UNIVERSIDADE FEDERAL DE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA PARFOR – 2ª LICENCIATURA

OS PIONEIROS DE BRASNORTE (MT): CONTRIBUIÇÕES AO ENSINO DE GEOGRAFIA

ALUNA: TATIANE CHAGAS PASSAMANI SILVA

ORIENTADORA: PROFªDRª SÔNIA REGINA ROMANCINI

2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA PARFOR – 2ª LICENCIATURA

TATIANE CHAGAS PASSAMANI SILVA

OS PIONEIROS DE BRASNORTE: UM ESTUDO SOBRE ESPAÇO, MEMÓRIA E ENSINO DE GEOGRAFIA

Trabalho de Conclusão de Graduação apresentado ao Curso de Graduação, em Geografia, da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciada em Geografia.

2015

TATIANE CHAGAS PASSAMANI SILVA

OS PIONEIROS DE BRASNORTE: UM ESTUDO SOBRE ESPAÇO, MEMÓRIA E ENSINO DE GEOGRAFIA

Trabalho de Conclusão de Graduação apresentado ao Curso de Graduação, em Geografia, da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciada em Geografia.

BANCA EXAMINADORA:

PROFª DRª SÔNIA REGINA ROMANCINI

PROFª Msc. NATALYA LOVERDE PARPINELLI

Prof. Msc. NEUROZITO FIGUEIREDO BARBOSA

Cuiabá, 25 de julho de 2015.

Agradecimentos

Agradeço a Deus a minha família, amigos e professores em especial a professora Dra. Sônia Romancini pela paciência e dedicação para eu alcançar o objetivo que tanto almejei.

Ao alunos do 7º ano A, professores, coordenacão e direção da escola Ewaldo. Adradeco em especial as familias pioneiras que concederam as entrevistas para a realização deste trabalho.

Dedicatória

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, pois muitos obstáculos foram impostos para mim durante esses últimos anos, mas graças ao Senhor não fraquejei. Ao meu filho Julio Roberto e ao meu marido Junior, sem vocês nada disso seria possível, obrigado pelo apoio, carinho e compreensão. Essa vitória não é só minha, é nossa!

Epígrafe

“História é a palavra grega que significa informação, investigação, narração. Os homens, sempre tiveram necessidade de explicar sua origem, mas nem sempre o fizeram da mesma maneira, apesar do objetivo ter sido sempre compreender, num tempo e num espaço determinado.”

PANNUTI

RESUMO

Na prática docente no Ensino Fundamental da escola Estadual de 1º e 2º Graus Ewaldo Meyer Roderjan, ao desenvolver as atividades em sala de aula, constatou-se que os alunos apresentavam pouco conhecimento sobre a história e memória da criação do município de Brasnorte, localizado na Mesorregião Norte Mato-grossense. Diante dessa indagação houve a necessidade de retomar aspectos da história do município e da memória dos seus habitantes, possibilitando a produção do conhecimento sobre quem ajudou a construir a cidade. Assim, este trabalho aborda os pioneiros de Brasnorte, sua importância, os motivos que os fizeram migrar para esta região e que memórias guardam sobre esse processo. Para o estudo elegeu-se os alunos do 7º ano da referida escola, motivando-os a conhecer a história e a colonização do município. Através das pesquisas, entrevistas e palestras discutiu-se com os alunos a importância dos pioneiros do município, com relatos sobre suas lutas, dificuldades e vitórias que consolidaram a importância no contexto regional.

Palavras-chave: Brasnorte; Pioneiros; Ensino de Geografia.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...... 09

1. REFERENCIALTEÓRICO...... 11

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE BRASNORTE...... 15 BRASNORTE: NOVA TERRITORIALIDADE URBANA EM MATO GROSSO

3. O INICIO DA COLONIZAÇÃO DE BRASNORTE...... 25

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...... 37

5. REFERÊNCIAS...... 38

6. ANEXOS...... 41

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema central o estudo sobre os pioneiros do município de Brasnorte, no estado de Mato Grosso e sua importância para o ensino de Geografia, pois parte da realidade vivenciada pelo aluno. A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de despertar nos alunos da educação básica o interesse pela história de colonização do município e a migração dos pioneiros. Para isso, apresentou-se aos alunos como aconteceu a migração dos pioneiros, formação e a história no município em que os mesmos vivem. Para a realização deste trabalho foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto favorecendo a ampliação do conhecimento. Também uma pesquisa de campo através de visitas e entrevistas com os pioneiros. Foi proferida uma palestra com um dos pioneiros entrevistados na sala de aula do sétimo ano da escola estadual Ewaldo Meyer Roderjan. Ao final da palestra, os educando puderam fazer perguntas ao palestrante com relação à formação territorial, ocupação e história do município de Brasnorte. A leitura da obra “Capitalismo e Urbanização”, de autoria de Maria Encarnação Beltrão Sposito, publicada em 1989, muito inspirou a realização desta pesquisa por refletir sobre a importância do estudo histórico das cidades para a Geografia. Sposito (1989) destaca que é fundamental recuperar a História não apenas para a reflexão sobre o urbano, mas para se fazer uma Geografia para além da paisagem, para além do que os nossos sentidos podem perceber. Considera que o recorte no tempo, sem a recuperação histórica, conduz ao estudo de um espaço estático, de uma cidade apenas formal. Alerta que é preciso considerar todas as determinantes econômicas, sociais, políticas e culturais, que no correr do tempo, constroem, transformam e reconstroem a cidade, se queremos entendê-la na dinâmica de um espaço que está em constante estruturação, respondendo e ao mesmo tempo dando sustentação às transformações engendradas pelas relações sociais. O presente relatório apresenta a seguinte sequência: O tópico de número 1 foi embasado em autores como: Romancini que publicou a coletânea “Novas Territorialidades nas Cidades Mato-grossenses”,

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no ano de 2009, trazendo a lume os estudos realizados, especialmente, pelos estudantes do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso; em Heidrich, que analisa o “Espaço e multiterritorialidade entre territórios”. Contudo outros autores contribuíram de forma significativa com este estudo. Vale então, ressaltar que o trabalho foi pautado sob o eixo norteador: investigar o papel dos pioneiros para o desenvolvimento do município de Brasnorte – MT. No tópico 2 descreve-se a Contextualização do Município de Brasnorte, em 1967, onde se iniciou a implementação de um projeto agropecuário com recurso advindos da SUDAM - Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, numa área de propriedade das Casas Anglo Brasileiras. O tópico 3 compreende a Metodologia da pesquisa, trazendo a abordagem da pesquisa qualitativa, a importância da pesquisa para a educação e para a contextualização da história do município, o tipo de pesquisa de campo, o contexto de investigação, os sujeitos que participaram da pesquisa, os instrumentos utilizados para realização da mesma e o procedimento de análise dos dados, seguido às discussões e análises sobre a migração dos pioneiros e a colonização de Brasnorte. Por fim, no tópico 4, são apresentadas as considerações finais a título de fechamento do trabalho, onde se faz uma síntese avaliativa da pesquisa realizada, seguida pelas referências que evidenciam as fontes consultadas. Após a pesquisa e leituras sobre o município, foi possível entender como ocorreu esta migração e o desenvolvimento da cidade.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 Território O território, para as sociedades, representa o espaço, dominado por uma comunidade. Segundo Brasil (1997, p. 75):

O território é uma categoria fundamental quando se estuda a sua conceitualização ligada à formação econômica e social de uma nação. Nesse sentido, é o trabalho que qualifica o território como produto do trabalho social.

