Senador e Deputado também gostam de discutir universidade. A universidade é uma coqueluche, dá voto. Dá voto. É verdade. Nós gostamos. Mas esquecemos que 30% da população brasileira só têm ensino médio e 33% da juventude só concluem o ensino médio. Então, significa que 70% da população brasileira sequer podem acessar a universidade, porque não tem ensino médio. Então, universalizar até o FUNDEB, a educação brasileira até o ensino básico, garante a oportunidade, de fato, de avançarmos, inclusive, na oportunidade de mais pessoas poderem disputar uma vaga na universidade. Ao mesmo tempo, quando se fala em expansão universitária, se prevê aqui a oportunidade de garantirmos, também, que se dobrem as vagas do ensino público federal oferecido nos próximos quatro anos no Brasil. É grande e ousado isso no PPA: o ensino universitário nos próximos quatro anos no Brasil oferecer vagas públicas. Pelo Governo Federal a possibilidade prevista no PPA é de se dobrar as vagas públicas federais, sejam pelo ProUni, seja pela expansão universitária, novos campi , novas universidades federais nos próximos quatro anos no Brasil. Na Agenda Social tem algumas coisas que eu acho que ajuda e interessa a este Estado, a esta região, porque tem uma grande demanda na questão indígena, também. São dois bilhões, oitocentos e setenta e dois milhões previstos à questão indígena, com quatrocentos e setenta mil índios atendidos, investimento cultural, investimento no PRONASCI, continuidade, é claro, no investimento do Programa Bolsa Família, com o programa estratégico que já é conhecido por nós. Eu acho que a novidade nesse sentido... Apresento duas novidades importantes para este PPA: que é a Política Nacional de Juventude com 7,3 bilhões; Secretaria Nacional da Juventude recém-criada, Conselho Nacional da Juventude há pouco, também, criado. Tenho a honra de representar a Câmara dos Deputados nesse Conselho Nacional da Juventude, com esse investimento grandioso principalmente para atender a juventude que está fora da escola, fora do mercado de trabalho, que é a juventude de 16 a 20 anos, nessa faixa, e garantir a oportunidade de voltar à escola e ao mercado de trabalho com grande monta e com o ProJovem que foi lançado esses dias já previsto. A outra questão é a da raça. Até então não tinha um recurso dessa monta previsto no PPA para atender, de fato, a questão das etnias de raça, principalmente da comunidade Quilombola que tem grandes conflitos nacionais. Surgiu essa comunidade e não se tinha recursos, de fato, para garantir a indenização ou apropriação ou para resolver os problemas das terras dessas pessoas. Então, há a oportunidade de quatrocentas e oitenta e duas comunidades programadas para os próximos quatro anos no Brasil. Apoio para o setor rural: Desenvolvimento sustentável para território rural - 1,14 bilhões; Desenvolvimento Sustentável de Projeto de Assentamento - 8 bilhões; Agricultura Familiar – 10,8 bilhões a mais; Assistência Técnica e Expansão Rural e Agrícola – 1,84 bilhões. Os orçamentos da Seguridade Social são grandes, também.

Pág. 8 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Se pegarmos a questão da habitação, tem recurso previsto no Orçamento fiscal da seguridade social... Se pegarmos tanto a questão da habitação como a questão do saneamento, que eu falava antes, há um total de 56,5 bilhões, sendo para a habitação são 36,5 bilhões e para o saneamento 20 bilhões para os próximos quatro anos no Brasil. É um grande investimento para a habitação. O Mato Grosso tem uma grande demanda, principalmente se pegarmos, inclusive, uma das cidades que conheço bem, que tem muita gente da nossa região, de Lucas do Rio Verde que cresce muito, inclusive, com a agroindústria e tem demandas habitacionais extraordinárias em outras regiões, porque tem um crescente muito grande na área urbana e, também, operária, no setor industrial. Tem muito barriga verde aqui, muito gaúcho, também. Na questão do transporte que vocês têm... Depois vamos apresentar rapidamente, resumidamente... De obras previstas nós temos 4,560km novos de expansão rodoviária no Brasil. Na questão da ferrovia, também, tem 2.100Km novos propostos. Nos aeroportos têm dezoito pistas de decolagem em reforma e construção e dezessete terminais de passageiros em reforma e construção. Aqui, em Cuiabá, tem trinta e oito milhões previstos para o aeroporto aqui, no PPA, para os próximos quatro anos. No PPA, no Orçamento, estão previstos para os próximos quatro anos trinta e oito milhões para o aeroporto de Cuiabá. Para abastecimento de água do Centro-Oeste estão previstos, para o Centro-Oeste inteiro, não só para o Mato Grosso, no ponto de vista global, seiscentos e setenta e dois milhões; esgoto sanitário - seiscentos e vinte e um milhões; manejo de água fluvial - vinte e sete milhões; saneamento integrado - cento e noventa e três milhões; urbanização e assentamento precário - trezentos e setenta e sete milhões, ou seja, um total de um bilhão, oitocentos e oitenta e seis milhões. Em Mato Grosso há algumas obras importantes previstas: reforço e melhoria do sistema de transmissão nos Estados de Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal; adequação do trecho rodoviário Rondonópolis/Cuiabá/Posto Gil, na BR-163 - seiscentos e quarenta milhões; construção do trecho rodoviário no entroncamento de Mato Grosso 240, Novo Diamantino, Campo Novo, na BR-264 - cento e oitenta e seis milhões; construção do trecho rodoviário Guarantã do Norte, divisa do Mato Grosso com o Pará, na BR-163 - quarenta e oito milhões; manutenção do trecho rodoviário da BR-163 - oitenta e sete milhões; manutenção do trecho rodoviário da 158 - duzentos e oito milhões; manutenção do trecho rodoviário da 364 - 8,1 milhões; construção do trecho rodoviário, divisa Pará/Mato Grosso, BR-158 - duzentos e trinta e três milhões; construção do trecho rodoviário entroncamento BR-163/Sorriso, entroncamento com a BR-158 e BR-242 - cem milhões. Isso é o geral das obras previstas no PPA para os próximos quatro anos que contempla Mato Grosso. A questão do cenário macroeconômico rapidamente passando a última parte. O cenário macroeconômico, também, tem uma sinalização muito positiva. Acho que é o que vivemos, neste momento, no Brasil no ponto de vista de geração de emprego e crescimento econômico. Tem um desenho macroeconômico de um crescimento econômico com esse resultado do PPA, com a aplicação desses recursos orçamentários, com a execução desses recursos orçamentários, na ordem de 5%, em média, ao ano. Isso está previsto de crescimento para os próximos quatro anos. Então, é um cenário extremamente positivo que está desenhado.

Pág. 9 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Também, com uma inflação controlada, com a evolução da inflação controlada, chegando à casa de 4,5% ao máximo; uma taxa de câmbio com uma evolução prevista na média este ano de 1,91, 2,0, 2,6, 2,10% para 2011. E uma coisa mais importante do cenário macroeconômico, que eu gostaria de chamar atenção, é a taxa de juro real. A taxa de juro real prevista para os próximos quatro anos no Brasil demonstra a capacidade de investimentos se, de fato, isso se concretizar em uma redução significativa e que vai acontecendo já pelo Banco Central no último período, chegando a uma taxa real de juros de 3,86. Essa é a taxa real de juro prevista para 2011 no Brasil, uma taxa acumulada com inflação de 8,54%. Também, nesse sentido, tivemos uma evolução gradativa do próprio salário- mínimo já aprovado pelo Congresso Nacional, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal como evolução do salário-mínimo. Então, a política do salário-mínimo já está definida. Chegaremos em 2011 com o salário-mínimo previsto e com a evolução do crescimento econômico e correção inflacionária de R$158,77. Para encerrar a apresentação primeiramente quero dizer que a Câmara dos Deputados tem uma importantíssima – e a imprensa me pediu na abertura aqui, também, - prestação de contas do Orçamento mensal para os Deputados, Senadores e à sociedade acompanhar a execução orçamentária mensal. Acho que todo acompanhamento sobre essa questão de nós termos presente recursos transferidos, seja transferência do AGU, seja transferência direta SUS, da educação, dos vários convênios, como também da própria questão do Fundo de Participação dos Municípios, para nós sociedade podermos acompanhar essa questão orçamentária, para isso temos na Comissão de Orçamento da Casa e na Câmara dos Deputados um acompanhamento e uma prestação mensal. Então, é possível o acesso da comunidade, da sociedade nesse acompanhamento de forma direta. Outra questão importante é a sociedade aqui presente, e eu quero saudar aqui em nome do meu amigo Lopes, da Colônia de Pescadores, são as emendas, como o nosso Senador José Maranhão já falou, que é da Paraíba, a Comissão Técnica da Casa está com uma equipe técnica disponível para quem tiver sugestão a fazer no PPA ou no orçamento para a elaboração, porque a Comissão Técnica muitas vezes não permite, mas temos uma equipe técnica aqui - Eugênio, onde está a equipe técnica? – atrás, nos fundos, disponível para ajudar elaborar, assessorar e escrever. Então, o pessoal pode se dirigir ao plenário e se dirigir à equipe técnica. Cada Senador e cada Deputado Federal tem direito a 10 emendas do PPA. Nós prevemos no relatório preliminar do PPA que vamos acatar as emendas e as sugestões feitas nas Audiências Públicas, encampadas por um Senador ou por um Deputado, porque é uma forma de valorizar a Audiência Pública do PPA, uma maneira de valorizar a Audiência Pública e as sugestões da sociedade. Então, aquilo que hoje a sociedade de Mato Grosso e de outros Estados que possam estar presentes nesta Audiência Pública sugerirem, levantarem, escreverem ou apresentar no microfone, vamos distribuir para todos os Senadores e para todos os Deputados Federais já amanhã para eles terem ciência, porque no dia 27 abre prazo de emendas do PPA, para, então, sugerir e apresentar emendas ao PPA. E cada Bancada, como o Estado aqui, todos os Estados brasileiros, independentemente do tamanho, como São Paulo, que tem 71 Deputados Federais ou aqui que tem 8, possam apresentar as mesmas quantidades de emendas, que são 5 emendas estruturantes, ao PPA, e essas estruturantes com certeza serão todas acolhidas. Quanto às individuais, vamos estabelecer critérios ainda para atender, e uma forma que eu estou colocando é esse critério.

Pág. 10 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Sem dúvida nenhuma, se conseguirmos cumprir nos próximos 4 anos esse previsto no PPA desta forma, vamos ter, sim, nos 4 anos aquilo que poderemos chamar dos melhores 4 anos do Brasil dos últimos anos da nossa história do ponto de vista do desenvolvimento humano, do ponto de vista de geração de emprego, distribuição de renda, melhoria de qualidade de vida e com isso melhoria educacional. Muito obrigado. Muito obrigado, Sr. Presidente (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Em seguida, vamos anunciar a exposição do Relator Geral do Orçamento, Deputado Federal José Pimentel. Antes, porém, quero sugerir aos presentes, como homenagem póstuma ao querido amigo de todos vocês e nosso também, Júlio Domingos Campos, pai do Senador Jayme Campos, conhecido pela alcunha carinhosa de Fiote. Peço a todos que guardemos um minuto de silêncio em pé, em homenagem póstuma a esse cidadão de Mato Grosso. (NESTE MOMENTO TODOS SE LEVANTAM E GUARDAM UM MINUTO DE SILÊNCIO.) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Dando continuação, tenho o prazer de anunciar a palavra ao Deputado Federal José Pimentel, Relator Geral da proposta orçamentária para 2008, que fará sua explanação da proposta orçamentária, possibilitando, assim, um conhecimento mais profundo aos cidadãos e cidadãs aqui presentes, sobretudo dando e oferecendo os fundamentos para que os mesmos possam oferecer suas propostas, suas sugestões de emendas. Com a palavra o Deputado Federal José Pimentel. O SR. JOSÉ PIMENTEL (RELATOR) – Quero dar um bom-dia aos senhores e senhoras! Quero dizer que é uma alegria estar mais uma vez aqui na nossa Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Estive outra vez aqui discutindo previdência pública brasileira. Quero saudar o Presidente desta Casa, Deputado Sérgio Ricardo, e dizer a ele que uma das melhores acolhidas que tivemos nessa caminhada está se dando exatamente aqui na nossa Assembléia de Mato Grosso, e em seu nome quero saudar as nossas Deputadas e Deputados Estaduais. Quero dar um forte abraço no nosso Senador José Maranhão e registrar que estou naquela Casa, indo para dezesseis anos, sempre integrando a Comissão de Finança e Tributação, e muitas vezes a Comissão de Orçamento, e tenho tido em Vossa Excelência um dos melhores Presidentes que já passaram por aquela Comissão durante esse período. Por isso eu quero abraçá-lo e registrar, porque normalmente fazemos o levantamento dos pontos negativos e quando o acerto acontece normalmente achamos que é uma obrigação, mas temos o dever de registrar. Quero também adiantar que os vários Projetos de Lei que tramitam na Comissão Mista do Orçamento, todos eles, estão sendo votados dentro do prazo regimental e encaminhados ao Congresso Nacional para fins de aprovação. Isso é fruto da dedicação dos Pares daquela Comissão, os nossos Senadores e nossos Deputados, mas principalmente pela forma diligente com que a Presidência conduz o trabalho daquela Comissão. Quero dar um forte abraço nos nossos Senadores Jayme Campos, que também é membro da nossa Comissão, na Senadora Serys, a mais jovem mulher no nosso meio no Congresso Nacional, uma das brilhantes idéias, e no Senador Jonas Pinheiro, nosso bravo companheiro do movimento agrícola brasileiro, com quem temos tido, ao longo desse período, um grande debate

Pág. 11 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. sobre os fundos setoriais e particularmente os fundos constitucionais das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste. Quero dar um abraço no nosso Prefeito, nosso companheiro que passou um bom tempo conosco na Câmara Federal e aqui faz uma condução na gestão da Prefeitura. Quero saudar o nosso Vice-Governador e em seu nome saudar todos os Secretário do Governo do Estado e aqueles que fazem a gestão neste Estado. Quero saudar os nossos Deputados Federais, começando pelo meu amigo e companheiro Carlos Abicalil, com quem tenho discutido muito na nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, os rumos do Brasil, da América Latina, o terceiro mundo e as políticas públicas. No caso, o Deputado Carlos Abicalil, uma das grandes referências da nossa Bancada nessas reflexões, em especial na questão da educação. A nossa Bancada não discute educação sem antes ouvir o Deputado Carlos Abicalil. Por isso, Deputado Carlos Abicalil, quero dar aqui um grande abraço em Vossa Excelência e registrar o carinho que temos com esse Deputado e com toda Bancada. Quero abraçar aqui o nosso Deputado Pedro Henry, que lá no início esteve na Comissão de Trabalho, por volta de 1995, Deputado Pedro Henry, no início da nossa legislatura; saudar o Deputado Carlos Bezerra, o Deputado Valtenir Pereira, com quem nós temos discutido muito sobre a Defensoria Pública nos estados da União em uma batalha grande para que possamos dar as mesmas garantias profissionais à Defensoria Pública, que hoje tem o Ministério Público e com isso ter um grande tripé do nosso setor de prestação jurisdicional do Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública. Portanto, a sua chegada ao Congresso Nacional tem enriquecido muito esse debate. Quero saudar a Deputada Eliene... Aliás, o nobre Deputado Eliene. Eu me confundi com o Dr. Rosinha, que é um deputado do Paraná, que o saudoso Senador Antônio Carlos Magalhães o chamava de “Deputada Rosinha”, por conta dos nomes serem utilizados na mesma redação para homens e mulheres. Mas, Deputado Eliene, parabéns pelo trabalho conosco nesta caminhada. Quero saudar o Deputado Homero Pereira e dizer que a Bancada de Mato Grosso é uma Bancada diligente, tem estado sempre cobrando deste Relator uma forma de condução de debates nas questões inerentes à região Centro-Oeste, em especial Mato Grosso. E, eu quero registrar que as várias cobranças, os vários encaminhamentos que a Bancada faz, nada mais é que uma representação das demandas legítimas que o Estado necessita. Portanto, terão sempre neste Relator uma grande acolhida no pleito que vocês nos encaminharem e vamos estudar sempre com grande carinho, com muita atenção. E, quero estar registrando que embora o Orçamento da União tenha aquele valor tão alto, na verdade, o valor das receitas que vamos arrecadar em 2008 é da ordem de seiscentos e oitenta e dois bilhões de reais. Aquele montante de um bilhão, então, é verdade, isso é o Orçamento Geral da União. No entanto, boa parte daquele montante é rolagem da Dívida Pública Interna e com isso já lançamos no Orçamento como forma de trazer o debate e evitar qualquer emendamento no dia de amanhã. Mas as receitas com as quais nós vamos trabalhar são da ordem de seiscentos e oitenta e dois bilhões e setecentos milhões de reais. Portanto, daquele um bilhão, quatrocentos e quatorze milhões e seiscentos mil reais que o Orçamento traz, algo em torno de quase um trilhão e meio, boa parte é a renovação da dívida pública interna como forma de já autorizar esse procedimento. É verdade que esta é a maior receita orçamentária que nós já assistimos, até porque é

Pág. 12 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. fruto do crescimento econômico e da melhoria da máquina arrecadadora. E este orçamento tem algumas particularidades que nos ajudam muito em relação aos orçamentos anteriores. Para subsidiar esse debate, a Comissão Mista com o acompanhamento do nosso Presidente, elaborou uma cartilha que traz os grandes números do orçamento como forma de simplificar e divulgar essas questões. Nos orçamentos anteriores nós tínhamos um conjunto de item que era impactante no debate interno e também na questão da votação do orçamento. O primeiro deles dizia respeito ao salário mínimo. Historicamente, era uma das grandes batalhas da Comissão Mista do Orçamento fixar um novo valor do salário mínimo. Desta vez o acordo firmado entre as centrais sindicais e o Governo Lula em 2006 resolveu esse ponto que era objeto de grande divergência. O salário mínimo para 2008 está sendo antecipado para 1º de março, naquele compromisso de chegar a 1º de janeiro nessa seqüência. Em 2009, ele virá para 1º de fevereiro; em 2010, ele estará em 1º de janeiro, que é o acordo com as centrais sindicais. O segundo compromisso é de que ele receberá a inflação do ano anterior acrescido do crescimento do Produto Interno Bruto, exatamente foi para 407,33 reais. E este item felizmente, nosso Senador Jaime Campos, é um dos itens já resolvidos e que nós nos dedicar a outras demandas. E aqui eu quero fazer um registro. O nosso Senador , ao longo do tempo que esteve na Câmara, teve um grande discurso lutando pelo mínimo de 100 dólares. Graças a Deus, com esforço de todo o Congresso Nacional, de toda a sociedade e o reclame das centrais sindicais junto ao Governo Lula, este item está resolvido. Hoje, o mínimo é superior a 200 dólares, resultado de uma luta conjunta de toda sociedade brasileira para melhorar o poder aquisitivo. E com isso tirar boa parte da população que vivia na faixa social muito abaixo, inclusive, somado com Bolsa Família, trazendo boa parte daqueles que estavam excluídos para o processo includente do Estado nacional. O segundo item de grande divergência na Comissão Mista do Orçamento era o ressarcimento dos Estados e dos municípios no que diz respeito à exportação, a inserção do setor de exportação. Este normalmente, a peça orçamentária vinha com selinho em valor, no Congresso Nacional tínhamos uma grande batalha para aportar esses valores. Desta vez a peça orçamentária traz três bilhões e novecentos milhões de reais para ressarcir as exportações dos Estados e Municípios. É verdade que este montante não revolve totalmente as demandas dos Estados e Municípios, em especial, aqueles Estados que promoveram a política de atrativo de indústria sobre a ótica da isenção tributária estadual. Aí você tem um acerto entre o ICMS desses Estados que promoveram essa isenção, em especial, a nossa região nordeste versus o tratamento dado com os demais Estados da Federação em face desse equilíbrio da chamada Lei Kandir e as suas distorções e que agora, os Governadores, o Congresso Nacional, os Poderes Executivos Municipais, Estaduais e Federal estão terminando de formatar uma proposta de reforma tributária para encontrar uma saída para esta questão do ICMS, a guerra fiscal e com isso resolver essa tratativa do ressarcimento das políticas de incentivos fiscal, ao mesmo tempo dar um tratamento permanente e duradouro ao setor de exportações. É bom lembrar que um dos fortes instrumentos para as exportações brasileiras, além da questão cambial, é a política de incentivo fiscal. Desde quando ela foi implementada, nós temos um processo crescente no setor de exportação. Nesse 2007 deveremos chegar a cento e cinqüenta e cinco bilhões de dólares na exportação brasileira, fruto da melhoria empresarial, fruto de uma política de redução da carga tributária e também da produtividade que está sendo implementada. Mas isso precisa estar registrada no Orçamento da União para que os vários setores

