Plano de Manejo da APA Corumbataí, e Tejupá – Perímetro Botucatu

GOVERNO DO ESTADO DE Geraldo Alckim

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE Bruno Covas

FUNDAÇÃO FLORESTAL

PRESIDENTE José Amaral Wagner Neto

DIRETORIA EXECUTIVA José Amaral Wagner Neto

DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA José Carlos Geraci

DIRETORIA DE ASSISTÊNICA TÉCNICA Wanda Terezinha Passos Vasconcelos Maldonado

Gerência de Proteção e Recuperação Ambiental Claudette Marta Hahn

Área de Proteção Ambiental – Perímetro Botucatu Elisa Maria do Amaral

Abril de 2011

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Plano de Manejo da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu

CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS

FUNDAÇÃO FLORESTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

EQUIPE TÉCNICA DE COORDENAÇÃO E APOIO NA ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL- PERÍMETRO BOTUCATU

Coordenação Executiva Elisa Maria do Amaral Eng. Civil, Msc - Gestora da APA Botucatu - GPRA/DAT/FF Daniela Milanelo Coutinho Bióloga - GPRA/DAT/FF

Grupo Técnico de Coordenação

Elisa Maria do Amaral Eng. Civil, Msc - Gestora da APA Botucatu - GPRA/DAT/FF Daniela Milanelo Coutinho Bióloga- GPRA/DAT/FF Maria Rita Silva Gilli Martins Eng. Florestal - prefeitura de Botucatu (até outubro de 2010) e SOS Cuesta de Botucatu Mônica Cabello de Brito Eng. Agrônomo, Msc – Casa da Floresta

Colaboração - Fundação Florestal Claudette Marta Hahn Eng. Agrônomo, Msc – Gerente da GPRA Amilcar Marcel de Souza Eng. Florestal, Msc - DAT/GPRA/APA Ibitinga Ana Fernandes Xavier Geógrafa – Setor de Geoprocessamento e Cartografia Claudia Macedo Reis Eng. Florestal, Msc - DAT/GPRA Luciano Salmar Taveira Geólogo, Msc - DAT/GPRA Luiz Sertório Teixeira Geógrafo -DAT/GPRA/APA Corumbataí e Tejupá Mario Sergio Rodrigues Eng. Agrônomo, PhD - DAT/GPRA/APA Rio Batalha e E.E. Barreiro Rico Marcelo Takashi Misato Graduando em Gestão Ambiental/APA Ituparaganga Oswaldo José Bruno Eng. Agrônomo - DAT/GDS/Setor RPPNs Renato Lorza Eng.Florestal – DAT/GPRA/APA S.Francisco Xavier Sandra Eliza Beau Bióloga, Msc - DAT/GPRA/APA Itupararanga Apoio na regional da Fundação Florestal em Botucatu Mauricio Arioli Fernandes Estagiário de Biologia José Francisco Calonego Melhado Estagiário de Administração Simone Luzia dos Santos Fernandes Serviços gerais Tercília Pereira R. Pedroso Estagiária de Administração ii

Plano de Manejo da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu

Colaboração – Grupo Técnico de Plano de Manejo do Conselho Gestor da APA Botucatu

Helton Carlos Delício Biólogo, Prof. Dr - IBB/UNESP de Botucatu Juliana Griese Médico Veterinário- Instituto Itapoty Juliane Fumes Bazzo Eng. Florestal,Msc – prefeitura de Botucatu Leonardo Siqueira Mendonça Biológo, Msc - Instituto Giramundo Mutuando Maria Rita Silva Gilli Martins Eng. Florestal - prefeitura de Botucatu (até outubro de 2010) e SOS Cuesta de Botucatu – coordenação do grupo Renata Regina Fonseca Eng. Florestal, Dra. - FCA/UNESP de Botucatu Nelita Maria Corrêa Médico Veterinário – SOS Cuesta de Botucatu- Secretária Executiva do Conselho Gestor da APA Botucatu.

Consultoria em Sistema de Informação Geográfica: Empresa Arvoredo Agronomia e Meio Ambiente LTDA Pedro P. Barbieri Geógrafo

Empresa contratada para Elaboração do Plano de Manejo: Casa da Floresta Assessoria Ambiental Ltda.

Coordenação Executiva Mônica Cabello de Brito Eng. Agrônomo, Msc Klaus Duarte Barretto Eng. Florestal, Msc

Equipe Técnica das Áreas Temáticas e de Apoio

Administração e Logística Márcia Regina C. B. Fonseca Administradora Lucas Milani Rodrigues Gestor Ambiental

Banco de dados Cléber de Souza Francisco Biólogo e Técnico em Informática

Banco de dados geográficos Simone Beatriz Lima Ranieri Eng. Agrônomo, Dra. Fabrício Tadeu Rodrigues de Oliveira Biólogo Dennis Araújo Mariano Estagiário de Agronomia

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Meio Físico Coordenação Simone Beatriz Lima Ranieri Eng. Agrônomo, Dra. Geologia, Geomorfologia, Pedologia Débora de Araújo Gabriel Geógrafa, Msc. Clima, Recursos Hídricos Superficiais e Subterrâneos Carolina Rodrigues Fontana Eng. Florestal, Msc.

Meio Biótico

Vegetação Coordenação Heloiza Cassola Eng. Florestal, Msc. Vegetação e Flora Terrestre Aloysio de Pádua Teixeira Ecólogo, Dr. Klaus Duarte Barretto Eng. Florestal, Msc.

Fauna Coordenação Vagner de Araújo Gabriel Biólogo, Dr. Avifauna Vagner de Araújo Gabriel Biólogo, Dr. Mastofauna Elson Fernandes de Lima Ecólogo Herpetofauna João Gabriel Ribeiro Giovanelli Ecólogo, Msc.

Socioeconomia Coordenação Mônica Cabello de Brito Eng. Agronôma, Msc Socioeconomia e vetores de pressão Débora Aparecida Machi Gabriel Geógrafa, Msc. Oriowaldo Queda Prof. Dr. Titular aposentado do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, Esalq/USP

Metodologias participativas Mônica Cabello de Brito Eng. Agronôma, Msc José Vicente Vieira Eng. Agronômo, Dr. - moderador metodologia participativa

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Geoprocessamento e análise da paisagem: uso e ocupação do solo, vetores de pressão Coordenação Simone Beatriz Lima Ranieri Eng. Agronôma, Dra. Uso e Ocupação do Solo Peterson Ricardo Fiorio Prof. Dr. Dept. Engenharia Rural ESALQ – USP Carlos Alberto Vetorazzi Prof. Dr. Dept. Engenharia Rural ESALQ – USP Geoprocessamento e análise da paisagem Fabrício Tadeu Rodrigues de Oliveira Biólogo Dennis Araújo Mariano Estagiário de Agronomia

Zoneamento Simone Beatriz Lima Ranieri Eng. Agronôma, Dra. João Gabriel Ribeiro Giovanelli Ecólogo, Msc. Rodrigo de Almeida Nobre Biólogo, Msc.

Avaliação e Planejamento Estratégico Mônica Cabello de Brito Eng. Agronôma, Msc. Dra. Simone Beatriz Lima Ranieri Eng. Agronôma, Dra. João Gabriel Ribeiro Giovanelli Ecólogo, Msc. Andrezza Bellotto Nobre Bióloga Lucas Milani Rodrigues Gestor Ambiental

Programa de Gestão Organizacional Mônica Cabello de Brito Eng. Agronôma, Msc. Andrezza Bellotto Nobre Bióloga

Apoio técnico Roger Tiago S. Carneiro dos Santos Técnico Florestal

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AGRADECIMENTOS

O Plano de Manejo da APA Botucatu é resultado da combinação de um trabalho desenvolvido pela empresa Casa da Floresta, contratada através de pregão eletrônico, por técnicos da Fundação Florestal e membros do Conselho Gestor da APA Botucatu.

Por ser o primeiro Plano de Manejo de APA desenvolvido pela Fundação Florestal com metodologia própria, seu pioneirismo trouxe, ao longo dos trabalhos, muitas dificuldades e desafios, mas sempre superados com muita seriedade, perseverança e dedicação. Nesse sentido, há que se destacar a importância de muitos colaboradores nesse processo.

Primeiramente ressalta-se o papel do Núcleo de Planos de Manejo e da Gerência de Proteção e Recuperação Ambiental (GPRA) da Fundação Florestal, que definiram conjuntamente as diretrizes e bases metodológicas para a elaboração do Termo de Referência para as APAs estaduais, que posteriormente orientou a contratação da empresa e todo o desenvolvimento do trabalho. Agradecemos também pela sempre gentil atenção no esclarecimento de dúvidas e troca de experiências durante o processo de elaboração do Plano.

Destaque deve ser dado também aos colegas da GPRA, sobretudo aos lotados em Botucatu, que trouxeram ao Plano, em diferentes etapas, contribuições valiosas na análise dos produtos e nos direcionamentos técnicos.

Cabe um agradecimento especial à geógrafa Ana Fernandes Xavier, da Fundação Florestal que, apesar de assoberbada, prestou uma valiosa contribuição na delimitação dos limites da APA Botucatu de acordo com o seu decreto de criação.

Agradecemos imensamente a todos os membros do Conselho Gestor da APA Botucatu, e em especial ao grupo técnico de Plano de Manejo, que apesar de toda carga de trabalho em suas instituições de origem, contribuíram com suas experiências, seu conhecimento da região e com fornecimento de dados e informações importantes. Somos também gratos pelo seu fundamental apoio institucional e por legitimar a construção participativa deste plano de manejo.

À Nelita Maria Corrêa, Secretária Executiva do Conselho Gestor da APA e representante da ONG SOS Cuesta de Botucatu, agradecemos pela sua sempre pronta colaboração, sua efetiva contribuição, invejável organização e entusiasmo.

Ao Prof.Dr. Jorge Jim, do Instituo de Biociências da UNESP de Botucatu, um dos proponentes da criação da APA, gostaríamos de agradecer imensamente por suas falas tão encantadoras e elucidativas, suas observações e contribuições pertinentes. Esperamos que este Plano tenha atendido suas expectativas, bem como dos demais responsáveis pela criação da APA.

Vale lembrar, ainda, todos aqueles que participaram das oficinas de planejamento, representando o terceiro setor, órgãos públicos, universidades e setor privado, cujas contribuições enriqueceram significativamente o resultado dos trabalhos.

Finalmente, cabe dizer que esse trabalho mútuo desenvolvido por todos esses atores e pelos profissionais da Casa da Floresta, trouxe a todos nós um grande aprendizado e a sensação de que fizemos o melhor possível.

Elisa Maria do Amaral – gestora da APA Botucatu – GPRA/DAT Daniela Milanelo Coutinho – GPRA/DAT Coordenadoras do Plano pela Fundação Florestal

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APRESENTAÇÃO

A APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá foi uma das primeiras Unidades de Conservação de tal categoria criada no Estado de São Paulo.

O Plano de Manejo da APA - Perímetro Botucatu que aqui se apresenta, perpetua seu caráter pioneiro e inovador, pois também é um dos primeiros planos elaborados para APAs estaduais, com a adoção integral do padrão concebido pela Fundação Florestal para tais documentos.

A atuação da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo /FF na gestão das APAs do Estado de São Paulo teve início em período recente. Somente a partir de maio de 2008, com a edição do Decreto nº 53027/2008, a Fundação assumiu tal missão, cujo desafio é o de tornar tais territórios, instrumentos de planejamento regional, integrando as populações e as técnicas adequadas de manejo, independentemente de limites geográficos dos municípios, promovendo um novo modelo de desenvolvimento socioambiental e econômico. A atuação da instituição, através da Diretoria de Assistência Técnica/DAT, da Gerência de Proteção e Recuperação Ambiental/GPRA e notadamente de seus 13 gestores, vem colhendo bons frutos.

Inicia-se com este Plano de Manejo, construído integralmente dentro da gestão da Fundação Florestal, o novo padrão de Planos para planejamento participativo na gestão de unidades de conservação. A tônica deste documento foi o caráter participativo, com o efetivo envolvimento da sociedade civil e órgãos públicos, através do Conselho Gestor da UC e convidados, atuantes na concepção e no acompanhamento durante todo o processo de elaboração.

Outro relevante aspecto do Plano de Manejo da APA de Corumbataí, Botucatu, Tejupá - Perímetro Botucatu refere-se ao diagnóstico socioambiental, etapa que compilou todas as informações disponíveis sobre o território protegido e que subsidiaram a definição do zoneamento socioambiental, das Diretrizes e Linas de Ação e do Programa de Gestão Organizacional. Esses, instrumentalizam fortemente o gestor, o Conselho Gestor, bem como o órgão licenciador ambiental estadual na tomada de decisões, zelando pela salvaguarda dos atributos da APA.

A Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo agradece e parabeniza a gestora da APA que conduziu com seriedade e dedicação o processo, toda a equipe técnica da Fundação Florestal envolvida, o Conselho Gestor da APA e todos os atores que protagonizaram brilhantemente essa nova etapa da gestão da APA de Corumbataí, Botucatu, Tejupá - Perímetro Botucatu.

José Amaral Wagner Neto

Diretor Executivo da Fundação Florestal

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...... 2 1.1. Contextualização da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu ...... 5 1.2. A APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu ...... 10 1.2.1. Localização ...... 10 1.2.2 Histórico de criação ...... 11 1.2.3 Gestão da APA Botucatu ...... 12 1.2.4 O Plano de Manejo ...... 14 2. Caracterizações Temáticas da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu . 16 2.1. Clima ...... 16 2.2. Recursos Hídricos Superficiais ...... 16 2.3. Recursos Hídricos Subterrâneos ...... 18 2.4. Geologia, Geomorfologia e Solos ...... 21 2.5. Biodiversidade ...... 23 2.6. Ocupação humana, socioeconomia e vetores de pressão ...... 28 2.7. Patrimônio Histórico-Cultural ...... 32 3. Avaliação Estratégica ...... 34 4. Zoneamento ...... 40 4.1. Critérios de Zoneamento ...... 43 4.2. Síntese das Informações sobre as Zonas e Áreas...... 44 5. Planejamento ...... 52 6. Gestão Organizacional da APA ...... 77

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Vetores de pressão negativos da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá, perímetro Botucatu.

Tabela 2 Alguns Bens Materiais do Patrimônio Histórico-Cultural da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá, perímetro Botucatu.

Tabela 3 Critérios para o zoneamento da APA Botucatu

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Distribuição dos biomas Mata Atlântica e Cerrado no Estado de São Paulo e destaque do limite da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu.

Figura 2 De acordo com os dados do Programa Biota-FAPESP a região de abrangência da APA é uma área de alta e extrema prioridade para levantamentos de flora e fauna.

Figura 3 Localização e vias de acesso à APA APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu.

Figura 4 Organograma institucional da APA Botucatu.

Figura 5 Área de afloramento e confinamento do Aquífero Guarani na região da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu.

Figura 6 Distribuição das fisionomias vegetais na área da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu.

Figura 7 Mapas dos 37 fragmentos florestais prioritários para conservação da biodiversidade na área da abrangência da APA Botucatu.

Figura 8 Mapa de zoneamento da Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu, Tejupá – Perímetro Botucatu.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Matriz de Análise Estratégica da APA Botucatu.

Quadro 2 Matriz de Planejamento Estratégico da APA Botucatu.

Quadro 3 Quadro síntese das diretrizes e linhas de ação estratégica do Programa de Gestão Organizacional da APA Botucatu.

LISTA DE SIGLAS

APA Área de Proteção Ambiental APP Área de Preservação Permanente ARIE Área de Relevante Interesse Ecológico CATI Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e CONDEPHAAT Turístico CPLA Coordenadoria de Planejamento Ambiental Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e Educação CPLEA Ambiental DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica DAT Diretoria de Assistência Técnica EMBRAPA Centro Nacional de Pesquisa de Solos ENGEA Avaliações, Estudos do Patrimônio e Engenharia Ltda FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FF Fundação Florestal do Estado de São Paulo FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo GPRA Gerência de Proteção e Recuperação Ambiental IAC Instituto Agronômico de IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IF Instituto Florestal IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional RPPN Reserva Particular de Patrimônio Natural SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SIEFLOR Sistema Estadual de Florestas SINBIOTA Sistema de Informação Ambiental do Biota SMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação UC Unidade de Conservação

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UGRHI Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos UNESP Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

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FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Nome da unidade: Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu, Tejupá – Perímetro Botucatu

Órgão gestor da Unidade: Fundação Florestal – Rua do Horto, 931 – Bairro Tremembé – São Paulo – SP – Fone (11) 2997-5000

Nome do Gestor: Elisa Maria do Amaral

Endereço da Sede Rua Dr. Cardoso de Almeida, 2.839.

Caixa Postal 04, CEP 18.603-970.

Botucatu/SP

Telefone (14) 3814 1144 e-mail [email protected]

Decreto de Criação Decreto Estadual n.º 20.960 de 08 de junho de 1983

Regulamentação Resolução SMA s/nº de 11.03.87

Superfície da Unidade 215.615,12 ha/2.156,15 Km2

Perímetro da Unidade 626,02 Km

Municípios que abrange e Angatuba: 1,24%; Avaré: 22,88%; : 71,19%; percentual da área territorial do Botucatu: 25,94%; Guareí: 28,17%; Itatinga: município inserido na Unidade 64,81%; : 72,01%; São Manuel: 4,88%; Conservação Torre de Pedra: 51,62%.

