REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE MINISTÉRIO DE RECURSOS NATURAIS E MEIO AMBIENTE DIRECÇÃO GERAL DE AMBIENTE

RELATÓRIO NACIONAL DO ESTADO GERAL DA BIODIVERSIDADE DE S.TOMÉ E PRÍNCIPE

OS CONSULTORES: VAZ, Hamilton OLIVEIRA, Faustino Setembro de 2007

1 Índice

ABREVIATURAS...... 5 RESUMO EXECUTIVO...... 6 CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ...... 8 1. Introdução geral...... 8 2. Materiais e métodos...... 9 3. Sinopse das Informações sobre São Tomé e Príncipe ...... 10 3.1 Situação geográfica...... 11 3.2 Origem...... 11 3.3 Relevo ...... 11 3.4 Clima ...... 11 3.5 Solos vulneráveis...... 11 CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO GERAL...... 13 2. DESCRIÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO PAÍS...... 13 2.1. Grupos de Organismos em São Tomé e Príncipe – Riqueza em espécies e Níveis dos endémicos...... 14 2.2 Flora ...... 15 2.3 Breve historial ...... 16 2.4 BIODIVERSIDADE TERRESTRE ...... 17 2.5 Principais Ecossistemas e habitats do País ...... 17 2.6 Ecossistema Florestal ...... 18 2.7 Regiões Florestais existentes em S.Tomé e Principe ...... 18 2.7.1 Floresta de baixa altitude (0 – 800m) ...... 19 2.7.2 Floresta de montanha (800 – 1 400m) ...... 19 2.7.3 Floresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m) ...... 20 2.7.4 Floresta de altitude média > 1000 e < 1800m ...... 20 2.7.5 Floresta de altitude entre 1800 e 2000m...... 21 2.7.6 Savanas do norte-nordeste...... 21 2.7.7 Floresta de Sombra...... 22 2.7.8 Floresta secundária (capoeira)...... 22 2.7.9 Floresta seca ...... 23 2.7.10 Mangal...... 23 2.7.11 Biodiversidade florística terrestre - vegetação indígena e espécies introduzidas...... 24 2.7.12 Unidades agro-ecológicas e comunidades vegetais...... 25 2.8 Biodiversidade da Fauna terrestre...... 26 2.9 Biodiversidade costeira, marinha e oceânica ...... 29

2 2.9.1 Biodiversidade litoral costeira - situação da flora...... 33 2.9.2 Biodiversidade Costeira - situação da fauna ...... 33 2.9.3 Bi Litorais costeiros...... 34 2.10 Biodiversidade marinha e oceanica – situação da flora ...... 35 2.11 Bioversidade marinha e oceânica – situação da fauna...... 36 2.11.1 Ictiofauna marinha ...... 36 2.11.2 Répteis marinhos...... 37 2.11.3. Mamíferos marinhos ...... 38 2.11.4 Invertebrados marinhos ...... 38 2.12 Ecossistemas oceânicos...... 40 2.13 Ecossistemas bênticos ...... 40 2.14 Biodiversidade das Águas Interiores...... 40 2.15 Biodiversidade Agro-pastoral...... 42 2.15.1. As principais espécies e raças animais do sector agro-pecuário ...... 43 2.15.2. Espécies e variedades vegetais existentes no sector agro-florestal...... 43 3. Utilização da Biodiversidade ...... 45 3.1. Os produtos florestais lenhosos (a madeira)...... 46 3.2. Medicina tradicional...... 46 3.3. Artesanato ...... 47 3.4. Os sectores de apicultura, extrativo e tinturaria...... 47 3.5. Os Alimentação e a gastronomia ...... 48 3.6. Os No sector eco-turístico ...... 48 3.7.Utilidade Etno-cultural e mágica ...... 49 3.8.Utilidade ornamental...... 50 CAPÍTULO III – ESTADO ACTUAL DA BIODIVERSIDADE...... 50 4.1 Prenúncio dos Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística em São Tomé e Príncipe ...... 52 4.2 As principais causas que estão na origem das principais ameaças nos diferentes ecossistemas:...... 54 4.3 ECOSSISTEMAS FLORESTAIS MAIS VULNERÁVEIS ...... 59 4.4 Programas e actividades nacionais ...... 60 4.4.1 Conservação in situ...... 60 4.4.2 Conservação ex situ ...... 61 4.4.3 As acções de Informação, Eduçação, Sensibilização e Vulgarização...... 62 4.4.4 A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção...... 62 4.4.5 Implementação do Plano de Gestão do Parque Natural ...... 62 4.4.5 Políticas e Legislações relacionadas com Ambiente...... 62

3 CAPÍTULO IV - Conclusões e recomendações relativamente a avaliação do estado actual da Biodiversidade em STP...... 73 5.1 EM RELAÇÃO À FLORA...... 73 5.2 EM RELAÇÃO À FAUNA...... 76 5.3 CONCLUSÃO FINAL ...... 79 VI. Registo bibliográfico...... 81 VI I - ANEXOS – figuras e tabelas...... 84

4 ABREVIATURAS

Banco Africano de Desenvolvimento BAD

Banco Árabe de Desenvolvimento em África BADEA Banco Mundial BM Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica CIAT Comissão dos Ministros das Florestas de Africa Central COMIFAC Programa de Conservação e Utilização dos Ecossistemas ECOFAC

Empresa de Óleos Vegetais EMOLVE União Europeia EU

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO Fundo para Ambiente Mundial FEM

Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola FIDA Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe GRDSTP Agência de Cooperação Alemã GTZ

Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pesca MADRP Ministério do Comércio, Indústria e Turismo MCIT Ministério da Defesa e Ordem Interna MDOI Ministério do Equipamento Social e Ambiente MESA Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação MNEC Ministério das Obras Públicas, Infraestruturas e Ordenamento do Território MOPIOT Ministério de Plano e Finanças MPF

Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente MRNMA Novas Parcerias para o Desenvolvimento em África NEPAD

Parceria para as Florestas da Bacia do Congo PFBC Produto Interno Bruto PIB Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável PNADD

Programa das Nações Unidas para o Ambiente PNUA Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD República Democrática de São Tomé e Príncipe RDSTP Rede das Áreas Protegidas de África Central RAPAC

União Internacional para Conservação da Natureza UICN Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura UNESCO Vida Selvagem Mundial WWF

5 RESUMO EXECUTIVO A República Democrática de S. Tomé e Príncipe, consciente de que a problemática da protecção e conservação da diversidade biológica acentua-se de grande importância, pelo que constitui a preocupação comum de toda a Humanidade; assumiu decididamente a responsabilidades na busca de soluções exequíveis e eficazes, rumo ao desenvolvimento sustentável que se pretende.

A elaboração do presente relatório que procura inventariar a situação real da Biodiversidadesobre dando conta do actual seu estado no Arquipélago, responde aos compromissos internacionais assumidos pelo País. Para que tornasse possível a compilação deste documento, os consultores tiveram alguns contactos com diversas personalidades implicadas na questão ambiental, efectuaram algumas visitas no terreno, promoveram dois seminários sendo um em S. Tomé e outro no Príncipe para busca de mais sibsídios para enriquecimento da obra; pesquisaram algumas Website que deram acesso aos estudos similares feitos em outras paragens para análise e estudos equiparados e consultaram diversas bibliografias de referência, nomeadamente o estudo e análise do 1.º Relatório produzido pelo País dando conta do estado da Biodiversidade, e o Plano de Acção da Biodiversidade, que já conta com o engajamento das autoridades do país; O diagnóstico das causas e ameaças que pesam sobre as diversas formas de vida que caracterizam os 4 ecossistemas escolhidos para este trabalho, permitiu que no fim se apresentasse algumas medidas em forma de recomendações, para promover a sustentabilidade dos referidos ecossistemas, a sua protecção, e a conservação da sua biodiversidade específica e genética.

A biodiversidade um neologismo hoje em dia muito utilizado, representa um grau de variedade de animais, plantas e micro-organismos. Actualmente, são conhecidas cerca de 1.722.000 espécies de seres vivos e em cada ano que passa, vão sendo descritas novas espécies. São descritos 40.000 vertebrados e 750.000 insectos1. As mudanças climáticas têm um impacto negativo sobre a diversidade genética e estão no centro das causas do desaparecimento de cerca de um milhão de espécies de animais e plantas. Este problema da degradação da diversidade biológica tem vindo a assumir nos últimos tempos proporções alarmantes a nível mundial. Tal fenómeno tem também atingido S.Tomé e Príncipe, embora não se sabe ao certo quantificar esta perda. se Tem- se verificado uma grande redução da diversidade biológica, sobretudo para as espécies cultivadas, domesticadas e demais outras.

Através de consultas, enttevistas e visitas feitas no âmbito dessa consultoria, constatamos que o país vem consentido esforços no sentido de obter os meios necessários para a materialização das recomendações contidas no art.º 6º da Convenção, nomeadamente em termos de elaboração e implementação de estratégias, planos e programas nacionais, visando a protecção, conservação e utilização sustentável da diversidade biológica, assim como a integração desses mesmos objectivos no quadro específico dos diversos planos e programas sectoriais e intersectoriais. Constatamos também que os meios até agora disponibilizados não têm sido suficientes, para responder as reais necessidades em matéria de protecção e conservação dos ecossistemas alvo desse estudo. Todos os 4 ecossitemas estudados, estão sobre forte

1 Cf. PlanetaVivo-Manual de Ciências.

6 pressão antrópica, e dispidos de quaisquer mecanismos fiáveis e duradouros para assegurar o seu equilíbrio e prevenir eventuais catástrofes.1

A comunidade internacional, consciente da grande importância da diversidade biológica e dos seus valores intrínsecos nomeadamente ecológicos, genéticos, sociais, económicos, científicos, educativos, recreativos, culturais e estéticos, e pressionada pela imperiosa necessidade de uma acção concertada e urgente visando travar e fazer regredir esse vertiginoso avanço para a catástrofe da vida no planeta, decidiu através da Convenção sobre a Diversidade Biológica, um instrumento legal de âmbito internacional, a prossecução de três objectivos fundamentais, a saber2:

• Conservação da diversidade biológica; • Utilização sustentável das suas componentes; • Partilha justa e equitativa dos benefícios decorrentes dessa utilização.

Para a materialização de tais objectivos, a Convenção orienta no sentido da elaboração de estratégias, tanto nacionais como internacionais, que pressupõem a adopção de medidas que visam a protecção, conservação da natureza e a utilização sustentável da diversidade biológica.

O presente relatório sobre o Estado da Biodiversidade, que será apresentado à Conferência das Partes Signatárias da Convenção sobre a Diversidade Biológica, em S.Tomé e Príncipe, procura atender a imperiosa necessidade de uma acção internacional concertada e urgente para travar a vertiginosa regressão e catástrofe da vida no planeta. Assim pela leitura e análise, dele se espera-se:

 Um aumento de dinâmicas no sentido da implementação de Estratégia Nacional que permita a gestão adequada da Biodiversidade, assim como um Plano de Acção para a protecção e conservação da Diversidade Biológica;  Que se prossiga na criação bases mais sustentáveis de utilização dos recursos biológicos no país;

 Que se venha adoptar medidas mais apropriadas que permitam uma distribuição justa e equitativa dos benefícios dos recursos biológicos e genéticos;

 Reforçar uma ampla cooperação internacional, regional e subregional que fomente a realização de determinados estudos e intercâmbio científico e económico de importância no domínio da Biodiversidade e da sua função nos ecossistemas.

E para cumprir os objectivos referenciados nos termos de referências e facilitar consultas ao documento estruturou-se-lhe em 4 diferentes capítulos a seguir:

Capítulo I – Faz a introdução, acentua o engajamento de São Tomé e Príncipe à Convenção e os compromissos internacionais assumidos para atingir os seus objectivos.

1 Cf. Mediante visitas in locu 2 Cf. Estratégia Nacional e o Plano de Acção da Biodiversiade (ENPAB)

7 Capítulo II – É dedicado à apresentação da Biodiversidade do País, através de uma abordagem descritiva dos aspectos florísticos e faunísticos dos diferentes ecossistemas do País. Capítulo III – Faz o ralato do estado actual da Biodiversidade, apontando as pressões a que está sujeita e principais ameaças.

Capítulo IV – É dedicado a conclusões e recomendações finais.

Estes quatro capítulos não são por si só isolados, mas sim articulados sistematicamente e compreendidos numa lógica interligada, olística e global, de modo a tornar mais visível a realidade da problemática da conservação da biodiversidade do País, das vitórias já alcançadas, e perspectivas que tragam melhorias na forma de gestão durável dos recursos.

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1. Introdução geral

O presente relatório constitui uma versão actualizada dos resultados obtidos no domínio de conhecimento da realidade da biodiversidade do arquipélago, tendo como ponto de referência diversas bibliografias, nomeadamente o estudo e análise do 1.º Relatório produzido pelo País dando a conta do estatado da Biodiversidade, e o Plano de Acção da Biodiversidade, que já conta com o engajamento das autoridades do país. Recorda-se que STP assinou em Junho de 1992, aquando da realização da Cimeira da Terra, em Rio de Janeiro a Convenção sobre a Biodiversidade. Logo depois o Pais beneficiou no âmbito do artigo 7 da mesma Convenção de vários financiamentos destinados à elaboração do Primeiro Relatório sobre a Biodiversidade e a Estratégia Nacional e o Plano de Acção sobre a Biodiversidade (ENPAB).1

O presente relatório, que tem por objectivo geral, estudar e analisar bem a Biodiversidade São Tomé e Príncipe e permitir imergir o seu estado real. Por consequinte, estes documentos,(1.º, 2.º e 3.º relatório) dotarão o País de importantíssimos dados ciêntíficos sobre o estado da Biodiversidade, o que deverá permitir a minimização das ameaças que pesam sobre a mesma, para que políticas de governação responsável possam ser implementadas a favor da protecção, conservação e utilização dos recursos em prol do desenvolvimento integrado e na luta contra a pobreza. Tratando-se de um recurso limitado, mas renovável, acredita-se que só através melhores formas de gestão, cumpriremos o verdadeiro objectivo de assegura a alimentação à população e garantiremos a segurança económica e ecológica para as gerações futuras. Por isso a biodiversidade deverá ser tema central do programa do Desenvolvimento que previlegia o Homem sendo este o principal agente modificador dos ecossistemas.

Numa perspectiva também de proporcionar subisídios para uma necessária educação ambiental que muito carece o país, os estudos em torno da Flora e Fauna e dos componentes abióticos naturais que os suportam este documento, foram feitos em moldes que permitiram extrair recomendações nesse âmbito, ao nível dos quatro

1 Cf. Rubricas orçamentais dos custos com a elaboração do primeiro relatório sobre o estado da Biodiversidade e a Estratégia Nacional e o Plano de Acção sobre a Biodiversidade (ENPAB)

8 Ecossistemas definidos para este trabalho nomeadamente: os Ecossistemas Costeiro e Marinho, o das Águas Interiores, o Florestal e o Agrário.

Neles existe uma parte notável da biodiversidade mundial, da qual também depende o futuro da Humanidade.1 Os Ecossistemas Costeiros e os de Águas Interiores, são particularmente importantes no âmbito da Convenção de Ramsar sobre as zonas húmidas de importância internacional especialmente como lugares onde as aves aquáticas podem ser encontradas e onde desempenham todas as suas relações tróficas.

Por isso devem ser estudados contínuamente e protegidos os seus componentes. Isto só será possível com o apoio das comunidades locais que vivem em proximidade ou no interior destes ecossistemas. Estas comunidades devem ser incentivadas a continuar a viver e a colaborar na sua manutenção. Por isso políticas coerentes fundadas na visão cada vez mais universal de que é necessário aprender a produzir sem empobrecer os recursos naturais, evitar de colher sem reconstituir, eliminar a erosão e poluição, protegendo o resta do meio ambiente que existia anteriormente e as formas de vida selváticas e domésticas que o caracterizam e desenvolver meios de informação que possa coordenar toda informação ambiental de forma mais consistente e compatível que apoiem as tomadas de decisão mais sensatas sobre o ambiente.

2. Materiais e métodos As opções metodológicas adoptadas neste trabalho, de forma a permitir uma compreensão da natureza e actualidade ciêntífica das informações nele apresentadas, procurou estabelecer um paralelo entre vários relatórios já realizados deste e doutros géneros. Tendo em conta a importância da nomenclatura, neste relatório os nomes científicos das diversas espécies da flora e fauna foram apresentados segundo a classificação linneana, para facilitar a compreensão no contexto científico.

Trata-se de um relatório cheio de informações ciêntíficas, pois várias consultas de documentações foram feitas por técnicos experientes sobre a flora e fauna de STP, provenientes dos principais sectores implicados na problemática da Biodiversidade de STP. Estes dados provieram designadamente de relatórios de investigação levados a cabo no quadro do programa de Conservação e de Uso Racional dos Ecossistemas densos de África Central (ECOFAC) e dos relatórios elaborados no âmbito da conservação nos diferentes sectores e Instituições do Estado. Estas informações foram complementadas com resultados de pesquisas no terreno para se inteirar da problemática de conservação do ambiente e dos seus recursos e do impacte das medidas já tomadas em São Tomé e Príncipe.

Tendo em conta a importância das publicações como fontes de informações, as dificuldades de várias ordens não faltaram na busca de dados para a elaboração deste relatório. Para o mostrar os ecossistemas e habitats ameaçados apresentamos a cartografia das zonas degradadas no arquipélago ( Figura 7).

1 Cf. Os dados do inventário florestal, o Estudo de Conservação e Utilização dos recursos Florestais em S. Tomé e Príncipe da UICN, Estudo das Plantas e animais endémicos de S. Tomé e Príncipe.

9 3. Sinopse das Informações sobre São Tomé e Príncipe O esquema abaixo, constitui uma forma de apresentar de uma forma resumida as informações, de mo do a dar uma visão descritiva de S. Tomé e Príncipe em conformidade com os dados do ENPAB.1

Esquema 1

Área: 1001 Kilómetros Problemas Amb. quadrado População em ligados a fauna Degrad. Flor. Sec. E 2002: 140.000 Reduç Flor. Prim. Erosão da Encosta, Reduç. Pescado, Avifauna e Taxa de Tartarugas População Crescimento da Rural em 2002: Popul: Em 52% 2002: 19% ao ano

Densidade Endemismo: 63 espécies aves c/ 23 populacional: endémicos 16 espécies 155 habitantes Sinópse das Répteis c/ 7 endémicos 9 espécies Anfíbios e por Km2 informações todas endémicas sobre S. Tomé e Príncipe

Renda Per Diversidade de capita: USD Ecossistema: E. 300,00 cost. e marinho / E. de águas Interiores/E. Florestal / E. Agrário

PIB em 2002: A temperatura média USD anual é de 26ºC. A 50.000.000,00 pluviosidade média anual oscila entre os 2.000 e os 3.000 mm. Taxa de O clima é tropical creacim. húmido, com duas Económ. - PIB estações, a quente e chuvosa. Esta última que em 2002: 3% ao dura cerca de 9 meses ano

1 Cf. ENPAB-Agricultura 2002; World Bank 1993, 2003); UICN Red Book on Threatened Plants and .

10 3.1 Situação geográfica São Tomé e Príncipe são as duas principais ilhas do País-arquipélago situado no golfo da Guiné. Distantes 380 km da costa ocidental da África e apresenta as seguintes coordenadas geográficas: (0o 25’N de latitude e a 6o 20’E de longitude); as ilhas apresentam uma superficie de cerca de 1.001 km² (sendo 859 km² para a ilha de São Tomé e 142 km² para a ilha do Príncipe).

Fig 1: Mapas da situação geográfica de São Tomé e Príncipe

3.2 Origem As ilhas fazem parte de uma linha vulcânica que inclui Pagalu ao sudoeste, Bioko a nordeste e que se estende ao continente africano através do Monte Camarões e alcança o maciço camaronês e o Lago Chad e nunca estiveram ligadas entre si ou ao continente.

3.3 Relevo O arquipélago surgiu de actividade vulcânica relativamente antiga (3 milhões de anos). Possui relevo acidentado, com picos que alcançam 1.500 metros, sendo o ponto mais elevado o Pico de São Tomé, situado a 2.024 m acima do nível do mar (ver cartas nos anexos I e II). A maior parte do País situa-se contudo abaixo dos 800 m.

3.4 Clima A pluviometria média anual é de 2.000 a 3.000 mm por ano, que pode atingir 7.000 mm por ano nas florestas de neblina. O clima é Tropical húmido, com duas estações: a quente e chuvosa, que dura cerca de 9 meses), e a gravana, relativamente mais seca, que vai de Junho a Setembro. A pluviosidade média anual oscila entre os 2.000 e os 3.000 mm anuais, mas pode alcançar 7.000 mm nas florestas de neblina. A temperatura média anual é de 26ºC.(Ver Mapas 7 e 8 em anexo)

3.5 Solos vulneráveis Para se avaliar a vulnerabilidade dos solos face às Mudanças Climáticas, deve-se considerar os seguintes conceitos de base:

11 - a fertilidade dos solos tropicais, principalmente os solos florestais, são muito frágeis; isto quer dizer depende muito da cobertura da vegetação que garante o cίrculo da matéria orgânica para mineralização;

- para além do teor em nutrientes, os solos são férteis quando possuem óptima estrutura físico-química para troca de catiões, para circulação da água e do oxigénio;

- o potencial bio-produtivo dos solos depende também, da sua situação orográfica e eco-climática: no cume duma montanha, numa pendente, num vale, numa planície e numa zona árida, húmida ou super-húmida;

- o historial de uso dos solos também define a sua capacidade produtiva: se vêm sendo cultivado a longos anos e de forma intensiva ou não ou se nunca foram submetidas à actividades agrícolas.

Recordando a situação orográfica e ecoclimática, e o historial de uso dos solos Fersialíticos tropicais e Barros pretos, são estes que se revelam portanto como os mais vulneráveis às mudanças climáticas (ver o Tabela 2 a seguir).

Fig 2 : Esboço dos solos mais vulneráveis às Mudanças Climáticas

12 S. Tomé

Príncipe

Fonte: Estudo de vulnerabilidade às mudanças climáticas- sector de florestas e solos

CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO GERAL

2. DESCRIÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO PAÍS

Como se observa no Tabela abaixo assinalado a Biodiversidade de São Tomé e Príncipe revela uma a grande variedade de espécies e endemismos, fundamentalmente aves, anfíbios, plantas superiores, morcegos, répteis, borboletas e moluscos distribuida em diferentes ecossistemas e habitats.

13 2.1. Grupos de Organismos em São Tomé e Príncipe – Riqueza em espécies e Níveis dos endémicos (Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003). Esquema 2: ESPÉCIES – S. Tomé

Mamíferos: 10 espécies com 30% de Endémicos

Morcegos: 9 espécies com 20% de Endémicos

Aves: 49 espécies com 57% de Endémicos

Répteis: 16 espécies com 44% de Endémicos (em todo o País)

Anfíbios: 6 espécies com 100% de Endémicos

Insectos: 47 espécies de borboletas com 38% de Endémicos

Moluscos: 39 espécies com 77% de Endémicos

ESPÉCIES – PRÍNCIPE

Mamíferos: 5 espécies com 20% de Endémicos

Morcego: 4 espécies com 50% de Endémicos

Aves: 35 espécies com 54% de Endémicos

Anfíbios: 3 espécies com 100% de Endémicos

Insectos: 42 espécies de borboletas, sendo 21% de Endémicos

Moluscos: 32 espécies com 78% de Endémicos

Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 20031.

1 Cf. ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003

14 2.2 Flora Como já foi atraás referido, as ilhas do Golfo da Guiné integram-se na sub-região ocidental africana banhada pelo Rio Congo, são muito conhecidas por apresentarem taxas de endemismo muito elevadas.

São Tomé e Príncipe apresentam uma taxa de endemismo, cerca de 14%, sendo a mais elevada no Golfo da Guiné.

Isto deve-se aos seguintes factores: dimensões reduzidas das ilhas, seu isolamento e a diversidade de habitats que apresenta. As famílias mais representativas pertecentes ao grupo das angiospérmias terrestres são: Rubiaceae (27 espécies), Orchidaceae (35 espécies endémicas), Euphorbiaceae (11 espécies endémicas), Melastomataceae ( 8 espécies endémicas num total de 17 espécies endémicas, ou seja 47% de endemismo), Begoniaceae (6 espécies endémicas num total 11, ou seja, 55% de endemismo).1 Quanto a diversidade taxonómica, os pteridófitos, inclui os fetos, licopódios, psilófitos e cavalinhas. Este último grupo não se encontra representado na flora de S. Tomé e Príncipe. São no total 157 Pteridófitas2. Em relação aos fetos, existem espécies 13 endémicas para as duas ilhas (ver Tab. 2 em anexo). A biodiversidade vegetal espermatófitas – total nas duas ilhas é de 113 famílias representadas por 791 taxa ao nível espécífico ou intra-específico (10). Sendo para São Tomé 683 taxa e para Principe 330 taxa.

As orquídeas constituem uma família previlegiada na flora das ilhas devido à sua taxa de endemismo que ronda os 23%, sendo 135 é o número total de espécies, e 35 é o número de espécies endémicas. Os géneros Polystachia e o Bulbophyllum apresentam maior número de espécies.

Certos grupos de organismos são talvez mais conhecidos do que outros por isso várias investigações devem ser feitas. Os grupos mais bem estudados são as plantas vasculares. A lista das plantas endémicas das duas ilhas que fazem parte do arquipélago santomense consta de148 taxa endémicas, das quais 123 existentes em S.Tomé e 50 no Príncipe3. As 148 taxa endémicas existentes em S.Tomé e Príncipe foram avaliadas com as categorias IUCN adaptadas ao arquipélago. Estima-se que 14,9% espécies endémicas de São Tomé e Príncipe estão extintas (EX), 12,8% estão em perigo crítico de extinção (CR), 10,8% em perigo (EN), 41,9% são vulneráveis (VUD2), 12,2% estão quase ameaçadas (NT) e 7,4% apresentam uma ampla área de distribuição (LC). Para além disto, 46% das espécies presentes na zona não protegida de São Tomé são consideradas extintas, 41% das espécies presentes na zona tampão estão ameaçadas e desaparecerão se medidas não forem tomadas no sentido de protegê-las e 39% das espécies ameaçadas estão localizadas no interior dos limites do parque do Parque Obô.

1 Cf. Lejoly (1995), Suivi des programmes détudes de la biodiversité dans la zone ecológica de S.Tomé 2 Cf. Pteridófitas de São Tomé e Príncipe de Estrela de Figueiredo. 3 Cf. Resultados obtidos de diversos inventários realizados.

15 Estas últimas serão eficazmente protegidas se os limites do parque forem oficializadas e protegidas. O número de espécies animais ameaçadas é: Dezasseis espécies de aves, dez espécies de insectos, quatro espécies de moluscos, de répteis e três de mamíferos (Ver a Tab. 12 em anexo).

2.3 Breve historial Desde o início da exploração das Ilhas pelos colonizadores portugueses no século XVI, com a cultura de Cana-de-açucar (Saccharum officinarum), o uso dos recursos biológicos tem estado intimamente ligado à história de ocupação de São Tomé e Príncipe. A exploração sustentável da diversidade biológica do País, de modo que possa também gerar provento para as comunidades locais e assim reduzir a pobreza, está directamente ligada à sua conservação. As culturas do cacau, Theobroma cacao (principal produto de exportação do País) e do café (Coffea spp.) ao longo dos seculos XVIII e XIX, requerem a manutenção do manto florestal para sombreamento. As “florestas de sombra”, que se instalaram na região baixa e plana e de melhor aptidão agrícola em S.Tomé e Príncipe, há mais de dois séculos, gozam de reputação internacional, por se apropriarem à conservação de solos tropicais em condições insulares e pela manutenção de algumas essências florestais. O interesse mostrado pela flora e vegetação das Ilhas de São Tomé e Príncipe, foi também do ponto de vista investigativo, visto que envolveu várias personalidades que realizaram colheitas e se ocuparam do estudo da vegetação, destacando-se, entre outros, pela importância dos trabalhos publicados, Júlio Henriques e Arthur Exell, respectivamente o professor da Universidade de Coimbra e naturalista do Museu Britânico. Para além destes estudioso os nomes de F. Welwitshi que em 1853 e C. Barter, em 1858 e G. Mann em 1861 fizeram também colheitas botânicas que levaram à descoberta de inúmeras espécies então desconhecidas. Auguste Chevaklier visitou S. Tomé em 1905 e Théodore Monod em 1956 fez ascenção ao Pico de S. Tomé e ao do Príncipe, tendo colhido espécies endémicas raras. As contribuições de Joaquim Espírito Santo, nas décadas de 60 e 70, incluem espécies novas, e Herder Lains e Silva, em 1958 fez novas análises e classificação da vegetação. Destas investigações chegou -se a conclusão que comparando a biodiversidade existente nas quatro ilhas do Golfo da Guiné, Bioco, Príncipe, São Tomé e Pagalú, que é nao arquipélago santomente é que encontra a flora mais rica, com taxas de endemismo elevadas. Os objectivos económicos da outrora sobrepuseram à lógica de conservação. E desta forma, a biodiversidade do País foi sempre perturbada pela acção do Homem desde os fins do século XV (Hodges et Newitt, 1988), em particular naquelas de baixa altitude que têm sido ocupadas pelas plantações de cana-de-açucar, de café de de cacau. Numerosas espécies exóticas formam igualmente introduzidas (Monod, 1960), perturbando o equilíbrio existente.

De facto a pressão humana sobre os recursos naturais do arquipélago de São Tomé e em particular a floresta tem consequências irremediáveis sobre a biodiversidade. A cobertura vegetal sofre particularmente esta pressão, através da extracção não descriminada da madeira e de plantas nos arredores e no interior do Parque Natural Obô, a prática agrícola, a introdução de espécies exóticas ou de outras práticas não sustentáveis com impacto negativo considerável. Constata-se nestes últimos anos um

16 empobrecimento da diversidade biológica dos ecossistemas do arquipélago, que se traduz numa deterioração de qualidade de vida das populações que depende delas, estando por isso numa pobreza extrema. Estas práticas não são uma fatalidade. De facto, elas são derivadas de um mau conhecimento da flora e das relações de interdependência intrínsecas que as regem. O País carece de uma mecanismo de pesquisas eficiente e capaz que permitiria enriquecer de conhecimentos ciêntíficos existentes sobre a biodiversidade florística do arquipélago, que assegura a divulgação e a vulgarização destas informações às populações. O desenvolvimento e a valorização do Jardim Botânico de Bom Sucesso, no quadro de Projecto ECOFAC, são um meio para cobrir estas lacunas no País. A conservação da cobertura florestal desempenha papel relevante no sistema agrário do País (regulação do regime das chuvas, da insolação e da evapotranspiração), protecção das bacias hidrográficas, proteção do solo contra a erosão, reciclagem de nutrientes e constituição da fertilidade natural do solo. Além disso, como outras florestas tropicais do mundo, podem funcionar como sumidouros do dióxido de carbono atmosférico, contribuindo na problemática das mudanças climáticas a nível mundial.

2.4 BIODIVERSIDADE TERRESTRE Pelo facto do seu isolamento relativamente ao continente africano, a diversidade biológica é única ao nível do continente africano e do mundo. Os refúgios que resultaram destes fenómenos originaram um alto grau de espécies endémicas da fauna e flora (Ver as Tabs. 1, 2, 6 e 9 em anexo). A riqueza da biodiversidade das Ilhas é reconhecida pelo mundo científico, que considera a floresta tropical de São Tomé e Príncipe como a segunda em termos de prioridade de conservação da avifauna, entre 75 florestas africanas (World Bank 1993). A flora de São Tomé e Príncipe é também notável pelo seu alto grau de endemismo. A ilha de S. Tomé tem um género endémico e 87 espécies endêmicas. Príncipe por sua vez tem um género endémico e 32 espécies endémicas (ENPAB Florestas 2002).

