SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

DEPARTAMENTO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL – DAIA

RELATÓRIO AMBIENTAL PRELIMINAR – RAP

“CONSTRUÇÃO DO RAMAL LT 138 KV - TRECHO PARIQUERA AÇU – IGUAPE COM APROVEITAMENTO DE TRAÇADO EXISTENTE”

Julho/2009

1. INTRODUÇÃO

1.1. OBJETO DO LICENCIAMENTO

O objeto deste licenciamento é a construção de 42,00 km de linha de Transmissão de 138 kV, ligando a Subestação de Pariquera Açu à Subestação de Iguape, com circuito duplo aproveitando o atual traçado da linha de 69 kV existente, a qual será desativada após o início da operação do novo ramal. Os municípios de Iguape, Pariquera-Açu e , situados no litoral sul do Estado de , são atendidos por duas subestações de distribuição de 69kV, localizadas nos municípios de Iguape e Pariquera-Açu. Serão instaladas 140 novas torres que permitirão a implantação da nova Linha de transmissão e todos os postes existentes atualmente serão retirados. Optou-se por realizar a Construção da Linha de Transmissão aproveitando o traçado da Linha existente (69 kV) visando minimizar os impactos sócio- ambientais do empreendimento.

1.2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

• Razão Social: Elektro – Eletricidade e Serviços S/A . • Endereço: Rua Ary Antenor de Souza, N° 321, Jardim Nova América, , SP. CEP: 13.053-024. • Telefone: (19) 2122-1482 • Fax: (19) 2122-1537 • E-mail: [email protected] • CNPJ: 02.328.280/0001-97. • Endereço para correspondência: Rua Ary Antenor de Souza, N° 321, Jardim Nova América, Campinas, SP. CEP: 13.053-024. • Contato: Sérgio Larizzatti; Tel.: (19) 2122-1482 / Fax: (19) 2122-1537 / e- mail: [email protected]

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JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

O objetivo principal deste empreendimento é eliminar a restrição de atendimento do mercado da região elétrica dos municípios de Pariquera-Açu, Iguape e Ilha Comprida. A partir de 2009 devido ao limite de 25,8 MVA da Linha de Transmissão que alimenta a subestação de Iguape, a região elétrica dos municípios de Iguape e Ilha Comprida apresentará restrição de atendimento ao crescimento de mercado, durante os períodos de carregamento que ocorrem nas comemorações de passagem de ano e de Carnaval. O sistema de Iguape e Ilha Comprida é radial e isolado, impossibilitando o alívio de carga através do sistema de distribuição da ELEKTRO ou de concessionária vizinha.

Subestação / Linha Transmissão Potência Insta Subestação / Linha Subestação / Voltagem Potência Demanda Demanda Demanda Demanda Demanda Demanda Linha (kV) Instalada 2006 2007 2008(MVA) 2009(MVA) 2010 2011 Transmissão (MVA) (MVA) (MVA) (MVA) (MVA) Subestação Registro 138/69 25/50 (*) 29,5 30,8 32,1 33,5 34,9 36,4 (CTEEP) Subestação 69/13,8 9 4,8 5,1 5,3 5,6 5,8 6,1 Pariquera Açu Subestação 69/13,8 25 21,5 22,7 23,8 25 26,3 27,6 Iguape Linha de Transmissão Registro - 69 39,6 29,5 30,8 32,1 33,5 34,9 36,4 Pariquera Açu (# 250 CAA) Linha de Transmissão Pariquera 69 25,8 24,7 26,4 27,7 30,7 33,9 33,9 Açu - Iguape (# 2/0 CAA) Instalada (MVA) Tabela 1 – Demandas Atuais e Previsão Futura

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2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O presente documento contém o Relatório Ambiental Preliminar – RAP do Ramal LT 138 kV Iguape, interligando a Subestação de Pariquera Açu à Subestação Iguape, nos municípios de Pariquera-Açu e Iguape respectivamente, no Litoral Sul do Estado de São Paulo, elaborado pela Medral Geotecnologias e Ambiental Ltda. para a Elektro – Eletricidade e Serviços S/A, como premissa para a obtenção de Licenciamento Ambiental do empreendimento de acordo com a legislação ambiental em vigor.

Este RAP foi elaborado por uma equipe multidisciplinar capacitada, reunida pela equipe técnica da empresa Medral Geotecnologias e Ambiental Ltda., em consonância com o roteiro específico para essa modalidade de empreendimento.

Seguem anexo a este Relatório, os laudos de vegetação, de fauna silvestre, sócio-econômico, além do laudo de arqueologia, bem como as plantas topográficas sobre bases do IBGE escala 1:10.000, contendo o “overlay” do empreendimento com sua localização exata.

Contempla ainda as plantas perfil da Linha de Transmissão, em escala 1:5000.

Ainda em anexo imagem de satélite SPOT da área objeto do estudo, considerando distintamente os meios físico, biótico e antrópico inseridos nas áreas de intervenção de influência direta e de influência indireta.

2.1. DADOS TÉCNICOS DO EMPREENDIMENTO:

• Tensão : 138 kV

• Extensão total : 42.042,00 m

• Largura da Faixa de Servidão : 30,00 m (nas áreas onde não há mata densa) e 20,00m nas áreas onde há mata densa, conforme planta perfil em anexo.

• Número de Torres : 140

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• Vão médio entre torres : 300,00 m.

• Alturas mínima, média e máxima das torres : 20m, 26m e 32m respectivamente.

• Tipo das torres : Torres metálicas autoportantes. Tipos: Suspensão Leve, Suspensão Pesada, Suspensão Travessia, de Ancoragem e Terminal.

• Perfil das Torres : conforme esquemas abaixo

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Torre tipo Suspensão Leve (SL) :

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Torre Tipo Suspensão Reforçada (SP):

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Torre Tipo Ancoragem (A1):

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Torre Tipo Ancoragem (A2):

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Torre Tipo Suspensão Travessia (ST):

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Torre Tipo Ancoragem Terminal (AT):

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Descrição das Torres:

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Tabela 2– Características das Torres de Transmissão

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• Tipos de fundação : Bloco sobre Estaca Raiz e Fundações estaqueadas conforme tabela acima.

• Configuração e número de circuitos : Dois circuitos - trifásico vertical.

• Distância mínima do cabo ao solo : 7,50 m.

• Distância mínima do cabo ao topo das árvores : 4,50 m.

• Subestação Inicial : Pariquera Açu

• Subestação Final : Iguape

2.2. CARACTERÍSTICAS DAS SUBESTAÇÕES

• Subestação Inicial: Pariquera Açu Subestação pertencente à Elektro – Eletricidade e Serviços S/A Potência Instalada: 7,5/9,0 MVA; Quantidade de transformadores de potência: 01 unidade; Tensão de Entrada: 69 kV ef; Tensão de Saída: 13.8 kV ef; Transformador de potência: 7.5/9.0 MVA, 69/13.8 kV, Dyn1; Regulação de Tensão: Banca de RT de 13.8 kV, 300 A; Quantidade de alimentadores de 13.8 kV: 03 unidades; Área do terreno 7723m².

• Subestação Final: Iguape Subestação pertencente à Elektro – Eletricidade e Serviços S/A Potência Instalada: 25 MVA; Quantidade de transformadores de potência: 02 unidades de 10/12,5 MVA cada um; Tensão de Entrada: 69 kV ef; Tensão de Saída: 13.8 kV ef; Transformador de potência TR1: 10/12,5 MVA, 69/13.8 kV, Dyn1; Transformador de potência TR2: 10/12,5 MVA, 69/13.8 kV, Dyn1; Quantidade de alimentadores de 13.8 kV: 04 unidades; Área do terreno 4569,10m².

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2.3. IMPLANTAÇÃO DA LINHA DE TRANSMISSÃO

• Faixa de Servidão:

A largura da faixa de servidão foi calculada conforme exigências da norma da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas- NBR- 5422- “Projetos de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica”, e foi adotada a ampliação da faixa de servidão para 30 metros nas áreas onde não existem matas densas e 20 metros para as áreas onde existem matas densas.

A Faixa de Servidão (FS) existente da Linha de Transmissão (LT) de 69 kV Pariquera Açu – Iguape é de 20,00 m de largura. Com a construção do Ramal LT 138 kV Iguape, faz-se necessário aumentar esta Faixa de Servidão para 30,00 m de largura. Somente será mantida a largura dos 20,00 m atual da FS, nos trechos entre as torres 67 a 114 (postes 218 a 318 - atual), perfazendo um total de 15 km de distância. Neste trecho, serão usadas torres com até 25,00m de altura, com intuito de preservar a vegetação lateral existente.

Há ao longo dos 42,00 km de extensão da Linha de Transmissão um total de 138 (cento e trinta e oito) imóveis, todos cadastrados conforme tabela abaixo.

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Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 001 -PRQ - Estrada Nova Cremona, S/N - Jardim Pariquera - 222 26.588 Michael Gomes Gibertoni e Outros das Acácias Açú 50.400,00 m² 6.325,98 m² NÃO 002 -PRQ - Banco de Terras Empreendimentos Imobiliários Rua Padre Francisco Schutter S/N - Pariquera - 222 6.888 S/C Ltda. Jardim das Acácias Açú 181.293,45 m² 9.400,95 m² NÃO 003 -PRQ - Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 25.197 Kelly de Oliveira Magalhães Jardim das Acácias Açú 551,25 m² 172,81 m² NÃO 004 -PRQ - Banco de Terras Empreendimentos Imobiliários Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 29.423 S/C Ltda. Jardim das Acácias Açú 4.609,49 m² 275,23 m² NÃO 005 -PRQ - Banco de Terras Empreendimentos Imobiliários Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 6.888 S/C Ltda. Jardim das Acácias Açú 1.141,87 m² 82,57 m² NÃO 006 -PRQ - Banco de Terras Empreendimentos Imobiliários Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 6.888 S/C Ltda. Jardim das Acácias Açú 1.031,62 m² 82,57 m² NÃO 007 -PRQ - Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 26.645 Empresa Gestora de Ativos Emgea Jardim das Acácias Açú 921,37 m² 82,57 m² NÃO 008 -PRQ - Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 27.872 José da Cruz Jardim das Acácias Açú 551,25 m² 68,32 m² NÃO 009 -PRQ - Banco de Terras Empreendimentos Imobiliários Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 25.183 S/C Ltda. Jardim das Acácias Açú 498,75 m² 38,03 m² NÃO 10,00 m de cerca com 1,20 m de altura, fechamento com 5 fios de 010-PRQ- Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera- arame, sustentação com mourões de 222 27.526 Cirineu Navariski e Outros Jardim das Acácias Açú 446,25 m² 58,86 m² madeira a cada 2,00 m. 10,00 m de cerca com 1,50 m de altura, sustentação com mourões de concreto a cada 2,00 m, escoras a 011-PRQ- Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera- cada 15,00 m e fechamento com 5 222 25.228 Vandir Dantas da Silva e sua mulher Jardim das Acácias Açú 393,75 m² 39,39 m² fios de arame. 012 -PRQ - Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 6.888 Marzinha Correia de Paula Jardim das Acácias Açú 341,25 m² 40,39 m² NÃO 013 -PRQ - Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 29.805 Marzinha Correia de Paula Jardim das Acácias Açú 288,75 m² 64,59 m² NÃO 014 -PRQ - Banco de Terras Empreendimentos Imobiliários Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 6.888 S/C Ltda. Jardim das Acácias Açú 275,00 m² 35,33 m² NÃO 015 -PRQ - Banco de Terras Empreendimentos Imobiliários Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 6.888 S/C Ltda. Jardim das Acácias Açú 389,50 m² 191,72 m² NÃO 016 -PRQ - Rua Pedro Andrelino Martins, s/n - Pariquera - 222 ELEKTRO ELEKTRO Eletricidade e Serviço S.A Jardim das Acácias Açú - 4.763,92 m² - 017 -PRQ - Rua Nagir Dionísio Ferreira, s/n - Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Jardim São Carlos Açú 698,11 m² 265,15 m² NÃO 018-PRQ- Rua Nagir Dionísio Ferreira, s/n - Pariquera- 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Jardim São Carlos Açú 735,73 m² 500,01 m² NÃO

Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 019 -PRQ - Rua Nagir Dionísio Ferreira, s/n - Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Jardim São Carlos Açú 525,12 m² 361,82 m² Construção - 180,00m² 020 -PRQ - Rua Nagir Dionísio Ferreira, s/n - Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Jardim São Carlos Açú 346,81 m² 119,21 m² NÃO 021 -PRQ - Rua Nagir Dionísio Ferreira, s/n - Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Jardim São Carlos Açú 282,87 m² 146,77 m² NÃO 022 -PRQ - Rua Nagir Dionísio Ferreira, s/n - Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Jardim São Carlos Açú 505,21 m² 136,48 m² NÃO 023 -PRQ - Rua Nagir Dionísio Ferreira, s/n - Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Jardim São Carlos Açú 385,00 m² 129,31 m² NÃO Construção 1 - 18,60m²; Construção 2 024-PRQ- Rua Maximo Zanela, s/n - Jardim São Pariquera- - 38,60m²; Construção 3 - 68,45m²; 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Carlos Açú 452,41 m² 348,75 m² Construção 4 - 15,70m² 025 -PRQ - Rua Raul Benedito Pacheco Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Fernandes, s/n - Jardim São Carlos Açú 512,49 m² 60,16 m² NÃO 026 -PRQ - Rua Raul Benedito Pacheco Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Fernandes, s/n - Jardim São Carlos Açú 459,47 m² 60,16 m² NÃO 027 -PRQ - Rua Raul Benedito Pacheco Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Fernandes, s/n - Jardim São Carlos Açú 440,76 m² 65,67 m² NÃO 028 -PRQ - Rua Raul Benedito Pacheco Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Fernandes, s/n - Jardim São Carlos Açú 377,64 m² 65,01 m² NÃO 029 -PRQ - Rua Maximo Zanela, s/n - Jardim São Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Carlos Açú 384,12 m² 116,21 m² NÃO 030 -PRQ - Rua Raul Benedito Pacheco Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Fernandes, s/n - Jardim São Carlos Açú 405,36 m² 72,94 m² NÃO 031 -PRQ - Rua João Kozi Koski, s/n - Jardim São Pariquera - 222 ELEKTRO ELEKTRO Eletricidade e Serviço S.A Carlos Açú - 8.824,75 m² - 032 -PRQ - Rua João Kozi Koski, s/n - Jardim São Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Carlos Açú 392,23 m² 301,25 m² NÃO 033 -PRQ - 222 Rua Raul Benedito Pacheco Pariquera- Construção - 150,00m² 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Fernandes, s/n - Jardim São Carlos Açú 545,76 m² 406,72 m² 034 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 100 Pariquera - 222 16.105 Guatura Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. + 825m Açú 8.809,34 m² 1.479,52 m² NÃO 035 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 100 Pariquera - 222 21.725 Ivo Zanella + 305m Açú 32.880,83 m² 13.133,87 m² NÃO 036 -PRQ - Rua Ângelo Antoniolli s/n - Vila Pariquera - 222 21.725 Ivo Zanella Clementina Açú 674,71 m² 214,69 m² NÃO 037 -PRQ - Rua Ângelo Antoniolli s/n - Vila Pariquera - 222 21.725 Ivo Zanella Clementina Açú 537,07 m² 218,18 m² NÃO 038-PRQ- 22.387 Ozirdo Ponsoni Rua Ângelo Antoniolli s/n - Vila Pariquera- 720,00 m² 253,14 m² 48,00 m de cerca de alambrado,

Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 222 Clementina Açú mourões em concreto a cada 2,00m e altura de 1,10m, mureta com base em bloco de concreto. Construção - 58,00m²; 30,00 m de cerca com 1,50 m de altura, fechamento com 8 fios de arame, 039-PRQ- Rua Carolina Buzzi, s/n - Vila Pariquera- sustentação com mourões de 222 27.703 Antonio Marcos Arcine Morato Clementina Açú 600,00 m² 84,53 m² concreto a cada 2,00 m. 040 -PRQ - Rua Carolina Buzzi, s/n - Vila Pariquera - 10,00 m de muro feito com blocos de 222 27.455 Ilson Feliciano Clementina Açú 834,10 m² 210,01 m² concreto, com 2,00 m de altura 30,00 m de muro feito com blocos de 041-PRQ- Rua Carolina Buzzi, s/n - Vila Pariquera- concreto, com 1,20 m de altura e 222 27.772 Maria Pereira Lima Clementina Açú 514,88 m² 183,89 m² caiado. 042 -PRQ - Rua Carolina Buzzi, s/n - Vila Pariquera - 222 ELEKTRO ELEKTRO Eletricidade e Serviço S.A Clementina Açú - 5.323,16 m² - 40,00 m de cerca com 1,20 m de altura, fechamento com 3 fios de 043-PRQ- Rua Carolina Buzzi, s/n - Vila Pariquera- arame, sustentação com mourões de 222 24.352 Wanderlei Silva Clementina Açú 660,00 m² 209,93 m² madeira a cada 2,00 m. 044 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 100 Pariquera - 222 10.714 José Bona Sobrinho + 25m Açú 217.800,00 m² 1.313,93 m² NÃO 045 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 99 + Pariquera - 222 21.865 Luzia Generoso Zezilia e Outros 800m Açú 145.000,00 m² 9.594,75 m² NÃO 046 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 99 + Pariquera - 222 5.537 Valdomiro Vecchi 480m Açú 48.400,00 m² 5.530,38 m² NÃO 047 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 99 + Pariquera - 222 8.969 Claudino Paulino de Lima 298m Açú - 5.497,05 m² NÃO 048 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 99 + Pariquera - 222 6.970 Claudino Paulino de Lima e Outros 91m Açú 241.000,00 m² 6.516,66 m² NÃO 049 -PRQ - Pariquera - 222 4.169 Antônio Padovam e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 99 Açú 209.000,00 m² 6.858,08 m² NÃO 050 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 98 + Pariquera - 222 1.368 Angela Barduco 605m Açú 231.000,00 m² 6.662,57 m² NÃO 051 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 98 + Pariquera - 222 7.547 Antônio Padovam e Outros 403m Açú 17.600,00 m² 6.245,57 m² NÃO 052 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 98 + Pariquera - 222 22.459 Murillo de Souza Andrade e Outros 162m Açú 224.000,00 m² 7.355,89 m² NÃO 053 -PRQ - Pariquera - 222 22.461 Murillo de Souza Andrade e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 98 Açú 176.400,00 m² 6.643,33 m² NÃO 054 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 97 + Pariquera - 222 546 Franz Wexlauer e Outros 410m Açú 245.500,00 m² 7.930,85 m² NÃO

Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 055 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 97 + Pariquera - 222 65.883 Raymundo Montagna Filho e sua mulher 205m Açú 169.400,00 m² 5.924,54 m² NÃO 056 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 97 + Pariquera - 222 484 Victório Bona 38m Açú 4.767,72 m² NÃO 057 -PRQ - Pariquera - 222 9.923 Frederico João Martins e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 97 Açú 155.100,00 m² 7.720,08 m² NÃO 058 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 96 + Pariquera - 222 23.974 Ricardo Maia da Silva e Outros 532m Açú 129.600,00 m² 6.032,90 m² NÃO 059 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 96 + Pariquera - 222 6.341 Estevam Kletlingler Filho 321m Açú 88.000,00 m² 6.060,29 m² NÃO 060 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 96 + Pariquera - 222 6.341 Albertina Kletlingler do Vale e Outros 93m Açú 297.000,00 m² 6.526,07 m² NÃO 061 -PRQ - Pariquera - 222 9.352 Osmael Haytzmam e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 96 Açú 6.832,10 m² NÃO 062 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 95 + Pariquera - 40,00m² de cobertura sobre estrutura 222 13.171 Antônio Buzzi e Outros 675m Açú 174.800,00 m² 6.730,79 m² de madeira e telhas de fibrocimento. 063 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 95 + Pariquera - 222 4.218 Claudino Paulino de Lima e Outros 476m Açú 6.264,37 m² NÃO 064 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 95 + 222 7.158 Candido Zanella 255m Iguape 204.400,00 m² 6.748,80 m² NÃO 065 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 95 + 222 2.759 Germano Abrahão 38m Iguape 30.000,00 m² 6.738,74 m² NÃO 066 -IGP - 222 6.467 Anacleto Zanella e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 95 Iguape 550.300,00 m² 7.679,63 m² NÃO 067 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 94 + 222 6.467 Anacleto Zanella 468m Iguape 550.300,00 m² 5.791,61 m² NÃO 068 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 94 + 222 18.227 Anacleto Zanella 380m Iguape 2.800,00 m² 2.698,45 m² NÃO 069 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 94 + 222 18.227 Anacleto Zanella 134m Iguape 205.300,00 m² 7.363,05 m² NÃO 070 -IGP - 222 21.725 Rubens Ramos e sua mulher Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 94 Iguape 72.600,00 m² 7.170,09 m² NÃO 071 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 93 + 222 10.051 Rubens Ramos e Outros 573m Iguape 235.070,00 m² 7.201,72 m² NÃO 072 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, km 93 + 1.126.400,00 222 9.923 Frederico João Martins e Outros 349m Iguape m² 6.718,63 m² NÃO 073 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, km 93 + 1.126.400,00 222 9.923 Frederico João Martins e Outros 126m Iguape m² 6.740,16 m² NÃO 074 -IGP - 1.126.400,00 222 9.923 Frederico João Martins e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222, km 93 Iguape m² 6.696,22 m² NÃO 075 -IGP - 9.806 James Berto Eustice Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 92 + Iguape 202.000,00 m² 8.123,97 m² NÃO

Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 222 595m 076 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 92 + 222 9.806 James Berto Eustice e Outros 360m Iguape 205.200,00 m² 6.960,42 m² NÃO 077 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 92 + 222 986 Frederico Martins 130m Iguape 7.058,34 m² NÃO 078 -IGP - 222 7.501 Augusto Tachman Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 92 Iguape 6.617,47 m² NÃO 079 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, km 91 + 222 9.923 Frederico João Martins e Outros 635m Iguape 206.400,00 m² 6.886,69 m² NÃO 080 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, km91 + 222 9.923 Frederico João Martins e Outros 415m Iguape 180.090,00 m² 7.330,09 m² NÃO 081 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 91 + 222 12.101 Otto Swenson e Outros 196m Iguape 195.800,00 m² 6.852,13 m² NÃO 082 -IGP - 222 9.923 Frederico João Martins e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222 Km 91 Iguape 180.090,00 m² 6.966,00 m² NÃO 083 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 90 + 222 13.566 Jorge Michalony 870m Iguape 193.000,00 m² 6.600,16 m² NÃO 084 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 90 + 222 9.049 Sergio Tritta 608m Iguape 202.400,00 m² 7.760,91 m² NÃO 085 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 90 + 222 9.050 Gino Barbieri 392m Iguape 207.900,00 m² 6.162,86 m² NÃO 086 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, km 87 + 38.986.200,00 222 18.227 Gilberto Ruiz Augusto e Outros 250m Iguape m² 85.804,86 m² Construção - 150,00m² 087 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 83 38.986.200,00 222 18.227 Gilberto Ruiz Augusto e Outros +371m Iguape m² 111.775,22 m² NÃO 088 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 81 + 222 40.891 Luiz Pacces Filho e sua mulher 775m Iguape 289.700,00 m² 5.359,89 m² NÃO 089 -IGP - 222 40.890 Luiz Pacces Filho e sua mulher Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 81 Iguape 793.100,00 m² 12.123,11 m² NÃO 090 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 80 + 222 23.182 Joel Bialé Fragozo 786m Iguape 861.000,00 m² 10.026,13 m² NÃO 091 -IGP - Terrasul Administração e Empreendimentos Rodovia Ivo Zanella - SP -222, km 80 + 222 47.117 Imobiliários S/C Ltda. 650m Iguape 776.800,00 m² 4.124,12 m² NÃO 092 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, km 81 + 222 11.724 Benedito Medeiros 270m Iguape 153.000,00 m² 15.017,62 m² NÃO 093 -IGP - Terrasul Administração e Empreendimentos Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km80 + 222 47.117 Imobiliários S/C Ltda. 440m Iguape 776.800,00 m² 6.555,22 m² NÃO 094 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 80 + 222 23.252 Jalde Antônio Fragoso 207m Iguape 651.400,00 m² 6.672,00 m² NÃO 095 -IGP - 87.176 / 1.915.000,00 222 62.695 Rafaela Ferraz Felix Silva e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 80 Iguape m² 6.150,42 m² NÃO

Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 096 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 79 + 222 379 Paulo Gomes Duarte e Outros 626m Iguape 976.300,00 m² 9.684,82 m² NÃO 378 / 097-IGP- 70.432 / Antonio Francisco Nicolau Gonzales Rodrigues e Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 79 + 222 122.282 Outros 315m Iguape 995.760,00 m² 9.483,10 m² NÃO 098 -IGP - 2.042.700,00 222 377 Paulo Gomes Duarte e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 79 Iguape m² 19.357,54 m² NÃO 099 -IGP - 222 150.243 Maria de Lourdes Corrêa Maneghetti e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 78 Iguape 763.500,00 m² 23.115,64 m² NÃO 100 -IGP - 17.068 / Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 77 + 222 26.838 Tanebrás Sementes Melhoradas S.A. e Outros 345m Iguape 904.880,00 m² 19.216,31 m² NÃO 101 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 75 + 222 3.184 Anton Eisele 880m Iguape 193.100,00 m² 41.900,35 m² NÃO 102 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 75 + 222 176 Paulo Brasileiro Fortes e Outros 638m Iguape 454.700,00 m² 7.525,77 m² NÃO 103 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 75 + 222 63.921 Nilton dos Santos Freire 398m Iguape 388.500,00 m² 6.982,91 m² NÃO 104 -IGP - Nacabo Adm. e Empreendimentos Imobiliários S/C Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 75 + 222 53.336 Ltda. e Outros 345m Iguape 156.800,00 m² 1.739,84 m² NÃO 105 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 75 + 222 140.506 Harumi Miyasato e Outros 18m Iguape 9.705,17 m² NÃO 106 -IGP - 222 66.264 Flavia Maria Ferreira Alves Guimarães Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 75 Iguape 206.500,00 m² 3.182,06 m² NÃO 107 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222 Km 75 + 222 - Governo do Estado de São Paulo 35m Iguape - 6.080,59 m² NÃO 108 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 74 + 222 56.471 Comprovem Promotora de Vendas Limitada 418m Iguape 644.100,00 m² 9.836,17 m² NÃO 109 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 74 + 222 144.848 Cleuza Therezinha Timossi 200m Iguape 401.300,00 m² 6.506,42 m² NÃO 110 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 74 + 222 23.400 Paulino Sabino da Silva 78,9m Iguape 214.500,00 m² 3.577,33 m² NÃO 111 -IGP - 222 33.855 Promar Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 74 Iguape 554.100,00 m² 7.275,61 m² NÃO 112 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km73 + 222 27.052 Victor Leonel da Silva Paiva e Outros 519m Iguape 216.840,00 m² 10.217,38 m² NÃO 113 -IGP - Nabuco Adm. e Empreendimentos Imobiliários S/C 222 71.370 Ltda. e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 73 Iguape 370.024,00 m² 2.540,12 m² NÃO 114 -IGP - 70.890 / S.S. Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. e 222 70.891 Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 73 Iguape 309.760,00 m² 5.282,63 m² NÃO 115 -IGP - 69.345 á Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 80 + 1.246.023,10 222 69.349 Camillo Durval Gonçalves Berti e Outros 648m Iguape m² 17.694,68 m² NÃO

Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 116 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 72 + 222 50.754 V.M. Imóveis e Administração Ltda. 490m Iguape 392.000,00 m² 6.943,20 m² NÃO 117 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 72 + 222 373 Masahiro Hosokawa e Outros 340m Iguape 304.900,00 m² 4.728,86 m² NÃO 118 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, KM 72 + 222 45.170 Issamu Sonoda e Outros 240m Iguape 203.000,00 m² 2.987,96 m² NÃO 119 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 72 + 222 - Governo do Estado de São Paulo 7m Iguape - 7.059,17 m² NÃO 120 -IGP - Nacabo Adm. e Empreendimentos Imobiliarios S/C 222 77.328 Ltda. Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 72 Iguape 601.065,00 m² 7.583,08 m² NÃO 63.573 / 121-IGP- 77.328 / Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 71 + 3.410.281,30 222 79.693 Gustavo Homero Steffen Tomei e Outros 383m Iguape m² 8.172,32 m² NÃO 122 -IGP - 2.740.080,91 222 10.752 Raio Empreendimentos Imobiliarios Ltda. e Outros Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 71 Iguape m² 14.302,43 m² NÃO 123 -IGP - Nacabo Adm. e Empreendimentos Imobiliários S/C Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 70 + 222 43.438 Ltda. e Outros 728m Iguape 366.800,00 m² 6.023,41 m² NÃO 124 -IGP - 45.834 / Nacabo Adm. e Empreendimentos Imobiliários S/C Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 70 + 222 12788 Ltda. e Outros 555m Iguape 555.200,00 m² 5.295,88 m² NÃO 108.710 / 125-IGP- 108.711 / Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 70 + 1.186.712,50 222 137.310 Bernadino Faustino Nobrega 252m Iguape m² 15.785,43 m² NÃO 126 -IGP - 222 32.014 Imobile Empreendimentos Imobiliários Ltda. Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 70 Iguape 57.000,00 m² 10.261,75 m² NÃO 127 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 69 + 222 123.883 Kasil Participações Ltda. 430m Iguape 57.000,00 m² 8.860,46 m² NÃO 128 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 69 + 222 12.544 Momentum Empreendimentos Imobiliarios Ltda. 188m Iguape 896.700,00 m² 9.262,01 m² NÃO 129 -PRQ - 222 36.237A Decio da Silva Nascimento Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 69 Iguape 669.200,00 m² 6.046,72 m² NÃO 130 -PRQ - 36.238 / Incorplan Incorporação e Planejamento Imobiliário Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 68 + 1.502.722,41 222 73.027 Ltda. 600m Iguape m² 10.810,03 m² NÃO 131 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 68 + 222 178 Yoyoji Tamaki 462m Iguape 431.500,00 m² 4.096,05 m² NÃO 132 -PRQ - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 68 + 1.069.100,00 222 61.553 Maria de Lourdes Corrêa Meneghetti 118m Iguape m² 10.587,96 m² NÃO 133 -PRQ - 73.314 / 222 73.315 Jotora Imóveis e Materiais de Construção Ltda. Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 68 Iguape 814.100,00 m² 14.159,12 m² NÃO 134 -PRQ - 3.441.400,00 222 23.249 Jotora Imóveis e Materiais de Construção Ltda. Rodovia Ivo Zanella - SP-222, Km 67 Iguape m² 35.631,50 m² NÃO 135 -PRQ - 113.715 Jotora Imóveis e Materiais de Construção Ltda. Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 66 + Iguape 40.600,00 m² 3.245,03 m² NÃO

Cadastro Matrícula Proprietário Endereço Município Área total Área ating. Benfeitorias 222 382 m 136 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 66 + 222 113.715 Jotora Imóveis e Materiais de Construção Ltda. 271m Iguape 40.600,00 m² 3.369,13 m² NÃO 137 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 66 + 222 150.242 Radamés Meneguetti e Outros 166 m Iguape 313.300,00 m² 3.145,90 m² NÃO 138 -IGP - Rodovia Ivo Zanella - SP -222, Km 60 24.510.000,00 222 93.831 Prefeitura Municipal de Iguape ao 66 + 171m Iguape m² 196.621,39 m² Construção - 54,00m² 1.205.054,42 m²

Tabela 3 – Cadastro dos imóveis na Faixa de Servidão

CANTEIRO DE OBRAS, ESCRITÓRIO DE APOIO E ALOJAMENTOS

Não foram projetados canteiro de obras, escritório e alojamentos na área de construção da Linha de Transmissão. Desta forma, não haverá corte de vegetação, terraplenagem, impermeabilizações, etc. para montagem desta estrutura de apoio. A empresa responsável pela implantação do empreendimento buscará na zona urbana do município de Iguape ou Pariquera-Açu, imóvel que atenda às necessidades específicas para cada estrutura (canteiro, escritório ou alojamento).

Canteiro de Obras:

O canteiro de obras será montado na zona urbana ou de expansão urbana dos municípios de Iguape e Pariquera-Açu. Não haverá canteiro de obras no local de implantação da LT a ser construída. Os funcionários se deslocarão diariamente do canteiro de obras até o trecho da obra da LT. Os banheiros e vestiários do canteiro de obras usarão se possível, a rede local de esgotamento sanitário. O abastecimento de água será feito pela SABESP. Os resíduos oriundos do canteiro de obras são descritos abaixo:

• Efluentes Líquidos: Nos canteiros e frentes de obras serão gerados diversos tipos de efluentes líquidos, os quais serão tratados e destinados de forma adequada, conforme descrito a seguir: TIP

TIPO DESCRIÇÃO EFLUENTES SANITÁRIOS Esgotos provenientes de banheiros instalados nos canteiros e frentes de obras. Sempre deverão ser conectados a rede pública quando disponível. Os efluentes dos banheiros químicos e fossas deverão ser coletados periodicamente por empresas licenciadas e transportados a uma ETE – Estação de Tratamento de Esgotos. EFLUENTES GERADOS Estes efluentes apresentam gordura na sua composição, pois são NAS COZINHAS E gerados nas cozinhas e refeitórios. Antes de serem encaminhados REFEITÓRIOS para a ETE deverão passar por um sistema de separação de gordura (caixa separadora). EFLUENTES LÍQUIDOS Esses efluentes serão enviados a caixas coletoras e em seguida OLEOSOS RESULTANTES passarão por filtros de areia e brita para a remoção de óleos e DE LIMPEZA E POSSÍVEIS graxas. O material oleoso recolhido nas caixas será estocado e VAZAMENTOS DE enviado para reciclagem através de empresa credenciada junto à MÁQUINAS E CETESB. EQUIPAMENTOS Tabela 4 – Efluentes Líquidos no canteiro de obras.

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• Resíduos Sólidos Os resíduos sólidos gerados serão controlados seguindo os princípios da redução da geração, reutilização e reciclagem (3R). Os resíduos da obra serão classificados de acordo com a norma NBR 10.004/04 que os classifica quanto ao grau de risco ao meio ambiente e a saúde publica e de acordo com as resoluções CONAMA 307/02 e 348/04, que classificam os resíduos da construção civil. Os demais resíduos sólidos gerados nos canteiros e frentes de obras, pátios de estocagem de materiais, equipamentos e veículos e nas áreas de administração e coordenação serão coletados, separados, devidamente acondicionados e armazenados, para posterior envio a correta destinação final, de acordo com a resolução CONAMA 275/01.

• Emissões Atmosféricas Durante a fase das obras serão geradas emissões provenientes da queima de combustíveis utilizados nos veículos e equipamentos, alem de poeiras originadas nas fases construtivas (sedimentos de escavação). Para se diminuir a quantidade de emissões geradas, os veículos e equipamentos deverão operar dentro das especificações técnicas adequadas, com monitoramento freqüente. Já a quantidade de poeira levantada poderá ser reduzida através da constante umidificação do solo com jatos de água.

Escritório de Apoio:

O escritório de apoio da empresa responsável pela construção da LT ficará sediado junto ao canteiro de obras no município de Iguape ou Pariquera-Açu. Na impossibilidade de montar o escritório junto ao canteiro, o mesmo será montado em imóvel comercial em um dos municípios citados. Todas as ligações necessárias serão feitas conforme disponibilidade local: telefonia, energia, internet, etc. O fornecimento de água será feito pela SABESP. Os resíduos gerados pelo escritório constituem-se basicamente em materiais inertes (papel, papelão, etc.) e serão coletados se possível pela coleta municipal de resíduos.

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• Efluentes Líquidos No escritório de apoio serão gerados diversos tipos de efluentes líquidos, os quais serão tratados e destinados de forma adequada, conforme descrito a seguir: TIP

TIPO DESCRIÇÃO EFLUENTES SANITÁRIOS Esgotos provenientes de banheiros existentes no escritório que deverão ser conectados a rede pública quando disponível. Caso o sistema utilizado seja a fossa séptica esta deverá ser limpa periodicamente por empresas licenciadas e transportados a uma ETE – Estação de Tratamento de Esgotos. EFLUENTES GERADOS Estes efluentes apresentam gordura na sua composição, pois são NAS COZINHAS E gerados nas cozinhas e refeitórios. Antes de serem encaminhados REFEITÓRIOS para a ETE deverão passar por um sistema de separação de gordura (caixa separadora). DRENAGEM PLUVIAL As águas pluviais serão encaminhadas a um corpo receptor (galeria pluvial). Tabela 5 – Efluentes Líquidos no escritório de apoio.

• Resíduos Sólidos Os resíduos sólidos gerados serão controlados seguindo os princípios da redução da geração, reutilização e reciclagem (3R). Os resíduos do escritório serão classificados de acordo com a norma NBR 10.004/04 que os classifica quanto ao grau de risco ao meio ambiente e a saúde publica e de acordo com as resoluções CONAMA 307/02 e 348/04, que classificam os resíduos da construção civil. Os demais resíduos sólidos gerados serão coletados, separados, devidamente acondicionados e armazenados, para posterior envio a correta destinação final, de acordo com a resolução CONAMA 275/01.

Alojamento:

Caso seja possível, a empresa responsável pela construção da LT montará um alojamento para seus funcionários junto a um dos canteiros de obra (Iguape ou Pariquera-Açu). Caso não haja na região, imóveis com as características necessárias para abrigar o canteiro de obras e o alojamento, estes ficarão separados. Na impossibilidade de se conseguir montar um alojamento com toda a infra- estrutura necessária ao bem-estar dos trabalhadores, os mesmos serão alojados em hotéis da região. O fornecimento de água será feito pela SABESP. A coleta de resíduos (inertes e orgânicos) será feita se possível pela coleta municipal de resíduos.

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Os principais resíduos gerados em alojamentos são:

• Efluentes Líquidos No alojamento serão gerados diversos tipos de efluentes líquidos, os quais serão tratados e destinados de forma adequada, conforme descrito a seguir: TIP

TIPO DESCRIÇÃO EFLUENTES SANITÁRIOS Esgotos provenientes de banheiros existentes no alojamento que deverão ser conectados a rede pública quando disponível. Caso o sistema utilizado seja a fossa séptica esta deverá ser limpa periodicamente por empresas licenciadas e transportados a uma ETE – Estação de Tratamento de Esgotos. EFLUENTES GERADOS Estes efluentes apresentam gordura na sua composição, pois são NAS COZINHAS E gerados nas cozinhas e refeitórios. Antes de serem encaminhados REFEITÓRIOS para a ETE deverão passar por um sistema de separação de gordura (caixa separadora). DRENAGEM PLUVIAL As águas pluviais serão encaminhadas a um corpo receptor (galeria pluvial). Tabela 6 – Efluentes Líquidos no alojamento.

• Resíduos Sólidos Os resíduos sólidos gerados serão controlados seguindo os princípios da redução da geração, reutilização e reciclagem (3R). Os resíduos do escritório serão classificados de acordo com a norma NBR 10.004/04 que os classifica quanto ao grau de risco ao meio ambiente e a saúde publicam.. Os demais resíduos sólidos gerados serão coletados, separados, devidamente acondicionados e armazenados, para posterior envio a correta destinação final, de acordo com a resolução CONAMA 275/01.

• ÁREAS DE EMPRÉSTIMO E BOTA-FORA

Como trata-se de obra de construção de uma Linha de Transmissão aproveitando o traçado da LT já existente (69 kV), não haverá no local grandes movimentações de terra. A área de terraplanagem será mínima e não haverá necessidade de áreas de empréstimo ou bota-fora. Toda a terra movimentada será reutilizada no local para nivelamento das bases das torres.

• ESTRADAS DE ACESSO

Ao longo da Linha de Transmissão estão previstas a construção de algumas estradas de acesso conforme disposto nas plantas perfil (anexo), as quais

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serão utilizadas apenas para a construção da LT e ao término das obras, as mesmas terão as áreas recompostas. Será feito o aterramento, o nivelamento e o cascalhamento do terreno, com formação de valas de drenagem. Nos demais pontos, serão usadas preferencialmente as estradas vicinais já existentes e também a faixa de servidão da linha de transmissão, para o transporte dos materiais e ferragens. Não há previsão de supressão de vegetação arbóreo/arbustiva e movimento de terra no local dos novos acessos. Estes acessos serão recompostos ao término das obras.

• PRAÇAS DE MONTAGEM

Será necessária a abertura de praças de montagem com área de 35,00m x 35,00m, perfazendo um quadrilátero de 0,1225 ha de área, num total de 140 praças de montagem.

As praças serão localizadas na faixa de servidão da LT existente de forma a evitar a supressão de vegetação.

Para a montagem da Linha de Transmissão em 138 kV, serão executadas em primeiro as variantes, cuja finalidade é desviar a linha existente de seu eixo de forma a permitir a construção das novas estruturas metálicas e lançamento dos cabos no mesmo eixo da atual Linha de Transmissão em 69 KV, desta forma, será possível utilizar a atual faixa de servidão como praças de montagem.

Os serviços de montagem consistem basicamente em:  Montagem de extensões;  Montagem de troncos e braços;  Instalação de placas de identificação de fases, de sinalização, de numeração e de qualquer sistema ou pintura de sinalização para aeronaves;  Pintura das estruturas metálicas, conforme indicação no projeto.

• PRAÇAS DE LANÇAMENTO

As praças de lançamento serão, em princípio, os vãos existentes entre torres (faixa de servidão atual), correspondentes ao desenrolamento de bobinas que compreendam a aproximadamente 4 a 5 quilômetros, sendo limitados, a critério da Elektro, em terrenos com configuração de perfil muito irregular. Nestes casos, prevêem-se amarrações provisórias, independentes das torres.

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Em vãos de travessias ou cruzamentos, serão utilizados dispositivos e estruturas que garantam o afastamento dos condutores em relação ao solo e em relação a outros obstáculos de travessia (linhas elétricas, telefônicas, cercas de arame farpado, estradas, ferrovias, vias navegáveis e outros).

• SISTEMA DE ATERRAMENTO

O sistema de aterramento da linha de transmissão será efetuado através da instalação de fio de aço, recoberto de cobre, bitola 4 AWG, tipo Copperweld. Os fios (contrapeso) serão instalados nos quatros pés que compõem a base de cada estrutura metálica, e serão lançados no sentido longitudinal da linha de transmissão, e dentro da faixa de servidão.

Inicialmente serão lançados 4 (quatro) ramos de 50 metros, e esses ramos deverão ser instalados em valetas com profundidade mínima de 1 metro, e reaterrado com material devidamente compactado, em camadas de no máximo 20 cm.

Após 30 dias da instalação, proceder-se-á a medição da resistência de aterramento em cada estrutura, com o fio contrapeso desconectado dos pés da estrutura e interligados entre si (4 ramos). Se o valor encontrado estiver abaixo de 10 ohms, os trabalhos serão considerados concluídos, caso contrário, deverá ser elaborado um projeto específico de aterramento para as estruturas, cujos valores de resistência de aterramento estiverem acima de 10 ohms.

• ISOLADORES

Serão utilizados isoladores de disco em vidro, vitrificado, temperado de diâmetro 254 mm, altura de 146 mm, carga de ruptura de 80 KN, tensão suportável a 60 Hz, a seco de 70 KV, e sob chuva de 40 KV, tensão suportável a impulso atmosférico de 110 KV. Para as cadeias de isoladores do tipo suspensão, serão utilizados 9 (nove) isoladores e para as cadeias do tipo ancoragem serão utilizados 12 (doze) isoladores.

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• IMPLANTAÇÃO DAS TORRES

Para a montagem da Linha de Transmissão em 138 kV, serão executadas em primeiro as variantes, cuja finalidade é desviar a linha existente de seu eixo, de forma a permitir a construção das novas estruturas metálicas e lançamento dos cabos no mesmo eixo atual da linha existente em 69 kV, conforme mencionado anteriormente.

As estruturas metálicas serão montadas sobre fundações previamente executadas (com tubulão ou com outros tipos definidos no projeto, conforme Tabela 2).

As torres são constituídas de cantoneiras galvanizadas parafusadas entre si. Suas peças são muito leves e fáceis de serem transportadas para as praças de montagem.

A montagem deste tipo de torres é a pré-montagem manual de subconjuntos da estrutura, ao nível do solo, e o posterior içamento destes por meio de um guindaste. Entretanto, nem sempre será possível o acesso de um guindaste ao local. Neste caso, o içamento dos subconjuntos será feito com o auxílio de paus de carga (talha ou moitão), instalados provisoriamente na própria estrutura e deslocados para cima à medida que a montagem progride.

A estrutura não deverá ser montada com o fio de aterramento desconectado.

• SINALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS

A sinalização e identificação de estruturas será efetuada através da instalação de placas de sinalização, de advertência e de numeração e ainda, por meio de pintura de estruturas.

Recomenda-se que a instalação das placas de sinalização e identificação, sejam instaladas por ocasião da revisão final da linha. Para a realização dos trabalhos de sinalizações de identificação, de advertência e para segurança de inspeção aérea, deverão ser observadas e atendidas as normas e legislações em vigor, ou seja:  Normas ABNT: NBR 6535, NBR 7276 e NBR 8664, complementadas pelos Decretos 83.399 de 03/06/1.979 (Das zonas de Proteção de

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Aeródromos, de Heliportos e de Auxílios à Navegação) e 57.786 de 11/01/1.986 (Serviços de Proteção ao Vôo).  Instrução ELEKTRO - IT/OHS/003/99, a qual foi elaborada com base nas normas e decretos acima citados, resumindo detalhadamente todos os serviços necessários, aplicados aos padrões ELEKTRO.

• SINALIZAÇÃO DE ESTRUTURAS POR PINTURAS

Esse tipo de sinalização é feito com vistas à segurança de inspeção aérea de linha de transmissão. As pinturas serão realizadas nas seguintes condições:

••• No cruzamento de linhas, devem ser pintadas as estruturas da linha inferior, obedecendo aos seguintes critérios:  são pintadas, no mínimo duas estruturas anteriores ao cruzamento;  é pintada, no mínimo, a metade superior das estruturas, na face externa voltada para o sentido de aproximação da aeronave;  a estrutura adjacente ao cruzamento é pintada na cor vermelha (Vermelho Munsell N° 537 Ref. 7,5R - 4/16) e as demais são pintadas na cor laranja (Munsell Nº 557 Ref. 2,5YR – 6/14), segundo os padrões do Anexo A da NBR-6535/93;  não são pintados os dispositivos de escalamento das estruturas(pedarolas);  quando o número de estruturas entre cruzamentos consecutivos for igual ou inferior a três,  todas as estruturas internas aos cruzamentos são pintadas em vermelho.

• Nas deflexões de linhas com ângulos iguais ou superiores a 30°, devem ser cumpridos os seguintes critérios:  são pintadas, no mínimo, duas estruturas anteriores à deflexão;  a estrutura situada no ponto de deflexão não é pintada, salvo para indicar outra deflexão ou em atendimento a outros requisitos da NBR- 6535/93;  é pintada no mínimo a metade direita ou esquerda, de acordo com a deflexão da face externa da estrutura voltada para o sentido de aproximação da aeronave, no mínimo em sua metade superior;  a estrutura adjacente à deflexão é pintada na cor vermelha e as demais são pintadas na cor laranja, segundo os padrões do Anexo A da NBR- 6535/93.

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Os serviços de pintura acima indicados serão realizados sobre superfícies galvanizadas e consistirão basicamente na preparação da superfície, aplicação de uma demão de tinta de fundo a base de resina epoxi e óxido de ferro (shop primer) e uma demão de tinta de acabamento poliuretânica alifática, com espessura seca, tendo entre 30 a 40 mícron (especificação No 1342, da PETROBRÁS) e nas cores indicadas.

• INSTALAÇÃO DOS CABOS PÁRA-RAIOS E CABOS ACESSÓRIOS

Ao longo de toda a extensão da linha de transmissão, serão utilizados dois cabos pára-raios, cuja finalidade é proteger a linha de transmissão contra as descargas atmosféricas, assegurando-se assim um bom desempenho na operação da linha. Os cabos a serem utilizados são do tipo: cordoalha de aço carbono revestimento a fogo, bitola 3/8, formação de 7 fios e cabo de alumínio com alma de aço extra-forte, bitola 134.6 MCM, código Leghorn, formação do condutor 12/7, peso total de 499,7 kg/km. Os cabos pára-raios em número de dois, serão instalados no topo das estruturas, conforme projeto, grampeados e ancorados com dispositivos próprios e de acordo com o tipo de estrutura e do cabo.

Os serviços de instalação dos cabos e seus acessórios compreenderão basicamente as seguintes etapas, após a revisão da montagem das estruturas:  Lançamento dos cabos;  Instalação das ferragens (grampos);  Execução de emendas ou reparos;  Nivelamento e regulagem dos cabos;  Grampeamento dos cabos;  Instalação de amortecedores de vibração;  Instalação de sinalização.

• LANÇAMENTO DOS CABOS

Será utilizados apenas 1(um) cabo condutor por fase, do tipo CAA, ou seja, cabo de alumínio com alma de aço, bitola 336.4 MCM, código Oriole, formação do condutor 30/7, peso total de 784,3 kg/km.

Os serviços de lançamento dos cabos e seus acessórios compreenderão basicamente as seguintes etapas:

 Instalação das cadeias de isoladores;

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 Lançamento dos cabos condutores, sob tensão mecânica ou não;

 Execução de emendas e reparos;

 Pré-tensionamento dos cabos condutores;

 Nivelamento e regulagem dos cabos;

 Grampeamento, encabeçamento e “jumpers” dos cabos e;

 Instalação de amortecedores.

Durante a operação de desenrolamento, os condutores serão verificados visualmente por dois funcionários da empresa contratada para a execução das obras, para detecção de defeitos à saída das bobinas, dispostas na carreta portadora e a passagem pelos tambores do tensionador; sendo constatada a ruptura ou danos nos fios de alumínio, os mesmos deverão ser presos por uma bandagem de fácil visualização e marcado à tinta para posterior correção.

O desenrolamento dos condutores deverá ser efetuado com auxílio de cabo piloto anti-torsão, previamente estendido (ou com o uso de anti-piloto, o que é recomendável quando houver culturas, para se evitar estragos e nas passagens por grotas profundas e de densa vegetação, o que facilita a operação, abrindo-se apenas uma picada para lançamento do pré-piloto).

• SECCIONAMENTO E ATERRAMENTO DAS CERCAS

Todas as cercas existentes dentro dos limites da faixa de servidão deverão ser seccionadas e aterradas independentemente.

Inicialmente deve-se proceder ao seccionamento das cercas nos limites da faixa. Deverá ser utilizado secionador pré-formado para cerca. O material deverá ser constituído por isoladores e alças. As alças deverão ser de aço aluminizado com características próprias para aplicação sobre diversos tipos de arames comumente usados em cercas. O elemento isolante deverá ser de material plástico reforçado, com resistência mecânica à tração mínima de 250 Kg e permita isolação elétrica de 35 kV nas duas extremidades. Quando da existência de cercas do tipo “paraguaia” a serem secionadas dentro dos limites da faixa; o elemento isolante deverá ter resistência mecânica à tração mínima de 900 Kg. O aterramento deverá ser feito de um só lado. No caso da cerca estar seccionada por passagens de quaisquer naturezas (porteiras, mata-burros, colchetes, etc.), esta deverá ser aterrada em todos os trechos sob a linha.

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• VOLUME E VIAS DE TRÁFEGO

Os principais veículos e equipamentos utilizados na construção serão: tratores, carretas, caminhões, valetadeiras, pás carregadeiras. No lançamento e emenda dos cabos condutores e pára-raios serão utilizados guinchos, tensionadores e roldanas entre outros. Todos estes veículos/equipamentos trafegarão principalmente pela Rodovia Ivo Zanella – SP-222. Não haverá sobrecarga no trânsito local face que a obra será realizada em etapas construtivas conforme cronograma a ser definido. O maior trânsito será de caminhões tipo trucado, os quais serão responsáveis pelo deslocamento dos funcionários e dos materiais necessários à construção da LT.

• DESATIVAÇÃO DOS CANTEIROS E ALOJAMENTOS

Ao término das obras a contratada responsável pela execução dos serviços deverá providenciar a desativação dos canteiros de obras e alojamentos. Como os mesmos serão locados na zona urbana dos municípios de Pariquera- Açu ou Iguape, deverão ser tomados todos os cuidados para deixá-los em condições aceitáveis de uso por seus proprietários. A Elektro exigirá da empresa contratada o “Termo de Devolução de Chaves” atestando que o imóvel está em ordem, sem nenhuma pendência.

• RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS AFETADAS PELAS OBRAS

Como base para a revisão final de todas as etapas dos serviços, deverão ser observados pela empresa responsável pela execução das obras, principalmente os seguintes itens:

 Acessos : Todos os acessos abertos e utilizados durante os serviços de implantação da obra, deverão ser desativados e o terreno recomposto na forma original, de maneira a evitar-se problemas futuros com erosões. Nos locais sujeitos a erosões, deverão ser efetuadas proteções adequadas, obedecendo a orientações da Fiscalização ELEKTRO. Todas as cercas deverão ser fechadas, todos os colchetes desmanchados e todos os mata-burros, porteiras e pontes, retirados.

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 Faixa de Servidão : Deverá ser procedida a cuidadosa verificação dos aterramentos das cercas, visando a proteção de terceiros, sendo com especial atenção, verificados os seccionamentos nos pontos dos aterramentos e o estado dos conectores e seus bloqueios, para que sejam evitadas as suas retiradas e conseqüentemente tornarem o sistema de aterramento inoperante.

 Vegetação: Deverá ser feita a recomposição de vegetação nativa junto às bases das estruturas para evitar problemas futuros com erosões. Caso o solo existente no local não esteja de boa qualidade, a critério da Fiscalização ELEKTRO, deverá ser providenciada a aplicação de uma camada de terra vegetal e o plantio de grama tipo “batatais”, num raio igual ao dobro da diagonal entre os “pés” da torre (o raio varia em função do tipo de torre, sendo de no mínimo 8,82m). Toda a área desmatada em função da abertura de faixa de servidão será recomposta conforme TCRA – Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental a ser firmado pela Elektro junto ao DEPRN – Departamento Estadual de Proteção aos Recursos Naturais.

 Erosão: Deverão ser verificadas as condições das bermas, compreendendo a verificação de seus estados e ou a execução de novas, visando-se evitar o perigo de erosões ou comprometimento das fundações, pela ação de águas pluviais. Nos pontos onde foram verificadas susceptibilidade à erosão, serão desenvolvidos programas específicos de recuperação destas áreas (plantio de grama, reconformação do solo, uso de sistemas de drenagem, etc.).

 Praças de Montagem e Praças de Lançamento: Deverão ser deixadas limpas e desimpedidas. Como as mesmas serão montadas na faixa de servidão existente, será feita a recuperação da vegetação rasteira, de forma a proteger o solo evitando que o mesmo fique exposto. Nestes locais não será possível permitir o crescimento de vegetação arbustivo- arbórea.

CUIDADOS AMBIENTAIS DO PROJETO

O Projeto de Construção da Linha de Transmissão 138 kV Pariquera Açu – Iguape foi estruturado de acordo com as especificações técnicas desenvolvidas

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e/ou adotadas pela ELEKTRO, referentes a segurança nas construções e operações de Linhas de Distribuição, Transmissão e Subestações e também respeitando a legislação ambiental vigente. Dentre os cuidados ambientais implementados no projeto durante todas as fases do empreendimento, destacam-se:  A escolha de locais para o traçado da LT priorizando restringir as desapropriações de moradias, a passagem da LT por Áreas de Proteção Ambiental, terrenos rochosos e com baixa capacidade de suporte;  A realização de levantamento fotográfico das áreas das obras visando possibilitar uma posterior recomposição e reintegração do terreno a paisagem, nos moldes originais;  O aproveitamento dos caminhos de acesso existentes e, ao final das obras, a recuperação e reintegração a paisagem das áreas utilizadas durante a implantação do empreendimento;  Os cuidados que as empreiteiras contratadas deverão ter, escolhendo as melhores técnicas para a construção e levando em conta os pontos considerados especiais para a instalação de LTs;  A priorização da instalação dos canteiros e frentes de obras próximos aos núcleos habitacionais locais, dando-se preferência a contratação da mão-de-obra da região, evitando-se assim os impactos advindos da chegada de trabalhadores de outras localidades.

• CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO

Abaixo é apresentado o cronograma inicial da obra.

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CRONOGRAMA DE LINHAS DE TRANSMISSÃO NOME DA EMPRESA: ELEKTRO ELETRICIDADE E SERVIÇOS S.A. DATA:20/06/2009 NOME DA OBRA: RAMAL DE LT 138 KV IGUAPE

ANO 2009 ANO 2010 ANO 2011

JFMAMJJASONDJFMAMJJASONDJFMAMJJASOND Nº DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO 1 PROJETO 1.1 PROJETO BÁSICO 1.2 TOPOGRAFIA 1.3 SONDAGEM 2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 3 NEGOCIAÇÃO - SERVIDÃO DE PASSAGEM 4 OBRAS CIVIS E MONTAGEM 4.1 INSTALAÇÕES DE CANTEIRO 4.2 FUNDAÇÕES 4.3 MONTAGEM DAS TORRES 4.4 LANÇAMENTO DOS CABOS 5 COMISSIONAMENTO E ENERGIZAÇÃO 6 OPERAÇÃO COMERCIAL Observações: Data de início: Janeiro/2009 Data de Conclusão: Dezembro/2009 Duração das obras: 3 anos Assinatura: Nome do Engenheiro André Campos Rota Número do CREA CREA 5060156571-SP

• AÇÕES NECESSÁRIAS À OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

A operação de uma Linha de Transmissão é uma atividade relativamente fácil se comparada com outras obras de infra-estrutura. Para que o sistema elétrico opere dentro da sua capacidade e sem grandes problemas, é necessário que tal sistema encontre-se em boas condições, ou seja, que não haja falhas ao longo do mesmo (subestações, estruturas, cabos, equipamentos). Para que a concessionária opere com tranqüilidade, são realizados dois procedimentos básicos: as inspeções e as manutenções do sistema elétrico.

 INSPEÇÃO EM LINHA DE TRANSMISSÃO:

As concessionárias de energia elétrica adotam inspeções terrestres e aéreas para o diagnóstico de defeitos nas linhas de transmissão. As periodicidades das inspeções variam de acordo com a experiência de cada empresa, sendo que na ELEKTRO em geral a inspeção aérea é realizada a cada 06 (seis) meses e a inspeção terrestre a cada 02 (dois) anos.

 Inspeção Aérea de Linhas de Transmissão A inspeção aérea é um dos principais instrumentos de diagnóstico das linhas de transmissão, servindo para a programação das manutenções preventivas e corretivas das mesmas. A inspeção aérea detalhada é realizada periodicamente com helicóptero em velocidade reduzida (média de 45 km/h). O vôo é feito ao longo da linha observando toda sua extensão. A inspeção aérea de emergência é realizada na intenção de se localizar uma falha transitória ou permanente, detectada pelas proteções da linha, em velocidade superior à velocidade adotada na inspeção detalhada.

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Fig. 01 – inspeção aérea de linha de transmissão

 Inspeção Aérea Detalhada Nesta inspeção deverão ser apontadas avarias principalmente nos seguintes itens: • isolamento da linha; • erosão; • estruturas fora de prumo; • situação de estais; • cruzamentos com outras linhas; • árvore alta dentro e fora da faixa; • construção dentro da faixa; • cerca não interrompida e não aterrada, se possível pela pintura dos moirões; • faixa suja; • vegetação sujeita a prática de fogo (cana, colonião, etc.). • sinalização de estruturas; • sinalização aérea (esferas, sinalizadores, etc.); • peças deformadas ou quebradas; • contrapeso fora do solo; • emendas dos condutores; • tentos rompidos; • número ilegível;

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• falta de peças, se possível; • sinais de ferrugem; • falta de festão e amortecedores; • cadeia fora de posição; • água na base.

 Inspeção Aérea de Emergência Este tipo de inspeção é solicitada pela Gerência Regional quando ocorrem perturbações persistentes, piques ou desligamento permanente da linha.

 Inspeção Terrestre As inspeções terrestres são executadas seguindo um roteiro preestabelecido, que leva em consideração o diagnóstico da linha de transmissão, sua idade, desempenho, características próprias, etc. Podem ser do tipo detalhada com ou sem escalada, de roçada, extra, de emergência, nos contrapesos, com isolômetro, termográfica ou de efeito corona.

 Inspeção Terrestre Detalhada São executadas normalmente a cada dois anos para linhas que passam por inspeção aérea e anualmente para linhas que não passam por inspeção aérea. Nesta inspeção são apontadas avarias nos seguintes itens: a) na base • formigueiro; • erosão; • base danificada; • com água; • contrapeso partido; • contrapeso fora do solo; • falta contrapeso; • contrapeso desligado/desconectado; • vegetação alta. b) na estrutura • fora de prumo; • peça deformada; • número ilegível; • faltam peças; • faltam parafusos; • faltam arruelas; • parafusos soltos; • sinais de ferrugem; • falta porca.

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c) na cadeia de isoladores • isoladores queimados; • isoladores defeituosos; • isoladores quebrados; • isoladores trincados; • cadeia fora de posição; • falta contrapino; • sinais de ferrugem; • peças defeituosas; • faltam parafusos; • faltam porcas. d) nos condutores • caído no solo; • muito tensionado; • muito baixo; • com tensão desigual; • tento rompido; • falta de festão; • festão sem colo; • falta de amortecedor; • amortecedor solto; • jumper solto; • parafuso solto; • falta parafuso; • falta porca. e) nos cabos pára-raios (cabo guarda) • muito tensionado; • pouco tensionado; • danificado; • grampo fora de posição; • falta de parafuso; • falta de porca; • parafusos soltos; • sinais de ferrugem. f) na faixa • árvore fora da faixa, mas que pode atingir a linha; • faixa suja; • faixa intransitável; • construções dentro da faixa; • cercas não interrompidas; • cercas não aterradas; • cruzamentos com outras linhas; • condutores baixos;

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• amortecedores soltos; • emendas dos condutores; • contrapeso fora do solo.

 Inspeção Terrestre de Roçada Este tipo de inspeção ocorre quando existe a necessidade de se quantificar as áreas localizadas nas faixas de segurança que deverão passar por roçada ou limpeza de faixa, além de árvores existentes nas proximidades das linhas de transmissão que possam representar risco para o bom desempenho das linhas.

 Inspeção Terrestre Extra Este tipo de inspeção ocorre quando houver perturbações em uma linha de transmissão, perturbações estas que podem ser causadas por vegetação alta, cavaletes próximos dos condutores, arame nos condutores, cadeia de isoladores permitindo vazamento de tensão, etc.

 Inspeção Terrestre de Emergência Ocorrem quando houver perturbações ou desligamento de uma linha de transmissão e a mesma não aceita sua reenergização. Este tipo de inspeção também é executada quando ocorrem piques na linha.

 Inspeção no Sistema de Aterramento (Contrapeso) da Linha Este tipo de inspeção é executada em determinadas linhas através de medições de resistência ôhmica do aterramento da linha de transmissão, conforme normas nacionais vigentes, com a intenção de se reformar ou substituir o aterramento existente. É realizada em linhas de desempenho ruim.

 Inspeção com Isolômetro O Isolômetro é um instrumento portátil, que permite localizar rapidamente um isolador defeituoso em circuitos energizados de transmissão, comparando as leituras obtidas em isoladores do mesmo tipo, sob as mesmas condições e na mesma linha ou subestação.

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Fig. 2 – inspeção de isoladores utilizando isolômetro

 Inspeção Termográfica A inspeção termográfica (Termografia) é uma técnica não destrutiva que utiliza os raios infravermelhos, para medir temperaturas ou observar padrões diferenciais de distribuição de temperatura, com o objetivo de propiciar informações relativas à condição operacional de um componente, equipamento ou processo. Em qualquer dos sistemas de manutenção considerados, a termografia se apresenta como uma técnica de inspeção extremamente útil, uma vez que permite: realizar medições sem contato físico com a instalação (segurança); verificar equipamentos em pleno funcionamento (sem interferência na produção); e inspecionar grandes superfícies em pouco tempo (alto rendimento). Os aplicativos desenvolvidos para a posterior análise das informações termográficas obtidas, como a classificação de componentes elétricos defeituosos, avaliação da espessura de revestimentos e o cálculo de trocas térmicas, permitem que esses dados sejam empregados em análises preditivas.

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Fig. 3 – imagem termográfica com ponto quente em jump.

 Inspeção de Efeito Corona Corona é um fenômeno que resulta da ionização do ar devido ao alto campo elétrico. A detecção do efeito corona é uma técnica que permite visualizar a distância cada ponto de um objeto estando ele em repouso ou em movimento, e simultaneamente mostrar uma visualização de suas descargas. As câmeras de detecção de corona além de detectar também produzem imagens das ondas de luz geradas pelo corona. Desta maneira, a visibilidade ajuda o técnico a aplicar a ferramenta apropriada para solucionar o problema.

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Fig. 4 – imagem de efeito corona em grampo de suspensão.

 MANUTENÇÃO EM LINHA DE TRANSMISSÃO:

• Conceito de Manutenção

Manutenção é toda atividade que se realiza através de processos diretos ou indiretos, nos equipamentos, obras ou instalações, com finalidade de assegurar-lhes condições de cumprir, com segurança e eficiência, as funções para as quais foram fabricados ou construídos, levando em consideração as condições operativas e econômicas.

• Tipos de Manutenção em Linhas de Transmissão

Em geral as manutenções de linhas de transmissão ocorrem em decorrência de apontamentos de avarias acusadas durante os diversos tipos de inspeções realizadas. As atividades de manutenção em linhas de transmissão se subdividem em três tipos: - manutenção preventiva;

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- manutenção corretiva; - manutenção preditiva.

• Manutenção Preventiva É todo serviço programado de controle, conservação e restauração dos equipamentos de uma linha de transmissão, executado com a finalidade de mantê-los em condições de operação e prevenir contra possíveis ocorrências que causem a interrupção da mesma.

• Manutenção Corretiva É todo serviço efetuado em equipamentos de uma linha de transmissão, com a finalidade de corrigir as causas e defeitos motivados por ocorrências constatadas, e que acarretaram ou possam acarretar interrupção de sua continuidade. A manutenção corretiva se subdivide em: - manutenção corretiva de emergência; - manutenção corretiva de urgência; - manutenção corretiva programada.

• Manutenção Corretiva de Emergência É todo serviço de manutenção corretiva executado com a finalidade de se proceder, de imediato, ao restabelecimento das condições normais de utilização dos equipamentos de uma instalação.

• Manutenção Corretiva de Urgência É todo serviço de manutenção corretiva executado com a finalidade de se proceder, o mais rápido possível, ao restabelecimento das condições normais de utilização dos equipamentos de uma instalação.

• Manutenção Corretiva Programada É todo serviço de manutenção corretiva executado com a finalidade de se proceder, a qualquer tempo, ao restabelecimento das condições normais de utilização dos equipamentos de uma instalação, aproveitando-se um programa ou eventual conveniência.

• Manutenção Preditiva A manutenção preditiva se baseia na análise da evolução supervisionada de parâmetros significantes da deterioração do componente, permitindo alongar e planejar intervenções. Utiliza-se de técnicas de inspeção por equipamentos, por exemplo, inspeção termográfica e inspeção de corona.

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Essas técnicas são capazes de detectar eventuais falhas de funcionamento sem a necessidade de desligamento da linha e de modo que a intervenção corretiva possa ser programada com antecedência suficiente proporcionando os seguintes benefícios: - aumento da segurança e da disponibilidade dos equipamentos, com redução dos riscos de acidentes e desligamentos inesperados; - eliminação da troca prematura de componentes com vida útil remanescente ainda significativa; - redução dos prazos e custos das intervenções, pelo conhecimento antecipado dos defeitos a serem corrigidos; - aumento da vida útil dos equipamentos e componentes pela melhoria das condições de instalação e operação.

• Classificação da Manutenção em Linhas de Transmissão A manutenção em linhas subdivide-se em dois tipos: - manutenção em linha desenergizada; - manutenção em linha energizada.

• Manutenção em Linha Desenergizada (Linha Morta) A manutenção com a linha desenergizada é efetuada pelo método tradicional, onde a linha é desligada, aterrada e verificada a ausência de tensão, para que posteriormente a equipe possa executar os trabalhos sem nenhum equipamento especial, podendo inclusive tocar todos os componentes da linha.

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Fig. 5 – troca de isoladores em regime desenergizado

• Trabalho em Linha Energizada (Linha Viva) a) Método à Distância A manutenção em linhas de transmissão, sem interrupção de fornecimento de energia elétrica, tornou-se com o passar do tempo uma necessidade para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas empresas de energia elétrica. Por mais perfeito que seja o sistema, sempre ocorrem avarias que implicam em serviços de reparo, que poderá ocorrer em regime energizado. Para isto, é necessária a utilização de equipamentos especiais de qualidade comprovada, além de uma equipe treinada e capacitada.

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Fig. 6 – troca de isoladores em regime energizado pelo método à distância

b) Método ao Potencial Este método tem por finalidade permitir trabalhos em subestações e linhas de transmissão energizadas, com vantagens com relação ao método à distância, onde as distâncias de trabalho utilizando bastões isolados são grandes e dificultam as tarefas. O eletricista deverá vestir uma roupa condutiva (macacão, calça e jaqueta), luvas e meias fabricadas de material condutor, se posicionar no andaime ou extensão de grua fabricado de material isolante para então proceder a entrada ao potencial, isto é, poder tocar os equipamentos energizados.

A finalidade da roupa condutiva é proteger o eletricista contra os efeitos do campo elétrico e baseia-se no princípio da Gaiola de Faraday “Toda a carga elétrica existente em um condutor isolado localiza-se em sua superfície externa”. Desta maneira, estando o eletricista vestido com a roupa condutiva, luvas, meias e botas condutivas, toda a carga elétrica estará acumulada em sua vestimenta e a pessoa em seu interior encontra-se totalmente livre dos efeitos do campo elétrico.

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Fig. 7 – manutenção em subestação pelo método de linha viva ao potencial utilizando andaime isolado

 Principais Atividades de Manutenção em Linhas de Transmissão

Encontram-se relacionadas a seguir as atividades de manutenção mais comuns realizadas com equipe própria ou através de empresas contratadas: - troca de cabos pára-raios (cabo guarda); - substituição ou reforma de aterramentos; - troca de cabos condutores; - substituição de prumadas de terra; - substituição de estruturas (torres ou postes); - alteamento de cabos condutores; - instalação de emendas ou reparos pré-formados em condutores ou pára- raios; - troca de ferragens de cadeia de isoladores ou de cabos pára-raios; - troca de isoladores; - tratamento anti-corrosivo; - substituição de peças de torres; - roçada de faixa de segurança;

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- corte de árvores; - contenção de erosão no terreno; - construção de proteção de taludes; - etc.

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3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

• ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROJETO:

A área do projeto do Ramal LT 138 kV Iguape – trecho Pariquera Açu – Iguape - está inserida na região conhecida como , que corresponde às áreas localizadas na bacia hidrográfica do Rio Ribeira do Iguape e do Complexo Estuarino Lagunar de Iguape. Sua área de 2.830.666 hectares abriga uma população de 481.224 habitantes e inclui integralmente a área de 31 municípios (9 paranaenses e 22 paulistas). Existem ainda outros 21 municípios no estado Paraná e outros 18 municípios no estado de São Paulo, que estão parcialmente inseridos na bacia do Ribeira. Na porção paulista, nota- se que o Vale do Ribeira corresponde às regiões administrativas de Registro e , estando majoritariamente na primeira.

O traçado da Linha de Transmissão percorre dois municípios da Região Administrativa de Registro - Pariquera-Açu e Iguape, ambos na porção sul do estado de São Paulo.

As Áreas de Influência dos empreendimentos são definidas para se elaborar os estudos ambientais, considerando-se as características dos mesmos e das regiões em que serão implantados, além da maneira com que os impactos irão interferir sobre o ambiente, seja de forma direta ou indireta.

No caso da construção do Ramal LT 138 kV – Iguape – Trecho Pariquera-Açu - Iguape, para a realização de estudos ambientais mais detalhados e diretos, foi estabelecido para os três meios – físico, biótico e sócio-econômico e cultural, um limite de aproximadamente 100 metros, sendo 50 metros para cada lado da LT e um círculo de 100 metros de raio nas subestações. Para a realização de estudos ambientais mais gerais da LT, com relação ao meio sócio-econômico e cultural, foram considerados os limites dos municípios onde serão realizadas as obras (Pariquera-Açu e Iguape). Num contexto ainda mais amplo e indireto, adotou-se, para este meio, a Região Administrativa de Registro. Para os meios físico e biótico, adotou-se um limite de 500m, sendo 250m para cada lado da LT ou um raio de 500m nas subestações.

Para efeito deste estudo foram considerados:

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 Meio Físico Conjunto das características do ambiente (ex. solo, clima, rios).

 Meio Biótico Características da vegetação e da fauna da região.

 Meio Socioeconômico e Cultural Relativo à forma e condições como as pessoas de uma região se organizam, trabalham, se expressam e são atendidas pela municipalidade.

As Áreas de Influência Direta (traçado) e de Influência Indireta (R.A. Registro) podem ser verificadas na figura abaixo:

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Fig. 8 – Áreas de Influência

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• ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA:

 Legislação Incidente:

Legislação Municipal (Iguape) :

- Lei Orgânica do Município de Iguape, de 10/04/2008 – Cap. IV – Do Meio Ambiente - dispõe sobre a política municipal de meio ambiente.

Legislação Municipal (Pariquera-Açu) :

- Lei Orgânica do Município de Pariquera-Açu, de 2002 – Cap. IV – Da Política de Meio Ambiente - dispõe sobre a política municipal de meio ambiente.

Legislação Estadual :

- Lei Estadual Nº 9.509/97, de 20/03/1997 – dispõe sobre a política estadual de meio ambiente. - Decreto N. 47.400, de 4/12/2002 – regulamenta a Lei Estadual 9509 (Licenciamento Ambiental).

- Decreto Nº 48.919, de2/09/2004 – nova redação ao Decreto 47.400.

- Lei Estadual Nº 997, de 31/05/1976 – dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente.

- Decreto nº 8.468, de 8/09/1976 – regulamenta a Lei 997 (prevenção e controle da poluição).

- Decreto N. 47.397-02, de 4/12/2002 – nova redação ao Decreto 8468.

- Lei Estadual nº 12.288, de 22/02/2006 - Dispõe sobre a eliminação controlada dos PCBs e dos seus resíduos, a descontaminação e da eliminação de transformadores, capacitores e demais equipamento elétricos que contenham PCBs.

- Resolução SMA-5, de 7/2/2007 – Dispõe sobre procedimentos simplificados para o licenciamento ambiental de linhas de transmissão de energia e respectivas subestações, no território do Estado de São Paulo.

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- Portaria DAEE 717/96, de 12/12/96 – Disciplina o uso dos recursos hídricos.

- Resolução Conjunta SMA/SERHS nº 1, de 23/02/2005 - Regula o Procedimento para o Licenciamento Ambiental Integrado às Outorgas de Recursos Hídricos. - Resolução SMA-15, de 13/03/2008 – Dispõe sobre os critérios e parâmetros para concessão de autorização para supressão de vegetação nativa considerando as áreas prioritárias para incremento da conectividade.

- Decreto Estadual nº 26.719, de 06/02/1987 - Cria a Estação Ecológica dos Chauás em área de terras devolutas vagas situada no 18º Perímetro de Iguape, objeto do Decreto nº 12.327, de 26 de setembro de 1978, e dá providências correlatas.

- Lei nº 8.873, de 16/08/1994 - Cria o Parque Estadual do “Pariquera Abaixo”.

- Lei nº 10.316, de maio de 1999 - Dá denominação ao Parque Estadual “Pariquera Abaixo”, em Pariquera-Açú que passa a denominar-se "Parque Estadual da Campina do Encantado".

Legislação Federal:

- Resolução CONAMA N.º 001, de 23/01/1986 - Dispõe sobre procedimentos relativos à Estudo de Impacto Ambiental.

- Resolução CONAMA N.º 006, de 16/09/1987 – dispõe sobre regras gerais para o licenciamento ambiental de obras de grande porte, especialmente aquelas nas quais a União tenha interesse relevante como a geração de energia elétrica.

- Resolução CONAMA N.º 237, DE 19/12/1997 - Dispõe sobre os procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental e no exercício da competência, bem como as atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental.

- Decreto nº 90.347, de 23/10/1984 - Dispõe sobre a implantação de área de proteção ambiental nos Municípios de Cananéia, Iguape e Peruíbe, no Estado de São Paulo, e dá outras providências.

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- Decreto nº 91.892, de 06/11/1985 - Acresce áreas aos limites da Área de Proteção Ambiental - APA de Cananéia-Iguape e Peruíbe, declarada pelo Decreto nº 90.347 de 23 de outubro de 1.984, e dá outras providências.

 Planos e programas Governamentais:

• Iniciativa Estadual: O Vale do Ribeira apesar de localizado em dois dos estados mais desenvolvidos do País, São Paulo e Paraná, e de ter sido uma região intensamente explorada no período colonial e imperial, apresenta os mais baixos indicadores sociais de São Paulo e do Paraná, incluindo os mais altos índices de mortalidade infantil e de analfabetismo. Ao mesmo tempo, possui recursos naturais pouco explorados, tanto do ponto de vista estritamente econômico, quanto turístico. Assim, foi objeto de inúmeros estudos, planos, projetos e programas. Instituições públicas e privadas interessaram-se pela região que, no entanto, permaneceu pouco desenvolvida, do ponto de vista socioeconômico e, de certa forma, preservada, do ponto de vista ambiental. É interessante mencionar o Plano Diretor do Vale do Ribeira, elaborado na década de 80, por iniciativa do governo do Estado de São Paulo. O Plano da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul, elaborado para o quadriênio 2000/2003, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul do Estado de São Paulo, já apresentava como um de seus objetivos a atenuação das enchentes que ocorrem no Vale, além da melhoria do saneamento básico e o desenvolvimento socioeconômico da região, dentre outros. O Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004/2007, elaborado com base nos planos de bacia, destinou para a porção paulista da bacia do Ribeira de Iguape R$ 166.414.000,00, propondo 101 ações; destas, as 5 discriminadas a seguir receberam 71,1% dos recursos. São elas: • Ampliação do sistema de esgotamento sanitário, mediante ampliação da coleta e do tratamento, principalmente no Alto Ribeira, onde se pretende atingir mais 12.000 habitantes com a coleta e mais 38.000 com tratamento. • Ampliação do sistema de abastecimento de água, sobretudo no Alto Ribeira, trecho do Vale que tem recebido menos investimentos públicos. • Conclusão das obras do vertedouro do Valo Grande e monitoramento da região lagunar de Iguape, Cananéia e rio Ribeira.