Coordenadas Geográficas 23o23’30” a 22o43’30” S

48o07’30” a 48o58’00” W

Marcos Geográficos referenciais Da represa de Jurumirim (municípios de Avaré e dos limites Itatinga), ao sul da APA, às margens da represa de Barra Bonita, ao norte, no município de Botucatu. Do início do reverso das Cuestas Basálticas em direção ao Planalto de Botucatu, a oeste, ao entroncamento da Rodovia SP300 (Marechal Rondon) à rodovia SP-147, a leste.

Biomas e ecossistemas Biomas da Mata Atlântica e Cerrado, com as fitofisionomias Floresta Estacional Semidecidual, Savana Arborizada (cerrado "stricto sensu"), Savana Florestada (cerradão), Campos Úmidos e áreas de várzeas.

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1. INTRODUÇÃO

O Plano de Manejo, como instrumento de planejamento, vem sendo utilizado no Brasil desde a década de 70, embora tenha sido legalmente reconhecido em 2000 no contexto do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Após a Lei nº 9.985, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, regulamentada pelo Decreto nº. 4.340 de agosto de 2002, o Plano de Manejo passou a ser o documento orientador de todas as atividades a serem desenvolvidas nas unidades de conservação, sendo obrigatória a elaboração do Plano de Manejo das unidades de conservação no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação. A lei também esclarece que é proibida qualquer intervenção, alteração, desenvolvimento de atividades ou modalidades de utilização nas unidades de conservação em desacordo com seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos.

De acordo com o art. 7º dessa Lei, as unidades de conservação dividem- se em dois grupos: as denominadas de Proteção Integral e as de Uso Sustentável. O SNUC inclui a categoria APA no grupo de Uso Sustentável e a define como “uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais”. (SNUC 2002, Artigo 15).

Nas APAs podem coexistir propriedades públicas e privadas, atividades socioeconômicas urbanas e rurais e áreas de interesse para a conservação do patrimônio natural e histórico-cultural. Devem, portanto, ser entendidas como UC com características mistas, onde se busca a conservação do patrimônio natural associada às condições de ocupação humana que se estabelecem nesse

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território e aos princípios constitucionais que garantem o direito à propriedade privada.

Desta forma, os Planos de Manejo constituem o principal instrumento de gestão das UC, devendo definir o zoneamento da área abrangida e estabelecer os Programas de Gestão, a partir da realização de análises e diagnósticos dos elementos do meio físico, biótico e antrópico, num processo de planejamento integrado e participativo.

Pelas especificidades que esta categoria de UC possui, o Plano de Manejo das APAs deve ser conduzido como um amplo processo de articulação de propostas advindas dos diferentes agentes sociais que interagem em seu território, com vistas a garantir a adequação dos meios de exploração dos recursos naturais, econômicos e socioculturais às especificidades do meio ambiente, com base em princípios e diretrizes previamente acordados (CPLEA, 2004).

O presente documento foi elaborado mediante um processo amplamente participativo e é resultado do aprimoramento de um documento preliminar, elaborado pela empresa Casa da Floresta Assessoria Ambiental Ltda, contratada em 2009 para elaboração do produto piloto denominado “Plano de Manejo da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu”. Foi retrabalhado posteriormente pelo órgão gestor da APA e pelo Conselho Gestor da APA, além de outros colaboradores, adequando-o detalhadamente às necessidades de conservação dos atributos que ensejaram a criação da APA, bem como ao potencial e à vocação de desenvolvimento sustentável socioambiental desse território.

Está assim estruturado:

- Volume I – Diagnóstico Socioambiental – elaborado a partir de compilação de dados secundários, alguns levantamentos primários específicos e ainda a partir de etnoconhecimento, colhido ao longo do planejamento

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participativo. Esse volume manteve-se integralmente da forma elaborada pela empresa contratada Casa da Floresta Assessoria Ambiental Ltda. Requer, como qualquer trabalho de compilação de dados, de aprimoramento e atualização constante, pressuposto do Plano de Manejo.

- Volume II – Planejamento Participativo – contempla a Avaliação Estratégica da Unidade de Conservação, o Zoneamento da APA e o Planejamento, estabelecendo aqui as Diretrizes e Linhas de Ação e o Programa de Gestão Organizacional para a gestão da APA nos próximos anos. Esse volume foi resultado de várias reuniões e amplas discussões com o Conselho Gestor, baseado no documento preliminar organizado pela “Casa da Floresta” e finalizado atendendo as expectativas tanto do Órgão Gestor quanto do Conselho Gestor da Unidade.

- Volume III – Resumo Executivo – com as principais informações e disposições do Plano.

- Volume IV – Cartografia, com todas as cartas bases e temáticas em que se basearam as análises e conclusões do plano.

- Volume V – Minuta de Instrução Normativa e Diretrizes Gerais – com a definição das zonas e regras de uso e ocupação, bem como as Diretrizes Gerais e Linhas de Ação.

A gestão da APA Corumbataí, Botucatú, Tejupá – perímetro Botucatu disporá, a partir da aprovação deste Plano de Manejo de um instrumento robusto e legítimo para a gestão do território da APA.

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1.1. Contextualização da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu

A APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu abrange parte de nove municípios paulistas que estão inseridos na região administrativa de , dentro das regiões de governo de , Avaré e Botucatu. São eles: Angatuba, Avaré, Bofete, Botucatu, Guareí, Itatinga, Pardinho, São Manuel e Torre de Pedra, perfazendo um total de 215.615,1 ha. Apesar dos municípios pertencerem às subáreas diversas e, portanto, com diferentes centros de polarização, boa parte deles apresenta aspectos sociais e econômicos parecidos e se integram de forma semelhante à economia regional.

A região Administrativa de Sorocaba, na década de 1960 foi escolhida pelo governo federal, como Distrito Florestal Prioritário, para obtenção de incentivos florestais, e, deste modo, a atividade reflorestadora ocupou áreas de topografia favorável à mecanização, por exemplo, ao sul da região da APA de Botucatu, introduzindo novas relações sociais de produção e eliminando a hegemonia da atividade pecuarista, com a qual concorre em área. Mais adiante, na década de 1980, os incentivos do Proálcool fazem com que a cultura canavieira ganhe expressão na região, principalmente nos municípios de São Manuel, Botucatu e Avaré.

O desenvolvimento das atividades industriais, agrosilvopastoris e até mesmo turísticas da região da APA Botucatu está também muito ligado ao sistema viário presente na região, compostos pelas Rodovias Castelo Branco e a Rodovia Marechal Rondon como principais vias de acesso.

O potencial turístico da região a que está inserida está relacionado a beleza paisagística do seu patrimônio natural, como as serras, cachoeiras e represa. Além do grande patrimônio natural, destaca-se ainda um dos mais importantes sítios arqueológicos do Estado de São Paulo, o Abrigo Sarandi,

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situado no município de Guareí com registros pré-históricos com cerca de seis mil anos.

A APA Botucatu está inserida, predominantemente, nas províncias geomorfológicas da Depressão Periférica e Cuestas Basálticas, e, subordinadamente, no Planalto Ocidental. Encontra-se, ainda em duas zonas da Depressão Periférica: Zona do Médio Tietê e Zona do .

A linha de Cuestas sofreu um lento recuo, devido ao processo erosivo, o qual deixou inúmeros Morros Testemunhos defronte ao seu alinhamento, como exemplos os Morros do Bofete, Alegre e Três Pedras. Dessa forma tanto as Cuestas, quanto os Morros Testemunhos são um dos atributos naturais mais marcantes e características da região formando plataformas rochosas que aparecem em destaque nos vales suaves ao seu redor. Além disso, são também áreas muito frágeis que merecem todo cuidado e proteção.

Com relação às Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) do Estado de São Paulo, a APA encontra-se inserida em quatro delas, sendo: UGRHI 10 (Tietê/Sorocaba), UGRHI 13 (Tietê/Jacaré), UGRHI 14 (Alto Paranapanema) e UGRHI 17 (Médio Paranapanema).

No tocante aos recursos hídricos subterrâneos, um atributo de destaque e importância para a APA Botucatu, merecendo grande atenção é a presença do Sistema Aqüífero Guarani, que se estende por quase a totalidade da área da APA Botucatu, sendo grande parte sua área de afloramento. O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estratégica para o abastecimento público, desenvolvimento das atividades econômicas e lazer. Nesse sentido, a região da APA apresente alta vulnerabilidade, colocando em situação de alta exposição ao risco de contaminação o lençol freático e os lençóis mais profundos, podendo, também, conduzir a um sobre-exploração e consequente rebaixamento do lençol freático e o impacto nos corpos d'água superficiais.

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Outro ponto que merece grande destaque é o fato da APA Botucatu estar localizada em uma zona de transição entre o bioma da Mata Atlântica e Cerrado, com características bióticas de ambos, podendo ser considerada um ecótono (Figura 1). Estes dois biomas são os predominantes no Estado de São Paulo. O bioma Mata Atlântica ocupa a maior parte do território estadual, enquanto que o bioma Cerrado, representado pela suas diferentes fisionomias desde a florestal até a campestre, localiza-se no centro do estado.

Figura 1. Distribuição dos biomas Mata Atlântica e Cerrado no Estado de São Paulo e destaque do limite da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu.

Para o Estado de São Paulo, restam do Bioma Mata Atlântica aproximadamente 14% da vegetação original. Quanto ao Cerrado, este bima chegou a ocupar 14% do território, no entanto, atualmente, estima-se que restem não mais que 7% da área original, ou menos de 1% da área do Estado.

Desde o início da ocupação européia estes dois biomas foram intensamente explorados, primeiramente com a extração de espécies de valor

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madeireiro e depois com a retirada da cobertura vegetal nativa para implantação de culturas agrícolas, em especial a cana-de-açúcar e o café, o que resultou na fragmentação de habitats e no isolamento de pequenos fragmentos.

Atualmente, tanto o Cerrado quanto a Mata Atlântica encontram-se em situação crítica para conservação, devido à alta concentração de endemismo e de espécies de plantas e animais ameaçados de extinção, tendo sido indicados como ecossistemas prioritários para conservação. O Cerrado apresenta altos índices de endemismo devido principalmente à heterogeneidade ambiental, com uma variação ao longo do espaço, enquanto o endemismo relacionado à Mata Atlântica poderia estar relacionado com o gradiente altitudinal.

No interior do estado de São Paulo, as formações vegetais estão restritas em áreas de alta declividade ou áreas em que o solo não apresenta atributos desejáveis para a instalação de culturas agrícolas. Através do avanço da agropecuária e da zona urbana, a vegetação nativa restringiu-se a pequenos fragmentos ou remanescentes. Na APA Botucatu é clara esta situação, onde os remanescentes de vegetação nativa estão principalmente nas frentes das Cuestas, Morros Testemunhos e em alguns cursos de água de maior largura ou quando encaixados em relevo acidentado.

Percebe-se, então, que a APA Botucatu possui diversos remanescentes naturais significativos que potencialmente abrigam grande diversidade de espécies da fauna e flora, sendo estes prioritários para conservação da biodiversidade.

Ainda referindo-se à fauna, em razão da APA se localizar entre o contínuo de Mata Atlântica da Serra de Paranapiacaba, remanescente mais importante do bioma, e os fragmentos de Savana e Floresta Estacional Semideciduais do oeste de São Paulo, há ocorrência de espécies endêmicas tanto do Cerrado quanto da Mata Atlântica, sendo expressivo o endemismo de aves, primatas e anfíbios anuros.

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Dentro desse contexto, a APA, de acordo com o Programa Biota-FAPESP, é uma área de alta e extrema prioridade para levantamentos de flora e fauna (Figura 2).

Figura 2. De acordo com os dados do Programa Biota-FAPESP a região de abrangência da APA é uma área de alta e extrema prioridade para levantamentos de flora e fauna. Fonte: adaptado de Programa Biota-Fapesp, sd.

E nesse contexto apresentado acima, a APA Corumbataí, Botucatu, Tejupá – Perímetro Botucatu foi criada prioritariamente para proteger os atributos ambientais e paisagísticos que ali abriga como as Cuestas Basálticas, os Morros Testemunhos, as áreas de recarga do Aquífero Guarani, remanescentes de vegetação dos biomas de Cerrado e de Mata Atlântica, a fauna riquíssima e seu patrimônio histórico-cultural.

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Plano de Manejo da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu

1.2. A APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu

1.2.1. Localização A Área de Proteção Ambiental (APA) Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu, conhecida simplesmente como “APA Botucatu”, localiza-se entre as coordenadas 23o23’30” a 22o43’30” de latitude Sul e 48o07’30” a 48o58’00” de longitude Oeste (Figura 3).

A APA Botucatu abrange parte dos municípios de Angatuba (1,24%), Avaré (22,88%), Bofete (71,19%), Botucatu (25,94%), Guareí (28,17%), Itatinga (64,81%), Pardinho (72,01%), São Manuel (4,88%) e Torre de Pedra (51,62%), perfazendo um total de 215.615,12 ha.

Os municípios da APA Botucatu situam-se na região administrativa de Sorocaba e pertencem às Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHs) 10, 13, 14, e 17, dos Rios Sorocaba e Médio Tietê; do Tietê/Jacaré; do Alto Paranapanema e Médio Paranapanema, respectivamente. As principais vias de acesso a APA são as Rodovias Castelo Branco e a Rodovia Marechal Rondon.

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Figura 3. Localização e vias de acesso à APA APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu.

1.2.2 Histórico de criação A APA Botucatu foi criada em 1983, através do Decreto Estadual n.º 20.960, com o objetivo de proteger, dentre outros elementos, atributos como as Cuestas Basálticas e Morros Testemunhos, os exemplares significativos da flora e fauna regional, o Aqüífero Guarani e o patrimônio histórico-cultural material e imaterial da região, dentre os quais se destaca o sítio arqueológico do Abrigo Sarandi, localizado no município de Guareí.

Devido à dimensão significativa dos fragmentos de vegetação nativa em seu perímetro, no decreto de criação da APA foi também definida e delimitada a Zona de Vida Silvestre, que compreende todos os remanescentes da flora e da fauna e as áreas definidas como de preservação permanente pelo Código Florestal. Na Zona de Vida Silvestre não é permitida nenhuma atividade degradadora ou potencialmente causadora de degradação ambiental, inclusive

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o porte de armas de fogo, o de artefatos ou de instrumentos de destruição da natureza.

1.2.3 Gestão da APA Botucatu A APA Botucatu foi instituída pelo poder público estadual e seu sistema de gestão atual está baseado funcionalmente em uma estrutura hierárquica subordinada ao governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SMA), que é responsável por implementar o Sistema Estadual de Florestas (SIEFLOR). A implantação deste sistema é realizada por dois dos órgãos executores de política ambiental da SMA, a Fundação Florestal (FF) e o Instituto Florestal (IF). Compete à Fundação Florestal o controle, a administração, a gestão financeira, operacional e técnica das Unidades do SIEFLOR, entre elas, as Áreas de Proteção Ambiental, que estão sujeitas a todos os dispositivos legais referentes ao regime especial de administração do estado. A Figura 4 mostra o organograma institucional onde se insere a gestão da APA Botucatu.

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Figura 4. Organograma institucional.

Em 2008 foi instituído o primeiro Conselho Gestor da APA Botucatu sob gestão da Fundação Florestal, tendo este as funções de contribuir com a elaboração do Plano de Manejo e realizar as articulações necessárias à implementação de suas diretrizes e linhas de ação bem como buscar o fortalecimento das relações institucionais dentro de seu território da APA. O Conselho Gestor encontra-se atualmente da segunda gestão (2010-2012) e conta com uma boa representação dos diversos setores sociais.

Sendo uma unidade de conservação de uso sustentável, onde os limites territoriais não são tão percebidos quanto em unidades de proteção integral, e onde a conservação do patrimônio natural e histórico-cultural deve se dar

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conjuntamente aos diversos usos e ocupações do solo, a gestão de uma APA deve necessariamente ser compartilhada, envolvendo várias instâncias relacionadas ao poder público e privado. Nesse sentido, são papéis fundamentais do gestor a articulação entre instituições, o estabelecimento de parcerias e a comunicação ágil e constante entre as partes, a fim de efetivar a implantação das ações apresentadas no Plano de Manejo. A Fundação Florestal vem se estruturando para dar efetividade à gestão das APAs, priorizando a elaboração dos Planos de Manejo.

O sistema de gestão atual da APA – perímetro Botucatu é realizado de forma conjunta com outras quatro APAs (Corumbataí, Tejupá, , Juquerí-Mirim Área I e Juquerí-Mirim Área II), além da Coordenação do Programa de RPPNs do Estado de São Paulo, na sede regional localizada em Botucatu. A gestão conjunta envolve o compartilhamento de custos operacionais, infraestrutura, equipamentos e pessoal de apoio. Os recursos financeiros provêm exclusivamente de dotação do órgão gestor, sendo insuficientes para a implantação das ações propostas neste Plano de Manejo para os próximos cinco anos. Dessa forma, é proposta a reformulação no sistema de gestão através de um Programa de Gestão Organizacional com o intuito de reverter esse cenário e garantir a concretização dos objetivos da APA.

