Mato Castelhano-RS 2015-2024

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Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Juventude

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 2015 – 2024

Mato Castelhano, 2015

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ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

PODER EXECUTIVO PREFEITO MUNICIPAL: Jorge Luiz Agazzi VICE-PREFEITO MUNICIPAL: Alexandre Terres da Rosa PODER LEGISLATIVO PRESIDENTE DA CÂMARA: Antonio Caríssimo SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO E JUVENTUDE. SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO: Roberta de Souza Albuquerque

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Maria Helena Lunelli- Presidente Maria Silvana Agazzi Flàvia Saggiorato de Albuquerque Maurílio Silva Leyser Maurício Santini Xavier Júnior Kátia Eliane Novello Andréa Pinto Picoli

DIRETORAS DAS ESCOLAS EMEF PADRE LEONEL FRANCA-Giovane Santini EMEI ROSALINA MANFROI- Rozeni Fátima Picolo da Rosa EEEM JORGE MANFRÓI- Maria Lucia Nunes Mafalda

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COMISSÕES RESPONSÁVEIS PELO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO GERAL: Eliane Manfrói Zancanaro- Representante da Secretaria Municipal de Educação, Desporto, Cultura e Juventude. Maria Helena Lunelli- Conselho Municipal de Educação Giovane da Rosa Santini- Escola Municipal Padre Leonel Franca Rozeni Picolo da Rosa- Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfrói Maria Lúcia Nunes Mafalda- Escola Estadual de Ensino Médio Jorge Manfrói Maurílio Leyser- Representante da Associação de Pais e Professores Gilso Uncini- Câmara Municipal de Mato Castelhano Carla Teresinha Soares Savi- Representante do Executivo Municipal Kátia Eliane Novello- Representante dos Professores Municipais

SUBCOMISSÕES do PME DE MATO CASTELHANO/RS

EDUCAÇÃO INFANTIL Rozeni Picolo da Rosa Cláudia Leonice Goettems da Costa Liane Novello

ENSINO FUNDAMENTAL Giovane da Rosa Santini Gerli de Almeida Manfrói Nádia Maria Coser Zancanaro Kátia Eliane Novello

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E SUPERIOR Daguimara Catiana Lunelli Sonia Ceolin Caroline Dutra Dickel Carina Moret 5

EDUCAÇÃO ESPECIAL Luciana Sagiorato França Franciele Milani Marilene de Camargo Fernanda Nicolodi

ENSINO MÉDIO E EJA Maria Lúcia Nunes Mafalda Geila Maria Savi Brotto Ângela Maria Brena Strapasson

VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO/ FINANCIAMENTO E GESTÃO Carla Teresinha Soares Savi Flávia Tatiane Saggiorato Albuquerque Carla Salvático Marcio Picolo

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Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda. (Paulo Freire)

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LISTA DE FIGURAS

1 Portal...... 16 2 Imagem aérea ...... 18 3 Relevo ...... 20 4 Eventos ...... 23 5 Lazer ...... 24 7 E.Pe. Leonel Franca ...... 32 8 EMEI Rosalina Manfroi ...... 33 9 E.E.Jorge Manfroi ...... 35

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LISTA DE TABELAS

1 Informações Gerais ...... 15 2 Desenvolvimento Humano ...... 15 3 População ...... 20 4 Ocupação da População ...... 20 5 Rendimento ...... 21 6 Escolarização ...... 21 7 Religião ...... 21 8 Professores Rede Municipal ...... 28 9 Professores Rede Estadual ...... 28 10 Matrículas ...... 29 11 Professores anos finais do Município...... 29 12 Professores anos finais do Estado ...... 29 13 IDEB anos iniciais Rede Estadual ...... 30 14 IDEB anos iniciais Rede Municipal ...... 30 15 IDEB anos finais Rede Municipal ...... 30 16 IDEB anos finais Rede Estadual ...... 30 17 Matrículas Ed. Infantil E. Pe. Leonel Franca ...... 45 18 Matrículas Ed. Infantil EMEI Rosalina Manfroi ...... 46 19 Matrículas Iniciais Ens. Fund. Rede Municipal e Estadual ...... 52 20 Matrículas Ensino Médio ...... 60 21 Rendimento Ensino Médio ...... 61 22 Despesas da Educação ...... 82 23 FUNDEB ...... 83

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SUMÁRIO

1 Mensagem da Secretária Municipal de Educação ...... 11 2 Introdução ...... 12 3 Análise Situacional do Município e da Educação ...... 15 3.1 Informações gerais do Município de Mato Castelhano ...... 15 3.2 Índice do desenvolvimento humano ...... 15 3.3 Análise situacional do Município de Mato Castelhano ...... 16 3.3.1 Caracterização do Município de Mato Castelhano/RS ...... 16 3.3.1.1 Aspectos Históricos ...... 16 3.3.1.2 Aspectos Geográficos ...... 18 3.3.1.3 Aspectos Demográficos ...... 20 3.3.1.4 Aspectos Socioeconômicos ...... 22 3.3.1.5 Aspectos Culturais ...... 22 3.3.1.6 Aspectos Desportivos ...... 24 3.3.1.7 Aspectos Educacionais ...... 24 3.3.2 Estrutura da Educação Municipal ...... 24 3.3.2.1 Secretaria Municipal de Educação ...... 25 3.3.2.2 Diretrizes do Plano Municipal de Educação ...... 31 3.3.2.3 Caracterização e Diagnóstico das Escolas do Município ...... 31 3.3.2.3.1Escola Municipal de Ens. Fund Padre Leonel Franca ...... 32 3.3.2.3.2Escola Municipal de Ed.Inf. Rosalina Manfroi ...... 33 3.3.2.3.3Escola Estadual de Ens.Médio Jorge Manfroi ...... 35 3.4 Educação Indígena ...... 36 3.5 Diretrizes da Educação de Mato Castelhano ...... 38 4 Educação Infantil ...... 40 4.1 Diagnóstico ...... 42 4.2 Diretrizes ...... 46 4.3 Metas e Estratégias ...... 47 5 Ensino Fundamental ...... 49 5.1 Diagnóstico ...... 49 5.2 Diretrizes ...... 53 10

5.3 Metas e Estratégias ...... 53 6 Ensino Médio ...... 58 6.1 Diagnóstico ...... 60 6.2 Diretrizes ...... 62 6.3 Metas e Estratégias ...... 63 7 Educação de Jovens e Adultos ...... 64 7.1 Diagnóstico ...... 65 7.2 Diretrizes ...... 66 7.3 Metas e Estratégias ...... 66 8 Educação Especial ...... 67 8.1 Diagnóstico ...... 68 8.2 Diretrizes ...... 69 8.3 Metas e Estratégias ...... 70 9. Educação Profissional e Superior ...... 72 9.1 Diagnóstico ...... 73 9.2 Diretrizes ...... 74 9.3 Metas e Estratégias ...... 76 10 Valorização dos Profissionais da Educação/Gestão e Finança ...... 77 10.1 Valorização dos Profissionais da Educação ...... 77 10.1.1 Diagnóstico ...... 78 10.1.2 Diretrizes ...... 78 10.1.3 Metas e Estratégias ...... 79 11 Gestão e Finança ...... 80 11.1 Diagnóstico ...... 82 11.2 Diretrizes ...... 84 11.3 Metas e Estratégias ...... 86 12 Acompanhamento e Avaliação do Plano ...... 87 13 Considerações Finais ...... 89 14 Referências Bibliográficas ...... 90 Anexos ...... 93

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APRESENTAÇÃO

1. MENSAGEM DA SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

A elaboração do Plano Municipal de Educação representa um marco na história da cidade de Mato Castelhano e faz parte das ações em prol da educação de qualidade social. A partir deste documento referencial, que ora oferecemos, os cidadãos poderão apresentar e debater suas proposições políticas e pedagógicas, com vistas à consolidação de políticas públicas e de gestão da educação, demandadas pela sociedade matocastelhanense. Essa dinâmica político-pedagógica irá colaborar com as discussões dos programas, projetos e ações governamentais, tendo como objetivos reiterar o papel da educação como direito de todo cidadão, democratizar a gestão, garantir o acesso, permanência e conclusão com sucesso das crianças, jovens e adultos nas instituições de ensino de Mato Castelhano.

Roberta de Souza Albuquerque

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2 INTRODUÇÃO

Partindo da Política Nacional de Educação, como prevê a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases Nacional e o Plano de Metas e Compromisso “Todos pela Educação”, a Secretaria Municipal de Educação, Desporto, Cultura e Juventude e o Conselho Municipal de Educação em atendimento a legislação vigente, prevendo que o Plano Municipal de Educação é um plano global que atinge todo o território do Município organizaram-se inicialmente uma comissão organizadora responsável pelo processo de planejamento, organização, elaboração do PME 2014-2024, com representantes das Instituições locais, que atenderam ao convite para fazer parte de tal Comissão. A elaboração dos Planos Municipais alinhados ao Plano Nacional e o Plano Estadual de Educação constitui uma nova etapa expressando-se em cada ente federado, os objetivos e metas que lhe correspondem no conjunto e em vista de sua realidade, para que se alcance o patamar educacional proposto num período de dez anos de sua vigência. A construção do Plano Municipal de Educação é uma oportunidade ímpar que o Município tem de articular as forças sociais e envolvê-las no processo, para que haja comprometimento com a concretização das metas. O desafio é estabelecer um Plano Municipal de Educação, flexível e aberto às inovações, que possibilite a unidade na diversidade das concepções e práticas educacionais. A escola que queremos é a escola universal, gratuita e acolhedora, recebendo a todos e assegurando a cada um o desenvolvimento de suas capacidades. É aquela que possibilita a todos o acesso ao conhecimento sistematizado, através dele, a participação ativa no processo de decisão político- cultural, o que leva diretamente à valorização da escola pública.

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Dessa forma, a instituição escola deve estar a serviço da coletividade, ou seja, seu papel é a inserção social dos indivíduos como cidadãos, utilizando como instrumento a formação cultural. Quando se tratar de linhas de ações pedagógicas, as escolas, e, principalmente, a educação que desejamos é essencial levantar dados e formular um diagnóstico que retrate as reais condições concretas e históricas do Município, anseios e necessidades da população, e, do comprometimento das instituições, escolas e órgãos governamentais, para que sejam trabalhados conteúdos significativos que favoreçam a compreensão das relações sociais, e, ao mesmo tempo, garantam o aprofundamento do saber em seus diferentes significados. Numa gestão democrática, a essência é a participação social, na qual todos tenham acesso na elaboração de estratégias , nas decisões sendo integrantes ativos e transformadores do meio social. Portanto, a nova prática pedagógica buscará amparo na Legislação Educacional Federal e Estadual observando com afinco o princípio de liberdade das comunidades onde as escolas estão inseridas. Conforme o Plano Nacional, o Município de Mato Castelhano/RS tomou como primeira referência para fixação de seus objetivos aqueles estabelecidos pela Constituição Federal, em seu Art. 214 e, pelas dez diretrizes aprovadas em Junho de 2014. Da mesma forma o PME segue os objetivos do PNE: · elevação global da escolaridade da população; · melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; ·redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública; · democratização da gestão do ensino público. Dentro desses objetivos, o PME acompanha as cinco prioridades nacionais: Universalizar a educação infantil na pré escola para crianças de 4 e 5 anos e, ampliar a oferta em creches para crianças de 0 a 3 anos. Garantir o ensino fundamental obrigatório de nove anos a todas as crianças de 6 a 14 anos, assegurando sua conclusão.

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Garantia do ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram, aí incluída a erradicação do analfabetismo. Ampliação do atendimento dos demais níveis. Buscar a valorização dos profissionais da educação; Fomentar e criar um sistema de informação e avaliação em todos os níveis de ensino e modalidades de educação para repensar e buscar novas alternativas. Garantir de uma gestão democrática formulando ações em nível de colaboração entre os ente federados. Estabelecer metas de aplicação dos recursos públicos em educação de forma a garantir a qualidade e equidade. Garantir o atendimento da população com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Formular ações para que diminua as desigualdades promovendo o respeito aos direitos humanos, a diversidade e a sustentabilidade socioambiental. O presente documento está dividido em etapas que permitem uma melhor compreensão do Município e de sua educação, como também, do que se almeja alcançar nos próximos 10 (dez) anos, período de sua vigência, que são: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e EJA, ensino profissionalizante e superior, valorização profissional, gestão e financiamento. Inicialmente é realizada uma análise situacional do Município, em que são analisados aspectos de sua história, geografia, economia e cultura. Em seguida realiza-se um diagnóstico da educação municipal, em que é possível perceber os aspectos mais frágeis de nossa educação e, consequentemente, evidencia quais os maiores desafios que o Município possui e quais as prioridades deste plano. Depois de realizadas as análises situacionais serão construídas as diretrizes, metas e suas respectivas estratégias, para servirem como norteadoras do avanço da educação matocastelhanense no período de dez anos que se seguem a construção deste PME. Por fim o documento é encerrado com as indicações para o acompanhamento e avaliação do plano o que possibilitará a realização periódica de ajustes, o que garantirá o cumprimento do que aqui está previsto.

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3 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO

3.1Informações Gerais Do Município De Mato Castelhano

MUNÍCIPIO MATO CASTELHANO Data de Criação 30/3/1992 Lei de Criação Lei n.º 9645 Município de origem Área do Município - em km² 238,365 Microrregião Passo Fundo Mesorregião Norte Rio-Grandense Região Geográfica (nome) Sul Distância de POA (km) 288 km Acesso Rodoviário BR285 Altitude 740 metros Longitude 52º11'30" Latitude 28º16'42" População 2010 2.470 População estimada 2014 2.563 Residentes na área urbana(2010) 521 Residentes na área rural 1949 PIB Municipal per Capita (2012) 20.099 PIB Municipal em R$(2012) 55.210.825 Total de eleitores 2112 Densidade Demográfica 10,36 Gentílico matocastelhanense Tabela01-Informações Gerais. Fonte: www.matocastelhano-rs.com.br

3.2 Índice De Desenvolvimento Humano

IDH – Educação 0,608 IDH - Renda 0,752 IDH - Longevidade 0,839 IDH - Municipal 0,727 Ranking nacional 1.1.07 Ranking estadual 2074 Tabela nº2- Desenvolvimento Humano- Fonte: http://www.portalmunicipal.org. 2010

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3.3 Análise Situacional Do Município De Mato Castelhano

Esta etapa demonstra a realidade dos aspectos contextuais que caracterizam o Município de Mato Castelhano, os quais são: os aspectos históricos, geográficos, demográficos, socioeconômicos e culturais, para tanto se fez um estudo minucioso sobre os mesmos, a fim de estabelecer as prioridades do Plano e para propor ações que sejam capazes de solucionar os problemas identificados.

3.3.1 Caracterização Do Município De Mato Castelhano – RS

Mato Castelhano, pequena cidade do interior de Passo Fundo, recentemente emancipada, conserva antigos hábitos característicos do italiano e alemão. Sua gente simples, porém acolhedora, tem o privilégio de viver em um ambiente natural pois em seu entorno possui reservas florestal e aquática, no qual é possível viver com tranquilidade e, qualidade de vida.

