“Contextos para definição de competências profissionais aos que atuam na área internacional da saúde”

por

Sérgio Alexandre Gaudêncio

Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Helena Machado

Brasília, agosto de 2014.

Esta dissertação, intitulada

“Contextos para definição de competências profissionais aos que atuam na área internacional da saúde”

apresentada por

Sérgio Alexandre Gaudêncio

foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:

Prof. Dr. José Francisco Nogueira Paranaguá de Santana Prof.ª Dr.ª Mônica Carvalho de Mesquita Werner Wermelinger Prof.ª Dr.ª Maria Helena Machado – Orientadora

Dissertação defendida e aprovada em 26 de agosto de 2014.

Catalogação na fonte Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica Biblioteca de Saúde Pública

G266 Gaudêncio, Sérgio Alexandre Contextos para definição de competências profissionais aos que atuam na área internacional da saúde. / Sérgio Alexandre Gaudêncio. -- 2014. 166 f. : tab. ; graf.

Orientador: Machado, Maria Helena Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, , 2014.

1. Competência Profissional. 2. Saúde Mundial. 3. Cooperação Internacional. 4. Força de Trabalho. 5. Recursos Humanos em Saúde. 6. Saúde Global. I. Título.

CDD - 22.ed. – 331.11

A Henri Jouval, José Roberto Ferreira e Santiago Alcázar, meus ‘gurus’ na área de saúde global, ética e brasilidade.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha esposa Rayana, pela ajuda na formatação de tabelas, mas principalmente pela paciência e carinho; a Márcio Gomes, pelas precisas indagações. Aos que me ajudaram nos caminhos para localização de documentos: Thaíse Cotrim, Heloisa Orind, Elizabeth Golembiouski, Maria Lira, Roger Correia, Cibelli Colombelli, muito obrigado. À Coordenadora-Geral de Programas e Projetos do Ministério da Saúde, Claudia Brandão, e aos seus antecessores, Glória Walker e Fernando Assoni, pela boa vontade e incentivo. Não esquecerei essa oportunidade. Á Ana Maria Souza dos Santos, pela gentileza e profissionalismo. A Willer Baumgarter, pelo apoio inicial. Ao Dr. Francisco Campos, pela inexorabilidade das sugestões ao trabalho. Por fim, mas com destaque especial, é importante salientar um aspecto essencial deste trabalho: o imprescindível apoio da Profa. Maria Helena Machado, minha orientadora. Apesar do pouco tempo para o desenvolvimento deste estudo, ela, com sua competência e generosidade, me permitiu superar as adversidades e desvendar trilhas.

"Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho.” Ariano Suassuna

“A gente vive de polegada, e sonha de légua e meia.” Jessier Quirino

Sumário

RESUMO ...... 9

ABSTRACT ...... 10

Lista de Gráficos e Tabelas ...... 11

Tabelas ...... 11

Figuras ...... 11

Quadro de Abreviaturas ...... 12

APRESENTAÇÃO ...... 13

Justificativa e objetivos do estudo ...... 16

METODOLOGIA...... 19

Considerações éticas ...... 22

CAPÍTULO I – CONTEXTO TEÓRICO: Competências Profissionais, Saúde Global/Diplomacia da Saúde e Força de Trabalho em Saúde ...... 23

Competências Profissionais ...... 23

Saúde Global e Diplomacia da Saúde ...... 29

Força de Trabalho em Saúde: breve panorama ...... 34

Recursos Humanos em Saúde/Força de Trabalho em Saúde - definições e conceitos ...... 39

CAPÍTULO II – FUNÇÕES ESSENCIAIS DAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS ...... 43

Mobilização de Recursos ...... 43

Presença de uma finalidade ...... 61

Relação com um conjunto de situações ...... 66

Caráter disciplinar ...... 84

Avaliação ...... 88

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 96

APÊNDICES ...... 106

Apêndice A - Estrutura e competências das áreas internacionais do MS – Perfil Histórico ...... 106

Apêndice B – Quadro de Pessoal da Assessoria de Assuntos Internacionais da Saúde – AISA/GAB/MS (2013 e 2007) ...... 131

Apêndice C - Conferências Sanitárias Internacionais e Pan-Americanas ...... 133

Apêndice D – Participação brasileira nos Comitês Técnicos Preparatórios para criação da Organização Mundial da Saúde ...... 139

Apêndice E – Nº de delegados brasileiros e norte-americanos na AMS ...... 143

Apêndice F - Intervenções do Brasil na Assembleia Mundial da Saúde da OMS ...... 145

Apêndice G - Atos bilaterais na área da saúde celebrados pela República Federativa do Brasil na Área da Saúde ...... 149

Apêndice H - Cooperação Técnica do Ministério da Saúde – Dados do SISCOOP ...... 160

Apêndice I – Formação Acadêmica da força de trabalho da AISA em 2007 e 2012 ...... 165

RESUMO

Este estudo analisa os contextos para definição de competências profissionais para aqueles que atuam na área internacional da saúde, a partir das funções essenciais das competências. Estas subsidiam a análise da estrutura organizacional, de pessoal, as inter-relações com outras instituições, seus objetivos, os campos de conhecimento e a possibilidade de avaliação desses atores. A problematização dos termos competência, saúde global, diplomacia da saúde e Força de Trabalho em Saúde, por outro lado, permitem contextualizar o campo teórico de atuação do objeto deste estudo, produzindo reflexões a serem ponderadas na definição dessas competências. Conclui-se que vários aspectos da área internacional do Ministério da Saúde necessitam ser trabalhados para fornecer as ferramentas necessárias que assegurem um ambiente favorável ao desenvolvimento dessas competências profissionais.

Palavras-chave: competências profissionais, saúde global, diplomacia da saúde e força de trabalho em saúde.

ABSTRACT

This study analysis the contexts to define professional competence to those who work in the health international area, within the essential functions of competence. Those competences support the analyses of the organizational and personnel structure, the interrelation with other institutions, their objectives, the knowledge areas, and the possibility of evaluating those actors. The problematization of the terms competence, global health, health diplomacy, and Health Workforce allows the contextualization of the theoretical field of object of study, generating reflections to be taken into account in defining those competences. It concludes that several aspects of the international area of the Ministry of Health of need to be better worked out in order to provide the necessary tools that ensure a supportive environment to the development of those professional competences.

Key words: professional competences, global health, health diplomacy and health workforce.

Lista de Gráficos e Tabelas

Tabelas

Tabela 1 - Orçamento do Gabinete do Ministro do Ministério da Saúde 2008-2013 ...... 52 Tabela 2 - Participação do Brasil no Comitê Executivo da OMS ...... 72

Figuras

Figura 1 - Produto Interno Bruto do Mercosul - 2012 ...... 74 Figura 2 - Gasto per capita em saúde em dólares americanos, 2012 ...... 75 Figura 3 - Cooperação Internacional da Saúde por Continente ...... 82 Figura 4 - Percentual de migrantes para o Brasil por País ...... 83

Quadro de Abreviaturas

ABC - Agência Brasileira de Cooperação ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva ACI - Assessoria de Cooperação Internacional AESA - Assessoria de Assuntos Especiais de Saúde AISA - Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde AMS - Assembleia Mundial da Saúde ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento CAI - Comissão de Assuntos Internacionais CAIS - Coordenação de Assuntos Internacionais de Saúde CAESA - Coordenação-Geral de Assuntos Especiais da Saúde CCA - Conselho de Cooperação Amazônica CCOOR - Coordenação do Conselho de Cooperação Amazônica CE - Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde CEBES - Centro Brasileiro de Estudos de Saúde CESAM - Comissão Especial de Saúde da Amazônia CIDA - Canadian International Development Agency (Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional) CGESP - Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas CMC - Conselho do Mercado Comum CNPs - Comissões Nacionais Permanentes CODEP - Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CRIS - Centro de Relações Internacionais em Saúde CSS - Conselho Sul-Americano de Saúde CTU - Contrato Temporário da União DOU - Diário oficial da União ENSP - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz FTS – Força de Trabalho em Saúde IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

ISAGS - Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde GIZ - Deutsche Gessellschaft für Internationale Zusammenabeit (Agência Alemã de Cooperação Técnica) GMC - Grupo de Mercado Comum MERCOSUL - Mercado Comum do Sul MS - Ministério da Saúde MRE - Ministério das Relações Exteriores NAINT - Núcleo de Assessoramento em Assuntos Internacionais NESP - Núcleo de Estudos em Saúde Pública NETHIS - Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde OEA - Organização dos Estados Americanos OCAI - Oficina de Cooperação e Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde do Chile OIHP - Organização Internacional de Higiene Pública OMC - Organização Mundial do Comércio OMS - Organização Mundial da Saúde OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual ONU - Organização das Nações Unidas OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde OTCA - Organização do Tratado de Cooperação Amazônica PAC - Plano de Aceleração do Crescimento PNS - Plano Nacional de Saúde PSI - Programa de Saúde Internacional REDSSUR-ORIS - Rede de Oficinas de Relações Internacionais e Cooperação em Saúde RENASSES - Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde RMC - Reunião de Ministros da Saúde RMS/2006 - Relatório Mundial da Saúde 2006 SE - Secretaria Executiva SCTIE - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da Saúde – SCTIE SGTES - Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde SGT-11 - Subgrupo de Trabalho n. 11: saúde SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde SGIS - Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde

SISCOOP - Sistema de Gestão de Projetos e Ações de Cooperação Internacional em Saúde SUS - Sistema Único de Saúde TC - Termo de Cooperação UE - União Europeia UNASUL - União das Nações Sul-Americana

13

APRESENTAÇÃO

A demanda por profissionais qualificados para atender às novas dinâmicas do trabalho exige abordagens inovadoras de recrutamento e qualificação de pessoal. A concepção taylorista centrada na capacidade meramente técnica do trabalhador não se adapta aos desafios atuais, onde se busca atores proativos que reflitam sobre sua atuação e encontrem soluções criativas para os desafios encontrados no seu âmbito de trabalho. Nesse contexto, a partir de estudos oriundos da área de gestão em recursos humanos e da educação, empresas privadas e governos vêm adotando a abordagem das competências tanto no campo educacional quanto na seleção e qualificação dos seus quadros de pessoal. A ideia subjacente ao desenvolvimento de competências profissionais está relacionada ao princípio de que o trabalhador deva estar preparado não só para executar eficazmente tarefas regulares no seu contexto de atuação, mas também para situações inusitadas, às quais ele terá que mobilizar diversos recursos para encontrar soluções. Para tanto, necessitará, então, mais do que conhecimentos formais, embora estes sejam imprescindíveis. Ele deve estar preparado para o saber-agir, ou seja, adequar conhecimentos, habilidades e outros recursos disponíveis e saber utilizá-los eficazmente em situações reais. Esse entendimento sobre as qualificações necessárias para atuação profissional em geral vai ao encontro da complexidade atual da saúde como tema global e suas implicações e da formação de profissionais para atuar na área. O tema saúde tem ampliado seu escopo de influência tanto em âmbito nacional quanto internacional. Neste, principalmente nas últimas décadas, há uma crescente inter-relação temática da saúde que perpassa áreas de atuação como comércio, propriedade intelectual, finanças, biossegurança, entre outros. Toda a complexidade do tema saúde em âmbito nacional reverbera em escala global, impondo a necessidade de ações coordenadas, articuladas e negociadas nessa esfera de atuação. Nesse sentido, este trabalho contextualiza e analisa o escopo de trabalho daqueles que atuam na área internacional do Ministério da Saúde - MS à luz do desenvolvimento das competências profissionais. Esse cenário de ação será cotejado a partir da reflexão sobre, e por intermédio das funções essenciais das competências, assim como definidas por Roegiers (2010), tendo como suporte teórico trabalhos realizados na área por Le Boterf e Reuillard (2003), entre outros, que definem competências como “um saber-agir, o qual implica saber integrar, mobilizar e transferir um conjunto de recursos (conhecimentos, saberes, aptidões, racionalizações, 14 etc.) em um contexto dado, a fim de realizar uma tarefa ou de fazer frente a diferentes problemas que se apresente”. Além disso, faz-se necessário analisar o contexto teórico dos campos que envolvem esse ator, como o da saúde global e diplomacia da saúde, da Força de Trabalho em Saúde – FTS e da própria definição de competência. Para tratar do tema proposto, este estudo se estrutura em dois Capítulos, que tratam da contextualização e análise do campo de atuação desses atores, antecedida pela fundamentação metodológica, norteadora dos trabalhos realizados, e seguida pelas considerações finais, que apresentam reflexões sobre o objeto desta dissertação. No que se refere à metodologia são apresentados os balizadores da pesquisa e da análise dos dados e os fatores que determinaram a escolha da pesquisa documental e bibliográfica como fontes referenciais para este trabalho. A primeira alicerça o caminho para compreender a estrutura formal do setor organizacional que trata dos temas internacionais, sua participação nos fóruns pertinentes e na cooperação horizontal, enquanto a pesquisa bibliográfica apoia a construção teórica das competências profissionais e das áreas de conhecimento envolvidas nas atividades do profissional que atua na área de saúde global e diplomacia da saúde. Esta última também fornece subsídios para discutir onde se situa esse ator no âmbito da FTS. Ainda nessa parte do estudo, desenvolvem-se os argumentos que justificam as funções essenciais das competências como eixo para análise da área internacional do MS a fim de situar o profissional que lá atua no seu contexto formal de trabalho. O argumento central é a necessidade de qualificação desse ator às dinâmicas da saúde global, tendo como princípio as competências profissionais que permitem, a partir das suas funções essenciais, construir um quadro ampliado dos elementos constituintes do seu escopo de ação. O Capítulo I se dedica a problematizar o contexto teórico dos elementos balizadores desse trabalho. O eixo analítico é a definição do conceito de competências profissionais; no campo situacional são cotejadas as definições de saúde global, diplomacia da saúde e FTS. No tocante às primeiras apresenta-se a trajetória histórica do termo e as questões referentes ao seu escopo. Apresentam-se duas vertentes básicas: competência no sentido de autorização - ter autoridade para exercer determinada função, relacionada neste estudo às competências regimentais da área internacional da saúde -, e competência no sentido de ser capaz de mobilizar e associar recursos para eficazmente resolver uma situação-problema. Fica estabelecida, então, a definição de competências profissionais, a partir da visão de Le Boterf e Reuillard (2003) e das suas funções 15 essenciais, assim apresentadas por Roegiers (2010), como eixo de análise da área internacional da saúde do MS. Em seguida apresentam-se os debates que giram em torno dos conceitos de saúde global e diplomacia da saúde e, en passant, da saúde internacional. O debate sobre saúde global gira em torno da capacidade das definições em apontar abrangência e ao mesmo tempo limites para a área. Além disso, discute-se se essas definições dão conta de representar a realidade atual da inserção da saúde como tema global. Quanto à diplomacia da saúde, a discussão emerge sobre a inserção da saúde como tema da diplomacia dos países, problematizando essa junção que historicamente apresenta uma hierarquia de interesses, onde temas relacionados à soberania, segurança e comércio predominam sobre os interesses sociais. Por fim, nesse Capítulo I, a problematização recai sobre o debate de como o profissional que atua na área internacional da saúde se enquadra no contexto da FTS. Em uma primeira etapa, apresenta-se a evolução da FTS a partir do envolvimento dos organismos internacionais com o tema, sobretudo a Organização Mundial da Saúde - OMS e Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS. Em seguida, após análise das definições do que seja FTS, propõe-se uma perspectiva de inserção desse profissional nessa área. O Capítulo II é dedicado à apresentação e análise da área internacional da saúde do MS, a partir das funções essenciais da competência, definidas por Roegiers (2010), quais sejam: mobilização de recursos, finalidade, conjunto de situações, caráter disciplinar e avaliação. Com relação à primeira função, mobilização de recursos, apresenta-se duas vertentes: recursos materiais e recursos cognitivos. No tocante aos recursos materiais traça-se o perfil histórico dos órgãos responsáveis pelos temas de saúde global, e analisam-se suas estruturas organizacionais, financiamento, e inter- relações com outros órgãos, delineando-se o campo de ação do profissional que atua na área internacional da saúde. Quanto aos recursos cognitivos, infere-se, a partir dos dados apresentados, quais as áreas de conhecimento necessárias para o desenvolvimento de competências do profissional que atua na área internacional da saúde. A segunda função essencial, finalidade, ou seja, para quê se desenvolvem competência profissionais, é discutida a partir dos Planos Nacionais de Saúde e das Estratégias estabelecidas para alcance dos objetivos previstos nesses documentos. A análise dessas iniciativas, porém, constata lacunas na estruturação do MS para atuação na saúde global. Sendo a finalidade um dos aspectos consensuais entre a maioria dos estudiosos sobre competência, destaca-se que essas limitações dos planos apontam 16 fragilidades para o desenvolvimento de competências profissionais para aqueles que atuam com o tema da saúde global e diplomacia da saúde. Na discussão sobre o conjunto de situações, apresentam-se os diversos contextos de ação do objeto de estudo deste trabalho, como fóruns internacionais de saúde, fóruns em que a saúde é tema ou nos quais as decisões podem afetar diretamente a saúde, a inserção da saúde como tema de debate no âmbito das associações regionais de blocos de países, e a cooperação bilateral e triangular. Essa discussão é precedida pela contextualização histórica da participação do Brasil nas discussões sobre o tema saúde no âmbito global desde as primeiras conferências internacionais de saúde. Os outros dois eixos das competências são o caráter disciplinar e a avaliação. No primeiro são apresentadas e analisadas as iniciativas de capacitação de trabalhadores na área de saúde global e diplomacia da saúde, tendo como marco a reunião Saúde Internacional: um campo de estudo e prática profissional, realizada em 1991, em Quebec, Canadá, passando pela ampliação da saúde global como tema de estudo em diversas partes do mundo e os cursos oferecidos em âmbito nacional. No caso da avaliação problematiza-se essa função essencial a partir do ponto de vista da sua aplicabilidade, visto a impossibilidade de uma avaliação concreta devido à ausência de definições das competências profissionais necessárias às ações do profissional que atua na área internacional da saúde. Contudo, destaca-se nessa a múltipla de possibilidades de avaliação, visto não haver uma única maneira de resolução de uma situação-problema. Esse capítulo encerra-se com as conclusões gerais apontadas ao longo da análise. Como considerações finais, este estudo aponta algumas possibilidades de ações e questionamentos diversos que surgiram ao longo da pesquisa e da análise dos dados como indicadores de novos estudos na área.

Justificativa e objetivos do estudo

A dinâmica da inter-relação entre saúde e diversos outros setores, como comércio, segurança, propriedade intelectual, economia, força de trabalho, entre outros, impossibilitam uma atuação voltada apenas para temas locais. O cliché de que os vírus e as bactérias desconhecem as fronteiras nacionais, apesar de cliché, não o torna menos contundente. Decisões acordadas em fóruns internacionais, seja eles de saúde ou não, podem produzir impactos importantes e até mesmo, em caso extremo, inviabilizar sistemas universais de saúde. Vide o impacto de acordos como o TRIPS – acrônimo em 17 inglês para Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio -, definida no âmbito da Organização Mundial do Comércio - OMC, e outras iniciativas de âmbito regional, na aquisição de medicamentos e vacinas para atender a população de países em desenvolvimento, mesmo tendo a Declaração de Doha1 flexibilizado os limites da propriedade intelectual com relação à saúde pública. Nenhuma nação, hoje, tem condições de garantir a saúde de sua população agindo isoladamente. Um pequeno país, sem condições de, por exemplo, colher amostras de algum vírus passível de causar epidemia e analisá-las, necessita da colaboração de países que tenham essa capacidade. Ao mesmo tempo, países com maiores capacidades necessitam colaborar entre si e com aqueles menos desenvolvidos a fim de evitar que o vírus se propague. Apesar de ser apenas um exemplo ilustrativo, e restrito à área de controle de doenças transmissíveis, demonstra a importância de uma atuação criteriosa e atenta do setor saúde na esfera internacional. Para tanto é necessário que os países, neste caso o Brasil, disponham de profissionais competentes para assessorar eficazmente os tomadores de decisão sobre caminhos e soluções possíveis e suas implicações e mesmo, em vários momentos, ter a capacidade para coordenar, articular e negociar temas relevantes e contribuir na construção de alianças, por meio de projetos de cooperação, acordos, entre outros. Dessa forma, a definição das competências pode ser uma ferramenta relevante no recrutamento de pessoal, no planejamento das capacitações, e na estruturação de recursos necessários à viabilização dessa atuação. O amadorismo, as soluções “caseiras” não são uma opção nesse campo de atuação. Nesse sentido, é necessário, definir quais os aspectos relevantes a serem analisados e incorporados ao desenvolvimento dessas competências. O estudo tem como objeto o profissional que atua na área internacional do Ministério da Saúde. Nesse sentido, seu objetivo geral é mapear e analisar os contextos de atuação desse profissional, sob a perspectiva de cada uma das funções das competências profissionais, propostas por Roegiers (2010), a fim de apontar contextos e aspectos relevantes a serem considerados para o desenho das competências profissionais desejáveis entre os trabalhadores da Assessoria Internacional de Saúde – AISA/MS. Buscar-se-á, nesse sentido:

1 Declaração sobre TRIPS e Saúde Pública – IV Conferência Ministerial da OMC, realizada em Doha, Catar, de 09 a 14 do 11 de 2001 http://www.santoinacio-rio.com.br/TextoComplemtar_CCTD_DeclaracaoPatentes.pdf 18

Esse é o foco deste estudo: pesquisar e analisar os contextos de ação do profissional que atua na área internacional da saúde a fim de estabelecer norteadores para o desenvolvimento de competências profissionais.

19

METODOLOGIA

Marconi e Lakatos (2010, p. 139) definem pesquisa como “... procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.” Este projeto utiliza-se de duas modalidades de pesquisa: bibliográfica e documental. A primeira visa subsidiar uma análise dos conceitos e definições pertinentes ao projeto e situar o seu objeto no contexto da saúde global e da FTS, tendo como foco o desenvolvimento de competências profissionais. A segunda tem como base apreender o contexto institucional e regimental do MS e entidades a ele vinculadas na sua atuação no âmbito internacional a fim de problematizar o ambiente em que esses profissionais atuam. A utilização da pesquisa bibliográfica se justifica pelas suas vantagens que, segundo Gil (2012, p. 50), “... reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.” No escopo deste projeto ela subsidia a análise de conceitos e definições alicerçando o contexto de ação do profissional que atua na área internacional da saúde. Nesse campo conceitual, três áreas são cotejadas: 1) a saúde global, incluindo diplomacia da saúde; 2) FTS, no sentido de localizar o objeto de estudo nesse campo, e; 3) competências profissionais, mediador das análises deste trabalho. Os conceitos e definições de saúde global, FTS e competências profissionais serão analisados no sentido de formar um panorama geral do contexto de atuação do profissional que atua na área internacional da saúde. Nas palavras de Garcia et al. (2011, p. 1150):

Conceitos referem-se a fenômenos que ocorrem na natureza ou no pensamento, sendo essenciais no desenvolvimento de pesquisas, assim como na construção de teorias. Para que cumpram esse papel na construção do conhecimento cientifico, é oportuno que sejam analisados periodicamente, visando, principalmente, seu contínuo aprimoramento. (Garcia et al. p. 1150).

Após a apresentação dos eixos conceituais que permeiam o campo de trabalho do profissional que atua na área internacional, é estabelecida a estrutura formal onde esse ator exerce suas funções. Para tanto, este trabalho se baseou em pesquisa documental no intuito de encontrar os registros que estabelecem como o Estado vem estruturando e distribuindo as competências dos órgãos para atuarem no âmbito 20 internacional. Se para Garcia et al. (2011) os conceitos são essenciais na construção de teorias, para Gil (2012, p. 147) fontes documentais:

[...] são capazes de proporcionar ao pesquisador dados em quantidade e qualidade suficiente para evitar a perda de tempo e o constrangimento que caracterizam muitas das pesquisas em que os dados são obtidos diretamente das pessoas. (Gil, 2012, p. 147).

Na pesquisa para produção deste trabalho foram utilizados registros cursivos, episódicos e privados. Com relação aos primeiros registros, foram pesquisados vários bancos de dados governamentais (Saúde Legis, MAP-Saúde, Diário Oficial da União, sítio web da Presidência da República, do Congresso Nacional, Ministério das Relações Exteriores - MRE, incluindo a Agência Brasileira de Cooperação - ABC, SISCOOP - Sistema de Gestão de Projetos e Ações de Cooperação Internacional em Saúde, da Assessoria de Assuntos Internacionais em Saúde – AISA, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Bibliotéque Nationale de France), intergovernamentais (Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS, Organização Mundial da Saúde - OMS, Banco Mundial, Organização das Nações Unidas - ONU, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA, Mercado Comum do Sul - Mercosul, União das Nações Sul-Americanas - Unasul), de Universidades (Harvard Archives, Hathi Trust, Archive.org) e privados (Jus Brasil), entre outros, a fim de evidenciar, de modo formal, como se constituiu a área internacional da saúde no MS e como tem sido sua participação na arena internacional. A Primeira fase se constitui em identificar as fontes de busca que poderiam subsidiar este trabalho. Os bancos de dados do Ministério da Saúde (Saúde Legis, MAP- Saúde e SISCOOP) apresentam diversas lacunas na disponibilização de dados, nem sempre sendo possível encontrar cópias de portarias originadoras de estruturas. O MAP- Saúde e o SISCOOP apresentam descontinuidade e este último, inconsistência dos dados disponíveis. No caso da OMS, há uma lacuna importante entre a década de 1980 e o começo do ano 2000. Muitos dos dados sobre a participação dos países nos corpos diretores dessa organização não constam nos arquivos. Além desses, foram utilizados registros episódicos e registros privados, algumas vezes para ilustrar informações que não foram localizadas, ou talvez não mais existam, nas fontes oficiais. Apesar das críticas à utilização de documentos pessoais, estes podem cobrir lacunas de informação não disponíveis nos dados oficiais. Sobre o tema, Gil (2012, p.151) afirma:

21

Embora limitados, os documentos pessoais não podem ser descartados na pesquisa social [...] [os documentos pessoais] apresentam inestimável valor para a realização de estudos exploratórios, com vistas, sobretudo, a estimular a compreensão de problemas e também complementar dados obtidos mediante outros procedimentos. (Gil 2012, p. 151).

Após a fase de identificação das fontes relevantes para esta pesquisa, foi feita a pesquisa em si e a organização dos dados obtidos. A análise dos dados foi realizada a partir dos elementos constitutivos da definição de competências, segundo trabalho de Roegiers (2010). Para o autor, a definição de competência envolve a mobilização de recursos, finalidade, conjunto de situações, caráter disciplinar e avaliação. Dessa forma, são esse os eixos que nortearam as análises aqui produzidas. A escolha desses eixos para analisar o desenvolvimento da atuação da saúde como tema internacional se justifica na medida em que ela envolve diversos aspectos constituintes dessa área: seus recursos materiais e cognitivos, os objetivos (finalidade), as situações envolvidas na execução das tarefas que competem ao setor, as áreas de conhecimento pertinentes e a perspectiva de avaliação. Ou seja, o estudo das competências profissionais, além de ser uma possibilidade para o desenvolvimento da área internacional, possibilita entender o contexto do profissional que atua na área internacional da saúde sob diferentes ângulos. Um limitador deste trabalho, a falta de entrevistas com os atores envolvidos com a área internacional da saúde, apesar das vantagens apresentadas por Gil (2012) da pesquisa documental, está relacionada ao limite de tempo para desenvolvimento da pesquisa em virtude da extensão das disciplinas do Mestrado Profissional em Saúde Global e Diplomacia da Saúde e da lacuna de tempo provocada pela troca de orientador para este projeto. Eventuais entrevistas necessitariam aprovação dos comitês de ética em pesquisa relacionados, o que demandaria um tempo de espera não disponível para a execução deste trabalho. Não obstante, a robustez dos dados coletados e analisados proporciona uma perspectiva que valida as conclusões apresentadas aqui. Dado ao exíguo tempo para o desenvolvimento e qualificação do projeto, assim como para o levantamento e análise dos dados e a defesa da dissertação propriamente dita, não foi possível realizar pesquisa de campo, com entrevistas com atores chaves. Dessa forma, optou-se por desenvolver um estudo de cunho teórico, contendo reflexões da pratica da área internacional do Ministério da Saúde, valendo-se, inclusive, do conhecimento empírico do autor do trabalho.

22

Considerações éticas

No tocante aos aspectos éticos da pesquisa desenvolvida neste trabalho, declara-se que ela não envolveu trabalho de campo, como entrevistas ou aplicação de questionário e, consequentemente, não se trata de uma pesquisa que envolva seres humanos, assim como definido na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, de 10 de outubro de 1996 (Brasil, 1996), que dispõe sobre os aspectos éticos em pesquisa envolvendo seres humanos e, entre outras, visa assegurar os direitos e deveres relativos à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. Esta pesquisa terá como base dados secundários coletados a partir de revisão bibliográfica e documental.

23

CAPÍTULO I – CONTEXTO TEÓRICO: Competências Profissionais, Saúde Global/Diplomacia da Saúde e Força de Trabalho em Saúde

O eixo central deste estudo é o conceito de competência profissional, assim definido por Le Boterf e Reuillard (2003) e os componentes dessa definição, assim como estruturados por Roegiers (2010). Contudo, faz-se necessário contextualizar o campo conceitual de atuação do profissional que atua na área internacional da saúde, ou seja, a saúde global e a diplomacia da saúde, não esquecendo a avaliação das diversas definições de recursos humanos/FTS a fim de analisar a possibilidade de inseri-lo nesse contexto. A problematização, tanto do campo de atuação quanto da inserção desse ator como um profissional da saúde, assim como as estrutura já existentes tem o objetivo de contribuir para a reflexão sobre a complexidade de aspectos a serem levados em conta em uma eventual construção institucional de competências para o profissional que atua na área internacional da saúde.

Competências Profissionais

Segundo Mulder (2007) o termo competência possui dois significados essenciais, que são o da autoridade e o da capacidade. O primeiro para Ropé et al. (2001) estava relacionado, na Idade Média, à linguagem jurídica, assim como se utiliza hoje para definir o escopo de atuação dos órgãos governamentais, ou seja, compete à determinada entidade certas funções, estabelecidas por legislação, que definem o que é legalmente obrigatório fazer. Isso implica não só em responsabilidades, mas também os limites em que cada órgão pode exercer seus trabalhos e sua autoridade. Neste estudo, esse sentido ganha importância para se delinear a trajetória histórica da área internacional do MS. A competência como autoridade, ainda, produz elementos para sua discussão como capacidade, eixo deste estudo, ao mesmo tempo em que se insere nela, determinando a legalidade do ato. Esse segundo significado de competência, na acepção de possuir os conhecimentos, as qualificações e a experiência necessários para resolver determinadas situações-problemas, é relativamente novo. Estudos sobre o tema começam a aparecer na literatura da segunda metade do século XX, e origina-se do questionamento aos limites dos métodos tradicionais para medir a inteligência (Mulder, 2007). Tanto o raciocínio lógico, como o conhecimento, isolados, puramente teóricos, não indicariam 24 necessariamente que o indivíduo teria capacidade para executar eficazmente determinadas atividades. Na busca por profissionais que apresentassem as qualidades necessárias aos seus interesses, empresas começam a adotar a abordagem por competências a fim de selecionar pessoal para os postos de gestão dessas companhias. Ao longo das últimas décadas essa abordagem ampliou sua influência para a área pedagógica, na formação de alunos e professores, e à gestão governamental. A definição de competências, porém, ainda gera confusão devido à profusão de contextos em que é utilizada. Se no princípio, como afirmam Le Boterf e Reuillard (2003), essa abordagem se resumia a uma listagem de saberes, saber-fazer e saber-ser, predominantemente analítica, ela ganha características próprias no âmbito das competências profissionais. Para Mendonça (2007, p. 26):

Neste contexto, a competência passou a ter características próprias: a adaptabilidade, porque um sujeito para ser competente tem que se adaptar às situações e resolvê-las de forma eficaz; a adequação, porque a adaptação do sujeito a uma situação depende sempre da história e personalidade pessoal de cada um; a indeterminação, porque geralmente nunca se consegue ver uma competência, mas apenas presenciar os seus resultados, o que torna complexo determinar se a competência procede daquilo que o sujeito faz ou do sucesso da actividade realizada; e, por fim, a mobilização, porque o mais importante não é possuir um conjunto de saberes ou técnicas, mas, sobretudo, perante novas situações, ter capacidade para mobilizar e associar saberes na tentativa de as resolver. (Mendonça, 2007, p. 26).

Roegiers (2010), ao analisar a definição de competência no âmbito de autores francófonos, apresenta cinco funções essenciais presentes em todas as definições pesquisadas: a mobilização de um conjunto de recursos, a presença de uma finalidade, a relação com um conjunto de situações, o caráter disciplinar e a avaliação. A mobilização ou uso de um conjunto de recursos está relacionada ao saber- fazer. Para a solução de determinada situação-problema complexa é necessário à utilização de identificação, combinação e integração de diversos recursos (conhecimentos, habilidades, saberes, meios). Sobre essa mobilização de conhecimentos, Perrenoud (1999, p.7) comenta “É na possibilidade de relacionar, pertinentemente, os conhecimentos prévios e os problemas que se reconhece uma competência”. Para esse autor essa mobilização está relacionada a esquemas, não necessariamente, porém, o conjunto de esquemas mentais ativados em uma ação, que Bourdieu (1972, apud Perrenoud, 1999, p.24) chama de habitus: “pequeno lote de esquemas que permitem gerar uma infinidade de práticas adaptadas a situações sempre renovadas, sem jamais se construir em princípios explícitos”, mas, para Perrenoud (idem, p. 24). 25

Uma competência com uma certa complexidade envolve diversos esquemas de percepção, pensamento, avaliação e ação, que suportam inferências, antecipações, transposições analógicas, generalizações, apreciação de probabilidades, estabelecimento de um diagnóstico a partir de um conjunto de índices, busca de informações pertinentes, formação de uma decisão, etc. (Perrenoud, 1999, p. 24).

Le Boterf e Reuillard (2003) seguem na mesma linha, enfatizando que não se trata de somar conteúdos, mas de discernir, selecionar, organizar e fazer conexões entre eles para usá-los na solução de um problema. Ressalta ainda que a competência não é ensinada e sim construída, dando ênfase a sua relação direta com a prática. O termo recurso tem um sentido amplo que envolve tanto saberes, conhecimentos, hábitos quanto recursos materiais, estruturais, etc., para eficazmente se executar uma determinada atividade. A competência, nesse caso, torna-se um integrador dos conteúdos, atividades e situações para se executar determinada atividade. No contexto do profissional que atua na área internacional da saúde destacam-se como recursos as competências regimentais (competência no sentido de autorização) que definem o escopo dessa atuação, a legislação concernente à distribuição de cargos, contratação e capacitação e os conhecimentos necessários à execução das atividades. Pode-se exemplificar esses recursos associando-os às atividades do profissional que atua na área internacional, imaginando-se situações hipotéticas, mas factíveis a esses profissionais. Com respeito ao conhecimento de conteúdos relacionados à situação, imagine-se uma discussão sobre propriedade intelectual em uma Assembleia Mundial da Saúde. O profissional de saúde necessita saber os procedimentos para atuar nesse fórum e, mesmo tendo instruções sobre a posição do seu país, é fundamental conhecer sobre o tema, já que novas propostas podem surgir ao texto em debate, e perceber quais os interesses subjacentes ao tema, entre outros. Apesar do incremento na facilidade de utilização de ferramentas online, nem sempre é factível obter informações e instruções de maneira ágil e eficaz. Sobre o segundo item, as habilidades (saber fazer) para resolver a situação, é necessário que esse profissional tenha habilidades negociadoras, uma abordagem inteligente e oportuna a eventuais parceiros e mesmo opositores de uma determinada proposta. No tocante ao domínio das linguagens específicas relacionadas ao contexto, não basta conhecer os idiomas oficiais e a linguagem utilizada nos documentos da 26

Assembleia, mas identificar o que Orlandi (1992) propõe que “para dizer é preciso não- dizer”, ou seja, o que se situa nas entrelinhas, o não-dito. Nesse mesmo contexto, em uma reunião da Assembleia Mundial da Saúde, a compreensão dos valores culturais que dão sentido à linguagem e que torna a situação relevante no contexto é fundamental por si só. Trata-se do encontro de quase duzentos países, somados a organizações não governamentais, associações profissionais, entre outros, dos mais diversos países. Há nesse encontro diferentes modos de entender o mundo, de perceber dentro de suas respectivas culturas temas como álcool, drogas, homossexualismo, e mesmo o que é saúde, sua abrangência e o papel do Estado na sua provisão. A partir dessas definições Moretto (2011) aponta cinco recursos para resolução de situações complexas: a) o conhecimento de conteúdos relacionados à situação; b) as habilidades (saber fazer) para resolver a situação; c) o domínio das linguagens específicas relacionadas ao contexto; d) a compreensão dos valores culturais que dão sentido à linguagem e que torna a situação relevante no contexto, e, e) a capacidade da administração do emocional diante do problema. Esse último, a capacidade da administração do emocional diante do problema, está relacionado ao respeito aos representantes dos demais países e que podem ter opiniões irreconciliáveis, prolongando as negociações a intermináveis reuniões. Não se trata nesse fórum de encontro entre indivíduos, mas entre nações soberanas e a destreza negociadora é uma ferramenta sempre oportuna nesses contextos, já que nem sempre se chega a denominadores comuns nos textos finais negociados, gerando frustações relativas às crenças, ideologias do profissional de saúde ao representar seu país. Com relação à finalidade, a competência tem que estar necessariamente relacionada a objetivos claramente definidos. Ou seja, ser competente para quê, para atingir que metas, qual o intuito das ações? Sobre esse tema, Machado (2010, p. 31) assim explica a materialização das ações:

Há outro elemento fundamental para a caracterização da ideia de competência: é o âmbito em que ela é exercida. Não é possível falar-se de competência sem referência a um âmbito, a um contexto no qual ela se materializa. Afirmações do tipo “Fulano é competente somente se sustentam quando se pressupõe o conhecimento de tal âmbito, deixando-o tácito, na enunciação; se não for esse o caso, elas carecem de sentido. Não se sustenta facilmente uma pretensão de competência “para o que der e vier”. (Machado, 2010, p. 31, grifo do autor).

27

Roegiers et al. (2004) afirmam que a competência é inseparável da possibilidade da ação. Dessa forma, compreende-se que ela só existe na execução de atividades a fim de resolver determinado(s) problema(s). Infere-se dessa afirmação, com relação ao desenvolvimento de competências para o profissional que atua na área internacional da saúde, que a definição dos objetivos da área em curto, médio e longo prazos, torna-se um dos eixos prioritários a ser explorados. Nesse contexto, destacam-se os documentos que sinalizam estratégias, objetivos e metas para a área internacional, como os Planos Nacionais de Saúde. No tocante à relação com um conjunto de situações, Roegiers et al. (2004) enfatizam que para o desenvolvimento de competência é necessário restringir as situações às quais a atuação esteja envolvida, ou seja, o contexto de atuação do profissional. Há que se determinar, dentro do possível, as situações reais e prováveis que o profissional enfrentará para executar determinada atividade. No caso do profissional que atua na área internacional identificam-se dois contextos: a participação em fóruns multilaterais e a cooperação bilateral ou triangular. Assim como o ambiente interno de trabalho - órgão governamental, com inter-relações com diversas entidades não só vinculadas à saúde –, a atuação nesses contextos envolve três vertentes: a coordenação, a articulação e a negociação. A primeira se deve a necessidade da organização de posicionamentos, visto a multiplicidade de atores e temas envolvidos na tomada de decisão. A articulação visa o diálogo com esses atores no sentido da busca de consenso e a negociação ao alcance dos objetivos definidos pelos tomadores de decisão. O caráter disciplinar, proposto por Roegiers (2010) como função essencial do desenvolvimento de competências está relacionado ao campo das disciplinas e conhecimentos envolvidos na execução de atividades. No caso específico do profissional que atua na área internacional da saúde vincula-se diretamente à capacitação e as disciplinas que compõem cursos e seminários. Há, atualmente, um crescente número de instituições de ensino que estabelecem áreas dedicadas especificamente à saúde global e ao desenvolvimento de estudos e capacitações acadêmicas e profissionalizantes. A avaliação está vinculada, segundo Le Boterf (2006) à confiança. Para esse autor ao identificar que o profissional é competente para executar determinada tarefa gera-se confiança por parte dos clientes, no caso do profissional que atua na área internacional, os gestores e a população em geral. Ele exemplifica esse argumento da seguinte forma: 28

Os clientes, os utilizadores ou as pessoas que se encontram doentes exigem lidar com profissionais, ou seja, pessoas capazes de reagir a acontecimentos, de encarar situações inesperadas, de ir para além dos procedimentos a executar, de enfrentar o inédito, de tomar iniciativas pertinentes e de inovar diariamente. Quem garante que podem confiar neles? Parece-me que esta questão é, actualmente, o fundamento social da avaliação das competências. (Le Boterf, 2006, p. 60).

Mas como avaliar competências? Há mecanismos que podem ser condutores de avaliações que possam indicar se alguém é competente para executar eficazmente alguma atividade? O foco na verdade não é avaliar a competência em si. Sobre esse ponto o mesmo autor esclarece:

Não podemos, no entanto, esquecer que o que é alvo da avaliação não são competências, mas aquilo que o mecanismo de avaliação designa como competências. As competências são, por si só, invisíveis. Elas não estão directamente acessíveis. A avaliação depende dos conceitos, da metodologia utilizada, dos actores implicados e dos pontos de vista que se adoptam. (Le Boterf, 2006, p. 60).

O que Le Boterf (2006) enfatiza é que não se deve avaliar a competência em si, mas o “agir com competência”, ou seja, ser competente não é suficiente para gerar confiança, demandando que o profissional saiba como associar e mobilizar essas competências, com pertinência, numa situação de trabalho, de saber como proceder para agir. Dessa forma, o autor sugere que a avaliação leve em conta três dimensões: a dos recursos disponíveis, da ação e da reflexividade. Ou seja, o profissional dispõe dos recursos necessários (materiais e cognitivos)? Consegue articulá-los, associá-los e mobilizá-los eficazmente? Consegue refletir sobre sua atuação e utilizar as competências para situações inusitadas no escopo do seu trabalho? Le Boterf e Reuillard (2003) ainda lembram que “não há apenas uma única maneira de ser competente em relação a um problema ou uma situação, nem há somente um comportamento observável correto. Várias condutas são possíveis”. Como visto, a análise da atuação da área internacional da saúde sob as lentes das competências profissionais proporciona um amplo leque de perspectivas que permitem um visão geral do contexto em que se insere o profissional que atua na área. A problematização dessa atuação ganha nuance que perpassa diversas áreas envolvidas na execução das atividades, como temas, estruturas, saberes, entre outras. Para o contexto deste estudo, a definição de competência de Le Boterf (1995, apud Rogiers et al., 2004) “um saber-agir, o qual implica saber integrar, mobilizar e transferir um conjunto de recursos (conhecimentos, saberes, aptidões, 29 racionalizações, etc.) em um contexto dado, a fim de realizar uma tarefa ou de fazer frente a diferentes problemas que se apresente” reflete esse entendimento. Essa definição envolve todas as funções descritas por Roegiers (2010) e permitem um olhar mais amplo sobre o objeto deste trabalho: o profissional que atua na área internacional da saúde. Nesse mesmo sentido, Perrenoud (1999, P. 7) afirma sobre competências “uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles”.