Pág. 13 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. da sociedade brasileira tenham clareza de qual é o rumo que nós estamos dando. Portanto, a vinda dos três bilhões e novecentos milhões de reais na peça orçamentária, no que diz respeito à Lei Kandir, é o grande facilitador para tramitação do nosso orçamento. O terceiro grave ponto de estrangulamento que nós encontrávamos, é o que diz respeito à Emenda Constitucional nº 29, que é a transferência de recursos para a saúde. Todos nós lembramos que a partir de 2004 essa Emenda Constitucional determina que o orçamento da saúde tenha o liquidado do ano anterior acrescido do crescimento do PIB, mais o seu ganho real. Tanto é que lá, em 2003, no primeiro Governo Lula, esse valor de recursos era da ordem de vinte e sete bilhões de reais. Em 2008, irá para quarenta e nove bilhões de reais. Mas, ainda, é insuficiente para a demanda de um Estado nacional que é um verdadeiro continente, como é o Brasil. E para uma saúde plena os prefeitos dos cinco mil, quinhentos e sessenta e dois municípios têm comprometidos valores acima da determinação constitucional. Se você abrir todos os municípios aplicará, no mínimo, os 15% e alguns estão chegando a 25, 28 até 30% das suas receitas. Portanto, é uma sobrecarga muito forte sobre os municípios. Já os Estados, dos vinte e seis Estados e o Distrito Federal, deveriam aplicar desde 2004, no mínimo, 12%. Dezessete deles estão aplicando abaixo desse valor. Nós precisamos, também, de ter um aporte maior por parte da União. Exatamente, por isso, o Projeto de Lei Complementar nº 01/03, que trata da equalização desses valores é peça fundamental para votação no Congresso Nacional. É um acordo de todas as lideranças independentemente do seu Partido político, na Câmara e no Senado, para se aprovar o Projeto de Lei Complementar nº 01, que trata do repasse dos recursos à saúde pública, em especial um investimento ano/habitante neste País. Temos diferenças muito fortes entre alguns Estados que têm um programa de plano de saúde complementar maior que outros Estados. Se pegarmos os Estados mais ricos da Federação, veremos que normalmente 40% da população têm plano de saúde privado e isso permite um esforço menor por parte do Sistema Único de Saúde. Já os Estados mais periféricos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste normalmente têm 90% da sua população dependente do SUS, do Sistema Único de Saúde, e, apenas, 10% tem previdência complementar. Nós temos um desequilíbrio nessa forma de tratar e esse será um dos temas que exigirá deste Relator, do nosso Presidente José Maranhão, de todos os membros da Comissão Mista, como equalizar e como começar a construir um processo que permita com a votação do PLC, que é o Projeto de Lei Complementar nº 01, uma solução mais permanente, lembrando que até 1988 neste País só tinha saúde pública quem tinha carteira assinada. Os demais trabalhadores dependiam de uma Santa Casa de Misericórdia, dependiam de uma casa de acolhida. Hoje, com a decisão justa e necessária do Constituinte de 88 todos têm direito à saúde pública. O nosso dever é criar condições para que essa saúde pública seja cada vez melhor. Esse deverá ser um dos principais temas da Comissão Mista de Orçamento em 2007, preparando para 2008. E os nossos Senadores, os nossos Deputados, todos irão ajudar nesse debate sabendo que é um debate feito pelas várias instâncias vertentes da nossa sociedade e nós precisamos dar resposta. No que diz respeito à educação, que é, também, um tema que a sociedade tem cobrado muito, em especial o ensino infantil. Após a criação do FUNDEF... Foi muito importante o FUNDEF para o Brasil. O FUNDEF permitiu universalizar o ensino fundamental, que era quebrar exatamente com a cultura de alguns setores das nossas famílias que não tinham cuidado de mandar a criança à escola. Essa fase nós já superamos. Agora, a segunda fase, que se exige dos nossos Prefeitos, dos nossos Governadores, do Poder Público, do Congresso Nacional e do Estado Nacional

Pág. 14 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. é dar escola de qualidade, ou seja, já que fizemos a universalização precisamos melhorar a qualidade do ensino. Nesse aspecto, o ensino infantil, que estava fora do FUNDEF, e o ensino médio, que, também, estava fora do FUNDEF, com o FUNDEB foram incorporados e foi criada a escola básica. Isso trará uma demanda muito maior aos municípios, em especial, por conta da necessidade da construção do Pró-Infância, que é um conjunto de estrutura física e, também, pedagógica para atender melhor os nossos alunos dessa faixa etária. No Orçamento de 2008 temos um volume razoável de recursos para o Pró-Infância, mas um olhar primeiro para aqueles municípios que tiveram média inferior a três pontos percentuais. E nas emendas individuais de cada um dos 594 congressistas; dos 81 Senadores e Senadoras e 503 Deputados e Deputadas Federais deverão se debruçar um pouco sobre essa questão. Com o Pró-Infância eu acredito que no caso concreto da educação dos municípios é uma das bandeiras que exigirá muito dos prefeitos. Nós, também, precisamos nos debruçar sobre isso para ver como poderemos ajudar os cinco mil e quinhentos e sessenta e dois municípios. Nós temos, também, o Brasil Profissionalizado, ou seja, com a inclusão do ensino médio no FUNDEB precisamos urgentemente criar as condições para que cada criança, cada menina e cada menino, ao sair do ensino médio tenha uma profissão. E para isso o Orçamento da União cria uma ação chamada “Brasil Profissionalizado” que tem o objetivo de ao lado de cada escola de ensino médio construir uma escola profissionalizante, de maneira que a criança faça o ensino médio em um determinado período e no outro período se dedicará à escola profissionalizante. É este o desafio que está posto para nós! Para mim, que já perdi os cabelos, na época, chamava-se Científico. Acho que o nosso Senador José Maranhão, também, é desse período. Não é, Senador José Maranhão? Do Científico! Mas houve várias mudanças. Hoje, chama-se de ensino médio. E a intenção dos Governadores que têm dialogado muito com a Comissão de Educação, com este Relator, com o Ministro da Educação, com vários setores que pensam a educação pública no Brasil, é que possamos ajudar a viabilizar um projeto que propõe que ao lado de cada escola do ensino médio tenhamos, também, uma escola profissionalizante e que a mesma tivesse como curso o planejamento da macrorregião sobre as atividades ali desenvolvidas. Nesse aspecto, os CEFETs são instrumentos muito fortes para nos ajudar a pensar essa política de desenvolvimento regional. E no está previsto em 2008 a construção e instalação de três CEFETs daqueles cinco com os quais o Estado foi contemplado, ou melhor, daqueles seis. Esses três são em: Campo Novo do Parecis, Juína e Pontes e Lacerda. Esses três serão construídos em 2008 e estão na peça orçamentária. Eles serão fortes instrumentos para ajudar o planejamento dessas escolas técnicas nas escolas do ensino médio daquelas macrorregiões. Está prevista, também, no Orçamento de 2008 a construção dos campi avançados da Universidade Federal de Rondônia, Barra do Garças, Rondonópolis e Sinop. Portanto, o Estado de Mato Grosso receberá em 2008 seis grandes instrumentos do ensino técnico e do ensino superior, sendo três campi avançados. E posteriormente a luta da Bancada do Mato Grosso necessariamente será no sentido de transformá-los em universidades. Sabemos o que isso representa para a nossa economia regional, em especial a um Estado como Mato Grosso, que é muito maior do que alguns países da Europa. Isso facilitará a vida das nossas famílias, da

Pág. 15 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. nossa juventude, para não ter mais a obrigação de deslocar para a Capital, passando a ter o seu ensino localizado, mais próximo. Este orçamento também ajuda a resolver um conjunto muito forte, que é a infra- estrutura do nosso País e dos nossos Estados. Para Mato Grosso nós temos no Orçamento de 2008 quatrocentos e trinta e seis milhões de reais para as rodovias federais, lembrando que o maior volume dele está para a BR-158. A BR-158 tem cento e oitenta milhões de reais! Esses recursos não serão contingenciados em face do compromisso e do acordo firmado entre o Governo Federal, os Governos Estaduais e o Congresso Nacional. Portanto, o objetivo de não contingenciar esses recursos é exatamente para que o cronograma de obras aconteça dentro daquele calendário ali ajustado. É verdade que esses recursos ainda não são suficientes para resolver todos os problemas das rodovias federais em Mato Grosso, dado o tamanho deste Estado, mas pelo aporte significativo que nos permitirá dar um passo muito grande nessa questão. Sabemos que outra demanda muito forte nos Estados, particularmente nas regiões metropolitanas, é a questão habitacional, por conta da migração de boa parte das nossas famílias, das nossas pequenas propriedades - da roça como chamamos lá na Paraíba e no Ceara. Para as regiões metropolitanas isso trouxe uma demanda muito grande de infra-estrutura, de saneamento básico, de regularização de moradias e de construção de mais moradias. Para o nosso Mato Grosso tem, além dos recursos já firmados pelo PAC, cinqüenta e sete milhões e seiscentos mil reais aportados nessas ações. Portanto, é um volume razoável de recursos, não resolve todos os problemas, mas já dá um bom início. A nossa Bancada de Senadores e de Deputados de nosso Mato Grosso irá discutir as emendas inerentes à Bancada e irá apresentar à Comissão Mista do Orçamento. Inicialmente os Relatores Setoriais farão toda uma discussão com a Bancada e aportarão uma parte de recursos e, em seguida, virão para este Relator e nosso Presidente José Maranhão, para que possamos corrigir alguma distorção ou alguma necessidade que ali precisar. Portanto, esta Audiência Pública é fundamental para que as nossas entidades, os nossos Poderes, os Prefeitos, o Governo do Estado, dos vários Poderes, tanto o Legislativo como o Judiciário, as entidades da sociedade, possam apresentar as suas demandas. Pedimos que essas demandas preferência venham por escrito, porque facilita para nós. Essas propostas serão todas encaminhadas aos Deputados e Senadores daquela Bancada, às comissões permanentes da Câmara e do Senado que tratam desse tema e, em seguida, os relatores setoriais e este Relator irão se debruçar sobre essas propostas apresentadas para que o orçamento fique mais próximo ainda da realidade das demandas e das necessidades das famílias do nosso Mato Grosso. Portanto, Sr. Presidente, José Maranhão, quero registrar que para este Relator é uma grande alegria estar mais uma vez no nosso Mato Grosso para abraçar as nossas famílias e dizer que lá no Congresso Nacional estamos de portas abertas para receber as demandas e vamos, dentro do possível, acolhe-las. Tenham todos um bom-dia. Um grande abraço. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Na seqüência, passo a palavra ao Senador Jayme Campos que irá apresentar a todos a sua exposição. O Senador Jayme Campos é o Relator setorial da área temática planejamento e desenvolvimento urbano da proposta orçamentária para 2008. Com a palavra o Senador Jayme Campos.

Pág. 16 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. O SR. JAYME CAMPOS – Meu caro amigo particular Senador José Maranhão, Presidente da Comissão do Orçamento da União, que muito nos honra com sua presença no Estado de Mato Grosso, numa deferência toda especial ao povo mato-grossense, porque não é hábito o Presidente da Comissão de Orçamento acompanhar essas audiências públicas que estão sendo realizadas em algumas regiões do nosso País. Entretanto, convidei o Senador José Maranhão, disse a ele que fazia questão absoluta da sua presença em nosso Estado e aqui ele está. Assim, eu quero, em nome do povo mato-grossense, agradecer a Vossa Excelência pela presença nesta manhã na Capital do Estado Mato-grossense. Ilustres relatores, companheiros Deputados Federais João Pimentel e Cláudio Vignatti, Relatores do PPA e do Orçamento; meu prezado amigo Vice-Governador Silval Barbosa, que neste ato representa o Governador Blairo Maggi; ilustres Deputados estaduais, que compõem a Mesa; Presidente Sérgio Ricardo; Deputado Riva, 1º Secretário; ilustre Conselheiro do Tribunal de Contas, Júlio Campos, que neste ato representa o Tribunal de Contas de Mato Grosso; Sr. Prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, em seu nome saúdo os demais Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores aqui presentes; ilustres Deputados Federais aqui presentes, companheiro Eliene, companheiro Carlos Abicalil, Homero Pereira, Carlos Bezerra, Pedro Henry e Valtenir; Senhores Secretários de Estado, Sub-Secretários, entidades de classe aqui presentes, demais autoridades civis, líderes comunitários, povo mato-grossense. Sr. Presidente, eu escrevi aqui um pequeno pronunciamento para me dirigir ao povo mato-grossense, mas, antes do meu pronunciamento, quero agradecer a generosidade, a bondade e, sobretudo a solidariedade do ilustre Presidente desta Casa, Deputado Sérgio Ricardo e de Vossa Excelência, José Maranhão, em prestar aqui homenagem ao meu bom, velho, querido e saudoso pai, que foi para o lado de Deus neste último final de semana. Vossa Excelência pode ter certeza, como sabem perfeitamente os queridos Senadores Jonas Pinheiro, Serys e os colegas de Senado, que meu velho pai, saudoso Júlio Domingos de Campos, que eu tenho a honra e o orgulho de falar o seu nome, foi um exemplo de homem público, foi vereador e prefeito por dois mandatos da minha cidade de Várzea Grande e um exemplo de pai. Homem do qual me orgulho todas as vezes que falo seu nome, pela bondade, que sempre esteve no seu coração. Eu não tenho dúvida nenhuma de que ele está lá cima, ao lado de Deus, nos iluminando e torcendo por todos nós para fazermos um Brasil e um Mato Grosso mais justo. Mas, Sr. Presidente, Senador José Maranhão, ilustres Relatores do Orçamento da União, eu entendo que este evento é muito importante ser realizado por todo esse imenso País, na medida em que estamos democratizando o nosso orçamento com a participação não só da classe política, mas, acima de tudo, de toda a sociedade, em que se discute um orçamento da ordem de 3 trilhões e 500 milhões. Poderia chamar a atenção da população de quanto o Brasil tem recurso, de quanto poderemos fazer para o nosso País no que diz respeito aos investimentos, principalmente na saúde, na educação, nas políticas sociais que possam, com certeza, dar uma oportunidade mais justa e mais oportuna para o nosso povo. Todavia, nosso Relator do Orçamento, Deputado José Pimentel, dos 03 trilhões e 500 bilhões, nós temos apenas 600 e poucos bilhões, 682 bilhões para investimento. É muito pouco frente às necessidades que o Brasil tem, na medida em que o estado de dimensão continental com 08 milhões e 800, 900 mil quilômetros quadrados. Especificamente falando do Mato Grosso, é um Estado que eu comentava com o Senador José Maranhão da sua pujança na produção, e que temos participado com a produção fantástica, dando alegria para o Brasil na sua balança comercial por ser,

Pág. 17 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. hoje, o Estado maior produtor de soja, de algodão e que detém o maior rebanho bovino para oferecer não só para o Brasil, mas para os outros países. Quando deslocava com o Senador José Maranhão de lá do hotel até este recinto, eu comentava com ele, de tudo que nós produzimos, lamentavelmente, é um Estado pobre, um Estado ainda carente de infra-estrutura, que precisamos de uma melhor logística, que precisamos fazer com que a nossa produção seja competitiva não só no mercado nacional, mas no mercado internacional. Estamos distantes dos portos deste País! A nossa produção é onerosa em função de não termos uma logística adequada. Mostrávamos que só com a nossa área hoje produzindo, principalmente na questão do rebanho, porque Mato Grosso tem duzentos milhões de cabeças de gado, com a mesma área nós tínhamos capacidade de ter o rebanho acima de quatrocentas ou quinhentas mil cabeças. Mas, lamentavelmente, ainda precisamos de investimentos, de linhas de créditos que possam, com certeza, os homens do campo terem a coragem de ir às instituições financeiras federais buscar os seus empréstimos e seus financiamentos. Contudo, eu tenho certeza de que para este ano a proposta do Orçamento da União é histórica. Ela é bem melhor do que os outros anos que passaram, haja vista, quando aqui dizia, falava o nosso amigo Deputado Federal José Pimentel, nós temos um recurso bastante substancial, Secretário de Infra-Estrutura, Vilceu Marchetti, investimentos nunca vistos aqui em Mato Grosso para investimento das BRs federais que certamente vão dar melhores condições de trafegabilidade para essas rodovias com uma melhor logística. Especificamente, eu quero falar da área que estou atuando: eu sou Relator Setorial do Ministério do Planejamento e do Ministério das Cidades. O Ministério das Cidades junto com o Planejamento tem dezesseis bilhões de reais locados na peça orçamentária. Mas, para investimento, o que sobra depois de pagarmos a folha de pagamento, outros encargos sociais, sobra apenas, Deputado Federal Carlos Abicalil, quatro bilhões, que são para os serviços essenciais de saneamento básico, habitação e investimento nas áreas urbanas das cidades brasileiras, incorporando ali a questão também de alguns transportes ferroviários e transportes de massa pelos ônibus de alguns Estados da Federação. É muito pouco, frente aos problemas que temos neste imenso Brasil. Eu fico preocupado quando vejo aqui esta faixa da comunidade de Barra do Bugres, o entorno daquela comunidade pedindo a pavimentação asfáltica da MT-343. É uma rodovia muito importante. Vamos fazer o quê? A interligação de Barra do Bugres com Cidade de Cáceres. Uma área, Deputado Federal José Pimentel, de grande produção agrícola, de um grande rebanho bovino. Mas, muitos que estão aqui, talvez, não saibam, porque eu sei que essa Audiência Pública que vamos ter à tarde é com a nossa Assembléia Legislativa. Mas é bom aproveitar esta oportunidade porque, lamentavelmente, nós Parlamentares de Mato, a Senadora Serys, o Senador Jonas Pinheiro, os nossos Deputados Estaduais, quase nada podem fazer em termo de recursos federais para essa rodovia, por ser ela uma rodovia estadual, ou seja, uma MT. Nós poderemos locar recurso para as rodovias federais, mas de tal forma que a esperança é a ultima que morre na media em que o Governo Federal, por meio da SIF, que são investimentos que poderão ser feitos à medida que é uma taxa, ou seja, um imposto cobrado da comercialização dos combustíveis no nosso País. É óbvio e evidente que eu sei da boa vontade do Governador de pavimentar, se possível, todas as rodovias estaduais, mas, lamentavelmente, os recursos são aquém da necessidade. Contudo, eu tenho a certeza que a reivindicações dos senhores serão atendidas por este Governo e certamente por outros governos que virão pela frente, na medida em que é uma obra muito importante para a nossa região da grande Barra do Bugres e para o Estado de Mato Grosso.

