Estudo Anatômico Do Lenho De Eugenia Schuechiana O

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Estudo Anatômico Do Lenho De Eugenia Schuechiana O BALDUINTA. n. 26, p. 27-32, 25-TT-201! ESTUDO ANATÔMICO DO LENHO DE EUGENIA SCHUECHIANA O. BERG (MYRTACEAE)l SIDINEI RODRIGUES DOS SANTOS2 JOSÉ NEWTON CARDOSO MARCHIORfl RESUMO O presente estudo fornece a descrição anatômica da madeira de Eugenia schuechiana O. Berg, com base em material coletado no Rio Grande do Sul. A estrutura anatômica reúne características comuns à familia Myrtaceae e gênero Eugenia: vasos exclusivamente solitários; placas de perfuração simples; pontoações intervasculares alternas e ornamentadas; raios heterogêneos estreitos; fibras com ponto ações areoladas; traqueídeos vasicêntricos; e cristais. Merece destaque, em relação às demais espécies nativas, a presença de parênquima apotraqueal em faixas estreitas, além da freqüência de poros, comprimento de fibras, altura de raios multisseriados e parênquima axial. Palavras-chave: Eugenia schuechiana, anatomia da madeira, Myrtaceae. ABSTRACT [Wood anatomy of Eugenia schuechiana O. Berg (Myrtaceae)]. This study provides an anatomical description of the wood of Eugenia schuechiana, based on samples from Rio Grande do Sul state, Brazil. The anatomical structure includes several characteristics commonly found in Myrtaceae and genus Eugenia: exclusively solitary pores; simple perforation plates; alternate and vestured intervessel pits; narrow and heterogeneous rays; fibers with bordered pits; vasicentric tracheids; and crystals. Compared to other native species, show special importance the apotracheal parenchyma, in narrow bands, as well as the frequency of pores, the fiber length, and the height of multiseriate rays and axial parenchyma. Key words: Eugenia schuechiana, wood anatomy, Myrtaceae. INTRODUÇÃO quais, 31 ocorrem naturalmente no estado do O gênero Eugenia (Myrtaceae) é um dos Rio Grande do Sul (Sobral, 2003), em diversas mais importantes em biodiversidade na farrnlia. formações vegetacionais, mas, sobretudo, na Ao todo, são cerca de 1000 espécies, distribuí- Floresta Pluvial da Encosta Atlântica (Klein, das principalmente na América Central e do Sul, 1984). com relativamente poucos representantes na A circunscrição do gênero Eugenia, assim África, Ásia e Austrália (Merwe et ai., 2005). como da farrulia Myrtaceae como um todo, ex- Segundo McVaugh (1968), somente no conti- perimentou importantes modificações nos últi- nente sul-americano ocorrem mais de 500 es- mos anos. Landrum & Kawasaki (1997), em pécies de Eugenia. revisão das espécies brasileiras da farrulia, re- O Brasil conta com cerca de 350 espécies de duziram à sinonímia deste gênero todos os re- Eugenia (Landrum & Kawasaki, 1997), das presentantes de Hexachlamys e Calycorectes, por serem ambíguas ou de difícil observação as I Recebido para publicação em 10-12-2010 e aceito para diferenças que os mantinham separados em gru- publicação em 05-01-2010. pos taxonômicos distintos. Tal interpretação, 2 Biólogo, bolsista (CNPq - Brasil), doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, ainda não completamente consolidada, aguar- Departamento de Ciências Florestais, Universidade da, todavia, por mais estudos. Federal de Santa Maria. CEP 97105-900. Santa Maria, RS, Brasil. [email protected] A anatomia da madeira, neste sentido, apre- 3 Engenheiro Florestal, Dr. Bolsista de Produtividade em senta-se como alternativa para a resolução des- Pesquisa (CNPq - Brasil). Professor Titular do Departamento de Ciências Florestais, Universidade tas questões. Como opinião distinta, no entan- Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS, Brasil. to, o valor da contribuição anatômica depende 27 da existência de uma base ampla de infonna- pécies de Eugenia provenientes de remanescen- ções, de modo a possibilitar o estabelecimento tes florestais do Rio de Janeiro, com diferentes de padrões anatômicos para detenninados gru- disponibilidades hídricas. pos. A descrição anatômica da madeira de Das espécies nativas no Rio Grande do Sul, Eugenia schuechiana, objetivo do presente es- foram anatomicamente descritas, até o momen- tudo, integra, justamente, uma série de publica- to: Eugenia involucrata (Marchiori, 1984), ções que visa a ampliar o conhecimento estru- Eugenia mansoi (Marchiori & Santos, 2009), tural das Myrtaceae nativas. Eugenia uniflora (Santos & Marchiori, 2009), A espécie em estudo é arvoreta de 3-8 m de Eugenia rostrifolia, Eugenia uruguayensis altura, de córtex rugoso, acinzentado, com ra- (Marchiori & Santos, 2010) e Eugenia mos jovens e face abaxial das folhas recobertos burkartiana (Santos & Marchiori, 2010). São por tricomas esparsos, castanhos. As folhas, comuns a todas as espécies: porosidade difusa; elípticas ou elíptico-obovadas (55-78 x 20-35 placas de perfuração simples; pontoações mm), apresentam ápice agudo e base cuneada. intervasculares