FUTEBOL BRASILEIRO: ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Adriano da Nobrega Silva Consultor Legislativo da Área IV Finanças Públicas

Antonio Marcos Silva Santos Consultor Legislativo da Área III Direito Tributário / Tributação

ESTUDO TÉCNICO SETEMBRO DE 2019

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SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...... 4 PANORAMA ECONÔMICO-FINANCEIRO DOS CLUBES DE FUTEBOL ...... 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 13 REFERÊNCIAS ...... 13

Adriano da Nobrega Silva / Antonio Marcos Silva Santos O conteúdo deste trabalho é de exclusiva responsabilidade de seu autor. 4

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Excelentíssimo Senhor Deputado Federal Pedro Paulo solicitou um panorama econômico-financeiro dos clubes de futebol brasileiros. A fim de se promover a análise solicitada, foram utilizados os demonstrativos contábeis dos seguintes clubes: Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Botafogo, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport, Vasco da Gama e Vitória. A seleção levou em conta o fato de que esses 19 clubes foram objeto de análise tanto no relatório "Finanças dos clubes brasileiros em 2018" de autoria da Sports Value, quanto no relatório "Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol em 2018" de autoria do Itaú BBA 1.

PANORAMA ECONÔMICO-FINANCEIRO DOS CLUBES DE FUTEBOL

O segmento econômico relacionado ao futebol levando em conta os 19 clubes analisados gerou no Brasil no ano de 2018 cerca de 5 bilhões de reais (Figura 1), com grande concentração dos clubes localizados no Rio de Janeiro e em São Paulo (Figura 2). Esse resultado, por si só, indica que o mercado do futebol se mostra promissor no país.

Figura 1 – Receita Líquida em 2018 (milhões de R$)

CHAPECOENSE 75 GOIÁS 75 VITÓRIA 83 CORITIBA 96 SPORT 99 BAHIA 127 ATLÉTICO-PR 151 BOTAFOGO 167 SANTOS 218 ATLÉTICO-MG 246 VASCO DA GAMA 249 INTERNACIONAL 264 FLUMINENSE 281 CRUZEIRO 374 GRÊMIO 384 SÃO PAULO 410 CORINTHIANS 446 FLAMENGO 517 PALMEIRAS 602 0 100 200 300 400 500 600 700

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores.

1 Adicionalmente, os relatórios apontados trouxeram dados relativos ao Ceará Sporting Club. O mesmo, contudo, não foi objeto do presente estudo tendo em vista que os demonstrativos contábeis relativos ao ano de 2018 não discriminavam separadamente os gastos com pessoal.

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Figura 2 – Participação na Receita Líquida em 2018

SPORT CORITIBA VITÓRIA GOIÁS CHAPECOENSE BAHIA 2% 2% 2% 2% 2% PALMEIRAS 3% 12% ATLÉTICO-PR 3% FLAMENGO BOTAFOGO 11% 3%

SANTOS 4%

ATLÉTICO-MG 5% CORINTHIANS 9% VASCO DA GAMA 5%

INTERNACIONAL SÃO PAULO 5% 8%

FLUMINENSE GRÊMIO 6% CRUZEIRO 8% 8%

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores. Quando são analisados os resultados do ano, contudo, o cenário mostra-se bem mais modesto. O superávit líquido dos 19 clubes em conjunto é de apenas 32 milhões de reais, o que representa pouco mais de 0,66% de rentabilidade (resultado / receita líquida).

Dos dezenove clubes analisados, onze apresentaram déficit no ano de 2018. Considerando-se a rentabilidade apenas dos clubes restantes, ela oscilou entre 2% (São Paulo) e 26% (Vasco da Gama), apresentando-se, em média, no patamar de 11% (Figura 4). Um aspecto que deve ser considerado ao se promover a análise da rentabilidade é o de que, em sua maioria, os clubes de futebol brasileiros adotam a forma de associações e a legislação tributária exige como requisito para gozo de isenção fiscal que as mesmas não apresentem superávit ou, caso o apresentem, que o mesmo seja aplicado na manutenção dos objetos institucionais. Assim, poder-se-ia considerar que os resultados negativos da maioria dos clubes em 2018 foram devidos à realização de investimentos pelos clubes nesse ano.