Pág. 18 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Senador José Maranhão, Deputado Vignatti, Deputado José Pimentel, nós teremos a oportunidade ímpar de ouvir o clamor, as necessidades do povo mato-grossense. Representantes das forças vivas da sociedade estão presentes aqui, na medida em que nós temos aqui a presença do nosso magnífico Reitor da Universidade Federal, Dr. Paulo Speller, que representa, sem sombra de dúvida, a educação pública deste Estado e que certamente terá a oportunidade de fazer as suas observações com relação a essa peça orçamentária. Eu tenho defendido, caros amigos aqui presentes, que o orçamento da União seja impositivo. Nós não podemos, Deputado José Pimentel, construir uma peça fictícia, na medida em que gera expectativa, gera esperança para a sociedade de uma maneira geral em todo território nacional. Por isso é de fundamental importância que nós só acabamos com o voto secreto do Senado e na Câmara Federal, mas façamos também com que o orçamento federal seja impositivo para não, de hipótese alguma, continuar, que me desculpe o termo que vou usar aqui, enrolando todos os anos o orçamento que é contingenciado e a população fica à mercê naturalmente desse investimento para a sua melhor qualidade de vida e para o seu bem-estar. Faço aqui um apelo aos ilustres membros do orçamento José Pimentel, Vignatti e ao meu querido Presidente José Maranhão, que ajude o Mato Grosso. Este é um Estado que tem dado muita alegria para o povo brasileiro. É um Estado heterogêneo na sua população, com quase três milhões de habitantes; de brasileiros que vieram dos mais diferentes pontos do País, do Norte, do Sul, do Sudeste, construir e implantar uma nova civilização moderna em plena selva amazônica; de brasileiros que adentram nas políticas públicas do Governo Federal e que na década de 70 vieram para cá acreditando que o Governo Federal lhes daria condições não só de criar suas famílias condignamente, mas, sobretudo, qualidade de vida. Entretanto, esse mesmo Governo Federal abandonou algumas regiões do nosso Estado fazendo políticas públicas não condizentes com a nossa realidade. Isso tanto é verdade, Sr. Presidente, meu amigo José Maranhão, que temos região neste Estado carente de infra-estrutura, de investimento e onde lamentavelmente o Governo Federal tem feito algumas políticas repressivas, penalizando aquele homem que está produzindo debaixo do calor, do sol de 40° graus, com as mãos calosas, com a pele vermelha do sol desta região amazônica e à mercê de políticas públicas que certamente possam lhe dar a verdadeira soberania, que é o sonho de todos nós. De sorte, Sr. Presidente, Relatores aqui presentes nesta manhã, como membro da Comissão do Orçamento da União, indicado pelo meu Partido, o Democratas, o Senador Efraim de Moraes e eu, tenha a certeza, Sr. Presidente, que darei a minha contribuição com a pouca experiência que tenho de três vezes Prefeito da minha querida cidade de Várzea Grande, onde está localizado o Aeroporto Marechal Rondon que é onde Vossa Excelência desceu na noite de ontem; de ex- Governador deste Estado, por quatro anos, que tive a primazia de ser de 91/95 e com a experiência do cotidiano que aprendi muito durante a vida, durante a minha trajetória. Poderei colaborar muito fazendo um trabalho exemplar, um trabalho ético e, acima de tudo, defendendo propostas com as quais certamente poderemos contemplar todos os Estados e Municípios deste imenso País. Quero concluir as minhas palavras dizendo a todos aqui presentes que esse Orçamento será democratizado, com as novas modalidades. Sobretudo, aproveitando a presença dos prefeitos, pois veja vários nas galerias... Vejo ali o Tarzan, o Chaparral, de Barra do Garças, quero dizer aos senhores que é bom que saibam que têm que pedir aos Deputados Federais e Senadores as emendas orçamentárias. Estou dizendo isto muito preocupado, porque muitos Prefeitos já me procuraram dizendo: “O senhor é o Relator do

Pág. 19 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Ministério das Cidades, que é o Ministério que faz as casas, que é o Ministério que faz as pavimentações asfálticas, as galerias de águas pluviais...”. Entretanto, não temos suficientemente os instrumentos e meios legais para atendermos. É fundamental que os senhores recorram aos Deputados Federais, aos Deputados Estaduais, também, para que proponham emendas individuais para cada município deste Estado, porque as emendas coletivas, as emendas de Bancada - é bom que se esclareça - são para obras estruturantes. Acabaram-se nesse Orçamento as rachadinhas existentes, ou seja, a divisão. São para obras estruturantes. E digo mais: Houve um avanço magnífico no Orçamento. Na medida em que o Parlamentar colocar um recurso neste ano... Um exemplo: para uma obra que custa cem milhões ele colocar trinta milhões, não pode mudar, ou seja, ele tem que seqüenciar para que essa obra seja concluída e não ficar da forma como hoje está, algumas centenas de obras no nosso Brasil iniciadas e não concluídas. Isso é desperdício do dinheiro público. Graças ao bom Deus, uma nova visão moderna, sobretudo, correta e honesta, está mudando a forma de aplicação do dinheiro público em nosso Brasil. Então, acreditamos muito no PAC. Parece-me que é um programa que veio para retomar o crescimento não só dos investimentos na área de infra-estrutura como, também, da economia brasileira, porque uma coisa se interage com outra. O Orçamento da União vai permitir os investimentos e, por conseguinte, aumenta-se, com certeza, o crescimento econômico do nosso País. Sr. Presidente, eu já falei muito. Tinha escrito algumas palavras, mas preferi falar de improviso. Quero dizer da minha satisfação por receber Vossa Excelência em uma deferência. Quando convidei o nosso Presidente ele disse: “Senador Jayme Campos, não poderei deixar de atender o seu pedido. Prazerosamente estarei lá no seu Estado, estarei na sua Capital, Cuiabá, para abraçar fraternalmente aquela população e, acima de tudo, assumir compromissos que certamente gostaríamos de ter, de democratizar o nosso Orçamento, de fazer com transparência, sobretudo, aquilo que fundamentalmente é bom para o Brasil e, também, é bom para o povo brasileiro”. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Dando continuidade, com a palavra o Vice-Governador do Estado, Silval Barbosa, que aqui representa Sua Excelência, o Governador do Estado. O SR. SILVAL BARBOSA – Sr. Presidente, Senador José Maranhão, quero dizer da satisfação de recebê-los. Quero cumprimentar, também, o Senador Jayme Campos e parabenizá-lo pela luta para trazer para o nosso Estado a discussão do PPA e, também, do Orçamento Geral para 2008. Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Sérgio Ricardo; 1º Secretário, Deputado Riva, em nome de Vossas Excelências, cumprimento os demais Srs. Deputados Estaduais. Cumprimento, também, o Prefeito da nossa Capital, Wilson Santos, o Senador Jonas Pinheiro; a Senadora Serys, o Deputado Federal José Pimentel, Relator da proposta Orçamentária; o Deputado Federal Vignatti, Relator do Projeto do Plano Plurianual; o ex-Senador Júlio Campos, hoje, Conselheiro do Tribunal de Contas, aqui representando o Tribunal; o Senador Jonas Pinheiro, Srs. Secretários, Srs. Prefeitos e Srªs Prefeitas, assessores e imprensa aqui presente. Serei bem breve, Sr. Presidente. Primeiramente, Vossa Excelência traz a oportunidade ao nosso Estado de conhecermos o PPA e o Orçamento. Sabemos que estamos aqui com praticamente todos os Secretários de Estado. Todos se fazem aqui presentes. Sabemos que pelo tempo da Audiência

Pág. 20 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Pública é quase impossível todos terem uma participação ou sugestão ou a indicação de alguma alteração, mas vejo que todos estão com a proposta em mãos. Eu quero pedir aos senhores relatores, tanto do PPA como do Orçamento, e ao Sr. Presidente, a possibilidade depois de cada Secretário levantar o que tem de indicação da sua área e remeter à Comissão, mandar a sua sugestão e a indicação para a Comissão Orçamentária e também para a Comissão do PPA. Só assim, com a sugestão encaminhada, teremos a certeza de sermos contemplados em algum pleito que porventura, no entendimento de cada Secretaria, não esteja contemplado o orçamento. No mais, em nome do Governo do Estado de Mato Grosso, quero agradecer a todos os senhores que se dispuseram a vir ao nosso Estado apresentar aqui, no cumprimento da Lei, esta Audiência Pública. Agradeço os nossos Senadores de Mato Grosso, os nossos Deputados Federais que se fazem presentes, quase que a totalidade, Carlos Abicalil, Homero, Valtenir, Pedro Henry, que se fez presente, Carlos Bezerra, enfim, todos os Srs. Deputados que se fizeram presentes aqui nesta Audiência Pública. No mais, desejar aqui uma boa estada no nosso Estado. Voltem sempre. Quero parabenizar também a Assembléia Legislativa pela discussão e pelo apoio ao Congresso Nacional. Muito obrigado. Bom trabalho a todos! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra a Senadora Serys Marly. A SRª SERYS MARLY – Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Sérgio Ricardo. Quero agradecer aqui a permuta que o Deputado Riva fez conosco. Eu não poderia nem falar, porque estou super apressada, vou para uma reunião da Executiva do meu Partido. Obrigado. Quero saudar também todos os Deputados Estaduais, donos da Casa. Quero fazer uma saudação muito especial ao meu querido Senador José Maranhão, meu colega. Eu já estive por quatro anos na Comissão de Orçamento, por duas vezes, e lá trabalhamos juntos também, atualmente eu não sou do Orçamento, felizmente, porque sou de tantas outras Comissões. Quero saudar aqui o Senador Jayme Campos, nosso colega, estamos conseguido fazer, eu tenho falado de Jayme Campos por aí, somos adversários político-partidários, mas temos trabalhado muito juntos por Mato Grosso, o que é uma realidade. Juntos com o Senador Jayme Campos e o Senador Jonas Pinheiro, temos buscado votações conjuntas, projetos defendam o Estado de Mato Grosso, independente de coloração partidária. Quero saudar os meus queridos companheiros Pimentel, Vignatti, companheiros do meu Partido que vêm nessa luta pelo Orçamento com grande competência. Saúdo o Prefeito Wilson Santos, os nossos Deputados Federais, o companheiro Deputado Carlos Abicalil, o Deputado Eliene, o Deputado Valtenir Pereira, o Deputado Homero Pereira, o Deputado Carlos Bezerra, o Deputado Wellington Fagundes que há pouco eu vi, enfim, todos os Srs. Deputados Federais. Saúdo os prefeitos e todos e todas. Vou tentar ser bem breve, até porque o tempo urge.

Pág. 21 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Agradeço, Sr. Presidente José Maranhão, a presença da Comissão Mista do Orçamento no nosso Estado de Mato Grosso, é muito importante, porque é discutindo na base, onde estão os problemas, que a gente pode buscar mais facilmente saídas para os problemas existentes, principalmente com relação ao Orçamento. Nós sabemos o quão difícil é o trabalho do Orçamento, buscar com pouco recurso, porque nunca é suficiente - e digo sempre que nunca será - para tantas necessidades que o nosso País tem, especificamente para o nosso Estado de Mato Grosso. Para nosso Mato Grosso temos aqui no Orçamento 2008, principalmente para aquela chamada logística de transporte terrestre, que é o grande problema de um Estado eminentemente produtor de matéria-prima para a exportação, a logística de transporte terrestre é extremamente importante, temos vinte milhões. Achamos que tem que aumentar esse recurso que está previsto no Orçamento para a adequação do trecho rodoviário da MT-163. Está previsto no PAC a sua duplicação de Posto Gil a Cuiabá, de Cuiabá a Rondonópolis, mas, enquanto estão sendo elaborados os projetos, etc. para o PAC, precisamos desses vinte milhões, no mínimo, para o ano que vem para a adequação desta rodovia, sob pena de que daqui a pouco ela estará, como sempre esteve na maioria dos tempos, intransitável. Temos oitenta milhões para construção do entroncamento da MT-240, Diamantino/Campo Novo dos Parecis, com a BR-364. A BR-364 é uma estrada pela qual batalhamos muito, eu, pessoalmente batalhei muito. Colocamos recursos, até o ano passado, este ano eu já não coloquei mais emendas para a BR-364, mas esse orçamentário que perseguimos, corremos atrás, foi em torno de 60 milhões para a BR-364. É uma estrada extremamente importante para Mato Grosso e estão previstos aqui 80 milhões também no orçamento para o ano que vem. Para a manutenção da BR-163 tem 25 milhões; para a manutenção da BR-174 mais ou menos 9 milhões. Para a construção da BR-158, de Ribeirão Cascalheira até a divisa com o Pará, são 180 milhões de reais. Essa estrada é fundamental. O nosso Araguaia do Norte, que agora já tem um Linhão Querência, de Vila Rica, até que em fim está em andamento de forma acelerada, os recursos estão liberados, porque lá não existia energia a não ser dos motores a diesel. O Linhão está indo de vento em polpa. Agora a BR-158 está no orçamento, e isso é decisivo, determinante, 180 milhões. São suficientes? Não é suficiente. Mas ela também está no PAC. Tem uma parte dela que está precisando de projetos, mas enquanto se espera esses projetos para que venha através do PAC, que esse recurso, os 180 milhões do orçamento, realmente seja garantido e assegurado para o Araguaia para os projetos que já estão prontos. Para a manutenção da BR-364 23 milhões; e para a manutenção da BR-070 17 milhões. Eu gostaria de dizer, encerrando, que eu acho que temos que assegurar esses recursos, Sr. Presidente, Srs. Relatores, os recursos que já estão previstos no orçamento para essas obras estruturantes, dessa logística estruturante, principalmente do transporte para Mato Grosso, tem que ser mantido, não só ser mantido, como ser ampliado. Isso todos nós temos consciência. O Presidente Lula esteve aqui, todos nós sabemos, há pouco tempo, trouxe obras para Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande e Sinop, em torno de 600 milhões, principalmente na área da logística social, que estamos chamando, que é o saneamento básico e a habitação popular.

Pág. 22 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. E aqui vou citar mais uma vez o nosso Prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, que na sua fala diante do Presidente Lula disse que nunca na história de Mato Grosso um Presidente trouxe tantos recursos para a nossa Capital Esperamos, Prefeito, que traga muito mais ainda até 2010, porque temos o PAC, e se faz necessário. O PAC FUNASA já iniciou também a sua liberação. Já temos cinco municípios em Mato Grosso com menos de cinqüenta mil habitantes, com critérios definidos para que receba o PAC FUNASA e outros estão se credenciando para entrar no PAC FUNASA. Então, nós temos aí o orçamento e temos o PAC; o PAC e o PAC FUNASA; e temos também o PAC, que nós não queremos chamar de PAC, mas tem na área da educação e em outras áreas também. Apenas quero dizer que Mato Grosso, Sr. Presidente, Sr. Relator, está presente no orçamento com recurso significativo, mas nós precisamos, para encerrar, não só manter esses recursos em todas as áreas onde está previsto, em todas as áreas. Eu só falei do transporte terrestre, mas existem todas outras áreas. O tempo urge, eu me comprometi a falar somente três minutos. Se mantida em todas as áreas aquilo que está realmente previsto no orçamento, que nós ampliemos naquelas áreas, com certeza, vão surgir emendas aqui ao orçamento para que se amplie esse recurso em outras áreas. Com relação a 343, eu não tenho dúvida da importância. Ontem mesmo, eu estava em Barra do Bugres, Porto Estrela, Denise e outros municípios, fiz sete municípios nessa região, e sei da importância, sei da reivindicação da 343, sei que a possibilidade dela é via CIDE. Ela é uma MT. O Governo de Mato Grosso tem o repasse para CIDE, é possível reivindicarmos por aí. Eu estou junto com os senhores e as senhoras. Sei também, fui informada pelo Presidente desta Casa, que hoje à tarde vai acontecer uma Audiência Pública, e é da maior relevância que nessa Audiência Pública não só os senhores e as senhoras que estão presentes aqui na defesa da 343 coloquem realmente a importância dessa Rodovia Estadual e que nós, mesmo não tendo recursos federais para investir na 343, atuemos junto ao Governo de Estado. Como? Como Bancada Federal, para que a 343 venha acontecer, seja asfaltada, seja trabalhada, porque ela é uma das MTs mais importante para o nosso Estado de Mato Grosso. Eu quero aqui deixar um abraço a todos e a todas... (PALMAS)! Quero aqui dizer que a educação é uma das prioridades, com certeza, e tem que estar no orçamento. Está aqui em nome do nosso Reitor Paulo Speller, o meu patrão, porque eu sou da Universidade Federal do Mato Grosso; em nome dos Secretários Municipais, eu estou aqui vendo a minha companheira Fátima, Secretária de Educação do Município de Barra do Garças; em nome de todos os Secretários de Educação que, com certeza, estão por aqui, a educação tem que ser prioridade, sim, e a educação tem que constar com os recursos não só necessários, mas com perspectiva de ir avante até do necessário, porque nós só vamos conquistar um Brasil melhor e um Mato Grosso para todos e para todas, com educação de qualidade, da creche até a pós-graduação. Muito obrigada. Um abraço a todos e a todas! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, o Deputado Riva. O SR. RIVA – Bom-dia, senhores e senhoras. A minha saudação ao Presidente desta Casa, Deputado Sérgio Ricardo, e em seu nome saúdo todos os colegas Deputados Estaduais.

Pág. 23 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Meus cumprimentos ao Vice-Governador do Estado, ex-Deputado e ex-Presidente desta Casa, Deputado Silval Barbosa. Meus cumprimentos ao Exmº Sr. Senador José Maranhão, Presidente da Comissão Mista de Planos e Orçamentos Públicos e Fiscalização; Prefeito Municipal desta Capital, Wilson Santos, em seu nome saúdo todos os demais prefeitos aqui presentes; Srs. Senadores da República, Jayme Veríssimo de Campos, Jonas Pinheiro e Serys Marly. Quero parabenizá-los por essa iniciativa, até porque essa discussão, uma Audiência Pública do Centro-Oeste, e Mato Grosso teve o privilégio de sediá-la. Muito obrigado aos Senadores, em especial ao Senador Jayme Campos, que é membro da Comissão. Saúdo também o Deputado Federal José Pimentel, Relator Geral da proposta orçamentária de 2008, que eu já tive o prazer de conhecê-lo na discussão da Reforma Previdenciária, quando esteve presente neste Estado; saúdo o Deputado Federal Vignatti, Relator do Projeto de Lei também do Plano Plurianual 2008-2011; e o Conselheiro Júlio Campos, que representa aqui o Tribunal de Contas; saúdo todos os Deputados Federais aqui presentes nas pessoas dos Deputados Federais Carlos Abicalil e Eliene, cumprimento todos; Srs. Secretários de Estado; público aqui presente. Sr. Presidente, gostaria, antes de tudo, de emprestar uma parte do pronunciamento do Senador Jayme Campos. Eu havia anotado como tema principal do debate, que o Parlamento Brasileiro precisa tomar coragem de impor um orçamento impositivo. Grande parte da desconfiança da sociedade em relação ao planejamento público brasileiro se dá em função desse orçamento tão flexível. É preciso impor uma proposta orçamentária e deixar o mínimo de flexibilidade para que o Poder Executivo atenda questões emergenciais. Não dá mais para você estabelecer uma discussão aqui, como disse o Senador Jayme Campos, a sociedade acreditar e daqui a pouco ou esse Orçamento está contingenciado ou, de repente, o Poder Executivo já tirou esse recurso daquele programa. Então, esta é uma das grandes preocupações. E, nesse aspecto, o Senado poderia dar uma grande contribuição, votando projeto de autoria do saudoso Senador Antonio Carlos Magalhães, que propõe o Orçamento impositivo. Esse seria um grande avanço para o planejamento público brasileiro. Segundo aspecto, o Orçamento tanto no âmbito municipal, estadual e federal continua excludente do ponto de vista social. O que quer dizer isso? Que regiões mais pobres, municípios mais pobres, Estado mais pobre continuam impedidos de crescer. Porque as regiões ricas são as que recebem a maior parte desse bolo. Então, é necessário também que se levem em conta o aspecto social. Eu saí agora pela manhã, Sr. Presidente, do Município de Aripuanã, mil e cem quilômetros daqui. Ouvi atentamente a fala da Senadora Serys, acho importante a CIDE. Mas, além da CIDE, é importante a União começar a investir um pouco nos eixos estruturantes de Estados como Mato Grosso. Nós temos rodovias extremamente importante, mais importantes que algumas rodovias federais no Estado que precisam ser pavimentadas, MT-170, MT-100, que corta todo o Araguaia, MT-208 que corta toda a região Norte de Alta Floresta até a região Noroeste; a MT-338 e a MT-220, MT-343 que está aqui e não adianta nos iludirmos, os recurso da CIDE são muito poucos. Era preciso que a União colocasse além dos recursos da CIDE, algo mais no Orçamento da União para ajudar o Estado nesses eixos estruturantes. Está aqui o Secretário de Infra-Estrutura, o Estado tem feito um esforço monstruoso para pavimentar esses principais eixos. Mas, com o recurso do Estado é praticamente impossível.

