Perfil Socioeconômico Do Território
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Perfi l socioeconômicoPerspectivas do território de Desenvolvimento e Oportunidades do Setor Terciário para o Pólo de Desenvolvimento de Goiana Itambé Camutanga Ferreiros Timbaúba GOIANA Condado Aliança Itaquitinga Itapissuma Araçoiaba Itamaracá Igarassu Abreu e Lima Paulista 1 Perspectivas de Desenvolvimento e Oportunidades do Setor Terciário para o Pólo de Desenvolvimento de Goiana 2 Perfi l socioeconômico do território SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. GOIANA E EN- 2. PIB PER CAPITA TORNO: EVOLU- E RENDA DOMICI- 4 ÇÃO ECONÔMICA LIAR PER CAPITA RECENTE 15 3. CARACTERÍS- 6 TICAS GERAIS DA ESTRUTURA 5. CARACTERIZA- PRODUTIVA 4. MERCADO DE ÇÃO GERAL DOS TRABALHO NO NOVOS EMPRE- 21 TERRITÓRIO SOB ENDIMENTOS E ANÁLISE CONSIDERAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFIA 30 4.1. Variáveis básicas do 50 62 mercado de trabalho: 5.1 Investimentos em ponto de partida 31 Goiana e entorno no pe- ríodo de 2003 a 2016 51 4.2. Idade e escolaridade das pessoas ocupadas 34 5.2 Informações básicas sobre novos 4.3. Confi guração setorial investimentos em da população ocupada 39 Goiana e entorno 56 4.4. População ocupada 5.3 Considerações conforme posição ocupa- fi nais 59 cional e informalidade 40 4.5. Remuneração da po- pulação ocupada 44 4.6. Aspectos referentes ao segmento formal do mercado de trabalho 46 ANEXO 63 3 Perspectivas de Desenvolvimento e Oportunidades do Setor Terciário para o Pólo de Desenvolvimento de Goiana onforme a metodologia e o pla- no de trabalho que norteiam a Crealização deste diagnóstico, são levados em conta elementos estruturais e evolutivos referentes à dimensão econô- mica do território de Goiana e entorno, compreendendo um total de 14 municí- pios: Abreu e Lima, Aliança, Araçoiaba, Camutanga, Condado, Ferreiros, Goiana, Igarassu, Itaquitinga, Itambé, Itapissuma, Itamaracá, Paulista e Timbaúba. Trata-se de análise que provê uma caracterização socioeconômica do território estudado, es- paço que vem sofrendo influência de im- portantes novos investimentos em período INTRODUÇÃO recente. A análise é conduzida conforme dois vetores básicos: i) evolução econômica recente e com- posição setorial da economia; ii) e elementos concernentes ao mer- cado de trabalho, espaço socioeconô- mico cujo funcionamento tem inter-re- lação com a estrutura e a dinâmica da economia como um todo. Com efeito, fatos e movimentos que ocorrem no mercado de trabalho não ape- nas espelham eventos associados à evo- lução, à estrutura e à dinâmica do espaço da produção e da distribuição econômica; o mercado de trabalho, como espaço em que se materializam elementos fundamen- tais (ocupação e renda), tem elementos próprios que afetam eventos associados ao espaço da configuração e da dinâmica econômicas. Adiante-se, nesta introdução, que o território em análise se situa em espaço maior, em que se processa uma diferencia- ção econômica pela qual modernos em- preendimentos industriais e terciários se superpõem à base econômica tradicional- mente vinculada à atividade da agroindús- tria açucareira. Em outros termos, em uma 4 Perfil socioeconômico do território região que carrega um legado de pobreza e desigualdade, surgem novos complexos de unidades produtoras de bens e servi- ços, acentuando um processo de diferen- ciação socioeconômica. Em tal ambiente, o Complexo Industrial Portuário de Su- ape contribui significativamente para uma nova configuração da região, em particular no que concerne à Região Metropolitana do Recife e à Zona da Mata. Assim, mesmo ainda exercendo uma importante função econômica e social, a atividade sucroalco- oleira passa a conviver com importantes alterações – parte de um amplo processo de transformações de uma região a que pertence o território que constitui objeto deste diagnóstico. O tratamento analítico que se conduz neste relatório tem como principal fonte de dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também foram utiliza- dos índices e indicadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), da Secretaria do Co- mércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento Agrário/Instituto Nacio- nal de Colonização e Reforma Agrária e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – bases de dados Relação Anual de Infor- mações Sociais (Rais) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 5 s dados trabalhados nesta seção – elaborados conforme critérios me- Otodológicos de análise da dimen- são socioeconômica do território estudado – propiciam avaliação da dimensão relativa e da evolução recente da socioeconomia do território, tendo-se em conta a evolu- ção e as transformações que se operam no âmbito global da Região Nordeste e a con- textualização da economia pernambucana nos âmbitos regional e nacional. Alguns indicadores globais permitem que se identifi quem tendências nas unida- des espaciais destacadas na análise. Para isso, inicialmente examinem-se as informa- ções apresentadas na tabela 1 e no g r á fi