PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

PLANO SETORIAL DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Relatório Final

Maio/2012

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS SUMÁRIO 1

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SUMÁRIO

SUMÁRIO 2

TABELAS 10

GRÁFICOS 14

FIGURAS 15

1. APRESENTAÇÃO ...... 16

2. MARCO LEGAL...... 19

2.1. Fundamentação ...... 19

2.2. Princípios ...... 20

2.2.1. Princípios Constitucionais ...... 20

2.2.2. Princípios da Política Urbana (Estatuto das Cidades – Lei nº 10.257/2001) ...... 21

2.2.3. Princípios da Lei Nacional de Saneamento Básico (art. 2º da Lei nº 11.445/2007)21

2.2.4. Princípios de políticas correlatas ao saneamento...... 22

2.2.4.1. Política de Saúde (Lei nº 8.080/1990) ...... 22

2.2.4.2. Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/1997) ...... 22

2.2.4.3. Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) ...... 23

2.3. Outorgas ...... 24

2.3.1. Água, o problema global ...... 24

2.3.2. O problema da água no contexto brasileiro ...... 26

2.3.3. Experiência brasileira de gestão de recursos hídricos ...... 28

2.3.4. Legislação relativa â gestão de recursos hídricos ...... 30

2.3.5. O Federalismo e a gestão de recursos hídricos ...... 31

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS SUMÁRIO 2

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2.3.6. Entidades do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos ...... 32

2.3.7. Comitês de Bacia ...... 34

2.3.8. Agências de Bacia...... 35

2.3.9. Instrumentos da política de recursos hídricos ...... 35

2.3.10. Plano de bacia hidrográfica ...... 36

2.3.11. Sistema de informações sobre recursos hídricos ...... 37

2.3.12. Outorga como instrumento de gestão ...... 38

2.3.13. Enquadramento dos corpos d’água ...... 39

2.3.14. Cobrança pelo uso da água no Brasil ...... 42

3. DIAGNÓSTICOS...... 45

3.1. Diagnóstico do meio físico ...... 45

3.1.1. Caracterização Geral ...... 45

3.1.1.1. Histórico ...... 45

3.1.1.2. Localização e Acessos ...... 45

3.1.2. Aspectos Ambientais ...... 46

3.1.2.1. Clima ...... 46

3.1.2.2. Hidrografia ...... 48

3.1.2.3. Hidrologia ...... 50

3.1.2.4. Vegetação ...... 50

3.1.2.5. Solos ...... 52

3.1.2.6. Geologia...... 53

3.1.2.7. Geomorfologia ...... 55

3.2. DIAGNÓSTICO SOCIAL E ECONÔMICO ...... 63

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS SUMÁRIO 3

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3.2.1. Diagnóstico Demográfico ...... 63

3.2.1.1. População ...... 63

3.2.2. Estrutura Econômica ...... 66

3.2.2.1. Perfil de Renda da População ...... 66

3.2.3. Produção Agropecuária ...... 68

3.2.4. Saúde ...... 69

3.2.4.1. Infra-Estrutura de Saúde ...... 69

3.2.4.2. Número de Casos de AIDS Registrado 2010 ...... 71

3.2.5. Educação ...... 72

3.2.6. Indicadores Socioeconômicos ...... 73

3.2.6.1. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ...... 73

3.2.6.2. Dados Econômicos Locais ...... 74

3.2.6.3. PIB Municipal – Comparativo com Estado e Brasil ...... 75

3.2.6.4. PIB Municipal e Per capita ...... 79

3.2.6.5. Situação Econômico-Financeira do Município ...... 80

3.3. DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL DOS SERVIÇOS...... 83

3.4. DIAGNÓSTICO FÍSICO DOS SISTEMAS ...... 84

3.4.1. Sistema de Abastecimento de Água ...... 84

3.4.1.1. Captação de Água Bruta ...... 85

3.4.1.2. Sistema de Tratamento de Água ...... 85

3.4.1.3. Estação Elevatória de Água Tratada ...... 85

3.4.1.4. Reservação ...... 86

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS SUMÁRIO 4

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3.4.1.5. Rede de Distribuição ...... 86

3.4.2. Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 86

3.4.2.1. Caracterização do Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 86

4. PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO E DE CRESCIMENTO POPULACIONAL...... 87

4.1. Projeção do Crescimento Populacional ...... 87

4.2. Evolução das Economias ...... 89

4.3. Critérios de Dimensionamento Adotados ...... 90

4.3.1. Coeficientes Dia e Hora de Maior Consumo ...... 91

4.3.2. Consumo Per Capita ...... 91

4.3.3. Coeficiente de Retorno Esgoto/Água ...... 92

4.3.4. Taxa Infiltração ...... 92

4.3.5. Extensão de Rede de Água ...... 93

4.3.6. Extensão de Rede de Esgoto...... 93

4.4. Projeção de demandas sobre os serviços ...... 94

5. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ADEQUADO ...... 96

5.1. Indicadores Técnicos para o Sistema de Abastecimento de Água ...... 97

5.1.1. IQAD – Índice de Qualidade da Água Distribuída ...... 97

5.1.2. CBA – Cobertura do Sistema de Abastecimento de Água ...... 100

5.1.3. ICA – Índice de Continuidade do Abastecimento de Água ...... 101

5.1.4. IPD – Índice de Perdas no Sistema de Distribuição ...... 103

5.1.5. Índice De Saturação Do Sistema Produtor...... 105

5.1.6. Indicador de Responsabilidade de Utilização de Recursos Hídricos ...... 105

5.2. Indicadores Técnicos para o Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 105

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS SUMÁRIO 5

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5.2.1. Cobertura do Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 105

5.2.2. Eficiência do Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 106

5.2.2.1. Índice de Obstrução de Ramais Domiciliares (IORD) ...... 107

5.2.2.2. Índice de Obstrução de Redes Coletoras (IORC) ...... 107

5.2.3. 4Índice De Saturação Do Sistema De Tratamento ...... 108

5.2.4. IQE – Índice de Qualidade de Esgoto ...... 108

5.3. Indicadores Gerenciais ...... 110

5.3.1. Índice de Eficiência da Prestação de Serviços e no Atendimento ao Usuário .. 110

5.3.1.1. Fator 1 - Prazos de atendimento dos serviços de maior frequência ...... 111

5.3.1.2. Fator 2 – Eficiência da Programação dos Serviços ...... 112

5.3.1.3. Fator 3 - Disponibilidade de estruturas de atendimento ao público...... 113

5.3.1.4. Fator 4 - Adequação da estrutura de atendimento em prédio (s) do operador 113

5.3.1.5. Fator 5 - Adequação das instalações e logística de atendimento em prédio (s) do operador ...... 114

5.3.2. IACS – Índice de Adequação do Sistema de Comercialização dos Serviços .... 115

5.3.3. Indicador do Nível de Cortesia e de Qualidade Percebida pelos Usuários na Prestação dos Serviços ...... 118

5.4. Mecanismo e Procedimentos para Avaliação da Eficácia das Ações ...... 120

5.4.1. Mecanismo de avaliação sistemática da eficácia das ações programadas ...... 120

5.4.1.1. Base Institucional para a Avaliação ...... 120

5.4.2. Procedimentos para Avaliação ...... 121

5.4.2.1. Procedimentos para Metas Quantitativas ...... 121

5.4.2.2. Procedimentos para Metas Qualitativas ...... 123

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS SUMÁRIO 6

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6. OBJETIVOS, METAS E PRAZOS PARA ATINGIR A UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS OU OBJETIVOS E METAS, DO PMSB ...... 125

6.1. Sistema de Abastecimento de Água ...... 125

6.1.1. Cobertura ...... 125

6.1.2. Perdas ...... 126

6.2. Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 127

6.2.1. Cobertura ...... 127

7. PROGRAMAS, AÇÕES E INVESTIMENTOS ...... 128

7.1. Sistema de Abastecimento de Água ...... 128

7.1.1. Programas e Ações para o Sistema de Abastecimento de Água...... 128

7.1.1.1. Ações estruturais ...... 128

7.1.1.2. Ações estruturantes ...... 128

7.2. Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 129

7.2.1. Programas e Ações para o Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 129

7.2.1.1. Ações estruturais ...... 129

7.2.1.2. Ações estruturantes ...... 129

8. AÇÕES EMERGENCIAIS E CONTINGENCIAIS...... 130

8.1. Desencadeamento de ações e comunicações em situações de emergência ... 131

9. PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS ...... 133

9.1.1. Resumo de Investimentos em Abastecimento de Água ...... 133

9.1.2. Resumo de Investimentos em Esgotamento Sanitário ...... 135

10. VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ...... 137

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10.1. Referencial teórico ...... 137

10.2. Viabilidade econômica ...... 137

10.3. Viabilidade financeira ...... 137

10.4. Princípios de análise ...... 138

10.4.1. Fluxo de Caixa ...... 139

10.4.1.1. Critério de taxa de desconto do fluxo de caixa ...... 140

10.4.1.2. Custo do Capital Próprio ...... 142

10.4.1.3. Critério do valor presente líquido (VPL) ...... 142

10.4.1.4. Critério do índice de lucratividade (IL) ...... 142

10.4.1.5. Critério da taxa interna de retorno (TIR) ...... 143

10.4.1.6. Critério do período de retorno do investimento (payback) ...... 143

10.4.2. Risco e Incerteza nas Decisões de Investimentos ...... 144

10.4.2.1. Incerteza quanto à previsão das receitas ...... 144

10.4.2.2. Incerteza quanto à previsão dos custos ...... 144

10.4.2.3. Risco de um projeto de investimento ...... 145

10.4.3. Receita ...... 146

10.4.4. Despesa ...... 148

10.4.5. Premissas para Valoração do Estudo ...... 149

10.4.5.1. FLUXO DE CAIXA 3- CENÁRIO 3...... 152

10.4.6. Considerações finais ...... 154

11. ESTUDO DE MODALIDADES INSTITUCIONAIS ...... 156

11.1. Possibilidades Institucionais Para a Prestação dos serviços: ...... 156

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11.2. Fatores de Comparação das Modalidades Estudadas ...... 156

11.3. Quadro Comparativo ...... 157

11.4. Conclusões Finais Sobre a Modalidade Escolhida ...... 159

12. INSTRUMENTOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO E RECOMENDAÇÕES FINAIS ...... 160

12.1. Divulgação do Plano e Sistema de Informações ...... 160

12.1.1. Os Meios a Serem Utilizados ...... 160

12.2. Marco Regulatório Municipal do Sistema de Saneamento Básico ...... 161

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS SUMÁRIO 9

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TABELAS

Tabela 1 – População Homens/Mulheres ...... 63

Tabela 2 – População – Idade ...... 64

Tabela 3 – Domicílios ...... 65

Tabela 4 – Renda Per Capita Buritis ...... 66

Tabela 5 - Dados Econômicos - Desigualdades ...... 66

Tabela 6 – Índice de Gini ...... 66

Tabela 7 - Nível de Renda Domiciliar por Faixas da População ...... 67

Tabela 8 - Dados Econômicos – Indicadores de Pobreza ...... 67

Tabela 9 - Produção Agropecuária - Rebanhos ...... 68

Tabela 10 – Produção Agropecuária – Tipo de Produtos ...... 68

Tabela 11 – Produção Agropecuária – Lavouras Permanentes ...... 68

Tabela 12 – Produção Agropecuária – Lavoura Temporária...... 69

Tabela 13 - Estabelecimentos de Saúde ...... 69

Tabela 14 - Indicadores de Mortalidade...... 70

Tabela 15 - Distribuição Percentual das Internações - CID10 ...... 71

Tabela 16 - Casos de Aids Identificados RO ...... 71

Tabela 17 - Instituições de Ensino ...... 72

Tabela 18 - Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000 ...... 73

Tabela 19 - IDH de Buritis em Relação a Outros Municípios de RO ...... 74

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS TABELAS 10

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Tabela 20 - Dados Econômicos – Indicadores Econômicos. PIB – Produto Interno Bruto ...... 74

Tabela 21 - Participação dos Setores no Valor Adicionado Bruto, por Região ...... 77

Tabela 22 - Produto Interno Bruto (PIB) a Preços Correntes Brasil, por Regiões ...... 78

Tabela 23 - PIB per capita das Regiões em Relação ao Estado de Rondônia ...... 79

Tabela 24 – Estimativas orçamentárias ...... 82

Tabela 25 – Dados Históricos ...... 87

Tabela 26 – Histórico de crescimento populacional ...... 87

Tabela 27 - Taxas de crescimento extrapoladas ...... 88

Tabela 28 - Projeção Populacional ...... 89

Tabela 29 – Moradores em domicílios particulares ocupados – Início/Fim ...... 89

Tabela 30 - Moradores em domicílios particulares ocupados ...... 90

Tabela 31 - Demanda sobre o sistema de abastecimento de água ...... 94

Tabela 32 - Demanda sobre o sistema de esgotamento sanitário ...... 95

Tabela 33 – Parâmetros do IQAD...... 99

Tabela 34 - Valores do IQAD ...... 100

Tabela 35 - Classificação dos níveis de cobertura de água ...... 101

Tabela 36 - Valores do ICA ...... 103

Tabela 37 - Valores do IPD ...... 104

Tabela 38 – Classificação do nível de cobertura esgotamento sanitário ...... 106

Tabela 39 - Parâmetros do IQE ...... 109

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS TABELAS 11

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Tabela 40 - Classificação do IQE ...... 110

Tabela 41 - Prazos de atendimento dos serviços ...... 111

Tabela 42 - Índices de eficiência dos prazos de atendimento ...... 112

Tabela 43Índices de eficiência na programação ...... 112

Tabela 44 - Classificação das estruturas de atendimento ...... 113

Tabela 45 - Classificação das estruturas de atendimento ...... 114

Tabela 46 - Classificação da adequação das instalações de atendimento ...... 115

Tabela 47 - Índices de micromedição ...... 116

Tabela 48 - Faixas de valores do I2 ...... 117

Tabela 49 - Faixas de valores do I5 ...... 117

Tabela 50 - Faixa de valores do I6 ...... 118

Tabela 51 - Cobertura do sistema de abastecimento de água ...... 125

Tabela 52 - Perdas ...... 126

Tabela 53 - Cobertura do sistema de esgotamento sanitário ...... 127

Tabela 54 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2011 -2025 – Abastecimento de Água ...... 133

Tabela 55 – CONTINUAÇÃO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2016 -2030 – Abastecimento de Água ...... 134

Tabela 56 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2011 -2025 – Esgotamento Sanitário ...... 135

Tabela 57 – CONTINUAÇÃO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2016 -2040 – Esgotamento Sanitário ...... 136

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS TABELAS 12

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Tabela 58 - Receitas (valores em R$ 1,00) ...... 147

Tabela 59 - Fluxo de Caixa1 Concessão de Água e Esgoto: VPL = -3.721.707 TIR = 9.5% a.a...... 150

Tabela 60 - Fluxo de Caixa 2-Concessão de Água: VPL = 1.222.910 e TIR =12,2% a.a...... 151

Tabela 61 - Fluxo de Caixa 3-Cenário 3 ...... 153

Tabela 62 - Critérios de atendimento ao fator ...... 157

Tabela 63 - Análise Comparada das Modalidades Institucionais ...... 158

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS TABELAS 13

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GRÁFICOS

Gráfico 1 – Evolução Populacional ...... 63

Gráfico 2 – Pirâmide Etária...... 65

Gráfico 3 – Matrículas por Série ...... 72

Gráfico 4 – Docentes por Série ...... 72

Gráfico 5 – Contribuição dos Setores na Formação do PIB ...... 75

Gráfico 6 – PIB – Valor Adicionado Buritis Comparativo ...... 75

Gráfico 7 - Relação (%) do PIB per capita das Regiões em Relação ao Estado - 2002-2007 ... 80

Gráfico 8 – Variação do PIB – Comparativo Rondônia X Buritis ...... 80

Gráfico 9 – Projeção extrapolada da população ...... 88

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS GRÁFICOS 14

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FIGURAS

Figura 1 – Localização ...... 46

Figura 2 - Temperatura Média Anual (Cº) ...... 48

Figura 3 - Precipitação Total Anual (mm) (Rondônia, 2007) ...... 48

Figura 4 - Temperaturas Médias Máximas ...... 48

Figura 5 - Temperaturas Mínimas Anuais (ºC) (Rondônia, 2007) ...... 48

Figura 6 – Brasil – Bacias Hidrográficas ...... 49

Figura 7 – Bacia Amazônica ...... 49

Figura 8 – Brasil - Bioma ...... 51

Figura 9 – Brasil - Vegetação ...... 52

Figura 10 - Províncias ...... 54

Figura 11 - Solos ...... 54

Figura 12 – Formações Rochosas ...... 55

Figura 13 – Altitudes Rondônia ...... 56

Figura 14 – Mapa Geomorfológico ...... 62

Figura 15 - Regionalização instituída pela Lei Complementar Estadual nº 414, de 28 de dezembro de 2007 ...... 76

Figura 16 - Participação dos Municípios no Produto Interno Bruto do Estado de Rondônia - 2007 ...... 76

Figura 18 - Fluxograma das ações e comunicações em emergências ...... 131

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS FIGURAS 15

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1. APRESENTAÇÃO

Este relatório destina-se a apresentar o Plano Municipal de Saneamento Básico- Setorial dos sistemas de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário, que foi elaborado nos termos da Lei Federal n.11.445/2007, com amplo processo de consulta e participação da comunidade..

O Plano Municipal de Saneamento (PMSB) é o instrumento de planejamento da prestação dos Serviços de saneamento básico

Entre as alterações introduzidas pela Lei 11.445/2007 está a definição e a distinção entre as atividades de planejamento, prestação, regulação e fiscalização dos serviços de saneamento, além das regras mais objetivas sobre como delegar a operação. O planejamento, pela lei, é atribuição do titular do serviço, não podendo ser delegada a entidade que não integre a administração do titular, no caso o Município de Buritis.

Na legislação, a definição de saneamento básico foi além do conceito tradicional, que alcançava somente os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A nova concepção inclui também a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos, e a drenagem e manejo de águas pluviais. De acordo com a lei, o município decide como será prestado o serviço de saneamento e pode renovar a concessão com a companhia estadual por meio de convênio com o governo do Estado; licitar para contratar; criar companhia e serviço autônomo municipal; ou ainda prestá-lo diretamente.

A decisão pela prestação direta, ou por meio de concessão, influencia a regulação do serviço. Quando decide prestar diretamente o serviço de saneamento básico pode regular e fiscalizar os serviços por seus próprios órgãos. No entanto, o município pode prestar o serviço de saneamento básico diretamente e, ainda assim, instituir ou contratar uma entidade reguladora independente.

No caso de optar pela concessão dos serviços à entidade que não integre a própria administração, o município será obrigado a contar com uma regulação independente, nos termos que determina a Lei 11.445/2007.

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS APRESENTAÇÃO 16

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Nesse caso, é possível criar uma entidade reguladora municipal ou contratar uma agência estadual ou regional para tal fim, desde que localizada dentro dos limites do respectivo Estado (Lei 11.445/2007, art. 23, § 1o).

A opção por uma ou outra forma de prestação também influencia na formalização do acordo. Se optar pela delegação para a companhia estadual, é necessário celebrar um convênio com o Estado, fundado na cooperação federativa e na gestão associada de serviços públicos, e então elaborar um contrato de programa, que é similar a um contrato de concessão, mas entre entes estatais. Nesse caso, fica dispensada a licitação.

Caso queira contratar o prestador para executar o serviço mediante licitação, deve licitar e celebrar contrato com a licitante vencedora, nos termos da proposta apresentada.

Se decidir prestar diretamente o serviço, há que se falar em um contrato de gestão, uma vez que ele mesmo criará um ente para esse fim (autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista).

Outra possibilidade, ainda, é a prestação regionalizada dos serviços, por meio da qual alguns municípios se consorciam nos termos da Lei 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos) e passam a ter os serviços realizados por um único prestador, que pode ser órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa pública ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal ou municipal. Nesse caso, a regulação, a fiscalização e a remuneração da prestação devem ser feitas de maneira uniforme, assim como o planejamento

Deve ser compatibilizado.

A elaboração do PMSB é obrigatória em qualquer das alternativas institucionais para prestação dos serviços de saneamento. Na delegação do serviço, é requisito de validade do contrato que delega a prestação do serviço. Também é necessário comprovar sua viabilidade técnica e econômico-financeira; prever as normas de regulação e da entidade reguladora e fiscalizadora; e realizar previamente audiência e consulta pública sobre o edital de licitação e a minuta do contrato.

Segundo os princípios estabelecidos na Lei 11.445/2007, o saneamento é visto como uma questão de Estado, reforçando a idéia de planejamento sustentável, tanto do ponto de vista da saúde e do meio ambiente como do ponto de vista financeiro. A busca pela universalização e

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS APRESENTAÇÃO 17

PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA integralidade da prestação dos serviços, sempre com transparência e sujeita ao controle social, é outro ponto destacado. Além disso, o saneamento básico tem que ser pensado em conjunto com as demais políticas de desenvolvimento urbano e regional voltadas à melhoria da qualidade de vida, bem como à busca permanente por uma gestão eficiente dos recursos hídricos.

Atendendo a estes princípios, os estudos foram desenvolvidos e consolidados no relatório preliminar para consulta pública, contendo:

I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;

II - objetivos e metas em curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas;

III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas;

IV - ações para emergências e contingências;

V - mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.

O PMSB poderá abranger a totalidade dos serviços ou ser específico para cada um deles: abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem, e manejo das águas pluviais urbanas. No entanto, a lei admite a elaboração de um plano único, que contemple todos os serviços, ou de planos específicos para cada um deles separadamente (art.19).

A opção da Prefeitura foi agrupar em um Plano Setorial os serviços de água potável e esgotamento sanitário.

O Plano, instrumento que integra a política pública de saneamento, embasará a decisão político administrativa sobre a forma como o serviço será prestado, orientará a própria prestação do serviço e, por fim, condicionará a ação das entidades reguladoras e fiscalizadoras voltadas ao cumprimento de suas diretrizes.

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS APRESENTAÇÃO 18

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2. MARCO LEGAL

2.1. FUNDAMENTAÇÃO

O Projeto ou Proposta de elaboração de Plano Municipal de Saneamento Básico nas suas definições de conteúdo, desde as diretrizes e os objetivos, até os instrumentos metodológicos do processo de participação e elaboração, deve pautar-se pelos princípios e instrumentos definidos na legislação aplicável e nos Programas e Políticas Públicas do Saneamento Básico, em particular:

Lei nº 10.257/2001 – Estatuto das Cidades. Lei nº 11.445/2007 – Lei Nacional de Saneamento Básico. Lei nº 11.107/2005 – Lei de Consórcios Públicos. Lei nº 8080/1990 – Lei Orgânica da Saúde Lei nº 11.124/2005 – Lei que Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. Lei nº 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos. Portaria nº 518/2004 e Decreto nº 5.440/2005 – Que, respectivamente, define os procedimentos para o controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano. Resoluções nº 25 e 34, de 2005 do Conselho das Cidades sobre participação e controle social na elaboração e acompanhamento do Plano Diretor do Município. Resolução CONAMA nº 307/2002 - Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Resolução CONAMA nº 283/2001 - Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Resoluções e outras definições dos conselhos de saúde, de meio ambiente, de recursos hídricos que impactam a gestão dos serviços de saneamento básico. Lei nº 12.305/2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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Além desses dispositivos, devem ser considerados, quando já formulados, os seguintes normativos de âmbito local e regional:

A Lei Orgânica Municipal. O Plano Diretor do Município e o Plano Local de Habitação de Interesse Social. As Resoluções da Conferência da Cidade e das Conferências Municipais de Saúde, de Habitação e de Meio Ambiente. Os Planos das Bacias Hidrográficas onde o Município está inserido. O Plano Municipal de Redução de Risco.

2.2. PRINCÍPIOS

A Política Pública de Saneamento Básico deve estabelecer os princípios que no âmbito do Plano de Saneamento Básico deverão orientar os objetivos, as metas, os programas e as ações e balizar as diretrizes e condições para a gestão dos serviços de saneamento básico. Com a observância das peculiaridades locais e regionais, devem ser considerados como referência para essa definição os princípios da Constituição Federal, da Lei Nacional de Saneamento Básico, do Estatuto das Cidades, e de outras políticas com interface em relação ao saneamento básico.

São princípios relevantes a serem considerados nos Planos Municipais de Saneamento Básico:

2.2.1. Princípios Constitucionais

Direito à saúde, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (art.196). Direito à saúde, incluindo a competência do Sistema Único de Saúde de participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico (inciso IV, do art. 200). Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo (art. 225, Capítulo VI).

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Direito à educação ambiental em todos os níveis de ensino para a preservação do meio ambiente (inciso VI, § 1º, art. 225).

2.2.2. Princípios da Política Urbana (Estatuto das Cidades – Lei nº 10.257/2001)

Direito a cidades sustentáveis, ao saneamento ambiental, [...] para as atuais e futuras gerações (inciso I, art. 2º). Direito a participação na gestão municipal por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano (inciso II, art. 2º). Garantia das funções sociais da cidade e do controle do uso do solo para evitar a deterioração de áreas urbanizadas, a poluição e a degradação ambiental; e garantia do direito à expansão urbana compatível com a sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território e a justa distribuição dos benefícios e ônus da urbanização (art. 2º). Garantia à moradia digna como direito e vetor da inclusão social.

2.2.3. Princípios da Lei Nacional de Saneamento Básico (art. 2º da Lei nº 11.445/2007)

Universalização do acesso (inciso I) com integralidade das ações (inciso II), segurança, qualidade e regularidade (inciso XI) na prestação dos serviços. Promoção da saúde pública (incisos III e IV), segurança da vida e do patrimônio (inciso IV), proteção do meio ambiente (inciso III). Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano, proteção ambiental e interesse social (inciso VI). Adoção de tecnologias apropriadas às peculiaridades locais e regionais (inciso V), uso de soluções graduais e progressivas (inciso VIII) e integração com a gestão eficiente de recursos hídricos (inciso XII). Gestão com transparência baseada em sistemas de informações, processos decisórios institucionalizados (inciso IX) e controle social (inciso X).

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Promoção da eficiência e sustentabilidade econômica (inciso VII), com consideração à capacidade de pagamento dos usuários (inciso VIII).

2.2.4. Princípios de políticas correlatas ao saneamento

2.2.4.1. Política de Saúde (Lei nº 8.080/1990)

Direito universal à saúde com equidade e atendimento integral. Promoção da saúde pública. Salubridade ambiental como um direito social e patrimônio coletivo. Saneamento Básico como fator determinante e condicionante da saúde (art. 3º). Articulação das políticas e programas da Saúde com o saneamento e o meio ambiente (inciso II, art. 13). Participação da União, Estados e Municípios na formulação da política e na execução das ações de saneamento básico (art. 15). Considerar a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas no modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena (art. 19- F). Ações do setor de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão financiadas por recursos tarifários específicos e por outras fontes da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) (§3º, art. 32).

2.2.4.2. Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/1997)

Água como um bem de domínio público (inciso I, art. 1º), como um recurso natural limitado, dotado de valor econômico (inciso II, art. 1º), devendo ser assegurada à atual e às futuras gerações (inciso I, art. 2º). Direito ao uso prioritário dos recursos hídricos ao consumo humano e a dessedentação de animais em situações de escassez (inciso III, art. 1º). Gestão dos recursos hídricos voltados a garantir o uso múltiplo das águas (inciso IV, art. 1º).

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Garantia da adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País (inciso II, art. 3º). Garantia da articulação dos planos de recursos hídricos com o planejamento dos setores usuários (inciso IV, art. 3º). Promover a percepção quanto à conservação da água como valor socioambiental relevante.

2.2.4.3. Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010)

A prevenção e a precaução (inciso I, art. 6º). O poluidor-pagador e o protetor-recebedor (inciso II, art. 6º). A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública (inciso III, art. 6º). O desenvolvimento sustentável (inciso IV, art. 6º). A ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta (inciso V, art. 6º). A cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade (inciso VI, art. 6º). A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (inciso VII, art. 6º). O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (inciso VIII, art. 6º). O respeito às diversidades locais e regionais (inciso IX, art. 6º). O direito da sociedade à informação e ao controle social (inciso X, art. 6º) A razoabilidade e a proporcionalidade (inciso XI, art. 6º).

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2.3. OUTORGAS

2.3.1. Água, o problema global

A World Comissionon Water, suportada pela ONU e Banco Mundial, estima que o crescimento da população nos próximos 25 anos requererá 17% de aumento da disponibilidade de água para irrigação e 70% para abastecimento urbano. Estes aumentos associados aos demais usos da água deverá representar um acréscimo de 40% na demanda total. Aquela comissão avalia também que será necessária a duplicação dos investimentos mundiais em água e saneamento a fim de atender a demanda crescente e reduzir o número de pessoas sem água limpa (1 bilhão) e sem saneamento (3 bilhões) em todo o mundo, majoritariamente nos países subdesenvolvidos. Os recursos investidos deveriam passar dos cerca de US$ 70-80 bilhões anuais para US$ 180 bilhões para reduzir o contingente dos sem saneamento para cerca de 330 milhões até 2025.

Em alguns países mais ricos, principalmente da Europa Ocidental, foram implantados sistemas de gestão dos recursos hídricos e dos serviços de saneamento que vêm permitindo o disciplinamento do uso da água e a proteção ambiental. Nestes países, a introdução de novos modelos de gestão da água está levando à reversão de parte dos problemas com a redução dos índices de desperdício, o tratamento dos esgotos e a recuperação ambiental.

Entre as soluções apontadas para os problemas que afetam os recursos hídricos, estão:

Universalização dos serviços de água e esgoto: é o primeiro objetivo colocado por largos setores da sociedade, pelos organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial e pelo governo brasileiro. Além de atender a uma necessidade de melhoria das condições de saúde e de vida da população, a universalização do saneamento se refletirá também na adoção de práticas de conservação e na recuperação da qualidade ambiental dos ecossistemas como um todo. Gestão participativa: a excessiva centralização das ações relativas ao gerenciamento de recursos hídricos que alija e aliena os setores usuários da gestão vem sendo apontada também como um dos fatores que impedem uma maior proteção dos recursos e uma alocação mais racional. A hierarquização

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dos usos e ações relativas ao gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feita com ampla participação dos setores interessados e no nível de decisão o mais baixo possível. A ampliação desta participação através da implantação de arranjos institucionais adequados pode ser colocada como o segundo objetivo reivindicado pelos setores interessados. Valor econômico da água: Outro objetivo para a gestão dos recursos hídricos e reversão dos problemas é a aplicação de mecanismos de gestão que incentivem o uso mais racional da água. Entre estes mecanismos destaca-se a cobrança pelo uso da água bruta. Do ponto de vista econômico, esta cobrança busca incentivar a todos aqueles que usam a água de forma ineficiente a reduzir o seu uso e transferir a água para usos de valor maior, entre eles, inclusive, os usos ambientais. Apesar de vir sendo praticada em alguns países como a França há mais de 30 anos, o preço da água, mesmo em países desenvolvidos, não consegue internalizar ainda as deseconomias geradas por suas diversas formas de utilização e não reflete a própria escassez do recurso. Uma das conclusões a que chegam BUCKLAND e ZABEL (1998), quando analisam os aspectos econômicos e financeiros das políticas de gestão de recursos hídricos em países europeus (França, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Portugal), é de que a cobrança por qualquer tipo de uso não é estabelecida, em nenhum dos casos analisados, com base nas externalidades decorrentes do uso, mas apenas como mecanismo para cobrir custos de operação dos sistemas, de gestão e monitoramento e, por vezes, o plano de investimentos (França e Alemanha).