Saúde Global e Diplomacia da Saúde

O cuidado com a saúde individual e coletiva, ato que ocorre no seio das comunidades, vem se inserindo como tema importante na agenda internacional ao longo dos tempos. Autores como Cueto (2004), Fulöp (1982), entre outros, apontam as epidemias da peste, febre amarela e cólera em escala global, e as primeiras conferências sanitárias internacionais no final do século XIX e começo do século XX decorrentes dessas ameaças, como marco organizado e documentado da inserção da saúde como tema de interesse entre nações. Brown et al. (2006, p. 623) define essas relações entre países nesse contexto como saúde internacional, que “... referia-se especialmente a um foco no controle de epidemias ultrapassando fronteiras entre nações, ou seja, ‘inter- nacionalmente’.” Almeida (2013), analisando as definições e conceitos de saúde internacional, afirma que “em geral [a saúde internacional é] definida como uma ação concertada entre dois ou mais Estados nacionais para enfrentar questões relacionadas com a saúde e doença que afetam o comércio internacional ou outras relações entre Estados nacionais” (grifo deste autor). Ou seja, essas primeiras inserções da saúde como tema que extrapolava os territórios nacionais estavam diretamente relacionadas a questões econômicas e não à melhoria da saúde das populações em si. Sobre o tema, avalia Alcázar (2005, p. 4):

Há consenso de que as condições sanitárias têm influência sobre o fluxo de comércio e sobre a produtividade da força de trabalho. Nessa representação, a saúde seria assim um meio, não um fim, que ocorre de maneira subordinada a outros temas. Essa subordinação, naturalmente, enfraquece a percepção de sua relevância e pode, desse modo, explicar porque não se verifica inserção da saúde na política exterior, a não ser quando acompanhada e dirigida pelos temas independentes do comércio e da economia. Alcázar (2005, p. 4).

Ao longo do século XX várias instituições com atuação no campo da saúde internacional, intergovernamentais e não governamentais, foram criadas na América 30

Latina, como a atual Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS, a Divisão de Saúde Internacional da Fundação Rockfeller, instituições acadêmicas que atuavam na área da medicina tropical, ou mesmo o Departamento Médico do Exército dos Estados Unidos. Do outro lado do Atlântico, surgem a Organização Internacional de Higiene Pública – OIHP e a Organização de Saúde da Liga das Nações. Algumas dessas instituições tinham interesses não necessariamente relacionados à saúde das populações - ou mesmo esse era um objetivo secundário - com as quais desenvolviam projetos de cooperação, como o fortalecimento dos ideais capitalistas e da obtenção de dados e informações para campanhas militares (Cueto, 2008). O estabelecimento da Organização Mundial da Saúde - OMS, em 7 de abril de 1948, propicia um fórum multilateral em escala global para as discussões dos temas relativos à saúde. Na data de seu estabelecimento, vinte e seis Estados Membros tinham sido aceitos. Em 24 de junho, data da primeira Assembleia Mundial da Saúde, já contava com 48 e um mês depois, com 55 Estados Membros. Em 1957 esse número atingia 85 Estados Membros e três Membros Associados (World Health Organization, 1958). Atualmente a Organização conta com 194 Estados Membros. Basta lembrar que a própria ONU possui 193 Membros, sendo o último a ser aceito, o Sudão do Sul, em 2011. A entrada de tantos países a uma organização internacional em saúde sinaliza a relevância do tema em âmbito global. Não obstante, por razões que fogem ao escopo desse trabalho, a OMS atualmente passa por um período de reavaliação do seu papel como agência internacional em saúde, incluindo seu financiamento, que sofre hoje forte influência de recursos financeiros extraorçamentários, visto que a maior parte do orçamento deriva não dos recursos regulares, mas daqueles dos doadores. A OMS, em âmbito mundial, e a OPAS, para as Américas, com sua dupla função de escritório daquela Organização na região, mas que manteve ainda autonomia com agência de saúde dos países americanos, tornaram-se os principais palcos de debate da saúde. Foi com o apoio dessas organizações que no final da década de setenta se discutiram os rumos da atenção primária na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, em 1978, no Cazaquistão, (World Health Organization, 1978) assim como foi o vetor da eliminação da varíola e outras doenças em todo o planeta (Fenner, 1988). Contudo, é no final do século XX que o tema saúde começa a fazer parte da agenda de outros fóruns com mais intensidade, ao mesmo tempo em que a agenda da saúde começa a discutir questões que direta ou indiretamente têm impactos sobre a saúde das populações, não necessariamente no campo biomédico ou na configuração de 31 sistemas de saúde. É nesse contexto que a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, conhecida em português por sua sigla em inglês AIDS, entra na pauta de discussão da ONU, ao mesmo tempo em que na OMS começa a ser debatidas questões como saúde e desenvolvimento, saúde e comércio, propriedade intelectual e acesso a medicamentos e vacinas, entre outros. Aliada às discussões sobre a Revisão do Regulamento Sanitário Internacional, no contexto da difusão da síndrome respiratória aguda grave, SARS, em inglês para Severe Acute Respiratory Syndrome, e da gripe aviária, e no marco do ataque terrorista às torres gêmeas em Nova Iorque e outros alvos no seio dos Estados Unidos da América, evento que ficou conhecido como 11 de Setembro, aparecem na agenda da OMS, com mais evidência, temas relacionados à securitização da saúde. Discussões antes restritas ao Conselho Geral da ONU, ou à Convenção sobre Armas Biológicas e Convenção sobre Armas Químicas, ou fóruns militares, como bioterrorismo, biossegurança, começam a fazer parte dos documentos da OMS. A arena da saúde global torna-se o palco de antagonismos, contradições e paradoxos, quando Estados precisam refletir sobre a tomada de decisão entre os interesses da saúde ou que privilegiem seu comércio ou mantenha sua soberania e sua cultura. Ao mesmo tempo, há iniciativas relevantes onde a saúde supera esses impasses. Sobre o tema, Buss e Leal (2009, p. 2540) comentam:

Com diversas iniciativas, atendendo interesses muitas vezes contraditórios, as Nações Unidas, as agências de cooperação de países desenvolvidos e de alguns países emergentes e a filantropia internacional têm colocado a saúde como prioridade na agenda da cooperação internacional e dos programas de ajuda para o desenvolvimento. Buss e Leal (2009, p. 2540).

Além disso, ao longo do século XX, e com mais intensidade nesses últimos anos do século XXI, aparecem novos atores na agenda internacional da saúde. No primeiro destaca-se a Oficina de Cooperação internacional da Fundação Rockfeller, a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, os Médicos sem Fronteiras e outras organizações não governamentais que atuam no âmbito global, cabendo também destacar o Banco Mundial, organização intergovernamental com papel importante no financiamento de sistemas de saúde. Mas recentemente, destacam-se grandes doadores internacionais com a Fundação Bill & Melinda Gates, a Fundação Clinton, além de diversos diferentes arranjos organizacionais voltados para a saúde em escala global 32 como Fundo Global de Luta Contra AIDS, Tuberculose e Malária, Rollback , UNITAID2, entre outros. Dessa forma, as definições e conceitos para saúde internacional apresentados por Brown et al. (2006) e comentados por Almeida (2013) acima já não conseguem apreender a atual dinâmica de atores não governamentais com importantes impactos na saúde em escala mundial. A saúde não se restringe às discussões entre nações. Além disso, o termo saúde internacional ficou fortemente relacionado à cooperação dos países desenvolvidos com os países mais pobres em uma relação de condicionalidades do estilo top-down. Passa a ganhar força o termo saúde global para representar essa profusão de temas e atores na saúde no contexto planetário. Porém seu escopo não é ponto pacífico. Busca no sítio Pubmed3, utilizando global health como descritor, mostra que é grande a variedade de temas envolvendo o termo. Foram localizadas 56.359 referências, dos quais os 100 primeiros tratavam basicamente de estudos locais sobre determinadas enfermidades, sem necessariamente configurar algum impacto na saúde de outras populações. Isso pode sinalizar para a mesma perspectiva que os países desenvolvidos tinham sobre o termo saúde internacional, ou seja, o que acontece fora das suas fronteiras, principalmente nos países mais pobres, é internacional/global. Almeida (2013), em aula ministrada no Mestrado Profissional em Saúde Global e Diplomacia da Saúde, propõe um interessante debate nesse sentido ao expor as contradições e a pouca clareza nas definições de saúde global. Enquanto que para o termo saúde internacional há certo consenso sobre a relação de cooperação entre dois ou mais países, mas que não atende ao contexto atual, o termo saúde global apresenta, segundo a autora, diversas vertentes que se estendem desde ao enfrentamento de endemias, às vezes relacionadas à securitização da saúde; podendo também estar relacionadas aos impactos da globalização na saúde das populações; à equidade dessa globalização com respeito à saúde; ou para construir uma identidade de luta pela saúde em âmbito global. Ou seja, não há consenso sobre um conceito que capte esse momento em que a saúde ganha força na agenda internacional e delimite seu âmbito de atuação ou estudo.

2 A Unitaid utiliza formas inovadoras de financiamento para ampliara o acesso a tratamento e diagnóstico para HIV/AIDS, malária e tuberculoses em países de baixa renda. 3 Pesquisa realizada por este autor no sítio da Pubmed http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed, no dia 10 de agosto de 2013 as 22h58.

33

Dessa forma, fica claro que a saúde global está distante de se formar como um campo acadêmico estruturado, já que as discussões e contradições não são sobre eventuais subáreas do tema, mas o próprio núcleo do que possa ser um corpo homogêneo. Um surto isolado de alguma enfermidade na África ou a estruturação de um sistema na Ásia seriam temas da saúde global ou só seriam incluídos nesse escopo aqueles temas que tenham impactos em vários outros países? Qual a abrangência desse impacto? Quais os limites da relevância? Esses são temas em aberto, mas ganham força tanto nos fóruns de discussão da saúde como no seio da academia, o que pode contribuir com estudos na área e para elaboração de cursos mais focados para os profissionais que atuam na área internacional da saúde. Por outro lado, a partir do maior dinamismo do tema saúde na agenda global e sua interação com diversos outros temas, implicando no posicionamento não apenas de um setor, a saúde, mas do Estado na mediação de interesses com outros setores, a saúde passa a ter mais relevância no contexto da política externa de vários países, inter- relacionando-se com assuntos sensíveis e tradicionais da diplomacia, como é o caso do comércio - envolvendo acordos de livre mercado, acesso, propriedade intelectual, etc. -, segurança – bioterrorismo, armas químicas e biológicas -, soberania – intervenção em caso de ameaça de eclosão de epidemia em escala global, entre outros. É nesse contexto que ganha terreno outro termo relevante para o escopo de ação do profissional que atua na área internacional da saúde: diplomacia da saúde ou diplomacia em saúde, variações da tradução do inglês health diplomacy. A nuance semântica entre diplomacia da saúde e diplomacia em saúde não é significativa, quiçá uma tradução mais precisa fosse diplomacia de saúde, já que o artigo da (de+a) implica uma saúde específica. Contudo, é na definição do que seja diplomacia da saúde, termo doravante utilizado neste estudo, no seu campo teórico e abrangência que recaem diversos questionamentos. No campo teórico, quais as abrangências e limites da diplomacia da saúde? Trata-se de um novo campo de estudo ou uma intercessão entre as relações internacionais e a saúde global? No âmbito político, qual a real foça da saúde, um soft power, no embate diplomático com outros interesses tão sedimentados como segurança e comércio, denominados hard power ou estaria a saúde no mesmo patamar desses interesses? A diplomacia da saúde é uma realidade consolidada na política externa ou uma tentativa de países sem a tradição do hard power ganharem espaço no cenário internacional? 34

Cooper (2003, apud Kickbusch et al., 2007, p. 230) afirma que “No passado, uma nação poderia cuidar de si mesma. Hoje já não é mais possível4” (tradução livre). Essa afirmativa pode ser enquadrada perfeitamente para o campo da saúde, onde a cooperação com outros países e instituições torna-se mais que uma vontade de integração, mas uma necessidade inexorável. A complexidade e as inter- relações dos temas impendem, até o momento, uma definição consensual da arena de ação do profissional que atua na área internacional da saúde, a saúde global e a diplomacia da saúde. Há interesses conflitantes nesses debates, visto que a perspectiva dos países em desenvolvimento e muitos pontos diferem dos países desenvolvidos. Quiçá, já se possa falar em correntes desses temas que dividem esses blocos de países.

Força de Trabalho em Saúde: breve panorama

A reflexão sobre o tema saúde e a execução de políticas públicas no setor, tanto do ponto de vista interno como no seu aspecto internacional, demandam um amplo leque de profissionais para além dos campos biomédicos, como profissionais em logística, gestão, economia, ciências sociais e políticas, entre outros, assim como, o foco deste trabalho, que são aqueles profissionais que lidam diretamente com o tema no âmbito internacional em saúde. No contexto das possibilidades de definições de competências profissionais para esses trabalhadores faz-se necessário compreender um pouco do desenvolvimento histórico dessa FTS, como se insere nesse contexto, suas possibilidades e conceitos. A preocupação com a formação da FTS não é um fato recente na história. Entre as resoluções e discussões apresentadas na Quinta Conferência Sanitária de Santiago, ocorrida em novembro de 1911, no Chile, pela então Organização Sanitária Pan-Americana, atual OPAS, aponta-se a importância da “... profissionalização dos médicos que ocupavam cargos públicos” (Cueto, 2004). Nessa Conferência, esse autor destaca ainda a solicitação feita pelos delegados à Organização para provisão de cursos para formação de higienistas. Apesar de a preocupação com o tema venha de longas datas, a percepção do problema em escala global parece ser recente. O tema FTS tem sido retratado e analisado sob a lente da parceria dos países com organismos internacionais, como em Pires-Alves et al. (2008), que traça um panorama da cooperação na área da OPAS/OMS

4 “In the past” — said Robert Cooper, one of Europe’s pre-eminent diplomats — “it was enough for a nation to look after itself. Today it is no longer sufficient.” 35 com o Brasil, assim como em Castro (2008) e Pires-Alves et al. (2010), que apresentam a trajetória da cooperação em Recursos Humanos em Saúde - RHS5 a partir da década de 1970 do Brasil também com a OPAS, ou em algumas poucas que estão alheias a essa cooperação, como em A history of public health workforce enumeration, Merril et al. (2003) que discute o desenvolvimento da força de trabalho nos Estados Unidos da América desde 1908, focalizado no processo histórico desse trabalho de quantificação da FTS naquele país“, ou Walt et al. (2002), em The historical development of human resources policies in the health sector of four Caribbean territories: imitated or created?, que discute a formação de FTS e a migração desses profissionais. A evolução histórica do conceito de FTS define seu foco a partir da segunda metade do século passado, e tem como eixo seu desenvolvimento centrado nas ações internas dos países e, em alguns casos, na parceria destes com organismos internacionais, ou seja, o desenvolvimento dessa força para atender as demandas da saúde local. Segundo Pires-Alves et al. (2008, p. 820) “a história como instrumento de conhecimento, reconhecimento e de reflexão crítica tem estado presente no campo da saúde desde os seus primórdios; porém, tem estado ausente nos currículos profissionais”. Um exemplo dessa presença histórica é o trabalho de Fulöp (1982), no qual apresenta um panorama geral da política de FTS, no qual faz uso do termo então utilizado health manpower, no escopo internacional, no período entre 1948-1980, a partir do desenvolvimento dos programas implementados pela Organização Mundial da Saúde – OMS. Como afirma esse autor, é importante salientar que os temas emergem a partir da interação da OMS com os países que sentem a necessidade de enfrentar algum problema de saúde no âmbito multilateral. Essa interação passa por vários processos até chegar ao âmbito dos corpos diretores, onde os temas são avaliados, discutidos e as decisões sobre qual será o papel dos países e da própria Organização em relação a eles tomadas. Um evento importante para que o tema ganhasse força no âmbito da OMS, segundo Fulöp (1982, p. 15), foi a maior aceitação do conceito de equidade como princípio básico da saúde. Consequentemente, “... os recursos e serviços de saúde devem ser acessíveis a todos de acordo com suas verdadeiras necessidades e não as suas posições e posses pessoais6”, (tradução livre).

5 O termo Recursos Humanos em Saúde – RHS será utilizado quando assim for referido pelo autor citado, em outros casos este autor utilizará força de trabalho em saúde. 6 “[…] health resources and services should be accessible to all people in accordance to their true needs rather than their personal wealth or position.” 36

Com relação às Américas, a OPAS teve de fato um papel fundamental nas discussões e apoio aos países da região no âmbito da FTS, Organização esta que em seus primórdios teve um papel catalizador na concessão de bolsa de estudos para médicos nos Estados Unidos da América, e a partir da década de 1950, amplia essas concessões para enfermeiras, engenheiros sanitários e outras profissões da saúde latino americanos e caribenhos, chegando a produzir uma verdadeira “norte americanização” do ensino médico e da saúde pública. (Cueto, 2004). Decisivamente, em qualquer contexto histórico sobre FTS nas Américas percebe-se a influência da OPAS. A região foi propícia a essa influência, até porque, como destaca Ferreira et al. (2010), até a década de 1950 “... os serviços de saúde continuavam a ser um item de segunda-ordem nas prioridades dos governos...”, os quais dependiam fundamentalmente da ajuda externa. O autor afirma:

No mundo em desenvolvimento, a América Latina é, provavelmente, a região que desenvolveu a experiência mais diversificada ao tentar ajustar a força de trabalho de saúde segundo as necessidades da população, ainda que com grandes diferenças entre os países, assim como dentro de um mesmo país. (Ferreira et al., 2010, p. 1).

Ferreira et al. (2010), nesse mesmo trabalho, apresenta quatro períodos sobrepostos, visto que alguns problemas e tentativas de solução transpassaram o período: a) 1950-1970; b) 1960-1980; c) 1970-1990 e; d) 1980 até os dias atuais. O primeiro período é marcado pela escassez de profissionais de saúde, centros de treinamentos, professores e material. Cabe lembrar que esse período ocorre logo após o final da Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos Aliados e renovação do pan- americanismo. Apesar da abertura de novas escolas de medicina, o ensino continuava distante das necessidades sociais da população. Na metade da década de 1960, porém, na esteira do Ato de Bogotá, no âmbito da Organização dos Estados Americanos – OEA, cujo Capítulo de Punta del Leste afirmava a “... forte inter-relação, por um lado, entre os recursos humanos e as mudanças sociais e culturais, por outro”, operacionaliza-se uma área técnica na OPAS voltada ao desenvolvimento de recursos humanos (Pires-Alves et al., 2010). A OPAS começa a trabalhar mais articuladamente para ajudar os países da região a desenvolverem seus planos em recursos humanos para saúde (Ferreira, 2005, in: Pires- Alves et al., 2010). Essa era uma reação aos problemas predominantes no período entre 1960-1980, descritos por Ferreira et al. (2010), como tendência à hospitalização, com aumento substancial no Brasil de grandes instituições hospitalares, sem um necessário 37 equilíbrio entre prevenção e tratamento, crescimento do número de profissionais de saúde, sem uma estratégia para definição de prioridades, e uma distribuição geográfica mais equânime. É também nesse período que a OPAS, que ao longo de sua história baseava sua influência na formação da FTS por meio da concessão de bolsas de estudo, sendo os profissionais de saúde capacitados em centros desenvolvidos que nem sempre se adequavam as realidades nacionais, começa, segundo Tovar (2007), na década de 1970, a coordenar, por meio de Juan Garcia, do Departamento de Recursos humanos daquela Organização,

[...] os diversos atores sociais e acadêmicos que concordavam com a necessidade de transformar o então modelo corrente de recursos humanos para que as necessidades sanitárias pudessem ser mais bem alcançadas, com um compromisso político claro para a transformação social a serviço dos setores marginalizados da sociedade7. (Tovar, 2007, p. 125).

As décadas de que vão de 1970 a 1990 são marcadas pela crise econômica, sendo os anos de 1980 conhecidos como a década perdida, com vários retrocessos no campo político e social. Para Ferreira et al. (2010) destacam-se como principais problemas no quesito FTS a precarização do emprego dos profissionais de saúde, a excessiva especialização médica e, continuava ainda, a centralidade nos cuidados hospitalares. Contudo, também apresenta importantes avanços com maior equilíbrio das categorias profissionais no campo da saúde e melhoria pedagógica nos cursos do setor. O último período, que vai de 1980 aos dias atuais, assim concebido por Ferreira et al. (2010), tem como características gerais um recrudescimento do neoliberalismo, com ajustes econômicos, principalmente na área social, implicando em reformas setoriais voltadas para privatização entendidas como não essenciais para controle estatal. Apesar disso, importantes iniciativas foram desenvolvidas no âmbito da FTS, como o esforço no sentido de desenvolvimento da educação permanente, abordagem mais ampla da saúde por meio do conceito de determinantes sociais de saúde, entre outros. Corroborando com a discussão sobre a abrangência do conceito de FTS, percebe-se que ao longo de várias décadas, o centro das intervenções gravitava, como não poderia ser diferente, sobre a capacitação de pessoal na área biomédica. Não obstante, o setor saúde tornou-se uma imensa estrutura que demanda profissionais das

7 “The diverse social and academic players who agreed on the need to transform the then-current model human resources development in order that the health needs of the continent could be better met, with a clear political commitment to social transformation at the service of marginalized sectors of society.” (Tradução nossa). 38 mais diferenciadas áreas, que vão desde formuladores de políticas, programas e projetos, a gestores, engenheiros, comunicadores, entre outros que colaboram no sentido de fornecer logística, direcionamento, informação e outros tipos de serviços para atender as necessidades de saúde da população. Como descrito por Ferreira et al. (2010), uma intervenção importante, foi:

[...] o desenvolvimento da capacitação administrativa, com a introdução de políticas regulatórias para o processo de educação, para as profissões e a prática em si, que, com sua implementação, usou em toda a região uma rede de observatórios de recursos humanos como ferramenta para orientar e acompanhar as regularizações no desempenho da força de trabalho e novos esquemas práticos introduzidos na gestão do pessoal, como novas ferramentas para tirar o maior proveito desse importante bem público: os recursos humanos em saúde. (Ferreira et al., 2010, p. 16, grifo do autor).

No âmbito internacional aparecem novos atores que intermediam os processos de cooperação e negociação nos fóruns internacionais de saúde, juntamente com a diplomacia estatal, representada por profissionais do Ministério das Relações Exteriores: os profissionais das áreas de saúde internacional, hoje presentes na maioria dos Ministérios responsáveis pela saúde nas Américas e em todos os países desenvolvidos. A OPAS, desde 1985, atenta às transformações que se pronunciavam no âmbito internacional, vem promovendo um Programa de Formação em Saúde Internacional. Para Rodríguez (1991, p. 129) essa iniciativa surge em um contexto de redefinição da OPAS. Ela afirma:

Carlyle Guerra de Macedo apontou e promoveu a reflexão e operacionalização de três componentes fundamentais da missão da OPAS. Em primeiro lugar, a administração do conhecimento exigindo novas formas de entender os problemas que enfrenta a saúde da Região e a busca de soluções apropriadas dentro de cada uma das realidades nacionais. Em segundo lugar, a mobilização de recursos de cada um dos países em beneficio de todos. Em terceiro lugar, a consideração da paz, entendimento e solidariedade entre os povos em todas as dimensões de saúde sobre qual abordou a necessidade de novas formas de encarar o desenvolvimento de pessoal em saúde.8 Rodríguez (1991, p. 129).

Esse profissional em saúde internacional/saúde global está envolvido nessas “tantas dimensões da saúde”, com atribuições e instruções nem sempre claras de qual o seu papel em um ambiente de múltiplos interesses – políticos, econômicos, bélicos – da

8 “Carlyle Guerra de Macedo spelled out and advocated the consideration and implementation of three basic components of PAHO’s mission. The first was the management of knowledge, which required new ways of understanding the problems confronting health in the region and a search for appropriate solutions in each objective national situations. The second was mobilization of resources in each country for the benefit of all, and the third was the consideration of peace, understanding, and solidarity among peoples as so many additional dimensions of health. All this made it necessary to find new ways to address the development of health.” (Tradução nossa). 39 agenda internacional. Ele é um profissional da saúde ou um profissional do sistema de saúde (do SUS, no caso brasileiro)? Ele atua no âmbito das ações/serviços de saúde? Em que conceitos se enquadram esse profissional? A discussão dessas questões representa um elemento significativo para situar o profissional que atua na área internacional da saúde no contexto da força de trabalho.

Recursos Humanos em Saúde/Força de Trabalho em Saúde - definições e conceitos

A Organização Mundial da Saúde – OMS define Força de Trabalho em Saúde como “todos aqueles envolvidos em ações cujo primeiro objetivo seja melhorar a saúde”9. No Relatório Mundial da Saúde 2006: trabalhando juntos pela Saúde, doravante RMS/2006, a OMS inclui nesse rol, além das profissões biomédicas, profissionais voltados ao gerenciamento e serviços de apoio essenciais ao desempenho dos sistemas de saúde (World Health Organization, 2006). Ao mesmo tempo, afirma a impossibilidade de definir metodologias que possam se adequar às necessidades de força de trabalho de todas as populações nos seus variados contextos. Essa afirmação é importante, pois a complexidade das realidades socioeconômicas e culturais de cada país representa particularidades que impedem uma definição inclusiva de todas as atividades que afetam a saúde coletiva e individual nos mais diversos contextos. Contudo, essa definição isoladamente, fora do contexto em que está inserida, é muito ampla. Ao propor limites ao escopo da FTS, o RMS/2006 centra seu foco na prestação de serviços de saúde, definida pela OMS como:

[...] as funções mais visíveis de qualquer sistema de saúde, tanto dos usuários como do público em geral. A provisão de serviços refere-se à forma na qual insumos, tais como recursos financeiros, quadro de pessoal, equipamentos e medicamentos são combinados para permitir a entrega das intervenções em saúde.” (World Health Organization).10

Ou seja, tanto a definição de FTS quanto de serviços de saúde está subentendida dentro da perspectiva dos sistemas de saúde, ampliando o escopo puramente biomédico de, por exemplo, dicionários de medicina, como o Medical Dictionary, que no seu verbete sobre serviços de saúde os estabelece como “... aqueles

9 “all people engaged in actions whose primary intent is to enhance health”. (Tradução nossa). 10 “[…] are the most visible functions of any health system, both to users and the general public. Service provision refers to the way inputs such as money, staff, equipment and drugs are combined to allow the delivery of health interventions.” (Tradução nossa). 40 serviços, incluindo odontológicos, que melhoram o bem-estar geral físico e mental do paciente.”11. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – Renasses 2012 não apresenta uma definição para o que sejam ações e serviços de saúde (Brasil, 2012). Em uma análise do documento, no entanto, percebe-se que afora algumas ações e serviços de gestão, todos os outros são voltados ao atendimento biomédico, corroborando com o disposto no RMS/2006 da OMS. Essa focalização nos sistemas de saúde é reforçada no próprio RMS/2006 (World Health Organization, 2006, p. XV) ao afirmar que “os provedores de serviços de saúde são a personificação dos valores centrais dos sistemas (...) a cadeia humana que conecta o conhecimento à ação em saúde.”12 (Tradução nossa) O Dicionário da Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz segue essa mesma vertente ao refletir sobre a FTS a partir do sistema de saúde. Vieira (2009), no verbete sobre o tema, assim o define:

O conceito de ‘recursos humanos’ é próprio da área de administração e remete à racionalidade gerencial hegemônica que reduz o trabalhador à condição de recurso, restringindo-o a uma dimensão funcional. No entanto, na área da saúde, a questão dos ‘recursos humanos’ envolve tudo que se refere aos trabalhadores da saúde em sua relação com o processo histórico de construção do Sistema Único de Saúde (SUS – Mendes Gonçalves, 1993), configurando, assim, um dos seus subsistemas. Nesse sentido, esse é tanto um campo de estudo como de intervenção. A área de ‘Recursos Humanos em Saúde’ (RHS) abarca múltiplas dimensões: composição e distribuição da força de trabalho, formação, qualificação profissional, mercado de trabalho, organização do trabalho, regulação do exercício profissional, relações de trabalho, além da tradicional administração de pessoal. (Dicionário da Educação Profissional em Saúde). (Vieira, 2009). (destaques do autor).

Tanto a definição da OMS quanto a de Vieira (2009) apresentam limitações, ora por ser abrangente demais ou muito focalizada. Ao entender que FTS são todos aqueles envolvidos em ações cujo primeiro objetivo seja melhorar a saúde, abre-se um leque impossível de classificação, ou seja, um político brasileiro que defende no Congresso Nacional leis para melhoria da saúde da população faria parte da FTS? Quando analisamos, porém, as limitações apresentadas pelo Relatório Mundial da Saúde 2006 à definição FTS, ou aquela de Vieira (2009), entendemos que a resposta para a questão acima é negativa, já que este político não estaria necessariamente envolvido com essa Força de Trabalho ou mesmo com os serviços de saúde, pois não se

11 “n.pl those services, including dentistry, that improve the general physical and mental well-being of the patient.” (tradução nossa). 12 “Health service providers are the personification of a system’s core values – they heal and care for people, ease pain and suffering, prevent disease and mitigate risk – the human link that connects knowledge to health action.” 41 tratam das “funções mais visíveis de qualquer sistema de saúde” nem necessariamente essa atuação do político está inserida na forma como se organiza o uso de recursos humanos e materiais. Outra limitação dessas definições é que elas se atêm apenas ao aspecto formal da FTS. Embora se pretenda ampla, a definição da OMS, quando se refere a quem seriam esses trabalhadores, no RMS-2006, não prestigia outras formas de intervenção na saúde individual ou coletiva das populações, que não aquelas formalmente referendas pelas instituições oficiais de ensino, com exceção das parteiras. Ficam de fora as culturas locais das populações indígenas, os curandeiros, vendedores de ervas, garrafeiros, pajés, ou mesmo os Doutores da Alegria, grupo de atores que, segundo Mussa et al. (2008), tem trazido importantes impactos terapêuticos a crianças hospitalizadas. Outra abordagem neste campo é proposta por Machado (2012, p. 260). A autora faz distinção entre profissional de saúde, trabalhador de saúde e trabalhador do SUS. O primeiro é todo aquele que “... estando ou não ocupados no setor saúde, tem formação profissional específica ou qualificação prática ou acadêmica para o desempenho de atividades ligadas direta ou indiretamente ao cuidado ou a ações de saúde”. Ao analisarmos essa definição percebe-se sua relação direta com as ações de saúde do ponto de vista biomédico, porém, se diferencia das definições tradicionais, pois amplia o escopo para aqueles com “qualificações práticas” e não exclusivamente acadêmicas, envolvendo práticos da área de enfermagem, por exemplo. Outra interpretação dessa definição – não necessariamente a da autora - poderia estar relacionada à discussão do parágrafo anterior quanto aos saberes não formais. O trabalhador de saúde, por outro lado, é definido como “... todos os que se inserem direta ou indiretamente na atenção à saúde em estabelecimentos de saúde ou nas atividades de saúde, podendo ter ou não formação específica para o desempenho de funções atinentes ao setor”. Já o trabalhador do SUS é todo aquele que se insere “... direta ou indiretamente na atenção à saúde nas instituições que compõe o SUS, podendo ter ou não formação específica para o desempenho de funções atinentes ao setor”. Essas últimas duas definições coincidem no fato de o profissional não possuir necessariamente a formação específica para a área biomédica e se distanciam quanto ao referencial do trabalho, já que o segundo está inserido no sistema de saúde nacional. Não fica claro, porém, o que seja atividade de saúde presente na definição do trabalhador de saúde. Esse escopo é fundamental para entendimento mais preciso da amplitude da definição. Machado (2012) apresenta índices relativos a profissionais 42 relacionados diretamente à saúde, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais, agentes comunitários, etc., sem fazer menção a gestores, planejadores, cientistas sociais, engenheiros, entre outros que trabalham e contribuem para o setor saúde. Nesse contexto percebe-se que as definições que serviam para enquadrar certa realidade em determinado momento histórico não mais dão conta da complexidade de atores envolvidos no campo da saúde. Não obstante, se as atividades de saúde são percebidas em um sentido mais amplo, a partir da definição de Machado (2012) poder- se-ia situar o profissional que atua na área internacional da saúde ao mesmo tempo como trabalhador da saúde e trabalhador do SUS.

43

CAPÍTULO II – FUNÇÕES ESSENCIAIS DAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS

Mobilização de Recursos

No contexto da mobilização de recursos, segundo Le Boterf e Reuillard (2003), o profissional dispõe de uma dupla instrumentalização: aquela dos recursos pessoais e as do seu meio. A primeira refere-se aos saberes, aptidões, valores e qualidades; a segunda, por máquinas, instalações, estruturas organizacionais, etc.. Armani e Borges (2008) ao argumentarem sobre esse segundo bloco de recursos propõe que eles “abarcam os recursos financeiros, materiais e técnicos; as pessoas, as organizações e as relações”. A partir desses parâmetros, será analisada a área internacional do Ministério da Saúde, tendo em vista como ela é financiada (recursos financeiros); sua estrutura formal, incluindo competências regimentais (materiais e técnicos); seu quadro de profissionais, trabalhadores que atuam na área, objeto deste trabalho (pessoal); a Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde – AISA, órgão do Ministério da Saúde responsável pela coordenação das ações no âmbito internacional, e suas relações interna e externas (organizações e relações). Em um segundo momento, este estudo voltar-se-á à instrumentalização dos recursos pessoais, ou seja, quais os saberes que o profissional que atua na área internacional traz para o seu escopo de trabalho. Partindo-se do aspecto da organização e dos recursos materiais e técnicos, pode-se afirmar, tomando-se como marco referencial da atuação internacional brasileira na área da saúde a participação nas primeiras conferências sanitárias internacionais, ainda no Segundo Império, Chaves (2009), que a criação de um órgão competente para coordenar as ações na área internacional é historicamente recente. Apesar de participar de diversos fóruns internacionais - OIHP, Organização Mundial de Saúde da Liga das Nações, OPAS, OMS -, só no início da década de 1950 é criada uma estrutura formal para coordenação do tema internacional, ainda no âmbito do Ministério da Educação e Saúde (Apêndice A). Durante o período em que os temas Educação e Saúde dividiam o mesmo ministério, até 1953, existia a Diretoria de Defesa Sanitária Internacional e da Capital da República, que, conforme o Decreto legislativo n. 24.814, de 14 de julho de 1934, cumpria a tarefa de inspetoria de portos e aeroportos. Essa Diretoria foi extinta em 1937, pela mesma legislação, Lei n. 378, de 13 de janeiro de 1937, que instituiu o 44

Serviço Antivenéreo das Fronteiras, que segundo Lima et al. (2004, p, 132) tinha sido criado:

[...] para combater o terrível treponema brasileiro, que preocupava os países limítrofes. O serviço atuava em postos localizados nas cidades do estado – Uruguaiana, Itaqui, São Borja, Santana do Livramento e outras. E eu tinha também uma pequena clínica, com a clientela muito reduzida, típica de uma cidade pequena como era o Rio Grande. (Lima et al., 2004, p. 132).

Não obstante, por meio da Portaria n. 93, de 20 de abril de 1950, é estabelecida uma estrutura de assessoramento, ligada ao Departamento Nacional de Saúde do Ministério da Educação e Saúde: a Comissão de Saúde Internacional. Essa Comissão, composta por profissionais do próprio Ministério, tinha um amplo leque de atribuições que podem ser resumidas no item IV da Portaria em tela “servir de órgão consultivo e de orientação sobre tudo que se refira a assuntos de saúde internacional” (grifo nosso). A criação do Ministério da Saúde - MS, em 1953, não trouxe novidades no estabelecimento de um setor encarregado das lides internacionais. De fato, o Decreto nº 34.596, de 16 de novembro de 1953, que criou o MS, traz como única menção a qualquer atuação internacional o Parágrafo 2º do 7º Artigo que atribui ao Serviço de Documentação a Biblioteca “... manter organizadas... as coleções de publicações nacionais e estrangeiras sobre assuntos relacionados com as atividades do Ministério” (grifo nosso). O Decreto n. 974, de 11 de maio de 1962, ao aprovar o Regimento do Serviço de Documentação do Ministério da Saúde estabelece como competência regimental desse Serviço “estabelecer intercâmbio, no País e no estrangeiro, com entidades oficiais ou particulares, interessadas nos problemas da alçada do Ministério da Saúde” (grifo nosso). Contudo, logo no começo de 1954, três meses após seu estabelecimento, o Ministério da Saúde designa, assim como exposto na Portaria n. 101 de 26 de fevereiro daquele ano, os novos membros da Comissão de Saúde Internacional, dando continuidade as ações do órgão, estabelecido, como citado acima, ainda no âmbito do Ministério da Educação e Saúde. Em meados da década de 1964, por meio do Decreto nº 55.041, de 19 de novembro de 1964, cria-se a Comissão de Assuntos Internacionais - CAI. Essa Comissão, órgão de deliberação coletiva, vinculada ao Gabinete do Ministro, funciona como assessoria do Ministro de Estado. É composta por três diretores, o que equivaleria aos atuais secretários, três representantes do Brasil nos corpos diretores da OMS e da 45

OPAS e um representante do Ministério das Relações Exteriores. Difere da Comissão de Saúde Internacional em três relevantes aspectos: é criada por meio de Decreto, envolve a participação do Ministério das Relações Exteriores e possui estrutura burocrática de apoio ao seu funcionamento. As atribuições da CAI se remetem ao auxílio na tomada de decisão quanto à oferta de bolsa de estudos no exterior ao pessoal do Ministério, autorização de viagens para participação em eventos internacionais e instruções sobre o posicionamento brasileiro às delegações nesses eventos, e avaliação das propostas de cooperação e acompanhamento destas, além da manutenção da memória dessas atividades. O quadro de pessoal era bastante enxuto, cabendo ao diretor-executivo da CAI o papel de secretário-executivo da Comissão, com apoio administrativo do próprio corpo de pessoal do Gabinete do Ministro. No âmbito geral, a CAI lidava com diversos temas como fóruns, a cooperação e a parte administrativa relativa a viagens, o que a aproxima, como veremos adiante, das atribuições da AISA atualmente. Há diferenças que podem ser atribuídas ao contexto histórico, já que o foco recai sobre a cooperação recebida, seja por meio de propostas de projetos ou oferta de bolsa de estudos, e pela forma coletiva da tomada de decisão, envolvendo diversos atores do MS, inclusive de uma instituição externa, o MRE, responsável pela política externa nacional. Essa Comissão funciona até 1970 e durante esse período sofre apenas duas modificações, decorrentes do Decreto n. 61.519, de 12 de Outubro de 1967. A primeira mais relacionada ao controle da liberação de funcionários para deslocamentos internacionais, definindo que aqueles que participarem de eventos internacionais ou se beneficiarem de bolsa de estudos no exterior só poderiam fazê-lo com expressa autorização da chefia imediata e com comprovação do interesse do serviço e que, após a viagem, teria 30 dias para apresentar relatório da participação. Outra mudança, esta mais significativa, altera a composição dos representantes da Comissão. Saem da lista os diretores, entram representantes da Fundação Ensino Especialização de Saúde Pública, da Fundação Serviço Especial de Saúde Pública e da Divisão de Segurança e Informações. Também não pertencem mais à Comissão os representantes do Brasil nos conselhos da OPAS e da OMS. Esta última exclusão, infere-se, se deve ao fato de que essa participação nesses conselhos não são perene, há, de acordo com as Constituições da OPAS, Artigo 15 do Capítulo VI, interstícios entre uma candidatura e outra (Pan American Health Organization, 2012). 46

No final da década de 1960, começo da década de 1970, essa estrutura sofre modificações no seu aspecto organizativo e funcional. Passa de órgão deliberativo à coordenadoria, com a instituição da Coordenação de Assuntos Internacionais, com a mesma sigla da Comissão, CAI, em outubro de 1969, e em maio do ano seguinte, transforma-se em Coordenação de Assuntos Internacionais de Saúde – CAIS, por meio do Decreto n. 65.253, de 1º de outubro de 1969, e 66.623, 22 de maio de 1970, respectivamente. Um fato relevante dessa transformação é o desmonte da forma colegiada da tomada de decisão. Outro fator, talvez decorrente deste último, é que ambas as coordenações estão vinculadas não mais diretamente ao Ministro, de cunho mais político, e sim à Secretaria Geral, órgão antecessor das atuais secretarias executivas, de caráter mais administrativo. Sem entrar na discussão, apenas para contextualizar o momento histórico, a criação da Comissão de Assuntos Internacionais, e das coordenações que a sucederam, ocorre em pleno período da ditadura civil/militar instalada no país. A extensa lista de atribuições da CAIS, definidas na Portaria n. 276 de 22 de setembro de 1970, evidencia esse caráter eminentemente burocrático. A CAIS, a partir de suas novas competências regimentais, se destina principalmente à organização, arquivamento, produção de relatórios, entre outros. Para exercer essas tarefas, a CAIS conta com uma estrutura composta por um Diretor Executivo e uma Secretaria Administrativa, subdividida esta em Setor de Acordos, Convênios e Documentação; Setor de Atividades Especiais; e Setor de Administração. Os anos 1977 e 1978 trazem, no entanto, modificações significativas à CAIS. A primeira, decorrente do Decreto n. 81.141, de 30 de Dezembro de 1977, determina a volta da CAIS à subordinação direta ao Ministro de Estado, após sete anos sob tutela da Secretaria Geral. A segunda, por meio da Portaria n. 83, de 20 de fevereiro de 1978, proporciona novas competências e uma nova estrutura à CAIS. Com relação à estrutura, desse momento em diante a área internacional será gerida por um coordenador e não um diretor, como até então. Além disso, mantem-se apenas uma seção da estrutura anterior, a Seção de Administração, e criam-se o Serviço de Cooperação com Organismos Internacionais, o Serviço de Cooperação Bilateral e o Serviço de cooperação Institucional, ou seja, uma área para a cooperação multilateral, com organismos internacionais, outra para a relação direta com outros países, a cooperação bilateral, e a terceira voltada para organismos não governamentais. As novas competências trazidas pela Portaria n. 83 retomavam algumas das atribuições da CAIS referentes ao papel de assessoramento na tomada de decisão. 47

