Os Inventores Do New Deal. Estado E Sindicato Nos Estados Unidos Dos Anos 1930
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Os inventores do New Deal. Estado e sindicato nos Estados Unidos dos anos 1930 Por Flávio Limoncic Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graudação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor em História Social. Orientador: Professor Doutor Francisco Carlos Teixeira da Silva Rio de Janeiro Junho de 2003 2 Os inventores do New Deal. Estado e sindicato nos Estados Unidos dos anos 1930 Por Flávio Limoncic Orientador: Professor Doutor Francisco Carlos Teixeira da Silva Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graudação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Doutor em História Social. Aprovada por: _______________________________________________________ Presidente, Prof. Dr. Francisco Carlos Teixeira da Silva (Orientador) ______________________________________________ Prof. Dra. Ângela de Castro Gomes (UFF) ______________________________________________ Prof. Dra. Barbara Weinstein (Universidade de Maryland) ______________________________________________ Prof. Dr. Lincoln Penna (UFRJ) _____________________________________________ Prof. Dra. Marieta de Moraes Ferreira (UFRJ) Rio de Janeiro Junho de 2003 3 LIMONCIC, Flávio,1964- Os inventores do New Deal. Estado e sindicato nos Estados Unidos dos anos 1930/ Flávio Limoncic. – Rio de Janeiro: mimeo, 2003. (Tese de Doutorado) Inclui bibliografia 1. História – 2. Movimento Operário – 3. Estados Unidos – 4. Brasil – 5. New Deal – 6. Era Vargas – 7. Populismo – 8. Corporativismo – 9. Pluralismo 4 Resumo O New Deal constitui o grande ausente do cenário internacional no qual a Era Vargas é usualmente contextualizada. O presente trabalho tem por objetivo contribuir para a superação de tal lacuna, evidenciando que nos anos 1930, nos quadros de crise da regulação concorrencial do capitalismo, gestaram-se e consolidaram-se, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, novas idéias de Estado interventor e regulador do mercado de trabalho. A rigor, desde o século XIX, o Estado americano realizou uma profunda intervenção sobre os esforços associativos autônomos dos trabalhadores americanos, fosse com o objetivo de desarticulá-los, mantendo a contratação individual do trabalho nos quadros da regulação concorrencial, fosse com o objetivo de estimulá-los, incentivando a contratação coletiva do trabalho – já durante o New Deal - nos quadros da gestação da regulação fordista keynesiana. Com tal análise, busca-se evidenciar que o Estado americano teve peso fundamental na configuração do movimento sindical americano, questionando portanto a visão que o percebe como mero reagente dos inputs proporcionados por grupos de interesses privados e autônomos. Conseqüentemente, questiona-se a validade explicativa do conceito de corporativismo, conforme proposto pela ciência política, para se pensar as relações entre o Estado brasileiro e o movimento sindical a partir da Era Vargas. 5 Abstract If, in the XIXth century, the American state, through its courts, systematically disorganized American workers’ organizations in order to avoid collective bargaining, during the New Deal it changed its approach and stimulated workers organizations, and collective barganing, as a means to overcome the Great Depression. Therefore, American state had a fundamental role in shaping the American labor movement. The aim of this work is to analyze the role of the state in this process, particularly during the New Deal, in order to challenge the usual view that the American and the Brazilian experiences, in the 1930s, were in the opposite extremes of the pluralist and the corporatist models of relationship between the state and the labor movement. 6 SUMÁRIO Lista de siglas ............................................................................................................... 12 Glossário ........................................................................................................................ 14 Apresentação ................................................................................................................. 16 Capítulo 1: A ação desarticulatória do Estado sobre o movimento sindical americano: a contratação individual do trabalho 1.1. A nova história americana do trabalho .................................................... 26 1.2. O Estado americano no século XIX ........................................................ 41 1.3. O Poder Judiciário e a desarticulação do movimento operário ................ 50 1.4. O Movimento Progressista ....................................................................... 67 1.5. Herbert Croly, John Commons e a defesa dos grupos de interesses ............................................................................. 