Pág. 24 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. E quando falo, Sr. Presidente, da necessidade de um Orçamento impositivo, eu pergunto aqui: Eu tenho informação de que nesse ano ainda não foi liberado nenhuma Emenda de Bancada. É verdade isso? Quer dizer, nenhuma Emenda de Bancada ainda foi liberada nesse ano, e nós estamos aqui discutindo Orçamento para o próximo ano, com emendas de Bancada que também podem não ser liberadas. Sei lá se no ano que vem vai ter CPMF para votar, para liberar essas emendas de Bancada. Eu tenho essa preocupação, e quero colocar para Vossa Excelência e para todos. E gostaria de colocar uma outra questão extremamente importante. Nós temos um programa do Governo Federal, que é um programa modelo, que é o Luz para Todos. Parabéns ao Presidente Lula, porque ele teve a sensibilidade de implementar um programa que atende aos excluídos da zona rural deste Estado e de todo o Brasil. Mas temos um programa anterior, que é o Programa Luz no Campo. Era um programa em que o contribuinte participava e pagava. Ficou extremamente injusto com esses, porque o Programa Luz para Todos é uma seqüência do Luz no Campo e muitos não estão dando conta de pagar. Eu fiz uma proposta ao Congresso Nacional que trouxesse para o Orçamento da União o antigo Programa Luz no Campo que poderia assumir esse saldo negativo. Temos inúmeros moradores da zona rural que estão com a luz cortada, porque não deram conta de pagar a sua parcela. Eu acho injusto, porque na frente tem um que tem o Programa Luz para Todos e que não pagou nada. Então, quero pedir a nossa Bancada, mais uma vez... Fiz uma indicação em 2005 para que o Congresso Nacional colocasse no Orçamento da União a questão da Luz no Campo. Outra questão, Sr. Presidente, ouvi atentamente o Senador Jayme Campos, é que estamos a cada dia sofrendo restrições em relação à questão ambiental, que, aliás, é muito justo. Eu acho que temos que ter essa preocupação e responsabilidade em relação à questão ambiental, mas não temos nenhuma compensação para ofertar ao homem da Amazônia. Gostaria de fazer uma proposta. Apresentei ao Governador do Estado uma proposta extremamente viável: É possível pegar os vinte milhões de hectares de pastagem existente no Estado e reduzir para dez milhões e, ainda, triplicar a quantidade do rebanho de gado bovino do Estado se nós investirmos em tecnologia. (O SR. SENADOR JOSÉ PIMENTEL ASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 11:48 HORAS.) O SR. RIVA - Temos um programa extremamente importante que pode ser implementado, que é o voisin , mas é preciso oferecer ao pequeno produtor financiamento para ele sair dessa condição arcaica de pecuária convencional, onde temos uma cabeça de gado por hectare, e colocarmos de quatro a cinco cabeças, Sr. Presidente, com alguns investimentos. Então, gostaria, também, de defender isso. Gostaria, antes de mais nada, de parabenizar Vossa Excelência e o Congresso Nacional como um todo por esta discussão. O que eu coloquei do orçamento impositivo, da questão excludente no aspecto social, que eu acho, não tira o brilho desta discussão. O Congresso Nacional tem que usar os instrumentos que estão à disposição. E o instrumento que está à disposição é discutir o Orçamento em cima da realidade do planejamento público brasileiro que tem que ser mudado. Se não for mudado, vamos continuar não dando garantia e segurança ao cidadão que sequer quer, hoje, participar da discussão orçamentária.

Pág. 25 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Quando esta Casa faz Audiência Pública para discutir o Orçamento do Estado muitos já mandam até por escrito: “Não vou participar!” Porque é uma discussão inócua, muitas vezes. As pessoas vêm aqui, discutem, colocam no Orçamento e, depois, mudam tudo. Quer dizer, o orçamento impositivo dá essa segurança. Muito obrigado, Sr. Presidente. Grande abraço a todos! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ PIMENTEL) – Com a palavra, o Senador Jonas Pinheiro. O SR. JONAS PINHEIRO – Prezado Deputado Federal José Pimentel, companheiro e amigo de longas datas no Congresso Nacional, particularmente na Comissão de Orçamento e nos trabalhos dos fundos constitucionais; Srs. Senadores e Srs. Deputados. Vou me dirigir aqui mais ao Vignatti. Na Constituição Federal os nordestinos e nós, também, do Centro-Oeste, colocamos um dispositivo dizendo que 50% de todo recurso para irrigação no Brasil iriam para o Nordeste. No Nordeste se daria prioridade à região do semi-árido e que 20% de todo esse Orçamento viriam para o Centro-Oeste. Tínhamos aproveitado muito pouco esse recurso aqui, no Mato Grosso, como em todo resto do Centro-Oeste brasileiro. Pois bem, o Senador Jayme Campos e eu estamos conversando no sentido de aproveitar esse dispositivo constitucional e, também, uma exposição de motivos que criou a possibilidade de se construir a represa do Rio Manso. A história é um pouco longa, mas eu vou encurtar da seguinte forma: em 1974 houve uma grande enchente no Rio Cuiabá e três Ministros daquela época: Rangel Reis, Alysson Paulinelli e Pratini de Moraes, de Minas e Energia, da Agricultura e do Interior, estiveram em Cuiabá e ficaram horrorizados com o que viram de alagamento nos bairros ribeirinhos de Cuiabá e mandaram derrubar novecentas e cinqüenta e quatro casas nos bairros vizinhos ao Rio Cuiabá. Naquela época, eles estabeleceram que se deveria construir o Manso com três finalidades: primeiro, regular a vazão do Rio Cuiabá, nem deixar secar e nem deixar encher muito. A barragem do Manso está cumprindo com essa finalidade. Segundo, produzir energia e já está produzindo 220 megas. O terceiro aspecto é a irrigação dos municípios da Baixada Cuiabana. Pois bem, com isso não temos cumprido até agora e tem esse recurso constitucional. Estamos, hoje, trabalhando em cima de um projeto para aproveitamento da barragem do Rio Manso para irrigar a margem do Rio Cuiabá e não só irrigar a produção, mas para fornecer água que nesta época é extremamente difícil, água às comunidades que ficam à beira do Rio Cuiabá. Eu só tenho uma dúvida. É por isso que me referi ao Relator do PPA. Haveria a necessidade, mesmo estando na Constituição, de se colocar isso no PPA? Tem? Então, eu já peço aos assessores da Comissão do Orçamento que aqui estão para formalizarem uma Emenda nesse sentido para que toda Bancada do Estado de Mato Grosso a assine, porque é importante para aproveitarmos aquele recurso constitucional que não temos aproveitado e com uma necessidade tão grande como essa que estou conduzindo agora. Eu não teria mais assunto a falar. O que eu tinha para dizer é que vamos discutir isso no Orçamento, porque eu continuo sendo membro da Comissão de Orçamento da União. Muito obrigado! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, o Sr. Wilson Santos, Exmº Prefeito de Cuiabá.

Pág. 26 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. O SR. WILSON SANTOS – Por uma questão de economia processual, vou cumprimentar o ex-Governador da Paraíba, Senador José Maranhão, que nos dá a honra de vir pessoalmente debater o tema mais importante da Nação. O Congresso chinês se reúne uma vez por ano durante quinze dias para discutir o orçamento. No Brasil a população e os representantes da população ainda não perceberam a importância deste debate. É uma pena. Estamos discutindo o aspecto mais importante dos próximos anos para este País. Senador José Maranhão, meu companheiro José Pimentel, com quem travamos grandes debates durante a Reforma Previdenciária, Deputado Pimentel, que é meu conterrâneo, sou oriundo do Ceará, da região do Cariri, e me deu grandes notícias sobre a minha pequenininha Barbalha, que já tem até faculdade de medicina. Em breve eu estarei lá com minha mãe, cumprindo uma promessa que eu fiz a ela de rever a sua terra. Obrigado José Pimentel, por mais uma vez estar aqui, e já é prática sua, esteve aqui durante o debate da Reforma Previdenciária. Quero lhe dizer, colega, que votei contra à época, e durante o processo eleitoral em Cuiabá eu fiz uma promessa à população de que se fosse eleito Prefeito não faria o desconto previdenciário, e tenho honrado esse compromisso. Aqui em Cuiabá, aos aposentados e pensionistas da Prefeitura, faço o desconto oficial e dou um abono no mesmo valor. Das Capitais só Cuiabá e o mantêm essa posição. Mas respeito sua posição e sei do seu espírito democrático de, sempre que for convidado, vir fazer os debates. Quero começar com uma pergunta ao Deputado José Pimentel. Pimentel, durante os seis anos que estive no Congresso não tínhamos o direito de fazer emendas ao orçamento da Educação. Agora para o Orçamento de 2008 os parlamentares tem direito de emendar o Orçamento da Educação? Essa é a primeira pergunta. Quero dizer, também, colega Pimentel, que aqui nós temos tratado a Educação com muita prioridade - eu até digo que o meu governo tem mania de educação. Nós já saltamos de um piso salarial de quinhentos e quarenta reais para novecentos e noventa e dois, e vou perseguir no ano que vem, de todas as formas, atingir a reivindicação nacional de 1.050 reais para uma carga de 20 horas. Já quase dobramos o piso aqui para os professores em Cuiabá. E no próximo dia 11, comemoração ao Dia dos Professores, vamos entregar um computador para os nossos 2.100 professores. Todos eles receberão um computador - uma engenharia financeira que fizemos com 2 1 eles, a Prefeitura vai pagar /3 e eles pagarão /3. Todos terão uma ferramenta moderna na preparação de suas aulas, na correção de provas, no preenchimento do Diário de Classe, na interação com os colegas e no acesso com ao mundo. Quanto à educação infantil, Vossa Excelência colocou bem, o Governo anterior criou o FUNDEF, universalizou o ensino básico, e o Governo do Presidente Lula faz o FUNDEB, incorporando a educação infantil e a educação média. Fundamental isso. E aqui me perdoe o Deputado Carlos Abicalil se eu cometer algum erro no tocante à educação, porque ele é, Senador Pimentel, sub-aproveitado pelo Presidente Lula. O Deputado Carlos Abicalil já deveria estar servindo o Executivo nacional. O PT precisa fazer uma reflexão. O Deputado Carlos Abicalil já cumpriu a sua missão no Parlamento e tem qualidades para assumir funções de ponta no Ministério. É um quadro que o PT está sub-aproveitando.

Pág. 27 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Somos adversários políticos, temos diferenças ideológicas, mas não faço política de forma ignorante. Ele é um quadro diferenciado, qualificado. Salvo as correções do Deputado Carlos Abicalil, não é possível mais tratarmos a educação infantil com menos recursos que a educação média. O FUNDEB vem – e aí há uma correlação de forças entre Governadores e Prefeitos - e mais uma vez os municípios perderam, porque na distribuição do FUNDEB, mesmo sabendo que a educação infantil é muito mais cara do que educação média, mesmo sabendo de tudo isso, nós perdemos. É preciso, com o passar dos anos, Relator Pimentel, que esta recomposição para a educação infantil seja feita. É preciso. Aqui em Cuiabá prometi na campanha que avançaríamos na pré-escola. Em 3 anos já dobramos o número de meninos na pré-escola. Já saltamos de 4 mil para 8 mil alunos. Já construímos, só aqui na Capital, quase 50 novas salas de aula só para educação infantil, só para a pré-escola. A outra parte da educação infantil, que é a creche, vamos chegar a 50% de aumento também nesses quatro anos. Então, parabéns pelo advento do FUNDEB, que é uma parceria entre municípios, Estados e a União. Nós aguardamos, ansiosamente, Deputado Federal Carlos Abicalil, o segundo terço do FUNDEB no ano que vem, notadamente na aérea da educação infantil, que é cara. Aqui em Cuiabá nós damos cinco refeições/dia para as crianças nas creches. Elas chegam às 06:00 06:30 horas, Senador José Maranhão, com seus pais, que precisam estar no trabalho às 07:00 horas, e só saem às 18:00 horas. Passam doze horas conosco. Nesse intervalo recebendo cinco refeições. Todas as nossas técnicas em desenvolvimento infantil que não tinham nível superior - estamos gastando um milhão e oitocentos com o Dr. Paulo Speller - daqui a dois anos todas terão nível superior completo. É uma revolução o que está acontecendo em Cuiabá no tocante à educação infantil, mas isso é caro, muito caro! Mas vamos em frente porque não há nada, nada, nada, nada mais importante para um País do que se encontrar definitivamente com a educação. Eu quero já pedir aos Deputados Federais Carlos Abicalil, Eliene Lima, Valtenir Pereira e Pedro Henry; à Senadora Serys Marly, aos Senadores Jayme Campos e Jonas Pinheiro e aos demais Parlamentares, porque vamos agora no começo de outubro para Brasília, vamos aterrissar lá com o nosso Secretariado, e quero pedir emendas individuais para educação infantil. Quero deixar uma pergunta ao Relator José Pimentel, se isso é possível e de que forma isso vai ser feito. Com relação a obras, adorei a decisão do Congresso, Senador José Maranhão - está de parabéns! Se o Parlamentar começou a colocar emendas numa obra, que ele continue até a conclusão dela. Aqui em Cuiabá eu convido até o ex-Prefeito para inaugurar comigo obras que ele começou e nós estamos terminando, sem nem uma vaidade, com total desprendimento. Ora, ele começou a creche e eu terminei, que ele venha junto. O ex-Prefeito Roberto França, está até cansado de descerrar placas, fazer discursos, num modus operandi novo de fazer política no Estado, com respeito a todos e cobrando responsabilidade de todos, criando uma ambiência favorável entre todos os entes da Federação. Dentro desse aspecto, temos duas obras estruturais na aérea viária em Cuiabá: uma é o rodoanel. É uma obra, Senador José Maranhão e Relator José Pimentel, de quarenta quilômetros

Pág. 28 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. em Cuiabá, é uma meia lua, é um contorno da cidade toda e essa obra nós já começamos este ano e vamos inaugurar dez quilômetros dela, do Sucuri até a Rodovia Cuiabá/Chapada já será inaugurada. Estamos tirando as três BRs que cortam a cidade, tirando as três BRs, a 163, 364 e a 070, que passam pelas Avenidas Fernando Corrêa e Miguel Sutil, e levando-as para a zona rural da cidade, tirando caminhões, ônibus, treminhões E carretas do centro de Cuiabá. Essa obra estará concluída em 25% este ano, a previsão é de mais 25% para 2008 e queremos concluí-la até 2010, se Deus quiser. Emendas do Deputado Wellington Fagundes e da Deputada Thelma de Oliveira, são os dois Deputados que começaram. Então, Deputado Wellington Fagundes, que Vossa Excelência possa agora, com toda tranqüilidade, continuar colocando as emendas, porque me parece que é impositiva essa continuidade muito importante. Eu quero levar, quero convidar o Deputado Pimentel para depois do almoço levá- lo pessoalmente, junto com o Senador Maranhão, para in loco , antes de decolarem para Brasília, para conhecer e ver a importância dessa obra para a Capital do Estado. A outra é a Avenida das Torres, que começou com Emenda da Senadora Serys, que nos garantiu sete milhões e meio. Espero também que ela possa ter continuidade, é uma obra que ligará treze bairros da cidade, beneficiando diretamente cento e vinte mil pessoas com impactos imobiliários extraordinários. Hoje já estão sendo construídas mil novecentos e oitenta e três casas às margens dela e há mais três mil casas sendo analisadas pela Caixa Econômica. Muito provavelmente será autorizada, uma avenida que vai nascer com quase cinco mil casas prontas. Eu nunca vi isso em Cuiabá. Fantástico o impacto! Também queremos pedir à nossa Bancada, emenda para construção de dois hospitais regionais, notadamente na grande CPA e na região sul da cidade. Quero dizer ao Relator Pimentel, que é muito desproporcional os recursos previstos para o trecho Rondonópolis/Cuiabá/Posto Gil. Apenas vinte milhões. É um dos trechos mais movimentados do País e, com certeza, o mais violento do Brasil, o que mais ceifa vida de motoristas e passageiros no País. Não há no Brasil uma rodovia que mais mata do que a 163, do trecho Rondonópolis/Posto Gil. O que está sendo previsto para esse trecho, Senador Maranhão, é menos do que a manutenção da 364, é menos do que a manutenção prevista da 070! Como Prefeito da Capital, acho inadmissível esses valores. Como há previsto cento e oitenta bilhões para a BR-158, que merece; oitenta milhões para a BR-364, no trecho Novo Diamantino-Campo Novo do Parecis, que também merece; e só vinte para o trecho Rondonópolis-Cuiabá-Posto Gil?! Eu faço um apelo para que haja uma revisão dos valores, porque isso é menos do que está previsto em manutenção da BR-070 e da 364! Tenho certeza de que isso vai ser revisto. Outra observação e última: os nossos parlamentares que têm direito a dez emendas individuais no PPA, cinco estruturantes. E a última, Relator José Pimentel, Vossa Excelência já está prevendo para o ano que vem um incremento no orçamento da saúde. Importante. A pergunta é: mesmo se a regulamentação da Emenda nº 29, que prevê dez bilhões para os próximos quatro anos para a saúde, há legalidade nesse incremento; havendo legalidade e o incremento acontecendo, o que desse incremento será destinado para aumento de teto financeiros para os municípios? Vai saltar de quarenta e quatro ponto um bilhões para, aproximadamente, quarenta e nove bilhões. Desses cinco bilhões de incremento, o que é previsto de aumento de teto financeiro? Muito obrigado. Parabéns, Senador José Maranhão, não sei se Vossa Excelência já tinha vindo a Cuiabá, seja bem-vindo à nossa cidade, aqui nós temos muita identidade com a

