PRODUTOS DE COMUNICAÇÃO: ANÁLISE HISTÓRICA

UnB 2013 PRODUTOS DE COMUNICAÇÃO: ANÁLISE HISTÓRICA

Autores Henrique Oliveira da Rocha Luiz Carlos Dias Bicalho Torres Ágata Gabriela Teixeira Hugo Boaventura de Carvalho Marcus Portugal Alef Batista Ferreira Inara Régia Cardoso Maria Eduarda Loes Aline Brandão Girardi Isabela Corrêa Soares Mariana Modesto Prates Beltrão Aline Faustino Veiga Neves Isabella de Oliveira e Nóbrega Marina Rodrigues Barreiro Amanda Calixto Silva Isadora Alvim Gomes Pinho Martha Santiago Ana Carolina Resende Leite Iury Rodrigues Silva Mateus Miranda de Oliveira Alves Ana Carolina Rosário dos S. Mouta Ivo da Silva Costa Júnior Matheus Lopes Silva Anderson Luiz Dourado V. da Silva Jéssica dos Santos Maciel Matheus Mac Ginity Moraes Rego Andresa da Mota Silveira Rodrigues Jessyka Nicodemos R. Cavalcante Natália Elisa Lucchetti Armando Moraes da Silva Jhésycka Vasconcelos de Abreu Natalia Rezende Barbosa Arthur Moreira dos Reis Jordanna Santos Monteiro Natália Rodrigues de Alencar Bárbara Alves Vasconcelos José Eduardo Cruz Vieira Otávio Ribeiro Andrade Brenda Narjara de O. M. Ribeiro Joshua Emanuel Tenório Paula Machado Oliveira Bruna Ribeiro Garcia Julia Yu Li Woo Pedro Hermano Gonzalez Cordeiro Camila Santana de Souza Juliane Dionísio de Oliveira Pereira Pedro Victor Viana Couto Candice Botelho Coelho Kadidja Valéria Reginaldo de Oliveira Priscila Helena Silva de Sá Caroline Eidt Duarte Kamila Ferreira Belo Raiana Gois Leite Cecília Moreira Lima de Lemos Karolyne Azevedo de Oliveira Rainer Araújo Barbosa de Oliveira Clara Maruska Almeida da Silva Keila Flávia da Rocha Rayssa Silva de Souza Danielle Kawasaki Kelly Cristina Batista da R. Drumond Renan Maia Nunes Débora Damasceno Silva Larissa Stefane Vieira Rodrigues Renata Caldeira Alvares da Cunha Débora Rita da Silva Pereira Laura Maria da Conceição Neta Rosemiro da Costa Araújo Barros Diana Rimari Gomes Leonardo Rodrigues Cavalcante Roseni Ximenes de Castro Diego do Carmo Coelho Letícia Hubner Westphal Sabrina Alves da Silva Diogo Diógenes Cintra Lopes Luana Marliety Ferreira Penha Sabrina Sousa Rios Eduardo de Farias Goulart Luanna Vieira Leite Samantha Soares dos Santos Ester Sabino Santos Luara Soares Farias Samara Susan Meneses de Jesus Fabiana Cristina N. Rodrigues Lucas Augusto Moreira Torres Tatyane Soares Marques de Souza Fernanda Francisca Macena Alves Lucas Henrique da Cruz Tércio Wendel Guedes Martins Fernanda Souza Oliveira Lucas Marinho Pimenta Thomaz de Siqueira Araújo Franciele dos Santos Sousa Luciana de Oliveira França Tuane Pontes da Silva Gabriela Fernanda Ribeiro Rodrigues Luciana Eller Cruz Vanessa Karla de Jesus Araújo Helena Wagner Umbelino Lucyellen Elza Pereira de Lima Vicente Gomes da Silva Neto Helize Soares Curcino Luis Eduardo Pereira de Souza Vittoria Fernandes de Oliveira

Disciplina: Introdução à Comunicação Universidade de Brasília - UnB 2013 Sumário

Prefácio

Audiovisual A Fantástica Fábrica de Chocolate A Hora do Brasil A Hora do Pesadelo Capitu Chaves Cinema Alemão Fantástico Faustão Globo Esporte Globo Repórter Jornal Nacional Jô Soares O Legado de Tron Programas de Auditório Resident Evil Terror no Cinema Yesterday

Cigarro e Bebida Heineken Marlboro

Desenho animado e História em quadrinhos Mickey Mouse Pica-pau (através dos tempos) Pica-pau (trajetória e influências) Turma da Mônica

Heróis Batman Homem-Aranha Super-Homem

Moda e Design Coca-cola Havaianas McDonald's Petrobrás Pin-up

Revista Elle IstoÉ Super Interessante Veja Vogue

Tecnologia iPhone Prefácio

“O homem, ao viver sua própria história, cotidianamente, em atos corriqueiros e banais, toma consciência de seu lugar no mundo e de sua temporalidade também imersa nesse mundo. […] Viver é simplesmente viver na história.” Marialva Carlos Barbosa

A presente publicação é resultado da produção de pesquisa dos alunos da disciplina “Introdução à Comunicação” do Departamento de Jornalismo da Universidade de Brasília. Os textos foram elaborados durante o segundo semestre de 2013 por estudantes de diferentes áreas do conhecimento (Arquivologia, Biblioteconomia, Desenho Industrial, Serviço Social, Nutrição, Matemática, Administração, dentre outras).

Os estudantes assumiram o desafio de escolher um produto de comunicação para analisar as transformações ocorridas com o passar do tempo. A análise histórica se foca nas mudanças do conteúdo, linguagem e estética do produto. Acredito que as alterações estudadas a partir da comunicação revelam sobre nossa humanidade e como nós nos inserimos no mundo em diferentes períodos históricos

Lembro que o exercício de redação científica se aprimora com a constante prática, enfatizando a importância deste exercício que agora está ao alcance do leitor. Grande parte dos alunos que assinam os artigos estão no início de sua trajetória pela universidade. Portanto, algumas marcas de bastidores são encontradas no texto, como erros de digitação e dúvidas na aplicação das normas da ABNT. Tenho confiança, no entanto, de que o conteúdo e as análises realizadas se destacam pela riqueza de ideias.

Profª Juliana Soares Mendes

Brasília, 01 de dezembro de 2013

Referência Bibliográfica: BARBOSA, Marialva Carlos. Comunicação e história: presente e passado em atos narrativos. In: Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 6, p. 11-27, 2009. Disponível em: . Acesso em: 01 de dez de 2013. Audiovisual A Fantástica Fábrica de Chocolate Brenda Narjara, Bruna Garcia, Roseni Ximenes

“O louco, o amoroso e o poeta estão recheados de imaginação”. William Shakespeare

O produto de comunicação a ser observado nesta análise é o filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, iremos analisar a primeira versão de 1971 e a segunda de 2005 cada uma com seus respectivos períodos históricos. São 34 anos de diferença entre a primeira versão e a segunda, e muita coisa mudou, desde de seu nome até o contexto na qual o filme foi feito. O primeiro filme musical A Fantástica Fábrica de Chocolate ou em inglês (Willy Wonka and the chocolate factory) foi feito em 1971 pelo diretor Mel Stuart e como ator principal Gene Wilder (Willy Wonka). O filme narra a história do dono de uma enorme fábrica de chocolates (Willy Wonka) do qual ninguém a não ser o dono tinha acesso, porém um dia o dono da fábrica resolveu fazer um sorteio para que cinco crianças pudessem entrar na fábrica e ver tudo que nela continha, o sorteio era por meio da venda de barras de chocolate douradas, as cinco crianças encontraram a barra sorteada e uma delas foi Chalie Bucket, um menino muito pobre que morava com seus pais e avós e em seu aniversário seu avó lhe deu suas economias para que ele pudesse comprar uma barra de chocolate, e a que ele comprou era para sua surpresa a sorteada assim ele poderia ir à fábrica e levar um acompanhante que foi seu avó. Ao chegar à fábrica se deparou com o excêntrico dono, e mais quatro crianças acompanhadas pelos seus pais, a fábrica parecia ser mágica com cachoeiras de chocolates e tudo mais que se possa pensar feito de chocolate. Na fábrica não trabalhavam funcionários comuns mas sim Umpa Lumpas, (um dos personagens mais interessantes do filme) pequenas pessoas que trabalhavam dia e noite na fábrica para fazer o melhor chocolate e que moravam lá dentro e nunca saiam. A desconfiança de Willy Wonka de que estava sendo espionado era visível, ele fechou a fábrica, pois achava que espiões iriam roubar suas receitas. As crianças foram passeando pela fábrica e de forma estranha cada uma delas desaparecia, como por exemplo engolido pelo chocolate e de diversas formas bem estranhas, enquanto isso um espião foi a Chalie lhe disser que se ele conseguisse as receitas da fábrica lhe daria muito dinheiro, Chalie claro recusou o pedido e não trairia Willy Wonka. Ao final da história Willy Wonka percebeu que Charlie não tinha o traído, assim mostrou o restante da fábrica a ele, e lhe disse que ele poderia ficar com a fábrica. E terminou com um passeio por um elevador que iria para qualquer lugar. O ano do primeiro filme foi 1971, período em que o mundo ainda estava vivenciando a guerra fria, com medo de espiões e do comunismo e acredito que o filme retrata de forma não tão pouco sútil esse período, como a forma Willy Wonka se preocupava com espiões que de fato existiam no filme, e a questão da confiança,em quem poderia se confiar ? outro aspecto seria sendo criança, Chalie trabalhava vendendo jornais, um caso de exploração infantil que não era pauta de discussão no ano de 1971.É bem marcado o patriotismo americano quando mostra várias crianças acenando na entrada da fábrica com bandeiras dos Estados Unidos. Uma crítica bem destacada nesse filme em uma das músicas é o apego das crianças à televisão, onde elas aprendem muitas bobagens que as impedem de ler e aprender coisas que realmente sejam importantes. A segunda versão do filme foi feita em 2005 e a diferença já começa pelo nome, no Brasil permaneceu o mesmo nome, A fantástica fábrica de chocolates, mas em inglês ficou Chalie and the chocolate factory (Chalie e a fantástica fábrica de chocolates) dando mais enfoque ao Chalie do que ao Willy Wonka, o diretor desta vez foi Tim Burton muito conhecido pelos seus filmes excêntricos e o renomado ator Johnny Depp como Willy Wonka. A história ficou parecida com a primeira versão de que Chalie Bucket era um menino muito pobre, mas que consegue uma barra dourada e consegui ir à fábrica de chocolate com seu avó e lá encontrando Willy Wonka e os cinco outros visitantes, porém não é mais e história de espiões querendo roubar suas receitas (ele até menciona esse fato no filme esse fato mas não é mais a história principal). Desta vez Willy Wonka e os sorteados passearam pela fábrica e ao final só restou Chalie, Willy Wonka o chamou para morar com ele, mas decidiu que só iria morar se fosse com sua família, e assim ele foi morar com toda a sua família na fábrica de chocolate. Sendo assim acredito que o contexto que o filme foi criado foi de muita importância para o enredo tendo em vista que o primeiro foi feito no período da guerra fria e enfatizava espiões e a confiança , já o segundo em 2005 valorizava mais a família. E a importância de se dar valor a família. A tecnologia avançou bastante de lá para cá e como exemplo, fazendo um comparativo, temos no primeiro filme uma das crianças que ganhou o convite dourado era viciada na televisão, já na versão atual do filme a criança que aparece é viciada em videogame. Um meio de comunicação que não existia em 1971, o videogame. Também há de se mencionar e evolução dos efeitos especiais que foram feitos em 2005, é nítida a diferença de como esses efeitos evoluíram de um filme para o outro durante esses 34 anos de diferença entre um e outro. Por exemplo uma câmera muito utilizada em 1971 é a versão Super. 8 do padrão 8518 SV, possui pouquíssimos recursos. Dentre eles esta o Zoom que é automático 518 super 8. Já hoje em dia existe a câmera 4K PMW-F55, ela é digital e filma em uma tecnologia chamada 4K. Podemos notar grandes diferenças entre essas duas câmeras. São 42 anos de diferença entre as fabricações, de lá pra cá ocorreu a digitalização da imagem, a imagem em 3D, a melhora na definição... As novas câmeras então cada vez mais equipadas com novas tecnologias e novas formas de filmagem. Filme: A Fantástica Fábrica de Chocolates (1971):

Ilustração I Fonte: Willy Wonka e as crianças (pôster) 1971.

Ilustração 2 Fonte: Willy Wonka e as crianças sorteadas (pôster), 2005 Referências bibliográficas:

Filme : A Fantástica Fábrica de Chocolate 1971, diretor : Mel Stuart, produtor : David L. Wolper, Stan Margulies Filme : A Fantástica Fábrica de Chocolate, 2005, diretor : Tim Burton , produtor : Brad Grey e Richard D. Zanuck. Ilustração I : Imagem: WILLY WONKA, e ao fundo crianças e seus pais. (pôster) 1971. diretor : Mel Stuart, produtor : David L. Wolper, Stan Margulies Ilustração II : Imagem: WILLY WONKA, e ao fundo as crianças. (pôster) 2005. diretor : Tim Burton , produtor : Brad Grey e Richard D. Zanuck. MovieCamerasDisponívelem: Acesso em: 18 out. 201cho Sousa, Welton. Sony Apresenta Câmera de Cinema 4K. Disponível em: Acesso em: 19 out. 2013. Acessado em 21/10/2013 Epígrafe: William Shakespeare, Sonho de uma noite de verão.

Com a criação do programa, Getúlio Vargas na verdade queria mostrar aos ouvintes seu objetivo como presidente, uma espécie de propaganda. Assim,

Na qualidade de produção radiofônica ligada diretamente ao poder de estado, a Voz do Brasil, evidentemente, maior parte de seu tempo atrelada a regimes autoritários, como o Estado Novo (1937/1945) e à ditadura militar (1964/1985), atuando como fiel porta voz das políticas e ideologias definidas por tais regimes. (JAMBEIRO, 2004: 16).

Podemos perceber que desde a criação do programa, várias mudanças ocorreram em relação ao nome. A voz do Brasil passou a ser transmitida em 22 de julho de 1935, durante o governo de Getúlio Vargas com o nome de Programa Nacional, sendo apresentado pelo locutor Luiz Jatobá. De 1934 a 1962, foi levado ao ar com o nome de Hora do Brasil. Em 1938, já com o nome de Hora do Brasil o programa passou a ter veiculação obrigatória, somente com a divulgação dos atos do Poder Executivo, sempre das 7 às 8 horas da noite (PORTAL BRASIL s.d.).

Atualmente Desde os tempos de “A Hora do Brasil”, iniciava com a tradicional frase "Em Brasília, dezenove horas". Acompanhando as mudanças feitas para que o programa se tornasse mais informal, essa frase foi substituída por "Sete da noite em Brasília" (EPOCA s.d.). O programa desde sua criação em 1935 sofreu algumas alterações na sua estrutura e forma de apresentação: remixagem da tradicional trilha musical de abertura – ópera “O Guarani”. (EPOCA s.d.); A inclusão da locução feminina em 1998, acabando com cinquenta anos de locução exclusivamente masculina (RADIOBRAS). Uma das principais críticas ao atual programa de rádio é a sua obrigatoriedade, pois desde 1962 o horário das 19 horas é exclusivo para o programa nos rádios brasileiros. Motivo de reclamações das emissoras que alegam uma quebra muito grande na audiência no horário do referido programa, causando um prejuízo na audiência pela noite toda e impossibilidade de transmissões ao vivo de boletins de trânsito ou partidas de futebol, por exemplo. (EPOCA s.d.)

Atualmente o programa é dividido nos blocos:

Fonte: Esquema elaborado a partir de informações do site http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/COMUNICACAO/150145-PROGRAMA-SURGIU-EM- 1935,-DURANTE-O-GOVERNO-DE-GETULIO-VARGAS.html

Considerações Finais

É fácil perceber que grandes mudanças aconteceram desde a primeira transmissão radiofônica e a criação do programa A Voz do Brasil. Em seus primeiros anos, o rádio era voltado exclusivamente para questões educativas e de interesse político, onde cidadãos conheciam o governo, que buscava apoio da população além da preocupação com o vocabulário e com a maneira mais formal de apresentar. Hoje em dia as programações são mais musicais, com uma preocupação menor com a linguagem, com programas voltados para divulgação de horóscopo, perguntas e respostas que dão prêmios, encontros amorosos, divulgação de emprego e informações sobre o trânsito. Dessa forma é entendido mais como entretenimento, deixando um curto espaço para notícia e sempre em um horário especifico. Hoje em dia conhecemos poucas rádios com a programação voltada somente para a notícia, dentre elas a Rádio Justiça e a CBN, voltadas para noticia do mundo todo e também divulga sobre os três poderes. O rádio é um meio de comunicação que consegue alcançar dimensões geográficas que nenhum outro meio de comunicação consegue, sua mensagem é transmitida de maneira informal, o que facilita a comunicação com o receptor. Pelo fato de ter um custo bem mais em conta, ele garante o acesso de famílias de baixa renda a informação e ao entretenimento.

Ilustração 1

(300x158 pixels) Fonte:(Internet) Disponível em http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2012/03/voz-do- brasil-vez-de-acabar-por-luiz.html. Acessado em 21/10/2013

Ilustração 2

(400x309 pixels) Fonte:(Internet) Disponivel em http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2012/03/voz-do- brasil-vez-de-acabar-por-luiz.html. Acessado em 21/10/2013 .

Ilustração 3

(400x309 pixels) Fonte:(Internet) Disponível em http://www.radioefapi.com.br/fale- conosco/departamento-comercial/. Acessado em 21/10/2013. .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JAMBEIRO, Othon. et al. Tempos de Vargas: o rádio e o controle da informação [online]. Salvador: EDUFBA, 2004. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2013.

MOREIRA, Sônia Virgínia.O rádio no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Rio Fundo, 1989.

VARGAS, Getúlio. Discurso pronunciado no dia 01 de maio de 1951. Disponível em: Acesso em: 21 out. 2013

PORTAL BRASIL. A Voz do Brasil passa a ser transmitido também em vídeo pela internet. Disponível em: Acesso em: 23 out.2013.

REVISTA EPOCA. A voz do Brasil: Um programa fora de sintonia. 03. Jul. 2010. Disponível em: . Acesso em: 21 out.2013.

RADIOBRAS. A Voz do Brasil. Historia. Disponível em: . Acesso em: 21 out.2013.

CAMARA DOS DEPUTADOS. Programa surgiu em 1935, durante o governo de Getúlio Vargas. 20.ago.2010 Disponível em: Acesso em: 23 out. 2013

WIKIPEDIA. A Voz do Brasil. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Voz_do_Brasil > Acesso em: 17 nov. 2013

LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Ilustração 1:

Fonte:(Internet). Blog do Luis Domingues. A voz do Brasil, a vez de acabar. Disponível em:< http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/> . Acessado em 21/10/2013.

Ilustração 2:

Fonte:(Internet). Blog do Luis Domingues. A voz do Brasil, a vez de acabar. Disponível em:< http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/>. Acessado em 21/10/2013.

Ilustração 3

Fonte:(Internet). Rádio EFAPI FM. Porque anunciar em radio? Disponível em: . Acesso em 21.out.2013.

A Hora do Pesadelo e a escalada da violência Diego do Carmo Coelho, Henrique Oliveira da Rocha e Lucas Henrique da Cruz

“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você ” Friedrich Nietzsche

O gênero terror é um dos mais antigos gêneros do cinema. No século XXI, o terror retomou sua popularidade por meio da intensificação de cenas de tortura e mutilação, chegando a ser chamado de porn torture. Filmes como Jogos Mortais (dirigido por James Wan, 2004) e O Albergue (dirigido por Eli Roth, 2005) são exemplos de obras de violência extrema que obtiveram sucesso. O Terror contemporâneo corresponde a elementos que caracterizam nossa época, como a perda de referenciais universais que norteiem nossas experiências e a interioridade do sujeito sendo desfeita, afastando-o da materialidade de seu corpo. Enquanto filmes de terror do começo do século XX apresentam conceitos binários de bem e mal, normal e patológico, os filmes atuais passam a atenuá-los, quando não o desfazem por completo (GARCIA, 2010). Um subgênero conhecido dos filmes de terror é o slasher. Neste tipo de filme, em geral, um psicopata masculino persegue e mata jovens com requintes de violência. O destaque se dá para a perseguição e morte de mulheres e, no final, uma delas consegue reagir e matar o agressor. Pinedo (1997) apud Garcia (2010), em sua pesquisa, aponta que esse subgênero apresenta elementos antifeministas, como a crueldade com que são tratadas as mulheres, e elementos feministas, como a sobrevivência heróica feminina, e sua capacidade de se apresentar em um quadro diferente do que fora mostrada ao longo do filme, “deslocando seu lugar de objeto para agente da ação que retalia.” O presente trabalho pretende comparar as obras “A Hora do Pesadelo” (dirigida por Wes Craven, 1984) e sua releitura de 2010, dirigida por Samuel Bayer. No filme, pertencente ao subgênero slasher, Nancy Holbrooke é uma jovem que passa a ser atormentada por pesadelos que deixam marcas na realidade. Ela e seu grupo de amigos são perseguidos pelo vilão Freddy Krueger, um homem com rosto deformado por queimaduras e que usa uma luva com dedos de facas, capaz de matá-los tanto nos sonhos, como no mundo real. Ao final, após assistir a morte de seus companheiros, Nancy consegue trazer Krueger para a realidade e derrotá-lo. Figura icônica dos anos 80, Freddy Krueger é mostrado na versão original como um vilão carismático e divertido. Krueger, com seu humor sádico, diverte-se ao perseguir suas vítimas e mostrar a elas suas proezas sobrenaturais. Em um certo momento, Freddy corta dedos de sua mão e se diverte com o ato, somente para impressionar Nancy. O sorriso sarcástico e o carisma de Freddy foram elementos cruciais para o sucesso do filme, que resultou em diversas continuações. Falcão et al (2012) aponta que a década de 80 viu uma popularização do gênero terror sem precedentes, tornando as histórias simples, com vilões unidimensionais cada vez mais malvados e populares. O autor relaciona a mudança da linguagem do gênero ao surgimento da MTV, emissora americana que veiculava clipes musicais. Os filmes passaram a ser mais dinâmicos e funcionais para o público juvenil. Freddy Krueger falava em praticamente todas as cenas em que aparecia, ganhando apelo junto ao público. O humor, no entanto, não foi transposto para a releitura de 2010. Pretendendo se levar a sério, o filme mostra o vilão simplesmente como um instrumento utilizado para as cenas de mortes violentas. O realismo dessas cenas, por sinal, torna-se a marca dessa releitura. Seguindo a tendência da última década de trazer uma violência graficamente forte e impactante, a obra deixa de lado longas sequências de suspense para investir em um maior número de perseguições e mortes. Garcia (2010) relaciona o aumento da violência no cinema à geração pós-11/09, chegando até mesmo a afirmar que o medo suplanta a empatia, tornando-nos torturadores em potencial. No Brasil, percebe-se um crescente aumento de episódios violentos, em paralelo ao aumento do consumo de produtos culturais relacionados à violência (MONTORO, 2002). Essa estética de violência é marcante no filme de 2010. Enquanto cremos estar diante de representações perfeitas de corpos humanos dilacerados, no filme de 1984 percebemos claramente se tratar de protótipos humanos pouco similares à realidade, como na cena em que vemos o corpo da mãe de Nancy ser sugado pela cama. O impacto da violência dá lugar ao cômico, à medida que se afasta do verossímil. Para CASTELLANO (2010), quando vemos uma cena de assassinato, conseguimos nos afastar suficientemente para percebermos que nada de mal nos acontecerá. Em filmes que não prezam pelo gráfico, como nos filmes trash , essa sensação é mais forte devido a um afastamento abrupto da trama, gerando uma não identificação com os personagens, e nos levando a uma forma de decodificação da mensagem que nos lembra de que aquilo não deve ser levado a sério. Outra característica marcante entre as duas versões pode ser observada no próprio roteiro da trama. Na primeira versão a história de Krueger é apresentada sem maiores detalhes, na qual a mãe de Nancy afirma que o homem foi morto após matar vinte crianças da vizinhança. Já na versão de Samuel Bayer, Freddy é apresentado como uma pessoa sádica, um pedófilo, sendo sua história reproduzida em cena e aproximando os espectadores à violência referenciada nos dias atuais. A morte do vilão é recriada com verossimilhança e mostra os pais das crianças que foram abusadas pelo homem realizando justiça com as próprias mãos, de maneira cruel: queimando o criminoso vivo. A violência representada na vingança dos pais, pelos meios escolhidos, gera conforto na audiência, uma vez que a sensação de impunidade pela ineficácia dos meios de repressão de segurança pública é suprida pela justiça social. Tal característica pode desencadear comportamentos indesejáveis, posto que, assim como explicitado por Albert Bandura (1965) apud Njaine e Minayo (2003), as pessoas imitam o que veem na tela ou incorporam padrões de comportamento por ela propostos, em especial as crianças. Pelo que foi abordado, conclui-se que as versões do filme “A hora do pesadelo”, apesar de contarem a mesma história, adequam-se às necessidades da época em que foram lançadas. A versão original era voltada ao público juvenil, principal foco do mercado na década de 80, investe em um vilão carismático, engraçado e popular. Já a refilmagem de 2010 segue a linha de violência gráfica explicitadas nos filmes de terror do século XXI, reflexo de uma sociedade amedrontada pela crescente violência.

Fonte: Wes Craven, 1984

Fonte: Samuel Bayer, 2010

Referências bibliográficas: CASTELLANO, Mayka. “Quem já riu de um filme de terror?”: distinção e sociabilidade no consumo de cultura trash . In: XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. 2010. Anais Eletrônicos. Rio Grande do Sul: INTERCOM, 2010. Disponível em < http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/resumos/R5-1663-1.pdf >. Acesso em 15 out. 2013. CUTTER, Jeff. Mulher morrendo. 2010. 1 frame de filme. In: A HORA do Pesadelo . Produção de Michael Bay. Direção de Samuel Bayer. Estados Unidos: New Line Cinema, 2010. AVI, Ntsc, color. FALCÃO, F. T. et al . Apontamentos sobre vilania nos filmes O Chamado (EUA) e Ringu (Japão). In: XXXV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Fortaleza, Ceará. 2012. Anais Eletrônicos . Ceará: INTERCOM, 2012. Disponível em < http://www.intercom.org.br/sis/2012/resumos/R7-1459-1.pdf >. Acesso em 15 out. 2013. GARCIA, G. C. Corpo, violência e transgressão: os afetos degenerados no cinema de terror contemporâneo . In: Fazendo gênero 9. Santa Catarina. Ago. 2010. Anais Eletrônicos. Santa Catarina: Diásporas, Diversidades, Deslocamentos, 2010. Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2013. HAITIKIN, Jacques. Mulher morrendo. 1984. 1 frame de filme. In: A HORA do Pesadelo . Produção de Robert Shaye. Direção de Wes Craven. Estados Unidos: New Line Cinema, 1984. AVI, Ntsc, color. MONTORO, Tânia. Sangue na tela: a representação da violência nos noticiários de televisão no Brasil. In: MOTTA, Luiz Gonzaga (org). Imprensa e Poder. Brasília: Editora Universidade de Brasília e Imprensa Oficial de São Paulo, 2002. NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral . São Paulo. Ed. Schwarcz LTDA (Companhia das Letras), 2004. NJAINE, K e MINAYO, M. C. S. A violência na mídia como tema da área de saúde pública: revisão da literatura . Ciência & Saúde Coletiva, 9(1):201-211, 2004.

ANEXO I

Tabela comparativa de versões da obra A HORA DO PESADELO.

1984 – Dirigida por Wes Craven 2010 – Dirigida por Samuel Bayer

Introdução - 00:00:01 - 00:05:51 Introdução - 00:00:01 - 00:09:21

Apresentação do vilão como em contos de Ambientação tensa; imersão do espectador fábula; a história é introduzida sem o desejo provocada pela composição de cena; de criar proximidade ao mundo real; a sonorização gera um clima de mistério; atmosfera de tensão dá espaço à imaginação crianças simbolizam a violência infantil atual; do espectador, sem acrescentar elementos sangue é trazido nos primeiros minutos da de violência realísticos. trama agravando o contexto violento; uma arma branca (faca) é utilizada como elemento de aproximação da realidade do espectador; uma morte acontece antes dos 10 minutos iniciais do filme; o vilão possui personalidade sádica e aborda sua vítima com mais ferocidade e violência, sem apresentar elementos caricatos.

Parte 2 - 00:05:51 - 00:18:31 Parte 2 - 00:09:21 - 00:17:56

Os personagens se reúnem na casa de O enterro de Dean é mostrado; Kris tem uma Nancy e conversam sobre seus sonhos e um visão de uma garotinha jogando flores no homem com garras; uma relação sexual túmulo de seu amigo com uma lesão em seu entre um dos casais é mostrada sem peito; Freddy surge repentinamente e puxa a detalhamento (somente gemidos); Tina ouve perna de Kris, causando susto no um chamado vindo do lado de fora da casa e espectador; durante um diálogo, os se levanta para verificar; Nancy observa um personagens se convencem prontamente que vulto saindo de sua parede sobre sua cama; o assassinato de Dean envolve Tina é perseguida pelo vilão que se diverte circunstâncias sobrenaturais; Nancy observa amedrontando a personagem; ele surge e um vulto saindo de sua parede sobre sua assusta a jovem com suas garras, enquanto cama - diferentemente da primeira versão do ri (o vilão não agride a personagem, somente filme, desta vez o vulto é mais rápido e chega se diverte ao assustá-la); Freddy é mostrado bem próximo ao corpo de Nancy; Nancy é como um vilão caricato e brincalhão, surpreendida por Freddy no sótão de sua aproximando sua imagem à de um palhaço; casa. Ele a derruba no chão, assustando-a, e Tina é ferida pelo vilão com suas garras e pergunta se ela se lembra dele. A voz do assassinada no teto do quarto (a vítima é vilão é distorcida e diabólica; morta com um golpe fatal enquanto Rod a observa no teto do quarto); Tina e Glen encontram o corpo da amiga no chão, sem vida.

Parte 3 - 00:18:31 - 00:29:24 Parte 3 - 00:17:56 - 00:33:33

A investigação sobre o assassinato de Tina Kris luta contra seu sono na sala de aula. Ela inicia e Rod é tomado como principal adormece e tem um sonho no qual Freddy a suspeito; O pai de Nancy captura o jovem, persegue; O vilão a ameaça verbalmente. prendendo-o preventivamente; Nancy luta Nesta versão Freddy possui maior número de contra seu sono na sala de aula. Ela falas e demonstra-se mais agressivo; Kris adormece e tem um sonho no qual o cadáver ouve um barulho fora de sua casa e encontra de Tina dentro de um saco com sangue seu cachorro ensanguentado e morto; A cena conversa com ela; Fred faz uma piada com em que Freddy mata Tina no quarto é Nancy enquanto ela corre pelos corredores recriada, dessa vez com Kris no lugar da da escola; Fred persegue Nancy em seu jovem. As agressões são ultra-realistas e sonho. Um clima de tensão e gerado em possuem um maior impacto violento. A jovem meio à comicidade expressada pelo vilão, é morta pelo vilão; Jesse é capturado pela que ri e se diverte amedrontando sua vítima. polícia e preso como principal suspeito.

Parte 4 - 00:29:24 - 00:47:30 Parte 4 - 00:33:33 - 00:48:40

Freddy ataca Nancy enquanto a jovem se Jesse adormece em sua cela na prisão e banha tentando afogá-la em uma banheira; entra no mundo de Freddy. Ele foge e Nancy toma suplemento alimentar para se encontra o cadáver de seus dois amigos que manter acordada; Nancy pede a Glen para foram assassinados. Freddy surge e vigiá-la adormecer para que ela persiga conversa com Jesse aterrorizando o jovem Freddy. Ela observa o assassino indo atrás psicologicamente. O vilão surge por trás do de Rod na cadeia. A jovem tem uma visão na jovem e perfura sua barriga com um golpe qual Tina chama por seu nome e Freddy súbito. A violência é agravada pela surge, perseguindo-a. Ela é ataca pelo vilão, quantidade de sangue e pelo desespero de porém seu relógio desperta acordando-a e seu colega de cela ao observar o ocorrido. trazendo-a de volta à realidade; Freddy mata Freddy aparece, em seguida, descrevendo o Rod enforcando-o em sua cela. A cena é funcionamento do corpo humano após a rápida. parada cardíaca e afirma ainda ter mais seis minutos para brincar com sua vítima. Observa-se o sadismo do malfeitor; Em cena subsequente, Quentin oferece medicamento para Nancy se manter acordada; Na cena em que Nancy é atacada por Freddy enquanto se banha, a jovem não afoga, mas é abordada, em seus sonhos, pelo malfeitor que afirma que ela era sua preferida, lambendo sua orelha. A cena sugere que houve pedofilia.

Parte 5 - 00:47:30 - 00:58:53 Parte 5 - 00:48:40 - 01:03:31

Nancy é levada a um hospital para uma Nancy desconfia que sua mãe esconde a bateria de exames; ela é colocada para verdade sobre Freddy; a mãe da jovem conta dormir e traz o chapéu de Krueger para o a história envolvendo o abuso sexual de mundo real após um pesadelo; a mãe de crianças por Krueger; intrigada, Nancy Nancy afirma para sua filha que Fred está começa a pesquisar o nome de todos os morto. Nancy se irrita por saber que sua mãe jovens envolvidos no escândalo de pedofilia. conhece a verdadeira história envolvendo o Na Internet, sites noticiam a recente morte vilão de seus sonhos e discute com a mulher; dos jovens; Quentin se distrai durante sua Posteriormente, a mulher afirma que Freddy aula de natação e é levado ao mundo de matou mais de 20 crianças na vizinhança, Krueger, onde o jovem descobre que o sem fornecer maiores detalhes. Ela conta pedófilo foi queimado vivo pelos pais das que os pais das crianças se juntaram e crianças que foram abusadas. A cena é mataram o malfeitor, ateando fogo em seu altamente realista e mostra o desespero do esconderijo; vilão em chamas; na biblioteca, Nancy observa outro jovem em um Vlog sendo morto por Freddy; a cena da versão de 1984, na qual Tina é vista por Nancy morta em um saco plástico é recriada com Kris substituindo Tina.

Parte 6 - 00:58:53 - 01:11:53 Parte 6 - 01:03:31 - 01:11:43

Nancy pede a Glen que a ajude a capturar Nancy sofre algumas pequenas alucinações Freddy, trazendo-o para o mundo real; Nancy em que Freddy aparece; durante uma de observa sua mãe com uma garrafa de bebida suas alucinações, Nancy consegue arrancar alcoólica; ao atender ao telefone Nancy é um pedaço da roupa de Krueger e trazer para surpreendida por uma das brincadeiras de a realidade. Durante o sonho, Fred corta o Freddy, que a lambe através do aparelho; O braço de Nancy com suas garras; A jovem é assassino agarra Glen em seus sonhos e o levada ao hospital; Quentin furta adrenalina puxa para dentro de sua cama. Uma enorme de hospital e injeta em sua perna para se quantidade de sangue é vista saindo de um manter acordado. buraco da cama do jovem ao teto.