2.5 Principais Ecossistemas e habitats do País A Biodiversidade de São Tomé e Príncipe, graças a uma série de factores geo- morfológicos acima apontados, assenta-se nos grandes domínios-florísticos vegetacionais e rivela também uma grande variedade de ecossistemas existentes no arquipélego nomeadamente: Ecossistemas Naturais (Florestas, Mangais, Águas Interiores, Costeiros e marinhos) e Ecossistemas modificados (florestas secundárias e antigas plantações, florestas de sombra e savanas e florestas secas). A abordagem da riqueza biológica de São Tomé e Príncipe por ecossistemas constitui ainda a forma mais pragmática para estabelecer o diagnóstico da situação real da Diversidade Biológica do País e propor medidas adequadas para a sua conservação e utilização sustentável. Neste sentido, foram definidos para este relatório, quatro ecossistemas principais a nível nacional: Esquema 3: Tipos de Ecossistemas de S. Tomé e Príncipe

17 ECOSSISTEMA S EXISTENTES EM S. TOMÉ E PRÍNCIPE

ECOSSISTEMA ECOSSISTEMA ECOSSISTEMA ECOSSISTEMA COSTEIRO E DAS ÁGUAS s FLORESTAIS AGRÁRIO MARINHO INTERIORES

Os ecossistemas naturais são constituídos essencialmente por florestas, rios, cursos de água, ambientes marinhos. Eles caracterizam-se pela sua diversidade em espécies e pela complexidade de vários factores ecológicos designadamente o ar, a humidade e a luminosidade. Desta forma, o meio abiótico é multi-estratificado com espécies que competem-se e estão adaptadas às diferentes condições. Estes ecossistemas contêm importantes áreas protegidas do Pais que são: Parque Natural Obô, Reserva Integral das Ilhas Tinhosas e Reserva do Ilhéu das Rolas.(Fonte. Rapac - rede das Áreas Protegidas de África Central). Estas Áreas Protegidas hospedam um património natural de importância nacional e internacional.

Em relação aos ecossistemas naturais, pode-se encontrar as seguintes florestas de altitude: Floresta de baixa altitude (0 – 800 m), Floresta de montanha (800 – 1 400 m), a Floresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m)

2.6 Ecossistema Florestal As primeiras e mais completas investigações realizadas sobre a vegetação de São Tomé e Príncipe foram levadas a cabo nos anos de 1932 e 1933, pelo investigador Exell e publicadas nos anos de 1944 e 1956, respectivamente. Segundo Exell, excluindo algumas zonas de mangue muito pequenas e de dunas de areia na costa, a vegetação original de São Tomé era constituída por florestas húmidas que cobriam uniformemente a ilha desde o litoral até ao cume do Pico de São Tomé. No seu trabalho, o mesmo distinguiu três regiões florestais bem definidas em São Tomé, descritas no parágrafo seguinte.

2.7 Regiões Florestais existentes em S.Tomé e Principe Esquema 4: Regiões florestais de S. Tomé e Príncipe

18 Região de Floresta de Nevoeiro Região de Floresta de Montanha Região de Floresta Húmida de Baixa Altitude

Deduz-se segundo as pesquisas do Exell, que as regiões florestais referenciadas acima, para estarem sujeitas a um estudo mais pormenorizado é possível distinguir ecossistemas florestais diferenciados como a seguir se indicam: • Floresta de baixa altitude, 0 – 800 m; • Floresta secundária; • Floresta seca; • Floresta de sombra para o cacau e o café; • Savanas arbustivo-arbórea e herbácea; • Mangais; • Floresta primária de altitude (de montanha), que compreende a Floresta de nevoeiro, a Floresta de altitude média > 1000 e <1800m e a Floresta de altitude> 1800 e> 2000m.

2.7.1 Floresta de baixa altitude (0 – 800m) Esta formação vegetal, é equivalente à grande floresta equatorial existente na região continental africana.

Na ilha de S.Tomé, as espécies características desta formação são: Rinorea chevalieri, Zanthoxylum thomensi, Drypetes glabra, Anisophyllea cabole e Sorindeia grandifolea; no Príncipe destacam-se pela frequência as segunites espécies: Rinorea insularis, Ouratea nutans, Casearia mannii Croton stelluliferus e Erythrococca columnaris. (Fonte: J.LeJoly

Segundo Chevalier, as florestas de baixa altitude está Praticamente desaparecida na sua forma primária, devido à prática das culturas de cana-de-açúcar, do cacau e do café, subsistem apenas algumas espécies, que devido às suas características foram protegidas e favorecidas pela acção do homem, nomeadamente: Milícia excelsa, Ficus sp., Pycnanthus angolensis, Ceiba pentandra, (Chevalier, 1938).

2.7.2 Floresta de montanha (800 – 1 400m) Este domínio florestal apresenta uma transição lenta de espécies, com maior variedade que nas formações de menor altitude, mas com um aspecto geral semelhante. As árvores são altas (30 a 40 m) com copas densas e a elevada humidade existente favorece o desenvolvimento de espécies epífitas, lianas e fetos, que cobrem o tronco das grandes árvores. Abundam em quantidade e variedade os fetos arbóreos. As famílias Rubiaceae e Euphorbiaceae são as mais representadas. As espécies arbóreas características destas formações são: Trichilia grandifolia, Pauridiantha insularis, Pavetta montícola,

19 Erytrococca molleri, e Tabernaemontana stenosiphon. Estas formações foram, de uma forma geral, pouco alteradas pela acção do homem, dedvido situarem em zonas de altitude.

2.7.3 Floresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m) A floresta sobe até ao cimo do Pico e nas áreas de maior altitude as árvores são mais pequenas e a cobertura é mais aberta. As elevadas precipitações, a luminosidade é muito reduzida devido aos constantes nevoeiros e as temperaturas são relativamente baixas. As epífitas são muito mais abundantes e os samambaias constituem um elemento importante da flora até ao cimo. Não se observam as ervas da montanha. Devido à dificuldade de acesso e o declive do relevo predominante, este habitat não apresenta qualquer modificação causada pela acção humana e mantém-se intacto. Estes elementos climáticos, fizeram com que as árvores nesta floresta fossem de menor porte; aparecem plantas araliáceas tais como Schefflera manii, e que raramente ultrapassam os 10 m de altura. As epífitas, em particular as orquídeas e os fetos do género Asplenium têm um lugar importante nestas formações.

As árvores características são: Podocarpus manii, (Pinheiro de S.Tomé), a única gimnospérmia endémica, Baltasaria mannii, Ilex mitis, Olea capensis (Pau Impé), Craterispermum montanum (Macambrará), Trichilia grandifolia (Cola macaco).

Os arbustos mais característicos são Erica thomensis, a Psychotria guerkeana e P. nubicola, Lobelia barnsii (lobélia gigante), endémica de S. Tomé. No subosque aparecem poáceas do género Panicum e uma espécie de Urticácea endémica, denominada, Elatostema thomense.

As lianas ou trepadeiras tais como Sabicea spp., Thunbergianthus quintasii, Tetracera alnifolia e Jasmin spp. são frequentes.

Devido ao clima e aos declives extremamente acentuados, estas formações foram alteradas pelo homem apenas pontualmente, não tendo sido utilizadas para qualquer cultura ou exploração intensiva, mantendo-se de uma forma geral em muito bom estado de conservação. Torna-se necessário referir a presença de algumas espécies invasoras designadamente Chinchona spp. que alargaram o seu areal de distribuição até estas altitudes.

2.7.4 Floresta de altitude média > 1000 e < 1800m Esta formação vegetal circunda por exemplo, as regiões do Pico Cabumbé e a Lagoa Segundo levantamento botânico feito nos anos’ 90, pela equipa técnica de ECOFAC, cujos herbários encontram-se no centro de Bom Sucesso, na Lagoa Amélia, cratera de vulcão extinto, pode-se encontrar uma formação muito particular. Nela encontra-se uma vegetação perene constituída por poáceas Panicum hochstetteri e Panicum brevifolium. Para além desta Poáceas, encontram-se também as seguintes espécies Cyperus articulatus, Poligomum salicifoluium e Tristemma mauritianum, assim como uma grande quantidade de fetos das familias Polypodiáceas e Hymenofoliáceas. É de se destacar também a predominância de orquídeas de espécies raras, tais como, Bulbophyllum cocleatum var. ternuicaule, Solenangis clavata e Diklangella liberica, das quais despontam pequenos arbustos, tais como Heteradelphia paulowilhelmia, Rapanea melonophoeos e Schefflera manni.

20 No subosque desta floresta de altitude encontram-se as seguintes espécies endémicas: Palisota pedicellata, Cyperus sylvicola, Mapania ferruginea, Begonia baccata, Impatiens buccinalis, Impatiens thomensis, Calvoa crassinoda, Sabicea ingrata, Sabicea exellii. E é também constituida por seguintes espécies arboreas endémicas: Trichilia grandifolia, Pavetta monticola, Craterispermum montanum, Tabernaemontana stenosiphon, Erythrococca molleri e Discoclaoxyllum occidentale.

2.7.5 Floresta de altitude entre 1800 e 2000m. Esta floresta, que circunda por exemplo, as regiões de Mesa do Pico (1850m), e circunda o Pico de São Tomé e Pico Pequeno, caracteriza-se por apresentar pluviosidade muito elevada, com nevoeiro quase constante, a temperatura sempre baixa, embora não atinja os 0 °C. As árvores são muito baixas, as epifitas são muito numerosas. A esta altitude, as endémicas que lá aparecem são representadas por Pinheiro-de-São Tomé (Podocarpus mannii), Psychotria guerkeana, Psychotria nubicola, o tchapo-tchapo d’obô (Peddiea thomensis), Calvoa crassinoda, Pilea manniana, Erica thomensis e Lobelia barnsii. As orquídeas, os fetos, os musgos e líquenes são também frequentes.

Segundo Toelen (1995), as árvores mais abundantes na floresta de nevoeiro em S.Tomé são a Tabernaemontana stenosiphon (Cata d’Ôbô), (Pseudogrostistachys africana Cacau d’Ôbô), Homalium henriquensii (Quebra machado), Rothmannia urcelliformis (Teia-teia), Trichilia grandifolia (Cola macaco), Pauridiantha floribunda (Pau formiga) e o Allophyllus africanus (Pau três). As espécies vegetais endémicas típicas deste eocossistema de montanha são: Peddiea thomensis (Tchapo tchapo d’ôbô), Balthasaria mannii, Psychotria guerkeana e P. nubicola. Em relação à ilha do Príncipe, segundo dados da publicação "Conservação dos Ecossistemas Florestais na República Democrática de São Tomé e Príncipe" elaborado por P.J. Jones, J.P. Burlison e A. Tye, toda a floresta primária da parte norte e centro da ilha foi substituída por plantações de cacau, café, coco e banana. Segundo a mesma publicação, reporta-se que quase toda a floresta húmida primária que existia nessa ilha foi destruída durante uma campanha de erradicação da doença do sono em 1906, mas investigações recentes demonstraram que os esforços necessários para chegar a esse fim ultrapassavam a capacidade das equipas de controlo e a maior parte da zona sul da ilha permanece intacta.

2.7.6 Savanas do norte-nordeste Esta formação vegetal que ocupa uma faixa que orla a costa marítima de aeroporto S. Tomé, até Praia das Conchas, onde as precipitações são inferiores aos 700 mm por ano (às vezes 500 mm por ano). Os solos, de terras escuras ou negras, por vezes com afloramentos pedregosos e de subsolo compacto, suportam uma vegetação herbácea-arbórea. Estas regiões são revestidas por um mosaico herbáceo dominado por três espécies de Poáceas (Panicum maximum, Rottoboelia esaltata e ……………….). Este mosaico herbaceo é interrompido por pequenas formações arbóreas (florestas tropicais secas e abertas) e arbustivas de pequenas dimensões que, pela ausência de um coberto arbóreo contínuo, contrastam fortemente com o resto do País.

21 Sobressaem pela sua silhueta os Micondoeiros (Adansonia digitata) alternada por Tamarindeiros (Tamarindus indica), Zimbroeiros (Ziziphus abissinica), Limoeiro da praia (Ximenia americana), Goiabeiras (Psidium guajava), “Libô mucambú” (Vernonia amygdalina) e Erythroxyllum emarginatum.

Contempla também espécies que fazem parte de agrupamentos halófilos (Rhizophora racemosa e Avicennia germinans) nos lodos salgados da foz dos ribeiros e linhas de água. Nas zonas em que o grau de salinidade é menor, encontram-se Hibiscus tiliaceus, Dalbergia ecastaphyllum e Erythroxyllum emarginatum. Pensa-se pois que estas formações tenham sido o resultado da antropização massiva que consistiu na desarborização intensa e da realização de queimadas frequentes, praticadas para a cultura da cana-de-açúcar desde o início da colonização.

Na ilha do Príncipe, não existem savanas, embora algumas espécies herbáceas estejam presentes nos arredores do Aeroporto.

2.7.7 Floresta de Sombra Esta formação vegetal ocupa cerca de 32 289 ha, isto é, cerca de 32,9% do território nacional. Ela ocupa normalmente áreas de relevo suave (0-10 %) e alguns morros, tais como o Muquinquim e Saccli situados no distrito de Lobata, e outros que não ultrapassam os 300 metros de altura. Esta floresta de sombra criada pela necessidade de regularização de sombreamento para fazer sombras para as plantações de Theobroma cacao (cacaueiros) e Coffea sp. (cafezeiros), espécies introduzidas cons fins de exportação; e a fixação de nitrogénio no solo permitiu a introdução de Erythrina sp. (Eritrinas) nestas florestas.

A cultura cacaueira exige a manutenção do dossel florestal para sombrear as plantas de cacaueiros e de cafezeiros e foi demonstrado que esta prática ajuda a manter altos níveis de biodiversidade florestal nos Países produtores (Rice & Greenberg 2000).

2.7.8 Floresta secundária (capoeira) Este tipo de formação vegetal ocupa perto de 30% da superfície do País. Na ilha de S.Tomé, a mesma cobre uma área de cerca de 26. 000 ha e, no Príncipe, cerca de 4 000 ha. Formações secundárias de idade variável, onde é ainda possível identificarem vestígios de utilização anterior, nomeadamente através da existência de uma proporção importante de espécies introduzidas. De composição idêntica à da floresta de sombra em que o factor de distinção principal é a presença ou a ausência de plantas de cafeeiros ou de cacaueiros. São zonas que foram no passado utilizadas para estas culturas e que se encontram actualmente abandonadas, por se situarem em solos com aptidão marginal, com fortes declives e de difícil acessibilidade. Ela apresenta uma composição florística caracterizada principalmente por espécies exóticas e cultivadas e espécies pioneiras, com crescimento rápido, que se naturalizaram, formando algumas comunidades de vegetação, tais como de Bambusa

22 vulgaris (Bambú), Cecropia peltata (Gofe), Maesa lanceolata (Mutopa), Dracaena arborea (Pau Sabão), Ficus spp. (Figueiros), Harungana madagascariensis (Pau sangue), Cestrum laevigatum (Coedano), etc.

Nesta formação vegetal, pode-se ainda incluir outras espécies arbóreas, tais como Pycnanthus angolensis (Pau-caixão), Pentaclethra macrophylla (Muandim), Artocarpus altilis (Fruta pão), Artocarpus heterophylla (Jaqueira), Treculia africana (Izanquenteiro), Antiaris welwitschii (Amoreira), Chytranthus mannii (Pessegueiro-de- S. Tomé), entre outras. As lianas mais frequentes são: lutchiga (Urera trinervis), Dioscorea spp. expontâneas e Adenia lobata.

2.7.9 Floresta seca Esta formação vegetal ocupa as regiões limítrofes de Guadalupe, englobando as margens de Água Castelo, Água de Guadalupe e Rio de Ouro, sendo instalada nas zonas com pluviosidade compreendida entre 1.000 e 1.500 mm por ano, com um período seco bem marcado. Na ilha do Príncipe, não existem florestas secas. Na camada mais alta desta formação, aparecem árvores de folha caduca, tais como a Milícia excelsa (Amoreira), Spondias microcarpa (guêgue) e Ficus mucuso (Figo plocô), enquanto que no sub-bosque, podem-se encontrar arbustos que, muitas vezes, são ameaçados pelo fogo, tais como Ophiobotrys zenkeri (Stala-stala), a Oncoba spinosa (malimboque) e Ochna membranacea (pau dumo), Harungana madagascariensis (Pau sangue), Cestrum laevigatum (Coedano), etc.

2.7.10 Mangal Em S.Tomé, na foz de vários rios e cursos de água (sendo o mais importante o de Malanza), e no Príncipe (entre a Praia Grande e a Praia Seca), existem formações florestais holófilas que ocupam as costas baixas e planas ou em lagunas com águas turvas e pouco profundas, separadas da terra firme, na foz dos rios. Ela situa-se numa zona de transição entre o meio terrestre e meio marinho. Esta vegetação muito especial, e pobre em espécies é dominada por: Rhizophora mangle, Rhizophora racemosa (Rhizophoraceae) ambas árvores com raízes aéreas e Avicennia germinans (Avicenniaceae) provistas de pneumatóforos. Neste ecossistema podem aparecer fetos do généro Microsorium e Acrostichum aureum, sendo este último frequente em todos os mangais do mundo. Nas zonas intertidais, a vida desenvolve-se entre as raízes das árvores. Estas superfícies hospedam invertebrados como ostras do género (cf. Isognom) e o caranguejo dos mangais (cf. Aratus) dos mangais, e cucumbas do género Perioptalmos que são peixes capazes de respirar dentro e fora da água. A fauna ornitológica consta de espécies como a galinha-de-água (Gallinula chloropus), a garça (Bubulcus ibis), a garça-de-cabeça-negra ou tchonzo (Butorides striatus), e as conóbias (Alcedo spp.).

23 2.7.11 Biodiversidade florística terrestre - vegetação indígena e espécies introduzidas Em S.Tomé e Príncipe a vegetação climax predominante é do tipo tropical húmida, sempre verde e muito heterogénea. Segundo algumas dados da História das ilhas de S. Tomé e Príncipe, a chegada dos portugueses transformou os meios naturais deste arquipélago; as florestas foram devastadas para as grandes plantações e espécies exóticas foram introduzidas. Trataram-se sobretudo de espécies alimentares, animais de companhia e de estimação, etc. Pode-se dizer que quase todas as espécies de animais e de vegetais existentes nas ilhas de São Tomé e Príncipe foram de um certo modo introduzidas. Como mostra a tabela 7 em anexo, 297 espécies actualmente cultivadas foram introduzidas voluntáriamente ou não pelo homem. Estas espécies estão distribuidas em cerca de 87 famílias, sendo as Fabáceas, as Solánaceas, as Poáceas, as Malváceas, as Myrtáceas, as mais ricas. As Moráceas, nomeadamente Artocarpus heterophyllus (jaqueiras), Artocarpus comunis (fruteiras), Treculia africana (izaquenteiros) e as Musáceas, Musa sppl. (bananeiras) são de destacar pelos frutos, que constituem a base da alimentação santomense. De facto, são espécies que se naturalizaram facilmente pela grande capacidade de disseminação, encontrando-se por isso desde o nível do mar até altitudes mais elevadas.

Angiospérmicas

No estado actual dos avanços alcançados no conhecimento da flora e da vegetação do País, 1260 é o número total de plantas existentes no arquipélago, das quais 933 são plantas indígenas e 297 são cultivadas e 148 endémicas (Ver Tab. 1 em anexo) e 14 são espécies novas para a ciência incluidas no grupo das orquidáceas (Ver a Tab. 6 em anexo). Destas 1260 espécies, 105 pertencem as angiospérmias, sendo 103 Dicotilédoneas e 2 Monocotilédoneas. Entre as Angiospérmias, destacam-se espécies de interesse para as pastagens e foragens, maioritariamente as Poáceas e Leguminosas.

Briófitas

A flora do arquipélago santomense é também caracterizada por um grupo de plantas avasculares, denominadas Briófitas que no Mundo conta aproximadamente cerca de 22.000 espécies. Porém, nas regiões húmidas abundam os seguintes géneros Marchantia, Anthoceros e Polytrichium. Marchantia cresce prostrado enquanto que Campylopus e Polytrichium e parecem ser os géneros mais comuns que cobrem como um tapete verde, pedras, troncos , barrancos, de aspecto aveludado e macio.

Pteridófitos

Dos trabalhos realizados em São Tomé e Príncipe por botânicos nacionais e estrangeiros em diversas missões no terreno, cujos dados foram publicados mostram que petridófitos constituem um grupo de plantas muito antigas sob o ponto de vista evolutivo. De facto, os fetos surgiram após as briófitas. No arquipélago de São Tomé e Príncipe, os pteridófitos contribuem com 13 espécies endémicas como indica o Tabela 2, em anexo. (Fonte: Pteridófitos de São Tomé e Príncipe) e estão

24 distribuidos em 28 famílias diferentes, das quais Aspleniaceae, com 24 espécies, Aspidiaceae, 15 espécies, Hymenophyllaceae, com 12 espécies, Polypodiaceae e Pteridaceae com 10 espécies, Thelypteridaceae com 9 espécies, Selaginellaceae com 8 espécies e Nephrolepidaceae com 6 espécies. Outras famílias apresentam um número relativo baixo de diversidade específica. A família Cyatheaceae merece uma menção especial por apresentar espécies arbóreas, isto é, espécies que podem atingir mais de 3 metros de altura. Por isso são conhecidos por fetos gigantes, uma raridade no mundo vegetal.1

Fungos e cogumelos

O primeiro relatório sobre a Biodiversidade não estima o número de fungos e cogumelos existentes nas nossas ilhas, talvez por se tratar de uma matéria muito pouco estudada.

Dos dados prelevados da revista “Actividade rural “editada pela ONG, ADRA, no sector agrícola, os agricultores deparam com dificuldades no controlo de doenças e pragas causadas pelos seguintes fungos:

• Collectrichum coffeanum que causa Rhizoctoniose doença que afecta os cafezeiros • Colletotrichum lindemuthianum que causa Antracnose que afecta os fejoeiros • Carbunculo do Milho (fungo) que afecta Milho (Zea maïs) • Uromyces apendicolatus que provoca ferrugem no fejoeiro. Estes dados são bastante fragmentarios o que torna necessário aprofundar-se mais para o conhecimento da verdadeira realidade fungina no País. Em relação aos Cogumelos, a Micologia santomense, tem muito para se conhecer. Contudo parecem existir sobretudo nas zonas húmidas e sombrosas das ilhas espécies pertecentes ao género Lentinus; o género Termitomyces que abarca cogumelos brancos, muito numerosos. E por fim o género Cantharellus, com espécies coloradas. Estes géneros pertencem provavelmente ao grupo Basidiomicetes.

Líquenes (associação simbiótica algas e fungos)

Em todo o caso, para o liquenes, trata-se de uma associação entre algas e fungos simbiontes. O género Usnea, forma longos filamentos sobre as árvores; apresenta uma larga distribuição geográfica desde o nível das águas do mar até o cimo das montanhas onde as árvores parecem barbadas. São bons indicadores das condições ambientais. Por isso programas de estudos aprofundados para a inventariação e o conhecimento destas associações são urgentes. Só assim pode-se contribuir para a sua conservação.

2.7.12 Unidades agro-ecológicas e comunidades vegetais No trabalho de Lains e Silva sobre o Esboço da Carta de Aptidão Agrícola de São Tomé e Príncipe, o País dispõe de seis zonas agrícolas. A zona do cacau, a Zona do café, Zona da borracha, Zona do Chá, Zona do dendém, Zona do Coqueiro.

1 Cf. Pteridófitos de São Tomé e Príncipe de Estrela de Figueiredo

25 Em relação à comunidades vegetais destacam-se as seguintes: • Associações herbáceas aquáticas e semi-aquáticas dominadas por Struchium sparganophora (Libô d’água), Rorippa nastrutium (Folha agrião), Pisticcia stratiotes (Alface d’água) e Costus afer (Uncoetê).

• associações herbáceas ruderais representadas por Panicum maximum, Boerhavia difusa Cynodon dactylon e Eragrostis superba, Euphorbia hirta, Achyrantes aspera e Celosia gonfrenoides; crescem nos terrenos cultivados perto das habitações.

• Associações pos-culturais herbáceas colonizadoras e infestantes de cultura constituidas por Panicum maximum, Cleome ciliata, Pteriduim aquilinum, Ageratum conyzoides e Panicum hochstetteri. Encontram-se nas plantações da Manihot esculenta (Mandioqueira), Xanthosoma sagittifollium (Matabaleira), Ananas comosus (Planta do ananás), Zea mays(Milheiro) e Licopersicum esculentum (Tomateiro).

• Associações vasculares epifíticas constituídas por Nephrolepis biserrata e plantas estranguladoras e plantas hemiparassitas tais como: Cuscuta campestris, Ficus clamydocarpa e Schefelera manii.

• Associações herbáceas halófilas do cordão litoral com espécies típicamente litorais constituids por Ipomoea pes capre, Altenanthera litoralis, Hydrocotylle bonariensis e Blutaporum vermicular.

2.8 Biodiversidade da Fauna terrestre Em traços gerais, os animais vertebrados terrestres existentes no arquipélago é bastante conhecido e está caracterizado tanto por espécies terrestes os marinhos e os de ambientes de transição. São contudo notórias carências de estudos biológicos muito aprofundados sobre os invertebrados e microorganismos terrestres e aquáticos notamente os hidrozoários, espongiários, poliquetas, nematoides, etc.

2.8.1 Mamíferos terrestres

Dos dados publicados no Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável PNAAD, no que respeita aos mamíferos terrestres, podem-se encontrar alguns animais, tais como: macacos (Cercophitecus mona), Porcos Selvagens (Sus domesticus), seis espécies de morcegos Myonycteris branchycephala, Hippodsiderus commersoni, Miniopterus minor e Rousettus aegyptiacus, e as formas continentais nomeadamente Eidolon helvun e Hipposideros ruber. Para além dos morcegos, existem duas espécies de musaranhos, nomeadamente Crocidura thomensis e Crocidura poensis, assim como os ratos Rattus rattus e Rattus norvegicus. 1

Este quadro sintetiza as espécies de mamíferos terrestres protegidos em S. Tomé e Príncipe.

1 Cf. Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável PNAAD

26 2.8.2 Aves

A fauna avícula silvestre (Ver Tab. 9 em anexo) é constituida por 63 espécies das quais 25 são endémicas, incluindo algumas espécies típicas das florestas de chuva ou pluvial nomeadamente, Lanius newtoni, Bostrychia bocagei, Amaurocichla bocagii e Neospiza concolor. Para lem destas espécies destacam-se a Columba malherbii, Columba thomensis, Treron australis virescens, Streptopelia senegalensis, Aplopelia larvata simplex ou principalis.

Nas regiões costeiras a fauna é constituída fundamentalmente pelas aves que povoam principalmente os pequenos ilhéus e zonas costeiras desabitadas. As principais espécies que nidificam em colónias são constituídas pelo Phaeton lepturus (Coconzucu), Sula leucogaster, Sula dactylatra, Anous stólidus, Anous minutus, Sterna fuscata, Sterna anaethetus e Oceanodroma castro (patos marinhos). Nas regiões savânicas do norte de S.Tomé, existe um grupo de pássaros típicos, constituído designadamente, por codorniz (Coturnix delegorguei), codornizão-africano e a Crecopsis egregia. O Tabela 9 em anexo, mostra as espécies de pássaros protegidos no arquipélado. Estão distribuidos em treze famílias diferentes sendo a ordem Passeriformes engloba maior número de espécies.

2.8.3 Batráquios ou Anfíbios A batriofauna santomense está constituida por três famílias, 5 géneros, 7 espécies sendo 6 assinaladas em São Tomé, 2 espécies no Príncipe e 2 para o Ilhéu das Rolas, com a seguinte distribuição. Uma espécie comum das três ilhas, Rhynobatrachus dispar, um espécie em São Tome e Ilhéu das Rolas, Schistometopum thomense, quatro endémicas de São Tomé, Schistometopum ephele, Nesionixalus molleri, Nesionixalus thomensis e Rhynobatrachus dispar e uma para a ilha do Príncipe, Leptopelis palmatus. Para S.Tomé podem-se encontrar as seguintes espécies endémicas: as rainetas: Nesionixalus molleri e Nesionixalus thomensis; a rã da espécie Ptychadena newtoni e as cecílias das espécies Schistometopum thomense e Schistometopum ephele. Para a ilha do Príncipe temos a raineta pertencente a espécie Leptopelis palmatus e a rã, Rhrynobatrachus dispar. Pode-se igualmente citar a presença da Ápodes tais como a Cobra bôbô, que embora não seja específica de ambientes aquáticos, frequenta meios húmidos, construindo galerias como as minhocas (cormichas).

2.8.4 Répteis terrestres

Os répteis, filogeneticamente falando, são discendentes dos anfíbios, foram os primeiros a conquistar o meio subaéreo, depois de resolverem os problemas relativos à reprodução, desde a era paleózoica. A sua presença na fauna do País é um facto de valência ecológica muito importante. Nesta classe de vertebrados podem-se encontrar 16 espécies nas ilhas de São Tomé e Príncipe.1

1 Cf. ENPAB e Primeiro Relatório Nacional de Biodiversidade.

27 Para a ilha de São Tomé existem as seguintes espécies: o geco (Hemidactylus greeffii), o lagarto (Panaspsis africana), cobras escavadoras (Rynotyphlops newtoni), cobra-preta (Naja melanoleuca). Para a ilha do Príncipe existem as seguintes espécies: o Lagarto sem patas (Feyinia polylepis) e a cobra escavadora (Typlops elegans). O geco (Lygodactylus thomensis) é uma espécie endémica para as ilhas de São Tomé e Príncipe. A ordem dos Quelônios, é tambem representada por: “bencú” de pântanos (Pelusio castaneus) e “bencú” da floresta (Pelusio gabonensis). Os “bencús” são espécies cada vez mais raras nos nossos ecossistemas; é real a tendência para diminuição dos efectivos. Há falta de informação sobre o número da população, o estatuto e a distribuição de ambas as espécies, pelo que se torna necessária a realização de estudos para o conhecimento da taxonomia, biologia reprodutiva e ecologia das duas espécies (ENPAB-Ecossistemas de Águas Interiores, 2002).

2.8.5 Peixes de água doce

Nas águas doces e pouco salobras predominam pequenos peixes, podendo encontrar-se, dentre outros, o Eleotris vittata (charoco) e Pomadasys jubelini, Plynemidae.

2.8.6 Moluscos terrestres e de água doce É de se destacar também a presença de moluscos, tais como Neritina afra (Caramuso), Neritina manoeli, Bulinus forskalii, assim como Schistosoma intercalum, responsável pela bilharziose, detectada recentemente em São Tomé e Príncipe (Brown, 1991, 1994).

2.8.7 Insectos Em relação à fauna entomológica, no arquipélago existem cerca de 89 espécies de Borboletas; São Tomé com 47 espécies e Príncipe, 42 espécies, fazendo uma taxa de endemismo de 38% e 21% erespectivamente. Também alguns insectos endémicos, tais como a Lepidoptera, Graphium leonidas thomasius e oelides bocagii, borboletas endémicas que se encontram ameaçadas (ENPAB-Ecossistemas Florestais, 2002). Outras espécies de borboleta (não ameaçadas) existentes são Charaches, Dixeia piscicollis, Neptis eltringhami. Como atrás ficou referido, estas espécies estão permanentemente sob risco, devido a incêndios provocados tanto pela prática de queimadas para a preparação de terras para cultivo como por fogos espontâneos na época seca. Para além destas espécies, as “centopeias”são representadas por Globanus integer (Milipeias de S. Tomé) e Blobunus marginescaber (Milipeias de S. Tomé) que são protegidas. Os dados do último relatório sobre a biodiversidade não fazem menção aos Lepidópteros e Coleópteros. As abelhas do género Apis são melíferas e jogam um papel muito importante na impolinação, fecundação das plantas com flôr, desta forma contribuem para a conservação das áreas florestais. A relação coevolutiva insecto-planta pode ser aproveitada na apicultura. As intervenções neste domínio passam pela conservação da entomofauna. Esta pressupõe controlo, inventário e a densidade das espécies.O resultado final deste processo é o de conservar o ambiente.

