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– ção Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica ências da Comunicação na Região Sudeste – ão Paulo – XIII Congresso de Ci S 07 a 10 de maio de 2008.

A representação fotográfica de Rogério Ceni, o herói tricolor1

ÃES 2 Alexandre Huady Torres GUIMAR Pedro Michepud RIZZO3 ão Paulo, SP Universidade Presbiteriana Mackenzie, S

RESUMO

ção fotográfica de Rogério O presente trabalho busca analisar a representa Ceni, capa do Jornal Lance! ós a conquista do pentacampeonato brasileiro pela equipe do São , ap ção o perfil do Paulo Futebol Clube, no ano de 2007. Este trabalho leva em considera úmeros fatores, é tomado tanto pelo clube quanto pela tor ão goleiro que, por in cida s ói, fato ressaltado pelo discurso do fotógrafo Ari Ferreira. paulina como her

PALAVRAS-CHAVE: ério Ceni; herói; análise Fotojornalismo esportivo; Rog ética. imag

Rogério Ceni: o princípio.

ério Ceni, nasceu no ano de 1973 O goleiro artilheiro, Rog na cidade de Pato á, de onde se mudou para Sinop, cidade interiorana do estado Branco, interior do Paran do Mato Grosso. ória esportiva. Primeiramente como atleta de vôlei Em Sinop inicou sua trajet ário ítulos, e posteriormente integrando a equipe da cidade, com a qual conquistou v s t ção do estado, para, com ela disputar em 1989, os jogos estudantis integrando a sele brasileiros.

1 – ção Audiovisual, do Inovcom, evento componente do XIII Congresso de Trabalho apresentado no GT Comunica ências da Comunicação na Região Sudeste Ci 2 ão Paulo Doutor pela Universidade de S , mestre pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, professor em regime de ção integral ção e Letras da UPM, onde é líder da dedica do Centro de Comunica s disciplinas de Fotografia do Curso ção e Jornalismo, ção de Publicidade, Propaganda e Cria professor de Fotografia e Reda ; membro do Grupo de ção e Esporte; do Grupo de Pesquisa NAU úcleo Audivisual e do Grupo de Pesquisa Pesquisa Comunica -N ídia. Linguagem, sociedade e identidade: estudos sobre a m 3 ção e Letras da UPM Graduando do curso de Jornalismo do Centro de Comunica , onde participa do Grupo de ção e Esporte. Pesquisa Comunica

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ós sua estada nas quadras de vôlei, em 1990 Ap passou a compor o elenco do ção de terceiro goleiro. Sua ória futebolista começou Sinop Futebol Clube, na condi hist como volante do time do Banco do Brasil, empresa para a qual trabalhava. Foi neste time que, atuou pela primeira vez embaixo das traves, quando seu chefe, goleiro titular, esteve ausente em uma partida. ção de Em sua estada na equipe mato-grossense, o arqueiro conquistou a posi ós a lesão dos primeiros goleiros. À frente do gol do Sinop Futebol Clube, titular ap ério Ceni já demonstrou um bom desempenho com boas defesas que o firmaram Rog como titular e um dos principais integrantes da equipe na conquista do campeonato estadual de 1990. ês meses após a vitória do campeonato mato ério Ceni fez Tr -grossense, Rog ão Paulo Futebol Clube onde, ainda em 1990, foi aprovado para testes na equipe do S ítulos. iniciar uma carreira repleta de t

Rogério Ceni e sua história no Estádio Cícero Pompeu de Toledo.

ério Ceni é popularmente conhecido Apesar de sua passagem pelo Sinop, Rog ão Paulo Futebol Clube. como um jogador de apenas um clube, no caso, o S ão paulina na Hoje admirado pela torcida, o goleiro artilheiro adentrou a equipe s época em que Telê Santana comandava a equipe tricolor em diversos títulos. Na reserva ão mundial nos anos de 1992 e 1993, integrou o time B do do goleiro , bi-campe ão Paulo, à época conhecido Expressinho Tricolor S , que conquistou em 1994 a Copa Conmebol. ós a saída de Zetti em 1997, Rogério Ceni assumiu a condição de goleiro Ap í ítulos, recordes e a idolatria da torcida titular conquistando, a partir da , diversos t ádios: “ ó nós temos tricolor, que costumeiramente brada nos est Todos tem goleiro, s ério Ceni”. Rog

A galeria de títulos de Rogério Ceni no São Paulo Futebol Clube.