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Figura 3 – Resultado do Exercício em 2018 (milhões de R$)

Vasco da Gama 64,93 Palmeiras 63,72 Grêmio 53,51 Flamengo 45,89 Atlético-PR 16,47 Goiás 9,33 São Paulo 7,24 Bahia 4,48 Fluminense -1,48 Coritiba -2,61 Vitória -3,98 Internacional -9,57 Sport -14,38 Botafogo -17,21 Corinthians -18,77 Atlético-MG -21,85 Cruzeiro -27,24 Chapecoense -38,66 Santos -77,39

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores. Figura 4 – Rentabilidade em 2018

Santos -36% Sport -15% Botafogo -10% Atlético-MG -9% Cruzeiro -7% Vitória -5% Corinthians -4% Internacional -4% Coritiba -3% Fluminense -1% São Paulo 2% Bahia 4% Flamengo 9% Palmeiras 11% Atlético-PR 11% Goiás 12% Grêmio 14% Vasco da Gama 26% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30%

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores. A fim de verificar essa possibilidade, apurou-se o montante do patrimônio líquido dos clubes de futebol e constatou-se que onze dos dezenove clubes apresentam passivo a descoberto (patrimônio líquido negativo) o que

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indica que os próprios aportes de recursos feitos pelos associados para a composição do patrimônio dos clubes estão sendo comprometidos (Figura 5).

Figura 5 – Patrimônio Líquido em 2018

Atlético-PR 424 Internacional 337 Corinthians 236 Atlético-MG 133 São Paulo 107 Palmeiras 60 Sport 20 Flamengo 1 Goiás -12 Chapecoense -23 Vitória -24 Cruzeiro -46 Coritiba -55 Grêmio -60 Bahia -108 Fluminense -257 Santos -302 Vasco da Gama -358 Botafogo -654 -700 -500 -300 -100 100 300

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores. Entre os componentes dos custos dos clubes de futebol, os gastos com pessoal variam entre 29% (vinte e nove por cento) e 75% (setenta e cinco por cento), apresentando um patamar médio correspondente a 50% (cinquenta por cento) das receitas líquidas (Figura 6).

Um indicador que tem sido utilizado para se estimar a capacidade que os clubes têm para quitar suas dívidas é fazer novos investimentos é o LAJIDA – Lucro Antes dos Juros, Impostos sobre Renda incluindo Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Depreciação e Amortização ou, em inglês, EBITDA ( Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization ). Nos termos da Instrução Normativa CVM nº 527, de 4 de outubro de 2012, o LAJIDA é resultado líquido do período, acrescido dos tributos sobre o lucro, das despesas financeiras líquidas das receitas financeiras e das depreciações, amortizações e exaustões e dele não se pode excluir quaisquer itens não recorrentes, não operacionais ou de operações descontinuadas. Na análise que promoveu dos clubes de futebol, o Itaú BBA utilizou a expressão "geração de caixa" como equivalente ao Lajida (Itaú BBA, 2018). Embora o conceito diga respeito, por se basear no resultado contábil ajustado, ao fluxo

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econômico e não ao fluxo financeiro, fez-se uso no presente estudo da mesma expressão utilizada no estudo citado.

Figura 6 – Gastos com Pessoal sobre Receita em 2018

Sport 75% Chapecoense 74% Cruzeiro 69% Goiás 61% Santos 58% Bahia 57% Coritiba 55% Atlético-MG 53% Vitória 53% Vasco da Gama 48% Corinthians 48% Internacional 45% Flamengo 44% Atlético-PR 43% Botafogo 42% São Paulo 36% Fluminense 36% Grêmio 30% Palmeiras 29% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores.

A capacidade de geração de caixa dos clubes foi bastante assimétrica no ano objeto da análise 2. O Palmeiras possui a capacidade de gerar 172 milhões de reais por ano ao passo que o Santos e o Chapecoense não geram um único real. A geração de caixa média foi de 50 milhões de reais por ano em 2018 (Figura 7).

Dividindo-se o montante da dívida pela geração de caixa no ano, tem-se o número de anos necessário para a quitação dos débitos. Três clubes apresentam-se totalmente fora da curva de análise. O Santos e o Chapecoense apresentaram geração de caixa negativa, o que significa dizer que jamais conseguirão pagar seus passivos, enquanto o Cruzeiro necessitará de mais de

2 Utilizou-se como indicativo da capacidade de geração de caixa o Lucro Antes dos Juros, Impostos sobre Renda incluindo Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Depreciação e Amortização - LAJIDA (em inglês EBITDA) conforme Instrução Normativa CVM nº 527, de 2012.

