E452 Volume5 Public Disclosure Authorized

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS SECRETARIADE ESTADODA INFRAESTRUTUR AGÊNCIAGOIANA DE TRANSPORTES E OBRAS Public Disclosure Authorized

1 PROGRAMADE GERENCIAMENTOE MELHORAMENTODA MALHA RODOVIÁRIADO ESTADODE GOIÁS Public Disclosure Authorized

I~ L;'LTJIC ~~ ~ ~ Âê~ITI~ ~ ~ ~ P tÍTU~ Public Disclosure Authorized NOVEMBRO/2000 1L1 2

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS SECRETARIADE ESTADODA INFRAESTRUTUR AGÊNCIAGOIANA DE TRANSPORTESE OBRAS ASSESSORIA DE ESTUDOS AMBIENTAIS

símísr ms ETSBA 3 IDICt

APRESENTAÇÃO 4

PLANO DE CONTROLEAMBIENTAL PARA REABILITAÇÃODE 5 RODOVIAS

GO-01O (Goiània/Leopoldode Bulhões) 6

GO-040 (Goiània/Aragoiània) 17

GO-060 (Trindade/Firminópolis) 29

GO-080 (Jaraguá/Goianésia) 42

GO-174 (Rio Verde/Aparecidado Rio Doce) 5

GO-217 (BR-153//GO-1 39) 69

GO-241 (SantaTereza/) 81

GO-320 (Edéia/Goiatuba) 92

GO-330 (Anápolis/RodriguesNascimento) 108

ESTUDO DE IMPACTOAMBIENTAL PARA IMPLANTAÇÃODE NOVAS 118 RODOVIAS

GO-040 (Bom Jesusa Inaciolàndia) 119

GO-050 (Paraúnaaté Entr.GO-174) 130

GO-156 (Itaberaía Americanodo Brasil) 143 4

MII?ÊELTSÇÃC

Este trabalho é uma condensaçãodos Estudos Ambientais apresentadosjunto ao Banco Mundiale que, estão sendo motivo de análisepor parte das equipesdesse organismo.

Nesta síntese, procurou-se destacar os aspectos mais relevantes e que poderiamfornecer subsídios rápidos às pessoas que quisessem ter conhecimentosdos trabalhos executados, de forma mais simplificada possível, preocupando-nosem manter a fidedignidadeaos estudosambientais originais elaborados.

As complementaçõesdos dados/informaçõespoderão ser encontradosnos estudos ambientaisoriginais que deram origem a esta sinopse. 5

SÍNTESEDOS PLANOS DE CONTROLEAMBI ENTAL - PCAs 6

RODOVIA GO-01O

A rodovia no trecho em estudo, designada pela nomenclatura GO-010, com extensão de 49,94km, tem início no perímetro urbano de Goiânia e término na cidade de Leopoldo de Bulhões.

1 - CARACTERIZAÇÃODO EMPREENDIMENTO

As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista pelo projeto de restauração compõe-se do recapeamento da pista com lama asfáltica grossa e tratamento superficial duplo (TSD). Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo lama asfáltica simples. Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento, base, sub-base e acostamento estão previstas:

Quantidade de rnaterial e outras obras Base 1.623,05 m4 Imprimação 5.243,70 mZ -CM-30 6,17t Pintura ligação 524.370,00 m~ - RR-2C 36,71t Trat. Sup. Simples 367.059,00 m1 - RR-2C 1.284,71t - Brita 11.101,18t Lama Asfáltica Fina 524.370,00 m1 - RL-1C 1.206,05t 3 - Areia 1.206,05 m - Filler 99,84t - Pedrisco 4.771.77 m3 Drenagem Meio fio em concreto 176,00m Saída de descida d'água 254,00m

2 - CARACTERIZACÃOREGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIO FISICO

Este trecho rodoviário insere-se na microrregião da Estrada de Ferro, cujas características climatológicas estão no contexto da vasta região Centro Oeste do país. Nela predomina um clima tropical úmido, tipo Aw, com duas estações anuais distintas, sendo uma chuvosa indo de outubro a abril e, outra seca, indo de maio a setembro. A precipitação média anual é da ordem de 1.500mm, concentrada nos meses de dezembro a março. Nos meses de junho e julho as precipitações são mínimas. A temperatura média anual situa-se em torno de 23°C, com uma média de 180C nos meses de maio, junho e julho que corresponde ao inverno. No verão, a temperatura se eleva ao redor de 30OC. 7

A altitude ao longo do trecho situa-se entre 1.000 e 1.200m de altitude, com relevos dissecados e heterogêneos, com formas convexas, agudas e tabulares. Nas proximidades de Bonfinópolis e Leopoldo de Bulhões, destacam-se extensas áreas planas com interflúvios amplos, limitados por escarpas com desníveis de até 150 metros, formando o que regionalmente é denominado de chapadas. Os solos dominantes são os latossolos, resistentes a erosão, distribuidos sobre as superfícies tabulares e planas, imprimindo um escoamento superficial difuso, aos quais lateralmente se associam solo concrecionários lateriticos. Secundariamente, nas zonas das encostas de maior declividade ocorrem cambissolos, mais sujeitas à erosão. A rede de drenagem é densa, com energia de baixa a média, constituindo cursos d'água perenes e microbacias distintas, onde se destacam o rio Caldas e o rio Vermelho, contribuintes do rio Meia Ponte e, o rio dos Bois contribuinte do rio Corumbá, ambos pertencentes a bacia hidrográfica do rio Paranaíba. O uso e ocupação principal do solo é dividido entre a pecuária e o plantio de lavouras temporárias de cereais e hortaliças, com destaque para a soja que ocupa as chapadas próximas a Leopoldo de Bulhões.

Áreas de materiais de construção

As áreas de recuperação asfáltica necessitarão da disponibilização de materiais de construção os quais serão adquiridos de terceiros. As necessidades de empréstimo de cascalho deverão ser supridas pela jazida J-02, localizada próximo a margem direita da rodovia, na altura do km 41, cujo volume disponível atende perfeitamente as necessidades da obra de restauração.

2.2 - MEIO BIÓTICO

A GO-010, no trecho entre Goiãnia e Leopoldo de Bulhões, insere-se em uma zona de tensão ecológica no contato do Cerrado com a Mata Seca Semicaducifolia. A atividade predominante ao longo da rodovia é a agropecuária, que ocasionaram significativa alteração dos habitats da flora e da fauna regional.

FLORA

A cobertura vegetal dominante, ao longo desse trecho, é representada pelas pastagens compostas por gramíneas exóticas como os capins braquiária (Brachiaria spp.) e o andropogom (Andropogon sp.), entre outros. Testemunhos da flora nativa são observados sob a forma de espécimes esparsos em meio às pastagens ou de pequenos núcleos remanescentes das formações primárias, em geral conservados sob a forma de reservas legais ou recobrindo áreas de relevo mais ondulado de baixa aptidão agricola. A mata seca constituía a fisionomia de destaque na região, além do cerrado típico com mata de galeria e de encraves de cerradão. A mata ocorre com maior freqüência nas porções iniciais e intermediárias desse trecho da rodovia, onde constatam-se pequenas concentrações florestais isoladas em meio às áreas recobertas pelas pastagens ou lavouras, destacando-se as que ocorrem à altura dos quilômetros 3; 4,5; 13,5; 22; 28 e, 31, encontrando-se essas formações alteradas e compostas por populações de espécies de porte elevado. Em geral o cerrado típico e o cerradão ocorrem nas adjacências da rodovia de forma descontínua, formando encraves em meio à mata ou às pastagens, encontrando-se essas formações descaracterizadas pela pressão antrópica. Esporadicamente ao longo da área de influência, em especial na porção intermediária desse trecho da rodovia, ocorrem encraves de cerradão bastante alterados pelas atividades 8 antrópicas, constatando-se testemunhos dessa fisionomia, em geral sob a forma de espécimes isolados em meio às pastagens. Associadas ao cerrado no sentido restrito, recobrindo os fundos de vales, ocorrem, geralmente na região de Bonfinópolis as matas de galeria úmidas, onde as espécies de destaque são: Nos fundos de vales não inundáveis, ocorre uma mata de galeria diferenciada da anteriormente relacionada, com a ausência do buriti.

FAUNA

Devido à alta variabilidade de habitats, em uma zona ecotonal, a comunidade faunística da região apresentava elevado índice de diversidade, antes da intensa antropização regional, encontrando-se atualmente altamente simplificada. Grande parcela das populações faunísticas anteriormente presentes na área de influência, especialmente das espécies que ocupam os níveis mais elevados da cadeia trófica regional, encontram-se atualmente ausentes devido à alteração de seus habitats característicos. As populações remanescentes de mamíferos silvestres apresentam baixos índices de abundância e freqüência, devido à transformação de seus habitats em áreas de pastagens para bovinos, hortaliças ou lavouras, encontrando-se geralmente refugiadas ao longo das áreas menos alteradas pela pressão antrópica. A antropização dos habitats faunísticos, transformando os ambientes fechados em abertos, favoreceu a colonização dessas áreas pelas aves características desses ambientes. O curso d'água mais significativo na área de influência direta da rodovia é o rio Caldas, que apresenta uma ictiofauna simplificada. Devido à intensidade das atividades agropecuárias na área de influência, os habitats da flora e da fauna foram significativamente alterados, ao longo da faixa de domínio e no interior dessa. A pavimentação da rodovia ocasionou a formação de caixas de empréstimo de solo ao longo dessa, onde constatam-se cavas irregulares e verticalizadas. Na faixa de domínio a cobertura vegetal é composta basicamente por gramíneas exóticas, em geral dos gêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon, além de espécimes arbóreos ou arbustivos isolados, em variados estágios vegetativos. Contribuindo para a degradação da qualidade biótica dessa área é comum o lançamento de resíduos diversos ao longo da rodovia, inclusive carcaças de animais domésticos, fato observado com maior freqüência nas proximidades das zonas urbanas. Em algumas áreas, como entre os quilômetros 5 e 7, foi constatada a invasão da faixa de domínio por parte dos proprietários limítrofes à rodovia para o aproveitamento do solo nas atividades agropecuárias. Ao longo da faixa de domínio, nas áreas em que a rodovia intercepta ambientes urbanos, ocorre esporadicamente a presença de espécies utilizadas para o paisagismo na região. De uma forma geral as comunidades faunísticas remanescentes ao longo da rodovia encontram-se amplamente simplificadas, devido à alteração de seus habitats característicos. Em algumas áreas ao longo da rodovia é comum o atropelamento de animais silvestres, em especial nas travessias de cursos d'água e grupamentos florestais remanescentes.

2.3 - MEIO ANTROPICO

O trecho a ser restaurado da GO-010, do córrego Pedro Rosa até o entroncamento com a GO-330, a 3 km do trevo de Leopoldo de Bulhões, atravessa uma região relativamente 9 adensada, iniciando-se no perímetro urbano de Goiânia e passando por alguns bairros isolados, povoados e a sede municipal de Bonfinópolis. Do córrego Pedro Rosa, até Leopoldo de Bulhões, o uso do solo é caracterizado por pastagens, intercalado com algumas aglomerações urbanas como: Jardim das Oliveiras, Vila Matinha, Bom Sucesso, cidade de Bonfinópolis, povoado de Capelinha e Leopoldo de Bulhões no final do trecho.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Este trecho encontra-se inserido em uma região com quatro projetos de pesquisas: o Projeto de Salvamento Arqueológico e Resgate Ambiental na Área de Domínio da Ferrovia Norte/Sul , que localizou nove sítios arqueológicos no trecho da rodovia e estão cadastrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), são eles: - sítio GO-RV-104 encontra-se próximo a rodovia GO-010, a direita, sentido /Leopoldo de Bulhões; - sítio GO-RV-107, este entre as GO-010 e GO-403, nas proximidades do córrego Retiro. - assentamentos GO-RV-100, GO-RV-101, GO-RV-99, GO-RV-102 e GO-RV- 103 encontram-se ao longo dos córregos Perdido e Gramado, a uma distãncia média de 2,5 km da rodovia. Os sítios arqueológicos acima citados, são sítios de ceramistas/ horticultores a céu aberto, localizados em áreas de pastagens, lavouras e hortaliças, sempre próximos de pequenos córregos. As obras de restauração da rodovia GO-010 não deverão interferir nos sítios descritos, uma vez que as ações previstas restringem-se à faixa de domínio e a área da jazida J-02, já explorada e que também não interfere com qualquer sítio.

3 - SITUACÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local, devido à intensa ocupação do solo, especialmente através do uso com a agropecuária, fato que ocasionou uma ampla simplificação dos ambientes em detrimento das comunidades silvestres da região. A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteração desses, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras ou pastagens. Foi constatado nos trabalhos de campo, o atropelamento freqüente de animais silvestres ao longo da rodovia, inclusive de espécies em extinção, como o guará (Chrysocyon brachyurus). Verificou-se a ausência de placas de advertência da travessia de animais silvestres em todo o trecho da rodovia. Quanto aos aspectos sócio-econõmicos, a restauração desse trecho será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamento da faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens, além da recuperação dos equipamentos de sinalização.

4 - DIAGNOSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-010, entre as cidades de Goiânia e Leopoldo de Bulhões, inúmeros impactos remanescentes, na maioria lo atribuídos às obras de implantação e construção da atual rodovia, foram catalogados e enquadrados como passivo ambiental. Entre essas interferências remanescentes destacam-se as caixas de empréstimo de solos, das quais dezessete (17) merecem medidas específicas. Entre os impactos relativos a ação do escoamento superficial das águas, constataram-se dez (10) situações que merecem ações corretivas. A recuperação do passivo ambiental, deste trecho da rodovia, virá resgatar, pelo menos em parte, os danos causados ao meio natural em decorrência da implantação deste importante empreendimento.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇO DE TERRAPLENAGEM O passivo ambiental decorrente dos serviços de terraplenagem é representado pela formação de caixas de empréstimo laterais e de taludes formados pelos cortes para rebaixamento do solo. Quanto aos cortes estes são estáveis e mostram avançada recuperação natural, sendo que apenas um deles foi enquadrado no passivo ambiental

Caixas de empréstimo

As caixas de empréstimo apresentam-se geralmente associadas a degradação da paisagem e processos erosivos lineares. Normalmente possuem taludes verticalizados, com os pisos expostos ou parcialmente recobertos por gramíneas, espécies invasoras ou nativas, jovens ou emergentes. Em algumas dessas caixas, instaladas em áreas com declividade igual ou superior a 10%, foram construídas bacias transversais de contenção e controle do fluxo superficial das águas, sendo que várias encontram-se rompidas devido à deficiência da cobertura vegetal. Durante o levantamento do passivo ambiental foram observadas caixas que encontram- se em processo de regeneração da vegetação, apresentando cobertura de gramíneas e populações rarefeitas, em desenvolvimento, de espécies nativas.

Taludes de cortes em solo

Vários cortes em solo foram observados no levantamento do passivo desse trecho da GO-010, sendo que apenas o corte 01, à direita da rodovia à altura do quilômetro 0,3, foi integrado ao passivo, conforme quadro 7.1.3. Apresenta taludes verticalizados elevados, sem cobertura vegetal e com a presença de processos de erosão diferencial. Os demais cortes são baixos, apresentam taludes estáveis, recobertos por ervas e arbustos, além de espécimes arbóreos em variados estágios vegetativos.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL

O passivo decorrente do sistema de drenagem e do escoamento superficial das águas, compreende os processos erosivos instalados no interior da faixa de domínio e nas adjacências dessa, apresentando-se com erosões longitudinais em forma de sulcos ou ravinas, em que a causa principal é a concentração do fluxo das águas superficiais sobre áreas que apresentam o solo desprovido de cobertura vegetal, como caixas de empréstimo e caminhos de serviço.

Processos erosivos

Nos locais em que o solo se encontra desprovido de cobertura vegetal adequada e apresenta maior declividade formaram-se os processos erosivos, em geral decorrentes do lançamento das águas pelas canaletas de captação desprovidas de mecanismos dissipadores 11 da energia pluvial. Muito embora sendo os solos pouco susceptíveis à erosão, a concentração e a velocidade excessiva dos fluxos, ocasionam a formação de ravinas. Em geral esses processos ocasionam o arraste de material sedimentar em direção às drenagens, ocasionando interferências na qualidade biótica e o assoreamento de cursos d'água. À altura do quilômetro 30 constata-se a evolução de processo erosivo, que pode ameaçar o corpo da rodovia, devido a possibilidade de aprofundamento e alargamento do mesmo. a) Áreas em processo de ravinamento: onde os processos de ravinamento e as medidas de controle específicas encontram-se relacionados no PCA, com detalhamento específico de solução, para impactos relativos a processos erosivos. b) Processo erosivo ao longo do afluente do rio Caldas à altura do km 30, compreende o processo erosivo formado à margem esquerda do curso d'água, afluente do rio Caldas, à altura do km 30, à direita da rodovia, colocando o corpo desta em risco, devido à sua proximidade. O processo está associado a transposição da área de inundação e ao lançamento de águas superficiais pelo sistema de drenagem da rodovia, bem como a degradação da mata de galeria do córrego. Devem ser adotadas medidas de recomposição ambiental nesse local.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO O passivo ambiental decorrente dos serviços de pavimentação compreendem basicamente a degradação de áreas através da extração de materiais como cascalho, areia e rocha. As áreas degradadas pela extração de cascalho ao longo desse trecho da GO-010 localizam-se em ambientes antropizados através da formação de pastagens em áreas anteriormente recobertas pelo cerrado típico, encontrando-se as mesmas em processo de regeneração natural devido ao abandono das atividades.

Jazida J-01 Localiza-se a aproximadamente 200 metros da margem esquerda da rodovia, à altura do quilômetro 06, tendo sido explorada em área anteriormente recoberta pela mata seca. No entorno da área encontram-se pequenos núcleos florestais alterados, testemunho da vegetação primária, em meio ás áreãs de pastagens. Trata-se de uma ocorrência de cascalho laterítico, localizado numa ampla superfície de topografia plana. A área explorada apresenta localmente superfície irregular devido às escavações, com o solo parcialmente recoberto por gramíneas, não constatando-se a instalação de processos erosivos.

Jazida J-02 À direita da rodovia, a área onde foi explorada essa jazida encontra-se a aproximadamente 50 metros da faixa de domínio, nas imediações do quilômetro 42, em área primariamente recoberta pelo cerrado típico. Trata-se de uma ocorrência de cascalho laterítico, em área plana e elevada. Atualmente a cobertura vegetal no entorno da ocorrência é constituída por pastagens formadas com capim braquiária , sobre a qual encontram-se espécimes esparsos remanescentes da formação primária, tais como o pau-terra-de-folha-larga (Qualea gandiflora), o jacaranda-do-campo (Machaerium sp.) e o pequizeiro (Caryocar brasiliense). A cascalheira ocupa uma área de aproximadamente 1 hectare, apresenta taludes suaves e o solo parcialmente recoberto por gramíneas, não apresentando material estocado para a recomposição local. Não se observa, no interior, os efeitos de concentração e acumulação de fluxos aquosos. 12

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DA INTERFERÊNCIA EM MATAS CILIARES E DE GALERIA

As formações ciliares e de galeria interceptadas pela rodovia apresentam elevados índices de degradação, em especial no interior da faixa de domínio e em suas imediações. A cobertura vegetal atual ao longo dos cursos d'água na área de influência direta da rodovia, nesse trecho, em geral é constituída por campos graminóides dominados por espécies introduzidas dos gêneros Brachiaria, Andropogon e Hyparrehnia, sobre os quais encontram-se distribuídos de forma esparsa espécimes da flora nativa, em especial do grupo ecológico das pioneiras tais como o pombeiro (Tapirira guianensis), o monjolo , a sangra-d'água , a quaresmeira (Tibouchina candolleana) e o angico (Anadenanthera sp.). Os taludes dos aterros de encabeçamento das pontes encontram-se estáveis nesse trecho da rodovia, apresentando cobertura gramínea. Os cursos d'água, que apresentam degradação de sua vegetação lindeira, onde serão necessárias intervenções para a recomposição dessas são:

Cursod'água Interceptasão CórregoPedro Rosa km 00 CórregoBom Sucesso km 9,3 CórregoDois Irmãos km 14,3 CórregoMata da Paca km 18,4 RibeirãoSozinha km 19.2 Afluentedo rio Caldas km 30,0 Rio Caldas km 32,2 Afluentedo Caldas km 35,2 CórregoCarapina km 38,3

Desde que a composição florística das matas lindeiras a esses cursos d'água é semelhante, o método de reflorestamento e as espécies indicadas é o mesmo para todos.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA INSTALAÇÃO DE BUEIROS

Ao longo desse trecho da GO-010 foram constatados 4 bueiros que compõe o passivo ambiental da rodovia, que encontram-se localizados à altura dos km 00; 18,4; 31,6; e, 35,3. Os efeitos mais acentuados verificados nos bueiros decorrem da deficiência do sistema de drenagem superficial, que em geral concentra o fluxo pluvial; na ausência de mecanismos dissipadores da energia das águas; e, da cobertura vegetal insipiente e inadequada. A eles estão associados processos erosivos nas saidas de água, com velocidade excessivas.

4.6 - PASSIVO DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação da GO-010 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia, em especial de sua faixa de domínio. O passivo ambiental da rodovia e o amplo processo de antropização regional, através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunística regional, praticamente irreversível. Esse processo de simplificação, apesar de irreversível, pode ser atenuado, através de medidas de recomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam a utilização racional dos recursos naturais da região. A interceptação de inúmeros corredores faunísticos pela rodovia, além de favorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trãnsito da fauna entre suas diversas áreas de refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevo não favorecem a mecanização agrícola e entre as reservas legais das propriedades. A 13 representação,linear do trecho descreve os principais corredoresfaunísticos interceptados pela rodoviae os ambientescríticos na áreade influênciada rodovia. Alguns locais ao longo da rodovia passaram por processos de degradação mais acentuados,onde ocorrerama formaçãode erosões.Algumas áreas degradadascontribuem para a queda da qualidadebiótica dos ecosssistemasaquáticos da região, atravésdo arraste de solo e assoreamentodos cursos d'água, além de favorecer a instalaçãode processos erosivosnos taludesmarginais desses.

4.7 - TRANSPOSIÇÃODOS NÚCLEOSURBANOS

Após a implantaçãodesse trecho da rodoviaGO-010, os núcleosurbanos beneficiados se expandirame alguns povoadossurgiram às margensda mesma.Dessa forma originaram pontos de conflito na interface entre a rodovia e essas áreas urbanas. Quanto as sedes urbanas,esse impactoé especialmenteevidenciado em Bonfinópolis,com a rodoviacruzando área periféricaadensada onde os riscosde ocorrênciade acidentesde trãnsitosão elevados. Igual situaçãoocorre na transposiçãodos povoadosde Bom Sucessoe Capelinha. No caso específicoda rodoviaGO-010, no trecho Goiânia- Leopoldode Bulhões,três segmentosda via, em Bonfinópolis,Bom Sucessoe Capelinhanecessitam das medidas: * Intensificaçãoda sinalizaçãohorizontal e verticalrelativa a segurançade trãnsito; * Implantaçãode dispositivosde travessiade pedestres; * Implantaçãode defensasou cercas,nos pontosonde há maior contatona interface rodoviax edificaçõesurbanas. 14

5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTOS RESUMO DE CUSTOS, RODOVIA GO-010

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

2 1 Regularização e gradagem m 59,900,00 0,06 3.594,00

3 2 Suavização de taludes m 8.508,00 1,27 10.805,16

3 3 Regularização do terreno m 9.305,70 0,16 1.488,91

4 Escarificação m2 0,45 0,12 0,05

3 5 Diques transversais m 618,76 1,92 1.188,02

3 6 Terraços extenores m 0,60 1,27 0,76

3 6 Terraços e bacias intenores m 6.992,12 1,27 8.879,99

7 Dissipadores de energia un 12,00 280,00 3.360,00

8 Calagem e adubação M2 0,45 0,02 0,01

2 9 Plantio de gramíneas M 100.744,45 0,22 22.163,78

2 11 Plantio de bambu m 250,00 4,00 1.000,00

2 12 Revegetaçãode mata não inundável m 3.600,00 2,47 8.892,00

2 13 Revegetaçãode mata ciliar m 14.400,00 2,47 35.568,00

14 Hidrossemeadura M2 600,00 2,47 1.482,00

15 Canaletas m 135,00 17,21 2.323,35

16 Cercas ml 1.266,00 5,12 6.481,92

TOTAL 107.227,96 RESUMO DE QUANTITATIVOS,RODOVIA GO-010

S vÇORegutariL. e Suavização Regutariz. do Diques Terraços Terraço1se Oisstp>.de Calagem e Plantio de Plantio de devmoate ão Reveget de Cnlt er PROGRAMA ~~~~gracdagemde taludes terreno Esafc transv. exterires bais ni. energia adubação gram[neas bambu iudemat mãrate clilar (irosm2 Canl>t C (m3) (m3) lI3$) (ml> (un) (mi) (m2)

Drenagem 2.505,7 0,45 29,51 0,60 175,45 4,0 0,45 1.015,45 250,0 66.0

Empréstimos 9.500,0 5.426,0 1.800,0 589,25 150,0 49.315,0

Cortes 3.000.0 2,0 600,0 135,0

Bueiros 82.0 6,0 414,0 3.600,0

Matas ciliares e de Galeria (Pontes) 14.400}0 1.200,0

Jazidas 50.000,0 5.000,0 6.666,67 50.000,0

Total 5056, .568,01 g.305,7 0,451 618.761 0,601 6.992,121 12,0j 6,451 100.744,451 250,01 3.600,01 14.400,01 600,01 135,01 1.266,01 ezt Zrff tii >'ti i;41 .1_ _ _

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LEGENDA

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RODOVIA GO-040

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-040, com extensão de 18,6 km, tem início no perímetro urbano de Goiânia e termina na cidade de Aragoiãnia.

1 - CARACTERIZAÇÃODO PROJETO

O trecho da rodovia GO-040, situado entre o Goiânia e Aragoiânia, tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 18,6km. As obras de restauração previstas são, relativamente simples. Nos primeiros 8 km, a solução prevista pelo projeto de restauração compõe-se da fresagem mais a aplicação de uma camada de 5cm de concreto betuminoso usinado à quente - CBUQ. No segmento restante está previsto a aplicação de lama asfáltica fina mais 4cm de CBUQ. Onde for necessário a capa asfáltica será retirada, o material da camada inferior escarificado, incorporando-se 20cm de nova camada de sub-base e 20cm de base, os quais serão compactados. Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo tratamento superficial simples - TSS.

Quantidade de material Sub-base 3.462,4m3 - base 3.462,4m3 Imprimação 96.403,81mi - CM-30 152,45 Pinturaligação 73.525,20m' - RR-2C 51,47t TratamentoSuperficial Simples 31.254,05m 1 - RR-2C 21,88t - Brita 375,05t CBUQ 6.153,14má - CAP 959,89t - Brita 289,20t -Areia 2.301,48m 3 - Filler 690,38t LamaAsfáltica Fina 73.525,20m' - RL-1C 808,78t -Areia 808,78m 3 - Filler 6,98t - Pó de Pedra 330,86m 3

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos alguns reparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidas d'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumas reconstruções localizadas. No início do trecho, em seus três primeiros quilômetros onde a rodovia assume características de via urbana, por cruzar área densamente ocupada, a pista está duplicada. A partir daí segue como pista simples até a entrada da cidade de Aragoiânia

2 - CARACTERIZAÇÃOREGIONAL DA ÁREA 18

2.1 - MEIO FíSICO

Na região onde se insere a GO-040 predomina um clima tropical úmido, caracterizado por duas estações distintas, uma seca de maio a setembro e outra chuvosa de outubro a abril, predominante no centro-oeste brasileiro. A precipitação anual atinge em média 1.500mm, cuja concentração é maior entre os meses de dezembro a março. Nos meses de junho e julho as precipitações são mínimas. A temperatura média anual desta região situa-se em torno de 220C, decaindo para 190C no inverno, meses de maio, junho e julho, elevando para até 370C nos meses de verão. De uma maneira geral, entre Goiânia e Aragoiânia as altitudes variam de 650 a 800m, caracterizando um relevo de planalto, rebaixado e dissecado, onde se destacam unidades de terrenos distintas; chapadas, superfícies rebaixadas e fundos de vales. Esses terrenos são mantidos por um substrato de rochas xistosas com uma cobertura de latossolos, associados a outros concrecionários lateríticos, sendo drenados por pequenos cursos d'água pertencentes a bacia do Paranaíba, onde se destacam o ribeirão Dourados e o córrego Vereda. As chapadas constituem terrenos planos e elevados, com diversas ocorrências que abrigam o traçado da GO-040, normalmente com escoamento difuso das águas superficiais devido a baixa declividade topográfica. Nelas, a rede de drenagem é escassa com baixa energia, o lençol freático é profundo e os solos são resistentes à erosão. Os cortes e aterros existentes neste terrenos envolvem o maciço de solo, com alturas insignificantes, permitindo o greide próximo ao terreno natural. Os solos concrecionários de cobertura ali presentes são próprios para obras rodoviárias. Na altura dos km 2,5 e 9,3, são observados áreas degradadas decorrentes de extração de cascalho. Os terrenos rebaixados, normalmente são ondulados e exibem um escoamento concentrado das águas superficiais, sobre solos resistentes à erosão. A rede de drenagem é densa, com energia média e o lençol freático é profundo. No km 17,5, observa-se uma ravina marginal a rodovia, decorrente de uma extração de solo. Os cortes e aterros existentes são baixos e envolvem apenas o maciço de solo superficial e localmente, o maciço rochoso alterado é subjacente. Em algumas áreas de encostas, afastadas da GO-040, são observados afloramentos rochosos, onde predominam xistos, Os fundos de vales que ocorrem junto aos cursos d'água, são responsáveis pela dissecação da região, onde normalmente ocorrem desníveis topográficos acentuados, exigindo aterros mais elevados, pontes e bueiros, sobre solos frágeis com presença de água próximo à superfície do terreno. Tanto nas zonas de maior declividade topográfica como nos taludes marginais dos cursos d'água, são observados cicatrizes erosivas.

ÁREAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A recuperação asfáltica exigirá a disponibilização de materiais de construção, sendo a areia e a brita adquiridos de terceiros. As necessidades de cascalho poderão ser supridas pela jazida J-01, localizada próximo a margem direita da rodovia, na altura do km 18,12, cujo volume utilizável, segundo o projeto é de 90.720m3.

2.2 - MEIO BIÓTICO

Sob o aspecto florístico a GO-040 no trecho compreendido entre Goiânia e Aragoiânia, insere-se no domínio do bioma Cerrado, em uma região caracterizada como área de tensão ecológica, no contato do Cerrado com a Mata Seca. 19

O nível de antropizaçãona região é elevado, em virtude da expansão imobiliária e atividades agropecuárias,que contribuíramde forma acentuada para a simplificação de habitatsda flora e da fauna. Paraa caracterizaçãoambiental, em relaçãoao meio biótico,a áreafoi compartimentada em 2 segmentos: - Segmento1: final da pistadupla até o ribeirãoDourados; - Segmento2: ribeirãoDourados até a cidadede Aragoiânia.

FLORA

A fitofisionomiaque se destacana áreade influênciado trecho é o cerradotípico com mata de galeria;concentrações alteradas de cerradão,matas ciliares e vereda. O segmento 1 caracteriza-sepela localizaçãoem zona de índices medianos de urbanizaçãoalternando-se áreas edificadas com não edificadas. Nas áreas edificadas destaca-sea presençade vias secundáriascom arborização deficitáriaou mesmoausente. Nas áreas não edificadasdo segmento1 a coberturavegetal dominante no entorno é representadapor pastagensformadas pelo capim braquiária, onde o cerradoencontra-se em processode regeneraçãonatural, destacando-se nesses ambientesa presençade individuos de pequenoporte, testemunhos da flora nativa. O segmento2, do ribeirãoDourados até Aragoiânia,diferencia-se do segmento1 pelo baixo índice de urbanização. As áreas nas adjacênciasda rodovia são ocupadas por propriedadescom atividades relacionadasà pecuária, o solo é recoberto por pastagens e espécimesarbóreos esparsos da flora nativa,remanescentes da formaçãoprimária. O ribeirão Dourados,foi destituídode sua formação ciliar natural onde a cobertura vegetal dominante atualmente são as gramíneas exóticas com destaque para os capins braquiáriae o elefante. À altura do km 12,9, constata-senas imediaçõesda faixa de domínio,à esquerda da rodovia uma cabeceirade drenagemonde a mata de galeria apresentaíndices razoáveisde conservação.Nas adjacênciasdessa mata de galeria predominamformações de pastagens com espécimesesparsos do cerradotípico. À altura do km 15, à esquerda da rodovia ocorre concentração vegetacional, testemunhado cerradotípico, onde foi feito a remoçãodo estratoarbustivo, dando à formação uma característicaaberta. Na altura do km 15,9, paralelamenteà rodoviapela esquerda,verifica-se, cabeceira de drenagemao longo da qual ocorre mata de galeria do tipo inundável,com bons indices de conservação.No entornopredominam as formaçõesde pastagensintroduzidas . Na altura do km 17,3 a rodoviatranspõe o córregoVereda, onde a faixa de domínioda rodoviaencontra-se destituída da vegetaçãonativa característica, havendo uma dominânciade gramíneasexóticas. À jusante e a montanteda rodoviaa coberturaarbórea apresenta bons índicesde conservaçãocom alta densidadee freqüênciada palmeiraburiti (Mauritiaflexuosa), e no sub-bosquepredominam populações do gênero Miconia. Processo erosivo intenso, instalado na faixa de domínio, gera perda de solo na vertente e assoreamentodo córrego Vereda,ameaçando a captaçãode águada SANEAGOà jusanteda rodovia.

FAUNA

A avifauna constitui o táxon dominanteao longo da área de influênciadireta desse trechoda GO-040. Os mamíferos,devido à alta transformaçãode seus habitats,são pouco freqüentesna área de influência direta da rodovia, destacando-sea presença de várias espécies de quirópterose algunspequenos roedores. Entre os lacertiliosforam observadosdurante os trabalhosde campo o papa-vento,o calango-verde,a cobra-cegae o teiú. 20

Os ofídios catalogados ao longo da área de influência foram a cobra-d'água, a cobra-de- capima caninana, a boipeva, a fura-terra, a jaracuçu-do-brejo, a cascavel e a jararaca. O curso d'água mais significativo na área de influência direta da rodovia é o ribeirão Dourados, que apresenta uma ictiofauna característica das de drenagem da bacia do Paranaíba.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMINIO

Se_gmento1 A faixa de domínio no segmento 1 é caracterizada por apresentar cobertura vegetal composta por gramíneas exóticas, sendo rara a ocorrência de representantes arbóreos remanescentes da flora nativa. Entre as gramíneas destacam-se os capins braquiária e o andropogon. A flora nativa é representada por arbustos. Segmento 2 Assim como no segmento 1, a faixa de domínio do segmento 2 apresenta dominãncia de gramíneas exóticas principalmente ao longo da pista, contudo, por ser uma área rural, nota- se sobre o estrato graminóide uma maior ocorrência de indivíduos arbóreas adultos e juvenis da flora nativa. O ribeirão Dourados e o córrego Vereda, os únicos interceptados pela rodovia, tiveram a cobertura vegetal nativa totalmente removida na faixa de domínio, ocorrendo atualmente a presença de gramíneas exóticas com destaque para os gêneros Brachiaria, Andropogon e Panicum. Na altura do km 8,4 e 10,5 constata-se a presença de chácaras, onde predominam na faixa de domínio, espécies exóticas como o pinheiro (Pinus sp.), a mangueira e o eucalipto.

2.3 - MEIO ANTRÓPICOS

A Prefeitura de Goiânia, em parceria com o Governo do Estado e o Ministério dos Transportes, implantou a obra de duplicação da via numa extensão cerca de 3km, até o final do Setor Garavelo onde haverá a restauração propriamente dita, com possibilidade de estender por mais 6km, correspondendo à faixa urbanizada. A partir desse ponto a ocupação lindeira à GO-040 pode ser caracterizada em dois segmentos: o primeiro até a ponte sobre o ribeirão Dourados e o segundo, deste rio Aragoiãnia. O primeiro segmento está sofrendo um processo muito rápido de ocupação, estando as glebas lindeiras praticamente todas, já parceladas e em processo de ocupação residencial, com uma tipologia habitacional de classe média em alguns, e baixa renda na maioria. Nas proximidades dos cursos d'água o parcelamento ocorre em forma de chácaras de lazer, existindo também alguns clubes associativos e outros abertos à população. No segundo segmento a ocupação é rarefeita, predominando chácaras, sítios e pequenas fazendas com atividade predominantemente pecuária, onde prevalece o rebanho bovino leiteiro.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Não existem sítios arqueológicos históricos ou pré históricos registrados na área de influência direta da rodovia.

3 - SITUACÃOATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local, devido à intensa ocupação do solo, especialmente através da implantação de novos 21 condomínios,característica do primeirosegmento da rodovia,entre o seu início até o ribeirão Dourados, fato que ocasionou uma ampla simplificação ambiental em detrimento das comunidadessilvestres da região. A obra de restauraçãoasfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-se como um conjuntode ações simples,se considerarmosque a rodovia encontra-seem plena operaçãoe que não haverámudanças em seu traçado. O passivoambiental remanescente a ser recuperadoé tambémpouco significativo. Os empreendimentosrodoviários em geral tem um importante significado para o desenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relações intermunicipais.O aumentoda velocidadenos deslocamentoscom maior confortoe segurança, são fatores positivosadvindos da pavimentaçãoe da manutençãodo corpo estradale de sua faixa de domínio. Os impactos ambientais decorrentesda construção da rodovia, denominados de PassivoAmbiental, foram atenuadospelos sistemas naturais, ao longo do tempo, sendoque a recuperaçãodaqueles ainda existentessão simples, como estão caracterizadosno capítulo específicodeste trabalho, onde também estão indicadasas medidasconvenientes. A escolhade locaisinadequados, a má disposiçãoe a conformaçãomal feita dos bota- foras tem ocasionadoimpactos significativos ao meio ambiente,como o assoreamentodas redes de drenagens provocado pelo carreamentodo material depositado e prejuízo aos proprietárioslindeiros. Desta forma, emborao volume previsto neste trecho seja minimo os mesmosterão destinaçãoambientalmente adequada. A pressãoantrópica sobre os habitatsda flora e da fauna ocasionouelevada alteração desses, transformandoos ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras ou pastagens. Foi constatadoainda, nos trabalhosde campo,o atropelamentoesporádico de animais silvestrese ausênciade placasde advertênciada travessiade animaisao longo da rodovia. Quanto aos aspectos sócio-econômicos,a restauraçãodesse trecho, de uma forma geral, será bastantepositiva, melhorando as condiçõesde trafegabilidadepelo recapeamento da faixa de rolamento,bem como da recuperaçãodo acostamento,dispositivos de drenagens, além da recuperaçãodos equipamentosde sinalização.

4 - DIAGNÓSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerandoos diversoscomponentes naturais ao longo da rodoviaGO-040, entre as cidades de Goiânia e Aragoiânia,reconhece-se a existênciade dois compartimentosdistintos quais sejam. * Segmento1 (km Oa km 08) A partirdo final da pistadupla a rodoviaGO-040 se desenvolvesobre terrenos planos, com declividadena maior parte inferior a 10%, sustentadapor solos argilosos,homogêneos, resistentesaos processoserosivos. Neste segmentoas drenagens são escassas, de baixa energia e o freático profundo. Na altura do km 2,5 ocorre área degradada decorrentede extração de cascalho. O fluxo superficial é difuso e os solos são recobertos predominantementepor espéciesgraminóides. Neste segmentodestaca-se a densa ocupação por loteamentosjá implantados. * Segmento2 (km 08,5 a km 18,60) Compreendeum segmentocom ocupaçãorarefeita, cobertura vegetal em pastagense espéciesarbóreos esparsos da flora nativa.Os desníveistopográficos são mais acentuados, possibilitandomaior energia às águas e a formaçãode algumascicatrizes erosivas. Os vales 22 mais encaixados exigem aterros mais elevados. Na altura do km 9,3 observa-se área degradada em antiga extração de cascalho. Na vertente do córrego Vereda, à direita da pista há processo erosivo instalado causando perda de solo e assoreamento no manancial, provocado pela concentração do fluxo das águas superficiais. O passivo ambiental da rodovia é de baixa magnitude resumindo-se a praticamente algumas antigas áreas de exploração de cascalho, as quais seguem indicadas em capítulo posterior, e a erosões instaladas. As caixas de empréstimo abertas na época da construção da rodovia foram, quase todas recuperadas pela ação dos agentes naturais ao longo do tempo ou pelos proprietários lindeiros.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

As interferências impactantes decorrentes das obras de construção da rodovia, neste trecho, foram mínimas no que se refere a empréstimos de solo, fato que justifica a ausência de caixas de empréstimo laterais.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Ao longo da área de influência direta desse trecho da GO-040 apenas uma área encontra-se degradada devido ao escoamento e concentração do fluxo das águas superficiais, que é descrita a seguir. A erosão instalada à altura do km 17,5, à direita da rodovia, caracteriza-se pela presença de sulcos longitudinais com dimensões variando entre 1 e 2m de largura; 1,5m de profundidade e 200m de comprimento, apresentando taludes irregulares instáveis e parcialmente recobertos por gramíneas do gênero Brachiaria. O processo erosivo foi formado em virtude da concentração do fluxo das águas superficiais numa encosta inclinada a partir de área de extração de saibro, e ineficiência das obras de contenção realizadas, constituindo-se um fator de degradação do córrego Vereda. O material apresenta pouca resistência física, havendo escavações irregulares, taludes expostos e verticalizados. A cobertura vegetal nesta área é representada pelo capim braquiária e por espécies invasoras como a lobeira (Solanum lycocarpum), além de espécimes jovens da flora nativa como o jacarandá-do-cerrado (Machaerium sp.). Na parte mais baixa há exposição do freático. A perda de solo é comprovada pelo índice elevado de assoreamento do rio, causando, inclusive, afogamento parcial do bueiro tubular duplo ali existente e comprometendo a área de captação da SANEAGO à jusante deste local.

Restauração de pontes e bueiros

Ponte ribeirão Dourados A ponte que faz a travessia do ribeirão Dourados apresenta-se estreita e com guarda corpos danificados. Além disso a ponte não possui passarela para pedestres, oferecendo riscos aos usuários.

Bueiro córreco Vereda O bueiro do córrego Vereda apresenta problemas com o seu funcionamento, provocando represamento das águas à montante da rodovia. O assoreamento do leito do córrego e, consequentemente, da entrada do bueiro, por uma erosão marginal agrava o problema. 23

Degradação de matas ciliares / galeria

Ao longo desse trecho da GO-040 apenas dois cursos d'água são interceptados: o ribeirão Dourados e o córrego Vereda, sendo que ambos encontram-se destituídos de sua vegetação marginal nativa, sendo que as medidas a serem adotadas para a recomposição das áreas de preservação permanente desses cursos d'água são as indicadas a seguir.

Ribeirão Dourados Para a revegetação das formações de galeria do ribeirão Dourados na faixa de domínio da rodovia será utilizado um modelo em forma de cruzeiro, baseado em Macedo; Kageyama; R. Costa -1.993.

Córreqo Vereda Por se tratar de uma formação marginal característica de ambientes higrófilos, onde a diversidade de espécies é baixa e a freqüência de indivíduos de uma mesma espécie é elevada, o modelo proposto para a revegetação da área de preservação permanente do córrego Vereda, na faixa de domínio da GO-040, é diferenciado do indicado para o ribeirão Dourados.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO E OPERAÇÃO O passivo decorrente dos serviços de pavimentação originam-se da degradação de áreas de exploração de cascalho.

Cascalheiras

Duas áreas ao longo da rodovia foram exploradas comercialmente em períodos pretéritos

JAZIDA J-02 Localiza-se a direita da rodovia à altura do km 3,5, nas imediações da faixa de domínio. Trata-se de uma expansão, uma vez que, a jazida já foi utilizada anteriormente. A cascalheira foi explorada em área recoberta por pastagens, onde constata-se no entorno a ocorrência de testemunhos da flora nativa remanescentes da formação primária, além de indivíduos jovens vegetando esparsamente sobre o campo graminóide, onde destacam-se o pau terra-de-folha larga (Qualea grandiflora), o pequizeiro (Caryocar brasiliense) e a fruta de cotia (Diospyros hispida). Esta jazida encontra-se parcialmente escavada, com ocorrência de solos concrecionários, taludes semi-verticalizados, piso compactado onde constata-se um processo de regeneração natural, havendo a ocorrência de gramíneas exóticas e espécies da flora nativa com destaque para os gêneros Machaerium, Salacia e Erythroxylum.

JAZIDA J-03 Localiza-se a direita da rodovia à altura do km 9,2 nas imediações da faixa de domínio. A jazida foi parcialmente explorada, representando portanto, uma expansão. A cascalheira apresenta pontos decapeados e outros parcialmente recobertos pôr gramineas, com espécimes emergentes da flora nativa, com destaque para a amescla-do- campo (Ouratea hexasperma), o tropeiro (Dalbergia sp.), e a faveira (Dimorphandra moilis). Entre as gramíneas cita-se os capins braquiária e o andropogon (Andropogon sp.). Trata-se de uma área suavemente inclinada, com ocorrência de cascalho laterítico, com espessura em torno de 1,0 metro. A cobertura vegetal do entorno é representada por pastagens onde foi introduzido o capim braquiária e espécies da flora nativa com destaque para a caraíba (Tabebuia aurea), a faveira (Dimorphandra mollis), a cagaita (Eugenia dysenterica) e o pau-terra-de-folha-larga (Qualea grandiflora). 24

Zonas de dispersão faunística

Apesar da elevada antropização de habitats ao longo da área de influência do empreendimento, várias populações remanescentes das comunidades faunísticas da região perambulam pelas imediações da rodovia em suas atividades tróficas e reprodutivas. A elevada fragmentação ambiental, ocasionou na região o isolamento dos ambientes que apresentam condições bióticas satisfatórias para a permanência de populações da fauna silvestre, sendo que em geral esses são representados pelas reservas legais das propriedades rurais e pelas matas de galeria. A mata de galeria, que constitui elemento básico na dispersão faunistica regional, apesar da descaracterização atual, é interceptada pela rodovia no ribeirão Dourados e no córrego Vereda, sendo que em vários locais é margeada pela rodovia, sendo esses locais indicados na figura 6.1, que defina as principais zonas de dispersão da fauna ao longo desse trecho da rodovia.

Paisagismo ao longo da rodovia

Segmento 1 Para as áreas urbanizadas ao longo da rodovia sugere-se o plantio das espécies a seguir relacionadas, com espaçamento de 8 metros entre mudas e 4 metros em relação ao poste de iluminação pública.

Tibouchina sp. Quaresmeira Licania kunthiana Rapadura Caryocar brasiliense Pequizeiro Pterodon pubescens Sucupira-branca Erythrina mulungu Mulungu Dipteryx alata Baru

Nas zonas não urbanizadas deverá ser realizado o controle das gramíneas através de corte manual a uma altura aproximada de 20 centímetros e realizado o plantio, com espaçamento de 8 x 8 metros das espécies relacionadas a seguir, com alternância de espécies. Dimorphandra mollis Faveira Hymenaea stigonocarpa Jatobá-do-campo Pterodon pubescens Sucupira-branca Qualea grandiflora Pau-terra-de-folha-larga Caryocar brasiliense Pequizeiro Dipteryx alata Baru Vochysia haenkeana Escorrega-macaco Acrocomia aculeata Macaúba

Seqmento 2 Nesse trecho sugere-se além do controle das gramíneas e invasoras, que nos locais em que ocorrerem espécimes emergentes da flora nativa que estes permaneçam, realizando-se o estaqueamento dos indivíduos mais jovens para sua proteção nos períodos de manutenção da faixa de domínio da rodovia.

