Revista
Ano III – Nº 5 Padres e Irmãos Paulinos Janeiro – Abril de 2013
No ano da
como anda a sua vocação?
Fé na Juventude: o protagonismo da missão da Igreja Uma resposta de fé ao chamado do Mestre Quarta roda do carro Paulino Oração Animação Vocacional Ato de esperança
Eu espero, meu Deus, com firme confiança, que pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo me dareis a salvação eterna e as graças necessárias para consegui-la, porque sois sumamente bom e poderoso e prometestes a quem observar o Evangelho de Jesus, como eu proponho fazer com o vosso auxílio.
2 paulinos.org.br Índice Revista
Ano III – Nº 5 Pág. 4 Pág. 5 Janeiro – Abril de 2013 Revista de circulação nacional do Palavra do Editor Entrevista Serviço de Animação Vocacional dos Padres e Irmãos Paulinos. Tem por objetivo ajudar os vocacionados em seu processo de discernimento e divulgar o carisma dos Paulinos.
Propriedade Pág. 8 Pág. 10 Pia Sociedade de São Paulo (PAULUS) Parada Obrigatória Bola da Vez Direção Presidente: Pe. Valdir José de Castro, ssp Coordenador de Formação: Ir. Alexandre da Silva Carvalho, ssp Animador Vocacional: Pe. Romilson Ferreira de Lima, ssp Conselho de Animação Vocacional Pág. 12 Pág. 14 e Formação Ir. Alexandre da Silva Carvalho, ssp Etapas de Formação Nossa Família Pe. Romilson Ferreira de Lima, ssp Pe. José Carlos de Freitas Júnior, ssp Pe. Antonio Francisco da Silva, ssp Pe. Valdecir Pereira Uveda, ssp Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp Pe. Paulo Sérgio Bazaglia, ssp
Pág. 16 Pág. 19 Editor Chefe Pe. Romilson Ferreira de Lima, ssp Ser Paulino Meditar MTb 5441/SP Equipe de Redação Ronaldo de Souza – Belo Horizonte/MG Jornalista Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito MTb 11096/MG Impressão e acabamento Pág. 20 Pág. 22 PAULUS Gráfica Projeto Gráfico Interatividade Palavra e Comunicação Guadalupe Comunicação Fotos Arquivo vocacional, sxc.hu e photox- press.com Revisão Ir. Alexandre Carvalho, ssp Iorlando Rodrigues Fernandes, Pág. 24 Pág. 27 seminarista Paulino Tiragem Capa Nosso Fundador 5 mil Publicação Quadrimestral Endereço Serviço de Animação Vocacional Padres e Irmãos Paulinos Caixa Postal 700 Pág. 29 Pág. 30 São Paulo – SP 01031-970 Modelo de Santidade Aconteceu Fone: (11) 3789-4009 [email protected] www.paulinos.org.br
Pág. 32 Pág. 34 Recado de Paulo Paulinos Recomendam
3 Palavra do Editor
Toda pergunta necessita, de imediato, de uma res- oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a nossa posta ou ela nos leva a tomar posicionamento em campo espiritualidade na seção Nossa Família. reflexivo? Se partirmos na busca desta segunda proposição, A pobreza é a roda da vez no Ser Paulino. A seção na qual paramos para interagir antes de responder, estare- Meditar proporciona um momento oportuno para reflexão. mos dentro da linha editorial da Vitrine desta edição. As- Se você deseja uma reflexão no âmbito da comunicação não sim sendo, pergunto a você: No Ano da Fé, como anda sua deixe de dar uma conferida em Palavra e Comunicação. vocação? Em Modelos de Santidade, você vai se encantar com a Sabemos que hoje a sociedade nos doa um aglome- história da Ir. Tecla Merlo. Por último, mas não menos rado de opções e de ofertas ou até mesmo a confusão de importante, apresentamos mais um Recado de Paulo, quebras de conceitos. Será que diante de tudo isso parei para desta vez inspirado na passagem aos Gálatas 1,11-24. pensar no meu seguimento, em minha motivação que pode Que esta revista ajude-o a vivenciar cada vez melhor a se apagar ou no meu discernimento vocacional que pode sua fé em Jesus Cristo, pois como diz a Escritura: “o justo mudar de trajetória. Aqui, refiro-me de modo específico à vive pela fé” (Rm 1,17). vocação religiosa, especialmente aos irmãos e irmãs quero dizer que Deus nos chama e continua chamando centenas de jovens para esta busca. Cabe a nós acolher este chamando e sempre abastecê-lo com muita oração, participação na co- munidade, alimentando-nos de leituras de livros e da Pala- vra de Deus e vivendo nossa vocação com amor. No Ano da Fé, sua vocação tem de estar firme e coerente. Para ajudá-lo nesse caminho, Vitrine Vocacional preparou uma série de matérias que vão tratar sobre a voca- ção, Campanha da Fraternidade e Jornada Mundial da Ju- ventude – JMJ e também sobre a espiritualidade da Família Paulina. Começamos esta edição com uma Entrevista con- cedida pelo Irmão Alexandre da S. Carvalho, Coordenador de Formação dos Paulinos, que nos fala de sua vocação e de seu trabalho dentro desta Congregação. No início deste ano, foi realizado um encontro voca- cional no Seminário Paulino, na capital paulista. Destacando um pouco da vivência dos jovens, Parada Obrigatória traz um painel das visitas que eles fizeram aos setores apostóli- cos dos Paulinos. Dando continuidade à apresentação da formação do seminarista paulino, Etapas de Formação Pe. Romilson Ferreira de Lima, ssp traz o período do postulado. Mais adiante, você terá a Animador Vocacional dos Padres e Irmãos Paulinos
4 paulinos.org.br Entrevista Amor e zelo pela missão! Ser Paulino, mas não mais como padre e, sim, como irmão
lexandre da Silva Carvalho, tivas para a formação do Paulino algumas pessoas e passei a frequentar 43 anos, religioso da con- Vitrine Vocacional convidou-o para um grupo de reflexão vocacional. O gregação dos Padres e Ir- esse bate-papo. que me vinha à cabeça era ser padre, Amãos Paulinos, cursou Filosofia na mas ser padre era algo assustador. FAI, São Paulo, Teologia no ITESP, Irmão Alexandre, sabemos que todo Depois de uma caminhada vocacio- São Paulo, e Letras na UNIBERO, cristão batizado recebe um chama- nal de mais ou menos quatro anos, também em São Paulo. Nos últi- do e um dom especial para corres- e ter passado pelo serviço militar, mos quatro anos, foi formador do ponder a ele. O senhor, por exem- ingressei na congregação dos Padres propedêutico. No campo editorial, plo, recebeu de Deus o chamado e Irmãos Paulinos, em fevereiro de irmão Alexandre é o coordenador a ser Irmão Paulino. Como se deu 1991, na comunidade formativa do segmento Infantojuvenil da esse processo vocacional? de Caxias do Sul/RS. Fui decidido PAULUS. Possui livros publicados a ser padre e associar à proposta da por esta mesma editora e, há pouco Aos dezessete anos, me vi chamado Congregação meus dons pessoais. tempo, foi escolhido para exercer a por Deus a me doar de maneira mais Ao longo do caminho formativo, função de Coordenador de Anima- intensa ao seu serviço. Confesso que encantei-me com o dom da vida re- ção Vocacional e Formação. Para isso me assustou e demorei alguns ligiosa e vi que poderia ser Paulino contar um pouco de sua experiên- meses para entender um pouco me- sem ser necessariamente sacerdote. cia vocacional e de suas expecta- lhor o que se passava. Conversei com Uma pessoa foi muito importante