ério Ceni conquistou ês títulos, No comando do time do Morumbi, Rog vinte e tr érica entre eles o Campeonato Mundial de Interclubes, a da Am , a ões da Conmebol Recopa Sulamericana, a Copa Conmebol, a Copa dos Campe , o ão Paulo Campeonato Brasileiro, o , o Torneio Rio - S e, enquanto

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ão Paulo Futebol Clube, o Campeonato participante da equipe de base do S Paulista ça São Paulo de Futebol Júnior Metropolitano Juvenil e a Ta ,

A galeria de recordes de Rogério Ceni no Tricolor do Morumbi.

ério Ceni somou inúmeros recordes, como o No clube do Morumbi, Rog de ão Paulo jogador que mais atuou pelo S , superando Valdir Peres que somou 617 ério Ceni já contava com a partidas, tendo em vista que em dezembro de 2007 Rog ção em 788 partidas; o jogador que mais atuou pelo clube participa na Copa Libertadores érica, com 46 jogos é julho de 2007; o jogador que mais atou pelo me da Am at smo time íno que participou de no campeonato brasileiro, superando o vasca ão Paulo na Copa Libertadores da América 308 jogos; o de maior artilheiro do S , üller com 10 gols marcados e, ainda o de igualando-se a , a Palhinha e a M ória ão paulina goleiro da hist s que mais tempo ficou sem tomar gols, superando Valdir ía o recorde de 694 minutos sem gols em 1983. Peres que possu

A galeria de recordes e prêmios individuais de Rogério Ceni.

ério Ceni, por três vezes, entrou na lista Rog dos dez melhores goleiros do êmio em 2007; foi o detentor da terceira maior mundo; foi indicado ao pr üência invicta no futebol brasileiro atuando pelo São Paulo Futebol Clube por 988 seq é dezemb é o maior minutos sem sofrer gol; e com 78 gols marcados at ro de 2007 goleiro artilheiro do futebol mundial. êmios individuais constam: Entre sua galeria de pr melhor goleiro do ão (2007), Craque da Torcida Campeonato Brasileiro (2007), Rei da Bola do Brasileir – – (2007), Bola de Prata (2007), Melhor jogador do Campeonato Brasileiro – Placar (2006), 2006 - Melhor goleiro do Campeonato Brasileiro (2006), Bola de Prata – (2006), Melhor jogador do Mundial de Clubes da FIFA (2005), Melhor jogador da – Placar – final do Mundial de Clubes da FIFA (2005), Bola de Prata (2004), Bola de – Placar – – Placar – Prata (2003) e Bola de Prata (2000).

Rogério Ceni e a Seleção Brasileira.

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ério Ceni participou da Seleção Brasileira nos Entre os anos de 1997 e 2006, Rog ções ábia Saudita ão, seguintes eventos: Copa das Confedera na Ar , quando foi campe órias da Copa do Mundo de 2000/01; Copa do Mundo do Japão/Coréia eliminat , quando ém foi campeão; Copa do Mundo da Alemanha, além de jogos amistosos. tamb

O herói Rogério Ceni.

ói é um ítico dotado de carisma, d ça e de grandez O her ser m e lideran a que surge pela necessidade que um determinado povo, uma determinada cultura tem de assumir ência integral. épocas e em diversas culturas pulularam os sua consci Durante as diversas óis. her átia Rubio (2001, p.90), a “forç ísica, destreza e coragem são Conforme K a f ói, que pode contar, ocasionalmente e por acréscimo, com a atributos do her ência” intelig êm desde os tempos da Grécia antiga, passando No ocidente, os registros adv édia e pela Idade Moderna. Nestes momentos inú ão pela Idade M meros nomes s íblicas, literárias, sociais, bélicas íticas entre outras. lembrados em narrativas b , pol âneo também carece de e forma seus heróis O homem contempor , consoante as ções de seu óis atuais reflet coordenadas e fei tempo e sua cultura, assim os her em necessariamente as necessidades e os dramas deste homem da atualidade e de sua cultura.