No sector agrícolo, os insectos constitem diversas pragas para diversas culturas, tais como:

28  Moscas , Pulgões, Ácaros de ferrugem, Percevejo que provocam danos aos tomateiros (Licopersicum sppl.);

 Colchonilha (Coccus viridis) e a Minadora das folhas (Phyllocristis citrela) que afectam os Citrinos (Citrus sppl.);

 Crotcha, o Gorgulho e a Rosca (Lagartas de Noctuidae) ameaçam a produção rentável do milho;

 Afídios que provocam o Mosaico da Bananeira (Musa sppl.);

 Selenotrips rubrocinthus que provocou a baixa de produção dos Cacueiros (Theobroma cacao);

 Moscas dos frutos denominadas por Ceratitis coffeae e o Pulgão do Cafezeiro chamado Antestiopis lenea ticollis;

 Traça, Lagarta -de – Pescoço – Vermelho que afecta o Amendoim, gingumba (Arachis hypoggea);

 Ácaros, Cochonilha e Mosca Branca que provocam problemas aos produtores da Mandioca (Janipha esculenta). Esta cultura é também influenciada pela Moléstia-da- folha, Mosaico-africano-da-mandioca transmitida pela Bemisia tabaci (Mosca branca).

2.9 Biodiversidade costeira, marinha e oceânica O País dispõe de uma zona costeira de cerca de 260 Kms de extensão e uma ampla zona económica exclusiva. A zona costeira e o meio marinho constituem um recurso integrado e uma componente essencial do ambiente que oferece valiosas possibilidades para a obtenção de um desenvolvimento sustentável em S. Tomé e Príncipe. Apesar da inter-relação entre as duas componentes do ecossistema, a análise separada das mesmas permitiu uma melhor compreensão da situação e dos seus estados actuais. Os impactos nefastos sobre a biodiversidade costeira e marinha devem-se à: presença de resíduos sólidos e líquidos de origem química; o aumento da temperatura das águas; a erosão costeira e da foz dos rios causado pelo aumento da concentração da população. Vários exemplos destes impactos podem ser dados: nas águas da zona económica exclusiva (águas territoriais) de S. Tomé e Príncipe estão sendo utilizados redes com malhas de dimensões reduzidas (ilegais), provocando autênticos desastres ecológicos. Estas redes capturam espécies na fase de crescimento como por exemplo as bicas cientificamente chamado de Pomadasys rogeri, da família Haemulidae, baptizadas pela população santomense como “desastre”. Este alevinos mede apenas de 2 a 5 cm de comprimento, enquanto que o peixe adulto atinge 20 a 25 cm e pesa entre 400 a 800 g enquanto que os alevins não pesam sequer 30 gramas. Relativamente à pesca costeira existem 5 zonas, como ilustra o Tabela abaixo assinaldo. Nas referidas zonas a concentração de peixe é particularmente importante:  Ao norte de Neves - uma zona de grande e pequeno pelágico;

29  Na região de Micoló e em Ribeira Afonso - uma zona de pequeno pelágico costeiro;

 Ao sul de S.Tomé entre Porto Alegre e Ribeira Afonso - uma zona de pesca demersal e pelágico costeiro;  À volta da Ilha de Príncipe - uma zona de pesca demersal, de pesca de grande pelágico, bem como uma região com grande potencial de pequenos pelágicos (sardinhas) não explorado;  Para além das 25 milhas náuticas – a zona onde passa os grandes pelágicos.

30 Fig 3: O Mapa das principais zonas costeiras de S. Tomé onde se pratica a pesca1

1 Cf. Étude réalisée par l’ORSTOM/SGTE, actuellement dénommé IRD (Avril à Octobre 1982), et les campagnes effectuées par les bateaux océanographiques soviétiques (Mars 1983 et Février à Mars 1986)

31 Fig 4: O Mapa das principais zonas costeiras de Príncipe onde se pratica a pesca1

1 Cf. Étude réalisée par l’ORSTOM/SGTE, actuellement dénommé IRD (Avril à Octobre 1982), et les campagnes effectuées par les bateaux océanographiques soviétiques (Mars 1983 et Février à Mars 1986)

32 2.9.1 Biodiversidade litoral costeira - situação da flora A flora costeira é pouco diversificada quanto à frequência das espécies podendo pois estar constituida principalmente por aquelas típicas dos ambientes que constituem os seus habiats de preferência: umas que vivem estreitamente nos cordões litorais arenosos tais como Ipomoea pes capre, Canavalia rosea; outras nas zonas de transição, entre os cordões arenosos e a terra firme, tais carroceiros, coqueiros, outras espécois típicas dos mangais. Nas zonas da savana, a flora costeira muda consideravelmente podendo mesmo ser caracterizada de pouco heterogénea se a compararmos com a flora das regiões de altitude pouco alteradas pela actividade antrogénica como as regiões de S. Miguel no Sul de S. Tomé e Barriga Branca no sul do Príncipe.1

No litoral costeiro transformado em praias, a vegetação dinâmica é caracterizada pelo predomínio de plantas pioneiras designadamente, Ipomoea pes capre e a Canavalia rosea. Estas plantas formam um verdadeiro tapete denso que favorece a instalação de alguns arbustos tais como, Dalbergia ecastaphyllum, Conocarpus erectus, Baphia nitida e Hibiscus tiliaceus. Estas espécies pioneiras fixando-se sobre a areia activam a formação de cordões litorais que serão mais tarde colonizadas pelas formações arbóreas e arborescentes. Nestas formações a família Arecaceae, o Cocus nucifera (coqueiro), espécie introduzida e a Combretaceae, a Terminalia catappa (caroceiro doce) dominam.

Neste contexto, nas regiões costeiras o impacto humano se fez sentir desde a colonização das ilhas até hoje. As principais plantas introduzidas nas ilhas tiveram a posssibilidade de ocupar uma vasta gama de habitats favaráveis provavelmente competindo com as nativas e sucessivamente a com as plantações de cana-se açucar e de outros ciclos de produção agrícola empobreceram o endemismo florístico das ilhas. Isto provavelmente justifica o escasso número de espécies endémicas nas regiões costeiras ( cordões litorais arenosos e a savana).

Hoje em dia, a pressão humana sobre os recursos florísticos desse Ecossistema traduz-se por um lado, no abate de coqueiros e outras árvores para extracção de materiais de construção e lenha combustível e o carvão e por outro, na urbanização acelerada para a exploração da indústria hoteleira e de outros projectos de desenvolvimento económico do País. Relativamente as Ilhas Tinhosas, Ilhéu Boné de Jóquei, e outros adjacentes ao Arquipélago,

2.9.2 Biodiversidade Costeira - situação da fauna Em S. Tomé e Príncipe, o ecossistema costeiro, se compõe fundamentalmente por praias, costas rochosas, estuários e litorais alagados, onde predominam diversas formas de vida que constituem a riqueza dessa biodiversidade. Para este ecossistema, não existem pesquisas com particular destaque para a fauna. Assim os dados aprofundados e actualizados relativamente a determinadas espécies são práticamente insuficientes.

1 Cf. Mediante visitas in locu

33 A fauna costeira é constituída fundamentalmente pelas aves marinhas que povoam principalmente os pequenos ilhéus e zonas costeiras desabitadas. As principais espécies estão apresentadas no diagrama a seguir onde é notória também a presença de algumas espécies ameaçadas de extinção, como as tartaruga marinhas e répteis que utilizam a região costeira para desova, o morcego endémico que habita o local (Tartarides tomensis) presentes na região das savana da Praia das Conchas e da Lagoa Azul, no litoral ao Norte de S. Tomé e Príncipe. Ainda neste ecossistema importa realçar que algumas espécies de insectos endémicos, tais como a Lepidoptera, Graphium leonidas thomasius e oelides bocagii, borboletas endémicas, encontram-se ameaçadas (ENPAB- Ecossistemas Florestais, 2002). Outras espécies de borboletas existentes consideradas de não ameaçadas são Charaches, Dixeia piscicollis, Neptis eltringhami.

2.9.3 Bi Litorais costeiros Nas zonas de transição entre o mar e a terra, isto é, nas regiões costeiras das Ilhas é frequente a presença de 5 espécies de tartarugas marinhas, que utilizam a zona costeira para a desova. São elas: a Lepidochelys olivacea (Tatô), Chelonias mydas (Ambó ou mão branca), Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de cuaco) e Dermochelys coriacea (Ambulância), carreta-carreta (Cabeça Grande ou Tartaruga Vermelha) (ECOFAC). Este processo reprodutivo ocorre entre os meses de Outubro e Fevereiro, com maior frequência durante os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro. Em S.Tomé e Príncipe, a carne e os ovos das tartarugas marinhas são muito apreciados na culinária tradicional santomense, como importante fonte de proteína de origem animal, factor que explica a captura desses animais por parte da população.

Quanto ao estatuto da ameaça que pesa sobre essas espécies, pode considerar-se que as cinco se encontram em perigo (E), (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002) Para além das tartarugas que aproveitam o litoral para a desova, as aves migradoras marcam a sua presença; o Pheton lepturus (Coconzuco) e a Sula leucogaster (Pato- marinho) são observados nos Ilhéus Tinhosas e Sete Pedras. Em relação aos répteis, a costa norte da ilha de S. Tomé acolhe algumas espécies endémicas que encontram ali o seu habitat. Para além disso, podemos encontrar na área de savana da Praia das Conchas e da Lagoa Azul, uma espécie de morcego endémico que habita o local denominado Tartarides tomensis (Morcego de S.Tomé). Este mamífero alado pertencente à ordem dos Quirópteros.

Esquema 5: Principais espécies que compõem a Fauna costeira de S. Tomé e Príncipe

34 Biodiversidade Costeira – Principais espécies que compõem a fauna

Phaeton lepturus (Coconzucu), Sula leucogaster, Sula dactylatra, Anous stólidus, Anous minutos, Sterna fuscata, Sterna anaethetus, Oceanodroma castro (patos marinhos), Lepidochelys olivacea (Tatô), Chelonias mydas (Ambó ou mão branca) Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de cuaco), Dermochelys coriacea (Ambulância), carreta-carreta (cabeça grande ou tartaruga vermelha), Insectos endémicos como Lepidoptera, Graphium leonidas thomasius, oelides bocagii,

A pressão humana sobre os recursos desse Ecossistema traduz-se no consumo frequente de carne e os ovos das tartarugas marinhas que são bastante apreciados na culinária tradicional santomense, e importante fonte de proteína de origem animal, por outro lado, traduz-se também na extração de areia e queima de carvão e por fim os incêndios provocados tanto pela prática de queimadas para a preparação de terras para cultivo como por fogos espontâneos na época seca. O Projecto STP ACP 019, da ECOFAC, realizou importantes acções de protecção, conservação e sensibilização sobre as tartarugas marinhas e teve, no entanto, o seu término em 1999. Os pescadores artesanais que pareciam ter ganhado a consciência quanto à necessidade de protecção das mesmas, actualmente continuam a capturar essas espécies, que beneficiam do estatuto de ameaça segundo os dados provenientes do ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002 que considera estar em perigo as cinco espécies de tartarugas.

2.10 Biodiversidade marinha e oceanica – situação da flora

A flora marinha caracteriza-se pela presença de espécies micro-algas que entram a formar o fitoplancton cuja biologia não é muito conhecida. Esta flora constitui a reserva alimentar para a diversidade de vertebrados e invertebrados marinhos. Dentre as macro-algas, destacam-se as cianoficeas ou algas azuis, filamentosas que encontram-se nos habitats rochosos do litoral . A sua presença é importante contra a erosão. Destaca-se também a Dunaliella salin que é a alga verde mais frequente no País. Para lem dela, destacam-se os seguintes géneros: Chloroherpeton, Thalassium e Chlorobium.

As algas pardas ou castanhas estão representadas nas águas do País. A espécie Fucus platycarpus, é indicadora de boa qualidade da água, aparece encalhada nas praias durante a maré baixa.

35 As algas têm um valor económico muito elevado. Basta pensar nas substâncias de reserva acumuladas nestes seres marinhos nomeadamente polissacarídeos, gorduras, óleos e alcoóis) que têm larga aplicação industrial.

2.11 Bioversidade marinha e oceânica – situação da fauna Com uma área marítima relativamente pequena, de aproximadamente 128.000 km2 e uma plataforma de 1500 km2, o mar santomense é rico em espécies e os recursos piscatórios constituídos por peixes, crustáceos, moluscos, répteis, cetáceos e corais. sendo também notória a presença de equinodermes, celenterados, anelídeos, esponjas.

2.11.1 Ictiofauna marinha

Dos estudos de identificação dos peixes marinhos comerciais realizados pelo Projecto de Avaliação dos Recursos Haliêuticos entre os anos 1993 à 1996, permitiu registar aproximadamente 105 espécies (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002).

Fazem parte da ictiofauna santomense, os Grandes Vertebrados Pelágicos, os Pequenos vertebrados Pelágicos e os Demersais ou peixes de Fundo. Em S.Tomé e Príncipe, no âmbito do projecto de avaliação dos recursos haliêuticos realizados entre os anos 1993 á 1996 foram identificadas as 88 espécies comerciais, distribuidas em 49 famílias, habitualmente pescadas artesanalmente. Como ilustra a tabela abaixo assinalada, as famílias Carangidae, Serranidae, Sparidae, Scmobridae com 11, 9, 8, e 7 espécies respectivamente são as mais pescadas. Os estudos mais recentes realizados entre 31 de Janeiro á 18 de Fevereiro de 2006 pelos cientistas brasileiros com objectivo de avaliar a biomassa dos recursos marinhos através de senso visual, permitiu identificar 183 espécies de peixes distribuidos em 67 famílias (Afonso e outros 1999), dos quais 156 são do tipo comercial. Apesar dos resultados relativos a este estudo ainda não terem sidos divulgados, a sua importância deriva do facto de permitir comparar a populações de peixes recifais e as do fundo do mar de São Tomé. Dentre as espécies identificadas para além de peixes, existem Corais e Crustáceos, cujas amostras encontram-se na Direcção de Pescas.

Pelágicos oceânicos

36 Os grandes vertebrados pelágicos são constituídos, entre outros, por Istioforidae (Peixe Andala), Xipiidae (Peixe Fumo), Scombridae (Olêdê, Judeu e Olho Grosso) assim como os grandes tunídeos, que são espécies migratórias.

Pelágicos costeiros

Quanto aos pequenos vertebrados pelágicos, destacam-se as Clupeidae (Sardinhas), Scombridae (pequenos tunídeos. Fulufulu, Cavala, Peixe-serra), Carangidae (Bonito, Olho-grosso, Sêlê, Corcovado, Carapau, Osso-mole), Mugilidae (Tainhas), Gobiidae (peixinho), Exocetidae (Voador) e Moreidae (Maxipombo).

Demersais de fundos rochosos

Os demersais ou peixes de fundo são formados por Serranidade (Cherne, Badejo, Bacalhau e Peixe-sabão), Holocentridae (Caqui), Scianidae (corvina), Litjanidae (Vermelho-fundo, Vermelho-terra e Pargo), Sparidae (Vermelho-sangue, Vermelho-sol, Malagueta) e Moreidae (Moreia) e alguns Tubarões.

Demersais de grande profundidade

Englobam neste grupo, tubarões e raias. Existem três tipos peixes cartilagíneos (Tubarões) nas águas territoriais de S. Tomé e Príncipe, a saber: os demersais, os pelágicos e os semi-pelágicos. Os mais vulgarmente capturados em S.Tomé e Príncipe são das famílias Charcharinidae, Hemigaleidae e Sphyrnidae. No quadro dos acordos de pesca existentes entre o País e os seus parceiros de desenvolvimento, os tubarões fazem parte das espécies capturadas pela frota pesqueira dos referidos Países. Devido a limitações financeiras, o País não tem feito controle sobre o nível das capturas, o que impede a avaliação do grau de ameaça que pesa sobre essas espécies.

Demersais bênticos Os linguados e as raias são os representantes deste grupo. De facto, são espécies cujo modo de vida baseia-se na permanência em sedimentos ricos em alimentos.

2.11.2 Répteis marinhos

Os répteis marinhos constituem uma classe de vertebrados representados por cinco espécies que são:

Lepidochelys olivacea (Tatô): entre todas as 5 espécies de tartarugas, esta é a espécie mais pequena. O tamanho do animal adulto varia entre 60 cm e 80 cm. Em Sao Tomé é designada pelos pescadores como « tartaruga preguiçosa » porque se deixa apanhar facilmente quando vem desovar a praia. Por este motivo, a protecção da Tatô constitue uma perioridade no ambito da conservaçao dos recursos naturais do arquipélago.

Chelonias mydas (Ambó ou mão branca)

37 Esta espécie é ainda designada como « Tartaruga verde » , porque se alimenta esencialmente de algas (ervas marinhas) que dão esta cor a sua gordura. Os pescadores chamam-na de « Mão Branca » por apresentar a cor branca no ventre e na parte inferior das barbatanas. Em São Tome foram vistos animais desta espécie no norte desta ilha e também a volta do Ilhéu das Cabras e mediam entre 40 e 115 cm de comprimento.Porque são animais muito rápidos têm mais facilidade de escapar aos caçadores. Na Ilha do Príncipe e mais concretamente na Praia Grande é práticamente a única espécie de tartaruga que se pode observar.

Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de cuaco) Entre as 5 espécies, esta é a mais frequente no sul do País (Ilhéu das Rolas) e existe também na ilha do Príncipe.Quando a artesanato feito de carapaça de tartaruga era procurado pelos turistas, esta era a espécie que era caçada pelos pescadores para este efeito.

Vivem nos fundos rochosos, mas os animais jovens encontram-se perto da costa e são facilmente capturados. Ao contrário das outras espécies que têm dificuldades em passar pelas rochas, as fêmeas Sada atravessam verdadeiros « cordões rochosos » para desovar e preferem locais.

Dermochelys coriacea (Ambulância), Carreta-carreta (Cabeça Grande ou Tartaruga Vermelha). Esta última espécie, quer em Sao Tomé como na ilha do Príncipe é muito rara . Em Novembro de 1996 foi observada pela primeira vez no mercado da cidade e desde 1998 apenas mais outros 9 animais (6 fêmeas e 3 machos) foram marcados (ECOFAC).

2.11.3. Mamíferos marinhos

Os Cetáceos, particularmente assinalados no extremo sul de S. Tomé, são dos grupos das famílias Mysticetes e Odontocetes. Os Mysticetes são filtradores (Micrófagos), alimentando-se de plâncton, particularmente de krill compreende as seguintes espécies: a Baleia azul (Balaenoptera musculus), Balaenoptera. borealis, Balaenoptera acurostrata, Balaenoptera plysalus, (Baleia de bossa ou corcunda) (Balaenoptera nodosa), Balaenoptera edeni (só tropical), (ENPAB- Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002). Os Odontocetes são cetáceos com dentes, macrófagos, alimentando-se de peixes na sua grande maioria. Um dos exemplares mais comuns nas águas do País é o Delfim (Delphinus delphis).

2.11.4 Invertebrados marinhos

Para além de peixes já citados, a fauna marinha santomense caracteriza-se pela diversidade de invertebrados que constituem os diversos níveis tróficos à diversas profundidades.

38 Corais

Falar de Invertebrados marinhos no arquipélago significa falar por exemplo dos corais. Na realidade entre a zona da Praia das Conchas até a Lagoa Azul representa a área de corais mais importante para a Ilha de S.Tomé. Uma classificação sistemática feita, da- nos a saber que se tratam de duas espécies endémicas, únicas no Atlântico Ocidental. São elas, Siderastrea siderea, Porites bernardi; ambas espécies pertencem à classe Anthozoa (Fonte: Plano Nacional Desenvolvimento Durável - PNAAD)

Na ilha do Príncipe, existem populações de corais pertencentes à espécie Montastrea cavernosa guineensis, talvez a mesma encontrada em S.Tomé. Também existem colónias ramificadas e laminares de Echinogorgia sp. que habitam os substratos rochosos.

Crustáceos

Segundo os dados tirados o relatório (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002) os crustáceos predominam tanto nos ecossistemas marinhos como costeiros de S.Tomé e Príncipe. Distinguem os camarões, as lagostas, os lagostins, os caranguejos e as cigarras.

Em relação aos Camarões (decópodes nadadores) destacam-se: o Penaeus sp, o Metapenaeus sp e o Parapenaeus sp; as Lagostas (Decápodes marchadores) apresentam várias espécies: Panulirus spp, Callinectes spp, Calappa spp. A Paramola cuvieri-aranha) e Geryon maritae”santola” são os caranguejos mais frequentes. Os Lagostins e as Cigarras são raros, sendo representados pela espécie Nephrops spp e Scyllarides herklotail respectivamente. E de notar que nos ecossistemas de águas interiores, explora-se os camarões de água doce, em particular a espécie indígena de São Tomé e Príncipe, o camarão branco (Macrobrachium zariquiery).

Além dessas espécies identificadas em 2006 no âmbito das pesquisas dos brasileiros foi possível identificar algumas espécies das nossas águas faltando realizar parte genética. Essas espécies identificadas cuja amostras encontram-se na Direcção Geral das Pescas são: Alpheus blanchei, Alpheus alfeles, Alpheus aff crockery, Alpheus aff crstulifrons, Alpheus dentipes, Alpheus rugimanus, Alpheus fagei, Alpheus couvieri, Alpheus Synalpheus pescadas nas águas da parte norte e sul da ilha.

Moluscos marinhos

Em relação aos moluscos S. Tomé conta com 39 espécies de moluscos e a ilha de Príncipe, com 32 espécies representando respectivamente uma taxa de endemismo de 77% e 78%. Como mostra a tabela 19 em anexo sobre os moluscos existentes no País, a diversidade específica e taxonómica aparece ser significativa na classe dos Pelecípodes e Cefalópodes e Gasteropoda. Nesta última classe, apresenta 28 espécies que entram na lista vermelha de animais protegidos de São Tomé e Príncipe. Os moluscos representam no plano económico uma riqueza importante no domínio da produção alimentar. Assim, 4 classes de moluscos são explorados no País, a saber: Gasterópodes, Cefalópodes, Bivalves e Pelecípodes (Lamelibrânquios).

39 Gasterópodes De entre os Gastrópodes salienta-se o Búzio da ordem Buccinides e género Buccinum. Dos Pelecípodes (Lamelibrânquios) ou Bivalves, os exemplares presentes em S.Tomé e Príncipe são as ameijoas da ordem Veneridés e género Vénus a Ostra da ordem Ostreides e géneros Ostrea e Crassostrea e o Canivete, da ordem Mytilidés e género Lithodomus. Os géneros acima mencionados compreendem moluscos macrófagos de algas ou predadores de diversos organismos; e possuem belíssimas conchas muito procuradas pelos coleccionadores.

Cefalópodes Fazem entretanto parte dos Cefalópodes o Octupus sp (polvo), o Sepia sp (choco), e a ordem dos Decápodes o Ommastrephes (lula e calamares) Outros géneros endémicos de moluscos marinhos, tais como, Paradoxa, Scaevatula e Tropidorissola, podem também ser encontrados nas águas marinhas de S.Tomé e Príncipe; e pssuem vida pelágica.

Equinodermes

2.12 Ecossistemas oceânicos Os ecossistemas oceânicos podem ser assim distribuidos, de acordo com a profundidade das águas e pela riqueza em espécies em: demersais, recifais e bênticos.

2.13 Ecossistemas bênticos Relativamente aos ecossistemas bênticos, ressaltam as redes alimentares que começam com as microalgas que constituem a flora marinha microplanctónica, acompanhada por uma série de invertebrados tais como, Hidrozoários, Espongiários, Poliquetas e Nematodes. Nesta panoquia de diversidade aparecem os crustáceos (caranguejos), moluscos (polvos, lulas), peixes, répteis e mamíferos.

2.14 Biodiversidade das Águas Interiores Em São Tomé e Príncipe, os ecossistemas das Águas Interiores e os ecossistemas florestais estão intimamente interligados e interagem de maneira muito intensa não só do ponto de vista da flora e da fauna mas também do ponto vista das actividades humanas e económica.Nesta ordem de ideias, ao longo dos 50 cursos de água que constituem a rede hidragrafica das ilhas, que nascem no interior do País e correm em direcção ao mar atravessam as florestas densas mais ou menos conservadas. Sãos os seguintes cursos de água: Io grande, Caué, Mussacavu, Quijá, Xuf-Xuf e Lembá, Abade, Manuel Jorge, Rio do Ouro e Contador. No Principe destaca-se o Rio Papagaio. São classificados em três grandes grupos, segundo as suas condições de vida que aquí se encontram:

40 Grupo dos Lóticos, formados pelas águas correntes, tais como os rios, ribeiras, nascentes e outros; o Grupo das Águas Salobras, que se formam na foz dos rios, isto é, na intersecção entre a água doce e a água do mar; o Grupo dos Lênticos, que se formam no interior das águas paradas, tais como os pântanos, charcos e lodos.

A flora existente em diversas profundidades é pouco conhecida. No entanto, sendo rios de regime periódico, quando o nível das águas diminui, o leito abandonado pelos rios, constitui zonas para a germinação de muitas sementes de espécies arbóreas e arbustivas provenientes dos formações arbóreas e arbustivas das regiões circundantes. A água desta forma constitui um dos veículos para a disperção das diásporas. Nas análises efectuadas relativamente à fauna dos Ecossistemas das Águas Interiores, compreendeu cinco grandes grupos de animais, nomeadamente peixes, moluscos, Insectos, Crustáceos e Planárias .

Em relação à fauna ictiológica salienta-se: cinco espécies distribuidas em diversos gradientes de salinidade que vão da água doce à salobra dos estuários e pântanos. Nos cursos superior e médio dos vários rios e cursos de água existem peixes de pequenos tamanhos, tais como Eleotris vittata (Charoco), Sicydium bustamantei, Pomadasys jubellini e Aplocheilichtlys spilauchena. Destaca-se igualmente a presença de peixes que pertencem à ordem dos Protóperos, tais como os Dipnóicos (Cucumbas), que possuem simultâneamente guerlas e pulmões que lhes permitem respirar dentro e fora da água. Este carácter morfológico fazem dos mesmos, peixes fósseis, riqueza biológica deste ecossistema.

Os moluscos pertencentes à espécie Clypeolum afra, Neritina manoeli, Bulinus forskalii, Sinilia senelis, Pugilina morio, constituem os invertebrados que caracterizam este ecossistema.

Nos Ecossistemas das Águas Interiores, a populam as seguintes classes de animais invertebrados: os Crustáceos, podendo-se encontrar espécies tais como: Cardisoma amatum (caranguejo), da família dos Gecarcinidae, que constroem os seus habitats escavando buracos à volta dos pântanos.Foram identificados dois géneros que são Macrobrachium e Atya e compreendem quatro espécies: Macrobrachium zariquieyi, Macrobrachium raridens, Atya intermedia e Atya scabra. As duas espécies de Macrobrachium representam os camarões brancos, muito apreciados e procurados no País. Nestes eccossistemas a riqueza biológica é provada pela presença de Sicydium bustamantei (camarão de água doce) e de outras espécies como camarão de fundo, mangolô, etc..

No curso inferior dos cursos de água, quando o caudal é baixo, a fauna é constituída pelas planarias, Platelmintas turbelários, invertebrados aquáticos de pequenas dimensões (1 a 2 cm) que se deslocam por meio de cílios. Foram observadas em São Tomé, no rio Iô Grande, e no Príncipe, no rio Papagaio. Podem ser ainda encontradas com facilidade nos pequenos riachos. Para além destes microorganismos, existem representantes das diversas famílias nomeadamente, Gyrinidae, Scirtidae, Chronomidae, Simuliidae, Dixidae e Psychodidae. Em relação à fauna ornitológica (Ver Tab. 9 em anexo), as espécies e sub-espécies mais representativas são: Alcedo cristata thomensis (Conóbia), Phalacrocorax africanus (Pata de água), Butorides striatus (Chuchu ou Garça-de-cabeça-negra), Gallinula chloropus (Galinha-de-água), Bostrychia olivacea rothschildi e Bostrychia bocagei (Galinhola ou Íbis-de-São Tomé) (Threskiornithidae), Gallinula angulata (Galinha-

41 d’água-pequena, Rabilha-pequena), Gallinula chloropus (Galinha-d’água-africana, Rabilha africana), Ardea cinerea (Garça-purpúrea, Garça-vermelha ), Ardeola ralloides (Garça-caranguejeira, Papa-ratos), Ceryle rudis (Pica-peixe-malhado), Alcedo cristata thomensis (Conóbia, Pica-peixe), Alcedo leucogaster nais (Conóbia, Pica-peixe). São espécies que habitam nas orlas periféricas dos rios que atravessam diversas formações florestais. Apresentam uma ampla valência ecológica o que lhes permite ocupar tambem outros ecossistemas. Por isso o regime alimentar destes pássaros dipende de pequenos peixes, insectos, moluscos que constituem a cadeia alimentar deste ecossistema. Como mosta a tabela 11, o inventário feito, a fauna ornitológica das Aguas Interiores é muito diversificada; é caracterizada por 23 famílias de pássaros.

2.15 Biodiversidade Agro-pastoral A Biodiversidade agro-pastoral consiste numa multipicidade de plantas introduzidas de espécies, raças de animais e, utilizados na agricultura e pecuária. Neste contexto, a riqueza florística das pastagens é dada pela presença de seguintes famílias de plantas, as fabáceas, mimosáceas e as caesalpináceas. As primeiras são as melhores espécies forageiras tropicais e revestem de importância capital para a agricultura pela produção de sementes alimentares (Phaseolus vulgaris, Vicia fava) já mencionadas como plantas alimentares e também para a produção animal.

A Agricultura como já foi referida, baseia-se na plantação de cacueiros e de cafeeiros cujos produtos constituem a base de exportação do País. Esta agricultura criou as conhecidas florestas de sombra dominadas pela omnipresença das Eritrinas e se respeitavam os factores que intervêm na ocupação do solo dessas antigas “Roças”. Essa agricultura denominada agricultura de monoculturas. Paralelamente, existe uma agricultura de produtos de subsistência cuja produção hortícola, esta virada para o consumo interno.

Os agricultores lutam como podem contra as ervas daninhas (Axonopus spp. Paspalum spp. Solanum spp., Ageratum spp. Cynodon dactylon) através de meios que passam pela preparação cuidada dos solos (canteiros) para as sementes, selecção de espécies e utlização de insumos. Quando ne sentem ultrapassados com as operações manuais, fazem a luta de química usando pesticidas, herbicidas e outros produtos de uma forma descontrolada. O uso de terras agrícolos nem sempre respeitam modalidades que contribuem à sua conservação embora muitos utilizem a rotação dos solos.

