A História Da Educação Em Vila Nova De Gaia
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RESUMO CLÁUDIA PINTO RIBEIRO - Licenciada (2005) e EM VILA NOVA DE GAIA DE EM VILA NOVA EDUCAÇÃO DA A HISTÓRIA Doutora (2009) em História pela Faculdade de Letras da Explorar e dar a conhecer a polissemia temática da His- Universidade do Porto, onde é Professora Auxiliar do Depar- tória da Educação em Vila Nova de Gaia foram objetivos que, conjugando vontades e esforços pessoais e institu- tamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais. cionais, se materializaram primeiro na realização de um É investigadora do CITCEM – Centro de Investigação colóquio e agora na publicação deste livro que partilha Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória». É, também, as visões distintas e significativas dos autores que a ela autora de diversas obras e artigos, em particular nas áreas se têm dedicado. da História de Portugal e História da Educação contem- porâneas, de Didática da História e Educação Histórica. Um olhar sobre a herança histórica do município gaiense, num contexto alargado de enquadramento que nos remete de Oitocentos até ao presente, indubitavelmente, con- tribuirá para uma melhor compreensão do fenómeno FRANCISCO MIGUEL ARAÚJO - Licenciado em His- educativo português, em paralelo com o anúncio de tória (2003) e Mestre em História da Educação (2008) novas linhas de investigação que se revelam da maior pela Faculdade de Letras do Porto, onde se encontra a pertinência e originalidade para o aprofundamento da desenvolver o seu projeto de doutoramento nesse domínio História da Educação. científico (FCT/POPH/QREN/UE). Investigador do CIT- A HISTÓRIA CEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, A HISTÓRIA Espaço e Memória» e colaborador do IHC – Instituto de DA EDUCAÇÃO História Contemporânea. Autor de diversas obras e artigos, DA EDUCAÇÃO em particular nas áreas da História de Portugal, História da EM VILA NOVA DE GAIA EM VILA NOVA DE GAIA Ciência e História da Educação contemporâneas. FRANCISCO MIGUEL ARAÚJO MIGUEL FRANCISCO RIBEIRO CLÁUDIA PINTO COORD. COORD. COORD. CLÁUDIA PINTO RIBEIRO CLÁUDIA PINTO RIBEIRO FRANCISCO MIGUEL ARAÚJO FRANCISCO MIGUEL ARAÚJO A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM VILA NOVA DE GAIA COORD. CLÁUDIA PINTO RIBEIRO FRANCISCO MIGUEL ARAÚJO Título: A História da Educação em Vila Nova de Gaia Coordenação: Cláudia Pinto Ribeiro Francisco Miguel Araújo Fotografia da capa: fac-símile do «Projecto da Escola Municipal “Pinto Mourão”, lugar de Laborim de Baixo» (Arquivo Municipal Sophia Mello Breyner – Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia) Design gráfico: Helena Lobo | www.hldesign.pt Co-edição: CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» ISBN: 978-989-8351-70-8 Depósito Legal: 426971/17 Paginação, impressão e acabamento: Sersilito‑Empresa Gráfica, Lda. | www.sersilito.pt Porto Junho 2017 Trabalho cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) e por fundos nacionais através da FCT, no âmbito do projeto POCI-01-0145-FEDER-007460. Apoios: Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia; Arquivo Municipal Sophia Mello Breyner; HISTEDUP – Associação de História da Educação de Portugal. SUMÁRIO Nota de Abertura 7 Cláudia Pinto Ribeiro e Francisco Miguel Araújo História da Educação em Vila Nova de Gaia: fontes arquivísticas para a sua interpretação 11 Alda Temudo, M.ª do Carmo Soares, Débora Cranfield Ramalho e Paulo Pires Vieira A rede escolar protestante em Vila Nova de Gaia (1868-1923): uma panorâmica geral 25 António Manuel S. P. Silva e José António Afonso A Educação em Vila Nova de Gaia (1880-1930): Projeto e balanço do estudo doutoral 63 Eva Baptista Gaia pioneira na Educação em meio hospitalar: o ensino no Sanatório 89 Anabela Amaral A escola primária gaiense durante o Estado Novo na obra literária de Afonso Ribeiro e J. Rentes de Carvalho 103 J. A. Gonçalves Guimarães A educação feminina pelas Belas Artes na sociedade de Oitocentos 125 Susana Moncóvio As «escolas operárias» em Vila Nova de Gaia 145 Licínio Santos Escola de Desenho e Modelação para oleiros: Fábrica Cerâmica das Devesas 165 António Manuel Teixeira Lopes da Cruz Contributos educativos da Companhia de Fiação de Crestuma (Lever) para o ensino em Vila Nova de Gaia 175 Fátima Teixeira NOTAS BIOGRÁFICAS 187 5 NOTA DE ABERTURA Vila Nova de Gaia e Porto, duas cidades separadas por um rio, mas cujas pági- nas da História se foram entrosando ao longo dos séculos, tal e qual as águas que se unem entre margens, rumo ao Atlântico. Se bem que um mesmo quadro de evolução diacrónica tenha influído na transmutação dos seus territórios e gentes, tornando a primeira como uma extensão natural das muitas atividades do burgo portuense, as idiossincrasias entre ambas foram-se matizando até ao reconheci- mento da autonomia municipal de Vila Nova de Gaia em 1834. Porém, nem sempre essa distinção prevalece de forma indubitável para muitos, esquecendo todo um dinamismo económico, social e cultural liderado pelo con- celho com a maior densidade populacional de toda a região