Conflito com urbanismo

O inicio do trecho, que se caracteriza pela intensa conurbação entre os municipios de Goiãnia e Aparecida de Goiânia, apresenta volume de tráfego intenso com a rodovia assumindo condição de via urbana. Estas características estão ocorrendo até o ribeirão Dourados em razão do parcelamento verificado e a ocupação acelerada destes novos condomínios. Deve-se ressaltar que a rodovia foi a indutora da ocupação lindeira 25

4.4 - DEPóSITO DE LIXO EM ARAGOIÂNIA

O local onde vem sendo depositado os resíduos sólidos da cidade de Aragoiânia, situa- se na periferia de sua zona urbana, á margem direita da GO-040, ocupando aproximadamente 9.000m 2 . Esta área é imprópria para receber resíduos que se constituem em focos de insetos e, portanto, vetores de doenças. Tanto a proximidade da área urbana, como o fato da mesma situar-se junto a uma cabeceira de drenagem, justificam plenamente a impropriedade deste depósito e a necessidade da escolha de outra área, ambientalmente adequada para acomodar tais resíduos.

Passivo ambiental decorrente do depósito de lixo Localização(km) Município Área(m2) Volume m 18,4 Aragoiania 9.000 4.500 26

5- QUANTITATIVOS E ORÇAMENTO RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇOUNITÁRIO TOTAL 1 Regularizaçãoe gradagem m2 40.000,00 0,06 2.400,00 2 Regulanzaçãode taludes m3 7.500,00 1,27 9.525,00 3 Regularizaçãodo terreno m3 1.200,00 0,16 192,00

4 Espalhamentode materialestocado M2 250,00 0,60 150,00 5 Diquestransversais m3 1.000,00 1,92 1.920,00 6 Drenosprofundos ` ml 440,00 36,80 16.192,00 7 Terraçose baciasinteriores m3 2.800,00 1,27 3.556,00 8 Escavaçãode cavas m3 5.400,00 1,27 6.858,00 9 Espalhamentode lixo m3 4.500,00 0,60 2.700,00 10 Espalhamentode bota-fora m3 1.890,00 0,60 1.134,00 11 Compactaçãodo lixo m2 9.000,00 0,94 8.460,00 12 Recobrimento m3 3.510,00 0,60 2.106,00 13 Calageme adubação m2 60.000,00 0,02 1.200,00 14 Plantiode gramineas m2 72.200,00 0,22 15.884,00 15 Plantiode leguminosas m2 50.000,00 0,22 11.000,00 16 Revegetaçãode matainundável m2 4.800,00 2,47 11.856,00

17 Revegetaçãode mata não inundável m2 50,00 2,47 123,50 18 Plantiode espécies m2 9.000,00 0,22 1.980,00 19 Cerca ml 400,00 5,12 2.048,00 TOTAL 99.284,50 RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-040

SERViCO Regutertz*. Epimam Esalehamon Revageta- Rvgt RegubtilL* çáo do Reptaia Diques Drenos Terraços.9 acavação Espalham.t êbt- onat Recbd-a Caiaemaga a Platioan de Plantio de ã d t çIo de mata Plfantiode PROGRAMA grd~do teren tao tfan%v prolundos bacias rttl do caNes de lixo o do tixo monto adobaçio gramineas tagumltosas dá nunávl ai (m3l (m3s> (m3j (2) (m2) (ia2) ( nundávaS>m2

D,enagem 1200.00 1.000,00 440,00 10000 00 10000,00

Jazidas 40 000,00 7.500.00 250,00 2 800,00 S0000,00 S5000 00 S0000,00

Pontes e Bue.ras 3 200,00 4 800,00 50.00 400,00

Dep. de liso 5.400,00i 4 500.00 1 890.00 9 00.000 3510,00 _ 9 000,00 9.000,00

Total 40.000,00 7.500,00 1.200,00 250,00 1.000.00 440,00 2.800,00 5.400,00 4.500,08 1.890,00 9.000,00 3.510,00 60.000,00 72.200,00 50.000,00 4.800,00 S0,00 9.000,00 400,00 CEiGVEYlT I SEMLTJ'IE 11

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REPRESENTAÇÃODO PASSIVOAMBIENTAL GO-040 29

RODOVIA GO-060

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-060, com extensão de 95,44 km, tem inicio no perímetro urbano de Trindade e finaliza na entrada para cidade de Firminópolis. A figura 3.1 apresenta a localização do trecho a ser restaurado.

1 -CARACTERIZACÃO DO EMPREENDIMENTO

O trecho da rodovia GO-060, situado entre Trindade e Firminópolis, tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 95,44km. As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista pelo projeto de restauração prevê para o segmento entre Trindade e Santa Bárbara, revestimento em concreto betuminoso usinado à quente - CBUQ na pista de rolamento e tratamento superficial duplo (TSD) no acostamento. No segmento restante, entre Santa Bárbara e a GO- 156 e entre esta rodovia e Firminópolis, está previsto tratamento superficial duplo (TSD) na pista de rolamento, tratamento superficial simples no acostamento. A camada de CBUQ será aplicada em alguns pontos localizados. Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento, base, sub-base e acostamento estão previstas as seguintes quantidades principais:

Quantidade de material Trecho - Trindade 1 Santa Bárbara - Base 7.500,00mJ Imprimação 220.999,00m' - CM-30 266,00t Pinturaligação 168.000mr - RR-2C 134,00t CBUQ 9.732,00t - CAP-20 562,32t - Brita 169,43t -Areia 1.168,02m 3 - Filler 404,48 t Trecho - Santa Bárbara 1 GO-156 - Base 5.551,00má Imprimação 131.500,00m 1 - CM-30 171,52t Pinturaligação 195.400,00m 1 - RR-2C 137,78t TSD 108.800,00 - RR-2C 274,34t - Brita 3.264,00m2 CBUQ 9.741,00t - CAP-20 1.517,60t - Brita 457,83t -Areia 3.156,08m 3 - Filler 1.092,94t Trecho - GO-156 - Firminópolis 4 - Sub-base 1.175,370m Base 2.350,74m 3 Imprimação 12.055,06m' - CM-30 508,72t Pintura ligação 988.514,65m 1 - RR-2C 691,96t 30

T.S. Simples 171.955,15m' - RR-2C 292,32t 2 - Brita 2.063,46m TSD 334.357,23m' - RR-2C 1.170,25t Brita 10.030,72m2 CBUQ 6.153,114t - CAP-20 959,89t - Brita 289,20t 3 - Areia 2.301,48m - Filler 690,38t Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos alguns reparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidas d'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumas reconstruções localizadas.

2 - CARACTERIZAÇÃODA ÁREA

2.1 - MEIO FíSICO

O clima da região é do tipo Aw, tropical úmido, segundo a classificação de Koppen, apresentando duas estações bem definidas: uma seca que vai de maio a setembro e a outra úmida, com chuvas torrenciais. A precipitação média anual é de 1.500mm, concentrando cerca de 70% das chuvas no período de dezembro a março. Nos meses de junho e julho as precipitações são praticamente nulas. O regime térmico é marcado por pequenas variações sazonais, com temperatura média anual de 230C, decaindo para uma média ao redor de 18°C nos meses de maio, junho e julho, período correspondente ao inverno. No verão a temperatura se eleva até atingir a casa de 30°C aproximadamente. No geral o relevo predominante são as formas tabulares, normalmente amplas, definindo as chapadas, seguindo-se formas convexas de dissecação mais intensa, esculpidas em litologias diversas de idade pré-cambriana, produzindo cotas altimétricas girando em torno de 650m, com destaque para a Serra da Jibóia. O rio dos Bois é o principal curso d'água transposto pela rodovia na região. O mesmo apresenta leito encaixado. A rede de drenagem é bastante densa, com regime perene, destacando-se: rio dos Bois, rio Turvo, ribeirão Sapezal, e Moleque dentre outros, geralmente de baixa energia. Os solos atravessados pela rodovia com maior predominãncia são os latossolos vermelho escuros, homogêneos, profundos, maciços e resistentes a erosão, ocupando as superfícies de chapadas. Localmente, verificam-se cambissolos, rasos e cascalhentos, seguidos de solos litólicos, rasos, com blocos de rocha, em áreas de maior declividade. Estes solos em sua maior parte são ocupados com pastagens, com poucas lavouras e cobertura vegetal nativa.

2.2 - MEIO BIÓTICO

Sob o aspecto biótico a GO-060, no trecho entre Trindade e Firminópolis, insere-se em região de domínio do Cerrado, em zona de domináncia das formações florestais da mata seca semicaducifolia, denominada regionalmente como Mato Grosso Goiano. Ocorrem ainda na região as fisionomias do cerrado típico, na região da Serra da Jibóia, e encraves de cerradão na porção final do trecho, além das formações ciliares e de galeria. A biota da área de influência da rodovia apresenta sinais de um processo de simplificação generalizado devido à transformação de respectivos habitats pelas atividades 31 agropecuárias. Atualmente as formações remanescentes, especialmente as florestais apresentam índices razoáveis de conservação nas reservas legais das propriedades rurais.

FLORA

A cobertura vegetal dominante ao longo de todo o trecho é constituída pelas pastagens compostas por gramíneas exóticas como os capins braquiária (Brachiaria spp.). Com base na observação dos testemunhos que ocorrem nessa região, sob a forma de concentrações florestais ou mesmo de indivíduos arbóreos distribuídos esparsamente em meio aos campos graminóides, verificam-se vestígios de vegetação pretérita da mata seca caducifólia, que se caracteriza pela caducidade superior a 60%, durante os períodos de estiagem, tal característica evidencia-se no trecho entre Santa Bárbara e Turvânia. Nos ambientes onde o solo apresenta elevada fertilidade e a mata foi substituída por gramíneas para a formação de pastagens, constata-se elevada freqüência de palmeiras, em especial do bacuri nos fundos de vales e da guariroba e da macaúba nos ambientes de cotas superiores. Pequenas concentrações florestais isoladas foram constatadas ao longo da área de influência da rodovia, destacando-se as que ocorrem à altura dos quilômetros 09; 12,5; 20; 21; 28; 29; 37; 40; 48; 53; 62; e, 70 (a partir de Trindade), compondo comunidades florestais remanescentes da flora regional, além de zonas de refúgio e dispersão das populações faunísticas. O cerradão já bastante alterado pela ação antrópica, ocorre esporadicamente na região, geralmente sob a forma de encraves, às vezes confrontando-se com a floresta estacional, como após a cidade de Nazário; por outras com o cerrado no sentido restrito, como entre Turvãnia e Fírminópolis. Nessas regiões, em meio às pastagens, permaneceram indivíduos dessa fisionomia, isolados em meio às pastagens, que constituem testemunho da vegetação autóctone, onde destacam-se espécies como: No trecho entre as cidades de Turvânia e Firminópolis, a fisionomia dominante era constituída pelo cerrado típico, já amplamente descaracterizado pelas atividades antrópicas, especialmente a agropecuária, que ocasionou a transformação dos habitats naturais da flora e da fauna. Em meio às pastagens, nessa região destacam-se espécimes remanescentes dessa fisionomia. Ao longo das cabeceiras de drenagem e fundos de vales, geralmente o solo da região é recoberto pelas matas de galeria especialmente na porção intermediária do trecho onde o relevo é mais acidentado. As matas de galeria com a palmeira buriti, denominadas regionalmente de veredas, são pouco freqüentes ao longo desse trecho da rodovia, destacando-se a localizada após a cidade de Turvânia, onde as espécies mais abundantes além dessa palmeira. As matas ciliares, como as dos rios Turvo e dos Bois, encontram-se rarefeitas devido à pressão antrópica, onde as populações de espécies arbóreas adultas, apresentam baixos índices de abundância. À margem direita do rio Anicuns, está presente uma formação secundária em adiantado estágio vegetativo, já adotando características iniciais de uma vegetação climácica.

Próximo à cidade de Santa Bárbara, destaca-se a presença de ambiente higrófilo, permanentemente saturado.

FAUNA

Devido à intensa antropização regional, que ocasionou ampla fragmentação dos habitats da flora e da fauna, a comunidade faunistica remanescente encontra-se altamente simplificada. Os mamíferos, altamente sensíveis às alterações ambientais, apresentam populações com baixos índices de abundância e freqüência, sendo que várias espécies anteriormente presentes na região encontram-se ausentes 32

A transformaçãodos ambientesfechados em abertos,em uma regiãoque era dominada pela coberturaflorestal, ocasionou ampla simplificaçãoda avifauna,favorecendo a colonização dos ambientesformados, por espéciesafins às áreasabertas. O cursosd'água mais significativosna área de influênciadireta da rodoviasão os rios Turvo, dos Bois e Anicuns, que apresentam uma ictiofauna simplificada, devido às interferênciasem sua vegetaçãociliar e no próprioleito, atravésda extraçãode areia.

Biotaao longoda faixa de domínio

Os solos de elevada aptidão agrícola na região favorecerama substituição dos ambientes primários por áreas de lavouras e pastagens, concorrendo para a grande fragmentaçãoambiental ao longo da rodoviaem detrimentodos habitatsda flora e da fauna. A escavação de caixas de empréstimode material para a construção da rodovia ocasionoua degradaçãode habitatsao longo da faixa de domínio,em especialnas áreasque não foramrecompostas e são utilizadascomo locaisde lançamentode resíduosurbanos, como à altura do quilômetro24, na caixa de empréstimoCE-12. A instalação de curtumes, laticínios e cerâmicas ao longo da área de influência contribuiupara a degradaçãobiótica regional, em especialda aquática,devido ao lançamento de residuosindustriais nos cursosd'água. A vegetaçãodominante na faixa de domínioé constituídade gramíneasintroduzidas para a formaçãode pastagens,em detrimentoda vegetaçãoarbórea e arbustiva nativa, que ocorre com maior freqüência nas interceptaçõesde cursos d'água e ocasionalmentenos interflúvios. Algumas zonas de dispersão da fauna são interceptadas pela rodovia, onde concentram-seos locaisde atropelamentode animaissilvestres, em especialde mamíferosde grandesgarras como dasipodídeose mimercofagídeos. De uma forma geral, devido à elevada fragmentaçãoambiental e degradação de habitats ao longo da área de influênciaas comunidadesfaunísticas da região encontram-se amplamente simplificadas,constatando-se a maior freqüência das populações de aves característicasde ambientesabertos, como as pastagens,e algumasde lacertílios.

2.3 - MEIO ANTRóPICO

O trecho da GO-060a ser restaurado,entre Trindadee Firminópolis,ao longo de seu trajeto cruza as cidades de Santa Bárbara (km 25), Nazário (km 50), Turvânia (km 77) e o povoadode Claudinápolis(km 33), Distritode Nazário. Dessas localidades,Trindade, Claudinápolise Firminópolissão as que apresentam partes significativasde suas áreas urbanas segmentadaspela rodovia, isto é, apresentam ocupaçõescomerciais e residenciaisem ambasas margensda GO-060. Entre os núcleosurbanos o uso do solo lindeiroà rodoviaé eminentementerural, com algumasindústrias pontuais no trecho,podendo ser destacadosum curtumepróximo a Nazário e algumascerâmicas. Nesses trechos intermunicipais, o uso de pastagens para a bovinocultura é preponderante,havendo lavouras em quantidadesignificativa apenas entre Nazárioe Turvània e entre Turvâniae Firminópolis,principalmente mais próximoa Turvânia. A diretriz da via cruza importantescursos d'água no trecho, como o rio Anicuns,rio dos Bois e rio Turvo, conhecidospor sua psicosidade,sendo bastante procuradosnos finais de semananas proximidadesdas pontesda GO-060sobre esses rios.

PATRIMÔNIOCULTURAL

Não se tem registrode nenhumsítio arqueológicoou históricocatalogado na faixa de domínioda rodoviaGO-060 no trechoentre Trindade e Fiminópolis. 33

A região, contudo, apresenta-se de interesse, uma vez que sofreu uma ocupação baseada na exploração do ouro no século XIX, num período tardio e de interesse para a história de Goiás, existe a possibilidade de sítios e fazendas do século XIX, importantes para a compreensão do processo de ocupação do território goiano, inclusive a cidade de Trindade possui igreja do século XVIII.. As obras de restauração da rodovia não causarão impactos a qualquer sítio, uma vez que as mesmas se restringirão à faixa de domínio da pista e as jazidas de materiais de construção como brita e areia, que serão adquiridos de terceiros, portanto, de áreas comerciais necessariamente licenciadas.

3 - SITUACÃOATUAL DO MEIOAMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de antropização intenso devido a ocupação do solo, especialmente através da substituição vegetação nativa pela pastagem, fato que contribui para a ampla simplificação ambiental em detrimento das comunidades silvestres da região. A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-se como um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plena operação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente a ser recuperado é também pouco significativo. Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante significado para o desenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relações intermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos com maior conforto e segurança, serão fatores positivos advindos da restauração e da manutenção do corpo estradal e de sua faixa de domínio. Os impactos ambientais decorrentes da construção da rodovia, denominados de Passivo Ambiental, foram atenuados pelos sistemas naturais, ao longo do tempo, sendo que a recuperação daqueles ainda existentes são simples, como estão caracterizados no capítulo específico deste trabalho, onde também estão indicadas as medidas convenientes. A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteração desses, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras ou pastagens. Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento esporádico de animais e ausência de placas de advertência da travessia de animais ao longo da rodovia. Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma forma geral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamento da faixa de rolamento, bem como da restauração do acostamento, dispositivos de drenagens, recuperação dos equipamentos de sinalização. Esse aspecto poderão ser otimizados com a execução das medidas propostas no capítulo 7, referentes aos segmentos urbanos da rodovia.

4 - DIAGNÓSTICODO PASSIVOAMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-060, entre as cidades de Trindade e Firminópolis e o fato da mesma estar implantada há vários anos verifica- se que o passivo ambiental decorrente não é muito significativo do ponto de vista da criticidade dos ambientes impactados, embora alguns dos fatores geradores de impacto apareçam em grande quantidade, como é o caso das caixas de empréstimo. 34

Alguns fatores de impacto verificados não são decorrentes das ações de construção da rodovia mas do uso do solo indevido de sua faixa de domínio, como é o caso do depósito de lixo a céu aberto na altura do km 23,5 (D). O passivo se resume basicamente a presença de caixas de empréstimos laterais, muitas delas exibindo taludes verticalizados, as quais se associam processos erosivos na forma de ravinas e sulcos, decorrentes da concentração das águas superficiais, da falta de dissipadores de energia nos dispositivos de drenagem e da falta de cobertura vegetal no interior das caixas. Algumas dessas caixas já foram recuperadas pelos proprietários vizinhos à rodovia, mostrando-se bem conservadas, e integradas a paisagem local. Na maior parte do trecho a rodovia apresenta greide colado ao terreno natural, apresentando, portanto, reduzidos cortes e aterros, justificando a ausência dos mesmos no passivo ambiental. Quando presentes, os cortes e aterros, em geral se mostram consolidados e estáveis. Problemas erosivos associados a saída de água dos bueiros foram observadas, não obstante sejam localizados e pouco expressivos

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM Compreende as áreas de empréstimos laterais com seus pisos e os taludes de cortes em solos.

Caixas de empréstimo

Tratam-se de caixas relativamente pequenas com extensão variável entre 50 e 200m, rasas, abertas em solos argilosos, homogêneos e resistentes à erosão, em áreas onde a declividade do terreno é variável entre OSd<10%. No geral os taludes das caixas possuem altura variável entre 1,0 e 4,Om Situações diversas de áreas degradadas pelo empréstimo de material foram constatadas ao longo da rodovia: • Áreas parcialmente recompostas, com taludes verticalizados e desprovidos de cobertura vegetal contínua; • Áreas totalmente desprovidas de cobertura vegetal. Com piso compactado e instalação de processos de ravinamento; • Áreas com taludes semiverticalizados com a presença de espécimes arbóreos nativos esparsos, em variados estágios de desenvolvimento vegetativo; • Áreas de empréstimo em processo de exploração; e, • Áreas utilizadas como depósitos de lixo urbano. As gramíneas exóticas, em especial do gênero Brachíaria, representam a cobertura vegetal dominante nas áreas de empréstimo de material, em especial nas situadas externamente à faixa de domínio onde predomina a cobertura por pastagens. As caixas de empréstimo onde o piso e os taludes encontram-se recobertos pela vegetação nativa em franco processo de regeneração natural, não foram incluídas no passivo ambiental desse trecho da rodovia, por constituírem locais estáveis e representarem áreas de refúgio de algumas populações faunísticas, sendo que interferências nesses áreas colocariam em risco a homeostase local.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DA FORMAÇÃO DE TALUDES DE CORTES EM SOLO

Os cortes em solo para a implantação da rodovia, que integram o passivo desse trecho da GO-060 apresentam taludes semiverticalizados, geralmente inferiores a 4,Om porém estáveis e em bom estado, com cobertura vegetal de hábitos variados, onde se destacam gêneros como Panicum, Memora, Axonopus, Anadenanthera, Platypodium e Piptadenia, entre outros, não sendo necessárias intervenções de estabilização nessas áreas, que poderiam resultar na ampliação do passivo em áreas em processo de regeneração parcial. 35

Apenas o corte à altura do km 13,5, à esquerda da rodovia, deverá ser desmontado e o material proveniente dessa ação deverá ser lançado na caixa de empréstimo de número 07, para a recomposição da mesma.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTO SUPERFICIAL O passivo decorrente do sistema de drenagem e escoamento superficial é constituído pelos processos erosivos instalados ao longo da faixa de domínio na forma de sulcos e ravinas desenvolvidos em áreas de solos desprovidos de cobertura vegetal, sendo a causa principal dos ravinamentos a ação concentrada e veloz das águas superficiais no interior de caixas de empréstimo. Os sulcos e ravinamentos formados encontram-se em estágio de desenvolvimento, em especial nos periodos chuvosos e instalados em caixas de empréstimos com declividade longitudinal entre 10 e 20%. Nessa situação encontram-se duas áreas com características semelhantes, que se caracterizam por apresentar vários sulcos longitudinais, com dimensões que variam de 1 a 3 metros de largura; 1 a 2 metros de profundidade; e, 50 a 100 metros de comprimento. Em geral apresentam taludes verticalizados, irregulares, desprovidos de cobertura vegetal e instáveis, constituindo fator de degradação paisagística e de cursos d'água. A cobertura vegetal do entorno dessas áreas é constituída predominantemente por gramíneas dos gêneros Brachiaria e Andropogon, além de espécies arbóreas e arbustivas dos gêneros Machaerium, Memora e Dalbergia, entre outras.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO Estão indicadas duas áreas para empréstimo de material de base e sub-base, essas áreas denominadas de J-01 e J-02 situam-se na altura do km 25,1 (D) e 65,9 (E), por não se constituírem em passivo as medidas indicadas para sua exploração encontram-se descritas no capítulo 5.

Pedreira

A área programada para a extração de rocha localiza-se à direita da rodovia, à altura do km 32,2, a aproximadamente 5,2 quilômetros do eixo, sendo que a via de acesso intercepta áreas recobertas por pastagens, em ambiente anteriormente dominado pela mata seca caducifolia. Por tratar-se de empreendimento comercial, o mesmo deve ser licenciado junto à AGÊNCIA AMBIENTAL, pela empresa responsável pela extração. Areais

Conforme o projeto de engenharia há três áreas de extração comercial no trecho. São empreendimentos privados que devem estar legalizados junto à AGÊNCIA AMBIENTAL, devendo possuir a necessária licença legal. Cabe ao AGETOP solicitar dos fornecedores a comprovação desse documento, na época da execução das obras, uma vez que a licença é temporária.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA CONSTRUÇÃO DE PONTES E BUEIROS Essa situação é representada pela interferências em solos frágeis, susceptíveis à erosão em matas ciliares e de galeria, em geral através de remoção da cobertura vegetal nativa e pela construção de aterros, interferindo nessas áreas que constituem zonas de dispersão da fauna.

Pontes 36

As alterações na biota ribeirinha, decorrentes da construção de pontes foram de elevada magnitude nesse trecho da GO-060; contudo a vegetação degradada no interior da faixa de domínio encontra-se em processo de regeneração natural. As características do passivo ambiental estão resumidas no quadro 7.4.1. Em geral, as áreas mais degradadas nessas áreas, encontram-se em situação deletéria em virtude da ação dos proprietários rurais limítrofes, que invadem a faixa de preservação permanente dos cursos d'água, através das atividades agropecuárias, atividades estas que se somam as ações dos pescadores e outros que se utilizam dos locais em busca de lazer. Essa situação é evidente junto à faixa de domínio dos rios Turvo e dos Bois, e do córrego Fazendinha. Ponte sobre o córreco Fazendinha Essa ponte apresenta queda parcial da estrutura de concreto de proteção do encabeçamento, ocasionando a obstrução parcial do vão à orla do curso d'água sob a ponte. Restos de construção tais como blocos de concreto são observados. A vegetação ribeirinha encontra-se degradada, ocorrendo atualmente uma cobertura vegetal graminóide composta pelos gêneros Panicum, Andropogon e Brachiaria.

Ponte sobre o córreao Terra Podre A estrutura dessa ponte não apresenta danos aparentes, apresentando apenas rachaduras superficiais no seu piso. A mata ciliar ao longo da faixa de domínio encontra-se degradada a jusante da ponte, e em processo de regeneração natural a montante, sendo que na última área verifica-se a dominância de populações do grupo ecológico das pioneiras, em especial da sangra-d'água; da imbaúba; e, do monjolo, e em menor freqüência do angico; do embireiro; e, do pau-formiga, além de arbustos e ervas de vários gêneros. Sob a ponte ao longo do orla do curso d'água, o vão é satisfatório, para o trânsito de animais silvestres.

Ponte sobre o ribeirão Anicuns Aparentemente essa ponte não apresenta danos em sua estrutura, sendo que a cobertura vegetal ciliar encontra-se amplamente degradada a jusante, à margem esquerda, e em processo adiantado de regeneração natural 'montante, tambÉm à esquerda. Quanto a vegetação das áreas lindeiras, a margem direita desse curso d'água, apresenta cobertura vegetal em bom estado de conservação, ocorrendo um contato direto com a mata seca nas áreas de cota mais elevada.

Pontes sobre os rios dos Bois e Turvo Ambas apresentam pontes em bom estado de conservação e vãos satisfatórios à dispersão de animais silvestres. As formações ciliares desses rios apresentam elevados índices de degradação, que ultrapassam a faixa de domínio, constatando-se a dominância de gramíneas e raros espécimes arbóreos distribuídos esparsamente, de espécies como o ipê-amarelo, o angico-braco; o tucum; o ingá-de-sapo; a gameleira-branca; e, o pau-formiga.

Ponte sobre o ribeirão Moleque A estrutura dessa ponte apresenta condições satisfatórias de conservação, sendo que a mata de galeria encontra-se em processo de regeneração natural, principalmente na faixa de domínio, onde constata-se uma cobertura predominantemente arbórea, com altura média entre 8 e 10 metros, com dominância de espécies pioneiras como o monjolo ; a sangra-d'água; e, o inga-de-sapo , entre outras.

Ponte sobre o ribeirão Sapezal Apesar de estreita essa ponte não apresenta danos em sua estrutura, sendo que a mata de galeria é estreita, densa, com altura variando entre 8 e 13 metros e restrita à orla do 37 ribeirão. Aproximadamente 70% da área de preservação permanente encontra-se recoberta por gramineas.

Acampamento

A área mais apropriada para a instalação do acampamento para a restauração do pavimento da GO-060, localiza-se à direita da rodovia, à altura do km 22,8, junto a um posto de abastecimento de combustível. A área apresenta topografia plana, com elevado nível de antropização, onde a cobertura vegetal é composta por pastagens de capim braquiária , com a ocorrência esporádica de espécimes isolados da formação primária.

Bueiros Dois bueiros ao longo desse trecho da GO-060 foram incluídos no passivo ambiental.

Bueiro 01 O primeiro localiza-se em cabeceira de drenagem no perímetro urbano de Trindade, onde constata-se a instalação de erosão regressiva, devido à -ausência de mecanismo dissipador da energia pluvial no local de lançamento das águas. A mata de galeria foi totalmente removida, ocorrendo a dominância de gramíneas dos gêneros Brachiaria e Pennisetum; além de espécimes arbóreos.

Bueiro 02 Apesar de não apresentar problemas de degradação ambiental esse bueiro é curto, ocasionando o estreitamento da rodovia no local.

4.6 - ARBORIZAÇÃO DE ZONAS URBANAS

Os centros urbanos interceptados pela GO-060, nesse trecho apresentam arborização incipiente ou mesmo ausente na faixa de domínio. Cada zona urbana ao longo da faixa de domínio deverá ser arborizada de acordo com planejamento da respectiva Prefeitura Municipal, de acordo com projeto a ser elaborado e com acompanhamento técnico especializado, evitando-se conflitos com a infra-estrutura local. As espécies a serem utilizadas devem ser compatíveis com as condições locais, dando- se preferência às nativas de pequeno e médio porte da região.

4.7 - ZONAS DISPERSÃO DA FAUNA

As principais zonas de dispersão da fauna atingidas pela GO-060, entre Trindade e Firminópolis encontram-se assinaladas na figura 6.11, sendo que em geral ocorrem nas interceptações de matas ciliares ou de galeria, ou de áreas com comunidades arbóreas remanescentes. A interceptação de inúmeros corredores faunisticos pela rodovia, além de favorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreas vitais, que se encontram nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevo não favorecem a mecanização agrícola. A recomposição dos ambientes ribeirinhos indicadas pelo presente plano deverá incrementar a concentração da fauna nesses locais, devido à maior oferta de recursos ecológicos, devendo da mesma forma favorecer o aumento de atropelamentos ao longo da rodovia nos locais de dispersão faunística.

4.7 - TRANSPOSIÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS 38

Neste trecho, a rodovia GO-060, cruza áreas urbanas em Trindade, Santa Bárbara, Claudinápolis,Nazário, Turvânia e Firminópolis. Entre esses segmentos,requer maior atençãoa travessiado Distritode Claudinápolis (km 33) pois ali, a interface rodovia x núcleo urbano revela o efeito dinamizador do empreendimentorodoviário, que induziua ocupação,cujo povoado,hoje, existe em função de se constituirem ponto estratégicode paradasdos usuários da rodovia. Os 600 metros da rodovia,neste local, não oferecemsegurança nem aos usuários,nem aos própriosmoradores do local, em razão da ocupaçãoda faixa de domínioe da inexistênciade equipamentosde sinalizaçãoespecíficos, para esses segmentos. Na travessia de Santa Bárbara e Nazário, embora haja ocupação lindeira, os dispositivos de segurança implantados (lombadas físicas e sinalização vertical) tem se mostrado eficientes, segundo opinião de alguns moradores consultados. Entretanto seria importantea ação do AGETOP,em parceriacom os governosmunicipais, no sentidode relocar as barracase outrasunidades de ocupaçãoinformal, a fim de desobstruira faixa de domínioda rodovia,restituindo-lhe sua anteriorcondição de segurança. A transposiçãodos demaisnúcleos urbanos oferece maior segurançaem razãodestes segmentosjá teremsido duplicadas.

4.8 - USO INDEVIDODA FAIXADE DOMíNIO Ao longo do trecho da rodoviaGO-060, constatou-se a ocorrênciade utilizaçãode uma caixa de empréstimo (CE-12) para depósito de lixo urbano. Esta situação, verificada na margemdireita da rodovia,na altura do km 23,5, se constituiem foco proliferadorde insetos, vetoresde doenças,odores desagradáveis além de causarintrusão visual negativa. Na altura do km 48,2, ocorreo uso indevidoda faixa de domínio,sendo esta ocupada com o cultivode hortaliças.

Passivoambiental decorrente do depósitode lixo Localização(km) Município Area(m2) Volume(m3) 23,5 SantaBárbara 1.200 1.200 39

9 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTO RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRlC TOTAL

2 1 Regularizaçãoe gradagem m 6.525,00 0,06 391,50

3 2 Suavização de taludes m 10.328,18 1,27 13.116,79

3 3 Regularização do terreno M 900,00 0,16 144,00

3 4 Recomposição do aterro m 375,00 1,27 476,25

5 Espalhamento de material estocado m2 60,00 0,60 36,00

6 Diques transversais m3 3,75 1,92 7,20

3 7 Terraços e bacias interiores m 985,00 1,27 1.250,95

3 8 Escavação de cavas m 1.250,00 1,27 1.587,50

3 9 Espalhamento de lixo m 1.200,00 0,60 720,00

3 10 Espalhamento de bota-fora m 782,00 0,60 469,20

2 11 Compactação do lixo m 1.200,00 0,94 1.128,00

3 12 Recobrimento m 468,00 0,60 280,80

2 13 Calagem e adubação m 1.875,50 0,02 37,51

2 14 Plantio de gramíneas m 7.377,60 0,22 1.623,07

2 1S Conservação de espécies nativas m 30.400,00 0,22 6.688,00

2 16 Revegetação de mata de galeria m 200,00 2,47 494,00

2 17 Revegetação da mata rpária m 12.600,00 2,47 31.122,00

2 18 Revegetação da mata ciliar m 3.600,00 2,47 8.892,00

19 Dissipador de energia un 6,00 280,00 1.680,00

13 Canaletas ml 20,00 17,21 344,20

3 14 Limpeza e remoção de entulhos m 50,00 9,71 485,50

15 Placas educativas un 28,00 216,50 6.062,00

16 Cerca ml 10.230,00 5,12 52.377,60

TOTAL 129.414,07, tLa

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RODOVIA GO-080

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-080, com extensão de 52,70km, tem início desde a interseção com a BR-153 até a cidade de Goianésia.

1 - CARACTERIZAÇÃODO PROJETO

O trecho da rodovia GO-080, situado desde a interseção com a BR-153 e Goianésia, tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 52,70km. As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista pelo projeto de restauração compõe-se de: • Reparos localizados (fresagem localizada do revestimento existente, imprimação da camada de base residual e recomposição superficial com CBUQ (concreto betuminoso usinado à quente) com 3cm de espessura. • Pintura de ligação com emulsão asfáltica RR-2C. • Camada de reforço com 3cm em CBUQ. Onde for necessário a capa asfáltica será retirada, o material da camada inferior escarificado, incorporando-se 20cm de nova camada de base, os quais serão compactados. Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo: • Imprimação da camada existente com CM-30 • Recomposição com pré-misturado a frio denso.

Quantidade de material - Base 3.276,00 m" Imprimação 28.702,00 m2 - CM-30 34,00 t Pintura ligação 972.000,00 m' - RR-2C 777,00 t CBUQ 30.137,00 mJ - CAP 3.918,00 t - Brita 1.416,00 t - Areia 11.271,00 m3 - Filler 3.382,00 t

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos alguns reparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidas d'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumas reconstruções localizadas.

Material de drenagem 1 Obra de arte corrente Dreno profundo 3.133m Boca de concreto 14 unidades Colchão drenante 280m' Sarieta concreto (tipo 9) 8.323m Sarjeta concreto (tipo 1) 963m Descida d'água 243m Bueiro simples 1,00 unidade Fonte: Projeto de engenharia - DER-GO 43

2 - CARACTERIZACÃOREGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIO FíSICO

O clima da região, na qual se insere a GO-080, é do tipo Aw, tropical úmido, segundo a classificação de Koppen (1.948). Este clima é caracterizado por duas estações bem definidas, sendo uma seca e a outra chuvosa. A estação seca, corresponde ao outono e inverno, indo do mês de abril a outubro. A estação chuvosa, corresponde ao período de primavera e verão, indo do mês de outubro a março, com chuvas torrenciais. A precipitação média anual é da ordem de 1.500mm, concentrando-se principalmente nos meses de dezembro a março. Nos meses de junho, julho e agosto as precipitações são extremamente baixas. A temperatura média anual é de 22°C, sendo que nos meses de maio, junho e julho, que correspondem ao inverno, a média gira em torno de 19°C. No verão, a temperatura se eleva consideravelmente podendo atingir a casa de 33°C. A bacia hidrográfica que abriga os cursos d'água envolvidos com a rodovia é a sub bacia do rio das Almas, afluente do rio Maranhão, sendo este um dos formadores do rio Tocantins, deságüe natural das águas desta região. A partir de Jaraguá, os principais cursos d'água interceptados pela GO-080 são o rio das Almas, rio do Peixe, córrego Saraiva, córrego das Lajes e o Santa Família, entre outros menos importantes. São cursos d'água de regime tropical, perenes, concentrando períodos de enchentes e vazantes, com energia média a alta, formando uma rede de drenagem densa, correndo em vales encaixados. A rodovia GO-080 se desenvolve ao longo de um relevo bastante fragmentado, onde se destacam áreas serranas elevadas, atribuídas a unidade Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba, constantemente entremeado por Depressões Intermontanas esculpidas por conta do rio das Almas e seus afluentes, responsáveis pela dissecação do planalto. Ao longo da GO-080, as áreas da Depressão Intermontana são planas, com formas amplas e tabulares, sendo que as mais expressivas ocorrem margeando o rio das Almas. Sustentando estas áreas serranas e as áreas planas que constituem as depressões, ocorre um substrato rochoso formado por dois conjuntos de rochas metamórficas. O primeiro relaciona-se as rochas do embasamento cristalino, compreendendo metagranitos, granodioritos, gnaissificados, profundamente alterados. O segundo de natureza metavulcanossedimentar, da seqüência rio do Peixe, compostas de rochas máficas e ultramáficas, geralmente transformadas em anfibolitos, epidositos, calco silicatadas, xistos e quartzitos. Ocorrem ainda corpos granitóides, coberturas cenózoicas detrito-lateriticas nas áreas planas e, aluviões ao longo dos cursos d'água. Estas rochas ocorrem distribuídas em longas faixas, com evidentes controles estruturais na forma de falhas, fraturas e dobramentos, são observadas nos cortes muito embora profundamente alteradas e com feições preservadas. Nas áreas serranas ocorrem cambissolos cascalhentos e, nas zonas de topografia mais acidentadas solos litólicos, pedregosos, ambos utilizados na formação de pastagens, e susceptíveis à erosão. Nas áreas planas predominam latossolos vermelho escuros, maciços, férteis, resistentes à erosão, agricultáveis, ocupados com lavouras de grãos e cana-de-açúcar.

ÁREAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A recuperação asfáltica exigirá a disponibilização de materiais de construção, sendo a areia e a brita adquiridos de terceiros. As necessidades de cascalho poderão ser supridas 44 pelas jazidas J-01, J-02 e J-03, localizadapróximas as margens direita da rodovia,na altura dos km 11,6 e 30,6 cujos volumesainda disponíveissão perfeitamentesuficientes para suprir as necessidades(3.276,00 m 3) da obra de restauração.

2.2 - MEIO BIÓTICO

A GO-080,no trecho entreJaraguá e Goianésiainsere-se sob áreas de Cerrado,onde dominam as formações savânicas caracterizadascomo cerrado ralo e cerrado típico com presençade matas de galeria e veredas,além das formaçõesflorestais como a mata seca caducifólia. A dominânciade ambientesserranos, que dificultama mecanizaçãoagrícola, contribuiu para a conservaçãode áreas com cobertura vegetal primária na região de influência da rodovia,em especialdo cerradoralo. As regiões de solo com maior fertilidade e nas proximidadesdas áreas urbanas sofreramintenso processo de antropização,em especialpelas atividades agropecuárias. As áreasconservadas na regiãoserrana constituem zona de refúgio da fauna regional, especialmentede espécies característicasdos ambientesabertos do Cerrado.As matas de galeria ao longo das calhas da serra constituemum ambientediferenciado, favorecendo a permanênciade espéciesjá poucofreqüentes como a paca,o quati e o mão-pelada.

FLORA

A mata seca caducifólia, dominante no terço intermediário, na região entre os quilômetros20 e 40, apresentaalta freqüênciade algumasespécies como a aroeira e o ipé- roxo. De uma forma geral recobre ambientes nas encostasda serra, intercalando-secom outrostipos fisionômicos como o cerradotípico e a matade galeria. Mesmorecobrindo ambientes de difícil mecanizaçãoa mata encontra-sefragmentada na região, constatando-seatualmente os testemunhos dessa fisionomia sob a forma de reservasflorestais legais. Nas áreasde transiçãoentre a mata e o cerradão. O cerradoralo constituia fisionomiadominante no terço inicial da rodovia,em geral recobrindosolos de baixa fertilidade e bem drenados, nos topos de morros e parcela das encostasserranas. Em relaçãoàs demais, essa fisionomiaapresenta índices superioresde conservação,constatando-se atualmente uma comunidadeflorística homogênea,com elevada diversidadede espéciesde diferenteshábitos. Recobrindoas drenagens e fundos de vales, as matas de galeria e ciliares são interceptadaspela rodoviaao longo desse trecho,sendo que as formaçõesao longo dos rios das Almas e do Peixeapresentam elevados índices de degradação,tanto na faixa de domínio da rodovia quanto nas adjacênciasdesta, constata-sea ausência de vegetação arbórea à margemesquerda desses cursos d'água e umacobertura rarefeita à direita. As matas de galeria revestemfundos de vales, cabeceirasde drenagem e cursos d'água de pequeno porte ao longo da área de influência da rodovia, sendo que várias apresentamelevados índices de degradação,como a presenteà altura do km 21,9. Nas áreas de relevo onduladoessa fisionomiaocorre associadaàs matas de encosta, com a ausência das formaçõessavânicas nos ecótonos. Nas proximidadesde Goianésia,onde predominamas formaçõessavânicas, as matas de galeriaapresentam características inundáveis, ocorrendo nesses ambientesa dominãncia da pindaíbae do buriti.

FAUNA

Apesar dos elevados índices de antropização regional, devido às atividades agropecuárias,em especial a canavieira,algumas áreas ao longo da rodovia apresentam 45 melhoresíndices de conservaçãodos habitatsdas comunidadesfaunísticas, em especialnas regiões serranas em que o solo apresenta baixas aptidões agrícolas. Nesses ambientes serranos, áreas de relevo ondulado e de difícil acesso constituem zonas de refúgio das populaçõesfaunísticas remanescentes. A simplificaçãoda cadeia alimentar,contribuiu para a quase eliminação,na região, de algumas populações de espécies que ocupam o ápice da cadeia trófica regional, especialmenteos carnívoros,além de outros mamíferosde maior porte ou dependentesdos ambientes mais fechados com maiores espaços domiciliares,como as matas secas que recobriamelevada parcela da região. A fragmentaçãoambiental, dificultando, ou mesmo impedindoa dispersãonatural da fauna,ocasionou na área de influência,o isolamentode diversaspopulações, que atualmente encontram-serefugiadas em regiões serranas com menores índices de antropização,e impossibilitadasde promoverum intercâmbiogenético com outras. Excetuando-seos quirópteros,entre os mamíferos,de modo geral as populaçõesa pressão antrópicasobre seus habitats,encontram-se com númeroreduzido de indivíduose geralmente confinadosem refúgiosnas regiõesserranas. Os cursosd'água mais expressivos,interceptados pela rodoviasão os rios das Almase do Peixe.

BIOTAAO LONGODA FAIXADE DOMíNIO

Em virtude de constituir uma rodovia, cujo passivo ambiental apresenta um período relativamenteantigo de instalação,verifica-se que os habitatsda flora e da fauna ao longo da áreade influênciaapresentam duas situaçõesdiferenciadas: Na primeira situação constata-seáreas com elevadosíndices de antropização,em geral nas proximidadesdas zonas urbanas,onde dominaa vegetaçãograminóide introduzida e ocorre maior númerode áreas de empréstimono interiore ao longo da faixa de domínio. Algumasdessas caixas de empréstimosão utilizadaspara o lançamentode resíduos,em especiallixo urbano.Em meio ao estratograminóide ocorrem populações rarefeitas da flora nativa, em vários estágios vegetativos, com destaque para os gêneros Memora, Hymatanthus,Qualea, Arrabidaea e Byrsonima,entre outros. • Na segundasituação, na porçãointermediária do trecho,onde o relevo é mais acentuadoe os habitatsapresentam maiores níveis de conservaçãoa vegetaçãoda faixa de domínio, maiores índicesde diversidadee densidade,constatando-se em algunslocais a presença de comunidadesda mata em pleno processode regeneraçãonatural, alguns, inclusive em estágio avançado,onde encontram-sepopulações dos gêneros Piptadenia,Platypodium, Anadenantherae Machaerium,entre outras, em variados estágios de desenvolvimento vegetativo. Em várias áreas, como junto ao córrego das Lages,a vegetaçãoribeirinha apresenta bons índices de regeneração natural, já recobrindo significativa parcela das áreas de preservaçãopermanente dos cursos d'águae mesmoalém dessa,favorecendo o processode dispersãoda fauna nessasáreas. De uma forma geral as pontes ao longo desse trecho da rodovia apresentamvão satisfatório para a dispersão da fauna, sendo que os cursos d'água mais caudalosos interceptadospela rodoviasão os rios das Almase do Peixe. No setor intermediário desse trecho ocorrem zonas com índices satisfatórios de conservaçãobiótica, onde os habitatsda flora e da fauna sofrerammenor pressãoantrópica, sendo que a região compreendidaentre o ribeirãoSaraiva e o rio do Peixeapresenta um fluxo mais acentuadode populaçõesfaunisticas em suas migrações tróficas e/ou reprodutivas, constituindoessa região umazona propíciaao atropelamentode animaissilvestres.

2.3 - MEIO ANTRÓPICO

USO DO SOLOAO LONGODA RODOVIA 46

O trecho da GO-080 a ser restaurado inicia-se no trevo de acesso a Jaraguá na BR- 153, estendendo-se até o núcleo urbano de Goianésia. A diretriz da via cruza uma região plana com alguns segmentos ondulados, atravessando várias drenagens como o rio das Almas, rio do Peixe, ribeirão Lajeado, córrego Santa Família e outros. Entre as duas cidades citadas existe apenas um aglomerado urbano, Arturlândia, Distrito de Jaraguá, situado no km 29 do trecho, próximo ao rio do Peixe, que é a divisa entre os dois Municípios. O uso do solo ao longo, no trecho em questão, é de pastagens para a bovinocultura e, ainda, remanescentes da vegetação nativa. Na faixa de domínio da via foram constatados alguns lançamentos de resíduos, lixo urbano de Jaraguá, na altura do km 2,5, e um depósito significativo, em caixa de empréstimo, no km 51, que é o atual depósito de lixo da cidade de Goianésia.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Na região do empreendimento existem registrados dois sítios históricos: • São Januário, Fazenda Colonial, margem direita do rio Pari com o córrego Marinho, distante aproximadamente 6 km de Jaràguá pela BR-070. * Igreja Nossa Senhora do Rosário em Jaraguá, tombada pelo IPHAN (Gonçalves,1991). • E um (01) sítio arqueológico: • GO-JU-54, sítio petroglifo em abrigo, na zona rural de Jaraguá. Os sítios arqueológicos são em geral, classificados como pré-históricos e históricos. Os primeiros são aqueles que se referem a ocupação anterior ao colonizador, sendo sua pesquisa realizada na bibliografia existente e no campo. O segundo, compõe o período que envolve a fase dos colonizadores e sua pesquisa é feita tanto no campo como na bibliografia histórica. A restauração desse trecho da rodovia GO-080 não deverá causar nenhum tipo de impacto ao patrimõnio histórico ou arqueológico da região pois, as obras se restringirão ao corpo estradal, já implantado e o material de construção a ser utilizado, será adquirido de terceiros, originário, portanto, de área de extração necessariamente licenciada.