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• Viabilização de parcerias com os municípios da Bacia, incluindo convênios para estudos, projetos, serviços e obras de controle de cheias e defesa contra enchentes e seus efeitos. • Produção de informações sobre a Bacia: atualização e ampliação do número de pontos de amostragem de qualidade das águas superficiais e subterrâneas e de dados básicos das estações pluviométricas e fluviométricas da Bacia, incluindo análise sistemática dos dados em 23 postos fluviométricos, 68 postos pluviométricos e 3 postos para medir o índice de qualidade da água (IQA), além da instalação de um radar hidrometeorológico.

O Plano Estadual de Recursos Hídricos 2008/2011, teve como foco:  Priorização de usos: abastecimento, industrial, agrícola, outros;  Proposta de re-enquadramento dos corpos d’água;  Projeções: população, índices de atendimento, demanda; e  Proposta de recuperação de áreas críticas: disponibilidade, qualidade, resíduos sólidos, erosão, inundação.

• Iniciativa Federal: Mesmo com iniciativas como o Macrozoneamento Ambiental promovido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, que ainda se encontra em estudo, e de iniciativas de programas de conservação da Mata Atlântica de iniciativa dos governos paulista e paranaense, com recursos do Banco alemão KFW, o governo federal, em março de 2005, lançou a iniciativa de estabelecer uma Agenda 21 para o Vale do Ribeira. Certamente este programa deverá consolidar algumas das experiências obtidas na gestão ambiental da região, ensejadas pelos governos estaduais. Particularmente os dados de implementação do Programa de Preservação da Mata Atlântica, com recursos do banco KFW, e estudos correlatos poderão vir a fornecer subsídios para a Agenda. O referido programa, no Paraná, teve como vertentes a regularização fundiária, a consolidação de Unidades de Conservação e o desenvolvimento de iniciativas agroflorestais sustentáveis para pequenos agricultores e populações tradicionais. No Estado de São Paulo, teve dois componentes principais: a fiscalização ambiental, incluindo licenciamento e a gestão e fortalecimento das unidades de conservação. A Agenda 21, cujo nome oficial é “Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Vale do Ribeira e implantação de projetos sócio-ambientais prioritários/Agenda 21” deverá ser implementada conjuntamente pelos ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário – que tem como um de seus objetivos o desenvolvimento da agricultura familiar no Vale do Ribeira – e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, este último por intermédio do CONSAD do Vale do Ribeira.

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Ainda de iniciativa do governo federal, a pavimentação da BR-476, que liga a Adrianópolis, concluída em fins de maio de 2005, no Estado do Paraná, é vista pela população e seus representantes como uma importante iniciativa no sentido de integrar a região do Vale do Ribeira de Iguape ao Estado, estimulando o desenvolvimento regional.

No âmbito do Programa Fome Zero, do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o governo federal estimulou, na região, a criação do Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local – CONSAD, uma associação privada, sem fins lucrativos, entre municípios, com a participação do poder público e da sociedade civil. O CONSAD é um fórum de discussão das ações desenvolvidas pelo poder público e pela iniciativa privada, universidades e terceiro setor, que “busquem atrair recursos e investimentos com a finalidade de apoiar projetos voltados à segurança alimentar, combate à pobreza, desenvolvimento territorial sustentável e projetos socioambientais desenvolvidos no Vale do Ribeira” (www.idesc.org.br).

Outro programa do governo federal de grande importância para a região é o Programa Nacional de Universalização do Acesso e uso da Energia Elétrica – “Luz para Todos”, instituído pelo Decreto 4873 de 11/11/2003, que proporciona o acesso à energia elétrica à parcela da população do meio rural brasileiro que ainda não possui acesso a este serviço público.

• Iniciativa de Instituições Financeiras Internacionais: Além do Banco KFW, e buscando transformar o rico patrimônio ambiental e cultural do Vale do Ribeira em perspectiva de desenvolvimento para a região, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) prevê recursos para: instalação de pousadas, dotadas de toda a infra-estrutura necessária, em três parques estaduais existentes no Vale: PETAR, e Intervales. Além das pousadas, fazem parte deste projeto, ainda em fase de elaboração, a criação de uma infra-estrutura para o turismo de aventura e a qualificação da população local para atuar como guias, garçons, camareiros, etc. Vale dizer que, no momento, o ecoturismo vem sendo visto, pelas populações ribeirinhas, inclusive pelos quilombolas, como uma promissora perspectiva econômica para o Vale. Assim, é provável que, concretizando-se o projeto do BID, este venha a encontrar grande receptividade junto aos ribeirinhos. No entanto, não se pode esquecer o componente predatório do turismo, geralmente não considerado pela população local. Assim como outros usos e formas de ocupação do Vale do Ribeira, o turismo também terá que ser estimulado com as cautelas necessárias à preservação do meio ambiente e da qualidade de vida regional.

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• Iniciativa de Organizações Não Governamentais – ONG: Como já exposto, além do poder público, várias ONGs atuam na região, desenvolvendo estudos, pesquisas e projetos. Uma delas, o IDESC, fundado em 2001, em Registro, tem o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população do Vale do Ribeira, tendo apoiado associações de pequenos produtores, sindicatos, cooperativas e associações de quilombolas.

O ISA – Instituto Socioambiental – também atua no Vale do Ribeira. A partir de 1997, com a elaboração do Diagnóstico socioambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape, seu trabalho fez parte do Programa Mata Atlântica (1999). Em 2002 seu programa voltou a ser regional. Tem como objetivo auxiliar na construção de políticas públicas com interfaces em recursos hídricos, meio ambiente e comunidades tradicionais, através de trabalhos de monitoramento socioambiental participativo e interativo, da atualização e disponibilização das informações produzidas por este trabalho, da capacitação dos atores locais e da construção de ações e projetos visando a formação de uma agenda positiva voltada para o desenvolvimento sustentável na região.

 Caracterização Climatológica:

O clima do Vale do Ribeira, em especial da UGRHI (Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos) do Ribeira de Iguape e Litoral Sul pode ser classificado, de um modo geral, como tropical úmido com ligeira variação entre as zonas costeiras e a serra de Paranapiacaba.

Na classificação dos tipos climáticos, feita com base no sistema de Köppen, temos o tipo Af, tropical úmido sem estação seca que cobre 5 % da bacia; o tipo Cfa, subtropical úmido com verão quente, que por sua vez, cobre 50 % da bacia, ao passo que os restantes 45 % são do tipo Cfb, subtropical úmido com verão fresco. Este último abrange as encostas das serras que incluem as áreas do norte e oeste da UGRHI.

Os limites dos tipos climáticos não são perfeitamente definidos nem fixos, pois deslocam-se de ano para ano e na realidade representam uma faixa ou zona de transição de largura variável.

Em particular, o trecho baixo da UGRHI apresenta características climáticas que são bem representadas pela estação de Iguape, onde a temperatura média

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anual é de 21,5 ºC, a precipitação normal anual de cerca de 1.900 mm e a umidade relativa do ar próxima de 70%.

Quanto à distribuição espacial e temporal das chuvas, na UGRHI 11 chove, em média, cerca de 1.400 mm/ano, sendo que a sub-bacia do Rio Juquiá, com 1.500 mm/ano, é bem mais chuvosa do que a sub-bacia do Rio Ribeira de Iguape. O trecho mais chuvoso da UGRHI abrange as áreas drenadas pelo baixo curso do Ribeira, a jusante de Registro.

Observa-se também que o período mais chuvoso vai de setembro a março, sendo janeiro o mês de maior pluviosidade, seguido por fevereiro e março. No período entre os meses de abril e agosto a precipitação média gira em torno de 50 mm (o chamado período seco), sendo agosto o mês em que chove menos.

A distribuição anual das chuvas nos municípios abrangidos pelo projeto são demonstrados abaixo:

Latitude: 24º 25’ / Longitude: 47º 19’ / Altitude: 10 metros. TEMPERATURA DO AR ( ºC) MÊS CHUVA (mm) Mínima Máxima Média JAN 21.0 30.0 26.0 252.0 FEV 22.0 31.0 26.0 242.3 MAR 21.0 29.0 25.0 269.1 ABR 19.0 27.0 23.0 161.6 MAI 16.0 25.0 21.0 131.6 JUN 15.0 24.0 20.0 110.3 JUL 14.0 24.0 19.0 97.6 AGO 15.0 24.0 19.0 76.5 SET 16.0 24.0 20.0 119.8 OUT 17.0 25.0 21.0 138.8 NOV 19.0 27.0 23.0 128.9 DEZ 20.0 29.0 24.0 172.3 Ano 17.9 26.6 22.3 1900.8 Min. 14.0 24.0 19.0 76.5 Max 22.0 31.0 26.0 269.1 Tabela 7 – Temperatura do ar e precipitação (mm) mínima, máxima e média, mensal e anual, para a região de Iguape – SP.

Latitude: 24º 25’ / Longitude: 47º 31’ / Altitude: 40 metros.

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TEMPERATURA DO AR (ºC) MÊS CHUVA (mm) Mínima Máxima Média JAN 21.0 31.0 26.0 241.3 FEV 21.0 31.0 26.0 229.7 MAR 20.0 30.0 25.0 210.4 ABR 18.0 28.0 23.0 109.9 MAI 15.0 25.0 20.0 92.1 JUN 13.0 24.0 18.0 84.4 JUL 13.0 23.0 18.0 69.0 AGO 13.0 24.0 19.0 57.7 SET 15.0 24.0 19.0 96.6 OUT 17.0 26.0 22.0 127.8 NOV 18.0 28.0 23.0 115.2 DEZ 20.0 30.0 25.0 158.3 Ano 17.0 27.0 22.0 1592.4 Min . 13.0 23.0 18.0 57.7 Max . 21.0 31.0 26.0 241.3 Tabela 8 – Temperatura do ar e precipitação (mm) mínima, máxima e média, mensal e anual, para a região de Pariquera-Açu – SP

 O Meio Ambiente

Este capítulo apresenta uma descrição dos meios físico, biótico e sócio- econômico e cultural das áreas de influência do empreendimento, compreendendo a faixa de servidão e as subestações que compõem a LT e também os aspectos regionais. Neste relatório, para cada uma destas áreas, foram consideradas apenas as características mais representativas. Entre elas: localização e abrangência da LT (faixa) e subestações, aspectos de relevo e geologia, recursos hídricos, usos e qualidade da água, conservação da biodiversidade, vegetação, fauna, unidades de conservação e outras áreas legalmente protegidas, uso e ocupação do solo, cruzamento ou proximidade da LT com a infra-estrutura regional, população e comunidades tradicionais, patrimônio histórico, cultural e arqueológico.

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• Recursos Hídricos, Usos e Qualidade da Água:

A área onde se insere o traçado da Linha de Transmissão pertence ao UGRHI- 11 – Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos-11 e ao CBH-RB – Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul.

Dentro desta bacia Hidrográfica, todos os corpos d’água se enquadram na classe 2, exceto o Rio Juquiá e todos os seus afluentes até a divisa dos Municípios de e .

As Tabelas abaixo especificam os usos previstos para cada classe, conforme a Resolução CONAMA 175/05, a qual também especifica os padrões admissíveis para poluentes e condições de lançamento de efluentes.

Classe 1 (abrangendo a especial CONAMA) I - classe especial: águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

II - classe 1 : águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. Tabela 9 – Usos previstos para Classe 1 - Fonte: CONAMA

Classe 2 III - classe 2 : águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA n. 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aqüicultura e à atividade de pesca. Tabela 10 – Usos previstos para Classe 2 - Fonte: CONAMA

Dentre todos os usos previstos, o abastecimento público, é o mais importante, sendo que nos dois municípios objeto deste estudo, mais de 90% do abastecimento das residências é feito pela SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

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Para o abastecimento público da região, a SABESP - Unidade de Negócios do Vale do Ribeira - RR, utiliza diferentes tipos de ecossistemas para captação de água; com mecanismos de funcionamento distintos, destacando-se mananciais superficiais; de serra e subterrâneos (poços).

Análises descritivas mostram que a região apresenta em geral, altas concentrações de Al, Fe e Mn nas amostras de água dos mananciais, excedendo os valores da resolução CONAMA 357. Porém nas amostras de água para abastecimento público (manancial de serra, água de poço e água tratada) analisadas, a concentração média de todos os elementos encontram- se, em geral, abaixo dos limites estabelecidos pela Portaria 518/MS. Os mananciais de serra, superficial e subterrâneo apresentam características diferentes em relação à concentração de elementos, como Ca, Fe, Mn e Na entre outros. Portanto, a qualidade da água entregue à população é considerada boa.

Os demais usos da água verificados são na irrigação e lazer. O uso industrial na área de influência é inexistente. Abaixo a demanda atual dos principais uso de água para a Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape:

Tabela 11 – principais usos na Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul (CBH-RB).

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Demanda de água na Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape:

Tabela 12 – demanda na CBH-RB.

A coleta de esgoto é feita em mais de 60% das residências destes municípios, sendo que em Iguape o corpo receptor é o Ribeira de Iguape e em Pariquera- Açu o corpo receptor é o Rio Pariquera-Açu.

OBS.: Informações extraídas do “Plano da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul 2008-2011”, disponibilizado pelo SIGRH – Sistema de Informações para o Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, através do site www.sigrh.sp.gov.br, acessado em 15/06/2009.

• Aspectos do Relevo e Geologia na Área de Influência:

A região da área de Influência apresenta características físicas bastante peculiares e diversificadas, tanto em relação às suas características climáticas, geológicas, geomorfológicas e pedológicas, como em relação aos seus abundantes recursos naturais.

• Relevo: A região oferece uma diversidade de ambientes terrestres e aquáticos, envolvendo extensas áreas de relevo serrano, com fortes declividades e várzeas encaixadas e um setor composto por planícies costeiras, manguezais, terraços marinhos e fluviais, com destaque para o complexo estuarino-lagunar de Iguape- Cananéia.

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• Geologia: A região contém uma grande variedade de rochas com características distintas (idade, gênese e área de ocorrência) que podem ser agrupadas em três grandes domínios geológicos:  Rochas metamórficas pré-cambrianas caracterizadas, em geral, pelo comportamento mais resistente (duras e coerentes) e principalmente pela presença de estruturas orientadas, tanto xistosas como migmatíticas e gnaissicas. Fazem parte deste grupo também, as rochas cataclásticas antigas e mais jovens (Paleozóicas), geradas por esforços de cisalhamentos em zonas de falhamentos. Todas estas rochas são dominantes na bacia, sendo encontradas principalmente nas áreas mais acidentadas.  Rochas magmáticas(presença mais restrita) representadas por corpos intrusivos graníticos, básicos e alcalinos. Estas últimas, em geral, possuem um melhor comportamento geomecânico, por serem mais homogêneas, maciças e isotrópicas (devido à presença de minerais sem orientações preferenciais), além de apresentarem altas resistências mecânicas e forte coesão dos constituintes minerais.  Rochas brandas e aos sedimentos inconsolidados, representados pelas coberturas sedimentares cenozóicas, encontrados nas porções de relevos suavizados e planos, principalmente na Baixada Litorânea.

• Geomorfologia: O Vale do Ribeira entalhado por um processo contínuo de dissecação comandada pelo sistema hidrográfico de seu principal rio e de seus afluentes em rochas cristalinas produziu um amplo anfiteatro erosivo - composto por extensas áreas serranas, profundamente entalhado em forma de vales encaixados, escarpas abruptas e festonadas - conectado com uma seqüência de planícies sedimentares, localizadas próximo à beira mar. Este amplo anfiteatro dissecado fez recuar as escarpas contínuas da Serra do Mar até algumas dezenas de quilômetros do litoral; ao mesmo tempo em que fornecia os sedimentos depositados em largas planícies aluviais que se abrem a partir de alvéolos no sopé das vertentes da serra. A área do presente projeto encontra-se no que Almeida (1964 APUD Mapa Geológico do Estado de São Paulo) definiu no

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Estado de São Paulo como “Província Costeira”, correspondendo à província fisiográfica chamada por Ab´Saber & Bernardes (1958; ibidem) de “Litoral”, uma “área drenada diretamente para o Mar, em maior parte uma região serrana contínua, que à beira mar cede lugar a uma seqüência de planícies de variadas origens”. No Estado de São Paulo, as diferenças geomorfológicas na transição da província do Planalto Atlântico para o litoral, entre o chamado “Litoral Norte” e o “Litoral Sul” do Estado, são reconhecidas por diversos autores desde os estudos pioneiros de Pierre Deffontaines (1935; ibidem).

São consideradas três Zonas dentro da Província Costeira: Serrania Costeira, Morraria Costeira e Baixadas Litorâneas, as duas últimas compondo o contexto geomorfológico local, no qual se encontra a área de implantação do presente projeto e são descritas abaixo:

• Morraria Costeira: Corresponde aproximadamente a pouco menos da metade da área do projeto (da SE Pariquera Açu – Poste 135 ou Torre 01 até o Poste 249 ou Torre 82), compondo uma área de relevos arrasados, constituídos de morrotes e colinas que se destacam da planície costeira e das vastas planícies aluviais do trecho inferior do Rio Ribeira do Iguape. As elevações raramente se erguem acima de 100-120 metros de altitude. Para o norte, os limites dessa zona coincidem com a primeira ruptura regional de declividades, na passagem para o relevo montanhoso da Serra de Paranapiacaba. Para leste esses limites correm acompanhando as faldas das elevações (até o vale do Rio São Lourencinho), que acompanham até infletir para o sul, rumo ao vale do Rio . Nesse vale os limites se fazem ao longo da Serra de Itatins. A sul e sudoeste dessa serra os limites são naturais, acompanhando o sistema de morrotes da Baixada Litorânea. Já em escala local, a partir da região a sul de Pariquera-Açu, novamente as faldas das serras passam a fazer o limite da zona até atingir os contrafortes da Serra de Paranapiacaba. Os relevos presentes na Morraria Costeira são de tipo Colinas Isoladas, Morrotes em Meia Laranja (com a presença de planícies aluviais interiores desenvolvidas), Morros Paralelos e, localmente, Morros com Serrarias Restritas. Na escala local do presente projeto, a entrada nessa zona de Morraria Costeira é notada a partir do Km 90 da SP-222, sentido Iguape-Pariquera- Açu.

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• Baixadas Litorâneas : Correspondem a aproximadamente pouco mais da metade da área do presente projeto (do Poste 250 ou Torre 83 até a SE Iguape – Poste 374 ou Torre 140). Os sistemas de relevo presentes são as planícies costeiras, que predominam em área, e os terraços marinhos, expressivos em escala regional na região a sudoeste de Itanhaém e principalmente no trecho final do Rio Ribeira de Iguape, já no âmbito local do presente projeto (final da LT, no município de Iguape). Almeida (1964, APUD Mapa Geológico do Estado de São Paulo) apresenta as Baixadas Litorâneas paulistas como “terrenos não mais elevados que uns 70m acima do nível do mar, dispostas em áreas descontínuas á beira-mar”. Seus aspectos são mais diversificados e maiores em suas extensões entre Santos e os limites ocidentais da província, que no impropriamente chamado “litoral norte”. Naquele trecho distinguem-se as baixadas de Santos, Itanhaém e Ribeira de Iguape, esta a mais ampla, e local do presente projeto.

• Áreas Inundáveis: A bacia do Rio Ribeira de Iguape, sob o ponto de vista de potencialidade de geração de cheias, apresenta características peculiares. Em primeiro lugar, as condições climáticas da região são altamente favoráveis à ocorrência de chuvas do tipo frontal, de grande intensidade e duração, que tendem a produzir grandes volumes de deflúvio superficial. Em segundo lugar, as características morfológicas da bacia também favorecem a ocorrência de grandes cheias. No trecho superior e médio, o Rio Ribeira e seus afluentes correm por vales encaixados, com uma declividade média muito elevada. No cursor inferior, a jusante de Eldorado e após receber a contribuição do rio Juquiá, o Ribeira de Iguape apresenta-se como um rio típico de planície, recortando os terrenos alagadiços de baixada, com declividade praticamente nula. A superposição desses dois fatores constitui a causa básica das cheias de grande magnitude, tanto em termos de vazão de pico como de volume, sendo o trecho inferior da bacia o que sofre as maiores conseqüências, em virtude das características morfológicas apontadas. As inundações do baixo curso do rio Ribeira de Iguape são fatos antigos, sendo, inclusive, a razão da existência de extensas planícies aluvionares.

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Praticamente todos os municípios são atingidos, e geralmente os que apresentam maiores problemas sócio-econômicos, são os de Apiaí, Eldorado, , , Ribeira e Registro. Porém, também ocorrem inundações nos municípios de Barra do Chapéu, , Pariquera-Açú, Jacupiranga, Juquiá, Miracatu, Iguape, Itaóca, Itapeva e Itapirapuã Paulista.

• Susceptibilidade à erosão:

Nas áreas de Morraria Costeira (Torres 01 a 114), os Argissolos requerem atenção quando há mudança textural abrupta, o que agrava sua susceptibilidade à erosão, sobretudo quando situados em terrenos de maior declividade. Já os Cambissolos apresentam elevado grau de erodibilidade e podem apresentar horizonte Cr (saprólito) a menos de 1,5 m de profundidade, constituído por rocha parcialmente intemperizada, geralmente em elevado grau, sendo, portanto de consistência branda. Podem ocorrer também nesses solos afloramentos de rochas e solos rasos associados (representados por Neossolos Litólicos). Quando em planícies aluviais, sua susceptibilidade à erosão é reduzida pela pouca declividade. O ponto que requer maior atenção quanto à erosão é o do Poste 186 (Torre 43), onde os efeitos erosivos são evidentes.

Outros pontos de atenção são o Porto de Areia (na altura do poste 217 ou Torre 66); as erosões localizadas (algumas ilustradas no levantamento de campo anexo); e a eventual presença de drenagens significativas próximas aos pontos de locação, em cujas várzeas podem ocorrer localmente Gleissolos, potencialmente dotados de capacidade de corrosão de estruturas de concreto.

De maneira geral as áreas com susceptibilidade à erosão podem ser descritas assim:

 Áreas com baixa suscetibilidade concentram-se principalmente entre os municípios de Registro, Iguape, Ilha Comprida e parte de Cananéia.

 Áreas com moderada suscetibilidade estão espalhadas por praticamente toda a Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape, porém são mais visíveis entre os municípios de Barra do Chapéu, Apiaí, Itariri e ao sul de Jacupiranga.

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• Conservação da Biodiversidade:

As principais formações vegetais da Bacia do Ribeira de Iguape e Litoral Sul são as da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados. O Vale do Ribeira abriga a maior extensão continua e conservada da Mata Atlântica no Brasil. Desta área, 78% ainda estão cobertos por remanescentes originais, com alto grau de preservação e endemismo.

Os principais tipos de formação vegetal e fauna local associados à Mata Atlântica presente no Vale do Ribeira são:

Mangue - Os mangues, nas desembocaduras dos rios que dão suporte à fertilidade das águas costeiras, possuem três espécies de árvores predominantes: a Rhizophora mangle com suas raízes escuras nos locais de maior salinidade, a Avicennia schaveriana ou siriúba que cresce nos ambientes de menor salinidade e a Laguncularia racemosa conhecida como mangue- branco. Na região situada entre a foz do Rio Ribeira de Iguape e a fronteira do Paraná está localizada uma das maiores formações de mangue do Estado de São Paulo, sendo uma importante zona de reprodução de organismos marinhos, principalmente peixes, moluscos e crustáceos. Durante a maré baixa, os mangues servem de alimento a numerosas espécies de aves aquáticas como o guará ou garça vermelha e o colhereiro, num total de 12 (doze) espécies conhecidas.

Caixetal – O caixetal ocorre ao longo dos rios e lagoas de água doce da planície costeira. São áreas com vegetação permanentemente inundada onde há o predomínio da caixeta, que serve de viveiro para diversas espécies de peixes endêmicos, patos, marrecos migratórios, saracuras, garças, socós, jacarés, cágados e mamíferos como os mãos-peladas e as capivaras (Secretaria do Meio Ambiente, 1998).

Floresta Periodicamente Inundada – Nas Regiões onde o solo fica inundado de outubro a março, ocorre o Guanandizal, onde predominam árvores como o guanandi com altura entre 15 e 20 metros. No sub-bosque predominam a vapurunga, o araticum e o palmito. O solo da floresta é coberto por bromélias de diversas espécies. Peixes e anfíbios vivem nestas áreas na época das cheias. Já existem também 143 (cento e quarenta e três) espécies de aves catalogadas vivendo nesse tipo de vegetação.

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Restinga – Próximo à praia, a restinga possui arbustos com até 2 metros de altura como o jacarandazinho e a aroeira-da-praia, esta muito visitada por aves que procuram alimentação. Após essa restinga baixa, seguindo-se em direção ao interior do continente, tem-se a restinga com árvores de até 5 metros de altura onde predomina o araçá. Ainda mais para o interior, a restinga atinge alturas de até 15 metros com o predomínio do jerivá e do palmito. Uma característica marcante da restinga é a variedade de bromélias, distinguindo-se entre elas o caraguatá. A restinga é rica em animais silvestres, podendo-se citar entre as aves, a saíra-marrom e o sangue-de-boi e ainda pequenos mamíferos como o rato-de-espinho. Entre as aves, apenas 15 espécies já estão catalogadas.

Floresta de Planície Litorânea – Localizada em altitudes que variam entre 15 e 50 metros acima do nível do mar, são formações vegetais densas com árvores de até 30 metros de altura, grande quantidade de epífitas e sub-bosque denso e diversificado. As principais árvores são a figueira e o guapuruvu. O sub-bosque possui ainda várias espécies de helicônicos e a erva-de-anta. Abriga também muitos animais endêmicos. Entre as aves podemos citar o chocó e o jaó-do-litoral e outros animais primatas ameaçados de extinção como o mico-leão-da-cara-preta. Neste tipo de floresta estão cadastradas 66 (sessenta e seis) espécies de aves.