Final - 01:11:53 - 01:29:08 Final - 01:11:43 - 01:31:20

Nancy prepara algumas armadilhas em sua Quentin e Nancy vão até a escola onde casa para capturar Freddy. A jovem Freddy supostamente abusava das crianças. adormece e é transportada para um mundo Quentin, assim como Nancy, apresenta fantástico. Ela salta sobre Krueger e o traz pequenas alucinações e imagina Krueger. No para o mundo real. Nancy utiliza suas esconderijo de Fred, Nancy se lembra de armadilhas para se proteger. Ela joga flashes onde fora supostamente aliciada pelo combustível em Fred e ateia fogo. O vilão vai homem. Quentin encontra fotos de Nancy atrás da mãe de Nancy, matando-o nua quando criança, confirmando a teoria queimado. O corpo da mulher é sugado por sobre a pedofilia; Quentin e Nancy elaboram sua cama e Freddy surge ameaçando Nancy. um plano para matar Krueger, trazendo-o Ela afirma que o vilão é somente um sonho e para o mundo real. Fred encontra Quentin e o não é real. Ele tenta atacá-la e desaparece. agride contra canos, cortando seu peito com Ao final da trama, Nancy acorda em sua um golpe; Freddy ameaça Nancy e mostra a rotina normal, com seus amigos e familiares ela vários cadáveres. Ele surge na casa da vivos e se prepara para ir à escola. O carro jovem e a persegue, ameaçando-a. A cena de Glen tranca os jovens, Nancy entra em final é longa e tensa, em que Fred tortura pânico e sua mãe é vista sendo atacada por psicologicamente a jovem. Há uma tensão Krueger, deixando margem para uma sexual sugerida por uma intenção de estupro; possível sequência ao filme. Quentin injeta adrenalina em Nancy, trazendo-a de volta para o mundo real, juntamente com o vilão. Após uma luta entre os mocinhos e o malfeitor, Nancy mutila a mão de Krueger e desfere um golpe final em seu pescoço, matando-o. Ela ateia fogo na escola e salva Quentin; Nancy é mostrada chegando em sua casa com sua mãe e a mulher é morta por Fred que sai abruptamente do espelho e desfere um golpe ultra-realista nos olhos da mulher, matando- a. A cena deixa margem para uma possível sequência ao filme.

Personagens centrais: Personagens centrais:

GLEN - TINA - NANCY - ROD DEAN - KRIS - NANCY - JESSE - QUENTIN

O Diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie Capitu.

Débora Damasceno Silva, Luara Soares Farias e Thomaz Siqueira de Araújo.

“Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que lhes dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo [...]. Também não achei melhor título para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo.” Machado de Assis (Dom Casmurro)

Começando por introduzir o leitor num acaso de uma de suas noites que lhe rende a alcunha de Dom Casmurro, o já idoso Bento Santiago vai nos conduzir por suas memórias e tentar reviver o que viveu, quando se apaixonou por sua vizinha contrariando as expectativas da mãe, que sempre o quis padre. Usando o leitor como respaldo, isentando-se de certa culpa e transferindo para este a responsabilidade de preencher as lacunas existentes no enredo. Construindo uma narrativa ambígua e que até hoje suscita dúvidas acerca da fidelidade de Capitu. Houve de fato adultério? A análise que segue pretende explorar o diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie Capitu. Essa relação dialógica entre as duas obras se dá pelo fato da microssérie ser uma resposta sofisticada ao romance, o dialogismo indica sempre uma relação com o outro (informação verbal¹). O texto produziu uma compreensão responsiva ativa por parte do diretor Luiz Fernando Carvalho para a obra de Machado de Assis, que nesse sentido dá espaço a interpretações, sugestões e convida o leitor a preencher as lacunas deixadas pelo protagonista Bento Santiago. Luiz Fernando Carvalho nega o rótulo de adaptação, aproximação e diálogo lhe caem melhor. Um exemplo é o título Capitu em detrimento do título original, algo instigado pelo próprio livro. Na configuração temporal, o romance foi usado como elemento do passado e a microssérie como elemento da atualidade. Porém, cabe ressaltar que os escritos Machadianos não apresentam constituição anacrônica e a própria série serve para atestar a atemporalidade em questão. Embora o livro tenha sido lançado no ano de 1889, ano de transição do Império para a República, “Dom Casmurro” é ambientado no Segundo Reinado. A forma de governo é a Monarquia, tem como capital o Rio de Janeiro e quem está à frente do Império é D. Pedro II. À medida que o tempo transcorre o leitor é situado na narrativa. Os fatos históricos não influenciam diretamente na narrativa. Capitu foi lançada no ano de 2008 em comemoração ao centenário da morte de Machado de Assis.

¹ Informação obtida na aula de Literatura Estrangeira em Língua Vernácula, na Universidade de Brasília. A metalinguagem, recurso pelo qual o narrador se dirige diversas vezes diretamente ao leitor, usada no livro permite um clima nostálgico e persuasivo que envolve quem está lendo. Vale destacar os diferentes tratamentos, desde amigo a desgraçado, passando por leitor das minhas entranhas, indicando um nível maior de intimidade. A mudança do meio produz mudança de recurso, que não deixa de ser análogo. Em Capitu houve a chamada quebra da quarta parede, que é quando o autor faz alguma intervenção dirigindo-se à plateia. A todo instante Dom Casmurro está a conversar com o espectador olhando para a câmera. As lacunas do texto são reproduzidas como pausas dramáticas na televisão. No entanto não há uma fidelidade absoluta porque a passagem de um meio puramente escrito para a linguagem televisiva que tem efeitos sonoros, palavra escrita e falada e imagens em movimento engloba outras possibilidades. Há um contraponto interessante entre as duas obras. Enquanto Dom Casmurro é situado como obra realista, Capitu se caracteriza justamente pelo não realismo de sua estética e o diálogo com diferentes formas de arte. Embora haja as especificidades do meio televisivo, ela é pautada na experimentação estética (PROENÇA,2010). O texto literário permanece o mesmo nos dois meios, entretanto na série elementos da cultura pop são misturados ao texto original. Nesse aspecto são de grande relevância o uso de aparelhos contemporâneos de reprodução musical, colagens tanto na abertura quanto no cenário, a tatuagem de Capitu, cenário atual justaposto a imagens de arquivo, elementos cenográficos confeccionados em material reciclado, cenas no metrô e grafites na parede, o próprio local onde foram feitas às gravações, um prédio abandonado no Rio de janeiro transformado em espaço de ópera. A trilha sonora que mescla música erudita, clássicos de musicais norte americanos, heavy metal, rap nacional, samba e o tema principal Elephunt Gun da Banda Beirut que condiz perfeitamente com o caráter nostálgico da narrativa. Traduzindo os versos primeiros têm-se “Se eu fosse jovem, eu fugiria desta cidade. Eu enterraria meus sonhos embaixo da terra”, condizente com a vontade do protagonista de retornar à juventude. Outros campos artísticos conversam em Capitu. Primeiramente a ópera na própria constituição do espaço, o teatro na expressão dos atores e no seu modo de interpretar baseado no método de Bretch e a maquiagem de clown de Dom Casmurro. Todas convergindo para apresentar uma obra de confecção singular e baseada na experimentação estética. Toda a linguagem poética presente em Capitu representa um caminho criativo para a televisão, nos remete ao pensamento de Arlindo Machado (2005) de que é possível sim fazer obras de qualidade para esse meio. A televisão sempre foi vista como um meio inferior e seus produtos de qualidade duvidosa, Capitu em toda sua representação artística refuta esse pensamento.

Mesmo o produto mais “difícil”, mais sofisticado e seletivo encontra sempre na televisão um público de massa. A mais baixa audiência de televisão é, ainda assim, uma audiência de várias centenas de milhares de telespectadores e, portanto, muito superior á mais massiva audiência de qualquer outro meio, equivalente à performance comercial de um best seller na área de literatura. Essa é, talvez, a contribuição mais importante da televisão para a superação Da incomoda equação “melhor repertório/menor audiência”: agora, mesmo a Menor audiência é sempre a maior que um trabalho de alta qualidade poderia Almejar. Esse simples fato já não justifica toda a televisão?(MACHADO,2005:30)

Por fim ao analisarmos o diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie Capitu, nota-se que mesmo se tratando de meios diferentes alguns recursos tornam se análogos. O que fomenta a possibilidade de Comunicação entre o meio literário e a televisão, onde a literatura pode ser fonte inesgotável de inspiração artística.

Folha de rosto da primeira edição de Dom Casmurro, 2009. Fotografia.

Descrição do personagem no site oficial da série, 2010.

Referências bibliográficas:

ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: editorialSol90.

GUIMARÂES, Hélio de Seixas. Os leitores de Machado de Assis e o público de literatura no século 19. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2004.

MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

PROENÇA, Danyella Neves e Silva. Arqueologia do invisível: Reflexões sobre o poético na obra de Luiz Fernando Carvalho. Brasília: EdUNB , 2010.

COCA, Adriana Pierre. As subversões cronotópicas na microssérie Capitu. Revista Temática, Paraíba, Ano IX, n. 1, jan. de 2013. Disponívelem: Acesso em: 21 out. 2013

ENCONTRO DE LEITURA E LITERATURA DA UNEB. PIVA, Mairim Linck. Capitu, um olhar, muitos mundos. Uma outra fruta dentro da casca. Disponível em: Acesso em:21 out. 2013

EDIÇÃO princeps Dom Casmurro. 1 Fotografia, color. Disponível em:< http://glamurama.uol.com.br/reliquia-19885/> Acesso em: 29 nov. 2013

PERSONAGENS em fase adulta Capitu. Disponível em:< http://capitu.globo.com/CDA_Seriado3/upload/DomCasmurro.html> Acesso em: 29 nov. 2013

Chaves, os anos se passam e continuamos a sorrir Fabiana Cristina, Fernanda Souza e Helize Soares

“Este personagem era o melhor exemplo de inocência e da ingenuidade próprias de um garoto, e o mais provável é que essas características tenham gerado o grande carinho que o público sentia por ele. O espectador desconhece o nome verdadeiro de Chaves, assim como desconhece quem vive com ele na casa de número oito do cortiço.”. Roberto Bolaños

Neste trabalho desenvolvemos uma pesquisa sobre o seriado chaves e o nosso objetivo é expor as mudanças ocorridas de acordo com o tempo. Os elementos correlacionados aqui são o chaves em forma de série e o chaves em aspecto de desenho. Tudo começou com Roberto Bolaños, segundo a uma entrevista apresentada no vídeo “História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio”, Chesperito (que significa pequeno Shackespeare, apelido dado a Bolaños por um produtor, Shackespeare pelo fato de achá-lo muito genial e pequeno por sua estatura), nascido em 21 de fevereiro de 1929, tentou ser boxeador e jogador de futebol, mas não teve sucesso, formou-se em engenharia, mas nunca exerceu a profissão, porque na verdade o que ele gostava mesmo era de escrever, então fez um teste para escritor em uma agência e passou. Ao longo do tempo ele descobriu que era capaz de criar pequenas frases que causavam impacto no público. Foi convidado para escrever o roteiro de um programa de rádio, chamado de Viruta e Capulina. Os primeiros roteiros tiveram tanto sucesso que o tempo de duração do programa aumentou. Logo após, um patrocinador da rádio levou o programa para a televisão. Sua primeira atuação foi aos 29 anos, quando um ator faltou e ele o substituiu, o programa era ao vivo e sem cortes, ele foi bastante elogiado e incentivado a continuar na carreira de ator. Aos 36 dirigiu um programa por acidente. Bolaños se tornou um dos roteiristas mais requisitados da época e chegou ao ponto de escrever dois programas que disputavam o primeiro lugar em audiência. Mas ele descobriu que gostava mesmo era de atuar. Mais tarde foi chamado pra o canal 8 do México (Que hoje é a Televisa) e foram disponibilizados dois quadros para ele. Depois de diversos programas criados em 1970 teve o seu primeiro sucesso El Chapolin Colorado, um ano mais tarde surgiu o seu segundo sucesso El Chavo del Ocho (O Chaves) que já está há mais de 40 anos no ar e em vários países, inclusive o Brasil. Em 1992 encerrou a gravação dos programas, além de outro problemas por sua idade já avançada. “Ele já não conseguia mais fazer os movimentos rápidos do Chapolin e nem as piruetas do Chaves” (História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio). Em 2009 ele se aposentou definitivamente. A série conta a história de um menino pobre, cujo aparecimento e nome são misteriosos, que se relaciona com vários moradores de uma vila e ele vive várias aventuras e situações humoradas, além de ser humorado, o seriado também dá diversas lições de vida e moral e muitos ensinamentos, um dos exemplos pode ser a frase “As pessoas boas devem amar seus inimigos”, usada por Seu Madruga em um dos episódios. O elenco principal é composto por Roberto Bolaños (Chaves), María Antonieta de las Nieves (Chiquinha), Ramón Valdés (Seu Madruga), Florinda Meza (Dona Florinda), Carlos Villagrán (Quico), Edgar Vivar (Seu Barriga), Rubén Aguirre (Professor Girafales), Angelines Fernández (Dona Clotilde), Horácio Gómez (Godinez) e Raúl Padilla (Jaiminho). O tipo de humor usado pode ser classificado como humor pastelão que segundo o dicionário “Nossa Língua Portuguesa”, significa: “Tipo de humor escrachado usado no entretenimento, muitas vezes, caracterizado como escárnio”, esse tipo de humor é simples, debochado e ingênuo. A série em si, é simples, não só em seu humor, mas também em questão de figurino e cenário. Pela simplicidade e limitações, ela acaba ativando a nossa imaginação e nos prendendo a qualquer acontecimento que venha a ocorrer. Um dos episódios mais conhecidos é o “Vamos ao Cinema?” em que na versão dublada é dito que eles assistiram o filme do pelé, só que na versão original é dito que eles foram assistir o filme “El Chanfle”, filme dirigido por Enrique Segoviano e tendo como elenco, o mesmo elenco de “El Chavo del Ocho”. “Neste filme de 1979, Chanfle (Roberto Goméz Bolaños) trabalha em uma equipe de futebol e tem uma vida muito modesta, comparada à de Valentino (Carlos Villagrán), estrela do time, que tem o contrato renovado por mais dois anos por uma quantidade exagerada, quando ele ameaça ir para o Real Madrid." (Filmow). Neste mesmo episódio eles vão ao cinema outra vez, mas dessa vez a turma toda, Chaves ao não gostar do filme que esta assistindo, diz uma frase épica sendo ela “Teria sido melhor ter ido ver o filme do pelé” em português, e “Hubiera sido mejor haber ido a ver la Película, "El Chanfle"” em espanhol, sendo a tradução “Teria sido melhor ter ido ver o filme “O Chanfle”” (Youtube). Chesperito já tentou ser jogador de futebol, acredito que seja um grande amante do mesmo, por ver em vários episódios que ele brica de ser jogador. “Foi no dia 21 de outubro de 2006 que “El Chavo, La serie animada”, conhecido também como “Chavo Animado”, que no Brasil foi chamado de “Chaves em desenho Animado”, estreou no México e, logo em seguida, teve presença marcada no mundo e passou a ser exibido pelos canais Cartoon Network e pelo Boomerang”. (Martínez, 2012). Na série original, a linguagem foi desenvolvida para adultos e crianças, mas mais para adultos, já no desenho é ao contrário, as crianças são o foco. As palavras e piadas também são diferentes, não há o mesmo conteúdo, como antigamente. Essa nova linguagem está mais próxima da atual linguagem usada no meio infantil. Os episódios, também já não tem o mesmo teor nem enredo, eles apontam mais para uma coisa pronta, algo que não precise de muito para imaginar o que aconteceu ou o que acontecerá, um exemplo é quando na série o chaves imagina algo, mas nós acabamos imaginando junto com ele, já no desenho quando ele imagina algo, aparece exatamente o que ele imaginou, sem que nós precisássemos agir. A série tinha muitas limitações, pois naquela época não havia como fazer tanto, pois a tecnologia ainda era muito arcaica e mal desenvolvida. Já no desenho, vemos que tudo é expandido, os personagens podem visitar novos cenários, pode se colocar mais personagens na trama sem que precise da contratação de um novo ator, imaginações podem ser mostradas literalmente como pensadas, os custos se tornaram menores e a tecnologia fez com que tudo se tornasse mais explicito e de certa forma mais real, no sentido de mostrar a realidade como foi pensada e fazer com que o espectador receba a mensagem literalmente como a que queria ser transmitida. Vemos que o programa passou por varias transformações, para se encaixar a atualidade, o publico mudou e a época também. Na verdade isso acontece com muitas séries para que não saiam do ar. A linguagem também é um ponto importante, pois quando ela é atualizada, o publico se torna atualizado. Essas transformações são necessárias, para que os meios de comunicação estejam sempre à frente. O seriado Chaves faz sucesso até hoje, mais sucesso que o desenho e isso ainda é uma curiosidade, pois mesmo passando gerações ainda assim, as pessoas estão se interessando por esse tipo de humor, a série realmente se transformou em um clássico, essa popularidade pode ser vista no vídeo América Celebra a Chespirito (YouTube).

Aqui, vemos que no desenho permanecem todos os personagens originais, exceto Chiquinha.

Fonte: (Fotos turma do chaves - As Imagens)

Esta é a formação original dos personagens.

Fonte: (Desconhecido)

Bibliografia BOLAÑOS, R. G. (1995). El Diario del Chavo del Ocho. México: Punto de Lectura. DESCONHECIDO. (s.d.). Fotos turma do chaves - As Imagens. Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em As Imagens: http://www.asimagens.com/i/bTn4zAkTG.jpg FILMOW. (s.d.). El Chanfle | Filmow. Acesso em 18 de 11 de 2013, disponível em Filmow: http://filmow.com/el-chanfle-t13830/ Fotos turma do chaves - As Imagens. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em As Imagens: http://www.asimagens.com/i/zT94GLXTM.jpg MARTÍNEZ, G. (3 de Maio de 2012). “El Chavo del 8” no México e “Chaves” no Brasil | SICOMPET - O portal de notícias do Gupo PET/RTV. Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em Sicom Pet: http://www.petrtv.com.br/2012/05/el-chavo-del-8-no-mexico-e- chaves-no.html MARTINS, G. B. (s.d.). ▶ História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio - YouTube. Acesso em 16 de Novembro de 2013, disponível em Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=bOQ8FYV9YTc ROSA, A., Costa, B. d., Carvalho, B. R., Yamada, F. H., Souza, F. L., Oliveira, F. L., et al. (Junho de 2012). Chaves: Uma Minirrepresentação Da REALIDaDE Latino-Americana - Monografias - Nandalopes1. Acesso em 16 de Novembro de 2013, disponível em Trabalhos Feitos: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Chaves-Uma- Minirrepresenta%C3%A7%C3%A3o-Da-Realidade-Latino-Americana/339899.html WIKIPÉDIA. (s.d.). El Chavo animado. Acesso em 23 de 10 de 2013, disponível em El Chavo animado: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/El_Chavo_animado WIKIPÉDIA. (s.d.). El Chavo del Ocho. Acesso em 23 de 10 de 2013, disponível em Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/El_Chavo_del_Ocho Youtube. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em El Chanfle (1978) Completo (Legendado) - YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=ZfWWZ51YRYE YouTube. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em ▶ América Celebra a Chespirito - Completo - YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=bUkJ_LElfOc

UNIVERSIDADE DE BRASILIA – UNB

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO

ALUNA: KEILA FLÁVIA DA ROCHA MATRÍCULA 12/0056291

DISSERTAÇÃO:

A REPRESENTAÇÃO DO JUDEU NO CINEMA ALEMÃO DE 1927 ATÉ 2013

O cinema não é só um meio extremamente eficaz de se transmitir uma idéia, mas também muitas vezes, é um espelho da sociedade e da época na qual foi produzido. O cinema pode lançar mão de patriotismo, revolta, guerra, medo, emocionando , refletindo e conduzindo uma sociedade. A exemplo disso podemos citar o cinema alemão à época da campanha nazista. Os filmes nazistas mostravam o judeu como sujo, ardiloso, invejoso, egoísta, imoral, ambicioso, vil, desonesto. Mas será que foi apenas com Hitler, na Segunda Guerra que esta aversão ao judeu foi evidenciada? E Hoje? Como o judeu é representado no cinema alemão? O holocausto é um assunto um tanto delicado na Alemanha. O Objetivo deste texto é abordar a representação do judeu no cinema alemão, não restrito ao período da Segunda Guerra, mas em período anterior, 1927 com o filme Metopolis de Fritz Lang, passando pelo ápice do antissemitismo com o “Judeu Suss”(1940), Os Falsários (2007), A fita Branca (2011) e por fim Hanna Arendt (2013).

O filme Metropolis, apesar de ter sido lançado em 1927, já mostrava sinais de aversão ao judeu através do personagem Rotwang, um cientista sem escrúpulos, perturbado, amante da magia negra, que tinha o objetivo de destruir a sociedade criada por “Joh Fredersen” “Metropolis”. Para isso faz intrigas, causa revoltas e descontentamento tanto no lado rico da cidade quanto no subterrâneo( pobres) e, por fim, a Metropolis declina. Em todas as portas do cientista Rotwang estão impressas o pentagrama, fazendo alusão a Estrela de Davi, símbolo judaico. Este filme foi dirigido por Fritz Lang, daí a maravilhosa fotografia da cidade futurista e cenários. O Roteiro foi escrito por ele e sua esposa à época Thea Von Harbour , está simpatizante do “nazismo” e antissemitismo. È interessante alertar que Fritz Lang era filho de judia convertida e com o avanço das idéias nazistas, fugiu da Alemanha, enquanto sua esposa permaneceu no país e auxiliou bastante a campanha nazista. Em 1940 é lançado o Judeu Suss, dirigido por Veit Harlam é o ápice do antissemitismo e da propagando nazista. O filme narra as “artimanhas” do judeu Joseph Suss, funcionário do Ministério da fazenda conselheiro de Carlos Alexandre, Duque de Wurttemberg. O protagonista é o judeu estereotipado, avarento e imoral, que promove a imigração judaica no ducado, aumentando a inflação e levando o povo a ruina. Além claro, de ter grande desejo por mulheres, tendo caso com a esposa do duque e posteriormente, estuprou a “mocinha” do filme, Dorothea, na frente do marido, enquanto este era torturado. Como consequência, Dorothea comete suicídio. Obviamente que no final da trama, este judeu “paga” por seus crimes. Mas o importante è entender que aqui é escancarado que o vilão é o judeu, ardiloso e imoral, que trai a confiança do duque, que se relaciona com várias mulheres inclusive casadas, que estupra que conduz um reino a derrocada. Enquanto no filme de Fritz Lang existe apenas uma alusão ao judaísmo, no Judeu Suss, existe uma definição de caráter, uma justificativa para a desconfiança e para aversão ao povo judeu.

Com um salto de mais de sessenta anos, será abordado o filme “Os Falsários” de Stefan Ruzowitzky Oscar de melhor filme estrangeiro. Neste filme o judeu Salomon, que era falsificador é preso em campo de concentração e acaba por ajudar o III Reich na falsificação de moeda estrangeira, visando abalar a economia dos países inimigos e ao mesmo tempo encher os cofres alemães. Faz alusão à real “Operação BERNHARD” , que na época da II Guerra contou com a participação de vários prisioneiros dos campos de concentração. Neste filme obviamente o enfoque e a falsificação, nada referente ao quotidiano no campo de concentração. A mensagem neste filme já mostra diferenças importantes. Existe um campo de concentração, existe medo em permanecer no campo, não existe uma tentativa de justificar o porquê de se exterminar judeus. O judeu aqui apesar de ser falsário, juntamente com seus colegas, tem um lado humano, não esteriotipado, obviamente existe o desejo primário de sobreviver e aluta para se alcançar este objetivo.

“A Fita Branca” (2011) Michael Haneke, conta o quotidiano de um grupo de crianças em um aldeia alemã em 1913. Essas crianças são submetidas aos adultos, castigadas austeramente, sem direitos, Porém essas crianças invertem a situação ao mesmo tempo refletindo as atitudes dos adultos hostis. A mensagem deste filme é pesquisar a origem para a frieza e crueldade e violência que culminaram na Guerra, na intolerância . Não se aborda aqui vítimas do holocausto, judeus torturados ou estereótipos mas, o que levou a tudo isso qual foi a causa da frieza e da intolerância tão visíveis na II Guerra e no antissemitismo. “Hannah Arendt “ (2013), de Margareth Von Trotta, não aborda a história da filósofa refugiada de campo de concentração da II Guerra. Mas a cobertura do julgamento em Israel do nazista Adolf Eichmann em 1963 pela protagonista. A questão é que neste julgamento Hannah Arendt se manifestou de certa forma “branda” , justificando seu posicionamento na ignorância e falta de questionamento, conhecimento e discernimento e inteligência do julgado. O identificou como um personagem menor, incapaz de questionar ordens ou agir com ética e caráter. A mensagem aqui é muito parecida com a mensagem do Filme “A Fita Branca”, nos dois tenta se abordar uma semente para o mal, uma justificativa no sentido de trauma, ignorância ou burrice capaz de ter feito alguém cometer atrocidades sem questionamento, sem identificação de limites, se certo ou errado. A figura aqui, não são judeus, campos de concentração, mas o que levou os alemães a agirem desse modo na Guerra II. Que forma levados pela irracionalidade ou confiança cega e inquestionável a um superior e principalmente, a um Fuher que, praticamente era idolatrado.

Em resumo, a representação do judeu é bastante nula no cinema alemão, apesar das atrocidades nos campos de concentração, observa-se não haver uma necessidade ou intenção de retratação com o povo judeu . Simplesmente se evoluiu da intolerância para a necessidade de justificar a mentalidade e também psique das pessoas que acabaram por tomar parte do holocausto sem ter consciência real do ato.

METROPOLIS – FRITZ LANG (1927)

O JUDEU SUSS – VEIT HARLAM (1940)

OS FALSÁRIOS – ESTEFAN RUZOWIZTKY (2007)

A FITA BRANCA – MICHAEL HANEKE(2011)

HANNAH ARENDT – MARGARETH VON TROTA (2013)

Fantástico, o show da vida: o programa do domingo na televisão brasileira. Cecília Moreira, Letícia Hubner e Priscila Sá

“Olhe bem, preste atenção. Nós temos mágicas para fazer. Assim é o Show da Vida, há 40 anos no ar.” José Bonifácio

O produto da comunicação que será apresentado aqui é “Fantástico: o show da vida”, um programa de televisão em forma de revista eletrônica. É exibido aos domingos, na rede Globo, com duração de 2 horas, aproximadamente, e dividido em sete blocos. O Fantástico é um painel dinâmico daquilo que se produz em uma emissora de televisão, pois permite a experimentação de novas linguagens e formatos, além de transmitir humor, documentários, jornalismo, denúncia, música, dramaturgia, ciência e outros. Em 1973, dia 5 de agosto, estreava o programa ambicioso que prometia encantar as famílias. As pautas escolhidas tinham que dar a ideia de espetáculo embutido, algo para representar um verdadeiro show. Ainda sobre isso, tem-se: “...o Fantástico, nesse sentido de espetáculo jornalístico, deve parte de sua inspiração e referência à revista O Cruzeiro de Chatô, particularmente ao formato das famosas reportagens ilustradas de Jean Mazon e David Nasser, que foram parte substancial do estrondoso sucesso da revista nos anos de 1950“ (ROCHA e AUCAR, 2011, p. 48).

O Fantástico foi criado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, “Boni” – diretor de Operações da Rede Globo – e envolvia a participação de diversos setores da emissora e diversos envolvidos, desde diretores jornalistas a produtores musicais. A intenção inicial era substituir o programa jornalístico Só o amor constrói. Algumas mudanças de apresentadores e direção ocorreram ao longo dos 40 anos de Fantástico. Em 1988, Sérgio Chapelin foi substituído por William Borner e Valéria Monteiro. A direção do programa, em 1993, foi substituída por Luiz Nascimento, que se preocupou em transmitir mais humor e criatividade (Memória Globo, 1993). Em 1996, Pedro Bial, Fátima Bernardes e Zeca Camargo passaram a apresentar o programa, porém em 1997, Glória Maria assumiu o posto de Zeca. Patrícia Poeta também participou desse grande revezamento, permaneceu 4 anos no programa, quando em dezembro de 2011, assumiu o Jornal Nacional. Com esta ocasião, Renata Ceribelli assumiu o posto. Atualmente, os apresentadores oficiais são Tadeu Schmidt e Renata Vasconcelos. O Fantástico se tornou um dos programas familiares de maior público aos domingos, além de deter um dos melhores índices da televisão brasileira. Ao longo dos anos, muitas mudanças ocorreram, porém mantendo a mesma linha original da programação, por exemplo, quadros foram criados e outros removidos. O programa apresenta quadros que variam com assuntos como ciência, vida cotidiana, humor, saúde, esportes, cultura, curiosidades, política, notícias recentes, entre outros. Estes acabam após um determinado período, dando lugar a outros novos quadros e assim sucessivamente. Apesar de serem constantemente trocados, mantêm a mesma temática, para que continuem entretendo os diversos públicos. As aberturas do programa merecem destaque. A primeira abertura começava com um feto no útero materno, junto de um grande balé coreografado. Em 1977, por exemplo, mostrava bailarinos em figurinos modernos dançando ao som de uma discoteca. Destaca- se aí, o visual sempre à frente da época que o programa procura passar aos telespectadores. Porém, desde abril de 1995, as tradicionais aberturas foram substituídas por vinhetas simples de 5 a 10 segundos. Em 2010, a vinheta passou a ter 30 segundos, recebendo novas imagens. Percebe-se que, nos dias atuais há uma maior simplicidade e rapidez na vinheta de entrada do programa, porém, com uma ótima produção estética. Esta redução no tamanho das vinhetas de abertura do programa mostra como as prioridades deste produto mudaram para atender as demandas da atualidade.

A ambientação do programa também merece destaque. Na época de sua estreia, em 1973, grande parte do Fantástico era gravada em ambientes externos. Com a introdução da cor, a partir de 1974, houve a necessidade de se dar mais atenção a detalhes do cenário, que foi ficando mais amplo e com menos desenhos, além de receber uma iluminação mais sofisticada. Em fevereiro de 2012, na edição de nº 2000, o cenário é repleto de iluminação de cores e telas de vários tamanhos, um deles no piso. Com a chegada do jornalismo em HD, o programa se tornou HD em sua maioria. Isto reforça como o programa segue as renovações tecnológicas vigentes e as adapta à ele.

Apesar do Fantástico não apresentar conteúdo unicamente informativo, percebe-se que busca manter alguns elementos que visam enfatizar sua linguagem jornalística. Dentre esses elementos, encontra-se a preferência pela apresentação do conteúdo informativo em formato reportagem (matéria completa, com cabeça, off, passagem, sonoras e nota pé) e a busca pelo sentido de novidade alcançado por meio do imediatismo e da exclusividade. Além disso, as eventuais entradas ao vivo buscam trazer sentido de atualidade para as reportagens. Todavia, misturando informação, entretenimento e encenações/dramatizações, e levando em conta as classificações mais comuns de gêneros jornalísticos, percebe-se que o Fantástico não pode ser definido como programa que adota fundamentalmente a linguagem jornalística. Apesar de não ser um telejornal ou uma revista eletrônica de caráter exclusivamente informativo, o programa constitui um espaço que também nos traz alguns fatos que despontam no cotidiano da sociedade brasileira. As imagens capturadas para recompor a realidade apelam para o espetáculo e para o sensacionalismo, como uma super produção de imagens de realidade. É visível que o Fantástico cada vez mais pende para o entretenimento. As encenações, quadros dramatizados das experiências humanas, quadros de reality ganham mais espaço. Cada vez mais o Fantástico quer agregar novos processos, ser inclusivo e, assim, não perder o consumidor. Linguagens e quadros que priorizam a participação do telespectador incrementam a programação a cada domingo. O modelo é de um consumidor mais ativo e que ganha maior espaço no portal do programa e nos canais propiciados pelas redes sociais e telefone. Alguns formatos partem de um consumo on- line e se consolidam com a exibição televisiva, como é o caso dos quadros O conciliador, Bola cheia e Bola murcha e Menina Fantástica. Nos três exemplos, o telespectador entra em contato com a produção do programa via internet e relata as suas histórias. Assim, é preciso aguardar para saber como e se o Fantástico continuará sendo um bom pretexto quanto uma tela adequada para os bens de consumo e se, nesse processo, continuará sendo consumido, ele mesmo, nas próximas décadas.

Fonte: Hans Donner, 2013 Fonte: Hans Donner, 1973

Fonte: Globo, 2013 Fonte: Globo, 1998

Referências bibliográficas: FERNANDES, E.; SANTOS, E. TV ESPETÁCULO – a estética indefinida da tecnocultura. São Paulo, Brasil. Brazilian Journal of Marketing. São Paulo, v. 1, n. 1, 2007. Disponível em: < http://www.revistabrasileiramarketing.org/ojs-2.2.4/index.php/remark/article/view/39/49>

MORAES, H. Informação e espetáculo: análise dos gêneros jornalísticos exibidos no programa Fantástico. Santa Catarina, Brasil. Unisul. Disponível em:

ROCHA, E; AUCAR, B. Fantástico, o show da vida: televisão, convergência e consumo. Rio de Janeiro, Brasil. Revista de Comunicação, Cultura e Política. Rio de Janeiro, v. 11, n. 22, 2011. Disponível em: . Acesso em 16 out. 2013.

Referências da internet: www.memoriaglobo.globo.com/programas www.fantasticooshowdavida.blgspot.com.br

Universidade de Brasília Matéria: Introdução a Comunicação Professora: Juliana Mendes Período: 2º semestre de 2013 Autores: Clara Maruska Almeida da Silva - 11/0112857 José Eduardo Cruz Vieira - 11/0032641 Vicente Gomes da Silva Neto - 11/0021126

Domingão do Faustão - Análise de sua Trajetória

O Domingão do Faustão foi ao ar em 26 de março de 1989, num domingo de páscoa, tendo Fausto Silva como apresentador. O objetivo principal, na época, era de frear a audiência do rival Programa do Sílvio Santos, que até então era líder de audiência nos domingos. Foi concebido no molde tradicional de programas de auditório: dançarinas, música ao vivo, interação com a plateia, etc.

Quando foi ao ar pela primeira vez, o cenário socioeconômico do Brasil era extremamente diferente: hiperinflação iminente, fim recente da ditadura militar e desigualdade social maior. Isso, somado a fatos como que não havia internet, nem celular nem shopping centers abertos aos domingos fazia com que a disputa pelo horário dos domingos fosse extremamente acirrada em meio às emissoras.

Após algum tempo, o Domingão disparou em audiência na frente do Programa Silvio Santos, mas algum tempo depois enfrentou uma rivalidade acirrada com o programa Domingo Legal, com Gugu Liberato. O Domingão, inclusive, chegou a ser ultrapassado pelo rival em certos períodos de tempo. Os dois programas chegaram a dividir, sozinhos, 60% de toda a audiência entre canais abertos na televisão brasileira.

No início dos anos 2000, outros fatores entraram em vigor, como o fato de que outras emissoras começaram a transmitir esportes no mesmo horário, e como o programa Pânico!, da RedeTV!. Faustão mencionou em entrevista à revista Veja que em 2001 passou por um período complicado. A queda de Ibope estava muito alta, havia um embate muito forte com o programa de Gugu Liberato e consequentemente tiveram que mudar a direção do programa para um grupo de jornalistas. Na mesma época, Faustão menciona que o programa passou por momentos trágicos: o episódio com o deficiente Rafael Santos, o Latininho, que foi exposto de uma maneira totalmente ignorante; o quadro Sushi Erótico, em que as pessoas comiam sushi em uma modelo japonesa nua; e por fim o episódio em que o cantor Belo, na época acusado por vários envolvimentos com tráfico de drogas, que foi ao programa e foi defendido ferrenhamente pelo apresentador.

Os episódios de sensacionalismo ferrenho ocorridos no programa foram duramente rechaçados pela produção e alto escalão da Globo, sendo citados como episódios de baixaria, que não se enquadravam no padrão Globo de Produção. De 2011 até hoje, o Domingão se estabilizou numa média de Ibope de 10 pontos. Em alguns momentos, chegando a perder audiência para a Record e o SBT.

Na contemporaneidade, o Domingão do Faustão vem usando fórmulas de sucesso no exterior para compor o programa. O quadro “Dança dos Famosos”, que consiste em artistas renomados em uma competição de dança, é exatamente o mesmo formato que o programa “Dancing With The Stars”, de sucesso nos Estados Unidos. Esse formato foi por diversas vezes usados em variadas oportunidades, como a Dança no Gelo, que foi o mesmo programa, mas as danças eram feitas com patinação e a Dança com Crianças, onde os protagonistas eram as celebridades mirins.

Com o sucesso da Dança dos Famosos, criaram o Circo do Faustão que também foi um reality show em forma de competição com famosos, mas, desta vez, eles faziam atividades circenses ao invés de danças.

