UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÂRIAS CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

BEATRIZ CRISTINA LOPES

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO GASTRÓPODE MARINHO tupiniquim

MOSSORÓ-RN 2017

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BEATRIZ CRISTINA LOPES

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO GASTRÓPODE MARINHO Pugilina tupiniquim

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca.

Orientador: Profa. Dra. Inês Xavier Martins Co-orientadora: Profa. Dra. Juliana Rocha Vaez

MOSSORÓ-RN 2017

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© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

8647 Lopes, Beatriz Cristina. 4c COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO GASTRÓPODE MARINHO Pugilina tupiniquim / Beatriz Cristina Lopes. - 2017. 23 f.: il.

Orientadora: Inês Xavier Martins. Coorientador: Juliana Rocha Vaez. Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia de Pesca, 2017.

1. Teor nutricional. 2. alimentação. 3. extrativismo. I. Martins, Inês Xavier, orient. II. Vaez, Juliana Rocha, co-orient. III. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Ins tituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Si stema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades do s alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós- Graduação da Universidade.

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BEATRIZ CRISTINA LOPES

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO GASTRÓPODE MARINHO Pugilina tupiniquim

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca.

APROVADA EM: 17/10/2017

BANCA EXAMINADORA:

______Profa. Dra. Inês Xavier Martins – UFERSA Presidente

______Profa. Dra. Juliana Rocha Vaez – UFERSA Co-orientadora

______Profa. Dra. Patrícia de Oliveira Lima - UFERSA Membro Examinador

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais por terem me criado em meio a dificuldades, desafios, mas sempre na esperança de um futuro melhor para seus filhos, por toda confiança depositada e por me apoiarem em todas as minhas decisões, qualquer dedicatória será pouco. E aos meus Irmãos Bruno Fernando e Claudio Ricardo por me encherem de orgulho e alegria seguindo meus conselhos, mesmo estando ausente no crescimento pessoal de cada um.

A minha orientadora, mãe Inês, por todos os incentivos, base, força, trabalhos gritos, repreensões, colo nos momentos de desesperos e alegrias, não me deixando desistir nem esquecer dos meus objetivos e ciúmes com seus filhos anteriores.

A professora Juliana Vaez pela disponibilidade de seu laboratório e tempo para dúvidas sobre o trabalho, sempre doce e atenciosa. E a Tatiane, do laboratório de bioquímica, que acompanhou todo o desenvolvimento do trabalho, com muita paciência ao me ensinar, estando a todo tempo a disposição.

A Ellano Silva, que desde de minha entrada no laboratório me orienta, incentiva, ensina, briga, mesmo distante sempre esteve presente.

As minhas irmãs colegas de quarto Rayana Leyde, Thays Pinheiro, Thayna Deys, Palloma Victoria e Jailma Lopes, pelos cuidados, convivência, amores, farras, tristezas e alegrias que compartilhamos juntas, são muitas lembranças especiais.

As amigas do time de Futsal da Ufersa, principalmente a Adriana Pires que cuidou de mim como uma irmã; e ao nosso treinador Tio Ivo por toda paciência (...eu não fiz nada Ivo!!...estou calma... foi cartão vermelho...). Sou grata por me encaixarem no melhor grupo dentro da universidade.

Aos amigos da Pesca Giovanio Silva, Bruno Damasceno e Vilson Fernandes, que sempre pude confiar e contar para qualquer situação, sou muita grata pela amizades, confiança e parceria de vocês.

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Aos colegas do curso e laboratório: Rosane Lopes, Janaina Honória, Ana Paula de Morais, Naelson Silva, Hiza Souza, Vinicius Seixas e os demais, que me acompanharam nas coletas, congressos e disciplinas.

Ao grupo PET Engenharia de Pesca, em especial ao professor tutor Felipe Azevedo, que contribuiu na construção de meu desenvolvimento desde do 3° período, obrigada por todos ensinamentos e aprendizados.

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) pelas oportunidades de participação em estágios, bolsas de Iniciação Cientifica fomentada pela mesma, e sua infraestrutura para com os trabalhos realizados na graduação.

