27 Valor.Pmd
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Valor Econômico 27/10/17 POLÍTICA Governo já admite fatiar reforma da Previdência Por Andrea Jubé, Fábio Pupo, assunto. governo errou na comunicação, os Marcelo Ribeiro e Edna Simão | De parlamentares não colocarão o Brasília A avaliação do grupo é que se pescoço na guilhotina mais essa vez", não refluir a resistência dos avisa. parlamentares, a discussão precisa evoluir pelo menos nesses três Ontem o chefe da Casa Civil, pontos, que representam, para Eliseu Padilha, minimizou as baixas Temer, "75% da reforma". do governo na votação da denúncia e ressaltou que aquele placar não Alas do governo admitem, pode ser considerado na reforma da reservadamente, o fatiamento do Previdência. relatório para aprovar ao menos a "essência" da reforma. Mas "Se nós considerarmos os Padilha: " não podemos dizer que abertamente os ministros defendem ausentes na hora da votação, mas esses votos de agora serão os da a aprovação da íntegra do relatório. que marcaram presença, tivemos 25 Previdência". ausências. Se somarmos aos 251 Estão envolvidos na discussão: o [votos favoráveis a Temer] com os O governo já admite, relator Arthur Maia, o presidente da 25 ausentes, vamos ter 276", internamente, o fatiamento da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), analisou, na saída de um evento reforma da Previdência Social na e os ministros da Fazenda, Henrique sobre governança no Tribunal de hipótese de se inviabilizar a votação Meirelles, do Planejamento, Dyogo Contas da União (TCU). do relatório integral do deputado Oliveira, da Casa Civil, Eliseu Arthur Maia (PPS-BA) até o fim do Padilha e da Secretaria Geral da "Não podemos dizer que esses ano. Para retomar a discussão do Presidência, Moreira Franco. votos de agora serão os votos da tema na Câmara, o presidente Previdência. Muitas pessoas não Michel Temer elegeu três pontos Contudo, o governo enfrentará votaram ontem e têm compromisso essenciais a serem aprovados: a uma corrida de obstáculos até com reforma da previdência. Eu cito idade mínima para aposentadoria de Rodrigo Maia pautar a proposta. O como exemplo a bancada do PSDB, 65 anos para homens e 62 anos para presidente da Câmara viaja para que inteira tem compromisso com a mulheres, a equiparação das regras Israel, Palestina e Pistoia, na Itália, e reforma", argumentou. para servidores públicos e da não retorna antes do dia 3 de iniciativa privada e as normas de novembro. Depois, há o feriado de Ao deixar a casa de Rodrigo transição. 15 de novembro que esvazia a Maia ontem pela manhã, o ministro semana de votações. Henrique Meirelles declarou à Mas pelo calendário, a reforma imprensa que o presidente da não volta à pauta da Câmara antes O vice-presidente da Câmara, Câmara está alinhado com o governo de 20 de novembro. Nesta semana, Fábio Ramalho (PMDB-MG) - que para prosseguir normalmente com a Temer reuniu-se com a equipe volta ao comando da Casa na agenda econômica, sendo a reforma econômica, o núcleo político e o próxima semana, - alerta que a da Previdência em primeiro lugar. relator da matéria, deputado Arthur reforma não passa "nem fatiada". "Depois, discutiremos a reforma Maia (PPS-BA), para discutir o "Nem só idade mínima não passa, o tributária", afirmou. Na mesma linha 27/10/17 de Padilha, ele advertiu que o placar da denúncia não vale para a reforma previdenciária. "São assuntos diferentes". Sobre possível fatiamento, Meirelles acrescentou que o tema ainda será discutido, mas que, a princípio, a base será o relatório de Arthur Maia, que já foi aprovado na comissão especial da Casa. "Vamos ver como tramita, mas é o relatório de Arthur Maia que defendemos". O secretário de Previdência Social, Marcelo Caetano, disse ao Valor que acredita na aprovação da proposta ainda neste ano. "Quem vai definir de fato o prazo é o Congresso Nacional". Ele ressaltou que quanto antes, melhor. "Se a gente começar a prorrogar a reforma e deixar para 2019, por exemplo, uma porção de coisas deixa de ser feita e você vai ter que compensar lá na frente", alertou. Valor Econômico 27/10/17 BRASIL Déficit acumulado do governo central no ano supera R$ 108 bi, pior resultado desde 1997 Por Fábio Pupo e Edna Simão | bilhões de aeroportos. Além disso, 112,5 bilhões no mês. De Brasília o novo Refis deve contribuir com três parcelas de R$ 1,6 bilhão até o No acumulado de janeiro a fim do ano (em outubro, novembro setembro, o Tesouro registrou déficit Após registrar um rombo recorde e dezembro). de R$ 108,533 bilhões, o maior no acumulado do ano até setembro, rombo da história da série histórica o Tesouro Nacional já projeta que Em setembro, o governo central iniciada em 1997. Nesse caso, o o déficit primário do governo central registrou déficit primário de R$ acumulado do ano sofre com a (Tesouro Nacional, Previdência e 22,725 bilhões, resultado 12,2% antecipação de pagamentos de BC) ficará acima de R$ 120 bilhões