3 - SITUACÃOATUAL DO MEIOAMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local, devido ao processo de antropização especialmente pelas lavouras de cana-de-açúcar que abastecem a usina de álcool de Goianésia. Contudo, observa-se que a antropização foi mais intensa nas áreas de topografia plana, estando razoavelmente preservada as superfícies de maior movimentação do relevo. A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-se como um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plena operação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente a ser recuperado, restringe-se as caixas de empréstimo e a alguns segmentos de recomposição da biota, ao longo da faixa de domínio. Os impactos ambientais anteriores, decorrentes da implantação e pavimentação da rodovia, denominados de Passivo Ambiental, foram atenuados pelos sistemas naturais ao longo do tempo e, os remanescentes, caracterizados no capítulo específico deste trabalho, tem sua recuperação indicada em detalhes. Aspecto importante refere-se a recuperação das áreas utilizadas para depósito de lixo ao longo da faixa de domínio da rodovia. A escolha de locais inadequados, a má disposição e a conformação mal feita dos bota- foras tem ocasionado impactos significativos ao méio ambiente, como o assoreamento das 47 redes de drenagens provocado pelo carreamento do material depositado e prejuízo aos proprietários lindeiros. A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteração, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras ou pastagens. Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento esporádico de animais silvestres ao longo da rodovia, verificando-se a ausência completa de placas de advertência da travessia de animais silvestres. Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma forma geral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamento da faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens, além da recuperação dos equipamentos de sinalização. Inúmeras são as vantagens do empreendimento, entretanto há que se admitir que alguns impactos negativos poderão ocorrer principalmente na fase de restauração, porém serão impactos temporários que cessarão ao término das obras.

4 - DIAGNÓSTICO DO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-080, entre a BR-153 e a cidade de Goianésia, reconhece-se que as condições topográficas e fitofisionômicas apresentam-se com certa regularidade de ocorrência onde predomina a ocupação das superfícies planas ou suavemente onduladas por lavouras e pastagens e a vegetação remanescente nas áreas mais acidentadas e de difícil acesso. Destacam-se negativamente ao longo do trecho as duas áreas de depósito de lixo e a degradação da vegetação ciliar na transposição dos cursos d'água especialmente dos rios das Almas e do Peixe. O passivo ambiental da rodovia é de baixa magnitude resumindo-se a praticamente as caixas de empréstimo, dois cortes em solo, degradação da mata ciliar das drenagens, área da cascalheira J-01 e a ocorrência de uma erosão linear.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

Caixas de empréstimo

As caixas de empréstimos laterais localizadas no interior ou adjacências da faixa de domínio, encontram-se relacionadas à degradação da paisagem e susceptíveis a instalação de processos erosivos, devido à exposição do solo a ação do fluxo das águas superficiais. Além dos comentários apresentados sobre estas caixas, uma completa caracterização das caixas degradadas. As caixas de empréstimo existentes ao longo desse trecho da GO-080 se concentram na porção inicial e final, onde predomina relevo plano, latossolo vermelho e o greide da pista é próxima a superfície do terreno. No restante do trecho as caixas de empréstimos laterais são escassas. Essas, de dimensões variáveis, com comprimento entre 50 e 200m, profundidade entre 1,0 e 2,5m, normalmente com taludes verticalizados. No interior das mesmas além do solo exposto são observados, principalmente, processos erosivos lineares, na forma de sulcos e ravinas, envolvidos a partir do escoamento concentrado das águas superficiais, agravado em alguns locais pela descarga do sistema de drenagem da pista. Diversas caixas de empréstimo, analisadas durante os trabalhos de campo, não foram incluidas no passivo ambiental da rodovia, devido ao adiantado estágio de regeneração natural da vegetação das mesmas e à inconveniência de novas intervenções nesses locais, que 48 poderiamocasionar a reversão do processode regeneração.Nessas caixas, em processo evoluido de regeneração natural, constatou-se a freqüência de comunidades florísticas compostaspelos gêneros Memora,Dimorphandra, Machaerium, Arrabidaea e Annona, entre outros,além de gramíneasdos gênerosBrachiaria e Andropogon. As áreas de empréstimoem processode regeneraçãonatural representamatualmente zonas de refúgio de parceladas populaçõesfaunísticas remanescentes da região, sendo que váriasdessas encontram-se adaptadas à situaçãocriada. A maior parceladas caixasde empréstimoincluídas no passivoambiental, desse trecho da rodovia, encontram-se parcialmente recompostas, apresentando cobertura parcial, predominantementegraminóide, em especial nas áreas em que a vegetação adjacente é constituídapor pastagens. Nos km 2,5 e 51 constatou-seo uso indevido dessas áreas para o lançamentode resíduosurbanos, constituindo fator de degradaçãoda qualidadebiótica da área de influência da rodovia. Nas imediaçõesda margemesquerda do rio das Almas ocorreárea onde foi realizadaa extraçãode argila para cerãmica,encontrando-se parcela dessa área inundada.Nessa área os taludesencontram-se com inclinaçãoirregular.

Passivoambiental decorrente do depósitode lixo Localização(km) Município Area(m2) Volume(m3) 2,5 Jaraguá 2.000 1.600 51 Goianésia 1.800 2.000 Total 3.800 3.600

Taludesde corteem solo

Esse trecho apresenta duas situações de corte em solo que integram o passivo ambientalda rodovia: Corte 01 - localizado em ambas as margens da rodovia, à altura do quilõmetro 19,2. Apresentaaltura média de 15 metros e extensãoaproximada de 100 metros,com início de erosão diferenciale desmoronamentoem uma superfície exposta de solo superficial e alteraçãode rocha com poucacobertura vegetal. Corte 02 - trata-se de corte em latossolo amarelo, com altura média de 2 metros. A coberturavegetal é parcial e compostapor gramínease espécimesarbóreos e arbustivos em desenvolvimento.Os taludes se mostram com inclinação elevada e instabilidades localizadas.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Ao longo dessetrecho da rodoviaocorre situação de degradaçãodo solo, em virtudeda concentraçãodo fluxo superficial das águas na faixa de domínio, no interior da caixa de empréstimo,na alturado km 44,5, apresentandocobertura vegetal parcial e evoluçãolenta. Na caixa de empréstimoa coberturavegetal no entornoe interiorda erosãoé composta por gramíneasexóticas como o capim braquiária e espéciesnativas de diferenteshábitos e desenvolvimentodos gêneros Casearia, Machaerium, Memora, Annona, Arrabidaea e Himatanthus,entre outros.A declividadedo terreno gira em torno de 10%,com presençade cascalho quartzoso na superfície e em profundidadesolo argiloso, homogêneo pouco susceptívelao aprofundamento.

4.3 - PASSIVODECORRENTE DOS SERVIÇOSDE PAVIMENTAÇÃO 49

Constituemáreas destinadasà extraçãode materialbásico localizadosfora da faixa de domínio,geralmente em regiõeselevadas na situaçãodas cascalheirase ambientesde menor cota na situaçãode areaise pedreiras.

Cascalheiras Três áreasforam ou serão utilizadaspara a extraçãode cascalhoao longo da área de influênciada rodovia,localizando-se externamente à faixa de domínioem áreas elevadas,onde a cobertura vegetal é constituída pelos cerrados ralo e típico, com bons indices de conservação.

JazidaJ-01 Localizadaà altura do km 11, à esquerda da rodovia, em topo de morro, onde a coberturavegetal dominante é o cerradoralo. Numa distânciaaproximada de 300 metros,em direçãonorte, ocorre cabeceirade drenagemcom mata de galeriaconservada. Os solos são concrecionários,quartzosos e poucoespessos. A área explorada é de aproximadamente3 hectares, apresentando escavações irregulares,piso compactado,taludes parcialmentesuavizados, não ocorrendoo estoque de solo e materialorgânica na área.Em algumasáreas instalam-se processos erosivos propensos à evolução.A áreaé passívelde expansão. Em algunslocais a coberturavegetal nativa foi conservada.

Areal

O areal indicadopelo projetode restauraçãoda GO-080mantém atividades comerciais, devendo ser licenciado para tanto. Localiza-seà margem esquerda do rio do Peixe, a aproximadamente700 metrosa jusanteda ponte,com via de acessoatravés da localidadede Arturlãndia. O pátio de depósitode materialencontra-se na áreade preservaçãopermanente do rio, em área desprovidade vegetaçãociliar, sendo as áreasadjacentes recobertas por pastagens. A margem direita do rio, nesse local, apresenta mata ciliar com níveis razoáveis de conservação.

Pedreira

A área indicadapara a extraçãode rochafoi exploradaquando pavimentação da rodovia,encontrando-se desativada atualmente. Localiza-sea aproximadamente100 metros da margemdireita da rodovia,à altura do km 22,9, aproximadamente25 metros da margemesquerda de pequeno curso d'água cuja mata de galeriaencontra-se amplamente degradada. Trata-sede uma exploraçãoem cava a céu abertocom taludesverticalizados estáveis e piso final em boas condições. A coberturavegetal dominanteno entornoda pedreiraé composta por pastagensem ambienteanteriormente recoberto pela Mata SecaCaducifólia.

4.4 - PASSIVODECORRENTE DA CONSTRUÇÃODE PONTESE BUEIROS

Compreende a interferênciaem ambientes aquáticos e ribeirinhos em virtude da construçãode pontesou bueiros,geralmente ocasionando a degradaçãodas matas ciliares ou de galeriae dos taludesmarginais dos cursosd'água na faixa de domínioe imediações. 50

Vários cursos d'água foram interceptados pela rodovia nesse trecho da GO-080, constatando-se áreas com maiores níveis de degradação ao longo do rio do Peixe e córrego Santa Família. O córrego Turvo e o curso d'água junto a pedreira tiveram suas matas de galeria totalmente degradadas, observando-se atualmente nessas áreas a dominância de pastagens. Nos córregos Saraiva, Lajedo e Moinho as alterações mais significativas ocorreram nas adjacências das pontes. O córrego das Lajes apresenta condições bióticas mais satisfatórias em suas formações ribeirinhas. Todos esses cursos d'água, nos trechos onde a vegetação se encontra afetada, apresentam taludes naturais com instabilidades localizadas, favorecendo o aporte de sólidos para o leito.

Pontes

Sete pontes foram construídas ao longo desse trecho, sendo que apresentam as estruturas normais, constatando-se em algumas danos na estrutura de proteção lateral e suaves rebaixamentos dos encabeçamentos. De uma forma geral os vãos sob as pontes construídas nesse trecho são satisfatórios para a dispersão da fauna ao longo dos cursos d'água. Situação mais relevante foi constatada no encabeçamento da ponte sobre o córrego do Moinho, onde ocorrem erosões no aterro de encabeçamento à margem esquerda da rodovia. A cobertura vegetal nativa lindeira aos cursos d'água encontra-se alterada, ou mesmo ausente, na faixa de domínio desses cursos d'água, sendo que índices mais satisfatórios de conservação foram constatados na mata ao longo do córrego das Lajes.

Bueiros

Dois bueiros integram o passivo ambiental desse trecho da GO-080, desencadeando situações de degradação que ameaçam inclusive o corpo da rodovia. Situação mais relevante de degradação foi constatada à altura do km 21,9, junto ao córrego Turvo, onde instala-se erosão acentuada do leito desse, com processo de assoreamento em algumas áreas. A cobertura vegetal do entorno dessa área é constituída de pastagens compostas por capim braquiária. Outra situação de degradação ambiental decorrente da instalação de bueiro ocorre na altura do km 22,8, no curso d'água adjacente a pedreira, que apresenta processo de assoreamento e queda de taludes marginais, como também a ausência de mata de galeria. Em ambos desenvolvem-se sulcos extensos, contínuos, com dimensões variáveis sobre solos de natureza também variável.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação da GO-080 ocasionou na época uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia, em especial das áreas onde a vegetação nativa foi substituída por pastagens e pela lavoura canavieira. O passivo ambiental da rodovia e o amplo processo de antropização regional, através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunística regional, praticamente irreversível. A interceptação de inúmeros corredores faunisticos pela rodovia, além de.favorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreas de refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevo não favorecem a mecanização agricola. Na região intermediária desse trecho ocorrem zonas com índices satisfatórios de conservação biótica, onde os habitats da flora e da fauna sofreram menor pressão antrópica, 51 sendo que a região serrana compreendida entre o ribeirão Saraiva e o rio do Peixe apresenta um fluxo mais acentuado de populações faunisticas em suas migrações tróficas e/ou reprodutivas, constituindo essa região uma zona propícia ao atropelamento de animais silvestres.

4.6 - TRANSPOSIÇÃODOS NÚCLEOSURBANOS

No trecho em estudo, a rodovia GO-080, cruzará o povoado de Artulândia, na altura do km 28,4. Trata-se de um pequeno núcleo urbano com cerca de 800 habitantes, sendo que a ocupação ocorreu em ambas as margens da rodovia. Outra interferência com área urbana ocorre ao final do trecho, no perímetro urbano de Goianésia, onde houve expansão urbana ás margens da rodovia, conferindo, a esse segmento, características de via urbana, sendo que, parte do segmento já está inclusive duplicado. 52

5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTO RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇAO UNID. QUANTIDADE PREÇOUNITÁRIO TOTAL

1 Suavização de taludes m3 4.725,46 1,27 6.001,33

3 2 Espalhamento do solo estocado m 888,75 0,60 533,25

3 3 Regularização do terreno m 6.116,26 0,16 978,60

3 4 Recomposição de aterro m 100,00 1,27 127,00

6 Regularzação e gradagem M2 55.025,00 0,06 3.301,50

3 7 Diques transversais m 22,50 1,92 43,20

8 Terraços e bacias m3 4.471,36 1,27 5.678,63

9 Escavação de cavas m3 2.280,00 1,27 2.895,60

10 Espalhamento de lixo m3 10.600,00 0,60 6.360,00

11 Compactação do lixo m2 3.800,00 0,94 3.572,00

12 Recobrimento m3 8.580,00 0,60 5.148,00

13 Calagem e adubação m2 38.775,00 0,02 775,50

14 Plantio de gramíneas m2 90.475,00 0,22 19.904,50

2 15 Plantio de bambu m 200,00 4,00 800,00

16 Plantio de taboca m2 400,00 0,22 88,00

2 17 Plantio de espécies nativas m 23.800,00 0,22 5.236,00

18 Revegetaçãode mata inundável m2 6.000,00 2,47 14.820,00

19 Revegetaçãode mata não inundável m2 9.600,00 2,47 23.712,00

2 20 Hidrossemeadura m 3.200,00 2,47 7.904,00

21 Dissipador de energia un 12,00 280,00 3.360,00

3 22 Bacia de acumulação m 75,00 10,62 796,50

23 Canaleta ml 256,00 17,21 4.405,76

24 Prolongamento do bueiro m 15,00 193,27 2.899,05

25 Cerca ml 3.686,40 5,12 18.874,37

TOTAL 138.214,79 RESUMODE QUANTITATIVOS,RODOVIA GO-080

6685>b OS Eepltn,Rtete .p-Rgoet 5eoi Te-eço Esooneçi*, 6.Ptto., C~11eot. Roobl C>.. Pletdlod 14fd.Psd Pte.s>d4. PlootioRX,*d-d. .R.o.g.8,-R. 9'''1.n SRonOSVI-. .d 09e>P1d. B*OVId.Post. da eo>ê p iah..do elç de bb. tuil 8od4t ,ttx C40.t t.o ~do Cepo PROGRAMA >,> >Od *8,ts 4t > 8j tO > ltV ia. , e o d t,a te...deeIO teode >8,3> >18,5><*ts3) >n,2> <~(-182 ím3> <82> ['2.2 2< <8> e,> '- >"> 8183 I b-i. 1

08.n.gonm 2700.00 22.50 3.00 150.00

Pn,pr6st,ntoe 4 275,46 270.00 20.900,00 171.36 7 000,00 7 800.00 1 650,00 51.950,00 20 000,00 2 020.00

Cortes 450.00 3.000,00 200.00 3.2D0,00 106.00

Roenros 300,00 600,00 4 800,00 9.00 75,00 15.00

Pontes 00s00 400.00 600000 4800,00 1.300,00

Jaoid.s 618,75 3.116,26 34 125,00 4 000.00 34.125.00 34.125.00 363,40

0.p de lix. 300.00 2.280.00 3..00 3 800.00 780,00| 3.600.00 3 800,00

Totli 4,725,48 888,75 6.116,26 100.,( 55.025,0t 22,50 4471.361 2.260,88 10.680,08 3.600 0.500,08 38.775,00| 90.475,00 200,00 400,09 22.800,00 6.000,00 9.600,09 3.200,08 12,00 75,00 256,00 15.00 3,652,40 _ 2L __s ^L3i *P l 2 'L • ______u__ LA___ ±

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RODOVIA GO-1 74

A rodovia em estudo, designada pela nomenclatura GO-174 1 GO-422, com extensão de 62,39 km, tem início na interseção da BR-060 próximo à Rio Verde, e termina na interseção com a rodovia BR-364 no perímetro semi-urbano de .

1 - CARACTERIZAÇÃODO EMPREENDIMENTO

O trecho da rodovia GO-174, situado entre o entroncamento da BR-060, nas proximidades de Rio Verde, e Aparecida do Rio Doce, situada nas margens da rodovia federal BR-364, tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 62,39km. Nos segmentos deverão ter a capa retirada, o material da camada de base escarificado, incorporando-se 10cm de nova camada de base que sofrerá uma compactação única. Estão previstos 22 segmentos de reconstrução pelo lado direito e 13 pelo esquerdo, apesar da quantidade, as extensões são curtas e perfazem um total de 4400m sendo 1620m pela esquerda e 2780m pela direita, compondo uma área total de 18.920m2, uma vez que a semi pista é composta de 3,50m de rolamento e 0,80m de acostamento. Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento e aplicação de uma camada de lama asfáltica grossa estão previstas as seguintes quantidades principais: • Cascalho estabilizado granulometricamente, proveniente da J-02: 2.439m3 • Brita para tratamento superficial duplo: 403m3 3 • Areia para composição da lama asfáltica: 1.878m • Pó de pedra: 2.683m3 Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos alguns reparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidas d'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumas reconstruções localizadas.

2- CARACTERIZACÃOREGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIO FÍSICO

Na região estudada, o clima é do tipo AW, tropical úmido, segundo a classificação de Koppen, apresentando duas estações bem definidas: uma seca que corresponde ao outono e inverno, indo do mês de maio ao mês de setembro, sendo a outra úmida, com chuvas torrenciais, correspondendo ao período primavera-verão, indo do mês de outubro a abril. A precipitação média anual é por volta de 1.500 mm, concentrando-se principalmente nos meses de dezembro a março, sendo que nos meses de junho e julho são praticamente nulas. A temperatura média anual é da ordem de 23°C, sendo que nos meses de maio, junho e julho, a média fica em torno de 180C. No verão a temperatura média é de aproximadamente 30°C. Ainda nos meses de junho e julho ocorrem penetrações de frentes frias de pequena duração, abaixando a temperatura A GO-174, no trecho entre as cidades de Rio Verde e Aparecida do Rio Doce, se desenvolve em terrenos drenados por afluentes diretos e contribuintes da margem direita do rio 56

Paranaíba, destacando três sub bacias: ribeirão São Thomás, rio Preto e rio Doce, todas elas constituídas por uma rede de drenagem densa formada de pequenos cursos d'água perenes. O ribeirão São Thomás nasce nas proximidades da cidade de Rio Verde, numa região de chapada, desaguando na margem esquerda do rio Verdão. Seus principais formadores córrego Queixada, ribeirão das Abóboras, ribeirão do Meio e rio do Peixe, de baixa energia, são interceptados pela rodovia. O rio Preto, afluente direto do rio Paranaiba, possui suas nascentes na área serrana existente ao longo da rodovia, sustentada por sedimentos arenosos. O rio Doce margeia toda a extensão da GO-174 até desaguar no rio Claro, recebendo pequenos cursos d'água interceptados pela rodovia, dentre os quais, o córrego da Boa Vista, Mombuca, Areia e São João. A região na qual está inserida a GO-174 compreende os planaltos e chapadas da bacia sedimentar do Paraná, da qual faz parte a unidade de relevo denominada Planalto Setentrional da Bacia do Paraná. Esta unidade compreende dois compartimentos topográficos distintos, sendo um mais elevado, com altimetrias que variam de 650 a 1.000 metros, e outro mais rebaixado, com cotas entre 350 a 650 metros. O compartimento elevado que se distribui irregularmente é regionalmente conhecido como `Chapadões de Goiás", onde se destacam amplas formas tabulares interceptadas pela rodovia. Ao longo da GO-174, desenvolvem-se diversos tipos de solos, com predominância de Latossolos Vermelho-Escuros e Latossolos Roxos, associados a outras de distribuição mais restrita. Os Latossolos Vermelho-Escuros ocupam extensas áreas planas, sendo profundos, bem drenados, com textura ora argilosa, ora arenosa. Apresentam boas propriedade físicas, sem impedimento ao manejo, permitindo o emprego de implementos agrícolas, favorável portanto ao uso agrícola, largamente ocupados com pastagens e culturas. Nas partes baixas dos fundos de vales dos principais cursos d'água da região ocorrem os Latossolos Roxos, com textura argilosa, desenvolvidos unicamente sobre rochas basálticas. Secundariamente, associam-se a estes os solos concrecionários lateríticos, areno- argilosos, bem drenados, pouco espessos e com grande quantidade de grãos laterizados. Estes solos que, normalmente constituem material adequado para as obras de pavimentação, distribuem-se em manchas descontinuas ao longo de áreas planas e altas. Ocorrem na região rochas pertencentes à bacia sedimentar do Paraná, agrupadas como formação Serra Geral, formação Marília e Adamantina, todas de idade juro-cretácea. Recobrindo indistintamente todas estas unidades ocorrem depósitos de coberturas dedrito- lateríticas, de idade terciário-quartenárias. Nas margens e leito das principais drenagens ocorrem aluviões recentes. A formação Serra Geral, com ampla distribuição nas imediações da cidade de Rio Verde, aflora nos fundos de vales dos principais cursos d'água da região, dentre eles o rio Doce. Esta unidade é representada por rochas basálticas, de aspecto maciço na base e com amígdalas e vesículas no topo dos derrames, contendo extensas descontinuidades horizontais e fraturas verticais, predominando a coloração cinza escuro. Frequentemente são extraídas e beneficiadas para a produção de brita. A formação Adamantina, com ocorrência próxima à cidade de Aparecida do Rio Doce, é representada por uma seqüência de sedimentos arenosos, siltitos e argilitos, cuja principal característica é a intensa desagregação, formando solos arenosos espessos. A formação Marnlia ocorre nas cotas mais elevadas da região particularmente nos divisores de águas, sustentando áreas serranas escarpadas que se destacam no relevo regional. É constituída principalmente por arenitos finos a grosseiros, vermelho a róseos, arenitos argilosos e siltitos, normalmente maciços, com estratificações cruzadas de pequeno porte. Os depósitos terciários de cobertura dedrito-laterítica ocorrem em áreas isoladas, descontinuas, capeando superfícies planas e altas. São representadas por sedimentos areno argilosos com concreções ferruginosas ou até mesmo latossolos avermelhados. 57

Os aluviões recentes estão praticamente restritos às calhas dos rios, principalmente onde estes meandram. Constituem-se depósitos de sedimentos inconsolidados, formados por areia média a fina, silte, argila e cascalhos.

Áreas de materiais de construção

As áreas de recuperação asfáltica necessitarão da disponibilização de materiais de construção como areia e brita, principalmente, já que as condições atuais da base está boa. Caso haja intervenção nesta, deverá ser pontual. Assim sendo, a restauração deverá utilizar basicamente areia e brita, material que deverá ser adquirido de terceiros (areal no rio Claro e pedreira da prefeitura de Rio Verde). As eventuais necessidades de empréstimo de cascalho poderão ser supridas pela jazida J-02, localizada próximo a margem direita do córrego Água Mansa, com via de acesso á direita da GO-174 na altura do km 28,2 e pela jazida J-05, localizada à margem esquerda da referida rodovia na altura do km 61,6.

2.2 - MEIO BIóTICO

Sob o aspecto fitogeográfico a GO-174, no trecho entre Rio Verde e Aparecida do Rio Doce, insere-se no bioma Cerrado, em uma zona de contato do cerrado, no sentido lato, com a floresta estacional semidecidual, em uma região com elevados índices de antropização dos habitats naturais da flora e da fauna.

FLORA

A fitofisionomia que se destaca na área de influência da rodovia é o cerradão, destacando-se ainda a ocorrência do cerrado no sentido restrito, das matas de galerias, veredas e da mata seca. O cerradão ocorre com maior freqüência nas porções intermediária e final do trecho, já amplamente alterado pelas atividades antrópicas na região, constatando-se atualmente resquícios dessa vegetação sob a forma de encraves, em meios às áreas recobertas por pastagens ou lavouras. Essa fisionomia caracteriza-se na região por sua alta densidade, formando um dossel superior contínuo As matas de galeria com a presença da palmeira buriti são freqüentes ao longo do trecho, constituindo formações densas recobrindo ambientes higrófilos, quase sempre margeados por campos úmidos graminosos. Nas matas de galeria que recobrem âreas não inundáveis, verifica-se a ausência da palmeira buriti e do campo úmido, destacando-se testemunho dessa fisionomia ao longo do rio São Tomás, já alterada pela pressão antrópica. Nas zonas de interflúvio observa-se a presença de populações rarefeitas, remanescentes da mata seca, geralmente associadas ao cerradão, encontrando-se essas fisionomias amplamente alteradas pelas atividades agropecuárias na região. As áreas recobertas pelo cerrado "sensu stricto' apresentam elevados índices de antropização, constatando-se, via de regra, a substituição da vegetação característica dessa fisionomia por pastagens ou lavouras. Em meio às pastagens constata-se a presença de espécimes isolados. Recobrindo fundos de vales, em meio ao cerrado no sentido lato, na área de influência desse trecho da rodovia, são freqüentes as veredas, destacando-se a situada à direita da rodovia, próximo ao trevo para Quirinópolis.

FAUNA

Devido à elevada fragmentação de seus habitats, a comunidade faunística regional encontra-se amplamente simplificada, constatando-se a ausência de espécies que ocorriam 58 anteriormente na região, especialmente de mamíferos de maior porte que ocupam níveis mais elevados da cadeia trófica regional. Durante os trabalhos de campo foram observados animais mortos por atropelamento ao longo da rodovia, como o guará e o cachorro-do-mato. Além dessas espécies. Entre as espécies de mamíferos relacionadas, três encontram-se presentes na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, segundo portaria n° 1.522 de 19 de dezembro de 1989 do IBAMA: o tamanduá-bandeira, o guará e o veado-campeiro. A presença de pequenas populações dessas espécies é justificada pela região constituir o ambiente característico dessas espécies antes da intensa antropização regional, e pela permanência de alguns resquícios da vegetação primária em meio às áreas de pastagens e lavouras. Durante trabalhos realizados na região pela equipe, foi possível observar a presença do veado-catingueiro em meio às lavouras de soja, já adaptado ao ambiente antrópico. O grupo faunístico predominante na região é representado pela avifauna, especialmente pelas populações de espécies afins aos ambientes abertos e antropizados como os presentes ao longo da rodovia. Os cursos d'água mais expressivos dessa região são os rios Doce, Preto e São Tomás, todos contribuintes da bacia do Paraná. Devido às interferências nas condições bióticas aquáticas, através da intensa transformação dos habitats da flora e da fauna; da utilização intensa de herbicidas e inseticidas; e, de interferências diretas nos cursos d'água, através da construção de barragens com fins energéticos, a ictiofauna regional encontra-se simplificada em relação à sua situação natural, há algumas décadas.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO

Os habitats da flora e da fauna, ao longo da área de influência direta da rodovia, foram degradados ao longo das últimas décadas, especialmente através das atividades agropecuárias. O atropelamento de animais silvestres, ao longo desse trecho da rodovia, foi observado com assiduidade durante os trabalhos de campo, representando uma situação alarmante quanto à conservação da comunidade faunística regional. Ao longo da faixa de domínio foram observadas áreas degradadas pelo empréstimo de material para a pavimentação da rodovia, onde foram formadas cavas irregulares com taludes mal estabilizados. Outra situação, que contribui para o decréscimo da qualidade biótica na área de influência direta da rodovia, é o lançamento de resíduos urbanos nessa área, observando-se, junto ao rio São Tomás, a presença de lixão adjacente à rodovia. Destaca-se na área de influência da rodovia a utilização pouco racional dos recursos naturais, que favorece a degradação ambiental e a redução gradativa da qualidade biótica para a flora e a fauna, através do uso intensivo do solo sem as técnicas adequadas à conservação ambiental, e sem a preocupação de preservar as comunidades silvestres remanescentes. 2.3 - MEIO ANTRóPICO

O trecho da GO-174 a ser restaurado inicia-se na BR-060 distante cerca de 07 km do acesso principal a Rio Verde, na direção de Jataí, e termina no entroncamento com a BR-364, próximo ao núcleo urbano de Aparecida do Rio Doce. O uso do solo ao longo da via é eminentemente rural, sendo predominante as lavouras no início do trecho e, na medida que vai se distanciando de Rio Verde e aproximando de Aparecida do Rio Doce, esse uso vai mudando de lavouras para pastagens. No início do trecho dois fatores de importância estão presentes, o primeiro, na margem direita, o aeroporto e o segundo, na margem esquerda, o depósito de lixo da Prefeitura de Rio Verde. O aeroporto foi implantado após a rodovia, pressupondo-se que estudos foram realizados que levassem á conveniência do mesmo no local, não sofrendo restrições quanto a proximidade da GO-174. 59

O depósito de lixo vem degradando o ambiente local e sua posição lindeira à via, isto é, dentro de sua faixa de domínio, vem comprometendo a segurança no local, com resíduos sobre a faixa de rolamento. A presença de "catadores" em busca de materiais recicláveis, agrava o problema. Após esse local, o uso do solo é caracterizado pela presença de grandes armazéns graneleiros, passando em seguida o uso para lavouras e pastagens até o final do trecho. No final do trecho ocorre uma ponte sobre o córrego São João e o entroncamento com a BR-364, nas proximidades de Aparecida do Rio Doce.

PATRIMÔNIO CULTURAL

O quadro de ocupação pré-histórica da região Centro-Oeste configura-se de grande diversidade cultural e com muitas lacunas a serem preenchidas. Até o momento, as pesquisas arqueológicas no estado de Goiás não foram realizadas com uma intensidade e sistematização suficiente. Entretanto já se sabe, e as pesquisas e o interesse o tem demonstrado, que as áreas mais ricas neste campo localizam-se no sudoeste do Estado, especialmente na região de Serranópolis, onde vários sítios vem sendo explorados. Os sítios arqueológicos são, classificados como históricos e pré-históricos. Os sítios pré-históricos são aqueles que se referem à ocupação anterior ao colonizador, e sua pesquisa é realizada no campo e na bibliografia existente. Os históricos compõem o período que envolve a fase dos colonizadores. Portanto, a sua pesquisa é feita não só no campo, mas também em fontes históricas. Não existem sítios arqueológicos históricos registrados no município, uma vez que ai ainda não foram realizadas pesquisas neste campo. O trecho em questão situa-se em área pioneira de povoamento e que testemunha um período histórico de expansão da fixação humana, principalmente em razão da atividade agropecuária, por isso apresenta interesse do ponto de vista arqueológico, entretanto na área de interferência direta e de ocupação do empreendimento não há nenhum sítio cadastrado, não sendo detectado vestígios efetivos de qualquer sítio na expedição de campo realizada.

3 - SITUACAO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local, devido à intensa ocupação do sudoeste goiano nas últimas décadas, especialmente através das lavouras de soja, ocasionando uma ampla simplificação ambiental em detrimento das comunidades silvestres da região. A obra de restauração asfáltica do corpo estradal proposta para este trecho apresenta- se como um conjunto de ações bem simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plena operação e que não haverá mudanças em seu traçado, muito embora o trecho apresente em vários pontos um passivo ambiental significativo e que necessita ser recuperado. Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante significado para o desenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relações intermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos com maior conforto e segurança, são fatores positivos advindos da pavimentação e da manutenção do corpo estradal e sua faixa de domínio. Nas obras de restauração, objeto de estudo do presente PCA, os impactos ambientais inerentes aos meios físico, biótico e antrópico, ocorrendo em maior magnitude, devido ao uso do solo nas áreas de empréstimo, bota-foras, canteiro de obras e jazidas. Os impactos mais importantes observados nas áreas marginais da GO-174/GO-422 (Rio Verde - Aparecida do Rio Doce) foram originados quando da execução da construção e pavimentação da rodovia. As áreas marginais da GO-174 encontram-se, em alguns pontos, com formação de sulcos longitudinais ao longo do acostamento pelo escoamento de águas pluviais, com o 60 conseqüente carreamento de materiais para níveis mais baixos, provocando danos ambientais, como assoreamento e poluição hidrica. Na construção e pavimentação da GO-174 foi grande a incidência de áreas de empréstimos nas margens da rodovia, para a execução de aterros. Os impactos ambientais desta atividade podem ser observados hoje ao longo de todo o percurso estudado, considerando que não foram feitas as recuperações das áreas de empréstimo e que muitas das quais servem de bacias de acumulação de águas pluviais e outras como agentes de erosão e assoreamento de cursos d'água na área. Esta atividade resulta no desnudamento de solos, retirada da camada orgânica, na compactação de solos, no favorecimento à instalação de processos erosivos, na retirada da vegetação existente agredindo a paisagem local e na abertura de valas ao longo da rodovia. A escolha de locais inadequados, a má disposição e a conformação mal feita dos bota- foras tem ocasionado impactos significativos ao meio ambiente, como o assoreamento das redes de drenagens provocado pelo carreamento do material depositado e prejuízo aos proprietários lindeiros. A pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna ocasionou elevada alteração desses, transformando os ambientes do cerrado e da floresta em áreas de lavouras ou pastagens. Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento freqüente de animais silvestres ao longo da rodovia, inclusive de espécies em extinção, como o guará, verificando-se a ausência de placas de advertência da travessia de animais silvestres em todo o trecho da rodovia. Tal situação é justificada pela ampla fragmentação de habitats na região, e pelas interferências nas áreas de dispersão da fauna como as matas ciliares. Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma forma geral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamento da faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens e recuperação de taludes que vem sofrendo ação de processos erosivos, comprometendo sua estabilidade e consequentemente a segurança da via, além da recuperação dos equipamentos de sinalização.

4 - DIAGNOSTICODO PASSIVO AMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-174, basicamente entre as cidades de Rio Verde e Aparecida do Rio Doce, reconhece-se a existência de três compartimentos distintos quais sejam. o Trecho 1 (km 0 a km 24) A partir do trevo da BR-060 a rodovia GO-174 se desenvolve sobre terrenos planos, com declividade na maior parte inferior a 10%, sustentada por solos argilosos, homogêneos, resistentes aos processos erosivos. Neste trecho as drenagens são escassas, de baixa energia. O fluxo superficial é difuso e os solos são recobertos predominantemente por espécies graminóides especialmente dos gêneros Brachiaria Andropogon e Panicum, constatando-se em algumas áreas regeneração natural da vegetação nativa, através da presença de espécimes emergentes, além da ocupação por lavouras de soja e milho, tecnificadas. o Trecho 2 (km 24 a km 42,3) Compreende um pequeno trecho de relevo serrano, com declividade de até 30%, onde se verifica uma cobertura de solos arenosos, friáveis, susceptíveis à erosão, com lençol freático raso e fluxo superficial concentrado. Trata-se de um trecho divisor de águas formador da bacia do rio Preto, com escassez de drenagens. A cobertura vegetal do solo neste trecho é, na faixa de domínio, semelhante à anterior, ocorrendo na área de influência o cerrado com elevados índices de antropização, constatando- se, via de regra, a substituição dessa fisionomia por pastagens e lavouras. Nos vales e topos de morros são freqüentes as matas do tipo ciliar e galeria, constituindo formações densas. 61

e Trecho 3 (km 42,3 a km 62,39) Compreende o trecho mais longo, até o trevo que dá acesso a cidade de Aparecida do Rio Doce, desenvolvido sobre terrenos com declividade variável entre 10 e 20%, com ampla cobertura de solos arenosos, friáveis, susceptiveis aos processos erosivos. A rede de drenagem possui densidade média, com baixa energia, drenando para o rio Doce, observando- se efeitos do fluxo concentrado das águas superficiais naquelas porções do terreno onde a declividade é mais acentuada, em direção aos cursos dá água. Neste trecho predominam as pastagens artificiais, sendo que na área de influência a fisionomia vegetacional é semelhante a do trecho anterior. Embora com a ausência quase que total da vegetação nativa na faixa de domínio, quase sempre coberta por gramíneas, a paisagem fora da faixa é dominada por pastagens, lavouras, algumas áreas de reservas de matas, provavelmente legais e obrigatórias. A vegetação ciliar presente ao longo das drenagens encontra-se em razoável estado de conservação, embora em alguns pontos a mesma foi retirada para dar lugar às pastagens. No trecho 1, o passivo praticamente se resume às caixas de empréstimo laterais, muitas delas exibindo taludes inclinados com até 2,00m de altura, solo exposto no seu interior, raramente com processos erosivos associados. Quando localizadas fora da faixa de domínio, muitas dessas caixas já foram ou estão sendo recuperadas pelos proprietários de terra adjacentes, especialmente quando exploradas com agricultura, buscando se sempre a suavização dos taludes das caixas. No trecho 2 e 3, intensificam-se os danos ambientais decorrentes do passivo, observando a predominância das caixas de empréstimo com solo e taludes expostos, com as quais se associam processos erosivos lineares agravados quando em condições desfavoráveis de solo arenoso e declividade mais elevada do terreno natural em direção às drenagens. Nestes trechos, algumas drenagens tais como Boa Vista, Talhado, Severino e do Meio, encontram-se afetadas pelo assoreamento proveniente de erosões paralelas à rodovia. Erosões lineares, em alguns pontos, já se encontram generalizadas e ativas devido ação do fluxo concentrado das águas superficiais agravadas pela descarga do sistema de drenagem, podendo comprometer a via. Alguns taludes de cortes em solo arenosos mais elevados apresentam-se sem cobertura vegetal adequada, instáveis e com problemas de erosão diferencial. Os taludes dos aterros se mostram bem conservados. A situação das jazidas de cascalho mostra grandes áreas planas, escavadas, quase sempre com material solto estocado em seu interior, algumas com ravinamentos em evolução principalmente devido à ausência de cobertura vegetal e cujo processo de recuperação natural tem sido incipiente. Em algumas delas, os caminhos de serviços também estão sendo danificados pela ação das enxurradas, afetando drenagens e partes baixas mais próximas, caracterizando um quadro de abandono. As áreas de extração de areia e rocha utilizadas na construção da GO-174 são fontes de exploração comercial, portanto, licenciadas nos municípios e nos órgãos ambientais do Estado, com plano de controle já elaborado. Cumpre ressaltar que o passivo ambiental remanescente da obra viária tem representado, além dos danos ambientais citados, prejuízo econômico aos proprietários limítrofes, onde foram abertas caixas de empréstimo e a outros mais distantes, de cujas terras extraíram-se materiais para a obra. Estas áreas impactadas são atualmente improdutivas, sendo que, em alguns casos críticos, representam perigo aos rebanhos de criação.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

Enquadram-se neste caso as caixas de empréstimos laterais e os taludes dos cortes em solo relacionados.

Caixas de empréstimos 62

São aquelas caixas localizadasdentro e/ou fora da faixa de domínio,as quais estão associadas à degradação da paisagem e à evolução de processos erosivos lineares, ocasionados pela exposição da camada de solos e pela manutenção dos taludes de escavação, Nos locais planos,ocorre duranteo períodochuvoso o acúmulode águas superficiais, alagando-asparcialmente. De modogeral, a coberturavegetal do entorno é representadapor coberturagraminóide introduzida para a formaçãode pastagens,com a presençaocasional de espécimesarbóreos jovens e/ou adultosda formaçãoprimária. Em algumascaixas alagadasfoi observadaa presençade aves de hábitos aquáticos, além de algumasespécies de hilídeosque utilizamesses locaispara a reproduçãoe desova. Algumas dessas caixas estão parcialmente recompostas com cobertura vegetal, predominantementegraminóide parcial e espécimes nativos jovens e/ou emergentes, geralmentecom taludesdesnudos e semi-verticalizados,susceptíveis à erosão. As gramíneas em geral são representadaspelos gêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon;e as espécies nativas por Dalbergia, Byrsonima, Caesearia,Xylopia e Annona, entre outras. Nos locaisem que as caixasde empréstimoencontram-se parcialmente no interiordas fazendas, a circulação de bovinos dificulta a recomposiçãoda vegetação e favorece a instalaçãode processoserosivos.

Taludesde cortesem solo

Trata-sedos taludesdos cortes localizadosem ambosos ladosdo km 18 e tambémno lado esquerdo do km 38 e km 47, mais elevados e em solos arenosos, com superfícies expostase sem proteção,apresentando problemas de erosãodiferencial.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTO. SUPERFICIAL

Compreendebasicamente os processoserosivos instalados ao longo da faixa de domínioda rodoviana forma de sulcos,ravinas e voçorocas,onde a causa principalé a ação das águas superficiaiscuja descargae fluxo acontecemno interiorde caixas de empréstimos lateraisou em caminhosde serviços. Normalmenteestes processosestão ativos e mais evoluídos,desenvolvendo-se em locais onde o solo é arenoso e a declividadeé mais elevada, produzindosedimentos que alcançamas drenagensnaturais, expondo inclusive o lençolfreático. O aprofundamentoe alargamentodestas feições erosivascolocam em risco o corpo da rodovia. Podemser visualizadasduas situaçõesdescritas a seguir: a) Áreas ondese formaramravinas Áreas de empréstimo;leito antigo da rodoviacom ausênciade coberturavegetal bem como obras de arte ineficientesfavorecem para a instalaçãode ravinasao longo da rodovia. Essascaracterizam-se pela presençade sulcoslongitudinais e oblíquoscom dimensões variandoentre 1 e 4 metros de profundidade;1 e 4 metrosde largura,e 100mde comprimento. Em geral apresentamtaludes desnudos,irregulares e instáveis,constituindo um fator de alto nível de degradação,sobretudo no que se refere à perdade solo e assoreamentodos cursos d'água. A gravidadedesse processoerosivo acentua-senos ambientesde solos arenosose declividadeigual ou superiora 10%.A coberturavegetal do entornodas áreas que apresentam ravinas é recoberta,em geral, por áreas de pastagenscom domínio do gênero Brachiaria, arbustosdos gêneros Arrabidaea e Memora,além de indivíduosarbóreos juvenis e adultos remanescentesda formaçãoprimária. 63

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO

Compreende basicamente as áreas de exploração de materiais naturais - areia, rocha e cascalho. Somente as cascalheiras fazem parte do projeto, entretanto, as demais fontes de materiais utilizadas mantém atividades comerciais. Tratam-se de áreas localizadas fora da faixa de domínio, normalmente em regiões elevadas, com escavação inferior a 1,5m de profundidade. No interior dessas áreas observa-se à existência de material solto, escavado e solo orgãnico estocado. A superfície final de escavação se mostra desnudada normalmente com processos erosivos em aprofundamento, descobrindo o solo subjacente menos resistente à ação das águas superficiais, transportando sedimentos por encostas íngremes em direção às partes baixas e drenagens naturais. Alguns caminhos de serviços utilizados são preferenciais para condução das águas de enxurradas, condicionando ravinas e sulcos. Enquadram-se também neste item, bases, tanques e demais estruturas de concreto e alvenaria, por ventura utilizadas durante as obras de pavimentação em canteiros e alojamentos, observadas no lado direito do km 8,3 e km 34. Tratam-se de pisos de concreto com dimensões da ordem de 40m x 12m e tanques de 3,Om x- 1,50m x 1,50m, além de pequenas caixas, os quais devem ser simplesmente demolidos, removidos, devolvendo à área a superfície natural ocupada.

Áreas de jazidas

Sob o aspecto paisagístico, as áreas utilizadas para a extração de cascalho para a construção e pavimentação da GO-174, entre a BR-060 e Aparecida do Rio Doce, foram instaladas em áreas antropizadas onde predominavam as formações de pastagens em ambientes outrora recobertos pelo cerradão. De modo geral, estas áreas apresentam atualmente um nível elevado de degradação, onde verifica-se a ausência de cobertura vegetal bem como de material orgânico estocado. Jazida J-01 Está IDcalizada a aproximadamente 150 m da margem esquerda do córrego São Francisco da -azenda do mesmo nome, o qual é cortado por mata de galeria inundável em bom estado de conservação. A cascalheira foi explorada em área ocupada atualmente por pastagem, onde constata- se no entorno testemunhos da flora nativa, emergentes e adultos, distribuídos esparsamente sobre o campo graminóide introduzido. Esta jazida apresenta taludes verticalizados, piso compactado e exposto com ausência de processos erosivos, bem como de material estéril e orgânico estocado. Jazida J-02 Está localizada à direita da rodovia, com via de acesso à altura do km 28,2, a qual intercepta área dominada pelas pastagens. A cascalheira ocupa uma área de aproximadamente 2,5 ha, em terreno elevado com solo lateríticci; taludes verticalizados; piso compactado; com baixa quantidade de material estocado; e, ausência de solo orgânico. A cobertura vegetal dominante no entorno dessa área é composta por pastagens em ambiente outrora recoberto pelo cerradão. Constata-se no interior e na borda da jazida a ocorrência de talvegues, os quais são orlados por cobertura vegetal do grupo ecológico das pioneiras. A ausência de cobertura vegetal, associada à fatores físicos, propiciou a instalação de processos erosivos em detrimento da eficiência de obras de contenção existentes nos locais de maior decliviclade. Das cinco jazidas exploradas, esta é a que apresenta o maior índice de degradação. Jazida J-03 Esta jazida foi explorada em área de solo laterítico, próxima à margem direita do córrego Água Mansa, com via de acesso localizada a direita da GO-174 na altura do km 29,6. 64

Com aproximadamente 1,5 km de extensão, a via de acesso intercepta ambiente recoberto por pastagens e lavouras, além do córrego Água Mansa. A área caracteriza-se pela presença de solo decapeado; escavações irregulares; material estocado; acúmulo de águas superficiais; e presença de processos erosivos nas áreas de encostas. A cobertura vegetal do entorno é composta por pastagem e lavouras de milho em ambiente totalmente descaracterizado. Jazida J-04 Área localizada à 70 metros a direita da rodovia, em terreno plano, já explorada onde domina laterita arenosa, na altura do km 34,4. Apresentam alguns pontos decapeados com cobertura vegetal rala e outros recobertos parcialmente por gramíneas, com ausência de espécies arbóreas. A área não apresenta processos erosivos. No entorno, a cobertura vegetal é representada por gramíneas do gênero Brachiaria, utilizadas para o pastoreio de bovinos onde permeiam espécies arbóreas e/ou arbustivas remanescentes. Jazida J-05 Essa jazida foi explorada em área antropizada, outrora recoberta pelo cerradão, e recoberta atualmente por pastagens. A via de acesso a essa tem inicio na altura do km 61,6, à esquerda da GO-174, interceptando ambientes ocupados por pastagens e áreas com cobertura vegetal primária, com dominância do sub-tipo cerradão. A área caracteriza-se por apresentar solo compactado; taludes semi-verticalizados; com ocorrência esporádica de material estéril e orgânico estocado. Nos locais onde foi realizada a suavização dos taludes e a distribuição do solo orgânico, nota-se um processo de regeneração natural da vegetação, onde são constatados a emergência de indivíduos arbóreos e arbustivos). Em um local onde a exploração foi desativada há mais tempo, nota-se um processo de regeneração natural da vegetação em solo totalmente decapeado,.

Áreas de instalações

Enquadram-se nesse item, bases, tanques e demais estruturas de concreto e alvenaria, utilizadas durante as obras de pavimentação em canteiros e alojamentos, observadas no lado direito do km 8,3 e km 34. Tratam-se de pisos de concreto com dimensões da ordem de 40m x 12m e bases de tanques de 3,Omx 1,50m x 1,50,m, além de pequenas caixas, os quais devem ser simplesmente demolidos, removidos, devolvendo à área a superfície natural ocupada.

4.4 - MATAS DE GALERIA DEGRADADAS

As formações de galeria interceptadas pela rodovia, apresentam de modo geral um alto grau de degradação, principalmente na faixa de domínio da rodovia e imediações. Primariamente, as formações de galeria ocorrentes na região apresentavam dois subtipos: mata de galeria inundável, vegetando em ambientes onde o lençol freático encontra- se aflorante a maior parte do ano, mesmo na estação seca; e mata de galeria não inundável, onde o lençol freático não aflora. Atualmente a cobertura vegetal, existente na faixa de domínio na orla dos cursos d'água é constituída basicamente por campos herbáceos nativos ou introduzidos, sendo rara a ocorrência de representantes arbóreos. Além da ausência da vegetação arbórea ciliar, o assoreamento e a queda de taludes marginais representam as formas mais significativas de degradação desses ambientes ribeirinhos.