paulinos.org.br 5 nesse processo, o nosso querido Ir- descobrir ou confirmar a própria seriedade se a proposta dos Padres mão Pascoal. Este foi quem orien- vocação. Nem sempre, porém, e Irmãos Paulinos se afina com o tou meu grupo no ano do postulado esse caminho é fácil e a função que vieram buscar. Nesse sentido, ministrando as aulas formativas. Sua do formador, em todas as etapas, quando acenamos para o específico sabedoria e simplicidade foram de- mas nessa de modo particular, é de nossa missão, não deixamos de terminantes para que eu começasse balizar o caminhar do jovem para fora nossa espiritualidade, pobreza a reconsiderar meu caminho rumo que ele se confronte consigo e en- e estudo. Sem dúvida, a vida dos ao sacerdócio. Terminada a filosofia, contre mais intimamente o Deus Paulinos é fascinante, mas, ao fui para o noviciado e pude aprofun- que o chama. Costumo dizer que mesmo tempo, exigente desde dar minhas motivações vocacionais. nossa Congregação não é melhor seus primeiros anos. Volto, aqui, Com o passar do tempo, tive certeza nem pior que outras presentes no ao início dessa resposta: acompan- de que queria, sim, ser Paulino, mas seio da Igreja; contudo, temos um har quatro grupos de propedêutas não mais como padre e, sim, como modo particular de evangelizar que foi desafiador e profundamente irmão. De certa forma, minha de- é na cultura da comunicação. Para humanizante. cisão causou surpresa e estranheza a nós, Paulinos, algumas realidades muitos, mas eu me sentia tranquilo, são muito específicas e, por vezes, Nos últimos anos, além de se dedi- feliz e seguro quanto à minha de- chocam ou causam estranheza aos car à formação dos propedêutas cisão. Não enfrentei preconceitos, jovens principalmente no primeiro Paulinos, o senhor tem contribuí- como no passado, alguns irmãos en- ano de casa, que é o propedêutico. do com o editorial infantojuvenil frentaram; posso dizer, contudo, que da PAULUS. Coordenar essa área, a Igreja, como um todo, e mesmo os como tem sido? religiosos, de modo geral, desconhe- cem o dom da vida consagrada que Tem sido um prazeroso desafio. chama homens e mulheres às suas Cada livro pronto é como um fileiras constantemente. Costumo ou- filho dado à luz. Desde a seleção vir com frequência: Você é só Irmão! E do original até a liberação para a respondo: Sim, só Irmão! Minha res- produção na PAULUS gráfica e posta é suficiente para desconcertar chegada às várias livrarias, o pro- meu interlocutor e fazê-lo pensar na cesso é longo e, por vezes, envolve pergunta que fez tão preconceituosa- alguns anos. Aprendi a gostar des- mente. A rota traçada inicialmente sa expressão da missão do paulino, mudou: tornei-me Ir. Alexandre; o pois colabora vivamente, assim amor e zelo pela missão; contudo, Um exemplo concreto: nós não como tantas outras, na elevação continuam os mesmos. assumimos o trabalho de pastoral cultural das pessoas; nesse caso, paroquial direta. Nossa ação evan- de modo particular, de crianças e De 2009 a 2012, o senhor foi gelizadora se dá em nossos diversos adolescentes. Quando compreen- formador do propedêutico. Essa setores de apostolado. Os jovens demos a missão deixada por Pa- etapa tem a duração de apenas que chegam, na maioria das vezes, dre Alberione, passa a ser natural um ano, isso proporcionou ao da realidade paroquial, quando se considerar, como o fundador diz senhor a oportunidade de ser for- deparam com esse jeito próprio de que nosso ambiente de apostolado mador de quatro turmas diferen- evangelizar se questionam e logo (de trabalho) é a nossa Igreja, o tes. Essa experiência como foi? perguntam: onde está o povo... A computador passa a ser nosso púl- eles é dito: trabalhamos nos basti- pito, ou seja, local de pregação e, Sem dúvida, uma experiência desafi- dores. O que nós realizamos chega, no meu caso, a pregação se torna adora e muito humanizante. Cada sim, ao povo de Deus; não neces- concreta quando os diversos livros grupo é único, pois formado de pes- sariamente nós. É importante que do segmento que coordeno tor- soas oriundas de lugares e situações desde o início os propedêutas se nam-se palpáveis. Nossa missão, familiares totalmente diferentes. confrontem com o que foi descrito porém, não é apenas confessional, Todos chegam com o intuito de anteriormente e considerem com ou seja, dirigida aos católicos; os
6 paulinos.org.br livros que coordeno atingem cri- Sou muito grato ao meu pai por trabalho não falta, mas como disse anças de todo o Brasil nas mais ter transmitido a mim e aos meus nosso fundador, o bem-aventu- diferentes escolas, crianças de di- irmãos e minha irmã bens essenci- rado Tiago Alberione, Deus vai versas origens e credos; quando ais e duradouros. acendendo as luzes à medida que tais crianças tomam nas mãos um precisamos delas. livro do nosso Infantojuvenil, elas O senhor é o mais novo Coorde- têm um produto de boa qualidade nador de Animação Vocacional e A messe é grande, e os operários quanto ao conteúdo e à apresen- Formação da Província dos Pau- são poucos, já nos disse Jesus. Di- tação. Sem dúvida, comunicar va- linos. Quais suas expectativas di- ante dessa realidade, qual mensa- lores que dignificam e promovem ante da nova função que acabou gem o senhor deixa para os leitores a vida é evangelizar. de assumir? de Vitrine Vocacional, de modo Espero poder continuar colabo- especial, aos nossos vocacionados? rando com essa missão por mais As expectativas são muitas, mas alguns anos. diria, de modo breve, que é pre- Aos que se sentem vocacionados – e ciso cuidar bem daqueles que es- Deus chama para uma infinidade de O senhor parece ter uma paixão mui- tão vivendo o processo formativo vocações – deem atenção ao próprio to forte pela literatura. Isso é algo nalguma de nossas comunidades coração, descubram-se como pessoas que o acompanha desde a infância? e dar atenção especial aos jovens em suas potencialidades e