A História Da Primeira Colonização De G a R U V a Nos Mostra Mais Uma História De Luta, E N T R E Tantas Outras, Por Parte D
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A história da primeira colonização de G a r u v a nos mostra mais uma história de luta, e n t r e tantas outras, por parte dos imigrantes, q u e buscavam fugir dos problemas sociais econômicos da Europa e encontrar na América - seja ela do Sul ou do Norte - a liberdade e a justiça. Para verificar a origem dos primeiros imigrantes que foram responsáveis pela primeira colonização no território que hoje constitui o município, será necessário voltarmos ao tempo e analisarmos os fatos ocorridos na Península do Say em 1841. Nessa época, Garuva não existia como distrito ou município. A região onde hoje se encontra este município se constituiu de parte do Distrito do Saí e de Palmital que, pertenciam à Península do Say. " A Primeira Colonização em Garuva " no período de 1841 a 1847, levará então, a uma análise da colonização que ocorreu no Say e no Palmital, por serem estas as regiões que formaram o atual município de Garuva. Através da análise de documentos e de obras de alguns historiadores buscou-se verificar se realmente a primeira colonização teria acontecido em 1841 pelos imigrantes franceses, quando este sentiram necessidade de abandonar a França (devido às intensas crises) e buscaram um novo mundo que lhes desse melhores condições de vida. Em 1841, o médico homeopata francês, Dr. Francois Jules de Mure, atualmente considerado "o pai da homeopatia no Brasil", iniciou uma campanha através do Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, onde afirmou que desejava instalar, no Brasil, uma colônia baseada no consumo comum, seguindo as idéias do Utopista, seu compatriota, Charles Fourier. Após conquistar a simpatia do Imperador o Dr. Mure conseguiu a concessão de duas léguas quadradas de terras devolutas na Península do Say. Os imigrantes franceses chegaram no Say em 1842, ali encontraram muitas dificuldades de adaptação ao clima e ao próprio modo de vida que teriam que levar. Os desentendimentos entre os colonos e o Dr. Mure também contribuíram para o fracasso da Colônia Industrial do Say. Com a chegada de Jamain e Derrion, a situação agravou-se ainda mais, o que culminou com formação de duas colônias uma no Say e outra no Palmital. Com a Península do Say abrigando duas colônias, a rivalidade entre os seus líderes aumentou ainda mais. Os colonos perceberam então, que o melhor a fazer era abandonar as colônias e partir em busca de novas terras no Brasil. Em 1847 a Colônia do Say estava praticamente desabitada. Mesmo com o fracasso da primeira Tentativa de Colonização no território que hoje compõe Garuva, a importância desta não pode ser negada. No Brasil, a mesma é considerada, até o momento, como a única experiência fourieista de que se tem notícia. Os franceses deixaram no atual município de Garuva, rastros de sua rápida passagem por esta região. A estrada de Três Barras, hoje também parte do município de Garuva, foi uma importante via de comunicação da colônia iniciada em 1842. Era através dela que os imigrantes franceses conseguiram se comunicar, durante um ano, com o litoral para obter alimentos a preços menores. Um dos fatores determinantes no fracasso do empreendimento realizado na Península do Say foi porque a estrada, após um ano, teve o seu acesso inutilizado. O objetivo central deste estudo era mostrar que a primeira colonização de Garuva ocorreu através dos franceses em 1841. A documentação encontrada no Arquivo Histórico de Joinville, no Arquivo Público do estado de Santa catarina e na Câmara de Vereadores permitiu a análise das questões em torno dos problemas administrativos, religiosos e culturais das colônias que se instalaram na Península do Say entre 1841 1847. O QUE SE CONHECE SOBRE GARUVA Inicialmente Garuva fazia parte da vila de São Francisco, situada na Península do Say, na Província de Santa Catarina. A península defronte à ilha de São Francisco , no triângulo formado pelo Rio São Francisco ao Rio do Palmital, a fronteira da Província banhada pelo Rio Say Grande e o mar grosso. Carlos da Costa Pereira verificou que em 1771 " toda a terra que corre para a parte do sul até aos mares, rios e suas vertentes do rio São Francisco pertenciam a dita Vila de São Francisco..." A Fundação de Garuva é atribuída ao português Cândido da Veiga em 1914, mas continua pertencendo a São Francisco do Sul. No ano de 1.919, o Monsieur Edmund Paix, habitante da região parisiense, comprou 25.000 hectares de terra na Península do Say, localidade de Porto Palmital (atual localidade do município de Garuva, distante 6 Km da sede do município) e ali instalou e Societeé Paix, que iria se constituir no último empreendimento francês em território garuvense. Nos idos de 1920 a atividade econômica da região girava em torno da exploração do palmito e da madeira principalmente o sapê que exportavam para