Pág. 29 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Paraíba, temos muitos paraibanos em Cuiabá e nesse interior do Estado aguardando essa generosidade de Vossa Excelência para que essas emendas sejam liberadas; e ao Senador Jaime Campos que já estréia no Senado assumindo funções importantíssimas, como a de relator dos recursos para os Ministérios de Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério das Cidades. Eu sei que são só quatro bilhões, mas trabalhado com todo o cuidado, com critérios é possível ajudar muito os municípios. E, por último, ainda dizer que aqui em Mato Grosso houve um parlamentar por nome João Ponce de Arruda que foi, inclusive, Governador do Estado e que foi por mais de cinco vezes, no Governo do Presidente Juscelino Kubitschek, relator do Orçamento Geral da União. Ele foi um exemplo para a Nação. João Ponce foi Secretário-Geral durante a intervenção, 8 anos Júlio Müller, foi Governador do Estado, foi mais de 5 vezes Relator do Orçamento Geral da União, e para enterrá-lo a sociedade teve que fazer cota para fazer os custos do funeral. Era um exemplo de correção, de ética, na condução da coisa pública. Fico muito satisfeito quando vejo o ex-Governador da Paraíba presidindo a Comissão e o Senador Pimentel que todos nós sabemos da lisura, da correção e que coloca o interesse público acima de qualquer coisa. Muito obrigado. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Agradecer a generosidade do meu amigo, Prefeito Wilson Santos, nordestino a serviço desta parte importante do Brasil e que só tem demonstrado aqui na exposição ter amor às coisas de interesse da coletividade. Por isso, Prefeito Wilson Santos, eu rogo a Deus que Vossa Excelência continue fazendo sempre uma brilhante administração e me coloco a sua disposição, enquanto Senador, enquanto Presidente da Comissão de Orçamento, para ajudar na sua gestão e ao povo de Cuiabá. Com a palavra, o Deputado Federal Homero Pereira. O SR. HOMERO PEREIRA – Sr. Presidente, Srs. Deputados, caro Relator, Deputado Vignatti, Senador José Maranhão, Senadores do Mato Grosso da nossa Bancada, Secretários aqui presentes, público que acompanha esta Audiência Pública. Eu acho que é muito importante ressaltarmos a importância desta Audiência Pública realizada aqui no Mato Grosso. E, pelo o que Vossas Excelências puderam notar, a grande angústia nossa em Mato Grosso é a questão de infra-estrutura. Mato Grosso é um Estado que tem um grande potencial para produção, um grande produtor de alimentos do País. No entanto, somos carentes de infra-estrutura. O que vê espelhado nas galerias é exatamente isso. São comunidades de Mato Grosso que se organizam para tentar reivindicar a questão de infra-estrutura. Mato Grosso tem uma distorção comparada com outros Estados da Federação. Somos um Estado de 90.000km², no entanto, só temos de rodovias federais, em Mato Grosso, 4.500Km. Certamente, deve ser menos que o Estado da Paraíba, do Senador Maranhão. E desses 4.500Km, apenas, 2.500Km são asfaltados. Então, o que nós precisamos é federalizar mais rodovias estaduais aqui, em Mato Grosso. A MT-343, que é uma rodovia importantíssima, até porque está no PAC; a construção do Porto da Hidrovia Paraguai/Paraná, que será estruturante para alimentação daquele porto, no entanto, é uma rodovia estadual... Tudo bem! É uma rodovia de pequeno porte, de cento e poucos quilômetros, mas, talvez, se fosse federalizada poderia estar sendo contemplada neste momento. Temos a plena convicção de que contemplada no PAC a questão do Porto de Morrinhos e a Hidrovia Paraguai/Paraná o Governador Blairo Maggi, com apoio da Assembléia Legislativa certamente terá condições de asfaltar essa rodovia.

Pág. 30 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. O que nós precisamos mesmo em Mato Grosso é disso, de mais rodovias federais, porque o nosso grande problema aqui é a infra-estrutura. Está contemplada, nós vimos ali, a questão da FERRONORTE, que é uma obra da iniciativa privada, a continuação do seu trecho de Alto Araguaia até Rondonópolis e posteriormente de Rondonópolis até Cuiabá. Essa é, também, uma obra estruturante. Precisamos aumentar a nossa competitividade. Há pouco estavam aqui presentes representantes do setor produtivo: FAMATO, APROSOJA, AMPA, que são associações de produtores. O senhor está acompanhando a questão do endividamento e um dos Estados mais endividados do País é exatamente Mato Grosso, porque não temos competitividade com o atual modal que temos aqui para tirarmos a nossa produção. O Estado é um grande produtor de alimentos, no entanto, vendo o modal rodoviário sabemos que não somos competitivos. Então, a Hidrovia Paraguai/Paraná é uma realidade que tem que acontecer, assim como a Hidrovia Teles Pires/Tapajós; a ferrovia até Cuiabá e daqui até o Médio Norte. Então, das obras estruturantes para ajudar a transportar a nossa carga precisamos que estejam contempladas no PAC, Senador Maranhão, porque o Estado de Mato Grosso pode contribuir muito com o País não só com abastecimento interno da nossa população, com a produção de alimentos para a nossa população, como na produção de excedentes exportáveis. Precisamos aproveitar este momento que o mundo vive, pois está sobrando dinheiro mundo afora, para captar isso. No entanto, se não tivermos competitividade aqui... Isso vale para bovinocultura, para a ovinocultura, para a agricultura e para a pecuária. Então, precisamos urgentemente desse tipo de investimentos no PAC. Observei aqui uma rodovia importante para nós, que é a duplicação da rodovia de Rondonópolis ao Posto Gil. Aqui o Prefeito Wilson Santos disse que só tem vinte milhões previstos para o ano que vem, mas, talvez, o mais grave é que estão previstos somente 50% até o ano de 2010. Precisamos concluir essa rodovia até 2010, a duplicação dessa rodovia. Trezentos e vinte milhões dos seiscentos e quarenta que estão previsto que seja o seu custo serão a partir de 2011, já em outro governo. Eu falei com o Deputado Carlos Abicalil, que é coordenador da nossa Bancada, e ele promoverá uma reunião esta semana para que possamos nos articular quanto às emendas. Eu acho que essa é uma emenda que temos que colocar para tentarmos antecipar esse cronograma para duplicação dessa rodovia, porque por ela passam 100% da produção do Estado de Mato Grosso. Então, acho que se nós, da Bancada, trabalharmos unidos certamente a questão da infra-estrutura será minimizada e poderemos potencializar. Quero aqui fazer outro registro – e Reitor da Universidade Federal Paulo Speller está ali e aqui, também, estava o Secretário de Saúde do Estado – quanto à saúde. Precisamos, em Cuiabá, construir o maior hospital do Estado de Mato Grosso que há muito tempo é clamado pela população do Estado. A Universidade Federal de Mato Grosso está encampando essa idéia para que seja construído o novo Hospital Júlio Müller aqui, em Cuiabá, que é um hospital referência para todo Estado. Precisamos fazer com que ele seja efetivamente contemplado tanto no PPA, como, também, na proposta orçamentária. O grande desafio de Mato Grosso é compatibilizarmos a questão da nossa produção... Porque o Estado de Mato Grosso é um grande produtor, mas, também, temos uma biodiversidade muito grande. Então, o nosso grande desafio é compatibilizarmos a produção com a preservação.

Pág. 31 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. As questões ambientais que foram aqui referendadas pelo Deputado Riva são um grande desafio e nós precisamos fazer com que estejam contempladas e darmos possibilidades de compensação, alternativas para potencializar a nossa pecuária, intensificar a nossa pecuária e fazer com que produzamos mais e em menos áreas. Por último, gostaria de registrar que está aqui, também, no sentido de agregar valor a nossa produção o pessoal de Campo Verde, que solicita que nos articulemos - e o Senador Jaime Campos é um batalhador nisso, também - para que possamos conduzir míseros trinta e dois, não dão 33km, de um linhão do Colégio São Vicente até o Município de Campo Verde, para possibilitarmos a instalação de uma agroindústria de renome nacional no município que gerará doze mil empregos, entre diretos e indiretos. Precisa-se tão-somente de 33Km para disponibilizarmos energia. Então, certamente a nossa Bancada se articulará para que seja contemplada a construção desse linhão. No mais, gostaria de agradecer a presença da Comissão no nosso Estado. Vossas Excelências são muito bem-vindas! Tenho a plena convicção de que haveremos de fazer um trabalho articulado, juntos, para que possamos minimizar a situação do setor produtivo e do Estado de Mato Grosso como um todo. Muito obrigado, Sr. Presidente. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, o Secretário de Justiça e Segurança Pública, Sr. Carlos Brito. O Sr. Jaime Campos – Sr. Presidente, pela Ordem. O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, pela Ordem, o Senador Jaime Campos. O SR. JAIME CAMPOS – Eu queria, apenas, explicar uma coisa ao Deputado Homero em relação à MT-343. Na verdade, ela tem que ser federalizada para receber os investimentos do Governo Federal. Neste caso, conversando com o Senador Jonas Pinheiro, que é o membro da Comissão de Infra-Estrutura assim como eu, vamos propor por meio do novo PNV, que é o Plano Nacional de Viação, que seja inserida, até porque está sendo discutida na Comissão de Infra- Estrutura... Como membros titulares dessa Comissão nós vamos propor a federalização da MT-343 para que receba investimento do Governo Federal. Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra o Secretário Carlos Brito. O SR. CARLOS BRITO – Sr. Senador José Maranhão; Sr. Deputado José Vignatti, em nome dos quais cumprimento a Comissão, abraçando carinhosamente o Senador Jonas Pinheiro, o Senador Jaime Campos, a Senadora Serys, os Srs. Deputados Federais presentes: Wellington Fagundes, Homero Pereira, Pedro Henry e o Sr. Vice-Governador, Silval Barbosa, com a sua permissão. Sr. Presidente, segurança pública... Esta Audiência caminha para a sua conclusão e esse tema não foi tratado com a importância que a população clama e pede.

Pág. 32 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. É oportuna a vinda dessa Comissão, Senador Jaime Campos. É muito oportuna! O Governo Federal, o Congresso Nacional, o Senado, precisam entender que sem priorização esse estado de coisas que hoje que vivenciamos não irá mudar. Obras importantíssimas de infra-estrutura, da área social, educacional, de alguma forma, contribuem, sim, com a questão da segurança pública, mas vivemos um momento crítico já vivido década atrás pela saúde, pela educação, quando constitucionalizaram suas verbas. Por isso, iniciaram um processo de reversão. Ou este País prioriza os investimentos na área de prevenção, repreensão e de reeducação daqueles que já estão aprisionados, ou estaremos fadados ao agravamento dessa situação. Socorro à segurança pública deste País! Coloque-nos na pauta de prioridade, 5% no PPA de um total de investimentos previstos pela Nação; 5% para satisfazer as necessidades de defesa do País e de segurança pública. Só no Mato Grosso 900 mil quilômetros quadrados de área territorial, 906 quilômetros de fronteira oeste com a Bolívia; 750 quilômetros desses, de fronteira seca, sem qualquer dificuldade geográfica, que nos geram problemas gravíssimos com o narcotráfico, com descaminho, com contrabando, que não gera problema para Mato Grosso, mas para todo o País. Quem vive no Sul E Sudeste sente o reflexo disso. Não haveremos de controlar essa situação se não houver essa priorização. O PRONAF, anunciado aí com alarde, não está presente nesses números. O PRONAF contempla 11 Estados desta Federação somente. Mato Grosso está fora, porque dizem que estamos fora das 11 regiões mais violentas, mas sabemos como numa linha crítica da atuação das nossas políticas, todas elas, do Estado e as forças públicas federais. O Exército precisa e quer estar presente em Juína, em Juruena, em Colniza, em Aripuanã, mas precisa ter as condições. Temos as áreas críticas aqui na região Noroeste de Colniza, o Município tido como mais violento do País. É um problema nacional, até porque está próximo às fronteiras e à divisa com Rondônia, uma área de grave conflito histórico na área de terras, de grilagem, de pistolagem, que o Governo tem enfrentado nos últimos anos com firmeza. Na região do Araguaia, próxima à divisa com Pará, há outro problema gravíssimo, uma das regiões mais violentas do nosso Estado. Portanto, Srs. Senadores, Srs. Deputados Federais, ainda há tempo de se levar esta discussão. Este País precisa ser olhado como um todo. Se aqui temos uma população, uma representação político-parlamentar menor do que outras Federações, é este Estado que abastece toda população deste País e contribui para a balança comercial desta Nação. O que acontece aqui reflete no geral. Nós recebemos agora, Senadores, a notificação de que seremos contemplados com os recursos de 2007 das emendas de Bancadas, 4,5 milhões - fomos comunicado em setembro - para apresentarmos projetos. Temos outubro, novembro, dezembro e acabou o ano. Como planejar? Como projetar? Como procurar soluções concretas? Talvez, Srs. Senadores, a constitucionalização dos recursos da segurança pública, a exemplo do que é feito com a educação e saúde, e já podemos pensar nas nossas corporações, dobrar o número dos nossos efetivos, capacitá-los de forma continuada, investir em tecnologia, em conhecimento científico, um trabalho de inteligência na articulação das policias. Invista na PRF, na Polícia Rodoviária Federal, na Polícia Federal, no Exército para nós. Estando no nosso território vai estar nos ajudando.

Pág. 33 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Então, Srs. Senadores, é um desabafo de quem vem caminhando em vários ministérios, procurando socorro para que possamos juntos reverter essa situação. Queremos aqui dizer aos senhores que a segurança pública precisa ser vista com essa prioridade efetiva. Vou dar um dado: no sistema prisional em Mato Grosso - e os números se parecem com os números nacionais - temos quatro mil e oitocentas vagas, temos oito mil e novecentos presos, temos dezessete mil mandatos de prisão em aberto expedidos pela Justiça do Estado e mais onze mil advindos da Justiça de outros Estados da Federação. O que fazer? Temos 86% de reincidência. De cada cem que sai do sistema prisional mato-grossense, 86% retornam pelas mais diversas razões. Esse sistema prisional e o sistema socioeducativo que trata dos menores em conflito com a lei precisam ser vistos dentro da política de segurança pública e política social, talvez juntar os 5% da defesa e segurança pública com os 26% da assistência social, totalizando 31%, fazendo com que essas ações de casem. Investir na família é fazer segurança pública. Fiquei feliz de ver os investimentos da educação. Cada escola é uma unidade de construção de segurança pública. Mas esse interesse, esse querer tem que estar presente de maneira clara e concreta. Portanto, as estradas são importantíssimas, reconhecemos isso, assim como os investimentos na educação, na saúde anunciados mas hoje a população clama urgentemente por segurança pública e temos que agir com uma repressão melhor qualificada, mas nós não podemos perder de vista, de maneira alguma, o equilíbrio com uma prevenção realmente fundamentada. Para a ressocialização daqueles que já estão no sistema, não será solução construir cada vez mais cadeias. Sr. Presidente, para concluir, uma escola para mil e quinhentas vagas, uma escola modelo, custa hoje no Estado em torno de um milhão e quinhentos mil reais; uma cadeia para cento e cinqüenta vagas, pelos projetos aprovados no DEPEN, custa algo em torno de um milhão e oitocentos mil reais. Então, é desproporcional e por todas as razões não se justifica. Não será a construção de novas cadeias que irá resolver o problema. Precisamos encarar isso de uma maneira bastante firme. Preocupa-nos quando vemos essa situação no orçamento de 2008 e vemos isso projetado para o PPA até 2011. Temos dificuldades crônicas. Temos um Corpo de Bombeiros que precisaria ter o triplo do efetivo e equipamentos caríssimos que o Estado sozinho não tem como adquirir. Poderíamos enumerar uma série de situações que sem o socorro do Governo Federal, da União, nós não haveremos de superar. Fizeram o PRONASE, contávamos que estávamos dentro. Falaram do piso salarial para os policias, Corpo de Bombeiros e agentes prisionais. Não virou. Acabou sendo transformado numa bolsa formação. Era a expectativa de melhorar a remuneração, uma forma indireta de fazer isso. PAN - Mato Grosso foi o Estado que mais contribuiu em termos de envio de tropa no momento em que a União precisou. Estamos agora no aguardo da distribuição daquilo que nos foi prometido no espólio de logística e material disponibilizado naquele evento, o que ainda não aconteceu. Nós precisamos, Srs. Senadores, Srs. Deputados Federais, que a segurança pública possa ser vista dessa forma. Portanto, em nome dos brasileiros e das brasileiras que vivem neste rincão, neste território mato-grossense extenso e importante para a balança comercial do País, queremos ter

Pág. 34 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. importância também na distribuição desses recursos, olhando para vidas que todos os dias estão sendo ceifadas e não será com vara mágica que as nossas polícias, não será apenas com cadeias que iremos representar essa questão. Desculpe-me pelo desabafo. Muito obrigado, senhores. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra o Sr. Henrique do Carmo Barros, Diretor-Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso. Antes, porém, eu gostaria de ponderar que ainda temos vinte oradores e os membros da Comissão, que têm compromisso em Brasília, estão com vôos marcados e estão preocupados com esse horário. Então, vamos estabelecer doravante um prazo para os pronunciamentos de três minutos cada, de maneira a atender todos e não dificultar a organização do trabalho da Comissão. Muito obrigado. O SR. HENRIQUE DO CARMO BARROS – Bom-dia. Serei breve nos cumprimentos. Senador José Maranhão, em seu nome cumprimento toda a Mesa, Srs. Deputados, Secretários, Prefeitos aqui presentes, ao ver a peça do orçamento do ano que vem e também a questão do PPA para 2008-2011, fico contente ao saber da visibilidade que a educação profissional ganha neste País, principalmente a partir das eleições presidenciais que aconteceram no ano passado, onde a educação profissional fez parte de todas as agendas dos presidentes no passado. E a promessa do Presidente Lula está sendo cumprida ao colocar cento e cinqüenta cidades no cenário da educação profissional. Mato Grosso, nesse projeto de expansão, foi beneficiado com seis unidades. Mas, o que eu peço aqui é o apoio da Bancada federal do nosso Estado e quero fazer um depoimento do apoio que essa bancada tem dado – os nossos Deputados federais, os Senadores – à educação profissional. Quero pedir aos parlamentares deste Estado que não basta colocar recursos para atender essa expansão da educação profissional nessas seis unidades, mas, principalmente, pensar nas atuais instituições que existem. No caso da minha, Senador José Maranhão, ontem, o CEFET/MT, juntamente com dezoito CEFETs do Brasil, completou 98 anos de existência. E nós ficamos alegres ao saber que estamos ganhando essa visibilidade no importante papel que a educação profissional tem para os processos, programas de inclusão social neste País. Muito obrigado. Fica aqui novamente para nossa Bancada federal esse apelo de contemplar os CEFETs não somente visando a expansão, mas no sentido da manutenção das atuais instalações existentes. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Agradeço a Vossa Excelência pela contribuição, pela forma inteligente como soube resumir de forma bem forte a sua sugestão de emenda. Com a palavra, o Deputado Wellington Fagundes. O SR. WELLINGTON FAGUNDES – Deputado Sérgio Ricardo, Presidente da Assembléia Legislativa; Deputado Silval Barbosa, atual vice-governador, representando aqui o Governador Blairo Maggi. Quero cumprimentar o Senador José Maranhão. É uma satisfação tê-lo aqui. Isso é uma forma sabida do Prefeito Wilson Santos de conquistar o seu apoio fazendo elogios, mas, com certeza, extremamente bem colocados. E também quero trazer aqui a minha admiração, porque fui visitar o seu Estado e tive a oportunidade de ver como a infra-estrutura do Estado está bastante avançada. As estradas praticamente todas duplicadas. Com certeza é pela influência de Vossa