limites. que nos procuram e desejam co- Sabendo quem são, certamente, a Sim! A literatura é uma paixão, nhecer nosso carisma e nosso mo- resposta dada a Deus será sincera, embora leia e a conheça, do ponto do de ser e viver na Igreja. honesta e consistente. Um dos in- de vista teórico, muito pouco. De- dicadores para sabermos se estamos vo essa paixão ao meu pai, homem no caminho certo é, com certeza, muito simples, que cuidou da paz interior. Paz que não é acomo- minha alfabetização e dos meus dação, mas compreensão madura irmãos e que a cada semana com- do que Deus pede de cada um. Se prava um gibi para que lêssemos não houver essa paz, questione e contássemos para ele o resumo se você está no lugar certo. Deus das histórias. O gosto pela leitura quer seus filhos felizes e realiza- e, posteriormente, pela literatura dos e vocação alguma, apesar das veio da infância. Diria que a litera- dificuldades normais no cami- tura, ou seja, o hábito de ler nos nho, deve oprimir o coração de transporta para realidades impen- ninguém. Quando for necessário, sadas e amplia muito nossos hori- Cuidando desses dois aspectos, a rota deve ser revista para que zontes. Como expressão de arte, a creio que já é um bom começo. não se perca o trem da história. boa literatura tem caráter univer- Como lidamos com pessoas, o sal e, sendo assim, ela tem o poder campo de animação vocacional e de desinstalar o ser humano e pro- formação exigem atualização cons- movê-lo para além das pequenas tante de quem está ligado a eles, fronteiras do mundo que o cerca. por isso, cuidar para que haja for- Como religioso, percebo que o mação continuada de todos os en- gosto pela literatura e pela leitu- volvidos neste setor fundamental ra (obviamente) me faz perceber da Congregação é também um de- uma face de Deus diferenciada, ou sejo que deve se tornar meta ainda mesmo perceber Deus em lugares neste ano e se desdobrar nos anos e situações menos comuns que seguintes. Outro desafio bastante para outras pessoas. Essa herança exigente é harmonizar (ou equili- de meu pai faz toda diferença na brar) gerações mais experientes minha vida e no meu jeito de ser. com gerações mais jovens. Enfim, Everton Cesar Moisés – São Jose dos Campos/SP
paulinos.org.br 7 Parada Obrigatória Visita aos setores de Apostolado dos Paulinos A missão dos Padres e Irmãos Paulinos é mostrar Cristo nas várias mídias que a comunicação nos fornece. É deixar que esse Cristo se propague por todas as ondas e chegue aos milhares de lares, transformando-os em casa de oração. Assim são os nossos setores, casa de oração para falar de Deus.
8 paulinos.org.br Rodrigo Moura de Oliveira – Belém/PA
paulinos.org.br 9 Bola da Vez Fé na Juventude: o protagonismo da missão da Igreja
“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5)
Aprender a viver faz parte de um percurso que não termina mos cotidianamente que alguém nos indica um caminho a nunca. O grande equívoco do ser humano é achar que sabe seguir. No entanto, o jovem é convidado a ser discípulo de tudo. É justamente nesse momento que os nossos horizon- Jesus. Seguir Jesus é colocar-se a caminho. Por isso, a nossa tes se restringem e a visão panorâmica da vida fica limitada. experiência de Jesus não pode ser abstrata, mas algo que dê Compreender e dar respostas aos desafios do nosso tempo sentido concreto à vida. O importante é mostrar para os jo- requer de cada um de nós ousadia e entusiasmo pela vida. vens do nosso tempo que os lugares mais privilegiados para Nisso, a Igreja vive muitas provocações em nossos dias. Boa encontrar Jesus são: a Palavra de Deus, a Eucaristia e no se- parte delas é superada com mais facilidade, outras não. Exis- guimento das pastorais existentes na Igreja; mas, acima de tem alguns desafios que precisam de maior atenção e cuida- tudo, na pessoa humana. do para serem resolvidos. O Para que a Igreja consiga dia- maior deles é certamente a logar com os jovens do nosso dificuldade que a Igreja en- tempo, é preciso conhecê- contra para dialogar com a los, saber quais são suas juventude do nosso tempo, convicções, suas angústias, pois no mundo dos jovens necessidades e desafios. O paira um emaranhado de conhecimento é o ponto de luzes, de sombras, de apelos, partida, é a condição prévia de chamados, de descobertas para amá-los. Não se pode e de tantas e tantas escolhas. evangelizar nem amar aquilo Diante desse impasse, há que não se conhece. Além do algo que não se percebe; ou mais, trata-se de considerar a porque nunca foi dito, ou juventude e suas potenciali- porque nunca foi aprofun- dades para renovar a socie- dado de maneira satisfatória nessa fase. Mais do que nunca, dade e a vida da Igreja. Por isso, é necessário ter em a Igreja deve acolher e mostrar aos jovens, que o entusiasmo conta que a modificação da sociedade está nas mãos da pela vida começa quando aceitamos fazer a experiência de juventude que não pode ser vista como mera expecta- Jesus Cristo. Assim, frente a tantas outras vozes, o jovem é dora, mas, sim, como verdadeiros protagonistas de sua convidado a escutar a voz do mestre: “Vem e segue-me” (Lc própria história. Por essa razão, a evangelização da ju- 18,22). ventude é um tema que ocupa a centralidade da missão No cenário em que vivemos, por um lado, existem aqueles da Igreja, tendo procurado escutar e compreender os gri- jovens que estão atentos e percebem que há de fato um tos e clamores dos jovens e é isso que a Igreja do Brasil chamado no ar; por outro lado, existem jovens que não vive um momento substancial de sua missão; o aguardo percebem esse chamado. Na verdade, podemos não saber da Jornada Mundial da Juventude em 2013, na qual o qual é o real sentido desse convite e quem está chamando povo de Deus, principalmente os jovens são convocados nem quem está sendo chamado, mas no fundo, percebe- a lançarem suas redes mais profundas (Cf. Lc 5,5), a fim
10 paulinos.org.br de abraçarem com perspicácia, a vontade de anunciar ao próximo Cristo Mestre Caminho, Verdade e Vida do jeito mais simples e profundo. O papel da Igreja é ser canal eficaz de comunicação do Evangelho por meio de uma juventude que ama, luta e abraça a missão, a exemplo do grande mensageiro de Jesus Cristo, São Paulo Apóstolo, um comunicador que soube fazer de sua vida verdadeiro apostolado do Reino de Deus: “Já não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20).
