Universidade Federal De Uberlândia Instituto De História Programa De Pós-Graduação Em História
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA PURIFICANDO CORPOS E NORMALIZANDO MENTES: Mulheres católicas e imprensa no Brasil e em Portugal, 1937-1945 Walter Valdevino do Amaral Uberlândia - MG 2018 WALTER VALDEVINO DO AMARAL PURIFICANDO CORPOS E NORMALIZANDO MENTES: Mulheres católicas e imprensa no Brasil e em Portugal, 1937-1945 Tese apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em História, pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia. Área de concentração: História Social. Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia Puga. Uberlândia - MG 2018 WALTER VALDEVINO DO AMARAL PURIFICANDO CORPOS E NORMALIZANDO MENTES: Mulheres católicas e imprensa no Brasil e em Portugal, 1937-1945 Tese apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em História, pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia. Área de concentração: História Social. Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia Puga. Aprovada em 19 de março de 2018 Banca examinadora _______________________________________________________________ Profa. Dra. Vera Lúcia Puga – Orientadora (UFU) _______________________________________________________________ Profa. Dra. Mara Regina do Nascimento – Examinadora interna (UFU) _______________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Clara Tomaz Machado – Examinadora interna (UFU) _______________________________________________________________ Profa. Dra. Isabel M. R. M. Drumond Braga – Examinadora externa (ULisboa) _______________________________________________________________ Prof. Dr. Miguel Rodrigues de Sousa Neto – Examinador externo (UFMS) Uberlândia - MG 2018 À Minha mãe, Maria do Socorro, por estar presente em todos os momentos da minha vida, mesmo na distância geográfica desses últimos quatro anos. AGRADECIMENTOS Para alguns, ingressar no meio acadêmico pode denotar a mesma coisa que passar a viver em um mundo repleto de pessoas frias e egoístas. Significa vivenciar um meio de representações, no qual o mais importante não é ser, mas sim aquilo que os outros acreditam que você é. Um exemplo disso é o currículo lattes, no qual muitos, antes de observar a qualificação acadêmica e profissional que ele expressa, olham primeiramente para a barra de rolagem, pois parece que, quanto menor for a barrinha, maior será a identidade intelectual do seu dono. Esses dias, quando fui atualizar meu currículo lattes, identifiquei nele não somente um resumo de uma história construída com diplomas, certificados e declarações, mas enxerguei também uma história de vida, repleta de emoções vivenciadas com professores/as e amigos/as. Essa trajetória teve início em 2003, quando ingressei no curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Católica de Pernambuco. Durante essa graduação, dentre os muitos docentes, conheci a professora Emanuela Sousa Ribeiro, responsável pelos meus primeiros passos na pesquisa acadêmica, pois sob sua orientação, no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica, vivenciei minhas primeiras experiências como um pesquisador. Eis que quatro anos se passaram e, finalmente, a graduação foi concluída. Então percebi que aquele foi simplesmente o primeiro passo da caminhada. No início de 2008, resolvi fazer uma especialização em Cultura Pernambucana na Faculdade Frassinetti do Recife, na qual tive a oportunidade de, mais uma vez, ter a professora Emanuela Souza Ribeiro como orientadora. Nesse mesmo ano passei na seleção do mestrado em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco: foram mais dois anos de estudos e investigações, mas desta vez sob a orientação dos professores Luiz Carlos Luz Marques e Newton Darwin de Andrade Cabral, com os quais aprendi que a caminhada de um mestrando é mais complexa que aquela percorrida na graduação. No primeiro semestre de 2009, tive a oportunidade de desenvolver na Universidade Metodista de São Paulo um período de mestrado sanduíche sob a supervisão da professora Sandra Duarte de Souza; momento em que ampliei a perspectiva da pesquisa que estava desenvolvendo. Os dois anos de mestrado pareceram ser bem mais longos do que os quatro anos da graduação, mas, enfim, chegou o ano de 2010: dissertação concluída. Deparei-me com uma banca examinadora à minha frente, estava na hora de encerrar mais um ciclo. Após a defesa, semelhantemente a todo período da graduação, especialização e mestrado, continuei participando de eventos acadêmicos, publicando artigos científicos e o mais importante, conservei laços com os/as amigos/as e professores/as das instituições que passei. Ciente de que a jornada não poderia parar, participei da seleção de doutorado em