4.5 - USO INDEVIDO DA FAIXA DE DOMÍNIO

Ao longo da GO-174 foi constatada duas situações de uso indevido da faixa de domínio. 65

A primeira situação refere-se ao uso da faixa de domínio para a implantação de culturas cíclicas como a soja e milho. O uso dessas áreas sem as técnicas adequadas de proteção do solo contra a ação das águas superficiais podem, num futuro próximo, favorecer a instalação de processos erosivos nos locais com maior declividade, após o abandono da área. Agrava a situação a diminuição da área de escape dos veículos, afetando em alguns segmentos a segurança da rodovia. A eventual movimentação de pessoas e máquinas na época da colheita deverá igualmente afetar de forma direta as condições de segurança da via. A segunda situação refere-se ao uso da faixa de domínio para a deposição de lixo como foi constatado em duas áreas próximas a Rio Verde e Aparecida do Rio Doce. O lixão próximo a Rio Verde (km 0,6) é a céu aberto, situa-se na altura do km 0,6 e o de Aparecida do Rio Doce no km 58,5, ambos causam degradação na paisagem, além de se constituir em focos de transição de doenças, podendo tornar-se disseminadores de endemias pela circulação de veículos e pessoas.

Passivo ambiental decorrente do uso indevido da faixa de domínio (depósito de lixo) Localização (km) | Município Area (m2) Volume(m3) 0,6 Rio Verde 7.200 12.000 58,5 Aparecidado Rio Doce 1.800 6.000

4.6 - DEGRADAÇÃODOS HABITATSDA FAUNAAO LONGODA GO-174

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação da GO-174 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia. O passivo ambiental da rodovia, adicionado ao amplo processo de antropização regional, através das atividades agropecuárias nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunística regional, praticamente irreversível. Esse processo de simplificação, apesar de irreversível, pode ser atenuado através de medidas de recomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam a utilização racional dos recursos naturais da região. A interceptação de inúmeros corredores faunísticos pela rodovia, além de favorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trãnsito da fauna entre suas diversas áreas de refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevo não favorecem a mecanização agrícola. Alguns locais ao longo da rodovia passaram por processos de degradação mais acentuados, onde ocorreram a formação de voçorocas. Algumas áreas menos degradadas, em que ocorreram a formação de ravinas, junto com as voçorocas, contribuem para a degradação dos ecosssistemas aquáticos da região, através do arraste de solo e assoreamento dos cursos d'água, além de favorecer a instalação de processos erosivos nos taludes marginais desses. 66

5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTOS RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

3 1 Demolição de concreto armado m 54,75 164,73 9.018,97

3 2 Suavizaçãode taludes m 17.182,07 1,27 21.821,23

3 Regularização do terreno m3 211.200,00 0,16 33.792,00

3 3 Espalhamento de matenal m 250,00 0,60 150,00

2 4 Escarificação m 18.030,00 0,12 2.163,60

3 5 Diques transversais m 438,50 1,92 841,92

3 6 Terraços e bacias interiores m 18.016,40 1,27 22.880,83

3 7 Terraços exterores m 666,00 1,27 845,82

3 8 Escavação de cavas m 4.320,00 1,27 5.486,40

3 9 Retaludamento de caixas existentes m 600,00 1,27 762,00

3 10 Espalhamento de lixo m 18.000,00 0,60 10.800,00

11 Espalhamento de bota-fora m3 1.520,00 0,60 912,00

2 12 Compactação de lixo m 9.000,00 0,94 8.460,00

13 Recobrimento m 3.528,00 0,60 2.116,80

2 14 Calagem e adubação m 190.280,00 0,02 3.805,60

2 15 Plantio de gramineas m 276.288,00 0,22 60.783,36

2 16 Plantio de espécies m 9.000,00 0,22 1.980,00

2 17 Revegetaçãode mata inundável m 14.400,00 2,47 35.568,00

2 18 Revegetação de mata não inundável m 14.400,00 2,47 35.568,00

2 19 Hidrossemeadura m 675,00 2,47 1.667,25

20 Dissipador de energia un 6,00 280,00 1.680,00

21 Canaletas ml 190,50 17,21 3.278,51

22 Cercas ml 5.484,97 5,12 28.083,05

TOTAL 292.465,33 RESUMODE QUANTITATIVOS,RODOVIA GO-174

SERV C~I*Ia4.

56 250.00 135 250,00 476.40 E.Dr*.ti... 12 716,33 | 82.DS0.00

3.0 84,97 114 000.0 0|114.000,00 753.24 114 000.00 250.00 J .0d.0 490.00 490,00 Inltalaçõ@54,75 4 90,0 01

3 114000.00 1 0 1. 4.07 000 600,00 18 000,001 1.512.00 000,050600 2 43.,60 18.01 4 TOtldo 54,51 17.182,07 211.200,00 250.18.030,0( _ ,

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LEGENDA

RE PRES E NTAÇÃO DO PASSIVO AMBE1E NTA L GO0 174 69

RODOVIAGO-217

A rodoviano trecho em estudo,designada pela nomenclaturaGO-217, com extensãode 52,60km,tem inicio no entroncamentocom a BR-153,completando o 10 segmentona cidade de Piracanjuba,de onde se iniciao 20segmento que finalizana interseçãocom a GO-139

1 - CARACTERIZACÃODO PROJETO

Otrecho da rodoviaGO-217, situado entre a BR-153 e o entroncamentocom a GO-139, tem um projetode restauraçãoexecutado e concluído,sendo possíveluma análise detalhada das intervençõesque irão ocorrerao longode toda a sua extensãode 52,60km. Para a execuçãodos serviçosde recuperaçãode pavimento,inclusive os acostamentos estão previstasas seguintesquantidades principais:

Quantidadede material 10oSegmento 20 Segmento Trat. Sup. Duplo 234.192m' PR2C 819,67t Brita Pinturaligação 196.766,00m~ 2.820 m2 RR-2C 98,38t 1,41t CBUQ 8.349,50m~141,00 m CAP-20 1.085,43t 18,33t Brita 9.292,988m 3 156.933m 3 LamaAsfáltica Fina 308.112,00m 1 310.464,00mZ RL-lC 231,08t 232,85t Areia 2.890.254m 3 1.117,22M 3 Póde pedra 1.540,56m 3 1.552,32m 3

Acessoriamente,aproveitçando a oportunidadeda intervenção,foram previstosalguns reparosnos dispositivosde drenagemsuperficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidas d'água. Muitas dessas intervençõesprevistas são de recuperação,prevendo-se algumas reconstruçõeslocalizadas. Drenagem - Saídade descidad'água 195,00m

2 - CARACTERIZACÃOREGIONAL DA ÁREA

2.1 - MEIOFíSICO

Estetrecho rodoviárioinsere-se em terrenospertencentes às sub bacias dos rios Meia ponte e Piracanjuba,pertencentes á bacia hidrográficado rio Paranaíba,região sul do estado de Goiás. Nestaregião, a rede de drenagemé densa com energiabaixa a média,constituindo cursos d'água perenes e microbaciasdistintas. As característicasclimatológicas estão no contexto.davasta região CentroOeste do país predominandoum climatropical úmido, tipo Aw, 70 com duas estaçõesanuais distintas, sendo: uma chuvosa,indo de outubroa abril e, outra seca, indo de maio a setembro. A precipitaçãomédia anual é da ordem de 1.500mm, concentradanos meses de dezembroa março.Nos mesesde junho e julho as precipitaçõessão mínimas. A temperaturamédia anual situa-seem torno de 23°C, com uma média de_180Cnos mesesde maio, junho e julho que correspondeao inverno.No verão,a média térmicase eleva consideravelmente,podendo atingir índicespróximos aos 30°C. Ao longo do trecho, ocorre uma superfícietopográfica de planalto, contínua,situada entre as cotas 750 e 850 metrosde altitude,constituindo relevos dissecados e heterogêneos, predominandoformas tabulares e convexas,agudas, representadaspor serras localizadas, destacando-sea Serra Negra nas proximidadesde Piracanjuba. Essassuperfícies topográficas são sustentadaspor umavariedade de rochas,de idade Pré-Cambriana,onde se destacam aquelas pertencentes à cobertura metassedimentar dobrada, os corpos intrusivos de naturezagranítica, uma ampla coberturaformada por uma camadade depósitoslateríticos nos terrenosaltos e planose, depósitosaluvionares recentes, inconsolidados,restritos aos terrenosbaixos. Os metassedimentoscorrespondem às rochasdo Grupo Araxá, sendo nesta região representadospor diversos tipos litológicos ,tais como, micaxistos, gnaisses, quartzitos, anfibolitos e calcários. Os xistos são dominantese com freqüência apresentamplanos de xistosidadebem evidentes,veios de quartzo ,dobras e fraturas,enquanto que, os quartzitos,de ocorrênciamais restrita ,ocorremna forma de lentes, mostrando-sefraturados, dobrados e, com freqüência sustentandoas serras e superfícies topográficasmais elevadas.Os xistos com certa freqüênciasão próprios para exploraçãode brita e uso na construçãocivil por toda região. Os corposintrusivos de granito ocorrem de forma localizada, sendo evidentes nas proximidadesda cidadede Piracanjuba.Trata-se de granitos,grosseiros ,de coloraçãocinza ,estruturagnáissica , ocorrendoem terrenosarrasados com poucosafloramentos. Os solosque recobrem essas rochas,ao longo da rodoviae da região, na maioriasão latossolos que se distribuem sobre as superfícies tabulares e planas, imprimindo um escoamento superficial difuso, aos quais lateralmentese associam solos concrecionários lateriticos, ambos resistentes aos processos erosivos. Secundariamente,nas zonas das encostasde maior declividadesocorrem cambissolos, mais sujeitos à erosão e instabilidade localizadas.. O uso e ocupaçãoprincipal do solo são divididoentre a pecuáriae o plantiode lavouras temporáriasde cereais e hortaliças,com destaquepara a soja e o milho que ocupamáreas planaspróximas da rodovia.

ÁREASDE MATERIAISDE CONSTRUÇÃO

As áreas de recuperaçãoasfáltica necessitarãoda disponibilizaçãode materiais de construçãoos quais serãoadquiridos de terceiros.Não haveráempréstimo de cascalho.

2.2 - MEIO BIÓTICO

Sob o aspectofitogeográfico, a área de influênciadas GO-217,insere-se sob o domínio dos Cerrados.No trechocompreendido entre a BR-153 e Piracanjuba,a vegetaçãocaracteriza- se como uma zona de tensãoecológica, no contatodo Cerradocom a FlorestaEstacional. No trecho entre Piracanjuba e o trevo com a GO-139, a cobertura vegetal dominante é representadapelas formações savânicas. Na área de influência, as fisionomiasque se destacam são o cerrado típico e o cerradão,além das matas de interflúvioe de galeria,e das veredas. No trecho entre a BR-153 e Piracanjuba,o cerradão representava a fisionomia dominante,sendo que atualmentea pressãoantrópica sobre os habitas da flora ocasionou ampla alteração desses através do desmatamentopara a formação de pastagens e/ou lavouras. Essa vegetação é observada atualmenteao longo da rodovia sob a forma de 71 encraves em meio às áreas antropizadas ou através de indivíduos remanescentes da formação primária, dispersos em meio às áreas de pastagens. As florestas de interflúvio ocorriam geralmente confrontando com o cerradão, na zona de tensão ecológica na região entre a BR-153 e Piracanjuba, sendo que testemunhos dessa fisionomia são observados atualmente sob a forma de encraves em meio às pastagens, ou mesmo de indivíduos isolados das espécies. As matas de galeria são freqüentes ao longo da rodovia, sendo que em alguns locais encontra-se associada ao campo úmido. A mata à altura do quilômetro 01 apresenta ambiente similar ao descrito, onde se constatam a presença de um aterro com os taludes recobertos pelo capim braquiária e espécimes jovens de angico e aroeira na faixa de domínio, evidenciando a evolução de um processo de regeneração natural da flora autóctone. Ao longo do córrego Taioba e do rio Piracanjuba está presente uma fisionomia de mata de galeria, diferenciada da descrita, não associada ao campo úmido e nem espécies características de ambientes higrófilos. Nas adjacências da interseção da rodovia com o rio Meia Ponte, ocorre mata ciliar com largura aproximada de 30 metros, sendo que nessa vegetação e adjacências. Entre Piracanjuba e a GO-139, a fisionomia dominante é o cerrado típico, sendo que essa vegetação encontra-se amplamente alterada na área de influência da rodovia, constatando-se atualmente resquícios dessa fitofisionomia sob a forma de pequenos encraves em meio às áreas dominadas pelas pastagens introduzidas. Na porção final do trecho é frequente a presença de veredas, onde a palmeira buriti constitui o representante de destaque. Essa formação geralmente é margeada por um campo úmido graminóide no contato com a formação savãnica. A antropização regional é bastante acentuada, por se tratar de uma região de solos com excelente aptidão agrícola, constatando-se uma ampla alteração dos habitats da flora e da fauna pelas atividades agropecuárias desenvolvidas na região. Os remanescentes da vegetação primária ocorrem sob a forma encraves nas reservas legais ou áreas de preservação permanente ao longo de cursos d'água, veredas, encostas e topos de morros, constatando-se que mesmo algumas dessas áreas sofreram alterações pela pressão antrópica. A fragmentação da cobertura vegetal regional ocasionou ampla alteração dos habitats das comunidades faunísticas da área de influência, e consequentemente, simplificação destas. As populações de espécies que ocupam níveis mais elevados da cadeias trófica regional e as de maior porte, são geralmente as mais sensíveis às alterações ambientais ocorridas, bem como as dependentes dos ambientes fechados compostos pelas matas. A fauna mamífera, altamente susceptivel às interferências em seus habitats, encontra- se bastante simplificada na região. A transformação de ambientes fechados em abertos, através do desmatamento para a formação de pastagens e/ou lavouras favoreceu a colonização dessas áreas por aves afins a esses ambientes, constituindo esse grupo o dominante entre os vertebrados terrestres na área de influência da rodovia. O cursos d'água mais significativos na área de influência direta da rodovia são os rios Meia Ponte e Piracanjuba, que apresentam uma ictiofauna simplificada, devido às interferências em sua vegetação ciliar e na qualidade biótica, devido ao lançamento de resíduos domésticos e industriais em suas águas.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO Via de regra a cobertura vegetal da faixa de domínio é constituída por gramíneas dos gêneros Brachiaria, Andropogon ou Panicum. Em algumas áreas observa-se sobre a cobertura gramínea a presença de espécimes arbóreos em desenvolvimento, que foram conservados durante o controle da vegetação na faixa de domínio. 72

Na altura do quilômetro02 a faixa de domínio encontra-serecoberta por espécies característicasdo cerradão. Durante a pavimentaçãoda rodovia algumas áreas, na faixa de domínio, foram degradadasatravés da escavaçãopara o empréstimode material. Algumas áreas na faixa de domínio apresentamvestígios da cultura de algumas cultivares, como por lavouras de milho, sorgo além do fumo mandioca e, guariroba. Especialmenteà alturado povoadode Serra Negraonde a concentraçãopopulacional é maior.

2.3 - MEIOANTRóPICO

O municípiode Piracanjubaapresenta uma produçãoagrícola razoável. Entre os produtos mais plantados no municípioo destaqueé para o milho, que na safra de 1996 foi cultivadoem mais de 6.660ha,com uma produçãode aproximadamente20,300 toneladas. O segundo produto em área plantadafoi à soja e em terceiro o arroz. Além desses foram plantados,em menorquantidade, o feijão, a mandiocae a cana-de-açúcar. A atividadepecuária no municípioé importante,especialmente pela expressividadedo rebanhobovino que soma mais de 212.500cabeças. O rebanholeiteiro atinge a 55.110vacas, cuja produçãochega a mais de 47.850mil/litros.Os suínostem um efetivo de 35.300cabeças, e as aves chegama 122.124.

PATRIMONIOCULTURAL

As obrasse restauraçãoda rodoviaGO-217 não deverãocausar interferências em sítios arqueológicospois as ações a serem desenvolvidasrestringem-se a faixa de domínio. Os materiaisa seremempregados, como brita e areia,serão provenientesde depósitoscomerciais em exploração.

3- SITUACÃOATUAL DO MEIOAMBIENTE A pavimentaçãoda rodovia e a antropizaçãoao longo dessa no decorrer dos anos, ocasionouintensa simplificação dos habitatsda flora e da fauna na área de influênciadireta. As matas ciliares dos cursos d'água ao longo da área de influência da rodovia encontram-sedegradadas em toda a extensãodo trecho, inclusive no Rio Meia Ponte, que apresenta altos índices de poluição e baixa qualidade biótica. À altura do quilômetro 09 constata-seo avançode processoerosivo instalados junto aos taludesmarginais do córregoe ausênciade matade galeriana margemdireita. Durantea pavimentaçãoda rodovia,algumas áreas foram degradadasao longo dessa, através do empréstimode material para a construção da sub-base, formando caixas de empréstimomal estabilizadase susceptíveisà erosão laminar,que ocasionao transportede solo em direção aos fundos de vales e cursos d'água. Em alguns locais, devido ao longo períododesde a pavimentação,a vegetaçãoapresenta sinais de regeneraçãonos locais de empréstimo,não constituindo,contudo, essa situação,uma soluçãodefinitiva para a contenção da instalaçãode processoserosivos nessas áreas. Na altura do km 4,2 nota-sejunto à margemesquerda da rodovia, uma cabeceirade drenagemonde se encontracomunidade arbórea em estágiode regeneraçãonatural. Via de regra, constata-sena região,a não observãnciaao Código Florestaldo Estado de Goiás, através da não conservaçãode áreas de preservaçãopermanente como matas ciliarese reservasflorestais. O uso do solo, em todo a extensãodesse trecho da rodovia,caracterizado por elevados índicesde antropização,através da urbanizaçãoe das atividadesagropecuárias intensas, vem ocasionandoa alteraçãoacentuada dos habitats da flora e da fauna, de forma definitiva e irreversível,em detrimentodas comunidadesbióticas silvestresda região. Tal circunstância 73 favoreceo prognósticodo incrementodo processode antropizaçãoregional e a consequente simplificaçãodas comunidadesbióticas na área de influênciada rodovia. Junto ao rio Meia Ponte,a alteraçãodo local da ponte deixou o antigo leito da rodovia abandonadoe ainda pavimentadoem algunslocais, em detrimentoda qualidadebiótica nessa área. A obrade restauraçãoasfáltica proposta para este trechoda rodoviaapresenta-se como um conjunto de ações simples, se considerarmosque a rodovia encontra-seem plena operaçãoe que não haverámudanças em seu traçado. Os impactos ambientais decorrentesda construção da rodovia, denominadosde Passivo Ambiental, existentes,são significativosambientalmente e estão caracterizadosno capítuloespecífico deste trabalho,onde também estão indicadasas medidasconvenientes. Foi constatadoo atropelamentofreqüente de animais silvestres ao longo da rodovia, inclusive de espécies em extinção, como o guará. Verificou-sea ausência de placas de advertênciada travessiade animaissilvestres em todo o trecho da rodovia. Quanto aos aspectos sócio-econômicos,a restauraçãodesse trecho, de uma forma geral, será bastantepositiva, melhorando as condiçõesde trafegabilidadepelo recapeamento da faixa de rolamento,bem como da recuperaçãodo acostamento,dispositivos de drenagens, além da recuperaçãodos equipamentosde sinalização.

4 - DIAGNóSTICODO PASSIVOAMBIENTAL

Considerandoos diversoscomponentes naturais ao longo da rodoviaGO-217, entre a BR-153 e a interseção com a GO-139, inúmeros impactos remanescentes,na maioria atribuídos às obras de implantaçãoe construção da atual rodovia, foram catalogadose enquadradoscomo passivoambiental. Entre essas interferênciasremanescentes destacam-se as caixas de empréstimode solos, das quais cinqüenta e cinco (55) merecemmedidas especificas.Entre os impactos relativosa ação do escoamentosuperficial das águas,constataram-se nove (09) situaçõesque merecem ações corretivas.Quanto às travessiasdas drenagens existentes,constataram-se condições regulares de conservaçãodas pontes, sendo que, nestes locais a degradação ocorreuna vegetaçãociliar dos rios, para os quais foram indicadasmedidas de recuperação específicas.As obras de arte correntes como bueiros apresentampequenos problemas externós, devido à ação da energia do fluxo de águas superficiais,cujas medidas foram propostas. A recuperaçãodo passivoambiental, deste trecho da rodovia,virá resgatar,pelo menos em parte,os danos causadosao meio naturalem decorrênciada implantaçãodeste importante empreendimento.

4.1 - PASSIVODECORRENTE DOS SERVIÇODE TERRAPLENAGEM

Compreendeas áreas de empréstimoslaterais , os taludes de cortes em solos, leito de rodovia abandonado,relacionados no quadroreferente ao passivodecorrente dos serviçosde terraplenagem,sendo descritasa seguir.

4.1.1 - CAIXAS DE EMPRÉSTIMO

Situações diversas de áreas degradadas pelo empréstimo de material foram, constatadasao longo da rodovia: * Áreas parcialmenterecompostas, com taludes verticalizadose desprovidosde coberturavegetal continua; 74

• Áreas com taludes semiverticalizados com a presença de espécimes arbóreos nativos esparsos, em variados estágios de desenvolvimento vegetativo; • Áreas totalmente recobertas pôr cobertura vegetal com a presença de taludes verticalizados As gramíneas exóticas, em especial do gênero Brachiaria, representam a cobertura vegetal dominante nas áreas de empréstimo de material, no interior e fora da faixa de domínio onde predominam as pastagens. As caixas de empréstimo onde o piso e os taludes encontram-se recobertos pela vegetação nativa em franco processo de regeneração natural foram incluídas no passivo ambiental desse trecho da rodovia, por apresentarem taludes verticalizados ou semiverticalizados.

4.1.2 - TALUDES DE CORTES EM SOLO Os cortes em solo para a implantação da rodovia, que integram o passivo dos dois trechos BR153/Piracanjuba, e Piracanjuba/trevo da GO-217 com a GO-139, apresentam, na maioria, taludes semiverticalizados; especialmente os existentes à altura dos km 8.6; 9.7; 10.7; 19.1 e 20,0, no trecho 1, onde o relevo é mais movimentado, em comparação com o trecho 2, que apresenta um relevo mais suave. Estes cortes estão estáveis e com cobertura vegetal de hábitos variados. Apenas dois cortes, no trecho 2, apresentam situação de passivo, sendo necessárias intervenções de estabilização nessas áreas, que resulte na melhoria das condições ambientais do local. a) corte com processo erosivos e sem berma. Apenas um corte enquadra-se nesta categoria, o de número 1, existente à altura do km 4,3, pela margem direita da rodovia, no trecho 2, onde ocorre talude instável e exposto; com presença de processos erosivos de baixa magnitude e localizados. a) Corte em berma com presença de processos erosivos Enquadra nesta categoria o corte de número 2, localizado após o córrego São Mateus, onde ocorrem processos erosivos generalizados, com queda de blocos de rocha nas bermas. O tipo de solo não favoreceu o desenvolvimento satisfatório de uma cobertura vegetal que permita a proteção e estabilização dos taludes. A vegetação existente é incipiente.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL

O passivo decorrente do sistema de drenagem e escoamento superficial é constituído pelos processos erosivos instalados ao longo da faixa de domínio na forma de sulcos desenvolvidos em áreas de solos friáveis desprovidos de cobertura vegetal, sendo a causa principal dos ravinamentos, a ação das águas superficiais no interior de caixas de empréstimo e aterros. As ravinas formadas encontram-se em estágio de desenvolvimento, em especial nos períodos chuvosos, e instaladas em áreas de empréstimo de material, ou não, onde o solo apresenta baixa resistência às intempéries, e em geral, com declividade igual ou superior a 10%. Nessa situação encontram-se áreas com características semelhantes, descritas no quadro do passivo relativo ao sistema de drenagem e escoamento, que se caracterizam por apresentar sulcos longitudinais, com dimensões que variam de 1 a 3 metros de largura; 1 a 3 metros de profundidade; e, 20 a 400 metros de comprimento. Em geral, essas áreas apresentam taludes semiverticalizados; irregulares; desprovidos de cobertura vegetal; e, instáveis; constituindo fator de degradação da paisagem e de cursos d'água, através da perda de solo. 75

A cobertura vegetal do entorno dessas áreas é constituída predominantemente por gramíneas dos gêneros Brachiaria e Andropogon, provenientes das pastagens introduzidas; além de espécies arbóreas e arbustivas dos gêneros Machaerium, Memora, Dalbergia, Anadenanthera,Myracrodruon, Tabebuia, e Bowdichia,entre outras.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO

4.3.1 - CASCALHEIRAS

Para a recuperação da rodovia GO-217, no trecho compreendidos entre a BR153 e a GO-139, não está prevista a abertura de jazidas para a extração de cascalho.

4.3.2 - PEDREIRA

A área programada para a extração de rocha localiza-se à esquerda da rodovia, à altura do km 13,8, a aproximadamente 1,3 quilômetros do eixo, sendo que a via de acesso intercepta ambientes recobertos por pastagens, em ambiente anteriormente dominado pelo cerrado e cerradão conforme testemunhos remanescentes das formações primárias, além de uma estreita mata de galeria em bom estado de conservação. Por tratar-se de empreendimento comercial, o mesmo deve encontrar-se licenciado junto a AGMARM, pela empresa responsável pela exploração - ORCA Mineradora Ltda.

4.3.3 - AREAL

Desde que o mesmo constitui empreendimento privado, deve ser legalizado junto a AGMARM, pelos responsáveis pela atividade de mineração, através da elaboração de Plano de Controle Ambiental.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DA CONSTRUÇAO DE PONTES E BUEIROS

Essa situação é representada pela interferências em matas ciliares e de galeria, em geral através de remoção da cobertura vegetal nativa e pela construção de aterros, interferindo na dispersão da fauna dessas áreas, que constituem zonas de dispersão.

4.4.1 - PONTES

Apenas a ponte sobre o córrego São Mateus, na segunda interceptação, apresenta alterações significativas na vegetação ribeirinha; nas demais pontes, como no rio Meia Ponte, no trecho 1, e rio Piracanjuba, no segundo trecho, as intervenções foram de elevada magnitude, porém, através da regeneração natural, essas áreas e outras, apresentam uma cobertura florestal em estágio avançado atingindo clímax vegetativo.

Ponte sobre o córreqo São Mateus Essa ponte apresenta uma estrutura de concreto aparentemente em perfeito estádio de conservação, não apresentando defeitos de proteção do encabeçamento. A vegetação ribeirinha encontra-se degradada, ocorrendo atualmente uma cobertura vegetal graminóide que ocupa até as orlas marginais.

* Ponte sobre o rio Piracaniuba Como dano físico, ocorre um lanço da grade de proteção quebrado; as demais estruturas não apresentam defeitos aparentes. O vão sob a ponte é satisfatório para as peregrinações tróficas e reprodutivas da fauna local, que contudo, encontram-se obstruídos por dois barracos de lona, ocupados por duas famílias. 76

* Ponte sobre o rio Meia Ponte Aparentemente essa ponte não apresenta danos em sua estrutura, sendo que a cobertura vegetal ciliar encontra-se conservada. O vão sob essa é satisfatórios à dispersão de animais silvestres. A antiga ponte que fica imediatamente a montante da nova, caiu e encontra-se obstruindo parcialmente o fluxo normal do rio.

* Ponte sobre o córreco Brilhante Essa ponte apresenta bom estado de conservação e vão satisfatórios à dispersão de animais silvestres. A formação de galeria, desse córrego, apresenta índices razoáveis de conservação, ocorrendo uma comunidade arbórea em processo de regeneração natural, tanto na faixa de domínio, quanto externamente a essa, constatando-se a dominância de espécies do grupo ecológico das pioneiras, como a sangra-d'água; o monjolo; o angico o ingá-de-sapo e a mutamba.

4.4.2 - BUEIROS

Entre os bueiros inspecionados, ao longo dos dois sub-trechos da GO-217, apenas um foi incluído no passivo ambiental. Os demais não apresentavam alterações que comprometessem as condições ambientais ao longo da rodovia. Este bueiro localiza-se em drenagem localizada à altura do km 09, nas proximidades do rio Meia Ponte , onde se constata a instalação de erosão lateral e regressiva, devido à ausência de mata de galeria e mecanismo dissipador da energia pluvial no local de lançamento das águas. A mata de galeria foi totalmente removida, ocorrendo à dominãncia de gramíneas dos gêneros Brachiaria e Panicum, além de espécimes arbóreos isolados com destaque para o embireiro, o ingá e o angico.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DAS INSTALAÇOES

4.5.1 - ACAMPAMENTO A área indicada para a instalação do acampamento para a restauração do pavimento da GO-217, localiza-se no interior do pátio da pedreira Orca, onde também está previsto a instalação da usina de asfalto, não devendo comprometer áreas relevantes em relação á vida silvestre.

4.6 - PASSIVODECORRENTE DAS ZONAS DE DISPERSÃODA FAUNA As principais zonas de dispersão da fauna interceptadas pela GO-217, entre a BR-153 e a GO-139, encontram-se assinaladas na figura relativa às zonas de dispersão da fauna; sendo que em geral ocorrem nas interceptações de matas ciliares ou de galeria, ou de áreas com comunidades arbóreas remanescentes nas adjacências da rodovia. A interceptação de inúmeros corredores faunisticos pela rodovia, além de favorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreas vitais, que se encontram nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevo não favorecem a mecanização agrícola. A recomposição dos ambientes ribeirinhos indicadas pelo presente plano deverá incrementar a concentração da fauna nesses locais, devido à maior oferta de recursos ecológicos, devendo da mesma forma favorecer o aumento de atropelamentos ao longo da rodovia nos locais de dispersão faunística. 77

4.7 - INTERFERÊNCIAS COM URBANISMOS

O trecho da rodovia GO-217, em estudo, inicia-se na interseção com a BR-153, alcança a área urbana de Piracanjuba e prossegue, após esta, até a interseção com a rodovia GO-139. A travessia da cidade de Piracanjuba se faz através de suas vias urbanas principais. Tal fato vem de encontro aos interesses da municipalidade local, que segundo consta, se beneficia com o fluxo de pessoas em trânsito o qual acaba por contribuir com o comércio local através da compra de gêneros e produtos diversificados, ali produzidos. Atestam essa prática às inúmeras barracas e casas de comércio situadas no trajeto urbano que une o referido trecho da GO-217.

4.7.1 - ASPECTOS PAISAGISTICOS DO PERIMETRO URBANO

A zona urbana de Piracanjuba, que tem aproximadamente 2 km interceptada pela rodovia, apresenta via de rolamento e passeios estreitos não comportando com o fluxo de veiculos de carga que trafegam pela rodovia, além de interceptar a parte antiga da cidade. A arborização no perímetro urbano é deficiente, além de haver uma incompatibilidade entre as espécies utilizadas na arborização e os bens de infra estrutura. Essa via deverá ser arborizada de acordo com planejamento da respectiva Prefeitura Municipal, de acordo com projeto a ser elaborado e com acompanhamento técnico especializado, evitando-se conflitos com a infra-estrutura local. 78

5 - QUANTITATIVOS RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇOUNITÁRIO TOTAL

1 Suavizaçãode taludes m3 20.213,12 1,27 25.670,66

2 Regularizaçãodo terreno m3 761,60 0,16 121,86

3 Terraçose barragens m3 2.030,00 1,27 2.578,10

4 Regularzaçãoe gradagem m2 55.000,00 0,06 3.300,00

5 Diquestransversais m3 25,00 1,92 48,00

6 Terraçose bacias m3 14.670,00 1,27 18.630,90

7 Terraçosexteriores m3 16.955,00 1,27 21.532,85

8 Escavaçãode cavas r'3 3.450,00 1,27 4.381,50

9 Retaludamentode caixasexistentes m3 600,00 1,27 762,00

10 Espalhamentode lixo m3 1.560,00 0,60 936,00

11 Compactaçãodo lixo m2 10.900,00 0,94 10.246,00

12 Espalhamentode bota-fora m3 2.379,00 0,60 1.427,40

13 Recobrimento m3 1.071,00 0,60 642,60

14 Calageme adubação m2 135.000,00 0,02 2.700,00

14 Plantiode gramíneas M2 219.038,50 0,22 48.188,47

15 Revegetaçãode matanpária m2 5.400,00 2,47 13.338,00

16 Plantiode espécies m2 71.100,00 0,22 15.642,00

17 Revegetação m2 1.200,00 2,47 2.964,00

18 Hidrossemeadura m2 900,00 2,47 2.223,00

19 Dissipadoresde energia un 34,00 280,00 9.520,00

20 Limpezade baciade acumulação m3 56,00 0,60 33,60

21 Colchãodrenante m3 1.380,00 63,32 87.381,60

22 Valetade crista ml 574,00 0,25 143,50

23 Canaleta ml 1.455,00 17,21 25.040,55

24 Drenoprofundo D=20 ml 100,00 36,80 3.680,00

25 Cercas ml 2.909,54 5,12 14.896,84

TOTAL 316.029,43 RESUMODE QUANTITATIVOS

T~. C.--- 0 E0~0. C ~ Fo0k900.oool E~ -90. C~.9go. P20I ol. R0. U.O4. *0060 006. ok.4 6o64 V~. d.0

OO...... 449009 76160 2500 153000 1 95500 000000 20000 0000 1000

Esss.I,o 05.50W 2 030.80 0646..50 1 300.0 110.0I

Co---. 3025000 900.000 12400 45.00

669,0. ~~~~~~~~~~~~~~5200.0 ~ ~~~~~30.00 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~520.00000

PossO.. 04000 000000 ~~~~5400

Jazid.. 517,93 50000 12 500.00 05000 135000.00 535000 0000 20005

65.--- 42000w0

f.p.P- 51 0050.0 000 50.00 10000.00 507500 2050300001900

---5 2.1.0 76.0 0000 0.0.0 0,0 160.0 0.6.0 3000 0.0 1S5.0 1900 .000 20.6 10 0.6 26OOO .0,0 S 000 50.0 000 0,0 5.0 O00.0 040 .0.0 0.0 2690 T4 T T-Th IECÕ;Ia 1 ~ ~~POVOADODEK

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RODOVIAGO-241

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-241, com extensão de 18,6km, tem início no perímetro urbano de Santa Tereza e termina na área urbana da cidade de Formoso. A cidade de Santa Tereza situa-se às margens da rodovia federal BR- 153, denominada Belém-Brasília, e que se constitui em importante tronco rodoviário nacional. A figura 3.1 apresenta a localização do trecho a ser restaurado.

1 - CARACTERIZAÇÃODO EMPREENDIMENTO

O trecho da rodovia GO-241, situado desde Santa Tereza até a cidade de Formoso, tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 18,6km. As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução do projeto de restauração compõe-se de: • Os segmentos entre os km O a 2,4; 2,94 a 3,34; 3,76 a 6,92; 7,18 a 11,76; 12,18 a 12,62 e 14,08 a 18,30 o pavimento receberá lama asfáltica fina e tratamento superficial duplo (TSD). * Entre os km 2,4 a 2,94; 3,34 a 3,76; 6,92 a 7,18; 11,76 a 12,48; 12,62 a 14,08 será feito fresagem contínua a frio na espessura de 5cm e aplicado tratamento superficial duplo (TSD). Onde for necessário a capa asfáltica será retirada, o material da camada inferior escarificado, incorporando-se 15cm de nova camada de sub-base e 15 cm de base, os quais serão compactados. Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo, lama asfáltica fina e tratamento superficial duplo (TSD).

Quantidade de material

- Base . 1.377,26mz 3 - Sub-base 688,63m Imprimação 28.698,00m - CM-30 159,72t Pinturaligação 250.559,40mZ - RR-2C 175,39t TSD 153.839,70mi RR 2C 538,44t Brita 4.615,19t Lama asfálticafina 125.279,70m 2 EmulsãoRL 1C 137,81t Areia 137,81 Filher 1,13t Pó de pedra 563,76m 3

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos alguns reparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidas d'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumas reconstruções localizadas.

Material de drenagem 1 Obra de arte corrente Dreno profundo 200,00m Boca de concreto 4,00 Sarjetaconcreto (tipo 9) 366,00m Sarjetaconcreto (tipo 1) 4.000,00m Descidad'água 80,00m 82

Bueirosimples 2,00 un Meio fio em concreto 770m Fonte:Projeto de engenharia- DERGO

2 - CARACTERIZAÇÃOREGIONAL DA ÁREA

2.1 - ASPECTOS FíSICOS

Na região de inserção da GO-241, trecho Santa Tereza 1 Formoso, predomina um clima tropical úmido, do tipo Aw de Koopen, definido pela ocorrência de duas estações distintas, sendo uma chuvosa outra seca, característica do planalto interior do Brasil. A estação de chuvas torrenciais vai do mês de outubro até abril, enquanto a estação seca de maio a setembro. Na estação seca, normalmente nos meses de junho e julho as precipitações são mínimas. A temperatura média anual é de 24°C, decaindo na estação seca e se elevando na estação chuvosa. O mês mais quente é outubro, aquele que marca o início das chuvas, enquanto que junho e julho são, normalmente, os mais frios. A rede de drenagem é definida pela ocorrência de pequenos e médios cursos d'água, com destaque para os rios Santa Tereza e Formoso, contribuintes importantes da bacia hidrográfica do rio Tocantins, os quais interceptam a rodovia. O trecho rodoviário em questão se desenvolve sobre uma superfície de relevo plano e homogêneo onde predominam formas tabulares e, secundariamente, formas convexas levemente dissecadas, definida como Depressão do Tocantins, permitindo greide próximo a superfície do terreno e, cortes e aterros baixos. Nas áreas planas ocorrem com maior freqüência, solos concrecionários, lateríticos- quartzosos, pouco espessos e resistentes aos processos erosivos, constituindo um verdadeiro pavimento nas imediações de Formoso. Nestas áreas planas, associam-se latossolos de coloração vermelho amarelos, homogêneos, espessos, também resistentes á erosão, ocupando os arredores de Santa Tereza. Estes dois tipos de solos possuem propriedades favoráveis às obras rodoviárias. . O substrato rochoso é representado por rochas antigas, de idade pré-cambriana, definidas pelo embasamento de granito-gnaisses e, um conjunto de intercalações locais de xistos, quartzitos, anfibolitos e calcários, de ampla distribuição regional. Ao longo do trecho, estas rochas encontram-se profundamente alteradas, podendo suas estruturas remanescentes serem observadas em alguns cortes dos km 6 e 17, guardando aspectos de xistosidade. Os granito-gnaisses são observados as margens do rio Formoso e em blocos na zona urbana de Formoso. Extensos depósitos de areia ocorrem no leito e margem do rio Santa Tereza e Formoso, constituindo bancos de areia quartzosas, de granulometria média, constituindo alternativa para uso nas obras.

Áreas de materiais de construção

A recuperação asfáltica exigirá a disponibilização de materiais de construção, sendo a areia e a brita adquiridos de terceiros. As necessidades de cascalho, por se tratar de volume relativamente pequeno (2.065,89 m3) deverão ser também adquiridos de fornecedores comerciais.

2.2 - ASPECTOS BIÓTICOS 83

FLORA

Sob o aspecto fitogeográficoa GO-241, no trecho entre Santa Tereza e Formoso, insere-seno biomaCerrado, onde dominamas formaçõesdo cerradotípico, entrecortadopelas matas de galeria e do cerradão,além do cerrado ralo que em geral recobre as regiões de altitudemais elevada. A vegetaçãonativa em suas condiçõesprimárias, se comparadaa outras regiões do Estado de Goiás, apresentaíndices elevados de conservaçãobiótica, em especialnas áreas em que o solo apresentabaixa fertilidade natural e entravesà mecanizaçãoagrícola. O cerradão constitui fitofisionomia freqüente ao longo desse trecho, ocorrendo geralmenteem contatodireto com o cerradosensu stricto ou com as matas ciliares.Na porção intermediária,da área de influência,essa vegetaçãoapresenta bons índicesde conservação, sendo que em outras áreas apresenta-seem processode regeneração,ou mesmototalmente alteradopelo desmatamentopara a formaçãode pastagens. Ao longo da faixa de domínio o cerradão foi degradado apresentandosinais de regeneraçãonatural em várias áreas com a dominãnciada pimenta-de-macaco,já em estágio adultode desenvolvimento. O cerrado típico ocorre sob a forma de encraves na região, apresentandorazoáveis índices de conservaçãoem algumas áreas e bastante alterado em outras, através do desmatamentopara a formaçãode pastagens.Nas áreas bem drenadase de solos arenosos, destaca-se nessa fisionomia, na área de influência a maior freqüência da lixeira e do pequizeiro. As matas ciliares ocorremnas orlas dos rios Santa Tereza e Formoso,apresentando, via de regra, bons índices de conservação.Na margem direita do rio Santa Tereza, a vegetaçãoarbórea encontra-seausente, observando-se a dominãnciade pastagens.A mata ciliar do rio Formoso,junto à ponte, encontra-sedegradada, pelas atividades de lazer desenvolvidasno local, pela populaçãode Formoso.Na margemdireita encontram-seáreas sujeitasa inundação,onde predominauma vegetaçãocaracterística dos ambienteshigrófilos, com elevadafreqüência do tucum . Nos contatosda mata com o cerradãodestaca-se a alta freqüênciada aroeira , do açoita-cavaloe do guatambu. Na orla do rio SantaTereza destaca-se elevada abundância do pau-formiga. De uma formageral, as matas de galeriainterceptadas por esse trecho da rodovia,que percorre parcialmenteum divisor de águas, apresentamíndices regulares de conservação ambiental,sendo que essas áreasconstituem zonas de dispersãoda fauna. Em algumas áreas ao longo desse trecho da rodovia,a coberturavegetal apresenta bons índices de conservação,com característicasprimárias, onde as atividades antrópicas foram mínimas. A antropizaçãomoderada da área de influênciada rodovia permitiua permanênciade áreas contínuas da vegetação nativa, com baixa fragmentaçãode habitats, favorecendoa permanênciade uma comunidadefaunística menos simplificadaque em outras regiões do território goiano. Algumas espécies praticamenteausentes de outras regiões do Estado, encontram-sepresentes na área de influênciada rodovia,especialmente nas regiõesde relevo mais acentuado,que fornecem refúgio a considerável parcela da comunidadefaunística regional.

FAUNA

Apesar de raros, os felídeosde maior porte como a onça-pardae a jaguatirica,ainda estão presentesna região, nas áreas menosalteradas e de difícil acesso. As populaçõesde espéciesde valor cinegéticocomo a paca , o cateto e a capivara,apresentam fortes sinaisde declíniona região, em virtudeda caça parasubsistência e da alteraçãode habitats.A presença de algumas dessas espécies na área de influência é favorecida pela baixa fragmentação 84 ambiental, presença de matas ciliares ao longo dos rios e dos refúgios constituídos pela cobertura vegetal e relevo das regiões serranas.

A avifauna constitui o grupo de vertebrados terrestres que apresenta maiores índices de abundância e freqüência na área de influência da rodovia. O curso d'água mais significativo da área de influência da rodovia é o rio Santa Tereza cuja ictiofauna é a característica do Alto Tocantins.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMÍNIO

De uma forma geral, a cobertura vegetal ao longo da faixa de domínio apresenta níveis razoáveis de conservação, devido ao longo período de construção da rodovia e aos processos de regeneração natural instalados, sendo que as áreas que apresentam níveis insatisfatórios são aquelas em que foram efetuados empréstimos de material. A flora nativa apresenta comunidades compostas por populações de espécies em variados estágios de sucessão ecológica, com uma maior freqüência de famílias características do cerrado típico e do cerradão, onde destacam-se gêneros como Axonopus, Panicum, Memora,Neea, Kielmeyera,Xylopia, Sclerolobium, Stryphnodendron, Dimorphandra, Qualea e Anemopaegma, entre outros. Em algumas áreas, como na interceptação do rio Santa Tereza a vegetação marginal apresenta índices razoáveis de conservação biótica, ocorrendo com relativa freqüência o atropelamento de animais silvestres. Esses locais constituem-se em zonas de dispersão faunistica e durante os trabalhos de campo foram observados restos cadavéricos de répteis e mamíferos silvestres. Ocorrem, ao longo da faixa de domínio, áreas onde a vegetação nativa encontra-se rarefeita, ou parcialmente substituida por gramíneas exóticas dos gêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon. Junto a Santa Tereza ocorre área no canteiro central da rodovia em que foram plantadas espécies arbóreas exóticas como a sibipiruna, a munguba e a figueira-benjamim. Concluindo, pode-se considerar que, comparado a outras regiões do Estado, a biota ao longo da faixa de dominio apresenta índices entre razoáveis a satisfatórios de conservação ambiental, ressaltando-se o elevado número de atropelamentos de animais silvestres em função de ambientes com elevados índices de abundância e freqüência de fauna.

2.3 - USO DO SOLO AO LONGO DA RODOVIA

O trecho da GO-241 a ser restaurado inicia-se no perímetro urbano de Santa Tereza de Goiás, indo até a sede do Município de Formoso. A diretriz da via atravessa uma região relativamente plana, cruzando duas drenagens importantes, o rio Santa Tereza e o rio Formoso, esse último próximo ao núcleo urbano da cidade de Formoso. O uso do solo lindeiro ao traçado da via, em grande parte do trecho, ainda guarda características naturais, isto é, a ação antrópica na região é limitada, restringindo-se a praticamente a introdução de pastagens, onde a vegetação natural foi alterada. O início do trecho é na cidade de Santa Tereza, onde a via tem características urbanas. Em uma extensão de 01 km, o núcleo urbano estende-se à margem direita da rodovia, havendo no local uma via coletora paralela à GO-241. Características semelhantes ocorrem ao final do trecho, a partir da ponte sobre o rio Formoso, com ocupação urbana lindeira da cidade de Formoso. Neste segmento o uso comercial é predominante. O segmento entre as duas áreas urbanas tem, em termos de ocupação do solo, vegetação nativa e pastagens. 85

2.4 - PATRIMÔNIOCULTURAL, HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO

Nãoforam constatados,na faixa de domínioda rodovia,presença de sítios históricosou pré-históricos.O materialde construçãonecessário a restauraçãodeste trecho será adquirido de terceiros,portanto extraído de áreas necessariamentelicenciadas. Desta forma não deverá haver impactosem patrimônioarqueológico, histórico ou cultural.

3 - CORRELAÇÃOATIVIDADE 1 AMBIENTE

SITUAÇÃOATUAL

A caracterizaçãoambiental da área indica umacondição ambiental favorável devido ao baixoíndice de antropizaçãoprincipalmente se comparadaa outras regiõesdo Estado. A obra de restauraçãoasfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-se como um conjuntode ações simples,se considerarmosque a rodoviaencontra-se em plena operaçãoe que não haverámudanças em seu traçado. O passivoambiental remanescente a ser recuperadorestringe-se as 09 caixas de empréstimolaterais, 03 áreas de erosões, 01 bueiro e especialmentea implantação de medidas de proteção aos refúgios de fauna interceptadospela rodovia.

4 - DIAGNóSTICODO PASSIVOAMBIENTAL

Considerandoos componentesnaturais ao longo da GO-241,basicamente, no trecho entre as cidades de Santa Tereza e Formoso,reconhece-se uma região com características homogêneas. A rodoviase desenvolvesobre terrenos planos, com declividade,na maior parte,inferior a 10%, sustentadapor solos concrecionários,quartzosos, em geral resistentesaos processos erosivos. Ao longo do trecho as drenagens são escassas, de baixa energia, com amplos interflúvios,predominando um fluxo superficialdifuso. O solo normalmentesão cobertos por vegetaçãonativa.