óis, seus semideuses, Como toda cultura, a cultura de massa produz seus her é exatamente a decomposição do embora ela se fundamente naquilo que áculo ética. Mas, precisamente a mitologização é sagrado: o espet , a est ão há verdadeiros deuses; heróis e semideuses participam da atrofiada: n ência empírica, enferma e mortal. (MORIN, 1997, p. 109) exist

ói moderno é muitas vezes criado e Pertencente a uma coletividade o her çado pela mass mídia é uma fonte constante de confecção de heróis. alicer . O cinema ção hollywoodiana, européia ou de outros grupos culturais, o herói Seja na produ üentemente surge nas telas. Porém, o compromisso da sétima arte com a verdade freq ão é obriga ório e, no mais das vezes, o receptor das imagens em movimento sabe que n t á diante de uma narrativa ficcional. est ção está área jornalística, Entretanto, quando o suporte da constru dentro da ém não mantenha um compromisso integral com a r mesmo que esta tamb ealidade, uma

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é comum a postura passiva do receptor que vez que todo texto traz em si um discurso, na maior parte das vezes apenas absorve a mensagem sem refletir e questionar a údo proposto. abordagem do conte é um vasto campo para a confecção de óis, todavia, estes muitas O esporte her ão alçados a esta condição e rebaixados dela em um curto espaço de tempo, pois vezes s ão só a carreira esportiva é de curta duração como também a manutenção do ápice é n árdua.

‘loucura’ e do ‘desespero’ vivido por ções Apesar da torcidas e, por vezes, na ógicos não são o únicos a diante de um resultado, os componentes ideol s ômeno de massa não consegue se sustentar por mover o esporte [...] um fen ça de ‘heróis’, ‘estrelas’ ou ‘ídolos’, uma vez que muito tempo sem a presen eles levam as pessoas a se identificarem com esse evento. (RUBIO, 2001, p.97)

é evidente a comoção do povo quando o esporte em voga é o futebol. No Brasil, á muitos anos óis para um povo carente nos prismas social, cultural, H o futebol cede her ítico e econôm pol ico. óis futebolísticos nacionais, o grande destaque é Pelé. Além do Dentre os her éculo, outros nomes surgiram como Garrincha, , Tostão, , atleta do s íssima idade tem sido elevados pela imprensa e Rai e, modernamente, atletas com pouqu ção. Exemplos são e Alexandre Pato. “têm torcida a esta condi Estes atletas ão só na memória de jornalistas bem preparados como também seus nomes impressos n ção de mito.” (RUBIO, 2001, p. 98) do espectador geral, preservando sua condi á alguns anos o f H utebol brasileiro tem perdido seus melhores atletas, aquelas que se destacam, para o futebol estrangeiro, em geral o europeu que oferece melhores ções econômicas, sociais e esportivas. condi ério Ceni é um atleta que tem todas as características necessár Rog ias para atuar á foi procurado. Contudo sua postura foi sempre a no futebol do exterior, pelo qual j ádio Cícero Pompeu de Toledo, o que o torna um atleta de mesma. Nunca largou o Est ó. um time s ítulos, líder dentro e fora ém de Atleta vitorioso, colecionador de t de campo, al ático, o goleiro artilheiro foi elevado pela torcida tricolor a condição de herói que carism “Todos tem goleiro, só nós temos Rogério Ceni”. constantemente grita no gramado:

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ói advém de um nascimento humilde, submet Para Jung (1977), o her e-se a ção sobre ção de provas que testam sua condi -humana e, assim, ascende a condi notoriedade. ério Ceni veio de uma pequena cidade interiorana, iniciou sua carreira em Rog ão, ocupou a condição de goleiro reserva por um bom tempo e um time sem express ão, campeão e artilheiro, depois de vencer estas adversidades sagrou-se titular, capit entre outras conquistas.

