TV Assembleia gaúcha já transmite em sinal digital

REVISTA DA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS TELEVISÕES E RÁDIOS LEGISLATIVAS – MARÇO DE 2013 Rede de TVs legislativas alcança 36 milhões de brasileiros

• Paulistanos já tem os quatro canais em SINAL digital • Desafi o agora é dividir o mesmo canal para a região metropolitana

TIRA-DÚVIDAS: O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A FAIXA DE 700 MHZ? PRODUÇÃO INDEPENDENTE É SAÍDA PARA O CONTEÚDO COMO 20 EMISSORAS RESOLVEM SUA PROGRAMAÇÃO ASTRAL É DESTAQUE NO MAIOR ENCONTRO PARLAMENTAR DA AMÉRICA MARÇO DE 2013 1 Projetos Integrados Sony

Soluções e serviços para sua emissora governamental e instituição pública.

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Sony é um Patrocinador Ofi cial da FIFA ˜ÌÀiÊi“ÊVœ˜Ì>̜ʫ>À>ʓ>ˆÃʈ˜vœÀ“>XªiÃ\Ê«Àœi̜LÀœ>`V>ÃÌJ>“°Ãœ˜Þ°Vœ“ EDITORIAL

Depois do canal aberto, a preocupação é com o conteúdo

Rede Legislativa de TV Digital, um antigas e consolidadas TV Senado, TV Câmara e projeto da Câmara dos Deputados TVs Assembleias como as de Minas Gerais e São que começou em 2006, seis anos de- Paulo, e de outro emissoras recentes, com graus pois já é uma realidade e justifi ca o variados de autonomia editorial e orçamentário. próprioA nome. A história é notável por vários mo- Há uma receita única para a programação dessas tivos. Nesse período o segmento de emissoras pú- entidades tão diferentes? Não há, mas a própria blicas e até mesmo das comerciais ainda patina na experiência desses canais de comunicação que indefi nição, principalmente no que diz respeito não chegam a ter nem 15 anos de existência já ao Operador Único de Rede, entidade que pode indica um rumo. racionalizar os gastos com transmissão e captação A TV Assembleia de Minas Gerais, a pioneira do sinal digital. A Rede Legislativa acabou se tor- do setor no país, produz 13 dos 16 programas que nando, assim, um verdadeiro operador de rede exibe. A equipe responsável é composta por jorna- para as emissoras legislativas, garantindo partilha listas concursados, além de mão-de-obra técnica de custos, racionalidade e expansão do sinal aber- terceirizada. Como na maioria das emissoras le- to de TV Brasil afora. Afi nal, onde o modelo já gislativas, na hora de produzir conteúdos há uma está em operação o cidadão pode assistir no mes- tendência de concentrar os esforços na cobertura mo canal, graças à multiprogramação, a TV Câ- jornalística, o que leva a uma pergunta inevitável: mara (da Câmara dos Deputados), a TV Senado, e o resto da grade? a TV da Assembleia Legislativa estadual e a TV da “A tendência em toda emissora de TV é que Câmara Municipal. o telejornal absorva grande parte dos recursos hu- Bom para o brasileiro, que pode assim par- manos e tecnológicos disponíveis. No nosso caso, ticipar das discussões do Legislativo e fi scalizar as há um esforço concentrado da equipe na prepa- atividades do seu deputado federal, senador, de- ração e na execução de tarefas relacionadas à co- putado estadual e vereador. bertura jornalística, especialmente para o Repórter Mas ter o canal e transmitir o sinal aberto é Assembleia, de 30 minutos de duração”, explica o apenas o primeiro passo. O conteúdo dessas emis- diretor de Rádio e Televisão, Rodrigo Lucena. soras é uma grande preocupação para os profi s- “Quando percebemos a desproporção deste esfor- sionais que fazem a programação. Afi nal, ela tem ço em relação à grade de 24 horas, já havia uma que ser ao mesmo tempo barata, ter qualidade cultura de supervalorização do jornal, que de fato técnica, ser acessível e atraente para um públi- é muito importante. Por isso, não foi nada fácil co que não é acostumado culturalmente a ver a redirecionar as equipes de reportagem para aten- política com olhos cidadãos e foi treinado pelas dimento das demandas dos programas”. emissoras comerciais a assistir TV apenas para seu A TV Assembleia de MG fez uma opção cla- entretenimento. ra pela produção própria. E a preocupação é ex- Mas o mundo das cerca de cem emissoras le- plorar novos formatos que tragam mais qualidade gislativas em operação no Brasil é um mundo de para a grade, sem necessariamente exigir grandes diversidade e realidades muito distintas. Há emis- investimentos. soras em vários estágios de implantação e de ama- Essa é a tendência das emissoras legislativas, durecimento no que diz respeito ao tratamento a que fazem parte do braço de comunicação do po- ser dado às questões do Legislativo e em relação der mais fi scalizado e cobrado em relação a de- ao orçamento e estruturas. Há de um lado as mais sempenho, transparência e gastos. Programação EDITORIAL

própria que não conta com superproduções, mas dos no Saúde em Pauta são defi nidos em conjunto que tem qualidade sufi ciente para não ser rejeitada com a TV, que também fornece imagens das ati- pelo telespectador brasileiro, habituado à estética vidades da Comissão de Saúde do Legislativo. A das emissoras comerciais. Captação de produção fi nalização do programa fi ca por conta do Canal independente, por meio de concursos e seleções Minas Saúde, subordinado à Secretaria. como pitching (tema abordado em artigo nesta re- A TV Assembleia do Espírito Santo (TV vista) também é um bom modelo, adotado já com ALES) a grade é ocupada basicamente com pro- sucesso pela TV Câmara. Ou parcerias e até mesmo gramas próprios (90%). O restante é produzido exibição de programas de terceiros – opções ainda integralmente por parceiros: organismos gover- não debatidas a fundo pelo segmento. namentais e não governamentais. O Espaço Par- ceria engloba 15 instituições, entre as quais fun- PARCERIAS COM dações, institutos, tribunais, Ministério Público, ÓRGÃOS PÚBLICOS Defensoria Pública, Senado e câmaras municipal e federal, que produzem programas com o obje- Exibir conteúdos produzidos por outros tivo de informar, alertar e esclarecer o cidadão. órgãos, até mesmo outros poderes (Judiciário e No total, além da cobertura dos eventos parla- Executivo) é uma prática bastante comum nas mentares, a emissora exibe 27 produtos, entre pro- TVs legislativas. Em alguns casos o programa é to- gramas, séries e pílulas para intervalo com conteú- talmente feito pelos parceiros. Em outros há uma do informativo, em formatos de até 30 segundos. parceria na produção. A TV Assembleia de Mato Grosso, com 11 Dos 16 programas da TV Assembleia de Mi- anos de fundação, também tem parte da grade nas, três são elaborados com entidades parceiras. ocupada por produtos de terceiros – órgãos pú- O Via Justiça é um dos mais antigos em exibição blicos ou produtores independentes. O espaço na emissora (no ar desde 2002), fruto de convê- aberto pela TVAL-MT incentiva a produção de nio com a Associação dos Magistrados de Minas documentários no estado. Gerais (Amagis). O programa reúne juristas e Além da transmissão das atividades dos de- parlamentares para debater direitos do cidadão e putados estaduais e dos programas próprios, a analisar as recentes decisões na área. A produção programação da emissora abre espaço para pro- e a reportagem fi cam a cargo da entidade. A dire- dutos e serviços elaborados por outros poderes ção de conteúdo e as gravações em estúdio são de locais. Exemplo é a veiculação do TV.Jus, progra- responsabilidade da emissora mineira. O produto ma diário que retrata o dia-a-dia do Tribunal de acabado é exibido também na TV Justiça. Justiça de Mato Grosso, e o telejornal TCE Noticias, Recém incorporados à grade, os programas também diário, produzido pelo Tribunal de Con- Estado de Direito e Saúde em Pauta também são pro- tas do Estado – que tem suas sessões semanais tam- duzidos com parceiros. O primeiro inclui o Mi- bém transmitidas ao vivo pela emissora do legisla- nistério Público Estadual, a Associação Mineira do tivo Estadual. A programação da TVAL garante Ministério Público, o Tribunal de Contas do Esta- ainda a veiculação de telejornais produzidos por do, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defenso- entidades como a Associação Mato-grossense dos ria Pública. Cada entidade produz um programa Municípios (AMM). de 30 minutos, que é veiculado em horários alter- O modelo se repete naturalmente Brasil afo- nados entre os parceiros. ra. A TV Assembleia do Espírito Santo exibe 25 O convênio com a Secretaria de Estado de programas – além da transmissão ao vivo das ativi- Saúde já é diferente: os assuntos a serem discuti- dades parlamentares. Doze deles são de produção

“Ter o canal e transmitir o sinal aberto é apenas o primeiro passo. O conteúdo dessas emissoras é uma grande preocupação. Afi nal, ela tem que ser ao mesmo tempo barata, ter qualidade técnica, ser acessível e atraente para um público que não é acostumado culturalmente a ver a política com olhos cidadãos”

4 MARÇO DE 2013 “Essa é a tendência das emissoras legislativas, que fazem parte do braço de comunicação do poder mais fi scalizado e cobrado: programação própria que não conta com superproduções, mas que tem qualidade sufi ciente para não ser rejeitada pelo telespectador brasileiro; captação de produção independente, por meio de concursos e seleções; ou parcerias e até mesmo exibição de programas de terceiros”

própria: Ação Parlamentar, Assembleia do Campo, de do Norte, por exemplo, produz 23 programas Biografi a, ES em Debate, Municípios capixabas, Opi- próprios, entre jornalísticos, legislativos e cul- nião, Personalidades, Reportagem Especial, Sabor ES, turais, sem contar as transmissões de plenárias, Som da Terra, Um Dedo de Prosa e MP com Você. comissões e audiências públicas, além de campa- Os outros 13 são de parceiros, sem nenhum nhas educativas sazonais. Outros três programas custo para a emissora: Ciência e Letras (Fiocruz), são produzidos por produtoras independentes e Unidiversidade (Fiocruz), Jogo de ideias ( Itaú veiculados através de convênios interinstitucio- Cultural), De Coração (Sociedade Brasileira de nais fi rmados pela emissora com o Ministério do Cardiologia- SBC), Tome Ciência (Sociedade Bra- Desenvolvimento Agrário, o Tribunal de Justiça sileira para o Progresso da Ciência – SBPC), Par- do estado e o Instituto Federal de Educação do lamento Brasil (TV Senado), STJ Cidadão (STJ), RN (IFRN). Brasil Eleitor (TSE), Interesse Público (MPF), Memó- As parcerias às vezes são feitas na área de rias (TV Câmara), Documentários (TV Câmara), infra-estrutura, como acontece na TV Assembleia Trabalho Legal (MPT) e CNJ Cidadão (Conselho do Ceará. No caso, as parceiras são a TV Câmara Nacional de Justiça). Os parceiros mandam os e a TV Senado, que abrigam na área da emissora programas em DVDs ou fi tas para a emissora. cearense suas antenas e transmissores digitais. Como em praticamente todas as emissoras Há ainda parcerias com emissoras comer- legislativas, a programação pode ser dividida ain- ciais. A TV Assembleia do Ceará exibe em sua da em outros dois tipos de programas: os jornalís- grade mais de dez programas o Jogo Político, entre- ticos e os institucionais. Há um telejornal de se- vistas que vão ao ar às segundas-feiras, a partir das gunda a sexta-feira, reportagens de até 3 minutos 21h. O programa é produzido e transmitido pela com foco na cidadania e nos trabalhos sociais (Ales TV O Povo e retransmitido pela TV Assembleia Cidadania e Ales Comunidade) e “pílulas” de até 30 por meio de convenio com a Empresa Jornalística segundos que servem como interprogramas e que O Povo, de Fortaleza. enfocam o patrimônio histórico do estado e suas Aos poucos, e graças em parte ao trabalho belezas naturais (Patrimônios e Em Cantos). da Astral, começa a fi car visível para o brasileiro Programas que visam explicar didaticamente o que é e o que representa uma emissora ligada à população como fuciona o trabalho legislativo ao poder Legislativo: elas priorizam a cobertura também fazem parte da grade das emissoras. A TV jornalística, abrem todo o espaço possível para ALES tem um programa de 5 minutos com esta fi - a transmissão ao vivo, e na íntegra, dos traba- nalidade. Esse tipo de produto tem variáveis. Apro- lhos parlamentares e reproduzem, na medida ximar o cidadão de assuntos à primeira vista muito de suas estruturas e instalações, os debates par- áridos também é o foco, como acontece no Plenário lamentares – na forma de programas de debate do Povo, com 3 minutos de duração e feito a partir e entrevistas”. de enquetes nas ruas sobre temas de interesse da Mas como fazer tudo isso a baixo custo e com população, ou no Minuto Cidadão, que ouve a opi- equipes em sua maioria enxutas ainda é um desafi o. nião dos capixabas sobre temas variados. Esta realidade meio que se repete na maio- Antonio Vital ria das emissoras. A TV Assembleia do Rio Gran- Presidente da Astral

MARÇO DE 2013 5

ÍNDICE

ESPECIAL Rede Legislativa atinge 36 milhões de pessoas 8 16 ENTREVISTA Carlos Marchi e a construção da futura TV Metropolitana em SP 30 TIRA-DÚVIDAS A disputa pela faixa de 700 MHz: é melhor mudar o canal que não existir 22 DESTAQUE ARTIGO TV Assembleia gaúcha também Produção independente é transmite em sinal digital 20 opção para programação 24 WORKSHOP Astral leva conhecimento a parlamentares em Natal 33 ASSOCIADOS 20 emissoras dão suas receitas de programação

REVISTA DA ASTRAL - ANO 2 - NÚMERO 2

DIRETORIA EXECUTIVA SUPLENTES EDITOR – Antonio Vital Presidente – Antonio Vital Herval Ângelo Esmeraldino DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO – (Câmara dos Deputados) (Câmara dos Vereadores de Itajaí – SC) In Press Ofi cina (Brasília – DF) Vice-presidente – Flávio de Mattos Nalda Lima COMERCIALIZAÇÃO - Embrasec Editora e (Senado Federal) (Assembleia Legislativa do Piauí) Eventos ([email protected]) – São Tesoureiro – Guilherme Minassa Rodrigo Lucena Paulo-SP (Câmara Municipal de Belo Horizonte – MG) (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) IMPRESSÃO – Gráfi ca Coronário (Brasília-DF

MEMBROS TITULARES CONSELHO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA CONTATOS:

EXPEDIENTE Afonso Lopes Evelin Maciel Astral – Asssociação Brasileira de (Assembleia Legislativa de Goiás) (Câmara dos Deputados) Televisões e Rádios Legislativas Carlo Antônio Vicenti Pedro Motta Lima SGAS 902, Ed. Athenas, bloco C, (Câmara dos Vereadores de Itajaí – SC) (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) sala 120/127 – Asa Sul – Brasília – DF Karine Pagliarine Wanderley Oliveira CEP 70390-020 (Câmara Municipal de Pouso Alegre – MG) (Assembleia Legislativa de Mato Grosso) (+55 61) 3037-3773 www.astralbrasil.org MARÇO DE 2013 7 ESPECIAL

JORNALISMO / ASTRAL Público potencial de 36 milhões de pessoas Este é o balanço da Rede Legislativa de TV Digital em 2012. E em 2013 tem mais

O sinal digital da Rede Legislativa chega às capitais por meio de parcerias entra as TVs Assembleias e a Câmara e o Senado: a TV Câmara e a TV Senado entram com a antena e a assembleia cuida do custeio

dia 12 de dezembro de 2012 foi históri- nais legislativos na Grande São Paulo. Já estavam co para a Rede Legislativa de TV Digi- em operação o 61.1, da TV Câmara (da Câmara O tal, uma maneira de dar transparência e dos Deputados); o 61.2, da TV Assembleia de São mostrar tudo o que acontece no Congresso Nacio- Paulo, e o 61.3, da TV Senado. nal, nas assembleias estaduais e nas câmaras mu- A transmissão foi aberta às 15h, no início da nicipais aos cidadãos brasileiros, em canal aberto. sessão plenária da Câmara Municipal paulistana. Na tarde daquela quarta-feira teve início a trans- O então presidente da Casa, vereador José Police missão da TV Câmara São Paulo no canal 61.4. As- Neto (PSD), apontou a verdadeira revolução re- sim, fi cou completa a transmissão dos quatro ca- presentada pelo acontecimento. “Com o modelo

8 MARÇO DE 2013 ESPECIAL de transmissão antigo (a cabo), não chegávamos a plar todas as câmaras, dentro do potencial de cada 30% das residências da cidade de São Paulo. Ago- uma de investimentos e prioridades. ra, a transmissão chegará a 80% das casas, levando A parte técnica da proposta, porém, já está conteúdo e informação legislativa”, disse. em operação. Para sintonizar os canais legislativos O sinal digital da TV da Câmara Municipal e assim participar das discussões políticas e acom- de São Paulo atinge um raio de 150 quilômetros panhar e fi scalizar o trabalho dos deputados fede- em torno da capital, abrangendo toda a região rais, senadores, deputados estaduais e vereadores, metropolitana. O canal 61.4 é uma das quatro basta aos moradores de São Paulo adquirir um bandas cedidas pela Câmara dos Deputados a par- aparelho de TV digital ou acoplar aos aparelhos tir de uma consignação dada pelo Ministério das analógicos um conversor que capte o sinal digital. Comunicações. Para marcar o início da transmissão digital, a A programação da TV Câmara São Paulo programação da TV da Câmara Municipal contou passou a ser de 24 horas (antes eram 7 horas na com novidades. Além dos telejornais e debates, es- TV a cabo). Além das transmissões ao vivo das treou um programa-curso da Escola do Parlamen- sessões plenárias da capital paulista e da exibição to – uma aula de formação política pela TV, para as diária do Jornal da Câmara, os paulistanos passa- pessoas aprenderem sobre o poder público sem sair ram a ter acesso a documentários sobre a cidade, de casa. Outra novidade no planejamento era um a história dos bairros e personagens que ajuda- programa que ensinaria a falar bem o português, ram a construir São Paulo. E, o mais importante: produzido em parceria com a Editora Segmento. o canal 61.4 é o embrião do que será, em breve, a TV Metropolitana - o mesmo canal terá sua pro- gramação repartida entre as 39 cidades da Região REDE EM EXPANSÃO Metropolitana de São Paulo, um público de mais de 20 milhões de pessoas. Criada em 2006, a partir de acordos fi rma- Os sinais dos quatro subcanais digitais aber- dos pela Câmara dos Deputados com as assem- tos são distribuídos por um transmissor da TV Câ- bleias legislativas estaduais e câmaras municipais, mara (dos Deputados), já instalado no nicho da a Rede Legislativa de TV Digital usa o recurso da antena da TV Cultura SP, com ampla capacidade multiprogramação da TV digital para disponibili- de cobertura para toda a Região Metropolitana de zar aos telespectadores a programação da TV Câ- São Paulo – e até bem mais que isso. mara, da TV Senado, da TV da assembleia legisla- Quando estiver implantada, cada uma das câ- tiva estadual e a da câmara municipal. Por meio maras municipais terá a grade da TV Metropolita- da multiprogramação, um único canal pode ser na para inserir sua programação, preferencialmen- dividido em quatro. te as sessões plenárias ao vivo. Essas transmissões A rede já está no ar em dez lugares (veja serão inseridas em dias e horários fi xos na grade, mapa). Em outros quatro os equipamentos já es- de modo a facilmente permitir sua divulgação para tão comprados e os canais digitais devem entrar as populações locais. O projeto sofreu um atraso no ar este ano. Em 40 os canais já foram conce- no ano passado por conta das eleições, mas a ideia didos e as emissoras estão em diferentes fases de inicial era deixar a cargo da Empresa Brasil de Co- implantação. Há ainda 140 pedidos de canais fei- municação (EBC) ou da própria TV Cultura o pa- tos pela Câmara dos Deputados ao Ministério das pel de articular a programação de modo a contem- Comunicações.

