“Cinto Apertado' Para Ex-Militares
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Segunda-feira 28 de Maio 2018 Valor Económico 17 96.1 fm 96.1 fm Proibida a venda! Este jornal é GRÁTIS Quinta-feira 11 de Abril 2019 Semanário | Ano: 7|Edição Nº 346 Director-Geral: Evaristo Mulaza 35 Nova_Gazeta_NOVO_303_.indd 35 28/05/18 14:56 EDIÇÃO#111.indd 17 25/05/18 21:33 CAPA & SOCIEDADE CS6.indd 6 21/05/18 19:02 No pequeno comércio Ministério da Educação insiste com projecto para este ano Estrangeiros já podem ter alvará ‘Cartão O Governo Provincial de Luanda prepara-se para aplicar o direito costumeiro. Em breve, todos os estrangeiros legalizados poderão ter o alvará de lojas. Vai acabar o vermelho’ aluguer por parte dos nacionais. Pág. 14 ao exame 11 anos depois O regresso de Olavo nacional único Gamboa O Governo pretende implementar, ainda este ano, um único exame para quem frequenta as 6.ª, 9.ª e 12.ª classes. Mas o projecto está a criar resistências entre os educadores. Há dúvidas Promotor de espectáculos de sobre se o país tem condições técnicas e logísticas para aplicar um exame nacional que não boxe, esteve longe do país mais levante suspeitas. O Ministério da Educação acredita que o projecto é exequível e promete de uma década por “razões polí- apresentá-lo nos próximos dias. Págs. 14 e 15 ticas”, garante. Regressa com o projecto de levar a modalidade aos bairros e cadeias. Págs. 18 e 19 Por falta de provas Reintegração com orçamento curto Norberto Garcia absolvido “Cinto apertado’ PGR revela não ter encontrado provas que possam incriminar o antigo director da para ex-militares Unidade Técnica para o Investimento Privado e ex-porta-voz do MPLA. Daí ter Os mais de 117 mil antigos comba- pedido a absolvição de Norberto Garcia tentes só têm cerca de mil milhões fno caso ‘burla tailandesa’. O ex-director de kwanzas para programas de denunciou casos de corrupção anterio- reintegração. Mas precisam de 39 res à sua passagem pela UTIP. Pág. 24 mil milhões. O orçamento redu- zido condiciona o regresso à socie- dade. Págs. 2 e 3 2 Quinta-feira 11 de Abril 2019 Sociedade Angola tem mais de 117 mil antigos combatentes à espera de reintegração Cortes orçamentais comprometem inserção de antigos Domingos André Tchikanha, tenente-General militares e director do IRSEM. O orçamento destinado l André Kivuandinga O baixo mil, Huíla, com 12 mil, e Zaire, com 49 mil, são à reintegração de orçamento obriga a antigos militares é as que têm mais ex- apenas cerca de quatro ngola tem que 117 mil -militares por reinte- cadastrados grar. Apesar de a verba por cento do exigido. 117. 537 m i l pessoas, ser curta, Domingos Eram precisos 39 mil antigos milita- entre 80.537 antigos André Tchikanha lem- milhões de kwansas, A res sem estarem militares, bra que as administra- mas só estão disponíveis reintegrados na vida política, ções municipais estão mil milhões. Por económica, social ou mesmo 13 mil portadores “obrigadas” a destinar 70 isso, mais de 117 mil diversos projectos promovi- de deficiência por cento do dinheiro do Pro- militares, portadores dos pelo Instituto de Reinte- grama de Combate à Fome e à gração Socioprofissional dos e 24 mil viúvas e Pobreza, para a reintegração de deficiência, viúvas ex-Militares (IRSEM), institui- órfãos de dos ex-militares. e órfãos aguardam por ção que tem inscritois 241 mil Em anos anteriores, o uma ‘luz ao fundo do antigos militares, entre sargen- guerra não estejam IRSEM previa reintegrar 11 túnel’. O responsável tos e ociais. Para a reintegra- reintegrados. mil pessoas, entre ex-milita- do IRSEM acredita que, ção destes antigos ‘homens do res, portadores de deciência se tivesse toda a verba, gatilho’, o IRSEM precisa de 39 e vulneráveis, mas apenas con- em 2022, estariam todos mil milhões de kwanzas, mas, Tchikanha, acredita que, caso seguiu enquadrar 1.004. Todo em 2018, recebeu apenas mil a situação económica da insti- o militar, quando é desmobili- integrados. milhões, ou seja, 3,9 por cento tuição melhore, em 2022, todos zado, passa a ter direito a um do orçamento necessário. os ex-militares já cadastrados, subsídio mensal de 55 mil kwan- O baixo orçamento obriga a com base nos acordos de paz, zas e o IRSEM depois procura que 117 mil pessoas, entre 80.537 serão reintegrados nos diversos enquadrá-los em vários projec- antigos militares, 13 mil por- projectos promovidos pela ins- tos de reintegração, em todas tadores de deficiência e 24 mil tituição. “Com dinheiro, é fácil as províncias. “O orçamento viúvas e órfãos de guerra não a reintegração socioeconómica que recebemos do Ministério estejam reintegrados. O direc- dos ex-militares”, remata. das Finanças, através do OGE, tor do IRSEM, Domingos André Benguela, com mais de 17 é inferior e não conseguimos 3 Quinta-feira 11 de Abril 2019 Mais de 70 técnicos de saúde do Huambo começaram uma formação, esta semana, sobre atenção humanizada e assistência psicossocial hospitalar. O