A criação de animais é uma actividade rural, feita de uma forma tradicional de galinhas, galos, de caprinos, bovinos e suínos geralmente pertencentes à raça local. Geralmente não é puramente uma criação visto que muitas vezes por motivos de falta de meios para alimentar os animais, os mesmos são deixados à solta o que provoca danos à cultura de subsistência das populações vizinhas. Os cães e gatos constituem animais de companhia que muitas vezes não ameaçam as culturas de subsistência mas encontram-se nos bordos dos caminhos, dos bairros e dos centros habitacionais. Isto poderá dar uma imagem muito má aos centros habitacionais, porque estes podem ser vectores de doenças e pragas. Mas em algumas roças ainda prevale a criação do gado bovino, caprino e ovino. A criação desses animais contribuiu para a introdução muitas espécies forageiras para assegurarem pastagem contínua dos animais. Assim, nas zonas de pastagem, são

42 comuns as seguintes espécies: Aeschynomene indica, Desmodium uncinatum, D. intortum, Centrosema pubescens, Pueraria phaseoloides. Leucaena leucocephala, Mimosa farnesiana são leguminosas da vegetação expontânea com maiores índices de palatibilidade em consociações com outras espécies. Nas regiões de maior pluviosidade, abundam Commelina spp. (Bódó-bódó), Setaria megaphylla (Uagá –uagá) como espécies forageiras. Os pequenos criadores usam até as chamadas forageiras secundárias constituídas pelas folhas de bananeiras, fruteira, jaqueira e eritrinas na alimentação animal. Em termos gerais, como mostram os parágrafos sucessivos, várias são espécies e raças de animais fazem a história do sector agro-pecuário no País.

2.15.1. As principais espécies e raças animais do sector agro- pecuário

As raças da espécie bovina importadas são: Alentejana e Mirandeza provenientes de Portugal continental durante o período colonial ou de Angola, Cabo-Verde e Moçambique (Alfeirão, 1973) Salamsalanquina, Charolesa, Jersey, Shorthorn, Schwiitz, Hereford e Africander (Videira 1954), Frísien, proveniente da Holanda no âmbito do “projecto Bovino de Nova Olinda” em 1979 e N’Dama proveniente do Gabão.

A raça equina é rara provavelmente introduzida em 1877 (Ribeiros 1877) e em contrapartida as raças da espécie caprina importadas são: raça local de tipo da Guiné e a raças Anglo-nubian, Saanen, Toggenbourgh (Colson et al.1994), foram importadas na década de 80 da Inglaterra e introduzidas no centro de Fernão Dias.

Quanto ao gado bovino, foram importadas as raças Sulfolk e Djalonké provenientes da Inglaterra e da Guiné respectivamente. As principais raças da espécie suina resultam de sucessivos cruzamentos naturais com as raças importadas com o fim de aumentar a produção pecúaria e o número de efectivos.

A principal raça da espécie avícola é a Galinha de fôrro, endémica e rústica. Para além desta espécie, o sector da avicultura, esta virado para a produção de carne de frango e de ovos com espécies importadas.

2.15.2. Espécies e variedades vegetais existentes no sector agro- florestal

As diferentes espécies vegetais existentes em S.Tomé e Príncipe, sejam espécies cultivadas ou espontâneas, mostram o papel do sector Agro-florestal e em particular o da Agricultura tradicional de subsistência e comercial na economia nacional. Estas espécies podem ser agrupadas, de acordo com o uso, do seguinte modo: espécies industriais, espécies alimentares, espécies aromáticas, espécies medicinais e espécies ornamentais (Ver Tabs. 3, 4, 5 e 8 em anexo) . No grupo das plantas cultivadas ou sub-expontâneas com potencialidade extrativa encontram-se:

43 . Cerca de uma dezena de espécies industriais mais importantes, nomeadamente o Theobroma cacau (Cacaueiro), o Cocus nucífera (coqueiro), a Elaeis guineensis (palmeira de azeite), o Coffea spp. (Cafezeiro), Cinnamomum zeylanicum (Canela- doce), Cinnamomum burmanii (Canela), Vanilla spp.(Baunilha), a Cananga odorata (Ilang-ilang) e a Pipper negrum (Pimenteira).

. Trinta são as espécies alimentares (Ver a Tab. 4 em anexo) em função da parte da planta que é consumida como alimento podem ser divididas em: Hortícolas : Licopersicum esculentum (tomateiro), Lactuca sativa (Alface), Vigna sesquipedalis (Feijoeiro ), Brassica sp. (Repolho), Allium cepa (cebola), Allium sativum (alho), Brassica rapa (Nabo), Brassica sativus (Rabanete), Brassica oleracea (Couve), Capsicum frutescens (Malagueteira), Hibiscus acetocella, (Folha mússua), Abelmoschus esculenta (Quibo), Solnum melongena (Maquêquê).

Nas ilhas de São Tomé e Príncipe, estas culturas hortícolas dependem ainda das importações das sementes, insumos e de outros produtos indespensáveis à sua cultivação

Frutícolas - Carica papaia (mamoeiro), Ananas comosus (ananás), Mangifera indica (Mangueira), Persea americana (Abacateiro), Psidium guajava (Goiabeira), Artocarpus heterophyllus (Jaqueira), Dacryoide edulis (Safuzeiro), Spondias cytherea (Cajamangueira). Estas são na sua grande maioria espécies introduzidas que se naturalizaram perfeitamente nas ilhas, hoje constituem as espécies expontaneas mais frequentes sobretudo nas regiões de baixa altitude Recorda-se no entanto, os projectos levados a cabo por técnicos taiwanenes introduziram outras espécies ou variedades de plantas frutíferas a salientar goiabeiras, caramboleiras, limoeiros provalvemente mais produtivas.

Tubérculos: Xantosoma sagitifolium (Matabala), Ipomea batata (Batata doce), Solanum tuberosum (Batata inglesa), Manihot esculentum (mandioca).

A matabala é a planta alimentar predominante que prolifera, como invansora tanto sob a forma espontânea como cultivada, em todas regiões do País, formando consociações com plantações do cacau e do café. Relativamente a batata inglesa, cultiva-se nos arredores de Bom Sucesso local. A batata doce e a mandioca abundam essencialmente nas regiões savânicas.

Cereais: Zea mays (Milho) e Oryza sativa (arroz).

Em S.Tomé e Príncipe, o milho e o arroz são cereais cultivados. O milho desenvolve- se essencialmente nas Zonas Savanicas – região Norte – incluindo os campos de Canavial, Fernão Dias, Praia das Conchas, Diogo Nunes, e de Micoló e as do sudeste que estende-se desde Pinheira à Agua Izé.

Relativamente ao arroz de sequeiro, este cereal base almentação da população, foi introduzido no quadro do Projecto de Desenvolvimento de Culturas Alimentares em Cooperação com a China Taiwan, encontra-se na sua fase experimental nas regiões de Pinheira, Água Izé, Milagrosa, Porto Alegre, Agostinho Neto e no Príncipe.

44 . Foram inventariadas as seguintes plantas aromáticas e de perfumaria cultivadas ou sub-expontâneas: a Vanila planifolia (baunilha), a Cinnamomum zeylanicum (Caneleira), Cananga odorata (Ylang-ylang) e Vetiveria zizanoides (vetiver), Erygium foetida (Selo-sun-zon-maia), Cymbopogon citrantus (Capim do Gabão, Fiá chalela), Ocimum viride (Folha micocó), Curcuma domestica (Açafrão da India), Gegimber oficinalis (Gegimpre). . São plantas com efeito curativo e utilizadas por conseguinte no tratamento de doenças de diferentes índoles, tais como: asma, paludismo, feridas, tosse, diabetes, etc (Ver a Tab. 5 em anexo). A Chinchona (pau quina), Monodora myristica (iobò), Voacanga africana (Cata d’ ôbô), Morinda lucida (Gligô), Macambará (Crateirspermum montanum), Pau Sangue (Harungana madagascariensis), Pau Três (Allophyllus africanus) são exemplos evidentes da utilização das plantas.

Recorda-se no entanto, que na década dos anos 80, a Estação Experimental de Pótó hoje denominado Centro de Investigação Agronómica tropical (CIAT) enviou amostras foliares a um Laboratório de análises da Itália que reportou a presença de princípios activos de elevado valor farmacêutico. Muito mais tarde uma equipa portuguesa apresentou alguns dados preliminares e encorajadores sobre as capacidades fitoterapeuticas das plantas santomenses.

A paisagem agro-silvo-pastoral encontra-se em vias de degradação, sob o efeito combinado da erosão dos solos, da exploração florestal anárquica, da redução dos períodos de pousio, do cultivo em terras frágeis e particularmente sensíveis à erosão e da consequente redução da fertilidade. Esta situação ameaça o futuro das terras destinadas às actividades humanas. Nalgumas comunidades rurais foram implementados projectos pilotos da Agricultura Biológica, na fase experimental que poderá trazer novos resultados no que concerne a protecção de solos, qualidade de produtos já foi lançada à anos, e constitui um passo na conservação da Biodiversidade. Para lém disso, várias espécies foram introduzidas para inverter esta situação. A reflorestação foi implementada nestes últimos anos com as seguintes espécies: Guemelina (Gmelina arborea), Teca (Tectona grandis), Eucalipto (Eucaliptus spp, Inga (Inga edulis), Casuarina (Casuarina equisetifolia), Grevilha (Grevilea robusta), Terminalia mantalis e Acacia magium. Os resultados ainda não são conhecidos mas sabe-se que são plantas de crescimento rápido e vários hectares foram plantados exprimentalmente em Pateau, Mongo e Diana. A introdução de Flemingia (Flemingia macrophylla) e outras plantas fixadoras de azoto, constituem medidas positivas quando são confinadas nos meios agrícolos. Isto representa um passo ‘versus’ a implementação das florestas comunitárias e agro-florestais.

3. Utilização da Biodiversidade Pelo facto a Biodiversidade ser um Recurso, sob o ponto de vista biológico e económico, ela é a base do Desenvolvimento durável. Por isso ao longo da história de ocupação de São Tomé e Príncipe, a sua população tem estado intimamente ligada à utilização desse recurso. Esta utilização está enraizada em várias actividades tais como: na agricultura, a pesca, o extrativismo, a medicina, a recreação, manifestações culturais e o turismo. Hoje em dia, várias assocíações e organizaçoes não governamentais (ONGs) em São Tomé e Príncipe almejam que o uso dos recursos da Biodiversidade pela população se

45 faça de forma que contribua para a redução da pobreza e permita o desenvolvimento econômico e social sustentáveis, mas que ao mesmo tempo promova as condições para sua protecção e conservação . Em relação aos produtos de origem vegetal ressaltam-se:

3.1. Os produtos florestais lenhosos (a madeira) Segundo os dados da Proposta de Plano de Desenvolvimento Florestal período 2004- 2008 (PDF), estima-se que o volume total de madeira comercial existente em São Tomé e Príncipe no ano 1999 foi na ordem de 11 – 12 milhões de metros cúbicos, incluindo as florestas primárias . Este capital em madeiras, repartido por toda superfície arborizada do País, resultaria num valor médio de 125 m³/ha. A exploração sustentada poderia render anualmente cerca de 70 a 100.000 m³ de madeira redonda com casca para as serrações e 40 a 65.000 m³ de madeira com casca para lenha. Contudo, até ao presente, os produtos lenhosos são explorados na ausência de um plano de manejo, sem o suporte de um plano anual de corte, tornando-se a exploração informal cada vez mais dominante. Estima-se que a exploração actual seja de 9.000 m³ de madeira comercial (Banco Mundial 2003). Uma parte bastante considerável é ultilizada como lenha para o aquecimento. A madeira produzida apresenta várias utilizações: construções, mobiliário, indústria e combustível. As espécies produtoras de madeira estão submetidas à uma exploração abusiva sem um plano de regeneração. São elas: Amoreira (Milicia excelsa), Cedrela (Cedrela odorata), Jaqueira (Artocarpus integrifolia), Viro Branco (Scytopetalum klaineanum), Viro preto (Cleistanthus libericus), Tabaque (Cordia platythyrsa), Marapião (Zanthoxylum gilletii). Provêm das florestas secundárias e as de sombra.

3.2. Medicina tradicional A flora de São Tomé e Príncipe é tão rica em plantas medicinais, fontes de medicamentos que podem ser potenciamente utilizados na medicina convencional, na cura das doenças mais frequentes, o paludismo, diarreias e disenterias, as doenças da pele, feridas, icterícia, hepatite, asma, gripes e diabetes. Dos estudos etno-botânicos realizados mostraram a existência de cerca de trezentas plantas medicinais. Entre as quais a canafístula (Cassia fistula), o libô mucambú (Vernonia amygdalina), a folha damina (Bryophllum pinnatum), o Milondó–homenm (Acridocarpus longifoliun), o Iobò (Monodora myristica), a folha maioba (Cassia ocidentalis) , o micócó (Ocimum viridis), stlofí (Momordica charantea), Mussinica (Prunus africana) e outras mais. A exploração racional de ervas, cascas, raízes, folhas, flores e sementes das plantas curativas, exige antes de tudo de um trabalho de pesquisa ciêntífica, acompanhado de investimentos e sobretudo de uma organização intelectual e material. Desta forma a sua aplicação na indústria e medicina natural poderá constituir uma valiosa alternativa relativa às formulações da química moderna, geralmente patenteadas pelos laboratórios multinacionais em todo o mundo. A forma como é feita colhida etnobotânica (extracção das cascas, colheita por inteiro, incluindo raízes) é um índice de vulnerabilidade no sentido que são vários os casos em que os curandeiros e vendedores abatem a própria àrvore e tiram toda a casca acabando

46 por matar directamente a planta. São exemplos as formas de extracção da Quina (Cinchona pubescens), do Macambrará (Craterispermun montanum) e do Pau três (Allophylus africanus).

3.3. Artesanato Dos ecossistemas florestais existentes em São Tomé e Príncipe, extraem-se diversos produtos não lenhosos, matérias primas para artesanato. Destacam-se, dentre estas, a madeira para fabricação de talheres, esculturas e pirogas, principalmente a de cedrela (Cedrela odorata) e de ocá (Ceiba pentandra), o bambú (Bambusa vulgaris) para fabrico de móveis e diversos outros utensílios, as folhas de palmeira (Elaeis guineesis) e de coqueiro (Cocus nucifera) para fabrico de cestos, sacas, vassouras, entre outros produtos, fibras e casco do coco (Cocus nucifera) para fabrico de diversos objectos (pulseiras, anéis, copos, brincos, cinzeiros, tapetes, etc.), a folha de úlua (Borassus aeaethiopum) que fornece material para fabrico de sacas de diversas formas, a "corda" de bananeira (Musa sp.) é usada para confecção de quadros e a folha seca de pau esteira (Pandanus thomensis) usada para tecer esteira – uma das mais importantes fontes de rendimento dos habitantes da zona sul do País. Regista-se actualmente um número cada vez mais crescente de homens e mulheres que se dedicam à actividade artesanal.

3.4. Os sectores de apicultura, extrativo e tinturaria Estes sectores estão assentes na exploração dos produtos florestais não lenhosos tais como o mel de abelha, a carne selvagem, o vinho da palma, resinas, tintas.

Estes sectores carecem de bases financeiras e estruturais sólidas para a sua implementação sustentável.

Relativamente ao mel de abelha , algumas informações colhidas junto aos populares, relatam que existem pessoas que chegam mesmo a queimar as colmeias para conseguirem o material para o mel. No passado algumas tentativas de exploração apícola levadas à cabo no País deram resultados bastantes encorajadores, actualamente “o mel d’obô”, produto de produção local pode ser comprado nalgums postos de venda geridos pelas ONG’s. O vinho da palma é extraído únicamente da Palmeira-do-andim (Elaeis guinenses), em diversas regiões do País. Segundo dados colhidos no terreno, as regiões de Bombaim Nova Ceilão, Claudino Faro albergam mais de quinhentos vianteiros.

Este produto gera grande fluxo monetário entre os vianteiros, isto é, colectores do vinho de palma e as vendedeiras. Por isso vários palmares são explorados, na extracção do vinho da palma, mas os métodos utilizados levantam preocupações.

O óleo de palma, é outro produto florestal não lenhoso deveras importante para a economia local é extraído das Palmeiras-do-andim. Para além da extração caseira deste óleo, a Empresa EMOLVE, continua a produzir industrialmente o óleo palma embora

47 a sua produção continua a baixar nestes últimos anos. Vários sãos os factores que explicam esta situação: a idade dos palmares e o estado dos equipamentos da empresa entre outros.

Em relação às tintas e resinas, no País, esta prática é pouco usada embora, nalgumas franjas da população é frequente a extracção de tintas do mangue (Rizophora mangue) para pintar canoas e habitações.

3.5. Os Alimentação e a gastronomia

A biodiversidade do nosso planeta, como se sabe é a base da agricultura e da produção alimentar. Como ficou frizado no parágrafo anterior, trinta são as espécies alimentares (Ver a Tab. 4 em anexo) utilizadas como fonte energia, de vitaminas e de minerais pelas populações.

No entanto, reconhece-se uma forte tendência de preferir os produtos importados o que reduz a disponibilidade e o consumo dos produtos locais.

Em relação aos produtos de origem animal, a caça e a pesca fornecem uma parte de alimentação e sobretudo a indespensável de ração de proteínas às populações. Neste contexto a carne bravia é bastante consumida. Provém da caça na selva de Macacos, Lagaias, Cessas, Pombos, Rolas e de outros animais. Esta actividade é realizada pelos homens possuidores de armas de fogo (espirgadas e caçadeiras). Usam zagaias e armadilhas, sendo estas últimas técnicas de caça um pouco ultrapassadas. O lançamento de granadas, uso de venenos para a apanha de peixes e camarões constitui uma prática feita por alguns elementos da popluação das regiões costeiras. Actualmente muitos estudos revelam que o potencialidade dos recursos haleuticos nas águas de STP, é considerável e estima-se que dos 12.000 toneladas de peixe existentes segundo dados de 1982, 8.500 toneladas são pelágicos e 3.500 são demersais; a Região Autónoma do Príncipe possui maiores potencialidades. As maiores frotas de barco que pescam nas nossas águas, provêm da União Europeia, segundo um acordo de pesca. Pesca-se sobretudo a atum, chocos, lulas, polvos. Entretanto devido à falta de meios de fiscalização consistente da actividade pescatória nessas águas, pensa-se que a captura máxima admissível explorável esteja abaixo de 6.000 toneladas/ano.

3.6. Os No sector eco-turístico Esta actividade socio-económica está actualmente sub-utilizada, não dispondo ainda o País de oferta organizada de facilidades, como infra-estruturas adequadas ou serviços. Os principais actores chamados neste processo de dinamização ecoturística são a Direcção do Turismo e Hotelaria, Agências de viagens, empresariado Nacional, parceiros e investidores estrangeiros, Associações Não Governamentais e as populaçoes locais apara responderem à evolução positiva que se tem registado no país nestes últimos anos.

48 Uma das acções prioritárias viradas para a valorização da biodiversidade de São Tomé e Príncipe, é justamente a estruturação e operacionalização do ecoturismo sustentável no País em prol do desenvolvimento económico, socio-cultural e ecológico .

Neste sector, a riqueza faunística terreste e marinha contam com as tartarugas, os delfins, as baleias etc. A pesca esportiva de Peixe-andala (Marlin sp.) por exemplo pode ser explorado pelo secto privado. Para além dos recursos florísticos e faunísticos, importantes para o turismo de observação, os componentes abióticos dos ecossistemas santomenses escondem um grande potencial ecoturístico. Foram criados diversos circuitos turísticos no interior do Parque Natural Obô para o desenvolvimento de actividades de lazer em espaços verdes. Basta falarmos das cascatas (Cascata de São Nicolau, e de Bombaim) e suas cochoeiras, Rios e cursos de água (Ió Grande, Cantador, Abade), das antigas roças com as suas plantações secundarizadas de cacau e café (Monte Café, Santa Margarida, Agostinho Neto), paisagens vulcânicas (Pico Cão Grande, Cratera da Lagoa Amélia...). Basta mencionarmos também as inúmeras praias arenosas tais como a Jalé, Piscina, Governador, Praia Banana, entre outras. A hospitalidade dos santomenses e dos descendentes das populações do continente, os aspectos culturais fundados nas crenças e mitos, na gastronomia sobretudo à base de peixes, são também factores de atracção com efeito multiplicador neste sector que deverá pautar pela preservação ambiental e ecológica e identidade cultural.

3.7.Utilidade Etno-cultural e mágica Relacionada com o aspecto anteriormente tratado, a biodiversidade santomense também encontra a sua expressão nas actividades que evocam dos nossos ancestrais. De facto, com muita imaginação associada à fantasia, as frases mágicas cantadas em certos locais ( cascatas, morros, trilhos encruzilhados) e a dança em durante noites de rituais serviam para curar e prevenir as doenças ou enviar diversas mensagens . As exalações de certos frutos maduros de úlua (Borassus aethiopum) e a casca queimada de Cubango (Croton stelellifer) afugentam os maus olhares, e maus espíritos; a cruz feita de popian, ou marapião (Zantoxyllum gilletii) e colocada cuidadosamente em certos pontos da habitação evitam o feitceiro.

Relativamente aos animais, a fantasia mágica dos bruxos e curandeiros atinge níveis muito altos quando associam certos animais para evocar actos sobrenaturais. São eles: a coruja (Tito alba thomensis), o kitolí (Otus hartlaubi), pássaros nocturnos que o canto faz arrepiar as pessoas mais superticiosas; o gato preto e as serpentes sua presença em certas horas é o sinómino de perseguição feita por um inimigo.

Em contrapartida, citações e referências de certas plantas e animais, constituem motivos de orgulho porque elogiam as pessoas referênciadas que simultaneamente transformam- se em ídoles. Basta falar-se de lagaia para adjectivar uma pessoa de astuta e discreta; tartaruga para pessoa mal intencionadas quando entra nas fábulas e contos populares;“Flóli canido” para pessoa que não aparece sempre; “rosa bilança”para raparigas bonitas; “safú” também para adjectivar mulheres bonitas e explosivas.

49 3.8.Utilidade ornamental A utilização ornamental da biodiversidade das ilhas de S. Tomé e Príncipe é muito variada e inclui a a cor, a forma, o tamanho e as dimensões dos exemplares de plantas e animais. Neste contexto, as begónias (Begonia sp.), os gingers (Renealmia grandiflora) e fetos gigantes (Cyathea sp.) por um lado, as árvores com contrafortes, diâmetro do tronco resultante da idade, raízes que se entrelaçam à volta do hóspede, copa exuberante e por outro as orquídeas pequeninas e discretas dos ambientes húmidos e montanhosos das ilhas, são comuns nos nossos ecossistemas florestais. Como ilustra a tabela 7, em anexo, muitas plantas ornamentais foram introduzidas muitas delas de outras regiões. Dadas ás condições climáticas e à fertilidade dos solos, muitas se naturalizaram tornando por isso muito frequentes. São elas: os antùrios (Anthurium sp.), os Bicos-de-papagaios (Heliconia sp.), Rosas-de-porcelana (Nicolaia elatior), etc.

No que concerne as espécies da fauna embora protegidos pela convenção CITES, o valor ornamental destas é tão alto que ultrapassa os níveis aceitáveis para entrar no campo da biopirataria comercial. Destacem-se: os papagaios (Psittacus erithacus), os periquitos (Agapornis pullarius), os macacos Mona (Cercopithecus mona), borboletas raras, etc.

Torna imperioso falar que no campo de comercialização de flores e plantas ornamentais, o país já começa a dar algum passo, exportando-as para o mercado europeu. Isto deve ao espírito emprendedor de alguns privados que levam e vendem a imagem do País através flora ornamental.

CAPÍTULO III– ESTADO ACTUAL DA BIODIVERSIDADE Apesar das grandes as dificuldades para se poder quantificar, a crescente degradação dos recursos da Biodiversidade, sabe-se que o problema da manutenção da biodiversidade em São e Príncipe é particularmente prioritário. As rápidas e decisivas mudanças sofridas pelo País neste últimos anos fizeram que mera a política de proveito rápido e com justificação da pobreza para tudo quanto é ilegalidade, levaram rápidamente à uma repentina difusão de várias espécies particularmente produtivas em detrimento daquelas tradicionalmente domesticadas e cultivadas. O escasso interesse pelos conhecimentos, actividades e tradições, geralmente definido de “cultura camponesa”, e com uma política no sector agro-pecuário, baseado na distribuição de terras, associada às consequências da peste suína africana, e outras zoonoses e o ataque do rubrocinto, resultantes directa ou indirectamente dos efeitos adversos relacionados com as mudanças climáticas determinaram no País um cenário bastante crítico.

A falta de pesquisas e tecnologias no campo da biologia para efectuar análises das transformações em curso e de intervir com eficiência de modo a minimizar os efeitos também contribuiram para esta situação: o aumento demográfico fez aumentar a pressão, em moldes insustentáveis sobre os recursos naturais com consequências irreparáveis para a estabilidade dos ecossistemas.

Em relação ao Gestão sustentátavel dos recursos lenhosos (madeira), o sector florestal debate-se com diversos constrangimentos institucionais, legais e logísticos. Segundo informações obtidas pelos técnicos, desde a sua criação em 1993, a Direcção das

50 Florestas não teve acessos aos financiamentos para investimento da parte do Estado. Este problema agrava-se mais com o facto que a Lei florestal em vigor desde 2001, ainda está regulamentada. Isto faz com que a maior parte da exploração e transformação da madeira, seja feita ilegalmente; e os distritos de Mé Zochi, Cantagalo e Lobata, são os apresentam maior índice de abate das árvores e comércio ilegal dos derivados. A situação agrava-se ainda mais devido a falta de uma carta de Vegetação e de Ocupação de solos. Para superir a falta de madeira, a reflorestação com as espécies de rápido crescimento é prioritário. A própria paisagem agro-silvo-pastoral encontra-se em vias de degradação, sob o efeito combinado da erosão dos solos, da exploração florestal anárquica, da redução dos períodos de pousio, do cultivo em terras frágeis e particularmente sensíveis à erosão e da consequente redução da fertilidade.

51 4.1 Prenúncio dos Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística em São Tomé e Príncipe

Esquema 6: Diagrama das principais ameaças à biodiversidade animal de S. Tomé e Príncipe Registo de Prenúncio de Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística em São Tomé e Príncipe

Erosão costeira e destruição de infra-estrutura no litoral

Destruição das praias de grande potencialidade turística

Destruição das áreas de reprodução das tartarugas marinhas

Destruiç. de import. bancos de corais, e de algum. Espéc. endém. do Golfo da Guiné

Utilização de redes com dimensão inadequada nas actividades de pesca

Utilização de granadas para a captura de pescado

Lavagem de petroleiros e detonação de resíduos no alto mar

Descarga dos resíduos petrolíferos junto à foz do Rio Água Grande

Poluição dos lençóis freáticos com produtos tóxicos

Invasão das áreas do parque natural pelos agricultores

Corte indiscriminado de árvores de espécies ameaçadas

Queimadas descontroladas

Destruição de espécies comercialmente valiosas

Destruição da cobertura vegetal

Aumento da erosão dos solos no interior do País

Perda de fertilidade dos solos em algumas regiões

Caça descontrolada e durante todo o ano

Comercialização clandestina de espécies ameaçadas de extinção ( Papagaio, Tartarugas Marinhas e outras)

Desenvolvimento de culturas hortícolas em áreas de pendentes acentuadas

52 As principais ameaças à biodiversidade do País irradiam os seus efeitos nos diversos ecossistemas e habitats e são todas de origem antrópica e podem ser agrupados em quatro categorias nomedamente: • Poluição química com produtos tóxicos e residuais; • Destruição de habitats; • Sobre-exploração dos recursos naturais; • Introdução de espécies de flora e fauna. No quadro a seguir, podem encontrar-se as grandes ameaças que pairam sobre os diversos ecossistemas estudados, as causas directas e indirectas das mesmas, assim como os seus efeitos sobre a biodiversidade:

53 4.2 As principais causas que estão na origem das principais ameaças nos diferentes ecossistemas: 4.2.1 Ecossistema Costeiro e Marinho O aumento da Erosão Costeira, a Redução de Recursos Haliêuticos e a exploração do Ouro negro na Zona de Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé. (ver o Esquema 7 a seguir)

Causas que estão na origem de ameaça ao ecossistema costeiro e marinho

Ameaça n.º 1 Aumento da Erosão Costeira

1.ª causa directa 2.ª causa directa 3.ª causa directa Actividade Intença de Agravamento da situação Inexistência de materiais Extracção desordenada de de pobreza da população alternativos p/ areia construção

Ameaça n.º 2 Redução de Recursos Haliêuticos

1.ª causa directa Prática 2.ª causa directa 3.ª causa directa 4.ª causa directa Má de pesca com redes de Captura do pescado Descarga de poluentes nas política de gestão de dimensão imprópria mediante granada (arma ZEE e extracção de areia no recursos haliêuticos de guerra) fundo do mar

Previsão do impacto provocado pela exploração petrolífera. Sob o ponto de vista meramente biológico, a exploração do Ouro negro na Zona de Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé, bem como na zona económica exlusiva de S. Tomé, sem levar devidamente em conta importantes estudos de impacto ambiental, com especificidades para a biodiversidade do ecossistema costeiro e marinha, colocará indubitavelmente em risco de desaparição as espécies que compõem dos mais raros ecossistemas do mundo – Ecossistema Costeiro e Marinho santomense, que muito ainda tem por descobrir e mostrar ao mundo científico. A seguir é-nos apresentado o mapa da zona de desenvolvimento conjunto (Nigéria-STP) e Zona económica exlusiva de STP.

54 Fig 5: Mapa da Zona de Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé Zona económica exlusiva de STP.

Os impactos nefastos sobre a biodiversidade costeira e marinha devem-se também à:

Redução dos recursos halêuticos Nas águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de S. Tomé e Príncipe estão sendo utilizados redes com malhas de dimensões reduzidas (ilegais), provocando autênticos desastres ecológicos. Estas redes capturam espécies na fase de crescimento como por exemplo as bicas cientificamente chamado de Pomadasys rogeri, da família Haemulidae, baptizadas pela população santomense como “desastre”. Estes alevinos medem apenas de 2 a 5 cm de comprimento, enquanto que o peixe adulto atinge 20 a 25 cm e pesa entre 400 a 800 g enquanto que os alevinos não pesam sequer 30 gramas. Este problema derivado provavelmente pelo empobrecimento dos pescadores que não têm capacidade de pescarem no alto mar.

Captura e Consumo de espécies em vias de extinção tais como Tartarugas Marinhas A pressão humana sobre os recursos desse Ecossistema traduz-se na captura das tartarugas marinhas e colheita dos seus ovos, para além da destruição das suas áreas de reprodução, provocada pela exploração desregrada de areia nas praias. Estes animais que são bastante apreciados na culinária tradicional santomense, e importante fonte de proteína. Ocupação desordenada das áreas costeiras A ocupação desordenada das áreas costeiras e a utilização de modo não sustentável dos recursos ali existentes aceleram o processo erosivo nessas áreas, assim como a degradação da componente biológica dos seus ecossistema.

Os Projectos construção do Aeroporto e a criação de centros turistícos na zona norte de S. Tomé (Praia das Conchas e Lagoa Azul) põem em questão avaliação do impacto ambiental visto a importância dos corais da Lagoa Azul sendo estes os únicos do Atlântico oriental;

55 A concepção de Projectos de contrução de um Porto Petrolífero e a Zona Franca na Ilha do Príncipe (Baía das Agulhas) é um dos exemplos de factores de poluição ambiental e representa uma séria ameaça à perda da Bioviversidade.

Estas obras nas regiões costeiras provocam a betonificação massiva, o que põe em causa o turismo não só pela destruição das praias mas também pela beleza e comodidade das obras feitas em madeira.

Exploração de areia nas praias e no alto-mar Este areia para além de ser pouco apropriada para as construções civis, a sua extracção pode destruir os habitats de muitas espécies e comunidades bióticas costeiras e oceânicas.

A recolha de materiais de origem mineral, sobreuto do basalto uma prática que recentemente ganhou proporções perturbadoras sem a utilização de técnicas de conservação do solo pode contribuir à erosão, desertificação e o declínio da sua produtividade . Projectos de investigações e pesquisas deverão ser realizadas para se avaliar o impacto desta exploração sobre o meio natural e estudar alternativas à esta prática.

Queimadas e extracção de carvão

As grandes queimadas, na costa norte da ilha de S. Tomé, fundamentalmente no Distrito de Lobata e parte de Lembá, durante a gravana que não só destróem parte importante das espécies acima citadas, mas também os habitats naturais das aves e outras espécies animais.

