A TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE MANDAGUARI – PR: UMA INTERPRETAÇÃO A PARTIR DAS TEORIAS DE NORTH, PERROUX E MYRDAL

Gustavo Nunes Mourão *

Resumo

A partir da metade do século XX, a Ciência Econômica passou a ocupar-se do estudo da Economia Regional, a fim de esclarecer quais as causas determinantes do processo de desenvolvimento no espaço econômico. Este artigo utilizará as teorias desenvolvi- das por Dougglas North, François Perroux e Gunnar Myrdal para identificar na história de Mandaguari os elementos determinantes para o desenvolvimento econômico no município.

Palavras-chave: Desenvolvimento Regional. Economia Regional. Economia Paranaense.

Introdução

O estudo da Economia Regional como ramo da Ciência Econômica tem início em meados da década de 1950. A partir dessa época, alguns economistas de linha institu- cionalista passaram a estudar e apresentar de forma teórica as causas do desenvolvi- mento das regiões, sob a ótica em que a região é tratada como espaço econômico, pois é dentro desta que ocorrem as relações econômicas. A necessidade de se estudar a região como espaço econômico surge do fato de esta não estar presente na análise econômica tradicional, em que para Souza (2010, p. 2), “[...] a teoria clássica e neoclássica fundamenta-se em um mundo estático e sem dimensões, onde o fator tempo é a variável essencial [...]”. A partir desse fato, surgiram várias teorias a fim de explicar o desenvolvimento das regiões. Aqui serão utilizadas três delas: a Teoria da Base de Exportação, de Dou- gglas North; dos Polos de Crescimento, de François Perroux; e da Causação Circular Cumulativa, de Gunnar Myrdal, para explicar o desenvolvimento do município de Mandaguari, um dos mais antigos de uma região relativamente nova e de ocupação singular: o Norte Novo do Paraná. A Teoria da Base de Exportação explica o desenvolvimento econômico a partir de uma atividade exportadora, que fomentaria as demais atividades voltadas ao merca- do interno. A Teoria dos Polos de Crescimento prega a concentração das atividades econômicas em um único polo, de onde irradiaria para os demais. Para a Teoria da

* Mestrando em Teoria Econômica (PCE/UEM); Pós-graduando em História e Humanidades (PPH/UEM) e economista pelo Centro Universitário Franciscano do Paraná (FAE - ). E-mail: [email protected]

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 37 Causação Circular Cumulativa, os efeitos positivos do crescimento econômico ou os efeitos negativos de uma recessão são desencadeadores de uma série de efeitos da mesma ordem na região, alimentando o processo de desenvolvimento ou estagnação. O objetivo geral deste artigo é descrever o processo de desenvolvimento regi- onal de Mandaguari através das três teorias. Este objetivo se desdobrou em três objetivos específicos: apresentar algumas das principais teorias de desenvolvimento regional; caracterizar a história da colonização e da base produtiva da região e do município; e analisar brevemente o estágio atual de desenvolvimento.

Procedimentos Metodológicos

O problema de pesquisa foi o de identificar como se deu o processo de ocupa- ção e desenvolvimento de Mandaguari e de que forma o processo pode ser explicado pelas teorias de Desenvolvimento Regional. As hipóteses levantadas são de que o desenvolvimento de Mandaguari e da região Norte Novo do Paraná pode ser explica- do através da Teoria da Base de Exportação, dos Polos de Crescimento e da Causação Circular Cumulativa. O método empregado na análise é o método hipotético-dedutivo, utilizando-se de dados extraídos de fontes secundárias (IBGE, IPARDES e Prefeitura Municipal), e através de uma revisão bibliográfica de algumas teorias de Desenvolvimento Regional e de autores da História e Economia do Paraná e do município.