Os três objetivos enunciados estão de acordo com as diretrizes para a política de gestão dos recursos hídricos pela Conferência Internacional sobre Água e Desenvolvimento, ocorrida em Dublin e confirmadas pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992):

O desenvolvimento deve ser sustentável, ou seja, o gerenciamento eficiente dos recursos hídricos implica numa abordagem que torne compatíveis o desenvolvimento sócio-econômico e a proteção dos ecossistemas naturais; O desenvolvimento e o gerenciamento devem apoiar-se, em todos os níveis, na participação dos usuários, dos tomadores de decisões e dos planejadores;

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A água tem valor econômico para todos e por todos os seus usos. Os governos devem estabelecer os arranjos institucionais no nível local, nacional e internacional que permitam atingir os objetivos colocados, permitindo um gerenciamento mais eficiente dos escassos recursos e encorajar investimentos.

2.3.2. O problema da água no contexto brasileiro

O Brasil, por suas dimensões continentais e diversidade geográfica, apresenta situações bastante distintas quanto à disponibilidade hídrica intra e inter-regionais, sendo afetado tanto pela escassez hídrica, quanto pela degradação dos recursos causada pela poluição de origem doméstica e industrial. Basicamente, podem-se definir três situações:

A região sul/sudeste com relativa abundância de recursos hídricos comprometida pela poluição de origem doméstica (generalizada) e industrial (bacias mais industrializadas), apresentando áreas de escassez como a região metropolitana de São Paulo; A região semi-árida do nordeste com graves problemas de escassez gerados pelo clima semi-árido e pela má distribuição das chuvas e agravados por poluição doméstica, e apresentando ainda poluição industrial em níveis relativamente baixos; A região Centro-Oeste e Norte com grande disponibilidade hídrica, baixa poluição tanto doméstica como industrial devido a uma ocupação urbana ainda rarefeita, mas inserida em dois ecossistemas: Pantanal e Amazônia, que demandam estratégias especiais de proteção.

Assim como os demais países subdesenvolvidos, o Brasil apresenta baixa cobertura de serviços de saneamento. Ainda existem nas cidades, vilas e pequenos povoados 40 milhões de pessoas sem abastecimento d’água e 80 % do esgoto coletado não é tratado (BALTAR, 1997). Devido aos problemas de saúde e ambientais gerados por esta situação, o problema se tornou uma das principais preocupações de toda a sociedade e dos governantes. Em pesquisas de opinião recentes, a população tem posto a falta de saneamento como um dos problemas com maior urgência por solução, à frente até de saúde e educação. Sem os investimentos necessários para suprir a demanda crescente, parcelas expressivas da população,

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA majoritariamente de baixa renda, não são atendidas pelos serviços de abastecimento e coleta de esgotos e também uma grande parte dos esgotos não são tratados. No Brasil 38% das famílias que ganham até 2 salários mínimos por mês não tem acesso a abastecimento d’água, enquanto que entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos esse percentual é menor que 1% (BALTAR, 1997).

A situação gerada é socialmente injusta e ambientalmente degradante. Enquanto as áreas mais ricas recebem água tratada e têm esgoto coletado, pagando por isso tarifas subsidiadas quando até possuem renda suficiente para pagar tarifas realistas pelos serviços, as camadas mais pobres da população não recebem água em quantidade e qualidade suficiente e não têm coleta de esgoto. A situação é ainda mais grave nas áreas onde ocorre escassez extrema e a população tem que pagar preços exorbitantes pela água de má qualidade entregue por incipientes serviços privados, caso de áreas do nordeste brasileiro e cidades balneárias. Os resultados disso são os problemas de saúde gerados pela má qualidade da água e pela falta de saneamento e também perda de renda em função do tempo e esforço gastos em busca de água ou por doenças e até pelo valor pago pela mesma. Trata-se de um caso de apropriação de renda pela camada mais rica em detrimento da camada mais pobre.

A degradação ambiental gerada pela falta de investimentos em coleta e tratamento de esgotos tem levado a crescente poluição dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos por carga orgânica e nutrientes. Como conseqüências, têm-se a redução da disponibilidade do recurso e o aumento dos custos de tratamento para fins de abastecimento público. A médio e longo prazo tem-se o comprometimento dos recursos hídricos para gerações futuras e a destruição ou comprometimento de ecossistemas dependentes destes recursos. Trata-se de deseconomias ou externalidades geradas por usuários do recurso. A internalização dos custos de tratamento, recuperação e preservação dos recursos deve ser um objetivo do sistema de gestão.

Dentro deste contexto a gestão dos recursos hídricos tem sido discutida no Brasil e algumas iniciativas têm sido tomadas, tanto no nível federal, como no nível dos estados, com aprovação de leis e a reorganização dos organismos envolvidos na área.

Os diversos sistemas de gestão implantados ou em discussão no Brasil se baseiam nas seguintes premissas:

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O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feito de forma integrada tendo como unidade de gestão a bacia hidrográfica e deve compreender também o solo e a cobertura vegetal; A gestão deve considerar o princípio do usuário-pagador e do poluidor- pagador, permitindo integrar os custos ambientais aos diversos usos da água; A gestão deve ser descentralizada, criando-se comitês de bacia que contemplem a participação dos usuários e da sociedade civil e dos governos municipais; As políticas de gestão devem enfocar a viabilidade financeira do gerenciamento integrado.

2.3.3. Experiência brasileira de gestão de recursos hídricos

Seguindo uma tendência mundial, o Brasil experimentou, a partir da década de 70, grande evolução de suas políticas de meio ambiente, tendo implantado a partir daí um extenso arcabouço legal e institucional de gestão ambiental. As últimas três décadas do século XX podem ser divididas em três fases muito características quanto aos objetivos e instrumentos de gestão aplicados:

1. De 1970 até fins da década de 80: política de controle ambiental centralizada exercida por órgãos federais e estaduais de meio ambiente, baseada em mecanismos de comando e controle (disciplinamento, proibições e normas), com grande ênfase no controle pontual da emissão de poluentes industriais. Esta fase é marcada pela falta de integração entre as políticas de desenvolvimento e de meio ambiente, pelo custeio integral por fundos públicos e pela falta de participação social (GOLDENSTEIN, 2000); 2. Fins da década de 80 até início da década de 90: Inicia-se a implantação de uma política nacional de meio ambiente, definida pela Constituição Federal de 1988, introduz-se o conceito de gestão ambiental integrada e participativa, criação de conselhos federal e estaduais de meio ambiente buscando a integração entre os diferentes níveis de governos e entre o setor público e privado, graves problemas ambientais são acompanhados de uma maior conscientização e mobilização pública por um lado, e, por outro lado, com o nível ainda baixo de integração da políticas públicas setoriais;

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3. A partir da década de 90: Consideração da escala global das questões ambientais na esteira da realização da Rio-92, introdução do conceito de desenvolvimento sustentável e dos instrumentos econômicos na gestão ambiental, e o início do processo de reformulação dos órgãos setoriais de gestão.

Da mesma forma que a gestão ambiental, a gestão de recursos hídricos no Brasil vem experimentando uma forte evolução nas últimas três décadas. Até então os grandes projetos que afetavam o setor de recursos hídricos eram conduzidos por setores específicos: hidrelétrico, irrigação, saneamento, hidroviário, sem uma adequada integração. Mas “a partir dos anos 70, no entanto, a ocorrência de sérios conflitos de uso da água começou a suscitar discussões nos meios acadêmicos e técnico-profissional sobre como minimizar os problemas decorrentes” (TUCCI et al., 2001), tendo a gestão da água tomado um novo rumo com a promulgação da constituição de 1988, que delegou competência à União instituir o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos hídricos. A partir deste marco legal, tem ocorrido uma intensa reformulação das legislações estaduais e federal de recursos hídricos, tendo resultado na promulgação, em 1997, da lei federal nº 9.433 e de diversas leis estaduais de águas.

O sistema nacional de recursos hídricos e os sistemas estaduais de gestão implantados ou em discussão são fortemente inspirados no modelo francês e se baseiam nas seguintes premissas:

O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feito de forma integrada tendo como unidade de gestão a bacia hidrográfica e deve compreender também o solo e a cobertura vegetal; Reconhecimento da água como bem finito e vulnerável; A gestão deve considerar o valor econômico da água, aplicando-se o princípio do usuário-pagador e do poluidor-pagador, permitindo integrar os custos ambientais aos diversos usos da água; A gestão deve ser descentralizada, criando-se comitês de bacia que contemplem a participação dos usuários e da sociedade civil e dos governos municipais;

As políticas de gestão devem enfocar a viabilidade financeira do gerenciamento integrado.

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2.3.4. Legislação relativa â gestão de recursos hídricos

A legislação federal sobre recursos hídricos remonta à década de 30 quando entrou em vigor o Código de Águas (Decreto nº 24.643, de 1934). A questão dos recursos hídricos foi tratada novamente na lei de implantação da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6938, de 1981) e mais diretamente na Constituição Federal (1988) cujo artigo 21, inciso XIX, define como competência da União instituir o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direito de seu uso, entre outras disposições.

A partir do início da década de 90 estabeleceu-se um longo debate em torno da lei das águas que foi finalmente promulgada em 1997: Lei nº 9.433 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, dando grande ênfase à participação social na gestão e introduziu, mas não regulamentou, o instrumento da cobrança. Esta lei foi complementada pela Lei nº 9.984, de 2000, que criou a Agência Nacional de Águas e regulamentou alguns outros aspectos da gestão relativos à outorga. Após a forte descentralização da gestão preconizada pela Lei nº 9.433 através da criação dos comitês e agências de águas, a criação da ANA, uma agência reguladora de águas federal, foi entendida por alguns como um retrocesso deste processo (GOLDENSTEIN, 2000), mas pode ser entendida, não de maquinações políticas retrógradas, mas por uma constatação pragmática como tendo decorrido “....essencialmente do reconhecimento da complexidade e das dificuldades inerentes à implantação do SINGRH...... não se confirmaram as expectativas presentes.....de que os comitês, com o mero advento da Lei, surgissem ... bem como, os estados passassem a se estruturar. Assim foi maturada a percepção que o SINGRH precisava de uma entidade motora mais potente .....capaz de por em marcha o Sistema Nacional (LOBATO et al., 2002)”.

Além dos citados, existe um grande número de leis, decretos, resoluções, portarias e instruções que contemplam os recursos hídricos, encontradas nas legislações sobre: meio ambiente, saúde pública, e dos setores usuários (saneamento, energia, irrigação, transporte). Entre eles está a Resolução CONAMA nº 357 que dispõe sobre o enquadramento dos corpos hídricos.

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2.3.5. O Federalismo e a gestão de recursos hídricos

Apesar da Lei de Águas ter determinado a gestão por bacias hidrográficas, anteriormente a ela, a Constituição brasileira definiu a dominialidade dos recursos hídricos não em função da bacia hidrográfica em que estão inseridos, mas sim por corpos d’água (rios, lagos, etc.). A Constituição determinou dois níveis de domínio:

São bens da União: os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais (artigo 20, inciso III); São bens dos Estados: as águas superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União (artigo 26, inciso I).

Este é um dos principais fatores que tornam extremamente complexa a montagem do sistema de gestão de recursos hídricos brasileiro. O modelo de gestão dos recursos hídricos contemplado na Lei nº 9.433/97 prevê a gestão por bacias hidrográficas e estas não se enquadram na divisão político-administrativa da federação, e envolvem muitas vezes rios de domínio estadual e de domínio federal. Esta questão poderia ser resolvida de forma mais simples se ocorresse renúncia, por parte dos estados e da União, às incumbências relativas à gestão e sua transferência para os entes gestores definidos na Lei nº 9.433/97: Comitês e Agências de bacia.

Considerando-se as limitações de poder impostas pela estrutura federativa do Brasil, um dos principais desafios a ser enfrentado na implantação do sistema de gestão de recursos hídricos é dar operacionalidade aos instrumentos de gestão, principalmente à outorga e à cobrança pelo uso da água. Estes dois instrumentos previstos para atuar de forma conjunta, deverão ser operados pelo poder público estadual e federal de acordo com a dominialidade do corpo hídrico, podendo-se quebrar o princípio da adoção da bacia como unidade de gestão. Para evitar isso é necessário conferir homogeneidade aos sistemas nacional e estaduais de gestão de forma a simplificar a aplicação dos instrumentos de outorga e cobrança em bacias que envolvam simultaneamente rios federais e estaduais.

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2.3.6. Entidades do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos

As entidades que exercem papel formal na gestão dos recursos hídricos, tanto no nível federal, como no nível estadual e das bacias, estão organizadas dentro do chamado “Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGRH”. O SINGRH foi instituído pela Constituição Federal de 1988 (artigo 21 inciso XIX), tendo sido regulamentado pela Lei nº 9.433/97, e modificado pela Lei nº 9.984/00, artigo 30.

As entidades que compõem o SINGRH são as seguintes:

Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH: Órgão deliberativo e normativo máximo do SINGRH integrado por representantes do poder executivo federal (MMA, Secretaria da Presidência da República), dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, dos Usuários e das organizações civis de recursos hídricos, e tem por secretaria executiva a Secretaria de Recursos Hídricos do MMA, entre suas funções está a aprovação da criação de comitês de bacias que envolvam rios de domínio federal, do plano nacional de recursos hídricos e de valores de cobrança pelo uso da água; Agência Nacional de Águas – ANA: Autarquia federal sob regime especial com autonomia administrativa e financeira, criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, funciona como agência reguladora da utilização dos rios de domínio da União, e como agência executiva encarregada da implementação do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, a ANA está encarregada ainda do recolhimento dos recursos da cobrança pelo uso da água em rios de domínio da União e da aplicação destes e de outros recursos destinados ao gerenciamento dos recursos hídricos e da aplicação de alguns instrumentos de gestão, tais como, outorga e fiscalização, que são de competência da União; Os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal: constituem-se em fóruns de discussão e deliberação para os assuntos que envolvem bacias sob seu domínio, são responsáveis pela aprovação dos planos estaduais e distritais de Recursos Hídricos, e representam a instância estadual no Conselho Nacional de Recursos Hídricos, ainda se encontram em fase incipiente de implantação e atuação;

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Os Comitês de bacias hidrográficas: são previstos para atuar como "parlamento das águas da bacia", contando com a participação dos usuários públicos e privados, do poder municipal, da sociedade civil organizada e dos demais níveis de governo (estadual e federal), entre suas atribuições está a aprovação do Plano da Bacia e do valor da cobrança pelo uso da água, além de se constituir no fórum de discussão e decisão no âmbito de cada bacia hidrográfica; As Agências de Água: devem atuar como “braço executivo” do(s) seu(s) correspondente(s) comitês, estão encarregadas da elaboração e implementação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia, gerir os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água e os demais recursos destinados à gestão, entre outras atribuições.

Tendo em vista os fatores complicadores derivados da estrutura federalista discutidos anteriormente, o SINGRH prevê que todos estes órgãos devem atuar de forma articulada de forma a respeitar o princípio da subsidariedade e ultrapassar os entraves legais a uma efetiva gestão por bacia hidrográfica.

A Política Nacional de Recursos Hídricos prevê um arranjo institucional estruturado em entidades de gestão (propositoras e executivas) que conformam a organização político- administrativa do “Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGRH” e em instrumentos de planejamento (planos de recursos hídricos, outorga, sistema de informações e enquadramento dos corpos hídricos) e no instrumento econômico da cobrança pelo uso da água. Deve-se observar que a Lei nº 9.433/97 criou o sistema “nacional” de recursos hídricos e não o sistema federal, por isso o SINGRH é integrado pelas entidades “federais e estaduais” com atribuições na gestão de recursos hídricos. Da mesma forma, os instrumentos da política devem ser aplicados de forma integrada pela União e pelos estados nos corpos hídricos dos seus respectivos domínios.

Além destes órgãos pertencentes à estrutura formal do SINGRH, os órgãos federais e estaduais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA – têm ingerência na gestão de recursos hídricos derivada de sua atuação na regulamentação, licenciamento e fiscalização de atividades impactantes, dentre outras competências. Uma delimitação mais clara da competência dos órgãos de meio ambiente e de gestão de recursos hídricos deverá

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA ocorrer à medida que estes últimos forem se implantando e estruturando. Até lá o que ocorre muitas vezes é o usuário perdido num cipoal de leis e entidades, sem saber exatamente a quem se dirigir, órgãos com duplicação de funções e com dificuldades na execução de suas tarefas.

2.3.7. Comitês de Bacia

Diferentemente do modelo onde se inspirou, o modelo Francês, a legislação federal não definiu, a priori, o número de comitês e agências, indica antes que os primeiros devem se formar nas bacias onde a ocorrência de conflitos os justifiquem e que as agências devem apresentar viabilidade econômico-financeira para serem criadas. A criação de comitês e agências em bacias de rios federais deve ser aprovada pelo CNRH. Podem ser organizados comitês em bacias ou sub-bacias, só sendo permitida a criação de comitês em bacias de rios de até terceira ordem, o que corresponde ao tributário do tributário do rio principal. A relação entre comitês de bacia e de sub-bacias contidas na primeira deve obedecer o princípio da subsidariedade.

A Resolução CNRH nº 5 de 10/04/2000 define a seguinte composição para os comitês de bacia:

Poder público (União, Estados e Municípios): até 40% dos membros; Usuários sujeitos à outorga (abastecimento urbano, indústria, irrigação, hidroeletricidade, hidroviário, pesca, turismo, lazer): até 40% dos membros; Organizações civis (comitês, consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas; organizações técnicas de ensino e pesquisa; e ONGs com atuação na área de recursos hídricos): 20% no mínimo dos membros.

As legislações estaduais estabelecem composições diversas. O Estado de São Paulo por exemplo prevê uma composição tripartite repartida ente Estado, Municípios e sociedade civil organizada. Neste caso, os usuários são parte integrante da sociedade civil e não contam com uma cota específica como no nível nacional.

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2.3.8. Agências de Bacia

As Agências constituem o braço executivo e devem dar apoio técnico aos comitês de bacia: elaborar planos de bacia e acompanhar a sua execução, gerir os recursos da cobrança e propor a utilização dos recursos arrecadados, entre outras funções. Apesar de previstas na Lei nº 9.433/97, a figura jurídica da agência de bacia permanece indefinida. De forma transitória a Lei nº 10.881, de junho de 2004, regulamentou a figura da entidade delegatária para exercer transitoriamente o papel de agência de bacia. Por esta lei, entidades sem fins lucrativos indicadas pelo Comitê de Bacia, podem exercer o papel de agência, firmando para isso um contrato de gestão com a Agência Nacional de Águas - ANA. Isto se aplica, portanto, a bacias de rios de domínio da União. No nível estadual, a questão das agências de bacia permanece indefinida, à exceção do Estado do Ceará, que delegou este papel a uma agência estadual criada especialmente para este fim: a Companhia Estadual de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH. A legislação paulista prevê a criação de agências como fundação, uma entidade pública, entretanto nenhuma agência foi criada até o momento.

Com o advento da Lei nº 10.881/2004, o Comitê da bacia do rio Paraíba do Sul – CEIVAP – conseguiu criar a sua agência – AGEVAP – em setembro de 2004, 18 meses depois de ter iniciada a cobrança pelo uso da água. Os membros do CEIVAP constituíram uma associação privada sem fins lucrativos – Associação Pró-Gestão da Bacia do Paraíba do Sul que indicada pelo próprio comitê como entidade delegatária. Com a aprovação do CNRH, assinou um contrato de gestão com a ANA.

2.3.9. Instrumentos da política de recursos hídricos

A Política Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos conta com os seguintes instrumentos:

Planos de bacia, planos estaduais e Plano Nacional de Recursos Hídricos; Outorga de direito de uso; Cobrança pelo uso da água; Enquadramentos dos corpos de água; Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.

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Estes instrumentos, definidos pela Lei nº 9.433/97 e reproduzidos na maioria das legislações estaduais, visam ao planejamento dos recursos hídricos e a regulação dos seus respectivos usos.

2.3.10. Plano de bacia hidrográfica

Os planos de bacia e os planos diretores de recursos hídricos (estaduais e nacional) são instrumentos de planejamento territorial, direcionados para o ordenamento do uso dos recursos hídricos. Acompanhados e aprovados pelos comitês de bacia, colegiados deliberativos, os Planos de Recursos Hídricos são construídos de forma democrática, onde os diferentes atores “pactuam” como, com quem e com que recursos se farão a proteção e recuperação dos recursos hídricos da sua respectiva bacia. No plano, ao se aprovar a cobrança pelo uso da água é garantida, pelo menos em parte, uma fonte de financiamento para a implantação das intervenções previstas nos planos de recursos hídricos.

Os planos de recursos hídricos introduzidos pela Lei nº 9.433, de 1997, foram regulamentados através da Resolução nº 17, de 29 de maio de 2001, do CNRH e seus respectivos termos de referência. Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos e devem ser elaborados por bacia hidrográfica, por Estado (Plano Estadual) e para o País (Plano Nacional).

Os Planos de Recursos Hídricos devem estabelecer metas e indicar soluções de curto, médio e longo prazos, com horizonte de planejamento compatível com seus programas e projetos. Outro aspecto ressaltado na legislação é o caráter dinâmico dos planos, que devem estar em contínua atualização e articulados com os planejamentos setoriais e regionais e definindo indicadores que permitam sua avaliação.

Os planos deverão apresentar o seguinte conteúdo mínimo:

diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;

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metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas; prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.

Algumas bacias brasileiras já contam com seus planos de recursos hídricos, como a bacia do rio Paraíba do Sul.

2.3.11. Sistema de informações sobre recursos hídricos

Um sistema de informações de recursos hídricos reúne dados ligados à disponibilidade hídrica e usos da água com dados físicos e socioeconômicos, de modo a possibilitar o conhecimento integrado das inúmeras variáveis que condicionam o uso da água na bacia.

A Lei nº 9.433/97, em seu art. 25, define o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos como um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão, integrado por dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Os princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos são:

I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;

II - coordenação unificada do sistema;

III - acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.

Atualmente, a ANA disponibiliza em sua página web dados atualizados sobre os recursos hídricos nacionais, como por exemplo, o sistema HIDRO de informações hidrométricas, além de planos, estudos e pesquisas sobre recursos hídricos. Estão disponíveis ainda os dados sobre a cobrança pelo uso da água na bacia do Paraíba do Sul.

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2.3.12. Outorga como instrumento de gestão

A Outorga de direito de uso ou interferência nos recursos hídricos é um dos instrumentos nos quais se baseia o sistema nacional de gestão dos recursos hídricos instituído pela Lei nº 9.433/97. A Outorga é uma autorização concedida pelo poder público, através de seu órgão responsável, aos usuários públicos ou privados e tem como objetivos garantir a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos e o efetivo exercício do direito de acesso à água.

É o ato administrativo mediante o qual o Poder Público outorgante (União, Estados ou Distrito Federal) faculta ao outorgado o uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato. O referido ato é publicado no Diário Oficial da União (caso da ANA), ou nos Diários Oficiais dos Estados ou Distrito Federal, onde o outorgado é identificado e estão estabelecidas as características técnicas e as condicionantes legais do uso das águas que o mesmo está sendo autorizado a fazer.

A outorga é necessária porque água pode ser usada para diversas finalidades, como: abastecimento humano, dessedentação animal, irrigação, indústria, geração de energia elétrica, preservação ambiental, paisagismo, lazer, navegação, etc. Porém, muitas vezes esses usos podem ser concorrentes, gerando conflitos entre setores usuários, ou mesmo impactos ambientais. Nesse sentido, gerir recursos hídricos é uma necessidade premente e tem por objetivo harmonizar as demandas observando o uso sustentável e os interesses sócio- econômicos do país. O instrumento da outorga é aplicado para ordenar e regularizar o uso da água, assegurando ao usuário o efetivo exercício do direito de acesso à água, bem como para realizar o controle quantitativo e qualitativo desse recurso.

A Constituição de 1988, em seu art. 20, inciso III, define os rios, lagos e correntes de água em terrenos de domínio da União, que banhem mais de um Estado e que sirvam de limite, se estendam ou se originem de território estrangeiro como de domínio da União. As águas superficiais que não se enquadram nesta categoria, assim como as águas subterrâneas, são de dominialidade estadual, conforme o art. 26, inciso I. O art. 22, em seu inciso IV, dá competência privativa à União para legislar sobre águas.

Assim, o poder outorgante será exercido pela União, através da ANA, ou pelo Estado, através do respectivo órgão gestor, em função da dominialidade do corpo hídrico objeto do uso pretendido. Entretanto, as decisões quanto à outorga não são de competência exclusiva dos

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órgãos gestores. A base institucional para a outorga contempla também os órgãos deliberativos do sistema de gestão de recursos hídricos (Conselhos e Comitês), as agências de bacia, quando instituídas, e outras entidades intervenientes (órgãos ambientais, por exemplo).

A Lei nº 9.433/97, em seu art. 11, estabelece como sujeitos à outorga os seguintes usos:

Derivação ou captação de água para consumo final ou insumo de produção; Extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de produção; Lançamento em corpo de água de esgotos e resíduos líquidos ou gasosos; Aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água.

Pela Lei nº 9.433/97 a emissão de outorga está condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos (Planos de Bacia) e ao respeito ao enquadramento qualitativo dos corpos de água.

A lei estabelece ainda como usos que não sujeitos a outorga:

Uso de recursos hídricos por pequenos núcleos populacionais rurais; As derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; As acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.

2.3.13. Enquadramento dos corpos d’água

A Política Nacional de Recursos Hídricos define o enquadramento dos corpos de água em classes de usos como um importante instrumento de gestão, uma vez que esse enquadramento, segundo os usos preponderantes, visa a assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e diminuir os custos de combate à poluição, mediante ações preventivas permanentes. Dispõe, também, que as classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental e delega aos Comitês de Bacia a proposição do enquadramento dos corpos de água em classes de uso para encaminhamento ao Conselho Federal ou Estadual de Recursos Hídricos, conforme a dominialidade das águas.

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Além dos aspectos apontados, a lei federal e as leis estaduais de recursos hídricos ampliaram o papel do enquadramento dos corpos d’água, anteriormente circunscrito aos mecanismos de comando e controle, associando-o à outorga e à cobrança pelo uso do recurso hídrico.

Os principais marcos legais para o enquadramento dos corpos hídricos são a Resolução CONAMA nº 20/1986 e a Resolução nº 12 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), de 19 de julho de 2000.

A resolução CONAMA nº 357 estabelece um sistema de classificação das águas e enquadramento dos corpos hídricos relativos as águas doces, salobras e salinas. Esta resolução estabeleceu uma classificação para as águas doces do território, segundo seus usos preponderantes, conforme é descrito a seguir:

I - Classe Especial – águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,

c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

II - Classe 1 - águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho);

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película;

e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.

III - Classe 2 - águas destinadas:

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a) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho);

d) à irrigação de hortaliças e de plantas frutíferas;

e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

IV - Classe 3 - águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional;

b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) à pesca amadora;

d) à recreação de contato secundário;

e) à dessedentação de animais.

V - Classe 4 - águas destinadas:

a) à navegação;

b) à harmonia paisagística.

Para cada uma das classes definidas, a resolução CONAMA estabeleceu limites e condições para um conjunto amplo de parâmetros de qualidade da água. No art. 2ºsão apresentadas algumas definições conceituais importantes em qualquer processo de enquadramento de cursos de água, quais sejam:

a) classificação: qualificação das águas doces, salobras e salinas com base nos usos preponderantes (sistemas de classes de qualidade);

b) enquadramento: estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado ou mantido em um segmento de corpo de água ao longo do tempo.

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c) condição: qualificação do nível de qualidade apresentado por um segmento de corpo de água, num determinado momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada;

d) efetivação do enquadramento: alcance da meta final de enquadramento a partir de conjunto de medidas necessárias para colocar e/ou manter a condição de um segmento de corpo de água em correspondência com a sua classe;

e) padrão: valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade de água ou efluente.

A Resolução nº 12 do CNRH estabelece, no seu art. 4º, que os procedimentos para o enquadramento de corpos de água em classes segundo os usos preponderantes deverão ser desenvolvidos em conformidade com o plano de bacia e o plano estadual, e, se não existirem ou forem insuficientes, com base em estudos específicos propostos e aprovados pelas respectivas instituições competentes do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos, observando as seguintes etapas:

1. diagnóstico do uso e da ocupação do solo e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica;

2. prognóstico do uso e da ocupação do solo e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica;

3. elaboração da proposta de enquadramento; e

4. aprovação da proposta de enquadramento e respectivos atos jurídicos.

2.3.14. Cobrança pelo uso da água no Brasil

Na busca de dotar a água de valor econômico, a Lei nº 9.433/97, introduziu a cobrança pelo uso da água no Brasil como um instrumento de gestão e como um instrumento econômico a ser aplicada tanto para os usos quantitativos quanto para os usos qualitativos.

Como instrumento de gestão, a cobrança deve alavancar recursos para financiamento da implantação do sistema de gestão de recursos hídricos e das ações definidas pelos planos de bacia hidrográfica, ou seja, deve ser um instrumento arrecadador.

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Como instrumento econômico, a cobrança deve sinalizar corretamente para a sociedade o uso dos recursos hídricos de forma racional atendendo aos princípios do desenvolvimento sustentável.

Na diversidade dos recursos hídricos nacionais pode-se identificar algumas sinalizações básicas a serem dadas pela cobrança com o objetivo de induzir ao uso racional dos recursos hídricos:

A alocação racional de recursos hídricos escassos em zonas de secas frequentes como a região semi-árida ou em áreas super povoadas como a região metropolitana de São Paulo; A redução da emissão de poluentes em zonas metropolitanas e industrializadas de toda a região sudeste e sul e áreas metropolitanas e costeiras do resto do país, onde os recursos são em geral suficientes para atender aos usos quantitativos mas a diluição de efluentes está levando à degradação dos recursos; A preservação de ecossistemas em zonas com grande abundância hídrica como o Pantanal e a bacia Amazônica.

Tal como as situações elencadas acima ocorrem no país uma diversidade de problemas e conflitos quanto ao uso dos recursos hídricos que poderiam ser rapidamente caracterizados. Mas, por estes exemplos, já se denotam as brutais diferenças entre os problemas a serem enfrentados nacionalmente. Isto obriga a que a aplicação da cobrança seja feita de forma bastante flexível de modo a poder sinalizar corretamente o uso racional e sustentável destes recursos nos diferentes cenários.

Por outro lado, a cobrança pelo uso da água introduz um custo que se reflete em toda a cadeia produtiva. Mesmo que estes custos sejam inicialmente baixos, a inserção da economia brasileira num mercado global recomenda que estes novos custos sejam facilmente comparáveis nacional e internacionalmente. Este princípio poderá aumentar a aceitabilidade da cobrança pelos setores usuários, entre eles indústrias e outras atividades econômicas que atuam em escala nacional ou até mesmo internacional.

As experiências de cobrança pelo uso da água no Brasil são ainda bastante restritas. A primeira bacia federal onde se iniciou a cobrança foi a Bacia do Rio Paraíba do Sul, em 2003,

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA mas restrita aos rios de domínio da União. Em dezembro de 2005, através da Resolução CNRH nº 52, de 28 de dezembro de 2005, foi aprovada a cobrança para as águas de domínio da União da Bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Para as águas de domínio dos Estados, o pioneiro foi o Estado do Ceará que implantou a cobrança em 1996. O Estado do Rio de Janeiro implantou inicialmente a cobrança apenas para as águas fluminenses da bacia do Paraíba do Sul, iniciada em 2004, e, com a aprovação da Lei estadual nº 4247/04, estendeu a cobrança para as demais bacias fluminenses.

