M.L.S.C.Chaves1 & D.P.SviseroJ

PALA VRAS-CHA VE: Diamantina, Romaria, diamante, conglomerado

CHAVES, M.L.S.C.; SVlSERO, D.P. (1993) Catacteristicas geológicas e origem dos conglomerados diamanúferos das regiões de Diamantina (Mesoprol:CrozOico) e de Romaria (Cretáceo Superior). , BQ/.JG-USP, Sir.Cimt., 24:49-57

RESUMO

São descrilOS e comparados os principais parimelros estratigráficos, sedimentolOgicos. e:strutur.is e mineralógicos dos conglomeradol diamaotifer05 que ocorrem na regiAo de Romaria (C~ Superior), siruada l"IIl sudoeste 00 Estado de Minas Gerais, oom os do Distrilo de Diamantina (Me:sopJ"o(croz. co). localizada l"IIl centro-lKN1e 00 mesmo estado. Demonstra-se que, apesar do amplo intervalo de lempo em'ol­ VCDdo a deposiçlo dos conglomerados neMef doU locais, existem divel10S aspectOS que indicam simiJaridades entre eles. Ambos foram depositados em leques aluviais, indicando áreas-fODle contineolaÍs loctonkame1Ilt ativai. As condiç6es de rjpido sotfJIÚmcnto c erasIo Pf"O'V&"CImcnlc nivdaJam &$ roclw; lBIlJiua; prinWias, ainda desconhecidas, às suas zonas criticas de tslerilidade. O !COr em diamanlc$ é baixo DOS cooglomcndo6, variaDdo de 0,01 a 0,07 ct!m3. Dados dispoDfveis até o prt$tD1c momento lDOItJam que a principal diferença enlre os dois locais é a ausência de minerais indicadores de kimbertitos IaÍs como Cr-piropo e ilmeoila magoe­ JÍana mire os pesados da regiAo de Diamantina.

ABSTRACT

Diamond-bearing conglomerales occur in lhe Sopa Formation of lhe Middle Protcroz.oic Espinhaço Superçoup and have bcen mined in lhe area Df Diamantina, central Minas Gerais, since 1725. On tbeotherhand, similardeposits occuraltbebascoftbeUpperCretacc0u5 UbernbaFormation in lhe areaofRomaria in weAem Minas Gerais anel have becn mino:! sincc lhe endoftbe lastcenlwy. Altboogh thesc occunences dilfer in age by aJmost U Ga, tbcy display severa! geological charactcristics lha! poinl 10 tbeir depoIitioo in fans dcvclopcd in tCClonicaUy aclive areas. In addition, tbeir diaroond CODlCnl IS lo.... ranging from 0.01 up 10 0.07 ct!m'. AppartDtJy lhe most rematkable dilftraKX: bdwcco tbem is lhe absence or kimberlitic indicalor minerais such &$ Cr-pyropc garnct and Mg-ilmenitc among me hcavics in lhe Diamantina District

IT_~finoràodopcloCNPq.M . LS . C.a._"""""doo~o4Ol.9,," • • 400.92419O l~doa...loP.IOCJI.IFMO.BoIo~Bnoil l~doMiDonlopo.Polrt>lopo,~do~P. SIo'MIIo,IlruiI INTRODUÇÃO

Conglomerados diamantíferos ocor­ rem em Minas Gerais associados principal­ mente a duas unidades liloeslratigráficas de áreas e idades distintas: (I) no centro-nor­ te do Estado, a Fonnaçlo Sopa Brumadi­ nho (Supergrupo Espinhaço) é de idade mesoproterozóica e, (2) no sudoeste do Estado, os conglomerados basais da For­ mação pertencem ao Cretáceo Su­ Figura I- Esboço geológico simplificado situando perior. Estas formações definem duas im­ as Areas estudadas (Diamantina e Romaria). Bp· portantes províncias diamantíferas brasilei­ Bacia do Paraná; BAS - Batia Alto Sanfrancis­ ras: a do Espinhaço e a do Alto Paranaíba, cana; A - Rochas Arqueanas (modificado de respectivamente. Schobbenhausetal., 1984). Apesar do amplo intervalo de tempo (cerca de 1,5 Ga) envolvendo a deposiçlo onde ocorrem os principais depósitos dia­ dos conglomerados nestes dois locais, exis­ mantíferos, está representado por sua uni­ tem diversas semelhanças entre tais depósi• dade inferior constituindo O Grupo Dia­ tos, confonne previamente descrito em mantina (Dossin et ai., 1990). Este, por sua Chaves & Svisero (1992). vez., é integrado pelas fonnações Slo Joio O presente estudo tem como objetivo da Chapada, Sopa Brumadinho e Galho do a descriçlo dos principais parâmetros es­ Miguel, da base para o topo (Fig. 2). O me­ tratigráficos, sedimentológicos e estruturais tamorfismo que afetou o Supergrupo Espi­ comparando os depósitos em ambas as lo­ nhaço é do faties xistos verdes. calidades, constatando que processos genéticos afins ocorreram nesses diferentes tempos. Os indices mineralógicos sio bem conhecidos na área de Romaria, porém muito pouco estudados nos conglomerados de Diamantina, sendo atualmente objeto de pesquisa por um dos autores (MLSCC) em sua Tese de Doutoramento.