A sociedade constrói vínculos com o seu território e através deles são formadas as suas histórias. É importante que voltemos ao passado para conhecermos como ocorreu a formação do território e da sociedade que estamos inseridos.

De acordo com Heidrich (2008), em função da condição material da vida humana, ela está diretamente associada à ocorrência e à ação, ou seja: à ocupação de um lugar, vinculado a certa maneira de se realizar. A ocupação com transformação é produtora de habitats, de formas diferenciados de uso dos recursos. Identificamos um território singular quando em uma determinada área há ocupação por um grupo que o habita e produz um habitat, com características específicas que advém de uma cultura e de uma forma própria de uso dos recursos existentes. Assim, um importante aspecto quando ele se configura em território é o seu uso coletivo por uma sociedade.

O uso coletivo de território pode estar associado a alguns fatores como, por exemplo, o estágio técnico em que a sociedade se encontra e como ela se organiza internamente em relação ás diferenças sociais e ao estabelecimento das normas sociais. Quanto mais complexas elas são, maior é a propensão para o estabelecimento de usos distintivos do território. (HEIDRICH, 2008, p. 57)

Desde o momento que adquiriu consciência do mundo e de si mesmo, o homem tentou conhecer os feitos dos seus antepassados por diferentes motivos pela simples curiosidade, até a procura de argumentos que serviram para justificar ou contestar a realidade do tempo presente. Pautada em

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diferentes autores, Romancini (2009, p. 157-8) apresenta a seguinte discussão sobre o território:

Ao longo dos séculos, desde a Antiguidade até aos dias atuais, poder e território caminham nos ideais políticos dominantes nas sociedades. Nessa longa caminhada o Estado- Nação delimitou um processo jurídico-político do território no intuito de legitimar entre outros, o domínio sobre os recursos naturais. O território tornou-se, portanto, base e fundamento do Estado-Nação. Deste modo, a geografia política desencadeou um papel importante com as ideias de Ratzel no momento em que Estado e território consolidavam uma ideologia de segurança nacional e concepção de território.

O território é uma área delimitada sobre a posse de pessoas, animais, na procura de espaço, e todos compartilham a ideia de apropriação de uma parcela geográfica por um indivíduo ou uma coletividade.

Segundo Tostes (apud PARPINELLI, 2011, p. 52), antes de caracterizarmos as relações existentes entre o homem e o meio ambiente, se torna necessário defini-lo.

meio ambiente é toda relação e multiplicidade de relações. É relação entre coisas, como a que se verifica nas reações químicas e físico- químicas dos elementos presentes na Terra e entre esses elementos e as espécies vegetais e animais; é a relação de relação, como a que se dá nas manifestações do mundo inanimado com a do mundo animado, [...] é especialmente a relação entre os homens e os elementos naturais (o ar, a água, o solo, a flora e a fauna); entre homens e as relações que se dão entre as coisas; entre os homens e as relações de relações, pois é essa multiplicidade de relações que permite, abriga e rege a vida, em todas as suas formas. Os seres e as coisas, isoladas, não formariam meio ambiente, porque não se relacionariam.

Para Primavesi (apud PARPINELLI, 2011, p. 52), o meio ambiente se caracteriza não apenas como o espaço em que se vive "mas o espaço do qual vivemos". Este autor alerta que o meio ambiente se caracteriza não apenas como o espaço em que se vive "mas o espaço do qual vivemos".

SANTOS (apud PARPINELLI, 2011, p. 52), a partir destas definições constatamos que, com o passar dos anos, o termo se torna mais abrangente, apresentando inclusive novos elementos de interação, sendo possível, desta forma, dizer que a história da relação do homem com o meio ambiente é a história de uma ruptura progressiva, a qual se acelera praticamente ao mesmo

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tempo em que o homem se descobre como indivíduo e inicia a mecanização do planeta, armando-se de novos instrumentos para tentar dominá-lo .

1. 2 Educação O ser humano é cobrado cada vez mais pelas suas habilidades e informações para transmitir esses conhecimentos nas instituições perante a sociedade num todo, principalmente onde esta inserido, é necessário que o ser humano participe ativamente do mundo em que vive, assim seu conhecimento possibilitará ao mesmo a resolução dos problemas do dia a dia.

Para um bom desenvolvimento das capacidades no processo de aprendizagem é preciso que haja considerações no trabalho do educando coletivamente e individualmente, por isso é importante que desde as séries iniciais as propostas didáticas sejam de acordo com as necessidades do aluno, assim o mesmo poderá viver perante a sociedade como indivíduo participativo e crítico. Os professores devem utilizar métodos e atividades que ofereçam Criatividades e contibuem nas experiências de aprendizagem ricas em situações de participação, nas quais os alunos possam opinar assumir responsabilidades, colocar-se, resolver problemas e conflitos e refletir sobre as conseqüências de seus atos. Situações que envolvam atividades como seminário, exposição de trabalhos, organização de campanhas, monitoria de grupos de estudos, eleição e desenvolvimento de projetos etc. favorecem essa aprendizagem. Segundo a Revista do Professor (2007, p. 50):

É preciso colocar sentimento e esperança no ato de educar e é isto que nos faz sensíveis ao que esta a nossa volta. É o sentimento que nos une as coisas e nos envolve com as pessoas, tornando-nos autores desse processo de viver e viver bem.

A escola tem, por sua vez, o papel de ensinar o que o mundo do trabalho atual exige preparando o indivíduo para futuro, formando cidadões compreensivos tríticos capazes de viver em sociedade.

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Cavalcanti (2002) afirma que o ensino de geografia tem como finalidade básica de ação, trabalhar o aluno juntamente com suas referências adquiridas na escola e sistematizá-las em contato com a sociedade, com o cotidiano para assim criar um pensar geográfico que leve em consideração a análise da natureza com a sociedade e como estas se relacionam e quais as dinâmicas resultantes deste relacionamento.

O ensino de geografia ajuda os alunos a compreenderem de forma mais ampla a realidade, de maneira mais consciente e propositiva. Porém, é preciso que os educandos adquiram conhecimentos, dominem conceitos, categoriase procedimentos básicos com os quais este campo de conhecimento realiza e constitui suas teorias e explicações, de uma maneira que possa compreender as relações socioculturais e o funcionamento da natureza às quais pertence, também conhecer e saber utilizar o conhecimento geográfico. A respeito desta temática, Cavalcanti (2002, p. 33) nos coloca que

[...] a escola é um lugar de encontro de culturas, de saberes, de saberes científicos e de saberes cotidianos, ainda que o seu trabalho tenha como referência básica os saberes científicos”. A escola lida com culturas, seja no interior da sala de aula, sejam-nos demais espaços escolares. E a geografia escolar é uma das mediações por meio das qual o encontro e constroem geografia, pois, ao circularem, brincarem, trabalharem pela cidade, pelos bairros, constroem lugares, produzem espaço, delimitam seus territórios; vão formando, assim, especialidades cotidianas em seu mundo vivido e vão contribuindo para a produção de espaços geográficos mais amplos. Ao construírem geografia, eles também constroem conhecimento sobre o que produzem que são conhecimentos geográficos.