Revisão de literatura

A Teoria da Base de Exportação, desenvolvida por Dougglas North em 1977, considera as exportações da região como a principal força desencadeadora do proces- so de desenvolvimento. Dentro deste conceito, as atividades são divididas em 2 gru- pos: Atividades Básicas e Não Básicas (complementares), sendo consideradas ativi- dades básicas aquelas que vendem produtos para outras regiões (que “exportam”), o que movimenta a economia, e as atividades complementares como as que dão suporte a essas atividades. Entretanto, a teoria da Base de Exportação pode ser considerada uma variação (ou crítica) da Teoria da Base Econômica (OLIVEIRA, 2008, p. 39). A Teoria da Base Econômica considera os empregos gerados pelas atividades de exportação e pelas atividades locais não destinadas à exportação, sendo o total de empregos, a soma das duas parcelas. Entretanto, a Teoria da Base Econômica se dife- rencia da Base de Exportação, conforme observa Oliveira (2008, p. 38-39):

[...] A teoria da base econômica somente considera o investi- mento derivado do estímulo das atividades básicas de exporta- ção o que significa que ela também “deixa de fora” algumas variáveis como investimento autônomo, crescimento populaci- onal e progresso tecnológico. Em outros termos, nesse modelo, o nível de emprego total e, por conseguinte, o nível de crescimento regional é dependente

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 38 exclusivamente do nível da demanda externa. Justamente por isso a teoria da base econômica é incapaz de explicar plenamen- te, em longo prazo, o crescimento ou o declínio das regiões.

A diferença entre as teorias está principalmente nas variáveis usadas para explicar o crescimento. North (1977 apud OLIVEIRA, 2008, p. 39) passou a considerar o desenvolvimento como um processo de variação da renda real por um longo período de tempo. A análise feita por North, na Teoria da Base de Exportação, é usada para entender a economia no longo prazo, calculando a variação da renda real pela ótica da mão de obra. Outros fatores inseridos por North são os custos de transferência (trans- porte), e os de processamento (razão entre capital e mão-de-obra). Para a Teoria da Base de Exportação, o multiplicador gera três efeitos distintos na região. Estes são denominados diretos, indiretos e induzidos. Os efeitos diretos são aqueles causados pelas atividades exportadoras na região de origem; os indiretos são consequências das compras realizadas pelas indústrias que vendem insumos para as empresas exportadoras; e os induzidos são as despesas realizadas pelos auferido- res de renda em cada setor. Outra teoria clássica é a Teoria dos Polos de Crescimento, desenvolvida por François Perroux. Esta teoria prega a concentração dos investimentos para um me- lhor aproveitamento dos efeitos de encadeamento. Perroux (1978) argumenta que o ponto de partida para desencadear o processo de crescimento é através da inserção de uma indústria motriz, que possui a capacidade de difundir os efeitos de encadea- mento em direção às atividades polarizadas. Tal inserção dentro de um sistema regi- onal suscitará efeitos positivos e negativos à região receptora. À medida em que tais efeitos vão se concentrando, a atividade motriz se tornará um polo propulsor da economia da região. O desenvolvimento dependerá do nível e da qualidade dos efeitos positivos e negativos. Perroux coloca que: “O nascimento duma indústria nova é sempre fruto duma antecipação [...] o projeto depende da amplitude do seu horizonte econômico [dos vários sujeitos]” (PERROUX, 1978, p. 103). Roura (1995 apud OLIVEIRA, 2008, p. 43-44) resume tais efeitos em: Derivados do multiplicador keynesiano; efeitos de aceleração em razão das altas taxas de inver- são e reinversão de lucros; efeitos ligados às vantagens de localização devido à exis- tência e/ou criação de estoque de infraestrutura e capital social; e de imitação e apren- dizagem. Outra teoria é a do crescimento cumulativo ou de causação circular cumulativa, originada de um trabalho de Gunnar Myrdal intitulado “Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas”. Myrdal (1972, p. 47-51) usou o exemplo de uma comunidade cuja subsistência dependia de uma única fábrica que é destruída por um incêndio e sua reconstrução na mesma localidade não interessa aos proprietários. Essa mudança é chamada primária. Seus resultados seriam a redução do emprego, da renda e da demanda regional, desen- cadeando efeitos recessivos por conta da queda nas vendas e no faturamento da