Doravante, esse órgão deveria avaliar, examinar, colaborar nas relações do Ministério da Saúde no tocante aos assuntos internacionais. Não obstante, mantinha-se a preocupação com a concessão de bolsa de estudos para cursos no exterior e com a cooperação recebida. Infere-se, pelo menos a partir dos documentos oficiais, que até esse período, o Brasil permanecia focado na recepção de ajuda externa, seja de países ou dos organismos internacionais. A estrutura e competência da CAIS mantem-se inalterados até o fim da década de 1980, quando a Medida Provisória nº 150, de 15 de Março de 1990 extingue as então “Secretarias ou Assessorias Internacionais dos Ministérios Civis ou órgãos equivalentes da Presidência da República”. A medida estava vinculada às Diretrizes de Ação do Governo Collor que, segundo Storck (1992), com relação à racionalização, essas reformas se inseriam no escopo da “... eliminação da superposição de funções, da busca de melhor coordenação (controle) e da diminuição de custos”. Há ampla literatura sobre os prós e os contras dessa reforma. O que impacta substancialmente na área internacional da saúde é que ela não poderia prescindir de um setor responsável pelo tema da saúde global. Esta última afirmação se justifica a partir da instuticionalização da Coordenação-Geral de Assuntos Especiais da Saúde – CAESA, pela Portaria n. 382, de 03 de maio de 1991, a partir do Decreto n. 109, de 02 de março de 1991, que aprovou o novo regimento do Ministério da Saúde. Embora a CAESA não apresente termos referentes a sua atuação com os temas internacionais em seu título, esta pode ser evidenciada pela Portaria No 1.157, de 9 de novembro de 1992, que cria o Conselho de Coordenação dos Projetos Internacionais, cuja secretaria executiva seria exercida pela CAESA. Infelizmente, apesar de constar nos arquivos de busca do Saúde Legis, sistema de busca sobre legislação em Saúde, não foi possível resgatar cópia da Portaria n. 382, nem no sítio web ou nos arquivos da Biblioteca do Ministério da Saúde ou no Diário oficial da União - DOU. A CAESA, porém, é transferida para a Secretaria Executiva, seis meses após ser instituída, por meio da Portaria n. 1.661, de 06 de setembro de 1991. Em 1993, já no Governo de Itamar Franco, é criada a Assessoria de Assuntos Especiais de Saúde – AESA. Novamente, apesar de estar registrada no Saúde Legis e haver citações a ela no DOU, não há cópia da Portaria 778, de 15 de julho de 1993, que criou essa Assessoria, nos arquivos da Biblioteca do Ministério da Saúde. Sabe-se, porém, que nesse mesmo ano, por meio da Portaria 1.129, de 20 de setembro de 1993, a AESA passa a responder diretamente ao Secretário Executivo. Essa Portaria ainda traz algumas modificações no trabalho com os temas internacionais. Nela se 48 mantem o Conselho de Coordenação dos Projetos Internacionais, sob presidência do Secretário Executivo, composta pelos secretários do Ministério da Saúde e dirigentes das entidades vinculadas, mantendo o formato da Comissão de Assuntos Internacionais, de 1964, com exceção da participação do MRE. Até a extinção desse órgão, em 1998, dois fatos relevantes marcam a AESA. O primeiro diz respeito ao seu retorno do seu vínculo ao Gabinete do Ministro, em 1994, e a cultura, a partir de 1995 até 2012, de a chefia do órgão de assuntos internacional ser exercida por diplomatas. O Decreto n. 4.477, de 24 de janeiro de 1988, estabelece a Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde – AISA, denominação que permanente até então. Sua estrutura se mantém inalterada com relação à AESA e permanece até o momento sem grandes alterações significativas na distribuição de cargos comissionados. A exceção das alterações se refere apenas ao curto período entre 2002 e o começo de 2003, por intermédio da Portaria n. 558, de 19 de março de 2002, quando a AISA esteve vinculada à Secretaria Executiva, porém sem mudanças estruturais. No tocante à definição de suas competências regimentais, a Portaria nº 1.970, de 23 de outubro de 2002, apresenta um novo estágio de atuação da AISA. Há uma ampliação no campo da cooperação – agora se fala em cooperação técnica de forma geral e não mais apenas aquela recebida – e uma mudança semântica na utilização dos verbos definidores dessas competências – articular, examinar, assessorar, promover – que indica uma participação mais ampla e ativa do órgão. Cabe destacar duas alterações relevantes no âmbito das atribuições que ocorreram até o momento. A primeira, em 2004, por meio da Portaria nº 2.123, de 7 de outubro de 2004, denota uma ampliação do escopo de atuação, ao inserir a cooperação também com “Organizações Internacionais e Regionais e com Países com menor Desenvolvimento Social Relativo”. Por outro lado, um recuo no modelo centralizador das ações internacionais ao excluir sua responsabilidade com os bancos de desenvolvimento, tema que passa a ser responsabilidade da Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde - SGIS. A segunda alteração ocorre em 2010, definidas na Portaria Nº 3.965 de 14 de dezembro. O ponto central dessas novas competências regimentais, que incluem um rol mais amplo de temas a serem trabalhados, se relaciona ao seu papel como coordenador da atuação internacional do Ministério da Saúde como um todo. O item IV do Art. 12 da Portaria é revelador desse papel ao declarar que a AISA deve “atuar como interlocutor do Ministério da Saúde em todas as atividades referentes às relações 49 internacionais, tanto no atendimento a demandas como na apresentação de propostas de seu interesse”. Deve-se observar que essa ampliação ocorre após um processo crescente de inserção de competências regimentais, ou ampliação, voltadas à área internacional, em diversas secretarias do Ministério da Saúde, a saber, Secretaria Executiva - SE, Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde – SGTES, e mais recentemente, em 2013, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da Saúde – SCTIE. Ao longo desses 64 anos, desde a Comissão de Saúde Internacional, em 1950, ainda no âmbito do Ministério da Educação e Saúde, percebem-se algumas tendências dos órgãos responsáveis pela atuação internacional da saúde, a partir da documentação oficial. Todas se referem a dicotomias entre polos opostos de atuação. Em um polo, a decisão colegiada, como nas comissões e colegiados instituídos ao longo desse período ou centralizada, seja diretamente ao Ministro de Estado ou ao Secretário Geral/Secretário Executivo. Essa última afirmação, apresenta um segundo pêndulo em que a área de trabalho dos temas internacionais ora se remete a um órgão mais administrativo, responsável pela administração do Ministério, a Secretaria Executiva, ora ao Gabinete do Ministro ou diretamente ao Ministro, apontando uma atuação mais política, dentro do escopo de uma coordenação ou assessoria. Outro ponto dicotômico é a inserção da participação direta do MRE nas atividades do Ministério, em diferentes períodos, seja na participação nas decisões colegiadas, como na Comissão de Assuntos Internacionais, em 1964, ou no período em que diplomatas ocuparam a chefia da AESA ou da AISA. Temos dessa forma, uma busca de identidade regimental do órgão responsável pelos temas internacionais, ora mais centralizado, mais coletivo, com competências mais restritas, outras vezes, mais abrangentes. A AISA, atualmente, apresenta o leque mais amplo de atribuições e competências regimentais. Porém, mantem basicamente a mesma estrutura funcional da CAIS, da década de 1970, apesar da ampliação de temas, fóruns de participação e escopo da cooperação técnica. Sua reformulação, no entanto, para atender ao novo contexto da atuação internacional, demanda o provimento de novos cargos. Fato este, segundo Marconi (2003 p. 4), dificultado pelas duras regras impostas pela Constituição de 1988 para gestão de recursos humanos. Atada, também, pela constante restrição de aumento dos gastos públicos, a AISA procura adaptar-se informalmente para cumprir seu papel. No sítio web do 50

órgão13, ela apresenta uma estrutura completamente diferente daquela determinada pela legislação federal. Ao invés de duas divisões - de Projetos e de Análise Técnica - no organograma apresentado há quatro áreas temáticas (Mais Médicos, Temas Globais, Cooperação Técnica Internacional e Integração Regional). Independente de avaliação mais acurada da lógica utilizada para esses arranjos informais, compreende-se a necessidade de definição de qual o papel que se deseja que órgão destinado as lides dos temas internacionais deva ter e qual a estrutura e os recursos necessários para levá-los a contento. Ao mesmo tempo, o contexto estrutural está fortemente relacionado ao outro ponto anunciado por Armani e Borges (2008) com relação à mobilização de recursos: o corpo de profissionais que atua na área, objeto deste estudo, que ele denomina de pessoal. A composição do quadro de pessoal da AISA atualmente, de acordo com o registrado no sítio web do órgão em 01 de junho de 2006, é bastante variada com relação à vinculação do trabalhador ao serviço público. Dos 36 nomes apresentados nessa relação, 21 têm vínculo com o Ministério da Saúde, seja por meio de cargos comissionados ou por ser servidor da casa (Apêndice B). Destes, 5 são ocupados por profissionais da carreira do Ministério da Saúde e os quatro restantes não são do quadro permanente. Desse quadro permanente, 10 profissionais ocupam-se de assuntos administrativos da AISA. Outro dado importante é que dos trabalhadores com vínculo, quatro são Contratos Temporários da União – CTU, ou seja, contratos com validade de no máximo cinco anos, de acordo com a Lei n. 8.745, de 9 de dezembro de 1993. Aqueles profissionais sem vínculos são contratados por empresas para execução de serviços de secretariado ou por organismos internacionais, na modalidade de produtos, que, de acordo com Decreto nº 5.151, de 22 de julho de 2004, “(o produto dessas contratações) é o resultado de serviços técnicos especializados relativos a estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos, pareceres, perícias e avaliações em geral, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal”. Ou seja, são trabalhos pontuais, temporários, para fins específicos, sem vínculos com a administração pública. Além disso, a Recomendação n. 7 de 2012 do Ministério Público Federal é clara com relação a serviços terceirizados. Ela veda qualquer atividade relativa à assessoria, capacitação ou qualquer tipo de representação em eventos daqueles contratados por meio de organismos internacionais. Diante dessas limitações, há-se de concordar com Amaral (2006) ao tratar da administração pública brasileira, sobre essas diversas formas de contração. Para a autora “ela tem conduzido à fragmentação e

13 http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/quem-e-quem , em 02/06/2014. 51 tensões entre servidores com direitos e deveres distintos, às vezes exercendo funções semelhantes.” Essa situação apresentada, onde há várias formas de contratação dos profissionais que atuam na área internacional da saúde, não é recente. A Coordenação- Geral de Gestão de Pessoas - CGESP só tem o controle dos contratos do pessoal do quadro do Ministério. Dados informais obtidos sobre a AISA, no entanto, fornecem pistas que ratificam essa diversidade contratual do órgão (Apêndice B). Em 2007, dos 43 profissionais que atuavam no órgão, apenas 6 eram do quadro permanente do Ministério da Saúde, todos exercendo alguma função gratificada. Havia ainda 4 profissionais requisitados de outros órgãos exercendo cargos comissionados, 7 cargos comissionados sem vínculos permanentes com o serviço público e 5 CTUs. Os demais se dividiam em contratos por organismos internacionais, empresas e estagiários (Apêndice B). Assim como para a estrutura regimental, o quadro de pessoal também padece da lacuna entre necessidades e demandas do setor e a reação dos órgãos responsáveis pela liberação da formação de novos cargos e contratação de pessoal. O Ministério da Saúde tem passado longos períodos sem a realização de concursos públicos e quando os há, geralmente não oferecem salários atrativos. De fato, com exceção de poucas carreiras, geralmente ligadas às áreas de fiscalização e arrecadação, o Poder Executivo não oferece carreiras atrativas tanto do ponto de vista salarial quanto de crescimento profissional. Em relação à área internacional da saúde, a Lei nº 11.355, de 19 de outubro de 2006, que dispõe sobre a criação, entre outras, da carreira da saúde, como um todo, não apresenta estrutura ou progressão específicas para o profissional que atua na área internacional da saúde. Dessa forma, tanto na formatação estrutural quanto de pessoal da AISA, o gestor, sem as ferramentas adequadas para cumprir com suas competências regimentais, improvisa, criando estruturas informais e utilizando dos mecanismos disponíveis para contratação do quadro de funcionários. No contexto da área internacional da saúde, arena de grande competitividade, onde acordos e convenções podem favorecer o compartilhamento de conhecimentos e materiais ou inviabilizá-los, compreende-se a necessidade de estruturas mais consolidadas. Seguindo os parâmetros para a mobilização de recursos no desenvolvimento de competências profissionais, definidos por Armani e Borges (2008), outro ponto crucial é o financiamento das ações, aqui relacionadas à área internacional da saúde. A AISA não é uma Unidade Gestora, ou seja, ela não possui orçamento próprio. Os gastos 52 envolvidos com o setor estão na rubrica do Gabinete do Ministro, unidade gestora à qual está vinculada. Observando os gastos do Gabinete do Ministro como um todo, a partir dos dados do Portal da Transparência de 2008 a 2013, percebe-se um orçamento que gira em torno de R$ 500.000,00, como demonstrado na Tabela 1, gastos em sua grande maioria com diárias e passagens. Não há previsão para investimentos em ações na área internacional, como capacitações, estudos ou projetos de cooperação. Apesar das amplas obrigações regimentais, a AISA não possui dotação orçamentária, nem financeira, para o desenvolvimento de trabalhos.

Tabela 1 - Orçamento do Gabinete do Ministro do Ministério da Saúde 2008-2013

Ano Grupo de Despesa Elemento de Despesa Total no Ano (R$)

2008 Outras Despesas Correntes 14 - Diárias - Civil 368.551,24 Outras Despesas Correntes 93 - Indenizações e Restituições 432,95 Outras Despesas Correntes 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 40.259,44 Outras Despesas Correntes 39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 8.000,00 Total R$ 417.243,63 2009 Outras Despesas Correntes 14 - Diárias - Civil 493.118,57 Outras Despesas Correntes 93 - Indenizações e Restituições 817,15 Outras Despesas Correntes 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 32.278,49 Total R$ 526.214,21 2010 Outras Despesas Correntes 14 - Diárias - Civil 555.305,55 Outras Despesas Correntes 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 14.989,80 Total R$ 570.295,35 2011 Outras Despesas Correntes 14 - Diárias - Civil 488.532,91 Outras Despesas Correntes 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 56.681,75 Total R$ 545.214,66 2012 Outras Despesas Correntes 92 - Despesas de Exercícios Anteriores 1.050,20 Outras Despesas Correntes 14 - Diárias - Civil 519.649,92 Outras Despesas Correntes 93 - Indenizações e Restituições 399,13 Outras Despesas Correntes 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 51.903,50 Total R$ 573.002,75 2013 Outras Despesas Correntes 14 - Diárias - Civil 455.395,69 Outras Despesas Correntes 93 - Indenizações e Restituições 928,22 Outras Despesas Correntes 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 12.141,80 Total R$ 468.465,71 Fonte: dados coletados a partir do Portal da Transparência do Governo Federal http://www.portaltransparencia.gov.br/

Pode-se afirmar, dessa forma, que não há como investir em estudos que permitam subsidiar a tomada de decisão e melhor compreensão do cenário internacional como um todo, ou sobre algum tema específico em pauta da arena global. Isso implica também em investimentos para compreender, por exemplo, quais são as necessidades estruturais e de pessoal do setor. Além disso, a falta de recursos pode tolher a realização de cursos e seminários para capacitação do quadro de funcionários ou mesmo divulgação e debates sobre temas de interesse da área. Nos últimos 2 anos, segundo informação da Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas – CODEP, do Ministério 53 da Saúde, não houve qualquer curso ou evento de capacitação promovido pela AISA (Brasil, 2014). Ainda mais complexo é o financiamento das ações de cooperação. A cooperação técnica - que demanda apenas visitas técnicas, troca de informações, intercâmbio de conhecimento – pode ser financiada com recursos próprios do Ministério, visto que sua realização necessita apenas de passagens e diárias dos técnicos participantes. No caso de investimentos em outros países, como casos recentes da cooperação com a República de Moçambique (Brasil, 2005), que incluía a construção de uma fábrica de antirretrovirais, e com a República do Haiti (Brasil, 2010), com previsão, entre outros, para construção de hospitais, é prerrogativa do Congresso Nacional a aprovação da disponibilização de recursos. Ou seja, qualquer cooperação que implique no aporte de recursos a ser investidos em outros países, demanda-se todo um rito de aprovação pelos parlamentares, impondo um período prolongado de discussões políticas. No tocante à cooperação técnica, além dos recursos financeiros do próprio Ministério da Saúde, esta também é financiada pela Agência Brasileira de Cooperação – ABC, por países parceiros na cooperação triangular ou por agências de fomentos para cooperação internacional, como a Deutsche Gessellschaft für Internationale Zusammenabeit - GIZ, a Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional – CIDA, entre outras, no âmbito da cooperação triangular. Diante desse quadro, a AISA, juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz e a Organização Pan-Americana da Saúde estabeleceram parceria em 2006, celebrando o Termo de Cooperação n. 41 – Cooperação internacional em Saúde (TC- 41), cujos principais objetivos são: 1) Fortalecimento da Capacidade Nacional para Cooperação Sul-Sul em Saúde; 2) Mobilização de Redes Colaborativas Nacionais para Cooperação Sul-Sul em Saúde, e; 3) Promoção da Cooperação Sul-Sul mediante consórcios internacionais para Desenvolvimento de RH em Saúde (Organização Pan- Americana da Saúde, 2014). Para Pires-Alves et al. (2010), a assinatura desse Termo de Cooperação “...ocorreu em um ambiente institucional tanto favorável como desafiador.” De fato, nesse período o Brasil tinha papel fundamental em temas como o controle do tabaco, que originou a Convenção-Quadro de Controle do Tabaco, a revisão do Regulamento Sanitário Internacional e o Grupo de Trabalho Intergovernamental sobre Saúde Pública, Inovação e Propriedade Intelectual, no âmbito da OMS, ao mesmo tempo em que fortalecia sua participação em outros fóruns internacionais como a Comunidade dos 54

Países de Língua Portuguesa – CPLP, o MERCOSUL e na constituição da Unasul. Foi na primeira década do século XXI que o Brasil se associou à França, Chile, Noruega e Reino Unido para o estabelecimento da Unitaid, mecanismo inovador de financiamento de medicamento contra o HIV/AIDS, malária e tuberculose em países de baixa renda; assinou a Declaração de Oslo sobre diplomacia da saúde (Amorim el al. 2007), juntamente com França, Indonésia, Senegal, África do Sul e Tailândia, onde os Chanceleres desses países definiam a saúde como tema da política externa, entre diversas outras ações relevantes, como o crescimento da cooperação Sul-Sul. Esse TC, que foi prorrogado até 2015, possui características peculiares com relação aos demais termos de cooperação firmados entre o Ministério da Saúde e a OPAS/OMS. Dois aspectos são bastante relevantes, o primeiro se relaciona ao seu objetivo, como discorrido acima: a cooperação técnica. O segundo é a previsão de um Programa de Saúde Internacional – PSI, contando com um coordenador e uma câmara técnica, envolvendo áreas temáticas da Fiocruz; e uma Comissão de Programação, encarregada da definição das atividades que se desenvolverão no PSI, composta representantes da Fiocruz, AISA/MS e da OPAS/OMS. Ou seja, um estrutura colegiada envolvendo as partes interessadas nos projetos de cooperação desenvolvidos por meio da parceria. Segundo Santana (2012), vários fatores contribuíram para o desenvolvimento dessa parceria entre o MS e a OPAS, entre elas: a) o interesse em “[...] divulgar e compartilhar a proposta do seu Sistema Único de Saúde (SUS), com o intuito de fortalecê-lo mediante intercâmbio de conhecimentos e tecnologias [...], bem como visando o reconhecimento internacional como um modelo de política de saúde.”; Santana (2012, p. 89). b) a inclusão da saúde na pauta da diplomacia brasileira, atestada em 2007 pela Agência Brasileira de Cooperação; c) a assinatura da Declaração Ministerial de Oslo sobre Diplomacia da Saúde; d) a inclusão do tema da saúde global como eixo do programa do Ministério da Saúde, o Mais Saúde.

Para esse autor, ao mesmo tempo em que potencializava a missão da OPAS/OMS no intercâmbio de conhecimentos e tecnologias para enfrentar os 55 problemas de saúde, esse Termo de Cooperação fundamentava-se em experiências bem sucedidas de cooperação técnica no contexto nacional. Santana (2012) afirma que:

O TC 41 representa, portanto, uma plataforma jurídica e operacional para a execução de projetos de cooperação triangulada pela OPAS/OMS nas diversas áreas técnicas de interesse da saúde, contribuindo para consolidar uma agenda duradoura da cooperação internacional nos campos do ensino e do desenvolvimento científico e tecnológico. Santana (2012, p. 93).

De fato, o TC - 41 financiou diversas atividades no âmbito da cooperação internacional, inclusive na capacitação de profissionais que atuam na área internacional, por meio do Curso de Especialização em Saúde Global e Diplomacia da Saúde e do Mestrado Profissional em Saúde Global e Diplomacia da Saúde, realizados pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP. Talvez, uma crítica que se possa fazer ao processo de desenvolvimento desse TC, seja a falta de articulação mais eficiente para atração de outras área do Ministério da Saúde, e mesmo entidades a ele vinculadas, na participação e no aporte de recursos ao projeto, visto que só a SGTES aderiu à iniciativa, investindo na força de trabalho sob uma perspectiva internacional. Em relação ao financiamento da área internacional do MS e entidades a ele vinculadas, percebe-se que não há soluções simples. Do ponto da cooperação internacional brasileira, a solução passa por mudanças legislativas que flexibilizem o financiamento dessas ações, o que demanda um grande esforço político de articulação de propostas. No tocante ao escopo do Ministério da Saúde, há a necessidade de maior articulação interna para pactuação de posicionamento e objetivos no âmbito internacional dos temas e ações prioritárias a fim de encontrar mecanismos que possam financiar as iniciativas na área. A articulação também está relacionada ao contexto das relações e organizações, definidas por Armani e Borges (2008) com um dos eixos na mobilização de recursos. Entende-se por relações, nesse contexto, os contatos com a rede de instituições que envolve a área internacional da saúde, tanto no escopo do Ministério da Saúde e entidades a ele vinculadas, quanto de outros órgãos públicos e da sociedade civil. Além desse ambiente de inter-relações internas, há, evidentemente, os vínculos com os demais países, as instituições internacionais e demais partes interessadas. No âmbito interno, discutiu-se anteriormente neste trabalho formas diversas de organização da área internacional, desde o modelo de decisão colegiada, passando por coordenação até o formato de assessoria. Como visto a estrutura colegiada, ainda no período do Ministério da Educação e Saúde, perdurou até 1970, com a instituição da 56

CAIS. Em 1992, já no âmbito da CAESA, se estabelece novamente um fórum de decisão coletiva: o Conselho de Coordenação dos Projetos Internacionais. Este tinha atribuições mais reduzidas, visto ter competências regimentais somente na área da cooperação internacional. Atualmente consta no sítio web da AISA14, já há algum tempo, a proposta de estabelecimento de uma Câmara Técnica de Assuntos Internacionais, com objetivo de “... apoiar e coordenar a gestão das ações relativas aos temas de saúde de âmbito internacional definidos no Plano Estratégico do Ministério da Saúde e demais instituições vinculadas”. Contudo, não há descrição do seu formato nem tampouco qual seria a composição da referida Câmara, assim como não foram detectadas ações com vistas à concretizar essa iniciativa. No tocante ao seu objetivo, apesar de parecer amplo, ficam de fora várias ações internacionais, visto que o Plano Estratégico do Ministério da Saúde, como se discutirá mais adiante no ponto sobre finalidade das competências profissionais, não contempla aspectos importantes da atuação internacional da saúde. Além da proposta da instituição dessa Câmara Técnica não foram encontradas outras formas de discussão e decisão colegiadas na documentação pesquisadas nos últimos dez anos, com exceção da Comissão de Programação do TC - 41, mas, como visto, com um escopo mais reduzido de representatividade e de ação e a assinatura do Protocolo de Intenções entre o Ministério das Relações Exteriores, em 4 de julho de 2004, tendo por objetivo “...aperfeiçoar a coordenação entre o MRE e o MS em matéria de cooperação técnica prestada a países em desenvolvimento, na área da saúde” (Brasil, 2006). Esse Protocolo previa uma Comissão de Coordenação dos Trabalhos, composta por diversas áreas do MS e do MRE. Contudo, não houve continuidade das ações dessa Comissão. A ausência de fórum de decisão colegiada dificulta o processo de tomada de decisão, na medida em que a comunicação entre outros atores da atuação internacional (secretarias e entidades vinculadas e outros Ministérios) se restringe a formalização de comunicações e troca de informações por memorandos e ofícios. Por outro lado, a criação desse espaço favorece a aproximação entre as áreas, a tomada de decisão sobre temas transversais, a transparência dessas decisões, o envolvimento das áreas técnicas com seus temas em uma perspectiva global, o compartilhamento de informação, a eventual definição de estratégias e objetivos comuns, a valorização da saúde global como tema relevante da atuação do Ministério da Saúde, entre outros. A complexidade de temas no âmbito internacional demanda tomada

14 http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/camara-tecnica 57 de decisão pautadas em uma visão mais ampla, sob diversos aspectos, o que pode ser favorecida por decisões conjuntas dos atores pertinentes. Essa visão é compartilhada por Xavier (2012) ao analisar a eficiência da administração pública. Para ela:

A tomada de decisão por instâncias de deliberação coletiva aliada ao controle procedimental representa avanços democráticos e ganhos de eficiência, uma vez que a decisão consensual com a participação e contribuição de vários atores torna-os corresponsáveis pela medida tomada. A Administração em rede e a gestão compartilhada, em que são vários os atores que participam e contribuem com experiências e conhecimentos diversos, representa um mecanismo de intercâmbio de informações, que propicia a tomada de decisão consciente e consensual. Dessa forma, as instâncias de deliberação coletiva funcionam como órgãos de concentração de informações em que devem ser ponderados e valorados os dados apresentados pelos diversos atores, visando, na medida possível, a tomada de decisão acordada (consensual) com os demais envolvidos. Assim, a criação de instâncias de deliberação coletiva atua duplamente em prol da eficiência administrativa, na medida em que reduz a atmosfera de medo, legitima a tomada de decisão [...]. (Xavier, 2012).

A AISA, no âmbito do Ministério da Saúde e entidades vinculadas, como área de coordenação das atividades de caráter internacional, mantem interface com as secretarias da Pasta, assim como demais agências, fundações, autarquias e empresa que compõem a área da saúde. Nestas, a exemplo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa e da Fiocruz existem estruturas formais que tratam da área internacional. Na Anvisa, o Núcleo de Assessoramento em Assuntos Internacionais – Naint, estabelecido pela Portaria nº 354, de 11 de agosto de 2006, com diversas atribuições relacionadas ao assessoramento e coordenação no contexto da Agência. Como agência reguladora, a ANVISA tem um papel fundamental nas negociações do MERCOSUL e de convenções internacionais que regulamentem o uso de comidas, bebidas e medicamentos. Quanto à Fiocruz, esta tem em sua estrutura organizacional o Centro de Relações Internacionais em Saúde – CRIS, criado em 2009, por meio da Portaria 22/2009 da Presidência da Fiocruz e recentemente estabelecido com Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Saúde Global e Cooperação Sul-Sul. O CRIS resulta da ampliação e aperfeiçoamento da Assessoria de Cooperação Internacional – ACI frente à crescente demanda de cooperação técnica e das inserções da Fiocruz no cenário da saúde global. Além dos órgãos governamentais, há importantes instituições da sociedade civil na área da saúde, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco, o 58

Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Cebes, por exemplo, que têm experiência e influência no setor saúde. Contudo, a participação da sociedade civil na definição dos rumos da atuação do Brasil no contexto da saúde global é ainda incipiente. Não se trata, todavia, de um fato isolado, que acontece apenas no âmbito da saúde global. Apesar de alguns avanços, a política externa brasileira, se mantem com um dos corpos mais insulados da esfera governamental. Como afirma Mello (2012):

Apesar dos avanços as tentativas de se ampliar a consulta a setores historicamente excluídos e de se introduzir a disputa e o conflito têm sido marcadas até agora pelo caráter ad hoc e não-institucionalizado dos mecanismos de participação e diálogo. Ao longo da última década os exemplos obedecem a um padrão: ainda que respondendo a uma diretriz do ex-presidente Lula, que se mantém no governo Dilma, de abertura ao diálogo com amplos setores da sociedade, a operacionalização de tal diretriz segue ocorrendo de acordo com a vontade e empenho do agente governamental envolvido e da agenda em questão. (Mello, 2012, p. 2).

Externa à área da saúde, mas ainda no âmbito nacional, a AISA dialoga pontualmente com diversas outras áreas, dependendo do tema com o qual trata, a exemplo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, no caso da Convenção-Quadro de Controle do Tabaco e a Casa Civil. Esses diálogos são geralmente mediados pelo principal interlocutor da AISA na esfera federal, o Ministério das Relações Exteriores – MRE e a Agência Brasileira de Cooperação – ABC, vinculada a esse Ministério. A parceria com o Ministério das Relações Exteriores com a saúde data, pelo menos, do começo do século XX, quando em muitas vezes, representantes das embaixadas brasileiras defendiam os interesses da saúde nas convenções sanitárias internacionais em Washington, D.C., Paris, entre outras. Tendo mesmo, o MRE, ocupado o prédio do Ministério da Saúde entre 1960 e 1964 (Ministério da Saúde, 2006). Cabe lembrar, ainda, como citado anteriormente, que o MRE mantinha representante na Comissão de Assuntos Internacionais – CAI do Ministério da Saúde, na década de 1960. Outro marco dessa relação é a assinatura do Protocolo de Intenções entre esses dois Ministérios, citado anteriormente. No âmbito da cooperação técnica internacional, com a fundação da Agência Brasileira de Cooperação – ABC em 1987, pelo Decreto n. 94.973, de 25 de setembro daquele ano, essa agência torna-se frequente interlocutora da AISA, coordenando e, às vezes, financiando projetos de cooperação entre o Brasil e outras agências de desenvolvimento, países e organismos internacionais na área da saúde. 59

A mediação do MRE, e particularmente da ABC no que tange à cooperação técnica internacional, está normalmente presente na interface das discussões com as contrapartes externas da AISA. O leque de instâncias é amplo e inclui organismos internacionais, países individualmente ou em blocos, agências e bancos de fomento, fundações, entre outros. É nesse extenso rol de inter-relações que a AISA trabalha, devendo conhecer seus mecanismos de funcionamento e interesses. Outros interlocutores da AISA são suas contrapartes nos Ministérios da Saúde de outros países, principalmente na América do Sul. Nesse sentido, destacam-se as iniciativas do I Encontro Sul-Americano de Cooperação Internacional em Saúde, ocorrido nos dias 10 e 11 de dezembro de 2004. Nessa oportunidade, representantes de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Peru, Uruguai (ad referendum) e Venezuela assinaram a Declaração de Lima (ORIS, 2004), onde se propõe a constituição da Rede de Oficinas de Relações Internacionais e Cooperação em Saúde – REDSSUR-ORIS, objetivando “... otimizar e potencializar os recursos técnicos e humanos, e a bagagem de experiências de todos os países da sub-região”. O segundo encontro desse grupo se deu no ano seguinte, em 2005, e a Carta de Florianópolis reitera a necessidade e o compromisso do trabalho conjunto desses órgãos (ORIS, 2005). Essa Rede é constituída oficialmente em 2009, na Reunião de Alto Nível de Cooperação Internacional em Saúde e faz parte da estrutura organizacional do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde – Isags (Brasil, 2010). São esses os principais aspectos da instrumentalização de recursos do meio do profissional que atua na área internacional da saúde, no contexto de recursos materiais e técnicos, financeiros, de pessoal e de organizações e relações. Identifica-se um amplo leque de interlocuções e momentos na história da área internacional de busca de aprimoramentos da área e adaptações, às vezes informais, para o desenvolvimento dos trabalhos do setor. Identificam-se no contexto da mobilização de recursos materiais fragilidades na estruturação e composição da força de trabalho da área internacional, no financiamento e na articulação com os parceiros internos e externos pela ausência de mecanismo formal de compartilhamento de informações. Outra vertente, definida por Le Boterf e Reuillard (2003), é a de recursos pessoais: saberes, habilidades, conhecimentos. Mobilizar recursos implica em saber utilizá-los, integrá-los às necessidades das atividades. A identificação desses recursos para o profissional que atua na área da saúde demanda não apenas um conhecimento amplo das ações rotineiras da AISA, mas seu relacionamento com outro aspecto do 60 desenvolvimento de competências profissionais: finalidades. Do ponto de vista das ações regulares, percebe-se um amplo rol de interlocutores e temas. Nesse contexto, pode-se inferir alguns conhecimentos, habilidades, valores e qualidades necessários ao desempenho do profissional que atua na área da saúde. Em um quadro mais amplo, destaca-se a necessidade de conhecer o funcionamento, missão e valores dos atores envolvidos no processo de trabalho, sejam eles internos ou externos. Do ponto de vista temático, além de uma visão geral dos grandes temas que permeia o campo da saúde global, os interesses explícitos ou implícitos de cada ator no processo. O amplo espectro de interesses envolvidos nas negociações dos temas da saúde global – políticos, diplomáticos, ideológicos e comerciais – conduz à percepção da capacidade de negociação como uma habilidade-chave a ser desenvolvida pelo profissional que atua na área internacional. Observa-se que são raros os acordos vinculantes na área – o Regulamento Sanitário Internacional-2005 e a Convenção- Quadro para o Controle do Tabaco, são as exceções – e a construção de parcerias, memorandos de entendimento, projetos de cooperação e resoluções se dá, na sua grande maioria, por consenso das partes. Outra habilidade essencial, sabendo-se que a língua oficial da diplomacia é a língua inglesa, é o domínio em alto grau de proficiência desse idioma, seguido da língua espanhola. No tocante às arenas internacionais, o domínio do padrão formal desses idiomas torna-se elemento relevante nas discussões e negociações em jogo. Com relação aos valores e qualidades, ainda no campo das conjecturas a partir do quadro funcional e institucional apresentado, ou seja, a defesa dos interesses da saúde pública na arena internacional, constata-se que o profissional que atua na área internacional da saúde deva se identificar com os princípios do sistema de saúde nacional, o SUS, ao mesmo tempo em que respeite as idiossincrasias e crenças dos outros povos e instituições com os quais dialogue. As discussões formais na arena internacionais, apesar de mediadas por pessoas, se dão entre países, e a percepção das nuances culturais pode ser um diferencial entre um apoio ou a recusa de ação conjunta. Esse exercício de inferir eventuais conhecimentos, habilidades, valores e qualidades a serem desenvolvidas pelo profissional que atua na área internacional tem o simples caráter ilustrativo, visto que estes só poderão ser definidos a partir da definição das finalidades da área internacional: seus objetivos, metas e estratégias. Não obstantes, não foram identificados neste estudo, cursos introdutórios para os profissionais que atuam na AISA, nem tampouco, nos últimos anos, cursos de capacitação/atualização, o 61 que leva a concluir que todo o processo de aprendizagem se dá no decorrer das atividades do órgão. Há, no entanto, os cursos de especialização e mestrado em saúde global e diplomacia da saúde, ofertados pela ENSP. Porém, tanto da especialização quanto do mestrado, dos profissionais da AISA que se matricularam nesses cursos, só três ao todo permanecem atualmente no órgão. Além disso, ambas as pós-graduações estão voltadas mais para os saberes teóricos, baseadas em aulas expositivas e reflexões acadêmicas, mesmo sendo o mestrado de caráter profissionalizante. Lembrando-se, como afirma Perrenoud (1999) que “desenvolver competências não implica virar as costas aos saberes, ao contrário”. No entanto, estes não são suficientes para o desenvolvimento de competências, eles necessitam estar vinculados a habilidades, a uma ação concreta e finalidade. Para Le Boterf (1994, p. 16, apud Perrenoud, 1999):

Todos os dias, a experiência mostra que pessoas que possuem conhecimentos ou capacidades não sabem mobilizá-los de modo pertinente e no momento oportuno, em uma situação de trabalho. A atualização daquilo que se sabe em um contexto singular (marcado por relações de trabalho, por uma cultura institucional, por eventualidades, imposições temporais, recursos…) é reveladora da “passagem” à competência. Esta realiza-se na ação. (Le Boterf, 1994, p. 16, in Perrenoud, 1999, p. 3).

Pode-se afirmar, a partir do contexto analisado do âmbito de ação do profissional que atua na área internacional da saúde, como conhecimentos necessários, os temas centrais da saúde e da política interna e externa, proficiência em pelo menos duas línguas estrangeiras, preferencialmente o inglês, e o funcionamento dos fóruns internacionais de saúde. Quanto às habilidades, o desenvolvimento de expertise em negociação e articulação com os atores envolvidos no seara internacional. Em relação aos valores, além daqueles necessários a todas às áreas de atuação, ética, compromisso, etc., um sentimento de nacionalidade na defesa dos interesses do SUS.15

Presença de uma finalidade

De todas as funções essenciais que conformam o desenvolvimento de competências profissionais, a presença de uma finalidade talvez seja a mais relevante. É

15 Um exercício prático para o desenvolvimento de competências para os profissionais que atuam na área internacional da saúde foi elaborado pela Oficina de Cooperação e Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde do Chile – OCAI, como atividade para o III Encontro da Rede de Oficinas de Relações Internacionais em Saúde, em 2007, antes mesmo da oficialização da REDSSUR-ORIS. Essa experiência pode proporcionar referenciais para o mapeamento de saberes, conhecimentos e habilidades necessárias ao trabalho do profissional que atua na área internacional da saúde.

62 em torno de objetivos claros, expressos que se pode desenvolver/propiciar a mobilização de recursos, seu conjunto de atuações, o caráter disciplinar e a avaliação. Perrenoud (1999, p. 7) aponta esse caráter da finalidade ao definir competência como ”... uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação”. Roegiers e Ketele (2004, p 77), nesse mesmo sentido, apontam que se mobilizam recursos a fim de “... produzir uma ação, para solução de um problema específico”. Dessa forma, o desenvolvimento de competências profissionais deve ser precedido da resposta às perguntas “Para quê?”, “Quais os objetivos”, “Aonde se quer chegar e como?” O Dicionário Caldas Aulete (2014) corrobora com essa assertiva ao definir finalidade como “objetivo, propósito, alvo que se pretende alcançar ou para o qual algo se destina”. Nesse contexto, para se entender a finalidade das ações a serem desenvolvidas pelo profissional que atua na área internacional da saúde é necessário compreender o papel da AISA. Afinal, qual a sua finalidade? Os marcos norteadores documentais para responder a essa pergunta são suas competências regimentais, que definem os obrigações e limites da sua atuação e o plano nacional de atuação do Ministério da Saúde e seu planejamento estratégico como um todo, visto que não ter sido identificado nesta pesquisa documento específico de objetivos e estratégias para atuação internacional da saúde. No Plano Nacional de Saúde 2004-2007 – PNS 2004-2007 a atuação internacional é apresentada como um dos objetivos a ser alcançado no âmbito da gestão em saúde. O documento propõe como objetivo “fortalecer a atuação internacional do Ministério da Saúde, contribuindo com a estratégia de inserção, autonomia, solidariedade e soberania do Brasil e estimulando a integração regional em saúde” e “fortalecimento da atuação internacional do SUS” (Brasil, 2005, p. 20), como diretriz. No entanto, não define metas a serem alcançadas para esse componente, o que, a princípio, abre um vazio entre intenção e gesto. Afinal, o verbo fortalecer sem definições objetivas do que seja esse fortalecimento pouco diz sobre aonde se quer chegar (Brasil, 2007). Não é surpreendente, então, que o documento de avaliação do desenvolvimento desse Plano - Sistema de planejamento do SUS: uma construção coletiva: avaliação do desenvolvimento do Plano Nacional de Saúde, 2004-2007, um pacto pela saúde no Brasil - só menciona a área internacional, como um exemplo para introdução de empréstimos com organismos internacionais (Brasil, 2005). O Plano sucessor, PNS 2008/2009 – 2011, apesar de não constar a atuação internacional como um objetivo determinado, apenas como diretriz, apresenta alguns avanços na definição da atuação do Ministério da Saúde nessa área. A análise 63 situacional menciona alguns impactos externos à saúde interna, mas sem fazer uma análise mais criteriosa do cenário internacional. Porém, apesar de metodologicamente frágil no uso do léxico para definir propostas (fortalecer, envidar esforços, etc.), ficam um pouco mais claros os objetivos a serem alcançados em relação ao plano anterior. Para o período 2008 – 2011, nesse caso, o Ministério da Saúde pretender ampliar sua participação em fóruns internacionais, especialmente naqueles da saúde e colaborar com “... o desenvolvimento dos sistemas de saúde dos países da América do Sul – em especial com o Mercosul – e da América Central, com a comunidade dos países de língua portuguesa da África e com outros países africanos.” (Brasil, 2008, p. 81). Para tanto, o Plano em tela prevê a) o fortalecimento da integração da América do Sul; b) apoio a institutos nacionais e escolas de saúde pública; c) a cooperação técnica para o tratamento e reabilitação de vítimas de minas terrestres; d) implantação de fábrica de antirretrovirais em Moçambique; e) apoio à formação em larga escala de técnicos da área da saúde em países da CPLP, e; f) instalação de escritório da Fundação Oswaldo Cruz junto à União Africana. Infere-se dessas diretrizes e iniciativas uma atitude mais proativa concernente aos temas internacionais no tocante à participação nos fóruns internacionais e ampliação da cooperação horizontal. O Programa Mais Saúde: direito de todos 2008-2011 apresenta as diretrizes estratégicas dos eixos de intervenção para o período, tendo como guarda-chuva o Plano de Aceleração do Crescimento – PAC, do governo federal, e inter-relação com as iniciativas propostas no PNS 2008/2009-2011 no tocante à cooperação, mas não com relação à participação em fóruns internacionais. O eixo 7 desse Programa é todo voltado à cooperação internacional com definição das medidas a serem adotadas e metas físicas e financeiras a serem alcançadas em um valor total de R$ 58 milhões. Para Santana (2012), esse Programa sedimenta no escopo do Ministério da Saúde o compromisso com os aspectos internacionais da saúde, tanto do ponto de vista interno quanto externo apontados pela a mediação das Nações Unidas e a indicação de prioridades geopolíticas. Observa-se tanto no enunciado do eixo quanto na diretriz um direcionamento eminentemente político ao definir a saúde como “... uma das áreas com maior potencialidade para contribuir com as estratégias da política externa brasileira voltada à cooperação”, com relação ao primeiro, e “fortalecer a presença do Brasil no cenário internacional na área da Saúde, em estreita articulação com o Ministério das Relações Exteriores”, com relação à diretriz (Brasil, 2008, p. 81). Dessa forma, o Programa se distancia de uma abordagem apenas sanitária, qual seja, por exemplo, a proteção da população brasileira contra surtos propagados internacionalmente ou a 64 defesa dos interesses brasileiros com relação à propriedade intelectual sobre medicamentos e vacinas, tema relevante no fornecimento da integralidade da atenção e princípio do SUS. Nesse sentido, o Programa se propõe como ferramenta de ampliação da presença brasileira no exterior, tendo como tema a saúde. Outro ponto a ser observado é que as metas propostas são de intervenções unicamente em outros países, não havendo propostas, mesmo no eixo de gestão em saúde, de fortalecimento da área responsável pela coordenação dessas ações, mesmo estando a estrutura organizacional e de pessoal da AISA, como visto anteriormente, defasada em relação às demandas do setor. O Plano Nacional de Saúde 2012-2015 apresenta novos avanços no direcionamento da atuação internacional do Ministério da Saúde. Na análise situacional, o tema sobre doenças emergentes e reemergentes menciona a necessidade de ações para evitar a propagação de doenças transmissíveis e, no tocante ao complexo produtivo e de ciência, tecnologia e inovação em saúde, há uma análise dos impactos do contexto internacional para a área, salientando que “... importantes iniciativas o estabelecimento de estratégias de regulação da assistência farmacêutica... e a elaboração de um marco regulatório e de protocolos visando à cooperação internacional entre os países do eixo Sul-Sul” (Brasil, 2011, p. 37). Não obstante que esse tema em suas diretrizes define que o fomento à produção e inovação estará baseado “na determinação das prioridades em saúde, baseadas nas demandas e na política assistencial, para a produção e inovação nacional, diminuindo a fragilidade da política de saúde e do acesso por conta de oscilações no mercado internacional” e “na utilização do potencial do complexo produtivo de ciência, tecnologia e inovação em saúde do País para a cooperação internacional entre os países do eixo sul-sul, fortalecendo o papel do Brasil no contexto mundial.” (Brasil, 2011, p. 89). No âmbito específico da saúde, o texto é pautado não em uma análise situacional, mas na definição da atuação internacional. Nesse ponto cabe destacar que se encontra explicitamente definida a finalidade da atuação internacional do Ministério da Saúde. Segundo o documento, este tem a “... finalidade promover, articular e orientar a interlocução do governo com outros países e com organismos multilaterais, assim como em foros internacionais de interesse para o setor” (Brasil, 2011, p. 64). A apresentação ainda destaca a ênfase na cooperação horizontal, ou Sul-Sul, o alinhamento à Política Externa brasileira, a importância da atuação em outros fóruns internacionais nos quais as decisões afetem à saúde e a cooperação com o Haiti. Percebe-se, dessa forma, não 65 mais a saúde apenas como tema da política externa, mais alinhada à política externa brasileira a fim de defender os interesses do SUS. Quanto às diretrizes, esse Plano define para a área internacional a “promoção internacional dos interesses brasileiros no campo da saúde, bem como compartilhamento das experiências e saberes do SUS com outros países, em conformidade com as diretrizes da Política Externa Brasileira” (Brasil, 2011, p. 68). Essa diretriz realinha os interesses políticos “em conformidade com as diretrizes da Política Externa Brasileira” com as prioridades sanitárias “interesses brasileiros no campo da saúde”. Para executá-la o documento apresenta 10 iniciativas e mesmo sabendo-se das inter-relações entre essas duas linhas de condução das ações, podemos dividi-las em mais vinculadas às questões de Política Externa (apoio ao sistema de saúde do Haiti, assistência humanitária e enfrentamento ao racismo institucional), seis sobre questões sanitárias (divulgação das experiências do SUS; coordenação de posições de Governo, influência e negociação de tópicos de interesse prioritário para a saúde em foros internacionais; fortalecimento da atuação do MS no âmbito internacional; acesso à saúde em áreas de fronteiras e; implantação do ressarcimento financeiro internacional nas regiões de fronteira), e duas que atendem ambas as vertentes (cooperação com América Latina, Caribe e CPLP e execução de plano de ação da cooperação Brasil-Estados Unidos). Quantos às metas, o documento apresenta apenas duas: uma relacionadas à cooperação com à África com a consolidação do escritório da Fiocruz em Moçambique e a outra da promoção do acesso à saúde nas área de fronteiras. A tradução desse plano em estratégias e resultados se dá por meio Planejamento Estratégico do Ministério da Saúde 2011-2015. Alinhada à diretriz sobre a atuação internacional do Ministério da Saúde, o Objetivo Estratégico 14 desse Planejamento prevê cinco estratégias e 11 resultados a serem alcançados no seu período de vigência. Um avanço desse Planejamento em relação ao anterior é a previsão de estratégia de aperfeiçoamento da gestão das ações internacionais de saúde, sendo o resultado esperado a criação e implementação de mecanismos de gestão. Fica, porém, a dúvida sobre se há uma análise do estado atual da gestão das ações internacionais de saúde para poder avaliar seu aperfeiçoamento (Brasil, 2013). Retomando as competências regimentais da AISA, apresentadas na discussão sobre mobilização de recursos, observa-se que há um alinhamento entre elas e a finalidade da atuação internacional do Ministério da Saúde. Há lacunas, porém, que necessitam ser superadas no sentido de apresentar uma análise situacional mais vigorosa 66 do cenário internacional e seus impactos ao SUS, e do estado da arte da estrutura funcional e de pessoal da AISA nos Planos Nacionais de Saúde, ou mesmo na construção de documento específico da área internacional. Outra lacuna se refere à temporalidade desses planos que preveem ações em médio prazo, enquanto que, no âmbito internacional, principalmente, há que se pensar em longo prazo. As últimas ações de planejamento estratégico, apesar dos seus avanços no tocante à inserção da área internacional nas prioridades do Ministério da Saúde, carecem de uma maior acuidade metodológica, visto que resultados baseados em verbos como fortalecer e ampliar, sem uma linha de base que represente o estado atual e indicadores que se deseje alcançar, pouco dizem e tendem a se tornar mais um propósito do que um objetivo a ser atingindo. Não obstante, há uma finalidade definida e para ela deverão convergir os parâmetros definidos por Roegiers (2010) para o desenvolvimento de competências profissionais.