A prática de corte de tamarineiras para carvão, nas as áreas de Praia das Conchas e Morro Peixe, ao NE da ilha de S.Tomé, processo que já está pondo em perigo o equilíbrio ecológico da zona, devido ao papel dessas plantas na protecção contra a erosão e na formação de dunas. Também em S. Nicolau, a queima de Pau Impé (Olea capensis) constitui uma actividade renumerativa que ameaça as poucas espécies afro- montanhosas existentes nas ilhas.

Esta prática também enraizada na zona norte da Região Autónoma do Príncipe (Aeroporto, Sundy e Picão), onde os carvoeiros fazem carvão de muandim (Pentaclethra macrophylla) e vendidos em S. Tomé. Esta actividade de queima é feita por dois tipos de produtores principais: os ocasionais e os permanentes sendo estes vivendo exclusivamente de carvão podem acentuar ainda mais a desflorestação e a pluviometria deficitária nesta parte do País.

4.2.2 Ecossistemas de Águas Interiores Como mostra esquema a lavagem de poluentes nos rios (produtos fitosanitários, o DDT e derivados das campanhas de pulverização,contra o paludismo, e produtos químicos na agricultura como fertilizantes e herbicidas e insecticidas, os resíduos de petróleo e outros) por um lado a inexistência de políticas e medidas de fiscalização e as más práticas de gestão dos recursos nestes ecossistemas, estão na base do aumento da sua vulnerabilidade.(Ver o Esquema 8 que se segue)

56 Causas que estão na origem de ameaça ao ecossistema de Águas Interiores

Ameaça n.º 1 Crescente tendência de desaparição das espécies

1.ª causa directa Lavagem de poluentes 2.ª causa directa - Inexistência de políticas e e boas práticas de gestão dos recursos neste nos rios ecossist.

rEcossistema Costeiro – Principais espécies que compoêm a sua fauna

iminado de árvores de espécies ameaçadas

57 4.2.3 Ecossistema florestal Actualmente os problemas identificados nos ecossistemas florestais do País são:

A tendência desenfreada de penetração do Homem nas áreas de Parque Natural em busca de novas áreas de cultivo e produtos florestais lenhosos e não lenhosos está provocando crescente destruição de habitats de espécies avículas sobretudo as endémicas. (ver o Esquema 9 que se segue)

Causas que estão na origem de ameaça ao ecossistema Florestal

Ameaça n.º 1 Crescente desaparição de habitats das espécies sobretudo as endémicas

1.ª causa directa - Acção de Caça 2.ª causa directa -Aumento de 3.ª causa directa - Insufici~encia desordenada ao longo de todo o captura e comercialização de normas e boas políticas de gestão ano sem intervalo clandestina de espécies (papagaio, desses recursos da Biodiversidade tartarugas, piriquito etc)

Ameaça n.º 2 - Tendência de degradação das áreas de parque natural e das floretsas em geral

1.ª causa directa - Ocupação 2.ª causa directa - Estado de 3.ª causa directa - ilegal das áreas e abates pobreza e luta pela Insuficiência de planos e meios crescente de espécies, subsistência. para a sustentável gestão desse recurso.

58 4.2.4 Ecossistema Agro-pastoral

O abandono e a falta valorização das principais regiões agro-ecológicas (roças) que no passado constituiram pólos de desenvolvimento agro-pecuário do País e a falta de acompanhamento técnico adequado do sector da reforma agrária em curso, tem levado à degradação e a crescente redução da fertilidade dos solos o que constitui uma alavanca na redução das potencialidades do País em matéria de segurança alimentar. (Ver esquema 10 que se segue)

Causas que estão na origem de ameaça ao ecossistema Agrário

Ameaça n.º 1 - O abandono e a degradação das regiões agro-ecológica e crescent reduçãoe de fertilidade das terras.

1.ª causa directa Crescimento 2.ª causa directa - Prática agrícola 3.ª causa directa - Destruição da populacional e forte pressão sobre em áreas impróprias (de forte cobertura vegetal e áreas os recursos florestais declive) caucasal para implantação de cultura hortícula Biodiversidade

4.3 ECOSSISTEMAS FLORESTAIS MAIS VULNERÁVEIS Os ecossistemas mais vulneráveis em S. Tomé e Príncipe como indica o mapa a seguir, sob ponto de vista antropogénico, abrangem essencialmente as Savanas do Norte- nordeste e as Florestas de Sombra. Nestes ecossistemas as componentes chaves afectadas são as espécies arbóreas de valor comercial, sobretudo aquelas de 1ª qualidade, a Amoreira (Milícia excelsa), a Cedrela, (Cedrela odorata), o Gôgô (Carapa procera) e aquelas abatidas para produção de carvão. (ver o Mapa da figura 6 que se segue)

Fig 6: Mapa das regiões mais afectadas pelo abate das árvores em S.Tomé

59 4

4 Cacau

8 Palmeira do andim

9 Plantações costeiras

11 Savana

12 Vegetação mista

Fig 7: Mapa das regiões mais afectadas pelo abate das árvores na Região Autónoma do Príncipe

4.4 Programas e actividades nacionais Para fazer fronte à estas ameaças já existem no País acções viradas para a conservação, salvaguarda e utilização sustentável da biodiversidade. Como parte signatária da Convenção sobre a Diversidade Biológica, o País comprometeu-se a adoptar de um quadro programas e actividades político-institucionais e legais nacionais e de cooperação internacional na busca de soluções para a conservação da Biodiversidade. Esta última passa por mecanismos de financiamentos.

A Conservação da biodiversidade pode ser feita in situ e ex situ seguidas de campanhas de Educação, Formação, Sensibilização e Vulgarização ambiental junto às populações locais.

4.4.1 Conservação in situ Uma acção de particular relevância, no sentido da conservação in situ e gestão sustentável das florestas, consiste na criação do Arboreto, que irá constituir um passo importante no domínio da investigação e do conhecimento científico sobre as espécies

60 arbóreas, nomeadamente em matéria de características ecológicas dos biótopos, da biologia sistemática dos grupos taxonómicos, da biotecnologia apropriada e do valor sócio-económico de cada uma das espécies. Para além do Arboreto, criou-se em 1993 as seguintes Áreas Protegidas: o Parque Natural Obô de São Tomé e o do Príncipe que cobrem uma área de cerca de 29 500 ha, com o fim de proteger os grandes ecossistemas montanhosos e de baixa altitude que caracterizam o arquipélago santomense. Elas constituem as remanescentes florestas densas das ilhas que o relevo acidentado do centro as tornou desabitados e relativamente virgens. Mais tarde foram criadas a Reserva Integral das Ilhas Tinhosas, com uma superfície de 15 ha e a Reserva do Ilhéu das Rolas, com uma superficie de 6 ha. São no total 4 Áreas Protegidas com uma superficie de 29.537 ha, que corespondem cerca de 30% da superficie do País. Estas áreas protegidas sob o ponto de vista biológico-naturalístico, visam entre outros objectivos a preservação, conservação dos ecossistemas florestais costeiros e marinhos do País e a promoção do uso ordenado do território e dos seus recursos naturais de forma a garantir a continuidade dos processos evolutivos que têm ocorridos à vários milhões de anos.

4.4.2 Conservação ex situ Vários são os meios para a conservação ex situ levados a cabo no País designadamente através de: Jardins botânicos, pequenas criações de animais em cativeiro, Herbários, Viveiros comunitários, Serras e Barracas para sombreamento. Estas infraestruturas funcionam como reservas de genes vegetais e animais ameaçados de extinção. O País já conta com um Jardim Botânico com mais de 400 espécies da flora endémica e o Herbário com mais de 1000 amostras de plantas colhidas em diversas expedições botânicas no interior dos Parques de nas zonas tampão. O Jardim Botânico, porta de entrada do Parque Natural Obô, situa-se em Bom Sucesso, uma antiga dependência agrícola da Roça Monte Café. Os objectivos da criação desde Jardim Botãnico associado ao Herbário passam pela educação para a conservação da população das zonas tampão do Parque Natural Obô em particular e da nova nova geração em geral na matéria biológica, ensino de Botânica Sistemática; estes objectivos residem ainda na conservação ex situ das espécies ameaçadas, a recolha de um conjunto de amostras vivas e dados para pesquisas ciêntíficas e por fim o Turismo e a recreação. O Herbário de Referência funciona como instrumento eficaz de investigações científicas de diagnóstico dos recursos pastorais, caracterização e classificação das pastagens naturais, sobre cartografia e o estudo do dinamismo da vegetação a formação e accões para melhorar a gestão do território. Para além disto, os viveiros comunitários podem jogar uma função na conservação ex-situ pelo facto de ajudar a conhecer as capacidades das plantas às novas condições fora do sítio de origem, e realização de testes no meio rural. As Serras e Barracas de sombreamento para certas espécies foram criadas em Bom Sucesso, em particular, para as orquídeas colhidas nas florestas de S. Tomé e as do

61 Príncipe com objectivo incial de estudos fenológicos e hoje constituem polos de atracção turística para a observação da diversidade específica desta família de plantas. Em relação à fauna ameaçada (Ver Tab. 10 em anexo), pode-se fazer criação em cativeiro como forma de evitar a extinção da espécie.

4.4.3 As acções de Informação, Eduçação, Sensibilização e Vulgarização Uma das matérias que nas quais estas acções se incidiram foram particularmente sobre as Tartarugas Marinhas. Mas, porém tiveram o seu término em 1999. Os pescadores artesanais ganharam consciência quanto à necessidade de protecção destas epsécies.

Actualmente a falta de continuidade das acções anteriormente levadas ao cabo, tem influenciado de forma negativa os avanços que já tinham sido obtidos, estando a verificar-se de novo a captura desses animais embora com menor frequência por parte de alguns elementos da população.

4.4.4 A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção que facilitará a protecção e conservação da Diversidade Biológica constitui uma das acções nacionais de grande vulto, que joga com a imagem do País no senda internacional. De facto esta Estratégia está em vias de adopção pelo governo. Esta Estratégia será o eixo balizador das medidas que permitirão uma distribuição justa e equitativa dos benefícios dos recursos biológicos e genéticos, incluindo a biotecnologia, e possibilitará uma ampla cooperação internacional, regional e subregional que fomente o intercâmbio científico e económico no domínio da importância biodiversidade e da sua função nos ecossistemas. A elaboração da Estratégia Nacional contou com a participação de vários sectores da sociedade civil e promoveu estudos para se conhecer o estado da biodiversidade de São Tomé e Príncipe. Os estudos elaborados abrangeram os ecossistemas de guas interiores, florestais, marinhos e costeiro, os sectores agrícolas, pecuários e silvicultural, e um estudo do acervo jurídico do País.

4.4.5 Implementação do Plano de Gestão do Parque Natural A elaboração e a implementação do próximo Plano de Gestão do Parque Natural Obô, poderá reforçar a função do Jardim Botânico e do Herbário de Referência na conservação da biodiversidade nacional e aplicados como ferramentas nas actividades ecoturísticas.

4.4.5 Políticas e Legislações relacionadas com Ambiente Em matéria de legislação ambiental para a Conservação da Biodiversidade podemos citar: a) Legislação nacional em detalhes aprovada e publicada após a independência  Lei Base do Ambiente ( Lei nº 10/99 ), publicada no Diário da República nº 15, 5º Suplemento, de 31 de Dezembro, com destaque para os seus artigos 5º, sobre o Princípio do respeito pela capacidade de carga dos ecossistemas, 16º, sobre os

62 Objectivos e Medidas, 20º, sobre a Conservação da Natureza, 23º, sobre a Diversidade Biológica e 29º, sobre a Água.

 Lei da Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas ( Lei nº 11/99 ), publicada no Diário da República nº 15, 5º Suplemento, de 31 de Dezembro, que visa a conservação dos Ecossistemas ao nível da Fauna e da Flora, assim como das Áreas Protegidas, enquanto património nacional e da humanidade, preconizando a sua utilização social e económica durável, através do estabelecimento de listas de espécies a serem conservadas e da classificação de áreas do território nacional, vocacionadas para a conservação de habitats e da biodiversidade.  Lei nº3/91 , de 31 de Julho, publicada no Diário da República n.º 21 de 31 de Julho, que estabelece o regime da Propriedade Fundiária, identificando os terrenos do domínio público e privado do Estado e estabelecendo o regime de distribuição e utilização de terras. À luz desta Lei, os terrenos do domínio público do Estado são os correspondentes ao leito dos rios e das águas marítimas, os das ilhotas e mouchões formados junto à costa, os das áreas reservadas a objectivos militares e para-militares e os ocupados por estradas, caminhos públicos, portos e aeroportos. Entretanto, do domínio privado do Estado são aqueles em que se encontram implantados edifícios públicos; os das explorações agrícolas do Estado, os que tenham sido objecto de nacionalização, os vagos ou desocupados e todos os demais cujos proprietários não sejam entidades privadas.  Decreto-Lei nº 63/81, de 31 de Dezembro, publicado no Diário da República, que estabelece as normas jurídicas necessárias à protecção, exploração e gestão dos recursos marinhos da ZEE, a que se refere o  Decreto-Lei nº15/78, de 16 de Junho. Entretanto, algumas alterações ao mesmo Decreto-Lei de Dezembro de 1981 são introduzidas pelo Dectreto-Lei nº2/84, de 6 de Dezembro, que, por sua vez, também procede à actualização das taxas, a aplicar por concessão de licença e das multas, em caso de infracção.  Decreto-Lei nº 51/91, de 7 de Novembro, publicado no Diário da República n.º25 de 7 de Novembro, que define as regras de utilização e fixa os princípios gerais e critérios de distribuição das terras que integram o domínio privado do Estado e destinadas a fins agrícolas.  Decreto-Lei nº 59/93, publicado no Diário da República, que aprova o Regulamento Provisório para a Utilização das Florestas.  Decreto nº 35/99, de Novembro de 1999, publicado no Diário da República, que aprova o Regulamento sobre a Extracção de Inertes, definindo a areia, o calhau, o calcário e o recife como recursos naturais do Estado e fixando por conseguinte as condições para a permissão de sua extracção em todas as zonas costeiras e rios da RDSTP.

 Decreto n.º 36/99, publicado no Diário da República n.º 12 de 30 de Novembro, que lança as bases de um sistema de registo obrigatório de resíduos e define competências e responsabilidades no atinente a gestão dos mesmos.  Decreto n.º 37/99, publicado no Diário da República n.º12, de 30 de Novembro, que aprova o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental.  Despacho nº 1/GMAP/996, de 19/01/99, que interdita o corte de árvores em todo o território nacional.

63  Aviso da Direcção de Pecuária, de 02/01/87, que fixa limites para a saída de pombos e papagaios do País.

 Lei 06/2006, que cria o Parque Natural Obô de São Tomé.

 Lei 07/2006, que cria o Parque Natural Obô do Príncipe. b) Legislação do período colonial, mas ainda em vigôr

 Decreto-Lei 39.931, de 24 de Novembro de 1954, que estabelece o regime das matas e terrenos submetidos ao regime florestal.  Decreto 682, de 23 de Julho de 1914, que aprova o Regulamento de protecção de árvores.  Decreto 18.604, de 12 de Julho de 1930, que proíbe o abate de amoreiras.  Decreto 40.040, de 20 de Janeiro de 1955, sobre os recursos florestais, contendo normas que visam a protecção da Fauna e da Flora.  Portaria nº 1457, de 7 de Agosto de 1950, que aprova o Regulamento da Capitania dos Portos de S. Tomé e Príncipe, â qual é atribuída competência para fiscalizar as actividades de pesca, com estatuto de Polícia Marítima, com base na acção dos Chefes de Praia, cujas atribuições ficam ali igualmente estabelecidas. Tendo em conta o contexto actual, esta Portaria encontra-se um tanto ou quanto desactualizada, carecendo portanto de determinadas adaptações e acertos, designadamente no tocante à repartição de competências entre a Direcção das Pescas e a Capitania dos Portos, face aos novos mecanismos de organização e gestão do processo de desenvolvimento social e económico ao nível nacional e de integração, tanto regional, como mundial.  Artigos 464º e 476 do Código Penal, que punem, respectivamente, o crime de fogo posto em florestas e a destruição de árvores frutíferas e não só. c) Legislação nacional aprovada e ainda não publicada

 Lei das Pescas e Ambiente Aquático, que se propõe instituir mecanismos susceptíveis de assegurar a gestão racional dos recursos halieúticos marinhos, favorecendo o processo de renovação das reservas, tendo em vista as necessidades das gerações vindouras.  Lei Florestal, que no futuro virá colmatar muitas das lacunas actualmente existentes, prevendo diversos mecanismos destinados a assegurar o ordenamento florestal, assim como a fiscalização e o funcionamento das actividades relacionadas com a gestão florestal. d) Aprovada e falta a publicação  Decreto-Lei sobre o Fundo de Fomento Florestal.  Regulamento da Caça.  Decreto-Lei sobre a Conservação das Tartarugas Marinhas.

Em matéria de Recursos Biológicos e sua Divisão Equitativa: No plano nacional, a Constituição da República Democrática de S.Tomé e Príncipe prevê que todos têm direito à habitação e a um ambiente de vida humana e o dever de o

64 defender ( art. 48º p.1º), do mesmo modo que o direito à protecção da saúde e o dever de a defender (art. 49º p. 1º), cabendo ao Estado a responsabilidade de programar e executar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento do território (art. 48º p.2º). No espírito da Constituição, todas as demais Leis Ambientais contêm normas que prevêem o acesso das populações aos recursos naturais, permitindo as mesmas utilizar esses recursos para o devenvolvimento económico e social sustentável, contrubuindo para aquisição de meios financeiros direccionados à luta contra a pobreza, à conservação da Biodiversidade, assim como à protecção dos recursos biológicos. No plano internacional e à luz da Convenção das Nações Unidas Sobre o Comércio Internacional de Especies de Fauna e Flora Selvagens, Ameaçadas de Extinção - CITES, S.Tomé e Príncipe, poderá beneficiar de assistência, em termos de recursos financeiros suplementares, proporcionados pelos Países mais desenvolvidos, para implementação dos objectivos consagrados naquele instrumento legal de interesse comum, através da cooperação bilateral e/ou multilateral. Ainda no quadro das disposições previstas na CITES, S.Tomé e Príncipe poderá igualmente beneficiar de outras vantagens, incluindo o recurso ao crédito, uma vez cumpridos os requisitos e formalidades correspondentes.

e) Legislação internacional em detalhes Convenções já ratificadas e publicadas  CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR ( Montego Bay, 1982 ), publicada no Diário da República. Objectivos principais: Criar uma ordem jurídica completa e nova para os mares e oceanos e, do ponto de vista do meio, estabelecer as regras concretas concernentes as normas ambientais assim como das disposições de aplicação relativas a poluição do meio marinho.

 Convenção sobre Diversidade Biológica (Rio de Janeiro, 1992), publicada no Diário da República nº 17/1998 de 30 de Maio. Objectivos principais: Conservar a diversidade biológica, promover a utilização durável dos seus elementos e promover uma distribuição equitativa das vantagens decorrentes da utilização dos recursos.  CONVENÇÃO QUADRO SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS (Rio de Janeiro, 1992), publicada no Diário da República nº 17/1998 de 30 de Maio. Objectivos principais: Controlar os níveis de emissão para a atomosfera de gazes com efeito de estufa àfim de previnir toda alteração climática, que poderá ser grave para o entrave de todo o desenvolvimento económico sustentável ou comprometer o futuro da humanidade.

 CONVENÇÃO SOBRE O COMBATE À DESERTIFICAÇÃO nos Países afectados por seca grave e/ou desertificação, particularmente em África, (Paris, 1994), publicada no Diário da República nº 17/1998 de 30 de Maio.  CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO SOBRE POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES assinado por São Tomé e Príncipe em Abril de 2002. Com adesão, mas ainda sem ratificação  CONVENÇÃO PARA A PROTECÇÃO DA CAMADA DE OZONO (Viena, 1985), em 19/11/2001.

65  PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE EMPOBRECEM A CAMADA DE OZONO (Montreal, 1987), em 19/11/2001.

Cuja adesão e ratificação se recomenda  EMENDAS DE LONDRES AO PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE EMPOBRECEM A CAMADA DE OZONO (Londres, 1990), em 19/11/2001.

 EMENDAS DE LONDRES AO PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE EMPOBRECEM A CAMADA DE OZONO (Copenhaga, 1992), em 19/11/2001.  CONVENÇÃO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE ESPÉCIES DA FAUNA E FLORA SELVAGENS, AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO - CITES, (Washington 1973), recentemente.  CONVENÇÃO SOBRE A CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES MIGRATÓRIAS PERTENCENTES À FAUNA SELVAGEM ( Bona, 1979 ), em Outubro de 2001.  CONVENÇÃO AFRICANA PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DOS RECURSOS NATURAIS (Argel 1968), recentemente.  CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PROTECÇÃO DAS AVES, de Paris, 1950.  CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PROTECÇÃO DOS VEGETAIS, de Paris, 1951.  CONVENÇÃO SOBRE A PESCA E A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS BIOLÓGICOS DO ALTO MAR, de Genebra, 1958.  CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PREVENÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS DO MAR POR HIDROCARBONETOS, de Londres, 1954 e suas emendas de 1962, 1969 e 1971.  CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DO ATUM DO ATLÂNTICO, de Rio do Janeiro, 1966.  CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A RESPONSABILIDADE POR DANOS CAUSADOS POR CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS DO MAR POR HIDROCARBONETOS, de Bruxelas, 1969.  CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO FUNDO INTERNACIONAL PARA INDEMNIZAÇÃO DE DANOS CAUSADOS PELA CONTAMINAÇÃO DE HIDROCARBONETOS, de Bruxelas, 1971.  CONVENÇÃO SOBRE ZONAS HÚMIDAS DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL, ESPECIALMENTE COMO HABITAT DE AVES AQUÁTICAS - RAMSAR, de 1971.  PROTOCOLO À CONVENÇÃO RAMSAR, de Paris, 1982.  CONVENÇÃO QUE CRIA A UNIÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DOS RECURSOS NATURAIS - UICN, de Fontainebleau, 1948.  MEMORANDO DO ACORDO DE ABIDJAN, SOBRE AS MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO PARA AS TARTARUGAS MARINHAS DA COSTA ATLÂNTICA DE ÁFRICA, de Paris, 1994.  ACORDO ÁFRICA-EUROPA-ÁSIA, SOBRE AVES AQUÁTICAS MIGRATÓRIAS.  CONVENÇÃO DE BASILEIA SOBRE O MOVIMENTO TRANSFRONTEIRIÇO DE RESÍDUOS PERIGOSOS E SUA ELIMINAÇÃO, de Basileia 1997.  CONVENÇÃO SOBRE A PREPARAÇÃO, A LUTA E A COOPERAÇÃO EM MATÉRIA DE POLUIÇÃO POR HIDROCARBONETOS - OPRC, de Abidjan, 1991. f) Problemas de que enferma o actual Quadro Legal Vários são ainda os problemas de que enferma o actual quadro legal da RDSTP, em matéria ambiental e de protecção e conservação da biodiversidade, dos quais se podem salientar os seguintes:  Não reconhecimento das normas tradicionais.

66  Ineficácia e inadaptabilidade dalgumas normas adoptadas.  Insuficiência de mecanismos de aplicação.  Significativo grau de desconhecimento das leis postas em vigôr e de sua respectiva importância, com particular destaque para o caso das normas de âmbito sectorial ou especial.  Insuficiência quantitativa e sobretudo qualitativa dos recursos humanos implicados na aplicação e correcta observância das normas vigentes.  Alguma indefinição, derivada provavelmente da falta de determinação e suficiente coragem política da parte dos competentes Órgãos de decisão.  Morosidade no processo de aprovação e publicação de novos diplomas, cuja urgência se afigura inquestionável e falta de regulamentação de outros, que assim o exigem.  Conhecimento insuficiente dos recursos naturais a se proteger mediante normas jurídicas.  Insuficiência e incapacidade de gestão dos conhecimentos jurídicos adiquiridos e/ou disponíveis. g) Estado do Quadro Institucional na generalidade A responsabilidade pela coordenação e orientação de toda a política nacional de gestão da Biodiversidade recai essencialmente sob a alçada de dois ministérios, a saber: O Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente e o Ministério da Economia encarregue pela Floresta, Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Comércio, Turismo e Hotelaria. h) Ministério dos recursos naturais e meio ambiente Este é o organismo da Administração Central do Estado, que tem por objectivo coordenar e executar a política do Governo, no âmbito dos recursos naturais, energia e ambiente. Para o efeito, integram-no os seguintes Órgãos e Serviços, cuja acção tem a ver directamente com a problemática da protecção e preservação do ambiente, do equilíbrio ecológico e da biodiversidade:  A Direcção geral do Ambiente, que está encarregue da programação, elaboração e implementação das acções operacionais de conservação e preservação do ambiente, recursos naturais e da natureza.

 Direcção dos Recursos Naturais e Energia, que é o sector incumbido de promover estudos e a inventariação dos recursos naturais e energéticos disponíveis, bem como preparar e apresntar propostas e sugestões, tanto para o melhor aproveitamento desses recursos, como para a sua gestão mais racional e durável.

 O Instituto de Meteorologia, que é a entidade dotada de autonomia administrativa e financeira, sob tutela do Ministro e a quem incumbe dirigir, coordenar e executar os trabalhos, estudos, recolha e processamento das informações meteorológicas indispensáveis à navegação aérea e marítima, bem como à agricultura e pesca, ao aproveitamento dos recursos hídricos e às mais diversas actividades económicas e científicas.

 A Empresa de Água e Energia – EMAE, que é o sector responsável pela gestão nacional da água.

67 i) Ministério de economia encarregue pela floresta, agricultura, desenvolvimento rural e pescas, comercio, turismo e hotelaria Este é o organismo da Administração Central do Estado, que tem por função dirigir e executar a política do Estado, em matéria de agricultura, pecuária, floresta, pesca, caça e desenvolvimento rural, integrando para o efeito os seguintes Órgãos e Serviços:

 A Direcção de Planeamento Agrícola, como sector central, incumbido de promover a elaboração de estudos e pareceres necessários à definição da política geral do Ministério, com base nos respectivos objectivos, planos de actividade e avaliação dos resultados.

 A Direcção de Pecuária, que é o serviço encarregue de promover acções nos domínios da defesa sanitária dos animais, da higiene pública e veterinária, bem como de elaborar normas orientadoras e fornecer aos serviços regionais o apoio técnico necessário ao fomento da produção animal e melhoramento zootécnico das espécies.

 Direcção das Florestas, que é o Órgão encarregue de dirigir e executar a política do Estado, nos domínios do ordenamento, protecção e conservação das florestas, fomento do património florestal e silvícola nacional, cinergético e agrícola, bem como garantir o correspondente apoio técnico e a coordenação das acções, ao nível local e regional.

 A Direcção das Pescas, que é o Órgão responsável pela execução da política do Estado, no domínio das pescas, formação e verificação do pessoal marítimo, formulação, homologação e implementação de normas respeitantes à pesca, visando uma maior produção para o abastecimento interno e a promoção do excedente para a exportação, compentindo-lhe ainda prestar colaboração a outros organismos de fiscalização das frotas pesqueiras nas águas da Zona Económica Exclusiva ( ZEE ) de S.Tomé e Príncipe.

 A Direcção de Turismo e Hotelaria é o organismo da Administração Central do Estado, encarregado de dirigir e executar a política do Governo em matéria do, turismo e hotelaria, visando a criação de insectivos com vista a atracção dos turistas, preservando e conservando a beleza ambiental de S.Tomé e Príncipe.

 A Direcção do Comércio é o organismo da Administração Central do Estado, encarregado de dirigir e executar a política do Governo em matéria do comércio. j) Outros Organismos Implicados Para além dos dois organismos acima referenciados, de conteúdo reitor em matéria de ambiente e biodiversidade, outros há que, ao nível da Administração Central do Estado, também de forma mais ou menos directa exercem alguma acção em tais áreas, como a seguir se indica: MINISTÉRIO DA SAÚDE é o organismo da Administração Central do Estado encarregado de dirigir, executar e controlar a política do Governo, no que concerne à

68 saúde da População, da Mulher e da Família, garantindo assim, o cumprimento das normas constitucionais fixas sobre o ambiente. Neste Ministério, integra:  Direcção da Saúde Pública é o sector ministerial incumbido de assegurar a saúde e higiene da população e do ambiente.

MINISTÉRIO DO PLANEAMENTO E FINANÇAS é o organismo da Administração do Estado, encarregado da execução e gestão da política do Governo, em matéria do Orçamento Geral do Estado. Neste Ministério integram:

 As Direcções do Orçamento e do Tesouro e Património são os órgãos incumbidos da arrecadação de receitas, execução orçamental, aquisição e alienação do património estatal e outros.  A Direcção das Alfândegas é o sector responsável pelo controlo de entradas e saídas de produtos e espécies animais ou vegetais proibidos. ( ? )

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO é o organismo da Administração Central do Estado, encarregado de dirigir e executar a política do Estado e do Governo, em matéria de relações exteriores e de cooperação, sendo também responsável pelo seguimento das Convenções e demais instrumentos jurídicos internacionais. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, REFORMA DO ESTADO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA é o organismo da Administração Central do Estado, encarregado dirigir e executar a política do Governo em matéria de criação de condições à realizações da justiça, reforma do Estado, administração pública, formação do corpo delito e de reinserção social dos presidiários após o cumprimento das penas. MINISTÉRIO DA DEFESA E ORDEM INTERNA é o organismo da Administração Central do Estado, encarregado através do seu componente militar e policial, dirigir a política do Estado e do Governo em matéria da manutenção da paz e da ordem pública. É ainda responsável pela fiscalização da Zona Económica Exclusiva e do mar territorial de S.Tomé e Príncipe, através da Guarda Costeira. PODER LOCAL é composto pelas Região Autónoma do Príncipe e as Autarquia Locais, regendo-se pelos Estatutos próprios. Para materialização de acções de gestão e da conservação da Biodiversidade, tuteladas pelo Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rual e Pescas, são responsabilizados as Direcção de Planeamento Agrícola, Direcção de Pecuária, Direcção das Florestas, Direcção das Pescas, e ECOFAC. k) Problemas ligados às instituições A diversidade das institucionais ligadas a gestão e conservação da Biodiversidade, originam a existência dos seguintes problemas: falta de harmonização e de coordenação entre as diversas Instituições e Direcções encarregues pela gestão da Biodiversidade, falta de recursos humanos capacitados, falta de meios materiais e financeiros e falta de equipamentos diversos. l) Outros problemas

 Descoordenação entre as estruturas institucionais ambientais, resultante da diversidade dos Ecossistemas, face a orgânica do Governo.  Falta duma estrutura financeira própria institucionalizada para o Sector Biodiversidade.

69  Inexistência duma política financeira governamental sobre a Biodiversidade, reflectida no Orçamento Geral do Estado.  Incapacidade de fazer aplicar as leis pelos Serviços, ou exigir a sua aplicação.  Fraca capacidade de fazer cumprir os preceituados legais para a conservação e utilização dos recursos provenientes dos ecossistemas.  Incapacidade do Aparelho judiciário, na aplicação das leis e na punição dos infractores.  Dificuldade das ONGs e Sociedade Civil, de proceder denúncia das infracções decorridas. m) Colaboração nacional, regional e internacional Tem-se registado na última década uma valorização progressiva dos recursos da biodiversidade em S.Tomé e Príncipe. Mas não é ainda satisfatório o seu efeito multiplicador nos outros ramos da economia nacional e em gerar emprego a nível nacional, devido à predominância do sector informal e à escassez de inversão e financiamento.

Os ecossistemas agrícolas desempenham um papel muito importante na economia do País e fornecem recursos essenciais sob a forma de madeira, lenha, culturas alimentares, medicamentos, plantas ornamentais, materiais para artesanato, culturas de exportação, plantas têxteis e outras.