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 39 região. Os empresários, num impulso de sobrevivência, transfeririam seus negócios para outra região para encontrar melhores e novos mercados. Nesse contexto, para manter a qualidade dos serviços públicos prestados à sociedade, o governo seria obrigado a aumentar os impostos, isso afastaria outros investidores. Ao mesmo tempo, uma mudança primária inversa também seria verdadeira. Se uma fábrica fosse instalada em uma localidade desprovida de atividade industrial, além de aumentar a renda e a demanda, atrairia mão de obra de outras regiões. A região Norte do Paraná é dividida principalmente em Norte Velho (ou Pionei- ro) com municípios fundados até 1930, e Norte Novo, com municípios fundados após 1930, sendo historicamente a região do estado conhecida por primeiro pelos jesuítas espanhóis (1610) com as reduções de Loreto e Santo Inácio, destruídas posteriormen- te por Antônio Raposo Tavares. O município mais antigo da região é São José da Boa Vista, que passou a condição de distrito judiciário de Wenceslau Braz, indo até às margens do rio Itararé, onde havia um posto fiscal desde 1800, servindo de base para o povoamento da região (DORFMUND, 1963, p. 173). O “Norte Novo” passou por um processo de colonização singular no Brasil e diferente do restante do estado. Assim como a região Oeste e Sudoeste do Paraná, a ocupação do território se deu principalmente no segundo quarto do século XX. Dorf- mund (1963) aponta como causas desse povoamento tardio: “A dificuldade de comuni- cação com a capital, bem como a incidência de malária nos vales dos rios , Ivaí e Piquiri, retardou a estabilização de povoadores do interior” (DORFMUND, 1963, p. 172). Segundo Silva (1982), foram problemas de ordem econômica que, em 1923, levaram o presidente Arthur Bernardes a convidar uma missão inglesa para realizar um estudo a fim de identificar potenciais econômicos ainda não explorados no Brasil, que deu origem à colonização do Norte Novo. Para liderar a missão, o governo inglês escolheu Lord Montagu, que já havia trabalhado para o governo britânico na Índia. Como responsável pela agricultura foi enviado Simon Frazer, conhecido por Lord Lovat. Este era diretor da Sudan Cotton Plantations Syndicate, companhia que desenvolvia no Sudão a produção de algodão de alto nível para a indústria de tecidos inglesa. Antes de voltar à Inglaterra, Lord Lovat encarregou os advogados João Do- mingues Sampaio e Antônio Moraes de Barros para iniciar estudos de viabilidade da criação de uma empresa. Posteriormente Lord Lovat fundou a Plantations Syndi- cate Ltda., com um capital de 200.000 libras esterlinas (SILVA, 1982, p. 1). Lovat enviou também Arthur Thomas para administrar a companhia junto com os dois advogados. Thomas, ao chegar ao Brasil, tenciona fundar uma companhia com capital e possibili- dades mais amplas, sendo concluído seu registro em 24 de setembro de 1925. Passa então a operar a chamada Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP). Entretanto, a aquisição das terras não foi tão simples, pois algumas eram pro- priedades de outras companhias, outras do Estado, além de algumas áreas serem disputadas por posseiros e possuidores de concessões outorgadas pelo governo do Paraná. A fim de resolver o litígio pelas terras em questão, a CTNP, com a aprovação prévia do governo do Estado, adquiriu títulos de concessão e posse referente a uma

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 40 área inicial de 415 mil alqueires. Segundo Hermann Moraes de Barros (1982 apud SILVA, 1982, p. 1-2):

[...] [a Companhia] propôs às autoridades o seguinte: se o go- verno nos vender essas mesmas terras pelos preços estabeleci- dos em Lei, rasgaremos estes papéis discutíveis e acabaremos com o litígio que está retardando o desenvolvimento do Estado. Assim, embora pagando duas e até três vezes pelas terras, a Companhia assegurou a si e aos sucessores o direito líquido e inquestionável sobre a terra negociada. Entre 1925 e 1927 a Companhia fez mais algumas compras, somando finalmente suas transações um total de 515.000 alqueires de terras fertilíssimas, cobertas de matas. [...] A Companhia adquiriu a maior parte de suas terras – 450.000 alqueires – pela quantia de 8.712 contos de réis, em 1925, diretamente do Governo do Estado do Paraná. Deve-se levar em conta que a falta de vias de acesso na região muito contribuiu para que o preço das terras fosse fixado por lei em níveis aparentemente muito baixos: cerca de 20 mil réis por alqueire paulista de 24.200 metros quadrados.