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3. DIAGNÓSTICOS

3.1. DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO

3.1.1. Caracterização Geral

O município de Buritis possui área de 3.265,814 km², possuindo população de 32.383 habitantes segundo IBGE/2010. Com território extenso possui densidade populacional de 9,92 hab./km². Seu território se encontra a uma altitude de 200 m, possuindo clima Equatorial como predominante, e seu fuso-horário encontra-se na zona UTC4.

3.1.1.1. Histórico

Criada pela Lei n.º 649, de 27 de dezembro de 1995, situado na região Sul do Estado, surgiu de um núcleo agropecuário.

3.1.1.2. Localização e Acessos

O município de Buritis fica localizado na região centro-oeste do Estado de Rondônia, a 320 km de , capital do Estado. Foi criado na data de 27 de dezembro de 1995, através da Lei nº 649, com áreas desmembradas dos Municípios de Campo Novo de Rondônia e Porto Velho.

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Figura 1 – Localização

Fonte: IBGE

3.1.2. Aspectos Ambientais

3.1.2.1. Clima

A Amazônia constitui-se na região geográfica mais pluviosa do Brasil. As médias de 2.081 mm/ano e Porto Velho 2.215 mm/ano, representam bem as características regionais. Entretanto, essas precipitações não se repartem igualmente durante o ano. A maior ação de índice de pluviosidade de novembro a março resulta numa concentração de 1.462 mm (Porto Velho) a 1.431 mm (Vilhena), ou seja, 66% e 70% respectivamente do total da precipitação anual, enquanto que a menor participação dessas depressões barométricas no inverno (junho, julho e agosto), torna esta estação, geralmente, muito seca: 122 mm (Porto Velho) a 63 mm (Vilhena), isto é, 5,5% do total anual, respectivamente.

Outro aspecto igualmente importante acerca do regime de chuvas em Rondônia é a irregularidade quantitativa. Isto é, em certos anos, o verão/outono apresenta desvios pluviométricos positivos que correspondem à cerca do dobro dos índices normais, enquanto em outros anos seus índices podem registrar desvios negativos superiores a 50% dos índices normais. O mesmo se verifica no inverno, quando em certos anos a participação anormal de linhas de instabilidade (IT)e de Frente Polar (FP), proporciona no inverno uma excepcional ocorrência de chuvas que pode reduzir a seca normal do inverno a um único mês.

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Por sua localização nas baixas latitudes (em torno de 10º Lat Sul) e por suas baixas altitudes, (em torno de 100 metros, com os níveis mais altos na Chapada dos Parecis e na serra dos Pacaás Novos, ultrapassando as cotas de 600 m), o estado de Rondônia se caracteriza pelo predomínio de altas temperaturas.

Sua temperatura média anual varia de 23 ºC (ou 24 ºC em Vilhena) a 25 ºCem Porto Velho. Não são raras, em qualquer mês, máximas diárias de 35 ºC (nas planícies) e de 32 ºC (nas chapadas), registrando-se temperaturas de até 40 ºC e 36 ºC, respectivamente. Entretanto, as máximas e as médias não podem ocultar a notável regularidade de fortes quedas de temperatura nas últimas horas da noite: em qualquer mês podem acontecer mínimas diárias inferiores a 18ºC nas planícies e 9ºC sobre as chapadas.

O inverno se destaca das demais estações. As anomalias designadas com o nome de friagem são devidas as invasões do anticiclone polar do Pacífico que, deslocando-se para a vertente atlântica em latitudes sub-antárticas, invade a Patagônia, no semestre de inverno (maio até outubro) formando aí a frente polar atlântica. Do ponto de vista zonal, isto é, do sistema planetário de circulação atmosférica, o Estado de Rondônia possui, como toda a região úmida da Amazônia, clima EQUATORIAL.

Como a Amazônia, o Estado de Rondônia possui clima ÚMIDO, porém enquanto na maior parte da Amazônia o clima é super úmido sem sequer um mês seco, ou úmido com 1 a 2 meses secos, em todo o Território de Rondônia o clima úmido possui 3 meses secos em média. Decorre daí mais um caráter de transição, em direção ao clima semi-úmido do Brasil Central. Em Rondônia este clima corresponde ao clima tropical de monção -Am- do método de KÖPPEN e termoxeroquimênico do método de GAUSSEN e BAGNOULS.

Sob o ponto de vista do regime térmico, Rondônia participa do clima regional de Amazônia; é QUENTE, uma vez que em qualquer mês a temperatura média se mantém a 18ºC, permanecendo até mesmo acima de 20ºC. Em resumo, o clima em Rondônia é; EQUATORIAL, com transição tropical; ÚMIDO, com forte queda de precipitação no inverno; 3 meses secos junho, julho e agosto, em média; sujeitos a fortes desvios pluviométricos estacionais ao longo dos anos; QUENTE, durante todo o ano; insignificante amplitude térmica anual e notável amplitude térmica diária, especialmente no inverno, quando as mínimas

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA noturnas podem descer abaixo de 18ºc nas planícies e abaixo de 9ºC nos altiplanos das chapadas.

Figura 2 - Temperatura Média Anual (Cº) Figura 3 - Precipitação Total Anual (mm) (Rondônia, 2007)

Figura 4 - Temperaturas Médias Máximas Figura 5 - Temperaturas Mínimas Anuais (ºC) (Rondônia, 2007)

3.1.2.2. Hidrografia

Conforme pode ser observada na figura abaixo, o Estado de Rondônia está inserido na Bacia Amazônica. A Bacia Amazônica possui aproximadamente 7.000.000 de Km2 e é considerada a

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA maior bacia hidrográfica do mundo. O seu rio principal, o rio Amazonas com 6.868 km de extensão é o rio mais extenso do mundo.

Figura 6 – Brasil – Bacias Hidrográficas

Por sua vez, segundo Lima (1997) e confirmado pela SEDAM (2000), a hidrografia de Rondônia é formada por três bacias principais (bacia hidrográfica do Rio Madeira, bacia hidrográfica do Rio Guaporé/Mamoré e bacia hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou Machado) e uma bacia secundária (bacia hidrográfica do Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida).

Figura 7 – Bacia Amazônica

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA

Fonte: Banco de Informações e Mapas da Secretaria Executiva do Ministério dos Transportes.

Ao contrário do que ocorre na maioria das cidades da região Amazônica,o município de Buritis apresenta uma hidrografia escassa, sendo o rio mais representativo o Rio Cadeias e o Igarapé São Domingos.

3.1.2.3. Hidrologia

Na Amazônia, em virtude dos fatores físicos, químicos e biológicos e de suas interações, os recursos hídricos apresentam características bastante específicas definindo um sistema ímpar em relação às demais regiões do globo terrestre. A cobertura florestal da região constitui o mais importante fator de diferenciação da qualidade físico-química dos recursos hídricos Amazônicos. Isso porque, toda a água proveniente da precipitação de chuvas que alcança o solo florestal ao se infiltrar, sofrerá uma dessaturação na sua composição mineral em virtude da captura de nutrientes exercida pelas raízes da vegetação. Desse modo, todos os nutrientes incorporados durante os processos de lavagem das estruturas vegetais, da decomposição da serrapilheira e da alteração de minerais do solo, são imediatamente absorvidas pelo sistema radicular da vegetação. A água que finalmente alcança o lençol freático (água subterrânea), tem composição química muito próxima à da água destilada, e algum nutriente que por ventura seja incorporado à água, fora do alcance das raízes, será absorvido pela vegetação dos ambientes de nascente. Tal fenômeno faz com que a composição química das águas dos igarapés de cabeceira sejam, também, equivalentes à água destilada. O padrão só permite a permanência de substâncias dissolvidas na água se as mesmas não forem interpretadas como nutrientes pelo sistema radicular de influência. Dessa forma vamos encontrar substâncias de origem organo-vegetal (metabólitos secundários), originando as águas de coloração escura (água preta). Esse tipo de informação é muito importante, visto que essas substâncias são próprias de ambientes de dominância sedimentar com forte cobertura vegetal e com índice pluviométrico elevado.

3.1.2.4. Vegetação

O estado de Rondônia, por se localizar em uma área de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado apresenta grande diversidade de formações vegetais. Esta grande diversidade está

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA também relacionada às características climáticas e condições geo-edáficas da região. Segundo o IBGE, o Bioma Amazônia ocupa 98,8% do estado.

Figura 8 – Brasil - Bioma

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A formação predominante é a Floresta Ombrófila Aberta, que ocorre em praticamente todas as regiões do estado, seguida pela Floresta Ombrófila Densa, que diferencia-se da aberta pela maior densidade e maior porte dos indivíduos arbóreos. Em ambas ocorrem indivíduos arbóreos com cipós, bromélias e orquídeas e não há falta de umidade durante o ano.

Na área de abrangência do empreendimento, a floresta primária que antes existia e cobria a região, foi substituída por pastagem, plantações agrícolas e pelo centro urbano da cidade de Buritis, portanto toda área de influência do empreendimento e seu entorno, que estende além dos limites da área de influência do empreendimento, encontra-se antropizada.

Na região há predominância da floresta Ombrófila Tropical com aspecto não homogêneo, ora apresentando-se mais aberta com árvores dispersas porém de grande porte. Os grupamentos de palmeiras são frequentes, e existe uma enorme quantidade de fenarófitassarmentosas que envolvem as árvores e cobrem o estrato inferior.

Entre as espécies madeiráveis que compõe o extrato arbóreo superior destacam-se o mogno, a cerejeira, o freijó, o cedro e andiroba, além da castanheira e seringueira espécies extrativas de grande valor econômico para o município.

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Dentre as espécies relacionadas, a cerejeira, o mogno e o cedro, podem ser consideradas em estado de extinção na área atual do município, uma vez que continuam sendo alvo de exploração seletiva e predatória. As demais espécies estão em vias de extinção pela supressão da cobertura florestal para introdução de práticas agrícolas de ciclo curto e monocultura de pastagens.

Figura 9 – Brasil - Vegetação

3.1.2.5. Solos

O estado de Rondônia forma um complexo mosaico de diferentes tipos de solo, sendo estes relacionados à heterogeneidade climática, de vegetações e à hidrologia da região.

De acordo com o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Rondônia, ocorre a predominância de Latossolos, cobrindo 46% do estado. De forma geral, os latossolos são bastante intemperizados, apresentando como principais minerais: derivados da argila, caolinita, gipisita, minerais amorfos e sesquióxidos de ferro e alumínio. Por sofrerem forte lixiviação sua capacidade de troca catiônica é baixa, assim como a quantidade de cálcio, magnésio, potássio e sódio adsorvidos. Os latossolos ocorrem geralmente em áreas de relevo mais plano.

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Já os Cambissolos correspondem a aproximadamente 10% do território do estado. São solos pouco a moderadamente profundos e com o ocorrência nas encostas das colinas. No estado, em sua maioria, desenvolveram-se a partir de rochas ácidas possuindo, em geral, baixa fertilidade e reação ácida. Em função do seu relevo acidentado e de suas características físicas são muito suscetíveis à erosão se desprovidos de cobertura vegetal.

Solos com características hidromórficas ocupam cerca de 10% do território. São solos que ocorrem em regiões com excesso de água temporário ou permanente. Isto significa drenagem precária com déficit acentuado de oxigênio fator que normalmente restringe o crescimento vegetal, embora existam várias espécies adaptadas a estas condições.

Os Argissolos correspondem a 6% dos solos do estado. Caracterizam-se pelo gradiente textural entre os horizontes (Bt), ácidos, frequentemente álicos e distróficos, com baixa saturação de bases.

Os Neossolos Quartzarênicos ocupam aproximadamente 5% da superfície do estado. São bastante comuns na Chapada dos Parecis, bem como nas zonas sul e leste do Estado e na Serra dos Pacaás Novos, entretanto, raramente ocorrem na zona centro-oeste do estado. Em geral, estes solos apresentam baixa capacidade de retenção de umidade e fertilidade natural muito deficiente. A capacidade de troca catiônica é baixa, apresentando reação bastante ácida.

Já os Neossolos Litólicos ocupam cerca de 3,5% de Rondônia, são normalmente encontrados em terrenos de forte declividade e erodidos. Freqüentemente são predegosos e devido a sua escassa profundidade e relevo, dificilmente são agricultáveis.

Os Planossolos, de ocorrência rara, encontram nas terras baixas sujeitas a inundação durante a estação das chuvas ou em zonas de relevo ondulado suave sujeitas a pequenos excessos de água. Apresentam problemas de fertilidade, acidez, alta saturação de alumínio e baixa capacidade de troca catiônica.

3.1.2.6. Geologia

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM, 1999), o estado de Rondônia está localizado a oeste da região conhecida como Província Tapajós, de acordo com a compartimentação elaborada por Almeida et al. (1977), também recebendo a denominação de Subprovíncia Madeira, segundo a proposta de Amaral (1984).

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Figura 10 - Províncias

Fonte: Serviço Geológico Brasileiro (CPRM, 1999).

Uma síntese do conhecimento sobre a região de Rondônia foi publicada Amaral (1984) quando da caracterização geológica da Sub-província Madeira, conforme figura abaixo.

Figura 11 - Solos

Fonte: Serviço Geológico Brasileiro (CPRM, 1999).

A análise integrada dos dados petrológicos, petrográficos, geocronológicos, geofísicos e estruturais disponíveis, permitiu a elaboração de um esboço tectono-estratigráfico aplicável ao

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA estado de Rondônia (figura abaixo), de onde preende-se que ainda há limitações para o estabelecimento de compartimentações tectônicas como as propostas pelos diversos autores que discorrem sobre a geologia da região. Em razão de tais limitações, os autores propõem para a identificação da região objeto, a aplicação da denominação “Faixa Orogênica Policíclica Guaporé” (extensa zona tectônica que envolve um amplo segmento litosférico, palco de deformações policíclicas, relações metamórficas complexas, granitização significativa, migmatização sintectônica e retrabalhamento crustal, produto de uma evolução segundo processos superimpostos no curso de um ou mais ciclos orogênicos).

Figura 12 – Formações Rochosas

Fonte: Serviço Geológico Brasileiro (CPRM, 1999).

3.1.2.7. Geomorfologia

As maiores altitudes do Estado encontram-se na Serra dos Pacaás Novos, com cotas acima de 1000 metros. Outras serras importantes são a Serra dos Uopianes (600m), Serra da

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Providência (500m), Serra Moreira Cabral (600m). Destaca-se também a Superfície Tabular de Vilhena (Chapada dos Parecis) com quase 650 metros no topo. As mais baixas altitudes encontram-se no vale do rio Madeira na divisa com o estado do Amazonas, com cotas abaixo de 100m de altitude. No vale do rio Guaporé extensas áreas ocupam níveis topográficos muito baixos, entre 100 e 150 metros, configurando extensas áreas alagáveis, mapeadas como Deltas/Cones e Áreas Alagadas, além das planícies e terraços fluviais.

Figura 13 – Altitudes Rondônia

A seguir são apresentadas as principais características das unidades geomorfológicas de Buritis, segundo o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia:

PLANÍCIES ALUVIAIS E DEPRESSÕES

Este conjunto de unidades geomorfológicas é originado por processos agradacionais realizados, neste caso, em ambientes fluviais na sua maioria e eventualmente por processos lacustres ou associados a áreas com escoamento impedido.

Planícies Fluviais

São divididas entre Planícies Fluviais dos Rios Principais que margeiam rios de grande porte e aquelas que margeiam os tributários de menor porte denominadas de Planícies Fluviais de Rios secundários.

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Em relação ao padrão dos rios que geraram estas planícies foram observados dois padrões principais: o padrão meandrante associado a uma baixa declividade do perfil longitudinal do rio e não possui energia suficiente para cortar a área em linha reta, necessitando meandrar para encontrar o melhor caminho para o escoamento, e o padrão retilíneo que não apresenta marcas de paleocanais em forma de meandros.

Terraços Fluviais

Os terraços fluviais compreendem terrenos alçados em at 15-20 metros acima das planícies fluviais. Estes terraços foram divididos em 4 tipos, levando-se em consideração a altitude relativa do terraço em relação à planície; a presença ou não de áreas pantanosas; marcas de leitos abandonados, bem como se o processo de dissecação fluvial encontra-se instalado sobre estes terraços.

Terraços Altos não Dissecados: Compreendem áreas alçadas alguns metros acima das planícies fluviais. A morfologia corresponde a terrenos planos sem dissecação. Estão diretamente associados à rede de drenagem atual e subatual, podendo sofrer inundação nos períodos chuvosos. Terraços Baixos com Dissecação Baixa: Correspondem a uma antiga área de inundação que atualmente encontra-se acima do nível médio dos alagamentos sazonais. O nível altimétrico em que se encontra permite o funcionamento de um sistema de drenagem superficial com formação de pequenos canais. Terraços Baixos com Presença de Leitos Abandonados e Pântanos: Este padrão de formas compreendem áreas que margeiam as planícies fluviais dos rios. Apresentam faixas de topografia plana associada à presença de meandros abandonados, áreas alagadiças, pântanos e pequenos lagos.

UNIDADES DENUDACIONAIS

Dissecação Baixa

A área de ocorrência deste modelo está restrita a setores que circundam os relevos fortemente dissecados, compondo rampas com baixa declividade formadas por matéria transportado superficialmente em forma de lençol que recobrem indistintamente as rochas subjacentes.

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Dissecação Média

Compreende uma série de rebordos erosivos localizados no contato entre os diferentes níveis de dissecação situados dentro das Unidades de Superfícies Tabulares Planas com Ferricrete “Cap Rock” e/ou Superfícies Tabulares em Rochas Sedimentares.

Dissecação Alta

Este sistema apresenta rebordos erosivos delimitados por escarpas na quebra de ruptura positiva e com áreas fortemente dissecadas formando a transição entre dois níveis topográficos.

Superfície de Aplanamento

As superfícies de aplanamento são o tipo de unidade geomorfológica que ocupa a maior parcela do território do estado de Rondônia. Compreende extensas superfícies aplanadas tratadas na literatura geomorfológica brasileira como elaboradas por processos de pediplanação.

Estas superfícies tem caimento geral no sentido dos grandes rios que cortam o estado, ou seja, o sistema Guaporé-Mamoré, a oeste, sudoeste e noroeste, o Ji-Paraná a nordeste e o Madeira a norte.

Superfície de Aplanamento Nível I

A classificação das Superfícies de Aplanamento buscou demarcar as diferenças de interflúvios, os graus de dissecação subdivididos em baixa, média ou alta, a presença e densidade de inselbergs, campos de matações (tors) e colinas e afloramentos rochosos (hillocks).

- Nível I (>300m) com Dissecação Baixa a Média e Nenhum ou Esporádicos Inselbrgs e Tors

Superfície de Aplanamento Nível II

A principal característica deste aplanamento é o arrasamento generalizado dos materiais de cobertura do cráton, com exposição do embasamento cristalino, composto por rochas granítico- gnáissicas.

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Apresenta diversos padrões de forma:

- Nível II (< 300m) com Dissecação Baixa e Nenhum ou Esporádicos Inselbergs e Tors

- Nível II (< 300m) com Dissecação Baixa a Média e Nenhum ou Esporádicos Inselbergs e Tors

- Nível II (< 300m) com Dissecação Média e Nenhum ou Esporádicos Inselbergs e Tors

Agrupamentos de Morros e Colinas (D.3)

Esta unidade geomorfológica compreende relevos em formas de morros e colinas e representam relevos residuais, associado a diferentes embasamentos litológicos e não possui controle estrutural evidente. Apresenta-se como uma área de colinas e morros dissecados pela ação fluvial, circundado por áreas aplanadas. Recebem denominação de serras, em função de desníveis de até 150m.

Aberto com Colinas / Inselbergs Baixos e Médios

Neste modelado os topos são convexizados, com vertentes convexas preferencialmente, embora as baixas possam se apresentar côncavas. Vales medianamente entalhados e predominantemente com perfil em “V”. Nas drenagens de maior ordem ocorrem vales abertos com planícies alveolares. A drenagem apresenta preferencialmente padrão dendrítico.

Denso com Colinas / Inselbergs Médios e Altos

Este conjunto de colinas e morros apresenta entalhamento dos vales que ocupam o intervalo entre 40m e 100m. Nesta unidade, predominam perfis de topos e vertentes convexos e vales encaixados. Localmente ocorrem vertentes côncavas associadas a vales pedimentados ou mais largos.

Área Colinosa com Alto Grau de Dissecação

Este sistema corresponde a interflúvios pequenos a médios com topos convexos e aguçados e vales encaixados. O padrão de drenagem é preferencialmente dendrítico. As altitudes variam entre 30 e 280 m. O entalhe dos vales varia entre 40 e 160 m com dimensão interfluvial variando entre 250 e 1.750 m.

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Unidades em Areais Brancas e Escoamento Impedido

Fortes processos de lixiviação tendem a carrear materiais finos formando estes solos arenosos. Compreendem áreas interfluviais, subhorizontalizadas, sem dissecação, com altitudes próximas a 160 m. Nestas áreas ocorrem extensas formações arenosas com níveis plínticos em subsuperfície.

UNIDADES ESTRUTURAIS/DENUDACIONAIS

Planas com Ferricrete “Cap Rock”

Esta unidade morofológica possui duas áreas de ocorrência com características locais bastante distintas.

O primeiro sistema de relevo é evidenciado por um caráter de subnivelamento extenso que se desenvolve ao longo dos interflúvios. Tem topos subhorizontalizados que formam rampas extensas. Os vales, quando ocorrem, são amplos e erosivos abrigando apenas canais de primeira ordem. A densidade de drenagem é muito baixa.

No segundo modelo associado a esta unidade encontram-se os topos da Serra dos Pacaás Novos e Serra dos Uopianes. O sistema de relevo é marcado por um caráter de subnivelamento extenso que se desenvolve ao longo dos interflúvios.

Em Rochas Sedimentares com Baixa Dissecação

É formado por interflúvios muito amplos. Tem topos subnivelados convexos amplos. As vertentes são contínuas e longas com segmentos retilíneos. Os vales são amplos com planícies estreitas e descontinuadas e canais em arenito. A densidade de drenagem é de baixa a média.

Em Rochas Sedimentares com Baixa Média Dissecação

É um relevo constituído por interflúvios pequenos a médios medianamente dissecados. Os vales são erosivos abertos e tem canais em rocha. A densidade de Drenagem é média e o padrão de drenagem subdentríco.

Colinas Baixas

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Neste padrão de formas o controle estrutural é visualizado a partir do formato em semicírculo apresentado. A densidade de drenagem é média com entalhe dos vales de até 40 metros.

Agrupamentos de Morros e Colinas com Controle Estrutural - Agrupamentos Abertos

Este conjunto de relevos apresenta como características principais a ocorrência de controle estrutural, refletido pela diferenciação litológica e de sua estrutura.

O padrão de formas predominante é composto pela suave dissecação fluvial, conformando colinas médias a amplas com topos convexizados, vertentes retilíneas e declividades médias máximas de 5%. As cotas topográficas indicam valores de 400 m nas áreas de topos e 250 m nas áreas mais baixas.

Agrupamentos de Morros e Colinas com Controle Estrutural - Agrupamentos Densos

Este padrão de formas corresponde a uma grande diversidade de embasamentos. Compreendem altitudes de entre 460 e 200 metros, sendo que os desníveis chegam a 100 metros entre os topos e os fundos de vale. O padrão de forma predominante é composto por cristais alongadas e morros alongados com forte controle leste-oeste. As declividades médias são inferiores a 30%.

Cuestas e Hogback

Compreendem relevos assimétricos associados a faixas de dobramentos com grande amplitude e correspondendo a relevos de caráter residual circundados por superfícies de aplanamento.

Hogback com Dissecação Baixa

Este padrão de relevo é composto por cristais assimétricos com baixo grau de dissecação. Geralmente estão associados à presença de rochas quartzílicas ou sedimentos de idade pré- cambriana dobrados ou arqueados.

Hogback com Dissecação Média e Alta

Este padrão de relevo é composto por cristas assimétricas com médio e alto grau de dissecação. Geralmente estão associados à presença de rochas quartzíticas ou sedimentos de

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA idade pré-cambriana dobrados ou arqueados. Os desníveis locais são superiores a 100 metros conformando pequenos relevos serranos alinhados.

Figura 14 – Mapa Geomorfológico

O mapa acima mostra o relevo que o município de Buritis é constituído predominantemente de Superfícies de Aplanamento de Dissecação Média e Nenhum ou Esporádicos Inselbergs e Tors embora ocorram também, em menor escala, diversas outras formações de Superfície de Aplanamento ao longo do município. Um exemplo são manchas de Dissecação Média e Muitos Tors e Hillocks Residuais a sudeste e sudoeste e do Relevo Plano e Evidência de Superfícies com Couraças Ferruginosas ao sul, centro e norte.

No sudeste ocorrem áreas de Superfícies Tabulares Planas com Ferricrete Cap Rock e em Rochas Sedimentares Tabulares Hogback com Dissecação Baixa e Média e Planas com Ferricrete Cap Rock. Planícies Inundáveis e Terraços Altos ocorrem ao longo do Rio Pacaás Novos e seus principais afluentes. Ao longo do Rio Mamoré também ocorrem Planícies inundáveis associadas a Terraços Fluviais Baixos.

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3.2. DIAGNÓSTICO SOCIAL E ECONÔMICO

3.2.1. Diagnóstico Demográfico

3.2.1.1. População

População – Geral

Tabela 1 – População Homens/Mulheres HOMENS MULHERES

Urbana 9.117 9.005 Rural 7.624 6.637 Totais 16.741 15.642 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

População - Evolução

Gráfico 1 – Evolução Populacional

35

30

25 Milhares 20

15

10

5

0 1991 1996 2000 2007

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

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Tabela 2 – População – Idade HOMENS MULHERES

menos de 1 324 284 1 a 4 1167 1182 5 a 9 1669 1666 10 a 14 1772 1715 15 a 19 1629 1661 20 a 24 1498 1469 25 a 29 1500 1568 30 a 34 1462 1376 35 a 39 1255 1138 40 a 44 1125 920 45 a 49 867 760 50 a 54 738 655 55 a 59 550 466 60 a 64 444 293 65 a 69 325 230 70 a 74 230 135 75 a 79 127 60 80 a 89 72 54 90 a 99 14 9 100 ou mais 0 1 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

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Gráfico 2 – Pirâmide Etária

HOMENS MULHERES

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Tabela 3 – Domicílios

TOTAL 11.747 Ocupados 9.529 DOMICÍLIOS Não ocupados Total 2.197 Vagos 1.701 Uso ocasional 496 Média de moradores em domicílios ocupados 3,39 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

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3.2.2. Estrutura Econômica

3.2.2.1. Perfil de Renda da População

Tabelas: Dados Econômicos – Indicadores de Nível e Composição da Renda

Tabela 4 – Renda Per Capita Buritis

1991 2000 RENDA Per Capita 131,01 239,68

FONTES DE RENDA 1991 2000

% da renda proveniente de 1,63% 2,72% transferências governamentais % da renda proveniente de 87,3% 64,4% rendimentos do trabalho % de pessoas com mais de 50% 1,15% 1,82% da renda provenientes de transferências governamentais Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

Tabela 5 - Dados Econômicos - Desigualdades

CLASSE 1991 2000

10% + ricos 40% + pobres 6,65% 32,90%

20% + ricos 40% + pobres 4,24% 19,94%

10%+ ricos / 40% + pobres: É uma medida do grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capita. Compara a renda média dos indivíduos pertencentes ao décimo mais rico da distribuição com a renda média dos indivíduos pertencentes aos quatro décimos mais pobres da mesma distribuição. 20% + ricos / 40% + pobres: É uma medida do grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capita. Compara a renda média dos indivíduos pertencentes aos dois décimos mais ricos da distribuição com a renda média dos indivíduos pertencentes aos quatro décimos mais pobres da mesma distribuição. Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

Tabela 6 – Índice de Gini

1991 2000 2003 ÍNDICE DE GINI 0,490% 0,670% 0,470

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Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda Fonte: IBGE domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula).

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

Tabela 7 - Nível de Renda Domiciliar por Faixas da População

CLASSE 1991 2000

% Renda per capita média do 1º 54,02% 19,05% quinto + pobre % Renda per capita média do 2 º 74,42% 65,25% quinto + pobre % Renda per capita média do 3 º 83,43% 104,96% quinto + pobre % Renda per capita média do 4 º 171,04 168,76 quinto + pobre % Renda per capita média do 272,16 840,37 quinto + rico % Renda per capita média do 427,26 1.386,64 décimo + rico Nível de Renda Domiciliar por Faixas da População É a média da renda familiar per capita dos indivíduos pertencentes às partes mais pobres e mais ricas da distribuição de indivíduos segundo a renda familiar per capita. Que equivale ao percentual da tabela acima. Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

Tabela 8 - Dados Econômicos – Indicadores de Pobreza

TIPOLOGIA 1991 2000

% de indigentes 25,61 16,16

% de crianças indigentes 28,10 18,66

Intensidade da indigência 47,11 63,95

% de pobres 63,72 35,87

% de crianças pobres 75,25 42,84

Intensidade da pobreza 55,26 48,82

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

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3.2.3. Produção Agropecuária

Tabela 9 - Produção Agropecuária - Rebanhos

EFETIVO DOS TIPO DE REBANHOS REBANHO (CABEÇAS) Bovino 423.659 Equino 5.493 Bubalino 218 Asinino 53 Muar 777 Suíno 8.485 Caprino 286 Ovino 2.330 Galos, 56.791 frangas, frangos e pintos Galinhas 46.374 Dados IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal 2010

Tabela 10 – Produção Agropecuária – Tipo de Produtos

TIPO DE PRODUTO PRODUÇÃO DE ORIGEM ANIMAL VALOR DA PRODUÇÃO (MIL REAIS) Leite (Mil litros) 27.249 14.987 Ovos de galinha (Mil dúzias) 212 573 Mel de abelha (Quilogramas) 458 5 Dados IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal 2010

Tabela 11 – Produção Agropecuária – Lavouras Permanentes

ÁREA VALOR DA QUANTIDADE LAVOURA PERMANENTE PLANTADA PRODUÇÃO PRODUZIDA (HECTARES) (MIL REAIS) Abacate (Toneladas) - - - Algodão arbóreo (em caroço) (Toneladas) - - - Azeitona (Toneladas) - - - Banana (cacho) (Toneladas) 975 8.775 5.792 Borracha (látex coagulado) (Toneladas) - - - Cacau (em amêndoa) (Toneladas) 3.284 1.905 10.478 Café (em grão) (Toneladas) 5.545 3.327 7.206 Dados IBGE Pesquisa Produção Agrícola Municipal – 2010

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Tabela 12 – Produção Agropecuária – Lavoura Temporária

ÁREA PLANTADA QUANTIDADE VALOR DA PRODUÇÃO (MIL LAVOURA TEMPORÁRIA (HECTARES) PRODUZIDA REAIS) Arroz (em casca) 2.290 3.435 1.374 (Toneladas) Feijão (em grão) 1.430 103 515 (Toneladas) Mandioca (Toneladas) 1.860 37.200 17.112 Milho (em grão) 5.620 10.116 3.369 (Toneladas) Dados IBGE Pesquisa Produção Agrícola Municipal - 2010

3.2.4. Saúde

3.2.4.1. Infra-Estrutura de Saúde

De acordo com o Perfil de Saúde do Estado de Rondônia, o município de Buritis possui a posição de módulo assistencial. Hierarquicamente o município está vinculado ao pólo micro regional e regional de Porto Velho.

O município de Buritis possui 19 estabelecimentos de saúde, listados no quadro a seguir.