“O dia 12 de dezembro de 2012 foi histórico para a Rede Legislativa de TV Digital, quando teve início a transmissão da TV Câmara São Paulo no canal 61.4. Assim, fi cou completa a transmissão dos quatro canais legislativos na Grande São Paulo. Já estavam em operação o 61.1, da TV Câmara (da Câmara dos Deputados); o 61.2, da TV Assembleia de São Paulo, e o 61.3, da TV Senado.”

MARÇO DE 2013 9 O projeto está em franca expansão e promete mudar a maneira como o brasileiro vê e participa da vida política nos legislativos federal, estadual e municipal. No fi nal de outu- bro de 2012, por exemplo, a rede chegou a Rio Grande do Sul. Porto Alegre passou a ser a quarta capital a transmitir a programação da TV Câmara, da TV Senado e da TV Assembleia em sinal aberto. As outras são Fortaleza, Belo Horizonte e São O presidente da Câmara, Henrique Alves, assinou no dia 28 de fevereiro acordo Paulo, além de Brasília. que vai levar o sinal de TV digital da TV Câmara para a Bahia e Mato Grosso Com isso, um público po- tencial de 36 milhões de teles- era especial para quem acredita As câmaras municipais de pectadores residentes nestas na comunicação. “A comunica- Jaú, Barretos e Ribeirão Preto, cidades passou a acompanhar ção com efi ciência, no cotidia- no interior de São Paulo, tam- as atividades do Legislativo sem no dos legislativos, é a demo- bém já estão realizando trans- precisar pagar um canal de TV cratização de nossas decisões, missões experimentais. a cabo ou adquirir uma antena de nossos atos e de nossas con- As capitais Goiânia (GO), parabólica. quistas como representantes Palmas (TO), Cuiabá (MT) e Ao fi nal da solenidade de dos gaúchos e dos brasileiros”, Vitória (ES) serão as próximas inauguração em Porto Alegre, afi rmou. cidades a transmitir os canais da o então presidente da Câmara, O deputado Giovani Che- Rede Legislativa em sinal aberto Marco Maia, mostrou para o rini (PDT-RS), que foi presiden- digital. Em seguida virão Recife presidente da Assembleia Legis- te da Assembleia Legislativa do (PE), Rio Branco (AC), Natal lativa gaúcha, Alexandre Postal, Rio Grande do Sul, explicou (RN) e Salvador (BA). a transmissão digital em um tele- que os deputados federais vi- O presidente da Assem- fone celular. “É isso que estamos vem um dilema, principalmen- bleia Legislativa do Rio Grande assinando aqui”, disse ele. “Nós te agora que as informações do Norte, Ricardo Motta, é en- precisamos cada vez mais apro- circulam com uma velocidade tusiasta do projeto. “Vamos po- ximar o Parlamento das nossas muito grande na internet. “Nós der levar a grade de programa- comunidades, do nosso povo. E somos cobrados para estar nas ção das emissoras legislativas e não há uma forma mais direta, nossas bases e em Brasília ao a qualidade de imagem dos de- mais concreta, de aproximar o mesmo tempo. Nos meios de bates e das audiências publicas Parlamento do povo do que le- imprensa tradicionais, só sai o até o cidadão, que será o maior var até ele as informações sobre que eles consideram ruim. Esta benefi ciado”, disse. tudo aquilo que é realizado pe- é uma oportunidade que nós te- Em julho, a rede tinha che- los nossos deputados, pelos nos- mos de mostrar nosso trabalho gado a Minas Gerais. Então pre- sos parlamentos”, disse. para a população”, disse. sidente da Comissão de Ciência Além de Porto Alegre, onde as transmissões já começa- ram, o sinal da Rede Legislativa “Quando estiver implantada, cada deve chegar em breve a onze municípios gaúchos, cujas câ- uma das 39 câmaras municipais da maras municipais também tem Grande São Paulo terá a grade da emissoras que vão ganhar ca- nais locais. TV Metropolitana para inserir sua O presidente da Assem- bleia gaúcha, Alexandre Postal programação, preferencialmente as (PMDB), disse que o momento sessões plenárias ao vivo.”

10 MARÇO DE 2013 COMO ESTÁ A REDE LEGISLATIVA DE TV DIGITAL

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28 29 4 3 O QUE É Criada em 2006, a partir de 30 acordos fi rmados pela Câmara dos Deputados com as assembleias legislativas estaduais e câmaras municipais, a rede usa o recurso da 1 3 multiprogramação da TV digital NO AR 2 para disponibilizar aos telespectadores a programação da 35 TV Câmara, da TV Senado e da TV da 1 Barretos (SP) 38 Assembleia Legislativa Estadual. 2 Belo Horizonte (SP) 11 5 9 2 4 A quarta programação é a das câmaras 3 Brasília (DF) 19 municipais. A rede já está no ar em dez 4 Fortaleza (CE) 10 26 lugares. Em outros quatro os equipamentos 5 Jaú (SP) 6 já estão comprados e os canais digitais devem entrar no ar este ano. Em 40 os canais já foram 6 Manaus (AM) - parceria da TV Senado concedidos e as emissoras estão em diferentes 7 Porto Alegre (RS) 7 fases de implantação. Há ainda 140 pedidos de 8 Ribeirão Preto (SP) canais feitos ao Ministério das Comunicações. 9 São Paulo (SP) 14 10 São Paulo (39 municípios da região metropolitana) 1 11 7 33 Uberaba (MG) 15 24 8 EQUIPAMENTOS 37 20 5 COMPRADOS 3 27 32 1 Cuiabá (MT) 3 Palmas (TO) 4 39 5 2 2 Goiânia (GO) 4 Vitória (ES) 23 25 1 18 17 COM CANAIS JÁ CONCEDIDOS 6 11 12 (e em diversas fases de instalação) 36 34 13 9 21 7 40 8 1 Americana (SP) 15 Franca (SP) 28 Recife (PE) 10 31 16 2 Araras (SP) 16 Guarujá (SP) 29 Rio Branco (AC) 3 Araraquara (SP) 17 Jacareí (SP) 30 Salvador (BA) 4 Bauru (SP) 18 Jundiaí (SP) 31 Santos (SP) 5 Botucatu (SP) 19 Lavras (MG) 32 São Carlos (SP) CAPITAIS ONDE A TV 6 Campinas (SP) 20 Marília (SP) 33 São José do Rio Preto (SP) SENADO VAI LEVAR O SINAL 7 Caraguatatuba (SP) 21 Mogi das Cruzes (SP) 34 São Paulo (SP) 1 6 8 Cubatão (SP) 22 Natal (RN) 35 Sete Lagoas (MG) Belém (PA) Rio de Janeiro (RJ) 2 São Luís (MA) 7 Curitiba (PR) 9 Divinópolis (MG) 23 Ourinhos (SP) 36 Sorocaba (SP) 3 João Pessoa (PB) 8 Macapá (AP) 10 Praia Grande (SP) 24 Penápolis (SP) 37 Tupã (SP) 4 Maceió (RN) 9 Boa Vista (RR) 11 Bragança Paulista (SP) 25 Piracicaba (SP) 38 Uberlândia (MG) 5 Campo Grande (MS) 10 Teresina (PI) 12 Atibaia (SP) 26 Pouso Alegre (MG) 39 Valinhos (SP) 13 Itu (SP) 27 Presidente Prudente (SP) 40 Votorantim (SP) MARÇO DE 2013 11 14 Florianópolis (SC) e Tecnologia, Comunicação e Cada Casa Legislativa fi cou res- dos Deputados com as Assem- Informática da Câmara, o depu- ponsável pela implantação em bleias Legislativas e os acordos tado Eduardo Azeredo (PSDB- 13 capitais. As cidades sob res- com as câmaras municipais. Nos -MG) destacou, no evento de ponsabilidade da Câmara são: acordos com as assembleias, a inauguração do canal digital em São Paulo, Fortaleza, Belo Ho- Câmara entra com o transmissor Belo Horizonte, a importância rizonte, Porto Alegre, Palmas, e a antena. A assembleia, por sua das TVs públicas na divulgação Cuiabá, Goiânia, Vitória, Salva- vez, entra com o custeio – obras das atividades do Legislativo e dor, Natal, Rio Branco, Recife e de infraestrutura, manutenção na integração com os cidadãos Florianópolis. Ao Senado coube de rede elétrica, monitoramento que moram no interior. a instalação em Manaus, já no dia e noite do sinal e aluguel da Em junho, o sinal digital ti- ar, Belém, São Luís, João Pes- torre – quando for o caso. nha chegado ao Ceará. Fortaleza soa, Maceió, Campo Grande, Em 5 de dezembro, a Câ- recebeu a rede e passou a trans- Rio de Janeiro, Curitiba, Maca- mara dos Deputados iniciou mitir os sinais da TV Câmara, da pá, Boa Vista, Teresina, Porto pregão para a compra de mais TV Assembleia, da TV Senado e Velho e Aracaju. quatro sistemas de TV digital. O da TV Câmara Municipal. A diferença entre os pro- gasto total com estas aquisições jetos é que onde a Câmara leva será de até R$ 4,1 milhões. Até PARTILHA DE o sinal um canal é concedido à março de 2013 serão inaugu- Câmara Municipal - formando radas as operações de Palmas, CUSTOS os quatro canais da rede legis- Cuiabá, Vitória e Goiânia. Serão lativa. O Senado, porém, tem o mais quase 7 milhões de teles- pectadores em potencial. A expansão da rede por projeto estratégico de ter dois No primeiro semestre de todo o país foi viabilizada por canais para suas próprias trans- 2013 serão licitados os sistemas um acordo feito entre a Câma- missões, excluiu as câmaras mu- de TV Digital para Recife, Na- ra dos Deputados e o Senado. nicipais e não necessariamente estabelecerá parceria local com tal, Rio Branco e Salvador. Res- a Assembleia Estadual. tará ainda a operação de Flo- Em dezembro de 2012, rianópolis, que está em fase de por exemplo, a TV Câmara de negociação para a implantação Uberaba (MG) ganhou seu em parceria com a Assembleia e canal digital e aberto - dentro Câmara Municipal de Salvador. da proposta de interiorização As demais capitais brasileiras re- ceberão o sinal da TV Câmara da Câmara dos Deputados. “ É em operações do Senado Fede- importante levar o sinal da TV ral, parceiro da Câmara. Câmara para o maior número Ainda em 2013 estão pre- de brasileiros. A parceria com vistas para ser inauguradas as as Assembléias Legislativas e as operações em mais 37 cidades Câmaras Municipais é essencial no interior de São Paulo e Minas para a implementação da Rede Gerais. São elas Lavras, Sete La- Legislativa de TV Digital com goas, Pouso Alegre, Divinópolis rapidez e capilaridade”, disse e Uberlândia; Campinas, Jacareí, Evelin Maciel, gerente do Co- Bauru, São Carlos, Tupã, Ouri- mitê de TV Digital da Câmara. nhos, Americanas, Araras, Arara- A Rede fechou o ano de quara, Assis, Botucatu, Caragua- 2012 com um público potencial tatuba, Cubatão, Praia Grande, de 36 milhões de brasileiros. Em Bragança Paulista, Atibaia, Itu, 2013, 113 cidades já estão com- Franca, Guarujá, Jundiaí, Limei- prometidas com a instalação da ra, Marília, Mogi das Cruzes, Pe- Rede Legislativa. E uma das van- nápolis, Piracicaba, Presidente tagens do projeto é a partilha de Prudente, Santos, São Carlos, Plenário da Assembleia Legislativa de São custos entre os envolvidos. A pro- São José do Rio Preto, Sorocaba, Paulo: acordo com a TV Câmara permite posta pode ser dividida em duas Valinhos e Votoratim. que a rede atinja o interior paulista vertentes: os acordos da Câmara

12 MARÇO DE 2013 ESPECIAL

A Câmara dos Deputados e Apucarana. No Rio Grande do Diadema, Lucélia, Andradina, já solicitou, durante 2012, mais Sul, Rio Grande, Bagé, Bento Araçatuba, Avaré, Barueri, Fer- 35 consignações para cidades Gonçalves, Cruz Alta, Erechim, nandópolis, Hortolândia, Indaia- de sete estados. Para Minas Ge- Novo Hamburgo, Caxias do Sul, tuba, Itapetininga, Itatiba, Jan- rais, Teófi lo Otoni. No Pará, Al- Pelotas, Santa Cruz do Sul, San- dira, Leme, Mauá, Mogi Guaçu, tamira do Paraná. No Espírito ta Rosa, Passo Fundo e Pelotas. Mogi Mirim, Osasco, Peruíbe, Santo, Castelo, Alegre, Anchie- Para Santa Catarina, Blumenau, Pindamonhangaba, Presiden- ta, Santa Teresa, São José do Camburiú e Itajaí. Para Rondô- te Venceslau, Rio , Santa Calçado, Venda Nova do Imi- nia, Monte Negro. Bárbara D´Oeste, Santa Branca, grante, Santa Maria de Jetibá, Só para São Paulo foram Parnaíba, Santo Anastácio, Santo Muqui, Itaguaçu, Baixo Guan- solicitadas mais 44 novas con- André, São Bernardo do Campo, du, Colatina, Cachoeiro do Ita- signações, para as cidades de São Caetano do Sul, São João da pemirim, Domingos e Mimoso Sertãozinho, São Vicente, Novo Boa Vista, São José dos Campos, do Sul. Para o estado do Para- Horizonte, Caieiras, Guarulhos, Sumaré, Taubaté, Tietê, Ubatu- ná, Arapongas, União da Vitória Bertioga, Caçapava, Catanduva, ba, Votuporanga e Serrana.

SERVIÇO

A Câmara dos Deputados quer levar a Rede Legislativa de TV Digital a todas as cidades do país. Para isto, as Câmaras Municipais interessadas em aderir ao projeto podem solicitar informações no e-mail [email protected].

MARÇO DE 2013 13 ARTIGO As várias receitas do bolo nas Tvs legislativas

POR André Motta Lima*

O Ministério das Comunicações, no fi nal iniciativas pioneiras da Câmara, como a TV de 2012, fi nalmente publicou a Portaria digital aberta na cidade de São Paulo, ori- 489/2012, que coloca em prática uma anti- ginaram “casamentos” variados com Assem- ga determinação do Decreto de TV Digital bleias, sem superar a difi culdade de pro- (5.820/2006) e cria efetivamente a fi gura piciar às câmaras municipais uma solução do Canal da Cidadania. Trata-se de um ca- de transmissão em municípios contíguos e nal de TV aberta, operando de forma di- limítrofes. Solução técnica compatível ago- gital e em multiprogramação. Esse canal ra, a partir do novo decreto, com a proposta deve ser solicitado ao Minicom por entes do ex-diretor da Anatel, Ara Apkar Minas- ou entidades públicas do município (pre- sian, de dividir a numeração das emissoras feitura, Câmara Municipal ou mesmo uma locais em combinações de uso do espectro fundação) e deve assegurar quatro faixas entre os canal 60 e 69. Cada munícipio com de programação. Uma para transmissão das seu número local, mesmo que invadido, em atuações do poder público municipal, uma trechos de território, por emissões vizinhas para o poder público estadual e duas para de outros canais. transmissões comunitárias. Pelo decreto, tanto o executivo como o Até então as tentativas de criação de um ca- legislativo, podem tomar a iniciativa. Mas nal dedicado às emissoras legislativas esbarra- nada proíbe a divisão de espaço, o que cer- vam em questões técnicas de como conciliar tamente exigirá entendimentos e divisões as câmaras municipais num mesmo canal de equalitárias de difícil construção. E cada multiprogramação, com emissões nacionais vez mais com necessidade de profi ssionali- (Senado e Câmara dos Deputados) e estadu- zação e continuidade. O que, infelizmente, ais (Assembleias) – estudos e discussões que ainda não ocorre com frequência, exceção dominaram debates na Astral. feita aos canais federais, onde prevalece a Na prática, a vontade de contar com duas existência de concursos públicos e estabili- programações por parte do Senado e as dade operacional. Em muitas das câmaras

“Na prática, a vontade de contar com duas programações por parte do Senado e as iniciativas pioneiras da Câmara, como a TV digital aberta na cidade de São Paulo, originaram “casamentos” variados com Assembléias, sem superar a difi culdade de propiciar às câmaras municipais uma solução de transmissão em municípios contíguos e limítrofes.”

14 MAIO DE 2012 ARTIGO

“Em muitas das câmaras municipais, por mais recomendável que fosse, a criação de quadro próprio costuma esbarrar no limite de contratação de pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Vigoram terceirizações, cargos de confi ança, contratação de serviços e equipamentos e outros processos que diversifi cam as características das equipes e equipamentos.”

municipais, por mais recomendável que e sobrenome. E não apenas como par- fosse, a criação de quadro próprio costu- ticipantes de um “povo fala” aleatório e ma esbarrar no limite de contratação de normalmente depreciativo. Sem falar em pessoal estabelecido pela Lei de Respon- documentários e programas que muito sabilidade Fiscal. Vigoram terceirizações, ajudam quando da programação inicial cargos de confi ança, contratação de servi- de emissoras novas, atitude de intercâm- ços e equipamentos e outros processos que bio estimulada pela Astral. diversifi cam as características das equipes e equipamentos. Existem cada vez mais exemplos de mudan- ças de abordagem e tratamento, sem deixar A programação das TVs legislativas varia de priorizar a atividade parlamentar, razão tanto quanto a forma de montar a estrutu- de ser das emissoras legislativas. Como as ra da própria emissora. Mas um eixo cen- receitas das TVs municipais de Salvador tral opõe conceitos de uma linha focada (http://vimeo.com/26688834#), e do Rio de exclusivamente nos parlamentares ou uma Janeiro (http://vimeo.com/13694403#) esta opção mais ampla de abordagem de temas - deixando clara minha posição não isenta da cidade e mesmo de interesse direto e - vigente de 2004 a 2011, meu período na verdadeiramente participativo da popu- instalação e montagem de programação. lação. A transmissão aberta acessível não apenas aos assinantes do serviço a cabo vai Agora, que os espaços de transmissão e pesar na balança. A favor da necessidade alcance vão se ampliar, há que se criar de abertura a temas culturais e de interes- novas formas para estimular a valorização se comunitário, quase sempre ausente nas da transparência nas atividades parlamen- emissoras comerciais, onde a busca pela tares, buscando e atendendo aos anseios audiência é uma obsessão incompatível de de uma população cada vez mais consumi- ser aplicada em um serviço público de co- dora e produtora de vídeos. E ansiosa por municação, pago e mantido pelo dinheiro participação. dos contribuintes. Os canais federais já entenderam isso, * André Motta Lima, fundador até pelo maior alcance, pois são exibidos, e diretor da Rio TV, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, além do cabo, por todos os outros siste- foi vice-presidente da Astral mas de assinatura, satélites e transmis- e atualmente é consultor sões abertas. Nessas emissoras o povo já e criador de projetos de aparece com tempo de expressão, nome comunicação.

MAIO DE 2012 15 ENTREVISTA Carlos Marchi JORNALISMO / ASTRAL “Uma casa que representa o povo tem de se comunicar com o povo”

sinal digital da TV da Câmara Municipal de São Paulo, canal 61.4, alcança um raio de 150 km e é o embrião da futura TV Metropolitana, O cuja programação vai contemplar as atividades de todas as 39 câmaras municipais da maior megalópole brasileira.Os 20 milhões de habitantes da região poderão assim participar das decisões e fi scalizar a atuação dos seus vereadores – e dos deputados federais, senadores e deputados estaduais, já que o canal 61.4 é um dos quatro da Rede Legislativa de TV Digital já em operação na capital paulista. O jornalista Carlos Marchi era o diretor de Comunicação Externa da Câmara Municipal de São Paulo quando o canal foi inaugurado e explicou os objetivos e os desafi os do projeto, dentro da necessidade dos legislativos se comunicarem com a população.