Para o início da ocupação seria necessária a formação de polos colonizadores por iniciativa da própria empresa. Essa ocupação iniciou-se em 20 de agosto de 1929, quando uma comitiva saiu de Cambará até o início das terras da CTNP, situadas a 22 quilômetros além da margem esquerda do rio Tibagi. Após um dia de viagem, iniciou- se um acampamento que recebeu o nome de Três Bocas, onde mais tarde se tornaria a cidade de , que primeiro abrigou o escritório da Companhia, de onde se partiu para a ocupação de toda a região (SILVA, 1982, p. 2). Segundo Trintin (2006a, p. 48):

A forma adotada para a venda das terras foi fracioná-las em pequenos lotes, com prestações que se estendiam a até 48 me- ses. Além disso, a companhia também assegurava assistência técnica aos colonos, transportes e instruções gerais.

A falta de infraestrutura em transportes apresentava-se como um empecilho para a ocupação da região, por isso, logo a Companhia se interessou em comprar a Estrada de Ferro São Paulo-Paraná, para ampliá-la e fazê-la chegar às novas regiões, inclusive alcançando Londrina em 1934, ano em que esta é transformada em município. Entretanto a estrada de ferro chegou sempre um pouco atrasada em relação à estrada de rodagem, que sem asfalto e em época de chuva dificultava o empreendimento. Dessa forma, a companhia passava a viabilizar o desenvolvimento da região, atacando os gargalos que pudessem retardar a atração de mão-de-obra ou de novos investimentos para a região em processo de ocupação, fazendo dessa forma, com que o preço dos lotes pudesse se valorizar. Desde os primeiro núcleos ocupacionais teve-se a preocupação em montar um sistema onde as cidades com maior importância econômica deveriam estar a 100 km de

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 41 distância uma das outras, e entre elas deveria haver, em uma distância de 10 a 15 km, outros povoados menores que serviriam de centro comercial para a troca de mercadorias. Durante a década de 1930 foram criados muitos desses povoados, que posteriormente foram sendo emancipados: Cambé, Rolândia, , e Mandaguari. As primeiras famílias que chegaram onde hoje é o município de Mandaguari vieram de São Paulo e de Minas Gerais e obtiveram 19 lotes de terras, nos quais começaram a trabalhar, iniciando pelo corte das árvores, onde puderam erguer seus primeiros ranchos que serviam de abrigos para as famílias. Conforme os dados ofere- cidos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Turismo de Mandaguari (2005, p. 5):

Os irmãos Manoel e Antônio Soares ergueram uma serraria nos fins de 1936, sendo concluída em 1937. Por ocasião da Serraria Vitória, foi este o nome dado pelos irmãos, por causa de um ribeirão conhecido na época com o nome de Vitória, assim come- çava o nascimento de um povoado que também tomou o nome do referido ribeirão. Como era de costume, e isto consta da História do Paraná, uma serraria quando era construída geralmente reunia ao seu redor um certo número de famílias, que ali residiam e dela tiravam seu sustento. A Serraria Vitória não fugia a regra.

Neste momento, pela teoria da Base de Exportação, a monocultura cafeeira protagoniza a economia da região como atividade básica, sendo que a serraria (apesar de sua relevância econômica) assume o papel de atividade complementar, por dar suporte à atividade exportadora. Sendo assim, a derrubada das árvores tinha por fina- lidade principal a desocupação do terreno para dar lugar aos cafezais. Nesse aspecto, a exploração madeireira na Região Norte Novo do Paraná se difere do ciclo da madeira ocorrido poucas décadas antes em outras regiões do estado.

Além da serraria, aos poucos o aglomerado de casas foi sendo construído e o traçado das ruas foi aparecendo. Tão rápido foi o crescimento, que em 1938, o povoado Vitória já contava com cem casas, e a CTNP resolveu mudar o nome do povoado para Lovat, em homenagem ao Lord que viera anteriormente ao Bra- sil na missão Montagu. Esse nome foi mantido até 1942, pois durante a Segunda Guerra Mundial, o Governo Brasileiro exigiu que os estados substituíssem os nomes de origem germânica por nomes brasileiros, foi quando foi dado o nome de Manda- guari, se referindo a um tipo de abelha silvestre existente na região (SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔ- MICO, MEIO AMBIENTE E TURISMO DE MANDAGUA- RI, 2005 p.5-6).

