BRUOTOMIOGOTO TAXOOMIADE:REVISÃOMORFOLÓGICA, CHAVESDICOTÔMICASEDESCRIÇÃODEOVOSTÁXOS RECIFE 2009 II

UniversidadeFederaldePernambuco CentrodeCiênciasBiológicas DepartamentodeMicologia PósGraduaçãoemBiologiadeFungos (ívelDoutorado) TAXOOMIADEGLOMEROMYCOTA:REVISÃOMORFOLÓGICA, CHAVESDICOTÔMICASEDESCRIÇÃODEOVOSTÁXOS Tese apresentada ao Curso de Pós Graduação em Biologia de Fungos da Universidade Federal de Pernambuco, comopartedasexigênciasparaobtençãodo graudeDoutor. Áreadeconcentração:MicologiaBásica Orientadora:Dra.LeonorCostaMaia Coorientador: Dr. Gladstone Alves da Silva Recife Fevereiro/2009

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AosmeusPaisChoujiGotoeAmilceGoto. À Esposa Rebeca Garrett e Filha Júlia Goto. Aos verdadeiros mestres Leonor Maia, Sandra Trufem, Maria Auxiliadora, José LuizBezerraeFritzOehl. Dedicoeofereço

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AGRADECIMETOS Agradeço ÀProfa.SandraFartoBotelhoTrufempelapaciênciaedisponibilidadeemensinarmeos primeirospassosnataxonomiadessegrupodefungos; À Profa. Maria Auxiliadora de Queiroz Cavalcanti pelos ensinamentos, estímulos e disposiçãoemensinartaxonomiadefungos; ÀProfa.AdrianaMayumiYanoMeloportermeiniciadonaspesquisasemtaxonomia; AoProf.GladstoneAlvesdaSilva,coorientador,consultoreamigopeladisponibilidade emajudarediscutirostópicosdatese; À Profa. Uided Maaze Tiburcio Cavalcanti pelos ensinamentos e principalmente pela paciêncianodiaadiadolaboratório; ÀProfa.LaizedeHolandaCavalcantipeloestímuloaoprojetodeteseeprincipalmente nosconselhosparaaformulaçãodaschavesdeidentificação; Ao Prof. José Luiz Bezerra pelos ensinamentos e pelo envio de materiais importantes paraodesenvolvimentodatese; Ao Prof. Fritz Oehl pela disposição, paciência para me ensinar taxonomia de FMA e principalmentepelasdícasevislumbresnesseinteressantegrupodefungos; ÀDra.RenataGomesdeSouzapelaajuda,paciênciaeprincipalmentepeladisposição emfazertaxonomiadeFMA; Aos colegas Angelo,Nicácio, Moacir, Araeska, Heloísa,Camila,João, Thiago,Vilma, Indra, Érika, Cláudia do laboratório de micorrizas pela ajuda e momentos de descontração; AoscolegasRicardo,Paul,Felipe,JadergudsoneAllynedolaboratóriodetaxonomiade fungos pela amizade e ensinamentos em taxonomia dos outros grupos de fungos que contribuírambastanteparaaconstruçãodemeuconhecimento; ÀProfa.ElaineMalossopelosmomentosdeinspiraçãoparaencontrarencantamentonos estudosmoleculares; AospesquisadoresVagnerCortéz,LuizGusmão;IuriBaseia,RicardoBerbara,Francisco deSouza,RosilaineCarrelho,SidneyStürmer,MileneMoreira,CamilaNobreeNatoniel Franklin de Melo pelo envio de material biológico, incentivo e discussões valiosas duranteomeuamadurecimentocientífico;

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AosmeuspaisChoujiGoto,AmilceGotoeaoirmãoTeruoGotopelocompanheirismoe principalmentepelosestímulosduranteacaminhadaacadêmica; Aos meus amigos Joaquim Otto, Diego Diêgues, Isabela Alcantara, Regina Melo, ReginaldoLimaNetopelapaciênciadevidoaminhaausênciaduranteodesenvolvimento datese; AminhaesposaRebecaGarrettefilhaJúliaGotoporcompreenderemaminhaausência duranteaminhajornadaacadêmica. E finalmente à CAPES pela bolsa de doutorado e a PósGraduação em Biologia de Fungos.

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SUMÁRIO Pág. Agradecimentos V ListadeFiguras X ListadeTabelas XIV Resumo XV Abstract XVI IntroduçãoGeral 17 Capítulo1–RevisãodeLiteratura 19 Micorrizasarbuscularesaspectosgerais 20 HistóriadaclassificaçãodosFMA 20 DiversidadedeFungosMicorrízicos 32 omeseepítetosnofiloGlomeromycota 35 Evoluçãodosnomesdaestruturareprodutivabásica“oesporo” 47 AspectosmorfológicosparaidentificaçãodeFMA 49 Esporocarpo 52 Coloraçãodosesporocarpos 54 Perídio 55 Tamanhoeformadosesporocarpos 56 Hifasdoplexocentraldoesporocarpo 57 Estruturadaparede 57 Tiposdecamadadaparededoesporo 60 Evanescente 60 Laminada 62 Unitária 63 Flexível 64 Amorfa 65 Expansiva 67 Germinativa 68 Chanfranulada 69 Graudeseparaçãodascamadas 69 Ornamentaçãodaparede 70 Coloraçãodosglomerosporos 71

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Efeitodaresinasobreosglomerosporos 75 Dimensãodosglomerosporos 77 Formadoglomerosporo 79 Hifadesustentação 79 úmerodehifasporesporo 79 Sáculoesporífero 80 Bulbosuspensor 80 Estruturasespecializadasdegerminação(placasgerminativaseorbs) 81 ReaçãoemMelzer 88 Problemasdeinterpretaçãodoscaracteresmorfológicos 91 ChavesparaidentificaçãodeFMA 93 ConceitodeespécienofiloGlomeromycota 94 MaterialeMétodos 103 Capítulo2–ResultadoseDiscussão 106 Revisãodoscaracteresmorfológicos 109 Esporocarpos 109 Glomerosporos 113 Placagerminativaeorb 129 ChavesdicotômicasparagêneroseespéciesdeFMA 139 DescriçõesdealgumasespéciesdeFMA 155 Conclusões 253 PerspectivasparaataxonomiadoFiloGlomeromycota 253 ReferênciasBibliográfica 254 Glossário 269 Anexos 275 Goto,B.T.&Maia,L.C.2005.Sporocarpicspeciesofarbuscularmycorrhizal fungi (Glomeromycota), with a new report from Brazil. Acta Botanica Brasilica19 (3):633637 276 Goto, B.T. & Maia, L.C. 2006. Glomerospores: a new denomination for the sporesofGlomeromycota,agroupmolecularlydistinctfromtheZygomycota. Mycotaxon96 :129132 281 Goto,B.T.&Maia,L.C.2006.Contributiontothestudy of Endogonales in Brazil:thefirstrecordof Peridiosporatatachia . Mycotaxon96 :327332. 285 Goto, B.T.; Moreira, M.; Tsai, S.M.; Cardoso, E.J.B.N.; Maia, L.C. 2008. Notassobre bireticulata Rothwell&Trappeeprimeiroregistrode Acaulosporakoskei Blaszk.paraoBrasil. ActaBotanicaBrasilica 22(2):579 291 583 Goto,B.T.;Maia, L.C &Oehl,F. Ambisporabrasiliensis ,anewornamented

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species in the arbuscular mycorrhiza forming Glomeromycetes. Mycotaxon 105 :1118. 296 Goto, B.T.; Costa, C.M.C. & Maia, L.C. First record of Glomus halonatum Rose & Trappe (Glomeromycota) in South America comments on the morphologicalcharacteristicsofthespecies(Mycotaxon). 304 Goto,B.T.;&Maia,L.C. Pacisporavelloziensis ,anewspeciesofarbuscular mycorrhizaforming Glomeromycetes fromBrazil(Mycotaxon) 308 Goto, B.T.; Mergulhão, A.C.E.S. & Maia, L.C. Notas sobre Acaulospora excavata Ingleby &Walker com revisão dos padrões de ornamentação em .(ActaBotanicaBrasilica). 312 Goto, B.T.; Maia, L.C & Oehl, F. Racocetra intraornata and Dentiscutata colliculosa ,twonewspeciesintheGlomeromycetesfromNortheasternBrazil withdiagnosticsporewallornamentations(Mycologia). 332 Goto,B.T.;Silva,G.A.;Trufem,S.F.B. &Maia,L.C. Glomusgranulatum ,a 356 newspeciesofarbuscularmycorrhizalfromBrazil.(Mycotaxon)

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LISTADEFIGURAS Pág. Figura1 .Árvorefilogenéticacombaseemdadosmorfológicosemoleculares propostaporMorton&Redecker(2001).(Fonte: http://invam.caf.wvu.edu) 23 Figura2 .Árvorefilogenéticamostrandoumcladocomosrepresentantesdos fungos micorrízicos arbusculares definitivamente separados dos Zygomycetes (fonte:Schuessleretal.2001). 25 Figura3 .Detalhedasquatroordensedassetefamíliasquecompõemonovo filo Glomeromycota (Fonte:Schuessleretal.2001). 25 Figura 4. Árvore filogenética com inclusão da família Pacisporaceae (http://www.lrzmuenchen.de/~schuessler/amphylo/). 26 Figura 5 . Árvore filogenética mostrando a clado correspondente à família Ambisporaceae (Fonte:Walkeretal.2007). 30 Figura 6–Tiposdeparede( sensu Walker1983).G–Germinativa,P–Perídio, X – Expansivo, E – Evanescente, L – laminada, U – Unitária, M – Membranosa,C–Coriácea,A–Amorfa,R–Chafranulada. 50 Figura 7 AG. Diversidade de esporocarpos em espécies de Glomus . A – Detalhedaorganizaçãodosesporosnoesporocarpode Gl. coremioides . B – Esporocarpode Gl.clavisporum .C–Cortetransversaldeesporocarposde Gl. cuneatum .D–Partedoesporocarpode Gl.fulvum .E–Esporocarposde Gl. aureum . F – Esporocarpo de Gl. antarcticum . G – Esporocarpo de Gl. glomerulatum . 112 Figura 8 AF. Diversidade estrutural do perídio. A – Perídio de Gl. coremioides .B–Hifasponteagudasnoperídiode Glomus sp.C–Hifasem paliçada em Gl. liquidambaris . D – Perídio frouxamente arranjado em Gl. macrocarpum .E–Hifassinuosasem Gl.sinuosum .F–Hifasentrelaçadase coradasde Gl.cuneatum . 113 Figura 8. A F Tipos de parede em glomerosporos. A Laminada em Scutellospora sp1. B Laminada expansiva em De biornata . C Unitária em Scutellospora sp2. D Flexível ou membranosa, em Ac. morrowiae. E Evanescenteexpansiva,em Gl.halonatum .FAmorfa,em Ac.foveata . 115 Figura10 AO.AAcaulosporaalpina .BAc.undulata .CAc.excavata .D Ac.foveata .EAc.bireticulata .FAcaulospora sp.GAc.denticulata .HAc. rehmii .IAc.tuberculata .JScutellosporabiornata .KScutellospora sp1.L Scutellospora sp2.MSc.gregaria .NSc.verrucosa .OGlomusmultiforum . 123 Figura 11 AF.Variaçãonacoloraçãodosglomerosporos.A Ac. undulata . B Gl. tortuosum.CGl.clavisporum .DGl.australe .EGl.constrictum .FGl.badium . 129 Figura 12 AF. Diversidade de placas germinativas em glomerosporos gigasporóides.A–Placagerminativacomplexaem De.biornata .B–Detalhe daplacagerminativacomplexaem Dentiscutata sp.C–Placagerminativade De.scutata .DPlacadecomplexidademédiaem Ra.castanea .E–Detalheda placademédiacomplexidadeem De. cerradensis .F–Detalhedeumaplaca simplesem Fu.heterogama. (GT)Tubogerminativo. 132 Figu ra 13 AD. Complexidade das placas germinativas em Racocetraceae, Scutellosporaceae e Dentiscutataceae . A – Placa germinativa simple com apenas um lóbulo em Sc. pernambucana . B– Placa germinativasimplesem Fuscutata heterogama . C –. Placa germinativa de média complexidade em Racocetracastanea .DPlacadealtacomplexidadeem Dentiscutatabiornata . 133 Figura 14 . Glomerosporos de Acaulospora lacunosa (isolado BEG 78). A.

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Aspectogeral;B.detalhedaestruturadaparede,comamaisinternacoradaem Melzer;C.Detalhedo orb ;D.Detalhedo orb edotubogerminativo. 134 Figura15A F. Acaulosporabirreticulata .A.Aspectogeraldoesporoainda comsáculoesporíferoaderido(Sac).B.Detalhedopontodeinserçãodahifano esporo.C.Detalhedaparedeexterna(PE)doesporocomduascamadas(PEC1 e PEC2). D. Detalhes da estrutura da parede do esporo distribuída em três grupos(PE,PMePI) .E.Detalhedascaadasquecompõemasparedesinternas. F.Detalhedaornamentação(Orn).(PE=Paredeexterna;PM=Paredemédiae PI=Paredeinterna). 228 Figura 16 A D. Acaulospora denticulata . A. Aspecto geral do esporo ainda com sáculo esporífero aderido (Sac). B. Detalhe das camadas da parede do sáculoesporífero(C1eC2).C.Aspectogeraldaestruturadaparededistribuída emtrêsparedes(PE,PMePI)dosglomerosporosquebradosemReagentede Melzer.D.Detalhedaornamentação(Orn). 229 Figura1 7AD. Acaulosporafoveata .A.Detalhedaornamentação(Orn).B. Detalhe da estrutura da parede distribuída em três grupos(PE,PMePI).C. Aspecto geral da estrutura da parede em glomerosporos quebrados em ReagentedeMelzer.D.Detalhedacamadaamorfa(PIC2)emglomerosporos quebradosemPVLG. 230 Figura 1 8 AD. Acaulospora myriocarpa . A. Aspecto geral do esporo formados em um agregado frouxamente arranjado. B. Detalhe do sáculo esporífero (Sac) ainda preso ao glomerosporo. C. Detalhe da cicatriz. D. Detalhedaestruturadaparededoglomerosporo(PEC1,PEC2ePI). 231 Figura1 9AD. Acaulosporarehmii .A.Aspectogeraldoesporoquebradoem PVLG.B.Detalhedahifadosáculoesporíferoaindapresaaoglomerosporo.C. Aspectogeraldaestruturadaparededistribuídaemtrêsparedes(PE,PMePI) emglomerosporosquebradosnoMelzer.D.Detalhedaornamentação(Orn). 232 Figura 20 AD. Acaulospora tuberculata . A. Detalhe da parede do sáculo esporíferocomduascamadas(C1eC2).B.Detalhedopontodeinserçãoda hifanoglomerosporo(Cicatriz).C.Detalhedaestruturadaparededistribuída emtrêsparedes(PE,PMePI)dosglomerosporosquebradosemReagentede Melzer.D.Detalhedaornamentação(Orn). 233 Figura 21 AD. Ambispora appendicula . A. Detalhe dopedicelo geralmente observadonosglomerosporos.B.Aspectogeraldaparededistribuídaemtrês grupos (PE, PM e PI). C. Detalhe das camadas da parede média (PMC1 e PMC2)ornamentadas(Orn).D.Detalhedaparedeinternacomduascamadas (PIC1ePIC2). 234 Figura2 2AD. Entrophosporainfrequens .A.Aspectogeraldoesporocom sáculoesporífero(Sac)aindapresoaoesporo.B.Aspectogeraldaparededo glomerosporo. C. Aspecto geral do sáculo esporífero (Sac) em reagente de Melzer.D.Aspectogeraldopontodeinserçãodosáculoesporíferonoesporo. 235 Figura 2 3 AD. Gigaspora albida . A. Detalhe do bulbo suspensor (Bulbo) aindapreso ao glomerosporos. B. Detalhe da ornamentação (Orn) da camada germinativa. C. Detalhe da parede com duas camadas evidentes (PEC1 e PEC2).D.Detalhedafraturanacamadamaisexternadaparede(PEC1). 236 Figura2 4AF. Glomusaustrale .A.Aspectogeraldoesporoaindapresosao perídio(perídio)no esporocarpo. B.Detalhedeglomerosporos abortados. C. Aspecto geral do glomerosporo. D. Detalhe do perídio recobrindo o glomerosporo.E–F.Detalhedahifadesustentaçãocomduascamadas(PEC1 ePEC2). 237

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Figura2 5AD. Glomusbadium .AB.Aspectogeraldosesporosformadosa partirdeumplexocentralnopequenoesporocarpocaracterísticodaespécie.C. Detalhedasfinashifasqueformamoplexocentral.D.Detalhedaestruturada parededoesporocomduascamadas(PEC1ePEC2). 238 Figura 2 6 AD. Glomus clavisporum . AB. Aspecto geral dos esporos formadosradialmenteapartirdoplexocentraldehifas.C.Detalhedahifade sustentação.D.Detalhedaparededoesporocomapenasumacamada(PEC1). 239 Figura2 7AD. Glomusconstrictum .A.Aspectogeraldoesporo.B.Detalhe dainserçãodahifadesustentaçãonoesporo.C.Detalhedahifadesustentação constrictaD.Detalhedaparedecomduascamadas(PEC1ePEC2). 240 Figura 2 8 AI. Glomus cuneatum . A. Detalhe das diferentes hifas que compõemoesporocarpo(HI=HifainternaeHE=Hifaexterna).B.Detalhedas hifasdoperídio.C.Detalhedoesporoimersonoesporocarpo(HI,HEeHP= Hifapigmentada).D.Detalhedashifaspigmentadas(HP)quandopróximasdo esporo.E.Detalhedahifagenerativacomtrêscamadas(CE=Camadaexterna, CM= Camada média e CI= Camada interna). FG. Detalhe da hifa de sustentação (HS)com duas camadas (PEC1 e PEC2). HI. Detalhe da parede compostaporcincocamadas(PEC1,PEC2,PEC3,PEC4ePEC5). 241 Figura2 9AD. Glomusfulvum .A.Aspectogeraldoesporonoesporocarpo. B.Detalhedashifasdoperídio.C.Detalhedahifadesustentação.D.Detalhe daparedecomduascamadas(PEC1ePEC2). 242 Figura 30 AF. Glomus mosseae . A. Aspecto geral do glomerosporo ainda com peridiosporo. B. Detalhe das hifas do perídio. C. Detalhe da hifa de sustentação na forma de funil. D. Detalhe da segunda camada da parede (PEC2).EF.Detalhedaestruturadaparedecomduascamadas(PEC1ePEC2). 243 Figura 31 AF. Glomusrubiforme .AB.Aspectogeraldoglomerosporoainda presosaoplexocentraldehifas.CD.Detalhedahifadesustentaçãocilíndrica com tubo germinativo emergindo. EF. Detalhe da estrutura da parede com duascamadas(PEC1ePEC2). 244 Figura3 2AF. Glomustortuosum .A.Aspectogeraldoglomerosporoainda comperidiosporo.B.Detalhedashifasdoperidiosporo.CD.Detalhedahifa de sustentação. EF. Detalhe da estrutura da parede mostrando apenas o peridiosporoeasegundacamadadaparede(PEC2). 245 Figura3 3AF. Dentiscutatabiornata .AB.Aspectogeralplacasgerminativas jovens(A)emaduras(B)comostubosgerminativos(TG).C.Detalhedoponto deinserçãodobulbosuspensorcomoesporoevidenciando o septo formado pela terceira camada ornamentada da parede (PEC3). D. Detalhe do tubo germinativo emergindo através da parede externa. E. Detalhe da dupla ornamentação.F.Detalhedaestruturadaparede. 246 Figura34A D. Dentiscutatacerradensis .A.Aspectogeraldoglomerosporo complacagerminativa(PG)ebulbosuspensorpigmentados.B.Aspectogeral da parede do esporo (PE, PM e PI). C. Detalhe da estrutura da parede em esporos quebrados em PVLG. D. Detalhe da placa germinativa (PG) sendo formadaentreasparedesinternasdoesporo(PMePI). 247 Figura 35 A D. Dentiscutata sp1. AB. Detalhe da parede do esporo ornamentada(PEC1,PEC2ePEC3)ebulbosuspensor.C.Detalhedasparedes internas(PMePI).4.Detalhedotubogerminativo(TG)emergindoapartirda placagerminativa. 248 Figura 36 A D. Racocetra castanea . AB. Detalhe da estrutura da parede distribuída em dois grupos (PE e PI). C. Detalhe da placa germinativa. D.

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Detalhedotubogerminativoemergindoatravésdaparedeexterna. 249 Figura37A D. Racocetraverrucosa .A.Detalhedobulbosuspensorpresoao esporo ornamentado (Orn). B. Detalhe da estrutura da parede do esporo distribuídaemdoisgrupos(PEePI).34.Detalhedaornamentaçãoverrucosa (Orn)dacamadamaisexternadaparede(PEC1). 250 Figura38A D. Racocetra sp1 .A.Aspectogeraldaparededoglomerosporos distribuída em dois grupos (PE e PI). B. Detalhe da ornamentação (Orn) na superfície interna segunda camada da parede (PEC2). C. Detalhe da parede externa distribuída com três camadas (PEC1, PEC2 e PEC3). D. Detalhe da placagerminativa(PG). 251 Figura 39 A D. Scutellospora pernambucana . A. Aspecto geral do glomerosporo.B.Detalhedobulbosuspensor.C.Detalhedaparededistribuída emdoisgrupos(PEePI).D.Detalhedaplacagerminativaorbitalcomoporo queoriginaaplaca(PG). 252

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LISTADETABELAS Pág. Tabela 1.Caracteresmorfológicosquedelimitamgêneroscomglomerosporos formadosapartirdeumsáculoesporífero. 28 Tabela2. Espéciesdefungosmicorrízicosarbuscularesdescritasnaliteratura comrespectivossinônimos,autoresebibliografias. 37 Tabela 3.Gêneroseespéciesextintas(fósseis). 47 Tabela 4.Espéciesde Glomus queformamesporocarposcomdiferentesgraus decomplexidade. 54 Tabela 5. Características das placas germinativas ( orbs ) em espécies de Acaulospora , Ambispora , Archaeospora e Kuklospora , conforme dados disponíveisnaliteraturaounestetrabalho. 84 Tabela 6. Características das placas germinativas em glomerosporos de Scutellospora conformedadosdisponíveisnaliteraturaounestetrabalho. 85 Tabela 7. Lista de espécies avaliadas para a revisão dos caracteres morfológicos. 107 Tabela8 .Quadrocomparativoentrerepresentantesde Acaulospora . 128

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RESUMOGERAL Ataxonomiadosfungosmicorrízicosarbusculares(FMA)vemsofrendograndesalterações duranteosúltimos20anoseissoéfacilmenteevidenciadopelasmudançasnaclassificação dessesfungosquedeixaramdesermerosrepresentantesdafamíliaEndogonaceae,passando para Ordem Glomales, ainda dentro dos Zygomycetes, e finalmente culminando no filo Glomeromycota onde foram definitivamente segregados dos Zygomycota. Todas essas alterações na classificação estão relacionadas às mudanças na interpretação agregada aos caracteres relacionados exclusivamente aos glomerosporos onde toda a taxonomia morfológica está embasada e também aos dados moleculares. Essas mudanças têm sido incorporadasàtaxonomiadogrupo,comasdescriçõesdenovasfamílias,gêneroseespécies que incluíram evidências morfológicas adicionais já dentro do novo filo. Apesar dessas alteraçõesrecentes,nenhumaanálisemorfológicadetalhadafoirealizadadesdeapropostado filoGlomeromycota,oquetornaataxonomiadogrupomaisfrágilconsiderandoqueamaior partedaspropostasdenovasfamíliasegênerosestãobaseadasquasequeexclusivamenteem dados moleculares. Por essa razão, o objetivo deste trabalho foi revisar os caracteres morfológicos com base em evidências disponíveis na literatura assim como nas espécies herborizadas,mantidasemcoleçõesdegermosplasmaeprincipalmenteemesporosdecampo ondeamaiorpartedasespéciestemsidodescritascomintuitodeforneceranálisesdetalhadas desses caracteres usados para a identificação, incorporar à taxonomia do grupo novas abordagensmorfológicaseelaborarchavesparafacilitaraidentificaçãodegêneroseespécies de Glomeromycota. Para isso, todas as descrições de espécies foram analisadas desde a descriçãode Glomusmacrocarpum e Gl.microcarpum em1844.Alémdisso,glomerosporos provenientes de coleções de cultura viva (EMBRAPA,UFPE, UFRRJ) e herborizadas (FL Herbarium,FH,UniversidaddeHavanna,UniversidaddeBuenosAiresematerialdacoleção pessoal do prof. Fritz Oehl) foram avaliadas. A principal fonte de dados foram os glomerosporos provenientes de amostras de campo de diversos ecossistemas brasileiros e alguns da América Latina. Glomerosporos provenientes de amostras de campo foram extraídosdosoloporpeneiramentoúmidoseguidode centrifugação em água e sacarose a 40%.Apósaextraçãoosglomerosporosforamseparadosporcoretamanhoemontadosentre laminaelamínulacomPVLGePVLG+ReagentedeMelzer(1:1v/v)paraposterioranálise em microscópio composto. Culturas armadilhas com solo nativo e Sorghum bicolor (L.) forammantidasportrêsmesesemmédiaparacapturadasespéciesdeFMA.Nototalforam avaliadas106espéciesdeFMApertencentesatodososgênerosexceto Otospora ,incluindo cinco novas espécies para a ciência, abrangendo todos os modos de desenvolvimento encontradonofiloGlomeromycota.Oscaracteresmorfológicosavaliadosforam:cor,forma, tamanho dos esporocarpos, perídio e plexo central (cor, tamanho e forma); cor, tamanho, formaemododedesenvolvimentodosglomerosporos;espessura,tipoeestruturadaparede, reaçãoaoMelzerouaresina(PVLG)easestruturasespecializadasde germinação(orbse placasgerminativas).Concluisequeoúnicocarátermorfológicocompartilhadoentretodos osrepresentantesdofiloGlomeromycotaéaestruturadaparede,sendoassimoscaracteres morfológicosconsideradosprimários(maisúteisparaaidentificaçãodasespéciesdeFMA) são: estrutura da parede, tipo de camada e ornamentação enquanto cor, forma, tamanho e reaçãoaoMelzerouresinasãoconsideradossecundáriosparaaidentificaçãodeespécies. Palavraschave: Glomeromycetes,taxonomia,FMA

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ABSTRACT Theofthearbuscularmycorrhizalfungi(AMF)hasundergonemajorchangesover thepast20yearsandthisiseasilyevidencedbychangesintheclassificationofthesefungi thatceasedtobemererepresentativesofthefamilyEndogonaceae,toOrderGlomales,even withintheZygomycetes,andfinallyculminatinginthephylumGlomeromycotawherethey were finally separated the Zygomycota. All these changes in classification are related to changes in interpretation of aggregate characters related only to glomerosporos where the whole is based morphological taxonomy and molecular data. These changes have been incorporatedintothetaxonomyofthegroup,withdescriptionsofnewfamilies,generaand speciesthatincludedadditionalmorphologicalevidencealreadyinthenewphylum.Despite theserecentchanges,nodetailedmorphologicalanalysiswasperformedsincetheproposalof thephylumGlomeromycota,whichmakesthetaxonomyofthegroupmorefragilewhereas mostoftheproposalsofnewfamiliesandgeneraarebasedalmostexclusivelyonmolecular data.Therefore,theobjectiveofthisstudywastoreviewthemorphologicalcharactersbased on evidence available in literature and on herbarium species held in collections of spores germosplasmaandmainlyinthefieldwheremostofthespecieshavebeendescribedinorder toprovideDetailedanalysisofthesecharactersfortheidentification,taxonomyofthegroup toincorporatenewapproachesanddevelopmorphologicalkeystofacilitatetheidentification of genera and species of Glomeromycota. To do this, descriptions of all species were analyzed from the description of Glomus macrocarpum and Gl. microcarpum in 1844. Moreover, glomerosporos from culture collections of living (EMBRAPA, UFPE, UFRRJ) andherbarium(HerbariumFL, FH,UniversityofHavana,Universityof BuenosAiresand materialfrompersonalcollectionofprof.FritzOehl)wereevaluated.Themaindatasource wereglomerosporosfromfieldsamplesofseveralBrazilianecosystemsandsomeofLatin America. Glomerosporos from field samples were extracted from soil by wet sieving followedbycentrifugationinwaterandsucroseat40%.Afterextractingtheglomerosporos wereseparatedbycolorandsizeandmountedbetweenslideandlamínulawithPVLGand PVLG+Melzer'sreagent(1:1v/v)forsubsequentanalysisincompoundmicroscope.Trap cropswithnativesoilandSorghumbicolor(L.)werekeptforthreemonthsonaverageto catchthespeciesoffungus.Intotal106specieswere evaluated for AMFbelonging to all genres except Otospora , including five species new to science, covering all modes of development found in the phylum Glomeromycota. The morphological characters were evaluated:color,shape,sizeofsporocarpic,perídioplexusandcentral(color,sizeandshape), color,size,formanddevelopmentofglomerosporos,thickness,typeandstructureofthewall, orreactiontoMelzertheresin(PVLG)andthespecializedstructuresofgermination(germ orbs and plates). It is concluded that the only morphological character shared by all representatives of the phylum Glomeromycota is the structure of the wall, thus the morphological characters considered primary (most useful for identification of species of AMF)are:thestructureofthewall,kindoflayerandornamentationascolor,shape,sizeand reactiontoMelzerorresinareconsideredsecondaryfortheidentificationofspecies. Keywords: Glomeromycetes,taxonomy,AMF

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ITRODUÇÃOGERAL Osfungosmicorrízicosarbusculares(FMA)sãoorganismosdosoloquevivemcomo simbiontesobrigatóriosformandoassociaçãocomraízesdamaioriadosvegetaisterrestrese contribuindoparaaregulaçãodosprincipaisecossistemasterrestresporaumentarazonade absorçãodefóforoepermitirmaiorcrescimentoetolerânciaaestressesbióticoseabióticos do ambiente, sendo, por conseqüência, de grande importância para a manutenção dos mesmos. Esses atributos ecológicos enfatizam sua importância para práticas agrícolas sustentáveisetambémparaarecuperaçãodeáreasimpactadas. Apesardosestudostaxonômicosteremseiniciadoem1844 comasdescriçõesdas duasprimeirasespécies( Glomusmacrocarpum Tul.&Tul.e Gl.microcarpum Tul.&Tul.) hojereconhecidamenteformadorasdeassociaçãomicorrízica,apenasem1990queosFMA receberam tratamento especial, sendo agrupados na ordem Glomales, independentes dos Endogonales,ondeeramanteriormenteincluídos. Antes da última revolução na classificação, esses organismos pertenceram à Mucorales, passando por Endogonales e Glomales, todas dentro dos Zygomycetes. Nesse período,abaseparaaclassificaçãoeramevidênciasmorfológicas(semelhançadecaracteres). AtualmenteosFMAconstituemofiloGlomeromycota,gruporeconhecidamentedistintodos Zygomycota e mais próximos dos Ascomycota e Basidiomycota, sendo essa nova classificaçãobaseadaapenasemevidênciasmoleculares. Nos últimos 30 anos, os avanços na taxonomia do grupo tiveram marcantes contribuiçõesduranteasdécadasde70,comarevisãodeGerdemann&Trappe(1974),de80, comdescriçõesdemuitasespéciesnovas,de90,comosestudosontogenéticosenoiníciodo século21comainclusãodedadosmoleculares. Todososdadostaxonômicosnessegrupodefungosestãorelacionadosunicamenteà estrutura de reprodução, denominada glomerosporo, que tem origem assexuada, sendo a delimitaçãodetáxonsassexuadosextremamenteconflitantee,emmuitoscasos,considerada especulativa. Seria portanto de extrema significância para a taxonomia do grupo a revisão dos caracteres morfológicos relacionados à classificação e identificação de gêneros e espécies. Nessecontexto,estetrabalhoteveporobjetivos(1)revisaroscaracteresmorfológicosusados na taxonomia do filo Glomeromycota; (2) adicionar novas abordagens morfológicas e (3) fornecerchavesparaaidentificaçãodegêneroseespécies.Aliteraturareferenteaaspectos

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geraisdaassociaçãomicorrízicaeahistóriarelacionadaàevoluçãodataxonomiadosfungos queformammicorrizaarbuscularfoirevisadanoCapítuloI.Oscaracteresmorfológicos,com base em dados disponíveis na literatura além de análises de materiais correspondentes a espéciesdosdiferentesgênerosdeFMAforamabordadosnoCapítuloII.NoCapítuloIIsão apresentadas chaves para identificação de gêneros e espécies de FMA. Em anexo são apresentadosartigosoriundosdepartedotrabalhoexecutado.

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(CAPITULOI) REVISÃODELITERATURA

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Fungosmicorrízicosarbusculares:aspectosgerais Osfungosmicorrízicosarbusculares(FMA)formamsimbioseobrigatóriacomraízes de um vasto número de famílias vegetais, promovendo o crescimento e até a tolerância/resistênciaaosvegetaisafetadosporestressesambientaispormelhoraraabsorção deíonsdebaixamobilidadenosolo,comoofósforo.Caracterizamseporproduzir,nocórtex dasraízeshospedeiras,estruturasramificadasresponsáveispelatrocadenutrientesentreos simbiontes, conhecidas como arbúsculos (Smith & Read 1997). Além disso, produzem estruturas reprodutivas típicas, de natureza assexual, denominadas glomerosporos, que apresentamaltadiversidadeestrutural(Goto&Maia2006a),relacionadaprincipalmentecom a parede, que geralmente varia em número de camadas, em aparência, cor e espessura (Morton1988). Estudos com FMA são problemáticos, pois esses organismos, como simbiontes obrigatórios, não crescem em meios de culturas tradicionais, o que dificulta muito os trabalhostaxonômicos(morfológicosemoleculares)efisiológicos. Apesar das dificuldades, pesquisas sobre esses organismos têm crescido bastante, tantonoaspectobásico,comdescriçõesdenovasespécieslevandoamudançasfrequentesna classificação, quanto no aspecto aplicado, visando entender melhor o papel desses organismosnosecossistemaseseupotencialbiotecnológico,principalmenteparautilização em sistemas de interesse econômico, que buscam a diminuição dos custos de produção e melhoriadeaspectosfitossanitários. HistóriadaclassificaçãodosFMA Oprimeirogênerodosfungoshojeconhecidocomomicorrízicoarbuscular,descrito por Tulasne & Tulasne em 1844, foi Glomus , com as espécies G. macrocarpum e G. microcarpum. Sete anos depois, os mesmos autores transferiram essas espécies para Endogone . Sclerocystis ,segundogêneroreconhecidoentreosFMA,foicriadoporBerkeley &Broome,em1873.EssesgênerosforamdescritosnaordemMucorales,antesdaproposta donomemicorriza,porFrank(1885),41anosdepoisdadescriçãode Glomus . Esseperíodoiniciaaeradosesporocarpos,ouseja,foioperíodoondehouveapenas descriçõesdeespéciesesporocárpicas.Juntocomessasnovasespécies veioadescriçãode

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muitos gêneros, hoje sinonimizados, devido principalmente à dificuldade de comunicação entre os pesquisadores. Nesse período muitas modificações, com novas combinações, também ocorreram. Um exemplo é a espécie hoje classificada como Glomus pubescens (Gerdemann & Trappe 1974), descrita originalmente como Sphaerocreas pubescens por Saccardo&Ellis,em1882,transferidaaseguirpara Stigmatellapubescens (Saccardo1886), depois Sclerocystis pubescens (Höhnel 1910), e posteriormente voltando a Sphaerocreas pubescens (Thaxther 1922), antes de ser transferida para Endogone (Zycha 1935). Atualmentetemsidoclassificadacomo Glomuspubescens (Gerdemann&Trappe1974). Thaxter(1922)realizouaprimeirarevisãotaxonômicadeEndogonaceae(Mucorales), ondeeramincluídosfungoshojereconhecidoscomomicorrízicosarbusculares,considerando comomembrososgêneros: Endogone,Glaziella,Sclerocystis eSphaerocrea .Nesseperíodo, Endogone incluía espécies que atuamente são reconhecidas como pertencentes ao gênero Glomus.Glaziella foitransferidainicialmentepara“Deuteromycetes”(Gibson1984)porque, embora apresentando corpos de Woronin nos septos das hifas, não havia dados sobre o teleomorfo.Maistarde,combaseemestudosultraestruturaiscomplementares,Gibsonetal. (1986) tranferiram Glaziella definitivamente para Glaziellales (Ascomycota). Von Hohmel (1910)sinonimizou Sphaerocreas com Sclerocystis,contudoosseusargumentosnãoforam aceitos por Thaxter (1922) que, na revisão de Endogonaceae, considerou os dois gêneros separadamente. Durante52anos,aclassificaçãodeThaxterpermaneceuinalteradaatéque,em1974, Gerdemann&Trappe,revisandoEndogonaceae,propuseramasbasesatéhojeutilizadaspara aidentificaçãoeaclassificaçãodosFMA.AlémdeexcluirdogrupoasespéciesdeGlomus de Endogone , os autores descreveram Acaulospora e Gigaspora ,incluindoostambémem Endogonaceae. Assim, a partir de 1974 os FMA foram representados pelos gêneros Acaulospora , Gigaspora , Glomus e Sclerocystis . Cinco anos depois, Ames & Schneider (1979)propuseramacriaçãodeEntrophospora,comatransferênciadeGlomusinfrequens Hallparaonovogênero,tomandocomobaseomododedesenvolvimentodosesporos. Em1986,Walker&Sanderssegregaramalgunsrepresentantes de Gigaspora que apresentavam glomerosporos com parede interna (germinativa sensu Morton) e placa germinativaparaumnovogênero( Scutellospora ),considerandocomoprincipalcaracterística o modo de germinação. Assim, Scutellospora foi caracterizado por apresentar uma parede interna com uma estrutura típica para germinação, denominada placa germinativa e em Gigaspora permaneceramasespéciescujosglomerosporosnãopossuiamparedeinterna,nem placatípicaparagerminação.

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Combaseemregistrosfósseisdeesporosglomóides, Pirozynski & Dalpé (1989) criaramafamília Glomaceae ,incluindoosgêneros Glomus e Sclerocystis devidoaomodo similardeformaçãodosglomerosporos,quepareciaserumcaráterpreservadohámilharesde anos. Morton (1990) admitiu que Glomus, Sclerocystis, Acaulospora, Entrophospora, Gigaspora e Scutellospora formavamumgrupomonofiléticoqueapresentavapoucarelação com os representantes de Endogonales . Com base nesses dados, Morton & Benny (1990) erigiram a ordem Glomales para agrupar todos os fungos que formavam micorriza do tipo arbuscular,caracterizadapelaformaçãodearbúsculosnocórtexdasraízeshospedeiras,com duas subordens, Glomineae com duas famílias Glomaceae e Acaulosporaceae , e Gigasporinae comapenasumafamília Gigasporaceae .Assubordensforamseparadascom basenaformaçãodevesículasnocórtexdasraízesdasplantasepelacapacidadedosfungos em apresentar apenas o micélio (Glomineae) enquanto Gigasporineae caracterizavase basicamentepelaausênciadevesículasnocórtexdasraízesepresençadecélulasauxiliares aolongodomicélionosolo. Revisando o gênero Sclerocystis, Almeida & Schenck (1990) consideraram que apenas Sclerocystiscoremioides Berkeley&Broomeerarepresentantelegítimodogêneroe transferiramasdemaisespéciespara Glomus .Noentanto,osaspectosmorfológicosadotados por Almeida & Schenck (1990b) foram contestados por Wu (1993), em estudos sobre o desenvolvimentodosesporocarpos,oqueolevouapropor a manutenção das espécies em questão em Sclerocystis . A discussão foi aparentemente sanada sete anos depois, quando Redecker et al. (2000), utilizando dados moleculares, propuseram a transferência de Sclerocystis coremioides para Glomus coremioides (Berkeley & Broome) Morton & Redecker.Desdeentão,asespéciesesporocárpicasdeFMAnãorepresentammaisumgênero àparte,sendotodasincluídasem Glomus . Utilizando também registros fósseis, Taylor et al. (1995) propuseram o gênero Glomites ,com Glomitesrhyniensis Taylor,Remy,Hass&Kerpcomoespécietípo.Noano seguinte, Phipps & Taylor (1996) descreveram um novo gênero, ancestral de Gigaspora , denominado Gigasporites, comaespécie Gigasporitesmyriamyces Phipps&Taylor,alémde descreverem mais uma espécie de Glomites, denominada Gl. cycestris Phipps & Taylor. Essesregistrosfósseisrepresentamosancestraisdosatuaisgêneros Glomus e Gigaspora . Morton&Redecker(2001)criaramasfamílias Archaeosporaceae e Paraglomaceae , com os gêneros Archaeospora Morton & Redecker e Paraglomus Morton & Redecker respectivamente,combaseemdadosmolecularesemorfológicos(Figura1).Noentanto,os aspectos morfológicos indicados pelos autores não caracterizam de modo efetivo os

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representantesdessasfamílias,principalmenteemParaglomus ,pornãohavercaracteres,no glomerosporo,queosdiferenciemdeGlomus .Nocaso,aprincipalevidênciaparadistinçãoé aintensidadedacoloraçãodashifasintraradicaiscomAzuldeTripano.

Figura 1 . Árvore filogenética proposta por Morton & Redecker (2001) tendo como base dadosmorfológicosemoleculares.(Fonte:http://invam.caf.wvu.edu).

AevoluçãodaclassificaçãodosFMAculminoucomacriaçãodofilo Glomeromycota (monofilético) proposta por Schuessler et al . (2001), constituído por uma classe Glomeromycetes e quatro ordens: (Acaulosporaceae, Diversisporaceae, Gigasporaceae ) Archaeosporales (Archaeosporaceae, Geosiphonaceae ), Paraglomerales (Paraglomeraceae ) e Glomerales (Glomeraceae ). Essa classificação foi baseada no sequenciamentodeapenasnasubunidademenordoDNAribossomaleestudosfilogenéticos posteriores,ondeseutilizousequenciamentodeoutrosgenes(Jamesetal.,2006;Hibbettet al.2007),confirmaramasevidênciasapontadasporSchuessleretal.(2001)(Figuras2e3). Contudo, Schuessler et al. (2001) incluíram em Glomeromycota a família Geosiphonaceae ,com Geosiphonpiriforme (Kütz)Wettst,quediferedasdemaispelotipode estruturasformadasepelaassociaçãosimbióticacomcianobactérias(Schuessleretal.1994).

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OcladocompostopelosrepresentantesdeParaglomerales(Schuessleretal.2001)foi baseadoapenasemdadosmolecularesdeduasespécies: Glomusoccultum e G.brasilianum, as primeiras espécies transferidas por Morton & Redecker (2001) para a família Paraglomeraceae, como Paraglomus occultum e P. brasilianum . Esses autores argumentaramqueafracacoloraçãodasestruturasintraradicularesemAzuldeTripanoseria umacaracterísticarelevanteparaadistinçãodogrupo.Porém,namorfologiadosesporosnão háevidênciasquepermitamdistinguir P.occultum e P.brasiliensis dasdemaisespéciesde FMAcomesporosglomóides. Recentemente,Renkeretal.(2007)transferiram Glomuslaccatum para Paraglomus laccatum combasenasequênciadorDNA,oquemostraanecessidadedeseavaliaroutras espécies de FMA para melhor estruturação do filo Glomeromycota, que apresenta muitos casosdesimplesiomorfianosdiferentescladospropostosporSchuessleretal.(2001). Considerandodadosmorfológicosetambémo modode germinação dos esporos, Oehl&Sieverding(2004)propuseramacriaçãodePacispora Sieverd.&Oehl,incluindoo em Glomeraceae . Pacispora caracterizase por apresentar esporos glomóides (esporos similaresaosformadostipicamentepelogênero Glomus ),comhifadesustentaçãoefêmera, paredegerminativa( sensu Morton)egerminaçãodiretamentepelaparededoesporo,apartir de uma estrutura compartimentalizada de germinação, similar ao que ocorre em outros gêneroscomoAcaulospora ,Scutellospora e Entrophospora .Combasenessascaracterísticas, osautoresrevisaram Glomusscintillans , Gl.dominikii e Gl.chimonobambusae transferindo ospara Pacispora, edescreverammaisquatroespécies:Pacisporafranciscana,Pa.robigina, Pa.coraloidea e Pa.boliviana . Nomesmoano,utilizandoasmesmasespécies( Gl.scintillans eGl.dominikii )eos mesmosargumentosmorfológicosWalkeretal. (2004)criaramogênero Gerdemannia ea família Gerdemanniaceae .

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Figura 2 . Árvore filogenética mostrando um clado com os representantes dos fungos micorrízicos arbusculares definitivamente separados dos Zygomycetes (fonte: Schuessler et al.2001)

Figura3 .Detalhedasquatroordensedassetefamíliaspropostasparaofilo Glomeromycota (Fonte:Schuessleretal.2001)

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As mesmas espécies ( Glomus scintillans , Gl. dominikii e Gl. chimonobambusae ) foram transferidas de Glomus para Gerdemannia , porém com uma pequena diferença: Gl. scintillans e Gl. dominikii foram consideradas coespecíficas, ou seja, os isolados (tipos) dessasespéciessãomuitosemelhantes,edestaforma Gl.dominikii foiconsideradasinônimo de Gl.scintillans. Walkeretal.(2004)observarammaiorafinidadenosdadosmolecularesde G.scintillans comosdemembrosdeGigasporaceae doquecomosde Glomeraceae, como anteriormente proposto por Oehl & Sieverding (2004), criando por isso a família Gerdemanniaceae(Figura4;citadacomo Pacisporaceae ).Entretanto, Gerdemanniaceae está baseada na evidência molecular de apenas uma espécie, Gl. scintillans , sendo necessários estudosmolecularescomoutrasespéciesquecompõemogênero,comoasdescritasporOehl &Sieverding(2004),paramelhorentendimentodesseclado. Apesardosavançosnaclassificaçãointrafilo,umproblema taxonômico foi gerado. Pacispora éconsideradogêneroválido,portersidopublicadoantesde Gerdemannia, mas não deve permanecer em Glomeraceae por ter mais afinidade com membros de Gigasporaceae (Walkeretal .2004).

Figura 4. Árvore filogenética com inclusão da família Pacisporaceae (http://www.lrz muenchen.de/~schuessler/amphylo/ ).

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Alémdisso,oCódigoInternacionaldeNomenclaturaBotânica(McNeilletal.2006), diz no Art. 18.1 que “ onomedafamíliaéformadodeumgenitivosingular de um nome legítimo ”.Destaformaonomedafamília Gerdemanniaceae tambémestáemdesacordocom ocódigo,considerandoque Gerdemannia nãofoimantido. Combasenessasprerrogativas,Walker&Schuessler(2004)propuseramacriaçãoda família Pacisporaceae , substituindo a inválida Gerdemanniaceae .Alémdisso,validarama ordem Diversisporales eafamília Diversisporaceae ,transferindo Glomusspurcum Pfeiffer, Walker&Blosspara Diversisporaspurca (Pfeiffer,Walker&Bloss)Walker&Schuessler, combaseemdadosmoleculares. Segundo a interpretação de Redecker et al. (2007), Walker & Schuessler (2004) argumentaram que Glomus spurcum apresentava glomerosporos com uma camada interna membranosa que poderia ser usada para caracterizar Diversispora spurca (presente na descriçãoemlatim).Porém,essainterpretaçãoédúbia,vistoqueWalker&Schuessler(2004) descrevem Diversispora como“ possuemesporosglomóidescomparedeconsistindodeuma finaparedeexterna,umaparedeestruturallaminadaeumaparedeinternaflexívelquenão reageemMelzer ”.Essadescriçãoenglobadiversidadeenormedeespéciesde Glomus (sensu morfológico).Poressarazão,podeseafirmarqueadescriçãode Diversispora ébasicamente estruturada em dados moleculares, sendo os caracteres morfológicos inconsistentes para definirogênero. Recentemente, Sieverding & Oehl (2006) propuseram a criação da família Entrophosporaceae mantendo apenas Entrophospora baltica e En. infrequens no gênero e transferiram as demais espécies para dois novos gêneros, Intraspora e Kuklospora . Entrophospora schenckii foi transferida para Intraspora, gênero incluído em Archaeosporaceae ,enquanto Entrophosporacolombiana e En.kentinensis foramtransferidas para Kuklospora Oehl&Sieverd.,novogênerode Acaulosporaceae (tabela1). A criação de Entrophosporaceae também foi baseada em dados morfológicos e moleculares. Segundo Sieverding & Oehl (2006), Entrophospora caracterizase por apresentar (i) esporos com duas paredes ( sensu Morton), uma externa e uma interna, (ii) ausênciadeumacamada“beaded”,(iii)paredeinternarelativamenteespessae(iv)presença deum“plug”nopontodeinserçãodahifa,enquanto Acaulospora apresenta(i)trêsparedes, (ii)camada“beaded”,(iii)paredeinternarelativamentemaisfinae(iv)ausênciade“plug”no pontodeinserçãodahifa.

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Tabela1.Caracteresmorfológicosutilizadosparaadistinçãodegêneroscomglomerosporos acaulosporóides(baseadoemSieverding&Oehl2006). Acaulospora EntrophosporaIntraspora Kuklospora

Duascicatrizes X X X Camada“beaded” X X

“Plug”nainserção X X X dahifa Duasparedes * X *Algumasespéciesde Acaulospora (A.sporocarpica e A.myriocarpa )tambémapresentam apenasduasparedes,masestanãoéaregraparaogênero.

AnálisesmolecularesrealizadasporMillneretal.(2001),Rodriguezetal.(2001)e Wubetetal.(2003)mostraramque Entrophospora (sensu Morton&Benny1990)nãoestá relacionada filogenéticamente com Acaulospora . Rodriguez et al. (2001) afirmam que nenhumadassequênciasextraídasdemúltiplosoudeumúnicoesporo foramrelacionadas com as de membros de Acaulospora, pareando apenas com membros de Gigasporaceae (tanto Gigaspora quanto Scutellospora )e Glomeraceae . Ogênero Kuklospora, incluídoporSieverding&Oehl(2006)em Acaulosporaceae, difere de Acaulospora apenas por apresentar glomerosporos formados dentro da hifa do sáculoesporífero,enquantonoúltimogênerooesporoéformadolateralmenteahifaquedá origemaosáculoesporífero. Intraspora, incluídaem Archaeosporaceae, diferede Archaeospora pelaformaçãodo glomerosporodentrodopescoço(“neck”)dahifadosáculoesporífero,considerandoqueem Archaeospora aformaçãoénalateraldopescoçodahifaquedáorigemaosáculoesporífero. Além disso, hifas de Intraspora e Archaeospora apresentam baixa afinidade ao Azul de Tripano, sem nenhuma reação ou apenas corando fracamente (Morton & Redecker 2001; Sieverding&Oehl2006). Apesar da semelhança dos caracteres morfológicos de Intraspora schenckii e dos membros de Archaeosporaceae, ainda faltam evidências moleculares que confirmem tal agrupamento.Alémdisso,outrasespéciesdescritascomo Acaulospora (Ac.miryocarpa e Ac. sporocarpia )podemserfuturamentetransferidaspara Archaeospora usandoomesmocritério deSieverding&Oehl(2006).

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Recentemente,algumasespéciesde Archaeosporaceae foramtransferidasparaonovo gênero Appendicispora ,criadopor Spainetal.(2006),combaseemdadosmorfológicos.Os autoresdefendemque,dasespéciesincluídasem Archaeospora ,apenas Ar.trappei realmente pertence ao gênero, e por isso tranferiram Archaeospora leptoticha e A. gerdemannii para Appendicispora (A. appendicula e A. gerdemannii ). Designaram também Appendicispora jimgerdemannii para tansferir Acaulospora gerdemannii , erroneamente interpretada como sinônimo de Archaeospora leptoticha (Spain et al. 2006) por apresentar semelhanças na disposição e estrutura da parede dos esporos. Morton et al. (1997) haviam sinonimizado Acaulosporagerdemannii com Ac.appendicula, e Gl.fecundisporum com Gl.leptotichum, com base nas semelhanças morfológicas entre essas espécies. Posteriormente, Morton & Redecker (2001) transferiram Acaulospora appendicula, Ac. gerdemannii e Ac. trappei juntamentecomseussinanomorfosglomóidespara Archaeosporaceae . Poucotempodepois,Spain(2003)informouque Archaeosporatrappei ,espécietipo dogênero,tambémapresentavaumsinanomorfoglomóide,característicanãoobservadapor Morton&Redecker(2001).Noentanto,aautoranãoobtevesucessonamultiplicaçãodesses esporosglomóides. Acompanhando a mesma linha de raciocínio de Spain et al. (2006), Walker et al. (2007a)destacaramqueasespéciesdeArchaeospora apresentavamdiferençassignificantes nacomposiçãodaparededosglomerosporosedisponibilizaramumabasetaxonômicamais consistente,propondoumanovafamília, Ambisporaceae (Figura5),novasespéciesenovas combinações para esse recente clado. A criação de Ambisporaceae foi baseada em dados morfológicosemolecularesqueaincluemem Archaeosporales, caracterizada pelapresença simultânea de esporos dimórficos (glomóides e acaulosporóides), porém as espécies que constituemessaordemexibemsignificantesdiferençasmorfológicasentreasespécies.

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Figura 5 . Árvore filogenética do clado correspondente à família Ambisporaceae (Fonte: Walkeretal.2007)

ConsiderandoqueoartigodaSpainetal.(2006)foiefetivamentedistribuídonofinal de2006,eoartigodeWalkeretal.(2007a)foipublicadoapenasemfevereirode2007,o nome Appendicispora foiconsideradoválido,segundooprincípiodapriordade.Comisso, Walker et al. (2007b) criaram a família Appendicisporaceae C. Walker, Vestberg & Schuessler com base na legitimidade do gênero Appendicispora (Spain et al. 2006) sobre Ambispora (Walkeretal.2007a).Walker(2008)observouqueonome Appendicispora éum homônimo de Appendicospora propostoporHyde(1995)paraumAscomicetoepor essa razãoonome Ambispora éatualmenteconsideradolegítimo. Emestudosmolecularesusandoosequenciamentodetrêsgenes(ITS,SSUeLSU), Renkeretal.(2007)demostraramque Glomuslaccatum pertenceàordemParaglomerales,e nãoaGlomerales,comoanteriormenepropostoporBlaszkowskiem1988,etransferiramna paraogênero Paraglomus . Palenzuela et al. (2008)propuseram a criação de mais um gênero Otospora nofilo Glomeromycota,caracterizadoporapresentarglomerosporosacaulosporóideseproximidade filogenéticacomDiversisporaceae,famíliaondefoiincluído,formandoumcladojuntocom Diversisporaspurca e Glomusversiforme .

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Oehl et al. (2008), somando dados moleculares e morfológicos, como número de paredesecomplexidadedasestruturasdegerminação(placasgerminativas),revisaramtodas as espécies de Scutellospora descritas e concluíram que amaioria desses representantes poderiasertransferidaparacinconovosgêneros,permanecendoogênero Scutellospora agora apenascomdezespécies.Asdemaisespéciesforamagrupadasnosseisgênerosqueforam distribuídos em três novas famílias Scutellosporaceae (Scutellospora ), Racocetraceae (Racocetra e Cetraspora )e Dentiscutataceae (Fuscutata , Dentiscutata e Quatunica ). TodaessamudançanaclassificaçãodosFMAmostraquemuitoaindaestáparaser elucidado. Por hora, esses fungos estão distribuídos em quatro ordens ( Archaeosporales , Diversisporales , Paraglomerales e Glomerales ) com dez famílias ( Geociphonaceae , Archaeosporaceae , Diversisporaceae, Paraglomeraceae , Glomeraceae, Acaulosporaceae, Entrophosporaceae, Gigasporaceae, Pacisporaceae e Ambisporaceae ) e 19 gêneros: Acaulospora , Diversispora, Entrophospora, Archaeospora, Gigaspora, Scutellospora, Pacispora,Paraglomus,Intraspora,Kuklospora , Glomus , Ambispora,Otospora,Racocetra, Fuscutata,Cetraspora,Quatunica,Dentiscutata eGeosiphon (Schuessleretal.2001;Oehlet al.2006b;Oehletal.2008;Palenzuelaetal.2008;Walker2008;Silvaetal.2008).Este último é o único que não forma típica associação micorrízica arbuscular, vivendo em simbiosecomcianofíceas(Schuessler1998). Mesmo essa classificação mais recente é preliminar, pois novas evidências devem surgirmodificandoaposiçãodasespéciesedosgênerosdeFMA,principalmenteaquelesque constituemhojegêneroscommaiornúmerodeespécies,taiscomo Glomus , Scutellospora e Acaulospora comorecentementeevidenciadoporOehletal.(2008)eSilvaetal.(2008). AevoluçãodaclassificaçãotaxonômicadosFMAapartirdotrabalhodeSchuessler etal.2001énotóriae,combasenasevidênciashistóricas,podesedistinguircincoetapas principais:(1)a“préhistória”dataxonomia,ondeabasedaidentificaçãoestavarelacionada a aspectos macroscópicos do esporocarpo (1844 – 1962); (2) estudos sobre as espécies ectocárpicas,apartirde1963,eculminandocomarevisãodeGerdemann&Trappe(1974); (3)faseiniciadacomapropostanomenclaturalconsiderandoosdiferentestiposde“parede” dosglomerosporos(Walker1983),quepermitiuodetalhamentodasuaestrutura,facilitando a diferenciação entre gêneros e espécies; (4) com os trabalhos de Morton e colaboradores (Bentivenga & Morton 1994; Morton 1995; Stürmer & Morton 1997, 1999;), evidências ontogenéticasforamincluídasnasdescriçõesdeespéciesdeFMA,contribuindoparamaior conhecimento de semelhanças e diferenças entre os táxons (5) a utilização de técnicas molecularesveio,apartirde2000comasinonimizaçãode Sclerocystis em Glomus (Morton

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& Redecker 2000), implementando as descrições, a classificação das espécies e a compreensãosobreasrelaçõesfilogenéticasdentrodeGlomeromycota. Diversidadedefungosmicorrízicosarbusculares Aestimativa,amplamenteaceita,dadiversidadedefungosnomundoéde1,5milhões de espécies (Hawksworth 1991). Essa estimativa está baseada na riqueza de espécies de plantasfanerogâmicasnomundoqueéde300.000espéciesaproximadamente(Hawksworth 2004;Raven2004).Contudo,aindahácertacontradiçãoentreosdadosdediversidade.Por exemplo,segundoHawksworth(2004),cercade65%dasespéciesdefungosdescritaspodem ser sinônimos, ou seja, cerca de 105.000 espécies de fungos já podem ser conhecidas, considerandoapenasdadoscontidosemKirketal(2001).Poroutrolado,novasespéciesde alguns grupos de fungos como os Basidiomycetes , considerado um dos mais estudados, continuamsendodescritas.Recentemente,Ryvarden(2004)descreveuumnovogênerocom 20 novas espécies de Aphyllophorales em ambientes tropicais. Entre 2002 e 2006, quatro novas espécies de Gasteromycetes (Basidiomycota ) foram descritas no Brasil (Baseia & Milanez 2002; Baseia et al. 2003; Baseia & Calonge 2005 e 2006) e novas espécies de Glomeromycotaestãosendodescritas(Gotoetal.2008b;Silvaetal.2008). Fortalecendoaidéiadequeseconhecepoucodadiversidadedefungos,Claridgeetal. (2000)comentaramquedas209espéciesdefungoshipógeosencontradosnaAustrália,152 eramnovosparaaciência.Hyde(2001)enfatizouqueemumadécadaonúmerodeespécies conhecidas para Hong Kong quadruplicou, o que na verdade reflete esforços de coleta e estudostaxonômicosemáreasespecíficas. AdiversidadedeFMAaindaéincerta.Aúltimacompilaçãodedescriçõesfoifeita porSchenck&Pérez(1990),comdadossobre149espécies,distribuídasemseisgêneros: Acaulospora (28) , Entrophospora (3) , Gigaspora (7) , Glomus (75) , Sclerocystis (13) e Scutellospora (23).Desdeentão,muitasnovasespéciesforamdescritaseoutraspassarama sinonímias(Almeida&Schenck1990;Walker&Vestberg1998;Oehletal.2002e2003). Atualmentesãoconhecidasaproximadamente205espéciesdeFMA(deSouzaetal. 2008),distribuídasem18gêneros,50%pertencentesaGlomus (Tabela2).Essadiversidade pareceaindasubestimada,poismuitoshabitatspermaneceminexplorados,principalmenteem ecossistemas tropicais. Além disso, há certa escassez de profissionais especializados para descreverespéciesjádepositadasemcoleções,eissoocorretantoparaosfungosdeforma

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geral(Hawksworth&Rossman1997),comoparaosmantidosapenasemassociaçãocom raízesdevegetais,comoéocasodaquelesqueformammicorrizadotipoarbuscular. Hawksworth(2004)ePeixotoetal.(2006)afirmam que são necessárias revisões sobrefungosparamelhorseentenderadiversidadedessesmicrorganismos.Asrevisõesfeitas comrepresentantesdeFMAforamrealizadasprimeiramenteporThaxter(1922)edepoispor Gerdemann & Trappe (1974), que incluiram muitos Zigomicetos, Almeida & Schenck (1990), que avaliaram espécies de Sclerocystis; Morton & Bentivenga (1995), avaliando espécies de Gigaspora e, mais recentemente, Sieverding & Oehl (2006), que revisaram espécies de Entrophospora .Antesdisso,Morton(1988)haviarevisadoabase taxonômica dosFMA,discutindosobreoscaracteresmorfológicosusadosnaidentificaçãodasespécies. Atualmentedadosmolecularesdeváriosgenestêmdemonstradoestreitoparentesco dos FMA (Glomeromycota) com os Ascomycota e Basidiomycota (Schussler et al. 2001; Jamesetal.2006eHibbettetal.2007),porémnãohásemelhançasmorfológicasentreesses organismosquepermitaminferirrelacionamentosfilogenéticos. Segundo Raczkowski & Wenzel (2007), a distribuição de espécies por região está relacionadaprincipalmentepelaquantidadedetaxonomistastrabalhandonasáreasetambém pelavisãodoqueéespécieparacadataxonomista.Delimitarespécieparecesertarefafácil, porémmuitostrabalhostêmmostradoadificuldadeemcriarumconceitodeespéciequeseja aplicadoaorganismosdemodogeral(Hey2001;RossellóMora&Amann2001).Oesforço amostral, bem como o número de taxonomistas relacionados à pesquisa, pode aumentar significativamenteonúmerodeespéciesregistradasemumaregiãooupaís. Outro fato importante que deve ser discutido em trabalhos de levantamento e distribuição de espécies em diferentes ecossistemas é o fator endemismo, ainda pouco documentadoparamicrorganismos,emborajátenhasidoconsideradotambémparaestimar diversidadeglobalemfungos(Mueller&Schmidt2007).Algunsfungosestãoassociadosa determinadas espécies de plantas de forma específica, o que permite especular se, estando estreitamente relacionado com uma espécie de plantaendêmica,ofungotambémpodeser endêmico.ParaFMAéextremamentedifícilespecularsobreoassunto,considerandoquenão apresentamespecificidade.Contudo,dadosrecentescomoosreferentesa Otosporabareai, recentementedescritoporPalenzuelaetal.(2008),mostramqueocorrenarizosferadeuma espécieendêmicadaEspanha.Alémdisso,algumasespéciesdeFMAsóforamcitadasuma veznadescriçãooriginalenãomaisdocumentadas,sendopossívelquesejamendêmicas. Relacionarhistóriaevolutivaentreessesgruposirmãos(Glomeromycota,Ascomycota e Basidiomycota) poderia trazer novos conceitos e reflexões sobre a diversidade desses

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organismos.Primeiramenteseconheceapenas205espéciesdeFMA,eemcontrapartidaos Ascomycota apresentam 32.739 espécies e os Basidiomycota 29.914 espécies (Kirk et al. 2001). Mueller & Schmit (2007) estimam que a diversidade global de Endogonales e Glomalesseriade1.000espécies.Contudo,essesdadossãoextremamenteconservativose nãolevamemconsideraçãoabiologiaeahistóriaevolutivadessesorganismos.Alémdisso, nãosepodeinferirrelacionamentoentreEndogonaleseGlomales,poisatualmenteosfungos queformammicorrizaarbuscularformamfilodistintodosZygomycota. SegundodeSouza(2007),aaparentepequenariquezadeespéciesconhecidasnofilo Glomeromycota é paradoxal, principalmente pela origem ancestral desses fungos, a alta diversidade de plantas às quais estão associados, ao longo período da coevolução da simbiose micorrízica e à ampla distribuição dos FMA nos ecossistemas terrestres. Todos esses argumentos indicam diversificação muito maior do que a conhecida para esse filo. Entretanto,paramelhorentenderosmecanismosqueregemadiversificaçãodeumgrupode organismo é necessário entender a biologia do grupo e os processos relacionados à especiaçãoemGlomeromycotaqueserãodiscutidosno tópico referente à conceituação de espécie. TomandoporbaseosdadosobtidosporBeveretal.(2001)emestudosrealizadosem áreade1hectare,com50espéciesdeplantas,ondeforamencontradas37espéciesdeFMA, das quais 1/3 ainda não conhecidas para a ciência, de Souza et al. (2008) estimaram a diversidadedeFMAentre37.000e78.000espécies.Sendoassim,atualmenteapenas0,05% dasespéciesdessegrupodefungossãoconhecidas,tomandocomobaseasupostaexistência de37.000espécies. Segundo Peixoto et al. (2006), um terço da diversidade biológica brasileira é conhecidaeapenas20%dototaldeespéciesdoplanetasãocitadasnoBrasil.Porisso,é plausívelestimarelevadadiversidadedeFMAtambémnoBrasil. AdificuldadenaestimativadadiversidadedosGlomeromycota está relacionada ao difícil acesso ao fungo, que se devebasicamente aomicotrofismoobrigatórioeànatureza hipógea,alémdafaltadeamploconhecimentosobreaecologiaeabiologiadessesfungos (Bever et al. 2001; de Souza et al. 2008). Além disso, as descrições das espécies estão baseadas em evidências morfológicas dos glomerosporos extraídos do solo nativo ou de cultivos,porémháespéciesquenãosãoobservadasnaformadeesporos(Clappetal.2002). Todos esses problemas relacionados à diversificação desse grupo promovem também dificuldadesconceituaissérias.DefinirespécieparaFMAaindaéumatarefadifíciltendoem

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vista as limitações morfológicas (com ampla diversificação em uma mesma espécie) e tambémasmoleculares(quemostramasegregaçãodeespéciesconsideradassimilares). Portanto,dadaaescassezdereavaliaçãodeespécies,énecessárioreestruturarasbases taxonômicas, utilizando critérios mais recentes para melhor entender a diversidade morfológicanessegrupodefungos.

omeseepítetosnofiloGlomeromycota

Olatimbotânicoteveorigemnosescritosromanossobreplantas,porvoltade23–79 D.C.PorémfoiLinnaeus,emseuscélebrestrabalhos( GeneraPlantarum 1737,5°ed.;1754, 6°ed.; FloraLapponica ,1737; HortusCliffortianus ,1738),quefixouolatimcomolíngua oficialdasdiagnosesdeplantasnaEuropa,noséculoXVIII(Stearn2000). Desde então, muitas espécies foram descritas e novos nomes e caracteres têm sido propostos,porémàsvezessemodevidocritério,oquecontribuiparaaocorrênciadeepítetos ounomescomproblemasdedeclinaçãooucomerrosortográficos.Apesardataxonomiados FMAserrecente(aproximadamente40anos)algunsproblemasnomenclaturaistêmocorrido. Almeida (1989) propôs a mudança do nome de um gênero e de alguns epítetos específicos de FMA com base no Artigo 73.8 do Código Internacional de Nomenclatura Botânica(CINB),oqualestipulaqueerrosortográficosdecorrentesdeumaformacomposta incorreta(Ex Scutellospora )devemsercorrigidos( Scutellispora )(Stafleuetal.1988). Morton & Benny (1990) aceitaram a mudança do gênero Scutellospora para Scutellispora ,semumaanálisecríticadessamudança(Walker1991),assimcomoSchenck& Pérez(1990)aceitaramasmudançasnosepítetosespecíficos,comoseverificanorespectivo manualdeidentificação. Walker(1991),discordandodaalteraçãodonomepara Scutellispora ,restabeleceuo antigonome,combasenoArtigo20.1doCINB(Greuteretal.1988),quediz:“ onomedeum gêneropodeserdadodequalquerfonteepodesercomposto deforma arbitrária ” (como adotado por Walker & Sanders, 1986). Walker (1991) justifica que no trabalho onde foi publicadoonovogênero(Walker&Sanders,1986)aescolhadooaoinvésdoidecorreu daeufonia;segundoosautores,onome Scutellospora temumsomdemelhorpronúnciado que Scutellispora ,justificandoassimousodavogaloconectandoas palavras de origem gregaelatina.

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O nome do gênero não deve ser alterado mesmo que haja erros ortográficos provenientes da declinação das palavras que formam esse nome (Artigo 20.1 do CINB), porémoepítetoespecíficodevesermodificadosehouveressetipodeerro(McNeilletal., 2006). Com base nas mudanças dos epítetos específicos propostas por Almeida (1989), Walker&Trappe(1993)redefiniramessesepítetoscombasenoartigo6.3docódigo,onde seconsideraqueonomequeestáemconcordânciacomoregulamentonãodeveseralterado. Ainda segundo o Artigo 73.3 do Código (CINB), a liberdade de corrigir nomes deve ser usadacomreserva. Portanto será adotada a proposta feita por Walker & Trappe (1993), sendo adicionadososnomesdasespéciesmaisrecentescomasrespectivassinonímias(Tabela1), semcorreções,seguindooArtigo73.3doCINB(McNeilletal.,2006). McGee (1996) afirma que Glomus tubaeforme Tandy foi erroneamente modificado para Glomustubiforme porWalker&Trappe(1993),poisTandy(1975),emseuprotólogo, referiaseàformadetrompete“trumpetshaped”enãoàformadetubo“tubeshaped”. Walker et al. (2007b) validaram alguns nomes de representantes de Pacisporaceae, famíliapropostaporWalker&Schuessler(2004)combasenonovogênero Pacispora (Oehl & Sieverding 2004), os quais apresentavam erros na data dos basiônimos, o que está em desacordocomoArt.33.3doCINB,tornandoonomePacispora inválido.Nocaso,onome dogêneroeraconsideradovalidamentepublicado,porémonomedaespécietipoquedava origem ao gênero (Pacispora scintillans ) ainda estava seguindo o antigo gênero Glomus , causandoumasituaçãotaxonômicacuriosa(Walkeretal.2007). Recentemente J. Spain foi informada por P. Kirk que o nome do gênero Appendicispora tem um homônimo ( Appendicospora ) descrito por Hyde, em 1995 (Oehl, comunicaçãopessoal).ApesardoArtigo20.1doCINBmencionarque“ onomedeumgênero podeserdadodequalquerfonteepodesercompostodeformaarbitrária ”,estenãopodeser igual,segundooArt.53.1:“ onomedeumafamília,umgêneroouumaespécie,amenosque conservadoousancionado,éilegítimoseéumhomônimoposterior,ouseja,seésoletrado exatamentedamesmaformaqueumnomebaseadoemumtipodiferentequefoipréviae validamentepublicadoparaumtáxondemesmonível ”McNeilletal.(2006). Ainda segundo o Art. 53.3 do CINB: “ quando dois ou mais nomes genéricos ou específicos,baseadosemtiposdiferentes,sãotãosemelhantesentresi,apontodepoderem serconfundidos(porquesãoaplicadosatáxonsrelacionadosouporqualquerrazão)eles devemsertratadoscomohomônimos.Seapráticaestabelecidatemsidotratardoisnomes

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...37 semelhantes como homônimos, esta prática deve ser continuada se for do interesse da estabilidadenomenclatural ”. Emvistadessasregras, Appendicispora éconsideradohomônimode Appendicospora , mesmo em se tratando de organismos em filos distintos, Glomeromycota e Ascomycota, respectivamente. Assim, Appendicospora tem prioridade sobre Appendicispora, o qual, consequentemente, é considerado ilegítimo. Neste caso, Appendicispora deveria sofrer mudançadenomeeomaisprudenteserianomearAmbispora ,nomedesignadoporWalkeret al. (2006), para agrupar as mesmas espécies que Spain et al. (2006) usaram para eleger Appendicispora .Alémdisso,Walkeretal.(2006)apresentaramumabasemolecularparaas espéciesde Ambispora ,oquetornaacircunscriçãodogênerofilogeneticamentemaisprecisa. SeguindooArt.18.1doCINB(McNeilletal.2006)ondeémencionadoque“ onomeda famíliaéformadodeumgenitivosingulardeumnomelegítimo”econsiderandoqueonome prioritárionãoémais Appendicispora ,onomedafamíliateria,consequentemente,queser alteradoparaAmbisporaceae . Walker(2008)solucionouessaquestãodivulgandoailegitimidadede Appendicispora por ser homônimo de Appendicospora e revalidando o nome Ambispora e a família Ambisporaceae .

Tabela 2. Espécies de Fungos Micorrízicos Arbusculares descritas na literatura com respectivossinônimos,autoresereferências.

Acaulospora Gerdemann&Trappe REFERÊCIAS ESPÉCIES A.alpina Oehl,Sykorova&Sieverd. Oehletal.(2006) A.appendicula Spain,Sieverd.&N.C.Schenck = Schencketal.(1984). Archaeosporaleptoticha = Appendicispora appendicula A.bireticulata F.M.Rothwell&Trappe Rothwell&Trappe(1979). Blaszkowski(1997a). A.capsicula Blaszk. Blaszkowski(1990) A.cavernata Blaszk. Blaszkowski(1989) A.colossica P.A.Schultz,Bever&J.B.Morton Schultzetal(1999) A.delicata C.Walker,C.M.Pfeiffer&Bloss Walkeretal.(1966) A.denticulata Sieverd.&S.Toro Sieverding&Toro(1987a) A.dilatata J.B.Morton Morton(1986) A.elegans Trappe&Gerd. Gerdemann&Trappe(1974)

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A.entreriana M.S.Velázquez&Cabello Velázquezetal.(2008) A.excavata Ingleby&C.Walker Inglebyetal.(1994) A.foveata Trappe&Janos Janos&Trappe(1982) A.gedanensis Blaszk. Blaszkowski(1988b) A.gerdemannii N.C.Schenck&T.H.Nicholson= A. Nicolson&Schenck(1979) leptoticha=Appendicisporajimgerdemannii A.koskei Blaszk. Blaszkowski(1995a) A.lacunosa J.B.Morton Morton(1986) A.laevis Gerd.&Trappe Gerdemann&Trappe(1974) A.longula Spain&N.C.Schenck Schencketal.(1984) A.mellea Spain&N.C.Schenck Schencketal.(1984) A.morrowiae Spain&N.C.Schenck Schencketal.(1984) A.myriocarpa Spain,Sieverd.&N.C.Schenck Schencketal.(1986) A.nicolsonii C.Walker,L.E.Reed&E.Sanders Walkeretal.(1984) A.paulineae Blaszk. Blaszkowski(1988b) A.polonica Blaszk. Blaszkowski(1988b) A.rehmii Sieverd.&S.Toro Sieverding.&Toro(1987) A.rugosa J.B.Morton Morton(1986) A.scrobiculata Trappe Trappe(1977) A.spinosa C.Walker&Trappe Walker&Trappe(1981) A.splendida Sieverd.,Chaverri&I.Rojas Sieverding,etal.(1988) A.sporocarpia S.M.Berch Berch(1985) A.taiwaniaH.T.Hu Hu(1988) A.terricola Swarupa,Kunwar&Manohar. SwarupaRanietal.(2003) A.thomii Blaszk. Blaszkowski(1988b) A.trappei R.N.Ames&Liedermann= Archaeospora Ames&Linderman(1976) trappei A.tuberculata Janos&Trappe Janos&Trappe(1982) A.undulata Sieverd. Sieverding(1968) A.walkeri Kramad.&Hedger Kramadibrata&Hedger(1990)

Archaeospora Morton&Redecker REFERÊCIAS ESPÉCIES A.leptoticha (S.L.Rose,B.A.Daniels&Trappe) J.B. Morton&Redecker(2001) Morton&D.Redecker =A.appendicula = Ap. appendicula e Ap.jimgerdemannii A.gerdermannii=G.gerdemannii (N.C.Shenck& Morton&Redecker(2001) G.S.Sm.)J.B.Morton&D.Redecker= Ap. gerdemannii A.trappei (R.N.Ames&Linderman)J.B.Morton& Morton&Redecker(2001) D.Redeckeremend.Spain

Appendicispora Spain,Oehl&Sieverding nomenillegitimum

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REFERÊCIAS ESPÉCIES A.appendicula (Spain,Sieverd.,N.C.Schenck)Spain, Spainetal.(2006) Oehl&Sieverd. A.callosa (Sieverd.)C.Walker,Vestberg& Walkeretal.(2007b) Schuessler A.fecundispora (N.C.Schenck&G.S.Sm.)C. Walkeretal.(2007b) Walker,Vestberg&Schuessler A.fennica (C.Walker,Vestberg&Schuessler)C. Walkeretal.(2007b) Walker,Vestberg&Schuessler A. gerdemannii (S.L. Rose, B.A. Daniels & Trappe) Spainetal.(2006) Spain,Oehl&Sieverd. A. jimgerdemannii (N.C. Schenck & T.H. Nicolson) Spainetal.(2006) Spain,Oehl&Sieverd. A. leptoticha (NC Schenck & GS Sm.) C Walker, Walkeretal.(2007b) Vestberg&Schuessler

Ambispora Walker,Vestberg&Schuessler REFERÊNCIAS ESPÉCIES A.appendicula (Spain,Sieverd.,N.C.Schenck)Spain, Walker(2008) Oehl&Sieverd. A.brasiliensis B.T.Goto,L.C.Maia&Oehl Gotoetal.(2008b) A.callosa (Sieverd.)CWalker,Vestberg& Walker(2008) Schuessler A.fecundispora (NCSchenck&GSSm.)CWalker, Walker(2008) Vestberg&Schuessler A.fennica C.Walker,Vestberg&Schuessler= Walker(2008) Appendisporafennica A.gerdemannii (S.L.Rose,B.A.Daniels&Trappe) Walker(2008) Walker,Vestberg&Schuessler= Appendicispora gerdemannii A.jimgerdemannii (N.C.Schenck&T.H.Nicolson) Walker(2008) Spain,Oehl&Sieverd. A.leptoticha (N.C.Schenck&T.H.Nicolson) Walker(2008) Walker,Vestberg&Schuessler= Appendicispora leptoticha

Diversispora Walker&Schuessler REFERÊCIAS ESPÉCIES D. spurca (C.M. Pfeifer, C. Walker & Bloss) C. Walker&Schüssler(2004) Walker&A.Schüssler

Entrophospora Ames&Schneid.emend.Oehl&Sieverd.