alternas; parênquima apo- As flores, reunidas em glomérulos ou fascícu- traqueal seriado; raios heterogêneos estreitos; e los ramifloros ou axilares de 2-4 unidades, são traqueídeos vasicêntricos. Entre os caracteres sésseis e têm ovário densamente piloso. diferenciais, incluem-se a presença ou ausência Popularmente conhecida como ástria, de espessamentos espiralados nos vasos, o ar- guarnirim ou uvá, Eugenia schuechiana distri- ranjo do parênquima axial e a natureza das fi- bui-se do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, bras. onde é encontrada na Floresta Atlântica, bem Na literatura sobre o gênero, cabe salientar, como na Floresta EstacionaI da Depressão Cen- ainda, os trabalhos de Record & Hess (1949), tral e da Encosta Inferior do Nordeste (Sobral, de Metcalfe & Chalk (1972) e de Rebollar- 2003). Domínguez & Tapia-Torres (2010), destacan- do-se os dois primeiros pela abrangência dos REVISÃO DE LITERATURA estudos empreendidos. Apesar do grande número de espécies e da importância fitofisionômica do gênero Eugenia MATERIAL E MÉTODOS nas floras sul-rio-grandense e brasileira, são ain- O material estudado consiste em uma amos- da escassas as referências sobre a composição tra de madeira e respectivo material botânico, estrutural de suas madeiras. coletados em fragmento de Floresta EstacionaI Détienne & Jacquet (1983) investigaram a Decidual no município de Frederico West- anatomia da madeira de algumas espécies de phalen, RS, os quais foram incorporados à Eugenia e de outros 7 gêneros da Amazônia bra- Xiloteca e Herbário do Departamento de Ciên- sileira, com vistas a identificação. Mainieri & cias Florestais (HDCF) da Universidade Fede- Chimelo (1989) fornecem a descrição anatômica ral de Santa Maria, sob o número 6146. de uma espécie não identificada do gênero em Para a confecção das lâminas histológicas questão. Soffiatti & Angyalossy-Alfonso (1999) foram extraídos três corpos de prova (1x2x3 cm) realizaram um estudo comparativo do lenho e da parte mais externa do lenho, próxima ao câm- casca de duas espécies de Eugenia da Mata bio, orientados para obtenção de cortes nos pla- Atlântica de São Paulo. Barros et alo (2001; nos transversal, longitudinal radial e longitudi- 2003) fornecem a descrição microscópica de nal tangencial. Outro bloquinho foi também re- cinco espécies de Eugenia e outras Myrtaceae tirado, com vistas à maceração. nativas no Rio de Janeiro. Marques et ai. (2007) A confecção das lâminas histológicas seguiu investigaram a anatomia da madeira de três es- a metodologia descrita em Burger & Richter 28 (1991). As lâminas de macerado foram obtidas midades. Pontoações intervasculares alternas, de acordo com o método de Franklin, modifica- circulares (5,5 ± 0,43 (5,1- 6,2) 11m), com aber- do (Kraus & Arduin, 1997). Os cortes tura em fenda inclusa, ornamentada. Pontoações anatômicos foram tingidos com safra-blau; o raio-vasculares com aréolas distintas, semelhan- macerado, apenas com safranina (1%). A mon- tes às intervasculares, porém menores (3,1 ± tagem das lâminas permanentes foi feita com 0,34 (2,6 - 3,6) 11m) e restritas às margens de Entellan. raios. Conteúdo de cor amarelada, escasso. A descrição baseou-se nas recomendações Espessamentos espiralados, ausentes. do IAWA Committee (1989). No caso da per- Parênquima axial: muito distinto das fibras centagem dos tecidos, foram realizadas 600 de- em corte transversal, representando 19 ± 4,4 % terminações ao acaso, com auxílio de contador do volume da madeira; em arranjo apotraqueal de laboratório, conforme proposto por Marchiori difuso e, principalmente, difuso-em-agregados, (1980). A freqüência de poros foi obtida de for- tendendo a formar curtos segmentos tangenciais ma indireta, a partir de um quadrado de área ou faixas irregulares, com 1-3 (5) células de lar- conhecida, superposto a fotomicrografias de gura, especialmente no lenho tardio (Figura seções transversais da madeira. 1A,B). Parênquima paratraqueal escasso tam- As medições foram realizadas em microscó- bém presente. Séries parenquimáticas com 8 (4 pio Carl Zeiss, no Laboratório de Anatomia da - 10) células, medindo 710 ± 72 (580 - 850) Madeira da Universidade Federal de Santa Ma- 11m de altura (Figura IF). Cristais prismáticos ria. Nas características quantitativas, os núme- grandes, muito abundantes, em séries de até 14 ros entre parênteses correspondem aos valores unidades, em câmaras distendidas do parên- núnimos e máximos observados; o valor que quima axial. acompanha a média é o desvio padrão. As Raios: muito numerosos (18 ± 1,5 (15 - 20) fotomicrografias foram tomadas em microscó- raios/mm), com 1 - 2 (raro 3) células de largura pio Olympus CX40, equipado com câmera di- (Figura lE,F), ocupando 15 ± 2,9 % do volume gital Olympus Camedia c3000, no Laboratório da madeira. Raios multisseriados de 465 ± 182,9 de Anatomia
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