A Segunda Guerra Mundial veio a atingir diretamente a CTNP, pois o Brasil ainda não tinha siderúrgicas suficientes para fornecer toda a tecnologia e matéria-

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 42 prima para a estrada de ferro que estava em construção. A Inglaterra (que fornecia a maior parte do material) estava diretamente envolvida na guerra, e sua indústria sofria diversas perdas. Além disso, o governo inglês tomou medidas para que o capital aplicado fora do país pudesse retornar para a Inglaterra. Esses motivos levaram a Companhia a ser vendida para um grupo brasileiro, entretanto, os mesmos objetivos e critérios de colonização foram mantidos. A Companhia foi comprada pelos seguintes sócios: Gastão Vidigal, Gastão de Mesquita Filho, Arthur Bernardes Filho e Irmãos Soares Sampaio, sendo que a estrada de ferro foi transferida para o controle da União por exigência do governo (SILVA, 1982). Durante a década de 1940 a população da região cresceu intensamente, sendo desmembrados diversos municípios e criados muitos novos povoados. Em 1943 é criado o município de Apucarana, sendo desmembrado de Londrina, e pelos novos limites, Mandaguari passa a distrito de Apucarana. Cerca de 4 meses depois, em Abril de 1944 Mandaguari é elevada à categoria de Vila, necessitando autoridades que repre- sentassem o governo municipal de Apucarana. Nessa época Mandaguari contava com 14.528 habitantes. Em 10 de Outubro de 1947 foi criado o município de Mandaguari, emancipando- se de Apucarana e se tornando o segundo maior município do Paraná, com 14.000 quilômetros quadrados e uma população estimada em 41.000 habitantes (MANDA- GUARI, 2010). Em seus limites estavam ao Norte o Estado de São Paulo (rio Paranapa- nema); os municípios de Campo Mourão e Foz do Iguaçu ao Sul e Sudoeste (rio Ivaí), o Estado do Mato Grosso do Sul a oeste (rio Paraná), Apucarana ao leste (rios Keller e Cambota) e Arapongas ao Nordeste (rio Pirapó). Após elevada à categoria de município, Mandaguari obteve crescente arreca- dação que permitiu à primeira gestão municipal construir um ginásio de esportes, uma escola profissionalizante e um maternal, ambos de alvenaria, que recebiam alunos de toda a região. Entretanto a atenção esteve voltada principalmente para a área de trans- portes, sendo constante a manutenção das rodovias de acesso e a construção de um aeroporto moderno para a época, que chegou a operar com as companhias Vasp, Real e Aerovias Brasil. Até esta época, podia-se observar o fenômeno da Causação Circular Cumulativa, descrito por Myrdal, de forma positiva na economia da cidade. Quanto mais a população crescia, mais impostos se arrecadavam, melhorias na infraestrutura eram construídas, mais empregos gerados, demandando mão-de-obra, que aumentava o mercado consumi- dor atraindo mais capital, gerando desenvolvimento para o município. Sobre o rápido desenvolvimento do Norte Novo paranaense, Magalhães Filho (2006, p.135) escreveu:

Esse impacto transcendia seus aspectos meramente econômi- cos: era como se uma nova sociedade se estivesse instalando rapidamente em território paranaense, sem qualquer elo com o Paraná preexistente, ou tradicional, como passaria frequente- mente a ser chamado. A população do Estado praticamente du- plicou em dez anos, chegando a 2,1 milhões em 1950, e repetiu

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 43 o feito nos dez anos seguintes, alcançando os 4,3 milhões, em 1960. Essa nova população tinha origens diferenciadas, repre- sentando outras formas de cultura, e ocupava uma região mais ligada economicamente a São Paulo e, via Santos, ao mundo, do que a Curitiba. E mais ainda: gerando muito mais riqueza que todo o restante do Estado.