Deivid Rodrigo dos S. Tavares, postulante Paulino e graduando em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE
paulinos.org.br 11 Etapas de Formação Animação Vocacional Postulado: Como funciona O Postulado é a etapa de preparação para o noviciado. Ela ajuda o seminarista a perceber concretamente a própria vo- Durante o período do postulado, cação em relação ao carisma Paulino. Ordinariamente, nesse o jovem estudará, além da Faculdade período se cursa o terceiro e último ano do curso de Filoso- de Filosofia, as seguintes matérias: fia, que abrange também matérias de Comunicação Social na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação – FAP- COM, em São Paulo. Catequese Paulina: baseada nos escritos do fun- Nesta fase, deve-se verificar de modo particular o grau de dador, o bem-aventurado Tiago Alberione, reto- cultura religiosa do postulante, a fim de assegurar que tenha mará elementos apresentados no propedêutico. o conhecimento necessário para fazer bem o noviciado. De Terá como prioridade apresentar os momentos modo especial, devem-se apresentar explicitamente ao pos- do apostolado Paulino e as duas expressões de tulante as duas modalidades da vocação do Paulino: ser Ir- nossa vocação, ou seja, Padre e Irmão. mão ou ser Padre. Para esta etapa prioriza-se o estudo de castelhano para me- Introdução à teologia: tem por objetivo apre- lhor inserção no noviciado ibero-americano. sentar o Concílio Vaticano II, destacando o Para ser admitido ao postulado requer-se do seminarista, modo como se tratou da vida consagrada e dos além das exigências das etapas anteriores: visível desejo de meios de comunicação. se consagrar a Deus como religioso Paulino; aptidão para o exercício do apostolado Paulino; capacidade de expressar- Introdução à espiritualidade: tem como obje- se com clareza, tanto na fala como na escrita; abertura para tivo fazer com que o formando perceba sua vo- aprender; docilidade para ser formado; progresso no sentido cação como uma resposta ao chamado de Deus e de pertença à Congregação; e consciência do sentido e das aprofunde-a em clima de oração. exigências dos votos de castidade, pobreza e obediência.
Etapas 1. Serviço de animação vocacional 5. Noviciado 2. Propedêutico 6. Juniorado 3. Aspirantado 7. Formação permanente 4. Postulado
12 paulinos.org.br Cresça espiritualmente com as novenas dos patronos e intercessores da JMJ 2013!
Rezando com Nossa Novena Novena de Santa Teresinha Novena Bem-aventurado Senhora Aparecida São Sebastão do Menino Jesus João Paulo II
Novena Novena Novena Novena à Bem-aventurada Irmã Dulce Novena a São Jorge a Frei Galvão Albertina Berkenbrock
Vendas: (11) 3789-4000 (Grande São Paulo) 0800-164011 (outras localidades)
SAC: (11) 3789.4119 Nossa Família
Uma resposta de fé ao chamado do Mestre “Vinde a mim todos” (Mt 11,28)
14 paulinos.org.br Olhar para a Família Paulina e perceber a intensidade nova forma de fazer o apostolado na Igreja, um tipo e o alcance de sua missão possibilita uma pergunta de renovação. O que permanece bastante atual ao relevante: De onde vem tanta coragem? Talvez a res- se fazer uma leitura da Carta Apostólica Porta da posta seja mais simples e atual do que se imagina. Fé, Porta Fidei, quando o Papa Bento XVI decreta Simples por ser uma palavrinha formada com uma o período entre 11 de outubro de 2012 a 24 de no- consoante e uma vogal, um substantivo feminino. vembro de 2013, o Ano da Fé. Em um trecho diz o Atual porque não adormece, pelo contrário, motiva seguinte: “Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si e movimenta, questiona e apresenta respostas. Pois os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele bem, a coragem da Família Paulina vem da FÉ. É convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evan- possível dizer que assim caminhou o bem-aventurado gelho, com um mandato que é sempre novo. Por Tiago Alberione ao fundar essa Família comprometida isso, também hoje é necessário um empenho eclesial com o anúncio do Cristo Mestre. mais convicto a favor duma nova evangelização, pa- Foi pautado pela fé que Alberione desde criança sen- ra descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar tiu o desejo de entregar sua vida a serviço do Reino. o entusiasmo de comunicar a fé”. Mas não foi uma fé cega e sem razão. Com as pos- Hoje, com quase 100 anos de fundação, percebe- sibilidades de estudo que o seminário lhe promovia, se que a Família Paulina, por gerações e gerações, ficou munido de muito conhecimento. Um grande anunciou e continua anunciando a alegria da fé em sinal dessa fé aconteceu em uma noite, a qual a Famí- Jesus Divino Mestre. A mesma luz que motivou o lia Paulina carinhosamente chama de “noite famosa”, fundador foi irradiada nos corações de homens e quando a humanidade acolhia o século XX. Em sig- mulheres, que ainda hoje realizam esta missão tão nificativas horas de adoração ao Cristo-Eucaristia, importante para Igreja em todo mundo. Citando Alberione sentiu-se chamado a se preparar para fazer novamente a Carta Apostólica: “O apóstolo Paulo algo para as pessoas do novo tempo. Confiou e sen- permite entrar dentro desta realidade quando es- tiu: “Estarei convosco até o fim dos séculos” (Cf. Mt creve: ‘Acredita-se com o coração e, com a boca, faz- 28,20). se a profissão de fé’ (Rm 10,10). O coração indica O passo definitivo se deu no ano de 1910, quando que o primeiro ato, pelo qual se chega à fé, é dom de acreditou que religiosos e religiosas poderiam se tor- Deus e ação da graça que age e transforma a pessoa nar escritores, técnicos, propagandistas, levando as até ao mais íntimo dela mesma”. pessoas a um crescimento espiritual e humano. Uma