O DISTRITO DIAMANTÍFERO DE DIAMANTINA

O Distrito Diamantífero de Diamanti­ na, conhecido desde as descobertas pionei­ ras do início do século dezoito, está situado na Serra do Espinhaço Meridional, na por­ çlo centro-norte de Minas Gerais. Esta re­ gilo é geologicamente constituída por es­ pessas seqilências meta-areníticas, perten­ Figura 2 - Geologia da regi50 deDiamantiDa 1'C5- centes ao Supergrupo Espinhaço (Fig. I). saltando as áreas de ocorrEocia do Cooglomcrado O Supergrupo Espinhaço, na área - A Formaç1o Sopa Brumadinho ca­ meráticas da Fonnaçlo Sopa Brumadinho racteriza-se por rápidas variações facioló• A natureza clástica desta unidade revela gicas laterais e verticais, que indicam mu­ que o diamante- é rcciclado, sendo suu fon­ danças enérgicas nas condições paleoam­ tes primárias desconhecidas na região. bientais de deposição dos seus litotipos (Pflug, 1965; Chaves et ai., 1985). Afloram o CONGWMERADO SOPA na base

Caracteristica.sd05 f,,,,,,,,,, FonnaçãoSopa-Bnunadinho conglome..so. u."... ""' ... Formados corpos lenticular lenticular lenticulare lenticular acanalada no? Classifi limitico limitico limltico limitico Sclocionamento ~l m" ~l selecionado selecionado"'" selecionado selecionado Clastos Tamanbo máximo 0,8 0,8 1,0 0,6

Suporte clasto- ...... dasto- dasto- sustentado sustentado Arredondamento subarredondados ,," ulo$Os subarrcdondadM "'um redominante .~ arilosa =oo~ Teor médio em diamante ctIm3) 0033-0069 0039-0015 0,076-0044 0042