Figura nº01-Portal- Fonte http://www.matocastelhano-rs.com.br

3.3.1.1 Aspectos Históricos

Durante a Revolução Farroupilha houve encontro entre as forças revolucionárias e imperiais neste município. A região foi palco de combates entre Pereira e Gomercindo Saraiva durante a Revolução Federalista sendo que pela estrada antiga em certos pontos registraram-se marcos dos combates entre Chimangos e Maragatos. 17

Com o passar dos anos algumas famílias de imigrantes colonizadores começaram a se fixar na redondeza do Mato Castelhano. Em meados de 1900 chegam aqui os imigrantes italianos, os irmãos João, Carlos e Sílvio Manfroi e o jovem Severino Loss apenas 17 anos, para trabalhar na exploração de madeira araucária e erva-mate, muito abundantes na região. Mais tarde fixaram-se aqui as famílias Tussi, Loss, Amorose, Rosseto, Novello, Stieven, Grando e Saggiorato, oriundos de Antonio Prado/RS e Garibaldi/rs. Paralelo a exploração de madeira e o solo fértil, desenvolveu-se a agricultura de subsistência destacando-se a cultura de arroz, milho, feijão e pecuária. Logo chegaram mais imigrantes italianos de Garibaldi/RS, dentre eles Jorge Manfroi, o qual juntamente com os filhos doou uma área de terra para a construção da primeira escola, fundada em 1923 com a denominação de Anita Garibaldi, em homenagem a terra natal dos doadores. Junto com os primeiros imigrantes italianos, foi trazido na bagagem a imagem se São Roque, o santo querido que lhes dava força, segurança e proteção numa época em que a fé substituía a medicina e a segurança pública. A primeira foi construída no mesmo local onde hoje se encontra a igreja São Roque de Mato Castelhano, na sede do município, e o fizeram o padroeiro do local. Mais tarde chegam também imigrantes espanhóis, alemães, entre outras etnias, e com a retirada da madeira dos pinhais surge a necessidade do reflorestamento. Em 1947, o instituto do pinho (antigo IBDF), comprou uma área de terra de 1340 hectares para esta finalidade e também criar reserva ecológica, hoje a Floresta Nacional de Passo Fundo, Instituto Chico Mendes de Conservação. Mato Castelhano fazia parte do Município de Passo Fundo, sendo um distrito, uma vila, e os moradores resolveram montar então uma comissão para emancipar o município, foram grandes as manifestações de apoio por parte da comunidade e, então no dia 10 de novembro de 1991, o eleitorado foi às urnas para votar no plebiscito que tinha como intenção decidir o futuro político da comunidade. Conforme esperado, 80% dos eleitores votaram favorável a emancipação. Dentre tropeços e lideranças contrárias ao processo de emancipação, após muitas discussões e debates emancipacionistas, em 31 de março de 1992, foi 18

publicado então no Diário Oficial do Estado a Lei Estadual n.º 9645, criando o município de Mato Castelhano. O Município possui aproximadamente 2.470 habitantes e, é basicamente agrícola, tendo a soja, o milho, o trigo, pastagens, e a pecuária de leite e corte como suas principais atividades. Hoje ainda é forte a expressão neste local por abrigar uma floresta nacional, a BR 285 que corta o Município em toda a sua extensão e que é ponto de ligação direta com o Mercosul e com o resto do país, sendo ainda importante divisor de águas e origem de nascentes de bacias hidrográficas do .

Figura nº02- Imagem aérea- fonte Google maps

3.3.1.2 Aspectos Geográficos

Mato Castelhano, emancipado em 31 de março de 1992, localiza-se no Km 272,7 da BR 285, à 25km do município de Passo Fundo, na Região do Planalto Médio. Limita-se com: NORTE: e Vila Lângaro; SUL: Marau e Gentil; LESTE: Gentil e Água Santa; OESTE: Passo Fundo. A população da zona rural encontra-se dividida em 12 comunidades, sendo elas: Nossa Senhora Consoladora- Capingui, Butiazinho, Povinho Velho, Divino Espírito Santo, Santo Antonio dos Gregolos, Santo Antonio dos Pobres, Campina 19

dos Novellos, Rincão da Esperança, Tijuco Preto, Nossa Senhora de Lourdes, Rincão dos Lopes e São Pedro do Rio do Peixe. O relevo da área é um planalto próprio para a agricultura e a pecuária. O nível de precipitação pluviométrica é regular chovendo com maior intensidade na estação do inverno. O Município está localizado no divisor de águas da bacia hidrográfica do Rio Uruguai (com nascentes dos Rios Passo Fundo, Pirassucê e Tapejara) e bacia hidrográfica do Rio Jacuí (com nascentes dos Rios Jacuí, Capingüí/Taquarí e Arroios Cachoeirão /Marau) A altitude média é de 740m do nível do mar. A média de chuva é de 1800mm anuais, com maior precipitação no período do inverno. O clima é do tipo mesotérmico ou subtropical. Apresenta quatro estações bem definidas, e grande amplitude térmica. Atuação de massas tropicais populares provocando a queda da temperatura e graus negativos e a presença de ventos frios e secos, vento Norte e vento Minuano. Temperatura média anual entre 15º a 18ºC. . A média de chuva é de 1800mm anuais, com maior precipitação no período do inverno. A flora nativa, apesar da devastação verificada em nosso Estado, ainda sobrevivem à araucária, a canela, o cedro, o bugre, o angico, o pessegueiro do mato, o guamirim, a pimenteira, o cambará, a bragatinga, a cedrilha, a canjerana, a pitangueira, a cerejeira, entre outras. A erva-mate é uma variedade importante na região nativa ou cultivada. A flora cultivada está representada pela produção de pinus ilhotes, com 320 hectares de área plantada; eucaliptos com 160 hectares de cultivo e a erva-mate com 210 hectares de produção. Antigamente foram extintas quase que totalmente as primeiras araucárias brasileiras, mas Mato Castelhano é uma localidade privilegiada, pois possui o Parque nacional CHICO MENDES, antigo IBAMA, que com muito trabalho fez o reflorestamento destas.

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Figura 03-Relevo- Fonte Google maps

3.3.1.3 Aspectos Demográficos

Conforme o censo 2010 a população de Mato Castelhano é distribuída entre homens e mulheres. A população masculina representa 1.292, enquanto a população feminina é de 1.178 hab Em Mato Castelhano, existem mais homens do que mulheres. Sendo a população composta de 47.69% de mulheres e 52.31% de homens.

Homens Mulheres Urbana 260 261 Rural 1033 935

Tabela 03- população- Censo 2010

a- Ocupação da população

Pessoas empregadas com carteira assinada 324 Militares e funcionários públicos 89 Sem carteira assinada 136 Trabalho por conta própria 483 Empregadores 41 Não remunerados 10 Produção de subsistência 67 Agricultura 740

Tabela 04-ocupação da população- Censo 2010

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Como se pode perceber na tabela acima, a ocupação da população de Mato Castelhano é agrícola, com produção principalmente de subsistência.

b- Rendimento financeiro até:

1/8 salário mínimo 90 1/4 salário mínimo 104 1/2 salário mínimo 452 1 salário 673 2 salários 654 3 salários 150 5 salários 168 10 salários 29 Mais de 10 salários 21 Sem rendimento 80 Tabela 05- Rendimento- Censo 2010

c- Escolarização

Pessoas em creches ou escolas 519 Que freqüentam classe de alfabetização 28 Na educação de jovens e adultos 2 No Ensino Fundamental 335 Ensino Médio 96 Ensino Superior 39 Sem escolarização e, ou Fundamental 1307 incompleto

Tabela 06- escolarização- Censo 2010

d- Religião

RELIGIÃO POPULAÇÃO PORCENTAGEM Católica Apostólica Romana 2.167 87.73% Espírita 0 11% Evangélica 271 35% Índice de Desenvolvimento - 0.727 Humano População residente 2.470 - População residente- homens 1.292 - População residente- mulheres 1.178 - População residente que 519 - Freqüentava creche ou escola Tabela7-Religião- Censo 2010

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Segundo as pesquisas realizadas, Mato Castelhano num contexto geral está em fase de crescimento em todos os setores com probabilidade de aumento deste crescimento.

3.3.1.4 Aspectos Socioeconômicos

As atividades econômicas estão centradas na agricultura, pecuária, e comércio local consequentemente são essas atividades que possibilitam o maior desenvolvimento do Município nos seus diversos setores. A agricultura é a atividade predominante, os cultivos são de soja (predominante), arroz, aveia, milho, trigo e cultivo de hortaliças. Na pecuária, predomina-se a criação de bovinos e na produção de leite. Também, criação de aves e porcos. O Município oferece a prestação de serviços na manutenção de estradas, no troca- troca de sementes, de mudas de árvores frutíferas, como também, oferece serviços com máquinas e implementos agrícolas. Para a produção de bovinos disponibiliza de um profissional veterinário e, de funcionários preparados para fazer inseminação no gado leiteiro, melhorando assim, a genética e a produção.

3.3.1.5 Aspectos Culturais

A cultura no Município tem origens italianas, alemãs e pratica as tradições gaúchas. Entre os eventos culturais mais significativos destaca-se a Semana do Município, da Pátria, Farroupilha, da criança, Natal na Praça, rota gastronômica, encontros de terceira idade, e festas comunitárias. Oferece-se também escolinha de dança, ginástica adulta, infantil e mirim, oficinas de artesanato, alimentação, beleza, vestuário entre outras. Nas tradições e cultura, com a influência urbana e dos meios de comunicação, percebe-se mudanças em relação a atitudes e valores dentro das famílias e da própria comunidade, sendo que as aspirações que idealizam para o 23

futuro são voltadas a realização intelectual e profissional, como também, ao resgate e a preservação de nossas raízes culturais.

Imagem 4-Eventos- Fonte http://www.matocastelhano-rs.com.br

3.3.1.6 Aspectos Desportivos

No Município existe um ginásio poliesportivo na sede e, outro localizado na localidade de Rincão da Esperança com quadras esportivas internas para prática esportiva. É realizado campeonato municipal de futebol e, é oferecido semanalmente aulas na escolinha de futsal na sede do Município. No âmbito escolar, as escolas locais participam de eventos regionais em todas as modalidades e categorias. Quanto ao lazer, predominam as festas, os jogos de bocha e futebol.

Imagem 5- Lazer- Fonte http://www.matocastelhano-rs.com.br 24

3.3.1.7 Aspectos Educacionais

A educação é uma importante “ peça na engrenagem” da sociedade e, é sem dúvida um dos meios mais importantes na construção de um coletivo justo e digno para todos. Nesse sentido um a gestão eficiente é de grande importância quando se pensa em educação de qualidade. A educação é sem dúvida um importante elemento para o bom desenvolvimento do ser humano. Por isso tanto se discute e se propõe para a melhoria deste setor. O que se sabe é que a organização, o investimento, a existência de infraestrutura adequada, profissionais bem qualificados e valorizados, alunos acompanhados pedagogicamente, com transporte, alimentação de qualidade, são aspectos indispensáveis para se alcançar uma educação de qualidade. A Rede Municipal de Ensino ainda é vinculada a 7ª Coordenadoria Regional de Educação do Estado, sendo que a pretensão para o futuro instituir o Sistema Municipal de Educação com todos os seus tramites legais.

3.3.2 Estrutura da Educação Municipal

A Lei Orgânica Municipal criada em 2005, consta os direcionamentos referentes à educação pública e garante a oferta de ensino de qualidade à população, conforme exposto no Art: 178 “A educação, direito de todos e dever do Estado, da família e da sociedade, será promovida e incentivada, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Art. 179 O ensino público será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; 25

V - valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. Art. 180 O Município organizará seu sistema de ensino pré-escolar e fundamental, em regime de colaboração com a União e o Estado, respeitando as diretrizes e as bases fixadas pela legislação federal e estadual, sendo seu dever: I - garantir o ensino pré-escolar e fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram acesso na idade própria; II - garantia de atendimento em creches e pré-escolas, às crianças de zero a seis anos de idade; III - garantia de acesso à escolaridade e atendimento educacional especializado, aos portadores de deficiência física; IV - garantia de ensino que atenda às peculiaridades e particularidades da população rural; V - organizar o currículo e calendário à realidade do Município. Para garantir o cumprimento do que é previsto em lei é necessário realizar investimentos na educação e no Plano Plurianual onde são discriminados todos os gastos do poder público municipal em educação com o objetivo de: implementar e desenvolver com qualidade o ensino público, garantindo a aprendizagem, o acesso, a permanência e a progressão dos alunos no sistema educacional. Foi ao pensar em garantir o acesso e a qualidade na educação que o Município está estruturando seu sistema de ensino, hoje este é oferecido desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental.

3.3.2.1 Secretaria Municipal de Educação

A Secretaria de Educação de Mato Castelhano passou, desde a emancipação do Município por diversas etapas que marcaram sua evolução e seu compromisso com a educação municipal. 26

No ano 1992 acontece a criação da Secretaria Municipal de Educação sob Lei Municipal nº 438/09 de 05/08/2009. Nucleamento das escolas unidocentes; Ampliação da Escola Municipal Padre Leonel Franca; No de 1993 a 1996 criou-se o primeiro Plano Municipal de Educação; Em 1997 a Criação do Conselho da Merenda Escolar; 2001- Plano de Carreira do Magistério Municipal Em 2003- Criação do Conselho Municipal de Educação 2006-Criação da biblioteca municipal e informatização Construção do ginásio poliesportivo Municipal 2006- Elaboração das Propostas pedagógicas das escolas. 2006- Elaboração e aprovação do Regimento Escolar 2007- Implantação do FUNDEB 2013- Reorganização e atualização do Regimento da Escola Municipal Padre Leonel Franca; 2014- Inauguração da Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfroi, juntamente com a oficialização e aprovação da Proposta Pedagógica e Regimento Escolar. Telecentro Municipal Assinatura de convenio com o Programa A união faz a vida. Convênio com a Cotrigal : Escola do Campo Convênio com a Brigada Militar: PROERD Acesso a Internet Criação da Rede de Apoio (RAE) Criação do Laboratório de Informática na E. Pe. Leonel Franca Encontros de Formação continuada para os professores e funcionárias; Parceria com a vigilância Sanitária do Município para os cuidados necessários preservando a qualidade de vida dos alunos e famílias; Parceria com o Instituto Chico Mendes com relação a ações de preservação do meio ambiente; Parceria com o conselho tutelar visando a permanência dos jovens na Escola; 27

Parceria com a secretaria da saúde com acompanhamento, médico, odontológico: projeto Sorriso saudável e psicológico. Parceria com a Secretaria da assistência Social visando o controle e orientação das famílias que recebem bolsa Família. Parceria com a Secretaria de Obras e agricultura com objetivo da manutenção dos prédios e arredores; Parceria com a Emater; Atualmente o Município de Mato Castelhano dispõe de 5 Estabelecimentos de Ensino, sendo que 02 são Municipais: uma de Ensino Fundamental e, 1 de Educação Infantil, 3 Estaduais: 01 de Ensino Fundamental e Médio 2 no acampamento indígena nas terras do DNIT margem BR285. Os seguintes conselhos estão em funcionamento: Conselho Municipal de Educação; Conselho da Alimentação Escolar; Conselho Municipal de Acompanhamento, Controle Social, Comprovação e Fiscalização dos Recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de valorização dos Profissionais da Educação- FUNDEB; Conselho Tutelar; Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. COMDICA. Rede de Apoio_ Assistência Social, Saúde, Educação

a- Projetos São oferecidos a crianças matriculadas nas escolas municipais e estadual: Coro Municipal Escolinha de Futsal Projeto de Dança Oficina de violão Oficina de Informática

b- Eventos Semana do Município; Semana da Páscoa; 28

Festas Juninas; Mostra de Ciências; Festa do Padroeiro do Município; Semana especial da Pátria; Semana Farroupilha com programação típica; Festival de dança; Semana da Criança; Festas comunitárias; Conferências Municipais da Saúde, Assistência e Educação; Outubro rosa e novembro azul; Natal com momento espiritual, encenação do Natal e, show musical de artistas locais e convidados. Chegada do Papai Noel; Encontros de grupos de convivência; Grupo de apoio aos adolescentes, gestantes e pessoas com deficiência; Campeonato de futebol e bocha; Feira da saúde; Rota gastronômica. O Plano de Ação Articulada (PAR) tem contemplado metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública, assegurando estratégias para apoio técnico e financeiro, visando dessa maneira uma melhoria da gestão educacional.

c- Professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal 2015 EFETIVOS CONTRATADOS TOTAL

24 11 35 Tabela 08- Fonte SMEC

d- Professores do Ensino Fundamental da Rede Estadual 2015 EFETIVOS CONTRATADOS TOTAL