Relação com um conjunto de situações

Essa função essencial do desenvolvimento de competências está relacionado à necessidade de restringir as situações na quais, no caso deste trabalho, o profissional que atua na área da saúde deverá exercer sua função. É a partir desse conjunto de situações que se identificam as situações reais de trabalho desse profissional. Este estudo detectou o ano de 1950, com o estabelecimento da Comissão de Saúde Internacional, no âmbito do Ministério da Educação e Saúde, como marco da primeira estrutura organizacional para se tratar do tema da saúde para além das fronteiras nacionais. Porém, a saúde como tema de política externa remonta 1873, com o Congresso Sanitário, em Montevideo, com a participação de Argentina, Brasil e Uruguai, que visava “... à padronização de medidas de quarentena e saneamento marítimo”. (Birn, 2006, p. 695). Segundo Chaves (2009) a proposta original da Argentina se dirigia exclusivamente ao Uruguai, havendo restrição daquele país à participação brasileira no acordo. Esse primeiro encontro não logrou alcançar o objetivo proposto e só em 1887, no segundo Congresso Sanitário, no Rio de Janeiro, entre os três países, foi acordada uma convenção para harmonização das medidas sanitárias. O Regulamento Sanitário Internacional, aprovado no Brasil pelo Decreto n. 10.319, de 22 de Agosto de 1889, oriundo dessa Convenção Sanitária e que, apesar dos calorosos debates pelos médicos que compunham as delegações dos países, a partir dos conhecimentos daquela época, trata-se no geral, de uma peça de interesses mais 67 comerciais do que sanitários propriamente ditos. O texto versa principalmente pelos meios e formas de inspeção das embarcações e o tempo de eventuais quarentenas. Ao mesmo tempo em que esses três países do cone sul das Américas se reuniam para discutir a segurança sanitária nos portos, diversas outras conferências/congressos/convenções – o termo era usado indistintamente – ocorriam em diversas partes do mundo, principalmente da Europa. Das 14 conferências sanitárias internacionais que ocorreram entre 1851 e 1938, o Brasil esteve presente em cinco delas: a quinta, em 1881, em Washington, DC, representado pelo corpo diplomático do Brasil nos EUA; da sexta, em 1884, em Roma, com representação do corpo diplomático e de um médico. O Brasil volta a enviar representante para essas conferências em 1903, 1911/1912 e 1926, todas realizadas em Paris (Apêndice C). Esta última, após décadas de esforços dos países, deu origem à Convenção Sanitária Internacional, ratificada pelo Brasil e tornada lei por meio do Decreto n. 19.127, de 25 de Fevereiro de 1930. No contexto das Américas, além daquelas do cone sul, entre o Brasil, Argentina e Uruguai, ocorre ainda o Congresso Sanitário de Lima, em 1988, com foco nas epidemias de cólera que afetavam os países da Costa do Pacífico, para o qual o Brasil não enviou representante. No começo do século XX as conferências se intensificam no Continente Americano, lideradas pelos Estados Unidos da América, que convoca, a partir das recomendações da Segunda Conferência Internacional dos Estados Americanos, a Primeira Convenção Sanitária Internacional Geral das Repúblicas das Américas, 1902, conhecidas posteriormente como Conferência Sanitária Pan- Americana, em Washington, DC, que deu origem à atual Organização Pan-Americana da Saúde. O Brasil não enviou representante nem para esta nem para a Segunda Conferência, que veio a ocorrer em 1905, também na capital americana e nem tampouco para a quarta, que ocorreu em também San José, na Costa Rica, entre 1909 e 1910. A inserção direta do Brasil nessas conferências inicia-se na terceira, no México, com envio de representante brasileiro e torna-se regular a partir da quinta conferência, no Chile, em 1911, até a mais recente, ocorrida em 2012, em Washington, DC, em 2012 (Apêndice C). Além das conferências sanitárias e do início dos trabalhos do Escritório Sanitário Internacional, embrião da OPAS, em 1907 é criada a Oficina Internacional de Higiene Pública - OIHP, em Paris, pela assinatura do Acordo de Roma com a participação brasileira, que se torna membro da entidade (WHO, 1958). Ao falar do estabelecimento dessa instituição, Prentzas (2009. p. 28) afirma:

68

Na 11ª Conferência Sanitária Internacional, em 1903, delegados de várias partes do mundo concordaram que deveria ser criada uma organização internacional de saúde permanente. Ela poderia coordenar as medidas de quarentena em todo o mundo e coletar e publicar dados e informações epidemiológicas. Quatro anos depois, nove países europeus, mais Egito, Brasil e os Estados Unidos da América assinaram o Acordo de Roma, que criou a Oficina Internacional de Higiene Pública (OIHP)... A missão da OIHP era distribuir informações sobre a saúde pública em geral para os estados membros, particularmente sobre doenças infeciosas e como combatê-las... Em sete anos, o número de membros da Oficina subiu para 60.16. (Prentzas, 2009. p. 28).

Ainda sobre a OIHP, Chagas (2008. p. 24) observa que “os primeiros anos de existência da OIHP coincidiram com um período de significativo desenvolvimento científico e crescimento das profissões de saúde pública, que trariam importantes avanços para o controle da maioria das doenças transmissíveis”, e completa que “este espaço de informações pode ser considerado como um importante fórum de discussões sobre problemas de saúde pública, e se manteve ativo, mesmo durante a primeira guerra mundial, através de publicação regular de seu boletim”. Dessa forma, nesse período havia duas instituições independentes na lide internacional sanitária, a Oficina Pan-Americana da Saúde e a OIHP. Após a Primeira Guerra Mundial é criada a Liga das Nações, resultante da Conferência de Paz de Paris e do Tratado de Versalhes que decretou o fim do conflito. Originalmente a Liga consistia de 42 países, sendo 26 deles não europeus, incluindo o Brasil. O preâmbulo do acordo instaurador da Liga, assim define seus objetivos “... para promover a cooperação internacional e alcançar a paz e a segurança internacional, pela aceitação das obrigações de não utilizar os recursos da guerra,...”.17 (Davis, 1919, p. 14), ou seja, uma instituição que congregasse os países a fim de evitar as guerras por meio da cooperação entre eles. A Liga não atinge seus objetivos de paz e segurança, pois em 1939 começava a Segunda Guerra Mundial. Seguindo os ideais da Liga é criada, em 1920, a Organização da Saúde da Liga das Nações que “... inspirou-se no ideal de que a provisão equitativa de saúde e bem-estar social poderia reduzir conflitos sociais internos e ajudar na prevenção de guerras” (Weindling, 2006, p. 556). Apesar da saída do Brasil da Liga das Nações,

16 “At the eleventh International Sanitary Conference in 1903, delegates from around the world agreed that a permanent international health organization should be created. It could coordinate quarantine measures worldwide and gather and publish epidemiological data and information. Four years later, nine European countries, plus Egypt, Brazil, and the United States signed the Rome Agreement, which created the Office International d’Hygiène Publique (OIHP)… OIHP’s mission was to distribute to member states information on general public health, particularly on infectious diseases and how to combat them… Within seven years, membership grew to 60 nations.” (Tradução nossa). 17 “In order to promote international co-operation and to achieve international peace and security, by the acceptance of obligations not to resort to war.” (Tradução nossa).

69 episódio avaliado por diversos autores com uma mácula na diplomacia brasileira (Norma, 2013; Cervo, 2011), o país continuou colaborando tanto com a Liga como com sua Organização de Saúde. Wendling (2006) afirma ainda que, em relação aos comitês de saúde da Organização, “... o Brasil foi o participante mais ativo nos eventos dessa natureza...”. Dessa forma, no período entre guerras, funcionavam três instituições multilaterais relativas à saúde internacional: a OPAS, a OIHP e a Organização da Saúde da Liga das Nações, sendo a primeira dedicada aos temas de saúde dos países das Américas, situada em Washington, DC, e as outras duas estabelecidas na Europa, Paris e Genebra, respectivamente, mas com pretensões internacionais. Não houve acordo formal entre a OPAS e a Organização de Saúde da Liga das Nações, mas aquela mantinha relações de trabalho com a OIHP e esta com a Liga, e o Brasil com as três. A criação da Organização Mundial da Saúde - OMS, em 1947, a partir das recomendações da Carta de São Francisco que estabeleceu a Organização das Nações Unidas – ONU (Organización de las Naciones Unidas, 1945), reuniu de certa forma as três organizações. A OMS incorporou as atribuições da OIHP e da Organização de Saúde da Liga das Nações e a OPAS, apesar de se manter como organismo autônomo para a saúde dos países das Américas, tornou-se Escritório Regional da OMS para a Região. A proposta de institucionalização da OMS na reunião de São Francisco partiu das delegações de Brasil e China (WHO, 1958), e segundo Szeming Sze um dos idealizadores da OMS:

[...] tudo aconteceu acidentalmente. A Conferência de São Francisco foi realizada para que os países pudessem se empenhar para estabelecer a Organização das nações Unidas, e ninguém tinha qualquer ideia no começo da Conferência em formar uma organização da saúde. Ninguém nunca esperou o estabelecimento de uma organização de saúde durante a Conferência de São Francisco em 1945.18 (WHO, 1988, p. ).

O Brasil também teve participação ativa no Comitê Técnico Preparatório da OMS, opinando, debatendo e se envolvendo em quase todos os tópicos discutidos e nos subcomitês desse evento (Apêndice D). Desses encontros surgiu a estrutura e objetivos da OMS que se mantem pouco alterados desde então, sendo o órgão máximo da Organização a Assembleia Mundial da Saúde - AMS, que se reúne anualmente, ou excepcionalmente se assim for decidido pelo Conselho Executivo ou pela maioria dos

18 “Well, it came about quite accidentally. The San Francisco Conference was being held so that countries could pledge themselves to establish the United Nations, and nobody had any thought at the start of the Conference of forming a health organization. Nobody ever expected the establishment of a health organisation during the San Francisco Conference in 1945.” (Tradução nossa).

70 estados membros. A regra estabelecida é um país, um voto, mas o costume é o estabelecimento de consenso sobre os temas debatidos. Atualmente a AMS, que realizou sua 67ª sessão, em maio de 2014, é composta pela Sessão Plenária, pelo Comitê de Nomeações, Comitê de Credenciamento, Comitê Geral e pelos Comitês A e B. As Sessões Plenárias ocorrem ao longo da Assembleia, sendo o espaço para pronunciamento das delegações e convidados, entrega de prêmios e leitura e aprovação das decisões adotadas nos comitês. O Comitê de nomeações cuida para que a eleição de presidentes, vice-presidentes e relatores, sigam as instruções estabelecidas nas Regras de Procedimentos da Organização. O Comitê de Credenciamento é responsável pela avaliação dos membros das delegações em conformidade com as regras da AMS. Assim como os anteriores, o Comitê Geral tem a função de avaliar conformidades às Regras de Procedimento da AMS, neste caso, com relação à agenda do evento, distribuição de temas ao longo das reuniões e inserção de novas propostas de assuntos. (World Health Organization, 2014) Os debates sobre os temas se dão nos Comitês A e B. O primeiro versa, em geral, sobre o programa da Organização (temas específicos da saúde) e orçamento. O Comitê B trata de temas administrativos, financeiros e legais. Durante a AMS, porém, por necessidade de acomodação aos prazos de duração do evento, poderá haver mudanças na distribuição dos temas entre esses comitês. O Brasil tem enviado representantes para todas as Assembleias da OMS, com delegações reduzidas nos primeiros eventos, em torno de cinco pessoas, sempre, com exceção de 1961, na 14ª AMS, com a participação de representantes do Ministério da Saúde. O MRE também tem se mostrado presente nesses encontros, com poucas exceções, assim mesmo, nas primeiras reuniões da AMS. Até o final do levantamento das pesquisas para este trabalho, não estavam disponíveis na biblioteca online da OMS dados sobre as AMS no período de 1979 a 1988. Porém, observa-se a partir de 1999 o número de delegados vai de 12 representantes para 44 em 2012, delegação superior até a dos EUA nessa AMS, que foi de 35 representantes. A partir de 2002, com mais regularidade a partir de 2009, o Brasil inclui representantes da sociedade civil nas suas delegações (Apêndice E). No tocante à participação brasileira nesses fóruns, reiteram-se os limites desse trabalho que se restringiu à pesquisa documental. As negociações nas AMS, que podem ocorrer em encontros informais, bilaterais ou mesmo entre mais países nem sempre estão refletidas nas atas do fórum. Não obstante, a partir da disponibilidade dos relatórios desses encontros (verbatim records), pode-se constatar quando o país 71 oficialmente tentou influir sobre determinado tema da agenda. Entre 2005 e 2012, período mais recente em que os dados sobre as AMS estão disponíveis, percebe-se, diferente das participações no começo da Organização bastante irregular (Apêndice F). Apesar da participação do país em temas importantes como propriedade intelectual, regulamento sanitário, determinantes sociais, e mais recentemente uma participação incisiva no tema relacionado à reforma da OMS, temas vinculados ao Comitê A, pouca ou nenhuma atenção foi dada ao orçamento da Organização, só uma manifestação na 63ª AMS, em 2009. É na distribuição dos recursos no orçamento da OMS que ela terá maior ou menor financiamento para agir naquele determinado tema. Infere-se que ou o Brasil estava completamente de acordo com a distribuição dos recursos ou não se preparou adequadamente para discutir o tema. No segundo caso, cria-se uma contradição entre defender determinada posição e não atuar para que esse posicionamento se reflita nos investimentos da Organização. Além disso, muito pouca atenção foi dispendida na discussão dos temas administrativos, financeiros e legais da OMS. Poucos pronunciamentos relativos a, por exemplo, gastos com pessoal, sistemas, relação com organismos não governamentais, auditoria, entre outros, que estão diretamente envolvidos no bom funcionamento da Organização para que se alcance as recomendações apresentadas pelos estados membros, inclusive com relação aos temas defendidos no Comitê A. Outra lacuna importante, se refere ao acompanhamento das ações da OMS com relação às resoluções já aprovadas e apresentadas em cada AMS no Comitê B. Há poucas intervenções brasileiras sobre essa parte da agenda, levando-se ao mesmo raciocínio de que ou a OMS está fazendo um trabalho excelente ou a delegação não foi preparada para opinar sobre os temas. Por outro lado, apesar de ter status diferentes na Organização, a União Europeia – UE e a União das Nações Sul-Americanas - Unasul, os países da última têm trabalhado em conjunto em diversos temas da AMS e realizado pronunciamentos em nome do grupo de países, a exemplo da UE. Cabe ressaltar também, uma maior participação brasileira nos temas relativos às doenças transmissíveis e ao acesso a medicamentos e vacinas, incluindo pesquisa, produção, compartilhamento e propriedade intelectual. Outro corpo que tem papel essencial na OMS é o Conselho Executivo - CE, órgão auxiliar da AMS, que tem duas funções fundamentais, a decisão sobre os temas que comporão a agenda da Assembleia Mundial da Saúde e a escolha do diretor geral da organização. O Conselho Executivo se reúne duas vezes por ano, em janeiro, e logo 72 após a AMS. Atualmente é composta por 34 pessoas eleitas pela AMS, seguindo critério de paridade na distribuição regional. As pessoas eleitas são indicadas pelos seus países, e devem ser tecnicamente qualificadas para missão, cujo período é de três anos de mandato. O Brasil tem trabalhado para compor esse corpo diretor, já que atualmente está na sua 12ª participação como membro do CE desde a fundação da OMS, com intervalos, em geral, apenas para compor o período necessário entre mandatos (Tabela 2). Ligada a CE, há o Subcomitê de Planejamento, Orçamento e Administração que o auxilia nas questões na tomada de decisão sobre os temas.

Tabela 2 - Participação do Brasil no Comitê Executivo da OMS

Participação do Brasil no Comitê Executivo da OMS 1948-1951 1953-1955 1958-1961 1963-1966 1980-1983 1987-1990 1993-1996 1996-1998 2000-2003 2004-2007 2008-2011 2013-2016 Fonte: formatado a partir de dados coletados nos Arquivos da Organização Mundial da Saúde http://apps.who.int/iris/handle/10665/25

O eixo executor da tríade Assembleia Mundial da Saúde e do Conselho Executivo é o Secretariado da OMS composto por funcionários selecionados a partir de chamadas internacionais, com exceção do diretor geral, como visto, eleito pela AMS. Durante vinte anos, antes de se estabelecer limites para a duração do mandato e da reeleição, no período de 1953 a 1973, a OMS foi dirigida pelo Dr. Marcolino Candau, brasileiro que tinha exercido cargos desde 1950 na própria OMS e na OPAS, em Washington, DC. Ao mesmo tempo, porém, de acordo com o último relatório anual sobre recursos humanos da OMS (Annual Report on Human Resource), apresentado na 67ª AMS, em maio de 2014, em relação ao total de cargos ocupados por brasileiros na Organização, o Brasil está sub-representado (World Health Organization, 2014). Nota-se que a organização da OPAS é bastante similar à OMS, possuindo como órgão máximo a Conferência Sanitária Pan-Americana, que acontece a cada cinco anos, e anualmente, quando não ocorre a Conferência, o Conselho Diretor. Há ainda, o Comitê Executivo, semelhante ao CE da OMS, mas que não elege o diretor da Organização, tarefa determinada pela Constituição da OPAS à Conferência, e um subcomitê, auxiliar ao Comitê Executivo para tratar de temas administrativos. Essas 73 reuniões, ao mesmo tempo em que são encontros dos corpos diretores da OPAS, também o são reuniões regionais da OMS nas Américas. A OPAS também teve um brasileiro dirigindo a Organização, Dr. Carlyle Guerra de Macedo, no período de 1983 a 1995. Pode-se observar a partir do contexto exposto acima um conjunto de situações em que o profissional da área internacional da saúde atua. Desde a coleta de subsídios para a delegação à preparação e participação nos fóruns globais e regionais. Percebe-se também estreita relação com outro eixo do desenvolvimento de competências profissionais: a mobilização de recursos – conhecimentos, habilidades, entre outros, sobre os procedimentos necessários à atuação nesses eventos. Nesses espaços negociadores é necessário estar atento aos ritos das reuniões, pois eles podem inviabilizar a execução das ações determinadas para a delegação do país atuante nos corpos diretores, como por exemplo, os prazos para inserir novos temas na agenda da AMS, tempo de pronunciamento e mesmo o teor e o modo como é feito para surtir os efeitos desejados. Apesar de tanto a OPAS como a OMS serem agências especializadas em saúde, há interesses políticos, comerciais, culturais e mesmo pessoais que podem interferir no objetivo maior que é a defesa dos interesses da saúde. Outros fóruns de atuação do profissional de saúde não são exclusivos desta, mas a saúde está inserida como tema oficial dos debates e acordos. É o caso dos fóruns regionais sul-americanos, como o Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA e a União das Nações Sul- Americanas – Unasul. O Mercosul foi criado a partir da assinatura do Tratado de Assunção, em 1991, pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (Mercosul, 1991). Em 2012, a Venezuela foi admitida como membro pleno do bloco. Esse Tratado traz em seu primeiro Artigo os objetivos do bloco, quais sejam, “a livre circular de bens serviços e fatores produtivos entre os países entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários restrições não tarifárias à circulação de mercado de qualquer outra medida de efeito equivalente”. Após mais de duas décadas esse objetivo ainda não foi alcançado. Como aponta Aguiar Filho (2012, p. 38) “... mal alcançamos ainda a concretização do primeiro estágio referente ao processo de integração então proposto, o de União Aduaneira”. Há, porém, avanços relevantes, como apresenta esse autor nos campos político e social. Relevante para este trabalho, contudo, é o amplo espectro de situações que envolve o profissional que atua na área da saúde. Apesar de diversas semelhanças no contexto histórico entre os integrantes do bloco - como a colonização por europeus da 74

Região Ibérica, forte migração europeia no final do século XIX e começo do século XX, períodos de ditadura militar, entre outros -, há profundas diferenças, a começar pela manutenção e ampliação do território de língua portuguesa, criando um gigante territorial e a fragmentação da colônia espanhola, dando origem a diversos países menores. Há profundas diferenças também econômicas e sociais. As Figuras 1 e 2 são ilustrativas dessa assimetria econômica:

Figura 1 - Produto Interno Bruto do Mercosul - 2012

Uruguai, 1.57%

Paraguai, 0.80% Venezuela, Argentina, 11.97% 14.93%

Brasil, 70.73%

Fonte: Banco Mundial, 2014

Na Figura 1 acima, percebe-se que o Produto Interno Bruto brasileiro equivale a mais de dois terços da soma de todos os países do Mercosul, sendo que o Uruguai e o Paraguai juntos, equivale a apenas pouco mais de 2% de toda produção desse bloco, configurando um grande desequilíbrio econômico entre esses parceiros. Os gastos per capita com saúde na Figura 2 apresentam, percentualmente, um maior equilíbrio, com exceção do Paraguai que dispende menos de um terço do país que mais investe em saúde, o Uruguai, e a Venezuela, que investe menos que a metade dos gastos uruguaios.

75

Figura 2 - Gasto per capita em saúde em dólares americanos, 2012

Venezuela, RB, 593 Argentina, 995

Uruguay, 1308

Brazil, 1056

Paraguay, 392

Fonte: Banco Mundial, 2014.

Cabe frisar ainda que ao contrário das decisões tomadas na OPAS e na OMS, que em geral são compromissos assumidos por meio de resoluções não vinculantes, no âmbito do Mercosul trata-se de harmonização de legislação, ou seja, em sociedades com arranjos institucionais diferentes, busca-se encontrar consensos para que as legislações não se contradigam. Outro aspecto relevante do Mercosul é que a saúde não é o tema central do bloco de países, situando-se como um dos subgrupos de trabalho na estrutura. Isso implica na necessidade de um maior poder de negociação, já que os interesses preponderantes são aqueles relacionados ao comércio. Dessa forma, o tema saúde se situa especificamente no Mercosul no Subgrupo de Trabalho n. 11: saúde, ou simplesmente SGT-11, que segundo publicação do Ministério da Saúde (Brasil, 2003) tem como sua tarefa geral:

Harmonizar as legislações dos Estados Partes referentes aos bens, serviços, matérias-primas e produtos da área da Saúde, os critérios para a vigilância epidemiológica e controle sanitário com a finalidade de promover e proteger a saúde e a vida das pessoas e eliminar os obstáculos ao comércio regional, contribuindo dessa maneira ao processo de integração. (Brasil, 2003, p. 12).

A instituição de um subgrupo de trabalho específico para saúde, porém, não quer dizer isolamento do tema, já que há a necessidade de articulação dessa área com 76 diversos outros Subgrupos e comissões, comitês, entre outros19. Antes de tudo é o reconhecimento da importância da saúde como elemento de integração dos povos e, para o setor saúde, um mecanismos fundamental para a cooperação e aproximação com países limítrofes na melhoria da qualidade de serviços prestados na região. Importante registrar que o SGT – 11 foi instituído a partir da Resolução 151, de 1996, do Grupo de Mercado Comum - GMC, órgão executor do bloco, cuja instância máxima é Conselho do Mercado Comum - CMC, composto pelos Ministros das Relações Exteriores e da Economia dos países membros. Esse subgrupo de trabalho se divide em diversas comissões, subcomissões e grupos ad doc relativas a temas específicos da saúde, a fim de harmonizar a legislação dos países do bloco a partir das diretrizes do CMC e das orientações da Reunião de Ministros da Saúde – RMC, no âmbito do GMC. Observa-se desse complexo contexto político, econômico, cultural, social e estrutural três relações de situações relativas ao desenvolvimento de competências do profissional que atua na área internacional da saúde: situação de coordenação, de articulação e de negociação. Essas situações, por sua vez são muito próximas e são utilizadas nesse trabalho como referências para análise do desenvolvimento de competências profissionais. Quanto à coordenação, esta se relaciona à necessidade de organizar a participação do país de forma harmônica no bloco em virtude da grande diversidade de atores envolvidos. No âmbito do Ministério da Saúde, além de todas as secretarias do órgão, há a participação das entidades a ele vinculadas. No âmbito federativo, ainda há eventualmente a discussão dos temas com estados e municípios das áreas de fronteira. Dessa forma, o profissional que atua na área internacional encontra- se envolvido com situações de coordenação da participação desses atores nos fóruns do Mercosul, além daquelas na organização das Reuniões de Ministros da Saúde, quando o país exerce a presidência pro tempore do órgão. A multiplicidade de atores e temas sugere situações de articulação, ou seja, “... estabelecer relações entre as partes”, unindo-as (Aulete, 2014). O tema saúde também perpassa diversas áreas do governo brasileiro, além daqueles no âmbito do Mercosul. Ações discutidas nas áreas da agricultura, ciências, desenvolvimento, meio ambiente e comércio, entre outros, podem afetar os interesses da saúde. Uma discussão, por exemplo, na harmonização de critérios para os profissionais de saúde, envolve, a priori, além da saúde, o Ministério da Educação, instituições de ensino, conselhos de classe da área de saúde, etc. Essas situações são constantes e devem ser levadas em

19 Para uma descrição detalhada da estrutura do MERCOSUL, ver http://www.mercosur.int/. 77 conta no desenvolvimento de competências para os profissionais que atuam na área da saúde. Nesse contexto, há situações de articulação tanto interna, no âmbito do Ministério da Saúde, quanto interna, se adotada a perspectiva das entidades brasileiras com as quais necessite se articular, e externa, na relação com outros países que compõem o bloco. Lembrando-se que há também uma ampla diversidade de atores, temas e interesses nas negociações desenvolvidas no âmbito do Mercosul. As situações de coordenação e de articulação se inter-relacionam, assim como estas com as situações de negociação. As situações de negociação permeiam todo o processo, e cabe ao profissional que atua na área da saúde o suporte às áreas técnicas nas diversas instâncias negociadoras, assim como nos fóruns de decisão política, como a Reunião de Ministros da Saúde. A intermediação entre os diversos interesses internos e externos redundam em situações constantes em que a negociação, recurso recorrente quando se trata da soberania dos países envolvidos e da autonomia das diversas entidades que participam dos fóruns, é a única forma de se alcançar consenso. Remetendo-se novamente ao tema estrutura, na mobilização de recursos, cabe frisar que, apesar da indicação de um coordenador nacional para o SGT-11, o Ministério da Saúde não estabeleceu formalmente uma estrutura administrativa para dar suporte a essas ações. A Coordenação Nacional do SGT -11, que até então reportava diretamente ao Ministro, passa, por meio da Portaria n. 1.965, de 13 de outubro de 2003, a responder à AISA, sem contando, como visto, ser criada estrutura com cargos e salários designados para atuar na área de saúde do Mercosul, demandado a construção de arranjos extraoficiais para cumprir essa missão. Outros dois fóruns regionais, com características distintas, em que a saúde se insere como tema de discussão e cooperação é a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – OTCA e a União das Nações Sul-Americanas – Unasul. A primeira é resultante da união entre as Repúblicas da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, da Guiana, do Peru, do e da Venezuela que ao subscreverem o Tratado de Cooperação Amazônica (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, 1978), em 1978, acordaram que:

As Partes Contratantes convêm em realizar esforços e ações conjuntas a fim de promover o desenvolvimento harmônico de seus respectivos territórios amazônicos, de modo a que essas ações conjuntas produzam resultados equitativos e mutuamente proveitosos, assim como para a preservação do meio ambiente e a conservação e utilização racional dos recursos naturais desses territórios. (OTCA, 1978, Artigo I).

78

Dessa forma, seu objetivo é o desenvolvimento da região amazônica ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente. A saúde se insere como tema no próprio texto do Tratado:

As Partes Contratantes decidem promover a coordenação dos atuais serviços de saúde de seus respectivos territórios amazônicos e tomar outras medidas que sejam aconselháveis com vistas à melhoria das condições sanitárias da região e ao aperfeiçoamento dos métodos tendentes a prevenir e combater as epidemias. (OTCA, 1978, Artigo VIII).

A OTCA é o instrumento de operacionalização do acordo e foi instituída por uma emenda ao Tratado em dezembro de 1998 e tem uma estrutura bem menos complexa que o Mercosul, mas com algumas similaridades. O órgão supremo do tratado é a Reunião de Ministros das Relações Exteriores, seguido pelo Conselho de Cooperação Amazônica - CCA é integrado pelos representantes diplomáticos de alto nível dos Países Membros do Tratado. Ainda há a Comissão de Coordenação do Conselho de Cooperação Amazônica - CCOOR que tem a função de realizar o seguimento do planejamento, programação e execução orçamentária da Secretaria Permanente e avalia as atividades desenvolvidas no âmbito do Tratado, e as Comissões Nacionais Permanentes - CNPs que são “... as instâncias encarregadas de aplicar as disposições do Tratado de Cooperação Amazônica, executar projetos e programas e implementar as decisões adotadas pelas reuniões de Ministros de Relações Exteriores e pelo Conselho de Cooperação Amazônica” (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, 2014). A saúde é representada nas Comissões Especiais da Amazônia, mas precisamente na Comissão Especial de Saúde da Amazônia – CESAM. No corpo burocrático da instituição, a saúde constitui uma das coordenações da Organização. Não foi possível neste estudo obter informações mais recentes sobre o financiamento da OTCA, mas dados do próprio Portal da Instituição apresenta para o ano 2000, um orçamento de pouco mais de um milhão de dólares. Se comparada aos orçamentos, por exemplo, da OPAS/OMS: US$ 256,245,000, PanAmerican Health Organization (1999); da OMS, cerca de US$ 2 bilhões, Burci, (2004), ambas para o biênio 2000-2001; e da OEA, US$ 88,156,100, Organization of American States (1999), para o ano de 2000, percebe-se um baixíssimo potencial de investimento da OTCA. Dessa forma, a Organização utiliza recursos de outras instituições, como é o caso do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, a Cooperação Técnica da OPS/OMS, FIOCRUZ, entre outros, para financiar o Projeto Sistema de Vigilância em Saúde 79

Ambiental na Região Amazônica, por exemplo. Com o surgimento da Unasul, a OTCA,

é parte integrante do Comitê Coordenador de Conselho de Saúde Sul-americano. A Unasul foi constituída a partir de Tratado entre os doze países que constituem a América do Sul, em maio de 2008 . O objetivo do fórum, conforme o Tratado é (União das Nações Sul-Americanas, 2008):

[...] construir, de maneira participativa e consensuada, um espaço de integração e união no âmbito cultural, social, econômico e político entre seus povos, priorizando o diálogo político, as políticas sociais, a educação, a energia, a infraestrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas a eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no marco do fortalecimento da soberania e independência dos Estados. (Unasul, 2008, Artigo 2).

Ou seja, é uma instituição de caráter político, com estrutura simples e mais ágil para tomada de decisão do que o Mercosul, que por seu objetivo de mercado comum demanda uma complexa teia de estruturas de discussões e acordos. Compõe a estrutura da Unasul: a) Conselho de Chefes de Estado e de Governo; b) Conselho de Ministros das Relações Exteriores; c) Conselho de Delegados; e d) Secretaria Geral. Além desses foram criados os conselhos ministeriais setoriais, entre eles o Conselho Sul-Americano de Saúde - CSS, composto por ministros da saúde dos países membros, tendo como objetivo “... consolidar a América do Sul como um espaço de integração em saúde que contribua para a saúde para todos e ao desenvolvimento, incorporando e integrando os esforços e avanços sub-regionais do MERCOSUR, ORAS CONHU y OTCA”. (União das Nações Sul-Americanas, 2008). O CSS se propõe, dessa forma, a ser o elo entre os diversos fóruns regionais ao incorporar e integrar os avanços alcançados em cada um deles. Apesar de ser uma instituição bastante recente tem contribuído na atuação internacional dos países do bloco ao trabalharem em conjunto, por exemplo, em diversos temas da Assembleia Mundial da Saúde, com pronunciamento do bloco e alinhamento das posições (Apêndice F). No âmbito da Unasul, o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde – Isags, criada pelo Conselho de Chefas e Chefes de Estado e de Governo da Unasul, em 2010, a partir de proposta conferida pela Resolução n. 05/2009 do Conselho de Saúde Sul-Americano, pode ser um vetor importante no desenvolvimento de competências para o profissional que atua na área internacional da saúde não só brasileira, mas de toda região. Seu Estatuto, aprovado pela Resolução n. 02/2011 aponta como objetivo: 80

Constituir-se em um centro de altos estudos e debate de políticas para o desenvolvimento de líderes e de recursos humanos estratégicos em saúde, dirigido a fomentar a governança e a coordenação em saúde dos países da América do Sul e proporcionando insumos para articular a atuação regional em saúde global. (União das Nações Sul-Americanas, 2011).

Sendo um órgão intergovernamental de estudos sobre saúde global, o Isags tem o papel de promover estudos que possam trazer conhecimentos e direcionar caminhos para a FTS das áreas internacionais dos Ministérios da Saúde dos países que compõem a Unasul. Há, todavia, outros fóruns, onde a saúde se insere de forma pontual, ou mesmo onde as decisões tomadas afetam de alguma forma a área da saúde, como por exemplo, na ONU, com a Declaração de Compromisso sobre HIV/AIDS, em 2001 (Organização das Nações Unidas, 2001), a Declaração política sobre o HIV/AIDS, em 2006 (United Nations, 2006), a Declaração Política da Reunião de Alto-Nível da Assembleia Geral sobre Prevenção e Controle das Doenças Não Transmissíveis, em 2011 (United Nations, 2012), e mesmo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, acordados no ano 2000, para citar alguns exemplos diretos do tema saúde nesse fórum político. Em outros encontros setoriais, como os corpos diretores da Organização Mundial do Comércio – OMC, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI, entre tantos outros, são discutidos e acordados propostas que podem ter influência decisiva nos rumos da saúde global. Nesses debates, onde os principais atores não são da área da saúde, o profissional que atua na área internacional da saúde, que nesse caso não é o negociador do tema, se envolve pela necessidade de contribuir com informações a serem levadas em conta na hora da tomada de decisão. Além dos fóruns internacionais, onde os países cooperam em busca de consensos sobre os rumos da saúde global, o profissional que atua na área internacional também se envolve em situações relacionadas à cooperação técnica em suas diferentes vertentes: bilateral, triangular, com ou sem condicionantes, pontual, estruturante, entre outras. A história da cooperação internacional em saúde do Brasil, porém, ainda está para ser escrita. Há estudos relevantes sobre a cooperação recebida, como em Faria (1995) sobre a Fundação Rockfeller no começo do século XX ou na parceria com a OPAS (PanAmerican Health Organization, 2002), entre outros. 81

O compartilhamento das experiências da saúde brasileira, principalmente com países em desenvolvimento, a Cooperação Sul-Sul, contudo, carece de estudos mais gerais. Encontram-se, todavia, informações dispersas sobre a relevância essa cooperação, por exemplo, em pronunciamentos de outros países na AMS, agradecendo ao Brasil pelo apoio em determinada área; em alguns relatórios da AISA; no Sistema de Gestão de Projetos e Ações de Cooperação Internacional em Saúde – SISCOOP; nos memorandos de intenções na área da saúde, disponibilizados pelo MRE, nas páginas web da Agência Brasileira de Cooperação e em um esforço recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA. Todos, porém, isoladamente, apresentam limites. No entanto, em conjunto, podem indicar caminhos dessa cooperação. O MRE aponta 233 instrumentos de cooperação – entre memorandos de entendimentos, ajustes e acordos, entre 1928 e 2012, principalmente com países da América Latina, Caribe e África (Apêndice G). Há dificuldade, contudo, para averiguar quantos dessas intenções se transformaram em projetos e quantos desses foram executados. A busca por informações sobre projetos na área da saúde na ABC não ajuda nesse cotejamento, visto que não há como fazer comparação entre os dados, já que estes são superficiais: nome, vigência, tipo e o código do projeto com os organismos internacionais aos qual estão vinculados. No tocante à AISA, esta produziu dois relatórios de gestão, em 2009 e 2010, bastante informativos sobre as atividades de cooperação em andamento na área. O Relatório de 2009 apresenta um quadro claro e objetivo dos projetos por área temática e geográfica, além dos parceiros envolvidos no projeto. No entanto, esses relatórios apresentam um recorte temporal muito curto - principalmente em relação à área internacional, onde os tempos de elaboração e execução, visto o grande número de instâncias envolvidas – e, na pesquisa deste trabalho, não foram encontrados relatórios subsequentes que dessem continuidade a essa iniciativa. Outra iniciativa para auxiliar na coordenação desses projetos internacionais, o SISCOOP, poderia dar maior acuidade a uma análise da cooperação internacional na saúde. Contudo, o sistema apresenta várias lacunas de inserção de dados ou mesmo erros de digitação e, infere-se pela última atualização, que o sistema não está em uso. Dele, porém, observam-se tendências da cooperação internacional brasileira em saúde. Dos 114 projetos disponibilizados no sistema, em um período entre 1987 e 2012, a confiar-se nos dados inseridos, havia 2 cancelados, 2 suspensos, 8 concluídos, 26 em fase de negociação e 76 em execução (Apêndice H). A Figura 3, construída a partir dos dados desse sistema, mostra a seguinte distribuição geográfica: 82

Figura 3 - Cooperação Internacional da Saúde por Continente

África América do Sul 39% 32%

América Central e Caribe 29%

Fonte: SISCOOP, 2014.

Do ponto de vista dos interesses geopolíticos esse quadro se alinha às prioridades da Política Externa brasileira, como afirma Gaudêncio (2009, p. 20), em relação ao governo do presidente Lula:

Em relação à geopolítica, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva (Ministério das Relações Exteriores, 2007), em diversos discursos já declarou a América do Sul como prioridade máxima do seu Governo. Seguido a essa Região, destaca-se a África, notadamente aqueles países de língua portuguesa, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Gaudêncio (2009, p. 20).

Essa prioridade se mantem no governo da Presidente Dilma, conforme ela mesma declarou à Agência Brasil em 2011 (Giraldi, 2011), embora o gráfico acima mostre quantitativamente uma maior cooperação quantitativamente maior com a África. Uma questão, porém, permanece: e do ponto de vista sanitário, como, por exemplo, da proteção da população brasileira contra doenças trazidas por estrangeiros? Nesse contexto não há grandes similaridades. Dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Figura 4) mostra um impacto diferente:

83

Figura 4 - Percentual de migrantes para o Brasil por País

Argentina 4% França 3% Itália 5% Espanha 6%

Reino Unido 6%

Bolívia Estados Unidos 8% 25%

Portugal 11%

Paraguai Japão 12% 20%

Fonte: IBGE, 2010.

É possível afirmar, relevando-se as limitações que os dados do SISCOOP oferecem, uma atuação na área de cooperação internacional em saúde mais política do que sanitária, no sentido de atender as prioridades da política externa. Ao mesmo tempo percebe-se também que ela é mais solidária, visto que a maioria dos países com os quais o Brasil desenvolveu projetos de cooperação técnica tem condições socioeconômicas mais frágeis que o Brasil. Fica a impressão, porém, a partir dos dados coletados que a cooperação internacional em saúde é mais reativa aos interesses da Política Externa do que aos interesses sanitários. O profissional que atua na área internacional da saúde está diretamente envolvido nesse processo de cooperação na coordenação das demandas, interesses, fluxos, etc., assim como na articulação entre as autoridades e técnicos do país parceiro da cooperação e na negociação dos projetos. São vários os atores envolvidos a na cooperação técnica. No Ministério da Saúde e entidades a ele vinculadas, pelo menos 84 dois atores: a AISA e a área técnica. À AISA cabe intermediar o diálogo com a Agência Brasileira de Cooperação e esta com o país parceiro, que também envolve várias instâncias setoriais. Ainda podem estar envolvidas agências internacionais de fomento, que financiam as ações no seu total ou em parte, principalmente na cooperação triangular. Percebe-se nesse contexto a necessidade de maior controle das ações na área de cooperação com mecanismos confiáveis de coleta de dados que possam subsidiar estudos no sentido de entender e direcionar essa cooperação a partir dos interesses não só políticos, mas sanitários. Por outro lado, essa lacuna na memória das ações da área internacional da saúde, torna-se um ponto frágil da atuação da AISA que teria o papel de institucionalmente resguardar essa trajetória. Tem-se, desse modo, duas grandes áreas de atuações: a cooperação multilateral executada nos fóruns dos organismos internacionais e a cooperação técnica bilateral ou triangular, envolvendo, em geral, dois ou três países. Nelas encontramos com eixo comum as situações destacadas na análise sobre o Mercosul e que podem, com diferentes graus de complexidade, serem aplicados a toda ação do profissional que atua na área da saúde, ou seja, situações de coordenação, articulação e negociação.