1.2.4 O Plano de Manejo A elaboração do Plano de Manejo da APA Botucatu ocorreu de forma integrada, entre a equipe técnica da empresa contratada, Casa da Floresta Assessoria Ambiental Ltda., equipe técnica da Fundação Florestal e membros do Conselho Gestor da APA. A coordenação se desenvolveu de forma integrada através do Grupo Técnico de Coordenação formado por técnicos da Casa da Floresta, dois técnicos da Fundação Florestal e um membro do Conselho Gestor da APA Botucatu. Esta integração visou um alinhamento institucional e uma efetividade maior na futura implantação das ações, pela proximidade de quem executa e quem implementa o Plano de Manejo. O Conselho Gestor da APA, sob a presidência da Fundação Florestal, participou de maneira ativa da

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elaboração do Plano através de reuniões técnicas, das oficinas de trabalho e na disponibilização de dados e informações. Além disso, outros atores atuantes no território participaram de oficinas de trabalhos trazendo valiosas contribuições.

O Plano de Manejo da APA Botucatu contou com o levantamento e a análise de dados secundários dos temas relacionados ao meio físico, biótico e socioeconômico, além da coleta de dados primários de vegetação, socioeconomia e de informações sobre a estrutura organizacional e o atual sistema de gestão da unidade.

O zoneamento da APA Botucatu se deu a partir dos resultados desses diagnósticos, procurando integrar espacialmente os temas e extraindo deles os aspectos mais relevantes para a definição e demarcação das zonas. Foram também considerados como referência para o zoneamento os documentos do pré-zoneamento da APA Botucatu elaborado anteriormente pela Coordenadoria de Planejamento Ambiental - CPLA, em 2006. As propostas de zoneamento, bem como as diretrizes e normas de uso para cada zona foram apresentadas, discutidas e chanceladas nas oficinas de planejamento, que contaram com a representação de diferentes segmentos da sociedade, caracterizando o processo participativo nas diversas etapas da elaboração do Plano de Manejo.

Vale ressaltar que o produto final de zoneamento apresentado neste documento foi resultado de várias reuniões e amplas discussões com o Conselho Gestor, realizadas após as oficinas, tendo como base o documento preliminar organizado pela “Casa da Floresta”, atendendo as expectativas tanto do Órgão Gestor quanto do Conselho Gestor da Unidade.

O Plano de Manejo está dividido em três grandes temas: diagnóstico ambiental, abrangendo os aspectos relacionados ao meio físico, biótico e socioeconômico; avaliação estratégica, zoneamento e planejamento, composto pela Matriz de Planejamento Estratégico e Programa de Gestão Organizacional.

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2. Caracterizações Temáticas da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu

2.1. Clima De acordo com a classificação de Köppen, os climas encontrados para os municípios de abrangência da APA Botucatu são Aw (clima tropical com estação seca de inverno e chuvosa no verão, e temperatura média do mês mais frio superior a 18ºC), que predomina nos municípios de Botucatu e São Manuel; e Cf (clima temperado, com precipitação em todos os meses do ano e temperatura média do mês mais quente superior a 10ºC e dos meses mais frios entre -3ºC e 18ºC), que predomina no restante da área da APA.

Os meses de janeiro e fevereiro apresentam as maiores precipitações, com valores variando entre 184 e 240 mm. Os meses mais secos são julho e agosto, com precipitação entre 30 e 46 mm. De maneira geral, existe excedente hídrico no solo entre os meses de outubro e março, variando de 296 a 394 mm e representando a fração de água da chuva naturalmente disponível à recarga do Aquífero Guarani. No período de estiagem, os valores absolutos de retirada e déficit hídrico no solo são pouco acentuados.

2.2. Recursos Hídricos Superficiais Os corpos hídricos que drenam a área da APA Botucatu fluem para a margem direita do rio Paranapanema e para a margem esquerda do rio Tietê. Os rios que contribuem para a bacia do Rio Paranapanema podem ser classificados em três tipos: os que nascem e deságuam na depressão Periférica, como os Rios Guareí, Capivari e Santo Inácio; os que nascem na Cuesta de Botucatu e descem em direção à Depressão, como o Ribeirão dos Veados e o Rio Tamanduá; e os que nascem na Cuesta de Botucatu e se desenvolvem no Planalto Ocidental, como o Rio Pardo. Dentre os principais rios que drenam para o Tietê estão o Alambari, o Capivara e o Peixe.

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Trinta e três bacias hidrográficas estão inseridas ao menos parcialmente na APA Botucatu, sendo seis delas áreas de mananciais, isto é, áreas de drenagem cujos rios principais são utilizados para abastecimento público, com destaque para a bacia do Rio Pardo, de maior dimensão, que abastece o município de Botucatu. Além do abastecimento público, são encontrados no perímetro da APA pontos de captação de água superficial utilizados em atividades minerárias, industriais e agropecuárias (irrigação e piscicultura).

Dentro dos recursos hídricos superficiais destaca-se também a presença da Represa de Jurumirim, que limita a porção sul da APA, nos municípios de Avaré e Itatinga, e que apresenta grande potencial turístico para fins contemplativos e de recreação. Atualmente suas margens, tanto no município de Avaré (dentro da APA) quanto no município de Paranapanema (fora da APA), sofrem grande pressão imobiliária, embora no primeiro o padrão de ocupação com loteamentos seja menos denso.

A APA Botucatu encontra-se inserida em quatro Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) do Estado de São Paulo: UGRHI 10 (Tietê/Sorocaba), UGRHI 13 (Tietê/Jacaré), UGRHI 14 (Alto Paranapanema) e UGRHI 17 (Médio Paranapanema), com predomínio de sua área nas UGRHIs 10 e 14. Dos pontos de monitoramento da qualidade das águas superficiais pela CETESB em todo Estado de São Paulo, nenhum se encontra inserido na área da APA. Diante desta lacuna de informações, o levantamento secundário dos parâmetros de qualidade de água foi concentrado nas UGRHIs 10 e 14, na tentativa em se obter valores de referência em escala regional. Esse levantamento mostrou que as condições gerais de qualidade das águas superficiais dessas UGRHIs, medidas através do Índice de Qualidade de Águas (IQA), são consideradas entre “boa” e “ótima” para o Reservatório de Barra Bonita, localizado ao norte da APA, e “ótima” para o Reservatório Jurumirim, ao sul da APA.

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Entretanto, estudos pontuais realizados para a região da APA Botucatu apontam para a necessidade de um controle maior da disposição de resíduos sólidos, do lançamento de efluentes sanitários e da aplicação de defensivos agrícolas nas áreas rurais, tendo sido encontrados poluentes relacionados a estes tipos de atividades em corpos hídricos inseridos no perímetro da unidade. Destaca-se também a necessidade de melhoria da eficiência do sistema de tratamento de esgoto em diversos municípios pertencentes à APA Botucatu, bem como o controle da erosão do solo em áreas agrícolas, responsável pela presença maciça de pontos de assoreamento nos corpos hídricos.

2.3. Recursos Hídricos Subterrâneos Um fator de grande importância para a APA Botucatu é a presença do Sistema Aqüífero Guarani (SAG). O SAG abrange uma área de cerca de 1.087.880 km2, distribuídos entre Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, onde ocupa parte dos estados de Goiás, , Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (HIRATA et al., 2008). Com um volume total de água armazenada estimado em torno de 30.000 km3 (FOSTER et al., 2009), o principal uso atual e potencial das águas do Aqüífero Guarani é o abastecimento público. Isso se deve a diversos fatores como a qualidade natural da água e maior proteção frente aos agentes contaminantes; a quantidade de água assegurada ao longo do tempo, sem variação por causas climáticas; a flexibilidade locacional e de escalonamento das obras (poços) com a evolução da demanda por água; a maior economicidade dos sistemas de abastecimento na maioria dos casos (ROCHA, 1997; HIRATA et al., 2006).

O Aqüífero Guarani é composto por arenitos das formações Pirambóia na base e Botucatu no topo, sendo que cerca de 90% de sua área está recoberta por espessos derrames de lavas basálticas, o que lhe confere características típicas de um aqüífero regional confinado. Entretanto, nas bordas oeste e leste da bacia do Rio Paraná, onde se localiza a APA Botucatu, faixas alongadas e

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irregulares constituem a porção do aqüífero livre, por onde predominantemente há a recarga da porção confinada.

No Estado de São Paulo, essas áreas de recarga ocorrem principalmente nos locais de afloramento atravessados pelos Rios Tietê, Piracicaba, Mogi- Guaçu, Pardo e Paranapanema, além de outros de menor vazão, como o Rio do Peixe e o Rio São José dos Dourados (CETESB, 2007). Alguns dos principais afluentes desses rios percorrem o perímetro da APA Botucatu, sendo que a área de afloramento do aqüífero compreende aproximadamente 71% do total da unidade (Figura 5).

Figura 5. Área de afloramento e confinamento do Aquífero Guarani na região da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu. Fonte: adaptado de CETESB (2007).

Entretanto, a velocidade de fluxo de água subterrânea para alimentar aquífero confinado é muito lenta (estimada entre 1 a 2 % da precipitação anual ou entre 10 a 15 mm por ano). Dessa forma, a grande preocupação com as

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áreas de afloramento do aquífero na APA Botucatu, uma das principais justificativas para a criação da unidade, deve ser a manutenção da qualidade e da disponibilidade de água para a população residente em seu próprio território e nos municípios circunvizinhos, pois os possíveis impactos causados pelo uso e ocupação do solo dentro desse recorte geográfico serão sentidos primeiramente e com muito mais intensidade nesta escala regional, e não em escala continental. Por outro lado, também deve-se considerar a necessidade de maior controle de contaminantes mais persistentes, esses sim, oferecendo risco de contaminação do aqüífero a longo prazo e em áreas mais abrangentes.

Dentre as principais fontes de poluição das águas subterrâneas estão o despejo de efluentes urbanos domésticos e industriais e a aplicação indiscriminada de agroquímicos, sendo eles fertilizantes ou defensivos agrícolas (FOSTER et al., 2009; SÃO PAULO, 2005; CETESB, 1985). Embora a qualidade das águas do Aquífero Guarani seja considerada naturalmente boa, a área da APA Botucatu é considerada como de média a alta vulnerabilidade à contaminação (SÃO PAULO, 2005). De fato, dados atuais da CETESB já apontam indícios de alteração das características naturais do aqüífero causados por atividades antrópicas próximas à área da APA, como o aumento nas concentrações de N-Nitrato em ponto localizado na UGRHI 10, e de alumínio na UGRHI 14.

A disponibilidade de água para abastecimento é outra preocupação com relação ao aqüífero. Há, por exemplo, um grande descompasso entre as estimativas dos poços construídos e o número de poços outorgados que constam nos bancos de dados oficiais no Estado de São Paulo. Esse descontrole sobre a exploração dos recursos hídricos subterrâneos provavelmente também ocorre no perímetro da APA Botucatu, onde atualmente se tem registro de 16 poços outorgados.

Diante destas problemáticas, uma das principais preocupações com relação ao zoneamento da APA Botucatu foi o mapeamento das áreas de

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afloramento do Aqüífero Guarani, sendo o estabelecimento de normas e diretrizes de uso e ocupação do solo voltado à manutenção da qualidade e disponibilidade das águas subterrâneas para a população atual e para aas gerações futuras.

2.4. Geologia, Geomorfologia e Solos A APA Botucatu localiza-se sobre a borda nordeste da Bacia Sedimentar do Paraná, na transição entre as províncias geomorfológicas da Depressão Periférica (incluindo as zonas do Médio Tietê e do Paranapanema), das Cuestas Basálticas e do Planalto Ocidental.

O relevo da Depressão Periférica é pouco acidentado, com predomínio de colinas baixas, de formas suavizadas, separadas por vales jovens, sem planícies aluviais importantes. Na APA Botucatu, os terrenos pertencentes a esta província são constituídos predominantemente por rochas areníticas do Grupo São Bento, que engloba as Formações Botucatu e Pirambóia, amplamente distribuídas pela unidade. São encontradas também rochas do Grupo Passa Dois, constituídas por folhelhos, argilitos e siltitos das Formações Irati e Teresina, esta última predominando e ocorrendo em manchas nos municípios de Guareí, Bofete e Itatinga. Embora em terrenos de declividade suave, o substrato rochoso encontrado nesta província confere alta fragilidade erosiva a esses terrenos. Embora predominem as rochas areníticas, na Depressão Periférica são também encontrados importantes derrames e intrusões de rochas basálticas da Formação Serra Geral, que, sendo resistentes à erosão em relação aos arenitos, se mostram salientes na topografia, formando os Morros Testemunhos por erosão diferencial, como os morros do Bofete e Três Pedras, no município de Bofete, os morros Alegra, Naiva, Sarandi e Cirineu, no município de Guareí, e o Torre de Pedra, no município de mesmo nome (ENGEA, 1990).

As rochas basálticas da Formação Serra Geral também afloram em uma faixa de largura de 1 a 3 km acompanhando a Serra de Botucatu, constituindo

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a província das Cuestas Basálticas. Essa província é constituída por terrenos de forte instabilidade, sujeitos a movimentos de massa, erosão laminar e erosão linear, tais como ravinas e voçorocas muito profundas, encontradas em grande quantidade no perímetro da APA.

As Cuestas e os Morros Testemunhos são alguns dos principais atributos naturais a serem conservados na APA Botucatu, tendo sido este um dos motivos da criação dessa unidade. Além de sua alta fragilidade natural e grande beleza cênica, essas formações geológicas também abrigam diversos sítios arqueológicos, muitos dos quais ainda não estudados.

A Província do Planalto Ocidental se inicia no reverso das Cuestas Basálticas, avançando para noroeste, e é caracterizada por uma sucessão de campos ondulados, de relevo extremamente suavizado. Nesses terrenos ocorrem rochas da Formação Marília, pertencente ao Grupo , e constituída predominantemente de arenitos. Na APA Botucatu, essa formação ocorre principalmente nos municípios de Botucatu, Pardinho e Itatinga.

Ocorrem na APA Botucatu predominantemente Latossolos e Argissolos, e subordinadamente Nitossolos e Neossolos. Os Latossolos Vermelho-Amarelos ocupam a maior superfície da APA, sendo solos em avançado estágio de intemperização, muito evoluídos, normalmente bastante profundos e de fertilidade variável. Embora possuindo boa permeabilidade e estando localizados em terrenos de declividade suave, os Latossolos encontrados na APA tornam-se naturalmente suscetíveis à erosão devido ao substrato rochoso predominantemente arenítico e friável.

Já os Argissolos Vermelho-Amarelos são encontrados em unidades de mapeamento simples ou associados a outros solos, possuindo geralmente horizonte superficial arenoso. Essa característica, aliada ao acúmulo de argila em sub-superfície e à declividade acentuada dos terrenos, confere maior suscetibilidade à erosão a essas localidades. É o que ocorre na porção leste e norte APA, onde são encontradas diversas ravinas e voçorocas.

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2.5. Biodiversidade A APA Botucatu abrange áreas pertencentes tanto o Bioma Mata Atlântica quanto o Bioma Cerrado, sendo que o Cerrado fica concentrado ao norte e sudoeste e a Mata Atlântica na região central e sudeste da APA. As fitofisionomias presentes em sua maior proporção são da Floresta Estacional Semidecidual (bioma Mata Atlântica), manchas de Savana (Cerrado), manchas de formações de contato com a Savana e a Floresta Estacional Semidecidual, além de campos úmidos e várzeas (Figura 6).

Figura 6. Distribuição das fisionomias vegetais na área da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – perímetro Botucatu. Fonte: Kronka et al. (2007).

Através do avanço da agropecuária e zona urbana, a vegetação nativa restringiu-se a pequenos fragmentos ou remanescentes, presentes principalmente nas frentes das Cuestas, Morros Testemunhos e em alguns cursos de água de maior largura ou quando encaixados em relevo acidentado.

As formações de Floresta Estacional Semidecidual, apresentam-se em grande parte em bom estado de conservação, com alta diversidade de espécies

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arbóreas e estrutura florestal definida (como altura do dossel e estratificação). Alguns remanescentes estudados apresentam-se em matriz com silvicultura de essências exóticas, sendo considerada uma matriz permeável à flora e fauna nativas, já outros estão inseridos em áreas de pastagens e canaviais, onde a pressão é maior. Como exemplos de espécies registradas dessa formação temos: Machaerium brasiliense, Allophylus edulis, Campomanesia guazumifolia, Cariniana estrellensis, Casearia sylvestris, Copaifera langsdorffii, Guarea guidonia, Maytenus aquifolia, Syagrus romanzoffiana, Acacia polyphylla, Aloysia virgata, Aspidosperma polyneuron, Astronium graveolens, Casearia gossypiosperma, Celtis iguanaea, Centrolobium tomentosum, Chrysophyllum gonocarpum, Cordia trichotoma, Croton floribundus, Enterolobium contortisiliquum, Guapira opposita, Guazuma ulmifolia, Hymenaea courbaril, Luehea divaricata, Machaerium nyctitans, Maclura tinctoria, Metrodorea nigra, Patagonula americana, Rapanea umbellata, Sorocea bonplandii, Trichilia catigua, T. claussenii, T. elegans e T. pallida.