ão é por acaso que os mitos representados no esporte são sobretudo de N óica. Os feitos realizados por atletas, considerados quase sobre natureza her - ção, somados ao tipo de vida regrada humanos para grande parcela da popula ão submetidos contribui para que essa imagem se sedimente. a que s (RUBIO, 2001, p.99)

ça e grandeza, Rogério Ceni Dotado de carisma, lideran passou a ser retrato pela ão as reportagens a seu respeito e sua fotografia, imprensa desta maneira. Muitas s é uma representação da própria equipe são paulina. quando estampada no jornal, ão Paulo Futebol Clube conquistou pela quinta vez o Campeonato Em 2007 o S ítulo é único, pois o pentacampeonato flamenguista não é Brasileiro de Futebol. Este t ção Brasileira de Futebol, uma vez que o título conquistado reconhecido pela Confedera pela equipe rubro-negra carioca em 1987 ão tem valia para a mesma Confederação n Brasileira de Futebol, que o valida para o Sport Club do . ão Rogério Ceni foi Nesta ocasi captado pelas lentes de Ari Ferreira para o Jornal Lance! , publicado no dia 1 de novembro de 2007. Uma das fotografias ísticas esportivas de Ferreira fotojornal ágina desta publicação ganhou a primeira p destinada ao esporte. Jornal Lance! Vale lembrar que o . ão ser uma proclama como sua miss ência ao País no que diz respeito ao refer údo esportivo, oferecendo um jornalismo calcado na independência e qualidade, conte sempre em defesa tanto do torcedor quanto do esporte brasileiro.

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çalves, Tais Rios Acrescenta-se ainda, por meio de Elizabeth Moraes Gon ão e Denis Porto Reno ância da primeira página para uma Salom (2003, p.3), a import ção jornalística publica

ágina de um jornal sej Entende-se que a primeira p a como um retrato datado ícia, ões editoriais e do que foi considerado not um recorte que segue os padr á realidade ou que ênfase lhe será conferida. define o que ser âmetros significativos para a análise, o significado da Mesmo indicando par ágina pode ção das matérias leitura da primeira p ser completado com a rela à reportagem de dentro do caderno principal que se referem capa. Dessa é forma, pode-se dizer que a abordagem escolhida por cada jornal ção érias sobre o assunto. evidenciada pela rela entre as mat

A representação fotojornalística esportiva do herói.

ão em um ângulo de baixo A fotografia de Ari Ferreira destaca o pentacampe ção para cima, o que concede ao goleiro a condi ção é reafirmada pela elevada, superior. Esta condi ém de elevar o forma triangular de seu corpo, que al ém concede a condição divina ao olhar do receptor tamb úmero três atleta, justificada ainda pelo n (os lados ângulo) é decorrente da constituintes do tri que ção cristã, composta pela mentalidade da perfei trindade. éri á sobre o Neste momento, Rog o Ceni est ção de mais uma de suas glórias. leitor em comemora ção com a esfera religiosa não é sem A rela ão, por traz do corpo do goleiro pentacampeão raz ádio Cícero Pompeu de brilham os refletores do Est Toledo. Ari Ferreira, ao trabalhar o enquadramento, éola, postou o atleta sobre as luzes que formam uma aur elemento representante de luz, constantemente utilizado É nas pinturas que trazem como tema figuras religiosas. ã, importante ter em mente que na cultura religiosa crist fortemente apregoada durante o medievo, tudo que era luminoso representava o bem e o que era escuro

7 – ção Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica ências da Comunicação na Região Sudeste – ão Paulo – XIII Congresso de Ci S 07 a 10 de maio de 2008. representava o mal. ão do contraste na arte, Gomes Filho dita: “Em todas as artes, o Sobre a quest é uma poderosa ferramenta de expressão, o meio para intensificar contraste o ção”. ( significado e, portanto, para simplificar a comunica 2000, p.62) ão do enquadramento, um Retomando a quest ção dos elementos de trabalho para a composi ética, percebe imag -se que Ferreira optou pela perspectiva central do atleta. Para Arnheim,

A perspectiva central continua a ês interessar o artista em tr aspectos. Ela oferece uma imagem ística do espaço rigorosamente real ísico; proporciona um padrão f compositivo rico e aprimorado; e ção de um mundo que a concep ópria converge, comunica sua pr ão característica. (2000, p.285) express