Pág. 35 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Excelência. E eu gostaria que, com essa mesma competência, Vossa Excelência nos ajudasse aqui no Estado de Mato Grosso, já que o Estado de Mato Grosso tem 900 mil quilômetros quadrados, tem 4.100 quilômetros de estradas federalizadas e apenas 2.900 asfaltadas. E é importante dizer que a maioria, a grande parte dessas estradas foram asfaltadas com recurso do Governo do Estado, no Governo Júlio Campos. E, na época, a União ficou de devolver esses recursos para Mato Grosso e até hoje não o fez. Portanto, nós precisaríamos... O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Eu quero só dizer a Vossa Excelência, para ilustrar o seu pronunciamento, que aquela estrada duplicada que Vossa Excelência trafegou no nosso Estado foi construída na minha administração. Agora é uma estrada da malha federal. Nós pedimos... Ao contrário, fizemos o caminho inverso para federalizar, para estadualizar, para poder a estrada ser feita, porque se nós ficássemos esperando pelo Governo Federal não iria chegar lá nunca. Era então o Governo FHC. E o resultado foi o seguinte: Fizemos o convênio, e como a estrada era da malha rodoviária federal, o Estado se obrigou, nesse convênio com a administração da estrada, em 10% e nós terminamos arcando com 63%, se quiséssemos ver a estrada concluída. Foi assim que nós fizemos. O SR .WELLINGTON FAGUNDES – Eu quero parabenizá-lo. E também dizer que aqui em Mato Grosso foi também da mesma forma. O Governo Júlio Campos construiu aproximadamente 02 mil quilômetros de estradas federais com recurso do Governo do Estado. E inclusive, hoje, a sociedade mato-grossense está também ainda pagando essa dívida, porque ela compõe parte da dívida do Estado. Eu quero cumprimentar também o Deputado José Pimentel, que é o nosso Relator; o Cláudio Vignatti, que é o Relator do PPA; o Senador Jonas Pinheiro, o Senador Jayme Campos, que é Relator Setorial também do Orçamento. E quero apenas colocar, Sr. Presidente, companheiros Deputados, realmente a situação da malha de Mato Grosso, o que estávamos falando aqui é a verdade. Mato Grosso tem apenas 04 mil quilômetros. É muito pouco. Precisamos estender – o Deputado Homero Pereira já falou aqui – essa malha viária pelo para 08 mil quilômetros. E, é claro, ainda asfaltar as artérias principais. Felizmente, no PAC hoje Mato Grosso está bem contemplado, a BR-158 está no PAC. Temos cento e oitenta milhões previstos para o orçamento do ano que vem, mas com dificuldades na aplicação de recursos. A BR-163, a construção que está prevista no orçamento é apenas de vinte milhões, mas também ainda temos dificuldades na área ambiental, e aí é onde eu quero também chamar a atenção da Comissão Mista do Orçamento. Nós vivemos outro dilema: o Tribunal de Contas da União suspeita de irregularidade e manda paralisar a obra. Isso tem acontecido no Brasil afora, isso tem sido uma grande dificuldade que eu acho que o Governo, de modo geral, os Governos têm enfrentado. A Comissão de Orçamento precisaria ser mais célere ao analisar essas suspensões das atividades das obras, ou não considerar enquanto a comissão não aprovar. Porque, se vem uma recomendação do Tribunal de Contas para a Comissão, que ela ainda não estivesse sustada, a Comissão analisou, entende que deve sustar, aí sim, a partir da análise da Comissão e não a partir da recomendação do Tribunal de Contas. Eu quero ainda colocar aqui, nessa área das estradas, o Estado de Mato Grosso tem evoluído muito. Este ano temos previsto no orçamento, na proposta orçamentária, quatrocentos milhões. Precisaríamos, pelo menos, de setecentos milhões, mas, é claro, não adianta estar só na proposta orçamentária, precisamos executar essas obras e aí todas essas dificuldades que,

Pág. 36 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. infelizmente, nós temos tanto na área do Tribunal de Contas como também na área ambiental, como é o caso da 158, que foi criada uma reserva indígena numa estrada que já existia há mais de cinqüenta anos. Hoje temos dinheiro em caixa, do Governo de Estado, por meio do convênio feito pelo Governo Federal, aí é bom dizer que a Assembléia Legislativa, no ano retrasado, todos os Deputados Estaduais alocaram parte da sua emenda, quinhentos mil reais, para viabilizar essa obra; e hoje, com dinheiro em caixa, não conseguimos executar a obra. Então, a Bancada Federal estará fazendo emenda de reajuste para alocar os recursos necessários. Mas queríamos também dizer que, pela primeira vez, aí está o Reitor Paulo Speller que tem sito muito competente indo a Brasília, todos os anos a Bancada Federal tem feito emendas para a universidade e agora, pela primeira vez, na proposta do próprio Ministério da Educação, no Programa de Expansão, os campi do interior de Mato Grosso: Sinop, Rondonópolis e Barra do Garças, também já estão contemplados no orçamento. Eu acredito, Paulo Speller, que com as emendas que deveremos fazer a Universidade cumprirá com esse grande plano de expansão universitária. No mais, Senador José Maranhão, quero agradecer a presença de Vossa Excelência aqui. Com certeza, com o Senador Jayme Campos e com todos não só elaboraremos Emendas ao Orçamento, mas ajudaremos para que a Comissão Mista de Orçamento tenha celeridade e as aprove no máximo até o mês de dezembro para que possamos começar a execução orçamentária um pouco mais cedo. Um dos grandes problemas da região amazônica é exatamente se começar a obra quando já começaram as chuvas. Tudo fica emperrado, o dinheiro fica mal aplicado e, às vezes, é colocado em irregularidades, porque se uma obra começa em novembro na região amazônica, uma obra de estado, com certeza, o recurso não terá uma boa aplicabilidade. Muito obrigado! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Parabéns, Deputado Wellington Fagundes. Gostaria, apenas, de esclarecer um ponto das suas colocações: Realmente, tem preocupado muito a Comissão de Orçamento os pareceres ou a forma, muitas vezes, demorada, emperrada, como o Tribunal de Contas analisa tecnicamente as obras em execução. É claro que nós queremos uma rigorosa fiscalização da execução orçamentária, porque a Constituição impõe esse mandamento, essa transparência, essa necessidade de rigor no acompanhamento das obras públicas. Mas o que há de real nisso é que o Tribunal de Contas, apesar de ter um quadro qualitativamente de grande nível, não tem a quantidade de técnicos suficientes para fazer esse acompanhamento quer seja das obras diretamente executadas pelo Governo Federal, quer seja das obras executadas por outros entes federativos, como Municípios e Estados. Muitas vezes, os pareceres técnicos do Tribunal de Contas que chegam à Comissão de Orçamento não são conclusivos. São pareceres ambíguos que deixam a própria Comissão em dificuldade de decidir diante de uma peça. Muitas vezes, ao invés de trazer luzes, lança dúvidas quanto à apreciação da execução dessas obras. Estamos permanentemente conversando com o Presidente do Tribunal de Contas no sentido de resolver essa questão que realmente é importante. O Brasil precisa dar mais dinamismo à execução de obras públicas, porque nós temos recursos escassos e não podemos nos dar ao luxo de ficar com esses recursos encalhados por falta de uma melhor, mais dinâmica e eficiente fiscalização. Estamos realmente procurando desenvolver isso.

Pág. 37 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Recentemente, apresentamos ao Congresso Nacional um Projeto de Decreto Legislativo normatizando a atividade da Comissão de Orçamento no que diz respeito ao acompanhamento da execução financeira e física das obras com recursos federais. Existe uma questão que envolve uma ciumeira um tanto surda, mas verdadeira, entre o Tribunal de Contas, que reclama para si a condição de Poder, e o Poder que realmente responde pela fiscalização das contas, que é o Poder Legislativo. O Tribunal de Contas é um órgão de apoio técnico. As decisões no que diz respeito à fiscalização são do Legislativo. A decisão, na realidade, é do Legislativo. Nós é que temos que ter a responsabilidade! Agora, para assumirmos essa responsabilidade o Tribunal de Contas tem que nos remeter pareceres claros, transparentes e que realmente esbatam as dúvidas que, porventura, forem suscitadas ao longo da execução das obras. Essa questão está permeando o processo de fiscalização das obras. Tenho trazido essa questão ao debate sem nunca tentar, com isso, subvalorizar ou desvalorizar o trabalho feito pelo Tribunal de Contas que, a grosso modo, é um trabalho de excelente qualidade, mas estabelecendo a diferença entre o joio e o trigo. Uma coisa são os pareceres informativos do Tribunal de Contas ao Legislativo e outra coisa é o poder de decidir em caráter definitivo sobre esses pareceres ou sobre a execução das obras. Era esta explicação que eu queria dar ao Deputado Wellington Fagundes. Por isso, já está tramitando um parecer favorável a um Decreto Legislativo que normatizará esse trabalho pela Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. Com a palavra, a Drª Marlene Bonadiman, Presidente da Federação das APAEs. Creio que é assim que se pronuncia. Se for diferente, me perdoe. Antes, quero renovar um apelo no sentido de que possamos limitar os pronunciamentos ao tempo de três minutos para chegarmos com um resultado prático no final desta reunião. Quero dizer às associações aqui presentes, às entidades aqui presentes, que a Consultoria Técnica do Senado, da Câmara e da Comissão de Orçamento encontra-se à disposição dos interessados para formulação de suas propostas. Muito obrigado! A SRª MARLENE BONADIMAN – Exm° Senador José Maranhão, M.D. Presidente dessa Comissão, em seu nome saúdo toda a mesa. Em nome do Deputado Sérgio Ricardo gostaria de saudar todos aqui presentes. Eu sou Marlene Onadman, Presidente da Federação das APAEs. O meu questionamento é quanto à emenda. É possível, ainda, alguma emenda? Porque todos que me antecederam falaram muito bem de transporte, de vários outros segmentos e, também, da educação. O Prefeito falou sobre a educação infantil, fundamental até nível superior, mas eu não vejo as ONGs contempladas. Nós, como ONG, gostaríamos de ser contempladas no Orçamento para qualificação e preparação de pessoas portadoras de deficiência para o mercado de trabalho, porque nós temos uma pequena verba no Orçamento do FUNDEB graças à Comissão do eminente Deputado Carlos Abicalil, que participou. Então, fomos contemplados no FUNDEB. Precisamos qualificar essas pessoas para as colocarmos no mercado de trabalho. Existe a assegurado o direito de eles estarem no mercado de trabalho, mas precisam ser qualificadas. E, também, na área da cultura e do esporte. Sentimos muita deficiência quanto a isso. Então, a minha solicitação é que seja feita uma emenda pelos eminentes Deputados

Pág. 38 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Federais, Senadores, para que contemplem essas ONGs que prestem um eminente trabalho à sociedade, aos municípios e ao Estado. Muito obrigada! O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Se me permite, eu quero esclarecer que a senhora pode formular a sua sugestão diretamente com a Consultoria da Comissão de Orçamento para que chegue ao conhecimento da Bancada do Mato Grosso junto ao Congresso Nacional e aos membros da Comissão de Orçamento. Muito obrigado. Com a palavra o Sr. Cirineu Muleta, Presidente da UNDIME-União dos Dirigentes Municipais de Educação. O SR. CIRINEU MULETA – Eu gostaria de ser breve. Se fôssemos relatar as angústias e os desafios deste Estado com os municípios, seria muito tempo. Gostaríamos de reforçar e solicitar o maior número de atendimento do Programa A Caminho da Escola, para termos financiamento do transporte escolar, ampliando-o, e solicitar que o Estado do Mato Grosso seja beneficiado com maior número de municípios na pré-infância, a ampliação do Programa Esporte e Lazer da Cidade, realizado através do Governo Federal, Ministério do Esporte com a UNDIME, de trinta municípios para oitenta municípios, atendendo a nossa juventude trazendo o esporte como lazer, como educação popular. Defendemos a integração do ensino médio integral. Então, junto com essa demanda da educação, gostaríamos que fosse colocado dentro das emendas a defesa do Hospital Universitário do Estado do Mato Grosso, beneficiando todo Estado como o Hospital Universitário Público, para atendimento aos municípios que recorrem à Capital. Em defesa de uma educação integral, sugerimos uma ampliação - e questionamos também algumas ações do INCRA - e investimentos na agricultura familiar como alternativa de manutenção do homem do campo, bem como do aluno no campo. Gostaríamos de ter acesso à luz nas escolas do campo, para que pudéssemos investir em tecnologia ao educando do campo. Colocamos também uma solicitação de aumento da merenda escolar, aumento de aporte financeiro. Pedimos financiamento para a construções de escolas no campo Enfim, algumas colocações que para resolver a realidade deste Estado no que tange à educação. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra o Deputado Federal Dr. Carlos Abicalil. O SR. CARLOS ABICALIL – Meu caro Presidente, Senador José Maranhão, muito obrigado pela promoção ao status de doutor. Aos nossos membros aqui do Parlamento Estadual, na pessoa do Presidente Sérgio Ricardo quero saudar todos e todas e agradecer a oportunidade de estarmos realizando esta Audiência Pública. Aos Relatores Vignatti e Pimentel não apenas as boas-vindas a Mato Grosso, mas a franca disposição que tiveram, desde o primeiro momento em que conversávamos sobre essa hipótese. Aos Senadores Jonas Pinheiro e Jayme Campos - Jayme Campos o único membro da Bancada de Mato Grosso pertencente nesta Sessão Legislativa da Comissão Mista de Orçamento.

Pág. 39 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Eu quero dizer da alegria de poder participar deste momento na Assembléia Legislativa, na presença de diversas representações e segmentos da sociedade civil, a quem eu quero destacar, em particular, em nome de todos os trabalhadores e trabalhadoras, a presença da CUT, o seu Presidente da CUT Regional está presente, Professor Júlio Viana, e também há pouco falava aqui a representação das APAEs que lidam com a educação especial. É evidente que algumas boas provocações foram feitas em inúmeras intervenções que me antecederam, e algumas delas, creio que como membro do Parlamento Brasileiro, merecerão algum tipo de tratamento na Sessão de hoje e posteriormente, na seqüência. Quero destacar alguns assuntos que já foram colocados aqui por outras autoridades que me precederam, mas que têm relação íntima com a capacidade do nosso Estado de responder o desenvolvimento. Veja que o PPA, Deputado Vignatti, já prevê um crescimento médio anual de 5% no Produto Interno Bruto. Este Estado cresce em média duas vezes e meia aquilo que é resultado nacional, o que significa que o impacto para as demandas sociais, econômicas e de infra-estrutura do nosso Estado são muito superiores a outras regiões do País, tendo em vista a expansão recente e a ocupação do nosso território, por um lado, e a precariedade das nossas condições infra-estruturais, inclusive de infra-estrutura social, por outro lado. Por essa razão, chamo a atenção o fato desta Audiência Pública na região Centro-Oeste ser realizada aqui, porque muitos dos temas que vamos abordar dizem respeito, à exceção do Distrito Federal, a outras unidades federadas, como Mato Grosso do Sul e o Estado de Goiás, que se incorporam nesse cenário. Evidentemente que poderíamos falar de uma lista muito intensa de situações, mas é importante dizer que quando discutimos o orçamento, diferente da opinião de que o orçamento é flexível, aqueles que são gestores públicos falam exatamente o oposto, que o nosso orçamento é excessivamente inflexível, dado o volume de vinculações de verbas obrigatórias e de custeio. Esta é a razão, portanto, de entre três trilhões e meio de reais, estarmos lidando, do ponto de vista de investimento, com um pouco mais de oitocentos milhões de reais. Esta situação, evidentemente, é na contramão daquilo que se entende como orçamento flexível. Em algumas áreas é indispensável que ele não seja flexível, por isso nós temos as vinculações constitucionais de saúde e de educação. E, olhando os maiores investimentos de repasses de recurso federal para o nosso Estado e seus municípios, quem lidera a lista - está aí listado no PPA - dos cinco maiores investimentos de impacto é exatamente a área da saúde, que evidentemente durante esta semana encontrará uma decisão fundamental, em segundo turno, na Câmara dos Deputados, que é a votação da CPMF e, na seqüência, Senador José Maranhão, chegará ao Senado Federal com peso de emenda constitucional, portanto, com um quorum extremadamente qualificado, como aprouve ser no caso de uma emenda constitucional. Mas há algumas demandas que nós precisamos, num novo formato de emendas parlamentares, estamos falando de vinte e cinco emendas por parlamentar do ponto de vista individual, com o teto de seis milhões de reais, podendo ser distribuídas em até vinte e cinco emendas, e estamos falando de dezoito emendas de bancadas, para uma bancada que, no nosso caso, tem apenas onze parlamentares. Aqui temos cento e quarenta e um municípios e é evidente que se não tivermos uma racionalidade para tratar esse conjunto de emendas da nossa bancada, em função do seu tamanho, poderá, no novo formato que tem que indicar apenas um ente convenente para cada emenda - não podemos mais fazer as genéricas e repartir em três, quatro, cinco, dez municípios -, para cada convenente será uma emenda parlamentar, tanto das emendas de bancadas quanto das

Pág. 40 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. emendas individuais, isso representará para nós, falo aqui na condição de coordenador da bancada, que proximamente estará entregando o cargo para o próximo coordenador, um outro tipo de articulação sobre como fazer o atendimento dessas demandas. Vou concluindo, porque eu sei do apuro do nosso tempo, e ainda todos teremos de retornar hoje à tarde, dizendo que algumas já estão sinalizadas desde a Lei de Diretrizes Orçamentárias, quando tivemos oportunidade de apresentar emendas pela própria Bancada, uma delas - e aqui eu quero saudar a iniciativa da UNDINE de apoiá-la já expressamente - é do novo hospital universitário, que terá uma dimensão rigorosamente regional, se espalhando para além do Centro-Oeste, atingindo inclusive a nossa fronteira com a Bolívia, o Estado de Rondônia e o Estado do . Não temos nenhum hospital federal aqui hoje, e o hospital universitário funciona num prédio cedido em comodato, sequer em prédio próprio, com a absoluta incapacidade de se expandir, numa área que a própria expansão da universidade irá duplicar o número de ingressantes nos cursos da área da saúde proximamente, assim é o nosso desejo, e qualificar, inclusive, os serviços de alta complexidade, para além do atendimento ao SUS, como foi apontado aqui como preocupação pelo Prefeito da Capital, Wilson Santos. Outro tema importante é a manutenção de rodovias vicinais. Eu não estou falando apenas do repasse de recursos da CIDE. Estou falando da incapacidade da nossa Prefeitura ter o maquinário para manterem essas estradas. Nós temos a segunda maior população de assentados do Brasil, numa área de novecentos mil quilômetros quadrados. Alguns desses assentamentos com mais de vinte anos que ainda não conhecem regularização fundiária, não tem nem título, menos ainda as condições de trafegabilidade; e a aquisição dessas máquinas, no formato da atual emenda, pode representar uma redução da nossa capacidade de atendê-los. Ao mesmo tempo, na questão de infra- estrutura, como já mencionei, do investimento social, já mais ou menos equacionado na área da habitação em alguns municípios pelo PAC do Saneamento, mas absolutamente insuficiente para dar conta da condição estruturante, que é aquela que deve permear, inclusive, as prioridades apontadas no PAC. Já foi mencionada também a questão do investimento em Justiça e Cidadania e, em particular, destaco e reitero a justa posição do Secretário de Segurança Pública pelo fato de pertencermos a uma área de fronteira seca com o território Boliviano e que, evidentemente, necessita não apenas o lado da segurança pública, mas a regularização fundiária de diversos proprietários. Inclusive, os assentamentos que estão nessa área até hoje com dificuldade de saber de quem é a titularidade, entre a União e do Estado. Porém, um assunto me chama atenção, aí quero colocá-lo publicamente porque em algumas dessas iniciativas, sobretudo no que tiver oportunidade de ser infra-estrutura para atender aos municípios na demanda justa de escolas profissionalizantes que não sejam as federais, já consideradas no PPA e no orçamento, mas no apoio ao ensino médio integrado com formação profissional da rede estadual e de redes municipais. As novas modalidades de emenda nos impõem apontar um apenas, apenas um ente-federativo como sendo aquele que vai apresentar a forma de convênio. É um problema grave, que eu creio que não seja, rigorosamente, estrito a Mato Grosso. Quando se faz transferência da União para investimentos, esse recurso entra na conta do Estado como receita e compõe, portanto, resultado da receita real líquida. O que impacta imediatamente o comprometimento com a dívida. E, no caso do nosso Estado, imediatamente 15% desse recurso já fica retido em função da negociação feita há onze anos atrás para, além disso, a parte da contrapartida.