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duzentos anos. Os demais clubes necessitam, em média dez anos para honrar seus compromissos (Figura 8).

Figura 7 – Geração de Caixa (LAJIDA/EBITDA) em 2018

200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 -

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores. Figura 8 – Anos necessários para quitar as Dívidas

São Paulo 2 Grêmio 2 Palmeiras 3 Goiás 3 Flamengo 3 Vasco da Gama 6 Corinthians 7 Fluminense 9 Bahia 9 Vitória 10 Sport 10 Coritiba 11 Internacional 11 Atlético-PR 15 Atlético-MG 28 Botafogo 34 Cruzeiro Chapecoense Santos 0 20 40 60 80 100

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores. Um aspecto negativo da adoção do modelo associativo pela maioria dos clubes de futebol diz respeito ao fato de que os recursos disponíveis para o financiamento das atividades têm origens bastante restritas, sendo provenientes ou dos associados, que já convivem com um cenário de passivo a

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descoberto, ou do Sistema Financeiro, que cobra uma remuneração maior pelos empréstimos ou financiamentos nessas situações. Dos dezenove clubes, dezesseis possuem despesas financeiras maiores que as receitas financeiras, chegando a comprometer, em média, sete por cento da receita líquida a esse título (Figura 9).

Figura 9 – Despesa Financeira Líquida sobre Receitas em 2018 (milhões de R$)

Fluminense 47 Grêmio 47 Corinthians 45 Botafogo 30 Internacional 29 Santos 29 Palmeiras 21 Atlético-MG 19 Flamengo 18 Cruzeiro 17 Vasco da Gama 16 Coritiba 13 São Paulo 11 Sport 9 Bahia 7 Goiás 2 Vitória 0 Chapecoense 0 Atlético-PR 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores. Nesse cenário de escassez de recursos, os clubes de futebol têm recorrido à prática de escolher quais os credores que serão pagos e, em geral, as dívidas com o Fisco não são pagas. O montante dos débitos tributários (R$ 2,5 bilhões) em relação aos demais débitos (R$ 7 bilhões) varia de 2% (Chapecoense) a 86% (Flamengo), sendo, em média, de 36% (Figura 10). Analisando-se mais detidamente o caso do Flamengo, uma vez que este apresenta o maior montante de débitos fiscais, nota-se que a grande maioria dessas dívidas é de longo prazo e seu patamar não tem se reduzido ao longo dos anos, o que denota que a prática governamental da concessão de sucessivos parcelamentos especiais tem sido infrutífera (Figura 11). A redução no patamar da dívida do clube verificado deu-se pela redução de multas e juros

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para a inclusão de débitos antigos no parcelamento especial da Lei nº 13.155/2015.

Figura 10 – Dívidas e Dívidas Fiscais em 2018

Chapecoense 43 Goiás 45 Vitória 50 Bahia 167 Sport 175 Coritiba 242 São Paulo 270 Atlético-PR 296 Grêmio 316 Flamengo 358 Santos 408 Cruzeiro 445 Palmeiras 463 Corinthians 477 Vasco da Gama 531 Atlético-MG 595 Fluminense 629 Internacional 669 Botafogo 731 - 100 200 300 400 500 600 700 800

Dívidas Fiscais Dívidas

Fonte: Sports Value (2019). Elaboração: Autores.

Figura 11 –Dívidas Fiscais do Flamengo em 2018 (milhões de R$)

450 400 350 300 250 200 150 100 50 - jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16 jan/17 jan/18

Passivo Circulante Passivo Não-Circulante

Fonte: Demonstrações financeiras dos 19 clubes relativas a 2018. Elaboração: Autores.

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Para efeito de comparação, conforme recente matéria veiculada no sítio da Forbes na Internet, dos vinte clubes de futebol com maior valor no mundo, a dívida média equivale a apenas nove por cento do valor corrente, apenas dois deles apresentam rentabilidade negativa e a rentabilidade média gira em torno de quinze por cento (Tabela 1).

