Transferência De Competências Para As Freguesias 2019 E 2020
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TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS PARA AS FREGUESIAS Anos de 2019 e 2020 Índice 1. Enquadramento Legal 1.1. Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais 1.2. Instalação e gestão dos Espaços Cidadão 1.3.Transferência de competências dos municípios para as freguesias 2. Análise da informação sobre as transferências para as freguesias 2.1. Competências exercidas em 2019 pelas Freguesias 2.2. Competências a exercer em 2020 pelas Freguesias 3. Notas conclusivas Anexos Quadro I – Competências a exercer em 2019 pelas Freguesias da Região do Norte Quadro II – Resumo das competências a exercer em 2019 pelas Freguesias, por Município Quadro III - Competências a exercer em 2020 pelas Freguesias da Região do Norte Quadro IV - Resumo das competências a exercer em 2020 pelas Freguesias, por Município RUA RAINHA D. ESTEFÂNIA, 251 4150-304 PORTO TEL.: +351 226 086 300 E-MAIL: [email protected] WWW.CCDR-N.PT 1. Enquadramento Legal Nesta primeira parte proceder-se-á à análise das várias disposição legais que regulam a transferência de competências para os órgãos das Freguesias, quer as provenientes da Administração Direta do Estado, quer as oriundas dos Municípios. 1.1. Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais A Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais (Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto) estabelece os princípios e garantias pelos quais a transferência de atribuições e competências se rege, determinando que o processo seja gradual e progressivo nos anos de 2019 e 2020, com o intuito de em janeiro de 2021 estar concluído.1 No artigo 38.º estão elencadas as competências a descentralizar da Administração Direta do Estado para os órgãos das freguesias, a saber, instalação e gestão dos espaços cidadão em articulação com a rede nacional de lojas de cidadão e com os municípios, bem como aquelas que são transferidas pelos municípios nos seguintes domínios: - Gestão e manutenção de espaços verdes; - Limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros; - Manutenção, reparação e substituição do mobiliário urbano instalado no espaço público, com exceção daquele que seja objeto de concessão; - Gestão e manutenção corrente de feiras e mercados; - Realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico; 1 Anota-se que o prazo de transferência das competências para as autarquias locais e entidades intermunicipais nos domínios da educação e da saúde foi prorrogado até 31 de março de 2022 nos termos do Decreto-Lei n.º 56/2020, de 12 de agosto. 2/16 - Manutenção dos espaços envolventes aos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico; - Utilização e ocupação da via pública; - Licenciamento da afixação de publicidade de natureza comercial; - Autorizar a atividade de exploração de máquinas de diversão; - Autorizar a colocação de recintos improvisados; - Autorizar a realização de espetáculos desportivos e divertimentos na via pública, jardins e outros lugares públicos ao ar livre, desde que estes se realizem exclusivamente na sua área de jurisdição; - Autorizar a realização de acampamentos ocasionais; - Autorizar a realização de fogueiras, queimadas, lançamento e queima de artigos pirotécnicos, designadamente foguetes e balonas. Na transferência de competências deve ser tida em linha de conta a natureza e a dimensão das freguesias, considerando a respetiva população e capacidade de execução, sendo diferenciadas em função destes dois fatores. Os recursos financeiros relativos aos Espaços Cidadão têm origem no Orçamento do Estado, assentando a respetiva distribuição nos termos a definir no âmbito do regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais e, em cada ano, na Lei do Orçamento do Estado. Por seu turno, os recursos financeiros inerentes à transferência de competências do município provêm do respetivo orçamento, após deliberação da Assembleia Municipal e de Freguesia, não podendo ser inferiores aos constantes de acordos, ou contratos relativos às mesmas matérias. Tratando-se de competências também atribuídas aos municípios, o modelo de repartição entre as duas partes é fixado através de um contrato interadministrativo, devendo permitir uma melhor afetação dos recursos humanos e financeiros, sendo configurado em termos flexíveis, de modo a viabilizar uma harmonização entre os princípios de descentralização e da subsidiariedade e as exigências de unidade e eficácia da ação administrativa. 