33 04 33 Tabela 09- Fonte 7ª Coordenadoria

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e- Matrículas no Ensino Fundamental no Ensino Municipal NÍVEL MATRÍCULAS MATRÍCULAS MATRÍCULAS 2012 2013 2014 120 128 95 Tabela 10- Fonte SMEC

f- Professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal Anos Finais por Disciplina – 2014 DISCIPLINA NÚMERO PORTUGUÊS 02 MATEMÁTICA 02 CIÊNCIAS 01 GEOGRAFIA 01 HISTÓRIA 01 ARTES 01 ED. FÍSICA 01 ENSINO RELIGIOSO 01 INGLÊS 01 EDUCAÇÃO MUSICAL 01 Tabela 11- Fonte SMEC

g- Professores do Ensino Fundamental da Rede Estadual Anos Finais por Disciplina e Ensino Médio – 2014 DISCIPLINA NÚMERO PORTUGUÊS 05 MATEMÁTICA 03 CIÊNCIAS 02 GEOGRAFIA 02 HISTÓRIA 01 ARTES 01 ED. FÍSICA 02 ENSINO RELIGIOSO 01 INGLÊS 01 ESPANHOL 02 30

FÍSICA 01 FILOSOFIA 01 QUIMICA 01 Tabela 12- Fonte 7ª Coordenadoria

h-Índice De Desenvolvimento Da Educação Básica – IDEB IDEB da Rede Estadual - Séries Iniciais (Até a 4ª) ANO ÍNDICE IDEB 2005 3,5 2007 4,2 2009 3,8 2011 3,7

Tabela 13- Fonte IBED

IDEB da Rede Pública - Séries Iniciais (Até a 4ª) ANO ÍNDICE IDEB 2005 3,7 2007 4,1 2009 3,9 2011 3,8

Tabela 14- Fonte IBED

IDEB da Rede Estadual - Séries Finais (5ª a 8ª) ANO ÍNDICE IDEB 2005 3,5 2007 4,2 2009 3,8 2011 3,8

Tabela 15- Fonte IDEB

IDEB da Rede Pública - Séries Finais (5ª a 8ª) ANO ÍNDICE IDEB 2005 3,7 2007 4,1

2009 3,9

2011 3,8

Tabela 16- Fonte IDEB 31

Feita a caracterização cabe estabelecer metas e estratégias prioritárias para a educação matocastelhanense, que deverão ser realizadas nos próximos 10 (dez) anos. Contudo, antes de pensar as metas e suas respectivas estratégias é necessário discorrer sobre as diretrizes norteadoras deste documento e com base no estabelecido no PNE (Plano Nacional de Educação) aprovado em junho de 2014 sob a Lei nº 13.005 de 2013, que define 10 (dez) diretrizes para a educação nacional, estas mesmas serão diretrizes para o PME.

3.3.2.2 Diretrizes do Plano Nacional de Educação

I – erradicação do analfabetismo; II – universalização do atendimento escolar; III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV – melhoria da qualidade da educação; V – formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI – promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII – promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX – valorização dos profissionais da educação; X – promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

3.3.2.3 Caracterização e Diagnóstico Das Escolas do Município

O Município de Mato Castelhano conta com 01 escola de Educação Infantil, 03 escolas de Ensino Fundamental .e sendo que 02 estão localizadas provisoriamente num acampamento indígena as margens da BR285 na área do DNIT, e 01 escola estadual que atende alunos do ensino fundamental e médio. 32

3.3.2.3.1 Escola Municipal De Ensino Fundamental Padre Leonel Franca

Imagem 7- Fonte Pe. Escola Leonel Franca

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Leonel Franca, localiza-se em Rincão da Esperança, município de Mato Castelhano, beirando a Br 285. Fundada em 1935 com o nome de Tomaz Gonzato. Atendia alunos de 1ª a 4ª série, tendo como professora Anita Saggiorato. Esta construção foi realizada devido a uma doação de terra feita pelo senhor Querino Stieven, vizinho da capela. No ano de 1984, a escola e a comunidade solicitaram o Ensino de 1º Grau. Em 29 de setembro de 1985, inaugurou-se a escola com maior espaço físico e já funcionando a 5ª série e, sucessivamente até 1988, realizou-se a primeira formatura de Iº Grau. Com aumento da clientela houve necessidade de ampliação. Em 1993, com Mato Castelhano já emancipado a escola, ganha reformas de todo o prédio e mais três salas de aula novas com uma área coberta. No ano de 2001, com a nova administração e pelo aumento do número de alunos e pouco espaço físico, a escola ganhou nova ampliação com mais salas de aula, refeitório, cozinha, banheiros, área coberta, pátio cercado, instalação do parque infantil, como também reformas na

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parte já existente e adequação do ambiente para o funcionamento da Educação Infantil. Atualmente a escola totalmente reformulada conta com 100 alunos com a faixa etária de 4 a 17 anos, um quadro de 26 professores, 5 funcionárias. Oferece diversos projetos entre eles: REFORÇO, EDUCAÇÃO FÍSICA E LUDICA, FORMAÇÃO DE VALORES, INGLÊS, CÍVICO SOCIAL, MÚSICA, INGLÊS entre outros. Possui SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL para o atendimento dos alunos com deficiências na aprendizagem, física, neurológica e de socialização . Seu objetivo: proporcionar ao educando a formação necessária despertando consciência crítica para que valorize o meio em que vive. O patrimônio histórico – cultural assumindo o verdadeiro respeito pela dignidade do ser humano, adquirindo conhecimento para o trabalho, formando assim, membros úteis a sociedade.

3.3.2.3.2 Escola Municipal De Educação Infantil Rosalina Manfroi

Imagem 8- Fonte E. Rosalina Manfroi

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O Município de Mato Castelhano no papel de responsável pela Educação Infantil, em 22 de maio de 2007 passou a oferecer esta modalidade de ensino às crianças na faixa etária de 4 e 5 anos de idade na sede de Mato Castelhano em um espaço improvisado, na Avenida Presidente Vargas s/n, como anexo da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Leonel Franca, localizada na localidade do Rincão da Esperança, sendo que este estabelecimento de ensino já oferecia esta modalidade de ensino desde 1997. A primeira professora a trabalhar no anexo com a Educação Infantil do município foi a Professora Rozeni Fátima Picolo da Rosa. No primeiro ano de funcionamento atendeu a 39 crianças, sendo 23 alunos de Pré I e 16 alunos de Pré II. Em 19 de junho de 2013 através da Lei nº 561/2013 foi criada a primeira Escola Municipal de Educação Infantil denominada Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfroi criada na administração do Prefeito Jorge Luiz Agazzi, vice- Prefeito Alexandre Terres da Rosa e a Secretária Municipal de Educação Elenita Terezinha Novello Grando. O referido Estabelecimento de Ensino está situado em sede própria, na Rua Zelfira Loss, s/n no centro de Mato Castelhano – RS. Os alunos da Educação Infantil da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Leonel Franca e os alunos do anexo a esta escola, passaram a freqüentar a Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfroi. A Equipe Escolar encontra-se assim formada: Diretora; Coordenadoras Pedagógicas; Secretário de escola; Professoras; Assistentes de Educação Infantil; Monitoras; Merendeiras; Nutricionista; Serventes; Fonoaudióloga; Psicopedagoga; Psicóloga. Seu objetivo: Complementar as atribuições da família e comunidade no atendimento das crianças, em seu desenvolvimento integral nos aspectos físico, psicológico, afetivo, cognitivo e social, através de um ambiente seguro e acolhedor, contribuindo para formação de indivíduos ativos, autônomos, críticos, solidários e conscientes de seus direitos e deveres de cidadãos.

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3.3.2.3.3 Escola Estadual De Ensino Médio Jorge Manfrói

Imagem 9- Fonte E. Jorge Manfroi

Em 1921 com a chegada dos imigrantes italianos e, com eles, Jorge Manfroi vindo de Garibaldi. Preocupado com a formação cultural do povoado, doou uma área de terra para a construção da primeira escola de Mato Castelhano, em 1923, denominada Anita Garibaldi. A professora Rosalina Manfroi assume como professora que durante o dia ensinava as crianças e a noite, os adultos. Inicialmente a escola era mantida pelos pais, mais tarde pela Prefeitura de Passo Fundo e após pelo Estado do Rio Grande do Sul. Com o aumento da clientela e das necessidades foram ocorrendo progressivas transformações físicas e estruturais na escola e no ensino. Em 1958 cria-se o Grupo Escolar de Mato Castelhano; Em 1968 passa a chamar-se Grupo Escolar Jorge Manfroi; Em 1975, a escola passou a chamar-se Unidade Integrada de 1º Grau Jorge Manfroi- Escola de Área; No ano de 1977 passa a ser Escola Estadual de 1º Grau Jorge Manfroi; No ano de 2000 com a autorização do Ensino Médio passou a chamar-se Escola Estadual de Ensino Médio Jorge Manfroi.

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Hoje a escola está localizada na rua Domingos Saggiorato, s/n na sede de Mato Castelhano atende a uma clientela de mais de 500 alunos de Ensino Fundamental, Médio Politécnico, destacando-se no contexto do município. Projetos em desenvolvimento: Soletrando, Sarau Literário, Guardiões do Meio Ambiente, Mostra de Ciências da Natureza, Literatura Infantil. Seu objetivo: desenvolver o processo educativo de forma contextualizada, centrando a ação pedagógica nos princípios humanísticos, valorização da vida, respeito a diversidade cultural, sendo espaço de construção, reconstrução e socialização do conhecimento visto que é direito universal e processo continuo, possibilitando a formação de cidadãos autônomos engajados na transformação da realidade.

3.4 EDUCAÇÃO INDÍGENA

Caracterização e Diagnóstico

Escola Estadual Indigena Ens Fund Cacique Kogja Joaquim

Descrição detalhada do centro de ensino: Situação de Funcionamento: Em atividade Localização/Zona da escola: Rural Dependência administrativa: Estadual Regulamentação/Autorização no conselho ou órgão municipal, estadual ou federal de educação: Em tramitação. Educação Indígena: Sim Localizada as margens da BR 285 – KM 270 em terras do DNIT em TIJUCO PRETO em Acampamento Indígena de forma itinerante. CLIENTELA: EDUCAÇÃO INFANTIL: 05 alunos ANOS INICIAIS e FINAIS: 40 alunos; Atende até o 7º ano.

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Escola Estadual Indigena Ens Fund Nem Mag

Descrição detalhada do centro de ensino: Situação de Funcionamento: Em atividade Localização/Zona da escola: Rural Dependência administrativa: Estadual Regulamentação/Autorização no conselho ou órgão municipal, estadual ou federal de educação: Em tramitação. Educação Indígena: Sim Localizada as margens da BR 285 em terras do DNIT - PROXIMO PARQUE INDUSTRIAL em Acampamento Indígena de forma itinerante. CLIENTELA: EDUCAÇÃO INFANTIL: 11 alunos ANOS INICIAIS: 30 alunos; ANOS FINAIS: 09 alunos. As escolas kaingang estão provisoriamente instaladas nas margens da referida BR, já que em Mato Castelhano não existe terras indígenas, sendo provenientes de reservas de outros municípios do RS. São administradas pela Secretaria de Educação do Estado através da 7ª Coordenadoria de Ensino de Passo Fundo, órgão responsável pelo acompanhamento pedagógico, administrativo, financeiro e de manutenção. O Município oferece transporte escolar para os alunos da educação Infantil, Ensino Fundamental, EJA, Ensino Médio- Magistério e de Ensino Superior num total de 15 alunos que se deslocam a Passo Fundo. A escola garante a formação básica dentro dos costumes, crenças, festividades resgatando a identidade étnica. Trabalha de forma interdisciplinar e transdisciplinar utiliza-se da linguagem kaingang e portuguesa. Segue PPP e Regimento único para todas as escolas indígenas. Conforme informações e registros na Secretaria Municipal de Educação todos os professores da Rede Municipal e Estadual são graduados e atuam nas áreas específicas e, 90% são pós – graduados, logo se afirma que a formação desses está em bom nível. No contexto geral, a Educação do Município vem avançando e evoluindo, é preocupação constante dos gestores o oferecimento de todos os recursos 38

necessários desde a educação infantil até ao nível superior para que todos tenham acesso a uma educação de qualidade. Muito ainda precisa ser feito e, que será contemplado neste plano em metas futuras.

3.5 Diretrizes da Educação de Mato Castelhano

Os princípios norteadores para a prática pedagógica que objetive o ensino de qualidade estão expressos nas Diretrizes Curriculares Nacionais: Os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; Os princípios políticos dos direitos e deveres da cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; Os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e do respeito à diversidade de manifestações artísticas e culturais. As diretrizes norteadoras do Ensino Fundamental estão contidas na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e nas Diretrizes Curriculares nacionais e estaduais. Segundo o Plano Nacional de Educação (2014-2024):

Elaborar um plano de educação no Brasil, hoje, implica assumir compromissos com o esforço contínuo de eliminação de desigualdades que são históricas no País. Portanto, as metas são orientadas para enfrentar as barreiras para o acesso e a permanência; as desigualdades educacionais em cada território com foco nas especificidades de sua população; a formação para o trabalho, identificando as potencialidades das dinâmicas locais; e o exercício da cidadania. A elaboração de um plano de educação não pode prescindir de incorporar os princípios do respeito aos direitos humanos, à sustentabilidade socioambiental, à valorização da diversidade e da inclusão e à valorização dos profissionais que atuam na educação de milhares de pessoas todos os dias.

É meta do PNE investir fortemente na educação infantil, conferindo centralidade no atendimento das crianças de 0 a 5 anos, é a tarefa e o grande desafio do município. Outro desafio nacional é assegurar acesso pleno de crianças e

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jovens de 6 a 17 anos aos ensinos fundamental e médio, inclusive com ampliação da oferta de educação profissional. Esse trabalho exige colaboração entre redes e municipais e acompanhamento da trajetória educacional de cada estudante. A oferta qualitativa deverá permitir que crianças e adolescentes permaneçam na escola o tempo necessário para concluir estes níveis de ensino, eliminando celeremente o analfabetismo e elevando gradativamente a escolaridade da população, sendo básico na formação do cidadão por possibilitar o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo que são meios para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de se relacionar tanto social quanto politicamente. A escola tem responsabilidades sociais, especialmente com as crianças e jovens carentes, com procedimentos como renda mínima associada à educação, alimentação escolar, livro didático e transporte escolar sendo compromisso do Poder Público, em parceria das três esferas administrativas Município, Estado e a União. A inclusão de portadores de necessidades educacionais especiais no ensino regular demanda adequações na infra-estrutura física das escolas e nos recursos pedagógicos, disponibilizando profissionais docentes qualificados e equipes multidisciplinares. O projeto pedagógico da escola será orientado pelo princípio democrático da participação, através do funcionamento dos conselhos escolares. Os Parâmetros Curriculares Nacionais expressam a base curricular necessária ao desenvolvimento de habilidades do mundo atual. Além das disciplinas tradicionais há a inserção de temas transversais, relacionados ao cotidiano da maioria da população, como ética, meio ambiente, pluralidade cultural, trabalho e consumo, sexualidade, drogas, trânsito, entre outros, configurando-se como importante proposta e eficiente orientação para os professores. Esta estrutura curricular deverá estar sempre em concordância com as diretrizes emanadas do Conselho Nacional e Estadual de Educação e do Conselho Municipal de Educação, quando criado e em funcionamento o Sistema Municipal de Ensino. A melhoria da infra-estrutura física das escolas, garantindo inclusive as condições para a utilização das tecnologias educacionais em multimídia, contempla

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desde a construção física até os espaços especializados para atividades artístico- culturais, esportivas e recreativas.

4. EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e destina-se a crianças de zero ( 0 ) à cinco ( 5 ) anos de idade, sendo por tanto um direito a que o Estado tem a obrigação de atender. As instituições que oferecem Educação Infantil, integrantes do sistema de Ensino Público são as creches e as pré-escolas, sendo que a clientela divide-se pelo critério exclusivo de faixa etária: ( creche-zero ( 0 ) à três ( 3 ) anos; pré-escola – quatro ( 4 ) e cinco ( 5 ) anos. A Educação Infantil, como primeira etapa da Educação Básica deve cumprir a função complementar de cuidar e educar, já que é crescente a inserção da mulher no mercado de trabalho para garantir a sobrevivência da família em suas necessidades básicas ou na realização profissional enquanto indivíduo. No Brasil, a educação da criança pequena fora do espaço doméstico e do convívio familiar, iniciou-se no final do século XIX a partir de diversos contextos de demandas, ora como forma de combate à pobreza, na perspectiva do Estado, ora como salário complementar, na perspectiva da família. Frente a essa nova realidade da sociedade o Estado ampliou sua preocupação em atender a criança pequena na ausência da mãe, criando instituições para atendê-las. Conforme Vieira (1999), a trajetória das creches e escolas maternais foi marcada pela tradição assistencial, destinada às crianças das famílias pobres. Segundo essa autora, em nosso país, enquanto modalidade de guarda diária de crianças pequenas, as creches surgiram para atender as necessidades do trabalho feminino industrial, respondendo assim a questões de abandono, a desnutrição, a mortalidade infantil, a formação de hábitos higiênicos e a moralização das famílias operárias. Por muito tempo na história de nosso país esta foi a concepção que se teve para o trabalho nas creches e pré-escola, no entanto, a partir do momento em que as famílias de classe média passam a buscar um atendimento em creches é que surge uma preocupação maior no sentido de se ter nestas instituições um atendimento menos assistencialista e mais pedagógico como afirma Oliveira (2000). 41

Apenas quando segmentos da classe média foram procurar atendimento em creches para seus filhos é que esta instituição recebeu força de pressão suficiente para aprofundar a discussão de uma proposta verdadeiramente pedagógica, compromissada com o desenvolvimento total e com a construção de conhecimentos pelas crianças pequenas (p.18) Aos poucos então foram sendo organizados os jardins de infância que se originaram no âmbito público governamental com algumas iniciativas particulares. A ampliação foi acontecendo lentamente e de forma gradual, até os anos de 1970, mesmo considerando certo crescimento nos anos de 1950, em que se deu a criação das classes de pré-primário como anexos aos estabelecimentos de Ensino Fundamental. Vieira (1999) e Campos afirma: Dessa forma, pode-se considerar que, na faixa de 0 a 6 anos de idade consideram-se dois tipos de atendimento paralelo : o que se convencionou a chamar de creche, de cunho mais assistencial e de cuidado, e a pré-escola, ligada ao sistema educacional e refletindo suas prioridades de caráter instrucional. No entanto, a ampliação do atendimento infantil e a democratização da escola pública brasileira aconteceram somente nas décadas de 70 e 80, período em que diversos movimentos operários e feministas marcaram a democratização do país e o combate às desigualdades sociais. Com a Constituição Brasileira de 1988 firmou-se direitos da criança já que ampliou e consolidou as Leis Trabalhistas CLT de 1942 a qual já garantia o direito das mulheres trabalhadoras à amamentação de seus filhos, legitimando assim o direito à educação da criança nos seus primeiros anos de vida. Dessa forma, ao definir então como direito da criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado, o atendimento em creche e pré-escola (Art.208, inciso IV) a Constituição criou então uma obrigação para o sistema educacional, havendo assim a necessidade de se equipar para poder dar respostas a nova responsabilidade. Para reafirmar e operacionalizar os preceitos da Constituição de 1988 surgiu na década de 90, uma nova política de Educação Infantil difundida pelo MEC através da Coordenação da educação Infantil-COEDI. Para Consolidar o atendimento educacional das crianças de 0 a 6 anos foram dados passos significativos, dentre eles o Estatuto da Criança e o Adolescente, que integra a família como parceira da escola na definição de propostas pedagógicas e a nova Lei de Diretrizes e Bases Lei nº 9394 de, 1996 que incorporou a educação infantil no primeiro nível da educação 42

básica. Inserida no sistema educacional a educação infantil é desenvolvida em regime de colaboração nas diferentes instâncias União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Cabe á União a coordenação da Política Nacional de Educação e ao Município o oferecimento da educação infantil em creches e pré-escolas. Um dos critérios de credenciamento de instituições de educação infantil é a proporção crianças/educador, expressando-se desta forma uma contribuição para qualidade do atendimento. A nova LDB, que foi promulgada em 1996, refere-se a educação infantil quanto a finalidade deste atendimento na seção II. Art.29 do capítulo sobre a educação básica. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, sem seus aspectos: físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (p.16). Há um grande aumento no atendimento em creches e pré- escolas nos últimos anos, fortalecendo a concepção de que a creche constitui um bem, a conquista de um direito não só para o filho das mães que se destina a todos, as crianças, reafirmando o direito à educação pública.

4.1 Diagnóstico

Ao realizar uma análise histórica através de estudos e pesquisas sobre o conceito de criança, percebe-se nitidamente o avanço na concepção e no atendimento à criança. Buscando consolidar o atendimento educacional das crianças de 0 a 6 anos foram dados passos significativos, dentre eles o Estatuto da Criança e o Adolescente, que integra a família como parceira da escola na definição de propostas pedagógicas e a nova Lei de Diretrizes e Bases Lei nº 9394 de, 1996 que incorporou a educação infantil no primeiro nível da educação básica. Inserida no sistema educacional a educação infantil é desenvolvida em regime de colaboração nas diferentes instâncias União, Estados, Distrito Federal e Municípios, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, sem seus 43

aspectos: físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. É muito importante para as famílias poderem contar com uma instituição onde seus filhos pequenos sejam atendidos de forma integral, sendo que além dos cuidados básicos como alimentação, higiene, repouso, carinho e atenção às crianças recebem educação e estímulos apropriados ao seu desenvolvimento. O Município de Mato Castelhano no papel de responsável pela Educação Infantil, em 22 de maio de 2007 passou a oferecer esta modalidade de ensino às crianças na faixa etária de 4 e 5 anos de idade na sede de Mato Castelhano em um espaço improvisado, na Avenida Presidente Vargas s/n, como anexo da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Leonel Franca, localizada na localidade do Rincão da Esperança, sendo que este estabelecimento de ensino já oferecia esta modalidade de ensino desde 1997. A primeira professora a trabalhar no anexo com a Educação Infantil do município foi a Professora Rozeni Fátima Picolo da Rosa. No primeiro ano de funcionamento atendeu a 39 crianças, sendo 23 alunos de Pré I e 16 alunos de Pré II. Em 19 de junho de 2013 através da Lei nº 561/2013 foi criada a primeira Escola Municipal de Educação Infantil denominada Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfroi criada na administração do Prefeito Jorge Luiz Agazzi, vice- Prefeito Alexandre Terres da Rosa e a Secretária Municipal de Educação Elenita Terezinha Novello Grando. O referido Estabelecimento de Ensino está situado em sede própria, na Rua Zelfira Loss, s/n no centro de Mato Castelhano – RS. Os alunos da Educação Infantil da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Leonel Franca e os alunos do anexo a esta escola, passaram a freqüentar a Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfroi. A Equipe Escolar encontra- se assim formada: Diretora, Coordenadoras, Pedagógicas, Secretário de Escola, Professoras, Assistentes de Educação Infantil, Monitoras, Merendeiras, Nutricionista, Serventes, Fonoaudióloga, Psicopedagoga e Psicóloga. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Leonel Franca, localizada na localidade do Rincão da Esperança, fundada em 1935 com o nome de Tomaz Gonzato. Atendia alunos de 1ª a 4ª série, tendo como professora Anita Saggiorato. Esta construção foi realizada devido a uma doação de terra feita pelo senhor Querino Stieven, vizinho da capela. 44

Com aumento da clientela houve necessidade de ampliação. Em 1993, com Mato Castelhano já emancipado a escola ganha reformas de todo o prédio e mais três salas de aula novas com uma área coberta. No ano de 2001, com a nova administração e pelo aumento do número de alunos e pouco espaço físico, a escola ganhou nova ampliação com mais salas de aula, refeitório, cozinha, banheiros, área coberta, pátio cercado, instalação do parque infantil, como também reformas na parte já existente e adequação do ambiente para o funcionamento da Educação Infantil, sendo que este estabelecimento de ensino oferece esta modalidade de ensino desde 1997. A clientela da Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfroi é oriunda da classe média baixa. Fazem parte da comunidade escolar crianças das seguintes comunidades do município: Campinas dos Novellos, Rincão da Esperança, Tijuco Preto, Santo Antônio dos Pobres, Nossa Senhora de Lurdes, Santo Antônio dos Gregolos, Capingui, Nossa Senhora Consoladora, Povinho Velho, Rincão dos Lopes, Butiazinho e da Sede do município. As comunidades têm acesso a todos os serviços oferecidos no município, como Saúde e Educação em todos os níveis, sendo que a Educação Infantil, Fundamental e Médio é oferecida no próprio município e o Ensino Superior no município vizinho de Passo Fundo, com transporte escolar gratuito circulando em todas as comunidades, com exceção dos alunos de zero (0) a três (3) anos que são transportados por transportes particulares da famíllia. A maioria das famílias possui casa própria com infra-estrutura básica. As crianças em sua maioria são filhos de pequenos agricultores com tradicionalidade no município, sendo que a economia é baseada na agricultura e em pequenas empresas. Quanto aos costumes cultiva-se ainda, a participação nos eventos comunitários: festa religiosa, grupos de convivência, jogo de bocha, constituindo assim uma forma de lazer para todos. Sabendo que o contexto sócio-cultural e os fatores econômicos em que as crianças estão inseridas influenciam no comportamento e na construção da aprendizagem, a Escola de Educação Infantil planeja metas e ações que contribuam no crescimento de forma integral dessas crianças buscando observar o nível de desenvolvimento das mesmas para que possa realizar um trabalho mais específico 45

na área da socialização, autonomia, linguagem oral e escrita, expressão corporal e criativa, tendo sempre como foco o cuidar e o educar. A escola atende crianças de dois a cinco anos sendo elas atendidas em turmas divididas de acordo com faixa etária. A divisão de turmas obedece a Legislação Vigente (Resolução nº 311, 29 de setembro de 2010) que para o ingresso na turma o aluno deverá ter idade completa até 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. Conforme a seguinte especificação: Creche: Maternal I: atende crianças que tenham dois anos a dois anos e onze meses. Maternal II: atende crianças que tenham três anos a três anos e onze meses de idade. Pré-Escolar: Pré- Escolar I: atende crianças que completarem quatro (4) anos de idade até a data prevista em lei (31 de março). Pré-Escolar II: Atende crianças que completarem cinco (5) anos de idade até a data prevista em lei (31 de março). A escola também oferece atividades variadas aos alunos entre elas: Projeto de Inglês, brincadeiras livres, brincadeiras dirigidas, jogos, cantos, brincadeiras na areia, passeios recreativos, vídeo, brinquedos de acordo com a faixa etária, exposição de trabalhos. A escola está localizada no centro da cidade, na Rua Zelfira Loss, s/n em Mato Castelhano, em um terreno medindo 1575,00m²

Matrículas na Educação Infantil

Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Leonel Franca

2012 2013 2014 2015 50 alunos 54 alunos 18 alunos 30 alunos Tabela 17- Fonte E. Pe Leonel Franca

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Escola Municipal de Educação Infantil Rosalina Manfroi

2014 2015 59 alunos 71 alunos Tabela 18- Fonte E. Rosalina Manfroi

Obs. A EMEI Rosalina Manfroi iniciou seu funcionamento no dia 29 de agosto de 2014. Diante da demanda encontrada atualmente na Educação Infantil percebe-se já a falta de espaço físico para ampliar o atendimento. O Município de Mato Castelhano está atendendo 100% das crianças de 4 e 5 anos nas turmas de Pré-escola, já na faixa etária de 2 a 3 anos, atende 33,3%.Não atendendo ainda crianças na faixa etária de 0 a 2 anos, correspondente a turma do Berçário.

4.2 Diretrizes

As Diretrizes da Educação Infantil do Município de Mato Castelhano estão em conformidade com o Plano Nacional de Educação, que prevê: assegurar a vivência da infância e o desenvolvimento das dimensões intelectual, física, emocional, espiritual, cultural e afetiva do ser humano; integrar as políticas da educação infantil às políticas nacionais e estaduais em colaboração efetiva na área pedagógica e financeira; concretizar, parcerias com a sociedade civil na oferta e manutenção da educação infantil, buscando o aprimoramento e adequação dos espaços, equipamentos e proposta pedagógica; preparar a criança para ingressar no ensino fundamental, respeitando-se o direito de brincar, estabelecer vínculos afetivos, utilizar diferentes linguagens e expressar sentimentos, desejos, pensamentos e necessidades; oportunizar interação da criança com objetos, fatos e meio ambiente, enriquecendo vivências significativas, complementando a ação da família.

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4.3 Metas e Estratégias

Universalizar até 2016 o atendimento para as crianças de 4 e 5 anos de idade, ampliar a oferta de educação infantil, no mínimo 50% (por cento) das crianças de até 3 ( três) anos até o final da vigência deste PME e assegurar a permanência das crianças nas instituições de educação infantil. Definir políticas públicas que garantam a estrutura necessária, física ou humana para uma educação infantil igualitária, em regime de colaboração entre União, Estado e Município. Coletar e selecionar dados de demanda por vagas e de assiduidade das crianças na Educação Infantil de todas as unidades escolares. Ampliar a oferta de vagas na Educação Infantil de forma a atender as crianças nas idades exigidas por lei e indicadas pelos levantamentos. Realizar periodicamente chamadas públicas de crianças na Pré-escola (4 anos a 5 anos) , em regime de colaboração, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação. Realizar periodicamente levantamento da demanda para creche das crianças de 0 a 3 anos com a finalidade de planejar o atendimento, priorizando as crianças filhas de mães com vínculo empregatício. Garantir o atendimento das crianças que estão na creche (0 a 3 anos) na educação infantil em tempo integral, conforme o estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Cobrar a responsabilidade do Poder público, Secretaria Municipal de Educação, Sociedade Civil, Família, Diretores de escola, na garantia do acesso e permanência da criança nas instituições de Educação Infantil. Instituir padrões mínimos de infraestrutura para o funcionamento adequado das instituições de Educação Infantil da rede pública e privado, bem como garantir a qualidade do trabalho pedagógico, promovendo formação integral da criança nos aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. 48

Estruturar das instituições de educação infantil do ponto de vista físico dentro dos padrões exigidos legalmente, a fim de atender a demanda com dignidade, respeitando as necessidades básicas das crianças. Promover a Formação inicial e continuada dos profissionais da Educação Infantil (docentes e não docentes) através de execução de programas em articulação com instituições de Ensino Superior para atualização permanente em prol da garantia de qualidade educacional. Assegurar a Formação mínima exigida pela legislação vigente para a Equipe Diretiva das instituições de Educação Infantil. Admitir de profissionais (docentes e não docentes) somente com formação mínima exigida, atendendo a demanda conforme legislação vigente. Garantir o atendimento das crianças de Educação Infantil por profissionais habilitados, onde os professores tenham no mínimo formação em curso superior, especificamente em Pedagogia. Promover o acesso à creche e pré-escola e a oferta de atendimento complementar (fonoaudióloga, psicopedagoga, psicóloga) aos educandos, principalmente aqueles com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Primar pela qualidade da EMEI do município, constituindo um ambiente de gestão democrática que tenham asseguradas condições para a efetivação da integração escola-comunidade, bem como respeitada a vinculação constitucional de recursos financeiros e garantidas suas fontes específicas. Informatizar gradativamente a instituição educacional infantil, assim como garantir transparência da estrutura funcional administrativa e pedagógica. Informatizar gradativa das instituições infantis, conectando-as em rede com a SME, com auxílio técnico e financeiro da União. Implantar de laboratório de Informática nas instituições de Educação Infantil possibilitando a relação computadores/crianças nas instituições de Educação Infantil, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação como mais um ambiente de aprendizagem. 49

A Secretaria Municipal de Educação acompanhará o crescimento populacional, taxa de natalidade, com o objetivo de proporcionar a Educação Infantil em todos os seus níveis.