Características singulares do programa, é a forma que Fausto Silva se comunica, tendo vários bordões consagrados (“Ô loco meu!”, “Esse(a) é o pai/mãe de fulana”, “Que que isso, bicho”, “Olha o que essa anta fez”, “É brincadeira, bicho”, etc). Adota por estrutura de linguagem uma que possa ter maior contato com seu público alvo são, em sua maioria pessoas das classes C e D, então faz muito uso de gírias e modos de linguagem, além de usar da ferramenta da agressividade na fala para com alguns de seus entrevistados, algumas vezes deixando-os desconfortáveis. Outra coisa que já faz parte do programa são as “vídeo-cassetadas”, com vídeos supostamente engraçados.

O que realmente faz parte do cotidiano do programa desde, é a presença de famosos. O Arquivo Confidencial é o exemplo disso, nesse quadro uma celebridade convidada é bombardeada por depoimentos e até pessoas presentes afim de emocionar o famoso e revelar segredos pessoais cômicos ou nobres. Com um modelo parecido vem o “De cara com a fera” e o “Divã do Faustão”. Também questionando, entrevistando ou compartilhando com o famoso o que ele tem para dizer. Além desses quadros, anualmente o Domingão do Faustão promove uma premiação dos melhores artistas nas suas locações.

Mas nem tudo se baseia nos famosos. Um quadro que há tempos vem fazendo muito sucesso é o “Se Vira nos 30”, em que pessoas comuns tem 30 segundos para impressionar o público com qualquer habilidade que elas tenham, podendo ganhar 20 mil reais. Além deste, outro quadro com pessoas comuns também vem dando certo, é o “Quem Chega Lá?”. Nele as pessoas têm 1 minuto e meio para fazer a plateia rir bastante a ponto de ultrapassar certo volume em decibéis e, a cada vez que tal limite for atingido, ele ganha 30 segundos. Quando completar-se 3 minutos, o competidor passa de fase. O vencedor deste quadro ganha um lugar em algum programa humorístico da TV Globo, o que atrai bastante audiência por esta ser a oportunidade de conhecer quem está renovando à emissora, conhecendo-se então o potencial futuro famoso.

O programa busca renovar seu leque de quadros constantemente, a fim de encontrar atrações que promovam mais audiência, baseiam-se em outros que são sucesso no exterior. Mas em suma, a estrutura do programa é bem imutável, apesar de haver uma sequência imensa de quadros que parecem se renovar. A verdade é que os quadros são substituídos por outros, mas a ideia de todos são sempre as mesmas. Populares fazendo algo incomum, famosos em situações adversas, se emocionando e/ou rindo com o programa, além de promover novas celebridades. O que parece ser um programa que muda bastante ao longo do tempo, pode-se dizer ser o mesmo há tantos e tantos anos.

Quando foi ao 'Arquivo', a Rainha deitou no palco do programa (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo - 1996)

Fausto Silva (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo - 2001)

Dança dos famosos 2011 (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo – 2011)

Premiação Melhores do Ano (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo – 2013)

Bibliografia

Acessado em 23/10/2013: http://www.ofuxico.com.br/noticias-sobre-famosos/gugu-lidera-e-bate-faustao-de-ponta -a-ponta/2011/12/12-125432.html

Acessado em 23/10/2013: www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2001/not20011030p7974.htm

Acessado em 23/10/2013: http://veja.abril.com.br/210508/p_124.shtml

Acessado em 23/10/2013: http://gente.ig.com.br/faustao/

Acessado em 23/10/2013: http://estatico.domingaodofaustao.globo.com/linhadotempo/

Acessado em 23/10/2013: http://tvg.globo.com/programas/domingao-do-faustao/

Acessado em 23/10/2013: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doming%C3%A3o_do_Faust%C3%A3o Universidade de Brasília Faculdade de Comunicação Introdução a Comunicação

Abordagem de um telejornal esportivo: Globo Esporte. Mateus Miranda de Oliveira Alves, Matheus Lopes Silva, Vittoria Fernandes de Oliveira.

“No esporte a comunicação televisiva esportiva, não representa apenas um meio de comunicação, mas uma forma de acesso ao conhecimento sobre os esportes e suas possibilidades” Camile Luciane

Quando estreou, em 14 de agosto de 1978, o Globo Esporte comandado por Léo Batista estava mais para um “telejornal de esportes” do que para um programa de entretenimento. “Era apresentado da tradicional bancada, com textos lidos no teleprompter”1. (OSELAME, 2010) No mesmo ano outros fatos importantes e que merecem destaque ocorriam no Brasil. "Geisel acaba com o AI­5, restaura o habeas­corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil” 2. Ocorre a Copa do Mundo de 1978 e a seleção brasileira acaba ficando em terceiro lugar. O ano de 1978 também foi decisivo para a luta de classes no Brasil. Em maio desse mesmo ano, "a greve da Scania iniciou uma onda de greves de metalúrgicos, professores, bancários e trabalhadores da construção civil que convulsiona todo o país até a derrota da grande greve dos metalúrgicos do ABC em 19803. A democracia foi muito importante para que a mídia, e especificamente os telejornais

1 Teleprompter é o aparelho sobre o qual desfilam sincronizadamente, num rolo de papel ou numa tela, os textos que são lidos pelo apresentador ou ator à frente da câmera. DICIONÁRIO AURÉLIO BETA ONLINE. Significado De Teleprompter. Disponível em: . Acesso em: 16 nov. 2013. 2 DITADURA MILITAR NO BRASIL. Governo Geisel (1974­1979). Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2013). 3 CERDEIRA, Bernardo. O movimento convergência socialista, as greves e as propostas do PS e do PT. Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2013. pudessem ter liberdade de impressa, abaixo acompanharemos as mudanças observadas na abertura do Globo Esporte:

• "1978­81: Um desenho de um jogador de futebol aparece em linhas completadas por quadrinhos pequenos, em outra cena aparece em feixes de luzes. O logotipo tinha uma bola de futebol no centro, em que compõe o título. A trilha original tinha uma batida de discoteca.

• 1981­95: Esta famosa abertura mostrava as cenas animadas, que ampliadas, mostravam Boxe, Ginástica de argolas, Futebol, Remo, Vôlei, Natação, Tênis, Basquete e Automobilismo. No final da abertura, um jogador chuta a bola ao fazer uma transição para o logotipo do programa. A trilha passou a ser mais rápida, e considerada a clássica da história do programa, passando posteriormente por novos arranjos desde 2001.

• Em 1981­86, a bola foi chutada para cima ao transferir para o logotipo que aparece em um fundo preto, o título Globo com a fonte verde e Esporte aparece abaixo em uma fonte branca.

• Em 1986­89, em comparação a versão anterior no final da abertura, a bola foi chutada para a tela ao transferir para o logotipo que foi alterada para o fundo verde.

• Em 1990­92, Após a bola que foi chutada para a tela, o frame final foi cortado para a logomarca da emissora na época surgia um zoom a menos ao completar a palavra “Esporte” virado para direita.

• Em 1992­95, com a estreia da logomarca na época, a mesma surgia virando para frente com um zoom a menos ao formar a palavra “Esporte”.

• 1995­2001: Abertura mostra cenas de atletas cujas personalizadas em animação de cores num fundo azul celeste e que depois surge os espectadores. A trilha permanece a mesma desde 1981.

• 1995 ­ 1ª metade: Mostrou apenas o Futebol e a Ginástica Artística, no final, surge o logotipo completo em que a logomarca da emissora agora em amplo, está junto com a palavra Esporte de nova fonte em um fundo escuro;

• 1995 ­ 2ª metade: Após o Futebol, mostra o Boxe, o Voleibol, Salto e depois, a Ginástica Artística. No final, surge apenas o logotipo da Globo e a parte de zoom a menos é colocado a palavra Esporte.

• 1998­2001: O logo original da mesma vinheta foi substituído pelo o de simples. A parte final da cena da Ginástica foi cortada ao exibir o logotipo em um fundo azul claro, a palavra Globo voltou a ser adicionado no logotipo do programa.

• 2000­2001: Adicionado o Globo de Vidro.

• 2001­05: Nesta abertura, imagens variadas de esportes são mostradas em motion blur (O Globo de vidro atravessava) e no fim, a logomarca surge em sombra de luz para outra cor. Havia três versões da vinheta através de cores que aparecem no logotipo, eram azul, marrom e verde. A trilha ganhou um arranjo moderno.

• 2005­08: Quase a mesma da anterior, mas compactando imagem por imagem, o logotipo do programa surge ao cortar a cena e no fim, a logomarca surge também em sombra de luz para outra cor, só que veio da parte de trás. Também conteve o mesmo caminho da abertura anterior. A trilha moderna passou a ter uma versão estendida.

• 2008­atual: Os atletas de esportes diferentes que surgem formados em linhas brancas, aparecem em um fundo laranja com sombras de vários pentágonos atravessando rapidamente, surgindo uma faixa durante cada cena. A trilha passou a ter uma batida radicalizada. "4 Através da análise estética da abertura desse telejornal, fica evidente que a imagem aliada ao som, torna a divulgação de notícias esportivas mais interessantes. Dessa forma, com as mudanças tecnológicas e estruturais do modo de apresentação, foi possível que a televisão como meio de comunicação se propagasse pelo Brasil inteiro, alcançando quase a totalidade desse país. Essa transformação na linguagem do Globo Esporte foi idealizada e vem sendo concretizada pelo jornalista Tiago Leifert, e fez com que esse programa esportivo ganhasse mais audiência, atraindo a atenção do telespectador. Tiago diz:

Jornalismo esportivo é uma coisa sem vida, sem emoção, sem paixão, isto está

4 GLOBO ESPORTE. Abertura do GE. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2013. na matéria do exame de doping, em uma briga de torcida. Mas o esporte é legal porque ele diverte, ninguém assiste ao jogo do Corinthians para se informar, assiste para se divertir, para torcer, xingar o juiz. O jornalismo no Globo Esporte estava muito pesado, eu brinco que a gente estava numa rave usando smoking. Hoje eu acho que é muito mais entretenimento do que informação, ele tem um peso maior no programa. (LEIFERT, 2009, apud RANGEL, 2010, apud OSELAME, 2010, p.2).

A televisão, por si só, já é um produto com alto potencial para a atração de pessoas, e consequentemente para o comércio. Com ela, tem­se a imagem aliada ao som, que tornam a divulgação de notícias esportivas mais interessantes. Dessa forma, com as mudanças tecnológicas e estruturais do modo de apresentação, principalmente do Globo Esporte, foi possível que esse meio de comunicação se propagasse pelo Brasil inteiro, alcançando quase a totalidade desse país. “Ela chega praticamente a todos os municípios brasileiros e está em 90% das residências, segundo dados do IBGE. É a principal fonte de informação e diversão de uma parte significativa dos brasileiros.” (BISTANE, 2005, apud SILVA, p. 2). No início, o Globo Esporte era parecido com os outros telejornais, como Jornal Nacional ou Bom Dia Brasil, nos quais os apresentadores tradicionalmente ficam sentados em frente a uma bancada e liam os textos a serem apresentados. Porém, durante todos esses anos, e principalmente de 2008 até hoje, com Tiago Leifert, o programa tem passado por transformações tecnológicas e de forma de apresentação e interação do apresentador com o público. As roupas do apresentador na década de setenta eram bem formais, eram utilizados camisa social e paletó, já hoje é destacada a informalidade através da camisa gola pólo e calça jeans, isso trás um clima de proximidade com o espectador. O conteúdo do programa também faz jus à aparência dos apresentadores, em setenta era transmita apenas a informação a respeito dos jogos e competições, agora é tratada, além disso, da vida dos jogadores, atletas, as relações formadas, o que acontece dentro e fora do cotidiano profissional. O Globo Esporte é um telejornal que começou com a função principal de informar, e que passou a ser mais de entretenimento. Isso perpassou tanto a maneira como se passa a mensagem como a própria aparência do programa e de seus apresentadores. Fonte: TV Globo, sem data. Fonte: TV Globo, sem data.

Fonte: Dias, 2013.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CERDEIRA, Bernardo. O movimento convergência socialista, as greves e as propostas do PS e do PDT. Disponível em: Acesso em: 19 out. 2013.

DIAS, Rafael. Ex­apresentadores do globo esporte. 2013. 1 fotografia. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2013.

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OSELAME, Mariana. Padrão Globo de jornalismo esportivo. Portal de periódico da PUCRS, 2010. Disponível em: Acesso em: 21 out. 2013.

RANGEL, Patrícia. Globo Esporte São Paulo: Ousadia e Experimentalismo na produção da Informação­Entretenimento. In: Videre Futura, Ano I, Volume I. Publicado em 2010.

REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil. Um perfil Editorial. São Paulo: Summus, 2000.

SILVA, Camile; JUNIOR, Wanderley. Produção televisiva esportiva: um estudo sobre as ações e disposições dos agentes midiáticos a partir do programa Globo Esporte (regional ­PR). Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2013.

TV GLOBO. Evolução da vinheta do Globo Esporte. . Acesso em: 22 out. 2013.

TV GLOBO. Léo Batista apresenta o Globo Esporte. Sem data. Frame de vídeo. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2013.

TV GLOBO. Tiago Leifert apresenta o Globo Esporte. Sem data. Bob Paulino. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2013. GLOBO REPÓRTER: UM PROGRAMA EM DUAS PERSPECTIVAS Bárbara Alves, Helena Umbelino, Tuane pontes

"Porque linguagem, não podemos esquecer, é política." Eduardo Coutinho

O Globo Repórter é um programa jornalístico semanal apresentado por Sérgio Chapelin e Glória Maria. Ele é produzido e exibido pela Rede Globo de maneira quase ininterrupta desde 1973 e atualmente é transmitido às sextas-feiras à partir das 22h. O Globo Repórter dá ênfase em matérias de longa duração, que geralmente não são exibidas na grade tradicional de telejornais. As matérias têm aproximadamente 40 minutos, alternando trechos de 10 a 15 minutos de reportagens com falas do apresentador (LOBATO, 2013). Inclusive, uma diferença importante entre os dois é a edição final: no Globo Repórter, ela é feita de maneira mais cuidadosa do que as dos jornais diários (apud PONTUAL, 1994, p.101). As matérias do programa se enquadram na classe de grande reportagem (LOBATO, 2013), que segundo Kotscho (2000, P.71), tem por base a análise de diferentes pontos de vista de um determinado assunto, com um maior investimento financeiro e um trabalho de investigação mais profundo. Desde o começo, a concepção do Globo Repórter é buscar a exploração, de forma mais aprofundada, dos principais acontecimentos jornalísticos do mês. Ao longo do trabalho será feita uma análise do desenvolvimento da linguagem, estética e conteúdo do Globo Repórter, a partir de uma comparação do programa durante a Ditadura Militar, vivida no Brasil entre as décadas de 60 e 80, e os dias atuais que são marcados pela globalização. A chegada dos militares ao poder, em 1964, inaugurou um período de intensa repressão e violência no Brasil. Durante os 21 anos que se seguiram ao golpe de Estado que derrubou o presidente João Goulart, milhares de pessoas foram perseguidas e presas. Muitas delas tiveram seus direitos políticos cassados e viram-se obrigadas a exilar-se no exterior. Outras tantas foram torturadas e mortas. A vida política passou a ser regida por dispositivos autoritários que cerceavam a liberdade, censuravam os meios de comunição e concentravam o poder nas mãos do governo militar. (SERIACOPI,2006, p.479) Em 1973, o programa estreou fazendo parte da programação “Terça Global” e abordava diversos temas como: eleições na Argentina, Uruguai e Chile, a revolta dos índios Oglala Sioux, Emerson Fittipaldi e escolas de samba. (CONHEÇA A HISTÓRIA DO GLOBO REPÓRTER, 2012) Em 1982, o programa que era antes conduzido pela voz do narrador estático, passa a contar com um repórter e um cinegrafista que dão vida às reportagens, transmitindo aos espectadores a emoção vivida como testemunhas em relação ao tema da matéria. Ocorreram também mudanças nas reportagens, que passaram a ter duração de apenas 15 minutos e na tecnologia usada na edição e produção do programa que passou a ser U-matic (formato de fita de vídeo analógico de gravação) e, posteriormente, Betacam (família de formatos de videoteipes profissionais, que utilizam o mesmo tipo de fita magnética). Com isso, o processo de gravação e edição das imagens ganhou agilidade. Já em 1983, o Globo Repórter apresentou novas mudanças: o programa passou a ser apresentado por Eliakim Araújo e foi dividido em quatro blocos, que mesclavam informação com entretenimento. A partir de então, o programa passou a ter formato de documentário cinematográfico e teve como base a falta de diretrizes estéticas. (GLOBO REPÓRTER, Wikipédia) O uso do som-direto (a utilização de gravações, por exemplo) foi uma grande e contribuição para que fosse possível a apresentação de matérias censuráveis, sem que os textos (somente o som off) fossem vetados pelos militares (LIMA, 2002). Enquanto o regime militar exaltava a “União” acima das diferenças sociais, o Globo Repórter apresentou uma diferente perspectiva que denunciava as relações de mandonismo no campo, a marginalização dos migrantes rurais nas grandes cidades e a violência do sistema capitalista. (PALHA, 2013) Conforme Eduardo Coutinho (2002) “havia dois tipos de repressão muito marcantes: a política (relacionada diretamente aos temas) e a de linguagem (relacionada a um emergente padrão visual da emissora).” Assim, foram as viagens e as descobertas das paisagens brasileiras que possibilitaram uma liberdade criativa que fugisse do olhar de censura dos militares. Hoje, em meio à influência da globalização e da internet que promovem um alto grau de interação e troca de informações de forma extremamente veloz, o programa teve seu cenário reformulado, apresentando um ambiente mais interativo, com telões instalados mostrando imagens do mundo diretamente para a tela dos espectadores (CONHEÇA A HISTÓRIA DO GLOBO REPÓRTER, 2012). As matérias exibidas tratam de temas cotidianos como saúde, bem estar e comportamento, violência, natureza e ecologia, mostrando os diversos biomas brasileiros e a vida em locais distantes dos centros urbanos, além de temas políticos que começam a ganhar importância aos poucos. A linguagem adotada pelo Globo Repórter “se caracteriza como uma forma objetiva de transmitir os acontecimentos e também uma maneira didática de informar” (BOBERG, 2012) e segundo Silvia Sayão (2006), “são textos profundamente pesquisados, pensados para serem entendidos, de maneira que o brasileiro possa assimilar com tranquilidade e segurança”. Sendo assim, os jornalistas criam uma forma padrão de apresentar as informações ao público e para atingir seus espectadores, os temas são apresentados através de uma linguagem simples, que às vezes beira a coloquialidade, com o propósito de obter uma linguagem que aparente naturalidade. (ALLOYSE,2008). Além disso, hoje em dia, o programa disponibiliza enquetes na página da internet que permitem uma maior interação entre o público e o programa Através dessa pequena linha do tempo, pode-se perceber as diversas mudanças que ocorreram no Globo Repórter nessas duas épocas. Isso acontece porque foi necessário que o programa se adaptasse a realidade da sociedade, procurando sempre formas de atingir a população. Seja contornando a censura dos militares utilizando-se de tecnologias e temas diversos, seja pela maior aproximação aos espectadores, valorizando sua opinião, em meio à era digital e globalizada vivida hoje.

Montagem com logomarca da Rede Globo.

Fonte:

Foto estúdio do Globo Repórter, 2011.

Fonte:

Referências bibliográficas:

SERIACOPI, Reinaldo. História: série Brasil. São Paulo: Editora ática, 2005.

KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo: Editora ática, 2000.

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COSTA, T. S. Filhotes da ditadura, ventríloquos da família Marinho. 2010. Disponível em: . Acesso em: 16 nov. 2013

Jornal Nacional: os anos de chumbo e a situação atual Amanda Viçosi, Isadora Pinho e Jéssica Maciel.

“O Jornal Nacional da Rede Globo, um serviço de notícias integrando o Brasil novo.” Hilton Gomes Introdução O Jornal Nacional da Rede Globo estreou em 1° de setembro de 1969 e foi o primeiro telejornal transmitido em rede nacional no Brasil. E desde sua fundação acompanhou importantes fatos da história do Brasil e do mundo. Como os anos de chumbo, período de censura e repressão por parte dos governantes.

Período de Ditadura Militar: Anos de Chumbo

No contexto político, o Jornal Nacional surge ao final do governo Costa e Silva e início do governo Médici, período no qual o Brasil enfrenta os anos mais repressivos de toda ditadura militar. Essencialmente após a assinatura, em 1968, do AI-5. Ato que conferia ao presidente da república poderes, praticamente, ilimitados de repressão e censura. Segundo o livro ”Jornal Nacional: A história faz história”, publicado pela Editora Globo em 2006, a pressão sob os meios de comunicação era tão intensa que o telejornal fora censurado em sua estreia. E exemplifica este argumento citando fatos que foram proibidos ou limitados pelos militares de ser noticiados. Tal como o derrame do presidente Costa e Silva que pode ser noticiado apenas após uma negociação entre a emissora e o governo militar. E diz-se que por várias vezes o programa tivera que cobrir os acontecimentos com “parcimônia” a mando estatal. Toda informação deveria passar pelo filtro militar para que pudesse virar notícia, desde a epidemia de uma doença em SP à queda de um policial em determinada localidade – como o próprio livro cita. Em resumo, a obra destaca, no capítulo que se refere à cobertura nacional em Anos de Chumbo, os desafios enfrentados pelo jornalismo no período e as consequências deste no seu desenvolvimento, apontando as principais medidas da emissora para sua consolidação e a importância deste como precursor do conceito de telejornal nacional até então desconhecido no país. No artigo “Sem Imagem, Sem Voz: O Telejornalismo Nos Tempos da Ditadura Militar”, o autor revela que os anos de ditadura para o telejornalismo, que sofria a transição entre a linguagem presente no rádio e a criação de sua própria linguagem, não pôde evoluir. Passou por um momento de estagnação por conta do forte controle dos meios de comunicação. Os próprios jornais restringiam-se a exibir reportagens internacionais ou institucionais, pois temiam a ação militar contra os jornalistas, membros de equipe e própria emissora. Aqueles que se conscientizaram do que de fato poderia acontecer limitava-se a apresentar reportagens que faziam jus à imagem construída pelo governo vigente na época. O autor também apresenta o Jornal Nacional como contribuinte para tal construção. A qual até mesmo Médici, presidente do período, afirmava ver no telejornal um país maravilhoso. Afirmação, visivelmente, falsa. Enquanto o Brasil transformava-se em décima potência mundial e a propaganda anunciava esse crescimento, mesclado a certo ufanismo, a censura ocultava dos olhos e ouvidos da população a repressão, a tortura e a morte. A mídia mascarava a realidade. E enfatiza o fato de que algumas emissoras não se intimidavam com a situação, mas viam a possibilidade de se beneficiarem ao serem condescendentes com o regime. Situação esta que, segundo o autor, esteve presente na atuação do Jornal Nacional durante o período. Programa que contava com um “arsenal” tecnológico para a distribuição de sinal. E, deste modo, proporcionara a integração de todo o país por intermédio da TV, “aperfeiçoou tecnicamente o jornalismo diário, trouxe uma nova dimensão do repórter de rua, criou os núcleos regionais de telejornalismo, deu dimensão internacional com correspondentes próprios e formou os principais profissionais do setor (TÁVOLA, 1977, p.104)”. Em um dos capítulos de seu livro, Os Anos de Chumbo (jun/2006), o escritor Arlindo Cruz descreve o papel exercido pelo jornalista Cid Moreira - apresentador do jornal durante mais de dez anos - na construção de uma identidade e prestígio do telejornal com maior destaque nacional até os dias atuais. Este cita o valor agregado ao programa pela emissora ao telejornal, no caso Rede Globo, para diferenciá-lo do modelo tradicional. Destaca a postura do jornalista que o reveste com uma credibilidade e endossa a sua responsabilidade perante a profissão. Através de técnicas aplicadas pelo próprio apresentador e o dinamismo do programa através da variação de ângulos. É impossível não reconhecer a influência do Jornal Nacional diante da realidade brasileira e as mudanças por ele provocadas no âmbito social. E o autor, Arlindo Cruz, afirma que se ao JN deixasse de vir ao ar um único dia, deixando a tela em branco, sem argumentações, isso causaria um desconforto social e tal pânico que, no dia seguinte, atividades econômicas estariam ameaçadas de retração. E, contraditoriamente, a censura imposta por regimes ditatoriais pode por vezes converter-se em “fissura subversiva” para a manipulação de informação, principalmente através das ferramentas eletrônicas.

Mudanças após o regime militar e a situação atual

O período pós-regime militar exigia uma reestruturação dos telejornais, a reestruturação dos jornais da rede Globo foi realizada por José Bonifácio Sobrinho, Boni, que foi considerado o criador do “padrão Globo de qualidade”. A maior mudança ocorrida, foi a desvinculação do noticiário com os patrocinadores, foi criado então, os comerciais, espaço reservado para os patrocinadores. A TV Globo foi responsável por unir imagem e texto de forma complementar, tornando o Jornal Nacional mais atrativo aos telespectadores, além disso, a emissora estipulou um tempo e horários determinados para cada programação, o que foi muito do agrado dos espectadores porque eles podiam se programar para assistir aquilo que mais lhes agradava, também foi inserido nessa programação diversos horários dos telejornais para que atingissem um maior publico. Ao contrário das mídias e redes utilizadas na internet, a televisão é um meio informativo com uma via única, não permitindo, portanto, o debate imediato sobre o que é transmitido, ou seja, o confronto de opiniões, condição necessária para a vivência da democracia (Informar ou Determinar? - Liberdade de Imprensa, Propaganda Política e Jornalismo Político, 2012). Existe certa melhora nas imagens, o que ajuda a manipular as reportagens, a melhora das imagens e o uso dos artifícios tecnológicos faz com que o jornal seja um atrativo maior, assim como a rapidez como a informação é transmitida pelo mundo todo, porem ainda hoje (mesmo com a lei da liberdade de imprensa) o governo tem um pequeno poder sobre o que vai ser transmitido nas telas. O Jornal Nacional é um modelo de telejornal, a audiência se manteve desde sua criação até os dias atuais.

Fonte: Sebastião Azambuja, 1965

Fonte: Acervo Editora Globo, 1970.

Fonte: site Na TV, 2013

Referências bibliográficas: AZAMBUJA, Sebastião. Primeira equipe de jornalismo da TV Globo. 1965. 1 fotografia.

ZAHAR, Jorge. Sérgio Chapelin e Cid Moreira. 1970. 2 fotografia.

William Bonner e Patrícia Poeta: 31 pontos de média, segundo a prévia do Ibope. 2013. Disponível em: Acesso em 20 out. 2013. 3 fotografia.

MACHADO, Vitor Barletta. et al. Informar ou Determinar?: Liberdade de Imprensa, Propaganda Política e Jornalismo Político. Disponível em: < http://www.foa.org.br/cadernos/edicao/19/45.pdf> Acesso em: 21 out. 2013.

SOUZA, Cínthia Cristina de; SANTOS, Vanessa Matos dos. A evolução do telejornalismo no Brasil: das locuções radiofônicas às grandes reportagens. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação- São Paulo- SP, 2011. Disponível em: Acesso em: 21 out. 2013.

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SOUZA, Florentina das Neves. Sem Imagem, Sem Voz: O Telejornalismo Nos Tempos de Ditadura Militar. In: Universidade Estadual de Londrina, 2009, Londrina – PR. Disponível em: . Acesso em: 05 out.2010

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MELO, Carolina Abbadia. O espetáculo do Jornal Nacional como guia orientador dos telejornais regionais. In: Mestrado em Comunicação na Universidade Federal de Goiás, 2009, Goiânia – GO. Disponível em:< http://mestrado.fic.ufg.br/uploads/76/original_jornal_nacional.pdf > Acesso em: 05out.2013

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Jô Soares

Diogo Diógenes Cintra Lopes

“A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que ele ganha com isso, mas o que ele se torna com isso” John Ruskin

O produto de comunicação estudado nesta produção acadêmica consiste no trabalho de um dos maiores comunicadores deste país, em minha opinião, José Eugênio Soares, conhecido, artisticamente, como Jô Soares.

Segundo Luiz C. Martino, comunicação consiste em um tipo de relação intencional exercida sobre outrem, podendo ser definida como uma “ação em comum”. Podemos dizer que o termo “comunicação” refere-se ao processo de compartilhar um mesmo objeto de consciência, exprimindo a relação entre consciências.

Pensando mais especificamente em nosso produto de comunicação (Jô Soares e seus programas) a melhor definição acerca de comunicação seria a que afirma ser a comunicação a “capacidade ou processo de trocas de pensamentos, sentimento ou ideias ou informações através da fala, gestos, imagens, seja de forma direta ou através de meios técnicos”. Ou seja, podemos afirmar que Jô Soares, através de seu programa “Programa do Jô” e de outros programas ao longo de sua carreira, consegue se comunicar e trocar pensamentos e informações, através dele e de seus convidados (entrevistados), utilizando a fala como principal forma de comunicação, mas também utiliza de imagens e de um pouco de humor (marca de Jô Soares através de sua história). Podemos destacar duas marcas do Programa do Jô, atualmente: o humor inteligente e a qualidade e repertório das entrevistas. São entrevistas produtivas e com alta carga informativa e cultural, além de haver um repertório muito vasto, sendo inúmeros os tipos de pessoas convidadas, com pensamentos e ideias bem distintas umas das outras. Para analisar o período histórico do Programa do Jô, é interessante lembrar a trajetória desse ícone do jornalismo brasileiro. Jô Soares iniciou na vida artística no filme “O Homem do Sputnik”. Na televisão, começou escrevendo textos de teleteatro e eventualmente atuando no programa “TV Mistério”, da TV Rio. Tornou-se roteirista da TV Tupi. Em 1959, entrevistava e fazia graça nos programas “Jô, o Repórter” e “Entrevistas Absurdas”, da TV Continental, no Rio. Nesse mesmo ano, estreava no teatro, como o bispo de “Auto da Compadecida”. Em 1960, foi para São Paulo, onde fez brilhante carreira como redator de TV (Show a Dois; Três é Demais) e ator e humorista (Cine Jô, La Revue Chic, Rifi-7, 7 Belo Show, Jô Show, Praça da Alegria, Quadra de Ases), já revelando o seu lado humorístico, característica até hoje demonstrada.

Nessa época, devemos destacar a atuação de Jô como entrevistador internacional do Programa Silveira Sampaio em 1963 e 1964. Mesmo já investindo no humor desde o início da carreira, foi só em 1967 que Jô conquistou fama nacional com relação a esse ramo, interpretando o papel d mordomo Gordon da Família Trapo, programa que também ajudava a escrever. Na TV Globo, conquistou sucesso nos humorísticos “Faça o Humor, não faça a guerra” (1970), “Satiricon” (1973), “O Planeta dos Homens” (1976) e “ Viva o Gordo” (1981).

Os personagens mais marcantes foram: Bô Francineide, Gardelon, irmão Carmelo, Norminha, Capitão Gay, dentre outros. Inúmeros de seus bordões caíram na boca do povo: “tem pai que é cego”, “muy amigo”, “a ignorância da juventude é um espanto”. Em 1973, Jô estreou o seu modelo de programa nos moldes de seu atual programa (Programa do Jô), com entrevistas, na sua nova casa, o Globo Gente. Ele foi retirado do ar, por problemas de censura. Nos anos 80, quando já havia abertura política, a Globo não aceitou o seu projeto, de programa de entrevista. Então, Silvio Santos aproveitou e atraiu Jô para o SBT, com um salário recode. No SBT ele possuía dois programas: “Jô – Onze e Meia”, um talk show e “Veja o Gordo”. Estreou em 16 de agosto de 1988. Pouco tempo depois, Jô encerrou a carreira de humorista, passando a se dedicar à imprensa, à música, ao teatro e à literatura. Em 3 de abril de 2000, ele voltaria para a Globo, no Programa do Jô (até a atualidade). O seu primeiro entrevistado foi Roberto Marinho, fundador da emissora.

A carreira de Jô Soares foi destaque em vários jornais, incluindo o periódico americano, “The New York Times”. Com o título de “O Showman do renascimento brasileiro não pode ser contido num ‘talk show’”, Larry Rohter discorre sobre a carreira do multitarefas Jô, lembrando o seu sucesso na TV como comediante, durante a ditadura militar, e os “talk shows” que fez depois, nos moldes americanos.

Podemos agora identificar as transformações ocorridas ao longo dos programas apresentados por Jô Soares desde a década de 60 até os dias atuais. Ficou claro que o comunicador e apresentador sempre teve um lado humorístico. Também ficou claro que sempre foi o seu desejo apresentar um programa estilo “talk show” (gênero de programa televisivo ou radialístico em que uma pessoa ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e moderados por um ou mais apresentadores). No fator humor, ocorreram algumas modificações. Antigamente, o foco de Jô se dava com relação ao humor. Hoje em dia não. A principal característica de seu programa é o talk show, onde ele convida pessoas para discutirem questões sobre inúmeros assuntos. E, dentro dessas entrevistas (e no intervalo delas) ele se utiliza do humor, dando ao programa um ar descontraído e divertido. O seu “estilo” de humor também mudou um pouco. Antigamente ele fazia um tipo de humor mais caricaturado, mais escraxado. Hoje, ele utiliza um humor mais espontâneo e mais elaborado (inteligente).

Uma característica que ainda permanece em seu programa é o fato de Jô de fato participar de seu programa, como sempre fez, de forma a da ao Programa do Jô a “cara” do apresentador. Antes, ele ajudava a escrever diversos de seus programas e filmes. Hoje, ele ainda participa bastante da estruturação e programação de seu programa. Com relação às entrevistas, não mudou muita coisa, apenas o contexto histórico. Em cada época, a pauta de discussões tinha relação ao momento histórico e aos assuntos discutidos em cada momento. Na década de 60, porém, Jô não conseguiu realizar o seu programa da forma como gostaria, pois estava em época de ditadura. E hoje, ele já consegue discutir e refletir sobre tudo o que deseja e entende ser pertinente. A diferença entre o seu programa no fim da década de 80 e década de 90 para os dias atuais é que hoje ele utiliza de toda a sua liberdade para realizar o programa da forma como deseja, sendo mais “corajoso” e introduzindo ao programa tudo o que deseja.

A análise sobre o Programa do Jô e a trajetória de Jô Soares, nos permite dizer que esse comunicador possui uma influência muito grande sobre o jornalismo brasileiro e sobre a população. Desde sempre ele é reconhecido e respeitado em seu meio. É respeitado e admirado tanto dentro como fora do meio jornalístico.

Podemos dizer também que o seu programa consitui uma ferramenta de qualidade dentro da televisão brasileira, por se identificar como um programa cultural e informativo, onde há discussão e reflexão de ideias atuais, bem como informações importantes e pertinentes a toda a população. Também constitui em um programa que abrange toda a família, e abarca e interessa a pessoas de diversas gerações.

oteatrodavida.blogspot.com espelhodecultura.pt

jreporterdoaraguaia.com

Referências Bibliográficas

MARTINO, Luiz. De qual comunicação estamos falando. In: HOHLFELDT, Antonio; MARTINO< Luiz; FRANÇA, Vera. Teorias da comunicação? Conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p 11-25

http://pensador.uol.com.br/autor/jo_soares/biografia/

http://www.e-biografias.net/jo_soares/ O legado de Tron

Carol Duarte, Iury Rodrigues, Lucas Augusto

“Tudo que for visível deve crescer mais além de si mesmo e estender-se ao reino do invisível ”

Dummont

Tron (Tron - Uma odisseia eletrônica no Brasil) é um filme produzido pela Walt Disney Pictures em 1982. Estrelado por Jeff Bridges, conta a historia de um promissor engenheiro de softwares pra videogames chamados Kevin Flynn, que trabalha numa grande empresa a ENCOM. Ele é criador de vários programas, os quais foram roubados por um colega de trabalho, Ed Dillinger. Flynn é demitido e abre seu próprio fliperama, mas tenta invadir o servidor da empresa com um programa chamado CLU , buscando evidencias de que os programas são de sua autoria . Durante uma de suas tentativas o programa MCP (Master Control Program) detecta a sua presença, que desativa os códigos de acesso de Flynn e de Alan Bradley, um funcionário da empresa. O MCP cria autonomia e revela a Dillinger que predente dominar o mundo. Juntos Flynn, Bradley e a Dra. Lora Baines, que trabalha num laser que transporta objetos reais para o meio virtual, decidem invadir o prédio da ENCOM para ajudar Flynn. O MCP detecta Flynn e o transporta para o meio virtual onde os programas competem em videogames como gladiadores. Flynn, e os programas Ram e Tron tentam fugir de Sark, o programa de Dillinger. Flynn e Tron destroem o MCP/Sark e salvam a Encom.