Tabela 13 - Estabelecimentos de Saúde

NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS POR TIPO DE PRESTADOR SEGUNDO TIPO DE ESTABELECIMENTO

Dez/2009

Tipo de estabelecimento Público Filantrópico Privado Sindicato Total

Centro de Saude/Unidade Básica de Saúde 2 - - - 2

Clinica Especializada/Ambulatório Especializado - - 2 - 2

Consultório Isolado - - 4 - 4

Hospital Geral - - 3 - 3

Unid Mista - atend 24h: atenção básica, intern/urg 1 - - - 1

Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia 1 - 6 - 7

Total 4 - 15 - 19 Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010. Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS

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No caso da mortalidade infantil, enquanto a média estadual em 2007 foi de 19,91 e no Brasil foi 20,01 os resultados do Município destacam-se pelo baixo patamar.

Tabela 14 - Indicadores de Mortalidade

OUTROS INDICADORES DE MORTALIDADE 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Total de óbitos 103,0 107,0 122,0 135,0 80,0 102,0 83,0

Nº de óbitos por 1.000 habitantes 3,4 3,3 3,5 3,4 1,9 2,3 2,4

% óbitos por causas mal definidas 8,7 15,9 12,3 5,2 10,0 19,6 9,6

Total de óbitos infantis 20,0 14,0 17,0 14,0 9,0 11,0 8,0

Nº de óbitos infantis por causas mal definidas 2,0 1,0 1,0 0,0 2,0 3,0 0,0

% de óbitos infantis no total de óbitos * 19,4 13,1 13,9 10,4 11,3 10,8 9,6

% de óbitos infantis por causas mal definidas 10,0 7,1 5,9 0,0 22,2 27,3 0,0

Mortalidade infantil por 1.000 nascidos-vivos ** 24,8 19,3 20,6 16,0 25,9 14,7 11,5

* Coeficiente de mortalidade infantil proporcional

**considerando apenas os óbitos e nascimentos coletados pelo SIM/SINASC Fonte: SIM. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

Nota: Dados de 2008 são preliminares.

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Tabela 15 - Distribuição Percentual das Internações - CID10 Meno 10 a 15 a 20 a 50 a 65 e 60 e Capítulo CID 1 a 4 5 a 9 Total r 1 14 19 49 64 mais mais I. Algumas doenças infecciosas e 14,3 15,0 9,1 - 6,9 6,3 3,3 5,9 5,8 6,8 parasitárias II. Neoplasias (tumores) - - - - - 7,7 11,7 - 1,9 5,4 III. Doenças sangue órgãos hemat e transt - - 6,1 ------0,5 imunitár IV. Doenças endócrinas nutricionais e 3,6 - - - - 1,4 6,7 2,9 3,8 2,0 metabólicas V. Transtornos mentais e comportamentais - - - - - 0,9 - - - 0,5 VI. Doenças do sistema nervoso - - - 5,3 - 7,2 - - - 3,8 VII. Doenças do olho e anexos ------VIII.Doenças do ouvido e da apófise - - - - - 0,5 - - - 0,2 mastóide IX. Doenças do aparelho circulatório - - - - 3,4 8,1 25,0 38,2 38,5 10,6 X. Doenças do aparelho respiratório 14,3 30,0 21,2 10,5 - 5,0 10,0 14,7 13,5 9,2 XI. Doenças do aparelho digestivo - 20,0 6,1 10,5 3,4 12,7 23,3 5,9 9,6 11,9 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 3,6 - 3,0 - - 0,9 3,3 - - 1,4 XIII.Doenças sist osteomuscular e tec - 10,0 - - - 1,4 1,7 2,9 1,9 1,6 conjuntivo XIV. Doenças do aparelho geniturinário 3,6 5,0 9,1 - - 5,0 10,0 14,7 11,5 6,1 XV. Gravidez parto e puerpério - - - - 34,5 9,5 - - - 7,0 XVI. Algumas afec originadas no período 50,0 - - - 3,4 0,5 - - - 3,6 perinatal XVII.Malf cong deformid e anomalias 7,1 - 6,1 ------0,9 cromossômicas XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e - - 6,1 - - - - 2,9 1,9 0,7 laborat XIX. Lesões enven e alg out conseq causas 3,6 10,0 33,3 63,2 48,3 31,2 5,0 11,8 11,5 26,1 externas XX. Causas externas de morbidade e ------mortalidade XXI. Contatos com serviços de saúde - 10,0 - 10,5 - 1,8 - - - 1,8 CID 10ª Revisão não disponível ou não ------preenchido Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: SIH/SUS. Situação da base de dados nacional em 03/05/2010.

3.2.4.2. Número de Casos de AIDS Registrado 2010

Tabela 16 - Casos de Aids Identificados RO

ANO DIAGNÓSTICO FREQÜÊNCIA

2010 92

TOTAL 92 Fonte: DATASUS

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3.2.5. Educação

Segundo os dados do Censo Educacional – INEP 2011, o município possui 47 instituições de ensino.

Tabela 17 - Instituições de Ensino

DEPENDÊNCIA URBANA RURAL ADMINISTRATIVA/LOCALIZAÇÃO

Municipal 5 35

Privada 2 -

Estadual 5 - Fonte: Censo Educacional – INEP 2011

Gráfico 3 – Matrículas por Série

1.105 501 FUNDAMENTAL PRÉ-ESCOLA MÉDIO 7.449

Fonte: IBGE

Gráfico 4 – Docentes por Série

68

FUNDAMENTAL 22 PRÉ-ESCOLA MÉDIO 299

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Fonte: IBGE

3.2.6. Indicadores Socioeconômicos

3.2.6.1. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

O quadro abaixo apresenta os dados do IDH – 2000 relativos a Buritis, Rondônia e Brasil.

Tabela 18 - Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 2000

IDHM- IDHM- IDHM- IDHM- IDHM- IDHM- IDHM, IDHM, Município Renda, Renda, Longevid Longevid Educação Educação 1991 2000 1991 2000 ade 1991 ade 2000 1991 2000 Brasil 0,696 0,766 0,681 0,723 0,662 0,727 0,745 0,849 Rondônia 0,660 0,735 0,622 0,683 0,635 0,688 0,724 0,833 Buritis 0,601 0,694 0,587 0,687 0,647 0,672 0,569 0,723 Fonte: PNUD/Atlas de Desenvolvimento Humano

O Índice de Desenvolvimento Humano, indicador usado desde o início da década de 90, busca avaliar o progresso e a evolução das condições de vida de uma população, através de três componentes sócio-econômicos: a longevidade, a educação e a renda, medida pelo PIB per capita.

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Tabela 19 - IDH de Buritis em Relação a Outros Municípios de RO

POSIÇÃO MUNICÍPIO IDHM, 2000

1 Vilhena 0,771 2 Porto Velho 0,763 3 0,755 4 0,754 5 Ji-Paraná 0,753 6 0,753 7 0,752 8 0,751 9 Guajará-Mirim 0,743 10 0,739 11 Espigão d'Oeste 0,738 12 Jaru 0,729 13 0,727 14 São Francisco do Guaporé 0,720 15 Alta Floresta d'Oeste 0,715 16 Alto Paraíso 0,715 17 0,715 18 Cacaulândia 0,713 19 0,712 20 0,707 21 0,707 22 Presidente Médici 0,707 23 0,619 24 Vale do Paraíso 0,592 25 0,536 26 Jamari 0,609 27 0,607 28 Campo Novo de Rondônia 0,593 29 0,597 30 Alvorada d'Oeste 0,595 31 Buritis 0,601 Fonte: PNUD/Atlas de Desenvolvimento Humano

3.2.6.2. Dados Econômicos Locais

Tabela 20 - Dados Econômicos – Indicadores Econômicos. PIB – Produto Interno Bruto Em Reais (R$) 2005 2006 2007 2008 2009 a. PIB (b+c+d+e) 200.298 213.251 251.245 303.120 326.337 b. Agropecuária 55.548 62.133 84.162 110.953 121.833 c. Indústria 22.241 20.499 24.892 24.741 24.383 d. Serviços (+f) 112.340 118.001 127.823 150.807 165.922 e. Impostos 10.169 12.618 14.368 16.619 14.199 f. Pib per capita 4.993 4.992 5.547 8.947 9.406 População 40.118 42.715 45.293 33.879 34.693 Fonte: IBGE

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A indústria é um setor que também contribui para a formação dos valores finais, porém atingem no período o valor máximo de 9% em 2007, conforme demonstrado nos gráficos a seguir:

Gráfico 5 – Contribuição dos Setores na Formação do PIB

180 Agropecuária

160 Indústria Milhares 140 Serviços Impostos 120

100

80

60

40

20

0 2005 2006 2007 2008 2009

Fonte: IBGE

3.2.6.3. PIB Municipal – Comparativo com Estado e Brasil

Gráfico 6 – PIB – Valor Adicionado Buritis Comparativo

RONDÔNIA 180 8 7 160 6 5 Milhares 140 4 3 120 2 1 100 0

80 BRASIL 1400 60

1200 Milhões 40 1000 800 20 600 400 0 200 0 AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS

Fonte: IBGE

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Figura 15 - Regionalização instituída pela Lei Complementar Estadual nº 414, de 28 de dezembro de 2007

Figura 16 - Participação dos Municípios no Produto Interno Bruto do Estado de Rondônia - 2007

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Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e dos Municípios de Rondônia – 2002-2007

Tabela 21 - Participação dos Setores no Valor Adicionado Bruto, por Região

Setor Agropecuária Setor Industrial Setor Serviços Regiões 2006 2007(1) 2006 2007(1) 2006 2007(1) Região I - Porto Velho 7,13 7,32 28,70 24,11 35,54 36,13 Região II - Ariquemes 13,94 14,64 11,22 13,59 10,21 10,11 Região III - Guajará-Mirim 12,18 12,08 8,73 9,57 6,19 5,88 Região IV - Ouro Preto do Oeste 7,48 7,26 2,63 2,39 3,67 3,47

Região V - Ji-Paraná 10,16 9,50 11,79 11,97 10,87 10,67 Região VI - Cacoal 11,86 12,15 13,74 13,23 10,27 10,24 Região VII - Vilhena 15,08 13,11 12,20 12,55 8,97 9,43 Região VIII - Guajará-Mirim 12,52 13,59 7,23 9,15 6,98 6,85

Região IX - São Francisco do Guaporé 6,74 7,31 1,84 1,67 3,13 2,96

Região X - Guajará- Mirim 2,91 3,04 1,92 1,77 4,17 4,26

Rondônia = 100% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Fonte: IBGE/SEPLAN - Gerência de Estudos e Pesquisas - Contas Regionais/Municipais.

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Tabela 22 - Produto Interno Bruto (PIB) a Preços Correntes Brasil, por Regiões

Brasil, Região e UF Ano Em R$ 2002 2003 2004 2005 2006 2007(1) milhões Especificação Brasil PIB 1.477.822 1.699.948 1.941.498 2.147.239 2.369.484 2.661.345 Variação (%) - 15,03 14,21 10,6 10,35 12,32

Região PIB 69.310 81.200 96.012 106.442 119.993 133.578 Norte Variação (%) - 17,15 18,24 10,86 12,73 11,32

Rondônia PIB 7.780 9.751 11.260 12.884 13.107 15.003 Variação (%) - 25,33 15,48 14,42 1,73 14,46

Buritis PIB 77 95 112 128 131 150 Variação (%) - 23,38% 17,89% 14,29% 2,34% 14,50%

PIB Buritis/Rondônia (%) 0,99% 0,97% 0,99% 0,99% 1,00% 1,00%

PIB Rondônia/PIB Brasil 0,53 0,57 0,58 0,6 0,55 0,56 (%) PIB Rondônia/PIB da 11,22 12,01 11,73 12,1 10,92 11,23 Região Norte (%) Fonte: IBGE/SEPLAN, Contas Regionais do Brasil - 2002-2007.

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3.2.6.4. PIB Municipal e Per capita

Tabela 23 - PIB per capita das Regiões em Relação ao Estado de Rondônia

2002 2003 2004 2005 2006 2007 Regiões Relaçã Relaçã Relaçã Relaçã Relaçã Relaçã Em R$ per per per per per per o o o o o o milhões capita capita capita capita capita capita em % em % em % em % em % em % Rondônia 5.363 100 6.594 100 7.209 100 8.396 100 8.389 100 10.320 100 Regiao I Porto Velho 6.018 112 7.313 111 8.133 113 9.728 116 9.937 118 11.614 113 Região II Ariquemes 4.703 88 5.690 86 6.022 84 6.903 82 7.047 84 9.367 91 Região III Jaru 4.865 91 6.050 92 6.494 90 7.952 95 7.431 89 9.586 93 Região IV Ouro Preto 4.693 88 6.015 91 6.305 87 6.971 83 7.033 84 8.964 87 do Oeste Região V Ji-Paraná 5.123 96 6.112 93 6.886 96 7.876 94 7.804 93 9.602 93 Região VI Cacoal 5.937 111 7.464 113 7.742 107 9.019 107 8.866 106 10.008 97 Região VII Vilhena 6.659 124 8.325 126 9.814 136 10.926 130 10.804 129 12.452 121 Região VIII Rolim de 4.811 90 5.756 87 6.097 85 7.176 85 7.200 86 9.847 95 Moura Regiãop IX São Francisco 3.659 68 4.863 74 5.063 70 5.705 68 5.774 69 8.024 78 do Guaporé Região X Guajará- 4.492 84 5.867 89 6.929 93 7.746 92 7.652 91 9.271 90 Mirim Fonte: IBGE/SEPLAN, Contas Regionais do Brasil - 2002-2007.

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Gráfico 7 - Relação (%) do PIB per capita das Regiões em Relação ao Estado - 2002-2007

160

140 136

130 130

129 129

126 126

124 124

121 121

118 118

116 116

113 113

113 113

113 113 112 112

120 111

111 111

107 107

107 107

106 106

100 100 100 100 100 100 100

97 97

96 96 96

95 95

95 95

94 94

93 93

93 93

93 93

93 93

93 93

92 92

92 92

91 91 91

100 91

91 91

90 90

90 90

90 90

89 89

89 89

88 88

88 88

87 87

87 87

87 87

86 86

86 86

85 85

85 85

84 84

84 84

84 84

84 84

83 83

82 82 78 78

80 74

70 70

69 69

68 68 68 68

60

40

20

- Rondônia Regiao Região II Região III Região IV Região V Região VI Região VII Região VIII Região IX Região X

Fonte: IBGE/SEPLAN, Contas Regionais do Brasil - 2002-2007.

Gráfico 8 – Variação do PIB – Comparativo Rondônia X Buritis

70,00%

60,00% Em % Em

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%

-10,00% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 RONDÔNIA 10,14% 18,80% 25,33% 15,48% 14,42% 1,73% 14,46% 19,23% 13,13% BURITIS 13,61% 17,19% 39,38% 15,82% -1,19% -0,01% 11,11% 61,29% 5,13%

3.2.6.5. Situação Econômico-Financeira do Município

Conforme a Lei Federal 11.445 que instituí as diretrizes do setor:

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CAPÍTULO VI

DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico- financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços

Ficou estabelecido que o Poder Concedente é obrigado a garantir a sustentabilidade econômico-financeira dos serviços de saneamento. Dessa forma, antes de estudarmos qual a remuneração tarifária suficiente para a sustentabilidade dos serviços iremos analisar qual a capacidade do Poder público municipal de alocar recursos públicos para o setor e estabelecer outras fontes de financiamento que não à tarifa.

3.2.6.5.1. Finanças Municipais – Lei de Responsabilidade Fiscal

Em 2011, diferentemente de anos anteriores, o desempenho fiscal projeta desempenho bastante desfavorável: o resultado orçamentário deverá fechar o exercício com déficit. No entanto, se o comportamento de receitas e despesa até o final do exercício for mantido em volumes aproximados ao realizado até o quinto bimestre, poderá o Município de Buritis verificar o cumprimento da LRF, apesar das estimativas orçamentárias serem muito negativas, conforme tabela a seguir:

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Tabela 24 – Estimativas orçamentárias

2008 2009 2010 2011(p)

1 - Resultado Orçamentário (% RCL) 10,32 1,64 7,94 -88,13 2 - Poupança Corrente Líquida - PCL (% RCL) 11,34 11,46 12,87 -11,17 Investimento Total 3,72 12,66 20,22 86,88 PCL/Investimento Total 3,05 0,91 0,64 -0,13 3 - Resultado Primário (% RCL) 12,66 4,34 7,81 -52,19 Primário/Serviço da Dívida Líquido 5,42 1,95 5,00 NA 4 - Resultado Nominal (% RCL) -4,44 -7,62 8,79 -108,70 5 - Limites Lagais e Constitucionais: 5.1 - Saldo de Caixa/Restos a Pagar 2,38 2,35 1,85 NA 5.2 - Pessoal - Poder Executivo (% RCL; < 55%; RGF) 51,76 50,36 44,79 43,82 5.3 - Serviço Divida (% RCL; < 11,5%) 2,34 2,23 1,56 1,52 5.4 - Dívida Consolidada Líquida (% RCL; <120%; RGF) -4,71 6,82 -4,57 -12,80 5.5 - Ensino - Manutenção & Desenvolvimento (% Impostos) 68,70 34,90 33,44 ND Função Educação (% RCL) 39,86 39,20 41,38 38,34 5.6 - Saúde - Ações & Serviços Públicos (% Impostos) 16,03 15,65 15,34 ND Função Saúde (% RCL) 16,38 20,76 19,90 24,47 5.7 - Função Saneamento (% RCL) 0,004 43,64 6 - Patrimônio Líquido (% RCL) 48,39 42,22 33,39 ND memo RCL = Receita Corrente Líquida - em R$ milhões 28,70 33,00 39,10 41,80 Fonte: Sistema de Coleta de dados Contábeis e Fiscais dos Entes da Federação - SISTN

Obs.: RCL de 2009 estimada com base na proporção RCL/Receitas Correntes 2008. 2011(p): Relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal ref. Out p/RREO e RGF ref. 1o semestre RGF = Relatório de Gestão Fiscal; NA = não aplicável; ND = não disponível

Em 2010, a exemplo de anos anteriores, o desempenho fiscal foi bastante favorável: o superávit orçamentário foi de R$ 3.103 mil (ou 7,9% da Receita Corrente Líquida - RCL); a Poupança Corrente Líquida (de R$ 5.030 mil ou 12,9% RCL) e o Superávit Primário (R$ 3.052 mil ou 7,8% RCL) foram suficientes para cobrir 64% dos investimentos (R$ 7.903 mil ou 20,2%RCL) e o serviço da dívida (R$ 610 mil ou 1,6% RCL). Além disso, todos os limites da LRF situaram-se abaixo dos tetos legais e os limites constitucionais para despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e com Serviços Públicos de Saúde foram cumpridos.

Para o exercício financeiro de 2011, a Previsão de Receita do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e a Dotação Atual de out/11 apontavam reversão do desempenho fiscal positivo entre 2008 e 2010. Os déficits Orçamentário e Primário poderiam

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA atingir -R$ 36.809 mil (ou -88,1% RCL) e R$ 21.801 mil (ou -52,2% RCL). A Poupança Corrente Líquida poderia ser negativa (de - R$ 1.068 mil ou 11,2% RCL) em razão de créditos adicionais de R$ 8.465 mil para as Despesas de Pessoal e Outras Correntes, em conjunto. Para piorar o quadro fiscal, os R$ 6.611 mil autorizados inicialmente para Investimentos na Lei Orçamentária foram suplementados R$ 29.676 mil, totalizando R$ 36.287 mil. Para financiá-los havia previsão de apenas R$ 4.145 mil advindos de Transferências de Convênios de Capital. No entanto, os valores empenhados até out/11 indicavam que esses déficits dificilmente se materializarão.

3.2.6.5.2. Conclusões e perspectivas

Os resultados financeiros foram extremamente positivos entre 2008 e 2010 e, a persistir o mesmo padrão fiscal, pode ensejar para os próximos anos um grande plano de expansão de investimentos nas áreas sociais e de infraestrutura urbana, mas menos ambicioso que o pretendido para 2011. Os investimentos de R$ 7.903 mil (ou 20,2% RCL) verificados em 2010 poderiam ser significativamente elevados, principalmente se contar com acesso a financiamentos.

Este resultado demonstra que o Poder Público Municipal poderá arcar com maiores gastos na área de saneamento conforme os investimentos previstos no Plano Municipal de Saneamento, desde que com acesso a recursos financiados e/ou a fundo perdido como o PAC.

Neste diapasão podemos considerar que a opção pela concessão parcial dos serviços de água dentre outros aspectos está fundamentada na opção pela concentração dos recursos públicos disponíveis nas áreas sociais e de infraestrutura urbana e que se encontram mais defasadas.

Resta avaliar se a partir das tarifas é possível garantir os investimentos necessários à prestação de serviço adequado no município, não somente agora, mas de forma sustentável em longo prazo. Este estudo será apresentado no capítulo 14.

3.3. DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL DOS SERVIÇOS

Ao logo dos anos o Município de Buritis não contou com uma estruturação ordenada de seus serviços de saneamento básico. Em principio por se tratar de uma área basicamente rural com abundância de recursos hídricos e está carência não gerou maiores consequências. No

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA entanto, nos últimos anos com a urbanização e o crescimento populacional acelerado – acima da média estadual consequentemente muito acima da média nacional – esta situação se agravou com consequências dramáticas para a saúde pública e para o desenvolvimento socioeconômico do município. Há indícios de contaminação do lençol freático fonte principal de água para consumo humano.

Nesse período o município contou com intervenções físicas feitas de forma desestruturada por meio de recursos estaduais e federais. Foram construídas redes de distribuição, mas não foram feitos sistemas produtores. Esta desarticulação também se deu em relação às condições operacionais, dentre outras tentativas foi ensaiada uma tomada da operação pela CAERD que não se concretizou.

Estas intervenções pontuais e descontinuas impossibilitaram o atendimento da população e geraram grande desperdício de recursos públicos, pois, por exemplo, a rede de distribuição encontra-se hoje em processo de deterioração, assim como as instalações construídas pela CAERD.

Recentemente houve um investimento significativo no sistema de captação e tratamento de água, que se encontra em fase final de elaboração. Este sistema irá permitir ao município um primeiro grande salto nos serviços de abastecimento de água potável, mas para que haja melhor aproveitamento deste importante sistema de abastecimento o município precisa garantir a continuidade dos investimentos no sistema, assim como a institucionalização de um modelo de gestão que se responsabilize pelo uso correto e a expansão da infraestrutura ao longo do tempo.

3.4. DIAGNÓSTICO FÍSICO DOS SISTEMAS

3.4.1. Sistema de Abastecimento de Água

O município de Buritis não conta com um Sistema de Abastecimento de Água completo.

Existem dois reservatórios, um do tipo apoiado com capacidade para acumular 500 m³ de água e um elevado de 100 m³. Foi também adquirida uma ETA com capacidade de tratamento de 30 l/s, e ainda foram executados alguns trechos de rede de distribuição.

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Essas unidades encontram-se inoperantes, visto que não existe um sistema produtor que as alimente.

3.4.1.1. Captação de Água Bruta

A captação de água bruta foi projetada para ser feita do Igarapé São Domingos a 3.420 m da Estação de Tratamento de Água. Porém a explosão demográfica da população em direção ao local de captação, fez com que o local ficasse inaceitável. Por esse motivo, e outros a obra foi paralisadas.

A Adutora de Água Bruta existente foi dimensionada para aduzir a vazão de 152,21m³/h, em PVC DEFOFO JE CL – 12 DN 200 mm.

Está sendo realizada a ampliação da adutora existente até uma nova área de captação no Rio Candeias, localizado a uma distância de 13.739,230 m da adutora existente.

3.4.1.2. Sistema de Tratamento de Água

O local que está implantada a Estação de Tratamento da Água situa-se na parte mais alta da área urbana da cidade de Buritis, na esquina da Rua Alvorada D’Oeste com Rua Monte Negro.

A Estação de Tratamento implantada é do tipo convencional pré-fabricada, e será articulada de forma a atender a demanda parcial, a vazão produzida deverá ser de 29,88 l/s, onde 5%corresponderão as perdas de lavagem dos filtros.

O sistema de tratamento implantado é composto por:

Unidades de Mistura Rápida; Floculadores; Decantadores; Tanques de Contato.

3.4.1.3. Estação Elevatória de Água Tratada

A Estação Elevatória de Água Tratada está situada na área da ETA e recalcará a água do Reservatório Apoiado para o Reservatório Elevado, e funcionará com 02 (dois) conjuntos

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA motobombas centrífugas de eixo horizontal, sendo 01 (um) reserva, com vazão de 44,86 l/s, altura manométrica de 19,40 m e potência 20 cv.

3.4.1.4. Reservação

As unidades de reservação existentes são:

01 (um) Reservatório Apoiado, em concreto armado, com capacidade para 500 m3 01 (um) Reservatório Elevado, também em concreto armado, com capacidade para 100 m3 (falta sua conclusão).

3.4.1.5. Rede de Distribuição

Existe rede de distribuição em PVC PBA JE CL-12 e PVC DEFOFO JE com diâmetros variando de 50 a150mm.

3.4.2. Sistema de Esgotamento Sanitário

3.4.2.1. Caracterização do Sistema de Esgotamento Sanitário

O município não tem redes de esgotamento sanitário sendo que o escoamento é feito através de fossas sépticas que comprometem o lençol freático.

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4. PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO E DE CRESCIMENTO POPULACIONAL

O horizonte adotado para o presente plano é de 30 anos. O mesmo foi adotado em função do tempo médio de amortização dos investimentos, bem como depreciação dos bens afetos aos serviços de saneamento.

4.1. PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL

A taxa de crescimento da população foi projetada partindo-se da taxa média de crescimento entre os Censos IBGE de 2000 e 2010, conforme quadro abaixo:

Tabela 25 – Dados Históricos

ANO TOTAL URBANA RURAL

2000 25.668 15.334 10.334

2010 32.383 18.122 14.261

Foi realizada uma projeção linear para calcular o decréscimo da taxa de crescimento entre os anos 2000 e 2010.

Tabela 26 – Histórico de crescimento populacional

TAXA DE POPULAÇÃO ANO CRESCIMENTO TOTAL

2000 25.668 2001 2,62% 26.340 2002 2,55% 27.011 2003 2,49% 27.683 2004 2,43% 28.354 2005 2,37% 29.026 2006 2,31% 29.697 2007 2,26% 30.369 2008 2,21% 31.040 2009 2,16% 31.712 2010 2,11% 32.383

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O decréscimo da taxa de crescimento foi então extrapolado para todo o período, chegando-se a 1,03% no final. Enquanto o efeito de urbanização partiu dos atuais 55,96% (2010) e foi para 75,00% ao final do período.

Tabela 27 - Taxas de crescimento extrapoladas

Pop. Pop. Pop. Taxa de Total Urbana Rural Urbanização Taxa Início 2,11% 1,68% 3,27% 55,96% Taxa Final 1,03% 2,00% -1,96% 90,00%

Gráfico 9 – Projeção extrapolada da população 60.000 Proj. Extrapolada Urbana

50.000 Proj. Extrapolada Rural Proj. Extrapolada Total 40.000

30.000

20.000

10.000

- 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040

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Tabela 28 - Projeção Populacional TAXA DE CRESCIMENTO TAXA DE TOTAL URBANA RURAL DA ANO URBANIZAÇÃO POPULAÇÃO TOTAL 2010 32.383 18.122 14.261 55,96% 2,11% 2011 33.050 18.791 14.259 56,86% 2,06% 2012 33.715 19.475 14.240 57,76% 2,01% 2013 34.377 20.174 14.203 58,68% 1,96% 2014 35.036 20.889 14.147 59,62% 1,92% 2015 35.693 21.620 14.073 60,57% 1,87% 2016 36.346 22.367 13.979 61,54% 1,83% 2017 36.995 23.130 13.865 62,52% 1,79% 2018 37.640 23.909 13.731 63,52% 1,74% 2019 38.281 24.705 13.576 64,54% 1,70% 2020 38.918 25.517 13.401 65,57% 1,66% 2021 39.550 26.345 13.205 66,61% 1,62% 2022 40.177 27.190 12.987 67,68% 1,59% 2023 40.800 28.052 12.748 68,75% 1,55% 2024 41.417 28.931 12.486 69,85% 1,51% 2025 42.028 29.827 12.201 70,97% 1,48% 2026 42.635 30.740 11.895 72,10% 1,44% 2027 43.235 31.671 11.564 73,25% 1,41% 2028 43.830 32.619 11.211 74,42% 1,38% 2029 44.419 33.585 10.834 75,61% 1,34% 2030 45.001 34.569 10.432 76,82% 1,31% 2031 45.578 35.570 10.008 78,04% 1,28% 2032 46.148 36.590 9.558 79,29% 1,25% 2033 46.711 37.628 9.083 80,55% 1,22% 2034 47.268 38.685 8.583 81,84% 1,19% 2035 47.819 39.760 8.059 83,15% 1,16% 2036 48.363 40.855 7.508 84,48% 1,14% 2037 48.900 41.968 6.932 85,82% 1,11% 2038 49.431 43.100 6.331 87,19% 1,08% 2039 49.954 44.252 5.702 88,59% 1,06% 2040 50.471 45.424 5.047 90,00% 1,03%

4.2. EVOLUÇÃO DAS ECONOMIAS

Para evolução das economias considerou-se a tendência Brasil de queda do número de moradores por domicilio. Assim foram adotados os parâmetros a seguir.

Tabela 29 – Moradores em domicílios particulares ocupados – Início/Fim

MÉDIA DE MORADORES EM DOMICÍLIOS MÉDIA DE MORADORES EM DOMICÍLIOS PARTICULARES OCUPADOS NA ÁREA PARTICULARES OCUPADOS NA ÁREA URBANA RURAL Início 3,32 3,50 Final 3,00 3,20

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Tabela 30 - Moradores em domicílios particulares ocupados MÉDIA DE MÉDIA DE DOMICÍLIOS MORADORES EM DOMICÍLIOS MORADORES EM ANO URBANOS DOMICÍLIOS NA RURAIS DOMICÍLIOS NA ÁREA URBANA ÁREA RURAL 2010 5.458 3,32 4.071 3,50 2011 5.679 3,31 4.083 3,49 2012 5.905 3,30 4.090 3,48 2013 6.138 3,29 4.091 3,47 2014 6.377 3,28 4.087 3,46 2015 6.623 3,26 4.078 3,45 2016 6.875 3,25 4.063 3,44 2017 7.133 3,24 4.042 3,43 2018 7.398 3,23 4.015 3,42 2019 7.671 3,22 3.982 3,41 2020 7.950 3,21 3.943 3,40 2021 8.235 3,20 3.897 3,39 2022 8.528 3,19 3.844 3,38 2023 8.828 3,18 3.785 3,37 2024 9.136 3,17 3.718 3,36 2025 9.451 3,16 3.644 3,35 2026 9.773 3,15 3.563 3,34 2027 10.103 3,13 3.475 3,33 2028 10.441 3,12 3.379 3,32 2029 10.786 3,11 3.275 3,31 2030 11.140 3,10 3.163 3,30 2031 11.501 3,09 3.044 3,29 2032 11.871 3,08 2.916 3,28 2033 12.249 3,07 2.779 3,27 2034 12.636 3,06 2.634 3,26 2035 13.031 3,05 2.481 3,25 2036 13.435 3,04 2.318 3,24 2037 13.848 3,03 2.147 3,23 2038 14.270 3,02 1.967 3,22 2039 14.701 3,01 1.777 3,21 2040 15.141 3,00 1.577 3,20

4.3. CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO ADOTADOS

Como visto, os dados obtidos são precários e de confiabilidade reduzida por diversas inconsistências constatadas. Entretanto, até onde se pode apurar, não existem dados melhores. Assim, teremos que partir destas poucas informações e, para maior solidez do presente trabalho, buscar obter consistência nos parâmetros adotados mediante o confronto dos valores destes dados obtidos com valores equivalentes observados em outros sistemas de porte semelhante e, também, com valores de referência usualmente adotados no setor.