...carta de Paulo à humanidade de hoje (cf. 2Cor 3,2-3)
Ronaldo de Souza, cooperador paulino
paulinos.org.br 15 Ser Paulino Vida de Pobreza Quarta roda do carro paulino
as edições anteriores de Vitrine, conhe- na renúncia de si mesmo diante dos próprios pontos cemos as outras três rodas do carro Paulino: de vista, reconhecimento dos erros, do fazer alguma oração, estudo e apostolado. Nesta edição, cortesia em vista de um bem comum. Espelhando sua veremosN a roda da pobreza, que equilibra as demais pobreza em Jesus Mestre, que sendo pobre não deixou rodas, pois permite evitar os excessos, promovendo de trabalhar pela salvação da humanidade por meio uma melhor vivência da espiritualidade, da formação de seu serviço de carpinteiro em seus anos ocultos e do trabalho na missão dos Padres e Irmãos Paulinos. em Nazaré, assim o fundador, padre Tiago Alberione, Como Congregação religiosa uma das caracterís- arquitetou o projeto dos Paulinos. ticas que marcam os Paulinos é o voto de pobreza Atentos àqueles que carecem desta dimensão da evangélica. Para o bem-Aventurado Tiago Alberione, vida, como é o caso de muitas pessoas aqui no Brasil um dos aspectos desse voto é colocar as próprias ener- que estão desempregadas, os Padres e Irmãos Paulinos gias a serviço de Deus, dos homens, enfim, da missão. não são indiferentes, e por isso não medem esforços na Nisso podemos enxergar o modo de viver a pobreza busca de promover uma sociedade mais justa. dos Padres e Irmãos Paulinos que não baseiam sua Para inspiração da vivência evangélica da po- pobreza em não ter os bens materiais, mas em não se breza, São Paulo Apóstolo é exemplo, pois em suas apegar a eles, valorizando o trabalho como expressão missões tirava de suas próprias mãos o sustento para do ser pobre. não se tornar pesado a ninguém, ajudando os seus Viver o carisma da comunicação exige que companheiros. Deste modo, também os Paulinos são se tenham os meios. A roda da pobreza tem de levar chamados a viver a pobreza na sociedade de hoje. cada religioso a trabalhar para adquiri-los e, conjunta- Para tanto, eles não podem se acomodar diante das mente, zelar pelos bens da Congregação sem abusos ou grandes estruturas da Congregação. Que Jesus Mestre desperdícios, a fim de servirem para gerações futuras. nos ajude a viver bem a pobreza evangélica e a colocar Há também neste eixo o aspecto comunitário, nossos dons e talentos a serviço da comunidade. Só pois, o fruto desta pobreza interior é uma vida em assim chegaremos à plenitude humana. harmonia na sociabilidade com os irmãos e isso se dá
Pobreza
16 paulinos.org.br Viver o carisma da comunicação exige que se tenham os meios, e a roda da pobreza tem de levar cada religioso a trabalhar para adquiri-los e em comum zelar pelos bens da Congregação sem abusos ou desperdícios, a fim de servirem para gerações futuras.
David Brendo Silva – São Paulo/SP e Michel Gomes de Souza – Cametá/PA
Oração Estudo Apostolado paulinos.org.br 17
Meditar Vocacional Paulino Essência e espiritualidade Os eventos vocacionais junto aos Padres e Irmãos A espiritualidade pairava em todas as situações, Paulinos têm por missão levar os jovens a fazer uma expe- desde a gincana de conhecimento básico sobre o proces- riência orante de sua caminhada, possibilitando confronto so de acompanhamento vocacional, na qual foram le- de sua vida com a realidade da Congregação em solo Pau- vantadas questões com relação aos temas abordados nas lino. Esta metodologia corrobora o amadurecimento do fichas e livros recebidos pelos jovens durante o acompa- vocacionado em seu processo de discernimento. nhamento até o momento marcante, no qual foi utiliza- Além dos vários momentos de reflexão sobre a do o estilo “Taizé”, que compreende refrães meditativos missão dos Paulinos e de seu fundador, o bem-aventu- e leitura da Palavra de Deus. Mas o ponto alto sempre rado Tiago Alberione, a programação possui dinâmi- era a celebração Eucarística realizada todos os dias. ca bem interativa e espiritual, que vai dos períodos de Na visita aos setores apostólicos dos Paulinos, aprendizagem e descoberta mais profunda do “eu”, para foi possível perceber o quanto são empenhados em que possam dizer “sim”, de modo mais consciente, aos difundir o Evangelho de Cristo Mestre e nas diversas conteúdos ministrados sobre a missão e espiritualidade. áreas de formação humana falar de tudo “cristãmente”, Tudo o que ocorre nos eventos vocacionais é como pedia Alberione. feito e pensado para promover o humano. Assim um espaço bem frequentado são as capelas onde criamos inúmeros momentos fortes de mistagogia, tais como relata o vocacionado David Brendo Silva, de São Pau- lo: “os momentos de oração foram ricos, pois de modo simples nos colocaram na realidade do Paulino em seu dia a dia. Com o dinamismo de oração, adorações e vi- vências foi possível sentir um pouco da linha espiritual proposta por Tiago Alberione de viver da Palavra e da Eucaristia”, afirma.
Daniel Duellis Ferreira – Ribeirão das Neves/MG
paulinos.org.br 19 Interatividade Animação Vocacional Joia!