Tron: Legacy (O Legado) é a continuação do filme de 82 . Também produzida pela Walt Disney Pictures, foi lançada em 2010. O filme começa com a notícia do desaparecimento de Kevin Flynn, o presidente de uma grande empresa a ENCOM. Anos mais tarde o filho de Flynn, Sam, invade a ENCOM e rouba um software que a empresa iria lançar por um preço alto. Ele então o distribui livremente, como o seu pai inicialmente pretendia. Sam se recusa a tomar posse na empresa e um dia ele recebe uma mensagem de Alan Bradley, membro do conselho e amigo do seu pai. A mensagem diz pra ele ir o velho fliperama. Lá ele encontra um escritório escondido e o laser controle o transporta para o mundo virtual chamado a Grade. Sam encontra CLU, o programa que é o clone do seu pai e que comanda a Grade. Ele é obrigado a lutar e é salvo por Quorra , a última dos ISOS (Algoritmos Isomórficos) que são programas espontâneos e não são criados por Usuários . Os ISOS foram aniquilados por CLU. Flynn e Tron tentaram lutar contra CLU, mas este reprograma Tron, tornando-o um impiedoso jogador chamador Rinzler, forçando Flynn a desaparecer para além da grade. Sam encontra o seu pai e juntos tentam levar o disco de Flynn para o portal entre os mundos e tentam voltar para o mundo real. CLU tem interesse de roubar o disco para conseguir ir ao mundo real e dominar o mundo, ele consegue pegar o disco e descobre como fazer a passagem. Quando os três chegam perto do portal, CLU surge com os soldados negros e uma batalha se inicia. Rinzler se lembra de que luta pelos usuários e ajuda Flynn e os outros. Flynn troca de disco com Quorra, e enquanto ele luta com CLU, ela tenta colocar o disco na portal junto com Sam. Eles conseguem abrir a passagem, mas Flynn fica pra trás e é destruído junto com CLU. Sam, já no mundo real, decide assumir o controle da empresa junto com Alan.

Na década de 1980, quando a filmagem do filme foi realizada, já havia mais de 1 milhão de computadores nos Estados Unidos. No entanto, o acesso à internet era restrito às universidades, governo e órgãos militares. Aproximadamente 10 mil pessoas tinham acesso à rede. Na mesma época, Bill Gates e Paul Allen começavam a desenvolver sistemas operacionais de melhor qualidade para computadores. No contexto em que foi lançado, o filme Tron foi considerado “tecnológico” por ser um dos primeiros a utilizar efeitos de computação gráfica de forma ampla. No entanto, O Tron, foi considerado um filme complexo demais para ser entendido naquela época, devido à grande utilização de linguagens de programação, hackers, softwares, entre outros dados profundos da informática, num mundo onde poucas pessoas tinham noção do que significavam dados termos. Todavia, o fracasso de bilheterias se deu, também, por o filme ter sido lançado em parelha ao grande clássico do cinema “ET- Extraterrestre”. Hoje em dia, o filme seria melhor interpretado, já que houve uma grande repercussão dos processos tecnológicos na sociedade, o que facilita o entendimento das cenas. Por isso, as gravações e lançamentos dos filmes foram retomados.

No primeiro filme a computação gráfica é extremamente precária, embora tenha sido um dois primeiros filmes a usar tal tecnologia de uma forma tão ampla e bem feita para o padrões da época. O filme inicialmente foi concebido para ser uma animação, apenas com poucas participações em live-action. Foi utilizado o live-action e a luz de fundo que poderiam ser integrados com a computação gráfica, alcançando a imagem desejada. Mas ao contrário do que se pensa, o filme contém apenas de quinze a vinte minutos de animação propriamente dita , uma vez que a tecnologia que junta animação e live-action não existia na época . A maioria das cenas, os efeitos visuais e as cenas de fundo foram feitas com uma processo chamado de “Blacklit Animation” animação de luz de fundo, em tradução livre) onde a luz é usada para criar animações . As cenas de live-action de dentro do computador foram gravadas em preto e branco num estúdio completamente preto. Foram imprimidas em um grande rolo de filme de auto contraste , depois foram coloridas de uma forma que as deixassem mais “ tecnológicas “. O segundo filme começou a ser produzido em 2009. Numa era onde a computação gráfica é largamente utilizada no cinema , como por exemplo o grande sucesso de 2009 , Avatar , que de certa forma auxiliou a realização de Tron : O legado.Ao contrário do outro filme, esse possuía uma tecnologia avançada ao seu favor. As cenas do mundo real foram gravadas de forma convencional em 2D , enquanto as do mundo virtual foram gravadas em 3D. Essa decisão foi tomada para levar o telespectador a outro nível, quando Sam entrasse no mundo virtual , mais ou menos como foi feito no clássico de 1937, O Mágico de Oz , com as cenas em preto e branco e as cenas coloridas . Foi usado o Fusion-Camera System que foi desenvolvido pelo diretor de Avatar, James Cameron, consiste em um processo no qual usa-se duas câmeras específicas para rastrear objetos independentes, simulando a visão dos olhos humanos. O resultado desse tipo de filmagem é chamado de 3D estereoscópio . Um impressionante efeito visual é a versão jovem de Jeff Bridges , já que seu personagem CLU deveria se parecer com a imagem do ator enquanto era jovem , como visto no primeiro filme . Diferente do que é feito em outros filmes que usam efeitos similares, o ator fez a atuação do personagem com uma mascara. Um dublê foi escolhido para executar de novo esses movimentos e basicamente eles rejuvenescem o rosto do ator e colocaram no corpo do dublê através de um programa de computador, coisa que seria impossível de ser feita no primeiro filme. Outra mudança visível foi à distribuição em home vídeo. Enquanto o primeiro filme foi distribuído somente em VHS, na época, o segundo foi lançado em DVD e Blu-ray.

Tron é uma história multimídia. Por ser ambientado num mundo cibernético a historia é contada em mídias diferentes e que se completam. Foi lançado um jogo eletrônico chamado Tron 2.0, que é uma continuação do primeiro film. Com o anúncio do segundo filme foi lançado um novo jogo eletrônico chamado Tron: Evolution . Esses dois lançamentos são responsáveis por expandir esse mundo imaginário pra uma nova plataforma, diretamente ligada a mitologia da série.Foi lançada também pela Marvel Comics uma minisséries em duas partes chamada de Tron: Betrayal , que conta a história que se passa entre o fim dos eventos do primeiro filme e vinte anos antes do inicio do Legado . Uma nova forma de comunicação ajudou a contar mais um pedaço desta vasta história, os quadrinhos. Tron: Uprising é a mais recente empreitada desse universo fantástico. É uma história contada na forma de desenho animado, que é contemporânea aos eventos do segundo filme. Outra plataforma então é utilizada, a televisão. Outro aspecto que é importante citar é o a música. O Duo francês de musica eletrônica daft Punk é responsável pela trilha sonora de Tron: Legado e até fazem uma pequena participação no filme . Um terceiro filme já foi confirmado pela Walt Disney Pictures, até o momento estando limitada ao roteiro.

A importância desse conceito multi midiático é imensurável. Quase como uma paralelo a história vista no primeiro filme, a mitologia de Tron esta sempre em expansão e sempre buscando novas tecnologias as quais repassam o que essa história tem a dizer . Num mundo onde a informação viaja mais rápido do que nunca e plataformas ficam cada vez mais obsoletas , é importante a busca por variação e novos meios de inovação . Tron é uma história sobre o medo de se perder num mundo virtual e se esquecer de viver no mundo real. É uma lição de como a ganância pode ser corrosiva para o ser humano. Mas é também sobre amizade e família. Sobre ter valores passados de geração em geração. Sobre tomar conta do legado dos seus antecessores. É uma série que retrata a evolução não só tecnológica, mas também da relação humano-maquina e como isso pode ser a ruína para alguns ou a glória pra outros. É um reflexo da sociedade durante três décadas importantes na história humana, e como produto de comunicação é bastante eficiente.

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Evolução dos programas de auditório: Análise comparativa do “Cassino do Chacrinha” e do “Altas Horas” Renan Maia Nunes, Kelly Drumond e Ágata Gabriela Teixeira

“Na televisão nada se cria, tudo se copia". Chacrinha

Os programas de auditório tem sua origem no rádio e são característicos da cultura televisiva brasileira. Este gênero televisivo é desenvolvido através de programas com uma linguagem de apelo popular com a presença de uma plateia que interage com o apresentador e com uma diversidade de atrações como música, brincadeiras, entrevistas entre outras atrações, sendo este produto da comunicação fonte de entretenimento para a maioria das famílias brasileiras aos finais de semana. O “Cassino do Chacrinha” foi um programa de auditório da Rede Globo de televisão exibido entre os anos de 1982 e 1988 com atrações musicais e show de calouros, apresentado por Aberlado Barbosa, mais conhecido como Chacrinha o velho guerreiro e dirigido por José Aurélio Barbosa. Exibido aos sábados e com duas horas de duração este programa possuía alguns elementos como uma edição rápida, cameraman aparecendo no vídeo, assistentes fantasiados, chuva de confete, plateia animada e movimentação intensa de artistas e "chacretes" no palco. Chacrinha, animava o público com seu gestual e seus bordões, além de distribuição de bacalhau e abacaxi, este artista possuía uma grande capacidade de improvisação e de comunicação popular, sua interação com a plateia era grande, muitos queriam participar deste grupo que em sua maioria era composto por mulheres. Segundo Boni “ele foi o pai do popular bem feito, era uma espécie de guardião da comunicação de massas” (BARBOSA; RITO, 1996, p.76). Para Muniz Sodré, professor, escritor e teórico, Chacrinha “foi um divisor de águas entre a televisão para o público e a televisão com o público” (SODRÉ apud BARBOSA; RITO, 1996, p. 76). O Altas Horas é um programa de auditório da mesma emissora do citado anteriormente, exibidos nas madrugadas de sábado para domingo que surgiu no ano de 2000 . Apresentado por Serginho Groisman e dirigido pelo mesmo e por Maurício Arruda, este produto da comunicação mistura entretenimento e jornalismo com presença de atrações musicais, artistas, matérias especiais, entrevistas, e pautas que abordam assuntos da contemporaneidade como arte, comportamento, sexo entre outros. Possui uma plateia formada por adolescentes, que interagem com o apresentador e as atrações, esta pode fazer uma pergunta diretamente para alguma das atrações ou até mesmo tirar suas dúvidas sobre sexo com a sexóloga do programa. O “Altas Horas” aposta na participação mais ativa e crítica do público, que está distribuído em uma arena circular. O contexto de produção destes dois programas é bem diferenciado, o “Cassino do Chacrinha remete a um período em que a televisão ainda estava definindo um padrão de linguagem e um estilo próprio, muito atrelado inicialmente ao rádio. O “Altas Horas” surge em um período em que a televisão já está mais consolidada no Brasil, com uma linguagem mais definida. Com o avanço das tecnologias da informação, em especial da internet, os programas televisivos da contemporaneidade passam a ganhar uma maior dinamicidade e complexidade tendo em vista que o acesso aos produtos de comunicação e troca de informações é muito maior com o público, como se observa no “Altas Horas”. Os dois programas mesmo tendo plateia, existem diferenças relevantes. Enquanto no Cassino do Chacrinha o público era separado por uma barreira colorida, no altas horas o público faz parte do cenário e fica relativamente próximo do convidados, fazendo com que exista uma visível proximidade e o programa faz esse público aparecer e participar de forma interagida e não vexatória. Observa-se que no Altas Horas há uma linguagem mais culta em detrimento do programa do Chacrinha que se utiliza de uma linguagem informal, por vezes até grotesca. Talvez esse fato possa ser explicado pela diferença de publico, sendo que no Cassino do Chacrinha, exibido aos sábados, era formado por amplos setores da sociedade, principalmente as camadas mais populares e menos escolarizadas. Já no Altas horas o publico é mais jovem e escolarizado, por se tratar de um programa exibido na madrugada de sábado para domingo, momento em que a maioria da população teoricamente estaria dormindo. No entanto, nota-se que de um modo geral houve uma mudança de paradigma, pois com o passar dos anos o controle dos produtos de comunicação pelo Estado aumentou, propiciando um policiamento das atrações como um todo o que diminuiu o uso de linguagem considerada impróprias, preconceituosa e apelativa, embora ainda persista este tipo linguajar, mas em menor numero e em horários exclusivos. Quanto a estética, o Cassino do Chacrinha era mais chamativo com um cenário com cores mais vibrantes, brilhosas e efusivas, mulheres dançando com poucas roupas, figurinos extravagantes. No Altas horas verifica-se cenário menos denso, com cores mais sóbrias e sem apelação sexual aparente. Embora exista um quadro, apenas de debate (não visual) sobre sexo que aparentemente é focado mais na questão de saúde, mas infere-se um tom de brincadeira que propicia algumas polêmicas. O conteúdo da comunicação do Chacrinha era mais humorístico chegando ao debochado, enquanto no Altas horas, percebe-se algo mais consciente e reflexivo, sem perder o humor, mais focando suas discursões no publico que participa de maneira ativa, ao contrario do Chacrinha em que a plateia era na maior parte das vezes passiva. O nível de escolarização do público alvo dos programas televisivos faz os programas da televisão brasileira terem uma cara mais popular ou mais elitista, porém o que podemos ver nos dois programas é que a linguagem usada por seus apresentadores e direção é a primeira escolha feita para definir que telespectador deseja alcançar, isso porque os dois programas tem como atração, artistas em destaque na emissora e cantores/bandas de sucesso. Conclui-se após a análise do presente trabalho que as principais características do gênero televisivo programas de auditório permaneceram inalteradas ao longo dos anos, a presença da plateia, sua interação com o apresentador, a diversidade de atrações em um só programa e a função principal de entreter, nada foi criado . As principais diferenças que se observam são as características de linguagem, de conteúdo e estética, muito relacionados ao contexto histórico de produção e ao público que se deseja atingir.

Fonte: Altas Horas, 2013

Fonte: Rego, Nelson di, 1984

Referências bibliográficas:

BARBOSA, Florinda; RITO, Lúcia. Quem não se comunica se Trumbica. São Paulo: Globo, 1996.

FREIRE Filho, Joao; Herschmann, Micael organizadores. Novos rumos da cultura da mídia: industrias, produtos, audiências - Mauad X, 2007

TORRES, Carmen L. C. Lopes .Programas de Auditório: Um Gênero Mostrando a Resistência da Expressão Popular nos Meios de Comunicação de Massa. São Paulo. USP 2004. Disponível em: . Acesso em: 18 out.2013.

VITTO, Silmara; SPERB, Raphael Carlos; PAZ, Camila Candeia. O Uso da Imagem Feminina nos Programas de Auditório: Do Chacrinha ao Pânico na TV!. Blumenau 2009. X Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul. Disponível em: Acesso em: 20 out. 2013

Memória Globo – Cassino do Chacrinha - Disponível em < http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/auditorio-e-variedades/cassino- do-chacrinha/formato.htm> Acesso em: 16 out. 2013

Rede Globo- Altas Horas. Disponível em: < http://tvg.globo.com/programas/altas-horas/> Acesso em: 16 out. 2013

A evolução dos filmes Resident Evil Isabella de Oliveira, Juliane Dionisio e Tatyane Soares

“A única coisa que eu sei é: não seja mordido.” Morgan (The Walking Dead)

O conceito apocalipse zumbi, nascido na década de 60, se tornou frequente em filmes, seriados, livros e histórias em quadrinhos da atualidade. Mas, a popularidade desse tema se deu com o lançamento do primeiro filme da saga Resident Evil, em 2002. Possuindo cinco filmes longa-metragem já lançados, eles integram os gêneros de ficção científica e terror. Os filmes, que contam a história de como as pessoas se transformavam em zumbis e como as que não se transformavam sobreviviam, foram baseados em um jogo de videogame de mesmo nome. Contudo, a história do jogo nem sempre teve esse foco. O tema inicial era bioterrorismo, os zumbis eram apenas resultado de um incidente com armas biológicas. Como o público preferiu a temática zumbi, a Capcom Entertainment, empresa responsável pela franquia, resolveu reformular a ideia original. Com isso, o filme seguiu a mesma linha do jogo. O primeiro filme, Resident Evil- O Hóspede Maldito, conta a história de Alice, vivida pela atriz Milla Jovovich, que após acordar sem memória em um laboratório subterrâneo, tenta sobreviver com a ajuda de uma equipe enviada para conter uma epidemia zumbi. Nesse filme, os zumbis são lentos, a maquiagem não é muito elaborada e os efeitos são condizentes com a tecnologia da época. Nos dois filmes que se seguiram – Residente Evil, Apocalipse; Resident Evil, A Extinção -, a história se desenvolve com Alice lutando contra a empresa que disseminou o vírus e provocou a epidemia. Novamente, pela exigência do mercado, o filme começou a ser integrado no gênero dos filmes de ação. Nessa época, os jogos desse gênero estavam em grande ascensão. Os zumbis se tornaram mais rápidos, a maquiagem estava mais elaborada e até o figurino participou das mudanças para se adequar às tendências que estava nas passarelas. Algumas dessas mudanças continuaram se seguindo nos filmes seguintes, como o figurino e a maquiagem. O quarto e o quinto filme da saga– Residente Evil, Recomeço; Resident Evil, Retribuição -, trazem uma inovação que alterava a forma como os filmes eram exibidos no cinema, a tecnologia 3D. Ela permite que além de visualizar a realidade em duas dimensões, altura e largura, o cérebro humano veja também em profundidade ou, pelo menos, tenha a ilusão de ver desta forma. Para que essa tecnologia fosse inserida nos filmes, o processo de produção e o roteiro tiveram que sofrer modificações. O roteiro deveria ser escrito de forma a privilegiar as situações e cenários para serem mostrados em 3D, e o processo seria transformado porque o filme não só seria exibido em 3D, como seria gravado com essa tecnologia. Esse fato possibilitou que a saga fosse uma das pioneiras nesse tipo de avanço. O objetivo com isso era fazer com que o espectador fosse imerso de forma completa no universo do filme. Outro tema que se tornou constante para divulgação da franquia foram os blogs de internet. Esses possibilitaram que os espectadores pudessem se aproximar e fazer com que a ideia da saga fosse entendida de uma melhor forma. Eles eram feitos por fãs que que além de divulgar informações sobre a franquia, mostravam também o que fora influenciado por ela. O fato que chamava mais atenção, era como o tema interferia na realidade das pessoas que já lançavam livros para ensinar à pessoas leigas como sobreviver no caso da história de ficção se tornar verdadeira. Foi nesse foco de mexer com a realidade que a própria empresa Capcom investiu na ideia de divulgação do filme através da internet. Antes do lançamento do último filme, a empresa, lançou um site como se fosse realmente a empresa responsável pelo incidente. Durante a navegação, a transmissão era perdida e um vídeo de Alice incentivando as pessoas que o estivessem vendo a lutarem a favor de sua causa era exibido. O realismo adotado fez com que a saga conseguisse mais seguidores. A reinvenção de sua história, estilo, posicionamento e público ratificou o que os resultados dos filmes já indicavam, seguir o rumo que o mercado pede faz com que o produto possa atingir o maior número de pessoas possíveis. Todas as mudanças que foram realizadas durante os onze anos desde de que a saga fora lançada demonstram que ela é uma franquia capaz de se adaptar as transformações que esse gênero da comunicação vem sofrendo e capaz também de adaptar seu público. Foi esse público, que aumentava em cada filme e jogo lançado da saga, que permitiu que a sequência do filme fosse confirmada. O sexto filme, previsto para o segundo semestre de 2014, contará com mais efeitos especiais e utilização das mais novas tecnologias. Não somente continuará a ser influenciado por fatores externos, mas poderá continuar a influenciar jogos, livros e outros filmes do gênero. Fonte: Mundo Drive, 2012.

Fonte: Yatay Chan, 2012.

Referências bibliográficas:

ALONGE, Wagner. Ágoras digitais: a emergência dos blogs no ciberespaço e suas implicações na sociabilidade e cultura midiática. Anais I Congresso Anual da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação e Política, Salvador, 2006.

CERALDI, André. A evolução e as mudanças da franquia Resident Evil. Disponível em: . Acesso em: 23/10/2013 as 13:10.

CINE POP. Resident Evil 4. Disponível em: .Acesso em: 23/10/2013 as 13:30.

INFO ESCOLA. Tecnologia 3D nos cinemas. Disponível em: . Acesso em: 23/10/2013 as 16:00.

MUNDO DRIVE. Evolução de Alice. Disponível em: . Acesso em: 23/10/2013 as 14:00.

YATAY CHAN. Resident Evilição. Disponível em: .Acesso em: 23/10/2013 as 13:30. O desenvolvimento do gênero terror no cinema a partir do Expressionismo

Pedro Hermano, Samantha Santos e Renata Caldeira

O cinema de terror, por seu caráter fantasioso e singular e sua identidade visual única, instiga a imaginação e faz com que nos perguntemos: “De onde é que surgiu tudo isso?”. Movidos por essa pergunta, procuramos entender o que influenciou esse gênero cinematográfico e como ele se desenvolveu, e encontramos respostas no expressionismo.

O expressionismo é um movimento de vanguarda que surgiu na Alemanha, no período entre guerras do século XX, em meio ao horror proporcionado pela Primeira Guerra Mundial e o medo de um próximo embate catastrófico devido à crise mundial de longa duração. Motivados pela expressão do irracional e dos sentimentos obscuros do ser humano, os artistas adeptos ao expressionismo buscavam refletir seus suas emoções, de maneira quase catártica, sempre mostrando uma distorção do real, o que é muito visível na obra “O Grito”, de um dos grandes nomes do expressionismo, Edvard Munch, onde a figura humana não apresenta suas características reais, mas se contorce sob sua angústia e medo.

Figura 1 - O Grito (1893), de Edvard Munch. Fonte: Wikipédia.

O expressionismo não chega a ser um gênero de filme, mas é uma estética que passou a ser encontrada em romances policiais, dramas, filmes históricos e outros, sempre muito fantasioso, irreal. Similar à pintura, no cinema de estética expressionista os cenários são retorcidos e deformados, a figura humana não faz jus à realidade, há o uso indiscriminado e exagerado de luz e sombra e há enfoque muito maior nas características psicológicas das personagens, tudo isso criando uma atmosfera inquietante. Ou seja, deixa-se a verossimilhança de lado para exaltar a expressão de emoções a partir da distorção da realidade e subjetivismo.

O maior representante da estética expressionista no cinema é o filme “O Gabinete do Doutor Caligari” (Das Kabinett des Doktor Caligari, 1920), dirigido por Robert Wiene, que narra a história de um sonâmbulo, Cesare, supostamente adormecido a 23 anos e capaz de prever acontecimentos, e seu manipulador, o Doutor Caligari. Cesare é uma personagem bizarra, sempre em preto, cabelo desconectado, maquiagem forte e exagerada, parecendo um ser não social, perigoso, macabro. Os cenários possuem formas desproporcionais, é filmado em ângulos irregulares, e a trilha sonora atribuiu às cenas tensão e expectativa. E ainda mais por envolver assassinatos, esse filme é considerado um dos primeiros do gênero terror.

Figura 2 - O Gabinete do Doutor Caligari (1920), de Robert Wiene. Fonte – Blog O horror, o horror.

Apesar de ter tido dificuldades para se espalhar pelo resto do mundo devido à censura do regime nazista a essa vanguarda por acreditarem que aquela estética, além de possuir inferioridade artística, não representava os valores, costumes e moral do povo alemão, o expressionismo chegou, depois de algum tempo, a influenciar o cinema hollywoodiano. “O Gabinete do Doutor Caligari” impressionou toda a geração e exerceu influência sobre cineastas de outras partes de mundo, que, também com a maior facilidade que o aprimoramento tecnológico proporcionava, logo começaram a adotar a estética expressionista em todos seus aspectos. Exemplo disso é “Eduardo Mãos de Tesoura” (Edward Scissorhands, 1990) do Tim Burton, que além de adotar a estética expressionista, a atmosfera inquietante e medonha, o personagem principal tem características similares as do Cesare.

Percebia-se que aquelas imagens inquietantes aguçavam a curiosidade do indivíduo, criavam certo suspense e prendiam-no às cenas, causando uma aflição instigante no espectador, as vezes chegado até a “aterroriza-lo”, e os produtores e diretores começaram a explorar mais esses aspectos em suas criações, desenvolvendo uma cultura de filmes de terror. Utilizando ainda muito a estética expressionista na construção de personagens, mas procurando atender a um público que demanda cada vez mais verossimilhança para conseguir levar o filme a sério e tomar aquilo, mesmo que subconscientemente, como realidade, os cineastas começam a dar mais ênfase ao suspense e o medo em suas produções, abordando temas diversificados como espíritos, vampiros, serial killers, zumbis, demônios entre outros.

Assim, é impossível negar a influência que a estética expressionista exerceu sobre o que entendemos hoje como filmes de terror. Em tudo se observa características expressionistas: na construção das personagens, no design dos cenários, na trilha sonora e no enredo.

Referências bibliográficas

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo. Editora Ática. 2010.

KOBALL, Alexandre. Crítica: O Gabinete do Doutor Caligari. 2005. Disponível em

Yesterday: Cinquenta E Oito Anos De Regravações Joshua Emanuel Tenorio

"Se você não sabe para onde está indo, qualquer estrada o levará lá." Lewis Carrol Há poucas coisas que influenciam a cultura atual como a obra musical dos Beatles. As ideias em letra, cifra e composição foram provadas pelo tempo, e depois de mais de cinquenta anos, ainda são relevantes e amadas. O maior exemplo dessa obra é a canção Yesterday, a mais regravada de todos os tempos (GUINNESS WORLD RECORDS, 2009). 1 Essa obra tem gravações feitas por um grupo diverso de artistas ao longo das ultimas cinco décadas, totalizando 2.200 gravações oficiais. A obra Yesterday foi lançada em 1965 no álbum dos Beatles intitulado Help!. É oficialmente reconhecido que a autoria da música Yesterday é de John Lennon e Paul McCartney, integrantes dos Beatles. O álbum contou com a participação de todos do grupo: John Lennon – Canto principal, de harmonia e de fundo, e instrumentos como o violão de aço (de seis e doze cordas), guitarra e piano elétrico; Paul McCartney – Canto principal, de harmonia e de fundo, e instrumentos como o violão de aço (de seis e doze cordas), guitarra, contrabaixo e piano (elétrico e acústico); George Harrison – Canto principal, de harmonia e de fundo, violão e guitarra; Ringo Starr – Bateria e diversos instrumentos de percussão, e cantor principal na música Act Naturally (LEWISOHN, 1988). A maior contribuição para essa obra foi do McCartney, reconhecido como gerador tanto da melodia principal como da letra e o único do grupo a tocar na gravação final. A melodia era uma composição sem letra por alguns meses, somente trabalhada em momentos de intervalos nos ensaios e gravações. John Lennon em entrevista indicou o seguinte:

"A canção já existiu por meses e meses antes que nos a completamos. Todas as vezes que nós nos juntamos para escrever musicas para uma sessão de gravação essa musica surgiria. A gente quase terminou a musica, mas faltou o titulo dela. Paul escreveu quase tudo. Nos a chamamos de Scrambled Eggs (ovos mexidos) e ela virou piada entre a gente. Nos

1 Na verdade, essa musica dos Beatles não é a mais gravada. Um exemplo de uma obra mais gravada que essa canção é a composicao de Gershwin, Summertime, com 33.345 gravaçōes conhecidas. Informações sobre essa obra colhidas e disponiveis no site http://www.summertime- connection.nl, acessado no dia 9 de outubro de 2013

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entendemos que o titulo deveria ser de uma unica palavra, embora foi difícil encontrar a palavra certa. Uma manha, Paul acordou e a musica e o titulo estavam lá, completos. Eu fiquei triste ao pensar que terminou, foi fonte de diversão pra nos." (HAMMOND, 2001)

A contribuição maior para essa obra foi do McCartney, reconhecido como gerador tanto da melodia principal como da letra e o único do grupo a tocar na gravação final. A melodia era uma composição sem letra, somente trabalhada em momentos de intervalos nos ensaios e gravações. Depois McCartney conseguiu terminar, e a gravação contou com a participação do grupo no arranjo e na masterização. A composição original tem características únicas. Ela tem duas partes que são diferentes na melodia e no ritmo, que cria um senso de disjunção (EVERETT, 1999). A música foi gravada iniciando na tonalidade de Fá maior (F Major) e depois entrando na tonalidade relativa de Ré menor (D minor), tendo uma resolução anterior a cada secção da obra atrasada pelo quinto do quinto acorde (Na tonalidade original da musica o quinto acorde é Dó (C)), que significa que toca-se um Sol (G, um acorde fora da tonalidade de Fá), e Si bemol (B♭), para resolver novamente em Fá. Essa é uma característica das composições feitas por Lennon- McCartney, chamada por Pollack de gratificação atrasada porque cria a expectativa de resolver a tensão sonora criada pelo uso de certas harmonias e antes dessa resolução esperada insere-se um elemento harmônico fora da tonalidade esperada, variando e estendendo a tensão harmônica existente. Como já citado, há milhares de exemplos de gravações dessa música (Anexo II). A mais recente foi uma versão gravada em estilo mashup (misto – misturando duas ou mais faixas pré-gravadas) junto com duas outras musicas, Numb do grupo Linkin Park e Encore do artista Jay-Z. Ela foi gravada no dia 8 de fevereiro de 2006, e trata-se de uma apresentação tripla dos artistas originais das faixas em um arranjo misto. O arranjo novo ocorre um intervalo (intervalo da 2a menor, em Fá sustenido Menor (F#- )) mais aguda que a tonalidade original e volta no momento da entrada do arranjo original de Yesterday. A diferença entre a duas versões citadas esta tanto na forma e composição como no contexto da criação de cada uma delas. A segunda parte do século XX foi marcada por profundas transformações sociais, politicas, culturais e econômicas. A geração nascida antes da década de sessenta junto com as gerações posteriores formaram uma sociedade disjunta nas áreas em que essas transformações ocorreram. Alguns enxergam dentro da revolução cultural ocorreu nesse período como um exemplo do pesadelo Jungiano, onde uma cultura rígida não comportou o desejo para liberdade individual (BOOKER, 1970). Ate hoje, ha uma

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profunda nostalgia social para um passado idealizado diante de tantas mudanças. Essa saudade foi instrumental no sucesso da versão original da música Yesterday. Na década de 1960, diversos movimentos concretizaram-se de forma rápida e expansiva. Dentro desses, havia o movimento dos direitos homossexuais, do contracultura (drogas, musica etc.), direitos dos afrodescendentes americanos, direitos das mulheres (fig.1) e dos estrangeiros surgiram como os mais marcantes. Um paralelo com o presente pode ser feita com facilidade que esses movimentos, mesmo com conquistas significativas, não venceram totalmente a resistência.

Figura 1 – Movimento Social – Direitos das mulheres (Década de 60)

Fonte: site: Acesso: 9 de out. De 2013

Muitos dos problemas sociais de hoje são reflexões da década de sessenta. Esses problemas existiram ao longo dos últimos cinquenta anos em níveis variáveis de intensidade e maturidade, que pode ser outra razão do sucesso dessa obra. Nos EUA, a sociedade continua fracionada em uma situação semelhante a década de 1960 (fig.2). Durante os últimos anos, a disjunção social e nostalgia estadunidense foi refletida nas ideias da Yesterday. A ideia de que o passado era melhor que o presente, que a sombra desse passado ideal assombra o presente é uma ideia muito atrativa para os americanos.

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Figura 2 – Movimento Social – Occupy Wall Street (OWL) - 2012

Fonte: site: Acesso: 9 de out. De 2013

A nova versão da musica dos Beatles, que reuni as categorias de pop, rock e rap funciona porque as três musicas usadas no arranjo mashup transmitem facetas desse incomodo social. A desilusão, falta de sentido humano e sofrimento nas relações românticas de hoje é a mensagem principal da musica Numb. Um louvor a força física e valentia, apologia a justiça urbana diante da pobreza e desigualdade são o foco da musica Encore. Essa imagem conjunta do presente mescla muito bem com o olhar ao passado e nostalgia da musica Yesterday. O resultado é um arranjo musical que estende gerações e pontua as transformações sociais, politicas, econômicas e culturais que ocorreram e ainda se desenvolvem no presente.

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Bibliografia

BOOKER, C. The Neophiliacs: A Study of the Revolution in English Life In The Fifties and Sixties. 1. ed. London: Gambit Incorporated, v. 1, 1970.

CARROL, L. "Lewis Carrol". Brainyquote.com, 2013. Disponivel em: . Acesso em: 10 outubro 2013.

EVERETT, W. The Beatles as Musicians: Revolver through the Anthology. 2. ed. New York: Oxford University Press, v. 1, 1999.

HAMMOND, I. Volume 5. Soundscapes.info, 2001. Disponivel em: . Acesso em: 9 outubro 2013.

LEWISOHN, M. The Beatles Recording Sessions. 1st edition. ed. New York: Harmony Books, v. 1, 1988.

THE SUMMERTIME CONNECTION. Recordings of Summertime, the famous first aria of Porgy & Bess by George Gershwin. The Summertime Collection, 2004. Disponivel em: . Acesso em: 09 Outubro 2013.