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Adotou-se a população como o parâmetro de referência para as projeções. Sobre os valores de população, ano a ano, foram aplicados os demais parâmetros de cálculo (índices, coeficientes, taxas, etc.) obtendo-se, então, os consumos e as demandas futuras de água bem como as vazões de esgoto coletadas e veiculadas (acrescidas da vazão de infiltração).

Alguns parâmetros atuais foram adotados como constantes para todo o período do prognóstico, enquanto outros foram impostos como variáveis de acordo com os critérios e motivos expostos.

4.3.1. Coeficientes Dia e Hora de Maior Consumo

Os consumos de água, como se sabe, variam ao longo do tempo em função de demandas concentradas e de variações climáticas. Os coeficientes de dia e hora de maior consumo refletem, respectivamente, os consumos máximo diário e máximo horário, ocorridos em um período de um ano, período este ao qual se associa o denominado consumo médio.

Para a apuração destes coeficientes é necessário que existam dados de vazões produzidas ao longo de pelo menos um ano, com registros de suas variações diárias e horárias. Como não há estes registros, não é possível se fazer uma apuração da real situação local.

Com a falta de elementos para apuração destes coeficientes, usualmente adotam-se os coeficientes bibliográficos e recomendados pelas normas técnicas da ABNT, que são:

Coeficiente de Dia de Maior Consumo: K1 = 1,20 Coeficiente de Hora de Maior Consumo: K2 = 1,50

Estes são, portanto, os coeficientes adotados neste trabalho.

Obtido o consumo médio anual, obtém-se o consumo máximo diário pela multiplicação do consumo médio por K1, e o consumo máximo horário pela multiplicação do consumo máximo diário por K2.

4.3.2. Consumo Per Capita

Quando tratamos do índice de perdas, demonstramos que o atual consumo per capita provável é 200 l/hab.dia.

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O valor de consumo per capita pode sofrer alterações em função de diversos fatores - dentre os quais o preço da água, a mudança do perfil sócio-econômico da população, a mudança de hábitos da população, etc. Entretanto, quando a intermitência do sistema estiver sanada, certamente haverá mudança de hábitos de consumo.

Para o dimensionamento da evolução deste plano, dois fatores foram considerados para se determinar o consumo provável per capita: a crescente oferta de equipamentos sanitários que propiciam redução de consumo e a evolução sócio-econômica da cidade que normalmente leva ao aumento do consumo.

Desta forma, foi definida a conservação do volume efetivamente consumido per capita com os atuais 200 litros por habitante por dia durante todos os anos do plano.

4.3.3. Coeficiente de Retorno Esgoto/Água

A relação usualmente adotada no setor é de 80%, valor este inclusive recomendado pelas normas técnicas da ABNT. Para este estudo também iremos admitir o mesmo valor: Cr = 80%

4.3.4. Taxa Infiltração

Esta taxa é determinante para uma melhor estimativa das vazões de esgotos veiculadas pelo sistema. Conceitualmente, representa a vazão de água do subsolo ou de chuvas infiltrada nas redes coletoras, coletores tronco, interceptores e emissários por suas juntas e PVs.

Os valores usuais praticados atendem à recomendação da norma da ABNT e dependem das características locais do lençol freático e do tipo de solo, bem como do material utilizado na rede coletora. Normalmente situam-se na faixa de 0,05 a 0,5 l/s/km de rede. Valores mais baixos são praticados em áreas com lençol freático profundo e tubulações de PVC.

No caso de Buritis, por tratar-se de novo sistema, adotou-se uma taxa de infiltração de 0,10l/s/km, por de tratar de sistema novo que atenderá plenamente às normas da ABNT e cujas redes serão implantadas quase que exclusivamente em PVC.

A extensão per capita da rede de esgoto adotada e que gerou os valores nos quadros seguintes serão esplanadas oportunamente na seqüência deste trabalho.

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4.3.5. Extensão de Rede de Água

Os dados atuais de rede de água e de ligações totais resultam em perto de 15 metros de rede por ligação de água.

Para as novas redes, estabeleceu-se por critério que as extensões para as novas ligações seguiriam o mesmo índice de 15 metros/por ligação até o ano 30. A quantidade resultante, bem como o referencial metros/ligação, encontra-se projetada na tabela de quantidades.

4.3.6. Extensão de Rede de Esgoto

Para o dimensionamento de rede utilizou-se o indicador de 16 m atuais mantendo este mesmo índice para o cálculo da evolução dos demais anos.

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4.4. PROJEÇÃO DE DEMANDAS SOBRE OS SERVIÇOS

Tabela 31 - Demanda sobre o sistema de abastecimento de água

ÍNDICE VOLUME DEMANDA POPULAÇÃ POPULAÇÃO CONSUMO CONSUMO DE COBERTURA DE O URBANA ABASTECIDA PER CAPITA MÉDIO PERDAS MÉDIA MÁXIM (%) PERDA ANO (hab) (hab) (L/hab.dia) (m³/dia) FÍSICAS (m³/dia A (m³/dia) (%) ) (m³/dia) 2010 18.122 1% 249 180 45 25,0% 15 60 69 2011 18.791 10% 1.879 180 338 24,2% 108 446 514 2012 19.475 20% 3.895 180 701 23,4% 214 915 1.055 2013 20.174 30% 6.052 180 1.089 22,6% 318 1.407 1.625 2014 20.889 40% 8.356 180 1.504 21,8% 419 1.923 2.224 2015 21.620 50% 10.810 180 1.946 21,0% 517 2.463 2.852 2016 22.367 54% 12.078 180 2.174 20,8% 571 2.745 3.180 2017 23.130 58% 13.415 180 2.415 20,6% 627 3.041 3.524 2018 23.909 62% 14.824 180 2.668 20,4% 684 3.352 3.886 2019 24.705 66% 16.305 180 2.935 20,2% 743 3.678 4.265 2020 25.517 70% 17.862 180 3.215 20,0% 804 4.019 4.662 2021 26.345 74% 19.495 180 3.509 20,2% 888 4.397 5.099 2022 27.190 78% 21.208 180 3.817 20,4% 978 4.796 5.559 2023 28.052 82% 23.003 180 4.140 20,6% 1.074 5.215 6.043 2024 28.931 86% 24.881 180 4.479 20,8% 1.176 5.655 6.550 2025 29.827 90% 26.844 180 4.832 21,0% 1.284 6.116 7.083 2026 30.740 92% 28.281 180 5.091 21,0% 1.353 6.444 7.462 2027 31.671 94% 29.771 180 5.359 21,0% 1.424 6.783 7.855 2028 32.619 96% 31.314 180 5.637 21,0% 1.498 7.135 8.262 2029 33.585 98% 32.913 180 5.924 21,0% 1.575 7.499 8.684 2030 34.569 100% 34.569 180 6.222 21,0% 1.654 7.876 9.121 2031 35.570 100% 35.570 180 6.403 21,0% 1.702 8.105 9.385 2032 36.590 100% 36.590 180 6.586 21,0% 1.751 8.337 9.654 2033 37.628 100% 37.628 180 6.773 21,0% 1.800 8.573 9.928 2034 38.685 100% 38.685 180 6.963 21,0% 1.851 8.814 10.207 2035 39.760 100% 39.760 180 7.157 21,0% 1.902 9.059 10.491 2036 40.855 100% 40.855 180 7.354 21,0% 1.955 9.309 10.780 2037 41.968 100% 41.968 180 7.554 21,0% 2.008 9.562 11.073 2038 43.100 100% 43.100 180 7.758 21,0% 2.062 9.820 11.372 2039 44.252 100% 44.252 180 7.965 21,0% 2.117 10.083 11.676 2040 45.424 100% 45.424 180 8.176 21,0% 2.173 10.350 11.985

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Tabela 32 - Demanda sobre o sistema de esgotamento sanitário POPULA- COLETA POPULA- COBER- VAZÃO VAZÃO DE ESGOTOS (c/ Infiltração) ÇÃO PER COLETA EXTEN- ÇÃO TURA INFILTRA- ESGOTA- CAPITA MÉDIA SÃO REDE MÉDIA MÁXIMA MÁXIMA URBANA COLETA ÇÃO ANO DA (l/dia/hab (m³/dia) (m) (m³/dia) DIÁRIA HORÁRIA (hab) (%) (l/s) (hab) ) (m²/dia) (l/s) 2010 18.122 0% 0 144,00 0 0 0,00 0 0 0,00 2011 18.791 10% 1.879 144,00 271 9.413 0,71 332 386 6,34 2012 19.475 20% 3.895 144,00 561 19.549 1,47 688 800 13,15 2013 20.174 30% 6.052 144,00 872 30.436 2,28 1.069 1.243 20,44 2014 20.889 40% 8.356 144,00 1.203 42.105 3,16 1.476 1.717 28,22 2015 21.620 50% 10.810 144,00 1.557 54.585 4,09 1.910 2.222 36,52 2016 22.367 54% 12.078 144,00 1.739 61.117 4,58 2.135 2.483 40,82 2017 23.130 58% 13.415 144,00 1.932 68.030 5,10 2.373 2.759 45,35 2018 23.909 62% 14.824 144,00 2.135 75.335 5,65 2.623 3.050 50,12 2019 24.705 66% 16.305 144,00 2.348 83.050 6,23 2.886 3.356 55,14 2020 25.517 70% 17.862 144,00 2.572 91.184 6,84 3.163 3.677 60,42 2021 26.345 74% 19.495 144,00 2.807 99.753 7,48 3.454 4.015 65,97 2022 27.190 78% 21.208 144,00 3.054 108.772 8,16 3.759 4.370 71,78 2023 28.052 82% 23.003 144,00 3.312 118.257 8,87 4.079 4.741 77,88 2024 28.931 86% 24.881 144,00 3.583 128.223 9,62 4.414 5.130 84,26 2025 29.827 90% 26.844 144,00 3.866 138.685 10,40 4.764 5.537 90,93 2026 30.740 92% 28.281 144,00 4.072 146.474 10,99 5.022 5.836 95,83 2027 31.671 94% 29.771 144,00 4.287 154.586 11,59 5.289 6.146 100,91 2028 32.619 96% 31.314 144,00 4.509 163.024 12,23 5.566 6.467 106,17 2029 33.585 98% 32.913 144,00 4.740 171.802 12,89 5.853 6.801 111,63 2030 34.569 100% 34.569 144,00 4.978 180.930 13,57 6.150 7.146 117,28 2031 35.570 100% 35.570 144,00 5.122 186.678 14,00 6.332 7.356 120,71 2032 36.590 100% 36.590 144,00 5.269 192.564 14,44 6.517 7.571 124,21 2033 37.628 100% 37.628 144,00 5.418 198.586 14,89 6.705 7.789 127,78 2034 38.685 100% 38.685 144,00 5.571 204.749 15,36 6.897 8.012 131,41 2035 39.760 100% 39.760 144,00 5.725 211.052 15,83 7.093 8.238 135,11 2036 40.855 100% 40.855 144,00 5.883 217.506 16,31 7.293 8.469 138,88 2037 41.968 100% 41.968 144,00 6.043 224.102 16,81 7.496 8.704 142,71 2038 43.100 100% 43.100 144,00 6.206 230.849 17,31 7.702 8.944 146,61 2039 44.252 100% 44.252 144,00 6.372 237.753 17,83 7.913 9.187 150,59 2040 45.424 100% 45.424 144,00 6.541 244.818 18,36 8.127 9.436 154,63

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5. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ADEQUADO

Em primeiro lugar para definição do plano de investimentos de acordo como novo marco regulatório é necessário indicar quais serão os parâmetros e indicadores de qualidade que serão monitorados e atingidos ao longo do tempo.

Segundo a Lei 11.445/2007 podemos identificar três grandes objetivos a serem alcançados: (i) a universalização dos serviços, (ii) a qualidade e eficiência da prestação e (iii) a modicidade tarifária.

A Lei 11.445/2007 estabelece também o controle social como um dos seus princípios fundamentais (Art. 2º, inciso X) e o define como o “conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de Saneamento Básico” (Art. 3º, inciso IV).

Ainda com relação à Lei 11.445, o inciso V do art. 19 do Capítulo IV, define que o plano de saneamento deverá conter “mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas”.

Para se manter fiel a estas disposições legais, cabe ao poder público definir quais serão os indicadores, seus níveis e metas e sua forma de divulgação ao longo do tempo.Vale destacar, que os indicadores devem cumprir o papel de averiguar e incentivar os incrementos de eficiência/eficácia do sistema e os incrementos econômicos, sociais e sanitários, definidos pela política pública de saneamento. Como forma de transparência e fiscalização do sistema, o controle social deverá ser definido de forma clara e precisa.

Para efeito dos requisitos apresentados, define-se a seguir alguns itens a serem considerados e que tem por fundamento a lei federal 8.987 sobre concessões de serviços públicos:

Regularidade: obediência às regras estabelecidas sejam as fixadas nas leis e normas técnicas pertinentes ou neste documento;

Continuidade: os serviços devem ser contínuos, sem interrupções, exceto nas situações previstas em lei e definidas neste documento;

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Eficiência: a obtenção do efeito desejado no tempo planejado;

Segurança: a ausência de riscos de danos para os usuários, para a população em geral, para os empregados e instalações do serviço e para a propriedade pública ou privada;

Atualidade: modernidade das técnicas, dos equipamentos e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e a expansão dos serviços;

Generalidade: universalidade do direito ao atendimento;

Cortesia: grau de urbanidade com que os empregados do serviço atendem aos usuários;

Modicidade das tarifas: valor relativo da tarifa no contexto do orçamento do usuário.

Tendo em vista verificar se os serviços prestados atendem aos requisitos listados, são estabelecidos indicadores que procuram identificar de maneira precisa se os mesmos atendem às condições fixadas.

Os indicadores abrangem os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário como um todo, tanto no que se refere às suas características técnicas, quanto às administrativas, comerciais e de relacionamento direto com os usuários.

5.1. INDICADORES TÉCNICOS PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

5.1.1. IQAD – Índice de Qualidade da Água Distribuída

O sistema de abastecimento de água, em condições normais de funcionamento, deverá assegurar o fornecimento da água demandada pelos usuários do sistema, garantindo o padrão de potabilidade estabelecido na Portaria nº 518/04 do Ministério da Saúde, ou outras que venham substituí-la.

A qualidade da água da será medida pelo Índice de Qualidade da Água Distribuída - IQAD.

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Este índice procura identificar, de maneira objetiva, a qualidade da água distribuída à população. Em sua determinação são levados em conta os parâmetros mais importantes de avaliação da qualidade da água, que dependem, não apenas da qualidade intrínseca das águas dos mananciais, mas, fundamentalmente, de uma operação correta, tanto do sistema produtor quanto do sistema de distribuição. O índice é calculado a partir de princípios estatísticos que privilegiam a regularidade da qualidade da água distribuída, sendo o valor final do índice pouco afetado por resultados que apresentem pequenos desvios em relação aos limites fixados.

O IQAD será calculado com base no resultado das análises laboratoriais das amostras de água coletadas na rede de distribuição de água, segundo um programa de coleta que atenda à legislação vigente e seja representativa para o cálculo estatístico adiante definido. Para garantir essa representatividade, a frequência de amostragem do parâmetro colimetria, fixada na legislação, deve ser também adotada para os demais que compõem o índice.

A frequência de apuração do IQAD será mensal, utilizando os resultados das análises efetuadas no trimestre anterior.

Para apuração do IQAD, o sistema de controle da qualidade da água a ser implantado pelo operador deverá incluir um sistema de coleta de amostras e de execução de análises laboratoriais que permita o levantamento dos dados necessários, além de atender à legislação vigente.

O IQAD é calculado como a média ponderada das probabilidades de atendimento da condição exigida de cada um dos parâmetros constantes no quadro que se segue, considerados os respectivos pesos.

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Tabela 33 – Parâmetros do IQAD

PARÂMETRO SÍMBOLO CONDIÇÃO EXIGIDA PESO Turbidez TB Menor que 1,0 (uma) U.T. (unidade de turbidez) 0,2 Cloro CRL Maior que 0,2 (dois décimos) e menor que um valor limite a ser fixado de acordo com 0,25 residual as condições do sistema Livre PH pH Maior que 6,5 (seis e meio) e menor que 8,5 (oito e meio). 0,10 Fluoreto FLR Maior que 0,7 (sete décimos) e menor que 0,9 (nove décimos) mg/l (miligramas por 0,10 litro) Bacteriologia BAC Menor que 1,0 (uma) UFC/100 ml (unidade formadora de colônia por cem mililitros). 0,35

A probabilidade de atendimento de cada um dos parâmetros do quadro será obtida, exceto no que diz respeito à bacteriologia, através da teoria da distribuição normal ou de Gauss. No caso da bacteriologia, será utilizada a frequência relativa entre o número de amostras potáveis e o número de amostras analisadas.

Determinada a probabilidade de atendimento para cada parâmetro, o IQAD será obtido através da seguinte expressão:

IQAD = 0,20xP(TB) + 0,25xP(CRL) + 0,10xP(PH) + 0,10xP(FLR) + 0,35xP(BAC)

Onde:

P(TB) = probabilidade de que seja atendida a condição exigida para a turbidez;

P(CRL) = probabilidade de que seja atendida a condição exigida para o cloro residual;

P(PH) = probabilidade de que seja atendida a condição exigida para o pH;

P(FLR) = probabilidade de que seja atendida a condição exigida para os fluoretos;

P(BAC) = probabilidade de que seja atendida a condição exigida para a bacteriologia.

A apuração mensal do IQAD não isenta o operador de suas responsabilidades em relação a outros órgãos fiscalizadores e atendimento à legislação vigente.

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A qualidade da água distribuída será classificada de acordo a média dos valores do IQAD dos últimos 12 (doze) meses, em consonância com o quadro a seguir:

Tabela 34 - Valores do IQAD

VALORES DO IQAD CLASSIFICAÇÃO Menor que 80% Ruim ≥ 80% e < 90% Regular ≥ 90% e < 95% Bom

≥ 95% Ótimo

A água distribuída será considerada adequada se a média dos IQADs apurados nos últimos 12 (doze) meses for igual ou superior a 90% (conceito “bom”), não devendo ocorrer nenhum valor mensal inferior a 80% (conceito “ruim”).

5.1.2. CBA – Cobertura do Sistema de Abastecimento de Água

A cobertura do sistema de abastecimento de água é o indicador utilizado para verificar se os requisitos da generalidade são ou não respeitados na prestação do serviço de abastecimento de água. Importa ressaltar que este indicador não deve ser analisado isoladamente, pois o fato de um imóvel estar conectado à rede pública de abastecimento não garante que o usuário esteja plenamente atendido. Este índice deve, portanto, sempre ser considerado em conjunção com dois outros, o IQAD - Indicador de Qualidade da Água Distribuída e o ICA - Índice de Continuidade do Abastecimento, pois somente assim pode-se considerar que a ligação do usuário é adequadamente suprida com água potável na quantidade e qualidades requeridas.

A cobertura pela rede distribuidora de água será apurada pela expressão seguinte:

CBA = ( NIL x 100 ) / NTE

Onde:

CBA = cobertura pela rede de distribuição de água, em percentagem

NIL = número de imóveis ligados à rede de distribuição de água

NTE = número total de imóveis edificados na área de prestação

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Na determinação do número total de imóveis edificados na área de prestação do serviço (NTE), não serão considerados os imóveis não ligados à rede distribuidora, abastecidos exclusivamente por fonte própria de produção de água.

Para efeito de classificação, o nível de cobertura do sistema de abastecimento de água será avaliado conforme quadro a seguir:

Tabela 35 - Classificação dos níveis de cobertura de água

COBERTURA % CLASSIFICAÇÃO Menor que 80% Insatisfatório Entre 80% e inferior a 95% Satisfatório

Maior ou igual a 95% Adequado

Considera-se que o serviço é adequado se a porcentagem de cobertura for superior a 95%.

5.1.3. ICA – Índice de Continuidade do Abastecimento de Água

Para verificar o atendimento ao requisito da continuidade dos serviços prestados, é definido o Índice de Continuidade do Abastecimento - ICA. Este indicador, determinado conforme as regras aqui fixadas estabelecerá um parâmetro objetivo de análise para verificação do nível de prestação dos serviços, no que se refere à continuidade do fornecimento de água aos usuários. Os índices requeridos são estabelecidos de modo a garantir as expectativas dos usuários quanto ao nível de disponibilidade de água em seu imóvel e, por conseguinte, o percentual de falhas por ele aceito.

O índice consiste, basicamente, na quantificação do tempo em que o abastecimento propiciado pelo operador pode ser considerado normal, comparado ao tempo total de apuração do índice, que pode ser diário, semanal, mensal ou anual, ou qualquer outro período que se queira considerar.

Para apuração do valor do ICA deverão ser quantificadas as reclamações (confirmadas) dos usuários e registradas as pressões em pontos da rede distribuidora onde haja a indicação técnica de possível deficiência de abastecimento. A determinação desses pontos será feita pelo Ente Regulador, devendo ser representativa e abranger todos os setores de abastecimento. Deverá ser instalado pelo menos um registrador de pressão para cada 3.000

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(três mil) ligações. O Ente Regulador poderá, a seu exclusivo critério, exigir que o operador instale registradores de pressão em outros pontos da rede em caráter provisório, para atendimento de uma situação imprevista. Enquanto estiverem em operação, os resultados obtidos nesses pontos deverão ser considerados na apuração do ICA, a critério do Ente Regulador.

A metodologia mais adequada para a coleta e registro sistemático das informações dos níveis dos reservatórios e das pressões na rede de distribuição será estabelecida previamente ou, alternativamente, proposta pelo operador, desde que atenda às exigências técnicas de apuração do ICA, a critério do Ente Regulador.

O ICA será calculado através da seguinte expressão:

ICA = [(TPM8 X 100)/ NPM X TTA] x 0,4 + [(1 - Nº reclamações confirmadas/nº de ligações)] x 0,6 onde:

ICA = índice de continuidade do abastecimento de água, em porcentagem (%)

TTA = tempo total da apuração, que é o tempo total, em horas, decorrido entre o início e o término de um determinado período de apuração. Os períodos de apuração poderão ser de um dia, uma semana, um mês ou um ano.

TPM8 = Somatória dos tempos em que as pressões medidas pelos registradores instalados em pontos da rede apresentaram valores superiores à 8 metros de coluna d'água.

NPM = número de pontos de medida, que é o número total dos pontos de medida utilizados no período de apuração, assim entendidos os pontos de medição de nível de reservatório e os de medição de pressão na rede de distribuição.

Observação: O valor de pressão mínima sugerida como 8 metros de coluna d’água, poderá ser alterado, pelo Ente Regulador ou, desde que justificado, pela Prestadora com autorização do Ente Regulador, de acordo com as condições locais.

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Número de reclamações confirmadas – Queixas de falta de água ou pressão baixa, feita por usuários. Só deverão ser validadas as reclamações que se verificar serem verdadeiras

Não deverão ser considerados, para cálculo do ICA, registros de pressões abaixo dos valores mínimos estabelecidos ou reclamações dos usuários, no caso de ocorrências programadas e devidamente comunicadas à população, bem como no caso de ocorrências decorrentes de eventos além da capacidade de previsão e gerenciamento do operador, tais como inundações, incêndios, precipitações pluviométricas anormais, e outros eventos semelhantes, que venham a causar danos de grande monta às unidades do sistema, interrupção do fornecimento de energia elétrica, greves em setores essenciais aos serviços e outros.

Os valores do ICA para o sistema de abastecimento como um todo, calculado para os últimos 12 (doze) meses, caracterizam o nível de continuidade do abastecimento, classificado conforme o quadro a seguir:

Tabela 36 - Valores do ICA

VALORES DO ICA CLASSIFICAÇÃO Menor que 95% Intermitente Entre 95% e 98% Irregular

Superior a 98% Satisfatório

Para efeito desta portaria, o serviço é considerado adequado se a média aritmética dos valores do ICA calculados a cada mês for superior a 98% (noventa e oito por cento), não podendo ocorrer em nenhum dos meses valor inferior a 95% (noventa e cinco por cento).

O Ente Regulador poderá fixar outras condições de controle, estabelecendo limites para o ICA de áreas específicas, ou índices gerais com períodos de apuração semanais e diários, de modo a obter melhores condições de controle do serviço prestado.

5.1.4. IPD – Índice de Perdas no Sistema de Distribuição

O índice de perdas no sistema de distribuição deve ser determinado e controlado para verificação da eficiência do sistema de controle operacional implantado, e garantir que o desperdício dos recursos naturais seja o menor possível. Tal condição, além de colaborar

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA para a preservação dos recursos naturais, tem reflexos diretos sobre os custos de operação e investimentos do sistema de abastecimento, e conseqüentemente sobre as tarifas, ajudando a garantir o cumprimento do requisito da modicidade das tarifas.

O índice de perdas de água no sistema de distribuição será calculado pela seguinte expressão:

IPD = (VLP – VAF) x 100 / VLP

Onde:

IPD = índice de perdas de água no sistema de distribuição (%)

VLP = volume de água líquido produzido, em metros cúbicos, correspondente à diferença entre o volume bruto processado na estação de tratamento e o volume consumido no processo de potabilização (água de lavagem de filtros, descargas ou lavagem dos decantadores e demais usos correlatos), ou seja, VLP é o volume de água potável efluente da unidade de produção; a somatória dos VLP's será o volume total efluente de todas as unidades de produção em operação no sistema de abastecimento de água.

VAF = volume de água fornecido, em metros cúbicos, resultante da leitura dos micromedidores e do volume estimado das ligações que não os possuam; o volume estimado consumido de uma ligação sem hidrômetro será a média do consumo das ligações com hidrômetro, de mesma categoria de uso.

Para efeito deste indicador o nível de perdas verificado no sistema de abastecimento será classificado conforme indicado no quadro a seguir:

Tabela 37 - Valores do IPD

VALORES DO IPD CLASSIFICAÇÃO Acima de 40% Inadequado Entre 31% e 40% Regular Entre 26% e 31% Satisfatório

Igual ou Abaixo de 25% Adequado

Para efeito deste indicador, o sistema é considerado adequado se a média aritmética dos índices de perda mensais for igual ou inferior a 25% (vinte e cinco por cento).

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5.1.5. Índice De Saturação Do Sistema Produtor

Deverá ser criado indicador que possibilite comparar a oferta e a demanda de água. Este deverá ser utilizado para programar ampliações ou novos sistemas produtores e também para ajustar os programas de controle e redução de perdas.

5.1.6. Indicador de Responsabilidade de Utilização de Recursos Hídricos

Deverá ser criado indicador que possibilite mensurar o grau de responsabilidade na utilização dos recursos hídricos do município, levando em conta a forma do uso do manancial e a organização do uso destes recursos.

5.2. INDICADORES TÉCNICOS PARA O SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

5.2.1. Cobertura do Sistema de Esgotamento Sanitário

Do mesmo modo que no caso do sistema de abastecimento de água, a cobertura da área de prestação por rede coletora de esgotos é um indicador que busca o atendimento dos requisitos de Generalidade, atribuídos pela lei aos serviços considerados adequados.

A cobertura pela rede coletora de esgotos será calculada pela seguinte expressão:

CBE = (NIL x 100) / NTE

Onde:

CBE = cobertura pela rede coletora de esgotos, em percentagem.

NIL = número de imóveis ligados à rede coletora de esgotos.

NTE = número total de imóveis edificados na área de prestação.

Na determinação do número total de imóveis ligados à rede coletora de esgotos (NIL) não serão considerados os imóveis ligados a redes que não estejam conectadas a coletores tronco, interceptores ou outras tubulações que conduzam os esgotos a uma instalação adequada de tratamento.

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Na determinação do número total de imóveis edificados (NTE) não serão considerados os imóveis não ligados à rede coletora localizados em loteamentos cujos empreendedores estiverem inadimplentes com suas obrigações perante a legislação vigente, perante a Prefeitura Municipal e demais poderes constituídos, e perante o operador.

O nível de cobertura de um sistema de esgotos sanitários será classificado conforme tabela a seguir:

Tabela 38 – Classificação do nível de cobertura esgotamento sanitário

PORCENTAGEM DE COBERTURA CLASSIFICAÇÃO DO SERVIÇO Menor que 60% Insatisfatório Maior ou igual a 60% e inferior a 80% Regular Maior ou igual a 80% e inferior a 95% Satisfatório Igual ou acima de 95% Adequado

Para efeito deste regulamento, é considerado adequado o sistema de esgotos sanitários que apresentar cobertura igual ou superior a 80%.

5.2.2. Eficiência do Sistema de Esgotamento Sanitário

A eficiência do sistema de coleta de esgotos sanitários será medida pelo número de desobstruções de redes coletoras e ramais prediais que efetivamente forem realizadas por solicitação dos usuários. O operador deverá manter registros adequados tanto das solicitações como dos serviços realizados.

As causas da elevação do número de obstruções podem ter origem na operação inadequada da rede coletora, ou na utilização inadequada das instalações sanitárias pelos usuários. Entretanto, qualquer que seja a causa das obstruções, a responsabilidade pela redução dos índices será do operador, seja pela melhoria dos serviços de operação e manutenção da rede coletora, ou através de mecanismos de correção e campanhas educativas por ele promovidos de modo a conscientizar os usuários do correto uso das instalações sanitárias de seus imóveis.

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5.2.2.1. Índice de Obstrução de Ramais Domiciliares (IORD)

O índice de obstrução de ramais domiciliares (IORD) deverá ser apurado mensalmente e consistirá na relação entre a quantidade de desobstruções de ramais realizadas no período por solicitação dos usuários mais de 12 horas após a comunicação do problema e o número de imóveis ligados à rede, no primeiro dia do mês, multiplicada por 10.000 (dez mil).

IORD = (QDR12 / NL) x 10.000

QDR12 = Quantidade de desobstruções de ramais realizadas no período por solicitação dos usuários mais de 12 horas após a comunicação do problema

NL = Número de imóveis ligados à rede no primeiro dia do mês

5.2.2.2. Índice de Obstrução de Redes Coletoras (IORC)

O índice de obstrução de redes coletoras (IORC) será apurado mensalmente e consistirá na relação entre a quantidade de desobstruções de redes coletoras realizadas por solicitação dos usuários mais de 12 horas após a comunicação do problema, e a extensão da mesma em quilômetros, no primeiro dia do mês, multiplicada por 1.000 (mil).

IORC = (QDC12 / ER) x 1.000

QDC12 = Quantidade de desobstruções de redes coletoras realizadas por solicitação dos usuários mais de 12 horas após a comunicação do problema

ER = Extensão da rede coletora em quilômetros, no primeiro dia do mês

Enquanto existirem imóveis lançando águas pluviais na rede coletora de esgotos sanitários, e enquanto o operador não tiver efetivo poder de controle sobre tais casos, não serão considerados, para efeito de cálculo dos índices IORD e IORC, os casos de obstrução e extravasamento ocorridos durante e após 6 (seis) horas da ocorrência de chuvas.

Para efeito deste regulamento o serviço de coleta dos esgotos sanitários é considerado eficiente e, portanto adequado, se:

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A média anual dos IORD, calculados mensalmente, for inferior a 20 (vinte), podendo este valor ser ultrapassado desde que não ocorra em 2 (dois) meses consecutivos nem em mais de 4 (quatro) meses em um ano;

A média anual dos IORC, calculados mensalmente, deverá ser inferior a 200 (duzentos), podendo ser ultrapassado desde que não ocorra em 2 (dois) meses consecutivos nem em mais de 4 (quatro) meses por ano.