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REFERÊCIAS ESPÉCIES E.baltica Blaszk.,Madej&Tadych Blaszkowskietal.(1998) E.colombiana Spain&N.C.Schenck= Kuklospora Schencketal.(1984) colombiana E.infrequens (I.R.Hall)R.N.Ames&Schneid. Hall(1977) emend.Oehl&Sieverd. Ames&Schneider(1979) Sieverding&Oehl(2006) E.kentinensis C.G.Wu&Y.S.Liu= Kuklospora Wu&Liu(1995) kentinensis E.schenckii Sieverd.&S.Toro = Intraspora Sieverding&Toro(1987b) schenckii

Gigaspora Gerdemann&Trappeemend.Oehl,deSouza&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES G.albida N.C.Schenck&G.S.Sm. Schenck&Smith(1982) G.auboaurantiaca Chou Chouetal.(1991) G.candida Brattacharjee,Mukerji,J.P.Tewari& Bhattacharjeeetal.(1982) Skoropad =G.rosea G.decipiens I.R.Hall&L.K.Abbott HalI&Abbott(1984) G.gigantea (T.H.Nicholson&Gerd.)Gerd.& Nicolson&Gerdemann(1968) Trappe G.margarita W.N.Becker&I.R.Hall Becker&Hall(1976) G.ramisporophora Spain,Sieverd.&N.C.Schenck Spainetal.(1989) G.rosea T.H.Nicolson&N.C.Schenck Nicolson&Schenck(1979)

Intraspora Oehl&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES I.schenckii (Sieverd.&Oehl)Oehl&Sieverd. Oehletal.(2006b)

Kuklospora Oehl&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES K. colombiana (Spain & N.C. Schenck) Oehl & Oehletal.(2006b) Sieverd. K.kentinensis (Wu&Liu)Oehl&Sieverd. Oehletal.(2006b)

Glomus Tul.&Tul. REFERÊCIAS ESPÉCIES G.aggregatum N.C.Schenck&G.S.Sm.emend. Schenck&Smith(1982)

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Koske G.albidum C.Walker&L.H.Rhodes Walker&Rhodes(1961) G.ambisporum G.S.Sm.&N.C.Schenck Smith&Schenck(1985) G.antarcticum Cabello CabeIloetal.(1994) G.arborense Mcgee McGee(1986) G.arenarium Blaszk.Tadych&Madej Blaszkowskietal.(2001) G.atrouva McGee&Pattinson Mcgee&Trappe(2002) G.aurantium Błaszk.,Blanke,Renker&Buscot Błaszkowskietal.(2004) G.aureum Oehl&Sieverd. Oehletal.(2003) G.australe (Berck.)S.M.Berch Berch&Fortin(1983) G.avelingiae R.C.Sinclair Sinclairetal.(2000) G.badium Oehl,D.Redecker&Sieverd. Oehl etal.,2005 G.bagyarajii V.S.Mehrotra Mehrotra(1997) G.boreale (Thaxt.)Trappe&Gerd. Thaxter(1922) G.botryoides F.M.Rothwell&Victor Rothwell&Victor(1984) G.brasilianum Spain&J.Miranda =Paraglomus Spain(1996) brasilianum G.brohultii Sieverd.&Herrera HerreraPerazaetal.(2003) G.caesaris Sieverd.&Oehl Oehletal.(2002) G.caledonium (T.H.Nicolson&Gerd.)Trappe& Gerdemann&Trappe(1974) Gerd. G.callosum Sieverd.= Appendicisporacallosa Sieverding(1988) Walkeretal.(2007b) G.canadense (Thaxt.)Trappe&Gerd. Thaxter(1922) Gerdemann&Trappe(1974) G.canum McGee Mcgee&Trappe(2002) G.cerebriforme McGee McGee(1986) G.chimonobambusae C.G.Wu&Y.S.Liu= P. Wu&Liu(1996) chimonobambusae G.citricola D.Z.Tang&M.Zang Tang&Zang(1984) G.claroideum N.C.Schenck&G.S.Sm.emend. Schenck & Smith (1982) Walker&Vestberg Walker&Vestberg(1998) G.clarum T.H.Nicolson&N.C.Schenck Nicolson&Schenck(1979) G.clavisporum (Trappe)R.T.Almeida&N.C. Trappe(1977) Schenck Almeida&Schenck(1990) G.constrictum Trappe Trappe(1977) G.convolutum Gerd.&Trappe Gerdemann&Trappe(1974) G.coronatum Giovann. Giovannettietal.(1991) G.coremioides (Berk.&Broome)D.Redecker&J.B. Gerdemann&Trappe(1974) Morton G.corymbiforme Blaszk. Blaszkowski(1995b) G.cuneatum McGee&A.Cooper Mcgee&Trappe(2002) G.delhiense Mukerji,Bhattacharjee&J.P.Tewari Mukerjietal.(1983) G.deserticola Trappe,Bloss&J.A.Menge Trappeetal.(1984) G.diaphanum J.B.Morton&C.Walker Morton&Walker(1984) G.dimorphicumBoyetchko&J.P.Tewari Boyetchko&Tewari(1986) G.dolichosporum M.Q.Zhang&YouS.Wang Zhang&Wang(1997) G.dominikii Blaszk.= P.dominikii Blaszkowski(1988a) G.drummondii Blasz.&Renker Blaszkowskietal.(2006)

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...42

G.eburneum L.J.Kenn.,J.C.Stutz&J.B.Morton Kennedyetal.(1999) G.epigaeum B.A.Daniels&Trappe =versiforme Daniels&Trappe(1979) G.etunicatum W.N.Becker&Gerd. Becker&Gerdemann(1977) G.fasciculatum (Thaxt.)Gerd.&Trappeemend.C. Walker&Koske(1987) Walker&Koske Gerdemann&Trappe(1974) G.fecundisporum N.C.Schenck&G.S.Sm.= Schenck&Smith(1982) Appendicisporafecundispora Walkeretal.(2007b) G.fistulosum Skou&I.Jakobsen= G.claroideum Skou&Jakobsen(1989). G.flavisporum (M.Lange&E.M.Lund)Trappe& Lange&Lund(1955) Gerd. Gerdemann&Trappe(1974) G.formosanum C.G.Wu&Z.C.Chen Wu&Chen(1986) G.fragile (Berk.&Broome)Trappe&Gerd.= Gerdemann&Trappe(1974) Paurocotylisfragilis Berk.&Broome G.fragilistratum Skou&I.Jakobsen Skou&Jakobsen(1989) G.fuegianum (Speg.)Trappe&Gerd. Thaxter(1922) Gerdemann&Trappe(1974) G.fulvum (Berk.&Broome)Trappe&Gerd. Thaxter(1922) Gerdemann&Trappe(1974) G.geosporum (T.H.Nicolson&Gerd.)C.Walker Nicholson & Gerdemann (1968) Gerdemann&Trappe(1974) G.gerdemannii S.L.Rose,B.A.Daniels&Trappe = Roseetal.(1979) Archaeosporagerdemannii = Ap.gerdemannii G.gibbosum Blaszk. Blaszkowski(1997b) G.globiferum Koske&C.Walker Koske&Walker(1986a) G.glomerulatum Sieverd. Sieverding(1987) G.halonatum S.L.Rose&Trappe Rose&Trappe(1980) G.heterosporum G.S.Sm.&N.C.Schenck Smith&Schenck(1985) G.hoi S.M.Berch&Trappe Berch&Trappe(1985) G.hyderabadensis Swarupa,Kunwar,G.S.Prasad& SwarupaRanietal.(2004) Manohar G.insculptum Blaszk. Blaszkowskietal.(2004) G.intraradices N.C.Schenck&G.S.Sm. Schenck&Smith(1982) G.infrequens I.R. Hall= E.infrequens Hall(1977) G.invermaium I.R.Hall Hall(1977) G.irregular eBlaszk.,Wubet,Renker&Buscot Blaszkowskietal.(2008) G.kerguerlense Dalpé&Strullu Dalpéetal.(2002) G.laccatum Blaszk.= Paraglomuslaccatum Blaszkowski(1988a) G.lacteum S.L.Rose&Trappe Rose&Trappe(1980) G.lamellosum Dalpé,Koske&Tews Dalpéetal.(1992) G.leptotichum N.C.Schenck&G.S.Sm.= Ambispora Schenck&Smith(1982) leptoticha G.liquidambaris (C.G.Wu&Z.C.Chen)R.T. Wu&Chen.(1986) Almeida&N.C.SchenckexY.J.Yao Almeida&Schenck(1990) G.luteum L.J.Kenn.,J.C.Stutz&J.B.Morton Kennedyetal.(1999) G.macrocarpum Tul.&C.Tul. Thaxter(1922) Berch&Fortin(1983) G.maculosum Miller&Walker= G.claroideum Miller&Walker(1986) G.magnicaule Hall Hall(1977)

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G.manihotis Howeler,Sieverd.&N.C.Schenck Schencketal.(1984) G.merredum Porter&Hall(nomeinválido) Hall(1984) G.megalocarpum D.Redecker Redeckeretal.(2007) G.melanosporum Gerd.&Trappe Gerdemann&Trappe(1974) G.microaggregatum Koske,Gemma&P.D.Olexia Koske&Gemma(1986) G.microcarpum Tul.&C.Tul. Thaxter(1922) Gerdemann&Trappe(1974) G.minutum Blaszk.,Tadych&Madej Blaszkowskietal.(2000) G.monosporum Gerd.&Trappe Gerdemann&Trappe(1974) G.mortonii Bentiv.&Hetrick Bentivenga&Hetrick(1991) G.mosseae (T.H.Nicolson&Gerd.)Gerd.&Trappe Nicolson&Gerdemann(1968) Gerdemann&Trappe(1974) G.multicaule Gerd.&B.K.Bakshi Gerdemann&Bakshi(1976) G.multiforum Tadych&Blaszk. Blaszkowski.&Tadych(1997) G.multisubstensum Mukerji,Bhattacharjee&J.P. Mukerjietal.(1983) Tewari= G.claroideum G.nanolumem Koske&Gemma Koske&Gemma(1989) G.occultum C.Walker= Paraglomusoccultum Walker(1982) G.pallidum I.R.Hall Hall91977) G.pansihalos S.M.Berch&Koske Berch(1986) G.patagonicum Novas&Francchia= Pacispora Novasetal.(2005) patagônica Walkeretal.(2007b) G.pellucidum McGee&Pattinson Mcgee&Trappe(2002) G.proliferum Dalpé&Declerck Declercketal.(2000) G.przelewicensis Blaszk. Blaszkowski(1988a) G.pubescens (Sacc.&Ellis)Trappe&Gerd. Gerdemann&Trappe(1974) G.pulvinatum (Henn.)Trappe&Gerd. Thaxter(1922) Tandy(1975) G.pustulatum Koske,Fries,C.Walker&Dalpé Koskeetal.(1986) G.radiatum (Thaxt.)Trappe&Gerd. Thaxter(1922) Gerdemann&Trappe(1974) G.reticulatum Bhattacharjee&Mukerji Bhattacharjee&Mukerji(1980) G.rubiforme (Gerd.&Trappe)R.T.Almeida&N.C. Gerdemann&Trappe(1974) Schenck Almeida&Schenck(1990) G.scintillans S.L.Rose&Trappe= P.scintillans Rose&Trappe(1980) G.segmentatum Trappe,Spooner&Ivory Trappe(1979) G.sinuosum (Gerd.&B.K.Bakshi)R.T.Almeida& Gerdemann&Bakshi(1976) N.C.Schenck G.spinosum H.T.Hu Hu(2002) G.spinuliferum Sieverd.&Oehl Oehletal.(2003) G.spurcum C.M.Pfeiffer,C.Walker&Bloss= Pfeifferetal.(1996) Diversisporaspurcum G.taiwanense (C.G.Wu&Z.C.Chen)R.T.Almeida Wu&Chen(1987) &N.C.SchenckexY.J.Yao G.tenebrosum (Thaxt.)S.M.Berch Thaxter(1922) Berch&Fortin(1983) G.tenerum P.A. Tandyemend.McGee Tandy(1975) G.tenue (Greenall)I.R.Hall= Rhizophagustenuis Hall(1977) G.tortuosum N.C.Schenck&G.S.Sm. Schenck&Smith(1982)

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G.trimurales Koske&Halvorson Koske&Halvorson(1989) G.tubaeforme Tandy =Densosporatubaeformis Tandy(1975) G.velum Porter&Hall(nomeinválido) Hall(1984) G.versiforme (P.Karst.)S.M.Berch= G.epigaeum Berch&Fortin(1983) G.verruculosum Blaszk. Blaszkowski&Tadych(1997) G.vesiculiferum (Thaxt.)Gerd&Trappe Gerdemann&Trappe(1974) G.viscosum T.H.Nicolson Walkeretal.(1995) G.xanthium Błaszk.,Blanke,Renker&Buscot Błaszkowskietal.(2004) G.zaozhuangianum F.Y.Wang&R.J.Liu Wang&Liu(2002) G.warcupii McGee McGee(1986) G.walkeri Blaszk.&Renker Blaszkowskietal.(2006)

Otospora Oehl,J.Palenzuela&.Ferrol REFERÊCIAS ESPÉCIES O.bareaiJ.Palenzuela,N.Ferrol&Oehl Palenzuelaetal.(2008)

Pacispora Sieverd.&Oehl REFERÊCIAS ESPÉCIES P.boliviana Sieverd.&Oehl Oehl&Sieverding(2004) P.chimonobambusae (C.G.Wu&Y.S.Liu)Sieverd. Oehl&Sieverding(2004) &OehlexCWalker,Vestberg&Schuessler Walkeretal.(2007b) P.coralloidea Sieverd.&Oehl Oehl&Sieverding(2004) P.dominikii (Blaszk.)Sieverd.&Oehl= P.scintillans Oehl&Sieverding(2004) Walkeretal.(2004) P.franciscana Sieverd.&Oehl Oehl&Sieverding(2004) P.patagonica (Novas&Francchia)CWalker, Walkeretal.(2007b) Vestberg&Schüssler P.robigina Sieverd.&Oehl Oehl&Sieverding(2004) P.scintillans (S.L.Rose&Trappe)Sieverd.&Oehl Oehl&Sieverding(2004) exCWalker,Vestberg&Schuessler Walkeretal.(2007b)

Paraglomus Morton&Redecker REFERÊCIAS ESPÉCIES P.brasilianum (Spain&J.Miranda)J.B.Morton& Morton&Redecker(2001) D.Redecker =G.brasilianum P.occultum (C.Walker)J.B.Morton&D.Redecker Morton&Redecker(2001) =G.occultum P.laccatum (Blasz.)C.Renker,Blaszk.&F.Buscot Renkeretal.(2007)

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Scutellospora (Walker&Sanders)emend.Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES S.arenicola Koske&Halvorson Koske&Halvorson(1989) S.armeniaca Blaszk. Blaszkowski(1992) S.aurigloba (I.R.Hall)C.Walker&F.E.Sanders HaIl(1977) S.calospora (T.H.Nicolson&Gerd.)C.Walker& Koske&Walker(1986b) F.E.Sanders S.crenulata R.A.HerreraPeraza,Cuenca&C. HerreraPerazaetal.(2001) Walker S.dipapillosa (C.Walker&Koske)C.Walker&F.E. Koske&WaIker(1985) Sanders S.dipurpurescens J.B.Morton&Koske Morton&Koske(1988) S.nodosa Blaszk. Blaszkowski(1991) S.pernambucana Oehl,D.KSilva,N.Freitas&L.C. Silvaetal.2008 Maia S.projecturata Kramad.&C.Walker Kramadibrataetal.(2000) S.tricalypta (R.A.Herrera&Ferrer)C.Walker& Ferrer&Herrera(1980) F.E.Sanders

Racocetra Oehl,F.AdeSouza&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES R.alborosea (Ferrer&R.A.Herrera)Oehl,F.A.de Ferrer&Herrera(1980) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) R.castanea (C.Walker)Oehl,F.A.deSouza& Walkeretal.(1993) Sieverd. Oehletal.(2008) R.coralloidea (Trappe,Gerd.&I.Ho)Oehl,F.A.de Koske&Walker(1985) Souza&Sieverd. Gerdemann&Trappe(1974) Oehletal.(2008) R.fulgida (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza Koske&Walker(1986b) &Sieverd. Oehletal.(2008) R.gregaria (N.C.Schenck&T.H.Nicolson)Oehl, Nicolson&Schenck(1979) F.A.deSouza&Sieverd. Oehletal.(2008) R.minuta (Ferrer&R.A.Herrera)Oehl,F.A.de Ferrer&Herrera(1980) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) R.persica (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza Koske&Walker(1985) &Sieverd. Oehletal.(2008) R.verrucosa (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.de Koske&Walker(1985) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) R.weresubiae (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.de Koske&Walker(1986b) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008)

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Cetraspora Oehl,F.AdeSouza&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES C.armeniaca (Blaszk.)Oehl,F.A.deSouza& Blaszkowski(1992) Sieverd. Oehletal.(2008) C.gilmorei (Trappe&Gerd.)Oehl,F.A.deSouza& Gerdemann&Trappe(1974) Sieverd. Oehletal.(2008) C.pellucida (T.H.Nicolson&N.C.Schenck)Oehl, Nicolson&Schenck(1979) F.A.deSouza&Sieverd. Oehletal.(2008) C.spinosissirna (C.Walker&Cuenca)Oehl,F.A.de Walkeretal.(1998) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) C.striata Cuenca&R.A.Herrera Cuenca & HerreraPeraza (2008)

Fuscutata Oehl,F.AdeSouza&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES F.heterogama (T.H.Nicolson&Gerd.)Oehl,F.A.de Koske&Walker(1985) Souza,L.C.Maia&Sieverd. Oehletal.(2008) F.rubra (Stürmer&J.B.Morton)Oehl,F.A.de Sturmer&Morton(1999a) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) F.savannicola (R.AHerrera&Ferrer)Oehl,F.A.de Ferrer&Herrera(1980) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) F.trirubiginopa (X.L.Pan&G.YunZhang)Oehl, Pan&Zhang(1997) F.A.deSouza&Sieverd. Oehletal.(2008)

Dentiscutata Oehl,F.AdeSouza&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES D.biornata (Spain,Sieverd.&S.Toro)Oehl,F.A.de Spainetal.(1989) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) D.cerradensis (Spain&J.Miranda)Oehl,F.A.de Spain&Miranda(1996) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) D.hawaiiensis (Koske&Gemma)Oehl,F.A.de Koske&Gemma(1995) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) D.heterogama (T.H.Nicolson&Gerd.)Oehl,F.A.de Koske&Walker(1985) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008) D.nigra (J.F.Readhead)Oehl,F.A.deSouza& Nicolson&Schenck(1979) Sieverd. Oehletal.(2008) D.reticulata (Koske,D.D.Miller&C.Walker)Oehl, Koskeetal.(1983) F.A.deSouza&Sieverd. Oehletal.(2008) D.scutata (C.Walker&Dieder.)Oehl,F.A.deSouza Walker&Diederichs(1989) &Sieverd. Oehletal.(2008)

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Quatunica Oehl,F.AdeSouza&Sieverd. REFERÊCIAS ESPÉCIES Q.erythropa (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.de Koske&Walker(1984) Souza&Sieverd. Oehletal.(2008)

Tabela3.Gêneroseespéciesextintas(fósseis) REFERÊCIAS GÊNEROS/ESPÉCIES Tayloretal.(1995) Glomites Taylor, Remy, Hass & Kerp G.rhyniensis T.N.Taylor,W.Remy,Hass&Kerp Tayloretal.(1995) G.cycestris CarnieJ.Phipps&T.N.Taylor Phipps&Taylor(1996) Redeckeretal.(2002) Palaeoglomus Redecker, Kodner & Graham P.grayi Redecker,Kodner&Graham Redeckeretal.(2002) Phipps&Taylor(1996) Gigasporites Phipps & Taylor G.myriamyces CarlieJ.Phipps&T.N.Taylor Phipps&Taylor(1996) Dotzleretal(2006) Scutellosporites Dotzler, M. Krings, T.N. Taylor & Agerer S. devonicus Dotzler, M. Krings, T.N. Taylor & Dotzleretal(2006) Agerer

Evoluçãodosnomesdaestruturareprodutivabásica,o“esporo” DuranteaevoluçãodaclassificaçãodosFMA,onomedosesporosfoimuitasvezes designado de acordo com a opinião dos diversos autores (Goto & Maia 2006a) e principalmentepelaclassificaçãonaqualessesorganismosestavaminseridosnomomentoda descrição. Emsuarevisão,Thaxter(1922)comentaque“ overdadeirorelacionamentodogrupo emrelaçãoaoutrasfamíliasdefungostemsidohámuitotempoumamatériadeconjecturas, comoéevidentepelostermos–asco,esporângio,cisto,vesícula,etc...quetêmsidoaplicado porváriosautoresapenasparaosclamidósporos ”. Muitodaconfusãogeradaparaaterminologiadasestruturasreprodutivasdentrode Endogoneae (sensu Thaxter1922)deveseà“ consideráveldiversificaçãodeformasdentro

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dogrupo ”etambémaconfusõesquandoestruturasassexuadas(clamidósporos)esexuadas (zigósporos) eram encontradas no mesmo esporocarpo, o que era comum em Endogone incrassata Thaxter e En.tuberculosaLloyd.(Thaxter1922). Devido a essa característica, algumas espécies que apresentavam apenas estruturas assexuadas,comoalgumasde Glomus ,foramdescritascomo Endogone porThaxter(1922), quedemodogeralconsiderouclamidósporosezigósporoscomoterminologiaprincipalpara as estruturas reprodutivas formadas nos esporocarpos de Endogonaceae . Na revisão dessa família Gerdemann & Trappe (1974) admitiram os termos clamidósporos, zigósporos e azigósporos para descrever estruturas reprodutivas em espécies de Endogone , Glomus, Sclerocystis,Acaulospora eGigaspora . A terminologia adotada de forma generalizada para as estruturas reprodutivas denominadasesporos,nosdiversosgruposdefungos,éassuntocontroverso,poisdurantea história da taxonomia são diversos os casos de confusão na nomenclatura adotada pelos autores,gerandoatéconclusõeserrôneasquantoàverdadeiraclassificaçãodoorganismo.Um exemploéogênero Glaziella, sucessivamentealteradodefilo,orasendoagrupadocomos Ascomycetes(Berkeley&Curtis1869;Berkeley1879, apud Gibsonetal.1986),emseguida sendo classificado como Zygomycota (von Höhnel 1913), depois tratado como “Deuteromycetes”(Gibson1984)edefinitivamentetransferidoparaAscomycetesporGibson etal.(1986),combaseemestudosultraestruturais. Walker&Sanders(1986)sugeriramousodotermogenérico “esporo” ao invés de clamidósporos ou zigósporos, pois a verdadeira natureza das estruturas reprodutivas permaneciasemresolução.Emboraconsiderandoqueessaterminologianãochamavaatenção paraadiversificaçãodeformasencontradasnosdiferentesgênerosdeFMA,Morton(1988) admitiunãohaverinformaçãosuficienteparaseadotar uma denominação específica epor essarazão,narevisãodoscaracteresmorfológicos,utilizouapenasotermo“esporos”para designarasestruturasreprodutivasdosFMA. Assim,durantemuitosanosadenominaçãodosesporosdeFMAficouemaberto,pois a verdadeira natureza dessas estruturas não havia sido desvendada e a morfologia sempre haviasidocomparadacomadeoutrosgruposdefungos,gerandoessasconfusões.Porém, com a estabelecida natureza assexuada dos esporos de FMA e após a criação do filo Glomeromycota (Schuessler et al. 2001) e sua posterior confirmação (James et al. 2006; Hibbetetal.2007),foiabertoprecendenteparaadefiniçãodeumtermomaisapropriadopara designaçãodosesporosdeFMA.

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Nessecontexto,adeterminaçãodenomenclaturaespecíficaparaosesporosdeFMA culminoucomapropostadeGoto&Maia(2006a),osquaisdenominaram“glomerosporo”a estrutura reprodutiva mais típica dos fungos que compreendem o grupo filético Glomeromycota.Dessaforma,aatualdiversidademorfológica conhecidapara o grupo foi reconhecida, tornandose homogênea a forma de citação dos esporos nas descrições de espécies.

AspectosmorfológicosparaidentificaçãodeFMA

Desde o início dos estudos taxonômicos, um dos critérios utilizados para a classificaçãodosFMAeraomododedesenvolvimentoouagênesedosesporos(formação assexuada), distinta de outros fungos do solo, como Endogone , por exemplo. Tulasne & Tulasne (1845) ao descreverem o gênero Glomus , tomaram como base principalmente a morfologiadosesporocarposedosesporos.Emsuarevisão,Thaxter(1922)agrupougêneros hoje incluídos entre os FMA em Endogonaceae , baseado na semelhança entre os esporocarposde Endogone e Sclerocystis . Entretanto, foi só em 1974 que Gerdemann & Trappe criaram a base morfológica utilizadaatéhojepelostaxonomistasparaosestudostaxonômicosdosFMA.Comocritérios paraidentificaçãodessesfungosforamadotados:forma,coloraçãoedimensãodosesporos; formadeinserçãodahifanoesporo,número,espessuraecoloraçãodascamadasdaparede doesporo.Alémdessescaracteres,comumatodososFMA,osautoresadotaramtambém, para espécies que formavam esporocarpos, a forma, a dimensão e a coloração, além do arranjodosesporosnessaestrutura. Noveanosapósessacélebrerevisão,foicriadaabaseparaestudosmaisdetalhadosda parede dos esporos de FMA. Walker (1983) propôs a sistematização para descrições de espéciesdeFMA,criandodenominaçõesedescrevendoquatrotiposde“parede”(=camada) doglomerosporo:evanescente,laminada,unitáriaemembranosa.Alémdessaterminologia,o autor propôs ainda um esquema representantivo para cada tipo de parede e seu arranjo no esporo, denominando de murografia, que desde então foi amplamente usado pelos taxonomistas para a descrição de novas espécies, quando também foram sugeridas novas “paredes”característicasnogrupo(figura6).

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G P X E L U M C A R

Figura 6 – Atualmente são reconhecidos 9 tipos de parede ( sensu Walker 1983). G – Germinativa,P–Perídio,X–Expansivo,E–Evanescente,L–laminada,U–Unitária,M– Membranosa,C–Coriácea,A–Amorfa,R–Chanfrada.

Berck & Koske (1986), Walker (1986) e Morton (1986) descreveram, respectivamente,aparedeexpansiva,acoriáceaeaamorfa.Comexceçãodaparedecoriácea (menos afetada), as demais caracterizamse por apresentar forte reação à resina (álcool polivinílico lactoglicerol PVLG) utilizada para preservar os glomerosporos (Koske & Tessier1983). Em revisão sobre os caracteres morfológicos dos glomerosporos, Morton (1988) admitiu certa confusão na interpretação da parede, causada pelo uso da resina e de preservantes e mostrou a variação da reação promovida por essas substâncias, deixando duvidosos alguns aspectos relacionados a essa estrutura, tais como a distinção entre as “paredes” coriácea, amorfa, unitária e membranosa, além da dimensão variável dessas camadas. A reação à resina também foi observada na camada laminada de Scutellospora biornata Spain, Sieverd. & Toro (Spain et al. 1989b), que se expande em contato com o PVLG.TalreaçãonãohaviasidomencionadaanteriormenteparanenhumaespéciedeFMA. Spain et al. (1989a) descreveram a “parede” germinativa, encontrada apenas em Gigaspora ,ecaracterizadaporformarpapilasnaparteinternadaparededoesporo.Énessa camadaquesurgemostubosgerminativos,comodetalhadoemestudoultraestruturalde G. albida Schenck&Smith(Maiaetal.1994).Spainetal.(1989a)afirmaramaindaqueem

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esporosde Gigaspora hádistintaseparaçãoentreascamadasgerminativaelaminada.Porém, essacamadaécontestadaporoutrosautores(Redeckeretal.2007). Alguns tipos de parede, assim como a descrição de espécies de FMA, foram contestadosporSpain(1990).Segundoaautora,areação àresinaoupreservantesalteraa verdadeiramorfologiadas“paredes”dos glomerosporos,osquaisdeveriamserobservados tambémemáguaenãoapenasemPVLG.Emboraessasugestãonãotenhasidoamplamente aceita pelos taxonomistas, ela é procedente porque permite a visualização do aspecto morfológicorealdasparedeseatédecamadasnãoobservadascomapreparaçãodomaterial emresina(Spain2003). Umnovotipodeparede,denominadachanfradaou“notching wall”, caracterizada por formar chanfraduras na superfície (similar a estrias) e na borda de esporos quebrados, comfissurasemformade“V”,foidescritaporKoske&Gemma(1995).Desdeentão,essa paredefoireferidaapenasem Scutellospora hawaiiensis Koske&Gemma. Além dos estudos morfológicos tradicionais que normalmente constituem as descrições de novas espécies (Oehl et al. 2002; 2003; 2004), reavaliações daquelas já descritas (Blaszkowski 1997; Goto et al. 2008), novos gêneros (Sieverding & Oehl 2004; Palenzuelaetal2008),estudosdeultraestrutura(Maia1995;Maia&Kimbrough1993;Maia et al. 1994; Mosse 1970a; Mosse 1970b) e ontogenéticos (Franke & Morton 1994, Bentivenga & Morton 1995, Morton 1995, Stürmer & Morton 1999; Stürmer & Morton 2000,deSouzaetal.2005)têmcontribuídoextensamenteparaoentendimentodasestruturas subcelulares da parede dos esporos de FMA. Esses estudos estendemse da avaliação do desenvolvimentodeespéciesesporocárpicas(Almeida&Schenck1990b;Wu1993)atéade espéciesectocárpicas(Giovannettietal .1991;Franke&Morton1994;Bentivenga&Morton 1995;Morton1995;Stürmer&Morton1997e1999;Dalpéetal.2002).Essasinformações foram usadas por Morton (http://invam.caf.wvu.edu) para propor nova terminologia para descriçãodeespéciesdeFMA. OsesporosdeFMApodemapresentarduasparedes(=gruposdeparede sensu Walker 1983);parededoesporo“sporewall”,eparedeinterna ou germinativa ou “inner wall” ou “germinal wall” respectivamente (Stürmer & Morton (1999); http://invam.caf.wvu.edu). Recentemente, Sieverding & Oehl (2006) sugeriram uma mudança nessa terminologia: parededoesporo(sporewall sensu Morton)foidesignadaparedeexternadoesporoou“outer sporewall”;acamadacentraldaparedefoidenominadaparedemédiaou“middlewall”ea maisinternafoidesignadaparedeinternaou“innerwall”.

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EssadiversificadaterminologiaparadescriçõesdosFMAtemcausadocertaconfusão entre os pesquisadores, principalmente aqueles que não estão familiarizados com esse específico grupo de fungos. Um exemplo pode ser visto na descrição de Archaeospora trappei feita por Morton (http://invam.caf.wvu.edu), onde se destaca o termo “endosporo” para designar a camada interna da parede dessa espécie. Por outro lado, Blaszkowski (http://www.lrzmuenchen.de/~schuessler/amphylo/) afirma que Archaeospora trappei apresentaumaparedegerminativa,aoinvésdeumendosporo. Endosporo é um termo usado pelos micologistas para designar uma estrutura geralmentefinaetardiamenteformadaduranteaesporogênese,enquantoparedegerminativa éotermodesignadoparaasparedesqueapresentamfunçãodegerminação.SegundoJeffries et al. (2007), a forte associação das camadas flexíveis internas com a formação da placa germinativaconsolidaapreferênciadousodotermo“paredegerminativa”.Porém,emambos os casos, a germinação está implícita, o que torna os termos praticamente sinônimos funcionais.

Esporocarpo O termo esporocarpo significa (esporo = semente e carpo = fruto) ou semente originadadofruto,ouseja,esporosoriundosdeumcorpodefrutificação(Kirketal.2001). Morton&Benny(1990)definiramesporocarpocomoesporosembebidosemcompactashifas entrelaçadas ou em torno de plexo central de hifas, sendo encontrado apenas em Glomeraceae .Afirmamaindaqueohábitoesporocárpicoéaltamentevariávelemalgumas espéciesde Glomus edeveserinterpretadocomcautela.Alexopoulosetal.(1996)definem esporocarpo como uma estrutura tipica, mas não exclusivamente hipógea, contendo zigósporos,esporângios,ouclamidósporosencobertosporumarededehifas.Essadefinição abrangetantoosesporocarposdeEndogonalesquantoosdeGlomeromycota. SegundoKirketal.(2001),otermoesporocarpotemsidoamplamenteutilizadoem Acrasiomycota, Myxomycota e em Endogonaceae. A família Endogonaceae é composta atualmente por fungos que formam zigósporos em esporocarpos geralmente hipógeos e podemformarassociaçãoectomicorrízica.Algunsautorestêmutilizadootermoesporocarpo tambémparamembrosdeBasidiomycotaqueformamectomicorriza( Liangetal.2007). EmGlomeromycota(Schuessleretal.2001)oesporocarpo é utilizado para alguns representantesdogênero Glomus eparaduasespéciesde Acaulospora .Anãoinclusãodofilo na lista de grupos que formam esporocarpos devese provavelmente à sua publicação

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relativamente recente. Por outro lado, a ordem Glomales, proposta por Morton & Benny (1990)deveriatersidoincluídaentreosgruposdefungosformadoresdeesporocarpo. O termo esporocarpo tem enquadrado ampla variedade de formas e arranjos, agrupando espécies com estrutura mais complexas com outras de menor complexidade, devidoàfaltadelimiteconceitualparaotermo.Poressarazão,espéciesqueaoesporular formam agregados de esporos também são incluídas entre as que formam esporocarpos, emborasejafrequentenestescasos,encontraresporosisoladosnosolo. Apesar do avanço nos estudos de aspectos morfológicos de Glomeromycetes, nenhumaavaliaçãocomparandoacomplexidadedeesporocarposentreespéciesfoifeitapara permitiramplainterpretaçãodessecaráter. Goto&Maia(2005)admitiramtrêsgrausdecomplexidade em esporocarpos: (1) complexos, com glomerosporos densamente arranjados, formando uma camada a partir de um plexo central de hifas; (2) de média complexidade, com arranjo menos denso (porém nesse caso os esporos não são formados isoladamente no solo, ocorrendo apenas nessa estruturaesporocárpica),(3)debaixacomplexidade,queseriamaquelascujosglomerosporos sãoencontradosemgruposouisoladosnosolo. Essevariadograudearranjosnosesporocarposnãopermiteacuradaseparaçãodesse caráteremumachave,devidoaonúmerodeespéciesqueseenquadramnessegrupo(Tabela 4).Propõeseentão,delimitaçãodotermo,assimcomodefiniçãodegrausdecomplexidade paraauxiliaraimplementarchaves. Segundo Gerdemann & Trappe (1974) os esporocarpos maisorganizadossãoosde Sclerocystis (= Glomus ), considerando que os esporos estão em uma simples camada em torno de um plexo central de hifas. Morton & Bentivenga (1994) afirmam ainda que Sclerocystiscoremioides (= Gl.coremioides )apresentaomaisaltograudeespecializaçãodo esporocarpodevidoàformaçãoorganizadadosesporosaoredordoplexocentraldehifas. McGee&Trappe(2002)observaramqueesporocarposde Gl.cuneatum apresentam arranjosimilaraode Gl.coremioides,comumaestipenabasedoesporocarpo,apresentando formasimilaradeumbasidiomacortadotransversalmente. Além de estudos comparativos, é necessária uma redefiniçãodotermoparaseparar espécies que apresentam esporocarpos daquelas que formam apenas um agrupamento de esporos, permitindo a formulação de chaves de identificação acuradas para espécies de Glomus ,atualmenteomaisrepresentativogênerodeFMA.

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Tabela 4. Espécies de Glomus que formam esporocarpos com diferentes graus de complexidade. Baixa Média Alta Gl.agreggatum Gl.arborense Gl.clavisporum Gl.ambisporum Gl.atrouva Gl.coremioides Gl.antarcticum Glaureum Gl.liquidambaris Gl.caledonium Glaustrale Gl.rubiforme Gl.coronatum Gl.botryoides Gl.segmentatum Gl.dimorphicum Gl.canum Gl.sinuosum Gl.epigaeum Gl.cerebriforme Gl.taiwanensis Gl.fasciculatum Gl.convolutum Gl.formosanum Gl.corymbiforme Gl.halonatum Gl.cuneatum Gl.heterosporum Gl.fuegianum Gl.invermaium Gl.fulvum Gl.melanosporum Gl.gibbosum Gl.monosporum Gl.glomerulatum Gl.mortonii Gl.macrocarpum Gl.mosseae Gl.microaggregatum Gl.pansihalos Gl.microcarpum Gl.spinosum Gl.nanolumen Gl.pallidum Gl.pellucidum Gl.pubescens Gl.pulvinatum Gl.radiatum Gl.tenerum Gl.versiforme Gl.vesiculiferum Gl.canadense Coloraçãodosesporocarpos A coloração dos esporocarpos em membros de Glomeromycota é característica bastantevariável,assimcomoocorrenacoloraçãodosglomerosporos.Váriosfatores,como

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estádio de desenvolvimento do esporocarpo (ontogenético), presença de partículas de solo aderidas, hábito (hipógeo ou epígeo), presença ou ausência de hifas do perídio podem influenciar na coloração dos esporocarpos, caráter secundário que pode ser utilizado para segregargruposdeespécies. Perídio SegundoKirketal.(2001),perídiosignificaumaparedeoumembranalimitedeum esporângio ou de outro corpo de frutificação. Porém, em fungos micorrízicos é um emaranhado de hifas que não perdem a individualidade e recobrem esporocarpos ou, excepcionalmente,esporos.Paraessecaso,algunsautoresusamotermomanto.Poroutro lado, manto tem sido usado para a rede de hifas que recobre raízes na associação ectomicorrízica(Kirketal.2001). Wu & Chen (1997) propuseram o gênero Peridiospora para agrupar espécies de Endogonales comperídiorecobrindoseusesporos.Otermoperidiosporoaoinvésdemanto poderiaseradotadoparadesignararededehifasquecobreapenasosglomerosporos. Apresençadoperidiosporoécomumapenasemglomerosporosdogênero Glomus. No entanto, Entrophospora baltica também apresenta glomerosporos com peridiosporo (Blaszkowskietal.1998). Giovannettietal.(1991)observaramaformaçãodemantohifálicoemesporosde Gl. coronatum e Gl.mosseae apartirderamificaçãodahifadesustentação.Porém,essaredede hifaséformadatardiamentequandocomparadacomade Gl.mosseae ,apesardopadrãode formaçãodoperidiosporosersimilaremambasasespécies. Avaliandoaspectosontogenéticosde Gl.globiferum,Wu&Sylvia(1993)observaram padrãodeformaçãodoperidiosporosimilaraoobservadoem Gl.mosseae e Gl.coronatum (Giovannettietal.1991).Porém,em Gl.globiferum ashifasquecompõemomantotêma capacidade de formar vesículas que,posteriormente, apresentam espessamento daparede e funcionamcomoesporo,comtotalcapacidadedegerminar.Esserecrescimentodoesporoa partirdoperidiosporopareceserumcaráterúnicodentreos Glomeromycetes .SwarupaRani etal.(2004)observaramem Gl.hyderabadensis orecrescimentodeesporosdiretamenteda parededoglomerosporo.Essamesmacaracterísticafoiregistradatambémemalgunsesporos de Pacispora sp. coletados em áreas de campos rupestres no Brasil (ver descrição de Pacisporasp.). Apesardeestudosontogenéticosabordandoodesenvolvimentodarededehifasque recobreosesporosdeFMA,estatempoucarelevânciataxonômicavistoqueamaioriadas

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espéciesapresentahifashialinaseentrelaçadasrecobrindoosglomerosporos,comexceçãode Gl. corymbiforme que apresenta hifas hialinas ramificadas dicotomicamente (Blaszkowski 1995b). Segundo Almeida & Schenck (1990b), apenas Glomus coremioides (= Sclerocystis coremioides ) apresenta recrescimento a partir das hifas do perídio em esporocarpos mais velhos, podendo em alguns casos, haver uma cadeia desses esporocarpos. A formação de esporos ou de outro esporocarpo a partir da parede de esporos, do manto hifálico ou do perídioétipicadogênero Glomus . Aspectos ontogenéticos de esporocarpos são restritos para algumas espécies: Gl. sinuosum , Gl.coremioides , Gl.rubiformis , Gl.taiwanensis e Gl.clavisporum (Wu1993b). Estudoscomasdemaisespéciesesporocárpicaspoderiamajudaraelucidaralgunscaracteres usados na taxonomia do grupo (Morton 1988), como arranjo das hifas do plexo central (anastomosadasounão),númerodehifasdesustentaçãoporesporo,presençaouausênciade esporóforoseatémododeformaçãodoplexocentral. Adiversidadeestruturaldoperídioaindaépoucodocumentada,oqueimpossibilita especularsobreasvariaçõesmorfológicasdessaestruturanasespéciesdogênero Glomus . Tamanhoeformadoesporocarpo OsesporocarposdeFMApodemserglobosos,subglobosos, elipsóides, irregulares, irregularmentelobados,coremióides,convolutoseatéestipetados(Schenck&Pérez1990; Wu 1993 a,b; McGee & Trappe 2002; Redecker et al. 2007). Tanto a forma quanto o tamanho do esporocarpo são características variáveis sendo descritas, rotineiramente, de materialcoletadonocampo(Schenck&Pérez1990b)enãohádadossuficientesempotesde cultura sobre a estabilidade desse caráter (Morton 1988). Assim, a forma do esporocarpo apresentaaparentepoucaimportânciataxonômica.Contudo,emalgumasespécies,como Gl. coremioides aformahemiesféricaecomespessoplexocentraldehifas(Almeida&Schenck 1990b; Wu 1993 a,b) é amplamente citada, parecendo ser estável mesmo sob diferentes condições ambientais. Mesmo assim, em alguns casos esporocarpos de Gl. coremioides podemserconfundidoscomosde Gl.sinuosum soblupa(Goto&Maia2005),mostrando queaformarealmentenãodeveserusadaparadiscriminarespéciesesporocárpicas.Poroutro lado,Gl.sinuosum podeapresentargrandevariaçãonadimensãodoesporocarpo,naformae naespessuradoperídio(Almeida&Schenck1990b),oquedificultaaidentificaçãodessa espécie.

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Hifasdoplexocentraldoesporocarpo Poucassãoasinformaçõessobreoplexocentraldehifasquepodemseradicionadas para separar espécies. As hifas de Gl. coremioides, Gl. clavisporum e Gl. taiwanensis são entrelaçadas e apresentam parede espessa. Com exceção de Gl. rubiforme, que apresenta hifascomparedeespessa,porémnãoentrelaçadas,osglomerosporosseoriginamdeumahifa queseassemelhaaumavesícula(Wu1993a,b).Estaencontradaem Gl.rubiforme,também foiobservadaem Gl.fuegianum (Yaoetal.1992)eem Gl.corymbiforme (Blaszkowskietal. 1995b).Em Gl.fuegianum osglomerosporosestãoimersosemumarededehifascomparede finaquepreenchetodooesporocarpo.Em Gl.corymbiforme osglomerosporossãodispostos em“clusters”noesporocarpocomoobservadotambémemGl.fuegianum e Gl.atrouva (Yao etal.1992;McGee&Trappe2002). Oplexocentralpodeexsudarsubstânciasqueeventualmenteauxiliamnaidentificação deespécies. Glomusconvolutum apresentaumasubstânciaamareladaliberadapelolúmemde esporos quebrados (Gerdemann & Trappe 1974; Morton 1988). Glomus pallidum e Gl. aureum apresentamumamassagelatinosaentreosesporos,noesporocarpo,enessaúltima espécie,amassagelatinosareagefortementeemMelzer,adquirindocoloraçãopúrpura(Oehl etal.2003b). Detalhesdoplexocentraldehifasdoesporocarpocomoarranjodashifas,tipodehifa queoriginaosesporos(vesicularounão),presença ou ausência de exsudatos e reação em Melzerdessesesxudatospodemserdeinteresseparaataxonomia,vistoqueemGlomus as espécissãodifíceisdeidentificarporapresentarempoucascaracterísticasdistintas. EstruturadaParede Os glomerosporos apresentam grande diversidade estrutural, compreendendo desde esporoscomapenasumacamadanaparede( Gl.aggregatum e Gl.brohultii )atéaquelescom novecamadas( Quatunicaerytropa e Acaulospora sp1.),sendoessascamadas,diferentesna aparência,distinguíveisapenasaomicroscópiodeluz. Essa diversidade estrutural começou a ser tratada detalhadamente quando Walker (1983) caracterizou quatro tipos de parede de acordo com a aparência, as quais foram denominadas: parede laminada, unitária, evanescente e membranosa. Essas camadas foram distribuídasemgruposdeparede,deacordocomograudeseparação. Otermo“estruturadaparede”podeserinterpretadodeduasformas:(1)considerando gruposdecamadasdeparede(sensu Walker);(2)considerandoapenasonúmerodecamadas

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deparede.Nocasode Dentiscutatacerradensis ,porexemplo,seriamtrêsgruposdeparede naprimeirapropostaou8camadasdeparedenasegundaformadeinterpretação. Antes da proposta de Walker (1983) as descrições das espécies não detalhavam as propriedades das paredes desses esporos, característica constante, geralmente não afetada peloambiente(Morton1988;Franke&Morton,1994). Walker (1983) denominou de “parede” cada estrutura discernível que compunha a parededoglomerosporo,porémBerch&Koske(1986)propuseramamudançadonomepara camadas.Segundooautor,a“camada”(=parede)édefinidacomoaunidadebásicadaparede do esporo que se separa em esporos quebrados. Morton (1988) contestou o uso do termo introduzidoporWalker(1983),poisadmitiuquenãoexistiamevidênciassuficientessobrea natureza dos esporos dos FMA, fato também comentado por Walker & Vestberg (1998). Maia & Kimbrough (1993) propuseram o termo “zona” ao invés de parede para definir gruposdecamadas,considerandoqueaparedeéumasóestrutura.Morton(1993)afirmou queosgruposdeparedepropostosporWalker(1983)sãoarbitráriosesujeitosaconsiderável variaçãocausadapordiferençasnascondiçõesdosesporos,processosdemontagemegraude experiência dos investigadores. Porém, toda essa discussão foi resolvida com os estudos ontogenéticosrealizadosposteriormente(Franke&Morton1994;Morton1995;Sturmer& Morton1999,2000;deSouzaetal.2005). Franke&Morton(1994)reestruturaramaterminologiareferenteàparededoesporo dosFMAcombasenopadrãodedesenvolvimentodeduasespéciesde Scutellospora .Esses autoresadmitemqueoesporosejacompostoportrêsparedes,aparededoesporo(sporewall) eduasparedesinternas(innerwall1e2),compostasporcamadas.Poroutrolado,Walker& Vestberg(1998)chamamessascamadasdecomponentesdaparede,considerandooscomo entidades que compõem a parede do esporo. Porém, essa última proposta não altera a discussão,podendo“componente”serconsideradoapenassinônimodecamada. Morton 2007 (http://invam.caf.wvu.edu) admite que “inner wall” (parede interna) seria a mesma coisa que parede germinativa (germinal wall), usando uma terminologia associadaàfunçãoenãosomenteàposição,comosugeridoporFranke&Morton(1994). Essas denominações são designadas para espécies de Acaulospora, Ambispora, Archaeospora,Entrophospora,Kuklospora,Intrasporae Scutellospora e,maisrecentemente, em Pacispora , pois todos esses gêneros apresentam paredes internas formadas de novo duranteoprocessodedesenvolvimentodoglomerosporoeassociadasàgerminação. Oprocessodediferenciaçãodas“paredes”( sensu ontogenético)éumcaráterprimário e tem implicação na delimitação de gêneros. Kuklospora , Entrophospora, Intraspora,

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Racocetra,Fuscutata,Cetraspora,Dentiscutata,Scutellospora e Quatunica sãoexemplosde gêneros reestruturados por inferências ontogenéticas. Glomerosporos de Kuklospora apresentamtrêsparedes,sendoqueasduasmaisinternas são formadas de novo duranteo desenvolvimento do esporo. Entrophospora e Intraspora apresentam apenas duas paredes compondo o esporo, porém Entrophospora permanece em Diversisporales enquanto Intraspora foi transferida para Archaeosporales devido à semelhanças com Archaeospora trappei . Essadiversidademorfológicadascamadasdaparedevemsendoincrementadacomas descobertas de novas espécies, como as descritas por Morton (1986a), e redescrições de outras que não haviam sido avaliadas com base nos atuais critérios morfológicos, como algumas espécies de Scutellospora (Koske & Walker 1986). Após a descrição dos quatro tiposdeparedeporWalker(1983)novostiposforampropostos:asparedesamorfa(Morton 1986a),coriácea(Walker1986),expansiva(Berch&Koske1986)egerminativa(Spainetal. 1989). Revisando os caracteres morfológicos dos FMA, Morton (1988) observou que a paredecoriáceadiferedaparedemembranosapelaconsistênciamaisfirmeemaiorespessura, porémessasduasparedessãodificilmentediscerníveis, principalmente porque a espessura das camadas é variável, dependendo do isolado, tornando inconsistente uma definição. Morton(1988)admitequeessasduascamadaspodemserdenominadasparedeflexível. Schenck & Pérez (1990) definiram sete tipos de parede: laminada, amorfa, evanescente, membranosa, coriácea, expansiva e germinativa, todas com as respectivas representaçõesmurográficas( sensu Walker1983). Após essa revisão, Koske & Gemma (1995) descreveram a parede chanfrada “notching wall” em Scutellospora hawaiiensis, caracterizada pela presença de rachaduras. Dalpéetal.(2002)descreveramumazonaespongiforme“spongiformezone”desenvolvida na parede laminada durante a maturação do glomerosporo. Essa zona espongiforme tem aparênciagranularedificultaaobservaçãodaslaminassobrepostasquecaracterizaaparede laminada(fig.BemDalpéetal.2002)principalmenteembaixamagnitude. Além da aparência das camadas de parede, a espessura tem sido amplamente documentadaeusadacomoumdoscritériosdeseparação das espécies,porém aspróprias descrições admitem ampla variação nesse caráter. Ao propor a parede coriácea, Walker (1986) utilizou como critérios a dimensão e a aparência da camada que basicamente distinguia da camada membranosa geralmente fina e flexível. Morton (1988) afirmou que existe sobreposição em cor e espessura das camadas da parede entre as espécies, por esta

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razãoambossãoconsideradoscaracteressecundáriosnaidentificaçãodasespécies.Walker& Vestberg(1998)observaramvariaçãonaespessuradascamadasdeparededosglomerosporos dediferentesisolados,enfatizandoavariabilidadeintraespecífica. Tiposdecamadadaparededoglomerosporo Evanescente Otermoevanescenterefereseaestruturasquedesaparecemcomodesenvolvimento do glomerosporo, ou seja, são estruturas efêmeras. Essa camada caracterizase pela diminuiçãodaespessuraoudesaparecimentototalnamaturidadedoglomerosporo.Porém, existem distintas interpretações para essa camada, de acordo com diferenças na aparência. Redescrições ou trabalhos descritivos que relatam novas ocorrências tem mostrado maior detalhamentodamorfologiadessacamada(Blaszkowski1990,Blaszkowski1994Walker& Vestberg1998). Acaracterizaçãodetalhadaeaobservaçãodeaspectosdodesenvolvimentodacamada evanescente tem sido possível a partir de dados obtidos com espécimes estabelecidos em potes de cultura pura (Morton 1993), que são avaliados em diferentes estádios de desenvolvimentodos glomerosporos(Stürmer &Morton1997e1999b;Franke&Morton 1994;deSouzaetal.2005). Algumas espécies podem produzir exudatos gelatinosos que se depositam na superfícieexternadaparededoesporo,osquais,segundoWalker&Vestberg(1998),podem ser decorrentes da ação de microrganismos do solo, tornando a camada evanescente mais espessa, como a observada em isolados de Gl. claroideum . Relatos dessa substância gelatinosa são restritos, deixando lacunas referentes à função e aparência dos mesmos. Emboraesseexudatonãotenhasidodevidamentedocumentado,masalgunstrabalhostêm detalhadoaspropriedadesdacamadaevanescente(Giovannettietal.1991;Oehletal.2002). Esporos de Gl. halonatum apresentam camada evanescente com aparência laminar quandoobservadaemmaioraumento(1000x);essaslâminassãoembebidasemumamatriz gelatinosa similar à observada por Maia & Kimbrough (1994a) em Gl. intraradices . Bentivenga&Hetrick(1991)observaramlâminasembebidasemumamatrizgelatinosaem umadascamadasdaparededosesporosde Gl.mortonii ,porémesta,porserpersistente,foi interpretadacomolaminada. Asuperfíciedacamadaevanescentetemaparênciagranulartantoem Gl.coronatum (Giovannettietal.1991)quantoem Gl.caesaris (Oehletal.2002);noprimeiro,essacamada

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...61 podereagiremPVLG,formandoestriasradiais,enquantonosegundonãoháreação.Assim, Gl. coronatum e Gl. caesaris apresentam semelhanças quanto à camada evanescente do glomerosporo,eambastêmsuperfíciegranulosadecorrentedaespessacamadaevanescente. Porém,asdescriçõesapresentamdiferentesinterpretações. Glomuscaesaris temumaúnica camada,ondeasuperfícieégranular,eemnenhummomentoexisteseparaçãoevidenteentre essacamadaeasdemais.Poroutrolado, Gl.coronatum apresentaumacamadaevanescente que produzcolunasradiaisemPVLG,diferindodoque ocorre nos glomerosporos de Gl. caesaris . Acamadaevanescentepode(Oehletal.2003a)ounão(Schenck&Pérez1990;Dalpé etal.2002;McGee&Trappe2002;Oehletal.2002)expandiremresina,reagir(Sürmer& Morton1997)ounão(Rose&Trappe1980)emMelzer. Ao descreverem Gl. aureum, Oehl et al. (2003b) afirmaram que a superfície do glomerosporo é composta por uma camada unitária que se degrada e desaparece com a maturidadedoesporo.Essaefemeridadeéaprincipalcaracterísticaquedistingueacamada evanescentedaunitária,comosugeridoporOehletal.(2003b). AlgumasespéciesdeFMApodemapresentarmaisdeumacamadaevanescente(Gl. claroideum, Gl. fistulosum, Gl. intraradices, Gl. luteum e Gl. multiforum ), que são dificilmente observadas. A visualização de uma dupla camada evanescente, em algumas dessasespécies,foirealizadaapenascomestudosontogenéticos(Stürmer&Morton1997). Em nenhuma dessas espécies a dupla camada evanescente foi mencionada nas descrições originais. Acamadaevanescenteécomumemglomerosporosdeespéciesde Glomus,podendo ocorrer em Acaulospora Morton (http://invam.caf.wvu.edu) e Scutellospora (Walker et al. 1998) e não foi observada em Archaeospora (sinanomorfo acaulosporóide), Intraspora , Gigaspora e Pacispora . Avaliandoopadrãodedesenvolvimentodequatroespécies de Glomus, Stürmer & Morton(1997)sugeriramqueotermoparedeevanescenteagrupacamadasfenotipicamente distintas que têm histórias de desenvolvimento diferentes, estando atreladas a diferentes ancestrais. Dentiscutata cerradensis apresenta, na superfície do glomerosporo, uma camada ornamentada (http://invam.caf.wvu.edu), com aspecto diferente do encontrado nas demais espéciesdogrupo.Aornamentaçãoproduzidapareceserresultadodeumacamadaflexível (semirigida),fina,quesefragmentaduranteodesenvolvimento(aumentoemdimensão)do glomerosporo formando ornamentações irregulares que podem se desprender em esporos

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mais velhos. Porém é normal a observação da ornamentaçãoem esporosmaduros,coma placa germinativa desenvolvida (Franke & Morton 1994). Essa camada externa de De. cerradensis pode ser interpretada como evanescente, visto que em alguns esporos está ausente,comoreferidoporMorton(http://invam.caf.wvu.edu). Aodescrever Cetrasporaspinosissima,Walkeretal.(1998)comentaramaexistência deumacamadaevanescentedifícildevisualizar,porémadmitemqueessacamadapodeser efeito da densa ornamentação do esporo, considerando que alguns espécimes não apresentaramessacamada.Amicroscopiaeletrônicanãofoicapazdemostraressacamada nosesporosavaliados.Resquíciosdessacamadadeveriamservisualizadosimersosentreas ornamentaçõesdoglomerosporooupróximosaopontodeinserçãodobulbosuspensoróide. A camada evanescente pode apresentar aparências distintas: (1) mucilaginosa; (2) granulosa;(3)unitária;(4)espessadapelamatrizgelatinosa. Acorretainterpretaçãodessacamadatemsidoproblema para algumas espécies de FMA, pois uma superfície rugosa ou granular nem sempre corresponde a uma camada evanescente.Porestarazão,énecessária,emalgunscasos,autilizaçãodeculturasarmadilhas paramanteressasespéciesecomprovaraefemeridadedessacamada(Morton1988). Laminada Essacamadapareceserumadasmaisconservadasemorfologicamentediscerníveis em diferentes espécies de FMA. Normalmente é pigmentada, sendo consequentemente responsávelpelacoloraçãodoesporo,comoocorrecomGl.clarum cujaterceiracamadado glomerosporoélaminada(Bentivengaetal.1997). A aparência laminada não é influenciada pela resina ou reagente usado, exceto em glomerosporos de Dentiscutata biornata, que se expande em PVLG (Spain et al. 1989b), sendofacilmentedistinguidaemqualquercondição. A espessura da camada laminada é variável intra einterespecificamente, não sendo caráter expressivo para a separação de espécies (Morton1988;Walker &Vestberg1998). AindasegundoStürmer&Morton(1997),essacamadaéformadaporsubcamadasquesão aderentes ( G. glomerulatum ) ou separáveis ( G. intraradices ), de acordo com a pressão exercidasobreoesporo,variandoemespessuraenúmero. Amicroscopiatradicionaldeluztemreveladopoucosdetalhesdacamadalaminada, sendo distinguíveis apenas espécies que possuem laminações mais evidentes. A camada laminadapodeapresentardoisaspectos:(1)laminaçõesseparáveis,dandoimpressãodehaver

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mais de uma camada laminada, como em Gl. intraradices e (2) laminações aderentes não separáveis(maioriadasespéciesde Glomus ). Dalpé et al. (2002) mencionaram a existência, em Gl. kerguelense , de uma zona espongiformenacamadalaminada,formadaduranteodesenvolvimentodoglomerosporo,e facilmenteobservadaemesporosmaduros.Essacaracterística,referidapelaprimeiravezem esporos de FMA, mostra variação na estrutura da camada laminada durante o amadurecimento do glomerosporo. Aspectos ontogenéticos da camada laminada têm sido poucoestudados.EmobservaçõesultraestruturaisMaia&Kimbrough(1994a)mostramque esporos jovens de Gl. intraradices apresentam uma camada laminada mais compacta, enquantonamaturidadeapresentamassubcamadasmenosaderentes,emalgunscasosdando aimpressãodehavermaisdeumacamadalaminada.Poroutrolado,Maia &Kimbrough (1998) não observaram essa variação em esporos de uma espécie de Glomus (similar a Glomusetunicatum ),oquemostravariabilidadeinterespecífica. Unitária Essacamadadaparededeglomerosporos,propostaporWalker(1983),caracterizase pela aparência consistente como a da camada laminada, porém sem laminações ou efemeridade,normalmentecompactaedifícildequebrar. Muitas espécies de FMA apresentam uma camada descrita como unitária, porém menosrígidaqueatradicionalmenteconhecida,chamadasemalgunscasosdesemirígida,ou em outros casos interpretadas como flexível (= membranosa). Acaulospora rugosa foi descrita com uma camada externa unitária, porém menos rígida, deixando o esporo com aparênciarugosa,oqueéatípicoemespéciesdeFMA(Morton1986a).Maistarde,Morton (1988) reinterpretou essa camada como membranosa (=flexível) e não unitária. Outro problemarelevantenamorfologiadosglomerosporosdessaespécieéqueemalgunsesporos essa primeira camada é ausente, o que caracteriza a efemeridade típica de uma camada evanescente, tornando difícil a interpretação desse caráter, admitido como principal para separar Ac.rugosa de Ac.morrowiae . Segundo Morton (1986a), Ac. rugosa difere de Ac. morrowiae por apresentar elasticidadeemumadascamadasdocomponentegerminativo,quandoemPVLG,oquenão ocorreemglomerosporosdeAc.morrowiae .Poroutrolado,Schencketal.(1984)podenão ter observado elasticidade nessa camada em Ac. morrowiae porque os esporos foram montadosemlactofenol.Nessetrabalhoosautoresafirmaramqueaparededosesporosde Ac. morrowiae eracompostaportrêscamadasnocomponenteestrutural,sendoaprimeira

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evanescente e as demais unitárias, enquanto o componente germinativo era composto por uma unitária e uma membranosa. Porém, Morton (http://invam.caf.wvu.edu) reinterpretou essacaracterísticamorfológicadosglomerosporosafirmandoqueocomponentegerminativo apresenta duas camadas flexíveis aderentes (unitária segundo Schenck et al. 1984) e duas camadas mais internas: a primeira granulosa na superfície (“beaded”) e aderida a uma camadainternaamorfa(membranosa,emSchencketal.1984). AcamadaunitáriatemsidodescritaemtodososgênerosquecompreendemosFMA, segundoarevisãodeSchenck&Pérez(1990).Porémalgumasespéciesforamreavaliadase redescritas, e em certos casos essa camada foi reinterpretada tomando como base nomenclatura mais atual. Essas reinterpretações têm facilitado a identificação de algumas espécies de Acaulospora que não possuem parede ornamentada e mostram o verdadeiro aspectodealgumascamadas,principalmenteashialinas,queapresentamaparênciaflexível (=membranosa)eunitária. SegundoMorton(1988),aaparênciaunitáriaécomumemespéciesde Scutellospora, especialmentenocomponenteestruturaldoglomerosporo.Porém,Schenck&Pérez(1990), ao interpretar as descrições de FMA, mostraram que um grande número de espécies de Acaulospora apresenta glomerosporos com uma camada unitária fazendo parte do componentegerminativo. Acamadaunitáriapareceserconsistente,assimcomoacamadalaminada,porémem algunscasos,éconfundida,principalmentequandoasuperfícieédensamenteornamentada, como em Ac. bireticulata . Segundo Blaszkowski (1997a), a laminação dessa camada ornamentadaéfacilmenteobservadaemmicroscópiocomcontrastedefaseNormaski. AodescreveremquatronovasespéciesdeFMAnonovogêneroPacispora, Oehl& Sieverding(2004)evitaramressaltaraaparênciadealgumascamadasquecompõemaparede, dificultando a interpretação da morfologia dos glomerosporos. Porém, aparentemente, algumas das camadas que fazem parte do componente germinativo apresentam aparência unitária,similaraoobservadoemespéciesde Acaulospora . Flexível Morton(1988)sugeriuqueaparedemembranosa(Walker1983)eacoriácea(Walker 1986) fossem consideradas paredes flexíveis, caracterizadas pela flexibilidade, colapsando (membranosa)ounão(coriácea)emesporosquebrados.Essacamadacomaparênciaflexível éobservadanocomponentegerminativodeespéciesde Scutellospora , Acaulospora (Schenck & Pérez 1990) e, mais recentemente, em Pacispora (Oehl & Sieverding 2004). Porém, a

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descriçãode Acaulosporarugosa mencionaumacamadaflexívelnocomponenteestrutural (Morton1988). Acamada flexíveltemsidoextensivamenteobservadaemespéciesde Glomus com duas ou mais camadas compondo a parede do glomerosporo, como em Gl. glomerulatum (Sieverding 1987). Entretanto, algumas espécies, como Gl. caledonium, não apresentam camadaflexível(Morton1996). ComodestacadoporMorton(1988)emalgunstrabalhosotermo“paredesemirígida” éusadoparacaracterizarumacamadacomaparênciaintermediáriaentreflexíveleunitária. Walker(1986)propôsacamadacoriáceacombasenaespessuraenaaparência,mais resistente que a da parede membranosa. Segundo Schenck & Pérez (1990), essa camada coriáceadefineseporserrobusta,vigorosa,flexível,comaparênciadecouro,apresentando umadassuperfícies(externa)comaspectogranuloso(ourugoso)easuperfícieinternalisa. Amorfa Essa camada do componente germinativo, caracterizada pela plasticidade em meio compHácidoouresinascomooPVLGeespessuraquevariade1,3a200µm,foidescrita por Morton (1986a) em Acaulospora rugosa e Ac. dilatata . Em esporos preservados em formalinaessacamadapodeserfacilmenteconfundidacomumaunitária(Morton1986b). Apesardetersidooriginalmentedescritaemespécies de Acaulospora, a camada amorfa também foi observada em espécies scutelosporóides como, por exemplo: Scutellospora arenicola (Koske & Halvorson 1989), Dentiscutata scutata (Walker & Diederichs 1989), Sc. nodosa (Blaszkowski 1991), Cetraspora armeniaca (Blaszkowski 1992), De.hawaiienses (Koske&Gemma1995), Sc.projecturata (Kramadibrata etal.2000) e Sc.crenulata (HerreraPerazaetal.2001). A redescrição de algumas espécies como Acaulospora foveata , Ac. mellea e Ac. longula (http://invam.caf.wvu.edu) tem evidenciado a natureza plástica da camada amorfa, nãodescritanosrespectivosprotólogos. Acamadaamorfa(plástica)temsidodescritaapenasnocomponentegerminativode esporos de Scutellospora , Acaulospora e Entrophospora , não sendo referida em todos os gênerosquecompreendemosFMA. Descriçõesmaisrecentesdeespéciesscutelosporóidestêmdeixadoalgumasdúvidas quantoàverdadeiranaturezaamorfa,principalmentedevidoàsemelhança,emalgunscasos, comacamadacoriácea( sensu Walker1986).Glomerosporosdeummesmoisoladopodem

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apresentaramplavariaçãonessacamada,queoraseexpandeeoranãoseexpande,podendo gerardúvidasquantoàaparência. Esporos de Ac. bireticulata apresentam, no componente germinativo, uma camada espessa interpretada por Blaszkowski (1997a) como coriácea. A observação da camada coriáceanessaespéciepodeserumarespostaaousodaresina.Seinterpretadodestaforma, essacamadaéamorfa,enãocoriácea.Paradefiniraverdadeiranaturezadosesporosde Ac. birreticulata seránecessáriomantercultivospurosparaposteriormontagemdelâminascom glomerosporosemáguaeemresina(PVLG). Variaçõesnaespessuradecamadasdeparedenãosãoválidascomofortecritériona separação de espécies de FMA (Morton 1988), sendo este considerado caráter terciário (Franke&Morton1994)eissosedeveàaltavariabilidadedessecaráteremisoladosdeuma mesmaespécie(Walker&Vestberg1998).Devidoàvariaçãonaespessuradascamadasde parede dos glomerosporos, a definição para a “parede coriácea” de Walker (1986) não é funcionale,consequentemente,tornouseraramentedescrita. Poroutrolado,aorevisarostiposdeparedeSchenck & Pérez (1990) aceitaram a propostadeWalker(1986),paraacamadacoriácea,porémnãomencionamnenhumaspecto relativoàsuaespessura,enfatizandoapenasaaparência. Aplasticidadepodevariaremdecorrênciadosestádiosdematuraçãodaparededo glomerosporo. Em Fuscutata heterogama os glomerosporos apresentam plasticidade nos estádiosiniciaisdedesenvolvimentodeumacamadaquetemaparêncialaminadaemesporos maduros(Franke&Morton1994). Doisaspectosprincipaissãoobservadosnaaparênciadacamadaamorfa:(1)podeou nãoexpandiremresina(Morton1986b);(2)podeapresentarmaior(Ac.delicata )oumenor espessamento (Sc.hawaiiensis ).Essaplasticidadeéumapropriedadedecorrentede arranjo molecularquevariaduranteosdiferentesestádiosdedesenvolvimentodoesporo.Poresta razão, foi possível observar plasticidade na “futura” camada laminar de Fuscutata heterogama,explicandoasvariaçõesobservadasporMorton(1986b)emglomerosporosde Ac.delicata sobamesmacondição. Ascamadasamorfa,coriáceaemembranosaapresentamaparênciaquesesobrepõem, principalmente quando se compara descrições de diferentes autores. Blaszkowski (1997a) admite que A. bireticulata apresenta uma camada coriácea, porém Morton (http://invam.caf.wvu.edu) a interpreta como membranosa, por não haver espessamento. A interpretaçãodessacamadatornasedifícilprincipalmentepelafaltadedescriçõesemmeios mais fluidos, como água ou glicerina, os quais permitem uma interpretação da verdadeira

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natureza das camadas de parede dos glomerosporos (Spain 1990). Assim, sugerese uma avaliação em água e glicerina quando as espécies estudadas apresentarem plasticidade em umadesuascamadas,comopropostoporSpain(1990). Asdiferentesinterpretaçõessobreascamadasdaparededoglomerosporomostramos problemas na taxonomia e a necessidade de uma revisão das espécies e dos critérios taxonômicos. Expansiva A camada expansiva, que ocorre apenas no componente estrutural, foi descrita por Berch & Koske (1986) em Glomus pansihalos e caracterizase pela expansão em resina, formandocolunasradiaiscomsuperfícieornamentada.Segundoosautores,essacamadaé lisa em água e se expande em PVLG, alcançando 3 a 15µm de espessura, tornandose granulareàsvezessedissolvendototalmente. Duasimportantesevidênciasnadescriçãomostramque essa camada: (1) apresenta plasticidade;(2)éefemera.Aprimeiracaracterísticaestárelacionadacomacamadadiscutida anteriormentecomoamorfa,poisambasapresentamplasticidadeemglomerosporosmaduros, porémlocalizamseempontosdiferentesnaparede.Aamorfaéencontradanocomponente germinativo, enquanto a expansiva é parte do componente estrutural. Portanto, possuem diferentes origens por estarem em grupos de parede distintas (Morton & Benny 1990; Schuessler et al 2001). Além disso, ocorrem em gêneros distintos. Acaulospora e Scutellospora apresentamglomerosporoscomumacamadaamorfa,enquantoaexpansivaé encontradaemespéciesde Glomus .Aoutraparticuliaridadedescrita,aefemeridade,étípica dacamadaevanescente. SegundoBerch&Koske(1986),acamadaexternaexpansivade Gl.pansihalosem PVLG tem aparência de uma coroa. Interpretação similar foi feita em Gl. coronatum por Giovannettietal.(1991),porémnessaespécieacamadaexternanãoéefemera.Emambasas espéciesaspropriedadesdacamadaexternasãosemelhantes,porémem Gl.coronatum essa camadaémaispersistentequeem Gl.pansihalos .Énecessáriacomparaçãodessacamadanas duasespéciespararedefiniçãoconceitual. Interpretando a descrição de Berch & Fortin (1983), Schenck & Pérez (1990) admitiram que a camada externa de Gl. macrocarpum é expansiva,porém não apresenta a mesmapropriedadevistaem Gl.coronatum e Gl.pansihalos ,poisnãoformacolunasradiais. Contudo, pode estar relacionada com uma matriz amorfa (gelatinosa) que pode alterar a espessuradaparede,comoem Gl.intraradices (Maia&Kimbrough1993).

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Rose&Trappe(1980)afirmaramqueacamadaexternade Gl.halonatum apresenta elasticidade,comoobservadonacamadaexpansiva.Aelasticidadedacamadaexternade Gl. halonatum e Gl. caesaris parece apresentar a mesma propriedade expansiva. Nas duas espéciesasuperfíciegranularnãoparececonstituirumacamadaàparte,comopropostopor Oehletal.(2002)em Gl.caesaris .Asuperfíciegranularpareceserdecorrentedeexudados dopróprioesporo,assimcomodoatrito com partículasdosolo,oupodeatémesmoser efeitodaresina. A aparência da camada expansiva pode ser similar à de uma camada laminada ou evanescente,masalgumasvezesédesignadaamorfaouflexível.Asornamentaçõesformadas pela expansão dessa camada podem ser do tipo colunar, granular ou com formação de protuberânciasdelgadas,similaresacabelos. Recentemente Hu (2002) observou uma substância gelatinosa, formando protuberânciasqueatingematé15µmdealturanasuperfíciede Gl.spinosum. Abaixodessas ornamentações existe uma camada unitária também hialina. Porém, a natureza da ornamentação não foi descrita no protólogo, o que não permite distinguir a verdadeira naturezadaestrutura,seérealmentecaracterísticadaespécieousedecorredeumareaçãoà resina,comoem Gl.pansihalos e Gl.coronatum . A camada expansiva tem sido documentada exclusivamente para a família Glomeraceae , com exceção de Sc. alborosea, que foi originalmente descrita por Ferrer & Herrera (1980) com uma espessa camada hialina externa, similar à camada expansiva de representantesde Glomus . Germinativa A camada germinativa foi originalmente descrita em Gigaspora ramisporophora, (Spain et al. 1989). A denominação “parede germinativa” está relacionada com a função exercida. Segundo Bentivenga & Morton (1995), essa camada é a última a se formar, ocorrendo apenas em glomerosporos maduros. As projeções em forma de papila que caracterizam essa camada não estão distribuídas uniformemente na superfície interna, podendo,emalgunscasos,estarconcentradasnaáreadeformaçãodotubogerminativo. Aspapilassãomorfologicamenteheterogêneas,adquirindomuitasvezesconformação mais pontiaguda como um espinho, rombuda, ou até achatada, não havendo em Glomeromycota ornamentação similar nos glomerosporos. A designação dessa camada é associada à sua função, considerando que os tubos germinativos são formados entre as

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...69 papilas. Trabalhos ultraestruturais mostram que a camada germinativa é distinta (eletrondensa),quandocomparadacomalaminada(Maia&Kimbrough1994). Chanfrada Essacamadacaracterizasepelaaparênciaangular,regular,damargemdaparedeem glomerosporosquebrados,comformaçãodefraturasnaformade“V”ouemângulosde90°. Acamadachanfranuladafoidescritaem De.hawaiiensis (Koske&Gemma1995)efazparte do componente germinativo dos glomerosporos dessa espécie, principalmente quando os glomerosporos são submetidos a maior pressão para a quebra. Essa camada pode ser confundidacomumacamadamembranosaoucoriácea,comvariação apenasnopadrãode quebra. Graudeseparaçãodascamadas Paraumaacuradaidentificaçãodascamadasquecompõemaparededoglomerosporo énecessáriaaquebradosglomerosporos,sendosugeridoapenasumasuavepressãoparaque hajaorompimentodaparede (Schenck &Pérez1990)easeparaçãodessascamadas,cuja separaçãopodeserinfluenciadapelomeiomaisoumenosfluidoemqueosglomerosporos estãosendoquebrados. Alémdoefeitocausadopelasresinas,apressãoaplicadaaoesporopodeinfluenciaro graudeseparaçãodealgumasdessascamadas(Morton1988),podendogerarartefatos,que levamàinterpretaçãoerrôneadaestruturadaparededoesporoe,consequentemente,podem causar erros na identificação. Na revisão dos caracteres morfológicos, Morton (1988) não discutiuainfluênciadograudeseparaçãodascamadasdeparedenataxonomiadosFMA, enfatizandoapenasadefiniçãodosgruposdeparededeWalker(1983). Ogrupodeparedeséumaagregaçãodecamadas(=paredes sensu Walker1983)que permanecem próximas mesmo depois do esporo quebrado. Esses grupos são basicamente restritos a representantes de Acaulospora , Kuklospora, Entrophospora , Scutellospora, Racocetra, Cetraspora, Fuscutata, Quatunica e Pacispora , que possuem um componente germinativodistinto,formadotardiamenteduranteodesenvolvimentodoesporo(Stürmer& Morton1999). Em geral, há uma separação entre as camadas que fazem parte do componente estruturaleasquefazempartedocomponentegerminativo.Porém,nemsempreéevidente umaseparaçãodosgruposdeparede( sensu Walker1983)docomponentegerminativo.

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Esporos de Gl. intraradices, por exemplo, quando quebrados sob maior pressão podemevidenciarmaisquetrêscamadasdevidoàseparaçãodealgumaslâminasdacamada laminada. Talvez essa separação das laminações seja consequência do material amorfo observadoporMaia&Kimbrough(1993)nacamadalaminadadessaespécie. Adefiniçãodascamadaspodenãoestarrelacionadacomumadistintaseparaçãoda parede.Ocomponenteestruturalde De.cerradensis éformadoporquatrocamadas,coma primeiraeaquartasendofacilmentedestacadas,enquantoasegundaeaterceiracamadassão distinguíveisapenascomauxíliodoReagentedeMelzer,poisumadelasreagefortemente, adquirindocoloraçãopúrpura(terceiracamada)enquantoaoutranãoreage(segunda).Fato semelhanteocorreem Ce.pellucida (Mortonhttp://invam.caf.wvu.edu). Considerandoqueaparededosglomerosporoséinfluenciadapelapressãodequebra, o que acarreta variação na separação das camadas, devese analisar com cautela essa característica, para a distinção de espécies de FMA. Assim, a quebra é mais útil como ferramentaparaseobservarascamadasquecompõemaparededoesporoenãoaseparação destas. Ornamentaçãodaparede Asornamentaçõespodemserclassificadasdeacordocomalocalização,podendoser encontradasnacamadaexternaouemumadascamadasinternas(nasegundaounaterceira camada da parede do glomerosporo) ou de acordo com o tipo, podendo ser projeções (espinhos, verrugas, papilas, tubérculos e cones) ou depressões (circulares, irregulares, labirintiforme,hexagonaisepentagonais). Variações na ornamentação da parede do glomerosporo não são frequentemente documentadas(Morton1988),porémesporosde Ac.tuberculata apresentaramvariaçãoem altura (1 m em esporos jovens até 2,5 m em esporos maduros). Desta forma, a ornamentação da parede de esporos de FMA pode eventualmente ser influenciada pelo desenvolvimentodoesporo. Morton(1988)afirmou queapenasas camadas comaparência laminada, unitária e membranosa apresentam ornamentação. No entanto, de modo geral as ornamentações ocorrem nas camadas laminadas e unitárias, sendo uma exceção em camadas flexíveis. Segundo Hu (2002), a primeira camada dos glomerosporos de Gl. spinosum é coberta por protuberânciassimilaresacabelos.Essacamadaésimilaràencontradanosglomerosporosde

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Gl.pansihalos e Gl.coronatum .Umacomparaçãodessasespéciespoderiaajudaraelucidara naturezadacamadaexternade Gl.spinosum . Glomerosporosde Glomusinsculpitum e Gl.verruculosum apresentamornamentação distinta das demais espécies de FMA (Blaszkowski et al. 2004; Blaszkowski & Tadych 1997),que ocorremnasuperfícieinternadasegundacamadaedaterceiracamadadaparede do esporo, respectivamente. Em Gl. insculpitum são observados perfurações na superfície internadandoaimpressãoqueaornamentaçãoésimilaràobservadaemglomerosporosde Ac.scrobiculata .Em Gl.verruculosum osglomerosporosapresentamverrugasnasuperfície internadaterceiracamadadaparede. Recentemente, Cuenca & HerreraPeraza (2008) descreveram uma nova espécie de Scutellospora compadrãodeornamentaçãodistinto,semelhanteaumaimpressãodigital,na superfíciedosglomerosporosde Sc.striata oqueconstituiumnovopadrãodeornamentação paraessediversificadogrupodefungos. Coloraçãodosglomerosporos

A coloração é uma característica amplamente usada e que tem papel decisivo na taxonomiademuitosfungos,principalmenteAscomycotae Basidiomycota .Nessefungosos ascocarposeascósporos,basidiocarposebasidiósporossãoasprincipaisestruturasavaliadas quantoàcoloração,definidageralmentecomauxíliodecartasdecores,comoadeMunsell (1975).Porém,mesmonessesgruposacoloraçãoétratadacomcautela,sendoosespécimes avaliadosnomomentodacoleta,devidoàalteraçãocausadapelasecagemepelomanuseio do material, como é comum em Agaricales (Rossman et al. 1998; Guerreiro & Homrich 1999). Acortambéméinfluenciadapelaformacomoaluzpassapelosglomerosporos,mas as descrições de novas espécies geralmente não especificam em que condição a cor foi observada, se com luz incidente (estereomicroscópio)outransmitida(microscópiodeluz), dificultandoaposteriorcomparaçãodocaráter(Morton1988).Ainclusão,nasdescriçõesdas espécies,deinformaçõesevidenciandoasvariaçõesnacoloraçãoimplementariadadosparaa identificação. TemsidoregistradaamplavariaçãonacoloraçãodosesporosdosFMA,muitasvezes difíceis de identificar, principalmente considerando as espécies do gênero Glomus , por apresentarempoucascaracterísticasmorfológicasdistintas.