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Anexo I – Letra de Yesterday (Lennon-McCartney) Yesterday Ontem All my troubles seemed so far away Todos os meus problemas pareciam tão Now it looks as though they're here to distantes stay Agora parece que eles vieram pra ficar Oh, I believe in yesterday Oh, acredito no ontem - - Suddenly De repente I'm not half the man I used to be Não sou metade do homem que costumava There's a shadow hanging over me ser Oh, yesterday came suddenly Existe uma sombra pairando sobre mim - Oh, ontem veio de repente Why she had to go I don't know - She wouldn't say Porque ela teve que ir eu não sei I said something wrong now I long Ela não diria For yesterday Eu disse algo errado agora eu espero - Pelo ontem Yesterday - Love was such an easy game to play Ontem Now I need a place to hide away O amor era um jogo fácil de se jogar Oh, I believe in yesterday Agora preciso de um lugar pra me esconder - Oh, acredito no ontem Why she had to go I don't know - She wouldn't say Porque ela teve de partir eu não sei I said something wrong now I long Ela não diria For yesterday Eu disse algo errado agora eu espero - Pelo ontem Yesterday - Love was such an easy game to play Ontem Now I need a place to hide away O amor era um jogo fácil de se jogar Oh, I believe in yesterday Agora preciso de um lugar pra me esconder Oh, acredito no ontem

Fonte: Letras.mus.br Acesso: 10 de Outubro de 2013 – com adaptações

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Anexo II – Amostra de algumas gravações feitas ao longo dos anos

ARTISTA MÚSICA ANO PUBLICAÇÃO 48th Grammy Awards (with Jay- Linkin Park "Yesterday" 2006 Z and Paul McCartney) Barry The Greatest Songs of the Sixties "Yesterday" 2006 Manilow (UK version) Eva Cassidy "Yesterday" 2003 American Tune The First Cut – The Immediate P. P. Arnold "Yesterday" 2001 Anthology Laurence "Yesterday" 2000 LJ Plays the Beatles Juber Come Together: America Salutes Billy Dean "Yesterday" 1995 The Beatles Boyz II Men "Yesterday" 1994 II En Vogue "Yesterday" 1992 Funky Divas José Feliciano "Yesterday" 1992 A Tribute To The Beatles Shirley "Yesterday" 1991 Keep the Music Playing Bassey King's Singers "Yesterday" 1986 Beatles' Collection Sarah "Yesterday" 1981 Songs of The Beatles Vaughan Sammy "Yesterday" 1979 Hearin' Is Believin' [29] Davis, Jr. All This and World War II David Essex "Yesterday" 1976 (Soundtrack) The Dillards "Yesterday" 1970 Copperfields Elvis Presley "Yesterday" 1970 On Stage The "Yesterday" 1969 The Versatile Impressions Impressions Frank Sinatra "Yesterday" 1969 My Way[30] Val Doonican "Yesterday" 1968 Val Doonican Rocks, But Gently

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ARTISTA MÚSICA ANO PUBLICAÇÃO The Miracles "Yesterday" 1968 Special Occasion Cathy Beatles Arias,[7] released in the "Yesterday" 1967 Berberian US as Revolution Ray Charles Invites You to Ray Charles "Yesterday" 1967 Listen The "Yesterday" 1967 The Sandpipers Sandpipers The Brothers "Yesterday" 1966 A Beatles Songbook Four Perry Como "Yesterday" 1966 Lightly Latin David and "Yesterday" 1966 album David and Jonathan Jonathan John Denver "Yesterday" 1966 John Denver Sings Smothers The Smothers Brothers Play It "Yesterday" 1966 Brothers Straight Fonte: Wikipedia.org Acesso: 10 de Outubro de 2013 – com adaptações

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Cigarro e Bebida Heineken: O paradigma de uma bebida que se tornou estilo de vida e status social. Lucas Marinho, Natalia Rezende

“A cerveja prova que Deus nos ama, e nos quer felizes.” Benjamin Franklin

A cervejaria Heineken surgiu em 1864 quando o jovem Gerard Adriaan Heineken, com seus 22 anos comprou uma cervejaria em Amsterdã, com o intuito de tornar sua cerveja referência entre os cavalheiros e homens de respeito da Holanda, entretanto, no século XIX, a cerveja era uma bebida destinada prioritariamente aos trabalhadores, com um sabor rústico e pouco atrativo. Para reverter a atual situação da cerveja e sua visão, o jovem viajou a Europa em busca dos melhores ingredientes e procedimentos para aperfeiçoar sua cerveja, seu sabor e aroma, a fim de mudar a imagem associada entre trabalhadores e a bebida. Foi durante essas viagens que o jovem, na Alemanha desvendou os segredos da fermentação e juntamente com uma nova equipe formada por Wilhelm Feltman e o Dr. Elion desenvolveram a nova fórmula da cerveja em 1886, a Heineken levedura A, receita até hoje produzida, responsável pela modificação do sabor e melhoria da qualidade da cerveja. Foi essa mudança a grande divisora de águas entre a cerveja rústica do trabalhador para a cerveja mais leve e pura, com sabor mais agradável que seria alvo das primeiras campanhas de Gerard Adriaan Heineken para mudar a imagem que a cerveja tinha na Holanda, como pode ser visto na imagem 1. O interesse de uma marca exclusiva de cavalheiros é amarrotada quando 1912, quando o interesse pela marca cresceu no paladar dos cidadãos holandeses, fazendo com que o foco da empresa mudasse para se tornar competitiva frente às concorrentes holandesas. O objetivo da marca era proporcionar ao consumidor a qualidade inigualável da cerveja a um preço acessível. O objetivo principal era associar a cerveja Heineken a algo único e inovador, com sabor e qualidade incomparáveis, o fizeram primeiramente em 1928 com a propaganda nos jogos olímpicos de Amsterdã, escrevendo o nome da marca no céu. Um ano depois suas garrafas se reinventaram e passaram a ser produzidas em vidro (Imagem 2), uma revolução moderna que cativou os jovens e foi alvo de propagandas. Mas a introdução da garrafa não foi suficiente, o objetivo da comunicação marca/cliente era a associação direta da cerveja Heineken como algo diferencial, único no mercado, em questão de sabor e inovação. O alvo foi novamente a garrafa, não bastava ser de vidro, tinha que ser única para promover a assimilação imediata do consumidor com a marca e tudo o que ela buscava proporcionar: Um estilo de vida pautado na qualidade e na experiência única de beber uma cerveja igualmente única. O fizeram com a coloração da garrafa, verde (Imagem 2), cor característica da marca que cumpriu o papel da assimilação da garrafa com o que ela proporcionaria com maestria. É a novo forma de comunicação com os clientes, prezando pela qualidade e exclusividade que a Heineken começa a expandir uma nova visão, trazer a marca não só para o paladar e consumo dos clientes, mas virar um estilo de vida. Há então, a introdução da propaganda da marca como um estilo de vida, um modo de viver e não apenas tomar cerveja. Atualmente, é uma marca da Heineken fazer propagandas repletas de amigos em momentos de alegria e reunião, primando pelo apelo da cerveja com amizade, alegria e estilo de vida pautado na interação e felicidade proporcionada pela reunião em volta da cerveja. O apelo ao estilo de vida Heineken não se encontra somente em propagandas televisivas, a Cervejaria lançou, em 2007, o Heineken bar, um projeto audacioso que inclui como pauta principal exatamente um ambiente de integração em volta da experiência de beber a cerveja, o ambiente do bar, como visto na imagem 3, proporciona a interação, mesas e cadeiras postas de modo a promover o diálogo enquanto são transmitidos filmes e eventos esportivos de grande atratividade para o público. Outro investimento no “modo de vida Heineken” foi a concepção da Loja Heineken (imagem 4), um ambiente planejado para proporcionar uma experiência da compra não só da cerveja, mas de um estilo de vida voltado para o que a cerveja busca representar em roupas e em entradas de eventos patrocinados. O estreitamento com o cliente é imediato, com o bar, loja e até um museu (imagem 5), a experiência de beber torna-se algo maior, o cliente passa a ser um membro de um clube, representante de um espírito voltado para a interação e alegria proporcionado pela abertura de uma garrafa Heineken. O ponto alto do marketing e propaganda da empresa com o consumidor consolidou-se há dois anos atrás com o comercial “The Entrance” (imagem 6), que apresentaria ao mundo o slogan da marca utilizado até hoje: “Open your world” (abra seu mundo). Uma forma de convidar o cliente a sair da sua zona de conforto como mero consumidor e se aventurar em diferentes meios e pessoas para experimentar e redescobrir um mundo de possibilidades, tudo isso proporcionado, no final das contas e do comercial por uma garrafa Heineken. O “Open your world”, foi recentemente mais elaborado para o comercial “The Voyage” (Imagem 7), onde um aventureiro experimenta outras culturas e povos, proporcionando a ele experiências nunca imaginadas, novamente a propulsora disso tudo é a Heineken. O objetivo final dessas propagandas é um só, abrir a mente dos clientes para a experimentação de algo novo e exclusivo, não só da cerveja, mas do seu estilo de vida que a cerveja proporciona, algo novo e revolucionário que irá expandir a mente e as experiências de seus consumidores, seja em frente a TV com seus amigos, no bar exclusivo ou usando uma camisa da marca. Algo bem diferente do imaginado por seu fundador, a cerveja passou de algo exclusivo para os senhores de bem para se tornar algo extremamente popular no mundo, mas mantendo a exclusividade, a exclusividade de um clube Heineken, caracterizada pela boa relação com a marca e seus colegas que degustam da mesma. O ato de beber uma Heineken passará a simbolizar uma vida aventureira em outras culturas e modos de vida, que irão promover alegria e enriquecimento das relações social com outros consumidores da cerveja, deixando uma vontade de participar desse clube pelos outros não consumidores da Heineken, que querem fazer parte desse mundo de alegria e interação da cerveja única e exclusiva não só no sabor, mas nas interações que proporciona.

Imagem 1 - Propaganda da década de 1870

1 Fonte: Website casa do poster

1 Disponível em: http://www.casadoposter.com.br/posters/poster_mostra.php?id=2586&categ=4 Imagem 2 – Garrafas Heineken

2

Fonte: Blogspot mundo das marcas

Imagem 3 – Heineken Bar

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Fonte: Blogspot mundo das marcas

Imagem 4 – Loja Heineken

2 Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html 3 Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html 4

Fonte: Website mais que arquitetura

Imagem 5 - Museu Heineken

5

Fonte: Blogspot mundo das marcas

Imagem 6 – Campanha comercial de 2010 “The Entrance”

4 Disponível em: http://maisarquitetura.com.br/loja-heineken-em-amsterdam-por-tjep 5 Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html 6

Fonte: Blog ypsilon2

Imagem 7 – Propaganda de 2013 “The Voyage”

7

Fonte: Website sendible

6 Disponível em: http://www.ypsilon2.com/blog/publicidade/open-your-world-heineken-e-sua-nova-assinatura- global/ 7 Disponível em: http://sendible.com/insights/heineken-dropped-in-the-voyage/ Referências bibliográficas: DIAS, KADU. Heineken. 2006. Disponível em: BETTI, MIGUEL LUIS. Bebidas Cerveja Heineken. 2002. Disponível em: DESCONHECIDO. Heineken Dropped in The Voyage. 2013. Disponível em: YPSILON, AGÊNCIA. Open your wolrd|Heineken e sua nova assinatura global. 2011. Disponível em: PAVENELLI, LAÉRCIO. Loja Heineken em Amsterdã. 2009. Disponível em: O cigarro Marlboro : uma análise das estratégias publicitárias nos períodos pré e pós Segunda Guerra Mundial Gabriela Ribeiro e Luanna Vieira

“Mas também podemos pensar que o tom é o mesmo - pois um comando e uma informação podem ser pronunciados em muitos tons diferentes e com muitas expressões faciais diferentes – é que a diferença reside somente no emprego.” Ludwig Wittgenstein

O Marlboro, da empresa Philip Morris, é uma marca de cigarro que, desde sua criação até os dias de hoje, passou por diversas mudanças em suas campanhas publicitárias. Essas mudanças se deram devido a diferentes adversidades, como a guerra e a proibição da veiculação de propagandas de cigarro. Contudo, o Marlboro é, ainda hoje, uma das marcas mais poderosas, valiosas e influentes do planeta (MUNDO DAS MARCAS: 2006). E como começa essa história? Em 1847, Philip Morris abriu uma tabacaria em Bond Street, Londres, que comercializava tabaco e cigarros pré-fabricados (PMI: 2002). Após mudar de donos, a nova direção1 da empresa resolveu se estabelecer em Nova Iorque, EUA, em 1902. Dentre os produtos comercializados, estava o Marlboro, um cigarro voltado para o público feminino. Na época, o Marlboro apresentava filtro, o que designava o tipo de público-alvo, pois cigarros com filtro eram tidos como “femininos”, por serem, em tese, mais fracos (MUNDO DAS MARCAS: 2006).

FONTE: FEMININO, [192?]

1Com a morte do Sr. Morris, os negócios foram assumidos pela sua mulher, Margaret, e pelo seu irmão, Leopold. Em 1881, a empresa abriu o seu capital à subscrição pública e Leopold Morris uniu-se a Joseph Grunebaum para fundar a Philip Morris & Company and Grunebaum, Ltd. A sociedade foi desfeita em 1885 e a empresa passou a chamar-se Philip Morris & Co., Ltd. Por fim, em 1894 a empresa saiu do controle da família fundadora, assumido então por William Curtis Thomson e pela sua família. Sob a direção de Thomson, a empresa foi designada como a fornecedora oficial de tabaco do Rei Eduardo VII e, em 1902, estabeleceu-se em Nova Iorque pela mão de Gustav Eckmeyer. (PMI, 2002) Para ganhar o público, a marca colocou como garota-propaganda a atriz Mae West, atriz de grande prestígio na década de 19202. Usar uma figura pública como símbolo de sua marca, é uma estratégia usada para valorizar o ato de fumar. Beaumord (2010: 2) fala de como as empresas de cigarro utilizam táticas desde o início do século para criar uma imagem positiva do produto, com associações a um estilo de vida moderno, rico e com glamour. E nada como uma estrela norte-americana para dar um exemplo desse estilo de vida. O slogan da campanha que a atriz protagonizava era “Mild as May”, o que no português, em livre tradução, seria “Suave como Maio”, que além de May ter a mesma pronuncia do nome da atriz, criando laços entre a figura de Mae West e a marca, fazia menção ao clima no mês de maio nos EUA, a primavera.

FONTE: TERRA DO MARLBORO, 2009. FONTE: VITAMINA UFF, 2013.

Reforçar a ideia de delicadeza e a sensação de poder que se tem ao fumar era a estratégia utilizada para cativar as mulheres. As campanhas da marca, nos anos que se seguiram, sempre utilizavam imagens de mulheres além de outros truques de marketing, como a cor vermelha do maço, uma alusão ao batom vermelho utilizado pelas mulheres e uma mensagem publicitária destinada ao público feminino: “Uma extremidade cor de

2Mary Jane West [...]Estudou bailado, atuou em espetáculos de variedades e em 1918 lançou o tipo de dança "shimmy", que alcançou grande popularidade nos anos 1920. […] Desde o começo da carreira [...] em 1917, ela já chamava atenção [...]. Converteu-se em pouco tempo no que se chama uma "estrela". Sua consagração teatral veio em 1926, com a peça "Sex", de sua autoria. (WIKIPÉDIA, 2013) cereja para os seus lábios cor de rubi” (MUNDO DAS MARCAS: 2006).

FONTE: MARLBORO PARA MULHERES, 1950

Tudo correria bem até que o produto, durante a Segunda Guerra, foi retirado do mercado. Os motivos não são conhecidos. Entretanto os problemas enfrentados pelo Marlboro no seu retorno após a guerra, são vários e conhecidos. Na verdade, foram dificuldades que atingiram toda a indústria tabagista. Os benefícios subjetivos de glamour e luxo, até então trazidos pela marca, tiveram que ser reestruturados devido à influência de acontecimentos no período pós-guerra: i) a competitividade do mercado pelo surgimento de novas marcas de cigarro (BEAUMORD, 2010: 3-4) e; ii) a divulgação de estudos iniciais sobre os malefícios do cigarro à saúde na década de 1950 (FERNANDES, 2007: 45). Assim, em 1955, o cigarro Marlboro foi relançado (FLAHERTY, 2000) com a empresa investindo no mercado de cigarros com filtros – até então associados ao público feminino – que agora continha uma mensagem em resposta às preocupações da sociedade com a saúde. Entretanto, a principal ação foi o lançamento da campanha “Malboro Man” que tinha por objetivos: desvincular a presença do filtro à falta de sabor do cigarro e afirmar a marca como um produto realmente masculino3 (STANFORD, 2013). Ao mesmo tempo, nascia uma embalagem inovadora para o produto – flip top box – que era mais resistente evitando amassar o cigarro, cabia no bolso e possuía uma tampa articulada que dava praticidade à ação de fumar e também protegia o cigarro4 (KLUGER,

3As propagandas usavam “imagens em close-up de vários tipos de homens fumando Marlboro – o cowboy [...], salva-vidas, marinheiros, sargentos, trabalhadores de construção civil, apostadores e outros tipos sugestivos do espírito masculino e independência rústica” (FLAHERTY, 2000). Nesse momento, os “Marlboro Man” sempre possuíam uma tatuagem na mão, sugerindo certo mistério ao seu passado. 4Essa característica de proteção, por sua vez, se encaixava no perfil de qualidade masculina desejada para o produto (KLUGER, 2010). 2010). Acrescenta-se ainda que o novo design gráfico da embalagem – bastante simplificado e geométrico em relação ao elaborado para o público feminino – dava destaque ao nome do produto bem como o associava às cores vermelho e branco em um formato de ponta de seta. Isso permitiu uma fácil identificação do cigarro, sendo a partir daí utilizado na divulgação de qualquer produto associado à marca (HINE, 1995).

Fonte: COWBOY, 1955. Fonte: ATLETA,1956.

Fonte: FLIP-TOP, 1958. Fonte: SABOR, 1958.

A eficácia dessa campanha pode ser associada à análise de Freund (2006: 8) de que a fotografia atinge a todas as classes sociais bem como permite expressar os desejos e necessidades das classes dominantes segundo suas convicções, moldando ideias e influenciando comportamento. Assim, a redução de informações sobre o cigarro em si e o foco da propaganda em um personagem masculino individualista, autônomo e autossuficiente (WHITE, 2012: 4), que opta pelo uso do cigarro Marlboro, representava a rebeldia e a independência desejadas na sociedade pós-guerra. Dessa forma, associou- se o uso do produto à busca por um bem-estar psíquico5. Após quase uma década da existência do “Malboro Man”, predominantemente na figura do cowboy, a marca deu continuidade a sua estratégia publicitária ao dar vida à campanha do “Marlboro Country”6 em 19647. Apesar da interpretação imediatista de que as pessoas desejavam ser o cowboy nas paisagens do oeste americano, parece bastante improvável que essa foi a principal informação captada. Isso porque segundo Martino (2011:14), a comunicação depende do compartilhamento de um objeto de consciência e nem o estereótipo do cowboy e tampouco aquele tipo de vegetação eram a realidade cultural e geográfica de todo os EUA e muito menos do resto do mundo. Assim, acreditamos que a sensação de liberdade irrestrita com a solidão na natureza (como um todo) foi a mensagem efetivamente atrelada ao produto com essa campanha.

Fonte: COUNTRY, 1970. Fonte: COUNTRY, 1981. Fonte: COUNTRY, 1985.

O histórico da Marlboro para enfrentar crises, pois ainda estava por vir o maior

5Um exemplo de aplicação dessa ideologia pode ser observado em uma propaganda da época disponível na Web através do endereço http://www.youtube.com/watch? v=wibHcZ4FNbU&list=PL253D4D09E3DFBA7B&index=17 6No Brasil a campanha foi traduzida com o slogan “Venha para onde está o sabor. Venha para o País Marlboro” (BEAUMORD, 2010: 7). 7A nosso ver, não coincidentemente, reafirma-se o valor do produto com a satisfação pessoal dos consumidores no mesmo ano em que o Comitê Consultivo do Serviço de Saúde dos EUA anunciou de forma conclusiva que fumar cigarro era prejudicial à saúde e um importante aliado na morte por diversas doenças, especialmente o câncer de pulmão (UNITED STATES, 1964: 31-33). golpe, a proibição da veiculação de propagandas de cigarro8, mostra que a empresa sabe se reinventar. Após essa proibição a Marlboro se refugiou no mundo dos esportes, onde a primeira parceria comercial com uma equipe de Fórmula 1 se deu em 1972 com a BRM (LOPES: 2011: 4). E apesar da proibição, em 2005, da publicidade de marcas de cigarro em eventos esportivos, em 2010 a Scuderia Ferrari se renomeia como Scuderia Ferrari Marlboro e aparece, como sugeri Lopes (2011), com o que seria uma pintura vermelha com algo parecido com um código de barras, em uma alusão as embalagens Marlboro. A partir dessa análise realizada do cigarro Marlboro nos períodos antes e após a 2ª guerra mundial, evidencia-se que a forma de publicidade do produto esteve sempre associada a estratégias para maximizar as oportunidades de negócio (como o empoderamento feminino até a década de 50) e/ou minimizar as ameaças (como a associação do cigarro a danos à saúde após metade do século XX). Hoje a marca Marlboro continua sendo uma das marcas mais influentes e poderosas, que apesar de todos os contratempos, concorrentes e campanhas contra o seu produto, ocupa o oitavo lugar do ranking anual BrandZ9, das 20 marcas mais valiosas do mundo do ano de 2013 e continua a se aventurar em novas empreitadas para se manter sempre em alta no mercado publicitário10.

8Aprovado Projeto de Lei 3.156 que restringe a publicidade do tabaco. Disponível em: Acesso em: 21 out 2013 9As 20 marcas mais valiosas do mundo em 2013. Disponível em: Acesso em: 21 out 2013 10Fabricante do Marlboro lança seu primeiro cigarro eletrônico. Disponível em Acesso 21 out 2013 Referências bibliográficas:

ATLETA. Men_02.jpg. 1956. Formato JPEG. 1 fotografia, color. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. BEAUMORD, C.; BONA, R. J. O Cigarro e o Mito: um estudo sobre o Merchandising da marca Marlboro. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL, 11., 2010, Novo Hamburgo. Anais eletrônicos... São Paulo: Intercom, 2010a. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. COUNTRY. Men_51.jpg. 1970. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. COUNTRY. Men_70.jpg. 1981. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. COUNTRY. Men_71.jpg. 1985. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. COWBOY. Men_16.jpg. 1955. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. FEMININO. Feminino 5. [192?]. Formato JPEG. 1 fotografia, color. Disponível em: https://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=6d505a0311&vi ew=att&th=14176ccaf5dec87b&attid=0.4&disp=inline&realattid=f_hm9vhrc27&safe=1&zw &saduie=AG9B_P9jaBFk8j_kI_IhSyizsDp&sadet=1382561033383&sads=GcB4grIaq1FeX cXX0Jm0vQE8cyc>. Acesso em: 21 out 2013. FERNANDES, B. R. O cerco ao tabaco. In: _____. O mundo de Marlboro: A Comunicação Corporativa da Philip Morris Brasil. São Paulo: Universidade Metodista de São Paulo, 2007. cap. 2, p. 45-49. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2013. FLAHERTY, S.;MINNICK, M. Marlboro oral history and documentation project, ca. 1926- 1986. National Museum of American History. Archives Center, nov. 2000. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. FLIP-TOP. Men_12.jpg. 1958. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. FREUND, Gisèle. Las relaciones entre las formas artísticas y la sociedade. In: _____. La fotografía como documento social. Barcelona: FotoGGrafia, 2006, p. 7-9. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2013. HINE, Thomas. Design View; Marlboro Country Was Once No Man's Land. The New York Times, Nova York, abr. 1995. Seção Arts. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2013. KLUGER, Richard. Fhe Filter Tip and Other Placebos. In: ______. Ashes to Ashes: America's Hundred-Year Cigarette War, the Public Health, and the Unabashed Triumph of Philip Morris. Reimpressão. Nova York: Random House LLC, 2010. cap. 6. Não paginado. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. LOPES, E. P.; DALMASO MARTINS, D.; VNETURINI, C. M.C. Marlboro? Onde? IN: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL, 14., 2011, Novo Hamburgo. Anais eletrônicos... São Paulo: Intercom, 2011. Disponível em Acesso em: 21 out 2013. MARLBORO PARA MULHERES. Formato JPEG. [192?]. 1 fotografia, color. Disponível em:. Acesso em 21 out 2013. MARTINO, Luiz. De qual comunicação estamos falando. In: HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz; FRANÇA, Vera (orgs). Teorias da comunicação - conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p.11-25. MUNDO DAS MARCAS. Marlboro. Disponível em: Acesso em: 17 out 2013. PHILIP MORRIS INTERNACIONAL. A nossa história. Disponível em: . Acesso em 17 out. 2013. SABOR. Men_13.jpg. 1958. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. STANFORD. School of Medicine. Marlboro Men. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. TERRA DO MARLBORO. Marboro1. 2009. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: . Acesso em 21 out 2013. UNITED STATES. Department of Health, Education and Welfare, Public Health Service. Smoking and Health: Report of the Advisory Committee to the Surgeon General of the Public Health Service. Public Health Service Publication, Washington, DC, n. 1103, p. 31-33, 1964. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. VITAMINA UFF. Primeira imagem. 2013. Formato JPEG. 1 fotografia, p&b. Disponível em: < http://i1.wp.com/www.vitaminauff.com.br/wp-content/uploads/2013/09/primeira-imagem. png?resize=505%2C683>. Acesso em: 21 out 2013. WHITE, C.; OLIFFE, J. L.;BOTTORFF, J. L. From the Physician to the Marlboro Man: Masculinity, Health, and Cigarette Advertising in America, 1946–1964. Men and Masculinities, [S.I.], v. 15, n. 5, p. 526-547, dez. 2012. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2013. WIKIPEDIA. Mae West. Disponível em: Acesso em: 17 out 2013. Desenho animado e História em quadrinhos

Aspectos históricos relevantes do Mickey Mouse

GOMES, Diana Rimari; MONTEIRO, Jordanna Santos; RODRIGUES, Larissa Stefane Viera

"Espero que nós nunca possamos perder de vista uma coisa:que tudo começou com um rato." Walt Disney.

Mickey Mouse teve sua primeira aparição, como desenho mudo e em preto e branco (Plane Crazy), encontrado na (Imagem 1), em maio de 1928. No entanto, este foi pensado por Walter Elias Disney (Walt Disney) em uma viagem, em que este estava insatisfeito com a perda dos direitos autorais do Coelho Oswald (Imagem 2 ) para o distribuidor Charles Mintz (LESSING, 2004)

“Disney se lembrou de um camundongo com quem ele e o animador Ub Iwerks dividiam o estúdio. Rabiscou um ratinho no guardanapo, batizou-o de Mortimer e perguntou a opinião da mulher, Lilian. Ela aprovou a ideia, mas disse que, com aquele nome, o pobrezinho não iria longe. Sugeriu Mickey. O marido aceitou a contragosto.”(DISNEYPEDIA, 2009) Mickey Mouse representa “um cidadão norte americano exemplar”, ele é bondoso, trabalhador, adorável, simpático, honesto e sério. Mickey Mouse é um rato com características humanas. Walt Disney foi o primeiro a utilizar o som no desenho animado, personificando o uso de características humanas como a fala, as expressões faciais e comportamentais em um rato. A principio, o desenho animado do camundongo tinha a objetivo apenas de levar o puro entretenimento para publico. No entanto, com o passar das épocas o desenho passou a relatar aspectos do contexto social e histórico (KRAUSE, 2011; BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).

Durante a Grande Depressão, que ocorreu após a queda da Bolsa de Valores (em 1929) nos Estados Unidos da America, levando o maior desemprego e pobreza. Anteriormente, a crise de 29, a população norte-americana vivia de forma abastada, com os lucros dos bens de consumo e do cinema. Assim o desenho animado do camundongo representava os problemas e as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos estadunidenses. Isto gerou uma grande popularidade ao personagem na década de 30, que passou a ter revistas, filmes, brinquedos e eletrodomésticos (KRAUSE, 2011). “Em 1932, os desenhos do Mickey começam a ganhar cores. Em 1935, o Mickey passou a ser desenhado com luvas brancas nas mãos, como no desenho 'O Concerto da Banda' (The Band Concert). A mudança foi feita pelo animador Fred Moore”(Imagem 3) (KIDS IMAGITERRA, 2013).

Com entrada dos Estados Unidos da America (EUA) na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) passou-se a utilizar o Mickey Mouse como símbolo norte americano e herói para os soldados. Dessa forma, o desenho animado do rato passou a atuar como propaganda de guerra com intuito de atrair mais soldados para os campos de batalha (JORDAN, 2011; KRAUSE, 2011). Em 1950, foi criado o 'Clube do Mickey' (Mickey Mouse Club)(Imagem 4), um programa infantil muito popular nos Estados Unidos (KIDS IMAGITERRA, 2013). Na Guerra do Vietnam o camundongo agiu de forma similar a Segunda Guerra Mundial estimulando os soldados do campo de batalha, e sendo caracterizado como ícone estadunidense. Na (Imagem 6 ) se utiliza a imagem do Mickey Mouse em meio a um local similar a um campo de batalha onde se observa até a bandeira do Kuwait, por isso é impossível não associar a figura do rato com o poderio e dominância militar e política norte-americana (KRAUSE, 2011). Com a influencia do contexto atual da globalização e dos avanços tecnológicos o desenho do Mickey de 2013 tem aderido a um comportamento mais agitado e irado, tendo em vista que o publico alvo, são as crianças, e que atualmente estas estão inseridas em um contexto histórico e social diferente (Imagem 5)(KRAUSE, 2011).

Considerações Finais

O Mickey Mouse passou por diferenças durante as épocas, devido às mudanças de objetivo, publico alvo e demandas sociais. Dessa forma, o camundongo foi se adaptando às mudanças tecnológicas sendo até hoje conhecido, principalmente pelo publico infantil, pois consegue se adequar e mobilizar a mídia à sua imagem. Além disso, outros personagens foram adicionados ao desenho para que os valores de cidadão modelo existentes no Mickey fossem diferenciados dos valores do pato Donald e do cachorro Pluto (BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).

Nesse contexto a imagem do Mickey Mouse revela uma identificação com o telespectador do desenho. Portanto mesmo com vários anos de sua aparição na televisão, o Mickey Mouse continua sendo referencial para as novas gerações (BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).

Anexos Imagem 1

Mickey Mouse desenho (Plane Crazy)

Imagem 2

Mickey Mouse e o Coelho Oswald Imagem 3

Mickey e Donald em “The Band Concert”

Imagem 4

Programa infantil 'Clube do Mickey'

Imagem 5

Evolução do desenho do Mickey

Imagem 6

Mickey Mouse at the front, John Kaene, 1991, War Imperium Museum

Referências Bibliográficas

BALENSIFER, Danielle Rotholi & JAGUARIBE, Elizabete. Paralelo entre as animações Disney e o processo de identificação do espectador. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Recife-PE.2012

DISNEYPEDIA. Mickey Mouse. Disponível em: . Acesso em: 16 de outubro de 2013 as 15 horas

JORDAN, David. História da Segunda Guerra Mundial. MBooks. 10edição. 2011

LESSING, Lawrence. Cultura livre. Creative Commons. 10 edição. 2004.

KIDSIMAGITERRA. Mickey Mouse: Sua historia e novo desenho. Disponivel em: Acesso em: 17 de outubro de 2013 as 13 horas

KRAUSE, Katia Iracema. O rato vai a guerra: Como o Mickey Mouse se tornou uma imagem de poder dos EUA, 1928-1946. Dissertação de mestrado em Historia Social. Universidade Federal Fluminense. Niteroi-RJ. 2011.

O Pica Pau através dos tempos Anderson Luiz Dourado Viana da Silva, Martha Santiago e Tércio Wendel Guedes Martins

“Se os homens que vão fazer a televisão do futuro são as crianças que estão tendo seu caráter moldado pela televisão de agora, as esperanças são poucas.” Hélio Ribeiro

O Pica Pau () é um personagem de desenho animado, criado em 1940 como um coadjuvante num episódio de outro desenho. O sucesso imediato fez o autor dele, , criar mais curta-metragens com a sua nova criação. Apesar de ser criado para o público infantil dos EUA, ele se tornou uma febre entre as crianças do mundo, e seu prestígio perdura até hoje. O personagem é um ser antropoformizado, adepto da violência -- seja ela com ou sem justificativa. Segundo Chauí (2000, p. 432), (...) a violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma coisa contrária a si, contrária aos seus interesses e desejos, contrária ao seu corpo e à sua consciência, causando-lhe danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a agressão aos outros. E, em quase todos os episódios, o Pica Pau utiliza-se de meios violentos para alcançar seus objetivos. Ele também é vingativo, egoísta e bastante irônico. O período histórico em que ele foi criado, na década de 1940, reflete o período em que os EUA se afirmaram como potência econômica e política ao mundo, dado o esfacelamento da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Na mesma época, a União Soviética levantou-se como adversária desse país, e os dois influenciaram os outros países do mundo com todas as suas armas, incluindo a cultura. O Pica Pau se tornou, de certa forma, um dos embaixadores dos EUA durante essa época, conhecida como Guerra Fria. A série deixou de ser produzida em 1972, quando a situação política dos EUA estava em crise pela campanha militar desastrosa no Vietnã. Alguns anos depois, a Guerra Fria acabou, com o desmonte da União Soviética, e os EUA acabaram se tornando a única super potência mundial. Durante essa época, em 1999, surgiu uma nova série do Pica Pau, com várias mudanças em relação à anterior, transformando o personagem num cidadão dessa super potência. Em 2001, houve o Atentado das Torres Gêmeas, em Nova Iorque, transformando a geopolítica mundial, mostrando que o país estava ameaçado por inimigos até então ignorados. A nova série acabou um ano depois. Segundo Wikimedia Foundation (2013), o Pica Pau era inicialmente um pássaro louco, quase um sociopata, que incomodava a todos por simples prazer. Todas as tentativas de controle que policiais, colegas ou transeuntes exerciam sobre ele eram rechaçadas com violência. A aparência doentia refletia o seu caráter. Em 1944, um diretor chamado Shamus Culhane fez a primeira alteração estética do personagem. Retirou a repugnância visual dele, mantendo o mesmo comportamento errático. Inseriu também na série o personagem (também conhecido no Brasil como Leôncio), o primeiro antagonista do pássaro. Dois anos depois, um ex-funcionário da Disney, Dick Lundy, aceitou dirigir os episódios desde que pudesse mudar o perfil dele. Fez com que o personagem só agisse de forma violenta por algum motivo justificado. Ele também criou outro inimigo, o Ben Buzzard (Zeca Urubu, no Brasil). No início da década de 1950, o estúdio que produzia a série () passou por uma crise financeira, e se viu obrigado a conter gastos. Demitiram o diretor e o dublador do protagonista (que passou a ser a esposa do criador do personagem, Grace Stafford). Uma animadora da equipe, Laverne Harding, criou o visual do personagem utilizado até o remake, com a franja projetada para a frente. Na mesma época, outros personagens foram criados, como a Ms. Meany, os sobrinhos Knothead e Splinter (Toquinho e Lasquita) e o Gabby Gator (Zé Jacaré). Até essa década, os episódios eram feitos para exibição nos cinemas. Visto que o custo de produção estava aumentando, e o retorno financeiro diminuía na mesma proporção, os produtores decidiram criar episódios para a TV. E foi assim até o ano de 1972, quando o estúdio fechou as portas. No final da década de 1990, o estúdio Universal Cartoon Studios produziu a série “The New Woody Woodpecker Show”. Nessa releitura do personagem, o pássaro voltou a ter o visual da década de 1940 (da segunda metade) e passou a morar num endereço fixo, sendo inquilino da Ms. Meany e vizinho do Wally Walrus. As novas preocupações dele são as mesmas de um cidadão dos EUA, como o lugar em que irá almoçar, o medo de ser despejado de sua residência e o lazer que praticará no fim-de-semana com seus amigos, e a sua postura fica mais serena. Os semelhantes do Pica Pau aparecem com maior regularidade. Knothead e Splinter ressurgem como sobrinhos mimados, e a Winnie, um interesse romântico da antiga série, desponta como a namorada do protagonista.

Essas modificações no personagem refletem um incômodo sentido por muitos em relação à série antiga, e explicado no trabalho de Lima (2011). Esse incômodo se dá pelas situações mostradas na série não terem caráter pedagógico ou moral, e que as situações absurdas dos episódios têm o poder de influenciar negativamente o comportamento dos espectadores mirins. Isso remete ao conceito de qualidade “ecológica” na televisão, descrita por Machado (2009, p. 25) como

identificada com o ponto de vista dos educadores e religiosos, prefere privilegiar (…) os aspectos pedagógicos, os valores morais, os modelos edificantes e construtivos de conduta que a televisão está potencialmente apta a promover

Para Lima (2011), o comportamento do Pica Pau reflete a figura do trickster, personagem existente em várias mitologias no mundo, um anti-herói com postura egoísta e inconsequente, mas necessário para a formação das sociedades. O interesse das crianças e adultos pelo pássaro reflete a admiração do público por essa persona.

Entretanto, a preocupação dos anunciantes (que não desejam perder o dinheiro investido nos programas), junto com uma latente necessidade em mostrar os personagens dos desenhos animados como exemplos de comportamento para as crianças do mundo, fizeram com que esse “Novo Pica Pau” perdesse a sua essência, tornando-se num ser que se vinga de seus inimigos de forma desmedida, combatendo o que havia de errado ao seu redor. Mesmo assim, alguns traços da sua natureza trickster permanecem nas suas ações.

Esse novo comportamento reflete a postura externa dos EUA após o Ataque às Torres Gêmeas, em 2001, de responder a quaisquer ataques com o uso “justificado” da força, sem limitações. Outras produções televisivas surgidas na mesma época, como a série “24 Horas”, mostram a força como ferramenta necessária para se alcançar a justiça. Isso deixa os pais e anunciantes contentes, com a promoção dessa “violência justa”.