O trabalho feito com os alunos no cotidiano deve ser de modo pleno de especialidade e de conhecimento. À escola trabalhar com esse conhecimento o nos seus espaços, discutido e ampliando, alterando, com isso, a qualidade das práticas dos alunos, no sentido de uma prática reflexiva e crítica.

Pontuschka (2001) afirma que a disciplina escolar geografia está no jogo dialético entre a realidade da sala de aula e da escola, entre as transformações históricas da produção geográfica na academia e as várias governamentais representadas hoje pelos guias, propostas curriculares, parâmetros curriculares nacionais de geografia; avaliações impostas aos professores, sem mudanças

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radicais na estrutura da escola e na organização pedagógica global e pelo embate acirrado entre escola pública e privado.

O PPP da escola visa no ensino da geografia a importancia de se trabalhar com o crecimento demográfico e a pluralidade cultural, a organização do espaço geografico brasileiro, as regiões brasileiras, as cidades e o meio ambiente. Trabalhar com a historia do municipio e seus pioneiros, é de suma importancia pois assim os alunos conheceram como ocorreu a formaçao da cidade, a sua história e a importancia dos pioneiros.

Segundo Brasil (1998, p.61), torna-se importante que os alunos possam perceber-se como atores na construção de paisagens e lugares; que possam comprrender que essas paisagem e lugares resultam de múltiplas interações entre o trabalho social e a natureza, e que estão plenos de significados simbólicos decorrentes da afetividade nascida com eles. Vale destacar que uma das grandes contriuição dadas pelas novas correntes fenomenológicas da Geografia foi a de buscar explicar e compreender o espaço geografico não somente como produto de forças economicas ou de forma de adaptaçoes entre o homem e a natureza, mas também dos fatores culturais. Brasil, afirma ainda que; O documento procura valorizar as atitudes e procedimentos que os alunos podem adquirir estudando seu cotidiano com a Geografia. Ao observar, descrever, indagar e representar a multiplicidade de paisagens e lugares, eles estarão compreendendo o seu papel como atores coadjuvantes dos processos que estão constantemente transformando essas paisagens e lugares. Com essa proposta, os alunos estarão aprendendo uma Geografia que valoriza suas experiências e a dos outros, e ao mesmo tempo estarão aprendendo a valorizar não apenas o seu lugar, mas transcedendo a dimensão local na procura do mundo.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE BRASNORTE

As principais mudanças na economia e no espaço urbano do Estado de Mato Grosso aconteceram a partir de 1964, quando a União, sob o comando

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dos governos militares, através do projeto de Integração Nacional, cujo lema era “Amazônia – integrar para não entregar”, promoveu a incorporação da Amazônia ao processo de expansão capitalista, transformando-a em fronteira do capital, atendendo aos interesses da burguesia nacional e do capital estrangeiro (CORRÊA, 1987). Ressalta-se que a política de integração das áreas periféricas considerava como “espaços vazios” as áreas ainda não integradas ao modo capitalista de produção, mesmo que ocupadas por povos indígenas e camponeses. Objetivando a colonização da Amazônia, o Governo Federal transformou a SPEVEA, Superintendência de Valorização Econômica da Amazônia em SUDAM, Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. Entre os estudos sobre a ocupação da Amazônia, evidenciam-se os realizados por Passos, segundo o qual:

O primeiro Plano de Integração Nacional (1970) atribui uma importância central ao desenvolvimento da “Nova Amazônia”, que se faz pela delimitação de um espaço geopolítico: “Amazônia Legal”, à base de um conjunto de organismos burocráticos tais como o BASA (Banco da Amazônia), o FIDAM (Fundos de Investimentos para a Amazônia), a SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), a criação de estradas indispensáveis, assim como uma política de estímulo à formação de pólos agrícolas e industriais. (PASSOS, 1998, p. 58)

No tocante à ocupação da Amazônia mato-grossense, a rede urbana foi influenciada pela forte ação do capital e do Estado brasileiro, que formulou programas especiais, como, por exemplo: PIN – Programa de Integração Nacional, PROTERRA – Programa de Distribuição de Terras e de Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste, PRODOESTE – Programa de Desenvolvimento do Centro-Oeste, POLOCENTRO – Programa de Desenvolvimento dos Cerrados, POLAMAZÔNIA – Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia, dentre outros. Com esses programas, foram implantados projetos de colonização, rodovias, projetos agropecuários, projetos de mineração e infraestrutura urbana. No âmbito do PIN, foi planejada e executada uma série de medidas com consequências na organização do território mato-grossense, destacando- se entre elas a construção das rodovias Cuiabá-Santarém (BR-163) e Cuiabá-

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Porto Velho (BR 364), a criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) – com a finalidade de promover, executar, coordenar e controlar a colonização, e as linhas especiais de crédito para a aquisição de terras concedidas pelo PROTERRA. Os projetos de colonização foram realizados, predominantemente, por empresas particulares, conforme se observa na tabela a seguir.

Tabela 01: Colonização em Mato Grosso – 1970/1992

Projeto de Projetos Área (Km²) % Do Estado Beneficiários Colonização (Famílias)

Oficial 14 10.634 1.18 10.185

Particular 87 32.463 3.60 19.558

Total 101 43.097 4.78 29.743

Fonte: Moreno (314, 1993, p. 314). Organizado por Moura (2013).

Através dos recursos do PIN, foram pavimentadas a rodovia BR-163, ligando a capital de Mato Grosso, Cuiabá, a Campo Grande e São Paulo e a BR-364, ligando Mato Grosso a Goiás, ao Distrito Federal e ao Acre. Posteriormente, novas rodovias estaduais e municipais foram-se delineando no espaço mato-grossense, constituindo a malha rodoviária do estado de Mato Grosso. Referente a esse período, merece destaque a divisão do estado de Mato Grosso que ocorreu através da Lei Complementar n.º 31, de 11 de outubro de 1977, quando o Presidente da República Ernesto Geisel criou o Estado de Mato Grosso do Sul, sendo um ato arbitrário, sem consultar o povo e as lideranças locais, próprio do regime vigente no país (PÓVOAS, 1995). Quando se efetivou a divisão do Estado de Mato Grosso, em 1979, segundo cálculos do IBGE baseados no censo de 1970, o antigo estado de Mato Grosso possuía 2 milhões e 300 mil habitantes, distribuídos em 93 municípios. O novo estado de Mato Grosso do Sul passou a contar com uma população de 1 milhão e 400 mil habitantes, distribuídos em 55 municípios.

