Júlio De Mesquita Filho
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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (TerritoriAL) RODOLFO AUGUSTO MONTEIRO PELEGRIN AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA NO INTERIOR DE SÃO PAULO: O CASO DE LENÇÓIS PAULISTA SÃO PAULO 2016 RODOLFO AUGUSTO MONTEIRO PELEGRIN AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA NO INTERIOR DE SÃO PAULO: O CASO DE LENÇÓIS PAULISTA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (TerritoriAL), do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), como exigência para obtenção do título de mestre em Geografia, na área de concentração “Desenvolvimento Territorial”, na linha de pesquisa “Campesinato, capitalismo e tecnologias”. Orientadora: Silvia Beatriz Adoue. SÃO PAULO 2016 RODOLFO AUGUSTO MONTEIRO PELEGRIN AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA NO INTERIOR DE SÃO PAULO: O CASO DE LENÇÓIS PAULISTA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (TerritoriAL), do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), como exigência para obtenção do título de mestre em Geografia, na área de concentração “Desenvolvimento Territorial”, na linha de pesquisa “Campesinato, capitalismo e tecnologias”. Orientadora: Silvia Beatriz Adoue. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Profª. Drª. Silvia Beatriz Adoue (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) ______________________________________________ Prof. Dr. Paulo Roberto Raposo Alentejano (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ______________________________________________ Prof. Dr. Edson Fernandes (Faculdades Orígenes Lessa) São Paulo, 13 de junho de 2016. Aos meus candidatos invencíveis Plínio de Arruda Sampaio Edson Fernandes Aos meus conterrâneos Aos meus professores Aos meus alunos Ao João Arthur. AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus queridos colegas de turma, lutadores, inteligentes, fortes e solidários. Aos meus companheiros do PSOL, especialmente Iuriatan Felipe Muniz, Artur Monte Cardoso, João Paulo de Camargo Hadler, Paulo Rodrigues da Silva, Mariana Conti e Raul Marcelo. Aos amigos Luciana Zaffalon, Daniel Boesel, Fernando Laz, Hélio Caldas, José Menezes, Michel Morelli Silvério, Eduardo Darcie, Fernando Darcie, Rafael Castro, Tulipa Ruiz, Filipe Franco, Fabiano Boldo, Cleiton Piras, Hermes Bottan, Wilson Breda, Cecília Amabilini, Silvio Gabriel, Beto e Maíra Galassi, Sérgio Pinheiro Lopes, e aos doutores Régis Hueb e Carlos Augusto Hueb, junto com os caríssimos Miguel de la Puente, Miro Capozzi e Antonio Luiz Rocha. Aos criteriosos observadores da história lençoense Edson Fernandes, Marcos Paulo da Silva e Alexandra Salles. Aos funcionários que me auxiliaram nas bibliotecas por onde passei, em especial da Biblioteca Municipal Orígenes Lessa (Lençóis Paulista). Agradeço ao MST, a começar pelos militantes Marcio José dos Santos, Angelo Diogo Mazin, e seus caríssimos familiares. À Escola Nacional Florestan Fernandes e aos militantes que a ela dão vida. Ao PRONERA, o CNPq e a Unesp. Aos professores que nos acompanharam, em especial minha orientadora Silvia Beatriz Adoue. A todos que tão bem me acolheram nos caminhos percorridos nos últimos anos, principalmente Oscar Rodriguez, que me abriu muitos deles. Aos familiares Vitor Pelegrin, Éden Martins Monteiro, Milton e Maria Dirce Pelegrin, e, especialmente, Gelse Beatriz Martins Monteiro. RESUMO Este trabalho pretende analisar o desenvolvimento da agroindústria sucroalcooleira de Lençóis Paulista e os significados de sua atividade no território do município. Esta análise se dá a partir da discussão do desenvolvimento e suas práticas no contexto do capitalismo dependente brasileiro, passa pela revisão do desenvolvimento da agroindústria sucroalcooleira paulista, para então aproximar-se da formação territorial de Lençóis Paulista e a relação entre a cana-de-açúcar e a realidade local. Este movimento do estudo permite observar que o desenvolvimento agroindustrial canavieiro lençoense se suporta sobre movimentos e tendências não exclusivos aos seus limites municipais, mas comuns no Estado de São Paulo, e sob as influências mais gerais do capitalismo brasileiro e suas determinantes externas. A formação do município funda-se em movimentos de interiorização da colonização do final do século XVIII, e consolida-se com o avanço cafeeiro no oeste paulista no século XIX e a total supressão dos modos de vida indígenas na região. Presente desde o início do século XX, a atividade relacionada à cana-de-açúcar teria um primeiro momento de crescimento com a instalação