Na tentativa de tornar o Pica Pau um personagem “politicamente correto”, seus criadores acabaram dando respaldo moral à sua violência. Nos episódios antigos, era claro que o protagonista estava fazendo coisas erradas, mesmo naquele contexto engraçado. Agora, a violência ocorre “porque é necessário restabelecer a ordem”. O uso incorreto da violência deu lugar à regulamentação dela.

Atualmente, há uma tendência entre os jovens de acreditar no uso da força como necessário para combater os problemas sociais. Glorifica-se a tortura, defende-se a pena de morte, destrói-se a reputação de alguém com um pequeno indício de contravenção, tudo a favor da “justiça”. O primeiro Pica Pau jamais entraria num movimento desses. Já o Novo... Aparências do Pica Pau durante a série antiga. Fonte: Electic Tiki Design, 2006?

Da esquerda para a direita: Splinter, Winnie, Pica Pau e Knothead na nova série do Pica Pau. Fonte: Rodrigues, 2013. Bibliografia

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 12. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 432.

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MACHADO, Arlindo. A Televisão Levada a Sério. 5. ed. São Paulo: Senac, 2009, p. 25.

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WIKIMEDIA FOUNDATION. Woody Woodpecker. Wikipedia. 2013. Disponível em . Acesso em: 20 out. 2013. A trajetória do Pica­Pau e suas influências Inara Régia Cardoso, Matheus MacGinity Moraes Rêgo, Raiana Góis Leite e Rainer Barbosa

“Walter queria filmar o pássaro, mas foi Grace quem sugeriu que criasse um desenho animado.” (PEREIRA, 2010)

O Pica­Pau, criado por Walter Lantz – desenhista e animador estadunidense – é um dos mais notáveis produtos da comunicação por meio de animação da história, até o presente momento. Em inglês Woody Woodpecker, foi lançado inicialmente, em 1940, como antagonista do personagem , animação distribuída pela Universal Studios. Após aparição em alguns episódios e estrondoso sucesso, em 1941, O Pica­Pau foi lançado em animação como protagonista e rendeu a Lantz, e ao próprio Pica­Pau, até um lugar na calçada da fama. Relacionando­se momentos históricos com o desenho animado em questão, podemos perceber sua ligação. A comunicação é uma necessidade e O Pica­Pau é um produto dela. A televisão – sem contar com o advento do YouTube – é o meio, e os espectadores são os receptores da mensagem. A interpretação é pessoal, obviamente, mas o contato com o produto e o estudo do caso indicam alguns fatores determinantes para a construção do mesmo. Dentro do gênero screwball comedy – ou comédia pastelão – surgiu a animação do Pica­Pau na primeira das suas quatro versões, que vieram a ser feitas. Com visual esquizofrênico, atitudes instáveis e piadas toscas e ácidas, o pequeno pássaro aprontava de tudo com um toque de uma natural maldade, o que rendeu a expressão “ Fulano é mal feito Pica­Pau”. Na sua segunda versão, lançada em 1947, o personagem deixou um pouco de lado as características agressivas e a temática da animação passou a conter piadas mais voltadas ao público infantil. Seu visual se tornou mais natural e simpático. Esta versão protagonizou o primeiro desenho animado a ser transmitido pela televisão brasileira, no ano de 1950, pela TV Tupi, porém ainda sem dublagem. Entre as décadas de 50 e 60, o desenho ganhou, no Brasil, dublagens, o que fez com que o público aumentasse consideravelmente. Essa versão foi mantida até o ano de 1972. No ano de 1999 o topete vermelho voltou às telas em uma nova versão, com o nome de The New Woody Woodpecker Show – O Novo Pica­Pau – tão novo que recebeu inúmeras críticas e não obteve sucesso, ficando muito atrás das outras versão com baixa audiência. Com isso em 2003 o programa foi cancelado nos Estados Unidos. Como ocorre com tudo, O Pica­Pau sofreu alterações para que se adaptasse ao público da época em que era passado, porém mantendo­se a personalidade forte do personagem. Ao observar os episódios mais antigos, percebe­se uma mudança clara na linguagem do desenho. Até 1950 aproximadamente, os diálogos eram extremamente curtos ou inexistes, valorizando­se mais a ação dos personagens, os aspectos “non­sense” típicos de cartoon e as piadas visuais. As falas foram sendo desenvolvidas aos poucos. Nos episódios produzidos após a reformulação de 1999, as histórias são quase completamente moldadas pelas conversações entre personagens, ou seja o diálogo vai se tornando cada vez mais fundamental para dar sentido à história o que, na maioria das vezes a torna mais complexa e mais próxima da realidade. Junto a isso, há também uma mudança notável em relação aos cenários que costumavam ser em ambientes remotos, como florestas, desertos e planícies para cidades e espaços internos. Isso revela uma humanização mais intensa do Pica­Pau, que nos episódios mais recentes, não voa, não costuma bicar madeira, mora numa casa com eletrodomésticos e até paga aluguel. Todos esses elementos contribuíram para a construção de um novo comportamento do Pica­Pau, antes mais esperto, violento e maldoso na maioria das vezes, agora mais folgado, preguiçoso e pacífico. Sabe­se que o desenho era repleto de elementos nada educativos como armas de fogo, explosivos, brigas e trapaças, o que não é um bom exemplo para as crianças. Porém, estes elementos estão ligados ao contexto histórico e às tendências do momento. Exemplo disso é o fato de que vários episódios antigos têm como pano de fundo as histórias de faroeste, fazendo referência aos filmes da época. Essas mudanças foram compensadas por alguns personagens auxiliares como por exemplo a Winnie, pica­pau fêmea que se tornou sua parceira. Winnie é um pouco desengonçada, mas corajosa e ávida por conhecimento, o que a torna muito interessante e a põe em contraste com o novo Pica­Pau. Sua criação foi importante para desenvolver uma identificação maior com o público feminino e desconstruir certos clichês em relação ao comportamento das mulheres. Outro ponto importante a ser comentado é que apesar de tantas modificações, principalmente estéticas, algo que nunca mudou no Pica­Pau foram suas cores. Ele sempre foi azul, vermelho e branco em alusão clara à bandeira dos Estados Unidos. Apesar de seu fim decadente, o personagem Pica­Pau segue no imaginário da população mundial, como um desenho que divertiu e fez com que as pessoas refletissem acerca de suas mais variadas temáticas e abordagens. Ainda reprisado em inúmeros países – Brasil, inclusive – sua imagem tem grande força no meio dos desenhos animados. Mesmo em meio a tantas críticas é um grande exemplo de um produto da comunicação que conseguiu se manter forte ao longo dos anos.

Figura 1: Evolução do Pica­Pau. Fonte: Fernanda Furquim, 2011. Figura 2: O Novo Pica­Pau Show. Fonte: Lucio Júnior, 2013.

Referências bibliográficas:

PEREIRA, Paulo Gustavo. Animaq: almanaque dos desenhos animados. São Paulo (SP): Matrix, 2010.

JUNIOR, Lucio da Sintonia. 1 imagem. Disponível em: Acesso em: 14 de outubro de 2013.

PINHEIRO, Bruno dao Mundo interativo. Disponível em: Acesso em: 14 de outrubro de 2013.

GREGNANIN, Carol do Na TV com IG colunistas. Disponível em: Acesso em: 22 de outrubro de 2013. FURQUIM, Fernanda em Blogs e Colunitas da Veja Abril. 1 imagem. Disponível em: Acesso em: 22 de outubro de 2013. como livros, jornais, DVDs, games entre outros. No Brasil, Maurício de Souza foi um dos pioneiros na utilização de histórias em quadrinhos para crianças. Isso aumentou consideravelmente o hábito de leitura das crianças brasileiras, por possuir uma leitura aliada a brincadeira. Uma curiosidade é que as personagens são fortemente inspiradas nos filhos e netos do autor e sua estetica foi evoluindo ao longo do tempo, sendo simplificadas para um desenho mais rápido. As formas foram ficando cada vez mais arredondadas e bidimensionais, sumindo com de- talhes de roupa, cabelo e pés. No início de suas publicações, até meados do século XXI, os roteiros não possuíam um moralismo exacerbado, e estavam mais preocupadas com a diversão e o entretenimento dos leitores. Nos dias de hoje, as historias buscam inserir lições de moral e cidadania. Os personagens tiveram que mudar para se adequar a diversas políticas contra a discriminação e ter uma postura correta em relação ao meio ambiente. Um exemplo claro foi a da personagem principal, Mônica, que foi acusada de bulling por agredir seus amigos, estimulando gestos violentos nos pequenos leitores. Já o personagem Cascão, continua sem tomar banho, porem não faz mais apologia a escassez mundial de água, Chico Bento, por sua vez, não pode mais matar onças; a personagem Cebolinha, que antes trocava o R pelo L na hora de falar e pensar, hoje em dia nos balões de pensa- mento Cebolinha fala certo, obedecendo as regras gramaticais. Com essas alterações no conteúdo, a Turma da Mônica foi perdendo sua es- sência inicial, de diversão e descontração e passou a abordar temas mais atuais. Um dos aspectos positivos dessa mudança foi a introdução da cultura popular nas revistas e a exportação da cultura brasileira. Como muitas outras marcas que tentam acompanhar o crescimento de seus usuários, no ano de 2008, Maurício de Souza lançou a série Turma da Mônica Jovem, mostrando aos antigos e novos leitores que a famosa turminha também cresceu. Como vimos anteriormente, as personagens Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão foram objetivos de estudo e críticas de como esse produto da comu- nicação influenciou e ainda influencia o comportamento na infância.A Turma da Mônica Jovem não é diferente. Ela é uma representação da adolescência bra- sileira, dando agora aos leitores mais velhos um conteúdo mais próximo de sua realidade, transmitindo representações culturais para uma identificação maior do leitor. O gibi é repleto de referências atuais de consumo, beleza, tribos, gírias, novas tecnologias e referências musicais atuais. Todos esses elemen- tos foram importantes para o sucesso que essa nova fase da Turma vivencia, tendo o primeiro exemplar esgotado nas duas primeiras semanas de vendas, tornando-se umas das revistas em quadrinhos mais vendidas no século 21. Suas edições seguintes tiveram uma tiragem ainda maior sendo um sucesso de vendas, com mais de um milhão e meio de exemplares vendidos. No primeiro capítulo da primeira edição da Turma da Mônica Jovem, aparecem as seguintes palavras de Maurício: “A turma agora vive em dois universos. O de sempre e o de agora pra frente.” Tal acontecimento é algo raro na história das Histórias em Quadrinhos, aonde um gibi mostra tamanha difu- são de dois universos tão diferentes. O clássico conhecido a 50 anos e o novo: mais maduro, com ilustrações mais rebuscadas remetendo ao estilo japonês mangá, com novas tecnologias e novas situações típicas de adolescentes. Tudo isso sem perder a verdadeira essência e as características de cada per- sonagem da Turma, ganhando pela segunda vez a confiança e a fidelidade dos antigos e novos leitores. Maurício de Souza construiu então um verdadeiro império com a Turma da Mônica, ampliando seus horizontes além dos gibis, com parques temáticos, produtos alimentícios, roupas, etc. Além de exportar as revistinhas para mais de 40 países em 14 idiomas, a Turma da Mônica tem maior índice de vendas que as famosas marcas de HQ de super-herois Marvel e DC Comics.

Heróis Batman: O Cavaleiro das Trevas Alef Batista Ferreira, Isabela Corrêa Soares e Karolyne Azevedo de Oliveira.

“A noite joga seu manto negro sobre os arranha-céus de Gotham City. Ao longe, o uivo solitário de um lobo faminto quebra a supremacia do silêncio. A lua... Eterna companheira de um homem sinistro que, um dia ousou desafiar o sistema e criar suas próprias leis. Algumas pessoas deixam o sono de lado e fitam a lua cheia. Herói ou vilão? Quem vai saber? Ele ficou conhecido como Batman, o Homem-Morcego... O Cavaleiro das Trevas! Talvez um dia (ou noite?) ele retorne uma vez mais e se esconda nas sombras de um beco para vigiar... você!”. Leandro Luigi del Manto

Neste trabalho serão analisadas obras cinematográficas baseadas em um dos super heróis mais conhecidos do mundo e com mais de 70 anos de história, o Batman. Será realizada uma comparação entre o primeiro e o último filme, contando com a identificação da origem do herói, a descrição das mudanças ocorridas, o detalhamento dos períodos históricos e imagens para reforçar ainda mais o paralelo entre os dois. A trama comum nos filmes é a história do milionário Bruce Wayne que, quando menino, caiu em uma caverna repleta de morcegos no jardim de sua casa e nunca mais se sentiu seguro. Essa situação só se agravou quando, alguns anos mais tarde, seus pais foram assassinados. Após essa perda, Bruce jura proteger os inocentes da cidade para que ninguém mais sofra o que ele sofreu, criando-se na história o ponto mais importante. Nasce, então, o cavaleiro das trevas, Batman, ou o homem-morcego. O primeiro longa-metragem do Batman foi lançado em 1989, época marcada pela Queda do Muro de Berlim, que durante 28 anos dividiu a cidade de Berlim – e também a Europa – em Ocidental (capitalismo) e Oriental (socialismo). Os que estavam do lado capitalista não podiam passar para o lado socialista, e vice-versa, e aquele que tentasse era morto pelos vários soldados de guarda. Então, após vários protestos, houve a liberação da passagem pelos militares, fazendo com que várias pessoas marchassem em direção ao muro, dando fim à barreira que simbolizava a Guerra Fria. Outro fato importante deste período foi à posse de George H. W. Bush, o pai, que deu início a uma das mais importantes etapas para o fim da Guerra Fria, constituindo uma reunião de cúpula com o líder da União Soviética Mikhail Gorbachev. No Brasil, foi o ano em que houve a primeira eleição presidencial direta após a ditadura militar, elegendo Fernando Collor de Mello. O último filme da franquia foi lançado em 2012, ano em que grande maioria da população mundial se preparava para o "fim do mundo", isso devido às previsões do calendário maia. Além disso, o ano também foi marcado pela reeleição do primeiro presidente negro do EUA, Barack Obama, que venceu Mitt Romney. Mais um acontecimento relevante foi à realização da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de encontrar soluções para os dilemas que o Meio Ambiente tem passado. Para a ciência, um grande passo é dado: o jipe-robô curiosity aterrissa com êxito em Marte, após uma longa viagem. Um acontecimento que marcou o ano de 2012 e o lançamento do filme foi um tiroteio em uma sessão da pré-estreia de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, em Aurora-EUA, deixando 12 mortos e mais de 50 feridos. A franquia cinematográfica do personagem teve início em 1989, baseando-se na história em quadrinho, que no momento passava por uma reformulação. Nessa releitura, o Batman adquire um ar mais violento, urbano e sombrio, deixando para trás o tom cômico criado com o seriado, assumindo um papel de detetive e vigilante da noite. O vilão deste primeiro filme é o Coringa, um psicopata violento, inteligente e dono de um humor negro, segundo ARAÚJO; OLIVEIRA: 2007. Coringa, antes de se tornar o vilão, assassinou os pais de Bruce Wayne, fato crucial na criação do homem morcego. Outro ponto importante, neste longa, é que Batman executa os bandidos, fator que muda com o tempo, pois o personagem se nega a matar qualquer pessoa. Já o filme mais recente, lançado em 2012 e dirigido por Christopher Nolan, conhecido pelo hábito de iniciar filmes com flash-backs ou cenas do final do filme, enredos com reviravoltas e desfechos surpreendentes, apresenta uma narrativa bem elaborada, em contexto com a realidade. Explora o comportamento do personagem da HQ, trazendo uma "ideia mítica" da imagem de Batman, criado a partir de um símbolo – o morcego – que inspira terror nos criminosos, afirmam ARAÚJO; OLIVEIRA, 2007. Neste último filme, o vilão é Bane, ex-integrante do Clã das Sombras, comandado pelo ex-mentor de Bruce Wayne. Bane acredita que Gotham só pode ser salva por meio de sua própria destruição. Defende que a cidade tem de ser devolvida ao povo, retirada dos burgueses, políticos e autoridades. Ele é a vingança dos excluídos. No campo linguagem, o que ganha mais destaque é a forma de falar do personagem. No primeiro filme, Batman tinha uma voz grossa, feita propositalmente pelo ator para destacar o ar de herói. No último, essa característica desaparece e o Batman passa a ter uma voz normal. Nos campos da estética e conteúdo, as cenas eram filmadas com pouca luz, cores escuras e sombras para destacar os personagens e dar o ar sombrio e gótico presente nos quadrinhos. Filmava-se com câmeras comuns e não existiam muitos efeitos. No último filme, Gotham vira uma cidade grande tomada pelo crime, os personagens ficaram mais profundos, a história tomou um ar mais urbano e real e os filmes passam a ser filmados com câmeras IMAX, o que melhora as imagens. As mudanças significativas ficaram a cargo dos efeitos especiais: bombas, efeitos visuais aéreos e cenas de destruição e devastação foram marcantes nesse longa. No primeiro filme, o foco era mostrar como surge o herói e sem se deter muito na realidade. No filme mais recente, foi incorporada a ideia de mostrar o sofrimento de Bruce. Tornar os vilões mais palpáveis também foi uma prioridade. Vale destacar que o tema sustentabilidade foi inserido na trama. As ideias referentes aos filmes também ficaram mais atuais, trazendo humanidade e lições de moral. Batman é um conto que encanta todas as gerações pelas quais passa. Sempre abordando a força e a coragem de um homem que não tem medo de nada e de ninguém, servindo como inspiração para os espectadores da trama que, em sua maioria, são jovens do sexo masculino que usam o herói como um modelo. É interessante pontuar as mudanças e alterações ocorridas nos filmes, como nos uniformes usados por ele e até mesmo na cidade, que assumiu um tom urbano e deixou alguns aspectos da fantasia de lado. Apesar de não perder a essência da história, os filmes foram se adaptando à atualidade, fazendo com que a obra ficcional adquirisse um ar real e moderno, deixando o enredo ainda mais atraente e cativo a novos fãs, mantendo o filme sempre um sucesso.

Fonte: Roger Pratt, 1989. Fonte: Wally Pfister, 2012. Referências Bibliográficas:

CAROLINE, Jéssica; AUGUSTO. Guia de Leitura Para Entender o Homem- Morcego! Disponível em: . Acesso em: 05 out. 2013.

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ARAÚJO, D. A. de; OLIVEIRA, I. S. O morcego do papel à película: as adaptações de quadrinhos para o cinema ilustradas através de "Batman Begins". In: XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. Santos: Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Artigo.

BRUM, B. D. I. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. CinePlayers, Blumenau, 20 Jul. 2012. Disponível em: http://www.cineplayers.com/critica.php?id=2449>. Acesso em 19 Out. 2013.

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PFISTER. WALLY. 2012. Altura: 1200 pixels. Largura: 800 pixels. 72 dpi. 24 BIT CMYK. 183 KB. Formato JPG bitmap. Compactado. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2013.

O Homem-Aranha Através do Tempo Arthur M. dos Reis, Leonardo R. Cavalcante, Pedro V. V. Couto

“Cada super-herói representa a ideologia americana do seu tempo” Waldomiro Vergueiro

As HQ‟s foram criadas na década de 30 com objetivo de entreter, visto que seu publico era principalmente as crianças, porém hoje vemos pessoas de todas as idades consumindo-as. Foi nessa época em que começaram a ser publicadas em maior número nos EUA, os personagens geralmente tinham como características algum superpoder, lutavam contra o crime e em parte eram detetives. A partir de 1938 com a criação do Superman, houve um boom de super-heróis dentre eles: Batman, Capitão América, Lanterna Verde, Flash, dentre outros. O herói mais popular da Marvel Comics é o Homem-Aranha, que surgiu nos quadrinhos em 1962, criado por Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko. Stanley Martin Lieber, ou melhor, Stan Lee, era naquela época, o editor-chefe da Marvel, depois de idealizar o personagem, teve uma discussão com o Martin Goodman (dono da Marvel) que não aceitou a principio a ideia de um super-herói que fosse baseado em aranha, pois dizia que as pessoas detestavam aranhas. Depois de muita conversa Lee conseguiu convencer Goodman a publica-la, e teve sua primeira aparição no numero de despedida de “Amazing Adult Fantasy”, a nº 15. Para surpresa de Goodman, a revista foi um sucesso de vendas, muito bem recebida pelo publico, devido à aproximação do personagem com a realidade, e teve assim em Março de 1963 o lançamento do primeiro volume de sua própria revista: “The Amazing Spiderman”. Sua aproximação com o publico era grande, diferente dos demais super-heróis que eram imponentes, musculosos, teoricamente perfeitos. Peter Parker era um adolescente, inseguro, cheio de duvidas e, apesar de seus superpoderes, tinha inúmeros problemas além de ser órfão, o que levou a morar com seus tios, Ben e May. O fato de ter ganhado superpoderes não deu a Peter uma vida mais fácil. Era de classe media baixa nos EUA, é a parte dos jovens da escola dele por ser muito inteligente, mas ainda sim teve uma dificuldade de se destacar na escola, e continuou sofrendo pelos problemas pessoais, tais como a falta de confiança para com as mulheres, sofria uma crise de depressão por causa da morte dos pais e é afetado pela morte do tio Ben e não ter ajudado. Os quadrinhos sempre estiveram conectados com a historia, o Homem Aranha não foi diferente. A pesquisa nuclear era assunto sempre em pauta nos meios de comunicação, o novo super-herói ganha seus poderes depois de ser picado por uma aranha geneticamente modificada, ela havia sido exposta a radiações. Sinal de uma época de constantes ameaças por uma possível guerra nuclear com a esfera comunista. EUA e União Soviética investiam na Corrida Armamentista, contexto da Guerra Fria, e o Homem-Aranha entra para tentar amenizar os temores que a sociedade americana vivia. “Rebento típico dos anos 60, década da Guerra Fria e da contracultura, da decadência de antigos valores, o Homem-Aranha reflete o seu tempo assim como o Capitão América, também da Marvel, o fez no início dos anos 40, quando os Estados Unidos estavam prestes a entrar na Segunda Guerra Mundial.” (LEANDRO SARMATZ, 2102). Grande parte das aventuras dos quadrinhos ocorria em „‟Cidades de Mentirinha‟‟, como a Metrópolis de Superman ou Ghotam City de Batman. Já o Aranha veio com outro conceito de quadrinho, sem duvidas uma suprema inovação urbanística, vivendo na maior cidade do mundo, Nova York na década de 60. Uma inovação nos quadrinhos onde, aproximava o publico leitor com o personagem e por viver os mesmos problemas do dia- dia ganhava o seu afeto. Porém com o passar do tempo, o Homem-Aranha sofreu o problema de todo herói de quadrinhos norte americano antigo, ele ficou velho, ficando fora do contexto social em que foi criado e envelhecendo diante da nova geração de leitores. Quando isso ocorre as vendas caem, abrindo espaço para o concorrente, levando prejuízo a sua editora. A solução no geral é um reboot, que consiste em começar a história novamente do zero, ou utilizar um hype, ou seja, prender a atenção dos leitores antigos e atrair novos, por meio de um acontecimento que chame atenção. Em edição recente da revista The Amazing Spider Man, que compõe o principal arco das histórias do aranha, Doutor Octopos, um de seus maiores inimigos de consegue trocar de corpo com o herói, que morre logo em seguida. Nasce assim uma espécie de anti-herói, o Superior Homem Aranha, com Octopos no comando do corpo de Peter Parker. Há também atualmente uma preocupação de dar espaço para as minorias, tema que foi abordado no passado com o surgimento dos X-Men na década de 60, quando a segregação racial era muito forte nos EUA. Hoje existe um arco das histórias do Homem- Aranha em que o personagem principal é Mile Morales, um rapaz negro de origem hispânica. A linguagem com o passar do tempo também teve que mudar, tornando-se mais atual para o publico jovem, que vive em um mundo com as mais diversas fontes de acesso a informação e em grande velocidade. Algo que se manteve inalterado através das décadas, foi o humor inteligente e sarcástico de Peter, presente até nas horas mais inusitadas. O uso de onomatopeias, muito comum em roteiros de HQ‟s, ainda se mantem presente. Por fim podemos citar que um super-herói que quase não foi publicado, veio a se tornar o maior sucesso de vendas da Marvel, e um dos mais queridos entre os fãs de Histórias em Quadrinho. “E também um adolescente que poderia ser você ou seu filho. Comum, prosaico, inconstante – mas, a seu modo, extraordinário.” (Leandro Sarmatz, 2002) Stan Lee acertou em cheio trazendo o herói ao mesmo patamar das pessoas comuns, isso foi a chave do seu sucesso.

FONTE: Omelete, 2007

FONTE: ANMTV, 2012

FONTE: Divulgação, 2011

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Ana Carolina Mouta, Samara Susan e Vanessa Araújo

“Você dará as pessoas um ideal pelo qual lutar.Elas hão de correr atrás de você.Vão cambalear,vão cair.Quando for hora, você os ajudará a realizar maravilhas.”

Superman: homem de aço

A história do super homem tem inicio com a ideia de fazer um super- herói em histórias em quadrinhos, por volta de 1938. O Super-Homem deu o ponta pé inicial para a fantasia dos super-heróis de gibis e logo se tornou um ícone americano. Publicado, inicialmente, em formato de comic- book o sucesso ansiava por transformá-lo em realidade. O surgimento do Super- Homem no cinema aconteceu na década de 1940, pouco tempo depois de ter feito grande sucesso com seu lançamento nos gibis.

A estreia de Super-Homem no cinema não foi um filme com duração de pelo menos uma hora e meia na qual a maioria está acostumada nos dias de hoje e sim em formato de curta-metragem. Tudo procedeu de forma simples se formos olhar em comparação com os últimos filmes, mas de forma gloriosa se parar para pensar que foi o primeiro filme onde um super-herói podia voar, por exemplo.

Max e Dave Fleischer, irmãos, foram os que deram ao mundo mágico das histórias em quadrinhos do herói, um pouco mais de realidade e fantasia. Como já dito, a primeira reprodução do filme foi feita em forma de animação em vários curtas. Não se sabe ao certo quantos, algumas fontes dizem que 17 outras que 20 curtas apresentados.

A produção dos curta-metragens foi bastante árdua e o trabalho dos irmãos Fleischer é reconhecido até hoje. O que se pode perceber no resultado é que as imagens só ficavam mais nítidas quando se tinha um foco mais próximo, por mais que se tratasse de animações.

Ao inicio de cada curta havia sempre a mesma apresentação que ficou bastante conhecida: “Olhem lá no céu! É um pássaro! É um avião! Não! É o Super-Homem!”. Com isso criou-se a simbologia de que um homem voando, só poderia ser o Super-Homem. Assim como quando se escutava determinada música, sabia-se que o herói estava a caminho.

Os personagens tinham falas curtas, por conta disso usava-se muitos sons de objetos, explosões e músicas de acordo com cada cena. As roupas e cenários se adequavam a época, tirando a parte fantasiosa, e também ao ambiente de trabalho de Clark Kent (o Super-Homem), que era jornalista, tudo muito formal. Os homens de terno e mulheres, quase sempre, de vestido. Já o Super-Homem era reconhecido por sua famosa capa vermelha, macacão azul, botas vermelhas, cinto vermelho e cueca vermelha por cima do macacão. Sem contar seu famoso brasão em “S” que era e é sua marca registrada.

Na época, os Estados Unidos precisava recuperar sua imagem de heroísmo e nada melhor do que idealizar isso. O mundo se encontrava em guerra. O país sofria ameaças de ataques e precisava ter a representação de homens fortes para enfrentar a Segunda Guerra Mundial. Algo que também contribuiu para o triunfo de Super-Homem.

O último filme lançado sobre o herói foi “Superman – Homem de Aço” dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan o filme trás uma versão aprimorada do super herói retratando as dificuldades desde a infância de lidar com os super poderes e a história do seu planeta de origem e esforço dos pais na luta pela sobrevivência do filho.

São notadas diferenças naturais decorrentes da evolução tecnológica, a qualidade de imagem, os efeitos especiais e principalmente o traje do super homem estão aprimorados, os tons fortes de azul do macacão agora são mais sombrios e a tradicional cueca vermelha por cima da calça foi descartada, no entanto a clássica capa e botas vermelhas permanecem juntamente é claro com o brasão em “S” no peito do herói essa nova aparência, segundo críticas de fãs o deixou com ar de vilão.

As referencias à cultura americana são constantes nas duas versões, no primeiro filme o herói foi usado como propulsor para os cidadãos americanos ao amor a pátria o que atendia aos interesses do governo no que diz respeito ao recrutamento de soldados para o exercito para a entrada do país na guerra, além disso, no mesmo ano foi assinada a declaração universal dos direitos humanos e foi criada a organização dos estados americanos que visava facilitar as relações entre os estados membros dos Estados Unidos e servir como uma espécie de proteção contra a entrada da cultura comunista no país o super homem então torna-se um símbolo de todo esse triunfo e busca pela paz e justiça.

Atualmente, a imagem do super homem é mais agregada a valores sociais, amor e respeito ao próximo, no entanto a cultura estadunidense é tida como característica marcante do herói, uma vez que o personagem é adotado por uma família americana e é claro, as cores do traje são as mesmas da bandeira do país.

Não obstante , é observado ainda que no primeiro filme a história era focada no herói, sua força, bondade e justiça tendo o enredo repleto de romance e exaltava sempre a ação heróica do personagem, salvando a cidade e a mocinha dos perigos. O enredo atual ainda conserva os traços de romance e heroísmo, mas tem seu foco na origem e historia do super homem, seus sentimentos, seus medos e a dificuldade em manter uma identidade secreta e tem como clímax a destruição do mundo e invasão alienígena, tais temas apocalípticos são bastante atuais levando em conta as conspirações em torno do calendário maia.

Ilustração 1

Fonte: Palmentola, 1948 Ilustração 2

Fonte: Mokri, 2013

Referências Bibliográficas

Autor desconhecido. Compare personagens e uniformes de todos os filmes do super homem: Disponível em: Acesso em: <20 de outubro de 2013>

Altman, Max. Hoje na história: 1948 – assinada a criação da Organização dos Estados Americanos: Disponível em: Acesso em: 20 de outubro de 2013

Basile, Monica. História do Superman no Cinema – Parte 1: Disponível em: Acesso em: 17 outubro 2013

Mokri, Amir. Henry Cavill em cena do filme Homem de Aço.2013. 1 Frame do filme.

Peixoto, Irapuan. Superman: A trajetória do maior dos super-heróis: Disponível em: Acesso em: 17 outubro 2013

Palmentola, Paul. Kirk Alyn em cena do filme Superman. 1948. 1 Frame do filme.

Telles, Paulo. Super-Homem: O Homem de Aço no Cinema e na TV através dos Tempos: Disponível em: Acesso em: 15 outubro 2013

SUPERMAN: Homem de Aço. Produção de Christopher Nolan. EUA: Warner Bros, 2013. 1 filme.

Moda e Design

Coca Cola e o brasileiro: Uma trajetória de adaptação

Ana Carolina Resende Leite (13/0151068); Andresa da Mota Silveira Rodrigues (10/0059635); e Hugo Boaventura de Carvalho (12/0180057).

“Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola” (Renato Russo)

Identificação do produto de Comunicação Coca-Cola é a marca de um refrigerante com sabor de noz-de-cola pertencente à The Coca-Cola Company que comercializa em mais de 200 países. Com 126 anos de existência a marca é uma das mais fortes do mundo. Segundo a revista EXAME, a Coca- Cola está em 5º (quinto) lugar entre as 20 empresas mais valiosa do mundo em 2013 com um faturamento de 78,4 bilhões.

Descrição dos períodos históricos A análise será do período em que a Coca-Cola entrou no Brasil, mais precisamente tomando o dia 18 de abril de 1942, que foi a inauguração da primeira fábrica da marca em solo brasileiro, até os dias atuais. Enfatizando a mudança no fazer publicidade adotado pela marca durante esse período. A Coca-Cola entrou no Brasil em um período de agitação internacional com a II Guerra Mundial e seus muitos frontes de batalha, nos quais os Estados Unidos estavam lutando. Passando pela internalização tão forte da marca que parou até na Música Popular Brasileira (MPB), a marca se faz presente em algumas músicas bastante conhecidas como Geração Coca-Cola de Renato Russo. A marca chega aos dias atuais com contínuo crescimento e inovação.

Análise do Produto A Coca-Cola chegou ao Brasil no mesmo período que entrou na Segunda Guerra Mundial, no ano de 1942. Tendo como fim servir os soldados americanos, a política da empresa na época era a de reforçar o ideal de patriotismo e prosperidade ao acompanhar as tropas dos Estados Unidos e oferecê-las o seu produto aonde é que estivessem por 5 centavos (LIMA, 1996). Sendo o Brasil um destes países. Robert Woodruff, presidente da empresa na época, resolveu estender o público consumidor. Uma de suas iniciativas foi a abertura da primeira fábrica da Companhia no Brasil, mais especificamente no estado do Rio de Janeiro em 1942, e implantando três anos mais tarde o sistema de franquias. No entanto, não foi tão fácil conseguir a aceitação do consumidor brasileiro, devido aos diferentes costumes e gostos. A primeira reação do brasileiro quanto à Coca-Cola foi de estranhamento, não estavam acostumados com o sabor do refrigerante, nem com a ideia de uma bebida gelada (DE CAMPOS, 2004). Para conseguir essa aprovação foi preciso investimento em estratégias de marketing e muitas propagandas. Uma das maneiras que a empresa começou foi patrocinando um programa de rádio. Com o sucesso conquistado com este meio de comunicação, a publicidade começou a investir em outdoors. Muitos cartazes traziam pessoas de vários círculos sociais tomando a Coca-Cola, mostrando que o refrigerante era para todos.1

Fonte: http://jipemania.com/coke/brasil/

1 Ver: Coca-Cola - 60 anos de Brasil http://www.jipemania.com/coke/historia_coca_cola_br.htm.

Fonte: ROITBERG, 2013.

Como podemos ver nos cartazes a ideia vendida é que a Coca-Cola está em todos os momentos e com todo o tipo de gente, desde os mais novos aos mais velhos, em momentos familiares, românticos, festivos ou esportivos. É a companheira irresistível que refresca em todos os momentos. Essa ideia está muito presente na publicidade americana do produto, a qual justificou o slogan dos anos 40: “A pausa que refresca” (1942). Este enunciado teria como base o cenário nostálgico rural, em contraposição ao ritmo frenético e agitado dos centros urbanos. Neste mesmo slogan pode-se ainda denotar a paixão pela bebida que proporciona a quebra da continuidade de uma ação, a busca de uma pausa e tranquilidade bem como uma desaceleração do tempo. (DE CAMPOS, 2004) No início da década de 1950, o slogan da Coca-Cola era “Isso faz um bem” (1952), o qual visava desmistificar uma ideia negativa que existia do produto no público brasileiro, colocando maior ênfase na refrescância do sabor e na origem da água cristalina do produto, objetivando se aproximar cada vez mais do brasileiro. A Coca-Cola não era somente do Carnaval ou rock n’ roll, ela fazia parte de muitos movimentos culturais, se associando a maior variedade possível. Na copa de 1950, realizada no Brasil, se via cartazes e propagandas da bebida em todo o estádio. Ou seja, ela começa a se tornar onipresente. Ganhando popularidade, nos anos 60 ela já era bem aceita pelo público brasileiro, tendo até mesmo cantores de MPB citando-a em suas músicas.2 Desta forma, tendo em mente o que foi anteriormente abordado, observa-se uma forte campanha publicitária feita através de cartazes e anúncios em revistas, esquemas estes seguidos até hoje. Por meio destes formas de propaganda e principalmente graças à utilização de eficazes técnicas de divulgação, o público brasileiro pôde se render à bebida. Como primeiros enunciados transmitidos nas primeiras propagandas da marca no país tem-se: “Tome Coca-Cola bem fria” e “Qualidade digna de confiança”. (DE CAMPOS, 2004). Diferentemente das medidas de divulgação dos anos 50, a Coca-Coca brasileira contemporânea configura-se renovada em alguns aspectos, a começar pelo seu métodos de propaganda e publicidade. Atualmente, a televisão demonstra-se como o principal meio de comunicação para a publicidade da bebida, corroborando o ideal do século XXI de agilidade, tecnologia e ânsia de viver, deixando assim o rádio obsoleto. Seus slogans tornaram-se mais subjetivos e idealizados, “Abra a Felicidade” (2009) e “Viva Positivamente” (2010), vinculando com isto a imagem da marca ao apelo social.