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RESUMO

Os gastrópodes despertam interesse na alimentação humana por possuírem importantes fontes de proteínas para compor uma dieta saudável. A espécie Pugilina tupiniquim é um gastrópode marinho encontrado nas zonas de estuários e baías em fundos arenosos e lamacentos. Possui importância econômica para populações localizadas nas proximidades dos estuários, as quais se alimentam de sua carne, que possui sabor semelhante ao do camarão, e sua concha que é empregada no artesanato. Objetivou-se com esse trabalho o potencial nutricional da carne da espécie de molusco gastrópode Pugilina tupiniquim na praia de Grossos-RN. A espécie em estudo habita a região estuarina da praia da Barra em Grossos, localizado na microrregião de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. Foi realizada uma varredura visual do local, região na zona entre- marés da praia, a procura das P. tupiniquim, que manualmente foram retiradas do habitat e transportadas em água do mar, para o Laboratório de Bioquímica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Foram utilizados 194 indivíduos variando entre 46,81mm a 97,93mm em seu comprimento. Com maior representação os espécimes entre 76 mm e 91 mm. Os animais foram lavados, secos para sua biometria, em seguida a concha foi retirada com o auxílio de um torno mecânico, e a carne separada em duas amostras cortadas em pequenos pedaços, a primeira só o músculo (Tratamento 1-M), onde as vísceras foram descartadas, e a segunda musculo com vísceras (Tratamento 2 - MV). Foram determinadas a porcentagem de proteínas bruta com base no teor de nitrogênio total, pelo método semimicro Kjeldahl, o teor de umidade determinado pelo método secagem em estufa a 105ºC, até peso constante, a fração cinza por incineração em mufla a 550ºC, e lipídios totais pelo método de Soxlet. A composição centesimal (umidade, cinzas, lipídeos e gordura) do molusco gastrópode P. tupiniquim, em ambos os tratamentos tem a água como principal componente (71,8% e 70,12%), seguida da proteína (19,23% e 18,43%), carboidrato (5,21% e 6,23%), cinzas (2,73% e 2,76%) e lipídeos (1,03% e 2,46%). Quanto a diferença na composição centesimal entre os dois tratamentos, M e MV, temos que para umidade, lipídeos e proteína, ocorre diferença significativa, enquanto cinzas demostra igualdade entre as mesmas. Conclui-se que Pugilina tupiniquim possui uma carne rica em proteínas e com baixo teor de gordura.

Palavras-chave: Teor nutricional, alimentação; extrativismo.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pugilina tupiniquim (Foto: Abbate & Simone 2015)...... 13

Figura 2: Ponto de coleta na praia da Barra em Grosso-RN, local da coleta das P. tupiniquim.

(Foto: Beatriz Lopes)...... 16

Figura 3: A- Pugilina tupiniquim limpa e seca. B- Biometria. C- Desconchamento. D- inteiro sem concha. E- Musculo do animal. F- Musculo com Vísceras com vísceras picado. G-

Musculo picado. (Foto: Beatriz Lopes)...... 17

Figura 4: Extração de lipídeos das amostras. (Foto: Beatriz Lopes)...... 18

Figura 5: Digestão de proteínas. A- Pesagem do papel manteiga. B- Reagentes utilizados na fase de digestão: Mistura catalítica (sulfato de cobre e sulfato de potássio) e ácido sulfúrico. C- Adição de ácido sulfúrico nos tubos já acondicionados no digestor (Foto: Beatriz Lopes)...... 19

Figura 6: A- Ácido bórico mais indicador mistos em erlenmeyer. B-Tubos em entantes. C-

Extrator de nitrogênio com tubos e erlenmeyer acoplados. (Foto: Beatriz Lopes)...... 19

Figura 7: Titulação. A- Bureta com Ácido clorídrico 0.1 N. B- Solução receptora de coloração azul sendo titulada a coloração salmão. C- Erlenmeyer com solução de titulação mostrando a diferença de coloração. (Foto: Beatriz Lopes)...... 20