de dezenas de engenhos aguardenteiros. Ao final da década de 1940, inaugura-se a Usina Barra Grande de Lençóis, e se inicia um processo de concentração produtiva (em compasso com políticas de Estado para o setor açucareiro), acompanhado de concentração do poder local pelas famílias usineiras. A modernização localmente capitaneada pelas elites usineiras se revela típica, reprodutora do subdesenvolvimento e da dependência, fundada sobre um histórico de genocídio indígena, predação deliberada do meio ambiente e recursos naturais, e na intensa exploração da mão de obra, seja na forma de trabalho forçado ou assalariado. Palavras-chave: Agroindústria canavieira. Formação territorial. Desenvolvimento. Lençóis Paulista. ABSTRACT This work intends to analyze the development of the sugar cane agroindustry of Lençóis Paulista and the meanings of its activity in the territory of the municipality. This analysis takes place from the discussion of the development and its practices in the context of the Brazilian dependent capitalism, passes by the revision of the development of the sugar cane agroindustry of São Paulo and then approaches the territorial formation of Lençóis Paulista and the relationship between the sugar cane and the local reality. This movement of the study allows for the observation that the development of the agro industrial sugar cane of Lençóis Paulista is based on movements and tendencies not exclusive to its municipal limits, but common in the State of São Paulo, and under the more general influence of the Brazilian capitalism and its external determinants. The formation of the municipality is founded on movements of the colonization towards the interior in the end of the 18th century, and is consolidated with the advance of the coffee cultivation in the west of the State of São Paulo in the 19th century and the total suppression of the natives way of life in the region. Present since the beginning of the 20th century, the activity related to the sugar cane had a first moment of growth with the installation of tens of firewater distilleries. At the end of the decade of 1940, the Usina Barra Grande of Lençóis (sugar mill and later distillery) is inaugurated, and a process of productive concentration is begun, (together with policies of The State for the sugar sector), also related to increasing concentration of local power by the families owning the distilleries. The modernization headed locally by the sugar mills elite is typical, reproducing the underdevelopment and the dependency, founded on a history of genocide of the native populations, deliberate predation of the environment and of the natural resources, and in the intense exploitation of labor, either in the form of forced labor or through wages. Key-words: Sugar cane agroindustry. Territorial formation. Development. Lençóis Paulista. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CAI Complexo agroindustrial Cepal Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe Copersucar Cooperativa de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de SP CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo DFID Department for International Development – Reino Unido EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ENFF Escola Nacional Florestan Fernandes FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FMI Fundo Monetário Internacional GATT General Agreement on Tariffs and Trade IAA Instituto do Açúcar e de Álcool IAC Instituto Agronômico de Campinas IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais MDGs Millenium Development Goals, ONU Minagincom Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio MLM Mercado Livre Mundial MP Medida Provisória MPT Ministério Público do Trabalho MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra ND Nacional-desenvolvimentismo OMC Organização Mundial do Comércio, o mesmo que WTO ONU Organização das Nações Unidas PND Plano Nacional de Desenvolvimento PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Proálcool Programa Nacional do Álcool SDGs Sustainable Development Goals SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados SIDRA Sistema IBGE de Recuperação Automática SNCR Sistema Nacional de Crédito Rural TST Tribunal Superior do Trabalho UBG Usina Barra Grande de Lençóis, grupo Zilor Unesp Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” ÚNICA União da Agroindústria Canavieira de São Paulo UKAID/DfID Department for International Development, Reino Unido USAID United States Agency for International Development USJ Usina São José, grupo Zilor WTO World Trade Organization, o mesmo que OMC SUMÁRIO