Fonte: http://www.cocacolabrasil.com.br/coca-cola-brasil/historia-da-marca/

Análise das transformações ocorridas no produto O formato da atual Coca é distinto daquele dos anos 50. O refrigerante agora possui um design diferenciado: a curvatura da garrafa altera-se para se encaixar naturalmente na mão do consumidor e inovações surgem ao longo dos anos para facilitar e tornar mais prático o uso da bebida: six-pack (6 garrafas da bebida em uma caixa), máquinas de post-

2 Para saber mais ver: Coca-Cola - 60 anos de Brasil http://www.jipemania.com/coke/historia_coca_cola_br.htm. mix (Coca feita na hora e servida em copos), refrigerante em lata, One way (descartável) e tampas de rosca, Big Coke (Coca-Cola de 1,25 e 2 litros), lata de alumínio e Coke machine (LIMA, 1996).

FONTE: DIAS, 2011

Considerações Finais Conclui-se então que, assim como o mundo se globalizou, a Coca-Cola em suas caracterísicas também passou pelo mesmo processo de globalização, tanto na característica física de seus produtos quanto no fazer sua publicidade. Em seu design, a marca muda as características físicas, como forma de dificultar a falsificação em um primeiro momento, mas depois muda para se adaptar a diversidade de seus consumidores. Na publicidade a marca vem consolidando slogans mundiais em detrimento dos slogans regionais. Porém, em casos específicos, como, por exemplo, em grandes eventos mundiais – Copas do Mundo e Olimpíadas – utilizam-se de slogans regionais para se envolverem nesses eventos como patrocinador.

Referências bibliográficas: BRASAL REFRIGERANTES. Portfólio de produtos Refrigerantes Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2013.

COCA-COLA BRASIL. História da Coca-Cola Brasil. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2013.

DE CAMPOS, A.L.F. A Pausa que refresca… Tempo e espaço nas propagandas da Coca-Cola. São Paulo: Alfa, 2004. Disponível em: . Acesso em: 09 out. 2013.

DIAS. E. Evolução da garrafa de Coca-Cola. GGN, O jornal de todos os dias, 2011. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2013.

EXAME.com. As 20 marcas mais valiosas do mundo em 2013. Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2013.

LIMA, R. O fascinante mundo das coleções Coca-Cola. Collectors Magazine, 1996.Disponível em: . Acesso: 10 out. 2013.

ROITBERG, J. História da Publicidade da Coca-Cola: Especial Brasil 1943-1946 Propagandas da Coca-Cola no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2013.

Havaianas Ivo Júnior, Mariana Modesto, Natália Alencar e Rayssa Souza

“A intenção de um slogan, além de impor, é convencer e seduzir o leitor. O bom slogan deve resumir a essência da marca ou do produto, ou ainda da campanha”. Marcia Oberderfer Consoli

Os calçados desde sempre foram motivo de fetiche para a sociedade, é um produto que tem por característica oferecer uma representação de status de acordo com os tipos de marcas, design, preço e qualidade que ele possui. Podemos ver ao longo da história que este produto sempre foi utilizado como forma de diferenciar as classes, por exemplo, enquanto as mulheres da aristocracia usavam chinelos de brocado fino com solas frágeis, suas criadas usavam robustas botas de cabedal negro. Sendo assim, vários modelos de calçados surgiram e com isso milhares de marcas apareceram. Segundo Aaker, “construir uma marca poderosa capaz de destacar-se da concorrência e agremiar uma legião de consumidores fiéis, sempre foi um desafio[!]. A partir dos anos 90, com avanço vertiginoso da globalização e da tecnologia, a tarefa de conseguir a fidelidade do consumidor tornou-se ainda mais complexa[!]” (NUCCI. 2004. p 136). Dessa maneira, nossa análise se baseia nas Havaianas, uma marca capaz de conseguir a tão sonhada fidelidade do consumidor. Em 3 de abril de 1907, o escocês Robert Fraser se uniu a um grupo inglês para construir a primeira fábrica brasileira de Alpargatas, também conhecida como sapato espanhol. A empresa ganhou o nome de Alpargatas São Paulo e foi a responsável pela criação das primeiras Havaianas. Mas somente no ano de 1962, que elas foram surgir. Inspiradas em uma sandália japonesa chamada Zori, essa nova sandália de dedo era feita de borracha, um produto nacional e totalmente natural, que tinha destaque por não deformar, não soltar as tiras e não ter cheiro. Apesar de não serem muito atrativas, as Havaianas conquistaram o gosto do consumidor por conta de seu valor acessível, conforto proporcionado e alta resistência do produto, dessa forma, logo ficou conhecida como sandália do povo. Embora o design das havaianas seja de origem oriental, a escolha acertada de seu nome foi inspirada no Havaí, lugar de clima tropical onde os famosos costumam passar férias. Esse nome foi ideal já que as sandálias eram adequadas para o uso em países quentes por serem descobertas e evitarem o excesso de transpiração. Outra escolha acertada de seus criadores foi descrever o produto como sandálias ao invés de chinelos. Segundo o Dicionário Universal de Língua Portuguesa, os significados atribuídos a essas palavras são “Sandália – do Latim sandaliu. Calçado formado por uma sola ligada ao pé através de correias”; “Chinelo – sapato velho e acalcanhado. Sapato para se usar em casa, raso ou salto muito baixo”. A categoria escolhida descrevia realmente o produto sem possuir o significado pejorativo de seu sinônimo. As Havaianas são também muito conhecidas pela sua publicidade, seus grandes slogans sempre foram utilizados para combater algo que ameaçava a continuidade do produto no mercado. Um exemplo disso foi em 1970, época marcada por surgir muitas imitações, a fim de acabar com as cópias, houve a criação de um dos mais famosos slogans da marca: “Havaianas, as legitimas, recuso imitações”. Sua comunicação se dirigia ao mercado de massa, utilizando somente publicidade nos veículos de mídia eletrônica de consumo da população de baixa renda, no caso a Televisão, assim transformando Havaianas em sinônimo de pobreza. “Nos acostumaram a encarar a televisão como um meio popularesco, “de massa”, no pior sentido possível da palavra”. (Machado, Arlindo. 2003) Com o passar do tempo, foram surgindo novos modelos de sandálias que exploravam formas mais ousadas e cores mais fortes. Dessa forma, mesmo tendo suas qualidades preservadas, as havaianas eram associadas aos consumidores de baixa renda. Entre a década de 80 e 90, essa nova realidade ameaçou de maneira agressiva a sobrevivência do produto nas lojas. Uma das grandes transformações ocorreu no ano de 1994, época em que o slogan “Havaianas. Todo mundo usa” se fez verdadeiro, com uma forte campanha publicitária, tratou de oferecer novos modelos de sandálias com cores mais vibrantes. Além disso, houve a aparição em suas propagandas de diversos famosos usando alegremente as havaianas. Em pouco tempo, a nova proposta reelaborou o posicionamento simbólico daquele produto de longa data. Durante a década de 2000 diversos acontecimentos fizeram com que as Havaianas se tornassem mundialmente conhecidas e que houvesse uma maior expansão comercial. Em 2000 as havaianas viraram fenômeno no exterior, os estrangeiros compravam no Brasil e levavam para seus países, abrindo caminho para que fossem abertas lojas de Havaianas nos centros comerciais mais luxuosos dos Estados Unidos e da Europa. Elas viram assuntos em grandes revistas e jornais, conquistando vitrines concorridas e atrizes bastante famosas, como Jennifer Aniston. Em 2003 as Havaianas participaram do Oscar, sendo distribuídas de lembrança sandálias exclusivas aos indicados ao prêmio e, em 2004, foram criadas as primeiras Havaianas com tiras de diamantes. Durante anos os brasileiros usaram as Havaianas e se acostumaram com a ideia de um chinelo de qualidade, comprado para se usar, mas não para se mostrar. Principalmente a partir dos anos 2000 essa imagem mudou definitivamente, as Havaianas se tornaram desejo de consumo, as sandálias eram colecionadas e as pessoas mostravam as Havaianas em seus pés. Essa mudança na imagem da marca ocorreu principalmente devido à publicidade que usava valiosos slogans e propagandas em televisões e revistas, e ao trabalho da marca em reformular o design do chinelo, atraindo consumidores e vendendo mais. Esses fatores em conjunto fizeram com que a marca ganhasse notoriedade e valor de mercado. Esses fatos fizeram com que a marca fosse valorizada e aumentasse os preços do chinelo. Assim as Havaianas se tornou uma marca de sandálias desejada mundialmente, valorizada internacionalmente e principalmente, usada por todas as camadas sociais.

Fonte: Pé de chinelo, 2012.

Fonte: Imore, 2011. Referências bibliográficas:

MACHADO, Arlindo. Televisão: a questão do repertório. In: A televisão levada a sério. São Paulo: Senac, 2003. Blog Spot: Mundo das Marcas. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2013. As Relações Públicas na Construção de Marcas: O Caso Havaianas. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2013. Havaianas: Representação da Cultura e da Moda brasileira. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2013. Slogan – O grito de Guerra que torna memorável um produto. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2013. Site Oficial das Havaianas. Disponível em: < http://www.loja.havaianas.com.br/>. Acesso em: 23 out. 2013.

2. O INICÍO

Conforme Zollner (2007), no ano de 1937 os irmãos Richard e Maurice fundaram o primeiro McDonald’s na cidade de San Bernardino, Califórnia, no sistema drive-in. Na época, o drive-in era muito comum, principalmente no estado da Califórnia e surgiu paralelo à produção de carros em massa e ao cinema. A estratégia consistia em alcançar o cliente transeunte que agora está motorizado. As estradas eram o produto direto dos automóveis, portanto, os estabelecimentos concentravam-se à beira das rodovias.

Figura 1 – Primeiro McDonald’s.

Fonte: Página da Editora Abril na internet.1

1 Disponível em: < http://vip.abril.com.br/blogs/vip-vintage/files/2012/10/mcdonalds2.png> Acesso em: 24 out 2013 No final da década de 40 os irmãos Richard e Maurice, conhecedores da lentidão do serviço de drive-in, realizaram profundas transformações: eliminaram os serviços de garçonetes e, agora, os clientes passam a descer dos carros e fazem os pedidos nos balcões; todos os utensílios como talheres, copos e pratos são substituídos por embalagens descartáveis; houve um enxugamento do cardápio como forma de evitar desperdícios e, consequentemente, a diminuição do preço dos lanches (FONTENELLE, 2007). Era uma época em que as pessoas prezavam pela rapidez e, com as novas mudanças no processo de atendimento, criam o primeiro personagem da empresa, o mestre-cuca chamado Speedee.

Figura 2 – Primeiro personagem da McDonald’s: Speedee.

Fonte: Site High Way Host2

2 Disponível em: < http://www.highwayhost.org/Mcdonalds/mcdonalds1.html> Acesso em: 24 out 2013 3. A ERA KROC

De acordo com o site oficial da marca, Kroc foi o primeiro master franqueado. A ligação dele com a empresa iniciou-se em meados da década de 50. Kroc fornecia aparelhos de milk-shake para a lanchonete em San Bernardino e já havia vendido oito máquinas que produziam seis copos cada. Ray Kroc ficou surpreso com a forma de produção do restaurante que possuía um cardápio limitado que concentrava-se em apenas alguns itens - hambúrgueres, batatas fritas e bebidas, o que permitia o foco na qualidade. Kroc foi responsável pela ampliação de restaurantes McDonald’s em toda América do Norte. Em 1955 ele fundou a McDonald Corporation e, cinco anos mais tarde, comprou os direitos exclusivos da marca.

Figura 3 – Primeiro restaurante McDonald’s com a participação de Kroc. Atualmente é o Museu da rede. (1955, na cidade de Des Plaines, Illinois)

Fonte: Site Mundo das Marcas 3

3 Disponível em: Acesso em: 24 out 2013 Em 1961, Ray lançou um programa de treinamento, mais tarde chamado Hamburger University, em um novo restaurante em Elk Grove Village, Illinois. A Universidade disponibilizava o treinamento com base em métodos científicos de gestão e também contava com um laboratório de pesquisa e desenvolvimento para cozimento, congelamento, armazenamento e formas de servir. Segundo Fontelle (2007, apud LOVE, 1995, p. 152) “[...] os especialistas em operações do McDonald’s desceram até as bases da rede de abastecimento de alimentos e equipamentos. [...] Introduziram novos métodos nas usinas processadoras de leite do país. Alteraram a maneira de os fazendeiros criarem gado e a maneira de a indústria da carne fabricar o produto final”. Hoje, mais de 80 mil pessoas se formaram a partir do programa.

Figura 4 – Diploma da primeira turma de 1961 da Universidade do Hambúrguer

Fonte: Site Business Insider4

4Disponível em: Acesso em: 24 out 2013 4. BIG MAC

Segundo o site Economia do portal IG, o Big Mac é considerado o carro chefe da rede de lanchonetes americana. O lanche foi criado em 1965 pelo frqanqueado da Pensilvânia, Jim Deligatti. Devido a grande popularidade após os anos 70, a Revista The Economist criou o “índice Big Mac” para medir o custo de vida em inúmeros países, utilizado como fórmula diferente para quantificar a valorização ou desvalorização das moedas no mundo em relação ao dólar. O primeiro jingle do hamburguer foi ao ar em 1974 e a versão, em português, em 1983 no Brasil: “Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim. É o Big Mac!” De acordo com o site do Estadão (2007), os maiores consumidores do sanduíche são os japoneses.

Figura 5 – Big Mac no Museu do Hambuguer, Pensilvânia

Fonte: Site PA Books5

5 Disponível em . Acesso em: 23 out 2013 5. ANÚNCIO, PERSONAGEM E LOGOS

Figura 6 - Anúncio do McDonald’s da década de 50.

Fonte: Site The Telegraph6

Figura 7 – Ronald McDonald em 1963 (ano de sua criação) e 2013, respectivamente.

Fonte: Site Uol Economia7

6 Disponível em Acesso em 24 out 2013 7 Disponível em Acesso em 24 out 2013 Figura 8 – Logo década de 40.

Fonte: Site Wikia8

Figura 9 – Logo início da década de 60.

Fonte: Site Wikia9

Figura 10 – Logo de 1968 até 2006

Fonte: Site Wikia10

8 Disponível em Acesso em 25 out 2013 9 Disponível em Acesso em 25 out 2013 10 Disponível em Acesso em 25 out 2013 6. INSTITUCIONAL

6.1 MISSÃO

Servir comida de qualidade proporcionando sempre uma experiência extraordinária.

6.2 VISÃO

Duplicar o valor da companhia, ampliando a liderança em cada um dos mercados.

6.3 VALORES

- Oferecemos Qualidade, Serviço & Limpeza aos nossos clientes; - Incentivamos o espírito empreendedor ; - Temos um forte compromisso com a nossa gente; - Maximizamos a Rentabilidade das nossas operações; - Operamos um negócio em ambiente ético e responsável; - Contribuímos com o desenvolvimento das comunidades nas quais atuamos.

7. A REDE NO BRASIL

De acordo com informações do site da empresa no Brasil, em 1979 foi inaugurado o primeiro McDonald’s em território nacional, na cidade do Rio de Janeiro, bairro de Copacabana. O país é o 25º a receber um restaurante da marca. Atualmente rede possui 746 restaurantes nas cidades brasileiras.

Em 1999, é inaugurado Instituto Ronald McDonald em prol de crianças e adolescentes com câncer.

No caso das propagandas, a empresa tem sido alvo de críticas e processos. Como exemplo atual, de acordo com o site Exame de abril de 2013, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) multou o McDonalds em R$ 3,192 milhões de reais por publicidade infantil abusiva. O PROCON justificou a medida alegando que os comerciais incitam o público infantil a consumir alimentos nada saudáveis pelo uso de personagens e pela venda de brinquedo, no caso, o Mclanche Feliz. Dados do portal G1 noticiaram medida futura da organização para amenizar efeitos negativos - a exclusão dos refrigerantes das peças publicitárias e apresentação de novo cardápio que passará a conter frutas e água.

Figura 11 – Mclanche Feliz com brinquedos.

Fonte: Site Wikipedia11

Apesar das multas (algumas no campo trabalhista) e de ter a imagem associada a alimentos pouco saudáveis, o McDonalds obteve crescimento nos faturamentos das vendas em 9,4% no segundo trimestre deste ano no Brasil, conforme dados do portal G1.

11 Disponível em Acesso em: 24 out 2013 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A rede McDonald’s revolucionou o mercado fast-food. Como estratégia comercial, a corporação seguiu ao longo dos anos adaptando cardápio, aprimorando a forma de gestão e priorizando o expansionismo global. Além disso, investiu em restaurantes confortáveis, fundou uma universidade específica para desenvolvimento dos alimentos e aprimorou logo e propaganda.

Mas a marca é também controvérsia, pois, se por um lado é tida como fenômeno mundial de sucesso empresarial, por outro desperta desconfiança das classes médica e jurídica devido aos alimentos calóricos e com baixos valores nutricionais.

Observar-se que a empresa opta usualmente por remodelações (com exceção do modelo business) vide a tentativa da rede em acrescentar ao cardápio frutas e saladas em resposta ao aumento do consumo consciente.

REFERÊNCIAS

FONTENELLE, Isleide. O nome da marca: McDonald's, fetichismo e cultura descartável, São Paulo: Boitempo, 2002. 363 p.

ZOLLNER, Luciana. Comunicação do McDonald’s em Tempos de Crise: Educação como recurso de persuasão em textos publicitários. 2007. 163 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação). Universidade de Marília, São Paulo.

LOVE, Jhon F. McDonal’ds: a verdadeira história do sucesso, Rio de Janeiro: Bertran, 1996.

FONTENELLE, Isleide. Corpo, mobilidade e a cultura da imagem. Psicol. hosp. (São Paulo), São Paulo , v. 4, n. 1, jan. 2006. Disponível em . Acesso em 22 out. 2013.

VIVALDINI, Mauro; SOUZA, Fernando Bernardi de. O Relacionamento Colaborativo na Cadeia de Suprimentos do McDonald’s. In: SIMPOSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 13. 2006, Bauru, SP. Anais eletrônicos. Disponível em:

CASAQUI, Vander; RIGEL, Viviane. Os efeitos de sentido do consumo slow food no templo do fast food. In: XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: . Acesso em 20 out. 2013

Outros sites consultados: exame.abril.com.br http://en.wikipedia.org http://mundodasmarcas.blogspot.com.br www. g1.globo.com www.mcdonalds.com www.mcdonalds.com.br www.mcdonalds.com.br www.uol.com.br www.wikipedia.com.br A logomarca da Petrobras Armando Moraes da Silva

“O petróleo é nosso” Lema da Campanha do Petróleo

A logomarca de uma empresa busca comunicar as suas qualidades e estabelecer um reconhecimento imediato com o público. Maimoni (2009) afirma que a marca é uma mistura de atributos tangíveis e intangíveis que simbolizam a empresa, criando valor e expressando sua identidade. A autora cita ainda a definição de identidade como uma coleção de atributos de uma empresa que formam o referencial de como ela é vista. A Petrobrás possui uma logomarca que alcança plenamente estes objetivos, com enorme valor simbólico para todo o brasileiro. O vinculo entre a empresa e os brasileiros tem origem em sua história, já que sua criação foi fruto de forte mobilização popular. Na década de 1940, o consumo de petróleo crescia rapidamente no Brasil. A Constituição de 1945 tratou da exploração do petróleo, permitindo a participação de capitais privados estrangeiros, desde que integrados em empresas constituídas no Brasil. Durante a criação do Estatuto do Petróleo, que visava regulamentar o previsto na Constituição, uma vigorosa reação nacionalista iniciou a Campanha do Petróleo, que ficaria famosa por seu slogan: "O petróleo é nosso". Em 3 de outubro de 1953, depois de vários anos de luta e de intensa mobilização popular, já no governo Vargas, foi sancionada a Lei nº 2.004, que criava a Petróleo Brasileiro S.A - Petrobras, empresa de propriedade e controle totalmente nacionais, com participação majoritária da União. A primeira logomarca da Petrobras foi produzida em 1958, e se inspirava na bandeira nacional. Esta primeira logomarca pode ser vista na Figura 1. Conforme informações institucionais da empresa, a logomarca atendia aos anseios nacionalistas da época, relacionando a marca às cores e formas da bandeira nacional. Luiz Pepe, criador da primeira logomarca da Petrobras, apresenta como foi este processo de criação em um depoimento disponível no site da empresa. Ele relata que teve a ideia de desenhar o losango da bandeira brasileira, com suas três cores e com o nome da Petrobras no seu interior. As cores nacionais foram utilizadas no friso verde, no fundo amarelo e no nome Petrobras em azul. Havia necessidade de ser um desenho simples, que possibilitasse sua fácil reprodução, compatível com a capacidade técnica da época, por isso a opção por uma figura geométrica. Entre os anos 1968 e 1973, o Brasil viveu o chamado “Milagre Econômico”, onde a economia cresceu a uma extraordinária taxa de 10% ao ano. O forte investimento na indústria de base propiciou o grande fortalecimento das estatais. A Petrobras transformou-se na maior empresa do país, diversificada e bastante complexa. A primitiva logomarca já não conseguia mais expressar esta identidade. Então, em 1972 ela é reformulada, buscando ficar mais moderna e compatível com a linguagem gráfica vigente naquele momento. Esta segunda logomarca pode ser vista na Figura 2 Esta marca ficou conhecida com hexágono-losango, e segundo o site da Petrobras, esta nova logomarca desvinculava o logotipo da marca. Na primeira logomarca o nome Petrobras estava enclausurado no logotipo. Ainda conforme o site da empresa, o novo losango de paredes espessas é uma forma simples, clara, forte e de nítidos contrastes, que consegue expressar a modernidade e complexidade industrial da empresa, simbolizando a cadeia química do carbono. Ainda na década de 70, a Petrobras começou a utilizar nos postos de combustíveis a logomarca mostrada na Foto 1. Era uma linha sobre o “BR” da própria palavra Petrobras, destacando-o. Além disso, também foi utilizado nos postos apenas o “BR” como símbolo, criando uma nova identidade visual, também com as cores da bandeira nacional, apresentada na Figura 3. Com o crescimento do número de postos com a marca “BR”, ela se tornou conhecida e com grande prestígio junto ao público. Porém a Petrobras continuava usando a logomarca do hexágono-losango, reservando o “BR” apenas para as atividades comerciais. Não tardou para a empresa perceber que o público estava dissociando as duas imagens, enfraquecendo o conceito de empresa integrada de petróleo. Os postos ficaram conhecidos por “Postos BR” pelos consumidores, afastando-se da denominação Petrobras. Em 1982, com pouco mais de dez anos, a logomarca “BR” foi redesenhada. Assumiu as características que possui até hoje, sem o azul e com as letras inclinadas, com aparência mais moderna e dinâmica, conforme podemos ver na Figura 4. Segundo informações do site institucional, a compatibilização das marcas da Petrobras e da Distribuidora ocorreu em 1994. O losango-hexágono foi abandonado e o símbolo BR assumiu seu lugar, fortalecendo a imagem de empresa integrada, conforme podemos ver na Figura 5. Fato interessante ocorreu em 26 de dezembro de 2000, com o anúncio pela direção da Petrobras de que a empresa estaria mudando seu nome para Petrobrax, e sua logomarca seria aquela mostrada na Figura 6. A aventura durou dois dias, tendo sido abortada em 28 de dezembro de 2000 por ordem do Presidente Fernando Henrique Cardoso devido a forte reação contrária da opinião pública. Coerente com o governo neoliberal da época, a justificativa citada no site da empresa para a troca era que o novo nome seria mais aceito em países de língua inglesa e que o "xis" no final da palavra daria um ar mais moderno e internacional à companhia. A forte reação contra esta iniciativa por parte dos brasileiros mostrou a identificação emocional e afetiva com a Petrobras. A história da empresa e a sua marca caminham paralelas no imaginário nacional como uma parte do Brasil que deu certo.

Figura 1 - Fonte: site Petrobras.

Figura 2 - Fonte: site Petrobras.

Foto 1 - Fonte: site Petrobras.

Figura 3 - Fonte: site Petrobras.

Figura 4 - Fonte: site Petrobras.

Figura 5 - Fonte: site Petrobras.

Figura 6

Referências bibliográficas:

FGV-CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Fatos e Imagens:Petrobras 50 Anos Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2013.

MAIMONI, Hérica Luzia. A influência da marca na formação da imagem e reputação organizacional. II Ecomig, UFMG, Belo Horizonte, setembro de 2009. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2013.

PETROBRAS. Quem somos. Disponível em: < http://www.petrobras.com.br/pt/quem- somos/nossa-historia>. Acesso em: 17 out. 2013.

PETROBRAS. Questão de Imagem. Disponível em: < http://relacionamento.petrobras.com.br/memoria/minisites/memoria/marca/index.html>. Acesso em: 17 out. 2013. O que é uma Pin-Up?

Aline Faustino Veiga Neves, Sabrina Alves da Silva, Sabrina Sousa Rios e Franciele dos Santos Sousa.

“Do alfinete à Internet, elas nunca saem de moda”.

Juliana Cunha

A autora do texto “O que é uma Pin-Up?”, Juliana Cunha, aborda a evolução das Pin-Up desde anos 40 a 50, da sua trajetória como ícone sensual e expirador até a atualidade, representadas por artistas como Katy Perry e Lady Gaga. Símbolo de sensualidade e inspiração as Pin-Up sempre atraíram olhares por serem idealizadas como um padrão de beleza ideal. O lema “sexy sem ser vulgar”, ganhou força com Marilyn Monroe no filme “O Pecado Mora ao Lado”, onde em vez de se sentir constrangida, ela sorri como se nada tivesse acontecido ao ter o vestido levantado pela a ventilação de saída do metrô.

A história das Pin-Up começou na França, no século XIX, quando surgiram os primeiros cartazes usando imagens de mulheres, mostrando o seu lado sensual, mas ao mesmo tempo o lado de ingênuas e românticas. As Pin- Up são apresentadas por vários artistas, cada um em uma época diferente, e tentam retratá-las como figuras que representam as mulheres do seu tempo. A primeira Pin-Up foi criada por Dana Gibson, em 1887, que mostra atitude ao usar trajes chiques de banho até os joelhos, mas deixando evidente as suas curvas sensuais e sem gerar a perda do romantismo. Pode-se dizer que o artista mais célebre por produzir Pin-Up foi Alberto Vargas, suas Pin-Up ficaram conhecidas como ''Vargas Girls'', ele busca retratar o lado mais sexy da mulher sem torná-las vulgar, traçando o lado ''diva'' das Pin-Up.

Antes da Segunda Guerra Mundial, as Pin-Up tinham um lado mais romântico, e logo após a década 30 mostraram mais atitude e segurança em si mesmas. Durante o período da guerra, elas passaram a ser vistas como mulheres guerreiras, fortes e que demonstravam amor à sua pátria, mas sem perder a sensualidade e a beleza de uma Pin-Up. O auge das Pin-Up foi durante os anos de 1940 e 1950, sempre sexys, mas ingênuas mostravam parte do corpo sem querer e viraram símbolos sexuais, sendo explorados em fotografias, cartazes e calendários publicitários, principalmente nos Estados Unidos.

Após a Segunda Guerra Mundial, o fenômeno das Pin-ups começou a se expandir. A arte do momento eram elas, com todo o seu charme, batom bem forte e delineador. As fotografias em pouco tempo ganharam um amplo espaço e chamaram atenção do público. Até o exército se rendeu, e passou-se a distribuir fotos aos soldados para que eles pudessem sempre se lembrar do estilo americano de viver.

Marilyn Monroe e Betty Page são os grandes ícones de Pin-Up na vida real, lindas e sexys demonstram um grande glamour ao viverem os seus personagens no cinema. Elas eram mulheres que os homens desejavam, fator esse que serviu para impulsionar o mundo da fotografia, o mundo da moda e das modelos magérrimas. Mulheres seminuas e com sorrisos de como quem não queria nada, enquanto na verdade queriam provocar, eram características fundamentais das fotos da época. Essa foi uma época de agitação, em que se pensava materialmente e o surgimento dessas mulheres veio em conjunto.

As Pin-Up fizeram tanto sucesso no século passado, que o estilo de vida e o modo de ser vestir é retratado por muitas garotas atuais. Hoje em dia, esse mundo é mais glamouroso, e continua sendo referência para a publicidade, moda, e fotografia. O que deixa um pouco de lado a questão do erotismo e sexualidade, como era visto antigamente, já que as fotos da década de 40 instigavam os homens, lhes causando desejo e curiosidade em relação àquela mulher. Atualmente esse estilo é visto mais como um lado artístico do que símbolo sexual.

De Marylin Monroe a Katy Perry, todo esse universo de Pin-Up traduz a sensualidade feminina, evidenciando a feminilidade plena, trazendo consigo até hoje um ar de mistério e curiosidade por de trás de todo o charme daquelas maquiagens impecáveis, saias, corpetes e cinta-liga. Não foi somente nisso, mas também na postura proativa que elas passavam para a sociedade da época. Além disso, eram corajosas para enfrentar as regras e a censura para poderem se sentir realizadas com o que achavam certo. Atualmente, algumas famosas são consideradas Pin-Up ou Pin-Up Modernas, como um exemplo disso pode citar a cantora Katy Perry. Ela usa e abusa desse tema e estilo para ilustrar capas de seus CDs, campanhas e show, o que acaba chamando a atenção do público, além de criar uma imagem forte e chamativa, e também, dá um toque especial ao “personagem” que ela assume. Além de várias características, ela ainda tem o cabelo bem parecido com o de Bettie Page (Pin-Up do século passado). Porém, ocorre a ausência da ingenuidade e da sutileza, já que cada vez mais esse estilo está perdendo espaço para o mercado pornográfico de livre acesso, onde o que prevalece é a vulgaridade, e o lema é “quanto mais despida melhor”.

Além de Bettie Page e Marilyn Monroe, temos outras representantes do estilo Pin-Up, que são Cristina Aguilera, Pitty, Scarlett Johansson e Dita Von Teese, destacando-se em campanhas publicitárias e até mesmo em programas de televisão, todos os meios relacionados à imagem.

Por isso tudo, percebe-se que as Pin-Up trouxeram a irreverência da comunicação no olhar, deixando de lado a questão estética como estereótipo e focando apenas no belo e na sedução do olhar de quem não quer nada, mas provocando as sensações mais insanas na alma. Mesmo em tempos tão intensos como os atuais, as Pin-Up prevalecem representadas não só em fotografias, mas em tatuagens, marcas de roupas e sapatos.

Betty Grable, Fonte: Wikipédia (1943).

Imagem do filme “O Pecado Mora ao Lado”, Fonte: ADORO cinema (1995).

Pitty (Cantora Pin-Up brasileira), Fonte: Wikipédia.

Katy Perry, Fonte: Wikipédia.

Bettie Page e a sua frase famosa, Fonte: Obvius (1953).

Referências

PIN-UP Joinville blogspot. Pin Ups e a sua evolução ao longo dos tempos. Disponível em: . Acesso em: 13 out. de 2013.

ALEXANDRE Lucas blogspot. Betty Page e a evolução das Pin-Ups. Disponível em: . Acesso em: 13 out. de 2013.

PASSAGEIRAS letras. Pin-Ups - As mulheres de papel. Disponível em: . Acesso em: 13 out. de 2013.

TERRA. Editora alemã lança compilação de garotas Pin-Up de 1900 até hoje. Disponível em: . Acesso em: 13 out. de 2013.

SUPERINTERESSANTE. O que é uma Pin-Up? Disponível em: . Acesso em: 13 out. de 2013.

WIKIPÉDIA. Betty Grable. Disponível em: . Acesso em: 19 out. de 2013.

WIKIPÉDIA. Pitty. Disponível em: . Acesso em: 19 out. de 2013.

WIKIPÉDIA. Katy Perry. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Katy_Perry >. Acesso em: 19 out. de 2013.

OBVIUS, um olhar mais demorado. Bettie Page: a rainha das Pin-Ups. Disponível em: Acesso em: 19 out. de 2013.

Revista

A história da Revista ELLE

Aline Brandão Girardi Kamila Ferreira Belo Natália Elisa Lucchetti

“Séria dentro da frivolidade e irônica perante o grave” Hélène Gordon-Lazareff

Elle é uma revista feminina de moda originalmente francesa fundada no ano de 1945, um conturbado período pós-guerra, por Hélène Gordon-Lazareff e seu marido Pierre Lazareff. Hoje possui mais de 42 edições em mais de 60 países, cerca de 23 milhões de leitoras no mundo e 2 milhões de exemplares mensais. É considerada a maior em circulação e mensalmente publica trabalhos de estilistas, fotógrafos e modelos dentro de uma perspectiva sofisticada. No período da 2ª Grande Guerra, com o recrutamento de seus maridos, pais e irmãos, as mulheres tiveram que começar a trabalhar fora de casa. Logo, macacões pesados tomaram o lugar das saias e vestidos leves, vestimentas padrões da mulher da época, que, até então, só exercia as profissões de mãe e dona de casa. Além disso, muitas delas eram recrutadas para exercer várias funções no front de guerra e assim, deixaram de ser vistas como o sexo frágil. Dessa forma, a criação da Elle visava atingir as mulheres que desejavam restituir a sua autoestima e almejavam dias melhores. Sua missão inicial também foi atualizar a mulher e dar ideias para ela deixar do guarda-roupa à casa muito mais bonito. Além disso, inicialmente a Revista defendeu mais idéias do que dinheiro, o que não ocorre com tanta frequência nas atuais edições, já que a alta costura toma conta das páginas da Elle. A primeira versão internacional da Revista foi lançada nos Estados Unidos, no ano de 1985. No Brasil, a Elle chegou em 1988, com a capa verde e amarela. A modelo Julie Kowarick era a modelo da capa e foi fotografa pelo renomado fotógrafo J. R. Duran. A primeira edição brasileira apontava o foulard como o acessório da estação. Desde o princípio, as páginas e as capas da Elle enfatizam as fotos em vez de textos e utilizam muito o preto e o branco. É interessante perceber que a fonte do título da revista permanece inalterada desde a primeira publicação na França, há quase 70 anos. Com o passar dos anos, a capa passou a priorizar todo o corpo da mulher. No início, as fotos evidenciavam apenas o rosto. Hoje, há inúmeras capas com poses sensuais, lingerie e similares. Além disso, cada vez mais foi aumentando a quantidade de textos ou chamadas nas capas e também no conteúdo interior da Elle. No início, tudo era mais simplificado, inclusive o design da Revista, que se torna cada vez mais arrojado. A presença de publicidade nas páginas da Elle hoje é muito significativa, enquanto no início quase não existia. Segundo Dominique Quessada (2003), para elevar a demanda dos produtos de determinada empresa, o grupo publicitário deve motivar o público com mensagens comerciais que, além de expor suas mercadorias, trazem consigo uma ideia simples, porém, forte, de que escolher e adquirir bens são formas de liberdade individual. Entre 1945, lançamento da Revista Elle, e o ano de 1950, Christian Dior lança o New Look, com cintura fina e seios e quadris enfatizados. Dessa forma, a revista retratou os vestidos de princesa, as saias rodadas e os tops justos. Em 1948, foi criada a seção Bon Magique, que trazia roupas e acessórios com ótimos preços. No ano de 1950, Brigitte Bardot, ícone da moda, foi capa da edição de março, quando tinha apenas 16 anos. Nos anos 50, surgem roupas mais estruturadas e de alta costura pelas mãos de Balenciaga. Na próxima década, a Revista não deixou de evidenciar a minissaia criada por Mary Quant, os modelos futuristas de Courrèges, Cardin e Rabanne, os smokings de Yves Saint Laurent, os tailleurs de Chanel. Foi o nascimento do prêt-à-porter (pronto para levar). Porém, mesmo assim, sofreu diversas críticas por não ser considerada uma revista que realmente retratasse a moda. Nessa mesma época, a Elle tornou-se também um ícone na implantação do movimento feminista. A década de 70 foi tomada pelas batas hippies, jeans, veludo molhado, glamour da grife Halston, entre outros. Uma famosa loja em Londres lançou vestidos por 3 libras, o que demonstrou fielmente a ideia da Elle, mais ideias e menos dinheiro. As ombreiras, as cores, os volumes e a explosão do jeans descrevem o exagero dos anos 80. Em contradição, na capital francesa, estilistas japoneses elegeram cores neutras e peças recortadas e discretas para criticar o excesso. Nesta década, a ELLE foi comprada pelos donos do grupo Hachette Magazines e expandiu-se. Foram lançadas edições em vários países, inclusive no Brasil. Na década de 90, plissês de Miyake, onda retro da Prada, minimalismo com roupas requintadas, cortes simples e tecidos de alta qualidade invadem as páginas da Revista. A moda passa a aparecer nas passarelas. Surgiu a principal semana de moda do Brasil, a São Paulo Fashion Week e vários cursos de moda são criados nas faculdades do país. No início do milênio, a Elle lançou a Elle Girl, destinada ao público mais jovem, e a Elle Interior ou Elle Decor, voltada para decoração. Esta tem circulação em 28 mercados globais e 9,2 milhões de leitores. A Elle Girl teve sua versão impressa por 5 anos e, em 2006, passou a contar apenas com versão digital. São 12 edições internacionais eletrônicas e seu slogan é, traduzido, “Ouse ser diferente”. Já o slogan da tradicional Elle é, também traduzido, “Se ela lê, ela lê Elle”. A Revista acompanha a moda e também o mundo. Exemplos disso são o apoio à revolução feminista nas décadas passadas e o atual apoio ao casamento gay. O público da Elle, em sua maioria, são mulheres de 18 a 59 anos das classes A e B. A Revista é editada em mais de 24 idiomas e possui 27 sites globais, com mais de 26 milhões de consultas mensais. Elle conserva a mesma identidade desde sua criação, independente das mudanças ocorridas ao longo do tempo. A Revista está no topo das mais conceituadas de moda do mundo. É considerada uma das mais prestigiosas e influenciais revista feminina do mundo, abordando moda, beleza, cultura e estilo de vida. Diz-se que a história da Elle confunde-se com a própria moda.