seminário, que encerra amanhã, insere-se nas acções que visam melhorar o atendimento médico e medicamentoso nas unidades sanitárias da região. Luanda Mário Mujetes Fotos: Cisternas controlada O governo de Luanda (GPL) e a Empresa Pública de Água (EPAL) pretendem criar um mecanismo de controlo que vai permitir vericar, à dis- tância, o tipo de água a ser transportada pelos camiões- -cisterna na capital. O director do gabinete de Comunicação Institucional do GPL, Sebastião José, explica que vão ser criados postos de licenciamento com o objec- tivo de certicar os veículos, de acordo com a qualidade Dificilmente os de água a que cada moto- ex-militares conseguem emprego. rista se propõem distribuir. E que, no processo de certi- cação de qualidade, serão vetados os camiões conce- bidos para o transporte de cumprir o estipulado na lei, no Nem todos os tituto. “Nem todos os bene- produtos tóxicos e que pra- recrutamento de trabalhadores ciários têm feito tudo para que ticam venda de água, assim Os responsáveis e e dar prioridade aos ex-milita- beneficiários têm feito os seus projectos cresçam, isso como os que são abastecidos res, deixando de depender da tudo para que os seus também por falta de vocação do em locais impróprios. donos de empresas entrega material de trabalho, que fazem, escolhem apenas os Sebastião José avança ainda deviam cumprir o mas também de os empregar”. projectos cresçam, por ramos como forma de manter o que as duas instituições vão tra- estipulado na lei, no Outro aspecto apontado falta de vocação do sustento das suas famílias. Uns balhar para a redução e unifor- pelo responsável é a formação vendem os bois ou oferecem os mização dos preços praticados recrutamento de prossional e académica dos que fazem, escolhem produtos que lhes são entre- pelos camionistas que abaste- trabalhadores e dar antigos militares, sendo maior apenas os ramos como gues”, admite. cem as cisternas ao valor de parte deles analfabetos, vinda forma de manter o A seguir aos Acordos de Paz seis mil kwanzas, nas girafas, prioridade aos ex- de aldeias mais recônditas, “sem de 1991, foram desmobilizados e chegam ao consumidor nal militares, deixando de formação académica ou pros- sustento das suas cerca de 240 mil efectivos, 50 mil a um preço que ronda entre os sional, tendo passado muitos famílias. Uns vendem dos quais eram ociais, que ca- 20 e os 25 mil kwanzas. depender da entrega anos da sua vida na frente dos ram sob a responsabilidade do Luanda necessita, dia- material de trabalho. combates, sem oportunidades os bois ou oferecem Estado-Maior General das For- riamente, de uma distribui- para serem formados”. Por isso, os produtos. ças Armadas Angolanas, atra- ção na ordem de mais de um o director do instituto defende vés da Caixa Social Das Forças milhão de metros cúbicos de que algumas empresas deviam Armadas Angolanas. Os sargen- água, mas recebe apenas 550 atingir os objectivos que deni- promover formações” André Tchikanha como outro tos e soldados são da responsa- mil metros cúbicos por dia. mos”, admite Domingos André Actualmente, com o surgi- “impedimento” que os ex-mili- bilidade do IRSEM. O instituto Tchikanha, também ele militar, mento das novas tecnologias e tares enfrentam. prepara-se para celebrar 24 anos. com a patente de tenente-general. as exigências de um mercado de Apesar destes obstáculos, Foi criado para apoiar o Governo Domingos André Tchika- trabalho, “dificilmente” os ex- director do IRSEM reconhece na reintegração dos desmobili- nha defende que a reintegração -militares conseguem emprego, que nem sempre os meios de zados com base nos acordos de socioprossional dos ex-milita- também muitos “estão ultra- apoio foram bem usados. Por paz, com destaque para os de res “deve constituir um compro- passados” pela idade, em que exemplo, lamenta que muitos Bicesse, em 1991, Lusaka, 1994 misso de todos, sobretudo dos já ultrapassaram a faixa etá- ex-militares tenham oferecido e os Memorandos de Entendi- D.R. empresários”. “Os responsáveis ria dos 50 a 60 anos de idade. A a familiares ou vendido vários mento do Luena e do Namibe, Fotos: e donos de empresas deviam idade é apontada por Domingos materiais que receberam do ins- entre a FLEC e o Governo. 4 SOCIEDADE Quinta-feira 11 de Abril 2019 (re)flexões leigas D.R. Foto À caça de luz e makezu Soberano Kanyanga Escritor Em 1978, ‘Ano da agricultura’, já Augusto João ‘Kapayu’ mais tarde António Fernando e Manuel Car- conhecido como ‘Gasolina’ (lho los ‘Xika Yangu ou Raimundo’ do gerente da fazenda) e talvez o (primo dele) haviam abandonado a tio Beto Santos ou Zé Borracha região de Kuteka, nas margens do (sobrinho da avó Emília, a mãe Longa, para se xarem na Fazenda do tio Gasolina) decidiram ir à Israel, próximo da Estrada Nacio- caça de ‘makezu’ ou canta-pedras nal Luanda-Huambo, gerida na no gigante paleolítico conhecido No Huambo, após dois anos altura por João dos Santos ‘João como pedra escrita.