Caráter disciplinar

O caráter disciplinar no desenvolvimento de competências está relacionado à capacitação de profissionais. Um primeiro aspecto a ser posto em discussão são as áreas de conhecimento envolvidas no trabalho do profissional que atua na área internacional. Como discutido no Capítulo I, tanto as definições para saúde global como para diplomacia da saúde apresentam lacunas na representação da ampliação da saúde como tema internacional. Por outro lado, há um aumento no número de cursos, seminários, oficinas, entre outros que visam, ao mesmo tempo em que capacita profissionais para a área, entender com mais exatidão o fenômeno da saúde como tema da arena global dos países e instituições. Procura-se entender também, nesse contexto, a saúde como elemento influenciador da tomada de decisão, mesmo em fóruns de caráter comercial como a OMC, que na Declaração de Doha, em 2011, estabelece que o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio, mas conhecido por sua sigla em inglês, TRIPS, não deve prevalecer sobre os interesses da saúde pública (Organização Mundial do Comércio, 2001), ou no caso brasileiro que 85 apesar de ser o maior produtor de tabaco foi um dos líderes da Convenção-Quadro de Controle do Tabaco. Entre esses e outros aspectos que ocorriam na agenda global, a maior complexidade que envolvia as discussões em fóruns internacionais, traz a tona a preocupação de organizar e conhecer as características da saúde como tema internacional. Um dos marcos dessas tentativas de debater o fenômeno é a reunião de Quebec, Canadá, em 1991, intitulada Saúde Internacional: um campo de estudo e prática profissional. O evento, organizado pela OPAS, o Ministério da Saúde e Bem- Estar do Canadá e o Ministério da Saúde e Serviços Sociais de Quebec reuniu sociólogos, economistas, ecologistas e professores universitários dos EUA, Canadá e alguns países latino-americanos, inclusive o Brasil (Pan American Health Organization, 1992). A reunião resultou também em uma publicação bastante ilustrativa dos debates que ocorriam no início da década de 1990 sobre a conceptualização de saúde internacional e a necessidade de qualificar profissionais para atuação na área, que em certa medida não se diferenciavam muito dos debates atuais, ou seja, o escopo do que seja saúde global e diplomacia da saúde, e das áreas e disciplinas envolvidas na capacitação, de modo geral, apresenta um caráter multidisciplinar. Sobre o tema da base disciplinar, nessa publicação, Frenk e Chacón (1992, p.213) afirmam:

A multifacetada natureza dos problemas e programas da saúde internacional requer o conhecimento das ciências sociais. Entre essas disciplinas das ciências sociais, as relações internacionais e áreas associadas, tais como geografia política, economia internacional, direito internacional e história da diplomacia são particularmente importantes. Cabe frisar que essa integração das disciplinas representa um passo a mais para além do que foi já alcançado pela saúde pública, que reúne disciplinas tais como epidemiologia, demografia, economia, sociologia, as ciências administrativas, direito e ética.20. (Frenk e Chacón, 1992, p.213).

E concluem com essa assertiva “consequentemente, a saúde internacional torna-se o ponto no qual as disciplinas das ciências sociais, incluindo as relações internacionais, e as ciências da saúde, especialmente aquelas relacionadas diretamente à saúde pública, convergem21”. Esse quadro se encaixa perfeitamente ao que hoje se

20 “The multifaceted nature of international health problems and programs requires a knowledge of the social sciences. Among these social science disciplines, international relations and associated areas such as political geography, international economics, international law, and diplomatic history are particularly important. It is worth noting that this integration of disciplines represents an additional step beyond what has already been achieved by public health, which brings together disciplines such as epidemiology, demography, economics, sociology, the administrative sciences, law, and ethics.” (Tradução nossa). 21 “Consequently, international health becomes the point at which the social Science disciplines, including international relations, and the health sciences, especially those directly linked to public health, converge.” (Tradução nossa). 86 define como saúde global e diplomacia da saúde, revelando as áreas de conhecimento necessárias à formação do profissional que atua na área internacional da saúde. Buss (1992, p.247), nessa mesma publicação, ao selecionar áreas, nas palavras dele uma lista incompleta, de temas a serem incorporados ao treinamento de programas de saúde internacional, segue a mesma linha de Frenk e Chacón (1992) da multidisciplinaridade envolvida na capacitação do profissional que atua na área de saúde internacional. Apesar de este estudo apontar a reunião de Quebec como marco dessas discussões, a saúde internacional já era objeto de estudo bem antes, como a criação da Divisão de Saúde Internacional na Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, em 1960 e da Sociedade Canadense de Saúde Internacional em 1977 (PanAmerican Health Organization, 1992). Iniciativa importante para o Brasil na área de saúde internacional foi o Programa de Treinamento em Saúde Internacional, lançado em 1985, pela OPAS, com a participação de brasileiros como integrantes da capacitação, tendo como eixo a cooperação oferecida pela OPAS aos países, segundo Rodriguez (1992). Essa autora aponta algumas características relevantes desse programa entre 1985, ano de seu lançamento, até 1991. Entre eles a diversidade da graduação dos participantes que incluía educadores, antropólogos, sociólogos, administradores, além daqueles da área biomédica. Outra importante característica desse Programa é a parte prática, onde os participantes unem teoria, reflexão e prática. Esse Programa continua em execução, nomeado atualmente como Programa Líderes em Saúde Internacional, com adequações aos novos tempos, como a utilização de aulas virtuais via web. Rodrigues Neto et al. (1992) descrevem proposta do Núcleo de Estudos em Saúde Pública – NESP, da Universidade de Brasília, para o desenvolvimento de programa em saúde internacional. Não foram encontradas nas pesquisas deste trabalho documentos que confirmassem a realização dessa iniciativa naquele período. Há um grande vácuo entre essas reflexões e as primeiras ações concretas no Brasil para o estudo e a capacitação de profissionais para atuarem na área internacional da saúde. Em 2006, a AISA, juntamente com a Fiocruz e o Ministério das Relações Exteriores, organizaram o Seminário de Saúde e Relações Internacionais, ocorrido em Brasília, entre 05 e 07 de junho. Nessa oportunidade, o então subsecretário geral de assuntos políticos do MRE, Embaixador Antônio Patriota, declara o interesse desse Ministério em estabelecer um Programa em Saúde Internacional, em possível parceria entre a Escola Nacional de Saúde Pública e o Instituto Rio Branco (Seminário de Saúde e Relações Internacionais, 2006). Essa iniciativa vem a se materializar em 2008 com o Curso de Especialização em Saúde Global e Diplomacia da Saúde e em 2012 com o 87

Mestrado nessa mesma área, porém, sem a parceria do Instituto Rio Branco, como desejado pelo Embaixador Patriota. Nesse período cresce o número de iniciativas voltadas à saúde global, como o Seminário Latino-americano: a saúde internacional, uma ferramenta para a Equidade, em 2007, em Rosário, Argentina; o Curso de Verão em Saúde Pública e Diplomacia do Instituto de Altos Estudos de Genebra; o Curso Oficina Saúde Internacional, Saúde Global e Diplomacia em Saúde, organizada pelo Organismo Andino de Saúde - Convênio Hipólito Unanue, em Lima, Peru, de 3 a 7 de Março de 2008; entre dezenas de outras iniciativas de cursos e eventos destinados à saúde global na Europa, Ásia e América. Esses cursos e eventos em geral contam nos seus programas discussões sobre a conceptualização de saúde global e diplomacia da saúde, história da saúde como tema internacional e os grandes temas da atualidade no escopo da saúde global. Alguns, como o caso dos cursos oferecidos pelo Instituto de Altos Estudos de Genebra, incluem treinamento prático, com simulações de negociações reais. Simulações ou situações- problemas, como o caso do Programa de Saúde Internacional da OPAS/OMS, tomada como base a afirmação de Perrenoud (1999) de que o desenvolvimento de competências está intimamente relacionado a situações reais, tornam-se ferramentas essenciais para capacitação de profissionais que atuam na área internacional. Ou seja, o desenvolvimento de competência demanda a intersecção de saberes, habilidade, conhecimento, aplicados em situações reais. O conhecimento, isolado, apenas teórico, não é suficiente para desenvolver competências profissionais. No caso do profissional que atua na área internacional da saúde no Brasil, principalmente na AISA, a formação acadêmica dos que ali atuam é bastante variada. Dados obtidos de arquivos pessoais, de diferentes períodos da AISA, 2007 e 2012, mostram que os profissionais que ali trabalham ou trabalharam, possuem diferentes formações, mas sendo a maioria graduadas na área de ciências humanas (Apêndice I). Ao se concordar com a multidisciplinaridade na saúde global, toma-se como uma vantagem a seleção de profissionais do órgão, ao trazer saberes de áreas diferentes para compor seu quadro de funcionários. Porém, há a necessidade, nesse caso, de tornar esses saberes ativos e voltados à saúde como tema internacional. Essa junção de saberes em direção ao desenvolvimento de competências para se exercer as atividades relativas à saúde internacional, necessita de espaços que unam os conhecimentos teóricos, aos práticos, para além do saber, como afirma Le Boterf (1994) um saber entrar em ação, o desempenho (perfomance). 88

Nesse contexto apresentado, tomando como base o caráter disciplinar no desenvolvimento de competências, percebe-se que a capacitação do profissional que atua na área internacional da saúde deve ser pautada na multidisciplinaridade, tendo como foco saberes teóricos e práticos, que fortaleçam a capacidade de atuação na coordenação, articulação e negociação das ações internacionais no escopo da saúde global. O objetivo é que o profissional que atua na área internacional da saúde esteja preparado para enfrentar situações diversas que surgem nas negociações em fóruns internacionais. Nesse ponto Fischer na introdução da publicação Negotiating Health Development: a guide for practitioners (Drager et al. 2000) afirma:

Estar preparado não significa que você tenha um discurso escrito bem polido para oferecer. Também não significa que você tenha planejado um caminho particular para através da floresta à frente. Significa que você entende o terreno e que você possui algumas ferramentas, comparáveis a um mapa e uma bússola, para ajuda-lo a você e aos outros através de qualquer pântano e matagais que possam encontrar.22 (Drager et al. 2000, p. 1).

Esse direcionamento e as ferramentas, ou seja, aonde ser quer chegar e os recursos necessários para tal fim (saberes, estrutura), é o tema que permeia todo este trabalho, a necessidade da definição de uma estratégia em longo prazo para atuação na saúde internacional, a partir da qual as capacitações do profissional que atua na área da saúde devam ser desenvolvidas, inclusive as disciplinas necessárias para capacitação desse profissional.

Avaliação

O último eixo do desenvolvimento de competência a ser discutido talvez seja o mais controverso. A avaliação é sempre um tema difícil em virtude das limitações que as ferramentas utilizadas oferecem para o avaliador. No escopo deste estudo a avaliação toma o sentido dado por autores como Roegiers et al. (2004), Perrenoud (1999) e Le Boterf (1994), ou seja, avaliar uma competência implica medir a qualidade de uma tarefa e a eficácia do produto final. De Ketele (2006) reflete que nesse sentido o primeiro passo a ser tomado pelo avaliador é identificar as situações-problemas a serem avaliadas. Essa identificação não se limita, no entanto, a detecção passiva dos problemas, mas uma avaliação

22 “Being prepared does not mean that you have a polished, written speech to give. Nor does it mean that you have planned one particular path through the woods that lie ahead. It means that you understand the terrain and that you have some tools, comparable to a map and a compass, to help guide you and others through whatever swamps and thickets you might encounter.” (Tradução nossa). 89 diagnóstica da situação no intuito de agir sobre o contexto. Guerra (2002, p. 186) afirma que essa avaliação comporta os seguintes questionamentos: a) o conhecimento da amplitude do problema; b) a definição, em termos operativos, dos participantes e beneficiários do projeto; e c) a definição das melhores estratégias. Ou seja, conhecer os problemas e seus atores a fim de definir estratégias para atingir determinado objetivo. Tomando como base a análise do conjunto de situações em que se insere o profissional que atua na área internacional da saúde, percebe-se como eixos dessas situações-problemas atividades baseadas na coordenação, articulação e negociação nas quais o profissional que atua na área internacional da saúde deve exercer seu trabalho. Como exemplo ilustrativo desse contexto, pode-se supor a seguinte situação: dado determinado fórum, com determinadas instruções, o profissional que atua na área internacional de saúde é capaz de realizar negociações de forma eficaz para que o resultado seja o mais próximo possível das instruções dadas? Ou mesmo, no caso em que esteja assessorando determinada área técnica nas negociações, ele exercerá sua função adequadamente para que a tomada de decisão seja baseada em evidências? Não se trata aqui de que o profissional alcance todos os objetivos das suas instruções, visto que se trata de negociações com entidades autônomas e com decisões que muitas vezes estão além do se escopo de decisão. Trata-se, sim, do desempenho do profissional e do resultado possível. No caso de qualificação para o profissional que atua na área internacional da saúde, baseado em De Ketele (2006, p. 144), as competências trabalhadas, por exemplo, podem ser avaliadas pro meio de “... situação complexa que contenha quer informação essencial, quer assessória, ou mesmo desnecessária, como acontece nas situações da vida real”. Nas palavras desse autor “... isso implica a mobilização, a combinação e a aplicação dos mais importantes saberes e saber-fazer abordados...”, concluindo que isso se traduz “... num produto observável e avaliável”. No tocante, porém, ao recrutamento de pessoal, a legislação brasileira é bastante limitante, visto que o exercício de cargo público depende de concurso público e este baseia seus critérios de avaliação em conteúdos e não em competências. O Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, que institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, ao definir “... adequação das competências requeridas dos servidores aos objetivos das instituições, tendo como referência o plano plurianual”, tenta remediar essa situação, qual seja, capacitar os profissionais para o desenvolvimento de 90 competências. Não obstante, como visto acima, não foram identificadas na pesquisa deste trabalho, propostas da AISA para capacitação do seu quadro de funcionários. Apesar de ser uma últimas etapas de qualquer projeto, a avaliação deve ser pensada concomitantemente ao seu desenvolvimento, perguntando-se ao projetar metas, objetivos, atividades e tarefas: é possível avalia-los? Da mesma forma, é possível avaliar competências profissionais? Os autores vinculados aos estudos do desenvolvimento de competências citados neste trabalho responderão que, sim. Usando terminologias diferentes, como domínio, ação eficaz, habilidade adquirida, fazer frente à, realizar, poder executar, atuar, entre outros, esses autores inserem a avaliação como um dos eixos do desenvolvimento de competências, ou seja, se não for passível de avaliação não é competência. No entanto, mesmo adeptos do currículo e da gestão baseadas em competências, ainda tem dificuldades na definição de critérios que não se limitem a uma avaliação conteudística e, em geral, monoliticamente somativa. Dessa forma, infere-se que não se pode avaliar as competências por meio de conteúdos exclusivamente, mas, sim, os conteúdos podem também ser avaliados quando se avalia por competências. Para tanto, contudo, no caso do profissional que atua na área da saúde, é preciso ter um norte (aonde ser quer chegar em curto, médio e longo prazos: objetivos estratégicos da saúde como tema internacional); as situações envolvidas para alcance dos objetivos propostos; os recursos necessários (capacitações, estrutura, etc.), para se desenhar formas de avaliação que se adequem a identificar se esse profissional tem ou não as competências necessárias para atuar na área. Nesse sentido, Le Boterf (2006) propõe que um aspecto relevante da avaliação de competência profissional refere-se a sua vinculação à confiança. Esse autor propõe a avaliação a partir das três dimensões da competência ou do profissionalismo: a dimensão dos recursos disponíveis, a dimensão dos resultados que determinada competência produz e a dimensão da reflexividade. A primeira, como já debatido anteriormente, se refere aos conhecimentos, habilidades, recursos materiais, etc. O importante nessa dimensão é a capacidade da mobilização desses recursos para executar determinada função. A segunda se refere à pertinência de determinada ação na prática profissional, tendo-se em conta que não há uma maneira única de realizar atividades de forma competente. Por fim, a dimensão da reflexividade está relacionada à consciência do profissional do por que e do como agir, o que demanda capacidade de análise de sua prática. Independente dos caminhos trilhados, porém, a avaliação é ponto a ser lembrado concomitantemente ao desenvolvimento de competências. 91

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No campo teórico em que se insere o profissional que atua na área internacional da saúde, foram analisadas três áreas distintas do conhecimento: as competências profissionais, saúde global/diplomacia da saúde e Força de Trabalho em Saúde. Em relação à primeira área, destacam-se algumas características fundamentais como a inseparabilidade entre competência e a capacidade de ação. Porém não qualquer ação, já que esta está relacionada ao saber-agir com objetivos claros. Apesar de as diversas conotações que o termo competência recebe, dependendo da área de interesse, para o escopo deste estudo, as definições apresentadas por Le Boterf (1995, apud Rogiers et al., 2004) e Perrenoud (1999), analisadas a partir das suas funções essenciais, permitem compreender os aspectos relevantes do seu desenvolvimento. Os termos saúde global e diplomacia da saúde, conformando-se em áreas que envolvem a arena de ação do profissional que atua na área da saúde, apresentam inconsistências, imprecisões e lacunas que, todavia, não representam óbices ao desenvolvimento de competências profissionais para esses atores. Trata-se de áreas historicamente recentes e a academia tem produzido trabalhos no sentido produzir evidências mais concisas e precisas para fundamentá-las como campo de estudo. Nesse sentido, várias instituições em todo o mundo tem levado o tema a sério e cresce exponencialmente o número e a variedade de estudos na área. No Brasil também vem crescendo o número de artigos publicados sobre a saúde global ou temas da agenda internacional em saúde. Nesse sentido, há iniciativas bem sucedidas como o Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde – NETHIS, que agrega uma nova perspectiva às discussões sobre saúde global ao trazer a visão da bioética sobre a área e o Centro de Relações Internacionais em Saúde – CRIS/FIOCRUZ. Além disso, o País possui uma ampla rede de instituições de ensino e pesquisa reconhecidamente competentes. Caberia ao Ministério da Saúde, mais precisamente à AISA, o incentivo para que essas instituições se envolvam nas discussões sobre saúde global. Nesse caso, haveria a necessidade, já que como visto a AISA não possui orçamento próprio, de meios inovadores de financiamento de projetos, a partir, por exemplo, de uma maior articulação com as unidades gestores do Ministério da Saúde, como secretarias, agências, fundações e empresa. No tocante à Força de Trabalho em Saúde, quando se trata de saúde pública, sua definição necessita abranger diversos outros profissionais afora aqueles da área biomédica. Nesse rol se situa o profissional que atua na área internacional de saúde. No 92 contexto analisado, este encontra amparo nas definições de Machado (2012) que distingue profissional de saúde, trabalhador de saúde e trabalhador do SUS. Na primeira, que pressupõe formação na para o desempenho de atividades de cuidado em saúde, não é regra, visto que poucos profissionais que atuam na área internacional têm essa formação. Quanto as duas últimas, ambas o incluem, já que aquele profissional não necessariamente tem formação na área da saúde, mas trabalha nela e para ela, e ao ocupar posto no MS exerce atividades no Sistema Único de Saúde. A análise das definições de saúde global, diplomacia da saúde, competência profissional e Força de Trabalho em Saúde, dessa forma, contribuem para localizar aquele que exerce atividades na área de trabalho no seu escopo atuação. Na definição de quais as competências profissionais necessárias para o objeto deste estudo, é necessário ter em conta esses aspectos subjacentes a sua atuação, ou seja, ele é um trabalhador de Saúde e do SUS, desenvolve atividades em áreas complexas no campo prático e teórico – saúde global e diplomacia da saúde -, e essas competências envolvem a mobilização de recursos, objetivo/finalidade, um conjunto de situações, um caráter disciplinar e possibilidade de ser avaliadas. Ao examinar a realidade do contexto de ação do profissional que atua na área da saúde a partir das funções essenciais da competência, definidas por Roegiers (2010), percebe-se a necessidade de ajustes, adaptações, reconfigurações e tomada de decisões para se propiciar um ambiente propício ao desenvolvimento de competências profissionais. No campo da mobilização de recursos, o ponto central é saber mobilizá- los, associá-los para uma ação eficaz. Mas para mobilizá-los é necessário tê-los. Nessa categoria das funções essenciais percebem-se lacunas na estruturação da área internacional, nos meios para coordenar a atuação em fóruns internacionais, no desenvolvimento da cooperação técnica e na contratação e qualificação de pessoal. A área internacional do MS desde sua criação em 1950, ainda no escopo do Ministério da Educação e Saúde passou por diversos formatos, atribuições e relação hierárquica. Um ponto crucial é que a área permanece com a mesma estrutura formal desde anos de1990, apesar de o aumento da demanda e ampliação do foco de ação. Essa imobilidade organizacional também se reflete nos arranjos para recrutamento e capacitação de pessoal, já que a estrutura do próprio Poder Executivo como um todo, limita flexibilidades para a conformação dos quadros de pessoal específicos para cada setor. As dificuldades inerentes ao setor público brasileiro dificultam a reestruturação da área que lida com os temas internacionais, assim como para 93 recrutamento de profissionais para atuar na área. O mesmo pode ser dito quanto ao financiamento das ações no âmbito internacional. Demandam-se, dessa forma, soluções inovadoras e vontade política para que se viabilizem instrumentos de desenvolvimento da área internacional para uma atuação mais criteriosa, transparente e inclusiva das diversas áreas envolvidas. Um ponto importante destacado neste estudo é o Termo de Cooperação 41 entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde que se mostrou um mecanismo eficaz tanto para o financiamento da cooperação, da qualificação profissional, bem como fórum de discussão, aproximação e articulação entre as diversas áreas no campo da saúde que tratam da saúde global. No desenvolvimento de competências para o profissional que atua na área da saúde as capacitações em nível de pós-graduação são ferramentas que possuem aspectos importantes com relação aos conhecimentos, saberes, discussões sobre o tema. Percebeu-se que no campo dos recursos pessoais alguns conhecimentos são inerentes à área internacional da saúde, como a compreensão dos temas centrais da saúde global e suas implicações; proficiência, pelo menos, na língua inglesa; e domínio do funcionamento das instituições e seus fóruns de discussão. Além disso, algumas habilidades necessitam ser desenvolvidas com respeito à negociação e articulação sobre temas da saúde global. Contudo, esses conhecimento e habilidades por si só não dão conta do desenvolvimento de competências. Como visto, há que possuir os recursos, saber utilizá-los, associá-los e mobilizá-los. Isso para se atingir um objetivo, uma meta. Porém, não são claros os objetivos brasileiros no âmbito internacional. Encontram-se alguns indicadores por meio dos planos nacionais de saúde, mas de maneira fragmentária e pouco objetiva. Reafirma-se aqui que a arena internacional é recortada por uma ampla gama de interesses. É necessário capacidade de coordenação desde a harmonização dos interesses internos, articulando-se os atores em busca de objetivos comuns, para se construir um discurso uníssono do Brasil ao negociar com outras nações, organismos internacionais e demais atores da saúde global. A definição de competências e o desenvolvimento destas pelo profissional que atua na área, como indica a literatura estudada, é a forma hoje mais avançada para se ter profissionais capacitados para as complexas demandas da arena global. Conclui-se sobre a viabilidade do desenvolvimento de competências e da necessidade de levar em consideração as funções essenciais da competência na tomada 94 de decisão para levar o desafio a contento. Alguns movimentos nesse sentido demandam um alto grau de articulação e vontade política; outros, vontade de gestão. Uma sugestão inicial para esses estudos é o resgate histórico da atuação internacional do Brasil na área da saúde. A pesquisa feita para este trabalho a fim de identificar as origens dessa atuação internacional e da sua organização em estrutura oficial não foi uma tarefa simples. Os dados não se encontram facilmente disponíveis e há diversas lacunas documentais que indicam fragilidade em um aspecto fundamental das relações internacionais: memória institucional. Eles estão dispersos em vários órgãos, poucos no próprio Ministério da Saúde. Levando-se em conta a limitação deste trabalho, já citada anteriormente, a impossibilidade de fazer entrevistas, e essas dificuldades de obtenção de documentos, conseguiu-se um roteiro temporal e a certeza de que há uma história, ou mesmo histórias, a serem contadas. Uma pergunta que apareceu ao longo da pesquisa e que também merece ser avaliada, estudada e, quiçá, respondida é que apesar de serem apontadas deficiências nas estruturas da área internacional da saúde neste trabalho, vários estudos, artigos, notícias jornalísticas apontam o Brasil com um dos líderes desse ambiente da saúde global, conseguindo articular apoio em diversos continentes, suscitar a discussão de temas polêmicos nos fóruns internacionais e conduzir uma modalidade de cooperação diferenciada. A que se deve essa atuação bem sucedida? Ela é perene? Ela se mantém? É Institucional? Ou seria resultado de indivíduos audaciosos, ou um conjunto deles, que atuaram em conjunturas propícias? A última possibilidade de resposta à indagação inicial seria a menos satisfatória, visto ser a área internacional um ambiente bastante sensível, que envolve muitos atores, diversos ritos, memória e harmonização do discurso em um período de tempo mais longo, o que indica a institucionalidade como caminho único. No caso de verdadeira, estudar as estratégias desses indivíduos também seria uma forma de entender como e porque conseguiram ser competentes. Essas e outras questões, assim como diversas outras, fazem parte do contexto de atuação do profissional que atua na área da saúde. O objetivo deste trabalho, como apontado desde o início, não é definir as competências para esses profissionais. Essa é uma tarefa para gestores e os próprios profissionais. Nesse sentido, o desafio foi entender os aspectos que devam ser levados em conta nessa definição. A escolha das competências profissionais e das suas funções essenciais é feliz, desse modo, por duas razões principais: o consenso de diversos autores, instituições e governos da necessidade do desenvolvimento de competências e pela possibilidade de, por meio 95 delas, analisar diversos aspectos da atuação do profissional que atua na área internacional da saúde.

96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR FILHO, Wilson. A gestão do trabalho em saúde no MERCOSUL. 2012. 127 f. Dissertação – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: . Acesso em: 6 fev. 2014.

ALCÁZAR, Santiago Luis Bento Fernandez. A Inserção da Saúde na Política Exterior Brasileira. 2005. 198 f. Curso de Altos Estudos – Instituto Rio Branco, Brasília, 2005.

ALMEIDA, Célia. Base Conceituais e Analíticas da Saúde Global e Diplomacia da Saúde. Brasília - DF: [s.n.]. , 13 abr. 2013

AMARAL, Heklena Kerr. Desenvolvimento de competências de servidores na administração pública brasileira. Revista do Serviço Público, v. 57, n. 4, p. 549–563, out/dez 2006. Acesso em: 6 nov. 2014.

AMORIM, Celso et al. Oslo Ministerial Declaration—global health: a pressing foreign policy issue of our time. The Lancet, 4 fev. 2007. Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2014.

ARMANI, Domingos; BORGES, Taisa. Mobilizar para transformar a mobilização de recursos nas organizações da sociedade civil. São Paulo, SP; Recife, PE; Oxfam: Peirópolis, 2008.

ARTICULAÇÃO. In: AULETE, Caldas. Dicionário online Caldas Aulete. [S.l.]: Lexikon Editora Digital ltda, 2014. Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2014.

BIRN, Anne-Emanuelle. O nexo nacional-internacional na saúde pública: o Uruguai e a circulação das políticas e ideologias de saúde infantil, 1890-1940. Hist. cienc. saude- Manguinhos [online], v. 13, n. 3, p. 675, 2006. Acesso em: 6 fev. 2014.

BRASIL. 24.814. Decreto legislativo n. 24.814, de 14 de julho de 1934. , 14 jul. 1934.

BRASIL. 10.319. Decreto n. 10.319, de 22 de Agosto de 1889. , 22 ago. 1889.

BRASIL. 109. Decreto n. 109, de 02 de março de 1991. , 3 fev. 1991.

BRASIL. 19.127. Decreto n. 19.127, de 25 de Fevereiro de 1930. , 25 fev. 1930.

BRASIL. 4.477. Decreto n. 4.477, de 24 de janeiro de 1988. , 24 jan. 1988.

BRASIL. 61.519. Decreto n. 61.519, de 12 de Outubro de 1967. , 10 dez. 1967.

BRASIL. 65.253. Decreto n. 65.253, de 1o de outubro de 1969. , 10 jan. 1969.

BRASIL. 66.623. Decreto n. 66.623, 22 de maio de 1970. , 22 maio 1970.

BRASIL. 81.141. Decreto n. 81.141, de 30 de Dezembro de 1977. , 30 dez. 1977.

BRASIL. 94.973. Decreto n. 94.973, de 25 de setembro de 1987. , 25 set. 1987. 97

BRASIL. 974. Decreto n. 974, de 11 de maio de 1962. , 5 nov. 1962.

BRASIL. 34.596. Decreto no 34.596, de 16 de novembro de 1953. , 16 nov. 1953.

BRASIL. 5.151. Decreto no 5.151, de 22 de julho de 2004. , 22 jul. 2004.

BRASIL. 55.041. Decreto no 55.041, de 19 de novembro de 1964. , 19 nov. 1964.

BRASIL. 378. Lei n. 378, de 13 de janeiro de 1937. , 13 jan. 1937.

BRASIL. 8.745. Lei n. 8.745, de 9 de dezembro de 1993. , 12 set. 1993.

BRASIL. 11.355. Lei no 11.355, de 19 de outubro de 2006. , 19 out. 2006.

BRASIL. 150. Medida Provisória no 150, de 15 de Março de 1990. , 15 mar. 1990.

BRASIL. 83. Portaria n. 83 de 20 de fevereiro de 1978. , 20 fev. 1978.

BRASIL. 7. Recomendação n. 7 de 2012 do Ministério Público Federal. , 2012 a.

BRASIL. Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES. . [S.l.]: Ministério da Saúde. Disponível em: . , 2012b

BRASIL, MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República do Haiti para Implementação do Projeto “Instituto Haiti-Brasil de Reabilitação de Pessoas com Deficiência”. . [S.l.]: Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: . Acesso em: 5 maio 2014. , 2010

BRASIL, MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa Do Brasil e o Governo da República de Moçambique para Implementação do Projeto “Estudo de Viabilidade Técnico Econômico Para Instalação de Fábrica de Medicamentos em Moçambique para produção de medicamentos anti-Retrovirais e outros”. . [S.l.]: Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: . Acesso em: 5 abr. 2014. , 2005

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Planejamento estratégico do Ministério da Saúde : 2011 – 2015 : resultados e perspectivas. . [S.l.]: Ministério da Saúde. , 2013

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional de Saúde – PNS : 2012-2015. . [S.l.]: Ministério da Saúde. Disponível em: . Acesso em: 6 dez. 2014a. , 2011

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 1.129. Portaria 1.129, de 20 de setembro de 1993. , 20 set. 1993. 98

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 22. Portaria 22/2009. 2009.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 1.661. Portaria n. 1.661, de 06 de setembro de 1991. , 9 jun. 1991 a.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 1.965. Portaria n. 1.965, de 13 de outubro de 2003. , 13 out. 2003.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 101. Portaria n. 101 de 26 de fevereiro de 1954. , 26 fev. 1954.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 276. Portaria n. 276 de 22 de setembro de 1970. , 22 set. 1970.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 382. Portaria n. 382, de 03 de maio de 1991. , 5 mar. 1991 b.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 558. Portaria n. 558, de 19 de março de 2002. , 19 mar. 2002 a.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 93. Portaria n. 93, de 20 de abril de 1950. , 20 abr. 1950.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 1.157. Portaria No 1.157, de 9 de novembro de 1992. , 11 set. 1992.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 1.970. Portaria no 1.970, de 23 de outubro de 2002. , 23 out. 2002 b.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2.123. Portaria no 2.123, de 7 de outubro de 2004. , 10 jul. 2004.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2.123. Portaria no 2.123, de 7 de outubro de 2004.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 3.965. Portaria No 3.965 de 14 de dezembro de 2010. , 14 dez. 2010 a.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. 354. Portaria no 354, de 11 de agosto de 2006. , 8 nov. 2006.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Relatório de gestão 2009 da Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde. Relattório de Gestão. Brasília: Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde, 2010b. Disponível em: . Acesso em: 5 maio 2014.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Relatório de gestão 2010 da Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde. Relatório de Gestão. Brasília: Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde, 2011b. 99

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Reunião estimula parcerias internacionais em saúde. Cooperação Saúde Boletim da Atuação Internacional Brasileira em Saúde, v. 2, n. 1, p. 8, abr. 2010c. Acesso em: 5 mar. 2014.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Planejamento do SUS : Uma construção coletiva : Plano Nacional de Saúde (PNS) 2008/2009-2011. . [S.l.]: Ministério da Saúde. Disponível em: . Acesso em: 6 maio 2014d. , 2010

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria Executiva. Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Plano nacional de saúde um pacto pela saúde no Brasil - síntese. Brasília, DF: MS, 2005.

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE. A saúde no Mercosul. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Mais saúde: direito de todos : 2008-2011. Brasília, DF: Editora MS, 2008.

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE; SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO. Sistema de planejamento do SUS: uma construção coletiva : avaliação do desenvolvimento do Plano Nacional de Saúde, 2004-2007, um pacto pela saúde no Brasil. Brasília, DF: Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Subsecretaria de Planejamento e Orçamento, 2007.

BROWN, Theodore M.; CUETO, Marcos; FEE, Elizabeth. The transition from “international” to “global” public health and the World Health Organization. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 13, n. 3, p. 623–647, set. 2006. Acesso em: 12 ago. 2013.

BURCI, Gian Luca. World Health Organization. Hague, Netherlands : Frederick, MD: Kluwer Law International ; Distributed in North America by Aspen, 2004.

BUSS, Paulo Marchiori; LEAL, Maria do Carmo. Saúde global e diplomacia da saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 12, p. 0–0, dez. 2009. Acesso em: 12 ago. 2013.

CASTRO, Janete Lima De. Protagonismo silencioso: a presença da Opas na formação de recursos humanos em saúde no Brasil. [S.l.]: Observatório RH NESC/UFRN, 2008.

CHAGAS, Daiana Crús. Erradicando doenças: De projeto internacional ao sistema de vigilância epidemiológica – A erradicação da varíola no Brasil (1900-1970). 2008. 152 f. Dissetação de Mestrado – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2014.

CHAVES, Cleide de Lima. As Convenções Sanitárias Internacionais entre o Império brasileiro e as Repúblicas platinas (1873 e 1887). 2009. Tese de Doutorado – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

COOPER, Robert. The breaking of nations: order and chaos in the twenty-first century. New York: Grove Press, 2003.

CUETO, Marcos. International health, the early cold war and Latin America. Canadian 100 bulletin of medical history = Bulletin canadien d’histoire de la médecine, PMID: 18831142, v. 25, n. 1, p. 17–41, 2008.

CUETO, Marcos; PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. El valor de la salud: historia de la Organización Panamericana de la Salud. Washington, DC: OPS, 2004.

DAVIS, Charles Hall. Preamble to Constitution of the League of Nations. 1. ed. [S.l.]: The Virginia Law Register, 1919. v. 5. Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2014.

DE KETELE, Jean Marie. Caminhos para a Avaliação de Competências. Revista Portuguesa de Pedagogia, v. 40, n. 3, p. 135–147, 2006. Acesso em: 13 jun. 2014.

DRAGER, Nick; MCCLINTOCK, Elizabeth; MOFFITT, Michael. Negotiating Health Development: a Guide for Practitioners. 1. ed. Geneva: World Health Organization, 2000. v. 1.

FARIA, Lina Rodrigues De. Os primeiros anos da reforma sanitária no Brasil e a atuação da Fundação Rockefeller (1915-1920). Physis [online], v. 5, n. 1, p. 109–130, 1995. Acesso em: 6 jan. 2014.

FENNER, Frank (Org.). Smallpox and its eradication. Geneva: World Health Organization, 1988. (History of international public health, no. 6).

FERREIRA, José Roberto; CAMPOS, Francisco Eduardo; SANTANA, José Paranaguá. A evolução do desenvolvimento dos recursos humanos no setor saúde na América Latina. In: CURSO INTERNACIONAL DE ESPECIALIZACIÓN EN GESTIÓN DE POLÍTICAS DE RECURSOS HUMANOS EN SALUD - CIRHUS, 2010, Equador. Anais... Equador: OPAS, 2010.

FÜLÖP, Tamás; WORLD HEALTH ORGANIZATION. International development of health manpower policy. Geneva : [Albany, N.Y: World Health Organization ; obtainable from WHO Publications Centre], 1982. (WHO offset publication, no. 61).

GARCIA, Telma Ribeiro et al. Análise conceitual: considerações metodológicas. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 64, n. 6, p. 1150–1156, 2011. Acesso em: 18 ago. 2013.

GAUDÊNCIO, Sérgio. Tópicos para Atuação da Secretaria de Vigilância em Saúde no Âmbito Internacional. 2009. 48 f. Monografia de Especialização em Saúde Global e Diplomacia da Saúde – Fundação Oswaldo Cruz, Brasília, 2009.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012.

GIRALDI, Renata. Ao dar prioridade à América do Sul, Dilma deverá destacar importância de investir na área social. Agência Brasil, Brasília, 17 jan. 2011. Disponível em: . Acesso em: 6 jul. 2011.

GUERRA, Isabel Carvalho. Fundamentos e processos de uma sociologia de acção: o planeamento em ciências sociais. 2. ed. revista e aum ed. Cascais (Portugal): Principia, 101

2002.

HEALTH SERVICES. In: MEDICAL DICTIONARY [INTERNET]. Medical dictionary - by the Free Online Medical Dictionary, Thesaurus and Encyclopedia. [S.l: s.n.], [S.d.]. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2013.

LE BOTERF, Guy. Avaliar a competência de um profissional. Três dimensões a explorar. Reflexão RH, p. 60–63, jun. 2006. Acesso em: 6 set. 2014.

LE BOTERF, Guy. De la compétence: essai sur un attracteur étrange. Paris: Editions d’Organisation, 1994.

LE BOTERF, Guy; REUILLARD, Patrícia Chittoni Ramos. Desenvolvendo a competência dos profissionais. Porto Alegre: Artmed, 2003.

LIMA, Nísia Trindade; FONSECA, Cristina M. Oliveira; SANTOS, Paulo Roberto Elian Dos (Org.). Uma escola para a saúde. Rio de Janeiro, RJ: Editora Fiocruz, 2004.

MACHADO, Maria Helena. Trabalho e Emprego em Saúde. Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. 2a ed. rev. e ampliada ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz : Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, 2012. p. 259–276.

MACHADO, Nilson José. Sobre a Idéia de Competência. 2a ed. São Paulo: Escrituras Editora; 2010. 208 p.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARCONI, Nelson. Diagnóstico do sistema de serviço civil do governo federal do Brasil. In: VIII CONGRESSO INTERNACIONAL DEL CLAD SOBRE LA REFORMA DEL ESTADO Y DE LA ADMINISTRACIÓN PÚBLICA, a 31/10 2003, Panamá. Anais... Panamá: CLAD, a 31/10 2003. Disponível em: . Acesso em: 6 dez. 2014.

MELLO, Fátima. Democratização do processo decisório na formação da política externa brasileira. Fase, 2012. Disponível em: . Acesso em: 5 maio 2014.

MENDONÇA, Maria Elisabete Nascimento. Aprendizagem e Avaliação de Competências na Escola Moderna. 2007. 385 f. Disertação de Mestrado – Universidade da Madeira, Funchal, 2007. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2014.

MERCOSUL. Resolução GMC 151, de 1996. . [S.l.]: Mercosul. , 1996

MERCOSUL. Tratado de Assunção - Tratado para a Constituição de um Mercado Comum entre a República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República do Uruguai. . [S.l: s.n.]. , 26 mar. 1991

MERRILL, Jacqueline et al. A history of public health workforce enumeration. Journal 102 of public health management and practice: JPHMP, PMID: 14606184, v. 9, n. 6, p. 459–470, dez. 2003.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Relatório de Pesquisa “ A Inserção do MRE na Saúde”. Relatório de Pesquisa. Brasília - DF: Ministério da Saúde, 2006.

MORETTO, Vasco Pedro. Construtivismo - A Produção do Conhecimento em Aula. 5. ed. [S.l.]: Lamparina editora, 2011.

MULDER, Martin. Competência: essência e utilização do conceito em ICVT. Revista Européia de Formação Profissional, v. 40, n. 1, p. 5–23, 2007. Acesso em: 6 out. 2014.

MUSSA, Claudia; MALERBI, Fani Eta Korn. O impacto da atividade lúdica sobre o bem-estar de crianças hospitalizadas. Revista Psicologia - Teoria e Prática, v. 10, n. 2, 14 maio 2009. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2013.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração de compromisso sobre o VIH/SIDA - SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA GERAL SOBRE O VIH/SIDA 25-27 DE JUNHO DE 2001. . [S.l.]: Organização das Nações Unidas. Disponível em: . Acesso em: 13 abr. 2014. , 6 out. 2001

ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DE COOPERAÇÃO AMAZÔNICA. Tratado de Cooperação Amazônica. . [S.l.]: Organização do tratado de Cooperação Amazônica. Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2014. , 1978

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO. Declaração sobre TRIPS e Saúde Pública. . [S.l: s.n.]. Disponível em: . Acesso em: 5 ago. 2014. , 2001

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. TC 41 - Cooperação Internacional em Saúde. . [S.l: s.n.]. Disponível em: . Acesso em: 1 jan. 2014. , 31 mar. 2006

ORGANIZACIÓN DE LAS NACIONES UNIDAS. Carta de las Naciones Unidas. . [S.l.]: Organización de las Naciones Unidas. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2014. , 26 jun. 1945.

ORGANIZATION OF AMERICAN STATES. Program-Budget of the Organization 2000. . [S.l.]: Organization of American States. Disponível em: . Acesso em: 15 jul. 2014. , jun. 1999.

ORIS. Carta de Florianópolis - II Primer Encuentro Sudamericano de Cooperación Internacional en Salud. . [S.l: s.n.]. , 2005

ORIS. Declaración de Lima - Primer Encuentro Sudamericano de Cooperación 103

Internacional en Salud. . [S.l: s.n.]. , 2004

ORIS. III Encuentro de Oficinas de Relaciones Internacionales en Salud - Dcumento de Trabajo. . [S.l: s.n.]. , 2007

ORLANDI, Eni Pulcinelli. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas, SP, Brasil: Editora da Unicamp, 1992. (Coleção Repertórios).

OTCA. Comissões Nacionais Permanentes. . [S.l.]: OTCA. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2014. , [S.d.]

OTCA. Tratado de Cooperação Amazônica. . [S.l.]: OTCA. Disponível em: . Acesso em: 14 jun. 2014. , 1978

PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. Caminhos da saúde pública no Brasil. Rio de Janeiro, RJ : [Brasília, Brazil]: Editora Fiocruz ; Organização Pan- Americana da Saúde : Organização Mundial da Saúde, 2002.

PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION; PAN AMERICAN SANITARY BUREAU; WORLD HEALTH ORGANIZATION. Basic documents of the Pan American Health Organization. Washington, D.C.: Pan American Health Organization, Pan American Sanitary Bureau, Regional Office of the World Health Organization, 2012. Disponível em: . Acesso em: 22 maio 2014.

PAN AMERICAN SANITARY BUREAU; PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. International health: a North-South debate. Washington, D.C., U.S.A: Pan American Health Organization, Pan American Sanitary Bureau, Regional Office of the World Health Organization, 1992. (Human resources development series, no. 95).

PANAMERICAN HEALTH ORGANIZATION. Programa Budget. . [S.l.]: Pan American Health Organization. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2014. , Agosto 1999.

PERRENOUD, Philippe et al. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed Editora, 1999.

PERRENOUD, Philippe. Construir competências é viras as costas aos saberes ? Pátio. Revista pedagogica, v. 11, p. 15–19, nov. 1999. Acesso em: 6 dez. 2014.

PIRES-ALVES, Fernando A. et al. A cooperação técnica Opas-Brasil e o desenvolvimento de recursos humanos em saúde: trajetórias históricas e agendas contemporâneas. RECIIS, v. 4, n. 1, 31 mar. 2010. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2013.

PIRES-ALVES, Fernando; PAIVA, Carlos Henrique Assunção; HOCHMAN, Gilberto. History, health and its workers: from the international agenda to the Brazilian policies. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, n. 3, p. 819–829, jun. 2008. Acesso em: 12 ago. 104

2013.

PRENTZAS, G. S. The World Health Organization. New York: Chelsea House, 2009. (Global organizations).

RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE. In: VIEIRA, Mônica. Dicionário da Educação Profissional em Saúde. [S.l: s.n.], [S.d.]. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2013.

RODRÍGUEZ, Maria Izabel. The International Health Program of the Pan American Health Organization. International Health: a north-south debate. Washington, D.C.: Panamerican Health Organization, 1991. p. 127–149.

ROEGIERS, Xavier. L’école et l’évaluation des situations complexes pour évaluer les acquis des élèves. Bruxelles: De Boeck, 2010.

ROEGIERS, Xavier; KETELE, Jean-Marie De; HUANG, Carolina. Uma pedagogia da integração: competências e aquisições no ensino. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004.