4.1 - SITUAÇÃODO PASSIVOAMBIENTAL

O fato de já ter decorrido um longo tempo após implantaçãoda rodovia, de uma maneira geral a mesmacruza áreasjá estabilizadase em avançadoestágio de regeneração natural. Foram incluídas no passivo algumas áreas de caixas de empréstimo,cujos taludes encontram-severticalizados e sob ação de fluxo concentrado das águas superficiais, associandoneste caso, erosõeslineares, na forma de ravinas,agravadas pela descargados dispositivosde drenagemda pista. Os cortes e aterrossão baixos,pouco significativos e estáveis.

4.2 - PASSIVODECORRENTE DOS SERVIÇOSDE TERRAPLENAGEM

O passivo decorrentedos serviços de terraplenagemé resultante basicamentedos serviços de empréstimosde solo, definidospelas caixas de empréstimolaterais. Devido ao 86 longo período já decorrido da construção da rodovia, essas áreas, de uma forma geral encontram-se estáveis e em avançado processo de regeneração natural, sendo que intervenções nas mesmas podem reverter este processo. Foram incluídas como passivo as áreas desprovidas de vegetação ou com esta muito rarefeita.

CAIXAS DE EMPRÉSTIMO

Constituem áreas de onde foi removido material para a construção da rodovia, em geral situadas no interior da faixa de domínio, em solos com declividade variando entre 3 e 10%, com o piso compactado, parcialmente desprovidos de cobertura vegetal, com taludes verticalizados ou semi-verticalizados e expostos às intempéries. Tratam-se de áreas com dimensões variáveis, escavadas em solos concrecionários e em latossolos, no geral rasas. Em grande parcela das caixas de empréstimo ocorre vegetação arbórea/arbustiva em processo de desenvolvimento, destacando-se nesses locais espécies como: A vegetação no entorno das caixas é mais adensada, em especial nas áreas onde o solo apresenta maior fertilidade. A caixa de empréstimo de número 09, à esquerda da rodovia, à altura do km 17,4, nas proximidades do rio Formoso, foi aberta em ambiente com características higrófilas, encontrando-se alagada no momento da realização dos trabalhos de campo, compondo ambiente artificializado porém integrado ao ambiente local, não exigindo medidas de recomposição ambiental. Ambiente deletério foi observado na caixa de empréstimo de número 03, à esquerda da rodovia, à altura do km 5,4, que foi aberta em área com cota mais elevada, em uma pequena elevação, onde se instalaram processos erosivos, compostos por ravinamentos longitudinais de pouca profundidade, abrangendo o interior e as extremidades da área de empréstimo, face a maior velocidade e concentração do fluxo das águas superficiais que ali penetram. A caixa de empréstimo de número 01, à esquerda da rodovia, à altura do km 1,5, é a única que não apresenta a ocorrência de espécimes arbóreos em desenvolvimento, sendo que a cobertura vegetal dessa área e imediações é constituída de gramíneas dos gêneros Brachiaria e Andropogon.

TALUDES DE CORTE EM SOLO

Os cortes de elevações efetuados ao longo desse trecho da GO-241, apresentam de forma geral, uma altura média de 2 metros, encontrando-se estáveis e parcialmente recobertos por vegetação herbáceo/arbustiva, não carecendo medidas nessas áreas para a recomposição do passivo ambiental. São cortes com taludes inclinados, normalmente sobre latossolos homogêneos.

4.3 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM SUPERFICIAL

Ao longo desse trecho da GO-241 ocorrem três situações deletérias, devido ao sistema de drenagem superficial, que integram o passivo ambiental da rodovia. Constituem processos erosivos, que se instalaram devido à concentração do fluxo superficial das águas pluviais em determinadas áreas da faixa de domínio. Tratam-se de erosões lineares, na forma de ravinas, associadas a maior declividade do terreno 10% < d < 20%, a ausência de cobertura vegetal e, a concentração dos fluxos, cujas características estão relacionadas no quadro 7.2.1. 87

Erosão 01 Constitui área à direita da rodovia, à altura do km 5,4, que caracteriza-se pela presença de ravinas com os taludes irregulares e parcialmente desprovidos de vegetação, instalada sobre solos concrecionários. No seu interior os taludes formados são irregulares e apresentam vegetação graminóide e arbustiva rarefeita. Os sulcos formados, são transversais em relação à rodovia, apresentando profundidade entre 1 e 2 metros; largura variando entre 0,5 a 3 metros; e extensão de 80 metros, não revelando sinais de uma evolução rápida e acentuada. A vegetação no entorno dessa área é constituída por gramíneas e espécimes arbóreos nativos esparsos.

Erosão 02 Constitui ravina instalada à altura do km 15,5, à direita da rodovia, paralelamente ao acostamento. Proveniente da concentração do fluxo superficial das águas pluviais, essa erosão encontra-se estabilizada sendo pouco significativa, em área de solo com declividade em torno de 10%, composto por cascalho quartzoso. O ravinamento apresenta profundidade e largura média de 1 metro, com extensão de 80 metros, no interior do qual encontra-se cobertura vegetal herbáceo/arbustiva, composta por populações de espécies exóticas e nativas, em estágio avançado de desenvolvimento vegetativo.

Erosão 03 Esse processo erosivo, situado à direita da rodovia, à altura do km 16,3, no interior da faixa de domínio é aquele que apresenta maiores níveis de degradação ambiental ao longo desse trecho da GO-241. Instalado em área de solo de cascalho quartzoso na superfície e solo friável no horizonte C, esse processo caracteriza-se pela formação de sulco longitudinal com piso e taludes irregulares, desprovidos de cobertura vegetal com propensão à evolução. Apresenta dimensões que variam em torno de 1 a 5 metros de largura 0,5 a 2 metros de profundidade e 80 metros de comprimento. A cobertura vegetal no entorno da área degradada é formada por campo herbáceo composto por espécies exóticas do gênero Brachiaria e nativas dos gêneros Aristida e Axonpus, além de espécies arbóreas do cerrado típico dos gêneros Himatanthus, Curatella, Byrsonima, Casearia, Machaerium e Dalbergia, entre outras.

4.4 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE PAVIMENTAÇÃO

O passivo relacionado nesse item refere-se à alteração de áreas utilizadas para a extração de cascalho, areia e rocha, utilizados na pavimentação da rodovia.

CASCALHEIRAS

O longo tempo decorrido após as obras de implantação da rodovia possibilitou a regeneração natural das áreas de extração de cascalho, não sendo conveniente qualquer tipo de interferências nas mesmas.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA INSTALAÇÃO DE PONTES E BUEIROS

PONTES

Duas pontes foram construídas ao longo desse trecho da GO-241 sobre os rios Santa Tereza e Formoso. 88

Os efeitos deletérios provenientesda construçãodessas pontes foram praticamente revertidosdevido a instalaçãode processosde regeneraçãonatural da vegetação,nas áreas de preservaçãopermanente desses cursos d'água, em especialno interiorda faixa de domínio. Ambas as pontesapresentam vão satisfatóriopara a dispersãoda fauna ao longo das áreasde preservaçãopermanente dos rios.

BUEIROS

Vários bueiros foram construídos ao longo desse trecho da GO-241, geralmente promovendoa manutençãodo fluxo normal das águas ao longo de drenagensinterceptadas pela rodovia. De uma forma geral, essas obras não constituemsituação deletéria que requeiram intervençõesde recomposiçãoambiental, desde que os ambientes formados encontram-se integradosao ambiente silvestredessas áreas, sem ocasionar impactossobre a qualidade ambientalde formasignificativa. Situação que integra o passivo ambiental desse trecho da rodovia foi constatadaà altura do km 5,1, à direita da rodovia, onde encontra-seprocesso erosivo decorrente da concentraçãodo fluxo das águas superficiaiscanalizadas para o bueiro, conforme quadro 7.4.2. A coberturavegetal do entorno dessa área é representadapelo cerrado degradado, ondedestacam-se espécimes arbóreos distribuídos de forma esparsa,com maior freqüênciade populações de espécies dos gêneros Brachiaria, Axonopus, Andropogon, Bauhinia, Memora e Peixotoa, entre outras.

4.6 - PASSIVODECORRENTE DE INTERFERÊNCIASEM ZONASURBANAS

Este trecho da rodoviaGO-241 tem segmentosna área urbanade Santa Tereza e de Formoso.Estes segmentos, quando duplicados, como ocorrena área urbanade Santa Tereza, aumentam as condiçõesde segurançatanto aos habitanteslocais como aos usuários da rodovia.Entretanto os segmentosem pistasimples, nas duas cidades,expõem os moradoresa situaçõesde riscode acidentesde trânsito. Do ponto de vista paisagísticoa implantaçãoe pavimentaçãode rodovia em zona urbanaconcorre para a alteraçãode áreas ao longo faixa de domínioe nos canteiroscentrais, quando ocorrem.A ausênciada instalaçãode um projeto paisagísticonessas áreas, contribui para a reduçãoda qualidadeambiental local, atravésde efeitospoluentes como gases, ruídos e mesmovisuais, além do perigode atropelamentode pedestrese animaisdomésticos. O canteiro central presente na área urbana de Santa Tereza, numa extensão aproximadade 1,5 quilômetro,apresenta uma arborizaçãodeficitária, composta por espécies exóticascomo a munguba,a sibipirunae a figueira-benjamim.

4.7 - PASSIVODECORRENTE DA ALTERAÇÃODE HABITATSDA FAUNA

O passivo ambiental da rodovia adicionadoao processo de antropização regional, através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunisticaregional.

A interceptação de corredores faunísticos pela rodovia, além de favorecer o atropelamentode animaissilvestres, dificulta o livretrânsito da fauna entre suas diversasáreas de refúgio,que encontram-senas áreas menosdegradadas dos ambientesem que o solo e o relevo não favorecema mecanizaçãoagrícola. 89

5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTO RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITARIO TOTAL

3 1 Demolição de concreto armado m 0,00 0,00 0,00

2 Regularização e gradagem m2 4.500,00 0,06 270,00

3 3 Suavização de taludes m 1.233,53 1,27 1.566,58

3 4 Regularização do terreno m 800,00 0,16 128,00

3 5 Espalhamento do solol m 376,50 0,60 225,90

6 Escarificação M2 0,00 0,00 0,00

7 Diques transversais M3 32,00 1,92 61,44

3 8 Bacia de acumulação m 30,00 10,62 318,60

3 9 Terraços e bacias interiores m 673,60 1,27 855,47

3 10 Terraços exterores m 0,00 0,00 0,00

11 Dissipadores de energia un 20,00 280,00 5.600,00

2 12 Calagem e adubação m 18.540,00 0,02 370,80

2 13 Plantio de gramineas m 20.440,00 0,22 4.496,80

2 14 Plantio de bambu m 24,00 4,00 96,00

2 15 Hidrossemeadura m 0,00 0,00 0,00

16 Canaletas ml 80,00 17,21 1.376,80

17 Cercas ml 0,00 0,00 0,00

TOTAL 15.366,40 RESUMODE QUANTITATIVOS,RODOVIA GO-241

SER O imDeolmlo de Regulauzação Suavdzaço de Regul do Espalhamento Sacia de Terraços e Terraços Dlssp, de Calageme Plantio de Plantio de Hidrossem. Canaleta Coma concreto e gradagem taludes tnno do oo Ecarfcao Diques . am3)lm bacias exteiores energia adubação gramíncas bambu PROGRAMA ~~(m3) (m2) (m3) (m3> (m3) (m3> (m3>

Drenagem 376,50 800,00 32,00 640,00 8,00 640,00 640,00 24,00 80,00

Empréstimos 4,500,00 807.03 33,60 17.900,00 19.700,00

Pontes

Buelros 50,00 30,00 12,00 100.00

Total 0,001 4.560,006 1.233,53 860,00 6,001 0,001 32,001 30,001 673,60, 0,001 20,00 10.540,00, 20.440,00, 24,001 0,001 00,06 ,0 3,5 k.,

0k,, 474 SX 477 l '4&4 5474 18314.25

LEGENDA

250 500 P.NTE00I951.2 S ~50

ESI. B880,905 Es, 880+13,45

CALCÁRIO BELÉM

LEGENDA

AREAL

P PEDREIRA

JAZIOAS DE EXTRAÇÃO DE CASCALHO NAO RECUPERADAS, COM INDICAÇÃO DA OISTANCIA AO EIXO DA VIA

,'EE CE CAIXA DE EMPRÉSTiMOS LArERAIS NÃO RECUPERADAS COM OU SEM PROCESSOS EROSIVOS ASSOCIADOS

E PROCESSOS EROSIVOS LINEARES SE MAIORES EXTENSÔES E RISCOS

5 BUEIROS CELULARES OU TUBULARES.

p PONTES SOBRE CURSOS D AGUA

EDIFICAÇAO.RESIDÉNCIA, COMERCIO. ETC REPRESENTAÇÃODO PASSIVOAMBIENTAL GO-241

-rt^5' ZONA DE DISPERSÃO DE FAUNA 92

RODOVIA GO-320

A rodovia em estudo, designada pela nomenclatura GO-320 trecho Edéia/BR-153, com extensão de 135 km, situa-se na porção sul do estado com início no perímetro urbano de Edéia e término na interseção com a BR-153.

1 - CARACTERIZAÇÃODO PROJETO

O presente estudo se torna ainda mais relevante com o levantamento do passivo ambiental decorrente das obras de implantação da rodovia. Foram levantados impactos remanescentes das ações de terraplenagem, sistema de drenagem, empréstimos de solo e rocha, interferências na biota, e com urbanismos. Igualmente importante é o minucioso plano de controle proposto para a recuperação da área impactada. O tráfego tem uma importãncia significativa nas condições de operação da rodovia como também no desempenho do pavimento. Face a isto, o conhecimento do volume de tráfego é um fator relevante no estudo relativo a restauração da GO-320. Com a definição estrutural do pavimento elaborada são localizadas as jazidas de materiais de construção, como brita e cascalho, sendo que para o suprimento de areia recorrer- se-á aos fornecedores comerciais. Paralelamente tendo em vista a disponibilidade de apoio, infra-estrutura, energia elétrica e a localização da pedreira, são estudadas as possíveis localizações da usina de asfalto, que deverá produzir o CBUQ - concreto betuminoso usinado à quente, utilizado para recapear a pista de rolamento. A direção dos ventos, o recolhimento de eventuais resíduos, bem como a instalação de filtros são fatores considerado quando da escolha da área. Nos segmentos onde as boas condições do pavimento não exigirem maiores intervenções deverá ser aplicada uma camada de lama asfáltica com o objetivo de manter as condições de aderência do agregado e de aprimorar a superfície de rolamento, esta aplicação é feita diretamente na pista através de um caminhão próprio dotado de um sistema de espalhamento deste material. A lama asfáltica é composta da mistura de areia grossa e uma emulsão asfáltica.

Soluções e quantitativos nos segmentos do trecho Segmentos! BR- GO-0401 Joviánia Joviânia 1 Vicentinópolis 1 Totais Materiais 153/Goiatuba Vicentinópolis GO-215 GO-040 L.A.G. L.A.G. L.A.F.206.400m' CBUQ 1.684,8 mr L.A.G. 577.107,40 2 2 3 352.000m 225.107,40m CBUQ 1.648 m L.A.F. 206.400,00 CBUQ 25.150,00 CAP - - 1.296,36 t 2.629,00 t 3.925,36 t RL-1C 809,60 t 517,75 t 227,04 t - 1.554,39 t 3 BRITA - - 390,57 m 392,00 t 1.182,57 t AREIA 809, m3 517,75 m' 3.107,94 + 227,04 m 6,301 m' 10.963,33 m3 FILLER 67,02 t 42,86 t 932,38 + 19,63 t 1.890 t 2.951,84 t P DE - - 928,80 mj - 928,80 mm PEDRA __2084_3_.0,8m PEDRISCO 3.20320m3 2.098,48mj - 5.301,68 m 93

2 - CARACTERIZACÃOREGIONAL

2.1 - MEIO FíSICO

O clima na área estudada é do tipo Aw, tropical úmido, segundo a classificação de Koppen (1979), caracterizado por duas estações bem definidas: uma seca que corresponde ao outono e inverno, indo do mês de maio ao mês de setembro e, a outra úmida, com chuvas torrenciais, correspondendo ao período primavera-verão A precipitação média anual é da ordem de 1.750mm, concentrando-se principalmente nos meses de dezembro a março, sendo que nos meses de junho e julho as precipitações são praticamente nulas. A temperatura média anual situa-se em torno de 23°C. Os meses de inverno apresentam médias mais baixas (mínima absoluta 0°), contrastando com a estação do verão, momento em que são registradas as médias mais altas ( máxima absoluta 380). O comportamento dos ventos na região, estão submetidos ao domínio das massas de ar. Como resultado dessa atuação ocorre o predomínio dos fluxos de SE-E, durante a maior parte do ano, especialmente nos meses de estiagem quando, eventualmente, esses fluxos tomam a direção se em razão de ingressões de frente polar. Nos meses mais úmidos o sentido dos ventos é NE. A GO-320, no trecho compreendido entre a cidade de Edéia e a BR-153, percorre terrenos drenados por afluentes diretos e contribuintes na margem direita da bacia hidrográfica do rio Paranaíba, destacando-se as sub-bacias do rio dos Bois e a do rio Meia Ponte. Nas proximidades de Edéia a rodovia intercepta o ribeirão Fala a Verdade, contribuinte da sub- bacia do rio Turvo. A rede de drenagem na maior parte do trecho, é constituída de cursos d'água perenes, de pequeno porte com baixa densidade e baixa energia, formando-se amplos interflúvios em terrenos planos, altos e secos, característicos de chapadas. O rio dos Bois e o rio Meia Ponte, principais cursos d'água interceptados pela rodovia GO-320, concentram grandes vazões nos períodos chuvosos, face a extensão de suas bacias. Nas proximidades da GO-320, o rio dos Bois apresenta curso meandrante e fundo de vale suave e aberto por essa razão os efeitos das cheias são mais sentidos. A região na qual se insere a rodovia GO-320 pertence à grande unidade geomorfológica Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná. Esse planalto, localmente denominado Planalto Setentrional da Bacia do Paraná, compreende dois compartimentos topográficos distintos. Um mais elevado, comportando altimetrias que variam de 650 a 1.000 m, outro mais rebaixado, abrangendo cotas de 350 a 650 m de altitude. O compartimento elevado concentra-se praticamente ao longo de toda a extensão da rodovia, distribuindo-se irregularmente em meio ao compartimento rebaixado, no geral, sustentado por sedimentos concrecionários e latossolos, recobrindo os derrames basálticos da Formação Serra Geral. Nas imediações da cidade de Goiatuba, observa-se estruturas de Cuesta, com desnível acentuado. Esses compartimentos conhecidos como Chapadões de Goiás, se caracterizam pela presença de modelados suaves do tipo tabular, com formas muito amplas e aprofundamento da drenagem muito pequeno, originando relevos pouco dissecados e planos. As várzeas e áreas de planície fluvial, aplainadas, resultantes de acumulação periódica ou permanentemente, são observadas com maior intensidade ao longo do ribeirão Fala Verdade e rio dos Bois. Ao longo da GO-320, desenvolvem-se diversos tipos de solos com predominância de latossolos roxos e latossolos vermelho-escuros, associados a outros de distribuição mais restrita. Os latossolos roxos são predominantes ao longo da rodovia, originados da decomposição dos derrames basálticos, sendo argilosos profundos, porosos, bem drenados e permeáveis, encontrando-se sempre em relevo plano a suave ondulado. A correção destes solos com aplicação de fertilizantes torna estes solos amplamente favoráveis ao uso agropecuário, com lavouras e pastagens. 94

Os latossolos vermelho escuros ocupam as áreas planas ao redor de Edéia, sendo profundos, bem drenados, com textura argilosa. Apresentam boas propriedades físicas, sem impedimento ao manejo, permitindo o emprego de implementos, favorecendo portanto o uso agrícola. Secundariamente, associa-se a estes solos, os solos concrecionários e os solos do tipo Glei Pouco Húmicos. Os concrecionários normalmente ocupam áreas planas e de encostas, sendo argilosos, bem drenados, pouco espessos, ora com grande quantidade de fragmentos de quartzo na superfície ora com concreções lateriticas. Estes solos normalmente constituem material de uso adequado para obras de pavimentação. Os solos do tipo Glei ocorrem ao longo dos principais cursos d'água interceptados pela rodovia, mostrando-se mais abundantes ao longo dos vales do ribeirão Fala a Verdade e do rio dos Bois. Como característica básica apresentam o lençol freático próximo a superfície e baixa capacidade de carga. Geologicamente, a região percorrida pela GO-320, situa-se na extremidade da borda norte da bacia sedimentar do Paraná, representada pelos derrames basálticos da Formação Serra Geral, as quais recobrem diretamente as rochas do Complexo Goiano e são recobertas por sedimentos das coberturas detríto lateríticas e aluviões recentes. As rochas pertencentes ao complexo são as mais antigas da região e se distribuem no entorno da cidade de Edéia, sendo constituído por uma seqüência de rochas do tipo granitos, gnaisses e migmatitos, de idade pré-cambriana. Estas rochas encontram-se profundamente alteradas e os afloramentos são raros. Os derrames basálticos são de idade juro-cretácea e ocupam praticamente quase toda a região percorrida pela rodovia. São rochas escuras, de aspecto maciço na base e com amígdalas e vesiculas no topo dos derrames, contendo extensas descontinuidades horizontais e fraturas verticalizadas, exibindo amplos afloramentos que são largamente explorados como fonte de produção de brita. Os sedimentos da cobertura detríto-laterítica de idade terciária ocorrem em manchas isoladas, destacando-se uma área considerável próximo a cidade de Edéia. São constituídas por depósito de sedimentos, concrecionários e quartzosos, com textura areno silto argilosa, geralmente laterizados. Os depósitos aluvionares são recentes representados por areias quartzosas, cascalhos e argilas, que ocorrem no leito e margens dos principais cursos d'água da região, notadamente o rio dos Bois. O levantamento 'in loco" da rodovia GO-320, mostrou que as condições geotécnicas da área (características dos terrenos, propriedades dos solos e rochas) são boas, se considerarmos que o relevo onde se insere a via é relativamente plano, sem taludes de corte significativos, os solos são pouco susceptiveis ao desenvolvimento de processos erosivos. Os taludes de aterro da rodovia em si, estão relativamente bem protegidos (revegetados com capim) e não foram observados processos de ravinamentos significativos nos mesmos. O sistema de drenagem da rodovia é relativamente simples e funcional, em decorrência, principalmente das boas condições geotécnicas da região. Entretanto em alguns pontos a concentração do escoamento causou erosões e deterioração em sarjetas, canaletas e bueiros, como por exemplo na altura do km 14,7, 74,9, 76,2, 118,1, como descritos no capítulo 6. É grande a incidência de antigas áreas de empréstimo nas margens da rodovia, sendo que as mesmas, no geral, são bastante extensas, chegando a atingir, as vezes, mais de 400m. Parte dessas áreas estão revegetadas com capim brachiaria, outras, localmente, devido o avanço na faixa de domínio da rodovia, são utilizadas como áreas de plantio (soja ou algodão). Próximo a cidade de Vicentinópolis são utilizadas como áreas de depósito de lixo da referida cidade e, próximo ao rio dos Bois estão, atualmente, sendo usadas para a retirada de cascalho. Nota-se que, localmente, existe acumulação de águas pluviais em algumas delas. O projeto elaborado prevê a aquisição comercial de areia e brita, necessários à obra de restauração das rodovias, apenas o cascalho e o solo, serão escavados, havendo volumes disponíveis nas jazidas J-01, J-04 e J-05, as quais poderão ser aproveitadas. A retirada de material da pavimentação anterior será o componente que com certeza, gerará o maior volume de bota-foras nas obras de restauração, assim os locais de destinação 95 desses rejeitos, deverão ser escolhidos criteriosamente, como forma de evitar danos ambientais, sendo viável, em alguns locais, a sua utilização na recomposição de antigas caixas de empréstimo.

2.2 - MEIO BIÓTICO

FLORA

Sob o aspecto fitogeográfico a GO-320 insere-se no bioma Cerrado em zona de tensão ecológica, marcada pelo contato das diferentes formações savãnicas com a Floresta Estacional. O Cerrado, no sentido lato, é dominante na área de influência da rodovia, sendo que as fisionomias de destaque na região são o cerradão, o cerrado típico, as matas de galeria com campo úmido, as matas ciliares e as veredas, com maior frequência do cerradão. O cerradão ocorre praticamente ao longo de todo o trecho, altamente fragmentado, sendo observado sob a forma de agrupamentos isolados, em contato com o cerrado típico ou com as matas. Essa formação teve sua estrutura primária alterada pela pressão antrópica, com a presença de raras áreas com bons índices de conservação. O cerrado típico é mais freqüente na região entre Joviânia e Vicentinópolis, e nas proximidades da cidade de Edéia, encontrando-se, porém amplamente descaracterizada pelas atividades antrópicas, sendo que testemunho representativo dessa fisionomia, com bom índice de conservação. As matas de galeria ocorrem com freqüência na região, sendo constituídas por vegetação sempre verde, composta por indivíduos de fuste retilíneo, próximos uns dos outros, formando um ambiente denso. Essa fisionomia ocorre com maior freqüência entre a cidade de Vicentinópolis e o rio dos Bois. Entre os córregos da Divisa e Fala Verdade, destaca-se um ambiente de relevo plano recoberto por campo graminóide úmido, com a presença de lagoas em alguns locais. Nesse ambiente ressalta-se a ocorrência de núcleos de mata densa com a presença da palmeira buriti ao longo das bordas. Esse ambiente apresenta bons índices de conservação representando zona de refúgio e dispersão para a comunidade faunística regional. As matas ciliares dos rios Meia Ponte e dos Bois, apresentam uma vegetação ciliar estreita e mesmo ausente em algumas áreas próximas à rodovia. A montante da ponte, à margem esquerda do rio, destaca-se segmento dessa vegetação com bons índices de conservação. Nas área úmidas, próximas ao córrego Fala Verdade, constata-se a presença de veredas, onde predomina a palmeira buriti, sobre um campo graminóide úmido com dominância das famílias gramínea (Poaceae) e Cyperaceae. A antropização na área de influência é elevada, especialmente no trecho entre Joviânia e Goiatuba, onde predominam as culturas de soja e algodão. Após o rio dos Bois a cobertura vegetal é representada pelas gramíneas introduzidas para a formação de pastagens para bovinos.

FAUNA

A intensa antropização regional ocasionou ampla alteração dos habitats da fauna silvestre na região, ocasionando elevada fragmentação dos habitats, e consequentemente a simplificação da comunidade faunística. A fauna mamífera foi amplamente afetada pela alteração de seus habitats característicos, sendo que várias espécies anteriormente freqüentes na região, encontram-se ausentes, especialmente os de maior porte e os que ocupam níveis mais elevados na cadeia trófica regional. Aos trabalhos de campo, a fauna mamífera registrada. 96

Em virtude da ampla transformação dos habitats, especialmente através do desmatamento de coberturas florestais e a introdução de monoculturas, de soja e algodão, onde os defensivos agrícolas são utilizados com intensidade, as aves características de ambientes abertos constituem o grupo de vertebrados terrestres dominante. O cursos d'água mais significativos na área de influência direta da rodovia são o rio dos Bois, o córrego da Divisa, o ribeirão Fala Verdade e o rio Meia Ponte, que apresentam uma ictiofauna simplificada, devido às interferências em sua vegetação ciliar e na qualidade biótica através da abundância de defensivos agrícolas utilizados no controle de pragas das lavouras da região. O apaiarí e o tucunaré foram introduzidos nessa bacia sem os devidos estudos necessários, reproduzindo-se satisfatoriamente nessas águas e ocasionando interferências ná ictiofauna nativa em virtude de seus hábitos alimentares carnívoros e sua grande voracidade. O jaú e o dourado, são extremamente raros nesses cursos d'água na atualidade, devido à redução da qualidade biótica do ecossistema aquático regional.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO

Via de regra a cobertura vegetal da faixa de domínio é constituída por gramíneas dos gêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon. Em algumas poucas áreas destaca-se, sobre esse estrato gramíneo, a presença de espécimes do Cerrado ou da Mata, distribuídos esparsamente. Em alguns locais constata-se a presença de arbustos como o bico-de-urubu, a caroba-amarela e a santa-rosa. Ao longo da faixa de domínio, as espécies características das formações savânicas são observadas esporadicamente. As espécies observadas durante os trabalhos de campo, características das formações florestais, sobre a camada gramínea da faixa de domínio. Várias áreas ao longo da faixa de domínio foram degradadas durante a pavimentação da rodovia, através do empréstimo de material para a execução da sub-base, formando-se cavas irregulares, sendo que atualmente algumas encontram-se revestidas por gramíneas e outras destituídas de qualquer cobertura vegetal, favorecendo a instalação de processos erosivos nessas áreas. As matas ciliares da região, via de regra, encontram-se alteradas, em especial as do rio dos Bois, do ribeirão Fala Verdade e do rio Meia Ponte. No trevo da rodovia, que dá acesso à cidade de Vicentinópolis, e nas imediações deste, foi implantado projeto paisagístico pela prefeitura municipal, onde foram utilizadas espécies como a figueira-benjamim, a guariroba, a alamanda e a grama batatais.

2.3 - MEIO ANTRÓPICO

O trecho a ser restaurado da GO-320 inicia-se no núcleo urbano de Edéia, passa pelo trevo de acesso a Vicentinópolis, margeia a cidade de Joviânia e Goiatuba alcançando a BR- 153. A diretriz da via atravessa uma região relativamente plana cruzando importantes drenagens da região, o ribeirão Fala Verdade, o rio dos Bois e Meia Ponte. Três quilômetros após Edéia há o entroncamento com a GO-215, próximo a ponte sobre o rio dos Bois ocorre um acesso secundário para e, em Vicentinópolis há o entroncamento com a GO-319, cujo traçado é coincidente com a GO-320 por 03 quilômetros após o trevo de acesso a Vicentinópolis; mais adiante a interseção com a GO-040, quando por 14km o seu traçado coincide com o da GO-320. Em Goiatuba há ainda o acesso à GO-515 e finalmente a interseção com a BR-153. Dois depósitos de lixo a céu aberto foram identificados no trecho, o primeiro na saída de Edéia, na margem esquerda da via, e o outro próximo a Vicentinópolis na margem direita, além de depósito de entulho na faixa de domínio no segmento semi-urbano de Goiatuba. 97

A região da GO-320 é caracterizada por atividade antrópica rural, com cultivo de pastagens e lavouras. A bovinicultura de gado leiteiro e o cultivo de soja predominam como atividades de uso nesta região.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Este trecho de aproximadamente 135 km localiza-se, onde a partir de 1976 foi desenvolvido o projeto Centro-Sul de Goiás (17.0a 190 de latitude sul e 470 a 50° de longitude oeste), que cadastrou no IPHAN até meados de 1977, quando concluíram-se os trabalhos de campo, 17 sítios arqueológicos a céu-aberto, pertencentes a grupos horticultores ceramistas, alguns com manifestações rupestres em lajedos próximos a leitos d'água. Deste total dois assentamentos encontram-se localizados na região do trecho em questão. Sítios pré-históricos cadastrados no Projeto Complementar Centro-Sul de Goiás, localizados nas proximidades do trecho (Martins, 1993).

Fichas de cadastramento de sítios do IGPA e IPHAN Sítios Localização/municipio' GO-RV-02- ValtenoCunha Edéia GO-RV-03- OlvandirLeandro da Silva Edéia

Na vistoria aos sítios arqueológicos que constam nas fichas de registros, evidenciou-se que os mesmos encontram-se totalmente destruídos, como é o caso dos sítios GO-RV-02 e GO-RV-03. Vistoriadas as áreas, não encontrou-se nenhuma evidência arqueológica em superfície, levando-se a acreditar que os referidos sítios arqueológico foram totalmente destruídos. Na vistoria às áreas de empréstimo localizadas distantes do traçado da rodovia, não se constatou evidência de fragmentos cerâmicos ou líticos.

3 - SITUAÇAO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização da área indica uma ampla degradação ambiental local, devido a alta intensidade das atividades agropecuárias e da pressão antrópica sobre o ambiente primário, representado sobretudo pelo incremento das atividades agropecuárias. A obra de restauração asfáltica do corpo estradal, apresenta-se como um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plena operação e que não deverá haver mudanças em seu traçado, muito embora o trecho apresente alguns problemas localizados. Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante sigoificado para o desenvolvimento de uma região, principalmente quanto a dinamização das relações intermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos, representando maior conforto e segurança aos usuários, são fatores positivos advindos da pavimentação e manutenção do corpo estradal e de sua faixa de domínio. Nas fases de construção e pavimentação das rodovias são gerados os principais danos ao meio ambiente, decorrentes de falhas na execução do projeto das mesmas. Nas obras de restauração, os impactos ambientais inerentes ao meio físico ocorrem em maior magnitude, devido ao uso do solo nas áreas de jazidas, bota-foras de materiais de pavimentação. 98

A escolha de locais inadequados, para a implantação do canteiro de obras e usina de asfalto também concorrem para a geração de impactos significativos ao meio ambiente. Os impactos mais importantes observados na GO-320, se originaram na fase de construção e pavimentação da rodovia. As áreas marginais a GO-320, encontram-se em geral, preservadas, entretanto, em diversos pontos específicos, nota-se degradação de diversas ordens. A grande maioria desses impactos pontuais, que hoje compõem o passivo ambiental da área, decorrem de ações, efetuadas durante a construção do empreendimento, como por exemplo a abertura de áreas de empréstimo, direcionamento inadequado do escoamento superficial, cortes sem obras de proteção, decapeamento do solo, retirada de matéria orgânica, compactação de solo entre outros. Essas ações, além de alterarem a paisagem, favorecem e potencializam processos erosivos que atuam gerando perda de solo nos interflúvios e assoreamento dos cursos d'água, o passar do tempo e a ausência de medidas corretivas concorrem para agudizar estes impactos. A agricultura na região é intensa, constatando-se em alguns locais a invasão da faixa de domínio pelas lavouras, sem os devidos cuidados de preservação. As matas ciliares do rio dos Bois e do ribeirão Fala Verdade, foram degradadas pelas atividades antrópicas na região, encontrando-se ausentes em alguns locais na faixa de domínio da rodovia. A sinalização de proteção à fauna e a flora encontra-se ausente em todo esse trecho da rodovia, bem como a sinalização educativa. Quanto aos aspectos sócio-econômicos a restauração desse trecho, de uma forma geral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamento da faixa de rolamento, bem como da recuperação de dispositivos de drenagem, acostamento e áreas exploradas, algumas das quais poderão voltar a ser utilizadas pelos proprietários das terras. No trecho, alguns pontos são considerados notáveis, devendo receber uma atenção maior durante as obras e quando da liberação da via para o tráfego normal. Esses pontos são os segmentos da rodovia que transpõem áreas urbanas, em especial nas travessias de Vicentinopólis, Joviânia e Goiatuba, bem como nas proximidades de Edéia. Outros pontos que necessitam maiores cuidados são: a subida de serra (km 118) entre Joviânia e Goiatuba, a interseção com a GO-040, além das travessias dos rios Meia Ponte, dos Bois e ribeirão Fala Verdade.

4- DIAGNóSTICODO PASSIVOAMBIENTAL

Considerando a GO-320 no seu trecho situado entre a cidade de Edéia e a BR-153, reconhece-se que a mesma se desenvolve sobre terrenos planos com declividades quase sempre inferiores a 10%, sustentados por solos argilosos, homogêneos, resistentes aos processos erosivos, e raros afloramentos rochosos. Neste trecho as drenagens são escassas, com baixa energia e vales rasos, predominando o escoamento superficial difuso. Mudanças localizadas nas características do meio físico são sentidas apenas no vale do rio dos Bois, onde se destacam as áreas alagadiças e úmidas, em meio a uma vasta planície arrasada, e no desnível topográfico acentuado resultante de uma estrutura de cuesta, logo após a ultrapassagem do rio Meia Ponte em direção a cidade de Goiatuba. Ao longo de todo o trecho, chama a atenção o baixo índice de cortes, aterros baixos, quase sempre de regularização do terreno, com grandes distâncias de greide colado à superfície do terreno natural, associados a uma paisagem monótona com ausência de vegetação nativa, substituída por lavouras de soja, milho e pastagens. O passivo ambiental no interior e fora da faixa de domínio na sua grande maioria é representado pelas caixas de empréstimos laterais, muitas delas exibindo taludes de 99 escavação verticalizados com altura média de 2,00 m, solo exposto no seu interior e nos taludes, algumas com processos erosivos associados. Quando fora a faixa de domínio muitas dessas caixas já foram ou estão sendo recuperadas pelos proprietários das terras adjacentes, especialmente aquelas exploradas com lavouras, buscando-se sempre a suavização dos taludes remanescentes das escavações das caixas. Erosões lineares no interior da faixa de domínio são localizadas, geralmente ativas durante o período chuvoso, devido a ação do fluxo concentrado das águas superficiais, agravadas ora pela descarga do sistema de drenagem da rodovia, ora pela falta de estruturas de controle no entorno e ausência de cobertura vegetal, podendo no futuro, comprometer a via.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

Os impactos relativos ao passivo ambiental foram causados por ações diversificadas, como por exemplo impactos decorrentes do sistema de drenagem, do escoamento superficial, dos serviços de pavimentação asfáltica. Dessa forma foi possível analisar e sugerir medidas de controle para os diferentes grupos, sem, contudo, deixar de indicar ações específicas quando o índice de criticidade da área impactada assim o exigiu. Com isso torna-se possível a recuperação dessas áreas de forma correta.

CAIXAS DE EMPRÉSTIMO

Enquadram-se nesse caso as áreas de empréstimos laterais localizadas dentro e/ou paralelamente à faixa de domínio, parcialmente recuperadas ou ainda as quais estão associadas à degradação da paisagem, alteração de habítats, evolução de processos erosivos e danos sócio-econômicos, porém em processo de regeneração. De modo geral essas áreas encontram-se parcialmente recobertas por vegetação; seja pela cobertura vegetal nativa, por gramíneas exóticas ou pela associação de ambas. Vários fatores contribuíram para a atual situação, destacando-se a boa fertilidade do solo, o clima, a topografia ou mesmo ações antrópicas de recomposição ambiental. A cobertura vegetal do entorno dessas áreas de empréstimo é geralmente, composta por culturas cíclicas como as de soja, milho e por pastagens. Ocasionalmente constatam-se áreas com a cobertura nativa primária como pode ser observando na altura dos km 2,5 a 4,0, próximo à cidade de Edéia, onde predomina o cerrado típico. Na faixa de domínio prevalece o campo graminoide exótico com a presença ocasional de indivíduos arbustivos/arbóreos jovens, da flora nativa, e/ou adultos da formação primária, onde destacam-se os gêneros Memora, Dalbergia, Qualea, Machaerium e Arrabidae. Entre as gramíneas exóticas destacam-se os gênerosPanicum, Brachiaria e Andropogon. Em algumas os taludes encontram-se expostos semiverticalizados e/ou verticalizados com ocorrência de gramíneas introduzidas e representantes da flora nativa esparsamente distribuídos sobre a borda superior e o fundo da cava.

TALUDES DE CORTES EM SOLO

Foram constatadas, ao longo da rodovia, três segmentos com cortes significativos em solo. Dois próximos à margem esquerda do rio Meia Ponte, km 117,5, os quais localizam-se em área de solo silto-arenoso com a presença de erosão diferencial associada a ausência e/ou ineficiência de obra de proteção. Ambos apresentam taludes expostos, com a presença de cobertura vegetal herbácea no piso e herbácea/arbórea na borda superior do talude. O terceiro corte, constatado à direita da rodovia, na altura do km 117,2, em área de solo argiloso com a ocorrência de blocos de basalto, onde verifica-se a ocorrência de queda de taludes, que encontram-se expostos, com ocorrência de gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria na base e borda superior do talude. 100

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Foramconstatados ao longo da GO-320,sete situaçõesde degradaçãoda paisagem,e consequentementedos habitats da flora e da fauna, que constituemprocessos erosivos de ravinamento,instalados ao longo da faixa de dominiocom perdade solo e assoreamentode drenagens,onde a causa determinanteestá diretamenterelacionada à concentraçãodo fluxo das águas superficiaisem determinadoslocais. Em geral esse processos encontram-se instaladosem áreas com solo sem coberturavegetal, como desviose leito antigo da rodovia, com declividadeacima de 10%. Duassituações especiais foram constatadas ao longodo trecho: . A primeira é compostapor áreas com a presençade ravinas com taludes expostos e irregulares,havendo no interiora presençade uma coberturavegetal composta por campo herbáceoe ocasionalmenteindivíduos arbóreos do grupo ecológico das pioneiras,com destaquepara o gênero Cecropia.Nesses locais a perda de solo é menor, tornando-se necessáriaa implantaçãode medidas de controle afim de evitar a evolução desses processoserosivos em decorrênciada permanênciados agentescausais. • A segunda situação, é representadapor áreas com taludes verticalizados,expostos, instáveis,e com aprofundamentodas ravinas,colocando em riscoo corpoda rodovia,além de promovero assoreamentodos cursosd'água nos fundosde vales adjacentes. Essasáreas caracterizam-sepela presençade sulcoslongitudinais e transversais,com dimensõesque variam entre 1, 2 a 3 m de profundidade;1,5 a 5 m de largura e 200 m de comprimento.A coberturavegetal do entornodessas áreas geralmente é dominadopor campo graminóide, com maior frequência de gramineas dos gêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon.Ocasionalmente verifica-se a presençaesparsa de espéciesarbustivas/arbóreas em fase de crescimento,sem a ocorrênciade indivíduosda formaçãoprimária.

4.3 - PASSIVODECORRENTE DA CONSTRUÇÃODE ATERROS

Ao longo da GO-320 apenaso aterro junto ao córrego Santa Bárbara,km 74,9 nas proximidadesde Edéia, apresenta uma coberturajovem e insatisfatóriahavendo inicio de perda de solo na parte superior desse. Constata-seainda erosõesjunto ao curso d'água e paralelasà rodovia,colocando em riscoa estruturado aterro e favorecendoo assoreamentodo córrego.Estas erosões estão associadasà concentraçãode águassuperficiais provenientes da ineficiênciadas canaletasde captação das mesmas,sendo que as erosões se agravam à medida que não encontrambarreiras, devido à remoção da cobertura vegetal da mata de galeriana faixade domínioda rodovia. Fora da faixa de domínio,a jusantee a montanteda rodovia,a mata apresentasinais de degradação,mantendo ainda uma parcela da coberturavegetal, primária onde se destacam espécimesremanescentes como a barriguda,o bingueiro,a guapeva,a pindaíba,e o buriti, entreoutros.

4.4 - PASSIVODECORRENTE DA EXPLORAÇÃODAS ÁREASDE JAZIDAS

Sob o aspecto florístico, as áreas abertas para a extração de cascalho para a pavimentaçãoda GO-320 entre as cidades de Edéia e Goiatubaforam instaladasem áreas total e/ou parcialmente antropizados onde predominavamas pastagens em ambientes anteriormenterecobertos por cerradão,cerrado típico ou vegetaçãode transiçãoda Mata para o Cerrado.O nívelde degradaçãonessas áreas variam de baixoa elevado,em decorrênciada regeneraçãonatural de algumasáreas. 101

Jazida J-01 Essa cascalheira foi explorada em área de pastagens, em ambiente anteriormente recoberto por cobertura vegetal de transição entre a mata de galeria de uma cabeceira de drenagem e o cerrado. Constata-se no entorno da mesma, uma cobertura vegetal em processo de regeneração natural, com a ocorrência de indivíduos da formação primária tais como o açoita-cavalo, o pombeiro e a aroeira. No interior da área verifica-se a ocorrência esparsa de indivíduos jovens característicos das formações de cerrado típico, destacando-se a presença de espécies como o tropeiro, a lixeira, o angiquinho, e a fruta-de-cutia, além de espécies cosmopolitas dos gêneros Vernonia, Mimosa, Malua, Hyptis, e Acacia; além da presença esporádica do capim braquiária. Mesmo com cobertura vegetal parcial a jazida apresenta início de processo erosivo; solo compactado; e, ausência de solo orgânico estocado.

Jazida J-02 Esta cascalheira foi implantada em área de encosta de morro, com declividade acima de 450, onde verifica-se a ocorrência de encraves de cerradão e mata seca em áreas adjacentes. A vegetação do entorno dessa área é composta por pastagens, em ambientes outrora recobertos pelo cerradão. Entre os remanescentes da formação primária nos encraves e entorno destacam-se a macaúba, o pau-d'óleo, a sucupira-branca, o barú e a rapadura. A área decapeada apresenta solo exposto com início de ravinamento, não ocorrendo espécimes emergentes da flora nativa. Essa cascalheira constitui o ambiente de maior degradação de áreas exploradas para empréstimo de material por ser uma área de proteção permanente (encosta com declividade superior a 450).

Jazida J-03 Esta jazida, situada em ambiente de cascalho laterítico, era primariamente recoberta pelo cerrado típico, atualmente constata-se, nas imediações, a dominância de pastagens. Na área verifica-se a ocorrência de testemunhos da formação primária com destaque para a caraíba, faveira, guatambú-do-campo,e bacuparí entre outros. Esporadicamente constata-se a ocorrência de gramíneas do gênero Brachiaria. A jusante da cascalheira ocorre mata de galeria com bons índices de conservação, porém o curso d'água apresenta áreas assoreadas em decorrência de sólidos carreados pelas águas superficiais.

Jazida J-04

Essa área caracteriza-se pelo decapeamento do solo; escavações irregulares; e material orgânico estocado; com a ocorrência de ravinas. Anteriormente essa área era recoberta pelo cerrado típico, constatando-se atualmente a presença de pequenas populações dessa formação, porém degradadas. As demais áreas do entorno são ocupadas por pastagem com dominãncia do gênero Brachiaria. Entre as espécies ocorrentes no cerrado degradado nota-se entre outras paus-terra, a lixeira e o muruci-branco, além da sucupira-branca. Adjacente a essa cascalheira constata-se a ocorrência de mata de galeria com elevados índices de conservação, sendo que as atividades realizadas na cascalheira não afetaram sua estrutura e nem mesmo o curso d'água.

Jazida J-05

Essa área caracteriza-se pela presença de solo decapeado; escavado; compactado; com a presença de taludes semiverticalizados com até 1 m de altura. A cobertura vegetal do entorno é dominada por áreas de pastagens em ambientes de transição da mata para o cerrado. Em parcela do entorno desse local, verifica-se alta frequência de espécies como a aroeira, em estágio adiantado de desenvolvimento, dando ao ambiente uma característica de florestamento dessa espécie como um bosque adensado. Entre outros remanescentes de cerradão destaca-se a presença da coroba e do barú. 102

Essa área apresenta nível mais baixo de degradação, em comparação com os demais.

Jazida J-06

Esta área localiza-se em topo de morro em ambiente outrora recoberto pelo cerradão. A área foi totalmente decapeada, apresentando atualmente elevada frequência de espécimes nativos jovens, que pelas características emergiram por brotamento das raízes. No entorno predominam culturas cíclicas como a soja e o milho, além de pastagens. No interior nota-se a instalação de ravinas ocasionadas pelo escoamento das águas superficiais.

Jazida J-07

Essa jazida localiza-se à direita da rodovia, ao lado da faixa de domínio na altura do km 118,6, com uma área explorada de aproximadamente 6 ha e solo parcialmente ocupado por gramínea do gênero Brachiaria. Constata-se no interior da mesma o início de ravinamento em decorrência da ausência de obras de drenagens. A cobertura vegetal do entorno é dominada por pastagens em ambientes de transição da mata seca para o cerradão, conforme testemunhas dos gêneros Terminalia, Anadenanthera, Dipterix, Pterodon e Hymenaea, entre outros.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DO LANÇAMENTO DE ÁGUAS POR BUEIROS

Ao longo da GO-320, foram constatados 3 bueiros (km 14,7, 74,9, 76,2), os quais desencadeiam ações de degradação ambiental. A situação mais grave foi constatada à altura do km 74,9, onde verifica-se a ocorrência de erosão regressiva com exposição do lençol freático, e consequentemente, o assoreamento das nascentes a jusante por se tratar de uma cabeceira de drenagem. Os danos ambientais são de alta criticidade, podendo se agravar no período chuvoso e atingir o corpo da rodovia. A cobertura vegetal do entorno é formada por pastagens, com predominância do campo graminóide composto por espécies nativas, com destaque para o capim bengo. Entre os representantes da formação primária destacam-se os gêneros Xylopia, Virola e Mauritia. Há problemas também no bueiro celular no km 14,7. Houve recalque da base e solapamento que danificou a estrutura de concreto desencadeando processo erosivo e assoreamento da vereda próxima.