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Mato Grosso remanescente ficou com 38 municípios e uma população de 900 mil habitantes (PÓVOAS, 1995). Atualmente, a população de Mato Grosso é predominantemente urbana, com 81,8 das pessoas vivendo em cidades. Constata-se que, a partir da década de 1970, ocorreu em Mato Grosso a implantação do modelo de modernização da agricultura mediante as políticas de desenvolvimento econômico orientadas pelo Estado. O processo de urbanização foi intensificado resultando na criação de cidades como , , , Colíder, Sinop, Itaúba, , , Brasnorte, entre outras, e promovendo mudanças em muitas das já existentes, a exemplo de (ROMANCINI e MARTINS, 2007). Arruda (2005) ressalta que as cidades cuja economia se baseia no agronegócio, ou seja em uma agricultura modernizada-informacional- globalizada, passam a produzir uma nova condição histórica na qual a produtividade, o consumo e a competitividade são realizadas em uma rede global de interação para atender a uma lógica comandada pelo capital hegemônico se adequando especialmente para atrair novas empresas e fomentar negócios. Neste sentido, a cidade assume o comando do território. As cidades modificaram-se para atender às demandas do campo (consumo produtivo), simultaneamente, tornaram-se o locus da instalação dos novos produtores e grupos sociais que se dirigiram para estas áreas em função da dinâmica econômica da agricultura (SANTOS e SILVEIRA, 2001). De acordo com Arruda (2005), a urbanização da fronteira agrícola tecnificizada, fruto de novas lógicas territoriais, apresenta uma configuração diferente e complexa, seja pela oferta de informação, grau de modernidade, tamanho das cidades ou urbanidade presente em seu cotidiano. A urbanização configurada nesses espaços passa a ter grande impacto sobre as atividades econômicas, os costumes e a sociedade gerando assim novos hábitos de consumo, demonstrando que à medida em que aumenta a renda no campo, os negócios nas cidades ganham forças, conclui a autora. A implantação da agricultura “moderna”, modelo produtivo que se caracteriza sobretudo pelo emprego intensivo de maquinários e insumos químicos industrializados para a produção de monoculturas, desencadeou um

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duplo processo de reorganização socioespacial, ou seja, o campo reestruturou- se como local da produção mecanizada e as cidades equiparam-se para atuar como suporte para a efetivação desse processo. Não há determinação de um espaço sobre o outro mas a proposição de que o processo histórico da modernização da agricultura, uma das estratégias do sistema capitalista pós Segunda Guerra Mundial, produziu mudanças sócio-econômicas-espaciais que perpassam um espaço mais amplo do que o campo ou a cidade em si mesmos, gerando nova articulação rural-urbano. Neste contexto de mudanças sócio-econômicas-espaciais, as cidades mato-grossenses, nas últimas quatro décadas, passaram por modificações que correspondem ao processo de desenvolvimento da economia agrícola “moderna”, ou seja, a cidade foi reestruturada em função das novas demandas recebendo equipamentos técnicos, econômicos e sociais que possibilitam uma dinâmica de fluidez de informações, mercadorias, serviços e capital que a economia agrícola “moderna” necessita. Constata-se que a modernização agrícola em Mato Grosso produziu mudanças econômicas que se expressam espacialmente nas cidades, que passaram por uma adaptação de sua estrutura urbana com o objetivo de atender às demandas das atividades agrícolas, no que se refere ao “consumo produtivo” do campo, composto pelas máquinas, implementos e insumos materiais e intelectuais indispensáveis à produção (SANTOS, 1994). Assim, o município de Brasnorte pode se enquadrar nas cidades que compõem a chamada “região agrícola” (SANTOS, 1993). Essas cidades estão diretamente ligadas e são dependentes das atividades agrícolas, por meio das quais se representa a inter-relação do mundo rural com o urbano. Este autor ainda destaca que nessas cidades é o campo que comanda a vida econômica e social do sistema urbano. Segundo os estudos realizados por Santos e Silveira (2001), verifica-se que outro fator impulsionador da urbanização e da atividade econômica na cidade é a transferência de renda do campo para a cidade, com investimento na compra de outros produtos não diretamente ligados à produção (consumo consuntivo), tais como automóveis, eletro-eletrônicos, artigos de consumo pessoal (vestuário, calçados, perfumaria, entre outros) e investimento em construções de alto padrão arquitetônico, considerado no contexto geral da

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cidade e ainda no consumo da educação (escolas particulares), da cultura e entretenimento (viagens, livros, Internet), entre outros. Na temática novas territorialidades em Mato Grosso, interessante pesquisa foi realizada pela geógrafa Rosângela Alves Sobrinho, que apresentou a dissertação de mestrado em Geografia sob o título “Novas Territorialidades advindas da expansão da Soja no Médio Norte Mato- grossense - O Município de Diamantino/MT”. A obra revela que o antigo município de Diamantino, território de várias nações indígenas, estendia-se até a confluência dos rios e Teles Pires, abrangendo extenso território. Depois da decadência da mineração e da borracha, Diamantino viveu um longo período de estagnação, ressurgindo na década de 1960, quando começou a receber intenso fluxo migratório (SOBRINHO, 2009). A autora explica que à medida que crescia a migração, criavam-se núcleos de colonização que cresciam e, depois de um tempo, se emancipavam. Em decorrência deste processo, nos últimos anos o município de Diamantino perdeu a maior parte de seu antigo território, com a emancipação de 15 novos municípios: , Brasnorte, , , Lucas do Rio Verde, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Maringá, Nova Mutum, , Porto dos Gaúchos, , São José do Rio Claro, Tabaporã e . A origem desses municípios se deve aos projetos de colonização, com exceção de Alto Paraguai, que surgiu do garimpo de diamante, e Campo Novo do Parecis, originado no entorno das grandes fazendas de soja (BARROZO, 2002).

BRASNORTE: Nova territorialidade urbana em Mato Grosso

Conforme divulgado no site do Município de Brasnorte em 1967 iniciou- se o desenvolvimento de um projeto agropecuário com recursos advindos da SUDAM – Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, numa área de propriedade das Casas Anglo Brasileiras – de São Paulo. Posteriormente parte desta área foi vendida ao Grupo Roderjan sendo desmembrada em 1974. Entretanto, a tomada de posse em definitivo de Brasnorte teve início em 1978 através da Colonizadora Brasnort – de Nelson Vetorello, que vendia lotes