Floresta de Encosta da Serra do Mar - Floresta Ombrófila Densa localizada entre 50 e 900 metros de altitude, com árvores de até 30 metros de altura. Nela ocorrem a virola, o jequitibá, o cedro, a maçaramduba e a pioneira. Esta floresta possui mais dois estratos-arbóreos com árvores entre 5 e 10 metros e entre 15 e 20 metros de altura onde predominam epífitas, bromélias, orquídeas, cactos e antúrios. Na Floresta de Encosta da Serra do Mar vivem os vertebrados típicos da mata atlântica como o mono-carvoeiro, o guariba, o macaco-prego, o rato-de-taquara e a catita. As aves estão representadas por 326 (trezentas e vinte e seis) espécies onde se destacam o tucano-de-bico-preto, o araçari-banana, o gavião-rural, o gavião-pega-macaco e a jacutinga. Dentre os anfíbios destacam-se o sapo-de-chifre e a perereca-verde-arborícola. Concentra ainda a maior diversidade de espécies de anfíbios, com muitos endemismos (Haddad, 1999).

Há registros de espécies endêmicas de Oligochaetas (minhocas) como a Guaranidrilus mboi e Belladrilus (B.) otarion em Iporanga, a enchytraeus albidus e Glossodrilus bresslani em Cananéia e Lumbricillus sadovskyi Mareioninacana, M. nea, Glossoscolex giganteus australis e G. wiengreeni em Apiaí. Na região de mangue em Cananéia foi identificada a presença da

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Pontochilus bermudebsis. O minhocoçu Fimoscolex sacii vive em galerias na região de Registro e Jacupiranga. Vários escorpiões, principalmente espécies do gênero Bothriurus, foram encontrados nas cavernas de Apiaí. O gênero Ananteris e Tityus costatus ocorrem em Juquitiba. Uma espécie de opilião (Pachylospeleus strinati) , ameaçada de extinção, foi registrada em três cavernas de Iporanga (Pinto de Rocha, 1999). Em Tapiraí ocorrem 28 (vinte e oito) famílias e 115 (cento e quinze) espécies de aranhas. A mosca Drosophila senei (Vilela, 1983) foi registrada apenas na localidade de Ibiúna sobre frutos de maracujá em decomposição. D. eleonora foi coletada por numerosas vezes em cavernas de Iporanga (Tosi et al., 1990) e D. impudica na vegetação costeira do litoral sul. 12 (doze) famílias e 54 (cinqüenta e quatro) espécies de peixes de água-doce foram catalogados na Bacia do Ribeira de Iguape, número este considerado subestimado pelos especialistas (Castro & Menezes, 1999). Mais de 60% da área do Vale do Ribeira é especialmente protegida pela legislação ambiental.

• Áreas de Preservação Permanente – APP:

As Áreas de Preservação Permanente são áreas de grande importância ecológica, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm como função preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. Como exemplos de APP estão as áreas de mananciais, as encostas com mais de 45 graus de declividade, os manguezais e as matas ciliares. Essas áreas são protegidas pela Lei Federal nº 4.771/65 (alterados pela Lei Federal nº 7.803/89). Os parâmetros, definições e limites das áreas de preservação permanente foram definidas pela Resolução CONAMA 303, de 20/03/2002.

Foram identificadas diversas APPs ao longo da Área de Influência do projeto, descritos de forma mais detalhada no item Área de Influência Direta, a seguir e nos mapas de Uso do Solo em escala 1:10.000 em anexo.

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• Unidades de Conservação – UC:

Foram identificadas três Unidades de Conservação na Área de Influência, APA Cananéia-Iguape-Peruíbe (APA-CIP), Estação Ecológica do Chauás e Parque Estadual da Campina do Encantado, sendo que a Linha de Transmissão atravessa a primeira e encontra-se na Zona Tampão da segunda.

UNIDADE DE CRIAÇÃO DISTÂNCI ÁREA ÁREA CONSERVAÇÃO (LEGISLAÇÃO) A DA UC¹ TOTAL INTERCEPTADA PARA A (ha) LT (km) (ha) (%)²

Lei Est. 8873 PE³ Campina do de 16/08/1994; 2.359,0 7,8 0,00 0,00 Encantado Lei Est. 10.316 0 de 05/1999.

Decreto Fed. 90.247 de 23/10/1984 e 234.00 Intercepta 13,20 0,01 APA CIP³ Decreto Fed. 0,00 91.892 de 06/11/1985.

Decreto Est. 2.699,6 26.719 de 0,12 0,00 0,00 0 EE³ Chauás 06/02/1987.

1 Menor distancia entre os limites da UC e a faixa Da Linha de Transmissão. 2 Porcentagem da área interceptada pela faixa da LT em relação a área total da UC.

3 PE = Parque Estadual; APA = Área de Preservação Ambiental; CIP = Cananéia-Iguape- Peruíbe; EE = Estação Ecológica.

Tabela 13 – Unidades de Conservação

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Parque Estadual da Campina do Encantado

Região de Pariquera-Açú : Parque Estadual da Campina do Encantado, criado pela Lei nº 8873, de 16 de agosto de 1994. Alteração de nome: Lei nº 10.316 de maio de 1999. Essa lei determinou que 2.359 hectares formados por terrenos em planícies inundáveis (50% da área), várzeas constantemente inundáveis (25%) e terraços não inundáveis (25%), cobertos de mata de restinga, caxeta e campos de várzea fossem protegidos por lei como Unidade de Conservação. O Parque Estadual da Campina do Encantado integra a rede de Unidades de Conservação administrada pela Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, através do Instituto Florestal, que abriga remanescentes da Mata Atlântica, turfeira, sambaquis e outras riquezas. As inundações permanentes da planície litorânea produziram uma grande massa de matéria orgânica que foi se acumulando no solo, formando uma espécie de depósito do gás metano. Gás que é produzido na combustão natural de matéria orgânica. Um furo feito através de uma vara libera o gás que pode provocar chamas de 80 cm acima do solo. Junto a esse depósito de matéria orgânica chamado de turfeira, o Parque guarda ainda um sítio arqueológico. Com 10 metros de diâmetro e 5 metros de altura, o sambaqui é formado por fragmentos de ossos, conchas e outros objetos, testemunhas de uma época geológica em que o mar cobria toda a área onde hoje existe a planície litorânea. As bromélias, espécie típica da vegetação de restinga, formam "tapetes" pelo interior da mata. As inundações periódicas e as áreas constantemente inundadas ajudaram a preservar a diversidade da fauna. No Parque, são encontrados exemplares de capivaras, lontras, pacas, jaguatiricas, macacos, tamanduás e muitas aves como os macucos, tucanos, guaches, arapongas, papagaio da cara-roxa, gaviões e muitas outras espécies.

Obs.: O Parque Estadual da Campina do Encantado e a Estação Ecológica dos Chauás são Unidades de Conservação inseridas no Programa de Preservação da Mata Atlântica PPMA. Resultado do Programa de Cooperação Financeira Brasil-Alemanha e executado através de uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo e o banco alemão KfW, o projeto possibilita a implantação das unidades através de investimentos em obras, equipamentos, fiscalização, apoio ao ecoturismo e educação ambiental e elaboração de Planos de Gestão Ambiental.

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Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguape-Peruíbe (APA-CIP) APA federal criada em 1984 é atualmente administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O decreto que a instituiu definiu inúmeras Zonas de Vida Silvestre (ZVS) com critérios rígidos, para assegurar as suas características originais. Por ser uma unidade de uso indireto e de manejo sustentável, permite o exercício de atividades socioeconômicas, que deverão acomodar-se dentro dos parâmetros ambientais exigidos. Como ocorre em outras UCs a APA - CIP, de acordo com a legislação, é multiplamente protegida em termos ambientais, combinando o nível Federal com o Estadual. Algumas áreas da APA estão inseridas em outras UCs, como a EE Juréia-Itatins, a ASPE da Juréia, a APA da Ilha Comprida, além de duas aldeias indígenas guaranis (Itariri e Rio Branco), situadas no Município de Cananéia, esta última ainda não homologada. A APA com cerca de 217.060 hectares, engloba também as ilhas do Cambriú, do Castilho e da Figueira e conta com outros elementos protegidos por lei: sambaquis, monumentos arqueológicos e pré - históricos, submetidos à proteção específica decorrente de legislação federal e estadual.

Estação Ecológica Chauás Localizada no Município de Iguape - em trecho bastante diversificado da planície costeira, formada por terraços marinhos, planícies marinhas, flúvio- marinhas e flúvio-lagunares - é banhada pelos rios Momuna e Covuçu, possuindo diversas formas de vegetação: florestas de planície litorânea, floresta de restinga, principalmente caixeta, florestas periodicamente inundadas (guanandizais) e vegetação paludosa (sobre solos turfosos). Levantamentos realizados por pesquisadores indicaram a presença de 220 espécies de aves, mamíferos, como a lontra, capivara e mão - pelada, além do cágado e o jacaré- de-papo-amarelo.

Abaixo mapa com todas as Unidades de Conservação da região do Vale do Ribeira:

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Fig. 9 – Unidades de Conservação

Fig. 10 – Legenda da Fig.9

Também são áreas protegidas de natureza especial, as Terras Indígenas, das quais estão homologadas, na área do Vale do Ribeira na CBH-RB:

Fig. 11 – Localização das Reservas Indígenas homologadas no Vale do Ribeira.

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Outras áreas estão em diversos estágios de homologação, tais como as de Pariquera-Açu, Sete Barras, Ilha do Cardoso, Peruíbe e Miracatu.

Fig. 12 – RPPN s no Vale do Ribeira.

Conforme descrito acima, não há na área do empreendimento nenhuma Terra Indígena homologada ou em fase de homologação. Como também não há nenhuma Reserva Particular do Patrimônio Natural. Foi observado nos trabalhos de campo a presença de uma aldeia indígena, a Subauma-Guavirá, cujo cacique Geraldo Carai Tupã Miri Vae, informou que originalmente eles pertencem a etnia Guarani e são oriundos do Paraguai, estando na região há cerca 15 meses. A aldeia é formada por 15 famílias, com um total de 52 habitantes. A subsistência agropecuária é a base econômica da aldeia, com a caça e a pesca. Os principais cultivos encontrados são de banana, mandioca e milho. Tal aldeia está na Área de Influência Indireta do empreendimento.

• Aspectos Demográficos:

Analisando o processo histórico econômico e social da região, verificamos que o mesmo se deu praticamente isolado da dinâmica territorial dos demais territórios paulistas. O Vale do Ribeira apresenta em dias atuais aspectos sócio-econômicos significativamente diferentes das demais porções do estado de São Paulo. Pelo fato de a região não estar integrada com o ciclo cafeeiro do estado, que sabidamente proporcionou o desenvolvimento econômico industrial paulista. Temos no Vale do Ribeira, índices e indicadores sociais e econômicos que divergem das características gerais do estado de São Paulo. Trata-se da região menos desenvolvida sócio-economicamente da Região Sudeste do Brasil, ironicamente

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inserida no estado brasileiro com os maiores índices econômicos e de desenvolvimento social, como mostra a tabela a seguir, extraída de dados oficiais do último censo do IBGE:

Anuário Estatístico do Estado de São Paulo 2003

DEMOGRAFIA: POPULAÇÃO

22 - Indicadores Demográficos, segundo População Residente Regiões Administrativas, Regiões de Governo e Município de São Paulo 2003

Mortalidade Regiões Administrativas, Regiões de Nupcialidade Natimortalidad Natalidade (1) Governo e Município de São Paulo (1) e (2) Geral (1) Infantil (3)

ESTADO DE SÃO PAULO 5,21 16,07 8,52 6,18 14,85

Região Metropolitana de São Paulo 5,15 17,51 8,37 5,93 14,84 Município de São Paulo 4,82 17,29 7,78 6,31 14,23

RA de Registro 5,19 17,52 13,79 5,87 16,86 RG de Registro 5,19 17,52 13,79 5,87 16,86

(1) Por mil habitantes. (2) Por mil nascidos vivos + nascidos mortos. (3) Por mil nascidos vivos. Tabela 14 – indicadores demográficos segundo população residente.

A seguir apresentamos uma descrição sucinta dos dois municípios atravessados pela LT.

• Iguape:

Situada na porção sul do litoral do estado de São Paulo, e pertencente ao baixo Vale do Ribeira, na região do Complexo Estuarino Lagunar do Ribeira do Iguape, localiza- se o município de Iguape, uma das cidades mais populosas do Vale do Ribeira (30.937 habitantes, segundo último censo do IBGE de 2007, somente menor que a população dos municípios de Registro, e Apiaí na porção paulista do Vale do Ribeira). É a maior cidade em extensão territorial do estado de São Paulo, com quase 1.981 km², 459 km² a mais que a capital paulista. Iguape localiza-se a uma altitude média de 3 metros acima do nível do mar, estando quase que em sua totalidade localizada no domínio geomorfológico das planícies litorâneas. O principal acesso à Iguape se dá pela Rodovia BR 116, que liga as cidades de São Paulo e Curitiba, e o IDH médio, segundo dados do PNUD/2000, é de 0,75.

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Atualmente, Iguape ainda apresenta em sua geografia características herdadas de seu período de declínio sócio-econômico, oriundo da decadência do plantio de arroz e da construção do Valo Grande, inutilizando os acessos hidrográficos para locais adentro do continente. A economia iguapense, em dias atuais, baseia-se na pesca (especialmente nas comunidades litorâneas, boa parte delas instaladas na área de influência da LT da Elektro, foco deste trabalho), na extração e industrialização de palmito, e no turismo histórico e religioso em sua região central, respectivamente por sua arquitetura colonial tradicional e por sua tradição religiosa cultural, especialmente na suntuosa Catedral de Bom Jesus de Iguape, marco central de seu núcleo urbano. Em comparativo com a média estadual e federal, percebe-se em Iguape uma maior ênfase da agropecuária na participação do PIB local, como se pode notar na figura abaixo, elaborada pelo IBGE através de dados coletados no ultimo censo de 2008. Ainda no que tange o PIB local, nota-se alta concentração de serviços para a obtenção desta renda.

Fig.13 – PIB Iguape

Características atuais da demografia e economia local: Com relação à sua população, nota-se em Iguape uma tendência marcante no que concerne ao seu crescimento populacional, retomado a partir de 2000 após um atípico período de retrocesso populacional na década anterior, diferentemente do que aconteceu na média estadual e nacional, como se nota na figura abaixo.

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Fig.14 – Evolução Populacional Iguape

O dado analisado anteriormente aponta para um fenômeno significativo da cidade, que é o da evasão de moradores para outros locais, o que, de antemão, pode denotar falhas significativa dos serviços públicos e privados básicos para os moradores locais, como escolas, creches, hospitais, bancos, mercados, dentre outros. No caso da oferta de escolas, por exemplo, nota-se pelo gráfico abaixo a presença de 58 postos de educação, mas sua distribuição por setorização (pré- escola, fundamental e médio) mostra Iguape com uma oferta, em porcentagem, bem abaixo da média nacional e estadual no que concerne à oferta de ensino médio para seus moradores.

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Fig. 15 – número de escolas por série Iguape (2008).

Iguape, desta forma, torna-se por período breve pólo dispersor populacional. Com relação à estrutura etária da população de Iguape, segue pirâmide etária elaborada pelo IBGE no mesmo período da fonte anterior:

Fig. 16– Iguape – pirâmide etária

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Percebe-se, na pirâmide etária de Iguape, um fenômeno que, embora seja presente também na média nacional e estadual, é mais significativo na pirâmide etária local, o estreitamento de sua base mais saliente, fato que demonstra uma menor fertilidade local, explicada em parte por outra característica marcante da estrutura etária de Iguape: o estreitamento da pirâmide no que concerne à população economicamente ativa (dos 18 aos 50 anos, aproximadamente), que coincide com a população em idade fértil. Tal fato é possivelmente explicado pela fuga desses moradores para outros locais com maiores ofertas de emprego e serviços. Tais características mostram Iguape, embora um local de grande tradição histórica no âmbito econômico, social e cultural do Vale do Ribeira e mesmo do Estado de São Paulo, uma cidade tipicamente pertencente ao Vale do Ribeira em dias atuais, no que concerne aos seus aspectos sócio-econômicos.

Macrozoneamento Sócio-econômico:

Após observação das características mais marcantes de cada setor da área estudada, de influência da LT da Elektro e demarcação de zonas preliminares por análise espacial dos dados aventados, pôde-se delinear zonas de maior ou menor influência de determinados fenômenos espaciais sócio-econômicos de forma suficiente para a geração das macrozonas gerais de Iguape.

 Macrozona 1 – Área de Expansão e Influência Urbana de Iguape A primeira macrozona observada corresponde às margens da Rodovia Ivo Zanella (SP 222), a partir do momento em que a LT da Elektro se inicia em direção à Pariquera-Açu, indo até o início da zona de predomínio de pescadores, após o cruzamento da Rodovia Ivo Zanella com o Rio Sorocabinha. Nesta macrozona, observa-se o terreno pouco íngreme, de origem sedimentar, com o predomínio de mangues e restingas, sendo o primeiro observado com maior ocorrência.

Trata-se de uma área em que, comparativamente com as áreas pertencentes a mancha urbana de Pariquera-Açu, a estrutura urbana é deficitária, com falta de abastecimento público de água e de rede de coleta de esgoto, sendo este despejado em fossas sépticas, e aquele captado por poço artesiano no terreno de cada morador, de responsabilidade do mesmo. O sistema de coleta de lixo também se mostra ineficiente, sendo a coleta feita apenas uma vez por semana, de forma a estimular outras formas de descarte de lixo, caracterizados como uso de risco para a LT da Elektro e para o ecossistema local, como o descarte em depósitos informais e a queima de lixo, muitas vezes em áreas bem próximas da LT da Elektro.

A ocupação da área se dá majoritariamente por aposentados, e o destaque maior é dado pela alta incidência de casas de veraneio, com moradores locais prestando

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serviço de caseiro. A área em forte influência da zona urbana de Iguape, sendo que o fluxo de pessoas desta macrozona em busca de serviços urbanos em geral, incluindo-se aqui os serviços médicos, se dá na zona urbana em questão. A renda média dos moradores locais da macrozona 1 é de aproximadamente 3 a 5 salários mínimos, o que evidencia, dentre outros fatores como os níveis de escolaridade da população também baixos, o padrão assumido de mobilidade espacial em tal macrozona, sendo que tal deslocamento se dá em grande parte por bicicletas, ou mesmo a pé, nas áreas de entorno da Rodovia Ivo Zanella.

Figura 17 – Macrozona 1, padrão típico de residência

A característica marcante para se definir, no entanto, tal macrozona com especificidade é certamente o tempo de formação e ocupação de tais residências, com a maior incidência de respostas do questionário aplicado nas categorias “menos de 5 anos” e “de 5 a 10 anos”, o que, mais uma vez, evidencia tal região da área em questão como um possível braço de expansão urbana da mancha urbana de Iguape. Outro fator que corrobora com este perfil é a ausência de um aparato urbano ainda embrionário, e até então sem rede pública de captação de resíduos e abastecimento de água tratada. Aparentemente, trata-se de uma área que, por se tratar de urbanização recente, ainda carece de tais serviços, que em tempo posterior, se o padrão de avanço urbano se consolidar, será abastecida de forma eficiente, tal como o é na mancha urbana de Iguape como um todo.

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 Macrozona 2 – Área de Agroextrativismo Litorâneo A próxima macrozona pontuada neste zoneamento sócio-econômico corresponde às áreas da Rodovia Ivo Zanella que margeiam o canal de drenagem do Rio Ribeira do Iguape, tendo como característica mais marcante, fator principal para a criação desta macrozona, a atividade agroextrativista, com a extração e cultivo de palmeiras e banana, e principalmente a atividade pesqueira no Rio Ribeira do Iguape, principal atividade econômica dos residentes em tal macrozona.

Fig. 18 – Macrozona 2, padrão típico das residências

Com relação às características geográficas e geomorfológicas do terreno da macrozona 2, destaca-se a continuidade dos terrenos de pouca ou nenhuma declividade, inteiramente na área de influência do rio em questão. O solo, de origem sedimentar, apresenta pouca capacidade de comportar alta diversidade de cultivos agrícolas e atividades agropecuárias, de forma que as espécies extraídas e em alguns casos cultivadas são típicas da área em questão.

A macrozona 2 apresenta como característica marcante de uso e ocupação do solo a presença de diversas e vastas áreas ocupadas por casas de veraneio para atividade turística pesqueira, como constatado em entrevistas e por observação da paisagem. Em outro trecho, destaca-se também a presença dos limites das áreas tampão da Estação Ecológica de Chauás, proporcionando uma redução de sua capacidade de uso para ocupação antrópica.

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Fig. 19 – Macrozona 2, casa de veraneio para atividade pesqueira

A atividade pesqueira, como constatado em respostas ao questionário sócio- econômico aplicado, conciliado com os menores índices de escolaridade média (a grande maioria da população residente não completou sequer o fundamental), proporciona aos moradores locais os menores índices de renda média familiar, de forma que esta macrozona apresenta os menores índices no que se refere a poder econômico.

Da mesma forma, a macrozona 2 apresenta os menores índices de presença de aparato urbano, sem captação de esgoto ou abastecimento de água tratada, e assim como na macrozona 1, com coleta de lixo deficitária (apenas uma vez por semana), proporcionando outras formas de descarte de lixo, como os entulhamentos e queimadas, em ambos os casos, com incidência de ocorrência nos terrenos por onde passa a LT da Elektro. Os serviços especializados são encontrados na mancha urbana de Iguape, caracterizando a macrozona 2 como pertencente à área de influência do município em questão.

Destaca-se, por fim, que a Macrozona 2 apresenta cenário alarmante no que tange a presença de aparato urbano adequado para os moradores locais, que em algumas ocasiões, em vilas mais afastadas do canal do Rio Ribeira do Iguape, relataram, dentre outras características, a passagem de esgoto a céu aberto, revelando fadiga do sistema de captação por fossa séptica. Há na macrozona 2, como característica

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mais relevante para a delimitação de tal setor da área de estudos, portanto, a emergência de um aparato urbano público mais eficiente e com maior abrangência no que tange ao número de imóveis e famílias atendidas pelo sistema público de saneamento básico.

Fig. 20 – Macrozona 2, esgoto a céu aberto em comunidade pesqueira

• Pariquera-Açu:

À noroeste da cidade de Iguape, com parte de seu território adentrando o domínio geomorfológico dos mares de morros, localiza-se o pequeno município de Pariquera- Açu, interligada à Iguape pela Rodovia Ivo Zanella (SP 222), com aproximadamente 360 Km² de extensão, de altitude média de 38 metros acima do nível do mar; população de 18.079 habitantes, segundo contagem oficial do IBGE de 2007; e IDH médio de 0,77, segundo o PNUD/2000.

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Características atuais da demografia e economia local: Pariquera-Açu, assim como Iguape, trata-se também de uma cidade típica do Vale do Ribeira, no que concerne a seus aspectos econômicos, de níveis altos de atividades agropecuárias e serviços, comparado a uma baixa participação do PIB no setor industrial, se em comparação com o restante do estado de São Paulo, como mostra o gráfico abaixo.

Fig. 21 – PIB Pariquera-Açu.

Com relação à agropecuária local, a geografia de Pariquera-Açu é fator relevante para a compreensão dos tipos de atividades agropecuárias praticadas na região, com o predomínio de pastagens e cultivo de banana e chá nas regiões elevadas da cidade, e sem a presença de atividades de pesca, salvo exceção em alguns pontos isolados dos rios Momuna e Pariquera-Açu.

Nota-se, no entanto, que no setor de serviços públicos essenciais, há um destaque para Pariquera-Açu no contexto regional do Vale do Ribeira, dado especificamente pela implantação do Hospital Regional do Vale do Ribeira, em local relativamente próximo da área de influência da LT da Elektro, foco deste estudo. De forma geral, os moradores locais elogiam o trabalho oferecido na instituição em questão, de atendimento relativamente rápido e eficiente para moradores locais e regionais.

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Ainda sobre a oferta de serviços municipais, Pariquera-Açu conta com rede de comércio adequada. No que concerne aos serviços públicos, salvo exceção dada ao setor de atendimento médico, o município em questão apresenta aspectos semelhantes aos demais municípios do Vale do Ribeira, como se pode notar no exemplo a seguir, sobre a oferta de serviço educacional na cidade, que a exemplo da cidade anterior, mostra pouca oferta de ensino médio na cidade, se em comparação com o estado de São Paulo e mesmo com o Brasil.

Fig. 22 – Números de escolas por série – Pariquera-Açu.

Com relação a população local, Pariquera-Açu segue tendência contrária das demais cidades do Vale do Ribeira, sendo ponto de atração de moradores, fato que pode ser constatado no quadro abaixo, que mostra o município em questão com curvas de crescimento populacional mais acentuadas quando na comparação com o estado de São Paulo e com o Brasil no geral, especialmente na década de 90.

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Fig. 23 – Evolução Populacional – Pariquera-Açu.

A pirâmide etária de Pariquera-Açu mostra aspectos relevantes para o entendimento dos dados mostrados anteriormente, bem como, mostra características importantes da forma com que se encontra a sociedade em questão.

Fig. 24 – Pirâmide etária - Pariquera-Açu

Nota-se na figura anterior uma redução da natalidade, a exemplo do que ocorre nas demais localidades do estado de São Paulo e do Brasil, no entanto, nota-se em Pariquera-Açu uma maior concentração de pessoas em estágio final da População

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Economicamente Ativa, próximos dos 50 anos de idade, o que mostra o fluxo de novos aposentados em migração para o local. Uma explicação que pode ser dada para tal questão é a presença do Hospital Regional do Vale do Ribeira, que oferece, em tese, serviço de qualidade para o morador local, exatamente na idade em que o ser humano mais necessita de tais serviços, a partir dos 50 anos de idade. Dessa forma, os dados mostram que, excetuando-se o diferencial do Hospital Regional do Vale do Ribeira, que traz subida nos índices sócio-econômicos locais com relação às demais localidades da região em questão, Pariquera-Açu é enquadrada como uma cidade típica do Vale do Ribeira, com economia local voltada para a concentração de serviços e agropecuária e com baixos índices de desenvolvimento humano, se comparados com os demais locais do estado de São Paulo.

Macrozoneamento Sócio-econômico: Após observação das características mais marcantes de cada setor da área estudada, de influência da LT da Elektro e demarcação de zonas preliminares por análise espacial dos dados aventados, pôde-se delinear zonas de maior ou menor influência de determinados fenômenos espaciais sócio-econômicos de forma suficiente para a geração das macrozonas gerais de Pariquera-Açu.