4.6 - PASSIVO AMBIENTAL DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL RIBEIRINHA

A GO-320 intercepta várias formações ribeirinhas ao longo de seu percurso, onde destaca-se entre outras as matas ciliares dos rios Meia Ponte, dos Bois, além das matas de galeria juntos aos cursos d'água de menor porte e cabeceiras de drenagens, com destaque para os córregos Pindaíba e da Divisa. De modo geral, estas formações encontram-se degradadas na faixa de domínio em decorrência das obras de pavimentação e construção das pontes, ou mesmo fora da faixa, devido à invasão de áreas de preservação permanente objetivando a expansão das lavouras e pastagens.

Ponte sobre o ribeirão Fala Verdade Esta ponte apresenta estrutura satisfatória, porém constata-se dois vãos da grade de proteção quebrados e o encabeçamento com proteção formada por sacos de solo-cimento estáveís. 103

A mata ciliar do ribeirão apresenta elevado nível de degradação, em especial à margem direita do curso d'água, tanto a montante quanto a jusante, onde verifica-se a ausência de cobertura arbórea, predominando lavouras de soja e gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria. Constatando-se nesses locais a queda de taludes. À margem esquerda a cobertura arbórea é estreita e restrita ao talude marginal.

Ponte sobre o córrego da Divisa

Esse curso d'água possui ponte em condições satisfatórias, em bom estado de conservação. A mata de galeria do tipo inundável encontra-se em processo de regeneração natural, havendo a montante o domínio de campo herbáceo, composto predominantemente por espécies nativas onde se destacam os gêneros: Axonopus, Eviochrysis, Xyris e Cyperus, além de representantes arbóreos dos gêneros Xylopia, Virola, Inga e Licania. A jusante predominam individuos arbóreos da formação primária com destaque para o Buriti e o bingueiro.

Ponte sobre o rio dos Bois Esse curso d'água apresenta ponte com estrutura de base em boas condições. A mata ciliar apresenta, a jusante da ponte, um alto nível de degradação, constatando-se sua ausência à margem direita, além da conseqüente queda de taludes marginais. À esquerda, a cobertura arbórea é estreita variando entre 3 e 5 metros, sendo que a montante a mata ciliar apresenta elevado índice de conservação, em especial à margem esquerda, quando esta faz o contato direto com a mata seca semi-caducifolia.

Ponte sobre o córrego Pindaíba A mata de galeria do córrego Pindaiba, na faixa de domínio da rodovia, apresenta alto nível de degradação, em especial à montante da ponte, em decorrência da existência de reservatório em que a cobertura vegetal do entorno é composta por campo graminóide introduzido, com destaque para o capim braquiária, sendo que, das formações de galeria ao longo da rodovia, esta é a que apresenta o maior nível de degradação.

Ponte sobre o rio Meia Ponte

A GO-320 apresenta uma ponte em condições satisfatórias e em bom estado de conservação neste rio. A sua mata ciliar, na faixa de domínio, possui cobertura vegetal composta por gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria, além de espécimes jovens dos grupos pioneiros e secundários, onde se destacam os gêneros Acacia, Anadenanthera, Cecropia, Tapirira, Cupania e Guazuma. Nas áreas além da faixa de domínio o nível de conservação é satisfatório, sobretudo onde a mata de galeria faz contato com a mata seca.

4.7 - PASSIVO AMBIENTAL DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação da GO-320 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia. O passivo ambiental da rodovia adicionado ao amplo processo de antropização regional, através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunistica regional, praticamente irreversível. Esse processo de simplificação, pode ser atenuado, através de medidas de recomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam a utilização racional dos recursos naturais da região. A interceptação de zonas de dispersão da fauna pela rodovia, além de favorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trânsito da fauna entre suas diversas áreas de refúgio, que encontram-se nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevo não favorecem a mecanização agrícola. 104

Alguns locais ao longo da rodovia passaram por processos de degradação mais acentuados, onde ocorreram a formação de erosões. Algumas áreas menos degradadas, em que ocorreram a formação de ravinas, contribuem para a degradação de ambientes aquáticos da região, através do arraste de solo e assoreamento dos cursos d'água, além da instalação de processos erosivos nos taludes marginais desses.

4.8 - DEPÓSITOS DE LIXO AO LONGO DA FAIXA DE DOMINIO DA RODOVIA

No levantamento efetuado constatou-se a ocorrência de duas áreas impactadas, uma com lixo próximo a Joviânia, e outra com entulho de construção no perímetro urbano de Goiatuba. A primeira, situada na altura do km 75,5, apresenta uma área de 150 x 6,0 x 1,0 com volume de aproximadamente 60m3 de lixo. A segunda situa-se na altura do km 123,5 onde foram depositados aproximadamente 1.500m3 de entulho de construção civil.

Passivo ambiental decorrente do uso indevido da faixa de domínio (depósito de lixo) Localização(km) Município Area(m2) Volume(m3) 75,5 Joviânia 900,00 12.000 123,5 Goiatuba 60 1.500

4.9 - TRANSPOSIÇÃO DE NÚCLEOS URBANOS

Embora a rodovia GO-320 não cruze propriamente, áreas densamente urbanizadas, alguns de seus segmentos apresentam, entretanto áreas semi-urbanizadas. Na transposição das cidades de Vicentinópolis, Joviânia e Goiatuba, os respectivos segmentos da rodovia GO-320 apresentam duas interseções de acesso. Em Vicentinópolis a área urbanizada está a direita da rodovia e o segmento entre os dois trevos de acesso com 3,0km, encontra-se duplicado, com paisagismo corretamente implantado não exercendo efeito de segmentação urbana. Em Joviãnia o segmento de aproximadamente 3,5km, margeia a cidade cruzando área parcialmente ocupada entre os dois trevos de acesso. Neste segmento poderá se intensificar processo de segmentação caso aumente a densidade de ocupação na área oposta a cidade. Na transposição de Goiatuba, onde também há duas interseções de acesso, já ocorre segmentação urbana, pois houve parcelamento e ocupação além da rodovia. Nesses segmentos há a necessidade de se intensificar a sinalização de segurança de trânsito, devendo-se implantar placas de orientação e advertência, faixas de travessia de pedestres e sonorizadores. Esses equipamentos deverão ser implantados nos segmentos:

Município Segmento(km) Vicentinópolis 49,5 a 52,5 Joviânia 73,5 a 77 Goiatuba 123a 126

Outro ponto que também requer intensificação dos equipamentos de segurança é na interseção com a BR-153, final do trecho. Por se tratar de interseção com rodovia que apresenta grande volume de tráfego, a colocação de placas de advertência e atenção aos usuários, é absolutamente necessária. 105

9 - QUANTITATIVOS E CUSTOS RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

3 1 Suavização de taludes m 20.213,12 1,27 25.670,66

3 2 Regularização do terreno m 761,60 0,16 121,86

3 Terraços e barragens M3 2.030,00 1,27 2.578,10

2 4 Regularzação e gradagem m 55.000,00 0,06 3.300,00

3 5 Diques transversais m 25,00 1,92 48,00

3 6 Terraços e bacias m 14.670,00 1,27 18.630,90

3 7 Terraços extenores m 16.955,00 1,27 21.532,85

3 8 Escavação de cavas m 3.450,00 1,27 4.381,50

3 9 Retaludamento de caixas existentes m 600,00 1,27 762,00

3 10 Espalhamento de lixo m 1.560,00 0,60 936,00

2 11 Compactação do lixo m 10.900,00 0,94 10.246,00

3 12 Espalhamento de bota-fora m 2.379,00 0,60 1.427,40

3 13 Recobrimento m 1.071,00 0,60 642,60

14 Calagem e adubação m2 135.000,00 0,02 2.700,00

14 Plantio de gramíneas M2 219.038,50 0,22 48.188,47

2 15 Revegetação de mata ripária m 5.400,00 2,47 13.338,00

16 Plantio de espécies m2 71.100,00 0,22 15.642,00

17 Revegetação M2 1.200,00 2,47 2.964,00

2 18 Hidrossemeadura m 900,00 2,47 2.223,00

19 Dissipadores de energia un 34,00 280,00 9.520,00

3 20 Limpeza de bacia de acumulação m 56,00 0,60 33,60

21 Colchão drenante n3 1.380,00 63,32 87.381,60

22 Valeta de crista ml 574,00 0,25 143,50

23 Canaleta ml 1.455,00 17,21 25.040,55

24 Dreno profundo D=20 ml 100,00 36,80 3.680,00

25 Cercas ml 2.909,54 5,121 14.896,84

TOTAL 316.029,43 RESUMODE QUANTITATIVOS,RODOVIA GO-320

SERVI O Llnlpe« S11aslde t«~oiq,.ú*reoeç. U.or-ii dmç.Eçe. "~'!çl. ,çete. R.çs.~ i!P.1hl.m. Ca.~ ~ d. R~ IU d .q d. b-Oe 0,1, PROGRAMA 111,RIIR~d ee0eg4~* .1. .8o'. 80048O çe.8. ee8 e81o .I. d8e 010*.' id "ieIp. 41 Cold,98 V151*.de .. ,Im pood * lMlde o.101 b11.d ç.W---.p.* ç611 eog* a.1. 8111u (eI 0.8 eI PRGAM .11) t-q(nIS) (,t13)(192> (113) (rO el)llO (e,3)~~~~~~~~~~~~~i. 11) l3l) fle .3 (2tl t2(.)(1,0(1,)(,,11es (orO) .2 çio 11 Dei (M3) (m2> 4.3) (m3) (.1)~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~e3

Ore.ge,, 449.7 761,6 25.0 1530.0 I.950,0 2 770,0 200,0 100.0 107.0

Ee.prâílie... 15995.5 2 030,8 63 648.5 1.380,0 1 110.0

c~re 3.250.0 500.0 4.0 124.0 3,45.0

ausirol ~~~~~~~~~~~~~1.200.0 ~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~520,030.0 58.0

Ponte. 640.0 2.000.0 5.400.0

J..!d..8 510.9 55000.0 12.500.0 15 000.0 135 000.0 135 000.0 80 000.0 2.802.5

Al-10 4 200,0 450.0

D.p1.d. li.. 3 450.0 800.0 1.50,0 10 900,0 1.071.0 2 305,0 10.500.01000

70. 823,1, 751,6 2.038,11 55.008.8. 25,01 14.6100.0 18.955,01 3.450.0 608,8) $1.18,8 10.100,0 1.071.0 2 379,0 135.8000.0219.034.5 6488,8 118 1.200.01 900,01 34~.0 58,0 1.3118, !i74.0 1.455.01 180,0 2.9. asv 2t S~ s G0-0 .0 520 _ q, W1M ____'4

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REPRESENTAÇÃO00 PASSIVO AMSIENTAL GO-120 OnO 0000000000000000ES05 0:20 0 "U =DC 050:A_S 000200 108

RODOVIAGO-330

O trecho em estudo, da rodovia estadual designada pela nomenclatura GO-330, com extensão de 11,82 km, tem início no perímetro urbano de Anápolis e termina no Distrito de Rodrigues Nascimento. A figura 3.1 apresenta a localização do trecho a ser restaurado.

1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

O trecho da rodovia GO-330, situado entre o Anápolis e Rodrigues Nascimento, tem um projeto de restauração executado e concluído, sendo possível uma análise detalhada das intervenções que irão ocorrer ao longo de toda a sua extensão de 11,82km. As obras de restauração previstas são, relativamente simples. A solução prevista pelo projeto de restauração compõe-se da aplicação de uma camada de tratamento superficial duplo (TSD) mais a aplicação de lama asfáltica fina. Intervenções pontuais ocorrerão onde for necessário, a capa asfáltica será retirada, o material da camada inferior escarificado, incorporando-se 20cm de nova camada de sub-base e 20cm de base, os quais serão compactados. Em alguns segmentos os acostamentos serão restaurados, recebendo lama asfáltica. Para a execução dos serviços de recuperação de pavimento, base, sub-base e acostamento estão previstas as seguintes quantidades principais:

Quantidade de material - Base 383 mr Imprimação 1.241,00 mn - CM-30 200t Pintura lígação 124.110,00 m' - RR-2C 86,88t Tratamento Superficial Simples 86.877,00 mi - RR-2C 304,07t - Brita 2.606,31t Lama Asfáltica Fina 124.110,00 mz - RL-1C 285,45t - Areia 285,45t - Filler 236,31t - Pó de Pedra 1.129,40 m3

Acessoriamente, aproveitando a oportunidade da intervenção, foram previstos alguns reparos nos dispositivos de drenagem superficial constituído pelas sarjetas, meio-fio e descidas d'água. Muitas dessas intervenções previstas são de recuperação, prevendo-se algumas reconstruções localizadas. Obras de drenagem - Sarjetas 70m - Saída d'água com degrau 100m 109

2 - CARACTERIZAÇÃOREGIONAL DA ÁREA

2.1 - ASPECTOS FíSICOS

Na região que se insere a GO-330, segundo Koppen (1.948), predomina um clima do tipo Aw, tropical úmido, caracterizado por duas estações bem definidas: uma seca, que se estende do mês de maio ao mês de setembro, e outra úmida, com chuvas intermitentes, indo do mês de outubro ao mês de abril. A precipitação média anual registra valores da ordem de 1.500mm, concentrando-se principalmente nos meses de dezembro a março. Nos meses de junho e julho, as precipitações são mínimas. As temperaturas médias situam-se em torno de 180C durante o inverno (maio, junho e julho), e de 30°Cno verão. A média anual é de 230C. A umidade relativa nos meses secos gira entre 40 e 50%, sendo que, no final da estação seca, isto é, nos meses de agosto a setembro, atingem valores críticos. No trecho Anápolis / Rodrigues Nascimento, observa-se um relevo de planalto, com amplas superfícies planas, com altitudes em torno de 1.000 metros. Dessa superfície projetam- se algumas elevações residuais conservadas, com topos tabulares, limitados por escarpas com desníveis de até 150 metros, e erosões nas bordas formando o que regionalmente é denominado de chapada. Nesses terrenos o escoamento superficial é difuso e o greide do trecho GO-330, em grande parte de seu percurso, é colado ao terreno natural, indicando pouca movimentação de solo durante sua implantação. Esses terrenos são sustentados por um substrato rochoso onde se associam gnaisses e granulitos, profundamente alterados, recobertos por solos concrecionários lateríticos, pouco espessos e, por latossolos vermelhos, argilosos e espessos. Estes solos são resistentes à erosão e agricultáveis, com uso predominantes para pastagens e propícios para uso em obras rodoviárias. Áreas com dominância de solos concrecionários são passíveis de exploração como fonte de cascalho. Na região do trecho a rede de drenagem é densa, perene, compreendendo os principais cursos d'água formadores do ribeirão João Leite, os quais fazem parte da sub bacia do rio Meia Ponte, pertencente a bacia do rio Paranaíba. Ao longo do trecho destaca-se o ribeirão Jurubatuba, com baixa energia, pequenas vazões e um fundo de vale aberto, assimétrico, onde se concentram, os maiores volumes de aterro.

ÁREAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

As áreas de recuperação asfáltica necessitarão da disponibilização de materiais de construção os quais serão adquiridos de terceiros. As necessidades de empréstimo de cascalho por se tratar de volume pequeno (383 m3), serão comprados na própria região.

2.2 - ASPECTOS BIÓTICOS

Inserida em região de domínio do Cerrado, a GO-330, no trecho compreendido entre Anápolis e Rodrigues Nascimento, intercepta área anteriormente recoberta pela mata seca semi-caducifólia. Vestígios de outras tipologias vegetacionais são constatadas na área de influência da rodovia, tais como o cerradão e o cerrado típico, em forma de comunidades isoladas, remanescentes da formação primária. Os elevados índices de antropização regional promoveram alterações significativas nas comunidades bióticas na área de influência, em especial nas imediações das zonas urbanas ao longo da rodovia. 110

FLORA

A fitofisionomiade destaqueao longo da área de influênciada GO-330é a mata seca semi-caducifólia,ocorrendo ainda testemunhosdo cerradãoe do cerradotípico com mata de galeria,bastante alterados pela pressãoantrópica. A mata seca evidencia-seatravés da presençade espécimesarbóreos nativos isolados em meio às pastagens,ou atravésde pequenascomunidades remanescentes sob a forma de reservaslegais, geralmente recobrindo encostas ou topos de morros. Testemunhos do cerradãoforam constatados na porção intermediáriado trecho, sob a forma de espécimes isoladosvegetando sobre campos graminóides. O cerrado típico, amplamente descaracterizadopela ação antrópica, ocorre nas imediaçõesde RodriguesNascimento, constatando-se em meio às pastagens,a presençade comunidadesrarefeitas e isoladas,individuos que testemunhama formação primária,como o pau-terra-de-folha-larga;a faveira;e, o pau-doce,além de espéciesoportunistas como a lobeira e o assa-peixe. A mata de galeria ao longo do córrego Jurubatubaapresenta elevados índices de degradação,observando-se nessa vegetação a dominânciade gramíneasintroduzidas como o capim braquiária;o capimelefante; e, a taboa. A jusante da rodovia,além da faixa de domínio, constata-seprocesso de regeneraçãonatural da mata de galeria, através da presença de populaçõesde espécies do grupo ecológico das pioneiras, com destaque para a sangra- d'água; o jaborandi;e, o monjolo.A montanteconstata-se a presençaesporádica do angico;do feijão-cru;e, da moreira. A formação de galeria presente à altura do km 7,2 apresenta bons índices de conservação, compondo uma formação estreita e densa com características higrófilas ocorrendoelevada freqüência da pindaíba-do-brejoe do embireiro. Devido aos elevadosíndices de antropizaçãoa coberturavegetal dominanteao longo da área de influênciada GO-330é representadapor pastagenscompostas por gramíneas introduzidas, em especial pelas do gênero Brachiaria, além de áreas recobertas por florestamentode eucalipto que fornecem madeira para os fornos das cerãmicasque são abundantesna região. Na região de Anápolis,ao longo da Vila Fabril,as edificaçõesencontram-se adjacentes a rodovia, e as calçadas apresentamlargura em torno de 3 metros com uma arborização deficitáriae mal planejada,com a utilizaçãopredominante da munguba.Junto ao Bairro da Lapa,à altura do km 02, a arborizaçãourbana também é deficitáriae mal planejada,utilizando- se espéciesinadequadas para o local.

FAUNA

Devidoaos elevadosíndices de antropizaçãodos habitatsda flora e da fauna na área de influência as comunidades faunísticas remanescentes encontram-se altamente simplificadas.As populaçõesde espéciesdependentes dos ambientesflorestais foram as mais afetadas por esse processo,em especialas que ocupamos níveis mais elevadosda cadeia trófica regional. O grupo faunísticoque apresentamaiores índices de freqüênciae abundânciana área de influênciaé a avifauna,com destaquepara as populaçõesde espéciescaracterísticas dos ambientes abertos como as áreas de pastagens,sendo que as observadas com maior freqüênciadurante os trabalhosde campo: O processode antropizaçãodos habitatsda comunidadefaunística regional ocasionou ampla simplificação,especialmente das populaçõesde mamíferosque eramfreqüentes na região. A ictiofaunado ribeirão Jurubatubaencontra-se simplificada, devido às interferências em suas áreaslindeiras, e mesmoem seu leito,devido a extraçãode areia.

BIOTA AO LONGO DA FAIXA DE DOMíNIO 111

As comunidades faunísticas e florísticas remanescentes ao longo da área de influência, devido aos elevados índices de antropização de seus habitats, encontram-se amplamente. simplificadas. Via de regra a cobertura vegetal da faixa de dominio é constituída por pastagens compostas por gramíneas exóticas como o capim braquiária (Brachiaria sp.), sendo que várias áreas encontram-se degradadas pelos efeitos da construção da rodovia, em especial pela formação de caixas de empréstimo. Sobre a vegetação herbácea que recobre a faixa de domínio é freqüente a presença de espécimes arbóreos e arbustivos isolados, caracterizando processos de regeneração natural parciais em algumas áreas, destacando-se nessas áreas gêneros como Machaerium; Brosimum; Dimorphandra; Spiranthera e Memora, entre outros. As caixas de empréstimo existentes foram parcialmente recompostas pelos proprietários de áreas adjacentes, para seu aproveitamento nas atividades agropecuárias, sendo que geralmente essas áreas encontram-se recobertas pelo capim braquiária e em alguns locais pelo eucalipto, que apresenta desenvolvimento satisfatório nessas áreas. Ao longo das áreas urbanas, a arborização é deficitária, constatando-se em alguns locais a presença da munguba e da figueira-benjamim, sendo que a faixa de domínio foi ocupada por edificações, sem um planejamento urbanístico adequado. As calçadas existentes nessa área são estreitas e a fiação aérea constante, dificultando a implantação de um projeto paisagístico satisfatório.

2.3 - ASPECTOS ANTRóPICOS

USO DO SOLO AO LONGO DA VIA

O trecho da GO-330 a ser restaurado inicia-se no perímetro urbano de Anápolis indo até o Distrito de Rodrigues Nascimento. Os dois primeiros quilômetros do trecho atravessam região bastante adensada, alternando áreas residenciais e industriais (cerâmicas). O estado geral da via nesse trecho é bastante ruim, tanto em relação ao pavimento quanto a problemas de ocupação da faixa de domínio. O pavimento encontra-se bastante danificado, não havendo praticamente dispositivos de drenagem, o que agravou a deterioração do corpo estradal. A ocupação da faixa lindeira até o limite da pista de rolamento e a presença de resíduos, lixo doméstico, entulhos, restos cerâmicos e outros, aliados ao assoreamento, dão ao trecho um aspecto crítico e de alto risco de acidentes. No final do trecho, a ocupação urbana é menos agressiva, com distanciamento razoável da via. Na margem direita, a falta de dispositivos de drenagem eficientes, provoca processos erosivos na faixa de domínio, inclusive com comprometimento do acostamento. O uso do solo entre os dois núcleos urbanos é caracterizado pela alternância de pastagens e indústrias cerâmicas, ocorrendo esporadicamente chácaras de recreio. A diretriz da via cruza apenas um curso d'água de considerável volume hídrico, o córrego Jurubatuba, em uma ponte com 31 metros de extensão, na altura do km 10 do trecho.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Não existem sítios arqueológicos históricos registrados nos municípios de Anápolis e Rodrigues Alves, uma vez que ai ainda não se realizaram pesquisas nesse campo. Como a via já está implantada e a sua restauração não implicará em abertura de novas áreas de exploração de material, não haverão impactos ao patrimônio cultural e arqueológico. 112

3- SITUAÇÃO ATUAL DO MEIO AMBIENTE

A caracterização ambiental da área indica um quadro de degradação ambiental local, devido à intensa ocupação do solo, especialmente através das atividades agropecuárias e a implantação de indústrias cerâmicas. A obra de restauração asfáltica proposta para este trecho da rodovia apresenta-se como um conjunto de ações simples, se considerarmos que a rodovia encontra-se em plena operação e que não haverá mudanças em seu traçado. O passivo ambiental remanescente a ser recuperado é também pouco expressivo resumindo-se a, praticamente, algumas caixas de empréstimos. Os empreendimentos rodoviários em geral tem um importante significado para o desenvolvimento de uma região, principalmente quanto à dinamização das relações intermunicipais. O aumento da velocidade nos deslocamentos com maior conforto e segurança, são fatores positivos advindos da pavimentação e da manutenção do corpo estradal e de sua faixa de domínio. Os impactos ambientais decorrentes da construção da rodovia, denominados de Passivo Ambiental, foram atenuados pelos sistemas naturais, ao longo do tempo, sendo que a recuperação daqueles ainda existentes são simples, como estão caracterizados no capítulo específico deste trabalho, onde também estão indicadas as medidas convenientes. Foi constatado ainda, nos trabalhos de campo, o atropelamento freqüente de animais silvestres ao longo da rodovia, inclusive de espécies em extinção, como o guará, verificando-se a ausência de placas de advertência da travessia de animais silvestres em todo o trecho da rodovia. Quanto aos aspectos sócio-econômicos, a restauração desse trecho, de uma forma geral, será bastante positiva, melhorando as condições de trafegabilidade pelo recapeamento da faixa de rolamento, bem como da recuperação do acostamento, dispositivos de drenagens, além da recuperação e aprimoramento dos equipamentos de sinalização.

4 - DIAGNOSTICODO PASSIVOAMBIENTAL

Considerando os diversos componentes naturais ao longo da rodovia GO-330, entre as cidades de Anápolis e Rodrigues Nascimento, reconhece-se que a dominãncia da topografia plana, aspecto que não exigiu grandes cortes ou aterros significativos, assegura na maior parte do trecho um greide colado, com pouca movimentação de solo e portanto sem grandes impactos. Embora a rede de drenagem regional seja densa, no trecho em questão há apenas um manancial, o ribeirão Jurubatuba próximo a Rodrigues Nascimento. As demais drenagens, que na representação linear correspondem as zonas de dispersão faunística apresentam baixo volume hídrico. O fluxo superficial é difuso e os solos são recobertos predominantemente por espécies graminóides. Neste trecho destaca-se a ocupação por indústrias cerâmicas. No meio físico o passivo ambiental do trecho Anápolis - Rodrigues Nascimento, da rodovia GO-330 é pouco significativo, apresentando baixa magnitude, resumido a ações dos serviços de terraplenagem, onde se destacam as caixas de empréstimo laterais, um único corte em solo e um único processo erosivo.

4.1 - PASSIVO DECORRENTE DOS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM Inserem-se nesse contexto as áreas de empréstimo laterais e os taludes formados por corte em solo. 113

Caixas de empréstimo

Constituem as áreas de empréstimo de solo localizadas no interior e adjacências da faixa de domínio, as quais apresentam impactos ambientais de baixa magnitude ao longo da GO-330. Encontram-se em geral, parcialmente recompostas e não favorecerem a formação de processos erosivos significativos. No geral são caixas de pequenas dimensões, rasas, com taludes.baixos, não sendo observados processos erosivos decorrentes. Nas superfícies de terreno plano, em latossolos argilosos de maior umidade, constata- se no interior de algumas caixas o acúmulo de águas superficiais como a de CE-07, que se encontra alagada. Apesar da alteração ambiental ocasionada, essas áreas encontram-se integradas aos ecossistemas ao longo da rodovia, servindo como fonte de dessedentação para herbívoros domésticos e mesmo como áreas vitais para algumas populações de animais silvestres, como a marreca ananaí que foi observada em uma dessas áreas. As caixas de empréstimo, nas quais serão necessárias a adoção de medidas de recomposição ambiental apresentam taludes verticalizados, porém estáveis; parcíalmente recobertos por gramíneas e espécimes arbóreos nativos em variados estágios vegetativos, geralmente com os pisos compactados e expostos às intempéries. Nesses locais as gramíneas mais freqüentes são dos gêneros Brachiaria ou Andropogon, e as espécies nativas pertencem aos géneros Dimorphandra; Machaerium; Dalbergia;Arrabidaea; Memora; Stryphnodendron; Hymenaea; e, Aspidosperma,entre outros.

TALUDES DE CORTE EM SOLO

Apenas um corte com situação de passivo ambiental ocorre ao longo desse trecho da GO-330, à altura do km 11,2, apresentando taludes verticalizados e propícios à instabilidade, encontrando-se parcialmente recobertos por gramíneas e arbustos nativos. Trata-se de um corte com altura elevada, em solo concrecionário, cujos taludes encontram-se sob ação erosiva.

4.2 - PASSIVO DECORRENTE DO SISTEMA DE DRENAGEM E ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Compreende os processos erosivos instalados ao longo da faixa de domínio da rodovia, sob o terreno natural, em geral sob a forma de ravinas, onde a causa principal é a ação das águas superficiais provenientes das canaletas de captação desprovidas de sistemas de dissipação de energia. Apenas um processo erosivo significativo foi constatado ao longo desse trecho da rodovia. O processo erosivo foi constatado à altura do km 11,6, nas imediações do córrego Jurubatuba, encontrando-se associado à descarga do fluxo de águas proveniente da canaleta de drenagem superficial junto ao corte. A erosão apresenta sulco longitudinal paralelo ao eixo da rodovia, com dimensão de 1,5 x 1,5 x 50 metros e taludes verticalizados, parcialmente recobertos por gramíneas, evoluindo sobre solos argilosos, não sendo observado surgências de água do lençol. A cobertura vegetal do entorno dessa área é constituída por gramíneas exóticas e arbustos nativos.

4.3 - MATAS DE GALERIA DEGRADADAS

A mata de galeria do ribeirão Jurubatuba, nas proximidades da rodovia, apresenta níveis elevados de degradação, encontrando-se destituída de sua formação primária e apresentando indícios do início de um processo de regeneração natural. 114

As demais drenagens interceptadas pela rodovia localizam-se na zona intermediária desse trecho, apresentando características inundáveis, através do afloramento do lençol freático nas áreas lindeiras mesmo nos períodos de estiagem. Essas drenagens apesar das interferências em sua vegetação marginal nos períodos de pavimentação apresentam processos de regeneração natural da vegetação lindeira em evolução, encontrando-se integradas à cadeia ecológica regional.

4.4 - ARBORIZAÇÃO DAS ÁREAS URBANAS

O conjunto habitacional à direita da rodovia junto a Anápolis apresenta arborização deficitária e inadequada para o local, tornando-se necessária a substituição gradativa das árvores presentes no paisagismo ao longo da rodovia nessa área urbana.

4.5 - PASSIVO DECORRENTE DA DEGRADAÇÃO DOS HABITATS DA FAUNA

Como caracteriza o diagnóstico ambiental realizado, a construção e pavimentação da GO-330 ocasionou uma ampla alteração dos habitats da fauna ao longo da rodovia, em especial de sua faixa de domínio. O passivo ambiental da rodovia adicionado ao amplo processo de antropização regional, através das atividades agropecuárias, nem sempre desenvolvidas de forma racional, ocasionaram a instalação de um processo progressivo de simplificação da comunidade faunística regional, praticamente irreversível. Esse processo de simplificação, apesar de irreversível, pode ser atenuado, através de medidas de recomposição do passivo ambiental, e de outras medidas que favoreçam a utilização racional dos recursos naturais da região. A interceptação de dois corredores de dispersão de fauna pela rodovia, além de favorecer o atropelamento de animais silvestres, dificulta o livre trãnsito da fauna entre suas diversas áreas de refúgio, que se encontram nas áreas menos degradadas dos ambientes em que o solo e o relevo não favorecem a mecanização agrícola e entre as reservas legais das propriedades. A figura 6.1, descreve as principais zonas de dispersão da fauna interceptadas pela rodovia, onde deverão ser instaladas placas indicativas de travessia de animais silvestres.

4.6 - CONFLITO COM URBANISMOS

A rodoyiaQQ-330 apresenta segmentos em áreas urbanasna períferiade Anápolise ao cruzar o Distrito de Rodrigues Nascimento. Nestes dois segmentos há intensa interferência do empreendimento com a ocupação urbana, seja pela proximidade dos edifícios à pista de rolamento, seja pelas várias interseções com vias urbanas. 115

5 - QUANTITATIVOS E ORCAMENTOS RESUMO DE CUSTOS

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO TOTAL

1 Demoliçãode concreto armado m3 0,00 0,00 0,00

3 2 Suavizaçãode taludes m 5.680,25 1,27 7.213,92

3 3 Regularizaçãodo terreno m 225,00 0,16 36,00

4 Escarificação m2 0,00 0,00 0,00

3 5 Diques transversais m 0,00 0,00 0,00

3 6 Terraços e bacias interiores m 48,48 1,27 61,57

7 Dissipadoresde energia un 5,00 280,00 1.400,00

3 8 Terraços exteriores m 0,00 0,00 0,00

9 Calageme adubação m2 0,00 0,00 0,00

2 10 Plantiode gramíneas m 28.600,00 0,22 6.292,00

2 11 Revegetaçãode mata de galera m 0,00 0,00 0,00

2 12 Hidrossemeadura m 2.400,00 2,47 5.928,00

13 Canaletas ml 0,00 0,00 0,00

14 Berma intermediária m3 11.400,00 1,27 14.478,00

15 Cercas ml 2.160,00 5,12 11.059,20

TOTAL 46.468,69 RESUMO DE QUANTITATIVOS, RODOVIA GO-330

SERVI O

PROGRAMA cont tm" dTTos ( I0d13)( O2Run. R.2dt dg d (m2) m-

OD.nngeR, 225.00 5.00 150.00

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EDIFICAÇÃO,RESIDÉNCIA, COMÉRCIO. INDúSTRIA 118

SÍNTESE DOS ESTUDOS DE IMPACTOSAMBIENTAIS - ElAs 119

GO-040 - BOM JESUS ATÉ INACIOLÃNDIA

O empreendimento em estudo tem por objetivo Melhorias do Traçado Atual e pavimentação da GO-040, no trecho com extensão total de 44,0 km que interliga as cidades de Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia. Em virtude do traçado sugerido pelo EIA, como também, o extinto DER-GO resolveu não mais utilizar o projeto original e sim, atender ao sugerido no estudo ambiental, realizando novo projeto final de engenharia, o qual foi levantado e elaborado levando em consideração a alternativa C.

1 - CARACTERIZAÇÃOTÉCNICAS

As características técnicas da obra pode ser resumida no quadro abaixo:

Classe IV Largurade pistade rolamento(m) (2x) 3,5 Largurade acostamento(m) 0,80 Largurade plataforma(ni) 10,20 Velocidadede diretriz(kmlh) 80,00 Distânciamínima visibilidade parada (m) 150,00 Distãnciamínima visibilidade ultrapassagem (m) 250,00 Raiomínimo de curvahorizontal (m) 670,00 Rampamáxima (%) 5,00 interseções Inexistente Sub-base(cm) 17,00 Base 17,00 Pavimento(cm) 2,50

A GO-040 vai da interseção com a BR-452 (5km a sudeste de Bom Jesus, trecho Itumbiara - Bom Jesus) até Inaciolândia. Não existem interseções neste segmento salvo saídas em terra para fazendas ao longo do traçado. O final do segmento, em Inaciolândia, corresponde a acesso existente em terra, não ocasionando intervenções locais (desapropriações/reassentamentos). No traçado de projeto não ocorrem grandes cursos de água. A rodovia cruza, no entanto, vários córregos, sendo a travessia feita através de bueiros celulares ou tubulares de concreto. A relação de cursos de água, localização (km a partir da BR-452) e tipo de bueiro aparecem a seguir: No traçado de projeto não ocorrem grandes cursos d'água. A rodovia cruza vários córregos, necessitando de 07 bueiros maiores (celulares) e 11 menores (bueiros simples e- duplos).

Relação dos tipos de obras de arte-bueiros Manancial Km Tipo CórregoNhambu 6,58 BTTC Ribeirãoda Campanha 19,74 BDCC CórregoFundo 31,87 BSCC CórregoCafundó 33.36 BDTC CórregoFazenda 36,80 BTCC CórregoPirraça 39,50 BSCC CórregoPindaíba 42,06 BSCC 120

Localização das áreas de empréstimo de material laterítico Jazid Locação Distãncia(km) Material Vegetação Area(m2) Ji km 9.54 LD 0.60 Laterita Cerrado 75600 J2 km 10.40 LD 0.06 Laterita Pasto 78300 J3 km 19.94 LD 14.30 Laterita Pasto 71100 J4 km 31.68 LD 0.03 Laterita Pasto 18000 J5 km 43.58 LD 13.40 Laterita Cerrado 54900

Utilizada para concreto (bueiros, guias, caixas) e material de base. Adquirida de terceiros que exploram comercialmente areais no Rio Paranaiba. Utilizada para concreto e pavimento. Adquirida de pedreiras comerciais (na BR-452 a 23.4km do inicio da GO-040 sentido Itumbiara e outra à direita da própria GO-040 - trecho Bom Jesus - Brejo Bonito, a 9.8km do trevo da BR-452). Adquirido de fornecedor de Aparecida de Goiânia, e estocado em tanques próximos aos locais de utilização. Não será utilizada usina de asfalto.

ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

Na GO-040 foram analisadas três alternativas de traçado para a ligação entre Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia, além do traçado original do projeto. A exemplo do traçado original, as alternativas partem da BR-452 a cerca de 5km a sudeste de Bom Jesus.

Traçado de Projeto - Correspondente à pista em terra existente que consta dos mapas rodoviários do DER- GO já por mais de duas décadas, com algumas retificações e melhorias em curvas e rampas.

Alternativa A - Oesvia ligeiramente para oeste a partir do km 6 até o km 22, evitando o cruzamento com matas-de-galeria correspondentes ao Córrego Nhambu e Ribeirão da Campanha, mantendo-se sobre divisor de águas local.

Alternativa B - Desvia para oeste entre o km 6 e o km 22 (igual à Alternativa A), porém ao invés de prosseguir no Traçado de Projeto continua na direção sul-sudoeste pelo divisor de águas, atingindo a rodovia BR-483/GO-206 (direção leste-oeste, trajeto /lnaciolandia/Gouvelândia/Quirinópolis) a cerca de 10 km a leste de Inaciolândia.

Alternativa C - Parte do mesmo ponto da BR-452 e se desenvolve mais a oeste pela chapada correspondente ao divisor de águas entre o Ribeirão do Campo Grande (leste) e o Ribeirão Bom Jesus (oeste), bifurcando para o sul ao final atingindo o Traçado de Projeto a cerca de 4km a nordeste de Inaciolândia. Além de cruzar o Ribeirão do Campo Grande cruza também o córrego Pindaíba.

ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS

Alternativa A - Apresenta relativa vantagem sobre o Traçado de Projeto por evitar o cruzamento com duas drenagens/matas-de-galeria sendo a do Ribeirão da Campanha muito expressiva. Em contraposição exigirá implantação de novo traçado em 16km, mais ou menos 121

antropizados, criando impactos em outras áreas. No balanço as vantagens e desvantagens se equilibram sob o ponto de vista ambiental.

Alternativa B - Apresenta vantagem adicional sobre a Alternativa A por se manter inteiramente sobre divisor de águas e eliminar 5 outros cruzamentos com drenagens. Em relação ao Traçado de Projeto e Alternativa A possui o inconveniente de implantação em áreas novas ainda que parcialmente antropizadas além de aumentar a extensão do trajeto entre Bom Jesus e Inaciolándia. O trecho novo, a pavimentar, será menor que o Traçado de Projeto e da Alternativa A, o que representa vantagem significativa.

Alternativa C - Corresponde a um traçado pelo divisor de águas, sem drenagens (exceto no trecho final) seguindo estrada de terra existente, implantada por força do desenvolvimento agrícola da região. Apresenta as seguintes vantagens sobre o Traçado de Projeto: • Cruzamento com apenas 2 drenagens (Ribeirão do Campo Grande e Córrego Pindaíba) contra 7 do Traçado de Projeto: • Salvo o trecho comum com o Traçado de Projeto (cerca de 4km) desenvolve-se em área alta, de pouca suscetibilidade à erosão; • A área abrangida é antropizada e a rodovia irá representar baixo impacto ambiental adicional; • Atenderá melhor aos usuários por cruzar área agrícola com maior demanda de transporte (escoamento das safras); * O relevo é favorável exigindo menor movimento de terra e obras de drenagem superficial; * A extensão será menor com redução adicional de custo;

A desvantagensmais significativas são: • No cruzamento com o Ribeirão do Campo Grande o mesmo estará barrado pelo lago da Usina de São Simão com custo elevado de implantação de ponte ou bueiro celular; * Pelo menos no trecho adjacente ao Ribeirão do Campo Grande os aterros serão de grande porte, sendo necessário grandes intervenções para material de empréstimo (custo elevado e impacto ambiental significativo).

Recomendação:

Em que pesem as desvantagens apresentadas na Alternativa C, as vantagens predominam, em comparação com o traçado de projeto e Alternativa A. Recomenda-se sua adoção por apresentar menor impacto ambiental, atendendo às necessidades dos usuários sem custo adicional para sua implantação. Vale salientar que, a exemplo das demais alternativas e do Traçado de Projeto, a Alternativa C não interfere com centros urbanos ou moradias isoladas não exigindo reassentamentos de qualquer natureza. As alternativas B e C se equivalem em termos de meio ambiente.`A Alternativa B tem a desvantagem do acrésciri1ono percurso da interligação Bom Jesus de Goiás-lnaciolãndia. 122

2 - ÁREA DE INFLUÊNCIA

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA

A área de Influência estabelecida possui conformação ovóide com eixo maior na direção NE- SW, sendo limitada a noroeste pelo Ribeirão Bom Jesus; a sudoeste pelo lago da hidrelétrica de São Simão e cidade de Inaciolândia a sudeste pela GO-206/BR-453 e cabeceiras de afluentes(cabeceiras dos córregos do Barreiro, do Sapé, do Campo Alegre e da Santa Rosa) pela margem direita do Rio Meia Ponte; a nordeste pelas imediações da BR-452 e cidade de Bom Jesus de Goiás.

ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA

Compreende as áreas que indiretamente poderão ter sua situação ambiental influenciada pela rodovia, abrangendo particularmente a totalidade dos municípios de Bom Jesus de Goiás, Inaciolândia e Itumbiara, os municípios vizinhos, os refúgios da fauna regional com hábitos migratórios ou alimentares que a levam a freqüentar os arredores da rodovia e os centros populacionais ribeirinhos a jusante dos cursos d'água diretamente afetados pela rodovia, que podem sofrer efeitos da poluição das águas, particularmente em caso de acidentes com cargas perigosas.

3 - DIAGNÓSTICOAMBIENTAL

3.1 - MEIO ANTRóPICO

A rodovia em estudo está posicionada nos municípios de Bom Jesus de Goiás, lnaciolãndia e Itumbiara, localizados na Mesorregião do Sul Goiano, Microrregião do Meia Ponte, que inclui, além destes, os municípios de Água Limpa, Almerindonópolis, Aloândia, , Cachoeira Dourada, , Cromínia, Goiatuba, Joviânia, , Marzagão, Morrinhos, Panamá, Piracanjuba, , , e Vicentinópolis. Abrangerá uma região dominantemente rural, com intensa ocupação agrícola, principalmente para plantio de soja e algodão. A área de influência direta do empreendimento abrange as duas cidades interligadas pela rodovia, Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia, que serão os núcleos urbanos diretamente beneficiados. Entretanto mais de 70% da pista de terra atualmente existente está inserida na zona rural do município de Itumbiara e parte da área de influência direta abrange ainda o município de Almerindonópolis. A área de influência direta do empreendimento está posicionada numa região paisagisticamente bastante monótona e plana, onde não se destacam locais de relevante beleza natural. O sudoeste goiano é região rica em patrimônio arqueológico, sendo citados pelos inventários da Fundação Nacional próMemória, vários vestígios de artefatos líticos em Rio Verde, Edéia, Edealina e Jataí, além do famoso sitio arqueológico de Serranópolis. No município de Bom Jesus de Goiás consta a ocorrência de 12 vestígios de artefatos líticos registrados na Fundação próMemória. Entretanto, não há mapas nem fichas com a descrição dos locais onde foram encontrados. De acordo com informações verbais, estariam localizados à noroeste da sede municipal, portanto fora da área de influência direta da rodovia. Não deve ser descartada, porém, a hipótese de ocorrência de vestígios arqueológicos na área em estudo, de modo que seria recomendável um levantamento detalhado ao longo do 123

traçado a ser adotado e cascalheiras, visando um eventual resgate de material antes do início das obras. O trecho em estudo da rodovia GO-040 está inserido numa região bastante antropizada, com mais de 70% da área de influência direta ocupados por culturas e pastagens plantadas. A ocupação agrícola é facilitada pelos terrenos planos, que permitem a mecanização do plantio e colheita, pela natureza do solo de ótima aptidão agrícola e devido à localização estratégica em relação aos grandes centros de consumo do pais e ao porto de São Simão. No percurso, as duas cidades, respectivamente de Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia, t formam os únicos sítios urbanizados. Há inúmeras sedes de fazenda, várias estradas rurais e linhas de transmissão. As superfícies d'água são formadas por cursos d'água de pequeno porte, destacando- se, próximo a Inaciolãndia, o alargamento dos rios Bom Jesus e Córrego do Campo Grande, devido ao enchimento do lago da represa de São Simão, no Rio Paranaíba.

3.2 - MEIO FISICO

O clima regional, segundo NIMER (1989), pode ser classificado como Tropical Sub- Quente Sub-Umido. A região em estudo está inserida no âmbito da extensa cobertura vulcânica, de idade fanerozóica, denominada de Bacia do Paraná. Geologicamente a área em estudo apresenta uma geologia muito monótona onde ocorrem apenas rochas basálticas de idade jurássica, pertencentes à Formação Serra Geral, recobertas localmente, ao longo das calhas fluviais, por argilas e areias aluvionares recentes. Do ponto de vista geomorfológico regional a área da rodovia está inserida no contexto da macrounidade Planaltos da Bacia Sedimentar do Paraná. As superfícies internas apresentam cotas entre 500 e 750 metros, formas de relevo conservadas com topos planos, delimitadas por rebordos erosivos e/ou escarpas festonadas. A maior área de drenagem pertence à Bacia do Rio Paraná, onde no àmbito da região em estudo, é representada pelo Rio Paranaíba, conseqüente ao reverso do planalto. O mosaico geomorfológico da área de influência direta da rodovia em estudo pouco difere do contexto regional que caracteriza o relevo dos terrenos basálticos da Bacia do Paraná, correspondente à unidade Planalto Setentrional da Bacia do Paraná. A área mostra uma suave declividade de nordeste para sudoeste, como mostram as cotas em torno de 670 metros em Bom Jesus de Goiás e 490 metros em Inaciolândia, correspondendo a um gradiente médio de 0,4%. Constitui um compartimento de formas tabulares, bastante homogêneo, com relevo de topo aplanado e intensidade de aprofundamento de drenagem muito fraca (vales de fundos planos e suave ondulados) e interflúvios muito amplos, com comprimentos situados no intervalo de 1750m a 3750m. Esta unidade, nesta situação compõe ou configura-se como parte do que se denomina regionalmente de "Chapadões de Goiás". Os solos característicos presentes entre Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia enquadram-se em três tipos de solos. Latossolo Roxo/ Latossolo Vermelho Escuro (LR/LVE) Latossolo Vermelho Amarelo (LV) Glei Pouco Húmico (G) A região Bom Jesus 1 Inaciolândia caracteriza-se pela grande fertilidade dos solos, sendo que em 65% da área de abrangência da rodovia estão presentes os Latossolos Roxos 1 Latossolos Vermelho Amarelos e em apenas 5% da região encontram-se solos hidromórficos, no caso em estudo os Glei Pouco Húmico. A área em estudo está posicionada no âmbito das microbacias do Rio Meia Ponte, Ribeirão do Campo Grande e Ribeirão Bom Jesus, afluentes pela margem direita da represa de São Simão, na área inundada do Rio dos Bois. 124

O traçado atual e o projeto de retificação da GO-040 interceptamo Ribeirão da Campanha,afluente do Meia Pontee os córregosPindaiba, da Pirraça,do Cafundóe Fundo. Uma outra alternativade Traçadoestudada neste EIA percorre o divisor de águas do Rio Bom Jesus e Ribeirão do Campo Grande, atravessandoeste último próximo à sua desembocadurano lago da represade São Simão.