5.2.3. 4Índice De Saturação Do Sistema De Tratamento

Deverá ser criado indicador que possibilite comparar a oferta e a demanda das instalações existentes. Este deverá ser utilizado para programar novas instalações ou ampliações.

5.2.4. IQE – Índice de Qualidade de Esgoto

A qualidade dos efluentes lançados nos cursos de água naturais será medida pelo índice de qualidade do efluente - IQE.

O índice é calculado a partir de princípios estatísticos que privilegiam a regularidade da qualidade dos efluentes descarregados, sendo o valor final do índice pouco afetado por resultados que apresentem pequenos desvios em relação aos limites fixados.

O IQE será calculado com base no resultado das análises laboratoriais das amostras de efluentes coletadas no conduto de descarga final das estações de tratamento de esgotos, segundo um programa de coleta que atenda à legislação vigente e seja representativa para o cálculo estatístico adiante definido.

Para apuração do IQE, o sistema de controle de qualidade dos efluentes a ser implantado pela prestadora deverá incluir um sistema de coleta de amostras e de execução de análises laboratoriais que permitam o levantamento dos dados necessários, além de atender à legislação vigente.

O IQE é calculado como a média ponderada das probabilidades de atendimento da condição exigida para cada um dos parâmetros constantes da tabela a seguir, considerados os respectivos pesos:

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Tabela 39 - Parâmetros do IQE

PARÂMETRO SÍMBOLO CONDIÇÃO EXIGIDA PESO

Materiais sedimentáveis SS Menor que 1,0 ml/l (um 0,30 mililitro por litro) – ver observação 1.

Substâncias solúveis em SH Menor que 100 mg/l (cem 0,20 Hexana miligramas por litro)

DBO DBO Menor que 60 mg/l 0,30 (sessenta miligramas por litro) – ver observação 2.

OD OD Maior que 3 mg/l 0,20 (sessenta miligramas por litro)

Observação 1: em teste de uma hora em cone Imhoff Observação 2: DBO de 5 (cinco) dias a 20º C (vinte graus Celsius)

A probabilidade de atendimento de cada um dos parâmetros da tabela acima será obtida através da teoria da distribuição normal ou de Gauss.

Determinada a probabilidade de atendimento para cada parâmetro, o IQE será obtido através da seguinte expressão:

IQE = 0,30 x P (SS) + 0,20 x P(SH) + 0,30 x P(DBO) + 0,20 x P(OD)

Onde:

P(SS) - probabilidade de que seja atendida a condição exigida para materiais sedimentáveis;

P(SH) - probabilidade de que seja atendida a condição exigida para substâncias solúveis em hexana;

P(DBO) - probabilidade de que seja atendida a condição exigida para a demanda bioquímica de oxigênio.

P(OD) - probabilidade de que seja atendida a condição exigida para oxigênio dissolvido.

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A apuração mensal do IQE não isenta a prestadora da obrigação de cumprir integralmente o disposto na legislação vigente, nem de suas responsabilidades perante outros órgãos fiscalizadores.

A qualidade dos efluentes descarregados nos corpos d’água naturais será classificada de acordo com a média dos valores do IQE verificados nos últimos 12 (doze) meses, de acordo com tabela abaixo:

Tabela 40 - Classificação do IQE

VALORES DO IQE CLASSIFICAÇÃO

Menor que 80% (oitenta por cento). Ruim

Maior ou igual a 80% (oitenta por cento) e menor que 90% (noventa por cento). Regular

Maior ou igual a 90% (noventa por cento) e menor que 95% (noventa e cinco Bom por cento). Igual ou maior que 95% (noventa e cinco por cento). Ótimo

Para efeito desta portaria, o efluente lançado será considerado adequado se a média dos IQE’s apurados nos últimos 12 (doze) meses for igual ou superior a 95% (noventa e cinco por cento), conceito “Bom”, não podendo ocorrer, no entanto, nenhum valor mensal inferior a 90% (noventa por cento), conceito “Ruim”.

5.3. INDICADORES GERENCIAIS

5.3.1. Índice de Eficiência da Prestação de Serviços e no Atendimento ao Usuário

A eficiência no atendimento ao público e na prestação dos serviços pelo operador deverá ser avaliada através do Índice de Eficiência na Prestação dos Serviços e no Atendimento ao Público - IESAP.

O IESAP deverá ser calculado com base na avaliação de diversos fatores indicativos da performance do operador, quanto à adequação de seu atendimento às solicitações e necessidades de seus usuários.

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Para cada um dos fatores de avaliação da adequação dos serviços será atribuído um valor, de forma a compor-se o indicador para a verificação.

Para a obtenção das informações necessárias à determinação dos indicadores, o Ente Regulador deverá fixar os requisitos mínimos do sistema de informações a ser implementado pelo operador. O sistema de registro deverá ser organizado adequadamente e conter todos os elementos necessários que possibilitem a conferência pelo Ente Regulador.

Os fatores que deverão ser considerados na apuração do IESAP, mensalmente, são:

5.3.1.1. Fator 1 - Prazos de atendimento dos serviços de maior frequência

Será medido o período de tempo decorrido entre a solicitação do serviço pelo usuário e a data efetiva de conclusão.

O Quadro Padrão dos prazos de atendimento dos serviços é a apresentada em sequência.

O índice de eficiência dos prazos de atendimento será determinado como segue:

I1 = Quantidade de serviços realizados no prazo estabelecido x 100 Quantidade total de serviços realizados

Tabela 41 - Prazos de atendimento dos serviços

SERVIÇO PRAZO PARA ATENDIMENTO DAS SOLICITAÇÕES

Ligação de água 5 dias úteis

Reparo de vazamentos na rede ou ramais de água 24 horas

Falta d'água local ou geral 24 horas

Ocorrências relativas à ausência ou má qualidade da 5 dias úteis repavimentação envolvendo redes de água Restabelecimento do fornecimento de água 24 horas

Ocorrências de caráter comercial 24 horas

O valor a ser atribuído ao fator 1 obedecerá à tabela abaixo:

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Tabela 42 - Índices de eficiência dos prazos de atendimento

ÍNDICE DE EFICIÊNCIA DOS PRAZOS DE ATENDIMENTO - % VALOR Menor que 75% 0 Igual ou maior que 75% e menor que 90% 0,5 Igual ou maior que 90% 1,0

5.3.1.2. Fator 2 – Eficiência da Programação dos Serviços

Definirá o índice de acerto do operador quanto à data prometida para a execução do serviço.

O operador deverá informar ao solicitante a data provável da execução do serviço quando de sua solicitação, obedecendo, no máximo, os limites estabelecidos na tabela de prazos de atendimento anteriormente definida.

O índice de acerto da programação dos serviços será medido pela relação percentual entre as quantidades totais de serviços executados na data prometida, e a quantidade total de serviços solicitados, conforme fórmula abaixo:

I2 = Quantidade de serviços realizados no prazo estabelecido x 100 Quantidade total de serviços realizados

O valor a ser atribuído ao fator 2 obedecerá à tabela que se segue:

Tabela 43Índices de eficiência na programação

ÍNDICE DE EFICIÊNCIA DA PROGRAMAÇÃO VALOR Menor que 75 0 Igual ou maior que 75 e menor que 90 0,5 Igual ou maior que 90 1,0

No caso de reprogramação de datas prometidas deverá ser buscado um novo contato com o usuário, informando-o da nova data prevista. Serviços reprogramados serão considerados como erros de programação para efeito de apuração do fator.

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5.3.1.3. Fator 3 - Disponibilidade de estruturas de atendimento ao público

As estruturas de atendimento ao público disponibilizadas serão avaliadas pela oferta ou não das seguintes possibilidades:

Atendimento em escritório do operador

Sistema 195 para todos os tipos de contatos telefônicos que o usuário pretenda, durante 24 horas, todos os dias do ano.

Softwares de controle e gerenciamento do atendimento que deverão ser processados em (rede de) computadores do operador.

Site na internet com informação pertinente acerca dos serviços

Este quesito será avaliado pela disponibilidade ou não das possibilidades elencadas, e terá os valores da tabela apresentada em sequência:

Tabela 44 - Classificação das estruturas de atendimento

ESTRUTURAS DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO VALOR Duas ou menos estruturas 0 Três das estruturas 0,5 As quatro estruturas 1,0

5.3.1.4. Fator 4 - Adequação da estrutura de atendimento em prédio (s) do operador

A adequação da estrutura de atendimento ao público em cada um dos prédios do operador será avaliada pela oferta ou não das seguintes facilidades:

1. Distância inferior a 500 m de pontos de confluência dos transportes coletivos;

2. Distância inferior a 500 m de pelo menos um agente de recebimento de contas;

3. Facilidade de estacionamento de veículos ou existência de estacionamento próprio;

4. Facilidade de identificação;

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5. Conservação e limpeza;

6. Coincidência do horário de atendimento com o da rede bancária local;

7. Número máximo de atendimentos diários por atendente menor ou igual a 72;

8. Período de tempo médio entre a chegada do usuário ao escritório e o início do atendimento menor ou igual a 10 minutos;

9. Período de tempo médio de atendimento telefônico no sistema menor ou igual a 3 minutos.

Este quesito será avaliado pelo atendimento ou não dos itens elencados e terá os seguintes valores:

Tabela 45 - Classificação das estruturas de atendimento

ADEQUAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO VALOR Atendimento de 5 ou menos itens 0 Atendimento de 7 itens 0,5 Atendimento de mais que 7 itens 1,0

5.3.1.5. Fator 5 - Adequação das instalações e logística de atendimento em prédio (s) do operador

Toda a estrutura física de atendimento deverá ser projetada de forma a proporcionar conforto ao usuário. Por outro lado, deverá haver uma preocupação permanente para que os prédios, instalações e mobiliário sejam de bom gosto, porém bastante simples, de forma a não permitir que um luxo desnecessário crie uma barreira entre o operador e o usuário.

Este fator procurará medir a adequação das instalações do operador ao usuário característico da cidade, de forma a propiciar-lhe as melhores condições de atendimento e conforto de acordo com o seu conceito.

A definição do que significa “melhores condições de atendimento e conforto de acordo com o seu conceito” leva em consideração os seguintes itens:

1. Separação dos ambientes de espera e atendimento

2. Disponibilidade de banheiros;

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3. Disponibilidade de bebedouros de água;

4. Iluminação e acústica do local de atendimento;

5. Existência de normas padronizadas de atendimento ao público;

6. Preparo dos profissionais de atendimento;

7. Disponibilização dear condicionado, ventiladores e outros.

A avaliação da adequação será efetuada pelo atendimento ou não dos itens acima, conforme tabela em sequência.

Tabela 46 - Classificação da adequação das instalações de atendimento

ADEQUAÇÃO DAS INSTALAÇÕES E LOGÍSTICA DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO VALOR Atendimento de 4 ou menos itens 0 Atendimento de 5 ou 6 itens 0,5 Atendimento dos 7 itens 1,0

Com base nas condições definidas, o Índice de Eficiência na Prestação dos Serviços e no Atendimento ao Público – IESAP será calculado de acordo com a seguinte fórmula:

IESAP = 3xVF1 + 3xVF2 + 2xVF3 + 1xVF4 + 1xVF5, onde Vfi é o valor do Fator i.

O sistema de prestação de serviços e atendimento ao público do prestador será avaliado anualmente pela média dos valores apurados mensalmente, considerando-se:

Inadequado se o valor do IESAP for igual ou inferior a 5 (cinco); Adequado se for superior a 5 (cinco), com as seguintes gradações: o regular se superior a 5 (cinco) e menor ou igual a 7 (sete); o satisfatório se superior a 7 (sete) e menor ou igual a 9 (nove); o ótimo se superior a 9 (nove).

5.3.2. IACS – Índice de Adequação do Sistema de Comercialização dos Serviços

A comercialização dos serviços é interface de grande importância no relacionamento do operador com os usuários dos serviços. Alguns aspectos do sistema comercial têm grande

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA importância para o usuário, seja para garantir a justiça no relacionamento comercial ou assegurar-lhe o direito de defesa, nos casos em que considere as ações do operador incorretas. Assim, é importante que o sistema comercial implementado possua as características adequadas para garantir essa condição.

A metodologia de definição desse indicador segue o mesmo princípio utilizado para o anterior, pois, também neste caso, a importância relativa dos fatores apresentados depende da condição, cultura e aspirações dos usuários. Os pesos de cada um dos fatores relacionados são apresentados a seguir, sendo que no caso do índice de micromedição foi atribuída forte ponderação em face da importância do mesmo como fator de justiça do sistema comercial utilizado.

São as seguintes as condições de verificação da adequação do sistema comercial:

Condição 1 - Índice de micromedição: calculado mês a mês, de acordo com a expressão:

I1 = Nº total de ligações com hidrômetro em funcionamento no final do mês x 100 Nº total de ligações existentes no final do mês

De acordo com a média aritmética dos valores mensais calculados, a ser aferida anualmente, esta condição terá os seguintes valores:

Tabela 47 - Índices de micromedição

ÍNDICE DE MICROMEDIÇÃO (%) VALOR Menor que 98% 0 Maior que 98% 1,0

Condição 2 - O sistema de comercialização adotado pelo operador deverá favorecer a fácil interação com o usuário, evitando ao máximo possível o seu deslocamento até o escritório para informações ou reclamações. Os contatos deverão preferencialmente realizar-se no imóvel do usuário ou através de atendimento telefônico. A verificação do cumprimento desta diretriz será feita através do indicador que relaciona o número de reclamações realizadas diretamente nas agências comerciais, com o número total de ligações:

I2 = Número de atendimentos feitos diretamente no balcão no mês x 100 Número total de atendimentos realizados no mês (balcão e telefone)

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O valor a ser atribuído à Condição 2 obedecerá à tabela a seguir:

Tabela 48 - Faixas de valores do I2

FAIXA DE VALOR DO I2 VALOR A SER ATRIBUÍDO À CONDIÇÃO 2 Menor que 20% 1,0 Entre 20% e 30% 0,5 Maior que 30% 0

Condição 3 - Para as contas não pagas sem registro de débito anterior, o operador deverá manter um sistema de comunicação por escrito com os usuários, informando-os da existência do débito, com definição de data-limite para regularização da situação antes da efetivação do corte, de acordo com a legislação vigente.

O nível atendimento a essa condição pelo operador será efetuado através do indicador:

I5 = Número de comunicações de corte emitidas pelo operador no mês x 100 Número de contas sujeitas a corte de fornecimento no mês

O valor a ser atribuído à Condição 3 será:

Tabela 49 - Faixas de valores do I5

FAIXA DE VALOR DO I5 VALOR A SER ATRIBUÍDO À CONDIÇÃO 3 Maior que 98% 1,0 Entre 95% e 98% 0,5 Menor que 95% 0

Condição 4 - O operador deverá garantir o restabelecimento do fornecimento de água ao usuário em até 24 horas da comunicação, pelo mesmo, da efetuação do pagamento de seus débitos. Feita a comunicação, o usuário não necessitará comprovar o pagamento do débito naquele momento, devendo, no entanto, o contrato de prestação, autorizar o operador a cobrar multa quando o pagamento não for confirmado.

O indicador que avaliará tal condição é:

I6 = Nº de restabelecimentos do fornecimento realizados em até 24 horas x 100 Nº total de restabelecimentos

O valor a ser atribuído à Condição 4 será:

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Tabela 50 - Faixa de valores do I6

FAIXA DE VALOR DO I6 VALOR A SER ATRIBUÍDO À CONDIÇÃO 4 Maior que 95% 1,0

Entre 80% e 95% 0,5 Menor que 80% 0

Com base nas condições definidas, o índice de adequação da comercialização dos serviços (IACS) será calculado de acordo com a seguinte fórmula:

IACS = 5 x VC1 + 1 x VC2 + 1 x VC3 + 1 x VC4

Onde: VCi é o valor da Condição i

O sistema comercial do prestador, a ser avaliado anualmente pela média dos valores apurados mensalmente, será considerado:

I - Inadequado se o valor do IACS for igual ou inferior a 5 (cinco);

II - Adequado se superior a este valor, com as seguintes gradações:

a. Regular se superior a 4 (quatro) e igual ou inferior a 6 (seis);

b. Satisfatório se superior a 6 (seis) e igual ou inferior a 7 (sete);

c. Ótimo se superior a 7 (sete).

5.3.3. Indicador do Nível de Cortesia e de Qualidade Percebida pelos Usuários na Prestação dos Serviços

Os profissionais envolvidos com o atendimento ao público, em qualquer área e esfera da organização do operador, deverão contar com treinamento especial de relações humanas e técnicas de comunicação, além de normas e procedimentos que deverão ser adotados nos vários tipos de atendimento (no posto de atendimento, telefônico ou domiciliar), visando à obtenção de um padrão de comportamento e tratamento para todos os usuários indistintamente, de forma a não ocorrer qualquer tipo de diferenciação.

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As normas de atendimento deverão fixar, entre outros pontos, a forma como o usuário deverá ser tratado, uniformes para o pessoal de campo e do atendimento, padrão dos crachás de identificação e conteúdo obrigatório do treinamento a ser dado ao pessoal de empresas contratadas que venham a ter contato com o público.

O operador deverá implementar mecanismos de controle e verificação permanente das condições de atendimento aos usuários, procurando identificar e corrigir possíveis desvios.

A aferição dos resultados obtidos pelo operador será feita anualmente, através de uma pesquisa de opinião realizada por empresa independente, capacitada para a execução do serviço. A empresa será contratada pelo Ente Regulador mediante licitação.

A pesquisa a ser realizada deverá abranger um universo representativo de usuários que tenham tido contato devidamente registrado com o operador, no período de três meses que antecederem a realização da pesquisa. Os usuários deverão ser selecionados aleatoriamente, devendo, no entanto, ser incluído no universo da pesquisa, os três tipos de contato possíveis:

1. Atendimento via telefone;

2. Atendimento personalizado;

3. Atendimento na ligação para execução de serviços diversos.

4. Atendimento via internet;

Para cada tipo de contato o usuário deverá responder a questões que avaliem objetivamente o seu grau de satisfação em relação aos serviços prestados e ao atendimento realizado. Assim, entre outras, o usuário deverá ser questionado se o funcionário que o atendeu foi educado e cortês, e se resolveu satisfatoriamente suas solicitações. Se o serviço foi realizado a contento e no prazo compromissado, por exemplo, se após a realização do serviço, o pavimento foi adequadamente reparado e o local limpo. Outras questões de relevância poderão ser objeto de formulação, procurando inclusive, atender condições peculiares.

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As respostas a essas questões devem ser computadas considerando-se 5 níveis de satisfação do usuário:

1. Ótimo

2. Bom

3. Regular

4. Ruim

5. Péssimo

A compilação dos resultados às perguntas formuladas, sempre considerado o mesmo valor relativo para cada pergunta, independentemente da natureza da questão ou do usuário pesquisado, deverá resultar na atribuição de porcentagens de classificação do universo de amostragem em cada um dos conceitos acima referidos.

Os resultados obtidos pelo prestador serão considerados adequados se a soma dos conceitos ótimo e bom corresponderem a 80% (oitenta por cento) ou mais do total.

5.4. MECANISMO E PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DAS AÇÕES

5.4.1. Mecanismo de avaliação sistemática da eficácia das ações programadas

5.4.1.1. Base Institucional para a Avaliação

A diferença básica entre o Plano de Saneamento Básico nos termos da lei 11.445 e os Planos de caráter mais técnico como os Planos Diretores ou os Estudos de Viabilidade, reside no cuidado de que o primeiro é um instrumento, além de técnico, é um documento legal que embasará contratos. O PMSB será parte integrante dos contratos com os prestadores de serviços, independente da modalidade a ser escolhida pelo município.

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Os Prestadores por sua vez serão regulados conforme os respectivos contratos, os quais derivarão do Plano. Isto posto, percebe-se que a avaliação das metas, ações e programas descritos aqui tem um endereço legal e institucional, que é o Ente Regulador, que é o agente responsável pela avaliação da eficácia das ações programadas. Para o exercício da atividade de monitoramento, o Regulador editará normas complementares detalhando cada um dos critérios de avaliação das metas, seus indicadores, e os procedimentos e métodos específicos.

5.4.2. Procedimentos para Avaliação

5.4.2.1. Procedimentos para Metas Quantitativas

5.4.2.1.1. Cobertura dos Serviços por Rede de Água e Esgoto e por Tratamento de Esgoto. a) indicador: relação numérica, dado em percentual, entre o número de imóveis com acesso a rede, ou com esgoto dirigido a tratamento ou ainda com coleta de resíduos, sobre o total de imóveis existentes. b) avaliação sistemática:

• método: o número de imóveis cobertos será identificado pelo cadastro do prestador, e o número de imóveis totais existentes será fornecido pelo cadastro imobiliário municipal ou por dados censitários; • periodicidade da avaliação: anual

5.4.2.1.2. Quantidade da Água Ofertada a) indicador: relação numérica, dado em percentual, do volume anual disponibilizado sobre o volume demandado b) avaliação sistemática:

• método: o volume disponibilizado será indicado pela macro-medição e o demandado conforme estimativa feita pelo prestador, que serão validadas pelo Regulador;

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• periodicidade da avaliação: semestral

5.4.2.1.3. Índice de Hidrometração das Ligações Ativas de Água a) indicador: relação numérica, dado em percentual, entre o número de ligações ativas dotadas de hidrômetro com bom funcionamento sobre o total de ligações ativas existentes. b) avaliação sistemática:

• método: o número de ligações ativas com e sem hidrômetros será identificado pelo cadastro do prestador; • periodicidade da avaliação: anual

5.4.2.1.4. Índice de macro-medição de água a) indicador: relação numérica, dado em percentual, entre volume de água disponibilizada macro-medida de forma eficaz sobre volume total de água disponibilizada b) avaliação sistemática:

• método: os volumes macro-medidos serão indicados pelo macro-medidor e os não medidos estimados conforme critério do Regulador; • periodicidade da avaliação: semestral

5.4.2.1.5. Perda de Água a) indicador: diferença, dada em percentual, entre volume disponibilizado para a rede distribuidora e o volume consumido pelos usuários, descontado o volume de serviço. d) avaliação sistemática:

• método: o volume disponibilizado será indicado pela macro-medição, o consumido pelos micro-medidores (hidrômetros) e os volumes de serviço estimados conforme metodologia ajustada com o Regulador. • periodicidade da avaliação: anual

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5.4.2.2. Procedimentos para Metas Qualitativas

5.4.2.2.1. Qualidade dos Produtos Ofertados a) indicadores: potabilidade da água (portaria 518 do MS) e padrões de lançamento dos efluentes de esgoto (legislação ambiental) b) avaliação sistemática:

• método: realizada pelos órgãos competentes eventualmente pelo Regulador conforme normas da legislação • periodicidade da avaliação: conforme legislação pertinente

5.4.2.2.2. Qualidade do Abastecimento a) indicador: relação numérica, dado em percentual, entre total de reclamações de falta de água imprevistas ou ainda de insuficiência de pressão sobre total de ligações ativas. b) avaliação sistemática:

• método: o total de reclamações será aferido pelos dados registrados no sistema de atendimento ao público do Prestador e de dados distintos registrados apenas pelo Regulador. • periodicidade da avaliação: trimestral.

5.4.2.2.3. Qualidade do Atendimento ao Público a) indicador: relação numérica, dado em percentual, entre os prazos atendidos e os não atendidos, sendo estes prazos definidos em Regulamento dos Serviços a ser acordado entre o Titular e o Regulador. b) avaliação sistemática:

• método: o cumprimento dos prazos será aferido pelos dados registrados no sistema de atendimento ao público do Prestador e de dados distintos registrados apenas pelo Regulador; o percentual aceitável será estipulado pelo Regulador

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com base em sistemas similares já com experiência comprovada de avaliação da meta. • periodicidade da avaliação: anual

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6. OBJETIVOS, METAS E PRAZOS PARA ATINGIR A UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS OU OBJETIVOS E METAS, DO PMSB

6.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

6.1.1. Cobertura

Tabela 51 - Cobertura do sistema de abastecimento de água

POPULAÇÃO URBANA COBERTURA POPULAÇÃO ABASTECIDA ANO (hab) (%) (hab) 2010 18.122 1% 249 2011 18.791 10% 1.879 2012 19.475 20% 3.895 2013 20.174 30% 6.052 2014 20.889 40% 8.356 2015 21.620 50% 10.810 2016 22.367 54% 12.078 2017 23.130 58% 13.415 2018 23.909 62% 14.824 2019 24.705 66% 16.305 2020 25.517 70% 17.862 2021 26.345 74% 19.495 2022 27.190 78% 21.208 2023 28.052 82% 23.003 2024 28.931 86% 24.881 2025 29.827 90% 26.844 2026 30.740 92% 28.281 2027 31.671 94% 29.771 2028 32.619 96% 31.314 2029 33.585 98% 32.913 2030 34.569 100% 34.569 2031 35.570 100% 35.570 2032 36.590 100% 36.590 2033 37.628 100% 37.628 2034 38.685 100% 38.685 2035 39.760 100% 39.760 2036 40.855 100% 40.855 2037 41.968 100% 41.968 2038 43.100 100% 43.100 2039 44.252 100% 44.252 2040 45.424 100% 45.424

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6.1.2. Perdas

Tabela 52 - Perdas

PERDAS NÃO FÍSICAS TOTAIS ANO FÍSICAS (medido) 2010 10,0% 25,0% 35,0% 2011 9,8% 24,2% 34,0% 2012 9,6% 23,4% 33,0% 2013 9,4% 22,6% 32,0% 2014 9,2% 21,8% 31,0% 2015 9,0% 21,0% 30,0% 2016 8,6% 20,8% 29,4% 2017 8,2% 20,6% 28,8% 2018 7,8% 20,4% 28,2% 2019 7,4% 20,2% 27,6% 2020 7,0% 20,0% 27,0% 2021 6,4% 20,2% 26,6% 2022 5,8% 20,4% 26,2% 2023 5,2% 20,6% 25,8% 2024 4,6% 20,8% 25,4% 2025 4,0% 21,0% 25,0% 2026 4,0% 21,0% 25,0% 2027 4,0% 21,0% 25,0% 2028 4,0% 21,0% 25,0% 2029 4,0% 21,0% 25,0% 2030 4,0% 21,0% 25,0% 2031 4,0% 21,0% 25,0% 2032 4,0% 21,0% 25,0% 2033 4,0% 21,0% 25,0% 2034 4,0% 21,0% 25,0% 2035 4,0% 21,0% 25,0% 2036 4,0% 21,0% 25,0% 2037 4,0% 21,0% 25,0% 2038 4,0% 21,0% 25,0% 2039 4,0% 21,0% 25,0% 2040 4,0% 21,0% 25,0%

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6.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.2.1. Cobertura

Tabela 53 - Cobertura do sistema de esgotamento sanitário COBERTURA POPULAÇÃO POPULAÇÃO COLETA ESGOTADA ANO URBANA (hab) (%) (hab) 2010 18.122 0% 0 2011 18.791 10% 1.879 2012 19.475 20% 3.895 2013 20.174 30% 6.052 2014 20.889 40% 8.356 2015 21.620 50% 10.810 2016 22.367 54% 12.078 2017 23.130 58% 13.415 2018 23.909 62% 14.824 2019 24.705 66% 16.305 2020 25.517 70% 17.862 2021 26.345 74% 19.495 2022 27.190 78% 21.208 2023 28.052 82% 23.003 2024 28.931 86% 24.881 2025 29.827 90% 26.844 2026 30.740 92% 28.281 2027 31.671 94% 29.771 2028 32.619 96% 31.314 2029 33.585 98% 32.913 2030 34.569 100% 34.569 2031 35.570 100% 35.570 2032 36.590 100% 36.590 2033 37.628 100% 37.628 2034 38.685 100% 38.685 2035 39.760 100% 39.760 2036 40.855 100% 40.855 2037 41.968 100% 41.968 2038 43.100 100% 43.100 2039 44.252 100% 44.252 2040 45.424 100% 45.424

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7. PROGRAMAS, AÇÕES E INVESTIMENTOS

7.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

7.1.1. Programas e Ações para o Sistema de Abastecimento de Água

7.1.1.1. Ações estruturais

As ações estruturais tem objetivo de dar condições mínimas de operação ao sistema de abastecimento de água. As ações a seguir compõem este grupo:

1. Sistema de Produção de Água a. Melhorias na captação b. Ampliação da capacidade de Tratamento c. Ampliação da Reservação 2. Rede de Distribuição a. Ampliação de Rede b. Substituição de Rede em situação precária c. Substituição de Ramais em situação precária d. Implantação de Telemetria e Instrumentação e. Hidrometração - implantação e troca

7.1.1.2. Ações estruturantes

As ações estruturantes tem por objetivo a manutenção a longo prazo visando a sustentabilidade do sistema. As ações deste grupo estão listadas a seguir:

1. Preservação e Manutenção do Manancial 2. Programas de Educação Ambiental e Sustentabilidade 3. Controle de Perdas e Combate à Desperdício - Ações Comerciais e Operacionais

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7.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

7.2.1. Programas e Ações para o Sistema de Esgotamento Sanitário

7.2.1.1. Ações estruturais

As ações estruturais têm objetivo de dar condições mínimas de operação ao sistema de esgotamento sanitário. As ações a seguir compõem o este grupo:

1. Estação de Tratamento de Esgotos 2. Estações Elevatórias de Esgoto (total de cinco) 3. Emissário e Extravasor 4. Rede Coletora 5. Ligações Prediais

7.2.1.2. Ações estruturantes

As ações estruturantes tem por objetivo a manutenção a longo prazo visando a sustentabilidade do sistema. As ações deste grupo estão listadas a seguir:

1. Programas de Educação Ambiental e Sustentabilidade

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8. AÇÕES EMERGENCIAIS E CONTINGENCIAIS

Um plano de ações de contingência na área de saneamento básico pode ser definido como um documento que identifica e prioriza riscos que envolvem a área em questão, englobando os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. O referido plano de ações estabelece medidas de controle para reduzir ou eliminar estes riscos e estabelece processos para verificar a eficiência da gestão dos sistemas de controle dos efeitos em casos de emergência.

O Plano de Ações para Emergências e Contingência deverá ser desenvolvido posteriormente tendo como parceira a Coordenadoria de Defesa Civil do Município que centralizará e facilitará o gerenciamento das ações, estabelecendo uma distribuição organizada das tarefas.

As ações e diretrizes constantes no escopo deste relatório para prevenção e atuação em situações de emergência têm por objetivo definir funções e responsabilidades nos procedimentos de atuação conjunta envolvendo órgãos externos diversos, como os operadores do serviço, Secretaria de Obras e Serviços Públicos, Secretaria de Meio Ambiente, Vigilância Sanitária, Secretaria de Saúde e SEDAM, no auxílio e combate às ocorrências emergenciais no setor de saneamento básico do município.

Estas ações são de relevância significativa, uma vez que englobam as situações de racionamento de água devido a causas diversas, desde paralisações por falhas de operação e manutenção dos sistemas até desastres naturais, e aumento de demanda temporária envolvendo eventos turísticos na cidade.

É importante observar que deve ser considerado também na composição tarifária de cada setor, um percentual adicional para os casos de emergência e contingência, lembrando que nestas situações críticas para a prestação do serviço público de saneamento básico é necessário um estabelecimento de regras de atendimento e funcionamento operacional que envolve custos.

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8.1. DESENCADEAMENTO DE AÇÕES E COMUNICAÇÕES EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

Figura 17 - Fluxograma das ações e comunicações em emergências

Comunicação da Ocorrência Anormal

O Grupo de Operações visita o local para confirmar Emergência

Desmobiliza Grupo de N É emergência?

