 Delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana de Amora, , Aldeia de Paio Pires e memória descritiva e justificativa

Delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana de Amora, Arrentela, Aldeia de Paio Pires e Seixal

PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DE ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DA BAIA DO SEIXAL AO ABRIGO DO DECRETO-LEI Nº307/2009, DE 23 DE OUTUBRO ALTERADO PELA LEI Nº32/2012, DE 14 DE AGOSTO.

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INDICE:

INTRODUÇÃO ...... 4

ENQUADRAMENTO JURIDICO ...... 6

Ficha por ARU | fontes: Estudo Risco Sísmico / Minha Terra co(m a)rroios, Lima, Manuel A.S., Plátano Editora, 2001 ...... 9

ARU de Amora ...... 9 ARU de Arrentela ...... 10 ARU de Aldeia de Paio Pires ...... 11 ARU do Seixal ...... 12 QUADRO DOS BENEFICIOS FISCAIS E FINANCEIROS...... 20

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INTRODUÇÃO

“A reabilitação urbana assume-se hoje como uma componente indispensável da política das cidades e da política de habitação, na medida em que nela convergem os objetivos de requalificação e revitalização das cidades, em particular das suas áreas mais degradadas, e de qualificação do parque habitacional, procurando-se um funcionamento globalmente mais harmonioso e sustentável das cidades e a garantia, para todos, de uma habitação condigna.”

Esta referência é expressa no Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro, agora alterado pela Lei nº 32/2012 que estabelece o regime jurídico da reabilitação urbana e que conjugado com o novo Regime de Arrendamento Urbano, se espera que venha a introduzir a motivação necessária para a implementação de medidas com vista a agilização e dinamização da reabilitação urbana, promovendo o investimento dos particulares tendo como um dos objetivos principais a qualificação do tecido urbano consolidado.

Desafio que exigem um compromisso por parte de todos os agentes implicados, públicos e privados, que permita canalizar as forças e os recursos numa direção comum de reabilitação efetiva dos seus núcleos urbanos antigos, por via de estratégias de reabilitação centradas nas áreas verdadeiramente necessitadas e segundo uma flexibilização e simplificação dos procedimentos da reabilitação urbana.

A aposta na consolidação, reabilitação e valorização dos tecidos já existentes é premente. A regeneração urbana dos núcleos históricos do Município do Seixal é incontornável, contribuindo a recuperação do parque edificado para a diversificação de usos; revitalização do comércio tradicional; aumento de capacidade de captação de novas atividades económicas; instalação de equipamentos sociais e culturais e rejuvenescimento económico.

“Por área de reabilitação urbana, (ARU), designa-se a área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio.”

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A proposta de ARU’s surge como um incentivo aos proprietários, no sentido destes reabilitarem os seus imóveis, contribuindo assim para a revitalização dos núcleos urbanos antigos e consequentemente toda a frente ribeirinha. Estas ações devem assim contribuir, de forma articulada, para a prossecução dos principais objetivos gerais:

a. Reabilitar tecidos urbanos em degradação; b. Promover a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados, bem como melhorar as suas condições de habitabilidade, podendo promover a eficiência energética; c. Qualificar e integrar as áreas urbanas, promovendo a coesão social e a coesão territorial, bem como a sustentabilidade em as suas vertentes, nomeadamente ambiental e económica; d. Assegurar a salvaguarda do património cultural e edificado;

Ao promover a delimitação das áreas de reabilitação urbana o Município compromete-se com o objetivo de valorizar o património urbano existente.

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ENQUADRAMENTO JURIDICO

Regime Jurídico de Reabilitação Urbana.

O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, aprovado pelo Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de outubro, considera como objetivo central a implementação de um regime que proceda ao enquadramento normativo da reabilitação urbana ao nível programático, procedimental e de execução, delimitando as áreas de intervenção e a definição, pelo município, dos objetivos da reabilitação urbana destas áreas e os meios adequados para a sua prossecução.

Parte-se assim de um conceito amplo de reabilitação urbana e confere-se especial relevo não apenas à vertente imobiliária ou patrimonial da reabilitação mas à integração e coordenação da intervenção, salientando-se a necessidade de atingir soluções coerentes entre os aspetos funcionais, económicos, sociais, culturais e ambientais das áreas a reabilitar.

A Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto procede à primeira alteração deste diploma, e cujo objeto, tal como referido no seu artigo primeiro visou aprovar “medidas destinadas a agilizar e a dinamizar a reabilitação urbana”.

Sendo exemplo disso a simplificação e flexibilização da aprovação da delimitação de áreas de reabilitação urbana, esta aprovação pode ser feita sem ser em simultâneo com a aprovação da operação de reabilitação urbana, impondo, no entanto, um prazo de caducidade de 3 anos se não for aprovada a correspondente operação de reabilitação.

A delimitação de uma área de reabilitação urbana tem como efeitos a obrigatoriedade de definição dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património, designadamente o imposto municipal sobre imóveis (IMI) e o imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) e confere aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações nela compreendidos o direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana, sem prejuízo de outros benefícios e incentivos relativos ao património cultural.

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A delimitação da ARU em instrumento próprio é uma prerrogativa da Assembleia Municipal sob proposta da Câmara Municipal, nos termos do art.º 13º do Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de outubro, na redação que lhe foi dada pela Lei nº 32/2012, de 14 de agosto.

A cada ARU, corresponde uma operação de reabilitação urbana, enquadrada pelo respetivo instrumento de programação.

Delimitação e Fundamentação das ARU’s.

A proposta de delimitação das ARU’s correspondem na sua génese aos quatro núcleos urbanos antigos do Município do Seixal, pelo que se consideraram os mesmos critérios urbanísticos (escala dos aglomerados, coerência morfológica, sedes de ) subjacentes à delimitação destes com ligeiras adaptações ao cadastro rústico, bem como a disseminação e interdependência das ações programadas para estas áreas, carentes de melhoria e revitalização urbana de infraestruturas. As ARU’s de Amora, Arrentela e Seixal têm como elemento agregador a Baía devido à sua localização geográfica, sendo o núcleo de Aldeia de Paio Pires mais distante e isolado. É espectável que as ações a realizar em cada ARU contribuam para reforçar a identidade de cada um dos núcleos antigos e simultaneamente sejam potenciadores da criação de uma imagem da Baía do Seixal.

Esta delimitação resulta em quatro áreas de reabilitação urbana: Amora, Arrentela, Aldeia de Paio Pires e Seixal com vista a posterior aprovação das respetivas operações de reabilitação urbana.

Pretende-se que a dinâmica da reabilitação do edificado em conjunto com a regeneração do espaço público, crie uma dinâmica de motivação geradora de iniciativa e confluência de interesses, na renovação do edificado, na renovação do comércio local e serviços de proximidade, na atração de novas atividades económicas e de novos residentes.

A aprovação destas ARU’s criará para o Município, enquanto entidade gestora, o compromisso da sua execução. Ao mesmo tempo criará expectativas da parte dos proprietários face à participação e de direito a apoios e incentivos fiscais e financeiros e também acesso fácil e desburocratizado aos procedimentos administrativos.

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Assume grande importância na dinâmica de mobilização participativa nas operações de reabilitação do edificado a apresentação do quadro de apoios e incentivos às ações de proprietários e soluções de financiamento, em condições de mobilizar o esforço individual para a melhoria e modernização do parque habitacional e das unidades de comércio e serviços, a par da iniciativa pública de modernização de infraestruturas e equipamentos.

O tipo de operação de reabilitação a desencadear será confirmado com o projeto de operação de reabilitação a apresentar à Câmara Municipal em fase posterior, por um prazo nunca superior a 15 anos.

“Conforme está previsto no RJRU, as áreas de reabilitação urbana podem abranger designadamente, áreas e centros históricos, património cultural, imóveis classificados ou em vias de classificação e respetivas zonas de proteção, áreas urbanas degradadas ou zonas urbanas consolidadas.”