Poucos trabalhos se referem à mine­ tratigráficas propostas para a área. Discus­ ralogia da matriz do Conglomerado Sopa, são mais ponnenorizada sobre essa questão No tocante aos minerais pesados, análises pode ser encontrada em Chaves (199lb). preliminares isoladas de alguns concentra­ Embora as ocorrências de diamantes dos de São João da Chapada (Lavra do da Província do Alto Paranaíba sejam co­ Campo Sampaio) revelaram a presença de nhecidas desde o final do século dezoito, magnetita, hematita, goethita, rutilo. anatá­ sua origem ainda é controvertida. Alguns sio, fosfatos (diversos) e homblenda. No autores advogam a existência de kimberli­ campo de Datas, são típicas as pseudomor­ tosllamproítos na região (Svisero et al., foses de pirita para limonita. Nenhum mine­ 1979; Barbosa, 1991; Leonardos et al., ral de natureza possivelmente kimberlítica, 1991); outros relacionam esse diamante, a no entanto, como na Mina de Romaria, foi transporte glacial de fontes situadas no encontrado até o presente momento Cráton do São Francisco a leste (Tompkins & Gonzaga, 1989). Sabe-se que uma intru­ A PROVÍNCIA DIAMANTÍFERA DO são situada na Fazenda Alagoinha, próx.imo ALTO PARANAÍBA de Três Ranchos, Goiás, contém microdia­ manles, mas faltam dados sobre esse e ou­ A natureza tectônica peculiar da re­ tros possíveis kimberlitos férteis da. região. gilo do Alto Paranaíba, constituindo um Na irea de Romaria-, os dia­ bloco alto na borda norte da Bacia do Para­ mantes estio relacionados aos conglome­ ná e integrando também a zona tenninal rados da base da Fonnação Uberaba. cons­ (sul) da Faixa Brasília, resultou em um ar­ tituindo depósitos fonnados em leques alu­ cabouço complexo, pennitindo uma série viais (Suguio et al,. 1979), conforme obser­ de controvérsias a respeito das colunas es- va-se nas frentes de lavra da Mina de Ro- mana, presentemente desativada. Na região de Romaria-Estrela do Sul, o embasamento é formado por micaxistos, quartzitos e anfibolitos pertencentes ao Grupo Araxá (Mesoproterozóico?), ocu­ pando as arcas mais baixas recortadas pelo Rio Bagagem. Em faixa restrita a oeste da Mina de Romaria, seguindo para sul, aflo­ ram arenitos puros e bem selecionados, provavelmente e6licos, atribuídos li For­ maçIo Botucatu (Triássico-Jurássico). São as ocorrências mais ao norte conhecidas desta unidade, que possuem ai cancteristi­ cu peculiares como intercalações locais de níVei, brechosos pouco espessos que sug~ rem contribuiçlo externa li bacia, talvez prenunciando a emergência da atividade ~'- L-'"----~ifUl==-' tectônica relacionada ao Cretáceo. A For­ D~:'::::-- maçio Ubenlba. estratigraficamente acima T."i551Q1;l< ...... ~ 5SiCO (Cretáceo Superior), ocupa as porções ~ f.. _,60Bo'_ mais altas do relevo, formando superlicies PII{.lT(ROlÓOCO!EOO!PI de chapadas com grandes extensões como CSj::.,_.....=.Go •. ao norte de Romaria (Fig. 3). Figun 3 - Geologia e dep6si1Ol cIianwIlikros da regiIo de Romaria - E.strtIa do Sul. OS CONGWMERADOS DA ÁREA DEROMARIA diamantíferos típicos, com até cerca de 10 metros de espessura e elastos de grande No distrito de Romaria-Estre1a do porte. Sobreposto, aparece um conglome­ Sul (Fig. 3) os principais depósitos rado mais homogêneo, também polimítico diamantíferos estão relacionados ao con­ mas com seixos menores (normalmente de glomerado basaJ do Grupo Bauru (Forma­ porte centimétrico) e de espessura em tor­ ç10· Uberaba), conhecido na regilo como no de 3 metros (localmente denominado "Tauá" e bem represen~o principalmente "Estrelado"). Acima destes, ocorrem areni­ na jazida de Romaria. Este depósito vem tos grossos até finos e com intercalações sendo explorado, intermitentemente, desde conglomeráticas. A matriz tem caracterís• meados de século-passado, com os conglo­ tica coloraçlo esverdeada, normalmente merados repousando em discordincia sobre considerada como de origem tufácea. A es­ os micaxistos do Grupo Araxá e/ou sobre pessura deste pacote oscila em tomo de 15 05 arenitos eólicos da Formaç1o Botucatu, metros. Fechando o ciclo sedimentar, apa­ conforme demonstrado em seções geoló• rece um conglomerado oligomítico de ma­ gicas detalhadas por Feitosa & Svisero triz arenosa e seixos centimêtricos bem ar­ (1984). redondados, com espessura de cerca de 5 A sucessio estratigráfica da For­ metros maç10 Uberaba na área próxima a Romaria A ocorrência de diamantes na arca pode ser assim resumida (Svisero et a!., está associada principalmente ao conglo­ 1981): na base, ocorrem os conglomerados merado "TauâM, embora já tenham sido constatados em niveis superiores. Trata-se monazita, hornblenda, cianita e analásio de um conglomerado polinútico, muito (Feitosa & Svisero, 1984). As granadas imaturo e mal selecionado, normalmente al­ pertencem a duas parag&1eses distintas. O terado. A matriz é argilosa, de coloração tipo mais comum é representado por desde avennelhada até esverdeada. A com­ de coloração vinho a violácia de até posição dos clastos retrata bem a estra­ 10 mm, constituídos pelas moléculas tigrafia pré-Uberaba: micaxistos variados e piropo e knorringita (Svisero, 1979). Além anfibolitos Araxá, quartzo de veio, arenito da composição, a forma abaulada e a Botucatu e basalto, além de concreções si­ textura da superfície são caraoteristicas de licosas opalescentes. Os diamantes são granadas de lcimberlitos. Em adição, exi­ normalmente pequenos (média geral da bem evidências de que foram pouco trans­ ordem de 0,3 quilates), não obstante já portadas. Um segundo grupo de granadas terem sido achadas grandes pedras. com são constituídas de almandina e grossulária, 179,5 e 105,5 quilates. Os teores no con­ derivadas dos micaxistos do Grupo Araxá. glomerado variam entre 0,033 e 0,069 Analogamente, as ilmenitas também 510 de ctlm3, conforme dados obtidos durante dois tipos distintos: um tipo magnesiano uma pesquisa de avaliação das reservas da com teores de MgO variando em tomo de Exdibra S/A, realizada entre 1981-1983 10% em peso, sendo derivadas possivel­ (Feitosa & Svisero, 1984). mente de kimberlitos, e um segundo tipo Informações geofisicas e sondagens constituídas essencialmente de titânio e têm apontado a existência de vários altos ferro, originadas de rochas do embasa­ estruturais na área de ocorrência dos con­ mento (Svisero & Meyer, 1981) glomerados diamantíferos (Davino, 1983; Apesar dessas e de outras evidências, Feitosa & Svisero, 1984). Estes altos do tais como dezenas de lcimberlitos ou rochas embasamento controlaram feições dos con­ parentais já descritas e a ocorrência glomerados, como espessura, tamanho dos periódica de grandes diamantes, muitos c1utos, freqüência de minerais pesados e, com quilatagem superior a 100 ct - todas conseqüentemente, teor diamantífero. Tais indicadoras de rochas-fonte mineralizadas fatos indicam que as fontes dispersaras pri­ próximas - alguns autores como Tompkins márias estão estreitamente relacionadas a & Gonzaga (I989) admitem que o estes altos, apesar de na maior parte, pro­ diamante do oeste de Minas Gerais provém vavelmente, já estarem erodidas. As feições de geleiras pré-cambrianas (glaciaç.io apresentadas pelos conglomerados evi­ Jequitaí) desenvolvidas a norte da regilo. denciam altas energias de transporte envol­ vidas em sua deposição, indicando, prova­ PALEOAMBIENTES DE SEDIMEN­ velmente, depósitos do tipo leques aluviais TAÇÃO - ASPECTOS GERAIS originados em clima semi-árido (Suguio et ai., 1979). Do ponto de vista morfológico e de Estudo dos concentrados obtidos du­ estruturas sedimentares, são evidentes as rante a recuperação do diamante mostrou semelhanças entre os dois tipos de con­ que o conglomerado contém, entre os mi­ glomerados: I) clastos de grande porte que nerais pesados, por volta de 95% de fases em alguns casos chegam a dimensões de opacas incluindo magnetita, hematita, ilme­ matacOes; 2) grande diversidade de compo­ nita, goethita e limonita, e diversas fases nentes; 3) contato basal erosivo; 4) espes­ transparentes tais como diamante, zircão, suras análogas, etc. (Tabela 1) granada, estaurolita, turmalina, rutilo, Tem-se demonstrado também que os conglomerados Sopa e de Romaria pos­ A gênese do diamante no Brasil tem suem uma gênese bastante similar. Ambos sido desde longa data objeto de apaixona­ aio depósitos torrenciais, do tipo leque das discussões, em funçio de nio semn aluvial, característicos de clima semi-árido ainda conhecidas as rochas matrizes deste em regilo tectorucamente instável. A mineral. Romaria e Diamantina represen­ atividade tectônica deve ter permitido o tam duas. ocorrências importantes de dia­ rápido soerguimento