Operações

S

O Coordenador Emite aciona o Plano de Relatório Contingência

S Encerrada a N Emergência?

Fonte: Elaborado com base no Plano de Contingência da Rede de Distribuição de Gás Natural – CEGÁS / Companhia de Gás do Ceará (2001)

Considerando a ocorrência de anormalidade em quaisquer sistemas do saneamento básico, a comunicação do fato deve seguir uma sequência visando à adoção de medidas que permitam com rapidez e eficiência sanar as anormalidades que caracterizam a situação, bem como o controle dos seus efeitos.

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Quando for caracterizada uma emergência, essa deverá ser comunicada imediatamente à Polícia Civil ou Defesa Civil para que sejam dimensionados e mobilizados os meios necessários ao atendimento da emergência, visando ao restabelecimento da situação de normalidade.

Caso seja necessário realizar evacuação e o abandono de áreas afetadas por emergência, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros junto à Polícia Militar deverão coordenar todas as ações.

Em cada setor (água, esgoto, lixo e drenagem urbana) devem ser nomeados coordenadores responsáveis e nas situações de emergência, o coordenador local designado deverá providenciar a documentação e os registros fotográficos e/ou filmagens das emergências para registro de informações que subsidiem o futuro Plano de Ações de Emergência do Município de Buritis e os processos investigatórios e jurídicos.

As ações de prevenção e em casos de emergência contidas neste relatório foram divididas também nas áreas específicas para o sistema de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas e devem ser revisadas sempre que necessário em função da experiência adquirida durante as operações ou de eventuais atuações em emergências ou simulados, quando e se ocorrerem, para então compor o plano de emergência para os sistemas de saneamento do município. As ações para emergência e contingência de cada setor estão explicitadas nos quadros a seguir.

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9. PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS

9.1.1. Resumo de Investimentos em Abastecimento de Água

Tabela 54 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2011 -2025 – Abastecimento de Água

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS (x 1.000 R$)

ANO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

TOTAL EM R$ 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

ÍTEM PROGRAMA - ÁGUA 27.849.109,49 851 684 1.651 613 533 1.393 557 662 778 2.203 705 757 789 822 1.656 AÇÕES ESTRUTURAIS 26.249.109,49 731 564 1.531 493 413 1.313 477 582 698 2.123 645 697 729 762 1.596

SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ÁGUA

Melhorias na captação 250.000,00 - 250 ------

Ampliação da capacidade de 1.800.000,00 - - - - - 900 ------Tratamento Ampliação da Reservação 2.720.000,00 - - 1.120 ------800 - - - - 800

REDE DE DISTRIBUIÇÃO

Ampliação de Rede p/atender o 14.689.125,98 162 218 280 349 245 293 344 437 538 649 469 543 567 590 615 cresc. Vegetativo Substituição de Rede em situação 547.900,00 1 9 29 34 48 7 9 10 13 15 7 8 10 11 12 precária Substituição de Ramal Precário 120.000,00 0 4 12 13 18 3 3 3 3 4 2 2 2 2 2

Implantação de Telemetria e 1.000.000,00 500 ------500 - - - - - Instrumentação Hidrometração - implantação e troca 5.122.083,51 68 83 90 95 102 111 121 132 143 155 167 144 151 159 168

AÇÕES ESTRUTURANTES 1.600.000,00 120 120 120 120 120 80 80 80 80 80 60 60 60 60 60

Preservação e Manutenção do 300.000,00 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Manancial Programas de Educação Ambiental e 300.000,00 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Sustentabilidade Controle de Perdas e Combate à 1.000.000,00 100 100 100 100 100 60 60 60 60 60 40 40 40 40 40 Desperdício

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA Continuação

Tabela 55 – CONTINUAÇÃO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2016 -2030 – Abastecimento de Água

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS (x 1.000 R$)

ANO

TOTAL EM R$ 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040

ÍTEM PROGRAMA - ÁGUA 27.849.109,49 1.752 888 926 965 1.005 738 727 745 805 826 846 867 888 910 306 AÇÕES ESTRUTURAIS 26.249.109,49 1.732 868 906 945 985 718 707 725 785 806 826 847 868 890 286 SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ÁGUA

Melhorias na captação 250.000,00 ------Ampliação da capacidade de 1.800.000,00 900 ------Tratamento Ampliação da Reservação 2.720.000,00 ------REDE DE DISTRIBUIÇÃO

Ampliação de Rede p/atender o 14.689.125,98 641 666 693 721 749 471 482 493 546 559 572 585 598 612 - cresc. Vegetativo Substituição de Rede em situação 547.900,00 13 14 16 17 18 20 21 22 23 24 25 26 27 29 30 precária Substituição de Ramal Precário 120.000,00 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 Implantação de Telemetria e 1.000.000,00 ------Instrumentação Hidrometração - implantação e troca 5.122.083,51 176 185 194 204 214 224 201 207 213 219 226 232 239 245 252 AÇÕES ESTRUTURANTES 1.600.000,00 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 Preservação e Manutenção do 300.000,00 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Manancial Programas de Educação Ambiental e 300.000,00 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Sustentabilidade Controle de Perdas e Combate à 1.000.000,00 ------Desperdício

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA 9.1.2. Resumo de Investimentos em Esgotamento Sanitário

Tabela 56 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2011 -2025 – Esgotamento Sanitário

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS (x 1.000 R$)

ANO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

TOTAL EM R$ 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

ÍTEM PROGRAMA - ESGOTO 49.954.277 7.717 3.174 1.920 1.918 1.173 1.099 1.467 1.134 1.317 1.260 1.526 1.394 7.715 1.538 1.145 AÇÕES ESTRUTURAIS 49.454.277 7.634 3.090 1.837 1.835 1.090 1.016 1.467 1.134 1.317 1.260 1.526 1.394 7.715 1.538 1.145

SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS

Estação de Tratamento de Esgotos 12.500.000,00 6.250 ------6.250 - -

Estação Elevatória 1 121.621,62 - 122 ------

Estação Elevatória 2 129.729,73 - - - - 130 ------

Estação Elevatória 3 108.108,11 ------108 ------

Estação Elevatória 4 121.621,62 ------122 ------

Estação Elevatória 5 200.000,00 ------200 - - - -

Emissário e Extravasor 285.000,00 ------285 ------

Rede Coletora 33.050.384,42 1.271 2.838 1.575 1.685 882 933 986 1.041 1.098 1.157 1.218 1.281 1.345 1.412 1.052

Ligações Prediais 2.937.811,95 113 252 140 150 78 83 88 93 98 103 108 114 120 126 93

AÇÕES ESTRUTURANTES 500.000,00 83 83 83 83 83 83 ------

Programas de Educação Ambiental e 500.000,00 83 83 83 83 83 83 ------Sustentabilidade

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA Continuação

Tabela 57 – CONTINUAÇÃO CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS 2016 -2040 – Esgotamento Sanitário

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE DESEMBOLSOS (x 1.000 R$)

ANO 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

TOTAL EM R$ 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040

ÍTEM PROGRAMA - ESGOTO 49.954.277 1.192 1.240 1.290 1.342 845 865 885 906 926 949 970 992 1.015 1.038 0 AÇÕES ESTRUTURAIS 49.454.277 1.192 1.240 1.290 1.342 845 865 885 906 926 949 970 992 1.015 1.038 0 SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS

Estação de Tratamento de Esgotos 12.500.000,00 ------Estação Elevatória 1 121.621,62 ------Estação Elevatória 2 129.729,73 ------Estação Elevatória 3 108.108,11 ------Estação Elevatória 4 121.621,62 ------Estação Elevatória 5 200.000,00 ------Emissário e Extravasor 285.000,00 ------Rede Coletora 33.050.384,42 1.095 1.139 1.185 1.232 776 795 813 832 851 871 891 911 932 954 - Ligações Prediais 2.937.811,95 97 101 105 110 69 71 72 74 76 77 79 81 83 85 - AÇÕES ESTRUTURANTES 500.000,00 ------Programas de Educação Ambiental e 500.000,00 ------Sustentabilidade

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10. VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

10.1. REFERENCIAL TEÓRICO

O passo inicial para análise de viabilidade de um determinado investimento consiste em coletar as informações e aplicar técnicas de engenharia econômica, considerando as taxas de desconto, os prazos e os valores previstos em um fluxo de caixa. A análise de viabilidade está relacionada especificamente ao estudo de um empreendimento genérico, portanto, podendo ser aplicada em qualquer setor e seus resultados comparados de forma equivalente. Versa sobre a comparação entre as receitas e as despesas do empreendimento e o tempo decorrido. Se os resultados apontam benefícios maiores do que ônus, o processo pode prosseguir; caso contrário, o projeto deve ser ajustado ou até abandonado.

10.2. VIABILIDADE ECONÔMICA

Parte-se do pressuposto de que a viabilização de qualquer empreendimento começa sempre pelo aspecto econômico. Dentre as várias oportunidades, existe sempre a possibilidade de se identificar a mais atraente para escolher a melhor. Tudo dentro de estimativas realistas de receitas e de custos confiáveis. Em outras palavras, busca-se inicialmente a previsão de resultado positivo para o futuro e alguma garantia de que ele será realmente obtido.

A equação deverá ter receita maior do que o custo, e ou entradas, deverão ser maiores que os gastos, ou saídas.

Resumindo, quando a decisão de investir está baseada apenas na análise comparativa da quantidade de recursos entrantes e de saídas referentes ao custeio do empreendimento, resultando em um lucro, trata-se de viabilização econômica.

10.3. VIABILIDADE FINANCEIRA

A grande maioria dos empreendimentos exige o investimento de capital. Embora o preço deva ser superior aos custos, à receita entra no caixa bem depois da necessidade de pagamentos de despesas. Contratos de prestação de serviços de construção civil, por exemplo, quase

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA sempre exigem que se coloque antecipadamente uma quantidade de recursos para alavancar a sua produção. Em suma, quando a decisão de investir está baseada na disponibilização de recursos, com objetivo de se obter o equilíbrio das entradas e saídas, levando-se em conta os saldos a cada momento (fluxo de caixa), trata-se de viabilização financeira.

Portanto, o estudo de viabilidade econômico-financeira é tal que pretende caracterizar um empreendimento que proporcione um lucro aos investidores ao final do negócio, bem como ser capaz de evitar saldos negativos proporcionando, consequentemente, um fluxo de caixa positivo em qualquer momento do empreendimento.

Entretanto, não deve uma análise prévia de viabilidade, se restringir a uma análise econômico- financeira, pois esta não leva em consideração fatores não quantificáveis que influenciam na qualidade dos indicadores do resultado final do empreendimento.

10.4. PRINCÍPIOS DE ANÁLISE

Para que o estudo de viabilidade se aproxime da realidade, deve-se partir de um bom cenário, dispor de um bom modelo matemático para simulação, conhecer os indicadores de qualidade fornecidos pelo modelo de cálculo e saber interpretar os indicadores, estabelecendo critérios particulares de decisão.

As características especiais do empreendimento determinam o processo de decisão de investimento. Principalmente na análise de viabilidade, na qual, muitas vezes, esta decisão é tomada de forma intuitiva, de acordo com a percepção das condições momentâneas, sem ter como base uma análise criteriosa, embasada em dados.

Visto que é grande a quantidade de fatores intervenientes e que é longo o período que decorre entre o momento da decisão e a conclusão do empreendimento, torna-se necessário analisar objetivamente a viabilidade econômica e financeira do mesmo, empregando as técnicas gerais de engenharia econômica, acrescidas das peculiaridades relativas ao empreendimento. No processo decisório é importante levar em consideração a diferença entre a disponibilidade de capital no presente e no futuro.

Isto decorre da existência de incertezas e da necessidade de remunerar o capital, através de uma taxa de juros. O dinheiro é um recurso escasso, existindo um preço, que são os juros

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA pagos pelo direito de uso deste bem. Como, no Brasil, as taxas de juros são extremamente elevadas, podendo-se afirmar serem proibitivas para muitos empreendimentos e faz-se necessário um controle rígido dos períodos de fluxo de caixa negativos, que, gerando juros, corroem a viabilidade do projeto.

Na prática, os parâmetros da análise sofrem ainda por influência de variáveis monitoráveis e não monitoráveis. As variáveis monitoráveis são aquelas que podem exercer algum tipo de controle ou pode alterá-las de alguma forma. As variáveis não monitoráveis são as que fogem totalmente do raio de ação do incorporador, sendo impostas pelo mercado. Pode-se citar como variáveis monitoráveis, os custos de produção, o cronograma físico da obra, o cronograma de desembolso da produção, as taxas de BDI (Bônus e Despesas Indiretas) e a remuneração dos serviços; quanto às variáveis não monitoráveis, encontram-se, dentre outras, a expectativa de inflação e dos juros da economia, a variação no valor dos imóveis e as possibilidades de incremento de receitas.

Decidir é escolher entre alternativas disponíveis, após uma análise baseada nos critérios da engenharia econômica. Caso haja apenas um investimento em estudo, seu rendimento deverá ser comparado ao rendimento de aplicações financeiras correntes no mercado, disponíveis ao investidor para o mesmo volume de recursos. As taxas destas aplicações serão os parâmetros de comparação, definindo a taxa mínima de atratividade deste investimento.

É sempre importante trabalhar com técnicas que considerem o momento em que ocorrem as despesas e receitas, através de um fluxo de caixa descontado, o que não incrementa significativamente a dificuldade de análise. A seguir são revisados conceitos sobre as técnicas empregadas na análise financeira de investimentos. Para incorporar o custo-tempo do dinheiro, torna-se fundamental determinar uma taxa de desconto adequada. Esta é a primeira questão.

10.4.1. Fluxo de Caixa

Fluxo de caixa é a apreciação das contribuições monetárias (entradas e saídas de dinheiro) ao longo do tempo a uma caixa simbólica já construída. Pode ser representada de uma forma analítica ou gráfica. O fluxo de caixa por ser complexo, exige a montagem de uma matriz, que relacione as transações financeiras com os períodos em que foram efetuadas, podendo ser chamada de matriz do fluxo de caixa.

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O diagrama de fluxo de caixa é uma representação dos fluxos de dinheiro ao longo do tempo. Graficamente, emprega-se uma linha horizontal representando o tempo, com vetores identificando os movimentos monetários, adotando-se convenções cartesianas: fluxos positivos para cima e negativos para baixo. São considerados fluxos positivos os dividendos, as receitas ou economias realizadas; são considerados fluxos negativos as despesas em geral, a aplicação de dinheiro, o custo de aplicações ou as parcelas que foram deixadas de receber.

Fluxos de caixa são construídos para dar apoio a decisões empresariais, estudar aplicações de resíduos de caixa de permanência temporária e servir de base para a obtenção dos indicadores necessários para a análise financeira. No caso da análise do caixa, podem-se mencionar os seguintes indicadores, entre outros:

exposição máxima (mês onde se verifica o maior saldo positivo); prazo de retorno e taxa de retorno.

Com a ajuda do fluxo de caixa, pode-se determinar o momento em que o empreendimento requisitará o ingresso de recursos de financiamento ou investimento, e ainda, determinar o momento que parte do faturamento poderá ser transferida para o retorno.

10.4.1.1. Critério de taxa de desconto do fluxo de caixa

O capital equivalente a um real aplicado durante t anos a uma taxa de juros de k% a .a . equivale a (1+k)t ao final de t anos. Para se dispor de um real ao cabo de t anos seria suficiente aplicar hoje, a uma taxa de juros k, o valor de 1/(1+k)t. Ou seja, 1/(1+k)t é o valor presente de um real a ser recebido dentro de t anos. Assim, um projeto será dito rentável se o total das entradas de caixa trazidas ao presente, a uma taxa k, tiver um valor superior ao total das saídas de caixa do projeto, também trazidas ao presente à mesma taxa k.

Convém discutir a taxa a ser utilizada para descontar os fluxos de caixa de um projeto, antes de se passar à descrição destes critérios de análise. Para a avaliação um projeto de investimento, a taxa de desconto k será a taxa mínima de rentabilidade exigida do projeto, também chamada taxa mínima de atratividade (TMA). Esta taxa representa o custo de oportunidade do capital investido ou uma taxa definida pela empresa em função de sua política de investimentos.

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Para a análise desenvolvida neste trabalho, será considerada a taxa de desconto k como a taxa mínima de rentabilidade que a empresa exige de seus projetos de investimentos, ou simplesmente taxa mínima de atratividade. Em última análise, a taxa de desconto k tem a finalidade de tornar os valores dos fluxos de caixa equivalentes aos valores presentes.

A taxa de desconto, referida como taxa mínima de atratividade, é também tratada como “custo de capital”, ou como custo de oportunidade. Estes termos, contudo, não são sinônimos e, de outra parte, o valor assumido para cada taxa depende do porte da empresa e da conjuntura momentânea da economia. Podem-se discriminar essas taxas em:

a. Custo de oportunidade do capital de terceiros (ka) – é a taxa de captação dos recursos no mercado, seja através de instituições financeiras ou investidores privados; b. Custo de oportunidade de capital próprio (ke) – é o custo de uso do capital próprio da empresa. Representa as oportunidades de uso de capital perdidas quando é decidida determinada alocação de recursos; c. Taxa de reinvestimento (rs) – é a taxa de aplicações futuras dos fluxos de caixa positivos gerados pela empresa. Não deve ser tomada como o custo do capital próprio (ke), porque os fluxos positivos nem sempre podem ser aplicados a esta taxa, por questões de prazo e volume de recursos. Deve ser ligada à taxa efetiva de reaplicação dos fluxos futuros, nas aplicações em que dispõe; d. Taxa mínima de atratividade (TMA) – do ponto de vista teórico, a taxa de desconto deveria ser igual ao custo de oportunidade do capital próprio (k=ke). Porém, pode ser substituída por uma taxa politicamente definida pelo decisor, em função da política de investimento da empresa (k=TMA). A taxa de atratividade representa a rentabilidade mínima exigida pelo investidor, ou seja, sua motivação para investir. Como não tem sentido que a TMA seja inferior ao custo de oportunidade do capital próprio, geralmente adota-se TMA ≥ ke, pois a empresa desejará obter mais do empreendimento do que obteria em uma alternativa de investimento comparável e segura, devendo ainda incluir uma parcela de risco.

Assim, a taxa k de desconto poderá assumir um dos valores acima, conforme as premissas e o enfoque da análise. No presente estudo foi utilizado como premissa de TMA a Taxa de

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Remuneração de Capital Próprio proposta pela ARSEP (Agencia Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo). Cabe, portanto, citar as principais premissas do estudo:

10.4.1.2. Custo do Capital Próprio

“Para estimar o custo do capital próprio, isto é, o retorno requerido pelos acionistas, o método CAPM (Capital Asset Pricing Model) é o modelo que recebe maior aceitação, permitindo a comparação do caso sob análise com empresas que desempenham atividades em condições de risco similar. No modelo estima-se a taxa de retorno como uma taxa livre de risco para o país ou região onde a empresa desenvolve a sua atividade, mais o produto do risco sistemático das atividades de prestadores de serviços água e esgoto e o prêmio pelo risco de mercado. Este prêmio de risco corresponde à diferença entre a rentabilidade de uma carteira diversificada e a taxa livre de risco. A combinação do WACC com o CAPM tornou-se escolha preferida pelas principais agências reguladoras do mundo.

CAPM global + Risco Pais: Obtém-se então um custo eficiente de capital próprio em termos nominais iguala 14,92% aa que utilizando a taxa de inflação média anual dos EUA no período de 1995-2010 (2,48%), resulta em um custo de capital próprio real de 10,88%aa.”

10.4.1.3. Critério do valor presente líquido (VPL)

O VPL de um projeto de investimento é igual à diferença entre o saldo dos valores presentes das entradas e saídas líquidas de caixa associadas ao projeto e ao investimento inicial necessário, com o desconto dos fluxos de caixa feito a uma taxa k definida pela empresa (TMA). Todo projeto de investimento que tiver um VPL positivo será rentável; para um projeto analisado, havendo mais de uma variante rentável, o de maior VPL será o mais rentável. É o valor presente dos retornos diminuídos dos investimentos, descontados até a data da análise pela taxa de juros do custo do capital.

10.4.1.4. Critério do índice de lucratividade (IL)

Este critério consiste em estabelecer a razão entre o saldo dos valores presentes das entradas e saídas líquidas de caixa do projeto e o investimento inicial. Neste critério também, os cálculos são efetuados com base na taxa mínima de atratividade (k) da empresa. Este índice informa a percentagem de quanto se está ganhando, além do custo do capital, em relação ao valor presente do investimento.

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10.4.1.5. Critério da taxa interna de retorno (TIR)

Por definição, a taxa que anula o valor presente líquido do empreendimento é chamada de taxa interna de retorno (TIR). É uma taxa média de desconto do fluxo de caixa, ou, em outras palavras, é a taxa que torna o valor presente dos fluxos de caixa igual ao investimento inicial. É a mínima taxa de retorno que garante a recuperação da quantidade investida. Todo projeto cuja taxa de retorno seja superior à taxa mínima de rentabilidade que o dirigente da empresa exige para seus investimentos, o empreendimento é viável.

Outros critérios tradicionalmente adotados sem fluxo de caixa descontado:

10.4.1.6. Critério do período de retorno do investimento (payback)

Consiste na análise do período necessário para se obter o retorno do investimento inicial sem considerar nenhum tipo de juros. O que é falho neste critério é que ele é utilizado como um critério de rentabilidade de projetos, quando, na verdade, ele se caracteriza mais como uma medida da liquidez do capital investido no projeto. O uso deste critério pode ser justificado quando empregado em conjunto com os critérios baseados nos fluxos de caixa descontados, jamais como critério principal.

Aplicação da teoria da engenharia econômica aos estudos de viabilidade. Raros são os estudos especificamente direcionados à aplicação das técnicas apresentadas acima na avaliação de empreendimentos.

As técnicas atualmente em uso para avaliação prévia de empreendimentos utilizam formatos mais simples, baseando-se exclusivamente no comparativo entre custos e receitas totais. Como o tempo é elemento significativo e a incidência de custos e receitas ocorrem em diferentes momentos, é importante descontar (ou capitalizar) tais ocorrências para uma data única, usualmente a data do estudo de viabilidade. Para tanto, identifica-se a taxa de atratividade e/ou custos financeiros incidentes, para a aplicação dos métodos disponíveis, através da engenharia econômica.

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10.4.2. Risco e Incerteza nas Decisões de Investimentos

A incerteza é o desconhecimento das condições de variabilidade de um parâmetro, impedindo a adequada previsão de seu comportamento. A previsibilidade do futuro, por parte do dirigente de uma empresa, está diretamente influenciada por diversos fatores externos sobre os quais este dirigente não tem domínio. O clima, os acontecimentos políticos e sociais e as descobertas científicas são exemplos de fatores que influenciam as decisões de investimento. Assim, o dirigente da empresa deve, para manter a empresa no mercado, assumir riscos: o risco de fracasso do empreendimento é um deles. É este risco que o dirigente da empresa vai se esforçar em reduzir, tentando prever, quando não influenciar, a evolução futura dos elementos determinantes da rentabilidade de seu investimento.

Três elementos têm influência determinante sobre a rentabilidade de um projeto de investimento: os montantes das receitas anuais, os custos anuais e o nível de rentabilidade do reinvestimento dos fluxos de caixa do projeto.

10.4.2.1. Incerteza quanto à previsão das receitas

O sucesso ou fracasso de um investimento depende da maneira como o produto resultante do investimento é aceito pelo mercado consumidor. Contudo, dependerá também do tipo de organização do mercado para o produto considerado. O mercado consumidor muda ao sabor da alteração dos gostos e das necessidades de cada consumidor individual. É assim que muitos produtos de grande aceitação, num dado momento, declinam e, até mesmo, desaparecem, enquanto outros podem apresentar um crescimento muito rápido. Em geral, pode-se constatar que a incerteza das receitas é tanto maior quanto mais inovador é o produto. Para uma situação de monopólio de mercado, o grau de incerteza é menos elevado e pode ser reduzido por meio de estudos de mercado. Para uma situação concorrencial, o sucesso da estratégia de uma empresa dependerá, em grande parte, da reação das demais à tomada de sua ação. Esta segunda fonte de incerteza é mais incômoda que a primeira por fugir totalmente ao controle da empresa que inicia a ação.

10.4.2.2. Incerteza quanto à previsão dos custos

A necessidade de se reduzir a incerteza existente na estimativa de custos de produção tem levado as empresas a implantarem sistemas de custos e estrito controle dos orçamentos. Estes

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA orçamentos são baseados em experiências anteriores da empresa. Entretanto, esta experiência anterior não se constitui, de forma alguma, em garantia de repetição de fatores no futuro. Fatores relacionados a agentes externos, como aumentos e preços de matérias-primas, podem contribuir para que as previsões baseadas em séries históricas possam fracassar.

Mesmo reduzida, a incerteza nas previsões de custo permanece um elemento importante na avaliação do investimento.

Incerteza quanto ao nível de rentabilidade do reinvestimento dos fluxos de caixa do projeto

A consequência essencial desta incerteza parece ser a variabilidade potencial da rentabilidade esperada. Visto que não se pode assegurar a rentabilidade, pode-se concluir que a incerteza quanto ao resultado dos fluxos líquidos de caixa seja também elevada.

10.4.2.3. Risco de um projeto de investimento

Risco e incerteza, embora ligados, são noções distintas; são ligados no sentido de que o risco de um projeto de investimento é a consequência da incerteza associada ao projeto; são distintos à medida que um projeto de investimento, com resultados incertos, somente é arriscado quando suscetível de apresentar resultados não desejados.

Como visto, em presença de risco, admite-se que há uma probabilidade conhecida de variação dos parâmetros. Algumas vezes, o risco é tão remoto que pode ser desconsiderado como fator; em outras ocasiões precisa ser ignorado pela falta absoluta de dados para análise ou porque esta análise envolve demasiado tempo ou custo.

O risco deve ser considerado se as atividades são projetadas para um futuro distante e os resultados estão sujeitos a influências condicionais. É necessário determinar as alternativas possíveis e deve-se desenvolver uma árvore de decisão e a identificação das alternativas:

Definição dos estados ou condições futuros (mercado e macro economia); Predição da probabilidade de cada estado ocorrer; Determinação dos retornos associados a cada estado.

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Estados futuros podem ser antecipados, mas não controlados. A questão chave é decidir quais estados são relevantes para a solução do problema, limitando a complexidade de análise a um nível razoável.

Algumas questões estão sob o controle da empresa, ao menos relativamente, tais como datas de lançamento e entrega do produto, custo de produção, tamanho e especificações do empreendimento e projetos, entre outros, e, com algum esforço, a empresa poderá antecipar as variações possíveis e mantê-las nestes níveis durante a execução.

Para a análise do risco, há técnicas complexas, entre elas, a teoria dos jogos e as árvores de decisão. Ainda se pode realizar a análise da sensibilidade do fluxo de caixa, percebendo-se a influência na variação de parâmetros importantes, tentando de forma simplificada prever situações futuras.

Para o presente estudo utilizaremos as técnicas mais usuais: a taxa interna de retorno (TIR) e o valor presente líquido (VPL). A seguir é apresentado o cenário utilizado, seus respectivos resultados e sua premissas de calculo.

10.4.3. Receita

Para cálculo da evolução das receitas levou-se em conta a Evolução Populacional do capítulo 4. Considerando ainda o aumento do atendimento das redes e o ganho de receita no combate a fraude e melhora na hidrometração.

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Tabela 58 - Receitas (valores em R$ 1,00)

ANO RECEITA AGUA RECEITA ESGOTO OUTRAS TOTAL

1 401.080 0 12.032 413.112 2 842.060 72.417 941.911 1.856.388 3 1.326.337 171.097 1.542.357 3.039.791 4 1.856.008 319.233 2.240.498 4.415.739 5 2.435.269 608.817 3.135.409 6.179.495 6 2.754.203 743.635 3.602.773 7.100.611 7 3.097.155 898.175 4.115.190 8.110.521 8 3.463.728 1.288.507 4.894.802 9.647.036 9 3.857.724 1.527.659 5.546.945 10.932.328 10 4.277.362 1.796.492 6.256.070 12.329.924 11 4.722.771 2.795.881 7.744.212 15.262.864 12 5.179.703 3.232.135 8.664.193 17.076.030 13 5.663.703 4.644.237 10.617.178 20.925.118 14 6.176.250 5.311.575 11.832.460 23.320.285 15 6.718.112 6.046.301 13.147.346 25.911.759 16 7.126.266 6.556.165 14.092.903 27.775.334 17 7.552.511 7.099.360 15.091.427 29.743.298 18 7.999.657 7.679.671 16.149.708 31.829.037 19 8.466.953 8.297.614 17.267.505 34.032.072 20 8.954.357 8.954.357 18.445.976 36.354.691 21 9.278.489 9.278.489 19.113.688 37.670.666 22 9.610.743 9.610.743 19.798.132 39.019.619 23 9.953.229 9.953.229 20.503.651 40.410.109 24 10.303.792 10.303.792 21.225.811 41.833.394 25 10.664.537 10.664.537 21.968.946 43.298.021 26 11.035.440 11.035.440 22.733.006 44.803.885 27 11.415.764 11.415.764 23.516.474 46.348.002 28 11.806.193 11.806.193 24.320.758 47.933.144 29 12.207.407 12.207.407 25.147.258 49.562.072 30 12.609.474 12.609.474 25.975.516 51.194.464

Com relação à estrutura tarifária, como em outros municípios, trabalhou-se com a referência regional – Tarifa CAERD. Onde em principio o segmento econômico residencial é subsidiado pelos segmentos industrial e comercial.

No entanto, a pequena participação destes setores no faturamento, principalmente industrial, revela que os grandes consumidores estão fora do sistema público e, portanto, na prática o

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PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA subsídio não ocorre. Esta perversidade comumente observável é resultado da própria estrutura tarifária que ao exagerar nos subsídios acabou por expulsar do sistema público o grande consumidor, ou no caso de outros segmentos se estimula a burla e a busca de alternativas ambientalmente equivocadas como a profusão da exploração de poços artesianos.

Outro aspecto relevante é a ausência de aplicação da tarifa social. Como política de inclusão. O estudo estima um contingente inicial de 16% da população do município que pagam tarifas médias mais caras que a população em geral por contarem com famílias mais numerosas. Esta situação aponta para a necessidade de revisão da atual estrutura tarifária de forma a garantir acessibilidade por meio de subsídios diretos a população socialmente vulnerável; melhoria da tarifa média, a qual se encontra defasada; e recuperação dos grandes consumidores, que efetivamente poderão subsidiar o sistema público com tarifas mais baixas, mas economicamente viáveis.

Para as receitas de esgoto estimou-se a seguinte evolução até atingir o mesmo valor da tarifa de água:

50% quando a cobertura ultrapassar 50% 60% quando a cobertura ultrapassar 60% 80% quando a cobertura ultrapassar 70% 100% quando a cobertura ultrapassar 80%

Entendemos que está evolução além de remunerar corretamente os serviços irá incentivar o operador a atingir suas metas específicas.

10.4.4. Despesa

As premissas para as despesas de custeio foram obtidas a partir de seleção de indicadores técnicos do SNIS – Sistema Nacional de Informações de Saneamento – para municípios de mesmo perfil sócio econômico e das experiências consideradas bem sucedidas no setor. Desta forma, criou-se um benchmarking de situações notáveis. Este procedimento que servirá de parâmetro para o processo licitatório será a principal garantia de eficiência na gestão dos serviços. Desta forma teremos as seguintes premissas:

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Tributos: Além do Imposto de Renda 34% sobre o resultado - os impostos incidentes sobre as receitas, considerando que a empresa será tributada segundo o regime de Lucro Real, são: o PIS com a alíquota de 1,65% e a COFINS com a alíquota de 7,60%; Regulação: 3% que serão devidos ao poder municipal que será responsável pela regulação dos serviços e para tanto irá criar estrutura específica; Evasão: será de 11% no inicio e 4% no final, partindo-se de um número elevado, mas próximo da realidade no inicio e um número adequado no final; Energia Elétrica: foi considerado um coeficiente de consumo de 0,45kWh por m³ de água produzida e R$ 0,40 por kWh; Despesas de pessoal: foi considerado um funcionário por equivalente de 300 economias; Recebimento de contas: foram utilizados custos de R$ 1,30 por conta recebida e R$ 0,60 por débito.