5. ENSINO FUNDAMENTAL

Como afirma a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 205, a educação é:

[...] direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

Todos, portanto, tem direito de acesso a educação, que compreende múltiplas dimensões: educação especial, educação do campo, educação infantil, educação de jovens e adultos, educação profissional. O ensino fundamental, assim como as demais modalidades, é, no atual sistema de ensino brasileiro, de grande importância para a formação de cidadãos críticos e participativos. É durante essa etapa de ensino que o educando passa boa parte de sua vida escolar. De acordo com a LDB a jornada escolar no ensino fundamental: “[...] incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola” (BRASIL, 1996). Ainda de acordo com a Constituição Federal os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental. No caso de Mato Castelhano em sua Lei Orgânica no art. 179- cap.V - organizar o currículo e calendário à realidade do Município. § 1º As escolas públicas municipais funcionarão com jornadas mínimas de quatro horas por turno, podendo estabelecer quantos turnos forem necessários ao atendimento da demanda de vagas, inclusive com ensino noturno.

5.1 Diagnóstico

A Lei Orgânica Municipal, bem como a LDB, preveem a ampliação da jornada de ensino, que atualmente é de um turno havendo a possibilidade de ampliação, o 50

Município oferece mais de 4 horas diárias de jornada escolar, já no contraturno a clientela escolar participa de projetos como: reforço escolar, artesanato, música e coral, violão, futsal, e recreação. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 no Capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto na Seção I - Da Educação: Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. § 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. § 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 2º Os Municípios atuaram prioritariamente no Ensino Fundamental e Pré - Escolar. 51

A LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 – LDB, no TÍTULO III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar na Seção III – Do Ensino Fundamental: escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Art.10. Os Estados incumbir-se-ão de: VI - assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio. Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: V - oferecer a Educação Infantil em creches e pré - escolas, e, com prioridade o Ensino Fundamental. Enfatiza-se que a Lei nº 11.274, de 06 de Fevereiro de 2006, que prevê o aumento de duração de ensino fundamental obrigatório e gratuito para 9 (nove) anos, devendo as matrículas serem realizadas a partir dos 6 (seis) anos de idade já está em vigor. O Plano Municipal de Educação vem ao encontro à Constituição Federal de 1998, que em seu artigo 208, relata: “O Ensino Fundamental, é obrigatório e gratuito”, a LDB de 1996 e a Emenda Constitucional nº 14 de 1995 que institui o FUNDEB. Visando a permanência de todas as crianças de 6 a 14 anos na Escola, o Município de Mato Castelhano oferece: Na Zona Urbana: Um estabelecimento de Ensino Fundamental completo de rede estadual. Na zona rural: um estabelecimento de Ensino Fundamental Completo da rede municipal.

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Matrícula inicial do Ensino Fundamental.

2012 2013 2014 Rede 3740 352 310 Estadual Rede 82 90 90 Municipal Tabela 19- Fonte SMEC

A partir do levantamento de dados apresentados percebe-se certa redução nas matrículas iniciais de rede estadual e um leve acréscimo na rede municipal. Essa variação se dá pelo movimento de transferência de alunos. A evasão escolar é praticamente insistente no município. Acredita-se que esse fato é decorrente dos incentivos oferecidos pelo governo através dos programas sociais, também o intenso acompanhamento realizado pelas escolas em parceria com a rede de apoio, leva a uma conscientização maior da importância da permanência do aluno na escola. Ações em conjunto são realizadas permanentemente; estímulos e uma educação voltada à valorização do ser humano e suas peculiaridades. Oferecem-se também oficinas e projetos em contraturno indo além da formação formal. Atualmente a taxa de reprovação em toda a rede é em torno de 0,2% (fonte: INEB) sendo que a promoções de ações que levem o aluno a uma efetiva aprendizagem são efetivadas no cotidiano, evitando-se assim a reprovação. O acesso e a permanência na escola é dever do município e, para tanto, a continuidade e a extinção da reprovação é uma garantia, proporcionando assim condições para que o educando obtenha êxito. Uma necessidade é que cada vez mais promova a formação continuada e a valorização dos profissionais em educação, outras condições é a promoção com maior intensidade de atividades extracurriculares, aulas de reforço e revisões. O diálogo com os pais é fundamental para que o processo de aprendizagem aconteça, como também o crescimento global da criança. 53

A distorção idade/série também está na taxa de 0,25% já em fase de extinção dessa taxa, pois esses alunos estão sendo atendidos de forma intensiva, buscando-se assim, a reclassificação sanando-se essa dificuldade.

5.2 Diretrizes

Conforme a Constituição Federal de 1988, o Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito, cabendo ao município oferecê-lo, garantindo o acesso e a permanência a todos, mesmo àqueles que não o fizeram em idade própria. E, visando garantir as condições necessárias para que se obtenha êxito, sem discriminação de qualquer natureza e cidadania plena na sociedade, cabe à intensificação de ações para oferecer cada vez mais programas de atendimento às dificuldades a fim de diminuir o índice de evasão e reprovação. Com isso, evita-se o aumento das distorções idade/série, possibilitando a reconquista da confiança do educando em sua capacidade de aprender. Sabe-se que, “não adianta mudar as estatísticas se não forem construídas condições para o aluno apropriar-se do conhecimento” e, por isso, faz-se necessário promover a participação e o comprometimento maior por parte dos responsáveis, através de ações que os conscientizem de sua responsabilidade e da importância da permanência do educando na escola. Para que se obtenham as condições adequadas para uma efetiva aprendizagem é preciso que as escolas sejam contempladas com infra-estrutura (subsídios, recursos, entre outros) e que se continue incentivando e investindo na formação continuada dos profissionais, onde se contemple, com tratamento diferenciado, a educação do meio rural. Cabe ressaltar, também, a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em turmas regulares, oferecendo aos profissionais cursos para qualificação, bem como a oferta de recursos físicos e pedagógicos adequados.

5.3 Metas e Estratégias

Universalizar o atendimento, com qualidade, a toda a demanda do ensino 54

fundamental de 9 anos durante a validade deste plano, em regime de colaboração com o Estado, garantindo o acesso e a permanência de todas as crianças na escola; e aumentar o número de concluintes deste nível de ensino em pelo menos 95%. Elaborar planejamento detalhado de ações, no primeiro ano do PEE, em regime de colaboração, e assegurar o direito à educação, matrícula e permanência dos estudantes, cumprindo o que indica a Constituição Federal no que se refere à obrigatoriedade da conclusão do Ensino Fundamental, envolvendo as escolas da rede municipal, estadual, secretaria municipal de educação e coordenadoria regional buscando o apoio técnico e financeiro do Estado e da União. Assegurar, com aulas de apoio no contraturno sob responsabilidade das escolas e secretaria de educação, mecanismos para o acompanhamento individualizado dos(as) alunos(as) do Ensino Fundamental, com um profissional de apoio, respeitando a temporalidade de cada sujeito e a condição da diversidade que permeia os espaços de ensino levando em conta que a aprendizagem é um processo. Adequar os Regimentos Escolares, os Projetos Pedagógicos e os Planos de Estudos para o Ensino Fundamental obrigatório de nove anos, com início aos seis anos, segundo legislação vigente. Estudar a possibilidade de outras formas de organização e desenvolvimento da recuperação preventiva e aulas de apoio com vistas à efetivação da aprendizagem em alunos com dificuldades, garantindo a qualidade da educação por inúmeras ações como realização de levantamento dos alunos com distorção idade/série, identificação das dificuldades dos mesmos, incentivando à recuperação e aperfeiçoando o processo de avaliação. Proceder mapeamento, por meio de senso educacional, das crianças fora da escola, visando localizar a demanda e universalizar a oferta de ensino fundamental obrigatório. Construir com os Conselhos Escolares, sob responsabilidade da secretaria municipal de Educação, a avaliação institucional das unidades de ensino e monitoramento da aprendizagem dos estudantes, ampliando o aproveitamento dos alunos que deverão ajudar na construção de novos mecanismos para ampliação da qualidade, a partir de dimensões e indicadores que considerem as diretrizes 55

curriculares do Ensino Fundamental de 9 anos, visando o alcance da meta em cada escola; Operacionalizar um currículo que contemple a transdisciplinaridade, trabalhando as diferenças étnico-culturais, os temas transversais emanados das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, bem como as características locais específicas. Continuar promovendo a aproximação entre as propostas pedagógicas da rede municipal e estadual com formações docentes e análise de ações propostas e concretizadas objetivando o alcance das metas previstas. Garantir permanentemente, por parte das mantenedoras com apoio e em regime de colaboração com a União, recursos financeiros que possam suprir as necessidades pedagógicas, os recursos humanos e a manutenção dos espaços criados a partir da universalização, visando à permanência e à aprendizagem efetiva de todos educandos, assim como prever recursos financeiros para espaços que vierem a ser criados, contemplando a diversidade de todos os alunos. Oferecer móveis, instalações à faixa etária a partir dos 6 anos, respeitando o desenvolvimento cognitivo e psicomotor da criança, atendendo as suas necessidades físicas. Regularizar o fluxo escolar reduzindo gradativamente, em cinco anos, as taxas de Repetência e Evasão por meio de programas específicos de qualidade que oportunizem o atendimento às dificuldades de aprendizagem com acompanhamento em turno inverso, assim como em sala de aula, oportunizando ao educando a reconquista da confiança em sua capacidade de aprender. A partir do primeiro ano da vigência deste plano, somente autorizar a construção e o funcionamento de escolas que atendam aos padrões mínimos nacionais de infra-estrutura para o Ensino Fundamental, assim como as normas dos respectivos Sistemas de Ensino compatíveis com a realidade local. Promover a participação da comunidade na gestão das escolas, criando os Conselhos Escolares ou órgãos equivalentes, como também, a participação dos pais e responsáveis no acompanhamento das atividades escolares dos filhos para que todos assumam seu compromisso com o desenvolvimento das crianças e jovens. 56

Apoiar aos professores de classes com alunos portadores de necessidades educativas especiais, mediante oferta de assessoramento e suporte pedagógico e qualificação dos mesmos, além da disponibilização de auxiliares em turmas onde se fizer necessário. Elaborar no prazo de vigência de um ano a partir da aprovação do PME um diagnóstico considerando os dados de alfabetização até o 3ª ano Ensino Fundamental, elaborando um plano de ação até o 2ª ano de vigência, estratégias de práticas pedagógicas e avaliação formação docente sob-responsabilidade da Secretaria.de Educação que contemple e se concretize tal meta. Contemplar nas propostas pedagógicas das Escolas a dimensão da ludicidade e do brincar incorporados á prática pedagógica nos currículos dos anos iniciais do Ensino Fundamental respeitando características e o tempo da cada criança. Estimular, através de ações planejadas em conjunto escola e Secretaria de Educação, visando a alfabetização das pessoas com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades e superdotação considerando as especificidades, seu tempo, com profissionais capacitadas para desenvolver este trabalho. Elaborar diagnóstico e plano de ação no primeiro ano de vigência deste plano sob-responsabilidade da Secretária de Educação a oferta de educação a integral com oficinas, projetos, entre outros atendendo pelo menos 47% das escolas e 20% dos estudantes até 2019, cumprindo o alcance total da meta até o final da vigência deste plano, e a partir da reestruturação do espaço físico, recursos humanos e financeiros. Manter as atualizações de oficinas, integradas ao projeto político pedagógico e orientadas pela função da escola de promoção da formação integral, sob- responsabilidade das escolas e da Secretaria de Educação. Continuar aperfeiçoando, em regime de colaboração, programas de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio de instalação de quadras poliesportivas, laboratórios de aprendizagem, ciências, artes e informática com acesso a uma banda larga de qualidade, espaços culturais, bibliotecas, auditórios, 57

cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos, material didático e recursos humanos que garantam a permanência e o crescimento dos estudantes. Fomentar a inclusão das práticas formais de educação musical nas escolas. Ampliar programas e, aprofundar ações de atendimento aos estudantes que necessitam de atendimento especializado, em todas as etapas da educação básica. Investir na estrutura escolar, na ampliação do quadro de professores e funcionários e na formação continuada dos profissionais da Educação. Fomentar a criação de Fórum Municipal de Educação como espaço de discussão e levantamento de dados para a execução das metas elencadas. Acompanhar em regime de colaboração, por meio de ações articuladas as políticas das redes e sistemas de ensino, de forma a buscar atingir as metas do IDEB, diminuindo a diferença entre as escolas com menores índices e a média estadual, garantido equidade da aprendizagem reduzindo pela metade, até o último ano vigência deste Plano a media dos índices municipais. Continuar garantindo transporte gratuito e qualidade para todos os estudantes, com renovação da frota de veículos. Garantir políticas públicas, em regime de colaboração, na rede de apoio de combate a violência em todos as dimensões, afirmação dos direitos humanos e um ambiente escolar do lado de segurança para a comunidade. Garantir currículos escolares, conteúdos e materiais que contemplem a diversidade ética cultural – racial valorizando a contribuição dos povos nativos e imigrantes fortalecendo as identidade e práticas culturais como também, a sustentabilidade ambiental. Universalizar de forma articulada entre as redes locais o atendimento, prevenção, promoção e atenção à saúde. Mobilizar a participação das famílias e da comunidade escolar articulando a educação formal com a educação popular e cidadã, com o objetivo de buscar o comprometimento de todos com a qualidade da educação. Promover a formação de leitores com a valorização do livro, dando ênfase a comunicação oral e escrita.

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6.ENSINO MÉDIO

A Constituição Federal de 1988 no que se refere ao Ensino Médio determina: Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: II – Progressiva universalização do Ensino Médio gratuito. Art. 211 – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 3º - Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e Médio. A Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na seção IV, que trata do Ensino Médio tem a seguinte redação: Art. 35 - O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidade: I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Art. 36 - O currículo do Ensino Médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes: I – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes, o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura, a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania; II – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes; 59

III – será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição; § 1º - Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que no final do Ensino Médio o educando demonstre: I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; III – domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania. § 2º O Ensino Médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. § 3º Os cursos do Ensino Médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de estudos. § 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de Ensino Médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional. A demanda pelo ensino médio vai compor-se, também, de segmentos já inseridos no mercado de trabalho, que aspirem melhoria social e salarial e precisem dominar habilidades que permitem assimilar e utilizar, produtivamente, recursos tecnológicos novos e em acelerada transformação. O ensino médio deverá enfrentar o desafio entre orientações profissionalizantes ou acadêmicas, entre objetivos humanistas ou econômicos, com oferta de escola média de qualidade a toda a demanda. As metas de expansão da oferta e de melhoria da qualidade do ensino médio devem estar associadas, de forma clara, a diretrizes que levem à correção do fluxo de alunos na escola básica, hoje com índices de distorção idade-série inaceitáveis. Preparando jovens e adultos para os desafios da modernidade. A reavaliação e o desenvolvimento do currículo do Ensino Médio, deverá permitir a aquisição de competências relacionadas ao pleno exercício da cidadania e da inserção produtiva: • a autoaprendizagem (capacidade de aprender a aprender por toda a vida); • percepção da dinâmica social e capacidade para nela intervir; 60

• compreensão dos processos produtivos; • capacidade de observar, interpretar e tomar decisões; • domínio de aptidões básicas de linguagens, comunicação, abstração; • habilidades para incorporar valores éticos de solidariedade, cooperação e respeito às individualidades. O estabelecimento de um sistema de avaliação é essencial para o acompanhamento dos resultados do ensino médio e correção de seus equívocos. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e, mais recentemente, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e os sistemas estatísticos já disponíveis constituem importantes mecanismos para promover a eficiência e a igualdade do Ensino Médio. A oferta de Ensino Médio atingiu níveis expressivos de expansão nos últimos anos, cumprindo em parte a finalidade de democratização do acesso à Escola. Entretanto, esta não foi acompanhada de uma efetiva melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem, isto é comprovado tanto pelos índices de evasão (especialmente no noturno) e de repetência, quanto pelo desempenho que os alunos demonstram em avaliação de caráter social.

