O Conselho De Estado No Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica E Exercício Do Poder Político Na Corte Brigantina (1640-1706)
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O CONSELHO DE ESTADO NO PORTUGAL RESTAURADO – TEORIZAÇÃO, ORGÂNICA E EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO NA CORTE BRIGANTINA (1640-1706) Maria Luísa Marques da Gama Mestrado em História Moderna 2011 O Conselho de Estado no Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica e Exercício do Poder Político na Corte Brigantina (1640-1706) UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O CONSELHO DE ESTADO NO PORTUGAL RESTAURADO – TEORIZAÇÃO, ORGÂNICA E EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO NA CORTE BRIGANTINA (1640-1706) Maria Luísa Marques da Gama Dissertação para a Obtenção do Grau de Mestre em História Moderna, orientada pela Prof. Doutora Maria Paula Marçal Lourenço Mestrado em História Moderna 2011 2 O Conselho de Estado no Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica e Exercício do Poder Político na Corte Brigantina (1640-1706) A meus Pais e Avós Ao Rui 3 O Conselho de Estado no Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica e Exercício do Poder Político na Corte Brigantina (1640-1706) Oh, quanto deve o Rei que bem governa De olhar que os conselheiros ou privados De Consciência e de virtude interna E de sincero amor sejam dotados! Porque, como este posto na superna Cadeira, pode mal dos apartados Negócios ter notícia mais inteira Do que lhe der a língua Conselheira Luís de Camões, Os Lusíadas, VIII, 54 4 O Conselho de Estado no Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica e Exercício do Poder Político na Corte Brigantina (1640-1706) Índice Resumo .......................................................................................................................................... 7 Agradecimentos .......................................................................................................................... 10 I – Introdução ............................................................................................................................. 13 Capítulo I – A teoria do conselho como expressão do bom governo na tratadística política ...................................................................................................................................................... 30 1.1.– O Corpus Politicum: O Conselho como Coração do Rei .................................................... 31 1.2.– Os Espelhos de Conselheiros: A Pedagogia do Poder ........................................................ 35 1.3.– A Arqueologia do Poder – O Conselho de Estado e Fórmulas Decisórias nos Tratados Políticos ........................................................................................................................................ 48 Capítulo II - Breve História do Conselho de Estado em Portugal ......................................... 53 2.1. – As Origens Medievais do Conselho do Rei ........................................................................ 54 2.2. – O Conselho Régio em Portugal: Um Desenvolvimento Tardo-Medieval .......................... 58 2.3. – O Conselho do Rei Renascentista ...................................................................................... 61 2.4. – A Criação do Conselho de Estado: 8 de Setembro de 1569 ............................................... 65 2.5. – O Conselho e a União Dual ................................................................................................ 66 Capítulo III – A Reestruturação Política no Portugal Restaurado: Motivações e Orgânica do Poder Político na Corte Brigantina ..................................................................................... 71 3.1. – Motivações Políticas para a Restauração ........................................................................... 72 3.2. – A Restauração Política ....................................................................................................... 79 Capítulo IV – O Conselho de Estado no Portugal Restaurado: Um órgão em funcionamento (1640-1706) ....................................................................................................... 83 4.1 – Um Novo Regimento Para o Conselho do Conselho de Estado: 31 de Março de 1645 ...... 84 4.2. – O Funcionamento do Conselho de Estado: Um testemunho quotidiano ............................ 87 4.3 – Preparação dos assuntos a debater ...................................................................................... 94 4.4- Formas de Votação ............................................................................................................... 96 4.5. – Os Conselheiros ................................................................................................................. 98 4.6 – Temas debatidos no Conselho ........................................................................................... 104 4.6.1. - A Política Interna ....................................................................................................... 105 4.6.2. - A Fazenda .................................................................................................................. 107 4.6.3. - A Administração e Governo ...................................................................................... 108 4.6.4. - O Governo Ultramarino ............................................................................................. 109 4.6.5. - A Guerra e Diplomacia .............................................................................................. 113 4.6.6. – Matérias de Foro Religioso ....................................................................................... 120 4.6.7 - A Família Real – Educação, Casamentos, Baptizados e Funerais Régios .................. 122 4.6. 8. – Etiqueta e Cerimonial ............................................................................................... 125 5 O Conselho de Estado no Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica e Exercício do Poder Político na Corte Brigantina (1640-1706) 4.7. – Interacção do Conselho com Outros Órgãos .................................................................... 126 Capítulo V – Modelos Governativos: Decisão e Conflituosidade no Portugal Restaurado 129 5.1 - A Restauração, Reorganização Política e Configuração das Elites e das Facções de Corte: 1640-1656 .................................................................................................................................. 130 5.2 - Os Confrontos durante a Regência de D. Luísa de Gusmão: 1656-1662 ........................... 134 5.3. – Um novo modelo - O Valimento em confronto com o modelo polissinodal: 1662-1667 139 5.4 - O Confronto entre modelos e facções: 1667 – 1683 .......................................................... 143 5.5 –O Triunfo do Rei: A Construção do Absolutismo em Portugal: 1683 – 1706; .................. 147 Conclusão .................................................................................................................................. 155 Fontes e Bibliografia ................................................................................................................ 159 Apêndice Documental .............................................................................................................. 215 6 O Conselho de Estado no Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica e Exercício do Poder Político na Corte Brigantina (1640-1706) Resumo A sociedade portuguesa pós-restauração viu-se confrontada com um forte debate sobre os diferentes modelos de poder político e o modo como este deveria ser exercido pela Coroa. Determinadas facções defendiam uma concepção política mais tradicional, com maior peso dos conselhos e tribunais e que implicava mecanismos de inclusão e participação da nobreza no processo de decisão política. Contrariando esta ideia surgem os partidários de um outro paradigma, estritamente ligado à Monarquia Católica de Filipe IV, onde o processo decisório era partilhado entre um conjunto reduzido de personalidades e onde as estruturas maiores, como os conselhos, eram substituídas por outras mais pequenas como as juntas, ou até mesmo com recurso ao valimento, que, ao contrário do primeiro modelo, implicava mecanismos de exclusão. A primeira fórmula, mais tradicional, estava em conformidade com uma das principais fundamentações do movimento de Dezembro de 1640: restauração das principais instituições políticas do Reino, num modelo governativo considerado tipicamente português, que desse modo poderia assegurar o melhor governo dos vassalos. O Conselho de Estado, principal órgão político da Monarquia portuguesa, constitui- se como um espaço privilegiado para a observação destes arquétipos em confronto e esteve permanentemente no centro deste debate. Deste modo, o nosso objectivo com este estudo será analisar o papel que o Conselho de Estado desempenhou no seio deste debate e a projecção que teve durante estes anos, no exercício dos diferentes modelos políticos. Palavras-Chave: Restauração; Conselho de Estado; Modelos Políticos; Sistema Polissinodal; Conselho do Rei; 7 O Conselho de Estado no Portugal Restaurado – Teorização, Orgânica e Exercício do Poder Político na Corte Brigantina (1640-1706) Summary The post-restored Portuguese society was facing a strong debate concerning the different models of political power and how it should be exercised by the Crown. Certain factions defended a more traditional political concept, with a greater weight of the councils and courts, involving mechanisms of inclusion and participation of the nobility in the process of political decisions. The supporters of another paradigm, closely linked to the Catholic