20 paulinos.org.br paulinos.org.br 21 Palavra e comunicação Calibrando o seu carro O combustível que move a missão dos Paulinos é a comunicação vivenciada na espiritualidade
Se você pudesse comprar o melhor carro, qual es- Como nos ensina o bem-aventurado Tiago Alberio- colheria? Hoje, são inúmeros os modelos disponíveis no ne, as rodas do carro Paulino é o que movem a Congre- mercado. Como curiosidade, vale saber que além da estru- gação. Uma delas é fundamentada na vivência integral da tura externa, um automóvel é constituído por mais de 15 espiritualidade, sendo um modo de vida. Padre Alberione mil peças, onde cada uma tem sua função, equilibrada no dizia que a ausência de uma roda deixa o carro instável. conjunto. Para esta reflexão sobre palavra e comunicação, Para evitar isso, é necessário revisão frequente, checagem vamos tomar como exemplo o carro. É possível afirmar de pneus e o funcionamento correto das peças, ou seja, um que o mais moderno meio de comunicação que existe é o apostolado integrado. No carro Paulino, o combustível é a ser humano. Cada pessoa é uma potência comunicativa. comunicação vivida na espiritualidade que se refere à busca Porém, para pensar assim, faz-se necessário visua- pelo outro, pois comunicar tem sua dimensão de coabitar. lizar a comunicação além das palavras, pois ela se realiza Pensando na comunicação humana, compreende- no todo do nosso ser. Dentro do carisma da congregação mos que ela inexiste sem o entusiasmo que a dinamiza em dos Padres e Irmãos Paulinos, a espiritualidade aspira a suas diferentes formas de manifestações. Temos como mo- viver, integralmente, o Evangelho de Jesus Cristo, Ca- delo deste “carrão”, o Criador, supremo de estabilidade e minho, Verdade e Vida, no espírito de São Paulo, sob o olhar da Rainha dos Apóstolos, falando de tudo de forma “cristãmente”. Para refletirmos a espiritualidade na comunica- ção, poderíamos pensar o seguinte: somos uma Ferrari 559XX. Imaginou? Porém, para que o veículo se colo- que em movimento é necessário o motor, as rodas, o sistema elétrico e mecânico e o sistema de combustível. Digamos que a espiritualidade é a peça fundamental desse “carrão” que corre apoiado sobre as quatro rodas e implica dois valores essenciais: estabilidade e movimen- to. Juntos garantem a vitalidade e a eficácia, favorecendo a firmeza indispensável para o Apostolado Paulino no anúncio de Jesus Mestre pelos Meios de Comunicação Social e a dinâmica do movimento equivale ao progres- so, ao caminhar em direção a uma meta, a um ponto ideal de superação constante: levar Cristo a todos.
22 paulinos.org.br de movimento, pois, sendo imutável, ao mesmo tempo está Seja nosso amigo nas redes sociais! em perpétuo dinamismo. E, ao ligarmos o nosso carro, de- vemos traçar um rumo, sem esquecer que a graça de Deus deve nos conduzir nesta estrada. Antes de nos ocuparmos do funcionamento e da velocidade da nossa “Ferrari”, é facebook.com/padrespaulinos preciso colocar-nos em constante busca da “piedade” para o testemunho evangélico do amor de Deus e ao próximo mediante o serviço apostólico concreto. Nos veículos convencionais, a energia mecânica vai @padrespaulinos converter a potência do motor em velocidade. Na vida re- ligiosa, se não estamos firmes e apoiados equilibradamente sobre bases sólidas, não podemos conseguir nenhum avan- Padres e Irmãos Paulinos ço nem comunicar o Evangelho às pessoas. “As quatro ro- perfil 2 das do ‘carrão’ – diz Padre Alberione – devem correr juntas sem solavancos, sem demasiados riscos para a carga que transportam”. Somos todos convidados a comunicar com a Padres e Irmãos Paulinos nossa vida, testemunhando o Cristo em nós.
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Espiritualidade
Rafael Pereira dos Santos – Tefé/AM e Paulo Vitor G. Pires – Bauru/SP
paulinos.org.br 23 Capa No ano da Fé, como anda a sua vocação? Jovem, coragem! Não tenhas medo de responder SIM ao Deus da vida que te chama!
24 paulinos.org.br or ocasião dos 50 anos da aber- Ptura do Concílio Vaticano II e 20 anos da publicação do Catecis- mo da Igreja Católica (CIC), o Papa Bento XVI convidou toda a Igreja para a vivência do Ano da Fé e es- creveu a Carta Apostólica Porta da Fé. É importante que os jovens se perguntem como colocar em prática o que o Romano-pontífice propôs em seu escrito. Para isso, é preciso buscar a fonte, como fez a Samarita- na no Poço de Jacó, e fazer a mesma experiência que ela: beber da Água da Vida (Cf. Jo 4,11-15). E para que isso se realize plenamente, é necessá- rio o estudo da Sagrada Escritura, a participação na Eucaristia, o conhe- cimento do CIC e a prática da cari- dade1. Esses quatro “caminhos” são, por assim dizer, vias seguras para o reavivamento e o exercício eficaz do dom da fé.
paulinos.org.br 25 Mas, jovem, coragem! Não tenhas medo de responder Vocação SIM ao Deus da vida que te chama! na Porta da Fé 1 Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade - 1Cor 13, 13. Diante da proposta feita pelo Papa, como olhar para a vocação, para o chamado que Deus faz a cada um, seja como religioso, leigo ou casado? Como olhar para a Car- ta Apostólica e não ficar somente no olhar, mas ir além, “Procuro cultivar a fé para respon- buscando responder com perseverança e ousadia ao cha- mado que ecoa no coração de cada um de maneira ímpar der com entusiasmo à missão que e particular? devo realizar.” O primeiro modelo de fidelidade à vocação é o pró- prio Jesus, o filho amado de Deus, que em tudo foi fiel Pe. Claudiano A. dos Santos, SSP à vontade do Pai. Em seguida, a fidelidade de Maria, dos Apóstolos, dos discípulos, dos mártires, dos religiosos e de tantos leigos comprometidos e engajados que, através dos séculos, se entregaram com fidelidade e generosidade às suas missões na Igreja e na sociedade. “No ano da fé, estou procurando vi- ver de forma cada vez mais cons- ciente o sim que dei a Deus ao aceitar E a minha o chamado de anunciar o Evangelho Vocação com os meios de comunicação, para que eu possa como São Paulo dizer: A palavra vocação vem do verbo latim “vocare”, que ‘Eu sei em quem acreditei.’” quer dizer chamado. Portanto, vocação é o chamado que Deus faz a cada um, de maneira única e particular. A Iorlando R. Fernandes primeira vocação do ser humano é a vida. Viver é um Aspirante Paulino em São Paulo/SP dom de Deus. Em geral, as pessoas usam a palavra vo- cação para designar a habilidade que têm para desem- penhar alguma atividade. Por isso, um bom professor escuta com frequência que “tem vocação para ensinar”, um bom cantor escuta que “tem vocação para cantar” e assim por diante, mas nunca, ou quase nunca, as pessoas pensam a vocação a partir do “estado de vida” a que são chamadas por Deus a assumir. Geralmente os jovens dizem sentir medo de respon- der ao chamado de Deus. Medo de abandonar as segu- ranças familiares, profissionais, para abraçar algo novo.