Figura 8: Frequência do comprimento da Pugilina tupiniquim utilizada para estudo...... 21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Composição centesimal aproximada na base úmida (%) da parte comestível de diferentes espécies de molusco gastrópode...... 154

Tabela 2: Composição centesimal aproximada na base úmida (%) do molusco gastrópode Pugilina tupiniquim...... 2120

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...... 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO...... 13 3. OBJETIVO ...... 16 3.1. OBJETIVO GERAL...... 16 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...... 16

4. METODOLOGIA ...... 16 4.1. COLETA DOS ANIMAIS ...... 16 4.2. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS ...... 17 4.3. ANÁLISES ESTATÍSTICAS ...... 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 20 6. CONCLUSÃO ...... 22 REFERÊNCIAS ...... 23

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1. INTRODUÇÃO

O Filo é considerado o segundo maior filo do reino animal em número e espécie (RIOS, 2009) e apresentam uma grande variabilidade na forma e nas adaptações funcionais e ambientais apresentadas pelos seus representantes (BARBOSA, 1995). Este filo compreende os caramujos, os caracóis, as lesmas, os polvos, as lulas, as "lebres do mar", os mariscos, as ostras, entre outros; animais que desde a era Paleolítica são usados na alimentação humana, conforme evidencia a quantidade de conchas encontradas próximo a cavernas do homem pré-histórico (PACHECO; MARTINS, 1998). Os moluscos, sejam eles terrestres ou marinhos, compreendem uma percentagem significativa dos valores de consumo de pescado no mundo (SOARES; GONÇALVES, 2012), tanto pela maior demanda quanto pela crescente mudança por hábitos alimentares saudáveis da sociedade (PIENIAK et al., 2010). É uma carne portadora das principais fontes de proteína na alimentação humana, com alto teor de digestibilidade e elevada fonte nutricional, alternativa para obtenção de proteínas, ácidos graxos poli-insaturados, vitaminas e minerais (ORDÓÑEZ, 2005; MATOS et al.,2015; DOMINGOS, 2016). Os gastrópodes são importantes fontes de proteínas que compõem uma dieta saudável, o que desperta interesse na alimentação humana através do extrativismo e da aquicultura (ÖZDEN; ERKAN, 2011). Seu potencial expande-se em um processo acelerado nos países apreciadores da classe, dos menos aos mais desenvolvidos, como a França e outros países na Europa, Japão, Nova Zelândia, Nigéria, Coreia, China e Brasil (MILINSK et al., 2003; QUNFANG et al., 2004; ADEYEYE; AFOLABI, 2004; WOODCOCK; BENKENDORFF, 2008). A espécie Pugilina tupiniquim possui importância socioeconômica para populações localizadas nas proximidades dos estuários, as quais se alimentam de sua carne que possui sabor semelhante ao do camarão (MATTHEWS-CASCON; MATTHEWS; BELÚCIO, 1989) e sua concha é empregada no artesanato (ALVES et al., 2006). Apesar da carne ser saborosa e comestível, P. Tupiniquim é capturada ocasionalmente e não é comercializada (NISHIDA; NORDI; ALVES, 2003) pois a espécie tem uma reprodução e crescimento lento possuindo populações pequenas e provavelmente não suportariam grandes extrações. Segundo relatos informais da população costeira da região litoral do Oeste Potiguar, o gastrópode P. tupiniquim é consumido quando não se tem sucesso nas capturas alvos como polvos e pequenos peixes como fonte de proteína na alimentação, porém a bibliografia é carente sobre seu potencial nutricional, sua comercialização, extrativismo, densidade populacional, desenvolvimento de produtos e subprodutos implicando na incerteza do potencial da carne para tal