As florestas naturais das ilhas possuem riquíssimas flora e fauna endémicas, com valor científico e de conservação excepcionais, pelo que a problemática do acesso aos recursos biológicos e partilha equitativa assumem uma importância fundamental em São Tomé e Príncipe.

No Plano Nacional

A capacidade das instituições em fiscalizar e controlar a exploração e /ou protecção dos recursos silvo-biológicos, viabilizando portanto a entrada de maiores recursos no Tesouro Público, está inibida pela escassez de quadros competentes, pela insuficiência de equipamentos técnicos e pela ineficácia de instrumentos jurídicos.

O impacto dos textos legislativos na regulamentação socio-económico da exploração dos recursos biológicos é muito baixo, por um lado devido a não publicação de alguns e, por outro, por causa da não criação de órgãos de execução e de mecanismos de controlo e seguimento propostos nos textos já em vigor.

Não existem mecanismos nacionais de acesso e distribuição equitativa dos benefícios resultantes da utilização durável dos recursos. Recomenda-se as Instituições Tutelares de Gestão dos Recursos de contactarem o GEF e as ONG’S Internacionais de modo a fornecerem a assistência técnica e financeira para a elaboração de normas legais que permitam a aplicação deste objectivo. Os dados recolhidos no Inventário Florestal deveriam servir de base para: - Elaboração de um plano de utilização e conservação florestal; - Execução de ensaios sobre a introdução de espécies de árvores de rápido crescimento para combustível e outros fins quotidianos;

70 - Elaboração de estudos sobre a factibilidade de grandes empresas agrícolas para criarem suas próprias plantações, destinadas a satisfazer a própria procura de combustível, tanto para uso doméstico como para os secadores industriais; - Constituição do serviço nacional de florestas; - Avaliação da legislação proposta pela FAO (Leite-Fisher, 1985) para o controle e a administração florestal e apresentá-la ao Governo para estudo, aprovação e promulgação; - Elaboração da legislação para a protecção das zonas de floresta húmida primaria (ôbô), a fim de serem protegidas por lei como reserva ecológica; - Conservações das árvores de sombra sejam mantidas e se implemente a replantação de essências florestais abatidas ou outras, nas plantações de cacau; - Produção de legislação específica para prevenir potenciais problemas de contaminação ambiental (p. ex.: aplicação dos pesticidas e outros fitofármacos nas plantações, entre outros casos a determinar). - Produção de estudos para análise dos efeitos dos pesticidas sobre a dinâmica populacional de espécies de aves endémicas (Ver Tab. 9 em anexo).

No plano Regional No plano regional, STP aasinou vários acordo e tratados regionais nomeadamente : - Conferência sobre oe Ecossistemas florestais densos e Húmidos de África Central (CEFDHAC); - Organização África da Madeira (OAB); - Rede das Áreas Protegidas de África Central (RAPAC); - Rede dos Jardins Botânicos de África Central (CABGAN) - Programa Regional de África Central para a Natureza (CARPE); - Novas parcerias para o Desenvolvimento em África (NEPAD); - Parcerias para as Florestas da Bacia do Congo (PFBC) - Comissão das Florestas de África Central (COMIFAC).

No plano Internacional

Dentre as acções empreendidas com o apoio dos parceiros internacionais, destacam-se:

 O “Projecto de Elaboração da Política Agrária e Florestal (APOFA-GTZ) ”, financiado pelo Estado Alemão,

 O projecto conjunto PNUD/PENUMA, relativo às “Instituições e Legislação Ambiental em África”, financiado pelas referidas agências, o PNADD – Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável, financiado pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,

 O projecto “ECOFAC” – Conservação e Utilização Racional dos Ecossistemas Florestais d’África Central, financiado pela União Europeia,

 O programa “PNAPAF” – Programa Nacional de Apoio e Promoção da Agricultura Familiar, financiado pelo FIDA e o projecto de Luta Contra Pobreza, financiado pelo PNUD.

71 Sobretudo para o conhecimento da Biodiversidade Nacional, a cooperação foi preponderante

Nos últimos anos, mas concretamente, desde 1994, várias missões científicas tiveram lugar no País nomeadamente: • Missão sobre o Estudo dos pássaros de São Tomé e Príncipe - que culminou com a publicação de um guia. Aos turistas e não só, este guia serve para descobrir os pássaros das ilhas e para sensibilizar o governo central da riqueza ornitológica do arquipélago em geral e em particular o governo autónomo par assegurar uma eficaz protecção dos papagaios cinzentos, extremamente ameaçados nesta ilha.

• Missão sobre os búzios de terra pertencentes à espécie Archachatina bicarinata

• Missão ciêntífica sobre a biologia e os modos de vida do macaco Cercopithecus mona

• Missão ciêntífica que estudou as possibilidades de implementar a criação de borboletas económicamente rentáveis na ilha de São Tomé e um manual sobre a criação dos Lepidópteros.

• Missão ciêntífica da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) - que privilegiou a Botânica florística. Os eixos destas pesquisas foram o estudo da flora e vegetação do arquipélago, o estudo das orquidáceas e das plantas endémicas.

Os principais resultados destas pesquisas são:

- Uma contribuição importante ao conhecimento da flora do arquipélago;

- Várias teses e relatórios; - Várias publicações editadas e em vias de publicação; - Um guia de orquidáceas; - Um Jardim Botânico instalado em Bom Sucesso, que acolhe uma colecção de mais 1500 amostras de orquídeas e um grande número de plantas da flora local. • Missão Drosófila – A última missão levada ao cabo pelo Museu de Califórnia pôde identificar nas duas ilhas duas novas espécies de Drosófila novas para a ciência genética sobretudo no domínio de pesquisas no tratamento da doença de Alzheimer.

• Missão de identificação de répteis, batráquios e peixes de água doce. Durante três meses, os estudos exaustivos foram feitos por uma equipa de espertos do Museu de Califórnia.

• Missão Inventário florestal – em conclusão dos inventários já efectuados no País, uma missão trabalhou com a Direcção de Florestas, consistindo em uma série de recomendações pertinentes que iriam permitir a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Florestal nacional. o Formação no domínio Cybertracker para monitoragem dos ecossistemas florestais. o Formação no domínio de avaliação de indicadores de biodiversidade na gestão das áreas protegidas.

72 o Formação no domínio de procedimentos de estudos sobre os recursos fito- genéticos florestais.

CAPÍTULO IV - Conclusões e recomendações relativamente a avaliação do estado actual da Biodiversidade em STP

5.1 EM RELAÇÃO À FLORA Resultante dos dados obtidos dos diversos trabalhos de investigação realizadas, chegou- se as seguintes conclusões:

• a biodiversidade específica, genética e ecossistémica de S.Tomé e Príncipe continuam a ser mal conhecidas e substimadas por diversos sectores (políticos, económicos e sociais) do País, embora esforços tenham sido feitos no sentido de inverter a situação através das leis que já foram aprovadas. Mesmo assim existem diversas.

Ecossitemas florestais

Conclui-se que as áreas de vocação florestal permanente continuam a ser devastadas, sendo bastante notória no País a diminuição de espécies de madeira de alto valor comercial; por outro lado conclui-se que está em curso, um processo de erosão dos solos.

Com a implementação da política de privatização das terras agrícolas e a entrega de consideráveis extensões de terra aos pequenos e médios agricultores, estes utilizam as árvores existentes nas suas parcelas como recurso financeiro imediato para a solução dos problemas económicos, como ocorre, por exemplo, com o corte intensivo das árvores. Este fenómeno, para além de diminuir de forma drástica as espécies florestais de alto valor comercial, acelera a erosão dos solos aráveis por exposição aos fenómenos atmosféricos, a destruição dos habitats de fauna e flora, a degradação das bacias hidrográficas, a redução do regime de chuvas e a deterioração da qualidade de vida da população rural, comprometendo desta forma as perspectivas de desenvolvimento.

Recomenda-se no entanto: • a reforma das políticas florestais que promovam e criem oportunidades económicas que eliminem a pressão existente nas áreas florestais, por um lado;

• e por outro, programas de manejo sustentável das florestas e a subsistência baseada em Produtos Florestais Não Lenhosos poderão permitir no futuro a sua utilização sustentável.

73 • Reforço das actividades de conservação “ex situ”, para que se reforcem acções que possam integrar a Criação de um Arboretum e o repovoamento florestal de áreas degradadas; • A Criação de um banco de sementes de espécies endémicas e indígenas,; • A vulgarização de técnicas apropriadas para o cultivo e utilização de plantas com fins medicinais, • Ainvestigação acompanhada de Inventários periódicos dos danos causados à floresta, • A informação, educação, sensibilização/ formação e na valorização dos Produtos Florestais Não Lenhosos (PFNL), • e a reflorestação com espécies de crescimento rápido tais como Ocá (Ceiba pentandra), Pau impé (Olea capensis), Mussinica (Prunus africana), Cata grande (Rauvolfia macrophylla), para as construções, para energia (Carvão). Esta prática poderá minimizar a médio e longo prazo, a pressão sobre a Amoreira (Milicia excelsa), Cedrela (Cedrela odorata) e Gogô (Carapa procera). A reflorestação com essas essências florestais poderá ser realizada pelos agricultores e outros membros das comunidades envolvendo os jovens e com apoios do sector privado e do Estado.

No domínio dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos, a vulnerabilidade e a fragilidade das áreas costeiras impõem no primeiro lugar, patrulhamentos para a fiscalização adequada na Zona Económica e Exclusiva (ZEE), e em segundo lugar, a fiscalização das actividades de exploração dos recursos naturais existentes.

Ecossistemas Agro-Pastorais

Estes ecossistemas constituem um substrato, reservado para a agricultura e a pecuária, donde uma parte importante da população obtém o seu rendimento, que se converte assim na base fundamental de luta contra a pobreza.

As principais preocupações inerentes ao supracitado ecossistema são: 1. A tendência de introduzir espécies melhoradas (maçã da china, goiabeiras, limoeiros, os tomateiros, os mamoeiros, a batata inglesa, as caramboleiras, as malagueteiras-de -gabão, a banana-de-gabão, o quiabo-de-gabão,etc), em detrimento de culturas tradicionais, o que origina uma certa erosão genética e o desaparecimento do saber tradicional ligado a essas culturas. 2. tendência de invasão de espécies alienígenas introduzidas indirectamente com as sementes: Leucaena leucocephala (Leucena), Mimosa polydacthyla, Mimosa pudica (Folha malícia), Desmanthus virgatus, Adenanthera pavonina, têm impacto nos terrenos agrícolos e nas áreas florestais. Estas plantas apesar de aumentarem o teor em azoto no solo, crescem em detrimento das espécies nativas. Uma nota de relevo refere-se à presença de populações de Cinchona spp (quina), espécie introduzida nos meados do século XV para o combate do paludismo, esta proliferando nas zonas agrícolas e florestais em diversas altitudes.

As espécies tais como, Pistia stratiotes (Alface-d’ água), Acanthus montanus (Cundu- muala-vé), Tithonia diversifolia (Falso-girassol), quando crescem podem constituir bloqueios para as sucessões vegetais e são também uma grande ameaça da perda da biodiversidade.

74 3. o abate e a serragem de algumas espécies frutíferas nomeadamente Fruteira (Artocarpus heterophylla), Mangueira (Mangifera indica), Coleira (Cola acuminata), Safuzeiro (Dacryodes edulis), Izaquenteiro (Treculia africana), Iobó (Monodora myristica), para a obtenção de madeira de segunda e terceira qualidades para a construção pode constituir um risco na perda dos recursos genéticos, da biodiversidade e na valorização e exploração sustentatável.

4. a implementação da agricultura convencional que usa sementes tratadas químicamente com “Thirame” e “Malathion”, tolerantes a certos tipos de pragas e doenças; isto constitui um handicap para a implementação da agricultura biológica nacional.

5. a implementação de vários projectos de criação agro-pecuário são baseados na importação de raças e espécies em detrimento da protecção e valorização das espécies rústicas do País. Exemplo elucidativo deste grande problema é: a introdução clandestina de espécies avícolas vivas, pode permitir a entrada da gripe aviária pode por em risco o papel do sector da avicultura na segurança alimentar do País (Plano de Contigência da Influenza Aviária ).

6. o comércio ilegal de produtos da biodiversidade; esta actividae informal constitui constitui crime ambiental. De facto espécies da fauna tais como os macacos (Cercopithecus mona), os papagaios (Psittacus erithacus) e, por vezes, os periquitos (Agapornis pullarius), e espécies e produtos da flora tais como as cascas, as raízes de plantas medicinais e exemplares de orquídeas e rizomas de plantas ornamentais são comercializados ilegalmente com fins de exportação para Portugal e outras paragens europeias.

7. Falta de capacidade escoamento e /ou de transformação dos excedentes agrícolas , basta falar-se da perda de frutos das carâmboleira (Averrhoa carambola) , mangueira (Mangifera indica), jaqueiras (Artocarpus heterophyllus), maracujá (Passiflora quadrangularis), framboesas (Rubus rosifolius), tangerineiras (Citrus sppl), laranjeira (Citrus auratium), goiabeiras (Psidium gujava), comochamas (Eugenia brasiliensis), cajamangueira (Spondias cytherea) e pitangueiras (Eugenia uniflora) durante os períodos de abundância.

Recomenda-se no entanto: • A inventariação das espécies e raças locais, • e capacitar o País na transformação e conservação industrial de alimentos e frutos, • incentivos à agricultura biológica numa perspectiva ligada às novas formas de segurança alimentar e ao associativismo entre os agricultores; • a conservação dos recursos genéticos de sementes agro-florestais em benefício das gerações presentes e futuras

75 5.2 EM RELAÇÃO À FAUNA

O estudos concluiu que no campo de conservação da biodiversidade faunística , é crucial o reforço da conservação in situ e ex-situ; no campo de conservação da utilização sustentável dos recursos biológicos é necessário valorizar mais a biodiversidade. Que no campo da partilha justa e equitativa dos recursos biológicos, as vantagens geradas pela utilização dos recursos. Assim na esteira dessas conclusões e em conformidade com os quatro ecossistemas alvos desse estudo, importam que as intervenções no âmbito das recomendações se traduzam no seguinte: Relativamente à Conservação dos Ecossistemas Costeiro e Marinho Concluí-se que os visíveis efeitos negativos da pressão humana têm aumentado a vulnerabilidade e fragilidade das áreas costeiras. E a problemática de gestão dos recursos costeiros e marinhos é uma questão que preocupa o governo e os técnicos de uma maneira geral. revelam-se de crucial importância , para o alcance da almejada gestão de recursos haliêuticos do país. A boa gestão desses recursos permitirá estimar a captura óptima para cada espécie de maneira a determinar As acções de protecção, conservação e sensibilização sobre as tartarugas marinhas e teve, no entanto, o seu término em 1999 pareciam ter contribuindo para a mudança de consciência das populações quanto à necessidade de protecção das mesmas.

Por tudo isso recomenda-se: • O reforço das actividades de conservação “in situ”, que compreendam o Ordenamento Espacial da Zona Costeira, a Gestão Sustentável dos seus Recursos, • a Educação e a Sensibilização das populações (crianças e jovens) que residem nas zonas costeiras no domínio de boas práticas ambientais; • O reforço das actividades de conservação “ex situ”, que compreenda igualmente a Criação de um Parque Marinho Nacional, ao Estudos diferenciados ao nível dos Recursos Haliêuticos costeiro e marinhos, Gestão Sustentável da Zona Económica Exclusiva Santomense e Protecção das Tartarugas Marinhas. • Realização de estudos de impacto ambiental (condições sin qua non) para a sua realização dos projectos económicos tais como o de exploração de petróleo e o de Zonas Francas • Criação de um Comité para a Protecção do Litoral; • As investigações, permitiriam determinar as relações de equilibro entre o crescimento da população de peixes (stock) e a forte pressão do homem e a acção dos predadores naturais de modo a optimizar bons rendimentos sem perturbar o equilíbrio natural da população

76 Relativamente ao Ecossistema de Águas Interiores Conclui-se que algumas actividades de carácter económico têm posto em perigo os ecossistemas aquáticos, ameaçando de forma preocupante os recursos biológicos que se traduzem numa rica diversidade biológica com presença considerável de endémicos. Conclui-se também da grande carência de informações e estudos relativo as características das espécies dos recursos biológicos Águas Interiores, o que impossibilita que se adoptem políticas de gestão sustentável dos recursos nele existentes. Recomenda-se no entanto: • O fortalecimento de acções conducentes à conservação “in situ”, que compreenda a conservação da diversidade biológica e dos recursos biológicos das Águas Interiores (estas acções passam pela a realização de estudos sobre a fauna , elaboração do plano de gestão das áreas pantanosas e; • O fortalecimento do quadro institucional intersectorial no domínio de conservação e gestão sustentável das Águas Interiores.

Relativamente ao Ecossistema Florestal Conclui-se que fortes intervenções humanas têm aumentado o grau de vulnerabilidade e fragilidade desse ecossistema, e a destruição dos habitats da fauna, a prática de caça às espécies é feita ao longo de todo o ano sem que se respeite o período venatório das espécies A inexistência de estudos de investigação das espécies que pudessem reportar dados e informações fiáveis sobre a distribuição e o efectivo de espécies de animais dos diversos ecossistemas do país e a forte pressão exercida sobre os mesmos vem impedindo que se possa estabelecer políticas para um gestão sustentável dos mesmos.

Recomenda-se: • O reforço das acções de conservação “in situ”; • A sensibilização das populações que residem nos arredores das Áreas Protegidas; monitorização das acções de protecção e conservação de áreas protegidas; • A perenização de políticas coerentes e certeiras e de financiamentos para as Áreas Protegidas; • A protecção de áreas de reprodução e de nidificação de espécies endémicas;

Relativamente ao Ecossistema Agro-pastoral. Recomenda-se: • O fortalecimento de acções conducentes à conservação “in situ” de espécies vegetais e animais, que integre a constituição de uma colecção nacional de espécies, com vista à sua conservação e utilização sustentável, a preservação de forma controlada de espécies no seu habitat natural; • o Inventário das variedades em vias de extinção;

77 • a Informação, Educação e Comunicação (IEC), dirigida a quadros técnicos e agricultores; • a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Pecuário, no domínio da conservação da biodiversidade e da gestão sustentável dos recursos biológicos; • O reforço das acções conducentes a conservação “ex situ” de espécies vegetais e animais pertencentes a este ecossistema, que compreenda o enriquecimento de campos de germoplasma, pela contribuição de genes provenientes do estrangeiro e de outras variedades locais.

Concernente à valorização da biodiversidade vegetal, recomenda-se: . Implementação de acções de luta anti-erosiva e implantação de culturas alimentares em zonas apropriadas, . o fomento da produção biológica do cacau e de outros produtos agrícolas de exportação, a promoção das culturas alimentares e frutícolas, com vista a garantir a segurança alimentar, . o desenvolvimento das potencialidades existentes das plantas e animais ornamentais, incluindo um estudo de mercado e . a criação de Centros de Pesquisa, destinados a aprofundar as investigações sobre métodos de luta biológica contra pragas e doenças;

No que toca a valorização da biodiversidade animal, recomenda-se: • Implementação de criação de espécies animais mais comuns (suínos, bovinos, ovinos, caprinos, aves e coelhos), o aumento do efectivo ovino, o melhor controlo de animais para abate e a criação de unidades de transformação.

78 5.3 CONCLUSÃO FINAL A fim de estabelecer uma perspectiva futura que defira do actual panorama dos Ecossistemas nacionais e, estabelecer novos horizontes nos desafios em prol do desenvolvimento durável do País, os programas de Conservação da Biodiversidade devem assentar-se nos seguintes pilares prioritários:

• Adopção pelo governo do Plano Estratégico de Acção relativo a Biodiversidade e dos seus componentes;

• Elaboração do Plano de Gestão dos Parques Naturais Obôs de São Tomé e do Príncipe;

• Reforço as capacidades institucionais e humanas em particular a valorização do género na Conservação e Uso racional dos recursos naturais e;

• Reforço das Instituições na Fiscalização das actividades que ameaçam deliberadamente o ambiente;

• Envolvimento das comunidades locais em particular do Poder Local nas políticas de gestão e conservação .

• Valorização do saber popular e práticas tradicionais no uso dos recursos naturais ( água, o solo, a fauna, a flora, etc);

• Criação de um Centro de Estudo da Biodiversidade (CEB) que conte com a contribuição de agrónomos, biólogos, ecologistas, economistas, zoólogos, entomólogos, genetistas, silvicultores, sociólogos, veterenários, nacionais e estrangeiros;

• e promoção do desenvolvimento económico, baseado na execução de actividades duradouras face aos grandes desafios modernos (globalização, mudanças climáticas, tráfico ilícito e comércio clandestino, etc), na transparência, na justiça de modo que todos os recursos do País possam contribuir assim na luta contra a pobreza;

• Criação de mecanismos dinâmicos de financiamento duradoiro para a implementação dos programas de conservação dos recursos naturais e da Biodiversidade das espécies ameaçadas .

• Crição de um Centro de Informação em matéria de diversidade biológica (CIB) Este centro funcionará para veicular as informações inerentes ao estado da Biodiversidade, as áreas devastadas ou degradas, o número de árvores abatidas, as alterações na composição florística e faunística das ilhas, seguimento da qualidade da água, do solo, do ar e das emissões, etc. Este centro deverá informar sobre os eventuais impactos ambientais.

79 • Investigar as possibilidades de conservação e no reexame da utilização da variedade genética seja das espécies já cultivadas, seja de espécies e variedades autóctones abandonadas, e /ou novas possíveis espécies para serem introduzidas na produção alimentar e no uso industrial.

• Criar um sítio na INTERNET. Neste sítio, existirá um banco de dados sobre a Biodiversidade, de modo que as informações sejas de conhecimento e domínio público.

• Nomeiar um ponto focal Clearing House Mecanism (CHM) para a Biosegurança O ponto focal será o pivot entre as Convenções de Biodiversidade e o Protocolo de Cartagena e as Instituições nacionais, regionais em matéria da Conservação da diversidade biológica e medidas de segurança no âmbito dos OGMs.

No plano internacional • Prosseguir os processos de adesão e ratificação às Convenções e aos acordos multi-laterais sobre o ambiente e traduzir os compromissos em acções concretas mediante um processo dinâmico de mobilização de recursos para efeito; • Implementação do plano de convergência da COMIFAC; • Implementação do Plano de acção sub-regional contra a degradação das terras e a desertificação.

80 VI. Registo bibliográfico

1. NOVA, A. V.; (2002). ENPAB-Agricultura; Monografia sobre os Ecossistemas Agrícolas, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.

2. BONFIM, V. M. S.; (2002). ENPAB- Águas Interiores; Monografia sobre a os Ecossistemas das Águas Interiores, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.

3. OLIVEIRA, F. C N; (2002). ENPAB-Florestas; Monografia sobre os Ecossistemas Florestais produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade Relatório em S.Tomé e Príncipe.

4. BANDEIRA, J. A. V. C.; (2002). ENPAB-Jurídico Institucional; Monografia sobre a Legislação e Instituições, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe

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6. BONFIM, F. L. B.; (2002). ENPAB-Pecuária. Monografia sobre a Pecuária, produzida por no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.

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83 VI I- ANEXOS – figuras e tabelas

Figura 8 - Isoietas da Ilha de S. Tomé

84 Figura 9 - Isoietas da Região Autónoma do Príncipe

85 Figura 10: Carta dos solos de S.Tomé e Príncipe

S. Tomé

Príncipe

Fonte: Proposta do plano de manejo do P.N. Obôs de S.Tomé e Príncipe (1999).

86 Figura 11: Mapa de ocupação de solos em S.Tomé – localização dos principais ecossistemas florestais

Tabela 1 - Inventário das plantas endémicas de São Tomé e Príncipe (sem as orquidáceas) Classificação por ordem alfabética das famílias

87 OR: Ex= Exell (1973), ES=Espírito Santo, Fi= Figueiredo, IF= Inst. Floret, Li= Liberato (1973), SI= Silva, Wh=White, D: distribuição geográfica. E= endémica das ilhas do golfo da Guiné, S= São Tomé, P= Príncipe, A= Anobom, B= Bioco

Família Nome latim Nome vernacular OR D Observações Acanthaceae Brachystephanus occidentalis Ex ES Flores brancas Acanthaceae Heteradelphia paulowilhelmia ES Arbusto, fl violetas Acanthaceae Justicia thomensis Ex ES Anisophylleaceae Anisophyllea cabole Pau caboré, cabolé Es, ES Arbusto, 3 m. Apocynaceae Tabernaemontana sp. aff. Ex EP Stenosiphon Apocynaceae Tabernaemontana Cata d'obô Ex ES Árvore alta 15 m; latex branco stenosiphon Araliaceae Polycias quintasii Guêguê fasso, Vela Ex ESP Árvore Asclepiadaceae Marsdenia exellii Ex ES Balsaminaceae Impatiens buccinalis Camarões Ex ES Balsaminaceae Impatiens manteroana Ex EP Balsaminaceae Impatiens thomensis Ex ES Begoniaceae Begonia baccata Fia boba vermelha Ex ES Planta alta 1,5 m; caule lenhoso; fl. brancas Begoniaceae Begonia crateris Fia boba d'obo Ex ES Begoniaceae Begonia fusialata var. EP principensis Begoniaceae Begonia loranthoides subsp. ESP Loranthoides Begoniaceae Begonia molleri Ex ES Boraginaceae Ehretia scrobiculata Ex EP Celastraceae Maytenus monodii Exell Ex ES Commelinaceae Palisota pedicellata Ex ESPA Erva vivaz, alta 2 m; fl. Cyatheaceae Cyathea welwitschii brancasFeto arbóreo Cyperaceae Carex leptocladus Ex ES Espécie herbácea Cyperaceae Cyperus sylvicola Ex ES Espécie herbácea Cyperaceae Hypolytrum grande Ex EP Espécie herbácea Cyperaceae Mapania ferruginea EX, ESP Erva vivaz, alt 50 cm LS Dichapetalaceae Dichapetalum bocageanum Melambo Ex ES Ericaceae Erica thomensis Urze Ex ES Subarbusto; alt. 1 m Euphorbiaceae Croton stellulifer Cubango, Cobango EX, ESP Árvore, cerca de 30 m; pouco Fi ramificado; fl: elípticas Euphorbiaceae Discoclaoxylon occidentale Quina nº 2 Ex, Fi ESP Árvore Euphorbiaceae Drypetes glabra Mamon d'obô Ex, Fi ES Árvore Euphorbiaceae Drypetes henriquensii No-no, Mamon Ex, Fi ES Árvore d'obô Euphorbiaceae Erythrococca columnares Ex EP Árvore Euphorbiaceae Erythrococca molleri Coedano nº 2 Ex, Fi ES Arbusto alto 20m; fr. Vermelho- alaranjados na maturidade Euphorbiaceae Grossera elongata Ex EP

Euphorbiaceae Maesobotrya glabrata Ex EP Arbusto ou pequena árvore, fr. Avermelhados na maturidade Euphorbiaceae Phyllathus physocarpus Ex EP Árvore Euphorbiaceae Thecacoris mannniana Pau fígado Ex ES Pequena árvore Euphorbiaceae Thecacoris membranacea Ex ES Árvore, S1-24 Flacourtiaceae Casearia mannii ESP Flacourtiaceae Homalium henriquesii Quebra machado Ex, Fi ES Árvore alt 10 m; fl: creme- verdes Hernandiaceae Hernandia beninensis Bungá, pau candeia Ex, Fi ESB Árvore Leeaceae Leea tinctoria Celé-alé, Celé-celé Ex, Fi ES Arbusto 2-3 m, fr. Alaranjados

88 Lobeliaceae Lobelia barnsii Ex ES Erva alta 2 m; fl. Violetas reunidas em cachos Melastomataceae Calvoa confertifolia ES Melastomataceae Calvoa crassinoda ES Melastomataceae Calvoa grandifolia Ex ESP Erva alta 1 m; fl. rosáceas Melastomataceae Calvoa integrifolia ES Melastomataceae Calvoa sinuata EP Melastomataceae Tristemma litorale Benth. ES Subsp biafranum var. Melastomataceae Tristemma mauritianum var. ES rozeiranuminsulare Melastomataceae Tristemma mauritianum var. ES Meliaceae Trichiliathomense grandifolia Cola de macaco Ex ES Liana, fl compostas, fr castanhos de 5 cm de diâmetro Moraceae Ficus chlamydocarpa subsp. Figo obato Ex, Fi ES Figueiro estrangulador, fr 4 cm fernandesiana de diâmetro Miristicaceae Staudtia pterocarpa Pau vermelho ES, ES Árvore de 10-15 m de altura, fl Ochnaceae Campylospermum vogelii Pau dumo ExFi ESP Arbustointeiras fl. amarelas Ochnaceae Ouratea nutans Ex EP molleri Ochnaceae Rhabdophylllum arnoldianum Ex ES Árvore Oleaceae Jasminumvar. quintasii thomense Ex ES Liana Pandanaceae Pandanus thomensis Pau esteira Ex ES Árvore, fl. Longas e seguetadas Piperaceae Peperomia thomeana Ex ES Erva Podocarpaceae Podocarpus mannii Pinheiro de S. Ex ES Árvore de 30 m; fl. Tomé masculinas verdes Rhamnaceae Lasiodiscus rozeirae Ex ES Rhizophoraceae Cassipourea glomerata Ex ES Árvore Rubiaceae Aidia quintasii Muindo Ex ES Árvore Rubiaceae Aidia wattii Inhé muela Ex ES Rubiaceae Aulacocalyx pallens subsp Teia-teia pequena Ex ES Árvore, flores brancas Rubiaceae Belonophorapallens coffeoides Ex ES Rubiaceae Bertiera pedicellata Ex ESP Arbusto 30 m; fl. terminais, brancas Rubiaceae Craterispermum montanum Macambrará Ex, Fi ESPA Árvore de 6 m, fl: branco- Rubiaceae Ecpoma cauliflorum Ex ES Subarbusto,esverdeadas fl: brancas. Colhida no Príncipe a 550 m Rubiaceae Lasianthus africanus Ex ESP Árvore, fl coriáceas, flores lilazes,de altitude Rubiaceae Mussaenda tenuiflora var. Ex EP Liana de flores amareladas Rubiaceae Mussaendaprincipensis tenuiflora var. Ex ES Liana de flores brancas thomensis Rubiaceae Pauridiantha composii Ex ES Árvore Rubiaceae Pauridiantha insularis Ex ES Árvore

Rubiaceae Pavetta monticola Si, Ex ESA Arbusto de 3 m, flores brancas Rubiaceae Psychotria guerkeana Ex ES Pequena árvore Rubiaceae Psychotria molleri Pau duno Ex ES Arbusto Rubiaceae Psychotria nubicola Ex ES Arbusto Rubiaceae Psychotria principensis Café silvestre Ex EP Pequena árvore Rubiaceae Psychotria thomensis Ex ES Arbusto Rubiaceae Sabicea exellii EX ES Liana de 5 m; fl. brancas; caulifloria, ou na axila dos Rubiaceae Sabicea ingrata Ex ES Liana ramos Rubiaceae Sabicea ingrata var. insularis Ex ESA Liana sp. nov. Rubiaceae Sabicea thomensis sp. nov. ES Liana Rubiaceae Tarenna nitiduloides Ex, Fi ES Arbusto

89 Sapindaceae Chytranthus mannii Pessegueiro Ex ESP Arbusto de 6 m. Fl e fr na base do tronco; fl branco-cremes Sapotaceae Chrysophylllum calophylllum Ex EP Árvore Sapotaceae Chrysophylllum henriquensii Ex EP Árvore Sapotaceae Vincentella densiflora Ex ES Árvore Scrophulariaceae Thunbergianthus quintasii Musa fria Ex, Fi ES Liana, flores rosáceas Theaceae Balthasaria mannii Ex ES Thymelaeceae Dicranolepis thomensis Ex ES Arbusto ou pequena árvore; fl brancas e depois amareladas Thymelaeceae Peddiea thomensis Tchapo d'obô Ex ES Arbusto de 5 m. Fr vermelho acastanhadas Ulmaceae Celtis pratlii Quaco branco Ex ESPA Árvore Urticaceae Elastostema thomense Ex, Fi ES Erva prostadas, flores brancas em capítulos Violaceae Pilea manniana Ex ES Subarbusto, pequenas flores brancas Violaceae Rinorea chevalieri Ex, Fi ES Arbusto de 1,5 m. Frequente. Violaceae Rinorea insularis Ex EP Violaceae Rinorea thomensis Tesse Ex, Fi ES Vitaceae Cissus curvipoda Ex ES Zingiberaceae Renealmia grandifolia Ex ES Erva rizomatosa

Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.