ROPÉ, Françoise et al. Saberes e competências: o uso de tais noções na escola e na empresa. Campinas, SP: Papirus, 2001.

SANTANA, José Paranaguá De. Cooperação Sul-Sul na Área da Saúde: dimensões bioéticas. 2012. 204 f. Tese de Doutorado – Universidade de Brasília, Brasília - DF, 2012. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2014.

Seminário de Saúde e Relações Internacionais. In: SEMINÁRIO DE SAÚDE E RELAÇÕES INTERNACIONAIS, 07/06 2006, Brasília. Anais... Brasília: [s.n.], 07/06 2006.

STORCK, Veras Sueli. A reforma administrativa do governo Collor. Revista de Administração, v. 3, n. 27, p. 66–77, 1992. Acesso em: 15 jun. 2014.

SZE, Szeming. WHO: from small beginnings. . [S.l: s.n.]. Disponível em: . Acesso em: 17 jun. 2014. , 1988

TOVAR, Mauricio. ALAMES: Organizational Expression of Social Medicine in Latin America. Social Medicine, Social Medicine. v. 2, p. 125–130, 2007. Acesso em: 12 ago. 2013.

UNASUL. Resolução n. 02/2011. . [S.l.]: UNASUL. , 2011

UNASUL. Resolução n. 05/2009. . [S.l.]: UNASUL. , 2009

UNASUL. Tratado Constitutivo de la Unión de Naciones Sudamericanas. . [S.l.]: UNASUL. Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2014. , 23 maio 2008 105

UNITED NATIONS. Political Declaration of the High-level Meeting of the General Assembly on the Prevention and Control of Non-communicable Diseases. . [S.l.]: United Nations. Disponível em: . Acesso em: 4 mar. 2014. , 24 jan. 2012

UNITED NATIONS. Political Declaration on HIV/AIDS. . [S.l.]: United Nations. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2014. , 15 jun. 2006

WALT, G et al. The historical development of human resources policies in the health sector of four Caribbean territories: imitated or created? Health policy (Amsterdam, Netherlands), PMID: 12151136, v. 62, n. 1, p. 85–101, out. 2002.

WEINDLING, Paul. As origens da participação da América Latina na Organização de Saúde da Liga das Nações, 1920 a 1940. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online], v. 13, n. 3, p. 555–570, 2006. Acesso em: 6 jul. 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Annual Report on Human Resource. . [S.l.]: World Health Organization. Disponível em: . Acesso em: 6 nov. 2014a., 2014

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Report of the International Conference on Primary Health Care, jointly sponsored by the World Health Organization and the United Nations Children’s Fund, Alma-Ata - URSS, 6 to 12 September 1978. In: CONFERENCE ON PRIMARY HEALTH CARE, 1978, Geneva. Anais... Geneva: World Health Organization, 1978. Disponível em: . Acesso em: 4 maio 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Rules of Procedures of the World Health Assembly. . [S.l: s.n.]. Disponível em: . Acesso em: 22 maio 2014b. , 2014

WORLD HEALTH ORGANIZATION. The First Ten Years of the World Health Organization: 1948-1957. Geneva: [s.n.], 1958.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. The world health report 2006 working together for health. Geneva: World Health Organization, 2006. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2013.

XAVIER, Gabriela Costa. Novos rumos da Administração Pública eficiente: participação administrativa, procedimentalização, consensualismo e as decisões colegiadas. Jus Navigandi, v. 17, n. 3403, 25 out. 2012. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2014.

106

APÊNDICES Apêndice A - Estrutura e competências das áreas internacionais do MS – Perfil Histórico

Evento Legislação Denominação Função Subordinação Estrutura Competências Cria a Diretoria de Defesa Decreto legislativo Diretoria de Sanitária Internacional e 24.814, 14 de julho Defesa Sanitária da Capital da República de 1934 Internacional e da Capital da República Cria o Serviço Lei n. 378, de 13 Serviço destinado exclusivamente Antivenéreo das de janeiro de 1937 Antivenéreo das ao cumprimento de Fronteiras Fronteiras obrigações internacionais, E extinção da Diretoria de e que se constituirá Defesa Sanitária somente de Internacional e da Capital pessoal extranumerário. da República Cria a Comissão de Saúde Portaria nº 94, de Comissão de Assessoramento Departamento Membros designados dentro do I - Promover estudos sôbre quaisquer Internacional do 20 de abril de 1950 Saúde Nacional de próprio quadro do Ministério assuntos referentes à saúde Ministério da Educação e Internacional Saúde da Educação e Saúde Internacional, inclusive convênios ou Saúde acordos com outros países; II - Incrementar o intercâmbio de técnicos de saúde pública com os demais países, proporcionando-lhes facilidades para o conhecimento das organizações sanitárias visitadas; III - Articular-se devidamente com a Divisão de Atos e Congressos da Comissão de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, visando a indispensável uniformidade de ação; IV - Servir de órgão consultivo e de orientação sobre tudo que se refira a assuntos de saúde internacional; V - Manter estreito e constante entendimento com os organismos internacionais dedicados a assuntos de saúde, especialmente-com a Organização Mundial de Saúde e a Repartição Sanitária Panamericana; VI - Envidar esforços e tomar providências no sentido do cumprimento dos dispositivos 107

constantes de acordos sanitários subscritos pelo Brasil, e submeter à autoridade competente, após o indispensável estudo as resoluções aprovadas em reuniões internacionais de saúde, particularmente as que dizem respeito com a defesa continental; VII - Interessar-se junto às organizações sanitárias estrangeiras pela concessão de bolsas de estudo, velando pela distribuição criteriosa das mesmas; VIII - Propor justificadamente ao Ministro da Educação e Saúde, com a necessária antecedência, os nomes dos componentes das delegações que deverão comparecer às reuniões ou congressos internacionais de saúde; IX Organizar e manter atualizada uma biblioteca tão, completa quanto possível sôbre assuntos de saúde internacional. Designa novos membros Portaria 101, de 26 Comissão de da Comissão de Saúde de fevereiro de Saúde Internacional 1954 Internacional Cria o Ministério da Decreto nº 34.596, Serviço de compete manter organizadas e Saúde de 16 de novembro Documentação a fraqueá-las ao público, as coleções de 1953 Biblioteca de publicações nacionais e estrangeiros sôbre assuntos relacionados com as atividades do Ministério. Modifica o regimento do Decreto n° 974, de Serviço de Ministro de Estado da IV - estabelecer intercâmbio, no País Serviço de Documentação 11 de maio de Documentação Saúde e no estrangeiro, com entidades do 1962 do Ministério da oficiais ou particulares, interessadas Ministério da Saúde Saúde nos problemas da alçada do Ministério da Saúde.

108

Cria a Comissão de Decreto nº 55.041, Comissão de Assessoria Especial do Gabinete do Administrativo I - Emitir parecer sôbre propostas ou Assuntos Internacionais - de 19 de novembro Assuntos Gabinete do Ministro de Ministro - Diretor-Executivo designado minutas de convênios, acôrdos ou CAI de 1964 Internacionais - Estado e órgão de pelo Ministro entre ajustes destinados à execução de CAI deliberação coletiva funcionários técnicos de nível projetos ou programas que tenham a superior do Ministério participação técnica ou financeira de (utilizará os serviços do MS) entidades internacionais; Comissão II - Acompanhar a execução de I - um representante do medidas adotadas para a utilização, Ministério das Relações pelos órgãos do Ministério da Saúde, Exteriores; de recursos técnicos ou financeiros II - o representante do provenientes de convênios, acôrdos Brasil no Conselho Executivo ou ajustes internacionais e avaliar os da Organização Mundial de resultados dos respectivos Saúde; programas; III - o representante do III - Intensificar o intercâmbio para o Brasil no Conselho Diretor da desenvolvimento técnico de pessoal Organização Panamericana de por meio de bôlsas de estudo, Saúde; seminários reuniões, estágios, IV - o representante do missões, e conferências; Brasil no Comitê Executivo da IV - Opinar sôbre bôlsas oferecidas a Organização Panamericana de técnicos nacionais, para estudos no Saúde; exterior relativos à saúde pública, V - o Diretor-Geral do fixando critérios para sua aceitação Departamento Nacional de ou homologação, bem como Saúde; estabelecer normas gerais para VI - o Diretor-Geral do concessão de bôlsas pelos órgãos do Departamento Nacional de Ministério da Saúde, a técnicos Endemias Rurais; estrangeiros; VII - o Diretor-Geral do V - Opinar sôbre viagens ao exterior Departamento Nacional da de funcionários do Ministério da Criança. Saúde para participar de congressos, conferências e reuniões internacionais; VI - Expedir, com aprovação do Ministro de Estado, instruções para orientar os delegados e representantes que forem oficialmente autorizados a comparecer ou designados para participar de congressos, conferências e reuniões internacionais sôbre assuntos de Saúde Pública ou de ciência médica; VII - Coordenar as relações do Ministério da Saúde com entidades 109

internacionais, centralizando o recebimento e a expedição de comunicações notificações e da correspondência em geral; promovendo a coleta de dados a serem fornecidos pelos órgãos competentes do Ministério e elaborando as respostas que, com base nos mesmos, devam ser dadas, nos casos de pedidos de informações provenientes do exterior; VIII - Manter documentário de suas atividades colecionando atos, convênios, acôrdos, ajustes, correspondência trocada, informações obtidas e pareceres emitidos; coligindo dados sôbre o contrôle de projetos e programas e avaliação de seus resultados; sôbre bôlsas concedidas relacionando os beneficiados e os cursos concluídos; e sôbre teses e resoluções aprovadas em congresso, conferências e reuniões internacionais. Modifica a composição da Decreto nº 61.519, Comissão de Art. 3º. A C.A.I. passará a Comissão Art. 2º. O afastamento de Comissão de Assuntos de 12 de Outubro Assuntos integrar, como unidade I - representante do Ministério funcionário do Ministério da Saúde Internacionais e apresenta de 1967 Internacionais - especializada, a Secretaria das Relações Exteriores. para missão ou estudo no exterior, novas competências para o CAI Geral do Ministério da II - representante da Fundação especialmente nos casos de bôlsas de órgão Saúde, logo que esta esteja Ensino Especialização de estudos, somente será autorizado se instalada. Saúde Pública. ficar comprovado o interêsse do III - representante da serviço, mediante parecer Fundação Serviço Especial de fundamentado do órgão de lotação Saúde Pública. do servidor e à vista de IV - representante da Divisão pronunciamento conclusivo da de Segurança e Informações do C.A.I. Ministério da Saúde". Parágrafo único. O funcionário que se beneficiar com bôlsa de estudos firmará, perante seu chefe imediato, têrmo de compromisso de prestação de serviço ao seu órgão de lotação, durante o período de dois anos, e apresentará a C.A.I., no prazo de 30 dias, após o seu regresso, relatório dos resultados do curso realizado. Sem alteração Decreto nº 64.061, Comissão de Gabinete do 110

de 4 de Fevereiro Assuntos Ministro de 1969 Internacionais - CAI Decreto nº 64.476, Não encontrado o original de 21 de outubro de 1969 Cria a Coordenação de Decreto nº 65.253, Coordenação de § 5º - As atividades da Secretaria- Assuntos Internacionais e de 1º de Outubro Assuntos Unidade de Planejamento, Geral extinção da Comissão de de 1969 Internacionais - Avaliação, Pesquisa e Assuntos Internacionais CAI Programas Especiais, (em 120 dias) transferem-se-á Coordenação de Assuntos Internacionais, obedecendo à organização que fôr estabelecida de acôrdo com as disposições do convênio específico. Prorroga-se, por noventa Decreto nº 66.098, (90) dias, o prazo para de 20 de Janeiro de extinção da Comissão de 1970 Assuntos Internacionais Cria a Coordenação de Decreto nº 66.623, Coordenação de Secretaria-Geral Apoio Assuntos Internacionais de 22 de Maio de Assuntos Internacional de Saúde - CAIS 1970 Internacionais de Saúde - CAIS Estabelece o regimento da Portaria nº 276 de Coordenação de Secretaria-Geral Apoio I - Diretor-Executivo I - Secretaria: Coordenação de Assuntos 22 de setembro de Assuntos Internacional 1) - Secretaria a) atender as partes que pleiteiem Internacionais 1970 Internacionais de II - Secretaria Administrativa audiência do Diretor-Executivo, Saúde - CAIS 1) Setor de Acordos, dando-lhe conhecimento do assunto Convênios e Documentação; a tratar; 2) - Setor de Atividades b) organizar e promover a elaboração Especiais; dos expedientes a serem assinados 3) - Setor de Administração. pelo Diretor-Executivo; c) promover despachos interlocutórios, submetendo-os ao Diretor-Executivo, quando prontos para decisão; redigir exposição de motivos, portaria e ordem de serviço sobre assuntos específicos do Gabinete do Diretor-Executivo.

II - Secretaria Administrativa 1) Setor de Acordos, Convênios e Documentação: a) encaminhar aos órgãos do 111

Ministério as propostas de cooperação técnica e financeira, apresentadas por organismos internacionais, bilaterais e instituições estrangeiras, referentes a assuntos diretamente ligados às suas atribuições; b) encaminhar aos organismos internacionais, bilaterais e instituições estrangeiras as solicitações e propostas do Ministério da Saúde para colaboração técnica e financeira; c) coordenar os entendimentos entre os órgãos do Ministério da Saúde e os organismos internacionais, bilaterais e instituições estrangeiras, visando à elaboração de minutas de convênios, acordos e ajustes; d) coordenar as relações entre os organismos internacionais, bilaterais e instituições estrangeiras, com instituições públicas ou privadas, em matéria de saúde; e) manter um arquivo dos convênios, acordos e ajustes em vigor, referidos no item anterior, bem como os relatórios e demais informações resultantes das atividades em desenvolvimento; f) encaminhar aos organismos internacionais, bilaterais e instituições estrangeiras, informes, relatórios e publicações referentes aos convênios, acordos e ajustes em vigor; g) acompanhar, através de relatórios e informes especiais a execução dos acordes, convênios e contratos, visando ao pleno atendimento pelas partes contratantes dos compromissos assumidos; h) manter um arquivo dos convênios, acordos e ajustes entre o Ministério da Saúde e os organismos 112 internacionais, bilaterais e instituições estrangeiras, cuja vigência tenha expirado ou cuja atividade tenha sido interrompida ou concluída, bem como os respectivos relatórios e informes; i) manter devidamente colecionados, documentos legais e aqueles resultantes das reuniões dos órgãos diretores deliberativos dos organismos internacionais, bilaterais e instituições estrangeiras; j) manter, devidamente colecionados, informes, relatórios e publicações técnicas oriundas de organismos internacionais, bilaterais e Instituições estrangeiras. 2) Setor de Atividades Especiais: a) receber e processar as solicitações e ofertas de bilaterais de estudo no estrangeiro; b) receber e processar as solicitações para viagens de estudos, participação em congressos, conferencias reuniões técnicas, no estrangeiro; c) dar conhecimento As partes interessadas das exigências e decisões, instruindo-as sobre as providências necessárias; d) organizar e manter atualizado um cadastro de reuniões técnicas, congressos e conferências no Brasil e no exterior; e) manter um registro referente às balsas de estudo em vigência, e daquelas concluídas, bem como dos relatórios e informes dos participantes; f) dar conhecimento aos órgãos do Ministério e Serviços de Saúde dos Estados, Territórios e Distrito Federal, das oportunidades para bolsas de estudos no estrangeiro.

3) Setor de Administração 113 a) examinar, informar e instruir os processos relativos a direitos, vantagens, deveres e responsabilidades dos servidores em exercício na Coordenação; b) manter atualizado o registro da vida funcional do pessoal de que trata a alínea anterior; e) controlar a frequência do pessoal em exercido na Coordenação; d) manter atualizado o ementário da legislação e dos atos referentes à pessoal; e) confeccionar as folhas de pagamento dos servidores da Coordenação, pagos à conta de recursos próprios do órgão; f) elaborar todos os atos de admissão, dispensa, licenciamento, designação, elogio e penalidade, de competência do Diretor-Executivo; g) executar quaisquer outras tarefas, concernentes à administração do pessoal, que se façam necessárias ou que lhe sejam Cometidas pelo Diretor-Executivo; h) contabilizar os recursos orçamentários e extraordinários consignados à Coordenação; i) examinar e informar os processos de pagamento de despesas realizadas à conta de recursos consignados à Coordenação; j) efetuar os pagamentos de que trata a alínea anterior, desde que autorizados pelo Diretor-Executivo; l) organizar, informar e instruir os processos relativos à prestação de contas de suprimentos, encaminhando-os ao Diretor- Executivo, para aprovação; m) inscrever como responsável todo ordenador de despesas; n) manter atualizada a relação dos responsáveis por dinheiros públicos 114 e providenciar a comunicação de suas eventuais alterações aos órgãos competentes; o) preparar balancetes demonstrativos de aplicação de recursos consignados à Coordenação, encaminhando-os à Inspetoria Geral de Finanças, do Ministério da Saúde; p) encaminhar à Inspetoria Geral de Finanças, do Ministério da Saúde, cópia das notas de empenho e dos sub-repasses; g) encaminhar à Delegacia do Tribunal de Contes, mensalmente, relação dos responsáveis por aplicação de suprimentos, mantendo atualizado um fichário concernente aos supridos; r) apreciar e dar parecer sobre os planos de recursos; e) emitir notas de provisão e de empenhos, bem como os de suas anulações; t) elaborar as relações das despesas a serem inscritas na conta de “Restos a Pagar", a fim de serem submetidas à Inspetoria Geral de Finanças para fins de registro; u) atender em tempo hábil, as determinações do Tribunal de Contas da União; v) manter arquivados os documentos relativos à escrituração dos atos da receita a despesa, à disposição das autoridades responsáveis pela sua fiscalização; x) observar à legislação pertinente a aquisição, movimentação, alienação e escrituração de material e fiscalizar a sua aplicação; z) realizar licitações para a aquisição de material e prestação de serviços necessários à Coordenação; a1) minutar contratos e ajustes 115 referentes a material, a serem celebrados pela Coordenação; b1) conferir, receber, guardar, e controlar o material adquirido pela Coordenação; c1) escriturar os materiais recebidos a fornecidos, mantendo atualizado o fichário correspondente; d1) providenciar requisições de passagens e transportes necessários aos deslocamentos de servidores em objeto de serviço; e1) promover o conserto e a conservação dos bens móveis e imóveis pertencentes ao altivo da Coordenação; f1) encaminhar à Delegacia do Tribunal de Contas da União, no prazo de 48 horas, contados da data de sua formalização, cópias de editais de licitação, empenhos, contratos, cartas-contratos e dos atos de aprovação ou anulação dos mesmos; g1) minutar os termos de cessão, transferência inutilização ou extravio de material; h1) manter atualizado o cadastro dos bens móveis e imóveis da Coordenação; i1) providenciar o inventário anual dos bens patrimoniais da Coordenação; j1) organizar o sistema de manutenção, conservação e reparos dos meios de transportes e o plano do sua distribuição; l1) estabelecer um sistema de controle para a Saída e entrada de veículos na garagem e dos respectivos motoristas; m1) receber, registrar, classificar, expedir e arquivar a correspondência oficial, processos e documentos de qualquer natureza, emitidos ou 116

recebidos pela Coordenação; n1) promover por intermédio dos órgãos competentes, a publicação dos atos e decisões do Diretor- Executivo da Coordenação; o1) prestar informações sobre o andamento e despacho dos processos às partes interessadas; p1) fornecer, quando autorizado pelo Diretor-Executivo da Coordenação, atestados ou certidões de atos e decisões das autoridades da Coordenação Decreto nº 79.056, de 30 de dezembro de 1976 Dispõe sobre as Decreto nº 81.141, Coordenadoria Órgão de Assistência direta Ministro de cabe promover, coordenar, atribuições da de 30 de de Assuntos ao Ministro Estado acompanhar e avaliar a cooperação Coordenadoria de Dezembro de 1977 Internacionais de técnica, na área da saúde, com os Assuntos Internacionais Saúde (CAIS) organismos internacionais, governos de Saúde - CAIS e ou entidades estrangeiras. excluem-se da competência da Secretaria Geral (SG) do Ministério da Saúde as funções pertinentes à cooperação técnica e intercâmbio internacional em assuntos de saúde

Estabelece o Regimento Portaria 83 de 20 Coordenadoria Órgão de Assistência direta Gabinete do 1. Seção de Administração Art. 5º - A Seção de Administração Interno da Coordenadoria de fevereiro de de Assuntos ao Ministro - promover, Ministro 2. Serviço de Cooperação com compete: de Assuntos 1978 Internacionais de coordenar, acompanhar e Organismos Internacionais Internacionais de Saúde - Saúde (CAIS) avaliar a cooperação 3. Serviço de Cooperação I - registrar e manter atualizados os CAIS técnica na área da saúde, Bilateral atos relativos ao assentamento com organismos 4. Serviço de cooperação funcional dos servidores, na forma internacionais, Institucional da legislação pertinente; governos ou entidades Art. 39 - A Coordenadoria de II - promover, no que couber, as estrangeiras. Assuntos internacionais de medidas necessárias ao pagamento Saúde será dirigida por do pessoal, em exercício na Coordenador, os 5erviços e a Coordenadoria, encaminhando os Seção, por dados de interesse ao órgão Chefes. competente; III - receber, protocolar, registrar, fichar, classificar, expedir e arquivar 117 a correspondência oficial, processos e documentos de qualquer natureza; IV – zelar pela guarda e conservação dos processos, documentos e outros papéis oficiais; V - adquirir, receber, conferir, classificar a registrar bens e serviços; VI - fornecer dados para a elaboração da proposta orçamentária.

Art. 6º - Ao Serviço de cooperação com Organismos Internacionais compete:

I - auxiliar na promoção, orientação e coordenação das atividades de cooperação técnica e financeira com os organismos internacionais; II - examinar, informar e instruir o expediente originário desses organismos; III - avaliar as necessidades nacionais de cooperação técnica internacional e programa-la de acordo as prioridades do Ministério; IV - analisar e encaminhar as solicitações e oferecimentos de cooperação técnica financeira internacional; V - colaborar na elaboração e revisão das minutas de acordos a serem assinados com os organismos internacionais de saúde, VI - acompanhar a execução física e financeira dos acordos internacionais firmados e avaliar a assistência técnica recebida; VII - prestar assistência às delegações ou representações do Ministério a reuniões oficiais e promover o atendimento das resoluções aprovadas nas mesmas; VIII - instruir as consultas dos organismos internacionais sobre a designação de peritos brasileiros para 118 os seus quadros; IX - Programar a capacitação de recursos humanos no exterior, através de bolsas de estudos financiadas pelos organismos internacionais, de acordo com as prioridades estabelecidas pelo Ministério da Saúde; X - apreciar e encaminhar as solicitações dos organismos internacionais para o aperfeiçoamento de bolsistas estrangeiros nos País; XI – avaliar a utilização dos bolsistas brasileiros, após o seu retorno ao País; XII - opinar sobre o afastamento do País, de servidores do Ministério e órgãos vinculados, para viagens ao exterior, relacionadas a compromissos internacionais.

Art. 7º - Ao Serviço de cooperação Bilateral compete:

I - auxiliar na promoção, orientação e coordenação das atividades de cooperação técnica, e financeira com os governos estrangeiros e suas agencias; II - examinar, informar e instruir os expedientes governamentais estrangeiros; III - avaliar as necessidades nacionais de cooperação técnica bilateral e programá-las de acordo coma as prioridades do Ministério; IV - analisar e encaminhar as solicitações e oferecimentos de cooperação técnica e financeira bilateral, dando-lhes o devido encaminhamento; V - colaborar na elaboração e revisão das minutas de acordo de cooperação bilateral; 119

VI - acompanhar a execução física e financeira de acordos bilaterais e avaliar a cooperação recebida; VII - dar assistência às delegações ou representações do Ministério em reuniões previstas em acordos bilaterais; VIII - programar a capacitação de recursos humanos no exterior, através de bolsas de estudos financiadas pelos governos ou suas agências, de acordo com as prioridades estabelecidas pelo Ministério; IX - avaliar a utilização dos bolsistas brasileiros, após o seu retorno ao país; X - opinar sobre o afastamento do País de servidores do Ministério e órgãos vinculados, para viagens ao exterior, decorrentes de acordos bilaterais.

Art. 8º - Ao Serviço de cooperação Institucional compete

I - auxiliar na promoção, orientação e coordenação das atividades de cooperação técnica e financeira com instituições estrangeiras não governamentais; II - examinar, informar e instruir o expediente procedente do exterior, de caráter institucional ou individual; III - avaliar as necessidades de cooperação técnica inter-institucional a programá-la de acordo com as prioridades do Ministério; IV - examinar as solicitações a oferecimentos de cooperação inter- institucional e dar-lhes o devido encaminhamento; V - colaborar na elaboração e revisão das minutas de acordos com as 120 instituições estrangeiras; VI - acompanhar a execução física e financeira dos acordos inter- institucionais e avaliar a cooperação recebida; VII - opinar sobre pedidos de dispensa de ponto para comparecimento a congressos internacionais, no Brasil ou no exterior, formulados pelas entidades interessadas; VIII - opinar sobre o afastamento do País de servidores do Ministério e órgãos vinculados para viagens ao exterior, auspiciadas por instituições estrangeiras.

CAPITULO TV

Atribuições dos Dirigentes

Art. 9º - Ao Coordenador da Coordenadoria de Assuntos internacionais de Saúde incumbe:

I - exercer a coordenação, orientação e supervisão geral das unidades integrantes da Coordenadoria; II - encaminhar ao Ministro de Estado, para a devida aprovação, os planos e programas de trabalho da Coordenadoria; III - propor admissão de pessoal de acordo com a legislação em vigor; IV - apresentar ao Ministro de Estado relatório anual das atividades da Coordenadoria; V - colaborar com os demais órgãos do Ministério, com setores correspondentes da Administração Pública e com instituições particulares no campo da saúde.

Art. 10º Aos Chefes de Serviços e de Seção incumbe: 121

I - dirigir, orientar, coordenar e supervisionar os trabalhos dos servidores sob sua direção; II - submeter ao Coordenador proposta de normas e instruções para o melhor desenvolvimento das atividades da Coordenadoria.

Dispõe sobre as Decreto nº 94.234, Coordenação de Órgão de Assistência direta Ministro compete promover, coordenar, competências da CAIS e de 15 de abril de Assuntos ao Ministro acompanhar e avaliar a cooperação que esta será dirigida por 1987 Internacionais de técnica, na área de saúde, com um coordenador Saúde – CAIS organismos internacionais, governos ou entidades estrangeiras. Sem modificações Decreto nº 96.763, de 23 de setembro de 1988 Extingue áreas Medida Provisória Extingue-se a internacionais dos Órgãos nº 150, de 15 de área do Poder Executivo Março de 1990 internacional

Aprova o regimento Decreto nº 109, de interno do Ministério da 02 de maio de Saúde 1991 Criação da Coordenação- Portaria nº 382, de Seção de Apoio Administrativo Documento original não encontrado Geral de Assuntos 03 de maio de Divisão de Projetos Especiais da Saúde - 1991 Seção de Projetos I CAESA Seção de Projetos II Divisão de Análise Técnica Seção de Divisão de Análise I Seção de Divisão de Análise II Cria o Conselho de Portaria No 1.157, Cria-se o coordenar, acompanhar e Gabinete do Art. 2º Instituir que a a) coordenação das ações de Coordenação dos Projetos de 9 de novembro Conselho de controlar os projetos Ministro Coordenação-Geral de desenvolvimento institucional Internacionais de 1992 Coordenação dos internacionais e direcioná- Assuntos Especiais da Saúde - financiadas por esses projetos: Projetos los de acordo cem as CAESA, órgão subordinado ao b) coordenação das ações Internacionais diretrizes deste Ministério, Gabinete do Ministro de consolidadas de orçamento e bem como concentrar Estado, desempenhe as funções finanças desses projetos; e administrar es seus do secretaria executiva do recursos para a Conselho, com as seguintes implementação do Sistema atividades complementares: Único de Saúde - SUS Art. 3º São membros natos do 122

Conselho, o Chefe do Gabinete do Ministro, o Secretário-Executivo, o Secretário de Vigilância Sanitária, o Secretário de Assistência a Saúde, o Secretário de Administração Geral e os dirigentes das Entidades vinculadas ao Ministério da Saúde. Transfere a CAESA para a Portaria nº Secretaria Executiva 1.661, de 06 de setembro de 1991 Cria a Assessoria de Portaria GM n° Assessoria de Gabinete do Seção de Apoio Administrativo Documento original não encontrado Assuntos Especiais da 778, de 15 de julho Assuntos Ministro (SECAD) Saúde de 1993 Especiais da Divisão de Projetos Saúde - AESA (DPROJ) Serviço de Projetos I Serviço de Projetos II Serviço de Projetos III Divisão de Análise Técnica (DATEC) Serviço de Análise Técnica I (SAT I) Serviço de Análise Técnica II (SAT II) Serviço de Análise Técnica III (SAT III) Passa a Assessoria de Portaria no 1.129, Mantem-se o coordenar e acompanhar os Secretaria Art. 2, - Instituir que a a) coordenação das ações de Assuntos Especiais da de 20 de setembro Conselho de projetos internacionais c Executiva Assessoria de Assuntos desenvolvimento institucional Saúde a se subordinar à de 1993 Coordenação dos direcioná-los de acordo Especiais de Saúde passará a financiadas por esses projetos: Secretaria Executiva Projetos com as diretrizes deste ser subordinada ao Secretário- b) coordenação das ações Internacionais Ministério, bem como Executivo e que desempenhará consolidadas de orçamento e concentrar e administrar os as funções de secretaria- finanças desses projetos. seus recursos para a executiva do Conselho, com as implementação do Sistema seguintes atividades Único de Saúde - SUS, complementares. Art. 34 - São membros nato do Conselho, o Secretário- Executivo, o Chefe do Gabinete do Ministro, o Secretário de vigilância Sanitária, o Secretário de Assistência à Saúde, o 123

Secretário de Administração- Geral e os dirigentes das Entidades vinculadas ao Ministério da Saúde. Art. 44 - O Conselho se reunirá sempre que convocado pelo Secretário-Executivo e tratará, ordinariamente, dos assuntos relacionados em pauta previamente preparada pela Assessoria de Assuntos Especiais de Saúde, distribuída entre seus membros. Art. 59 - As atividades referentes a acordos de empréstimos, projetos, convénios firmados entre o Governo brasileiro e organismos internacionais, no âmbito do Ministério da Saúde e órgãos vinculados, serão coordenadas e articuladas, globalmente, a nível nacional, pela Assessoria de Assuntos Especiais de Saúde. Art. 64 - Subordinar a Gerência do PROJETO NORDESTE à Assessoria de Assuntos Especiais de Saúde. Cria a Assessoria de Decreto nº 2.477, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função Ao Gabinete do Ministro compete Assuntos Internacionais de 28 de janeiro de Assuntos Ministro DAS/FG VII – assessorar a direção dos órgãos de Saúde - AISA 1998 e Portaria Internacionais de 1 Chefe da Assessoria do Ministério na formulação de GM n° 2477 da Saúde 101.4 estratégias de colaboração com mesma data 2 Chefe 101.2 organismos internacionais. 6 Chefe 101.1 Acrescenta cargos Decreto no 3.496, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função comissionados (FG) à de 1º de junho de Assuntos Ministro DAS/FG AISA 2000 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 2 FG-3 Sem alterações Decreto nº 7.797 Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função 124

de 30 de agosto de Assuntos Ministro DAS/FG 2012 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 2 FG-3 Diminui 1 cargo Decreto no 4.194, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função comissionado (FG) da de 11 de abril de Assuntos Ministro DAS/FG AISA 2002 (Estrutura Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Regimental do Saúde 101.4 Ministério da 2 Chefe 101.2 Saúde) 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 2 FG-3 Define as competências da Portaria 1.970, de Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função Art. 13. À Assessoria de Assuntos AISA 23 de outubro de Assuntos Ministro DAS/FG Internacionais de Saúde compete: 2002 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria I - promover, articular e orientar as Saúde 101.4 negociações relacionadas à 2 Chefe 101.2 cooperação técnica, científica, 6 Chefe 101.1 tecnológica e financeira com outros 1 FG-1 países, organismos internacionais, 2 FG-2 Bancos de Desenvolvimento, 2 FG-3 Mecanismos de Integração Regional e Sub-regional nas áreas de competência do Ministério; II - articular a colaboração de peritos e de missões internacionais multilaterais e bilaterais, atendendo às diretrizes da Política Nacional de Saúde; e III - assessorar o Ministro de Estado, no País e no exterior, nos assuntos internacionais de interesse do Ministério. Art. 14. À Divisão de Projetos compete: I – promover e acompanhar a cooperação prestada ao exterior na área da saúde; II - assessorar autoridades e instituições nacionais de saúde em suas relações com contrapartes estrangeiras; 125

III – orientar e coordenar a elaboração de programas, projetos, ajustes e propostas de cooperação a serem prestadas; e IV – atender a demandas específicas e divulgar oportunidades de intercâmbio. Art. 15. Aos Serviços de Projeto I, II e III compete: I – examinar e encaminhar às áreas competentes as solicitações de cooperação internacional em saúde, apresentadas por interlocutores estrangeiros; II – acompanhar as discussões técnicas das diversas instâncias do Ministério da Saúde e auxiliar na definição das posições brasileiras relacionadas com a prestação da cooperação internacional em saúde; e Art. 16. À Divisão de Análise Técnica compete: I – promover, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores, programas e atividades de cooperação na área de saúde com instituições estrangeiras e organismos internacionais, Banco de Desenvolvimento e mecanismos de integração regional e sub-regional nas áreas de competência do Ministério da Saúde; II – propor e coordenar a participação do Ministério em reuniões internacionais; e III – assessorar na elaboração e analisar propostas, programas e projetos de cooperação internacional. Art. 17. Aos Serviços de Análise Técnica I, II e III compete: I – analisar e propor instrumentos de cooperação em saúde com governos estrangeiros, com órgãos de integração regional e sub-regional e com instituições estrangeiras e 126

organismos internacionais; II – apoiar as atividades voltadas para a elaboração de programas e projetos de cooperação; e III – divulgar eventos de caráter internacional, no âmbito do Ministério e adotar as medidas necessárias à participação dos representantes indicados. Diminui 1 cargo Decreto nº Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função comissionado (FG) da 4.726, de 9 de Assuntos Ministro DAS/FG AISA junho de 2003 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 1 FG-3 Modifica as competências Ministério da Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função Art. 13. À Assessoria de Assuntos da AISA Saúde – Gabinete Assuntos Ministro DAS/FG Internacionais de Saúde compete: do Ministro Internacionais de 1 Chefe da Assessoria I - promover, articular e orientar as Portaria nº 2.123, Saúde 101.4 negociações relacionadas à de 7 de outubro de 2 Chefe 101.2 cooperação técnica, científica, 2004 6 Chefe 101.1 tecnológica e financeira com outros 1 FG-1 países, organismos internacionais, 2 FG-2 mecanismos de integração regional e 1 FG-3 sub-regional nas áreas de competência do Ministério; II - articular a colaboração de peritos e de missões internacionais multilaterais e bilaterais, atendendo às diretrizes da Política Nacional de Saúde; e III - assessorar o Ministro de Estado, no País e no exterior, nos assuntos internacionais de interesse do Ministério. Art. 14. À Divisão de Projetos compete: I - promover e acompanhar a cooperação com Organizações Internacionais e Regionais e com países com menor desenvolvimento social relativo; II - assessorar autoridades, peritos e 127 instituições nacionais de saúde em suas relações com contrapartes estrangeiras; III - orientar e coordenar a elaboração de programas, projetos, ajustes e propostas de cooperação com Organizações Internacionais e Regionais e com países com menor desenvolvimento social relativo; e IV - atender a demandas específicas e divulgar oportunidades de intercâmbio. Art. 15. Aos Serviços de Projeto I, II e III compete: I - examinar e encaminhar às áreas competentes as solicitações de cooperação internacional em saúde, apresentadas por interlocutores estrangeiros; II - acompanhar as discussões técnicas das diversas instâncias do Ministério da Saúde e auxiliar na definição das posições brasileiras relacionadas com a prestação da cooperação internacional em saúde; e III - manter atualizado o banco de dados referente à documentação e informações de organismos internacionais e outros atores internacionais sobre cooperação em saúde. Art. 16. À Divisão de Análise Técnica compete: I - promover, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores, programas e atividades de cooperação na área de saúde com instituições estrangeiras e organismos internacionais, e mecanismos de integração regional e sub-regional nas áreas de competência do Ministério da Saúde; II - propor e coordenar a participação do Ministério em reuniões internacionais; e 128

III - assessorar na elaboração e analisar propostas, programas e projetos de cooperação internacional. Art. 17. Aos Serviços de Análise Técnica I, II e III compete: I - analisar e propor instrumentos de cooperação em saúde com governos estrangeiros, com órgãos de integração regional e sub-regional e com instituições estrangeiras e organismos internacionais; II - apoiar as atividades voltadas para a elaboração de programas e projetos de cooperação; e III - divulgar eventos de caráter internacional, no âmbito do Ministério, e adotar as medidas necessárias à participação dos representantes indicados. Sem alterações Decreto nº 5.678, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função de 18 de janeiro de Assuntos Ministro DAS/FG 2006 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 1 FG-3 Sem alterações Decreto nº 5.841, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função de 13 de julho de Assuntos Ministro DAS/FG 2006 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 1 FG-3 Sem alterações Decreto nº 5.974 Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função de 29 de novembro Assuntos Ministro DAS/FG de 2006 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 129

1 FG-3 Sem alterações Decreto nº 6.860, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função de 27 de maio de Assuntos Ministro DAS/FG 2009 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 1 FG-3 Sem alterações Decreto nº 7.135, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função de 29 de março de Assuntos Ministro DAS/FG 2010 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 1 FG-3 Sem alterações Decreto nº 7.336, Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função de 19 de outubro Assuntos Ministro DAS/FG de 2010 Internacionais de 1 Chefe da Assessoria Saúde 101.4 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 FG-1 2 FG-2 1 FG-3 Modifica a estrutura de Decreto nº 7.530 Assessoria de Gabinete do Função Cargo Função cargos da AISA de 21 de julho de Assuntos Ministro DAS/FG 2011 Internacionais de Saúde 1 Chefe da Assessoria 101.4 1 Assistente Técnico 102.1 2 Chefe 101.2 6 Chefe 101.1 1 Assistente I FG-1 2 Assistentes II FG-2 1 Assistente III FG-3 Diminui chefias da AISA Decreto nº 7.797 Assessoria de Gabinete do 1 Chefe da Assessoria de 30 de agosto de Assuntos Ministro 101.4 2012 Internacionais de 1 Assistente Técnico 102.1 Saúde 1 Chefe 101.2 4 Chefe 101.1 1 Assistente I FG-1 130

2 Assistentes II FG-2 1 Assistente III FG-3 Sem alteração Decreto nº 8.065, Assessoria de Gabinete do 1 Chefe de Assessoria 101.4 de 7 de agosto de Assuntos Ministro 1 Assistente Técnico 102.1 2013 Internacionais de 1 Chefe 101.2 Saúde 4 Chefe 101.1 1 Assistente I FG-1 2 Assistente II FG-2 1 Assistente III FG-3

131

Apêndice B – Quadro de Pessoal da Assessoria de Assuntos Internacionais da Saúde – AISA/GAB/MS (2013 e 2007)

2013 Cargo Servidor Vínculo DAS Não Sim DAS Não Sim DAS Sim Sim DAS Sim Sim DAS Sim Sim DAS Sim Sim DAS Sim Sim DAS Não Sim DAS Não Sim Sem cargo comissionado (CTU) Sim Sim Sem cargo comissionado (CTU) Sim Sim Sem cargo comissionado (CTU) Sim Sim Sem cargo comissionado (CTU) Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Sem cargo comissionado Sim Sim Empresa Não Não Empresa Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Consultor Não Não Fonte: formatado a partir da Página Web da AISA http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/aisa

132

Quadro de Pessoal da Assessoria de Assuntos Internacionais da Saúde – AISA/GAB/MS (2007)

2007 CARGO VÍNCULO CTU Sim CTU Sim CTU Sim CTU Sim CTU Sim DAS Sim - Requisitado DAS Sim DAS Sim DAS Sim DAS Sim DAS Sim- Requisitado DAS Sim DAS Sim DAS Sim - Requisitado DAS Sim DAS Sim DAS Sim DAS Sim Empresa Não Empresa Não Empresa Não Empresa Não Empresa Não Empresa Não Empresa Não Empresa Não Empresa Não Estagiário Não Estagiário Não Estagiário Não Estagiário Não FCT- 14 Sim FCT-14 Sim FCT-2 Sim FG-2 Sim Organismo Internacional Não Organismo Internacional Não Organismo Internacional Não Organismo Internacional Não Organismo Internacional Não Organismo Internacional Não Organismo Internacional Não Técnico em Cooperação Internacional Sim - Requisitado Fonte: formatado a partir de dados coletados de arquivos pessoais.