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21 urbanos e rurais e adquiriu parte das terras que hoje constitui a zona urbana do Município e o antigo Grupo Roderjan, o qual era proprietário das terras, ficou com uma parte que foi transformada na Fazenda Cravari. Os primeiros trabalhadores do município vieram da região Oeste do Paraná, os quais, em sua grande maioria, residiam em cidades e zonas rurais que foram inundadas pelas águas do Rio Paraná, por ocasião do fechamento das comportas da Usina de Itaipu e, a partir daí brasileiros de diversas partes do país aceitaram a proposta de viverem em Brasnorte (BRASNORTE, 2015),. O nome sugestivo de Brasnorte teve origem na brasilidade de um povo que iria fazer vibrar a região. Nesse tempo acontecia a divisão de Estado, nascendo Mato Grosso do Sul e a decisão de fazer de Mato Grosso um grande Estado, norteava as atividades colonizadoras da empresa Brasil-Norte: BRASNORTE. Quanto à colonização sabe-se que Adão Bueno chegou a 1º de agosto de 1978, inaugurando o lugar e Adão Passamani, técnico em agropecuária, assentou um acampamento na margem esquerda do Rio Cravari a 22 do mesmo mês, base de operação de uma estrada pioneira para Brasnorte. A 25 de outubro do mesmo ano, Luiz Barbosa chegou a Brasnorte disposto a se radicar e a prosperar no lugar. As primeiras casas foram construídas com madeira subida em balsa pelo Rio do Sangue e Cravari, oriunda da serraria Adolfo Cortese. A família Bianchini construiu a primeira serraria em Brasnorte, em 1979.No mesmo ano, a 27 de maio, o padre José Mathias Orth, celebrou a primeira missa em Brasnorte. O referido sacerdote tomou a iniciativa de criar a primeira escola numa garagem de carro, com 13 alunos. Pierina Dani Polinski foi a primeira professora, a qual exercia todos os cargos da escola: professora, diretora, merendeira e servente. A área que deu origem a Brasnorte pertencia ao município de Diamantino e a Lei n º 4.239, de 4 de novembro de 1980, criou o Distrito de Brasnorte. Sua instalação foi executada pelo Juiz da Comarca de Diamantino, Dr. Manoel Ribeiro Filho, nas dependências da Escola Estadual Ewaldo Meyer Roderjan. A 15 de dezembro de 1980, o Sr. Ezequias Vicente da Silva, foi nomeado Oficial do Cartório de Registro Civil e Tabelionato do novo Distrito.A comunidade se movimentou e criou a Comissão Representativa do Povo de Brasnorte, que objetivava alcançar benefícios para o Distrito. Destas ações

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resultaram a Exatoria Estadual de Rendas, Escritório da EMATER, Unidade Postal, Posto de Saúde e outros bons frutos. A 15 de novembro de 1982, foram realizadas eleições municipais em todo Estado e o Distrito de Brasnorte, demonstrando seu poderio político dentro da jurisdição do imenso município de Diamantino, elegeu para Vice-prefeito, Sr. Ezequias Vicente da Silva. Esta ação, verdadeiramente política, trouxe benefícios ao lugar, pois com a vice- prefeitura vieram o auxílio para instalação da rede elétrica, patrolamento de ruas através da DERMAT, arborização da Avenida Paraná - principal artéria do antigo distrito, construção de cinco escolas rurais e a instalação de uma sala cirúrgica para o Posto de Saúde. O Distrito cresceu ordenadamente e novamente se uniu a comunidade, desta feita objetivando a emancipação política. A notável reunião ocorreu no interior do Salão Paroquial de Brasnorte, sob a liderança de Ezequias Vicente da Silva, na qual foi elaborado um projeto, com exposição de motivos para convencer o Parlamentar Estadual da viabilidade emancipatória do lugar. A Lei n º 5.047, de 05 de setembro de 1986, de autoria dos Deputados Oscar Ribeiro, Roberto Cruz e Joaquim Sucena, criou o município, numa localização geográfica privilegiada dentro do contesto da produção e escoamento da produção, por estar localizado na região noroeste do estado do Mato Grosso entroncamento das principais estradas de escoamento, como a BR 364 nos ligando aos principais portos do país; a BR 242 (estrada que liga a região leste ao oeste do estado) e a MT 170 ligando ao município de Juína e ao norte do estado e a MT 220 ligando Juara e a região leste do Estado. Sua localização geográfica compreende uma latitude 12º09’18” sul e a uma longitude 57º58’44” oeste, estando a uma altitude de 317 metros. Possui dois tipos de clima , Equatorial quente úmido ao norte , e tropical com estação seca ao sul, a precipitação anual é de 2.250mm, com intensidade máxima em janeiro, fevereiro e março. A temperatura média anual é de 24ºC. Pertence à Grande Bacia do Amazonas. Contribui com as águas da Bacia do Rio Juruena, que recebe pela direita os rios Sangue e Papagaio. O Rio Sangue recebe pela esquerda, o Rio Cravari. O relevo é dominado pelo Planalto Parecis, no sul e pela Depressão Interplanáltica da Amazônia Meridional, ao norte.

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Mato Grosso e Seus MunicípiosBrasnorte –442 × 333Pesquisa por imagemPesquisa por imagem www.mteseusmunicipios.com.brpt.wikipedia.orgLocalização de BrasnorteAspectos Demográfico

Foto aérea da cidade de Brasnorte. (BRASNORTE, 2015)

1.1 A Localização de Brasnorte no Brasil

Unidade federativa de Mato Grosso, Mesorregião Norte Mato-grossense, Microrregião Aripuanã (IBGE/2008). Municípios limítrofes: ao norte, Castanheira e Juara; ao sul, Campo Novo do Parecis; a leste, Nova Maringá; a oeste, Juína e . A distância até a capital Cuiabá é de 580 km.

1.1.1 Características geográficas

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O município de Brasnorte possui uma área de 15.959,328 km², com população de 15.357 habitantes de acordo com o Censo do IBGE do ano de 2010, apresentando uma densidade demográfica de 0,96 hab./ km². Segundo estimativas do IBGE, em 2015 a popualção atingiu 17.815 habitantes (IBGE, 2015).

1.1.2 Bioma

Conforme pesquisa no IBGE/2010, os alunos identificaram que o bioma da região de Brasnorte é o Cerrado e Amazônia. Dentro desse item da pesquisa abordamos em linhas gerais um pouco do percurso histórico da vinda dos pioneiros para o município.

Propaganda na Folha de Londrina - Década de 1970

Folha de Londrina, título “Vale do Rio do Sangue: Inigualável Fulcro Agrícola”, elaborado pelo Sr. Hugo Seben.

Cidade Brasnorte, no Mato Grosso, em plena floresta amazônica, já é uma realidade. Venha conhecer a Gleba Vale do Rio do Sangue e prepare-se para a última conquista de terras boas no Norte do Mato Grosso.

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Bernardes (2005) afirma que um dos traços marcantes da economia na atual fase do desenvolvimento capitalista é a necessidade de criação constante de inovações, indicando a necessidade da modernização e de modernizar-se, produzindo mais e melhor em menos tempo, implicando na reestruturação do território, constituindo a ciência, a técnica, a informação, o planejamento, instrumentos cada vez mais eficazes no controle da natureza e da sociedade.

A grande transformação do meio natural se deu com a finalidade de rompe barreiras através do processo de evolução do homem em conjunto de outros homens.