 Macrozona 3 – Área Agropecuária Interiorana de Usos Variados (Transição Iguape-Pariquera-Açu)

A Macrozona 3, delimitada de acordo com os critérios descritos anteriormente, se inicia na porção da Rodovia Ivo Zanella que se distancia das margens do Rio Ribeira do Iguape, ainda no município de Iguape, e avança em direção à zona rural de Pariquera-Açu, chegando até o início da mancha urbana deste município. A partir deste ponto, as características físicas do terreno se alteram, de forma que nesta macrozona há o predomínio de um relevo transicional, com residual de colinas e relevo suave, de origem orogênica.

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Fig. 25 – Macrozona 3, plantio de laranja em terreno de colinas suaves

Tal diversificação do relevo permite uma maior variedade de produção agropecuária que no caso da macrozona anterior, e desta forma, esta área apresenta como característica principal a ampla gama de produção agropecuária, bem como, o uso dos terrenos em questão para outras diversas atividades e tipos de moradia, como a área de extração de areia, descrita anteriormente de acordo com dados fornecidos por engenheiro encarregado; parte da Estação Ecológica de Chauás, e a aldeia indígena Subauma-Guavirá, da mesma forma descrita oportunamente em momento anterior.

Com relação ao aparato urbano apresentado, destaca-se que esta macrozona também não apresenta rede de abastecimento de água tratada ou rede de captação de esgoto, sendo o primeiro caso solucionado com captação de água por poço artesiano, e o segundo caso com a construção de fossas sépticas. Destaca-se, no entanto, uma heterogeneidade no que concerne ao sistema de coleta de lixo, sendo que na porção da macrozona 3 oficialmente pertencente ao perímetro municipal de Iguape, este se dá uma vez por semana, enquanto que na porção pertencente à Pariquera-Açu, o sistema de coleta de lixo se dá de duas a três vezes semanais.

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Fig. 26 – Macrozona 3, padrão típico das residências.

A renda média familiar deste setor é bastante variada, no entanto, destaca-se por ser sensivelmente mais elevada do que na macrozona anterior. A renda média familiar da macrozona 3 é de aproximadamente 3 a 5 salários mínimos. Da mesma forma, nota-se heterogeneidade no que diz respeito à escolaridade dos indivíduos residentes na macrozona 3, de forma a encontrar desde pessoas com o fundamental incompleto, até pessoas com o médio completo e que iniciaram, em momento anterior, algum curso superior.

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Fig. 27 – Macrozona 3, área de pastagem.

Com relação à mobilidade espacial, nota-se que nesta macrozona há uma tendência dos moradores locais a procurarem os serviços especializados da cidade de Pariquera-Açu e Registro, especialmente no que concerne aos serviços de saúde no primeiro caso, e serviços de maior grau de sofisticação em Registro. Destaca-se, também, a presença de boa porção de indivíduos com posse de carro próprio, ou que usam o sistema de transporte público com freqüência para tal, de forma a revelar mais um indício do sensivelmente maior níveo sócio-econômico na macrozona em questão.

 Macrozona 4 – Área de Influência Urbano-Rural de Pariquera- Açu Esta macrozona, inserida inteiramente dentro do perímetro municipal de Pariquera-Açu, apresenta como característica fundamental para sua delimitação como macrozona única o fato de ser uma faixa transicional entre o meio urbano e o meio rural do município em questão. Uma característica marcante no que toca a área é a alta concentração de chácaras urbanas, terrenos mais espaçados entre si e com poucas edificações, sem que, no entanto tenha o aspecto paisagístico de um bairro-jardim de alto nível econômico e social, como encontrado em algumas aglomerações urbanas de maior porte. O bairro, desta forma, se caracteriza pelo predomínio de uso de terreno para habitação simples, com alguns pequenos cultivos variados em alguns casos.

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Fig. 28 – Macrozona 4, padrão típico dos residências.

Há constante variação dentro da macrozona 4 no que concerne aos níveis de escolaridade média e renda média familiar, sendo que esta se encontra em um intervalo relativamente alto, se comparado com as demais macrozonas analisadas anteriormente, especialmente as macrozonas 1 e 2. Assim como, relacionado a isso encontra-se uma variedade grande de usos de transporte, desde o transporte a pé ou de bicicleta nas áreas mais próximas do núcleo consolidadamente urbano de Pariquera-Açu, até o relatado uso de carro próprio nas áreas mais afastadas da macrozona em questão. Há uma variação grande também no que concerne à presença de redes de saneamento básico, com abastecimento de água tratada e rede de captação de esgoto, de forma que, no mesmo bairro abarcado pela Vila Clementina, há uma heterogeneidade grande entre os imóveis em determinadas ruas do traçado urbano em questão que apresentam ou não tais redes.

O destaque dado à macrozona 4 com relação à macrozona 5 se dá pela categorização da área no que concerne ao tempo de ocupação das residências presentes, sendo que na macrozona em questão há um tempo significativamente maior de ocupação, com relatos de moradores a até 25 ou 30 anos de residência na área em questão. Tal fato denota para a macrozona 4 como sendo uma área que não apresenta indícios significativos de se tratar de um eixo de expansão da mancha urbana de Pariquera-Açu.

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 Macrozona 5 – Área de Expansão Urbana de Pariquera-Açu Trata-se da macrozona que apresenta os maiores índices de escolaridade, com alta incidência de moradores com o ensino médio completo e com relatos de indivíduos com nível superior; de renda média familiar variante de 5 a 10 salários mínimos, inclusive com alta incidência de relatos de uso de carro próprio, e com um aparato urbano em fase quase total de consolidação no que concerne às redes de saneamento básico, tratando-se, portanto, dos maiores índices dos quesitos considerados básicos para o traçado de um perfil sócio-econômico. Especialmente na porção da macrozona em questão que abrange o final da LT da Elektro, já próximo ao terminal da mesma, nota-se um loteamento urbano recente, de aproximadamente 12 anos de existência, que, embora com aspecto urbano paisagístico inferior à macrozona anterior (as ruas são ainda de terra batida, e as residências abrangidas são de menor porte), apresenta os maiores índices no que concerne à renda média familiar e escolaridade, ao mesmo tempo, apresentando um uso da terra mais intenso no que se refere ao número de habitantes. Sendo uma área de proximidade relativa com o núcleo comercial e de serviços de Pariquera-Açu, e apresentando loteamentos recentes entrelaçados com um traçado urbano padronizado, caracteriza-se tal macrozona como um evidente eixo de expansão da área urbana de Pariquera-Açu.

Fig. 29 – Macrozona 5, padrão típico das residências. Destaque para final da LT ao fundo

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• Iguape e Pariquera-Açu: semelhanças e diferenças

De ambas a cidade destacada para a elaboração deste trabalho, que tange os municípios interligados pela LT da Elektro, parte-se de um comparativo entre os dados destacados sobre estas, de forma a elucidar certas questões.

Inicialmente, destaca-se de antemão que ambos os municípios, localizados na região do Vale do Ribeira, apresentam características típicas da região como um todo, como a alta concentração do setor de serviços na participação do PIB; as características agropecuárias marcantes, tendo em Iguape o diferencial da pesca, não presente em Pariquera-Açu; e o baixo nível de industrialização, sutilmente mais elevado em Pariquera-Açu, em porcentagem de participação no PIB. Iguape, no entanto, apresenta uma variedade econômica e produtiva mais acentuada que o município vizinho, em vista da possibilidade das práticas da pesca, responsável pelo sustento de significativa porcentagem da população local, e do turismo histórico, ecológico e litorâneo, que, da mesma forma, emprega significativa parte da população local residente. Ainda em processo de implantação, o Parque Estadual Campina do Encantado, em Pariquera-Açu, terá para a cidade a opção do ecoturismo, ativando sensivelmente esse setor da economia, praticamente ainda inexpressivo no município em questão.

As diferenças mais significativas entre os municípios em questão começam a aparecer quando da análise dos dados referentes à demografia local. Embora saiba-se de antemão que ambas as cidades, seguindo o exemplo do estado de São Paulo e do Brasil como um todo, expressaram nas últimas décadas significativo aumento demográfico, nota-se que em Pariquera-Açu este crescimento populacional é bem mais acentuado que em Iguape, superando os níveis médios do estado, caso contrário de Iguape, com taxa de crescimento populacional sensivelmente mais baixa que na média estadual, como se nota na figura a seguir, extraída do Atlas de São Paulo, elaborado pelo SEADE:

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Fig. 30 – Porção sul do Estado de São Paulo, taxa de crescimento populacional Fonte: Atlas do Estado de São Paulo, SEADE

Nota-se também, pela figura acima, que Pariquera-Açu apresenta inclusive níveis de crescimento populacional sem igual na região do Vale do Ribeira. Um fator decisivo para este cenário certamente se dá pela presença do Hospital Regional do Vale do Ribeira, neste município.

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• ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA:

• Uso e Ocupação do Solo:

Nos municípios de Pariquera-Açu e Iguape, na área de Influência Direta foram identificados os seguintes usos do solo: ● Floresta Ombrófila Densa; ● Vegetação Arbustiva de Várzea; ● Floresta Alta de Restinga; ● Floresta Baixa de Restinga; ● Mangue; ● Brejo Salobro de Restinga; ● Várzea;

● Culturas não identificadas; ● Pastagens; • Áreas de Mineração • Áreas Antropizadas dentre as quais destacam-se: o Zona urbana; o Zona de expansão urbana; o Zona de transição urbano-rural; o Zona rural; o Loteamentos.

Os Usos e Ocupação do Solo da área de influência direta estão representados em mapa anexo (Mapa de Uso e Ocupação do Solo – escala 1:10.000).

• Cadastro da população afetada:

Conforme demonstrado na Tabela 3 neste relatório, foram cadastradas todas as propriedades afetadas pelo empreendimento, num total de 138 propriedades. Foram identificadas as benfeitorias a serem relocadas e os proprietários que serão indenizados.

Como o traçado do empreendimento é o mesmo da linha de transmissão existente, o número de benfeitorias e serem relocadas é muito baixo. Não há nenhuma família que necessite ser relocadas.

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• Recursos Minerais:

Na área do empreendimento há apenas uma atividade mineraria, formalizada, localizada na Rodovia Ivo Zanela, km 82.

A área de extração de areia, devidamente legalizada de acordo com os quesitos recomendados pelo DEPRN local, é de 18 hectares, com a formação de um lago na parte central, e a área total do terreno da exploração, considerando a área de extração, de expansão e de outros usos (administração, armazenagem, dentre outros), é de 70 hectares. A produção atual é de 10.000 metros cúbicos de areia diários, e os planos de expansão da exploração para o próximo ano inclui como meta atingir o patamar de 20.000 metros cúbicos diários, o dobro da produção atual.

Fig. 31 – área de extração de areia

Dentre os outros usos do terreno em questão, destaca-se uma área reservada para uso futuro, com a implantação da piscicultura, de acordo com o compromisso ambiental da empresa responsável pela exploração. Tal projeto tem expectativa de estarte em aproximadamente cinco anos.

O escoamento produtivo se dá para cidades próximas, em atividades comerciais diversificadas, especialmente como fonte sílica para a produção de cimento na construção civil. Dessa forma, caracteriza-se que o fluxo de caminhões que saem da

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área de extração para os compradores e demais destinatários é aproximadamente de 50% para cada lado da rodovia, em direção à Iguape ou à Pariquera-Açu e Cajati.

• Vegetação Remanescente:

De acordo com o Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo, a área onde está situada a linha de transmissão está inserida no domínio da “Formação Arbórea/Arbustiva-herbácea sobre Sedimentos Marinhos Recentes” (Restingas) e “Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas”. •

Durante a campanha de campo foram constatadas as seguintes formações vegetais e estágios sucessionais:

● Floresta Ombrófila Densa - em Estágio Médio de Regeneração - em Estágio Inicial de Regeneração

● Vegetação Arbustiva de Várzea

● Floresta Alta de Restinga - em Estágio Médio de Regeneração - em Estágio Inicial de Regeneração

● Floresta Baixa de Restinga - em Estágio Médio de Regeneração - em Estágio Inicial de Regeneração

● Mangue

● Brejo Salobro de Restinga

As principais espécies vegetais identificadas na área do estudo encontram-se descritas em tabela abaixo:

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OCORRÊNCIA

FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA

X X X Schinus terebinthifolius aroeira-mansa arbusto ANACARDIACEAE cupiúva; pau-pombo árvore X X Tapirira guianensis Guateria australis pindaúva árvore X X pindaúva árvore ANNONACEAE Xylopia brasiliensis X -- árvore X X Xylopia langsdorfianna caúna árvore Ilex pseudobuxus X X caúna árvore AQUIFOLIACEAE Ilex dumosa X X caúna árvore Ilex theezans X X -- erva X X X Anthurium crassipes

X X Anthurium loefgrenii -- erva -- epífita X X X Anthurium pentaphylum -- epífita X Anthurium scandens trucuá epífita ARACEAE Monstera adansonii X X X imbé liana X X Philodendron bipinnatifidum imbé liana Philodendron imbe X X X babosa-de-pau; pacová epífita X X Philodendron martianum Philodendron sp -- liana X X X

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA Didymopanax angustissimum rameira árvore X X ARALIACEAE X Didymopanax morototonii rameira árvore

X X X Astrocaryum aculeatissimum brejaúva palmeira Bactris setosa tucum palmeira X X X palmiteiro; juçara palmeira X X ARECACEAE Euterpe edulis guaricana palmeira Geonoma elegans X X guaricana palmeira Geonoma gamiova X jerivá palmeira X X Syagrus romanzoffiana Baccharis sp vassoura arbusto X X X -- liana Mikania cordifolia X X X ASTERACEAE Mikania glomerata guaco liana X X X abraço-de-rei liana X X Piptocarpha cf. oblonga Jacaranda puberula BIGNONIACEAE X X X caroba arvoreta -- erva X X Blechnum brasiliensis BLECHNACEAE -- erva X Blechnum serrulatum embiruçu árvore Eriotheca pentaphylla X X

BOMBACACEAE X X

Pseudobombax grandiflorum Embiruçu árvore

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA Didymopanax angustissimum rameira árvore X X ARALIACEAE X Didymopanax morototonii rameira árvore

X X X Astrocaryum aculeatissimum brejaúva palmeira Bactris setosa tucum palmeira X X X palmiteiro; juçara palmeira ARECACEAE Euterpe edulis X X guaricana palmeira Geonoma gamiova X jerivá palmeira X X Syagrus romanzoffiana Baccharis sp vassoura arbusto X X X -- liana Mikania cordifolia X X X ASTERACEAE Mikania glomerata guaco liana X X X abraço-de-rei liana X X Piptocarpha cf. oblonga BIGNONIACEAE Jacaranda puberula caroba arvoreta X X X -- erva X X Blechnum brasiliensis BLECHNACEAE -- erva X Blechnum serrulatum embiruçu árvore X X Eriotheca pentaphylla BOMBACACEAE X X Pseudobombax grandiflorum embiruçú árvore louro árvore Cordia sellowiana X BORAGINACEAE Cordia verbenácea erva-baleeira arbusto X

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA epífita Aechmea nudicaulis caraguatá, bromélia X X X epífita X X Aechmea pectinata caraguatá, bromélia epífita X X Billbergia amoena caraguatá, bromélia ananás-de-raposa; erva caraguatá X X Bromelia antiacantha caraguatá, bromélia erva X X Canistrum cyathiforme caraguatá, bromélia epífita X X Catopsis berteroniana caraguatá, bromélia epífita X X Neoregelia laevis BROMELIACEAE X X X Nidularium billbergioides caraguatá, bromélia epífita caraguatá, bromélia erva X X X Nidularium innocentii caraguatá, bromélia erva X X Nidularium procerum caraguatá, bromélia epífita X X Quesnelia arvensis

X X X Racinaea spiculosa caraguatá, bromélia epífita

X X X Tillandsia stricta caraguatá, bromélia epífita

X X X Vriesea carinata caraguatá, bromélia epífita

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA Vriesea ensiformes caraguatá, bromélia epífita X X

X X X BROMELIACEAE Vriesea rodigasiana caraguatá, bromélia epífita epífita X X Vriesea vagans caraguatá, bromélia -- epífita X X X CACTACEAE Rhipsalis pachyptera -- epífita Rhipsalis teres X X X Cecropia glaziovii embaúba árvore X embaúba árvore X X X CECROPIACEAE Cecropia pachystachya mata-pau árvore X X Coussapoa microcarpa

CELASTRACEAE X X Maytenus robusta cafezinho-do-mato árvore CLADONIACEAE Cladina confusa -- erva X CLETHRACEAE Clethra scabra guaperê árvore X X guanandi árvore X X Calophyllum brasiliense mangue-do-mato árvore CLUSIACEAE X X Clusia criuva bacupari árvore X X Garcinia gardneriana

COMMELINACEAE X X Dichorisandra thyrsiflora -- erva COSTACEAE Costus spiralis cana-do-brejo arbusto X X X

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA árvore CUNONIACEAE Weinmannia paulliniifolia X X samambaia-açu; falso- arbusto X X X Trichipteris atrovirens xaxim CYATHEACEAE samambaia-açu; falso- arbusto X Trichipteris corcovadensis xaxim timbó-da-areia liana CYCLANTHACEAE X X Thoracocarpus bissectus DILLENIACEAE Davilla rugosa cipó-caboclo liana X X DIOSCOREACEA Dioscorea altissima cará trepadeira X X

DRYOPTERIDACEAE X X Rumohra adiantiforme avencão erva sapopema árvore ELAEOCARPACEAE Sloanea guianensis X X Gaylussacia brasiliensis ERICACEAE X camarinha arbusto Erythroxylum amplifolium ERYTHROXYLACEAE X pientinha arbusto

X Alchornea glandulosa tapiá árvore tapiá-guaçu árvore X X X Alchornea triplinervia

X X EUPHORBIACEAE Aparisthmium cordatum -- árvore Croton sp capixingui árvore X

X X Hyeronima alchorneoides urucurana árvore Pera glabrata tabocuva árvore X X X

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA EUPHORBIACEAE Sapium glandulatum leiteiro árvore X

X Abarema brachystachya olho-de-cabra arbusto Andira fraxinifolia angelim árvore X X X Balisia pedicellaris timbuva árvore X

Bauhinia sp pata-de-vaca arbusto X

FABACEAE Inga edulis ingá árvore X X X Machaerium nyctitans bico-de-pato árvore Mucuna altissima coroanha; liana X X

Senna multijuga caquera árvore X

X Piptadenia gonoacantha pau-jacaré árvore árvore FLACOURTIACEAE Casearia sylvestris guaçatonga X -- epífita X X X Codonanthe devosiana GESNERIACEAE -- epífita Codonanthe gracilis X X X -- epífita Nematanthus fissus X X X HELICONIACEAE Heliconia velloziana helicônia arbusto X X íris-da-praia erva IRIDACEAE Neomarica sp X X canela árvore Nectandra sp X canela árvore X LAURACEAE Nectandra grandiflora Nectandra oppositifolia canela-amarela árvore X X X

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA canela árvore Ocotea aciphylla X X LAURACEAE Ocotea pulchella canelinha árvore X X X muxita árvore MALPIGHIACEAE X X Byrsonima ligustrifolia caetê erva X X X Calathea blepaharodes MARANTACEAE Maranta divaricata caetê erva X X X Saranthe eichleri caetê erva X X Clidemia hirta -- arbusto X X X -- arbusto Clidemia sp X X

X Huberia ovalifolia mangue-do-mato árvore Miconia cabucu pixiricão árvore X X

X Miconia cinnamomifolia jacatirão-açu árvore MELASTOMATACEAE pixirica arbusto Miconia fasciculata X pixirica arbusto Miconia sp X X

X X X Tibouchina glazioviana jacatirão-do-brejo arbusto Tibouchina pulchra jacatirão árvore X -- arbusto X X Tibouchina trichopoda Cabralea canjerana canjerana árvore X X MELIACEAE Guarea macrophylla carrapeta árvore X X Ficus sp figueira árvore MORACEAE X X

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA capororoca árvore Rapanea ferruginea X X X MYRSINACEAE Rapanea guianensis capororoca árvore X X X capororoca árvore Rapanea umbellata X X -- árvore X X X Calyptranthes concinna -- árvore X X Eugenia neoglomerata -- árvore Eugenia stigmatosa X X X -- árvore Eugenia sulcata X X -- árvore X X Eugenia umbelliflora Gomidesia affinis -- árvore X X Gomidesia fenzliana papagoela árvore X X MYRTACEAE -- árvore X X X Gomidesia schaueriana Myrcia glabra guamirim árvore X X Myrcia grandiflora guamirim árvore X X Myrcia fallax pupuna árvore X X X cambuí árvore Myrcia multiflora X X guamirim árvore Myrcia racemosa X X guamirim árvore Myrcia sp X araçá árvore X X Psidium cattleyanum NYCTAGINACEAE Guapira opposita maria-mole arvoreta X X

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA -- árvore OLACACEAE Heisteria silvianii X orquídea; parasita epífita X X Cattleya forbesii -- erva Cleistes libonii X orquídea; parasita epífita X X Dichaea pendula orquídea; parasita epífita X Encyclia odoratissima orquídea; parasita epífita X X Epidendrum latilabre orquídea; parasita epífita X Epidendrum sp.1 orquídea; parasita epífita X X X Epidendrum sp.2 ORCHIDACEAE orquídea; parasita epífita X X Maxillaria brasiliensis orquídea; parasita epífita X Octomeria sp

X X Oncidium flexuosum chuva-de-ouro epífita

X Paradisanthus micranthus -- erva

X Polystachya estrellensis orquídea, parasita epífita orquídea; parasita epífita X X X Pleurothallis sp orquídea; parasita epífita X X X Stelis sp.1

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA orquídea; parasita epífita Stelis sp.2 X X ORCHIDACEAE Vanilla chamissonis baunilha epífita X X PHYTOLACCACEAE Gallesia integrifolia pau d’alho árvore X -- epífita X Peperomia obtusifolia -- epífita Peperomia sp X X PIPERACEAE Piper aduncum jaguarandi arbusto X Piper arboreum jaguarandi arbusto X -- arbusto Piper sp X pinho-bravo árvore PODOCARPACEAE Podocarpus sellowii X -- liana X X X POLYPODIACEAE Micrograma vaccinifolia Polypodium sp samambaia erva

PROTEACEAE X X Roupala paulensis carvalho; catucaem árvore Doryopteris sp samambaia erva X X PTERIDACEAE Polypodium sp samambaia epífita X X X

ROSACEAE X Prunus sellowii pessegueiro-bravo árvore

X X Amaioua intermedia marmelada-brava arvoreta RUBIACEAE Chiococca alba -- arbusto X -- erva X X X Coccocypselum cf. condalia

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA -- arbusto Psychotria carthagenensis X X -- arbusto X Psychotria hoffmannseggiana -- arbusto X X RUBIACEAE Psychotria mapoureoides erva-de-anta árvore Psychotria nuda X -- arbusto Psychotria sp X -- arbusto Rudgea coriacea X X

RUTACEAE X Zanthoxylum rhoifolium mamica-de-porca árvore

X X X Cupania oblongifolia cuvatã árvore SAPINDACEAE X X Matayba elaeagnoides -- árvore Paullinia sp timbó liana X X japecanga liana SMILACACEAE X Smilax cf. rufescens veludo erva SPHAGNACEAE Sphagnum sp X X maçaranduba árvore SAPOTACEAE X Manilkara subsericea Anemia phyllitides -- erva X SCHIZAEACEAE Lygodium volubile abre-caminho liana X X X Schizaea pennula -- erva X X

SOLANACEAE X X Solanum pseudoquina canema, piloteira árvore

OCORRÊNCIA FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR HÁBITO FL. Ombrófila FL. ALTA DE FL. BAIXA DE Densa RESTINGA RESTINGA

THEACEAE manjuruvoca; pinta- X X Ternstroemia brasiliensis noiva árvore ULMACEAE Trema micrantha crindiúva arvoreta X X X URTICACEAE Urera baccifera urtiga arbusto X

VERBENACEAE X X Cytharexyllum myrianthum jacataúva, tucaneiro árvore VOCHYSIACEAE Vochysia bifalcata guaricica árvore X Tabela 15 – Lista de espécies encontradas no local

A vegetação encontrada, sua localização e classificação encontram-se descritas abaixo, separadas por trechos onde ocorrerão supressão e trechos onde não haverá supressão.

Trecho onde haverá supressão de vegetação: Área (m²) Lado Lado Vão Postes Tipo de Vegetação Esquerdo Direito 150-151 A 1275,00 0,00 APP 159-161 A 0,00 1175,00 178-179 A 550,00 0,00 181-182 B 200,00 0,00 APP 184-185 B 65,00 175,00 187-189 A 1675,00 1700,00 198-201 B 725,00 2425,00 200-201 A 1100,00 825,00 201-203 A 275,00 0,00 210-211 A 150,00 150,00 210-211 I 650,00 650,00 211-212 A 275,00 300,00 211-212 I 225,00 225,00 211-212 A 350,00 300,00 212-214 I 225,00 225,00 212-214 A 250,00 300,00 212-214 I 625,00 0,00 214-217 I 1250,00 1250,00 214-217 A 875,00 875,00 214-217 C 650,00 0,00 343-351 E 1100,00 1225,00 APP 343-351 E 425,00 325,00 APP 343-351 E 250,00 0,00 APP 343-351 G 1050,00 1050,00 APP 343-351 E 325,00 0,00 APP 351-352 F 375,00 725,00 APP 351-352 E 350,00 0,00 APP 352-357 H 0,00 1500,00 APP 352-357 F 350,00 0,00 APP 361-364 F 400,00 0,00 361-364 F 0,00 800,00 361-364 F 325,00 325,00 361-364 E 100,00 0,00 361-364 F 100,00 0,00 Sub Totais 24040,00 21025,00 Fora de Dentro de Localização APP APP Total em m² 45065,00 11700,00 Total em ha 4,51 1,17 Tabela 16 – Quantificação dos tipos de vegetação afetados com supressão.