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Ficha por ARU | fontes: Estudo Risco Sísmico / Minha Terra co(m a)rroios, Lima, Manuel A.S., Plátano Editora, 2001

ARU de Amora 114 200 m2 | 312 edifícios

O Núcleo Urbano Antigo de Amora é composto por duas zonas, Amora de Baixo e Amora de Cima. No âmbito da criação da ARU de Amora, por questões operacionais, optou-se por delimitar um único polígono, tendo em conta futuras ações a desenvolver, que proporcionem uma continuidade urbana. As construções existentes deste núcleo antigo, não excedem na sua maioria dois pisos, existindo um número significativo de pisos térreos construídos em banda, sobretudo ao longo da margem ribeirinha, afetos ao antigo bairro operário da ‘correnteza dos Alemães’. O enquadramento arquitetónico expõe para a zona ribeirinha conceitos construtivos muito simples e muito pragmáticos, como se pretendia para um bairro operário, assumindo os restantes edifícios maior volumetria e complexidade. A repetição de modelos construtivos cria dinâmica ao conjunto arquitetónico, destacando-se entre outras, as edificações das ruas José Maria Vinagre, Custódio Borja, Monte Sião. As construções de maior nobreza construtiva são evidenciadas por elementos arquitetónicos como platibandas, varandas, fachadas azulejadas, maior volumetria e maior altimetria.

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ARU de Arrentela 35 500 m2 | 127 edifícios

O Núcleo Urbano Antigo de Arrentela encontra a sua malha urbana adaptada ao declive topográfico do terreno, estando implantado na encosta orientada a Poente. È constante a construção contígua, interrompida por pequenas ruas e travessas. Destacam-se duas zonas principais, a frente ribeirinha que acompanha a avenida marginal onde se observam as construções de maior volume e posteriormente toda a área edificada ao longo da encosta que culmina no planalto do largo da igreja. As construções assumem maioritariamente dois pisos, ocorrendo excecionalmente construções de maior altimetria, quatro pisos, em edifícios muito recentes, observados na Rua da Cruzinha. O carater arquitetónico das construções revela edifícios simples, sobretudo ao longo da encosta, assumindo maior nobreza os edifícios da frente ribeirinha, pela execução de fachadas azulejadas, com platibandas e mansardas. Ao nível do edificado destacam-se edifícios de implantação descontínua e irregular, determinados pela topografia do terreno, facto resultante em bandas mais reduzidas e de menor ortogonalidade. Tal como no núcleo urbano antigo do Seixal, existe já um estudo de caraterização que contempla uma análise das tipologias do edificado e espaço público.

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ARU de Aldeia de Paio Pires 66 000 m2 | 225 edifícios

O Núcleo Urbano Antigo de Aldeia de Paio Pires distingue-se em duas zonas características. A norte, enquadrando a Avenida General Humberto Delgado, o Largo D. Paio Pires prosseguindo até ao Largo Alfredo José de Almeida Lima, indo terminar na Rua Fernando de Sousa, a malha urbana é labiríntica. A zona sul carateriza-se pela linearidade da Rua Aristides da Costa e Avenida José António Rodrigues, configura-se uma malha urbana ordenada, de edificações contíguas unicamente interrompidas pelas respetivas ruas transversais. No âmbito da caraterização arquitetónica, os edifícios do Núcleo Urbano Antigo de Aldeia de Paio Pires correspondem maioritariamente a pisos térreos e a edifícios com dois pisos. As construções apresentam frequentemente perfil arquitetónico simples, com repetição de módulos construtivos em banda. Destacam-se edifícios de implantação em banda, de grande comprimento. As edificações apresentam regularidade de modelo construtivo, por vezes correspondida por edifícios de maior altimetria. À semelhança dos restantes núcleos urbanos antigos, as construções de maior nobreza construtiva são evidenciadas por elementos arquitetónicos como platibandas, fachadas azulejadas, maior volumetria e maior altimetria.

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ARU do Seixal 292 000 m2 | 587 edifícios