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Pág. 42 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. complexidade, que atenda essas demandas que vêm de todo o interior do Estado, que vêm dos estados vizinhos, que vêm da Bolívia e que aqui em Mato Grosso não temos como atender. Então, é a solicitação de uma emenda de bancada que nós estamos formalizando. A Bancada de Mato Grosso tem sido extremamente sensível e atenciosa com a nossa única universidade federal do Estado. E aqui caberia também, Deputado Vignatti, acredito eu, uma emenda ao PPA colocado no Brasil Universitário, uma ação nesse sentido de que o hospital universitário possa ser construído. Ao mesmo tempo, Deputado Pimentel, que é o relator e conhece muito bem, nós conversamos no início da sessão sobre a atenção que a Comissão e a Relatoria dá aos novos campi das universidades uma emenda da bancada regional, que tradicionalmente a Bancada tem feito, a Bancada do Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm colocado uma emenda para apoio à infra-estrutura das universidades federais dos dois Estados. Então nós gostaríamos, estamos formalizando também que essa emenda seja mantida para atendermos a complexidade da presença da universidade neste Estado tão grande. E, por último, não menos importante, quero aqui, aliás, fazer um reconhecimento ao nosso vice-governador, que no ano passado como Presidente desta Casa fez encaminhamento ao Presidente da República para a criação do Centro Internacional de Excelência em biocombustíveis. Mato Grosso é um estado que tem uma situação absolutamente privilegiada na produção e temos na UFMT um grupo de excelência de pesquisa na área de biocombustíveis . Estamos, portanto, propondo a criação no PPA, Deputado José Vignatti, de uma ação no sentido de se criar por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia esse Centro de Pesquisa na área de biocombustíveis para que Mato Grosso possa dar mais essa grande contribuição, além da que já dá, para produção de grãos, de alimentos, e, também, até minimizar ações prejudiciais ao meio ambiente na medida em que a própria pesquisa traga benefícios que permitam a produção de biocombustíveis preservando o meio ambiente do Estado e do nosso País. São essas as ações que estamos encaminhando. Contamos com apoio da Bancada! Sei que os três Parlamentares conhecem de perto a problemática em seus Estados e certamente teremos esse apoio para que Mato Grosso tenha o que, hoje, o Ceará, a Paraíba e Santa Catarina têm. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Paraíba está solidário com Mato Grosso. Com a palavra, o Deputado Federal Valtenir Pereira. O SR. VALTENIR PEREIRA - Sr. Presidente da Comissão Mista de Orçamento, Senador José Maranhão, o Deputado Manoel Júnior, da Paraíba, já fez excelentes comentários sobre Vossa Excelência. É exatamente com essa sensibilidade que o povo mato-grossense quer contar de Vossa Excelência. Quero cumprimentar o Relator do Plano Plurianual da União para 2009/2011, o Deputado José Vignatti. Tive a satisfação de ter recebido o seu gabinete no sorteio na Câmara dos Deputados. Relator Geral da Lei Orçamentária Anual de 2008, Deputado José Pimentel, com quem temos dividido as angústias dos Defensores Públicos. Aqui eu quero deixar um cumprimento especial do Tribunal Regional do Trabalho, da 23ª Região, ao projeto que trata do Parque de Informática do Tribunal, do qual Vossa Excelência

Pág. 43 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. foi relator, que recebeu parecer favorável e já avançou. Queremos agradecer em nome do TRT, 23ª Região. Quero cumprimentar o Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Sérgio Ricardo, e em seu nome todos os Deputados presentes e aqueles que já estiveram aqui; o Vice- Governador Silval Barbosa e todos os Secretários de Estado; o Prefeito Wilson Santos, que aqui esteve. Quero cumprimentar todos os Prefeitos que estiveram presentes, todos os Secretários municipais, Conselheiro Júlio José de Campos, do Tribunal de Contas do Estado, os Senadores Jayme Campos, Membro da Comissão Mista de Orçamento, e Jonas Pinheiro e a Senadora Serys; o coordenador da Bancada do Mato Grosso, Deputado Carlos Abicalil e os Deputados Eliene Lima, Homero Pereira, Pedro Henry, Wellington Fagundes e Carlos Bezerra, o Primeiro Suplente de Deputado Eduardo Moura, Reitor da Universidade; o Sr. Rui Prado, do DNIT, o companheiro Adilson, de Cáceres, enfim, todos aqui presentes. Abalizadas as vozes já estiveram aqui, nesta tribuna, e deixaram registrada a importância de receber verbas federais da União, até porque vivemos em pacto federativo extremamente nefasto, principalmente para os municípios, pois a obrigação dos municípios é enorme. Existe uma série de demandas e, hoje, a União é que recebe o grosso da arrecadação. É exatamente com isso que nós queremos contar, com a sensibilidade do Relator do PPA, com a sensibilidade do Presidente da Comissão Mista de Orçamento e, também, do Relator do Orçamento Geral da União para que possamos alocar recursos seja na área de infra-estrutura, seja nas áreas sociais do Governo Federal. Na medida em que vão chegando esses recursos eles permitirão que o Governo do Estado e que os municípios melhor detalhem seus orçamentos, porque a partir do momento que rodovias estaduais forem federalizadas e passarem a receber orçamento da União, verbas do Orçamento da União, evidentemente quanto ao que o Governo do Estado teria que fazer de infra-estrutura poderá canalizar para a segurança pública, pode canalizar para ajudar os municípios, principalmente nas estradas vicinais, como foi muito bem colocado aqui, e, com isso, trazer melhor qualidade de vida. Eu não quero detalhar, até porque muitos que me antecederam detalharam com muita propriedade. A questão do Hospital Federal de ensino é fundamental para nós aqui, no Estado de Mato Grosso. O Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, que não é um hospital, é pronto-socorro municipal, recebe uma demanda imensa do Estado de Mato Grosso. Tanto é que na minha emenda individual estou canalizando novecentos mil reais para Tangará da Serra e quatrocentos mil para Barra do Bugres para se fazer investimento na alta complexidade desses municípios para segurar a demanda da região no município e não deixar vir para Cuiabá, porque Cuiabá vive um estrangulamento total. A construção do Hospital Federal de Ensino não só permitirá dar um tratamento adequado a nossa população, como, também, a expansão de vagas da Universidade. Hoje, são quarenta vagas. Desde quando eu fiz vestibular, há certo tempo, há muito tempo, sempre foram quarenta vagas: vinte no primeiro semestre e vinte no segundo semestre. Com a expansão do hospital, com a criação do Hospital Federal de Ensino, vamos oferecer muito mais vagas e oferecer à população de Mato Grosso uma quantidade de médicos suficiente para atender. Então, quero aqui deixar registrada a nossa manifestação. Dizer a todos que seja na educação especial, no biocombustível, nas rodovias estaduais, como é o caso da 343, que liga Barra do Bugres a Cáceres; da MT-100, que é importante

Pág. 44 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. receber recursos, da MT-080, da BR-170 e tantas outras... Com a Defensoria Pública da União, também, vamos trabalhar para buscar investimento para essa área. Então, quero deixar aqui registrado que vamos trabalhar juntamente com a Bancada de Mato Grosso para assegurar esses recursos da União no PPA e no Orçamento da União, porque será fundamental para o crescimento de Mato Grosso. Na medida em que chegarem recursos da União eles permitirão trazermos mais qualidade de vida para o nosso povo. Então, quero agradecer a presença do Senador, do Relator José Pimentel; do Jospe Vignatti, aqui, na nossa Cidade. Quero dizer que para nós é uma honra tê-los aqui. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Obrigado pela referência, Deputado Federal Valtenir Ferreira. Com a palavra, a Deputada Federal Eliene Lima. O SR. ELIENE LIMA – Senador... O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Eu quero corrigir e me penitenciar pelo erro de grafia do Cerimonial. O SR. ELIENE LIMA – Obrigado, Senador José Maranhão. O meu nome realmente tem causado sempre essa interpretação. É um nome unissex. Então, está perdoado. O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Digamos, que seja bivalente. O SR. ELIENE LIMA – É, isso! Gostaria de agradecer pela sua vinda, Senador; dos nossos Deputados Relatores do PPA: o José Vignatti e José Pimentel. Quero aqui saudar, também, os nossos Senadores, o Senador Jayme Campos, que também faz parte da Comissão Mista de Orçamento, nos setores dos Ministérios das Cidades e Planejamento. Para a nossa felicidade temos o Senador Jayme Campos nessa Comissão Mista de Orçamento. Cumprimento os demais Senadores, o nosso Senador Jonas Pinheiro, a nossa Senadora Serys, que já esteve aqui. Cumprimento todos os colegas Deputados Federais que estão participando conosco, o Deputado Valtenir Pereira, o Deputado Carlos Abicalil, o Deputado Pedro Henry, o Deputado Wellington Fagundes e o Deputado Carlos Bezerra. Cumprimento os colegas Deputados Estaduais, sou oriundo aqui da Assembléia Legislativa, por três mandatos; cumprimento o nosso Presidente da Casa, Deputado Sérgio Ricardo e o Deputado Riva, 1º Secretário. Saúdo também o setor educacional nas pessoas do meu diretor do CEFET de Mato Grosso - sou professor do CEFET de Mato Grosso desde 1981. Cumprimento o Reitor da nossa Universidade, Paulo Speller; o Cirineu, da UNDIME; todos os Prefeitos aqui presentes, na pessoa do Prefeito Chaparral; e as entidades aqui participando conosco. Eu gostaria, Presidente, Senador José Maranhão, de iniciar abordando uma preocupação que nós temos ao longo dos nossos mandatos políticos, que é a questão das desigualdades regionais. Mato grosso, embora figure entre os Estados que mais têm desenvolvido no Brasil, tem contrastes extremamente marcantes.

Pág. 45 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Ouvi o Deputado Vignatti dizendo que conheceu Lucas do Rio Verde. Eu gostaria que ele conhecesse também a região do Araguaia, que é muito pobre, São Félix do Araguaia, Santa Terezinha, Alto da Boa Vista. Eu gostaria que ele fosse também ao nortão, em Apiacás, em Colniza, em Aripuanã, em Juruena para ver a diferença. Ainda aqui na Baixada Cuiabana temos várias cidades muito pobres, temos Barão de Melgaço e Rosário Oeste e precisamos trabalhar numa distribuição melhor dos recursos para poder diminuir essas diferenças marcantes que temos. Eu não vejo, de forma nenhuma, uma mudança no desenvolvimento, na busca de uma igualdade que todo mundo prega, a não ser através da educação, da produção, buscando resultado que gere oportunidades para todos. Então, temos que trabalhar isso. Mato Grosso tem grande potencial no setor produtivo. Estamos aqui com a APROSOJA, na pessoa do Ruy, que representa um segmento extremamente importante, não só para Mato Grosso, mas para o Brasil. A balança comercial no ano passado, 2006, mostrou que o agro-negócio representa 30% do PIB, 40% dos empregos. Dos cinqüenta e poucos bilhões do superávit da balança comercial do País, quarenta e dois saíram do agronegócio, e Mato Grosso representa uma promessa muito grande nesse segmento, que tem sido a salvação na balança comercial do Brasil. Então, é preciso que busquemos associar a correção das injustiças sociais com o setor produtivo. É preciso, então, ligar as regiões mais carentes do Estado. Já se falou aqui da importância de se constar no PAC as questões das estradas, da BR-158, da BR-163 e da BR-242. Estamos aqui com os nossos representantes da região da Barra do Bugres, Porto Estrela e Cáceres com uma luta pela MT-343, que, felizmente, o Senador Jonas Pinheiro, junto com o Senador Jayme Campos, já se pronunciaram no sentido de buscarmos sua federalização. Temos a MT-100, que liga Alto Araguaia a Barra do Garças, uma das regiões pobre do Estado. Então, é preciso buscar esse setor produtivo, fortalecendo-o, mas sem deixar a questão da racionalidade, da educação. Na educação profissionalizante, de onde eu sou oriundo, está aqui o meu colega, Professor Rinaldo, temos tido pouco investimento nos últimos vinte cinco anos. (O SR. JOSÉ PIMENTEL ASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 13:22 HORAS) O SR. ELIENE – Eu me associo ao Secretário de Segurança Carlos Brito e aqui reforço a sua fala. Os investimentos em segurança em Cuiabá tem sido muito pequenos pela sua posição estratégica, pela questão da proximidade da fronteira com a Bolívia, países produtores de drogas, que passam por Cuiabá e acabam deixando seu rastro de violência, de indução ao crime. Temos que trabalhar isso. E me associo também, e por diversas vezes me pronunciei na Câmara Federal, que a criminalidade juvenil tem muito a ver com a falta de oportunidade. É comum encontrar em famílias honestas, de princípio, de origem religiosa, com filhos em penitenciárias por não terem oportunidade de ter uma capacitação. Vejo que a solução para este mal que assola o nosso Estado, assola a nossa Grande Cuiabá, passa por um fortalecimento do ensino profissionalizante. Quero destacar isso aqui, porque não vejo, de forma nenhuma dissociar o progresso de Mato Grosso, o progresso DO Brasil sem associar o setor produtivo com o setor educacional, principalmente passando pela educação profissionalizante. Em 1981, quando entrei na Escola Técnica Federal, hoje CEFET, tínhamos no Estado de Mato Grosso 3 mil vagas para esse modelo de ensino profissionalizante. Vinte e cinco

Pág. 46 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. anos depois a população do Estado saltou de 1.100.000 mil habitantes para aproximadamente 3 milhões de habitantes, crescendo quase 170%, no entanto, as vagas nesse modelo saltaram de 3 mil para 4.800 vagas, crescendo apenas 60%. Então, está aí o gargalo, está aí inclusive uma justificativa das dificuldades de conter a falta de oportunidade dos jovens, a falta de oportunidade dos jovens se inserirem no mercado de trabalho. Além do que, temos muito pouca oportunidade para entrar na faculdade, temos poucas vagas no serviço público, e é preciso ter mais cuidado com isso. Gostaria também, Sr. Presidente, de ressaltar aqui um ponto que tanto o Senador Jayme Campos, como o Deputado Riva destacaram, que ao meu ver é um dos Deputados que mais conhece este Estado, que é a questão do orçamento impositivo. Não adiantar fazer Audiência Pública da região Centro-oeste em Cuiabá, ir no Pará, ir em outros Estados, discutir com os segmentos, discutir com todos os setores do Estado e depois não realizar aquilo que se discutiu aqui. Então, quero aqui reforçar a tese da lei do ex-Senador Antônio Carlos Magalhães, a questão do orçamento impositivo. Sem a sua conclusão, ficamos jogando para a galera e ficamos fazendo média com a população, chamando uma discussão com os Deputados Estaduais, chamando os Prefeitos, os Vereadores, as organizações do Estado e depois não conseguimos entregar a mercadoria que se discutiu, não conseguimos entregar aquilo que se pensou, que se discutiu para a sociedade do nosso Estado e do nosso Brasil. Foi falado aqui também de uma grande injustiça de um segmento com o Luz no Campo. Tenho inclusive articulado na Câmara Federal a formação de uma Frente Parlamentar para se fazer justiça com quem pegou um empréstimo para o Luz no Campo no período do FHC, depois entrou o Presidente Lula, que criou o Programa Luz para Todos, que não paga pela sua instalação. Quem já tinha feito redes, que foram até usadas para poder estender o Luz para Todos, paga e o Luz para Todos não paga. Então é preciso trabalhar, colocarmos no orçamento. Só Mato Grosso tem quarenta e dois mil usuários que não estão tendo condições de pagar a sua conta. Além de todos esses aspectos, eu quero finalizar dizendo que a educação especial, a inclusão e a acessibilidade aos deficientes físicos, raramente nós escutamos alguém trazer esse ponto de pauta. Eu concluo agradecendo a presença dos companheiros que vieram do Congresso Nacional, mas não podemos parar. Vamos pegar a Bancada Federal, a Bancada Estadual, as lideranças do Estado, reunir com o nosso Senador Jayme Campos e aprofundar nesses pontos que realmente precisam ser trazidos para o Estado para que possamos, com nosso mandato - apenas oito Deputados Federais e eu sendo um deles - contribuir para alterar alguma coisa para o desenvolvimento de Mato Grosso. Muito obrigado, Sr. Presidente (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, o Prefeito Zózimo Chaparral, de Barra do Garças. Lembrando que depois vai ter uma outra atividade nesta Casa. O SR. ZÓZIMO CHAPARRAL – Boa-tarde a todos e todas! Quero cumprimentar o Presidente, que neste momento preside os trabalhos; e, ao cumprimentá-lo, cumprimento aos demais membros da Comissão Mista do Orçamento; o Senador da República, Sr. Jayme Campos; e, ao cumprimentá-lo, trago um abraço fraterno do povo de Barra do Garças, a nossa solidariedade e sinceros sentimentos pela perda do pai de Vossa Excelência. Quero cumprimentar a Bancada de Deputados Federais e dizer que este debate é muito importante. Eu acho que discutir o orçamento é um papel fundamental, porque ele não pode ser discutido apenas nos gabinetes, tem que ser discutido como se procede, neste momento, por meio

Pág. 47 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. de audiências públicas, conhecendo assim um pouco da realidade regional. O Estado de Mato Grosso, como muitos que aqui me antecederam, é um Estado que tem uma realidade diferenciada pela sua própria dimensão continental. Se pegarmos... Aí o Deputado Federal Eliene Lima, que me antecedeu, colocou com muita propriedade, nós vamos ver regiões como Lucas do Rio Verde, Sorriso, que podemos chamar de bolsões da prosperidade, ao mesmo tempo pegamos regiões que não tiveram o mesmo desenvolvimento, o mesmo crescimento econômico, entre elas eu cito minha região do Vale do Araguaia. Então, o Estado não cresce de forma homogênea, ele tem um desenvolvimento, um crescimento de forma diferenciada. Então, existe uma desigualdade regional muito grande e as desigualdade também se refletem nacionalmente, onde nós temos estados e regiões brasileiras com desenvolvimento diferenciado de outras regiões. Entendo que o orçamento, ao ser discutido, tem que se levar em consideração essas desigualdades regionais. Eu gostaria de me ater apenas a um ponto importante, que o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso passa principalmente pelas vias estruturantes do Estado, entre elas, pela consolidação das nossas BRs e das nossas MTs. Aí eu proponho, como já foi colocado... Proponho, não, reforço a propositura feita pelo Senador Jayme Campos, de defender a federalização da MT- 343. Mas eu proponho que, somado a ela, apresente também a proposta de federalização da MT-100, que é estratégica não só para a região do Araguaia, mas é estratégica para os interesses econômicos do País, porque aquela região atingida pela MT-100, com certeza, é uma região produtora, produtiva, mas que em função da dificuldade de escoamento, às vezes não dá uma contrapartida maior para o Estado e para a Nação em função das dificuldades que ali são enfrentadas. Então, eu acresceria a essa proposta, Senador, para que possamos apresentar também a federalização da MT-100. Em contrapartida, que se discuta depois, junto à Assembléia Legislativa, também a estadualização de muitas estradas vicinais. Porque hoje, mesmo as MTs, grandes partes são mantidas e recuperadas, em alguns casos, pelos próprios municípios em função de várias dificuldades e do tamanho do Estado. Então, que nós possamos também fazer uma compensação, que possamos propor a federalização, mas que possamos, de acordo com cada realidade, propor a estadualização de algumas estradas vicinais. Por último, gostaria de encerrar dizendo que no nosso Município de Barra do Garças enfrentamos dificuldades, que é natural, mas nós temos a participação direta do Governo do Estado, por meio de diversas parcerias. E quero aqui salientar a participação direta do Governo Federal por meio de diversos programas. Nós temos lá, Deputado e Secretário de Segurança Pública, Carlos Brito, o Programa Segundo Tempo, que é o maior do Estado de Mato Grosso, que no ano de 2006 atendemos duas mil e quatrocentas crianças e este ano vamos atender duas mil e oitocentas crianças, que é um projeto de inclusão social por meio do esporte. Além desse Projeto, nós temos diversos outros em parcerias com o Estado e também com a iniciativa privada. E não tenho dúvida de que o combate à violência, que o combate à discriminação e que toda forma de exclusão social passa primeiramente pela construção de uma escola de qualidade, e o Estado tem a responsabilidade quanto a isso. Eu agradeço a todos e parabenizo a Comissão por ter saído do gabinete e viajado o País discutindo e enxergando a realidade regional. Boa tarde a todos e muito obrigado. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ PIMENTEL) – Com a palavra, o Sr. José Braga, Secretário de Planejamento de Várzea Grande.