3. O INICIO DA COLONIZAÇÃO DE BRASNORTE

No dia 23 de março de 2015 iniciamos as atividades sobre os pioneiros de Brasnorte – MT, com a turma do 7ºA ano do Ensino Fundamental da escola Estadual de 1º e 2º Graus Ewaldo Meyer Roderjan. Demos inicio à aula perguntando se os educandos sabiam o significado da palavra pioneiro, surgindo várias respostas. Como pioneiro e quem morra anos em uma cidade, é os primeiros moradores de um municipio. Após perguntei se eles sabiam quem eram os pioneiros de nossa cidade e como eles chegaram aqui. Foi apresentado um pouco sobre a história de Brasnorte como ela surgiu e que era ima área de Cerrado e Floresta Amazônia. Conservei com os educando sobre este projeto, explique o iríamos fazer. Para a minha supressa todos ficaram muito entusiasmados para participar e conhecer como aconteceu a formação do município. Iniciamos a pesquisa com uma visita e entrevista com a senhora Pierina Polinski, que é infermeira no municipio e tem 62 ano de idade. A mesma nos recebeu com muita alegria, falou que era um prazer contar um pouco da sua chegada em Brasnorte. Dona Pierina Polinski chegou no município no dia 20 de maio de 1979, vindo de Santa Helena estado do Paraná. Ela conta que quando chegou aqui não tinha nem estradas, que eles vinham abrindo caminhos, que só havia mato e barracos onde todas as famílias

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Imagem – Resultado da caça e pesca colhidas pelos alunos

Contou-nos que o padre José Mathias Orth, celebrou a primeira missa em Brasnorte no dia 27 de maio de 1979. E o mesmo tomou a iniciativa de criar a primeira escola, numa garagem de carro, com 13 alunos, e a contratou para dar aula, as salas eram todas juntas. Na escola não havia merenda nem água, cada aluno trazia seu lanche e sua água de casa, ela recebia seu sálario através da Prefeitura Municipal de Diamantino.

Imagem – Primeira missa Fonte colhidas pelos alunos

Pierina conta que foi muito difícil a vida em Brasnorte no começo, mas que valeu a pena passar por tudo, hoje ela é enfermeira e faz trinta e seis anos que mora nesta cidade com sua família.

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Imagem - Entrevista com Pieirina Polinski a 1º professoraImagem do municipio (Autorizado Pieirina Polinski)

Continuemos nossas pesquisas e visitas com outros pioneiros, através destas conhecemos a historia do município e quem ajudou a construir nossa cidade, e algumas das dificuldades que eles passaram ao chegar aqui. No dia 26 de março de 2015 os alunos no 7ºA foram visitar e entrevistar a senhora Irene Lirgue, a mesma nos recebeu com muita alegria e falou que era um prazer falar sobre o começo do nosso municipio. Ela nos contou que a vida aqui não foi fácil, mas que valeu a pena. Disse que chegou aqui no dia 17 de maio de 1979 com sua familia. Ao pergutarmos a ela como eram as estradas para chegar aqui nos relatou que eram péssimas havia muito buraco, era só mato, relatou que só tinha quatro casas, mas que todos os moradores eram bem unidos. Contou que seu marido Domingos Passamani (já falecido) era quem trazia mercadorias para os moradores, pois ele tinha um caminhão para ir buscar essas mercadorias na cidade de Tangará da Serra, mas as viagem eram sofridas e levava quinze dias para ir, que bebiam água de poça da chuva, pois as que eles levavam terminava no caminho. Contou e mostrou fotos que em uma destas viagem o caminhão tombou carregado de mercadoria, pois a estrada era muito ruim.

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Imagem- Entrevista com Pioneiros do municipio (Autorizado Irene Lirge)

Ao perguntarmos qual foi o motivo que fez sua familia vir para esta região, a mesma relata que vieram em busca de construir algo para deixar para os filhos, pois no estado do Paraná as terras eram caras e eles não tinham condições de comprar um pedaço de terra para cada filho e que ela e seu esposo queriam dar um pedaço para cada um dos filhos. Disse que não se arrependeu de ter vindo para cá, mas se fosse hoje não recomeçaria tudo de novo, devido ao sofrimento que passsaram pois aqui não havia médico, mercado, trnasporte, estradas, tudo era muito difícil. A senhora Irene nos fala que graças a Deus ela e seu esposo conseguiram dar para cada filho um pedaço de terra e hoje com 77 anos de idade, apesar de ter ficado viúva, não tem vontade de voltar para o estado de origem.

Imagem- Entrevista com Pioneiros do municipio Irene Lirge (Autorizado Irene Lirge)

Visitamos o senhor Jose Pereira da Silva (conhecido como Zé Mineiro). O mesmo nos contou que veio da cidade Tapira no estado do Paraná com sua familia, disse que veio para Mato Grosso com o intuito de conseguir mais conforto para seus filhos, mas chegando aqui eles estavam abrindo a estrada

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em rumo ao rio do Sangue: “- então ajudei fazer as picadas, e quando chegou lá uns dez quilometros eu gostei das matas e acabei comprando nesta localidade o meu pedaço de terra”. Conta que a maior dificuldade no início era a falta de comércio de alimentos, de médicos, remédios e de meios de transporte adequado pois não tinha na cidade. Mostrou varias fotos da época quando chegou na cidade, em volta das casas era tudo mato tambem fotos com a familia já no sitio.

Imagem - Entrevista com Pioneiros do municipio (Autorizado Jose Mineiro)

Zé Mineiro fala que não se arrependeu de ter vindo para Brasnorte que graças a Deus todos os seus filhos estão bem financeiramente e que valeu a pena ter passado por todas as dificuldades que enfrentaram.

Através das visitas foi constatado que Adão Bueno foi o primeiro pioneiro chegou a 1º de agosto de 1978, inaugurando o lugar. O senhor Adão Passamani (hoje já falecido), técnico em agropecuária, assentou um acampamento na margem esquerda do Rio Cravari, no dia 22 do mesmo mês, abrindo a primeira estrada de Brasnorte, iniciando o primeiro viveiro de mudas experimentais de café às margens do referido rio.

Imagem- Primeiro vivieiro de MUDAS (Autorizado Celia Barranco)

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Fomos visitar e entrevistar a senhora Célia Barranco Passamani ( viuva de Adão Passamani), que nos contou que Adão veio para Brasnorte com um intuito de montar um viveiro de café para a colozinadora fornecer mudas aos proprietários de terras que quisessem plantar. Nesse período tinha também um engenheiro agronomo chamado Helio Hoffmam que veio de Cascavel, não residiu aqui mas era quem coordenava a parte técnica da colonizadora. Tambem começou a montar viveiro de cacau, mais não deu certo. Relatou que no primeiro e segundo ano produziram 600 mudas de café, só que por falta de conhecimento a variedade do café que dizeram as mudas não era indicada para a região que é muito baixa.Então as lavouras de café produziram mas não o suficiente para manter uma familia, foi um desastre. Muitas familias deixaram o café e começaram a plantar pasto.