Os fragmentos de Savana (Cerrado) se localizam principalmente na depressão periférica, com solos de textura arenosa. Diferente dos fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, estão localizados em áreas de relevo mais suave. Observa que, alguns estão inseridos em matriz de silvicultura e outros estão situados ao lado de loteamentos e citricultura. Como exemplos de espécies registradas em coleções de herbários (não foram levantados estudos nessa formação) temos: Dyschoriste humilis, Duguetia furfuracea, Anadenanthera falcata, Banisteriopsis argyrophylla, Aspidosperma tomentosum, Schefflera vinosa, Gochnatia barrosii, Zeyhera digitalis, Caryocar brasiliense, Kielmeyera variabilis, Erythroxylum suberosum, Anadenanthera falcata, Copaifera langsdorffii, Stryphnodendron adstringens, Byrsonima intermedia, Psidium cinereum, Solanum lycocarpum, Styrax camporum, entre outros. Através das informações levantadas nota-se que os remanescentes de Savana da região da APA Botucatu não são muito conhecidos quanto sua flora e estrutura.

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Nos estudos e registros levantados para a região (em sua maioria para formação de Floresta Estacional Semidecidual), foram registradas para o grupo de fanerógamas 1.164 espécies, variando de hábito herbáceo, arbustivo e arbóreo, para o grupo das pteridófitas 21 espécies enquanto que para o grupo das gimnospermas somente duas espécies, sendo que do total de espécies encontradas 42 são exóticas. Destes registros foram encontradas 29 espécies relacionadas a algum grau de ameaça de extinção, sendo que 18 espécies para Floresta Estacional Semidecidual, e 19 espécies comuns na Floresta Estacional Semidecidual quanto na Savana (Cerrado).

Em função da grande lacuna de conhecimento identificada e baixa qualidade dos dados de ocorrência compilados para os estudos de vegetação e flora terrestres, utilizando métodos de ecologia da paisagem, foram selecionados 37 remanescentes de vegetação prioritários para conservação da biodiversidade abrangendo diferentes situações ambientais no interior da APA Botucatu (Figura 7). Para isso, foi definido um limite de corte dos remanescentes com área mínima de 100 ha. Esta dimensão de remanescente é capaz de conter populações viáveis de muitas espécies silvestres e ainda inclui ambientes onde processos ecólogicos não se encontram inteiramente ou relativamente afetados por atividades antrópicas. Outra seleção foi feita descartando os remanescentes que não comportavam em seu interior uma circunferência de, no mínimo, 500 metros de raio. Esta análise visou excluir os remanescentes de formato alongado que são mais suscetíveis aos efeitos de borda. Além disso, os remanescentes que apresentavam também estreitamentos de, no máximo, 200 metros de largura e 100 metros de comprimento, foram “cortados” da seleção.

Dentre os fragmentos selecionados alguns deles possuem alto potencial para criação de Unidades de Conservação, principalmente de proteção integral, pelo fato de possuírem grande área e apresentarem condições para o estabelecimento das diferentes espécies raras e ameaçadas compiladas durante o inventário de dados secundários da biodiversidade. Salienta-se que a situação

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de alguns dos fragmentos de Cerrado é crítica por sofrerem grande pressão de ocupação residencial em seu entorno.

Figura 7. Mapas dos 37 fragmentos florestais prioritários para conservação da biodiversidade na área da abrangência da APA Botucatu.

Em relação à fauna a compilação dos dados secundários evidenciou que potencialmente podem ocorrer na área de abrangência da APA Botucatu 424 espécies de vertebrados, dos quais 66 são mamíferos, 244 são aves, 58 são anfíbios e 56 são répteis. Esta grande riqueza de espécies se deve pelo fato da APA Botucatu estar localizada em uma zona de transição entre o bioma da Mata Atlântica e Cerrado. Por esta razão, há ocorrência de espécies endêmicas tanto do Bioma Cerrado quanto da Mata Atlântica, sendo expressiva também a existência de espécies ameaçadas de extinção.

Foram registradas 18 espécies de mamíferos de pequeno porte, 14 espécies de morcegos e 36 espécies de médio e grande porte. Destas, 13 são consideradas ameaçadas de extinção, seis são endêmicos do bioma da Mata

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Atlântica e uma espécie é exótica. A APA Botucatu possui grande importância para a conservação das espécies de mamíferos do bioma Cerrado e Mata Atlântica, sendo que 22,4% das espécies que ocorrem nestes biomas são encontradas nesta região.

Sobre as aves, das 244 espécies registradas três são endêmicas do bioma do Cerrado, 30 são endêmicas da Mata Atlântica e nove espécies são citadas com algum grau de ameaça de extinção em listas oficiais de espécies ameaçadas. É importante ressaltar a ocorrência para região das espécies urubu-rei (Sarcoramphus papa), a juriti-vermelha (Geotrygon violacea) e a patativa (Sporophila plumbea), consideradas na categoria “em perigo” (EN) para o estado de São Paulo.

No caso da herpetofauna, foram registradas 58 espécies de anfíbios anuros, 52 espécies de serpentes e uma espécie de jacaré. Para o grupo dos lagartos, anfisbênias e quelônios o inventário de espécies evidenciou uma grande lacuna de conhecimento, sendo registrada apenas uma espécie para cada grupo. Destas, 14 são endêmicas da Mata Atlântica, sete são endêmicas do Cerrado e seis são citadas com algum grau de ameaça de extinção em listas oficiais de espécies ameaçadas. É importante ressaltar a ocorrência para região das espécies anfíbios Odontophrynus moratoi e Bokermannohyla izecksohni, e das serpentes, Rhinocerophis itapetiningae, Philodryas livida, Philodryas agassizii e Phalotris nasutus, presentes na lista de espécies ameaçadas de extinção do estado de São Paulo.

A análise das informações sobre a ocorrência de espécies revelou uma alta concentração de trabalhos no município de Botucatu e uma carência de informações sobre o meio biótico nos demais municípios que a compõem, em especial, Bofete, Guareí, Pardinho, São Manuel e Torre de Pedra. Além disso, muitas dessas informações possuem deficiência na localização exata do trabalho: geralmente apresentam as coordenadas geográficas da área urbana do município, o que impede de afirmar se o registro é oriundo do interior da

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APA. Ainda, informações recentes sobre o meio biótico são raras, o que impossibilita afirmar com exatidão a ocorrência de determinadas espécies na área. Tais fatos dificultaram o diagnóstico, limitando-o na discussão sobre seu estado de conservação, no registro e localização de espécies ameaçadas e na delimitação de áreas prioritárias para conservação.

A destruição de habitats é o principal e o mais preocupante vetor de pressão observado. A conversão de grandes áreas em monoculturas, como silvicultura de eucalipto e pinus, citricultura e o plantio de cana-de-açúcar, são fortes ameaças à conservação da biodiversidade na região. A destruição dos remanescentes florestais e consequente introdução de uma matriz agrícola homogênea podem reduzir drasticamente a diversidade de hábitats e micro- hábitats. Este impacto além de reduzir a riqueza e abundância de vários grupos de espécies, pode extinguir localmente espécies restritas a hábitats específicos, principalmente a de ambientes florestais e ambientes úmidos.

2.6. Ocupação humana, socioeconomia e vetores de pressão Os municípios inseridos na APA Botucatu possuem um grau de urbanização elevado, sendo que Avaré, Botucatu e São Manuel apresentam valores percentuais acima de 90%. Pode-se notar ainda que a população residente em área urbana é crescente em todos os municípios. O centro urbano de maior relevância é a cidade de Botucatu, pólo comercial e tecnológico regional, e onde se localizam dois campi da Universidade Estadual Paulista – UNESP, um da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e outro da Faculdade de Ciências Agronômicas e Florestais.

Quanto à rede fundiária, a terra encontra-se ainda hoje concentrada, principalmente em Avaré, Botucatu, Itatinga e São Manuel, onde os estabelecimentos maiores que 100 ha ocupam mais de 80% da área total. Essa concentração de terras reflete ao uso dado ao solo agrícola, onde as atividades dominantes nesses municípios são a pecuária, o reflorestamento e a cana-de- açúcar. Estas atividades geralmente estão associadas às grandes propriedades.

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A agropecuária teve um papel fundamental na economia regional. Esta continua sendo importante, mas atualmente possui um papel secundário, como se verifica ao analisar a formação do Produto Interno Bruto, o PIB. Botucatu possui o maior PIB total e PIB per capita, enquanto Torre de Pedra, os menores. O setor de serviços é o maior responsável pelo PIB dos municípios, tal como do estado de São Paulo. São Manuel e Botucatu apresentam, também, uma expressiva participação da indústria. A participação da agropecuária só foi significativa em Angatuba, Bofete, Guareí e Itatinga, onde foi responsável em pelos menos 20 % do PIB.

O uso e a ocupação do solo da APA Botucatu analisado para os anos de 1999 e 2010, mostram a predominância da agropecuária e do reflorestamento com espécies exóticas de pinus e eucalipto. Vale ressaltar também que houve um avanço significativo da cultura da cana de açúcar e de citrus, substituindo áreas de pastagem, isso pode ser observado, sobretudo nos municípios de São Manuel, Botucatu e Avaré. Quanto à formações florestais, observou-se um aumento de 6%, entretanto este aumento pode estar relacionado à qualidade das imagens utilizadas e à metodologia da elaboração dos mapa

Através dos trabalhos dos grupos focais, trabalho de campo de vegetação, mapa de uso e ocupação do solo, análise de imagens do Google, além de alguns trabalhos acadêmicos permitiu a identificação de diversos vetores de pressão negativos presentes na APA Botucatu. A tabela a seguir mostra com detalhes os vetores encontrados (Tabela 1).

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Tabela 1. Vetores de pressão negativos da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá, perímetro Botucatu.

Ocupação / Problemas e vetores Descrição Atividade decorrentes Usos do solo A ocupação pela cana-de- Erosão, assoreamento. incompatíveis a açúcar, citrus, cultura anual, capacidade de uso reflorestamento, pastagens e outros geram a sobre-utilização de alguns setores da APA. Estradas Sistema viário complexo Erosão, assoreamento, favorece o escoamento fogo, atropelamento de superficial. Observado o fauna, barreira ecológica. escoamento de águas para o interior dos fragmentos florestais. Além disso, as estradas cortam grandes extensões do território da APA. Aterros sanitários Municípios utilizam aterros Contaminação, proliferação sanitários, os quais necessitam de pragas e doenças. de manutenção. Em Itatinga o aterro sanitário é simplificado e apresenta problemas. Efluentes urbanos, A inexistência de sistema de Poluição do solo e dos industriais e tratamento coletivo nos bairros recursos hídricos agrícolas rurais, ao qual fica ao encargo superficiais e subterrâneos. do morador que muitas vezes possui fossas negras ao invés das fossas sépticas. Além disso, existe uma baixa eficiência do tratamento do esgoto coletado. Cultura de cana-de- Monocultura. O método de Perda de biodiversidade, açúcar colheita utilizado é a queima. pressão sobre os pequenos proprietários em Botucatu, poluição atmosférica e das águas Invasão de espécies Registro nos fragmentos de Perda de biodiversidade. exóticas espécies da fauna e flora exóticas, tais como, javali (Sus scrofa), lebre-européia (Lepus europaeus), pinus (Pinus sp.) e ipê-de-jardim (Tecoma stans).. Caça e pesca A pesca e a caça predatória Perda de biodiversidade, foram constatadas em alguns diminuição das populações pontos, principalmente de paca naturais.

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Ocupação / Problemas e vetores Descrição Atividade decorrentes e capivara. Pastagens Pastagens sem utilização de Compactação do solo, técnicas de conservação do solo erosão, invasão da APP. Loteamentos Grandes remanescentes Supressão de vegetação naturais do bioma do Cerrado nativa, poluição do solo e ameaçados pela expansão das águas, erosão, pressão urbana. Descuido com o sobre a infraestrutura de escoamento das águas pluviais transporte, saúde, e falta de saneamento básico educação, entre outros. gera a utilização de fossas negras e poços. Ausência de APP Ausência de mata ciliar e Erosão, assoreamento, vegetação em áreas declivosas diminuição do fluxo gênico. em toda a APA. O mapa de Uso e Ocupação do Solo (figura 4.1.2.4/1) e Tangari e Silva (2007) constataram esta ausência em Avaré e em toda a APA. Reflorestamento Monocultura de eucaliptos. Perda de biodiversidade, homogeinização da paisagem. Agricultura Utilização de defensivos e Poluição das águas fertilizantes agrícolas e manejo superficiais e subterrânea, inadequado das culturas. perda de biodiversidade, diminuição do fluxo gênico entre os fragmentos, invasão da APP, desmatamento. Turismo Em Avaré, ausência de Poluição sonora e das planejamento na área próxima águas, desperdício de a represa onde não consta água. saneamento básico (água e esgoto) e acúmulo de lixo durante as temporadas (CAROLINO e SIMON, 2007). Mineração Portos de areia, principalmente. Assoreamento, erosão.

Por outro lado, existem vetores de pressão positivos que afetam de forma positiva a população. Na APA Botucatu, alguns vetores de pressão positivos foram identificados, entre eles podemos citar (a) a existência de

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outras unidades de conservação próximas, a qual favorece a conservação do ambiente natural no entorno da APA, ou seja, podendo propiciar um fluxo de espécies entre as unidades; (b) potencial turístico relacionado ao patrimônio histórico-cultural e ao patrimônio natural; (c) incentivos a projetos de agricultura orgânica; (d) ONGs e universidades atuantes na APA, que organizam e estabelecem parcerias buscando a melhoria ambiental e qualidade de vida para a população dos municípios; (e) existência de projetos nas áreas social e ambiental; (f) grandes remanescentes das fitofisionomias dos biomas do Cerrado e Mata Atlântica que potencialmente podem abrigar grande diversidade de espécies da fauna e flora; e (g) ocorrência de festas populares, as quais permitem o fortalecimento e a continuidade dos valores culturais da região.

2.7. Patrimônio Histórico-Cultural O Patrimônio Histórico-Cultural Material da APA Botucatu corresponde a bens imóveis de sítios arqueológicos e edificações. Os vestígios materiais dos sítios arqueológicos são procedentes de três grupos indígenas que povoaram o atual território da APA: os Guarani, os Caingang e os Oti-xavante. O povoamento da APA por populações indígenas é relativamente recente, datado, principalmente, entre os séculos XIX e XX.

Quinze sítios arqueológicos são conhecidos na APA, a maioria concentrados no sopé da Cuesta e dos Morros Testemunhos, principalmente no município de Guareí. Dentre eles destaca-se o Abrigo Sarandi, também nesse município, sendo sua proteção um dos principais objetivos da criação da APA Botucatu. Entretanto, não há detalhamento das características de grande parte destes sítios arqueológicos, evidenciando a necessidade de estudos na região que possibilitem o entendimento das antigas populações que habitaram a área, além da proteção, recuperação e integração desses sítios ao patrimônio arqueológico regional.

Já o Patrimônio Histórico-Cultural material edificado dos municípios da APA Botucatu está ligado aos eventos econômicos da segunda metade do

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século XIX e início do século XX, ou seja, a produção cafeeira e os primórdios da industrialização. Constitui-se principalmente de sedes e outras estruturas de antigas fazendas, incluindo terreiros de secagem, senzalas, moendas e depósitos, concentrados nos municípios de Botucatu, Avaré, Itatinga e São Manuel, além de igrejas e capelas de diversos estilos arquitetônicos, como bizantino, gótico, barroco e colonial, encontradas principalmente em Botucatu.

Não há vestígios remanescentes da ocupação em períodos mais antigos, embora se saiba que as primeiras incursões ao vale do Paranapanema tenham ocorrido ainda no século XVI pelos castelhanos vindos de Assunção para São Vicente, seguidas pelos paulistas vindos de , Sorocaba e Itapetininga a procura de escravos no século XVII, e posteriormente pelos jesuítas que ali se instalaram o século XVIII em grandes fazendas de criação de gado, sendo finalmente expulsos do Brasil em 1759.

A Tabela 2 apresenta importantes bens materiais do Patrimônio Histórico-Cultural da APA.

Tabela 2. Alguns Bens Materiais do Patrimônio Histórico-Cultural da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá, perímetro Botucatu.

Município Bem Histórico Casa da Cultura Angatuba Delegacia Engenho Pinga Galo do Tamassia Avaré Fórum – tombado pelo CONDEPHAAT Bofete Igreja Matriz Prefeitura Municipal (1930) Casa das Meninas (1927) Santa Casa de Misericórdia (1895) Fórum (1920) – também abrigou a Cadeia até 1974. Sua arquitetura Botucatu possui o mesmo padrão do edifício do Tribunal de Justiça de São Paulo, ambos do escritório de Ramos de Azevedo. Praça Rubião Junior (1916) Secretaria Municipal de Educação (1917) – antigo Seminário, com capela que reproduz conceitos de capelas de ordens franciscanas da

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Município Bem Histórico Europa. Palácio Episcopal (1934) – atual Seminário. Caridade Portuguesa Maria Pia (1901) – estilo neoclássico, riqueza de adereços. Museu de Arte Contemporânea “Itajahy Martins” – acervo com mais de 50 peças de pintores contemporâneos. Museu do Boiadeiro – acervo com peças referentes a vida e atividade do peão de boadeiro e outros elementos que fogem a temática. Museu do Caboclo – acervo referentes à vida e à atividade do peão de boiadeiro. Museu Histórico e Pedagógico “Francisco Blasi” – Acervo eclético, com objetos pertencentes a moradores da cidade. Museu do Café – localizado na Fazenda Lageado, acervo relacionado

à cultura do café e a sua história no espaço regional. Casa de Educação e Cultura (1914) – antiga delegacia e cadeia do município. Itatinga Usina hidrelétrica Salto do Lobo – existe há quase 100 anos e após restauração foi posta em funcionamento há alguns anos. Jardim Público (1905) – coreto.