Imagens

Fonte: Elle, 1945. Fonte: Elle, 1988.

Fonte: Elle, 2000. Fonte: Elle, 2011. Fonte: Elle, 2013.

Referências

FIORIN, Rosalia Perrucci. O discurso das capas da Revista Elle portuguesa e brasileira: aspectos ideológicos e identitários. Portugal, 2010.

Elle. História de Elle. Disponível em: . Acesso em: 03 de out. 2013

TURETTA, Marina. A História da Revista Elle. Disponível em: . Acesso em 04 out. 2013.

MIRANDA, Francisco. Mulheres na Seguda Guerra – O fim do Sexo Frágil – Parte I. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2013.

Elle. Sumário. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2013.

Elle. La Bündchen. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2013.

Elle. Elle Magazine [Brasil] (may 1988). Disponível em: . Acesso em 12. out. 2013.

QUESSADA, Dominique. Introdução: a comunicação da comunhão/ O império mundial da comunicação. In: O poder da publicidade na sociedade consumida pelas marcas: como a globalização impõe produtos, sonhos e ilusões. São Paulo: Futura, 2003, p. 11-18 e 25-53. Revista IstoÉ

Luana Marliety, Lucyellen Lima e Débora Rita

“A revista ISTOÉ foi criada em uma época dura, de pouca liberdade para a imprensa, mas entramos sem medo”.

Domingo Alzugaray

Em 1972, precisamente no dia 02 de fevereiro, os empresários Luiz Carta, Domingo Alzugaray e Fabrizio Fasano criaram a “Editora Três”. Quando deram início a esse projeto os três tinham em mente revolucionar o mercado editorial do Brasil e em pouco tempo conseguiram chamar a atenção do público com o lançamento da “Coleção de Fascículos”, que se tornaria marca registrada da Editora.

Em setembro de 1972 a Três criou a Planeta, título que existe até hoje, e com ela a tradição de manter entre seus colaboradores alguns dos mais brilhantes nomes do País, como Jorge Amado, Millôr Fernandes, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Francis etc. E em agosto de 1974 a Três criou a “Status”, a primeira revista masculina do Brasil. Com todo o sucesso comercial da revista, o editor, e sócio, Domingo decidiu que a Três precisava de uma revista de informações mais abrangentes. Assim em 1976 foi criada a IstoÉ, a princípio com uma edição mensal e posteriormente com uma edição semanal.

“A revista ISTOÉ foi criada em uma época dura, de pouca liberdade para a imprensa, mas entramos sem medo”. (ALZUGARAY, Domingo, 2012). Com reportagens que tratavam de política, violência, corrupção e falava abertamente das mazelas nacionais, a IstoÉ incomodou a concorrência, principalmente em 1992, quando foi a primeira revista a colocar como página principal uma denúncia contra o governo Collor.

Embora tenha um caráter de destaque político, a IstoÉ consegue ser inovadora e dinâmica. A revista foi a primeira do País a abrir espaço para assuntos de interesse geral. “Ampliamos as áreas de comportamento e cultura, e logo fomos imitados pelos concorrentes” (PINTO, Tão Gomes, Jornalista, 2012).

Apesar de tratar de assuntos diversificados, um dos principais focos da revista IstoÉ é o cenário político brasileiro. Por surgir em um período onde ainda havia a reclusão da ditadura militar e o desejo por democracia, a revista teve iniciativa de desafiar toda a repressão que se sofria na época. De acordo com Domingo Alzugaray, editor e diretor responsável em uma matéria de 23 de setembro de 2011(ano em que a revista completou 35 anos): “IstoÉ ajudou a fazer com que as vozes abafadas nos porões da repressão fossem ouvidas. E, assim, contribuiu de forma decisiva para as profundas transformações vivenciadas pelo País nas últimas três décadas e meia.”

Foram inúmeras as contribuições da revista no meio político e social do Brasil e do mundo, não só na época do período ditatorial e na transição ditadura/democracia, como ressaltado no trecho a seguir “Mesmo após a conquista da democracia, a revista segue respeitando seus valores natos e continua a desempenhar o papel de bem informar e fiscalizar o uso dos bens públicos, independentemente da coloração partidária ou dos princípios ideológicos daqueles que estejam exercendo o poder de governar.” (ALZUGARAY, Domingos, 2011).

Por não possuir vínculos com grandes empresas e ou partidos políticos, IstoÉ trás sempre uma visão democrática e comprometida, acima de tudo, com o leitor. Isso contribuiu para que a revista crescesse e ganhasse seu espaço como uma revista democrática e independente além de também contar com autores diversos e de grande renome. “Tudo isso sem nunca perder o foco em nossa missão nada destrutiva, ao contrário, construtiva, de ajudar ao máximo o País a se desenvolver socioeconomicamente, sempre apontando para os nossos leitores o que também tem sido feito de bom por aqui, nas instâncias política, empresarial e da sociedade civil. E o que ainda pode ser feito.” (ALZUGARAY, Caco, 2011).

O Grupo de Comunicação Três, revista semanal com o conteúdo jornalístico das publicações da empresa, reformularam o portal com as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e IstoÉ Gente a fim de disponibilizar aos internautas a própria revista algumas horas antes de elas chegarem aos locais de vendas. Através dos endereços www.istoeonline.com.br ou www.ieol.com.br, é possível ter acesso aos conteúdos das revistas na noite anterior à venda ao mercado consumidor.

O que faz o Grupo de Comunicação Três ser diferente é o fato de oferecer todas as informações presentes nas revistas a quem busca os conteúdos, não importando se é ou não assinante daquela revista. Além desse diferencial, o portal reúne todas as publicações em um só local. “Mais uma vez estamos inovando ao oferecer acesso irrestrito a esse portal que já nasce como um dos mais importantes da língua portuguesa.” (ALZUGARAY, Carlos. 2000).

A primeira revista semanal na rede foi a IstoÉ e a partir de então o Grupo de Comunicação Três decidiu disponibilizar todas as publicações em um único portal. Assim, os sites foram reformulados, mas permaneceu com o mesmo padrão visual. A empresa decidiu também inserir as revistas Planeta para completar o time. “Vamos partir para produtos diferenciados, criados exclusivamente para a Internet, que não tenham similar em papel.” (MOON, Peter. 2000).

Além da revista no site, a empresa criou bate-papo para os leitores questionarem suas dúvidas ou até mesmo participar de enquetes, o que deixa o site mais interativo para quem o usa. Também é possível consultar as edições anteriores e principais produzidas pela IstoÉ através da biblioteca. Há também a criação de um serviço de busca que facilita a procura: apenas é necessário escrever alguma palavra-chave que o buscador captura conteúdos em que essa palavra-chave está inserida. “Conteúdo será o grande diferencial da rede. Quem não tiver conteúdo próprio vai ficar para trás.” (MOON, Peter. 2000).

É importante ressaltar que, embora as revistas sejam semanais, o portal tem uma atualização contínua sobre as noticiais, durante todo o dia. Desta forma, há uma interação mais abrangente entre os conteúdos que o portal oferece e o tipo de leitor que necessita de tal informação.

Ispirada no título argentino EstoÉs, surge a ISTOÉ, em maio de 1976 primeiro em uma versão mesal. A revista passa a ser semanal em março de 1977. FONTE: Alzugaray, 2012.

Portal da revista no âmbito digital. FONTE: http://www.istoe.com.br/revista/edicoes-anteriores/.

Referências bibliográficas

40 anos da Editora Três. Disponível em: Acesso em: 18 out. 2013.

Site Editora Três. Disponível em: Acesso em: 18 out. 2013.

IstoÉ 35 anos. Disponível em: Acesso em: 18 out. 2013.

IstoÉ Ed. Anteriores. Disponível em: Acesso em: 18 out. 2013.

Uma das soluções para sustentar a economia estabilizada no Brasil foi o estabelecimento do Plano Cruzado (1986). A medida obteve sucesso em um primeiro instante, o que deu uma popularidade grande ao presidente Sarney. Porém, essa melhoria foi efêmera, pois, problemas como a falta de produtos nos supermercados e inflação começaram a emergir.

A sociedade brasileira passa por um processo de revitalização, sendo um período marcado por movimentos sociais em prol da democratização do Estado. Apesar de ser uma fase complicada economicamente, não foi de forma alguma, um período de retrocesso em outros campos. A busca pela cultura, sem a censura e repressão do Governo, aflorou a sociedade que ansiava cada vez mais informações. Apesar de não ter tido o charme da década de 1960, com a bossa nova, ou a intensidade dos anos 70 com as músicas e espetáculos de protesto, a sociedade brasileira da década de 1980 mostrou-se sedenta por conhecimento.

Desde seu surgimento, a Super Interessante prima em mostrar a evolução do conhecimento. Logo na sua primeira edição, conseguiu revolucionar e atender a um público que se destacava por ter sede de conhecimento. Suas principais abordagens eram assuntos pouco tratados na época e de certa forma revolucionários. A AIDS e novas tecnologias, como o computador, eram tópicos debatidos pela revista de forma rudimentar, pois ainda eram pouco discutidos na época.

Nos seus 25 anos, a revista priorizou por “mostrar de forma instigante as possibilidades reais da ciência e da tecnologia” (VERSIGNASS, jan. 2012). Com isso, muitas “previsões” do futuro foram feitas pela revista, desencadeando muitos erros, mas também acertos surpreendentes. Segundo a Super Interessante, atualmente seria possível e comum ter carros voadores, fazer contatos com extraterrestres e construir prédios de quatro quilômetros de altura capazes de acumular 1 milhão de pessoas. Apesar das hipóteses utópicas, no decorrer dos anos a revista conseguiu prever tecnologias como a TV 3D, o IPad (“’videozines’ de mão”) e um super celular, fundindo tudo o que havia de mais moderno na época (TV, Internet, Fax, sensibilidade ao toque). Após análise feita desde o início da revista até os tempos atuais, observando a maioria dos fascículos e os assuntos tratados, podemos destacar dois aspectos importantes. A Super Interessante preza pelo interesse da sociedade em determinados assuntos que, num determinado momento, são atrativos para os leitores. Ou seja, há uma preocupação em dar um enfoque especial para os fatos que mais interessam a população. Tratam de assuntos complexos de modo acessível, de modo que a compreensão do artigo seja completa e eficaz. Outro aspecto a se destacar é que a Super Interessante não mudou seu foco fundamental, o que não a impediu de evoluir os temas abordados com o passar dos anos. Ela ainda mantém um caráter informativo, dando sempre prioridade às noticias que são inovadoras, tentando estar sempre um passo à frente de seu tempo.

Primeira Revista no Brasil:

(Fonte: www.recreionline.com.br)

Capas das Edições de 1987: (Fonte: site Super Interessante)

Capas das Edições de 2013:

(Fonte: site Super Interessante) (Fonte: www.publiabril.com.br)

Referências Bibliográficas:

VERSIGNASSI, Alexandre; NASCIMENTO, Mirella. E Se o Mundo Fosse Como a SUPER Previu?, jan. 2012. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2013.

GONÇALVES, Gabriela. Década de 80. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2013. NUNES, Kleber. O Brasil e o Mundo em 1987. ago. 2013. Disponível em: Acesso em: 17 out. 2013.

Site Super Interessante: www.superinteressante.com.br Uma imersão histórica Jhésycka Vasconcelos, Luís Eduardo e Rosemiro

“Há 45 anos sempre a favor do Brasil” Título da carta do editor da edição especial de 45 anos da Veja

Há pouco mais de um mês, a Veja lançou a versão eletrônica completa das publicações em formato fac­similar para assinantes. Até então, um formato para tablets já ultrapassava uma marca de 100 mil assinantes em apenas três anos. As edições digitais celebram os 45 anos que o periódico completou no dia 11 de setembro de 2013. Em 1968, começaram as publicações de uma das revistas semanais mais lidas do país, produzida pela Editora Abril. Pensada e fundada por Roberto Civita, Veja registrou momentos muito importantes da história do Brasil. Para a análise que segue, separamos duas edições que marcaram não só a história da nação como também a trajetória da própria revista. Lançada num período em que o país estava sob o regime da ditadura militar, não faltou coragem, por exemplo, em preparar uma edição sobre torturas praticadas por extremistas impunes do regime. A 15° edição, nossa primeira escolha para análise, sofreu com a censura imposta pelo regime militar por meio do famoso AI­5 (Ato Institucional Número 5), que limitava as liberdades individuais. Tal publicação foi recolhida e proibida de circular. A revista, mesmo limitada, continuou a editoração, mas com várias restrições, como diversos assuntos proibidos de serem abordados e inspeção da policia. Segundo a própria revista: “Nos dois anos e quatro meses em que Veja esteve sob tutela, foram vetadas 10.352 mil linhas de texto, 44 fotos, 20 ilustrações, além de quatro anúncios comerciais”. A frase "Livre pensar é só pensar", de Millôr Fernandes, foi cortada oito vezes. Sessenta matérias foram derrubadas na íntegra”. Após grandes momentos de agitação consagrarem Veja como uma das revistas mais lidas no Brasil e no mundo, um fenômeno leva modificações evidentes às páginas da publicação: o número de anúncios publicitários aumentou mais de 300%. O crescimento da revista, desde sua criação até os dias de hoje foi gigantesco. A começar pelo preço da mercadoria que custava um cruzeiro novo e hoje custa R$ 8,40 nas bancas. Como citado anteriormente, surgem formatos para novos suportes, como ipads, smartphones, tablets etc. Além disso, a editora Abril investiu também em revista regionais, como a Veja Brasília, e incorporou assuntos variados, como a gastronomia, avaliada pelo selo Veja Comer e Beber que é comum em alguns estabelecimentos das cidades. A parte gráfica e a linguagem também foram fatores que mudaram com o decorrer do tempo. A revista incorporou, além de cores melhores, um papel aprimorado, mais espesso. Vale reforçar a mudança tanto no projeto gráfico quanto editorial, que permitiu a implementação de novas editorias e, consequentemente, novas abordagens. A segunda revista escolhida, edição número 2326, retrata o fato que marcou o ano de 2013, em que os jovens brasileiros foram às ruas protestar impulsionados pelo aumento do preço das passagens. Aproveitando a situação, todos se comoveram com diversas indignações que já incomodavam a população há anos, como o descaso com a saúde, educação e necessidade de reforma política. Assim como grande parte dos veículos de comunicação, Veja apoiou os movimentos, especialmente porque criticavam o governo vigente, o qual a revista critica frequentemente. Não é difícil perceber que o periódico possui aversão ao Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados. Nesse aspecto, a linguagem da revisa nunca mudou. Sempre foram agressivos, tanto com o Lula sindicalista quanto com Lula presidente. É curioso perceber que, para fins de persuasão, Veja se apropriou ao longo dos anos do que Mauro Wolf aponta no livro Teorias das comunicações de massa, de 2005, como “caráter exaustivo das argumentações”. A expressão de um único discurso, em que critica impetuosamente a esquerda brasileira, tem por objetivo manter ou mudar a opinião de quem lê. Entre os mais antigos leitores, a revista possuía (e ainda possui) forte poder de convencimento. Já entre os mais novos consumidores, a publicação é vista com olhos atentos. A mudança de comportamento não diz respeito ao caráter de revista, mas reflete a intensidade do fluxo de informação passada pelos novos meios. Não só a Veja, mas outros veículos de comunicação também tem disponíveis edições digitais e disputam duramente com blogs e outras páginas da internet. Não só a supressão dos atos institucionais, mas o surgimento das novas mídias trouxeram à Veja uma nova cara e novos leitores. Todavia, apesar da liberdade de expressão conquistada, a revista manteve a opção de criticar a esquerda ao longo dos anos. Ainda que tenham surgido novos temas a serem discutidos, em âmbitos culturais, tecnológicos e cotidianos, a linguagem sustenta o posicionamento político da publicação, ainda que não declarado pela editora. A revista Veja constituiu­se, ao longo dos anos, como um resumo semanal de notícias predominantemente político. Durante o período da ditadura militar, ainda com a sofrível repressão, abordava preponderantemente assuntos políticos, tanto nacionais quanto internacionais. A estética e a linguagem era dura e revolucionária e, por conta disso, sofreu com uma série de censuras. Atualmente, os repórteres ainda defendem a opção editorial da revista com textos rigorosos, mas sem sofrer repressão. A atualidade trouxe uma surpresa talvez nada agradável para a equipe. As novas plataformas ameaçam constantemente os meios impressos. Apesar de os estudiosos da área não acreditarem na extinção da reportagem impressa, os leitores não são tão fiéis ao papel quanto foram outrora. A internet dispersa a atenção e torna a visão mais abrangente. A possibilidade de contar com as novas mídias deve apresentar ainda, sem dúvida, novas consequências.

FONTE: Acervo digital online, revista Veja FONTE: Acervo digital online, revista Veja

Referências bibliográficas Anais eletrônicos... São Paulo: Veja 2008. Almanaque Edição Especial 40 anos, Liberdade de Imprensa. Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2013 Anais eletrônicos... São Paulo: Veja 2008. Almanaque Edição Especial 40 anos, A logística de VEJA. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/especiais/veja_40anos/p_262.html >. Acesso em: 19 out. 2013 WOLF, Mauro. Teorias das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2005 Os 45 primeiros anos de Veja revisitados por 45 reportagens. Veja 45 anos. Editora Abril: Setembro, 2013.

Além de ter contribuído para o crescimento da importância do mercado da moda na economia, a revista Vogue caracteriza-se por ser um exemplo de referência em estilo e imagem. Muitas personalidades famosas escolhidas, sendo modelos profissionais ou não, já foram capa dessa revista que mantém-se líder no ramo em que atua e que influencia as gerações que a consomem. Períodos Históricos

A revista Vogue nasceu em 1882, época em que a Era Vitoriana estava iniciando o seu fim.O estilo vitoriano era uma tensão entre o modernismo e a tradição, e apesar do saudosismo greco-romano, o movimento era bastante orgulhoso com o progresso material trazido pela Revolução Industrial.

Vogue, Outubro 1893

O estilo vitoriano era um reflexo dos objetos, móveis, roupas, tecidos, gráfica, arte, arquitetura, paisagismo e design de interiores, pois para a classe média a arte era o reflexo das condições morais de uma sociedade. Assim como dizia Ruskin, crítico de arte na época, "só pode ser belo aquilo que é bom", esta era uma ideia medieval que explicava a beleza como a materialização do bem. Não era para tanto que o objetivo da revista Vogue era de representar os interesses e o estilo de vida da classe alta. Arthur Turnure, o criador da revista Vogue, pertencia a classe de pessoas mais distintas e privilegiadas da sociedade nova-iorquina. Poderia-se considerar a revista Vogue como uma crônica da vida desta classe da sociedade, representando os interesses e estilo de vida desta classe. A revista era produzia por, para e sobre a aristocracia de Nova-Yorque. Em 1890, surge o movimento do Art Nouveau (1890 - 1918) que se iniciou na França e expandiu-se internacionalmente. O movimento valorizava a racionalidade da ciência e da engenharia e acompanhava o crescimento da burguesia. Era um visão nova metropolitana que apreciava a qualidade estética dos objetos juntos a indústria. Foi o primeiro fenômeno de moda em que as tendências da arte eram aplicadas aos objetos. Moderno significa novo, atual. A moda é uma novidade que toma conta de todos os aspectos da vida. Isto foi possível no contexto de uma sociedade que já contava com uma rápida propagação das idéias e os costumes pelos meios de transporte e comunicação e que contava com um mercado entusiasmado pelo consumo das novidades modernas. É possível observar pelas capas da revista Vogue uma maior sensualização das curvas e das formas orgânicas. Além de imagens que promoviam a imaginação, a arte e o simbolismo na arte. Houve um grande desenvolvimento do design gráfico com o surgimento dos cartazes coloridos, que agora eram possíveis com a litografia(gravura com matriz de pedra). A vida noturna, boêmia, artística e consumista das metrópoles exigia, pela primeira vez, uma imensa produção de publicidade e propaganda. Os desenhos eram feitos à mão e a fotografia era usada como base do desenho realista e decorativo. A tipografia seguia uma expressividade manual que lhes deu uma visualidade muito audaz e moderna.

9110 1914

1913 1917

Em 1909 a revista é comprada e editada por Condé Montrose Nast nos EUA. Para se firmar como ícone de elegância, Vogue buscou fortalecer a sua identidade através do design, reforçando o seu nome, do “V” nas páginas mais marcantes e diferenciação da editoração. As capas da revista evidenciavam que a revista também era sinônimo de novas tendências artísticas e de design gráfico. A revista continua sendo tendo como público alvo os ricos e famosos, mas agora, a revista não é mais um resumo da vida dos ricos e famosos para os famosos. Vogue passou a fomentar o interesse das pessoas, de qualquer nível social, sobre a vida privada dos ricos. Condé a transformou na revista mais famosa de estilo e cultura do mundo, influenciando agora o design, artes, fotografia, ilustrações e estética dos editoriais, fazendo o slogan passar a ser “Vogue fez e faz história” (ANGELETTI e OLIVA, 2006, p.2, traduzido).

De certa maneira, a Condé-Nast antecipou, em Vogue, o aumento do interesse atual, em qualquer nível social, sobre as vidas privadas. Das aristocráticas personagens que frequentavam as páginas da revista em 1892 às celebridades da vida contemporânea, o que fazem, como fazem, o que vestem e os lugares que frequentam formam uma imagem do espírito do tempo, onde as pessoas se orientam e se informam. (ELMAN, Débora, Jornalismo e estilos de vida: o discurso da revista Vogue, 2008, p.29)

Outro movimento artístico que a própria Vogue considera um marco para a revista, foi o movimento Surrealista. O Surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente é o que marca esse movimento. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos. Mais do que um movimento estético, o surrealismo é uma maneira de enxergar o mundo, uma vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes da imaginação, castrados pelos limites do utilitarismo da sociedade burguesa, e superar a contradição entre objetividade e subjetividade. Uma visão bem diferente das últimas revistas da Vogue que eram focados em assuntos contidianos da burguesia.

O grande diferencial da Vogue nessa época foram as capas ilustradas pelo renomado pinto surrealista, Salvador Dalí. Até então as capas da revista no mundo inteiro focavam em mulheres estilosas e delicadas, exibindo a mulher desejável para o mundo. 1939 1944

1971 1938

Com o movimento surrealista, as capas sairam do padrão e evoluíram para uma maio expressão artística e íntima do ser humano. Não somente as capas mudaram, como os conteúdos passaram a ter reflexões mais profundas sobre a arte. Como exemplo, podemos citar a participação em uma entrevista de Frida Kahlo na revista Vogue americana em 1937. Expandindo os seus horizontes para outros lugares na América. A crise de 1929 foi determinante para reduzir a empolgação também na moda, que se tornou imediatamente mais comportada, feminina e acessível: surgiam as peças de algodão, os shorts para praticar esportes e, nas festas, os vestidos com decote nas costas que se tornaram o novo símbolo de sensualidade.

Surge assim a primeira fotografia colorida por cima (1932) que ilustrava bem essa nova mentalidade de mulheres dinâmicas e saudáveis.

1932

Assim em 1932 à 1962 começa uma transição de mudanças nas imagens exibidas na Vogue. A imagens começam a serem coloridas em cima da fotografia,deixando de lado as imagens artesanais para algo mais moderno e instantâneo até a consolidação definitiva da fotografia como principal meio de exibição da revista.

A Vogue acompanhou todas as tendências da moda das décadas de 30 à 80 e foram modificadas com essas tendências, mas nenhuma delas foi tão marcante quanto o movimento grunge.

Também chamado de Seattle Sound ou Som de Seattle surgiu no final da década de 80 no estado americano de Washington, principalmente em Seattle, inspirado pelo hardcore punk, pelo heavy metal e pelo indie rock. As letras das bandas nomeadas grunge geralmente caracterizam-se por altas doses de angústia e sarcasmo, entrando em temas como alienação social, apatia, confinamento e desejo de liberdade. A estética grunge é despojada em comparação a outras formas de rock, e muitos músicos grunge se destacaram por sua aparência desleixada e por rejeitarem a teatralidade em suas performances.

Os anos 80 marcaram época com seu exagero em tudo: cores vibrantes, cabelos artificializados, roupas misturadas e ritmos que se encontravam. Os anos 90, por sua vez, são uma resposta aos anos 80: Pelo menos em sua primeira metade, o exagero fica de lado, e é tomado pela melancolia do movimento grunge, e as cores vibrantes, aos poucos vão se tornando opacas. O que mostrou uma Vogue mas sombria e séria. Um paradoxo era que ao mesmo tempo que mudava para um visual despojado e desleixado, a elegância e o glamour ainda ditava através da Vogue, através de modelos e estilistas consagrados.

Photograph by Steven Meisel. Published in Vogue, December 1992.

“Grunge is nothing more than the way we dress when we have no money,” the designer Jean Paul Gaultier

Na década de 60, comandada pela editora-chefe Diana Vreeland, e com Grace Mirabella, nos anos 70, a revista se modificou para ser atrativa ao público. A revista começou a ter um apelo mais jovem. Considerando as revoluções que acontecia na época, focou na revolução sexual, apresentando editoriais que discutiam esta temática e apresentava uma moda conteporânea. Aparecia, agora enquadramentos mais ousados, feminismo, questionamentos inteligentes e respostas para aquilo que o público alvo queria saber. Donyale Luna - March, 1966. Capa testando/mostrando outros Talisa Soto - August, 1984

As transformações mais significativas vieram em 1988, quando Anna Wintour assumiu o cargo de editora-chefe. Anna elevou as modelos ao status de grandes celebridades. Com ela, grandes mulheres também tiveram espaço a capa da revista, como Oprah Winfrey e Hillary Clinton.

Atualmente a revista se posiciona para antecipar o que há de melhor e mais nova na moda, cultura, design e arte. Anna acredita muito que a Vogue é uma grande plataforma impulsória de pessoas: a cada edição, novas pessoas são conhecidas e se tornam mitos. Anna Wintour também expandiu a revista criando, por exemplo, a versão online, além de outras segmentações da publicação, como a Teen Vogue. Esta visão de mercado da editora, fez com que a Vogue começasse a ganhar o status de Bíblia da moda. Se, em um primeiro momento a revista era um folhetim de 30 páginas, que falava sobre a vida de ricos e famosos, que depois passou a ser a responsável por fazer todos quererem entender como é a vida dos famosos, Wintour faz com que as pessoas conheçam e gostam de estilistas desconhecidos e modelos novatas ganhem o posto de celebridade, chegando a possuir uma edição com mais de 800 páginas, sendo três quartos dela de publicidade.

As capas mostram bastante a identidade da revista e a mensagem que ela quer passar. Novamente, para afirmar isto, a primeira capa tendo a Anna Wintour como editora, foi revolucionária por apresentar, pela primeira vez, uma modelo vestida com uma calça jeans. Outra mudança também vista nas capas foi a troca das fotos em close de estúdio, característicos da editora antecessora, por fotos em plano americano ou corpo inteiro, em luz natural. Influenciado pela “geração saúde” dos anos 90, também passou a ser visto modelos de corpo e cabelos molhados na capa à luz do dia, e até sem maquiagem. As características editoriais da revista, de conteúdo e, principalmente da capa, passaram a determinar parâmetros “fashions” da moda e design que as outras revistas também deveriam seguir.

A famosa capa de estreia de Anna Wintour para a “Vogue” em novembro de 1988, foi revolucionária para a história da revista. Era a primeira vez que uma calça jeans aparecia na capa de uma publicação. Kate Moss - October, 1995

Naomi Campbell - June, 1996

Gisele Bundchen - August, 1998 December, 2002

Considerações finais

A revista Vogue é sem questionamento a biblioteca e ditadora da moda desde o seu surgimento em 1890.Por mais que seja elitizada, esse veículo é o mais desejado ao que podemos de chama da “verdadeira” moda, devido a sua história e reputação.

Foram citados os principais contexto que revolucionaram o caminhar da Vogue. A revista Vogue ainda passa e passará por mais transformações através da história. Sem dúvida, negar o contexto histórico da civilização estaria negando a moda como um reflexo da sociedade, como uma forma de expressão que as pessoas conseguiram encontrar em um mundo agitado e cheio de tendências e mudanças.

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“E hoje, vamos mostrar a vocês um avanço software. Software que está, no mínimo, cinco anos à frente do que está em qualquer outro telefone”. Steve Jobs

Em 2007, os Estados Unidos, que já vinha sofrendo uma desaceleração da economia, passou a provocar a desconfiança dos investidores, tornando-se o centro da crise atingida pelo mercado financeiro. A bolha imobiliária americana estourou devido o atraso ou simplesmente a falta de pagamento de hipotecas da casa própria. Dessa forma, o calote atingiu não só as empresas de hipoteca, mas também a investidores que emprestavam dinheiro a elas. Entretanto, em meio a todas essas dificuldades no ambiente financeiro, o ano foi próspero para os amantes de tecnologia. São inúmeros exemplos. Os videogames reconquistaram novas parcelas de mercado com o Wii, da japonesa Nintendo e as redes sociais passaram a conquistar o seu espaço e a transformar as relações sociais estabelecidas entre as pessoas. Encabeçada pelo Facebook e seguida por outras, como MySpace e Orkut, as redes sociais ampliaram sua área de atuação e viraram plataformas de desenvolvimento personalizáveis. No Brasil, a TV digital foi recebida com festa por parte do governo da época e também aqui, aconteceu em novembro, no Rio de Janeiro, o Internet Governance Forum - o segundo Fórum de Governança da Internet. O objetivo era debater uma Internet mais democrática, segura e barata. No embalo dessas novas tecnologias, surge o iPhone. Desenvolvido pela Apple, o celular foi anunciado no mesmo dia da mudança do nome original da empresa, que anteriormente se chamava Apple Computers Incoporation, e a partir dai passaria a se chamar Apple Inc. A mudança foi feita devido ao fato de há algum tempo o desenvolvimento de produtos da empresa não se restringir somente a computadores. A Apple Inc. revolucionou não só a tecnologia, mas também mudou nosso modo de ser. A comparação, objeto desta análise, irá se concentrar no primeiro modelo do iPhone, apelidado na época de 2G por oferecer apenas conectividade EDGE (padrão muito lento de conexão de dados) e o modelo mais recente, o iPhone 5 (mesmo que já tenham sido criados o iPhone 5S e o 5C). O novo iPhone é marcado por novidades em seu preço, design, conexão, chip e outras tantas inovações, como exemplificam as ilustrações.

Fonte: Rodrigues, 2013.

Fonte: Rodrigues, 2013.

Desde o inicio dos trabalhos, a Apple teve como marca a inovação e a transformação. O primeiro produto a ser uma grande revolução foi o primeiro Macintosh em 1984 (primeiro computador pessoal com interface gráfica para o usuário). Steve Jobs foi um empreender visionário, mas isso não o poupou de grandes decepções e fracassos como o computador Lisa, o qual se acreditava ser o próximo grande sucesso e que na verdade foi um fiasco pelo seu preço exorbitante. Steve Jobs saiu da Apple durante um tempo por conta de questões de poder e montou outra empresa chamada neXT. Enquanto Jobs esteve fora, a Apple iniciou seu processo de declínio até o momento que foi decidido convidar Jobs para ser o CEO novamente da empresa. Para reerguer a empresa, Steve Jobs fez um acordo temporário com Bill Gates (seu maior rival) e a quem Jobs acusa ter roubado a interface do primeiro Mac. O iPhone, após os estudos feitos pelo grupo, não foi catalisador e sim revolucionário, uma vez que ele não transformou só a comunicação, como também a sociedade que o acolheu e passou a estabelecer novas relações interpessoais a partir de sua criação. É claro que não se pode ainda falar em uma mudança generalizada, visto que o iPhone, apesar de esforços por parte da própria Apple, é um objeto de consumo caro, o que dificulta o acesso à ele por boa parte da população. De fato, o iPhone foi uma grande revolução. Completamente diferente do que era o conceito de um celular na época, ele impulsionou a transformação do uso do celular não só para realizar chamadas. Em 2007 era a novidade no mundo tecnológico, sendo o dispositivo faz-tudo que continha tudo o que era preciso aonde você estivesse. Hoje, essa visão permanece. O iPhone consegue realizar atividades anteriormente feitas apenas com computadores, tocadores de música e outros meios. A Apple veio para possibilitar que grande parte dessas funções fossem feitas por um só aparelho. Antes mesmo do iPhone, a empresa já havia inovado e transformado a indústria da música com a criação do iPod, que imediatamente após seu lançamento fez um enorme sucesso e virou objeto de desejo por parte, principalmente, de jovens. Reunir no iPhone funções do iPod, incluir criador e editor de textos, câmera fotográfica com razoável definição, vídeos com boa qualidade, memória estendida, rápida conexão a internet, além de todas as outras facilidades já citadas anteriormente, o iPhone revolucionou o mercado de smartphones. O grupo acredita na ideia de que, a mudança ocorrida por meio do iPhone não viria de qualquer maneira. Ele é o fator revolucionário, pois, a partir dele que foram investidos esforços também de outras empresas para que os smartphones fossem cada vez melhores e com mais utilidades. Por fim, apesar de toda a transformação que o iPhone trouxe consigo, os meios de comunicação continuaram a coexistir, se complementar, uma vez que ele não fez com que desaparecesse o telefone fixo , celulares de outras marcas, sem funções análogas, e até mesmo outros produtos da Apple (os quais se incorporaram a ele). O grupo entende que, mesmo com seu valor revolucionário (até porque o iPhone criou uma nova categoria na sociedade: os sempre antenados em tudo o que ocorre, no momento que ocorre), esse smartphone não fez desaparecer os outros meios e produtos da tecnologia. O meio, nesse contexto, é entendido como suporte, que contem diversas ferramentas tecnológicas. De uma forma geral, observa-se hoje, que o celular é um meio de comunicação, e como tal, interfere nas diversas questões cotidianas as quais cada um de nós estamos submetidos diariamente. O iPhone revolucionou nossa maneira de enxergar o mundo.

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UnB 2013