3.3 - FLORA

O domínio regional pretérito de vegetação coloca a Savana (cerrado) como predominanteno local, com as fitofisionomiasde Savana Florestada (cerradão) e Savana Arborizada(cerrado, propriamente dito), intercaladascom ocorrênciasmenores de Floresta EstacionalSemidecidual, interfluvial, além das florestas-de-galeria. A situaçãoatual mostraa reduçãoou quase extinçãodessa vegetação,substituida que foi por tratos de agriculturae pastagens.As descriçõesque se seguemforam baseadasem amostrasrealizadas ao longodas estradasdesta área. SavanaFlorestada (cerradão): Ocorre como umatipologia muito densa,com a maioria de suas espéciessendo comumenteencontradas no cerradopropriamente dito, apenascom porte mais elevadoe maioradensamento arbóreo. Às vezes, no contatocom áreas florestais, pode incluir ecotipos como angico (Piptadenia),pau-d'óleo (capaifera), jatobá (Hymenaea), mutamba (Guazuma), mamica-de-porca(Fagara), imbirucú (Pseudobombax),pau-pombo (Tapirira), macaúba (Acrocomia),entre outros. Nesta situação pode ser confundida com vegetaçãosecundária de estágiosmais evoluidos.

SavanaArborizada (cerrado, propriamente dito): Esta fisionomiatambém definida como cerrado "sensu stricto", ocorre nesta área com característicasmuito próximas do cerradão, devido sua densidade e espécies comuns. Logicamente,para ser considerado cerrado,tem portemenos elevado, além de exibir em estrato arbustivo/herbáceomais notório ou evidente.A composiçãoflorística mostrou-sebastante repetitiva nas diversas amostragens efetuadas.Isto corroboracom o fato de ser a área um compartimentornuito homogêneo, ocupandoo cerrado,predominantemente, a posiçãodo topo da chapada,sobre latossolosroxo e vermelho-escuro,distróficos.

FlorestaEstacional Semidecidual Submontana (mata-de-interflúvios): Nas rampas inferiores,geralmente no contato com as florestas-de-galeriadas drenagens,ainda ocorrem núcleos ou grupamentosflorestais, quase sempre descaracterizados,devido à retirada de espéciesmadeireiras de valor. Assim, a tipologiaflorestal comumenteencontrada retrata um fitofisionomiade árvores geralmentefinas e invadidas nas suas bordas com espécies secundárias agressivas como angicos (Piptadenia), capororoca (Drymis), cabriteiro (Rhannidíum),pau-pombo (Tapirira), embaúba (Cecropia), pindaiba (Xylopia),entre outras. A ocorrênciadessa floresta supõe-se, está condicionadaà presençade solos maisférteis como terra roxaou de locaiscom maiorsuprimento hídrico subsuperficial. Floresta-de-Galeria(mata ciliar): A áreapossui um sistemade drenagemtodo voltado para o Rio Paranaiba,tendo ao centro o Ribeirão do CampoGrande e nas laterais algumas cabeceirasdo RibeirãoBom Jesus,a oeste e outrosque deságuamno Rio Meio Ponte,a leste. Em todas, a presençade matas ciliares é notada.Diversas amostragens foram efetuadasao, longo delas, especialmentejunto às pontesexistentes, tendo apresentadodiferenças pouco significativas em nível de ocorrência de espécies, mostrando, porém que algumas se encontram bastantedegradadas ou diminuídase invadidaspor espécies secundáriascomo jurema-branca (Pithecelobium), capim-colonião (Panicum), juquirí(Nimosa), assapeixe ( Vemoni),goiaba (Myrcia), anil (Indigofera),fedegoso (Senna), malva (Gassipyum),esporão-de- galo (Celtis)e outros. 125

Formação Pioneira Herbáceo 1 Arbustiva (brejo): Fisionomia que ocorre especialmentenas cabeceirasde drenagensou ao longo delas, em locais que apresentam hidromorfismoacentuado. Tem caráter natural e aspecto herbaceo-arbustivopredominante, porém com intercalaçõesde isolados elementosarbóreos, às vezes constituindotufos ou moitas. A ocorrência desta tipologia geralmente está associada com florestas-de-galeria, ocorrendoalternadamente com elas, em funçãodos níveis de encharcamentodo terreno. O capim rabo-de-burro(Andropogon) e a taboa (Typha), geralmenteestão presentes, sendo indicadoresseguros destes ambientes.

Vegetação Secundária (Capoeiras):Compreende uma variedade de fisionomias naturaisrepresentadas em estágios diversosde capoeiras,capoeirão e mata, resultantesde colonizaçãoespontânea que sucede o uso agrícolaou pastoril,devido ao abandonoou mau uso dessas áreas.Na região e especialmenteao longo das estradas observam-sealguns núcleosmais evoluídos,tendo apresentadoespécies que se caracterizampelo pioneirismoe agressividadeao meio como capa-bode (Parapiptadenia),mutamba (Guazuma),embaúba (Cecropia),entre outras.

A agropecuária(lavouras + pastagens):A área tem ou apr-esenta-secom alto índice de ocupaçãoagropastoril. Durante os trabalhosde campo, realizadosno mês de fevereiro, pode-seconstatar a existênciade extensaslavouras, sendo consideradaspredominantes sobre as áreas com pastagem plantadas. As lavouras mais observadasforam as de algodão herbáceo,soja e milho, nestaordem.

3.4 - FAUNA

A GO-040encontra-se inserida em uma região bastantetransformada pela implantação de fazendas com atividades principalmenteagrícolas. Suas característicasoriginais foram alteradas,com erradicaçãoda coberturavegetal natural para dar lugaràs lavouras. O ambiente, embora rural, apresenta-se quase que totalmente antropizado, demonstrandoum processobem desfavorável à presençade fauna nativa. Não existem estudos pretéritos sistemáticossobre a fauna da região, de modo a subsidiaro presentetrabalho. A crescentefragmentação ambiental sugere um comprometimentoda fauna na região, principalmentedos animais de maior porte, que necessitamde maioresáreas de dispersão. São favorecidos pelas condições ambientais dos arredores apenas os animais menos exigentese de melhorconvívio com a presençahumana.

4 - IDENTIFICAÇÃOE AVALIACÃODOS IMPACTOS AMBIENTAIS

4.1 - ANÁLISE DOS IMPACTOS NEGATIVOS

4.1.1 - RETIFICAÇÃO E PAVIMENTAÇÃO a) MEIOANTRÓPICO

As maiorespossibilidades de desenvolvimentoeconômico-social que serão propiciadas com a pavimentaçãoda rodoviapoderão também provocarimpactos ambientais negativos na paisagem,mas em escala mínima,pois se trata de uma regiãojá bastanteantropizada, onde a paisagemnatural já foi bastantemodificada. b) MEIOFíSICO

RecursosAtmosféricos 126

Qualidade do Ar

Os padrões de qualidade do ar da região onde serão efetuadas as obras de melhoria e pavimentação da GO-040 são muito bons conforme já observado anteriormente.

Ruídos e Vibrações

As principais fontes de poluição sonora estarão relacionadas à movimentação de máquinas e veículos pesados e funcionamento de equipamentos em geral, visto que não está previsto o uso de explosivos em cortes.

Geologia e Geotecnia

Pode ser prognosticada ainda, em menor grau de magnitude e importãncia, a formação de áreas instáveis nos locais de disposição de bota-foras de materiais de construção inadequados.

Geomorfologia

Do ponto de vista geomorfológico, as principais alterações serão bastante localizadas e restritas a áreas escavadas das caixas de empréstimo e jazidas de solo, onde a planura topográfica será alterada, com formação de depressões e piscinas intermitentes.

Pedologia

O baixo gradiente topográfico ao longo da rodovia, tanto lateralmente como longitudinalmente, torna o compartimento atravessado compatível com obras rodoviárias. Isto pode ser constatado percorrendo-se as estradas encascalhadas atuais, onde apesar da falta de cuidados no disciplinamento das águas fluviais não foram verificados processos erosivos significativos.

Áreas de Lavra de Material de Construção

Nas bordas das escavações para retirada de material de sub-base e material de empréstimo os processos de degradação dos solos serão favorecidos, havendo uma maior susceptibilidade à erosão, principalmente devido a formação de taludes íngremes desprovidas de vegetação e em material pouco consolidado.

Áreas de Bota-Foras

Os solos inadequados para aproveitamento em aterros, os solos compressíveis ou imprestáveis para receberem aterros ou mesmo a sub-base da estrada em nível, os materiais das caixas de empréstimo ou jazidas de material de sub-base fora das especificações, constituirão pilhas de bota-foras que afetarão os solos em diferentes graus e escalas. Devido às boas características locais dos solos, estes volumes serão bastante reduzidos.

Jazidas de solos

Por tratar-se de material cascalhento, as jazidas de solo são em geral pouco susceptíveis à erosão, o que é favorecido pela localização privilegiada das cinco cascalheiras que serão exploradas, todas em terreno com baixa declividade.

Áreas dos Canteiros de Obras 127

Estas atividades não implicarão na remoção total da camada de solo, restringindo-se normalmente aos horizontes superiores. Haverá alteração no perfil dos solos, na estrutura original, impermeabilização, redução da área de infiltração de águas pluviais, compactações, aumento dos efeitos erosivos e assoreamentos.

Superfícies D'água

Os danos potenciais e os já existentes estão relacionados a ações do empreendimento que propiciam a exposição de solos facilmente erodíveis, os quais, durante a incidência de chuvas, são carreados para as drenagens marginais à rodovia, promovendo o assoreamento dos fundos de vale e consequentemente alterando seus perfis de equilíbrio. As superfícies d'água mais ameaçadas por este processo são o Ribeirão da Campanha e o Ribeirão do Campo Grande. No caso das veredas, devido à sua importáncia para o meio biótico, equilíbrio do regime hidrico e paisagem, seu assoreamento constitui um impacto ambiental bastante significativo. O projeto atual de retificação do traçado é bastante agressivo nesse sentido, pois além de não tentar minorar as travessias já existentes sobre o Ribeirão da Campanha e córregos Pindaíba, da Pirraça, do Cafundó, Fundo, do Nhambu, cria novas interferências em superfícies d'água. Nas proximidades de Bom Jesus de Goiás o projeto prevê o deslocamento do traçado do divisor de águas dos ribeirões do Campo Grande com a bacia do Meia Ponte para as proximidades das cabeceiras dos córregos do Barreiro, do Sapé, do Campo Alegre e da Santa Rosa. Uma das alternativas locacionais propostas altera o projeto atual para eliminar a travessia do Ribeirão da Campanha e demais interferências com drenagens entre aquele curso d'água e Bom Jesus de Goiás, mantendo apenas as travessias dos córregos Pindaíba, da Pirraça, do Cafundó e Fundo. Outra alternativa propõe a mudança quase integral do traçado, que seria deslocado para a outra margem do Ribeirão do Campo Grande, no seu divisor de águas com o Ribeirão Bom Jesus. Tem a vantagem de 85% do percurso, no trecho entre Bom Jesus de Goiás e o Ribeirão do Campo Grande se desenvolverem sem nenhuma interferência com superfícies d'água. Entretanto terá que cruzar o baixo curso do Ribeirão do Campo Grande, exigindo, provavelmente, bueiros de porte. Além do mais, a travessia do Ribeirão do Campo Grande será feita próximo à área de inundação que forma o Lago da Represa de São Simão. Do ponto de vista estritamente de superfície d'água a alternativa que menos causará impacto sobre as superfícies d'água é a que propõe manter o traçado atual, sem as retificações previstas no projeto, na saída da BR-452, em Bom Jesus de Goiás, de modo a aumentar o percurso no divisor de águas do Ribeirão do Campo Grande com o a Microbacia do Rio Meia Ponte, evitando a interferência em córregos. As travessias do Ribeirão da Campanha e córregos Pindaiba, da Pirraça, do Cafundó, Fundo, do Nhambu seriam evitadas deslocando-se o restante do traçado atual para sair na GO-206/BR-483 a cerca de 10 km de Inaciolândia, ou seja ao longo do divisor de águas dos ribeirões da Campanha e Campo Grande.

Águas Subterrãneas

O meio hidrogeológico local, representado por aqüíferos superficiais (lençol freático) e profundos (aqüiferos tipo fissural), também estará sujeito a alterações físicas patrocinadas por ações do empreendimento. Entre as maís significativas podemos citar: terraplenagens, escavações para retirada de material de construção e cobertura de superfícies (pavimentação, canteiros de obras e aterros).

Qualidade das Águas Superficiais

Os impactos previstos que poderão alterar a qualidade das águas superficiais relacionam-se principalmente à poluição física pela incorporação de sólidos em suspensão carreados pelas águas pluviais drenadas das áreas do empreendimento. 128

O ponto de maiorfragilidade ecológica do ponto de vista de poluiçãodas águas situa- se nos arredoresde Inaciolãndia,devido à proximidadedo lago da hidrelétricade São Simão. c) MEIOBIÓTICO

FLORA

Um empreendimentocom essas característicastem como primeiro e fundamentalimpacto sobre a flora, a própriaretirada de vegetaçãoem todo o trecho de influênciadireta da rodovia, incluindoo eixo de rodagem,as caixasde empréstimoslaterais, os desviospara a construção de bueirosentre outros.

FAUNA

O fator de maior prejuízopara a fauna é a retiradaou destruiçãoda vegetaçãoque lhe dá suporte, particularmenteas matas ciliares ainda existentesentre Bom Jesus de Goiás e Inaciolãndia.Apesar de diretamentenão haver prognósticode interferênciassignificativas nos testemunhosde floresta-de-galeria,a retiradade madeirapara acampamentose uso geral na construçãode obrasde arte podeacontecer. Os animais que habitam o entorno deverão sofrer um processo de fuga e/ou stressamento,principalmente devido à movimentaçãode máquinaspesadas durante a abertura dos trechosretificados e asfaltamento,facilitando atropelamentos. O ambienteaquático também será alteradonos cursosd'água dos arredores.

ACIDENTES

Acidentesoperacionais podem ocorrerdurante as obras viárias,entretanto os maiores riscosestão relacionadosao manuseioinadequado de máquinaspesadas. Na fase operacionalo derramamentode cargas perigosas por acidentesrodoviários podelevar à ocorrênciade acidentesecológicos de porte,particularmente se ocorrer no âmbito da drenagenstributárias do lago da represade São Simão.

4.1.2 - FUNCIONAMENTO DA RODOVIA a) MEIOANTRÓPICO

Após a abertura da rodovia ao tráfego os transtornos verificados em rodovias pavimentadaspassarão a atingir a hoje pacata zona rural em estudo, cabendo citar os seguintesimpactos negativos que poderãoocorrer: o A ausênciade sinalizaçãoe de conservaçãoeficientes; o A rodoviaterá travessiaurbana na cidadede Inaciolândia; o A travessiaurbana deverá aumentaro ruídoem Inaciolândia,principalmente no períodonoturno; o A travessiade Inaciolândiatambém poderátrazer alguns transtornosdevido à trepidaçõesoriundas de tráfegopesado. b) MEIO FíSICO

Sobrea qualidadedo ar haveráo aumentoda afluênciade hidrocarbonetose aldeídos que hoje em dia é bastantereduzida. A degradaçãoda qualidadedo ar por poeira fugitiva em funçãodo tráfego na rodoviaserá eliminada. 129

Na fase operacional da rodovia a poluição da água é representada pela precipitação de hidrocarbonetos e aldeídos emanados pela descarga dos veículos, poeiras e materiais sólidos maiores oriundos das cargas transportadas, etc. O risco de derramamento de cargas perigosas por acidentes rodoviários pode levar à ocorrência de acidentes ecológicos de porte, particularmente se ocorrer no âmbito das drenagens que afluem para a represa de São Simão. c) MEIO BIóTICO

Por situar-se numa região já bastante antropizada, não é comum cruzar com animais na estrada, entretanto algumas espécies ainda são encontradas, estando estas sujeitas a maior risco de atropelamentos.

4.2 - ANÁLISE DOS IMPACTOS POSITIVOS

As obras de melhoramento do traçado e pavimentação da rodovia trarão impactos positivos ao meio antrópico e alguns impactos no meio físico, quais sejam: a) IMPACTOS DE ORDEM ECONÔMICA:

A melhoria da rodovia potencializará a agropecuária na região, otimizando o escoamento da produção. Os produtos agropecuários, particularmente a produção de grãos, representam a base da economia local e a possibilidade de sua racionalização econômica e incremento poderá traduzir-se em aumento de emprego e renda. - maior oferta de empregos; - criação de empregos permanentes; - maior circulação de dinheiro em Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia, ativando o comércio local. b) IMPACTOS DE ORDEM SOCIAL

Prevê-se que a rodovia elevará sensivelmente a qualidade do transporte particular e coletivo. c) IMPACTOS DE ORDEM CULTURAL

A melhoria das condições de tráfego poderá intensificar a circulação de pessoas de outras regiões incrementando os contatos culturais. d) MELHORIA DA QUALIDADE DO AR

Com o asfaltamento, a incômoda e prejudicial poeira que paira sobre a zona rural entre Bom Jesus de Goiás e Inaciolândia na época de estiagem, será reduzida, melhorando sensivelmente a qualidade do ar. e) DIMINUIÇÃO DO RISCO DE ACIDENTES COM CARGAS PERIGOSAS

Os riscos potenciais de acidentes com transporte de cargas perigosas serão menores do que os que existem atualmente. 130

GO-050 - PARAUNA ATÉ ENTR. GO-174

A rodovia em estudo, designada pela nomenclatura GO-050, trecho GO-164 (Paraúna) / GO-174, com extensão de 97,7 km, tem início no perímetro urbano de Paraúna e finaliza no entroncamento com a GO-174. O mapa a seguir apresenta a localização do trecho a ser pavimentado.

1 - DESCRICÃODO PROJETO

O Projeto Executivo de Pavimentação para o trecho já descrito, definiu as especificações técnicas, orientou o plano geral para execução da obra e possibilitou a avaliação quantitativa dos materiais e serviços necessários. Apresenta-se à seguir as características técnicas e operacionais do projeto final de engenharia.

SCaracterísticas Técnicas CLASSE III Região Plana/ondulada Velocidade diretriz 80km/h Raio mínimo de curva horizontal 260m Rampa longitudinal máxima 6,95% Largura da faixa de rolamento 7,00m Largura do acostamento 1,30 Declividades transversais em tangente da pista(valor médio) 3% Dos acostamentos(valor médio) 3% Superelação máxima(total) 8% Inclinação dos taludes: Corte 1.1 Aterro 1:1,5 Faixa de domínio 80m (simétrica) Fonte: Projeto final de engenharia-DERGO

Características ODeracionais DISCRIMINAÇÃO UNIDADE | uJ CARROS 302 70,64 E- COLETIVOS 6 1,38 oKO CAMINHõES 122 27,98 F NÚMERO"N" N1O= 2,91 x l10 1 2,64 x lob

Características Técnicas Planialtimétricas DESCRIÇÃO EXTENSAO(m) Desenvolvimentototal 97.675,53 100- Desenvolvimentoem tangente 82.530,508 84,49 Desenvolvimentoem curva 13.145,022 13,46 Desenvolvimentoem zona urbana 2.000,00 2,05 FONTE: PROJETO FINAL DE ENGENHARIA - DERGO

c) Terraplenaqem 131

Uma consideração relevante nesta rodovia refere-se ao fato do traçado projetado coincidir praticamente em toda extensão, com a estrada anteriormente implantada. Tal fato viabiliza integralmente os custos, sem comprometer a qualidade técnica da obra. Nos serviços de terraplenagem, verificaram-se os seguintes dados técnicos:

Escavação e Carga de Material Corte:Material de 1aCategoria 1.697.745,00m3 Corte: Materialde 2' Categoria 9.592,0m- Corte:Material de 3aCategoria 34.785,0m 3 3 Aterros:Material de ia Categoria 1.477.037,0m Bota-Fora 220.707,0m' Solomole 4.000m3

d) Pavimentação O projeto de pavimentação foi executado conforme o "Método do Projeto de Pavimentos Flexíveis" do Eng.0 Murilo Lopes de Souza, versões 1961 e 1966, sendo feitas algumas alterações para diminuir espessuras de camadas, sem contudo afetar a qualidade e a segurança do projeto. Adotou-se para a pista o Tratamento Superficial Duplo (TSD) e para os acostamentos o Tratamento Superficial Simples (TSS). A camada de base deverá ser executada com a mistura de cascalho laterítico e areia, prevendo-se sua execução na pista. A sub-base será de cascalho laterítico estabilizado granulométricamente. O projeto consta das seguintes camadas, com características a saber:

Características do Pavimento CAMADA(cm) Sub-trecho4 Revestimento(Pista) 2,5 Revestimento(Dcostamentos) 2 5 Base 1 20,0 Sub-Base 6312 Espessuras médias em cm

Sub-trecho 1 Materiais de Revestimento AsfaltoDiluído (CM-30) D 1.179t CAP - 7 2.473t Brita D 21.727r Material Granular Volumede Sub-base 64.351,8m;' Volumede Base- Solo: 225.316,7m"

e) Obras de Arte e,1) Bueiros Tubulares Em todo o trecho foram projetados bueiros tubulares, todos com diâmetro de 1,00 m, em sua maioria bueiros simples.

Bueiros Tubulares Diâmetro Metros (m) BSTC 1.00m 717m BDTC 1.00m 187m BTTC 1.OOm 97m Temos um total de 5 (cinco) bueiros celulares como obras de arte especiais indicadas em projeto. 132

f) Interseções Interseção GO-405 Interseção GO-174

ALTERNATIVASLOCACIONAIS

Quando se contemplamcenários alternativospara um traçado rodoviário, pode-se analisartrês opçõesbásicas: Cenário01 - Pavimentaçãoda rodoviaexistente Cenário02 - Adoçãode um traçadoalternativo Cenário03 - Nãoimplantação da obra. Naturalmenteo cenário01, abrangea diretriz da rodovia,podendo-se prever alterações localizadasem algunssegmentos, que exijamcorreções principalmente geométricas.

CENÁRIO01: PAVIMENTAÇÃODA RODOVIAEXISTENTE Estecenário contempla a rodoviaatualmente utilizada e que seria pavimentadaem sua diretriz atual. Esta opção, sendo consideradaambientalmente viável, pode tornar-sea mais indicada,mesmo porque percorre um áreajá impactada,quando da implantaçãoda rodovia.

ALTERNATIVA02: TRAÇADOALTERNATIVO O trecho em questãopossui uma alternativainteressante e já existente.De fato a GO- 405, é uma opção que poderiaser adotada, pois na altura do km 25 (nascentedo córrego Pindaíba,segue em direçãoSudeste, exatamente quando a rodoviaexistente, GO-050, inflete na direçãooeste. Concluindo,pode-se dizer que a alternativa de traçado possível mostra-se mais impactantee mais extensa, além de exigir maiores investimentos,criando ainda uma rota paralelaa outras existentes,podendo ser descartada. CENÁRIO03 - NÃOPAVIMENTAÇÃO DA RODOVIA A hipótesede não execuçãodas obras de pavimentaçãonão traria benefícios,uma vez que a rodoviaexistente é bastanteutilizada na região. Sua execuçãoalém de não trazer impactossignificativos, impedirá que outras alternativasmais impactantes,conforme abordado no CENÁRIO02, sejamadotadas. Em resumo a não realizaçãoda obra traria impactosnegativos a sócio-economiada regiãopois a mesmadeverá constituir-se em umaopção de escoamentoda produçãoagrícola. Em síntese conclui-se que os benefícios gerados com a implantação do empreendimento,sobrepõem-se amplamente sobre os impactosnegativos produzidos, mesmo porqueesses tem baixa relevânciae são perfeitamentemitigáveis.

2 - DIAGNÓSTICOAMBIENTAL

2.1 - ÁREA DE INFLUÊNCIA

ÁREA DE INFLUÊNCIADIRETA A área de influênciadireta correspondeao trecho da própria rodovia GO-050entre a GO-164 (Paraúna) e o entroncamento com a GO-174, acrescida de uma faixa de aproximadamente500 m para cada lado da rodovia. Essa delimitaçãoocorre em virtudedas atividadesque serão desenvolvidasno trecho duranteo períodode pavimentaçãoda rodovia,tais como aberturade áreas de movimentode máquinas,empréstimo de material,remoção da coberturavegetal, entre outras. Além desses parãmetrosdurante o períodode operaçãoo tráfego e a manutençãoda rodoviae suas áreasde domínio,ocasionarão ações sobre a fauna, flora e o homem. 133

O empréstimo de materiais como cascalho e brita, eventualmente extrapolam os limites dessa área pela localização das cascalheiras e pedreiras, que serão formadas ou ampliadas no período de pavimentação.

ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA

Foi considerado com sendo os limites para a área de influência indireta da GO-050, em seu segmento inicial, quando tem sentido N-S, o ribeirão Formoso a oeste e a GO-164 a leste e quando ela inflete no sentido L-O, os limites dessa área passariam a ser a GO-411 pelo flanco norte e o rio Verdão pelo flanco sul. Lembrando, entretanto, que pela característica de flexibilização que possibilitam os empreendimentos rodoviários, tais limites não podem ser considerados estáticos.

2.2 - DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO

O clima na região é, na classificação de Koopen, do tipo Aw, definido como tropical úmido que se caracteriza por duas únicas estações: uma rigorosamente seca que corresponde ao outono e ao inverno, indo do mês de abril ao mês de outubro, a outra úmida com chuvas torrenciais que corresponde a primavera e verão, nos meses de junho e julho a precipitação pode ser considerada nula, sendo nesse último mês que ocorrem as temperaturas mais baixas. A rodovia GO-050, está inserida em terrenos drenados pelos formadores do rio Preto, Formoso e rio Ponte de Pedra, que fazem parte da sub-bacia do rio Verdão, pertencente a bacia hidrográfica do rio Paranaíba. A principal unidade geomorfológica que ocorre na área de influência da rodovia é denominada planaltos e chapadas da bacia sedimentar do Paraná, representada pela sub- unidade Planalto Setentrional da Bacia do Paraná. Compreende dois compartimentos topográficos distintos, sendo um mais elevado, comportando altimetrias que variam de 650 a 1.000 metros e o outro mais rebaixado, abrangendo cotas de 350 a 650 metros de altitude. A área mais expressiva do compartimento elevado, representado pela borda do Planalto , é regionalmente conhecida como `Chapadões de Goiás". Isto se deve a predominãncia de modelados suaves do tipo tabular, com formas muito amplas. As áreas com relevo, mais dissecados são menos expressivas e, mesmo assim, a dissecação em geral não é muito acentuada. A geologia da região compreendida entre Paraúna e , cortada pela GO-050 é representada, basicamente, pelas seguintes unidades estratigráficas: Complexo Goiano, Formação Aquidauana do Grupo Itareré, Formação Serra Geral do Grupo São Bento e Coberturas Detrito-Lateríticas Terciárias e Quaternárias Indiferenciadas e Aluviões Olocênicos. Ao longo do percurso da rodovia GO-050, ocorrem, principalmente, os seguintes tipos pedológicos: Latossolo Vermelho-Escuro Distrófico, Latossolo Roxo Distrófico, Solos Litólicos Distróficos e Areias Quartzosas Álicas e HGPH.

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

A área cortada pela GO-050 (trecho Paraúna 1 Montividiu) apresenta rochas e solos que possuem características geotécnicas favoráveis e de fácil obtenção como materiais de construção necessários às obras de pavimentação do trecho considerado. Os solos em geral, com exceção dos Litólicos Distróficos (Rd) e das Areias Quartzosas Álicas (AQa), podem ser usados livremente para os serviços de empréstimo e terraplenagem, estando disponíveis ao longo da faixa de domínio.

2.3 - DESCRIÇÃO DO MEIO BIÓTICO

FLORA 134

O biomaCerrado com os subsistemasque o integram,compõe a flora da regiãona qual se insere a área de influênciada GO-050,entre a cidadede Paraúnae a GO-174. SegundoIBGE, a rodoviaestá localizadanuma área de tensãoecológica, caracterizada por contatos de diferentesformações das regiões fitoecológicasdo Cerrado e da Floresta Estacional.Destaca-se na área de influênciao cerradão;a mata seca, a mata de galeria; as veredas;o cerradosensu stricto e o campocerrado. A antropização na região é acentuada, observando-se as formações primárias descaracterizadas e substituídas pelas monoculturas, destacando-se as lavouras de soja e milho, além das pastagens. As áreas ainda conservadasestão restritasàs formaçõesserranas, pequenas reservas isoladasem meio às lavourase pastagense, nos fundo de vales de maisdifícil acesso.

AO LONGODA GO-050

No estudo da flora na área de influência da rodovia, constatou-se uma dominância do cerradão recobrindo as áreas de maior fertilidade natural, apresentando nos ambientes ainda conservados uma característica florestal, com dossel contínuo e indivíduos arbóreos com porte variando entre 8 e 12 m. A camada graminosanesta formação é ausente sendo o estrato arbustivo formado basicamentepor indivíduosarbóreos jovens. Os poucos representantesarbustivos que se destacamcompõem as famíliasMelastomataceae, Bignoniaceae e Leguminosae.

NA FAIXA DE DOMÍNIO

Inúmeroscaixas de empréstimoe cascalheirasforam abertas ao longo da rodovia,como na altura do km 10, próximo ao km 20 e nas margens do ribeirão Formoso, ocasionandoo decapeamentodo solo e favorecendo a instalação de processos erosivos acentuados, principalmentenos ambientesde maiordeclividade. A antropizaçãona região e entorno da rodovia é acentuada,havendo locais em que as lavourasde soja e milhoocupam até mesmoa faixa de domínio. Ficou constatadoo uso intensivode herbicidase inseticidaspara controlede pragas, sendo que paraaplicação desses produtossão utilizadosmáquinas agrícolas e avião. A intensa ocupaçãoda região, pelas culturascíclicas ou pastagens,ocasionaram alterações significativas na paisagem primária, sendo os remanescentesda vegetação autóctone, encontradossob a formade encravesisolados em meio às culturasde soja,milho e algodão.

FAUNA

A diversidade da fauna na área de influência, antes dos elevados índices de antropizaçãoregional era altamentesignificativa, refletindo a diversidadevegetacional da área de influênciada rodovia,quando as váriasformas de vegetaçãodo Cerrado,propiciavam alta variedadede habitatsà comunidadefaunística regional. A transformaçãodos habitats naturaisda fauna, através das atividadesagropecuárias intensas na região,ocasionou ampla simplificaçãoda comunidadefaunística regional, sendo que populaçõesanteriormente frequentes, especialmente de mamíferos,apresentam baixos índicesde abundânciae frequência. A reduçãoda oferta de recursostróficos contribuiu para à quase eliminação,na região, de algumas populações de espécies que ocupam o ápice da cadeia trófica regional, especialmenteos carnívoros,além de outros mamíferosde maior porte ou dependentesde ambientesumbrófilos. 135

A fragmentação ambiental, dificultando, ou mesmo impedindo, a dispersão natural da fauna, ocasionou, na área de influência, o isolamento de diversas populações, que atualmente encontram-se refugiadas em regiões serranas com baixos índices de antropização, e impossibilitadas de promoverem intercâmbio genético com outras. A simplificação ambiental ao longo da área de influência ocasionou a exclusão de várias populações de mamíferos, antes presentes na região.

2.4 - DESCRIÇÃO DO MEIO ANTRóPICO

Atualmente o uso do solo no município, alem da sua sede urbana e dos povoados de Lobeira e Cercado, tem como principal exploração à pecuária e a agricultura. O município de Paraúna situa-se na Mesorregião denominada Sul Goiano e constitui a Microrregião Vale do Rio dos Bois. Os municípios com os quais Paraúna faz divisa são: ao norte São João, Aurilândia e Cachoeira de Goiás; Ivolândia à oeste; ao sul Santo Antônio da Barra, Acreúna e Rio Verde; à leste e à sudoeste Montividiu. O município de Paraúna é privilegiado em relação às riquezas naturais com vários rios, que ao cortar a topografia da região, precipitam em quedas d'água e corredeiras barulhentas. Entre as suas maiores atrações está a Serra das Galés, onde a atividade erosiva esculpiu algumas formações ruiniformes interessantes como a Tartaruga, o Rosto do Índio, o Cálice, entre outras. Dentre as várias cachoeiras destaca-se a do rio Ponte de Pedra, onde o mesmo cavou um "túnel" por onde penetra para reaparecer adiante, depois de formar algumas galerias. Estas potencialidades fazem do município um dos mais privilegiados em relação à exploração de uma das atividades econômicas mais promissoras da atualidade que é o ecoturismo. Entretanto, falta ao município uma infra-estrutura que possibilite e estimule o desenvolvimento do turismo.

PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO, HISTÓRICO E NATURAL

Em relação ao Patrimônio Natural o município de Paraúna é rico por apresentar formações de rara beleza cênica como o conjunto denominado de Serra das Galés e Serra da Portaria, além do complexo conhecido como rio Ponte de Pedra. Esses ambientes, que merecem atenção especial pelo valor natural que apresentam, e estão na área de influência indireta do empreendimento, ainda não estão oficialmente protegidos pela legislação. Para a Serra das Galés e Serra da Portaria há um projeto de tormar a área um Parque Estadual, cujo documento aguarda apenas aprovação da governadoria, enquanto que para a área do rio Ponte de Pedra a Fundação Estadual de Meio Ambiente sugere a formação de uma APA municipal. Não existem sítios arqueológicos históricos registrados nos municípios de Paraúna e Montividíu, uma vez que aí ainda não se realizaram pesquisas neste campo.

POPULAÇÕES INDíGENAS E TRADICIONAIS

Apesar do vasto patrimônio histórico e cultural da região, não existe atualmente nenhum povo indigina ou tradicional ocupando áreas do município.

REASSENTAMENTOS

Não está previsto desapropriação ou reassentamento involuntário de populações, uma vez que o projeto estará utilizando-se do traçado existente. As jazidas não serão objeto de desapropriação, prevendo-se apenas a utilização dos materiais. 136

3 - AVALIACÃODOS IMPACTOSAMBIENTAIS

3.1 - IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO

Os levantamentos de campo, na área de influência direta da GO-050, mostraram a ocorrência de impactos negativos inerentes a sua implantação. A maior incidência desses impactos remanescentes foram observados no trecho do ribeirão Formoso e do córrego Lagoinha. Temos que considerar que, com a implementação das obras de pavimentação, novos impactos negativos, com certeza, se manifestarão em decorrência da necessidade de promover adequações ao traçado da via, rampas, alargamentos e extração de materiais de construção.

IMPACTOS SOBRE O SOLO

A área mais crítica, observada no levantamento de campo, compreende o trecho que contempla o ribeirão Formoso e o córrego Lagoinha, onde se observa processos progressivos de erosão, inclusive com recalques no aterro da ponte sobre o córrego Lagoinha. Os taludes dos cortes e aterros são poucos significativos, sendo que o último se manifesta mais, apenas para a regularização do greide. Com a necessidade de execução de serviços de terraplenagem para a pavimentação da rodovia, aumentará a possibilidade de ocorrência de processos erosivos, sobretudo, na área de domínio dos solos arenosos provenientes das rochas areníticas da Formação Aquidauana. As áreas a serem selecionadas para canteiros serão passíveis de sofrerem processos erosivos, em decorrência de todo o procedimento que envolve a construção dos mesmos, como desmatamento e limpeza do terreno. As caixas de empréstimos a serem construídas, favorecerão a ocorrência de processos erosivos principalmente, nos locais de solos frágeis e propícios a instalação destes processos. A exploração de pedreira implicará em degradação ambiental, já que existe modificações no relevo, formação de pilhas de estéril e estoques. o que contribui para o acúmulo de águas, provocando erosões e assoreamentos.

IMPACTO SOBRE AS ÁGUAS

A exploração de areia ocasiona abertura de caminhos e acessos de serviços para carregamento e transporte de material, desmatamento da mata ciliar para a implantação 'das caixas de areia" e possibilidade de contaminação do curso d'água por óleos e graxas. Estes caminhos de serviços por serem provisórios, são mal drenados e com o tempo formam-se ravinas preferenciais das águas pluviais, provocando erosões que por sua vez, geram sedimentos que vão comprometer a qualidade das águas dos rios e córregos. Os serviços de terraplenagem causarão interferências localizadas com o fluxo das águas, exigindo medidas de controle específicas, notadamente nos segmentos mais movimentados. Sistema de drenagem deficiente, como o observado no córrego Lagoinha, provocam erosões e recalques no aterro comprometendo a conservação da rodovia. Os bota-foras, quando localizados inadequadamente e forem dispostos, conformados e compactados incorretamente, podem sofrer processos erosivos provocando assoreamento da rede de drenagens. Vazamentos de combustíveis de máquinas e veículos podem provocar poluição hídrica.

IMPACTOS SOBRE O AR 137

A poeira, o ruído e emissão de gases constituem impactos significativos, considerando que durante as obras de pavimentação haverão aumento dos mesmos em decorrência dos serviços de terraplenagem, que demandam a movimentação e funcionamento de máquinas, veículos e equipamentos que provocam, também, ruídos e gases. Como, normalmente, os serviços de terraplenagens se concentram no período seco, há um agravamento dos impactos sobre o ar, nos meses de agosto e setembro, pela fumaça provocada pelas queimadas.

IMPACTOS SOBRE O MEIO BIóTICO

Para a avaliação dos impactos significativos em relação à comunidade biótica regional foram determinados os componentes bióticos relativos aos elementos considerados fauna, flora e ecossistemas.

Falta de Manutenção e Conservação Adequada da Rodovia e Faixa de Domínio

Essa ação poderá ocasionar um impacto acentuado sobre a biota regional, afetando todos os elementos considerados, desde que seja utilizado o fogo ou a capina química para o controle da vegetação da faixa de domínio, tanto no período de implantação como no de operação da rodovia. A má conservação da rodovia, que permita a degradação da capa asfáltica, pode implicar em novo volume de obras para a recuperação desta e consequentemente em uma nova gama de impactos sobre a biota regional. Desde que não seja utilizada a capina química e as queimadas para a manutenção da faixa de domínio, e que a conservação da rodovia seja adequada, tal impacto não deverá ocorrer de forma significativa, sendo altamente passível de mitigação.

Atropelamento de Animais Silvestres

O atropelamento de animais silvestres na rodovia pavimentada será mais expressivo que na situação atual, em virtude da maior velocidade dos veículos e da dificuldade que algumas famílias tem de se locomoverem no piso asfáltico. O revestimento da rodovia ocasiona uma alteração permanente dos habitats da flora e da fauna na área ocupada por esta. Algumas espécies, especialmente de mamíferos de grandes garras, como os dasipodideos e mirmecofagideos, tem dificuldade de locomoção no piso asfáltico, ficando susceptíveis a atropelamentos ao realizarem a travessia da rodovia.

Pressão Antrópica Sobre os Habitats

No período de operação da rodovia, após a pavimentação, a melhoria das condições de tráfego na região favorecerá a abertura de estradas secundárias e a expansão das atividades agropecuárias na região, ocasionando a incorporação de novas áreas ao processo produtivo em detrimento aos habitats da flora e da fauna regional.

Alteração de Habitats

Para o desenvolvimento das obras torna-se necessário o desmatamento e decapeamento de áreas ao longo da rodovia, especialmente no leito da estrada e na faixa de domínio. Essa ação implicará na alteração dos habitats da flora e da fauna na área de influência direta da rodovia. Nas áreas das jazidas de material essa ação deverá ocorrer de forma significativa. A exploração de jazidas de brita, cascalho e areia, geralmente ocasionam a degradação ambiental das áreas em que localizam, alterando de forma acentuada os habitats da flora e da fauna local. Em algumas áreas podem ser formadas cavas profundas e irregulares, dificultando a recomposição paisagística futura. 138

A localizaçãode áreas degradadaspela exploração de jazidas minerais, em áreas próximasà rodovia,geralmente ocasionam efeitos paisagísticos caóticos. O desmatamentode áreas desnecessáriaspara a implantaçãodo empreendimento poderácontribuir de forma acentuadapara a maximizaçãodesse impacto,constatando-se em algumasrodovias o desmatamentode toda a faixa de domínio,favorecendo a instalaçãode processoserosivos e dificultandoa recomposiçãopaisagística ao longo da mesma. O desmatamentoe decapeamentode áreas paraa exploraçãode jazidas minerais,sem os devidos cuidados, poderá ocasionar a degradação dessas áreas, interferindo na comunidadebiótica local. Essa ação, caso desenvolvidaao longo de matas de galeria e/ou veredas, poderá ocasionarmaiores interferências nos habitatsda flora e da fauna. As escavaçõesao longoda faixade domíniopara o empréstimode material,geralmente ocasionama formaçãode grandescavas, especialmente junto aos locaisonde são necessários aterros volumosos,alterando de forma significativaos habitats da flora e da fauna nesses locais. As cavas formadas geralmente permaneceminundadas durante períodos do ano, favorecendoa atraçãode espéciesde hábitosaquáticos, especialmente de aves.

Interferêncianas ComunidadesFaunisticas, Aquáticas e Semi-Aquáticas

As obras-de-artecorrentes são necessáriasnos locais de travessia da rodovia por ambientesaquáticos ou higrófilos,como pequenoscursos-d'água e veredas,podendo interferir no fluxo das águas nesses locais, através da alteraçãodos habitats de espéciesaquáticas, semi-aquáticase de hábitosaquáticos. O prolongamentodo tempo das obras nesses locais e o mal dimensionamentodos bueirospoderá contribuirpara a maximizaçãodesse impacto, bem como a permanênciade desviosou barragens. A construçãode pontespoderá ocasionar interferências na qualidadebiótica dos cursos d'água, duranteo períodode implantação,devido às interferênciasdiretas como desviosde leitos; cavas ao longo da faixa de domínio para o empréstimo de material para o encabeçamentodas pontes;e interferênciana vegetaçãodessa área. A construção de grandes aterros junto às pontes geralmentedificulta o trânsito de animaissilvestres nessas áreas, interferindona cadeiatrófica regional. Interferênciasacentuadas na vegetaçãodessas áreas contribuirápara a alteraçãodos habitats das populações faunísticas locais, que geralmente mantém uma inter-relação acentuadacom os ambientes aquáticosou semi-aquáticas,e são altamente dependentes desses.

Caça,Pesca e Extraçãode ProdutosVegetais

A presença humana em áreas que constituem habitats da flora e da fauna, causam interferência nessas comunidades, através da ação direta de funcionários ou mesmo de efeitos indiretos, através do movimento de máquinas, ruídos, poeira e emissão de gases. Ações predatóriassobre a fauna e a flora, como a caça, a pesca e a extração de produtosvegetais é comum em áreas próximasa acampamentoou ao longo do canteiro de obras. A má alimentação de funcionários estimula a ocorrência da caça e da pesca, para a complementação alimentar, bem como da extração de produtos vegetais comestíveis como os palmitos de palmeiras.

Interferênciana QualidadeBiótica Regional

A operaçãode maquinário,interfere na qualidádebiótica regionalatravés da poluição ambiental e de outros efeitos como a compactaçãodo solo, ocasionandoa redução da 139 qualidadebiótica nas áreas das obras e nas de exploraçãode jazidas minerais,dificultando a recomposiçãopaisagística das áreas e contribuindo para a simplificação da comunidade faunísticalocal, pelo stresse fuga de indivíduos. A localizaçãoinadequada de acampamentose canteiros pode interferirem ambientes como veredas e florestas de galeria, que apresentamvegetação de maior porte e mais sensíveisà pressão antrópicana região. A proximidadede cursos-d'águapode favorecer o lançamentode resíduosnos ambientesaquáticos e o desenvolvimentode processoserosivos após o abandonoda área. A extraçãode madeirapara a construçãode instalaçõesinterfere na vegetaçãonativa, ocasionandoa simplificaçãode populaçõesde espéciesde maior porte nas adjacênciasdos acampamentose canteiros. Acampamentosinstalados junto a áreas de alta concentraçãofaunistica favorecem as açõespredatórias e interferênciasnos habitatsda biota local.

Alteraçõesna Flora

O desmatamentoe decapeamentode áreasocasionam o acúmulode materialorgânico e inorgânicoao longo da faixade domínio,sendo que o seu lançamentode forma desordenada e inadequadadificulta, ou mesmoinviabiliza futuros processos de recomposiçãopaisagística. A utilização de queimadaspara eliminar residuos vegetais ocasiona a redução das condiçõesbióticas nesses locais, podendo afetar ambientes circunvizinhos. O armazenamento adequado do material removido deverá contribuir para a recomposiçãodas áreas degradadasdurante a implantaçãodo empreendimento.

Comprometimento da Biota

Depósitos de betume instalados nas adjacências de cursos-d'água, veredas ou matas de galeria, podem comprometer a biota desses locais através de vazamentos de material. A não remoção dos equipamentos após o término das obras, implica em interferência da qualidade ambiental dessas áreas. Vazamentos nessas áreas comprometem os ambientes terrestres e aquáticos, se não forem executadas obra de captação de possíveis vazamentos e prevenção de lançamento em direção a ocorrências hídricas. A abrangência desse impacto é altamente localizada, desde que não ocorra a instalação junto a cursos d'água e/ou veredas, e sua mitigação é alta, não representando impacto significativo para o meio biótico.

Impedimento da Circulação da Fauna

A necessidadeda construçãode cercas para a contençãode herbívorosdomésticos dificultaa circulaçãodas espéciesfaunísticas de maior porte, ao mesmotempo que a própria via pavimentadatorna-se um obstáculopara a travessiade algumasdelas.

ImpactosSobre o MeioAntrópico

O empreendimento,ligando por rodoviapavimentada Paraúna à GO-174,através da GO-050,gerará como impactomais significativoa melhoriadas condiçõesde escoamentoda expressivaprodução agrícoladesta região, bem como representaum importanteavanço na melhoriada acessibilidadeaos principaispontos turísticos do municípioque são a Serra das Galés e o rio Pontede Pedra. 140

A rodoviajá está em parte implantadaem leito natural mas a pavimentaçãoexigirá algumas correções em sua trajetória original, significandoque alguns impactos existentes poderãoser mitigadoscom o novo traçado. Em geral a pavimentaçãotende a gerar impactos positivos e com alcances extensos em razão da característica de flexibilização que apresentam.

Geraçãode Emprego Os serviçosda obra de pavimentaçãoda rodoviaGO-050, no trecho correspondentea ligação de Paraúna com a GO-174, necessitarãoda contrataçãode operários da área de construçãocivil, devendooferecer vagas que poderãose estenderá toda a região, na área de influência.Em razão do atual momento econõmicovivido no país, trata-se de um impacto positivo e que deve minimizara carênciade empregona região. É um impactoindireto, de magnitudeacentuada, temporário, que ocorrerána fase de implantação,sendo reversível,com abrangênciaregional e boas condiçõesde otimização.

ComportamentoInadequado de Operários

Na fase de ocupação do alojamento, do canteiro de obras bem como do desenvolvimentodos trabalhosno trecho, poderáhaver atitudes inconvenientes, dos operários, agredindohábitos e costumesda comunidadelocal. Tratar-se-iade um impacto negativona fase de implantaçãoda obra. Sua magnitudedeve ser moderada,com duração temporária, abrangêncialocal e regularescondições de reversibilidadee mitigação.

Ocorrênciade Acidentes

Ocorrênciade acidentesenvolvendo máquinas e veículosda empreiteirae animaisde criação das propriedadeslimítrofes é um impacto negativopossível de ocorrer na fase de implantação da obra. Seria um impacto indireto, de magnitude moderada, temporário, reversível,de abrangênciainterna e regularescondições de mitigação.

Conflitocom o Assentamentode PA, do INCRA

A pavimentação da rodovia poderá gerar conflito na altura do assentamento denominadoPA, do INCRA. A obra poderá estimular ou dinamizar a chegada de novos ocupantes,havendo a possibilidadedos mesmos se instalareminformalmente, ao longo da rodovia aumentandoos riscos de ocorrência de acidentes no local e inclusive podendo provocar a contaminaçãodos mananciaispróximos (córrego Corrente e rio Ponte de Pedra) pelo lançamentode resíduosdiversos como esgoto,lixo, agrotóxicosentre outros. Trata-sede impactosde magnitudealta e abrangêncialocal.