Tabela 1 – Vinte Maiores Clubes de Futebol do Mundo (milhões de US$)

Time Valor Dívidas Dívidas Receitas Resultado Rentabilidade Corrente / Operacional Valor Real Madrid 4.239 42 1% 896 112 13% Barcelona 4.021 - 0% 824 -37 -4% Manchester United 3.808 724 19% 795 238 30% Bayern Munich 3.024 - 0% 751 129 17% Manchester City 2.688 - 0% 678 168 25% Chelsea 2.576 - 0% 597 127 21% Arsenal 2.268 249 11% 520 102 20% Liverpool 2.183 65 3% 613 128 21% Tottenham Hotspur 1.624 601 37% 511 212 41% Juventus 1.512 136 9% 480 47 10% Paris Saint-Germain 1.092 - 0% 646 53 8% Atletico de Madrid 953 219 23% 363 38 10% Borussia Dortmund 896 - 0% 379 14 4% Schalke 04 683 82 12% 291 13 4% Inter Milan 672 336 50% 335 73 22% AS Roma 622 255 41% 298 25 8% West Ham United 616 62 10% 236 49 21% AC Milan 583 245 42% 248 -27 -11% Everton 476 - 0% 254 -11 -4% Newcastle United 381 - 0% 240 79 33% Total 34.917 3.016 9% 9.955 1.532 15% Fonte: OZANIAN (2019) Elaboração: Autores. Considerando que a rentabilidade média dos clubes brasileiros que têm sido bem-sucedidos (Figura 4) não se encontra tão distante daquela verificada no plano internacional (Tabela 1) e que a dívida total dos clubes brasileiros de cerca de sete bilhões de reais cai para menos de dois bilhões de dólares em virtude da cotação do dólar, pode-se concluir que há espaço para investidores estrangeiros trazerem seus recursos para o futebol brasileiro.

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Outro aspecto a considerar é o de que caso venham a adotar, exemplificativamente, o modelo de sociedade anônima, os clubes de futebol, além de recorrem aos recursos dos acionistas, poderiam emitir debêntures e assim obter recursos a um custo mais acessível que o cobrado no Sistema Financeiro, o que contribuiria para o aumento de sua rentabilidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Da análise das demonstrações financeiras dos 19 clubes de futebol objeto do presente estudo, apresentam-se as seguintes observações:

a) apesar de apresentarem, em geral, elevadas receitas, a rentabilidade da maioria dos clubes é baixa ou negativa;

b) os gastos com pessoal são um dos mais importantes componentes de custo dos clubes de futebol, sendo responsáveis pelo dispêndio de metade da receita líquida.

c) com o caixa gerado no ano de 2018 os clubes necessitariam, em média, de 10 anos para quitar suas dívidas, exceção feita a três clubes que necessitariam, no mínimo, de duzentos anos para realizar o pagamento.

d) déficits sucessivos têm feito com que muitos clubes apresentem passivo a descoberto;

e) sem prejuízo do exposto nos itens anteriores, a rentabilidade média dos clubes que apresentam superávit se mostra compatível com a verificada internacionalmente, o que pode atrair investidores estrangeiros; e

f) o volume de dívidas (tributárias e não-tributárias), apesar de elevado, pode atrair, dada a rentabilidade dos clubes bem-sucedidos e a cotação do dólar, o interesse de investidores estrangeiros.

REFERÊNCIAS

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CORITIBA FOOT BALL CLUB. Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2018 e 2017 . Disponível em: https://portal.coritiba.com.br/Content/Arquivos/pdfs/balanco_2018.pdf Acesso em 30 set 2019.

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CLUBE ATLÉTICO MINEIRO. Demonstrações contábeis em 31 de dezembro de 2018 e 2017 . Disponível em: http://jornal.iof.mg.gov.br/xmlui/handle/123456789/218609?paginaCorrente=01 &posicaoPagCorrente=218594&linkBase=http%3A%2F%2Fjornal.iof.mg.gov.br %3A80%2Fxmlui%2Fhandle%2F123456789%2F&totalPaginas=42&paginaDest ino=16&indice=0 Acesso em 30 set 2019.

CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO. Demonstrações Financeiras em 31 de dezembro de 2018 e relatório dos auditores independentes . Disponível em: https://www.flamengo.com.br/transparencia/demonstracoes-financeiras Acesso em 30 set 2019.

CRUZEIRO ESPORTE CLUBE. Demonstrações Financeiras em 31 de dezembro de 2018 e relatório dos auditores independentes. Disponível em: https://cms.cruzeiro.com.br/ckfinder/userfiles/files/Balanco2017-2018.pdf Acesso em 30 set 2019.

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