16 MARÇO DE 2013 ENTREVISTA

REVISTA DA ASTRAL – A trans- rocracia é um permanente en- de um cartunista fantástico, o missão das emissoras legislativas trave em tudo que se tenta fazer. Custódio, sempre muito engra- em sinal aberto pode mudar Não dá para montar uma TV çadas. Em 2012 a programação a maneira como os brasileiros sem pequenas transgressões que sofreu muitas restrições durante veem o trabalho dos deputados, possibilitam saltos formidáveis. o período eleitoral por conta vereadores e senadores? E vamos combinar: no serviço das muitas limitações impostas CARLOS MARCHI – Pode, se público as transgressões não são pela legislação eleitoral. Isso, o modelo continuar avançando. admitidas de nenhuma forma. de certa forma, inibiu parte da Vamos lembrar que a televisão Então, montar uma TV passa a programação mais ousada que foi implantada no Brasil de ma- ser uma tarefa de Hércules. fi zemos para a inauguração da nossa TV aberta. neira avassaladora. Nosso mo- Que tipo de programação é ideal delo é gratuito: basta plugar na para uma emissora legislativa? Que projetos vocês tem para o tomada e ligar a TV. Nos últimos futuro? 50 anos, o brasileiro foi impreg- As TVs Legislativas devem apos- nado culturalmente pela televi- tar na temática cultural, nas Espero que a TV Câmara SP são bem mais que outros povos. entrevistas em profundidade, mantenha e acalente os planos A consequência disso foi que para alargar a compreensão dos que aqui deixamos, mas eu e mi- aprendemos a fazer boa televisão problemas, e em debates. Aqui nha equipe estamos deixando os (como também fazemos má te- na TV Câmara SP, apostamos cargos que ocupamos porque se levisão) e adquirimos, enquanto muito na formação das pessoas, encerrou o mandato do verea- povo, o vício de ver TV. O que em especial os jovens, nas aulas dor José Police Neto e entra uma falta às TVs legislativas é desco- pela TV. A nossa Escola do Par- outra tendência política que cer- brir o seu próprio veio. lamento tem um programa que tamente convocará bons gestores repete suas aulas. Não deu tem- de Comunicação. Mas sincera- O que devemos produzir e reali- po (ainda) para colocar no ar mente espero que mantenham o zar para atrair a atenção das pes- um programa que ensina a falar projeto como um todo. O Portal soas e ajudá-las a interpretar e o (bom) português. da Câmara hoje posta de 15 a 20 entender o Parlamento, a acom- matérias novas por dia. A Rádio Como é a programação da TV panhar e julgar suas decisões? Web Câmara, que funciona pelo Câmara Municipal de São Paulo? Isso não é tão fácil quanto rotei- portal, produz noticiário para rizar um programa do Faustão, A nossa programação sofreu pequenas rádios comunitárias mas também não é tão compli- uma grande virada agora no da periferia. Em publicidade, fi - cado assim. Acho que há três fi nal do ano (de 2012), com a zemos as primeiras campanhas complicadores na raiz do pro- inauguração da TV aberta, o da história da Câmara Municipal blema. O primeiro é que os res- canal 61.4, em parceria com a de São Paulo. Câmara dos Deputados e com a ponsáveis pelos Legislativos, em Foi difícil chegar a um acordo so- Assembleia Legislativa. A inau- geral, acreditam numa comuni- bre o compartilhamento de um cação que funcione mais para os guração foi em 12 de dezem- mesmo canal pelos municípios mandatos e menos para a insti- bro, então posso falar sobre a da Grande São Paulo? tuição. O segundo é que existe programação que adotamos a dogma estúpido em vigor que partir do início da TV aberta. Esse acordo não pôde ser fecha- recomenda: a Casa do Povo não Nós lançamos programas novos do em 2012 por causa do ano deve se comunicar com o povo, a partir de 2011, como o É de São eleitoral. A TV Metropolitana é a não ser por meios arcaicos. O Paulo, que mostra novidades da uma tessitura delicada e majesto- terceiro é que os bons profi s- cidade, o Programe-se, que é uma sa, reunindo 39 Câmaras Munici- sionais têm pouco tempo para revista veiculada quinta-feira, pais de diferentes portes. Temos mostrar seu trabalho, porque os com novidades culturais do fi m a Câmara de Pirapora do Bom mandatos das Mesas Diretoras de semana, o São Paulo tem histó- Jesus, município de 17 mil habi- são curtos. Não há continuida- ria, um programa gostoso, con- tantes, e a de São Paulo, megaci- de e o prazo disponível é sem- duzido por guias culturais que dade de 12 milhões de habitan- pre insufi ciente para idealizar, explicam os lugares históricos tes; a de Salesópolis, com IDH de planejar, implantar e executar. de São Paulo. Por exemplo, in- 0,748, e a de São Caetano do Sul, E o quarto é que a excessiva bu- troduzimos vinhetas animadas com IDH de 0,919.

MARÇO DE 2013 17 ENTREVISTA Carlos Marchi

Qual a proposta para contemplar toda essa diversi- que fi cou encantando com a ideia mas precisava dade? de tempo para se preparar. Isso foi em abril de 2012. Mais adiante os vereadores mergulharam na A TV Câmara SP vai transmitir 10 horas por dia e campanha eleitoral. Depois das eleições, o panora- ratear as 14 horas ociosas entre as outras 38 Câma- ma de cada município tinha mudado – quem era ras, formando a TV Metropolitana. Convidamos a presidente, às vezes, nem conseguiu se reeleger. A TV Cultura SP para coordenar a estrutura de pro- tarefa está desenhada e combinada, mas fi ca para a dução. Não deu. Conversamos com Nelson Breve, próxima gestão. da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), Que critérios foram usados para dividir os horários da programação? A questão fundamental é a qualidade da programa- ção. Se você vai fazer uma TV compartilhada, como é o caso da TV Metropolitana, o principal cuidado deve ser a unifi cação da qualidade da produção. Todos os programas devem estar dentro de padrões mínimos e máximos. Assim, não há como fugir da produção centralizada. Por isso pensamos em uma coordenação profi ssional de alto nível, como a EBC. Além disso, temos de evitar velhas fórmulas na con- ceituação da programação. Por exemplo: não cabe à TV Metropolitana exibir sessões plenárias das 38 Câ- maras fora de São Paulo. Seria uma fórmula suicida. Mas os vereadores querem aparecer, não é? Tudo bem, eles aparecem, mas dentro de programações bem roteirizadas. Para mim, a programação deve brindar o debate das grandes questões metropolita- nas e abordar temas culturais dos 38 municípios. É preciso adotar algum critério para dividir o tempo. A TV Metropolitana terá 14 horas diárias para serem divididas entre os 38 municípios. Não é pouco. São 98 horas semanais. Dá para fazer um frege. E cada Câmara entra com recursos proporcionais ao tempo “A excessiva burocracia é um que assumir. permanente entrave em tudo Esse modelo pode ser um exemplo para as demais regiões metropolitanas do país? que se tenta fazer. Não dá para Sem dúvida, esse modelo pode – e deve – se repro- montar uma TV sem pequenas duzir nas outras regiões metropolitanas. Todas elas transgressões que possibilitam têm diagnósticos semelhantes: são compostas por muitos municípios em condições econômicas e so- saltos formidáveis. E vamos ciais profundamente desiguais entre os municípios combinar: no serviço público as e entre as pessoas, dentro de cada município. Esses municípios partilham problemas que são inevita- transgressões não são admitidas velmente comuns. O lixo de São Paulo era depo- de nenhuma forma. Então, sitado em Caieiras. O Tietê é poluído por alguns municípios, o que causa prejuízos a outros. A des- montar uma TV passa a ser uma poluição visual de São Paulo acaba drasticamente tarefa de Hércules. na divisa com Osasco ou Guarulhos. Se não fosse a água de Salesópolis, o que seria de São Paulo? Uma TV Metropolitana, então, é o foro adequado para sediar permanentemente esses debates graves que questões como essas suscitam, estabelecendo –

18 MARÇO DE 2013 senão uma igualdade absoluta – nentemente atualizado e isso só mento de outros investimentos? certo equilíbrio entre os players acontece quando ele tem possi- Como responde a isso? interessados. bilidade de debater publicamen- Sempre existe esse tipo de crítica te as questões que a Câmara está Por que é importante uma emis- e ela geralmente vem de pessoas decidindo. sora de TV para uma câmara mu- que não conhecem a importân- nicipal? Como fazer isso de maneira efi - cia da comunicação ou não sa- ciente? bem fazer bom uso da comuni- Uma casa que representa o cação. Os parlamentos, de uma Eu só conheço uma: usando os povo tem de se comunicar com forma geral, caíram na descrença mais modernos recursos da Co- o povo. É inconcebível que seja do povo, estão com sua imagem municação – e a TV está entre Casa do Povo e não fale com o abalada exatamente porque não elas, embora eu acredite que a povo, não é mesmo? Como se comunicam, ou comunicam mal, internet vá rapidamente ocu- atualizar, como medir o pulso da não dando satisfações à popula- par esse posto de principal veí- opinião pública, como calcular ção sobre seus atos. Acho que já culo para a comunicação popu- se fez o certo ou o errado, como respondi a esta pergunta na res- lar. Mas é preciso haver meios decidir o que é mais premente, posta anterior, mas, se você me para fi scalizar o uso desses ins- como perceber as tendências da permitir, vou dar uma segunda trumentos, para impedir que população se não se comunicar resposta, desta vez em forma de eles deixem de ser usados para com a sua população? Quando pergunta: se comunicação não fazer comunicação popular e se se elege, o parlamentar recebe for um bom investimento para transformem em mecanismos um mandato popular de acor- um parlamento que tem obriga- eleitoreiros. do com o programa que apre- ção de dar satisfações à socieda- sentou ao eleitorado. Mas esse Já ouviu críticas a respeito de de, o que será um bom investi- programa tem de estar perma- investimentos em TV em detri- mento para ele?

O Plenário na sua mão. E em tempo real.

Para o parlamentar que tem a agenda cheia de compromissos fora da Casa, mas não pode perder uma palavra do que é dito dentro dela, apresentamos o TV Texto: um aplicativo que transcreve, em tempo real e sem cortes, tudo que é falado no Plenário diretamente para seu dispositivo móvel, em qualquer lugar que você estiver. Seja um parlamentar inteligente: acrescente informação ao seu mandato.

PIONEIRA EM TRANSCRIÇÃO EM TEMPO REAL. www.steno.com.br MARÇO DE 2013 19 DESTAQUE

Cerimônia de inauguração do sinal digital da TV Assembleia gaúcha, em outubro do ano passado: foi a quarta capital a transmitir a Rede Legislativa

TVAL RS Diversidade, 24 horas no ar

o fi nal de outubro de 2012, Porto Alegre Grande do Sul (TVAL RS) está focada nas ativida- passou a ser a quarta capital a ter à dispo- des do Parlamento, com cerca de 10 horas diárias N sição da população a programação da TV de transmissão ao vivo e 14 horas com programas Câmara, da TV Senado e da TV Assembleia esta- gravados. Sessões plenárias, reuniões das Comis- dual em sinal aberto. As outras são Fortaleza, Belo sões, frentes parlamentares e audiências públicas Horizonte e São Paulo, além de Brasília. Nesse dia são o fi o condutor que leva até a casa do teles- começou a operar o sinal digital da TV Assembleia pectador os debates da sociedade, dos poderes e do Rio Grande do Sul. A Rede Legislativa de TV instituições. Digital chegou, assim, ao sul do país e deve mudar Dois telejornais diários, Espaço Público, pela em pouco tempo a percepção dos cidadãos a res- manhã e Jornal AL, à tarde, resumem as ativida- peito do trabalho dos parlamentares. des realizadas na Casa. A programação da TV tem Além de Porto Alegre, onde as transmissões a marca da diversidade política, econômica, edu- já começaram, o sinal da Rede Legislativa deve cacional, cultural, inclusiva, entre outros temas. chegar em breve a onze municípios gaúchos, cujas Ou seja, retrata o que é a Assembleia Legislativa câmaras municipais também tem emissoras que do Rio Grande do Sul. vão ganhar canais locais. Além dos telejornais, são produzidos outros A programação da TV Assembleia do Rio três programas diários inéditos, Democracia, Ponto

20 MARÇO DE 2013 DESTAQUE de Vista e AL Entrevista, dedicados a temas factuais com a visão dos políticos e da sociedade. Assuntos de pauta permanente, como ações afi rmativas e inclusão social, também estão na grade da TV. É o caso do Confraria Castro Alves, que aborda a situa- ção da comunidade negra. O Faça Diferença tem uma pauta mais extensa, abordando a inclusão de defi cientes físicos e visuais, a situação dos idosos, violência e outros temas focados nos direitos hu- manos. A cena cultural também está contemplada na grade da TVAL RS, com o Cena Musical, Sarau no Solar, Cultura em pauta e Em Cartaz. Autores e O então presidente da Câmara, Marco Maia, destacou a Livros é dedicado à literatura. O Personalidades faz importância da expansão do canal legislativo um passeio pela trajetória de pessoas que tem des- taque em diferentes áreas.

SERVIÇO

Hoje a TVAL RS está disponível para a população da região metropolitana de Porto Alegre por meio de uma grande parceria com a Câmara dos Deputados, que criou a Rede Legislativa de TV Digital. Operando em sistema digital e aberto em UHF, a TV pode ser sintonizada no Canal 61.2 e no 361 da SKY. No cabo, nos canais 16-NET e 21-TVN . Também pode ser sintonizada no Satélite B4; transponder 12B; polarização vertical; frequência 4164,25 MHz; SR: 3,2553 e na Internet no www.al.rs.gov.br.

MARÇO DE 2013 21 ARTIGO

Produção independente, uma alternativa de conteúdo

POR GETSEMANE SILVA*

s TVs legislativas, no papel de emis- Em 2011, foi aprovada no Congresso Nacio- soras públicas, abrem espaço para nal a nova lei de TV por assinatura, agora A assuntos esquecidos pelos canais pri- chamada de Serviço de Acesso Condiciona- vados. Grande parte desses temas é recorren- do. Entre as novidades, a exigência de que te nas sessões plenárias e reuniões legislativas, todos os canais, brasileiros e estrangeiros, mas não ganha destaque na mídia. Caberia passem a exibir conteúdo de produção inde- aos canais legislativos abordá-los com qualida- pendente. Estimativas feitas pela Associação de audiovisual, lançando mão de linguagens Brasileira de Produtores Independentes de como a do documentário, das reportagens TV projetam um crescimento de cerca de especiais e até mesmo a dos programas de en- 30% do mercado nos próximos três anos. O tretenimento. Nenhuma linguagem deve ser impacto será imediato no PIB da Economia considerada inadequada para tratar temas de Criativa, já que a produção audiovisual res- interesse público. ponde por 35% desse setor. Por outro lado, produzir conteúdo em di- EDITAIS - Ao contratar programação no versas linguagens com qualidade técnica e mercado independente, os canais legislati- narrativa pode exceder os limites de pessoal vos estaduais e municipais têm a chance de das TVs legislativas que, em geral, têm re- fomentar a economia criativa local ao mes- cursos limitados e procuram trabalhar com mo tempo em que agregam qualidade e va- equipes enxutas. Então, como fazer para ga- lor simbólico à programação. Todos saem rantir esse tipo de conteúdo no ar e cons- ganhando. Mas é importante contratar de truir a imagem de qualidade e diversifi cação maneira transparente, garantindo igualda- que atraem o espectador para a programa- de de oportunidades para os empreende- ção do canal? A resposta está na produção dores e até mesmo focando em linguagens independente! e temas sem atenção das grandes empre- sas produtoras. A melhor maneira de fazer Desde que se instalou no Brasil, nos anos 50, isso é reservar recursos no orçamento do o negócio de produção de TV fi cou concen- Legislativo e desenvolver editais públicos trado nas emissoras que optaram por realizar para escolher os projetos nos quais será “dentro de casa” os seus conteúdos. Na Euro- aplicado o dinheiro. Essas contratações es- pa, Estados Unidos e países latinos como Mé- tão previstas na lei e são licitações na mo- xico e Argentina, a prática foi outra. Optou-se dalidade de concurso. por contratar parte dos conteúdos exibidos no mercado audiovisual independente. Além Para garantir que o canal irá receber o con- de facilitar a vida das emissoras, a estratégia teúdo necessário e que o produtor indepen- diversifi cou linguagem e visões, sem que a dente saberá como entrega-lo, o edital preci- contratante perdesse o controle sobre o con- sa ser o mais detalhado possível. Indicações teúdo. Atualmente, quase 100% do material claras sobre temas, tempo de duração, estilo exibido por esses canais é produzido “fora de e linguagem são essenciais. Elas são a base casa”, o que promove um mercado consisten- para a criatividade do empreendedor come- te para profi ssionais da cadeia produtiva do çar a funcionar. Essa criatividade é um dos audiovisual. melhores recursos simbólicos da contrata-

22 MAIO DE 2012 ARTIGO

“Produzir conteúdo em diversas linguagens com qualidade técnica e narrativa pode exceder os limites de pessoal das TVs legislativas que, em geral, têm recursos limitados. Então, como fazer para garantir esse tipo de conteúdo no ar? A resposta está na produção independente!”

ção. Mas é importante desenvolver um edital visual do proponente. A defesa oral também para cada série de documentários ou progra- é o momento ideal para que a comissão de mas e não deixar a temática livre. Assim, o ca- seleção esclareça algumas dúvidas e detalhes nal terá o que precisa e o julgamento dos pro- que não estavam claros no papel. Recomen- jetos será mais fácil e justo, já que todos serão da-se que sejam aprovados para essa segun- avaliados dentro de um mesmo assunto. da fase, pelo menos, o dobro de projetos em relação à quantidade a ser contratada e pre- Deve ser formada uma comissão julgadora vista no edital. Assim, a comissão tem a opor- para analisar os projetos e atribuir-lhes notas. tunidade de fazer uma segunda fi ltragem e Os critérios de avaliação também devem es- garantir melhor qualidade para a programa- tar claros no edital, de preferência com uma ção do canal. defi nição de que se espera em cada um deles. É producente criar cerca de uma dezena de Desde 2009, a TV Câmara publica editais de critérios de avaliação divididos em grandes compra de conteúdo independente já pron- grupos como: proposta de argumento/ro- to e de produção de material inédito. Já fo- teiro, proposta de tratamento audiovisual e ram adquiridos os direitos de veiculação de portfólio do diretor. É importante equilibrar 80 documentários nacionais, o que trouxe a pontuação desses critérios para não super- muita diversifi cação de temas, linguagens e valorizar o roteiro em detrimento da forma sotaques ao canal. A faixa de documentários como ele será realizado. independentes costuma alcançar boa audi- ência e ajuda a construir a imagem pública PITCHING – O processo de avaliação e eli- do canal, além de oferecer contexto e re- minação deve ter duas fases. Na primeira, se fl exão sobre temas que estão em debate no atribui notas aos critérios e chega-se a uma Congresso Nacional. Em 2011, o primeiro classifi cação preliminar. É a fase do fi ltro. Já edital de produção, com a fase de pitching, a segunda fase é a defesa oral do projeto, contratou a realização de três documentá- quando o proponente tem a oportunidade rios inéditos sobre ética e mobilização so- de mostrar suas habilidades e por que elas cial. Em fevereiro de 2013 será publicado são importantes para aquele projeto. Ficou um novo edital de produção, dessa vez para conhecida no mercado como pitching. O uma série de sete programas para a TV e Rá- jargão começou a ser usado nos países de dio Câmara. língua inglesa e com tradição de produção independente para ilustrar o momento em que o produtor tem a oportunidade de lan- * Getsemane Silva é diretor da çar suas ideias e convencer os executivos dos Coordenação de Programas e canais de TV. Documentários da Secretaria de Comunicação Social (Secom) Colocar a fase de pitching num edital público da Câmara dos Deputados. também é importante, pois garante que a boa É documentarista com ideia será bem realizada. Bons projetos no especialização em filme ensaio papel podem virar documentários ou progra- pela Universidade Autônoma de mas ruins devido à falta de habilidade audio- Barcelona.