90 Tabela 2:Inventário dos pteridófitos endémicos de S. Tomé e Príncipe - Classificação por ordem alfabética das famílias Família Nome científico S P D Aspidiaceae Trioplophyllum principis 0 1 E Aspidiaceae Trioplophyllum fraternum var. elongatum 0 1 E Aspleniaceae Asplenium eurysorum 1 1 E Aspleniaceae Asplenium exhaustum 1 0 E Aspleniaceae Asplenium megalura var. molleri 1 0 E Cyatheaceae Cyathea camerooniana var. currori 0 1 E Cyatheaceae Cyathea welwitschii 1 0 E Grammitaceae Grammitis molleri 1 0 E Grammitaceae Grammitis thomensis 1 0 E Selaginellaceae Selaginella mannii 1 1 E Selaginellaceae Selaginella monodii 0 1 E Thelypteridaceae Pseudophegopteris henriquensii 1 0 E Thelypteridaceae Sphaerostephanos elatus 1 0 E

Fonte: Figueiredo Estrela 2002 – Pteridófitos de São Tomé e Príncipe.

91 Tabela 3: Inventário das principais Espécies Industriais de São Tomé e Príncipe: classificação sob a ordem alfabética das famílias

Família Nome ciêntífico Nome vernacular Distribuição Anacardiaceae Pseudopondias microcarpa Zenzém Floresta secundária Anisophylleaceae Anisophyllea cabole Pau cabore, cabolé Floresta densa Arecaceae Elaeis guineensis Palmeira Floresta secundária Boraginaceae Cordia platythyrsa Tabaque Floresta secundária Caesalpinacee Albizia lebbeck Acacia Floresta secundária Caesalpinacee Albizzia molucana Acácia Floresta secundária Clusiaceae Symphonia globulifera Óleo barão, pau amarelo Floresta de altitude Euphorbiaceae Bridelia stenocarpa Muindo Floresta secundária Euphorbiaceae Cleistanthus sp. Viro Floresta secundária Euphorbiaceae Hevea brasiliensis Borracha Floresta secundária Euphorbiaceae Margaritaria discoidea Pau-ferro Floresta secundária Euphorbiaceae Phyllanthus discoideus Pau-ferro Floresta secundária Euphorbiaceae Sapium ellipticum Pau-maria Floresta de altitude Euphorbiaceae Scytopeatalum kamerunianum Vilo branco, Viro-branco Floresta de altitude Euphorbiaceae Tetrorchidium didymostemon Pau mole, Branco, Pó Floresta secundária Euphorbiaceae Uapaca guineensis moleNespla d'obô, mangue Floresta de altitude Fabaceae Erythrina sp. Eritrina Floresta de sombra Flacourtiaceae Homalium henriquensii Quebra machado Floresta de altitude Hypericaceae Harungana madagascariensis Pau sangue Floresta secundária Lauraceae Cynnamomum burmanni Canela brava Floresta secundária Meliaceae Carapa procera Gôgô Floresta de sombra Meliaceae Cedrela odorata Cedrela Floresta sombra Meliaceae Trichilia grandifolia Cacau do mato, Cola-de- Floresta de altitude Mimosaceae Pentaclethra macrophylla macacoMuandim, Sicupira, Uba Floresta associada aos cultivos Mimosaceae Pentaclethra macrophylla Muandi agrícolasFloresta de sombra Moraceae Artocarpus altilis Fruteira Floresta associada aos cultivos Moraceae Artocarpus heterophyllus Jaqueira agrícolosFloresta associada aos cultivos Moraceae Artocarpus heterophyllus Jaqueira agrícFlorestaolos associada aos cultivos Moraceae Clorophora excelsa Amoreira agrícolosFloresta sombra Moraceae Ficus mucuso Figo ploco, Figo porco Floresta secundária Moraceae Milicia excelsa Amoreira, molela Floresta associada aos cultivos Myristicaceae Pycnanthus angolensis Pau caixão agrícolasFloresta secundária Myristicaceae Staudtia pterocarpa Pau vermelho Floresta de altitude Myrsinaceae Pycnanthus angolensis Pau Caixão Floresta secundária Myrtaceae Psydium guyava Goiabeira Floresta secundaria Myrtaceae Syzygium guineense Matchanzochi Floresta de altitude Podocarpaceae Podocarpus mannii Pinheiro da terra, Floresta de altitude Rubiaceae Canthium glabiflorum PinheiroNono de São Tomé, Floresta de altitude Rubiaceae Hymenodicton biafranum OfóPau claudina Floresta de altitude Rubiaceae Pauridianha floribunda Nicolau Floresta de altitude Rutaceae Fagara macrophylla Marapião Floresta de sombra Sapotaceae Gambeya africana Zamumo Floresta de altitude Sapotaceae Gambeya albida Untueiro Floresta secundária Sapotaceae Mammea africana Magloso, Oba, Pau Floresta secundária Sapotaceae Manikara multinervis mamãoAzeitona Floresta secundária Sterculiaceae Theobroma cacao Cacaueiro Floresta de sombra Ulmaceae Celtis mildbreadii Pó capiton Floresta secundária Ulmaceae Celtis prantlii Quaco branco Floresta secundária Ulmaceae Tremna orientalis Pau cabra Floresta de altitude

Fonte: Dados dos Inventários ECOFAC adaptados.

92 Tabela 4:Inventário das pincipais espécies alimentares da flora de São Tomé e Principe: classificação por ordem alfabética dos nomes vernaculares. NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO

Abacate Persea amaricana Ananás Ananas comosus Bananeira Musa sp. Cajamanqueira Spondias cytherea Cajueiro Anacardium ocidentale Caneleira Cinnamomum zeilanicum Caramboleira Averrhoa carambola Cebola Allium cepa Coqueiro Cocos nucifera Couve Brassica oleracea Feijoeiro Vicia sp. Fruteira Artocarpus altilis Goiabeira Psidium guyava Grumichama Eugenia brasiliensis Inahme Dioscorea sp. Jaqueira Artocartus heterophylla Limoeiro Citrus aurantium Lossua Solanum americanum Mandioqueira Manihot esculentun Mangueira Mangifera indica Maquequé Solanum macrocarpum Matabala Xanthosoma sp. Milho Zea maїs Morango Rubus rosifolius Palmeira-de-andim Elaeis guineensis Mamoeiro Carica papaia Pitangueira Eugenia uniflora Pessegueiro Chytranthus mannii Pimentão Capsicum frutescans Safuzeiro Dacryodes edulis Tomateiro Licopersicum esculentun

Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.

93 Tabela 5 – Principais Espécies Medicinais da Flora de S.Tomé e Príncipe: classificação segundo a ordem alfabética dos nomes vernaculares

NOMES VULGARES NOME CIENTIFICO UTILIZAÇÃO Parte utilizada

Abobora Dores de ouvido Alho Allium cepa Diarreia Alho d’ obô Psychotria peduncularis Infecções Folhas Ananás Ananas comosus Abortos Arruda Ruta chapelensis Contra lombrigas Infusão de folhas Bananeira Musa paradisiaca Diarreia Bengue Alchornea cordifolia Diarreia Folhas Cacueiro Theobroma cacao Paludismo Cajueiro Anacadium occidentale Diarreia Casca e raízes Cana Macaco Costus giganteus Infecções renais Caules Capim- d’água Commelina difusa Problemas nos olhos Caules, folhas Caroceiro Terminalia catappa Diarreia Casca Cata-grande Rauvolfia dichotoma Paludismo Casca Cedrela Cedrela odorata Paludismo casca Chimon-coiá Lagenaria siceraria Reumatismo Fruto Coedano Cestrum laevigatum Contra a sarna Folhas Coleira Cola acuminata Problema de olhos e ouvidos Casca Eritrineira Erytrina sp. Contra hemorragia Casca Fiá-alfabaca Pepromia pellucida Doenças venéreas Caules, Folhas e Flores Fiá-budo Elephantopus mollis Diarreia Casca e raízes Fiá-pleto Datura metel Reumatismo Folhas e flores Fiá-salaconta Canna indica Sarna Fiá-sanzom Momordica charantia Afrodisíaco, Aborto Folhas Figo-obata Ficus chlamydocarpa Diarreia Casca Fissanjá Adenia cissampeloides Massagem Folhas Folha ponto Achyranthes aspera Contra hemorragia Folhas Folha-da-mina Bryophyllum pinnatum Pancadas (golpes) Folhas Goiabeira Psidium guajava Diarreia Raízes, cascas e folhas tenras Ipé Olea capensis Afrodisíaco Casca e raízes Libô muncambú Vernonia amygdalina Paludismo Folhas tenras Limão Citrus aurantium Paludismo Frutos verdes Macambrará Craterispermum montanum Afrodisíaco Casca e raízes Maioba Cassia ocidentalis Paludismo Casca e raízes Mamoeiro Carica papaya Afrodisíaco Frutos Mamonó Ricinus communis Dores de ouvido Folhas Mangueira Mangifera indica Diarreia Raízes e casca Maquequé Solanum macrocarpum Reumatismo Marapião Fagara macrophylla Dores de dente Casca

94 Matabala Xanthosoma sagittifolium. Dores de olho Folhas Matchanzoche Syzygium guineense Afrodísiaco Casca e raízes Matruço Chenopodium Diarreia,Massagem, Folhas, caules Micocó Ocimumambrosioides gratissimum Febres,Pancada Afrodisiaco (Golpe), Lombriga Folhas Muandí Pentaclethra macrophylla Reumatismo Casca Mucumblí Lannea welwitschii Rins, Pancada Casca, raízes, folhas tenras Muindo Bridelia micrantha Massagem Mussandá Ficus kamerunensis Dores de olho (conjuntivite ?) Casca, raízes, folhas tenras Mutopa Maesa lanceolata ViaPancada urinária (Golpe) Folhas e cascas Nicolau Pauridiantha floribunda Anemia Folhas e cascas Olhadató Centella asiatica Dores de ouvido Palmeira-de-andim Elaeis guineensis Contra Sarna Óleo extraído das sementes Pau cabra Tremna orientalis Folhas Pau-caixão Pycnanthus angolensis Dores de dente, Contra Casca Pau-óleo Santiria trimera Purgantehemorragia Casca Pau-purga Croton dracnopsis Purgante Casca Pau-quina Cinchona sp. Paludismo, Pancada, Aborto Casca Pau-salá Afrodísiaco Folhas Pau-sangue Harungana Reconstituinte Casca Pau-três Allophyllusmadagascarensis africanus Afrodisíaco,Anemia Paludismo Casca e raízes Pau-três Allophyllus grandifolius Dores da barriga Casca e raízes Pimpenela Sechium edule DiarreiaAfrodisíaco Frutos Pinincano Leonitis nepetifolia Dores de barriga Folhas e flores Selo-sum-zom-maia Erygium foetidum Dores de barriga Folhas, caules tenros Tichile-blanco Drymaria cordata Diarreia Folhas e caules tenros Ucuêtê Costus giganteus Reumatismo Caule Zagrimá Afrodisíaco

Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.

95 Tabela 6 – Inventário das principais espécies da Flora orquidófila endémica de São Tomé e Príncipe: classificação por ordem alfabética das espécies D: Distribuição E: Endémica S: São Tomé P: Príncipe

Família Espécie D Orchidaceae Aerangis flexuosa ES Orchidaceae Angraecopsis dolabriformis ES Orchidaceae Angraecum astroarche ES Orchidaceae Angraecum doratophyllum ESP Orchidaceae Brachycorythis basifoliatta ESP Orchidaceae Bulbophyllum lizae ES Orchidaceae Bulbophyllum luciphilum ES Orchidaceae Bulbophyllum mediocre ESP Orchidaceae Calanthe sylvatica var geerinckiana ES Orchidaceae Chamaeangis thomensis ES Orchidaceae Chamaeangis vagans EP Orchidaceae Cribbia pendula ES Orchidaceae Cribbia thomensis ES Orchidaceae Diaphanthe acuta ES Orchidaceae Dioaphanthe brevifolia ES Orchidaceae Diaphanthe papagayi EP Orchidaceae Liparis rosseelii ES Orchidaceae Orestias stelidostachia ESP Orchidaceae Polystachya albescens s. principensis EP Orchidaceae Polystachya biteuai ES Orchidaceae Polystachya distichia ES Orchidaceae Polystachya expensa ES Orchidaceae Polystachya parviflora ES Orchidaceae Polystachya ridleyi ESA Orchidaceae Polystachya setifera EP Orchidaceae Polystachya thomensis ES Orchidaceae Trydactyle sp. A ES Orchidaceae Trydactyle sp. B EP Orchidaceae Trydactyle sp. C ES

Fonte: Lejoly J. 1995- Suivi des programes d’etudu de la Biodiversite vegetale dans la zona ecologica de Sao Tomé adaptados.

96 97 Tabela 7 – Inventário das Espécies introduzidas : classficação por ordem alfabética das famílias Or: Ex=Exell (1973), ES= Espirito Santo, Fi= Figuereido, IF= Instit. Forest., Li= Liberato (1973), Si= Silva, Wh= White (1983-84), Ecofac= espécie que ainda não tinha sido conhecida ST: planta presente (1) ou ausente (0) na ilha de São Tomé P: planta presente (1) ou ausente (0) na ilha do Príncipe D:Distribuição geografica C: cultivada

Familha Nome latino Nome vernacular OR ST P D 1 Acanthaceae Grathophyllum pictum Ex 1 1 C ornamental 2 Acanthaceae Thunbergianthus alata Ex 1 0 C ornamental 3 Agavaceae Agave sisalana Sisal Ex 1 0 C Industrial 4 Agavaceae Furcraea foetida Ex 1 0 C ornamental 5 Apiaceae Alium cepa Cebola Ex 1 0 C hortaliça 6 Apiaceae Alium sativum Alho EX 1 0 C hortaliça 7 Amaranthaceae Gomphrema globosa Ex 1 0 C ornamental 8 Amaranthaceae Iresine herbstii Lírio Ex 1 0 C ornamental 9 Amaryllidaceae Crinun asiaticum Lírio Ex 1 0 C ornamental 10 Amaryllidaceae Crinun jagus Si 1 0 C ornamental 11 Anacardiaceae Anacardium occidentale Cajueiro ES 1 1 C fruto 12 Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira Ex 1 1 C fruto 13 Anacardiaceae Spondias cytherea Cajamangueira ES 1 1 C fruto 14 Anacardiaceae Spondias mombin Guêgue Ex 1 1 C fruto 15 Annonaceae Annona cherimola Crimola ES 1 0 C fruto 16 Annonaceae Annona muricata Sapo sapo ES 1 1 C fruto 17 Annonaceae Annona reticulata Fruta conde ES 1 1 C fruto 18 Annonaceae Annona squamosa Fruta Pinha Ex 1 0 C fruto 19 Annonaceae Annona odorata Ex 1 0 C fruto 20 Annonaceae Asimina triloba Ex 0 1 C fruto 21 Annonaceae Cananga odorata Ex 1 0 C industrial 22 Apiaceae Eryngiun foetidum Selo-sun-zon-maia Ex, ES 1 1 C aromática 23 Apiaceae Petroselinum crispum Ex 1 0 C aromática 24 Apocynaceae Catharanthus roseus Ex 1 0 C ornamental 25 Apocynaceae Ervatamia divaricata Ex 0 1 C ornamental 26 Apocynaceae Landolphia dawei Ex 1 0 C ornamental 27 Apocynaceae Neriun oleander Ex 1 0 C ornamental 28 Apocynaceae Plumeria rubra Ex 1 0 C ornamental 29 Araceae Caladium bicolor Ex 1 1 C ornamental

30 Araceae Colocasia exculenta Si, Ex 1 1 C tubérculos 31 Araceae Xanthosoma saittifolium Matabala SI, Ex 1 1 C tubérculos 32 Araliaceae Hedera helix Hera Si 1 0 C ornamental

98 33 Arecaceae Araucaria sp. Araucaria Si C ornamental 34 Arecaceae Oreodoxa regia Palmeria-régia Si C ornamental 35 Arecaceae Butia ereospatha Ex 1 0 C ornamental 36 Arecaceae Caryota urens Ex 1 0 C ornamental 37 Arecaceae Cocos nucifera Coqueiro Ex 1 1 C industrial 38 Arecaceae Phoenix dactylifera Ex 1 0 C ornamental 39 Asclepiadaceae Asclepia curassavica Ex 1 0 C ornamental 40 Asparagaceae Asparagus officinalis Ex 1 0 C aromática 41 Asteraceae Acanthospermum hispidum Mosquito dia Ex, ES 1 1 C ornamental 42 Asteraceae Chrysanthemum indicum Ex 1 0 C ornamental 43 Asteraceae Cichorium intybus Ex 1 0 C ornamental 44 Asteraceae Epaltes brasiliensis Ex 1 0 C ornamental 45 Asteraceae Galisonga parviflora Ex 1 0 C ornamental 46 Asteraceae Zinnia peruviana Ex 1 0 C ornamental 47 Balsaminaceae Impatiens balsamina Balsamina EX, Si 1 1 C ornamental 48 Basellaceae Basella alba Fia tataluga Ex 1 0 C verdura 49 Begoniaceae Begonia sp. Ex 1 0 C ornamental 50 Bignoniaceae Jaracanda mimosifolia Ex 1 0 C ornamental 51 Bignoniaceae Spathodea nilotica Ex 1 0 C ornamental 52 Bixaceae Bixa orellana Giclo, Ginclo, Urucu Si, C ornamental 53 Boraginaceae Cordia gerascanthus ExES,Ex 1 0 C ornamental 54 Brassicaceae Brassica juncea Ex 1 0 C verdura 55 Brassicaceae Capsella bursa-pastoris Ex 1 0 C verdura 56 Brassicaceae Coronopus didymus Ex 1 0 C verdura 57 Brassicaceae Diplotaxis tenuisiliqua Ex 1 0 C verdura 58 Brassicaceae Lobularia maritma Ex 1 0 C verdura 59 Brassicaceae Raphanus sativus Nabo-macaco Ex, Si 1 0 C verdura 60 Brassicaceae Rorippa indica C verdura 61 Brassicaceae Rorippa nasturtium-aquaticum Agriao, Fia guion ES, Ex 1 0 C verdura 62 Bromeliaceae Ananas comosus Ananas Ex 1 1 C fruto 63 Buxaceae Buxus sempervirens C ornamental 64 Caesalpinaceae Bauhinia purpurea Ex 1 0 C forageira 65 Caesalpinaceae Bauhinia tomentosa Ex 1 0 C forageira 66 Caesalpinaceae Caesalpinia pulcherrima Ex 1 1 C ornamental 67 Caesalpinaceae Cassia alata Ex 1 0 C ornamental 68 Caesalpinaceae Cassia javanica v. javanica Li 1 0 C ornamental 69 Caesalpinaceae Cassia occidentalis Maioba Ex 1 1 C ornamental

70 Caesalpinaceae Cassia septemtrionalis Ex 1 0 C ornamental 71 Caesalpinaceae Cassia siamea Ex 1 0 C ornamental 72 Caesalpinaceae Cassia sophera Maioba beni ES 1 1 C ornamental 73 Caesalpinaceae Cassia spectabilis Ex 1 0 C ornamental 74 Caesalpinaceae Ceratonia siliqua Alfarrobeira Si 1 0 C ornamental 75 Caesalpinaceae Delonix regia Ex 1 0 C ornamental

99 76 Caesalpinaceae Haematoxylum campechianum Ex 1 0 C ornamental 77 Caesalpinaceae Peltophorum pterocarpum Li 1 0 C ornamental 78 Caesalpinaceae Tamarindus indica Tamanha ES 1 1 C frutos 79 Cannabaceae Cannabis sativa Liamba Ex 1 0 C industrial 80 Cannaceae Canna indica Fia salaconta Ex 1 1 C ornamental 81 Caprifoliaceae Sambucus mexicana Ecofac 1 0 C ornamental 82 Caricaceae Carica papaya Mamoeiro ES 1 1 C alimentar 83 Caryophyllaceae Stellaria media Ex 1 0 C ornamental 84 Chenopodiaceae Chenopodium ambrosioides Matluço ES 1 1 C aromática 85 Clusiaceae Garcinia mangostana Mangostao Ex 1 0 C fruto 86 Clusiaceae Platonia insignis Bacuri, Bacurizeiro Si 1 0 C ornamental 87 Combretaceae Quasqualis indica Ex 1 0 C ornamental 88 Combretaceae Terminalia catappa Amendoeiro da India Ex 1 1 C ornamental 89 Commelinaceae Rhoeo spathacea Ex 1 1 C ornamental 90 Commelinaceae Zebrina pendula Ex 1 1 C ornamental 91 Convolulaceae Ipomoea alba Ex 1 1 C ornamental 92 Convolulaceae Ipomoea hederifolia Ex 1 1 C ornamental 93 Convolulaceae Ipomoea setifera Ex 1 0 C ornamental 94 Crassulaceae Bryophyllum pinnatum Fia damina Ex 1 1 C verdura 95 Cucurbitaceae ? latanga Si C verdura 96 Cucurbitaceae Curcumis sativus Ex 1 0 C verdura 97 Cucurbitaceae Sechium edule Pimpinela Ex 1 0 C verdura 98 Cyperaceae Cyperus luzulae Ex 1 0 C ornamental 99 Dilleniaceae Dillenia indica Ex 1 0 C frutos 100 Dioscoreaceae Dioscorea alata Inhame gudu Ex 1 0 C tubérculos 101 Dioscoreaceae Dioscorea cayanensis Inhame branco Ex 1 1 C tubérculos 102 Ericaceae Rhododendron mucronatum Ex 1 0 C ornamental 103 Erythroxylaceae Erythroxylllum coca Ex 1 0 C industrial 104 Euphorbiaceae Breynia disticha v. disticha f. nivosa Filanto Ex, Si 1 0 C ornamental 105 Euphorbiaceae Codiaeum variegatum Ex 1 0 C ornamental 106 Euphorbiaceae Croton dracnopsis Pau purga Ex 1 0 C ornamental 107 Euphorbiaceae Hevea brasiliensis Borracha Si 1 0 C industrial 108 Euphorbiaceae Hevea guianensis Ex 1 0 C industrial 109 Euphorbiaceae Jatropha curcas Glon, Pau pixe, Ex, Si 1 0 C industrial

110 Euphorbiaceae Jatropha multifida Glom-congo ES 1 1 C folha 111 Euphorbiaceae Manihot esculenta Mandioca Ex 1 0 C tubérculos 112 Euphorbiaceae Manohot glaziovii Ex 1 1 C tubérculos 113 Euphorbiaceae Ricinus communis Ricino, Mamona Si, Ex 1 1 C industrial 114 Fabaceae Arachis hypogaea Gumba ES 1 0 C Industrial, 115 Fabaceae Cajanus cajan Fezom congo ES 1 1 C legumeforageira 116 Fabaceae Calapogonium mucunoides Ex C legume 117 Fabaceae Canavalia ensiformis Ex 1 0 C legume 118 Fabaceae Centrosema plumieri Ex 1 0 C legume

100 119 Fabaceae Centrosema pubescens Ex 1 0 C legume 120 Fabaceae Clitorea ternatea Ex 1 0 C legume 121 Fabaceae Desmodium tortuosum Ex 1 0 C legume 122 Fabaceae Erytrina droogmansiana Ex 1 0 C ornamental 123 Fabaceae Erytrina poeppigiana Li 1 0 C ornamental 124 Fabaceae Erytrina umbrosa Ex 1 0 C ornamental 125 Fabaceae Erytrina variegata Eritrina Si, Li 1 1 C ornamental 126 Fabaceae Erytrina velutina Ex 1 0 C ornamental 127 Fabaceae Glicine wightii Ex 1 0 C legume 128 Fabaceae Ormosia dasycarpa Ex 1 0 C legume 129 Fabaceae Phaseolus vulgaris Feijao Ex 1 0 C legume 130 Fabaceae Pterocarpus indicus Ex 1 0 C legume 131 Fabaceae Pueraria phaseoloides v. javanica Ex, LS 1 0 C legume 132 Fabaceae Tephrosia candida ES 1 0 C ornamental 133 Fabaceae Vicia faba Faveira Si 1 0 C legume 134 Fabaceae Vigna unguiculata s. dekindtiana Feijao-do-mato SI, Li 1 0 C legume 135 Fumariaceae Fumaria muralis Ex 1 0 C ornamental 136 Hydrangeaceae Hydrangea sp. Ex 1 0 C ornamental 137 Iridaceae Neomarica caerulea Ex 1 1 C ornamental 138 Lamiaceae Mentha piperita Hortela, Letrao Si C aromática 139 Lamiaceae Mentha rotundifolia Ex 1 0 C aromática 140 Lamiaceae Ocimum basilicum Ex 1 0 C aromática 141 Lamiaceae Ocimum gratissimum Ex 1 0 C aromática 142 Lamiaceae Salvia coccinea Ex 1 0 C aromática 143 Lamiaceae Stachys arvensis Ex 1 0 C aromática 144 Lauraceae Cinnamomum burmanni Canela brava Ex 1 0 C aromática 145 Lauraceae Cinnamomum canphora Canforeira Ex 1 0 C aromática 146 Lauraceae Cinnamomum zeylanicum Canela Ex 1 1 C aromática 147 Lythraceae Lawsonia inermis Ex 0 1 C ornamental 148 Malvaceae Abelmoschus esculentus Quiabo, Iquiabo Ex, ES 1 1 C verdura 149 Malvaceae Abutilon grandifolium Ex 1 0 C verdura

150 Malvaceae Abutilon venosum Ex 1 0 C verdura 151 Malvaceae Gossypium hirsutum Algodao Ex, Si 1 0 C verdura 152 Malvaceae Hibiscus acetosella Fia mussua C verdura 153 Malvaceae Hibiscus mutabilis Ex 1 1 C ornamental 154 Malvaceae Hibicuscus rosa-sinensis Ex 1 1 C ornamental 155 Malvaceae Hibiscus sabdariffa Ex 1 0 C ornamental 156 Malvaceae Malvastrum coromandelianum Ex 1 1 C ornamental 157 Marantaceae Maranta arundinacea Ex 1 1 C ornamental 158 Meliaceae Cedrela odorata Cedrela Si 1 0 C industrial 159 Meliaceae Melia azedarach Lilas do Cabo Ex 1 1 C industrial 160 Meliaceae Toona ciliata Pau alho ES 1 0 C industrial 161 Mimosaceae Acacia farnesiana Bana muala Ex, ES 1 0 C industrial

101 162 Mimosaceae Acacia nilotica s. indica Li 1 0 C industrial 163 Mimosaceae Adenanthera pavonina Acacia-coral Ex, Si 1 0 C ornamental 164 Mimosaceae Albizia falcataria Molucana Si 1 0 C ornamental 165 Mimosaceae Albizia lebbeck Ex 1 0 C ornamental 166 Mimosaceae Albizia procera Ex 1 0 C forageira 167 Mimosaceae Desmanthus virgatus Po fuguete Ex, ES 1 0 C forageira 168 Mimosaceae Faidherbia albida Li 1 0 C forageira 169 Mimosaceae Inga edulis Cajaseiro, Ingaseiro ES, Ex 1 0 C forageira 170 Mimosaceae Inga sp. Ingazeiro Ex 1 0 C forageira 171 Mimosaceae Leucaena leucocephala Leucena Si 1 1 C forageira 172 Mimosaceae Mimosa polydacthyla Fissopé Si 1 1 C forageira 173 Mimosaceae Mimosa pudica v. hispida Fia malicha ES, Li 1 0 C forageira 174 Moraceae Artocarpus altilis Fruta pao Ex 1 1 C alimentar 175 Moraceae Artocarpus heterophylla Jaqueira ES 1 1 C alimentar 176 Moraceae Castiloa elastica Ex 1 1 C ornamental 177 Moraceae Cecropia peltata Ex 1 1 C ornamental 178 Moraceae Ficus carica Figueira Si 1 0 C fruto 179 Moraceae Ficus elastica Ex 1 0 C industrial 180 Moraceae Ficus pumila Ex 1 0 C ornamental 181 Musaceae Musa paradisiaca Bana pom ES 1 1 C fruto 182 Musaceae Musa paradisiaca v. sapietum Quitxiba ES, Ex 1 1 C fruto 183 Musaceae Musa paradisiaca v. vittata Ex 1 0 C fruto 184 Musaceae Musa rosacea Ex 1 0 C ornamental 185 Musaceae Musa ventricosa Ex 1 0 C ornamental 186 Myristicacae Myristica fragans Ex 1 0 C fruto 187 Myrtaceae Eucalyptus sp. Eucalipto Si 1 0 C ornamental 188 Myrtaceae Eugenia brasiliensis Comoxama, Si, Ex 1 0 C fruto 189 Myrtaceae Eugenia dombeyi Ex 1 0 C fruto

190 Myrtaceae Eugenia uniflora Pitangueira ES 1 1 C fruto 191 Myrtaceae Melaleuca leucadendron Ecofac 1 0 C fruto 192 Myrtaceae Myrciaria cauliflora Jabuticabeira Si 1 0 C fruto 193 Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira Ex 1 1 C fruto 194 Myrtaceae Syzygium aromaticum Ex 1 0 C fruto 195 Myrtaceae Sizygium jambos Pau-jambre Si 1 1 C fruto 196 Nyctaginaceae Boerhavia paniculata Ex 1 0 C ornamental 197 Nyctaginaceae Bougainvellaea spectabilis Bungavila Si 1 1 C ornamental 198 Nyctaginaceae Mirabilis jalapa Rosa bilança Ex 1 0 C ornamental 199 Oleaceae Olea europaea Ex 1 0 C industrial 200 Orchidaceae Vanilla crenulata Ex 0 1 C industrial 202 Orchidaceae Vanilla planifolia ES 1 1 C industrial 203 Oxalidaceae Averrhoa carambola Caramboleira ES,Ex 1 0 C fruto 204 Oxalidaceae Oxalis corymbosa Lamera Si, Ex 1 1 C ornamental 205 Papaveraceae Argemone mexicana Cundu de muala vé ES 1 0 C ornamental

102 206 Passifloraceae Passiflora edulis Maracuja-pequeno Si, Ex 1 0 C fruto 207 Passifloraceae Passiflora foetida Maracuja de mato ES 1 1 C fruto 208 Passifloraceae Passiflora quadrangularis Maracuja-grande Si 1 1 C fruto 209 Plantaginaceae Plantago major Ex 1 1 C 210 Plumbaginac. Plumbago auriculata Ex 1 0 C 211 Plumbaginac. Plumbago zeilkanica Ex 1 0 C 212 Poaceae Axonopus compressus Ex 1 0 C 213 Poaceae Bambusa vulgaris Ex 1 1 C 214 Poaceae Coix lacryma-jobi Ex 1 0 C 215 Poaceae Cymbopogon citratus Capim do Gabao Ex, ES 1 1 C aromática 216 Poaceae Hordeum vulgare Ex 1 0 C cereal 217 Poaceae Oryza sativa Ex 1 0 C cereal 218 Poaceae Saccharum officinarum Cana-de-açucar Si, Ex 1 1 C industrial 219 Poaceae Secale cereale Ex 1 0 C cereal 220 Poaceae Sorghum drummondii Ex 0 1 C cereal 221 Poaceae Triticum aestivum Ex 1 0 C cereal 222 Poaceae Zea mays Milho Ex, Si 1 1 C cereal 223 Portulacaceae Talinum triangulare Bodlega glandje ES 1 0 C verdura 224 Proteaceae Grevillea robusta Grevilia Si 1 1 C ornamental 225 Punicaceae Punica granatum Romanzeiro Si 1 0 C fruto 226 Rosaceae Cydonia oblonga Ex 1 0 C fruto 227 Rosaceae Eriobotrya japonica Ex 1 0 C fruto 228 Rosaceae Malus sylvestris Pommier Ex 1 0 C fruto 229 Rosaceae Prunua africana Mussinika Ex 1 0 C industrial 230 Rosaceae Prunus cerasus Ex 1 0 C fruto