c o 1 . No que diz respeito à economia esta- dual geral, os indicadores referendam dois resultados básicos (ver g r á fi c o 1 ). As cur- vas que descrevem a evolução do Produ- to Interno Bruto da Região Nordeste, de Pernambuco e do país atestam que a eco- nomia nordestina tem trajetória de cresci- mento superior ao da economia brasileira a partir de 2003, o que pode ser associado a um signifi cativo aporte de investimentos na região nos últimos anos e a um expres- sivo crescimento do consumo agregado, cujos elementos de impulso são represen- tados por, entre outros fatores, expansão de crédito, aumento real de salários (princi- palmente nas faixas de remuneração mais próximas do salário mínimo) e ampliação do volume de transferências de renda (go- verno federal) para pessoas e famílias – em particular do Programa Bolsa Família, que GOIANA E ENTORNO: no Nordeste tem maior representação. Por outro lado, a economia pernambu- cana se destaca ao secundar o crescimen- to regional e, a partir de 2008, superar o crescimento nacional, depois de até então (desde 2000) seguir praticamente no mes- mo ritmo de crescimento da economia bra- sileira. Ou seja, em anos recentes a econo- EVOLUÇÃO ECONÔMICA RECENTE ECONÔMICA EVOLUÇÃO mia estadual colhe resultados expressivos de novos investimentos (para o que Suape tem importante contribuição), enquanto a 6 Perfil socioeconômico do território economia brasileira entra em processo de redução do ritmo de crescimento. Note-se que as proporções apresentadas na tabela 1 fazem evidente essa diferenciação de trajetória entre as economias estadual e nacional. Tabela 1. Goiana e entorno, em contexto maior: evolução de proporções de Produto Interno Bruto (PIB) - 2000-2010 PIB RELATIVO (%) ANO GOIANA PE/NE PE/BR E ENTORNO/PE 2000 18,4 2,3 8,1 2001 18,5 2,3 8,3 2002 18,4 2,4 8,1 2003 18,1 2,3 8,2 2004 17,8 2,3 7,9 2005 17,8 2,3 7,4 2006 17,8 2,3 7,5 2007 17,9 2,3 7,2 2008 17,7 2,3 7,6 2009 17,9 2,4 7,6 2010 18,8 2,5 7,1 Fonte: PIB dos Municípios/IBGE. Elaboração Ceplan. Nota: Municípios incluídos no território denominado de Goiana e entorno: Abreu e Lima, Aliança, Araçoiaba, Camutanga, Condado, Ferreiros, Goiana, Igarassu, Itaquitinga, Itambé, Itapissuma, Itamaracá, Paulista e Timbaúba. De fato, a proporção relativa dos PIBs de ritório – o que pode ser afetado por, por Pernambuco e do Brasil – que se mantinha exemplo, oscilações de preços de açúcar e praticamente na marca dos 2,3% até 2008 álcool no mercado internacional. – cresce, ano a ano, nos dois últimos anos, Considerado, portanto, o panorama algo similar ao que se observa quando se revelado pelos indicadores apresentados confrontam as séries de proporções referen- na tabela 1 e no gráfico 1, pode-se espe- tes às economias estadual e regional. rar que os novos investimentos que afluem Bem diferente é a trajetória da econo- para o território – à frente o representado mia do território em foco neste estudo. O pela unidade automotiva da Fiat – devem espaço constituído por Goiana e entorno mudar a posição relativa do território de apresenta trajetória decrescente no âmbi- Goiana e entorno nos espaços mais amplos to estadual. De extremo a extremo da série que estão sendo utilizados como referên- (tabela 1), a tendência seria de decréscimo cia. Ou seja, há margem para que esse ter- da proporção do PIB do território compa- ritório venha a se beneficiar de importantes rativamente à economia estadual como um modificações na configuração econômica, todo. No entanto, os anos de 2008 e 2009 diversificando sua matriz produtiva e redu- são de impulsos para cima, com queda ex- zindo a importância relativa do segmento pressiva no último ano da série. Um fator de atividades vinculadas à cana-de-açú- que pode explicar parte de tais oscilações car. Tal processo pode ser reforçado se é a influência significativa do segmento mecanismos de política lograrem induzir açucareiro nas economias locais desse ter- maior internalização dos efeitos de enca- 7 Perspectivas de Desenvolvimento e Oportunidades do Setor Terciário para o Pólo de Desenvolvimento de Goiana deamento a partir de novos investimentos fornecedores locais – o que amplia efeitos (industriais e do setor terciário). Como tais de geração de emprego e renda). políticas não podem ser apenas responsa- Prosseguindo-se com uma análise de bilidade da administração pública – a rigor, cunho mais qualitativo que quantitativo, programas indutores de desenvolvimen- examinem-se agora indicadores globais no to também demandam participação ativa âmbito municipal (gráfico 2 e tabela 2). de agentes do setor privado –, a atuação Portanto, enfatizando-se o lado qualitativo empresarial na região necessitará assumir da abordagem, considerem-se – primeiro – papel de protagonismo no que respeita a os cinco principais municípios em termos operar para maximizar no território a in- de nível da produção econômica (PIB), ternalização de impactos positivos de no- conjunto que representa quase 80,0% da vos empreendimentos (particularmente no economia do território em foco (tabela 2).