História da Universidade Federal de Uberlândia, na qual fui aprovado. Em 2013, um novo caminho se abriu à minha frente. Agora sob a orientação da professora Vera Lúcia Puga, amadureci conhecimentos acadêmicos na área de gênero que, de forma direta ou indireta, estavam presentes nos estudos que já vinha desenvolvendo. Com o incentivo da minha orientadora, no final de 2014 submeti aos órgãos competentes um projeto para a realização de doutorado sanduíche, o qual foi aprovado e teve o apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, através do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior. Possibilitando assim, a realização de um estágio doutoral, sob a supervisão da professora Isabel Drumond Braga, na Universidade de Lisboa, no período compreendido entre maio de 2015 a abril de 2016. Em todos esses anos, docentes e colegas de turmas da Universidade Católica de Pernambuco, Faculdade Frassinetti do Recife, Universidade Metodista de São Paulo, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade de Lisboa, estiveram presentes na minha formação; portanto, sou grato a eles/as por terem feito da sala de aula um verdadeiro ambiente de aprendizagem. Aos funcionários do Arquivo Público Estadual Jordão Emereciano, Biblioteca da Arquidiocese de Olinda e Recife, Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, Biblioteca da Universidade Católica de Pernambuco, Biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco, Biblioteca da Universidade Federal de Uberlândia, Arquivo Nacional Torre do Tombo, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal, Biblioteca do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, agradeço pelo suporte dado na pesquisa documental e bibliográfica deste trabalho. Nesse momento, em especial, agradeço a minha orientadora Profa. Dra. Vera Lucia Puga pela atenção, dedicação e orientação durante o processo de elaboração deste trabalho; e as docentes Profa. Dra. Mara Regina do Nascimento, Profa. Dra. Maria Clara Tomaz Machado, Profa. Dra. Isabel Maria Ribeiro Mendes Drumond Braga e ao Prof. Dr. Miguel Rodrigues de Sousa Neto por terem aceitado o convite de participar na banca de defesa deste trabalho e pelas contribuições dadas para o melhoramento do mesmo. Por fim, expresso minha gratidão à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio financeiro concedido a esta investigação de doutorado. Com essa tese, concluo mais uma etapa da minha vida acadêmica, mas prossigo com o sentimento de que as relações humanas que foram construídas nas instituições por onde passei, aquelas experiências que se encontram nas entrelinhas do currículo lattes e que realmente marcaram a minha formação pessoal e profissional, permanecerão. Se Deus é macho, então o macho é Deus. O patriarca divino castra as mulheres enquanto ele for autorizado a viver na imaginação humana. Mary Daly RESUMO Nosso estudo, “PURIFICANDO CORPOS E NORMALIZANDO MENTES: mulheres católicas e imprensa no Brasil e em Portugal, 1937-1945”, teve por objetivo analisar a participação na imprensa escrita das jovens que faziam parte da Pia União das Filhas de Maria e da Mocidade Portuguesa Feminina durante os anos compreendidos entre 1937 a 1945, período que tanto aqui no Brasil com em Portugal é comumente denominado de Estado Novo. Aquele contexto foi marcado pela concentração do poder nas figuras dos ditadores Getúlio Dorneles Vargas e António de Oliveira Salazar, respectivamente, que alteraram profundamente as esferas políticas, econômicas, sociais, culturais e religiosas nos dois países. Acreditamos que a análise da atuação das mulheres que faziam parte dessas duas associações interessa a História pelo fato de que suas sócias ao mesmo tempo em que defendiam e propagavam estruturas conservadoras como a família, a pátria e a religião, reforçando assim, a permanência da estrutura política vigente através da imprensa local. Nesta pesquisa, procuramos estabelecer uma relação entre o particular (as associações) e o geral (a política e a sociedade). Para isso, priorizamos documentos específicos da Pia União das Filhas de Maria e da Mocidade Feminina Portuguesa, bem como, os periódicos produzidos por elas: “Maria: Revista das Congregações Marianas” e “Mocidade Feminina Portuguesa: boletim mensal”; que foram analisados a partir de procedimentos metodológicos propostos pela historiadora Tania Regina de Luca na forma de tratar as evidências documentais. Como referencial teórico, adotamos os conceitos de dispositivo, disciplina e normalização, propostos pelo filósofo e historiador Michel Foucault. Esses conceitos nos instrumentalizaram para uma melhor compreensão da constituição e formato de ambas as associações e dos periódicos que produziram. Ao final deste trabalho, chegamos à conclusão