12 substituição. Os animais são retirados de seu habitat natural manualmente, é extraída as vísceras (parte escura) e as outras estruturas são destinadas ao consumo, em forma de ensopado, com ou sem outros animais; e a concha é utilizada para confecção de peças artesanais. As vísceras podem ser componentes importantes no aspecto nutricional de moluscos, o seu descarte pode implicar numa perca de nutrientes importantes como lipídeos e proteínas. Diante do exposto o trabalho tem como objetivo avaliar o potencial nutricional da carne com e sem vísceras da espécie de molusco gastrópode Pugilina tupiniquim consumida por pescadores da praia de Grossos-RN.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

A espécie Pugilina tupiniquim Abbate & Simone, 2015 (FIGURA 1) é um gastrópode marinho da família () de habito alimentar carnívoro, consumindo bivalves principalmente, distribuído do Caribe para o Brasil, onde ocorre desde o estado do Pará até Santa Catarina (ABBATE; SIMONE 2015). É encontrada nas zonas de estuários e baías em fundos arenosos e lamacento, no qual é frequentemente observado em zonas de baixa salinidade . Possui concha fusiforme de comprimento com até 160 mm, coloração marrom escuro com linha espiral amarelada estreita (MATTHEWS-CASCON; MATTHEWS; BELÚCIO, 1989). Cabeça longa e estreita com tentáculos curtos, boca transversal, estreita, com papila arredondada na extremidade anterior, pé grande, ocupando todo o corpo do verticilo (retraído), ligeiramente cilíndrico (ABBATE; SIMONE 2015).

Figura 1: Pugilina tupiniquim (Foto: Abbate & Simone 2015).

A espécie P. tupiniquim antes era classificada como (Linnaeus, 1758). Em 2015, Abbate & Simone diferenciaram a espécie presente na costa brasileira, a P. morio possui distribuição geográfica no Atlântico oriental e P. tupiniquim no Atlântico Ocidental. Inúmeras características distinguem as espécies, como canal sifonal mais curto na P. morio; variação na forma e escultura da concha da P. tupiniquim uniformidade na P. morio, exibindo apenas conchas não ombradas. Brânquia ligeiramente maior com filamentos arredondados em P.morio e menor com filamentos triangulares em P. tupiniquim. Comprimento do pescoço, a posição do tentáculo e os dentes raquidianos bicúspides em P. tupiniquim, dentes tricúspides em

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P. morio. Diferença no habitat, as espécies brasileiras ocorrem preferencialmente em planícies sob a influência de marés em estuários, em áreas de baixa salinidade. Em contraste, as espécies africanas também foram encontradas em praias de areia, mas em locais sem presença de rios (ABBATE; SIMONE, 2015). A classe tem como representante notório no cardápio o “Escargot”, Helix aspersa aspersa e Helix aspersa máxima, caracóis de habito alimentar herbívoro, um patrimônio cultural francês com forte influência na alimentação de europeus (ROUSSELET, 1986; LOBÃO et al., 1988; HAYASHI et al., 2004). Outra espécie bastante estudada e que participa da culinária são os gastrópodes terrestres de habito alimentar herbívoro: Achatina fulica e Archachatina marginata (ADEYEYE 1996; RAUT; BARKER, 2002; FAGBUARO et al., 2006). Existem ainda moluscos herbívoros de água-doce gênero Pomacea (BANARESCU, 1990) que são consumidos pelas populações de baixa rena do interior do Brasil, principalmente Norte, Nordeste e Amazônia (BARBOZA, 2002). Existem poucos estudos sobre os dados nutricionais de gastrópodes marinhos (ÖZDEN; ERKAN, 2011) tais como: segundo Tang et al. (2016), a espécie ternatanus, carnívoro predadora de bivalves, habita a área da costa Leste e Sul da China para o Japão, considerado artigo de luxo em mercados a um preço que varia de 60 a 90 euros por quilograma. Um gastrópode com alto teor proteico, aproximadamente 22,57 %, 0,93% de cinzas e 3,09% de sua composição de lipídeos (TABELA 1). Contudo, podemos citar alguns outros estudos sobre a físico-química dos gastrópodes marinhos como o Cookia sulcata (TABELA 1), uma abundante espécie encontrada nas praias de toda a Nova Zelândia consumido principalmente pelos Maori, indígenas nativas da Nova Zelândia, possui uma carne com alto teor de ácido docosahexaenóico (DHA) e melhor perfil aminoácidos quando comparados ao terrestre, é rico em Fe, Zn, taurina e triptofano (MASON et al., 2014). O gastrópode Hexaplex trunculus (TABELA 1) é uma espécie economicamente importante na costa do Mediterrâneo da Tunísia, o seu consumo é limitado a poucas regiões costeiras, uma excelente fonte de proteínas, aminoácidos essenciais, ácidos graxos poliinsaturados benéficos com um alto teor mineral (ZARAI et al., 2011). A espécie Dicathais orbita (TABELA 1), carnívoro distribuído ao longo da costa temperada da Austrália e da Nova Zelândia, (PHILLIPS et al., 1973) considerado promissor de novas oportunidades para a aquicultura australiana (WOODCOCK; BENKENDORFF, 2008). E o gastrópode marinho Rapana venosa (TABELA 1) que segundo LOU et al., 2017 possui uma massa visceral que difere dos teores de umidade, cinzas, proteínas e gordura, apresentando maior valor nutricional do que a carne. Em suas vísceras foram encontradas 1,71 % de cinzas,