MAIO DE 2012 23 NOTÍCIAS DA ASTRAL

JORNALISMO / ASTRAL Workshop tirou dúvidas sobre a TV digital Rede Legislativa foi um dos destaques no maior encontro parlamentar das américas, promovido pela Unale em Natal (RN)

Ricardo Motta, presidente da Assembleia do Rio Grande do Norte: “vou às ruas e recebo o feedback imediato daquilo que os cidadãos veem na TV Assembleia”

Workshop Regional sobre TV Digital – O objetivo principal do workshop foi tirar Nordeste, promovido pela ASTRAL, foi dúvidas a respeito dos canais digitais utilizados O um dos destaques da XVI Conferência pela rede de emissoras de TVs legislativas, dentro Anual na União Nacional dos Legislativos e Legis- do sistema de multiprogramação. Este sistema já ladores Estaduais (Unale), realizada em Natal, em está em operação e leva a grande parte da popu- maio do ano passado. O evento levou à região in- lação brasileira informações sobre os legislativos formações sobre a Rede Legislativa de TV Digital federal, estadual e municipal. e teve a participação de representantes de vários Durante o encontro, aproveitando os mais estados brasileiros, além de técnicos especialistas de mil deputados estaduais e vereadores presen- na tecnologia digital. tes ao Centro de Convenções de Natal, foi lan-

24 MARÇO DE 2013 çado o primeiro número da Revista da Astral, com informa- “É um processo complexo, ções a respeito da expansão do sinal de TV digital em todo o envolvido em questões que país e sobre a rede nacional de precisam ser superadas, uma emissoras legislativas em for- mação. “Havia um desconhe- vez que um canal aberto à cimento grande com relação a esta rede, que deve se espalhar disposição do Parlamento pelo país inteiro nos próximos dez anos e mudar a relação en- é uma oportunidade tre o cidadão e os legisladores”, afi rmou o presidente da Astral, histórica que não poderá ser Antonio Vital. desperdiçada A formação da rede legis- lativa de TV digital foi o eixo Civa Silveira, em torno do qual girou a maio- diretora da TV ALRS ria dos painéis apresentados no workshop. A rede começou a ser formada a partir da expansão dades da TV Assembleia do Rio culadas, podem vir a formar um dos sinais digitais da TV Câmara Grande do Norte. importante acervo imagético do nas capitais e no interior. Câma- A diretora da TV Assem- nosso estado”. ra e Senado partilharam entre si bleia, Geórgia Nery, falou sobre a responsabilidade de levar seus o conteúdo veiculado pela emis- sinais para as capitais, dividindo sora: “Temos mais de vinte pro- Preparo para entrar os custos. E a Câmara dos De- gramas em nossa grade, entre na Rede putados, por meio de acordos eles dois jornais diários e qua- tro boletins informativos, além com as assembleias legislativas A TV Assembleia do Rio dos eventos da Casa. Somos 40 e câmaras de vereadores, está Grande do Norte começou a funcionários, entre técnicos e viabilizando junto ao Ministério jornalistas, e aprendemos a oti- operar em outubro de 2003. Na das Comunicações consignação mizar o nosso tempo e espaço época do workshop, o canal se de canais de alcance estadual físico. Hoje temos cerca de 10 preparava para abrir seu sinal (o das assembleias) e municipal mil horas de imagens públicas para todos os 167 municípios (o das câmaras de vereadores). de qualidade que, além de vei- do estado por meio da TV digi- Câmara, Senado, assembleias e municípios dividem entre si os investimentos necessários. O presidente da Assem- bleia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado Ricardo Motta, destacou a contribuição das emissoras legislativas ao processo de democratização do país, ao divulgarem e populari- zarem as atividades parlamen- tares. “Como legislador, sei da relevância da produção desse conteúdo para a população. Vou às ruas e recebo o feedback imediato das sessões plenárias e de outros eventos que os cida- dãos vêem na TV Assembleia”, Antonio Vital, presidente da Astral: “havia um desconhecimento muito disse ele, se referindo às ativi- grande com relação a esta rede”

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tal. Até então o sinal aberto só participantes atentas ao con- Nery, falaram sobre os desafi os chegava a Natal e Região Metro- teúdo apresentado em Natal. envolvidos na formação de uma politana, Lagoa Nova e Pau dos Isso porque a emissora gaúcha rede legislativa de TVs legislati- Ferros – com processo de im- se preparava na época para in- vas. Evelin Maciel, gerente do plantação em Santa Cruz, Nova gressar na Rede Legislativa de comitê de TV Digital da Câma- Cruz, Assu, Mossoró, Currais TV Digital, ou seja, seu sinal ra dos Deputados e integrante Novos e Caicó. seria aberto no Rio Grande do Conselho Técnico da Astral, O evento de Natal foi o do Sul. “É um processo com- foi quem esclareceu a todos a segundo workshop promovido plexo, envolvido em questões respeito do processo de autori- pela Astral. Em 2011, o primei- técnicas e naturalmente buro- zação de canais pelo Ministério ro encontro foi realizado em cráticas, mas que precisam ser das Comunicações e sobre to- Pouso Alegre (MG), município superadas passo a passo, uma das as etapas do processo, que localizado no centro de um vez que um canal aberto à dis- envolve estudos técnicos minu- polo de tecnologia na fronteira posição do Parlamento é uma ciosos e exigências da Agência de São Paulo com Minas Ge- oportunidade histórica que Nacional de Telecomunicações rais. Na ocasião, mais de cem não poderá ser desperdiçada”, (Anatel). representantes de emissoras salientou. O encontro da Unale, legislativas de todo o país tra- Durante o workshop, a en- onde foi realizado o workshop, taram da expansão do sinal de tão secretária de Comunicação é o maior evento parlamentar TV digital. da Câmara dos Deputados, Sue- da América Latina. Além dos A diretora da TV ALRS li Navarro, e a então diretora de parlamentares brasileiros, com- (Assembleia do Rio Grande do rádios e TV da AL RN e secre- pareceram legisladores de mais Sul),Civa Silveira, era uma das tárica-geral da Astral, Georgia de 30 (trinta) países.

26 MARÇO DE 2013 ARTIGO

A TV digital e o desafi o da interatividade

POR FABRÍCIO ROCHA*

omentos de transição na histó- comerciais completamente inovadoras – tudo ria da tecnologia moderna foram isso tornado possível por um sistema de in- M sempre confusos, incertos e cheios teratividade inovador e 100% brasileiro, que de apostas furadas. Hoje dirigimos carros es- veio a se chamar Ginga. sencialmente parecidos, sentamos diante de PCs portáteis ou de mesas muito similares e É de se imaginar que essa nova e interessante interagimos com eles de forma quase unâni- porta tecnológica de tanto alcance fosse des- me, contamos com funcionalidades mais ou pertar a curiosidade e a atenção das emissoras menos padronizadas em nossos telefones ce- de TV e agências de publicidade, consideran- lulares e simplesmente ignoramos a evolução do-se a tendência corporativa atual de se mos- quase darwiniana que eliminou várias alter- trar presente para o cidadão consumidor de nativas tecnológicas no meio do caminho. É a todas as formas possíveis. Mas é de se admirar lei da vitória do mais forte, que nem sempre é que isso não esteja acontecendo. E, de fato, o melhor, mas simplesmente o sobrevivente. não são de surpreender as razões para isso. Não fosse a “força de lei” supracitada, em Estamos no meio de um período de tsunamis 2013 a TV digital continuaria sendo somente eletrônicos que podem virar marola em mui- fi lmes em HD, mercadoriapremium para ope- to pouco tempo mas nos desafi am a ocupar radoras de TV por assinatura e fabricantes de todos os espaços possíveis e imagináveis, espe- eletrônicos, e artigo de luxo para poucos. E cialmente na área de comunicação. São mui- nem mesmo a força da lei garante que o Gin- tas as empresas que têm seus departamentos ga vai enfi m decolar. de marketing se descabelando em busca do aplicativo perfeito para smartphones e ta- As grandes emissoras do país estão de olho blets. Grandes companhias estão investindo no movimento e aos poucos vão adicionando pequenas fortunas desenvolvendo websites a interatividade do Ginga a seus programas. com interatividade experimental que pouco Mas beeeem aos poucos. As chamadas “apli- ou nada têm a ver com seus produtos fi nais, cações de interatividade” ainda são tímidas, mas que são vistos como agregação de valo- pouco divulgadas, pouco inovadoras e, prin- res e conceitos às suas marcas. E nós do mun- cipalmente, ainda não trazem um modelo do da televisão estamos diante de um 2013 de negócios que concilie as novas possibili- que, por força de lei, vai impôr ao mercado dades, como anúncios interativos e compras brasileiro o Sistema Brasileiro de TV Digital, pela TV, com a galinha de ovos doirados da concebido dez anos antes para não apenas publicidade tradicional que sustenta esses acabar com os chuviscos na telinha, mas tam- impérios midiáticos há anos: no tempo em bém para proporcionar a todos os cidadãos que o espectador estivesse interagindo com uma inédita inclusão digital, com programas a TV, ele deveria estar vendo um anúncio em interativos, serviços públicos e possibilidades rede nacional. Como resolver isso?

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A função de experimentação recai, assim, so- de Banda Larga do governo federal. bre as emissoras públicas. EBC e TV Câmara, especialmente, têm se esforçado para criar Como não bastassem as difi culdades causa- serviços públicos inovadores e programas das por essas “forças maiores”, a tecnologia atraentes com a nova tecnologia, mas enfren- em si tem seus espinhos. Na turbulência atu- tam difi culdades burocráticas e orçamentá- al, criar uma determinada aplicação para rias, falta de pessoal, e obviamente uma com- atingir e conquistar todo mundo exige que petição hercúlea por audiência num país em sejam criadas várias versões dessa aplicação, que se dizer avesso a política e coisas públicas cada uma usando uma plataforma tecnológi- é bacana. ca diferente: uma versão para os usuários de iPhones e iPads, uma versão para Android, É bom ressaltar que não é só a falta de clare- uma versão online em HTML 5 ou Java, Win- za comercial ou de recursos que impedem os dows Phone, etc. Cada plataforma dessas tem produtores de conteúdo de abraçar a TV di- instituições bilionárias por trás, milhões de gital interativa no Brasil. Existe toda uma per- usuários, muitas ferramentas de desenvolvi- versa combinação de problemas técnicos, inte- mento. Aí junta-se a elas o Ginga: primitivo resses e desinteresses econômicos e políticos em recursos, ainda com estranhos bugs e in- que parece até meticulosamente engendrada compatibilidades entre as implementações para fazer a coisa não funcionar. Não dá para feitas por cada fabricante de receptores, e entender que nossos hermanos da Argentina com uma base de usuários ainda incerta. Para tenham adotado o Ginga mais intensamente quem já se vê obrigado a fazer e refazer várias que o próprio Brasil: aqui o governo não im- versões de uma mesma aplicação, uma nova pôs aos fabricantes a produção de receptores plataforma totalmente diferente das outras totalmente compatíveis com o Ginga, e criou não é só uma a mais: é mais gasto, é mais atra- duas confi gurações alternativas de “compatibi- so, é mais dor de cabeça. lidade parcial” que impedem a produção de aplicativos plenamente interativos e atraentes. Méritos e loas devem ser dados aos acadêmi- cos que criaram e desenvolvem o Ginga quase Os próprios fabricantes vêm, em geral, de- exclusivamente em universidades, com muita monstrando uma enorme má vontade. E as paixão e afi nco (e todos sabemos o quanto de faixas de frequência de alguns canais UHF, recursos a educação e a pesquisa recebem no que poderiam ser usados pela TV digital, es- Brasil). Mas para atrair e estimular os desen- tão sendo disputadas pelo setor de telefonia volvedores de conteúdo o Ginga ainda tem celular, lucrativo e ávido para se expandir muito o que fazer. As ferramentas de desen- com o 4G – mas parece que nenhuma auto- volvimento ainda são exclusivamente volta- ridade enxergou que a infraestrutura para o das para programadores de computador. As chamado canal de retorno da TV digital po- linguagens de programação usadas no Gin- deria (e deveria) ser uma exigência para as ga, NCL e Lua, são também brasileiras mas operadoras vencedoras dos leilões de espec- muito mal documentadas, e não são em nada tro. Até porque esse canal de retorno não pa- simples e amigáveis para quem não é pro- rece ser levado em conta pelo Plano Nacional gramador – e veja bem, digo isso como nerd

“Méritos e loas devem ser dados aos acadêmicos que criaram e desenvolvem o Ginga quase exclusivamente em universidades, com muita paixão e afi nco (e todos sabemos o quanto de recursos a educação e a pesquisa recebem no Brasil). Mas para atrair e estimular os desenvolvedores de conteúdo o Ginga ainda tem muito o que fazer.”

28 MAIO DE 2012 ARTIGO

assumido e apaixonado pelo tema desde a rativa é potencialmente explosiva, especial- época em que para usar um computador mente para as emissoras públicas, que não em casa era preciso criar programas em lin- vão com ela por em risco sua subsistência. guagem BASIC. Mas 2013 vai ser um ano de vai ou racha: haverá televisores interativos no mercado, Muitas vezes dá para ver que alguns dos espectadores vão querer usar aquilo que nomes técnicos ligados à TV digital estão compraram, as emissoras terão que reinven- mais preocupados em garantir seus lucros tar seus conteúdos.Isso pode causar uma nesses mercados, mantendo-se necessários demanda súbita por ferramentas de desen- para as emissoras e produtoras: “você não volvimento mais fáceis, os programadores precisa fazer isso aí, pague para mim que poderão se concentrar nelas e não mais eu faço”. Mas a falta de ferramentas que no conteúdo em si, e as emissoras poderão falem a língua dos criadores de conteúdo passar a exigir uma solução para a conecti- – jornalistas, diretores, roteiristas, publici- vidade das TVs à internet. Mas, para tudo tários – bloqueia a própria criatividade e, isso funcionar bem, é preciso que cada ator assim, a demanda pelo Ginga. E, afi nal, desse sistema enxergue o que deve ser feito os melhores programadores são justamen- e tome iniciativas para avançar, com aten- te os que se fazem mais desnecessários. ção e foco. É uma questão de sobrevivência. Isso tudo signifi ca que é melhor esquecer esse negócio de Ginga? Não. O conceito do sistema é interessante, útil, e pode mesmo *Fabrício Rocha é membro do revolucionar a forma de fazer e de assistir grupo de implantação da tv televisão. A função social da TV digital inte- digital da Câmara dos Deputados

MAIO DE 2012 29 TIRADÚVIDAS

REDE LEGISLATIVA DE TV DIGITAL A disputa pela faixa de 700 MHz e suas implicações para a Rede Legislativa de TV Digital Por que é melhor ter um problema de realocação do que simplesmente não existir

POR EVELIN MACIEL*

esde a publicação pelo Ministério das uso desta faixa para banda larga móvel. O Brasil vi- Comunicações, no início de fevereiro, nha adiando sua decisão porque a radiodifusão já D da Portaria nº 14/2013, com as dire- havia se instalado ali e esta seria a faixa para a TV trizes para a desocupação da faixa de 700 MHz digital caso adotássemos o sistema norte-americano. pela radiodifusão para o seu uso para banda lar- Quando se iniciou o processo de implantação da TV ga, uma discussão que até então estava restrita à área de engenharia adentrou as redações das digital no Brasil, a Câmara dos Deputados entendeu casas legislativas. que era a janela de oportunidade para a universali- zação do sinal da TV Câmara, até então restrito às Traduzindo, a faixa de 700 MHz corresponde ao parabólicas e serviços de TV por assinatura. espectro utilizado pelos canais de 52 a 68, exata- mente onde está localizada a maior parte dos ca- A tecnologia de TV Digital possibilita a multipro- nais até agora destinada à Rede Legislativa de TV gramação, o compartilhamento de um mesmo Digital. Mas não estamos sozinhos nela. As faixas canal de 6 MHz por até quatro diferentes emisso- dos canais 60 a 68 também são usadas há muitos ras. Esta inovação permite a inclusão de parceiros anos pelos radiodifusores comerciais para o servi- detentores de TVs legislativas nos níveis federal, ço de repetição de televisão e dos canais 52 a 59 estadual e municipal, sendo esta a principal ca- para transmissão e retransmissão de sinais. Nesta racterística da Rede Legislativa de TV Digital. Re- briga os radiodifusores comerciais se unem a nós dução de custo, otimização de recursos públicos, para garantir uma realocação justa e que não gere ampliação da transparência das Casas Legislativas mais custos para a implantação da TV Digital. estão entre as qualidades do projeto. Aliados de peso, como todos sabem. Desde 2007 a Câmara dos Deputados tem traba- A briga pelo uso desta faixa já é antiga. A recomen- lhado para a ocupação do espectro digital. Em ou- dação da União Internacional de Telecomunica- tubro daquele ano, foram abertas as consulta pú- ções, que regula as telecomunicações no mundo blicas nºs 833 e 835 sobre a destinação desta faixa, todo, há muitos anos já indicava a padronização do pela Anatel. No entanto, esta consulta levou al-