São Manuel Museu Histórico e Pedagógico “Pe. Manoel de Nóbrega” – mais de 4.000 peças catalogadas e é considerado um dos mais ricos museus do interior de São Paulo. Fonte: Prefeituras (2010); Pólo Cuesta (2010); Figueiroa (2008).

3. Avaliação Estratégica

A APA Botucatu tem como missão disciplinar o uso e ocupação do solo de modo a proteger as Cuestas Basálticas, Morros Testemunhos e Biodiversidade, garantir a conservação do Aquífero Guarani e valorizar seus atributos culturais, através de uma ação em rede entre as diferentes instituições e atores sociais, que tenha como base a sustentabilidade socioambiental.

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A análise estratégica da APA Botucatu é pautada em sua missão e foi elaborada com base nos diagnósticos produzidos para os meios físico, biótico e antrópico, nas contribuições da equipe técnica, nos dados coletados em entrevistas e grupos focais, nas reuniões e entrevistas realizadas com membros do Conselho Gestor, e nas oficinas de zoneamento e conclusiva realizadas em setembro de 2010.

Enquanto metodologias de análise estratégica foram utilizadas ferramentas tanto do ZOPP (Planejamento de Projetos Orientado por Objetivos) quanto do SWOT (forças, fraquezas, ameaças e oportunidades) e, principalmente, ferramentas do Enfoque Participativo (mais recentemente utilizado quando se almeja a participação de fato e metodologia que veio da evolução ao longo do tempo em relação às ferramentas do METAPLAN e ZOPP). A utilização desse conjunto de ferramentas, incorporando elementos de planejamento por objetivos proporciona uma análise estratégica mais focada em objetivos, resultados esperados, ações, responsabilidades e indicadores de avaliação. A metodologia da SWOT é muito utilizada como ferramenta para análises de competitividade em empresas, em projetos de marketing, e já vem sendo utilizada há algum tempo para Planos de Manejo no Estado de São Paulo em unidades de conservação. Dessa forma optou-se por apresentar os resultados dessa análise por meio da matriz SWOT.

Matriz de Análise Estratégica (SWOT)

O objetivo da Matriz de Análise Estratégica é construir uma visão integrada das evoluções prováveis dos ambientes interno e externo da APA, a curto, médio e longo prazos, e antecipar situações favoráveis e desfavoráveis, capazes de estimular ou comprometer o seu bom desempenho, servindo de eixo norteador das principais ações a serem detalhadas na matriz de planejamento estratégico e Programa de Gestão.

Através da análise de fatores externos (oportunidades e ameaças) que consistem em variáveis não controláveis à organização em questão e análise de

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fatores internos (pontos fortes e fracos), que são variáveis que podem ser controláveis pela gestão da UC, está descrito de forma concisa nesta análise qual a atual situação de gestão da APA Botucatu.

Para a análise dos fatores internos da APA, sob o ponto de vista estratégico, consideraram-se:

• Pontos Fortes: fenômenos ou condições inerentes à APA que contribuem ou favorecem seu manejo.

• Pontos Fracos: fenômenos ou condições inerentes à APA que comprometem ou dificultam o alcance de seus objetivos.

Para os efeitos da análise dos fatores externos, consideraram-se:

• Oportunidades: fenômenos ou condições externos à APA que contribuem ou favorecem o alcance de seus objetivos.

• Ameaças: fenômenos ou condições externos à APA que comprometem ou dificultam o alcance de seus objetivos.

A partir dessas análises, quatro situações prováveis para a organização e planejamento da APA foram encontradas:

I) Desenvolvimento (cruzando-se os pontos fortes e as oportunidades) – este quadrante trata de quais aspectos a Unidade de Conservação tem melhor desempenho em sua organização interna e quais as oportunidades apresentadas pelo ambiente externo, sendo um espaço para que os tomadores de decisão possam mostrar seu diferencial em processo de gestão da UC; II) Crescimento (cruzando-se os pontos fracos e as oportunidades) – neste quadrante observa-se quais são as mudanças necessárias dentro da gestão interna da UC para um aproveitamento melhor das oportunidades oferecidas pelo ambiente externo;

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III) Manutenção (cruzando-se os pontos fortes e as ameaças) – apresenta os principais trunfos da UC, em uma tentativa de que estes pontos fortes tornem-se favoráveis à gestão das ameaças apresentadas pelo ambiente externo; IV) Sobrevivência (cruzando-se os pontos fracos e as ameaças) – apresenta as necessidades de mudanças profundas na gestão da UC, a fim de garantir a sobrevivência da própria UC.

Nestas situações encontradas consideram-se como forças impulsionadoras a situação de desenvolvimento, e as forças restritivas a situação de sobrevivência, sendo que esta deverá ser objeto de ações mais urgentes por parte da gestão da APA Botucatu.

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Quadro 1. Matriz de Análise Estratégica da APA Botucatu.

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Ambiente Interno

Pontos Fracos Pontos Fortes I) Lacunas de Pesquisas: I) Atrativos da UC 1) falta de mapeamentos pedológicos (1:100.000); falta de atualização das 1) bens históricos/culturais nos informações sobre os principais focos de erosão (ravinas e voçorocas); municípios da APA; 2) não há padronização dos dados sobre recursos hídricos superficiais quanto à 2) cuestas e morros escala, períodos de coleta e parâmetros levantados; testemunhos; 3) poucas informações detalhadas sobre recursos hídricos subterrâneos: não é 3) afloramento do Aquífero realizado levantamento das características físicas e químicas das águas subterrâneas Guarani e acompanhamento das possíveis alterações dessas características frente aos 4) região de transição ecológica diferentes usos do solo da APA; com presença de espécies 4) poucos levantamentos sobre o meio biótico nos municípios da APA – concentração endêmicas e ameaçadas de das pesquisas em Botucatu. São raras informações recentes sobre o meio biótico; extinção do bioma da Mata 5) dados antigos (2000) sobre o aspecto socioeconômico podem não retratar a Atlântica e Cerrado. situação atual dos municípios; 6) são inexistentes estudos detalhados de patrimônio histórico-cultural material e imaterial; 7) ausência de estudos sobre o impacto do turismo no território da APA.

II) Vetores de Pressão 1) meio físico:expansão da malha viária; aumento populacional; uso intensivo do

solo; empreendimentos lineares; mineração; 2) meio biótico: invasão de espécies exóticas; expansão imobiliária próxima aos remanescentes de vegetação, monoculturas; 3) meio social: concentração de terras; deterioração e descaracterização do patrimônio histórico edificado; falta de adequação e disposição dos resíduos sólidos. Ameaças III) Fragilidade 1) alta vulnerabilidade da área à poluição dos recursos hídricos, especialmente os subterrâneos;

2) área com alta vulnerabilidade à erosão;

3) fragmentação de habitats. 4) áreas de preservação permanente não restauradas e áreas degradadas não recuperadas.

IV) Gestão Organizacional 1) falta de: recursos humanos – equipe locada para esta APA; Recursos Financeiros; capacitação em ferramentas de SIG e Banco de dados; infraestrutura Adequada na APA; banco de dados sobre a APA; sistematização dos dados de gestão (financeiro / administrativo) da APA; identidade visual; divulgação.

2) organograma do órgão gestor muito verticalizado, dificultando a comunicação e a

Predominância de Ambiente Ambiente Externo tomada de decisão; 3) desarticulação com os tomadores de decisão nos municípios, instituições atuantes na APA, órgãos fiscalizadores e órgãos licenciadores; Sobrevivência Manutenção

I) Oportunidades do Meio Físico I) Pesquisas 1) uso do solo não adequado as classes de capacidade do uso do solo (pastagens, 1) Existência de muitos agricultura) o que potencializa os processos erosivos e de degradação; levantamentos bióticos na área 2) o mapeamento pedológico que está sendo feito não abrange toda a região da de Botucatu / ocorrência de APA; espécies ameaçadas de extinção; II) Oportunidades do Meio Biótico 2) UNESP Botucatu

1) os remanescentes de vegetação das diferentes fisionomias (37 no total) tem o potencial para criação de UCs (RPPNs); 2) falta de conectividade entre os remanescentes de vegetação; II) Parcerias 3) falta de programas de créditos de carbono relacionados a reflorestamento. 1) presença de muitas instituições que podem III) Oportunidades do Meio Social estabelecer parcerias para 1) não existem parcerias estabelecidas com ONGs ou agências de fomento para possíveis projetos (Matriz reavivamento das manifestações histórico/culturais presentes na APA. Institucional);

2) necessidade de tombamento do patrimônio histórico/cultural existente. 2) existência de políticas Oportunidades 3) inexistência de um selo específico para os produtos agrícolas e florestais gerados, ambientai municipais e cujos meios de produção estejam em consonância com os objetivos da APA e com as estaduais; diretrizes do zoneamento. 3) conselho gestor bem 4) pouca inserção da APA em projetos de Educomunicação (redes, coletivos representativo. educadores dentre outros

Crescimento Desenvolvimento

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4. Zoneamento A elaboração do zoneamento foi realizada de acordo com as regras e normas descritas no Roteiro Metodológico elaborado pelo IBAMA e orientações constantes no Termo de Referência do plano de manejo APA Botucatu. O zoneamento constitui um instrumento de ordenamento territorial, usado como recurso para se atingir melhores resultados no manejo da unidade de conservação, pois estabelece usos diferenciados para cada zona, segundo seus objetivos (IBAMA/GTZ, 2002).

Assim, o zoneamento da APA Botucatu teve como objetivo principal o ordenamento do uso e ocupação do solo, a conservação das Cuestas, Morros Testemunhos, dos ecossistemas associados e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Sendo os objetivos específicos:

. Proteger os remanescentes de vegetação nativa e promover a melhoria de seu estado de conservação; . Conservar e garantir a qualidade e quantidade das águas dos mananciais superficiais e do Aquífero Guarani; . Disciplinar o uso e ocupação do solo e a exploração dos recursos naturais, restringindo a implantação de atividades potencialmente impactantes; . Delimitar e conservar os sítios histórico-culturais e arqueológicos, servindo à pesquisa, educação e turismo; . Planejar e ordenar as áreas de relevante interesse turístico; . Incentivar a recuperação de áreas degradadas.

Para o zoneamento da APA Botucatu foram considerados os resultados dos diagnósticos dos meios físico, biótico e socioeconômico, procurando integrar espacialmente estes temas e extraindo deles os aspectos mais

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relevantes para a definição e demarcação das zonas. Para adequar as regras do zoneamento com a realidade local também foram considerados:

. Os objetivos da APA como Unidade de Conservação de Uso Sustentável; . Os documentos do pré-zoneamento elaborado anteriormente pela CPLA (2006); . A delimitação já estabelecida da “Zona de Vida Silvestre”, definida pelo Decreto Estadual no 20.960, de 8 de junho de 1983; . As demandas das instituições e sociedade local, consensuadas nas oficinas de zoneamento.

Para atender aos objetivos da APA Botucatu foram definidas cinco zonas, Zona de Conservação do Patrimônio Natural (ZCPN); Zona de Conservação dos Mananciais (ZCM); Zona de Conservação Hídrica 1 (ZCH1); Zona de Conservação Hídrica 2 (ZCH2); Zona Agrosilvopastoril (ZA), e três áreas, Área de Interesse Histórico-Cultural (AIHC); Área de Potencial Interesse Turístico (APIT) e Área de Recuperação (AR) (Figura 8).

São consideradas Zonas as regiões geográficas inseridas nos limites da APA Botucatu que possuem características próprias, com definição, objetivos, normas e diretrizes, que levam em consideração graus específicos de proteção, possibilidades de desenvolvimento econômico sustentável e mitigação de possíveis impactos do uso e ocupação de seu território. Não há sobreposição entre as zonas.

São consideradas Áreas as regiões que possuem atributos específicos que as caracterizam como de especial interesse histórico, cultural, arqueológico, turístico, ou que apresentam atualmente condições de degradação severa dos recursos naturais. Estas se sobrepõem a uma ou mais zonas, sendo que seus objetivos e normas obedecem aos da zona a qual estão sobrepostas, acrescendo-se os objetivos e normas específicos para cada Área.

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Figura 8. Mapa de zoneamento da Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu, Tejupá – Perímetro Botucatu.

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4.1. Critérios de Zoneamento Como já dito anteriormente, os critérios para o zoneamento do APA Botucatu levaram em consideração as orientações constantes do Roteiro Metodológico do IBAMA, porém devido às características inerentes de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável foi necessário adequar o roteiro para realidade encontrada na região. A tabela a seguir mostra os critérios de singularidade utilizados no zoneamento (Tabela 3).

Tabela 3. Critérios para o zoneamento da APA Botucatu

Critérios Indicativos da Singularidade da APA Botucatu - Cuestas - Morros Testemunhos Critérios indicativos de valores para - Área de afloramento do Aquífero conservação Guarani - Presença de sítios históricos e culturais - Potencial para uso Agropecuário - Potencial para implantação Critérios indicativos para vocação de uso empreendimentos sustentável - Potencial para visitação - Presença de infraestrutura Fonte: Modificado do Roteiro Metodológico do IBAMA (IBAMA, 2002)

Para delimitação das zonas e áreas foram utilizadas ainda as seguintes informações:

. Mapa dos Padrões Morfológicos da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá – Perímetro Botucatu; . Principais pontos de captação de água superficial para abastecimento público; . Delimitação da área de recarga do Aquífero Guarani; . Vias de acesso (rodovias, estradas rurais e ferrovias).

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4.2. Síntese das Informações sobre as Zonas e Áreas

O resultado final do zoneamento e do estabelecimento das normas de uso e ocupação, bem como as diretrizes gerais e específicas para cada zona apresentado neste Plano de Manejo foi obtido através de amplas discussões em reuniões com o Conselho Gestor da APA, a partir de um produto apresentado pela empresa contratada. As alterações se fizeram necessárias para atender demandas e expectativas tanto do Órgão Gestor, quanto do Conselho da Unidade.

A seguir, quadros-síntese das Zonas e Áreas contendo seus objetivos, Descrição, normas de usos e Diretrizes.

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Zona de Conservação do Patrimônio Natural (ZCPN) Objetivos: é destinada a conservar as áreas mais íntegras e proteger as áreas mais frágeis, restringindo a ocupação e a utilização dos recursos naturais, de forma a garantir a proteção e a conservação do patrimônio natural, representado pelos atributos geomorfológicos que formam paisagens de grande beleza cênica, com trechos de vegetação nativa bem conservada servindo de importantes refúgios da biodiversidade regional. A ZCPN compreende as Cuestas Basálticas, cabeceiras dos cursos d´água que drenam para o interior da APA, mesas e morros testemunhos, e a diversidade biológica ocorrente.

Descrição: engloba: Cuestas Basálticas, incluindo seu sopé, sendo este definido como a base da Cuesta, que possui declividade acima de 8% e uma faixa de 250 metros do seu reverso em direção ao Planalto Paulista, formando uma faixa no sentido oeste-norte da APA, atravessando os municípios de Avaré, Itatinga, Pardinho, Bofete, Botucatu e São Manuel;Todos os Morros e Mesas Testemunhos, incluindo sua base com declividade acima de 8%, que encontram-se dispersos sobretudo na porção sudeste da APA. Possui remanescentes significativos de vegetação nativa, sobretudo nas áreas mais declivosas como no fronte da Cuesta e nos morros testemunhos, predominando a Floresta Estacional Semidecidual. As atividades econômicas predominates são pequenas áreas ocupadas por pastagens, chácaras, culturas anuais, cana-de-açúcar, citricultura e reflorestamento com eucalipto. Normas Permitido: Atividades turísticas de educação e conscientização ambiental, de contemplação da paisagem; Implantação de Infra-estrutura de turismo e esporte de aventura, tais como trilhas com veículos off-road, motocicletas, vôo livre, entre outros, desde que as atividades estejam normatizadas e em áreas licenciadas; Atividades agrosilvopastoris utilizando sistema orgânico de produção, conforme Lei Federal nº 1083, de 23 de dezembro de 2003;Fabricação de alimentos artesanais e afins; Realização de pesquisas científicas e manejo para a manutenção da diversidade genética e populacional da biota;Projetos, obras e atividades de utilidade pública, interesse social e/ou baixo impacto nos termos da legislação vigente, desde que não hajam alternativas locacionais e comprometam a integridade das formações geomorfológicas, da fauna e flora e dos recursos hídricos; Para parcelamentos de solo para fins residenciais pré-existentes e consolidados, a taxa máxima de impermeabilização permitida por lote será de 20%; Utilização de agrotóxicos de baixa toxicidade, segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde, e pouco perigosos (classe IV) conforme a Portaria Normativa IBAMA N° 84 de 15 de outubro de 1996 para atividades agrossilvopastoris pré-existentes;Geração de energia hidroelétrica, desde que não haja barramento de curso d’água natural. Não Permitido Aeródromos, aeroportos, portos e dutovias;Obras hidráulicas, sistemas de drenagem e de irrigação de grande porte, a exemplo de pivô central e canhão hidráulico;Estações de tratamento de água e de esgoto doméstico e industrial;Centrais de geração de energia (hidroelétricas, termoelétricas, nucleares e eólicas), usina de açúcar, álcool e cogeração de energia; Aterros de inertes da construção civil, aterros sanitários e necrópoles; Extração mineral; Agroindústria de pequeno, médio ou grande porte, curtumes, indústrias e distritos industriais; Loteamentos e condomínios residenciais e parques temáticos; Cultivo e exploração de espécies exóticas invasoras; Pulverização de plantações com agrotóxicos através de aeronaves;Criação e pastoreio de animais nas encostas, topo dos morros e tabuleiros e nas beiras de corpos d´água. Diretrizes: Priorização de ações de conservação e recuperação da vegetação nativa, tais como recomposição das faixas marginais dos corpos d’água, de reservatórios e entorno de nascentes, nas cuestas, mesas e morros testemunhos, recomposição e averbação de Reservas Legais, compensação de reserva legal e servidão florestal e a criação unidades de conservação públicas e privadas, visando a integridade da vegetação nativa remanescente e o aumento da cobertura vegetal, bem como o restabelecimento ou incremento da conectividade entre os fragmentos de vegetação nativa; Articulação com o setor turístico a normatização da atividade turística e de esporte de aventura buscando seu regramento e a minimização da sua intervenção na ZCPN;Monitoramento e manejo das populações de espécies exóticas invasoras visando sua eliminação;Articulação com órgãos afins e comunidade rural para que as atividades e usos rurais sejam compatíveis com a legislação vigente, com o tipo de solo e com a classe de uso dos solos locais e que sejam utilizadas as técnicas de conservação de solo adequadas para cada situação;Promoção da adoção de práticas sustentáveis de produção agrossilvopastoril estimulando a transição para o sistema orgânico de produção; Realização de inventários e monitoramento da biodiversidade, mapeamento da ocorrência de espécies ameaçadas de extinção, raras e endêmicas, e identificação de ações que minimizem os impactos negativos da fragmentação e de barreiras lineares (ex.: rodovias, ferrovias) sobre a fauna; Realização de estudos espeleo - arqueológicos das Cuestas, Mesas e Morros Testemunhos.