133

Apêndice C - Conferências Sanitárias Internacionais e Pan-Americanas

Ano Evento Local Participação brasileira Observações 1851 I Conferência Sanitária Paris, França Não Participou Internacional 1859 II Conferência Sanitária Paris, França Não Participou Internacional 1866 III Conferência Sanitária Constantinopla, Não Participou Internacional Turquia 1873 Congresso Sanitário Montevideo, a comitiva brasileira, além de ter o cônsul geral do Brasil no Uruguai, Internacional latino Uruguai Eduardo CarlosCabral Deschampes e os doutores em medicina Francisco americano Marques de Araújo Góes e JoséIgnácio de Barros Pimentel, trazia ainda o ministro das Relações Exteriores residente no Uruguai, Antonio Duarte de Araújo Gondim. 1874 IV Conferência Sanitária Viena, Áustria Não Participou Internacional 1881 V Conferência Sanitária Washington, DC, Senhor Torreão de Barros, Secretary of Legation and Chargé d’Affaires ad Internacional EUA interim at Washington 1885 VI Conferência Sanitária Roma, Itália M. Callado, envoye estraordinaire et ministri plenipotetiaire Internacional M. Le docteur D’Azambuja medecin des Falcutés de Paris et de Rio de Janeiro M. de Piza Ministre du Brésil a Paris 1887 Congresso Sanitário Rio de Janeiro, Sim Internacional latino Brasil americano 1888 Congresso Sanitário Lima, Peru Não Internacional latino americano 1892 VII Conferência Veneza, Itália Não Participou Sanitária Internacional 1893 VIII Conferência Dresden, Alemanha Não Participou Sanitária Internacional 1894 IX Conferência Sanitária Paris, França Não Participou Internacional 1897 X Conferência Sanitária Veneza, Itália Não Participou Internacional 1902 Primeira Conferência Washington, DC, Não Participou Fundação do International Sanitary Sanitária Internacional EUA Bureau, em 1923, Pan American Sanitary das Repúblicas Bureau Americanas 1903 XI Conferência Sanitária Paris, França M. de PIZA. Ministre du Brèsil a Paris Internacional 1905 Segunda Conferência Washington, DC, Não participou 134

Sanitária Internacional EUA das Repúblicas Americanas 1907 Terceira Conferência Ciudad de México, Oswaldo Gonçalvez Cruz Sanitária Internacional México das Repúblicas Americanas 1907 Fundação da Oficina Paris, França Egydio de Salles Guerra e Henrique de Csosta Lima The Committee held its first meeting in Paris on Internacional de Higiene 4-10 November 1908 at the French Ministry of Pública Foreign Affairs, and Santoliquido was elected its first Chairman. Only 9 member countries 169 were represented, although in later years nearly 60 were to adhere to the Rome Arrangement. 1909/1910 Quarta Conferência San José, Costa Rica Não participou Sanitária Internacional das Repúblicas Americanas 1911 Fifth International Santiago, Chile Dr. Ismael da Rocha, Sanitary Conference of Dr. Antonio Ferrari the American Republics 1911- XII Conferência Paris, França Henrique Convenção Sanitária Internacional 1912 Sanitária Internacional de Figueirado Vasconcellos 1920 Sixth International Montevideo, Dr. Raul Leitão da Cunha Sanitary Conference of Uruguai the American Republics 1920 Conferência Sanitária Londres, Inglaterra Convidado, mas não participou Subordinação da Oficina Internacional de Internacional Higiene Pública à Liga das Nações 1924 Seventh International Havana, Cuba Dr. Nascimento Gurgel. Código Sanitário Internacional Aprovado pelo Sanitary Conference of Dr. Raul Almeida Magalhães. Decreto nº 19.238, de 10 de Junho de 1930 the American Republics 1926 XIII Conferência Paris, França M. le Professeur Dr. Carlos Chagas, Directeur Général du Département. Convenção Sanitária Internacional Aprovada Sanitária Internacional National De la Santé Pnblique, Directeur de l' Institut Oswaldo Cruz; pelo Decreto nº 19.127, de 25 de Fevereiro de M. le Dr. Gilberto Moura Costa, 1930. 1927 Eighth International Lima, Peru Drs João Pedro de Albuquerque e Bento Oswaldo Cruz Sanitary Conference of the American Republics 1934 Ninth International Buenos Aires, Dr. Orlando Roças Sanitary Conference of Argentina Dr. Sérvulo Lima the American Republics 135

1938 XIV Conferência Paris, França Não participou Sanitária Internacional 1938 Tenth International Bogotá, Colômbia Dr. Joáo de Barros Barreto, Sanitary Conference of Dr. Raúl Godinho, Dr. Mario Pinotti. the American Republics 1942 Eleventh International Rio de Janeiro, Joáo de Barros Barreto, presidente; Sanitary Conference of Brasil Alberto Pires Amarante, Eder Jansen the American de Melo, Henrique de Beaurepaire Rohan Aragáo, Humberto Pascale, José Republics Monteiro Sampaio, Otavio Magalháes, Paulo Parreiras Horta; 1947 12ª Conferência Caracas. Venezuela Dr. Joáo de Barros Barreto (Jefe dela Delegación), Sanitária Pan-americana Dr. Almir de Castro, Dr. Augusto Leopoldo Ayroza Galváo (Asesor); Republics 1950 13ª Conferência Cidade de Trujilo, Brazil: Dr. Heitor Praguer Sanitária Pan-americana República Fróes, Dr. Ernani de Paiva Ferreira Braga, Dr. Mario Pmotti; Advisers: Dr. Dominicana Oswaldo Lopes da Costa, Dr. Waldemar Antunes, Mr. Antonio Houaiss 1954 14ª Conferência Santiago, Chile Delegado Sanitária Pan-americana Dr. Henrique Rodrigues Valle Assessor Dr. Frederico Carlos Carnauba 1958 15ª Conferência San Juan, Porto Rico Dr. Bichat de AJmeida Rodrigues Sanitária Pan-americana 1962 16ª Conferência Minneapolis, Chief of Delegation Jefe de la Delegación Sanitária Pan-americana Minnesota, EUA Dr. Bichat de Almeida Rodrigues Diretor Geral Departamento Nacional Delegate - Delegado Dr. Nelson Luiz de Araujo Moraes Diretor da Divisão de Orientação Técnica Fundação Serviço Especial de Saúde Pública 1966 17ª Conferência Washington, DC, Chief of Delegation - Jefe de la Deleaaci6n Sanitária Pan-americana EUA Dr. Raymundo de Britto Ministro da Saúde Delegates Dr. Archilles Scorzelli, Jr. Diretor Geral do Departamento Nacional de Saúde Dr. Manoel José Ferreira Diretor Geral do Departamento Nacional de Endemias Rurais Alternate Dr. Murillo Bastos Belchior Diretor Executivo Comissão de Assuntos Internacionais Advisers Dr. Paulo de Gdes Agregado Cientifico Embaixada do Brasil Washington, D. C. Dr. Gastão Cesar Andrade Assistente do Superintendente Fundação SESP 1970 18ª Conferência Washington, DC, Chief of Delegation - J e f e d e la Delegación Sanitária Pan-americana EUA Dr. Alfredo N. Bica S e c r e t s r i o d a Saúde Pública Delegates - Delegados Dr . Nilo Chaves de Brito Bastos Diretor do Departamento Nacional de 136

Profilaxia e Controle de Doenças Dr. Mathias J. Gama e Silva Assessor do Ministro Diretor Executivo Substituto da Comissão de Assuntos Internacionais Adviser Sr. Genaro Mucciolo Secretário da Missão do Brasil junto à OEA 1974 19ª Conferência Washington, DC, Chief of Delegarion - Jefe de la Delegacibn Sanitária Pan-americana EUA Dr. Paulo de Almeida Machado Ministro de Estado para os Negócios da Saúde Delegates - Delegados Dr. José Carlos Seixas Secretário Geral Dr. Álvaro José de Pinho Simões Diretor Executivo Coordenação de assuntos Internacionais de Saúde Dr. Oswaldo Lopes da Costa Presidente da Fundação Oswaldo Cruz Adviser - Asesor Mr. André M. Amado Second Secretary Mission of Brazil, OAS 1978 20ª Conferência St. George's, Chief of Delegarion - Jefe de la Delegacibn Sanitária Pan-americana Grenada Dr. Paulo de Almeida Machado Ministro de Estado da Saúde Delegates - Delegados Dr. Oswaldo Lopes da Costa Secretario Executivo, Conselho Nacional de Saúde Dr. Alfredo Norberto Bica Assessor para Assuntos Internacionais Dr. Antonio Carlos Coelho da Rocha Primer Secretário, Ministério das Relações Exteriores 1982 21ª Conferência Washington, DC, Chief Delegate - Delegado Jefe Sanitária Pan-americana EUA Dr. Waldyr Mendes Arcoverde Ministro de Estado da SaúdeDelegates - Delegados Sr. Marco Cesar Meira Naslausky Ministro Conselheiro, Missão do Brasil junto a OEA Dr. Alfredo Norberto Bica Assessor Técnico da Fundação Oswaldo Cruz Alternates and Advisers - Suplentes y Asesores Dra. Valerie Rumjanek Chaves Coordenadora de Assuntos Internacionais da Saúde Dr. Germano Mostardeiro Bonow Secretário de Estado da Saúde e do Meio-Ambiente do Rio Grande do Su1 Sr. João Frederico Abbott Galvão, Jr. Alternate Representative Missão do Brasil junto à OEA 1986 22ª Conferência Washington, DC, Chief Delegate - Delegado Jefe Sanitária Pan-americana EUA Dr. Roberto Figueira Santos Ministro de Estado da Saúde Delegates - Delegados Dr. Joao Bosco Rennó Salomon Coordenador de Assuntos Internacionais da Saúde Dr. Geniberto Paiva Campos Diretor da Divisão Nacional de Doenças Crônico-Degenerativas Alternate and Adviser 137

Secretário Marcos Bezerra Abbott Galvao Missão Permanente do Brasil Organização dos Estados Americanos 1990 23ª Conferência Washington, DC, Chief Delegate - Jefe de Delegaci6n Sanitária Pan-americana EUA Dr. Alceni Guerra Ministro de Estado da Saúde Delegates - Delegados Dr. Joao Jose Candido da Silva Secretario Executivo do Conselho Nacional de Saúde Dr. Baldur Oscar Schubert Secretario Nacional de Vigilancia Sanitaria Alternates and Advisers - Suplentes y Asesores Dr. Ricardo Akel Secretario Nacional de Assistencia a Saude Dr. Alberto Szniter Gerente de Projetos de Saude Sr. Alexandre Ruben Milito Gueiros Primer Secretario Representante Alterno do Brasil a Organização dos Estados Americanos Washington, D.C. 1994 24ª Conferência Washington, DC, Sanitária Pan-americana EUA 1998 25ª Conferência Washington, DC, Dr. João Yunes Secretário de Políticas de Saúde Sanitária Pan-americana EUA Sr. Ernesto Otto Rubarth Coordenador, Assuntos Especiais da Saúde Dr. Pedro José de Novais Chequer Coordenador Nacional do Programa DST/AIDS Dra. Tania de Giácomo do Lago Assessora Especial do Ministro Coordenadora das Ações de Saúde da Mulher Sr. Luiz Arnaldo Pereira da Cunha Júnior Diretor do Departamento de Administração Fundação Nacional de Saúde Sr. Roberto Coutinho Representante Alterno Misión Permanente de Brasil ante la OEA 2002 26ª Conferência Washington, DC, Chief Delegate – Jefe de Delegación Sanitária Pan-americana EUA Dr. Otávio Azevedo Mercadante Secretário-Executivo Delegates – Delegados Dra. Beatriz Helena Carvalho Tess Diretora Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde Dr. Jarbas Barbosa da Silva Júnior Diretor do Centro Nacional de Epidemiologia Fundação Nacional da Saúde Alternates – Alternos Sr. Paulo Roberto Amora Alvarenga Secretário Representante Alterno da Missão do Brasil junto a OEA Dr. José Marcos Nogueira Viana Secretário Assessor Especial Secretaria de Estado de Comunicação de Governo da Presidência da República 2007 27ª Conferência Washington, DC, Chief Delegate – Jefe de Delegación Sanitária Pan-americana EUA Dr. Paulo Marchiori Buss Presidente Fundação Oswaldo Cruz 138

Delegates – Delegados Dr. Francisco Eduardo de Campos Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Dr. Eduardo Hage Carmo Diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica Alternates – Alternos Sr. Santiago Luís Bento Fernandez Alcázar Conselheiro Assessor Especial do Ministro da Saúde Sra. Juliana Vieira Borges Vallini Assessora Jurídica do Programa Nacional DST/AIDS Dr. Sérgio Gaudêncio Chefe da Divisão de Temas Multilaterais Sr. Daniel Ferreira Representante Alterno do Brasil junto à OEA 2012 28ª Conferência Washington, DC, Chief Delegate – Jefe de Delegación Sanitária Pan-americana EUA Dr. Alexandre Rocha Santos Padilha Ministro de Estado da Saúde Delegates – Delegados Sra. Fátima Gomes de Lima Chefe da Assessoria de Comunicação Social Sr. Felipe Costa do Amaral Assessor do Gabinete do Ministro Alternates – Alternos Dr. Paulo Gadelha Presidente da FIOCRUZ Dr. Jarbas Barbosa Secretário de Vigilância em Saúde Sra. Juliana Vieira Borges Vallini Assesora Internacional, Secretaria de Vigilância em Saúde Sr. Odorico Monteiro Secretário De Gestão Estratégica e Participativa Sra. Juliana de Paula Assessora da Secretaria De Gestão Estratégica e Participativa Sr. Alberto Kleimam Chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais Sr. Leandro Luiz Viegas Chefe da Divisão de Temas Multilaterais Sra. Rosana Neves Gerente-Geral da Agencia Nacional de Saúde Dr. Paulo Buss Diretor do Centro de Relações Internacionais da FIOCRUZ Mr. Breno Dias da Costa Representante Interino Missão Permanente do Brasil junto à OEA Sra. Gabriela Resendes Primeira Secretária Missão Permanente do Brasil junto à OEA Fontes: matriciado a partir de dados coletados em: Harvard Archieves: http://library.harvard.edu/university-archives; JStor: http://www.jstor.org/; Bibliothéque Nationale de France: http://www.bnf.fr/fr/acc/x.accueil.html; Organização Mundial da Saúde: http://whqlibdoc.who.int/; e Organização Pan-Americana da Saúde: http://www.bireme.br/php/index.php.

139

Apêndice D – Participação brasileira nos Comitês Técnicos Preparatórios para criação da Organização Mundial da Saúde Reuniões do Comitê Técnico Preparatório da formação da OMS Evento Data Reunião Item Assunto Participação 1ª 4 Election of vice-chairman Participação direta 2ª 1 General discussion Citado 3ª 1 General discussion Participação direta 1 Method of work Participação direta 5ª 3 Decision on Item 4 of the Agenda Participação direta 6ª 4 Purposes Participação direta 7ª 4 Title of the organization Participação direta 2 Functions Participação direta 8ª 4 Appointment of Sub-Committees Participação direta Technical 18/03 a 4 Committees Participação direta 12ª Preparatory 05/04 , 5 Advisory Committee Participação direta Committee 1946 3 Transitional Regional Arrangements Participação direta 14ª 4 Drugs and Biological Products Participação direta 5 Appointment of Sub-Committees Participação direta 17ª 1 Regional Offices Participação direta 20ª Y Agenda for the Conference 1 Participação direta San Francisco resolution and summary of events leading Citado Annex 1 up to the meeting of the technical preparatory committee Resolution of the Economic and Social Council of the Participação direta Annex II United Nations Steps leading to the convening of the International Citado 1 Introduction Health Conference 2 Opening of the Conference Participação direta 1 Name of the Organization Participação direta Filed Operation Participação direta Constitution of the World Health 19/06 a Chapter III -- Membership and Associate International Health Organization 5 22/07, Membership Conference 1946 Chapter XI. --'Regional Arrangements Participação direta Integration of existing international Não há registro health agencies with the World 2 Health Organization 1ª 3 Address by the Chairman Citado 2ª 6 Address by the President of the Conference Citado 140

Statements by Delegates on the General Participação direta 7 Attitudes of their Governments on the Report of the Technical Preparatory Committee 5ª 2 Election of Conference Officers Citado Election of Chairman of the Central Drafting Participação direta 7ª 2 Committee Consideration of the Report of Committee I: Participação direta 8ª 2 Scope and Functions Consideration of the Report of. Committee V: Regional Participação direta 10ª 2 Arrangements Resumption of Discussion on the Report of Participação direta 11ª 1 Committee V : Regional Arrangements Resumption of Discussion on the Report of Participação direta 12ª 3 Committee III: Legal Questions. Report of the General Committee on the Participação direta 14ª 1 Questions of the Appointment of Four Further Members of the Interim Commission. 17ª 3 Resolution of Appreciation Participação direta Annex 3 Participação direta 2 Acceptance of Credentials of Members Participação direta 7 Appointment of Executive Secretary Participação direta Appointment of Standing Committees Participação direta 5 19 a of the Commission First session of the 23/07, 1 Appointment of Standing Committees Participação direta interim comission 4 1946 of the Commission 5 Participação direta Election of Permanent Officer's Participação direta 1 of the Commission 3 5 Division of work Participação direta 4 3 Headquarters of the World Health Organization Participação direta 3 Huth Activities of UNRRA Participação direta 5 4 Pan American Sanitary Bureau Participação direta 04 a Committee on Health in Devastated Participação direta Second session of the 5 13/11, Areas interim comission 6 1946 Consideration of the Setting up of Other Participação direta 6 Committees 9 1 Headquarters of Interim Commission Participação direta Committee on relations Não há registro 1 3 Election of Viee-Chairnen Participação direta 141

Examination of the Agreement Participação direta 7 Article XIII: Statistical Services Participação direta United Nations Educational, Scientific and Cultural Participação direta 2 6 Organization Committee on epidemioly and

quarantine Quarantine Participação direta. 3

1 Revision and Consolidation of Existing Interna- Participação direta 4 tional Sanitary Conventions 1 Quarantine Participação direta 5 Delineation of Regional Arens Participação direta 2 10 Pnblie Health Services and Training of Staff Participação direta International Programmes in Combating Venereal Participação direta 11 Diseases Draft minutes of the sub-committee on negotiations with Participação direta Annex 22 UNRRA 2 5 Field Services Participação direta 5 5 Place and Date of Fourth Session Participação direta Appointment of Negotiating Committee Participação direta 31/03 a 6 2 Third session of the with UNESCO 12/04, interim comission 1 Report of the Committee on Headquarters Participação direta 1947 7 4 Report of Committee on Priorities Participação direta Place and Date of the Fast World Health Participação direta 8 6 Assembly 3 4 Ratification of the Constitution Participação direta Time and Place of the First World Health Participação direta 4 5 Assembly 30/08 a Fourth session of the 5 2 Time and Place of the World Health Assembly Participação direta 13/09, interim comission 1947 6 9 Election of a Third Vice-Chairman Participação direta Report of the Commission for Nutrition and Participação direta Annex II 2 Medical Sciences, Belem ; Hylean Amazon Project Commission 2 Statements on Ratification Participação direta 1 4 Appointment of Committees Participação direta Fifth session of the 22/01 a 7 Report of the Executive Secretary Participação direta interim comission 7/02, 1948 2 2 Time and Place of First Health Assembly Participação direta 3 3 Report of the Executive Secretary Participação direta 142

Epidemiology and public health statistics

Report by Dr. Shoneha Pasha on the 1947 Participação direta 4 2 Outbreak of Cholera in Egypt Report 'of the Executive Secretary Participação direta 5 3 Epidemiology and public health statistics Report of the Executive Secretary Participação direta 6 2 Malaria 8 1 Maternal and Child Health Programme Participação direta 1 Prospective Ratification by BraziL Participação direta Report of the Executive Secretary Participação direta 2 Epidemiology and public health statistics 9 Participação direta . At the suggestion of Dr. DR PAULA Souza, the meeting rose in

memory of the Mahatma.

Recommendations on Technical Activities Participação direta 10 2 for 1949: Preliminary Discussion Leprosy Recreation 14 7 Compromise Proposals Participação direta Budget for the World Health Organization Participação direta 15 1 for 1949 1 Ratification of the Constitution Participação direta 16 3 Final Report of the Fifth Session Participação direta 6 Agenda for Next Meeting Participação direta

Fonte: Arquivos da OMS.

143

Apêndice E – Nº de delegados brasileiros e norte-americanos na AMS

Assembleia Ano Delegados brasileiros Delegados norte-americanos MS MRE Soc. Civil Total Total WHA 1 1947 3 - - 3 22 WHA 2 1948 4 2 - 6 16 WHA 3 1949 2 1 - 3 13 WHA 4 1950 2 4 - 6 18 WHA 5 1952 3 1 - 4 14 WHA 6 1953 3 2 - 5 14 WHA 7 1954 3 - - 3 12 WHA 8 1955 3 - - 3 20 WHA 9 1956 3 1(?) - 4 13 WHA 10 1957 4 - - 4 19 WHA 11 1958 2 1 - 3 33 WHA 12 1959 2 1 - 3 18 WHA 13 1960 4 2 - 6 17 WHA 14 1961 - 2 - 2 19 WHA 15 1962 2 - - 2 16 WHA 16 1963 4 - - 4 14 WHA 17 1964 4 5 - 9 14 WHA 18 1965 5 1 - 6 17 WHA 19 1966 4 1 - 5 21 WHA 20 1967 5 2 - 7 21 WHA 21 1968 3 3 - 6 13 WHA 22 1969 4 1 - 5 20 WHA 23 1970 5 3 - 8 15 WHA 24 1971 4 3 - 7 17 WHA 25 1972 6 3 - 9 15 WHA 26 1973 4 4 - 8 16 WHA 27 1974 3 4 - 7 15 WHA 28 1975 3 2 - 5 12 WHA 29 1976 3 2 - 5 16 WHA 30 1977 2 1 - 3 12 WHA 31 1978 3 2 - 5 16 WHA 32 1979 WHA 33 1980 WHA 34 1981 WHA 35 1982 WHA 36 1983 WHA 37 1984 WHA 38 1985 WHA 39 1986 WHA 40 1987 WHA 41 1988 Dados não disponíveis nos arquivos da OMS WHA 42 1989 WHA 43 1990 WHA 44 1991 WHA 45 1992 WHA 46 1993 WHA 47 1994 WHA 48 1995 WHA 49 1996 WHA 50 1997 WHA 51 1998 WHA 52 1999 8 4 - 12 24 WHA 53 2000 10 6 - 16 29 WHA 54 2001 17 7 - 24 24 WHA 55 2002 10 8 - 18 22 WHA 56 2003 Dados não disponíveis nos arquivos da OMS WHA 57 2004 10 7 - 17 22 WHA 58 2005 12 3 - 15 19 WHA 59 2006 7 6 - 13 25 WHA 1ª SESSÃO ESPECIAL 2006 3 5 - 8 144

WHA 60 2007 09 7 1 17 26 WHA 61 2008 13 5 - 18 22 WHA 62 2009 11 08 2 21 25 WHA 63 2010 16 5 1 22 26 WHA 64 2011 18 14 1 33 27 WHA 65 2012 28 11 5 44 32 WHA 66 2013 19 9 - 28 35

145

Apêndice F - Intervenções do Brasil na Assembleia Mundial da Saúde da OMS WHA ANO COMITÊ Item da Agenda Participação no Tema Consultative Expert Working Group on Research and Development: Financing and Coordination Participação direta e como bloco (UNASUL) Prevention and control of noncommunicable diseases Participação direta  Outcomes of the High-level Meeting of the General Assembly on the Prevention and Control of Non-communicable Diseases and the First Global Ministerial Conference on Healthy Lifestyles and Noncommunicable Disease Control  Implementation of the global strategy for the prevention and control of noncommunicable diseases and the action plan WHO reform Participação direta e como bloco (UNASUL) Maternal, infant and young child nutrition Participação direta A Monitoring of the achievement of the health-related Millennium Development Goals: Item 13.5 of the Agenda (Documents A65/14, Participação direta A65/15 and EB130/2012/REC/1, resolution EB130.R3) (continued) • Progress in the achievement of the health-related Millennium Development Goals, and global health goals after 2015 (continued) • Implementation of the recommendations of the Commission on Information and Accountability for Women’s and Children’s Health (continued) 65 2012 Social determinants of health: outcome of the World Conference on Social Determinants of Health (Rio de Janeiro, Brazil, October Participação direta 2011): Item 13.6 of the Agenda (Documents A65/16 and EB130/2012/REC/1, resolution EB130.R11) Pandemic influenza preparedness: sharing of influenza viruses and access to vaccines and other benefits: report on the work of the Participação direta Advisory Group Implementation of the International Health Regulations (2005) Participação direta e como bloco (UNASUL) Health conditions in the occupied Palestinian territory, including east Jerusalem, and in the occupied Syrian Golan Voto a favor do relatório

Draft global vaccine action plan: Participação direta

Substandard/spurious/falsely-labelled/falsified/counterfeit medical products: report of the Working Group of Member States Participação direta e como B bloco (UNASUL) Elimination of schistosomiasis: Participação direta Disease eradication, prevention and control H. Prevention and control of multidrug-resistant tuberculosis and extensively drug- Participação direta. resistant tuberculosis (resolution WHA62.15)

Implementation of the International Health Regulations Participação direta e como bloco (UNASUL) The future of financing for who Participação direta Pandemic influenza preparedness: sharing of influenza viruses and access to vaccines and other benefits: Participação direta 64 2011 A Global immunization vision and strategy Participação direta Health system strengthening Participação direta Draft WHO HIV/AIDS strategy 2011–2015 Participação direta Health-related Millennium Development Goals: WHO’s role in the follow-up to the high-level plenary meeting of the sixty-fifth Participação direta e como 146

session of the United Nations General Assembly on the review of the Millennium Development Goals (September 2010) bloco (UNASUL) Prevention and control of noncommunicable diseases: WHO’s role in the preparation, implementation and follow-up to the high- Participação direta e como level meeting of the United Nations General Assembly on the prevention and control of noncommunicable diseases (September bloco (UNASUL) 2011) Substandard/spurious/falsely-labelled/falsified/counterfeit medical products Participação direta e como bloco (UNASUL) Health conditions in the occupied Palestinian territory, including east Jerusalem, and in the occupied Syrian Golan Votou a favor do relatório Child injury prevention Participação direta B Strategies for the safe management of drinking-water for human consumption Participação direta Youth and health risks Participação direta

Pandemic influenza preparedness: sharing of influenza viruses and access to vaccines and other benefits Participação direta Implementation of the International Health Regulations (2005) Participação direta Public health, innovation and intellectual property: global strategy and plan of action Participação direta e como bloco (UNASUL) Monitoring of the achievement of the health-related Millennium Development Goals Participação direta Health conditions in the occupied Palestinian territory, including east Jerusalem, and in the occupied Syrian Golan Votou a favor do relatório Infant and young child nutrition Participação direta A Counterfeit medical products Participação direta e como 63 2010 bloco (UNASUL) Organization of work Participação direta e como bloco (UNASUL) Strategies to reduce the harmful use of alcohol Participação direta International recruitment of health personnel: draft global code of practice Participação direta Chagas disease: control and elimination Participação direta Treatment and prevention of pneumonia Participação direta Chagas disease: control and elimination Participação direta B The election of the Director-General of the World Health Organization Participação direta

Organization of work Pandemic influenza preparedness: sharing of influenza viruses and access to vaccines and other benefits Participação direta Implementation of the International Health Regulations (2005) Participação direta Prevention of avoidable blindness and visual impairment 62 2009 A Primary health care, including health system strengthening Participação direta Medium-term strategic plan 2008–2013, including proposed programme budget 2010−2011 Participação direta Commission on Social Determinants of Health Participação direta e como bloco (UNASUL) Monitoring of the achievement of the health-related Millennium Development Goals 147

Climate change and health Prevention and control of multidrug-resistant tuberculosis and extensively drug-resistant tuberculosis Draft third report of committee A Participação direta e como bloco (UNASUL) Health conditions in the occupied Palestinian territory, including east Jerusalem, and in the occupied Syrian Golan Votou a favor do relatório B Public health, innovation and intellectual property rights: global strategy and plan of action Participação direta

Implementation of the International Health Regulations (2005) Participação direta Global immunization strategy Participação direta Climate change and health Participação direta A Prevention and control of noncommunicable diseases: implementation of the global strategy Participação direta Counterfeit medical products Participação direta 61 2008 Public health, innovation and intellectual property: draft global strategy and plan of action Participação direta Health conditions in the occupied Palestinian territory, including east Jerusalem, and in the occupied Syrian Golan Votou a favor do relatório B Monitoring achievement of the health-related Millennium Development Goals Participação direta International health and trade (resolution WHA59.26) Participação direta Fourth report of Committee A Participação direta Plenary Fifth report of Committee B Participação direta Evidence-based strategies and interventions to reduce alcohol-related harm Participação direta Tuberculosis control: progress and long-term planning Participação direta A Prevention and control of noncommunicable diseases: implementation of the global strategy Participação direta Workers’ health: draft global plan of action Participação direta Health conditions in the occupied Palestinian territory, including east Jerusalem, and in the occupied Syrian Golan Ausente, mas justificou a 60 2007 ausência Better medicines for children Participação direta B Public health, innovation, and intellectual property: progress made by the Intergovernmental Working Group Participação direta Better medicines for children Participação direta Sustaining the elimination of iodine deficiency disorders Participação direta) Strengthening pandemic-influenza preparedness and response, including application of the International Health Regulations (2005) Participação direta Eradication of poliomyelitis Participação direta Intellectual property rights Participação direta • Commission on Intellectual Property Rights, Innovation and Public Health: report • [Global framework on ]essential health research and development 59 2006 A HIV/AIDS: Participação direta • WHO’s contribution to universal access to HIV/AIDS prevention, treatment and care Nutrition and HIV/AIDS Participação direta Sickle-cell anaemia Participação direta Smallpox eradication: destruction of variola virus stocks Participação direta Prevention of avoidable blindness and visual impairment Participação direta 148

Infant and young child nutrition: quadrennial report Participação direta WHO’s contribution to implementation of the strategy for child and adolescent health and development Participação direta International trade and health Participação direta Health conditions in the occupied Palestinian territory, including east Jerusalem, and in the occupied Syrian Golan: progress report Participação direta e voto a B favor da resolução Outcome of the first session of the Conference of the Parties to the WHO Framework Convention on Tobacco Control Participação direta

Revision of the International Health Regulations Participação direta Poliomyelitis Participação direta Proposed programme budget 2006-2007 Participação direta Emergency preparedness and response; WHO’s core presence in countries Participação direta Smallpox Participação direta A Draft global immunization strategy Participação direta. Strengthening pandemic influenza preparedness and response Participação direta 58 2005 Antimicrobial resistance: a threat to global health security Participação direta Prevention and control of iodine deficiency disorders (Resolution WHA52.24) Participação direta Organization of work Participação direta Social health insurance Participação direta Health conditions of, and assistance to, the Arab population in the occupied Arab territories, including Palestine Votou a favor da resolução International Plan of Action on Ageing: report on implementation Participação direta B Public health problems caused by harmful use of alcohol Participação direta Achievement of health-related Millennium Development Goals Participação direta Fonte: formatado a partir de dados coletados nos Arquivos da Organização Mundial da Saúde http://apps.who.int/iris/handle/10665/25

149

Apêndice G - Atos bilaterais na área da saúde celebrados pela República Federativa do Brasil na Área da Saúde

País Título do Acordo Celebração Entrada em Situação vigor

França Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Francesa 15/02/2012 15/02/2012 Vigente

em Matéria de Cooperação de Saúde na Zona Transfronteiriça Brasil-Guiana Francesa Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República 31/01/2012 31/01/2012 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para a Implementação do Projeto “Apoio Técnico para a

Expansão e Consolidação da Rede Cubana de Bancos de Leite Humano” Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República 31/01/2012 31/01/2012 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para .a Implementação do Projeto “Fortalecimento da

Odontologia no Brasil e em Cuba - Fase 3” Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República 31/01/2012 31/01/2012 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para a Implementação do Projeto “Fortalecimento da

Organização da Pesquisa Clínica sobre Câncer” Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República 31/01/2012 28/05/2012 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para a Implementação do Projeto “Fortalecimento da

Odontologia no Brasil e em Cuba - Fase 3” Cuba AJUSTE COMPLEMENTAR AO ACORDO DE COOPERAÇÃO CIENTÍFICA, TÉCNICA E TECNOLÓGICA 31/01/2012 28/05/2012 Vigente

ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E Cuba Ajuste Complementar Ao Acordo De Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República 31/01/2012 31/01/2012 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para a Implementação do Projeto “Estabelecimento de

Substâncias de Referência para o Controle da Qualidade dos Medicamentos” Uruguai Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Oriental 30/05/2011 30/05/2011 Vigente

do Uruguai na Área da Saúde Organização Mundial de Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Organização Mundial da Saúde relativo à Realização da 27/04/2011 27/04/2011 Vigente

Saúde - OMS Conferência Mundial da Saúde Rio de Janeiro, Brasil, 19 a 21 de outubro de 2011. Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 05/10/2010 05/10/2010 Vigente Governo da República de Moçambique para Implementação do Projeto “Apoio ao Sistema de Atendimento Oral de

Moçambique – Implementação de Laboratório de Referência em Prótese Dentária em Maputo” Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 05/10/2010 05/10/2010 Vigente Governo da República de Moçambique para Implementação do Projeto “Apoio ao Desenvolvimento da Política

Nacional de Saúde Oral em Moçambique: Pesquisa em Saúde Oral - Maputo“ Haiti Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Governo da República Federativa 29/09/2010 29/09/2010 Vigente do Brasil e o Governo da República do Haiti para Implementação do Projeto “Instituto Haiti-Brasil de Reabilitação de

Pessoas com Deficiência” Guiné Bissau Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Governo da República Federativa 25/08/2010 25/08/2010 Vigente do Brasil e o Governo da República da Guiné-Bissau para Implementação do Projeto “Fortalecimento e Capacitação Técnica das Instituições de Saúde para Atendimento às Mulheres e Adolescentes Vítimas de Violência Baseada em

Gênero e Promoção de Saúde” Chile Protocolo de Intenções entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República do Chile para a 17/08/2010 17/08/2010 Vigente

Criação de Grupo de Trabalho de Cooperação em Matéria de Saúde 150

Venezuela Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República 06/08/2010 25/11/2010 Vigente

Bolivariana da Venezuela para Implementação de Planos de Erradicação da Febre Aftosa Venezuela Ata de Compromisso entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Bolivariana da 06/08/2010 06/08/2010 Vigente

Venezuela para o Financiamento do Projeto de Saneamento e Desenvolvimento Integral da Bacia do Rio Tuy Costa Rica Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 22/07/2010 08/12/2010 Vigente Governo da República da Costa Rica para Implementação do Projeto “Vigilância da Saúde e Sistemas de Informação

para a Vigilância” Costa Rica Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 22/07/2010 29/11/2010 Vigente Governo da República da Costa Rica para Implementação do Projeto “Incorporação de Terapias Não-Convencionais e Complementares nos Serviços de Saúde de Atenção Direta às Pessoas e Desenvolvimento de Estratégia de Saúde

Mental de Base Comunitária” Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 16/07/2010 16/07/2010 Vigente Governo da República de Moçambique para Implementação do Projeto “Implantação de Projeto Piloto de Terapia

Comunitária em Moçambique, como Recurso de Promoção da Saúde Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 16/07/2010 16/07/2010 Vigente Governo da República de Moçambique para Implementação do Projeto “Fortalecimento das Ações de Prevenção e

Controle do Câncer em Moçambique. Zâmbia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 08/07/2010 08/07/2010 Vigente Governo da República da Zâmbia para Implementação do Projeto “Fortalecimento do Plano Nacional Estratégico para

HIV/AIDS” Zâmbia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 08/07/2010 08/07/2010 Vigente Governo da República da Zâmbia para Implementação do Projeto “Treinamento e Capacitação dos profissionais da

Saúde do University Teaching Hospital” Zâmbia Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República de 08/07/2010 08/07/2010 Vigente

Zâmbia no Campo de Segurança Alimentar e Nutricional e Assistência Humanitária El Salvador Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e 02/07/2010 02/07/2010 Vigente o Governo da República de El Salvador para a Implementação do Projeto “Apoio Técnico para Implementação de

Bancos de Leite Humano em El Salvador” Síria Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Árabe da 30/06/2010 30/06/2010 Vigente

Síria sobre Cooperação na Área da Saúde Angola Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica entre o governo da República 23/06/2010 23/06/2010 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República Popular de Angola para Implementação do “Projeto Piloto em Doença

Falciforme” Barbados Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e 26/04/2010 26/04/2010 Vigente

o Governo de Barbados para a Implementação do Projeto “Fortalecimento do Combate ao HIV em Barbados” Granada Memorando De Entendimento Entre O Governo Da República Federativa Do Brasil E O Governo De Granada Sobre 26/04/2010 Em

Cooperação Técnica Na Área De Saúde Pública Tramitação Suriname Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 26/04/2010 26/04/2010 Vigente do Brasil e o Governo da República do Suriname para a Implementação do Projeto “Fortalecimento da Resposta à

Epidemia Do HIV/AIDS no Suriname” Suriname Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 26/04/2010 26/04/2010 Vigente do Brasil e o Governo da República do Suriname para a Implementação do Projeto “Fortalecimento de Ações de

Vigilância e Prevenção da Doença de Chagas no Suriname” Palestina Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e a Organização para a Libertação da 17/03/2010 17/03/2010 Vigente 151

Palestina, em Nome da Autoridade Nacional Palestina, na Área da Saúde Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República 24/02/2010 24/02/2010 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Fortalecimento Institucional

do CECMED e da ANVISA na Área de Vigilância Sanitária” Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica entre o Governo da República 24/02/2010 24/02/2010 Vigente Federativa do Brasil e o Governo da República de Cuba para Implementação do Projeto “Fortalecimento Institucional

dos Laboratórios Nacionais de Vigilância Sanitária do Brasil e de Cuba” Cuba Protocolo Complementar ao Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 24/02/2010 24/02/2010 Vigente

Governo da República de Cuba na Área da Saúde República Dominicana Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e 05/02/2010 11/02/2010 Vigente o Governo da República Dominicana para a Implementação do Projeto “Apoio à Implementação do Banco de Leite

Humano na República Dominicana” República Dominicana Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e 05/02/2010 11/02/2010 Vigente o Governo da República Dominicana para a Implementação do Projeto “Apoio ao Fortalecimento da Autoridade

Sanitária Dominicana nas Áreas de Registro de Medicamentos, Farmacovigilância e Inspeções Sanitárias” Belize Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo de Belize na Área da 15/10/2009 15/10/2009 Vigente

Saúde Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 25/05/2009 Vigente do Brasil e o Governo da República Oriental do Uruguai para Implementação do Projeto “Fortalecimento das Políticas

de Enfrentamento à Epidemia de DST/AIDS no Uruguai.” Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 25/05/2009 Vigente do Brasil e o Governo da República Oriental do Uruguai para Implementação do Projeto “Apoio ao Fortalecimento do

Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados do Uruguai.” Botsuana Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 05/05/2009 Vigente Governo da República de Botsuana para Implementação do Projeto “Fortalecimento do Plano Nacional Estratégico

para Hiv/Aids 2003-2009” Peru Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 28/04/2009 Não do Brasil e o Governo da República do Peru para Implementação do Projeto “Fortalecimento das Capacidades dos Vigente

Sistemas de Saúde do Brasil e do Peru” Benin Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 13/03/2009 13/03/2009 Vigente

Governo da República do Benim para Implementação do ``Projeto Piloto em Doença Falciforme `` Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica entre o Brasil e a Bolívia 12/03/2009 12/03/2009 Vigente para Implementação do Projeto “Fortalecimento da Capacidade Institucional do Ministério de Saúde e Esportes da

Bolívia em Sistemas de Vigilância em Saúde Ambiental” Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica entre o Brasil e a Bolívia 12/03/2009 12/03/2009 Vigente

para Implementação do Projeto “Apoio à Implementação do Banco de Leite Materno”

Libia Protocolo de Intenções entre o Brasil a Líbia sobre Cooperação Técnica na Área da Saúde 19/02/2009 19/02/2009 Vigente Timor Leste Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Brasil e o Timor-Leste para Implementação 09/01/2009 09/01/2009 Vigente

do Programa Estratégico de Cooperação Técnica 2009-2011 na Área de Segurança Alimentar em Timor-Leste Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo para Permissão de Residência, Estudo e Trabalho a Nacionais Fronteiriços 28/11/2008 27/07/2010 Vigente

Brasileiros e Uruguaios, para Prestação de Serviços de Saúde Itália Memorando de Entendimento entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e o Ministério do 11/11/2008 11/11/2008 Vigente Trabalho, da Saúde e das Políticas Sociais da República Italiana sobre Cooperação no Campo da Saúde e das Ciências

Médicas 152

Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Brasil e Moçambique, para Implementação do Projeto 16/10/2008 16/10/2008 Vigente

“Programa de Educação Alimentar e Nutricional – Cozinha Brasil-Moçambique” Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 04/09/2008 04/09/2008 Vigente Governo da República de Moçambique para Implementação do Projeto “Capacitação em Produção de Medicamentos

Anti-Retrovirais e outros Medicamentos” Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 04/09/2008 04/09/2008 Vigente Governo da República de Moçambique para Implementação do Projeto “Fortalecimento Institucional do Órgão

Regulador de Medicamentos de Moçambique como Agente Regulador do Setor Farmacêutico” Quênia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Brasil e o Quênia para Implementação do Projeto 15/08/2008 15/08/2008 Vigente

“Apoio ao Programa de Prevenção e Controle da Malária” Quênia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Brasil e o Quênia para Implementação do Projeto 15/08/2008 15/08/2008 Vigente

“Fortalecimento das Ações de Combate ao HIV/AIDS no Quênia” Costa Rica Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 30/07/2008 19/11/2008 Vigente Governo da República da Costa Rica para Implementação do Projeto Credenciamento do Laboratório Químico da

Área controle de Óleo do Centro de Serviços – LIMAT Costa Rica Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 30/07/2008 19/11/2008 Vigente Governo da República da Costa Rica para Implementação do Projeto Intercâmbio de Conhecimentos sobre os

Sistemas de Saúde Pública do Brasil e Costa Rica Costa Rica Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 30/07/2008 19/11/2008 Vigente Governo da República da Costa Rica para Implementação do Projeto Apoio Técnico para Implantação/Implementação

de Bancos de Leite Humano na Costa Rica Cabo Verde Programa Executivo Relativo ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Brasil e Cabo Verde para 27/06/2008 27/06/2008 Vigente

Implementação do Projeto ``Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde em Cabo Verde `` Cabo Verde Programa Executivo Relativo ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Brasil e Cabo Verde para 27/06/2008 27/06/2008 Vigente

Implementação do Projeto ``Apoio Técnico para Implantação de Banco de Leite Humano em Cabo Verde `` Argélia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Tecnológica e Técnica entre o Brasil e a Argélia para a 23/06/2008 23/06/2008 Vigente

Implementação do Projeto Capacitação Técnica em Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos Pediátricos Argélia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Tecnológica e Técnica entre o Brasil e a Argélia para a 23/06/2008 23/06/2008 Vigente

Implementação do Projeto Gestão e Normatização do Atendimento a Pacientes Portadores de Queimaduras Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, e Técnica entre o Brasil e o Uruguai para 30/05/2008 30/05/2008 Vigente Implementação do Projeto “Fortalecimento da Capacidade Institucional do Ministério da Saúde Pública do Uruguai

em Sistemas de Vigilância em Saúde Ambiental” Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, e Técnica entre o Brasil e o Uruguai para 30/05/2008 30/05/2008 Vigente

Implementação do Projeto “Programa de Educação Alimentar e Nutricional – Cozinha Uruguai” Programa Conjunto das Memorando de Entendimento entre o Brasil e o UNAIDS sobre o Apoio Continuado ao Centro Internacional de 21/05/2008 Vigente

Nações Unidas em Cooperação Técnica em HIV/AIDS (CICT/AIDS) do Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil HIV/AIDS Peru Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Brasil e o Peru para 17/05/2008 Em Implementação do Projeto “Fortalecimento do Processo de Implementação da Vigilância Sanitária Internacional em Tramitação

Portos, Aeroportos e Fronteiras do Peru” Gana Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Brasil e Gana para 19/04/2008 19/04/2008 Vigente

Implementação do Projeto “Fortalecimento das Ações de Combate ao HIV/AIDS em Gana”

Venezuela Memorando de Entendimento em Matéria de Segurança e Soberania Alimentares entre o Brasil e a Venezuela 26/03/2008 Em Tramitação 153

Cabo Verde Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Governo da República Federativa 12/03/2008 12/03/2008 Vigente do Brasil e o Governo da República de Cabo Verde para Implementação do Projeto “Consolidação da ARFA como Agente Regulador dos Setores e Farmacêutico e Alimentar Visando ao Fortalecimento de sua Capacidade

Institucional” Cabo Verde Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Governo da República Federativa 12/03/2008 12/03/2008 Vigente do Brasil e o Governo da República de Cabo Verde para Implementação do Projeto “Apoio ao Programa de Prevenção

e Controle da Malária em Cabo Verde” Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, Científica e Técnica para Implementação do Projeto 17/12/2007 17/12/2007 Vigente

``Apoio ao Programa Multisetorial Desnutrição Zero `` Venezuela Ajuste Complementar ao Convênio Básico de Cooperação Técnica, para Implementação do Projeto ``Fortalecimento 13/12/2007 13/12/2007 Vigente

da Vigilância e Controle dos Resíduos e Contaminantes nos Alimentos da Venezuela `` Venezuela Ajuste Complementar ao Convênio Básico de Cooperação Técnica, para Implementação do Projeto ``Capacitação dos 13/12/2007 13/12/2007 Vigente Recursos Humanos do Serviço Autônomo da Controladoria Sanitária da República Bolivariana da Venezuela em

Vigilância e Controle dos Produtos de uso e Consumo Humano `` Venezuela Ajuste Complementar ao Convênio Básico de Cooperação Técnica, para Implementação do Projeto ``Apoio Técnico 13/12/2007 13/12/2007 Vigente

para Implantação e Implementação de Bancos de Leite Humano na Venezuela `` Venezuela Ajuste Complementar ao Convênio Básico de Cooperação Técnica, para Implementação do Projeto 13/12/2007 13/12/2007 Vigente

``Desenvolvimento Institucional do Instituto de Altos Estudos em Saúde Doutor Arnoldo Gabaldon `` Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e tecnológica Desenvolvimento Tecnológico para 13/12/2007 13/12/2007 Vigente

Implementação do Projeto ``Apoio Técnico para Implementação de Bancos de Leite Humano em Cuba`` Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e tecnológica Desenvolvimento Tecnológico para 13/12/2007 Vigente