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24,01% de proteína e 5,44% de lipídeos, comparando ao musculo com 1,72%, 19,15% e 0,62% respectivamente, destacando também o alto teor de lipídeos presente nas vísceras.

Tabela 1: Dados sobre a composição centesimal na base úmida (%) da parte comestível de diferentes espécies de molusco gastrópode.

Umidade Proteína Cinzas Lipídeos Habitat Gastrópodes Referencia (% ) (% ) (% ) (% ) Rapana Venosa 70,75 19,15 1,72 0,62 LOU et al., 2017 ZARAI et al., Hexaplex trunculus 67,05 15,53 4,92 8,88 2011 Hemifusus ternatanus 68,94 22,57 0,93 3,09 TANG et al., 2016 Marinho 70,65 - 18,36 - 2,30 - 0,35 - JIMÉNEZ-ARCE, Strombus gracilior 72,58 27,76 3,71 0,94 1993 17,5 - SUSAN el al., Cookia sulcate 77,7 - 78 1,8 - 2,1 0,7 - 1 17,6 2014 81,23 - 5,11 - 0,52 - CITIL et al., 2014 Helix aspersa 12 - 14,12 82,68 5,27 1,80 Terrestre BARBOZA; 79,12 - 12,99 - 0,74 - 1,16 - Achatina fulica ROMANELLI, 84,09 14,29 0,75 1,24 2005 BARBOZA; 79,48 - 13,02 - 1,05 - 0,94 - Água doce Pomacea lineata ROMANELLI, 82,52 15,72 1,63 2,21 2005

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3. OBJETIVO

3.1.OBJETIVO GERAL Avaliar o potencial nutricional da carne da espécie de molusco gastrópode Pugilina tupiniquim na praia de Grossos-RN.

3.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) determinação da composição físico-química do músculo (Tratamento 1, M); b) determinação da composição físico-química do musculo com vísceras (Tratamento 2, MV).

4. METODOLOGIA

4.1. COLETA DOS ANIMAIS Os moluscos foram coletados na praia da Barra em Grossos (FIGURA 2), localizada na microrregião de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. É uma praia com características de ambiente arenoso lodoso reconhecida pelo extrativismo de bivalves (AMARO; ARAÚJO, 2008).

Figura 2: Ponto de coleta na praia da Barra em Grosso-RN, local da coleta das P. tupiniquim. (Foto: Beatriz Lopes).

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Foi realizada uma varredura visual do local na zona entre-marés da praia, a procura dos exemplares, que manualmente foram retiradas do habitat e transportadas, em baldes com água do mar para o Laboratório de Bioquímica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em seguida acondicionado em gelo para choque térmico.

4.2.ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Em laboratório, os animais foram lavados, secos, em seguida foi mensurada a biometria do seu comprimento. A concha foi retirada com o auxílio de um torno mecânico, em seguida a carne foi separada em duas amostras (Tratamento 1, M e Tratamento 2, MV) cortadas em pequenos pedaços (FIGURA 3).