Não obstante, apesar do rápido crescimento de Mandaguari, por desentendi- mentos de razão política entre a prefeitura municipal e a administração da Companhia de Terras Norte do Paraná em 1950, esta, que estava sediada no município, muda-se para Maringá (distrito que se emanciparia no ano seguinte). A partir de 1951, a Companhia estendeu suas atividades para outros setores como fábricas de cimento e usinas hidrelétri- cas, mudando então o nome para Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP). Nesse mesmo ano, em 14 de Novembro, Mandaguari perdeu a maior parte de seu território, passando de 14.000 quilômetros quadrados para 345 quilômetros qua- drados. A grande perda se deve à emancipação dos municípios de , Maringá e Paranavaí, anteriormente distritos de Mandaguari. O desmembramento ocorreu em virtude de os distritos apresentarem populações maiores que a sede do município. Em 1951 Mandaguari tinha 16.653 habitantes, Maringá 38.568, e Paranavaí 25.520 (MANDAGUARI, 2010). A mudança da CTNP e a posterior emancipação municipal de Maringá possibi- litaram que este se tornasse em 1960 o 5.º município mais populoso do estado, com uma população de 66.581 habitantes, enquanto a população de Mandaguari cresceu a taxas menores, chegando em 1960 a 24.620 habitantes (IBGE, 1973). No censo de 1970 já se observa que houve um ritmo de crescimento muito maior da população em Maringá do que houve em Mandaguari, principalmente da popula- ção urbana. Em Mandaguari a população em 1970 era de 30.730, registrando um cresci- mento de quase 25% em uma década. Em Maringá a população em 1970 já estava em 123.106 (IBGE, 1973), ou seja, havia crescido quase 85% em dez anos! Além disso, a população em Mandaguari estava distribuída em 11.726 (38%) na zona urbana e 19.004 (62%) habitantes da zona rural. Em Maringá, a população urbana em 1970 já era mais expressiva que a população rural, pois nessa época viviam 101.723 (83%) pessoas na área urbana, e somente 21.383 (17%) na zona rural. Entretanto, conforme observa Lourenço (2003, p. 117):

Quando ocorreu sua expansão, o norte não dispunha de condi- ções para sustentar um forte crescimento e diversificação. A economia regional caracterizava-se pela transferência de sua produção agrícola para São Paulo e pela aquisição de produtos manufaturados desse Estado. Diante disso, seria muito difícil o aparecimento de capital in- dustrial no norte, uma vez que as facilidades de transporte be- neficiavam a indústria paulista. Além disso, as atividades ban- cárias e comerciais ligadas ao café paranaense estavam sediadas em São Paulo, e seus excedentes financeiros eram investidos na

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 44 indústria paulista, dado que o norte não dispunha de infra- estrutura adequada à indústria (insuficiência de energia elétrica, principalmente).

Parigot de Souza (1996, p. 69) corrobora com a visão de Lourenço na questão da energia elétrica quando diz que “[...] a energia elétrica avultava por ser considerada como alicerce de um processo que se postulava como condicionante do desenvolvi- mento: a industrialização”. Embora já houvesse energia elétrica em Mandaguari em 1960, nessa década, a geração e o abastecimento em todo o estado foram considera- velmente ampliados. Os anos 1970 foram extremamente significativos no processo de migrações internas no Brasil e talvez até mais no norte do Paraná. A industrialização do estado com a criação da Cidade Industrial de Curitiba, os investimentos oriundos do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), sendo demonstrado de forma mais expressiva com a implantação de uma refinaria de petróleo em Araucária (na região metropolitana de Curitiba) e a construção da usina de Itaipu (na região oeste do Estado). A geada negra que atingiu os cafezais do norte do estado também contribuiu para a elevação dos fluxos migratórios em direção às áreas urbanas no norte do Paraná, o êxodo rural. Entretanto, embora a geada de 1975 tenha dizimado a principal atividade econô- mica do Estado, esta não foi a primeira geada significativa a atingir a região e a causar estragos relevantes à safra de café. Parigot de Souza (1996, p. 66) aponta que “as geadas de 1953 e 1955 provocaram reduções nas safras de café dos anos subseqüen- tes respectivamente de 40% e 66%, quando o valor da produção cafeeira já ascendia a mais da metade do valor total da produção agrícola do Estado”. Além disso, também comenta que as geadas de 1969 reduziram a safra cafeeira esperada do ano de dez milhões de sacas para menos de três milhões. Os efeitos adversos para Mandaguari na década de 1970 foram tão fortes que fizeram com que o município estivesse com um número menor de habitantes no censo de 1980 em comparação com o censo de 1970. A população urbana também superou a população rural naquela década, demonstrando que a população foi reduzida princi- palmente no campo. Em 1980 a população vivendo na área urbana era de 14.991 habi- tantes enquanto na área rural viviam 9.864 habitantes (SILVA, 1982). Esses efeitos podem ser explicados pela aceleração do êxodo rural no Brasil durante a década de 1970, aumento da mecanização no campo, a forte geada em 1975 que atingiu o norte do Estado, causando graves perdas aos agricultores, além da aceleração do processo de industrialização brasileiro ocorrido na década, tanto na Região Metropolitana de Curi- tiba, quanto à migração de mão-de-obra para o Estado de São Paulo.