das área.s-fontes, oca­ mante detritico no Brasil, notáveis pelo in­ sionando a erosão de muitas centenas de tervalo do tempo que separa seus depósitos metros de rochas. Grossi Sad (1970) argu­ (secundários) mineraliz.ados. menta que cerca de 3000 metros de cober­ As características sedimentológicas, tura rochosa foi removida desde a intruslo porém, indicam que 03 depósitos diaman­ dos grandes complexos alcalinos do Triân• tíferos em Romaria e Diamantina forma­ gulo Mineiro, geralmente considerados ram-se de maneira semelhante a partir de contemporâneos das intrusões ultrabásicas leques aluviais, o que também indicaria, a em que se incluem as rochas \cimberIíticas priori, fontes primárias relativamente pró• do Alto Paranaíba. Desta maneira, as facies >cimas e em rápido soerguimento. O está­ mineralizadas das matrizes primárias do gio da formaçlo e história de preen­ diamante podem ter sido removidas e seus chimento da bacia também foi aproxi­ minerais largamente distribuídos nos madamente o mesmo para o posiciona­ depósitos secundarias (Chaves, 1991 b). mento dos conglomerados em ambos os 10- As demais litologias das formações eais, isto é, associados a episódios de reju­ Sopa Brumadinho e Uberaba sio consti­ -m1cscimento tectônico. tuidas principalmente por arenitos médios, Em Romaria, ocorrem minerais saté­ grossos e congJomeráticos, típicos de am­ lites indicadores de kimberlitos (piropo cro­ biente fluvial Certamente os leques alu­ mífero, ilmenita magnesiana e cromo espi­ viai&, em suas porções distai&, amalga­ Hélio); em Diamantina C$$C5 indicadores es­ maram-se aos dcp6sitos arenosos, levando tio ausentes, ou pejo menos nlo foram ob­ ainda alguns diamantes até grandes distân• servados até o presente momento cias. Esta premissa pode explicar o fato de Com relaçio ao diamante, existem ex.istirem certas drenagens (atuais) certas diferenças entre os dois locais. Na diamantiferu, em locais onde aparente­ Mina de Romaria nio há registros de gran­ mente faltam os conglomerados. des diamantes. mas no Rio Bagagem, que Nos conglomerados da regilo de drena a área, é comum o aparecimento de Romaria, como já foi destacado, ocorrem pedras maiores, muitas vezes com mais de minerais típicos de kimberlitos, tais como 50 quilates. Na regiio de Diamantina as piropos cromiferos e ilmenitas magnesia­ pedras raramente ultrapassam 5 quilates nas. Para a .regilo de Diamantina, onde Outra diferença é a relaçio gemafmdústria; esses minerais não ex.istem ou ainda Rio fo­ em Romaria ela é da ordem de 6()O1. en­ ram detectados, pretende-se iniciar um es­ quanto em Diamantina é de quase 90%. tudo sistemático dos acompanhantes do Ainda caracteristico da regilo de Diaman­ diamante na matriz do Conglomendo S0- tina é uma alta incidência de pedras em tor­ pa, nos principais campos diamantíferos no de 0,5 a 2 quilates, que do exatamente conhecidos. as de interesse gemológico. Essas diferenças e os fatos geológi. CONSIDERAÇÓES FINAIS cos demonstrados servem para reforçar a hipótese de que houve pelo menos duas idades de magmatismo tipo "kimberlitico M ro, 1992. ResumOl ExpandidOl. Rio (Cretáceo Superior e Mesoproterozóico), Claro. p.l26-128. contrariando os argumentos de Tompkins e CHAVES, M.L.S.C.; UHLEIN, A. (1991) Gonzaga (I989) de Que todo diamante que Depósitos diamantíferos da região do ocorre nas cercanias do Cráton São Fran­ AltolMédio Rio ., Minas cisco é pré-cambriano. Uma tectônica mui­ Gerais. In: SCHOBBENHAUS, C.; to ativa (classicamente conhecida pelo me­ QUEIROZ, E.T.; COELHO, C.E.S. nos no período cretácico) pode ter penni­ (coords.). Principais depósito. , mlae­ tido a alocação dos corpos intrusivos, se­ nW do Bra.il. Brasília., DNPM. v.4-A. jam eles kimberlíticos, lamproíticos ou de p.I17.138 natureza ainda não conhecida., e a erosão DAVINO, A. (1993) Configuração topo­ subseqüente ter removido e dispersado as gráfica pretérita á sedimentação da For­ partes apicais mineralizadas das intrusões maçio Uberaba na região de Romaria., para as rochas conglomeráticas geradas na Estrela do Sul e (MG). seqüência do processo. Revi.ta. Bra.ileira de Geociências. 13: 3740. REFERÊNCIAS BmLIOGRÁFIcAS DOSSIN, LA.; DOSSIN, T.M.; CHAVES, M.L.S.C. (1990) Compartimentaçio es­ BARBOSA, O. 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