Na zona Ribeirinha é reconhecida a origem do Seixal; ali se estabeleceram as primeiras construções, numa interação absoluta entre o rio Tejo e população que sobreviva dos seus recursos naturais. É nesta zona que se observam as construções mais antigas. A sua disposição contígua apenas é interrompida por pequenos becos e travessas, cuja toponímia reflete a ligação da população ao rio, podendo encontrar-se o Beco dos Calafates, a Rua Carpinteiros de Machado, a Travessa dos Catraeiros e o Beco dos Cordeeiros. Também aqui está localizada a igreja de Nossa Senhora da Conceição, reconstruída na sequência do terramoto de 1755. Na artéria principal, Rua Paiva Coelho, encontram-se os edifícios mais nobres. Em oposição, à medida que nos aproximamos da Rua Cândido dos Reis, vão surgindo as construções mais modestas, estando na Rua Miguel Bombarda as construções de menor altura. Ao Largo Camões correspondem edifícios de alguma relevância, como a antiga escola primária para o sexo feminino, construída em 1912. Para nascente encontra-se o Largo dos Restauradores, onde a área de estacionamento foi conquistada ao rio através de aterros. Na sequência de construções que albergaram alguns serviços públicos, existiram, no passado, fábricas. Nas margens do rio laboraram alguns estaleiros navais. A construção do Bairro Novo deve-se ao progresso da indústria corticeira Mundet e à necessidade premente de albergar a crescente mão-de-obra que

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Delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana de Amora, Arrentela, Aldeia de Paio Pires e Seixal lhe estava associada. O seu projeto obedece ao esboço de ruas retas e a uma malha urbana ortogonal, tendo o seu crescimento ocorrido de Norte para Sul. Muitas construções obedecem a traços característicos do período de transição para a arquitetura moderna. Do Largo da Mundet até à parte final do Bairro observam-se as tendências arquitetónicas dominantes nas décadas de 50 e 60 do séc. XX. Particularmente notórias ao nível dos materiais e técnicas de revestimentos das fachadas. Ao nível do edificado, destacam-se, no Núcleo Urbano Antigo do Seixal a implantação de edifícios em banda, sendo as construções de maior nobreza construtiva evidenciada por elementos arquitetónicos como platibandas, varandas, fachadas azulejadas, maior volumetria e maior altimetria, havendo descontinuidade na altura do edificado. Para este núcleo antigo foi desenvolvido um projeto de requalificação do espaço público e infraestruras, que potenciará o desenvolvimento socioeconómico tendo como objetivo final a regeneração urbana. No que se refere a esta área, existe um estudo de caraterização que contempla uma análise das tipologias do edificado e espaço público.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICIPIO

Caracterização sumária do Município do Seixal.

O Município do Seixal, com uma população de cerca de 160 000 habitantes, é um dos concelhos mais jovens da península de Setúbal e da Área Metropolitana de Lisboa.

Com 94 Km2 de superfície, é composto por 6 (Aldeia de Paio Pires, Amora, Arrentela, , Fernão Ferro e Seixal), estando ligado à cidade de Lisboa por autoestrada e vias fluvial e ferroviária. Graças à sua localização central, mantém relações privilegiadas com a maioria dos municípios da margem sul do Tejo.

A Baía do Seixal, com cerca de 500 ha, assistida pelos núcleos urbanos antigos da Amora, Arrentela e Seixal, por quintas senhoriais e por grandes espaços legados pela época industrial, constitui um dos principais recursos naturais deste município, representando um potencial que hoje se assume muito mais amplo e diversificado, contribuindo para o equilíbrio do ambiente urbano e para a melhoria da qualidade de vida das populações.

A Baía do Seixal oferece uma paisagem privilegiada e uma ampla frente ribeirinha, onde o município tem vindo a intervir no sentido de, por um lado, aumentar a oferta de equipamentos culturais, desportivos e de lazer que permitam aos que aqui habitam e trabalham, diversificar as atividades dos seus tempos livres e, por outro, desenvolver ações de conservação e revitalização do edificado dos núcleos urbanos antigos, como forma de proteção dos valores patrimoniais que contam a história do Concelho.

A envolvente da Baía reflete dois momentos urbanísticos distintos: a rápida expansão urbana, resultante de uma forte presença industrial que acentuou os impactos, ambientais e paisagísticos e económicos das suas frentes ribeirinhas, ficando as margens conotadas como espaços desqualificados e degradados e posteriormente a requalificação das margens e criação de um passeio ribeirinho onde a Baía ganhou o estatuto de espaço público de excelência.

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Orientações do PDM em vigor

No final dos anos 70 do século passado, o concelho do Seixal foi um dos primeiros municípios a equacionar o planeamento do seu território, com a elaboração de um plano que constituiu a base para o atual Plano Diretor Municipal (PDM), em vigor desde 1993.