30 MARÇO DE 2013 TIRADÚVIDAS

REDE LEGISLATIVA DE TV DIGITAL

guns anos para ser concluída. Com a consulta em 60 a 68 para uso da radiodifusão, nas cidades onde andamento, o primeiro canal de TV digital que o espectro é mais congestionado, até 2016, quando a Câmara dos Deputados recebeu foi o 61 para a está previsto o desligamento do sistema analógico. cidade de São Paulo, em 18 de dezembro de 2007. Ou seja, só no ano passado esta faixa foi ofi cialmen- Em 2008 foi inaugurada a operação experimental te destinada para a radiodifusão, em caráter primá- na capital paulista, com os sinais da TV Câmara, rio e sem exclusividade. E manteve a destinação TV Assembleia e TV Senado, a primeira operação da faixa para repetição de TV, fora das capitais e de multiprogramação no Brasil. cidades congestionadas, em caráter secundário e também sem exclusividade. O Regulamento Técni- Enquanto a Consulta Pública da Anatel permane- co para Prestação do Serviço de Radiodifusão e de cia em aberto, numa clara disputa de interesses Retransmissão de TV incorporou os canais 60 a 68 entre radiodifusores e empresas de telecomunica- à canalização destinada à TV digital. ções, em 11 de fevereiro de 2009 o Ministério das Comunicações publicou a Norma Geral para Exe- Com os canais recebidos pela Câmara devidamente cução do Serviço de Televisão Pública Digital, de- incluídos pela Anatel no Plano Básico de Frequên- terminando a inclusão dos canais de 60 a 69 no Pla- cias, em maio de 2012, demos sequencia às inaugu- no Básico de Frequências de Televisão Digital para rações. No ano passado, inauguramos a Rede Legis- uso exclusivo das TVs públicas. E também nos au- lativa em Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, torizou a receber canais de 14 a 59, eventualmente. Manaus (em parceria com o Senado Federal), Bar- retos, Ribeirão Preto, Jaú e Uberaba (com as Câma- Em 12 de novembro de 2009, a Câmara dos De- ras Municipais). Somando Brasília, fechamos 2012 putados recebeu consignações para Porto Alegre, com 10 cidades com o sinal aberto e gratuito de nos- Florianópolis, Salvador, Fortaleza, Belo Horizon- sas TVs legislativas. Em 2013, a Câmara Municipal de te, Rio de Janeiro e Manaus. Todos no canal 61, Tupã iniciou as transmissões experimentais. para geradoras. Apesar disso, todas as consigna- ções foram dadas em caráter provisório, uma vez Apesar destas iniciativas atestarem a viabilidade do que este canal não estava no plano básico de fre- modelo de compartilhamento da Rede Legislativa, quência e ainda estavam sujeitos ao resultado das as consignações da Câmara tinham sido para re- referidas consultas públicas. transmissoras, o que inviabilizava a rede com inser- ção local. Para corrigir essa defi ciência, em 18 de Esta mesma Norma Geral para Execução do Servi- dezembro de 2012 o Ministério das Comunicações ço de Televisão Pública Digital, de 2009, autoriza- consignou novamente 43 canais para a Câmara, va a inserção de programação local em retransmis- agora como geradoras. Os canais foram distribuí- soras públicas de TV Digital. Com base nisto, em dos entre 60, 61 e 62, como indicou a Anatel ao in- 3 de abril de 2012 o Ministério das Comunicações cluir estes canais no Plano Básico de Frequências, consignou à Câmara 50 canais de retransmissão para evitar problemas de interferência entre uma de TV digital, sempre no canal 61. cidade e outra. Faltaram sete consignações, para No entanto, outra Portaria do Ministério, a nº cidades do interior de São Paulo, onde a Anatel 106, de março de 2012, vetou a inserção de pro- não conseguiu viabilizar canais sem interferência. gramação local em retransmissoras públicas de Um grupo de engenheiros está debruçado sobre TV digital. Essa medida atingiu em cheio a Rede o problema, juntamente com as câmaras munici- Legislativa de Televisão Digital, uma vez que sua pais, a Câmara dos Deputados e a Assembleia de capilaridade é garantida justamente pela parti- São Paulo, em busca de uma solução que garanta cipação das Câmaras Municipais. Ou seja, os 50 a implantação da Rede Legislativa nestas cidades. canais consignados à Câmara não serviam ao pro- O fato curioso é que somente a republicação das jeto de Rede Legislativa em andamento. outorgas aos canais destinados à Câmara dos Depu- A consulta pública aberta em 2007, sobre a desti- tados, em dezembro de 2012, despertou o interesse nação da faixa, foi concluída em março de 2012. da mídia especializada. A destinação de canais para O Regulamento sobre Canalização e Condições de a Câmara foi tratada como um empecilho para a Uso de Frequências para os Serviços Auxiliar de Ra- desocupação da faixa de 700 MHz. No entanto, diodifusão e Correlatos destinou a faixa dos canais neste mesmo dia o Ministério também garantiu,

MARÇO DE 2013 31 TIRADÚVIDAS

REDE LEGISLATIVA DE TV DIGITAL

por meio de outras portarias, a regulamentação de derá haver leilão do espectro liberado para ser- outro canal público, o Canal da Cidadania, criado viços de banda larga móvel 4G, seja em 2014 ou pelo Decreto nº 5.820, de 2006, e ainda não im- 2015. E em muitas destas cidades a Câmara dos plantado. Os canais de caráter secundários hoje Deputados já tem consignação, ou seja, terá que usados pela radiodifusão comercial nesta faixa, as ser considerada na hora da realocação. Aguarda- citadas repetidoras e links, também passaram a ter -se para maio um plano de desocupação do espec- espaço garantido no Plano Básico de Frequências tro. A partir daí, o cronograma de desligamento de TV Digital quando for desligado o sistema ana- do sistema analógico será defi nido. lógico. Estima-se que sejam cerca de quatro mil Neste momento, o que temos de concreto é o fato operações, indica a imprensa especializada. de existirmos neste mercado tão agressivo e com- Em busca de uma solução defi nitiva para a dispu- petitivo. Até o fi m de 2007, não havia canal para as ta, a Portaria nº 14/2013 autorizou a Anatel a ini- TVs legislativas nos grandes centros metropolita- ciar estudos de viabilidade para destinar novo uso nos. Ocupar a faixa de 700 MHz era a única opção para a faixa de canais de 52 a 68 com algumas pre- para abrirmos nossos sinais. missas a serem consideradas. Entre elas, garantir O Ministério das Comunicações e a Anatel assu- da continuidade dos serviços de radiodifusão que miram o compromisso de zelar para que os inves- hoje ocupam estes canais caso tenham que ser re- timentos realizados pela Câmara dos Deputados e alocados e evitar que haja interferência com os seus parceiros públicos na instalação dos 60 canais sinais de banda larga que venham eventualmente já consignados nesta faixa sejam preservados e os utilizar a mesma faixa. custos com a realocação sejam assumidos pelos in- A Anatel está estudando fórmulas para acomodar teressados na nova ocupação. Ou seja, as empre- todas as emissoras com o melhor uso do espectro sas de telecomunicações que vão operar o 4G. Mas abaixo do número 52. Estudos de interferência também já nos alertaram: novos canais só serão nas transmissões de dados e de radiodifusão tam- consignados abaixo do canal 52. Já temos mais de bém estão em andamento. Está prevista a realiza- 130 pedidos de novos canais protocolados no Mi- ção de consulta e audiência pública para debater nistério das Comunicações. o assunto com todos os interessados. A Rede Legislativa ainda tem muito espaço para Como a faixa de 700 MHz só pode ser utilizada crescer, até que esta disputa pela faixa de 700 imediatamente para a banda larga em sete regi- MHz seja concluída. E pelo tamanho da briga e ões metropolitanas (Aracajú, João Pessoa, Macapá, dos gigantes envolvidos, é melhor trabalharmos Maceió, Manaus, Natal e São Luís) e no interior para que nossos canais sejam mais que portarias do país, a Anatel trabalhará para a antecipação do do Diário Ofi cial. desligamento da TV analógica, previsto para 2016. Em regiões mais críticas, que podem chegar a 900 *Evelin Maciel é Coordenadora cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo da Rede Legislativa de Rádio e TV Horizonte, outras capitais e parte do interior de Digital da Câmara dos Deputados, São Paulo, o desligamento do sistema analógico Mestre em Ciência Política e é mandatório para haver a realocação dos canais especialista em Regulação de hoje ocupantes da faixa de 700 MHz. Só assim po- Telecomunicações

“O Ministério das Comunicações e a Anatel assumiram o compromisso de zelar para que os investimentos realizados na instalação dos 60 canais já consignados (na faixa de 700 MHZ) sejam preservados e os custos com a realocação sejam assumidos pelos interessados na nova ocupação: as empresas que vão operar o 4G”

32 MARÇO DE 2013 ASSOCIADOS

 TV ASSEMBLEIA DO CEARÁ Produção própria para o povo cearense

Redação da emissora, que integra a Rede legislativa de TV Digital e transmite em canal aberto em Fortaleza e região metropolitana

A TV Assembleia e a Rádio FM Segundo o coordenador de Rede Legislativa de TV Digital. Assembleia (96,7 MHz), emisso- comunicação social da Casa, A rede usa a capacidade do si- ras integrantes do Complexo de jornalista Hermann Hesse, a nal digital de dividir o mesmo Comunicação Social da Assem- prioridade das emissoras é levar canal em quatro para permitir bleia Legislativa do Estado do ao povo as atividades diárias do a transmissão, em canais pró- Ceará, priorizam em sua progra- Poder Legislativo. “A progra- prios, da TV Câmara, da TV mação as atividades próprias do mação complementar eviden- Senado, da emissora da Assem- parlamento cearense, de modo a cia a história, a cultura e a arte bleia Legislativa e ainda da Câ- assegurar a transparência de seu regionais, inserindo o cidadão mara Municipal. Isso é feito a trabalho e dar à sociedade com- no contexto político estadual, partir da partilha de custos en- pleto acesso às ações dos seus regional e também nacional. tre os envolvidos e está em fase representantes. Assim, são trans- Além disso, consideramos que de implantação em dezenas de mitidas as sessões ordinárias e os temos o papel de contribuir municípios. debates nas comissões técnicas, para a formação da cidadania, o que permite aos cidadãos ce- e nesse contexto se inserem os PROGRAMAÇÃO rarenses acompanhar o trabalho programas e campanhas educa- dos deputados estaduais. tivas de caráter sociopolítico e O diretor da TV Assembleia, ambiental que são levados ao ar As duas emissoras complemen- Leonardo Borba, explica que a pela TV e pela Rádio”, disse. tam suas programações com pro- emissora conta com três núcle- duções próprias que abordam A emissora é transmitida tanto os de programação: cotidiano, questões de interesse regional em sinal analógico quanto em documentário e cultural. “Além e estadual, passando pela histó- sinal digital, este em parceria da nossa principal fi nalidade, ria, cultura, artes e costumes do com a TV Câmara (da Câmara que é mostrar o dia a dia do povo do Ceará e do Nordeste. dos Deputados) – por meio da parlamento e a atuação dos par-

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lamentares, transmitindo as ses- sões e reuniões das comissões, nós produzimos dois telejornais (Primeiro Expediente e Jornal AL) e um programa de entrevistas (Questão de Ordem), todos diá- rios. Na área de cultura, temos o programa Identidade Cultural, a série de documentários Perfi l, mostrando a biografi a de pes- soas importantes na história do Ceará, e ainda o Repórter Assem- bleia”, informou Leonardo. A TV Assembleia, assim como a Rádio FM, produzem suas pró- Programa Questão de ordem: espaço para o deputado estadual discutir prias programações, com exce- diariamente os temas legislativos ção apenas dos programas da Fátima Abreu destaca que as Câmara Federal, fruto da parce- RÁDIO FM ASSEMBLEIA produções da rádio são pró- ria com a TV e Rádio Câmara. As prias, pensadas e executadas emissoras também transmitem Na Rádio FM Assembleia, a por ela e pelo jornalista Ronal- programas musicais de produ- diretora, jornalista Fátima do César. O ponto alto da pro- ção própria, como o Ceará Cultu- Abreu, se orgulha dos docu- gramação é o Programa Narcélio ral Rock, o Brasil Musical e o I Festi- mentários, dos especiais e das Limaverde, com horário fi xo, val de Música da Assembleia, todos campanhas educativas desen- pela televisão. Pela Rádio, são antecedendo as sessões da As- volvidas, dentre as quais a de transmitidos os musicais Gonza- sembleia. O programa traz dia- conscientização sobre o papel gando, Abluesando, Frank Sinatra riamente três entrevistas com & Amigos, o Som dos Festivais, da mulher na sociedade, sobre deputados e autoridades; abre Qual é o Tom do Ceará e Brasilida- a prevenção e combate à den- espaço para o balanço semanal de. As duas emissoras produzem gue, coleta seletiva do lixo, di- da Ouvidoria Parlamentar; faz e transmitem também progra- reitos da criança e pela busca prestação de serviços; dá dicas mas sobre literatura, poesias, do bem-estar e felicidade dos culturais e apresenta diariamen- esportes (História das Copas) e a cidadãos como direitos da co- te uma matéria relacionada ao programação cultural da cidade. letividade. parlamento cearense.

“A prioridade é levar ao povo as atividades diárias do Poder Legislativo. A programação complementar evidencia a história, a cultura e a arte regionais. Além disso, há a iniciativa de contribuir para a formação da cidadania com programas e campanhas educativas de caráter sociopolítico e ambiental”

SERVIÇO

A TV Assembleia do Ceará transmite sua programação em sinal digital 61.3 e 30 UHF analógico, e tam- bém por antena parabólica, atingindo assim, na primeira categoria, Fortaleza e Região Metropolitana; na segunda categoria, todos os municípios do Ceará; e na terceira, todo território nacional.

34 MARÇO DE 2013  TV ASSEMBLEIA DO ES Onde o capixaba se reconhece

Programa Um dedo de prosa, que faz parte da programação cultural da emissora do Legislativo capixaba: 90% de programação própria

A TV Assembleia do Espírito necessidades de informação do pliar o alcance, a programação Santo teve um começo muito cidadão. da TV Assembleia é transmiti- parecido com o de muitas TVs da simultaneamente via web. legislativas brasileiras. Pouco se O Espírito Santo é um dos pri- sabia sobre como fazer uma tele- meiros estados brasileiros a Além da transmissão em ca- visão de interesse público, com avançar na comunicação parla- nal aberto analógico, a TV As- o foco na sociedade, já que a re- mentar. Em fevereiro de 2002 sembleia prepara um grande ferência era o modelo privado foi feita a primeira transmissão salto tecnológico. Ainda este de televisão, voltado para o con- ao vivo de uma sessão ordinária. ano a emissora passará a ser sumo de produtos e serviços. As Esse momento marca ofi cial- transmitia em canal aberto, difi culdades iniciais técnicas e mente a criação da TV Assem- graças à adesão da Assembleia de pessoal para se desenvolver bleia capixaba, mas havia ainda capixaba à Rede Legislativa conteúdos não desanimaram um longo caminho até a conso- de TV Digital, um projeto da quem tinha a tarefa de fazer lidação efetiva da programação Câmara dos Deputados que tudo acontecer. Os desafi os de da televisão. utiliza a tecnologia digital veicular não só as sessões parla- para levar aos brasileiros tudo ALCANCE mentares, mas também conteú- o que acontece no Legislativo dos de qualidade foram encara- federal, estadual e municipal. dos com naturalidade, afi nal, o Hoje a transmissão é feita via Isso é possível por dois fato- dever de se levar conhecimento cabo pelo canal 12 da NET e res: a multiprogramação, ca- acerca das atividades parlamen- as sessões são veiculadas ao pacidade de o mesmo canal se tares, cultura e cidadania foi a vivo, em canal aberto, para a transformar em quatro com a bússola na construção de uma Grande Vitória, por meio de tecnologia digital, e a parce- grade de programação variada, parceria com a TV Educativa ria entre Câmara, assembleias interessante e que atendesse às do Espírito Santo. E, para am- e municípios – o que implica

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partilha de custos na expansão do sinal. Além da possibilitar a veicula- ção das sessões ordinárias do Poder Legislativo, a TVE vai ce- der um espaço na sua torre de transmissão, em Vitória, para a instalação, sem custos, do trans- missor digital.

PRODUÇÃO PRÓPRIA E PARCERIAS

A TV Assembleia funciona ba- sicamente com produção de Programa Ação Parlamentar: uma maneira de divulgar diariamente as ações programas próprios e parce- dos deputados estaduais. rias com organismos governa- Entrevistas e documentários de uma década de existência. mentais e não governamentais. também fazem parte da pro- Mudanças estruturais têm sido Atualmente, além da cobertura gramação da TV Assembleia, implementadas para melhorar dos eventos parlamentares, a assim como programas como a qualidade dos produtos da equipe da TV produz uma pro- Personalidades, Biografi a, Mu- grade e tornar mais ágil o tra- gramação diversifi cada com 27 nicípios Capixabas e Um Dedo de balho de produção. Hoje a TV produtos permanentes, entre Prosa, que valorizam o patrimô- programas, séries e pílulas para conta com uma equipe de mais nio cultural, histórico e literá- intervalo com conteúdo infor- de 40 profi ssionais, que traba- rio capixabas. mativo, em formatos de até 30 lham de forma integrada com a web. Já a infra-estrutura tem segundos. Para completar uma grade tão um estúdio multifuncional e variada de programas, a TV Isso signifi ca que 90% da gra- três ilhas de edição, usados na também conta com parcerias. de é composta de produções produção semanal de diversos O Espaço Parceria engloba 15 próprias. Como não é possí- conteúdos, divulgados em ho- instituições, entre as quais fun- vel publicidade comercial em rários pré-defi nidos na grade dações, institutos, tribunais, uma TV legislativa, os interva- de programação. los “vendem” o que o estado Ministério Público, Defensoria tem de melhor: sua gente, sua Pública, Senado e câmaras mu- A perspectiva é que a TV conti- história e seu patrimônio cul- nicipal e federal, que produ- nue ampliando e fortalecendo tural. Programas como o tele- zem programas com o objetivo parcerias, fazendo da transpa- jornal diário Panorama e o Ação de informar, alertar e esclare- rência e da prestação de ser- Parlamentar, que divulgam as cer o cidadão. viços critérios fundamentais atividades parlamentares. Há na escolha dos produtos que também debates sobre temas EVOLUÇÃO CONSTANTE veicula. Criando programas de interesse da sociedade, que em consonância com o que a acontecem no Opinião e no ES A TV Assembleia evoluiu mui- sociedade capixaba deseja e em Debate. to ao longo de pouco mais precisa saber.

SERVIÇO

A TV ALES pode ser sintonizada no canal 12 da NET ou assistida na web no site ofi cial do Legislativo: www.al.es.gov.br, no link “Tv Assembleia”. Atualmente, o sinal chega em Vitó- ria e Vila Velha. A previsão é de que até o segundo semestre passe a ser transmitida por meio do sinal digital para todos os municípios que compõem a região metropolitana da Grande Vitória: Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória.

36 MARÇO DE 2013  TV ASSEMBLEIA DO MARANHÃO Em apenas dois anos, diversidade e expansão do sinal

O Maranhão é o segundo maior estado da região Nordeste e o oitavo maior do Brasil. Isso contribui para que seja mar- cado por grande diversidade cultural, resultado da miscige- nação das culturas européias e africanas, presentes no modo de falar, na culinária, nas mani- festações religiosas, nas artes e na dança. Essa pluralidade é um dos princípios adotados pela programação da TV Assembleia do Maranhão, inaugurada em 27 de janeiro de 2011.