Danilo Alves Lima – Brejo Santo/CE e Cícero Danilo S. dos Santos – Bom Conselho/PE
26 paulinos.org.br Nosso Fundador Por Celso Roberto de Oliveira, seminarista Paulino, na etapa do aspirantado
Aos poucos, vai se aclarando para o Pe. Tiago Alberione o apelo divino a fazer algo pelos homens do novo século. Já é sacerdote, trabalha em vários apostolados, sobretudo na catequese, quando inicia a obra tão longamente preparada em seu coração: o apostolado da imprensa.
A ideia de que é preciso chegar às pessoas lá onde elas se encontram o move; chegar às pessoas que não vão a Igreja, que de outro MODO nunca chegariam a Cristo.
“Levar o homem todo ao Cristo todo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida”.
paulinos.org.br 27 Conheça os Institutos Paulinos de vida secular consagrada
“Fiz o propósito de não perder nenhuma ocasião que Deus me oferece para fazer o bem”. Bem-aventurado Tiago Alberione
Instituto Instituto São Gabriel Nossa Senhora Arcanjo da Anunciação
Instituto Instituto Jesus Sacerdote Santa Família
Para mais informações, dirigir-se a: Institutos Paulinos - Via Raposo Tavares, km 18,5 - Jardim Arpoador 05576-200 - São Paulo ou [email protected] Visite o nosso site: paulinos.org.br Modelo de Santidade Animação Vocacional Venerável Irmã Tecla Merlo Primeira superiora-geral das Irmãs Paulinas
“Chamada por Deus, uniu-se ao pequeno grupo de jovens que se preparavam para formar uma Congregação que hoje leva o nome de Filhas de São Paulo: religiosas apóstolas. Logo no início demonstrou grande inteligência, bondade e piedade; só a saúde era bastante frágil, mas Deus interveio visivelmente, o que ela considerava uma graça extraordinária.”. Bem-aventurado Tiago Alberione
quia. Foi aí que lhe chegou um dia o 15 de março de 1929, o bispo Dom convite do teólogo Alberione para to- José Francisco Re, constituiu as Irmãs mar parte num grupo de jovens que se Paulinas como congregação religiosa de preparavam para iniciar uma Congre- direito diocesano, e em 15 de março de gação de Irmãs dedicadas à divulgação 1953, emitiu o Decreto de Aprovação do Evangelho com a boa imprensa. Pontifícia e aprovou-lhe as Constitui- Aos 21 anos, mais precisamente ções. Irmã Tecla Merlo continuou com a 27 de junho de 1915, Teresa Merlo superiora-geral por mais um mandato encontrou-se com o padre Tiago Albe- de 12 anos. rione na sacristia da igreja paroquial de Mestra Tecla foi acometida de São Cosme e Damião e aceitou o con- um espasmo cerebral a 16 de junho de vite para fazer parte do primeiro grupo 1963. Alegrou-se muito pelo encontro das futuras Irmãs. A 29 de junho de com o papa Paulo VI quando a visi- 1916, emitiu os votos religiosos priva- tou no Hospital Regina Apostolorum dos temporários, que foram recebidos a 22 de agosto. Nesse mesmo hospital, pelo próprio padre Tiago Alberione. em Albano, morreu a 5 de fevereiro de Maria Teresa Merlo, segunda Com mais oito companheiras, Teresa 1964, vigília do cinquentenário de fun- dos quatro filhos (Carlos, João, Cons- Merlo, a 22 de julho de 1922, emitiu dação da Congregação e assistida espiri- tâncio) de Heitor Merlo e Vicência sua profissão religiosa privada per- tualmente pelo padre Tiago Alberione. Rolando, nasceu em Castagnito de pétua, recebendo o nome de mestra Em 26 de outubro de 1967, em Alba (Cúneo, Itália) a 20 de fevereiro Tecla, em homenagem a Santa Tecla, Roma, foi aberto o Processo Ordinário de 1894. Entre os anos 1908-1911, primeira discípula do apóstolo Paulo. para recolher testemunhos e documen- frequentou cursos de costura e bordado Por sua vez, padre Tiago Alberione a tação sobre a fama de santidade, a vida, no Retiro da Providência, dirigido pelas nomeou superiora-geral das Filhas de virtudes e milagres de mestra Tecla. O Irmãs de Sant’Ana. Logo depois, os pais São Paulo. Projeto e missão audazes, processo concluiu a 23 de março de enviaram-na a Turim para se aperfeiço- impensáveis para uma mulher no iní- 1972. João Paulo II assinou o decreto ar na profissão. Abriu, na casa paterna cio do século XX. que reconhecia a heroicidade de irmã de Castagnito, em 1912, uma pequena Com seu exemplo, palavra e Tecla Merlo, e a 22 de janeiro de 1991 oficina, onde acolheu jovens que dese- oração, irmã Tecla Merlo soube con- a proclamou Venerável. javam aprender a costurar e bordar. duzir e sustentar suas filhas na nova Teresa Merlo tinha uma saúde vocação que Jesus Mestre lhe confiava frágil, mesmo assim era muito trabalha- na Igreja, a saber: evangelizar com os dora, a exemplo do povo da sua terra. meios de comunicação social. No dia Era também catequista na sua paró-
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31 Recado de Paulo
“Aquele que nos perseguia, agora está anunciando a fé que antes procurava destruir.” (Gl 1,23) O apóstolo Paulo nos chama a ser anunciadores de Jesus Cristo Caminho que nos leva ao Pai, Verdade que nos revela Deus no Amor e Vida que nos comunica o Espírito