Interferênciana Vida dos Usuários

É na fase de implantaçãodo empreendimentoque se requerações que alterammuito a situação atual da estrada, como por exemplo a terraplenagem,a implantaçãode pontes, bueiros e desvios. São ações que interferem,de alguma maneira, na vida dos usuáriosda estrada. Interferênciascomo essas podem provocar acidentes ou danos materiais aos usuários da estrada. Tratar-se-iade um impactonegativo indireto, de magnitudeacentuada, temporário,reversível, de abrangênciainterna e regularespossibilidades de mitigação.

Valorizaçãodas Propriedades

Coma melhoriada infra-estruturaviária, que facilita o acesso,haverá a valorizaçãodas propriedades rurais, do município de Paraúna e especialmente daquelas situadas mais próximas à rodovia. É um impacto que deverá recompensaros investimentosfeitos e 141 certamente induzirá a outros como por exemplo a possibilidade de ganhos com a exploração do turismo. Este impacto deverá ocorrer já a partir da fase de implantação, se estendendo ao longo da fase de operação; sua magnitude deverá ser acentuada, com abrangência regional e boas condições de otimização.

Incremento ao Turismo

A melhoria na acessibilidade viária entre a cidade e os pontos de atração turística gerará um impacto positivo esperado para a fase de operação da rodovia que é a possibilidade da exploração econômica do ecoturismo. Esta atividade se reverterá em maiores recursos aos cofres municipais. Com magnitude acentuada, este impacto indireto, permanente, com abrangência regional, boas possibilidades de otimização deverá ocorrer na fase de operação da rodovia.

Intensificação no Uso do Solo

Outro impacto esperado, após a implantação da rodovia, é a intensificação da ocupação e do uso do solo na região. Com a rodovia pavimentada e a maior facilidade para o escoamento da produção, a tendência é que se intensifique o uso agrícola e até que surjam novas formas de exploração da terra. Este impacto indireto, de magnitude moderada, duração permanente e abrangência regional apresenta características regulares para que seja otimizado.

Agressão aos Ambientes de Beleza Cênica

A melhoria nas condições de acesso aos pontos turísticos naturais como rio Ponte de Pedras, Serra das Galés, Serra da Portaria e Muralha, exporá esses ambientes, tornando-os vulneráveis a ação predatória dos visitantes inconseqüentes. Seria um impacto indireto, de magnitude acentuada, que ocorreria na fase de operação do empreendimento.

Formação de Pontos Críticos

A diretriz da via segue basicamente o traçado existente que em grande parte do trecho, segue os divisotes de água. Os cursos d'água cruzados pela GO-050, no trecho, são o ribeirão Formoso, córrego Marimbondo, Lagoinha, Corrente e rio Ponte de Pedra. Os pontos considerados sensíveis, isto é, com maiores possibilidades de impactos, para o meio antrópico, e que deverão ser objeto de cuidados específicos nas fases de projeto, implantação e operação, são: a saída do núcleo urbano de Paraúna, as interseções com outras vias e o trecho entre o córrego Corrente e o rio Ponte de Pedra. O primeiro ponto sensível é devido a parte de perímetro urbano cruzado pela rodovia, principalmente entre o Setor Paulo Faria, implantada na margem direita da GO-050, a um quilômetro da sede municipal, cuja tendência natural é a ocupação desse vazio entre eles. O segundo ponto refere-se aos entroncamentos com outras rodovias, GO-411 e GO- 164, e acessos aos pontos turísticos, Serra das Galés e Ponte de Pedra. O terceiro é o trecho entre o córrego Corrente e o rio Ponte de Pedra devido, principalmente, ao assentamento rural do INCRA que é cortado pela via. Nesses pontos os impactos prognosticados poderão acentuar-se tanto na fase de implantação quanto de operação.

Impactos Decorrentes da Operação do Canteiro e Alojamento

Em termos de saneamento ambiental a operação do canteiro de obras e alojamentos poderão determinar os seguintes impactos. - Possibilidade dos operários contraírem doenças transmissiveis por contato e de veiculação hídrica, pela ingestão de água e alimentos contaminados; - Acidentes de trabalho nas diversas atividades do canteiro; 142

- Degradaçãodo solo e de drenagenspor resíduossólidos gerados no canteiro,bem como, por vazamentos dos depósitos de betume e pelos efluentes líquidos provenientes das oficinas de manutençãoe lubrificação e dos lavadores de máquinase veículos; - Contaminaçãodo lençolfreático por efluentessanitários. Nasfrentes de serviçossão impactospotenciais: - Os impactosesperados são moderadosao longo do trecho e tendema acentuarem nos pontos sensíveis identificados,mesmo considerandosuas temporalidades deverão ser objetos de cuidados e, onde couber, de medidas preventivas.Os impactospotenciais são acidentes,ruídos, vibrações, poeira e interferênciasno trãnsitode pessoase veículos; - Os desvios para implantaçãodas obras representauma ação impactantecom potencialidade para acidentes com usuários da via, sendo temporários e perfeitamentemitigáveis.

Os impactossignificativos prognosticados para a fase de operação são, na maioria, positivose justificamo empreendimentocomo: aumentoda segurança;conforto e rapideznos deslocamentos,tanto no transportede pessoasquanto de insumose produção,e a perspectiva do incrementoao turismona região.

Risco no Transportede CargasPerigosas

Na fase operacional da rodovia a poluição ambiental é representadatambém pela precipitaçãode hidrocarbonetose aldeidos emanadosda descargade veículos, borrachae asbestosliberados por pneus e lonas de freio, poeira e materiaissólidos oriundos de cargas. Esses efeitos podem ser controlados por uma fiscalização e controle da qualidade e conservaçãodos equipamentos,cujas exigênciasestão estabelecidasna resoluçãoCONAMA n° 18/86. Mais importante,em termos de riscos ao meio ambiente,são os prováveisacidentes envolvendoo transporte de produtos perigosos. Esses acidentes, ao longo da rodovia, potencializam-senos pontos"sensíveis" da via, quasesempre envolvendo drenagens. 143

GO-156 - AMERICANO DO BRASIL ATÉ ITABERAI

O Governode Goiás está implementando,as obras de pavimentaçãoda rodoviaGO- 156,trecho do entroncamentocom a GO-070,Itaberaí à Americanodo Brasil,com extensãode 34,0 km, foi determinadopelo FEMAGO,a elaboraçãodo Estudode ImpactoAmbiental EIA e seu respectivoRelatório de ImpactoAmbiental - RIMA. Boa partedesta pavimentaçãoserá feita no leito da estradajá existentee visa melhorar as condiçõesde transporteda região. Os estudoselaborados permitem dizer que a obra de pavimentaçãoda rodoviaGO-1 56, no trecho entre a GO-070 (Itaberaí) e Americano do Brasil, é um empreendimento ambientalmenteviável.

1 - DESCRICÃOTÉCNICA DO PROJETO

O projeto executivo de engenhariaelaborado para a rodovia no trecho em questão apresentoucaracterísticas específicas as quais estão listadas a seguir, através de uma itemizaçãodos principaistemas e quantitativosenvolvidos.

a) Característicastécnicas Trata-se de uma rodovia de classe lii, segundo as Normas Para a Classificação Funcionalde vias do DNER: RODOVIA: : Classe 1I1 Velocidadediretriz : 80 km/h Pistade rolamento : 3,50 m Acostamento :1,30 m Acostamento :1,30 m Largurada faixa de domínio : 60,00m Declividadetransv. em tangente: 3 % Taxa máximade superelevação: 8 % Taludes: . Corte em solo :1:1 . Corte em rocha : 8:1 .Aterro :1:1,2

b) Característicasplanimétricas A diretriz impostaao traçado da rodoviapossui boas condiçõesde planta e perfil, situando-sea rampamáxima em 7,75%e o raio de curvaturamínimo em 245,58 m.

DESCRIÇAO Total (km) Desenvolvimento em tangente 22,78 Desenvolvimento em curva 11,21 TOTAL POR SUB-TRECHO 33,99

c) Terraplenagem Uma consideraçãorelevante nesta rodovia refere-seao fato do traçado projetado coincidirpraticamente em toda extensão,com a estrada anteriormenteimplantada. Tal fato viabilizaintegralmente os custos, sem comprometera qualidadetécnica da obra. Nos serviçosde terraplenagem,verificaram-se os seguintesdados técnicos: 144

Escavação e carga de material - Corte: Material de 1aCategoria =445.676 m3 - Corte: Material de 21 Categoria = 12.931 m3. - Empréstimos: Material de 1aCategoria = 229.170 m3 - Aterros: Material de 1i Categoria = 352.370 m3. - Bota-Fora = 526 m3

d) Pavimentação Camada(cm) Sub-trecho4 (cm) Revestimento(Pista) 2,5 Revestimento(Acostamentos) 2,5 Base 20,0 Sub-base 12 Espessurasmédias em cm

Sub-trecho 1 d.2) Materiais de revestimento - Asfalto diluído (CM-30) = 400 t - CAP-150/200 - = 634 t. - Brita = 7.849 m3. Material granular 3 * Volumede sub-base = 64.288 m 3 * Volumede base Solo: = 88.836 m Areia: = 38.072 m3

e) Obras de arte

e. 1) Bueiros tubulares Em todo o trecho foram projetados bueiros tubulares, todos com diâmetro de 1,00 m, em sua maioria bueiros simples.

Bueirostubulares Diâmetro Metros(m) BSTC 1.00m 353m BDTC 10.0m 91m BTTC 1.OOm 19m

e.2) Bueiros celulares COMPRIMENTO (m) OBRA CURSO D'ÁGUA 42,00 BSCC 2,50x2.50 cor. Laranjeira 54,00m BDCC 2,50x2.50 Rib. Barro Alto 27,20 BDCC 2,50x2.50 cor. da Ponte 22,10 BTCC 2,50x2.50 cor. da Extrema 28,70 BDCC 2,50x2.50 cor. da Pontinha 36,70 PCA(existente) rio dos Patos 25,31 BSCC 3,00x3,00 cor. Fazenda Seca 28,42 BSCC 3,00x3,00 cor. 2 30,28 BDCC 3,00x3,00 cor. Porteira 35,93 BTCC 3,00x3,00 cor. Dois Irmãos 140,00 PCA (existente) rio Verde 59,48 PCA cor. do Angico BSCC- BueiroSimples Celular de Concreto BDCC-Bueiro Duplo Celularde Concreto BTCC- BueiroTriplo Celularde Concreto Temos um total de 5 (cinco) bueiros celulares como obras de arte especiais indicadas em projeto.

f) Interseções Interseção: GO-070 Interseção: Acesso para Mossâmedes 145

2 - DIAGNÓSTICOAMBIENTAL

2.1 - ÁREA DE INFLUÊNCIA

Área de influência direta A abrangência da área de influência deve, portanto, ser estendida a uma faixa de aproximadamente 500 metros para cada fianco da rodovia. Compõe, ainda, a área de influência direta as cascalheiras e seu entorno mais próximo, bem como o acesso dessas ao eixo da rodovia.

Área de influência indireta A área de influência indireta é mais ampla em razão das condições de flexibilidade que a rodovia possibilita. A sua abrangência, pelo fianco direito, sentido ltaberaí-Americano do Brasil, inicia-se na GO-070 até alcançar o rio do Bugre, seguindo por este até a sua nascente, daí segue cortando o alto curso do córrego Limoeiro e do córrego do Boi até próximo a sede do município de Americano do Brasil. Pelo flanco esquerdo os limites dessa área é, desde a proximidade da cidade de Itaberai, o rio das Pedras até a confluência com o seu afluente córrego do Retiro, seguindo por este até encontrar o formador do rio dos Bois pelo qual segue as proximidades de Americano do Brasil.

2.2 - DESCRIÇÃO DO MEIO FISICO

O comportamento pluviométrico da área, considerando a série meteorológica demonstra correspondência entre as estações, registrando-se total pluviométrico mensal superior a 150 mm nos meses de novembro à março, e inferior a 50 mm (precipitação inferior ao dobro da temperatura média do respectivo mês) nos meses de maio à agosto, caracterizando um período seco relativo a 4 meses. O empreendimento em questão encontra-se localizado no interflúvio entre as bacias dos rios Turvo (a oeste) e Meia Ponte (a leste), além de próximo às nascentes da bacia do rio Araguaia. Portanto, encontra-se localizada em área de dispersão de água, embora localmente encontra-se caracterizado pelo rio das Pedras e Bugre, que drenam em direção norte, bem como o dos Bois que se direciona para o sul. Por encontrar-se localizado em grande parte, no divisor entre as sub-bacias dos rios das Pedras e do Bugre, o empreendimento encontra-se pouco interceptado pela drenagem. Quando acontece, normalmente refere-se a cursos de pequena expressão, próximos à primeira ordem. Entre Americano do Brasil e Itaberai destacam-se as interceptações marcadas pelo tributário do rio das Pedras, na localidade de Quebra-Queixo (km 11,6), seguida pelo córrego São Tomé, que passa próximo à sede da fazenda São João (km 16). Ainda em direção nordeste (sentido Americano do Brasii-ltaberai) a estrada atual intercepta o córrego Chichá (km 19,9). A partir de então nova interceptação ocorre nas imediações da fazenda Laranjeira (km 30) pelo tributário esquerdo do córrego Padre Felipe. A geologia da região atravessada pela GO-156 na extensão de 35 km compreende de rochas metamórficas em (58%) e igneas em (32%) do trecho, os 10% restantes correspondem as coberturas detrítico-lateríticas localizadas na área urbana de Americano do Brasil e nas imediações de Itaberaí (parte sul da cidade). A área em questão encontra-se individualizada por duas grandes regiões geomorfológicas: a) o Planalto Central Goiano, regionalmente representado pelas unidades denominadas Planalto Rebaixado de Goiânia e Depressões Intermontanas, e b) Depressão do Araguaia. O referido limite é marcado pela Serra Dourada, correspondente a escarpa estrutural de Hog-back sustentado por quartzitos micáceos (Casseti, 1984/86). A característica morfológica básica, responsável pela diferenciação em questão, é marcada pelo domínio topográfico: 400-500 metros na depressão do Araguaia, localmente drenada pela bacia do rio 146

Vermelho; e de 700-950 metros no Planalto Central Goiano, regionalmentedrenado por tributáriosdas sub-baciasque têm como nívelde base o rio Paranaíba. Com base em levantamentosde campo observou-seao longo da estrada percorrida (Americanodo Brasil-Itaberaí),correspondente a topo de interflúvio,conforme se mencionou-se anteriormente,ocorrência de latossoloscom característicasdiferenciadas pelo próprio fator estrutural: enquanto no domínio do complexo gnaissico prevalece o latossolo vermelho- amarelo, nas seqüências metavulcano-sedimentaresou mesmo intrusivas básicas, o predomíniodo latossolo vermelho-escuro.Embora distróficos, apresentam diferenciações promovidas pelo teor de Fe203. Esse fato, sobretudo no domínio das formas mais convexizadas,onde prevalecemos cambissolosdistróficos, registra-se remanescentes de uma coberturavegetal diferenciada, como a prevalênciade formaçãoflorestal tropical estacional nas estruturas básicas (gabro e anortosito, como observados entre Americano do Brasil e Congomé),e áreas de Tensão Ecológica(associação de formaçõesflorestais e cerrado) em biotita-gnaissesdo complexogoiano.

Materiaisde construção

Os soloscortados pela rodoviaGO-156 no trecho considerado(Itaberaí - Americanodo Brasil) são predominantementelatossolo vermelho escuro distrófico) tendo subordinados cambissolodistrófico e podzólicovermelho-amarelo distrófico que, em geral, oferecem boas condiçõespara serem usadascomo materialde construçãopara rodoviase estão disponíveis as margensda estrada.As coberturasdetrítico-lateríticas estão disponíveisnas extremidades do trecho (Americanodo Brasil e Itaberaí)e quanto a pedreiras,os empréstimos(maciços rochosos)são abundantesnas imediaçõesda faixa do, trecho com fácil acesso.As litologias presentesem geral, são compatíveiscom as necessidadesde material de construção.As rochasmigmatíticas (presença de paleosomae neosama)devem ser evitadaspara pedreirase o mesmodeve ser feito para os granulitose granitóides(rochas muito duras e com grande porcentagemde pó quandobritadas).

Estabilidadede taludes O projetode engenharia,no referentea possíveiscortes em maciços rochosos,deve evitar e/ou tomar medidascompatíveis para evitaras zonasde cizalhamentoonde as litologias (em geral milonitos)são facilmenteerodíveis. Empréstimos Com relação aos empréstimos previamentelevantadas pelo DERGO (1989) para empréstimode material de base e sub-basepara a construçãoda rodovia GO-156,trecho Americano do Brasil - Entroncamentoda GO-070 (Itaberaí), observou-se as seguintes características: O empréstimo1 encontra-selocalizado nas imediaçõesde Santa Rita, a 1,5 km da igreja do referidopovoado, sentido leste, na fazendade Dejair Antonio Mendanha.Apresenta uma extensãode aproximadamente80.000m 2, sendo que 50.000m 2 encontra-secoberta por matatropical estacionale espéciesdo cerrado(área de tensãoecológica). Observações locais demonstrammaior concentraçãode cascalho na seção superior da vertente, grande parte sotoposto por importante coberturavegetal. A seção inferior encontra-secaracterizada por materialcolúvio-aluvial, ocupado por pastagem,registrando-se ainda remanescentesda mata ciliar ao longodo córregoPadre Felipe. O empréstimo2 encontra-selocalizado a pouco mais de 2 km do entroncamentoda estrada projetada (Americano do Brasil-Itaberaí),em direção a Congomé. Localizada na fazendaManoel Pereira de Souza, nas margensdo rio das Pedras, inclusiveapresentando a sinuosidadeimposta pelo processode meandraçãolocal, após forte angularidaderelacionada a efeitos tectõnicos. Ao longo do referido curso constata-se a presença de mata ciliar, superfíciealveolar embutida e remanescentesde mata tropical estacionalna porção superior da vertente. O empréstimo3 encontra-selocalizado a 3,4 km da estaca 1296 (entroncamentoda atual estradapara Mossãmedese Itaberaí),após extensoplantio de cana-de-açúcar.Observa- 147 se contudo que a extensão de cascalho transgride em direção à ruptura topográfica, que culmina na depressão do córrego Santo Antônio, momento que passa a ser revestida por remanescentes de mata tropical/cerradão (área de tensão ecológica), registrando-se localmente, ocorrência de pequena nascente que busca o nível de base mencionado. Na referida ruptura de declive observa-se a presença de afloramento de quartzo-clorita xisto parcialmente revestido por cascalhos (canga laterítica e quartzo rubiginoso). O empréstimo 4 localiza-se entre os quilômetros 1,1 a 1,7 da GO-070, cujo ponto dista a 13,1 km do entroncamento da referida rodovia com a estrada Itaberaí-Americano do Brasil. A área corresponde a interflúvio tabular, levemente inclinado para leste, em direção à depressão do córrego Sítio do Campo. Corresponde a extensa área de cascalho laterítico e areia, atualmente ocupada por pastagem e remanescentes de espécies do cerrado. Observa-se no local, existência de cava, que demonstra processo de exploração passada.

2.3 - MEIO BIÓTICO

FLORA

A região do empreendimento insere-se no bioma Cerrado, em meio as suas associações de matas secas e zonas ecotonais resultantes do encontro das formações florestais com as diversas fisionomias do Cerrado. O área ao longo da rodovia GO-156, que interliga os municípios de Americano do Brasil e Itaberaí, é dominado por solos do tipo latossolo vermelho escuro, de origem básica, que possibilitam o surgimento da vegetação de mata, sendo que nessa região predomina a mata seca semidecidual. Em alguns trechos, o solo é do tipo latossolo amarelo escuro que propiciam o domínio da vegetação de cerrado típico e onde este é mais básico, ocorre o cerradão. No encontro destas duas fisionomias aparecem as zonas ecotonais. Na região interceptada por esse trecho da rodovia, predominam as zonas ecotonais com a presença da mata seca .em alguns locais, observando-se algumas áreas florestais ainda intactas. A variedade do solo também se reflete na fitofisionomia , pois além das matas aparecem o cerradão; o cerrado típico; o cerrado ralo , além das matas de galeria e veredas. Dentro da área de influencia da rodovia, ocorre mata, resquício da vegetação original. Cabeceira de drenagem encontra-se ao lado da rodovia, na área de influencia .direta, cuja mata de galeria vem sofrendo alterações e encontra-se degradada.

FAUNA A comunidade faunística regional caracteriza-se sob as condições primárias de seus habitats por uma elevada diversidade faunistica característica dos ambientes do Cerrado, em especial pelas áreas de confronto das diversas tipologias vegetacionais que compõe esse bioma com as formações florestais da mata seca. A elevada variedade de recursos ecológicos proporcionada pela diversidade fisionômica favorecia, na região, a presença de uma comunidade faunistica altamente diversificada, composta por espécies que ocupam desde as áreas mais elevadas da cadeia trófica regional até as mais inferiores. Atualmente os elevados índices de antropização dos habitats faunísticos ocasionaram elevada simplificação dos diversos táxons que compunham a fauna regional, em especial das espécies que ocupam os níveis mais elevados da cadeia trófica regional, como os grandes carnívoros. As populações remanescentes da fauna nativa, em especial as da mastofauna de médio a maior porte, encontram-se simplificadas e refugiadas nas regiões serranas, onde o relevo dificultou maior antropização de seus habitats e ainda ocorrem agrupamentos vegetacionais vegetacionais. A exemplo da comunidade faunística regional a fauna ao longo da área de influência direta da GO-156 apresenta-se altamente simplificada em virtude da alteração de seus habitats, geralmente transformados em lavouras ou pastagens. 148

O curso d'água mais significativo na área de influência é o rio das Pedras, que atualmente apresenta sinais elevados de degradação, assim como seus afluentes, devido ao intenso processo de antropização regional o qual ocasionou a simplificação dos habitats da fauna e da flora, em especial através das atividades agrosilvopastoris. Esse curso d'água, 't afluente do rio Uru, que deságua no rio das Almas, exerce papel relevante na formação da bacia do Tocantins, sendo que na região apresenta uma ictiofauna caracteristica das L cabeceiras de drenagem dessa bacia.

2.4- DESCRIÇÃO DO MEIO ANTRÕPICO

O levantamento do uso do solo ao longo do empreendimento da GO-156, trecho Americano do Brasil GO-070, compreendendo uma faixa de aproximadamente 35 km, tendo a rodovia ao centro, revela alto índice de antropização. A interpretação da imagem do satélite Land Sat mostra, claramente, a prevalência das áreas antropizadas em relação à cobertura vegetal nativa. A análise percentual revela que 72,64% do referido espaço corresponde a áreas cultivadas com agricultura ou pastagem. Essa modalidade de uso distribui-se amplamente pela área ocupando, predominantemente, os interflúvios e estando sempre presente ás margens da rodovia. Em números percentuais aparece em segundo lugar, ocupando 13,36% da área, as formações de mata galeria. Essa feição vegetacional é bastante característica em sua distribuição pela área pois se distribui pelas cabeceiras de drenagem e, principalmente pelos vales, acompanhando os cursos d'água. Em seguida, pela abrangência percentual, vem as formações, denominadas, de mata, cerradão e capoeirão. Essas fisionomia vegetacional, que ocupa 9,27% da área, constitui enclaves residuais, distribuídos esparsamente e certamente correspondentes à parcela exigida por lei aos proprietários. Exceção a essa espacialização ocorre em áreas mais acidentadas, no topo e nas encostas da Serra das Lages, á esquerda da rodovia (sentido Americano GO-070). Nesta porção essas fisionomias floristicas prevalecem. Com os menores indices de ocupação surgem as formações do tipo savana arborizada/pastagem natural, com 4,71% do total da área enfocada. Essa vegetação, diferentemente das demais, aparece em áreas localizadas, a nordeste da cidade de Americano do Brasil, nas nascentes dos rios das Pedras, rio dos Bois e ribeirão Anicunzinho, e ainda, a oeste desta cidade, permeando as fisionomias de mata e cerradão, junto a Serra das Lajes.

Patrimônio cultural arqueológico pré-histórico

O trecho Itaberaí-Americano.do Brasil possui 34km de extensão, os quais se encontram intensamente impactados com atividades antrópicas (pastagens, lavouras etc.). Isto não impediu a identificação, em uma breve vistoria de campo não sistemática, de dois assentamentos arqueológicos nas áreas de influência direta da obra, localizados à margem direita da estrada, nas propriedades de Barro Amarelo e São João do Retiro. Em ambos, foram evidenciados fragmentos cerãmicos em áreas de pastagens, em superfície e sub-superfície.

4 - AVALIAÇÃODOS IMPACTOSAMBIENTAIS

4.1 - Impactos sobre o meio físico Na área de influência da rodovia deverão ocorrer alguns impactos negativos conseqüentes da fase de implantação da mesma. Ao longo do trecho serão cortadas áreas de topografia mais acidentada, áreas colinosas e de topografia suave, nas quais ocorrerão, taludes, aterros, cortes e modificações impostas ao fluxo das águas superficiais. 149

Climatologia

Os elementos do clima devem ser encarados como agentes morfogenéticos, responsáveispelos impactosambientais, relacionados principalmente aos efeitos erosionais. Contudo,principalmente na fase de construçãodo empreendimento,algumas ações, como por exemplomovimentação de máquinas,veículos pesados, podem implicarimpactos de natureza climatológica,como a contaminaçãoatmosférica por gases e material particulado, além daquelesrelacionados a produçãode ruído.

Hidrografia

Os impactosrelacionados ao sistema hidrográficosão decorrentesdaqueles produzidos anteriormente,ou seja, por se constituirem nívelde base local ou mesmoregional, o sistema fluvial normalmenteacaba sendo impactado pelos efeitos produzidos à montante. Como exemplo destaca-se aqui a contaminaçãoda água pela concentraçãode material em suspensão,cuja intensidadepode implicarassoreamento. O assoreamentorefere-se a impacto negativo, que embora local pode assumir maior relevãncia mas apresentando alta mitigabilidade.

Geomorfologia

Estima-sea ocorrênciados possíveisimpactos, a seguirdiscriminados. - Córregodo Limoeiro(km 5,4, sentidoAmericano do Brasil-Itaberai),onde se evidenciaforte grau de assoreamentofavorecido pelo declivedas vertentesimediatas (superiora 30%) + bem como decapeamentoda margemesquerda, atualmenteem processode recuperação parcial(bacias de contençãosubdimensionadas). Estima-se para o local, a construçãode cortes e aterrosda ordemde 5 metrosde altura,com extensãoaproximada de 800 metros, que com certezapoderá implicarem erosão de taludes bem como incisão linear (erosão acelerada)ao longo da base dos cortespelo fluxo por terra (escoamentopluvial); - Tributário do rio das Pedras (km 11,6), que implicará em cortes e aterros de aproximadamente1,5 a 2,0 metros de altura, por uma extensãode 400 metros. Emborao declive não seja tão pronunciado(da ordem de 20%), as alterações poderão implicar processoserosivos em taludésou mesmoassoreamento do sistemafluvial; - Depressãoda Fazenda Santa Maria (km 14,4) que implicarána elaboraçãode cortes e aterros da ordemde 2 metrosde altura, por uma extensãoaproximada de 500 metros (do km 14,4 a 14,9),também motivando preocupação quanto aos processospluvioerosivos em taludese na base dos referidoscortes pelofluxo concentrado; - CórregoSão Tomé (km 16,7),onde deveráser construídoaterro de aproximadamente2,5 metros sobre ponte ou galeria fluvial. Registra-seaqui a possibilidade de processos erosivos nos taludes do aterro, podendo implicar processode assoreamentodo córrego São Tomé,bem comodegradação da mata ciliarexistente no local; - Córrego Chichá (km 19,9, ainda sentido Americanodo Brasil-Itaberai),onde deverá ser construídoaterro e cortesde vertentesda ordemde 3 metrosde altura (encabeçamentode ponte),apresentando extensão de aproximadamente400 metros (km 19,7 a 20,1). Estima- se também a possibilidadede processoserosivos tanto nos taludes de aterro quanto nos cortes de vertentes,além de erosão linear na base dos cortes,considerando o declive(em torno de 30%)e susceptibilidadeerosiva do materialsubjacente; - Tributáriodo córregoPadre Felipe (FazendaLaranjeira, no km 30,7)onde se estimaaterro e cortes de vertentes de aproximadamente3 metros de altura, numa extensão de aproximadamente200 metros (do km 30,6 ao 30,8). Tambémestima-se ações erosionais em taludese possívelprocesso de assoreamentodo referidocurso d'água. Os demais trechos são caracterizadospor "grade' colado, ou seja, deverão apresentar pequenosaterros (da ordemde 0,5 até 1,0 metrode altura),com o objetivode elevar o leito da 150 estradaem relaçãoa seção imediata.Para tal deverãoser produzidascaixas de empréstimoao longo dos referidos trechos, que dependendodo grau de aprofundamentodas mesmas, poderãoestimular impactos erosivos, sobretudo nas rampasde entrada.

Erosãoem cortesde talude Conformeobservou-se anteriormente, em função da maior movimentaçãotopográfica evidenciadaprincipalmente nos primeiros16 quilômetrosda estrada (sentidoAmericano do Brasil-itaberaí),onde alguns cortes deverão ser efetuados(declives superiores a 300 como entre a fazendaSanta Maria - km 14,4 - e a fazenda Carro Quebrado).Embora a estrutura geológica e mesmo depósitos de cobertura atenuem os impactos decorrentes da vulnerabilidademorfológica, alguns cuidadosdevem ser adotadoscom vistas ao processode mitigação.Trata-se de efeito negativo,de alta magnitude,com duração permanente,porém com mitigabilidadealta. Erosãoem aterros Os impactos relacionados a aterros referem-se principalmente àqueles correspondentes a transposição de cursos d'água, como do córrego Limoeiro (km 5,4), tributário do rio das Pedras no Quebra-Queixo (km 11,6), córrego São Tomé (km 16,7), o córrego Chichá (km 19,9), além do tributário do córrego Padre Felipe (km 30,7). Como se sabe, tanto os impactos pluvioerosivos como os relacionados a ação das águas do próprio sistema hidrográfico têm se constituído agentes morfogenéticos agressivos, o que implica necessidade de medidas protecionistas, a serem comentadas oportunamente. Trata-se de impacto negativo, com possibilidade de duração permanente, porém, com perspectiva de alta mitigabilidade.

Erosãoem áreasde empréstimo O descuido ou a ausência de adoção de medidas mitigadoras tem implicado impactos ambientaisde releváncia nas áreas de empréstimo,sobretudo após o abandono. Assim, espera-se contribuir para o aprimoramentode ações mitigadoras, tanto para aquelas localizadasao longo da rodovia,como as relacionadasao fornecimentode materialde base e sub-base para o próprio empreendimento.Da mesmaforma, trata-se de impacto negativo, porémde alta mitigabilidade.

Erosãoem bota-foras. A construçãode bota-forasem uma maior preocupaçãorelacionada principalmente a atenuaçãodos efeitos pluvioerosivos,tem implicadoimpactos significativos, correspondentes principalmentea erosão linear de tais depósitos,refletindo muitas vezes no desdobramentode processos,como os relacionadosao próprioassoreamento.

Pedologia

Com relaçãoaos impactosambientais associados aos componentespedológicos deve- se ressaltaro processode decapageme a compactaçãodos mesmos,além evidentemente,da impermeabilizaçãoda faixa pavimentada.

Remoçãoda camadaorgãnica

Como se sabe, tanto a área de abrangênciadireta do empreendimentocomo as áreas de empréstimo,sofrem processo de decapagem da camada superior do solo, normalmente associada a presença da cobertura vegetal, implicando impacto irreversível, na primeira situação.A referidaremoção implica impacto negativo,restrito a área do empreendimentoou vinculadasao mesmo.

Compactaçãodo solo 151

O processo de compactação do solo encontra-se associado a preparação da superfície para receber o material de base e sub-base da rodovia, respondendo por impacto decorrente da ausência ou redução da infiltração, como contribuindo para desencadear o fluxo por terra, responsável pelo desenvolvimento da erosão acelerada. Trata-se de impacto negativo, de ocorrência certa e de baixa mitigabilidade.

Empréstimos

Empréstimo 1 Conforme diagnóstico apresentado, a exploração do material de sub-base da referida área implica desmatamento de importante reserva vegetal (área de tensão ecológica), que além dos impactos imediatos (retirada da cobertura vegetal, problemas relacionados com a fauna e decapagem da camada orgânica do solo), torna-se evidente a susceptibilidade a ser oferecida aos efeitos pluvioerosivos, considerando a ausência da resistência mecânica dos agregados. Como conseqüência torna-se possível o entulhamento do nível de base (córrego Padre Felipe), com implicações no sistema hidrográfico em decorrência do assoreamento. Empréstimo 2 Com base no diagnóstico produzido observa-se que a exploração da referida área, implica retirada de remanescentes da mata tropical (espécies arbóreas) e indubitável reflexo, tanto na mata ciliar ou galeria do rio das Pedras, como na inumação do referido leito, pela própria ação mecânica associada a retirada do cascalho. Ainda, a exposição do material detrítico (cascalho ferruginoso e fragmentos de quartzo) deverá estimular desagregação mecânica por efeitos pluvioerosivos, agravados pelo forte gradiente das vertentes. Diante disso estima-se iminente entulhamento do curso d'água e conseqüentes implicações no sistema hidrográfico. Empréstimo 3 Embora o local estimado para retirada de material não necessariamente deveria comprometer a área revestida de vegetação, alguns impactos podem ser prognosticados, como a transferência de material proveniente de montante para a área depressionária, implicando em degradação da cobertura vegetal primitiva, podendo inclusive entulhar nascente de curso d'água e coluvionamento da seção inferior. Existindo, mesmo que remota, a possibilidade de avanço da área de exploração em relação a área de tensão ecológica, sem dúvida os impactos serão muitas vezes ampliados: desmatamento, retirada da camada orgânica do solo, agravamento de processos erosivos pela susceptibilidade pedológica, aceleração da erosão remontante e inumação da seção depressionária. Empréstimo 4 A área em questão não apresenta maiores implicações quanto ao processo de exploração, uma vez que a cobertura vegetal primitiva encontra-se degradada, prevalecendo a presença de pastagem, além de encontrar-se relativamente distante do sistema fluvial, atenuando assim possíveis impactos. Contudo observa-se a possibilidade de efeitos pluvioerosivos que poderão ser recuperados através de medidas mitigadoras.

Impactos sobre o meio biótico

Para a avaliação dos impactos significativos em relação à comunidade biótica regional foram determinados os componentes bióticos relativos aos elementos considerados fauna, flora e ecossistemas.

Simplificação biótica da faixa de domínio 152

Como várias ações inerentes ao empreendimento serão desenvolvidas na faixa de domínio da rodovia, deverão ocorrer alterações sobre a vegetação que recobre essa área e a fauna que transita pela área de influência direta da rodovia. Ações como desmatamento, decapeamento, abertura de desvios e empréstimo de material ocasionam alterações significativas nessa área, em detrimento da qualidade biotica da comunidade ecológica regional. As áreas ainda recobertas pelas formações florestais, que em alguns locais margeiam a rodovia serão mais afetadas por essas ações por se tratar de formações remanescentes e isoladas em meio aos ambientes antropizados, especialmente de lavouras e pastagens. Ações mal gerenciadas durante as fases de implantação, conservação e operação da rodovia podem contribuir para a maximização dos impactos sobre a biota dessa área, tais como o estoque inadequado de material; a formação de caixas de empréstimo profundas; a instalação de canteiros e acampamentos em áreas inadequadas; e a utilização do fogo e da capina química no controle da vegetação da faixa de domínio. Durante o período de operação, após a pavimentação da rodovia, o fluxo de veículos deverá aumentar substancialmente, ocasionando um incremento da pressão antrópica sobre os habitats da flora e da fauna.

Simplificação da comunidade ecológica da área de influência

Como resultado indireto da pavimentação da GO-156, pressupõe-se o incremento dos índices de antropização regional, através da incorporação de novas áreas ao processo produtivo. Esse efeito não deverá atuar com intensidade elevada na área de influência devido ao já instalado processo de antropização na região. Esse impacto deverá afetar com maior intensidade as populações da comunidade biótica que encontram seus habitats com maiores índices de conservação nos ambientes serranos e nas reservas legais de propriedades particulares. Em relação à flora as formações florestais remanescentes que margeiam a rodovia serão mais ameaçadas de simplificação, ameaçando as populações de animais silvestres características dos ambientes mais fechados, em especial as que ocupam os níveis mais elevados da cadeia trófica regional e dos mamíferos que necessitam de maiores áreas vitais.

Alteração de habitats da flora e da fauna

As ações decorrentes do empreendimento deverão ocasionar a alteração de habitats da,flora e da fauna ao longo da área de influência direta, que além da rodovia com sua faixa de domínio inclui as áreas de empréstimo da materiais, tais como cascalheiras e pedreiras. Essa ação será mais impactante onde o relevo é mais acentuado e em locais em que serão necessários grandes cortes, aterros e empréstimo de material, tais como fundos de vales e transposições de cursos d'água e veredas. Interferências nas áreas recobertas pelas formações florestais poderão ocasionar alterações permanentes na vegetação dessas áreas e consequentemente da fauna que habita esses ambientes. A antropização regional que deverá ocorrer devido à melhoria das condições de tráfego na região poderá favorecer a transformação de ambientes ainda com bons índices de conservação em áreas de pastagens e/ou atividades agrícolas. A rodovia, após a pavimentação, representará barreira a várias espécies animais, em especial ao mamíferos de grandes garras como tamanduás e tatus, que são freqüentemente atropeladosnas rodoviasjá pavimentadas da região.

Interferência na biota de ambientes aquáticos e higrófilos 153

Atividades como a construção de obras de drenagem e pontes pode ocasionar alteração temporária ou permanente de ambientes aquáticos ou higrófilos, tais como cursos d'água e veredas, que abrigam uma comunidade ecológica altamente adaptada a esses ambientes. Desvios de cursos d'água; obras de arte mal dimensionadas; instalação de depósitos de betume, canteiros e acampamentos próximos a cursos d'água e veredas; lançamento de resíduos e lavagem de veículos em cursos d'água; podem contribuir para a maximização desse impacto, assim como a formação de grandes caixas de empréstimo nas proximidades dessas áreas. O desmatamento e decapeamento da faixa de domínio em direção aos fundos de vales poderá favorecer a instalação de processos erosivos nessas áreas, comprometendo a qualidade biótica dos ecossistemas aquáticos. Por se tratar de uma região divisora de águas, esse impacto deverá atuar de forma bastante atenuada, sendo que o principal curso d'água da região, o rio das Pedras, não será interceptado pela rodovia, devendo porem, o afluxo de pescadores e outras espécies de predadores humanos aumentar na região dos ambientes aquáticos da área de influência. Impactos sobre o meio antrópico

Geração de emprego A pavimentação da rodovia GO-156, trecho Itaberaí-Americano do Brasil, deverá gerar cerca de 60 vagas na área da construção civil. Este impacto positivo ocorrerá na fase inicial do empreendimento. O mesmo será significativo, principalmente em razão dos altos índices de desemprego verificados atualmente, em praticamente todas as regiões do Estado. Este impacto apresenta abrangência regional, alta magnitude e boas condições de otimização.

Impactos em canteiros e aloiamentos Na implantação, operação e desmobilização do canteiro de obras e alojamentos poderão determinar os impactos: Possibilidade dos operários contraírem doenças de veiculação hídrica pelo consumo de água e alimentos contaminados; Acidentes no trabalho nas diversas atividades do canteiro de obras; Disseminação de doenças contagiosas entre os operários; Degradação do solo e drenagens por resíduos sólidos gerados no canteiro, bem como, por vazamentos nos depósitos de betume e pelos efluentes dos sanitários e dos lavadores e oficinas de lubrificação e manutenção de veículos e máquinas; Comprometimento ambiental da área do canteiro e alojamentos e da faixa de domínio por resíduos remanescentes das atividades de implantação, com abandono dos mesmos quando do término das obras; Todos esses impactos são estendidos para os "mini-canteiros" instalados junto aos serviços de implantação de obras de artes especiais previstas no trecho.

Impactos nas Frentes de Serviços

Nas frentes de serviço são esperados os seguintes impactos: Os impactos esperados nas frentes de serviço de implantação do empreendimento são significativos nos pontos sensíveis identificados, mesmo considerando a temporalidade dos mesmos, deverão ter objeto de cuidados e medidas preventivas. Os impactos potenciais são acidentes, ruídos, vibrações, poeira e interferências no trânsito de pessoas e veículos; Os desvios para implantação das obras de drenagem, pelo volume, representam impactos potenciais a acidentes pelos usuários da rodovia, sendo impactos temporários, facilmente mitigáveis mas acentuados pela quantidade necessária. Os impactos prognosticados para a fase de operação são, em sua grande maioria positivos, sendo esses o que justificam o empreendimento.

Possibilidade de comprometimento ambiental na área do canteiro e aloiamento 154

Caso seja impróprio o local escolhido para abrigar o canteiro de obras e o alojamento e não haja um manejo tecnicamente adequado, o mesmo poderá trazer comprometimento aos recursos naturais da região. Esta possibilidade existe em razão do fato de que nesses ambientes há geração de efluentes sanitários e de lavagem de equipamentos e veículos, não se descartando ainda eventuais derramamentos de combustíveis e graxas, como também a produção de resíduo sólido. Seria um impacto de abrangência zonal, alta magnitude e relevância sujeito a ocorrer durante toda a fase de implantação do empreendimento.

Risco de acidentes de trabalho

As obras de implantação de empreendimentos rodoviários, como esta, que envolvem serviços pesados, terraplenagem, movimentação de máquinas, caminhões e outros veículos, além da manipulação de combustíveis, os operários ficam sujeitos a se envolverem em acidentes a qualquer momento, principalmente nas frentes de obras. Trata-se de um impacto de abrangência interna, magnitude e intensidade moderadas, podendo ocorrer durante toda a fase de construção.

Risco de acidente de trânsito

Durante a fase de construção os riscos de ocorrência de acidentes poderão ser agravados caso se efetive a exploração de cascalho na iazida 2, pois esta exploração implica em trânsito dos caminhões pela GO-070 e pela área urbana de Itaberai. O empreendimento, após a sua pavimentação, permitirá o desenvolvimento de maior velocidade por parte dos veículos em trânsito. Em decorrência dessa possibilidade aumentarão os riscos de ocorrência de acidentes de trânsito, especialmente em alguns pontos do trecho. Entre esses, além do perímetro urbano de Americano do Brasil, estariam: o km 13,8, na altura da escola rural Santa Maria: no km 18,3 , altura da escola rural Xixazinho e no km 22 transposição do distrito de Santa Maria. Este impacto, de magnitude moderada, alta relevância, tem abrangência zonal e ocorrência na fase de operação da rodovia.

Interrupção do tráfego na atual rodovia

A pavimentação da rodovia deverá causar a interrupção do tráfego, de maneira gradual e intermitente, afetando aos usuários, especialmente aos proprietárias da região que se servem da mesma para transportar a sua produção. Este impacto, de magnitude e relevância moderada, deverá ocorrer em diversos pontos da rodovia, durante toda a fase construtiva.

Disseminação de doenças entre os operários

O pessoal de obra estará sujeito ao risco de contrair doenças, especialmente as de veiculação hídrica, por consumirem água contaminada ou alimentos mal conservados. Este impacto, de abrangência interna, alta relevância e magnitude moderada, poderá ocorrer durante toda a fase de construção.

Possibilidade de contaminação do solo e dos mananciais por manejo inadequado no depósito de betume

Em obras como essa é comum a necessidade de implantação de depósitos de betume em determinados pontos do trecho, sendo que nem sempre os mesmos são construídos em locais adequados, estando sujeitos a causarem impactos ao ambiente, tais como contaminação de solos e mananciais. É um impacto de magnitude e intensidade moderada, abrangência local estando sujeito a ocorrer na fase de implantação. 155

Intensificação da ocupação e do uso do solo

A região que já apresenta características naturais para o cultivo da terra, terá, com a pavimentação da rodovia, um instrumento potencializador das atividades agrícolas por significar melhores condições para o escoamento da produção. Assim espera-se considerável expansão da área cultivada. Será um impacto de abrangência zonal, magnitude e intensidade alta e que deverá ocorrer na fase de operação da rodovia.

Valorização das propriedades

A pavimentação da rodovia se traduz em considerável melhoria da infra-estrutura viária, benefício que, certamente, significará valorização das propriedades da região, uma vez que facilitará enormemente as condições de acesso às mesmas. Este impacto positivo, de alta magnitude e relevância deverá ocorrer na fase de operação da rodovia.

Reforço às funções urbanas em Americano do Brasil

A pavimentação deste trecho da rodovia GO-156 melhorará as condições de acessibilidade à cidade de Americano do Brasil, significando reforço às funções urbanas. Essa nova opção viária trará benefícios à população que poderá dispor, com maior rapidez, dos recursos existentes na cidade de Itaberaí, a qual possui melhor estrutura sócio econômica e de recursos na área de saúde. Este impacto positivo, de magnitude e relevância moderadas, abrangência zonal, será experimentado na fase de operação da rodovia.

Desmobilização inadequada

A fase de desmobilização desse tipo de empreendimento, em geral, acontece de forma inadequada com o abandono de áreas lindeiras alteradas, solo orgãnico estocado, materiais de construção, resíduos e tanques de combustíveis e até mesmo equipamentos considerados descartáveis e que comprometem o ambiente de várias maneiras, desde a contaminação do meio natural até a sua alteração paisagística e estética, além de ser um procedimento que depõe contra a empreiteira executora da obra. Estes impactos, de abrangência zonal, magnitude alta e relevância crítica, estão sujeitos a ocorrerem na fase de desmobilização da obra.

Interferências em propriedades A implantação da rodovia exigirá a retificação do traçado da atual estrada em alguns de seus segmentos. Assim, parte de algumas propriedades deverão ser desapropriadas. Esta ação poderá causar transtornos e prejuízo econômico aos proprietários dessas terras. Trata-se de impacto de magnitude moderada, de baixa relevância e condições regulares de mitigação.

Transposição de núcleos urbanos O projeto original da implantação da rodovia indica que a mesma deverá cruzar o distrito de Santa Maria, município de Itaberai. Por outro lado há a manifestação das comunidades de Congomé, Retiro e Boa Vista, como foi expresso na audiência pública realizada em 19 de maio de 1.998, no Salão Paroquial da Igreja Matriz em Americano do Brasil, no sentido de que o traçado da rodovia seja alterado a fim de contempla-lo. O não atendimento a essa solicitação e a manutenção do traçado do projeto se deve a fatores técnicos, a alternativa sugerida implicaria em uma obra mais complexa, portanto mais cara, e a fatores ambientais, pois essa alternativa cortaria várias drenagens, além de áreas relevantes e suscetíveis. Tal situação ocorreria pois, para atingir estas localidades, o traçado obrigatoriamente abandonaria o divisor de águas e teria que descer pelas encostas dos vales, interceptando inevitavelmente inúmeras drenagens naturais e proximidades de nascentes. Esta opção além de exigir obras de artes e outros instrumentos de drenagem, elevando sensivelmente o custo de execução das obras, 156 traria inúmeros impactos à fauna, interferindo na dessedentação das espécies e ainda, na flora com diversas áreas de matas ciliar e de galeria remanescentes sendo seccionadas, causando impactos significativos em uma área que apesar de se inserir numa região antropizada ainda apresenta algumas manchas preservadas e que se tornam zonas de dispersão da fauna. Abordando o aspscto de uso do solo, verifica-se que a transposição de núcleos urbanos pode gerar impactos significativos entre os quais destacam-se: o seccionamento de propriedades rurais e a necessidade de relocação involuntária, induzindo ainda a ocupação indevida de áreas marginais à rodovia bem como o aumento no risco de ocorrência de acidentes de trânsito envolvendo moradores locais. Tratam-se de impactos de alta magnitude e que necessitam ser mitigados através de ações específicas.

Risco no transporte de cargas perigosas

Na fase operacional da rodovia a poluição da água é representada pela precipitação de hidrocarbonetos e aldeídos emanados da descarga de veículos, borracha e asbestos liderados por pneus e lonas de freio, poeira e materiais sólidos oriundos de cargas.