Resultados e discussão

No censo de 2000 foi registrada em Mandaguari a população de 31.395 habitantes, dentre os quais 28.281 viviam na área urbana e 3.114 na área rural (IBGE, 2000 apud IPAR- DES, 2010), mostrando que a população de Mandaguari acompanhou a tendência brasilei-

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 45 ra e tornou-se predominantemente urbana. Este fato é reforçado pela taxa de crescimento geométrico, que em 2000 apresentava-se em 3,26% na área urbana e -8,44% na área rural, totalizando a taxa de 1,26% de crescimento geométrico da população no município. Em 2007 foi realizada a contagem da população do município, na qual se encontrou a popu- lação de 31.890 habitantes, não sendo especificada a quantidade residente na zona urbana e rural. Estima-se que em 2009 a população tenha aumentado para 33.109. Nota-se também, a partir dos resultados do censo de 2000, a concentração da População Economicamente Ativa (PEA) na área urbana do município, onde se encon- tram 14.846 pessoas, enquanto na área rural estavam somente 1.400. Quanto à ocupação da população, observa-se que o setor que mais emprega no censo de 2000, é a indústria de transformação, sendo responsável por 27,2% do total da população empregada. Em segundo lugar aparecem agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca, empregando 15,87%. O comércio, reparação de veículos automotivos, objetos pessoais e domésticos também possui um percentual relevante (14,10%), sendo seguido pelos serviços domésticos (9,72%), conforme a tabela 1: TABELA 1- População ocupada segundo as atividades econômicas – 2000.

Observa-se que a indústria de transformação, apesar da alta participação no nível de empregos totais, acaba concentrando-se em empresas e setores específicos, como a indústria de materiais elétricos e de comunicações, que em 2008 era responsável por 16,46% dos empregos gerados por todas as atividades, sendo essa a mais significativa de todas, embora estes empregos estejam concentrados em apenas 5 empresas. Entretanto, não podem ser desconsiderados os grandes efeitos desencadea- dores tanto para frente como para trás, gerados pela indústria de transformação, efei- tos muito maiores que os gerados, por exemplo, pelo comércio varejista, a segunda atividade mais empregadora do município. Esses efeitos não são explicados apenas pelos empregos diretos gerados pela indústria de materiais elétricos, mas também por aqueles que Roura (1995 apud OLI- VEIRA, 2008) caracterizou como os “derivados do multiplicador keynesiano”, estimu- lando outros setores, inclusive o de serviços e o comércio varejista local.

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 46 Tabela 2 - Número de estabelecimentos e empregos segundo as atividades econômicas – 2008.

Entretanto, a alta dependência dos empregos gerados pelas indústrias de materi- ais elétricos e de comunicação, revela também uma fragilidade econômica do município que se mostra altamente dependente dessas empresas (mais precisamente, da concen- tração do emprego nessas empresas), correndo o risco de que se a atividade por algum motivo mudasse para outro local, causaria um grande impacto negativo na economia do município. Este impacto colocaria o município numa situação de risco, conforme o exem- plo dado por Myrdal, para ilustrar o efeito da causação circular cumulativa, em que a fábrica de determinada região, após mudar de lugar, deixa uma série de externalidades econômicas negativas para o município, que se agravam com o passar do tempo. A indústria têxtil, de vestuário e artefatos de tecido também figura entre um dos setores que mais gera emprego, não só no município, mas na região como um todo. O setor têxtil e de confecções é especialmente representativo, pois se integra ao Arranjo Produtivo Local (APL) de confecções de Maringá, fazendo parte do eixo de confec- ções Londrina –Maringá – . Sobre a indústria têxtil no Paraná, Campos e Lopes (2005, p. 36) fizeram a seguinte observação: A indústria têxtil impressiona em sua dimensão muito mais pela sua capacidade de geração de emprego do que pela sua geração de valor adicionado. No estado do Paraná, esta realidade não é diferente. Segundo os dados do IPARDES (2005) a indústria têxtil participa com apenas 2,58% do valor adicionado da in- dústria paranaense. No entanto, utilizando-se do número de empresas e número de empregos, esta participação relativa sal- ta para 17,23% e 13,67% respectivamente.