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AcoloraçãodosglomerosporosdosFMApodeestarrelacionada à pigmentação da parede (principalmente do componente estrutural) ou ao material citoplasmático, sendo o últimocasomenosfrequente. Avaliandoespécimesde Gl.fulvumdeváriospaíses,Thaxter(1922)observouampla variaçãonacoloraçãodosesporocarposeconsiderouqueestapodeseratribuídaaoambiente onde o esporocarpo se desenvolveu, sendo os glomerosporos mais escuros quando o desenvolvimento ocorria sem incidência de luz e em húmus. Assim, a matéria orgânica tambémpoderiadesempenharpapelrelevantenadeterminaçãodacoloração. Redeckeretal.(2007)observaramdensomaterialcitoplasmáticoemglomerosporos de Glomusfulvum coletadosemGuadalupe,Caribe.Acoloraçãodomaterialcitoplasmático dessa espécie ajudou a distinguila de Gl. pulvinatum e Gl. megalocarpum essas últimas apresentando material citoplasmático hialino, como facilmente observado na figura 2, em Redecker et al. (2007). Esporocarpos de Gl. fulvum encontrados em floresta estacional semidecidualnosuldoBrasilapresentaramesporoscommaterialcitoplasmáticoamareloe denso, similar ao descrito por Redecker et al. (2007), porém, não foi possível examinar material fresco. O processo de secagem pode alterar alguns aspectos morfológicos, principalmenteacoloraçãodosesporocarpose,consequentemente,doglomerosporo.Análise de material fresco poderia ser mais informativa quanto à coloração do material citoplasmático. Asprimeirasespéciescomdimorfismo(Glomusambisporum,Glomusheterosporum e Glomusdimorphicum )descritasporSmith&Schenck(1985)eBoyetchko&Tewari(1986), apresentam variação na coloração mesmo considerando o isolado de uma espécie. Essas espéciessãoproblemáticasparaestudostaxonômicoscommaterialdecampo,possivelmente cadamorfotiposendoidentificadocomoumaespéciedistinta. Sinanomorfismo no filo Glomeromycota pode ser observado em Archaeospora e Ambispora , que podem apresentar esporos glomóides e acaulosporóides em um mesmo micélio. A variação na coloração dos glomerosporos nesses gêneros é mais frequente no sinanomorfoacaulosporóideprovavelmenteporquehámaisregistrosdeocorrênciadestedo quedoglomóide. Acaulosporaappendicula (= Ambisporaappendicula )descritaporSchenck etal.(1984)apresentaglomerosporoscujacoloraçãovariadebrancoopacoalaranja. A sinanomorfia em esporos de Archaeospora e Ambispora foi observada em quase todas as espécies, exceto em Am. gerdemannii e Ar. trappei (Morton & Redecker 2001) (sensu Spainetal.2006).Avariaçãonosinanomorfoglomóidetemsidopoucodocumentada,

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...73 porém os registros indicam variação entre hialino a amarelado na cor do glomerosporo (Mortonetal.1997;Spainetal.2006;http://invam.caf.wvu.edu). Almeida&Schenck(1990a)citamaocorrênciadeglomerosporosalbinosemisolados dealgumasespéciesde Scutellospora (Sc.nigra , Sc.heterogama,Sc.gregaria ),comentam queatentativadeisolartaisfungosfoifalhaesugeremqueessesglomerosporos,alémde perderacoloração,podemterperdidotambémacapacidadedeformarassociaçãocomos vegetais. O insucesso na confirmação dessa característica, pois não há outros registros similares,élimitanteparanovascitaçõesdessecaráter. AobservaçãodeAlmeida&Schenck(1990a)sobreoalbinismoemalgunsisolados de FMA pode não estar relacionado a um erro genético, representando simplesmente a contaminaçãodasculturasempote.Porém,sãonecessáriasobservaçõesmaisdetalhadasdo materialestudadoporessesautoresparaconfirmaçãodacaracterísticamencionada. Scutellosporaweresubiae e Sc.alborosea apresentamglomerosporosdecorrosaou levemente rosada, porém em Sc. weresubiae essa cor é perdida quando os esporos são colocadosemlactofenol,formalinaouálcoolpolivinílico.Acoloraçãopodeserpreservada poralgunsdiasemgeldeglicerina,oquepermiteobservaramudançanacoloração(Koske &Walker1986b). Observações semelhantes podem ser feitas com relaçãoaoutras espéciesde FMA. Scutellospora fulgida, Sc. aurigloba e Sc. castanea , por exemplo, apresentam pequena variaçãonacoloraçãodeseusesporosquandoavaliadasemágua(estereomicroscópio)eem lamina(emmicroscópiodeluz).Osglomerosporosdessasespéciesgeralmentesãohialinosa brancos em água, com exceção de Sc. castanea que é amarelada, e tornamse amarelos esverdeadosquandoemPVLG. AresinarepresentaummarcoparaaoestudotaxonomicodosFMAporpreservaro material por longos períodos, mas tem mostrado efeitos diversos sobre algumas característicasmorfológicasdosglomerosporo,entreasquaisacoloração. Examinandoumisoladode Glomusclarum,Bentivengaetal.(1997)observaramque coloração e tamanho tinham correlação genética, com esporos hialinos apresentando dimensõesmenores,enquantoosmaisescuroserammaiores.Combasenesseestudo,esses autoresafirmaramqueacamadalaminadamaisinterna(terceiracamada)éresponsávelpela coloraçãodoesporoequeascondiçõesambientaispodeminfluenciaressescaracteres. Fatoresgenéticosligadosàcoloraçãodosglomerosporosprecisamsermaisestudados, porémaproduçãodepigmentopodeestarrelacionada àproteção contra radiação, sendo a regulaçãogenéticaomecanismousadopeloorganismoparaprotegerseumaterialgenético.

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Assim,dependendodascondiçõesambientaisépossívelencontrardiferençasentreisolados damesmaespécie. Se a coloração dos glomerosporos de algumas espécies de FMA está relacionada à camadadeparede, consequentementeo estádio dedesenvolvimentodoglomerosporopode influenciar a coloração, visto que algumas camadas (as mais internas) são formadas tardiamente. Isso foi confirmado por Stürmer & Morton (1997; 1999b), ao estudarem a ontogeniadequatroespéciesde Glomus, duasde Acaulospora eumade Entrophospora . Examinandodiferentesisoladosde Glomusclaroideum eespéciessimilaresWalker& Vestberg (1998) avaliaram a coloração dos glomerosporosemmaterialtipoeempotesde culturacom14a44oumaissemanas,eafirmaramqueacoloraçãodosglomerosporospode variarentreedentrodeummesmoisolado,podendoserinfluenciadaaindapelastécnicasde estocagemepreservação,asquaisalteramtambémacamadaexternadeparede.Duranteo estudoessesautorescomentamqueacoloraçãoéútilapenasparaseparar Glomusdiaphanum e Glomus albidum de Gl. claroideum, Gl fistuosum e Gl. maculosum , por apresentarem esporos com parede hialina enquanto as demais apresentavam glomerosporos com parede pigmentada. Schenck & Pérez (1988 e 1990) disponibilizaram uma tabela para identificação de FMAondeacoloraçãofoiumdoscritériosparaaseparaçãodasespécies,porém algumas apresentamvariaçãomuitograndenessecaráter,acarretandosobreposiçãocommuitasoutras espéciesdentrodachave. Dopontodevistahistórico,acoloraçãotevepapeldecisivonaevoluçãodataxonomia sendo,consequentemente,deforteinfluêncianoprocessodeformaçãodeumtaxonomista (poisestáfortementerelacionadaàtaxonomiadefungosmacroscópicos,ondeacortempapel decisivonadelimitaçãodetáxons)eporessarazão é constantemente usada em chaves de identificação e principalmente na distinção de espécies onde as informações mais importantes,comoestruturadaparede(filoGlomeromycota),sãoinsuficientesparadelimitar otáxon. Algumas espécies de FMA são nomeadas pelos caracteres morfológicas, como ornamentação da parede do glomerosporo ( Acaulospora scrobiculata, Ac. spinosa, Ac. tuberculata,Glomusspinuliferum,Gl.spinosum,Scutellosporabiornata,Sc.reticulata,Sc. projecturata ) e outras pela sua coloração ( Ac. mellea, Gl. albidum , Gl. pallidum, Gl. diaphanum, Gl. scintillans, Gl. clarum e Sc. alborosea ), mas essa característica não determina a espécie. Acaulospora mellea , por exemplo, foi designada por apresentar glomerosporos cor de mel, porém a tonalidade é extremamente variável, entre tons de

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amareloatémarrom.Essetipodeepíteto específicodeveserevitadonadesignaçãodenovas espécies,pornãocorresponderaumcaráterestável. Existetendênciaemacreditarqueascaracterísticasdescritaspara A.scrobiculata na verdade podem corresponder a um grupo de espécies. Oehl et al. (2006) descreveram Acaulospora alpina que apresenta glomerosporos ornamentados com perfurações arredondadas,similaresàsobservadasem A.scrobiculata ,porémcomesporosmaisescurose menores.Alémdisso,essesdadosmorfológicossãoapoiadospordadosmoleculares,oque enfatiza a diversidade nesse provável grupo de espécies. Acaulospora paulinae, Ac. cavernata ,Ac.scrobiculata,Ac.alpina eAc.undulata sãomorfologicamentepróximasese diferenciam, em alguns casos, apenas por caracteres secundários, como cor e tamanho e, principalmente,pelaformaedistribuiçãodaornamentação. Assim, a coloração isoladamente é caráter que não permite distinguir espécies de FMA(excetoemcasosespecíficos,comoem Gigaspora ),poisainterpretaçãodacorpode variar de acordo com o observador, porém como característica secundária e, em conjunto comoutroscaracteres,podeajudaraidentificargrupodeespécies. Efeitodaresinasobreosglomerosporos Berch & Koske (1986) descreveram as paredes amorfa e expansiva com base na variaçãodessasestruturasemdiferentesresinas.Estastêmdesempenhadopapelimportante naanálisetaxonômicadosFMA,principalmenteporseremamplamenteusadascomométodo depreservaçãodosesporos,assimcomoaformalinaeoglutaraldeido(Morton1986b).Como exmplo,aresinapodealteraracoloraçãodosesporosde Scutellosporaweresubiae osquais, normalmente hialinos a rosados, tornamse completamente hialinos em PVLG (Koske & Walker1986).Combasenessasobservações,Morton(1986b)avaliouoefeitodealgumas resinasedareaçãonoMelzersobreascaracterísticasdaparededosesporosdeFMA.Assim, observou que a espessura da parede é afetada significantemente pela presença de fenol. A camadalaminadaseapresentamaisfinanaausênciadessecomposto,porémaaparênciadas laminaçõesnãoéalteradaemnenhumtipoderesinaoumesmoemágua.Poroutrolado,a camada “beaded”, característica de espécies de Acaulospora , não é influenciada pela presençadofenol.Emglomerosporosde Ac.dilatata e Ac.rugosa essacamadaéobservada emáguaouglicerinaeàsvezesemPVLformalina,oulactofenol,sendoinfluenciadadepois queosglomerosporossãotratadoscomglutaraldeidopor15dias(Morton1986b). A camada amorfa também pode apresentar aparências diversas, dependendo das circunstâncias.QuandoempH<2,0seexpandeeempH>2,5essacamadatemaparência

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unitária.Porém,quandotratadacomformalinaouglutaraldeidoperdeacapacidadeelástica, quepodeserobservadaemespéciescomo Ac.mellea,Ac.foveata,Ac.delicata, ealgumas espéciesde Scutellospora (http://invam.caf.wvu.edu). A camada expansiva apresenta características semelhantes à amorfa, ou seja, correspondeaumareaçãoàresina.Contudo,acamadaexpansivalocalizasenocomponente estrutural da parede do glomerosporos, enquanto a camada amorfa ocorre apenas no componente germinativo. São poucos os relatosreferentes a essa camada, que é restrita a glomerosporos de alguns representantes de Glomus (Gl. pansihalos, Gl. coronatum, Gl. spinuliferum e Gl.spinosum ),esãofacilmenteobservadanessasespécies. Além das camadas amorfa e expansiva, a camada laminada também pode ser influenciada pela resina. Spain et al. (1989b) observaram que em glomerosporos de Dentiscutatabiornata aparedelaminadatemplasticidadeemPVLG,expandindoaté55m. Aplasticidade éinterpretadacomo acapacidadedaparededeexpandiremPVLG,porém, alémdaexpansão,acamadamaisexternadaparedede De.biornata apresentaconsistência maisflexíveldoqueadeumacamadaunitáriatípica. A resina influencia ainda o grau de separação das paredes do glomerosporo, modificando a interpretação dos grupos de paredes (sensu Walker) (Morton 1986). Blaszkowski (1997) descreveu sete camadas na parede de Ac. bireticulata , enquanto Rothwell&Trappe(1979)descrevemapenastrêscamadasenãocomentamemquetipode resinaosglomerosporosforammontados.Emisolado encontrado em áreas de Floresta de Araucária, em São Paulo, foram observados apenas seis camadas compondo a parede de glomerosporosdessaespécie(Gotoetal.2008b).Essa confusão frequentemente ocorre na distinção da terceira camada da parede de glomerosporos de Acaulospora, Scutellospora, Racocetra,Cetraspora,Fuscutata,Dentiscutata,Quatunica,Kuklospora eAmbispora, onde em algumas espécies essa terceira camada está ligada ao componente germinativo e, em outroscasos,podeestarpróximaaocomponenteestrutural.Averdadeiranaturezadacamada só pode ser confirmada quando se observa o ponto de inserção da mesma na cicatriz (Acaulospora e Kuklospora ), pedicelo ( Ambispora ) ou plug ( Scutellospora, Cetraspora, Racocetra,Fuscutata,Dentiscutata eQuatunica ). AsugestãodeSpain(1990)deavaliaraparededosglomerosporosemáguatemsido pouco utilizada pelos taxonomistas tornando quase impossível avaliar o próprio efeito da resinasobreaparededoesporo.Contudo,aamplautilizaçãodoPVLG comopreservante, permitecompararasdiferentesdescrições.

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A avaliação dos glomerosporos em água realmente pode ser ferramenta útil para entender a estrutura da parede. Na descrição da emenda de Archaeospora trappei, Spain (2003)mostrouqueaavaliaçãoemáguapropiciouaobservaçãodemaisquatrocamadasna paredegerminativadoesporoenquantonosmontadosemPVLGapenasduascamadassão evidentes. Morton (http://invam.caf.wvu.edu) e Blaszkowski (http://www.lrz muenchen.de/~schuessler/amphylo/)afirmamque A.trappei apresentaapenasduascamadas naparedegerminativaeemambososcasososesporosforamavaliadosapenasemPVLG. Peladescriçãooriginal,feitaporAmes&Linderman(1976),osglomerosporosde Ar.trappei apresentam apenas uma camada compondo aparede, ouseja, nenhuma camada interna foi observada. Dimensãodosglomerosporos Os esporos de Glomeromycota são os maiores do reino Fungi principalmente se comparados com os de Basidiomycetes e Ascomycetes (Goto & Maia 2006a). Os maiores glomerosporos são encontrados principalmente em Gigaspora, Scutellospora, Racocetra, Cetraspora,Fuscutata,Dentiscutata eQuatunica, enquantoosdemaisgênerosemgeralsão menores. Existegrandevariaçãointerespecífica(10–1050m)eintraespecífica,comisolados de uma mesma espécie apresentando ampla variação na dimensão dos glomerosporos. Bentivenga et al. (1997) mostraram que após pressão de seleção (ambiental), um mesmo isoladode Glomusclarum produziuesporosmenoresemaiores.Mosse&Bowen(1968)já afirmavamqueadimensãodosesporosnãoécaráterparasepararespécies,porqueisolados de diferentes localidades variam enormemente na dimensão. Trappe & Schenck (1982) reforçaram a afirmação, discutindo sobre os caracteres morfológicos para separação de espéciesem Endogonaceae ,grupomorfologicamentesimilaraos Glomeromycetes eondeos FMAestavamanteriormenteincluídos. Adimensãodosglomerosporosnãodeveserusadaparadiferenciarespécies,pornão haver homogeneidade nesse caráter nas descrições. Alguns autores descrevem a variação entre o maior e o menor esporo, enquanto outros citam a variação da maioria dos glomerosporos colocando os extremos entre parênteses, porém na maioria das vezes o númerodeglomerosporosavaliadosnãoémencionado.Morton(1988)afirmaqueexisteuma sobreposição intergenérica e interrespecífica entre espécies de dois gêneros ( Gigaspora e Scutellospora ),indicandoqueotamanhonãoéumacaracterísticaforteparaaidentificação.

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Estudando diferentes isolados de Glomus claroideum e espécies semelhantes como Glomusmaculosum eGlomusmultisubstensum ,Walker&Vestberg(1998)admitiramquea dimensãodeesporoéprovenientedeumprocessomecânico,sendoconsequentemente,mais acuradoqueojulgamentodacoloraçãodoesporo.Afirmamaindaqueessecaráterpodeser influenciado pelas condições ambientais. Esses autores observaram que um isolado de Glomus claroideum proveniente da Carolina do Sul poderia ser facilmente separado dos demaisisoladosestudadosporapresentaresporossignificantementemaioresqueosdemais. Variaçãointraespecíficanadimensãodeesporospodeestarrelacionada àestratégia devida.SegundodeSouzaetal.(2008)umaespéciedimórficade Glomus apresentaumtipo de esporo pequeno, e em maior número do que os maiores, que requerem maior gasto energético para a sua produção, porém esses últimos podem persistir por mais tempo no ambiente. Nesse sentido, os esporos maiores podem ser considerados “K” estrategistas enquantoosmenoresemaisnumerososseriam“r”estrategistas(deSouzaetal.2008).Ao descrever Glomusconstrictum, Trappe(1977)afirmouqueosesporosvariavamde150–330 m, enquanto Blaszkowski (1990), avaliando solos de diferentes localidades na Polônia, encontrou esporos de Gl. constrictum com dimensão variando de (100) 160 (220) m mostrandograndevariaçãoentreessesisolados.Estudandoumisoladode Glomusclarum da Polônia, Blaszkowski (1994) observou variação menor na dimensão em glomerosporos globosos (70) 106 (150) m do que em irregulares 90 – 100 x 140 180 m. Morton (http://invam.caf.wvu.edu) descreve uma variação maior (100 – 260 m) para a mesma espécie.Essavariaçãonotamanhodosesporospodeserobservadaemdiferentesisoladosde Acaulospora bireticulata . Rothwell & Trappe (1979) encontraram esporos dessa espécie variando de 150 – 155 m, porém Blaszkowski (1997a) encontrou na Polônia esporos variando de (150) 190 (210) mquandoglobosose130–180x170–230 m quando irregulares. Fato similar ocorreu com diferentes isolados de Acaulospora koskei . Ao descreveraespécie,Blaszkowski(1995a)comentouqueosglomerosporosvariaramde(80) 183(340) mquandoglobosose140–210x200–260 mquandoirregulares.Poroutro lado, Morton (http://invam.caf.wvu.edu) afirma que o tamanho dos glomerosporos nessa espécievariade120240 m. Gigaspora gigantea recebeu esse epíteto específico devido à dimensão dos seus glomerosporos (até 800 µm), porém algumas espécies de Gigasporaceae apresentam glomerosporos ainda maiores, como Scutellospora nigra (1084 µm) (Nicolson & Schenck 1979).

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Formadosglomerosporos A forma dos glomerosporos é extremamente variável entre gêneros e espécies de Glomeromycota,indodeglobososairregulares,passandoporelípticosaclavados. Essecaráterélimitado,maspodeserútil,assim como a cor e o tamanho, sendo restrito a espécies que apresentam formas mais típicas ou características como Gl. clavisporum eGl.taiwanensis (Trappe1977;Wu&Chen1987). Hifadesustentação Ahifadesustentaçãoéobservadaexclusivamenteemesporosglomóideseissoinclui Glomus, Paraglomus, Diversispora, Pacispora, Ambispora e Archaeospora, sendo consideradacarátersecundárioparaadelimitaçãodeespéciedevidoàvariaçãoobservadanas descriçõesoriginaiseredescriçõesdasespécies.Ostrabalhosmostramqueaformadahifade sustentação varia desde cilíndrica até irregular, passandoporformadefunileconstritana base. Oporopodeestarabertoouoclusoporumadascamadasdaparededoglomerosporo, enessecaso,oseptogeralmenteéformadopelacamadamaisinterna.Aformaçãodesepto naoclusãodoporotambémécarátersecundárioparaidentificaçãodeespécies,umavezque hávariabilidadee,emmuitoscasos,ausênciadeinformaçãoparaessacaracterística. Explorarmelhoressascaracterísticasdahifadesustentaçãopodeserútilparamelhor delimitaçãodostáxonsdescritos(principalmenteosmaisantigos)etambémparaosnovos paraquehajahomogeneidadenasdescrições,permitindomelhorescomparações. úmerodehifasporesporo É comum entre os Glomeromycetes encontrar apenas uma hifa presa aos glomerosporos. Porém, algumas espécies de Glomus podem apresentar várias hifas de sustentação. Em Glomus glomerulatum geralmente há duas hifas de sustentação por glomerosporo. Em Glomus, osglomerosporospodemapresentaratéquatrohifasdesustentaçãoea inserção pode ser oposta ou aleatoriamente distribuída, como em Gl. multicaule, Gl. glomerulatum,Gl.fasciculatum,Gl.formosanum e Gl. multisubstensum (Schenck & Pérez 1990).Aformaçãodosglomerosporosdeveocorrercomoespessamentodaparedenoponto deramificaçãodessashifas.

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Sieverding (1987) distinguiu Gl. glomerulatum das demais espécies de Glomus principalmente pela presença de duas hifas de sustentação em todos os glomerosporos do esporocarpo. Outras espécies de Glomus podem apresentar duas hifas de sustentação (Gl. heterosporum, Gl. etunicatum e Gl. clarum ), contudo, essa característica não é frequente, sendodemenorimportânciataxonômica(Morton1988). Sáculoesporífero O sáculo esporífero é encontrado exclusivamente em esporos acaulosporóides e entrofosporóides ( Acaulospora, Archaeospora, Intraspora, Kuklospora, Entrophospora, Ambispora eOtospora )(Gerdemann&Trappe1974;Palenzuelaetal.2008;Sieverding& Oelh 2006; Spain et al. 2006; Morton & Redecker 2001). A variação morfológica dessa estruturaestánacoloração(carátersecundárioparaglomerosporos)enúmerodecamadasda parede(caráterprimárioparaglomerosporos). O sáculo esporífero não tem sido detalhadamente descrito, o que torna impossível julgar a estabilidade dos caracteres presentes nesta estrutura para a delimitação de espécie sendo, consequentemente, atribuído valor taxonômico secundário ao mesmo. Descrições detalhadas podem ser observadas apenas em E. infrequens, onde o sáculo apresenta duas camadas evanescentes mucilaginosas que reagem fortemente em Melzer (http://invam.caf.wvu.edu) e Am. brasiliensis, onde o sáculo é hialino, membranoso e não reageemMelzer(Gotoetal.2008b). A maioria das espécies de FMA produz sáculos esporíferos hialinos como, por exemplo, Ac. scrobiculata (Trappe 1977), Ac. koskei (Blaszkowski 1995), Ac. lacunosa (Morton 1986), Ac. spinosa (Walker & Trappe 1981), Ac. alpina (Oehl et al. 2006), Ac. myriocarpa (Schencketal.1986), Ac.foveata (Janos&Trappe1982), Ac.excavata (Ingleby et al. 1994), Ac. birreticulata (Rothwell & Trappe 1979), Am. brasiliensis (Goto et al. 2008b),exceto Ac.tuberculata e Otosporabareai queapresentamsáculoesporíferoamarelo amarronzado a marrom (Janos & Trappe 1982; Palenzuela et al. 2008; http://invam.caf.wvu.edu). O número de camadas na parede do sáculo esporífero varia de umaaduasapenas,porémemalgumasespéciesnãohádadossobreessacaracterísticanas descrições. Bulbosuspensor

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O bulbo suspensor ou célula suspensoróide é comum apenas a glomerosporos gigasporóides formado nos gêneros Gigaspora, Scutellospora, Racocetra, Cetraspora, Fuscutata,Dentiscutata e Quatunica . As descrições em geral não detalham bem a célula suspensoróide. A principal variaçãonessaestruturaestárelacionadaàcoloração,quepodeseramesmadoglomerosporo ousimilaràdaplacagerminativa.Alémdisso,onúmerodecamadasquecompõemaparede dobulbosuspensortambémvariadeumaaduascamadas,assimcomonosáculoesporífero deglomerosporosacaulosporóides. Estruturasespecializadasdegerminação (placagerminativaeorb ) As estruturas especializadas de germinação têm recebido pouca atenção dos taxonomistas, embora a sua presença venha, há muito, sendo mencionada. Mosse (1970); Siqueiraetal.(1985),porexemplo,citaramque“compartimentosperiféricos”relacionadosà germinaçãoocorriamemglomerosporosde A.laevis,Gigaspora (=Scutellospora )aurigloba, G. (= S. ) gilmorei e (= S. ) G. nigra . A presença de tais estruturas foi crucial para separar Scutellospora de Gigaspora .Naocasião,Walker&Sanders(1986)anteviamque“ aplaca germinativapodetervalortaxonômicoaoníveldeespécienofuturoedeveserdescritae ilustradasemprequepossívelnadescriçãodeespécies. ” Apesar da ênfase desses autores sobreaimportânciadaplacagerminativa,aindasãoescassasasinformaçõessobreaforma dessasestruturas,mesmoemalgumasespéciesde Scutellospora . A despeito dos estudos posteriormente realizados (Jeffries et al. 2007), sabese menos aindasobreoprocessodeformaçãodessasplacasgerminativasque,comaatualexpansãodo filoGlomeromycotatambéméútilcomocarátertaxonômico. Recentemente,Oehl&Sieverding(2004)transferiramalgumasespéciesde Glomus para um novo gênero, Pacispora, com base na estrutura da parede e também pela forma de germinação, similar à encontrada em membros de Acaulosporaceae , onde é formada uma placa germinativa ou “orb”. Em Acaulospora , este orb se forma entre as paredes germinativas, com os tubos germinativos emergindo da placa e passando para o exterior diretamente através da parede (Blaszkowski 1994). Em Ambispora (Spain et al. 2006) e Kuklospora (Spain 1992) também há evidências mostrando a similaridade da estrutura da placagerminativacomaencontradaem Acaulosporaceae (Spain1992). Atualmente são reconhecidos doze gêneros, em oito famílias (Acaulosporaceae: Acaulospora eKuklospora; Ambisporaceae: Ambispora; Archaeosporaceae: Archaeospora ;

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Entrophosporaceae: Entrophospora ; Scutellosporaceae: Scutellospora; Racocetraceae: Racocetra e Cetraspora; Dentiscutataceae: Dentiscutata , Fuscutata e Quatunica ; Pacisporaceae: Pacispora, das ordens Archaeosporales e Diversisporales), que apresentam estruturascompartimentalizadasdegerminaçãoglobosas,subglobosas,cardióides,elipsóides, emformadeviolinoouirregulares,geralmentelobadasecommulticompartimentos.Esses gênerosapresentamglomerosporosdostiposacaulosporóide,entrofosporóide,glomóideou scutellosporóide. Dopontodevistaevolutivo,asplacasgerminativassãoestruturasantigas,comrelatode ocorrência desde o período devoniano, como observado em Scutellosporites devonicus Dotzler,M.Krings,T.N.Taylor&Agerer,espéciefóssilsimilaràsdogênero Scutellospora (Dotzler et al. 2006). A placa germinativa descrita por esses autores mostra alta complexidade,pelonúmerodelóbulosecompartimentalização,oqueindicaaformaçãode estruturas especializadas para germinação ainda no princípio da evolução desses fungos. Contudo, não há relato do número de tubos germinativos que emergiam da placa, o que poderia comprovar a alta eficiência para colonização, demonstrada pela complexidade estrutural. Spain (1992) realizou o único estudo sobre placa germinativa em representantes de Acaulosporaceae, considerando Acaulospora scrobiculata Trappe, A. rehmii Sieverd. & S. Toro, A. tuberculata Janos & Trappe e Kuklospora colombiana (como E. colombiana ). A formação da placa germinativa em membros de Acaulosporaceae apresenta diferenças significantesepodeserpotencialmenteutilizadaparasegregargruposdeespéciesdentrodos gêneros . Em Acaulospora ,aplacaou orb pareceserformadaapenasduranteoprocessode germinação,porissoétãodifícilobservaraestruturagerminativaemmembrosdessegênero (Oehl,comunicaçãopessoal).Atualmente,alémdasmencionadas,apenasem A.delicata,A. laevis,A.morrowiae eA.mellea foiregistradaapresençadaplaca( orb ),porémemalguns casosnãohádetalhamentodaestrutura(Tabela1). Acaulospora scrobiculata e A. rehmii apresentam padrão de placa muito semelhante e, segundoSpain(1992),nãofoipossívelsepararasespéciesapenascombasenessaestrutura. Acaulospora tuberculata e Kuklospora colombiana por outro lado, apresentam modos distintosdeformaçãodaplaca,sendoamaissimplesencontradaem Ku.colombiana, cujos glomerosporos formam uma estrutura orbital, a mais complexa sendo observada em Ac. tuberculata ,comaformaçãodeumaestruturamulticompartimentadaduranteagerminação dosglomerosporos.

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Ambispora representaumcasoparticular,porpossuirumsinanomorfoglomóideeoutro acaulosporóide(Spainetal.2006;Gotoetal.2008b).Comissooprocessogerminativoé característico para cada sinanomorfo. Glomerosporos acaulosporóides apresentam placa germinativacompartimentalizada,compregasacentuadasnabordaeemissãodeumoumais tubosgerminativos,enquantonosglomóidesotubogerminativoemergeapartirdahifade sustentação ou diretamente através da parede. Spain et al. (2006) observaram placa germinativaemglomerosporosacaulosporóidesde Am.appendicula eessaplacamostrouse extremamentelobadaecompartimentada,comformaçãoaparentementedeapenasumtubo germinativo.Nestecaso,agerminaçãofoiiniciadanaparedeinterna,comotubogerminativo emergindodeumaestruturacomseisasetelóbulos,abaixodocolardopedicelo,epassando através destepara ramificar a certa distância do glomerosporo.Noentanto,em Ambispora brasiliensis (Goto et al. 2008b), onde a germinação foi observada apenas uma vez no glomerosporoacaulosporóide,trêstubosgerminativosforamregistrados. Em Scutellospora a placa é originada durante o desenvolvimento das paredes germinativas do glomerosporo, o que ocorre após a diferenciação da parede estrutural (FrankeeMorton,1994;Jeffriesetal.2007).Jeffriesetal.(2007)comentam,inclusive,que as paredes germinativas em Scutellospora são especializadas na formação da placa germinativa,nãotendocomoprincipalfunçãoaproteção,comoocorrenaparedeestrutural. Para os autores, a associação das paredes internas flexíveis com a formação da placa consolidaousocorretodotermo“paredesgerminativas”,quevemsendoaplicado(INVAM, 2008).Defato,umacamadaelétrondensaseparaasduasparedesgerminativasenessaregião éformadaaplaca.Peladescrição,essacamadaseformanasuperfíciedaparedegerminativa maisinternaaomesmotempoemqueaplacaédesenvolvida. As descrições das espécies de Scutellospora mostram uma interessante diversificação morfológicaquepodeserusadaparacaracterizálasapenascombasenonúmerodeparedese formadaplacagerminativanosglomerosporos(Tabela2).Silvaetal.(2005)utilizaramentre outros caracteres, o número de paredes como base para a formulação de uma chave de identificaçãoparamembrosde Gigasporaceae ,ecertamentedadossobreaplacagerminativa poderiamseradicionadosparamelhordiferenciarasespécies. Pelo observado, a estrutura das placas germinativas varia em forma, cor, número de compartimentosecomplexidade(Figura3),podendosercaracterizadadesdesimples,como em glomerosporos de S. projecturata Kramad. & C. Walker, passando por média complexidade, com poucos compartimentos ( S. castanea C. Walker), até muito complexa,

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com muitos lóbulos produzidos pela compartimentalização e formação de múltiplos tubos germinativos( S.biornata Spain,Sieverd.&S.Toro). Recentemente Fritz et al. (2008) segregaram cinco gêneros e três famílias a partir de espécies de Scutellospora utilizando o número de paredes internas e a complexidade das placasgerminativas.Aforma,acompartimentalizaçãodoslóbuloseonúmerodepossíveis tubosgerminativosproduzidosounúmerodecompartimentospotencialmenteprodutoresde tubosgerminativospodemserfuturamenteusadoscomoinformaçãotaxonômicavaliosapara separartambémespéciesem Acaulospora. Glomerosporos de Pacispora scintillans e P. franciscana apresentam placa circular, elipsoidalouirregular,commargemsinuosa,localizadanasuperfíciedaparedegerminativa interna (http://www.agro.ar.szczecin.pl/~jblaszkowski.html; Oehl e Sieverding, 2004), em geraldesaparecendoemesporosmaismaduros. Ainda não há dados consistentes sobre o processo de germinação de Entrophospora, Intraspora eOtospora. Emboraapresentemcomponentegerminativosimples,essesgêneros estão distribuídos em clados distintos e é possível que o processo germinativo apresente diferençassignificantes. Aquestãotaxonômicadasplacasgerminativastambémpassaporumavertentetécnica, queéautilizaçãodaresinaPVLGcomomeiodemontagemdelâminas.Maisumavez,o mododepreservaçãodosesporospodetersidoresponsávelpelalimitaçãodedadossobreas placas germinativas em membros de Acaulosporaceae . Segundo Spain (1992), a água é o melhormeiodemontagemparaestudosdeplacasgerminativasnessafamília ou,deforma mais ampla, para fungos micorrízicos que apresentem glomerosporos acaulosporóides, entrofosporóidese,maisraramente,emmembroscomesporosglomóidescomo Pacispora . Tabela 5. Características das placas germinativas ( orbs ) em espécies de Acaulospora , Ambispora , Archaeospora e Kuklospora ,conformedadosdisponíveisnaliteraturaouneste trabalho.

ESPÉCIES PLACA GERMINATIVA

Acaulosporatuberculata Janos& Muitolobada,complexa(Spain1992) Trappe A.rehmii Sieverd.&S.Toro Muitolobada,complexidademédia(Spain1992) A.scrobiculata Trappe Muitolobada,complexidademédia(Spain1992)

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A.dilatata J.B.Morton Ovóide,poucolobada,simples(INVAM,2008) A.laevis Gerd.&Trappe Ovóide, visível apenas em esporos mais velhos (INVAM2008) A.lacunosa J.B.Morton Ovóide,segmentada(ver Ac.lacunosa ) A.koskei Blaszk. Ovóide, visível apenas em esporos mais velhos (INVAM2008) Archaeosporatrappei (R.N.Ames Poucolobada,simples(Spain2003) &Linderman)J.B.Morton&D. Redeckeremend.Spain Ambisporaappendicula (Spain, Muitolobada,complexidademédia(Spainetal. Sieverd.,N.C.Schenck)Spain,Oehl 2006) &Sieverd. Ambisporabrasiliensis B.T.Goto, Com67lóbulos,simples(Gotoetal.2008) L.C.Maia&Oehl Kuklosporacolombiana (Spain& Poucolobada,simples(Spain1992) N.C.Schenck)Oehl&Sieverd.

Tabela 6 . Características das placas germinativas em glomerosporos de Scutellospora conformedadosdisponíveisnaliteraturaounestetrabalho.

PLACAGERMIATIVA ESPÉCIES Scutellosporaalborosea (Ferrer& Seminformação(Ferrer&Herrera,1980) R.A.Herrera)C.Walker&F.E. Sanders S.arenicola Koske&Halvorson Amarelomarrom,cardióideairregular,pouco lobada,simples(Koske&Halvorson,1989) S.armeniaca Blaszk. Amareloclaro,cardióideairregular,muitas pregas,simples(Blaszkowski,1992). S.aurigloba (I.R.Hall)C.Walker& Formaecoloraçãonãoinformadas.Placa F.E.Sanders formadaentreasparedesinternaseocupandoàs vezes1/3dacircunferênciadoglomerosporo. (Hall,1977). S.biornata Spain,Sieverd.&S.Toro Marromescuro,globosaasubglobosa,muito

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lobada,complexa(Spainetal.,1989). S.calospora (T.H.Nicolson&Gerd.) Hialinaaamarela,oval,poucolobada(Koske& C.Walker&F.E.Sanders Walker1986b). S.castanea C.Walker Hialinaaamarela,globosaasubglobosa,muito lobada,complexidademédia(Walkeretal., 1993). S.cerradensis Spain&J.Miranda Amareloclaroamarrom,emformade“V”ou “Y”,muitolobada,complexa(Spain& Miranda,1996) S.coralloidea (Trappe,Gerd.&I. Marronclara,oblonga(INVAM,2008) Ho)C.Walker&F.E.Sanders S.crenulata R.A.HerreraPeraza, Hialina,globosaasubglobosa,poucolobada, Cuenca&C.Walker simples(HerreraPerazaetal.,2001) S.dipapillosa (C.Walker&Koske) Formaoval;outrosdadosnãoinformados C.Walker&F.E.Sanders (Koske&Walker,1985) S.dipurpurescens J.B.Morton& Hialinaaamarela,globosaasubglobosa,pouco Koske lobada,simples(Morton&Koske,1988). S.erythropa (Koske&C.Walker)C. Marronescura,globosaasubglobosa,muito Walker&F.E.Sanders lobada,complexa(Koske&Walker,1984). S.fulgida Koske&C.Walker Hialinaaamarela,subglobosaairregular,muito lobada,complexidademédia(Koske&Walker, 1986b) S.gilmorei (Trappe&Gerd.)C. Seminformaçãosobrecor,formae Walker&F.E.Sanders complexidade.(Gerdemann&Trappe,1974) S.gregaria (N.C.Schenck&T.H. Amareloclaroaamareloescuro,ovóide, Nicolson)C.Walker&F.E.Sanders levementeornamentada,simples(Nicolson& Schenck,1979). S.hawaiiensis Koske&Gemma Laranjamarrom,elipsóide,muitolobada, complexidademédia(Koske&Gemma,1995). S.heterogama (T.H.Nicolson& Hialinaaamarela,formadeviolino,pouco Gerd.)C.Walker&F.E.Sanders lobada,simples(Koske&Walker,1985). S.minuta (Ferrer&R.A.Herrera)C. Seminformação(Ferrer&Herrera,1980) Walker&F.E.Sanders

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S.nigra (J.F.Readhead)C.Walker& Seminformação(Oldetal.1973;Nicolson& F.E.Sanders Schenck,1979) S.nodosa Blaszk. Amarelaclaro,cardióideairregular,pouco lobada,complexidademédia(Blaszkowski 1991). S.pellucida (T.H.Nicolson&N.C. Ovalemargenscominvaginações(Koske& Schenck)C.Walker&F.E.Sanders Walker,1986);Hialinaaamarelapálida,com dobrasacentuadas,formando47lóbulos,com margemlisa(Blaszkowski2008) S.persica (Koske&C.Walker)C. Cornãoinformada;circularasubcircular,com Walker&F.E.Sanders dobrasirregulares(Koske&Walker,1985) S.projecturata Kramad.&C.Walker Hialinaaamarela,cardióide,poucolobada, simples(Kramadibrataetal.,2000). S.reticulata (Koske,D.D.Miller& Amarelomarrom,circularareniforme, C.Walker)C.Walker&F.E.Sanders compartimentalizada,complexa(Koskeetal. 1983;deSouzaetal.2005) S.rubra Stürmer&J.B.Morton Hialinaaamarela,formadeviolino,pouco lobada,simples(Sturmer&Morton,1999a). S.savannicola (R.AHerrera& Seminformação(Ferrer&Herrera,1980). Ferrer)C.Walker&F.E.Sanders S.scutata C.Walker&Dieder. Marronescuro,circularaovaloucardióide, muitolobada,complexa(Walker&Diederichs, 1989). S.spinosissima C.Walker&Cuenca Hialina,globosaasubglobosa,muitolobada, complexidademédia(Walkeretal.,1998). S.tricalypta (R.A.Herrera&Ferrer) Seminformação(Ferrer&Herrera,1980). C.Walker&F.E.Sanders S.trirubiginopa X.L.Pan&G.Yun Informaçãonãodisponível(Panetal.1997). Zhang S.verrucosa (Koske&C.Walker)C. Hialinaaamarela,subglobosaairregular, Walker&F.E.Sanders complexidademédia(Koske&Walker,1985). S.weresubiae Koske&C.Walker Cornãoinformada;cardióide,commargens lisas,tubosgerminativosrosabrilhante,

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emergindodecadaumdoslóbulos(Koske& Walker,1986). Scutellosporitesdevonicus Dotzler, RegistroFóssil.Placagerminativaoval,vários M.Krings,T.N.Taylor&Agerer lóbuloscompartimentalizadosemuitasdobras naborda(Dotzleretal.,2006) ReaçãoemMelzer Melzer(1924)desenvolveuumreagenteparaauxiliaravisualizaçãodaornamentação na parede de espécies de Russula . Desde então, os testes com esse reagente têm demonstrandoamplavariaçãonacoloraçãodasestruturasfúngicas,auxiliandoaseparaçãode representantesdeAscomyceteseBasidiomycetes(Morton1988). OreagentedeMelzerganhouimportânciatambémnataxonomiados Glomeromycota , particularmenteem Acaulospora,Scutellospora e Gigaspora (Morton1986b).Hoje,alémde Gigasporaceae e Acaulosporaceae, a reação ao Melzer tem importância nas famílias Entrophosporaceae, Pacisporaceae, Ambisporaceae e Glomeraceae. Glomerosporos de representanes de Archaeosporaceae, Paraglomeraceae, Diversisporaceae e Geosiphonaceae nãoreagememMelzer. Doistiposbásicosdereaçãotêmsidodescritosnaliteraturamicológica:amilóidee dextrinóide.Areaçãoamilóidedeixaaestruturafúngicaazulada,caráternãoobservadoem membros do filo Glomeromycota (Morton 1988) exceto por Almeida & Schenck (1990b) que,emrevisãodogênero Sclerocystis ,observaramqueesporocarposde G.coremioides (= S.coremioides )apresentavamreaçãoamilóide. A reação dextrinóide é comum em espécies de FMA, principalmente aquelas que apresentam componente germinativo como em Acaulosporaceae (Acaulospora e Kuklospora ), Gigasporaceae(Scutellospora,Racocetra,Cetraspora,Fuscutata,Dentiscutata, Quatunica ) e Pacisporaceae (Pacispora ). Contudo, pode ocorrer com freqüência no componente estrutural, principalmente em Glomeraceae (Glomus ), Ambisporaceae (Ambispora )eGigasporaceae(Gigaspora ). Em Glomus osglomerosporospodemapresentarausênciadereação(tonsamarelosa rosados)oufortereaçãoaoMelzer(tonsavermelhados).Areaçãoémaiscomumemespécies ectocárpicas e se restringe geralmente à camada evanescente, exceto em Gl. fasciculatum (http:invam.caf.wvu.edu),Gl.caesaris (Oehletal.2002)e Gl.pansihalos (Berch&Koske 1986),ondeareaçãoocorrenacamadalaminada.Entreasespéciesectocárpicasdessegênero

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(Gl. clavisporum, Gl. taiwanensis, Gl. sinuosum e G. glomerulatum ) normalmente não se observaareação. AsdescriçõesmaisantigasnãorelatamseasespéciesreagemnapresençadoMelzer, impedindoacomparaçãoparaessecaráter,principalmentenaconstruçãodechaves. Paradelimitaçãodeespécies,tambéméimportantesaberqualdascamadasdeparede reagenapresençadoMelzer.Ascamadasquepossuemplasticidadeemresina,taiscomoa expansivaeaamorfaparecemapresentarcaracterísticasbioquímicasdistintas.Areaçãoem Melzer na camada amorfa é geralmente forte, com as camadas adquirindo coloração vermelhopúrpuraescuro,porémoestádiodedesenvolvimentodoesporopodeinterferirna intensidade de coloração, visto que os glomerosporos jovens de K. colombiana podem apresentarfracaoumesmonenhumareação.Nocasodacamadaexpansiva,areaçãopodeser ausente ( Gl. pansihalos e Gl. spinuliferum ) ou presente ( Gl. caesaris e Gl. coronatum ), mostrandoqueaconstituiçãoquímicadestaúltimacamadaédistintadaamorfa. Ogênerocommenornúmerodecaracteresmorfológicosparaidentificaçãoé Glomus eareaçãoaoMelzer,quandopresente,émaisfrequentenacamadaevanescente,comoem Gl. clarum e Gl. etunicatum (Stürmer & Morton 1997), ausente na camada interna membranosaeraranacamadalaminada(ex.Gl.fasciculatum ). Em relato mais recente, Oehl & Sieverding (2004) descreveram uma nova espécie esporocárpica, Glomus aureum , mencionando que uma substância amorfa (gelatinosa) presente entreos glomerosporos,noesporocarpo,reage fortemente em Melzer, adquirindo coloração púrpura. Essa substância amorfa reagindo ao Melzer apresentase como nova característicaemrepresentantesdeGlomeromycota. Relatos mais detalhados são mencionados para espécies de Acaulosporaceae e Gigasporaceae. A reação ao Melzer é freqüente nas camadas internas da parede do glomerosporo,principalmentenocomponentegerminativo( Ac.scrobiculata ; Ac.foveata ; Ac. mellea ; Ac.excavata ; Ac.bireticulata ; Ac.tuberculata ),raramenteocorrendonocomponente estrutural ( Ambispora appendicula ; Acaulospora koskei ; Scutellospora cerradensis e Sc. pellucida ).Emoutrasespéciesnãoháreaçãoevidente( Acaulosporamyriocarpa,Intraspora schenckii,Archaeosporatrappei ). ComoareaçãoemAcaulosporaceaeestánormalmenteligadaàcamadamaisinterna docomponentegerminativo,aintensidadedareaçãodependedafasededesenvolvimentodo esporo (Stürmer & Morton 1999a), por isso, esporos jovens reagem fracamente ou não reagem.Morton(1986a;1986b)observouquearesinaepreservantesmodificavamacorea intensidadecomqueoreagenteatuavanaparedeamorfade Ac.delicata .

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Na família Gigasporaceae (sensu Morton&Benny1990),espéciesde Gigaspora e Scutellospora estão atualmente bem documentadas quanto à reação ao Melzer. Morton (http://invam.caf.wvu.edu)descreveisoladosdealgumasespéciesde Gigaspora, eemtodas os glomerosporos reagem fortemente (vermelho – púrpura) em Melzer, não existindo variaçãointerespecíficaquepossaserusadacomocaráterparaseparaçãodessasespécies. A reação ao Melzer pode ser influenciada por fatores ambientais, como hiperparasitismo (Morton 1988), principalmente quando ocorre no componente estrutural. Glomerosporos de representantes de Glomus são exemplos da variação de tons na camada evanescente. Membros de Racocetraceae, Dentiscutataceae e Scutellosporaceae se assemelham a representantesdeAcaulosporaceaepelaestruturadaparededoglomerosporo,apresentando reaçãoforteemMelzer,principalmentenacamadamaisinternadocomponentegerminativo. Apenasem A.koskei areaçãoaoMelzerocorrenaterceiracamadadacomponenteestrutural. Porém, também pode ser observada reação no componente estrutural de muitos representantesgigasporóides: Dentiscutatacerradensis (Spain&Miranda1996), Racocetra weresubiae (Koske & Walker 1986b), Ra. fulgida (Koske & Walker 1986b), Ra. persica (http://invam.caf.wvu.edu), Ra.verrucosa (http://invam.caf.wvu.edu), R.castanea (Walkeret al. 1993), Cetraspora pellucida (Koske & Walker 1986b), Ce. armeniaca (Blaszkowski 1992), Scutellosporaarenicola (Koske&Halvorson1989),Sc.nodosa (Blaszkowski1991), Fuscutataheterogama (Oehletal.,2008)eFu.rubra (Stürmer&Morton1999b). Koske & Walker (1986b) afirmaram que nem todos os glomerosporos de Sc. weresubiae e Sc.pellucida reagemaoMelzer.Existemduaspossibilidadesparaexplicaresse fato;(1)acorfoiusadaparaagruparosglomerosporoserepresentantesdeoutrasespécies podem ter sido incluídas na amostra (2) os glomerosporos poderiam estar em diferentes estádiosdedesenvolvimento,comosmaisjovensnãoreagindoaoMelzer. A maioria dos glomerosporos nas espécies de Scutellospora reage ao Melzer no componentegerminativo,normalmenteentreaquartaeasétimacamadas,assimcomoocorre emespéciesde Acaulospora . A camada amorfa apresenta forte reação em Melzer (Morton 1986a) e essa característica devese provavelmente ao acúmulo de compostos que reagem ao iodo do reagente. Glomerosporos de Dentiscutata biornata apresentam uma camada laminada no componenteestruturalqueseexpandenoPVLGequandoessesglomerosporossãocolocados emPVLG+ReagentedeMelzerháfortereaçãonessacamadaoquemuitasvezesdificulta ouimpedeaobservaçãodascamadasmaisinternasdaparede.

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Berch(1986)observouisoladosdeumamesmaespéciediferindonareaçãoaoMelzer emencionouqueavariabilidadepodeestarrelacionada a alterações fisiológicas, causadas porestresseambiental,acumulaçãodecompostosdeamônio,comomencionadotambémem Basidiomycetes e Ascomycetes (Morton 1988). Entretanto, a reação em Melzer tem sido usada para delimitar espécies de FMA. Blaszkowski et al. (2004) usaram a reação para distinguir Gl.fasciculatum de Gl.aurantium e Gl.intraradices de Gl.xanthium .Essassão comparaçõesrestritas,tendoemvistaaampladiversidadeencontradaemGlomerales .

Problemasdeinterpretaçãodoscaracteresmorfológicos

ApesardosavançosnosestudosmorfológicosdeFMA,mesmocomacontribuição tantodedadosontogenéticosquantoultraestruturais,algumaslacunaspermanecemabertas, vistoqueemalgunscasosainterpretaçãodealgumasestruturasquecompõemaparededos esporosdeFMAvaria,dependendodaexperiênciadecadaavaliador(Morton1988). Asinterpretaçõesdostiposdeparede( sensu Walker),principalmenteaquelasquesão distinguíveis por características que podem apresentar grande variação, como: dimensão, coloraçãoeconsistência,alémda elasticidade,causadapelaresina,têm tornadoconfusa a identificaçãodessasestruturas,impedindoemalgunscasosquesechegueaumconsenso. Por outro lado, as “paredes” evanescente, amorfa, unitária, membranosa e coriácea têm tido discrepantes interpretações pelos pesquisadores porque se mostram variáveis em isoladosdistintosouatémesmoemumisolado(Walker&Vestberg1998;Morton1986a,b; Morton 1988; Blaskowski 1997). Morton (1988) afirma que Acaulospora rugosa Morton possui uma camada externa membranosa, e não unitária, como descrito anteriormente (Morton1986a);alémdisso,essacamadaéausenteemalgunsesporosmaduros,oquepode, emalgunscasos,levaràinterpretaçãodequesetratadeumacamadaevanescente. Alémdosproblemascausadospordiferentesinterpretações,algumasdescriçõesmais antigas precisam ser refeitas com base em critérios atuais, para facilitar os estudos taxonômicos. Reavaliando Acaulospora bireticulata , Blaszkowski (1997) observou que os glomerosporos dessa espécie apresentam uma camada coriácea na “parede” germinativa, enquantoadescriçãooriginaldeRothwell &Trappe (1979) menciona apenas a aparência flexível dessa estrutura. Morton (1988) observou que esporos fixados em PVLG apresentavamdeduasatrês“ paredes ”;contudo,Walker&Sanders(1986)encontraramseis “paredes ”em Scutellosporapellucida .

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Em 1991, Bentivenga & Hetrick mencionaram que esporos de Glomus mortonii Bentivenga & Hetrick apresentavam uma camada laminada imersa em material gelatinoso, caráter até então observado apenas nessa espécie. Mais tarde, quando Oehl & Sieverding (2004) descreveram Glomus caesaris Sieverd. & Oehl, afirmaram que a segunda camada laminadadaparededosesporospareciaapresentaressacaracterística. Os trabalhos ontogenéticos complementam dados morfológicos sobre as espécies estudadaseservemtambémcomobaseparaumanovapropostaterminológicaaserusadanas descrições de novas espécies, principalmente para representantes de Acaulosporaceae e Gigasporaceae,sendoreferidaemestudosdedesenvolvimentocomespéciesde Scutellospora porFranke&Morton(1994)eemAcaulosporaceaeporStürmer&Morton(1999b).Além disso,têmcontribuídoparaelucidaranaturezadaparededosglomerosporos,esporocarpose até do perídio em diferentes representantes de Glomeromycota, tais como: Acaulospora, Entrophospora (Stürmer & Morton 1997) , Gigaspora (Franke & Morton 1994) , Glomus (Giovannettietal.1991;Wu1993;Wu&Sylvia1993;Wuetal.1995;Stürmer&Morton 1999b;deSouza&Berbara1999) ,Scutellospora (Bentivenga&Morton1995;Morton1995; deSouzaetal.2005)emaisrecentementeem Archaeospora (Hafeel2001). Morton & Redecker (2001) consideraram como semiflexíveis todas as camadas da parede dos glomerosporos de Archaeospora trappei (Ames & Lindermann) Morton & Redecker. Estudando aspectos ontogenéticos dessa espécie, Hafeel (2004) afirmou que a parede era composta de uma camada evanescente, unitária, e mais internamente, de uma camada coriácea, comentando que esporos velhos retêm a camada externa da parede, que pode,portanto,serchamadadesemipermanente. Apesar dos avanços na taxonomia decorrentes de estudos ontogenéticos, alguns problemas foram encontrados em estudos posteriores, como por exemplo, a existência de algumascamadasnaparededosesporosde Kuklosporacolombiana e Scutellosporapellucida (Stürmer & Morton 1999; http://invam.caf.wvu.edu), não referidas nos estudos de desenvolvimentodosglomerosporosefetuadosporStürmer&Morton(1999b)eFranke& Morton(1994).Em E.colombiana Stürmer&Morton(1999b)afirmaramqueaparededo esporo (spore wall) é constituída apenas por duas camadas. Porém, Morton (http://invam.caf.wvu.edu–ano2007)afirmouqueglomerosporosdessaespécieapresentam trêscamadasformandoaparedeestrutural.OmesmopodeserobservadocomrelaçãoaS. pellucida. Enquanto Franke & Morton (1994) afirmaram que o componente estrutural é composto de duas camadas, Morton (http://invam.caf.wvu.edu ano2007) confirma a existênciadetrêscamadas.

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Estudos ontogenéticos e ultraestruturais ainda podem contribuir para a taxonomia, vistoqueaspectosmorfológicosdealgumascamadasdeparededecertasespéciesdeFMA precisam ser elucidados, principalmente daquelas descritas antes das recomendações de Walker(1983). Um dos principais problemas relacionados com os caracteres morfológicos é a interpretação de cada autor. Um exemplo recente pode ser visto no artigo de Oehl & Sieverding(2004),osquaisafirmamque Pacisporascintillans e P. dominikii são espécies distintas, separadas morfologicamente pela espessura de uma das camadas da parede do glomerosporo. Por outro lado, Walker et al. (2004a) mencionam que as duas espécies na verdade são sinônimos, não havendo base morfológica que sustente essa separação. Entretanto, também observaram alta variação genética entre isolados dessas espécies e admitiramqueadiversificaçãonasequênciade Pacisporascintillans seriainterespecífica.Se nainterpretaçãonãoselevasseemcontaessaidéia,provavelmentepoderiamseraceitasas duas espécies, que para Oehl (comunicação pessoal) continuam sendo distintas por característicasdaparede. A conclusão de Walker et al. (2004) parece ser mais fundamentada, visto que os argumentos mostrados por Oehl &Sieverding (2004) não são suficientes para delimitar espécies dentro de Glomeromycota, devido principalmente à plasticidade que esses organismospodemapresentar(Walker&Vestberg1998).Aovalidaronomede Pacispora scintillans ,Walkeretal.(2007b)confirmaramP.dominikii comosinônimo.Asinonimização de P. dominiki com P. scintillans ainda é prematura, sendo necessários mais estudos molecularesparacomprovartaisevidências.

ChavesparaaidentificaçãodeespéciesdeFMA

Embora constituído por número reduzido de espécies, o filo Glomeromycota apresenta ampla diversidade estrutural. Porém, mesmodepoisdosavanços,aidentificação das espécies permanece tarefa difícil, exigindo muita experiência do observador, como destacadoporMorton(1988)há20anos.Alémdisso,hácarênciadetrabalhosquereúnam informações sobre as variações encontradas em representantes de uma mesma espécie, contribuindoparaaconstruçãodechavesdeidentificaçãoacuradas.

Schenck&Pérezpublicaram,em1990,ummanualquecompilagrandenúmerode espécies, com chaves para identificação. Contudo, inúmeras descrições de novas espécies

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foram disponibilizadas desde então. Além disso, as chaves incluídas no manual não apresentam,paramuitasespécies,aestruturadaparededoesporo,consideradaumdosmais importantescritériosmorfológicosparaidentificaçãodeFMA(Morton1988).

Atualmente, as maiores bases de dados morfológicos, usando estudos a partir de fungosmantidosempotesdeculturasvivassãodisponibilizadasporMortonnapáginada International Culture Collection of Vesicular Arbuscular Mycorrhizal Fungi INVAM (http://invam.caf.wvu.edu/taxonomy) e por Blaszkowski (http://www.agro.ar.szczecin.pl/ ~jblaszkowski/).Porém,nenhumachavedeidentificaçãoestádisponívelparaconsultanessa páginaseletrônicas.

Na literatura são encontradas algumas chaves restritas, tratando apenas de gêneros (Silvaetal.2005)ouespéciesreferidasemestudosecológicos,oucomparativosentrenovas espécieseasdemais,morfologicamentepróximas(Tandy1975;Nicolson&Schenck1979; Gerdemann & Trappe 1973; Walker & Trappe 1981; Berch&Fortin1983;Schencketal. 1984; Koske & Walker 1985; McGee 1986; Zhang & Wang 1991, Wu 1993; Oehl & Sieverding2004;Oehletal.2006;Goto&Maia2006b),faltandochavesmaisamplas,como asformuladasporHall(1984)eSchenck&Pérez(1990),queestãodesatualizadas.Achave deidentificaçãopublicadaporHall(1984)envolvemuitosgênerosquenãoformammicorriza dotipoarbuscular,eutilizabasicamentecritériosqueagrupamfungossemelhantesquantoà morfologia.

Assim,problemasparaidentificaçãode espéciesdeFMApersistem,principalmente porquetécnicasmolecularesvêmsendousadascomobaseparaadistinçãodenovosgêneros, tais como: Archaeospora, Ambispora, Paraglomus , Pacispora , Diversispora e Otospora (Morton&Redecker2001;Oehl&Sieverding2004;Walker&Schuβler2004;Walker2008; Palenzuelaetal.2008),comespéciesnemsempremorfologicamentedistintas.

Éevidenteadispersãodosdadostaxonômicoseafalta de chaves para distinguir táxonsdeGlomeromycota,alémdaausênciadeatualizaçõesnoscritériosmorfológicosque podem, se incorporados em chaves amplas, ajudar a identificar de forma mais efetiva os gêneroseespéciesdessediversificadogrupodefungos.

ConceitodeespécienoFiloGlomeromycota

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A discussão sobre o que é espécie passa por vários grupos de organismos desde procariontes (RossellóMora & Amann 2001) até eucariontes com diferentes níveis de organização(Tayloretal.2000;Mayr2004).Hámuitotempooconceitodeespécietemsido exploradoediscutidonabiologia,principalmentenoâmbitodaZoologia,ondeamaiorparte dabaseteóricafoiconstruída(Mayr1996;Mayr2004).Abotânicatambémfezcontribuições valiosasnadiscussãodosdiferentesconceitosdeespécieportratargruposdeespéciescom naturezasdistintasdosanimais,contribuindofortementeparaadiscussãodosconceitosde espécieparaoreinoFungi. Existem vários conceitos de espécie que exploram diversas características dos organimos,desdeomorfológicoatéofilogenético,paratentarformarumaidéiaconcretado queéumaespécieequelimitespodemserassumidosparaquesetorneumconceitoaplicado aos estudos de campo. Essa tarefa, historicamente, tem sido bastante complicada, pois os diferentes conceitos têm apresentado “falhas” ou contraargumentos que os tornam pouco acessíveisaestudosaplicados.Paraexemplificarmelhor essaproblemática, há mais de 22 conceitosparadefinirespécie(Mayden1997)etodostêmemcomumapenasacapacidadede englobarinformaçõesrestritasadequadasapenasaumramoespecíficodeestudo.Issopode estar relacionado a um complexo questionamento levantado por Mayr (2004): “ será que diferentes tipos de organismos têm diferentes tipos de espécie? ”. Para Mayr (2004) isso parece particularmente verdadeiro já que parece clara a existência de espécies que se reproduzemassexuadamenteeaquelasquesãosexuadas.Seissoestivercorreto,osdiferentes conceitos empregados para espécie constituem um caminho plausível, pois explicariam naturezas diferentes para espécies com naturezas distíntas, mas isso também acarreta uma consequenteausênciadeunificação,tantasvezesbuscadapeloscientistasparaessaunidade quecompõeadiversidade. Osconceitostipológicoefenético,amplamenteusadosportaxonomistasconsiderados clássicos, têm sido usados para acessar a diversidade morfológica, e separar ou delimitar espécies, e essa prática é a mais freqüente também paraosestudoscomosFMA.Porém, tantoparaanimais(Mayr2004)quantoparamicrorganimosparececlaroqueavariabilidade intraespecífica, em alguns casos, parece mais evidente do que a variação entre táxons reconhecidamente distinguíveis. Consequentemente, o conceito tipológico ou morfológico apresentagrandelimitaçãoteórica,masgeralmentetemsidooconceitomaisoperacional,ou seja,éomaisamplamenteempregadoparaestudosdediversidade. As discussões sobre conceito de espécie no filo Glomeromycota são recentes, pois além de haver poucos trabalhos que tratam especificamente desse assunto, esse grupo de

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organismos apresenta várias peculiaridades, como reprodução exclusivamente assexual e glomerosporosmultinucleados,sendoalgunsdessesnúcleosgeneticamentedistintos(Hijri& Sanders2005).OpioneironesseassuntofoiMorton(1990),queconsiderouespéciesdeFMA como “ entidades evidentes, reconhecidas pela distribuição de caracteres fenéticos bem definidoserelacionadosadescendentescomuns” .Oautorcomentaaindaque“ espéciessão consideradasentidadeshistóricascompopulaçõesclonaiscomounidadesfundamentaisdas mudanças evolucionárias ”. Essas correspondem às únicas definições de espéciepara FMA atéomomento,mostrandooquasecompletodesinteresseemsedefiniroqueéumaespécie nofiloGlomeromycota.PorémasdefiniçõesempregadasporMorton(1990)agregamapenas doisconceitosdeespécie:ofenéticoeoevolucionário. Morton (1990) relacionou os principais e mais amplos conceitos de espécie (biológico, ecológico, fenético e evolucionário), com as características dos FMA. Dentro desse contexto, afirmou: o conceito biológico de espécie não se aplica aos FMA pela ausênciadereproduçãosexuadanogrupo;oconceitoecológicoéaplicável,poisessesfungos ocupamumnichocoletivoouumazonaadaptativa,porématualmentehádadosqueinferem forterelacionamentodosFMAcom Geosiphon ,fungoqueformasimbiosecomcianofíceas,e consequentemente essa teoria não parece mais aplicável ao grupo; o conceito fenético é comumenteutilizadonogrupo(quetembaseconceitualtipológica),poisfoieéusadocomo baseparaataxonomiadogrupo;eoconceitoevolucionárioéamplo,aplicávelaosFMA, porém sem nenhuma influência prática para os estudos dentro do grupo. De todos os conceitosabordadosporMorton(1990),apenasofenéticoeoevolutivoparecemabrigara naturezadessesorganismos. Alguns argumentos utilizados por Morton (1990) podem hoje ser mais discutidos, principalmente se comparados com novos dados filogenéticos. Morton afirmou que (i) o mutualismo se originou entre plantas terrestres que se reproduziam assexuadamente e Zygomycetes, porém, atualmente tem sido aceito que os FMAs, recentemente no Filo Glomeromycota, tiveram origem em um ancestral comum com os Ascomycetes e BasidiomycetesaoinvésdeumZygomycetes;(ii)aespeciaçãodosFMAocorreuenquantoo mutualismo evoluiu e se espalhou entre as linhagens de plantas em radiação; o problema nesse caso é interpretar como se deu essa especiação uma vez que especificidade de hospedeironãoécomumnessegrupodefungos;(iii)espéciespersistiramatravésdotempo, daorigematéosdiasatuais,relativamentesemmudançanofenótipodosesporosecomtaxa de extinção zero; essa especulação parece particularmente verdadeira uma vez que a estabilidadefenotípicaéevidente;alémdisso,asegregaçãodosprincipaisgênerospareceter

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ocorrido durante o início do processo evolutivo do grupo (Taylor et al. 1995; Philipps & Taylor1996;Redeckeretal.2002;Dotzleretal.2006).Poroutrolado,taxadeextinçãozero significadizerqueduranteosmilharesdeanosdeevoluçãodogrupopraticamentenãohouve perdagenética. Essesargumentosdevemserconfrontadoscomosdadosmoleculares,fisiológicose morfológicosqueatualmentetêmpapeldeterminantenasistemáticadogrupo.Alémdisso,é essencialdiscutir,nocontextoatual,oconceitofilogenéticodeespécie,jáqueaclassificação adotada pela comunidade científica é baseada, exclusivamente, na seqüência do rDNA (Schuessleretal.2001;Silvaetal.2006;Jamesetal.2006;Hibbetetal.2007). Algumasespéciesde Gigaspora podem,inclusive,tersurgidoapartirdocruzamento de duas espécies distintas, já que algumas das diferentes linhagens de genes ribossomais encontradas eram semelhantes em mais de duas espécies(deSouzaet al.2004;deSouza 2005).ConsideraraassexualidadenofiloGlomeromycotaéomesmoqueconfrontarateoria evolutivajáqueorganismosclonaisteriamtaxadeextinçãoacelerada(Judson&Normark 1996). Esses dados parecem mostrar que há intercruzamento entre representantes de Glomeromycota,abrindoespaçoparaadiscussãodoconceitobiológicodeespécie.Porém, essapossívelrecombinaçãopodenãoserdeterminanteparaogrupojáquesãorestritosos dadosemoutrosgêneros(Giovanettietal.2003). A ausência de especificidade de hospedeiro quanto à formação da simbiose micorrízicadáumafalsaidéiadequeo gruposeriapoucodiversojáqueomecanismode especificidadepoderiasercoresponsávelpeloprocessodeespeciaçãonahistóriaevolutiva, principalmente durante a radiação das plantas terrestres. Porém, de Souza et al. (2008) acreditamqueodesempenhotempapeldeterminantedentrodoprocessoevolutivodofilo Glomeromycota como na seleção natural e no mecanismos básicos de evolução. Se isso realmenteforusadocomomecanismobaseparaaespeciaçãodo grupoentãooquehojeé considerado espécie (nesse caso seguindo o conceito morfológico) será invalidado e os isoladoscomdesempenhos(performances)diferentesquantoàrespostaaohospedeiroterão papel determinante na ampliação da diversidade desse grupo de fungos, pois hoje está evidente que isolados considerados da mesma morfoespécie podem apresentar comportamentodistintoemrelaçãoàmesmaplanta.Sendoassim,caberiainferirumconceito de espécie baseado no desempenho, o que também recairia na problemática geral de enquadrarumramoespecíficodeclassificação,tambémdeixandodeunificaroconceitode espécie.

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Cracraft (1983) definiu filogeneticamente a espécie como “o menor grupo diagnosticável de organismos individuais dentro dos quais existe um padrão de ancestralidade e descendência ”. Parece muito mais simples agrupar espécies dessa forma, poisosagrupamentosusadosparecemconcisoseasmudançasnaseqüênciadosgenespodem ser reconhecidas antes de ocorrer a alteração de comportamento ou morfológica, porém o problemaestánasubjetividadedosparâmetrosparadelimitaressesorganismos(Tayloretal. 2000). Considerar o conceito filogenético de espécie significa agregar valor irrestrito à informaçãocontidanoDNA,entãoseconcluiqueespécienadamaisédoqueainformação contidanessamolécula.Sendoassim,espéciepodeserconsideradaaunidadeevolutivaque carregaainformaçãogenéticaqueacaracteriza,independentedeumcritériotipológico,uma vezqueotiponadamaisédoquearepresentaçãomorfológicadeum organismoemum determinadomomentodentrodoespaçoedotempo. Se o DNA é a molécula que define a espécie, e que sofre as alterações, sendo dinâmicadopontodevistaevolutivo,entãooconceitofilogenéticoéomaiscorreto,pois infereainformaçãocontidanoDNAduranteumperíododoprocessoevolutivo.Alémdisso, seguindoessapremissaosoutrosconceitosdeespécierefletemapenasoqueéregidopelo códigogenético.OutropontodevistaaserlevadoemconsideraçãoéqueoDNAcarregaa históriaevolutivadoorganismorelacionadaafatoshistóricosevolucionários,abrindoespaço para agregar o critério evolucionário ao filogenético de espécie, sendo o primeiro extremamenteamploedepoucaaplicabilidadeprática(Mayr2004). Nesse contexto, o conceito de cronoespécie também pode ser aplicado pois as espéciesoutáxonsfilogenéticospodempotencialmentemudaraolongodotempo,eessas mudanças podem gerar um novo táxon específico. Porém, esse conceito está basicamente ligadoaumaevoluçãofiléticanãonecessariamenterelacionadaaumprocessoespecíficode especiação,masapenasnamudançagenética(intríseca)deumalinhagem.Agrandediscusão nesseconceitoestáemcomoinferiroslimitesentreumalinhagemantiga(espécie)deuma nova (novo táxon). Registros fósseis podem ser considerados exemplos de cronoespécies, poisnãohácomosabersealinhagemqueexistiaanteriormenteéounãosersimilaràsatuais eassimarbitrariamentesãocriadasnovasespécieseaténovosgênerosparaclassificaresses organismos. No filo Glomeromycota existem registros fósseis com morfologias muito semelhantes às dos principais gêneros atuais como Glomytes e Palaeoglomus (= Glomus ), Gigasporytis (= Gigaspora ), Scutellosporytis (= Scutellospora )(Tayloretal.1995;Phipps& Taylor1996;Redeckeretal.2002;Doztleretal.2006).

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Entender e confrontar dados sobre espécies, além de inferir aplicabilidade desses conceitos para estudos ecológicos, genéticos, filogenéticos é extremamente difícil no momento.Hull(1970)jáafirmavaquenenhumadefiniçãodeespéciecomplementautilidades teóricaseoperacionaisparadescreverumacompletavariaçãodefenômenosbiológicoseisso pareceserefletiratéhoje(Tayloretal.2000),podendoserconsideradoaindamaisagravado peloadventodastécnicasfilogenéticas, considerandoqueisoladosdeumamesmaespécie fenéticatêmmostradodiferençasgenéticasmarcantes(Schuessleretal.2001). A conceituação de espécie no filo Glomeromycota parece estar atualmente relacionadaaoprincípiofilogenético,contudoasdiferenteslinhagensdegenesribossomais emumúnicoglomerosporo(espéciefenotípica)constituemindicaçãodequeacomplexidade nesse grupo parece ser muito maior do que a observada morfologicamente. Entretanto, sugerirqueoconceitofilogenéticoéaplicávelaofilonãosignificacorroborarahipótesede queadiversidademorfológicanogrupoérestrita,masconcordarqueestatemdesertratada de forma ampla, em uma taxonomia integrativa, como sugerido por Dayrat (2005), objetivandoincorporarsubsídiospráticosparadelimitaçãodeespéciesoudasunidadesdo processoevolutivo. Umapropostateóricarecentetemsugeridoqueosorganismoscomreproduçãoclonal (assexuada) não apresentam unidades ou indivíduos e nem propriamente espécies, constituindoumacoleçãodemicroespéciescomcadaunidadeouindivíduopropagandosua próprialinhagem(Coyne&Orr2004). Issopareceserumasoluçãopoucoeficienteparao reinoFungidemodogeral,poisosprincípiosempregadossãosimilaresparaaconceituação de espécie, porém em uma escala menor. Ainda relacionado a essa hipótese, a espécie correspondeapenasaumconjuntodeindivíduosqueapresentamcaracterísticasprópriasque ostornamreconhecíveisdeoutrasespécies,eaperpetuaçãoouamanutençãoemumsistema é representada pelas unidades que compõem essa entidade (espécie) e que tem o papel biológicodemantersevivas.Adesignaçãode“coleçãodemicroespécies”pareceapenasum novosinônimoparaindivíduo,poishápapelsimilarparaosindivíduosemorganismoscom reprodução sexual. Além disso, essa teoria implica em agregar grande importância, no processo evolutivo do grupo, à capacidade adaptativa dessas unidades dentro da longa história evolutiva, o que também é contraditório, uma vez que organismos clonais são considerados escândalos evolutivos (Judson & Normark 1996). Se confrontada com a hipótesedeMorton(1990)oqualconsiderouqueataxadeextinçãoseriaigualazeroentãoo queteríamoshojeseriaumcenáriomuitomaisdiversodoqueoobservado,poishaveriauma quantidade muito maior de linhagens que tiveram muito tempo, devido à longa história

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evolutivadogrupo,paraqueasmodificaçõesgenéticasfossemincorporadasaodesempenho eàmorfologia.Casoocenáriosejainverso,ouseja,nãohajagrandecapacidadeadaptativa dessasunidadesoulinhagens(microespécies)porumlongoperíodo,devidoaumabaixataxa demutação(porserumorganismoclonal)e,consequentemente,ataxadeextinçãonãosejaa postuladaporMorton(1990),entãoadiversidadetalvezsejarealmentepróximaàobservada atualmente. Do ponto de vista prático, o conceito de microespécie proposto por Coyne & Orr (2004) pode ser extrapolado para o Filo Glomeromycota, onde cada glomerosporo pode desempenharumpapelsimilaraodeumapopulaçãocujaunidadebásicaseriaonúcleo.Sehá diversidade, ou seja, um conjunto de núcleos aparentemente diferentes dentro de cada glomerosporo,entãoparecepossívelqueumúnicoesporosejaresponsávelpelamanutenção deváriaslinhagens(nessecasodenúcleos)enãoapenasdeuma(Rosendahl2008;Coyne& Orr2004),quepodemeventualmenteserselecionadasdentrodoprocessoevolutivo.Seisso for possível (considerando os Glomeromycetes como organismos exclusivamente assexuados) então as questões que devem ser levantadas são: Como ocorre o processo de especiação nuclear? Como os núcleos com mutações deletérias são excluídos do conjunto genômico?Quaisgenessãopassíveisdemutaçãojáqueestáclaroqueosgenesenvolvidos naformaçãodasimbiosemicorrízicasãoestáveiseaparentementepreservados? Toda a problemática referente ao conceito de espécie nesse caso se dá pela assexualidade dos Glomeromycetes, impossibilitando a aplicação do conceito biológico de espécie. Mayr (2004) afirma que espécies clonais são organismos classificados arbitrariamente com base exclusivamente fenética o que ainda é uma verdade, apesar de haverevidênciasmolecularesquetemconfirmadodadosmorfológicos.Nessecontexto,seria plausível pensar em um conceito que abrigue espécies sexuadas e assexuadas. Entretanto, Mayr (2004) é categórico em sua afirmação de que “ qualquer tentativa de propor um conceitoaplicávelparaorganismossexuadoseassexuadosperderáacaracterísticaquerege oconceitobiológicodeespéciequeéamanutençãodoacervoharmoniosodosgenes ”. Éevidentequeorganismosclonaissãoevolutivamenteummistério,principalmenteos FMA(Glomeromycota)queaparentementeevoluíramclonalmenteduranteumlongoperíodo de tempo (Rosendahl 2008). Porém, Morton (1990) evidencia algumas vantagens que o desenvolvimentoclonalpodetercausadoaessegrupoparticulardefungos,entreasquaisa manutençãodeorganismosquepreservaramefixaramumgenótipoeficienteparaaformação dasimbiose,somadaànaturezaassexuadadasplantasduranteoperíododecolonizaçãodo ambiente terrestre (hipótese de surgimento do filo Glomeromycota), o que pode estar

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relacionado à alta eficiência desses organismos na formação da simbiose. Essa hipótese parece plausível uma vez que as plantas aparentemente formam um grupo monofilético (Batemanetal.1998)eapenasalgumasdasfamíliascomorigemmaisrecentenãoformam associaçãomicorrízica(Smith&Read1997;Moreira&Siqueira2006). Essa discussão parece consistente, pois dados recentes têm mostrado que vegetais incapazes de fotossintetizar também formam micorriza com fungos Glomeromycota, enfatizandoaindamaisacapacidadeadaptativadessesfungoseaaltaestabilidadedosgenes responsáveispelaformaçãodasimbiose(Merkx&Bidartondo2008). As questões agora são: caracteres morfológicos não são válidos ou não podem ser correspondentes a táxons distintos? De forma geral os dados moleculares atuais estão corroborando o conceito morfológico de espécie, com poucas divergências. Também é evidentequeoscaracteresmorfológicospodemperderaforçacomaexploraçãodafilogenia, principalmentecomoestudodeorganismoschavestaiscomoosqueapresentammorfologia similaregenéticadistinta.Apesardadiscussãotenderaumavisãofilogenéticadoconceito deespécie,parafungosdeformageral,parecedistanteumaconclusãoprincipalmentepara Glomeromycota, considerado inclusive um grupo misterioso (Rosendahl 2008) cuja particularidade morfológica e genéticaparece reacenderadiscussãodoquepodeedoque nãopodeserumaespécie. Parececlaroquea alta diversificaçãodosorganismosvivostambéméevidentenos FMA e consequentemente uma definição do conceito de espécie que solucione questões teóricasepráticasaindaestádistantedeserestabelecida.Mas,poroutrolado,ficaevidente queaperguntafeitaporMayr(2004):“organismosdistintosrepresentamespéciesdistintas?” parece plausível e uma conceituação de espécie que utilize como base a biologia desses fungostambémparececonsistente. Os processos relacionados à evolução, como a especiação, estão fortemente relacionados com a conceituação de espécie e têm implicações evidentes nas práticas taxonômicas. As descrições de novas espécies (para fungos), com base em um conceito morfológico,têmempregadoapenasométododescritivo,semexplorarramosinteressantes daocorrênciadasespécies,oquepermitiriadiscutir aspectos biogeográficos que são uma basesólidaparaentenderprocessosevolutivos,comoaespeciação. Entenderessesprocessospodeserútilnadescoberta de espécies chaves ou grupos chaves que estejam sob processo de especiação. Um exemplo prático é a descrição de subespéciesquepodemeventualmentesetornarespéciesdefato(Mayr2004).Descriçõesde pequenas variações fenéticas podem indicar uma expressão de genes modificados ou em

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...102 processo de mudança, o que seria equivalente à primeira etapa do “quantum evolutivo” (Morton1990),ondeumgrupodeorganismopodeentraremdesequilibriocomosdemais representantesdogrupo(espécie).Porconseqüênciaessasubespéciepodevirasetornaruma espécie legítima, distinta da linhagem parental. Essas indicações podem originar uma discussão mais detalhada do processo de especiação principalmente para fungos. Isso se aplicariadeformamaisreducionistaparaosFMA,poissubespéciesnãosãocomunsnesse grupo; porém, pequenas variações morfológicas são observadas para isolados geograficamentedistintos(Walker&Vestberg1998;Blaszkowski1997;Gotoetal.2008). Nesse contexto, a discussão anterior sobre o desempenho também pode trazer novas informaçõesnoâmbitoevolutivo. As recentes mudanças taxonômicas no filo Glomeromycota levam às seguintes conclusões: (1) descrever novas espécies, principalmente com glomerosporos glomóides, tornouse tarefa difícil, devido à diversificação dessa morfologia glomóide aparentemente primitivaestarrelacionadaadadosmolecularesdivergentes;(2)descriçõesdenovasespécies, excetuando aquelas com esporos glomóides, podem ser publicadas com base em dados morfológicos apenas devido à geral concordância entre dados morfológicos e moleculares, porém esses últimos são essenciais para inferir filogenia; (3) essas dificuldades podem subestimaraindamaisadiversidadenesse filo,visto que muitas áreas, principalmente em paísestropicaisoucomcaracterísticasendêmicas,aindaestãoemprocessodeexploração;(4) novasmudançasserãopropostasdevidoaosavançosnosestudosdoscaracteresmorfológicos e principalmente dos genes; (5) a segregação de novos gêneros será acompanhada de argumentosmorfológicosmaisdetalhados,comrarasexceções,comoem Diversispora ;(6) construirchavesparaidentificaçãodeespécieséumatarefadifícilepoucoesforçotemsido feito nesse sentido, sendo necessário agrupar maior número de dados para a construção dessas chaves; (7) definição de famílias com base apenas em dados morfológicos como EntrophosporaceaenãoteráespaçonaclassificaçãodofiloGlomeromycota;(8)aexploração de novas fronteiras como regiões montanhosas, pantanosas, áridas, semiáridas ou com comunidades de plantas endêmicas é potencialmente relevante para o conhecimento da diversidadedessefilo;(9)adescobertadenovasespéciesegênerosampliaráavisãosobreos caracteresmorfológicosqueserãoexploradosnataxonomiadogrupo;(10)nasdescriçõesde novas espécies devem ser usados nomes que caracterizem morfologicamente os fungos, a menosqueonomeparaoprincipalcaráterdaespéciedescritajátenhasidoutilizado;(11) conceituarespécienofiloGlomeromycotapareceserumatarefaaindamaisdifícildoquenos

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demaisgruposdefungos,poisháumasériedeparticularidades que dificultam o emprego eficientedeumdosconceitosatuais. Segundo Oehl (comunicação pessoal) em breve as estruturas especializadas de germinação encontradas em muitos gêneros ( Acaulospora, Archaeospora, Kuklospora, Intraspora, Entrophospora, Pacispora, Otospora e Scutellospora ) terão papel decisivo na classificação e identificação genérica do filo Glomeromycota como, por exemplo, a segregaçãodecincogênerosetrêsfamíliasapartirdeespéciesde Scutellospora (Oehletal. 2008). Essa mesma tendência deve se refletir para membros de Acaulosporaceae, Entrophosporaceae, Archaeosporaceae, Diversisporaceae e Ambisporaceae uma vez que todasapresentamespéciescomestruturasespecializadasdegerminaçãodenominadas“orb”. Porém,nessasfamíliasadificuldadeseráaindamaiorjumavezqueosorbssãodedifícil observaçãoepoucosdadosestãodisponíveis.