Figura 3: A- Pugilina tupiniquim limpa e seca. B- Biometria. C- Desconchamento. D-Animal inteiro sem concha. E- Musculo do animal. F- Musculo com Vísceras com vísceras picado. G- Musculo picado. (Foto: Beatriz Lopes).

 Determinação de umidade

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Foram utilizados 3 gramas de amostra para cada tratamento e o processo de determinação da quantidade de água foi realizado conforme as normas descritas pela Association of Official Analytical Chemists (AOAC, 2011).

 Determinação de resíduo de mineral O resíduo de mineral (cinzas) foi determinado pelo método gravimétrico por incineração em forno mufla (Q- 318S24) QUIMIS, a 600 °C, conforme os procedimentos relatados pela AOAC (2011).

 Determinação de lipídios O percentual lipídico foi mensurado pelo método de Soxhlet, conforme procedimento técnico descrito pela AOAC (2011). (Figura 4).

Figura 4: Extração de lipídeos das amostras. (Foto: Beatriz Lopes).

 Determinar teor de proteínas

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O teor proteico foi aprazado pelo método de Kjeldahl, conforme metodologia relatada pela AOAC (2011). (FIGURAS 5, 6 e 7).

Figura 5: Digestão de proteínas. A- Pesagem do papel manteiga. B- Reagentes utilizados na fase de digestão: Mistura catalítica (sulfato de cobre e sulfato de potássio) e ácido sulfúrico. C- Adição de ácido sulfúrico nos tubos já acondicionados no digestor (Foto: Beatriz Lopes).

Figura 6: A- Ácido bórico mais indicador mistos em erlenmeyer. B-Tubos em entantes. C- Extrator de nitrogênio com tubos e erlenmeyer acoplados. (Foto: Beatriz Lopes).

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Figura 7: Titulação. A- Bureta com Ácido clorídrico 0.1 N. B- Solução receptora de coloração azul sendo titulada a coloração salmão. C- Erlenmeyer com solução de titulação mostrando a diferença de coloração. (Foto: Beatriz Lopes).

4.3.ANÁLISES ESTATÍSTICAS Foram observadas as homocedasticidade e normalidade dos dados, não sendo observados outliers, logo em seguida os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e a testes, t de Student e Tukey a 5% de significância, utilizando o conjunto das análises estatísticas, foi utilizado o Software Livre R.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram utilizados 194 indivíduos com comprimento médio variando entre 69 mm a 97,93mm, com maior representação os espécimes, 169 animais, entre 76 mm a 91 mm (FIGURA 8). A espécie possui um comprimento máximo de até 160 mm (MATTHEWS-CASCON; MATTHEWS; BELÚCIO (1989), ABBATE; SIMONE, 2015), ao atingir um comprimento com cerca de 61-65 mm para os machos e 65-70 mm para as fêmeas é indicado sua condição de maturidade sexual (KUMAR et al., 1988), desta forma os animais utilizados neste estudo encontra- se na fase adulta.

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Figura 8: Frequência do comprimento da Pugilina tupiniquim utilizada para estudo.

A composição centesimal do molusco gastrópode P. tupiniquim, dos dois tratamentos, encontra-se descrita na Tabela 1. A carne em ambos tratamentos tem a água como principal componente (71,8% e 70,12%), seguida da proteína (19,23% e 18,43%), cinzas (2,73% e 2,76%) e lipídeos (1,03% e 2,46%).

Tabela 2: Composição centesimal aproximada na base úmida (%) do molusco gastrópode Pugilina tupiniquim para os tratamentos: Musculo (M) e Músculo com vísceras (MV).