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Zona de Conservação dos Mananciais (ZCM)

Objetivos: é destinada a conservar e garantir a qualidade e quantidade das águas dos mananciais de abastecimento público e restringir as atividades ou obras que potencializem o risco de erosão do solo e a contaminação dos recursos hídricos.

Descrição: Engloba as porções das bacias utilizadas para a captação de água superficial para abastecimento público que se encontram dentro do perímetro da APA, sendo elas: bacia do Rio Pardo, nos municípios de Botucatu e Pardinho; bacia do Ribeirão da Água Branca, no município de Guareí; bacia do Ribeirão dos Almeidas, no município de Torre de Pedra; bacia do Córrego do Tanque, no município de Bofete; bacias do Córrego da Igualdade e do Rio Paraíso, no município de São Manuel. Estas bacias localizam-se em diversas províncias geomorfológicas, ocupando áreas pertencentes às Cuestas Basálticas, Planalto Ocidental e Depressão Periférica. As porções dessas bacias localizadas fora do perímetro da APA receberam a denominação de Área de Conservação de Mananciais (ACM). Normas Permitido: Atividades agrosilvopastoris com adoção de práticas de conservação e manejo adequado do solo; Atividades industriais cujo fator de complexidade W seja igual ou menor a 2,5, de acordo com o anexo 1 do Decreto Estadual nº o Decreto Estadual 47.397/02; Atividades turísticas, de educação e conscientização ambiental; Empreendimentos e atividades de utilidade pública, interesse social e/ou baixo impacto nos termos da legislação vigente, na ausência de alternativa locacional; Sistema de coleta e tratamento de esgotos sanitários, na ausência comprovada de alternativa locacional;Obras hidráulicas para canalização, retificação e/ou barramento de curso d’água para pequenas centrais hidroelétricas e subestação de energia; Sistema de captação, tratamento e distribuição de água de acordo com a legislação vigente;Captação de água subterrânea seguindo as instruções da Resolução SMA 14/10; Aterros de inertes mediante apresentação de projeto específico a ser avaliado pelo órgão ambiental competente; Aquicultura nos termos da legislação vigente;Esportes de aventura a exemplo de trilhas com veículos off-road, motocicletas, entre outros, desde que normatizadas e em áreas licenciadas;Uso e manejo da vegetação nativa nos termos da Lei Federal nº 11.428 de 22/12/2006 e da Lei Estadual 13.550 de 2/6/2009 e demais normatizações vigentes com exceção dos 37 fragmentos prioritários para a pesquisa e conservação indicados no Plano de Manejo;Utilização de Agrotóxico de baixa toxicidade segundo a Organização Mundial da Saúde e pouco perigosos (classe IV) conforme a Portaria Normativa IBAMA nº 84 de 15/10/1996, com prazo de 2 anos para adequação das atividades pré existentes que façam uso de produtos das classes I, II e III;Extração de água mineral, respeitando a legislação pertinente. As atividades minerárias, exceto extração de água mineral, só serão permitidas nesta zona mediante as seguintes condições:I – Quando de utilidade pública, nos termos da Resolução CONAMA 369/06, mediante compensação ambiental, nos termos da Lei da Mata Atlântica (Nº11.428/06) e nos termos da Lei do Cerrado (Nº 13.550 de 02/06/09);II – Quando de interesse social, nos termos da Resolução CONAMA 369/06, mediante estudos que comprovem a inexistência de alternativa locacional;III – Quando não localizadas nas microbacias de 1ª e 2ª ordem, segundo Straler 1956 e cartografadas na escala 1:50.000 e nos leitos e nas faixas marginais a corpos d’água, perenes ou intermitentes, na largura mínima de 30m para leitos de até 10m e 50m de largura para leitos entre 10 e 50m, num raio de no mínimo 50 metros ao redor de nascentes e em locais cuja inclinação for igual ou superior a 45 º, equivalente a 100% na linha de maior declive. Não Permitido: Aeroportos e dutovias caso existam alternativas locacionais; Obras hidráulicas, sistemas de drenagem e de irrigação de grande porte a exemplo de pivô central e canhão hidráulico; aterros sanitários, de construção civil, necrópoles e curtumes; Distritos industriais;Usinas de geração de energia elétrica, usina de açúcar, álcool e cogeração de energia;Loteamentos residenciais com área do lote inferior a 5.000 m2, com taxa de impermeabilização superior a 20%; Pulverização de plantações com agrotóxicos através de aeronaves. Diretrizes: Monitoramento da quantidade e qualidade de água dos mananciais; Estímulo a implantação , a ampliação e a melhoria dos sistemas de redução, reuso, reciclagem e destinação de resíduos sólidos e de sistemas de tratamento de efluentes; Priorização ações de conservação e recuperação da vegetação nativa, tais como recomposição de tais como recomposição das faixas marginais dos corpos d’água, de reservatórios e entorno de nascentes, averbação e compensação de Reservas Legais, servidão florestal e criação de unidades de conservação; Adoção de práticas adequadas de manejo e conservação do solo agrícola e o controle do uso de agroquímicos, incentivando sistemas orgânicos de produção.Estímulo ao planejamento, ordenamento e controle do uso do solo em áreas próximas às captações para abastecimento público ou privado e em áreas vulneráveis à poluição.Para as áreas de Conservação de Mananciais, localizadas fora do perímetro da APA, mas contíguas à ZCM, recomenda-se a adoção das mesmas diretrizes e normas de uso adotadas para a Zona.

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Zona de Conservação Hídrica 1 (ZCH 1) Objetivos: O objetivo é adequar as atividades potencialmente degradadoras que ofereçam riscos de contaminação das águas subterrâneas (Aquífero Guarani) e limitar a expansão urbana protegendo os recursos hídricos superficiais e subterrâneos e evitar os processos erosivos. Descrição: Constitui-se de parte da área de afloramento de Aquífero Guarani, na Depressão Periférica Paulista, onde predominam terrenos de declividade suave, frequentemente até 8%, predominando o processo de infiltração da água no perfil do solo em detrimento do escoamento superficial (run-off).. Engloba os municípios de Avaré, Itatinga, Angatuba, Pardinho, Bofete, Guareí, Botucatu e São Manuel. O limite desta zona com a ZCH2 se dá pelos leitos dos rios Capivari (município de Guareí), Córrego da Sofia e da Lajinha (município de Bofete), todos na porção sul/sudeste da APA, além do Córrego Monjolinho (município de Botucatu), na porção norte da APA. Nos municípios de Avaré e São Manuel, o limite desta zona com a ZA se dá pelo limite do afloramento do Aquífero Guarani constante no mapa de aquíferos da CETESB (2007), na escala 1:1.000.000. Normas Permitido: Atividades agrossilvopastoris com adoção de práticas adequadas de conservação e manejo do solo; Utilização de Agrotóxico de baixa toxicidade segundo a Organização Mundial da Saúde e pouco perigosos (classe IV) conforme a Portaria Normativa IBAMA nº 84 de 15/10/1996, com prazo de 2 anos para adequação das atividades pré existentes que façam uso de produtos das classes I, II e III;Instalação de estruturas para turismo e/ou para o desenvolvimento de esportes de aventura que impactem negativamente o meio físico, biótico e a paisagem .Atividades de esporte de aventura a exemplo de trilhas com veículos off-road, motocicletas e similares, desde que devidamente normatizadas e em áreas licenciadas, Projetos, obras e atividades de utilidade pública, interesse social e/ou baixo impacto nos termos da legislação vigente, respeitado o disposto no item 25;Aeródromos, aeroportos, portos e estruturas de apoio a embarcações, sem alternativas locacionais;Obras hidráulicas para canalização, retificação e/ou barramento de curso d’água para pequenas centrais hidroelétricas e subestação de energia; Parques aquáticos, sistemas de captação, tratamento e distribuição de água;Utilização de poços para abastecimento, desde que devidamente outorgado pela DAEE, seguindo as instruções da Resolução SMA 14/10;Sistemas de tratamento de esgoto sanitário, desde que não existam alternativas locacionais; Cultivo de cana-de-açúcar, conforme o Zoneamento Ambiental para o Setor Sucroalcooleiro - Resolução SMA 88/08;Aquicultura nos termos da legislação vigente; Extração de água mineral, respeitando a legislação pertinente.Aterros de inertes, mediante apresentação de projeto específico a ser avaliado pelo órgão ambiental competente;Uso e manejo da vegetação nativa nos termos da Lei nº 11.428 de 22/12/2006 e da Lei Estadual 13.550 de 2/6/2009 e demais normatizações vigentes, com exceção dos fragmentos prioritários para a pesquisa e conservação indicados no Plano de Manejo.As atividades minerárias, exceto extração de água mineral, só serão permitidas nesta zona mediante as seguintes condições:I - Quando de utilidade pública, nos termos da Resolução CONAMA 369/06, mediante compensação ambiental, nos termos da Lei da Mata Atlântica (Nº 11.428/06) e nos termos da Lei do Cerrado (Nº 13.550 de 02/06/09);II - Quando de interesse social, nos termos da Resolução CONAMA 369/06, mediante estudos que comprovem a inexistência de alternativa locacional;III - Quando não localizadas nas microbacias de 1ª ordem segundo Straler, 1956 e cartografadas na escala 1:50.000 e e nos leitos e nas faixas marginais a corpos d’água, perenes ou intermitentes, na largura mínima de 30m para leitos de até 10m e 50m de largura para leitos entre 10 e 50m, num raio de no mínimo 50 metros ao redor de nascentes e em locais cuja inclinação for igual ou superior a 45 º, equivalente a 100% na linha de maior declive. Não Permitido: Dutovias, ferrovias, sistemas de armazenamento de produtos tóxicos ou com potencial de contaminação, caso existam alternativas locacionais;Sistemas de drenagem e irrigação de grande porte a exemplo de pivô central e canhão hidráulico;Usina de geração de energia elétrica, usina de açúcar e álcool e refino e moagem de açúcar de cana;Implantação de distrito industrial e atividades industriais com fator de complexidade maior que 3, de acordo com anexo 1 do Decreto Estadual 47.397/02;aterros sanitários e necrópoles;Loteamentos ou condomínios residenciais com lote ou fração ideal inferior a 5.000 m2 e impermeabilização superior a 20% da área, exceto na Área de Interesse Turístico, que se sobrepõe a esta Zona, cuja ocupação é diferenciada.

Diretrizes: Monitoramento da quantidade e qualidade de água dos mananciais superficiais e subterrâneos em especial do Aqüífero Guarani;Levantamento e monitoramento de poços de abastecimento público ou privados bem como identificação das condições de instalação e as zonas de proteção;Estímulo a implantação, e melhoria dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos nos loteamentos e condomínios residenciais priorizando tratamentos biológicos; Estímulo a implantação, ampliação e a melhoria dos sistemas de redução, reuso, reciclagem e destinação final de resíduos sólidos rurais e urbanos;Estímulo a implantação e a melhoria na eficiência dos sistemas de tratamento de efluentes domésticos e industriais rurais e urbanos;estimulo ao planejamento e ordenamento e controle da expansão urbana;Incentivo a adoção de práticas adequadas de manejo e conservação do solo agrícola, ao controle do uso de agroquímicos e a destinação adequada das embalagens de agroquímicos e a lavagem dos equipamentos utilizados na aplicação.

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Zona de Conservação Hídrica 2 (ZCH 2) Objetivos: é destinada à proteção e a conservação da qualidade e quantidade das águas superficiais e subterrâneras com ênfase no Aquífero Guaraní, em áreas com alta fragilidade erosiva e declividade acentuada. As ações relacionadas à zona visam minimizar processos erosivos, assoreamento dos corpos hídricos e contaminação das águas superficiais e do Aquífero Guarani.

Descrição: Abrange regiões onde ocorre o afloramento do Aquífero Guarani localizadas na Depressão Periférica Paulista, onde predominam terrenos de declividade acentuada, frequentemente acima de 8% e com alta fragilidade erosiva, predominando o processo de escoamento superficial (run-off) em detrimento a infiltração. Engloba porções dos municípios de Guareí, Torre de Pedra, Bofete e Botucatu. O limite desta zona com a ZCH1 se dá pelos leitos dos rios Capivari (município de Guareí), Córrego da Sofia e da Lajinha (município de Bofete), todos na porção sul/sudeste da APA, além do Córrego Monjolinho (município de Botucatu), na porção norte da APA. Normas Permitido: Atividades agrossilvopastoris com adoção de práticas adequadas de conservação e manejo do solo; Utilização de Agrotóxico de baixa toxicidade segundo a Organização Mundial da Saúde e pouco perigosos (classe IV) conforme a Portaria Normativa IBAMA nº 84 de 15/10/1996, com prazo de 3 anos para adequação das atividades pré-existentes que façam uso de produtos das classes I, II e III;Instalação de estruturas para turismo e/ou para o desenvolvimento de esportes de aventura que não impactem negativamente o meio físico, biótico e a paisagem ;Atividades de esporte de aventura a exemplo de trilhas com veículos off-road, motocicleta e similares, desde que devidamente normatizadas e em áreas licenciadas, Projetos, obras e atividades de utilidade pública, interesse social e/ou baixo impacto nos termos da legislação vigente, respeitado o disposto no item 31;aeródromos e estruturas de apoio a embarcações, sem alternativas locacionais;Obras hidráulicas para canalização, retificação e/ou barramento de curso d’água para pequenas centrais hidroelétricas e subestação de energia sem alternativas locacionais; Sistemas de captação, tratamento e distribuição de água;utilização de poços para abastecimento, desde que devidamente outorgado pela DAEE, seguindo as instruções da Resolução SMA 14/10;sistemas de tratamento de esgoto sanitário, desde que não existam alternativas locacionais; Cultivo de cana-de-açúcar, conforme o Zoneamento Ambiental para o Setor Sucroalcooleiro - Resolução Conjunta SMA/SAA 06/09; Aquicultura nos termos da legislação vigente; Extração de água mineral, respeitando a legislação pertinente.Aterros de inertes, mediante apresentação de projeto específico a ser avaliado pelo órgão ambiental competente;Uso e manejo da vegetação nativa nos termos da Lei nº 11.428 de 22/12/2006 e da Lei Estadual 13.550 de 2/6/2009 e demais normatizações vigentes, com exceção dos fragmentos prioritários para a pesquisa e conservação indicados no Plano de Manejo.As atividades minerárias, exceto extração de água mineral, só serão permitidas nesta zona mediante as seguintes condições:I- Quando de utilidade pública, nos termos da Resolução CONAMA 369/06, mediante compensação ambiental, nos termos da Lei da Mata Atlântica (Nº 11.428/06) e nos termos da Lei do Cerrado (Nº 13.550 de 02/06/09);II – Quando de interesse social, nos termos da Resolução CONAMA 369/06, mediante estudos que comprovem a inexistência de alternativa locacional;III – Quando não localizadas nas microbacias de 1ª e 2ª ordem segundo Straler, 1956 e cartografadas na escala 1:50.000 e nos leitos e nas faixas marginais a corpos d’água, perenes ou intermitentes, na largura mínima de 30m para leitos de até 10m e 50m de largura para leitos entre 10 e 50m, num raio de no mínimo 50 metros ao redor de nascentes e em locais cuja inclinação for igual ou superior a 45 º, equivalente a 100% na linha de maior declive. Não Permitido: Aterros sanitários, aterros industriais e necrópoles;Distrito industrial e atividades industriais, de fator de complexidade W maior que 3,5 de acordo com anexo 1 do Decreto Estadual 47.397/02;Portos e aeroportos;Usinas de geração de energia elétrica, usinas de açúcar, álcool de refino e moagem de açúcar de cana;Loteamentos ou condomínios residenciais com lote ou fração ideal inferior a 5.000 m2 e impermeabilização superior a 20% da área. Diretrizes: Incentivo à adoção de práticas conservacionistas e de manejo do solo nas áreas agrícolas, visando a proteção do solo contra a erosão;recuperação das áreas degradadas e ações de conservação e recuperação da vegetação nativa; Realização de levantamento e monitoramento de poços de abastecimento público ou privados eidentificar as condições de instalação e as zonas de proteção;Monitoramento da quantidade e qualidade de água dos mananciais superficiais e subterrâneos.