A TV nasceu de um esforço A TV do Legislativo maranhense produz quatro programas e deve transmitir em de várias gestões da casa legis- sinal aberto até o fi m do ano lativa. Sua principal missão é aproximar o cidadão dos 217 mas também pauta o Legislativo Aos sábados vai ao ar o Parlamento municípios das temáticas dis- ao exibir em sua programação Cidadão, que traz um resumo da cutidas pelos seus represen- questões levadas ao parlamento semana legislativa. tantes. Na grade de programa- através dos discursos dos deputa- A TV também investe no forta- ção da TV, as sessões plenárias dos. Assuntos como crianças fora têm prioridade, sendo trans- da sala de aula, casos de pedofi - lecimento da cultura maranhen- mitidas ao vivo, e ainda, com lia, desrespeito às leis já aprova- se. Semanalmente vai ao ar o reprise no horário da noite. A das, descaso no atendimento de programa Parlamento Literário, TV também abre espaço para saúde, fi scalização de prestação com a história de protagonistas a transmissão das audiências de serviços feita por órgãos pú- da literatura e da música – e o públicas que trazem para o de- blicos e as questões ambientais destaque para suas principais bate temas de relevante inte- do estado são pautados pela TV obras. Já passearam pelo Parla- resse social com a participação Parlamentar. mento Literário a vida e obra de de autoridades, parlamentares Pablo Neruda, Gabriel Garcia e sociedade civil. “A audiência PROGRAMAS marques, Carlos Drumond de pública é uma ferramenta do Andrade, Josué Montelo e Rena- Legislativo para garantir um to Russo. O programa Documento Ao todo são produzidos pela espaço amplo de discussão so- Especial também faz parte da gra- emissora quatro programas. A TV bre assuntos que fazem parte de de programação. O progra- aprofunda as questões a partir de da vida do cidadão. A trans- ma exibe documentários sobre entrevistas com os parlamentares missão pela TV aumenta esse variados temas, principalmente, e autoridades locais, exibindo espaço, tornando a discussão sobre o cotidiano do Maranhão, de segunda a sexta, às 8h30, o mais democrática”, afi rma a suas riquezas naturais e hábitos e programa Portal da Assembleia. O presidente da Comissão de costumes das populações rurais Meio Ambiente da Assembleia, programa, apresentado do estú- e personalidades. deputada Eliziane Gama. dio da TV e com entradas de re- pórteres ao vivo, traz blocos com A emissora veicula ainda pro- A programação da TV garante entrevistas e reportagens com a gramas da TV Senado e TV a ressonância dos assuntos em repercussão das sessões plenárias Câmara, campanhas instituicio- pauta no plenário da Assembleia, e as grandes questões do país. nais e está celebrando acordos

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de cooperação técnica para vei- “A televisão e o rádio são setores de culação de conteúdo produzido por órgãos públicos e institui- informação de massa relevantes para ções. Um novo telejornal deve entrar no ar ainda este semestre a população do Maranhão. Portanto, no horário da noite. de inclusão social, fazendo o cidadão Hoje a TV Assembleia tem um acompanhar ao vivo o trabalho do seu quadro de 30 colaboradores, en- tre jornalistas, cinegrafi stas, edi- representante e os grandes debates do tores, produtores e técnicos. Ain- da neste semestre está prevista a estado e da nação” entrada em sinal aberto digital da TV, a partir de convênio com Deputado Arnaldo Melo, presidente da Assembleia do Maranhão. o Senado Federal, o que possibi- litará uma ampliação do acesso à programação. A concessão do tante e os grandes debates do es- relevante papel social da TV canal 51 para o Maranhão foi tado e da nação”, diz o Presiden- parlamentar do Maranhão e a solicitada ao Ministério das Co- te da Assembleia do Maranhão. experiência de outros veículos de comunicação legislativos municações pelo Senado Fede- A Assembleia Legislativa pre- ral após assinatura de acordo de vai colaborar com o processo para uma nova estrutura de co- de democratização das ações cooperação técnica em 2011 en- municação. Está sendo constru- tre o presidente do Senado, José do parlamento maranhense”, ído um prédio de 2.500 metros analisa a diretora de Comu- Sarney, e o presidente da Assem- quadrados que vai abrigar todo bleia Legislativa do Maranhão, nicação da Assembleia, Dulce o complexo de comunicação. Britto. “A entrada na Astral deputado Arnaldo Melo. “A te- Nele, vão trabalhar de forma levisão e o rádio são setores de possibilita o intercâmbio de in- integrada profi ssionais do site, formações com profi ssionais de informação de massa relevantes rádio, agência e TV Assembleia. para a população do Maranhão. outras TVs legislativas e a troca Portanto, de inclusão social, fa- “A fi liação à Associação Bra- de conteúdo garante a consoli- zendo o cidadão acompanhar ao sileira de TVs e Rádios Legis- dação do papel público da TV vivo o trabalho do seu represen- lativas (Astral) consolida o parlamentar”, conclui.

Estúdio da TV Assembleia do Maranhão: novas instalações vão abrigar em breve todo o complexo de comunicação da Casa, com agência, TV e rádio SERVIÇO

A TV ASSEMBLEIA pode ser sintonizada no canal 17 da TVN (TV a cabo) e no site www.al.ma.gov.br.

38 MARÇO DE 2013  TV ASSEMBLEIA DE MINAS GERAIS Transmissões ao vivo e programação própria

Quem vai à TV Assembleia, no segundo andar do Palácio da Inconfi dência, sede do Legis- lativo mineiro, se depara com uma frase que representa a di- retriz da emissora: “Política ao vivo, transparência no ar”. É este princípio a base da progra- mação que chega diariamente a 242 municípios. Embora dar publicidade aos atos do Parla- mento seja o seu papel maior, a grade da emissora não se restringe a essas transmissões. O leque de programas à dis- posição do cidadão mineiro é variado: são debates, documen- tários, entrevistas, teleaulas e Programa Sala de Imprensa: jornalistas mineiros sabatinam especialistas sobre apresentações musicais, tota- assuntos em debate na Assembleia lizando 16 horas semanais de edições inéditas. nário e comissões, sendo 760 zada. As equipes de cada pro- horas ao vivo. É a informação grama seguem escalas para uti- Para Rafael Samarone, teles- direto da fonte sobre os temas lização do estúdio e das ilhas pectador e servidor público em discussão nas omissões e os de edição e as demandas de de Montes Claros (Norte), projetos em votação no Plená- gravações externas são aten- um dos pontos fortes da TV é rio, tudo disponível para o ci- didas com prioridade. Essa exatamente essa variedade de dadão a qualquer hora do dia, é uma mudança adotada há conteúdo. Dos 16 programas sem cortes ou distorções e, na pouco tempo que permitiu a atualmente veiculados, Rafa- maioria das vezes, ao vivo. “Por criação de três novos produtos el disse gostar mais do Mundo trás desse trabalho, uma com- sem ampliação do quadro de Político, voltado para entrevis- plexa e articulada estrutura funcionários. tas e análise dos bastidores da se movimenta para garantir a política. “É um espaço que es- integralidade e a qualidade de “A tendência em toda emis- tabelece críticas construtivas, som e imagem de cada evento sora de TV é que o telejornal independente da questão par- transmitido”, explica a geren- absorva a grande parte dos tidária”, afi rma. Outra atração te-geral de Rádio e Televisão recursos humanos e tecnoló- vista com frequência por Rafa- da Assembleia Legislativa de gicos disponíveis. Por isso, não el é o semanal Assembleia Deba- Minas Gerais, Patrícia Porto. foi nada fácil redirecionar as te, que coloca frente a frente equipes de reportagem para parlamentares e autoridades PROFISSIONAIS DA TV atendimento das demandas de opiniões distintas para a dos programas”, explicou o discussão de questões de inte- diretor de Rádio e Televisão, Dos atuais 16 programas, 13 resse do estado e do cidadão. Rodrigo Lucena. “Consegui- são produzidos pela equipe mos imprimir mais variedade Com relação à cobertura diá- da TV Assembleia, compos- à programação graças ao em- ria, só no ano passado foram ta de jornalistas selecionados penho individual das equipes mais de mil horas de transmis- por concurso público, além de e ao investimento em pessoas são inédita de reuniões de Ple- mão-de-obra técnica terceiri- e tecnologia”, completou.

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PROGRAMAÇÃO sentações teatrais e musicais de são exibidas na TV e utilizadas novos talentos e também de ar- em plataformas de educação a tistas consagrados. Na forma de distância com fornecimento de Entre os programas diários, estão documentários de 30 minutos certifi cado para os alunos. o Mundo Político e o Repórter As- de duração, o Minas é Muitas re- sembleia, telejornal que retrata o trata o desenvolvimento econô- Todos esses programas são pro- trabalho parlamentar nas comis- mico e a diversidade cultural dos duzidos exclusivamente pela sões, no Plenário e no interior de mineiros. Já o Memória e Poder é equipe da TV Assembleia. De Minas. No Sala de Imprensa, jor- uma coleção de depoimentos de acordo com Rodrigo Lucena, a nalistas mineiros sabatinam es- personalidades que se destaca- opção pela produção própria se pecialistas sobre os assuntos em ram na sociedade, na política e explica pela natureza do traba- destaque na mídia. A revista ele- na cultura do país, relacionando lho e por uma opção de modelo trônica Panorama, que vai ao ar a trajetória pessoal e profi ssional de negócio que é mais produti- três vezes por semana, repercute do entrevistado com os princi- vo e econômico. Mas a emissora os temas discutidos no Legislati- pais fatos históricos da época. está sempre à procura de novos vo e assuntos de interesse geral. formatos que tragam mais qua- O formato diferenciado tam- Já o Trabalho de Base é um progra- lidade para a grade, sem neces- bém é a marca de dois progra- ma que mostra a atuação do par- sariamente exigir grandes inves- mas criados em 2011. O Geração, lamentar em sua base eleitoral, timentos. “Quem assiste à nossa “um produto que ajuda a desfa- voltado para o público adoles- cente, é um bate-papo em estú- programação pela primeira vez zer a crença de que o deputado se torna telespectador assíduo. só trabalha de segunda a sexta- dio entre personalidades de vá- É esse o retorno que recebemos -feira”, segundo Patrícia Porto. rias áreas e estudantes. Além de rotineiramente por e-mail. Por No Visão Parlamentar, veiculado oferecer um olhar leve sobre o causa disso, não podemos nos no início das transmissões ao que é ser jovem hoje, promove acomodar, temos que oferecer vivo, os legisladores comentam discussões sobre política, sexo novos conteúdos para ampliar os principais assuntos da pauta e cultura, costurados por uma a audiência e aproximar ainda das comissões e do Plenário. linguagem ágil e dinâmica. No TV Escola, professores da Esco- mais o cidadão do Parlamento”, A cultura mineira também tem la do Legislativo da ALMG se explica Rodrigo. Nesse sentido, espaço reservado na grade da revezam no ensino de temas li- ele reconhece a importância da TV Assembleia. Zás e Segunda gados ao Parlamento e à Admi- produção independente para as Musical levam ao público apre- nistração Pública. As teleaulas emissoras legislativas do país.

Programa Mundo Político, um dos 13 produzidos pela TV Assembleia de Minas: opção pela produção própria.

40 MARÇO DE 2013 duração ao longo da progra- mação. “O Canal Minas Saúde tem um conteúdo de altíssima qualidade, são mais de 600 ví- deos. Fomos em busca de uma parceria com esse outro grande instrumento de cidadania, que é a TV Assembleia, uma vez que somos uma rede corporativa, fe- chada”, explica o secretário de Saúde, Antônio Jorge. Para a psicóloga e professora Programa Via Justiça, um dos mais antigos da emissora: parceria com Ana Célia Gomes Pedroso, te- associação de magistrados lespectadora residente em Belo Horizonte, a TV Assembleia entidade produz um programa JUSTIÇA, DIREITO E SAÚDE “possibilita uma aproximação de 30 minutos, que é veiculado do povo com o que está aconte- em horários alternados. Do total de programas, apenas cendo no estado”. Já a professo- três são produzidos junto com O convênio com a Secretaria de ra aposentada e líder comunitá- entidades parceiras. O Via Justiça Estado de Saúde já é diferente: ria em Itabira (Região Central), é um dos mais antigos em exi- os assuntos a serem discutidos Maria da Penha Reis, acredita bição na emissora (no ar desde no Saúde em Pauta são defi ni- que “a TV passa muita informa- 2002), fruto de convênio com dos em conjunto com a TV, que ção importante e acaba ensinan- a Associação dos Magistrados também fornece imagens das do”. Em sua opinião, em geral, de Minas Gerais (Amagis). O atividades da Comissão de Saú- é comum haver difi culdade de programa reúne juristas e parla- de do Legislativo. A fi nalização entendimento sobre o assunto mentares para debater direitos do programa fi ca por conta do política. “A programação explica do cidadão e analisar as recentes Canal Minas Saúde, subordi- o que está na esfera de ação do decisões na área. A produção e nado à Secretaria. Pelo mesmo deputado, por isso, sempre gos- a reportagem fi cam a cargo da convênio, também são veicula- to de assistir às reuniões dos par- entidade. A direção de conteú- dos outros produtos de curta lamentares e aos debates”, disse. do e as gravações em estúdio são de responsabilidade da emissora “Quem assiste à nossa programação mineira. O produto acabado é exibido também na TV Justiça. pela primeira vez se torna telespectador assíduo. É esse o retorno que recebemos Recém incorporados à grade, os programas Estado de Direito rotineiramente por e-mail. Por causa e Saúde em Pauta também são disso, não podemos nos acomodar. Temos produzidos com parceiros. O primeiro inclui o Ministério Pú- que oferecer novos conteúdos para blico Estadual, a Associação Mi- neira do Ministério Público, o ampliar a audiência e aproximar ainda Tribunal de Contas do Estado, a mais o cidadão do Parlamento” Ordem dos Advogados do Bra- sil e a Defensoria Pública. Cada Rodrigo Lucena, diretor de Rádio e TV da Assembleia de MG

SERVIÇO

A programação da TV Assembleia é transmitida para 242 municípios em sinal aberto e por cabo. A rela- ção de canais está disponível no portal da ALMG, onde também é possível acompanhar a programação em tempo real (www.almg.gov.br/tv). Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a emissora é sintoni- zada em sinal aberto no canal 35 UHF e no canal 61.2 (digital).

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 TV ASSEMBLEIA DE MATO GROSSO DO SUL Diversifi car a programação para democratizar a informação

O ano de 2013 começou cheio de pro- jetos e desafi os para a TV Assembleia de Mato Grosso do Sul. Em 2012, as 17 horas diárias de programação mos- traram com transparência as ações do Legislativo, por meio das sessões ple- nárias, especiais, solenes, audiências públicas e das reuniões das comissões. O canal também apresentou docu- mentários, reportagens e campanhas, além de divulgar as parcerias com di- versos segmentos da sociedade. Por ser uma TV pública, que tem o Repórter da TV Assembleia grava passagem em frente à sede do compromisso com a independência Legislativo do Mato Grosso do Sul e com o interesse do cidadão, a pro- gramação também foi diversifi cada com conteúdos que aproximam o ca- nal legislativo ainda mais da realidade dos moradores do Mato Grosso do Sul. Programas como TV Aberta, por exem- plo, que trata de assuntos importantes do cotidiano, como saúde, cidadania, educação, ciência, estética e novida- des, receberam mais espaço na grade da emissora. Produzido com moderni- dade, transparência e participação do público, o programa sintetiza os temas Identifi cação com os cidadãos é uma marca das 17 horas diárias de atuais em produtos televisivos com programação da TV AL/MS muita informação e preocupação com o entretenimento. programa semanal e temático é divulgar e difundir essa agen- da notória e dar boas notícias sobre essa terra em crescimento. Outro exemplo é o programa Novos Caminhos, que procura mostrar deta- Após onze anos de atividades, a TV AL/MS se tornou parte do lhes da identidade local de cada re- cotidiano do Legislativo e também da população, democrati- gião. Mato Grosso do Sul, além de ser zando cada vez mais a informação. Em breve, a TV Assembleia um estado relativamente recente, é Legislativa de Mato Grosso do Sul estará, de acordo com o pla- conhecido por sua beleza natural. Re- nejamento estratégico, transmitindo em canal digital aberto serva histórias, fatos e atualidades bas- para todo o estado e, assim, a população sul-mato-grossense tante positivos, mas pouco explorados poderá exercer uma função ainda mais fi scalizadora e partici- pelo jornalismo diário. O desafi o do pativa sobre os atos dos parlamentares.

Serviço

A TV Assembleia é transmitida via cabo em Campo Grande pelo Canal 9, em Dourados pelo Canal 9 e em Naviraí pelo Canal 44. Para assistir a TV Assembleia online é necessário ter conexão de internet Banda Larga e Windows Media Player 9 ou superior e acessar o endereço: http://www.al.ms.gov.br/tvassembleia.

42 MARÇO DE 2013  TV ASSEMBLEIA DO PIAUÍ Cultura é destaque em programação extensa

da mais pura MPB com música gospel. Uma ver- dadeira salada cultural. Durante uma hora no ar, apresentadora e convidados conversam com teles- pectadores através das redes sociais, divulgando opiniões sobre os temas culturais discutidos no programa. “Às vezes temos temas polêmicos como as leis de incentivo e investimentos do setor públi- co”, disse Nalda Lima, coordenadora operacional da emissora e produtora executiva do programa. Apesar de dar prioridade aos artistas, produtores Programa Pauta Cultural, uma das 21 produções próprias e incentivadores culturais do Piauí, as atrações na- da TV Assembleia do Piauí cionais também marcam presença, como Tunai, Jerry Adryanni, Os Pholhas, Moacyr Franco e Ar- A TV Assembléia do Piauí tem 27 Programas na sua tur Menezes. grade, sendo que 21 são de produção própria e cinco Encerrando a programação de 2012, no dia 21 de terceirizados – por meio de convênios pelos quais a dezembro foi exibido um especial com a entre- emissora já recebe os produtos prontos para exibição. ga do Prêmio Pauta Cultural 2012 - Troféu Helly Além da cobertura jornalística das atividades dos Batista, aos destaques da cultura local. Foram 15 deputados estaduais e dos debates, a grade dá des- homenageados, destaques que passaram pelo pro- taque à cultura local. No ar desde março de 2010, grama ao longo do ano, entre atores, músicos e o programa Pauta Cultural é dedicado à valoriza- produtores culturais. ção da arte e cultura. O Pauta Cultural tem um for- mato diferenciado, no qual a apresentadora Ale- xandra Teodoro conversa ao mesmo tempo com “Às vezes temos temas convidados de diversas áreas, como teatro, música, literatura, televisão. “Fazer o Pauta é muito diverti- polêmicos como as leis de do. O programa permite uma interatividade com incentivo e investimentos do as diversas manifestações culturais e isso é muito rico”, afi rma a apresentadora. setor público”

Em um mesmo programa é possível sair do bum- Nalda Lima, ba-meu-boi e conversar sobre blues, ou, numa coordenadora operacional da emissora mesma mesa de bate-papo, reunir representantes

SERVIÇO

A TV Assembleia do Piauí opera em canal aberto e via satélite 24 horas para 41 cidades do Piauí nos seguintes canais: Parnaíba (50), Picos (52), Piripiri (14), Floriano (44), Campo Maior (23), Barras (43), União (15), Altos (59), Pedro II (18), Esperantina (41), Oeiras (18), José de Freitas (35), Miguel Alves (18), São Raimundo Nonato (22), Piracuruca (15), Luis Correia (18), Urucui (14), Bom Jeses (20), Lu- zilândia (34), Corrente (11), São João do Piauí (14), Monsenhor Gil (14), Batalha (18), Colônia do Gur- gueia (11), Bertolina (12), Matias Olimpio (30), Castelo do Piauí (18), Simplício Mendes (16), Teresina (16), Timon (16), Lagoa Alegre (6), Porto (9), Beneditinos (7), Elesbão Veloso (5), Francinópolis (11), Inhuma (11), São José da Varjota (5), Dom Espedito Lopes (13), Bocaina (13), Jaicós (13), Jacobina (11), Alegrete do Piauí (16). Mais informações: www.alepi.pi.gov.br.