ério Ceni, sobre a torcida, Ao centro Rog ágina o número de títulos do espalma ao alto da p ão Paulo Campeonato Brasileiro conquistados pelo S ão segura a Futebol Clube, enquanto com a outra m bandeira de seu clube. ão é uma O gesto ascendente da m ística das vitórias esportivas. Em inúmeros caracter momentos, atletas de diversas nacionalidades ços em comemoração às suas ergueram seus bra órias. vit íada do México em 1968, realizada a 2260 metros de altitude, o que Na Olimp favoreceu uma intensa quebra de recordes, os atletas americanos Tommie Smith e Jonh Carlos em um momento em que as ões raciais estavam em fervor na sua pátria, valeram quest -se deste gesto ao conquistarem respectivamente as medalhas de ouro e bronze nos 200 metros rasos, para destacar com luvas ãos esquerdas (clássica saudação do movimento pretas em suas m

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ão do preconceito racial em uma delegação claramente dividida Black Power) a quest entre atletas brancos e negros. ção política ão apenas No Brasil, este ato, sem conota ou racial, foi eternizado n ísticos, mas, também, em outras atividades esportivas. Airton nos campeonatos futebol ória proclamada, como um guerreiro elevava seu braço sobre o Senna, a cada vit s ólido b s de suas escuderias e rapidamente buscava entre os torcedores, sempre a ção, uma bandeira brasileira. disposi ção do esporte brasílico. Tiago Camilo, no Este ato se transformou em uma tradi ós órias por I ção máxima do Judô, dia 14 de setembro de 2007, ap seis vit ppon, pontua ão ês Anthony Rodriguez. sagrou-se Campe Mundial vencendo o franc ério Ceni Pelas lentes da Reuteurs, este mesmo movimento proclamado por Rog foi eternizado:

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Conclusão

átia Rubio, afirma: K

ção de prodígios é quase sempre uma mistura de força, coragem e A realiza úcia, caracterizando essa figura não como alguém dotado apenas de força ast bruta, mas como uma figura particular, capaz de realizar mais do que apenas ça lhe daria condições [...] ão vistos em nossos eventos a for os deuses s ém públic cotidianos, em nossas desordens particulares, e tamb as.( 2001, p.99)

ção, Rogério Ceni, pelo esporte que pratica, por sua Sem o intuito da compara ó, pela sua quantidade de títulos, entre outros predicativos, postura de atleta de um time s ão pode ser comparado a Tiago Camilo n , excepcional atleta de um esporte que sempre ção e o patrocínio trouxe medalhas para o Brasil, mas que nunca conseguiu a aten ários. necess ério Ceni é constantemente alçado a condição heróica pela mídia jornalística Rog áfica. í ógrafos que “c ” fotogr Esta tem como caracter stica fot elebrates the vitality of life “ (ZIMMERMAN e KAUFFMAN, 1975, p.14) pois, Athletes are heroes who nearly always live another day to do battle with their adversaries, themselves, the elements or ” the clock (ZIMMERMAN e KAUFFMAN, 1975, p.14) Para Costa (1991, p.26), o homem no esporte vive nos mesmos mitos que o homem religioso arcaico

– ólica, combate sagrado, procura do Pelos temas que celebra morte simb íso perdido, conquista da imortalidade – – para pelos rituais que o envolvem ônias, festivais, desfiles de bandeiras, chama olímpica, entrega de cerim êmios – ém – óis, ídolos, representantes pr e pelos atores que neles interv her – é, no da comunidade com o estatuto de super-homem , o desporto moderno seio de nossa sociedade, uma verdadeira arqueologia dos mitos arcaicos [...], óica de natureza her .

ério Ceni cumpriu as etapas comuns aos heróis, demonstrou na construção Rog ência, a determinação, a ética de sua carreira a iniciativa, a paci , o carisma, ói para sua torcida, para a imprensa transformando-se em um grande atleta, em um her üentemente pa écnicas brasileira e, conseq ra as lentes do fotojornalistas que por meio de t de enquadramento, jogos de luz, profundidades de campo, congelamento de imagens áfica eternizam, como o fez Ari entre outros recursos particulares da linguagem fotogr

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óica do goleiro campeão, artilheiro, jogador de um time só, Ferreira a imagem her ério Ceni. Rog

REFERÊNCIAS

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