10.4.5. Premissas para Valoração do Estudo

Para o Plano Municipal de Saneamento de Buritis – Água e Esgoto - foi considerado o horizonte de realização de 30 anos. Este parâmetro vem se consolidando na maioria dos planos municipais de saneamento por ser adequado às características de amortização dos bens afetos a prestação dos serviços e no caso de concessão como este fator cria maior atratividade, logo estimula maior concorrência e, portanto menor preço. Utilizou-se como referencia estudo de remuneração capital próprio proposto pela ARSESP (Agência Reguladora do Estado de São Paulo) de 10,88% ao ano.

Finalmente em razão de resultado econômico insuficiente e a possibilidade de acesso a recursos externos a municipalidade se optou por realizar estudo de concessão parcial de água como forma de concentrar os recursos públicos nas áreas de esgotamento sanitário, drenagem e resíduos sólidos.

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Tabela 59 - Fluxo de Caixa1 Concessão de Água e Esgoto: VPL = -3.721.707 TIR = 9.5% a.a. MÃO DE FLUXO RECEITA CUSTOS LUCRO LUCRO ANO ANO RECEITAS COFINS/PIS REGULAÇÃO EVASÃO OBRA E DEPRECIAÇÃO IR + CS INVESTIMENTOS LIQUIDO LIQUIDA VARIÁVEIS OPERACIONAL LIQUIDO DESPESAS DE CAIXA 1 2011 413.112 38.213 1.461 30.295 343.144 108.692 268.919 318.528 -352.995 - -352.995 8.568.039 -8.602.507 2 2012 941.911 87.127 12.393 62.794 779.597 143.681 375.201 449.966 -189.251 - -189.251 3.857.732 -3.597.017 3 2013 1.542.357 142.668 28.257 92.541 1.278.890 296.018 508.591 570.146 -95.864 - -95.864 3.571.177 -3.096.895 4 2014 2.240.498 207.246 46.271 119.493 1.867.488 436.424 569.850 656.123 205.091 69.731 135.360 2.530.512 -1.739.028 5 2015 3.135.409 290.025 67.215 146.319 2.631.850 454.523 650.449 714.685 812.193 276.146 536.048 1.669.977 -419.244 6 2016 3.602.773 333.256 94.062 144.111 3.031.343 576.701 703.330 858.584 892.728 303.527 589.200 2.478.924 -1.031.140 7 2017 4.115.190 380.655 108.083 164.608 3.461.844 592.906 818.407 931.834 1.118.698 380.357 738.341 1.959.972 -289.798 8 2018 4.894.802 452.769 123.456 195.792 4.122.785 743.409 902.512 995.720 1.481.144 503.589 977.555 1.715.890 257.385 9 2019 5.546.945 513.092 146.844 221.878 4.665.130 756.500 975.402 1.070.459 1.862.769 633.342 1.229.428 1.996.082 303.805 10 2020 6.256.070 578.686 166.408 250.243 5.260.732 908.411 1.134.494 1.223.368 1.994.459 678.116 1.316.343 3.343.409 -803.698 11 2021 7.744.212 716.340 187.682 309.768 6.530.422 922.544 1.208.908 1.257.322 3.141.647 1.068.160 2.073.487 2.411.861 918.947 12 2022 8.664.193 801.438 232.326 346.568 7.283.861 943.799 1.357.639 1.338.847 3.643.576 1.238.816 2.404.760 2.382.141 1.361.466 13 2023 10.617.178 982.089 259.926 424.687 8.950.476 958.828 1.433.707 1.632.965 4.924.976 1.674.492 3.250.484 8.754.215 -3.870.766 14 2024 11.832.460 1.094.503 318.515 473.298 9.946.144 974.369 1.510.653 1.723.286 5.737.836 1.950.864 3.786.972 2.630.327 2.879.931 15 2025 13.147.346 1.216.129 354.974 525.894 11.050.349 999.863 1.691.849 1.820.152 6.538.484 2.223.084 4.315.399 2.837.630 3.297.922 16 2026 14.092.903 1.303.594 394.420 563.716 11.831.173 1.000.397 1.765.164 1.891.452 7.174.160 2.439.215 4.734.946 2.957.197 3.669.201 17 2027 15.091.427 1.395.957 422.787 603.657 12.669.026 1.020.063 1.912.533 1.965.380 7.771.050 2.642.157 5.128.893 2.141.770 4.952.503 18 2028 16.149.708 1.493.848 452.743 645.988 13.557.129 1.033.589 1.987.050 2.042.031 8.494.459 2.888.116 5.606.343 2.229.795 5.418.579 19 2029 17.267.505 1.597.244 484.491 690.700 14.495.069 1.054.010 2.135.682 2.121.474 9.183.904 3.122.527 6.061.376 2.320.419 5.862.431 20 2030 18.445.976 1.706.253 518.025 737.839 15.483.859 1.068.008 2.211.427 2.124.740 10.079.685 3.427.093 6.652.592 1.564.922 7.212.410 21 2031 19.113.688 1.768.016 553.379 764.548 16.027.745 1.063.280 2.281.429 2.170.189 10.512.847 3.574.368 6.938.479 1.574.953 7.533.715 22 2032 19.798.132 1.831.327 573.411 791.925 16.601.469 1.080.056 2.425.150 2.209.252 10.887.010 3.701.583 7.185.427 1.612.554 7.782.125 23 2033 20.503.651 1.896.588 593.944 820.146 17.192.974 1.087.625 2.465.803 2.254.521 11.385.024 3.870.908 7.514.116 1.651.628 8.117.009 24 2034 21.225.811 1.963.387 615.110 849.032 17.798.281 1.097.861 2.536.530 2.301.240 11.862.650 4.033.301 7.829.349 1.732.338 8.398.251 25 2035 21.968.946 2.032.128 636.774 878.758 18.421.287 1.126.968 2.681.036 2.345.669 12.267.615 4.170.989 8.096.626 1.775.076 8.667.218 26 2036 22.733.006 2.102.803 659.068 909.320 19.061.814 1.134.825 2.722.465 2.309.685 12.894.839 4.384.245 8.510.594 1.816.024 9.004.255 27 2037 23.516.474 2.175.274 681.990 940.659 19.718.551 1.145.355 2.794.005 2.364.440 13.414.750 4.561.015 8.853.735 1.858.842 9.359.333 28 2038 24.320.758 2.249.670 705.494 972.830 20.392.763 1.162.750 2.939.315 2.419.969 13.870.729 4.716.048 9.154.681 1.903.494 9.671.156 29 2039 25.147.258 2.326.121 729.623 1.005.890 21.085.624 1.173.509 3.011.421 2.476.268 14.424.426 4.904.305 9.520.121 1.948.957 10.047.432 30 2040 25.975.516 2.402.735 754.418 1.039.021 21.779.343 1.171.909 3.155.310 2.475.597 14.976.526 5.092.019 9.884.507 306.628 12.053.477

PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE BURITIS VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA 150

PREFETURA DO MUNICÍPIO DE BURITIS ESTADO DE RONDÔNIA Tabela 60 - Fluxo de Caixa 2-Concessão de Água: VPL = 1.222.910 e TIR =12,2% a.a.

MÃO DE FLUXO RECEITA CUSTOS LUCRO LUCRO INVESTI- ANO ANO RECEITAS COFINS/PIS REGULAÇÃO EVASÃO OBRA E DEPRECIAÇÃO IR + CS LIQUIDO DE LIQUIDA VARIÁVEIS OPERACIONAL LIQUIDO MENTOS DESPESAS CAIXA 1 2011 413.112 38.213 1.461 30.295 343.144 120.107 461.839 62.189 -300.992 - -300.992 2.434.372 -2.673.174 2 2012 867.322 80.227 12.393 57.821 716.880 146.561 478.510 86.409 5.399 1.836 3.564 1.767.320 -1.677.347 3 2013 1.366.127 126.367 26.020 81.968 1.131.773 288.815 508.481 143.025 191.452 65.094 126.358 1.734.247 -1.464.864 4 2014 1.911.688 176.831 40.984 101.957 1.591.916 428.211 569.649 165.351 428.706 145.760 282.946 695.871 -247.574 5 2015 2.508.327 232.020 57.351 117.055 2.101.901 444.945 650.123 185.320 821.513 279.314 542.198 616.237 111.281 6 2016 2.836.829 262.407 75.250 113.473 2.385.699 434.386 690.938 296.426 963.949 327.743 636.207 1.476.811 -544.178 7 2017 3.190.070 295.081 85.105 127.603 2.682.281 449.760 805.939 320.320 1.106.262 376.129 730.133 556.956 493.496 8 2018 3.567.640 330.007 95.702 142.706 2.999.225 467.333 877.960 348.433 1.305.499 443.870 861.630 662.478 547.585 9 2019 3.973.456 367.545 107.029 158.938 3.339.944 479.389 950.755 381.129 1.528.671 519.748 1.008.923 777.784 612.268 10 2020 4.405.683 407.526 119.204 176.227 3.702.726 498.152 1.097.743 495.452 1.611.379 547.869 1.063.510 2.203.489 -644.527 11 2021 4.864.455 449.962 132.170 194.578 4.087.744 511.018 1.172.042 471.312 1.933.371 657.346 1.276.025 705.176 1.042.161 12 2022 5.335.094 493.496 145.934 213.404 4.482.260 530.880 1.320.646 495.731 2.135.004 725.901 1.409.102 757.083 1.147.750 13 2023 5.833.614 539.609 160.053 233.345 4.900.608 544.382 1.396.576 521.072 2.438.577 829.116 1.609.461 789.209 1.341.324 14 2024 6.361.538 588.442 175.008 254.462 5.343.626 558.255 1.473.370 547.495 2.764.505 939.932 1.824.573 822.283 1.549.786 15 2025 6.919.656 640.068 190.846 276.786 5.811.955 581.933 1.654.401 601.622 2.973.999 1.011.160 1.962.840 1.656.425 908.036 16 2026 7.340.054 678.955 207.590 293.602 6.159.907 581.247 1.727.605 629.908 3.221.147 1.095.190 2.125.957 1.751.938 1.003.928 17 2027 7.779.086 719.565 220.202 311.163 6.528.156 599.623 1.874.857 658.977 3.394.699 1.154.198 2.240.502 888.237 2.011.242 18 2028 8.239.647 762.167 233.373 329.586 6.914.521 611.787 1.949.250 688.845 3.664.639 1.245.977 2.418.662 925.930 2.181.578 19 2029 8.720.962 806.689 247.189 348.838 7.318.245 630.769 2.097.751 719.522 3.870.203 1.315.869 2.554.334 964.846 2.309.010 20 2030 9.222.988 853.126 261.629 368.920 7.739.313 637.821 2.113.641 701.002 4.286.849 1.457.529 2.829.320 1.004.572 2.525.751 21 2031 9.556.844 884.008 276.690 382.274 8.013.872 627.012 2.123.867 723.049 4.539.944 1.543.581 2.996.363 738.091 2.981.321 22 2032 9.899.066 915.664 286.705 395.963 8.300.734 631.014 2.134.314 745.562 4.789.845 1.628.547 3.161.298 726.887 3.179.973 23 2033 10.251.826 948.294 296.972 410.073 8.596.487 635.192 2.145.047 768.304 5.047.943 1.716.301 3.331.643 745.059 3.354.888 24 2034 10.612.905 981.694 307.555 424.516 8.899.141 639.312 2.155.994 792.659 5.311.176 1.805.800 3.505.376 805.368 3.492.668 25 2035 10.984.473 1.016.064 318.387 439.379 9.210.643 655.608 2.167.222 817.274 5.570.539 1.893.983 3.676.556 825.857 3.667.973 26 2036 11.366.503 1.051.402 329.534 454.660 9.530.907 660.038 2.178.728 752.115 5.940.026 2.019.609 3.920.417 845.822 3.826.710 27 2037 11.758.237 1.087.637 340.995 470.329 9.859.276 664.415 2.190.485 777.176 6.227.199 2.117.248 4.109.951 866.572 4.020.555 28 2038 12.160.379 1.124.835 352.747 486.415 10.196.382 668.963 2.202.514 802.462 6.522.442 2.217.630 4.304.812 888.052 4.219.222 29 2039 12.573.629 1.163.061 364.811 502.945 10.542.812 673.544 2.214.835 827.966 6.826.467 2.320.999 4.505.469 910.013 4.423.421 30 2040 12.987.758 1.201.368 377.209 519.510 10.889.671 659.096 2.225.442 832.799 7.172.334 2.438.594 4.733.741 306.128 5.260.411

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10.4.5.1. FLUXO DE CAIXA 3- CENÁRIO 3.

Em razão da necessidade de se adequar ao Plano Municipal de Saneamento as sugestões e contribuições apresentadas no processo de consulta pública, nodebate interno dos técnicos municipais e na grande participação da sociedade civil foram feitas complementações no Estudo Econômico.

Basicamente foram feitas alterações em relação ao cenário 2 – concessão parcial de água. A principal alteração foi em relação às metas de cobertura que foram antecipadas e tiveram um incremento de 100% no primeiro ano saltando de 10% para 20% ainda conforme tabela a seguir:

ANO 0 1% Ano 1 20% Ano 11 78% Ano 21 100%

Ano 2 30% Ano 12 82% Ano 22 100% Ano 3 40% Ano 13 86% Ano 23 100% Ano 4 50% Ano 14 90% Ano 24 100% Ano 5 54% Ano 15 92% Ano 25 100% Ano 6 58% Ano 16 94% Ano 26 100% Ano 7 62% Ano 17 96% Ano 27 100% Ano 8 66% Ano 18 98% Ano 28 100% Ano 9 74% Ano 19 100% Ano 29 100% Ano 10 70% Ano 20 100% Ano 30 100%

As demais premissas foram mantidas principalmente as referentes à necessidade de recursos – plano de investimentos – e metas de qualidade, exceção, obviamente, feita a antecipação das metas de cobertura como destacado acima e a consequente antecipação de investimentos conforme fluxo 3 que será apresentado a seguir.

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Tabela 61 - Fluxo de Caixa 3-Cenário 3 Custos Mão de obra e Lucro Fluxo Liquido Ano Receitas Cofins/Pis Regulação Evasão Receita Liquida Depreciação IR + CS Lucro Liquido Investimentos variáveis despesas Operacional de Caixa 1 825.534 76.362 1.461 60.539 687.172 156.517 476.712 126.086 - 72.142 - - 72.142 4.351.272 - 4.297.328 2 1.301.330 120.373 24.766 86.755 1.069.436 148.201 494.011 141.672 285.552 97.088 188.464 1.508.320 - 1.178.183 3 1.821.969 168.532 39.040 109.318 1.505.079 301.312 644.039 159.992 399.736 135.910 263.826 585.347 - 161.529 4 2.391.020 221.169 54.659 127.521 1.987.670 438.144 676.017 207.841 665.668 226.327 439.341 1.461.571 - 814.389 5 2.608.376 241.275 71.731 121.724 2.173.647 414.830 683.454 226.200 849.164 288.716 560.448 567.937 218.711 6 2.836.829 262.407 78.251 113.473 2.382.698 425.806 690.938 337.062 928.891 315.823 613.068 1.469.511 - 519.380 7 3.190.070 295.081 85.105 127.603 2.682.281 449.760 805.939 360.666 1.065.915 362.411 703.504 548.256 515.914 8 3.567.640 330.007 95.702 142.706 2.999.225 467.333 877.960 388.433 1.265.499 430.270 835.230 652.078 571.585 9 3.973.456 367.545 107.029 158.938 3.339.944 479.389 950.755 420.709 1.489.091 506.291 982.800 765.184 638.325 10 4.405.683 407.526 119.204 176.227 3.702.726 498.152 1.097.743 507.855 1.598.976 543.652 1.055.324 1.388.189 174.990 11 4.864.455 449.962 132.170 194.578 4.087.744 511.018 1.172.042 483.469 1.921.214 653.213 1.268.001 697.776 1.053.694 12 5.335.094 493.496 145.934 213.404 4.482.260 530.880 1.320.646 507.607 2.123.127 721.863 1.401.264 748.683 1.160.188 13 5.833.614 539.609 160.053 233.345 4.900.608 544.382 1.396.576 532.632 2.427.017 825.186 1.601.831 779.709 1.354.755 14 6.361.538 588.442 175.008 254.462 5.343.626 558.255 1.473.370 558.702 2.753.299 936.122 1.817.177 811.683 1.564.196 15 6.919.656 640.068 190.846 276.786 5.811.955 581.933 1.654.401 612.435 2.963.186 1.007.483 1.955.703 1.644.625 923.513 16 7.340.054 678.955 207.590 293.602 6.159.907 581.247 1.727.605 640.288 3.210.767 1.091.661 2.119.106 1.738.938 1.020.457 17 7.779.086 719.565 220.202 311.163 6.528.156 599.623 1.874.857 668.881 3.384.796 1.150.831 2.233.965 873.937 2.028.909 18 8.239.647 762.167 233.373 329.586 6.914.521 611.787 1.949.250 698.229 3.655.256 1.242.787 2.412.469 910.330 2.200.368 19 8.720.962 806.689 247.189 348.838 7.318.245 630.769 2.097.751 728.339 3.861.387 1.312.871 2.548.515 947.846 2.329.008 20 9.222.988 853.126 261.629 368.920 7.739.313 637.821 2.113.641 709.206 4.278.646 1.454.740 2.823.906 986.172 2.546.940 21 9.556.844 884.008 276.690 382.274 8.013.872 627.012 2.123.867 730.589 4.532.404 1.541.017 2.991.387 718.191 3.003.784 22 9.899.066 915.664 286.705 395.963 8.300.734 631.014 2.134.314 752.405 4.783.002 1.626.221 3.156.781 705.987 3.203.200 23 10.251.826 948.294 296.972 410.073 8.596.487 635.192 2.145.047 774.421 5.041.827 1.714.221 3.327.606 723.259 3.378.767 24 10.612.905 981.694 307.555 424.516 8.899.141 639.312 2.155.994 798.016 5.305.819 1.803.979 3.501.841 782.568 3.517.289 25 10.984.473 1.016.064 318.387 439.379 9.210.643 655.608 2.167.222 821.834 5.565.979 1.892.433 3.673.546 801.957 3.693.423 26 11.366.503 1.051.402 329.534 454.660 9.530.907 660.038 2.178.728 755.842 5.936.299 2.018.342 3.917.957 820.822 3.852.977 27 11.758.237 1.087.637 340.995 470.329 9.859.276 664.415 2.190.485 780.029 6.224.346 2.116.278 4.108.068 840.372 4.047.725 28 12.160.379 1.124.835 352.747 486.415 10.196.382 668.963 2.202.514 804.406 6.520.499 2.216.970 4.303.529 860.752 4.247.183 29 12.573.629 1.163.061 364.811 502.945 10.542.812 673.544 2.214.835 828.959 6.825.474 2.320.661 4.504.813 881.513 4.452.259 30 12.987.758 1.201.368 377.209 519.510 10.889.671 659.096 2.225.442 832.799 7.172.334 2.438.594 4.733.741 276.328 5.290.211

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10.4.6. Considerações finais

Os serviços de água e esgotamento sanitário no município de Buritis se encontram hoje de forma bastante precária. Para a universalização, os investimentos serão expressivos R$ 77.803.386,93 e de difícil consecução em curto espaço de tempo, principalmente com relação ao esgotamento sanitário. A falta de garantias, de contratos e de fontes de financiamento tornam a decisão sobre o modelo de operação emergencial.

Do ponto de vista social chama atenção o elevado risco que a falta de salubridade proporciona principalmente em fundo de vale e áreas de alagamento que contaminados pelo esgotamento sanitário elevam significativamente as internações hospitalares por doenças de veiculação hídrica. Conforme a literatura especializada, não há dúvida que estes resultados estão associados à deficiência na cobertura dos serviços de saneamento básico.

Ainda no aspecto social chama atenção à discrepância das famílias com direito a tarifa social– 16% segundo dados do bolsa família.

Como considerado anteriormente, foram incorporadas novas receitas oriundas dos ganhos de hidrometração, cuja estimativa de valor foi possível em razão de informações concretas sobre este potencial.

O cenário viável do ponto de vista econômico financeiro é aquele que apresenta Valor Presente Líquido (VPL) positivo, apesar de a Taxa Interna de Retorno (TIR) se situar muito próximo daquela fixada como base mínima de análise. A concessão parcial de água apresenta exequibilidade e deverá atrair interessados no processo licitatório.

O cenário elaborado é hipotético, mas a partir do processo licitatório e da apresentação da proposta comercial teremos a equação final de equilíbrio econômico financeiro, que por sua vez será o principal instrumento de regulação e de revisão do contrato de prestação de serviço.

O fluxo de caixa apresentado no cenário 3 deve ser entendido como o cenário preferencial para o poder público adotar no processo de contratação de um eventual concessionário dos serviços, pois em seu conteúdo foi demonstrada a viabilidade , com metas mais arrojadas.

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Não obstante a viabilidade demonstrada para a concessão dos sistemas de água, a legislação considera as quatro vertentes do saneamento básico: água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana. Assim, não basta encaminhar soluções apenas para a água e o esgoto. Aliás, uma das razões de ser do Plano Municipal de Saneamento é buscar o equacionamento técnico e econômico-financeiro para as quatro vertentes.

Desse modo, e à vista da magnitude dos investimentos demandados o Município tem o dever de buscar alternativas de associação e financiamento – PAC SANEAMENTO, por exemplo - para agregar conhecimento técnico e recursos financeiros de maneira a cumprir plenamente os requisitos legais e, finalmente, criar as condições para o desenvolvimento sustentável social, econômico e ambiental.

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11. ESTUDO DE MODALIDADES INSTITUCIONAIS

O intuito do presente capítulo é sugerir ao poder público municipal uma avaliação objetiva das possibilidades de que dispõe o município para a prestação dos serviços de saneamento, especificamente no presente caso de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

O fundamento legal para a presente avaliação é o artigo 175 da Constituição Federal e da Lei Federal 11.445/2007.

Este estudo é também premissa para a definição da modalidade que servirá de base ao estudo de viabilidade econômico financeiro no próximo capítulo.

11.1. POSSIBILIDADES INSTITUCIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS:

(a) Prestação pelo Poder Público Municipal por meio de: Departamento, Autarquia ou Empresa Municipal dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. (b) Outorga dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário a Sociedade de Economia Mista controlada pelo Poder Pública Estadual por meio de contrato programa (c) Concessão dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário a Sociedade de Propósito Específico (SPE) controlada pelo Poder Público ou Privado. (d) Concessão Parcial ou Participação Público/Privado de Esgoto

11.2. FATORES DE COMPARAÇÃO DAS MODALIDADES ESTUDADAS

Capacidade de mobilização dos recursos financeiros necessários; Possibilidade de atendimento aos requisitos necessários para a prestação de serviço adequado; Rapidez no atendimento à legislação sanitária, ambiental, recursos hídricos, tributária, defesa do consumidor, etc.; Capacidade para atrair e manter no sistema os grandes consumidores de água e os grandes emissores de esgoto domésticos e efluentes industriais (visando economia de escala); Capacidade de efetuar, pela menor tarifa, a prestação adequada dos serviços de água e esgoto;

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Capacidade de adequação e cumprimento das práticas comerciais adequadas; Capacidade de racionalização do uso dos recursos hídricos existentes; Segurança político institucional; Capacidade de atrair parceiros privados; Complexidade do arranjo institucional; Aceitabilidade por parte da comunidade, da classe política, dos meios de comunicação e demais entidades organizadas da sociedade civil.

A decisão sobre as melhores formas de implantação do PMSB decorrerá da consideração simultânea dos parâmetros econômico-financeiros e dos fatores acima enumerados. Assim, uma decisão superior poderá se realizar de modo objetivo e transparente:

Tabela 62 - Critérios de atendimento ao fator

FATOR EM QUALIFICAÇÃO CRITÉRIOS DE ATENDIMENTO AO FATOR CONSIDERAÇÃO

PLENO Quando nada obsta o atendimento MÉDIO Quando existem dúvidas quanto ao atendimento INSUFICIENTE Quando há obstáculos significativos ao atendimento

11.3. QUADRO COMPARATIVO

Para a presente análise utilizou-se as seguintes opções de operacionais:

1. Autarquia ou Departamento 2. Empresa Municipal 3. Cia. Estadual por Contrato Programa 4. Sociedade de Propósitos Específicos - SPE Pública ou Privada por Licitação 5. Participação Público Privada - Concessão parcial

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Tabela 63 - Análise Comparada das Modalidades Institucionais

FATORESDE COMPARAÇÃO MODALIDADESINSTITUCIONAIS Autarquia ou Departamento Empresa Municipal Cia Estadual C. Programa Concessão - SPE PPP Parcial Mobilização de recursos financeiros MÉDIO MÉDIO INSUFICIENTE MÉDIO PLENO Atendimento dos requisitos de serviço adequado MÉDIO PLENO INSUFICIENTE MÉDIO PLENO Rapidez no atendimento à legislação pertinente MÉDIO MÉDIO INSUFICIENTE PLENO PLENO Atração de grandes usuários dosserviços MÉDIO PLENO INSUFICIENTE PLENO PLENO Nível tarifário para serviço adequado MÉDIO MÉDIO MÉDIO MÉDIO PLENO Adequação de práticas comerciais MÉDIO MÉDIO INSUFICIENTE PLENO PLENO Racionalização do uso de recursos hídricos MÉDIO PLENO MÉDIO PLENO PLENO Segurança político-institucional MÉDIO PLENO INSUFICIENTE PLENO PLENO

Atração de parceiros privados MÉDIO MÉDIO INSUFICIENTE PLENO PLENO Complexidade do arranjo institucional MÉDIO MÉDIO MÉDIO PLENO MÉDIO Aceitabilidade pela sociedade PLENO PLENO INSUFICIENTE PLENO PLENO

N.º de enquadramentos em PLENO 1 5 0 8 10 N.º de enquadramentos em MÉDIO 10 6 3 3 1

N.º de enquadramentos em INSUFICIENTE 0 0 8 0 0 NÍVEIS DE DESEMPENHO DAMODALIDADE QUANTOAO FATOR CONSIDERADO PLENO Significa pleno atendimento ao fator considerado

MÉDIO Significa atendimento parcial ao fator considerado

INSUFICIENTE Significa não atendimento ao fator considerado

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11.4. CONCLUSÕES FINAIS SOBRE A MODALIDADE ESCOLHIDA

Uma análise objetiva das modalidades, à luz dos fatores considerados leva às seguintes conclusões:

1º. A AUTARQUIA ou DEPARTAMENTO: Embora possa ser considerada uma condição factível, apresentou resultado inferior às outras possibilidades e irá demandar recursos públicos financeiros e humanos. Adicionalmente terá um tempo de maturação maior que outras possibilidades em um caso de necessidade de intervenção urgente;

2º. EMPRESA MUNICIPAL constitui uma hipótese inferior em relação a autarquia, considerando a conjunção da necessidade de recolher impostos e a baixa possibilidade de acessar financiamentos, o pequeno ganho de agilidade em relação a autarquia e maior possibilidade de financiamentos são menores que o ônus tributário adicional;

3º. A EMPRESA ESTADUAL, por meio de contrato programa, embora possa se colocar como alternativa recebeu a pior avaliação em razão do desempenho da Companhia Estadual na região;

4º. CONCESSÃO PLENA SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO dos serviços de água e esgoto enseja a solução de todos os problemas apontados pelo Plano de Investimentos, no entanto o estudo aponta baixa atração de investidores por não apresentar retorno mínimo exigido;

5º. A PPP/CONCESSÃO PARCIAL enseja a melhor solução para abastecimento de água, mas contará com a tomada de recursos por parte do poder municipal (PAC ou outras fontes) para resolução dos problemas de esgotamento sanitário.

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12. INSTRUMENTOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO E RECOMENDAÇÕES FINAIS

12.1. DIVULGAÇÃO DO PLANO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Além da garantia de recursos para investimentos e do elenco de programas e projetos é imprescindível, envolver a comunidade e os agentes políticos e econômicos na efetivação da Política Municipal de Saneamento Básico, para tanto algumas ferramentas deverão ser utilizadas e priorizadas, que é o processo de divulgação do Plano e a implantação do Sistema Municipal de Informações do Saneamento Básico.

O processo de divulgação do PMSB tem por objetivo divulgar o conteúdo e instrumentos do Plano de Saneamento Básico de Buritis, bem como, em fases posteriores, divulgar os resultados de desempenho de gestão física e financeira para subsidiar uma nova etapa de planejamento, quando da revisão do Plano, que deverá ocorrer a cada quatro anos.

Portanto, o objetivo central da estratégia é:

• Garantir que as instituições públicas e privadas, bem como as entidades envolvidas na prestação de serviços, tenham amplo conhecimento das ações do Plano e suas respectivas responsabilidades;

• Manter mobilizada a população e assegurar o amplo conhecimento das ações necessárias para a efetiva implementação da Política de Saneamento Básico, bem como das suas responsabilidades;

• Garantir transparência às atividades do Plano, e fortalecer o controle social.

12.1.1. Os Meios a Serem Utilizados

O principal meio de divulgação a ser utilizado será o Sistema de Informações de Saneamento Básico de Buritis, onde deverão estar disponíveis todas as informações pertinentes, conforme o Plano. O SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES deverá estar interligado ao portal da prefeitura, e deverá ser de fácil visualização..

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Assim, devem ser utilizados os seguintes meios de comunicação:

• Sistema de Informações de Saneamento Básico de Buritis, o SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES;

• Realização de Seminários e Palestras em parceria com instituições de ensino;

• Meios de Comunicação: jornal, rádio, televisão,

• Capacitações e Treinamentos para servidores;

• Elaboração de uma cartilha explicativa do PMSB;

• Boletins, panfletos, cartazes, etc,

• Realização da Conferência de Saneamento Básico periodicamente, para avaliação da prestação dos serviços.

12.2. MARCO REGULATÓRIO MUNICIPAL DO SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO

Independente da modalidade de prestação de serviços a ser implementada, o Sistema Municipal de Regulação precisa ser organizado, CONFORME EXIGÊNCIA LEGAL, e diante do exposto no decorrer do plano, e pela estrutura funcional do Sistema Municipal de Saneamento Básico,ficará composto da seguinte forma:

Prefeitura Municipal como poder constituído do Município, no exercício da titularidade do serviço;

Ente regulador, entidade especializada na gestão de todos os processos relacionados ao exercício das funções PLANEJAMENTO e REGULAÇÃO, incluídas as atividades de fiscalização da prestação dos serviços, para verificar o cumprimento do marco regulatório;

Entidades prestadoras de serviços

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Contrato (de concessão, de programa ou de PPP);

Marco regulatório.

Assim, para a efetivação da Política Municipal de Saneamento Básico e implementação do Plano, o Poder Público Municipal, deverá conceber propostas para os principais instrumentos legais, abaixo relacionados:

Publicação de instrumento regulamentando o Plano.

Lei disciplinando a prestação de serviços de água e esgoto no Município

Lei instituindo o ente regulador da prestação dos serviços;

Regulamento da prestação do serviço adequado de água e esgoto;

Normas de gestão tarifária.

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