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 47 Outras atividades industriais também chamam a atenção pela quantidade de empregos gerados, como a de minerais não metálicos; couros; química; e alimentícia. A indústria de móveis também se torna representativa pela proximidade com outros po- los como Arapongas e Maringá, onde existem aglomerações produtivas do setor. Trin- tin, Campos e Ferreira (2006b, p. 104), em estudo sobre a organização do setor movelei- ro da região de Maringá, declararam:

O setor moveleiro foi identificado na pesquisa como sendo muito cíclico. Os empresários não conseguem, com raras exceções, manter um ritmo de produção satisfatório e atender às obriga- ções de uma empresa legalmente constituída. Em razão disso, há uma forte ocorrência de entrada e saída de profissionais para a informalidade.

Apesar da alta significância da indústria em Mandaguari, o setor de serviços ainda apresenta o maior valor adicionado bruto no município. Em 2007 este setor representava 55,53% do PIB, sendo seguido pelo setor secundário, representando 29,30%, e o setor primário correspondendo por 6,57% da produção municipal (IBGE, 2010). Segundo o site da prefeitura de Mandaguari, o município possuía 1.323 empre- sas em 2005, que demonstra a média de aproximadamente uma empresa para cada 25 habitantes do município (MANDAGUARI, 2010). Quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), Manda- guari apresenta o 36.º melhor índice do Estado (que possui 399 municípios) com 0,791, sendo o 779.º melhor resultado no Brasil (que possui 5565 municípios). A renda apresenta distribuição relativamente igualitária, estando o Índice de Gini em 0,5 no ano 2000 (IPARDES, 2010).

Considerações finais

No início da ocupação do território, pode-se observar que a origem da econo- mia da região se assemelha muito a Teoria da Base de Exportação, de Dougglas North, sendo o café a atividade básica (exportadora), e outras atividades complementares (ou não básicas) vão se desenvolvendo na região, a exemplo das serrarias, do comércio e dos serviços. À medida que o município cresce e é emancipado, outras atividades passam a existir no município, como educação, atividades ligadas ao setor público, além de melhorias na infraestrutura. Durante as décadas de 1940 e 1950, a economia do municí- pio passa por um ciclo virtuoso à la Myrdal, e em poucos anos o Norte Novo deixa de ser uma região desabitada, para figurar como a principal região do estado e entre as que apresentam maior crescimento econômico e populacional do país. Os efeitos dessa rápida expansão foram sendo irradiados dos centros (e Man- daguari foi um desses centros), como era preconizado por Perroux, e a partir daí foram sendo levados para os novos povoados, que também foram crescendo e se emanci- pando em novos municípios.

Diálogos & Saberes, Mandaguari, v. 7, n. 1, p. 37-50, 2011 48 A grande influência exercida pela CTNP também é bastante evidente na questão da infraestrutura presente logo no início da ocupação, mas também para a conformação de Mandaguari às dimensões atuais, não só em relação aos limites geográficos (que foram divididos naturalmente por se tratar de uma região que estava em franco processo de ocupação), mas também economicamente, devido à mudança da sede desta para Maringá.

Abstract

THE TRAJECTORY OF MANDAGUARI’S ECONOMIC DEVELOPMENT: AN INTERPRETATION TO THE THEORIES OF NORTH, PERROUX AND MYRDAL

Since the mid-twentieth century, Economics Science started occupying more specifically the study of Regional Economics, to elucidate what are the determinant causes and how it takes the process of development in the economic space. This article will use the theories developed by Dougglas North, François Perroux and Gunnar Myrdal to identificate in Mandaguari history the determinant elements to the economic development in town.

Keywords: Regional Development. Parana Economy. Economy of Mandaguari. Mandaguari Development.

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