6.1Diagnóstico

O município de Mato Castelhano conta, atualmente, com 01 estabelecimento de Ensino Médio da rede Estadual: Escola Estadual de Ensino Médio Jorge Manfroi que atende até o dia de hoje, 318 alunos distribuídos nos seguintes turnos:

Turno 1º Ano 2º Ano 3º Ano Total Total Geral Manhã 15 30 16 61 95 Noite 13 09 12 34 Tabela 20- Fonte: E. E. Ensino Médio Jorge Manfroi (2015)

Rendimento Abandono Repetência Aprovação Transferência Ano/Série 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 2012 17 04 03 06 - - 30 36 28 4 3 3 61

2013 04 03 03 03 - - 30 26 32 4 5 2 2014 03 02 03 01 02 34 23 21 3 6 2 Tabela 21-Fonte: E. E. Ensino Médio Jorge Manfroi (2015)

Pesquisas recentes, realizadas na Escola, mostram que grande parte dos alunos apresenta dificuldades em articular os saberes adquiridos no ensino formal e aplicá-los às situações do cotidiano. Com isso, denota-se que o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais como: observar, interpretar e tomar decisões para serem aprimoradas. As razões destacadas na pesquisa referentes à evasão são: o aluno sente-se pouco atraído pelas aulas, há pouca perspectiva do jovem para o trabalho e para o futuro, as dificuldades enfrentadas pelo aluno trabalhador noturno são muitas, observando nele também uma baixa autoestima e o desestímulo para prosseguir. Percebe-se que o jovem e o adolescente não são na maioria, persistentes e qualquer dificuldade é motivo para desistir. A comparação entre os dados da matrícula do Ensino Médio e a projeção da população na faixa etária correspondente (15 – 17 anos) permite afirmar que a capacidade instalada no ensino regular é suficiente para atender a demanda na faixa etária. Os alunos matriculados no ensino médio, aproximadamente 76 alunos, utilizam o transporte escolar, viabilizado por recursos municipais, garantindo assim o acesso do meio rural. Há algumas décadas a Escola de Ensino Médio demonstra uma grande preocupação com a sua verdadeira missão na formação dos jovens, visto que recebe alunos de diferentes níveis sociais e com objetivos diferenciados. Sabe-se que é preciso prepará-los para o mercado de trabalho e o desenvolvimento social como um todo e, também, não se pode ignorar aqueles que almejam disputar uma vaga na Universidade. Sendo assim, os objetivos direcionam- se ao desenvolvimento de habilidades e competências como à preparação ao ENEN e vestibular. A Escola acredita que não basta desenvolver habilidades profissionais e técnicas, mas deve também preparar os jovens para o trabalho e a cidadania, aprimorando desta forma o ser humano no aspecto ético, moral e intelectual. Para 62

atingir estes objetivos, a Escola procura desenvolver um currículo contextualizado que contribui com desenvolvimento social da comunidade na qual se insere. A persistência de políticas educacionais que pouco tem valorizado a figura do professor e o seu potencial de educador corresponsável pela formação dos futuros gestores da sociedade, é uma variável importante e um fator de angústia dos atuais integrantes do quadro e desestímulo aos novos. Os recursos financeiros disponibilizados para a Escola através da gestão da autonomia são insuficientes para o administrador desenvolver uma proposta pedagógica que atenda às necessidades de qualificação.

6.2 Diretrizes

O Ensino Médio como etapa final da educação básica, tem por finalidade propiciar o desenvolvimento do educando, assegurar-lhe uma formação com o foco nas dimensões trabalho, ciência, cultura e tecnologia, indispensável para o exercício da cidadania, bem como, fornecer meios para inserção no mundo do trabalho e em estudos posteriores. É de responsabilidade de o Estado atender ao Ensino Médio, assegurando o seu acesso e a permanência nele. Para isso procederá às ações de incentivo para a permanência no sistema escolar e garantir a conclusão da educação básica com uma sólida formação geral, sob forma de consolidação e de aprofundamento aos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental. Sabe-se que uma educação de qualidade pressupõe políticas sistemáticas e eficazes como garantia da existência e da atuação de profissionais habilitados e qualificados na sua área específica, com formação inicial e continuada. Sendo assim, as políticas públicas educacionais deverão visar a valorização e qualificação do professor, do especialista em educação e dos demais profissionais envolvidos no processo educacional. Tornam-se necessárias parcerias entre instituições superiores e os sistemas de ensino para a adequação dos currículos acadêmicos à pluralidade de exigências do contexto social. Esse processo deve ser democrático, crítico e contextualizado para que atenda as necessidades da comunidade educativa em uma dimensão 63

humanista. Além das ações pedagógicas, é preciso buscar a qualidade de ensino também através da melhoria da infraestrutura, como das instalações e equipamentos que serão utilizados para uma prática educativa eficaz.

6.3 Metas e Estratégias

Garantir o acesso e a permanência de adolescentes, jovens e adultos no Ensino Médio, oferecendo condições de atendimento à demanda com qualidade. Possibilitar ao educando do Ensino Médio construir e reconstruir o conhecimento, desenvolvendo suas habilidades e potencialidades. Compreender o conhecimento como forma de desenvolver o pensamento crítico, possibilitando a capacidade de argumentação e formação de lideranças para que o educando possa interagir e intervir na sociedade exercendo sua cidadania . Desenvolver as habilidades dos alunos do Ensino Médio, de forma a atingir níveis satisfatórios de desempenho definidos pelo Sistema Nacional de Educação Básica (SAEB), pelo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) e pelos sistemas de avaliação que venham a ser implantados no Município, Estado e União. Incentivar a participação nas organizações representativas dos segmentos da Comunidade Escolar, Círculo de Pais e Mestres, Conselhos Escolares, Grêmios Estudantis e outros, como espaços de participação e cidadania. Continuar a reorganização didático-pedagógica-administrativa do ensino noturno, de forma a adequá-lo às características e necessidades do aluno trabalhador, sem prejuízo à qualidade de ensino. Incentivar o aluno trabalhador, através de ações envolvendo Escola X Empresa X Família, para que permaneça com sucesso na Escola. Motivar o educando na busca do crescimento pessoal e profissional, oferecendo-lhe palestras, relatos de experiências, visitas, ambientes tranquilas e agradáveis. Atualizar o processo ensino-aprendizagem através da contínua qualificação dos professores e equipe gestora subsidiada pela Prefeitura Municipal ou em parceria. Assegurar que, em dois anos, seja feita a adaptação do ambiente escolar 64

para a acessibilidade de alunos portadores de necessidades especiais e de altas habilidades, como também preparar os profissionais em educação para o seu atendimento. No prazo de um ano, a contar da vigência deste Plano, estabelecer parcerias com instituições de Ensino Superior, visando à adequação dos currículos acadêmicos ao atendimento da pluralidade do Ensino Médio. Contemplar, a partir da vigência deste Plano, nos projetos municipais, atividades artístico-culturais, esportivas e recreativas envolvendo os alunos do Ensino Médio. Propiciar ao aluno do Ensino Médio, a contar da vigência deste Plano, atendimento psicológico utilizando estrutura já existente na Secretaria de Saúde e Ação Social. Assegurar, a partir da vigência deste plano, o transporte escolar aos alunos do ensino médio-rural, através de convênio com Estado do Rio Grande do Sul e, na ausência deste, garantir recursos orçamentários municipais para o custeio. Garantir o permanente funcionamento da biblioteca, sala de recursos e laboratório de Ciências e Informática com a efetivação de Recursos Humanos com manutenção e aperfeiçoamento: Construção de um auditório para contemplar a parte diversificada e atividades culturais envolvendo a comunidade escolar. Espaço para esporte e recreação com cobertura adequada para essas práticas. Internet banda larga. Informática e equipamento multimídia para todas as salas de aula.

7. Educação de Jovens e Adultos

A Constituição Federal prevê, no artigo 208, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - Ensino Fundamental obrigatório e gratuito inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. 65

A Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, na seção V que trata da Educação de Jovens e Adultos determina: Art. 37 - A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Art. 38 - Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I. No nível de conclusão do Ensino Fundamental, para os maiores de quinze anos; II. No nível de conclusão do Ensino Médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.

7.1 Diagnóstico

Constituição Federal, Art. 214 ¨... Erradicação do analfabetismo... ¨ esta tarefa exige ampla mobilização de recursos humanos e financeiros, por parte dos governos e da sociedade. Os déficits do atendimento no Ensino Fundamental e Médio resultaram, ao longo dos anos, num grande número de jovens e adultos que não tiveram acesso ou não lograram terminar o ensino básico, maiores de 15 e 18 anos. Em 1999, no Município de Mato Castelhano, havia em torno de 6% da população analfabeta e o não era disponibilizado a Educação de Jovens e Adultos, estimasse que com sua implantação em 1999 esse índice tenha diminuído, onde em 2009 teve seu 66

fechamento, mas atualmente esta sendo muito procurado por parte da população, pois o mercado de trabalho exigem escolaridade.

7.2 Diretrizes

Não basta ensinar a ler e escrever, a educação de jovens e adultos deve compreender, no mínimo, a oferta de uma formação equivalente aos 9 (nove) anos do Ensino Fundamental e aos 3 anos do Ensino Médio, gratuitamente, a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (CF, art. 208, § 1º). Universidades, igrejas, sindicatos, entidades estudantis, empresas, associações de bairros, meios de comunicação de massa e organizações não governamentais devem ser agentes de mobilização. Responsabilidade compartilhada entre União, Estados, Distrito Federal, Municípios e sociedade organizada. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 - LDB abre as portas para essa proposta, “É preciso promover uma revolução profunda nas propostas curriculares para a EJA... (MEC, 2001, p. 90)”. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, tecnologias e conhecimentos novos, exigem uma educação que valorize os saberes dos alunos.

7.3 Metas e Estratégias

Estabelecer, a partir da aprovação do PME, programas visando à alfabetização de jovens e adultos, em cinco anos e, até o final da década, diminuir significada mente o analfabetismo. Assegurar, a oferta de educação de jovens e adultos, equivalente aos 5 (cinco) anos iniciais Ensino Fundamental para população de 15 anos e mais que não tenha atingido este nível de escolaridade. Assegurar, a oferta de cursos equivalentes aos quatro anos finais do ensino fundamental para toda a população de 15 anos e mais que concluiu os 5 (cinco) anos iniciais. Assegurar a oferta de cursos equivalentes aos 3 anos finais do ensino médio para toda a população de 18 anos. 67

Estabelecer programa nacional, para assegurar que as escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio localizadas em áreas caracterizadas por analfabetismo e baixa escolaridade ofereçam programas de alfabetização e de ensino e exames para jovens e adultos, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais. Articular com as agências formadoras a concessão de créditos curriculares aos estudantes de educação superior e de cursos de formação de professores de nível médio que participarem de programas de educação de jovens e adultos. Localizar a população analfabeta do município por bairro/distrito e/ou locais de trabalho visando programar a oferta de educação de jovens e adultos para essa população. Articular com o Ministério da Educação a garantia de material didático pedagógico, adequado à clientela, para os cursos em nível de ensino fundamental e médio para jovens e adultos, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais. Construir e/ou aperfeiçoar a Proposta Pedagógica, Planos de Estudos e Regimentos Escolares para a educação de jovens e adultos, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, respeitando-se as especificidades da clientela e possibilitando o prosseguimento nos estudos. Sempre que possível, associar ao ensino fundamental e médio para jovens e adultos a oferta de cursos de formação profissional, em parcerias com instituições profissionalizantes (IFF, SENAR, SESC, EMATER e outros) ou empresas locais.

8.EDUCAÇÃO ESPECIAL

Segundo a Constituição Federal, art.208, inciso III, todos os cidadãos tem direito a igualdade de condições de acesso e permanência na escola. Este direito deve prever e possibilitar metas e estratégias para que todos os educandos possam desenvolver suas habilidades e potencialidades para seu desenvolvimento pleno da cidadania. Sendo a educação um direito de todos,cabe ao sistema de ensino possibilitar a inclusão de portadoras de deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação nas escolas regulares, oferecendo- os uma educação de qualidade nos procedimentos comuns da 68

educação básica e, concomitantemente, proporcionar-lhe situações e materiais pedagógicos que garantam a sua aprendizagem e formação como cidadão. O Plano Nacional de Educação contempla diretrizes e metas que garantam a transformação do sistema educacional em um sistema de educação inclusiva, afirmando a escola como um espaço fundamental para a valorização dos direitos humanos, assegurando o direito a diversidade em um âmbito de justiça social, respeitando as diferenças e combatendo todo e qualquer tipo de racismo, preconceito, discriminação e intolerância nas práticas educativas bem como na sociedade atual.

8.1 Diagnóstico

Destaca-se no diagnóstico do Plano Nacional de Educação que as políticas desse setor tem indicado duas situações possíveis para a organização do atendimento: participação nas classes comuns e nas salas de recursos, tendo como objetivo a oferta da educação de qualidade. A Organização Mundial de Saúde estima que em torno de 10% da população tem necessidades especiais. Estas podem ser de diversas ordens: visuais, auditivas, físicas, metais, múltiplas, distúrbios de conduta e também superdotação de altas habilidades. Através da Secretaria Municipal de Saúde de nosso município, tomamos conhecimento de que hoje, Mato Castelhano possui em torno de dez pessoas portadoras de diferentes necessidades especiais: deficiência física, mental, neurológica, visual, auditiva. No âmbito educacional, a EMEF Padre Leonel Franca possui 100 alunos, sendo destes, 3 com necessidades especiais: 1 com paralisia cerebal, 1 com hidrocefalia, 1 com deficiência mental. A EMEI Rosalina Manfroi possui 68 alunos da educação infantil, sendo dois incluídos: 1 com síndrome de down e 1 com paralisia cerebral. A E.E de Ensino Médio Jorge Manfrói possui 03 alunos, sendo que os 03 são incluídos. Nas escolas municipais existe um trabalho diferenciado, através de projetos, onde são contemplados os alunos com dificuldades de aprendizagem. Esses, não 69

estão incluídos na listagem de alunos com deficiências, pois não se caracterizam assim. São alunos que, na sua maioria apresentam a aprendizagem lenta, porém com um trabalho pedagógico mais especializado avançam na aprendizagem independente do grau de dificuldade. Sente-se a necessidade de aprofundar conhecimentos específico sobre as diferentes dificuldades presentes em sala de aula, com todos os professores das classes comuns.

8.2 Diretrizes

A educação especial destina-se às pessoas portadoras de necessidades especiais no campo de aprendizagem, originadas Quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou talentos.a inclusão dessas pessoas no sistema regular de ensino é uma diretriz constitucional (ART.208,III). Tal diretriz ainda não produziu todas as mudanças necessárias na realidade escolar, para que todas as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares, quando recomendados pela avaliação de suas condições pessoais, mas, esta se implantando gradativamente as condições necessárias para que as pessoas com deficiência tenham seus direitos assegurados. Para tanto, propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta a diversidade dos alunos. Quanto mais cedo se der a intervenção educacional, mais eficaz ela se tornará no decorrer dos anos, produzindo efeitos mais profundos sobre o desenvolvimento das crianças. Portanto, faz-se necessário, o atendimento durante a educação infantil e, para tal precisamos ampliar vagas e capacitar os profissionais, a fim de que possam detectar e oferecer atendimento pedagógico adequado. A educação especial, como modalidade de educação escolar terá de ser promovida sistematicamente nos diferentes níveis de ensino, garantindo vagas em classes regulares para os diversos graus e tipos de deficiência. Requer-se um esforço das autoridades educacionais para valorizar a permanência, com sucesso, dos alunos nas classes comuns. Para tanto, deve-se criar condições através da qualificação do trabalho pedagógico. 70

Priorizar a formação dos recursos humanos, afim de capacitá-los a oferecer o atendimento aos educandos especiais em creches, pré escola, escolas regulares de ensino fundamental e médio bem como em instituições especializadas. A sala de recursos prima pela qualidade de seu atendimento contando com professores especializados e materiais adequados. O atendimento não deverá se limitar à área educacional, deve envolver especialistas da área da saúde, psicologia, assistência e promoção social. A inclusão e a acessibilidade das pessoas portadoras de necessidades especiais fazem-se necessário. Por tanto, todos os segmentos da sociedade precisam ser envolvidos nesse processo. A educação inclusiva precisa continuar preparando-se com o espaço físico adequado, educadores capacitados, flexibilização curricular, materiais pedagógicos adequados, para que com responsabilidade, possamos incluir os portadores de necessidades especiais, a fim de oferecer qualidade de vida a todas as pessoas, pois a escola inclusiva é aquela que permite o aluno crescer e exercer cidadania.