Materialemétodos Foramexaminadosespécimensrepresentantesdetodasasordensquecompreendemo filo Glomeromycota e para isso utilizouse material coletado aleatoriamente em diversos ecossistemas,principalmentenoBrasil,porémmaterialprovenientedaArgentina,Venezuela, CubaeSuíçatambémforamestudadosaolongodosúltimoscincoanos.Alémdomaterial coletado em campo, culturas armadilhas, cultivos puros em potes ou cultivos in vitro provenientesdecoleções(UFPEeEMBRAPAAgrobiologia)alémdematerialherborizado foramtambémexaminados. Áreas de coleta: As coletas de solo foram oriundas de áreas de dunas impactadas por mineração (Mataraca, Paraíba), áreas de Floresta de Araucária (SP), áreas de Caatinga impactadas por mineração em Belo Jardim (PE), áreas de Caatinga preservada (Buíque, Caruaru, Serra Talhada, Petrolina, Araripina (PE); Senhor do Bonfim (BA) Seridó (RN); ParqueNacionaldasSeteCidades(PI),áreasdeMataAtlântica(UsinaSãoJosé,Igarassu, MatadeGurjaú,JaboatãodosGuararapes(PE),áreasdeCamposRupestres(SerradoCipó, MG), áreas cultivadas com mangabeira (Goiana, PE), cajueiro (CE), canadeaçúcar (Igarassu,PE),algodão(DoisIrmãos,PE),BatataDoce(DoisIrmãos,PE),Maracujáamarelo (Limoeiro,PE).

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Material analisado: Foram avaliados ainda materiais herborizados cedidos como, por exemplo: Gl. australe e Gl. fasciculatum cedidos pelo FH (Falow Herbarium), Gl. liquidambaris emprestado Herbário da University of Florida (FL), Gl. antarcticum proveniente do Herbário da Universidad de Buenos Aires, Gl. spinuliferum cedido pelo herbário da University of Basel (Z+ZT). Além disso,materiaisherborizadosecedidospor outrosgruposdepesquisanoBrasiltambémfizerampartedasanálises,comoporexemplo: esporocarposde Gl.coremioides cedidopeloProf.JoséLuizBezerraeprovenientesdeáreas MataAtlânticaadjacentesaplantaçõesdeCacau(CEPLAC,Bahia), Gl.fulvum enviadopelo pesquisador Vagner Cortez (Rio Grande do Sul) e provenientes de Mata Atlântica Semi decidual, Acaulospora koskei e Ac. birreticulata enviadas por Milene Moreira (IAC) provenientesdeáreasdeFlorestadeAraucáriaemSãoPaulo.Alémdisso,glomerosporosda coleçãopessoaldoProf.FritzOehlforamdeterminantesparaampliarasanálisesdentreeles estão: Gl.spinuliferum,Gl.badium,Gl.constrictum,Gl.etunicatum,Gl.fasciculatum,Gl. macrocarpum,Gl.rubiforme,Gl.verruculosum,Gl.clarum,Gl.coronatum,Gl.aureum,Gl. sinuosum, Pa. franciscana, Pa. robigina, Pa. boliviana, Ac. alpina, Ac. birreticulata, Ac. lacunosa, Ac. cavernata, Ac. elegans, Ac. koskei, Ac. paulinae, Ac. scrobiculata, Am. appendicola,Ku.colombiana,Ku.kentinensis,En.infrequens,En.baltica,Qu.erytropa,Ra. castanea,Ra.gregaria,Fu.heterogama eDe.nigra, Espéciesde Glomus (Gl.atrouva,Gl. cuneatum e Gl. pellucidum ) da Austrália provenientes da coleção do Prof. Peter McGee também foram analisadas. Material tipo de Scutellospora minuta, Sc. alborosea, Sc. trycalipta, Sc. savvanicola, Sc. crenulata e Gl. brohultii emprestados pela Universidad de Havanna(HAC)tambémforamanalisados. Glomusproliferum , Gl.clarum e De.reticulata sãoespéciesavaliadasapartirdecultivos invitro . Glomusproliferum foicedidoporRicardo LuisLouroBerbaradaUFRRJdurantevisitaem2008. Glomusclarum e De.reticulata foram cedidosporFranciscoAdrianodeSouzadaEmbrapaAgrobiologiadoRiodeJaneirodurante visitatécnicaem2008. Extraçãodosesporosemontagemdaslaminas: Glomerosporosforamextraídosdosolo porpeneiramentoúmido(Gerdemann&Nicolson1963)seguidoporcentrifugaçãoemáguae sacarose (50%) (Jenkins 1964). Após a extração os glomerosporos foram separados em estereomicroscópio(Zeiss320xdeaumento)sobluzincidenteetransmitidapordiferenças emcoretamanhoemontadosentrelâminaelamínulacomágua,PVLG(Álcoolpolivinílico elactoglicerol)ouPVLG+ReagentedeMelzer(Schenck&Pérez1990).Apósamontagem aslaminasidentificadaseramacondicionadasemcaixasfechadasoubandejascobertassob

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temperaturaambienteparaposterioranálises.Aquebradosglomerosporosparaasanálisesda estruturadaparedeerarealizadaapós48horasemmédiaparaproporcionarmelhorsecagem e facilitar a manipulação das lamínulas sem que houvesse transbordamento da resina (PVLG),principalmentequandomisturadaaoReagentedeMelzer.Emgeral,apósanálises dosglomerosporosaslamínulasnãoeramceladascomesmalteparafacilitaranálisesfuturas caso houvesse secagem da resina. Apenas as laminas depositadas no herbário URM da Universidade Federal de Pernambuco foram celadas com esmalte incolor. A análise dos glomerosporos foi realizada em microscópio de luz da Zeiss modelo Axioskop 40 e as fotomicrografias no mesmo microscópio com camera de 10megapixel Canon PowerShot A640. Culturasarmadilhas: Forampreparadasculturasarmadilhas paraacapturaeisolamentode algumas espécies de FMAprovenientes de diferentesáreas.Emgeral,potesplásticoscom capacidadepara500mLcomamostrasdesolodocampoforamlevadosacasadevegetação do laboratório de Micorrizas da Universidade Federal de Pernambuco por 4 meses, tendo comoplantashospedeirasoamendoim( Arachishypogaea L.)eosorgogranífero( Sorghum bicolor (L.)Moench)cultivarIPA7301011.Geralmentetrêsciclosdemultiplicaçãodessas culturasemcasadevegetação,cadaumentretrêsouquatromeses,duranteesseperíodoas plantasforamregadasemdiasalternados. Chavesdeidentificaçãodegêneroseespécies As espécies de FMA incluídas nas chaves foram selecionadas por apresentar caracteres morfológicos suficientes para sua distinção das demais. As informações morfológicas de cada espécie foram obtidas, quando possível, dos sites http://invam.caf.wvu.edu/taxonomy e http://www.agro.ar.szczecin.pl/~jblaszkowski/, com intuito de homogeneizar os dados. Para espécies que não constavam desses bancos de informações,oscaracteresforamretiradosdoManualdeIdentificaçãodeSchenck&Pérez (1990) ou consultando os trabalhos originais. Não constam nas chaves as espécies cuja descriçãonãoincluiaestruturadaparededoesporo, ou outra característica marcantepara distinguila das demais. Devido ao fato das mudanças na classificação do filo Glomeromycotaestarembaseadasemdadosmoleculares,algunsgênerosnãosãoseparados porcaracterísticasmorfológicaseporessarazãoaschavesdisponibilizadasparaessestáxons sãorestritas.

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Caracteresmorfológicosadotadosnaschaves OsprincipaiscaracteresadotadosparasepararasespéciesdeFMAnachaveseguiram umaordemdeestabilidade,sendocaracteresprimários:ornamentação(presença,ausênciae tipo) e estrutura da parede do esporo (presença ou ausência de componente germinativo, númeroeaparênciadecamadaseseuarranjonaparededoglomerosporo).Comocaracteres secundários,assimdesignadosporapresentarmaiorvariação,foramconsiderados:dimensão dos esporos e esporocarpos e das camadas que compõem a parede do esporo (geralmente adotadosquandonãohaviasobreposiçãoentreasespéciesavaliadas,ouquandoasmédias eramdistintas,ouaindaquandonãohaviaoutroscaracteres primários para distinção entre espécies); coloração dos esporos e esporocarpos, (geralmente usados para separar grupos menoresdentrodaschaves).Acoloraçãofoiutilizadaquandoeramdistintas,porexemplo, quando comparados esporos hialinos a amarelados com esporos marrons a pretos, com exceçãoapenasdogênero Gigaspora ,ondeoscaracteresprimáriossesobrepõem. Grupostaxonômicosdentrodogênero Glomus Assugestõesdegruposdentrode Glomus têmcomoobjetivofacilitaraidentificação de espécies às vezes morfologicamente semelhantes.A seleção desses grupos é artificial e meramente prática, sem cunho filogenético; os dados foram baseados em caracteres morfológicosestáveis,compartilhadosporalgunsrepresentantesdogênero,comointuitode restringir o número de espécies em cada grupo. Apesar dessa tentativa de agrupamento discriminatório entre espécies, algumas podem ser encontradas em grupos distintos, principalmentequandoocaráterselecionadoparasepararogrupoforfacultativonaespécie. Resultadosediscussão Foram examinadosnototal105espéciesdefungosmicorrízicos arbusculares, com representantesdetodasasordensefamíliasdofiloGlomeromycota,comexceçãoapenasde Geosiphonaceae (Tabela07).Nafamília Acaulosporaceae foramexaminadosisoladosde22 espécies, sendo duas de Kuklospora e 20 de Acaulospora. Em Gigasporacaeae e Scutellosporaceae representantes de três e quatro espécies foram examinadas,

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respectivamente.De Racocetraceae eDentiscutataceae foramestudados,respectivamente,11 e10representantes.Em Diversisporaceae e Archaeosporaceae foramobservadosisoladosde Diversispora spurca e Archaeospora trappei . Em Paraglomeraceae , foram estudados exemplares de Paraglomus brasilianum e Pa. occultum e em Ambisporaceae foram examinados representantes de três espécies. De Pacisporaceae foi estudado material de quatroespéciese Glomeraceae foiafamíliamaisrepresentada,comoexamedeisoladosde 40espécies. Tabela07.Listadeespéciescujoscaracteresmorfológicosforamrevisados.

ESPÉCIES Acaulosporaceae Acaulosporaalpina Oehl,Sykorova&Sieverd. Ac.bireticulata F.M.Rothwell&Trappe Ac.cavernata Blaszk. Ac.delicata C.Walker,C.M.Pfeiffer&Bloss Ac.denticulata Sieverd.&S.Toro Ac.elegans Trappe&Gerd. Ac.excavata Ingleby&C.Walker Ac.foveata Trappe&Janos Ac.koskei Blaszk. Ac.lacunosa J.B.Morton Ac.longula Spain&N.C.Schenck Ac.mellea Spain&N.C.Schenck Ac.morrowiae Spain&N.C.Schenck Ac.myriocarpa Spain,Sieverd.&N.C.Schenck Ac.paulineae Blaszk. Ac.rehmii Sieverd.&S.Toro Ac.scrobiculata Trappe Ac.spinosa C.Walker&Trappe Ac.tuberculata Janos&Trappe Ac.undulata Sieverd. Acaulospora sp1. Acaulospora sp2. Kuklosporacolombiana (Spain&N.C.Schenck)Oehl&Sieverd. Ku.kentinensis (Wu&Liu)Oehl&Sieverd. Ambisporaceae Ambisporaappendicola (Spain,Sieverd.,N.C.Schenck)Spain,Oehl&Sieverd. Am.gerdemannii (N.C.Schenck&T.H.Nicholson)Spain,Oehl&Sieverd. Am.brasiliensisB.T.Goto,L.C.Maia&Oehl Archaeosporaceae Archaeosporatrappei (R.N.Ames&Lindeman)J.B.Morton&Redeckeremend.Spain Diversisporaceae Diversispora.spurca (C.M.Pfeifer,C.Walker&Bloss)C.Walker&A.Schüssler Entrophosporaceae

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Entrophosporabaltica Blaszk.,Madej&Tadych En.infrequens (I.R.Hall)R.N.Ames&Schneid.emend.Oehl&Sieverd. Gigasporaceae Gigasporaalbida N.C.Schenck&G.S.Sm. Gi.decipiens I.R.Hall&L.K.Abbott Gi.gigantea (T.H.Nicholson&Gerd.)Gerd.&Trappe Glomeraceae Glomusaggregatum N.C.Schenck&G.S.Sm.emend.Koske Gl.ambisporum G.S.Sm.&N.C.Schenck Gl.antarcticum Cabello Gl.atrouva McGee&Pattinson Gl.aureum Oehl&Sieverd. Gl.australe (Berck.)S.M.Berch Gl.badium Oehl,D.Redecker&Sieverd. Gl.brohultii Sieverd.&Herrera Gl.caledonium (T.H.Nicolson&Gerd.)Trappe&Gerd. Gl.clarum T.H.Nicolson&N.C.Schenck Gl.clavisporum (Trappe)R.T.Almeida&N.C.Schenck Gl.constrictum Trappe Gl.coronatum Giovann. Gl.coremioides (Berk.&Broome)D.Redecker&J.B.Morton Gl.cuneatum McGee&A.Cooper Gl.etunicatum W.N.Becker&Gerd. Gl.fasciculatum (Thaxt.)Gerd.&Trappeemend.C.Walker&Koske Gl.fulvum (Berk.&Broome)Trappe&Gerd. Gl.glomerulatum Sieverd. Gl.halonatum S.L.Rose&Trappe Gl.heterosporum G.S.Sm.&N.C.Schenck Gl.intraradices N.C.Schenck&G.S.Sm. Gl.invermaium I.R.Hall Gl.liquidambaris (C.G.Wu&Z.C.Chen)R.T.Almeida&N.C.SchenckexY.J.Yao Gl.macrocarpum Tul.&C.Tul. Gl.microcarpum Tul.&C.Tul. Gl.mosseae (T.H.Nicolson&Gerd.)Gerd.&Trappe Gl.multiforum Tadych&Blaszk. Gl.pellucidum McGee&Pattinson Gl.proliferum Dalpé&Declerck Gl.rubiforme (Gerd.&Trappe)R.T.Almeida&N.C.Schenck Gl.sinuosum (Gerd.&B.K.Bakshi)R.T.Almeida&N.C.Schenck Gl.spinuliferumSieverd.&Oehl Gl.taiwanense (C.G.Wu&Z.C.Chen)R.T.Almeida&N.C.SchenckexY.J.Yao Gl.tortuosum N.C.Schenck&G.S.Sm. Gl.verruculosum Blaszk. Glomus sp1 . Glomus sp2 . Glomus sp3 . Pacisporaceae Pacisporaboliviana Sieverd.&Oehl Pa.franciscana Sieverd.&Oehl Pa.robigina Sieverd.&Oehl

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Pacispora sp. Paraglomeraceae Paraglomusbrasilianum (Spain&J.Miranda)J.B.Morton&D.Redecker Pa.occultum (C.Walker)J.B.Morton&D.Redecker Scutellosporaceae Scutellosporaaurigloba (I.R.Hall)C.Walker&F.E.Sanders Sc.calospora (T.H.Nicolson&Gerd.)C.Walker&F.E.Sanders Sc.crenulata R.A.HerreraPeraza,Cuenca&C.Walker Sc.pernambucana Oehl,D.KSilva,N.Freitas&L.C.Maia Sc.tricalypta (R.A.Herrera&Ferrer)C.Walker&F.E.Sanders Racocetraceae Racocetraalborosea (Ferrer&R.A.Herrera)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Ra.castanea (C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Ra.coralloidea (Trappe,Gerd.&I.Ho)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Ra.fulgida (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Ra.gregaria (N.C.Schenck&T.H.Nicolson)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Ra.minuta (Ferrer&R.A.Herrera)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Ra.persica (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Ra.verrucosa (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Racocetra sp1 . Racocetra sp2. Cetrasporapellucida (T.H.Nicolson&N.C.Schenck)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Dentiscutataceae Fuscutataheterogama (T.H.Nicolson&Gerd.)Oehl,F.A.deSouza,L.C.Maia& Sieverd. Fu.rubra (Stürmer&J.B.Morton)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Fu.savannicola (R.AHerrera&Ferrer)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Dentiscutatabiornata (Spain,Sieverd.&S.Toro)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. De.cerradensis (Spain&J.Miranda)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. De.nigra (J.F.Readhead)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. De.reticulata (Koske,D.D.Miller&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. De.scutata (C.Walker&Dieder.)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Dentiscutata sp1. Quatunicaerythropa (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Total105espéciesdeFMA 2Revisãodoscaracteresmorfológicos Esporocarpo Foram avaliados a forma, a cor, o tamanho e o perídio (quando presente) do esporocarpo. Essa estrutura é observada exclusivamente em representantes da família Glomeraceae e algumas espécies de Acaulosporaceae (Acaulospora myriocarpa e Ac. sporocarpia ) que formam agregados de esporos similares a esporocarpos, porém mais simplesquandocomparadosaosobservadosemrepresentantesde Glomeraceae .Atualmente, 50%dasespéciesde Glomus formamalgumtipodeagregadosdeglomerosporosquepodem serconsideradosesporocarpos,eporessarazãoesteéumcaráterquepodeajudaradelimitar

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ametadedasespéciesdogênero,consideradocomoumdosmaisdifíceisparaidentificação devidoaoreduzidonúmerodecaracteresdistintos(Morton1988). Avariaçãomorfológicanasespéciescomesporocarposegueemgeralapropostade Goto & Maia (2005) que admitiram três graus de complexidade em esporocarpos: (1) complexos,comglomerosporosdensamentearranjadosformandoumacamadaapartirdeum plexocentraldehifas( Gl.coremioides,Gl.clavisporum,Gl.rubiforme e Gl.taiwanensis,Gl. badium ); (2) de média complexidade, com arranjo menos denso ( Gl. glomerulatum, Gl. antarcticum,Gl.ambisporum,Gl.invermaium,Gl.cuneatum,Gl.pellucidum,Gl.fulvum,Gl. aureum,Gl.atrouva,Gl.macrocarpum,Gl.microcarpum eGl.aggregatum )enessecasoos esporos não são formados isoladamente no solo, ocorrendo apenas nessa estrutura esporocárpica;(3)debaixacomplexidade,comglomerosporosencontradosemagrupamentos frouxos ou isoladamente no solo ( Gl. fascicularum, Gl. halonatum, Gl. mosseae, Gl. intraradices eGl.coronatum )(Tabela4). O arranjo dos glomerosporos no esporocarpo deve ser considerado um caráter relevanteprincipalmenteparaadelimitaçãodegruposdeespéciesnafamília Glomeraceae , porém é um caráter secundário para a delimitação de espécies na maioria dos casos. Entretanto,emespéciescomo Gl.coremioides,Gl.sinuosum,Gl.fulvum,Gl.pulvinatum,Gl. megalocarpum eGl.clavisporum, ascaracterísticasrelacionadasaoesporocarpopodemser consideradas primárias devido ao reduzido número de caracteres relacionados aos glomerosporos desses táxons (ver Gl. coremioides, Gl. sinuosum, Gl. fulvum e Gl. clavisporum ).Afigura7exemplificaasdiferençasbásicasentreostiposdeesporocarpos. Emgeral,osesporocarposdealtacomplexidadesãoglobososasubglobososcomoos de Gl. badium, Gl. coremioides, Gl. sinuosum , Gl. clavisporum, Gl. rubiforme e Gl. taiwanensis ,enquantoosdemédiaebaixacomplexidadesão geralmente de subglobosos, oblongos a irregulares, como os de Gl. fulvum, Gl. cuneatum,Gl. pellucidum, Gl. glomerulatum eGl.ambisporum. Porém,aformadosesporocarposéumacaracterísticafraca paradelimitarespéciesetambémgruposdeespécies,sendodestaformaumcaráterterciário paraidentificação. Acoloraçãodosesporocarposéumcarátersecundárioparaaidentificaçãodeespécie, sendogeralmenteútilnasegregaçãodegruposdeespécies.Issosedevebasicamenteàfalta de dados sobre a estabilidade nesse caráter, pois cultivos puros dessas espécies são raros. Além disso, desde Thaxter (1922) tem sido constatada ampla variação na coloração dos esporocarposemdecorrênciadealteraçõesambientais.

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O perídio (Fig. 8) é uma característica observada apenas em representantes de Glomeraceae , com exceção de Entrophospora baltica (Entrophosporaceae ) que também apresentaglomerosporoscobertosporumperidiosporo,ouseja,umarededehifas. Operídioéumcaráterprimárioparasegregargruposdeespécieseatéespécies,poisa variaçãomorfológicanessecaráterémenor,comoobservadoemdiferentescoletasde Gl. coremioides,Gl.fulvum e Gl.sinuosum . Enquantoapresençaouausênciadeperídioéumcaráterinformativo(primário)para segregar grupos de espécies, o arranjo das hifas é útil para delimitar as espécies. Como exemplo,osesporocarposde Gl.cuneatum sãofacilmenteidentificadosusandoseapenasas hifasdoperídio.Emcasosondeoperídioésemelhante em arranjo, utilizase a coloração (carátersecundário)paratornarmaisacuradaaidentificação. Alémdoperídio,esporocarposdealtacomplexidadeapresentam também umplexo centraldehifascujasdiferençasmorfológicasnãosãosuficientesparapermitiradelimitação de espécies. Entretanto, as hifas que originam os esporocarpos podem apresentar características únicas e marcantes como a liberação de substâncias gelatinosas, como observadoem Gl.aureum (Oehletal.2003b)e Gl.convolutum (Gerdemann&Trappe1974).

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Figura 7 AG. Diversidade de esporocarpos em espécies de Glomus . A – Detalhe da organizaçãodosesporosemGl.coremioides .B–Esporocarpode Gl.clavisporum .C–Corte transversaldeesporocarposde Gl.cuneatum .D–Partedoesporocarpode Gl.fulvum .E– Esporocarposde Gl.aureum .F–Esporocarpode Gl.antarcticum .G–Esporocarpode Gl. glomerulatum .

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Figura8AF.Diversidadeestruturaldoperídio.A–Perídiode Gl.coremioides .B–Hifas ponteagudas no perídio de Glomus sp. C – Hifas em paliçada em Gl. liquidambaris . D – Perídiofrouxamentearranjadoem Gl.macrocarpum .E–Hifassinuosasem Gl.sinuosum .F –Hifasentrelaçadasecoradasde Gl.cuneatum . Glomerosporos

Apesar das características dos esporocarpos apresentarem papel decisivo na identificação de espécies e grupos de espécies em 50% do gênero Glomus , os caracteres relacionadosaosglomerosporossãoresponsáveisbasicamentepelaidentificaçãodetodosos representantesdofiloGlomeromycota,excetoosjámencionadosanteriormente. Nosglomerosporos,caracterescomocoloração,tamanho,forma,mododeformação (acaulosporóide, entrofosporóide, glomóide, gigasporóide e escutelosporóide), número e

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aparências das camadas de parede, reação ao Melzer e cor, forma e localização da placa germinativaouorbsforamconsideradosparaaidentificaçãodasespécies. A estrutura da parede é a característica mais determinante e estável para a identificação de espécies no filo, pois a diferenciação da parede em camadas tem sido documentadaemváriostrabalhossemgrandesalterações(Morton1995;Stürmer&Morton 1999e2000;deSouzaetal.2005).Alémdisso,aestruturadaparedeestáintrinsecamente relacionadacomostiposdecamada(Fig.9)queocorremnosglomerosporos. Oprocessodediferenciaçãodasparedeséumcaráterprimárioetemimplicaçãona delimitação de gêneros. Kuklospora , Entrophospora, Intraspora, Racocetra, Fuscutata, Cetraspora, Dentiscutata, Scutellospora e Quatunica são exemplos de gêneros eleitos por informaçõesmolecularesemorfológicas.Estastambémpodemserutilizadasparasegregar gênerosdentrode Acaulospora (Tabela8,pág.153). Afaltadehomogeneidadenaterminologiaadotadapordiferentesautoresconfundea interpretaçãodaestruturadoglomerosporopelostaxonomistas,poistodasaspropostastratam ascamadasquecompõemaparededoesporocomo“paredes”,oquedescaracterizaotermo “parededoesporo”usadoparatodososgruposdefungos.ApropostadeMaia&Kimbrough (1993)paradenominar“zona”osgruposdecamadas,considerandoaunidadedaparede,não foi adotada pela comunidade científica. Embora essa discussão seja meramente terminológica,ostermosadotadosinfluenciamainterpretaçãodoscaracteresmorfológicos, principalmenteemrelaçãoainferênciasontogenéticas.

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Figura9.AFTiposdeparedeemglomerosporos.ALaminadaem Scutellospora sp1.B Laminada expansiva em De biornata . C Unitária em Scutellospora sp2. D Flexível ou membranosa,em Ac.morrowiae. EEvanescenteexpansiva,em Gl.halonatum .FAmorfa, em Ac.foveata . Comoobservadonomaterialestudado,ecorroborandooutrostrabalhos(Walker1983, 1985), existe grande diversificação nos tipos de camadas que compõem a parede dos glomerosporos,asquaissãode grandeimportânciapara a delimitação de espécies no filo Glomeromycota. A camada evanescente é comum em glomerosporos glomóides e acaulosporóides e rara em escutelosporóides. Grande variação na camada evanescente foi observada em

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glomerosporos de Glomus . Essa camada pode ser separada em quatro grupos: (1) mucilaginosa; (2) granulosa; (3) com aparência unitária e (4) espessada pela matriz gelatinosa. A camada mucilaginosa é a mais comum e caracterizase por apresentar fácil desagregaçãosemelhanteaumasubstânciagelatinosa,podendoserfacilmentenotadaem Gl. clarum,Gl.etunicatum,Glomusgranulatum e Gl.mosseae . Acamadaevanescentedesuperfíciegranularémaisrestritaecaracterizaseporser ligeiramente mais rígida e espessa que a mucilaginosa, porém a superfície é semelhante à superfície “beaded” em membros de Acaulosporaceae , podendo ser observada em Gl. spinuliferum eGlomus sp.2 .Glomus sp2.éumnovotáxonparaaciência,esecaracterizapor apresentarglomerosporosornamentadosemúltiplashifasdesustentação. Acamadaevanescentedeaparênciaunitária émenosfreqüenteecaracterizasepor ser compacta, rígida e fortemente aderida à segunda camada da parede do esporo, sendo geralmente observada em Dentiscutata sp.1 e Ac. rugosa . Dentiscutata sp.1 é, ao lado de Scutellospora pernambucana , uma das poucas espécies escutelosporóide com camada evanescente compondo a parede. Acaulospora rugosa foi interpretada por Morton (1986a) como apresentando uma camada externa membranosa (flexível), porém nas observações realizadasacamadaflexívelocorreapenasinternamente. A camada evanescente com matriz gelatinosa geralmente é espessa e levemente laminadaepodeserobservadaem Gl.mortonii eGlhalonatum .Estudosultraestruturaismais detalhadospodemajudaramelhoraroconhecimentodessascamadasparasuaclassificação. Acamadadenominadaexpansivafoiconsideradacomoevanescente,poisemgeralos glomerosporosperdemessacamadanamaturidade. EmgeralareaçãoaoMelzerédextrinóideefracaemcamadasevanescentes,comos glomerosporos adquirindo coloração rosada na maioria das espécies de Glomus . Porém, a reaçãoaoMelzernãoéumcaráterinformativoparasegregarespéciesdevidoàausênciade dadossobreareaçãoaoMelzeremalgumasespéciesde Glomus . Aespessuradacamadaevanescentenãodeveserusadaparadelimitarespéciesdevido à facilidade de degradação, mesmo em cultivos puros. Além disso, é um caráter pouco informativo,poishásobreposiçãoentreasespécies. Stürmer&Morton(1997)afirmaramqueotermoparedeevanescenteagrupacamadas fenotipicamente distintas que tem histórias de desenvolvimento diferentes, atreladas a diferentesancestrais.Talvezdetalhesdaaparênciadacamadaevanescentepossamserúteis

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nadistinçãodegruposdeespécieseassimajudarnaidentificaçãodeespéciesde Glomus ,que apresentampoucoscaracteresmorfológicosdistintos. Glomerosporosdeoutrosgênerosqueapresentamcamada evanescente, tais como: Acaulospora, Kuklospora, Entrophospora, Scutellospora, Cetraspora e Dentiscutata aumentam as evidências de que a camada evanescente tem histórias de desenvolvimento diferentes,comosugeridopara Glomus porStürmer&Morton(1997).Recentemente,Silva et al. (2008) descreveram Scutellospora pernambucana com uma camada evanescente distinta,oquefoiobservadotambémem Dentiscutata sp1. Dopontodevistagenético, Glomus éconsideradoumgêneroparafilético(Schwarzort etal.2001;Schuessleretal.2001;Redeckeretal.2005),porémsãopoucasasevidências morfológicasqueapóiamessahipótese. Acorretainterpretaçãodacamadaevanescenteéumproblemaparaalgumasespécies deFMA,poisumacamadaevanescentejovempodediferirdeumamaismadura.Alémdisso, aexperiênciadoobservadortambémdeveserconsiderada,comoreferidoanteriormentepor Morton (1988). Por esta razão, a utilização de culturas armadilhas para manter isolados dessasespéciesecomprovaraefemeridadedessacamadaéimportante. A camada laminada é a mais facilmente discernível, mesmo quando se compara gêneros e espécies de FMA e sempre faz parte do componente estrutural. Apenas Acaulosporasporocarpia apresentaumaparedeinternalevementelaminadanocomponente germinativo, porém provavelmente essa espécie deve ser agrupada em outro gênero. Geralmenteacamadalaminadanãoéinfluenciadapelaresinaoureagenteusado,excetoem glomerosporos de Dentiscutata biornata ondeseexpandeemPVLG(Spainetal.1989b). Glomerosporosde De.biornata foramavaliadosemáguaeemPVLGeacamadalaminada expansivafoifacilmenteobservadaemdiferentesisoladosdessaespécie.Apenas Gigaspora decipiens apresentou semelhança com De. biornata quanto às laminações da camada laminada, porém não foi observada expansão dessa camada em Gi. decipiens . A camada laminada expansiva em glomerosporos de De. biornata pode estar imersa em uma matriz gelatinosasimilarmenteaoobservadoporMaia&Kimbrough(1994a)em Gl.intraradices .A camadalaminadageralmentenãoreageemMelzerexcetoem Gigaspora, Gl.fasciculatum e De.biornata, ondeháfortereação. A espessura da camada laminada é um caráter pouco informativo, pois há grande sobreposiçãoentreasespécies.

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É importante ressaltar que apesar da camada laminada não apresentar variações morfológicassuficientesparasepararespéciesougruposdeespéciesénessacamadaquese observaamaioriadasornamentaçõesencontradasnofiloGlomeromycota. A microscopia tradicional tem revelado poucos detalhes a respeito da camada laminada, sendo distinguíveis apenas espécies que possuem laminações mais evidentes. A camadalaminadapodeapresentardoisaspectos:(1)laminaçõesseparáveisdandoimpressão de haver mais de uma camada laminada, como em Gl. intraradices e (2) laminações aderentes não separáveis (maioria das espécies de Glomus ). Contudo, não há dados suficientes disponíveis para segregar grupos de espécies com base apenas na camada laminada. A camada unitária caracterizase pela aparência consistente, porém sem laminações ou efemeridade, normalmente é compacta e difícil de quebrar. A identificação da camada unitáriaéumatarefadifícil,devidoprincipalmenteàtênuediferençaentreacamadaflexível e a unitária. Delimitamos como camada unitária aquelas camadas compactas, que ocorrem exclusivamente no componente estrutural enquanto as que ocorrem no componente germinativo são denominadas flexíveis. Sendo assim, Acaulospora rugosa, originalmente descrita com camada externa unitária, teve essa camada do glomerosporo mais tarde interpretadaporMorton(1988)comomembranosa(=flexível),sendoaquiinterpretadacomo unitária. Amaioriadasespéciescomglomerosporosescutelosporóidesapresentaumacamada externaunitária,exceto Dentiscutata sp1 ,Sc.pernambucana eCe.spinossisima (Walkeret al.1998;Silvaetal.2008ever Dentiscutatasp.1).Schenck&Pérez(1990)concluíramque as espécies de Acaulospora apresentam camada unitária fazendo parte do componente germinativo,porém as espécies de Acaulospora avaliadas nopresente estudo apresentaram camadaflexívelnocomponentegerminativo. Assim como ocorre na camada laminada, a unitária também pode apresentar ornamentaçõesnasuperfície,principalmenteemglomerosporosescutelosporóides.Aexceção está em Ambispora appendicola e Am. gerdemannii, nas quais a ornamentação ocorre na paredemédia. Acamadaunitáriaapresentadoisaspectosimportantes: (1) a consistência e (2) a naturezaunilaminaremumvariávelnúmerodeesporos.Avariabilidadenessacamadanãoé pequena,existindoproblemasinterpretativosprincipalmentequantoàconsistência,poréma avaliaçãodeumgrandenúmerodeesporos(jovensemaduros)permiteacuradainterpretação dasuaverdadeiraaparência.

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Acamadaflexívelcaracterizasebasicamenteporserfina,emgeralhialina,flexível, colapsando em glomerosporos quebrados em PVLG ou água. A camada flexível ocorre exclusivamentenointeriordosglomerosporospodendoserpartedocomponentegerminativo (Acaulospora, Ambispora. Kuklospora, Entrophospora, Otospora, Scutellospora, Cetraspora, Racocetra, Fuscutata, Dentiscutata , Quatunica e Pacispora ) ou estrutural (Glomus,Archaeospora,Intraspora,Paraglomus e Diversispora ). Dentre as camadas observadas no componente germinativo a que se destaca é a flexível,porocorrernamaioriadosrepresentantescomestecomponenteemaisraramenteno componenteestrutural;porém,assimcomoacamadaevanescente,pareceapresentarhistórias evolutivaseaparênciasdistintas.Morton(1988)sugeriuagruparascamadasmembranosase coriáceas como flexíveis, porém todas as camadas referidas como membranosas foram interpretadas como flexíveis, enquanto as descritas como coriácea foram geralmente interpretadascomoamorfas. Identificar a camada coríacea e definir a aparência de couro em glomerosporos preservadosemlâminaspermanecedifícil.Alémdisso,algunsglomerosporospodemsofrer influênciadaresinaeaplasticidadedealgumascamadaspodedeixarconfusaainterpretação daaparência.Emalgunsespécimensacamadaflexível(nãocoriácea)quepossuiplasticidade em PVLG, pode não expandir completamente, apresentando apenas pequena expansão e assimadquiriraparênciacoriácea. Os glomerosporos de Ac. bireticulata avaliados apresentaram uma camada com aparênciacoriáceafazendopartedocomponentegerminativo,quetambémfoiobservadaem Entrophospora baltica . Porém, o número de glomerosporos com essa característica foi reduzido, e a maioria não apresentou espessamento, deixando controversa a interpretação. Algunsglomerosporosdeambasasespéciesapresentaramcamadainternasimilaràamorfa, comexpansãomaiorqueaobservadanacoriácea. Acamadadenominadacoriáceafoiaquiinterpretadacomoamorfadevidoaofatoda suacaracterizaçãoestarrelacionadasimplesmentecomaespessuradacamada. A camada amorfa, caracterizada pela expansão em meio com pH ácido ou resina comooPVLG,podevariarde1,3a200µm(Morton1986a),eéexclusivamenteobservada no componente germinativo de glomerosporos acaulosporóides ( Acaulospora, Ambispora ), entrofosporóides ( Kuklospora ) e escutelosporóides ( Scutellospora, Dentiscutata e Cetraspora ). Para determinar se os glomerosporos apresentam camada amorfa segerese compararosglomerosporosmontadosemPVLGcomosmontadosemágua,comosugerido porSpain(1989).

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Doisaspectosprincipaissãoobservadosnaaparência dessa camada amorfa: (1) – podeounãoexpandiremresina(Morton1986b);(2)–podeapresentarmaior(Ac.delicata ) oumenorespessamento (Sc.hawaiiensis ).Essaplasticidadeéumapropriedadedecorrentede arranjomolecularquevariaduranteosdiferentesestágiosdedesenvolvimentodoesporo.Por estarazão,foipossívelobservarplasticidadenacamadalaminarde Fuscutataheterogama, explicandoasvariaçõesobservadasporMorton(1986b)emglomerosporosde Ac.delicata sobamesmacondição.Alémdisso,todososglomerosporosqueapresentamcamadaamorfa compondoaparedeapresentamtambémfortereaçãoemMelzer,ouseja,semprequehouver uma camada amorfa na parede há também forte reação dextrinóide no componente germinativo.Essaintrínsecarelaçãoajudaapenasaseparargruposdeespéciescomcamada amorfaemmembrosde Acaulosporaceae,Racocetraceae eDentiscutataceae . A camada expansiva caracterizase pela expansão em resina (PVLG) formando colunas radiais com superfície ornamentada e ocorrendo exclusivamente no componente estrutural.SegundoBerch&Koske(1986)acamadaexpansiva é lisa (pouco espessa) em águaeseexpandeemPVLGalcançando3a15µmdeespessura,tornandosegranulareàs vezessedissolvendototalmente.Combasenessadescriçãoenasanálisesde Gl.spinuliferum eGl.halonatum ,ascamadasdeparedequeseexpandememPVLGeseperdemtotalmente namaturidadesãoagrupadascomoevanescentes. A camada expansiva tem sido documentada exclusivamente para a família Glomeraceae , com exceção de Ra alborosea que foi originalmente descrita por Ferrer & Herrera (1980) com uma espessa camada hialina externa, similar à camada expansiva de representantes de Glomus . Em um esporo do tipo analisado foi observado vestígio dessa camadaexpansiva(ver Ra.alborosea ). Acamadagerminativaestárelacionadacomagerminaçãoecaracterizaseporocorrer exclusivamente nos glomerosporos de Gigaspora e pelas projeções em forma de papila geralmentedistribuídasuniformementenasuperfícieinterna,podendoemalgunscasosestar concentradasnaproximidadedotubogerminativo. Aocorrênciadacamadachanfranuladaérestritapara Sc.hawaiensis ,nãopodendoser usadacomoumcaráteracuradonaidentificaçãodeespéciesdeFMA. A ornamentação é um caráter estável que deve ser utilizado primariamente para identificaçãodeespéciesdeFMA,sendoavaliados:alocalizaçãonaparededoglomerosporo, onúmero(umaoumaiscamadasornamentadas),otipo(projeçãooudepressão)etamanho (altura e espessura das ornamentações) (Fig. 10). Esses caracteres foram usados prioritariamente na construção das chaves dicotômicas para identificação das espécies. De

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modogeral,essecaráterédeterminanteparaaidentificação de espécies. Em outros casos maisrestritos,ondeopadrãodeornamentaçãoésemelhante,podeserutilizadoparaseparar grupos de espécies, como por exemplo: Ac. scrobiculata, Ac. alpina, Ac. paulinae e Ac. cavernata. Em geral as ornamentações se dividem em dois grupos: projeções e depressões, encontradas na superfície externa da parede dos glomerosporos. As exceções são Gl. kerguelense, que apresenta perfurações espongiformes na superfície interna da camada laminada (Dalpé et al. 2002), Gl. insculpitum e Gl. verruculosum, que apresentam ornamentaçãodistintadasdemaisespéciesdeFMA,correspondendoaumnovocaráterno filoGlomeromycota.Recentemente,umanovaespécie, Cetrasporastriata, foidescritacom ornamentaçãosimilaraimpressõesdigitais(Cuenca&HerreraPeraza2008),correspondendo amaisumpadrãodeornamentaçãonofiloGlomeromycota.Entretanto,nestecasoédifícil definir se a ornamentação na superfície dos glomerosporos corresponde a projeções ou depressões. Depois de definido o tipo de ornamentação (projeção ou depressão), o segundo critério a ser estabelecido é o padrão de ornamentação que pode ser: espinhos, verrugas, papilas, tubérculos e cones quando projeções, ou circulares, irregulares, labirintiformes, hexagonaisepentagonaisquandodepressões. Durante o estudo, o gênero com maior número de espécies ornamentadas foi Acaulospora com16das22espéciesexaminadasapresentandoalgumtipodeornamentação. Destas,ametadeapresentoudepressõesnasuperfíciedaparede( Ac.alpina,Ac.cavernata, Ac.excavata,Ac.foveata,Ac.lacunosa,Ac.paulinae,Ac.scrobiculata,Ac.undulata ),cinco apresentaram projeções ( Ac. denticulata, Ac. rehmii, Ac. spinosa, Ac. tuberculata e Acaulospora sp1.) e outras três apresentaram dupla ornamentação ( Ac. birreticulata, Ac. elegans e Acaulospora sp2.).Opadrãodeornamentaçãofoiumcaráterefetivoparadelimitar espéciesatémesmoondeopadrãodeornamentaçãoésemelhante,como Ac.paulinae,Ac. alpina, Ac. cavernata e Ac. scrobiculata. Esse caráter isoladamente não foi efetivo apenas para separar Ac. paulinae de Ac. alpina , sendo necessária a utilização de caracteres secundáriostaiscomocoretamanhodosglomerosporosparaajudarnaidentificação. Aornamentaçãonosglomerosporosocorrenasuperfícieinternadasegundacamadae daterceiracamadadaparededoesporo.Em G.insculpitum sãoobservadasperfuraçõesna superfície interna dando a impressão que o esporo apresenta ornamentação similar à observada em Ac. scrobiculata . Em Gl. verruculosum os esporos apresentam verrugas na superfícieinternadaterceiracamadadaparede. Dentiscutatasp1e Racocetrasp1.sãonovas

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espécies com padrão de ornamentação na superfície interna da camada laminada. Desta forma, essas ornamentações na superfície interna daparededoesporocorrespondemaum novopadrãoparaofiloGlomeromycota. Glomerosporosde Dentiscutatabiornata apresentamduascamadasornamentadasna parede do esporo. A primeira camada tem projeções na forma de verrugas esparsamente distribuídaseaterceiracamadadaparededoesporoapresentapequenasverrugasdensamente distribuídas na superfície externa. A terceira camada em geral está aderida à segunda, podendo gerar a errônea interpretação de que as ornamentações pertencem à superfície internadasegundacamada.Contudo,algunsesporosquebradosmostramqueaornamentação ocorre na primeira e na terceira camada e em nenhum momento na superfície interna da segundacamada(verdescriçãode De.biornata ).

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Figura 10 AO. A Acaulospora alpina . B Ac. undulata . C Ac. excavata . D Ac. foveata .EAc.bireticulata .FAcaulospora sp.GAc.denticulata .HAc.rehmii .I Ac.tuberculata .JScutellosporabiornata .KScutellospora sp1.LScutellospora sp2. MSc.gregaria .NSc.verrucosa .OGlomusmultiforum . No filo Glomeromycota a avaliação da cor das estruturas é restrita apenas aos glomerosporos e esporocarpos, sendo o último exclusivo de representantes da família Glomeraceae . A utilização de cartas de cores no filo foi implementada por Morton

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(fttp://invam.caf.wvu.edu), porém a sua utilização ficou praticamente restrita ao grupo de pesquisasdesseautor. Acoréumcaráterdifícildeserusadoparaadelimitação de espécies devido à variaçãodetonsquesãoobservadosinter(Fig.11)eintraespecificamentecomoobservado em isolados de Ac. scrobiculata oriundos de diferentes localidades do Brasil que apresentaram glomerosporos desde hialino até amarelo escuro. Assim, a cor é um caráter influenciado pelo ambiente como observado em isolados de Gl. claroideum mantidos em diferentes substratos (Walker & Vestberg 1998). Glomus clarum também apresenta glomerosporosdehialinoaamareladoeissopodeestarrelacionadoàgenética(Bentivengaet al. 1997). Além disso, algumas espécies como Gl. clarum e Gl. diaphanum apresentam a camada mais interna da parede pigmentada; assim, a coloração dos glomerosporos dessas espécies pode ser observada apenas em esporos maduros, quando todas as camadas estão evidentes. Ojulgamentodacoloraçãodosglomerosporoséfortementeinfluenciadopeloestágio dedesenvolvimentodosesporos,oquetornadifícildefinircoremglomerosporosextraídos diretamentedeamostrasdecampo.Devidoaisso,acorfoidefinidacomocarátersecundário para a delimitação de espécies de FMA. Nesse contexto, usar a presença ou ausência de pigmentaçãopodeauxiliarparadelimitartáxons,emboraavariaçãodecoloraçãonãosejaum caráter decisivo. Apesar das evidências mostrarem que a variação na cor não é um caráter forte, não foi possível retirálo das chaves de identificação, principalmente para o gênero Glomus, devidoaoreduzidonúmerodecaracteresdosglomerosporosdessegrupo. Acoréinfluenciadapelaformacomoaluzpassapelosesporosetambémpelaresina usadaparaapreservaçãodosglomerosporos,masasdescriçõesdenovasespéciesgeralmente não especificam em que condição a cor foi observada, se com luz incidente (estereomicroscópio) ou transmitida (microscópio óptico) e se houve influência da resina, dificultandoaposteriorcomparaçãodocaráter(Morton1988).Ainclusão,nasdescriçõesdas espécies,dacoloraçãodosglomerosporosem estereomicroscópio eem microscópiodeluz evidenciandoasvariaçõesnacoloraçãosuplementariainformaçõesparaaidentificação. Acoloraçãodosglomerosporosestárelacionadadiretamentecomapigmentaçãoda paredeoudomaterialcitoplasmático,sendoosegundocasomenosfreqüenteeobservadoem Gl.fulvum,Gl.segmentatum,Gl.pulvinatum e Gl. megalocarpum. Gotoetal. (dadosnão publicados) comentam que os glomerosporos hialinos de Glomus sp1. apresentam denso material citoplasmático amarelo esverdeado, com a parede do esporo formando um halo hialino.

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Redeckeretal.(2007)observaramdensomaterialcitoplasmáticoemglomerosporos de Glomusfulvum coletadosemGuadalupe,Caribe.Acoloraçãodomaterialcitoplasmático dessa espécie ajudou a distinguíla de G. pulvinatum e G. megalocarpum essas últimas apresentandomaterialcitoplasmáticohialinofacilmenteobservadonaFigura2deRedecker etal.(2007).Esporocarposde G.fulvum encontradosemflorestaestacionalsemidecidualno suldoBrasilapresentaramesporoscommaterialcitoplasmáticoamareloedenso,similarao descrito por Redecker et al. (2007), porém, não foi possível examinar material fresco. O processodesecagempodealteraralgunsaspectosmorfológicos,principalmenteacoloração dosesporocarposeconsequentementedoglomerosporo.Análisedematerialfrescopoderia sermaisinformativaquantoàcoloraçãodomaterialcitoplasmático. A coloração deve ser considerada um caráter secundário para a identificação de espéciesdeFMA.Aúnicaexceçãoparaissoocorreno gênero Gigaspora ,ondeacortem sidoamplamenteusadaparadelimitarostáxons,porémemamostrasdecampodificilmente seidentificatáxonsde Gigaspora utilizandoapenasestecaráter. Diferentesisoladosde Ac.scrobiculata encontradosemsolosdoBrasilapresentaram ampla variação na coloração, de hialinos (sistemas agrícolas e Floresta de Araucária) a amarelo marrom (Mata Atlântica), porém os demais caracteres, como ornamentação e estruturadaparede,sãosimilaresàdescriçãooriginal(Trappe1977). Avariaçãonacoloraçãoimplicaqueessecaráternãoéfixo,sendoinfluenciadopelas condiçõesambientais(Walker&Vestberg1998)ededesenvolvimentodoesporo(Stürmer& Morton 1997 e 1999b). Assim, distintos morfotipos (Walker & Vestberg 1998) ou ainda isoladosemdiferentesestágiosdedesenvolvimentopodemcausarproblemasinterpretativos levando a erros nas identificações, principalmente quando se avalia material retirado diretamente do campo. Além disso, a resina apresenta uma grande vantagem para a preservação dos aspectos morfológicos da parede dos glomerosporos, porém nitidamente altera algumas propriedades da parede, desde a coloração até a expansão, o que não correspondeàcaracterísticadessascamadasemáguaouglicerina. Discutir o efeito da resina na separação e aparência das camadas que compõem a parede dos glomerosporos tornase difícil porque há heterogeneidade nas descrições, dependendodoníveldeconhecimentonoperíodoemqueforamdesenvolvidososestudos,o que pode acarretar interpretações distintas por diferentes autores. Além disso, o discernimentodecamadasérelativamenterecentenahistóriadataxonomiadosFMAsendo incluídanasdescriçõesnadécadade90,comoadventodostrabalhosontogenéticos.Assim, a resina pode influenciar a coloração e a aparência de algumas camadas da parede dos

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glomerosporos,masaindanãoépossíveldeterminareentenderseháestabilidadenoefeito daresina. Os dados confirmam que a avaliação dos glomerosporos deve ser feita sob duas condições,emáguaeemresina(PVLG)paraquesepossaentendermelhoraestruturada parede dos glomerosporos e assim ampliar a visão sobre a diversidade nos caracteres morfológicos. Adimensãodosglomerosporoséextremamentevariávelintraeinterespecificamente, sendo pouco informativa em nível de espécie, podendo eventualmente ser utilizada como carátersecundárioparadelimitarespécies.Pararessaltaressaafirmação,Walker&Vestberg (1998) separaram isolados de uma mesma espécie combase no tamanho e na cor, ficando claroqueocaráterdimensãonãodeveserusadoisoladamenteparacaracterizarumaespécie. A forma dos glomerosporos é extremamente variável entre gêneros e espécies de FMA. Em geral, os glomeroporos do mesmo isolado avaliados durante esse estudo apresentaram de globosos, subglobosos, clavados, elípticos, oblongos a irregulares. Representantes de Acaulospora apresentaram glomerosporos globosos a subglobosos, enquantoosde Scutellospora,Racocetra,Dentiscutata emgeraleramglobososaelípticosou irregulares. Glomus foi o grupo com mais diversidade de formas, com os glomerosporos variandodeglobososaclavados.Devidoaessavariaçãoaformadosglomerosporostambém devesertratadacomocarátersecundárioparaadelimitaçãodeespécies. AreaçãoaoMelzertemsidoamplamenteutilizadacomoevidênciamorfológicapara identificar espécies de FMA, principalmente as de Acaulosporaceae, Ambisporaceae (sinanomorfos acaulosporóides), Scutellosporaceae , Racocetraceae e Dentiscutataceae . A reação ao Melzer tem sido menos determinante em espécies de Glomus , principalmente porqueestárelacionadaàcamadaevanescentequegeralmenteéausenteemglomerosporos maduros. Archaeosporaceae,Diversisporaceae e Paraglomeraceae sãoexemplosdefamílias que não apresentam glomerosporos com reação evidente em Melzer. Gigasporaceae apresenta forte reação ao Melzer em todos os representantes, sem distinção (http://invam.caf.wvu.edu). Em Acaulosporaceae , Pacisporaceae, Scutellosporaceae e Dentiscutataceae areaçãoemMelzerpodeserdecisivanaidentificaçãodeespécies. EmgeralnofiloGlomeromycotaareaçãodextrinóideéamaisfreqüente,sendoos relatos de reação amilóide menos comuns. A reação amilóide deixa a estrutura fúngica azulada,caráteraprincípionãoobservadoemmembrosdeGlomeromycota(Morton1988), masmencionadodepoisporGotoetal.(2008a)queobservaramreaçãoamilóideaoMelzer+ PVLG(1:1v/v)nosáculoesporíferode Ac. koskei, epor Almeida & Schenck (1990b) os

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quais,emrevisãodogênero Sclerocystis ,observaramqueesporocarposde G.coremioides (= S. coremioides ) apresentavam reação amilóide. Porém, esporocarpos dessa última espécie, encontrados no Brasil, apresentaram apenas reação dextrinóide. A região central dos esporocarpos apresenta coloração mais escura, quase azulada, porém quando as hifas do esporocarposãodesagregadasficaevidenteareaçãodextrinóide(ver Gl.coremioides ). Além de Ac. koskei , Ac. foveata também apresentou reação amilóide nos sáculos esporíferos,mostrandoqueessacaracterísticapodesermaisfreqüentedoqueseimaginava emmembrosde Acaulosporaceae (ver Ac.foveata ). A reação ao Melzer é mais estável em representantes que possuem componente germinativo do que naqueles que possuem apenas componente estrutural. Acaulospora, Kuklospora, Scutellospora, Racocetra, Cetraspora, Fuscutata, Dentiscutata, Quatunica, Pacispora e Ambispora (acaulosporóide) são exemplos de gêneros onde todos os representantes avaliados apresentam reação ao Melzer na camada amorfa do componente germinativo e raramente no componente estrutural. A exceção é Entrophospora, onde o componentegerminativonãoreageemMelzer.Amaioriadasespéciescomglomerosporos glomóidesapresentareaçãonacamadaevanescente,excetoaquelasquenãoapresentamessa camada,comoporexemplo, Gl.brohultii (ver Gl.brohultii )ouquandoareaçãoestápresente nacamadalaminadacomoem Gl.fasciculatum (ver Gl.fasciculatum ). A reação ao Melzer no componente estrutural é útil para a delimitação de espécies apenasemglomerosporosqueapresentamcomponentegerminativo,porexemplo: Ac.koskei, Ce. pellucida , De. biornata e Pacispora sp., pois na maioria dos representantes dessas espécies a reação ocorre apenas no componente germinativo.Glomerosporosde Pacispora sp.coletadosemáreasdecamposrupestresnaSerradoCipó,MinasGerais,correspondema um novo táxon, pois a reação ao Melzer nessa espécie difere de todas descritas até o momento, por ocorrer apenas no componente estrutural (ver Pacispora sp.). Esse tipo de evidência bioquímica pode ser utilizada para separar espécies entre representantes de Pacisporaceae . Poroutrolado,emglomerosporossemcomponentegerminativoareaçãoaoMelzeré poucoinformativaparadefinirespéciesexcetopara Gl.fasciculatum ondeareaçãoocorrena camadalaminadae Gl.aureum, ondeareaçãoocorrenoexudadogelatinosoobservadono esporocarpo.Glomerosporosqueapresentamcamadaexpansivataiscomo Gl.coronatum,Gl. spinuliferum, Gl. pansihalos, Gl. caesaris e Gl. halonatum podem ou não apresentar forte reaçãoemMelzer.Glomerosporosde Glhalonatum podemapresentartambémessematerial gelatinoso na superfície dos esporos reagindo fortemente em Melzer, pois a camada

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...128 expansivanãoreagefortementeemMelzer(ver Gl.halonatum ).Entretanto,Rose&Trappe (1980)nãomencionamnadasobreessacamadagelatinosanosglomerosporosdessaespécie. A reação ao Melzer é um caráter informativo para a taxonomia dos FMA, porém ainda não pode ser amplamente usado. A utilização dessa característica nas chaves de identificaçãodeveserfeitacomcautela,vistoqueodesenvolvimentodoglomerosporopode ser limitante para a reação, principalmente nas espécies onde o componente germinativo reageaoMelzer.Avariaçãonareaçãoestárelacionadacomodesenvolvimentodoesporo, comastécnicasdepreservação,comovolumedereagenteecomaresina. ConcluisequeareaçãoaoMelzeréumcaráterinformativopara ataxonomiados FMA, porém não pode ainda ser amplamente usado pela ausência de dados em muitas espécies,principalmentedeGlomus . Poroutrolado,emmembrosde Acaulosporaceae a reação ao Melzer é um caráter informativo para segregar grupos de espécies. Os dadosdisponíveis(Tabela8)podemser úteisparaasegregaçãodegênerosdentrodafamília. Tabela 8. Quadro comparativo entre representantes de Acaulospora , considerando dados sobreaestruturadaparededosglomerosporos. Generos/grupos Númerode Reaçãoao Camada Paredemédia paredes Melzer(PI) beaded Grupo1 4 + + Duas(duas camadas) Grupo2(Acaulospora) 3 + + Uma(duas camadas) Grupo3 3 + + Uma(duas camadas) Grupo4 3 Uma(uma camada) Grupo5 2 +/ Grupo6 2 +/ +

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Figura11 AF.Variaçãonacoloraçãodosglomerosporos.AAc.undulata .B Gl. tortuosum . C Gl. clavisporum . D Gl. australe . E Gl. constrictum . F Gl. badium . Placagerminativaouorb Asplacasgerminativasouorbssãobasicamenteestruturascompartimentalizadasque seformamentreascamadasmaisinternasdocomponente germinativo, sendo comumente encontradaem Scutellospora,Racocetra,Cetraspora,Fuscutata,Dentiscutata , Quatunica e dificilmente observada em Acaulospora, Ambispora (sinanomorfo acaulosporóide), Archaeospora , Pacispora e Kuklospora . Nenhum registro de orb foi realizado ainda em Otospora e Entrophospora , porém devem ser semelhantes aos encontrados em outros membrosacaulosporóides.

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Placas germinativas foram observadas em representantes de todos os gêneros com glomerosporos escutelosporóides: Scutellospora, Racocetra, Cetraspora, Fuscutata, Dentiscutata e Quatunica . Porém, dentre os gêneros que possuem orb apenas em Am. brasiliensis , Ac.koskei,Ac.lacunosa eAc.mellea foipossíveldetectála. Há, dentre os glomerosporos escutelosporóides, nítidas diferenças entre as placas germinativas(Fig.12)quepodemserusadascomocarátermorfológicoparasegregargrupos de espécies. Assim, quatro grupos de placas germinativas foram classificadas segundo a complexidade(Fig.13). Placagerminativaformandoumúnicolóbulo( Scutellosporapernambucana )oudois lóbulos( Fuscutataheterogama eFu.rubra )foramclassificadascomosimples;aquelascom até seis lóbulos (compartimentos) de onde emergem os tubos germinativos foram classificadas como de média complexidade ( Ra. castanea, Ra. fulgida e Racocetra sp.1 e sp.2)enquantoaquelascomplacaspigmentadasmultilobadas (mais de seis lóbulos) foram classificadas como de alta complexidade ( De. biornata, De. reticulata, De. scutata, De. cerradensis,Dentiscutata sp1.). Scutellosporapernambucana éaúnicacomplacagerminativaemformadeespiral, sendoumaespéciechavedentrodogênero Scutellospora recentementedelimitadoporOehl etal.(2008).Essetipodeplacasugereque Sc.pernambucana podesertransferidaparaum novogênero,porémsófuturasevidênciasmolecularesdevemelucidaressaquestão. Aseparaçãodeespéciesescutelosporóidesemseisgêneros: Scutellospora,Racocetra, Cetraspora,Fuscutata , Dentiscutata e Quatunica, comopropostoporOehletal.(2008)leva em consideração principalmente o número de paredes produzidas nos glomerosporos e a estruturadasplacasgerminativas. Emglomerosporosde Acaulospora aplacagerminativaouorbfoiobservadaapenas em Ac.lacunosa e Ac.mellea .Em Ac.lacunosa aplacaésimilaràobservadaem Kuklospora colombiana (Spain, 1992) e em Sc. pernambucana (Silva et al. 2008),porém na primeira espécieasbordasdoorbsãomaisenrugadas(Fig.14)doquenasduasoutras. Acaulosporamellea apresentaumorbmulticompartimentalizado,similaraoobservadoem Ac.scrobiculata e Ac. rehmii, quepodeserconsideradodemédiacomplexidade.Segundo Spain(1992),utilizandoseapenasoorbcomocarátermorfológiconãoépossívelsepararar Ac.scrobiculata de Ac.rehmii .Essesresultadosevidenciamquenafamília Acaulosporaceae oorbpoderáserusadonofuturoparasegregargruposdeespéciesassimcomofoifeitocom os glomerosporos escutelosporóides (Oehl et al. 2008). O problema está relacionado aos dadossobreosorbsnamaioriadasespécies,queaindasãoescassoseumareestruturação

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nessegrupodeespéciesdevelevarumpoucomaisdetempo.Alémdisso,assemelhanças entreaplacagerminativade Sc.pernambucana eosorbsde Kuklosporacolombiana e Ac. lacunosa podemserconsideradasevidênciasmorfológicasdeancestralidade,comosugerido pelosdadosmoleculares(Schuessleretal.2001;Jamesetal.2006,Hibbettetal.2007). Determinar gruposdeespéciescombasenas característicasdasestruturasgerminativas (placa germinativa ou orb) nem sempre é possível. Aparentemente, em glomerosporos escutelosporóidesoproblemaestáresolvido(Oehletal.2008),poisapenaspara Ra.minuta e Ra. alborosea não há dados sobre a placa germinativa no materialtipo.Paramembrosde Acaulosporaceae serão necessários mais esforços para compreender essas estruturas, considerandoquepermanecemindescritasnagrandemaioriadasespécies.Seaplacaou orb seformaapenasquandooglomerosporoestáemprocessodegerminação,entãoocultivo in vitro comraízestransformadaspodeserumatécnicaútilparaacompanharodesenvolvimento edeterminaramorfologiadessasestruturas.

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Figura12AF.Diversidadedeplacasgerminativasemglomerosporosescutelosporóides.A –Placagerminativacomplexaem Dentiscutatabiornata .B–Detalhedaplacagerminativa complexa em Dentiscutata sp. C – Placa germinativa de De. scutata . D Placa de complexidademédiaem Ra.castanea .E–Detalhedaplacademédiacomplexidadeem De. cerradensis .F–Detalhedeumaplacasimplesem Fu.heterogama. (GT)Tubogerminativo.

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Figura 13 AD. Complexidade das placas germinativas em Racocetraceae, Scutellosporaceae e Dentiscutataceae .A–Placagerminativasimplescomapenasumlóbulo em Sc.pernambucana .B–Placagerminativasimplesem Fuscutataheterogama .C–.Placa germinativademédiacomplexidadeem Racocetracastanea .DPlacadealtacomplexidade em Dentiscutatabiornata .

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Figura14.Glomerosporosde Acaulosporalacunosa (isoladoBEG78).1.Aspectogeral;2. detalhedaestruturadaparede,comamaisinternacoradaemMelzer;3.Detalhedo orb ;4. Detalhedo orb edotubogerminativo(GT). Asevidênciasmorfológicasdasplacasgerminativasobservadasdurante esseestudo em representantes com glomerosporos escutelosporóides e os orbs nos glomerosporos acaulosporóidesindicamqueasestruturasespecializadasdegerminaçãosãoformadasentre ascamadasmaisinternasdocomponentegerminativodaparededoglomerosporos.Emgeral osestudosontogenéticosrealizadosem Scutellospora , Acaulospora eKuklospora enfatizam queaplaca germinativaouorbsãoformadasentreasparedesgerminativas(Morton1995; Stürmer&Morton1999b).Porém,ignoramqueessaplacaéoriginadaapartirdaparedemais interna, dando a falsa impressão de que se formam independentemente durante o desenvolvimentodoglomerosporoesemligaçãocomas camadas que compõem a parede interna. Essa contextualização está equivocada, pois a origem das placas está ligada às camadas da parede interna. Ao descrever o processo de formação das placas a partir das camadas mais internas Oehl et al. (2008) apresentam um argumento mais preciso nesse sentido.

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Ahifadesustentaçãoéobservadaexclusivamenteem glomerosporos glomóides, o que engloba os gêneros Glomus, Paraglomus, Diversispora, Pacispora, Ambispora (sinanomorfo glomóide) e Archaeospora (sinanomorfo glomóide) . Na hifa de sustentação foramobservados:aforma,onúmeroeaaparênciadascamadas,alémdoporo.Onúmerode hifasdesustentaçãoporesporotambémfoiavaliado. Emgeralaformadahifadesustentaçãonãodeterminaespécies,poisamesmavaria de cilíndrica a irregular passandopor forma de funil e constrita nabase; isso é facilmente notadotambémnasdescriçõesoriginais.Glomerosporosde Gl.mosseae sãocaracterizados basicamente por apresentar hifa de sustentação em forma de funil, porém alguns glomerosporos examinados apresentavam hifa cilíndrica a levemente constricta na base. Glomus constrictum é outro exemplo dessa variação. Glomerosporos dessa espécie, como indicadopelonome,sãocaracterizadospelahifadesustentaçãoconstrictanabase,porémos glomerosporos avaliados durante os estudos mostram que muitos representantes não apresentamessacaracterística. Autilizaçãodoseptocomocarátermorfológicopara delimitar espécies também é problemáticojáqueemummesmoisoladoháglomerosporoscomporofechadoeoutrosnão. Asdescriçõesoriginaisdasespéciesnãoenfatizamessacaracterísticaoqueimpedequalquer análise conclusiva sobre essa estrutura. O poro pode estar aberto ou ocluso por uma das camadas da parede do glomerosporo e se ocluso o septo pode ser formado de diferentes maneiras. Glomerosporosde Gl.fulvum ede Gl.cuneatum,porexemplo,apresentamporo fechadopeloalargamentodacamadalaminada,quegeralmentenãoseprolongamuitonahifa desustentação.Glomerosporosde Gl.halonatum apresentamporofechadopelacamadamais internadaparede,enquantoosde Gletunicatum sãofechadospeloespessamentodeumdos ladosdaparededahifaformadapelacamadalaminada.Glomerosporosde Gl.australe não formamseptonoporo,queemgeralé aberto. Em Glomusbadium ahifadesustentaçãoé curtaemuitopigmentadaeoporonãofoiobservado.Outrasvariaçõespodemserobservadas no gênero Glomus , mas para isso são necessárias análises detalhadas dessa estrutura nas váriasespéciesqueapresentamglomerosporosglomóides. Acordahifadesustentaçãoapresentapequenavariação.Glomerosporospigmentados podemapresentarhifasdesustentaçãohialinas( Gl.etunicatum )enquantooutrosapresentam hifascomamesmapigmentaçãodoesporo( Gl.clarum,Glcoremioides,Gl.clavisporum,Gl. taiwanensis, Gl. liquidambaris, Gl. cuneatum, Gl. fulvum, Gl. constrictum, Gl. australe, Paraglomus occultum, Pacispora robigina, Pacispora sp.). Oehl (comunicação pessoal) afirma que a coloração da hifa de sustentação também pode ser considerada uma

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característicasecundáriaparaasegregaçãodegruposdeespéciesdentrodogênero Glomus . Apesardisso,aschavesdeidentificaçãodisponíveisnessetrabalhonãoutilizamessecaráter, assimcomoonúmerodecamadasnahifadesustentação para a segregação de grupos de espéciesconsiderandoquenãohádadossobremuitasdasespéciestratadas. Explorar mais essas características da hifa de sustentaçãopode ser útilpara melhor delimitaçãodostáxonsjádescritos(principalmenteosmaisantigos)etambémparaosnovos paraquehajahomogeneidadenasdescrições,facilitandoascomparações. Onúmerodehifasdesustentaçãodeveserconsideradoumcarátersecundário,sendo útilapenasparasegregargruposdeespéciesjáquehácasosondeosglomerosporospodem ou não apresentar duas hifas de sustentação ( Gl. etunicatum e Gl. heterosporum ) e outros onde todos os glomerosporos apresentam no mínimo duas hifas de sustentação ( Gl. glomerulatum )ouaquelescommaisdeduashifasdesustentação( Glomus sp.2). Glomerosporos de Glomus sp.2 apresentaram até oito hifas de sustentação, característica não descrita para nenhuma outra espécie de Glomus . Apenas Gl. multicauli apresenta glomerosporoscomvariashifasdesustentação,porémnessaespécienomáximo quatrohifasporesporoforamdocumentadas(Gerdemann&Bakshi1976). Segundoadescriçãode Gl.fasciculatum háregistrodeglomerosporoscomduashifas desustentação,porémnenhumglomerosporosdomaterialtipoapresentaessacaracterística. Glomerosporos de Gl. aggregatum poderiam estarentreosde Gl. fasciculatum , pois estes apresentam duas hifas de sustentação como foi observado aqui, durante os estudos ( Gl. aggregatumeGl.fasciculatum ). Sieverding (1987) distinguiu Gl. glomerulatum das demais espécies de Glomus principalmente pela presença de duas hifas de sustentação em todos os esporos do esporocarpo. Porém, esporocarpos de Gl. glomerulatum encontradosno nordestebrasileiro não apresentaram duas hifas de sustentação em todos os esporos (ver descrição de Gl. glomerulatum ), embora a maioria tenha realmente duas hifas. Sieverding (1987) usou o númerodehifasdesustentaçãocomoprincipalcaracterísticaparaseparar G.glomerulatum dasdemaisespéciesde Glomus eessacaracterísticapareceestável,poispotesdeculturacom isolados dessa espécie foram estabelecidos no Laboratório de Micorriza da UFPE sendo evidenciada a freqüente ocorrência de duas ou mais hifas de sustentação na maioria dos esporosnosesporocarpos. O sáculo esporífero é observado apenas em glomerosporos acaulosporóides e entrofosporóides ( Acaulospora, Archaeospora, Intraspora, Kuklospora, Entrophospora, Ambispora eOtospora )ecaracterizaseporserumaestruturageralmentefrágil,quecolapsa

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facilmentenamaturidadeeemgeralnãoapresentapigmentação.Noentanto, Entrophospora infrequens apresentasáculosmaisrobustosquedificilmentecolapsam,ereagemfortemente em Melzer, adquirindo coloração dextrinóide (vermelhopúrpura escuro), característica não observada em qualquer outra espécie avaliada durante esse estudo. Apenas o sáculo esporíferode Ac.koskei apresentoureaçãoamilóide,ouseja,adquiriucoloraçãoazuladaem presença de Melzer (Goto et al. 2008a). Sáculos esporíferos de Ac. tuberculata também diferemdasdemaisespéciesavaliadas,sendoosúnicospigmentados(amareloamarronzado). Diferentedoqueacontececomahifadesustentação,osáculoesporíferogeralmenteé hialino,deparedefina,comduascamadasfortementeaderidas.Dentreasespéciesestudadas, apenas En.infrequens e Ac.tuberculata apresentamsáculosesporíferosmaisrobustos,com parede espessada composta por três camadas, no entanto diferem porque apenas em Ac. tuberculata osáculoépigmentado. De modo geral as características relacionadas ao sáculo esporífero não devem ser usadascomocaráterparasegregarespéciesnemgruposdeespécies,poisnãoháevidencias morfológicasqueauxiliemnaidentificação,excetopara Ac.tuberculata e En.infrequens. Obulbosuspensoréumaestruturageralmentesubglobosa a elipsóide que origina glomerosporos gigasporóides ( Gigaspora ) e escutelosporóides ( Scutellospora, Racocetra, Cetraspora,Fuscutata,Dentiscutata e Quatunica ). Assimcomoocorrecomashifasdesustentaçãodeglomerosporosglomóides,obulbo suspensor apresenta grande variação na forma, o que impede a utilização desse caráter na delimitaçãodeespécies.Porém,acordobulbopode seguir a cor dos glomerosporos ( Fu. heterogama, Fu. rubra, De. reticulata, De. biornata, Dentiscutata sp1., Racocetra sp1. , Racocetra sp2., Ra. fulgida, Ra. gregária, Ra. minuta, Ra. pérsica, Ra. verrucosa Qu. erytropa )ouaindadaplacagerminativa( Fu.savannicola,Ce.Pellucida,De.cerradensis e De.scutata ).Onúmerodecamadasqueformaaparededobulbosuspensortambémpode variar,porémonúmerodecamadasdobulbopodenãoestarrelacionadocomonúmerode camadasdocomponenteestrutural.Porexemplo,glomerosporosde De.biornata apresentam trêscamadasnocomponenteestrutural,porémobulboapresentaapenasumacamada.Além disso,glomerosporosde Dentiscutata sp1.apresentamornamentaçãonasuperfícieinternada parede do bulbo suspensor similar ao observado na superfície interna do componente estrutural. Maiordetalhamentodascélulassuspensoróides,incluindoonúmerodecamadasda parede do bulbo podem, futuramente, ajudar a delimitar espécies ou grupos de espécies.

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Porém,atéomomentoobulbosuspensordeveserconsideradoumaestruturasecundáriana taxonomiadosFMA.

3 Chaves dicotômicas para identificação de gêneros e espécies de fungos micorrízicos arbusculares(FMA) Existemaproximadamente205espéciesdeFMAdescritas(deSouzaetal.2008),e uma ampla diversidade estrutural pode ser encontrada no filo Glomeromycota , porém a identificaçãodasespécieséumatarefadifícil,sendonecessáriamuitaexperiênciaporparte do observador. Além disso, há carência de trabalhos que reúnam informações sobre as variações nas espécies, contribuindo para construção de chaves de identificação mais acuradas.

Oúnicomanualquecompilaumgrandenúmerodeespéciesedisponibilizatabelas paraidentificaçãoéodeSchenck&Pérez(1990).Essastabelasnãoapresentam,paramuitas espécies,aestruturadaparededoesporo,consideradoumdosaspectosmorfológicosmais críticosparaidentificaçãodosFMA(Morton1988).

Atualmente,asmaioresfontesdedadosmorfológicos usando espécies oriundas de potes de culturas vivas são disponibilizadas por Morton no site da International Culture Collection of Vesicular Arbuscular Mycorrhizal Fungi INVAM (http://invam.caf.wvu.edu/taxonomy) e no site particular de Janusz Blaszkowski (http://www.agro.ar.szczecin.pl/~jblaszkowski/). Porém em nenhum desses são disponibilizadaschavesdeidentificação.

Agrandemaioriadaschavesdisponíveisérestrita,tratandoapenasdealgunsgêneros ouespécies.Zhang&Wang(1991)disponibilizaramchavesdeidentificaçãoparaespéciesde Glomus ,porémessetrabalhoestáemchinês,oquetornaproblemáticaasuautilização.Silva etal.(2005)publicaramumaamplachavedeidentificaçãoparaespéciesde Scutellospora , mas várias novas espécies foram descritas desde então. Outras chaves abordam espécies encontradas em estudos ecológicos, ou comparativos entre novas espécies e as morfológicamentepróximas(Tandy1975;Nicolson&Schenck1979;Gerdemann&Trappe 1973;Walker&Trappe1981;Berch&Fortin1983;Schencketal.,1984;Koske&Walker 1985;McGee1986;Wu1993;Oehl&Sieverding2004).Emalgunscasossãocomparadas

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espéciesdeFMAcomoutrasdegruposdiferentes(Goto&Maia2006b)faltandochavesmais amplas,comoasformuladasporSchenck&Pérez(1990).

Assim, problemas na identificação de espécies de FMApersistemesãoagravados, principalmenteporquetécnicasmolecularesvêmsendousadascomobaseparaadistinçãode novosgêneros,taiscomo: Archaeospora,Paraglomus , Pacispora ,Diversispora e Otospora (Morton&Redecker2001;Oehl&Sieverding2004;Walker&Schuβler2004;Palenzuelaet al2008),cujasespéciesnemsempresãomorfologicamentedistintasdasdeoutrosgêneros.

Aausênciadechavesabrangentes,paragrandenúmerodeespéciesdificultasobretudo ostrabalhosdeinventárioedistribuiçãodeespécies.Porestarazão,estãosendopropostas chavesparafacilitarepromoveraidentificaçãoacuradadasespéciesdeFMA.

CHAVEPARAGÊEROS 1–Fungossimbioticamenteassociadosacianofíceas...... Geosiphon 1’–Fungosobrigatoriamenteendosimbiontescomplantas,formandoarbúsculosnocórtex dasraízes...... 2 2–Esporosformadosemesporocarposoulivremente,comhifadesustentação(glomóides) oubulbosuspensoróide(gigasporóide)...... 3 2’–Esporoslivres,formadosapartirdeumsáculoesporífero,apresentandopedicelo,uma ouduascicatrizes...... 6 3–Esporoscombulbosuspensor...... 4 3’–Esporoscomhifadesustentação...... 5 4–Esporossemumcomponentegerminativoesemplacagerminativa,superfíciedacamada mais interna da parede ornamentada com projeções similares a papilas (camada germinativa)...... Gigaspora 4’ – Esporos com componente germinativo e com placa germinativa...... 13 5–Esporoscomcomponentegerminativo...... 7 5’–Esporossemcomponentegerminativo...... Glomus 6–Esporosglomoidese/ouacaulosporoides,pedicelodeparedeespessa,compostaporduas camadas que originam a camada externa quebradiça e a média ornamentada...... Ambispora 6’ – Esporos glomóides, componente germinativo geralmente liso, reagindo em Melzer e componenteestruturalnãoquebradiço...... Pacispora

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7–Esporosformadoslateralmenteemsáculoesporífero,apresentandoapenasumacicatriz aoseparardahifa...... 8 7’–Esporosformadosdemodointercalarnopedicelo do sáculo esporífero, apresentando duascicatrizes,...... 11 8 – Esporos com parede simples sem componente germinativo, apresentando apenas três camadas...... Archaeospora * 8’Esporoscomcomponentegerminativo...... 9 9–Componentegerminativosemsuperfície“beaded”...... 10 9’Componentegerminativocomsuperfície“beaded”...... Acaulospora 10–Componenteestruturalcomquatrocamadas...... Otospora 10’Componenteestruturalcomduascamadas...... Ambispora 11–Esporoscomapenasumoudoisgruposdeparede...... 12 11’–Esporoscomtrêsgruposdeparede...... Kuklospora 12–Esporoscomumgrupocompondoaparede...... Intraspora 12’–Esporoscomdoisgruposcompondoaparede...... Entrophospora 13–Esporoscomapenasumcomponentegerminativonaparede...... Racocetra 13’–Esporoscomdoisoutrêscomponentesgerminativosnaparede...... 14 14–Esporoscomdoiscomponentesgerminativos...... 15 14’–Esporoscomtrêscomponentesgerminativos...... Quatunica 15–Placagerminativasempigmentação...... 16 15’–Placagerminativapigmentada...... 17 16–Placagerminativasimplesnaformadeviolino...... Scutellospora 16’ – Placa germinativa de média complexidade geralmente oval a irregular, multicompartimentada...... Cetraspora 17–Placagerminativasimplesnaformadeviolino...... Fuscutata 17’ – Placa germinativa de alta complexidade, elipsóide, oval ou cardióide, multicompartimentada...... Dentiscutata * Archaeosporasensu Spainetal.(2006). * Paraglomus e Diversispora foram excluídos da chave por não apresentarem caracteres morfológicosdistintosdosdemaisgêneros.Contudo,asespéciesdessesgênerospodemser encontradasnasdemaischavesparaespécies.