norte. Basta recordar o reaparecimento da revista O Tripeiro, ainda hoje conhecida como a «Bíblia dos portuenses», nas suas séries mais coesas (a V e VI entre 1945 e 1974) pelo arrojo férreo do empresário gaiense António Sardinha. A produção historiográfica local em Vila Nova de Gaia nunca esmoreceu e tem registado um exponencial crescimento através dos seus muitos equipamentos históricos e culturais, como também à custa de historiadores e curiosos que procuram indagar e disseminar um microcosmo com dicotomias e dinâmicas tão prolíficas, como desafiantes. Binómios de análise como o rural e o urbano, o público e o privado, o cato- licismo e o protestantismo, o agrário e o industrial, a instrução e a educação… correlacionam-se com particular diligência quando se parte para a investigação científica deste município. Tão mais instigador para um domínio como o da História da Educação, quando as especificidades político-económicas, socioculturais e das próprias mentalidades no fenómeno educativo podem, senão mesmo se impõem, ser transplantadas para uma melhor compreensão do plano macroestrutural português. 7 A História da Educação em Vila Nova de Gaia Foi, por isso, natural e instantânea a vontade de se organizar um colóquio que conjugasse os interesses de investigação dos vários interlocutores: o Arquivo Municipal Sophia de Mello Breyner da Câmara Municipal de Gaia, o Departa- mento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (DHEPI), o Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» (CITCEM) e a Associação de História da Educa- ção de Portugal (HISTEDUP). Primeiro, o contacto de Alda Temudo dirigido ao DHEPI com tal desígnio, ao qual a comissão executiva manifestou a sua imediata disponibilidade na presença de um dos seus elementos, Cláudia Pinto Ribeiro. Depois, o desafio lançado a Eva Baptista, investigadora do CITCEM, para colabo- rar na organização de um evento subordinado ao tema anunciado: a História da Educação. Por último, a sua inscrição no âmbito do projeto INOVAR – Roteiros da inovação pedagógica: escolas e experiências de referência em Portugal no século XX (PTDC/MHC-CED/0893/2014), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. A conjugação de todos esforços confluiu na realização do colóquio “A História da Educação em Vila Nova de Gaia”, no dia 20 de maio de 2016, que contou com cerca de uma centena de interessados no assunto presentes no Arquivo Municipal Sophia de Mello Breyner. As conferências que decorreram todo o dia, moderadas por Luís Alberto Marques Alves e Francisco Miguel Araújo, mostraram o dinamismo dos seus interlocutores e a vantagem de se realizarem iniciativas deste género, que descentralizem as pessoas e os acontecimentos da esfera académica para públicos mais abrangentes. Deste modo, os oradores que tomaram parte no evento foram convidados a assinar a autoria dos artigos que compõem este volume, sem maiores constran- gimentos de carácter formal, que expurgassem das palavras então proferidas a vivacidade e singularidade que se espelham nos seus estilos de escritas pessoais. Cada capítulo revela a diversidade de formações académicas e de percursos de investigação em curso ou ultimados, indo ao encontro da polissemia temática no discurso historiográfico. Os leitores terão a oportunidade de aqui colher diferentes ensaios e estudos sobre a História da Educação em Vila Nova de Gaia, desde o século XIX até à atualidade, que nos lançam verdadeiros e originais desafios para a investigação e desenvolvimento a partir deste centro nevrálgico. Alda Temudo e os técnicos do Arquivo Municipal Sophia de Mello Breyner abordam a riqueza do espólio docu- mental sob sua guarda, discorrendo sobre a complexidade na gestão e tratamento da informação relativa ao universo da Educação que importa difundir. A ampla rede educativa em Gaia dinamizada pela Igreja Lusitana, muito mais do que mera instrução religiosa anglicana, é apresentada por António Silva e José António Afonso 8 NOTA DE ABERTURA como uma proposta educativa inovadora e consistente que se mantém como refe- rência para muitas gerações. Já Eva Baptista traça um roteiro preliminar do perfil educativo do concelho entre 1880-1930, cartografando um conjunto de escolas e experiências pedagógicas, bem como de inúmeras iniciativas oficiais e filantrópicas que a dotaram de dinâmicas educacionais e ideológicas. Pela escrita de Anabela Amaral retrocedemos às memórias dos pacientes do Sanatório Marítimo do Norte, destacando o pioneirismo da classe médica na siner- gia entre a recuperação clínica e a preocupação com a instrução das crianças para uma reinserção social mais eficiente. Numa linha conceptual não muito divergente, J. A. Guimarães incorre pelas relações entre a Literatura e a História, cruzando as narrativas ficcionadas de cariz biográfico de um professor e de um aluno acerca da escola primária gaiense nos tempos autoritários. E os estudos de género são reno- vados na interação entre o ensino artístico e a construção social da mulher-artista em finais de Oitocentos, na abordagem biográfica por Susana Moncóvio de seis senhoras da burguesia gaiense.