Imagem- Plantação de pasto (Autorizado Celia Barranco) Imagem- Plantação de Café (Autorizado Celia Barranco)

Célia relata que foi muito dicicil a vida aqui no inicio, mas havia muita união e companherismo entre as familias. As estradas eram muito ruim que muitas vezes dormiram no ónibus sem condiçoes de sair de dentro do mesmo, algumas vezes tinhão que ficar em baixo de lonas na beira de estradas, para lavar o rosto e escovar os dentes usavam água da chuva, e as vezes das poças e agua da estrada, quando atolava perto de alguma fazendfa, alguns iam a pé até alguma casa existente e traziam alimentos para todos. Elas conta que uma vez chegaram em uma fazenda que tinha uma cantina mas não tinha refeição suficiente para todos, ai conseguiram um caldeirão com arroz e feijão e dividiram, passando de um a um que comia duas colheradas cada. No inicio

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a colinizadora tambem tinha cinco aviões e oito combis para ajudar no transporte.

Imagem- Atoleiros na estrada (Autorizado Celia Barranco)

Imagem- Avião da Colonizadora (Autorizado Celia Barranco)

A colonizadora Brasnorte tinha como finalidade vender as terras e tinha obrigação de fazer a infra- estrutura, no entanto, acabou sendo feita mais pelo povo que propriamente pela colonizadora. Relatou que para a criação da Escola Estadual de 1º e 2º Graus Ewaldo Meyer Roderjan, no inicio de 1981 onde já funcionava como escola rural do municipio de Diamantino, de 1º a 6º serie do ensino fundamental, os funcionarios da escola tiveram que se deslocar para a capital do estado Cuiaba para providenciar documentos e exames medicos exigidos para o processo de criação e contratos temporarios dos mesmos. Fomos de onibus no mês de fevereiro de 1981, levando filhos pequenos pois não tinhamos com quem deixar, eu estava gravida da minha primeira filha. Era o periodo de fortes chuvas, muito atoleiros, levamos dois dias de viagem na ida e na volta demoremos uma semana por causa da chuva. Alguns professores voltaram com caminhão trazendo merenda escolar.

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Era muito dificil trabalhar na escola pois havia falta de materiais escolares, permanentes, materiais didaticos, recursos humanso, salarios, energia eltrica que muitas vezes trabalhavamos com lampião a gaz, o objetivo dos servidores era o mesmo, não deixar as crianças e adolescentes fora da sala de aula, dar o direito de educação á todos, preparando-os para o exercicio da cidadania e qualificação para o trabalho.

As primeiras casas de Brasnorte foram construídas com madeira subida em balsa pelo Rio do Sangue e pelo Cravari, oriunda da serraria de Adolfo Cortese, pois não havia estradas. O setor madeireiro contribuiu para o desenvolvimento, na compra de madeiras e com empregos as familias que aqui chegavam. A primeira serraria na zona urbana de Brasnorte, foi da familia Bianchine. Celia tambem fala que não se arrependeu de ter vindo para Brasnorte hoje ela é funcionaria aposentada do estado e faz 32 anos que mora aqui que valeu a pena ter passado por todas as dificuldades que enfrentaram. Após ouvir vários relatos constatamos que ás dificuldades encontradas eram muitas pois as estradas eram ruins falta de infra-estrutura, enfim uma situação critica. Percebemos tambem que no inicio da colonização o ritmo da chegada de famílias era acelerado em busca de uma áreia maior de terras e melhores condições de vida.

Conquistas políticas de Brasnorte

A região de Brasnorte pertencia ao município de Diamantino e a Lei n º 4.239, de 4 de novembro de 1980, criou o Distrito de Brasnorte. Sua instalação foi executada pelo Juiz da Comarca de Diamantino, Dr. Manoel Ribeiro Filho, nas dependências da Escola Estadual Ewaldo Meyer Roderjan. ( FERREIRA, 1997,p.292). Após a comunidade se organizou e elegeu a Comissão Representativa do Povo de Brasnorte, com a intenção de buscar recursos para o Distrito. Esta

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comissão era formada pelos Srs. Ezequias Vicente da Silva, Adão Passamani, Silvio Kempa e João Valério. Destas ações resultaram a Exatoria Estadual de Rendas, Escritório da Empressa Mato-grossense de Extensão Rural (EMATER), Unidade Postal, Posto de Saúde, Rodovia MT 170 e outos bons frutos. A 15 de dezembro de 1980, o Sr. Ezequias Vicente da Silva, foi nomeado Oficial do Cartório de Registro Civil e Tabelionato do Distrito de Brasnorte. ( Ferreira, 1997, p. 293)

A 15 de novembro de 1982, foram realizadas eleições municipais em todo Estado. O Distrito de Brasnorte, demonstrando seu poderio político dentro da jurisdição do imenso município de Diamantino, elegeu para Vice-Prefeito, o Sr. Ezequias Vicente da Silva e três vereadores o Sr. Erildo Giacomel, Adão Passamani e Fernando Coimbra. O povo demostrou união, e vontade de que o municipio prosperasse. Pois elegendo pessoas moradores do lugar a comunidade teria benifícios em todas as áreas. Esta ação, verdadeiramente política, trouxe benefícios ao lugar, com o auxilio vieram a instalação da rede elétrica, patrolamento de ruas através do Departamento de Estrada de Rodagem do Estado de Mato Grosso (DERMAT), arborização da Avenida Paraná - principal artéria do antigo distrito, construção de cinco escolas rurais e a instalação de uma sala cirúrgica para o Posto de Saúde. O Distrito cresceu rapidamente aumentando o número pessoas, casas e estabelecimentos comerciais. Novamente se uniu a comunidade, desta feita objetivando a emancipação política, a reunião ocorreu no interior do Salão Paroquial de Brasnorte, sob a liderança de Sr. Ezequias Vicente da Silva, na qual foi elaborado um projeto, com exposição de motivos para convencer o Parlamentar Estadual da viabilidade emancipatória do lugar. A Lei n º 5.047, de 05 de setembro de 1986, de autoria dos Deputados Oscar Ribeiro, Roberto Cruz e Joaquim Sucena, criou o município. ( Ferreira, 1997, p. 293)

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Artigo 1º - Fica criado o municipio de Brasnorte, com sede na localidade do mesmo nome, desmenbrado do municipio de Diamantino. Artigo 2º - O municipio só era instalado com a eleição e posse do prefeito, vice- prefeito e vereadores, realizada de conformidade com a legislação federal. No ano de 1989 foi criada a Bandeira do município, pelo Sr. Raul Nogueira Cobra Junior e o Brasão pelo Sr. José Vasconcelos.

Bandeira Brasão

A bandeira e o brasão do município demostram a união dos moradores, pois todos eram unidos e queriam o desenvolvimento da cidade união e trabalho era o objetivo , pois todas as pessoas que para cá se deslocavam, traziam consigo um desejo de trabalhar, crescer. A letra e musica do Hino de Brasnorte são de autoria do Sr. Gentil Borges do Amaral, oficializado no ano de 1989. Acesso no site da cidade de Brasnorte (acessado em 15/05/2015)

HINO DE BRASNORTE

Brasnorte agora vamos avante Aqui terra de Bandeirantes Entre as terras do Brasil Você é um colosso No Estado de Mato Grosso Suas Matas tem valores mil.