Grupo ARCHAEOSPORA * 1–Esporosacaulosporóidescomtrêscamadasnaparede...... A.trappei 1’–Esporosentrofosporóidecomtrêscamadasnaparede...... Intrasporaschenckii

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* O grupo Archaeospora foi aqui estruturado simplesmente pela semelhança entre os caracteresmorfológicosde Archaeosporatrappei e Intrasporaschenckii .

AMBISPORA (sinanomorfoacaulosporóide) 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporossemparedeornamentada...... 4 2–Ornamentaçãonaparedeexterna...... 3 2’Ornamentaçãonaparedemédia...... A.appendicula 3Ornamentaçãocerebriforme...... A.jimgerdemannii 3’Ornamentaçãopustular...... A.brasiliensis 4–Esporoamareloclaroamarrom...... A.gerdemannii 4’Esporohialinoabranco...... A.fennica

ETROPHOSPORA * 1–Peridiospororecobrindooesporo...... E.baltica 1’–Ausênciadeperidiosporo...... E.infrequens * Sensu Sieverding&Oehl(2006).

GIGASPORA 1–Esporosdecoloraçãobrancocreme,amarelaouesverdeada...... 2 1’–Esporosdecoloraçãorosada...... G.rosea 2–Esporosgrandes(240–800 m)ecomparede<14 mdeespessura...... G.gigantea 2’–Esporosmenores(143–480 m)eparedecomespessura>14 m...... 3 3 – Parede do esporo espessa atingindo até 45 m de espessura e levemente flexível...... G.decipiens 3’–Parededoesporovariandode15–26 m...... 4 4–Doisoumaisbulbossuspensorespresosaoesporo...... G.ramisporophora 4’–Apenasumbulbosuspensorpresoaoesporo...... 5 5 – Esporos de coloração creme a verde, melhor visualizada em conjunto, na lupa...... G.albida 5’ – Esporos de branco creme a amarelo escuro, melhor visualizada em conjunto, na lupa...... G.margarita

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KUKLOSPORA 1–Esporoscomparedeornamentadacomperfurações...... K.kentinensis 1’–Esporossemparedeornamentada...... K.colombiana

PARAGLOMUS 1–Esporoscomparedeornamentadacomperfuraçõesouestrias...... P.brasilianum 1’–Esporossemparedeornamentada...... 2 2Esporoscomtrêscamadascompondoaparede...... P.occultum 2’Esporoscomduascamadascompondoaparede...... P.laccatum

PACISPORA 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporoscomparedelisa...... 5 2 – Parede do esporo ornamentada com depressões na segunda camada do componente estrutural...... P.boliviana 2’ – Parede do esporo ornamentada com verrugas e projeções na primeira camada do componenteestrutural...... 3 3–Ornamentaçãocomverrugas<5 m...... P.scintillans 3’–Ornamentaçãocomprojeçõesdiferentesdeverrugas...... 4 4–Ornamentaçãocomverrugasgrandesepequenas>5 m...... P.chimonobambusae 4–Ornamentaçãocompústulasirregularmentedistribuídas...... P.patagonica 5–Esporospigmentados(marromclaroamarromavermelhado)...... P.robigina 5’–Esporoshialinos...... 6 6–ComponentegerminativoreagindoemMelzer...... P.franciscana 6’–ComponenteestruturalreagindoemMelzer...... Pacispora sp. * Pacisporacoralloidea descritaporOehl&Sieverding(2004)foiexcluídadachavepornão apresentar características morfológicas consistentes para a distinção da espécie. Pacispora dominiki foiconsideradasinonímiade P.scintillans comosugeridoporWalkeretal.(2004)e porissoexcluídadachave.

ACAULOSPORA 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporossemparedeornamentada...... 17 2–Esporosornamentadoscomprojeções...... 3

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2’Esporosornamentadoscomdepressões...... 8 3–Projeçõesemformadedentesmolaresouverrugas...... 4 3’–Projeçõesemformadeespinhosoutubérculos...... 5 4–Ornamentaçãoemformadedentesmolareshomogeneamentedistribuídosnasuperfície doesporo...... A.denticulata 4’–Ornamentaçãoemformadeverrugasdediferentestamanhos...... Ambisporabrasiliensis 5 – Esporos marrom a marrom avermelhados e projeções tuberculares (0,7 – 1,5 m de altura)homogeneamentedistribuídosnasuperfíciedoesporo...... A.tuberculata 5’ Esporos hialinos a levemente amarelados e projeções em forma de espinhos homogeneamente distribuídos na superfície dos esporos ou espinhos imersos em uma depressãopentagonal,hexagonaloucircular...... 6 6–Espinhoshomogeneamentedistribuídasnasuperfíciedeesporos(14 mdealtura)de coloraçãohialinaaamareloclaro...... A.spinosa 6’–Espinhosimersosemumadepressãopentagonal,hexagonaloucircular...... 7 7–Esporoscomseisousetecamadascompondoaparede...... A.bireticulata 7’–Esporoscomquatrocamadascompondoaparede...... A.elegans 8–Esporoshialinosouamarelados...... 9 8’Esporospigmentados(marromouavermelhados)...... 15 9 – Esporos com depressões arredondadas homogeneamente distribuídas na superfície do esporo...... 10 9’–Esporoscomdepressõesalongadas,labirintiformes...... A.rehmii 10–Paredecomtrêscamadas...... A.undulata 10’–Paredecommaisdetrêscamadas...... 11 11–Paredesemumacamadaamorfanocomponentegerminativo...... A.scrobiculata 11’–Paredecomumacamadaamorfanocomponentegerminativo...... 12 12–Esporoscomduascamadasunitáriasnocomponenteestrutural...... A.cavernata 12’–Esporoscomcamadalaminadacompondoocomponenteestrutural...... 13 13–Superfícielevementeornamentadacompequenasdepressõesousulcosoriundosdeuma superfícierugosa...... 14 13’–Superfíciedoesporocomdepressõesmaisprofundaseevidentes,emformadepiresou discos...... A.lacunosa 14–Superfícielevementeornamentadacompequenasdepressões...... A.dilatata 14’ Superfície ornamentada com sulcos oriundos do enrugamento da superfície...... A.rugosa* 15–Esporoscomcincocamadasnaparede...... A.excavata 15’–Esporoscomseteouoitocamadasnaparede...... 16

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16 – Esporos com sete camadas compondo a parede e ornamentados com depressões irregulares...... A.foveata 16’ Esporos com oito camadas compondo a parede e ornamentados com depressões regulares...... A.alpina 17 –Esporosformadosemagrupamentossimilaresaesporocarpos...... 18 17’–Esporosformadosectocarpicamente...... 19 18–Esporoshialinos...... A.myriocarpa 18’–Esporospretos...... A.sporocarpa 19–Parededoesporocomtrês,quatrooucincocamadas...... 20 19’–Parededoesporocomseisousetecamadas...... 25 20–Esporoscomtrêsouquatrocamadasnaparede...... 21 20’–Esporoscomcincocamadasnaparede...... 24 21–Esporoscomtrêscamadas...... Archaeosporatrappeii 21’–Esporoscomquatrocamadas...... 22 22 – Componente estrutural com a primeira camada evanescente e a segunda laminada...... A.nicolsonii 22’–Componenteestruturalcomumaouduascamadasunitárias...... 23 23–Componenteestruturalcomumacamadaunitária...... A.polonica 23’Componenteestruturalcomduascamadasunitárias...... A.walkerii 24 – Esporos hialinos com componente estrutural apresentando dupla camada unitária...... A.splendida 24’ – Esporos amarelados com componente estrutural apresentando a primeira camada evanescenteeasegundacamadaaderidaàterceira,ambasunitárias...... A.longula* 25–Esporoscomseiscamadasnaparede...... 26 25’–Esporoscomsetecamadasnaparede...... 27 26 – Componente estrutural com a primeira camada evanescente e a segunda laminada...... 28 26’ – Componente estrutural com a primeira camada unitária e a segunda laminada...... A.thomii 27–ReaçãoemMelzernocomponenteestruturalegerminativo...... A.koskei 27’–ReaçãoemMelzerapenasnocomponentegerminativo...... A.delicata 28–ReaçãoemMelzerausentenaparede...... A.entreriana 28–ReaçãoemMelzerpresentenaparede...... 29 29–ReaçãoemMelzernocomponenteestruturalenogerminativo...... A.colossica 29’–ReaçãoemMelzerapenasnocomponentegerminativo...... 30 30–Esporos(140–240 m)laranjaamarromavermelhados...... A.laevis

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30’ – Esporos (60 – 140 m) amarelo claro a amarelo escuro, levemente alaranjados...... 31 31 – Esporos amarelo claro com camada laminada variando de 2,0 – 2,4 m de espessura...... A.morrowiae* 31’–Esporosamareloescuroalevementealaranjadoscomcamadalaminadavariandode3,6 –5,1 mdeespessura...... A.mellea* *Esporosdessasespéciessãodifíceisdeseparardevido à semelhança na cor, dimensão e estruturadaparede.Poressarazãoénecessário umaavaliaçãomaisdetalhadadosesporos dessas espécies, pois a visualização de algumas camadas em esporos de campo pode ser difícil. CETRASPORA 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporossemparedeornamentada...... 3 2–Esporosornamentadoscomespinhos...... C.spinosissima 2’–Esporosornamentadoscomestrias...... C.striata 3–Esporospigmentados...... C.armeniaca 3’–Esporoshialinos...... 4 4–ReaçãoemMelzernocomponentegerminativo...... C.gilmorei 4’–ReaçãoemMelzernocomponenteestruturalegerminativo...... C.pellucida FUSCUTATA 1–Esporoscomparedeornamentadacomespinhos...... F.heterogama 1’–Esporossemparedeornamentada...... 2 2–Esporospigmentados...... F.rubra 2’–Esporoshialinos...... F.savannicola DETISCUTATA 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporossemparedeornamentada...... 6 2–Esporospigmentados...... 3 2’–Esporoshialinos...... D.cerradensis 3–Esporosapresentandoornamentaçãoretícular...... 4 3’–Esporossemornamentaçãoreticular...... 5 4–Reticulopoligonalcompequenosespinhosnointeriordoreticulo...... D.reticulata 4’ – Reticulo globoso a subgloboso com projeções similares a novelos no interior do reticulo...... D.nigra

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5–Esporoscomduplaornamentação...... D.biornata 5’–Esporoscomapenasumaornamentação...... D.heterogama 6–Esporospigmentados...... D.hawaiensis 6’–Esporoshialinos...... D.scutata RACOCETRA 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporossemparedeornamentada...... 6 2–Glomerosporosnegros...... 3 2’–Glomerosporosamareloamarron...... 4 3–Ornamentaçãoverrucosadesuperfícierombuda...... R.gregaria 3’–Ornamentaçãoirregulardesuperfícieplana...... R.coralloidea 4–Ornamentaçãoverrucosa...... R.verrucosa 4’–Ornamentaçãonaformadeespinhos...... 5 5–Espinhosnasuperfíciedaprimeiracamadadaparededoglomerosporos...... R.persica 5’ – Espinhos originados na segunda camada da parede do glomerosporo e perfurando a primeiracamada...... R.minuta 6–Glomerosporospigmentados...... 7 6’–Glomerosporoshialinos...... R.weresubiae 7–Primeiracamadadaparedeunitária...... 8 7’–Primeiracamadadaparedeevanescenteexpansiva...... R.alborosea 8–Primeiracamadadaparedesedesprendendofacilmentedasegundacamadageralmente espessa(1035µm)...... R.castanea 8’–Primeiracamadadaparedefortementeaderidaasegundaquegeralmenteéfina(68µm) ...... R.fulgida SCUTELLOSPORA 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporossemparedeornamentada...... 5 2–Esporosornamentadoscomduplaornamentação,...... 3 2’–Esporoscomapenasumaornamentação...... 4 3 – Esporos ornamentados com projeções verrucosas menores (0.5 1.0 µm) e colunas baciliformesmaiores(2–10µm)...... S.dipapilosa 3’–Esporoscomgrandesprojeções(30µm)epequenoscolículos(13µm)... S.projecturata 4–Esporoscomornamentaçãocrenulata,comprojeçõesnaformadedomooupapilassub poligonais...... S.crenulata

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4’ Esporos com ornamentação pústular, com projeções de forma arredondada ...... S.nodosa 5 – Placa germinativa com apenas um lóbulo formando um espiral e camada externa evanescente...... S.pernambucana 5’Placagerminativabilobadaformandoumaestruturasimilaraumcoraçãoouviolinoe camadaexternaunitária...... 6 6–ReaçãoaoMelzernocomponenteestruturalegerminativo...... 7 6’–ReaçãoaoMelzerapenasnocomponentegerminativo...... 8 7–Componenteestruturaladquirindocoloraçãoamareladaaalaranjada...... S.calospora 7’–Componenteestruturaladquirindocoloraçãomarromavermelhadoescuro.... S.arenicola 8–ReaçãoaoMelzernasduascamadasdocomponentegerminativo...... S.dipurpurescens 8’ – Reação ao Melzer apenas na camada mais interna do componente germinativo...... S.aurigloba

GLOMUSEESPOROSGLOMÓIDES (Chaveparaosgrupos) 1–Esporosencontradosisoladamentenosolo...... 2 1’ – Esporos agrupados em grandes ou pequenos aglomerados, ou em esporocarpos...... Esporocarpae 2 – Esporos recobertos por um manto hifálico densamente ou frouxamente arranjado...... Peridiosporae 2’–Esporossemummantohifálico...... 3 3–Comumcomponentegerminativo...... Endosporae 3’–Semumcomponentegerminativo...... Exosporae GRUPODOSESPOROCARPAE (Chaveparaosgrupos) 1–Esporocarposcomperídio...... Coremioides 1’–Esporocarpossemperídio...... 2 2–Esporosoriginadosradialmente,formandoumacamada,apartirdeumplexocentralde hifas...... Clavisporum 2’ – Esporos distribuídos aleatoriamente no esporocarpo, sem um plexo central de hifas...... Macrocarpum GRUPODOSCOREMIOIDES 1–Peridiofortementearranjado,dificilmenteseparandodoesporocarpo...... 2 1’–Perídiofrouxamentearranjado,facilmenteseparandodoesporocarpo...... 7 2–Esporocarposcomatécincoesporos...... 3

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2’–Esporocarposcommaisdecincoesporos...... 8 3–Esporoscomumadascamadasornamentadacomespinhos...... 4 3’–Esporossemcamadaornamentada...... 5 4–Esporoscomquatrocamadascompondoaparede;camadaexternaevanescenteformando umespessohalohialinoaoredordoesporo...... G.halonatum 4’Esporoscomtrêscamadascompondoaparede;camadaexternaevanescentesemumhalo aoredordoesporo...... G.monosporum 5–Esporoscomduascamadascompondoaparede...... 6 5’–Esporoscomtrêscamadascompondoaparede...... G.mortonii 6–Camadaexternadaparedeexpansiva,formandocolunasemPVLG;hifadesustentação reta...... G.coronatum 6’ – Camada externa da parede não expansiva; hifa de sustentação em forma de funil...... G.mosseae 7 – Esporos recobertos por um peridiosporo de hifas dicotomicamente ramificadas ...... G.corymbiforme 7’–Esporosnãorecobertosporummanto;perídioefêmero...... 15 8–Esporocarposemformadecorêmiooudepequenocogumelo...... 9 8’–Esporocarposglobosos,subglobososouirregulares...... 10 9–Esporocarpocomperídiobrancoeesporospretos...... G.cuneatum 9’–Esporocarpocomperídioeesporosmarromescuro...... G.coremioides 10–Esporocarpocomperídiodehifassinuosas...... G.sinuosum 10’–Esporocarpocomperídiodehifasentrelaçadas...... 11 11–Esporocarpocomperídiobranco...... 12 11’–Esporocarpocomperídiodeoutracoloração...... 13 12–Esporosde30–50 m...... G.canum 12’–Esporosde50–110 m...... G.radiatum 13Esporoscomduascamadasnaparede...... G.macrocarpum 13’–Esporoscomapenasumacamadanaparede...... 14 14–Esporosmarromamarromavermelhados...... G.microcarpum 14’–Esporoshialinos...... G.megalocarpum 15 – Esporos amarelo claro (coloração definida pelo material citoplasmático denso e granular),comparedecompostadeumacamadalaminada...... G.fulvum 15’ – Esporos marrons escuros (coloração definida pela parede do esporo), com parede compostaporduascamadasehifadesustentaçãoformadapelacontinuaçãodetodaacamada laminada...... G.fuegianum

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GRUPODOSCLAVISPORUM 1–Esporoscilíndricosouclavados,comaparedeespessadanoápice...... 2 1’ – Esporos subglobosos ou obovóides, sem espessamento no ápice da parede...... 3 2 – Parede dos esporos com duas camadas, a primeira fina e unitária seguida de uma laminada;ápicecomumacâmaradiferenciadapreenchidaounão...... G.taiwanensis 2’ – Parede dos esporos apenas com uma camada laminada e ápice sem câmara diferenciada...... G.clavisporum 3–Esporocarposcommaisde30esporosondeahifadesustentaçãoélongaefacilmente observada...... G.rubiforme 3’–Esporocarposcompoucosesporos(de5a30)ehifadesustentaçãocurtaedifícildeser observada...... G.badium GRUPODOSMACROCARPUM 1–Esporocarposcompequenasmassasdeesporosvariandode0,1–1,0 m...... 2 1’–Esporocarposcomgrandesmassasdeesporosvariandode1,0–50 m...... 15 2–Esporosamarelosclarosaamarelosescuros...... 3 2’–Esporosmarronsamarronsescuros...... 10 3–Esporoscomtrêscamadascompondoaparede...... 4 3’–Esporoscomumaouduascamadascompondoaparede...... 7 4Parededoesporocomduascamadasevanescentes...... 5 4’Parededoesporocomumacamadaevanescente...... 6 5 – Camada evanescente reagindo em Melzer, adquirindo coloração vermelho púrpura...... G.intraradices 5’CamadaevanescentesemreaçãoemMelzer...... G.xanthium 6Paredecompostaporumacamadaevanescente,hialina,seguidadeumalaminadamarrom eoutrahialinamembranosa...... G.antarcticum 6’–Paredecompostaporumacamadaevanescente,hialina,seguidaporumaunitáriahialina eumamembranosa...... G.heterosporum 7–Esporosgeralmentecomumahifadesustentaçãoraramentecomduas...... 8 7’ – Esporos geralmente com duas hifas de sustentação, raramente com uma, três ou quatro...... G.glomerulatum 8 – Esporos com parede espessa 9 – 20 m e lúmem comprimido pela espessa parede...... G.nanolumem 8’–Esporosdeparedefina5–14 melúmemnãocomprimidopelaparede...... 9 9–Esporoscomumacamadalaminadacompondoaparede...... G.fasciculatum 9’ – Esporos com duas camadas laminadas compondo a parede; eventualmente com recrescimentodeumesporoapartirdeoutrojáformado...... G.aggregatum

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10–Esporoscomtrêscamadascompondoaparede...... G.ambisporum 10’ –Esporoscomumaouduascamadascompondoaparede...... 11 11–Parededoesporocomduascamadas...... 12 11’–Parededoesporocomumacamada...... 14 12–Segundacamadadaparedeornamentadacomprojeções...... G.botryoides 12’–Segundacamadadaparedesemornamentação...... 13 13 – Camada externa evanescente estendendose até 100 m ao longo da única hifa de sustentação...... G.invermaium 13’–Camadaexternaevanescentenãoseestendendoaolongodahifa;geralmenteduashifas desustentaçãoporesporo...... G.heterosporum 14–Esporoscomparedefina(8–13 m)elaminaçõespoucoevidentes..... G.melanosporum 14’ – Esporos com parede espessa (14 – 26 m) e laminações bem evidentes como em Gigaspora ...... G.tenebrosum 15–Esporoamareloclaroaamareloescuro...... 16 15’–Esporomarromamarromescuro...... 24 16–Esporocarpospreenchidospormaterialgelatinoso...... 17 16’Esporocarpossemmaterialgelatinosopreenchendoosespaços...... 18 17–MaterialgelatinosocomreaçãodextrinóideemMelzer...... G.aureum 17’–MaterialgelatinososemreaçãoaoMelzer...... G.pallidum 18–Esporoscomtrêscamadascompondoaparede...... G.pellucidum 18’–Esporoscomumaouduascamadascompondoaparede...... 19 19–Esporoscomumacamadacompondoaparede...... 20 19’–Esporoscomduascamadascompondoaparede...... 21 20 – Parede do esporo espessa (8 15 m), reagindo em Melzer e adquirindo coloração laranja...... G.convolutum 20’–Parededoesporofina(3 m),semreaçãoemMelzer...... G.arborense 21–Esporocarposapresentandovesículas...... G.vesiculiferum 21’–Esporocarpossemapresençadevesículas...... 22 22–Esporocarposcomsuperfíciepoliédrica...... G.segmentatum 22’–Esporocarpossemsuperfíciepoliédrica...... 23 23 – Esporos hialinos a amarelados onde a parede da hifa formando espessamento tipo “colar”nopontodeinserçãodahifanoesporo...... G.cerebriforme 23’–Esporosamareloescuroalaranjaamarronzadosondeaparededahifadesustentação nãoespessadanopontodeinserçãocomoesporo...... G.versiforme 24Esporoscomtrêsoucomquatrocamadasnaparede...... 25

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24’–Esporoscomumaouduascamadasnaparede...... 28 25–Esporoscomquatrocamadasnaparede...... G.avelingiae 25’–Esporoscomtrêscamadasnaparede...... 26 26 – Camada externa da parede formando fendas ou colunas em PVLG, seguido de uma camadalaminadaornamentadacomverrugaseumacamadaunitáriainterna...... G.pansihalos 26’–CamadaexternanãoformandocolunasemPVLG,seguidadeumacamadalaminada ornamentadacomverrugaseumacamadainternamembranosa...... G.spinosum 27–Paredesdosesporoscomapenasumacamada...... G.tenerum 27’–Paredesdosesporoscomduascamadas...... 28 28 – Esporos com dupla camada laminada, sendo a primeira hialina e a segunda marrom...... G.warcupii 28’–Esporoscomumacamadaevanescenteeoutralaminada...... 29 29–Esporoscomcamadaevanescentehialina...... G.australe 29’–Esporoscomcamadaevanescentemarromescura...... G.atrouva GRUPODOSPERIDIOSPORAE 1 Esporos com manto hifálico denso e hifas com parede fina (1,0 m) dificilmente separandodoesporo...... 2 1’ – Esporos com manto hifálico frouxamente arranjado, hifas facilmente destacadas do esporo...... 5 2 – Recrescimento, vegetativamente, de outros esporos a partir das hifas do manto...... G.globiferum 2’–Semrecrescimentodeesporosapartirdomanto...... 3 3–Esporoscomapenasumacamadacompondoaparede...... G.tortuosum 3’–Esporoscomduasoucomtrêscamadascompondoaparede...... 4 4–Parededosesporoscomduascamadaslaminadas,sendoaprimeirahialinaeasegunda pigmentadamarromavermelhada...... G.mortonii 4’ – Parede dos esporos com três camadas, sendo a primeira unitária, seguida de uma laminadaedeumamembranosa...... G.globiferum 5–Parededosesporoscomumadascamadasornamentadacomespinhosimersosemuma camadaevanescente...... 6 5’–Parededosesporossemcamadaornamentada...... 7 6–Parededosesporoscomtrêscamadas,aevanescentecomsuperfíciegranulosaformando umhalohialinoaoredordosesporos...... G.halonatum 6’–Esporoscomduascamadas,aevanescentefinaeescamosasemhalohialinoaoredordo esporo...... G.monosporum 7–Parededosesporoscomduascamadas,aevanescenteexpansivaemPVLG.. G.coronatum 7’–Parededosesporoscomtrêscamadas,aevanescentenãoexpansivaefina...... G.mosseae

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GRUPODOSEDOSPORAE 1–Esporoscomparedeornamentada...... 2 1’–Esporoscomparedelisa...... 4 2 – Parede do esporo ornamentada com depressões na segunda camada do componente estrutural...... P.boliviana 2’–Parededoesporoornamentadacomverrugaseprojeções...... 3 3 – Ornamentação com projeções grandes e pequenas porém até 5 m de altura...... P.chimonobambusae 3’–Ornamentaçãocomverrugasmenoresque5 m...... P.scintillans 4–Esporospigmentados(marromclaroamarromavermelhado)...... P.robigina 4’–Esporoshialinos...... 5 5–ComponentegerminativoreagindoemMelzer...... P.franciscana 5’–ComponenteestruturalreagindoemMelzer...... Pacispora sp. GRUPODOSEXOSPORAE 1 – Parede dos esporos com uma das camadas ornamentadas com depressões ou projeções...... 2 1’–Parededosesporossemornamentação...... 12 2–Parededosesporosornamentadascomdepressões...... 3 2’–Parededosesporosornamentadascomprojeções...... 4 3–Parededosesporoscomduascamadas...... G.insculptum 3’–Parededosesporoscomtrêscamadas...... G.multiforum 4–Esporoshialinosalevementeamarelados...... Paraglomusbrasilianum 4’–Esporosalaranjadosamarromescuros...... 5 5–Esporosornamentadoscomespinhos...... 6 5’–Esporosornamentadoscomverrugas,retículosgeométricosoupústulas...... 8 6–Esporoscomduascamadascompondoaparede...... G.monosporum 6’–Esporoscomtrêscamadascompondoaparede...... 7 7Primeiracamadaevanescente,formandohalohialinoaoredordoesporo...... G.halonatum 7’ Primeira camada evanescente, sem formar halo hialino ao redor do esporo...... G.spinuliferum 8–Esporosornamentadoscomretículosgeométricosoupústulas...... 9 8’–Esporosornamentadoscomverrugas...... 10 9–Esporosornamentadoscomretículosgeométricos...... G.reticulatum 9’–Esporosornamentadoscompústulas...... G.pustulatum

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10–Esporoscomaprimeiracamadaornamentada...... 11 10’–Esporoscomasegundacamadafinamenteornamentada...... G.verruculosum 11 – Esporos com verrugas pequenas (0,5 m) e apenas uma hifa de sustentação por esporo...... G.callosum 11’ – Esporos com verrugas maiores (1,2 – 3,7 m) e duas a quatro hifas por esporos...... G.multicaule 12–Esporoshialinosaamarelados...... 13 12’–Esporospigmentados(alaranjadosamarromescuro)...... 33 13–Esporoscomumaouduascamadascompondoaparede...... 14 13’–Esporoscomtrês,quatrooucincocamadascompondoaparede...... 21 14–Esporoscomapenasumacamadacompondoaparedeeduashifasdesustentaçãopor esporo...... G.lacteum 14’–Esporoscomduascamadascompondoaparedeeapenasumahifaporesporo...... 15 15–Esporoscomcamadaevanescentemucilaginosa,viscosaoucomaparênciadesujeira..16 15’–Esporoscomprimeiracamadaflexível,unitáriaouexpansiva...... 19 16–EsporoscomacamadaexternaapresentandoreaçãoemMelzer...... A.leptoticha 16’–Esporossemreaçãodextrinóidenacamadaexterna...... 17 17 – Superfície dos esporos com material gelatinoso, coberto por partículas do solo...... G.viscosum 17’–Esporossemmaterialgelatinosonasuperfície...... 18 18–Esporosgeralmenteirregulares...... G.eburneum 18’–Esporosgeralmenteglobosos...... Diversisporaspurca 19–Primeiracamadadaparededosesporosexpansiva...... G.coronatum 19’–Primeiracamadadaparededosesporosflexívelouunitária...... 20 20–Primeiracamadadaparededoesporounitária...... G.albidum 20’–Primeiracamadadaparededoesporoflexível...... G.minutum 21–Esporoscomcincocamadasnaparede...... G.gerdemanii 21’–Esporoscomtrêsouquatrocamadasnaparede...... 22 22–Esporoscomquatrocamadasnaparede...... 23 22’–Esporoscomtrêscamadasnaparede...... 26 23–Primeiracamadadaparededoesporounitária...... G.proliferum 23’–Primeiracamadadaparededoesporoevanescente...... 24 24–Esporoscomduascamadasevanescentesnaparede...... 25 24’ – Esporos com uma camada evanescente seguida de uma unitária na parede...... G.caledonium

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25–Esporoscomduascamadasinternaslaminadas...... G.claroideum 25’–Esporoscomduascamadasinternas,aprimeira laminada e a segunda membranosa ...... G.luteum 26–Esporoscomaprimeiracamadadaparedelaminada...... 27 26’–Esporoscomaprimeiracamadadaparedeevanescente...... 28 27 – Parede dos esporos composta por duas camadas laminadas seguidas por uma membranosa...... G.dimorphicum 27’Parededosesporoscompostaporduascamadaslaminadasseguidasporumaunitáriae outralaminada...... G.trimurales 28–Esporoscomcamadainternalaminada...... 29 28’Esporoscomcamadainternamembranosa...... 32 29–CamadasexternasevanescentescomreaçãodextrinóideemMelzer...... 30 29’–CamadasexternasevanescentesnãoreagindoemMelzer...... 31 30 – Esporos com duas camadas externas hialinas, evanescentes e hifa de sustentação na formadefunil...... G.mosseae 30’–Esporoscomduascamadasexternashialinas,sendoaprimeiraevanescenteeasegunda laminada;hifadesustentaçãoreta...... G.clarum 31Esporoscomumazonaespongiformenacamadalaminada...... G.kerguelense 31’–Esporossemumazonaespongiformenacamadalaminada...... P.occultum 32–Esporoscomcamadalaminadahialina...... G.diaphanum 32’Esporoscomcamadalaminadaamarela...... G.lamellosum 33–Esporoscomuma,duasoutrêscamadascompondoaparede...... 34 33’–Esporoscomquatrooucincocamadascompondoaparede...... 44 34–Esporoscomapenasumacamadanaparede...... G.deserticola 34’–Esporoscomduasoutrêscamadasnaparede...... 35 35–Esporoscomduascamadasnaparede...... 36 35’–Esporoscomtrêscamadasnaparede...... 39 36–Parededoesporocomumacamadaevanescenteseguidadeumalaminada...... 37 36’ – Parede do esporo com uma camada laminada seguida por uma membranosa...... G.magnecaule 37–Hifadesustentaçãoretaouconstricta...... 38 37’–Hifadesustentaçãoirregularoubifurcada...... G.brohultii 38 – Hifa de sustentação reta e camada evanescente reagindo em Melzer, adquirindo coloraçãorosaaavermelhado...... G.etunicatum 38’ – Hifa de sustentação constricta e camada externa sem reagir em Melzer...... G.constrictum

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39–Esporoscomumacamadainternamembranosaouunitária...... 40 39’–Esporoscomcamadainternalaminada...... 42 40–Camadainternamembranosa...... 41 40’–Camadainternaunitária...... G.hyderabandensis 41–Camadaexternaflexível(membranosa)...... G.aurantium 41’Camadaexternaevanescente...... G.geosporum 42–Esporoscomumadascamadasexternasflexívelformandorugasousedesprendendo facilmentedacamadamaisinterna...... 42 42’–Esporossemcamadaexternaflexível...... G.intraradices 43–Hifadesustentaçãoformadapelacontinuaçãodaterceiracamada,laminada,daparede doesporo...... G.arenarium 43’–Hifadesustentaçãoformadapelacontinuaçãodastrêscamadasquecompõemaparede doesporo...... G.hoi 44–Esporoscomquatrocamadascompondoaparede...... G.bagyarajii 44’–Esporoscomcincocamadascompondoaparede...... 44 45–Primeiraesegundacamadasdaparededoesporohialinas,formandoumhaloaoredor doesporocomreaçãodextrinóideemMelzer...... G.caesaris 45’ Primeira e segunda camadas daparede do esporohialinasnãoformandoumhaloao redordoesporoesemreaçãoemMelzer...... G.gibbosum DescriçõesdealgumasespéciesdeFMA Acaulosporaalpina Oehl,Sykorova&Sieverd.Mycologia98:289.2006. Glomerosporos globosos a subglobosos (60 – 120 m) com coloração variando de amareloclaroaamareloescuro. Parededosesporoscompostaporduascamadasnocomponente estrutural e quatro camadasformandoocomponentegerminativo.Aprimeiracamadadocomponenteestrutural éfina,1,0 m,hialinaeevanescente,observadoapenasemesporosjovens,desaparecendona maturidade e difícil de ser observada em esporos provenientes de amostras de campo. A segunda camada é amarelada, eventualmente marrom claro, laminada e ornamentada com perfuraçõescircularesehomogeneamentedistribuídapelasuperfíciedoesporo.Nenhumadas camadasdocomponenteestruturalreageaoMelzer. Componentegerminativoformadoporquatrocamadas,asduasprimeirassãohialinas, flexíveis e fortemente aderida, seguida por mais duas camadas hialinas, sendo a primeira

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flexíveleaquartalevementeplásticaehialinaquereagefortementeemMelzeradquirindo coloraçãorosada.Cicatrizdifícildeserobservadaesáculoesporíferohialinodeparedefina. Apenasumacamadadeparedefoiobservadanosáculoesporíferoavaliado. Material Examinado : Suiça. Basel: A. alpina Oehl, Sykorova & Sieverd., material provenientedosAlpesSuíços. Comentários: Esporos de Ac. alpina podem ser confundidos com os de Ac. scrobiculata, Ac. paulinae e Ac. cavernata . A principal diferença entre essas espécies está relacionada à ornamentação da camada laminada. Esporos de Ac. alpina apresenta ornamentação menor, globosa e mais distante entre si quando comparados com os de A. paulinae . Acaulosporaalpina diferede Ac.cavernata porapresentaresporosamarelosclaros e ornamentação esparsada enquanto Ac. cavernata apresenta esporos mais escuros e ornamentaçãomaispróxima. Nenhumasuperfíciebeadedfoiobservadanosesporos de Ac. alpina , porém Oehl (comunicaçãopessoal)confirmaqueencontrouessacamadaemesporosdecampo. Acaulosporabireticulata Rothwell&TrappeMycotaxon8:472.1979. (Fig.15) Glomerosporosglobosos(187,5)165,3(130) m,coloraçãomarromescuraouverde escura, raramente laranja amarronzado em PVLG. Parede do esporo composta de seis camadassendoaprimeira7,5–12.5 mdeespessura,ornamentadaporretículosalveolados (circulares ou irregulares) ou de forma poligonal (tetragonal, pentagonal ou hexagonal) correspondendo ao primeiro grupo ( sensu Walker1983).Os espinhosamareloclaroficam dentrodosalvéolosdeaté2,5mdediâmetro.Asegundacamadaéhialina,membranosa, fina, fortemente aderida à terceira camada, também hialina e fina, atingindo 2,0 m de espessura correspondendo ao segundo grupo de paredes ( sensu Walker 1983). A quarta camadaéhialina,fina,<2,0 memembranosa,seguidadeumacamadahialinamaisespessa deaparênciacoriáceafortementeaderidaàsextacamada,hialina,fina,quereagefortemente em Melzer adquirindo coloração púrpura. Cicatriz normalmente globosa difícil de ser observadadevidoàornamentaçãodacamadaexternadaparededoesporo.Sáculoesporífero decoloraçãohialinaaamareloclaro,raramentepresoaoesporo.

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Material Examinado : Brasil. São Paulo: Campos do Jordão, material proveniente de FlorestadeAraucária, Souza ,URM45750. Suiça.Basel: ColeçãopessoalFritzOehl. Comentários: Segundo Rothwell &Trappe (1979), os glomerosporos de Ac. bireticulata temcoloraçãohialinaamarromclaro,comtrêscamadasdeparede.Noentanto, Blaszkowski(1997),emanálisemaisdetalhadaredescreveuaespécie,admitindoaexistência de sete camadas distribuídas em três grupos de parede. Essas sete camadas não foram observadas no isolado encontrado em Floresta Araucária. Esporos de Ac. bireticulata são ainda muito semelhantes aos de Ac. elegans , principalmente quanto à ornamentação da camada mais externa da parede, composta por espinhos dentro de um retículo alveolado. SegundoGerdemann&Trappe(1974),osesporosde Ac.elegans sãoglobososasubglobosos 140285x145330 m,elipsóidesoureniformes,enquantoosesporosde Ac.bireticulata são menores e a parede é composta por sete camadas em três grupos (Blaszkowski, 1997). Morton(http://invam.caf.wvu.edu)sugereque Ac.bireticulata sejasinonímiade Ac.elegans com base na sobreposição dos caracteres em isolados de ambas as espécies, entretanto nenhum trabalho tem sido feito com o material tipo para confirmar essa hipótese. Nos esporos isolados não foi possível observar com detalhes a camada laminada, que seria a segundacamadadoprimeirogrupodeparedesdeacordocomBlaszkowki(1997)eMorton (2002).Oprimeiro grupodeparede,quepossuiasornamentações, é bastante resistente à pressão e dificilmente se separa, dificultando a observação. A sétima camada de parede, pertencente ao terceiro grupo (Blaszkowki 1997), não foi observada. Essas variações (plasticidade) na forma da ornamentação e entre os isolados podem ser evidências que corroboram a hipótese de Morton (http://invam.caf.wvu.edu) de que Ac. bireticulata e Ac. elegans sãocoespecíficas.Trabalhosultraestruturaisemolecularespodemajudaraelucidar essasquestões. Acaulosporacavernata Blaszk.CryptogamicBotany1:204205.1989. Glomerosporos globosos a subglobosos, raramente elípticos, geralmente amarelo escuroamarrons.Parededosesporoscompostaporduascamadasnocomponenteestruturale quatrocamadasnocomponentegerminativo.Aprimeiracamadadocomponenteestruturalé fina,1,0 m,hialinaeevanescente,sendoobservadaapenasemesporosjovens,nosmaduros

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observaseapenasresquíciosdessacamada.Asegundacamadaépigmentada,amareloescura e eventualmente marrom, laminada e ornamentada com perfurações circulares, raramente irregulares,edensamentedistribuídas.ReaçãoemMelzernãofoiobservada,poisomaterial cedidoestavaapenasemPVLG. Componentegerminativoformadoporquatrocamadas, as duas primeiras hialinas, flexíveisefortementeaderidas,seguidaspormaisduascamadashialinas,sendoaprimeira com superfície rugosa (beaded), difícil de ser observada, e a segunda apresentando plasticidade(amorfa).Cicatrizdificilmenteobservadaesáculoesporíferoausente. Material Examinado : Suiça, Basel: Material proveniente da coleção pessoal do Dr. Fritz Oehl. Comentários: Esporos de Ac. cavernata podem ser confundidos com os de Ac. scrobiculata , Ac.alpina,Ac.excavata,Ac.undulata,Ac.paulinae,Ac.foveata e Kuklospora kentinensis , mas diferem pelo padrão de ornamentação. A diferenciação das espécies que apresentamperfuraçõesnaparedeestãodisponíveisemOehletal.(2003). Acaulosporaelegans Trappe&Gerd. MicologieMemoir5:34.1974. Glomerosporosglobosos(187,5)165,3(130) m,coloraçãomarromclaro,marrom avermelhadoalaranjaamarronzadoemPVLG.Parededoesporocompostadeseiscamadas, sendo a primeira 7,5 – 12.5 m de espessura, ornamentada com retículos alveolados (circulares ou irregulares) que se destacam da parede dos esporos maduros. Os espinhos ficamimersosnoretículo.Asegundacamadaéhialina,membranosa,fina,fortementeaderida àterceiracamadatambémhialinaefina,atingindo2,0mdeespessura.Aquartacamadaé hialina,fina,(<2,0 m)eflexível,seguidadeumacamadahialinamaisespessaaderida à sextacamada,hialina,fina,quereagefortementeemMelzeradquirindocoloraçãovermelho púrpura escuro. Alguns esporos de Ac. elegans estudados apresentaram até sete camadas compondo a parede. O grupo de paredes mais interno do componente germinativo apresentam três camadas em poucos esporos. Cicatriz normalmente globosa, difícil de ser observada.Sáculoesporíferodecoloraçãohialinaaamareloclaro,raramentepresoaoesporo. Alémdisso,apenasumacamadadeparedefoiobservadanossáculosesporíferosavaliados.

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MaterialExaminado : Suiça.Basel: materialdaColeçãopessoaldoDr.FritzOehl.EUA , Oregon ,MaterialTipo:OSC. Comentários: Esporosde Ac.elegans sãomorfologicamentesemelhantesaosde Ac. bireticulata emcor,tamanhoeestruturadaparede.Porém,aornamentaçãoem Ac.elegans é formadaporespinhosimersosemumretículodeformaglobosaquesedestacadasuperfície ornamentada, enquanto em Ac. birreticulata as ornamentações geralmente são angulares formandopentágonosehexágonoseoretículonãosedestacadacamadadeespinhos. Distinguir Ac.elegans de Ac. birreticulata pode ser difícil, pois o padrão de ornamentaçãoobservadoemambasasespéciespodeeventualmenteser encontrado emum únicoisolado.Porisso,estudoscomomaterialtipoalémdedadosmolecularespodemajudar aelucidaressasquestões(Gotoetal.2008a). Acaulosporaexcavata Ingleby&C.WalkerMycotaxon50:100.1994. Glomerosporosglobososasubglobosos(131,9–159,8 m) raramente elípticos, de coloraçãoamareloclaroamarromclaro,eventualmentemarromescuro. Parededoesporocompostaporcincocamadas,aprimeiraamarela,ornamentadacom depressõesdeaté2,8 m,espessa,5,6–9,4 m.Asegundacamadaéhialina,flexível,fina,< 2,0 m e aderida à terceira camada, também hialina, porém mais espessa. Quarta camada hialina, fina < 2,0 m, levemente granulosa na superfície (beaded), que reage em Melzer adquirindo coloração violeta. Cicatriz e sáculoesporífero não observados. Alguns esporos não apresentaram todas as camadas internas, ou estas não se separaram, dificultando a identificação. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Araripina, Mergulhão , materialprovenientede áreaimpactadapormineraçãodegipsita. Comentários: A morfologia da primeira camada não foi distinguível nos esporos examinados, porém Ingleby et al., (1994) afirmam que a primeira camada é laminada. Segundo esses autores a parede do esporo é composta apenas de três camadas, porém a terceiraapresentasuperfíciedestacávelornamentada[verfiguraEemInglebyetal.,1994].

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AquartacamadafoidescritaporInglebyetal.(1994)comoamorfa,porémoaspecto plásticodacamadaaparentementedependedaresina(Morton,1986). Acaulosporaexcavata podeserconfundidacom Ac.bireticulata,Ac.cavernatae Ac. foveata ,principalmentepelacoloraçãoeornamentação,empequenoaumento. Acaulospora excavata difere de Ac. bireticulata pela ornamentação e estrutura da parede.Em Ac.bireticulata aornamentaçãoéconstituídapordepressõescomespinhosea parede do esporo é composta de seis camadas, enquanto Ac. excavata a parede apresenta apenasquatrocamadaseaornamentaçãonãotemespinhos. Acaulosporaexcavata diferede Ac.cavernata basicamentepelonúmeroeestruturada parede.Enquanto A.excavata apresentaumacamadalaminada,duasflexíveisaderidaseuma flexívelornamentada(beaded),Ac.cavernata temduascamadasunitárias,umaflexível,uma coriáceaeoutraamorfa. Domesmomodo, Ac.excavata diferede Ac.foveata principalmenteporqueapresenta quatrocamadasnaparededoesporo,enquantoemAc.foveata oesporotemcincocamadas. Acaulosporafoveata Trappe&Janos Mycotaxon15:516.1982. (Fig.16) Glomerosporos geralmente globosos e subglobosos (230 – 272 m) marrom avermelhado. Parede do esporo composta por seis camadas. O componente estrutural é compostoporduascamadas,sendoaprimeiraevanescente,hialinaseguidadeumacamada laminada, espessa, com até 15 m, ornamentada com depressões ovóides, subovóides ou alongadas,quereageemMelzeradquirindotommaisavermelhado. Componente germinativo composto por quatro camadas. As duas primeiras fortementeaderidas,hialinas,finas,1,0 mcada,flexíveis,quesedestacamfacilmentedas duascamadasmaisinternas.Aterceiracamadadocomponentegerminativoéhialina,flexível e de superfície rugosa (beaded), fortemente aderida à quarta camada. A última camada é amorfapodeserfacilmenteobservadaemMelzerporadquirircoloraçãorosadaàvermelha púrpuraescura. SáculoesporíferohialinoaamareloclarocomduascamadasquereagememMelzer adquirindoumtomazulado(amilóide).

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Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, Goto , material provenientedeáreanativadeMataAtlântica. Comentários: Janos & Trappe (1982) afirmam que os esporos de Ac. foveata apresentam apenas duas camadas, uma externa ornamentadaeumainternahialina.Porém, Morton(http://invam.caf.wvu.edu)observousetecamadascompondoaparededoesporo.O componente estrutural segundo Morton (http://invam.caf.wvu.edu) é composto por três camadas.Contudo,nosesporosexaminadosnãofoipossível observar separação nítida das camadasdocomponenteestrutural. Acaulospora foveata é facilmente separada das demais espéciespelopadrãodeornamentaçãodaparededoesporo. Algunssáculosesporíferosde Ac.foveata apresentaram reação amilóide, similar ao observado em Ac. koskei (Goto et al. 2008a), sendo uma nova evidência para auxiliar na identificação da espécie. Porém, a reação é evidente apenas nas primeiras horas em que o materialéexpostoaoreagente. Acaulosporakoskei Blaszk. MycologicalResearch99:237.1995. Glomerosporos globosos a subglobosos (187,5) 167,3 (142,5) m, de coloração amareloclaroaamareloescurolevementealaranjadoemPVLG.Parededoesporocomposta de seis camadas, a primeira evanescente, hialina < 1,0 m de espessura, observada normalmenteemesporosjovens;vestígiospodemservistosemesporosmaduros;segunda camadalaminada,amareloclaroemPVLGeamareloamarronzadoemMelzeraté2,5mde espessura; terceira camada hialina unitária, até 2,5m de espessura vermelho púrpura em Melzer. Quarta camada flexível, hialina, até 1,0m de espessura; quinta camada hialina, flexívelefina,fortementeaderidaàsextacamada,juntasatingindoaté2,5mdeespessura,a sextacamadareageemMelzeradquirindocoloraçãovermelhopúrpurasimilaraoobservado na terceira camada. Granulações da superfície da quinta camada raramente observadas nos esporos quebrados. Cicatriz facilmente observada na superfície dos esporos às vezes formandoumanelespesso(7,5mdediâmetro)decorrentedeumespessamentodaparede querevesteainserçãodosáculoesporíferono esporo. Sáculo esporífero globoso, hialino, azulado em Melzer (amilóide). Alguns esporos não apresentaram reação em Melzer, principalmente aqueles que não apresentavam as camadas da parede germinativa desenvolvidas.

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Material Examinado : Brasil. São Paulo: Campos do Jordão, material proveniente de FlorestadeAraucária,Souza ,URM45749. Comentários: Algunsesporosquebradosde Ac.koskei apresentavamdobramentosda segunda camada da parede similares ao observado na superfíce de Ac. rugosa , porém diferenças na dimensão dos esporos, coloração, estrutura da parede e reação no Melzer facilmentedistinguemasduasespécies.EsporosdeAc.koskei podemserconfundidoscom Ac. colossica e Ac. laevis principalmentepelacoloraçãodosesporos(Schultz et al. 1999). Todavia,esporosde Ac.koskei temcoloraçãoamareloclaroaamarelomarromenquantoem Ac. colossica os esporos são laranja a amarronzado e vermelho marrom escuro. Segundo Gerdemann & Trappe (1974) os esporos de Ac. laevis são normalmente globosos a subglobosos119300x119520m,amarelosparaamarelomarrom,vermelhomarromou verde marrom escuro, com parede composta por três camadas diferindo, portanto de Ac.koskei cujos esporos têm seis camadas. Segundo Blaszkowki (1995) os esporos de Ac. koskei apresentam as seis camadas de parede distribuídas em três grupos. Morton (http://invam.caf.wvu.edu)mencionaumacamadamembranosaentreacamadalaminadaea unitária,nãoobservadanosesporosisoladosemFlorestadeAraucária.Destaforma,esporos desta espécie apresentariam sete camadas ao invés de seis na composição da parede. Os esporosisoladosnarizosferade Araucariaangustifolia (Bert.)seenquadramnadescriçãode Blaszkowski(1995),comseiscamadascompondoaparededoesporo. Alguns sáculos esporíferos de Ac. koskei apresentaram reação amilóide, correspondendoaumanovaevidênciaparaauxiliarnaidentificaçãodaespécie.Porém,assim comoem Ac.foveata, a reaçãoéevidenteapenasnasprimeirashorasemqueomaterialé expostoaoreagente. Acaulosporalacunosa J.B.Morton Mycologia78:643.1986. (Fig.14) Glomerosporosglobososasubglobososdecoloraçãoamareloclaroaamareloescuro levemente alaranjado em PVLG. Parede do esporo composta de seis camadas, a primeira evanescente, hialina, < 1,0 m de espessura, observada normalmente em esporos jovens; vestígiospodemservistosemesporosmaduros.Segundacamadalaminada,amareloclaroa

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amarelo escuro ou alaranjado em PVLG; terceira e quarta camadas hialinas e flexíveis, de mesma espessura, e dificilmente se separam. Quinta camada é fina, hialina, flexível e de superfície“beaded”seguidadeumacamadamaisespessadeaparênciaplástica(amorfa)que reage fortemente em Melzer adquirindo coloração vermelho púrpura. Orb ou placa germinativaobservadaentreaquintaeasextacamadadaparededoesporosimilarmenteà placa observada por Spain (1990) para Ku. colombiana . Orb lobado, com bordas lisas e invaginações pequenas menos freqüentes que as invaginações grandes. Apenas um tubo germinativo por esporo e hifa com morfologia moniliforme de bordas levemente ornamentadas. Cicatriz facilmente observada na superfície dos esporos. Sáculo esporífero globosoasubgloboso,hialino,formadoporduascamadashialinaseflexíveis. MaterialExaminado : Suiça.Basel: MaterialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl.BEG78. Comentários: Glomerosporosde Ac.lacunosa podemserconfundidoscomosde Ac. scrobiculata,Ac.foveata,Ac.undulata,Ac.cavernata,Ac.alpina,Ac.paulinae e Kuklospora kentinensis . A diferenciação dessas espécies pode ser feita apenas com base no padrão de ornamentação,comoobservadoemOehletal.(2003). Oorbobservadonosglomerosporosde Ac.lacunosa mostraquehávariaçõesentreas estruturasgerminativasnafamília Acaulosporaceae ,sendoestamaisumaevidênciadeque, nofuturo,gruposdeespéciespoderãoserseparadoscombasenessaestrutura.Alémdisso,o tubogerminativoédiferentedosconhecidosatéomomento,apresentandoseptaçãoregular (moniliforme)esuperfícielevementeornamentada.Estudosmaisdetalhadosdegerminação, utilizandoculturaspurasemsistemas invitro podemajudaraelucidaressasquestões. Acaulosporalongula Spain&.C.Schenck Mycologia76:689.1984. Glomerosporos globosos a subglobosos (70 – 120 µm), elípticos ou raramente irregulares,subhialinoaamareloclaro,brilhanteouopaco. Parede do esporo composta de cinco camadas, a primeira hialina, mucilaginosa, evanescente, aderente à segunda camada, amarela, laminada, 2,4 – 3,5 m de espessura. Terceriacamadahialinaeflexível,<2,0m.Quartacamadahialina,flexível,comsuperfície granulosa (beaded). Quinta camada hialina, apresentando plasticidade (amorfa), fortemente

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aderidaàquartacamada,detectávelapenascomauxíliodoreagentedeMelzer,poisadquire fortecoloraçãovermelhopúrpuraescuro. Distribuição :AméricadoSul(Brasil). MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: PotesdeculturapuradoBancodeInóculodo LaboratóriodeMicorrízas(UFPE). Comentários: Ac. morrowiae, Ac. rugosa e Ac. longula apresentam glomerosporos semelhantes tanto em cor quanto em estrutura de parede. Essas espécies apresentam coloraçãoquevaidesdeamareloclaroatélaranjaamarronzado. Acaulosporalongula difere por apresentar esporos menores e mais claros que os de Ac. morrowiae que são amarelo escuroamarromclaro.Ac.longuladiferede Ac.rugosa porapresentarcamadaevanescente frágiledestacávelsemdobramentosenquantoosesporosde Ac.rugosa apresentamcamada externamaisresistente(unitária)edeaparênciarugosa.Entretanto,distinguir Ac.longula de Ac. morrowiae e Ac. rugosa é uma tarefa difícil tendo em vista os frágeis caracteres morfológicos usados para a separação. Tamanho e coloração de esporos é um caráter secundárioetendeaserinfluenciadoporfatoresambientais.Alémdisso,acamadasemi permanente (unitária) rugosa mencionada em Ac. rugosa não foi observado durante esse estudo e por isso não há como avaliar a estabilidade desse caráter. Camadas semi permanentes têm sido descritas em outros FMA ( Racocetra sp. ) e parecem ser uma característica estável, mas até o momento apenas espécies de Scutellospora parecem apresentaressasestruturas. Acaulosporamellea J.Spain&.C.Schenck Mycologia76:690691.1984. Glomerosporosglobosos(83,9–96,3 m)asubglobosos(128,4)96,3x89(81,5) m,elípticosouraramenteirregulares.Coloraçãoamareloclaroaamarelomarrom,brilhante oumaisraramenteopaco. Parede do esporo composta de seis camadas, a primeira hialina, mucilaginosa, evanescente, aderente à segunda camada, amarela, laminada, 2,4 – 5,0 m de espessura. Terceriaequartacamadashialinaseflexíveis,<3,0mefortementeaderidas.Emalguns casos as duas camadas, quando unidas, têm aparência unitária principalmente quando em

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Melzer. Quinta camada hialina, flexível, com superfície granulosa (beaded), às vezes se expande, adquirindo aparência ora coriácea ora amorfa. Em PVLG reage, mostrando plasticidadeeseexpandeatingindoaté12,3mdeespessura.Sextacamadahialina,flexível, fortementeaderidaàquintacamada,detectávelapenascomauxíliodoreagentedeMelzer, poisadquirefortecoloraçãovermelhopúrpura. UmglomerosporodeAc.mellea apresentouorbgerminado.Devidoaoendurecimento doPVLGnãofoipossívelobservarfrontalmenteoorbeporessarazãoépossívelafirmar apenas que essa estrutura é multicompartimentada, porém apenas um tubo germinativo hialinoesemseptaçãofoiobservadoemergindodoorb. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes e Igarassu, Goto , materialprovenientedeáreadeMataAtlântica. Comentários: A parede de Ac. mellea apresenta uma camada membranosa que Morton (http://invam.caf.wvu.edu) admite pertencer ao primeiro grupo de paredes ( sensu Walker);entretanto,nãofoiobservadafacilmentenosesporosquebrados,podendosersimilar a observada em Ku. colombiana (Stürmer&Morton1999b),provavelmentedecorrente da pressão para a quebrar do esporo, em alguns casos pode ser considerada como artefato decorrentedaaltapressãoexercidaparaaquebrar. Acaulosporamellea,Ac.morrowiae,Ac.rugosa e Ac.longula sãosemelhantesemcor e na estrutura deparede. Todas apresentam glomerosporos desde amarelo claro até laranja amarronzadoseaparedeécompostaporsetecamadas. Acamadaevanescenteédifícildeserobservada,mesmoemglomerosporosjovens. Sáculoesporíferohialinofrequentementeobservadopresoaosesporos,adquirindocoloração levemente azulada ou acinzentada (amilóide) em Melzer. Porém sáculos em desenvolvimento,aindacomconteúdocitoplasmáticonãoapresentaramnenhumareaçãoao Melzer. A estrutura de germinação observada em Ac. mellea difere da observada em Ac. lacunosa principalmentenabordas,queélisaem Ac.mellea erugosaem Ac.lacunosa .Além disso, o tubo germinativo em Ac. mellea é formado por uma hifa de parede lisa e sem septaçãoenquantoem Ac.lacunosa ahifaélevementeornamentadaeseptada. Acaulosporamyriocarpa Spain,Sieverd.&.C.Schenck Mycotaxon25:112.1986.

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(Fig.17) Esporocarposhialinoabranco,irregulares,apresentandoglomerosporoscomousem sáculoesporífero.Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos,(56–75 m),hialinos tornandoselevementeamareladosemMelzer. Parededoesporocompostaapenasporumcomponenteestruturalcomduascamadas rígidas (unitárias) de mesma espessura, geralmenteaderidas. Cicatriz facilmente observada emesporossemsáculoesporífero,podendoapresentaraindapedicelopresoaoesporo. Parededosáculoesporíferohialina,continuacomacamadamaisexterna,unitária,da parededoesporo.Parededosáculoesporíferocompostaporapenasumacamada. Amaioriadosglomerosporosobservadosapresentarammaterialcitoplasmáticodenso, hialinoabrancoelevementegranulosoquesetornouamareladoemMelzer. MaterialExaminado : Brasil.SãoPaulo: CamposdoJordão, Souza , materialprovenientede FlorestadeAraucária. Comentários: Esporos de Ac. myriocarpa podem ser confundidos com os de Pa. occultum , Ar.trappei eIn.schenckii emcoloraçãoedimensãodosesporos.Porém,apenas A. myriocarpa formaaglomeradosdeesporossimilaresaesporocarpos. Dentreasespéciesde Acaulospora,apenas Ac.myriocarpa e Ac.sporocarpa formam esporocarpos, contudo são facilmente distinguíveis devido à coloração hialina de Ac. myriocarpa epretade Ac.sporocarpa . Schenck etal .(1986)afirmamqueaparededoesporode Ac.myriocarpa apresenta trêscamadas,sendoaterceiramembranosaedifícildeserobservada.Provavelmenteporesta razãonãofoipossívelvisualizaressacamada. Esporosde Ac.myriocarpa diferemdosde Pa.occultum porapresentaresporocarpos enãoreagiremMelzer.Alémdisso,esporosde Ac.myriocarpa apresentamduascamadasna paredeenquantoosde Pa.occultum apresentamtrês. Acaulosporamyriocarpa diferede In.schenckii porapresentarseemesporocarpose apresentarapenasumpontodeinserçãodahifadosáculoesporífero;enquanto In.schenckii nãoapresentaesporocarposetempelomododeformaçãointercalardoispontosdeinserção.

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Acaulospora paulinae Blaszk. Bulletin of the Polish Academy of Sciences, Biological Sciences36:273.1988. Glomerosporos geralmente globosos, amarelo claro a amarelo escuro. Parede do esporocompostaporduascamadasnocomponenteestrutural,aprimeirahialina,fina(<2,0 µm) e evanescente, seguida de uma laminada e ornamentada com perfurações geralmente globosas.ReaçãoaoMelzernãoobservadanomaterialanalisado. Componentegerminativocompostobasicamenteportrêscamadas,aprimeirafina,< 2,0m,hialinaeflexível,facilmentedestacávelemesporosquebrados.Asegundacamadaé hialina, flexível, com superfície rugosa (beaded), eventualmente expandida, fortemente aderidaàterceiracamada,fina,hialinaeflexívelquereageemMelzeradquirindocoloração rosaavermelhopúrpura.Cicatrizfacilmenteobservada. MaterialExaminado : Suiça.Basel :MaterialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl. Comentários: Glomerosporosde Ac.paulinea sãofacilmenteconfundidoscomosde Ac. alpina principalmente pela cor e padrão de ornamentação. Porém, os esporos de Ac. alpina sãomenoresecomperfuraçõesregularmenteglobosasmaisesparsasdoqueasde Ac. paulinae, que são mais próximas. Para acurada identificação dessas espécies consultar as chavesdeidentificaçãodisponíveisnessetrabalhoeOehletal.(2006). Acaulosporascrobiculata TrappeMycotaxon6:263264.1977. Glomerosporos globosos a subglobosos (80, 8 – 157 m), raramente elípticos, variandomuitoemcoloraçãodesdehialinaamarrom. Parededosesporoscompostaportrêscamadasnocomponente estrutural e quatro camadasnocomponentegerminativo.Aprimeiracamadadocomponenteestruturaléfina, 1,0 m, hialina e evanescente, observada apenas em esporos jovens, desaparecendo na maturidade e difícil de ser observada em esporos provenientes de amostras de campo. A segundacamadaéhialina,eventualmenteamareladaamarromclaro,laminadaeornamentada com perfurações circulares, raramente irregulares, homogeneamente distribuída pela superfície do esporo. Terceira camada hialina, fina, 1,0 m, flexível, geralmente aderida à segundacamada.NenhumadascamadasdocomponenteestruturalreageemMelzer.

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Componentegerminativoformadoporquatrocamadas, as duas primeiras hialinas, flexíveis e fortemente aderidas, seguidas por mais duas camadas hialinas, a primeira com superfícierugosa(beaded)elevementeplástica,fortementeaderidaàquartacamadatambém hialinaeflexívelquereagefortementeemMelzeradquirindocoloraçãoderosaapúrpura. Cicatrizfacilmenteobservadaesáculoesporíferohialinodeparedefina. MaterialExaminado : Brasil.SãoPaulo: CamposdoJordão, Souza , materialprovenientede FlorestadeAraucária. Ceará :áreacultivadacomcajueiro(Pacajús), Gugel . Pernambuco. mangabeiras(Itapirema), Costa ,emaracujazeiroamarelo(Limoeiro); Anjos ,áreasdeMata Atlântica (Jaboatão dos Guararapes e Igarassu), Goto , e áreas impactada por metal pesado (BeloJardim), Costa . Suiça,Basel: MaterialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl. BEG 224 . Comentários: Esporosde Ac.scrobiculata podemserconfundidoscomosde Ku.kentinensis e Ac.cavernata,masdiferemdaprimeiraespécieporapresentarapenasumacicatrizaoinvés deduasedasegundapelaestruturadaparededoesporo. EmglomerosporosdeAc.scrobiculata háduascamadaspersistentesnocomponente estrutural; uma laminada e uma flexível, enquanto em Ac. cavernata as duas camadas persistentessãodescritascomounitárias(Blaszkowski1989). Acaulosporasp1. (Fig.18) Glomerosporosgeralmenteglobosos(135–160µm),amareloescuroquandojovema marromquandomaduro. Glomerosporos com quatro paredes, uma do componente estrutural e três do componentegerminativo.Componenteestruturalcomtrêscamadas,aprimeirafina(2,0µm), hialina,evanescente,seguidadeumacamadalaminadamaisespessa(4–8µm)econtínua comaparededosáculoesporífero.Terceiracamadafina(0,5–1,0µm),hialina,flexívele dificilmenteobservada,poisestáfortementeaderidaàsegundacamada. Componentegerminativocompostoportrêsparedes, aprimeira compostaporduas camadas,aprimeiralaminadaeornamentadacomprojeçõesespinhosaevacuoladas,seguida de uma camada fina, hialina e flexível dificilmente observada. Segunda parede com duas camadaslaminadassemiflexíveis,hialinasefortementeaderidas.Terceiraparedecomposta por duas a três camadas hialinas, sendo a primeira fina, hialina e ornamentada com

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granulações (beaded) seguida de uma camada flexível a amorfa que reage fortemente em Melzeradquirindocoloraçãovermelhopúrpuraescuro. Estruturas especializadas de germinação (orb) não foram detectadas nos esporos examinados. Sáculoesporíferohialinoaamareladosformadoporduascamadascontínuascomas duasprimeirascamadasdaparededoesporo.ReaçãoaoMelzerausente. Cicatrizfacilmenteobservadanosesporos,provavelmentedevidoaodestacamentoda hifadosáculoesporíferoqueapresentaparedemaisespessaepigmentadaàsvezesdeixando umpequenopedicelo. Material Examinado : Venezuela. material proveniente de área de Savana venezuelana, Covacevich . Brasil. Acre, obre, material proveniente de áreas impactadas da floresta Amazônica. Comentários: Glomerosporosde Acaulospora sp1.sãofacilmentediferenciadospela distintaestruturadaparedeeornamentaçãoespinhosaevacuoladanaprimeiraparedemédia. Essa é a primeira espécie de Acaulospora com quatro paredes, semelhante à estrutura de parede de Quatunica erytropa (Oehl et al. 2008). Essa espécie deixa evidente que a diversidademorfológicadessegrupoégrandeeprecisasermaistrabalhada. Acaulosporatuberculata Janos&TrappeMycotaxon15:519.1982. (Fig.19) Glomerosporosgeralmenteglobosos(176238m),amareloescuroquandojovema marromavermelhadosquandomaduro. Parededoesporocompostaporduascamadasnocomponenteestrutural, aprimeira ornamentada com tubérculos, fortemente aderida à segunda camada, laminada, marrom escuroamarromavermelhado,maisescuraqueaprimeiracamada.Nenhumadascamadasdo componenteestruturalreageemMelzer. Componentegerminativocompostoporquatrocamadas,aprimeirafina,<2,0 m, hialinaeflexível,aderidacomsegundatambémhialinaeflexívelquesedestacamfacilmente das demais em esporos quebrados. A terceira camada é hialina, flexível, com superfície

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rugosa(beaded),eventualmenteexpandida,fortementeaderidaaquatracamada,fina,hialina eflexívelquereageemMelzeradquirindocoloraçãorosaoupúrpura. Cicatrizfacilmenteobservadanosesporos,provavelmentedevidoaodestacamentoda hifa do sáculo esporífero que apresenta parede mais espessa (2,0 m) e pigmentada, aparentementedeamareloescuroamarrom(castanho). Sáculo esporífero é robusto, amarelo escuro a marromclaro,compostoporatétrês camadas continuas com o componente estrutural da parede do esporo. Mesmo em glomerosporosmaduros éfácilobservarvestígiosou até mesmo o sáculo esporífero ainda presos. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: São Paulo. Souza , material proveniente de FlorestadeAraucária. Paraíba :Mataraca, Souza ,Materialprovenientedeáreasdedunas. Comentários: Janos&Trappe(1982)nãoidentificaramtodasascamadasquecompõema parede do esporo, citando apenas três camadas. Porém, Morton (http://invam.caf.wvu.edu) encontrousetecamadaseafirmaqueocomponenteestruturalécompostodetrêscamadas, porématerceiracamada,dessecomponente,édifícildeserobservadaoupodeseroriundade umalaminaçãoquesedesprendedacamadalaminada,oquepodeserconsideradoumcaráter transitório.Alémdisso,Morton(http://invam.caf.wvu.edu)afirmatambémqueocomponente germinativo de Ac. tuberculata é composto de quatro camadas divididas em dois grupos (sensu Walker). Algumas espécies de Acaulospora apresentam quatro camadas no componente germinativo, porém muitas vezes as duas primeiras são fortemente aderidas dificultandosuaidentificação. Esporos de Ac. tuberculata são facilmente distinguíveeis daqueles das demais espéciesdevidoàornamentaçãoecordosesporos. Osáculoesporíferode Ac.tuberculata podeserfacilmentediferenciadodasdemais espéciesdevidoàpigmentaçãoenúmerodecamadas. Ambisporabrasiliensis B.T.Goto,L.C.Maia&OehlMycotaxon105:13.2006. GlomerosporeshialinosemáguaeamarelopálidoemPVLG,formadosisoladamente nosolo,globosos60–116,5 masubglobosos(65,8)75,2x67,6(99,6) m,raramente irregulares.Parededoesporocompostaporseiscamadas.Componenteestruturalcomduas

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camadas: a primeira opaca, branca a levemente amarelada, unitária, fortemente aderida à segunda camada, também opaca a levemente amarelada,laminadajuntasatingindoaté5,6 m de espessura. A visão frontal da superfície do esporo mostra sulcos similares a rachaduras. Em vista lateral são observadas verrugas em diferentes tamanhos (14 m). Componente germinativo com quatro camadas hialinas, as duas primeiras unitárias, fortementeaderidas<2,0 mdeespessura,seguidasdeduascamadasmembranosasaderidas <2,0mdeespessura.Nãofoiobservadanenhumacamadacomaparência“beaded”.Reação dextrinóideemMelzer,observadanacamadamaisinternadocomponentegerminativoque adquirecorrosa.Sáculoesporíferohialinodificilmenteobservadoaindapresoaosesporos. Os vestígios do sáculo assemelhamse a uma hifa de sustentação. Cicatriz globosa a subglobosadifícildeserobservada,raramentedeixandoumpedicelo. Material Examinado : Brasil. Minas Gerais: material proveniente de área de Campos Rupestres. Maia ,Tipo(URM78879)eisotipo(Z+ZTeOSC).

Comentários: Osglomerosporosde Am.brasiliensis nãoapresentamformaçãointercalar a partirdosáculoesporífero,enemumacamada“beaded”nocomponentegerminativo.Devido ao insucesso na produção de potes de culturas puras não foi possível observar se existe dimorfismo nessa espécie. Porém, glomerosporos de Am. brasiliensis germinado evidenciaram morfotípos glomóides ainda preso a hifa do tubo germinativo (Goto et al. 2008b).

A coloração dos esporos de Am. brasiliensis varia sob diferentes condições de iluminação.Emáguaeemestereomicroscópio,osesporossãohialinos,porémemPVLGe sobluztransmitidaapresentamcoloraçãoamarelopálido. A cor é influenciada pela forma comoaluzpassapelosesporos,eassimquandoobservadossobluzincidentepodemdiferir, emcor,dosmesmosesporosobservadossobluztransmitida.

Esporosde Am.brasiliensis nãoapresentamvariaçõesnaaparênciadascamadasque constituemaparededoesporo,talcomoexpansão,emPVLGouemPVLG+Reagentede Melzer,comoobservadoemespéciesde Acaulospora descritasporMorton(1986).

Distinguir todas as camadas da parede dos esporos de Am. brasiliensis é difícil, principalmenteseaquebradosesporosnãoevidenciarocomponentegerminativo.

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Esporosde Am.brasiliensis podemserconfundidoscomosde Ac.nicolsonii Walker, Reed&Sanders,principalmenteemcoretamanho,porémaestruturadaparededifereentre as espécies. Esporos de Am. brasiliensis apresentam seis camadas, uma das quais ornamentada, enquanto os de Ac. nicolsonii apresentam apenas quatro camadas, sem ornamentação(Walkeretal.1984).

Dentreasespéciesornamentadasde Acaulospora apenas Ac.tuberculata , Ac.spinosa e Ac. denticulata apresentam esporos com ornamentação em forma de projeção, sendo as demaisornamentaçõesconstituídaspordepressõesnaparede(Walker&Trappe1981;Janos &Trappe1982;Sieverding&Toro1987;Schenck&Pérez1990). Ambisporabrasiliensis pode ser confundida com Ac. spinosa e Ac. denticulata em cor, porém o padrão de ornamentaçãodifere,comespinhosem Ac.spinosa ,projeçõesnaformadedentesmolaresem Ac.denticulata everrugasdediferentestamanhosem Am.brasiliensis .

Esporosde A.brasiliensis podemserconfundidoscomosde Pacisporapatagonica devido à semelhança na coloração, tamanho dos esporos e ornamentação da parede, mas podemserdistinguidosprincipalmentepelomododedesenvolvimento (acaulosporoideem Am.brasiliensis eglomoideem Pa.patagonica)epelaestruturadaparededosesporos,com seiscamadasem Am.brasiliensis etrêsem Pa.patagonica(Novasetal.2005).Emrelação aotamanho,esporosde Pa.patagonicasãomaioresvariandode98a187 menquantoem Am.brasiliensis osesporosatingematé116,5 m.Ambos Pa.patagonicae Am.brasiliensis apresentam reação em Melzer em uma das camadas internas da parede, porém em Am. brasiliensis é a quarta camada do componente germinativo que reage, enquanto em Pa. patagonica a reação ocorre na terceira camada do componente estrutural. Além disso, a reaçãoemMelzerdaparededoglomerosporodePa.patagonicaéforte,(vermelha)enquanto em Am.brasiliensis areaçãoéfraca(rosada).Essafracareaçãonosesporosmadurosde Am. brasiliensis estárelacionadacomaformaçãodasextacamadadaparede,queéaúltimaaser formada.Poressarazão,osesporosmaisjovensnãoapresentamreaçãoemMelzer. Ambisporaappendicula((.C.Schenck&T.H.icholson)J.B.Morton&D.Redecker) C.WalkerMycologia76:686.1984. (Fig.20) Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos(199–257 m),brancoquando jovensemarromescuroquandomaduros.Parededoesporocompostaporcincocamadas.A primeira camada é branca a marrom claro, quebradiça, e se degrada quando pressionada.

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Segunda camada hialina, ornamentada com protuberâncias esféricas, aderidas à terceira camada, hialina, unitária, com depressões esféricas,juntas atingindo de 4 – 8 µm. Quarta camadaéhialina,unitária,(4–6µm)eaderidaaumaquintacamadahialinaeflexível,(0,5– 1µm)quedificilmentesedestaca. Pedicelofacilmenteobservadonamaioriadosesporos,compostopelacontinuaçãoda primeiraepelasegundacamadadaparededoesporo. Apenas a primeira camada, quebradiça, reage fortemente em Melzer adquirindo coloraçãoavermelhada. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, Goto , material provenientedeMataAtlântica. SãoPaulo: CamposdoJordão. Souza , materialproveniente deFlorestadeAraucária. Comentários: Esporosde Am.appendiculasãofacilmentedistinguidosdaquelesdas demaisespéciespelaornamentaçãodaparedemédia(Spainetal.2006). Kuklosporacolombiana (Spain&Sieverd.)Sieverd.&OehlMycologia76:693694.1984. Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobososraramenteelípticosouirregulares, coloraçãoamareloclaroaamarelomarromoularanjaamarronzado. Parededoesporocompostaporcincocamadas,aprimeirahialina,fina,<1,0mde espessura,evanescente,aderidaàsegundacamada,laminada,(6–12µm),amareloclaroa amarelo escuro às vezes marrom. Terceira camada hialina, flexível, fina (0,5 – 1,0 µm). Quarta camada hialina, amorfa, com superfície ornamentada com granulações (beaded), fortemente aderia à quinta camada, flexível, hialina, reagindo fortemente em Melzer, e adquirindocoloraçãovermelhopúrpura. MaterialExaminado : Brasil.SãoPaulo: CamposdoJordão, Souza , materialprovenientede FlorestadeAraucária. Comentários: Morton (http://invam.caf.wvu.edu) admite que os esporos de Ku. colombiana apresentam uma camada flexível entre o componente estrutural e germinativo

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(sensu Walker1983).Alémdisso,esseautorafirmaaindaqueessacamadaédifícildeser observada,aparecendoeventualmenteemesporosqueforamquebradossobremaiorpressão. OsisoladosprovenientesdeáreasdeFlorestadeAraucária,apresentaramesporoscom cincocamadascorroborandocomadescriçãofeitaporSpain&Schenck(1984). Esporosde Ku.colombiana sãosemelhantesaosde Ac.mellea principalmentequanto à coloração dos esporos, porém os da primeira espécie apresentam duas cicatrizes, normalmente opostas, enquanto em Ac. mellea existe apenas uma cicatriz. Além disso, esporos de Ac. mellea apresentam no primeiro grupo ( sensu Walker 1983) três camadas, enquanto Ku.colombiana apresentaapenasduas. Sáculoesporíferohialino,geralmenteausentenosesporosisoladosnaáreadeFloresta deAraucária,maspresentenomaterialprovenientedBeloJardim(PE). Kuklosporakentinensis (C.G.Wu&Y.S.Liu)Sieverd.&Oehl Mycotaxon53:287.1995. (Fig.21) Glomerosporos geralmente globosos a subglobosos (80 – 180 m), raramente elípticosouirregulares,coloraçãoamareloclaroaamareloescuro. Parededoesporocompostaporsetecamadas,aprimeira hialina, fina < 1,0 m de espessura,evanescente,aderidaàsegundacamada,laminada,amareloclaroaamareloescuro, ornamentadacomperfuraçõesgeralmentesubglobosasairregulares.Terceiracamadahialina, flexível, fina e difícil de ser observada. Quarta e quinta camadas hialinas são geralmente unidas,flexíveisedemesmaespessura.Sextacamadahialina,comsuperfícieornamentada comgranulações(beaded),fortementeaderidaàsétimacamada,tambémhialina,amorfa,que reagefortementeemMelze,adquirindocoloraçãovermelhopúrpura. MaterialExaminado : Suiça.Basel: ColeçãopessoaldoDr.FritzOehl. Comentários: Esporos de Ku. kentinensis são semelhantes aos de Ac. scrobiculata principalmentequantoacoloraçãoeaopadrãodeornamentação,porémesporosdaprimeira espécie apresentam duas cicatrizes, normalmente opostas, enquanto os esporos de Ac. scrobiculata apresentamapenasumacicatriz.Nãohádiferençaexpressivaentreopadrãode ornamentaçãode Ku.kentinensis eode Ac.scrobiculata .

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Diversisporaspurca (Pfeifer,C.Walker&Bloss)C.Walker&Schü βββlerMycotaxon54: 374.1996. Glomerosporos isolados globosos a subglobosos (65 – 100 µm), raramente irregulares, translúcidos, hialinos a levemente amarelados e brilhantes. Material citoplasmáticotranslúcido. Parededoesporocompostaporduascamadashialinas,fracamenteaderidasefáceis deseremobservadasseparadamente.Primeiracamadafina,<2,0 m,deaparênciaunitária ou semirígida e continua com a parede da hifa de sustentação. Segunda camada com laminaçõesfacilmenteobservadas.NenhumadascamadasdaparedereageemMelzer. Hifadesustentação geralmentecilíndrica,podend, em alguns casos, ser irregular. Parede da hifa de sustentação formada apenas pela primeira camada da parede do esporo. Septonãoobservadonosesporosavaliados. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Petrolina,Morais , materialprovenientedeárea cultivadacom Ricinuscommunis L.(Mamona). Comentários: Esporosde Di.spurca podemserconfundidoscomosde Glomusalbidum, Gl. lacteum, Gl. laccatum, Gl. gerdemanii, Gl. minutum, Gl. eburneum, Gl. luteum, Gl. proliferumeParaglomusoccultum emcoretamanho.Noentanto,apresentamduascamadas compondo aparede enquanto Gl.lacteum,Pa.occultum,Gl.proliferum,Gl.luteum, e Gl. gerdemannii apresentamuma,três,quatro,quatroecinco,respectivamente. Diversisporaspurca também difere de Gl. eburneum e Gl. laccatum porapresentar esporoshialinosatranslúcidosenquantonessas espécies os esporos são brancos a opacos. Difere também de Gl. albidum e Gl. minutum por apresentar uma fácil separação entre a primeira e a segunda camada da parede enquanto Gl. albidum e Gl. minutum apresentam camadasfortementeaderidas. Apesar dessas tais diferenças, não são caracteres consistentes, sendo necessária a reavaliaçãodomaterialtipoedepotesdeculturaparamelhorseparaçãodessasespécies. Entrophospora infrequens (Ames & Schneider) Oehl & Sieverd. Transaction British MycologicalSociety68:347.1977. (Fig.22)

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Glomeroporos de En. infrequens são geralmente marrom avermelhado a vermelho, globososasubglobosos,raramenteobovóidesaavóides. Parededosesporosgeralmenteformadaporumcomponenteestruturalcompostopor trêscamadas,sendoas duasprimeirashialinaseevanescentes,contínuascomaparededo, hifa e do sáculo esporífero. Primeira camada é fina, evanescente, fortemente aderida à segunda camada evanescente, levemente laminada, espessa, ambas reagem em Melzer adquirindocoloraçãovermelhopúrpuraclaro.Aterceiracamadadocomponenteestruturalé laminada,marromavermelhadaeornamentadacomprojeçõesespinhosasondeosespinhos apresentamumaregiãointernaaparentementesempreenchimento(vacuolada). Componente germinativo composto por duas camadas hialinas, a primeira fina, flexívelefortementeaderidaàsegundacamada,levementelaminadaeespessa.Nenhumadas camadasdocomponentegerminativoreageemMelzer. Nenhuma estrutura especializada de germinação (orb) foi detectada nos esporos analisados. Sáculoesporíferohialino,compostoportrês,sendoasduasprimeirasevanescentesou semipersistenteseumaterceiramaisinterna,todascontínuascomascamadasdaparededo esporo e como essas também reagem em Melzer adquirindo coloração vermelho púrpura claro. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Petrolina, Freitas , materialprovenientedeárea cultivada com videira. Suiça. Basel: Material proveniente da coleção pessoal do Dr. Fritz Oehl. Comentários: Glomerosporos de En. infrequens podem ser confundidos com os de Acaulospora sp1. principalmentepelaornamentação.Porém,osde En.infrequens apresentam apenasumaparedenocomponentegerminativoenquantoosdeAcaulospora sp1.apresentam trêsparedes. O sáculo esporífero de En. infrequens apresenta três camadas compondo a parede assimcomoocorreem Ac.tuberculata ,porémem En.infrequens osáculoéhialinoereage fortemente em Melzer enquanto em Ac. tuberculata o sáculo é pigmentado e não reage distintamenteemMelzer. Entrophosporabaltica (Blaszk.)Oehl&Sieverd.Mycotaxon68:167168.1998.