a França. No final da década de 20 chegaram à localidade de Barrancos (hoje parte do território garuvense) Monsieur René Peinnoit e sua esposa, madame Paulette Peinnoit, onde instalaram a Empresa Industrial Agrícola Palmital Ltda. Como a exploração do palmito foi intensa e não havia o reimplante das sementes por parte destes empreendedores, este acabou, e com ele teve fim a sociedade Paix e Cia (Porto Palmital), e a Empresa Industrial Agrícola Palmital (Barrancos) que foram responsáveis pelo crescimento econômico da região por mais ou menos dez anos. Em dezembro de 1927, após muitas negociações com o prefeito de São Francisco do Sul, foi criado o Distrito de Garuva e nomeado primeiro Intendente Distrital o Sr. ALBERTO SCHWARTZ. Em 1934 a sede do Distrito de Garuva desloca-se para São João do Palmital onde atualmente se encontra. Somente em 1963 é que Garuva desmembrou-se de São Francisco do Sul. Após muita negociação e luta, São Francisco não tinha interesse em perder parte do seu território e muito menos do seu mar, cerca de 35 KM de praias em Itapoá, o então vereador francisquense (mas morador de Garuva) Dórico Paese apresentou na Câmara de Vereadores um projeto para criação do município de Garuva, constituído pelo distrito do mesmo nome e parte do distrito do Say, em 04 de dezembro de 1963, através da resolução 22/63. No dia 20 de dezembro de 1963, a Assembléia Legislativa ratificou o ato por meio da lei nº 953 Os limites atuais do município de Garuva são: ao Norte com o estado do Paraná, ao Sul com Joinville e São Francisco do Sul, ao Leste com Itapoá, ao Oeste com Campo Alegre. O território de Garuva abrange as seguintes localidades, além da região central: Três Barras, Barrancos, Palmital, Sol Nascente, Baraharas, Mina Velha, Caovi, Garuva Acima, São João Abaixo, Bom Futuro, Rio Turvo, Urubuquara, Say Guaçu e Quiriri. Quanto ao nome Garuva, segundo os moradores mais antigos, provém de uma árvore de cor amarelada, outrora abundante na região. Mas, não se tem nenhum registro oficial que confirme a origem deste nome. A população de Garuva está em torno de 11.375 habitantes (IBGE 2001), com predominância para a etnia alemã e, depois, italiana, portuguesa e francesa. Economicamente a região experimenta o crescimento das atividades comerciais, artesanais e de serviços, sendo favorecida por sua proximidade com grandes centros consumidores, como por exemplo, Curitiba e Joinville. Garuva tornou-se conhecida em toda a região, por ser o maior produtor de bananas de Santa Catarina. Mais de cem variedades de bananas são produzidas comercialmente. A banana é a mais expressiva cultura tradicional e que melhor se enquadra aos aspectos do solo e clima (subtropical úmido) do município. Além da banana, Garuva destaca-se pela produção de arroz e mandioca. Recentemente, o turismo está contribuindo para o crescimento econômico de Garuva. Como atração turística, localiza-se nas encostas da serra a criação de trutas, e no sopé da montanha, foi inaugurado o restaurante " Tapas e tragos " com sistema pesque e pague de trutas, além de parques aquáticos e pousadas. Na mais importante bacia hidrográfica do município, que é a do Rio Palmital, oferece-se trechos propícios à navegação e a pesca. Vestígios dos primeiros habitantes da região podem ser encontrados nos sambaquis espalhados pela mata costeira, muitos infelizmente, destruídos devido ao desconhecimento de sua importância histórica. De maneira geral os sambaquis, caracterizam-se por níveis estratificados de cinza e carvão, entre e espessas camadas de conchas, com restos de peixe e ossos de aves e de mamíferos. Após termos observado dados importantes da história do atual município de Garuva, que servem para a apresentação desta região que é praticamente desconhecida, se faz necessária a análise do porquê da imigração européia para o Brasil. LEI PROMULGADA Nº 953 DE 20 DE DEZEMBRO DE 1963 Procedência - Dep. Jorge Gonçalves Natureza - PL 490/63 D.A 15/01/64 Fonte ALESC/Div. Documentações. Cria o município de Garuva e dá outras providências. O DEPUTADO IVO SILVEIRA, PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, de conformidade com o disposto no inciso X, art. 22 da Constituição do Estado, faz saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu promulgo a seguinte Lei: Art. 1º - Fica criado, de conformidade com a Resolução nº 22/63 de 04 de dezembro de 1963, da Câmara Municipal de São Francisco do Sul, o município de Garuva, com sede na atual Vila de Garuva. Art. 2º - O Município de Garuva fará parte integrante da Câmara de São Francisco do sul, e terá os seguintes limites: 1 - COM O MUNICÍPIO DE CAMPO ALEGRE - Começa na cabeceira do Rio Águas Altas, na Serra do Mar; segue por esta até a nascente principal do Rio Cachoeira, conhecida pela denominação local de Campo de Cima. 2 - COM O ESTADO DO PARANÁ 3 - COM O OCEANO ATLÂNTICO - Começa na Barra do Rio Saí Guaçú, no Oceano Atlântico; segue pelo mar até a ponte do Sumidouro.