A dinâmica de desenvolvimento demográfico, social e económico do Município do Seixal no contexto da Área metropolitana de Lisboa, fundamentou a revisão do PDM uma década após a sua implementação.

A proposta de revisão do PDM enquadra as diretivas do PROT-AML e as orientações do PNPOT e tem como eixos estratégicos:

 Promover a equidade e a coesão social  Garantir a educação e a formação para todos  Qualificar o espaço urbano e a rede de equipamentos coletivos  Consolidar a rede de acessibilidades e transportes e a plena mobilidade  Valorizar o espaço natural e assegurar a qualidade ambiental  Qualificar as frentes ribeirinhas e potenciar o desenvolvimento turístico  Promover o desenvolvimento económico e a criação de emprego sustentável.

A proposta de revisão do PDM integra, de igual modo, um conjunto de orientações estratégicas para o Desenvolvimento Municipal, integradas no PROTAML em vigor, que têm por base a delimitação de unidades territoriais (UT) no qual o Seixal integra quase na totalidade o Arco Ribeirinho Sul e a restante área na Planície Interior Sul e Arrábida/Espichel/Matas de . O plano propõe um conjunto de normas orientadoras que direta ou indiretamente se refletem no ordenamento do território proposto na revisão do PDM, designadamente:

UT 5 – Arco Ribeirinho Sul - constituir o Seixal como uma centralidade supramunicipal; - promover uma estruturação polinucleada; - preservar e recuperar as frentes ribeirinhas - reconverter as áreas industriais em declínio;

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- promover a frente atlântica como espaço de recreio e lazer enquanto património paisagístico; - proteger as áreas com recursos geológicos; - qualificar o eixo Almada-Corroios-Fogueteiro;

UT 7 – Península Interior Sul - promover Coina como uma área centralizadora de atividades económicas; - ordenar e reestruturar o território de forma a permitir a recuperação de áreas com ecossistemas mais sensíveis; - implementar um plano intermunicipal de ordenamento do território;

UT 10 – Arrábida/Espichel/Matas de Sesimbra - Controlar as pressões urbanísticas nas matas de Sesimbra

Importa referir que o PROTAML foi alvo de uma alteração já concluída, tendo o processo dado inicio através da Resolução de Conselho de Ministros nº 92/2008, publicada no Diário de República nº 108, I Série, de 5 de Junho. Com a não aprovação superior, mantém-se em vigor o Plano publicado em 2002.

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OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Intenções programáticas

A opção estratégica passa pela realização de futuras operações de reabilitação urbana simples, tendo como entidade gestora o próprio município que assumirá a coordenação e gestão. O desafio que se coloca à entidade gestora é o de articular o dever de reabilitação dos edifícios que incumbe aos privados, com a responsabilidade pública de qualificar e modernizar o espaço público, os equipamentos e as infraestruturas de áreas urbanas a reabilitar.

Ao proprietário será assegurado um atendimento prioritário às respetivas operações urbanísticas estabelecendo uma relação de proximidade com todos os interessados e assegurando a monitorização dos respetivos processos não só na fase de instrução e implementação mas também à posteriori durante a vigência da operação de reabilitação.

A criação de uma equipa de trabalho para a Reabilitação Urbana, com vista à implementação da estratégia de reabilitação e regeneração das áreas constituídas é o sinal da intenção de agilização e flexibilização dos processos administrativos, simplificando as aprovações dos projetos e a criação de condições de controlo prévio efetivo. Esta equipa terá a tarefa de elaborar a operação de reabilitação urbana, através da estratégia associada, na divulgação da informação e aconselhamento técnico a proprietários, potenciais investidores e outros interessados na temática em causa.

O acompanhamento pró-ativo nas ações de reabilitação será assim um desígnio deste município, estabelecendo preferencialmente contactos diretos com os proprietários dos imóveis envolvidos, de forma a difundir toda a informação disponibilizada, acompanhamento técnico e elaboração de projetos e obras, incutindo e incentivando a intervenção.

No desenvolvimento da atividade às operações de reabilitação urbana, foi identificada a necessidade de atualizar o levantamento do edificado nas áreas agora propostas, principalmente ao nível do estado de conservação, impondo-se como um dos suportes da futura estratégia.