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Glomeroporosde En.baltica sãogeralmentealaranjadosamarromclaro,globososa subglobosos. Parede dos esporos geralmente formada por um componente estrutural compostoportrêscamadascobertasporumperidiósporo. Primeira camada é fina, hialina, semipersistente aderida à segunda camada, laminada, alaranjada a marrom claro, ornamentada com pequenas projeções verrucosas; terceira camada hialina, flexível e dificilmenteobservada.ReaçãoemMelzernãoobservada. Componentegerminativocompostoportrêscamadashialinas,aprimeirafina,flexível efortementeaderidaàsegundacamadalevementelaminada;terceiracamadafina,hialinae dificilmenteobservada.ReaçãoemMelzernãodetectada. Nenhuma estrutura especializada de germinação (orb) foi visualizada nos esporos analisados. Sáculoesporíferoalaranjadoamarromclarocompostoporapenasumacamadasemi persistentecontínuacomacamadalaminadadaparededoesporo. MaterialExaminado : Suiça.Basel:MaterialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl. Comentários: Entrophosporabaltica éfacilmentedistinguíveldasdemaisespéciesdeFMA peloperídiosporoformadoemglomerosporosentrofosporóide. Glomusantarcticum CabelloMycotaxon51:124.1994. Glomerosporos de Gl. antarcticum apresentaramse em agregados de baixa complexidade, presos a raízes ou livres. Nenhum esporo foi observado isoladamente. Glomerosporosgeralmenteglobosos,raramentesubglobosos(35–99 m),amareloclaroa amareloescuro.Parededosesporoscomduascamadas,aprimeirafina,(<2.0 m),hialinae evanescente, seguida de uma camada mais espessa ( < 16 m) laminada, de coloração amarela,contínuacomahifadesustentação. Material Examinado : Argentina. Buenos Aires: Material cedido pelo Herbário da UniveridaddeBuenosAires.

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Comentários: Cabelloetal.(1994)afirmamqueosesporosde Gl.antarcticum apresentam trêscamadascompondoaparede,sendoaprimeiraevanescente,seguidadeumalaminadae umaflexível.Apenasduascamadassãoevidentesnosesporosdomaterialtipodepositadono HerbáriodoInstitutoSpegazzini(LPS)eassimaterceiracamadanãofoiobservada. Tantoosesporosquantoosesporocarposde Gl.antarcticum sãosimilaresaosde G. intraradices . O arranjo dos esporos no esporocarpo é similar e não há distinção entre as espécies. A aparência dos esporos de Gl. intraradices estudados por Morton (invam.caf.wvu.edu) difere daqueles de Gl. antarcticum apenas quanto à separação das laminações da segunda camada, pois nesta espécie os esporos têm camada laminada mais robustaesemseparaçãoevidentedaslaminações. Apenasumahifadesustentaçãoporesporo.Esporosmadurosapresentamoclusãopor umseptoqueficapróximoaopontodeinserçãodahifa(até10 m)eraramenteévistoem esporosjovens. A similaridade entre Gl. antarcticum e Gl. intraradices é evidente. Na descrição originaldeGl.antarcticum adistinçãoentreasduasespéciesseresumeàestruturadaparede dosesporos. Glomusantarcticum apresentatrêscamadasenquanto Gl.intraradices apresenta duas.Contudo,aavaliaçãodomaterialtipomostraqueambasasespéciesapresentamapenas duas camadas, pois a terceira, descrita originalmente, não está evidente no tipo de Gl. antarcticum .Alémdisso,ambasformamesporocarpos frouxamente arranjados que podem serformadosforaoudentrodasraízes. Defato,aúnicadiferençaentre Gl.antarcticum e Gl.intraradices éaaparênciada camadalaminadadosglomerosporos.Naprimeiraespécie,acamadalaminadanãoapresenta evidente separação das laminações como se fosse mais compacta, enquanto em G. intraradices essaseparaçãoémaisevidente. Aestruturadaparededosesporosde Gl. antarcticum e Gl. intraradices é similare tornando difícil a separação entre essas espécies. Gaspar et al. (1994) fizeram a análise bioquímicadosácidosgraxosdeglomerosporosde Gl.antarticum de Gl.intraradices,Gl. clarum,Gl.fasciculatum,Gl.mosseae e Gl.versiforme ,observandoqueacomposiçãodifere entreessasespécies. Glomusatrouva McGee&Pattinson AustralianSistematicBotany:115116.2002.

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Esporocarpos pretos, geralmente irregulares, com hifas marrom avermelhada que podemformarumafrouxaredeaoredordoesporocarpo.Emalgunscasosessashifaspodem fixar o esporocarpo em pequenas particulas de solo. A aparência geral do esporocarpo se assemelhaaumaamora. Glomerosporos globosos a subglobosos, marrom escuro a marrom avermelhado (152,2–169,2 m).Parededoesporocomduascamadas,aprimeiraevanescente,amarelo amarronzado, variando em espessura (3,7 m) na porção do esporo oposta ao ponto de inserçãodahifa,eaté7,5 mpróximoaopontodeinserçãodahifaeaolongodahifade sustentaçãocomaté2,0 m.Acamadaexternaevanescenteérígidasedesprendendocomo escamaseparecendo,emalgunscasos,uma camadaunitáriaporestá fortementeaderidaà camada laminada. As vezes podem ser observadas rachaduras na superfície dessa camada devidoàpressãoexercidaparaaquebradoesporo. MaterialExaminado : Australia.Sydney: NewSouthWales, materialcedidopeloDr.Peter McGee , URM44464. Comentários: Em alguns esporos o modo de desprendimento da camada evanescente é similaraoobservadoporWalkeretal.(1994)em Scutellosporacastanea .Asegundacamada élaminada,marromescuraefina(1,8–3,7 m),sendomaisespessapróximoaopontode inserçãodahifa. A coloração da camada laminada é geralmente mais escura que a da camada evanescentetornandofácilsuavisualização,mesmoemesporosinteiros.Asduascamadas queconstituemaparededoesporosãocontínuascom a parede da hifa de sustentação. A camadaevanescenteseextendeaté13 mnahifa.Hifadesustentaçãocilíndricaalevemente constrictanabase,semsepto.Pontodeinserçãodahifalargo,variandode37,2–43,5 m. Apenas Glomus magnicauli apresenta inserção tão larga, variando de 35 – 58 m (Hall 1977). Ashifasdoesporocarposãogeralmentemuitoramificadas,grossas11,2–41,3 m, comhifasanastomosadasemuitopróximas.Parededahifaespessa2,0–3,7 melaminada. A reação ao Melzer não foi observada, pois o material cedido constava apenas de lâminasemPVLG. Glomusaustrale (Berk.)BerchBot.Antarct.Voy.3:282.1880.

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= Endogoneaustralis Berk.,inHook.,Bot.Antarct.Voy.3:282.1880. (Fig.23) Esporocarposgeralmenteirregulares(2)6x4(11)mm,decoloraçãomarromescuro apreto.Glomerosporos imersosnoperídiohialinoa amarelado com hifas entrelaçadas de paredesfinas,<2,0 mdeespessura,espessandoaté18.8 mapenaspróximoaopontode inserçãodahifacomoesporo. Glomerosporosglobososasubglobosos,(168,9)268.8x203(276) m,decoloração marrom claro a marrom escuro geralmente imersos nas hifas hialinas do perídio. Esporos geralmente distribuídos aleatoriamente no esporocarpo, podendo em alguns casos formar fascículoscomseisouseteesporos. Parededoesporocompostaporduascamadas,aprimeirafina,(3,7–7,5 m),hialina a amarelada, de aparência evanescente e superfície levemente granulosa. Segunda camada maisespessa,(7,5–11,2 m),principalmentenasproximidadesdopontodeinserçãodahifa (18–24 m). Apenasumahifadesustentaçãoporesporosgeralmente irregular. As variações na forma das hifas são similares ao descrito para Glomus brohultii Sieverding & Herrera (HerreraPerazaetal.2003). MaterialExaminado : EUA.Harvard: materialcedidopeloHerbáriodeHarvard(FH). Comentários: Esporocarpos de Gl. australe podem ser confundidos com os de Gl. versiforme e são semelhantes aos de Gl. cuneatum McGee & Cooper em tamanho e cor (materialherborizado).Tanto Gl.australe quanto Gl.cuneatum apresentamhifasdoperídio hialinas e esporos imersos aleatoriamente no esporocapo. Porém, G. australe apresenta esporos marrons enquanto Gl. cuneatum apresenta esporos pretos. Além disso, hifas do perídio de Gl. cuneatum reagem fortemente em Melzer, adquirindo coloração vermelho púrpura,enquantoglomerosporosdeGl.australe nãoreagememMelzer.Esporocarposde Gl.aureum Oehl&Sieverding,porémareaçãoem Gl.aureum tambémreagememMelzer, porémessareaçãoocorrenomaterialgelatinosoqueenvolveosesporosnoesporocarpoenão nashifasounosesporos.Alémdisso,ashifasdoperídiode Gl.australe parecemmaisfinas que as de Gl. cuneatum . Essas pequenas variações na espessura da parede das hifas,

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coloraçãoedimensãodeesporoseesporocarposãocaracterísticaspoucorepresentativaspara aidentificaçãodasespécies(Morton1988),principalmenteparaasesporocárpicas. Esporos de Gl. australe podem ser confundidos com os de Gl. badium , Gl. macrocarpum , Gl.cuneatum , Gl.versiforme e Gl.tenebrosum . Glomusaustrale diferede Gl. badium pelo tamanho e cor dos esporos e dos esporocarpos. Gl. australe apresenta esporcarposmaiores(7x5x3mm)eesporosmaisclarosqueosde Gl. badium que são pequenos (7 15 m)emaisescurosqueosde Gl. australe . Além disso, esporos de Gl. australe apresentam apenas duas camadas na parede enquanto Gl. badium apresenta três camadas. Glomus australe difere de Gl. macrocarpum porque essa espécie apresenta glomerosporoscomleveexpansãodacamadaevanescenteem Gl.macrocarpum .Alémdisso, esporosde G.australe apresentamumarededehifasfortementeaderidaaoesporo. Glomus australe também difere de Gl. cuneatum pela estrutura daparede e cor dos esporos que são pretos e imersos em uma rede de hifas hialinas que reagem em Melzer adquirindocoloraçãovermelhopúrpura.Alémdisso,aparededoesporode Gl.cuneatum e compostadeduascamadaslaminadas,umaexternapretaeumainternahialina,enquantoos de Gl.australe apresentamesporosmarrons,imersos,eumarededehifashialinasquenão reagememMelzercomaparededosesporosapresentandoduascamadas,aprimeirahialinae evanescenteeasegundamarromelaminada. Glomusbrohultii Sieverd.&R.A.Herrera JournalofAppliedBotany77:37.2003. Esporocarposnãoobservados.Glomerosporosirregulares raramente subglobosos de coloraçãoamarelaescuraalaranjaamarrozado,comapenasumacamadalaminada,amarela alranjado,compondoaparede.Emgeralacamadalaminadaapresentainjúriasnasuperfícieo quetornaosuperfícielevementeperfurada.ReaçãoaoMelzernãoobservada. Hifa de sustentação geralmente continua com a camada laminada e de mesma coloraçãodoglomerosporo.Hifadeparedefina,<2,0 megeralmentepersistenteeirregular oubifurcada. Material Examinado : Cuba. Havana: material cedido pela Herbário da Universidad de Havana(HAC).

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Comentários: Não há, além da hifa de sustentação irregular, caracteres morfológicos que ajudemadelimitaressaespécie,poisaparedeécompostadeapenasumacamadalaminada característicacomumatodasasespéciesde Glomus . Glomus badium Oehl, D. Redecker & Sieverd. Journal of Applied Botany and Food Quality79:39.2005. (Fig.24) Esporocarpos geralmente globosos a subglobosos e marrom avermelhados, com poucosesporos,(5a30),comodescritooriginalmenteporOehletal.(2005).Perídioausente. Esporocarpos organizados em um plexo central formado por hifas hialinas a amareladas, entrelaçadas,deondesãoproduzidosradialmenteosesporos. Glomerosporos globosos a subglobosos marrom avermelhados com três camadas compondo a parede. A primeira hialina a amarelada, fina e evanescente, seguida de uma camadamaisespessa,avermelhada,laminadaecontínuacomahifadesustentação.Terceira camadafina,hialinaeflexível,geralmentedifícildeserobservada.Nenhumadascamadasda parededoespororeagemMelzer. Hifa de sustentação geralmente contínua com a segunda camada laminada. Hifa de paredefina,<2,0m,eaparentementecurta,poisapigmentaçãoatingeaté10mdabasedo esporo. MaterialExaminado : Suiça.Basel:materialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl. Comentários: Glomus badium é uma espécie facilmente distinguível das demais espécies esporocarpicas de Glomus principalmente pelos esporocarpos com reduzido número de glomerosporos(até30)epelaestruturadaparedecomtrêscamadas. Glomusclarum T.H.icolson&.C.SchenckMycologia71:182.1979. Esporocarpos não observados. Glomerosporos isolados ou em grupos de até três. Esporosgeralmenteglobososasubglobosos(141–234 m),raramenteirregulares,hialinosa levemente amarelados, raramente de tons escuros. Coloração do esporo proveniente da pigmentaçãodacamadainternalaminada.

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Parede do esporo composta por três camadas em um componente estrutural, a primeiracamadahialina,mucilaginosa,comdetritosdosoloaderidos,reagefortementeem Melzeradquirindocoloraçãovermelhopúrpura.Segundacamadahialina,laminada,espessa (15 m).Terceiracamadalaminada,levementeamarelada.Essasduascamadasnãoreagem emMelzer,esãocontínuascomaparededahifade sustentação. Eventualmente algumas lâminas da terceira camada se separam dando a impressão de haver maior número de camadas. Hifa de sustentação cilíndrica a levemente constricta na base. Geralmente uma por esporo.Parededahifacompostaportrêscamadas.Primeiracamadaevanescente,localizase nabase,maspertodoesporonãoseestendendoaolongodahifa.Segundacamadalaminada, forma a estrutura da hifa juntamente com a terceira camada, também laminada. Esta entretanto,nãoseestendeportodaahifadesustentação.Oporolocalizadoentreahifade sustentaçãoeoesporoéfechadopelalaminamaisinternadaterceiracamadadaparededo esporo. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Belo Jardim, Costa , material proveniente de áreaimpactadapormetalpesado. Comentários: Dentre as camadas que compõem a parede dos esporos de Gl. clarum a primeira, evanescente e a terceira, laminada, são as que apresentam maior variação na aparência.Acamadaevanescentepodeseapresentarmucilaginosa,rugosaouatéescamosa. Alémdisso,essacamadapodecorardeformavariadaemMelzer,indoderosaatévermelho. A terceira camada, laminada, pode apresentar lâminas facilmente discerníveis ou se separando,dandoaimpressãodehavermaisdeumacamada.Emesporosjovensacamada laminadainternapodeserconfundidacomumacamadalaminadaporcolapsaremPVLGou podeserconfundidacomduascamadaunitáriasquandoseseparam. Esporosde Gl.clarum podemserconfundidoscomesporosde Gl.diaphanum e Gl. lamellosum pela coloração, entretanto esporos de Gl. clarum são maiores que os de Gl. diaphanum ,alémdaparedeinternade Gl.clarum serlaminada,enquantoade Gl.diaphanum é flexível . Glomus clarum difere também de Gl. lamellosum por apresentar uma camada internaflexívelequereageemMelzer. Glomusclavisporum (Trappe)Almeida&.C.SchenckMycotaxon6:359.1977.

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(Fig.25) = Sclerocystisclavispora Trappe,Mycotaxon6:359–361.1977. =Sclerocystismicrocarpus Iqbal&Bushra,Trans.Mycol.Soc.Japan21:58–59. 1980. Esporocarposgeralmenteglobosos,raramentesubglobososouirregulares,pretosem água,eventualmentemarromavermelhado.Superfíciedosesporocarposgeralmentericaem partículasdosolo,dificultandosualocalizaçãoemlupa. Perídio ausente. Glomerosporos clavados ou cilíndricos, com ápice de parede espessada.Parededoesporoconstituídaporapenasumacamada,marrom,laminadaefina, próximoaopontodeinserçãodahifa(2,0m)eespessanoápice(20 m). Apenasumahifadesustentaçãoporesporo,geralmentecilíndrica.Plexocentralcom hifasmarronsedeparedeespessa(<2,0 m),entrelaçadasdificilmenteseparáveis. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Belo Jardim, Goto , material proveniente de áreaimpactadapelamineraçãodegipsita. Comentários: Wu (1993) afirma que um mesmo esporocarpo de Gl. clavisporum pode apresentardoistiposdeesporos,ummaiscilíndrico,semespessamentodoápice,eummais clavado,comápicedeparedeespessa. Esporocarposde Gl.clavisporum podemserconfundidoscomosde Gl.taiwanensis em cor e tamanho, porém esporos de Gl. clavisporum apresentam apenas uma camada laminadacompondoaparededoesporoeápiceespessocompacto,enquanto Gl.taiwanensis apresentaduascamadaseumacamadanoápicedosesporos. Glomusconstrictum Trappe Mycotaxon6:361.1977. (Fig.26) Esporocarpos não observados. Glomerosporos encontrados isoladamente no solo, globosos a subglobosos, marrom escuro, marrom avermelhado escuro a preto em estereomicroscópiogeralmentebrilhantes,passandoamarronavermelhadoemmicroscópio deluz.

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Parededoesporoformadaporumacamadaespessa,laminada,marronavermelhadae continuacomaparededahifadesustentaçãoqueapresenta coloração mais clara, amarela amarronzada.Hifadesustentaçãocilíndricaalevementeconstrictanabase,geralmentenão ramificada.Apenasumahifadesustentaçãoporesporo,podendoemalgunscasosapresentar duashifas. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Recife,Goto , materialprovenientederizosfera degramíneas.Basel.Suiça. materialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl. Comentários: Ahifadesustentaçãoconstrictanabasefoifacilmenteobservadanomaterial oriundodaSuíça,porémamaioriadosglomerosporosisoladosemRecifenãoapresentava hifa de sustentação constricta. Além disso, no material da Suíça nenhum glomerosporo apresentou duas hifas de sustentação, característica observada em alguns glomerosporos isoladosemRecife. Glomuscoremioides (Berk.&Broome)J.B.Morton&D.RedeckerJ.Linn.Soc.London 14:137.1873. = Sclerocystiscoremioides Berk.&Broome.J.Linn.Soc.London14:137.1873. = Xenomycesochraeus Cesati,AttiR.Accad.Sci.FisicheeMath.Napoli8(4):26. 1878. = Ackermanniacoccogena Pat.,Bull.Soc.Mycol.France18:183.1902. = Sphaerocreascoccogena (Pat.)vonHöhn.,Sitzungsber.Kaiserl.Akad.Wiss.Wien Math.–NaTurwiss.Kl.Abt.I.118:401.1909. = Sclerocystiscoccogena (Pat.)vonHöhn.,Sitzungsber.Kaiserl.Akad.Wiss.Wien Math.–NaTurwiss.Kl.Abt.I.119:399.1910. = Ackermanniadussii Pat.,Bull.Soc.Mycol.France18:180–181.1902. = Sphaerocreas dussii Sitzungsber.Kaiserl.Akad.Wiss.WienMath.–NaTurwiss. Kl.Abt.I.118:401.1909. = Sclerocystisdussii (Pat.)vonHöhn,Sitzungsber.Kaiserl.Akad.Wiss.WienMath.– NaTurwiss.Kl.Abt.I.118:401.1909. = Sphaerocreasjavanicum vonHöhn,Sitzungsber.Kaiserl.Akad.Wiss.WienMath. –NaTurwiss.Kl.Abt.I.117:10141015.1908. = Endogoneminutissima Beeli,Bull.Soc.Roy.Bot.Belg.56:57.1923.

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= Sclerocystisalba Petch,Ann.R.Bot.Gard.Perad.9:322–383.1925. = Endogonealba (Petch)Gerdemann&Trappe.Mycol.Memoir5:25.1974. Esporocarposmarromavermelhadosapretos(2651)538768(1142) m,globosos, sobglobososairregulares,podendoapresentarformaçãodeoutrosesporocarposapartirdas hifasdoperídio(Fig.8A).Hifasdoperídiomarromavermelhadas,entrelaçadasedeparede geralmenteespessa1,8–3,7 m. Glomerosporosamareloescuroamarrom,formandoumacamadaaoredordoplexo central de hifas, geralmente entrelaçadas. Parede do esporo composta por fina camada laminada.Esporoscomapenasumahifadesustentação. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Belo Jardim, Costa , material proveniente de áreaimpactadapormetaispesados. Bahia: materialcedidopeloDr.JoséLuizBezerra. Comentários: Almeida & Schenck (1990) afirmam que esporocarpos jovens de Gl. coremioides apresentamperídiobranco,caráternãoobservadonosesporocarposexaminados. Grandes esporocarpos de Gl. sinuosum podem ser confundidos com os de Gl. coremioides , pois as hifas do perídio podem não se apresentar distintamente sinuosas (Almeida&Schenck1990).Porém,geralmenteapresentamosesporosdistribuídosaoredor doplexocentral,formandoumameialua,comoem Gl.coremioides. Alémdisso,apenas Gl. coremioides apresentao recrescimentodeoutrosesporocarposapartirdashifasdoperídio comoobservadoporAlmeida&Schenck(1990). MaterialoriundodeáreasMataAtlânticaadjacenteasplantaçõesdeCacaunaBahia apresentaram esporocarpos de Gl. coremioides formados em cadeia sobre a superfície de madeiramortanosolo,característicaaindanãoreferidaparanenhummaterialencontradono Brasil. Glomuscuneatum McGee&CooperAustralianSystematicBotany15:117.2002. (Fig.27) Esporocarposirregulares,podendoatingir7x5mm,comhifasbrancasnointeriore marrom na superfície, provavelmente devido à desidratação e às partículas de solo. Plexo centralcomhifasbrancaseesporospretosgeralmenteimersosnoplexo,contudoraramente

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observados na superfície do esporocarpo. Corte transversal do esporocarpo evidencia um arranjo entrelaçado das hifas que quase perderam a individualidade. As porções pretas (esporos)noesporocarpoparecemlóculosdeascomicetos. Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos,150–179 m,pretosesempre imersosemhifashialinasentrelaçadasquereagememMelzeradquirindocoloraçãovermelho púrpura.Parededoesporocompostaporcincocamadas,aprimeirapretaedeconsistência quebradiça,esemprepresaàsegundacamadatambémpretaequebradiça.Aterceiracamada é hialina, aparentemente espessada aderida fortemente a quarta e a quinta camadas ambas hialinasefinas,todasreagindoemMelzeradquirindocoloraçãorosada.Aterceiracamada parece apresentar elasticidade como uma camada amorfa, porém esporos observados em KOH10%apresentaramaparênciasimilaràobservadaemPVLG. Hifa de sustentação preta e formada pela camada mais externa é difícil de ser observada na maioria dos esporos; quando presente geralmente inflada (> 37,6 m) a levemente constricta no ponto de inserção (< 22,5 m). Oclusão fechada pela segunda camadadaparede. Parededahifacompostaapenasdeumacamada,contínuacomacamadaexternada parededoesporo.Hifageralmentepigmentadapróximadopontodeinserçãocomoesporo, perdendoessacoloraçãogradativamente(até56,4 m),amedidaemqueseafastadoesporo, tornandosecompletamentehialina.EmMelzeraporçãohialinadahifadesustentaçãoreage adquirindo coloração rosada a avermelhada no primeiro dia a vermelho escuro a partir do segundodiadeexposiçãoaoreagente. MaterialExaminado : Australia.Sydney: NewSouthWales, materialcedidopeloDr.Peter McGee , URM44462. Comentários: Detodasasespéciesesporocárpicasdescritasatéomomento,Gl.cuneatum é aqueapresentamaiorcomplexidade,principalmentenaestruturadaparededosesporos.As hifasqueformamoesporocarposãohialinasnointerior,tornandosepigmentadas(marrom) nasuperfícieoqueprovavelmenteéprovenientedoprocessodesecagemparaherborização. SegundoMcGee&Trappe(2002),esporocarposde Gl.cuneatum apresentamperídiobranco. Aestruturadaparededosesporosdessaespécieédistintadetodasasoutrasespécies de Glomus descritas até o momento. Segundo McGee & Trappe (2002) esporos de Gl. cuneatum apresentam apenas uma camada, com duas zonas, a mais externa acumularia o

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...188 pigmentotornandosepretaenquantoamaisinterna,écompletamentehialina.Apesardenão tersidoobservadoseparaçãoentreessasduas“zonas”( sensu McGee&Trappe2002)admite seaquiqueapresentam“camadas”comorotineiramenteusadonessegrupodefungos. McGee & Trappe (2002) também mencionam que a parede dos esporos de Gl. cuneatum élaminada,porémnãofoipossívelobservaressaslaminaçõesnaprimeiracamada, preta,doesporo.Alémdisso,aconsistênciadessacamadaébemparticular,geralmenteforte ecoriácea,distintadeoutrascamadas,laminadas,dasdemaisespéciesde Glomus .Morton (1988) admite que a camada laminada é a mais característica, sendo desta forma a mais facilmente discernível das camadas na parede de glomerosporos. Contudo no material examinadonãofoipossívelobservaraslaminações. A terceira camada da parede dos esporos de Gl. cuneatum parece com a camada laminadaelásticade Scutellosporabiornata descritaporSpainetal.(1989).Estruturasimilar foidescritatambémpara Glomusmortonii porBentivenga&Hetrick(1991).Porém,em Gl. mortonii essacamadaeraamaisexternaenquantoem Gl.cuneatum éamaisinterna. Segundo Schenck & Pérez (1990), apenas Gl. deserticola, Gl. ambisporum, Gl. heterosporum, Gl. reticulatum, Gl. multicaule, Gl. botryoides, Gl.geosporum, Gl. melanosporum,Gl.tenebrosum e Gl.constrictum apresentamesporosmarromescuroapreto. Edessasespéciesapenas Gl.deserticola,Gl.ambisporum,Gl.heterosporum,Gl.botryoides, Gl. melanosporum e Gl. tenebrosum são esporocárpicas. Além disso, nenhuma dessas espéciesapresentaperídiocomoem Gl.cuneatum . Acomplexidadedoesporocarpoedaparededosesporos é tão distinta que pode caracterizar um novo gênero, mas apenas dados moleculares podem ajudar a elucidar questõesreferentesàrelaçãofilogenéticadessaespécie. ObservaseaindaqueMcGee &Trappe(2002) comentamquepotesdeculturanão foramestabelecidoseaassociaçãomicorrízicadessefungoaindanãofoiobservada. Glomusetunicatum Becker&Gerd.Mycotaxon6:29.1977. Glomerosporos globosos a subglobosos (97,7 – 139 m), elípticos, raramente irregulares,amarelomarromamarromavermelhados. Parededoesporocompostaporduascamadas,aprimeiracamadahialina,evanescente efina,(12m),reagindofortementeemMelzereadquirindocoloraçãovermelhopúrpura. A superfície externa da camada evanescente pode apresentar granulações similares às

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encontradas em G. halonatum . Essa camada pode estar ausente em esporos maduros, podendoserobservadoapenasvestígiospróximosaopondodeinserçãodosesporoscoma hifadesustentação.Asegundacamadaélaminada,amareloescuroamarromavermelhado, espessa(57m),contínuacomaparededahifadesustentação. Hifadesustentaçãohialina,cilíndricaoulevementecurvadacomparedecompostapor duas camadas contínuas com as camadas da parede do esporo. A primeira camada evanescenteénormalmenteencontradapróximaàbasedahifaqueseestendeaolongoda hifa. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes. Goto , material de MataAtlântica. Comentários: AreaçãoaoMelzernemsempreéhomogênea,podendoosesporosadquirir diferentestonalidadesdeacordocomaintensidadedareaçãoqueabrangedesdeamareloaté vermelho púrpura. Essa característica é comum principalmente quando a reação está vinculadaaocomponenteestrutural. Esporos de Gl. etunicatum são difíceis de identificar quando maduros devido à ausênciadacamadaexternaevanescente,deixandoapenasacamadalaminadacomocaráter paraaidentificação. Glomus fasciculatum (Gerd.) Gerd. & Trappe emend. C. Walker & Koske Proc. Am. Acad.ArtsSci.57:308–309.1922. = Endogonemacrocarpa f. media Tul.&Tul.,FungiHypogaei,p.182.1885. = Endogone fasciculata Thaxter, Proc. Am. Acad. Arts Sci. 57: 308 – 309. 1922 Emend.Gerdemann,Mycologia57:562–575.1965. = Endogonearenacea Thaxter,Proc.Am.Acad.ArtsSci.57:317.1922. = Rhizophagites butteri Rosend.,Bull.TerreyBot.Club70:131.1943. Esporocarpos ou agregados não observados. Glomerosporos encontrados isoladamentenosolo,geralmenteglobososasubglobosos,52,6–62,4 m,hialinosaamarelo claro(pálido)emáguaePVLG. Parededoesporocompostadetrêscamadas,aprimeiraevanescente,hialina,<2,0 m deespessura,mucilaginosaeaderidaàsegundacamada,laminadaeespessa,3–4,6 m,e

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amarelada,sendoresponsávelpelacoloraçãopálidadoesporo.Terceiracamadafina,<1,0 m, hialina, membranosa e fortemente aderida à segunda camada laminada. Geralmente observadaemesporosmadurosquebrados.AreaçãoaoMelzeréfortenasegundacamada queadquirecoloraçãovermelhopúrpuraescuro,enquantoacamadaevanescenteadquiretons rosados. Todasascamadasdaparedede Gl.fasciculatum reagememMelzerexcetoaterceira, quepermanecehialina.Walker&Koske(1987)comentamqueaterceiracamadadaparede dosesporosde Gl.fasciculatum é aprimeira a reagir ao Melzer, seguindose, após alguns segundos,areaçãonasegundacamada.Morton(2005)afirmaqueavisualizaçãodaterceira camadaédifícil;alémdisso,afirmaaindaquepodefazerpartedasegundacamada,tornando difícilaobservação. Osesporosexaminadosapresentaramapenasumahifadesustentação(5,6–11,2 m) formadapelacontinuaçãodaprimeiraedasegundacamadadaparededoesporo.Ahifareage fortementeemMelzer,adquirindocoloraçãovermelhopúrpuraescura,similaràobservadano esporo. Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Município de Araripina, Goto , isolado de soloemáreanaturaldeCaatinga.EUA .MaterialcedidopeloHarvardUniversityHerbarium (FH)como Endogonefasciculata Thaxter. Comentários: Pequenosagregadosdeesporosde Gl.fasciculatum foramobservadosapenas emmaterialherborizadocomotipode Endogonefasciculata cedidopeloHarvardUniversity Herbarium(FH).Glomerosporosgeralmenteglobosos(62–69 m)asubglobosos,(80)69x 62(69) m,decoloraçãoamareloclaro.Parededoesporocompostaportrêscamadas,como descrito. O materil herborizado diferem do isolado encontrado em Pernambuco apenas na coloraçãodasegundacamada,quesemostrahialinanomaterialherborizadoeamareloclaro no material fresco. A coloração hialina da segunda camada da parede desse esporo não permitevisualizaraslaminações.Aterceiracamadadaparedeéfacilmenteobservadamesmo emesporosinteiros,devidoàsuanaturezaflexível. Esporosde Gl.fasciculatum podemserconfundidoscomosde Gl.aggregatum,Gl. aureum,Gl.glomerulatum,Gl.hoi,Gl.intraradices,Gl.microaggregatum eGl.pallidum por apresentar esporos amarelo claro (pálidos) e formadosemagregadosouemesporocarpos. Entretanto,diferemdaquelesde Gl.aggregatum ,Gl.aureum, Gl.glomerulatum,Gl.hoi,Gl.

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microaggregatum eGl.pallidum porapresentartrêscamadascompondoaparedeenquantoas demaisapresentamapenasduascamadasnaparede. Glomusfasciculatum diferetambémde Gl.intraradices ,porapresentarumacamada evanescente,seguidadeumalaminadaeoutraflexível,enquanto Gl.intraradices apresenta duascamadasevanescentesseguidasdeumalaminada. Apesar das diferenças na estrutura da parede dos esporos a característica mais marcanteem Gl.fasciculatum éafortereaçãoemMelzernacamadalaminada,oqueatéo momentosóocorrenessaespéciede Glomus .Apenas Gl.aureum apresentafortereaçãoem Melzer,tambémadquirindocoloraçãovermelhopúrpuraescuro,porémessareaçãonãoestá relacionada à parede do esporo e sim a uma substância mucilaginosa que fica entre os esporos,noesporocarpo(Oehletal2003). SegundoGerdemann&Trappe(1974),Walker&Koske(1987)eMorton(2005)os esporosde Gl.fasciculatum podemocorrerisoladamentenosoloouemagregadossimilaresa esporocarpos, característica também observada em Gl. halonatum , Gl. intraradices, Gl. mosseae e Gl. monosporum . Contudo, esporos encontrados em Pernambuco ocorreram apenas isoladamente no solo. Talvez a formação de agregados ou de esporocarpos seja reguladaporfatoresambientais. Glomusfulvum (Berk.&Broome)Trappe&Gerd.J.Linn.Soc.London(Bot.)14:134. 1875. (Fig.28) Esporocarposirregularesouachatados(0,3)0,5x0,70,8x1,0(1,5)cm,hipógeos ou semihipógeos, marrom claro a marrom avermelhado quando secos em estufa. Esporocarpos ricos em partículas de solo aderidas à superfície e mesmo no interior, geralmentesemperídio,porémquandopresenteesparso,finoeflocoso.Esporosdistribuídos aleatoriamente, podendo apresentar uma base formada por hifas hialinas que originam os esporos na superfície. Geralmente essas hifas da base estão presas a partículas de matéria orgânica. Glomerosporosgeralmenteoblongosaelipsóides,(5090 m) m,amareloclaro a amareloescuro.Parededoesporocompostaporapenasumacamadadeaparêncialaminada, fina,(2,0–4,0 m), hialina a levemente amarelada. Apenas uma hifa de sustentação por

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esporo, geralmente cilíndrica ou levemente constricta na base, hialina. Parede da hifa de sustentaçãocontínuacomaparededoesporo. Esporocarposimersosemumarededehifashialinas, finas, com septação irregular, porémmaisfrequentequeemoutrasespéciesdeFMA.Septaçãoobservadapróximaaoponto de inserção da hifa de sustentação no esporo, podendo ser observada nas hifas do esporocarpo.Thaxter(1922)eRedeckeretal.(2007)fazemmençãodessesseptosnashifas doesporocarpo. Material Examinado : Brasil. Rio Grande do Sul: Santa Maria, material de Floresta SubtropicalcedidopelopesquisadorWagner Cortez . Comentários: Coloração dos esporos e dos esporocarpos está relacionada à coloração do densomaterialcitoplasmáticoquegeralmenteapresentasegranulosooufibriloso,amareloa amareloesverdeado.Thaxter(1922)comentaqueacoloraçãodosesporocarposde Gl.fulvum pode ser decorrente do local onde foi formado: os originados em áreas ricas em matéria orgânicaesemluzincidenteteriamcoloraçãomaisescuraqueosformadosemlocaiscom menor quantidade de matéria orgânica e mais incidência de luz. Possivelmente, os esporocarposdehábitohipogeosãomaisescurosqueosepígeos,pelaincidênciadaluz. Aparede dos esporos de Gl.fulvum parece ser formadapor duas camadas,pois no ponto de inserção da hifa de sustentação há formação de um septo originado da porção interna da camada laminada, e a porção externa é contínua com a parede da hifa de sustentação.Porém,emesporosquebradosnãoépossívelobservarduascamadas,poisnãohá nítidaseparação.Poressarazão,aparedefoiinterpretada como apresentando apenas uma camada. Esporosde Gl.fulvum podemserconfundidoscomosdeGl.pulvinatum naforma, tamanhoecoloraçãodosesporocarposetambémpelodensomaterialcitoplasmático,porém emGl.fulvum osesporosapresentamapenasumacamadacompondoaparede(Thaxter1922; Redecker et al. 2007) enquanto em Gl. pulvinatum os esporos apresentam duas camadas (Gerdemann&Trappe1974). Glomusglomerulatum Sieverd.Mycotaxon29:74.1987. Esporocarposirregulares,apresentandoesporosgeralmentecomduasoumaishifasde sustentação. Esporocarpos considerados de media complexidade, pois os esporos são

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frouxamente arranjados. Glomerosporos geralmente subglobosos a irregulares (250 – 450 µm),decoloraçãoamareloclaroaamarelomarromoueventualmentemarromescuro. Parededoesporocompostadeumacamadalaminada,amareloclaroaamareloescuro raramenteamarelomarrom,levementeavermelhadaemesporossenescentes,espessa(3,7– 7,5 m),principalmentepróximoaopontodeinserçãodashifas,geralmentecontínuacoma parededahifadesustentação. Hifadesustentaçãohialina,formadapelacontinuaçãodacamadalaminadadaparede doesporo.Camadaevanescentenãoobservada. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, Goto , material de Mata Atlântica da Reserva Ecológica de Gurjaú. Pernambuco: Goiana, Costa , isolado em área com mangabeiras. Pernambuco: material oriundo de potes de cultura. Paraíba : Mataraca, Souza ,materialcoletadoemáreasdedunasimpactadaspormineração. Comentários: Sieverding (1987) admite que os esporos de Gl. glomerulatum apresentam duascamadas,aprimeiralaminadaeasegundaflexível,fina,porémestanãofoiobservada emesporosquebradosexaminados.Essacamadainternapodeserumartefatocausadopelas própriaslaminaçõesdacamadaanterior,principalmentenaáreapróximaaopontodeinserção dahifa. Esporosintactosde Gl.glomerulatumtambémparecemapresentarinternamenteuma camadafina,porémquandosemudaofocodeobservação,essacamada“desaparece”,sendo confundida com a laminada. Segundo Morton (1988) a camada membranosa geralmente colapsaquandoosesporossãoquebrados,porémemnenhumdosesporosessacaracterística foiobservada.Duranteodesenvolvimentodoesporoascamadasmaisinternassãoasúltimas a serem formadas (Sturmer & Morton 1999; de Souza et al. 2005), porém em Gl. glomerulatum tanto esporos jovens (mais claros e com parede mais fina) quanto esporos maduros(maisescurosecomparedemaisespessa),nãoapresentam,quandoquebrados,uma camada interna membranosa. Concluíse que a camada interna, descrita originalmente (Sieverding1987),éumartefatocausadopelapassagemdaluznaespessacamadalaminada. Esporocarpos isolados em áreas de dunas impactadas por mineração apresentaram levereaçãoaoMelzernasuperfíciedealgunsesporosetambémentreosesporos,parecendo apresentarmaterialgelatinososimilaraoobservadoem Gl.aureum .

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Esporocarposde Gl.glomerulatum podemserconfundidoscomosde Gl.aggregatum e Gl.fasciculatum ,porémesporosde Gl.glomerulatum apresentamduasoumaishifasde sustentaçãoporesporoenquantoem Gl.aggregatum e Gl.fasciculatum sãorarososesporos comduashifasdesustentação. Isolados de Gl. glomerulatum mantidos em potes de cultura apresentaram esporocarposcrescendosobrerestosdefolhasoumadeiraqueconstituíaamatériaorgânica no solo, como ocorre em Gl. coremioides (Almeida & Schenck 1990), uma nova característicaparaesporocarposdessaespécie. Esporosde Gl.glomerulatum podemserconfundidoscomosde Gl.fasciculatum , Gl. aggregatum , Gl.versiforme,Gl.microaggregatum,Gl.badium e Gl.aureum .naestruturado esporocarpo,coloraçãoetamanhodosesporos.Porém, Glomusglomerulatum diferedetodas asespéciesporapresentaresporoscomduasoumaishifasdesustentaçãoeparedecomposta apenasporumacamadalaminada,asdemaisespéciesapresentamesporoscomduasoutrês (Gl.badium )camadascompondoaparede. Glomushalonatum Rose&TrappeMycotaxon10:413.1980. (Fig.29) Esporocarposnãoobservados.Glomerosporosgeralmentesubglobosos(325)202,5× 200(297,5)mdeamareloamarromoularanjamarrom.Parededoesporocompostapor quatrocamadas;primeiracamadaevanescente,hialina,mucilaginosa,apresentandovariação deespessura12,5–27,5 m.Essacamadaénormalmentelisaemesporosjovensegranulosa ou com grandes depressões na maturidade; ausente em esporos senescentes ou ainda totalmente coberta por detritos do solo. Segunda camada amarelo claro a amarelo escuro, composta por espinhos de 1,0 – 2,4 m de altura, fortemente aderida à terceira camada, laminada,17,5–25m,decoloraçãoamarelamarromalaranjamarrom.Ocasionalmentea terceira camada laminada pode se dividir, dando a impressão de haver duas camadas laminadas.Aquartacamadaéhialina,comaparênciamembranosa(<2,0m).Essacamada parece formar um septo na inserção da única hifa de sustentação. Hifa de sustentação multiseptada, amarela a amarelo marrom (17,5 – 37,5m), composta por três camadas: a externaformadapelacontinuaçãodacamadaevanescente,éhialinaemucilaginosa,seguida dacamadaornamentada,quenãoseestendemuitopelahifadesustentação(até10 m),epela

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camadalaminadadoesporo.NenhumacamadareagedistintamentenoMelzer,porémalguns esporosapresentaramreaçãopoucodefinidanasuperfíciedacamadaevanescente. As características morfológicas (coloração, dimensões, forma e estrutura da parede) dos esporos de Gl. halonatum encontrados em Pernambuco foram similares às descritas no protologodessaespécie(Rose&Trappe1980),excetopelaausênciadeesporocarposepela espessura da primeira camada da parede. No material examinado essa camada, hialina e evanescente,apresentouseligeiramentemaisespessa(12,5–27,5 m)doqueoreferidona descriçãooriginal(8–20 m). MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Goiana,; isoladodesoloemáreacobertacom vegetaçãoherbáceadeespéciesinvasoras,localizadanaEstaçãoExperimentaldeItapirema, (X/2002), Costa , URM45715. Comentários: Glomushalonatum podeserconfundidocom Glomusmonosporum devidoà semelhançanacoloraçãoeornamentaçãodosesporos(Gerdemann&Trappe1974),porém esteúltimopossuiapenasduascamadasnaparede,enquanto Gl. halonatum apresenta três camadas. Esporos de G. halonatum pode ser confundidos com os de Gl. pansihalos, Gl. spinosum e Gl. verruculosum . Tanto Gl. halonatum quanto Gl. pansihalos e Gl. spinosum apresentam o mesmo número de camadas na parede e em todos há uma camada externa hialina e espessa. Porém, em Gl. pansihalos a camada externa apresenta estrias radiais na formadecolunasnapresençadePVLG(Berch&Koske1986),enquantoem Gl.halonatum essas estrias são ausentes. Além disso, Gl. halonatum apresenta ornamentação homogeneamente distribuída e em forma de espinhos, enquanto Gl. pansihalos e Gl. spinosum apresentam ornamentações mais espaçadas e em forma de verrugas (Berch & Koske1986;Hu2002).Mesmoassim,distinguir Gl.pansihalos de Gl.spinosum éumatarefa difícil,poisambasasespéciesformamesporocarposfrouxamentearranjados,apresentamo mesmonúmerodecamadascompondoaparedeeacamadaevanescenteapresentavariação que se parece com ornamentações, em forma de cabelo em Gl. spinosum e em forma de coluna em Gl. pansihalos . Estudos mais detalhados com o material tipo dessas espécies podemajudaraelucidaressasquestões. Glomushalonatum diferede Gl.verruculosum porapresentartrêscamadascompondo a parede dos esporos enquanto os de Gl. verruculosum apresentam apenas duas camadas.

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Além disso, Gl. verruculosum apresenta ornamentações de ponta arredondada (verrugas) (Blaszkowski & Tadych 1997) enquanto em Gl. halonatum os esporos apresentam ornamentaçõesdepontafina(espinhos). Esporos de Gl. halonatum são similares aos de Gl. spinuliferum pela sobreposição referente àcoloraçãoe estruturadaparede;ambasasespéciesapresentamtrêscamadasna paredesendoumaornamentadacomespinhos(equinulações)queestãoimersosnacamada evanescente,hialinaemucilaginosa.Entretanto, Gl.halonatum temesporosmaioresqueos de Gl.spinuliferum eapresentaesporocarposrecobertosporumperídiodehifasfrouxamente arranjadas (Rose & Trappe 1980), enquanto em Gl. spinuliferum não foram observados esporocarpos (Oehl et al. 2003). Rose & Trappe (1980) mencionaram esporocarpos de Gl. halonatum com um, dois ou três esporos frouxamente agrupados. A própria técnica de extraçãodosesporospodedesfigurarosesporocarpos,oquepodetercontribuídoparaque taisestruturasnãotenhamsidoobservadasnomaterialcoletado .Atéomomentonãoforam estabelecidospotesdeculturade Gl.halonatum ede Gl.spinuliferum ,sendoasdescrições baseadasapenasemesporosprovenientesdeamostrasdocampo(Rose&Trappe1980;Oehl etal .2003). Acamadaexterna,evanescente,daparededosesporosde Gl.halonatum foibastante variávelemespessura (12,5–27,5 m).Oehl etal .(2003)afirmamqueacamadaexternada paredede Gl.spinuliferum (1–2 m)ocasionalmenteseexpandeemPVLG,atingindo50 mdeespessura.Essefatofoidescritotambémem Glomuspansihalos ,posteriormentena leptotipificação de Glomus macrocarpum , em Glomus coronatum e também em Glomus caesaris (Berch&Koske1986;Berch&Fortin1983;Giovannetti etal .1991;Oehl etal. 2002),sendoessaexpansãodacamadainfluenciadapela resina, a qual pode ter um efeito expressivo em algumas camadas da parede do esporo, modificando suas propriedades (Morton1986a,b).Spain(1990)sugeriuquesefizessedescriçõescomosesporosmontados apenasemágua.Contudo,namaioriadaspublicaçõessãoencontradasdescriçõesdeesporos apenas em PVLG e PVLG + Reagente de Melzer e a descrição original de Gl. halonatum tambémfoibaseadaemesporossubmetidosaessacondição. Quandoobservadaemmaioraumento,acamadaevanescenteparecesercompostapor laminações, embebidas em uma matriz gelatinosa, fato também observado em esporos de Glomus mortonii ; porém, nessa espécie a camada com tal propriedade é a segunda (Bentivenga&Hetrick1991)enãoaprimeira,comoem Gl.halonatum .

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Glomus halonatum também difere de Gl. spinuliferum pela espessa camada evanescente, que na primeira espécie forma um halo similar a um anel, na maioria dos esporos. Não foi possível observar a expansão da camada externa da parede em Gl. spinuliferum devidoprovavelmenteaonúmeroreduzidodeesporos presente no isotipo. A falta de outras características para distinção mostra a necessidade de se avaliar melhor representantesde Gl.halonatum e Gl.spinuliferum ,vistoqueambassãomorfologicamente semelhantes. Walker&Vestberg(1998)observaramqueisoladosdeumamesmaespéciedeFMA diferiamfortementeemcoredimensãodosesporos,sendoamudançadacoloraçãoatribuída àscondiçõesemqueosisoladosseencontram.Épossívelqueasdiferençasentreacamada evanescentede Gl.halonatum ede Gl.spinuliferum sejamdecorrentesdasdiversaspressões ambientaisexercidasnosisoladosdeambasasespécies. Alguns dos esporos examinados apresentaram estrias (fístulas) verticais na camada laminada,comocitadonadescriçãooriginalde Gl.halonatum (Rose&Trappe1980)eem Gl. spinuliferum (Oehl & Sieverding 2003). Essas estrias são decorrentes de injúrias ambientaisproduzidaspelaaçãodemicroorganismosdosolo,nãosendoumcarátertípico das espécies, tal como observado por Walker & Vestberg (1998) em relação às estrias encontradasemesporosde Glomusfistulosum . Esporosde Gl.halonatum apresentaramhifadesustentaçãomultiseptada,similarao observadoporOehl etal .(2003)em Gl.spinuliferum .Nadescriçãooriginalde Gl.halonatum Rose&Trappe(1980)comentamapenasqueumseptofoi observado a 30 m abaixo do pontodeinserçãodahifadesustentaçãodosesporos. Nenhuma das espécies similares a Gl. halonatum apresenta uma camada externa evanescenteeespessaformandoumhaloaoredordoesporo. Glomusintraradices .C.Schenck&J.S.Sm.Mycologia77:78.1982. Glomerosporosencontradosempequenosesporocarpos,dentroouforaderaízes,ou eventualmente em pequenos agregados, raramente isolados no solo. Esporos geralmente globosos,54,5–77,0 m, a subglobosos, raramente elípticos ou irregulares (122) 78,9x 97,7 (58,2) m, amarelo claro, brilhantes em PVLG, adquirindo coloração vermelha a púrpura em Melzer. Parede do esporo composta por duas camadas; a primeira hialina, granulosa, geralmente fina, 3,7 m, podendo expandir em PVLG atingindo 5,6 m de

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espessura,adquirindoconsistênciamaisrígida(coriácea),comsuperfíciegranular.Segunda camadalaminada(atéduaslaminas),amarela,fina,1,8–2,8m,quenãoreagefortemente emMelzer.Eventualmenteacamadalaminadapodedividirse,aparentandoaexistênciade trêscamadas,sendoasmaisinternasunitárias. Hifa de sustentação cilindrica (7,5 – 11,2 m), raramente na forma de funil ou constrita na base. A parede da hifa é composta pela continuação das duas camadas que constituemaparededoesporo.Acamadahialinaevanescenteseestendeaté10mdahifa. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Araripina, Mergulhão , materialprovenientede áreaimpactadapelamineraçãodegipsita. Comentários: Poucosesporosforamencontradosisoladamentenosolo,entretantopedaços deraízcomumouatédoisesporosforamobservadosnosolo.Schenck&Smith(1982)não encontraramesporocarpos,porémafirmaramqueesporossãoformadostambémempequenos agrupamentos. A distinção entre esporocarpos ou agrupamentos de esporos ainda é controversa, visto que algumas espécies consideradas esporocárpicas, como Glomus monosporum e Gl.halonatum,apresentamgruposdeatétrêsesporosagregados. Esporocarpos de Gl. antarcticum são semelhantes aos encontrados em Gl. intraradices , contudo os esporos apresentam estrutura de parede distinta. Em Glomus intraradices osesporosapresentamatétrêscamadas,aprimeiraobservadaapenasemesporos jovens,hialina,evanescenteemucilaginosa,seguidadasegundatambémhialina,evanescente de superfície granulosa e a terceira laminada de coloração amarelada. Gl. antarcticum apresenta três camadas, a primeira evanescente, hialina, a segunda laminada e a terceira flexívelehialina. Esporos de Gl. intraradices podem ser confundidos com os de Gl. mosseae em PVLG,poisambospossuemcamadaexternahialinaecamadainternalaminada,amarelada emesporosmaduros.Porém,emGl.intraradices aslaminasseseparam,dandoaimpressão de ser mais de duas camadas. Além disso, a hifa de sustentação de Gl. intraradices é cilíndrica ou levemente constrita, raramente em forma de funil, enquanto Gl. intraradices apresentahifasgeralmentenaformadefunil. EmboraStürmer&Morton(1997)eSchenck&Smith(1982) tenham mencionado queaparededosesporosde Gl.intraradices écompostadetrêscamadas,aprimeiracamada, mucilaginosa,nãofoiobservadanosesporosexaminadosemAraripina,PE.

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Esporocarpos de Gl. intraradices podem ser confundidos com os de Gl. irregulare (Blaszkowskietal.2008),poisambossãoagregadosdeesporos.Adiferençabásicaentreas espécies é a forma irregular dos glomerosporos em Gl. irregulare enquanto os de Gl. intraradices sãomaisglobosos. Glomusliquidambaris (C.G.Wu&Chen)Almeida&.C.SchenckTrans.Mycol.Soc. R.O.C.2:74.1987. = Sclerocystiscunninghamia HuQuart.J.ChineseFor.21(2):45–72.1988. Esporocarpos marrom escuro, provavelmente globosos a subglobosos, porém no material examinado não foram observados esporocarpos inteiros. Glomerosporos marrom escuro,aparentementeformandoumacamada,distribuídoshomogeneamenteaoredordeum plexo central de hifas entrelaçadas e anastomosadas.Perídiodo esporocarpoformadopela terminação de hifas oriundas do plexo central, apresentando, no ápice, espessamento da parede, parecendo dá origem a outros esporos na superfície do esporocarpo. Essas terminaçõesdehifasgeralmenteestãofortementeaderidasedistribuídasempaliçada,(20,6– 84,6 m)dealtura,nasuperfíciedoesporocarpoepodemserfacilmenteobservadaentreos esporosnoesporocarpo.Perídionãoentrelaçadocomoem Gl.coremioides e Gl.sinuosum . Esporosclavados,cilíndricosoutriangulares(122) 112 (65) x (60) 48 (37) m comapenasumacamadalaminada,(1,8–3,7 m),naparedequepodeounãoserespessada noápicedoesporo(7,5–22,5 m).Apenasumahifadesustentaçãoporesporo(8–10 m delargura).Septonãoobservadonosesporos. Materialexaminado:Taiwan.ChiTou: NTUExperimentalForest,cedidopeloHerbarium oftheUniversityofFlorida(FL). Comentários: Wu & Chen (1986) comentam que as hifas que constituem o perídio são dicotomicamente ramificadas e seriam similares a paráfises, estruturas encontradas em Ascomycetes . Esporocarpos de Gl. liquidambaris são similares aos de Gl. coremioides em cor e tamanho.Porém,quandoquebradososesporocarposde Gl.coremioides apresentamperídio dehifasentrelaçadasenquantoosde Gl.liquidambaris apresentamperídioempaliçada.

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Almeida&Schenck(1990)sinonimizaram Sclerocystiscunninghamia Hu(1988)com Gl. liquidambaris usandocomobaseapenasoprotólogode Sc. cunninghamia . O material tipodessaespécienãofoiexaminado. Glomuspellucidum McGee&Pattinson. AustralianSystematicBotany15:120.2002. Esporocarpos completos não observados no material examinado. Fragmentos dos esporocarpos amarelo escuro com hifas e esporos frouxamente arranjados, podendo apresentar esporos em diferentes estágios de desenvolvimento. Hifas do plexo central variandodehialinasaamareloescuroe3,7a20,6mdeespessura.Parededahifalaminada, variandode13,7 mdeespessura.Alémdisso,podehaverhifascrescendodentrodeoutra hifadoplexo. Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobososouobovóides65,6–107,6 m, amareloclaroaamareloescuro(amareloouro).Parededoesporocompostadetrêscamadas facilmentedistinguíveisemesporosmaduros.Primeiracamadahialina,fina,1,8–2,8 m,de consistência rígida, similar a uma camada unitária, podendo ser mucilaginosa porém, se desprende, desaparecendo completamente em alguns esporos maduros. Segunda camada laminada,amarelo claroa amareloescuro,3,7–16,9 mdeespessura.Nãofoiobservada separação em duas camadas como observado por McGee & Trappe (2002). A camada laminadaémaisespessadaquandopróximaaopontodeinserçãodahifa.Terceiracamada fina, 1 – 2 m de espessura, hialina e membranosa colapsando em esporos maduros quebrados.ReaçãoemMelzernãoobservada,poisomaterialcedidoencontravase apenas emPVLG.Osesporosjovensapresentamapenasduascamadas,aexternahialinaeasegunda laminada,amarelada. Todas as camadas da parede do esporo são contínuas com a da parede da hifa de sustentação,queécilíndrica,11,5–15 m,egeralmenteumaporesporo. MaterialExaminado : Australia.Sydney: NewSouthWales, materialcedidopeloDr.Peter McGee , URM44463. Glomusproliferum Dalpé&DeclerckMycologia92:1180.2000.

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Glomerosporoshialinoamareladosaamareloescuro, globososasubglobosos(80– 120µm)raramenteelípticosouovóides. Parededoesporocompostaporquatrocamadasgeralmentecontínuascomaparededa hifa de sustentação. Primeira camada hialina, fina, evanescente, seguida de uma camada laminada mais espessa, hialina. Terceira e quarta camadas levemente laminadas a semi flexíveis, amareladas, fortemente aderidas e contínuas com as camadas mais internas da parededahifadesustentação. Hifa de sustentação cilíndrica ou em forma de funil, com oclusão por um septo formadoporumadaslaminaçõesdacamadamaisinterna. Material Examinado : Brasil. Rio de Janeiro: cultivo in vitro oriundo da coleção de S. DeclerkedisponibilizadoparaanálisemorfológicaporRicardoBerbara,daUFRJ. Comentários: Glomerosporosde Gl.proliferum sãosimilaresaosde Gl.diaphanum e Gl. clarum principalmente principalmente porque apresentam camadas internas amareladas. Porém,apenas Gl.proliferum apresentaquatrocamadasnaparede,enquanto Gl.clarum eGl. diaphanum apresentamapenastrês. Glomussinuosum (Gerd.&Bakshi)Almeida&.C.SchenckTrans.Br.Mycol.Soc.66: 343.1976. (Fig.30) = Sclerocystissinuosa Gerdemann&Bakshi,Trans.Brit.Mycol.Soc66:343.1976. = Scleocystispakistanica Iqbal&Busha,Trans.Mycol.Soc.Japan21:59–60.1980. Esporocarposgeralmenteirregularesouelípticos,raramenteglobososousubglobosos, marromavermelhadoapreto,difíceisdeseremobservadosemlupaporapresentaremdetritos dosoloaderidosàsuperfície.Perídiomarromavermelhadocomhifassinuosas,aparentando ornamentaçãolabirintiforme.Parededahifa<2,0 mdeespessura. Glomerosporossubglobososacilíndricos,formandoumacamada aoredordoplexo central de hifas, geralmente de coloração marrom avermelhado e entrelaçadas. Parede do esporo composta apenas de uma camada fina, (2,0 – 5,0 m), laminada e amarelo

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amarronzado.Apenasumahifadesustentaçãoporesporo,contínuacomaparedelaminada doesporo. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, Goto , material provenientedeáreadeMataAtlântica. Comentários: Esporocarpos de Gl. sinuosum são facilmente distinguíveis pelo arranjo sinuoso das hifas do perídio. Porém, Almeida & Schenck (1990) afirmam que alguns esporocarposde Gl.sinuosum podemapresentarperídiocomhifasentrelaçadasaoinvésde sinuosas,dificultandoaidentificaçãodaespécie. Glomusspinuliferum Oehl&Sieverd.Mycotaxon86:158159.2003. Esporocarpos ou agregados de esporos não observados. Glomerosporos globosos a subglobosos 122,2 – 131,1 m, amarelo escuro a amarelo amarronzado. Parede do esporo composta de quatro camadas, a primeira hialina, evanescente e mucilaginosa, geralmente observadapróximaaopontodeinserçãodahifadeesporosmaduros.Segundacamadafina, (1–2 m),levementeamareladaeconstituídadeprojeçõesemformadeespinhosqueficam imersasnaprimeiracamada.Essasegundacamadaestá fortementeligadaàterceira,queé laminada,espessa7,5–13,1 mecontínuacomaparededahifadesustentação.Aquarta camadaéfina,1–2 mdeespessura,hialinaeflexível,eprovavelmenteformaoseptono pontodeinserção.AreaçãoemMelzernãofoiobservada,poisosesporoscedidosestavam apenasemPVLG. Hifadesustentaçãocilíndrica,amarelada,1,5–16,4 m,formadaporduascamadas próximasaopontodeinserçãodahifa(camadas2e3). Material examinado: ALEMAHA . Vogtsburg : isolado de áreas cobertas com grama seminatural em Vogelsang Pass, próximo a Vogtsburg (Reserva Natural de Kaiserstuhl), Alemanha.(VI/2002), Oehl ,URM45714isotipo.Suiça.Basel: materialdacoleçãopessoal doDr.FritzOehl. Comentários: Esporos jovens de Gl. spinuliferum apresentam apenas três camadas compondoaparede,portantoapenasaquartacamada,fina,hialinaeflexívelnãoéobservada.

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Esporosde Gl.spinuliferum sãomuitoparecidoscomosde Gl.monosporumede Gl. halonatum . Diferem dos de Gl. monosporum naestruturadaparede,com Gl.spinuliferum apresentandoquatrocamadasenquanto Gl.monosporum apresentaapenastrês.Alémdisso, esporosde Gl.monosporum podemserencontradosempequenosesporocarpos,comocitado porOehletal.(2003)eGerdemann&Trappe(1974). Esporoscobertoscomhifasnãosãoincomunsem Glomus ,sendogeralmentedescritos comoclamidosporosenãocomoesporocarpos.Goto&Maia(2005)admitemtrêsgrausde complexidade no esporocarpo com os de Gl. monosporum se enquadrando nos de baixa complexidadedevidoprincipalmenteaonúmeroreduzidodeesporosporesporocarpo.Além disso,aformaçãodessesaglomeradosdeesporoscobertosporumperídioéfacultativa. Segundo Goto et al. (dados não publicados) a diferença entre os esporos de Gl. halonatum e Gl. spinuliferum está relacionada à dimensão dos esporos, maiores em Gl. halonatum emenoresem Gl.spinuliferum ;alémdisso,acamadaexternaevanescenteémais espessaem Gl.halonatum (formandoumhalohialinoaoredordoesporo)enquantoem Gl. spinuliferum essacamadaémaisfina. Porémosglomerosporosavaliadosmostramqueasdiferençasentreessasespéciessão mínimasequepodemsersinônimos,masserianecessárioumestudocomosespécimenstipo deambasasespéciesparadefinição. Glomustaiwanensis (C.G.Wu&Chen)Almeida&.C.SchenckexYaoTrans.Mycol. Soc.R.O.C.2:78.1987. =Sclerocystis taiwanensis Wu&Chen,Trans.Mycol.Soc.Rep.China2:73–83. 1987. Esporocarposgeralmenteglobosos,raramentesubglobososouirregulares,pretosem água, eventualmente marrom avermelhado. Superfíce dos esporocarpos geralmente rica em partículas do solo, dificultando sua localização em lupa. Perídio ausente. Glomerosporos clavadosoucilindricoscomápicedeparedeespessadaecomumacâmarapreenchidaounão. Parede do esporo constituída apenas de duas camadas, a primeira fina, 1,0 m, hialina e difícil de ser observada aderida à segunda camada, marrom, laminada e fina, próximo ao pontodeinserçãodahifa(2,0 m)eespessanoápice(20 m).

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Apenasumahifadesustentaçãoporesporo,geralmentereta.Plexocentralcomhifas marronsedeparedeespessa(<2,0 m),entrelaçadas,dificilmenteseparáveis. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, Goto , material provenientedeáreadeMataAtlântica. Comentários: Esporocarpos de Gl. taiwanensis podem ser confundidos com os de Gl. clavisporum emcoretamanho,porémesporosde Gl.clavisporum apresentamapenasuma camada laminada compondo a parede do esporo e ápice espesso compacto, enquanto Gl. taiwanensis apresentaduascamadaseumacamadanoápicedosesporos. Glomus sp1 Esporocarpos ou agregados de esporos não observados. Glomerosporos globosos a subglobosos,amareloescuroaamareloamarronzado. Parede do esporo composta de três camadas, a primeira hialina, evanescente e mucilaginosa,aderidaàsegundacamadatambémevanescente,espessa,hialina,quereageem Melzer, adquirindo coloração vermelho claro a vermelho escuro, ambas geralmente observadas nas proximidades do ponto de inserção da hifa em esporos maduros. Terceira camada laminada, ornamentada com espinhos homogeneamente distribuídos ao redor do esporoformandoaparentementeumretículo.Essaterceiracamadaécontínuacomaparede dashifasdesustentação. Várias hifas de sustentação por esporo, geralmente de cinco a oito. Hifa de sustentação geralmente irregular e ramificada, amarelada, formada apenas pela terceira camadadaparededoesporo. Materialexaminado:BRASIL .Pernambuco :SerraTalhada,Maciel ,materialoriundode áreasdeCaatinganativa. Comentários: Glomerosporos dessa espécie podem ser confundidos com os de Gl. spinuliferum e Gl.halonatum ,porémapenasem Glomus sp.1hápresençadeváriashifasde sustentaçãoenquantoem Gl.halonatum e Gl.spinuliferum existeapenasumahifaporesporo.

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Gigasporadecipiens I.Hall&AbbottTrans.Br.Mycol.Soc.83:204.1984. Glomerosporos geralmente globosos a subglobosos (220 – 280 µm) raramente elípticosouirregulares,coloraçãoamareloclarobrilhanteaamareloescuro. Parede do esporo composta por três camadas, a primeira hialina a amarelo claro, unitária,fina4m,normalmentefortementeaderidaàcamadalaminada,muitasvezesdifícil dedistinguir,segundacamadalaminada,espessa(até45 m),levementeamareladaoucreme levemente opaco; terceira camada germinativa, mais pigmentada que as demais, amarelo maisacentuado,ricaempapilas(ornamentações)queseconcentramgeralmentepróximasao pontodeformaçãodotubogerminativo. Bulbo suspensor de coloração amarelada, similar à do esporo, com apenas uma camadanaparede,provavelmentelaminada.Hifacomparederegularmentelaminada. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, Goto , material provenientedeáreadeMataAtlântica. Comentários:Gigasporadecipiens diferedasdemaisespéciesde Gigaspora pelacoloração dos esporos (http://invam.caf.wvu.edu) e principalmente pela espessa parede laminada até 45 m. Apesardessasdiferenças,existegrandesobreposiçãodoscaracteresmorfológicosem Gigaspora . Morton (http://invam.caf.wvu.edu) atribui à cor um importante papel na identificaçãodeespéciesde Gigaspora ,porémestapodeserinfluenciadapeloambienteem que se encontra ou pelo processo empregado para a manutenção das culturas (Walker & Vestberg1998). Atualmenteousodemarcadoresmoleculares,comoprimersespécieespecíficostem garantidoacorretaidentificaçãodessasespécies(Silva2004). Gigasporagigantea (T.H.icholson&.C.Schenck)Gerd.&TrappeMicologieMemoir 5:29.1974. Glomerosporos geralmente globosos a subglobosos (250 – 450 µm), raramente elípticosouirregulares,coloraçãoamareloesverdeadoopaco.

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Parededoesporocompostaportrêscamadas,aprimeira hialina a amarelo claro a amarelo dourado, unitária, fina, normalmente fortemente aderida à segunda camada, laminada, porém facilmente distinguida. A camada laminada é mais espessa, levemente amarelada ou esverdeada. A terceira camada é germinativa, de coloração amarela, rica em papilas(ornamentações)queseconcentram geralmentepróximasaopontodeformaçãodo tubogerminativo. Bulbosuspensordecoloraçãoamarelada,similaràdo esporo, comparede formada apenasporumacamada,provavelmentelaminada.Parededahifaregularmentelaminada. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Itapirema, Costa , materialprovenientedeárea cultivadacommangabeira. Comentários: Gigasporagigantea diferedasdemaisespéciesde Gigaspora pelacoloração dosesporos(http://invam.caf.wvu.edu)epelafinaparede(até12m). Paraglomusoccultum (C.Walker)J.B.Morton&D.RedeckerMycotaxon15:50.1982. = Glomusoccultum Walker,Mycotaxon15:50.1982. Glomerosporosglobosos,subglobosos,geralmenteelípticos(75–88,3 m),hialinosa levementeopacos,raramenteamarelados. Parede do esporo composta de três camadas hialinas, a primeira fina (1,0 m), de aparência unitária (semirígida), efêmera (evanescente), mas podendo persistir em esporos maduros. Segunda camada unitária, mais espessa que a primeira (2 4m) e firmemente aderidaàterceiracamada,laminada,queécontínuacomaparededahifadesustentaçãodo esporo. Reação em Melzer não distinta, contudo alguns esporos apresentaram coloração levementeamareladaquandoemcontatocomoreagente. Hifadesustentaçãocilíndrica,hialina,levementemaisespessanopontodeinserção dahifacomoesporo.Parededahifaformadapelastrêscamadasquecompõemaparededo esporo.Aprimeiracamadanãoseestendemuitopelahifadesustentação,sendoaparededa hifaconstituídabasicamentedascamadaunitáriaelaminada.Acamadaexternadaparededo esporoédifícildeserobservada,sendodifícildiscerniratéondeessacamadaseestendena hifa.

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MaterialExaminado : Brasil.SãoPaulo: CamposdoJordão, Souza , materialdeFlorestade Araucária. Comentários: Esporosde Pa.occultum podemserconfundidoscomosde Gl.diaphanum , Gl.eburneum,Di.spurcum,Gl.albidum,Gl.minutum e Gl.lacteum devidoàcoloraçãodos esporos.Porém,Pa.occultum diferede Gl.eburneum,Gl.minutum,Gl.albidum,Gl.lacteum e Di.spurcum porapresentartrêscamadascompondoaparededoesporoenquantoasdemais espéciesapresentamparedecomapenasduascamadas. Paraglomus occultum difere de Gl. diaphanum pelaestruturadaparededoesporo. Enquantoaprimeiraapresentaexternamenteumacamadadeaparênciaunitária(semirígida) seguidadeumacamadaunitáriamaisespessaedeumalaminada, Gl.diaphanum apresenta umacamadaexternamucilaginosa,evanescente,seguidadeumacamadalaminadaedeuma camada membranosa (semiflexível). Além disso, a hifa de sustentação de Pa. occultum é constituídaportrêscamadas,enquantoade Gl.diaphanum éformadaapenaspelacamada laminadadaparededoesporo. Pacispora sp.

Esporocarpos desconhecidos. Esporos hialinos formados isoladamente no solo, globosos 60 – 116,5 m a subglobosos (109,4) 80,8 x 60,1 (103,4) m, raramente irregulares.Parededoesporocompostaporseiscamadas.Componenteestrutural(exosporo) compostoportrêscamadas:aprimeirahialina,contínuacomahifadesustentação,unitária< 2,0 m espessando levemente sob pressão em PVLG e atingindo 2,7 m, normalmente aderidaàsegunda camada,hialina,laminada4,7–5,6 m de espessura. Terceira camada hialina, membranosa, < 1,0 mdeespessura,frequentementeaderidaàsegundacamada e difícildeserobservada.Paredegerminativa(endosporo)compostaportrêscamadas,asduas primeirasfortementeaderidas,deconsistênciasemirígida1,8–2,8 mdifícildequebrarsob pressão,similaràparedecoriácea( sensu Walker).Terceiracamadamembranosa,observada apenasemesporosmaduros<1,0 m.Hifadesustentaçãoefêmera3,7–7,5 mdediâmetro de parede fina < 1,0 m de espessura, difícil de ser observada. Reação dextrinóide em Melzer, observada nas camadas unitária e laminada da parede estrutural, que adquirem coloraçãopúrpura.ParedegerminativasemreaçãodistintaemMelzer.Acoloraçãopúrpuraé perdidaapósprimeirassemanas,deixandoosesporoslevementerosados.

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MaterialExaminado:Brazil.MinasGerais, SerradoCipó, Maia ,VIIde2004;oriundode áreasdecerradonarizosferade Velloziacaruncularis .

Comentários: Pacispora sp.diferedasdemaisespéciesporapresentarreaçãoemMelzerno componenteestruturalenquantoocomponetegerminativonãoreage.Asdemaisespéciesde Pacispora com esporos hialinos não apresentam reação dextrinóide na parede estrutural (Oehl&Sieverding2004),sendoareaçãoobservadaapenasnocomponentegerminativo.

Glomerosporosde Pacispora sp.podemserconfundidoscomosdePa.franciscana , poisambasapresentamparedeestruturallisaeomesmonúmerodecamadas.Noentanto, Pa. franciscana não apresenta reação púrpura na parede estrutural, como observado em Pacispora sp. Além disso, apenas Pa. franciscana apresenta reação no componente germinativo.

A reação ao Melzer é um caráter informativo para separa espécies na família

Pacisporaceae . Segundo Oehl & Sieverding (2004) apenas os glomerosporos de Pa. boliviana nãoapresentamreaçãoemMelzernocomponentegerminativo.Assim, Pacispora sp.e Pa.bolivianasãoasúnicasespéciesdogêneroquenãoapresentamreaçãoemMelzerno componentegerminativo.Separar Pacispora sp.de Pa.boliviana éumatarefafácil,poisos glomerosporosde Pa.boliviana apresentamornamentaçãoenquantoosde Pacispora sp.não apresentam.

Dentiscutatabiornata (Spain,Sieverd.&Toro)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Mycotaxon35:220.1989.

(Fig.33) Glomerosporos globosos a subglobosos, (276 – 384 m), raramente elípticos ou irregulares,coloraçãogeralmentemarromclaroatémarromavermelhadoescuro.

Parededoesporocompostadeseiscamadas,aprimeira unitária, ornamentada com projeçõesdeápicearredondado,marromavermelhoamarronzado,fina,(5,6 m),facilmente destacável da segunda camada, laminada, espessa, de coloração amarelada, que reage em PVLG expandindo as laminações; em Melzer a camada laminada reage fortemente,

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adquirindo coloração vermelho intenso às vezes chegando a ficar completamente preta, similaraoqueocorreemcamadasamorfas(plásticasemPVLG).Terceiracamadaflexível, ornamentadacomprojeções.Quarta,quintaesextacamadashialinaseflexível,formandoum complexodifícildediscernir,principalmenteaquintaeasextacamadasqueestãofortemente aderidas,enquantoaquartasedespredelevemente. Aornamentaçãodacamadamaisexternadaparededoesporonãoédensacomoem S. heterogama ,apresentandoemalgunsesporosespaçosvaziosentreasornamentações.Além disso, quando os esporos foram pressionados, a superfície externa com as ornamentações parecemesticarlateralmente,mostrandocertaplasticidade. AreaçãoemMelzernãofacilitaaobservaçãodascamadasmaisinternas,vistoquea camada laminada não permite a visualização das camadas mais internas, impossibilitando umaacuradaobservação.ÉnecessárioquebrarosesporosemPVLG,porémnessaresinaa camada laminada se expande devido à plasticidade das laminas e dificilmente se quebra, tornandodifícilaobservaçãodascamadas. Placagerminativaevidente,marrom,comatéoitotubosgerminativos,formadaentrea quintaeasextacamadas. Bulbosuspensormarrom,porémmaisclaroqueaparededoesporo,ecomparede formadapelasduascamadasmaisexternasdaparededoesporo. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Itapirema. Costa , materialprovenientedeárea cultivada com mangabeira. Paraíba: Mataraca, Souza, material proveniente de áreas de dunasderestingaimpactadaspormineração.Minasgerais: SerradoCipó, Maia ,áreasde Cerrado. Comentários: Esporosde De.biornata sãofacilmentedistinguíveisdasdemaisespéciescom glomerosporosscutelosporóidesdevidoaduplaornamentaçãoquenãoocorre emnenhuma outraespécie.Alémdisso,acamadalaminadaquereagememPVLGtambéméumcaráter únicodentrodogênero. Dentiscutatacerradensis (Spain&Miranda)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd.Mycotaxon 60:130.1996. (Fig.34)

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Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos,raramenteelípticos,decoloração hialinaabranca,àsvezescommaterialcitoplasmáticoopaco. Parededoesporocompostapornovecamadas,aprimeirahialina,evanescente,fina,< 2,0 m, rica em ornamentações similares a papilas. Em alguns casos essa camada pode parecer mucilaginosa. Segunda camada hialina, unitária, fortemente aderida à terceira camada, hialina, laminada e com forte reação em Melzer adquirindo coloração vermelho púrpura.Quartacamadahialina,fina,<1,0medificilmenteobservadamesmoemesporos maduros.Aquintaeasextacamadassãohialinaseflexíveis,fortementeaderidas,emalguns casos, dificilmente observadas separadamente. A sétima e a oitava camada também são hialinas,porémasétimaapresentaaparênciacoriácea,enquantoaoitava,queestáfortemente aderida,temconsistênciaflexívelereageemMelzeradquirindocoloraçãorosaavermelho púrpura. A nona camada é hialina, flexível e fina, < 1,0 m de espessura, difícil de ser observadaemesporosquebradosemMelzerdevidoàreaçãodaoitavacamada. Placagerminativamarrom,facilmenteobservadaemesporosmaduros,formadaentre asétimaeaoitavacamadas. Bulbosuspensoramareloescuroamarromclarodiferindodacoloraçãodosesporos queécompletamentehialinooubranco. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Pacajús, Gugel , material proveniente de área cultivadacomcajueiros. Comentários: A ornamentação da parede de De. cerradensis não apresenta forma regular comoem Sc.crenulata e Fu.heterogama .Aornamentaçãopodeapresentarbaseslargasou curtasealturavariada,nãoultrapassando2,0mdealtura.Essacamadaquandopresentetem consistênciamucilaginosa,tornandodifícilaidentificaçãodaespécie. Quarta camada hialina, membranosa e fina é dificilmente observada, mesmo em esporosquebradosetalvezsejaprovenientedodesprendimentodeumalaminadadaterceira camada. A nona camada é difícil de observar por serfina,<1,0 m, e estar intimamente ligada à oitava camada, que reage fortemente em Melzer. Porém em alguns casos essa camadapodesedesprender,facilitandoaobservação. Aespessuradascamadasseteeoitopodevariar;oraasétimacamadaémaisespessa que a oitava, tendo aparência coriácea ora é mais fina e aparenta ser flexível. Spain &

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Miranda (1996) admitem que as camadas sete e oito são flexíveis, porém nos esporos examinadosaaparêncianãoeraflexível. Morton(http://invam.caf.wvu.edu)nãomencionaanonacamadadaparededoesporo, podendoessacamadaestarausente,poisdeveseraúltimaaserformadaduranteoprocesso dedesenvolvimentodoesporo. Esporos de De. cerradensis podem ser confundidos com os de De. scutata, Ce. pellucida, Sc. weresubiae , Ra. fulgida e Ra. verrucosa devido à coloração hialina dos esporos. A parede dos glomerosporos de De. scutata, Ce. pellucida e Sc. weresubiae não apresenta ornamentação, diferindo de De. cerradensis . A espécie também difere de Ra. fulgida pelaestruturadaparededoesporoepelaornamentaçãodacamadaexterna.Esporos de Ra.verrucosa apresentamornamentaçãosimilaraverrugasnacamadaexternadaparede, porémDe.cerradensis apresentaornamentaçãosimilarapapilas,alémdaestruturadaparede apresentar nove camadas em De. cerradensis e apenas três camadas em Ra. verrucosa, segundoKoske&Walker(1985). Dentiscutatanigra (J.F.Readhead)C.Walker&F.E.SandersMycologia71:187.1979. Glomerosporos globosos a subglobosos, vermelho escuro a negro. O material examinadoestavaemmáscondiçõespelaidadedalamina.Noentanto,foipossívelobservar aparededoesporocompostaporduascamadas,umaexterna,formadabasicamenteporum retículo de fendas geralmente globosas a subglobosas, vermelho escuro a preto que estava imerso em espinhos que pareciam flexíveis, oriundos de uma camada mais espessa, de aparência laminar, porém não foi possível confirmar devido à coloração negra da camada. Não foram observadas as estruturas que compõem a parede germinativa. Bulbo suspensor geralmentesubglobosoaelíptico,marromavermelhadoesemornamentação.Parededahifa aparentementelaminadaecontínuacomacamadaexternaqueéformadapeloretículo. MaterialExaminado : Suiça.Basel: materialdacoleçãopessoaldoFritzOehl. Comentários: Esporosde De.nigra podemserconfundidoscomosde De.reticulata pela coloração e padrão de ornamentação reticular em ambas as espécies. Porém, De. nigra apresentadoistiposdeornamentaçãocomosretículos arredondados imersos em espinhos flexíveislongos,enquanto De.reticulata apresentaapenasretículosangularescomespinhos curtos.