A experiência que o apóstolo Paulo fez foi de conhece Jesus. Percebe-se no texto também que Paulo re- grande intensidade com o Senhor que fez daquele corda qual é o sentido do seu chamado para a tarefa que perseguidor um verdadeiro pregador e anunciador da Deus o tinha convidado a realizar. Boa-nova, conformando assim em sua própria carne O testemunho transmitido por meio da pre- Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida, a ponto de gação do Apóstolo revela o objetivo principal de sua dizer “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive carreira de enviado e de seus combates pela verdade em mim” (Gl 2,20). do Evangelho de Jesus Cristo. A tarefa realizada em O dom da fé dado a Paulo por Jesus Cristo lhe dá suas viagens revoluciona a vida da Igreja e expõe ao a força e a graça de anunciar a todos os povos o Evan- mundo a vontade do Pai Celeste. A influência de seu gelho. Não só aos intelectuais, mas também aos pagãos, conhecimento foi de suma importância para tocar difundido assim o cristianismo por onde passava, e aqueles que não aderiram à fé na ressurreição do Cris- quando não podia estar presente nas comunidades en- to, pois no início de sua pregação poucos acreditavam viava cartas, mostrando assim para os cristãos que iria em sua conversão ao Evangelho. Paulo nos chama a ser nascer uma verdadeira referência de apostolado nas co- anunciadores de Jesus Cristo Caminho que nos leva municações e na relação com outros povos e nas diversas ao Pai, Verdade que nos revela Deus o Amor e Vida culturas. que nos comunica o Espírito. E esse anúncio pode ser Na leitura da vida do apóstolo Paulo, é possível feito mediante as comunicações sociais, seguindo a sua perceber o quanto foi fielmente profundo no seguimento referência apostólica, sendo para as nações sal e luz, ao Evangelho, o qual Paulo não aprendeu por meio de conformando-nos ao Mestre, assim como fez Paulo em homem algum, e, sim, por revelação de Jesus Cristo (cf. sua carreira, não esmorecendo diante das tribulações Gl 1,12). Ou seja, a pregação de São Paulo é uma pre- e desafios que Deus permitiu em sua missão. Ao fazer gação viva, cheia de fé, pois o próprio Deus anunciou a isso, pode afirmar: “sei em quem depositei a minha ele a forma de evangelizar. Antes de sua conversão, ele já fé” (2Tm 1,12). Esse é o exemplo de quem depositou possuía o conhecimento da Lei de Moisés, observava-a a sua vida total em prol da missão. Que o dom da fé e e a seguia de modo melhor do que muitos fariseus mais da confiança em Cristo, nosso Senhor, que São Paulo velhos. Só que Paulo seguia a Lei e não a Jesus. A vida Apóstolo tinha possa nos direcionar à salvação integral e a missão do apóstolo encontra sentido novos quando e ao gozo da vida eterna.
32 Allaf B. da Silva – Santo André/SP e Felipe A. da Silva– São Paulo/SP
33 Paulinos recomendam
Porta da Fé
Em 11 de outubro de 2012, teve início o Ano da Fé, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de novembro de 2013. Na referida data de 11 de outubro de 2012, teve sido completados também vinte anos da publicação do “Catecismo da Igreja Católica”, texto promulgado pelo predecessor de Bento XVI, o bem-aventu- rado papa João Paulo II, com o objetivo de instruir e mostrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento a serviço da catequese e foi realizada com a colaboração de todo o episcopado da Igreja católica.
Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II O Concílio Ecumênico Vaticano II recomenda que o estudo da Sagrada Escritura seja a alma de toda a teologia. Este mesmo foi anunciado pela primeira vez em 25 de janeiro de 1959, e o último anúncio deu-se em 25 de dezembro de 1961, sendo que a inauguração do Concílio ocorreu em 11 de outubro de 1962. Na abertura do Concílio, João XXIII fala dos Concílios Ecumênicos na Igreja, da origem e causa do Vaticano II, como deve ser promovida a doutrina, como deve se combater os erros e conclui que o Concílio, que agora começa, surge na Igreja como dia que promete a luz mais brilhante. O Concílio encerra-se no papado de Paulo VI, a 08 de dezembro de 1965.
Botar fé na juventude As Jornadas Mundiais da Juventude são uma realidade de fé proposta pelo, hoje, Bem-aventurado papa João Paulo II, em Roma, em 1984. A carta por ele enviada ao cardeal Eduardo Francisco Pironio, por ocasião do Seminário sobre as JMJ organi- zado em Czestochowa, Polônia, dizia o seguinte: “O principal objetivo das Jornadas é fazer da pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem, para que ele possa ser seu ponto de referência constante e também a inspiração para cada iniciativa e compromisso para a educação das novas gerações”. Entre muitos assuntos, o livro destaca a importância de uma jornada mundial como fenômeno de juventude, a Campanha da Fraternidade e algumas reflexões sobre o sentido da cruz.
Youcat Abreviação de Youth Catechism, o Catecismo Jovem da Igreja Católica chega às mãos dos leitores brasileiros. A obra tem a mesma proposta do “Catecismo da Igreja Ca- tólica”, sendo a linguagem e o projeto gráfico seu maior diferencial. Estruturado em perguntas e respostas, o livro é dividido em quatro partes (Em que Cremos, Como Celebramos?, A Vida em Cristo e Como Devemos Orar) e foi desenvolvido por um número considerável de padres, teólogos e professores de religião para apresentar a mensagem e a doutrina da Igreja em linguagem jovem e acessível. O Youcat vem aten- der a vontade dos muitos jovens que, inspirados e entusiasmados pela dinâmica das Jornadas Mundiais da Juventude, pediram um Catecismo que lhes falasse diretamente.
34 paulinos.org.br
Senhor, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes. (Lc 5,5)
Jovem, Comunicar-se hoje em dia é uma das tarefas mais simples e corriqueiras. Nossos logins nos conectam a um mundo interativo, cheio de novidades. Mas será que a quantidade de amigos da sua rede social realmente corresponde à da realidade? Novos horizontes o esperam! Adicione ao seu ambiente virtual laços reais de amizade para anunciar o Evangelho conosco, Padres e Irmãos Paulinos, e curtir novas experiências, caminhando ao lado do Pai, lançando as redes rumo a uma jornada de fé e profunda entrega espiritual!
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