78 Capítulo 2: Fordismo, contratação do trabalho e Grande Depressão 2.1. A Primeira Guerra e a questão operária .................................................... 87 2.2. O papel regulatório dos sindicatos ............................................................ 95 2.3. A indústria automotiva: o fordismo e a centralidade da relação salarial ...................................................................................... 104 2.4. A Grande Depressão .................................................................................. 123 Capítulo 3: A NIRA e a contratação do trabalho na indústria automotiva 3.1. Quem governa as vidas de 80 mil trabalhadores? ..................................... 131 3.2. O New Deal e o mundo do trabalho: uma breve discussão historiográfica ............................................................................. 136 3.3. O New Deal como pacto social .................................................................. 140 3.4. A primeira fase do New Deal: a NIRA ...................................................... 151 3.5. A NIRA e a indústria automotiva .............................................................. 161 Capítulo 4: O Estado organizando o movimento sindical: a NLRA e a contratação coletiva do trabalho na indústria automotiva 4.1. A NLRA ..................................................................................................... 178 4.1.1. A determinação da unidade de negociação e a regra da maioria ................................................................................ 185 4.2. A NLRB e a disputa entre a AFL e o CIO ................................................ 192 4.3. A NLRB e a indústria automotiva ............................................................. 205 4.4. O esvaziamento político da NLRB ........................................................... 224 4.5. Uma ordem contratualista de relações de trabalho .................................... 233 7 Capítulo 5: Os inventores do New Deal: Estado e sindicato nos Estados Unidos e no Brasil 5.1. Estados Unidos: o papel do Estado ........................................................... 241 5.2. Brasil: o papel da sociedade ...................................................................... 247 5.3. Uma agenda de trabalho: a Era Vargas e a construção de um novo modo de regulação do capitalismo brasileiro ........................ 258 Conclusão ......................................................................................................................... 264 Fontes ............................................................................................................................... 268 Bibliografia ...................................................................................................................... 278 8 Agradecimentos No momento em que o Estado brasileiro está sendo reinventado, é importante afirmar a importância dos institutos públicos de ensino superior e de fomento à pesquisa para a produção do conhecimento no Brasil. Portanto, agradeço à Capes tanto pela bolsa de doutorado como pela bolsa PDEE que me permitiu um período de pesquisas e estudos em arquivos e bibliotecas americanos e na Universidade de Maryland, College Park, e ao Programa de Pós-Graduação em História Social do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS-IFCS-UFRJ). No âmbito do PPGHIS, agradeço em particular ao meu orientador, Professor Francisco Carlos Teixeira da Silva, exemplo de dedicação à formação de novos historiadores, e aos professores Manuel Salgado Guimarães Filho, Manuela Souza Silva, Carlos Fico, Marieta de Moraes Ferreira e Anita Prestes. Os três primeiros, por seus cursos de historiografia e metodologia que enriqueceram minha forma de compreender a história, as duas últimas por terem participado da banca de qualificação do projeto com importantes críticas e sugestões. O Departamento de História da Universidade de Maryland veio a ser uma segunda casa acadêmica. O Professor Daryle Williams, além de ter sido meu orientador, tornou-se, ao lado de seu companheiro, James Rolstrom, um amigo próximo, tanto em Washington quanto no Rio de Janeiro. Com os Professores Gary Gerstle e David Sicilia, entrei em contato com a produção historiográfica sobre o fabuloso mundo dos trabalhadores industriais americanos sem a qual este trabalho não teria sido possível. 9 Alguns professores de Maryland, se não tiveram relação direta com minha estada na Universidade, acabaram por fazer parte de meu círculo de relações e gostaria de a eles estender meus agradecimentos. O Professor Stephan Palmié e sua esposa, Doris, revelaram- se vizinhos sempre dispostos a dividir as inúmeras aventuras