3/16 Este processo pauta-se pelos princípios da universalidade e da equidade, para que todas as freguesias beneficiem das mesmas competências e, em termos proporcionais, de recursos equivalentes. A Lei-quadro estabelece ainda que as competências que se revelem indispensáveis para a gestão direta pelos municípios de espaços, vias ou equipamentos de natureza estruturante ou para a execução de missões de interesse geral e comum a toda ou a parte significativa do município, mantêm-se na esfera municipal. Em qualquer caso, a repartição de competências entre os municípios e as freguesias não pode implicar um aumento da despesa pública global, prevista para o ano da respetiva concretização. 1.2. Instalação e gestão dos Espaços Cidadão A concretização da transferência de competências para os órgãos das freguesias no âmbito da instalação e gestão de Espaços Cidadão consta do Decreto-Lei n.º 104/2018, de 29 de novembro. Os Espaços Cidadão visam prestar assistência digital e formar os cidadãos para a utilização do digital, tornando acessível, a um maior número de pessoas e agentes económicos, a prestação online de serviços públicos. Com efeito, pretende-se abranger um universo maior da população, potenciando as vantagens de utilização digital dos serviços e promovendo a coesão territorial e social, ao permitir que cidadãos, com maiores dificuldades em interagir com o Estado desta forma, tenham possibilidade de o fazer. Por outro lado, ao criar estes Espaços procura-se racionalizar as redes de prestação de serviços do Estado, já que se constituem como ponto único de contacto do cidadão com os diferentes serviços e organismos da Administração Pública. Tendo presente estes objetivos, o Governo estabeleceu a Rede de Espaços Cidadão, regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 74/2014, de 13 de maio, na sua atual redação. Estes Espaços são criados em articulação com a Agência para a Modernização Administrativa. I.P. (AMA,I.P.), entidade gestora da rede, e formalizam-se através da celebração de um protocolo. O artigo 5.º daquele diploma elenca um conjunto de aspetos que devem constar do protocolo, designadamente as responsabilidades da AMA, I.P. e da entidade parceira, no caso vertente as freguesias. 4/16 A criação e a gestão dos Espaços Cidadão podem ser assumidas quer pelos municípios, quer pelas freguesias, sendo os primeiros igualmente responsáveis pelas Lojas do Cidadão, motivo pelo qual nos quadros de análise se optou pela designação “Estruturas de Atendimento ao Cidadão”.2 1.3.Transferência de competências dos municípios para as freguesias O Decreto-Lei n.º 57/2019, de 30 de abril, na sua atual redação, veio concretizar a transferência das competências referidas no ponto 1.1 para os órgãos das freguesias, estabelecendo os princípios a que a mesma está sujeita. Assim, a gestão e manutenção corrente de feiras e mercados, a utilização e ocupação da via pública, o licenciamento da afixação de publicidade de natureza comercial, a autorização de colocação de recintos improvisados, da realização de espetáculos desportivos e divertimentos na via pública, jardins e outros lugares públicos ao ar livre, desde que se realizem exclusivamente na sua área de jurisdição, bem como de queimadas, fogueiras, lançamento e queima de artigos pirotécnicos são exercidas pelas freguesias, de acordo com as disposições constantes dos respetivos regulamentos municipais.3 No artigo 5.º do diploma supracitado, constam os procedimentos a observar na transferência de recursos dos municípios para as freguesias, concretizando-se a mesma através da celebração de um auto de transferência. O processo inicia-se com o acordo entre a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia quanto aos recursos humanos, patrimoniais e financeiros a delegar na Freguesia, com o intuito de exercer as competências transferidas pelo município. Este acordo é depois submetido aos órgãos deliberativos das duas entidades para aprovação. Quando a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia não estabelecem um consenso, a segunda pode, após obter a apreciação da respetiva Assembleia, solicitar ao Presidente da Câmara Municipal que em reunião 2 A título de mero exemplo, refira-se que, em 2020, o Município de Santo Tirso celebrou com algumas das freguesias do seu território, contratos de delegação de competências que visam a gestão e funcionamento de Espaços Cidadão. Esta delegação de competências surge na sequência do Protocolo celebrado em 2015 entre a Agência de Modernização Administrativa, I.P. (AMA I.P.) e o Município de Santo Tirso, tendo como objeto a definição de regras para instalação e funcionamento de Espaços Cidadão naquele concelho. Do referido Protocolo constam os locais onde seriam criados os Espaços e a possibilidade da respetiva gestão ser cometida às freguesias. Em 2019, foi celebrada uma Adenda ao Protocolo com o intuito de incluir mais locais para criação dos Espaços Cidadão. Neste caso, foi o município que assumiu a competência perante a Administração Central, mas posteriormente entendeu que deveriam ser as freguesias