melhor em relação a um ano antes. precatórios. Em anos anteriores, no acumulado até outubro e será Os números do mês foram esse pagamento era feito somente no superior a R$ 140 bilhões em beneficiados por um crescimento real fim do ano, sendo que neste ano já novembro. de 8,3% nas receitas totais, que foi realizado. chegaram a R$ 104 bilhões. A A secretária do Tesouro expansão foi impulsionada pelo Refis O rombo recorde foi registrado Nacional, Ana Paula Vescovi, disse (que rendeu R$ 3,3 bilhões no mês) mesmo com expansão real de 1,4% que os números até o fim do ano e pela arrecadação de R$ 1 bilhão nas receitas totais. Segundo o terão uma execução "diferenciada" com o PIS/Cofins sobre Tesouro Nacional, as cotas-partes em relação a um ano antes por combustíveis (que teve elevação de de compensações financeiras foram efeitos não recorrentes de receitas e taxa neste ano), além da melhoria na principal fator para esse crescimento. despesas. "No último trimestre do atividade econômica. Elas renderam R$ 8,6 bilhões a mais ano, teremos execução diferenciada. no ano. Em outubro tivemos a repatriação e No caso da melhora dos neste ano não teremos. Então, indicadores econômicos, a secretária No acumulado do ano, os gastos quando formos comparar vai citou a melhora na lucratividade das foram R$ 6,1 bilhões superiores aos aparecer essa diferença." empresas. Ela ressaltou que a receita de igual período de 2016, sendo que começa a ver efeitos positivos do os principais fatores foram benefícios Ana Paula afirmou que, apesar ganho real da renda dos previdenciários (R$ 26 bilhões), disso, os números possibilitam o trabalhadores e da convivência com pessoal e encargos (mais R$ 19,6 cumprimento da meta no fim do ano. juros mais baixos. "Tudo isso está bilhões), sentenças judiciais e Para isso, o governo já conta com rendendo uma arrecadação precatórios (R$ 9,6 bilhões). A recursos oriundos das concessões. sustentável", destacou. "O ciclo secretária chamou atenção para o Em novembro, está programada a sustentável tende a trazer resultados fato de que as despesas entrada de R$ 12 bilhões em receitas positivos também para o orçamento discricionárias continuam em ritmo de com usinas hidrelétricas. Em público e finanças públicas", disse. contração, o que demonstra um dezembro, R$ 12 bilhões Já no lado das despesas, houve um esforço pela contenção de gastos. provenientes de petróleo e R$ 3 crescimento real de 3,6%, para R$ 27/10/17 Valor Econômico 27/10/17 BRASIL Equipe debate destino de sobra de R$ 7 bi Por Fabio Graner | De Brasília um resultado primário melhor que a meta de déficit de R$ 159 bilhões ou ainda a redução de restos a pagar. O governo já tem uma folga de Se prevalecer a tese da liberação, recursos entre R$ 6 bilhões e R$ 7 discute-se se é o caso de antecipar bilhões no Orçamento deste ano e a o relatório bimestral ou aguardar até discussão sobre o que fazer com o 20 de novembro. dinheiro a mais se intensifica na equipe econômica. Esse total pode A edição de dois pareceres da ter redução, caso se confirme o área jurídica do governo, nos cenário de R$ 7 bilhões de próximos dias, deve garantir para as arrecadação líquida com o Refis este próximas semanas cerca de R$ 3 ano, ainda que este saldo possa subir bilhões ao caixa do Tesouro em um pouco nos próximos dias, já que recursos decorrentes de precatórios o programa ainda está aberto. não sacados há mais de dois anos. A área econômica vinha contando com O volume é inferior aos R$ 10 os recursos desde o primeiro bilhões informados até setembro, semestre, mas parte deles não pôde porque foram consideradas ser recuperada por empecilhos migrações de outros parcelamentos, técnicos e jurídicos que surgiram após recursos que de qualquer jeito a aprovação no Congresso. entrariam no caixa. A projeção no último relatório bimestral era Um dos pareceres será da arrecadar R$ 8,8 bilhões. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que viabilizará a devolução Por outro lado, informações dos recursos remanescentes nos preliminares indicam que a receita bancos públicos, garantirá que a corrente está novamente acima do União se responsabilizará pelo esperado, o que fortaleceria ainda pagamento caso beneficiários mais o caixa, junto com a sobra de procurem seus direitos. O outro é da recursos gerada pelos precatórios e Advocacia-Geral da União, que pelos leilões de petróleo e da Cemig. define que os advogados atuarão nos casos em que houver demanda O debate interno é sobre nova contra o Tesouro. Esses instrumentos liberação de recursos darão segurança para os bancos orçamentários, reduzindo o públicos devolverem os recursos ao contingenciamento de R$ 32 bilhões, governo. Valor Econômico 27/10/17 BRASIL Concessões fiscais põem 'regra de ouro' em risco Por Marta Watanabe | De São aprovados, minimizam o potencial cumprimento do resultado primário Paulo efeito cíclico positivo sobre a não será um grande desafio em 2018.