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Dentiscutata reticulata (Koske, Miller & C. Walker) Oehl, F.A. de Souza & Sieverd. Mycotaxon16:429.1983. Glomerosporos geralmente globosos a subglobosos, hialinos quando no início do desenvolvimentoepretobrilhantequandomaduros.Aavaliaçãodacoreformadosesporos foibaseadaemculturasmantidasemcultivo invitro naEmbrapaAgrobiologia. Parede do esporo composta por sete camadas, a primeira hialina e aparentemente evanescentequeformaumapelículacompactanosesporosjovens.Nosesporosmadurosessa camadaestádeteriorada,masfoifacilmenteobservadanosesporosavaliados,provavelmente devidoaofatodosistemadecultivoinvitropossiblitarmelhormanutençãodosesporos.A segunda camada da parede é laminada, espessa, pigmentada e ornamentada com uma superfície reticular. Em cada cavidade do retículo são facilmente observados, em esporos maduros, projeções similares a espinhos que preenchem completamente a cavidade. Em esporosjovensnãoépossívelobservaressasornamentações,poisàcamadaexternadaparede doesporoasencobre.Aterceiracamadadaparedeéfina,hialinaedifícildeserobservada, poisgeralmenteadereacamadalaminada.Astrêsprimeirascamadasdaparededoesporo formamocomponenteestrutural. Ocomponentegerminativoécompostoporquatrocamadas,hialinaseflexíveis.As camadasquatroecincosãogeralmenteaderidasedemesmaespessura.Asextaeasétima camada são hialinas e flexíveis, sem evidências de uma camada interna amorfa. A última camada reage em Melzer, adquirindo coloração vermelho púrpura. A placa germinativa é pigmentada, marrom escura, lobada, e a borda geralmente apresenta invaginações, sendo consideradadealtacomplexidadejáqueformavariostubosgerminativos. Bulbosuspensordamesmacordoesporo,escuro,sem ornamentação e geralmente obovóideaovóide. MaterialExaminado : Brasil.RiodeJaneiro: Seropédica,materialprovenientedecultivo invitro disponibilizadoporFranciscoA.deSouza. Comentários: Glomerosporosde De.reticulata podemserconfundidoscomosde De.nigra principalmente em cor e aparência da ornamentação.Mas ornamentação em De. reticulata estáfortementeligadaàsegundacamadadaparedeenãosedestacadessacamada,enquanto em De. nigra a ornamentação reticular se destaca facilmente da parede. Além disso, os

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glomerosporosde De.nigra sãorelativamentemaiores,atingindoaté1050 menquantoos de De.reticulata atingemnomáximo470 m. Dentiscutatasp1 (Fig.35) Glomerosporesglobosos(330)400–480(570) masubglobosos350390x360 430 m,marromavermelhado,marromescuroapreto..Parededoesporoformadaporsete camadas:aprimeiraevanescente,amarela,marromamarromescuro,<2,5 mdeespessura, a segunda laminada (10) 12,5 – 15 (17,5) m, marrom, marrom avermelhado a preta, ornamentadanasuperfícieinterna(3,75–6,25 m).Aornamentaçãoexternaéformadapor verrugas com distribuição heterogenea, difícil de ver em esporos jovens com camada evanescente preservada. A ornamentação externa está imersa na camada evanescente. A ornamentação interna é coliculosa. O componente germinativo está constituído por dois grupos,oprimeirocomduascamadashialinas,flexíveis3,7–6,2 m,osegundocomtrês camadashialinas,umamembranosa<2,0 m,seguidadeumaamorfa,expandindoemPVLG (2,5) 6,2 10 (12,5) m e uma camada membranosa < 2,0 m. Bulbo suspensor marrom, comparedeespessa,5–7,5 mesuperfíceinternaornamentada.ReaçãoaoMelzerapenas nacamadaamorfaquetornasevermelhopúrpuraescuro. Aprimeiracamadadaparededosesporosde Dentiscutata sp1. temaparênciaunitária emesporosjovens,apresentandosuperfícielisaeatingindoaté2,5 mdeespessura.Porém, emesporosmadurospodeestarcompletamenteausenteouapresentarapenasvestígiosepor essarazãofoidesignadaevanescente. Material examinado : Brasil, Pernambuco : Buique, Goto , em áreas de Caatinga Nativa. Paraíba: Mataraca,Souza, emáreasdedunasimpactadaspormineração. Comentários: A camada evanescente em espécies com glomerosporos scutelosporóides é umacaracterísticaincomum,sendoreferidaapenasem Cetrasporaspinosissima (Walkeret al.1998).Mesmoassim,Walkeretal.(1998)afirmamqueacamadaevanescentepodeserna realidade um artefato causado pela densa ornamentação da camada externa da parede dos esporosde Ce.spinosissima .Emmembrosde Gigasporaceaeémaiscomumaocorrênciade uma camada externa unitária. Em geral essa camada está fortemente aderida à segunda

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camada, geralmente laminada, porém, pode se destacar facilmente em algumas espécies como,porexemploem Ra.castanea C.Walker(Walkeretal.1993). A família Gigasporaceae atualmente está incluída na ordem Diversisporales que compreende também as famílias Acaulosporaceae , Entrophosporaceae , Diversisporaceae e Pacisporaceae (Schüßleretal2001;Walker&Schüßler2004;Sieverding & Oehl 2006). Dentreessasfamíliasde Diversisporales apenas Pacisporaceae nãoapresentaglomerosporos com camada evanescente. Contudo, essa característica não é comum em todas as famílias dessaordem,sendomaisfreqüenteapenasemmembrosde Acaulosporaceae . Emesporosjovensacamadaevanescentedificilmenteseseparadasegundacamada, queélaminadaeduplamenteornamentada.Aornamentaçãodasuperfícieexternaécomposta por pequenas verrugas 0,5 – 1,0 m de altura, esparsas e difíceis de observar devido à coloraçãoescuradoesporo,sendovisualizadaapenasemesporossemacamadaevanescente, semelhante ao padrão de ornamentação de Fuscutata heterogama . A ornamentação da superfícieexternaedasuperfícieinternadacamadalaminadade Dentiscutata sp1.podeser observada em esporos jovens e maduros. Porém, quando se observa o esporo de forma frontal,aornamentaçãointernapodeserconfundidacomperfuraçõessimilaresaumretículo nasuperfícieexternadasegundacamadadaparede. Glomerosporos de Dentiscutata sp1. podem ser confundidos com os de Ra. coralloidea,Ra.gregaria,De.biornata eQu.erytropa emcoretamanhodosesporos. Porém, apenasemesporosde Dentiscutata sp1.eDe.biornata ocorreduplaornamentação,enquanto em Ra. gregaria e Ra. coralloidea a ornamentação ocorre apenas na superfície externa da camada laminada. Além disso, esporos de Qu. erytropa não apresentam ornamentação (Koske & Walker 1984). Nos glomerosporos de De. biornata a ornamentação ocorre na primeira e na segunda camada da parede do esporo (Spain et al. 1989) enquanto em Dentiscutata sp1. a ornamentação ocorre apenas na segunda camada. Além disso, apenas Dentiscutata sp1. e Scutellospora pernambucana (Silva et al. 2008) apresentam camada evanescente, enquanto nas demais espécies a camada mais externa da parede do esporo é unitária. Alémdaornamentação,aestruturadaparededosesporosdasespéciesmencionadas difere significantemente. Racocetra coralloidea e Ra. gregaria apresentam apenas quatro camadas compondo a parede, e o componente germinativo apresenta apenas um grupo enquanto Dentiscutata sp1.apresentaseteecomponentegerminativomais complexo, com

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dois grupos de parede. Quatunica erytropa apresenta oito camadas compondo a parede enquanto Dentiscutata sp1.apresentaapenassete. Adistribuiçãogeográficade Dentiscutata sp1.érestrita,aáreasdeCaatinganativa no,estadodePernambucoeáreasdedunasderestingaimpactadaspormineraçãonoestado daParaíba.Glomerosporosde Dentiscutata sp1.encontradosnaParaíbaestavammisturados comosde Ra.gregaria ,ambosapresentandocoloraçãosimilar,porém Dentiscutata sp1.era facilmenteseparadaporapresentarglomerosporosmaiores. Dentiscutata sp2. Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos,(250–350m),amareloclaroa amareloescuro.Parededoesporocompostaporoitocamadas,trêsnocomponenteestrutural ecinconocomponentegerminativo.Aprimeiracamadadocomponenteestruturaléunitária, < 2,0 m de espessura, amarelo escuro, ornamentada com verrugas irregulares e homogeneamente distribuídas na superfície do esporo, facilmente destacável da segunda camada,amareloclaroaamareloescuro,laminada(7,5–9,4 m).Acamadalaminadareage emMelzeradquirindocoloraçãoamareloescuroamarrom. Componentegerminativoformadoporatécincocamadas,hialinaseflexíveis,sendo queaúltimaadquirecoloraçãovermelhopúrpuraescuroemMelzer.Placagerminativanão observadanosesporosencontradosemcampo. Bulbosuspensoramareloclaroaamareloescuro,geralmentesubglobosoovóide. Material Examinado : Brasil. Paraíba: Mataraca, Souza , material proveniente de área de dunasderestingaimpactadaspelamineração. Comentários: Esporosde Dentiscutatasp2.podemserconfundidoscomosde Ra.verrucosa e Sc. nodosa em cor e tamanho. Porém, diferem na estrutura da parede. Esporos de Dentiscutata sp2. apresentam oito camadas compondo a parede, enquanto Ra. verrucosa apresenta apenas quatro e Sc. nodosa sete camadas (Blaszkowski 1991). Notadamente Dentiscutata sp2.correspondeaumanovaespécieparaaciênciapoisnãohácorrespondência comoutrasespéciesdogêneroconsiderandooscaracteresmorfológicosobservados.

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Racocetraalborosea (Herrera&Ferrer)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd.Revistadel JardinBotánicoNacional,UniversitatdelaHabana1:55.1980.

Glomerosporos globosos a subglobosos, amarelo escuro a laranja amarronzado (herborizado)comdimensãovariandode204–207µm,comodescritoporHerrera&Ferrer (1980). Parededoesporocompostaapenasporduascamadas no componente estrutural, a primeira fina, hialina e unitária, que se destaca da segunda, laminada, amarelada e mais espessa. No entanto, Herrera & Ferrer (1980) mencionaram que as duas tem a mesma espessura.Análisedomaterialtipomostrouqueapenasum esporo apresentaumacamada externatãoespessaquantoasegundalaminada,oquepareceserumareaçãodeexpanção.O componente germinativo é composto por duas camadas hialinas e flexíveis geralmente inseparáveisedeespessurasimilar. Placa germinativa ausente em todos os esporo de Ra. alborosea observados no holotipo e no isotipo. Bulbo suspensoróide elipsóide ou oblongoelipsóide ou ovóide, de paredefinacompostaporumacamadaunitáriaouumadaslaminasmaisexternasdacamada laminadadaparededoesporo. MaterialExaminado : Cuba.Havana: MaterialcedidopelaUniversidaddeHavana(HAC). IsotipoHHFEndogHAC35(W30422);HolotipoIHFEndogHAC35(W30421). Comentários:ApenasumesporonoisotipoapresentaascaracterísticasdescritasporHerrera & Ferrer (1980) para Ra. alborosea . Plasticidade em uma das camadas do componente estrutural não é comum entre membros de Gigasporaceae. Apenas De. biornata apresenta umacamadalaminadaquereageexpandindoemPVLG.Porém,nãosepodeafirmarseessa característicaéfrequentepara Ra.alborosea,poisapenasumdosesporosapresentamessa característica. Glomeroporos de Ra. alborosea podemserconfundidoscomosde Ra. weresubiae únicaespéciede Racocetra descritacomcoloraçãorosada. Racocetraalborosea diferede Ra. weresubiae principalmente por apresentar duas camadas no componente germinativo enquanto Ra.weresubiae apresentaquatrocamadas. Racocetracastanea (C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd.CryptogamieMycol.14: 280.1993.

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(Fig.36) Glomerosporos geralmente globosos a subglobosos, (180 – 250 m), hialinos a amareloescuroemPVLG. Parededoesporocompostaporquatrocamadas,duasnocomponenteestruturaleduas no componente germinativo. A primeira camada do componente estrutural é hialina a amareloescuro,fina,<2,0 m,unitáriaefortementeaderidaàsegundacamada,laminada, espessa,10–25 meamareloescuro.OcomponenteestruturalreageemMelzer,adquirindo coloraçãolaranjaavermelhado. Ocomponentegerminativoéformadoporduascamadas hialinas, finas, < 2,0 m, flexíveisefortementeaderidas,enãorageemMelzer. Placa germinativa hialina, lobada, formando vários tubos germinativos. Bulbo suspensoramarelado. MaterialExaminado : Suiça.Basel: materialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl. Comentários: Esporosde Ra.castanea podemserconfundidoscomosde Sc.calospora , Sc. dipurpurascens e Ra. fulgida em cor e dimensão. Porém, a estrutura da parede do glomerosporo,comduascamadasnocomponentegerminativo,distingue Ra.castanea deSc. dipurpurascens comtrêsedeSc.calospora, comquatrocamadas.Distinguir Ra.castanea de Ra.fulgida éumatarefadifícil,poisaestruturadaparedeemambasasespéciesésimilar, porémacoloraçãodosglomerosporosdeRa.castanea émaisescuraqueade Ra.fulgida . Alémdisso,aplacagerminativade Ra.castanea émaislobadaqueade Ra.fulgida . OutracaracterísticaquepodeserútilparadistinguirRa.castanea de Ra.fulgida éa espessa camada laminada em Ra. castanea que atinge até 35 m (Walker et al. 1993), enquantoadeRa.fulgida atingeaté8 m(Koske&Walker1986). Essaspequenascaracterísticaspodemserusadasparadistinguir Ra.castanea de Ra. fulgida , porém espessura da camada laminada e coloração dos esporos são caracteres que apresentamvariaçãoentreisoladosdeumamesmaespécie.Poroutrolado,aformadaplaca germinativa pode ser uma importante ferramenta para a distinção dessas espécies por apresentardiferençassignificantes.

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Racocetrafulgida (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Mycotaxon27: 221.1986. Glomerosporos geralmente globosos a subglobosos, (188 – 249 m), hialinos a amareloesverdeadoemPVLG. Parededoesporocompostaporquatrocamadas,duasnocomponenteestruturaleduas no componente germinativo. A primeira camada do componente estrutural é hialina a amarelada,fina,<2,0 m,unitária,efortementeaderidaàsegundacamada,laminada,mais espessa,6–8 m,eamarelaesverdeada.ReaçãoemMelzerocorreapenasnocomponente estrutural,queadquiricoloraçãomarromalaranjado. Ocomponentegerminativoéformadoporduascamadas hialinas, finas, < 2,0 m, flexíveis e fortemente aderidas. Não há reação em Melzer nas camadas do componente germinativo. Placagerminativahialina,bilobada,subglobosaaelipsóide,difícildeserobservada. Bulbosuspensoramareloclaro,subglobosoaalongadocomapenasumacamadacompondoa parede. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Pacajús, Gugel , material proveniente de área cultivadacomcajueiros. Comentários: Esporosde Ra.fulgida podemserconfundidoscomosde Sc.calospora , Sc. dipurpurascen, e Ra. castanea em cor e dimensão. Porém, a estrutura da parede dos glomerosporos,comduascamadasnocomponentegerminativo,distingue Ra.fulgida de Sc. dipurpurascensque apresentatrêscamadas.Racocetrafulgida apresentaplacasemelhanteà deFu.heterogama,enquantoemglomerosporosdeRa.castanea aplacaémaislobadaetem maispontosdegerminação. Alemdisso,enquantoasdemaisespéciesapresentamfortereaçãoemMelzeremuma dascamadasdocomponentegerminativo,talreaçãonão ocorre em glomerosporos de Ra. fulgida. Racocetra gregaria (.C. Schenck & T.H. icholson) Oehl, F.A. de Souza & Sieverd. Mycologia71:178–198,1979.

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= Gigasporagregaria Schenck&Nicholson.Mycologia71:178–198,1979. Glomerosporos geralmente globosos, (384 – 423 m), raramente subglobosos ou elípticos,coloraçãomarromescuro,marromavermelhadoescurooupreto. Componenteestruturalcompostoporquatrocamadas, a primeira unitária, marrom escura, ornamentada com projeções de ápice arredondado, raramente achatado. Segunda camadafortemente aderidaàprimeira,laminada,marromescura.Componentegerminativo composto por duas camadas hialinas, fortemente aderidas, flexíveis e finas, dificilmente observadasseparadamemente. Placa germinativa amarronzada, com vários lóbulos (24), formada entre as duas camadasflexíveis.Placararamenteobservadaemesporosisoladosdiretamentedocampo. Bulbosuspensormarrom,porémmaisclaroqueoda parede do esporo. Parede do bulboformadaapenasporumacamadaprovavelmentelaminada.Hifaregularmenteseptada. MaterialExaminado : Brasil.Ceará: Pacajús, Gugel , materialprovenientedeáreacultivada comcajueiros. Comentários: Esporos de Ra.gregaria podemserconfundidoscomosde Ra.coralloidea devidoàcoloraçãoeestruturadaparede.Porém,em Ra.gregaria aornamentaçãodacamada externa da parede apresenta projeções de ápice arredondado enquanto Ra. coralloidea apresentaornamentaçãocomápiceachatado. Racocetraminuta (Herrera&Ferrer)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd.RevistadelJardin BotánicoNacional,UniversitatdelaHabana1:53.1980. Glomerosporos globosos a subglobosos, amarelo escuro quando jovens e marrom escuroquandomaduros(materialherborizado). Aparededoesporoécompostaporumcomponenteestruturalcomduascamadas,a primeiraunitária,fina(1–3µm),amarelada,seguidadeumacamadalaminada,ornamentada comespinhos.Asornamentaçõessãoprojeçõesdedoistamanhos,ummaior(até3 m de altura) e em menor quantidade e um menor (até 1,5 m de altura) e em maior quantidade. Ambassãohomogeneamentedistribuídas.Asornamentaçõesmaioresatravessamacamada externa, deixando fragmentos que dão a impressão de haver ruptura da parte superior da

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ornamentaçãomaior,parecendoumespinhoaberto,comocálice.Essaaparênciaéobservada apenasemplanodevisãofrontal.Avisãolateraldaornamentaçãodeixaevidentequenãohá rompimento do ápice do espinho.Na verdade a ruptura da camada externa é que deixa a impressãodehaverumaestruturasimilaraumcálice.Ocomponentegerminativoécomposto por apenas duas camadas flexíveis e hialinas, de espessura similar e geralmente aderidas. Placagerminativanãoobservadanosesporosdotipoedoisotipo.Parededobulbosuspensor ,geralmentesubgloboso,contínuacomacamadaunitáriaexternadaparededoesporo.Parede dahifageralmentefina(até2m)edeaparênciaunitária. MaterialExaminado : Cuba.Havana: MaterialcedidopelaUniversidaddeHavana,Tipoe Isotipo(9HFEndog.NAC37). Comentários: Glomerosporosde Ra.minuta sãocaracterísticostantoemtamanhoquantona ornamentaçãodaparede.Apenas Sc.dipapilosaapresentadoistiposdeespinhoscompondoo padrãodeornamentaçãoporém,emnenhumaespécieessasornamentaçõesestãoimersasna camada unitária externa da parede do esporo. Padrãosimilarfoiobservadoapenasemum novotáxonencontradonaVenezuelaenoBrasil;porémnessanovaespécieaornamentação apresentaespinhosdeumsótamanho,enquantoem Ra.minuta sãoevidentesosespinhosde tamanhosdistintos. Racocetraverrucosa (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd.Mycologia77: 705.1985. (Fig.37) = Gigasporaverrucosa Koske&Walker.Mycologia77:705.1985. Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos,(261–307 m),amareloclaroa amareloescuro.Parededoesporocompostaapenasporquatrocamadas,duasnocomponente estruturaleduasnocomponentegerminativo.Aprimeiracamadadocomponenteestruturalé unitária, < 2,0 m de espessura, amarelo esverdeado, ornamentada com verrugas homogeneamente distribuídas na superfície do esporo, e facilmente destacável da segunda camada,amareloclaro,laminada,(7,5–9,4 mdeespessura).Acamadalaminadareageem Melzer,adquirindocoloraçãoamareloescuro.

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Componentegerminativoformadoporduascamadashialinas,flexíveisefortemente aderidas, observadas apenas próximo à placa germinativa, formada entre essas camadas. NenhumadessascamadasreageemMelzer. Bulbosuspensoramareloclaro,geralmenteglobosoousubgloboso. Material Examinado : Brasil. Paraíba: Mataraca, Souza , material proveniente de área de dunasderestingaimpactadaspormineração. Comentários: SegundoKoske&Walker(1985),esporosde S.verrucosa apresentamapenas três camadas compondo a parede do esporo, porém Morton (http://invam.caf.wvu.edu) observou, no componente germinativo, duas camadas ao invés de uma, aumentando para quatroonúmerodecamadasdeparederegistradasem Ra.verrucosa . Esporos de Ra. verrucosa podem ser confundidos com os de Sc. nodosa em cor e tamanho.Porém,diferemnaestruturadaparede,poisapresentamquatrocamadascompondo aparededoesporo,enquanto Sc.nodosa possuisetecamadas(Blaszkowski1991). Racocetra sp1 (Fig.38) Glomerosporosglobososasubglobosos145–250x165–280µmraramenteirregular, amareloaamareloalaranjado.Aestruturadaparededosglomerosporosde Racocetra sp1é simples,apresentandoapenascincocamadas.Ocomponenteestruturalécompostoportrês camadas,aprimeirafina,amarelada,semipersistente,seguidadeumalaminada,ornamentada nasuperfícieinternacomprojeçõesnaformadetubos.Aterceiracamadaéfina,amareladae flexível,difícildeserobservadamesmoemesporosmaduros.Apenasasegundaeaterceira camadas do componente estrutural reagem em Melzer, adquirindo coloração laranja amarronzado.Ocomponentegerminativoécompostoapenaspor duas camadas flexíveis e hialinasquenãoreagememMelzer. Placa germinativa hialina a amarelada, multilobada e com dois ou mais tubos germinativos. Borda da placa lisa, sem invaginações ou dobramentos e geralmente subglobosaaelíptica. Bulbosuspensordamesmacordosesporos,geralmentesubglobososaalongadoscom duascamadasnaparedevisíveisecontínuascomasduasprimeirascamadasdaparededo esporo.

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MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Buique,Goto , materialprovenientedeáreade Caatinganativa.Paraíba:Mataráca, Souza ,materialdeáreasdedunasderestingaimpactadas pormineração. Comentários: Poucasespéciesde Racocetra apresentamglomerosporosornamentados. Ra. gregaria e Ra.coraloidea apresentamessascaracterísticas.Porém,osesporossãonegrosea ornamentação ocorre na superfície externa da parede, enquanto Racocetra sp1 apresenta esporosamareloclaroeornamentaçãonasuperfícieinternadocomponenteestrutural. Scutellospora calospora (C. Walker & I. Sanders) Oehl, F.A. de Souza & Sieverd. Mycologia60:322.1968. Glomerosporos globosos a subglobosos, 250 – 365 m, hialinos a levemente esverdeados,eventualmenteesverdeados. Parededoesporocomposta,nocomponenteestrutural,porumacamadalaminada,5,6 –11,2 mdeespessura,levementeesverdeadaemPVLG,adquirindocoloraçãoamarelada em PVLG + Reagente de Melzer. Componente germinativo composto de três camadas, hialinasefinas,<2,0 memPVLG,flexíveis,aprimeirasedesprendendofacilmentedas demais,fortementeaderidas.Apenasaúltimacamadadocomponentegerminativoreageem Melzer,adquirindocoloraçãopúrpura. Bulbo suspensor levemente esverdeado em PVLG, adquirindo coloração amarelada emPVLG+ReagentedeMelzer.Hifageralmenteseptada. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Araripina, Mergulhão , materialprovenientede áreaimpactadapelamineraçãodegipsita. Comentários: Esporosde Sc.calospora podemserconfundidoscomosde Ra.fulgida eSc. dipurpurascens em cor e dimensão. Entretanto, diferem por apresentar três camadas compondoocomponentegerminativo,enquanto Ra.fulgida apresentaapenasduasediferem também de Sc. dipurpurascens por apresentar uma camada no componente estrutural enquanto estaespécie apresentaduascamadas.

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Scutellospora crenulata (R.A. HerreraPeraza, Cuenca & C. Walker) Oehl, F.A. de Souza&Sieverd.Can.J.Bot.79:674675.2001. Glomerosporos globosos a subglobosos, amarelo claro quando jovens e amarelo escuroquandomaduros(coloraçãodematerialherborizado). A parede do esporo é composta por um componente estrutural com apenas uma camada laminada, ornamentada com projeções em forma de domos, homogeneamente distribuídas, cuja base das projeçõesforma geralmente um arranjo poligonal (pentagonal, hexagonalouheptagonal).Essetipodeornamentaçãoécaracterísticonãosendoobservado emnenhumaoutraespéciede Sctellospora .Ocomponentegerminativofoiobservadoapenas emumesporoqueapresentouumgrupocomduascamadashialinaseflexíveis.Nenhuma camada amorfa nem camada beaded foi observada no isotipo. Placa germinativa não observada. Material Examinado : Cuba. Havana: material cedido pelo Herbario da Universidad de Havane,Isotipo(HACCuenca60412)provenientesdaVenezuela. Comentários: Glomerosporosde Sc.crenulata sãocaracterísticostantoemtamanhoquanto na ornamentação da parede. Nenhuma espécie de FMA foi descrita com ornamentação da parededoesporoformandodomos.AcamadaaparentementebeadeddescritaporHerreraet al.(1998)nãofoiobservadaedeveserumartefatocausadopelaexpansãodacamadaamorfa. Scutellosporapernambucana Oehl,D.K.Silva,.Freitas,L.C.Maia& Mycotaxon106: 363.2008. (Fig.39) Aestruturadaparededosglomerosporosde Scutellosporapernambucana ésimples, apresentando apenas sete camadas. O componente estruturalcompostoportrêscamadas,a primeira fina, hialina e evanescente, seguida de uma laminada, amarelo escuro a laranja amarronzado.Aterceiracamadaéfina,hialinaeflexíveldifícildeserobservadamesmoem esporos maduros. Nenhuma das camadas do componente estrutural reage em Melzer. O compornentegerminativoécompostoporquatrocamadashialinas,ondeasduasprimeiras sãoflexíveisefortementeaderidasdificilmenteobservadasseparadamente.Acamadamais

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interna é amorfa expandindo em PVLG e reagindo fortemente em Melzer, adquirindo coloraçãovermelhopúrpuraescuro. Placa germinativa hialina, com um único lóbulo de forma espiralada similar ao descritopara Kuklosporacolombiana (Spain1992). Bulbosuspensordamesmacordosesporos,geralmentesubglobososaalongadoscom duascamadasvisíveisecontinuascomasduasprimeirascamadasdaparededoesporo. MaterialExaminado : Brasil.Pernambuco: Araripina,Silva , materialprovenientedeárea de Caatinga. Maranhão: São Luis, obre , material proveniente de áreas adjacentes a cultivosdebabaçu. Piaui: ParqueNacionaldeSeteCidades, G. Silva, materialproveniente deáreasdecerradoarbustivo. Comentários: Essa representa, até o presente momento, a única espécie de Scutellospora descrita com placa germinativa espiralada e camada externa evanescente. Ambos os caracteressãodeterminantesparaaidentificaçãodaespécie. Fuscutata heterogama (T.H. icolson & Gerd.) Oehl, F.A. de Souza & Sieverd. Mycologia,77(5):702720,1985. = Gigasporaheterogama Nicolson&Gerdemann.Mycologia,77(5):702720,1985. Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos,(141–195 m),marromescuroa marrom avermelhado. Parede do esporo composta por seis camadas, duas no componente estruturalequatronocomponentegerminativo.Aprimeiracamadadocomponenteestrutural éfina,<2,0 m,marromclaro,ornamentadacomespinhoshomogeneamentedistribuídose fortemente aderida à segunda camada, laminada, espessa (5,6 – 11,2 m), marrom avermelhada.NenhumadessascamadasreageemMelzer. Componente germinativo formado por quatro camadas hialinas, as duas primeiras fortementeaderidasedifíceisdeobservarseparadamente.Aterceiraeaquartacamadasdo componente germinativo, flexíveis e hialinas, estão fortemente aderidas. Apenas a quarta camada do componente germinativo reage em Melzer, adquirindo coloração vermelho púrpura.

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Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, Goto , material provenientedeáreadeMataAtlântica. Pernambuco: Recife,materialoriundodepotesde cultivopurosmantidosnacoleçãodeculturasdoLaboratóriodeMicorrizas. Comentários: Esporos de Fu. heterogama podem ser confundidos com os de Ce. spinosissima (Walker et al., 1998) em cor e dimensão, porém não apresentam camada evanescentenemamorfacomoem Ce.spinisissima .Esporosde Fu.heterogama também são facilmenteconfundidoscomosde Fu.rubra emcor,estruturadaparedeeplacagerminativa. A característica que as separa é a presença de ornamentação na parede estrutural de Fu. heterogama . Separara Fu.heterogama de De.heterogama éumatarefadifícil,poisadistinçãoestá apenas relacionada praticamente a placa germinativa (Oehl et al. 2008). Estudos mais detalhadospoderão ajudaraelucidarquestõesecológicas dessas espécies reconhecidamete distintas. Fuscutatarubra (Stürmer&J.B.Morton)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd.Mycological Research103:951.1999. Glomerosporos geralmente globosos a subglobosos, (120 – 220 m), marrom avermelhado a vermelho escuro. Parede do esporo composta por seis camadas, duas no componente estrutural e quatro no componente germinativo. A primeira camada do componenteestruturaléfina,<2,0 m,marromclaroalevementeavermelhadoefortemente aderida à segunda camada, laminada, espessa (5,6 – 11,2 m), marrom avermelhada a vermelhoescuro.NenhumadascamadasdocomponenteestruturalreageemMelzer. Componente germinativo formado por quatro camadas hialinas, as duas primeiras fortemente aderidas e difíceis de serem observadas separadamente. A terceira e a quarta camadashialinaseflexíveistambémestãofortementeaderidas.Apenasaquartacamadado componentegerminativoreageemMelzer,adquirindocoloraçãovermelhopúrpura. Material Examinado : Brasil. Paraíba: Mataraca, Souza , material proveniente de área de dunasimpactadaspormineração.

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Comentários: Esporosde Fu.rubra sãofacilmenteconfundidoscomosde Fu.heterogama emcor,estruturadaparedeeplacagerminativa.Aúnicacaracterísticaquesepara Fu.rubra de Fu.heterogama éaausenciadeornamentaçãonaparedeestrutural. Cetraspora pellucida (T.H. icolson & .C. Schenck) Oehl, F.A. de Souza & Sieverd. Mycologia71:178198,1979. = Gigasporapellucida Nicolson&Schenck.Mycologia71:178198,1979. Glomerosporos geralmente elípticos a irregulares, (180) 211 x 245 (268) m, raramenteglobososasubglobosos,hialinosebrilhantes.Parededoesporocompostaporseis camadas,duasnocomponenteestruturalequatronocomponentegerminativo.Aprimeiraea segundacamadasdocomponenteestruturalsãohialinasefortementeaderidas,(7,5–9,0 m de espessura), reagindo em Melzer e adquirindo coloração vermelho púrpura. As duas primeiras camadas do componente germinativo são aderidas, hialinas e flexíveis, seguidas dasduasúltimas,umaamorfaeumamembranosa.Apenasaúltimacamadadocomponente germinativo reage em Melzer, adquirindo coloração vermelho púrpura similar à do componenteestrutural.Placagerminativanãoobservadanosesporosavaliados. Material Examinado : Brasil. Pernambuco: Pacajús, Gugel , material proveniente de área cultivadacomcajueiros. Comentários: Esporosde Ce.pellucida podemserconfundidoscomosde De.cerradensis principalmenteemcoremPVLGenareaçãoemMelzer.Porém,esporosde Ce.pellucida apresentam seis camadas não ornamentadas compondo a parede do esporo, enquanto De. cerradensis apresentanovecamadaseornamentação. Quatunicaerytropa (Koske&C.Walker)Oehl,F.A.deSouza&Sieverd. Mycologia76: 250251.1984. Glomerosporosgeralmenteglobososasubglobosos,marromavermelhadoamarrom alaranjado.

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Parededoesporocompostaporseiscamadas,duasnocomponenteestruturalequatro nocomponentegerminativo.Aprimeiracamadadocomponenteestruturaléfina,<2,0 m, amarelaamarromclaro,fortementeaderidaàsegundacamada,laminada,espessa(5,0–10 m), marrom avermelhada. Nenhuma das camadas do componente estrutural reage em Melzer.Aterceiracamadadocomponenteestruturalnãofoiobservada. Componente germinativo formado por quatro camadas hialinas, sendo as duas primeiras fortemente aderidas, flexíveis e difícilmente observadas separadamente. Não foi possívelobservarareaçãonoMelzer,poisomaterialdisponibilizadoestavaemPVLG. Placa germinativa facilmente observada nos esporos, geralmente marrom claro a marrom alaranjado, com vários lóbulos e bordas com invaginações e vários tubos germinativos. MaterialExaminado : Suiça.Basel: MaterialdacoleçãopessoaldoDr.FritzOehl. Comentários: Morton(http://invam.caf.wvu.edu)eOehletal.(2008)afirmamqueesporos dessaespécieapresentamtrêsgruposdeparedefazendopartedocomponentegerminativo, porémnenhumesporodacoleçãoavaliadaapresentouessacaracterística.

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Figura 15 AF. Acaulospora birreticulata . A. Aspecto geral do esporo ainda com sáculo esporíferoaderido(Sac).B.Detalhedopontodeinserçãodahifanoesporo.C.Detalheda paredeexterna(PE)doesporocomduascamadas(PEC1ePEC2).D.Detalhesdaestrutura daparededoesporodistribuídaemtrêsgrupos(PE,PMePI) .E.Detalhedascamadasque compõemasparedesinternas.F.Detalhedaornamentação(Orn).(PE=Paredeexterna;PM= ParedemédiaePI=Paredeinterna)

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Figura 16 AD. Acaulospora denticulata . A. Aspecto geral do esporo ainda com sáculo esporíferoaderido(Sac).B.Detalhedascamadasdaparededosáculoesporífero(C1eC2). C.AspectogeraldeglomerosporoquebradoemReagentedeMelzermostrandoaestruturada parede,distribuídaemtrêsgrupos(PE,PMePI).D.Detalhedaornamentação(Orn).

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Figura 17 AD. Acaulospora foveata . A. Detalhe da ornamentação (Orn). B. Detalhe da estruturadaparededistribuídaemtrêsgrupos(PE,PMePI).C.Aspectogeraldaestruturada parededeglomerosporoquebrado,emReagentedeMelzer. D. Detalhe da camada amorfa (PIC2)emglomerosporoquebrado,emPVLG.

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Figura 18 AD. Acaulospora myriocarpa . A. Aspecto geral de esporos formados em agregado frouxamente arranjado. B. Detalhe do sáculo esporífero (Sac) ainda preso ao glomerosporo. C. Detalhe da cicatriz. D. Detalhe da estrutura da parede do glomerosporo (PEC1,PEC2ePI).

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Figura19AD.Acaulosporarehmii .A.AspectogeraldoesporoquebradoemPVLG.B. Detalhe da hifa do sáculo esporífero ainda presa ao glomerosporo. C. Aspecto geral de glomerosporo quebrado, em Melzer, mostrando a estrutura da parede distribuída em três grupos(PE,PMePI)D.Detalhedaornamentação(Orn).

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Figura20AD.Acaulosporatuberculata .A.Detalhedaparededosáculoesporíferocom duascamadas(C1eC2).B.Detalhedopontodeinserçãodahifanoglomerosporo(Cicatriz). C. Detalhe de glomerosporo quebrado, em Reagente de Melzer, mostrando a estrutura da parededistribuídaemtrêsgrupos(PE,PMePI).D.Detalhedaornamentação(Orn).

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Figura21AD.Ambisporaappendicola .A.Detalhedopedicelogeralmenteobservadonos glomerosporos.B.Aspectogeraldaparededoglomerosporodistribuídaemtrêsgrupos(PE, PMePI).C.Detalhedaparedemédia(PMC1ePMC2)comcamadasornamentadas(Orn). D.Detalhedaparedeinternacomduascamadas(PIC1ePIC2).

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Figura 22 AD. Entrophospora infrequens . A. Aspecto geral do esporo com sáculo esporífero (Sac) ainda preso ao esporo. B. Aspecto geral da parede do glomerosporo. C. Aspectogeraldosáculoesporífero(Sac)emreagentedeMelzer.D.Aspectogeraldoponto deinserçãodosáculoesporíferonoesporo.

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Figura 23 AD. Gigaspora albida .A.Detalhedobulbosuspensor(Bulbo)aindapreso ao glomerosporo. B. Detalhe da ornamentação (Orn) da camada germinativa. C. Detalhe da paredecomduascamadasevidentes(PEC1ePEC2).D.Detalhedafraturanacamadamais externadaparede(PEC1).

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Figura 24 AF. Glomus australe . A. Aspecto geral do esporo ainda preso ao perídio (perídio) no esporocarpo. B. Detalhe de glomerosporos abortados. C. Aspecto geral do glomerosporo.D.Detalhedoperídiorecobrindooglomerosporo.E–F.Detalhedahifade sustentaçãocomduascamadas(PEC1ePEC2).

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Figura25AD.Glomusbadium .AB.Aspectogeraldosesporosformadosapartirdeum plexo central no pequeno esporocarpo característico da espécie. C. Detalhe das finas hifas queformamoplexocentral.D.Detalhedaestruturadaparededoesporocomduascamadas (PEC1ePEC2).

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Figura26AD.Glomusclavisporum .AB.Aspectogeraldosesporosformadosradialmente apartirdoplexocentraldehifas.C.Detalhedahifadesustentação.D.Detalhedaparededo esporocomapenasumacamada(PEC1).

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Figura27AD.Glomusconstrictum .A.Aspectogeraldoesporo.B.Detalhedainserçãoda hifadesustentaçãonoesporo.C.Detalhedahifade sustentação constricta D. Detalhe da paredecomduascamadas(PEC1ePEC2).

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Figura28AI.Glomuscuneatum .A.Detalhedashifasquecompõemoesporocarpo(HI= Hifa interna e HE= Hifa externa). B. Detalhe das hifas do perídio. C. Detalhe do esporo imersonoesporocarpo(HI,HEeHP=Hifapigmentada).D.Detalhedashifaspigmentadas (HP) quando próximas do esporo. E. Detalhe da hifa generativa com três camadas (CE= Camada externa, CM= Camada média e CI= Camada interna). FG. Detalhe da hifa de sustentação(HS)comduascamadas(PEC1ePEC2).HI.Detalhedaparedecompostapor cincocamadas(PEC1,PEC2,PEC3,PEC4ePEC5).

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Figura29AD.Glomusfulvum .A.Aspectogeraldoesporonoesporocarpo.B.Detalhedas hifasdoperídio.C.Detalhedahifadesustentação.D.Detalhedaparedecomduascamadas (PEC1ePEC2).

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Figura 30 AF. Glomus mosseae . A. Aspecto geral do glomerosporo ainda com peridiosporo.B.Detalhedashifasdoperídio.C.Detalhedahifadesustentaçãonaformade funil.D.Detalhedasegundacamadadaparede(PEC2).EF.Detalhedaestruturadaparede comduascamadas(PEC1ePEC2).

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Figura 31 AF. Glomus rubiforme . AB. Aspecto geral do glomerosporo ainda preso ao plexocentraldehifas.CD.Detalhedahifadesustentaçãocilíndricacomtubogerminativo emergindo.EF.Detalhedaestruturadaparedecomduascamadas(PEC1ePEC2).

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Figura 32 AF. Glomus tortuosum . A. Aspecto geral do glomerosporo ainda com peridiosporo.B.Detalhedashifasdoperidiosporo.CD.Detalhedahifadesustentação.EF. Detalhe da estrutura da parede mostrando apenas o peridiosporo e a segunda camada da parede(PEC2).

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Figura33AF.Dentiscutatabiornata .AB.Aspectogeralplacasgerminativasjovens(A)e maduras (B) com os tubos germinativos (TG). C. Detalhe do ponto de inserção do bulbo suspensorcomoesporoevidenciandooseptoformadopelaterceiracamadaornamentadada parede (PEC3). D. Detalhe do tubo germinativo emergindo através da parede externa. E. Detalhedaduplaornamentação.F.Detalhedaestruturadaparede.

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Figura 34 AD. Dentiscutata cerradensis . A. Aspecto geral do glomerosporo com placa germinativa(PG)ebulbosuspensorpigmentados.B.Aspectogeraldaparededoesporo(PE, PMePI).C.DetalhedaestruturadaparedeemesporosquebradosemPVLG.D.Detalheda placagerminativa(PG)sendoformadaentreasparedesinternasdoesporo(PMePI).

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Figura35AD.Dentiscutata sp1 .AB.Detalhedaparededoesporoornamentada(PEC1, PEC2ePEC3)ebulbosuspensor.C.Detalhedasparedesinternas(PMePI).4.Detalhedo tubogerminativo(TG)emergindoapartirdaplacagerminativa.

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Figura36AD.Racocetracastanea .AB.Detalhedaestruturadaparededistribuídaemdois grupos (PE e PI). C. Detalhe da placa germinativa. D. Detalhe do tubo germinativo emergindoatravésdaparedeexterna.

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Figura 37 AD. Racocetra verrucosa . A. Detalhe do bulbo suspensor preso ao esporo ornamentado(Orn).B.Detalhedaestruturadaparededoesporodistribuídaemdoisgrupos (PEePI).34.Detalhedaornamentaçãoverrucosa(Orn)dacamadamaisexternadaparede (PEC1).

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Figura38AD.Racocetrasp1 .A.Aspectogeraldaparededoglomerosporosdistribuídaem doisgrupos(PEePI).B.Detalhedaornamentação(Orn)nasuperfícieinternadasegunda camadadaparede(PEC2).C.Detalhedaparedeexternadistribuídaemtrêscamadas(PEC1, PEC2ePEC3).D.Detalhedaplacagerminativa(PG).

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Figura39AD.Scutellosporapernambucana .A.Aspectogeraldoglomerosporo.B.Detalhe dobulbosuspensor.C.Detalhedaparededistribuídaemdoisgrupos(PEePI).D.Detalheda placagerminativaorbitalcomoporoqueoriginaaplaca(PG).

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Conclusões No filo Glomeromycota o único caráter morfológico compartilhado por todas as espécies é a estrutura diversificada da parede do glomerosporo. Sendo assim, o modo de desenvolvimento, a composição da parede e a ornamentação são considerados caracteres primários para a identificação das espécies. Por outro lado, caracteres como cor, tamanho, formaereaçãoaoMelzersãosecundáriosnaidentificação. Atualmente não há um conjunto de caracteres morfológicos que delimite ordem e família no filo, exceto para Gigasporaceae, Racocetraceae e Dentiscutataceae que apresentamglomerosporosgigasporóideseescutelosporóides.Osdemaisapresentammodos de desenvolvimento (glomóide, acaulosporóide e entrofosporóide) compartilhados em diferentesordensefamílias.Dessemodo,adelimitaçãodeordens,famíliasegêneroséfeita combaseemdadosmoleculares. O conceito morfológico de espécie tem sido corroborado pelos dados moleculares excetonaordemArchaeosporales,ondealgunsrepresentantesapresentamsinanomorfia. Adelimitaçãomorfológicadegênerosóépossívelcomasomadepelomenosdois caracteres(estruturadaparedeemododedesenvolvimento)excetuandoaquelesdelimitados apenasporanálisemoleculartaiscomo Paraglomus , Glomus eDiversispora . Apesar da diversificação morfológica dos glomerosporos, existem apenas cinco modos de desenvolvimento (acaulosporóide, gigasporóide, glomóide, entrofosporóide e escutelosporóide) e um desses modos pode ser compartilhados por mais de um gênero, famíliaouordem. Os gêneros com glomerosporos gigasporóides e acaulosporóides são delimitados apenas pela variação ontogenética e complexidade das estruturas germinativas, esta última exclusivaparaosrepresentantesgigasporóidesexcetuando Gigaspora . A identificação de espécies acaulosporóides, entrofosporóides e gigasporóides é baseadaemcaracteresprimários,comexceçãode Gigaspora . A identtificação de espécies glomóides se baseia em uma soma de caracteres secundáriosexcetoem Pacispora ondeodesenvolvimentoontogenéticoédistinto. PerspectivasparaoFiloGlomeromycota Estudos direcionados às estruturas germinativas em Acaulospora, Archaeospora, Ambispora, Intraspora, Entrophospora, Kuklospora, Otospora, Racocetra, Scutellospora, Fuscutata, Dentiscutata e Quatunica serão úteis para estabelecer ou refutar a nova

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classificaçãoassimcomodelimitardeformamaisprecisaaidentidadedasespécieseelucidar questõesevolutivasnessedistintogrupodefungos. Para Gigaspora atarefapareceumpoucomaisdifícil,poisonúmerodecaracteres morfológicos é reduzido e as variações morfológicas entre as espécies conhecidas são pequenas.Essesdadosindicamqueesseseriaumgrupoevolutivorecenteondenãohouve tempoparaasvariaçõesgenéticasseremexpressasnofenótipoeporissopareceprovávelque osestudosmolecularesserãomaisdecisivosparaadelimitaçãodeespécies. ParaosFMAcomesporosglomóides,anovafronteiraaserexploradaéaestruturada parede, a hifa de sustentação e evidências moleculares, pois este nitidamente é um grupo heterogêneo. Dados referentes a novas espécies devem ser ampliados na próxima década principalmenteparapaísestropicaiscomoBrasil,CubaeVenezuelaondeadiversidadedesse grupoaparentementeéalta,mostrandoqueosFMAsãonaverdadeumgrupomuitomais diverso do que o atualmente observado. Essas novas descobertas podem ser úteis para melhoraroentendimentoedelimitarosrepresentantesdessefilo.

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Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...269

Glossário

Albinismo = Modificação genética que se caracteriza pela ausência de pigmentação nos

organismos.Comentário :ParaFMAháapenasumregistrodealbinismorealizado

porAlmeida&Schenck(1989)eaindanãocomprovado.

Anamorfo =Organismodeorigemclonal,ouseja,comdesenvolvimentoassexuado.

Arbúsculo = Hifa altamente ramificada responsável pela troca de nutrientes entre os

simbiontes.

Azigosporo =Umzigosporopartenogenético,característicodos Mucorales .

Bulbo= vercélulasuspensoróide.

Camadadeparede= Unidadeestruturaldaparededosglomerosporos.

Célulasuspensoróide =(bulbo)Termoreferenteàhifacomentumescimentoterminalquedá

origemaesporosde Gigasporaceae .

Célula auxiliar = Estruturas extraradiculares formadas por membros de Gigasporaceae e

Pacisporaceae nosolo,porémsemfunçãodefinida.

Cicatriz = Marca geralmente globosa a subglobosa deixada pelo destacamento do sáculo

esporíferodosesporosde Acaulospora,Archaeospora,Entrophospora,Kuklospora,

Intraspora e Otospora .

Clamidosporo = estrutura de resistência unicelular, de origem endógena que possui uma

paredeinternahialinaoumarrom.

Componenteestrutural =(sporewall,parededoesporo)Termoadotadoparadesignar as

camadasquecompõemaporçãomaisexternadaparededoesporo.

Componentegerminativo =(germinalwall,paredegerminativa,innerwall,paredeinterna)

Termo adotado para designar as camadas que compõem a porção mais interna da

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...270

parededoesporo.Conjuntodecamadasrelacionadasaoprocessodegerminativodos

FMA.

Conceitobiológicodeespécie= Englobapopulaçõescomcapacidadedeintercruzamento.

Conceitofilogenéticodeespécie= Consideraumaespécieamenoragregaçãodepopulações

ou linhagens por uma única combinação de estados de caracteres em indivíduos

comparáveis.

Conceitotipológicodeespécie= Consideraumapopulaçãoouumconjuntodepopulações

cujofenótipoédiferentedeoutraspopulações.

Conídio =esporodeorigemclonaloriginadodeumconidióforo.

Dimórfico= Quandonomesmomicélioháformaçãodedoistiposdeesporos.

Ectocárpico = Forado “fruto”.Refereseaespéciesqueformamesporosisoladamenteno

solo.

Efêmero = Referese a alguma coisa passageira de vida curta. Comentário : Termo

geralmenterelacionadoacamadaevanescentedaparededosglomerosporos.

Especiação= Processoevolutivoqueconduzaosurgimentodenovasespécies.

Espéciesirmãs = Populações fenotipicamente semelhantes ou idênticas que estão

reprodutivamenteisoladasumasdasoutras.

Esporocarpos = Sementes em “frutos”. Referente ao conjunto de esporos, agregados

frouxamenteoualtamenteorganizados.

Esporóforos= Estruturasqueoriginamumesporopodendoserumahifaramificadaounão.

Esporo s=sementes.Termogenéricousadoparaasestruturasreprodutivasdosfungos.

Glomerosporos = Estruturas reprodutivas assexuadas formadas no fim de uma hifa de

sustentação,bulbosuspensor,oudeumsáculoesporífero,nesse casopodendoser

lateralouintercalar,comousemumcomponentegerminativo,apresentandoounão

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...271

placagerminativaouorb,tipicamenteformadoporfungosqueformamassociação

simbióticamutualísticacomplantas.

Grupo de parede = Termo adotado por Walker para designar o agrupamento de algumas

camadasemesporosquebrados.

Hifa de sustentação = Hifa que origina esporos glomóides ( Glomus, Diversispora,

Paraglomus , Pacispora , e os sinanomorfos glomóides de Archaeospora e

Ambispora ).

Isotipo =Umespécimeduplicatadotipo.

Lóbulo = Referese aos compartimentos formados pelas placas germinativas ou orbs que

originam os tubos germinativos em Acaulospora, Archaeospora, Ambispora,

Kuklospora, Otospora*, Entrophospora*, Intraspora*, Racocetra, Cetraspora,

Dentiscutata,Quatunica,Scutellospora. (*estruturasdegerminaçãoaindanãoforam

observadas).

Manto= Rededehifasquerecobreasraízesectomicorrizadas.Essetermotemsidousado

tambémparadesignararededehifasquerecobreglomerosporos.Porém,otermo

maisprecisoparaessarededehifaséperidiosporo.

Mitosporo = Esporo originado de um mitosporângio dos antes denominados fungos

mitospóricos,naverdadeanamorfosdeAscomycotaeBasidiomycota.

Monofilético =Grupocomorigemfiléticacomum.

Murografia= Umesquemapararepresentaracomposiçãodaparededosglomerosporos.

Murônimia= Umesquemabaseadoemletraspararepresentaraparededosesporos.

arrativa histórica = Uma teoria proposta para explicar eventos passados que deve ser

testável.

Oclusão= Termousadoparadesignarofechamentodoporoformadoentreoesporoeahifa

quedáorigemaoesporo.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...272

Ontogenia= Desenvolvimentodesdeafaseinicialatéaadulta;paraosFMAtambémestá

relacionadoaoprocessodeformaçãoediferenciaçãodaparededosglomerosporos.

Orb = similar a uma placa germinativa; originalmente designada para membros de

Acaulosporaceae , atualmente é usado também em Ambispora, Pacisporaceae e

Kuklospora .

Parededoesporo =(Sporewall)TermoutilizadoporMortonparadesignarogrupomais

externodecamadasnaparededoglomerosporo.

Parede germinativa = (Germinal wall ou Inner wall) Termo utilizado por Morton para

designaro(s)grupo(s)maisinterno(s)decamadasnaparededeumglomerosporo.

Pedicelo =Vestígiodainserçãodosáculoesporíferosimilaraumahifadesustentaçãode

esporos glomóides. Geralmente está relacionado a glomerosporos acaulosporóides

dogênero Ambispora .

Perídio= Rededehifasquerecobreosesporocarpos.

Peridiosporo= Rededehifasquerecobreapenasesporos.

Placa germinativa (compartimento germinativo) = (Germinal shield) Termo amplamente

utilizado para designar estrutura especializada para germinação, formada

principalmenteem Scutellospora ,Racocetra,Cetraspora,Dentiscutata e Quatunica

duranteoprocessogerminativo.

Plexocentral=Aglomeradodehifasentrelaçadasquedáorigemaesporosdeformaradial,

formandoumacamadaúnicaaoredordoplexo.Ocorregeralmentenasespéciescom

esporocarposmaisorganizados.

Pluralismo= Quandoumfenômenoobservadorequermúltiplasexplicações.Nessecontexto,

o conceito de espécie pode ser considerado como pluralismo, pois requer várias

explicações.

Polifilético =Gruposdeorganismoscomorigemfiléticadistinta.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...273

Poro= Aberturaobservadanosesporosegeralmenterelacionadaàinserçãodeumahifade

sustentação.

Reaçãoamilóide= Quandoaestruturadofungoadquirecoloraçãoazulada.

Reaçãodextrinóide= Quandoaestruturadofungoadquirecoloraçãoavermelhada.

Reagente de Melzer = Composto à base de iodo usado originalmente para corar

representantesde Russula .

Sáculo esporífero = Hifa que origina uma estrutura globosa a subglobosa, similar a um

esporoglomóidequeapóscompletarodesenvolvimentoorigina,lateralmenteoude

modo intercalar no pescoço ou base do sáculo, um esporo de Acaulospora,

Ambispora,Archaeospora,Entrophospora,Kuklospora,Intraspora ou Otospora .

Septo= Estruturaqueseparaomaterialcitoplasmáticoentreoesporoehifadesustentação,

ou que separa porções de uma mesma hifa. Formado geralmente invaginação da

parede.

Sinanomorfo =Termousadoparareferirdiferentesmorfologiasemummesmoorganismo.

NofiloGlomeromycotaapenasosgêneros Ambispora e Archaeospora apresentam

sinanomorfosacaulosporóideeglomóidenomesmomicélio.

Tipo =Organismosusadooriginalmenteparaadescriçãodeumaespécie,sendoaprincipal

referênciaparaconsultas.

Tubo germinativo: Primódio hifal tendo origem durante o processo germinativo de um

esporo.

Unizigosporocarpo = (Uni) – referente a único. (Zygo) referente à origem filética

relacionada aos Zygomycetes. (esporocarpo) – referente ao comportamentodeser

formadoemagregado.TermoutilizadoporWu&Lin(1997)para caracterizar as

estruturas reprodutivas de Peridiospora tatachia e P. reticulata , Zygomycetes da

famíliaEndogonaceaequesãomorfológicamentesimilaresaosFMA.

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Vitalismo = Crença na existência de uma força oculta e invisível nos organismos vivos

responsávelpelamanifestaçãodavida.

Zigosporos=Esporosoriginadoapartirdafusãodegametângios,típicodosZygomycetes.

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ANEXOS

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First record of Glomus halonatum Rose & Trappe (Glomeromycota) in South America - comments on the morphological characteristics of the species

1* 1 1 BRUNO TOMIO GOTO , CINTIA MARIA CARNEIRO COSTA & LEONOR COSTA MAIA

1*[email protected] 1DepartamentodeMicologia,CCB,UniversidadeFederaldePernambuco,Av.Prof.elsonChavess/n,Cidade Universitaria,50670420,Recife,PE,Brazil Abstract —OrnamentedglomerosporesofanarbuscularmycorrhizalfungiwerecollectedfromanareaofAtlanticForest in Goiana (Pernambuco, Brazil). The region had been cultivated with Coffea canephora Pierre ex. Froehner (= Coffea robusta L. Linden)] and Bixa orellana L., then left fallow and today is covered by herbaceous raider species. After taxonomicanalysisusingcurrentdescriptiveandterminologicalcriteria,thespecieswasidentifiedas Glomushalonatum . ThisrepresentsthefirstrecordofthisspeciesinSouthAmericansoil.Adescription,illustrationsandcommentsaboutthe speciesarepresented. Keywords —Glomeraceae , Glomeromycota , Glomus ,diversity,taxonomy

Introduction Arbuscularmycorrhizalfungiarewidelydistributedinterrestrialecosystemsandcanbefoundinbothnatural andagriculturalareas.Thedocumentationofnewpatternsofspeciesdistributionisnecessaryfortheaccurate estimationofthediversityanddistributionofthisimportantgroupofsymbiontfungi. SomemorphologicalcharacteristicsusedfortheidentificationofAMFspecies,suchascolorandsizeofspores, varyandcanbeaffectedby intrinsicorenvironmental factors (Bentivenga et al. 1997; Walker & Vestberg 1998).Thus,isolatesofasinglespeciescollectedfromdifferentlocalitiescanpresentvariationsincolorand size,but,althoughservingasusefulmorphologicalsupport,thesedifferencesshouldnotbeusedontheirownto identifyseparatespecies,(Silvaetal.2005). DescriptionsofAMFspeciesbecamemorerigorouswhenWalker(1983)proposedtheuseofterminologybased onseparationandtypesofsporewalls.Today,withparticularemphasisgiventotheontogenesisofthespore wall layers,(Morton1995,Stürmer &Morton1997,1999), most researchers have adopted this terminology Morton(http://invam.caf.wvu.edu). Thepurposeofthisworkwastorecordtheoccurrence,todescribeandillustrateanisolateof Glomushalonatum foundinBrazil,tocompareitsdescriptionwiththoseofsimilarspeciesandtoprovideadditionalinformationon the morphological aspects of this AMF species, recordedearlieronlyinEnglandandMexico,whereitwas originallydescribed(Rose&Trappe1980).

Material and methods SoilsamplingandculturingofAMfungi Soil samples were collected (0 – 20 cm deep) at random from an area of Atlantic Forest located at the Experimental Station of Itapirema (07°34’00’’s e 35°00’00’’w) belonging to IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco, Goiana Municipality, Pernambuco State, Northeast Brazil. The area had been cultivated with Coffeacanephora Pierreex.Froehner(= Coffearobusta L.Linden)],and Bixaorellana L.,thenleftfallow,and todayiscoveredbyavarietyofherbaceousraiderspecies. Thelocalsoilhasthefollowingcharacteristics:3mgofPdm 3 ofsoil;pHinwater6.20;0.09(K),0.00(Al), 3 1.55(Ca)and0.60(Mg)cmol cdm ;64%(coarsesand),24%(finesand)2%(silt),and10%(sandyloam). Sporesof AMF wereextractedfrom soilby wet sievingandsucrosecentrifugation(Gerdemann&Nicolson 1963;Jenkins1964),separatedandmountedwithPVLG(alcoholpolivinyllactoglycerol)orPVLG+Melzer (Schenck&Pérez,1990).Potculturesweremountedusing Panicummiliaceum L.and Sorghumbicolor L.as plant hosts, during two cycles of four months, though without success on spore multiplication. For the descriptionofthespeciestheterminologyproposedbyMorton( http://invam.caf.wvu.edu )wasadoptedand,for spores,thatsuggestedbyGoto&Maia(2006).SpeciesnamesareaccordingtoWalker&Trappe(1993). Description of the species Glomushalonatum Rose&TrappeMycotaxon10:413,1980. Figs.14 Sporocarps werenotobserved. Glomerospores usuallyglobose(325)202,5×200(297,5) mfromyellowto orange brown (Fig. 1). Glomerospore wall with three layers. The first evanescent, hyaline, mucilaginous, varyingfrom12,5–27,5 minthicknessandinsomecasespresentingatenuousMelzer’sreaction(Fig.2and

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3). This layer is normally smooth in young spores and granulose or with wide depressions at maturity. In senescentglomerosporesitcanbeabsentortotallycoveredbysoildebris.Thesecondlayerislaminated(17,5– 25 m), yellow brown to orange brown, with 1,0–2,4 m high spines on the external surface (Fig. 4). Occasionallythissecondlayercanbedivided,givingtheimpressionthattwolaminatedlayersarepresent.The thirdlayerishyaline,withmembranousappearance(<2,0 m)andapparentlyformsaseptumintheinsertion ofthesubtendinghypha.Onesubtendinghyphaperglomerospore,withaseptumneartheinsertion,yellowto yellow brown wall (17,5–37,5 m), formed by two layers: an external one continuous with the evanescent layer,hyalinetomucilagenous,andalaminatedlayersimilartothatoftheglomerosporeandornamented.This ornamentation is observed for approximately 10 minthesubtending hypha.Nolayerproducesadistinct Melzerreaction,butanilldefinedreactiontothesurfaceoftheevanescentwallwasobserved.Germinativetube notobserved. Mycorrhizalformation —unknown. Distribution —MexicoandEngland(Rose&Trappe1980).InBrazil,sporeswereisolatedattheExperimental StationofItapirema(Goiana,PernambucoState,NortheastBrazil). SPECIMENSEXAMINED—BRASIL.Pernambuco :MunicipalityofGoiana, G.halonatum Rose&Trappe.(X/2002), Costa , URM45715; isolated from soil inarea covered by herbaceous vegetation, located atthe Experimental Station of Itapirema. GERMAY . Vogtsburg : Glomus spinuliferum Oehl & Sieverding, (VI/2002), Oehl , URM 45714 isotype, isolatedfromareascoveredbyseminaturalgrasslandinVogelsangPass,nearVogtsburg(NaturalReserveofKaiserstuhl), Germany.

Figure1–4. Glomushalonatum . 1GeneralaspectofaglomerosporeinPVLG; 2–Detailofthesurfaceoftheevanescentsporewall reactinginMelzer; 3–Detailofthestructureofthesporewallshowingthethickevanescentwall; 4–Detailofthethreelayeredwall structure(1,2,3)withornamentationofthesecondlayer(2)immersedintheevanescentlayer(1).

Discussion The morphological characteristics (color, size, form and wall structure) of glomerospores of Gl. halonatum found in Pernambuco are similar to those described in the protologue (Rose & Trappe 1980), except for the absenceofsporocarpsandbythethicknessofthefirstglomerosporewalllayer.Intheexaminedmaterialthis layer was hyaline and evanescent and slightly thicker (12,5–27,5 m) than that mentioned in the original description(8–20 m). Glomus halonatum can be mistaken for Glomus monosporum Gerdemann & Trappe due to the similarity on colorandornamentationoftheglomerospores(Gerdemann&Trappe1974),butthelatterhaveonlytwowall layers,whiletheglomerosporesof G.halonatum havethreewalllayers. Glomerosporesos G.halonatum canalsobemistakenwiththoseof G.pansihalos Berch&Koske ,G.spinosum Hu, G.verruculosum Blaszkowskiand G.spinuliferum Sieverd.&Oehl .Forexample, Glomuspansihalos,G. spinosum and G.halonatum presentthesamenumberofglomerosporewalllayersandinallofthemahyaline, thickwalllayerispresent.However,in G.pansihalos theexternallayerpresentsradialstriationsincolumns when in PVLG (Berch & Koske 1986), while in G. halonatum these striations are not found. Moreover, G. halonatum presentsanhomogenouslydistributedspineornamentation,whereas G.pansihalos and G.spinosum presentsparserornamentations,similartoverrugas(Berch&Koske1986;Hu2002).

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Todistinguish G.pansihalos from G.spinosum isnoteasy,consideringthatbothcan formlooselyarranged sporocarsandhavethesamenumberofglomerospore wall layers. However, in G. spinosum the evanescent layer has hairy projections whereas in G. pansihalos these are columnar, athough these differences can be somewhatsubjective. Theglomerosporesof Glomushalonatum havethreewallswhereasthoseof G.verruculosum haveonlytwo. Moreover, G.verruculosumglomerospores have round tip ornamentation (verrugas) (Blaszkowski & Tadych 1997)whereasin G.halonatum theornamentationshavethintips(spines). Glomerosporesof G.halonatum aresimilartothoseof G.spinuliferum incolorandsporewallstructure.Both specieshaveglomerosporeswiththreewalllayers,oneofwhichhasspinesthatareimmersedintheevanescent, hyalineandmucilaginouslayer.However, G.halonatum hasbiggersporesthan G.spinuliferum andsporocarps coveredbyaperidiumofhyphalooselyarranged(Rose&Trappe1980),whilein G.spinuliferum nosporocarps wereobservedatall(Oehletal. 2003).Rose&Trappe(1980)mentionedsporocarpsof G.halonatum withone, twoorthreeglomerosporeslooselygrouped.Eventhetechniqueforextractionofglomerosporesfromsoilcan disturbthesporocarps,contributingforthenonobservationofsuchstructuresintheexaminedmaterial.Upto now,sporeculturesof G.halonatum and G.spinuliferum werenotsuccessful,sothedescriptionsarebasedon glomerosporesisolateddirectelyfromthefield(Rose&Trappe1980;Oehletal.2003). Glomushalonatum isalsodistinguishedfrom G.spinuliferum bythethickevanescentlayerthatformsahalo similartoaringinmostspores.Oehletal.(2003)statedthattheexternalglomerosporewallof G.spinuliferum (1–2 m)canoccasionallyexpandupto50 minthicknessinPVLG.Thiseffecthasalsobeendescribedfor Glomus pansihalos Berch & Koske, in the description of Glomus macrocarpum Tul. & Tul., in Glomus coronatum Giovannettiandlatelyin Glomuscaesaris Sieverding&Oehl(Berch&Koske1986;Berch&Fortin 1983; Giovannetti et al. 1991; Oehl et al. 2002),asdiscussedbyMorton(1986a,b).Itwasnot possible to observetheexpansionoftheexternalwalllayeringlomerosporesof G.spinuliferum probablyduetothesmall numberofsporespresentintheisotypesexamined. Theexternalwalllayerof G.halonatum glomerosporesvariedinthickness(12,5–27,5 m).Whenobservedat highermagnificationthislayerseemedtobeformedbylaminationsembeddedinagelatinousmatrixashasalso beenobservedintheglomerosporesof Glomusmortonii Bentivenga&Hetrick.However,inthisspeciesisthe second(Bentivenga&Hetrick1991)andnotthefirstwall,asin G.halonatum ,whichhasthischaracteristic. Walker&Vestberg(1998)observedthatglomerosporeisolatesofthesameAMFspeciesdifferstronglyincolor and size, according to the conditions under which the fungus was found. It is possible that the differences betweentheevanescent layeroftheglomerospore wallof G.halonatum and G.spinuliferum result fromthe diverseenvironmentalpressuressufferedbytheisolatesofbothspecies. Someoftheglomerosporesexaminedpresentedverticalstriations(fístulas)inthelaminatedlayer,asmentioned intheoriginaldescriptionof G.halonatum and G.spinuliferum (Oehletal.2003).Thesestriationsresultfrom environmentalinjuriesproducedbyactionofthesoilmicrorganisms,anddonotrepresentatypicalcharacterof thespecies,asalsoobservedbyWalker&Vestberg(1998)inrelationtostriationsfoundinglomerosporesof Glomusfistulosum Skou&Jakobsen. Glomerosporesof G.halonatum presentedsubtendingmultiseptatehyphae,similartothoseobservedbyOehlet al.(2003)in G.spinuliferum .Intheoriginaldescriptionof G.halonatum aseptumwasobserved30 mbelow theinsertionpointofthesubtendinghypha(Rose&Trappe1980). Theabsenceofotherdistinctivecharacteristicsshowstheneedforbetterexaminationof G.halonatum and G. spinuliferum isolates , tolookformoredifferencesbetweenthesespecies, considering that both are, in some ways,morphologicallysimilar. Walker( http://www.lrzmuenchen.de/~schuessler/amphylo/ )mentionedthat G.halonatum canbesimilarto G. clarum , but the ornamentation pattern, glomerospore wall structure and Melzer’s reaction are distinct. G. halonatum presents glomerospores with three layers: the first evanescent, thick (12,5–27,5 m), the second laminated, yellow, also thick (17,5–25 m) and spiny; the third thin, membranous (< 2,0 m), while glomerosporesof G.clarum arenotornamentedandalsohavethreelayers,oneevanescent,thinner(4,7–8,5 m),andtwolaminatedonethicker(9–14,5 m)andhyalineandtheotherthinner,yellowish(1,2–3.5 m). TheMelzer’sreactionisevidentintheevanescentwalllayerof G.clarum glomerospores,butin G.halonatum thisreactionistenuousandlessobvious.Moreover,theglomerosporewallpigmentationisrelatedtothesecond laminatedlayerin G.halonatum whilein G.clarum itisrelatedtothethirdlayer. Inthesameway,noneofthespeciesdiscussedincomparisonwith G.halonatum presentthisthick,evanescent walllayer,formingadistincthaloaroundtheglomerospore.Thus, G.halonatum differsfromallother Glomus speciesbypresentingthesedistinctivemorphologicalfeatures.

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Acknowledgements ToDr.FritzOehlfromtheInstituteofBotany,UniversityofBasel,Switzerland,forprovidingslidesoftheisotypeof G.spinuliferum ,Dr. ReginaldoSilva,fromtheUniversidadeFederalRuraldePernambuco,Brazil,forhelpingwiththephotographs,andDr.DavidBousfield, fromhelpingtocorrecttheEnglishtextandmakingsuggestions.TheassistanceofDr.FritzOehlandSharonRosearealsoacknowledged forreviewingthemanuscriptandmakinghelpfulcomments.Theauthorsthankthefollowinginstitutionsforsupport:ConselhoNacionalde DesenvolvimentoCientíficoeTecnológico(CNPq),CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior(CAPES),Fundaçãode ApoioaoDesenvolvimentoCientíficoeTecnológicodePernambuco(FACEPE)andInstitutoTecnológicodePernambuco(ITEP)which provided,respectively,aresearchgranttoL.C.Maia,aPhDscholarshiptoB.T.GotoandapostdoctoralscholarshiptoC.M.C.Costa.

Literature cited Bentivenga SP & Hetrick BAD. 1991. Glomus mortonii sp. nov. a previously undescribed species in the Glomaceae isolated from the tallgrassprairieinKansas.Mycotaxon42:915. BentivengaSP;BeverJD&MortonJB.1997.Geneticvariationofmorphologicalcharacterswithinasingleisolateoftheendomycorrhizal fungusGlomusclarum(Glomaceae).Am.J.Bot.84(9):12111216. Berch,S.M.&Fortin,J.A.1983.LectotypificationofGlomusmacrocarpumandproposalofnewcombinations: Glomusaustrale,Glomus versiforme ,and Glomustenebrosum (Endogonaceae).CanadianJournalofBotany61:26082617. BerchSM&KoskeRE.1986.Glomuspansihalos,anewspeciesintheEndogonaceae,Zygomycetes.Mycologia78:832836. BlaszkowskiJ&TadychM.1997.GlomusmultiforumandG.verruculosum,twonewspeciesfromPoland.Mycologia89(5):804–811. GerdemannJW&NicolsonTH.1963.SporesofmycorrhizalEndogonespeciesextractedfromsoilbywetsievinganddecanting.Trans.Br. Mycol.Soc.46:235244. GerdemannJW&TrappeJM.1974.TheEndogonaceaeinthePacificNorthwest.MycologiaMemoirn.5,75pp. GiovanettiM;AvioL&SalutiniL.1991.Morphological,cytological,andontogeneticcharacteristicsofnewspeciesofvesiculararbuscular mycorrhizalfungus.Can.Jr.Bot.69:161167. GotoBT&MaiaLC.2006.Glomerospores:anewdenominationforthesporesofGlomeromycota,agroupmolecularlydistinctfromthe Zygomycota.Mycotaxon96:129132. HuHT.2002.Glomusspinosumsp.nov.intheGlomaceaefromTaiwan.Mycotaxon83:159–164. JenkinsWR.1964.Arapidcentrifugalflotationtechniqueforseparatingnematodesfromsoil.PlantDis.Rep.48:692. MortonJB.1986a.ThreenewspeciesofAcaulospora(Endogonaceae)fromhighaluminium,lowpHsoilsinWestVirginia.Mycologia78: 641648. Morton JB. 1986b. Effects of mountants and fixatives on wall structure and Melzer’s reaction in spores of two Acaulospora species (Endogonaceae).Mycologia78(5):787794. Morton JB. 1995. Taxonomic and phylogenetic divergence among five Scutellospora species (Glomales, Zygomycetes) based on comparativedevelopmentalsequence.Mycologia87:127–137. Oehl F; Wiemken A & Sieverding E. 2002. Glomus caesaris, a new arbuscular mycorrhizal fungus from the Kaiserstuhl in Germany. Mycotaxon84:379385. OehlF;WiemkenA&SieverdingE.2003.Glomusspinuliferum,anewornamentedspeciesintheGlomales.Mycotaxon86:157162. RoseSL&TrappeJM.1980.ThreenewendomycorrhizalGlomusspp.associatedwithactinorrhizalshrubs.Mycotaxon10:413420. SchenckNC&PerézY.1990.ManualforidentificationofVAmycorrhizalfungi.SynergisticPublications,Gainesville. Silva GA; Maia LC & Stürmer SL. 2005. A dichotomous key to Scutellospora species (Gigasporaceae, Glomeromycota) using morphologicalcharacters.Mycotaxon94:293–301. StürmerSL&MortonJB.1997.DevelopmentalpatternsdefiningmorphologicalcharactersinsporesoffourspeciesinGlomus.Mycologia 89(1):7281. Stürmer SL & Morton JB. 1999. Taxonomic reinterpretation of morphological characters in Acaulosporaceae based on developmental patters.Mycologia91(5):849857. WalkerC&TrappeJM.1993.NamesandepithetsintheGlomalesandEndogonales.Mycol.Res.97(3):339244. Walker C & Vestberg M. 1998. Synonymy amongst the arbuscular mycorrhizal fungi: Glomus claroideum, G. maculosum, G. multisubstensumandG.fistulosum.AnnalsofBotany82:601624. WalkerC.1983.TaxonomicsconceptsintheEndogonaceae:Sporewallcharacteristicsinspeciesdescriptions.Mycotaxon18:443455.

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Pacispora velloziensis , a new species of arbuscular mycorrhiza-forming Glomeromycetes from Brazil

1* 1 BRUNO TOMIO GOTO & LEONOR COSTA MAIA

1*[email protected] 1DepartamentodeMicologia,CCB,UniversidadeFederaldePernambuco,Av.Prof.elsonChavess/n,Cidade Universitaria,50670420,Recife,PE,Brazil Abstract —DuringasurveyofarbuscularmycorrhizalfungiattheSerradoCipó,MinasGeraisState,Brazil,anewspecies of Glomeromycota withasubtendinghyphaandinnerwallwasfoundandincludedinthegenus Pacispora .Consideringthat somecharacteristicswerenotpreviouslydescribedintheotherspeciesofthisgenus,anewspecies,Pacisporavelloziensis, isproposed. Keywords —Diversisporales ,diversity,mycorrhiza, Pacisporaceae , Vellozia

Introduction The arbuscular mycorrhizal fungi (AMF) are included in the phylum Glomeromycota , based on molecular studiesthatdefinitivelyseparatedthegroupfromthe Zygomycetes ,wheretheyusedtobeclassified(Schü βleret al.2001).However,thetaxonomyofthegroupremainsincontinuousmoveandtwonewgenerawereproposed (Pacispora and Diversispora )forthisphylum(Oehl&Sieverding2004;Walker&Schü βler2004). Pacispora, included in Glomerales, is characterized by glomerospores with six wall layers, and germination directly through the spore wall, from a germinative plate (Oehl & Sieverding 2004). Using molecular data, Walker & Schü βler (2004) proposed the family Pacisporaceae to accommodate the genus, formed by seven species: P. boliviana Sieverd. & Oehl , P. coralloidea Sieverd. & Oehl , P. chimonobambusae (Wu & Liu) Sieverd.&Oehl, P.dominikii (Blasz.)Sieverd.&Oehl ,P.franciscana Sieverd.&Oehl ,P.rubigina Sieverd.& Oehl , and P.scintillans (Rose&Trappe)Sieverd.&Oehl .RegisterofpresenceoftheseAMFspeciesinmany ecosystemsisrare,mainlyintropicalregions.DuringstudiesinareasofaBraziliansavannah,withatypical vegetation of high hills, glomerospores of a new species of Pacispora were found in the rhizosphere of a Vellozia species. Description, comments and illustrations of this new species, named Pacispora velloziensis nom.ined .,torelatewithitspossiblehost,arepresented.

Material and methods SoilsamplingandculturingofAMfungi SoilsweresampledintheCerradobiomeofSerradoCipó(MinasGeraisState,Brazil)fromtherhizosphereof typicalnativeplantvegetation,mainlyconsistingof Velloziacaruncularis Mart.exSeub.,inJuly2004.Thesite islocatedat19º06’Sand43º35’W. ForculturingthenativeAMfungalcommunities,50gofthefieldsoilweremixedwith400gautoclavedsand vermiculite substrate (1:1 w/w) and filled into 500 ml pots. Sorghum bicolor L. was used as bait plant. The substratehada4.7.pH.TheculturepotsweremaintainedatthegreenhouseoftheDepartmentofMycology, UniversidadeFederaldePernambuco,Recife.Additionally, multiple glomerospores of the new species were separated and used as infective propagules in single species cultures using the same pot size and culture substrateasdescribedabove.Unfortunately,growthofthenewspecieswasnotestablishedsuccessfullyinbait culturesorinsinglespeciescultures. Morphologicalanalyses Spores were extracted from soil by wet sieving and sucrose centrifugation (Gerdemann & Nicolson 1963; Jenkins 1964), separated in Petri dishes on a stereomicroscope and mounted in glass slides with PVLG and PVLG+Melzerreagent(Brundrettetal.1994).TheuseofthetermglomerosporefollowsGoto&Maia(2006). Description of the new species Pacisporavelloziensis B.T.Goto&L.C.Maia sp.nov.Figs.16 MYCO BANK MB.... Sporocarpiaignota.Sporaehialinaesingulatiminsolo,globosae60–116.5 mvelsubglobosae(109.4)80.8x60.1( 103.4) mvelirregularis.Sporaecumtunicaduas.Struturaetunica(exospore)cumstratistribus;primusstratumhialinae, <2.0–2.7 mcrassum;secundumstratumhialinae,laminatum,4.7–5.6 mcrassum;tertiumstratumtunicaestruturae hialinae, membanatum < 1.0 m crassum. In solutione Melzeri stratum primus tunicae struturae purpureum colorans. Germinatumtunica(endospore)cumstratistribus;primusstratumcumsecundumstratumaderens,coriaceum,1.8–2.8 m crassum; tertium stratum hialinae, membranatum, < 1.0 m crassum. Tunica hyphae affixae confluentis cum estratis exterioristunicaeduarumexternaesporarum.