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LEGENDA TIPOS DE VEGETAÇÃO REPRESENTAÇÃO TIPO ESTÁGIO SUCESSIONAL A FLORESTA OMBRÓFILA DENSA MÉDIO B FLORESTA OMBRÓFILA DENSA INICIAL C FLORESTA ALTA DE RESTINGA MÉDIO D FLORESTA ALTA DE RESTINGA INICIAL E FLORESTA BAIXA DE RESTINGA MÉDIO F FLORESTA BAIXA DE RESTINGA INICIAL G BREJO SALOBRO DE RESTINGA H MANGUE I VEGETAÇÃO ARBUSTIVA DE VÁRZEA J ÁREAS ANTROPIZADAS Tabela 17 - legenda

REFERÊNCIAS LADO ESQUERDO DA LT: SENTIDO PARIQUERA-AÇU À IGUAPE LADO DIREITO DA LT: SENTIDO PARIQUERA-AÇU À IGUAPE

SUPRESSÃO EM APP

Trecho onde NÃO haverá supressão de vegetação: Neste trecho, não haverá supressão de vegetação, já que por ser um trecho de vegetação mais adensada e estabelecida, apesar de ocorrer “efeito de borda”, optou-se por elevar a altura das torres para que não seja necessário o aumento da largura da Faixa de Servidão.

Área (m²) Lado Lado Vão Postes Tipo de Vegetação Esquerdo Direito 217-227 C 10000,00 0,00 217-227 D 0,00 10000,00 227-247 C 15550,00 14500,00 227-247 J 0,00 1000,00 247-261 C 7500,00 7500,00 261-273 E 5500,00 5500,00 273-278 E 2600,00 0,00 273-278 E 0,00 400,00 273-278 J 0,00 650,00 273-278 E 0,00 550,00 273-278 J 0,00 1000,00 278-280 E 1050,00 1050,00 280-282 F 400,00 400,00 280-282 J 450,00 450,00 280-282 E 150,00 150,00 282-301 E 15800,00 14800,00 282-301 J 0,00 500,00

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282-301 F 0,00 500,00 301-318 E 13800,00 12300,00 Sub totais 72800,00 71250,00 Total em m² 144050,00 Total em ha 14,41 Tabela 18 - Quantificação dos tipos de vegetação afetados sem supressão.

LEGENDA TIPOS DE VEGETAÇÃO REPRESENTAÇÃO TIPO ESTÁGIO SUCESSIONAL A FLORESTA OMBRÓFILA DENSA MÉDIO B FLORESTA OMBRÓFILA DENSA INICIAL C FLORESTA ALTA DE RESTINGA MÉDIO D FLORESTA ALTA DE RESTINGA INICIAL E FLORESTA BAIXA DE RESTINGA MÉDIO F FLORESTA BAIXA DE RESTINGA INICIAL G BREJO SALOBRO DE RESTINGA H MANGUE I VEGETAÇÃO ARBUSTIVA DE VÁRZEA J ÁREAS ANTROPIZADAS Tabela 19 – Legenda

REFERÊNCIAS LADO ESQUERDO DA LT: SENTIDO PARIQUERA-AÇU À IGUAPE LADO DIREITO DA LT: SENTIDO PARIQUERA-AÇU À IGUAPE

Todas essas interferências citadas neste relatório são descritas de forma mais detalhada no Relatório de Flora e Mapas de Levantamento Florístico (Escala 1:2500) anexos a este documento.

• Áreas de Preservação Permanente – APP:

As Áreas de Preservação Permanente conforme descrito anteriormente são áreas de grande importância ecológica, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm como função preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.

Com base na legislação vigente e análise da área objeto deste relatório, verificamos a intervenção em APP em diversos trechos, com supressão de vegetação, com

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implantação de torres ou apenas a travessia aérea de cabos, conforme descrito em tabela abaixo.

Área de Intersecção da Vão Vão APP com a FS Quantificação do (Torres) (Postes) (m²) Interferência Impacto 4-5 139-140 4081,60 7-8 142-143 1800,12 10-12 145-147 3793,00 Torre Torre 11 em APP 14-15 150-151 2014,06 Supressão 1275,00 m ² 20-21 158-159 2231,25 21-22 159-160 1957,90 Supressão 1175,00 m² 23-24 161-162 2004,04 25-27 165-166 3999,69 32-34 172-174 3418,92 Torre Torre 33 em A PP 38-39 180-182 6108,62 Supressão 200,00 m² 40-41 183-184 2775,21 45-46 188-189 1949,57 47-48 190-191 2045,33 50-51 193-194 2508,17 51-52 195-196 1805,16 54-55 198-199 2590,02 58-59 204-206 1990,19 93-94 275-276 19,52 114-115 318-319 1407,63 Supressão e 7200,00 m² e Torres 130 e Torre 131 em APP 129-132 347-355 28350,57 133-134 356-359 2815,70 Supressão 1850,00 m² 134-135 359-360 2713,92 Total Intersecção Interferência 4 Torres em APP Supressão de 11700,00 Total em m² 82.380 Total em m² m² Total em ha 8,24 Total em ha 1,17 ha Tabela 20 – Identificação das APPs e seus Impactos

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Fauna:

A região de Iguape – Pariquera-Açu apresenta um dos poucos e importante remanescente de Mata Atlântica e de Restinga preservada do Estado de São Paulo. Isso faz com que a região tenha grande importância na conservação de espécies nativas e endêmicas do Estado. Por possuir áreas recobertas por mangues, rios e estuários a presença de espécies de aves migratórias são freqüentes. Espécies que exigem um alto grau de preservação ambiental ainda são encontradas na área como o catetu Taiassu tajacu , papagaio-da-cara-roxa Amazona brasiliensis , Rivulus sp , araponga Procnias nudicollis e outros.

O Relatório de Fauna encontra-se em anexo.

• Tipos de Solos encontrados na Área de Influência:

Os solos presentes na área do projeto apresentam características bem distintas entre a área da planície costeira (domínio dos Espodossolos Ferrocárbicos e associações) e a área de transição denominada de Morraria Costeira. Esta última ocupada por Argissolos Vermelho-Amarelos e Cambissolos. Do ponto de vista geotécnico, chamamos atenção para as áreas de várzea na planície costeira, onde podem ocorrer Organossolos, Gleissolos e, com menor probabilidade, Solos de Mangue, como membros associados aos Espodossolos Ferrocárbicos. Todos esses solos associados requerem cuidados do ponto de vista geotécnico, em especial por suas características de aumento de acidez quando drenados, podendo ser corrosivos para estruturas de concreto e partes metálicas (Organossolos) requerendo atenção também por apresentarem subsidência significativa após drenados, a qual se dá em maior grau nos primeiros 5 a 10 anos e pode persistir após, ainda que com menor intensidade, por décadas, sendo também solos de baixa capacidade de suporte .

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Fig. 32- Composição com o traçado aproximado da LT (em vermelho) e Postes iniciais e finais, sobre trecho do Mapa Pedológico do Estado de São Paulo (Fonte: João Bertoldo de Oliveira- Instituto Agronômico de Campinas).

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Fig. 33: Setas pretas indicam ocorrências dos solos como membros principais, setas vermelhas como membros associados. Fonte: idem Fig.1, adaptada.

 Caracterização dos tipos de solos encontrados na área do projeto:

 ESPODOSSOLOS FERROCÁRBICOS - ES2 : Associação complexa de ESPODOSSOLOS FERROCÁRBICOS Órticos, apresentando horizonte A moderado, com ESPODOSSOLOS FERROCÁRBICOS Hidromórficos hísticos, ambos de textura arenosa, associados com ORGANOSSOLOS endotiomórficos, SOLOS DE MANGUE

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indiscriminados e GLEISSOLOS indiscriminados, todos em relevo de várzea.

Distribuição : Postes 201 a 354 (Futuras Torres 56 a 132) : Essa associação complexa de solos é a que está presente na maior área do projeto (aproximadamente 2/3 do traçado), ocupando a planície litorânea que se estende para Sudoeste, seguindo a direção da costa desde a cidade de Iguape, ao longo da rodovia SP-222 (Rod. Ivo Zanella). Esta aos poucos toma a direção Noroeste, em direção a Pariquera-Açu, havendo uma transição para CAMBISSOLOS HÁPLICOS aproximadamente no Km 88 da SP-222, pouco acima do Rio Momuna.

Solos associados aos ESPODOSSOLOS FERROCARBICOS:

 ORGANOSSOLOS endotiomórficos :

Distribuição : Áreas de várzea entre Postes 201 a 354 (Futuras Torres 56 a 132) : Segundo o mapeamento consultado esses solos podem ocorrer também como solos associados aos Espodossolos Ferrocárbicos (item 2.1), que lembramos serem descritos como uma “associação complexa” de Espodossolos com, além dos outros tipos descritos a seguir, também os Organossolos endotiomórficos. É possível sua ocorrência local como solo associado, podendo coincidir com a locação de uma nova torre na construção da LT quando em relevo de várzea. Levou-se em conta especialmente suas características de corrosão de estruturas de concreto, descritas abaixo. No entanto, devemos salientar que, não foi verificado em campo a ocorrência deste tipo de solo.

Definição (ORGANOSSOLOS) : Solos constituídos por material orgânico que apresentam horizonte O ou H hístico com teor de matéria orgânica ≥ 0,2 kg/Kg solos ( ≥ 20% em massa), com espessura mínima

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de 40 cm quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer tomado cumulativamente dentro de 80 cm da superfície do solo, ou 30 cm quando sobrejacente a caráter lítico. A subordem dos ORGANOSSOLOS ENDOTIOMÓRFICOS caracteriza-se por apresentar horizonte sulfúrico ou material sulfídrico dentro de 100 cm da superfície do solo, característica importante devido ao seu poder corrosivo em estruturas de concreto.

 SOLOS DE MANGUE : Correspondem aos GLEISSOLOS TIOMÓRFICOS e GLEISSOLOS SÁLICOS do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999).

Distribuição: Áreas de mangue entre os Postes 201 a 354 (Futuras Torres 56 a 132) , como membros associados aos ESPODOSSOLOS FERROCÁRBICOS.

 GLEISSOLOS :

Distribuição: Áreas de várzea entre Postes 201 a 354 (Futuras Torres 56 a 132) : Segundo o mapeamento consultado, esses solos podem ocorrer também como solos associados aos Espodossolos Ferrocárbicos (item 2.1). É, portanto, possível sua ocorrência local como solo associado, vindo a coincidir com a locação de novas torres na construção da LT, quando em relevo de várzea.

Definição: Solos constituídos por material mineral, com horizonte glei dentro dos primeiros 50 cm da superfície, ou entre 50 e 125 cm desde que imediatamente abaixo de horizonte A ou E, ou precedido por horizonte B incipiente, B textural ou horizonte C com presença de mosqueados abundantes com cores de redução e satisfazendo, ainda, todos os seguintes requisitos:

● ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei;

● ausência de horizonte vértico ou plíntico acima do horizonte glei ou coincidente com este;

● ausência de horizonte B textural com mudança textural abrupta;

● ausência de horizonte hístico com 40 cm ou mais de espessura.

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 CAMBISSOLOS HÁPLICOS CX24 : Tb distróficos, textura argilosa + ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos de textura média/argilosa ou argilosa (ambos), relevo forte ondulado ou montanhoso + CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb distróficos latossólicos de textura argilosa e argilosa com cascalhos, relevo montanhoso todos, horizonte A moderado.

Distribuição: Postes 162 a 167; Postes 194 a 200

Definição (CAMBISSOLOS): São solos que apresentam grande variação no tocante a profundidade, ocorrendo desde rasos a profundos, além de apresentarem grande variabilidade também em relação às demais características. A drenagem varia de acentuada a imperfeita e podem apresentar qualquer tipo de horizonte A sobre um horizonte B incipiente (Bi), também de cores diversas. Muitas vezes são pedregosos , cascalhentos e mesmo rochosos.

 ARGISSOLOS PVA 86 (ARGISSOLOS Vermelho-Amarelos, DISTRÓFICOS LATOSSÓLICOS, horizonte A moderado, textura média/ argilosa, relevo suave ondulado).

Distribuição: Postes 142 a 157; 168 a 193 .

Definição (ARGISSOLOS) : Sua definição é precisa em termos de cor (matiz definida como 2,5 YR- yellow/red - ou mais vermelho). Apesar da cor não constituir por si só um atributo que retrate o comportamento do solo, a coloração vermelha, especialmente nos solos de textura argilosa, está relacionada a uma origem em rochas básicas ou ricas em minerais ferromagnesianos, apresentando geralmente, por esse motivo, teores mais elevados de micronutrientes e de cátions trocáveis, quando comparados a solos menos avermelhados.

 ORGANOSSOLOS MÉSICOS OU HÁPLICOS OY2 :

Ocorrem como termo principal numa área de pequenas dimensões no projeto, ainda dentro de área urbana, logo na saída da subestação de Pariquera- Açu em direção a Iguape. Sua definição e principais atributos já foram descritos acima (Organossolos endotiomórficos). Vale ressaltar ainda uma vez sua característica mais importante no

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âmbito do presente projeto, a saber, a possibilidade de formação de ácido sulfúrico quando drenados, devido à presença de material sulfídrico, especialmente corrosivo para estruturas de concreto.

 Susceptibilidade à erosão:

O mapa de susceptibilidade à erosão da região do projeto nos mostra que apenas um trecho do traçado apresenta alta susceptibilidade.

Fig. 34: Composição sobre trecho do Mapa de Erosão do Estado de São Paulo, IPT - 1995. Postes iniciais e finais com numeração marcados por setas.

Onde, (Va) MUITO BAIXA : Composta de sedimentos aluvionares e marinhos, relevo tipo terraços aluvionares e marinhos, no domínio dos solos Espodossolos Ferrocárbicos e suas associações, lençol freático raso. Erosão laminar fraca a moderada. Ocupa a maior parte do traçado da LT (aproximadamente 2/3) ao longo da SP-222 (ver fig. 8).

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(IIc) ALTA : Rochas cristalinas (granitos e migmatitos, xistos), relevo montanhoso com escarpas locais, declividades superiores a 35%, rampas médias a longas, domínio dos Cambissolos e Argissolos Vermelho-Amarelos (estes como membros associados, ver Tipos de Solo), Horizonte C (saprólito) espesso e de baixa coesão, lençol freático profundo, com circulação de água condicionado por fraturas na rocha. Erosão laminar muito intensa, sulcos e ravinas muito freqüentes, voçorocas pouco freqüentes. Ocupa parte do traçado da LT ao longo da SP-222 (ver fig. 8).

(IVa) BAIXA : Rochas cristalinas (granitos e migmatitos, xistos), relevo ondulado de morros e morrotes , encostas convexas a retilíneas, declividades superiores a 15%, rampas curtas a médias, domínio dos Argissolos Vermelho-Amarelos, (ver Tipos de Solo), espessos, saprolitos siltosos com baixa coesão, lençol freático profundo, circulação de água por fraturas na rocha. Erosão laminar moderada a intensa, sulcos freqüentes e ravinas pouco freqüentes. Escorregamentos pouco freqüentes, saprolitos com ravinas e sulcos muito freqüentes. Ocupa parte do traçado da LT ao longo da SP-222 (ver fig. 8) e parte da zona urbana de Pariquera-Açu.

(Vb) MUITO BAIXA : Corresponde a uma pequena área do projeto, na zona urbana de Pariquera-Açu. Relevo de aluviões e planícies aluviais, terrenos inundáveis. Domínio dos Organossolos, lençol freático raso, processos de sedimentação.

Ao longo do traçado proposto para o projeto, foram identificados dois pontos com presença de erosão em sulco, conforme descrito abaixo:

• Poste 159 : Área de erosão em Argissolo, com presença de seixos centimétricos rolados, em área com declive > 30 0, a aproximadamente 20m da faixa da LT (Fig. 34), próximo a brejo situado às margens da SP-222.

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Fig. 35: Erosão próximo ao Poste 159 que aparece à direita da foto.

• Poste : 186 . Esse ponto merece especial atenção, pois no entorno do poste 186 localiza-se a área de erosão mais significativa em todo traçado da LT, com extensa área de solo exposto erodido por sulcos. Essa erosão se estende, em menor área, até o outro lado da SP-222.

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Fig. 36 – SP-222 à direita da foto. Sulco decorrente de erosão.

Fig. 37: sulco em solo erodido próximo ao poste 186.

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 Cruzamento/Proximidade da Linha de Transmissão com Infra-Estrutura:

As infra-estruturas atravessadas pela Linha de Transmissão serão as Rodovias SP-226 e SP-222 nos trechos descritos abaixo:

• Travessia sobre a Rodovia Estadual SP 226, km 9+977,26 m A linha de transmissão irá cruzar a Rodovia Estadual SP 226, no km 9+977,26 m. A altura do cabo inferior com relação ao nível da pista será de 11,26 metros, e o ângulo de cruzamento será de 47º38’59”, portanto dentro das recomendações da NBR-5422, que solicita uma altura mínima de travessia de 10,05 metros e um ângulo mínimo de 15 º. Essa travessia será realizada utilizando-se as estruturas T-06 e T-07, estando a torre T-07 à 49,21 metros do eixo da linha, portanto fora da faixa de domínio da rodovia.

• Travessia sobre a Rodovia Estadual SP 222, km 97+311,05 m A linha de transmissão irá cruzar a Rodovia Estadual SP 222, no km 97+311,05 m. A altura do cabo inferior com relação ao nível da pista será de 12,39 metros, e o ângulo de cruzamento será de 19º37’8”, portanto dentro das recomendações da NBR-5422, que solicita uma altura mínima de travessia de 10,05 metros e um ângulo mínimo de 15 º. Essa travessia será realizada utilizando-se as estruturas T-20 e T-21, estando a torre T-20 à 86,42 metros do eixo da linha, portanto fora da faixa de domínio da rodovia.

• Travessia sobre a Rodovia Estadual SP 222, km 96+462,12 m A linha de transmissão irá cruzar a Rodovia Estadual SP 222, no km 96+462,12 m. A altura do cabo inferior com relação ao nível da pista será de 13,69 metros, e o ângulo de cruzamento será de 24º47’15”, portanto dentro das recomendações da NBR-5422, que solicita uma altura mínima de travessia de 10,05 metros e um ângulo mínimo de 15 º. Essa travessia será realizada utilizando-se as estruturas T-23 e T-24, estando a torre T-23 à 147,43 metros do eixo da linha, portanto fora da faixa de domínio da rodovia.

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• Travessia sobre a Rodovia Estadual SP 222, km 87+383,08 m A linha de transmissão irá cruzar a Rodovia Estadual SP 222, no km 87+383,08 m. A altura do cabo inferior com relação ao nível da pista será de 34,07 metros, e o ângulo de cruzamento será de 21º42’40”, portanto dentro das recomendações da NBR-5422, que solicita uma altura mínima de travessia de 10,05 metros e um ângulo mínimo de 15 º. Essa travessia será realizada utilizando-se as estruturas T-55 e T-56, estando a torre T-56 à 205,01 metros do eixo da linha, portanto fora da faixa de domínio da rodovia.

• Travessia sobre a Rodovia Estadual SP 222, km 62+930,00 m A linha de transmissão irá cruzar a Rodovia Estadual SP 222, no km 62+930,00 m. A altura do cabo inferior com relação ao nível da pista será de 11,60 metros, e o ângulo de cruzamento será de 41º8’38”, portanto dentro das recomendações da NBR-5422, que solicita uma altura mínima de travessia de 10,05 metros e um ângulo mínimo de 15 º. Essa travessia será realizada utilizando-se as estruturas T-126 e T-127, estando a torre T-127 à 57,74 metros do eixo da linha, portanto fora da faixa de domínio da rodovia.

• Estudos Arqueológicos:

Conforme Diagnóstico Arqueológico, o qual encontra-se em anexo, a área pretendida para a instalação da LT não apresentou registro arqueológico in situ que possa caracterizar patrimônio arqueológico a ser resgatado.

Contudo, para a obtenção de Licença de Instalação há a indicação de prospecção arqueológica, tendo em vista a presença de geoindicadores (córregos) na área e de a mesma ocupar diferentes unidades paisagísticas, com vegetação que impossibilitou uma avaliação conclusiva.

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4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSIÇÃO DE PROGRAMAS DE MITIGAÇÃO, CONTROLE E MONITORAMENTO

A identificação e a avaliação dos impactos ambientais da Construção da Linha de Transmissão de 138 kV Pariquera Açu – Iguape foi realizada integrando-se os aspectos que interferem em cada fator ou componente do meio físico, biótico e sócio-econômico e cultural, durante todas as fases do empreendimento (planejamento, implantação, operação). Para melhor compreender a avaliação dos impactos ambientais, são definidos os seguintes termos, utilizados neste estudo:

ILIZADOS

TERMOS UTILIZADOS DEFINIÇÕES

Qualquer alteração no ambiente causada pelas atividades de um empreendimento. IMPACTO AMBIENTAL Exemplo: geração de empregos devido a oferta de mão-de-obra.

Elemento do meio físico, biótico, ou sócio-econômico afetado pelo impacto FATOR AMBIENTAL ambiental.

Exemplo: água, solo, animais, plantas, homem. Conjunto de fatores ambientais. COMPONENTE AMBIENTAL Exemplo : áreas legalmente protegidas, infra- estrutura de serviços. Tabela 21 – Termos do estudo ambiental

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Cada impacto foi avaliado de acordo com os seguintes critérios:

CRITÉRIO DEFINIÇÕES

Positivo – quando o impacto resulta na melhoria da qualidade ambiental. Qualificação Negativo – quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental. Direta – impacto resultante de uma simples relação de causa e efeito. Incidência Indireta – impacto resultante de uma reação secundária. Temporário – impactos cujos efeitos acabam em menos de 20 anos. Permanência Permanente - impactos cujos efeitos permanecem mesmo após 20 anos. Imediato – impacto cujos efeitos surgem imediatamente após a ação.

Médio Prazo – impactos cujos efeitos ocorrem durante o desenvolvimento das

Desencadeamento atividades (obras).

Longo Prazo – impactos cujos efeitos serão detectados após o término das atividades (obras). Reversível – quando as condições originais são recuperadas.

Parcialmente reversível – quando as condições originais são parcialmente recuperadas. Grau de Reversibilidade Irreversível – quando as condições originais não são recuperadas.

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Local – quando os efeitos da LT são sentidos dentro da faixa de 500m englobando a LT; para o meio sócio- econômico e cultural leva-se em conta os limites dos municípios abrangidos.

Regional – para os meios físico e biótico, quando os efeitos do impacto

Abrangência Espacial ocorrem dentro da faixa de 10 km; para o meio sócio-econômico, consideram-se os limites da Região Administrativa dos municípios (Registro).

Extra-Regional – aqueles em que os impactos ultrapassam as regiões administrativas dos municípios. Baixa – impacto cuja intensidade da alteração sobre o fator/componente é baixa.

Média – impacto cuja intensidade da Magnitude alteração sobre o fator/componente é média.

Alta - impacto cuja intensidade da alteração sobre o fator/componente é alta. Tabela 22 – Critérios dos impactos.

A IMPORTÂNCIA do impacto, classificada em pequena, média ou grande, foi definida com base nos dois critérios listados a seguir:

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CRITÉRIO DEFINIÇÕES

Simples – impacto que não apresenta interação com outro (s) impacto (s).

Cumulativo – impacto que apresenta Cumulatividade alguma interação com outro (s) impacto (s).

Estratégico – quando o impacto atinge um fator/componente ambiental de importância reconhecida para a região ou para parte Caráter Estratégico expressiva da população.

Não-Estratégico – quando o impacto não atinge tais fatores/componentes. Tabela 23 – Importância dos impactos.

Assim, são apresentados a seguir os principais impactos que podem ocorrer devido a Construção da LT 138 kV Pariquera Açu – Iguape. Para cada componente ambiental descrevem-se os impactos que ocorrem sobre ele de uma forma geral, considerando todo o traçado. Ao final, é apresentado um Quadro-Resumo contendo a classificação dos impactos. Os critérios referentes a MAGNITUDE e IMPORTÂNCIA são destacados.

A ordem de apresentação dos impactos se dá a partir das diferentes fases do empreendimento – Planejamento, Implantação e Operação – de modo a permitir ao leitor uma noção temporal dos acontecimentos previstos, dentro da abrangência espacial do empreendimento.

Após a identificação e avaliação dos impactos, são propostas Medidas Ambientais que tem como objetivo prevenir, reduzir, controlar ou potencializar os impactos na região de implantação da LT. As medidas são uma importante ferramenta da gestão do meio ambiente. Quando aplicadas, irão interferir na avaliação das reais alterações a serem observadas na área de influência da atividade, podendo reduzir a conseqüência dos impactos ambientais identificados. Para que as medidas propostas sejam colocadas em prática de forma organizada e efetiva, foram elaborados Planos e Programas Ambientais a serem implementados ao longo das fases do empreendimento

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MEDID

MEDIDA CONCEITOS

Ação que tem como objetivo reduzir os efeitos de um impacto negativo. Pode Medida Mitigadora ser classificada conforme seu caráter (preventivo ou corretivo) e sua eficácia (alta, média ou baixa). Ação que visa controlar e monitorar os Medida de Controle possíveis impactos e verificar a eficácia das demais medidas. Ação que objetiva compensar, através de melhorias em outro local, um impacto Medida Compensatória ambiental negativo importante e não mitigável. Medida Potencializadora Ação que tem como objetivo aumentar os efeitos de um impacto positivo. Pode ser classificada conforme sua eficácia (alta, média ou baixa). Tabela 24 – Medidas Ambientais

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IMPACTOS IDENTIFICADOS NA FASE DE PLANEJAMENTO:

Na fase de planejamento, as expectativas geradas pelo empreendimento na população das áreas de influência da LT (Impacto N° 1) relacionam-se basicamente a: (1) geração de empregos diretos e indiretos; (2) preocupação das autoridades municipais e comunidades locais quanto ao aumento da população externa devido a vinda de empreiteiras de outras localidades; (3) maior volume de recursos financeiros para as prefeituras, em razão dos impostos recolhidos; (4) duvidas a respeito da interferência com o dia-a-dia da população, em termos de bloqueio das vias de acesso, alteração de caminhos e geração de ruídos e poeira; (5) preocupação da população local quanto a confiabilidade do empreendimento; (6) incertezas dos moradores com relação a indenização, desapropriação de terras e relocação.

As áreas a serem utilizadas para a ampliação das faixas (de 20 para 30 metros) e deverão ser objeto de desapropriação ou estabelecimento de servidão de passagem. Assim, as benfeitorias que se encontram nos locais onde ocorrerão as obras serão desapropriadas e os proprietários indenizados, de acordo com o planejamento e atendimento a normas legais ( Impacto N° 2 ).