231 Rosaceae Prunus domestica Ex 1 0 C fruto 232 Rosaceae Prunus dulcis Ex 1 0 C fruto 233 Rosaceae Prunus persica Ex 1 0 C fruto 234 Rosaceae Rosa chinensis Ex 1 0 C ornamental 235 Rosaceae Rosa laevigata Ex 1 0 C ornamental 236 Rosaceae Rubus rosifolius Murango Si, Ex 1 1 C fruto 237 Rubiaceae Cinchona ledgeriana Si, Ex 1 0 C industrial 238 Rubiaceae Cinchona pubescens Ex 1 0 C industrial 239 Rubiaceae Cinchona sp. Quina Ex 1 0 C industrial 240 Rubiaceae Coffea arabica Cafezeiro arabico ES, Ex 1 1 C industrial 241 Rubiaceae Coffea canephora Café robusta, cafeeiro Si, Ex C industrial 242 Rubiaceae Coffea dewevrei Café excelsior Si C industrial 243 Rubiaceae Coffea liberica Cafeeiro liberico ES, Ex 1 1 C industrial 244 Rubiaceae Coffea racemosa Cagé Inhambane Si C industrial 245 Rubiaceae Coffea stenophylla Cafeeiro ES 1 0 C industrial 246 Rubiaceae Ixora coccinea Ex 1 1 C ornamental 247 Rutaceae Citrus aurantifolia Ex 0 1 C fruto 248 Rutaceae Citrus auratium Lanza mato Ex 1 0 C fruto

103 249 Rutaceae Citrus maxima pamplemousse Ex 1 0 C fruto 250 Rutaceae Citrus reticulata mandarine Ex 1 0 C fruto 251 Rutaceae Citrus sp. Lanza mucambu Ex 1 C fruto 252 Rutaceae Citrus sp. Limoeiro bravo 1 C fruto 253 Rutaceae Ruta chapelensis Lurda Ex, Si 1 0 C folha 254 Scrophulariac. Russelia equisetiformis Ex 1 1 C folha 255 Simaroubaceae Quassia amara Ex 1 0 C folha 256 Solanaceae Browalia americana Ex 1 0 C folha 257 Solanaceae Brunfelsia uniflora Manaca Ex 1 0 C folha 258 Solanaceae Capsicum frutescens Malagueta-tuatua Si, ES 1 1 C folha 259 Solanaceae Cestrum laevigatum v. puberulum Pau fede, Coedano Si, ES 1 1 C folha 260 Solanaceae Cyphomandra betacea Tomate-do-mato Si 1 0 C verdura 261 Solanaceae Datura candida Ex 1 0 C ornamental 262 Solanaceae Datura metel Fia pleto ES 1 0 C industrial 263 Solanaceae Lycopersicum esculentum v.cerasiforme Ex 1 1 C fruto 264 Solanaceae Nicandra physaloides Pupupléla ES 1 1 C fruto 265 Solanaceae Nicotina tabacum Tabaco Si, Ex 1 0 C industrial 266 Solanaceae Physalis angulata Ex 1 1 C fruto 267 Solanaceae Solanum melongena Ex 1 0 C verdura 268 Solanaceae Solanum tuberosum Ex 1 0 C raíz 269 Solanaceae Solanum wrightii Ecofac 1 0 C ornamental 270 Sterculiaceae Theobroma cacao Cacueiro ES 1 1 C industrial

271 Theaceae Camelia japonica Ex 1 0 C industrial 272 Theaceae Camelia sinensis Pau cha Si 1 0 C industrial 273 Urticaceae Boehmeria nivea Rami Si 1 0 C industrial 274 Verbenaceae Clerodendrum japonicum Ex 1 0 C ornamental 275 Verbenaceae Clerodendrum speciossimum Ex 1 0 C ornamental 276 Verbenaceae Duranta repens Ex 1 0 C ornamental 277 Verbenaceae Lantana camara Micoco-campo ES 1 0 C ornamental 278 Verbenaceae Priva lappulacea Ecofac 1 0 C 279 Vitaceae Vitis vinifera Videira Si, Ex 1 0 C industrial 280 Zingiberaceae Curcuma dopmestica Açafrao da India Ex 1 1 C aromática 281 Zingiberaceae Elettaria repens Ex 1 0 C aromática 282 Zingiberaceae Hedychium coronarium Ex 0 1 C aromática 283 Zingiberaceae Zerumbet speciosum Ex 1 0 C aromática 284 Zingiberaceae Zingiber officinale Gigimple ES 1 1 C aromática

Fonte: Lejoly J. 1995- Suivi des programes d’etudu de la Biodiversite vegetale dans la zona ecologica de Sao Tomé adaptados.

104 Tabela 8 - Inventário das principais Espécies Ornamentais existentes em S. Tomé e Principe: classificação por ordem alfabética das famílias. Família Nome científico Nome vernacular

Acanthaceae Heteradelphia paulowihelmia Heteradelfia Araceae Anthurium andreanum Antúrio Balsaminaceae Impatiens buccinalis Camarões Begoniaceae Begonia baccata Begónia, Folha-boba Begoniaceae Begónia subalpestris Begónia-gigante Cyatheaceae Cyathea mannii Feto gigante Cyatheaceae Cyathea welwistchii Feto gigante Dracaenaceae Dracaena arborea Pau-sabão Dracaenaceae Dracaena laurentii Língua-de-sogra Dracaenaceae Dracaena trisfasciata Língua-de-sogra Ericaceae Phillipia thomensis Erica Malvaceae Hibiscus rosa-sinensis Hibisco Maranthaceae Iresini herbstii Coração-magoado Melastomataceae Calvoa grandifolia Calvoa Melastomataceae Tristemma mauritianum Tristema Musaceae Heliconia rostrata Bico-de-papagaio Nyctaginaceae Mirabilis jalapa Losa-bilança Orchidaceae Cyrtorchis henriquensiana Fia-língua-de-vaca Orquidaceae Calanthe sylvatica Calante Orquidaceae Phaius mannii Orquidaceae Maniella gustavii Orquidaceae Nervilia bicarinata Orquidaceae Solenangis clavata Orquidaceae Bulbophyllum Pandanaceae Pandanus thomensis Pau-esteira Rosaceae Rosa sp. Roseira Scrophulariaceae Thunbergianthus quintasii Musa-fria Zingiberaceae Renealmia grandiflora Renealmia Zingiberaceae Nicolaia elatior Rosa-porcelana Zingiberaceae Hedychium coronarium

105 Tabela 9 - Inventário das principais Aves Endémicas do Arquipélago Santomense NOME VULGAR NOME CIENTIFICO

SÃO TOMÉ Kitoli Otus hartlaubi Enjoló Neospiza concolor Olho-grosso Speirops lugubris Camussela Ploceus grandis Selele-mangotchi Dreptes thomensis Papafigo Oriolus crassirostris Sêlele Nesctarinia newtonii Tchin-tchin-xolo Thomasophantes sanctithomae Truquí Prinia molleri Tomé-gága Terpsiphone atrochalybeia Cessa Treron sanctithomae Pombo-do-mato Columba thomensis PRÍNCIPE Tordo Turdus olivaceofuscus Estorninho Lamprotornis ornatus Merlo Ploceus princeps Chibi Nectarinia hartaubii Tchiliquito Speirops leucophaeus Tchili-tchili Zosterops ficedulinus Chibi-fixa Horizorhinus dohrni Rabo-de-peixe Dicrurus modestus Rola Columba malherbii Chota café Serinus rufrobrunneus

106 Tabela 10 - Inventário das espécies da fauna ameaçada em S.Tomé e Príncipe

Fonte: Lista vermelha dos Animais ameaçados de STP Nome ciêntífico Classe Ordem Familia Nome vulgar Grau de ameaça Paradxa thomensis Neogastropoda Buccinidae Molusco V Chelonia mydas Répteis Testudines Cheloniidae Tartaruga Ambo E Eretmochelys Répteis Testudines Cheloniidae Tartaruga Sarda E Lepydochelysimbricata Répteis Testudines Cheloniidae Tartaruga Bastarda E Columbaolivacea thomensis Aves Columbiformes Columbiidae Pombo de Mato V Dermochelys Répteis Testudines Dermochelyidae Tartaruga Ambulancia E Globanuscoriacea sp. Insecta Diplopoda Milipeias K Neospiza concolor Aves Fringilidae Pardal de S.Tomé E Poliospiza Aves Fringilidae Chota-café (Ilhéu de Boné E Coeliadesrufobrunnea bocagii fradei Insecta Lepidoptera Hesperiidae Borboletasde Joquei) de S.Tomé V Lanius newtoni Aves Passeriformes Laniidae Picanço E Trithemis nigra Insecta Odonata Libellulidae Libelinha do Príncipe I Epamera bellina Insecta Lycaenidae EX Leptotesmaris terrenus Insecta Lycaenidae I Chilades Insecta Lycaenidae I Tadaridessanctithomae tomensis Mamífero Chiroptera Molossidae Morcego I Amaurocichla Aves Muscicapidae V Nectarinibocagii a thomensis Aves Nectariniidae Selele – mangotchi de R Neritina manoeli Gastropoda Archaeogastropoda Neretidae MoluscoS.Tomé de água doce do E Charaxes defulvata Insecta Nymphalidae Príncipe EX Pseudacrea gamae Insecta Nymphalidae I Oriolus crassirostris Aves Oriolidae Papafigo R Graphium leonidas Insecta Papilionidae E Graphiumthomasius leonidas Insecta Papilionidae E Pterodromasantamarthae madeira Aves Procellariformes Procellaridae E Psittacus(endêmica erithacus das ilhas Aves Psittaciformes Psittacidae Papagaio V Tinhosas) Myonycteris Pteropodidae Guémbu V Teinostomabrachycephala Gastropoda Archaeogastropoda Skeneidae Molusco marinho de V Teinostomafernandesi Gastropoda Archaeogastropoda Skeneidae MoluscPríncipeo marinho de V Crocidurafuniculatum thomensis Mamífero Insectivora Soricidae MusaranhoPríncipe K Crocidura poensis Mamífero Insectivora Soricidae Musaranho K Otus hartlaubi Aves Strigiformes Strigidae Kitoli R Sula leucogaster Aves Pelecaniformes Sulidae Pato Marinho E Bostrychia(Tinhosas) bocagei Aves Ciconiformes Threskiornithidae Galinhola de S.Tomé E Bostrychia olivacea Aves Ciconiformes Threskiornithidae Galinhola de Príncipe E Speirops Aves Zosteropidae Tchiliquito de Príncipe R Zosteropsleucophoeusficedulinus Aves Zosteropidae Tchili-tchili do Príncipe E Zosteropsficedulinus ficedulinus Aves Zosteropidae Tchili-tchili de S.Tomé R feae (Ex=extinto; E= em perigo; V=vulnerável; R=Raro; I=Indeterminado K=insuficientemente conhecido; CT=Comercialmente ameaçado)

107 Tabela 11 - Inventário das espécies da Fauna Ecossistemas das Águas Interiores de S.Tomé e Príncipe

Classificação segundo o estatuto de espécies residentes, indígenas ou endémicas Família Nome Português Nome STP Nome Científico

Codornizão-aficano - Crecopsis egregia **Columbidae Pombo marreta Pombo, Pombo-do-mato Columba thomensis *Laridae Gaivina-preta - Chilidonias niger “ Andorinha - Hirundo rustica “ - - Amaurocichla bocagei “Threskiornithidae Íbis-de-São Tomé Galinhola Bostrychia bocagei Accipitridae Milhafre-preto, rabo-de- Falcão Milus migrans Alcedinidae bacalhauGuarda-rios, Pica-peixinho- Conóbia, Pica-peixe Alcedo cristata thomensis Alcedinidae deGuarda-poupa-rios, Pica-peixinho- Conóbia, Pica-peixe Alcedo leucogaster nais Alcedinidae dePica-barriga-peixe--brancade-peito-azul Chau-chau, Chó-chó Halcyon malimbica dryas Alcedinidae Pica-peixe-malhado - Ceryle rudis Anatidae Pato-de-carúncula, Pato-de- - Sarkidiornis melanotos Apodidae cristaFerreiro-espinhoso, rabo- Andorinha Zoonavena thomensis Apodidae espinhosoGuincho-da-de-Europa-São Tomé - Apus apus Apodidae Guincho-pequeno Andorinha Apus affinis hannermani Ardeidae Garcenho-pequeno-africano - Ixobrychus minutus Ardeidae Garça-caranguejeira, Papa- Ardeola ralloides Ardeidae ratosGarça; Garça-boieira, Garça Bubulcus ibis Ardeidae CarraceiraGarça-de-cabeça-negra Chuchu, Tchongo, Butorides striatus Ardeidae Garça-preta, Garça-ardósia Tchonze- Egretta ardesiaca Ardeidae Egreta-pequena, Garça- - Egretta garzetta Ardeidae ribeirinhaGarça-marinha Garça Egretta gularis Ardeidae Garça-purpúrea, Garça- - Ardea purpurea Ardeidae vermelhaGarça-real, Garça-cinzenta - Ardea cinerea Charadriidae Borrelho-de-coleira - Charadrius hiaticula Charadriidae Tarambola-cinzenta - Pluvialis squatarola Ciconiidae Flamengo, Falso-flamingo - Mycteria ibis Columbidae Pombo-de-nuca-bronzeada Rola, Lola Columba malherbii Columbidae Pomba-preta Munquê, Muquê, Aplopelia larvata simplex, Cuculidae Cuco-jacobino Monquem- (Príncipe), AplopeliaClamator jacobinuslarvata principalis Glareolidae Perdiz-do-mar, Pratincola- Muncanha- (São Tomé) Glareola nordmanni Hirudinae de- -asa-preta - Riparia cincta Nectariniidae Beija-flor-do-Príncipe Chibi, Chibi-barbeiro, Nectarinia hartlaubii Phalacrocoracidae Corvo marinho-africano ChibiPato--marinho,boca-lon ga Corvo Phalacrocorax africanus Phoenicopteridae Flamingo-menor marinho,- Pata-de-água Phoeniconaias minor Psittacidae Periquito-de-bico-vermelho Periquito Agapornis pullarius Rallidae Frango-d’água - Rallus caerulescens Rallidae Sultana-preta, galinha- - Porphyrula alleni Rallidae sultanaGalinha--pequenad’água-africana, Galinha d’água Gallinula chloropus Rallidae RabilhaGalinha -africanad’água-pequena, - Gallinula angulata Scolopacidae RabilhaFuselo, -Pardapequena - Limosa lapponica Scolopacidae Meio-maçarico, Coco-piloto, - Numenius phaeopus Scolopacidae MaçaricoPássaro-bique-galego-bique - Tringa ochropus Scolopacidae Maçarico-silvestre - Tringa glareola Scolopacidae Maçarico-das-rochas - Actitis hypoleucos Scolopacidae Pilrito-de-rabadilha-branca - Calidris ferruginea Strigidae Mocho-de-São-Tomé Kitoli Otus hartlaubi Sylviidae - Truqui, Trqué, Bate-asas Prinia molleri Threskiornithidae Íbis-do-Príncipe Diógo, Corvão Bostrychia olivacea Timaliidae Rouxinol-do-Príncipe Tchibi-fixa rothschildiHorizorhinus dohrni Turdidae - Tordo Turdus olivaceofuscus

108 Tab 12: Inventário dos Mamíferos Terrestres em existentes S. Tomé e Príncipe Classe Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacular

Mamíferos Insectivora Soricidae Crocidura thomensis Musaranho de S. Tomé Mamíferos Insectivora Soricidae Crocidura poensis Musaranho do Príncipe Mamíferos Chiroptera Molossidae Tadarides thomensis Morcego de S. Tomé Mamíferos Chiroptera Pteropodidae Myonycteris brachycephala Guembú de S. Tomé Mamíferos Chiroptera Vespertilionidae Pipistrellus sp. nov. Morcego do Príncipe Mamíferos Chiroptera Eidolon helvun Mamíferos Chiroptera Hipposideros ruber Mamíferos Hippodsiderus commersoni Miniopterus minor Rousettus aegyptiacus Mamíferos Roedores Rattus rattus Mamíferos Roedores Rattus norvegicus

Tab 13: Inventário dos Pássaros protegidos no Arquipélago santomense Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacular

Ciconiformes Threskiornithidae Bostrychia olivacea Galinhola ou Ibis do Príncipe Ciconiformes Threskiornithidae Bostrychiarothschildii bocagei Galinhola de S. Tomé Columbiformes Columbidae Columba thomensis Pombo do Mato (S. Tomé Procellariformis Procellaridae Pterodroma madeira Océanito de castro Pelecaniformes Sulidae Sula leucogaster Pato marinho Psittaciformes Psittacidae Psittacus erithacus Papaagio cinzento do Príncipe Strigiformes Strigidae Otus hartlaubi Kitoli de S. Tomé Passeriformes Laniidae Lanius newtoni Fiscal de s. Tomé Passeriformes Muscicapidae Amaurocichla bocagei Nasica de bocage Passeriformes Turdidae Turdidae Turdus olivaceofuscus Tordo Passeriformes Nectariniidae Nectarina thomensis Selelé-mangotchi Passeriformes Zosteropidae Speirops leucophaeus Tchliquito Passeriformes Zosteropidae Zosteros ficedulinus Tchili-tchili do Príncipe Passeriformes Zosteropidae Zosterosficedulinus ficedulinus feae Tchili-tchili de S. Tomé Passeriformes Fringillidae Neospzia concolor Pardal de S. Tomé Passeriformes Fringillidae Polisospzia rufobrunnea Chotacafé Passeriformes Oriolidae Oriolusfradei crassirostris Papafigo(Boné de deJoquei) S. Tomé

Tab. 14 : As 3 famílias de Batráquios ou Anfíbios existentes em S. Tomé e Príncipe

Família Géneros Espécies Nome ST P R vernacular Caeciliaidae Schistometopum Schistometopum ephele cecília 1 0 0 Schistometopum thomense cecília 1 0 1 Hyperoliidae Leptopelis Leptopelis palmatus raineta 0 1 0 Nesionixalus Nesionixalus molleri raineta 1 0 0 Nesionixalus Nesionixalus thomensis raineta 1 0 0

109 Ranidae Ptychadena Ptychadena newtoni rã 1 0 0 Rhynobatrachus Rhynobatrachus dispar rã 1 1 1

Fonte: dados do ENPAB-Florestas 2002 adaptados

Tab 15: Inventário das espécies da Itiofauna do ecossistema marinho santomense

Rol dos grandes vertebrados pelágicos N.º Designação Obs 1 Istioforidae (Peixe Andala) 2 Xipiidae (Peixe Fumo) 3 Scombridae (Olêdê, Judeu e Olho Grosso) 4 grandes tunídeos espécies migratórias. Rol dos pequenos vertebrados pelágicos 1 Clupeidae (sardinhas) 2 Scombridae (pequenos tunídeos, fulufulu, cavala, peixe serra) 3 Carangidae (bonito, olho grosso, sêlêlê, corcovado, carapau, osso mole) 4 Mugilidae (tainhas) 5 Gobiidae (peixinho) 6 Exocetidae (voador) 7 Moreidae (Maxiponbo) Rol dos Demersais ou peixe de fundo 1 Serranidade (cherne, badejo, bacalhau e peixe sabão) 2 Holocentridae (caqui) 3 Scianidae (corvina) 4 Litjanidae (vermelho fundo, vermelho terra e pargo) 5 Sparidae (vermelho sangue, vermelho sol, malagueta) 6 Moreidae (Moreia)

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro .

Tab. 16 - Rol das espécies actualmente identificadas em 2006, no quadro das pesquisas efectuadas pelos cientistas brasileiros em STP Espécies não Espécies comerciais Habitat Total espécies comerciais Procurados Muito procurados Demersal 14 41 10 65 Récifais 9 34 25 68 Pélagicos 3 18 11 32 Batipélagico 1 12 5 18 Total 27 105 51 183

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.

110 Tab. 17 : Inventário das espécies comerciais mais capturadas no âmbito da pesca artesanal em S. Tomé e Príncipe Nº Família Nome científico Nome vernacular 1 Tylsurus acus rafale Agulha quio/Zanve 2 Sardinella maderensis 4 ACANTHURIDAE Prionuris biafraensis Asno cota 5 ALBULIDAE Albula vulpes Colepinha malabo 6 BALISTIDAE Balistes punctatus Asno 7 BELONIDAE Ablennes hians Agulha espada 8 BOTHIDAE Bothus guibei Linguado 9 BRANCHIOSTEGIODAE Branchiostegus Peixe-cabra 10 CARANGIDAE Elagatissemifasciatus bpinnulata Alada 11 CARANGIDAE Trachinotus ovatus Bebeca 12 CARANGIDAE Caranx crysos Bonito 13 CARANGIDAE Decapterus punctatus Carapau 14 CARANGIDAE Selar crumenophtalmus Carapau 15 CARANGIDAE Cavala 16 CARANGIDAE Caranx hippos Corcovado 17 CARANGIDAE Urapsis secunda ( ou heidi Osso mole 18 CARANGIDAE Blepharis(?)) crinitus Pata Pata 19 CARANGIDAE Selene dorsalis Pata Pata 20 CARANGIDAE Caranx hippos Peixe olho grosso 21 CLUPEIDAE Sardinela aurita Longo 22 CLUPEIDAE Sardinella cameronensis 23 CORYPHAENIDAE Coriphaena e quiselis Colombeta 24 CYNOGLOSSIDAE Cynoglossus senegalensis Linguado 25 DACTYLOPTERIDAE Dactylopterus volitans Concon 26 DREPANIDAE Drepane Africana Cozinheiro 27 ECHENEIDAEEPHIPPIDIDAE RemoraChaetodipterus brachyptera goreensis PeixeCozinheiro pilota 28 ELOPIDAE Elops senegalensis Colepinhâ balabo 29 EMMELICHTHYIDAE Erythrocles monodi 30 EXOCETIDAE Cypselurus melanurus 31 FISTULARIDAE Fistularia petimpa Agulha buzina 32 GERRIDAE Eucinostomus Parente 33 GRAMMISTIDAE Rypticusmelanopterus saponaceus Peixe sabão 34 HEMIRAMPHIDAE Hemiramphus balao Maxipombo 35 HOLOCENTRIDAE Holocentrus ascencionis Caqui 36 HOLOCENTRIDAE Sargocentron hastatus Caqui (mãe) 37 HOLOCENTRIDAE Myripristis jacobeus Mãe de caqui 38 ISTIOPHORIDAE Peixe Andala 39 KUHLIIDAE Parakuhlia macrophtalmus Bujigo 40 HAEMULIDAE Pomadasys peroteti 41 KYPHOSIDAE Kyphosus incisor Bujigo 42 LABRIDAE Bodianus speciosus Bulhão 43 LABRIDAE Xirichthys novacula 44 LOBOTIDAESYNODONTIDAE LobotesTrachinocephalus surinamensis myops HAEMULIDAE Pomadasys rogeri

45 LUTJANIDAE Apsilus fuscus Peixe novo 46 LUTJANIDAE Lutjanus fulgens 47 MONACANTHIDAE Cantherines sp. Asno buçeta 48 MONACANTHIDAE Aluterus sp. Asno de fundo 49 MUGILIDAE Mugil curema 50 MULLIDAE Pseudupaeneus prayensis 51 MURAENIDAE Lycodontis afer Moreia 52 OPHICHTHIDAE Pseudomyrophyis ou Moreia 53 POLYNEMIDAE GaleoidesEchelus ( ?) decadactylus Barbudo 54 POMACANTHIDAE Abudefduf marginatus

111 55 POMACANTHIDAE Holocanthus africanus 56 PRIACANTHIDAE Heteropriacanthus Peixe sol 57 SCARIDAE Sparisomacruentatus rubripinne Bulhão congo 58 SCIAENIDAE Pseudotolithus 59 SCOMBRIDAE Thunnussenegalensis obesus Atum flogo 60 SCOMBRIDAE Katsuwonus pelamis Atum judeo 61 SCOMBRIDAE Thunnus albacares Atum oledê 62 SCOMBRIDAE Auxis thazard Fulu Fulu 63 SCOMBRIDAE Euthynnus alletteratus Fulu Fulu 64 SCOMBRIDAE Acanthocybium solandri Peixe fumo 65 SCOMBRIDAE Scomberomorus tritor Peixe-serra 66 SCORPAENIDAE Pontinus kuhlii Canga 67 SCORPAENIDAE Scorpaena laevis Come molê 68 SERRANIDAE Epinephelus aeneus Bacalhau 69 SERRANIDAE Epinephelus Sp. Badejo 70 SERRANIDAE Epinephelus goreensis Badejo branco 72 SERRANIDAE Cephalopholis taeniops Bôbô quema 73 SERRANIDAE Anthias anthias Capitão 74 SERRANIDAE Cherne 75 SERRANIDAE Cephalopholis nigri ( ?) Cota uê /Cota oyo 76 SERRANIDAE Epinephelus adscensionis Garoupa 77 SERRANIDAE Paranthias furcifer Mulato/ Bala Bala 78 SPARIDAE Lethrinus atlanticus Bica 79 SPARIDAE Bops boops Bonga 80 SPARIDAE Cachucho (vermelho) 81 SPARIDAE Pagellus belottii Malagueta 82 SPARIDAE Dentex congoensis Mamaminha 83 SPARIDAE Pagrus caeruleostictus Pargo 84 SPARIDAE Dentex congoensis 85 SPARIDAE Dentex macrophtlmus 86 SPHYRAENIDAE Sphyraena barracuda Barracuda 87 SPHYRAENIDAE Sphyraena sphyarena Pescada 88 TETRAODONTIDAE Lagocephalus laevigatus Coelho 89 URANOSCOPIDAE Uranoscopus polli Lenha (rainha)

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro.

Tab. 18: Inventário dos principais Crustáceos existentes em S. Tomé e Príncipe Classes Ordem Nome ciêntífico Nome vernacular Decápodes ? Penaeus sp. camarões Decápodes ? Metapenaeus sp. camarões Decápodes ? Parapenaeus sp. camarões Decápodes ? Palinurus sp. Lagostas Decápodes ? Callinectes sp. Lagostas Decápodes ? Geryon maritae-santola? Santola Decápodes ? Paramola cuvieri-aranha Caranqueijos Decápodes ? Scyllarides herklatail Cigarras Decápodes ? Nephrops sp. Lagostins ? ? Macrobrachium zariquieyi Camarão-branco ES EP ? ? Macrobrachium raridens Camarão-branco ? ? Atya intermédia ? ? ? Atya scabra ? ? ? Sicydium bustamantei Camarão-de-água-doce ? ? Cardisoma amatum Caranguejo ? ? Cambarus? ?

112 Fonte: Dados adptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.

Tab. 19: Inventário dos principais Moluscos de S. Tomé e Príncipe

Classes Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacular

Gasterópodes Buccinidae Buccinum sp. Búzio-do-mar Pelecípodes Veneridae Vénus spp. Ameijoa Pelecípodes Ostreides Ostrea spp. Ostra Pelecípodes Ostreides Crassostrea Ostra Pelecípodes Mytilides Lithodomus Canivete Cefalópodes ? Octopodes ? Octupus sp. Polvo Cefalópodes ? Decapodes? Sepia sp. Choco Cefalópodes ? Decapodes? Ommastrephes sp. Lula Cefalópodes ? Decapodes? Ommastrephes sp. Calamares Gasterópodes Archaeogastropoda Neretidae Neretina afra Caramuso Gasterópodes Archaeogastropoda Neretidae Neretina manoeli Molusco de Água doce Gasterópodes Archaeogastropoda Skenediae Teinostoma fernandense Molusco marinho (P) Gasterópodes Archaeogastropoda Skenediae Teinostoma funiculatum Gasterópodes Neogasteropoda Buccinidade Paradoxa thomensis Molusco marinho Gasterópodes Neogasteropoda Buccinidade Paradoxa confirmata Molusco marinho ? ? Tropidorissola Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella melvilli Molusco marinho (ST) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella liparozona Molusco marinho (ST)

Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella charlmersi Molusco marinho (ST) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Marginella gemma Molusco marinho (P) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Volvarina insulana Molusco marinho (STP) Neogasteropoda Marginellidae Granulina parilis Molusco marinho (STP) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Cysticus gutta Molusco marinho (STP) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Cysticus josephyinae Molusco marinho (P) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Gibberula modica Molusco marinho (STP) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Gibberula cucullata Molusco marinho (STP) Gasterópodes Neogasteropoda Marginellidae Gibberula puntilun Molusco marinho (STP) Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis mariangelae Molusco marinho (ST) Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis mariangelae Molusco marinho (ST) Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis matilae Molusco marinho (ST) Gasterópodes Neogasteropoda Muricidae Muricopsis principensis Molusco marinho (P) Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Scaevatula pellisserpentis Molusco marinho (STP) Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Scaevatula amancioi Molusco marinho (P) Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Cassispira sacerdotalis Molusco marinho (ST) Gasterópodes Neogasteropoda Turridae Agathothoma finalis Molusco marinho (STP) Gasterópodes Thrrophorellidae Thyrophorella thomensis Molusco terrestre (ST) Gasterópodes Stylommatophora Coeliaxidae Pyrgina umbilicata Molusco terrestre (ST) Gasterópodes Stylommatophora Coeliaxidae Thomea newtoni Molusco terrestre (ST) Gasterópodes Stylommatophora Archachatina bicarinata Molusco terrestre ? ? ? Bulinus forskalli (Búzi? o d’Obô) ? ? ? Schistosoma intercalatum ?

113 Tab. 20: Inventário das principais espécies de Tartarugas marinhas existentes em S. Tomé e Príncipe

Principais espécies tartarugas marinhas entram na lista dos animais protegidos de São Tomé e Príncipe

Classe Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacular Reptilis Testudines Cheloniidae Chelonias mydas Ambó ou mão branca Reptilis Testudines Cheloniidae Carreta carreta Cabeça Grande ou Tartaruga Vermelha Reptilis Testudines Cheloniidae Lepidochelys olivacea Tartaruga bastarda, Tatô Reptilis Testudines Cheloniidae Dermochelys coriacea Tartaruga Ambulância

Fonte: Dados adptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.

Tab. 21: Inventário das principais espécies de Cetáceos existentes em S. Tomé e Príncipe

Esquema 21: Lista dos Cetáceos em S.Tomé e Príncipe

Lista dos principais cetáceos de São Tomé e Príncipe Ordem Família Nome ciêntífico Nome vernacular Cetáceos Mysticetes Balaenoptera musculus Baleia-azul Cetáceos Mysticetes Balaenoptera borealis Baleia azul Cetáceos Mysticetes Balaenoptera acurostrata Baleia azul Cetáceos Mysticetes Balaenoptera edeni Baleia azul Cetáceos Mysticetes Balaenoptera plvsalus Baleia azul Cetáceos Mysticetes Balaenoptera nodosa Baleia-de bossa ou corcunda Cetáceos Odontocetes Delphinus delphis Delfim

Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002 .

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