Sua beleza tem riqueza e não encerra Aqui ninguém fala em guerra Reina paz e o amor No verde branco Da nossa linda bandeira O seu povo a ama com fervor.

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CORO Brasnorte cantaremos a vitória Sua terra cheia de glória E seu povo Varonil Você é um colosso No Estado de Mato Grosso Suas Matas tem valores mil.

Debaixo da estrelinha brilhante O progresso é importante Sempre será a primeira No amarelo, azul anil É conhecida Na querida Pátria do Brasil.

Riachos de águas cristalinas Aqui a chuva faz neblina Na sua imensa plantação A poeira faz um lindo Véu Levando a mensagem ao céu Alegrando o sertão.

A letra no hino deixa clara a vontade dos pioneiros em ver a cidade se desenvolver, pois todos queriam a realização dos objetivos que os fizeram migrar para a região. Fala das belezas dos rios de aguas cristalinas, das matas, na união do povo que reina a paz e o amor, da poeira que faz um véu no céu.

O projeto de Lei nº 1.270, da Câmara dos Deputados, transformada na lei nº 7.710 de 22/12/1988 permitiu que fossem realizadas eleições municipais em Brasnorte no dia 16 de abril de 1989. Nos anos de 1980 e 1990 Brasnorte recebeu uma migração bastante elevada, as pessoas vinham à procura de terras e melhores condições de vida. Com o apoio dos financiamentos da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) muitas famílias entraram no ramo da pecuária por necessidade de investir em outras atividades econômicas, pois a lavoura não prosperava devido à acidez do solo.

Perguntamos aos entrevistados o motivo que os trouxeram para Brasnorte, praticamente todos responderam que gostariam de melhorar a vida financeira e deixar um começo para os filhos. E isso se concretizou através da compra de um pedaço de terra.

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Eles nos contaram que foi muito difícil, faltava praticamente tudo, que viviam conforme Deus queria e tinham que comer aquilo que tinha. Coletamos informações de que a saúde era muito precária, pois era feito partos à luz de vela ou lamparinas, partos quase impossíveis de serem realizados sem o auxílio de um médico e mesmo sem os recursos necessários, todas ou, a maioria das crianças que nasciam era perfeita e saudável, com a graça de Deus. Até cesariana foi realizada, num caso de emergência, onde as mulheres que ali estavam para assistência era a Irmã Theonila e Terezinha Marchetto ambas leigas, obrigando-se a realizar tal cirurgia arriscada, pois se não a fizessem ambos morriam, mãe e filho. Nos anos de 2002 a 2004 vieram também várias famílias do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e de vários lugares e regiões brasileiras, com o intuito de conseguir terras e em busca de empregos como: na área da saúde, educação e outros assim contribuindo para a diversidade cultural. Vimos que há em nosso município pessoas de diversos lugares com diferenças étnicas e culturais. Em meio a tantas tradições e costumes o povo que aqui chegou foi se adaptando ao convívio e com isso criando novos costumes sem deixar de cultivar suas tradições de origem. Brasnorte gira em torno da pecuária, madeira e agricultura, são essas atividades econômicas que garantem o sustento da população brasnortense. Vimos que, sem sombra de dúvidas, as pessoas que vieram para Brasnorte enfrentaram muitas dificuldades: adaptação ao clima, à falta de alimento e moradia. A dificuldade maior é que por aqui não produzia nada em termos de frutas e verduras, tudo vinha de fora. O povo caçava bastante, pescava e o produto era dividido, pois não havia energia elétrica e as poucas geladeiras que existiam por aqui não funcionavam porque não havia energia. Gasolina só em Tangara da Serra. Não havia transporte de passageiros através de ônibus de linha; para sair daqui só era de carona, ou de avião com as aeronaves da colonizadora ou então de taxi aéreo. Foi constatado através das pesquisas que os pioneiros, não se arrependeram de vir para Brasnorte e passar por todas as dificuldades, pois a maioria ainda reside no município e conseguiu alcançar os objetivos que veio buscar. As pessoas entrevistadas demonstraram orgulho por fazer parte da

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história e construção desta cidade, relatam que nem acreditam como a cidade cresceu. Para os educandos que participaram da pesquisa e para mim, em especial, foi muito prazeroso fazer este trabalho, pois conhecemos melhor a historia da nossa cidade e o quanto os pioneiros sofreram para formar nosso município. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento verificado em no Município de Brasnorte, deste o princípio da colonização em 1978, contou com a participação efetiva de todos os pioneiros. Diante da coleta dos dados para realizar este trabalho, utilizei como meio de análise, pesquisas bibliográficas e entrevistas, visitas e atividades em sala de aula com questões relacionadas às dificuldades narradas pelas pessoas pioneiras que aqui chegaram a época da implantação do projeto de colonização. Os alunos compreenderam, registraram e debateram sobre a importância dos pioneiros no processo de colonização de Brasnorte. Vimos com clareza que o pioneiro teve e tem um papel muito importante na colonização de nosso município, e que continuam lutando para conseguir um município melhor para todos os habitantes. Ao término das pesquisas realizadas com os pioneiros e também das fontes bibliográficas, concluímos que, os pioneiros que chegaram a Brasnorte entre os anos de 1978 e 1982 enfrentaram várias dificuldades, pois no começo não dispunham de transporte, escola, posto de saúde e até mesmo de uma alimentação variada, foram conquistando aos poucos uma infraestrutura que possibilitou o desenvolvimento socioeconômico de cada família mesmo não sendo da forma como queriam, a região impunha as transformações dos novos moradores. A pesquisa mostrou que o município de Brasnorte deve passar ainda por grandes construções. E que para os pioneiros que aqui chegaram, hoje sentem muito orgulho de ter ajudado e participado, da construção do município e da cidade.

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ANEXO

Imagem 19 e 20- Entrevista com Pioneiros do municipio Autorizado Mauricio J. Helfer e Gleci

Imagem 21 e 22- Entrevista com Pioneiros do municipio (Autorizado Bonifacio Passamani e Jose Mineiro)

Imagem 23 e 24- Apresentação dos alunos da pesquisa de campo (Autorizado pelos pais)

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Imagem 25 e 26- Apresentação dos alunos da pesquisa de campo (Autorizado pelos pais)

Imagem 27 e 28- Apresentação dos alunos da pesquisa de campo (Autorizado pelos pais)

Imagem 29 e 30- Apresentação dos alunos da pesquisa de campo (Autorizado pelos pais)

Imagem 31 aerea da cidade de Brasnorte- Imagem 32 da cidade de Brasnorte-Fonte- Site de Brasnorte Fonte- Site de Brasnorte

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Imagem 33 aerea da cidade de Brasnorte- Fonte- Site de Brasnorte

Imagem 34 do limite da cidade de Brasnorte- Fonte- Site de Brasnorte

Imagem 35 aerea da cidade de Brasnorte- Fonte- Site de Brasnorte