 Componente Ambiental: Impactos sobre a População das áreas de Influência da LT ÇÃO MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS

IMPACTO E N° MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS CLASSIFICAÇÃO

Geração de Expectativas: Negativo, Indireto, Regional, 1 Temporário, Reversível, Média Média A, B, M Imediato, Não-estratégico, Cumulativo Desapropriação e relocação de benfeitorias: 2 Negativo, Direto, Local, Baixa a Média Pequena A, B, C Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo. Tabela 25 – Impactos

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 Medidas Associadas aos Impactos sobre a População das Áreas de Influência da LT:

MEDIDA Esclarecimento da população e autoridades da área de influência . Medida mitigadora preventiva de alta eficácia. Objetivo : Informar as pessoas sobre cada atividade a ser realizada em todas A as etapas do projeto, juntamente com suas vantagens e desvantagens, apresentando sempre o planejamento dessas atividades. Programa Relacionado : Programa de Comunicação Social.

Desenvolvimento de Ações de Educação Formal e Não-Formal. Medida Compensatória. Objetivo : Tornar esta ação um benefício mais efetivo e adequado a cada B realidade, considerando-se os projetos já existentes nos municípios da área de influência e na própria Elektro. Programa Relacionado : Programa de Educação Ambiental. Negociação para Relocação da População. Medida Compensatória. Objetivo : Dar suporte as negociações junto aos proprietários de terra e ao C processo de relocação de benfeitorias. Programa Relacionado : Programa para o estabelecimento da Faixa de Servidão e Indenizações. Estabelecimento de Metas de Contratação de Trabalhadores na Área de Influência. Medida Mitigadora Preventiva de média eficácia. M Objetivo: Reduzir os impactos decorrentes da geração de expectativas. Programa Relacionado: Programa Ambiental para Construção – PAC (Sub- programa de Mobilização e Desmobillização de Mão-de-Obra). Tabela 65 – Medidas Ambientais

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IMPACTOS IDENTIFICADOS NA FASE DE IMPLANTAÇÃO:

 Componente Ambiental: Remanescentes de Mata Atlântica

A implantação do empreendimento causará intervenções diretas e indiretas nos ecossistemas localizados na área de influência da LT, que se caracterizam pela presença de remanescentes de Mata Atlântica. Tais intervenções irão acentuar, com a modificação dos ambientes, o processo de fragmentação (redução a partes menores) desses remanescentes ( Impacto N° 3). Estes ficariam menos adequados para a vida de diversas espécies de animais e vegetais e, como conseqüência, poderia ocorrer a redução de populações nestes locais. A fauna silvestre , especialmente os vertebrados, poderá ser afetada tornando-se alvo fácil de atropelamentos, pois seu habitat será alterado pela fragmentação (Impacto N° 4). Além da perda de área de remanescentes, haverá um aumento do efeito de borda nos fragmentos (Impacto N° 3). Este processo de fragmentação já existe e será acentuado com a implantação da LT. Normalmente, nas faixas de servidão de LTs é permitida a recomposição vegetal natural formada por gramíneas ou herbáceas de rápido crescimento, para se evitar a exposição do solo, prevenindo-o contra a erosão. Os impactos ambientais que ocorrem sobre os remanescentes da Mata Atlântica, suas respectivas classificações e ocorrências estão inseridos no quadro a seguir.

IMPACTO E N° MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS CLASSIFICAÇÃO

Interferências sobre os Remanescentes Florestais: Negativo, Direto, Regional, 3 Média Grande D, E Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo

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Interferência sobre a Fauna Silvestre: Negativo, 4 Direto/Indireto, Local, Baixa a Média Grande D, E Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo. Tabela 27 – Impactos

MEDIDA Reintegração paisagística e dos habitats . Medida mitigadora corretiva de alta eficácia. Medida de Controle. Objetivo : Recuperar os remanescentes de floresta afetados pelo empreendimento, em áreas fora da faixa de servidão, observando a D legislação e as recomendações dos órgãos ambientais. Programa Relacionado : Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de reposição Florestal Obrigatória; Programa de Monitoramento da Fauna e Flora. Realização de Desmatamento Controlado. Medida Mitigadora Preventiva de Alta Eficácia. Objetivo : Garantir a minimização dos impactos negativos decorrentes da E instalação do empreendimento no que diz respeito à vegetação a ser suprimida. Programa Relacionado : Programa de Controle de Supressão de Vegetação e Programa Ambiental para a Construção – PAC. Tabela 28 – Medidas Ambientais

 Componente Ambiental: Áreas Legalmente Protegidas

As obras de implantação da LT irão interceptar áreas legalmente protegidas, sendo algumas de alta importância biológica. Essas áreas incluem a Área de Preservação Ambiental – Cananéia-Iguape-Ilha Comprida e a Zona Tampão da Estação Ecológica dos Chauás, as Áreas de Preservação Permanente e os Sítios Arqueológicos.

As Unidades de Conservação (UCs) são áreas do território brasileiro, ambientalmente importantes, públicas ou particulares, protegidas por lei, com objetivos, limites e administração definidos legalmente. Ao longo dos 02 municípios

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que fazem parte do traçado da LT, foram avaliados os impactos que afetarão 02 UCs ( Impacto N° 5 ). Das quais, apenas uma é interceptada pela LT.

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) são áreas ambientalmente frágeis ou estratégicas para a conservação ambiental onde, em regra, não pode haver a retirada de vegetação natural. Foram criadas com o objetivo de proteger as florestas, rios, lagoas, nascentes, topos de morro, mangues, chapadas, entre outros ambientes. Assim, interferências sobre essas áreas ( Impacto N° 6 ) podem afetar as suas formações, como é o caso das intervenções provocadas pela LT.

O impacto sobre o patrimônio histórico e arqueológico ( Impacto N° 7 ) provocado pela construção da LT consiste quase sempre numa ocorrência localizada, restrita a área de intervenção do empreendimento. Apesar de a prospecção arqueológica não ter revelado indícios de sítios arqueológicos na área de abrangência da LT, é necessário que se promova a preservação de prováveis sítios arqueológicos. Isso deve ser feito com o devido acompanhamento das atividades do empreendimento, através de projetos de prospecção e resgate arqueológico quando necessário, atentando-se para os aspectos legais.

IMPACTO E N° MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS CLASSIFICAÇÃO

Interferências sobre Unidades de Conservação: Negativo, Direto/Indireto, 5 Baixa Média D, E, F Regional, Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo

Interferência sobre Área de Preservação Permanente: Negativo, 6 Média a Alta Grande D, E, G Direto, Local, Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo.

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Interferência sobre o Patrimônio Histórico- Cultural e Arqueológico: Negativo, Direto, Local, 7 Baixa a Média Pequena H Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Simples.

Tabela 29 – Impactos

MEDIDA

Reintegração paisagística e dos habitats . Medida mitigadora corretiva de alta eficácia. Objetivo : Recuperar os remanescentes de floresta afetados pelo empreendimento, em áreas fora da faixa de servidão, observando a legislação e D as recomendações dos órgãos ambientais. Programa Relacionado : Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de reposição Florestal Obrigatória.

Realização de Desmatamento Controlado. Medida Mitigadora Preventiva de Alta Eficácia. Objetivo : Garantir a minimização dos impactos negativos decorrentes da E instalação do empreendimento no que diz respeito à vegetação a ser suprimida. Programa Relacionado : Programa de Controle de Supressão de Vegetação e Programa Ambiental para a Construção – PAC.

Apresentação de Propostas de Compensação Ambiental. Medida Compensatória. Objetivo : Garantir a compensação dos impactos negativos decorrentes da F instalação do empreendimento em áreas de Unidades de Conservação ou Zona Tampão. Programa Relacionado : Plano de Compensação Ambiental.

Planejamento da Localização de Canteiros de Obras, Praças de Montagem e Praças de Lançamento. G Medida Mitigadora Preventiva de Alta Eficácia. Objetivo : Identificar as áreas menos sujeitas aos impactos provocados por

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estas instalações temporárias. Programa Relacionado : Programa Ambiental para a Construção – PAC e Programa de Controle e Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Instabilidade de Terrenos.

Proteção do Patrimônio Arqueológico. Medida Mitigadora Corretiva de Alta Eficácia. Objetivo : Realizar ações para a proteção patrimônio arqueológico como a H realização de prospecções arqueológicas antes da implantação do empreendimento. Programa Relacionado : Programa de Avaliação e Salvamento do Patrimônio Arqueológico. Tabela 30 – Medidas Ambientais

 Componente Ambiental: Solos e Usos do Solo

O preparo dos terrenos durante as obras implica na retirada da vegetação existente, expondo o solo à ação da erosão ( Impacto N° 8 ). As intervenções previstas como a retirada da vegetação, implantação de Praças de Montagem/Lançamento, escavações para as fundações das torres, são fatores que podem provocar risco geológico-geotécnico (Impacto N 9 ). A principal preocupação refere-se as áreas onde a implantação da Torre se dará sobre depósitos de solos sujeitos a arraste. Outro risco está associado à implantação da Torre em meia encosta, sempre que o local apresentar características favoráveis a desbarrancamentos. Adicionalmente, movimentos de terra em regiões inundáveis podem gerar rebaixamentos do solo devido ao excesso de carga no local.

IMPACTO E N° MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS CLASSIFICAÇÃO

Intensificação dos Processos Erosivos: Negativo, Direto, Local, G, I, J, K, 8 Média Média Permanente, Irreversível, L Imediato, Não-Estratégico, Cumulativo

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Aumento Potencial do Risco Geotécnico: Negativo, Direto, Local, 9 Baixa Média J, K, L Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo. Tabela 31 – Impactos

MEDIDA Planejamento da Localização de Canteiros de Obras, Praças de Montagem e Praças de Lançamento. Medida Mitigadora Preventiva de Alta Eficácia. Objetivo : Identificar as áreas menos sujeitas aos impactos provocados por G estas instalações temporárias. Programa Relacionado : Programa Ambiental para a Construção – PAC e Programa de Controle e Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Instabilidade de Terrenos.

Evitar a Execução das Obras em Períodos Muito Chuvosos. Medida Mitigadora Preventiva de Média Eficácia. Objetivo : Reduzir os riscos de arraste de material escavado para os corpos I d’água. Programa Relacionado : Programa de Controle de Supressão de Vegetação e Programa Ambiental para a Construção – PAC e Programa de Controle e Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Instabilidade de Terrenos. Condução do Escoamento Superficial. Medida Mitigadora Preventiva de Média Eficácia. Objetivo : Prevenir contra a erosão durante as obras de implantação das J torres, nas áreas com topografia desfavorável e/ou solo sujeito à erosão. Programa Relacionado : Programa de Controle e Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Instabilidade de Terrenos. Inspeção e Gerenciamento Geológico-Geotécnico da Faixa de Servidão. Medida de Controle. Objetivo : Controlar e monitorar os processos erosivos para manter a K integridade da faixa de servidão. Programa Relacionado : Programa de Controle e Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Instabilidade de Terrenos.

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Intervenção em Áreas com Processo Erosivo Identificado. Medida Mitigadora Corretiva de Média Eficácia. Objetivo : Implantar sistema de controle, contenção ou recuperação das L áreas vulneráveis para impedir o processo e promover a eventual recuperação de ambientes afetados. Programa Relacionado : Programa de Controle e Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Instabilidade de Terrenos. Tabela 32 – Medidas Ambientais

 Componente Ambiental: Economia, População das áreas de Influência e Infra-Estrutura Pública

Haverá expectativa na população local de obter uma das vagas oferecidas. Estima- se que serão gerados em torno de 36 vagas de empregos diretos durante o período de implantação do empreendimento (Impacto N° 10).

A chegada de trabalhadores de outras localidades irá gerar um aumento na busca por alguns serviços urbanos, como utilização da rede de saneamento básico, saúde e segurança, mas que serão totalmente absorvidos pelo baixo número de trabalhadores. Nos canteiros e frentes de obras serão gerados diversos resíduos, os quais serão coletados, separados e armazenados para posterior destinação adequada, seguindo as normas especificas para cada classe de resíduo. Os resíduos sólidos gerados nas atividades de implantação do empreendimento compreenderão: lixo comum, material reciclável (papel, papelão, plástico, sucata de madeira, sucata metálica e vidro).

O volume de resíduos gerados não será grande ( Impacto N° 11). Parte deles será reciclada e somente os resíduos não recicláveis serão encaminhados para os aterros sanitários. Durante as obras, esta prevista a adoção de banheiros químicos na frente de obras. O esgoto armazenado será recolhido periodicamente por empresas especializadas e licenciadas, destinando-os ao tratamento adequado.

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IMPACTO E N° MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS CLASSIFICAÇÃO

Geração de Empregos: Positivo, Direto/Indireto, Regional, Temporário, 10 Baixa Pequeno M Parcialmente reversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo. Pressão sobre a Infra- Estrutura de Disposição Final de resíduos: 11 Negativo, Direto, Regional, Baixa Pequeno N, O Temporário, Parcialmente reversível, Imediato, Não- Estratégico, Simples. Tabela 33 – Impactos

MEDIDA Estabelecimento de Metas de Contratação de Trabalhadores na Área de Influência. Medida Mitigadora Preventiva de média eficácia. M Objetivo: Reduzir os impactos decorrentes da geração de expectativas. Programa Relacionado: Programa Ambiental para Construção – PAC (Sub- programa de Mobilização e Desmobillização de Mão-de-Obra). Capacitação Ambiental dos Trabalhadores. Medida Mitigadora Preventiva de média eficácia. Objetivo : Estabelecer regras de comportamento e civismo. Implantar um N sistema de gerenciamento de resíduos sólidos que, em conjunto com as demais ações, permitirá a manutenção do meio ambiente local. Programa Relacionado : Programa de Educação Ambiental. Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Medida de Controle. O Objetivo : Controlar os resíduos, desde a sua origem até a destinação final adequada. Programa Relacionado : Programa de Controle de Poluição. Tabela 34 – Medidas Ambientais

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IMPACTOS IDENTIFICADOS NA FASE DE OPERAÇÃO:

 Componente Ambiental: População das áreas de Influência Direta

O uso da faixa de servidão da LT deve ser controlado em função dos riscos inerentes à atividade ( Impacto N° 12 ).

O início da operação da Linha de Transmissão em 138 kV vai melhorar a qualidade da oferta de energia elétrica para a população dos municípios de Iguape, Ilha Comprida e Pariquera-Açu ( Impacto N° 13 ).

IMPACTO E N° MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS CLASSIFICAÇÃO

Risco de Uso da faixa de Servidão: Negativo, Direto, 12 Local, Permanente, Alta Grande A, P, Q Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo Aumento da Oferta de Energia Elétrica: Positivo, Direto, Regional, 13 Alta Grande R Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo Tabela 35 – Impactos

MEDIDA Esclarecimento da população e autoridades da área de influência . Medida mitigadora preventiva de alta eficácia. Objetivo : Informar as pessoas sobre cada atividade a ser realizada em todas A as etapas do projeto, juntamente com suas vantagens e desvantagens, apresentando sempre o planejamento dessas atividades. Programa Relacionado : Programa de Comunicação Social.

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Esclarecimento da População sobre os Riscos Inerentes à Linhas de Transmissão de Energia Elétrica. Medida mitigadora preventiva de alta eficácia. P Objetivo : Informar a população local sobre os riscos inerentes à linhas de transmissão de energia elétrica e quais cuidados devem ser adotados para uma convivência pacífica. Programa Relacionado : Programa de Comunicação Social. Esclarecimento da população sobre os Usos Permitidos em Faixas de Servidão de Linhas de Transmissão. Medida mitigadora preventiva de alta eficácia. Q Objetivo : Informar as pessoas sobre quais são os usos permitidos nas faixas de servidão da Elektro. Programa Relacionado : Programa de Comunicação Social. Programa de Redução de Déficit Energético. Medida mitigadora corretiva de alta eficácia. Objetivo: Entregar à população energia elétrica em quantidade e com R qualidade reduzindo o déficit energético na região, orientando-a ao uso eficiente. Programa Relacionado: Programa de Educação Ambiental. Tabela 36 – Medidas Ambientais

 Componente Ambiental: Remanescentes de Mata Atlântica

Para a manutenção da faixa de servidão da LT, é necessário que a mesma seja mantida livre de vegetação arbórea/arbustiva ( Impacto N° 13 ), sendo permitido apenas o crescimento de vegetação de pequeno porte.

IMPACTO E N° MAGNITUDE IMPORTÂNCIA MEDIDAS CLASSIFICAÇÃO

Supressão de vegetação Arbóreo/Arbustiva: Negativo, Direto, Local, 14 Alta Grande E Permanente, Irreversível, Imediato, Estratégico, Cumulativo. Tabela 37 – Impactos

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MEDIDA Realização de Desmatamento Controlado. Medida Mitigadora Preventiva de Alta Eficácia. Objetivo : Garantir a minimização dos impactos negativos decorrentes da E instalação do empreendimento no que diz respeito à vegetação a ser suprimida. Programa Relacionado : Programa de Controle de Supressão de Vegetação. Tabela 38 – Medidas Ambientais

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA A CONSTRUÇÃO DO RAMAL LT 138 KV IGUAPE – TRECHO PARIQUERA-AÇU-IGUAPE

O objetivo geral do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é estabelecer mecanismos eficientes que permitam a execução e o controle das Medidas propostas e demais ações integrantes dos Programas Ambientais para uma adequada implementação dos cuidados ambientais previstos para o empreendimento e associados a implantação de suas obras e operação. Com base nos estudos realizados é apresentada a seguir a proposta de estrutura organizacional do SGA a ser adotado:

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SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA

PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO SOCIAL AMBIENTAL

Programas de Apoio e Programas de Programas de Liberação de Áreas e Supervisão e Monitoramento do Faixa de Servidão Controle das Obras Empreendimento

Programa para o Programa Ambiental Programa de Estabelecimento para a Construção. Monitoramento da Faixa de da Flora e da Fauna. Servidão, Indenização e Programa de Controle e Relocação de Benfeitorias. Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Programa de Instabilidade de Compensação Programa de Controle de Terrenos. Ambiental. Supressão de Vegetação. Programa de Recuperação Programa de Utilização Programa de Avaliação e de Áreas Degradadas. das Faixas Salvamento do Patrimônio Arqueológico. Programa de Controle da Poluição.

Programa de Reposição Florestal obrigatória.

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A seguir é apresentada uma síntese dos Planos e Programas Ambientais a serem implantados ao longo das fases do empreendimento.

 Programa de Comunicação Social:

Objetivos: Esclarecer a população residente nos municípios e os representantes do poder público sobre: o Os impactos efetivos e potenciais do empreendimento; o As medidas adotadas para prevenção, mitigação e compensação desses impactos; o Os riscos inerentes ao empreendimento.

 Programa de Educação Ambiental:

Objetivos: o Dispor de um conjunto de ações para informar e conscientizar as comunidades dos municípios das áreas de influencia da LT, visando à melhoria da qualidade de vida e ambiental; o Conscientizar, informar e capacitar os trabalhadores envolvidos.

 Programa para o Estabelecimento da Faixa de Servidão, Indenização e Relocação de Benfeitorias:

Objetivos: o Executar todas as atividades necessárias a disponibilização das áreas para a implantação do empreendimento, baseadas em negociação decorrentes de critérios de avaliação justos e adequados as diversas situações encontradas junto a população; o Evitar possíveis conflitos sociais e garantir que o processo de relocação das benfeitorias ocorra de forma justa e negociada amigavelmente.

 Programa de Controle de Supressão de Vegetação:

Objetivos: o Realizar levantamento da vegetação a ser suprimida para a implantação do empreendimento; o Definir a técnica de supressão (remoção) mais adequada a ser utilizada; o Apoiar a elaboração do plano de reposição florestal; o Limitar a área da vegetação a ser removida.

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 Programa de Avaliação e Salvamento do Patrimônio Arqueológico:

Objetivo: o Reconstituir a história das populações que se assentaram na região a ser afetada pelo empreendimento, buscando preservar e divulgar a história para a valorização dos processos de identidade cultural dessas populações.

 Programa Ambiental para a Construção - PAC:

Objetivos: o Elaborar um sistema de gestão e supervisão ambiental que garanta a aplicação efetiva das medidas e programas ambientais associados às obras de implantação da atividade. Para tanto, as empresas contratadas, em conjunto com a Elektro deverão trabalhar de forma integrada, a fim de assegurar o cumprimento da legislação e normas ambientais. Subprogramas do PAC: • Sub-programa de Mobilização e Desmobilização de Mão-de-Obra; • Sub-programa de Saúde e Segurança nas Obras;

 Programa de Controle e Prevenção contra Erosão, Assoreamento e Instabilidade de Terrenos:

Objetivos: o Estabelecer ações que possam prevenir e controlar a instalação de processos erosivos, instabilidade de terrenos e assoreamento das drenagens existentes.

 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas:

Objetivos: o Revegetar as áreas próximas ao empreendimento, com ênfase nas Áreas de Preservação Permanente (APPs); o Proteger os solos e recursos hídricos contra os processos erosivos e de assoreamento.

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 Programa de Reposição Florestal Obrigatória:

Objetivos: o Atender as condicionantes da Legislação Ambiental incluindo todos os dispositivos legais referentes ao corte ou supressão de vegetação protegida ou de Mata Atlântica.

 Programa de Controle de Poluição:

Objetivos: o Gerenciar os efluentes, resíduos e emissões nas áreas em que serão desenvolvidas as atividades do empreendimento visando garantir a manutenção da qualidade ambiental, através da aplicação dos Subprogramas: • Sub-programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos; • Sub-programa de Gerenciamento de Efluentes Líquidos.

 Programa de Monitoramento da Fauna e Flora:

Objetivos: o Acompanhar as alterações ambientais nas áreas de influência do empreendimento, desde o período anterior ao início das obras até o início da operação; o Avaliar a eficácia dos demais programas ambientais relacionados sobre a flora e a fauna.

 Programa de Utilização das Faixas de Servidão:

Objetivos: o Informar a população sobre os usos possíveis na faixa de servidão.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A construção do ramal LT 138 KV Iguape visa suprir a demanda crescente de energia elétrica nos municípios de Iguape, Ilha Comprida e Pariquera-Açu dentro dos padrões de segurança e respeito ao meio ambiente adotados pela Elektro Eletricidade e Serviços S.A. A avaliação dos impactos ambientais realizada para o empreendimento identificou um total de 14 impactos para as três fases de projeto: planejamento, implantação e operação. Dos impactos identificados, 07 estão associados aos meios físico e biótico, 2 às Áreas Legalmente Protegidas e 5 ao Meio Sócio-econômico. Dentre esses impactos, destacam-se:

 Vegetação de Mata Atlântica

As obras de construção do Ramal LT 138 KV Iguape gerarão impactos sobre algumas áreas de Mata Atlântica, principalmente devido à necessidade de retirada da vegetação. Para diminuir estes impactos foram estudadas alternativas, como a utilização de torres mais altas, no trecho entre os Postes 217 a 318 (atual), de aproximadamente 15 km de extensão onde a vegetação é formada por Floresta Alta e Floresta Baixa de Restinga em Estágio Médio de Regeneração ocorrendo efeito de borda. Mesmo adotando-se as medidas mitigadoras deverão ser implantadas medidas de compensação ambiental atendendo a Legislação Ambiental (Lei 11.428/06 e Resolução SMA 58/06). Este atendimento se dará por meio de entendimentos entre a Elektro e os órgãos ambientais estaduais e federais.

 Unidades de Conservação

Dentre as duas Unidades de Conservação afetadas pelo empreendimento, apenas uma será interceptada pelo mesmo, a APA Cananéia-Iguape-Peruíbe, a qual é de uso sustentável.

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 Áreas de Preservação Permanente

As Áreas de Preservação Permanente - APPs existentes ao longo do traçado serão impactadas com supressão de vegetação, implantação de torres e uso da área (travessia de cabos).

 Erosão

Os estudos ambientais do empreendimento identificaram as áreas com fragilidades de terreno. Isto permitiu a elaboração de planos e programas ambientais para minimizar os riscos geológico-geotécnicos da implantação e operação da linha de transmissão.

 Impactos Positivos

O principal impacto positivo do empreendimento é a melhoria do sistema elétrico da região de Iguape - Ilha Comprida - Pariquera-Açu, permitindo o aumento da oferta de energia elétrica para a população nos períodos de maior demanda.

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6. ANEXOS:

Documentos e Mapas anexos a este relatório Ambiental Preliminar:

• Mapa de Traçado sobre imagem, escala 1:10.000 • Mapa de Uso do Solo, escala 1:10.000 • Mapa de Unidades de Conservação, escala 1:50.000 • Mapa de Propriedades, escala 1:10.000 • Mapa de Fragilidade Geológica, escala 1:500.000 • Mapa de Levantamento Florístico, escala 1:2500 • Mapa de Planta Perfil, escala 1:5.000 • Laudo de Flora • Laudo de fauna • Levantamento de dados Sócio-Econômicos • Diagnóstico Arqueológico

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7. EQUIPE TÉCNICA:

 Medral Geotecnologias e Ambiental Ltda.:

ÁREA DE REGISTRO PROFISSIONAL ATUAÇÃO PROFISSIONAL Christiane Nascimento de Brito Coordenação 5060932984 CREA -SP Geral Alexandre dos Santos Pereira Fauna e 5062132305 CREA -SP Coordenação Adjunta Marcel Maion Fauna 5062071700 CREA -SP Rodrigo Anesio Dainez Cartografia 5061175306 CREA -SP Catarina Gonzalez Borgatto Eng.ª Eletricista 601633734 CREA -SP Ana Carolina Araujo dos Santos Unidades de 5062247012 CREA -SP Conservação

 Equipe Técnica de Subcontratados:

ÁREA DE REGISTRO PROFISSIONAL ATUAÇÃO PROFISSIONAL Otávio Soares do Couto Flora 500009793 CREA -SP Rosana Cordeiro Flora 881009823 CREA -RJ Ricardo Siqueira Bovendorp Fauna (*) Fernando Marques Baroni Meio Sócio - (*) econômico Rafael Galeoti de Lima Meio Sócio - 5062920200 CREA -SP econômico Fernando A. F. M. de Almeida Geologia 5060090130 CREA -SP Neide Barrocá Faccio Arqueologia (*) Ítalo Tsuchiya Arqueologia (*) (*) Especialistas sem conselho de classe.

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