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Etymology :velloziensis–referstothehostintherhizosphereofwhichsporesofthespecieswerecollected. GlomerosporeformationSporocarpsunknown.Glomerosporesformedsinglyinthesoilusuallyglobose60– 116.5 mtosubglobose(109.4)80.8x60.1(103.4) m,rarelyirregular(Fig.1).Sporewallwithsixlayers (Fig.2;Fig.5).Outerwallcomposedbythreehyalinelayers,thefirstcontinuouswiththesubtendinghypha. Inner wall of three layers, the two first tightly together, with semirigid consistence, difficult to break under pressure. Outerwall —consistsofthreelayers(Figs.2).Outerlayer(OWL1)hyalinetosubhyaline,permanent,rigid, 2.02.7 µm thick, and often difficult to detect, as it tightly adhers to OWL2 (Fig. 25). OWL2 smooth, laminated,hyalinetowhiteandintotal4.75.6µmthick(Fig.2).Theinnerlayer(OWL3)thin(0.51.0µm), hyalinetosubhyalineandtightlyattachedtoOWL2makingitdifficulttodetect.DextrinoidreactioninMelzer observed in both, the unit and the laminated wall layers of the structural wall, which acquire a pink purple coloration. This color is lost after the first weeks of preparing the slides, leaving the spores slightly pink. GerminalwalldonotreactinMelzer. Innerwall —hyalineandthreelayered,butgenerallyonlythecentrallayer(IWL2;Figs.2and5)isvisiblein brokenglomerospores.Theouterlayer(IWL1)is0.51.0µmanddifficulttodetect,asitistightlyadherentto thecentrallayerIWL2whichis1.02.0µmthick.Theinnermostlayer(0.51.0µmthick),tightlyadherentto IWL2isalsodifficulttodetect.NoMelzerreactionisdetectedintheinnerwalllayers. Subtendinghypha —ephemerousanddifficulttodetect,3.7–7.5µmdiameter,formedbyonlyonethinwall layer(OWL1)<1.0µmthick.Poregenerallyoccludedbyinnerlayerofsporewall(OWL3).Melzerreaction positive,withthehyphaturningpinkpurple(Fig.3). Germination —observedonlyinoneglomerospore,butorbwasnotdetected.Probablythegerminalstructure issimilartothatfoundintheother Pacispora species(seeOehl&Sieverding2004andWalkeretal.2004). Mycorrhizalformation —unknown. Distribution —Brazil:sofaronlyfoundintheCerradobiomeofSerradoCipó,MinasGeraisState. SPECIMENSEXAMINED—BRAZIL.MinasGerais.SerradoCipó.HOLOTYPE (545401)andtypespecimens(54 5402 & 545403) deposited at URM (Recife, Pernambuco, Brazil). Isotypes: 545404 & 545405 deposited at OSC (Corvallis,Oregon,USA);and545406&545407,depositedatZ+ZT(Zurich,Switzerland).

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Figs1–8. Pacisporavelloziensis . Fig.1GeneralaspectofglomerosporesinPVLG. Fig.2Detailofglomerosporewithouterandinner wallsinPVLG. Fig.3Detailofasubtendinghypha. Fig.4 OutersporewalllayersinMelzer. Fig.5Sporewallstructurewithsixlayers. Fig.6 – Germinal tube initiation emerging from the spore wall. Fig.7 Outer wall layer detaching from OWL2 Fig.8 – Glomerospore formationfromamaturespore.

Discussion Glomerosporesof Pacispora arecharacterizedbyasubtendinghyphatypicalofglomoidsporesandaninner wall (germinal component), with germination directly through the spore wall, from a germinal shield (orb). Althoughthedescriptionincludesagerminalshieldintheinnerwalllayer,therearenoregisterofsuchstructure in P. robigina, P. chimonobambusae, P. coraloides and P. boliviana . In the same way, this shield was not observedintheexaminedglomerosporesof P.velloziensis .Referencestotheshieldarefoundin P.franciscana, P.scintillans and P.dominikii (Oehl&Sieverding2004;Walkeretal2004). Pacisporavelloziensis showsdextrinoidreactioninthestructuralspore wall, whilethe germinal walldonot distinctlyreactsinMelzer.Conversely,intheother Pacispora specieswithhyalinespores,withtheexceptionof P. boliviana , it is the intermediate layer of the germinal wall that shows a dextrinoid reaction (Oehl & Sieverding2004).Althoughsharingsomewallcharacteristics, P.boliviana and P.velloziensis differbecausethe wallintheformerspeciesisornamentedwhilethelatterhasasmoothsporewall. Pacisporavelloziensis canbemistakenwith P.franciscana inPVLG,oncethatbothhaveasmoothstructural sporewall,andthesamenumberofwalllayers.However,oppositeto P. velloziensis,P.franciscana donot showsadextrinoidreactioninthestructuralwall,butastrongreactioninthegerminalwall. ThedevelopmentalstageofthesporemayaffecttheMelzer’sreaction,mainlyinspecieswithagerminalwall layer,asin Acaulosporaceae ,consideringthatistheinnermostlayerthatreactsinMelzerandthislayeristhe

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...311 lastonetobeformed(Stürmer&Morton1999).In P.velloziensis thisisnotrelevant, becausetheMelzer’s reactionoccursinthestructuralwall.Thisreactionwasobservedinallexaminedsporeseveninthosewherethe innerwalllayerswerenotcompletelyformed. The structure of the spore wall of P. velloziensis is difficult to distinguish, even in broken spores, mostly becausethestructuralandgerminalwallsofthesporearenoteasilyseparated.Themostdifficulttoobserveare the third and the sixty spore wall layers, both flexible and strongly adherent with OWL2 and IWL2, respectively.Thethirdlayerispartofthestructuralcomponentandistightlytogetherwiththesecondlayer;the sixty layer is part of the germinal wall and can be seen only as a rough thin layer. Because of that, glomerosporesof P.velloziensis canerroneouslybeinterpretedashavingonlyfourwalllayers. Pacisporafranciscana,P.rubigina and P.coralloidea werefoundintheSwissAlpes,at2800mabovethesea level. P.velloziensis wasfoundinaverypeculiarregionnamed“CamposRupestres”,at1100mabovethesea level.Studiesinisolatedorlessexploredareas,suchasIslands(Dalpéetal.2002),altitude(Oehl&Sieverding 2004)orpolarregions(Cabello1994)haveallowedthediscoveryofnewspecies,adaptedtotheconditionsof those environments. These findings show that knowledge regarding the diversity of arbuscular mycorrhizal fungiisstillinthebeginning;awidevarietyofecosystems,indifferentregions,areunexplored,whatindicates thatcontinuoustaxonomicstudiesofthegrouparestillneeded.

Acknowledgements The authors acknowledge, in special, Dr. Fritz Oehl (Institute of Plant Production and Agroecology in the Tropics, University of Hohenheim,Stuttgart,Germany)andJoyceL.Spain(Corvallis,OregonUSA),forreviewingthemanuscriptandmakinghelpfulcomments and suggestions, and to Dr. Nanuza Luiza de Menezes for providing the opportunity to visit the Serra do Cipó, MG. This work was supported by the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and Coordenação de Aperfeiçoamento de PessoaldeNívelSuperior(CAPES)thatprovided,respectively,aresearchgranttoLeonorC.MaiaandaPhDscholarshiptoBrunoT.Goto.

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otassobre Acaulosporaexcavata Ingleby&Walkercomrevisãodospadrõesde ornamentaçãoemAcaulosporaceae BrunoTomioGoto 1,4 ;AdáliaCavalcantidoEspíritoSantoMergulhão 2,5 &LeonorCosta Maia 1,3

1DepartamentodeMicologia,UniversidadeFederaldePernambuco.Av.Prof.NelsonChaves s/n,CidadeUniversitária,CEP50670420,Recife,PE,Brasil.

2EmpresaPernambucanadePesquisaAgropecuária–IPA.Av.GeneralSanMartin,1371, Bongi,CEP50701000,Recife,PE,Brasil

3BolsistadePesquisaCNPq

4Autorparacorrespondência([email protected])

5PesquisadoradoIPA

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RESUMO –(Notassobre Acaulosporaexcavata Ingleby&Walkercomrevisãodospadrões de ornamentação em Acaulosporaceae). Durante levantamento da diversidade de FMA em uma área impactada pela mineração de gipsita no semiárido nordestino, esporos de uma espécieornamentadade Acaulospora foramencontradoseidentificadoscomo A.excavata , porémapresentarampequenavariaçãomorfológicanaestruturadaparede.Contudo,opadrão de ornamentação observado nesses esporos é similar ao descrito para A. excavata . O conhecimentosobreadistribuiçãodeespéciesdefungos micorrízicos arbusculares (FMA) aindaérestritoeasvariaçõesmorfológicasobservadasemisoladosdeumamesmaespécie podem proporcionar subsídios adicionais para entendimento dos caracteres usados na taxonomiadogrupo.Alémdisso,aidentificaçãodasespéciesde Acaulospora muitasvezesé feitacombasenopadrãodeornamentaçãosendodegrande importância uma revisão dos padrões de ornamentações em Acaulosporaceae para formulação de chaves que facilitem a identificaçãodasespécies.Osobjetivosdestetrabalhoforamdescrever Acaulosporaexcavata Ingleby&Walker,bemcomocompararadescriçãodessaespéciecomasdeoutrassimilares discutindosobrepadrãodeornamentaçãoemAcaulosporaceae.

Palavraschave: Caatinga,culturaarmadilha,Diversisporales ,fungomicorrízicoarbuscular,

Glomeromycota .

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ABSTRACT – (Notes on Acaulospora excavata Ingleby & Walker with review of ornamentation patterns in Acaulosporaceae). During diversity study of arbuscular mycorrhizalfungi(AMF)inimpactedareabymining of gipsita in semiarid Northeastern sporesoftheornamentedspeciesofAcaulosporawerefoundandidentifyas A.excavata ,but thissporespresentedfewmorphologicalvariationinsporewall.However,theornamentation partners observed in these spores were similar to described for A. excavata . The knowledgementregardingdistributionofspeciesofarbuscularmycorrhizalfungi(AMF)is still restrict and morphological variations found in isolates of a same species may give additionalinsightsforunderstandingthecharactersusedinthetaxonomyofthisgroup.In addition,theidentificationofthe Acaulospora speciesissometimesbasedinornamentation partnersbeingofgreatimportanceareviewoftheornamentationpartnerin Acaulosporaceae foridentificationkeys.Theobjectivesofthiswork were redescribe Acaulospora excavata Ingleby&Walkeraswellastocomparethedescriptionsofsuchspecieswiththatofothers similarAMFrevisingornamentationpatternsinAcaulosporaceae.

Keywords: Caatinga, trap culture, Diversisporales , arbuscular mycorrhizal fungi,

Glomeromycota .

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Introdução

Osfungosmicorrízicosarbusculares(FMA)formamsimbiose obrigatória com a

maioriadasfamíliasdevegetaispromovendoseucrescimentooutolerânciaacondiçõesde

estressebióticasouabióticas(Smith&Read1997).Todaataxonomiadessesfungosestá

baseada na morfologia dos esporos, estrutura assexuada altamente diversificada que

apresentadiferenciaçõessuficientesparadelimitaçãodeespécies(Morton1988;Goto&

Maia2006).Ataxonomia,comfunçãodefornecerumíndiceparaespéciesedemostraras

relações filogenéticas entre elas é a ciência da síntese e reúne dados de várias áreas e

integráosemumsistema.Atualmente,osFMAestãoincluídosnofiloGlomeromycota,

criadoporSchuessleretal.(2001)combaseemdadosmoleculareseapoiadoporoutras

evidênciamoleculares(Jamesetal.2006).ApesardosavançosnataxonomiadeFMA,um

grandeproblemaobservadoéquemuitasespéciesforamdescritascombaseemconceitos

taxonômicostradicionaiseantigos.Destaforma,anecessidadedetrabalhosderedescrição

é indiscutível para diminuir as dificuldades na identificação, visto que a taxonomia do

grupotemevoluídoetornandosemuitamaisdetalhada.

Dentro do Reino Fungi, os esporos dos FMA são os maiores e um dos mais

diversos por apresentar várias camadas com diferentes aparências na composição da

parede, sendo as características relacionadas a essas camadas da parede do esporo

amplamenteusadanataxonomiadogrupo(Morton1988;Goto&Maia2006).

AsdescriçõespassaramaseapresentardeformamaissistemáticaquandoWalker

(1983)propôsumaterminologiaespecíficaparaasestruturasqueformavamaparededos

esporosdosFMAequandoMortonecolaboradoresimplementaramdadosontogenéticos

(Bentivenga&Morton1995;Morton1995;Stürmer&Morton1997;Stürmer&Morton

1999). Porém, algumas espécies do filo Glomeromycota apresentam descrições

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...316

incompletas,deixandodeinformardetalhesimportanteseassimdificultandoumaacurada

identificação(Morton1988;1993).

AsespéciesdeFMApodemapresentarvariaçõesemalgunsaspectostaxonômicos

taiscomo:cor,dimensãoeatéespessuradaparededosesporos,dependendodaorigemou

domododepropagaçãodosisolados(Morton1985;Bentivenga etal.1997;Walker&

Vestberg1998).Alémdisso,descriçõesdenovasocorrênciastêmreveladocamadasnão

observadas nas descrições originais, como em Acaulospora koskei Blasz.

(http://invam.caf.wvu.edu) e Acaulospora bireticulata Rothwell & Trappe (Blaszkowski

1997). Tais descrições contribuem para complementar dados referentes às variações

encontradasemisoladosdeumamesmaespécie,facilitandoaposterioridentificação.

O gênero Acaulospora constitui um grupo de espécies mais facilmente

identificável, principalmente as espécies que apresentam ornamentação na parede, além

disso,asdemaisespéciesquenãoapresentamessasornamentaçõesapresentamdistinções

mais facilmente discerníveis na estrutura da parede, caráter que apresenta alta

diversificação nesse gênero. Sendo comparada apenas com o gênero Scutellospora em

ornamentaçãoediversidadeestrutural.

Apesar dessas facilidades na identificação das espécies, existem evidências que

indicamcertavariaçãonopadrãodeornamentaçãodealgumasespéciesde Acaulospora .

Blaszkowski(1997)afirmaqueesporosde A.bireticulata apresentamduplosreticulona

superfíciedosesporos.JáMorton(2005)(http://invam.caf.wvu.edu)afirmaqueesporosde

A. bireticulata apresentam padrão de ornamentação confuso, apresentando esporos com

duplo reticulo e esporos com retículos onde espinhos estão imersos. Morton (2005)

(http://invam.caf.wvu.edu)afirmaaindaqueesporosde A.bireticulata provavelmentesão

sinônimoscomosde A.elegans Trappe&Gerdemann.Similarobservaçãofoifeitapor

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...317

Gotoetal.(dadosnãopublicados)emesporosde A.bireticulata isoladosnarizosferade

Araucariaangustifolia (Bert.)O.Ktze.

Os objetivos deste trabalho foram de redescrever Acaulospora excavata Ingleby &

Walker,bemcomocompararadescriçãodessaespéciecomasdeoutrassimilaresdiscutindo

sobre padrão de ornamentação em Acaulosporaceae para ampliar os dados referentes à A.

excavata assimcomoampliaradiscussãosobreoscaracteres morfológicos relacionados a

taxonomiadessegrupodefungos.

Materialemétodos

Áreas de estudo : Foram selecionadas áreas caatinga nativa e impactada pela

mineraçãodegipsitanomunicípiodeAraripina–PE(7 º29’00”S;40 º36’00”W).Aregião

apresentaprecipitaçãoanualde743mmetemperaturamédiade23 ºC.Temcomovegetação predominanteacaatingahiperxerófilaesolodotipoLatossolovermelhoamarelodistrófico,

sendooclimaSemiáridomesotérmico(Cavalcanti&Lopes1994).

Coletas: Osolofoicoletadoemquatroáreasdamineradora:Áreadecaatinganativa preservada (AN) sendo esta considerada como controle, área dos arredores da mina (AM),

áreaderejeito(AR)eáreadeinterfaceentreaáreaderejeitoeacaatinga(AI).Emcadaárea

foramcoletadasdezamostrasdesolo(decincoa20cmdeprofundidade)preferencialmente

na rizosfera de plantas, sendo os pontos definidos aleatoriamente. Uma parte do solo

(constituíram uma amostra composta) foi encaminhada para Empresa Pernambucana de

PesquisaAgropecuária(IPA)paraanálisesfísicas,químicasedefertilidade.Osolodolocal

apresentouasseguintescaracterísticas:8mg/dm 3deP;pHemágua6,43;0,36(K),0,00(Al),

6,20(Ca)e1,15(Mg)cmolc/dm 3;55%deareiagrossa,19%deareiafina,18%desiltee8% deargila,comclassetexturalFrancoArenoso.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...318

Culturasarmadilhas: Forampreparadasculturasarmadilhas paraFMA,comosolo coletadoediluídoemareia(2:1)emcoposplásticos com capacidade para 500 mL, tendo comoplantashospedeirasoamendoim( Arachishypogaea L.)eosorgogranífero( Sorghum bicolor (L.)Moench)cultivarIPA7301011.Forammantidostrêsciclosdessasculturasem casadevegetação,cadaumporcercadetrêsmeses,duranteesseperíodoasplantasforam regadasemdiasalternados.

Extraçãodosesporos: EsporosdeFMAforamextraídosdosoloporpeneiramento

úmido(Gerdemann&Nicolson1963)seguidoporcentrifugaçãoemáguaesacarose(Jenkins

1964), separados e montados entre lâmina e lamínula com PVLG (Álcool polivinílico e lactoglicerol) ou PVLG + Reagente de Melzer (Schenck & Pérez 1990). Na descrição das espéciesfoiadotadaaterminologiapropostaporMorton(http://invam.caf.wvu.edu).Nomes dosepítetosespecíficosestãodeacordocomWalker&Trappe(1993).

Resultados

Acaulosporaexcavata Ingleby&Walker

Fig.13

Esporos globosos a subglobosos (107) 120 (135) m, de coloração amarelo

esverdeadoaocreemPVLG.Parededoesporocompostadecincocamadas,sendoaprimeira

hialina, fina (1,0 m) e evanescente seguida da segunda camada laminada, amarela

esverdeada<9,415 mdeespessuraornamentadacomdepressões geralmente globosas

(3,715 m)podendoeventualmenteseralongadasouirregulares,regularmenteespaçadas

(1,8–3,7 m);terceiracamadamembranosa,hialinaemPVLGnãoreagindoemMelzer,<

2,0 mdeespessura;quartacamadahialina,“beaded”,até<1,0 mdeespessura,semreação

em Melzer; quinta camada membranosa, hialina, até 1,0 m de espessura, reagindo em

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...319

Melzer adquirindo coloração rosada. Sáculo esporífero globoso, amarelado. Cicatriz

dificilmente observada devido ao padrão de ornamentação da parede muito semelhante à

cicatriz. Alguns esporos não apresentaram reação em Melzer, principalmente àqueles que

ainda apresentavam sáculo esporífero ainda presos ao esporo, pois provavelmente não

apresentavamparedegerminativadesenvolvidas.

COLEÇÃO EXAMIADA: Brasil, Pernambuco, Município de Araripina, A. excavata

Ingleby & Walker na rizosfera de amendoim (Arachis hypogaea L.) e sorgo granífero

(Sorghumbicolor (L.)Moench)cultivarIPA7301011, Mergulhão ,Dezembro,2003.Brasil,

SãoPaulo,MunicípiodeCamposdoJordão, A.bireticulata Rothwell&Trappe isoladode

florestanativaedeáreareflorestadanarizosferade Araucariaangustifólia (Bert.)O.Ktze.,

MileneMoreira,Maio,2002,URM45750.BRASIL.Pernambuco:MunicípiodeGoiana, G.

halonatum Rose&Trappe.(X/2002), Costa ,URM45715;isoladodesoloemáreacoberta

com vegetação herbácea de espécies invasoras, localizada na Estação Experimental de

Itapirema.

DISTRIBUIÇÃOEHABITAT: ConhecidoparaCostadoMarfim(Inglebyetal.1994).No

BrasilfoicitadoporGomes&Trufem(1998)noestadodeSãoPauloeporYanoMeloetal.

(2003)emPernambuco.

Inglebyetal.(1994)afirmamqueosesporosde A.excavata apresentamapenastrês

camadas distribuídas em três grupos ( sensu Walker 1983). Além disso, essas camadas apresentamaparêncialaminada,membranosaeamorfa.Esporosde A.excavata encontrados em Araripina, Pernambuco, apresentaram cinco camadas, de aparência evanescente, laminada,membranosa,membranosa“beaded”emembranosa.Aquintacamadaéfortemente

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...320

aderida à quarta, sendo facilmente identificada com auxilio do reagente de Melzer, pois

adquire coloração rosa enquanto a quarta camada permanece hialina. Essa quinta camada pode ser também observada na figura E do trabalho de Ingleby et al. (1994), porém não mostradacomosendoumacamadadistinta.

SegundoInglebyetal.(1994)aúltimacamadadaparededeesporosde A.excavata apresenta elasticidade, por esta razão foi descrita como amorfa. Porém, esporos de A.

excavata observados nesse estudo não apresentaram elasticidade na quarta camada, sendo

descritaaquicomomembranosa.

Morton(1986a,b)afirmaqueaelasticidadedacamadaamorfaédecorrentedeuma

reaçãodaparedeaacidezdoPVLG(álcoolpolivinilicoelactoglicerol)amplamenteutilizado parapreservaresporosdeFMA(Koske&Tessier1983).Esseespessamentodacamadapode não ser evidente em todos os esporos de um mesmo isolado principalmente por estar geralmenterelacionadocomaúltimacamadadaparededoesporo,tardiamenteformadaem membrosde Acaulospora ,Entrophospora ,Pacispora e Scutellospora .

Essa reação na “parede” amorfa devese provavelmente a alguma substância depositada especificamente nessa camada durante o desenvolvimento do esporo, que pode eventualmente estar ausente em outros isolados da mesma espécie devido a diferentes pressões ambientais. Esporos de G. viscosum podem secretar uma substância viscosa na superfíciedoesporoquepodeestárelacionadacomfatoresambientais(Walkeretal.1995).

Uma das evidências para essa hipótese é a existência de plasticidade em uma camada laminada de Scutellospora biornata Spain, Sieverd. & S. Toro (Spain et al 1989) característicanãoobservadaemnenhumaoutraespéciedeFMAatéomomentodescrita.

Contudo,avisualizaçãodoespessamentona camada que apresenta elasticidade é relativamentefácilsendoexpressoconstantementenasespéciesqueapresentamessetipode

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...321 parede( Acaulospora eScutellospora principalmente).Porém,nenhumesporode A.excavata

isoladodeAraripinaapresentouespessamentonaquintacamada.

AcamadaamorfageralmenteapresentafortereaçãoemMelzer(Morton1986a,b)o

quefoitambémobservadoporInglebyetal.(1994)emA.excavata .Porém,esporosde A.

excavata isoladosdeAraripinanãoapresentaramfortereaçãoemMelzer,adquirindoapenas

coloração rosa. Esporos jovens de A. excavata não apresentaram nenhuma reação, provavelmentepornãoapresentartodasascamadasdaparededesenvolvidas.

Apesardaestruturadaparedeserumafortecaracterísticaparadelimitarespéciesno

filo Glomeromycota , variações na estrutura da parede já foram citadas em outras espécies

como A.bireticulata Rothwell&Trappe(Blaszkowski1997).Asantigasdescriçõespodem

apresentarfalhasnadescrição.Esporode A.bireticulata foramoriginalmentedescritoscomo

apresentandoapenastrêscamadascompondoaparede,porémBlaszkowski(1997)afirmaque

esporosdessaespécieapresentamsetecamadascompondoaparede.

Trabalhos que enfatizam as variações morfológicas das espécies de FMA têm

contribuídoparaomelhorentendimentodoslimitesmorfológicosusadosnataxonomiado

grupo,alémdeimplementardadosbiogeográficossobreasespécies,oqueajudaaentendero padrãodedistribuiçãodasmesmasnomundo.

Alémdavariaçãonaestruturadaparedede A.excavata ,areaçãoaoMelzermostrou

seumcaráterbastantevariável,sendoinfluenciadoporfatoresontogenéticoscomooestágio

de desenvolvimento em que o esporo se apresenta podendo em alguns casos não haver

reação. Os fatores ontogenéticos parecem irrelevantes apenas quando a reação ao Melzer

ocorrenocomponenteestrutural(=sporewall sensu Morton)daparededeespéciesquenão

apresentam camada evanescente como Scutellospora cerradensis Spain & Miranda, S. pellucida (Nicolson & Schenck) Walker & Sanders e espécies de Gigaspora (Spain &

Miranda1996;Nicolson&Schenck1979;http://invam.caf.wvu.edu ).

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...322

O padrão de ornamentação em espécies de Acaulospora tem sido uma importante

ferramenta morfológica para distinguir espécies, e por essa razão os esporos isolados em

Pernambucoforamidentificadoscomo A.excavata enãodesignadoscomoumanovaespécie.

Opadrãodeornamentaçãodessesesporosseenquadraperfeitamentenopadrãodescritopara

A.excavata porInglebyetal.(1994).

A ornamentação da parede de esporos de Acaulospora podem ser projeções ou

depressões.Asespéciesqueapresentamprojeçõescomoornamentaçãodaparedesãomenos

numerosasqueasespéciesornamentadascomdepressões.

Acaulospora denticulata Sieverd. & S. Toro apresenta parede ornamentada com projeções em forma de dentes molares, homogeneamente distribuídas na superfície do

esporo.Essepadrãodeornamentaçãoétípicodessaespécie,nãoexistindonenhumpadrãode

ornamentaçãosimilaremAcaulosporaceaenememoutrasfamílias.

Acaulospora tuberculata Janos & Trappe apresenta espinhos homogeneamente

distribuídos na superfície do esporo, sem distanciamento entre as ornamentações. Porém,

similar padrão pode ser observado em A. spinosa . A ornamentação de A. tuberculata é bastantesemelhanteàde A.spinosa ,porémem A.tuberculata ,aornamentaçãoéumacoluna

cilíndricaondeapenasapontasetornaafilada(similaraumlápis),enquantoem A.spinosa a

formadaornamentaçãoédeumtípicoespinho.

Adistinçãodessesdoispadrõesdeornamentaçãoé difícil, sendo necessária muita

experiênciaporpartedoobservadoreautilizaçãodegrandeaumento(1000x).Adistinção

entre A.tuberculata e A.spinosa podetambémserbaseadanacoloraçãodosesporos,hialinos

alevementeamareladosem A.spinosa emarromavermelhadoem A.tuberculata .Esteúltimo

sendoconsideradoumcarátersecundárionaidentificação.

Opadrãodeornamentaçãode A.tuberculata e A.spinosa podeserobservadotambém

emoutrosgêneros. Scutellospora heterogama (Nicolson&Gerdemann)Walker&Sanderse

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...323

Entrophospora infrequens (Hall) Ames & Schneider apresenta similar padrão de

ornamentaçãode A.tuberculata assimcomo S.spinosissima Walker&Cuencaapresentam

similarpadrãocom A.spinosa (Koske&Walker1985;Walkeretal.1998 Ames&Schneider

1979).Apenasem E.infrequens podeseobservarumavariaçãomaisevidentenopadrãode

ornamentação, pois os espinhos são ligeiramente mais separados entre si que os de A.

tuberculata e A.spinosa ,alémdisso,osespinhosapresentam,noseuinterior,umacâmara

quedáimpressãodehaverumespinhodentrodeoutro(http://invam.caf.wvu.edu).

Glomus spinuliferum Sieverding & Oehl, G. halonatum Rose & Trappe, G.

monosporum Gerdemann&Trappee Glomustenebrosum (Thaxter)Berchsãoexemplosde

espéciesqueapresentampadrãodeornamentaçãosimilaraosde A.tuberculata e A.spinosa ,

mostrandoqueopadrãodeornamentaçãotemorigensindependentesaolongodoprocesso

evolutivodofiloGlomeromycota.

Espinhospodemserobservadosaindaem A. elegans Trappe & Gerdemann e A.

bireticulata Rothwell&Trappe(Gerdemann&Trappe1974; http://invam.caf.wvu.edu ).Em

A. bireticulata há certa confusão quanto ao padrão de ornamentação, Blaszkowski (1997)

afirma que a parede apresenta duplo retículo, ou seja, dupla depressão. Morton (2005

http://invam.caf.wvu.edu) aumenta ainda mais a confusão comentando que observou, no

isoladode A.bireticulata ,tantoopadrãodeornamentaçãoobservadoporBlaszkowski(1997)

quanto opadrão descritopara A. elegans porGerdemann&Trappe(1974),sugerindoque provavelmenteessasespéciessejamsinônimos.Estudosmaisaprofundadoscomomaterial tipodeambasasespéciespodeajudaraelucidaressasquestões.

Acaulospora bireticulata pode ter sido descrita com dois grupos de espécies de diferentes padrões de ornamentação e a separação desses diferentes morfotipos pode ser difícillimitandoummelhorentendimentodeambasasespécies( A.bireticulata e A.elegans ).

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...324

Acaulospora cavernata Blaszk., A. dilatata Morton, A. excavata Ingleby & C.

Walker, A. foveata Trappe & Janos, A. lacunosa Morton, A. paulinae Blaszk., A. rehmii

Sieverd.&SToro, A.scrobiculata Trappe, A.undulata Sieverd.e A.alpina Oehl,Sykorova

&Sieverd. sãoasespéciesqueapresentamdepressõesnaparedeecorrespondema28%das

espécies de Acaulospora e 73% das espécies com ornamentação. Dentre as espécies

ornamentadasamaioriapossuidepressõesnaparede.

Adepressãonaparedeéumtipodeornamentaçãomaisfreqüenteem Acaulospora , porémadistinçãoentreessespadrõesdeornamentaçãoémaisdifícil.

Acaulosporaalpina F.Oehl,Sykorova&Sieverd., A.cavernata Blaszk. ,A.paulinae

Blaszk. e A. scrobiculata Trappe apresentam perfurações homogeneamente distribuídas na

superfície dos esporos geralmente globosas a subglobosas, raramente irregulares distantes

entre si (Trappe 1977; http://www.agro.ar.szczecin.pl/~jblaszkowski/ ). O padrão de

ornamentaçãoobservadoentreessasespéciessãomuitosemelhantesprincipalmenteentre A. scrobiculata, A. alpina e A. cavernata , sendo a diferença básica entre as espécies está na

coloraçãodosesporos,hialinaem A. scrobiculata, amarelo em A. alpina e marrom em A.

cavernata (Trappe 1977; Oehl et al. 2006; http://www.agro.ar.szczecin.pl/~jblaszkowski/ ).

Acaulospora paulinae apresenta perfurações mais irregulares quando comparada com A. scrobiculata,A.alpina e A.cavernata .

Morton(1988)emsuarevisãodoscaracteresmorfológicosusadosnataxonomiados

FMAafirmaquepodehaverconsiderávelvariaçãonograudeornamentação,porémnãotem sido muito bem documentado essa variação. Por essa razão, esporos de A. paulinae , A. scrobiculata e A.cavernata nãopodemserseparadasapenascombaseemsuaornamentação.

Acaulospora rehmii apresenta perfurações irregulares de forma labirintiforme

(Sieverding&Toro1987).Essepadrãodeornamentaçãoéobservadoapenasnessaespécie.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...325

Esporosde A. excavata e A. foveata apresentam basicamente o mesmo padrão de

ornamentação,perfuraçõesglobosas,subglobosasairregulares(Inglebyetal.1994;Janos&

Trappe 1982; http://invam.caf.wvu.edu). Porém, as perfurações em A. excavata são mais

regularesapresentandosegeralmenteglobosasenquantoqueasde A.foveata sãogeralmente

mais irregulares. Porém, em ambas espécies podemos observar ampla variações de

ornamentação,porissooutrascaracterísticassãousadasparadistinguiressasespéciescomo:

coloração,tamanhoeestruturadaparededosesporosporseremfacilmentediscerníveisem

ambasasespécies.

Acaulosporaexcavata éocre,pequena115–200x100–165 m,eparedecomposta por cinco camadas, enquanto A. foveta apresenta esporos marrons avermelhados, grandes

(410)185–310x215–350(480) meparedecompostaporsetecamadas(Inglebyetal.

1994;Janos&Trappe1982;http://invam.caf.wvu.edu).

Acaulosporalacunosa e A.dilatata apresentamornamentaçõesmaistênuesedifíceis

de serem observadas do que das demais espécies, por serem menos profundas (Morton

1986a). Além disso, as perfurações em A. lacunosa e A. dilatata são menores e mais

espaçamentedistribuídasdoqueasde A.foveata, A.excavata,A.scrobiculata,A.rehmii,A.

undulata eA.cavernata .

Morton (1986) afirma que a ornamentação de A. dilatata é tenue e formada por pequenasperfurações,enquanto A.lacunosa apresentaperfuraçõesemformadesalsichaou em forma de píres. Tanto A. dilatata quanto A. lacunosa apresentam padrões de ornamentaçãotipicos,sendoobservadoapenasnessasespécies.

Apesardeopadrãodeornamentaçãoserumdoscaracteresmaisinformativoparaa identificaçãodasespéciesde Acaulospora ,isoladamentepodenãoserconsistentesvistoque um amplo número de espécies apresentam sobreposição de padrão de ornamentação.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...326

Contudo,éumaferramentaútilparaaformulaçãodechavesdelimitandogrupodeespécies

comosimilarpadrãodeornamentação.

CHAVEDICOTÔMICAPARAIDETIFICAÇÃODEESPÉCIESDE ACAULOSPORA COM

PAREDEORAMETADA

1–Esporosornamentadoscomprojeções...... 2 1’Esporosornamentadoscomdepressões...... 7 2–Projeçõesemformadedentesmolaresouverrugas...... 3 2’–Projeçõesemformadeespinhosoutubérculos...... 4 3–Ornamentaçãoemformadedentesmolareshomogeneamentedistribuídospelasuperfície doesporo...... A.denticulata 3’–Ornamentaçãoemformadeverrugasdediferentestamanhos...... Am.brasiliensis 4 – Esporos marrom a marrom avermelhados e projeções tuberculares (0,7 – 1,5 m de altura)homogeneamentedistribuídonasuperfíciedoesporo...... A.tuberculata 4’ Esporos hialinos a levemente amarelados e projeções em forma de espinhos homogeneamente distribuídos na superfície dos esporos ou espinhos imersos em uma depressãopentagonal,hexagonaloucircular...... 5 5–Espinhoshomogeneamentedistribuídosnasuperfíciedeesporos(14 mdealtura)de coloraçãohialinaaamareloclaro...... A.spinosa 5’–Espinhosimersosemumadepressãopentagonal,hexagonaloucircular...... 6 6–Esporoscomseisousetecamadascompondoaparede...... A.bireticulata 6’–Esporoscomquatrocamadascompondoaparede...... A.elegans 7–Esporoshialinosouamarelados...... 8 7’Esporospigmentados(marromouavermelhados)...... 14 8 – Esporos com depressões arredondadas homogeneamente distribuídas na superfície do esporo...... 9 8’–Esporoscomdepressõesalongadas,labirintiformes...... A.rehmii 9–Paredecomtrêscamadas...... A.undulata 9’–Paredecommaisdetrêscamadas...... 10 10–Paredesemumacamadaamorfanocomponentegerminativo...... A. scrobiculata 10’–Paredecomumacamadaamorfanocomponentegerminativo...... 11 11–Esporoscomduascamadasunitáriasnocomponenteestrutural...... A.cavernata 11’–Esporoscomcamadalaminadacompondoocomponenteestrutural...... 12

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...327

12–Superfícielevementeornamentadacompequenasdepressõesousulcosoriundosdeuma superfícierugosa...... 13 12’–Superfíciedoesporocomdepressõesmaisprofundaseevidentes,emformadepiresou discos...... A.lacunosa 13–Superfícielevementeornamentadacompequenasdepressões...... A.dilatata 13’Superfícieornamentadacomsulcosoriundosdoenrugamentodasuperfície...... A.rugosa 14–Esporos(240–360 m)esetecamadasnaparede...... A.foveata 14’–Esporos(115–200 m)comtrêscamadasnaparede...... A.excavata

Agradecimentos

AoProf.ReginaldoSilvapelaajudacomasfotomicrografiaseaDra.SandraFartoBotelho

Trufempelassugestõesaomanuscrito.ÀCAPESeaoCNPqpelasconcessõesdebolsasde

DoutoradoaB.T.Goto,aA.C.E.S.MergulhãoeadepesquisaaL.C.MaiaeaoIPApelo suportetécniconascoletasenaanálisedosolo.

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Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...331

Figura1–4. 1–Aspectogeraldeumesporode A.excavata ;2–Detalhedaornamentação nabordadaparededeesporosde A.excavata ;3–Detalhedopadrãodeornamentaçãoem A. excavata ;4–Detalhedadaestruturadaparedede A.bireticulata .;5–Detalhedopadrãode ornamentaçãoem A.bireticulata ;6–Detalhedaornamentaçãoem G.halonatum .

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...332

Racocetraintraornata and Dentiscutatacolliculosa ,twonewspeciesinthe

GlomeromycetesfromortheasternBrazilwithdiagnosticsporewallornamentations

BrunoTomioGoto

LeonorCostaMaia

DepartamentodeMicologia,CCB,UniversidadeFederaldePernambuco,Av.Prof.elson

Chavess/n,CidadeUniversitaria,50670420,Recife,PE,Brazil

FritzOehl

FederalResearchInstituteAgroscopeReckenholzTänikon,EcologicalFarmingSystems,

Reckenholzstrasse191,CH8046Zürich,Switzerland

ShortTitle: Scutellosporaspp.

*ForcorrespondenceEmail:[email protected]

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...333

Abstract: TwonewspeciesofthearbuscularmycorrhizaformingGlomeromycetes,

Racocetraintraornata and Dentiscutatacolliculosa ,werefoundinasemiaridbiomeof

Northeastern(NE)Brazil,calledCaatinga,andwerealsoisolatedfromasanddune ecosystematthesemihumidAtlanticcoastallineofNEBrazil. Racocetraintraornataforms yellowtoyelloworangeglomerospores,150–280µmindiameter,withtwosporewalls.The innersurfaceoftheouterwallisdenselycrowdedwithsmalltubesthatresemblegermination wartscharacteristicfor Gigaspora species.Thegerminationshieldishyalinetorarelylight yellow,openorganizedandhas4–6lobesand4–6germtubeinitiations. Dentiscutata colliculosa formsbrowntoblackglomerospores,330–570µmindiameter,withthreespore walls.Theinnersurfaceoftheouterwallhasadenseandregularcolliculateornamentation resemblingtheinnersurfaceofthealveolatewallin Ambisporaappendicula .Inaddition,the sporesurfaceiscrowdedwithfinepapillae.Thegerminationshieldisyellowbrownto brown,dentateandisdividedbyseveral(8–18)largefoldsinto8–18compartmentsbearing

eachonegermtubeinitiation.Duetotheirnovel,diagnosticsporewallornamentations,the

twospeciescannotbeconfusedwithanyotherknownspeciesintheGlomeromycetes.

Keywords: Germination,Glomeromycota,Gigasporaceae, Scutellospora .

INTRODUCTION

Duringstudiesonthediversityofarbuscularmycorrhizalfungi(AMF)innatural ecosystemsofNortheasternBrazil,twonewspeciesofthe Diversisporales werefoundthat formsporesonsporogenouscellsanddiscretegerminationshieldsontheinnersporewall.

Bothspeciesweredetectedintwodifferentecosystems:inthesemiaridCaatingabiomeof

PernambucoStateandinasemihumidsandduneecosystemattheAtlanticcoastallineof

ParaíbaState.Bothspecieshavediagnostic,novelornamentationsontheinnersurfaceofthe

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...334

outersporewall,andfurthermoredifferinthemajorityofmorphologicalspore

characteristics,especiallyinsporewallnumbersandgermshieldcharacteristics.

Thelargeinterspecificvariabilityin Scutellospora (WalkerandSanders1986)with

respecttosporewallnumbersandshieldcharacteristicswastogetherwithmolecular phylogeneticanalyseson18Sand25Sribosomalgenesequencesthebasefortherecent

revisionofthisgenusandthereorganizationofitssofar36knownspeciesinsixgenera

withinthreenewfamilies(Scutellosporaceae,RacocetraceaeandDentiscutataceae;Oehlet

al.2008).Speciesoftherevisedgenushaveasimple,bitorarelymonolobed,andhyaline

tosubhyalinegermshieldwith(1–)2germtubeinitiations(gti),whilespeciesofthe

Racocetraceae haveaopenorganized,multiplelobed,hyalinetosubhyalinegermshield,

with4–12lobeswhicheachmaybearonegti(Oehletal2008).Thetwogeneraofthelater

family, Racocetra and Cetraspora ,caneasilybedifferentiatedbythenumberofsporewalls

andbytheirstainingfeaturesinMelzer’sreagent(Oehletal2008):i)speciesofRacocetra

formonlytwosporewalls,while Cetraspora speciesformthreewalls;ii)inMelzer’s,spores

of Racocetra generallystainontheouterwallbutnotontheinnerwall,whileinCetraspora

theinnerwallgenerallyproducesadeeppurplereactioninMelzer’sreagent,andtheouter

wallspeciesspecificallymayormaynotstain.ThethreegeneraofDentiscutataceaeform

conspicuousyellowbrowntobrowngermshieldsandcanbedistinguishedbythenumberof

wallsandthecomplexityofthegermshield:Sporesof Fuscutata specieshavethreewalls

andasimple,bilobedshieldwithtwogti,whilesporesof Dentiscutata ,withthreewalls,and

Quatunica ,withfourwalls,havemultiple(830)smallcompartmentswithgenerallyonegti percompartment(Oehletal2008).Thetwonewspeciescouldunequivocallybeattributedto

eachoneofthesixgeneramentioned,duetotheirsporewallnumbersandshield

characteristics.Theyarehereafterdescribedundertheepithets Racocetraintraornata and

Dentiscutatacolliculosa.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...335

MATERIALSANDMETHODS

Soilsampling.—SoilsweresampledinthesemiaridCaatingabiomeintheNationalParkof

‘Vale do Catimbau’ (Municipality of Buique), Pernambuco State, and in a sand dune

ecosysteminMataraca,ParaíbaState.Thesamplesweretakenfromtherhizosphere(0–20

cmdepth)oftypicalnativeplantsinJanuary2006(Buique)andSeptember2007(Mataraca).

ThesiteinBuique(about700maltitude)issituatedat08°32’54’’Sand37°14’50’’W,and

1 1 thesoilischaracterizedby7.1–11.2gkg organicmatter,pH(H 2O)of5.4and7mgkg

availableP(extractedafterMehlich;Nelsonetal.1953).Theclimateissemiaridhot(type

BshofKöppen)withadrysummer,hightemperaturesduringtheday(30–40oC)andlower temperaturesatnight(15 oC;http://prefeituradebuique.com);themeanannualprecipitationis

610 mm. In this semiarid area, the Caatinga vegetation is represented by species of

Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae, Malpighiaceae, Myrtaceae, Mimosaceae, Fabaceae and

Cactaceae(e.g. Cnidoscolusobtusifolius ,Caesalpiniamicrophylla ,Byrsonimagardneriana ,

Eugenia biflora , Acacia bahiensis , Bocoa mollis and Pilosocereus tuberculatus ), among

others(Gomesetal.2006).

ThesiteinMataraca,at14maltitude,islocatedat06°30’00’’Sand34°57’10’’Wandthesoil

1 1 presentischaracterizedby7.1–11.2gkg organicmatter,pH(H 2O)of5.5–5.8;3–7mgkg

P.Theclimateistropicalrainy(typeAmofKöppen),withashortdryperiodoffourmonths.

Themeanannualtemperatureis25.5 °C,andthemeanannualprecipitationis1.795mm.In

thesandduneecosystem,thevegetationistypicalof‘restinga’,withphysiognomyvarying

fromtreeshrubtoherbaceousplants(OliveiraFilhoandCarvalho1993)andspeciesof

familiessuchasAnacardiaceae,Annonaceae,Bignoniaceae,Caesapiniaceae,Lauraceae,

Myrtaceae,Rubiaceae,RhamnaceaeandSterculiaceae(e.g. Anacardiumoccidentale and

Tapiriraguianensis , Xilopianitida , Tabebuiaroseoalba , Caesalpiniaechinata , Ocotea

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...336 gardneri , Eugeniakunthiana , Tocoyenaselloana , Ziziphusjoazeiro and Guazuma ulmifolia ;

Souza2008).

AMFpotcultures.—ThenativeAMFcommunitieswereculturedwith Sorghumbicolor L.

Moenchin500mLpots,filledwithautoclavedsandvermiculitesubstrate(1:1;w/w;400g perpot)mixedwiththenaturalfieldsoilasAMFinoculum(50gperpot),atthegreenhouse oftheDepartmentofMycology,UniversidadeFederaldePernambuco,Recife.Additionally, multipleglomerosporesofeachspecieswereseparatedandusedasinfectivepropagulesin singlespeciescultureson S.bicolor .Uptonownoneofthetwospeciescouldbepropagated successfullyeitherinbaitculturesorinsinglespeciescultures.

Morphologicalanalyses.—Glomerosporeswereextractedfromfieldsoilsandthebaitculture substratesbywetsieving(GerdemannandNicolson1963)andsucrosecentrifugation

(Jenkins1964).ThesporeswerethereaftermountedinPVLG,PVLG+Melzer’sreagentand inwater,respectively(Brundrettetal.1994).About100sporeswereexaminedofeach species.Forthespeciesdescriptions,theterminologyforspeciesintheDiversisporalesof

Oehletal.(2006),SieverdingandOehl(2006)andPalenzuelaetal.(2008)wasused,aswell astheterminologyofWalkerandSanders(1986)andOehletal.(2008)forthegermshield structures.ForthesporedenominationtheterminologyproposedbyGotoandMaia(2006) wasadopted.

TAXONOMICANALYSES

Speciesdescriptions

Racocetraintraornata sp.nov. B.T.Goto,L.C.Maia&Oehl (FIGS.1–7)

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...337

Sporocarpiaignota.Sporaesingillatiminsoloefformataeangusteadiacetaeadcellulas sporogeneassubterminalesvelintercalares,flavaeadflavoaurantiae,globosae(150 –260

µmindiametro)velsubglobosae(145 –250x165 –280µm);sporaecumtunicisduabus:

tunicaexteriorstratistribus,intotum(7.5 –)9 –14( –18)µmcrassa,coniunctatunicam

cellulaesporogeneaeettunicahyphae;stratumexteriustunicaeexteriorishyalinum,(semi

)persistens,1.1 –2.1µmcrassum;stratummediumlaminatum,flavumadflavoaurantium,

7.5 –14µmcrassum,tuberculissuperficieinteriorealtis1.0 –1.8( –2.2)µmet0.5 –1.1( –1.4)

µmlatisornatum,stratuminteriusflavumadflavoaurantium,0.5 –1.3µmcrassum;stratum

mediumetstratuminteriortunicaeexteriorisrubrovelrubrobrunneocolorantesreagente

Melzeri;tunicainteriordenovoformansstratistribushyalinibus,intotum3.1 –4.5( –5.2)

crassum;scutellumgerminaleinsuperficieexterioretunicaeinterioris,hyalinumad subhyalinumadalboflavum;circularvelovalevelrarumlateellipsoidum,(85 –125x60 –85

µm)indiameter,lobatum,paucioribus(4 –6(–8))lobisdepressionibusquegerminationis.

Holotypushicdesignatus#81–8101:URM79247.

Sporocarpformation unknown.

Glomerospores formedsinglyinsoilsterminallyonasubterminalorintercalary bulboussuspensorcell(=‘sporogenous’cell;FIG .1).Theyareglobose(150–260µmin

diameter),tosubglobose(145–250x165–280µm)torarelyirregular,brightyellowto

yelloworange,withtwowalls:anouterandaninnerwall(OWandIW;FIG .2).

Outerwall isthreelayered(FIGS.2–3):outermostwalllayer(OWL1)ishyalineto

subhyaline,semipersistenttopersistent,1.1–2.1µmthick.Secondlayer(OWL2)isbright

yellowtoyelloworange,laminate,and7.5–14 µmthick,denselypackedwithtube projectionsontheinnersurface,thatare1.0–1.8(–2.2)µmlongand0.5–1.1(–1.4)µmbroad

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...338

(FIGS.2–3).Tubesareabout(0.6–)1.1–2.5(–3.6)µmapartfromeachother(FIGS.2–5).

OWL3isconcolorouswithOWL2,0.51.3µmthick,andisprofiledbytubeprojectionsof

OWL2(FIGS.2–3).OWL2andOWL3sometimesdarkentobrightorangetoorangered severalmonthsafterbeingmountedinPVLG,andbothlayersstainredtoredbrownin

Melzer’sreagent(FIGS.5–6).Thestraightporechannelatthesporebase(about2.5–3.6µm broad)israrelyclosedbyaplugformedbysporewallmaterialofOWL2,andbyOWL3,but oftenappearstobeopen.

Innerwall isthreelayered(FIG .2)bearingagerminationshieldontheoutersurface

(FIG .5).Outerlayeroftheinnerwall(IWL1)ishyaline,semiflexibleand0.8–1.6µmthick.

Secondlayer(IWL2)isunittofinelylaminateand1.9–2.8µmthick.Innermostlayer(IWL3)

isthin(0.4–0.8µmthick),flexibleandgenerallytightlyadherenttoIWL2,difficultto

observe.ThethreelayersdonotstaininMelzer’sreagent.

Sporogenouscell issubglobosetoelongate,concolorouswiththespore,orslightly

lighterincolorthanthespore,and55–85µmlongand32–46(–56)µmbroad(FIG .1).Two walllayersarevisibleonthesporogenouscell,continuouswithOWL1andwithOWL2.

OWL1onthesporogenouscellisabout0.7–1.9µm;adherentOWL2isabout2.8–4.8µm thick.ThetuberculateornamentationonOWL2doesnotcontinueonthewallofthe sporogenouscell.Theporeofthesporogenouscellisgenerallyclosedattheconnectionto theattached‘sporogenoushypha’byaseptumarisingfromOWL2.Thesporogenoushypha generallyisalsobilayered,butOWL1isevanescentandhasoftensloughedoffcompletely.

Inthehypha,usually6–12(–16)additionalseptaarisingfromOWL2arevisibleinupto150–

350(–600)µmdistancefromthesporogenouscell.Withinthisdistance,thesporogenous hyphatapersfrom7.5–12.0to5.1–8.3µm,andthehyphalwalltapersfrom2.1–4.8to1.1–

2.6µm.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...339

Germinationshield ishyalinetosubhyaline(torarelylightyellowinolderspores),

ovaltoellipsoid(FIG .5)orrarelysubglobose,85–125x60–85µmindiameter,andhave4–

6(–8)lobes(FIG .6),thataredifficulttodifferentiatewhentheshieldcannotreadilybe observedinplanview.Irregularfolds(about5–15µmlong)arisingfromtheshieldwall separatethelobes.Theonelayeredshieldwallandthefoldsarehyalinetosubhyalineand generallyonly0.5–1.7µmthick.Eachlobemaybearoneroundedgermtubeinitiation(FIG .

7),1.7–2.6µmindiameter,fromwherethegerminationtubesemergeduringinitial

germinationin Racocetra species.Thegermtubeinitiations,however,weredifficultto detectinthespecimensanalyzed.

Sporedevelopment couldbededucedfromunequivocallyidentifiedsporesfoundin differentdevelopmentalstagesinthefieldsamples.Firsttheouterwalldifferentiatesasemi persistent,unitlayer(OWL1),alaminatelayerwiththecharacteristictubeprojectionsonits innersurface(OWL2)andanadherentthininnerlayer(OWL3).Aftertheformationofoneto severalseptainthesporogenoushypha,separatingthecellcontentofthesporefromthe hypha,theinnerwalldevelops denovo withoutvisibleattachmenttotheouterwall.Finally, thelobedgerminationshielddevelopsontheoutersurfaceoftheinnerwall.

Auxilliarycells werenotfound.

Mycorrhizaformation issofarunknownbutassumedfromtheunequivocal attributiontoRacocetraceaeintheDiversisporales.

Etymology. fromtheLatin:‘intra’(within,inside)and‘ornata’(ornamented)referring tothepositionofthetuberculateornamentationontheinnersurfaceoftheoutersporewall.

Type.IsolatedfromsoilsamplesfromthesemiaridCaatingabiomeintheNational

Parkof‘ValedoCatimbau’(MunicipalityofBuique),PernambucoState,Brazil.Holotype

(81–8101=URM79247)andtypespecimens(81–8102&81–8103)depositedatURM

(Recife,Pernambuco,Brazil).Isotypes81–8104&81–8105(=OSC#134506)depositedat

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...340

OSC(Corvallis,Oregon,USA).Isotypes81–8106&81–8107(ZTMyc775)depositedat

Z+ZT(Zurich,Switzerland).

Distribution. SofarknownonlyfromNortheasternBrazil:itwasfoundinthe

Caatingabiome(municipalityBuique,PernambucoState)andattheAtlanticcoastallineina

sandduneecosystem(municipalityMataraca,ParaíbaState).

Speciesdescription

Dentiscutatacolliculosa sp.nov.B.T.Goto,L.C.Maia&Oehl (FIGS .8–18).

Sporocarpiaignota.Sporaesingillatiminsoloefformataeangusteadiacetaead cellulassporogeneassubterminalesvelintercalares,brunneaevelrubrobrunneaevel oscurobrunneaevelnegrae,globosae(330 –570µmindiametro)velsubglobosae(350 –

390( –430)x360 –470( –590),sporaecumtunicistribus:tunicaexteriorstratisquartuoribus intotum12 –23µmcrassa,coniunctatunicamcellulaesporogeneaeettunicahyphae; stratumexteriustunicaeexteriorishyalinum,evanescens,1.0 –1.8µmcrassum;stratum secundumhyalinumetpapillosum,papillae0.7 –1.4µmaltaeand0.5 –1.1µmlatae;stratum tertiumbrunneumvelrubrobrunneumveloscurobrunneum,laminatum,10.5 –18.0µm crassum,superficieinteriorecolliculoso;colliculiconvexi,2.4 –5.1µmaltiet(3.2 –)5.1 –11.5

µmlati;stratuminteriustunicaeexteriorisbrunneumvelrubrobrunneum,subtile,0.5 –1.2

µmcrassum;tunicamediaettunicainteriordenovoformansstratishyalinibus;tunicamedia

duobusstratisintotum3.1 –5.3µmcrassum;tunicainteriortribusstratis,(3.2 –)4.2 –6.6( –

8.7)µmcrassum;solostratummediumtunicaeinteriorispurpureocoloransreagente

Melzeri;scutellumgerminaleconiunctumadtunicaminteriorem,flavobrunneumad brunneum;ovalevelellipsoideum,200 –275x160 –225µmindiametro,cum8 –18 depressionibusgerminationis.Holotypushicdesignatus#82–8201:URM79244.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...341

Sporocarpformation isunknown.

Glomerospores formedsinglyinsoilsterminallyonasubterminalorintercalary bulboussuspensorcell(=‘sporogenous’cell;FIG .9).Glomerosporesareredbrowntodark browntoblack,globose(330–)400–480(–570µm)tosubglobose(350–390(–430)x360–

470(–590)µmindiameter(FIG .9),withthreewalls:anouter,anmiddleandaninnerwall

(OW,MWandIW;FIG .10).

Outerwall is12–23µmthickintotalandconsistsoffourlayers(FIGS.10–14): outermostwalllayer(OWL1)hyalinetosubhyalinetolightyellow,evanescentandabout

1.0–1.8µmthick(FIGS.10–11).Underfieldconditions,OWL1isoftenrecognizedas fragmentedremnantsonly,remainingonthesporesurface(FIG .11).Thesecondlayer

(OWL2)ishyalinetosubhyalinetolightyellow,semipersistent,anddenselycrowdedwith

finepapillae,whichare0.71.4µmlongand0.51.1µmwide,and0.50.9µmapartfrom

eachother(FIG .12).ThepapillaemaydisappearinPVLGbasedmountantsafterawhile, sinceOWL2sometimesslightlyexpandsinthislacticacidbasedmountant(FIG .10).Third

layer(OWL3)is(red)browntodarkbrowntoblack,laminate,and10.5–18.0µmthick,and

ontheinnersurfacedenselycrowdedwithshallowundulatecolliculateelevationsthatare

2.4–5.1µmhighand(3.2–)5.1–11.5µmindiameter(FIGS.10–14).OWL4isconcolorous withOWL3,orslightlylighterincolor,thinandflexible(0.5–1.2µmthick)andusually difficulttoobserveascloselyadherenttocolliculateOWL3(FIG .11).Noneofthelayers

stainsinMelzer’sreagent.Thestraightporechannelatthesporebase(about2.8–5.2µm broad)isoftenclosedbyaplugformedbysporewallmaterialofOWL3,andbyOWL4,but

sometimesappearstobeopen.

Middlewall ishyalineandbilayered(FIGS.15–16).Outerlayer(MWL1)isabout

1.1–2.6µmthick.Innerlayer(MWL2)generallyismorerigidasbeingslightlythicker(2.0–

2.7µm).InrecentlycrushedsporestheundulateornamentationofOWL3andOWL4is

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...342 profiledonthemiddlewall(FIG .15),butthisprofileornamentationonMWgenerally

disappearswithinthefirsthoursordaysaftermountingthesporesinPVLG.

Innerwall isthreelayered(FIG .16)bearingagerminationshieldontheoutersurface

(FIG .17).Outerlayeroftheinnerwall(IWL1)ishyaline,semiflexibletosometimesfinely

laminateand0.82.6µmthick.Secondlayer(IWL2)isunitetofinelylaminate,sometimes

‘amorph’whenslightlyexpandinginPVLGbasedmountantsandgenerally2.0–2.9(–5.0)µm

thick.Innermostlayer(IWL3)isthin(0.4–1.1µmthick),flexible,generallytightlyadherent

toIWL3,andthusoftendifficulttoobserve.OnlyIWL2stainsinMelzer’sreagentproducing

adarkredpurplereactionwithinafewhours.

Sporogenouscell isglobosetoelongate,concolorouswiththespore,orslightlylighter incolor,and85–110µmlongand62–90µmbroad(FIG .9).Twowalllayersaregenerally visibleonthesporogenouscell,andarecontinuouswithOWL1+OWL2andwithlaminated

OWL3.OWL1+OWL2isabout0.5–1.5µmthickandevanescent,andOWL3isabout2.0–

2.9µmthick.Thecolliculateornamentationcontinuesontheinnersurfaceofthe sporogenouscellwall,whilethepapillaeornamentationontheoutersurfacedoesnot.The sporogenoushyphaattachedis18–28µmthickandalsobilayeredtaperingto913µm within280–550(–800)µmdistancefromthesporogenouscell.Withinthisdistance,the sporogenoushyphalwalltapersfrom2.7–5.5µmto1.1–1.6(–2.4)µm,and11–17(–25)septa originatingfromtheinnerlayer(OWL2)mightbevisibleinthesporogenoushypha.

Germinationshield isyellowbrowntobrown,ellipsoidtooval(200–275x160–225

µm)andconspicuouslydentate(FIGS.17–18)ashavingmultipleshortfolds,(4.5–)12–18(–

25)µmlongand1.2–2.2µmwide,andmultiple(8–18)largefolds(50–75µmlongand1.3–

2.5µmwide)arisingfromtheshieldwall(FIG .18).Thelargerfoldsoftenbranchtoforma

‘T’ontheshield,anddividetheshieldinto8–18smallcompartments(FIG .8;FIG .18).Each

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...343 compartmentgenerallyhasonecentralroundedgermtubeinitiation(gti,9–12µmin diameter)fromwherethegerminationtubesemergeduringinitialgermination.

Sporedevelopment couldbededucedfromunequivocallyidentifiedsporesfoundin differentdevelopmentalstagesinthefieldsamples.Firsttheoutersporewalldifferentiates twoouterlayers(OWL1andOWL2),alaminateandcolliculatelayer(OWL3)andthe adherentthininnerlayer(OWL4).Thebilayeredmiddlewall(MW),andsubsequentlythe threelayeredinnerwall(IW)develop denovo withoutvisibleconnectionwiththeouter wall.Finally,thegerminationshielddevelopsontheoutersurfaceoftheinnerwallforming multiplegerminationcompartmentsseparatedbylargefolds.

Auxilliarycells werenotfound.

Mycorrhizaformation unknownbutassumedfromtheunequivocalattributiontothe genus Dentiscutata inthe Diversisporales .

Etymology. Latin,colliculosa (colliculate=coveredwithroundedorhillocklike elevations),referringtothecharacteristicprojectionsontheinnersurfaceoftheouterspore wall.

Type. IsolatedfromsoilsamplesfromthesemiaridCaatingabiomeintheNational

Parkof‘ValedoCatimbau’(MunicipalityofBuique),PernambucoState,Brazil.Holotype

(828201=URM79244)andisotype(82–8202&82–8203=URM79245&79246) specimensdepositedatURM(Recife,Pernambuco,Brazil).Isotypes:82–8204&82–8205

(OSC#134505)depositedatOSC(Corvallis,Oregon,USA).Isotypes:82–8206&82–8207

(ZTMyc776)depositedatZ+ZT(Zurich,Switzerland).

Distribution. Sofar, D.colliculosa isonlyknownfromNortheasternBrazil,foundin theCaatingabiome(MunicipalityBuique,PernambucoState)andinasandduneecosystem oftheAtlanticcoastalline(Mataraca,ParaíbaState).

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...344

DISCUSSION

Bytheirdistinctornamentationtypespositionedontheinnersurfaceoftheoutersporewall,

the two new species, Racocetra intraornata and Dentiscutata colliculosa , can be easily

distinguishedfromeachotherandfromallotherknownspeciesinthe Glomeromycetes .

Racocetraintraornata issofartheonlyspeciesin Racocetra havingtwosporewallsandan

ornamentationontheinnersurfaceoftheouterwall.Allother Scutellosporaspecieswithtwo

spore walls have either no ornamentation (e.g. R. alborosea , R. fulgida and R. castanea ;

FerrerandHerrera1980,KoskeandWalker1986,Walkeretal.1993),ortheornamentation

ispositionedontheoutersurfaceofthesporewall( R.coralloidea ,R.gregaria ,R.minuta , R. persica and R.verrucosa ;GerdemannandTrappe1974,NicolsonandSchenck1979,Ferrer

andHerrera1980,KoskeandWalker1985).

Dentiscutata colliculosa can unequivocally be identified through the colliculate

ornamentation on the inner surface of the outer spore. None of the other species in

Dentiscutataceae has a similar ornamentation, but only the inner surface of the aveolate

middlewallsin Ambisporaappendicula and A.jimgerdemannii (Spainetal.2006,Walker)

superficially resemble this inner ornamentation type of D. colliculosa . Through this

ornamentation, D.colliculosa canbeidentifiedevenwhenthepapillaeornamentationonthe

outer spore surface has been lost through sloughing from the spore or when the

ornamentationhasdisappearedinPVLGbasedmountantswithtime.Thereisonlyoneother

speciesin Dentiscutatawithasimultaneousornamentationontheouterandtheinnersurface

of the spore wall, which is D. biornata (Spain et al. 1989b). However, the inner

ornamentationin D.biornata doesnotconsistofwideandshallowcolliculateelevationsbut

ofsmall,bluntprojectionsgenerally<1.0µmindiam(Spainetal.1989b).

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...345

Remarkably, D. colliculosa has an evanescent outer layer on the outer surface of OW

(OWL1), which in Dentiscutataceae has been reported so far only for D. reticulata after propagationinarootorganculturesystem(deSouzaetal.2005).Weassumethatinitially

suchanevanescentouterlayerisalsopresentonsporesofother Dentiscutataspeciesbutso

farnoattentionhasbeenpaidonthepresenceofthisevanescentwalllayer.

TheornamentationontheinnersurfaceofOWin R.intraornata resemblesthegerminalwall

layerin Gigaspora species,butin Gigaspora thegermwartsareonthesurfaceofthethin

innermostlayer(Spainetal.1989a,Maia&Kimbrough,1993,Maiaetal.1994),whilethe

tube ornamentation of R. intraornata is on the inner surface of the laminate layer OWL2 profiling into thin OWL3. Nevertheless, we speculated that the new species might

evolutionarybecloselyrelatedto Gigaspora ,andthatthisspeciesmightbeabletogerminate

notonlyfromoneofthegermtubeinitiationsofthegermshieldbutalsofromthewarty

structureoftheouterwall.However,wedidnotfindanyhintproofingthisidea,butrecently published phylogenetic trees support the close evolutionary relationship between

Scutellospora specieswithtwosporewalls(e.g. R.castanea and R.fulgida )and Gigaspora

species(e.g.deSouzaetal.2005;Sýkorováetal.2007).Inthisrespect,ourobservationthat

allknown Gigaspora and Racocetra speciesshowastainingreactionontheoutersporewall

inMelzer’sreagentisremarkable(Oehletal.2008).

Until recently, especially the germ shield characteristicsdidnotgetmuchattentioninthe

formerGigasporaceae,althoughinterspecificdifferenceswereknownsincedecades(Walker

and Sanders 1986), and especially Spain and coworkers largely increased the knowledge

aboutthegermshieldcharacteristicsforselectedspeciesintheAMfungi(e.g.Spainetal.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...346

1989b,Spain1992,SpainandMiranda1996).Moreover,althoughsomespecieswithsimilar

sporewallcharacteristicscaneasilybedistinguishedthroughtheirgermshieldmorphology,

e.g. Cetrasporagilmorei (GerdemannandTrappe1974), Fuscutatasavannicola (Ferrerand

Herrera 1980) and D. scutata (Walker and Diederichs 1989), the characterization of the

shield structures often remained rudimentary, or was completely neglected in species

descriptions.Recently,Oehletal.(2008)describedandillustratedthegermshieldsofalmost

all known former Scutellospora species and revised the genus based on combined

morphological analyses with molecular phylogenetic findings. Thus, it has become

indispensable to describe the shield characteristics as precisely as the general spore wall

characteristicsinspeciesdescriptions.Thetwonewspeciespresentedinourstudy greatly

differinthemajorityofsporewallandgermshieldcharacteristics:i.e.insporesize,color

andornamentationtype,numberofwalls,aswellasinsize,color,numberoflobesrespective

compartments,andgermtubeinitiations,andinthedentatestructureoftheshieldperiphery

(=shieldwall),andaccordingly,theywereattributedtodifferentAMFgenera.

Despite of several attempts, both new species did not grow in bait cultures or in single

speciescultures.Nevertheless,weassumethatbothspeciesformarbuscularmycorrhizaon plants without intraradical vesicle formation, as it is assumed for all species in the

Diversisporales forming spores on sporogenous cells, i.e. in the family Gigasporaceae

(MortonandBenny1990,Schüßleretal.2001).

BothspecieswerefoundintwoquitedifferentecosystemsinNortheasternBrazil:inthe

semiarid‘Caatinga’biomeoftheNationalPark‘ValedeCatimbau’andinasemihumid

sandduneecosystemoftheBrazilianAtlanticcoastalline.Thefindingssuggestthatboth

speciesmayhaveawidedistributioninNortheasternBrazil,althoughtheyhadnotbeen

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...347

detectedbefore(e.g.Maia&Trufem1990,Maiaetal.2006).Theywereassociatedwith

severalother Scutellospora specieslike R.verrucosa , R.fulgida , C.pellucida ,F.heterogama ,

F.rubra , D.cerradensis and D.biornata (KoskeandWalker1985,1986,SpainandMiranda

1996,StürmerandMorton1999,Spainetal.1989b,Oehletal.2008).Thelaterspecieswere

allfoundinorevendescribedfromsemiaridtosemihumidregionsinBrazilorneighbored

ColombiaandVenezuela(e.g.Sieverding1989,MaiaandTrufem1990,Walkeretal.1998,

HerreraPerazaetal.2001,LoveraandCuenca2007),indicatingthatthespeciesrichnessof

RacocetraceaeandDentiscutataceae ishighinSouthAmericanTropicalareas.Also

referringtootherrecentstudies(Mathimaranetal.2007,Tchabietal.2008),weexpectan

evenhigherdiversityofspeciesofthesefamiliesthanknownsofarfromsemiaridtosemi

humidwarmclimates,whichhastobefurtherexploredintheupcomingyears.

ACKNOWLEDGEMENTS

TheauthorsacknowledgeRenataG.deSouzaforprovidingsoilsamplesfromMataraca,

ParaíbaState,Brazil.ThisworkwassupportedbytheConselhoNacionalde

DesenvolvimentoCientíficoeTecnológico(CNPq)andCoordenaçãodeAperfeiçoamentode

PessoaldeNívelSuperior(CAPES)thatprovided,respectively,aresearchgranttoLeonorC.

MaiaandaPhDscholarshiptoBrunoT.Goto.Thisworkwasalsosupportedbythe

UniversidadeFederaldePernambucowhichprovidedagranttoF.Oehlas‘visiting professor’.

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Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...353

FIGS.1–6.Racocetraintraornata. 1. Sporeswithsporogenouscells(sc)attached;bar=300

m.2.Sporewallstructurewiththreelayeredouterwall(OW;layersOWL13)andthree layeredinnerwall(IW;layersIWL13).Characterististictubeornamentation(orn)oninner surfaceofOWL2andonOWL3;bar=40 m.3.CrushedOWshowingtubeornamentation ontheinnersurfaceofsplittingOWL2;OWL3separatingfromOWL2;bar=50 m.4.Tube ornamentation (orn) on inner surface of OW in plan view; bar = 100 m. 5. Hyaline germinationshieldonthesurfaceofIW;lobedshieldstructuredifficulttoseeincrossview; bar=100 m.6.Germinationshieldwiththreelobesvisible;bar=50 m.5–6. Outerwall

(OWL2andOWL3)stainingredtoredbrowninMelzer’sreagent.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...354

FIGS . 7–8. Drawings of germination shields in plan view. 7. Racocetra intraornata.

Germinationshield withainitialgermhole(gh)andwithfivelobes bearingeachonegerm

tube initiation (gti); bar = 50 m. 8. Dentiscutata colliculosa. Germination shield with a

initialgermhole(gh),and16smallcompartmentsseparatedbylargefolds(f)andbearing

eachonegermtubeintiation(gti);shieldwallconspicuouslydentate(d);bar=150 m.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...355

FIGS . 9–18. Dentiscutata colliculosa. 9. Spore with gemination shield (gs), and with sporogenouscell(sc)attached;bar=350 m.10–11.Sporewallstructurewithfourlayered outer wall (OW; layers OWL14), middle and inner wall (MW and IW). Characterististic colliculateornamentation(orn)oninnersurfaceofOWL3andonOWL4.10.bar=150 m. 11.bar=50 m.12.PapillaeornamentaiononOWL2inplanview;bar=50 m.13–14. ColliculateornamentationontheinnersurfaceofOWL3inplanview.13.Focusefromspore insideonOW;bar=100 m.14.Focusefromsporesurface;bar=75 m.15.Colliculate ornamentationofOWL3profiledonoutersurfaceofMW;bar=50 m.16.Wallstructureof bilayered MW (MWL12) and threelayered IW (IWL13); bar = 40 m. 17. Brown, compartimented germination shield positioned between MW and IW; bar = 200 m. 18. Germinationshieldwithainitialgermhole(gh),andmultiplesmallcompartmentsseparated bylargefolds(f)andbearingeachonegermtubeintiation(gti);shieldwallconspicuously dentate;bar=150 m.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...356

Glomusgranulatum ,anewspeciesofarbuscularmycorrhizalfungifromBrazil

1 1 2 1 GOTO ,B.T. ;SILVA ,G.A. ;TRUFEM ,S.F.B. &MAIA ,L.C. [email protected] [email protected] 1UniversidadeFederaldePernambuco,CentrodeCiênciasBiológicas,DepartamentodeMicologia,50670420, Recife,PE,Brazil. 2UniversidadeSãoMarcos,SãoPaulo,SP,Brazil.

Abstract - A new species of arbuscular mycorrhizal fungi, Glomus granulatum nom. ined. (Glomeromycota) was isolated from soil cultivatedwithboth, Anacardiumoccidentale and Manihotesculenta ,intheStateofCeará,Brazil.Thespores,singlyorinclusterattached tothehyphaareglobose(93–144 m)whenyoung,becomingellipsoidtoirregularwithage(389)151x97(276) m.Thewallpresents fourlayers.Theouterlayerishyaline,mucilaginous,andevanescent,adderingtothesecond,ahyaline,laminatedlayer;thethirdlayeris hyalineandunitandthefourthislightyellowtoyellowandmembranous;thecytoplasmiccontentisgranulatedandyellowgreeninPVLG. KeyWordsAnacardiumoccidentale ,Glomeromycota, Manihotesculenta ,Mycorrhiza,Taxonomy

Introduction The arbuscular mycorrhizal fungi are widely distributed in the ecosystems, forming an obligate association with most terrestrial plants (Smith & Read 1997). Knowledge regardingthediversityofAMFintropicalareas,including Brazil is limited,althoughsomenewspeciessuchas Scutellosporacerradensis Spain&Miranda, Scutellosporascutata Walker& Diederichs, Paraglomusbrasilianum (Spain&Miranda)Morton&Redeckerand Scutellosporarubra Stürmer&Morton hadbeendescribedinthiscountry(Spain&Miranda1996a;Spain&Miranda1996b;Walker&Diederichs1989;Stürmer & Morton 1999). Only a few species of Glomus forming hyaline spores were mentioned to Brazil. We describe a new specieswithsomecharacteristicsthatarenotfoundinother Glomus species.

Material and methods Soilsamplesweretakenfromareascultivatedwithboth, Anacardiumoccidentale L.(cashew)and Manihotsculenta Cranz. (cassava)inPacajus,CearáState,NortheastBrazil.ThissandysoilischaracterizedbypH=4.5;3mgPdm 3;0.06mgKdm 3;0.15mgAldm 3;0.75mgCadm 3and0.5MaMgdm 3.Thesamplesweretakenatrandom(5to20cmdeep)andspores ofAMFwereextractedfromsoilbywetsieving(Gerdemann&Nicholson1963)andsucrosecentrifugation(Jenkins1964), separated and mounted in glass slides with PVLG and PVLG + Melzer (Schenck & Pérez 1990). Trap cultures were preparedinplasticpots(300mL)usingthenativesoil,with Panicummiliaceum L.ashost.Thepotsweremaintainedatthe greenhousefortwoperiodsof90days.Tentativetoobtainpurepotculturesofthenewdescribedspecieswereunsuccessful. ForthesporedenominationtheterminologyproposedbyGoto&Maia(2006)wasadopted. Glomusgranulatum Gotosp.nov. Fig.14 Sporocarpiaignota.Sporaehyalinae.Communiterellipsoideae,(389)151x97(276) msingulaeinsolo.Tunicasporaeconstituitur straitisquarttuo(exmensurissporarumruptaruminPVLG):primo,mucilagino,15 mcrasso.Communitercumdetrituaffixoetin secundoadherente.Secundo,6 mcrassoinlamellatumflexibilequeadherenstertio,quodestmenbranaceum,1,5–2,0 mcrasso stratumquartummembranaceumTypudhicdesignatus:URM44455 Sporocarps unknown. Spores single or clustered in groupsofthreetofive.Sporewithadiscretethick halo, formedbythewallaroundthecytoplasmiccontentyellowgreen,withmuchgranulation(Fig.1).Sporesyellow to yellow green with hyaline halo at the stereomicroscopes. Spores globose when young (93 – 144 m), ellipsoidtoirregularatmaturity(389)151x97(276) m.Youngsporeswithtwohyalinewalllayers.Mature spores with four layers (Fig 2): the outer layer flexible, flaky, mucilaginous, evanescent: the second layer laminated.Thewidthofthesetwolayersvariesfrom7.5to18.8 m;thethirdisaunitlayer,(3.7)5.6(9.4) m andthefourthlayer,lightyellowtoyellow,ismembranous<1,0 mwidth(Fig.4).Sporewalllayersdonot reactinMelzer’s. Subtendinghyphahyaline,oneperspore,straightorslightlyconstricted(12to50 m)attheattachmentpoint (Fig.3).Hyphal wall3.7to9.4 m nearthesporesand1.8to5.6 matadistanceof20 m, withacurved septum formed by the innermost spore wall layer, that invaginates into the subtending hypha up to 118 m. Hyphalwallformedonlybytheunitlayer.Theevanescentandlaminatedlayersarenotpresentsinthehypha, beingobservedonlynearthehyphalinsertion. Cytoplasmgranulated,yellowgreeninyoungandredbrowninsenescentspores. Etymology : Latin,granulatumreferingtothegranulationsofthecytoplasmicmaterialobservedinallsporesbothatthelight andthestereomicroscope. Collectionexamined : Type:Brazil,CearáState,Pacajus,amongrootsofAnacardiumoccidentale and Manihotesculenta , InêsGugel,October,2002. DistributionandHabitat : KnownonlyfromcultivatedsoilintheStateofCeará,NortheastBrazil. Mycorrhizalassociation: Unknown,butthesporeswereextractedfromtherhizosphereofcultivatedplants .

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...357

Holotype :Brazil,Pernambuco:CollectedinPacajusCearáState:URM44455(slide).Slidesofisotypematerialdeposited inZ+ZT,Switzerland.

Discussion Thewallstructureof Glomusgranulatum iscomplex.Theevanescent,mucilaginousoutermostlayerishardly adherent with the second layer. The four layers are difficult to distinguish in mature spores, mostly the innermostlayer.Whenbroken,thesecond(laminated)layerseparatesintwolayers. Glomus granulatum is similar to Glomus clarum T.H. Nicol. & N.C. Schenck in size and presence of a mucilaginousandevanescentexternallayerandalaminatedthicklayer(B łaszkowski1994).However,colourof the cytoplasmic material differs being yellow green in G. granulatum and slightly hyaline to yellow in G. clarum .Thewallstructureisalsodifferentbetweenthesespecies.In G.granulatum thefirstwalllayeriswide (5.6–20 m)whilein G.clarum isthinner(0.3to0.9 m);thesecond,laminatedlayerin G.granulatum is tightlytogetherwiththefirstlayer,andthethirdisanunitlayer,whilein G.clarum thefirstandsecondlayers are separated, and the third layer is laminated. Spores of G. granulatum are similar to Glomus segmentatum Trappe,Spooner&Ivoryincolourofthecytoplasmicmaterial.Howeverthelatterisasporocarpicspecieswith sporespresentingonlytwolayersinthewall .

Acknownledgements ThanksareduetoCNPqandCAPESforgrantsupport,toInêsHelenaGugelwhoprovidedthesoilsamplesandtoDrs. GeraldBenny,FritzOehlandChiGuangWuforreviewingthemanuscript.

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Figure14Sporesof Glomusgranulatum .1Generalviewofspores;2Septumseparating thesporefromthesubtendinghyphae;3Maturesporewallshowingthefirst,secondand thirdlayers.;4Maturesporewallshowingthethirdandfourthlayers.

Goto,B.T.TaxonomiadeGlomeromycota:revisãomorfológica...358

Goto, Bruno Tomio Taxonomia de Glomeromycota: revisão morfológica, chaves dicotômicas e descrição de novos táxons / Bruno Tomio Goto. – Recife: O Autor, 2009.

vi, 357 folhas : il., fig., tab.

Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCB. Biologia de Fungos, 2009.

Inclui bibliografia, anexo e glossário.

1. Glomeromycota – Taxonomia 2. Fungos micorrízicos arbusculares 3. Morfologia I Título.

582.281.2 CDU (2.ed.) UFPE 579.53 CDD (22.ed.) CCB – 2009-136