MARÇO DE 2013 43 ASSOCIADOS

 TV ASSEMBLEIA DO RN Produção própria e expansão do sinal

Prestes a completar dez anos de atividades, quatro dos quais em canal aberto, a TV Assembleia do Rio Grande do Norte é uma das pioneiras entre as emissoras legislativas do país. Desde sua criação, a TVAL-RN vem sendo pautada segundo princípios bem defi nidos: cabe a ela divulgar as ações da Assem- Plenário da Assembleia estadual: transmissão ao vivo e uma grade de 25 bleia Legislativa do Rio Grande programas que tratam de política a cultura do Norte de forma isenta, apar- tidária, democrática e republica- Produção, criado há dois anos, mídia potiguar, através de um na, além de possibilitar uma me- para dar vazão à demanda por trabalho de equipe. “Mesmo que lhor compreensão pública dos programas culturais, e que produz a cobertura legislativa seja uma processos legislativos e contri- em estrutura própria. O trabalho prioridade, a emissora pública buir para o aperfeiçoamento das é realizado por sessenta profi ssio- deve sim suprir os muitos espaços atividades legislativas no estado. nais, entre jornalistas e técnicos. de valorização da cultura regio- nal, que não são adequadamente Outra missão da emissora poti- Hoje a TVAL-RN já pode ser sin- atendidos pelas redes comerciais guar é contribuir para o aperfei- tonizada em canais abertos em de televisão”, concluiu. çoamento social, econômico e sete regiões do estado, incluindo- cultural dos norte-riograndenses, -se aí a Grande Natal, que reúne RÁDIO AL-RN através de uma ampla valorização seis municípios, além da capital. de informações nas áreas de cul- Para 2013 está prevista a instala- tura, educação, saúde e econo- ção de outras doze repetidoras, A Assembleia Legislativa mia, atendendo às peculiaridades com o que se atingirá mais de do RN dispõe ainda de um Rá- das diversas regiões do estado. 80% da população potiguar. dio WEB, que oferece uma pro- gramação jornalística e musical Atualmente a grade de progra- Com isso a emissora se prepara de ótima qualidade. Seu grande mação da TVAL-RN conta com para abrir novos espaços em sua mérito é divulgar os artistas lo- vinte e cinco programas locais fi - programação cultural, com o cais, abrindo espaço para a in- xos, com veiculação diária, sema- objetivo de atender às expecta- serção da música potiguar, além nal ou mensal, além da cobertura tivas regionais que certamente de produzir boletins legislati- ao vivo das sessões plenárias, reu- surgirão em função da interio- vos, que são retransmitidos por niões de comissões, audiências rização de seus sinais. dezenas de emissoras comer- públicas e outros eventos realiza- ciais de rádio, em todo o estado. Para o novo diretor da emissora, dos pela Assembleia Legislativa. Já está em curso o processo para jornalista Maurício Pandolphi, a obtenção de uma concessão Essa produção é compartilhada TVAL-RN terá pela frente o de- para a operacionalização de um pelas equipes de jornalismo da safi o de ampliar o espaço que canal aberto de FM em Natal. emissora e por um Núcleo de já vem consolidando há anos na

SERVIÇO

A TV Assembleia do Rio Grande do Norte pode ser sintonizada nos seguintes canais e locais. Canais aber- tos (analógicos): Natal - 50 UHF; Lagoa Nova - 2 VHF; Pau dos Ferros – 39 UHF; Caicó – 33 UHF; Santa Cruz – 49 UHF; Nova Cruz – 23 UHF; Assú – 39 UHF. Canais a cabo analógicos: Natal – 9; Mossoró - 38; Assú - 52; Currais Novos – 56. Canal a cabo digital: Natal - 109

44 MARÇO DE 2013  TV CÂMARA-BH Em fase de entrada no padrão digital

Programa Câmara Debate: vereadores discutem temas de interesse do cidadão com especialistas todas as quintas-feiras

A TV Câmara-BH já está em PROGRAMAÇÃO tenimento, algumas exibições toda a rede de TV a cabo da trataram dos 90 anos do rádio, capital mineira e trabalha para Diariamente, para realizar a co- exposições, cinema, feiras, espor- receber o sinal digital aberto bertura dos principais aconteci- tes e artes, com destaque para na cidade de Belo Horizonte. mentos do Legislativo Municipal exibições no Centro Cultural da O aparato tecnológico imple- de Belo Horizonte, a emissora UFMG. Também abordaram te- mentado pela emissora em produz, em sua grade, duas ho- mas como direitos dos consumi- 2012 contribui para a evolução ras de programação. O telejornal dores - fi nanças pessoais, inadim- do segmento de TV Legislativa é apresentado em 15 minutos e plência e empreendedorismo - e nacional. A emissora produz o restante do tempo é distribu- saúde - obesidade, doenças men- todo o seu conteúdo em forma- ído entre os programas Câmara tais e mal de Parkinson. to digital XDCam Full HD. Esse Debate e Câmara Entrevista. padrão, adotado pelas maiores Estes são os principais progra- redes de TV aberta do país e do Durante as eleições munici- mas da TV Câmara-BH: mundo, propicia longevidade, pais de 2012, todo o sistema Jornal da Câmara – De segunda acessibilidade e transparência, de comunicação institucional a sexta-feira, das 18h45 às 19h, além da facilidade de difusão da Câmara Municipal de Belo e reprises às 7h15. O telejornal em todas as mídias digitais con- Horizonte teve que se adequar registra os principais aconte- temporâneas, como o Youtube, às regras da legislação eleitoral. cimentos da Casa Legislativa, Vimeo e Facebook. Desta forma, no período entre com enfoque para as sessões 3 de julho e 6 de outubro, a TV Com um projeto de digitaliza- plenárias, reuniões de comis- Câmara-BH substituiu o tradi- sões, audiências públicas, semi- ção em andamento, a TV Câ- cional Jornal da Câmara pela exi- mara-BH pretende modernizar nários, eventos em geral e fatos bição de 86 VTs de 15 minutos, de interesse do cidadão. o seu arquivo, que já tem mais contendo assuntos diversos e de dez anos, o que vai conferir temas de caráter geral. Câmara Debate - Programa jor- mais agilidade à busca de conte- nalístico entrevista vereadores údo e segurança no armazena- Entre as matérias relacionadas e convidados de diversas áreas, mento de seu acervo. à área de cultura, lazer e entre- entre elas segurança pública,

MARÇO DE 2013 45 ASSOCIADOS

transporte, direitos e defesa do consumidor. Com duração de 45 minutos, o programa inédito é exibido toda quinta-feira, às 18h, antes do Jornal da Câmara, com reprises às segundas, quartas e sextas-feiras, às 6h30; terças-feiras, às 18h; sábados, às 17h30, e do- mingos, às 7h. Câmara Entrevista – Discute com especialistas e vereadores temas relacionadas ao espor- te, saúde, educação e cultura, além de fatos comportamentais e de interesse da coletivi- Jornal da Câmara: telejornal diário com a cobertura jornalística dade. Com duração de 45 minutos, o progra- das sessões e audiências ma inédito é exibido às sextas-feiras, a partir das 18h. As reprises vão ao ar às segundas e quartas-feiras, às 18h; terças e quintas-feiras, às 6h30; sábados, às 7h30, e domingos às 17h. Resumo da Semana - Com 15 minutos de dura- ção, essa versão do Jornal da Câmara exibe os principais acontecimentos da semana no Le- gislativo Municipal de Belo Horizonte. Aos sábados, às 8h15, com reprise às 18h15; aos domingos, a partir das 7h e 17h45. O restan- te da programação é preenchido com as re- prises dos programas Câmara Debate e Câmara Entrevista. Na segunda-feira, o resumo vai ao Câmara Entrevista: programa de 45 minutos onde os ar a partir das 7h15. vereadores prestam contas à população WEB TV – Por meio do portal da Câmara Mu- nicipal de Belo Horizonte (www.cmbh.mg.gov. a agenda, o acervo de vídeos, o Jornal da Câmara, as en- br) é possível acessar a Web TV, que transmite trevistas, os programas e reportagens especiais. Todo o ao vivo todas as reuniões planárias, de comis- conteúdo produzido pela TV Câmara BH também está sões e solenes. Pela Web TV ainda se consulta disponível no seguinte endereço: /tvcamarabh1.

“Durante as eleições municipais de 2012, todo o sistema de comunicação institucional da Câmara Municipal de Belo Horizonte teve que se adequar às regras da legislação eleitoral. Desta forma, a TV Câmara-BH substituiu o tradicional Jornal da Câmara pela exibição de 86 VTs de 15 minutos, contendo assuntos diversos e temas de caráter geral.”

SERVIÇO

A TV Câmara BH está disponível no cabo no canal Legislativo (Canal 11) para toda rede em Belo Hori- zonte. São duas horas diárias de programação nos seguintes dias e horários: 18h às 19h e 6h30 às 7h30 (reprise) de segunda a sexta feira; aos sábados de 7h30 às 8h30 e 17h30 às 18h30; e aos domingos de 7h às 8h e 17h às 18h. A TV Câmara BH está também na internet: www.cmbh.mg.gov.br (acessar o link TV Câmara) e no You Tube, em full HD :www.tvcamarabh.com.br. A emissora também transmite ao vivo, via internet (www.cmbh.mg.gov.br), as reuniões plenárias, de comissões e solenes.

46 MARÇO DE 2013  TV CÂMARA DE BAURU (SP) Espaço para o verador prestar contas

Parte da equipe responsável pelos programas que levam aos moradores as discussões da Câmara Municipal da cidade paulista

A TV Câmara de Bauru está no e Cidade Viva. O programa En- ma Cidade Viva o telespectador ar desde 1988 pelo canal 10 da trevista é o carro-chefe da emis- pode acompanhar a vida orgâ- NET. A emissora transmite sua sora e discute temas de interes- nica da cidade e do Legislativo. programação 12 horas por dia - se público e social. O programa Tudo que é destaque no muni- das 10h às 22h, com produção abre espaço para a prestação de cípio é mostrado no Cidade. de três horas de conteúdo iné- contas do mandato do vereador. dito todos os dias. Além dos programas fi xos, a gra- Outro destaque na programa- de de programação da TV Câ- São produzidos programas em ção da emissora é o Câmara mara conta com a produção de estúdio, reportagens, documen- Livre, que traça um retrato dos matérias especiais e documentá- tários, matérias especiais, além personagens da cidade. É no rios sobre os mais variados temas. da cobertura na íntegra de tudo Câmara Livre que o telespecta- Boa parte da programação da o que acontece no Plenário da dor conhece os atores sociais emissora legislativa é voltada para Câmara. As sessões ordinárias, sem maquiagem. O Câmara a rotina do Legislativo e para o audiências públicas e reuniões Documento resgata a história da trabalho do vereador. A emisso- públicas são transmitidas ao cidade e da Câmara através dos ra acompanha os parlamentares vivo. A emissora tem em sua gra- personagens que ajudaram a nos bairros e mostra por meio de de programas como Entrevista, construir a história do Legis- matérias os problemas e as reivin- Câmara Livre, Câmara Documento lativo e da cidade. No progra- dicações da população.

SERVIÇO

A TV Câmara de Bauru pode ser vista pelo canal 10 da NE e também pelo site da Câmara: www.camara- bauru.sp.gov.br.

MARÇO DE 2013 47 ASSOCIADOS

 TVL DE BLUMENAU (SC) Forte presença da cidade na programação

A TVL de Blumenau possui uma programação variada, voltada para os interesses da comunida- de. A missão de proporcionar melhores condições de exercí- cio da cidadania através da in- formação é espelhada na grade de programação, que conta com telejornal diário, programas de entrevistas semanais e documen- tários especiais sobre a história e cultura desta população que habita a cidade pólo da região conhecida como Vale Europeu Plenário da Câmara: programação tem transmissões ao vivo, telejornais, – com forte colonização alemã, entrevistas e documentários o que se refl ete nos programas. bloco. O TVL Cultura tem o ressalta as potencialidades tu- Tudo isso além, é claro, da mesmo formato do TVL Comu- rísticas da cidade. Já o TVL nos transmissão ao vivo das sessões nidade, porém focado em as- bairros conta um pouco da histó- legislativas, o que permite aos suntos culturais. ria e realidade de cada um dos moradores participarem ativa- bairros de Blumenau, sempre Os principais programas de en- mente das discussões e serem com um depoimento de fi gura trevista são o Nossa Gente e o Fala informados das votações da Câ- bastante expressiva para cada Vereador. O Nossa Gente é grava- mara Municipal. comunidade. Tem aproximada- do externamente, em ambiente mente três minutos de duração. Tem destaque na grade a pro- familiar ao entrevistado. Tem gramação jornalística, com 30 minutos de duração e, nele, A TV Legislativa de Blumenau notícias da câmara, além de as pessoas contam a história de ainda exibe dois programas se- entrevistas com vereadores e sua vida, sempre lembrando a manais cuja produção é tercei- moradores que têm algo a con- própria história da ciade. O Fala rizada. O programa De Coração é tar a respeito da história da ci- Vereador é um programa de 30 mi- produzido pela Sociedade Bra- dade. O telejornal TVL Notícias nutos onde o entrevistado é sem- sileira de Cardiologia e o Progra- é diário e leva ao conhecimento pre um dos 15 parlamentares do ma Justiça Legal é feito pelo Po- do público o trabalho do legis- município. Feito em sistema de der Judiciário catarinense. lativo blumenauense, além de rodízio entre os vereadores. São vários os documentários todos os assuntos que interes- São produzidos ainda progra- específi cos e segmentados pro- sam a comunidade. metes curtos. O Das Ist Blumenau duzidos tanto pela própria TVL O TVL Comunidade é um pro- tem de três a quatro minutos e quanto por terceiros e exibidos grama de entrevistas com 30 mostra características importan- no canal. Assim, a TV Legisla- minutos de duração, dividido tes e positivas do município. O tiva de Blumenau cumpre sua em dois blocos de 15 minutos, Momento Turístico, com duração missão de bem informar, for- abordando um tema em cada de até dois minutos e meio, mando para a cidadania.

SERVIÇO A TV Câmara de Blumenau (TVL) pode ser sintonizada em todo o município no canal 19 da operadora de TV a cabo BTV e no canal 16 da Net. Os canais são compartilhados meio a meio pela TVL e pela TVAL (TV As- sembleia Legislativa). Na Internet, a transmissão é 24 horas e pode ser acessada no site www.camarablu.sc.gov.br.

48 MARÇO DE 2013  TV CÂMARA DE ITAJAÍ (SC) Opção por equipe e equipamentos próprios

A TV Câmara de Itajaí (SC), município de 180 mil habitan- tes a 100 km de Florianópolis, produz 27 horas semanais de programação local, elaborada por uma equipe enxuta, com- posta por um diretor de TV e Rádio e oito servidores do qua- dro efetivo, contratados a partir de concurso público: operador master, operador de switcher, três cinegrafi stas, editor de áudio e vídeo e dois jornalis- tas. Toda a estrutura física e de equipamentos é de proprieda- Operadores de câmera registram os trabalhos do Plenário da de da Câmara de Vereadores, Câmara Municipal de Itajaí ou seja, não há terceirização estrutural ou profi ssional. A TV Câmara foi criada pelos parlamentares da décima sexta legislatura da cidade, que tem como lema “Câmara de Vere- adores de Itajaí, uma Câmara mais Cidadã”. A missão da emis- sora, registrada em ata, é “levar aos itajaienses os atos do poder Legislativo Municipal com éti- ca, transparência e agilidade, com foco no interesse público, para o desenvolvimento da ple- Telejornal diário de 30 minutos com reportagens e melhores na cidadania”. momentos das sessões A primeira transmissão aconte- ceu em 2 de fevereiro de 2010. Foi a primeira TV de uma câma- ra de vereadores de Santa Cata- rina a transmitir por fi bra ótica. Hoje a emissora transmite seu sinal pelo Canal 9 – Via Cabo, em sinal compartilhado com a TVAL, da Assembleia catarinen- se, das 19h à meia-noite, às se- gundas, quartas e sextas-feiras, e das 18h à meia-noite, às terças e quintas-feiras. A linha editorial tem três ver- tentes. A primeira é a legislati- Equipe de reportagem mostra aos moradores o impacto das decisões da va: transmitir as sessões plená- Câmara para o município

MARÇO DE 2013 49 ASSOCIADOS

 TV CÂMARA DE ITAPEVI (SP) rias da Câmara e audiências públicas, ao vivo e em reprises; expor o trabalho dos Emissora vai reformular vereadores nas matérias jornalísticas e en- trevistas; e também repercutir os temas programação que afetam a comunidade junto aos verea- dores. Nessa linha também são produzidos pequenos documentários sobre o legislati- A TV da Câmara Municipal de Itapevi passa- vo, seus setores e processos. rá por transformações signifi cativas em 2013 com a fi nalidade de estreitar ainda mais a co- A segunda linha é a de retratar a socie- municação com a cidade. A informação é do dade civil local, tanto em matérias jorna- novo presidente do Legislativo local, vereador lísticas quanto em entrevistas, nas quais Paulo Rogiério de Almeida (Professor Pauli- são expostos fatos e eventos de entidades, nho). “Vamos reformular especialmente nos- como as reuniões de conselhos munici- sa programação, pois conteúdo é tudo. Que- pais e associações comunitárias ou festas remos que os itapevienses tenham um canal e promoções de associações desportivas, direto na TV Câmara para fazer valer os seus culturais ou fi lantrópicas. Nessa linha direitos de cidadãos”, anuncia. também são realizados documentários e reportagens especiais sobre as ações de O presidente da Câmara de Itapevi reconhece entidades organizadas. a importância de eventos como o Workshop sobre TV Digital e Programação/Conteúdo, A terceira é noticiar fatos de interesse pú- programado pela Astral no mês de março, blico da cidade, como problemas sanitários na Assembleia Legislativa de São Paulo. “São ou de trânsito. Nesta linha também é dado oportunidades ímpares de conhecermos me- destaque às ações do poder Executivo mu- lhor as ferramentas que as novas tecnologias nicipal e de suas secretarias. oferecem para dar mais transparência ao tra- balho do poder público municipal”, avalia A grade de programação abrange a trans- Professor Paulinho. missão, ao vivo, das sessões ordinárias, extraordinárias e solenes e audiências pú- Até agora a TV Câmara de Itapevi tem transmi- blicas, além das reprises das sessões. São tido as sessões e disponibilizado à população o exibidos ainda um telejornal diário de arquivo das reuniões dos vereadores em video, trinta minutos, dois programas de entre- além de produzir matérias jornalísticas que vistas com meia e uma hora de duração, mostram as atividades do Legislativo, até mes- além de programas educativos, informati- mo fora do recinto da Câmara. “A população vos ou de utilidade pública em formatos fi ca inteirada dos acontecimentos, das leis que curtos ou em grandes reportagens com são aprovadas e passa a debater e a cobrar mais durações desde um minuto e meio até cin- o Legislativo e o Executivo, enviando inclusive co minutos. A emissora também oferece sugestões e críticas”, conclui Paulinho. documentários sobre história, segurança pública, cultura, meio ambiente, cidada- A transmissão da TV Câmara Itapevi é feita nia ou personagens de Itajaí, com dura- com câmeras robotizadas e pode ser assistida ções de dez a cinquenta minutos. em tablets e celulares, além dos computado- res de mesa. Um estúdio completo foi monta- do no interior da Câmara além de um espaço especial para entrevista.

SERVIÇO SERVIÇO

Como assistir a TV Câmara de Itajaí: A programação da TV Câmara Itapevi pode ser acessada no site www.tvcamaraitapevi. • Canal 9 – Via Cabo TV - Itajaí/SC. com. As sessões plenárias são transmitidas ao • Seg/Qua/Sex: das 19 às 24h - Ter/Qui: vivo. Há também reportagens, entrevistas e ar- das 18 às 24h. quivos de todas as sessões (on demand).

50 MARÇO DE 2013  TV CÂMARA DE MARÍLIA Planejamento para entrar no canal aberto

Equipe no estúdio da emissora, que em breve vai entrar na Rede Legislativa e passar a transmitir em sinal aberto e digital

A TV Câmara de Marília com- ra do interior paulista também transmissão, ao vivo, de todas as pletou seis anos em 7 de de- bai integrar a Rede Legislativa atividades legislativas. Mas são zembro de 2012 com a proposta de TV Digital. produzidos também outros pro- de reativar o estúdio Jornalista gramas, como o Com A Palavra, Anselmo Scarano – com novos O projeto de cobertura, dimen- entrevistas de interesse público. cenários e moderna ilumina- sionamento de sistema irradian- ção – e, ainda, adquirir novos te e potência de transmissor Todas as quartas-feiras, às 21h, equipamentos como switcher e para a estação de TV digital entra no ar o ExibeTV, voltado playout de áudio e vídeo, pró- - dentro do Sistema Brasileiro para a exibição de produtos au- prios para gravação e transmis- de Televisão Digital Terrestre diovisuais. Além desses progra- são em HD. (SBTVD-T) - foi possível graças mas fi xos, há outros três produ- à permissão de uso de uma área tos musicais, especiais de fi nal Depois destes investimentos, da prefeitura da cidade para a de ano destinados a divulgar o planejamento inclui a con- Câmara Municipal. os artistas locais. E, junto com tratação de profi ssionais espe- a entrada no canal aberto digi- cializados para a realização de Enquanto se prepara para en- tal, a programação terá novida- projetos e serviços relativos à trar no mundo digital, em canal des, por meio de parcerias para transmissão do sinal digital no aberto, a prioridade da pro- produções voltadas para saúde canal 61. Isso mesmo. A emisso- gramação da TV Câmara é a e trânsito.

SERVIÇO

A TV Câmara de Marília é sintonizada no canal 21 da Net – com 100% de cabeamento de rede e 33 mil assianantes. O sinal é compartilhado com a TV Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) . A emissora também pode ser assistida na web: www.camar.sp.gov.br/tv/.