Umidade Proteína Cinzas Lipídeo Tratamento (%) (%) (%) (%) M 71,80 19,23 2,73 1,03 MV 70,12 18,43 2,76 2,46

Comparando a composição centesimal de diferentes moluscos e sabendo que o teor de umidade difere de acordo com o hábitat (TABELA 2). A umidade na carne da P. tupiniquim (71,80%) assemelha-se com a de outros gastrópodes marinhos, como Rapana venosa (LOU et al. 2017), Hexaplex trunculus (ZARAI et al., 2011), Hemifusus ternatanus (TANG et al., 2016), Strombus gracilior (JIMÉNEZ-ARCE, 1993) que variam de 67,05 a 72,58 % e difere apenas da Cookia sulcate (MASON et al., 2014) com valores entre77,7 a 78%. Os valores de umidade encontrados em P. tupiniquim seguem o padrão apresentado pelas espécies marinhas e são inferiores ao encontrado em gastrópodes terrestres e de água doce (Helix

22 aspersa (CITIL et al., 2014), Achatina fulica e Pomacea lineata (BARBOZA; ROMANELLI, 2005) com valores entre 79,12 a 84,09% de umidade. De acordo com Gonçalves (2011) o pescado tem como principal componente a água, que a depender da espécie, época do ano, idade, sexo e estado nutricional de cada organismo pode variar de 60% a 85% corroborando os dados. O valor proteico encontrado (19,23%) segue o padrão dos demais animais marinhos, entretanto é maior que os terrestres e de água doce, provavelmente pelo habito alimentar carnívoros destas espécies. Possui teor proteico maior do que as espécies Rapana venosa (LOU et al., 2017) 19,15% e a Strombus gracilior (JIMÉNEZ-ARCE, 1993) entre 18,36% a 27,76%. Comparando os valores obtidos com outros tipos de pescado, a P. tupiniquim apresenta teor superior as espécies comercializadas caracterizadas por Pedrosa e Cozzolino (2001): camarão (10,62%), caranguejo (13,30%), ostra (14,19%), mexilhão (12,67%), exceto a lagosta (21,38%), enfatizando seu elevado teor como fonte desse micronutrientes. Foi encontrada uma média de 2,73% para cinzas, um valor maior do que a maioria dos animais citados, possivelmente devido à grande quantidade de minerais na musculatura da espécie. A quantidade de lipídeos (1,03%) é semelhante tanto aos animais marinhos Rapana Venosa (0,62%), Strombus gracilior (0,35% - 0,94%) e Cookia sulcate (0,7% – 1%), quanto aos terrestres Helix aspersa (0,52% - 1,80%) e Achatina fulica (1,16% - 1,24%) e ao de água doce Pomacea lineata (0,94% - 2,21%). Quando comparado a outros pescados, como lagosta (0,66%), mexilhão (1,10%), ostra (1,76%), camarão (0,36%) e o caranguejo (0,49%) (Pedrosa e Cozzolino, 2001) percebe-se que se adequa a condição de alimento com baixo teor de gordura. Os dois tratamentos apresentam diferença significativa dos teores de umidade, lipídeos e proteína, pelo T-TEST, entretanto o resíduo mineral não apresentou diferença significativa. Segundo LOU et al., 2017 a massa visceral, gastrópode marinho Rapana venosa apresentando maior valor nutricional do que a carne. O mesmo ocorre para as vísceras da espécie P. tupiniquim, os resultados obtidos para 2,76 % de cinzas, e 2,46% de lipídeos das vísceras são superiores ao da carne (2,73% de cinzas e 1,03% de lipídeos), porém o mesmo não aconteceu para a proteína (19,23% para M e 18,43% para MV), já que no presente estudo ocorreu a homogeneidade das carnes do animal.

6. CONCLUSÃO

A espécie Pugilina tupiniquim mostrau-se ser uma carne rica em proteínas e minerais, e com baixo teor de gordura, caracterizando a espécie como sendo de alto teor nutritivo.

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REFERÊNCIAS

ABBATE, Daniel; SIMONE, Luiz Ricardo L. Review of Pugilina from the Atlantic, with Description of a New from Brazil (Neogastropoda, Melongenidae). African Invertebrates, v. 56, n. 3, p.559-577, dez. 2015. Natal Museum of South Africa. http://dx.doi.org/10.5733/afin.056.0305.

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