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Zona Agrosilvopastoril (ZA) Objetivos: é destinada ao incentivo da introdução e desenvolvimento de práticas, técnicas e atividades econômicas menos impactantes sobre os recursos naturais, com especial atenção aos recursos hídricos superficiais. Área apta à ocupação em baixa densidade humana com histórico de uso voltado à atividade pecuária, agrícolas, silvicultural e com potencial para o desenvolvimento. Descrição: Região localizada predominantemente no reverso da Cuesta onde se inicia o Planaltode Botucatu, diferenciando-se das ZCH1 e ZCH2 pelo fato de estar situada na área do Aquífero Guarani confinado. Engloba parte dos municípios de Avaré, Itatinga, Botucatu, Pardinho e São Manuel. Predominam declividades suaves, até 8%. Nas áreas menos dissecadas do relevo afloram arenitos da Formação Marília e nas áreas mais dissecadas, ao longo do leito de alguns rios principais (como o Pardo), afloram basaltos da Formação Serra Geral. Engloba grande parte das áreas de maior altitude da APA (predominantemente 700 a 1000 metros). Parte das bacias hidrográficas existentes nesta zona drena para a Zona de Conservação e Patrimônio Natural (ZCPN). Normas Permitido: Agricultura, pastagem, silvicultura, desde que não conflitantes com as normas previstas em outros instrumentos de ordenamento territorial;Utilização de Agrotóxico de classes III e IV conforme a Portaria Normativa IBAMA nº 84 de 15/10/1996, com prazo de 2 anos de adequação para as atividades pré-existentes que façam uso das classes I e II; Cultivo de cana-de- açúcar conforme o Zoneamento Ambiental para o Setor Sucroalcooleiro, Resolução SMA 88/08;Instalação de estruturas para turismo e/ou para o desenvolvimento de esportes de aventura que impactem negativamente o meio físico, biótico e a paisagem .Atividades de esporte de aventura a exemplo de trilhas com veículos off-road, motocicleta e similares, desde que devidamente normatizadas e em áreas licenciadas, Aquicultura nos termos da legislação vigente; Extração de água mineral, respeitando a legislação pertinente.Projetos, obras e atividades de utilidade pública, interesse social e/ou baixo impacto nos termos da legislação vigente e respeitado o disposto no item 37;Sistemas de irrigação e drenagem, obras hidráulicas de canalização, retificação e/ou barramento de curso d’água para controle de cheias, Empreendimentos lineares como rodovias, ferrovias, linhas de transmissão de energia, e dutos;aeródromos, aeroportos, portos e estruturas de apoio a embarcações;Sistemas de captação, tratamento e distribuição de água;utilização de poços para abastecimento, desde que devidamente outorgado pela DAEE, seguindo as instruções da Resolução SMA 14/10;sistemas de coleta e tratamento de esgoto sanitário e industrial, Pequenas centrais hidrelétricas (PCH), usinas de açúcar, álcool e cogeração de energia, subestação de energia; Aterros de inertes, mediante apresentação de projeto específico a ser avaliado pelo órgão ambiental competente; Aterros sanitários e necrópoles, desde que não haja alternativa locacional fora da APA.As atividades minerárias, exceto extração de água mineral, só serão permitidas nesta zona mediante as seguintes condições:I – Quando de utilidade pública, nos termos da Resolução CONAMA 369/06, mediante compensação ambiental, nos termos da Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/06) da Lei do Cerrado Lei do Cerrado (Nº 13.550 de 02/06/09) e demais legislações afins;II – Quando de interesse social, nos termos da Resolução CONAMA 369/06;III – Quando não localizadas nas microbacias de 1ª ordem, segundo Straler 1956 e cartografadas na escala 1: 50.000 e nos leitos e nas faixas marginais a corpos d’água, perenes ou intermitentes, na largura mínima de 30m para leitos de até 10m e 50m de largura para leitos entre 10 e 50m, num raio de no mínimo 50 metros ao redor de nascentes e em locais cuja inclinação for igual ou superior a 45 º, equivalente a 100% na linha de maior declive.

Não Permitido: Atividades industriais com fator de complexidade W maior ou igual a 4, de acordo com o anexo 1 do Decreto Estadual 47.397/02;Loteamentos e condomínios residenciais com área do lote ou fração ideal inferior a 2.000 m2 e impermeabilização superior a 20% da área. Diretrizes: Incentivo ao desenvolvimento de projetos –piloto sustentáveis de produção rural que possam ser difundidos para outras zonas da APA;Adoção de práticas conservacionistas e de manejo do solo nas áreas agrícolas, visando a proteção do solo contra a erosão e a conservação dos recursos naturais, com atenção aos recursos hídricos; Estímulo a destinação adequada das embalagens de agroquímicos e a lavagem dos equipamentos utilizados na aplicação;Estímulo a implantação de sistema de coleta e tratamento de esgotos; Estímulo a implantação de sistema de coleta seletiva e destinação adequada dos resíduos sólidos.

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Área de Interesse Histórico-Cultural (AIHC) Objetivos: é destinada a delimitar os locais de ocorrência de amostras do patrimônio histórico- cultural e arqueológico visando incrementar os estudos, ações de restauração e interpretação dos sítios histórico-culturais e arqueológicos.

Descrição: Compreende tanto as localidades pontuais dispersas nos municípios de Itatinga, Botucatu e São Manuel, como áreas com alta concentração de sítios histórico-culturais e arqueológicos, como é o caso das áreas delimitadas como um polígono nos municípios de Guareí e Torre de Pedra, sobrepondo as ZCM, ZCPN e ZCH2. Normas Permitido: vigoram as normas estabelecidas para a zona em que está sobreposta, acrescida da necessidade de estudos, ações de restauração dos sítios histórico-culturais e arqueológicos, e/ou implantação de equipamentos turísticos e de interpretação dos mesmos.

Não Permitido: Instalação de ferrovias, aeroportos e aeródromos.

Diretrizes: Identificação, registro, proteção e tombamento do patrimônio histórico-cultural material e imaterial;Planejamento e estruturação da visitação dos sítios e das Áreas de Interesse Histórico- Cultural; incentivo a divulgação de informações referentes ao patrimônio histórico-cultural.

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Área de Potencial Interesse Turístico (APIT) Objetivos:Destina-se a Planejar e ordenar as atividades e ocupações voltadas ao turismo, como loteamento para segunda residência, estruturas para hospedagem, alimentação e comércio localizadas às margens da represa de Jurumirim. Descrição: A Área de Potencial Interesse Turístico é onde se destacam os atrativos turístico- recreativos, já explorados ou com potencial de exploração. Compreende uma faixa de 1.000 metros a partir da cota máxima do reservatório, que vai desde o início da área represada do Ribeirão São João do Pinhal, no município de Avaré, até o entroncamento da represa com o Ribeirão do Tamanduá, no município de Itatinga. São contempladas também na APIT localidades pontuais e faixas de interesse paisagístico devido a grande beleza cênica, mapeadas no zoneamento. A APIT bem como os pontos de interesse turísticos sobrepõe-se às ZA, ZCPN, ZCH1 e ZCH2.

Normas Permitido:vigoram as normas estabelecidas para a zona em que está sobreposta, sendo admissíveis atividades desde que não comprometam a integridade do patrimônio turístico. Não Permitido: Loteamentos e condomínios residenciais com área do lote ou fração ideal inferior a 2.000 m2 e impermeabilização superior a 20% da área; Aeroportos;Instalação de estruturas para turismo e/ou para o desenvolvimento de esportes de aventura que impactem negativamente o meio físico, biótico e a paisagem. Diretrizes: Incentivo ao planejamento, ordenamento e controle da expansão urbana;Incentivo ao planejamento e a normatização da atividade turística; Levantamento dos novos pontos e criação de roteiros turísticos integrados; Restauração das faixas marginais da represa de Jurumirim, na largura de 100m a partir da cota máxima do reservatório

Área de Recuperação - AR Objetivos: é destinada a delimitar os locais onde existem uma concentração significativa de processos erosivos (ravinas e vossorocas) presentes em determinadas áreas da APA e que necessitam de medidas intensivas e prioritárias de recuperação do meio abiótico e biótico visando minimizar ou estancar a degradação e promover a adequação ambiental da área. Diretrizes: Recuperação das áreas degradadas por processos erosivos (ravinas e voçorocas) priorizando aquelas demarcadas pelos polígonos no mapa de zoneamento; Atualização do levantamento e acompanhamento da evolução das áreas degradadas por erosão, bem como das áreas recuperadas.

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5. Planejamento

A gestão do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu, Tejupá – Perímetro Botucatu se dará por meio de 8 diretrizes de planejamento, sendo o Conselho Gestor, Grupos de Trabalho e Câmaras Técnicas os agentes mobilizadores. Além disso, para cada diretriz foram definidos linhas de ações como apresentadas a seguir na Matriz de Planejamento da APA Botucatu.

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Quadro 2. Matriz de Planejamento Estratégico da APA Botucatu

SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E ECONÔMICA

Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

I- Busca da sustentabilidade socioterritorial, mediante o incentivo e difusão de Toda área de atividades econômicas Alta x x x x x abrangência da APA sustentáveis e compatíveis

com a proteção dos Prefeituras, setor privado, atributos da APA. organizações não- governamentais, Federação das Indústrias do Estado de II – Promoção e incentivo São Paulo (FIESP), Sustentabilidade Toda área de Comunidade, à prática da produção Coordenadoria de Assistência Alta x x x x x Socioambiental e abrangência da APA instituições privadas e orgânica. Técnica Integral (CATI), produtores rurais. Econômica Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), III – Capacitação dos Serviço Brasileiro de Apoio a produtores rurais em temas Micro e Pequenas Empresas ligados à: certificação (SEBRAE) e Universidades.

orgânica e ambiental de Toda área de Alta x x x x produtos e processos; abrangência da APA atividades e técnicas de recuperação ambiental; produção e comercialização de sementes e mudas

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Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

florestais nativas e recuperação florestal; boas práticas agrícolas; legislação ambiental, etc..

IV - Fortalecimento Prefeituras, setor privado, organizacional e organizações não- desenvolvimento da governamentais, Federação das Indústrias do Estado de qualidade de vida dos São Paulo (FIESP), Sustentabilidade Comunidade, produtores rurais através da Toda área de Coordenadoria de Assistência Socioambiental e instituições privadas e Alta x x x x x melhoria da qualidade dos abrangência da APA Técnica Integral (CATI), produtores rurais. Econômica produtos e sua Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), comercialização, da Serviço Brasileiro de Apoio a rastreabilidade e da Micro e Pequenas Empresas certificação ambiental, com (SEBRAE) e Universidades. ênfase no associativismo.

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Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

V – Busca de fontes alternativas e complementares de geração de renda nas propriedades rurais visando sua Toda área de sustentabilidade e a Alta X X X X X abrangência da APA valorização da cultura rural (Ex: artesanato, produtos alimentícios, produtos florestais, turismo rural, etc.).

Prefeituras, setor privado, organizações não- governamentais, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Sustentabilidade VI– Busca de incentivos Comunidade, Toda área de Coordenadoria de Assistência econômicos às empresas e instituições privadas e Média X X X Socioambiental e abrangência da APA Técnica Integral (CATI), produtores rurais. Econômica instituições ambientalmente Empresa Brasileira de Pesquisa corretas. Agropecuária (EMBRAPA), Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Universidades.

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Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

VII – Adoção de políticas de incentivo para a promoção da adequação, recuperação Toda área de e conservação ambiental, abrangência da APA, através de mecanismos a com ênfase na ZCPN e Alta x x x x x exemplo de Pagamento por nos remanescentes Serviços Ambientais (PSA), florestais prioritários para conservação créditos de carbono, criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), entre outros. Prefeituras, setor privado, organizações não- governamentais, Federação das Indústrias do Estado de VIII – Articulação para o São Paulo (FIESP), Empresa Brasileira de Turismo Sustentabilidade Toda área de Comunidade, fomento e a normatização (EMBRATUR), Coordenadoria Socioambiental e abrangência da APA, instituições privadas e Alta x x x x x da atividade turística em de Assistência Técnica Integral com ênfase na APIT. produtores rurais. Econômica bases sustentáveis. (CATI), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Universidades.

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Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

Prefeituras, setor privado, organizações não- governamentais, Federação IX – Levantamento das Indústrias do Estado de detalhado do potencial São Paulo (FIESP), Empresa turístico da APA (pontos Brasileira de Turismo (EMBRATUR) e Universidades Média x x x x x turísticos, eventos, festas, Instituto de Patrimônio cultura, patrimônio histórico Histórico e Artístico Nacional cultural e arqueológico, (IPHAN) e Conselho de Defesa artesanato, etc.). do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).

Prefeituras, setor privado, organizações não- governamentais, Federação das Indústrias do Estado de Sustentabilidade Toda área de Comunidade, X – Criação de roteiros São Paulo (FIESP), Empresa Socioambiental e abrangência da APA, instituições privadas e Média x x x turísticos regionais Brasileira de Turismo com ênfase na APIT. produtores rurais. Econômica integrados. (EMBRATUR), Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Universidades.

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CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Público Prazo Diretrizes Linha de Ação Estratégica Área de Atuação Parceiros Potenciais Prioridade* Envolvido 1 2 3 4 5

I- Promoção da conservação Toda área de abrangência da APA, e a conexão de fragmentos onde ocorram da vegetação nativa com fragmentos de Alta x x x x x ênfase nos 37 fragmentos vegetação nativa e identificados no Plano de faixas marginais de cursos d´água, à eles Manejo como prioritários associados. para conservação. Universidades, Instituto Florestal, comitês de bacias II- Incentivo de proteção das hidrográficas, setor florestal e áreas de Preservação agrícola, entidades do terceiro setor, Instituto Agronômico de Permanente e a Proteção e o Comunidade rural e Toda área de Campinas (IAC), Instituto Conservação da estabelecimento de Reservas instituições públicas e Alta x x x x x abrangência da APA. Butantan, Empresa Brasileira de privadas atuantes na Biodiversidade Legais, nos termos da Pesquisa Agropecuária APA legislação vigente. (EMBRAPA), Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo (SMA) e Coordenadoria de Assistência III - Incentivo à criação de Técnica Integral (CATI) e proprietários rurais. Unidades de Conservação de

domínio público e privado em Toda área de remanescentes de vegetação abrangência da APA, Média x x x x x nativa da APA, priorizando os com ênfase na ZCPN. 37 fragmentos prioritários para conservação apontados pelo Plano de Manejo.

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Público Prazo Diretrizes Linha de Ação Estratégica Área de Atuação Parceiros Potenciais Prioridade* Envolvido 1 2 3 4 5

Toda área de IV- Realização do inventário abrangência da APA, e monitoramento florístico da com ênfase na ZCPN e Média x x x vegetação arbustivo-arbórea, nos 37 fragmentos Universidades, Instituto prioritários. Florestal, comitês de bacias gramíneas e herbáceas. hidrográficas, setor florestal e agrícola, entidades do terceiro setor, Instituto Agronômico de Comunidade rural e Campinas (IAC), Instituto Conservação da instituições públicas e Butantan, Empresa Brasileira de privadas atuantes na Biodiversidade Pesquisa Agropecuária APA V – Realização de inventário (EMBRAPA), Secretaria do Meio e monitoramento da Ambiente de São Paulo (SMA) e herpetofauna, avifauna e Coordenadoria de Assistência Toda área de Técnica Integral (CATI) e mastofauna e ictiofauna, abrangência da APA, proprietários rurais. focando principalmente as com ênfase na ZCPN e Média X X X espécies raras, endêmicas e nos 37 fragmentos prioritários. ameaçadas de extinção associadas aos biomas existentes na APA.

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Público Prazo Diretrizes Linha de Ação Estratégica Área de Atuação Parceiros Potenciais Prioridade* Envolvido 1 2 3 4 5

VI – Atualização e sistematização das listagens de fauna geradas no plano de manejo, sempre com Toda área de registro da ocorrência, com Baixa x x x x x abrangência da APA. Universidades, Instituto vistas a promover programas Florestal, comitês de bacias de conservação específicos hidrográficas, setor florestal e para as espécies ameaçadas, agrícola, entidades do terceiro setor, Instituto Agronômico de raras e endêmicas. Comunidade rural e Campinas (IAC), Instituto Conservação da instituições públicas e Butantan, Empresa Brasileira de privadas atuantes na Biodiversidade Pesquisa Agropecuária APA (EMBRAPA), Secretaria do Meio VII- Estabelecimento de Ambiente de São Paulo (SMA) e controle da fauna exótica e o Coordenadoria de Assistência controle da regeneração Técnica Integral (CATI) e Toda área de proprietários rurais. natural de espécies exóticas Baixa x x x x abrangência da APA. e espécies invasoras, que comprometam a regeneração da vegetação nativa.