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Incentivos Financeiros e Fiscais

Os incentivos de natureza financeira correspondem à isenção de pagamento de taxas e licenças e os de natureza fiscal decorrem dos benefícios previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais designadamente no que se refere aos Incentivos à Reabilitação Urbana, dependem de deliberação da Câmara e aprovação da Assembleia Municipal.

A delimitação da ARU obriga à definição, de um quadro de benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património, designadamente o imposto municipal sobre imóveis (IMI) e o imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT), nos termos da legislação aplicável.

O quadro de apoios e incentivos visa facilitar o dever, e assegurar obrigatoriedade, de reabilitação inerente à detenção, ou uso dos edifícios, nomeadamente pela realização de todas as obras necessárias à manutenção, ou reposição da sua segurança e arranjo estético. São penalizados os prédios em mau estado de conservação (ruínas e degradados) e beneficiados os que se conservam em bom estado de conservação.

Com delimitação urbana em apreço introduz-se a discriminação positiva em sede de imposto municipal de imoveis (IMI), isentando durante 5 anos os prédios urbanos após ações de reabilitação.

Serão também isentos de imposto municipal sobre transmissões (IMT) as aquisições de prédios urbanos ou frações autónomas destinados exclusivamente a habitação própria e permanente, na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado, quando localizado na área de reabilitação urbana, conforme previsto no Estatuto de Benefícios Fiscais.

Também nos estatutos gerais estão previstos outros incentivos de natureza fiscal previstos no Orçamento de Estado em vigor para as áreas de reabilitação urbana.

Criar-se-á ainda um regime especial para as taxas administrativas municipais, destinado a incentivar a realização de operações urbanísticas relacionadas com a reabilitação urbana, que implicará uma alteração ao atual Regulamento Municipal das Taxas de Edificação e Urbanização da Câmara Municipal do Seixal. Estão

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Delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana de Amora, Arrentela, Aldeia de Paio Pires e Seixal previstas isenções na constituição de propriedade horizontal, informações prévias, vistorias e redução para metade do valor da maioria das taxas administrativas referentes a operações urbanísticas.

Outro incentivo implícito na delimitação das áreas de reabilitação urbana é um incentivo de natureza regulamentar que corresponde a medidas de apoios que incluem o acompanhamento pró-ativo nas ações de reabilitação. A criação da equipa de trabalho para a Reabilitação Urbana, cujo objetivo principal é a implementação da estratégia de reabilitação e regeneração das áreas urbanas construídas, já é prova disso.

Esta equipa irá assegurar a divulgação das informações, a clarificação dos controlos prévios inerentes a cada ação de reabilitação urbana, bem como, o aconselhamento técnico em qualquer fase do processo, quer a nível de explorar a ideia de intervenção, quer a nível de projeto e obra, estabelecendo contatos diretos com os interessados.

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QUADRO DOS BENEFICIOS FISCAIS E FINANCEIROS

Imposto Municipal sobre Imóveis IMI (frações ou prédios urbanos após ação de reabilitação) Isento por 5 anos Refª deliberação da Câmara Municipal e Assembleia Municipal para o ano de 2013

Imposto Municipal de Transmissão Isento da 1ª transmissão do imóvel IMT reabilitado destinado exclusivamente a Refª Lei 55-A/2010, de 31/12 habitação própria e permanente

Incentivos nas Taxas Municipais (RMTEU e RMTRIU) Reduções e isenções nas taxas administrativas:

Operações Refª aos Regulamentos Municipais respetivas taxas e alterações urbanísticas Proposta 2013 Facto Gerador da 2013 Valores em vigor Redução / Valores com redução Tributação RMTEU / RMTRIU (euros) Isenção (euros) Operações de loteamento Minoração Artº 21 do RMTEU 605,96 € 302,98 € e obras de urbanização 50% Emissão de alvará de licença ou admissão de Minoração comunicação prévia de Artº 21 do RMTEU 605,96 € 302,98 € 50% loteamento ou de obras de urbanização Emissão de alvará de Até 1000m² - 121,19 € Até 1000m² - 60,60 € licença ou admissão de De 1000m² a 5000m² - De 1000m² a 5000m² - Minoração comunicação prévia de Artº 30 do RMTEU 242,39 € 121,20 € 50% trabalhos de remodelação >5000m², acresce por cada >5000m², acresce por cada dos terrenos 1000m² - 48,48 € 1000m² - 24,24 € Por cada mês de duração - Por cada mês de duração – 24,23 € 12,12 € Operações urbanísticas Artº 12 e 18 do Fim Habitacional – 61,17 € Minoração Fim Habitacional – 30,59 € relativas a obras de RMTEU Outro Fim - 24,23 € 50% Outro Fim – 12,12 € edificação e ou demolição Área Total do Pavimento Área Total do Pavimento (m²) – 1,84 € (m²) – 0,92 € Habitação – 30,01 € Habitação – 15,01 € Comércio – 42,70 € Comércio – 21,35 € Serviços – 48,48 € Serviços – 24,24 € Indústria – 48,48 € Indústria – 24,24 € Acresce por cada 100 m² Acresce por cada 100 m² de área total – 6,35 € de área total – 3,18 €

Emissão de alvará de Artº 31 e 32 do De bebidas – 121,19 € Minoração De bebidas – 60,60 € autorização de utilização RMTEU De restauração – 84,77 € 50% De restauração – 42,39 € De restauração e de De restauração e de bebidas – 145,43 € bebidas – 72,72 € Estabelecimento Hoteleiro Estabelecimento Hoteleiro e Alojamento Turístico – e Alojamento Turístico – 48,48 € 24,24 € Acresce por cada 10 m² de Acresce por cada 10 m² de área total – 4,03 € área total – 2,02 € Constituição de Emissão de certidão Emissão de certidão propriedade horizontal Artº 38 do RMTEU 12,70€ Isenção 6,35 € Por fração – 6,35 € Por fração – 3,18 € Habitação – 30,01 € Habitação – 15,01 € Comércio – 42,70 € Comércio – 21,35 € Emissão de autorização Serviços – 48,48 € Minoração Serviços – 24,24 € Artº 31 do RMTEU de utilização Indústria – 48,48 € 50% Indústria – 24,24 € Acresce por cada 100 m² Acresce por cada 100 m² de área total – 6,35 de área total – 3,18

CÂMARA MUNICIPAL DO SEIXAL | Gabinete Valorização da Baia do Seixal | 08_2013 # 20

Delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana de Amora, Arrentela, Aldeia de Paio Pires e Seixal

Emissão de informação Artº 16 e 20 do 121,19 € Isenção 60,60 € prévia RMTEU Tapumes ou outros Tapumes ou outros resguardos, por mês e por resguardos, por mês e por m² - 6,35 € m² - 3,18 € Ocupação de espaço Andaimes, por mês e por Andaimes, por mês e por público por motivo de Artº 33 do RMTEU m² - 6,35 € Isenção m² - 3,18 € obras Gruas, guindaste, por mês Gruas, guindaste, por mês e por unidade – 30,01 € e por unidade – 15,01 € Outras ocupações, por m²e Outras ocupações, por m²e por mês – 12,12 € por mês – 6,06 € Para efeitos de emissão de Para efeitos de emissão de licença de habitação ou de licença de habitação ou de utilização – 61,17 € utilização – 30,59 € Por cada fogo, unidade de Por cada fogo, unidade de Vistorias e outras ocupação ou quarto ocupação ou quarto – Artº 34 do RMTEU Isenção diligências externas 30,01 € 15,01 € Por auto de receção Por auto de receção provisório ou definitivo provisório ou definitivo – 61,17 € 30,59 € Outras vistoriais – 121,19 € Outras vistoriais – 60,60 € Atos de natureza Consultar o Artº 38 do Minoração Artº 38 do RMTEU administrativa RMTEU 50% Taxa de Reforço de Por fogo – 116,38 € Por fogo – 58,19 € Minoração Infraestruturas Artº 10 do RMTRIU Por m² de pavimento Por m² de pavimento 50% Urbanísticas 23,27 € 11,64 €

CÂMARA MUNICIPAL DO SEIXAL | Gabinete Valorização da Baia do Seixal | 08_2013 # 21