Pág. 48 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. O SR. JOSÉ BRAGA – Quero cumprimentar o Senador Jayme Campos, da minha cidade de Várzea Grande; cumprimentar também o Presidente José Pimentel, que também é de Itapipoca, o Estado nosso, mas hoje sou mato-grossense. Eu venho rapidamente dizer da questão muito importante do Orçamento impositivo colocado pelo Deputado Riva. Como Secretário de Planejamento, deve também ter o mesmo problema o meu amigo Oscemário e o titular da Pasta ali. Nós fazemos um orçamento e ele é totalmente revirado durante o ano, vira só papel, não se faz nada e acaba o Poder Executivo não cumprindo os compromissos que são colocados no PPA, porque o orçamento não é respeitado. É muito importante que o pessoal de Brasília venha até aqui para ver a diferença que há entre as cidades do agronegócio e as cidades da chamada Baixada Cuiabana. O Senador Jayme Campos sabe muito bem de Várzea Grande, os nossos problemas, e se não fizermos uma ação, hoje, nós vamos ter problemas sérios na questão da segregação sócio-espacial dos municípios. Alguns municípios vão ser ilhas de exportação de soja e outros vão exportar bandidos, ladrões, que já estão começando a fazer umas visitas naqueles municípios, como estamos vendo nos jornais. Outra questão importante que o Deputado Carlos Abicalil falou é a respeito do crescimento de Mato Grosso, que é acima da média. E isso é preciso ser considerado, também, no Orçamento da União. Hoje, o que nós pedimos a Vossas Excelências, no sentido de Várzea Grande, são duas coisas interessantes. Como não temos as vantagens corporativas do agronegócio, não produzimos soja nem produzimos boi em grande escala, nós somos um município urbano, fazemos parte de um aglomerado urbano, as nossas vantagens corporativas têm que ser construídas. E no nosso Plano Diretor Participativo, recém-elaborado, nos diagnósticos da cidade de ameaças e oportunidades, foi vista como uma universidade pública tecnológica, acompanhada de um pacto tecnológico. Para isso, colocamos como princípio se aproveitar a área do aeroporto, da INFRAERO, que é uma grande fazenda dentro da zona urbana. São setecentos e trinta hectares de terras subutilizadas com a criação de gado, com algumas criações de suínos, dentro da zona urbana. E pode ser feita uma universidade pública tecnológica não competindo com a UFMT. Pode ser o campus II da UFMT nesse campo. Vai-se preparar a cidade para ter as grandes indústrias com a universidade pública tecnológico, o parque tecnológico. Investindo em empresas incubadoras tecnológicas poderemos trazer as indústrias que vão transformar os produtos da cadeia produtiva do agronegócio e exportar. É uma saída para que o Município de Várzea Grande seja incluído nos municípios grandes e não perca posição ainda mais para cidades, como Rondonópolis, que, hoje, sedia a Capital do agronegócio do Mato Grosso. É muito importante que as autoridades que decidem vejam que o crescimento tem que ser sustentável, também, do ponto de vista social. É preciso se preocupar com as cidades que não têm soja para que não possamos criar essa segregação espacial dos municípios. Também, nessa mesma área dá para trazer alguns investimentos, juntamente com a iniciativa privada, de turismo, como o Parque Temático, o Parque Aquático e outras atividades que poderão aumentar a visita de pessoas ao município e, ao mesmo tempo, crescer a rede hoteleira e gerar emprego para Várzea Grande, que fica ao lado da Capital. São estes dois pedidos que eu faço aqui e os quais já fiz por escrito. E sozinho elegi aqui os nossos padrinhos: o Senador Jayme Campos, que é do município, e o Deputado Carlos Abicalil, com apoio dos demais Deputados, porque é uma emenda que requer de Vossas Excelências um esforço conjunto. Temos o Deputado Valtenir Pereira, que é da Capital, também, que pode estar junto para que possamos ter Várzea Grande no rol das grandes

Pág. 49 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. cidades das boas notícias, também. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ PIMENTEL) – Quero lembrar que aqueles que têm propostas por escrito para encaminhar à direita da mesa os Consultores tanto da Câmara como do Senado estão recebendo para transformá-las, depois, em mensagens aos Deputados Federais e Senadores do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e para as Comissões Permanentes. Quero, também, registrar que 91% do Orçamento da União nem o Presidente da República, nem o Congresso Nacional, nem o Poder Judiciário, podem mexer, porque é vinculante, a menos que promovamos uma alteração da Constituição. Portanto, todo debate do Orçamento da União se reserva a 9% dos seiscentos e oitenta e dois bilhões de reais que são a receita de 2008. Esses 91% são transferências constitucionais, que são o FPE, o FPM, os fundos constitucionais, o pagamento das aposentadorias e das pensões, o pagamento dos servidores públicos entre outras obrigações. Portanto, o Brasil tem um dos orçamentos mais rígidos do mundo. Só podemos trabalhar a peça orçamentária do Executivo Federal quando vier... Ele trabalha com 9% das receitas correntes brutas que nós arrecadamos. O Parlamento, também, trabalha esse percentual e o Poder Judiciário da mesma forma. Portanto, o que nós estamos discutindo é como tornar mais eficiente a aplicação desses 9% que são as emendas, os investimentos. Ao lado disso, por determinação do Tribunal de Contas da União, do Ministério Público e da Controladoria Geral da União desde 2006 os pagamentos dos investimentos são sobre obras executadas. Houve uma alteração muito grande para se evitar aquela prática onde tínhamos algumas obras que ligava um lugar a lugar nenhum. Essa prática desde 2006, por determinação do Tribunal de Contas da União, do Ministério Público e, também, da Controladoria Geral da República, é feita sob medição e nesse aspecto tem tido certa morosidade na execução dessas obras. Hoje, a União tem recursos financeiros para pagar as execuções das obras de 2007, mas falta a execução de obra para fazer o pagamento. Lembrando, ainda, que da parte vinculada, que é 91% do Orçamento, até o dia 31 de agosto de 2007 já foram executados 67% do Orçamento da União. Portanto, a execução do Orçamento da União, em 2007, está num patamar muito mais elevado que em 2006, fruto da sua aprovação, ainda, em dezembro de 2006 e entrou em vigor no início de 2007. É evidente que o Orçamento precisa ser aprimorado e é esse o papel de todos aqueles que integram o Congresso Nacional e o pacto federativo: os Municípios, os Estados, a União e toda a sociedade. Dito isto, quero passar a palavra ao Sr. Júlio César Viana, Presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso. O SR. JÚLIO CÉSAR VIANA – Boa-tarde a todos e todas! Quero cumprimentar todas as autoridades na pessoa do Deputado José Pimentel, que nos visita. Um cumprimento especial aos membros da Executiva do Estado na pessoa do nosso Vice-Governador Silval Barbosa. Três questões basicamente preocupam a Central Única dos Trabalhadores no cotidiano de hoje. Entendemos que essas questões precisam de uma atenção especial, não só dentro do PPA, na questão orçamentária.

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Pág. 53 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. E nós estamos trazendo uma reivindicação daqui do Estado de Mato Grosso para que tenhamos ações voltadas para ciência e tecnologia, porque estamos pensando aqui para o Centro-oeste, já estamos conversando nas universidades públicas federais, estaduais - eu sou professor de uma instituição pública estadual aqui de Mato Grosso - para articularmos essas universidades para termos um doutorado para formar competências para área da ciência e tecnologia voltadas para a economia solidária. Isso imerge. E por isso nós trazemos para os senhores. As nossas universidades estão se propondo a fazer esse trabalho. Essa é uma das sugestões. (O SR. SENADOR JOSÉ MARANHÃO REASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 13:59 HORAS.) O SR. LAUDENIR LUIZ - A outra reivindicação é termos mais recursos para ampliarmos as ações na educação e formação técnico, política dos agentes da economia solidária que estão colocados aqui para o nosso Estado; mais ações de fortalecimento da estrutura na econômica solidária, tanto para a criação de espaço e a logística para produção e comercialização. Nós também estamos demandando para os senhores o apoio direto para os implementos econômicos solidários. Sabemos que essas iniciativas são de pessoas que não têm capital. Então, o apoio direto para que realmente consiga um suporte e para que elas consigam vencer economicamente. A outra é uma ação de Estado que nós estamos colocando, que seria uma ação mais de apoio direto à Delegacia Regional de Trabalho aqui no Estado de Mato Grosso para a questão da economia solidária. É neste sentido que eu creio que o Deputado Carlos Abicalil e o Deputado Valtenir Pereira, que já temos conversado com os dois Deputados e os demais, logicamente, mas cito os senhores porque temos dialogado mais, e creio que os demais Senadores e Deputados da mesma forma vão se empenhar nesse trabalho. Podemos dizer que nós temos o Fórum Estadual e a Rede Estadual de Economia Solidária de Educação e Sócio-economia Solidária. Temos um conjunto crescente de pessoas que estão se envolvendo cada vez mais na construção desse campo que consideramos uma grande saída para que possamos gerar, realmente, uma sociedade justa e igualitária. De repente, no futuro, o Secretário de Ciência, no futuro o Secretário de Segurança Pública, não terão que pedir dinheiro para essa área porque nós vamos incluir as pessoas e gerar uma sociedade justa. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, o Dr. Nicolau Briant Filho, Diretor Operacional da COORIMBATA, é uma Cooperativa. O SR. NICOLAU BRIANT FILHO – Boa-tarde, Senadores e Deputados! Estou vindo aqui para defender o apoio a ações de ordem políticas do Governo Federal por meio do Consórcio de Segurança Alimentar do Desenvolvimento Local-CONSAD. Aqui em Mato Grosso, particularmente, na região da Baixada Cuiabana, onde tem o primeiro, o único CONSAD, por enquanto, no Estado, está acontecendo quase um milagre, uma coisa fantástica, porque nós temos uma política do Governo Federal, temos projetos do Governo Estadual executados em parceira com os municípios. Isso daí com o apoio das empresas de comercialização, da Universidade Federal de Mato Grosso, de comunidades e essas ações representam exemplos de articulação que o Estado precisa para que outras comunidades, outras associações, cooperativas passem a acreditar que isso pode acontecer. Na realidade, eu sou um pesquisador da universidade, sou Diretor Operacional de uma Cooperativa de Pescadores. E temos dentro da nossa Cooperativa um formato que permite fazer uma grande articulação entre diferentes entidades. Nós precisamos que isso seja apoiado. Então, dentro das ações... Eu ouvi o Presidente da CUT falando das dificuldades que há na questão da comercialização e etc. Nós temos aqui, dentro desse arranjo produtivo, projetos

Pág. 54 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. em execução que precisam ser apoiados, principalmente na questão da logística de transporte e de comercialização. Então, se nós conseguirmos... Já encaminhamos aqui algumas propostas por meio do Deputado Carlos Abicalil para que apóie, em primeiro lugar, o CONSAD da Baixada Cuiabana, que já existe nessa questão da logística de transporte, para garantir a comercialização e essas ações de desenvolvimento local que já estão acontecendo em Mato Grosso, que são exemplos para o País, assim como de segurança alimentar. Há no Estado solicitações para que sejam criados outros CONSADs. Eu acho que essa nossa proposta pode ser até válida para apoiar projetos semelhantes em outras regiões do País. Particularmente, quero reforçar essa atuação aqui, no Estado e parabenizar o Governo Federal, o Governo do Estado, as Prefeituras de Cuiabá, de Várzea Grande e de outros municípios, como de Nossa Senhora do Livramento, que está fazendo essa articulação que normalmente é para o Estado como um todo. Eu só queria reforçar. Muito obrigado! 9PALMAS) O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, o engenheiro Adilson dos Reis, da AZPEC. O SR. ADILSON REIS – Boa-tarde! Eu sou da Administradora da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres- AZPEC S.A. Na verdade, Senadores, Srs. Deputados, assistência, a nossa presença aqui é mais para fazer eco a tudo que já foi dito com referência à MT-343 e às formas de encaminhamento das quais os senhores têm toda ciência e já as passaram. Apenas, quero reforçar a necessidade dessa implantação que é tão necessária para a definitiva viabilização nesta ordem: ambiental e socioeconômica de toda região Sul do Oeste e Oeste do Estado de Mato Grosso. Mato Grosso tem doze regiões de planejamento. E aqui está o Secretário Yênes Magalhães, os nossos companheiros, antigos companheiros do Governo do Estado, que têm isso muito claro. Estamos formalizando isso nas sugestões por todos os corredores de exportação do Estado de Mato Grosso. E o corredor do Centro-Oeste é o mais deficiente deles com relação à multimodalidade de transportes. Por quê? Nós temos o terminal rodoviário de Cáceres em franca operação, com capacidade para mais de um milhão de toneladas por ano e operando, hoje, tão- somente com trezentas mil toneladas, porque os produtores, pequenos e médios produtores, inclusive, as cooperativas - que Vossa Excelência já colocou aqui - não têm conhecimento e meios para chegar, de repente, a um espaço de transformação da verticalização da produção do Estado de Mato Grosso. E essa estrada vem a consolidar toda essa a região. Então, serei bastante breve até porque temos uma audiência específica para tratar da MT-343 daqui a pouco. Quero convidar a todos a participarem conosco e tratarmos de todos os detalhes. Por hora, vou deixar a sugestão com a assessoria dos senhores. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Com a palavra, o Sr. Éder Setter, Presidente da Câmara Municipal de Nova Ubiratã.

Pág. 55 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. O SR. ÉDER SETTER - Senhoras e senhores, bom-dia! Aliás, boa-tarde, porque já estamos nos alongando. Quero cumprimentar os Senadores Jayme Campos e Jonas Pinheiro; cumprimentar, também, o Deputado Federal Pedro Henry, meu partidário, e cumprimentar, de maneira especial, um cidadão honorário de Nova Ubiratã, o Deputado Carlos Abicalil, e em sua cumprimentar os demais presentes nesta Audiência Pública. Senhoras e senhores, o assunto que me traz a esta tribuna tem tomado conta dos debates na nossa região. Quando do lançamento do PAC a nossa região foi tomada de uma grande alegria por saber que no PAC estava prevista a implantação da Rodovia BR-242, pois, a nossa região seria bastante agraciada com essa obra. Tamanha essa alegria foi, também, a surpresa de saber que existia a possibilidade de mudança do traçado dessa rodovia lá implantado há, pelo menos, trinta anos. Em função disso, a nossa Câmara de Vereadores tomou a iniciativa e realizou a primeira Audiência Pública, no dia 1º de junho, deste ano, para tratar da mobilização da região e, também, dos líderes regionais no sentido de um manifesto pró-manutenção desse traçado original. Felizmente, esse movimento tomou um corpo grande. Depois de cinco audiências realizadas, sendo elas, a primeira no nosso município, depois em Sorriso, Brasnorte e Cuiabá, as duas últimas propostas, inclusive, pela Assembléia Legislativa deste Estado, temos a convicção e a certeza que em função do apoio já declarado, de público, pelos três Senadores da Republica do nosso Estado, pelo apoio declarado pela maioria da Bancada Federal do nosso Estado à manutenção, principalmente e, também, pelo apoio declarado por esta Casa, que esse traçado será mantido. Fico feliz por saber que no PPA 2008/2011, tem recurso previsto para a implantação dessa obra. Venho a esta tribuna para dizer que é uma obra importante não só para o agronegócio, por estarmos encravados em uma região do agronegócio, mas, também, para o pequeno e médio produtor. O agronegócio, mesmo com dificuldade de logística, tem conseguido avançar e crescer, enquanto que o pequeno produtor, em função da distância do seu comércio, das dificuldades de transporte, não consegue se desenvolver naquela região, causando, dessa maneira, o êxodo rural, de maneira especial, do pequeno produtor. Sendo essa rodovia de Leste/Oeste que cortará o nosso Estado, sem dúvida nenhuma, é um grande corredor de exportação que diminuirá a distância dos portos em até 1.000Km e a distância de navio em, pelo menos, 3.000Km quando se trata de exportação de pequeno produto. Então, solicito que a essa Comissão – e o faremos oficialmente – que, se possível, tente direcionar maior recurso para que possamos, num prazo menor... Porque de acordo com o PPA demoraremos, pelo menos, quinze anos para a conclusão dessa importante rodovia no nosso município e quinze anos é muito tempo para quem está há trinta anos esperando. Dessa maneira, quero colocar aos senhores que a nossa Câmara encaminhará a cada um dos Parlamentares de Mato Grosso um pedido, assim como à Comissão de Orçamento, para que nós possamos, de alguma maneira, aumentar o recurso à Rodovia BR-242, que é tão importante para o desenvolvimento do Médio Norte é do Estado de Mato Grosso. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (JOSÉ MARANHÃO) – Para encerrar, quero agradecer a presença das autoridades, das associações, das cooperativas, dos Prefeitos, dos Secretários de Estado, dos Deputados Estaduais, dos companheiros do Congresso: Deputados Federais, Senadores, especialmente o Senador Jonas Pinheiro e o Senador Jayme Campos, que estão aqui presentes, estiveram aqui do começo ao fim da reunião.

Pág. 56 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO 2008, REALIZADA NO DIA 24 DE SETEMBRO DE 2007, ÀS 09:00 HORAS. Agradeço os meus ilustres relatores, Relator Geral José Pimentel, Relator do PPA, Cláudio Vignatti e o Relator da área do setor de desenvolvimento urbano, Senador Jayme Campos. Muito obrigado a todos. Espero, sinceramente, voltar aqui com mais tempo, não para conhecer, mas para usufruir das belezas e das virtudes desta bela Capital do Estado e do Estado de Mato Grosso que todos nós brasileiros conhecemos. Agradecemos muito pela grande contribuição que este Estado tem dado, não é apenas um Estado do futuro, é um Estado que já no presente dá uma grande contribuição ao desenvolvimento, ao progresso e ao bem-estar deste País. Muito obrigado. Está encerrada a Audiência Pública. (PALMAS)

Equipe Técnica: - Taquigrafia: - Donata Maria da Silva Moreira; - Isabel Luíza Lopes; - Tânia Maria Pita Rocha; - Aedil Lima Gonçalves; - Cristina Maria Costa e Silva; - Revisão: - Nilzalina Couto Marques; - Regina Célia Garcia; - Rosivânia Ribeiro Daleffe.

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