Implementação do Projeto ``Controle de Qualidade de Produtos de Risco Submetidos à Vigilância Sanitária `` Guiné Bissau Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica para Implementação do Projeto ``Apoio 14/11/2007 14/11/2007 Vigente

ao Programa de Prevenção e Controle da Malária na Guiné-Bissau `` Angola Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Econômica, Técnica e Científica para a Implementação do 18/10/2007 Vigente

Projeto ``Apoio ao Programa de Prevenção e Controle da Malária `` Congo Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Econômica, Técnica, Científica e Cultural para a 16/10/2007 16/10/2007 Vigente

Implementação do Projeto ``Apoio ao Programa de Luta contra a AIDS na República do Congo`` Congo Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Econômica, Técnica, Científica e Cultural para a 16/10/2007 16/10/2007 Vigente

Implementação do Projeto ``Apoio ao Programa de Prevenção e Controle da Malária no Congo``

Burkina Faso Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde 15/10/2007 Vigente Colômbia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Apoio Técnica para 21/08/2007 21/08/2007 Vigente

a Implementação de Bancos de Leite Humano na Colômbia``

Nicarágua Protocolo de Intenções na Área de Saúde 08/08/2007 08/08/2007 Vigente Honduras Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 07/08/2007 Vigente do Brasil e o Governo da República de Honduras para Implementação do Projeto ``Apoio Técnico para

Implantação/Implementação de Bancos de Leite Humano `` Honduras Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 07/08/2007 Vigente do Brasil e o Governo da República de Honduras para Implementação do Projeto ``Intercâmbio de Conhecimentos

sobre os Sistemas de Saúde Pública de Brasil e Honduras `` Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto 24/07/2007 24/07/2007 Vigente

``Fortalecimento Institucional da Secretaria de Saúde Pública do Governo Uruguaio na Área de Vigilância Sanitária`` Angola Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica para Implementação do Projeto 09/07/2007 09/07/2007 Vigente

``Formação de Docentes em Saúde Pública em Angola `` 154

Angola Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica para Implementação do Projeto 09/07/2007 09/07/2007 Vigente

``Capacitação do Sistema de Saúde da República de Angola `` Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação para Implementação do Projeto ``Fortalecimento das Ações de 06/07/2007 06/07/2007 Vigente

Alimentação e Nutrição ``

Vietnã Acordo de Cooperação em Saúde e Ciências Médicas 29/05/2007 29/05/2007 Vigente Panamá Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o Governo da República Federativa 25/05/2007 Vigente do Brasil e o Governo da República do Panamá para Implementação do Projeto ``Fortalecimento do Sistema de

Informações em Saúde `` Panamá Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto 25/05/2007 25/05/2007 Vigente

``Implementação de Bancos de Leite no Panamá `` Colômbia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Fortalecimento 07/05/2007 07/05/2007 Vigente

Institucional das Assessorias Internacionais dos Ministérios da Saúde do Brasil e da Colômbia``

Org. das Nações Unidas Memorando de Entendimento 26/04/2007 26/04/2007 Vigente para Agricultura e Alimentação - FAO Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação para Implementação do Projeto ``Fortalecimento do Instituto 23/04/2007 23/04/2007 Vigente

Nacional de Saúde de Moçambique`` Camarões Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Apoio ao Programa de 10/04/2007 Vigente

Prevenção e Controle da Malária `` Equador Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Políticas Públicas 04/04/2007 04/04/2007 Vigente

de Desenvolvimento Social, de Combate à Fome e de Segurança Alimentar e Nutricional no Equador `` Equador Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Fortalecimento 04/04/2007 04/04/2007 Vigente

Institucional da Assessoria Internacional do Ministério da Saúde do Equador `` Equador Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Fortalecimento dos 04/04/2007 04/04/2007 Vigente

Modelos Nacionais de Promoção e Proteção da Saúde dos Povos Indígenas do Brasil e do Equador``

Congo Memorando de Entendimento na Área da Saúde 15/03/2007 15/03/2007 Vigente

Bolívia Memorando de Entendimento sobre a Luta contra a Desnutrição, a Fome e a Pobreza 14/02/2007 14/02/2007 Vigente Fundo das Nações Ajuste Complementar entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Fundo das Nações Unidas para a 06/12/2006 Vigente Unidas para a Infância- Infância e o Brasil, de 28/03/1966, para Ampliar Ações de Prevenção e de Atenção Integral a Mulheres Grávidas, UNICEF Crianças e aos Adolescentes na Área do HIV/AIDS e outras DST no Brasil e em outros Países com os quais o Brasil

Mantenha Acordos de Cooperação Técnica Aplicáveis. Paraguai Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Fortalecimento 23/11/2006 23/11/2006 Vigente

Institucional das Assessorias Internacionais dos Ministérios da Saúde do Brasil e do Paraguai `` Paraguai Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Apoio à Implantação e 23/11/2006 23/11/2006 Vigente

Implementação de Banco de Leite Humano no Paraguai `` Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica entre o para Implementação do Projeto 22/11/2006 22/11/2006 Vigente

``Apoio Técnico para Implementação de Bancos de Leite Humano no Uruguai`` Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto 22/11/2006 22/11/2006 Vigente

``Fortalecimento Institucional das Assessorias Internacionais dos Ministérios da Saúde do Brasil e do Uruguai``

Peru Memorando de Entendimento sobre a Luta contra a Pobreza e a Fome 09/11/2006 09/11/2006 Vigente Peru Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto 09/11/2006 Em ``Fortalecimento da Regulamentação e Fiscalização em Saúde Pública no Processo de Descentralização dos Tramitação

Ministérios da Saúde do Brasil e do Peru`` 155

Peru Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto 09/11/2006 Em

``Fortalecimento da Capacidade de Resposta dos Serviços de Saúde Frente a uma Pandemia de Influenza `` Tramitação Peru Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto 09/11/2006 Em ``Implementação e Adequação das Normas Técnicas da Estratégia Sanitárias Nacional de Combate à DST/HIV/AIDS Tramitação

`` Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto 27/10/2006 27/10/2006 Vigente

``Fortalecimento da odontologia no Brasil e em Cuba - Fase I ``

Israel Acordo Israel sobre Cooperação nos Campos da Saúde e de Medicamentos 19/06/2006 05/06/2009 Vigente El Salvador Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica para Implementação do Projeto 09/06/2006 09/06/2006 Vigente

``Fortalecimento da Resposta à Epidemia de HIV/AIDS em El Salvador `` Peru Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do projeto 31/05/2006 16/01/2007 Vigente

``Controle de Raiva Silvestre `` Haiti Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Brasil e o Haiti para Implementar o Projeto 23/05/2006 23/05/2006 Vigente

``Aprimoramento do Programa Haitiano de Imunizações `` Reino Unido Memorando de Entendimento para colaboração no Campo de Saúde entre o Ministério da Saúde do Brasil e o 07/03/2006 Em

Ministério da Saúde da Inglaterra Tramitação Reino Unido Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo do Reino Unido da Grã- 07/03/2006 Em

Bretanha e Irlanda do Norte sobre Cooperação na Área de HIV/AIDS. Tramitação

Botsuana Memorando de Entendimento sobre Cooperação Técnica na Área de HIV/AIDS 11/02/2006 11/02/2006 Vigente

Benin Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica para Prevenção e Tratamento da Malária 10/02/2006 10/02/2006 Vigente Argentina Ajuste Complentar ao Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica entre a República Federativa do Brasil e a 30/11/2005 Vigente República Argentina para a Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Produção de Insumos, de Medicamentos e de

Recursos para Diagnóstico. Org. das Nações Unidas Memorando de Entendimento sobre Colaboração em Apoio ao Desenvolvimento Amplo de Segurança Alimentar ao 17/10/2005 Vigente

para Agricultura e Nível Nacional e dentro do Escopo dos Objetivo e de Desenvolvimento do Milênio Alimentação - FAO Guatemala Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Execução do Projeto "Apoio ao 12/09/2005 Vigente

Programa Nacional de Prevenção e Controle de DST/HIV/AIDS da Guatemala" Timor Leste Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do "Programa de Cooperação 09/09/2005 Vigente

Internacional em HIV/AIDS - Fase II" Argentina Protocolo de Intenções entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e o Ministério da Saúde e 22/08/2005 Vigente

Ambiente da República Argentina sobre Cooperação da Área da Saúde sobre Medicamentos. Organização das Nações Memorando de Entendimento entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e o Secretariado do 27/07/2005 Vigente Unidas - ONU Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) para Constituição do Centro Internacional de

Cooperação Técnica em HIV/AIDS (CICT/AIDS) Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação para a Implementação do Projeto ``Estudo de Viabilidade 15/07/2005 Não Técnico Econômico para Instalação de Fábrica de Medicamentos em Moçambique para Produção de Medicamentos Vigente

Anti-Retrovirais e Outros ``.

Camarões Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área da Saúde Pública 11/04/2005 11/04/2005 Vigente

Etiópia Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde 08/03/2005 08/03/2005 Vigente Colômbia Ajuste Complementar, por troca de Notas, ao Acordo Básico de Cooperação Técnica de 13/12/72, para Saúde na 07/03/2005 22/03/2005 Vigente

Fronteira. Guatemala Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para a Implementação do Projeto 04/03/2005 Em 156

``Políticas Públicas de Combate à Fome e de Segurança Alimentar e Nutricional na Guatemala `` Tramitação

Suriname Protocolo de Intenções na Área de Saúde 16/02/2005 16/02/2005 Vigente

Guiana Ajuste Complementar na Área de Saúde ao Acordo Básico de Cooperação Técnica Brasil-Guiana 15/02/2005 15/02/2005 Vigente Guiné Bissau Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Brasil e Guiné-Bissau para 15/01/2005 15/01/2005 Não

Implementação do ``Programa de Cooperação Internacional em HIV/AIDS - FASE II `` Vigente Cabo Verde Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Brasil e Cabo Verde para 14/01/2005 14/01/2005 Não

Implementação do ``Programa de Cooperação Internacional em HIV/AIDS - FASE II `` Vigente Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação científica, Técnica eTecnológica para Implementação do Projeto 29/10/2004 29/10/2004 Vigente

Fortalecimento do Programa Nacional de DST/AIDS de Cuba-Fase II.

Equador Memorandum de Entendimento sobre Cooperação para a Implementação de Banco de Leite Humano. 25/08/2004 25/08/2004 Vigente Equador Ajuste Complementar ao Acordo básico de Cooperação Técnica para a Implementação do Projeto Intercâmbio para 25/08/2004 25/08/2004 Vigente

Fortalecimento dos Sistemas Nacionais de Saúde do Brasil e do Equador.

Gabão Carta de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área da Malária. 28/07/2004 28/07/2004 Vigente

China Ajuste Complementar sobre Saúde e Ciências Médicas ao Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica 24/05/2004 24/05/2004 Vigente

China Ajuste Complementar sobre Vigilância de Medicamentos e Produtos Relacionados à Saúde 24/05/2004 24/05/2004 Vigente

Equador Protocolo de Intenções na Área de Saúde 06/05/2004 06/05/2004 Não Vigente

Nigéria Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde 03/03/2004 03/03/2004 Vigente El Salvador Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica para Implementação do Projeto 05/02/2004 05/02/2004 Vigente

Assistência e Tratamento a Pessoas vivendo com HIV/AIDS em El Salvador. Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica para a Implementação do 18/11/2003 18/11/2003 Vigente

Projeto Estruturação do Centro de Referência para Queimados em La Paz.

Namíbia Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde 07/11/2003 Não Vigente

Moçambique Protocolo de Intenções sobre Cooperação Científica e Tecnológica na Área da Saúde 05/11/2003 Não Vigente Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação para Implementação do Projeto PCI-NTWANANO no Âmbito 05/11/2003 Vigente

do Programa de Cooperção Internacional do Ministério da Saúde do Brasil

São Tomé e Príncipe Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde 02/11/2003 Vigente Colômbia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto Assistência e 17/10/2003 Vigente

Tratamento a Pessoas Vivendo com HIV/AIDS na Colômbia. Paraguai Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto Assistência e Tratamento a 14/10/2003 Vigente

Pessoas Vivendo com HIV/AIDS no Paraguai

Cuba Memorando de Entendimento para a Troca de Experiência em Saúde Bucal 26/09/2003 Vigente

Cuba Memorando de Entendimento na Área de Saúde 26/09/2003 Vigente

Burkina Faso Protocolo de Intenções no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do Brasil. 03/09/2003 Vigente

Bolívia Memorando de Entendimento no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do Brasil. 29/08/2003 Não Vigente Peru Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica para Implementação do Projeto 25/08/2003 Vigente Prevenção e Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Vírus de Deficiência Imunológica Humana e a

Sindroma de Imunodeficiência Adquirida (DST/HIV/AIDS) no Peru.

Uruguai Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica para Saúde na Fronteira 31/07/2003 Vigente

Uruguai Memorando de Entendimento no Âmbito da Troca de Experiência em Transplantes de Órgãos e Tecidos. 18/06/2003 Vigente 157

Equador Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica para Implementação do Projeto ``Fortalecimento da 27/05/2003 27/05/2003 Vigente Capacidade de Resposta do Programa de Prevenção e Controle de Doençãs Sexualmente Transmissíveis, Vírus de

Deficiência Imunológica Humana e a Sindrome de Imunodoficiência Adquirida (DST/HIV/AIDS) do Equador ``. Moçambique Memorandum de Entendimento no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do 02/05/2003 Vigente

Brasil. (HIV e AIDS) Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica para Implementação do 28/04/2003 28/04/2003 Vigente Projeto Prevenção e Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Vírus de Deficiência Imunológica Humana e a

síndrome de Imunodeficiência Adquirida (DST/HIV/AIDS). Namíbia Memorandum de Entendimento no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do 19/03/2003 Vigente

Brasil.

República Dominicana Memorando de Entendimento no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do Brasil 30/01/2003 Vigente

Burundi Protocolo de Intenções no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério do Saúde do Brasil 28/01/2003 Vigente Paraguai Memorandum de Entendimento no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do 18/12/2002 Não

Brasil Vigente El Salvador Memorandum de Entendimento no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do 18/12/2002 Vigente

Brasil. Colômbia Memorandum de Entendimento no Âmbito do Programa de Cooperação Internacional do Ministério da Saúde do 18/12/2002 Vigente

Brasil. Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implementação do Projeto 08/11/2002 Vigente

Fortalecimento do Programa Nacional de DST/AIDS de Cuba-Fase II.

Gabão Protocolo de Intenções na Área da Saúde. 17/09/2002 Vigente Guatemala Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto Apoio ao 22/08/2002 Vigente

Programa Nacional de Prevenção e Controle de DST/HIV/AIDS da Guatemala.

Senegal Protocolo de Intenções na Área de Saúde. 19/06/2002 Não Vigente

Suriname Acordo, por troca de Notas, para Reduzir os Impactos Negativos da Mineração Artesanal de Ouro no Suriname 16/04/2002 Vigente Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica para Implementação do Projeto Apoio ao 15/11/2001 Vigente

Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa

Alemanha Ajuste Complementar, por troca de Notas, ao Acordo de Cooperação Técnica, de 17/09/1996, sobre o Projeto 15/08/2001 Vigente Moçambique Ajuste Complementar ao Acordo Geral de Cooperação para Implementação do Projeto "Apoio ao Programa Nacional 20/06/2001 Em

de Controle às DST/SIDA". Tramitação

Moçambique Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área da Saúde. 20/06/2001 Não Vigente

México Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica em Matéria de Saúde. 02/05/2001 Vigente

Guiné Bissau Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica para a Implementação do Projecto 05/01/2001 Não Vigente

Cuba Memorando de Entendimento na Área de Transferência de Tecnologia na Produção de Medicamentos. 04/12/2000 Vigente São Tomé e Príncipe Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Técnica para Implementação do Projeto "Apoio 02/12/2000 Vigente

ao Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe na Prevenção às DST/AIDS".

Costa Rica Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica na Área de Saude. 04/04/2000 Vigente Organização Pan- Ajuste Complementar ao Convênio Básico entre o Brasil e a OMS e ao Acordo entre o Brasil e a RSP para o 16/03/2000 Vigente

Americana de Saúde - Funcionamento do Escritório de Área da OPAS/OMS. OPAS 158

Estados Unidos Ajuste Complementar, por troca de Notas, ao Acordo de Cooperação em Ciência e Tecnologia para o Controle 29/02/2000 Vigente

Biológico do Mosquito Aedes Aegypti.

Cuba Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica na Área de Saúde da Família. 19/10/1999 Vigente

Cuba Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica para Implantação do Projeto 19/10/1999 Vigente

Equador Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, de 09/02/1982, na Área de Saúde. 08/10/1999 Vigente

Organização Pan- Ajuste Complementar para Adesão do Fundo Rotatório Regional para Insumos Estratégicos de Saúde. 27/09/1999 Vigente Americana de Saúde - OPAS El Salvador Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica para Implementação do Projeto 02/02/1999 02/02/1999 Vigente

"Apoio ao Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS.

Estados Unidos Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação em Ciência e Tecnologia. 12/05/1998 12/05/1998 Não Vigente

Índia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação nos Campos da Ciência e Tecnologia, na Área de Saúde e Medicina. 05/05/1998 05/05/1998 Vigente Cuba Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica em Matéria de Saúde 08/05/1996 08/05/1996 Vigente

Relativo ao Município de Angatuba. Cuba Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica em Matéria de Saúde 08/05/1996 08/05/1996 Vigente

Relativo ao Município de Caxias. Reino Unido Ajuste Complementar Relativo a um Projeto de Cooperação Técnica de Suporte à Reforma do Sistema de Saúde no 29/01/1996 28/02/1996 Vigente

Brasil.

Estados Unidos Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica no Campo da Saúde. 12/04/1995 12/05/1995 Vigente China Ajuste no Setor de Medicina Tradicional Chinesa e Fitofármacos Complementar ao Acordo de Cooperação Científica 04/04/1994 04/04/1994 Vigente

e Tecnológica de 25 de março de 1982.

Cuba Acordo por Troca de Notas, Relativo à Compra de Medicamentos Cubanos. 08/04/1993 08/04/1993 Vigente

Alemanha Ajuste Complementar sobre o Projeto Pesquisa e Desenvolvimento na Área Biomédica. 19/02/1993 19/02/1993 Vigente Paraguai Ajuste Complementar ao Acordo Sanitário de 16 de julho de 1971, sobre Cooperação e Intercâmbio de Tecnologia de 21/07/1992 08/07/1995 Vigente

Saúde

Colômbia Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Sanitária para a Região Amazônica. 03/09/1991 Em Tramitação

Peru Ajuste Complementar ao Acordo Sanitário de 16 de julho de 1965, para o Combate à Epidemia da Cólera. 15/05/1991 15/05/1991 Vigente

Guiana Protocolo de Intenções na Área de Saúde. 04/10/1989 04/10/1989 Vigente

Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica na Área do Controle de Endemias. 02/08/1988 02/08/1988 Vigente

China Convênio de Cooperação Científica e Tecnológica na Área de Farmacos Destinados ao Combate a Grandes Endemias. 06/07/1988 06/07/1988 Não Vigente

China Convênio sobre Cooperação no Domínio de Medicina e dos Farmacos Tradicionais. 06/07/1988 06/07/1988 Não Vigente

Nicarágua Protocolo de Intenções. 02/02/1988 02/02/1988 Vigente Canadá Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica, para o Aperfeiçoamento de Especialistas Brasileiros na Área 23/04/1986 23/04/1986 Vigente

Médica em Tratamento de Câncer

Peru Memorandum de Entendimento sobre Atendimento Médico-Odontológico às Populações Ribeirinhas do Rio Javari. 14/11/1985 14/11/1985 Vigente

Bolívia Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica no Campo da Saúde, de 10/07/73. 08/02/1984 08/02/1984 Vigente

Venezuela Acordo sobre Cooperação Sanitária Fronteiriça. 19/02/1982 06/11/1984 Vigente

Guiana Acordo de Cooperação Sanitária. 08/06/1981 20/06/1988 Vigente

Uruguai Acordo de Cooperação Sanitária. 11/09/1980 23/11/1981 Vigente 159

Peru Acordo Sanitário para o Meio Tropical. 05/11/1976 15/07/1977 Vigente

Romênia Acordo Relativo à Transferência de Tecnologia no Setor Farmaceutico. 05/06/1975 09/09/1975 Vigente

Bolívia Acordo sobre Cooperação Sanitária. 08/06/1972 17/08/1977 Vigente

Colômbia Acordo de Cooperação Sanitária para a Região Amazônica 10/03/1972 13/07/1976 Vigente

Paraguai Acordo Sanitário 16/07/1971 26/01/1972 Vigente

Uruguai Acordo para a Melhoria das Condições Sanitárias na Região da Fronteira Brasileiro-Uruguaia. 10/05/1969 Em Tramitação Alemanha Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, Relativo ao Envio de um Especialista em Medicina 21/12/1967 21/12/1967 Não

Tropical a Recife Vigente Alemanha Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Técnica, Relativo ao Envio de Especialistas em Virologia ao 21/12/1967 21/12/1967 Não

Instituto Desidério Finamor Vigente

Peru Acordo Sanitário. 16/07/1965 12/09/1966 Vigente Estados Unidos Contrato de Prorrogação do Programa de Cooperação em Matéria de Saúde, de 27/12/1950, e do Acordo sobre Saúde e 31/12/1959 Em

Saneamento, de 14/03/1942. Tramitação Organização Pan- Convênio para Realização de um Programa de Erradicação da Malária no Estado de São Paulo. (Repartição Sanitária 24/06/1958 Em

Americana de Saúde - Panamericana) Tramitação OPAS

Estados Unidos Contrato sobre Suplementação de Verbas do Serviço Especial de Saúde Pública. 17/03/1955 17/03/1955 Não Vigente Estados Unidos Acordo Suplementar ao Acordo para a Realização de um Programa de Cooperação em Matéria de Saúde (1950) e ao 08/02/1955 08/02/1955 Em

Acordo de 14 de março de 1942 entre o Ministério da Educação e o "Institute of Inter-American Affairs". Tramitação

Organização Mundial de Convênio Básico. 04/02/1954 17/03/1956 Vigente Saúde - OMS

Organização Mundial de Carta - Acordo Relativa ao Envio de um Técnico em Imuno-Química ao Instituto Oswaldo Cruz. 12/06/1952 09/09/1952 Não Saúde - OMS Vigente Estados Unidos Contrato de Prorrogação do Programa de Cooperação em Matéria de Saúde e Saneamento do Brasil entre o Ministério 29/06/1950 Não

da Educação e Saúde e o "Institute of Inter-American Affairs". Vigente Organização Pan- Convênio com o Ministério da Educação e Saúde do Brasil para Cooperação no Problema Continental da Febre 06/05/1950 Em

Americana de Saúde - Amarela. (Repartição Sanitária Panamericana) Tramitação OPAS Estados Unidos Contrato de Prorrogação do Programa de Cooperação em Matéria de Saúde e Saneamento do Brasil entre o Ministério 04/01/1950 Não

da Educação e Saúde e o "Institute of Inter-American Affairs". Vigente Estados Unidos Contrato de Prorrogação do Programa de Cooperação em Matéria de Saúde e Saneamento do Brasil entre o Ministério 31/08/1949 Não

da Educação e Saúde e o "Institute of Inter-American Affairs". Vigente Estados Unidos Contrato de Prorrogação do Programa de Cooperação em Matéria de Saúde e Saneamento entre o Governo Brasileiro e 30/12/1948 Não

o "Institute of Inter-American Affairs". Vigente

Argentina Convênio para Facilitar a Visita Recíproca de Técnicos Phyto-Sanitários. 29/05/1935 Em Tramitação

Suécia Acordo sobre Assistência Recíproca aos Enfermos de Doenças Mentais. 27/01/1932 27/01/1932 Não Vigente

Uruguai Convênio Relativo à Luta Contra as Enfermidades Venereosifilíticas na Fronteira Comum aos dois Países. 13/02/1928 15/11/1928 Vigente Fonte: dados formatados a partir de o descritor saúde no Sistema de Atos Internacionais, http://dai-mre.serpro.gov.br/ , em 20/05/2014

160

Apêndice H - Cooperação Técnica do Ministério da Saúde – Dados do SISCOOP

Continente País Projeto Tema Instituição Executora Data de Assinatura América do Sul Argentina Apoio técnico para a expansão e consolidação da Rede de Bancos de Leite Banco de Leite INSTITUTO 01/01/0001 Humano da Argentina Humano FERNANDES FIGUEIRA Desenvolvimento de Capacidades para a ANLIS nas áreas de Ciências Biológicas Técnica, Científica e ANVISA 10/10/2006 e da Saúde Tecnológica Fortalecimento das Farmacopeias do Brasil e Argentina e de seus Laboratórios Medicamnetos ANVISA 02/02/2011 Nacionais de Controle Fortalecimento do programa de Controle de Dengue Dengue 01/05/2009 África África do Sul Technical Support to South African Human Milk Banks Banco de Leite FIOCRUZ-RIO DE 01/01/0001 Humano JANEIRO(RJ) África Angola Apoio ao Programa de Prevenção e Controle da Malária Malária 30/09/2008 Apoio Técnico para a implantação e desenvolvimento do centro militar de higiene Epidemiologia 01/01/0001 e epidemologia Capacitação do Sistema de Sáude da República de Angola (FASE II) Técnica, Científica e FIOCRUZ-RIO DE 16/07/2010 Tecnológica JANEIRO(RJ) PROFORSA _ Projeto para o Fortalecimento do Sistema de Saúde em Angola Atenção básica FIOCRUZ-RIO DE 11/11/2011 JANEIRO(RJ) Projeto Piloto de Implantação e Implementação de Bancos de Leite Humano em Banco de Leite INSTITUTO 01/01/0001 Angola Humano FERNANDES FIGUEIRA Projeto-Piloto em Doença Facilforme Anemia Falciforme 05/05/2011 África Argélia Capacitação Técnica em Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos Pediátricos Técnica, Científica e 21/02/2008 Tecnológica Gestion et Normalisation de la Prise en Charge des Brûlures. Técnica, Científica e 28/05/2009 Tecnológica América Central Barbados Fortalecimento do Combate ao HIV em Barbados HIV/AIDS 04/04/2010 e Caribe América Central Belize Apoio Técnico para a Implantação de Bancos de Leite Humano em Belize Banco de Leite 08/08/2009 e Caribe Humano África Benin Projeto Piloto em Doença Falciforme Anemia Falciforme 18/03/2011 América do Sul Bolívia Apoyo a la Implementación del Banco de Leche Materna Banco de Leite FIOCRUZ-RIO DE 09/09/2009 Humano JANEIRO(RJ) Apoyo al fortalecimiento y melhoria à atención a las hemofilias en Bolivia Sangue e 01/01/0001 Hemoderivados Capacitação de Funcionários do INLASA da Bolívia sobre o Processo de Transferência de FIOCRUZ-RIO DE 26/04/2010 Produção de Velas de Andiroba Tecnologia JANEIRO(RJ) África Botsuana Fortalecimento da Estrutura Estratégica Nacional para HIV/AIDS. HIV/AIDS 13/07/2010 161

África Burkina Faso Fortalecimento a organização do sistema de DST/HIV/AIDS de Burkina Faso HIV/AIDS 01/01/0001 África Cabo Verde Apoio ao Programa de Prevenção e Controle de Malária em Cabo Verde Malária 02/09/2008 Apoio Técnico para Implantação de Banco de Leite Humano em Cabo Verde Banco de Leite INSTITUTO 09/09/2008 Humano FERNANDES FIGUEIRA Consolidação da ARFA como agente regulador do setor farmacêutico e de Medicamentos ANVISA 11/07/2008 alimentos África Camarões Apoio ao Programa de Prevenção e controle de Malária Malária 31/12/2008 América do Sul Chile Apoyo para la promoción e inserción del tema Salud del Hombre en la Agenda de Saúde do Homem 17/08/2012 Salud Pública en Chile Fortalecimiento Institucional de ANAMED - ISP y ANVISA en el Área Vigilância Sanitária ANVISA 01/01/0001 Regulatoria América do Sul Colômbia Apoyo técnico para implementación de Bancos de Leche Humana en Colombia Banco de Leite INSTITUTO 29/10/2008 Humano FERNANDES FIGUEIRA FORT. EN EL DIAGN. MOLECULAR, TIPIFICACION DE LAS ESPECIES DE Leishmaniose 15/06/2010 LEISHMANIA, GEO Y ANAL ESPACIAL Fortalecimento da Saúde Ambiental nas áreas de Fronteira Brasil-Colômbia. Saúde Ambiental 04/04/2012 África Congo Apoio ao Programa de Combate à Malária Malária 12/10/2010 (Brazaville) Fortalecimento do Combate ao HIV/AIDS no Congo HIV/AIDS 08/10/2010 América Central Costa Rica APOYO TÉCNICO PARA LA EXPANSIÓN Y CONSOLIDACIÓN DE LA Banco de Leite INSTITUTO 02/04/2012 e Caribe RED COSTARRICENSE DE BANCOS DE LECHE HUMANA Humano FERNANDES FIGUEIRA FORTALECIMENTO DO MODELO DE PROMOÇÃO E ATENÇÃO DE Saúde Mental 01/01/0001 SAÚDE MENTAL NO MARCO DA REFORMA PSIQUIÁTRICA Promoção e Atenção à Saúde Mental Centrada na Comunidade da reforma Saúde Mental 01/01/0001 psiquiátrica da Costa Rica América Central Cuba Apoio Técnico para a Expansão e Consolidação da Rede Cubana de Bancos de Banco de Leite INSTITUTO 01/01/2011 e Caribe leite Humano Humano FERNANDES FIGUEIRA Estabelecimento de Substâncias de Referência para o Controle de Qualidade de Vigilância Sanitária 24/09/2011 Medicamentos" Fortalecimento da organização da pesquisa clínica em câncer Câncer 24/09/2011 Fortalecimento institucional do Cecmed e da Anvisa na área de vigilância Vigilância Sanitária 18/03/1987 sanitária. Fortalecimento Institucional na área de vigilância sanitária de medicamentos. Vigilância Sanitária 18/03/1987 Projeto de Fortalecimento da Odontologia no Brasil e em Cuba Fase 3 Saude bucal 22/03/2012 América Central El Salvador Apoio técnico para a Criação do Instituto Nacional de Saúde de El Salvador Técnica, Científica e 09/09/2010 e Caribe Tecnológica APOIO TÉCNICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE BANCOS DE LEITE Banco de Leite 01/01/0001 HUMANO EM EL SALVADOR Humano Apoyo a las acciones de Atención de la Salud y formación de Cabildos indígenas Saúde Indígena 25/08/2011 de El Salvador 162

Apoyo al fortalecimiento y desarrollo del Sistema Nacional de Sangre y Sangue e 02/07/2010 Hemoderivados de El Salvador Hemoderivados Intercâmbio de Conhecimentos sobre os Sistemas de Saúde Pública de Brasil e El Técnica, Científica e 10/10/2007 Salvador Tecnológica América do Sul Equador Apoio ao fortalecimento da promoção da saúde no Equador Atenção básica 01/01/0001 Apoio técnico para a expansão e consolidação da Rede de Bancos de Leite Banco de Leite INSTITUTO 01/01/2011 Humano do Equador Humano FERNANDES FIGUEIRA Consolidação dos modelos de atenção à saúde implementados nos povos indígenas Saúde Indígena 01/01/0001 Fortalecimento das funções regulatórias de pré e pós comercialização de Medicamento 01/01/2011 medicamentos no Equador. Fortalecimento do parque tecnológico do Banco de Leite Humano do Equador Banco de Leite INSTITUTO 02/07/2012 Humano FERNANDES FIGUEIRA ¿APOYO PARA LA FORMULACIÓN DE ELEMENTOS PARA Saúde do Homem 01/01/2013 DESARROLLO DE POLITICAS PÚBLICAS EN SALUD DEL HOMBRE África Gana Apoio a Estruturação do Sistema Nacional de Atenção Integral à Pessoa com Anemia Falciforme 02/10/2009 Doença Falciforme de Gana. BRAZIL-GHANA BLOOD AND SICKLE CELL CENTRE Sangue e 01/01/2001 Hemoderivados Fortalecendo as Ações de Combate ao HIV/AIDS em Gana HIV/AIDS 25/03/2009 América Central Guatemala APOIO TÉCNICO PARA A EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DA REDE DE Banco de Leite 01/01/0001 e Caribe BANCOS DE LEITE HUMANO DA GUATEMALA Humano África Guiné Projet ¿Renforcement des capacités en soins de santé en faveur des enfants et des Saúde da Família 01/01/2001 femmes¿ África Guiné-Bissau APOIO AO PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE MALÁRIA EM Malária 01/01/2008 GUINÉ-BISSAU APOIO NA ÁREA DE DIAGNOSTICO LABORATORIAL DO HIV E HIV/AIDS 01/01/0001 OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS EM GUINÉ-BISSAU FORTALECER A SAÚDE PARA ÀS MULHERES E ADOLESCENTES Saúde 25/08/2010 VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA FORTALECIMENTO DO COMBATE AO HIV/AIDS EM GUINÉ-BISSAU HIV/AIDS 01/08/2012 América Central Haiti "Fortalecimento e Capacitação Técnica para Atenção às Mulheres Vítimas de Saúde da Família 01/01/0001 e Caribe Violência" MODERNIZAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE Banco de Leite 15/10/1982 OPERACIONAL DO LABORATÓRIO Humano América Central Honduras Apoio ao fortalecimento e desenvolvimento do Sistema Nacional de Sangue e Sangue e 20/02/2012 e Caribe Hemoderivados de Honduras. Hemoderivados APOIO TÉCNICO PARA IMPLANTAÇÃO/IMPLEMENTAÇÃO DE BANCOS Banco de Leite 01/01/0001 DE LEITE HUMANO EM HONDURAS Humano América Central Jamaica Fortalecimento e Apoio ao Programa de Saúde Jamaicano para a Anemia Anemia Falciforme 28/08/1997 e Caribe Falciforme América Central México Aplicação das Práticas Integrativas e Complementares em Áreas Específicas de Educação e trabalho 01/01/0001 163 e Caribe Saúde em saúde APOYO TÉCNICO PARA LA EXPANSIÓN Y CONSOLIDACIÓN DE LA Banco de Leite 01/01/0001 RED DE BANCOS DE LECHE HUMANA DE MÉXICO Humano Fortalecimiento de la Vigilancia en Salud Ambiental relacionada con desastres y Saúde Ambiental 01/01/0001 población expuesta África Moçambique Desenvolvimento da Política Nacional de Saúde Oral: Pesquisa em Saúde Bucal Saúde Bucal 01/01/2010 na capital Maputo Apoio ao Sistema de Atendimento Oral de Moçambique em prótese dentária Saúde Bucal 01/01/2010 Apoio aos Programas de Saúde infantil ,Reprodutiva, do Escolar e do Adolescente Educação e trabalho 28/02/2011 em saúde Apoio aos Programas de Saúde Infantil, Reprodutiva e do Adolescente(subprojeto Banco de Leite 28/02/2011 01) Humano Capacitação em Produção de Medicamentos Anti-Retrovirais Medicamentos FIOCRUZ-RIO DE 01/01/2008 JANEIRO(RJ) Formação de Multiplicadores para as Ações de Capacitação da Atenção a Saúde Saúde da Família 01/01/2011 Materna Fortalecimento das ações de prevenção e controle do câncer Câncer 08/10/2010 Fortalecimentodo Órgão Regulador de Medicamentos de Moçambique Vigilância Sanitária ANVISA 01/10/2008 Iniciativa da Construção da Fábrica de medicamentos - Sociedade Moçambicana Medicamentos FIOCRUZ-RIO DE 01/11/2008 de Medicamentos (SMM) JANEIRO(RJ) América Central Nicarágua Apoio Técnico para a Implementação de Bancos de Leite Humano em Nicarágua Banco de Leite 13/09/2009 e Caribe Humano América Central Panamá APOIO TÉCNICO PARA A IMPLANTAÇÃO/IMPLEMENTAÇÃO DE Banco de Leite INSTITUTO 01/01/0001 e Caribe BANCOS DE LEITE HUMANO NO PANAMÁ Humano FERNANDES FIGUEIRA FORTALECIMENTO DO PROGRAMA DE CONTROLE DE DENGUE Dengue 01/01/0001 FORTALECIMIENTO DEL PROGRAMA DE COMBATE DE HANTAVIRUS Epidemiologia 01/01/0001 (FASE 2) VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL EM SAÚDE Vigilância 01/01/0001 Epidemiológica América do Sul Paraguai Apoio Técnico para a Expansão da Rede e a Consolidação do Banco de Leite Banco de Leite INSTITUTO 01/01/0001 Humano do Paraguai Humano FERNANDES FIGUEIRA Fortal da vigil. epiemid com ênfase no combate à dengue e à impl. do Regul Sanit Dengue 04/08/2007 Internacional Fortalecimento da Implementação da Estratégia de Redes Integradas de Serviços Sistema de Saúde 01/01/0001 de Saúde no Paraguai América do Sul Peru Apoio à Implementação de Bancos de Leite Humano no Peru Banco de Leite INSTITUTO 02/11/2009 Humano FERNANDES FIGUEIRA Fortalecimento da Capacidade de Resposta dos Serviços de Saúde Frente a uma Influenza 01/12/2011 Pandemia de Influenza Fortalecimento das Capacidades dos Sistemas de Saúde do Brasil e do Peru Sistemas de Saúde 13/12/2009 164

Fortalecimento do Processo de Implementação da Vigilância Sanitária Vigilância Sanitária ANVISA 01/01/2010 Internacional em PAF do Peru Fortalecimento Institucional da Digemid do Peru na Área de Vigilância Sanitária Vigilância Sanitária ANVISA 01/01/0001 África Quênia Fortalecimento das Ações de Combate ao HIV/AIDS no Quênia HIV/AIDS 01/01/0001 América Central República Apoio Técnico para a Criação da Rede de Bancos de Leite Humano da República Banco de Leite INSTITUTO 17/07/2012 e Caribe Dominicana Dominicana Humano FERNANDES FIGUEIRA APOYO AL FORTALECIMIENTO DE LA AUTORIDAD SANITARIA Medicamnetos 06/02/2006 DOMINICANA EN LAS ÁREAS DE REGISTRO MEDICAMENTOS África São Tomé e Apoio ao Programa de Luta contra a Tuberculose em São Tomé e Príncipe Tuberculose 15/12/2011 Príncipe Apoio ao Programa de Prevenção e Controle de Malária Malária 01/01/2009 África Senegal Apoio ao Programa de Doença Falciforme do Senegal. Anemia Falciforme 01/01/2008 América do Sul Suriname FORTALECIMENTO DA RESPOSTA À EPIDEMIA DO HIV/AIDS NO HIV/AIDS 01/01/2009 SURINAME Prevenção da Transmissão Vertical da Sífilis e do HIV HIV/AIDS 01/01/2009 Strengthening of actions of surveillance and prevention from Chagas¿ Disease in Chagas 01/01/0001 Suriname Uso, Armazenamento e Distribuição de Materiais de DST/HIV/AIDS HIV/AIDS 01/01/2009 África Tanzânia APOIO À REESTRUTURAÇÃO DA REABILITAÇÃO PEDIÁTRICA DA Saúde 01/01/2011 TANZÂNIA Fortalecimento do Combate ao HIV/AIDS na Tanzânia HIV/AIDS 01/01/2001 Projeto Cuidado e Tratamento em Doença Falciforme. Anemia Falciforme 01/01/2011 América do Sul Uruguai Apoio ao Fortalecimento do Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados do Sangue e 01/01/2009 Uruguai Hemoderivados Apoio ao Fortalecimento do Sistema Nacional Integrado de Saúde (SNIS) do Saúde Ambiental 13/06/2011 Uruguai APOIO TÉCNICO PARA A EXPANSAO E CONSOLIDACAO DA REDE DE Banco de Leite 01/01/0001 BANCOS DE LEITE HUMANO DO URUGUAI Humano Fortalecimento do Sistema Nacional de Saúde do Uruguai Sistema de Saúde 01/01/0001 Fortalecimento e Sustentabilidade de Ações da Sociedade Civil HIV/AIDS 01/01/2010 ¿Programa Trilateral (Uruguay-Brasil-Alemania) en el área de VIH/SIDA¿ HIV/AIDS 01/01/0001 América do Sul Venezuela Apoio técnico para implantação e implementação de Bancos de Leite Humano na Banco de Leite 01/01/2010 Venezuela Humano Capacitação dos Recursos Humanos da Controladoria em Vigilância e Controle Vigilância 01/01/0001 dos Produtos de Uso. Epidemiológica Fortalecimento da Vigilância e Controle dos Resíduos e Contaminantes nos Vigilância Sanitária 01/01/0001 Alimentos da Venezuela África Zâmbia FORTALECIMENTO DO PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL PARA HIV/AIDS 01/01/2001 HIV/AIDS. Fonte: matriciado a partir de dados coletados no Sistema de Gestão de Projetos e Ações de Cooperação Internacional em Saúde, SISCOOP-AISA http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/siscoop

165

Apêndice I – Formação Acadêmica da força de trabalho da AISA em 2007 e 2012

2012 FORMAÇÃO VÍNCULO História NÃO Direito NÃO Direito NÃO Relações Internacionais NÃO Relações Internacionais NÃO Relações Internacionais NÃO Relações Internacionais NÃO Nível Médio NÃO Letras/Inglês NÃO Pedagogia NÃO Nível Médio SIM Publicidade SIM Administração SIM Relações Internacionais SIM Relações Internacionais Requisitado Relações Internacionais SIM Letras SIM Direito SIM Administração com Habilitação em Comércio Exterior – Especialização em SIM Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde e em Saúde Global e Diplomacia em Saúde Relações Internacionais SIM Direito SIM Relações Internacionais CTU Direito - Especialista em Direito Internacional CTU Relações Internacionais CTU Administração com Habilitação em Comércio Exterior CTU Direito CTU Ciências Econômicas e Elaboração de Projetos CTU Relações Internacionais CTU Enfermagem - Especialização em Saúde Coletiva e Mestrado em Ciências da NÃO Saúde e Saúde Pública Especialização em Relações Internacionais-UNB, Especialização em Bioética- NÃO Mestrado em Ciências da Saúde, Doutorado em Bioética. Jornalismo NÃO Administração NÃO Direito - Pós-Graduação em Gestão Pública NÃO Psicologia NÃO Ciências Politicas – Especialização em Saúde Global e diplomacia em Saúde NÃO Engenharia Eletrotécnica Mestrado em Economia do Setor Público NÃO Relações Internacionais NÃO Ciências Econômicas, com Pós-Graduação Administração Hospitalar NÃO Relações Internacionais com Mestrado Europeu em Direitos Humanos e NÃO Democratização Relações Internacionais – Especialização em Globalização Justiça e Segurança NÃO Humana Farmacêutico, com Mestrado em Assistência Farmacêutica NÃO Ciências Sociais NÃO Direito, com Especialização em Direito Empresarial NÃO 2007 FORMAÇÃO VÍNCULO N. Superior Requisitado Relações Internacionais NÃO Pedagogia NÃO Administração SIM Pedagogia NÃO N. Médio NÃO Biblioteconomia, Economia Requisitado Relações Internacionais NÃO 166

Relações Internacionais NÃO Direito NÃO Relações Internacionais NÃO Administração NÃO Relações Internacionais NÃO Relações Internacionais NÃO N. Superior Requisitado Pós-graduação em Controladoria Financeira NÃO Pós-graduação Bioética NÃO Pós-graduação, Direito Tributário NÃO Relações Internacionais NÃO Publicidade Requisitado Relações Internacionais NÃO Relações Internacionais NÃO N. Médio NÃO Relações Internacionais NÃO N. Médio SIM N. Médio NÃO N. Médio SIM N. Médio NÃO N. Médio NÃO Médico SIM História (Concluindo) NÃO Administração de Ênfase em Comércio Exterior NÃO Direito (Concluindo) NÃO Enfermeiro (Sanitarista) NÃO Ciências Políticas NÃO Letras (Concluindo) SIM Sociologia NÃO Sistema de Informação NÃO Farmácia NÃO Medicina NÃO Administração com Habilitação em Comércio Exterior SIM N. Médio NÃO Fonte: dados obtidos de fontes pessoais.