MARÇO DE 2013 51 ASSOCIADOS

 TV CÂMARA MUQUI-ES O pioneirismo de uma TV legislativa e comunitária

Cabe ao pequeno município de Muqui, a 175 km de Vitória (ES), o pioneirismo na transmissão pela TV das atividades dos verea- dores no Espírito Santo. A histó- ria da TV Câmara de Muqui (ES) começa em setembro de 1999 na sede da Câmara Municipal do município, na gestão do então presidente José Antônio Wencio- neck. Preocupado com a trans- parência dos atos do Legislativo Municipal, o presidente pede Equipe responsável pela transmissão das sessões plenárias da Câmara de Muqui: ajuda ao servidor Antonio Ribei- pioneirismo ro Massini, que até então gravava as sessões em VHS para a confec- ção das atas. Como fazer com que a população tivesse conhecimen- to das atividades dos vereadores e participasse das discussões? A ideia de Massini foi imediatamen- te acolhida por Wencionec: criar uma TV municipal. Passados trinta e dois dias da reu- nião, a TV Câmara Muqui come- çava a transmitir em caráter ex- perimental as sessões plenárias da Casa para o município, em parceria com a TVE do estado Carro usado nas reportagens de rua em frente ao prédio da Câmara: no do Espírito Santo – por meio de começo era só o registro em VHS um comodato dos equipamen- tos de transmissão. Pronto. Os pulação produzir e se ver na tela, programa que tem o objetivo de moradores de Muqui já podiam com o Momento You Tube, progra- descobrir talentos da terra e dar acompanhar os atos do Legislati- ma que reune videos postados na a oportunidade para o cidadão vo e fi scalizar seus vereadores a Internet pelos moradores. O obje- mostrar na TV suas músicas re- partir de suas casas. tivo era mostrar os vídeos para os gionais. cidadãos que não tinham acesso a Antonio Ribeiro Massini foi no- uma conexão via internet. Eventos importantes para o mu- meado Diretor Geral de TV e mais nicípio sempre fi zeram parte tarde de RTV. Um dos primeiro A grade não acaba aí. A produ- da cobertura da TV Câmara de passos foi aumentar a grade de ção independente tem espaço Muqui. Onde mais os morado- programação por meio de parce- no programa Na Tela da TV, que res poderiam assistir, ao vivo, a rias, uma delas com a TV Câmara destaca fi lmes e documentários missa local aos domingos? Ou (da Câmara dos Deputados). Sem gravados na cidade, tais como cultos importantes em praça contar os programas próprios de Brilhantino, Graças a Deus, Uma pública, o Encontro Nacional entrevistas (Muqui em Detalhes) e Estrela Perdida, entre outros. A po- de Folias de Reis (o maior do esporte (Esporte Muqui). Foi aber- pulação de Muqui pode se reco- Brasil), o Desfi le Cívico Escolar, to um espaço para a própria po- nhecer ainda no Clip Mania , um todo o Carnaval e também as

52 MARÇO DE 2013 festas principais como o Dia da tuais defi ciências com a dedica- nhada transparência dos atos do Emancipação Política do Mu- ção dos fucionários, parceriais Legislativo. Temos o orgulho de nicípio (22 de Outubro) e do (inclusive com a prefeitura) e, termos sido uma das primeiras Padroeiro da cidade, São João principalmente, audiência da TVs Legislativas no país e a pri- Batista (24 de Junho), tudo ao população. meira no Espírito Santo a trans- vivo? A emissora não tem os mitir através da internet, levan- equipamentos de ponta nem “Nossa história tem valor, pois do assim nossa cultura para o as mais modernas tecnologias à somos reconhecidos pelo povo mundo”, desabafa o diretor-ge- disposição, mas compensa even- desta terra. Trouxemos a tão so- ral, Antonio Ribeiro Massini.

SERVIÇO

Informações sobre como acessar a TV Câmara de Muqui (ES) podem ser obtidas no site www. camaramuqui.es.gov.br.

 TV CÂMARA DE LAVRAS (MG) Sessão da Câmara é o principal assunto da cidade

O primeiro programa e razão tribuna para fazer seu pronun- Em nove anos de atividade a da existência da TV Câma- ciamento. Ao mesmo tempo, a TV Câmara tem, além da boa ra de Lavras, cidade de 100 exposição serve para que o elei- audiência, a credibilidade do mil habitantes a 230 km de tor e o cidadão avalie e analise público, das autoridades e dos Belo Horizonte, é a Reunião a atuação de seu representante formadores de opinião, que da Câmara, exibida ao vivo, no parlamento local. enviam agendas para serem às segundas-feiras, às 19h. A divulgadas na programação - Outro programa de grande sessão em que os vereadores um serviço à população. audiência é o Jornal da Câmara, discutem a legislação do mu- exibido em duas edições sema- A emissora também tem par- nicípio e fi scalizam os atos da nais, na quarta e sexta feira, cerias com entidades como o prefeitura é reprisada no dia além das reprises nos horários Superior Tribunal de Justiça seguinte, das 8h às 17h, e na alternativos: quinta-feira às e o Conselho da Justiça Fe- quarta-feira, às 8h. 18h30 e sábado e domingo às deral, que enviam programas Além do plenário cheio, a 17h - uma maneira de permitir para exibição. Outros órgãos, audiência expressiva atesta o que todo o público possível as- como as polícias Militar e Ci- incentivo à cidadania provo- sista as notícias da Câmara. vil, ocupam espaço semanal- cado pela TV Câmara, cujas mente na programação. Em O jornalismo da TV Câmara transmissões da reunião re- breve ser.ão fi rmadas novas é feito através do método do percutem em toda a cidade. parcerias com o Judiciário, o agendamento. O vereador Ministério Público e a Prefei- Nas reuniões da Câmara, o ve- pode ser entrevistado toda se- tura, que deverão compor a reador ganha visibilidade, prin- mana com tema livre e pauta grade, principalmente no ca- cipalmente, quando ocupa a a programação do canal. nal digital.

SERVIÇO A TV Câmara de Lavras opera em canal fechado por meio da operadora Mastercabo no muncípio de Lavras, canal 15. São duas horas por dia, através de convênio de compartilhamento de sinal com a TV Assembleia de Minas. Com a TV digital, a emissora vai passar a operar no canal 40 na Rede Legislativa – em fase de implantação.

MARÇO DE 2013 53 ASSOCIADOS

 TV CÂMARA DE PIRACICABA (SP) Nova programação para estrear na TV digital aberta

A TV Câmara de Piracicaba ini- ciou, em junho do ano passado, a produção de programas especiais para serem exibidos a partir da inauguração da TV aberta, pre- vista para o primeiro semestre de 2013, por meio do canal 61.4. Até o momento foram elabora- dos drops, que são informativos de pequena duração, sobre temas relativos à história do município. Alguns exemplos são a história da Gravação de programa da emissora, que deve começar a transmitir em sinal Câmara, os nomes que Piracicaba aberto digital em breve já teve, a história do Portal do Ce- produz uma série de documen- Marisa Libardi. Mesmo assim, mitério da Saudade, o bairro his- a diretora não descarta a possi- tórico Monte Alegre, entre outros. tários sobre a cidade. bilidade de aquisição de outros Também foi realizada uma série TEMAS LOCAIS programas. “É muito tempo de de entrevistas com ex-presiden- programação e a equipe é limi- tes da Câmara para contar a tra- A TV Câmara de Piracicaba, tada, não será possível produzir- jetória política do município por até agora, prioriza programas mos tudo aqui”, afi rmou. meio deles. Este programa foi relacionados à cidade. “Foi a Na grade da TV digital, além dos denominado Galeria. Além dos maneira que encontramos de novos programas, a TV Câmara ex-presidentes, um historiador colocar em nossa grade de pro- continuará transmitindo ao vivo da Câmara, em três programas, gramação séries e programas as reuniões ordinárias, sessões fez um relato do início da histó- que dizem respeito ao municí- solenes e também o Jornal da Câ- ria do Legislativo municipal. pio. Acreditamos que, abordan- mara, informativo semanal, que Outro programa em fase de pro- do temas locais, conseguiremos tem a duração de aproximada- dução é o Retrato Falado. Nele, uma maior empatia e identida- mente 30 minutos e é exibido o vereador conta sua trajetória de com o nosso público”, expli- antes da reunião ordinária da pessoal, política e profi ssional. cou a diretora da TV Câmara, segunda-feira. Em 15 minutos, o telespectador poderá ver um resumo da histó- ria do vereador, com fotos e ou- “Acreditamos que, abordando tras imagens ilustrativas. temas locais, conseguiremos uma Paralelamente, a TV Câmara vem fi rmando convênios com maior empatia e identidade com o universidades, como a UNIMEP, para a exibição de programas nosso público” elaborados pelos seus alunos, Marisa Libardi, diretora da TV Câmara e também com a TV USP, que

SERVIÇO A TV Câmara de Piracicaba é exibida pelo canal 8 da Net e alcança todo o município. De segunda a quinta, a partir das 17h e, em dias de sessões solenes, a partir das 20h. Mais informações pelo site www.ca- marapiracicaba.sp.gov.br. Até o segundo semestre a programação será transmitida pelo canal digital aberto 61.4 – da Rede Legislativa.

54 MARÇO DE 2013  TV CÂMARA DE POUSO ALEGRE (MG) Programação tem até aula de libras

A TV Câmara de Pouso Alegre, cidade de 130 mil habitantes a 370 km de Belo Horizonte, seria a princípio apenas um veículo dedicado a transmitir ao vivo as reuniões dos vereadores, mas a proposta inicial evoluiu para um projeto criativo, que expan- diu os limites da cidadania ao oferecer aos moradores do mu- nicípio programas de utilidade pública, entre os quais até mes- mo aulas de libras. Capaz de atingir um público diferenciado, as aulas de libras tem entre seus telespectado- res empresários interessados Switcher e mesa de corte da transmissão do Plenário da Câmara Municipal: em aprender a se comunicar grade variada com defi cientes auditivos, para que possam trabalhar melhor com os funcionários contrata- to de pessoas com defi ciência mara de Pouso Alegre conta dos com base na lei de cotas. auditiva”, disse. com informativos, programa Professores, recepcionistas e de entrevista com parlamenta- funcionários públicos também As aulas de libras, que já es- res, programas culturais, pro- fazem parte do grupo de teles- tão na terceira edição, são gramas destinados aos jovens, pectadores que todos os do- coordenadas pela Escola do cobertura das atividades da Câ- mingos reservam parte de seu Legislativo de Pouso Alegre mara Mirim, Câmara Jovem e tempo para aprender a lingua- e gravadas pela TV Câmara. Academia Juvenil de Letras, mi- gem brasileira de sinais. Para Fátima Belani, secretá- ni-documentários produzidos ria geral da Câmara, “a grade A servidora pública Giselle pelo Museu Municipal, trans- de programação da TV é um Gláucia Ribeiro Fonseca, re- missão das sessões itinerantes, instrumento efetivo de apro- cepcionista na Câmara Mu- cursos, como o realizado em ximação da população com nicipal de Pouso Alegre, já janeiro que preparou os novos os trabalhos desenvolvidos havia tido difi culdades no vereadores para o parlamento, pelo parlamento, contribuin- atendimento às pessoas sur- e programas feitos em parceria do para o aprimoramento das das e, com o curso, conta que com entidades fi lantrópicas. A ações empreendidas em todos atende os defi cientes auditivos grade de programação segue a os setores da Casa”. com tranquilidade. “Agora proposta feita desde a implan- conheço o alfabeto todo e os Além das aulas de libras e das tação da TV em dezembro de principais sinais, o que tem me transmissões ao vivo das reuni- 2010 e é capaz de atrair público ajudado muito no atendimen- ões dos vereadores, a TV Câ- de todas as idades.

SERVIÇO A TV Câmara de Pouso Alegre alcança todo o município e pode ser sintonizada no canal 21 da Master Cabo ou no 59 (TV aberta). Transmite duas horas de programação diárias – e mais as reuniões do Plenário ao vivo.

MARÇO DE 2013 55 ASSOCIADOS

 TV CÂMARA DE RIBEIRÃO PRETO Reformulação da programação dobrou audiência

A TV Câmara de Ribeirão Preto (SP) começou suas atividades em 1999, quando transmitia apenas as sessões solenes e ordinárias da casa legislativa. Na época apenas um jornalista apre- sentava a transmissão direto do plenário. Hoje, após 13 anos no ar, a emissora inova a cada dia com uma programação diferenciada que bus- ca cada vez mais atrair os telespectadores para os assuntos de interesse da comunidade. Até 2009 a TV legislativa não tinha estúdios de televisão e funcionava junto com a assessoria de Programa de debate trata dos temas discutidos pelos imprensa da Câmara. Em meados do mesmo vereadores: participação popular ano o novo diretor da TV Câmara Sérgio Figuei- redo, junto com o coordenador de Jornalismo Orlando Pesoti, resolveu inovar e transformar toda a programação da TV para atrair mais pú- blico e buscar junto com a comunidade progra- mas que falassem a linguagem popular. Com novas contratações e mais equipamentos foi possível elaborar programas que envolves- sem a comunidade, como o Câmara Interativa, apresentado pela jornalista Aline Matos e pelo apresentador Elton Figueiredo. O programa foi gravado em escolas públicas e particulares Programa Câmara Interativa: estudantes de escolas públicas de Ribeirão Preto com a participação de vere- discutem com vereadores os problemas da cidade adores, músicos e artistas locais. A plateia era recebe jornalistas e personalidades da cidade para de- composta pelos estudantes que faziam pergun- bater com os vereadores; o Cidade em Ação, apresenta- tas aos políticos sobre a Câmara. do pelos jornalistas Orlando Pesoti e Mirtes Wiernann, Em outubro de 2010 a TV Câmara inaugurou que leva informações sobre a cidade todos os dias pela um complexo de estúdios com mais de 100 manhã; e um programa de esportes apresentado pelo metros quadrados com redação de jornalismo, comentaria Luciano Neto, sempre com a presença de estúdios e área técnica. Com o novo estúdio foi um vereador e personalidades da área. possível a criação de novos programas e levar A TV também transmite um jornal de 30 minutos todas mais informações e interatividade ao público as terças e quintas, antes das sessões ordinárias. Com ribeirãopretano. essa nova reformulação e programação diferenciada Os destaques da grade, hoje, são os programas foi possível elevar a audiência da TV em mais de 100%, Bate Papo, com entrevistas dos vereadores e a segundo pesquisa realizada pela Presidência da Câma- história dos legisladores; o Transparência, que ra Municipal no fi nal de 2010.

SERVIÇO

A TV Câmara de Ribeirão Preto tem uma programação aberta no canal 33 UHF, TV Thathi – uma emisso- ra local, com oito horas de programação toda semana e mais oito horas de reprises nos fi nais de semana. Além disso, a TV legislativa entra nos canais 5 a cabo todas as manhãs, com programação ao vivo, e no canal 22 a cabo nos mesmos horários do canal em UHF. Em julho próximo ano a TV começa a operar em sistema digital com a rede legislativa no canal 61.

56 MARÇO DE 2013 ARTIGO

DRM – o rádio do século XXI

POR MARCELO GOEDERT E RAFAEL DINIZ*

DRM – Digital Radio Mondiale ção. Todas estas organizações acreditam apresentou-se ao Ministério das no sistema e a preferência pelo DRM é cla- O Comunicações para ser o sistema ra e explicada pelo sistema ser robusto e de rádio digital adotado em nosso país. de código aberto, ou seja, sem necessidade Muitos denominam o DRM de “sistema eu- de licenças para desenvolvimento e fabri- ropeu”, mas na verdade ele é um “sistema cação de produtos. Além disso, o DRM: mundial”, pois teve seu início na China, em 1997, e desde então vem sendo desenvolvi- • Não possui segredos industriais; do por organizações de todo o mundo. Por • Utiliza codecs de áudio abertos e co- ser aberto e livre, permite essa pluralidade nhecidos, como o AAC (mesmo da TV de desenvolvedores. O Brasil já participa do digital brasileira); desenvolvimento, pois já acontecem estu- • É o único padrão que funciona com- dos (Unicamp/SP, PUC-Rio) para a incor- provadamente bem em todas as ban- poração do Ginga (o middleware desenvol- das de radiodifusão terrestre – Ondas vido para a TV Digital brasileira) ao DRM, Médias, Ondas Tropicais, Ondas Cur- ou seja, uma nacionalização do sistema que tas e VHF (faixa do FM e canais de TV tem tudo para tornar-se o Sistema Brasilei- de 2 ao 13) de acordo com a UIT, ór- ro de Rádio Digital. gão da ONU para comunicações; O DRM é organizado e divulgado pelo • É econômico e sustentável; Consórcio DRM (www.drm.org), uma en- • Otimiza o espectro, utilizando largura tidade sem fi ns lucrativos, com sede na de banda menor do que o FM analógi- Suíça e atualmente com mais de 100 orga- co (o DRM ocupa 100kHz na faixa do nizações associadas. Entre os membros en- FM e 10kHz no AM); contram-se renomados institutos de pes- quisa (Franhofer IIS, RFmondial, Dolby • Oferece mais conteúdo aos ouvintes, Laboratories, entre outros), emissoras pú- com textos, imagens, programas inte- blicas (BBC, All India Radio, Radio Fran- rativos e tudo mais que puder ser di- ce, Voice of Russia, Radio Vaticana, entre gitalizado; outras), indústrias de transmissores (Am- • Excelente qualidade de som em qual- pegon, BE, Continental, Nautel, Harris, quer faixa de frequência – som do AM Transradio, entre outros), fabricantes de é tão bom quanto o do FM, e o FM chipsets (Frontier Silicon, NXP, Dibcom se transforma em som imersivo de alta Parrot, entre outros), além de outras or- defi nição. ganizações de peso (Sony, JVC Kenwood, Robert Bosch, etc.). A BT – Broadcast No Brasil, o DRM já recebeu apoio de enti- Transmitters, indústria de transmissores dades como a ABIRD (Ass. Brasileira da In- de Porto Alegre – RS, associou-se em 2012 dústria da Radiodifusão) e a AMARC (Ass. ao Consórcio DRM e outras organizações Mundial das Rádios Comunitárias), entre brasileiras estão em processo de associa- outras. Em 2012 foi criada a Plataforma

MAIO DE 2012 57 ARTIGO

DRM Brasil (www.drm-brasil.org). Com obje- conceito livre, aberto e de última geração tivos semelhantes aos do Consórcio DRM, a compactua com a tendência tecnológica e Plataforma DRM Brasil organiza e divulga o midiática mundial. As possibilidades são in- sistema no Brasil, além de ser um fórum de fi nitas. discussões sobre a implantação do rádio digi- tal em nosso país. *Marcelo Goedert e Rafael O rádio digital é uma nova mídia que altera Diniz representam o padrão DRM os paradigmas do rádio como conhecemos. no Brasl. Na próxima edição Eleva o meio rádio ao patamar do mundo vamos publicar artigos sobre digital e permite a convergência com as no- os demais padrões. Contatos: vas mídias que hoje dominam nossa socieda- representacaodrmbrasil@gmail. de fl uída e pós-moderna. O DRM, com seu com e [email protected].

58 MAIO DE 2012 Leia no próximo número da Revista da Astral

• A Rede Legislativa e a disputa pela faixa de 700 Mhz

• Interatividade: como o cidadão pode infl uir no Legislativo pela TV

• Como as emissoras se preparam para transmitir em sinal aberto

• TV Câmara e TV Senado: modelos de programação

• A escolha do padrão de rádio digital do Brasil

REVISTA DA ASTRAL A melhor maneira de saber o que acontece na rede de comunicação que leva aos brasileiros as notícias do Legislativo nos municípios, estados e no Congresso Nacional.

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