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CONSERVAÇÃO DOS RESURSOS HÍDRICOS

Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

I- Estímulo à adoção de

formas sustentáveis de uso Toda área de Alta x x x x x dos recursos hídricos e abrangência da APA. Prefeituras, SMA, Comitês de modos sustentáveis de Bacias Hidrográficas, produção; Departamento de Água, Esgoto Conservação e Energia Elétrica (DAEE),

Companhia de Saneamento dos Recursos Todos os Municípios II - Monitoramento da Básico do Estado de São Paulo Zona de Conservação da APA Hídricos (Sabesp), Agência Ambiental qualidade da água dos dos Mananciais e Zonas Unificada (CETESB), Alta x x x x x pontos oficiais de coleta de Conservação Hídrica proprietários rurais, setor 1 e 2 subterrâneos e superficiais. privado, Universidades e entidades do terceiro setor. III - Instalação de novos Toda área de pontos de monitoramento de Média x x x x abrangência da APA. água dentro da APA.

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

IV - Incentivo à regularização do uso de água Toda área de Média x x x x x (outorgas). abrangência da APA. Prefeituras, SMA, Comitês de Bacias Hidrográficas, Departamento de Água, Esgoto Conservação e Energia Elétrica (DAEE), Companhia de Saneamento dos Recursos Todos os Municípios Básico do Estado de São Paulo da APA Hídricos (Sabesp), Agência Ambiental Unificada (CETESB), proprietários rurais, setor privado, Universidades e V – Adequação da disposição entidades do terceiro setor. Toda área de de resíduos sólidos. Alta X X X X abrangência da APA.

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

Toda área de abrangência da APA, VI – Incentivo à implantação em especial nas Zonas e/ou melhoria de sistemas de Conservação dos Alta x x x x x de coleta e tratamento de Mananciais e Zonas de Prefeituras, SMA, Comitês de efluentes. Conservação de Recursos Hídricos 1 e 2. Bacias Hidrográficas, Departamento de Água, Esgoto Conservação dos e Energia Elétrica (DAEE), Companhia de Saneamento Todos os Municípios Recursos Hídricos Básico do Estado de São Paulo da APA (Sabesp), Agência Ambiental

VII – levantamento de poços Unificada (CETESB), proprietários rurais, setor de abastecimento públicos e Toda área de privado, Universidades e abrangência da APA, privados bem como entidades do terceiro setor. em especial nas Zonas identificação das condições de Conservação dos Média x x x x x de instalação e as zonas de Mananciais, e Zonas de proteção. Conservação de Recursos Hídricos 1 e 2

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PROTEÇÃO, RECUPERAÇÃO E MONITORAMENTO AMBIENTAL

Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

I- Estímulo ao planejamento, ordenamento e controle do Toda área de uso do solo em áreas Alta x x x x x abrangência da APA frágeis, vulneráveis e de importância ambiental e Secretaria do Meio Ambiente cultural. de São Paulo (SMA), Prefeituras, Polícia Militar Proteção, II- Difusão de técnicas Ambiental do Estado de São Paulo Coordenadoria de Recuperação e diversificadas de Toda área de Todos os Municípios Assistência Técnica Integral Média x x x x x abrangência da APA da APA Monitoramento recuperação ambiental; (CATI), entidades do terceiro Ambiental setor, universidades e institutos de pesquisa, Toda área de proprietários rurais, sociedade abrangência da APA em civil. especial na ZCPN,nas III- Incentivo à APPs, nos trechos de recuperação e conexão entre os Alta x x x x x monitoramento da fragmentos de vegetação nativa. vegetação nativa e na área de Recuperação /AR

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Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

IV – Monitoramento e recuperação das áreas potenciais para o restabelecimento / aumento da conexão entre Toda área de Alta x x x x x os fragmentos prioritários abrangência da APA para viabilizar / Secretaria do Meio Ambiente incrementar o fluxo gênico de São Paulo (SMA), entre as populações. Prefeituras, Polícia Militar Proteção, Ambiental do Estado de São Paulo Coordenadoria de Recuperação e Todos os Municípios Assistência Técnica Integral da APA Monitoramento (CATI), entidades do terceiro Ambiental setor, universidades e institutos de pesquisa, proprietários rurais, sociedade VI - Participação nos civil. processos de licenciamento Toda área de e monitoramento das ações Alta x x x x x abrangência da APA resultantes.

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Linha de Ação Área de Parceiros Público Prazo Diretrizes Prioridade* Estratégica Atuação Potenciais Envolvido 1 2 3 4 5

Secretaria do Meio Ambiente VII- Difusão da legislação de São Paulo (SMA), ambiental vigente, para Prefeituras, Polícia Militar Proteção, promoção da adequação Ambiental do Estado de São Paulo Coordenadoria de Recuperação e Toda área de Todos os Municípios ambiental e apoio às ações Assistência Técnica Integral Média x x x x x abrangência da APA da APA Monitoramento de comando e controle das (CATI), entidades do terceiro Ambiental atividades ilegais. setor, universidades e institutos de pesquisa, proprietários rurais, sociedade civil.

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CONSERVAÇÃO E MANEJO DO SOLO

Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

I- Articulação e apoio ao fortalecimento das Toda área de instituições de extensão rural abrangência da APA, Alta x x x x x atuantes no território, priorizando as Áreas de voltadas à recuperação, Recuperação (AR) conservação e manejo do Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo (SMA), solo. Coordenadoria de Assistência II-Incentivo à adoção de Técnica Integral (CATI), Comunidade e Conservação e Empresa Brasileira de Pesquisa técnicas adequadas de instituições atuantes Agropecuária (EMBRAPA), Manejo do Solo conservação e manejo do Toda área de na APA Universidades, entidades do Média X x x x x abrangência da APA solo para as atividades terceiro setor, Prefeituras e agrosilvopastoris. Associações de Produtores Rurais.

III- Apoio à readequação do uso do solo em relação à Toda área de Média x x classe de capacidade de uso. abrangência da APA

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

IV - Incentivo à realização de estudos para identificar Toda área de culturas e técnicas Média x x x abrangência da APA agrosilvopastoris compatíveis com a Secretaria do Meio Ambiente de fragilidade ambiental da APA. São Paulo (SMA), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Comunidade e Conservação e Empresa Brasileira de Pesquisa instituições atuantes Agropecuária (EMBRAPA), Manejo do Solo na APA Universidades, entidades do terceiro setor, Prefeituras e V - Mapeamento, Associações de Produtores caracterização, controle, Rurais. Toda área de recuperação e abrangência da APA, Alta X X X monitoramento dos locais em especial na Área de com processos erosivos Recuperação/ AR (ravinas, voçorocas e erosões laminares difusas).

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

VI - Promoção da manutenção, recuperação e Secretaria do Meio Ambiente de adequação ambiental de São Paulo (SMA), Coordenadoria de Assistência estradas públicas Técnica Integral (CATI), Comunidade e Conservação e (municipais, estaduais) e Toda área de Empresa Brasileira de Pesquisa instituições atuantes Média x X abrangência da APA Agropecuária (EMBRAPA), Manejo do Solo readequação ambiental de na APA estradas e carreadores Universidades, entidades do terceiro setor, Prefeituras e privados. Associações de Produtores Rurais.

CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARQUEOLÓGICO

Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

Universidades, entidades do Conservação do I – Identificação, Toda área de Comunidade, terceiro setor, Prefeituras, abrangência da APA, moradores e visitantes Patrimônio mapeamento, estudo, Instituto de Patrimônio Histórico priorizando a Área de da APA, instituições Média x x registro, proteção e e Artístico Nacional (IPHAN) e Histórico, Cultural Interesse Histórico- públicas e privadas Conselho de Defesa do tombamento do patrimônio Cultural (AIHC) relacionadas ao tema . e Arqueológico Patrimônio Histórico, histórico, cultural e Arqueológico, Artístico e arqueológico.

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

Turístico (CONDEPHAAT). II – Valorização e divulgação Toda área de do patrimônio histórico – abrangência da APA, cultural material e imaterial em especial nas Áreas Alta x x x da APA, integrando com de Interesse Histórico – roteiros turísticos; Cultural (AIHC) e Área de Potencial Interesse Turístico (APIT)

III – Criação de incentivos de proteção e recuperação Alta x x x do patrimônio histórico, cultural e arqueológico.

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

I- Construção do Prefeituras, Secretarias Estadual Comunidade, e Municipal da Educação, moradores e visitantes Comunicação e pertencimento ao território Todos os municípios da escolas, entidades do terceiro da APA, Estudantes e na população abrangida pela APA e municípios Alta x x x x x Educação setor, instituições públicas do professores da rede lindeiros Ambiental APA Botucatu; setor de transporte, pública e privada de concessionárias de rodovias. ensino, e membros de instituições de ensino

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

II- Construção da identidade e pesquisa, e Toda área de entidades da APA (logotipo, placas, Alta x x x x x abrangência da APA socioeducacionais identidade visual, entre outros); III - Identificação dos pontos

estratégicos no território Toda a região onde está Alta x x para colocação de placas de inserida a APA identificação da APA, evidenciando seus atributos.

IV – Produção e difusão de material técnico, de divulgação e didático (cartilhas, folders, livros técnicos, jogos educativos, Toda área de abrangência da APA e manual do professor, entre Média x x x x x Municípios próximos e outros) referentes ao plano de integrantes à APA manejo, e aos atributos socioambientais e culturais da APA.

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

V - Articulação com instituições pertinentes para realização de projetos de Estudantes e professores da rede educomunicação que Escolas, secretarias de Toda área de pública e privada de educação, universidades e estimulem a reflexão sobre abrangência da APA e ensino, e membros de ONgs que desenvolvem Média x x x x x objetivos e atividades Municípios próximos e instituições de ensino pesquisa e projetos em Comunicação e integrantes à APA e pesquisa, e desenvolvidas no território da educomunicação entidades Educação APA e a utilização desse socioeducacionais Ambiental território para estudo do meio em atividades escolares

e Educação Ambiental.

Comunidade, moradores e visitantes Toda área de VI – Divulgação sistemática Órgãos da impressa escrita e da APA, membros de abrangência da APA e das informações sobre a APA faladas, meios de comunicação instituições de ensino Alta x x x x x Municípios próximos e em geral. e pesquisa, e e sua gestão, nas diferentes integrantes à APA. mídias; entidades socioeducacionais

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

VII - Participação em redes Estudantes e de educação ambiental e de professores da rede Comunicação e comunicação local/regional, Toda área de Comunidade, moradores, pública e privada de abrangência da APA e ONG's, Prefeituras, ensino, e membros de disponibilizando informações Média x x x x x Educação Municípios próximos e Universidades, profissionais e instituições de ensino Ambiental e estimulando o debate integrantes à APA. instituições atuantes na APA e pesquisa, e sobre o uso sustentável do entidades território da APA; socioeducacionais

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

VIII – Criação de um selo da APA para produtos e Comunidade, atividades desenvolvidas no moradores, ONG's, Toda área de seu território, em Entidades do terceiro setor Prefeituras, abrangência da APA e Prefeituras, Secretarias Estadual profissionais e Média x x consonância com as Municípios próximos e e Municipal da Educação. instituições diretrizes do Plano de integrantes à APA. relacionadas ao tema Manejo. atuantes na APA.

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PESQUISA

Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

I - Organização, manutenção e atualização do banco de Toda área de abrangência da APA, Alta x x x x dados com as pesquisas com ênfase na ZCPN. feitas na APA e áreas adjacentes.

Universidades, prefeituras, Toda área de Comunidade, II – Identificação de novas Secretaria do Meio Ambiente do abrangência da APA, moradores, Alta x x x x x Pesquisa lacunas de conhecimento. Estado de São Paulo (SMA), com ênfase na ZCPN. pesquisadores e Instituto Florestal (IF) e visitantes da APA. entidades do terceiro setor. III – Incentivo e articulação com instituições de ensino e

pesquisa para a realização de Toda área de pesquisas a partir da abrangência da APA, Alta x x definição das grandes com ênfase na ZCPN. lacunas detectadas e monitoramento de sua aplicabilidade.

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Linha de Ação Área de Público Prazo Diretrizes Parceiros Potenciais Prioridade* Estratégica Atuação Envolvido 1 2 3 4 5

IV - Incentivar o estudo de Toda área de Universidades, prefeituras, abrangência da APA, Comunidade, avaliação de áreas potenciais Secretaria do Meio Ambiente do com ênfase na ZCPN e moradores, Pesquisa para implementação de Estado de São Paulo (SMA), Alta x x x x x nos 37 fragmentos pesquisadores e Instituto Florestal (IF) e corredores de biodiversidade. prioritários para visitantes da APA. entidades do terceiro setor. conservação.

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6. Gestão Organizacional da APA A Gestão Organizacional da APA se dará pela implementação do Programa de Gestão Organizacional. Este é o Programa chave do Plano de Manejo, que tem como objetivo o fornecimento de ferramentas para auxiliar no funcionamento da UC como um todo, na organização e controle dos seus processos administrativos, financeiros e de recursos humanos, traçando estratégias para a implementação do Plano de Manejo, além do estabelecimento e manutenção das infraestruturas, a divulgação da UC, capacitação continuada dos técnicos, entre outros. Fazendo parte de todo o processo da análise estratégica da APA, este Programa serve como instrumento e ferramenta para viabilização das diretrizes e ações de planejamento necessárias colocadas como grandes desafios a serem alcançados nos próximos cinco anos, descritos na Matriz de Planejamento. Dessa forma, busca-se a consolidação desta Unidade de Conservação de Uso Sustentável.

O Programa de Gestão Organizacional vem sendo construído ao longo dos trabalhos e ele é resultado dos dados obtidos pelo diagnóstico local da Unidade de Conservação, de encontros, reuniões técnicas e oficinas com agentes locais e da compilação de dados e experiências de programas similares, propostos para outras UCs, considerados relevantes e adequados à situação das UCs foco deste documento.

Para que este Programa seja exeqüível e de fato pertença não somente ao órgão gestor desta UC, mas a todos que dela participarem, deverá ser avaliado periodicamente, buscando-se adaptá-lo a realidade em cada momento destes cinco anos. Para tanto se sugere que seja instrumento de análise e monitoramento constante por parte do Conselho Gestor, direcionando as suas ações, diagnósticos e estudos futuros.

A partir do diagnóstico situacional levantado, foram estabelecidas as diretrizes e linhas de ação do Programa, que é apresentado no quadro abaixo:

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Quadro 3. Síntese das diretrizes e linhas de ação estratégica do Programa de Gestão Organizacional da APA Botucatu.

Diretrizes Linha de Ação Estratégica

Elaboração de plano estratégico para fortalecer e potencializar a atuação do Conselho Gestor;

Estímulo e facilitação da participação de membros do Conselho Gestor na gestão da APA Botucatu; Diretriz 1. Capacitação periódica os membros do Conselho Potencialização e Gestor quanto aos objetivos, funções, atividades e Fortalecimento do diretrizes da APA Conselho Gestor

Criação de Câmaras Técnicas para auxiliar no planejamento, detalhamento e gestão das diretrizes e linhas de ação estabelecidas no Plano de Manejo.

Estabelecer gestão administrativa ágil e eficaz da APA no que tange à gestão de recursos financeiros, infraestrutura e de pessoal.

Readequação dos recursos financeiros orçamentários necessários para pleno funcionamento da gestão. Diretriz 2. Aprimoramento das rotinas e documento de gestão Gestão Administrativa administrativo-orçamentário. e Financeira Elaboração de planejamento financeiro anual para obtenção de recursos orçamentários visando a concretização das diretrizes e linhas de ação previstas no Plano de Manejo.

Captação de recursos financeiros de fontes externas para a implementação de diretrizes do Plano.

Adequação do quadro de funcionários para o pleno funcionamento da APA Botucatu.

Diretriz 3 Capacitação técnica periódica os funcionários para Gestão de Pessoal uso de ferramentas de melhoria da gestão (banco de dados, geoprocessamento, etc.). Promoção de reuniões técnicas para atualização e trocas de experiências entre outros gestores de

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Diretrizes Linha de Ação Estratégica

APA’s e incentivo à participação em eventos afins Direcionamento e concentração das funções e atividades do gestor a assuntos exclusivos da APA. Viabilização de infraestrutura física adequada para a Diretriz 4. gestão da APA. Adequação da Adequação e aquisição de equipamentos para o funcionamento adequado da gestão da APA e Infraestrutura atendimento das diretrizes do Plano de Manejo.

Sistematização e organização da documentação existente sobre a APA Botucatu. Manutenção e atualização sistemática do banco de dados georreferenciado com todas as informações da APA Botucatu.

Diretriz 5. Implementação de sistema de coleta de dados, Implantação de sistematização, monitoramento e avaliação da Sistema de eficiência da gestão e desenvolvimento das Documentação e diretrizes, processos e resultados do Plano de Monitoramento Manejo.

Elaboração de relatório anual de balanço de atividades da APA. Avaliação periódica da necessidade de revisão do Plano de Manejo periodicamente o Plano de Manejo.

Identificação de potenciais parceiros nos setores público e privado, para potencializar a Gestão da APA na implementação de suas ações Diretrizes 6. Articulação com órgãos e Instituições públicas das Gestão de diversas esferas de poder, Instituições de Ensino e interessados e Pesquisa, setor privado e comunidade rural visando à parcerias divulgação do Plano de Manejo, a integração de ações e o desenvolvimento conjunto das Diretrizes do Plano Formalização de parcerias e gestão de convênios e contratos.

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