CORPORATE CANNIBAL1 Steven Shaviro Tradução: José Cláudio S. Castanheira2 JUNHO 2019 JUNHO – REBECA 15 | JANEIRO JANEIRO | 15 REBECA – 1 VOL. ANO 8. 1 Tradução a partir do texto publicado no livro Post-Cinematic Affect, editado pela Zero Books em 2010. 2 Doutor em comunicação pela Universidade Federal Fluminense, com estágio doutoral na McGill University - Canadá. É professor do curso de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e líder do grupo de pesquisa GEIST/UFSC (Grupo de Estudos em Imagens, Sons e Tecnologias) - CNPq. Pesquisador nas áreas de cultura digital, música, estudos do som e cinema. É um dos colaboradores no livro Reverberations: The Philosophy, Aesthetics and Politics of Noise (2012), editado por M. Goddard, B. Halligan e P. Hegarty, no livro Small Cinemas in Global Markets: Genres, Identities, Narratives (2015), editado por L. Giukin, J. Falkowska e D. Nasser e no livro Music/Video: Histories, Aesthetics, Media, editado por G. Arnold, D. Cookney, K. Fairclough e M. Goddard (2017). Email:
[email protected] 259 O vídeo de Nick Hooker para a música de Grace Jones, Corporate Cannibal, é em preto e branco. Ou, mais precisamente, apenas em preto. As únicas imagens que aparecem na tela são as do rosto e da parte de cima do corpo de Jones. Essas imagens foram capturadas por duas câmeras de vídeo em uma única tomada. O diretor lembra que, na época das filmagens, Jones tinha acabado de passar vários meses na Jamaica; como resultado, sua pele “era intensamente negra, um negro escuro, bem escuro”. Não há fundo para contrastar com o negro da figura de Jones ou com o que Hooker chama de “o brilho cru de sua pele” (BLUNT, 2008).