8.3 Metas e estratégias

Organizar, em parceria com as áreas da saúde e assistência, programas a ampliar a oferta da estimulação precoce (interação educativa adequada) para as crianças com necessidades especiais, em instituições especializadas, e nas escolas de e nas escolas de educação infantil e fundamental com profissionais especializados na área. Promover, no prazo de vigência deste PNE, a universalização do atendimento escolar a demanda apresentada pelas famílias de crianças de com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Generalizar em cinco anos, como parte integrante dos programas de formação e serviço, a oferta de cursos sobre o atendimento básico a educandos especiais para os professores em exercício na educação infantil e ensino fundamental. Nos primeiros cinco anos de vigência deste plano, redimensionar conforme a necessidades da clientela, incrementando, se necessário, as salas de aula de 71

recursos e alternativas pedagógicas recomendadas, de forma a favorecer e apoiar a inclusão dos educandos com necessidades especiais em classes comuns, favorecendo-lhes o apoio adicional de que precisam. Implantar, durante a vigência deste plano, o ensino da Língua Brasileira de Sinais para os alunos surdos (se houver clientela) e,sempre que possível, para seus familiares e para o pessoal da unidade escolar, mediante um programa de formação de monitores, em parceria com organizações não-governamentais. Ampliar o fornecimento e uso de equipamentos de informática como apoio a aprendizagem do educando com necessidades especiais, inclusive através de parceria com organizações da sociedade civil voltadas para esse tipo de atendimento. Alinhando com o PNE e PEE. O PME de Mato Castelhano define: Estabelecer, durante de vigência deste plano, os padrões mínimos de infraestrutura das escolas para o recebimento dos alunos especiais. A partir da vigência dos novos padrões, somente autorizar a construção de prédios escolares, públicos ou privados, em conformidade aos já definidos de infra estrutura para o atendimento de alunos especiais. Assegurar, durante a década, transporte escolar com adaptações necessárias aos alunos que apresentam dificuldade de locomoção, bem como, proporcionar capacitação aos condutores. Assegurar a inclusão, no projeto pedagógico das unidades escolares, do atendimento as necessidades especiais de seus alunos, definindo os recursos disponíveis e oferecendo em serviço aos professores em exercício. Articular ações de educação especial e estabelecer mecanismos de cooperação com a política de educação para o trabalho, em parceria com organizações não governamentais para o desenvolvimento de programas de qualificação profissional para os alunos especiais, promovendo sua colocação no mercado de trabalho, em parceria com empresas locais. Aumentar os recursos destinados a educação especial, a fim de atingir, em dez anos, o mínimo equivalente a 5% dos recursos vinculados a manutenção e desenvolvimento do ensino, contando, para tanto, com parcerias com a área da 72

saúde, assistência social, trabalho e previdência, nas ações referidas nas metas referentes a educação especial. No prazo de três anos, a contar da vigência deste plano, organizar e por em funcionamento no Sistema Municipal de Ensino um setor responsável pela educação especial um setor responsável pela educação especial, bem como pela administração de recursos orçamentários específicos para o atendimento desta modalidade, que possa atuar em parceria como setores da saúde, assistência social, trabalho e previdência e com as organizações da sociedade civil. A partir do primeiro ano de vigência deste plano, implantar gradativamente, através de oficinas especifica programas de atendimento aos alunos com necessidades especiais. Ampliar programas específicos, em parceria om a Secretaria da SAÚDE e Ação Social, no prazo de três anos, a contar da vigência desse plano, para portadores de necessidades especiais, priorizando pessoas acima de 30 anos de idade, afim de integrá-los na sociedade. A escola municipal de ensino fundamental Padre Leonel Franca atualmente possui três alunos incluídos nas classes comuns. A estes alunos é oferecido, no contraturno, atendimento educacional especializado na classe de recursos multifuncional. Ainda, a rede municipal possui um trabalho diferenciado, através de projetos onde são contemplados os alunos com dificuldades de aprendizagem. Estes alunos, não são alunos portadores de deficiências, porém, são alunos com rendimento escolar lento, mas que com um atendimento diferenciado e especializado conseguem superar grande parte das suas dificuldades e evoluir em sua aprendizagem.

9. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E SUPERIOR

O Município de Mato Castelhano, preocupado com a formação integral de seus cidadãos, entende que um povo se destaca se contar com um sistema qualificado de educação profissional e superior.

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9.1Diagnóstico

Há a necessidade de formar um cidadão crítico e apto a conhecer e interagir com as inovações do mercado de trabalho e suas conseqüentes mudanças. A qualificação profissional neste aspecto é um grande desafio e existe uma intensa preocupação em se oferecer cursos de qualidade que beneficiem o desenvolvimento da esfera municipal e dos indivíduos envolvidos nesse processo. A qualificação profissional é um desafio a ser superado, pois o oferecimento de cursos com qualidade é que supra as necessidades locais é um preocupação da esfera municipal. Sendo assim, o município de Mato Castelhano no que diz respeito à Educação Profissional conta com uma ação integrada com a rede de apoio disponibilizando cursos técnicos adequados ás necessidades da população e possibilidades do poder público em oferecê-los. Essa modalidade de ensino é proporcionada em prédios públicos já existentes como os ginásios poliesportivos, salões comunitários, o Centro de Referência de Assistência Social, com local específico para oficinas, entre outros. Por serem estruturas em uso, encontra-se em bom estado e possuem as condições estruturais necessárias para receber tais cursos. Pelo levantamento realizado o Ensino Médio local é direcionando a formação acadêmica, portanto os alunos buscam a formação profissional na cidade de Passo Fundo, nas escolas EENAV para formação em Magistério, Hospital da Cidade e São Vicente de Paulo para enfermagem como também buscam cursos preparatórios, de construção civil, mecânica, corte e costura cabeleira, manicure, entre outros. Observa-se no Município de Mato Castelhano um crescimento anual nas matriculas do Ensino Médio e Superior nos últimos anos. É provável que este crescimento seja oriundo pela necessidade crescente de qualificação profissional para adequar-se no mercado de trabalho. Alunos concluintes do Ensino Médio em grande maioria buscam o Ensino Superior em Passo Fundo, nas Universidades: UPF, IMED, ANHANGUERA, IFSUL, IDEAU, UNOPAR. 74

O que se tem observado, no entanto, é que os jovens ao concluírem o Ensino Médio têm encontrado dificuldade para ingressar no Curso Superior pelas poucas vagas em Instituições públicas. Em Instituições Particulares o custo é alto, e a oferta de bolsas de estudo é restrita, aumentando o grau da não permanência, e conclusão do curso; mesmo com a disponibilidade de transporte gratuito oferecido pela Administração Municipal. Outro aspecto é a falta de incentivo financeiro através de bolsas de estudo para qualificar os profissionais, que poderiam suprir as carências na demanda local. Percebeu-se na fala dos alunos o interesse por cursos de extensão, capacitação, oratória, dicção, metodologia cientifica, entre outros que acrescentariam na capacitação profissional. Há necessidade de um espaço Universitário com a disposição de acervos acesso a internet, entre outros facilitando o estudo em grupo e a realização de pesquisas.

9.2 Diretrizes

Segundo o artigo 39 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, no. 9.393/96, a Educação Profissional é caracterizada como uma modalidade específica de ensino, definida como: “A Educação Profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva”, o que deixa clara sua independência em relação ao ensino regular, o reconhecimento de sua importância no contexto nacional e o propósito de promover a transição entre a escola e o mundo do trabalho. A partir das diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Educação, a Educação Profissional pode ser desenvolvida a partir dos seguintes cursos e programas: a) Formação Inicial e Continuada de Trabalhadores (cursos básicos); b) Educação Profissional Técnica de Nível Médio; c) Educação Profissional Tecnológica de graduação; d) Educação Profissional Tecnológica de Pós-Graduação. 75

Rápidas evoluções e mudanças nos processos produtivos, acelerada presença de tecnologias modernas têm promovido profunda reorganização no mundo do trabalho. Como consequência desse desenvolvimento ocorre à redução de postos de trabalhos e a necessidade de mão de obra técnica qualificada. Desta forma, novas articulações se fazem necessárias entre os mundos do Trabalho e da Educação, surgindo novos e maiores desafios para as Instituições de formação profissional e para as Universidades. A Educação Superior tem por finalidades primeiras de acordo a LDB nº 9.394/96 cap.: IV, art.: 43, inciso: I e II:

[...] I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo e II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua (BRASIL, 1996).

Neste sentido, a finalidade principal do Ensino Profissionalizante e Superior é realizar a formação de profissionais habilitados para atuarem nas diferentes áreas e campos de conhecimento, bem como intervirem frente aos problemas existentes nos distintos contextos e realidades em que se inserem. Sob esta perspectiva, fundamenta-se na defesa da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, já que o ensino não se sustenta apenas na apropriação do conhecimento produzido, mas também, na sua reflexão e redimensionamento à realidade. Sendo assim, não tem solidez uma Educação Profissional e Superior que não contemple simultaneamente a apropriação do conhecimento e a produção de novos conhecimentos. Da mesma forma, não tem utilidade, a apropriação ou produção de um conhecimento, se este não puder reverter em benefícios sociais ou para a superação dos problemas de seu tempo. Mediante tal análise, torna-se evidente a relevância do acesso e permanência em uma Educação Profissional ou Superior de qualidade, bem como sua integração com a comunidade local. O curso de Educação Profissional seja de Ensino Médio ou Superior apresentam-se como propiciadores de novas alternativas de inserção, reinserção e permanência de profissionais no mercado de trabalho.

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9.3 Metas e Estratégias

Buscar a expansão das matriculas de educação profissional técnica de nível médio nas instituições Públicas e Privadas levando em consideração a responsabilidade de cada Instituição, sua vinculação arranjos produtivos, sociais e culturais locais e regionais, bem como a interiorização da educação profissional. Fomentar a expansão da oferta de ensino profissional técnico a nível media, oferecendo as condições necessárias de acesso para esta modalidade. Buscar parceiras para a expansão da oferta do ensino médio e superior disponibilizando meios que contribuam para o acesso e permanência, incentivando o preparo profissional. Incentivar as Instituições de Ensino médio e superior para que criem estratégias de elevação da taxa de permanência e conclusão dos cursos, incentivando os estudantes através de inovações acadêmicas, projetos de extensão para desenvolver competências necessárias para exercer sua profissão. Assegurar que as Instituições de Ensino Médio e Superior ofereça meios de acesso e permanência com qualidade, a estudante com deficiência transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades superdotação conforme legislação vigente. Fomentar parcerias com Instituições e órgãos financeiras públicos e privadas, com vistas ao custeio de cursos de graduação e pós-graduação para estudantes que assim necessitarem. Fomentar no 1ª ano de vigência deste plano a constituição de um fórum que acompanhe as condições de oferta e procura do Ensino Profissionalizante e Superior pelas Instituições públicas e privadas regionais. Continuar a oferta do transporte gratuito parte do Município para estudantes dos cursos profissionalizantes e Superior. Mapear demanda e fomentar a oferta de formação pessoal por meio de ações articuladas com os diversos órgãos considerando as necessidades locais, avanços tecnológicos, de oferta de cursos preparatórios para o ENEM e Vestibulares, de línguas, dicção e oratória objetivando a qualidade da educação básica e da oferta de cursos Universitários. 77

Apoiar políticas públicas que favoreçam as populações éntico-raciais, em relação ao acesso, permanência, conclusão e formação de profissionais para que atuem junto á estas populações. Incentivar a implantação de cursos de extensão e capacitação, conforme as demandas da população local. Ampliar a divulgação para estudantes do Ensino Médio com relação ao ingresso no ensino superior, elaborando um plano de divulgação de vagas, bolsas e créditos disponíveis nos sistemas públicos e privados. Motivar a formação de profissionais em áreas especifica e de carência local através de incentivo financeiro.

10. VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO/ GESTÃO E FINANÇA

Para que se tenha uma educação de qualidade é primordial atenção especial nestas metas.

10.1 Formação Dos Professores E Valorização Dos Profissionais Da Educação

Devido a evolução científica e tecnológica dos nossos dias, e talvez por causa dela, a crescente consciência das responsabilidades que como profissional, o professor assume perante a sociedade, faz-se necessário a valorização do professor, vinculada a uma política educacional que implica na formação profissional inicial, nas condições de trabalho, no salário, na carreira e na formação continuada. Para perspectivar o atendimento às necessidades locais é primordial ter no quadro de funcionários, profissionais preparados, críticos e criativos, com bagagem teórica e prática para lidar com contextos escolares instáveis, indeterminados e complexos. É imprescindível viabilizar uma articulação entre os Sistemas de Ensino e as Instituições de Ensino Superior, buscando preparar e valorizar este professor não pelo quanto ele ensina, mas sobre tudo aquele que facilita a aprendizagem ajudando a aprender.

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10.1.1 Diagnóstico

O Município de Mato Castelhano já apresenta seu quadro de professores qualificados com nível superior, cabe dedicar-se intensamente na formação continuada para manter e assegurar o nível de qualidade de seus profissionais. O município oferece condições de trabalho e de remuneração, previstos no Plano de Carreira e seguindo o piso nacional, sistemas de ingresso, promoções, possibilidades de afastamento para formação continuada aos professores. Em contrapartida, os profissionais deverão estar compromissados com a aprendizagem dos alunos, respeitando os educandos e participando do trabalho de equipe da escola. É necessário, na formação permanente, a busca de apropriação de novas tecnologias e saberes necessários que possibilitarão intervenções pedagógicas atualizadas dialógicas e contextualizadas. A formação continuada dos profissionais da educação pública é ser garantida pela Secretária Municipal de Educação, buscando no financiamento a manutenção dos programas de educação continuada, em parceria com universidade IDEAU através do Programa A União faz a vida (Sicredi).

10.1.2 Diretrizes

A valorização do magistério implica: Uma formação profissional que assegure o desenvolvimento da pessoa do educador enquanto cidadão e profissional, o domínio dos conhecimentos objeto de trabalho com os alunos e dos métodos pedagógicos que promovam a aprendizagem; Sistema de educação continuada que permite ao professor um crescimento constante de seu domínio sobre a cultura letrada, dentro de um visão crítica e da perspectiva de um novo humanismo; Jornada de trabalho organizada de acordo com a jornada dos alunos,concentrada, se possível, num único estabelecimento de ensino e que inclua o tempo necessário para as atividades complementares ao trabalho em sala de aula; 79

Compromisso social e político do magistério. Investir nos profissionais da educação pelo avanço nos programas de formação e de qualificação dos professores, com oferta de cursos para o aperfeiçoamento de todos os profissionais do magistério, deve ser compromisso das instituições de educação superior e dos sistemas de ensino. Além de ampla formação básica e continuada e remuneração condigna, o envolvimento, a participação e o compromisso social dos profissionais da educação desdobrar-se-á em proposta pedagógica que se constrói a cada dia na dinâmica do cotidiano escolar, na interação entre os sujeitos, num processo contínuo e permanente de ação/reflexão/ação.

10.1.3 Metas e estratégias

Atualizar o Plano de Carreira do Magistério existente na rede Municipal de Ensino e revisar, no máximo no período de dois anos promovendo ampla discussão, participação e aprovação pelos representantes da categoria. Assegurar que o provimento para cargos de professores na rede municipal de educação seja feito através de concursos públicos, de acordo com as qualificações mínimas exigidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Garantir que, mesmo em caráter emergencial e em situações de substituição de professor titular, o profissional deverá ter habilitação específica para a área de atuação. Proporcionar aos profissionais da Educação, um programa de Formação Continuada, propondo avanços político-pedagógicos, promovendo a prática da reflexão coletiva para efetivar ações conforme a realidade de cada escola. Incentivar os profissionais que atuam na educação devem refletir constantemente sobre o trabalho desenvolvido, atualizando-se permanentemente através de cursos, encontros, seminários, troca de experiências e grupos de estudo. Garantir aos funcionários administrativos e de apoio que atuam na escola, cursos de formação continuada. 80

Buscar junto a Universidades e demais instituições formadoras de professores, cursos de formação continuada atendendo à demanda local e regional dos profissionais graduados em nível superior. Continuar promovendo programas de formação continuada para os professores de educação infantil, alfabetizadores e ensino fundamental, contando com a parceria das instituições de ensino superior. Garantir a remuneração adequada, levando em conta o piso salarial nacional de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação, assegurando promoções por mérito, atualizações e especializações dentro de sua área de atuação, valorizando assim, o crescimento intelectual. Estimular um trabalho de integração na equipe escolar: diretiva, coordenação e professores garantindo condições adequadas para exercer suas funções e comprometendo-se com o grupo no fazer pedagógico da escola. Viabilizar parcerias entre redes de ensino buscando apoio em empresas privadas para promover programas de formação continuada. Observar as metas estabelecidas no Plano Estadual de Educação para esta modalidade de ensino e em regime de colaboração com o Estado, apoiar as suas iniciativas, prevendo mecanismos para execução das mesmas.

11. GESTÃO E FINANÇA

Os recursos destinados à educação têm tido grande destaque na mídia nacional recentemente. A cada dia a população conscientiza-se da necessidade de investir em educação para que o país possa alcançar desenvolvimento social e econômico. Os recursos disponíveis são de grande importância na elaboração das metas deste documento. Por isso, é necessário pensar, avaliar e discutir os valores gastos pela administração pública, em educação, nos últimos anos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece: “Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de: I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 81

II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV - receita de incentivos fiscais; V - outros recursos previstos em lei. Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal. Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e na legislação concernente. Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade. Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será calculado pela União ao final de cada ano, com validade para o ano subsequente, considerando variações regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino. Determinar objetivos na área da educação, exige a quantificação dos recursos disponíveis para a manutenção e o desenvolvimento do ensino. A principal diretriz para o financiamento da educação, envolve a vinculação constitucional de recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino, conforme o art. 212 da Constituição Federal. Até o presente momento, o norteador das orientações e direções da educação no país, o FUNDEB, é quem estabelece as diretrizes a serem seguidas pelos Municípios e Estados.

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11.1Diagnóstico

O percentual Constitucional vinculado e confirmado pela Lei Orgânica Municipal, de 25%, no mínimo, da receita de impostos dos Estados e Municípios para manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE), conforme o Art. 185 da Lei Orgânica de Mato Castelhano: o Município aplicará, anualmente, vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida também a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino público municipal. É importante porque garante uma fonte estável para financiar a educação, não sujeita às conveniências da política econômica.

Tabela 22- Fonte Financeiro da Prefeitura Municipal Com a implantação do FUNDEB, anualmente, o Município tem garantido um valor custo aluno do Ensino Fundamental, porém os números demonstram um incremento por parte do município nos últimos quatro anos, a aplicação na MDE ultrapassou o valor mínimo de 25%. 83

Tabela 23- Fonte Financeiro da Prefeitura Municipal

Quanto ao acompanhamento, a Secretaria de Administração e Finanças publica e faz o controle através do Relatório Resumido da Execução Orçamentária com o demonstrativo das receitas e despesas em MDE através do portal da transparência no site da Prefeitura Municipal. A Secretaria da Educação por meio dos setores competentes, acompanha e analisa a referida execução orçamentária. O acompanhamento e o controle social dos recursos aplicados em educação são realizados, principalmente, por três conselhos municipais que têm incumbências para atuar nessa área: Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FNDEB, Conselho Municipal de Educação e Conselho Municipal de Alimentação Escolar. Ao Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB cabe exercer essas atribuições sobre a repartição, a transferência e a aplicação dos recursos do referido Fundo. Ao Conselho Municipal de Educação cabe normatizar o Sistema Municipal de Ensino, e oferecer suporte legal e técnico ao bom andamento da rede, possuindo dotação orçamentária própria. Ao Conselho Municipal de Alimentação Escolar compete acompanhar a aplicação dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, zelar pela qualidade do atendimento, analisar as prestações de contas e comunicar irregularidades detectadas. Sem dúvida, a garantia dos percentuais vinculados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, inclusive no Plano Plurianual – PPA, deve ser o ponto de partida para a formulação e implementação dos objetivos e metas educacionais. 84

Entretanto, considerando as necessidades de expansão, principalmente da Educação Infantil e a melhoria da qualidade da educação escolar, esses recursos precisam ser garantidos e incrementados anualmente. Em Mato Castelhano, outras fontes tradicionais de financiamento como os recursos recebidos do FNDE/MEC. Estes, também não atendem as necessidades prioritárias da Secretaria da Educação, como é o caso, por exemplo, do repasse estadual para o transporte escolar, programa suplementar obrigatório no ensino fundamental como a Merenda Escolar e Programa Dinheiro Direto na Escola, Programa Mais Educação, incentivos da Rede de Apoio, Bolsa Família, entre outros que estão associados à educação, encaminhando à escola crianças, jovens e adultos das famílias beneficiadas, e monitorando sua frequência.

11.2 Diretrizes

As diretrizes para financiamento da Educação encontram-se na Constituição Federal que determina: “Art.212 – A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do Plano Nacional de Educação. Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde prevista no Art.208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários. A Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 especifica, nos art. 70 e 71. “Art.70 – Considerar-se-ão como de manutenção e de desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a: I – remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissional da educação; 85

II – aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino; III - uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino; IV – levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino; V – realização de atividades necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino; VI – concessão de bolsas de estudos a alunos de escolas públicas e privadas; VII – amortização e custeio de operações de créditos destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; VIII – aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte. A Lei nº. 11.494, de 20 de junho de 2007, Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei nº. 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004; e dá outras providências. É a Conversão da MPv nº. 339, 2006 – mudança do FUNDEF para FUNDEB. Esta Lei amplia a participação dos Estados e dos Municípios na contribuição ao Fundo, em relação à Lei do FUNDEF (chegando a 20% em 3 anos) e amplia a no atendimento à Educação Básica, incluindo a Educação Infantil e o Ensino, em suas modalidades. A aplicação de, no mínimo, 25% da receita de impostos na Manutenção e do Ensino - MDE, conforme estabelecido pela Constituição, é uma das metas para o financiamento da educação. O Plano Nacional de Educação aponta como diretriz básica e prioritária a qualificação do processo educacional. A manutenção das escolas caracteriza as despesas fixas ou despesas correntes - contratação e remuneração de profissionais da educação (limitando a aplicação máxima 54% da receita municipal em folha de pagamento, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal) e despesas com energia, água, telefone, entre outras. As despesas de capital constituem-se nos investimentos em equipamentos e obras. É necessária a verificação periódica da eficácia das políticas educacionais 86

com o intuito de redirecioná-las, quando necessário. Essa verificação ocorre com o acompanhamento, a coleta e a análise de dados sobre o desenvolvimento do ensino/educação, bem como a avaliação, interna e externa, do desempenho dos alunos. A gestão das escolas com a efetiva participação da comunidade escolar nas decisões e na elaboração das metas educacionais democratiza o processo.

11.3Metas e Estratégias

Elaborar no prazo de um ano de vigência do PME, plano prevendo novas fontes e recursos para chegar aos índices previstos na meta VINTE, do Plano Nacional de Educação, em regime de colaboração entre os entes federados. Desenvolver, definir e acompanhar indicadores de investimentos, a execução de programas, tipos de despesas per capita por aluno em todas etapas da educação básica. Criar alternativas para o desenvolvimento do regime de colaboração entre os conselhos Municipais e Estaduais de educação no processo de elaboração das normas educacionais nos sistemas de ensino, respeitando a autonomia dos mesmos. Buscar o aumento gradualmente o valor do repasse financeiro (autonomia financeira) para as escolas de acordo com a legislação vigente proporcionando mais qualidade na Educação local. Prover as escolas municipais com os professores necessários, durante o ano letivo, por meio de aperfeiçoamento dos mecanismos de planejamento, de forma a prever e a necessidade no caso de aposentadorias. Propiciar espaço físico capacitação dos membros do Conselho Municipal de Educação, estimulando seu fortalecimento como instrumento de participação e fiscalização da Educação local. Estimular a autonomia pedagógica da escola, orientando acompanhando o desenvolvimento do seu projeto pedagógico. 87

Prover as escolas e secretária de Educação equipamento de informática, e programas interligadas em rede para dar mais agilidade e acesso a informações; que dizem respeito estes órgãos. Buscar possível ampliação do percentual da receita de impostos do Município, que pela Constituição Federal (25%) para as despesas com a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino MDE. Manter a transparência na aplicação dos recursos, mediante a disponibilização dos dados e informações para o cidadão interessado, através de publicações oficiais, e pelo portal da transparência. Garantir o regular funcionamento dos conselhos relacionados a educação. Planejar e realizar em regime de colaboração entre os entes federados a formação continuada dos profissionais e aos funcionários da educação. Dinamizar a Associação de Pais e Professores das escolas do município definindo ações nos planos anuais com a finalidade de estabelecer critérios nos investimentos dos recursos disponibilizando pelos programas federais e estaduais. Apoiar e incentivar as organizações estudantis, como espaço de participação e exercício da cidadania. Buscar, em regime de colaboração entre os entes federados no prazo de dois anos de vigência deste plano, ampliação recursos do custo Aluno Qualidade Inicial – CAQI, posteriormente CAQ, para a educação básica conforme legislação vigente. Aplicar os recursos legalmente vinculados à Educação, de competência do poder público municipal, e buscar fontes complementares de financiamento. Divulgar regularmente os indicadores de investimento e tipo de despesa per capita por aluno nas etapas da educação de responsabilidade do município.

12 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO

A sistematização do processo de acompanhamento, controle e avaliação, buscando obter dados e informações objetivas, claras e seguras, é necessária para a realimentação do processo de planejamento e implementação de ações alternativas adequando e/ou redirecionando metas para a consecução da proposta política pedagógica consolidando o acesso, regresso, permanência com sucesso de 88

todas as crianças, jovens e adultos, ainda não suficientemente escolarizados, em escola de qualidade. Prever para o Plano Municipal de Educação mecanismos de acompanhamento e avaliação que lhe dêem segurança no prosseguimento das ações ao longo do tempo e nas diversas circunstâncias em que se desenvolverá. Adaptações e medidas corretivas, conforme a realidade for mudando ou assim que novas exigências forem aparecendo,dependerão de um bom acompanhamento e de uma constante avaliação de percurso. Considera-se, muito importante a participação de entidades da comunidade educacional, dos trabalhadores da educação, dos estudantes e dos pais reunidos nas suas entidades representativas. Os relatórios parciais de Projetos, Atividades ou Programas, bem como os relatórios anuais globais, consolidarão a síntese dos resultados e fundamentarão a elaboração de novos Planos e/ou Projetos. A participação, o compromisso e a esperança no resgate da qualidade do Ensino Público vão se consolidando a cada ano, com o aumento de investimentos, melhorias salariais, mas também, com um melhor desempenho em parcerias professor/aluno, escola/comunidade, na construção de um mundo um pouco mais humano, reconhecendo em cada pessoa, o principal agente de sua própria história. Periodicamente podem e devem ser usados instrumentos objetivos escritos para avaliar Planos e/ou Programas Educacionais, envolvendo diferentes segmentos sociais, especialmente os mais comprometidos com o processo educativo. Esta análise conjunta reorientará decisões técnico-pedagógicas e administrativas, fortalecendo o processo de planejamento participativo e enriquecendo a administração educacional e municipal como um todo. É necessário articular e comprometer, na avaliação contínua e sistemática, a sociedade civil, organizada através de Conselhos ou entidades, interessadas e responsáveis pelos direitos da criança e do adolescente no Município. O resultado desta reflexão sobre as ações em desenvolvimento deverá intervir no processo de gestão da Educação no Município, para que a implementação seja adequada às reais e sempre atualizadas necessidades e 89

possibilidades existentes a cada ano, concretizando passo a passo o ideal sonhado, em consonância com as demais determinações legais vigentes. Para que o acompanhamento aconteça de maneira sistemática, propõe-se que a cada dois anos os segmentos já mencionados participem de um fórum de avaliação deste plano, organizado pelo governo do Município, através da Secretaria Municipal de Educação e Conselho Municipal de Educação.

13 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante todo o processo de construção do Plano Municipal de Educação de Mato Castelhano desde os encontros de formação realizados pela equipe de monitoria do MEC em e , na construção do texto base, na finalização e envio para revisão e aprovação, vale ressaltar aspectos desta trajetória. Os primeiros contatos com o Plano Nacional de Educação e com as orientações e desafios apresentados provocou inquietações no grupo por ser algo novo e provocador. No decorrer do tempo percebeu-se que seria uma oportunidade ímpar de discutir a educação local, já no chamamento inicial para compor a comissão organizadora e subcomissões sentiu-se a disponibilidade das pessoas convidadas pois prontamente atenderam e se envolveram com o assunto. Organizaram-se comissões para levantamento de dados e a elaboração do diagnóstico com visitas as entidades e instituições, mini censo, encontros com pais, alunos, professores, com agentes comunitários de saúde que visitam as famílias na busca de informações, reuniões das subcomissões com universitários, alunos de cursos profissionalizantes, ensino médio, contato com vereadores, setor financeiro e administrativo da Prefeitura, representantes sindicais dos professores, pesquisa em sites, enfim, se coletou muitos dados que foram analisados, sintetizados pela comissão organizadora, conselho municipal de educação e setor jurídico municipal. Interessante etapa pois se formulou um retrato da educação local: necessidades e anseios. Com este material em mãos, as subcomissões formaram grupos para elaborar as metas e estratégias alinhadas ao Plano Nacional e Estadual respeitando 90

os prazos de execução e alinhavando ações que contemplem a realidade diagnosticada. A Conferência Municipal também foi uma oportunidade de debate, com envolvimento e participação dos segmentos sociais, sendo um espaço bastante produtivo, conforme registros em anexo. Na ocasião institui-se a comissão que fará o monitoramento e avaliação do plano. Com a conclusão do texto base pela comissão encaminhou-se para o jurídico que fez os ajustes necessários e, assim, a redação do texto final, elaboração do projeto de lei e encaminhamento para aprovação na Câmara de Vereadores. Concluindo é importante frisar que ao longo deste período percebeu-se o envolvimento das pessoas, entidades, instituições e setores que estão ligados a área da educação. Propostas e ações estão sendo alinhadas com o objetivo de melhorar ainda mais o fazer pedagógico do Município. O processo educacional está em constante movimento e, portanto provoca mudanças, se tem clareza que o Plano Municipal de Educação é um documento que precisa ser “olhado” e acompanhado permanentemente fazendo os arranjos necessários para que acompanhe as transformações globais, nacionais, regionais e locais, mas também, se tem ciência de sua importância pela oportunidade de construí-lo com a participação de todos os setores da Sociedade ampliando-se o compromisso de uma educação de qualidade e, de uma gestão participativa e democrática.

14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. N° 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DOU, de 23/12/96.

BRASIL. Lei n° 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Institui o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, Brasília, 1996. Disponível em < www.planalto.gov.br> acesso em 20/10/2014

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ANEXOS

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